19.04.2013 Views

Itinerário Clínico: Punção lombar / Complicações - Senne Líquor ...

Itinerário Clínico: Punção lombar / Complicações - Senne Líquor ...

Itinerário Clínico: Punção lombar / Complicações - Senne Líquor ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Itinerár io <strong>Clínico</strong>: <strong>Punção</strong> <strong>lombar</strong> / <strong>Complicações</strong><br />

Definição<br />

Garantir um sistema seguro de atendimento a pacientes submetidos à punção <strong>lombar</strong> e suas possíveis<br />

complicações, em especial a cefaléia pós-punção.<br />

Objetivos<br />

Padronização da conduta médica de atendimento a pacientes submetidos à punção <strong>lombar</strong> e suas possíveis<br />

complicações, em especial a cefaléia pós-punção.<br />

Público alvo<br />

Equipe médica.<br />

Introdução<br />

A cefaléia pós punção é a complicação mais freqüente relacionada a punção <strong>lombar</strong> (até 30% dependendo da<br />

agulha utilizada). Inicia-se 24 a 48hs após o procedimento podendo estender-se por até uma semana. A sua<br />

incidência é maior em mulheres do que em homens e menor em crianças menores de 13 anos e adultos maiores de<br />

60 anos. O seu risco aumenta em pessoas magras e com antecedentes de cefaléia. Pode apresentar-se em qualquer<br />

região da cabeça ou nuca, porém manifesta-se tipicamente na região frontal ou occipital irradiando-se para a região<br />

do pescoço e ombros, sua intensidade é variada podendo ser acompanhada de náuseas, tontura e tem como<br />

característica principal o seu caráter ortostático.<br />

A Academia Americana de Neurologia publicou informe com as seguintes observações relacionadas a cefaléia póspunção:<br />

Quanto menor o calibre da agulha utilizada menor sua incidência.<br />

A utilização de agulhas atraumáticas se associa há um menor risco de cefaléia.<br />

Utilizando agulhas atraumáticas a reintrodução do mandril reduz sua incidência.<br />

Não há evidência de que a ingestão de líquidos reduza sua incidência.<br />

Não há evidência de que o repouso pós-punção reduza a incidência de cefaléia pós-punção.<br />

O <strong>Senne</strong> <strong>Líquor</strong> Diagnóstico com base em sua experiência de mais de 30 anos e no Guideline da Academia America<br />

de Neurologia estabeleceu o seu próprio itinerário clínico:<br />

Conduta – orientações pré e pós-punção <strong>lombar</strong> (PG 01)<br />

Informar ao paciente e acompanhante no que consiste o procedimento, suas possíveis complicações e<br />

orientações pós-punção e solicitar a leitura e assinatura do TCLE.<br />

Procurar realizar todas as orientações em vocabulário não técnico facilitando a compreensão do<br />

paciente/acompanhante.<br />

Orientar a necessidade de repouso por 24hs após o procedimento em especial nos pacientes do sexo<br />

feminino, baixo IMC (magras) e com histórico de cefaléia, com maior risco de desenvolvê-la.<br />

Conduta – punção (material e técnica)<br />

Preferencialmente utilizar agulhas de fino calibre (ex: 23/25G) ou atraumática (pencil point), em especial<br />

nos pacientes do sexo feminino, baixo IMC (Índice de Massa Corpórea) e com histórico de cefaléia.<br />

Reintroduzir o mandril sempre que possível.<br />

Introduzir o bisel longitudinalmente as fibras da dura mater (longitudinal ao neuro-eixo, linha axial).<br />

Outras possíveis complicações<br />

A. Lombalgia: Dor no local da punção é um evento frequente devido ao trauma local. Pode ser minimizado<br />

através da utilização de agulhas de menor calibre pela realização do procedimento por profissional<br />

treinado.<br />

B. Radiculopatia traumática: Evento raro, conseqüente a avulsão de raiz nervosa durante a retirada da<br />

agulha. Evento que pode ser evitado através da recolocação do mandril na agulha antes a sua retirada.<br />

C. Aracnoidite pós-punção<br />

D. Infecção: Evento raro, evitável através de adequada anti-sepsia da pele associada à utilização do material<br />

estéril.<br />

E. Acidentes hemorrágicos<br />

a. Hematoma epidural


Bibliografia<br />

Itinerár io <strong>Clínico</strong>: <strong>Punção</strong> <strong>lombar</strong> / <strong>Complicações</strong><br />

b. Hemorragia subaracnóide traumática<br />

1. Evans RW, Armon C, Frohman EM, Goodin DS. Assessment: prevention of post-lumbar puncture headaches: report of the therapeutics and<br />

technology assessment subcommittee of the American Academy of Neurology. Neurology 2000;55:909–914.<br />

2. Kleyweg RP, Hertzberger LI, Carbaat PA. Significant reduction in postlumbar puncture headache using an atraumatic needle. A double-blind,<br />

controlled clinical trial. Cephalalgia 1998;18:635–637. (Class IV evidence:unequal needle diameters [larger in the cutting needle]; direction of bevel<br />

for cutting needle not stated; LP was for caudography in the majority of patients.)<br />

3. Thomas SR, Jamieson DRS, Muir KW. Randomised controlled trial of atraumatic versus standard needles for diagnostic lumbar puncture. BMJ<br />

2000;321:986–990. (Class IV evidence: direction of bevel for cutting needle not stated; unequal training protocols for use of the two needle types.<br />

Secondary criticism, in letters to the editor, regarding use of 20-gauge [rather than thinner] needle, with 26 of 48 patients reporting PLPHA in the<br />

“cutting” needle group and 14 of 49 in the “atraumatic” group [ITT analysis].)<br />

4. Strupp M, Schueler O, Straube A, Von Stuckrad-Barre S, Brandt T. “Atraumatic” Sprotte needle reduces the incidence of post-lumbar puncture<br />

headaches. Neurology 2001;57:2310–2312. (Also Reply to Letter to the Editor Michael Strupp, O. Schuler, and T. Brandt [Neurology online May 3,<br />

2002 ] (Class I evidence; see text.)<br />

5. Vilming ST, Kloster R, Sandvik L. The importance of sex, age, needle size, height and body mass index in post-lumbar puncture headache.<br />

Cephalalgia 2001;21:738–743. (Class II: prospective study/case series: no comparison of traumatic to cutting needle types. Findings are consistent<br />

with previous reports regarding demographic and physical risk factors, and needle size.)<br />

6. Aamodt A, Vedeler C. Complications after LP related to needle type: pencil-point versus Quincke. Acta Neurol Scand 2001;103:396–398. (Class IV<br />

evidence: no randomization; direction of bevel type in cutting needle not specified; nonrigorous PLPHA ascertainment protocol: equal frequency of<br />

PLPHA (23 to 24%) reported in both 22-gauge groups; severity worse in pencil-point group [small numbers, statistical significance not provided;<br />

probably NS].)<br />

7. Kochanowicz J, Drozdowski W, Baniukiewicz E. Post lumbar puncture syndrome and the manner of needle insertion. Neurol Neurochir Pol<br />

1999;32(suppl 6):179–182. (Abstract only reviewed. Case series analysis confirming postlumbar puncture syndrome in 7.9% in patients with bevel<br />

parallel and 19.3% of those with bevel perpendicular to dural fiber.)<br />

8. Linker G, Mirza N, Manetti G, Meyer M, Putnam KT, Sunderland T. Fine-needle, negative-pressure lumbar puncture: a safe technique for<br />

collecting CSF. Neurology 2002;59:2008–2009. (Case series [N _ 100]: use of a thin, 25-gauge atraumatic needle and a syringe to withdraw CSF under<br />

negative pressure for research purposes; PLPHA frequency was 4%.)<br />

9. Carson D, Serpell M. Choosing the best needle for diagnostic lumbar puncture. Neurology 1996;47:33–37.<br />

10. Sempere A P, et al LUMBAR PUNCTURE: ITS INDICATIONS, CONTRAINDICATIONS, COMPLICATIONS AND TECHNIQUE. Rev Neurol 2007; 45 (7):<br />

433-436<br />

Aprovado em 05/12/2009<br />

Dr. Carlos <strong>Senne</strong>

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!