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Mimosoídeas - Herbário "Barbosa Rodrigues"

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FLORA ILUSTRADA CATARINENSE<br />

Planejada e editada por<br />

P. RAULlNO REITZ<br />

Publicação patrocinada por:<br />

Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientffico e Tecnol6gico - CNPq<br />

Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal - IBDF<br />

<strong>Herbário</strong> "<strong>Barbosa</strong> Rodrigues" - HBR<br />

I PARTE FASCíCULO<br />

AS PLANTAS LEGU<br />

LEGUMINOSAS<br />

MIMOSOIDEAS<br />

por<br />

ARTURO BURKART<br />

Tradução e Observações Ecológicas por ROBERTO M. KLEIN<br />

304-pigl"as, 45 estampas, 60 mapas<br />

ITÁJAí - SANTA CATARINA - BRASIL<br />

1979


1 LEGU<br />

LEGUMINOSAS<br />

FAMíLIA DO FEIJAO<br />

L e g u m i nos a e Gmelln, Otla. Bot.: 57,174.1976.Nomen fam\llae con-<br />

.ervandum, Internat. Code Bot. Nomencl. arttc. 18, nota 3. Utrecht. 1966.<br />

F a b a c e a e Llndley, Introd. Nat. Syst. ed, 2: 148. 1836:segundo Bullock,<br />

Taxon 8:172.1959.<br />

Ord. L e g u m 1 n a I e s Jones, Taxon 4 : 188. 1955.Hutehlnson, Gen. Flow.<br />

Plants 1. 221. 1964. Famillas: Mim o s a e e a e, Caesalplnlaeeae e<br />

F a b a e e a e (ou P a p 1 I 1 o n a e e a e ) .<br />

FLORES clclícas geralmente pentârneras, actínornorras ou zígomorras,<br />

hermafroditas ou raras vezes díclinas, ordinariamente de<br />

corola vistosa e polinização zoófila (entomófila ou ornítónla), às<br />

vezes autógama, de prefloração valvar (<strong>Mimosoídeas</strong>) ou imbricada<br />

(Caesalpinioídeas e Papílíonoídeas) : receptáculo floral em disco plano<br />

ou côncavo, raras vezes tubuloso (Arachis) ou não dilatado (Cassía<br />

j ; sépalas em geral cinco, unidas em sua parte inferior, raras<br />

vezes livres, cálice ordinariamente campanulado quinquedentado, às<br />

vezes truncado, fendido ou reduzido, erbáceo, escarioso ou raras<br />

vezes vistoso; corola pentapétala, raras vezes hexa-, tetra- ou<br />

trímera (Mimosa), eu reduzida a uma pétala (Amorpha, Swartzia),<br />

pétalas normalmente livres, às vezes "soldadas (<strong>Mimosoídeas</strong>), em<br />

conjunto formando coroIa tubulosa, mariposa da (paptlíonada), ou<br />

intermédia; na corola papilionada as cinco pétalas diferenciadas em<br />

ESTANDARTE ou VEXILO (a pétala superior, adaxíal, maior ou<br />

mais despregada), ASAS (duas pétalas laterais) e a QUILHA ou<br />

CARENA (as duas pétalas inferiores, geralmente unidas entre si pelos<br />

seus ápices, como que formando um navíozínho, que envolve e<br />

protege os estames e o pístílo) ; ANDROCEU tipicamente de cinco<br />

ou mais estames, mas estes freqüentem ente muito numerosos (Acacía)<br />

, raras vezes menos de cinco, filamentos livres ou freqüentemente<br />

soldados congenitamente entre si até muito acima (diadelfos<br />

na maioria das Papilíonoideas) , mas permanecendo seus ápices livres;<br />

estamos erguidos ou curvos, anteras ditecas livres, dorsítíxas,<br />

raras vezes basifixas, uniformes, heteromorfas (por ex. Cassia) ou<br />

alternadamente dimorfas, geralmente íntrorsas, rimos as ou raras<br />

• Do lat. legumen (1nis) = legume ou vajtem.


LEGU 2<br />

vezes poricidas, conectivo às vezes prolongado ou com glândula pedícelada;<br />

pólen em geral tricolporado, de grãos soltos, mas nas <strong>Mimosoídeas</strong><br />

freqüentemente reunidos em tétradas ou poliadas; GI-<br />

NECEU em geral unicarpelar, supero, liminar, unilocular, com os<br />

óvulos em fileira sobre a placenta (margem superior), às vezes poucos<br />

ou um somente, estilete em geral alongado, estigma côncavo ou<br />

convexo e papíloso, óvulos bitegumentados, anátropos ou campilótropos;<br />

saco embrionário monospórico, de tipo normal 8-celular.<br />

FRUTO tipicamente um legume (ou vagem) alongado, deíscente<br />

em ambas as suturas, quando maduro seco ou freqüentem ente<br />

as duas valvas elasticamente retorcidas ao abrir-se, com o lançamento<br />

das sementes (autocoría: legume espermobólíco) : modificações<br />

freqüentes do fruto até sãmara, lomento com ou sem dobras,<br />

utrlculo, drupa, vagem indeiscente, criptolomento, etc.; SEMENTE<br />

variada, em geral elipsoidal ou reniforme, com tegumento duro<br />

(testa), com ou sem sulco arqueado nas faces (linha fissural) às<br />

vezes com arilo ou restos arilares no hilo; endosperma (albumen)<br />

nulo ou presente e então delgado, mucilaginoso (córneo ou vítreo<br />

quando seco); embrião ordinariamente com suspensor, plãntula<br />

reta ou encurvada, cotilédones geralmente planos, mais ou menos<br />

carnosos, na germinação epígeos ou algumas vezes hípógeos (Vícíeas:<br />

algumas Faséoleas, etc.) .<br />

ARVORES, arbustos (inermes ou espinhosos), sufrútices ou<br />

ervas, perenes ou anuais, também trepadeiras lenhosas manas) ou<br />

erbáceas, de talo volúvel (Faséoleas) ou com gavinhas (Bauhínía<br />

sp., Vícíeas) , ou plantas em coxim (almofada) nos elevados Andes;<br />

gemas axilares protegidas ou não, freqüentemente múltiplos e seriais<br />

(Prosopís, Gleditsia). FOLHAS alternas ou raras vezes opostas<br />

ou subopostas (Tipuana), com estípulas, estas livres ou aderidas<br />

ao pecíoío ou entre si, erbáceas ou às vezes endureeídas e espinhosas<br />

(Acacia caven), pecíolo em geral em cima canaliculado, freqüentemente<br />

com alguma glândula grande ou eglanduloso; base<br />

do peclolo engrossada em pulvíno ou gânglio motor, igual aos pecíolulos<br />

dos rolíolos, estes pulvínulos permitem alterações de posição<br />

("sono" das folhas, etc.): lâmina em geral composta: pínada,<br />

bípínada, dígítada, trifoliolada, mais raras vezes simples ou reduzida<br />

a um fol1olo (unífolíolada) , em muitas acácias australianas<br />

reduzida ao peciolo e ráquis dilatados verticalmente (Acácias com<br />

filódios), folíolos de bordos inteiros ou dentados a lobulados, grandes<br />

ou pequenos, freqüentemente com apêndices na base do pecíolulo,<br />

chamadas estipelas; folhas nulas (afilia ou apofilia) ou pequenas<br />

e muito caducas (subafilía) , em muitas espécies xerófilas.<br />

INFLORESCÊNCIA variada, de tipo racemoso (floração centrípeta):<br />

racemos simples axilares ou terminais, às vezes reduzidos a<br />

uma flor ou pelo contrário, racemos agrupados em panículas, tam-


3 LEGU<br />

bém cabecinhas, umbelas ou verdaleíros capítulos, e estes por sua<br />

vez em muitos casos formando racemos ou panículas; brácteas<br />

freqüentes, bractéolas duas, opostas na base do cálice, muito difundidas,<br />

mas não em todos os grupos.<br />

INDUMENTO variado, de pelos simples freqüentemente bicelulares<br />

nas Papilionoídeas, plurícelulares nas <strong>Mimosoídeas</strong>, estrelados<br />

(Mimosa bonplandíí), bicúspides ou em letra T (Indigofera),<br />

glandulosos (Adesmia), setulosos, etc.<br />

RAMOS freqüentemente diferenciados em longos renovos (macroblastos)<br />

e curtos (braquiblastos): Prosopis, Acácia, etc.: muitas<br />

espécies armadas de espinhos axilares, espinhos estipuláceos, aguilhões<br />

retos ou recurvos, etc.<br />

Simbiose - As Leguminosas vivem, na sua grande maioria, em<br />

simbiose com bactérias do gênero Rhizobium (antes chamado BaciUus<br />

radícícolaj ; Rh. leguminosarum, Rh. meliloti, Rh. trifolii, Ih.<br />

phaseolí, Rh. lupini, Rh. japonicum etc.) . São micróbios do solo<br />

que invadem as raizes jovens da Leguminosa e se instalam no tecido<br />

cortical, formando pequenos tumores chamados "nódulos", de<br />

formas variadas. Estas bactérias apresentam a faculdade de fixar<br />

o nitrogênio livre (N2) da atmosfera e que existe na terra e o transformam<br />

em aminoácidos e finalmente em proteínas por combinação<br />

com ácidos orgânicos. A Leguminosa lhes cede açucares, que<br />

a bactéria utiliza como material energético para esta síntese. Mais<br />

tarde, a Leguminosa extrai prote1nas do nódulo e as utiliza para<br />

construir o seu próprio corpo. Ao decomporem-se os nódulos e com<br />

os resíduos das Legumínosas, ricas em proteinas, se enriquece o<br />

solo em matéria nítrogenada que outras bactérias livres destroem<br />

e transformam em amoníaco, nitratos, os sais aptos para o alimento<br />

nitrogenado de plantas não Leguminosas. Por tal efeito<br />

residual, o cultivo ou a presença de Leguminosas é benéfica, pois<br />

melhora a fertilidade da terra, fato conhecido· desde tempos antigos.<br />

Ecologicamente, por esta simbiose, as Leguminosas são importantes<br />

porque permitem um contínuo aumento da bíomassa na<br />

Terra. Por meio dela, a agricultura aufere um duplo benefício destas<br />

plantas: o valor direto de seus produtos, como forragem de trevos<br />

ou sementes de feijões, ricos em proteínas, além disso, o efeito<br />

útil no solo, por equivaler seu cultivo à rotação, a uma abonadora<br />

nítrogenada, devendo vigiar-se as condições físicas do solo,<br />

que deve ser bem poroso e arejado, para evitar outros processos<br />

microbianos desfavoráveis, como os chamados desnitrificadores, que<br />

liberam nitrogênio combinado.<br />

Area de dispersão - As Leguminosas apresentam dispersão<br />

universal, exceptuando-se as zonas muito frias e algumas regiões<br />

insulares, como Nova Zelândia, que são pobres em Leguminosas.


LEG.U 4<br />

Estas abundam muito nas zonas equatoriais, subtropicais e temperadas.<br />

A subfamília das Papilionoídeas é a mais representada em<br />

regiões temperadas e frias, sem deixar de ser abundante nos trópicos.<br />

As Mimoso1deas e Caesalpíníoldeas vivem mais em regiões<br />

quentes, sendo escassas ou faltando- em continentes frios como na<br />

Europa.<br />

O Estado de Santa Catarina, como aliás todo Brasil, é muito<br />

rico em Leguminosas. Chama a atenção a pequena quantidade<br />

de Legumínosas exóticas que se aclimataram de modo espontâneo,<br />

sobretudo se efetuarmos uma comparação com regiões mais temperadas<br />

do Continente, como a Província de Buenos Aires. Os<br />

gêneros adventícios ou subespontâneos em Santa Catarina, são<br />

apenas: Ulex, Medicago, Melilotus e provavelmente Abrus.<br />

Página com visualização parcial.


291<br />

CONSPECTO GERAL DAS LEGUMINOSAS: MIMOSOíDEAS<br />

G~NEROISI<br />

1. Amia<br />

Esp, Ssp,<br />

13<br />

Plantas descritas lia<br />

Pie<br />

Plantas nativa. ou espont,<br />

em Santa Catarlna<br />

Plantas cultivadas em<br />

Santa Catarlna<br />

LEGU<br />

Varo For. Híbr.<br />

2.lnoa<br />

12<br />

3. Allonsea 2<br />

i-:-.-::-::-roOr-I::-::-m+-+---lI----:---:-1: : I : < : :- ==<br />

6. Calliandra ,_3_1-_+--l_._,_-_,_3_1:_---l~~1_-+_-_1__-- - -_--= ==-= .. - -_<br />

7. Albizia 6<br />

2 1<br />

1----11--1---1--1--1---1---1--+--1---1-- --~ -- ~--<br />

H.Pilhecellobium<br />

9.0esmanlhus<br />

2<br />

2<br />

--{---j---1--1__ --------~<br />

:I~~~: ~ 2 _ I _ I-t--_ _I~ ~~<br />

10. Schrankla<br />

:1=1.=M=im=os=a ==:=4=B~:t-- -~ ---,----1-4-0+--1--6- ---- -_- _-~ I--<br />

12. Meplunia<br />

I-----t--i--I--I--I---I--t----t--J--i--I--<br />

13. Plalhymenia<br />

-- ------<br />

1----+---1--I----I:--~--+--I--<br />

14. Parapipladenia<br />

- -- -- -- -- -- ----<br />

1-----!----1--I---1--"l---I-- ~ --~--I---I--- ---1--1--1--1<br />

15. Pipladenia 3<br />

:2 3<br />

:2<br />

1----+-1--11---1----;---+--+--1·-- --- --11--11--11--11--<br />

16. Mewlonia :2<br />

IOTAl: 16 100 14 75 10<br />

4<br />

Ssp,

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