Setembro - Igreja Batista do Povo

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Nossa IBp | Setembro de 2010
conheça nossos missionários
“QueremoS ver uma renovação eSpiritual na inglaterra”
mês de setembro é mês de missões na igreja
Batista do povo e, nesta edição, o Boa palavra
homenageia um de nossos missionários, atuante
em Oxford desde 2006. Aos 49 anos, casado com
carmen há 22, e pai de Filipe, 21, e Jéssica,
19, o pastor carlos gomes, em sua passagem
pelo Brasil, contou a sua história e como está o
trabalho na inglaterra.
Boa palavra – conte sobre a sua conversão e
chamado ministerial.
Pr. Carlos – Eu iniciei a vida cristã em uma Igreja
Presbiteriana Renovada, em Brasília. A minha
conversão foi aos 20 anos, em um processo interessante,
porque meu único irmão foi quem me
levou para a igreja e, já na primeira vez em que
fui, aceitei a Jesus e, desde então, minha vida
mudou completamente. Um ano depois, o Senhor
começou a falar muito forte no meu coração que
era hora de largar tudo e ir para o Seminário.
Depois de muitas experiências e sinais, passei
pelo presbitério e compartilhei minhas experiências
com os pastores que entenderam que Deus
estava me chamando. Senti-me impulsionado por
Deus para a obra missionária, sem saber que, na
verdade, Ele estava me direcionando para isso.
Fui para a Missão Antioquia, onde estudei por
três anos e conheci a que seria minha esposa,
Carmen. Quando concluí o Seminário, fui visitar
a igreja dela em Urucânia, interior de Minas e,
quando perceberam que estávamos para nos casar,
convidaram-me para ali pastorear. Casamos em
dezembro de 1987 e, em janeiro de 1988, assumi
o pastoreio da igreja. Depois de um processo,
entrei para a Convenção Batista Nacional na qual
fui reconhecido como pastor batista. Pastoreei a
igreja por 2 anos, de lá, fui para a Lagoinha, em
Belo Horizonte, onde permaneci por 15 anos.
Boa Palavra - Quais foram as áreas em que o
senhor trabalhou?
Pr. Carlos - No início, comecei com o trabalho
pastoral na igreja local em Urucana. Quando
saí, ia fazer um curso de preparo missionário na
Missão Amém, na capital. Sentíamo-nos chamados
para trabalhar na Índia, desde 1987 quando
participei do COMIBAM - Congresso Missionário
Ibero-Americano- em São Paulo que reuniu líderes
do mundo inteiro. Nesse evento havia um pastor
indiano que fez um desafio muito grande sobre
o país. Senti-me muito chamado por Deus, que
falava claramente que iria me levar para a Índia,
para onde fui em 1999.
Boa palavra - como você conheceu o pastor
Jonas neves?
Pr. Carlos - Eu conheci o pastor Jonas em 1986,
em Belo Horizonte, quando eu e a Carmem estávamos
iniciando o processo de casamento.
Boa palavra – conte sobre o trabalho que o senhor
realizou na igreja Batista da lagoinha.
Pr. Carlos - Foram 15 anos trabalhando na Lagoinha,
nesse tempo, estive por nove anos dentro do
trabalho missionário. De 1991 a 1993, fui enviado
pela igreja a estudar inglês na Inglaterra. Em
1994, retornei ao Reino Unido para assumir a base
da Missão Antioquia, cuidando dos missionários
até que, em 1998, o pastor Jonas - que ainda estava
na Lagoinha, convidou-me para voltar ao Brasil
para dirigir o Ministério de Missões da igreja,
assim, voltamos e começamos a Secretaria de
Missões. Um ano depois, realizamos o Projeto na
Índia e iniciamos o Centro de Missões para treinar
novos missionários. Fizemos também o Treinamento
de Obreiros e Implantação de Igrejas no Vale
do Jequitinhonha, além da responsabilidade que
tínhamos com os empresários da igreja. Até que,
em 2005, Deus começou a falar muito comigo,
preparando-me para sair da Lagoinha. Achei difícil
e estranho por estar no auge do ministério, mas
ouvi muito a voz do Senhor e então Ele me mostrou
que era hora de sair. Em novembro daquele
ano, na Conferência Missionária, desliguei-me da
igreja com a bênção de todos.
Boa Palavra – Como foi a sua transição para a
igreja Batista do povo?
Pr. Carlos – Depois da minha saída da Igreja Batista
da Lagoinha, permaneci com a minha família
em BH. Em meados de 2006, o pastor Jonas – que
já estava pastoreando a IBP - me convidou para
pregar na igreja. Quando cheguei a SP, o pastor
Jonas me fez uma proposta de ir para Oxford
(Inglaterra) e abrir uma igreja. Quando ouvi o
que ele me disse, não quis aceitar, porque não
tinha vontade de retornar ao país. O pastor Jonas
insistiu e sugeriu que orássemos sobre isso, assim
fizemos por 30 dias, quando Deus respondeu,
decidimos ir para Oxford. No final daquele ano,
eu e o pastor Jonas tínhamos um Congresso da
CONJUBAM na Espanha. Aproveitamos a viagem
à Europa, e fomos até a Inglaterra, visitar a IBP
Londres e fomos também a Oxford, nos reunimos
com a família que morava na cidade, e também
com brasileiros que lá viviam, e fizemos um culto.
Depois, compartilhamos a visão com a irmã que
nos recebera e, na semana seguinte nasceu a IBP
em Oxford. No retorno, para sermos missionários
na Inglaterra, fomos aprovados pela Assembleia
da IBP, da qual somos membros desde 2006.
Boa Palavra - Como está o trabalho em Oxford?
Pr. Carlos - A IBP em Oxford tem três anos e
meio, é uma igreja muito rotativa porque, basicamente,
a maioria é de brasileiros, mas temos
também pessoas de Portugal, Ilha da Madeira
e Timor Leste. Todos estão na Inglaterra por
algum tempo, com isso, a igreja sofre um pouco.
Estamos preocupados, não só ganhar as pessoas,
mas em encaminhá-las de volta ao Reino de Deus,
pois muitos se perderam. Da mesma forma que
queremos trabalhar com essas pessoas, desejamos
trabalhar também com a igreja nacional, a Igreja
Inglesa. O nosso objetivo é sermos uma só igreja,
com um braço de fala portuguesa. Não escolhemos
ser uma igreja independente, porque temos
que valorizá-la, dar apoio e ver a mudança dos
ingleses e uma renovação espiritual, para que eles
mesmos possam assumir a responsabilidade que
é deles. É também uma igreja missionária, que
não está só localmente, mas se envolve ajudando
outras igrejas, como as igrejas em Londres (Harlesden
e Peckham), e também em Turim, e agora
em Roma. Nós entendemos
que fomos chamados para
alcançar outros lugares
também.
Boa palavra - Quais são os
projetos da IBP Oxford?
Pr. Carlos - O primeiro que
tenho dado muita ênfase
é a de alcançarmos outras
frentes de trabalho, porque,
dentro da Inglaterra, há muitos
grupos que precisam de
uma igreja com fala portuguesa,
no entanto, não tenho
obreiros para ajudar, então,
nosso objetivo é treinar
pessoas para dar assistência
nesses locais. Temos também
um projeto para o mês de
setembro chamado Street
Pastors (Pastores de Rua)
para alcançarmos as pessoas
de fala inglesa. O nosso
desejo é que as igrejas inglesas,
onde estamos sediados,
possam se unir a nós e fazer
um trabalho junto conosco.
Acho que a nossa obrigação
querer ajudar e ver uma
renovação espiritual acontecer
na Inglaterra, porque
somos resultado do trabalho
inglês no Brasil, somos como filhos e, hoje, até
netos do trabalho que os ingleses fizeram. Existem
outros projetos, mas têm-se tornado dificéis para
nós porque preciso de pessoas capacitadas, com
fala inglesa – o que é indispensável - para nos dar
apoio e vermos algo acontecer.
Boa Palavra - Qual é a importância da sua família
no trabalho missionário?
Pr Carlos - Desde que me casei, a minha esposa,
Carmen, está sempre ao meu lado. Logo tivemos
filhos e, hoje, o Filipe é casado, mora e trabalha
em Londres, e a Jéssica está indo para a faculdade
em Oxford. Carmen sempre me deu muito apoio,
cuidando da reunião das mulheres, do departamento
infantil e, tem até trabalhado fora, se eu
não tivesse me casado com ela, seria muito difícil
outra mulher aguentar o que ela aguentou. Ela
é uma bênção e um suporte muito grande para
mim. Como família, estamos pensando em crescer
e evoluir, ela quer terminar a faculdade e eu
também quero fazer alguns cursos e me capacitar
melhor. Se, porventura, voltarmos ao Brasil, poderemos
servir à Igreja melhor, pois as nossas vidas
sempre foram 100% isso.
Boa palavra – Quais são os motivos de oração
para a IBP Oxford?
Pr. Carlos - Consegui ser reconhecido pela Baptist
Union – a Convenção Batista Britânica, o que foi
muito bom, com isso, muitas oportunidades têm
sido abertas, até de pastoreio em igrejas locais
inglesas. Não sei se esse é um caminho que terei
que tomar, porque o pastoreio de uma igreja
por Ana Clara Guerra
Pr. Carlos e sua esposa, Carmen: uma vida dedicada ao
serviço no Reino de Deus
inglesa tomará muito do meu tempo e
não me deixará fazer o trabalho fora. Peço oração,
para que Deus nos mostre o melhor caminho para
fazermos isso, porque, no meu coração, se pudermos
usar o que já existe dentro da igreja inglesa,
será muito melhor. Orem para que, se Deus tem
um projeto para nós de estarmos fortalecidos com
a igreja inglesa, que isso comece a acontecer o
mais rápido possível. Orem também por nós como
obreiros, tanto eu como o pastor Samuel, e pelas
nossas famílias, pois os ataques são muito fortes.
Temos que nos policiar para não cairmos no materialismo
e na liberalidade que é muito grande na
Inglaterra e em toda a Europa, além de tomarmos
sempre cuidado para não trabalharmos demais, e
deixarmos as nossas famílias. Pela nossa ligação
com a IBP, que tem que estar nos dando suporte espiritual,
moral e pastoral, o que é extremamente
necessário, porque lá só ministramos e esperamos
que a nossa igreja no Brasil nos dê este suporte.
É muito importante que a nossa relação de igreja
local e campo missionário cresça ainda mais.
Boa Palavra- Deixe uma palavra final aos leitores
do nosso jornal.
Pr. Carlos - Agradecemos a Deus e à IBP por estar
o tempo todo nos unindo em oração e intercessão.
Não sabemos o futuro, hoje, estamos na Inglaterra,
amanhã, poderemos estar no Brasil, mas o
nosso desejo é fazer o melhor e permanecermos
fieis a Deus, à igreja e à visão para que a possamos
encerrar nossa carreira de forma correta.
Deus os abençoe.
Foto: Arquivo pessoal