A Cana-de-Açúcar no Brasil sob um Olhar Químico e ... - QNEsc
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Consi<strong>de</strong>rando as concepções dos estudantes <strong>sob</strong>re o<br />
trabalho escravo e partindo da abordagem <strong>de</strong>sse assunto<br />
na oficina, solicitamos que expressassem suas i<strong>de</strong>ias a respeito<br />
do que é ser livre. Analisando suas produções, alguns<br />
associaram a liberda<strong>de</strong> à in<strong>de</strong>pendência e ao direito <strong>de</strong><br />
expressar suas i<strong>de</strong>ias. Para outros, ser livre é “ter direito <strong>de</strong><br />
escolhas” (estudante 5), “ter o direito <strong>de</strong> ir e vir” (estudante<br />
15) e “não ter que trabalhar por obrigação” (estudante<br />
12). As respostas formuladas após a ativida<strong>de</strong> indicam que<br />
os estudantes compreen<strong>de</strong>ram o conceito <strong>de</strong> escravidão<br />
<strong>de</strong>senvolvido por essa oficina. Dessa forma, para os estudantes,<br />
o trabalho escravo não<br />
é simplesmente composto por<br />
negros, que eram chicoteados <strong>no</strong><br />
tronco, e sim por pessoas que são<br />
exploradas em seus ambientes <strong>de</strong><br />
trabalho e com baixa ou nenh<strong>um</strong>a<br />
remuneração.<br />
Produção <strong>de</strong> fanzines<br />
A produção <strong>de</strong> fanzines promoveu<br />
a integração entre a química<br />
e a história. Durante a elaboração <strong>de</strong>sse material, os estudantes<br />
discutiram em grupos fatos e dados históricos, bem<br />
como a composição e os processos químicos relacionados<br />
com a cana-<strong>de</strong>-açúcar. Essa ativida<strong>de</strong> auxiliou na aplicação<br />
dos conceitos e na organização <strong>de</strong> suas i<strong>de</strong>ias por meio da<br />
Figura 7: Fanzines produzidos pelos estudantes.<br />
QUÍMICA NOVA NA ESCOLA<br />
A <strong>Cana</strong>-<strong>de</strong>-<strong>Açúcar</strong> <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong> <strong>sob</strong> <strong>um</strong> <strong>Olhar</strong> <strong>Químico</strong> e Histórico<br />
estruturação do fanzine pela elaboração <strong>de</strong> frases e utilização<br />
<strong>de</strong> imagens e textos disponibilizados, o que favoreceu a<br />
aprendizagem interdisciplinar e o trabalho em grupo. Alguns<br />
fanzines produzidos na oficina estão ilustrados na Figura 7.<br />
Consi<strong>de</strong>rações finais<br />
Consi<strong>de</strong>rando as concepções dos<br />
estudantes <strong>sob</strong>re o trabalho escravo e<br />
partindo da abordagem <strong>de</strong>sse assunto<br />
na oficina, solicitamos que expressassem<br />
suas i<strong>de</strong>ias a respeito do que é ser<br />
livre. Analisando suas produções, alguns<br />
associaram a liberda<strong>de</strong> à in<strong>de</strong>pendência e<br />
ao direito <strong>de</strong> expressar suas i<strong>de</strong>ias.<br />
As práticas interdisciplinares ainda não são <strong>um</strong>a realida<strong>de</strong><br />
na maioria das escolas <strong>de</strong> educação básica, apesar<br />
<strong>de</strong> serem recomendadas <strong>no</strong>s doc<strong>um</strong>entos que orientam a<br />
estruturação curricular. Esse tipo <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong> necessita <strong>de</strong><br />
<strong>um</strong> planejamento a<strong>de</strong>quado e da<br />
interação entre diferentes campos<br />
do conhecimento. Para isso, os<br />
professores <strong>de</strong>vem estar dispostos<br />
a dialogarem entre si, utilizando<br />
sua formação específica a fim <strong>de</strong><br />
encontrar <strong>um</strong>a maneira <strong>de</strong> interagirem<br />
com as diversas áreas, além<br />
<strong>de</strong> disponibilizarem <strong>um</strong> tempo<br />
necessário para a aceitação <strong>de</strong> suas<br />
diferenças.<br />
Dentro <strong>de</strong>ssa perspectiva, acreditamos que a oficina A<br />
cana-<strong>de</strong>-açúcar <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong> <strong>sob</strong> <strong>um</strong> olhar químico e histórico<br />
contribuiu para a interação e para o trabalho conjunto dos<br />
subprojetos PIBID-Química/História da UFSM. Nessa abordagem<br />
interdisciplinar, foram <strong>de</strong>senvolvidas ativida<strong>de</strong>s que<br />
proporcionaram a integração dos conteúdos <strong>de</strong>ssas duas áreas<br />
e auxiliaram na compreensão do tema <strong>de</strong> forma integrada.<br />
Essa constatação ficou evi<strong>de</strong>nciada pela participação ativa<br />
dos estudantes em todas as ativida<strong>de</strong>s propostas (discussão,<br />
experimentação e produção <strong>de</strong> fanzines) e pela elaboração<br />
das respostas baseadas <strong>no</strong>s conhecimentos abordados durante<br />
a oficina. Além disso, as ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>senvolvidas possibilitaram<br />
o protagonismo dos estudantes na construção do seu<br />
conhecimento, bem como favoreceram a articulação entre<br />
os conteúdos <strong>de</strong> química e história, vinculados à realida<strong>de</strong><br />
social e econômica.<br />
A partir do <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>ste trabalho, acreditamos<br />
ter contribuído <strong>de</strong> forma significativa para <strong>um</strong>a prática <strong>de</strong><br />
ensi<strong>no</strong> interdisciplinar e esperamos que este incentive <strong>no</strong>vas<br />
propostas <strong>de</strong>ssa natureza.<br />
Nota<br />
1. O ví<strong>de</strong>o exibido na problematização inicial<br />
está disponível em: .<br />
Agra<strong>de</strong>cimentos<br />
Ao Colégio Estadual Pe. Rômulo Zanchi e à professora<br />
Marilaine Köhler Borin (supervisora do subprojeto Química<br />
PIBID-UFSM), pelo auxílio na realização da oficina. À<br />
CAPES, pelo auxílio financeiro, e aos subprojetos PIBID-<br />
Química/História da UFSM.<br />
Vol. 35, N° 1, p. 3-10, FEVEREIRO 2013<br />
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