Nivelamento – Literatura – 1º bimestre - Gabarito ... - Bom Jesus
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<strong>Nivelamento</strong> <strong>–</strong> <strong>Literatura</strong> <strong>–</strong> <strong>1º</strong> <strong>bimestre</strong> - <strong>Gabarito</strong><br />
Conteúdos para recuperação<br />
Conceitos teóricos: arte e literatura, gêneros literários, denotação e<br />
conotação, figuras de linguagem, funções da linguagem,<br />
<br />
intertextualidade.<br />
Trovadorismo, Humanismo, Classicismo (características)<br />
1. Leia o poema a seguir e analise os aspectos formais.<br />
Os poemas<br />
1<br />
Os poemas são pássaros que chegam<br />
não se sabe de onde e pousam<br />
no livro que lês.<br />
Quando fechas o livro, eles alçam voo<br />
5.<br />
como de um alçapão.<br />
Eles não têm pouso<br />
nem porto;<br />
alimentam-se um instante em cada<br />
par de mãos e partem.<br />
10<br />
E olhas, então, essas tuas mãos vazias<br />
no maravilhado espanto de saberes<br />
que o alimento deles já estava em ti...<br />
Mario Quintana <strong>–</strong> Esconderijos do Tempo<br />
(10 sílabas)<br />
(07)<br />
(05)<br />
(11)<br />
(06)<br />
(05)<br />
(02)<br />
(09)<br />
(05)<br />
(11)<br />
(11)<br />
(11)<br />
a)Como é a métrica do poema? Coloque, ao lado de cada verso, o número<br />
de sílabas poéticas. (no texto)<br />
b)Qual a função de linguagem predominante no poema?<br />
(A função poética)<br />
c) Nomeie a figura de linguagem que aparece nos versos 1 e 4.<br />
1. (metáfora); 4. (prosopopeia)<br />
2. Leia o texto Poesia, poeta mineiro Carlos Drummond de Andrade, em<br />
que ele tematiza a dificuldade de transformar em verso a poesia do<br />
momento.<br />
"Gastei uma hora pensando um verso<br />
que a pena não quer escrever.<br />
No entanto ele está cá dentro<br />
inquieto, vivo.<br />
Ele está cá dentro
e não quer sair.<br />
Mas a poesia deste momento<br />
inunda minha vida inteira."<br />
a) O poema de Drummond aborda o fazer poético. Então, a função de<br />
linguagem do poema é metalinguística .<br />
3. Analise os poemas, a telas e a fotografia. A seguir, assinale a opção<br />
que apresenta a CORRETA a respeito de aspectos teóricos da Arte.<br />
Jovem Baco, pintura de Caravaggio<br />
FONTE: <br />
Acesso em: 01/11/2011.<br />
Meus oito anos<br />
Oh! Que saudade que tenho<br />
Da aurora da minha vida,<br />
Da minha infância querida<br />
Que os anos não trazem mais<br />
Que amor, que sonhos, que flores<br />
Naquelas tardes fagueiras<br />
À sombra das bananeiras<br />
Debaixo dos laranjais!<br />
Casimiro de Abreu, poema escrito no<br />
século XIX.<br />
Fotografia da americana Cindy Sherman,<br />
na qual quem posa é ela mesma.<br />
arteseanp.blogspot.com> Acesso em:<br />
01/11/2011.<br />
Meus oito anos<br />
Oh! Que saudade que tenho<br />
Da aurora da minha vida,<br />
Da minha infância querida<br />
Que os anos não trazem mais<br />
Naquele quintal de terra<br />
Da rua São Antônio<br />
Debaixo da bananeira<br />
Sem nenhum laranjais!<br />
Oswald Andrade, poema escrito no<br />
século XX.<br />
a)Pode-se dizer que Oswald de Andrade realizou um trabalho de cópia - imitação exata de u
) Entre a tela de Caravaggio e a fotografia há um processo de<br />
metalinguagem <strong>–</strong> linguagem utilizada para descrever outras<br />
linguagens.<br />
c) Na foto de Cindy Sherman há um processo de intertextualidade <strong>–</strong> um "<br />
diálogo" entre os dois trabalhos.<br />
d) A função de linguagem predominante no poema de Casimiro de Abreu<br />
é a poética, havendo também a emotiva.<br />
4. Leia o poema Testamento, do poeta modernista Manuel Bandeira e<br />
resolva as questões propostas.<br />
1. O que não tenho e desejo<br />
É que melhor me enriquece.<br />
Tive uns dinheiros — perdios...<br />
Tive amores — esqueci-os.<br />
Mas no maior desespero<br />
Rezei: ganhei essa prece.<br />
7. Vi terras da minha terra.<br />
Por outras terras andei.<br />
Mas o que ficou marcado<br />
No meu olhar fatigado,<br />
Foram terras que inventei.<br />
12. Gosto muito de crianças:<br />
Não tive um filho de meu.<br />
Um filho!... Não foi de jeito...<br />
Mas trago dentro do peito<br />
Meu filho que não nasceu.<br />
17. Criou-me, desde eu menino<br />
Para arquiteto meu pai.<br />
Foi-se-me um dia a saúde...<br />
Fiz-me arquiteto? Não pude!<br />
Sou poeta menor, perdoai!<br />
22. Não faço versos de guerra.<br />
Não faço porque não sei.<br />
Mas num torpedo-suicida<br />
Darei de bom grado a vida<br />
Na luta em que não lutei!<br />
(29 de janeiro de 1943)<br />
Poesia extraída do livro Antologia<br />
Poética <strong>–</strong> Manuel Bandeira", Editora<br />
Nova Fronteira - Rio de Janeiro,<br />
2001, pág. 126.<br />
Considerando os aspectos teóricos da literatura estudados neste<br />
<strong>bimestre</strong>, complete os espaços a seguir com as respostas corretas.<br />
I. Função de linguagem predominante no poema. ____emotiva___<br />
II. Todos os versos têm o mesmo número de sílabas poéticas. São<br />
versos _heptassílabos______________, ou redondilha<br />
______maior_______<br />
IV. O esquema de rimas é A, B, C, C, B em todas as<br />
_____estrofes____________
V. Os versos 10 e 11 apresentam linguagem figurada. Predomina a<br />
____conotação___ da linguagem.<br />
VI. O poema pertence ao gênero ____lírico_____________.<br />
5. Relacione o fragmento da música Queixa, de Caetano Veloso, com as<br />
cantigas medievais. Destaque quatro características trovadorescas<br />
presentes no texto.<br />
Queixa<br />
Um amor assim delicado<br />
Você pega e despreza<br />
Não devia ter despertado<br />
ajoelha e não reza<br />
Dessa coisa que mete medo<br />
Pela sua grandeza<br />
Não sou o único culpado<br />
Disso eu tenho a certeza<br />
Princesa, surpresa, você me<br />
arrasou<br />
Serpente, nem sente que me<br />
envenenou<br />
Senhora, e agora, me diga onde<br />
eu vou<br />
Senhora, serpente, princesa<br />
Um amor assim delicado<br />
Nenhum homem daria<br />
Talvez tenha sido pecado<br />
Apostar na alegria<br />
Você pensa que eu tenho tudo<br />
E vazio me deixa<br />
Mas Deus não quer que eu fique<br />
mudo<br />
E eu te grito esta queixa!<br />
Um amor assim violento<br />
Quando torna-se mágoa<br />
É o avesso de um sentimento<br />
Oceano sem água<br />
Ondas, desejo de vingança<br />
Dessa desnatureza<br />
Bateu forte sem esperança<br />
Contra a tua dureza<br />
Disponível em: <br />
Acesso em: 28/11/2011 2011<br />
Sugestão: A música Queixa apresenta algumas características das<br />
cantigas de amor: o homem sofre em consequência de um amor não<br />
correspondido; é desprezado pela mulher; há o tratamento cortês; a mulher é<br />
"princesa"; a mulher é "senhora".<br />
6. Assinale a opção ERRADA a respeito da composição e da interpretação<br />
dos poemas a seguir.<br />
Acho que Deus me deu tudo<br />
Para mais meu padecer<br />
Os olhos <strong>–</strong> para vos ver,<br />
Coração <strong>–</strong> para sofrer,<br />
E língua <strong>–</strong> para ser mudo.<br />
Olhos com que vos olhasse,<br />
Senhora, partem tão tristes<br />
meus olhos por vós, meu bem,<br />
que nunca tão tristes vistes<br />
outros nenhuns por ninguém.<br />
Tão tristes, tão saudosos,<br />
tão doentes da partida,
Coração que consentisse<br />
Língua que me condenasse:<br />
Mas nam já que me salvasse<br />
De quantos males sentisse.<br />
Assi que me deu Deus tudo<br />
Para mais meu padecer:<br />
Os olhos <strong>–</strong> para vos ver,<br />
Coração <strong>–</strong> para sofrer,<br />
E língua <strong>–</strong> para ser mudo.<br />
(Francisco de Sousa)<br />
tão cansados, tão chorosos,<br />
da morte mais desejosos<br />
tão fora de esperar bem<br />
que nunca tão tristes vistes<br />
outros nenhuns por ninguém.<br />
(João Ruiz Castelo Branco)<br />
a) Nas duas cantigas transcritas, o tratamento dispensado à mulher é<br />
diferente daquele presente na cantiga trovadoresca.<br />
b) Nos textos não se detecta o amor cortês, isto é, a divinização da<br />
mulher.<br />
c) No segundo texto, há uma proximidade bem maior do poeta em<br />
relação à mulher, pelo tratamento direto "meu bem".<br />
d) Estas poesias palacianas, apesar de formalmente mais elaboradas,<br />
continuam com a linguagem empregada na poesia trovadoresca.<br />
e) No Cancioneiro Geral a poesia é separada da música. De modo geral,<br />
o recurso rítmico é o da rigorosa metrificação. Nas duas canções<br />
predominam os versos redondilhos maiores (heptassílabos).<br />
Sobre a poesia palaciana, assinale a alternativa FALSA.<br />
a) É mais espontânea que a poesia trovadoresca, pela superação da<br />
influência provençal, pela ausência de normas para a composição<br />
poética e pelo retorno à medida velha.<br />
b) A poesia, que no Trovadorismo era canto, separa-se da música,<br />
passando a ser falada. Destina-se à leitura individual ou à recitação,<br />
sem o apoio de instrumentos musicais.<br />
c) A diversidade métrica da poesia trovadoresca era reduzida a duas<br />
medidas: os versos de 5 e de 7 sílabas métricas (redondilhas menores<br />
e maiores).<br />
d) A utilização sistemática dos versos redondilhos denominou-se medida<br />
velha, por oposição à medida nova, denominação que recebem os<br />
versos decassílabos, trazidos da Itália por Sá de Miranda.<br />
e) A poesia palaciana foi compilada em 1516, por Garcia de Resende, no<br />
Cancioneiro Geral, antologia que reúne composições, de muitos<br />
autores.<br />
8. Leia os poemas a seguir e indique as características do Classicismo<br />
neles observadas.<br />
Poema 1
coisas)<br />
Poema 2<br />
e do amor)<br />
Verdade, Amor, Razão, Merecimento,<br />
qualquer alma farão segura e forte;<br />
porém, Fortuna, Caso, Tempo e Sorte,<br />
têm do confuso mundo o regimento. (há desconcerto<br />
do mundo)<br />
Efeitos mil revolve o pensamento<br />
e não sabe a que causa se reporte;<br />
mas sabe que o que é mais que vida e morte,<br />
que não o alcança humano entendimento.<br />
Doctos varões darão razões subidas,<br />
mas são experiências mais provadas<br />
e por isso é melhor ter muito visto.<br />
Cousas há aí que passam sem ser cridas (mutabilidade das<br />
e cousas cridas há sem ser passadas,<br />
mas o melhor que tudo é crer em Cristo.”<br />
Transforma-se o amador na cousa amada,<br />
(mutabilidade das coisas)<br />
Por virtude do muito imaginar;<br />
Não tenho logo mais que desejar,<br />
Pois em mim tenho a parte desejada.<br />
Se nela está minha alma transformada,<br />
Que mais deseja o corpo de alcançar?<br />
Em si somente pode descansar,<br />
Pois consigo tal alma está liada.<br />
Mas esta linda e pura semideia,<br />
Que, como o acidente em seu sujeito,<br />
Assim co'a alma minha se conforma,<br />
Está no pensamento como ideia;<br />
[E] o vivo e puro amor de que sou feito, (presença do Amor<br />
Como matéria simples busca a forma.