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INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE<br />

FUNORTE/SOEBRAS<br />

RECURSOS CIRÚRGICOS E PROTÉTICOS NA<br />

OTIMIZAÇÃO ESTÉTICA EM IMPLANTES<br />

UNITÁRIOS NA MAXILA<br />

Sara Ávila Dias da Silva<br />

Feira de Santa<strong>na</strong>, 2011


INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE<br />

FUNORTE/SOEBRÁS<br />

RECURSOS CIRÚRGICOS E PROTÉTICOS NA<br />

OTIMIZAÇÃO ESTÉTICA EM IMPLANTES<br />

UNITÁRIOS NA MAXILA<br />

Sara Ávila Dias da Silva<br />

Monografia apresentada ao Programa de<br />

Especialização <strong>em</strong> Implantodontia do ICS –<br />

FUNORTE/SOEBRAS NÚCLEO – FEIRA DE<br />

SANTANA como parte dos requisitos para obtenção<br />

do titulo de Especialista.<br />

Orientadores: Profa. Dra. Ângela Guimarães<br />

Martins<br />

Feira de Santa<strong>na</strong>, 2011<br />

Prof. Sergio Wendell Silva Souza<br />

2


RECURSOS CIRÚRGICOS E PROTÉTICOS NA OTIMIZAÇÃO<br />

ESTÉTICA EM IMPLANTES UNITÁRIOS NA MAXILA<br />

Sara Ávila Dias da Silva<br />

________________________<br />

Ângela Guimarães Martins - Doutora<br />

(Orientadora)<br />

UEFS / IFAP<br />

_________________________<br />

Sergio Wendell Silva Souza – Mestre<br />

(Orientador)<br />

IFAP/CEBEO<br />

__________________________<br />

Celeste Pacheco - Doutora<br />

UEFS/UNEB/IFAP<br />

3


4<br />

“Tua caminhada ainda não terminou...<br />

A realidade te acolhe<br />

dizendo que pela frente<br />

o horizonte da vida necessita<br />

de tuas palavras<br />

e do teu silêncio.<br />

Se amanhã sentires saudades,<br />

l<strong>em</strong>bra-te da fantasia e<br />

sonha com tua próxima vitória.<br />

Vitória que todas as armas do mundo<br />

jamais conseguirão obter,<br />

porque é uma vitória que surge da paz<br />

e não do ressentimento.<br />

É certo que irás encontrar situações<br />

t<strong>em</strong>pestuosas novamente,<br />

mas haverá de ver s<strong>em</strong>pre<br />

o lado bom da chuva que cai<br />

e não a faceta do raio que destrói.<br />

Tu és jov<strong>em</strong>.<br />

Atender a qu<strong>em</strong> te chama é belo,<br />

lutar por qu<strong>em</strong> te rejeita<br />

é quase chegar à perfeição.<br />

A juventude precisa de sonhos<br />

e se nutrir de l<strong>em</strong>branças,<br />

assim como o leito dos rios<br />

precisa da água que rola<br />

e o coração necessita de afeto.<br />

Não faças do amanhã<br />

o sinônimo de nunca,<br />

n<strong>em</strong> o ont<strong>em</strong> te seja o mesmo<br />

que nunca mais.<br />

Teus passos ficaram.<br />

Olhes para trás...<br />

mas vá <strong>em</strong> frente<br />

pois há muitos que precisam<br />

que chegues para poder<strong>em</strong> seguir-te.”<br />

Charles Chaplin


Agradeço a Deus,<br />

Pelo dom da vida que se renova todos os dias,<br />

Ao meu esposo Luiz Cláudio,<br />

Companheiro,cúmplice, amante e amigo de todas as horas e grande amor da minha vida,<br />

Aos meus filhos Yuri , Cinthya, Yago e Louise Maria<br />

Pela paz e plenitude que me proporcio<strong>na</strong>m ....<br />

A minha mãe Raimunda e minha irmã Tereza, s<strong>em</strong>pre presentes <strong>em</strong> todos os meus<br />

momentos..<br />

Obrigado Senhor, eu conheço a felicidade !!!!<br />

Professores...muito obrigada por tudo!<br />

Por acreditar<strong>em</strong> <strong>em</strong> meu potencial e por ter<strong>em</strong> estado s<strong>em</strong>pre ao meu lado, me incentivando e<br />

apoiando.<br />

Obrigada pelos conhecimentos transmitidos, pela amizade e por fazer parte direta dessa<br />

importante conquista <strong>em</strong> minha vida!<br />

Aos colegas do curso que se tor<strong>na</strong>ram grandes amigos e companheiros.<br />

Juntos venc<strong>em</strong>os as dificuldades do curso e agora, celebramos a alegria da vitória. Cada um,<br />

de uma forma especial contribuiu para o meu crescimento pessoal e profissio<strong>na</strong>l. Serei<br />

eter<strong>na</strong>mente grata por tudo que fizeram por mim ao longo dessa caminhada. Cont<strong>em</strong> comigo<br />

s<strong>em</strong>pre! Amo vocês.<br />

Aos pacientes queridos...<br />

Que além de depositar<strong>em</strong> sua confiança e paciência <strong>em</strong> minhas mãos, depositaram também o<br />

sonho de um belo sorriso. Espero tê-los realizado.<br />

A todos que, ainda que anonimamente, torceram pelo meu sucesso e por esta vitória: Márcia,<br />

Magali, Olívia, Lúria, Nalvinha, Mira, Lau, Thaís, Marquinhos, Marcinho. E aos amigos de<br />

trabalho e de luta : Paula, Vera e Wesley.<br />

Deus os recompense....<br />

5


A Odontologia é a área da saúde que preserva e restaura o maior movimento do ser humano:<br />

6<br />

o sorriso.<br />

José Ber<strong>na</strong>rdes das Neves, C.D


RESUMO<br />

Com o surgimento da implantodontia, a reabilitação oral adquiriu uma nova ferramenta para<br />

substituir dentes ausentes. Um dos aspectos primordiais desta ciência, além de devolver a<br />

função dos dentes perdidos, é também reabilitar esteticamente as áreas onde estes dentes serão<br />

substituídos e com isso resgatar a auto-estima dos pacientes. No entanto, a busca pela <strong>estética</strong><br />

ideal t<strong>em</strong> sido outro grande desafio neste campo, principalmente quando há perdas <strong>na</strong> região<br />

maxilar anterior. Hoje sab<strong>em</strong>os que não ape<strong>na</strong>s a coroa protética, mas também o modo como<br />

se relacio<strong>na</strong> com o implante e os tecidos adjacentes são fatores essenciais para alcançar<br />

excelentes reproduções dos dentes <strong>na</strong>turais. Esta inter-relação função x <strong>estética</strong> é um dos<br />

grandes desafios da Implantodontia Moder<strong>na</strong>. Numa primeira abordag<strong>em</strong> cirúrgica n<strong>em</strong><br />

s<strong>em</strong>pre isto é possível. Assim, <strong>na</strong> vivência da implantodontia, encontramos muitos casos de<br />

implantes b<strong>em</strong> indicados, funcio<strong>na</strong>lmente satisfatórios, mas com uma apresentação fora dos<br />

padrões da <strong>estética</strong> do sorriso. Para este efeito, é necessário elaborar planejamentos<br />

interdependentes, <strong>protéticos</strong> e <strong>cirúrgicos</strong>, <strong>em</strong> que a <strong>estética</strong> fi<strong>na</strong>l começa com a observância da<br />

posição do implante no momento da instalação e vai para a escolha correta do tipo de<br />

restauração protética, passando também pela recuperação do tecido ósseo e gengival perdido<br />

<strong>na</strong> r<strong>em</strong>odelação do local da extração. Técnicas cirúrgicas de manipulação dos tecidos<br />

gengivais, procedimentos <strong>protéticos</strong> e uso de materiais estéticos (cerâmicas e zircônia), são<br />

métodos utilizados <strong>na</strong> obtenção de melhorias <strong>estética</strong>s <strong>na</strong>s reabilitações com implantes <strong>na</strong><br />

maxila. Este trabalho t<strong>em</strong> o objetivo de apresentar alter<strong>na</strong>tivas cirúrgicas e protéticas a fim de<br />

favorecer a reabilitação com implantes com relação à função e <strong>estética</strong>.<br />

7


ABSTRACT<br />

With the advent of implant dentistry, oral rehabilitation has acquired a new tool to replace<br />

missing teeth. One of the key aspects of implantology, and restore the function of missing<br />

teeth, is also aesthetically rehabilitate the areas where these teeth are subtituído and thereby<br />

restore self-este<strong>em</strong> of patients. However, the search for aesthetic ideal has become another<br />

major challenge in this field, especially when there are losses in the maxillary anterior region.<br />

Today we know that not only the prosthetic crown, but also how it relates to the implant and<br />

the adjacent tissues are essential to achieve excellent reproductions of <strong>na</strong>tural teeth. Today,<br />

this inter-relation function x aesthetics is a major challenge of modern implantology. In a first<br />

approach to surgery that is not always possible. Thus, in the experience of dental implants,<br />

we found many cases of implants and shown functio<strong>na</strong>lly satisfactory, but with an aesthetic<br />

presentation outside the standards of aesthetics of the smile. For this purpose it is necessary to<br />

draw up plans interdependent, prosthetic and surgical, that the fi<strong>na</strong>l aesthetic begins with the<br />

observance of the implant position at installation time and goes to the correct choice of the<br />

type of prosthetic restoration, also going by the recovery of bone tissue gingival and lost in<br />

the r<strong>em</strong>odeling of the extraction site. Surgical techniques of manipulation of gingival tissues,<br />

prosthetic procedures and use of aesthetic materials (ceramics and zirconia) are methods used<br />

to obtain aesthetic improv<strong>em</strong>ents in rehabilitation with implants in the jaw.<br />

This work is based on the search for alter<strong>na</strong>tive surgical and prosthetic in order to make<br />

rehabilitation with an implant procedure that favors function and aesthetics.<br />

KEYWORDS: Esthetic, Implants Aesthetic, Implants Previous Unitary<br />

8


Resumo<br />

Sumary<br />

Sumário<br />

1. Introdução ....................................................................................................................10<br />

2. Revista da Literatura ....................................................................................................12<br />

2.1.Padrões de <strong>estética</strong> do sorriso ......................................................................................12<br />

2.2. Técnicas de abordag<strong>em</strong> dos tecidos moles .................................................................15<br />

2.2.1– Considerações Gerais.........................................................................................15<br />

2.2.2- Técnica Cirúrgica : Enxerto Conjuntivo Subepitelial ........................................30<br />

2.2.3- Técnicas de manipulação dos tecidos moles após instalação do pilar protético-<br />

Provisio<strong>na</strong>lização .........................................................................................32<br />

2.3. Recursos Protéticos - Pilares Estéticos. ..................................................................... 36<br />

3. Relato do Caso Clínico...................................................................................................40<br />

4. Discussão........................................................................................................................44<br />

5. Considerações Fi<strong>na</strong>is......................................................................................................53<br />

Referências<br />

9


1. INTRODUÇÃO<br />

Os implantes orais foram inicialmente desenvolvidos pelo professor Bran<strong>em</strong>ark, com<br />

o propósito de reabilitar funcio<strong>na</strong>lmente pacientes edêntulos totais inferiores Bran<strong>em</strong>ärk<br />

(1977), sendo sua primeira aplicação clínica feita <strong>em</strong> 1965( Bezerra & Lenharo - 2002).<br />

Desde então, a Implantodontia v<strong>em</strong> evoluindo, até os dias atuais, para um padrão onde a<br />

<strong>estética</strong> é cada vez mais solicitada por nossos pacientes. A imprensa escrita e falada tor<strong>na</strong><br />

nossa clientela informada sobre as possibilidades de tratamento e, consequent<strong>em</strong>ente, mais<br />

exigente quanto aos resultados estéticos.<br />

O sucesso <strong>em</strong> longo prazo dos implantes osseointegrados, tanto <strong>em</strong> pacientes total ou<br />

parcialmente edêntulos, t<strong>em</strong> sido d<strong>em</strong>onstrado <strong>na</strong> literatura. Inicialmente, o uso dos implantes<br />

osseointegrados se restringia às regiões anteriores de arcos totalmente edêntulos onde eram<br />

instaladas fixações que suportariam uma prótese, devolvendo ao paciente o componente<br />

funcio<strong>na</strong>l, não sendo a <strong>estética</strong> um fator preponderante. Com a evolução da técnica, os<br />

implantes passaram a ser indicados para regiões com ausências dentárias parciais e unitárias,<br />

necessitando de condições ideais apresentadas pelos tecidos ósseo e mucoso, já que a <strong>estética</strong>,<br />

<strong>em</strong> especial <strong>na</strong> região anterior da maxila, é um requisito altamente importante.<br />

Alguns aspectos dev<strong>em</strong> ser considerados <strong>na</strong> colocação de implantes unitários <strong>na</strong> região<br />

anterior da maxila: o planejamento prognóstico da prótese a ser instalada, espaço mésio-distal<br />

para escolha de implantes compatíveis com o volume do osso residual, a <strong>estética</strong> gengival e a<br />

conservação do implante e da coroa protética segundo Wheeler et al (2000) , Saadoum et al<br />

(1999) e Kois & Kan (2001), além da indicação do melhor material a ser utilizado <strong>na</strong><br />

confecção da coroa protética.<br />

Kan et al, (2005) direcio<strong>na</strong>ram a <strong>estética</strong> como fator domi<strong>na</strong>nte no desenvolvimento<br />

da implantodontia desde a década passada. A <strong>estética</strong> <strong>em</strong> implantodontia não envolve somente<br />

a a<strong>na</strong>tomia do dente a ser substituído, como também uma aparência saudável e harmônica do<br />

tecido periimplantar. Estudos têm sido conduzidos para identificar e minimizar as alterações<br />

teciduais incluindo perda da papila interdental, recessão tecidual vestibular, defeitos do<br />

rebordo e perda de tecido ceratinizado.<br />

A instalação de implantes osseointegrados <strong>em</strong> áreas <strong>estética</strong>s tornou–se uma<br />

modalidade de tratamento importante <strong>na</strong> implantodontia. A crescente utilização de implantes<br />

osseointegrados <strong>em</strong> pacientes parcialmente edêntulos aumentou significativamente os níveis<br />

de exigência, por parte dos profissio<strong>na</strong>is e pacientes, relacio<strong>na</strong>dos aos resultados obtidos <strong>em</strong><br />

10


egiões de envolvimento estético. A presença constante de defeitos ósseos no rebordo alveolar<br />

poderá dificultar o posicio<strong>na</strong>mento ideal do implante osseointegrado do ponto de vista<br />

protético, acarretando prejuízos diretos à obtenção de um resultado fi<strong>na</strong>l harmônico para o<br />

tratamento.<br />

Garber & Belser, (1995) relacio<strong>na</strong>ram o procedimento de restauração de dentes<br />

anteriores, particularmente incisivos superiores, como um desafio para as reabilitações orais.<br />

Para ser considerado sucesso, uma restauração implanto-suportada, deve atingir um balanço<br />

harmônico entre aspectos funcio<strong>na</strong>is, estéticos e biológicos. Este conceito resultou no<br />

desenvolvimento de um protocolo <strong>em</strong> que os implantes são posicio<strong>na</strong>dos de acordo com os<br />

requisitos ditados pela fase restauradora e não mais pela condição óssea disponível <strong>na</strong> área.<br />

Salama et al., (1997) a<strong>na</strong>lisaram os componentes visando um perfil estético. Estes<br />

componentes são: tecido ósseo, tecido gengival e restauração protética <strong>em</strong> relação harmônica<br />

com a dentição adjacente. A interdependência destes três requisitos e a sist<strong>em</strong>ática<br />

necessidade de reconstrução das deficiências da tríade, não pod<strong>em</strong> ser subestimadas se<br />

resultados estéticos almejam ser<strong>em</strong> atingidos com consistência.<br />

Hoje com a evolução das técnicas de reconstrução dos tecidos ósseos (enxertos<br />

autógenos, homógenos, materiais de preenchimento, etc), t<strong>em</strong> se conseguido excelentes<br />

resultados <strong>na</strong> reparação óssea de áreas sofridas com exodontias traumáticas ou antigas. Além<br />

disso, dispomos de muitas técnicas de cirurgia plástica gengival, como enxertos e cirurgias<br />

reconstrutivas, visando otimizar a qualidade e quantidade do tecido gengival disponível ao<br />

redor dos implantes, <strong>em</strong> procedimentos realizados <strong>em</strong> etapas prévias, durante ou após a<br />

instalação do implante. E, com a evolução dos materiais estéticos de restauração, contamos<br />

com a utilização das cerâmicas dentais e da zircônia como material de eleição para<br />

reabilitação protética das unidades ântero-superiores sobreimplantes.<br />

Portanto, o objetivo deste trabalho é revisar algumas técnicas de cirurgia<br />

mucogengival <strong>em</strong> implantodontia, suas indicações e o melhor momento para ser<strong>em</strong><br />

<strong>em</strong>pregadas, b<strong>em</strong> como apresentar técnicas de manipulação do tecidos moles com <strong>recursos</strong><br />

<strong>protéticos</strong> e <strong>na</strong> cirurgia de segundo estágio. Ainda neste contexto, abordar<strong>em</strong>os alter<strong>na</strong>tivas de<br />

resolução protética, utilizando materiais estéticos, além de apresentar etapas cirúrgicas e<br />

protéticas de alguns pacientes atendidos no Curso de Especialização <strong>em</strong> Implantodontia da<br />

FUNORTE / SOEBRAS NÚCLEO – FEIRA DE SANTANA e <strong>em</strong> consultório particular.<br />

11


2. REVISTA DA LITERATURA<br />

2.1 PADRÕES DE ESTÉTICA DO SORRISO<br />

A busca pela <strong>estética</strong> perfeita aliada à saúde dos tecidos periodontais r<strong>em</strong>ete-nos aos<br />

primórdios da Odontologia Cont<strong>em</strong>porânea, quando a restauração de dentes perdidos deixou<br />

de ter caráter meramente funcio<strong>na</strong>l para figurar entre os componentes da harmonia facial de<br />

maior peso no contexto social. Restaurar um sorriso não implica somente <strong>em</strong> acertar o<br />

tamanho, cor e forma dos dentes, componentes estes de grande variabilidade individual, mas<br />

sim <strong>na</strong> relação destes dentes com seus tecidos de sustentação, ou seja, crista óssea, inserção<br />

conjuntiva, epitélio juncio<strong>na</strong>l e gengiva margi<strong>na</strong>l.- Janson (1973)<br />

No que tange a estes aspectos de que tratam os padrões de <strong>estética</strong>, mesmo havendo<br />

parâmetros diferentes, os estudiosos concordam que a <strong>estética</strong> depende de uma inter-relação<br />

entre osso, gengiva e prótese, como poderá ser visto.<br />

Para Joly (2004), a forma, cor e disposição dos dentes anteriores e o seu<br />

relacio<strong>na</strong>mento com os tecidos moles determi<strong>na</strong>m a <strong>estética</strong> do sorriso, que dev<strong>em</strong> ser<br />

considerados num contexto de harmonia <strong>em</strong> relação à face do paciente. Numa avaliação<br />

direcio<strong>na</strong>da ao planejamento estético, os seguintes aspectos dev<strong>em</strong> ser considerados: condição<br />

periodontal, biótipo periodontal, linha do sorriso e exposição gengival, contorno e zênite<br />

gengival, papila interdental, recessão gengival, coloração gengival e dos dentes adjacentes,<br />

quantidade e qualidade óssea do sitio do implante, biomecânica (oclusão), espaço mésio-distal<br />

disponível.<br />

De acordo com Kokich (1997), as características que contribu<strong>em</strong> para a harmonia do<br />

sorriso são: 1) margens dos incisivos centrais superiores no mesmo nível; 2) margens dos<br />

incisivos centrais superiores 1mm acima das margens dos incisivos laterais e no mesmo nível<br />

que dos caninos; 3) o contorno das margens gengivais labiais deve mimetizar a junção<br />

c<strong>em</strong>ento-esmalte dos dentes, e 4) entre os dentes deve haver papila, e esta t<strong>em</strong> que ser<br />

eqüidistante da borda incisal ao contorno gengival cervical no centro da coroa.<br />

Para Neves (2006) as características de um sorriso perfeito de acordo com os<br />

padrões culturais de beleza são: 1) A borda do lábio superior situa-se <strong>na</strong> marg<strong>em</strong> gengival dos<br />

incisivos centrais superiores com discreta concavidade superior; 2) Ape<strong>na</strong>s a gengiva<br />

interproximal deve ser mostrada; 3) Os seis dentes ântero-superiores e os pré-molares dev<strong>em</strong><br />

ser evidenciados; 4) A linha do lábio inferior durante o sorriso, deve perfazer uma curvatura<br />

12


de concavidade superior desenhada ao longo das bordas incisais dos 4 incisivos superiores; 5)<br />

Presença do corredor bucal bilateral; 6) A linha da comissura labial deve percorrer paralela a<br />

linha pupilar; 7)A linha media<strong>na</strong> coincide com o equilíbrio harmonioso do sorriso.<br />

Apesar das diferenças de forma e tamanho entre os dentes, eles mantêm uma relação<br />

individual de largura/altura e entre si, certa proporção de largura real e aparente <strong>na</strong> visão<br />

frontal. Alguns autores relacio<strong>na</strong>m a largura do sorriso à largura real e aparente dos dentes-<br />

Levin (1978), Lombardi (1973), Mondelli (2003).<br />

Na busca de uma explicação racio<strong>na</strong>l para o belo ou para a lógica da <strong>na</strong>tureza, os<br />

gregos da Antiguidade descobriram e estabeleceram os conceitos de simetria, equilíbrio e<br />

harmonia como pontos-chave da beleza de um conjunto - Rufe<strong>na</strong>cht (1998), Lew & Keng<br />

(1991). Assim, surgiu a proporção áurea, também chamada divi<strong>na</strong> ou mágica - uma fórmula<br />

mat<strong>em</strong>ática para definir a harmonia <strong>na</strong>s proporções de qualquer figura, escultura, estrutura ou<br />

monumento, assim representada: 1,618 – 1,0 – 0,618.<br />

Vários autores, como Lew (1991), Johnson (1992), Gil (2001) e Mondelli (2003)<br />

escreveram e pesquisaram muito sobre proporção áurea, diferenças entre as coroas dentárias<br />

entre várias raças, simetria, tamanho de arcada superior, posição da papila gengival, com a<br />

fi<strong>na</strong>lidade de auxiliar o profissio<strong>na</strong>l a devolver a <strong>estética</strong> e harmonia dental e facial aos<br />

pacientes.<br />

A gengiva <strong>em</strong> torno dos dentes e a mucosa que recobre implantes de titânio têm<br />

algumas características comuns, mas difer<strong>em</strong> <strong>na</strong> composição do tecido conjuntivo, no<br />

alinhamento dos feixes de fibras coláge<strong>na</strong>s e <strong>na</strong> distribuição das estruturas vasculares <strong>na</strong><br />

porção apical do epitélio juncio<strong>na</strong>l, preconizou Lindhe (1999) .<br />

No planejamento inicial, o cirurgião deve avaliar os aspectos a<strong>na</strong>tômicos da área a<br />

ser reabilitada. Isso inclui uma variedade de aspectos como: a forma e espessura da crista<br />

óssea, presença ou ausência de depressões vestibulares, condições dos dentes vizinhos,<br />

relação intermaxilar, presença ou ausência de diast<strong>em</strong>as, espessura e contorno dos tecidos<br />

mucosos vestibulares, posição da papila, qualidade dos fenótipos gengivais e a localização da<br />

linha do sorriso, segundo Buser (2000) .<br />

Para um correto planejamento e execução da reabilitação <strong>estética</strong>, deve-se aplicar<br />

uma análise detalhada de todos os el<strong>em</strong>entos até aqui discutidos, baseada <strong>em</strong> parâmetros que<br />

pod<strong>em</strong> ser ampliados, pois a biologia huma<strong>na</strong> muitas vezes exige mais t<strong>em</strong>po e paciência para<br />

cicatrização dos tecidos duros e moles –Sethi (2009) - (Quadro 1) .<br />

13


Quadro 1.<br />

PROTOCOLO ESTÉTICO<br />

Linhas verticais A linha média deve ser perpendicular às linhas horizontais<br />

Paralelas a esta, uma linha que passa pela asa do <strong>na</strong>riz e caninos<br />

Linhas horizontais Paralelismo entre sobrancelhas, olhos, asa do <strong>na</strong>riz, comissura<br />

labial e plano oclusal.<br />

Linha media<strong>na</strong>/<br />

eixo do dente<br />

Linha média da face coincide com a linha média dos dentes<br />

Sorriso Alto – os dentes superiores estão completamente aparentes,<br />

com exposição gengival;<br />

Médio - os dentes superiores são visíveis, e as pontas das<br />

papilas são aparentes;<br />

Baixo – os dentes superiores são parcialmente visíveis e s<strong>em</strong><br />

exposição gengival.<br />

Linha do lábio Influencia a quantidade de exposição dos dentes <strong>em</strong> repouso e<br />

<strong>em</strong> função<br />

Incisais dos dentes superiores paralelas à linha do lábio inferior<br />

Nível da gengiva Linha imaginária que une o colo dos dentes superiores<br />

Paralela ao lábio superior<br />

Zênite Gengival Ponto mais apical do contorno gengival, ligeiramente<br />

distalizado<br />

Espaço interdental O triângulo gengival pode estar relacio<strong>na</strong>do com o ponto de<br />

contato mais apical<br />

Ângulo interincisal Simetria bilateral<br />

Morfologia<br />

Ângulos de transição, contornos, cristas, linhas horizontais e<br />

(proporção e forma) verticais ajudam a criar ilusão de tamanho<br />

Relação entre largura e comprimento<br />

Posição da borda O perfil incisal maxilar deve estar interno à borda vermelha do<br />

incisal<br />

lábio inferior<br />

Posição<br />

Mesio-distal: 1,5 mm do dente adjacente<br />

tridimensio<strong>na</strong>l do Apicocoro<strong>na</strong>l: 2 a 3 mm da junção c<strong>em</strong>ento-esmalte<br />

implante<br />

Vestibulolingual: rodeado por 1,0 mm de acordo com a futura<br />

coroa<br />

Cor Fotografias com escala de cor e mudança do contraste auxiliam<br />

a percepção das características de matiz, croma, valor,<br />

translucidez, opalescência e contraopalescência.<br />

Textura Brilho superficial da restauração conforme dente adjacente,<br />

idade ou gênero<br />

Comunicação Fotografia é a informação visual com previsibilidade do<br />

trabalho fi<strong>na</strong>l<br />

Fonte: Adaptado de Schellack (2005). ( Programa de Atualização <strong>em</strong> Implantodontia – PRO –ODONTO<br />

IMPLANTE – Ciclo 4 – Módulo 3- SESCAD -Artmed)<br />

14


2.2 – TÉCNICAS DE ABORDAGEM DOS TECIDOS MOLES E DUROS<br />

2.2.1. CONSIDERAÇÕES GERAIS<br />

Garber & Belser, (1995) relacio<strong>na</strong>ram o procedimento de restauração de dentes<br />

anteriores, particularmente incisivos superiores, como um desafio para as reabilitações orais.<br />

Para ser considerado sucesso, uma restauração implanto-suportada, deve atingir uma<br />

harmonia entre aspectos funcio<strong>na</strong>is, estéticos e biológicos. Este conceito resultou no<br />

desenvolvimento de um protocolo <strong>em</strong> que os implantes são posicio<strong>na</strong>dos de acordo com os<br />

requisitos ditados pela fase restauradora e não mais pela condição óssea disponível <strong>na</strong> área<br />

(planejamento reverso).<br />

Tarnow & Eskow, (1995) observaram que o manejo de um possível paciente<br />

submetido a implantes começa com uma avaliação diagnóstica incluindo modelos de estudo<br />

montados <strong>em</strong> articulador s<strong>em</strong>i-ajustável, fotografias intra e extra orais, radiografias e exame<br />

clínico apurado, resultando <strong>em</strong> um plano de tratamento mais apurado. A d<strong>em</strong>anda <strong>estética</strong><br />

afetará a decisão do protocolo a ser seguido (um ou dois estágios) e do design do implante.<br />

Relataram que os fatores limitantes para a colocação de implantes é a quantidade e qualidade<br />

ósseas. Os tipos ósseos medulares e com grandes reabsorções dificultam bastante este<br />

procedimento. Alguns métodos pod<strong>em</strong> auxiliar essa avaliação: radiografias panorâmicas e<br />

periapicais que fornec<strong>em</strong> informações sobre estruturas a<strong>na</strong>tômicas influenciando o<br />

posicio<strong>na</strong>mento dos implantes, incluindo a distância e a angulação entre as raízes dos dentes<br />

adjacentes. Estes métodos são ape<strong>na</strong>s estimativos. Melhores definições foram obtidas através<br />

de radiografias <strong>em</strong> três dimensões com tomógrafos computadorizados. Um enceramento da<br />

restauração fi<strong>na</strong>l revela deficiências no complexo tissular circundante e permite a fabricação<br />

de um guia tomográfico usado pelo paciente durante a execução da tomografia<br />

computadorizada, o que acentua as informações obtidas relacio<strong>na</strong>ndo o osso, o<br />

posicio<strong>na</strong>mento implantar proposto e a posição ideal da futura restauração. Essa placa pode<br />

ser transformada <strong>em</strong> guia cirúrgico. A topografia óssea também pode ser determi<strong>na</strong>da com<br />

anestesia local e sondag<strong>em</strong> periodontal através da mensuração do tecido mole ou medida com<br />

um calibrador.<br />

A avaliação das condições ósseas é tão importante para a instalação do implante<br />

quanto as condições da mucosa ao redor do implante, visto que a posição da mucosa <strong>em</strong> longo<br />

prazo dependerá da existência e manutenção do suporte ósseo.<br />

15


Um dos pré-requisitos básicos para a instalação de implantes osseointegrados <strong>em</strong><br />

posição proteticamente favorável é a presença de quantidade de osso suficiente no rebordo<br />

alveolar para conferir ao implante estabilidade inicial ou primária.<br />

Motivos comuns para perda significante de quantidade óssea são: a necessidade de<br />

alveolectomias durante as exodontias, a presença de processos patológicos periodontais e/ou<br />

fraturas radiculares mantidas por longo período. O ótimo posicio<strong>na</strong>mento protético de um<br />

implante depende, algumas vezes, de reconstrução óssea prévia <strong>em</strong> função de atrofia da crista<br />

alveolar decorrente da exodontia.<br />

Um dos passos mais importantes <strong>na</strong> reconstrução da arquitetura gengival é a<br />

reconstrução das papilas, que pod<strong>em</strong> ainda estar presentes no caso dos implantes imediatos ou<br />

completamente inexistentes no caso de maiores espaços edêntulos, e de exodontias antigas.<br />

Tarnow et al. (2000), num estudo sobre a reabsorção óssea ao redor dos implantes,<br />

sugeriram que, para obtenção das papilas deve-se respeitar um espaço de, aproximadamente, 2<br />

mm entre implante/dente e 3 mm entre implante/implante. Nos casos <strong>em</strong> que as distâncias<br />

interproximais for<strong>em</strong> menores do que o desejado ocorrerá uma perda óssea horizontal,<br />

aumentando a distância entre a crista óssea e o ponto de contato e, assim, a possibilidade de<br />

obtenção das papilas será limitada.<br />

Anson (2002), observou que o aumento de tecidos duros e moles do rebordo alveolar,<br />

realizados para uma futura implantação ou concomitant<strong>em</strong>ente com a colocação do implante,<br />

são descritos <strong>na</strong> literatura como sucesso para áreas <strong>estética</strong>s. Esses procedimentos ainda estão<br />

evoluindo. No entanto, s<strong>em</strong>pre que pudermos evitar ou minimizar o colapso do rebordo<br />

alveolar durante a exodontia do el<strong>em</strong>ento dentário, melhores e mais previsíveis serão os<br />

resultados, com um menor número de procedimentos <strong>cirúrgicos</strong>.<br />

Cordaro et al.(2002) relacio<strong>na</strong>ram <strong>na</strong> abordag<strong>em</strong> simultânea, a correção do defeito<br />

ósseo realizado concomitant<strong>em</strong>ente à colocação do implante. Na abordag<strong>em</strong> <strong>em</strong> estágios, o<br />

defeito ósseo é corrigido <strong>em</strong> um primeiro procedimento cirúrgico e a implantação é realizada<br />

<strong>em</strong> um segundo procedimento cirúrgico.<br />

Araújo e Lindhe (2005) observaram, histometricamente, <strong>em</strong> cães, as alterações<br />

dimensio<strong>na</strong>is do alvéolo dentário após exodontias. Esse trabalho sugere que o osso alveolar,<br />

propriamente dito, cuja função é ancorar as fibras de Sharpey do ligamento periodontal, é<br />

reabsorvido após a r<strong>em</strong>oção do(s) dente(s). Uma vez que o osso vestibular é mais delgado do<br />

que o lingual/palatino e, <strong>em</strong> sua porção cervical, eventualmente, é constituído exclusivamente<br />

pelo osso alveolar propriamente dito, isto é, s<strong>em</strong> a presença de osso esponjoso interposto,<br />

ocorre maior perda vertical <strong>na</strong> face vestibular do osso.<br />

16


Com o objetivo de manter e melhorar arquitetura da mucosa, o momento e a<br />

abordag<strong>em</strong> para manipulação do tecido periimplantar dev<strong>em</strong> ser cuidadosamente planejados.<br />

Há quatro diferentes momentos <strong>em</strong> que os tecidos periimplantares pod<strong>em</strong> ser<br />

eficient<strong>em</strong>ente manipulados e influenciados: a) antes da instalação do implante, b) durante a<br />

instalação do implante, c) durante a conexão do pilar protético e d) Após a conexão do pilar<br />

protético como afirma El Askary (2004).<br />

O volume ósseo deve permitir que o implante seja instalado <strong>em</strong> uma situação ideal,<br />

enquanto a morfologia do tecido mucoso deve copiar a gengiva do dente adjacente. A exata<br />

posição corono-apical da plataforma do implante depende da morfologia da reabsorção da<br />

crista óssea, do diâmetro do implante, da diferença entre o diâmetro da raiz a ser reposta e o<br />

diâmetro do implante, da espessura de gengiva margi<strong>na</strong>l e de tecidos proximais segundo<br />

Saadoun (1999).<br />

O desenvolvimento e a manutenção da <strong>estética</strong> perimplantar são primordiais,<br />

particularmente quando o plano de tratamento envolve implantes <strong>na</strong> região anterior da maxila.<br />

As áreas selecio<strong>na</strong>das para os implantes necessitam ser<strong>em</strong> guiadas <strong>na</strong>s três<br />

dimensões pela restauração planejada: mesiodistal, apicocoro<strong>na</strong>l e bucolingual .<br />

(Salama-2007).<br />

O sucesso da terapia <strong>estética</strong> <strong>em</strong> implantes, então, t<strong>em</strong> vários objetivos seqüenciais<br />

1. Restauração guiada 3D <strong>na</strong> colocação do implante, ou seja, a colocação do implante <strong>na</strong><br />

posição ideal para apoiar eficazmente a restauração e restabelecer ao redor deste os tecidos<br />

moles e duros;<br />

2. Necessidade de reconstrução <strong>estética</strong> do tecido gengival , incorporando a harmonia e<br />

curvatura da gengiva vestibular, com aspecto saudável da marg<strong>em</strong> gengival da restauração, e<br />

presença das papilas interdentais adjacentes;<br />

3. Uma restauração provisória a fim de manter ou modificar o grau de curvatura da gengiva<br />

vestibular e fornecer o necessário apoio lateral para a formação das papilas interproximais;<br />

4. Colocação de uma restauração definitiva que esteja <strong>em</strong> harmonia com os dentes <strong>na</strong>turais<br />

adjacentes e tecidos moles ao seu redor , com idêntica coloração gengival.<br />

Para este autor, a plataforma do implante deve ser localizada a 2 a 4 mm abaixo da<br />

borda da marg<strong>em</strong> gengival livre, com o longo eixo dirigido ligeiramente para lingual da<br />

borda incisal da restauração definitiva. Quando o longo eixo do implante é incli<strong>na</strong>do para<br />

vestibular, e projetado para além da borda incisal da restauração definitiva, o resultado é que<br />

os contornos subgengivais do pilar ou restauração tenderá a desviar a marg<strong>em</strong> gengival<br />

apicalmente, resultando <strong>em</strong> uma <strong>estética</strong> desarmoniosa.<br />

17


Para corrigir esse probl<strong>em</strong>a, o perfil que se estende desde a cabeça do implante para a<br />

marg<strong>em</strong> gengival livre exige um angulo reto ou negativo. A colocação imediata do implante,<br />

<strong>em</strong> geral, não pode ser feita <strong>na</strong> posição errada para que não haja comprometimento estético.<br />

Tarnow et al (2000) declarou que um implante submerso, após colocação do pilar, irá<br />

desenvolver uma mudança vertical <strong>na</strong> topografia óssea de 1,5 a 2 mm abaixo do ombro do<br />

implante. Além disso, circunferencialmente, ou <strong>na</strong> horizontal, isto forma uma cratera óssea<br />

horizontal / lateral com reabsorção óssea de 1,3 a 1,4 mm.<br />

Clinicamente, o osso nos dentes adjacentes deve ser usado como referência para a<br />

altura relativa do osso interproximal (IHB -interproximal height of bone), uma vez que é esta<br />

IHB do dente adjacente que efetivamente determi<strong>na</strong> a ausência ou a presença de uma papila<br />

<strong>na</strong>tural.<br />

T<strong>em</strong> sido determi<strong>na</strong>do que uma distância de 4,5 mm do ponto de contacto desejado,<br />

ou da ponta de uma papila ao pico da altura interproximal óssea nos dentes adjacentes ao local<br />

do implante, é a dimensão média previsível para a presença de uma de papila inteira.<br />

Salama (2007) diz que a colocação de implantes imediatos para estes tipos de<br />

extração, com alvéolos com quatro paredes preservadas, mostra melhor previsibilidade<br />

<strong>estética</strong> do que a substituição de dentes com comprometimento periodontal. Se o dente alvo<br />

mostra um IHB com uma distância superior a 4,5 mm, a colocação tardia do implante é<br />

preferível, com tratamento ortodôntico preventivo do dente a ser extraído (extrusão) ou<br />

tratamento ortodôntico posterior de dentes adjacentes para garantir a <strong>estética</strong>. Em muitos<br />

casos, a erupção ortodôntica (extrusão), é requerida como um passo prelimi<strong>na</strong>r para extração<br />

com colocação de implantes imediatos, mesmo <strong>em</strong> um alvéolo do tipo 1, fornecendo ao<br />

implantodontista vantagens <strong>estética</strong>s e mecânicas, acrescentado suporte ósseo para compensar<br />

a perda óssea inevitável com a extração.<br />

Grumder et al (1996) afirmou que pelo menos 2 milímetros de osso alveolar lateral<br />

deve estar presente além do corpo do implante para compensar os efeitos da r<strong>em</strong>odelação<br />

óssea. No caso da extração com a imediata colocação do implante, este deve ser colocado<br />

mais para lingual, evitando a 5 mm da crista óssea vestibular e permitindo uma diferença de<br />

menos de 2 mm, medida lateralmente da periferia do implante para o lado vestibular do<br />

alvéolo. Estes autores indicam que para apoiar o perfil gengival, pelo menos 2 mm de osso<br />

são necessários <strong>na</strong> cabeça do implante, medida lateralmente, para este permanecer <strong>na</strong><br />

posição <strong>estética</strong> ideal, apesar das crateras horizontais que se formam <strong>na</strong>turalmente.<br />

Salama (2007) sobre o estudo de Grumder et al (1996) conclui que <strong>em</strong> qualquer<br />

extração com a imediata colocação do implante, apesar da necessidade de maximizar o gap de<br />

18


2,2 mm, pode ser necessário aumentar o tamanho dessa lacu<strong>na</strong> e realmente recarregá-lo com<br />

um material de enxertia. Este irá garantir que, <strong>na</strong> seqüência horizontal da r<strong>em</strong>odelação óssea,<br />

1,5 milímetro de osso vai continuar a existir <strong>na</strong> lateral e <strong>na</strong> vestibular do alvéolo para apoiar a<br />

altura vertical do tecido mole. Modelos de implantes que minimiz<strong>em</strong> a perda da crista óssea<br />

como resultado da conexão do pilar foram recent<strong>em</strong>ente sugeridos. A elimi<strong>na</strong>ção de implantes<br />

com pilares com micromovimentos, o desenvolvimento de um selo hermético bacteriano, ou o<br />

uso de "plataforma de comutação” (pilar estreito com plataforma larga- switch) poderia ser<br />

usado <strong>em</strong> implantes estéticos, particularmente com implantes adjacentes, mais esteticamente<br />

indicados. No entanto, os dados sobre estas possíveis soluções ainda estão sendo avaliados.<br />

Este mesmo autor diz ainda que, a cabeça de um implante deve estar posicio<strong>na</strong>da<br />

<strong>na</strong> direção labial <strong>em</strong> relação ao osso. Dependendo do sist<strong>em</strong>a de implante usado e filosofia<br />

particular, é colocado <strong>em</strong> nível coro<strong>na</strong>l, ou próximo a ele, ou mesmo ligeiramente abaixo da<br />

crista óssea. Por necessidade e por causa do design achatado da cabeça da maioria dos<br />

implantes, o aspecto interproximal prolonga-se bastante abaixo da altura óssea<br />

interproximal. Esta distância pode variar com o biótipo periodontal, termi<strong>na</strong>ndo<br />

consideravelmente mais profundo, <strong>em</strong> função do biótipo.<br />

May<strong>na</strong>rd et Wilson (1979) a<strong>na</strong>lisaram o risco de uma potencial recessão gengival<br />

para o biótipo gengival e osso alveolar subjacentes. Eles indicaram que um biótipo com o<br />

tecido gengival fino e osso alveolar fino t<strong>em</strong> o maior risco de recessão gengival.<br />

Kan et al (2003) relataram que o biótipo gengival espesso t<strong>em</strong> um nível mais coro<strong>na</strong>l<br />

de marg<strong>em</strong> gengival, do que o biótipo gengival fino. Então é evidente que, antes da colocação<br />

do implante, uma avaliação minuciosa do biótipo periodontal é necessário. Com o biótipo<br />

fino, o enxerto de tecido conjuntivo pode ser necessário, para reduzir o comprometimento dos<br />

tecidos moles e duros.<br />

Salama et al (2007) desenvolveram um sist<strong>em</strong>a de classificação para uma previsível<br />

altura das papilas interdentais, determi<strong>na</strong>da pelos el<strong>em</strong>entos restauradores de cada lado do<br />

local do implante.<br />

Fig1. Classificação da altura<br />

óssea interproximal (IHB):<br />

1= Resultado ótimo : IHB 2 mm da<br />

junção ameloc<strong>em</strong>entária (JAC) e 4<br />

a 5 mm a partir do ponto de<br />

contato.<br />

2 = Resultado desfavorável; IHB 4<br />

mm da CEJ e 5-7 mm do ponto de<br />

contacto.<br />

3 = Grave resultado; IHB> 5 mm<br />

do CEJ e> 7 mm do ponto de<br />

contato.<br />

19


Fonte: SALAMA,M. Timing,Positioning, and sequential stanging in Implant Esthetic Teraphy: A four<br />

dimensio<strong>na</strong>l perspective.Int. J. Restorative Dent 2007.<br />

As seis classificações são diferenciadas pelo fato da papila ter um dente, um pôntico,<br />

ou um implante de cada lado dela. Seus dados indicam que a altura vertical da ponta da papila<br />

interdental entre dois implantes foi superior a 2 milímetros, menor do que entre um implante<br />

e um pôntico, o que resultou <strong>em</strong> papila muito curtas e um longo ponto de contato <strong>na</strong> prótese.<br />

Este sist<strong>em</strong>a de identificação e seu tratamento associado de planejamento algoritmo<br />

permit<strong>em</strong> ao clínico prevê um prognóstico da <strong>estética</strong> de contornos dos tecidos moles,<br />

selecio<strong>na</strong>ndo a opção mais adequada de reparação fixa com base no suporte ósseo vertical<br />

disponível.<br />

Fig 2 .Sist<strong>em</strong>a de classificação para a previsível altura das papilas interdentais, determi<strong>na</strong>da pelos<br />

el<strong>em</strong>entos restauradores de cada lado do local do implante.<br />

Fonte: SALAMA,M. Timing,Positioning, and sequential stanging in Implant Esthetic Teraphy: A four<br />

dimensio<strong>na</strong>l perspective.Int. J. Restorative Dent 2007.<br />

Os valores numéricos acima descritos pode muito b<strong>em</strong> resultar <strong>em</strong> diferentes<br />

modalidades de fixação dos tecidos moles no dente <strong>na</strong>tural ou pôntico <strong>em</strong> oposição ao<br />

implante, <strong>em</strong> combi<strong>na</strong>ção com o resultado da r<strong>em</strong>odelação do perioimplante ósseo, após<br />

conexão do pilar.<br />

A classificação de Salama (2007) também descreveu a dimensão horizontal<br />

necessária entre os el<strong>em</strong>entos restauradores para facilitar a formação de uma papila, por<br />

ex<strong>em</strong>plo, a dimensão implante-implante deve ter, no mínimo, 3mm, enquanto a dimensão<br />

necessária entre um implante e um dente pode ser consideravelmente menor, de ape<strong>na</strong>s 1,5<br />

mm. É sua afirmação de que, com a concepção atual de implantes, o uso de um pôntico entre<br />

20


os implantes melhoram a altura relativa das papilas e o resultado estético gengival.<br />

Fig.3:<br />

A= Ponto de Contato<br />

B= IHB do dente <strong>na</strong>tural<br />

C= IHB do implante<br />

Fonte: SALAMA,M. Timing,Positioning, and sequential stanging in Implant Esthetic Teraphy: A four<br />

dimensio<strong>na</strong>l perspective.Int. J. Restorative Dent 2007.<br />

Constantes mudanças de desenho do implante, como o design de corpo único ou de<br />

dois sist<strong>em</strong>as de implantes com conexão biologicamente invisível, pod<strong>em</strong> diminuir o<br />

potencial de r<strong>em</strong>odelação da crista óssea e conseqüentes mudanças nos tecidos moles. Além<br />

disso, resulta do trabalho de Abhrahsom et al (1997) que todos os incidentes de conexão e<br />

desconexão do pilar reforça o processo de r<strong>em</strong>odelação óssea.<br />

A instalação dos implantes <strong>em</strong> uma posição tridimensio<strong>na</strong>l ótima poderá minimizar<br />

a necessidade de cirurgias mucogengivais. Quando esse posicio<strong>na</strong>mento não puder ser obtido,<br />

deve-se lançar mão de cirurgias ósseas reconstrutivas antes ou simultaneamente à instalação<br />

dos implantes, além das cirurgias de reparação gengival.<br />

Para essa reconstrução, o osso autógeno, apesar das intensas pesquisas <strong>na</strong> busca de<br />

biomateriais que ofereçam nobreza biológica, ainda é um material de excelência. Para que se<br />

obtenha êxito <strong>na</strong> reconstrução óssea é necessário um criterioso planejamento. O tipo de<br />

reconstrução – altura, espessura, altura mais espessura, preenchimento de defeitos ou ainda,<br />

levantamento dos assoalhos do seio maxilar ou da cavidade <strong>na</strong>sal – deve definir a quantidade<br />

necessária do osso obtido, além da sua forma; se <strong>em</strong> bloco ou particulado.<br />

Ramfjord & Costich (1968), a<strong>na</strong>lisaram que, devido ao grande avanço tecnológico<br />

(cirurgia guiada) é possível a realização de cirurgias de colocação do implante s<strong>em</strong> o<br />

levantamento do retalho. Após qualquer cirurgia com levantamento do retalho é esperada uma<br />

reabsorção pós-operatória durante a fase inicial de cicatrização no osso alveolar.<br />

Carvalho et al. (1987), observaram que a técnica de regeneração óssea guiada está<br />

baseada <strong>na</strong> hipótese de que uma m<strong>em</strong>bra<strong>na</strong> age como barreira física quando colocada sobre<br />

um defeito ósseo, evitando a presença de células indesejáveis ao reparo ósseo, tais como<br />

21


aquelas derivadas dos tecidos epitelial e conjuntivo. Entre outras aplicações, esta técnica é<br />

indicada para alvéolos após exodontias com o objetivo de manutenção da espessura e altura<br />

óssea com ou s<strong>em</strong> o uso de enxertos.<br />

Touati et al. (1997) relataram que o tecido ósseo continua sendo o principal<br />

determi<strong>na</strong>nte de resultado estético quando vislumbramos técnicas de manipulação de tecidos<br />

moles.<br />

Tripplet & Schow, (1998) elucidaram através de trabalhos, que a falta de quantidade<br />

óssea, decorrente da reabsorção do osso r<strong>em</strong>anescente pode dificultar ou impossibilitar a<br />

instalação dos implantes. A realização de enxertos ósseos autógenos aumenta a oferta óssea,<br />

possibilitando a instalação de implantes onde a quantidade óssea era extr<strong>em</strong>amente limitada.<br />

Diferentes métodos são descritos para reconstrução das atrofias ósseas com intuito de instalar<br />

implantes, entre eles, regeneração óssea guiada (m<strong>em</strong>bra<strong>na</strong>s), osso liofilizado e<br />

desmineralizado, hidroxiapatita, plasma rico <strong>em</strong> plaquetas etc.<br />

El Askary (2004) diz que quando o dente a ser reposto ainda está presente, ou seja, nos<br />

implantes imediatos, o potencial de manejo do tecido mucoso e de sucesso estético é<br />

aumentado.Antes da instalação do implante, alguns fatores dev<strong>em</strong> ser a<strong>na</strong>lisados a fim de<br />

otimizar o resultado estético: linha do sorriso (alta, média ou baixa), fenótipo do periodonto<br />

adjacente (qualidade e quantidade de mucosa queratinizada), topografia óssea do rebordo<br />

edêntulo, além da antecipação da forma, posição e tipo de restauração protética cimentada ou<br />

parafusada (através do planejamento reverso) e procedimentos <strong>cirúrgicos</strong> necessários.<br />

Acredita-se que uma faixa adequada de gengiva queratinizada é necessária para o<br />

conforto do paciente e para resistência ao trauma mecânico durante os procedimentos de<br />

higiene oral – Rosenquist (1997). Uma maior quantidade de mucosa queratinizada representa<br />

mais colágeno e menos fibras elásticas <strong>na</strong> lâmi<strong>na</strong> própria. As fibras coláge<strong>na</strong>s confer<strong>em</strong> aos<br />

tecidos maior rigidez e resistência à tensão, o que é um fator importante para a proteção<br />

contra as agressões mecânicas, resultando <strong>em</strong> uma vulnerabilidade menor dos tecidos<br />

periimplantares às lesões induzidas por placa Itinoche (2002). Valores inferiores a 2mm, de<br />

gengiva queratinizada, tor<strong>na</strong>m-se uma situação de risco Gomes (2002) e Renouard & Rangert<br />

(2001).<br />

Para Itinoche (2002), freqüent<strong>em</strong>ente, as condições da mucosa anteriormente à<br />

cirurgia de instalação de implantes osseointegráveis são desfavoráveis, tanto <strong>em</strong> espessura<br />

quanto <strong>em</strong> extensão cervico-apical, e pod<strong>em</strong> ser otimizadas com o <strong>em</strong>prego de técnicas de<br />

cirurgia mucogengival. O osso necessita de estímulos para que possa manter sua forma e<br />

densidade. Estímulos esses que desaparec<strong>em</strong> com a perda do el<strong>em</strong>ento dental, causando uma<br />

22


diminuição do trabeculado ósseo da região, que vai conformar uma estrutura óssea com<br />

menor espessura e altura, sendo acompanhada pelo tecido gengival de proteção, limitando as<br />

características <strong>estética</strong>s <strong>na</strong>s restaurações protéticas.<br />

Scarso et al. (1999), diz que defeitos ósseos, que resultam <strong>em</strong> uma concavidade<br />

vestibular, alteram secundariamente o contorno dos tecidos moles adjacentes. Estes defeitos<br />

pod<strong>em</strong> ser corrigidos através de técnicas que se fundamentam <strong>em</strong> um aumento compensatório<br />

do volume dessas estruturas. A gengiva deve ser espessa e fibrosa para que possa ajudar a<br />

mascarar os componentes <strong>protéticos</strong>, visando a obtenção da <strong>estética</strong> <strong>na</strong> prótese sobre<br />

implante. O aumento gengival t<strong>em</strong> por objetivo, não só recuperar o contorno vestibular como<br />

também mascarar os componentes <strong>protéticos</strong> com o ganho de espessura, melhorando o<br />

resultado estético fi<strong>na</strong>l.<br />

A espessura que se aceita como ideal seria de valores iguais ou maiores que 5mm.<br />

Valores inferiores a 2mm, de gengiva queratinizada, tor<strong>na</strong>m-se uma situação de risco segundo<br />

Renouard & Rangert (2001).<br />

May<strong>na</strong>rd & Wilson, (1980) apud Francischone et al. (2006) propuseram uma<br />

classificação mais detalhada do biótipo periodontal, relacio<strong>na</strong>ndo espessura, faixa de tecido<br />

queratinizado e espessura óssea (Quadro 2).<br />

Biótipo<br />

Periodontal<br />

Características<br />

Clinicas<br />

Tipo I<br />

(40% dos<br />

pacientes)<br />

Faixa de<br />

tecido<br />

Ceratinizado<br />

Espessa (3-5<br />

mm)<br />

Periodonto<br />

espesso à<br />

palpação<br />

Tipo II<br />

(10% dos<br />

pacientes)<br />

Faixa de tecido<br />

Ceratinizado<br />

≤2 mm altura<br />

Periodonto<br />

espesso à<br />

palpação<br />

Tipo III<br />

(20% dos<br />

pacientes)<br />

Faixa de<br />

tecido<br />

Ceratinizado<br />

Normal<br />

Rebordo<br />

alveolar fino<br />

Tipo IV<br />

(30% dos<br />

pacientes)<br />

Faixa de<br />

tecido<br />

Ceratinizado<br />

≤ 2 mm<br />

altura<br />

Rebordo<br />

alveolar fino<br />

Quadro 2. Classificação do biotipo periodontal de acordo com May<strong>na</strong>rd & Wilson <strong>em</strong> 1980<br />

Fonte: FRANCISCHONE CE, FILHO HN, MATOS DAD ET AL.. Osseointegração e o tratamento<br />

multidiscipli<strong>na</strong>r. São Paulo: Quintessence editora Ltda, 2006.<br />

A manipulação do tecido gengival e os enxertos livres de gengiva além dos enxertos<br />

ósseos autógenos/alógenos, <strong>em</strong> situações <strong>em</strong> que se t<strong>em</strong> uma peque<strong>na</strong> perda de volume dos<br />

tecidos moles e duros da cavidade oral, são excelentes alter<strong>na</strong>tivas <strong>na</strong> recuperação da <strong>estética</strong><br />

dos implantes unitários <strong>na</strong> maxila, segundo Kois & Kan (2001).<br />

Edel, (1974) preconizou a utilização dos enxertos conjuntivos somente com o<br />

objetivo de ganho de tecido queratinizado. A indicação recai ao fato de se obter mais <strong>estética</strong><br />

23


no resultado fi<strong>na</strong>l <strong>em</strong> comparação com os enxertos de epitélio-conjuntivo. Indica três sítios de<br />

r<strong>em</strong>oção do enxerto: o palato, a tuberosidade ou a crista edêntula, e o tecido obtido por meio<br />

da diminuição de espessura de um retalho palatino.<br />

Muller et al., (2000) preconiza que algumas técnicas utilizadas para solucio<strong>na</strong>r defeitos<br />

periodontais, como o enxerto de tecido conjuntivo, são atualmente utilizadas para tratamento<br />

de defeitos de tecido mole periimplantar, tais como ausência de tecido queratinizado,<br />

alteração da papila, perda da espessura de tecido mole e exposição do componente protético.<br />

Contudo, as características biológicas dos tecidos periimplantares e as dificuldades oferecidas<br />

pelo fenótipo periodontal do paciente dev<strong>em</strong> s<strong>em</strong>pre ser consideradas no planejamento.<br />

Os procedimentos de cirurgia plástica gengival para recompor o contorno bucal, serão<br />

válidos se o implante estiver corretamente posicio<strong>na</strong>do nos sentidos mésio-distal, vestíbulo-<br />

palatino e ápico-coronário Di<strong>na</strong>to & Polido (2001), Rizzia & Arrieiro (2001), Saadoum<br />

(1999) e Salama (2007).<br />

Kois (2004) diz que a opção clínica por uma ou outra abordag<strong>em</strong> é baseada, entre<br />

outros aspectos, principalmente <strong>na</strong> possibilidade de inserir o(s) implante(s) <strong>na</strong> posição<br />

tridimensio<strong>na</strong>l ideal, apesar da perda tecidual existente. A reconstrução tecidual poderá ser<br />

realizada antes da implantação (abordag<strong>em</strong> prévia), <strong>em</strong> que normalmente, deficiências<br />

maiores estão presentes ou imediatamente após a implantação (abordag<strong>em</strong> simultânea) nos<br />

casos de deficiências menores.<br />

Caplanis et al (2005) descreveram um método de avaliação do alvéolo, imediatamente<br />

após a extração, baseado <strong>na</strong> espessura e integridade das paredes do alvéolo e <strong>na</strong> espessura<br />

tecidual. Os autores suger<strong>em</strong> procedimentos prévios à inserção dos implantes se a perda<br />

tecidual for considerada tão extensa que impeça a correta instalação dos implantes ou<br />

procedimentos simultâneos, se os defeitos for<strong>em</strong> de peque<strong>na</strong> extensão ou inexistentes,<br />

favorecendo o posicio<strong>na</strong>mento ideal dos implantes. Durante a fase de reabertura cirúrgica é<br />

possível a correção compl<strong>em</strong>entar usando enxertos de tecido conjuntivo para melhorar o<br />

volume e o contorno da mucosa periimplantar.<br />

Independent<strong>em</strong>ente das manobras compl<strong>em</strong>entares a ser<strong>em</strong> utilizadas, a exodontia<br />

deve ser realizada de maneira pouco traumática, com o objetivo de não comprometer a<br />

integridade do osso alveolar, principalmente o vestibular.<br />

Nos casos <strong>em</strong> que os implantes imediatos são planejados, algumas decisões<br />

importantes dev<strong>em</strong> ser tomadas nesse momento – Covani et al (2004)<br />

Procedimento com ou s<strong>em</strong> a elevação do retalho (flapless)?<br />

Qual o melhor material para preencher o gap?<br />

24


Implante com ou s<strong>em</strong> m<strong>em</strong>bra<strong>na</strong>s?<br />

Uso ou não de enxerto de tecido conjuntivo?<br />

T<strong>em</strong>porização imediata ou não?<br />

Todos esses aspectos estão relacio<strong>na</strong>dos com o diagnóstico apropriado do biótipo<br />

tecidual.Os autores si<strong>na</strong>lizam os benefícios dos procedimentos s<strong>em</strong> elevação de retalhos,<br />

relacio<strong>na</strong>dos com a preservação dos tecidos margi<strong>na</strong>is, especificamente as papilas e a marg<strong>em</strong><br />

vestibular.<br />

A elevação de retalhos separa o periósteo do osso subjacente, interrompendo a<br />

vascularização e produzindo inflamação que leva à reabsorção óssea. No trabalho de Covani<br />

et al, <strong>em</strong> 2004, observou-se perda de ape<strong>na</strong>s 0,5 mm ao redor de implantes, imediatamente<br />

instalados, s<strong>em</strong> a elevação do retalho e após seis meses de acompanhamento.<br />

Kan et al (2003) mostraram que as dimensões da mucosa periimplantar ao redor de<br />

implantes submetidos à carga há um ano é dependente do biótipo tecidual; isto é, no biótipo<br />

espesso, a altura da mucosa periimplantar e, portanto, a altura da papila, é maior <strong>em</strong> relação<br />

ao fino/festo<strong>na</strong>do.<br />

A recessão da mucosa periimplantar afeta negativamente a <strong>estética</strong> ao redor de<br />

implantes. Sabe-se que a estabilidade da mucosa é determi<strong>na</strong>da pela espessura da mucosa<br />

periimplantar e presença do osso margi<strong>na</strong>l.<br />

Small e Tarnow (2000) observaram que ocorreu retração da mucosa periimplantar <strong>em</strong><br />

82% dos casos de implantes imediatos um ano após o carregamento protético, ao passo que<br />

Oates et al (2002) observaram, dois anos após a carga, que ocorreu recessão <strong>em</strong> 61% dos<br />

casos .O osso vestibular sofre maior reabsorção do que o palatino/lingual, e a colocação de<br />

implantes não impede a r<strong>em</strong>odelação óssea. Assim, o preenchimento do espaço entre a<br />

cortical inter<strong>na</strong> do osso e implante (gap) t<strong>em</strong> importante impacto no osso vestibular e <strong>na</strong><br />

estabilidade dos tecidos margi<strong>na</strong>is.<br />

Paolantonio et al (2001) e Botticelli et al (2003) apontam que o limite entre<br />

preencher ou não o gap é de 2mm, ou seja, espaços menores do que 2mm não necessitam de<br />

qualquer preenchimento, uma vez que o coágulo é capaz de preencher esse espaço e antecipar<br />

a formação óssea. De fato, ocorre a formação óssea, no entanto, <strong>em</strong> muitos casos, observa-se<br />

a perda do novo osso formado ao longo do t<strong>em</strong>po porque a espessura delgada do osso não<br />

permite sua manutenção. Em espaços maiores do que 2,0 mm recomenda-se s<strong>em</strong>pre o<br />

preenchimento, usando materiais alógenos ou o tecido ósseo autógeno.<br />

Chen et al (2007) avaliaram a estabilidade da mucosa periimplantar ao redor de<br />

implantes imediatos, <strong>em</strong> que o espaço foi preenchido com matriz mineral bovi<strong>na</strong>,<br />

25


isoladamente (10 pacientes) ou associada à m<strong>em</strong>bra<strong>na</strong> reabsorvível (10 pacientes), e<br />

compararam ao não-preenchimento no grupo controle (10 pacientes).Concluíram que a perda<br />

óssea foi significativamente maior quando o gap não foi preenchido, apontando a importância<br />

desse procedimento <strong>na</strong> estabilidade margi<strong>na</strong>l. A matriz mineral bovi<strong>na</strong> reduziu a perda óssea<br />

vertical e horizontal para ape<strong>na</strong>s 25% do defeito origi<strong>na</strong>l. Os autores também concluíram que<br />

a aplicação das m<strong>em</strong>bra<strong>na</strong>s parece não ter efeito adicio<strong>na</strong>l. O uso das m<strong>em</strong>bra<strong>na</strong>s é b<strong>em</strong><br />

justificado nos casos <strong>em</strong> que a parede vestibular é fi<strong>na</strong> ou <strong>na</strong> presença de deiscências ósseas,<br />

visando a manutenção da arquitetura do enxerto, b<strong>em</strong> como a manutenção do periósteo.<br />

Embora o biótipo tecidual não tenha sido discutido abertamente no estudo de Chen e<br />

colaboradores, observou-se que quando a espessura do osso era maior, característica do<br />

biótipo espesso, ocorria menor reabsorção horizontal e vertical. Sugere-se que, <strong>em</strong> todos os<br />

casos, o preenchimento do gap seja conduzido, preferencialmente, com biomateriais de lenta<br />

reabsorção associados ao osso autógeno para favorecer a manutenção da arquitetura óssea<br />

alveolar. Outros autores ainda suger<strong>em</strong> que o preenchimento não seja limitado pela a<strong>na</strong>tomia<br />

do defeito, devendo-se promover discreto sobrecontorno vertical e horizontal. Nesses casos, a<br />

utilização de m<strong>em</strong>bra<strong>na</strong>s é benéfica, visando o completo recobrimento da ferida cirúrgica,<br />

promovendo a proteção do material de enxertia, como orienta Iasella et al (2003).<br />

. Kan et al. (2005) realizaram uma seqüência de casos clínicos <strong>em</strong> que o enxerto de<br />

tecido conjuntivo foi adicio<strong>na</strong>do aos implantes imediatos. Segundo os autores, o enxerto de<br />

tecido mole promoveu um aumento da espessura gengival e da faixa de gengiva<br />

queratinizada; portanto, o biótipo fino/festo<strong>na</strong>do dos pacientes foi convertido <strong>em</strong> espesso, <strong>em</strong><br />

função de que o enxerto de tecido mole tor<strong>na</strong>-os menos propensos à retração gengival. Os<br />

autores ainda recomendam que a espessura média do enxerto não seja inferior a 1,5mm, e que<br />

apresente pelo menos 9mm de altura e largura, determi<strong>na</strong>das pelo espaço mesiodistal do<br />

espaço tratado.<br />

Rosen & Reynolds, (2001) concluíram que há três inconvenientes freqüent<strong>em</strong>ente<br />

associados com enxertos de tecidos moles quando a região palati<strong>na</strong> é escolhida como área<br />

doadora: quantidade limitada de material, cor diferente e longo e doloroso processo de<br />

cicatrização.<br />

Kois & Kan, (2001) citaram que a manipulação do tecido gengival, resultando numa<br />

dobra cirúrgica, constitui-se numa excelente opção <strong>estética</strong> aos enxertos livres de gengiva e<br />

enxertos ósseos autógenos/alógenos, <strong>em</strong> situações <strong>em</strong> que se t<strong>em</strong> uma peque<strong>na</strong> perda de<br />

volume dos tecidos moles e duros da cavidade oral.<br />

26


A estabilização do enxerto é fundamental para garantir sua revascularização. Em 2006,<br />

Nozawa et al. apontaram que a estabilidade longitudi<strong>na</strong>l da mucosa periimplantar é<br />

estabelecida quando a proporção altura/largura tecidual é de 1:1,5. Em outras palavras,<br />

quando a mucosa é mais alta do que espessa, característica do biótipo tecidual fino, ocorre<br />

maior chance de retração da mucosa periimplantar. Esse trabalho corrobora a indicação de<br />

aumento das dimensões teciduais associadas ao <strong>em</strong>prego do enxerto de tecido conjuntivo <strong>em</strong><br />

condições teciduais delgadas para favorecer a estabilidade dimensio<strong>na</strong>l da marg<strong>em</strong><br />

periimplantar. Sugere - se que o enxerto de tecido conjuntivo deve ser s<strong>em</strong>pre considerado <strong>em</strong><br />

áreas <strong>estética</strong>s e associado à colocação de implantes imediatos ou tardios, especialmente nos<br />

casos de biótipo tecidual fino ou intermediário.<br />

A conversão do biótipo tecidual, associada ao enxerto de tecido conjuntivo, assume<br />

especial importância porque previne eventuais mudanças de coloração gengival relacio<strong>na</strong>da à<br />

transparência da mucosa periimplantar.<br />

Diversos materiais restauradores estão disponíveis para reabilitar os implantes, como<br />

o titânio, o ouro, a zircônia e a alumi<strong>na</strong>. Na dependência da espessura gengival e/ou posição<br />

do(s) implante(s), esses materiais pod<strong>em</strong> modificar a coloração gengival, o que denuncia a<br />

presença do implante subjacente e prejudica a <strong>estética</strong>.<br />

Lewis (1995) revisou as alter<strong>na</strong>tivas de componentes <strong>protéticos</strong> para restaurações<br />

unitárias anteriores sob uma perspectiva <strong>estética</strong>, e concluíram que várias técnicas pod<strong>em</strong> ser<br />

utilizadas, mas, apesar da evolução dos componentes e das técnicas protéticas, as chaves para<br />

o sucesso da restauração fi<strong>na</strong>l são a colocação apropriada do implante e o correto manuseio<br />

dos tecidos moles. Concluíram que nenhum componente protético pode corrigir totalmente as<br />

deficiências nestes dois fatores.<br />

Jung et al (2007), si<strong>na</strong>lizam que a espessura gengival deve ser observada <strong>na</strong> escolha<br />

do pilar protético apropriado para favorecer a <strong>estética</strong>. Assim, <strong>em</strong> áreas de espessura delgada,<br />

pilares de titânio pod<strong>em</strong> causar alterações de cor <strong>na</strong> mucosa periimplantar e, à medida que a<br />

espessura gengival aumenta, essas diferenças diminu<strong>em</strong> e tor<strong>na</strong>m-se menos perceptíveis<br />

visualmente, nestes casos b<strong>em</strong> se indica a utilização de pilares <strong>em</strong> zircônia, fresados ou pré-<br />

fabricados.<br />

Jovanovic, <strong>em</strong> 2005 cita alguns critérios de sucesso <strong>na</strong> colocação de implantes <strong>na</strong><br />

região <strong>estética</strong> e conclui que um dos passos fundamentais é o correto diagnóstico do tipo de<br />

periodonto, além da manipulação atraumática dos tecidos moles e, se necessário, a colocação<br />

de um enxerto de tecido conjuntivo para a modificação do periodonto.<br />

27


Para Jolly et al (2007) o diagnóstico de biótipo tecidual é um fator decisivo no<br />

planejamento das reabilitações implantossuportadas. Na média, pacientes com biótipo espesso<br />

apresentam maior previsibilidade <strong>estética</strong>, ao passo que pacientes com padrões mais finos são<br />

desafiadores.O biótipo intermediário deve ser superestimado e tratado como se fosse fino/<br />

festo<strong>na</strong>do, focando-se a utilização do enxerto de tecido conjuntivo para o aumento do volume<br />

tecidual.<br />

Caffese et al., (2002) relataram que, procedimentos para melhoria das condições<br />

gengivais inclu<strong>em</strong>: enxertos livres, enxertos de tecido conjuntivo subeptelial e retalhos<br />

pediculados de diferentes formas (posicio<strong>na</strong>dos lateralmente ou coro<strong>na</strong>lmente)<br />

Be<strong>na</strong>nni & Baudoin, (2002) afirmaram que a gengiva queratinizada, além de<br />

valorizar a integração <strong>estética</strong>, condicio<strong>na</strong> o perfil de <strong>em</strong>ergência, funcio<strong>na</strong> como barreira<br />

contra a inflamação, melhora a segurança do tecido gengival, estabiliza a gengiva margi<strong>na</strong>l,<br />

resiste às agressões mecânicas, facilita o controle de placa pelo paciente, tor<strong>na</strong> a manutenção<br />

profilática fácil para o profissio<strong>na</strong>l, facilita a confecção de moldes, mascara a peça de conexão<br />

e participa do espaço de transição implante-prótese.<br />

Lindhe et al., (2005) descreveram que as características do tecido conjuntivo se<br />

mantêm idênticas à da região doadora, ou seja, como o enxerto é r<strong>em</strong>ovido de uma região<br />

onde o tecido conjuntivo suporta um epitélio ceratinizado (palato, região retromolar ou<br />

rebordo edêntulo), sua função permanece a mesma <strong>na</strong> região receptora e, assim, culmi<strong>na</strong> <strong>na</strong><br />

ceratinização das células que repopulam sua superfície.<br />

Seibert, (1991) classificou os tipos diferentes de deformidades de rebordo recebendo<br />

a denomi<strong>na</strong>ção de Classificação de Seibert: Classe I – perda vestíbulo-lingual do rebordo<br />

alveolar; Classe II – perda corono-apical do rebordo alveolar e Classe III – combi<strong>na</strong>ção da<br />

perda de rebordo alveolar <strong>em</strong> ambas as dimensões vestíbulo-lingual e corono-apical (relatou<br />

que cada tipo de defeito alveolar (Classe I, II e III) t<strong>em</strong> uma técnica mais indicada para<br />

corrigir suas irregularidades. No caso de Classe I, o autor recomenda técnicas de enxerto de<br />

tecido conjuntivo. Enquanto Classe II e III deveriam ser corrigidas com técnicas de enxerto<br />

ósseo.<br />

Kan et al. (2005) citaram que a conversão do biótipo periodontal utilizando enxerto<br />

de tecido conjuntivo subepitelial t<strong>em</strong> sido previsível, resultando <strong>na</strong> formação de um tecido<br />

gengival mais resistente à recessão.<br />

Em implantodontia, o enxerto de tecido conjuntivo é utilizado <strong>em</strong> diferentes<br />

técnicas para o tratamento de defeitos estéticos de rebordo, selamento alveolar <strong>em</strong><br />

implantação imediata, tratamento de recessão gengival, tratamento de patologia periimplantar<br />

28


juntamente com regeneração óssea guiada e formação de papila interdental. É importante<br />

evitar a implantação de enxerto de tecido conjuntivo juntamente com a conexão do<br />

intermediário protético, devido às células não proliferar<strong>em</strong> sobre a estrutura metálica.<br />

vários autores.<br />

Outras técnicas de recuperação de tecidos periimplantares t<strong>em</strong> sido descritas por<br />

Motta et al (2005) concluíram sobre a dobra cirúrgica <strong>na</strong> reabertura de implantes<br />

dentários osseointergráveis, que: é um procedimento mais simples e menos invasivo que as<br />

técnicas de enxerto gengival livre, podendo ser facilmente realizado pelo clínico; houve um<br />

ganho de volume gengival, favorecendo a <strong>estética</strong> <strong>na</strong> prótese; não se reverte <strong>em</strong> custos para o<br />

cirurgião e paciente, pois dispensa o uso de biomateriais; evita a morbidade de um leito<br />

doador e receptor, como <strong>na</strong>s técnicas de enxertia gengival; conclui que o trabalho necessita de<br />

acompanhamento longitudi<strong>na</strong>l para avaliação da estabilidade e manutenção dos tecidos<br />

gengivais modificados por esta técnica, a médio e longo prazo.<br />

Pelegrini et al. (2006) relataram que o enxerto de tecido conjuntivo subepitelial pode<br />

ser realizado previamente à instalação dos implantes endósseos, durante a cirurgia de<br />

instalação ou <strong>na</strong> reabertura do implante. A escolha do t<strong>em</strong>po propício é dependente do biótipo<br />

periodontal e da previsibilidade de sucesso. Em pacientes apresentando biótipo gengival fino<br />

é aconselhável a realização da enxertia antes da instalação do implante, e <strong>em</strong> casos de<br />

implantação imediata tal enxertia pode ser realizada <strong>em</strong> conjunto com a exodontia e instalação<br />

do implante.<br />

A cirurgia de segundo estágio <strong>em</strong> áreas <strong>estética</strong>s é mais complexa. A exposição do<br />

implante pode ser obtida por meio de um retalho palatino ou de uma incisão circular no topo<br />

do implante para minimizar a reflexão da mucosa. Esta técnica é indicada quando uma<br />

adequada quantidade de mucosa queratinizada e papilas interproximais intactas estão<br />

presentes, a fim de obter uma adequada arquitetura de tecido mucoso.Kois & Kan (2001)<br />

Técnicas de enxerto onlay para tecidos moles têm sido descritas <strong>na</strong> literatura com o<br />

objetivo de aumentar a espessura dos tecidos queratinizados ao redor do implante, tratar<br />

defeitos mucogengivais, deter a recessão gengival ao redor de dentes <strong>na</strong>turais. Pode ainda ser<br />

utilizado antes da colocação do implante ou após a conexão do pilar protético a fim de<br />

melhorar a integridade do contorno dos tecidos moles, além de mascarar pigmentações<br />

indesejadas do tecido mole com tatuagens de amálgama ou escurecimento por oxidação de<br />

ligas metálicas usadas <strong>em</strong> infra-estrutura das próteses.<br />

Na literatura, é indicada como uma opção para ganhar altura de gengiva inserida e<br />

volume gengival a técnica do enxerto gengival livre. Gehrke (2001); Langer & Calag<strong>na</strong>,<br />

29


(1980); Scarso et Al (1999); Caffese (2002); Silverstain et al (1994) e Egreja, (2000) ,<br />

primeiramente descrita por Björn <strong>na</strong> década de 60 (1963).<br />

Outras técnicas como dobra cirúrgica, deslizamento lateral, enxerto pediculado,<br />

também são descritas com esta fi<strong>na</strong>lidade.<br />

2.2.2 - TÉCNICA CIRÚRGICA: ENXERTO DE TECIDO CONJUNTIVO<br />

SUBEPITELIAL.<br />

A terapia para tecido mucoso, previamente à instalação do implante, ou após sua<br />

instalação, <strong>em</strong>prega várias técnicas para aumentar a quantidade e/ou a qualidade do tecido<br />

mucoso ou elimi<strong>na</strong>r qualquer alteração patológica existente <strong>na</strong> área de interesse, como vimos<br />

<strong>na</strong>s considerações anteriores. Enxerto gengival livre, enxerto de tecido conjuntivo subepitelial<br />

ou uma combi<strong>na</strong>ção de ambos também pod<strong>em</strong> ser utilizados para intensificar o resultado<br />

estético fi<strong>na</strong>l, b<strong>em</strong> como funcio<strong>na</strong>l, assim como minimizar as complicações que possam surgir<br />

no momento das cirurgias de primeiro e segundo estágios.<br />

Como alter<strong>na</strong>tiva para manejo do tecido mole após a instalação do pilar, muitos<br />

autores como El Askary, Dias Eclcm E Vidigal Jr , t<strong>em</strong> indicado técnica preconizada por<br />

Langer & Langer (1985) <strong>em</strong> sua forma origi<strong>na</strong>l ou modificada com preservação de papilas e<br />

s<strong>em</strong> utilização de incisões relaxantes.<br />

A este tipo de procedimento, El Askary chama de refi<strong>na</strong>mento ou acabamento do<br />

tecido mole periimplantar, pois trata-se de uma r<strong>em</strong>oldag<strong>em</strong> do tecido a fim de conseguir um<br />

resultado estético satisfatório, corrigir defeitos de tecidos resultantes e/ou tratar alguma<br />

deformidade tecidual(p.ex: peque<strong>na</strong>s depressões, recessões de tecido, sulcos); portanto o autor<br />

denomi<strong>na</strong> este estágio como Cirurgia Plástica de Implante para Tecido Mole.<br />

O <strong>em</strong>prego da cirurgia plástica mucogengival ao redor dos implantes t<strong>em</strong> minimizado<br />

a utilização de próteses com gengiva artificial, ou mascaramento da cervical com cerâmica<br />

rósea, a fim de disfarçar os defeitos do tecido mole.<br />

A utilização de um enxerto composto exclusivamente por tecido conjuntivo como<br />

material para preenchimento de defeitos de rebordo foi descrita <strong>em</strong> 1980 por Langer e<br />

Calag<strong>na</strong>, objetivando melhorar a relação entre coroa e tecido gengival pelo restabelecimento<br />

do contorno da porção vestibular acometida pela deficiência. Os enxertos de tecido conjuntivo<br />

têm sido muito utilizados durante a cirurgia de segundo estágio para tratar deficiências<br />

menores de tecido mucoso ou simular uma construção <strong>em</strong> forma de raiz ao redor das próteses<br />

implantossuportadas.<br />

30


A tuberosidade e a porção palati<strong>na</strong> do processo alveolar da maxila oferec<strong>em</strong> sítios<br />

de acesso rápido e seguro para retirada de tecido conjuntivo que pode ser usado para<br />

preencher concavidades no processo alveolar.<br />

O resultado <strong>em</strong> curto prazo é excelente, porém a longo prazo pode ser menos<br />

satisfatório uma vez que o tecido conjuntivo tende a contrair - Itinoche (2002), Rosenquist<br />

(1997). Outra desvantag<strong>em</strong> desta técnica é a necessidade de outra ferida cirúrgica para<br />

r<strong>em</strong>oção do tecido conjuntivo.<br />

A técnica de enxerto de tecido conjuntivo descrita por Langer e Calag<strong>na</strong> foi<br />

posteriormente modificada e mostrou sucesso e previsibilidade no tratamento de defeitos de<br />

tecido mucoso ao redor de dentes e implantes dentários. Os enxertos submucosos pod<strong>em</strong> ser<br />

aplicados clinicamente de duas formas diferentes: um enxerto formado ape<strong>na</strong>s de tecido<br />

conjuntivo ou um enxerto de tecido conjuntivo que possui uma borda epitelial (enxerto<br />

composto). O procedimento de formação de envelope é outra modificação clínica quando se<br />

utiliza enxertos de tecido conjuntivo. Ele é <strong>em</strong>pregado para corrigir deficiências menores<br />

confi<strong>na</strong>das ao rebordo, <strong>em</strong> que a cor e a textura de superfície da área, após o enxerto, não<br />

dev<strong>em</strong> diferir das características origi<strong>na</strong>is do tecido. Dias et al (2006).<br />

Neste caso, o enxerto deve ser estendido <strong>na</strong> direção proximal, além do local do<br />

implante para compensar o suprimento sanguíneo reduzido ao enxerto, permitido, portanto a<br />

a<strong>na</strong>stomose periférica dos tecidos adjacentes.<br />

O procedimento envolve duas etapas clínicas básicas: 1) Preparação do leito receptor e<br />

2) Preparação da área doadora, com r<strong>em</strong>oção do enxerto.<br />

Na técnica descrita por El Askary, <strong>na</strong> preparação do leito receptor, é feita uma incisão<br />

intra-sulcular horizontal, com o ângulo do bisturi paralelo ao longo eixo do dente, dividindo-<br />

se o retalho e realizando-se <strong>em</strong> seguir duas incisões relaxantes verticais a fim de liberar o<br />

retalho mucoperiosteal. Em seguida, levanta-se o retalho parcial através da dissecção com<br />

instrumento rombo até a profundidade antes do vestíbulo. Deve-se tomar cuidado para não<br />

dilacerar o retalho, comprometendo assim o suprimento sanguíneo do mesmo.<br />

Como variação desta técnica, é preconizado um retalho dividido, com incisão<br />

horizontal <strong>na</strong> porção cervical da gengiva vestibular, preservando-se as papilas e onde não são<br />

realizadas incisões relaxantes, criando um envelope para receber o tecido conjuntivo retirado<br />

da área doadora.<br />

A área doadora compreende a região do palato situada entre o canino e a<br />

tuberosidade, elegendo-se a região onde se possa r<strong>em</strong>over quantidade suficiente para suprir o<br />

defeito. El Askary preconiza uma faixa de tecido conjuntivo de 2 a 3mm de espessura <strong>em</strong><br />

31


média para reparar regiões de 1 a 2 unidades. Após o enxerto é escarificado para r<strong>em</strong>oção do<br />

tecido epitelial r<strong>em</strong>anescente, colocado no envelope feito no leito receptor, e estabilizado com<br />

suturas reabsorvíveis.<br />

Sobre a região de r<strong>em</strong>oção do enxerto, Peredo Paz (2007) , relata que quanto mais<br />

perto da região do canino, maior é a quantidade de tecido adiposo no enxerto, facilitando a<br />

revascularização e reduzindo a contração do seu volume. Orienta que deve ser escolhido,<br />

porém, o lado do palato de maior volume tecidual, para facilitar a divisão do tecido.<br />

2.2.3 – TÉCNICAS DE MANIPULAÇÃO DOS TECIDOS MOLES APÓS<br />

INSTALAÇÃO DO PILAR PROTÉTICO - PROVISIONALIZAÇÃO<br />

Uma das condutas clínicas mais simples e mais satisfatórias para se obter a <strong>estética</strong>,<br />

tanto desejada <strong>em</strong> prótese parcial fixa e <strong>em</strong> prótese sobre implantes, é o condicio<strong>na</strong>mento<br />

gengival. Este procedimento baseia-se no conceito de que o tecido gengival deve fazer parte<br />

do planejamento protético, para se atingir o sucesso reabilitador estético, funcio<strong>na</strong>l e<br />

biológico.<br />

Para Francischone e Vasconcelos (1998) o condicio<strong>na</strong>mento gengival seria o<br />

direcio<strong>na</strong>mento do tecido gengival interdental ou interimplantar e a reconstituição do arco<br />

côncavo gengival, melhorando a harmonia gengivo-dental. O condicio<strong>na</strong>mento gengival pode<br />

ser obtido por três técnicas, segundo a literatura atual eletrocirurgia, escarificação e pressão<br />

gradual segundo Jacques et al (1999)<br />

A técnica da eletrocirurgia é conhecida desde 1960 e desde então seus princípios<br />

foram aperfeiçoados, b<strong>em</strong> como ampliadas suas indicações como: a correção do contorno de<br />

áreas edêntulas, áreas de pôntico <strong>em</strong> regiões de prótese fixa, áreas de sela <strong>em</strong> prótese parcial<br />

r<strong>em</strong>ovível ou áreas basais de próteses totais. Esta técnica permite o preciso entalhe,<br />

esculpindo ou alterando os tecidos moles orais, com completo controle e com pouca ou<br />

nenhuma h<strong>em</strong>orragia (eletrocauterização). Segundo Manieri (1991) quando usada<br />

apropriadamente, os tecidos são cortados e coagulados, permitindo uma rápida cicatrização<br />

com o mínimo ou nenhum desconforto, s<strong>em</strong> deixar cicatrizes. Contudo, seu controle não é tão<br />

preciso como <strong>na</strong> escarificação, e o odor pode ser desagradável. É uma técnica traumática para<br />

o paciente, por ter um período cicatricial mais longo devido a uma necrose tecidual gerada<br />

pelo calor. Deste modo, esta técnica t<strong>em</strong> sido pouco utilizada, sendo também, contra-indicada<br />

para pacientes com marcapasso cardíaco.<br />

32


Segundo Pegoraro (1998) a escarificação é uma técnica baseada nos princípios<br />

biológicos e funcio<strong>na</strong>is da prótese definitiva Esta técnica é realizada r<strong>em</strong>ovendo-se uma<br />

camada de tecido gengival expondo o tecido conjuntivo, <strong>em</strong> uma área previamente<br />

delimitada, com brocas diamantadas <strong>em</strong> alta rotação sob constante irrigação, de modo que se<br />

possa esculpir o tecido gengival, criando papilas interdentais, um arco côncavo regular e as<br />

concavidades que receberão os pônticos.<br />

A pressão gradual, segundo Kupeyan (1998) baseia-se <strong>na</strong> utilização de restaurações<br />

provisórias para se conseguir o condicio<strong>na</strong>mento gengival. Estas restaurações provisórias<br />

dev<strong>em</strong> seguir os princípios biológicos das coroas definitivas, com pônticos convexos, perfis<br />

de <strong>em</strong>ergência adequados e espaço interdental para as papilas. Nesta técnica, a área do<br />

pôntico recebe acréscimos graduais de até 1,0 mm de resi<strong>na</strong> acrílica ativada quimicamente<br />

(RAAQ) ou resi<strong>na</strong> composta, altamente polida, de modo a exercer uma pressão sobre o tecido.<br />

Esta pressão gera uma leve isqu<strong>em</strong>ia, mas não deve interferir <strong>na</strong> adaptação margi<strong>na</strong>l e <strong>na</strong><br />

cimentação da restauração.<br />

Outro aspecto importante a ser avaliado nesse contexto da busca da <strong>estética</strong> <strong>em</strong><br />

implantes anteriores é a t<strong>em</strong>porização ou provisio<strong>na</strong>lização imediata ou não.<br />

A colocação de uma restauração t<strong>em</strong>porária tende a promover um resultado estético<br />

mais favorável, seguindo os princípios básicos de prótese sobre implantes, mediante<br />

cicatrização e maturação dos tecidos moles guiadas pela restauração provisória. T<strong>em</strong>-se o<br />

favorecimento da formação de papilas e da manutenção da arquitetura gengival e óssea<br />

favorecendo a formação de um perfil de <strong>em</strong>ergência adequado.<br />

Na provisio<strong>na</strong>lização imediata, a coroa provisória é instalada imediatamente após a<br />

colocação dos implantes, reduzindo o t<strong>em</strong>po total do tratamento, uma vez que elimi<strong>na</strong> a etapa<br />

de reabertura, além de favorecer o condicio<strong>na</strong>mento e a manutenção do contorno gengival.<br />

Os primeiros relatos sobre a t<strong>em</strong>porização imediata <strong>em</strong> el<strong>em</strong>entos unitários foram<br />

apresentados por Kupeyan & May (1998) e Wöhrle (1998). Os autores sugeriram o controle<br />

das cargas mastigatórias com ausência de contatos oclusais durante o período de<br />

osseointegração.<br />

Segundo Saadoun (1999) os el<strong>em</strong>entos unitários localizados <strong>em</strong> áreas com<br />

envolvimento estético têm sido a principal indicação para essa abordag<strong>em</strong>; portanto, a ênfase<br />

deve ser dada a:<br />

posicio<strong>na</strong>mento tridimensio<strong>na</strong>l correto;<br />

seleção do diâmetro/desenho do implante;<br />

integridade do alvéolo;<br />

33


iotipo tecidual;<br />

condição periodontal dos el<strong>em</strong>entos adjacentes.<br />

Salama et al., (1995) suger<strong>em</strong> que se realize a instalação da coroa provisória imediata<br />

ape<strong>na</strong>s nos casos <strong>em</strong> que se conseguir uma estabilidade primária adequada, ou seja, acima de<br />

40 Ncm. É fundamental que a coroa provisória fique livre de contatos oclusais durante o<br />

período de osseointegração.<br />

Kan et al. (2003) apontaram que a provisio<strong>na</strong>lização imediata não foi capaz de impedir<br />

a perda <strong>na</strong> altura das papilas (0,53mm <strong>na</strong> papila mesial e 0,39mm <strong>na</strong> papila distal). Esse fato<br />

pode ser parcialmente explicado pela ocorrência <strong>na</strong>tural de reabsorção óssea proximal<br />

associada à formação do espaço biológico. Por outro lado, os autores suger<strong>em</strong> que a altura da<br />

papila periimplantar é mantida pelo pico ósseo dos dentes adjacentes, e não pelo osso<br />

periimplantar. Mais uma vez, a característica tecidual interfere no comportamento da papila<br />

durante a fase de cicatrização.<br />

Motta et al, (2005) suger<strong>em</strong> que o uso da própria coroa clínica do dente extraído como<br />

restauração provisória imediata, mostraram–se procedimentos viáveis para a manutenção da<br />

arquitetura gengival e óssea. Aliada ao b<strong>em</strong>-estar psicológico que proporcio<strong>na</strong>, a técnica<br />

representa uma opção para a resolução reabilitadora ocasio<strong>na</strong>da pela perda de um dente<br />

unitário anterior.<br />

Padovan et al., (2006) defende que a instalação de prótese provisória imediata sobre<br />

implante osseointegrado d<strong>em</strong>onstrou ser uma excelente alter<strong>na</strong>tiva de tratamento, pois elimi<strong>na</strong><br />

o uso de prótese r<strong>em</strong>ovível e a necessidade da realização do segundo estágio cirúrgico,<br />

trazendo maior conforto para o paciente, além de otimizar a <strong>estética</strong>, reduzir os custos e o<br />

t<strong>em</strong>po do tratamento.<br />

Fig. 4 ,5 e 6<br />

34


Fig. 7, 8 e 9<br />

Fig 4-5- Paciente RLT, 43 anos. Foto inicial e tomografia mostrando fratura <strong>na</strong> unidade 21.Indicado exodontia<br />

com implante imediato. Verificar a Deiscência da tábua óssea vestibular e presença de fístula. Foi realizado<br />

implante imediato, hexágono externo, plataforma regular e preenchimento do Gap com fragmento ósseo<br />

autógeno r<strong>em</strong>ovido da tuberosidade.<br />

Fig 6 e 7 - 04 meses depois: Condicio<strong>na</strong>mento gengival evidenciado após r<strong>em</strong>oção da prótese adesiva feita com<br />

dente de estoque e do “tap”do implante. Observar manutenção das papilas e do contorno gengival vestibular,<br />

b<strong>em</strong> como saúde do periodonto. Perfil gengival obtido pela utilização de adesiva re<strong>em</strong>basada com a técnica da<br />

pressão gradual<br />

Foto 8 e 9 – 05 meses após o implante – Condicio<strong>na</strong>mento obtido com provisório sobreimplante parafusado.<br />

(Arquivo particular do autor)<br />

Fig 10 Fig 11<br />

Fig 12 Fig 13<br />

35


Fig14 Fig 15<br />

Fig 16<br />

Fig.10 a 16- Seqüência clínica de reabilitação <strong>estética</strong> envolvendo implante e prótese convencio<strong>na</strong>l (facetas<br />

lami<strong>na</strong>das).Perfil gengival obtido pela utilização do re<strong>em</strong>basamento progressivo do provisório .(Arquivo<br />

particular do autor)<br />

2.3 - RECURSOS PROTÉTICOS – PILARES ESTÉTICOS<br />

Muitos probl<strong>em</strong>as estéticos, relacio<strong>na</strong>dos à reabilitação da região anterior com<br />

implantes, têm sido solucio<strong>na</strong>dos por meio da utilização de pilares cerâmicos, especialmente<br />

desenvolvidos para esse fim.<br />

Alguns fatores, relacio<strong>na</strong>dos aos implantes estéticos, estão intimamente ligados aos<br />

pilares ou intermediários que, ao longo do t<strong>em</strong>po, sofreram grandes transformações, buscando<br />

soluções <strong>estética</strong>s adequadas.<br />

Os pilares metálicos ganharam popularidade após a introdução do pilar Ucla que<br />

permite a individualização através de fundição, suportando prótese cimentada ou parafusada.<br />

Para Yildirim et al (2000) ,<strong>em</strong> alguns casos, a correta seleção de um pilar de titânio e<br />

sua individualização permite a obtenção de uma restauração com perfil de <strong>em</strong>ergência e<br />

<strong>estética</strong> aceitável. Porém, <strong>em</strong> casos com marg<strong>em</strong> de gengiva livre muito fi<strong>na</strong>, corre-se o risco<br />

da região cervical ficar com um halo escuro visível devido à cor metálica do pilar impedindo<br />

a difusão e reflexão da luz.<br />

36


A necessidade <strong>estética</strong> e o desejo de não se ter estruturas metálicas são fatores que<br />

enfatizaram a importância dos sist<strong>em</strong>as cerâmicos. Componentes cerâmicos têm sido<br />

introduzidos por muitos fabricantes, proporcio<strong>na</strong>ndo pilares mais estéticos que os metálicos.<br />

Os tipos disponíveis são: Alumi<strong>na</strong>, Alumi<strong>na</strong>/Zircônia e Zircônia. Esses pilares<br />

pod<strong>em</strong> ser classificados <strong>em</strong>: pré-fabricados, perso<strong>na</strong>lizáveis e perso<strong>na</strong>lizados.<br />

Segundo Kurbad (2010) , os fatores críticos de sucesso das restaurações<br />

sobreimplantes <strong>em</strong> zo<strong>na</strong>s <strong>estética</strong>s, estão resumidas <strong>em</strong>:<br />

alta biocompatibilidade dos materiais utilizados;<br />

Perfil de <strong>em</strong>ergência adequado;<br />

Conexões parafusadas <strong>em</strong> locais de difícil acesso entre o dente e o pilar;<br />

Coloração do dente;<br />

Transmissão de luz <strong>em</strong> áreas subgengivais.<br />

A fim de manter o tecido ao redor do implante livre de inflamação, os materiais<br />

utilizados nos componentes intermediários dev<strong>em</strong> ter excelente biocompatibilidade. O óxido<br />

de zircônio satisfaz ple<strong>na</strong>mente este requisito. Além disso, este material exibe as forças<br />

necessárias para resistir às cargas mecânicas elevadas.<br />

O primeiro pilar cerâmico consistia de cerâmica de Óxido de Alumínio densamente<br />

sinterizado e estava disponível <strong>em</strong> ape<strong>na</strong>s um formato, o qual requeria preparo para a<br />

individualização. Esses pilares de Alumi<strong>na</strong>, desenvolvidos a princípio pela Nobel Biocare,<br />

com o nome de Ceradapt, foram introduzidos <strong>em</strong> 1993, para ser<strong>em</strong> utilizados <strong>em</strong> restaurações<br />

unitárias e próteses parciais fixas, Wohlwend (1997). Posteriormente, outros materiais<br />

cerâmicos foram introduzidos como: Cerâmica baseada <strong>em</strong> Alumi<strong>na</strong>/Zircônia infiltrada por<br />

vidro e Óxido de Zircônio estabilizado com Ítrio (YTZP)-Boudrias (2001)<br />

Os pilares de Alumi<strong>na</strong> são fabricados com Óxido de Alumínio densamente<br />

sinterizado. Atualmente, eles são fabricados, torneados e, posteriormente, sinterizados. A<br />

Alumi<strong>na</strong> normalmente contém a fase vítrea nos limites entre os grãos cristalinos, o que pode<br />

facilitar a r<strong>em</strong>oção, ou seja, o preparo por desgaste do material. O pilar de Alumi<strong>na</strong>, devido a<br />

sua baixa resistência, é contra-indicado quando a altura for menor que 7 mm e a espessura das<br />

paredes axiais for menor que 0,7 mm -.Boudrias (2001).<br />

Para Andersson et al (2001) num estudo prospectivo de 3 anos, nos pilares de<br />

Alumi<strong>na</strong>, uma redução excessiva para corrigir sua angulação pode causar um<br />

enfraquecimento das paredes axiais do pilar. O ângulo criado entre o implante e a superfície<br />

vestibular do pilar cerâmico deve ser abaixo de 30º, a fim de se evitar um excessivo desgaste<br />

37


das paredes e a fratura do pilar. Clínica e proteticamente exist<strong>em</strong> alguma dificuldade de se<br />

poder determi<strong>na</strong>r o quanto pode ser desgastado durante o preparo, s<strong>em</strong> prejudicar as<br />

propriedades mecânicas destes pilares.<br />

Os pilares de Zircônia possu<strong>em</strong> características diferentes. As excelentes propriedades<br />

físicas do Óxido de Zircônia permit<strong>em</strong> a possibilidade de se individualizar um pilar, por meio<br />

do desgaste, s<strong>em</strong> ter que respeitar um tamanho mínimo, permitindo, assim, a confecção de<br />

restaurações mais <strong>estética</strong>s. A Zircônia é uma cerâmica polimorfa que possui três estruturas<br />

cristali<strong>na</strong>s: monoclínica, cúbica e tetrago<strong>na</strong>l. A Zircônia pura t<strong>em</strong> a estrutura monoclínica <strong>na</strong><br />

t<strong>em</strong>peratura ambiente e é estável até 1.170ºC. Entre esta t<strong>em</strong>peratura e 2.370ºC, ela se<br />

transforma <strong>em</strong> Zircônia tetrago<strong>na</strong>l, e, acima de 2.370ºC, <strong>em</strong> Zircônia cúbica. Após o<br />

processamento, durante o resfriamento, a tetrago<strong>na</strong>l se transforma <strong>em</strong> monoclínica a uma<br />

t<strong>em</strong>peratura de 970ºC, aproximadamente. Esta fase de transformação está associada a 3% a<br />

4% de expansão volumétrica. O Ítrio é adicio<strong>na</strong>do a Zircônia para estabilização, então, a<br />

forma tetrago<strong>na</strong>l pode existir <strong>na</strong> t<strong>em</strong>peratura ambiente após a sinterização. O preparo do pilar<br />

de Zircônia provoca, <strong>na</strong> superfície, uma transformação da fase tetrago<strong>na</strong>l para monoclínica. A<br />

expansão volumétrica resultante dessa transformação causa uma tensão compressiva de<br />

selamento das fissuras. Por isso é que o pilar de Zircônia exibe maior te<strong>na</strong>cidade à fratura e<br />

resistência quando comparado com as cerâmicas vítrias e infiltradas convencio<strong>na</strong>is. Estes<br />

aspectos são confirmados por outros autores como Piconi (1999) e Kosmac(2000). Por outro<br />

lado, um preparo i<strong>na</strong>dequado e severo pode introduzir falhas profundas que pod<strong>em</strong> atuar<br />

como concentradores de tensão, causando redução dos valores de resistência.<br />

Os tecidos, as estruturas protéticas e o meio bucal têm um papel fundamental <strong>na</strong><br />

obtenção e manutenção da osseointegração dos implantes dentais. O acúmulo do biofilme t<strong>em</strong><br />

sido considerado como uma das principais causas de falhas nos implantes. Bactérias<br />

a<strong>na</strong>eróbicas e gram-negativas têm sido observadas com freqüência associadas a<br />

periimplantite, como afirma Quirynen et al (2002).<br />

‘ Outro fator de grande importância é a composição do pilar intermediário que parece<br />

influenciar bastante <strong>na</strong> formação e aderência epitelial <strong>na</strong> região onde o pilar se conecta com o<br />

implante. Num estudo realizado com cães Abrahamsson, <strong>em</strong> 1998, foi verificado que os<br />

pilares cerâmicos de Alumi<strong>na</strong> permit<strong>em</strong> a formação e aderência de tecido epitelial e<br />

conjuntivo <strong>em</strong> torno de 1,5 a 2,0 mm de altura entre o nível ósseo e a mucosa periimplantar. A<br />

camada de superfície das cerâmicas é quimicamente estável, resistente á corrosão e, portanto,<br />

permite que as células se desenvolvam sobre ela.<br />

38


Segundo o autor, a Zircônia é um material propício para a fabricação de pilares para<br />

implantes com um baixo potencial de colonização bacteria<strong>na</strong>. O titânio comercialmente puro é<br />

biocompatível, porém, no momento, discute-se a importância da utilização de pilares que<br />

possam minimizar os processos inflamatórios, favorecer a aderência epitelial e proporcio<strong>na</strong>r<br />

<strong>estética</strong>.<br />

As estruturas perso<strong>na</strong>lizadas sobre implantes têm ganhado um amplo segmento da<br />

reconstrução protética <strong>na</strong> implantodontia. Desde a construção de pilares individuais até<br />

estruturas parciais e totais <strong>em</strong> titânio e zircônio, principalmente. Agora, de maneira<br />

incontestável, os estudos que comparam esses tipos de estrutura têm mostrado que as<br />

estruturas fabricadas <strong>em</strong> tornos especiais para fresar titânio são muito mais precisas do que as<br />

estruturas fabricadas pelas técnicas convencio<strong>na</strong>is da cera perdida, como confer<strong>em</strong> os estudos<br />

de Riedy (1997). Os pilares perso<strong>na</strong>lizados confeccio<strong>na</strong>dos <strong>em</strong> titânio têm sido usados e<br />

testados largamente durante a última década porém, <strong>na</strong> atualidade, o uso dos pilares estéticos<br />

está aumentando e são, principalmente, insuperáveis nos casos de fibromucosa fi<strong>na</strong>, <strong>em</strong> que a<br />

cor do metal apareceria por transparência, assim como, pela sua biocompatibilidade e<br />

estabilidade <strong>em</strong> longo prazo.<br />

Na atualidade, o dióxido de zircônio estabilizado por ítrio é o material mais usado<br />

para a fabricação dos pilares estéticos por ter maior resistência a fraturas (o dobro do óxido de<br />

alumínio), alta biocompatibilidade e boa <strong>estética</strong>. A obtenção do perfil <strong>em</strong>ergente<br />

perso<strong>na</strong>lizado, com grandes variações de forma, altura da mucosa e melhoramento do<br />

alinhamento dos pilares, aperfeiçoa o resultado estético dos implantes no segmento anterior da<br />

boca.Os pilares perso<strong>na</strong>lizados estéticos pod<strong>em</strong> ser restaurados de duas maneiras diferentes,<br />

seja pela aplicação direta da porcela<strong>na</strong> sobre o pilar (coroa parafusada) ou por meio da<br />

fabricação de uma coroa livre de metal que será posteriormente cimentada sobre o pilar<br />

perso<strong>na</strong>lizado.<br />

39


Fig.17 a 22 – Seqüência clínica do Caso da paciente R.L.T.. Utilização de intermediário fresado <strong>em</strong> zircônia pelo<br />

sist<strong>em</strong>a CAD CAM NEOSHAPE – Neodente e aplicação de cerâmica. Aspecto inicial e fi<strong>na</strong>l do sorriso da<br />

paciente. .<br />

3. CASO CLÍNICO – ENXERTO CONJUNTIVO SUBEPITELIAL<br />

Paciente V.A, melanoderma, 23 anos, apresentou-se no ambulatório do curso de<br />

Implantodontia do IFAP, com queixa de insatisfação com a <strong>estética</strong> de 2 implantes instalados<br />

<strong>na</strong>s regiões dos dentes 12 e 22, ausentes por agenesia. Os implantes estavam com excelente<br />

integração, b<strong>em</strong> posicio<strong>na</strong>dos no arco, porém apresentavam coloração de gengiva escurecida<br />

40


<strong>na</strong> <strong>em</strong>ergência do componente protético, provocado por transparência do tecido gengival,<br />

além de uma bolsa esbranquiçada, de aspecto granuloso, subgengival, sobre a região<br />

vestibular da unidade 22, devido fundamentalmente ã ausência de mucosa queratinizada,<br />

podendo ser observada ausência de tecido queratinizado nessa região. Ao exame clínico e<br />

radiográfico ficou claro que a bolsa era um depósito residual encapsulado de material de<br />

enxertia (hidroxiapatita), utilizada para preenchimento de exposição de espiras <strong>na</strong> instalação<br />

do implante. Além disso, as coroas metalocerâmicas cimentadas apresentavam coloração<br />

i<strong>na</strong>dequada, com aparência opaca e sobrecontorno vestibular.<br />

Foi planejado para a paciente, a r<strong>em</strong>oção das coroas metalocerâmicas, com instalação<br />

de provisórios; cirurgia de enxerto conjuntivo subepitelial r<strong>em</strong>ovido do palato utilizando a<br />

técnica de Langer & Langer (1985) ,com algumas adaptações como conservação de papilas e<br />

s<strong>em</strong> a utilização de incisões relaxantes, além da substituição das coroas e dos intermediários<br />

tipo pilar preparável por pilar fresado <strong>em</strong> zircônia (SISTEMA NEOSHAPE- 3M) e coroa <strong>em</strong><br />

cerâmica pura.<br />

Fig 23. Foto inicial. Pod<strong>em</strong>os notar a presença de encapsulamento de hidroxiapatita <strong>na</strong> região superior da<br />

gengiva da unidade 22, e recessão gengival, já disfarçada pelo provisório com cervical evidente, simulando a<br />

região c<strong>em</strong>ento-esmalte de um dente <strong>na</strong>tural.. Observar periodonto fino (fenótipo gengival tipo A) e ausência de<br />

mucosa queratinizada.<br />

Fig 24. Incisão e obtenção de retalho parcial (dividido) , com preservação das papilas e s<strong>em</strong> relaxantes. Observar<br />

a divisão do retalho mucoperiosteal.<br />

41


Fig 25. Leito doador - :Retalho tipo “alçapão” para r<strong>em</strong>oção do tecido conjuntivo, s<strong>em</strong> epitélio.<br />

Fig 26. Fragmento de tecido conjuntivo colocado no “envelope” do leito receptor. Fixação do enxerto com<br />

suturas e desepitelização das papilas. Observar manutenção do contorno gengival e das papilas.<br />

Fig 27. Sutura suspensória com manutenção das papilas, usando fio reabsorvível Vicryl R . Notar a integridade do<br />

tecido gengival r<strong>em</strong>anescente.<br />

42


Fig. 28. Região enxertada após 06 meses .Observar saúde dos tecidos periodontais e ausência de cicatrizes <strong>na</strong><br />

região .<br />

Fig 29 – Prova dos pilares <strong>em</strong> zircônia – 3M – Neodent<br />

Fig. 30 – Foto fi<strong>na</strong>l após instalação de coroas cerâmicas e procedimentos clínicos restauradores.<br />

43


Fig.31 – Sorriso da paciente, evidenciando recuperação dos padrões estéticos inicialmente citados no protocolo<br />

estético (Quadro 01 – Adaptado de Schellack -2005): Linha media<strong>na</strong>, linha do lábio, nível gengival, simetria<br />

bilateral, zênite gengival, proporção e forma, cor, textura, enfim, todos os parâmetros de um sorriso considerado<br />

“perfeito”.<br />

4. DISCUSSÃO<br />

A Odontologia Moder<strong>na</strong> t<strong>em</strong> buscado a devolução do el<strong>em</strong>ento dentário perdido, o<br />

restabelecimento estético, funcio<strong>na</strong>l e fonético. A utilização dos implantes dentários como<br />

artifício para o restabelecimento dessas funções, já faz parte do cotidiano dos consultórios e<br />

clínicas dentárias por todo mundo, e v<strong>em</strong> crescendo a cada dia. Essa aplicação se consolidou<br />

através de estudos e do desenvolvimento de técnicas que evolu<strong>em</strong> constant<strong>em</strong>ente.<br />

Alguns aspectos dev<strong>em</strong> ser considerados no restabelecimento da <strong>estética</strong> <strong>em</strong><br />

reconstruções <strong>em</strong> maxila anterior com implantes.<br />

Sethi (2009) criou um protocolo para análise e planejamento dos implantes <strong>na</strong>s regiões<br />

<strong>estética</strong>s. Esses parâmetros vão desde a observação dos detalhes a<strong>na</strong>tômicos do sorriso (linhas<br />

verticais, lábios, zênite, etc) até o planejamento cirúrgico e fi<strong>na</strong>lização com planejamento<br />

protético restaurador. É um método completo pois cont<strong>em</strong>pla as diferenças raciais, culturais e<br />

características individuais de cada paciente no planejamento e execução do processo<br />

reabilitador, o que é corroborado pelo estudos de Belser (1995) , Tarnow & Eskow (1995) ,<br />

Joly (2007), Salama (2007), cada um destes estabelecendo parâmetros de avaliação e<br />

planejamento dos implantes estéticos.<br />

44


Nesse sentido, os trabalhos apresentados por Salama et al. (1997) (compl<strong>em</strong>entados<br />

posteriormente pelos mesmos autores), e as publicações de Saadoun e Le Gall (1999), e Sethi<br />

(2009) tor<strong>na</strong>m-se instrumentos valiosíssimos para o clínico, <strong>na</strong> medida <strong>em</strong> que proporcio<strong>na</strong>m<br />

um guia de conduta para a obtenção de resultados estéticos cada vez mais satisfatórios,<br />

principalmente <strong>em</strong> relação à obtenção de uma papila gengival que seja esteticamente<br />

adequada. Mais que isso, a publicação de Salama et al. (1997). fornece verdadeiros<br />

instrumentos para o diagnóstico e, mais ainda, prognósticos quanto ao sucesso estético das<br />

reabilitações protéticas que sejam realizadas.<br />

A reabilitação dentária, através de implantes osseointegrados, envolve a combi<strong>na</strong>ção<br />

entre as fases cirúrgica e protética. Dentro do planejamento prévio ao procedimento cirúrgico<br />

é importante determi<strong>na</strong>r a posição da restauração fi<strong>na</strong>l para que se faça um trabalho no sentido<br />

contrário, ou seja, o planejamento reverso, determi<strong>na</strong>ndo a posição do implante através da<br />

forma fi<strong>na</strong>l da prótese, como afirma Tarnow & Eskow (1995) e Salama (2007)<br />

As estruturas que estão <strong>em</strong> íntimo relacio<strong>na</strong>mento com a mucosa periimplantar, a<br />

posição do implante, o tipo de sorriso, a topografia óssea do espaço edêntulo, dentes<br />

r<strong>em</strong>anescentes adjacentes, antagonista, previsão do tipo de restauração a ser utilizada, e acima<br />

de tudo a saúde das estruturas que circundam o dente que será reposto sobre o implante, são<br />

fatores de extr<strong>em</strong>a importância para o sucesso das restaurações protéticas, como observado<br />

por, Saadoun (1999) ,Buser (2000), Joly (2004).<br />

Nos casos descritos neste trabalho pud<strong>em</strong>os verificar a importância do planejamento<br />

prévio, considerando-se os aspectos individuais de cada caso a fim de evitar probl<strong>em</strong>as<br />

estéticos e funcio<strong>na</strong>is. Observar principalmente a quantidade óssea e a qualidade e o fenótipo<br />

periodontal é de fundamental importância para se obter sucesso <strong>na</strong>s restaurações <strong>estética</strong>s<br />

sobreimplantes. Além disso, prevê o momento certo de intervir preventivamente, evitando-se<br />

assim cirurgias corretivas.<br />

A reabilitação <strong>estética</strong> requer um adequado volume ósseo para suportar o implante<br />

como enfatiza Touati (1999) e Tripplet & Schow (1998) e a harmonia de tecidos moles, para<br />

esculpir o perfil protético, como afirma El Askary (2004), Salama (2007).<br />

Um dos pré-requisitos básicos para a instalação de implantes osseointegrados <strong>em</strong><br />

posição proteticamente favorável é a presença de quantidade de osso suficiente no rebordo<br />

alveolar para conferir ao implante estabilidade inicial. Motivos comuns para perda<br />

significante de quantidade óssea são: a necessidade de alveolectomias durante as exodontias,<br />

a presença de processos patológicos periodontais e/ou fraturas radiculares por longo período.<br />

Num dos casos ilustrados (paciente RLT), observamos que a perda da parede vestibular da<br />

45


unidade 21 poderia comprometer a <strong>estética</strong> por causa do colapso dos tecidos moles <strong>na</strong> área,<br />

s<strong>em</strong> osso suficiente para criar um arcabouço e manter o contorno gengival, causando provável<br />

recessão. Desta forma optamos por inserir no momento da implantação imediata, um<br />

fragmento de osso autógeno, r<strong>em</strong>ovido da tuberosidade vestibular, s<strong>em</strong> levantamento de<br />

retalho, criando assim condições de manutenção da arquitetura gengival, como preconiza<br />

Ramfjord e Costich (1968), Grumder et al (1996), Anson(2002), Araújo & Lindhe (2005),<br />

Salama (2007).<br />

Seibert (1991) e Salama (1997) relataram que para cada tipo de defeito alveolar (Classe<br />

I, II e III) existe uma técnica indicada para corrigir suas irregularidades. Lewis (1995) revisou<br />

as alter<strong>na</strong>tivas de componentes <strong>protéticos</strong> para restaurações unitárias anteriores sob uma<br />

perspectiva <strong>estética</strong>, e concluíram que várias técnicas pod<strong>em</strong> ser utilizadas, mas, apesar da<br />

evolução dos componentes e das técnicas protéticas, as chaves para o sucesso da restauração<br />

fi<strong>na</strong>l são a colocação apropriada do implante e o correto manuseio dos tecidos moles. E<br />

concluíram que nenhum componente protético pode corrigir totalmente as deficiências nestes<br />

dois fatores, o que pôde ser evidenciado nos casos apresentados neste trabalho. Caso não<br />

houvesse intervenção nos tecidos moles, a <strong>estética</strong> ficaria comprometida, pois mesmo que<br />

usáss<strong>em</strong>os um componente protético estético, iríamos ter uma coroa com contorno alongado,<br />

o que iria comprometer a harmonia do sorriso.<br />

Resultados estéticos excelentes, menor recessão gengival, controle de biofilme e a<br />

proteção contra agressão bacteria<strong>na</strong> são alguns dos benefícios obtidos a partir de uma<br />

quantidade favorável de tecido queratinizado envolvendo os implantes e sua conexão<br />

protética. O sucesso dos implantes depende da aderência dos tecidos conjuntivo e epitelial à<br />

superfície do titânio, promovendo um selamento de tecido mucoso que isola o osso do meio<br />

oral e da agressão bacteria<strong>na</strong>. Embora o tecido mais espesso não seja menos vulnerável à<br />

inflamação, é menos provável que sofra recessão. Em pacientes de perfil gengival fino ou<br />

festo<strong>na</strong>do, a implicação é maior e a necessidade de abordag<strong>em</strong> compl<strong>em</strong>entar ao<br />

procedimento implantar é de suma importância para obtenção da <strong>estética</strong> requerida. Embora a<br />

presença de mucosa ceratinizada ao redor dos implantes não seja necessária para<br />

determi<strong>na</strong>ção e manutenção da osseointegração <strong>em</strong> longo prazo, a presença desta parece ser<br />

pré-requisito para o estabelecimento e manutenção da <strong>estética</strong>, dificultando a colonização<br />

bacteria<strong>na</strong>,mantendo a saúde gengival e consequent<strong>em</strong>ente a longevidade do implante. Além<br />

disso, a presença de uma faixa de gengiva adequada contribui <strong>na</strong> formação da arquitetura<br />

gengival, reconstrução do arco côncavo e aspecto saudável da região reabilitada, com faixa de<br />

gengiva queratinizada maior que 2 mm, como afirma Gomes (2002) e Rosenquist (1997).<br />

46


Como observamos no caso da paciente V.A. o perfil gengival fino e pouca queratinização<br />

determinou a necessidade de intervenção nos tecidos gengivais.<br />

Salama et al., (1997) citaram que os componentes de um perfil estético compreend<strong>em</strong><br />

tecido ósseo, tecido gengival e restauração protética <strong>em</strong> relação harmônica com a dentição<br />

adjacente. A interdependência destes três requisitos e a sist<strong>em</strong>ática necessidade de<br />

reconstrução de deficiências da tríade, não pod<strong>em</strong> ser subestimadas se resultados estéticos<br />

almejam ser atingidos com consistência.A maioria dos autores citados corroboram com esta<br />

afirmação e nós constatamos pelos casos apresentados a importância desta tríade <strong>na</strong> obtenção<br />

da <strong>estética</strong> perfeita.<br />

Entender as conseqüências da manipulação do tecido mucoso é vital quando se<br />

considera a <strong>estética</strong>. Deve-se ter cuidado para não alterar a arquitetura gengival quando a<br />

preservação de fatores ligados à <strong>estética</strong> do tecido mucoso for imperativa. No caso da paciente<br />

V.A. por nós apresentado, a utilização da Técnica de Langer e Langer Modificada,<br />

possibilitou a manutenção das papilas, da arquitetura gengival, além de manter a coloração da<br />

gengiva vestibular, s<strong>em</strong> evidencia de cicatrizes.<br />

Um dos fatores primordiais para a reconstrução <strong>estética</strong> é a manutenção das papilas<br />

como afirma Tarnow (2000). Para obtenção das papilas interimplantares ou entre dente-<br />

implante, deve-se respeitar os limites estabelecidos por Tarnow de 2 mm entre implante/dente<br />

e 3 mm entre implante/implante, o que é corroborado por Joly (2007) e Salama (2007).<br />

Além disso, estabeleceu a distância ótima de 4,0 a 5,0 mm entre a crista óssea e o ponto<br />

de contato do dente para obtenção das papilas (IHB) , com excelente prognóstico (classe 1),<br />

IHB de 6 a 7 mm como reservado (classe 2) e maior que 7mm (classe 3) como desfavorável<br />

Esta análise é indicada como padrão por Salama (2007) e El Askary (2004).<br />

Pod<strong>em</strong>os afirmar que, desde a publicação de Tarnow et al.<strong>em</strong> 1992, que mostrou a íntima<br />

relação da distância da crista óssea até o ponto de contato com a presença ou ausência da<br />

papila gengival interproximal, parece haver um consenso entre todos os autores que<br />

pesquisam nessa linha.<br />

Nos casos apresentados, apesar da pouca quantidade óssea disponível, conseguimos<br />

respeitar estes limites, graças ao planejamento no caso da paciente RLT, amparado pelos<br />

dados tomográficos e pelas próteses provisórias re<strong>em</strong>basadas corretamente.<br />

Caso o aumento da espessura tecidual não seja requerido, a reabertura do implante deve<br />

ser efetuada de forma mais conservadora, s<strong>em</strong> a elevação de retalho, com incisões peque<strong>na</strong>s,<br />

menos invasivas, s<strong>em</strong> comprometimento de papilas e apoiadas <strong>na</strong> crista palati<strong>na</strong>, de forma que<br />

a faixa de tecido vestibular seja preservada. Quando defeitos de tecido mucoso são<br />

47


observados, estes pod<strong>em</strong> ser corrigidos com técnicas de cirurgia plástica mucogengival<br />

preferencialmente antes da cirurgia de instalação do implante ou no mesmo t<strong>em</strong>po cirúrgico<br />

da instalação do implante. Desta forma, se ainda for necessária alguma peque<strong>na</strong> correção do<br />

tecido mucoso perimplantar, esta poderá ser realizada <strong>na</strong> cirurgia de segundo estágio<br />

aproveitando-se o ganho tecidual anteriormente obtido.<br />

Reconstrução <strong>estética</strong> com enxertos simples refere-se a procedimentos pouco<br />

invasivos para aumentar a quantidade e harmonizar a <strong>estética</strong> de tecidos moles e próteses;<br />

nesses casos a aplicação de implantes ocorre s<strong>em</strong> prejuízo ósseo e o enxerto pode ser<br />

colocado no mesmo momento da implantação. Edel (1974) preconizou a utilização dos<br />

enxertos conjuntivos somente com o objetivo de ganho de tecido queratinizado. A indicação<br />

recai ao fato de se obter mais <strong>estética</strong> no resultado fi<strong>na</strong>l <strong>em</strong> comparação com os enxertos de<br />

epitélio-conjuntivo. Indicar três sítios de r<strong>em</strong>oção do enxerto: o palato, a tuberosidade ou a<br />

crista edêntula e o tecido obtido por meio da diminuição de espessura de um retalho palatino.<br />

No caso da paciente V.A optamos por enxerto conjuntivo subepitelial, pois a mesma<br />

possui a linha do sorriso alta, com exposição gengival e gengiva pigmentada com manchas<br />

escurecidas, o que dificulta a instalação de enxerto gengival livre , pois a coloração da área<br />

doadora (palato) é incompatível com a área receptora. Desta forma, foi utilizada uma faixa de<br />

tecido conjuntivo subepitelial, preservando-se a mucosa superficial queratinizada da região<br />

receptora. Obtiv<strong>em</strong>os assim, o volume necessário s<strong>em</strong> comprometimento da aparência<br />

<strong>estética</strong>.<br />

O sucesso estético t<strong>em</strong> sido mais valorizado <strong>na</strong> atualidade por nossos pacientes<br />

do que o funcio<strong>na</strong>l <strong>em</strong> reabilitações com implantes, pod<strong>em</strong>os verificar isso no caso da<br />

paciente V.A.,pois a única queixa da paciente era a <strong>estética</strong> o que gerava até um<br />

comprometimento social, já que a mesma desenvolveu um comportamento introspectivo,<br />

evitando sorrir, então a conversão de um fenótipo gengival tipo A(fino) <strong>em</strong> tipo B (espesso) é<br />

chave para sucesso da terapia com implantes, como afirmado por Joly et al. (2007),<br />

Stimmelmayr et al. (2010), s<strong>em</strong> que se esqueça a importância dos aspectos funcio<strong>na</strong>is.<br />

Em relação à coloração do enxerto, Rosen & Reynolds (2001) , apresentam o<br />

inconveniente da diferença de coloração entre enxertos retirados do palato <strong>em</strong> que se mantém<br />

o tecido epitelial , o que pud<strong>em</strong>os atestar <strong>em</strong> relação ao caso apresentado. Neste sentido, El<br />

Askary (2004) diz que os enxertos ape<strong>na</strong>s de tecido conjuntivo são usados para procedimentos<br />

de aumento de rebordo <strong>em</strong> áreas <strong>estética</strong>s, enquanto os enxertos compostos pod<strong>em</strong> ser usados<br />

no tratamento de descoloração ou tatuag<strong>em</strong> da mucosa ao redor de implantes dentários. Esta<br />

48


afirmação é corroborada por Peredo-Paz (2007), Pelegrini et al (2006), Kan et al (2005)<br />

,Caffese et al (2002), Lindhe et al (2005), Jovanovic (2005).<br />

Covani et al (2004) a<strong>na</strong>lisaram as técnicas cirúrgicas para a colocação de implantes s<strong>em</strong><br />

retalho e concluíram que a mesma apresenta vantagens e desvantagens. Algumas vantagens da<br />

técnica seriam o menor t<strong>em</strong>po cirúrgico, mínimo sangramento, menor desconforto pós-<br />

operatório e a não necessidade de realizar e r<strong>em</strong>over a sutura, além do benefício do não<br />

descolamento do periósteo, minimizando a reabsorção dos tecidos margi<strong>na</strong>is ao redor dos<br />

implantes, especificamente papilas e marg<strong>em</strong> vestibular. As desvantagens são a necessidade<br />

de uma precisa avaliação e seleção do caso através de tomografia e prototipag<strong>em</strong> rápida,<br />

maior custo, indicação limitada, além da necessidade de experiência do profissio<strong>na</strong>l com a<br />

técnica.<br />

Ramfjord & Costich, (1968) a<strong>na</strong>lisaram que, devido ao avanço tecnológico é possível<br />

a realização de cirurgias de colocação do implante s<strong>em</strong> o levantamento do retalho. Após<br />

qualquer cirurgia com levantamento do retalho é esperada uma reabsorção pós-operatória<br />

durante a fase inicial de cicatrização no osso alveolar. Isto se deve à reabsorção óssea sob o<br />

periósteo após o seu descolamento induzido pela reação inflamatória e pelo rompimento do<br />

feixe vascular. Esta idéia é corroborada por Covani et Al., que afirma ainda que após<br />

observação de 6 meses de implantes instalados s<strong>em</strong> elevação de retalhos, houve ape<strong>na</strong>s 0,5<br />

mm de perda óssea ao redor dos implantes, enquanto com elevação do periósteo esta perda<br />

fica <strong>em</strong> torno de 1,5 mm.<br />

No caso da paciente RLT, a preservação do alvéolo intacto e colocação imediata do<br />

implante s<strong>em</strong> levantamento de retalho foram de supr<strong>em</strong>a importância, pois minimizou a<br />

reabsorção óssea vestibular de uma área já comprometida pela perda óssea anterior, o que<br />

corrobora os estudos de Anson (2002) . . A tomografia foi realmente um grande diferencial,<br />

uma vez que nos deu possibilidade de planejar a posição tridimensio<strong>na</strong>l do implante, optar<br />

pelo enxerto ósseo autógeno simultâneo e pela utilização da técnica do “approach’’ palatino<br />

para estabilizar o implante.<br />

Kan & Rungcharassaeng, (2003) relataram que a maioria das pessoas apresenta uma<br />

forma periodontal espessa e pla<strong>na</strong>, enquanto que ape<strong>na</strong>s 15% têm a precária, fi<strong>na</strong> e festo<strong>na</strong>da,<br />

mais propensa à recessão gengival. Esta é uma complicação muito comum para obtenção de<br />

uma <strong>estética</strong> gengival <strong>em</strong> implantes anteriores unitários, o que pode ser observado no perfil da<br />

paciente V.A.<br />

Chen et Al. (2007) afirmaram que o uso de m<strong>em</strong>bra<strong>na</strong>s é b<strong>em</strong> indicado nos casos <strong>em</strong><br />

que a parede vestibular é fi<strong>na</strong> ou <strong>na</strong> presença de deiscências ósseas , visando a manutenção da<br />

49


arquitetura do enxerto , b<strong>em</strong> como do periósteo. Pud<strong>em</strong>os atestar isso no caso da paciente<br />

V.A., onde a utilização da m<strong>em</strong>bra<strong>na</strong> seria b<strong>em</strong> indicada, minimizando o colapso da gengiva e<br />

a formação da bolsa de material não reabsorvido.<br />

Caffese et al., (2002) relataram que, procedimentos para melhoria das condições<br />

gengivais inclu<strong>em</strong>: enxertos livres, enxertos de tecido conjuntivo subeptelial e retalhos<br />

pediculados de diferentes formas (posicio<strong>na</strong>dos lateralmente, coro<strong>na</strong>lmente etc). Pelegrini e<br />

Costa, (2006) <strong>em</strong> uma revisão de literatura e dentro de uma técnica cirúrgica precisa, concluiu<br />

que, fica claro que o enxerto conjuntivo, quando b<strong>em</strong> planejado e indicado, alcança altos<br />

índices de sucesso, sendo capaz de devolver ao paciente uma <strong>estética</strong> desejada, b<strong>em</strong> como a<br />

inserção à sociedade com alto grau de satisfação. Pud<strong>em</strong>os comprovar este aspecto pelo<br />

resultado fi<strong>na</strong>l da paciente V. A, onde observamos uma mudança de comportamento da<br />

paciente após fi<strong>na</strong>lização do caso, partindo de um incr<strong>em</strong>ento <strong>na</strong> sua auto-estima e do<br />

relacio<strong>na</strong>mento interpessoal.<br />

Be<strong>na</strong>nni & Baudoin, (2002) afirmaram que a gengiva queratinizada, além de valorizar a<br />

integração <strong>estética</strong>, condicio<strong>na</strong> o perfil de <strong>em</strong>ergência, funcio<strong>na</strong> como barreira contra a<br />

inflamação, melhora a segurança do tecido gengival, estabiliza a gengiva margi<strong>na</strong>l, resiste às<br />

agressões mecânicas, facilita o controle de placa pelo paciente, tor<strong>na</strong> a manutenção profilática<br />

fácil para o profissio<strong>na</strong>l, facilita a confecção de moldes, mascara a peça de conexão e<br />

participa do espaço de transição implante-prótese.<br />

A colocação de uma restauração t<strong>em</strong>porária pode promover um resultado estético mais<br />

favorável, seguindo os princípios básicos de prótese sobre implantes mediante a cicatrização e<br />

maturação dos tecidos moles, guiadas pela restauração provisória. T<strong>em</strong>-se o favorecimento da<br />

formação de papilas e da manutenção da arquitetura gengival e óssea favorecendo a formação<br />

de um perfil de <strong>em</strong>ergência adequado.<br />

Touati et al., (1999) citaram que tratamentos estéticos requer<strong>em</strong> um adequado volume<br />

ósseo para suportar o implante osseointegrável e a harmonia de tecidos moles, esculpindo o<br />

perfil protético.<br />

Pegoraro (2002), indica além de outras técnicas como a escarificação (<strong>em</strong> desuso pelo<br />

incômodo que traz pois expõe tecido conjuntivo), a pressão gradual da gengiva que circunda o<br />

implante a fim de criar papilas e contorno gengival, delimitando um perfil de <strong>em</strong>ergência<br />

adequado. Prevê que deve-se seguir princípios biológicos adequados, s<strong>em</strong>elhantes à prótese<br />

definitiva, com pônticos convexos (<strong>em</strong> formato de projétil), recebendo incr<strong>em</strong>ento gradual de<br />

1mm de resi<strong>na</strong> acrílica ou composta , altamente polida, pressio<strong>na</strong>ndo lev<strong>em</strong>ente o tecido, até<br />

se obter o perfil desejado. No caso da paciente RLT e R.C.. pud<strong>em</strong>os atestar o quanto a<br />

50


provisória adesiva, quanto a provisória sobreimplante, re<strong>em</strong>basadas adequadamente<br />

orientaram <strong>na</strong> formação da arquitetura gengival.<br />

A utilização da provisio<strong>na</strong>lização imediata deve ser avaliada <strong>em</strong> função dos aspectos<br />

apresentados e assim planejado o seu melhor t<strong>em</strong>po de instalação. No caso da paciente RLT, a<br />

adesiva colocada imediatamente após o implante foi de fundamental importância para a<br />

definição dos contornos gengivais.<br />

Motta et al, (2005) sugere a fixação imediata de um implante pós-extração e o uso da<br />

própria coroa clínica do dente extraído como restauração provisória mostraram–se<br />

procedimentos viáveis para a manutenção da arquitetura gengival e óssea. Aliada ao b<strong>em</strong>-<br />

estar psicológico que proporcio<strong>na</strong>.<br />

Padovan et al., (2006) sugere que a instalação de prótese provisória imediata<br />

sobreimplante osseointegrado d<strong>em</strong>onstrou ser uma excelente alter<strong>na</strong>tiva de tratamento, pois<br />

elimi<strong>na</strong> o uso de prótese r<strong>em</strong>ovível e a necessidade da realização do segundo estágio<br />

cirúrgico, trazendo maior conforto para o paciente, além de otimizar a <strong>estética</strong>, reduzir os<br />

custos e o t<strong>em</strong>po do tratamento, o que corrobora com a afirmação de Salama et al (1995), que<br />

enfatiza ainda que se realize a instalação da coroa provisória imediata ape<strong>na</strong>s nos casos <strong>em</strong><br />

que se conseguir uma estabilidade primária adequada, ou seja, acima de 40 Ncm. É<br />

fundamental que a coroa provisória fique livre de contatos oclusais durante o período de<br />

osseointegração.<br />

Além desses fatores, alguns autores sugeriram outras situações que dev<strong>em</strong>os observar<br />

quando utilizar a terapia com carga imediata, que inclu<strong>em</strong>: boa qualidade óssea, micro e<br />

macroestrutura do implante e situação oclusal favorável (ausência de parafunção, alívio <strong>em</strong><br />

movimentos excursivos), como alerta a maioria dos autores citados.<br />

A provisio<strong>na</strong>lização imediata deve ser adotada <strong>em</strong> situações adjacentes a dentes s<strong>em</strong><br />

perda óssea proximal e, preferencialmente, com biótipo periodontal plano e espesso.<br />

Implantes com formato cônico são recomendados, e a avaliação da qualidade óssea<br />

para esse tipo de abordag<strong>em</strong> favorece maior estabilidade inicial.<br />

Deste modo, a t<strong>em</strong>porização imediata precisa ser planejada criteriosamente, e<br />

avaliado o custo benefício deste procedimento <strong>em</strong> relação à provisio<strong>na</strong>lização tardia.<br />

A manipulação gradual do tecido mole deve ser realizada a partir da colocação de um<br />

pilar e subseqüente direcio<strong>na</strong>mento gengival com o provisório, através da técnica de<br />

acréscimo de resi<strong>na</strong> acrílica, até que se obtenha contornos adequados, para posterior<br />

transferência da posição do implante e perfil gengival para o modelo de trabalho fi<strong>na</strong>l.<br />

51


A manipulação gengival permite que o espaço para a restauração seja aumentado<br />

progressivamente abaixo do tecido mole, permitindo um adequado perfil de <strong>em</strong>ergência,<br />

contornos estéticos e facilidade nos procedimentos de higiene.<br />

O sucesso dos implantes <strong>em</strong> áreas <strong>estética</strong>s, além de todos estes aspectos discutidos<br />

até aqui com relação ao suporte biológico dos tecidos duros e moles, passa também pela<br />

perfeição da prótese implantossuportada.<br />

O ideal restabelecimento da <strong>estética</strong> e função no tratamento com implantes passa pela<br />

seleção adequada do pilar protético e subseqüente coroa protética.<br />

Além de preencher os requisitos para este intermediário, como adaptabilidade<br />

passiva ao implante, altura interoclusal adequada, angulação, perfil de <strong>em</strong>ergência s<strong>em</strong>elhante<br />

ao do dente <strong>na</strong>tural, biocompatibilidade com os tecidos periimplantes (Kurbad 2010), ele deve<br />

atender a um requisito primordial para implantes estéticos; reduzir ou elimi<strong>na</strong>r a cor<br />

acinzentada dos tecidos gengivais causados pelos pilares <strong>protéticos</strong> metálicos.(Yildirim 2000) .<br />

Este requisito fez surgir a necessidade de substituição dos intermediários metálicos e<br />

o desenvolvimento dos pilares cerâmicos.<br />

O material de eleição para confecção deste pilar é a Zircônia devido a este ser duas<br />

vezes mais resistentes que os pilares de alumi<strong>na</strong> conforme Piconi (1999) e Kosmac (2000)<br />

Um dos aspectos que nos motivou a escolha deste pilar no caso clínico<br />

apresentado,além de suas características <strong>estética</strong>s, foi exatamente a transparência da gengiva<br />

da paciente , que possui biótipo periodontal fino, o que com o t<strong>em</strong>po poderia ocasio<strong>na</strong>r<br />

recessão gengival e exposição da cinta do intermediário, comprometendo a <strong>estética</strong>.<br />

Um outro probl<strong>em</strong>a <strong>em</strong> relação aos intermediários <strong>protéticos</strong> citados por Quirynen<br />

(2002) e Abrahamsson (1998) é a colonização bacteria<strong>na</strong> devido ao acúmulo de biofilme ao<br />

redor dos mesmos, induzindo a periimplantite, além da aderência epitelial sobre o<br />

componente. A camada de superfície das cerâmicas é estável, não sofre corrosão, permitindo<br />

que as células se desenvolvam sobre ela. Segundo o autor, a Zircônia t<strong>em</strong> baixo potencial de<br />

colonização bacteria<strong>na</strong>.<br />

Outra dificuldade relatada <strong>na</strong> utilização de pilares cerâmicos preparáveis é a<br />

fragilização de sua estrutura por desgastes excessivos para correção de angulação como<br />

descrito por Andersson (2001), principalmente nos pilares de Alumi<strong>na</strong>. A zircônia, por sua<br />

propriedade física de resistência e te<strong>na</strong>cidade à fratura possui mais excelência, permitindo<br />

maior desgaste e individualização <strong>na</strong> obtenção de restaurações mais <strong>estética</strong>s.<br />

52


Hoje, com o avanço da tecnologia CAD-CAM t<strong>em</strong>os a possibilidade de perso<strong>na</strong>lizar os<br />

pilares, inclusive os cerâmicos, minimizando as falhas decorrentes dos preparos i<strong>na</strong>dequados<br />

e da dificuldade de angulação nos implantes mal posicio<strong>na</strong>dos.<br />

A técnica da fresag<strong>em</strong> é a mais segura (Riedy 1997), e precisa do que as estruturas<br />

convencio<strong>na</strong>is confeccio<strong>na</strong>das pela técnica da cera perdida.<br />

O uso dos pilares estéticos de zircônia é indicado tantos <strong>em</strong> próteses parafusadas como<br />

<strong>em</strong> próteses cimentadas. Nos casos apresentados, o sist<strong>em</strong>a de fixação não fez diferença no<br />

resultado fi<strong>na</strong>l.<br />

Nos casos apresentados, a recuperação dos tecidos gengivais através do enxerto de<br />

tecido conjuntivo subepitelial, a reparação do Gap ósseo no implante imediato, a<br />

provisio<strong>na</strong>lização dentro do t<strong>em</strong>po e técnica adequada, a utilização dos pilares <strong>protéticos</strong><br />

estéticos e a utilização de procedimentos clínicos e <strong>protéticos</strong> compl<strong>em</strong>entares, fez a diferença<br />

<strong>na</strong> obtenção da <strong>estética</strong> requerida.<br />

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS.<br />

A análise dos detalhes a<strong>na</strong>tômicos do sorriso, a observância do biótipo periodontal e<br />

da estrutura óssea, e o planejamento reverso são de fundamental importância <strong>na</strong><br />

obtenção de previsibilidade e sucesso dos implantes <strong>em</strong> áreas <strong>estética</strong>s;<br />

Os resultados estéticos <strong>em</strong> relação aos tecidos moles depend<strong>em</strong> do correto<br />

posicio<strong>na</strong>mento 3D dos implantes, além da análise do fator t<strong>em</strong>po, <strong>na</strong> indicação<br />

cirúrgica e protética;<br />

As cirurgias reconstrutivas ósseas e gengivais são indicadas e primordiais quando não<br />

existe suporte adequado para correto posicio<strong>na</strong>mento dos implantes e <strong>otimização</strong> da<br />

<strong>estética</strong>;<br />

O enxerto conjuntivo subepitelial é uma excelente alter<strong>na</strong>tiva para recuperação <strong>na</strong><br />

<strong>estética</strong> gengival, pois além de proporcio<strong>na</strong>r uma quantidade razoável de tecido<br />

conjuntivo , é previsível e resulta <strong>na</strong> formação de um tecido gengival mais resistente à<br />

recessão;<br />

A Técnica Modificada no Enxerto Conjuntivo Subepitelial, v<strong>em</strong> resolver os probl<strong>em</strong>as<br />

apresentados pela técnica origi<strong>na</strong>l, no que refere à diferença de coloração dos tecidos<br />

da área receptora e doadora, além da preservação da arquitetura gengival, pela<br />

ausência das incisões relaxantes e de cicatrizes;<br />

53


Os provisórios mostram-se como uma excelente ferramenta <strong>na</strong> obtenção precoce da<br />

arquitetura gengival, podendo ser utilizados de forma imediata ou tardia, desde que se<br />

observe suas indicações e pré-requisitos, além de proporcio<strong>na</strong>r b<strong>em</strong>-estar psicológico<br />

ao paciente.<br />

A utilização de pilares cerâmicos e coroas s<strong>em</strong> metal possibilitam um excelente<br />

resultado estético e resposta biológica favorável no que se refere à manutenção das<br />

estruturas periodontais pela baixa colonização bacteria<strong>na</strong> e aderência dos tecidos<br />

periimplantares, podendo ser utilizadas <strong>em</strong> próteses cimentadas ou parafusadas;<br />

Nenhum componente protético pode corrigir totalmente as deficiências dos tecidos<br />

periimplantares<br />

54


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