Infarma - Conselho Federal de Farmácia
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ÍndiCe <strong>de</strong> aCeiTação <strong>de</strong> MediCaMenTos ManipUlados,<br />
no MUniCÍpio <strong>de</strong> CaCoal – Ro<br />
inTRodUção<br />
JURaCi apaReCida alves<br />
Des<strong>de</strong> os primórdios da humanida<strong>de</strong>, havia a neces‑<br />
sida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se utilizar as formulações medicamentosas ou<br />
cosméticas. Entre os séculos XVII e XVIII, já existiam inú‑<br />
meras boticas, nas quais os boticários manipulavam e pro‑<br />
duziam essas formulações, <strong>de</strong> acordo com as farmacopéias<br />
existentes e as prescrições médicas. Por volta <strong>de</strong> 1950,<br />
com a industrialização na área farmacêutica, o farmacêu‑<br />
tico a ela se associou, omitindo sua verda<strong>de</strong>ira essência<br />
e permitindo que “oficiais <strong>de</strong> farmácia” assumissem o seu<br />
papel, na farmácia, <strong>de</strong> modo que a manipulação magistral<br />
per<strong>de</strong>u gran<strong>de</strong> parte do seu espaço (JUNIOR, 2002).<br />
Mas este mo<strong>de</strong>lo acabou sendo vencido, pois, mesmo<br />
com todas as dificulda<strong>de</strong>s e <strong>de</strong>safios, a farmácia magistral<br />
conseguiu ressurgir, trazendo consigo o profissional far‑<br />
macêutico, o qual, a partir <strong>de</strong> um trabalho sustentado por<br />
técnica e capacitação profissional, possibilitou sua pro‑<br />
moção social e econômica, ao realizar com amplitu<strong>de</strong> as<br />
ativida<strong>de</strong>s inerentes ao verda<strong>de</strong>iro profissional do medica‑<br />
mento.<br />
De acordo com Thomaz (2001), foi na década <strong>de</strong> 80<br />
que se iniciou um movimento para que houvesse um res‑<br />
gate da farmácia <strong>de</strong> manipulação e conseqüentemente do<br />
farmacêutico.<br />
Na atualida<strong>de</strong>, é notável a consolidação da farmácia<br />
magistral, pois o produto manipulado vem sendo digno <strong>de</strong><br />
credibilida<strong>de</strong> e confiança. Segundo Leal, Silva e Santana<br />
(2007), já é consenso entre os farmacêuticos que está<br />
criada uma cultura magistral, no mercado farmacêutico e<br />
entre a população brasileira, que tem como base a con‑<br />
fiabilida<strong>de</strong> no setor que, a cada dia, ganha mais credibi‑<br />
lida<strong>de</strong> em virtu<strong>de</strong> das vantagens inerentes aos produtos<br />
manipulados.<br />
A farmácia magistral possibilita ao profissional pres‑<br />
critor a personalização terapêutica, fornecendo ao pacien‑<br />
te um medicamento individualizado, aten<strong>de</strong>ndo, assim, ao<br />
anseio do homem contemporâneo – o <strong>de</strong> ser tratado como<br />
ser único, na contramão da massificação imposta pela tec‑<br />
nologia da alta produtivida<strong>de</strong> (FERREIRA, 2002).<br />
Bacharelanda em <strong>Farmácia</strong>‑bioquímica, Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Ciências Biomédicas <strong>de</strong> Cacoal, Facimed, Av. Cuiabá 3087,<br />
78.976‑005, Cacoal, RO.<br />
Autor responsável: J.A. Alves.<br />
E‑mail: jojofarma@hotmail.com<br />
Diante <strong>de</strong>ssas circunstâncias, neste estudo, pro‑<br />
pôs‑se avaliar a aceitação <strong>de</strong> produtos manipulados, em<br />
farmácia do Município <strong>de</strong> Cacoal; i<strong>de</strong>ntificar se a popu‑<br />
lação está ciente <strong>de</strong>ssas vantagens e se as mesmas são<br />
relevantes para aquisição <strong>de</strong> tais produtos.<br />
Para isso, se fez necessário <strong>de</strong>terminar o percentu‑<br />
al <strong>de</strong> pessoas que usam e que não usam tais produtos,<br />
evi<strong>de</strong>nciando qual fator é <strong>de</strong>terminante para aceitá‑los,<br />
ou não. Analisar a preferência da população quanto aos<br />
produtos manipulados, industrializados e homeopáticos.<br />
Averiguar a eficácia do tratamento com produtos manipu‑<br />
lados <strong>de</strong> acordo com a opinião da população.<br />
A problemática que inspirou esta pesquisa foi a idéia<br />
<strong>de</strong> que, mesmo com todas as vantagens, o produto mani‑<br />
pulado não está totalmente difundido entre a população,<br />
sugerindo suposta rejeição. Diante disso, a atual pesquisa<br />
<strong>de</strong>monstra se este conceito é ou não sustentado na prá‑<br />
tica, contribuindo para a geração <strong>de</strong> um novo mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong><br />
<strong>Farmácia</strong> Magistral.<br />
MaTeRial e MÉTodos<br />
Tipo <strong>de</strong> pesquisa<br />
Trata‑se <strong>de</strong> um estudo quantitativo realizado, no<br />
período <strong>de</strong> março a abril <strong>de</strong> 2008. Tal estudo teve como<br />
propósito coletar dados para caracterizar o perfil da po‑<br />
pulação sobre a aceitação do produto manipulado. Utili‑<br />
zando como base para coleta <strong>de</strong> dados, um questionário<br />
composto por perguntas claras e objetivas.<br />
O Município <strong>de</strong> Cacoal (RO) possui 76.155 habitan‑<br />
tes (fonte: IBGE, 2007). De acordo com estes dados, foi<br />
selecionada uma amostra representativa <strong>de</strong> 398 pessoas,<br />
já calculadas com a margem <strong>de</strong> erro da amostra <strong>de</strong> 5%.<br />
amostragem<br />
O tipo <strong>de</strong> amostragem foi casual simples. De acor‑<br />
do com Vieira (1980, p. 3), ela é composta por elemen‑<br />
tos retirados ao acaso da população. De modo que todo<br />
<strong>Infarma</strong>, v.20, nº 11/12, 2008<br />
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