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Primeira edição do livro Introdução à Computação Móvel

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Introduc~ao a<br />

Computac~ao Movel<br />

Geral<strong>do</strong> Robson Mateus<br />

Professor Titular<br />

Departamento de Ci^encia da Computac~ao da UFMG<br />

Antonio Alfre<strong>do</strong> Ferreira<br />

Loureiro<br />

Professor Adjunto<br />

Departamento de Ci^encia da Computac~ao da UFMG


Aos nossos familiares


Prefacio<br />

Oavanco tecnologico na area de informatica tem <strong>do</strong>bra<strong>do</strong>, de uma forma geral,<br />

a cada 18{24 meses ja ha alguns anos. Isto tem leva<strong>do</strong> a avancos cont nuos<br />

enovas formas <strong>do</strong> uso da tecnologia. Por exemplo, no in cio da decada de<br />

80 o custo <strong>do</strong>s circuitos integra<strong>do</strong>s caiu bastante ao mesmo tempo que o desempenho<br />

desses circuitos aumentou ao ponto que se tornou viavel o uso de<br />

computa<strong>do</strong>res pessoais. Ja noincio desta decada esta evoluc~ao tornou viavel<br />

o uso de computa<strong>do</strong>res portateis e dispositivos PDAs (Personal Digital Assistants).<br />

A evoluc~ao tecnologica que temos hoje ja chegou ao ponto onde e<br />

praticamente poss vel acessar informac~oes em qualquer lugar <strong>do</strong> planeta em<br />

qualquer momento. A tecnologia de comunicac~ao sem o, necessaria para permitir<br />

essa facilidade, esta dispon vel e a infra-estrutura que a implementa esta<br />

sen<strong>do</strong> constru da. O software necessario ager^encia desse sistema altamente<br />

complexo tambem esta sen<strong>do</strong> desenvolvi<strong>do</strong>.<br />

Aintegrac~ao de computa<strong>do</strong>res com comunicac~oes e outras formas de tecnologias<br />

de informac~ao est~ao crian<strong>do</strong> novas formas de sistemas e servicos de<br />

informac~ao distribu da. Atend^encia ehaver computa<strong>do</strong>res mais poderosos,<br />

conecta<strong>do</strong>s a uma rede mundial de servicos e recursos atraves de uma infraestrutura<br />

de alto desempenho. E o surgimento <strong>do</strong>s ambientes de computac~ao<br />

ub quos que devera ser a nova forma de trabalho da proxima decada. Este eo<br />

cenario altamente desa a<strong>do</strong>r e excitante que motiva a computac~ao movel.<br />

O objetivo principal deste <strong>livro</strong> e dar uma vis~ao geral da area apresentan<strong>do</strong><br />

os fundamentos, alguns <strong>do</strong>s problemas ja resolvi<strong>do</strong>s e problemas que ainda<br />

est~ao em aberto. Nem to<strong>do</strong>s os aspectos foram cobertos mas trata-se de um<br />

enfoque didatico e bastante esclarece<strong>do</strong>r em termos de literatura basica. Cobre<br />

os aspectos de infraestrutura, tecnologias e meto<strong>do</strong>logias Este <strong>livro</strong> sera mais<br />

apropria<strong>do</strong> para alunos <strong>do</strong> ultimo ano da graduac~ao ou <strong>do</strong> primeiro ano da posgraduac~ao<br />

em Ci^encia da Computac~ao, sen<strong>do</strong> que os <strong>do</strong>is primeiros cap tulos<br />

devem ser de facil leitura para qualquer pessoa.<br />

Finalmente, algumas palavras de agradecimento aos alunos Daniel Braga<br />

de Faria, Frederico Mesquita, Jana na Farnese Lacerda, Lauro Celio Portilho<br />

Floriani, Lu s Humberto Rezende Barbosa, Patr cia Campos Costa, Sandra<br />

v


vi<br />

Staico, S lvia Calmon de Albuquerque e Vladimir de Lima Santos pelas suas<br />

importantes contribuic~oes. Agradecemos o apoio de nossos familiares, de nossos<br />

colegas, principalmente <strong>do</strong> grupo de pesquisa <strong>do</strong> PRONEX, o suporte <strong>do</strong> Departamentode<br />

Ci^encia da Computac~ao da UFMG e das instituic~oes de fomento<br />

as atividades de pesquisa como FAPEMIG, CNPq, CAPES e FINEP, e da TE-<br />

LEMIG - Telecomunicac~oes de Minas Gerais. E que continuemos preservan<strong>do</strong><br />

o nosso conv vio agradavel, construtivo e produtivo.


Sumario<br />

1 Introduc~ao 1<br />

1.1 A Revoluc~ao da Computac~ao Movel ::::::::::::::: 3<br />

1.2 Merca<strong>do</strong> ::::::::::::::::::::::::::::::: 11<br />

1.3 Conceitos Basicos :::::::::::::::::::::::::: 20<br />

2 Comunicac~ao Movel: Principais Problemas 33<br />

2.1 Sistemas Celulares ::::::::::::::::::::::::: 34<br />

2.2 Tecnologias, Sistemas e Servicos :::::::::::::::::: 35<br />

2.3 Principais Problemas Relaciona<strong>do</strong>s com a Infra-Estrutura ::: 41<br />

2.3.1 Localizac~ao de Estac~oes e de Unidades Moveis ::::: 42<br />

2.3.2 Propagac~ao de Sinais :::::::::::::::::::: 44<br />

2.3.3 Alocac~ao de Frequ^encias :::::::::::::::::: 45<br />

2.4 Principais Fatores Relaciona<strong>do</strong>s com o Projeto de Hardware e<br />

Software para Computac~ao Movel ::::::::::::::::: 45<br />

2.4.1 Mobilidade ::::::::::::::::::::::::: 46<br />

2.4.2 Variac~oes nas Condic~oes de Comunicac~ao :::::::: 47<br />

2.4.3 Gerenciamento de Energia ::::::::::::::::: 48<br />

2.5 Problemas Relaciona<strong>do</strong>s com o Computa<strong>do</strong>r Movel : : : : : : : 49<br />

2.5.1 Servicos de Informac~ao ::::::::::::::::::: 49<br />

2.5.2 Ger^encia de Da<strong>do</strong>s ::::::::::::::::::::: 51<br />

2.5.3 Protocolos para Suporte a Computac~ao Movel ::::: 52<br />

2.5.4 Algoritmos Distribu <strong>do</strong>s que Tratam Mobilidade de Computa<strong>do</strong>res<br />

:::::::::::::::::::::::::: 55<br />

3 Localizac~ao de Estac~oes Radio e Unidades Moveis 57<br />

3.1 Localizac~ao de ERB :::::::::::::::::::::::: 61<br />

3.1.1 Modelos de Localizac~ao de ERB ::::::::::::: 63<br />

3.1.2 Considerac~oes sobre os Modelos :::::::::::::: 67<br />

3.1.3 Implementac~ao { Estu<strong>do</strong> de Casos :::::::::::: 67<br />

3.2 O Problema de Localizac~ao de Unidade Movel :::::::::: 72<br />

vii


viii Sumario<br />

4 Alocac~ao de Canais 77<br />

4.1 Alocac~ao Fixa de Canais :::::::::::::::::::::: 79<br />

4.1.1 Modelo ::::::::::::::::::::::::::: 80<br />

4.1.2 Algoritmos e Implementac~ao ::::::::::::::: 81<br />

4.2 Alocac~ao Din^amica de Canais ::::::::::::::::::: 82<br />

4.3 Localizac~ao de ERBs e Alocac~ao de Canais ::::::::::: 83<br />

4.3.1 Modelos ::::::::::::::::::::::::::: 84<br />

4.3.1.1 Divis~ao de Canais em Grupos N~ao Interferentes 85<br />

4.3.1.2 Modelo Consideran<strong>do</strong> Grupos de Canais :::: 87<br />

4.3.1.3 Considerac~oes sobre o Modelo ::::::::: 89<br />

5 Protocolos de Comunicac~ao 93<br />

5.1 Pilha de Protocolos ::::::::::::::::::::::::: 93<br />

5.2 Projeto de Protocolos ::::::::::::::::::::::: 96<br />

5.2.1 In u^encia <strong>do</strong> Ambiente no Projeto :::::::::::: 96<br />

5.2.2 Princ pios de Projeto :::::::::::::::::::: 97<br />

5.3 Redes Locais Sem Fio ::::::::::::::::::::::: 99<br />

5.4 IP Movel :::::::::::::::::::::::::::::: 100<br />

5.4.1 Enderecos no IP Movel :::::::::::::::::: 101<br />

5.4.2 Identi cac~ao <strong>do</strong> Care-of Address ::::::::::::: 103<br />

5.4.3 Registro <strong>do</strong> Care-of Address :::::::::::::::: 103<br />

5.4.4 Tunelamento para o Care-of Address ::::::::::: 105<br />

5.4.5 Alguns Comentarios sobre o IP Movel :::::::::: 107<br />

6 Ger^encia de Informac~ao 109<br />

6.1 A Informac~ao e a Revoluc~ao que Ainda Esta por Vir :::::: 110<br />

6.2 Difus~ao de Mensagens ::::::::::::::::::::::: 111<br />

6.2.1 Estrategias para Entrega de Mensagens ::::::::: 113<br />

6.2.2 Organizac~ao <strong>do</strong>s Da<strong>do</strong>s Transmiti<strong>do</strong>s ::::::::::: 114<br />

6.2.2.1 Discos Difus~ao :::::::::::::::::: 115<br />

6.2.2.2 Indice ::::::::::::::::::::::: 116<br />

6.3 Caching e Difus~ao ::::::::::::::::::::::::: 117<br />

6.3.1 Ger^encia de Cache em Sistemas Difus~ao ::::::::: 117<br />

6.3.1.1 Pol ticas de Atualizac~ao de Cache ::::::: 117<br />

6.3.1.2 Busca Antecipada :::::::::::::::: 118<br />

6.3.2 Consist^encia de Da<strong>do</strong>s em Sistemas Difus~ao ::::::: 119<br />

6.3.3 Atualizac~ao de Cache em Sistemas Difus~ao ::::::: 120<br />

6.4 Consultas Sobre Localizac~ao :::::::::::::::::::: 122<br />

6.5 Topicos Relaciona<strong>do</strong>s :::::::::::::::::::::::: 123


Sumario ix<br />

7 Algoritmos Distribu <strong>do</strong>s 125<br />

7.1 Modelos Computacionais para Ambientes Moveis :::::::: 125<br />

7.1.1 Funcionalidade de um Computa<strong>do</strong>r Movel :::::::: 127<br />

7.1.2 Modelos de Comunicac~ao na Computac~ao Movel : : : : 128<br />

7.1.2.1 Modelo Cliente Movel/Servi<strong>do</strong>r ::::::::: 128<br />

7.1.2.2 Modelo Par{Par ::::::::::::::::: 131<br />

7.1.2.3 Modelo Agente Movel :::::::::::::: 132<br />

7.1.3 Consideran<strong>do</strong> o Ambiente ::::::::::::::::: 133<br />

7.2 Modelos para um Cliente Web :::::::::::::::::: 135<br />

7.2.1 Modelos Cliente/Servi<strong>do</strong>r ::::::::::::::::: 136<br />

7.2.1.1 Modelo Cliente/Agente/Servi<strong>do</strong>r :::::::: 137<br />

7.2.1.2 Modelo Cliente/Intercepta<strong>do</strong>r/Servi<strong>do</strong>r :::: 137<br />

7.2.2 Modelo Par{Par :::::::::::::::::::::: 138<br />

7.2.3 Modelo Agente Movel ::::::::::::::::::: 139<br />

7.3 Distribuic~ao de Da<strong>do</strong>s e Tarefas :::::::::::::::::: 139<br />

7.3.1 Distribuic~ao de Da<strong>do</strong>s ::::::::::::::::::: 139<br />

7.3.2 Distribuic~ao de Tarefas :::::::::::::::::: 140<br />

7.3.2.1 Modelo Cliente/Servi<strong>do</strong>r :::::::::::: 141<br />

7.3.2.2 Modelo Cliente/Servi<strong>do</strong>r com Agente ::::: 141<br />

7.3.2.3 Agentes Moveis ::::::::::::::::: 142<br />

7.4 Recuperac~ao de Falhas ::::::::::::::::::::::: 142<br />

7.4.1 Esta<strong>do</strong> Global Consistente em um Ambiente Movel ::: 143<br />

7.4.2 Algoritmos para Recuperac~ao de Falhas em um Ambiente<br />

Movel :::::::::::::::::::::::::::: 144<br />

8 Conclus~oes 149<br />

8.1 Perspectivas ::::::::::::::::::::::::::::: 149<br />

8.2 Considerac~oes Finais :::::::::::::::::::::::: 150<br />

A Propagac~ao de Sinais de Radio 153<br />

A.1 Introduc~ao :::::::::::::::::::::::::::::: 153<br />

A.2 Modelo de Propagac~ao no Espaco ::::::::::::::::: 154<br />

A.3 Mecanismos Basicos de Propagac~ao :::::::::::::::: 156<br />

A.4 Re ex~ao ::::::::::::::::::::::::::::::: 156<br />

A.5 Difrac~ao ::::::::::::::::::::::::::::::: 157<br />

A.6 Dispers~ao :::::::::::::::::::::::::::::: 158<br />

A.7 Modelos para Calculo de Atenuac~ao de Sinal de Radio ::::: 159<br />

A.7.1 Modelo de Atenuac~ao Logar tmica :::::::::::: 159<br />

A.7.2 Modelo Log-Normal :::::::::::::::::::: 160<br />

A.7.3 Modelos de Propagac~ao em Ambientes Abertos ::::: 160<br />

A.7.4 Modelos de Propagac~ao em Ambientes Fecha<strong>do</strong>s : : : : 162<br />

A.8 Modelos de Propagac~ao em Baixa Escala ::::::::::::: 165<br />

A.8.1 Fatores de In u^encia :::::::::::::::::::: 165


x Sumario<br />

A.8.2 Deslocamento Doppler ::::::::::::::::::: 166


Cap tulo 1<br />

Introduc~ao<br />

O crescimento extraordinario que tem ocorri<strong>do</strong> nesta decada nas areas de comunicac~ao<br />

celular, redes locais sem o e servicos via satelite permitir~ao que<br />

informac~oes e recursos possam ser acessa<strong>do</strong>s e utiliza<strong>do</strong>s em qualquer lugar e<br />

em qualquer momento. Da<strong>do</strong> o atual crescimento <strong>do</strong> segmento de computa<strong>do</strong>res<br />

pessoais e PDAs (Personal Digital Assistants), estima-se que em poucos<br />

anos, dezenas de milh~oes de pessoas ter~ao um laptop, palmtop ou algum tipo de<br />

PDA. Independente <strong>do</strong> tipo de dispositivoportatil, a maior parte desses equipamentos<br />

devera ter capacidade de se comunicar com a parte xa da rede e, possivelmente,<br />

com outros computa<strong>do</strong>res moveis. A esse ambiente de computac~ao<br />

se da o nome de computac~ao movel ou computac~ao n^omade. Nesse ambiente,<br />

o dispositivo computacional n~ao precisa ter uma posic~ao xa na rede. Neste<br />

<strong>livro</strong> o termo computa<strong>do</strong>r movel sera usa<strong>do</strong> para referenciar genericamente um<br />

computa<strong>do</strong>r portatil ou um PDA.<br />

Computac~ao movel representa um novo paradigma computacional. Surge<br />

como uma quarta revoluc~ao na computac~ao, antecedida pelos grandes centros<br />

de processamento de da<strong>do</strong>s da decada de sessenta, o surgimento <strong>do</strong>s terminais<br />

nos anos setenta, e as redes de computa<strong>do</strong>res na decada de oitenta. O novo<br />

paradigma permite que usuarios desse ambiente tenham acesso a servicos independente<br />

de onde est~ao localiza<strong>do</strong>s, e o mais importante, de mudancas de<br />

localizac~ao, ou seja, mobilidade. Dessa forma, a computac~ao movel amplia o<br />

conceito tradicional de computac~ao distribu da. Isso epossvel gracas a comunicac~ao<br />

sem o que elimina a necessidade <strong>do</strong> usuario manter-se conecta<strong>do</strong><br />

a uma infra-estrutura xa e, em geral, estatica. Um sistema distribu <strong>do</strong> com<br />

computa<strong>do</strong>res moveis consiste de uma parte tradicional formada por uma infraestrutura<br />

de comunicac~ao xa com computa<strong>do</strong>res estaticos que esta interligada


2 Cap tulo 1. Introduc~ao<br />

a uma parte movel, representada por uma area ou celula onde existe a comunicac~ao<br />

sem o <strong>do</strong>s elementos computacionais moveis. Com a diminuic~ao <strong>do</strong>s<br />

custos desses dispositivos, a computac~ao movel se tornara viavel n~ao somente<br />

para o segmento empresarial mas para as pessoas de uma forma geral. A disponibilidade<br />

<strong>do</strong>s equipamentos, e a soluc~ao de antigos problemas relativos a<br />

ru <strong>do</strong>einterfer^encia em sistemas de comunicac~ao sem o, abriram o interesse<br />

pelo tema.<br />

A quest~ao principal na computac~ao movel e a mobilidade que introduz<br />

restric~oes inexistentes na computac~ao tradicional formada por computa<strong>do</strong>res<br />

estaticos. Logo, o objetivo principal da computac~ao movel eprover para os<br />

usuarios um ambiente computacional com um conjunto de servicos comparaveis<br />

aos existentes num sistema distribu <strong>do</strong> de computa<strong>do</strong>res estaticos que permita<br />

a mobilidade.<br />

Aevoluc~ao conjunta da comunicac~ao sem o e da tecnologia de informatica<br />

busca atender muitas das necessidades <strong>do</strong> merca<strong>do</strong>: servicos celulares, redes<br />

locais sem o, transmiss~ao de da<strong>do</strong>s via satelite, TV, radio modems, sistemas<br />

de navegac~ao, base de da<strong>do</strong>s geogra ca, etc. Acomunicac~ao sem o eum<br />

suporte para a computac~ao movel, que, portanto, pode ser vista como uma<br />

area da comunicac~ao sem o. Esta, por sua vez, explora diferentes tecnologias<br />

de comunicac~ao que s~ao inseridas em ambientes computacionais xos e moveis.<br />

Acombinac~ao de comunicac~ao sem o com a mobilidade de computa<strong>do</strong>res<br />

criou problemas novos nas areas de informatica e telecomunicac~oes, em<br />

especial redes de computa<strong>do</strong>res, sistemas operacionais, otimizac~ao, sistemas<br />

de informac~ao, banco de da<strong>do</strong>s, dentre outras. Este <strong>livro</strong> apresenta uma introduc~ao<br />

a area de computac~ao movel, uma das mais ativas atualmente em<br />

pesquisa e desenvolvimento em Ci^encia da Computac~ao. O <strong>livro</strong> discute problemas<br />

basicos relaciona<strong>do</strong>s com sistemas de computac~ao e otimizac~ao e trata<br />

somente de quest~oes de software referentes a computac~ao movel, e n~ao trata<br />

<strong>do</strong> aspecto de hardware que tem um papel extremamente importante.<br />

A tecnologia de comunicac~ao precursora foi lancada no Jap~ao em 1979 e na<br />

decada de oitenta, mais precisamente em 1983, com as redes celulares de telefonia<br />

movel instaladas em Chicago e Baltimore. Voltadas para a comunicac~ao<br />

de voz, caracterizam-se por serem sem o, moveis e pessoais. Na atualidade,<br />

elas comp~oem o principal sistema de comunicac~ao sem o. Isso se deve asua<br />

adequac~ao a rede publica de telefonia e a reduc~ao substancial de custos, mais<br />

que suas caracter sticas tecnologicas.<br />

No entanto, a comunicac~ao sem o tem si<strong>do</strong> usada muito antes das redes<br />

celulares [96], com as emiss~oes via radio AM e FM, as comunicac~oes navais, e a<br />

propria televis~ao. Os sistemas de comunicac~ao bidirecionais entre ve culos data


1.1 A Revoluc~ao da Computac~ao Movel 3<br />

de 1930. Eram usa<strong>do</strong>s para servicos de despacho em companhias de energia,<br />

transporte, taxi, e pela pol cia ou servicos de emerg^encia. Inicialmente eram<br />

unidirecionais evoluin<strong>do</strong> para bidirecionais (full-duplex). Com o sistema bidirecional<br />

IMTS (Improved Mobile Telephone Service) foi elimina<strong>do</strong> o opera<strong>do</strong>r e a<br />

chamada era efetuada diretamente por numero. Esse foi o primeiro servico independente<br />

ofereci<strong>do</strong> pelos RCCs (Radio Common Carriers), autoriza<strong>do</strong>s pela<br />

FCC (Federal Communication Commission), comiss~ao americana responsavel<br />

por estabelecer a pol tica e a regulamentac~ao para os servicos de comunicac~ao,<br />

em 1949. Esses servicos pre<strong>do</strong>minaram ate o lancamento <strong>do</strong>s primeiros celulares,<br />

evoluin<strong>do</strong> de sistemas independentes para integrar a rede de telefonia xa,<br />

compon<strong>do</strong> o atual sistema movel celular.<br />

Outro servico que antecede eopaging que existe desde a segunda guerra<br />

mundial. E um servico de mensagem unidirecional. A palavra paging tambem e<br />

usada no contexto de contactar uma unidade movel em sistemas celulares, como<br />

sera visto posteriormente. A FCC, em 1952, certi cou o primeiro sistema de<br />

paging para hospitais. Os sistemas evolu ram disponibilizan<strong>do</strong> quatro tipos de<br />

servicos: \tone-only, tone-voice, alphanumeric e visual display". Essa ultima<br />

opc~ao obtera ainda mais func~oes com os microprocessa<strong>do</strong>res.<br />

1.1 A Revoluc~ao da Computac~ao Movel<br />

A(r)evoluc~ao da computac~ao movel passa por varias etapas. Einteressante observar<br />

pontos marcantes dessa trajetoria que comeca com Hans Christian Oersted<br />

em 1820, quan<strong>do</strong> descobre experimentalmente que a corrente eletrica produz<br />

um campo magnetico. O primeiro sistema de comunicac~ao foi o telegrafo,<br />

que ja na metade <strong>do</strong> seculo XIX, permitia a transfer^encia de palavras faladas<br />

a longa dist^ancias pelo codigo Morse. Esse sistema era basea<strong>do</strong> na comunicac~ao<br />

com o. As equac~oes de Maxwell, descreven<strong>do</strong> a propagac~ao de ondas<br />

eletromagneticas, e os experimentos de Heinrich Hertz, foram a base para a<br />

descoberta da radiotelegra a por Marconi, no nal <strong>do</strong> seculo XIX. Em 1901,<br />

o Oceano Atl^antico era atravessa<strong>do</strong> por sinais de radio. Este foi o in cio <strong>do</strong>s<br />

sistemas de comunicac~ao sem o.<br />

O telefone, inventa<strong>do</strong> por Alexander Graham Bell, foi um segun<strong>do</strong> sistema<br />

de comunicac~ao, evoluiu rapidamente e tornou-se uma tecnologia complementar<br />

ao telegrafo durante muitos anos. O in cio <strong>do</strong> seculo XX e marca<strong>do</strong> pela conex~ao<br />

via os de cobre <strong>do</strong>s setores comerciais <strong>do</strong>s EUA. Ja em 1928, existia um<br />

telefone para cada cem habitantes nos EUA.<br />

A tecnologia digital veio acelerar ainda mais esse processo. Os computa<strong>do</strong>res<br />

surgem como uma terceira gerac~ao <strong>do</strong>s sistemas de comunicac~ao. Torna-


4 Cap tulo 1. Introduc~ao<br />

ram a comutac~ao telef^onica tambem digital e reduziram sensivelmente a participac~ao<br />

de opera<strong>do</strong>res no sistema. Mas, as caracter sticas de comunicac~ao com<br />

o e o eleva<strong>do</strong> custo de acesso remoto ainda pre<strong>do</strong>minam. Esses fatores tornaram<br />

os sistemas sem o atraentes, mas eles ainda dependem signi cativamente<br />

das redes xas. Nesse senti<strong>do</strong>, enquanto a tecnologia sem o se expande rapidamente<br />

para as redes de acesso, com baixo custo independente da dist^ancia a<br />

rede publica, as redes xas, pelo uso da bra otica, e os satelites, se complementam<br />

nas comunicac~oes de longa dist^ancia. Essas s~ao as altenativas tecnologicas<br />

atuais e de futuro, mesmo que de dif cil previs~ao.<br />

A aceitac~ao das novas tecnologias pelos usuarios e o outro fator de crescimento.<br />

A gura 1.1 apresenta o tempo gasto por cada nova tecnologia para<br />

atingir 1 milh~ao de usuarios. EnquantoaTVpretoebrancolevou 20 anos para<br />

atingir esse patamar, os computa<strong>do</strong>res pessoais levaram aproximadamente seis<br />

anos, os celulares <strong>do</strong>is anos, e estima-se que os PCS (Personal Communication<br />

Services) levar~ao um ano. A projec~ao da Bellcore e que no ano 2005 ser~ao 46<br />

millh~oes de usuarios de PCS.<br />

O primeiro sistema de comunicac~ao movel foi um sistema de radio utiliza<strong>do</strong><br />

pela pol cia de Detroit em 1928 [48]. De uma forma um pouco mais detalhada<br />

aevoluc~ao tecnologica seguiu os seguintes passos:<br />

1820 Hans Christian Oersted (1777{1851) descobre experimentalmente<br />

que a corrente eletrica produz um campo magnetico. Andre Marie<br />

Ampere (1775{1836) quanti ca essa observac~ao na Lei de Ampere.<br />

1830 Joseph Henry (1799-1878) descobre que a variac~ao <strong>do</strong> campo<br />

magnetico induz uma corrente eletrica mas n~ao publica o resulta<strong>do</strong>.<br />

Em 1831, Michael Faraday (1791{1867) descobre independentemente<br />

esse efeito que passaria a ser conheci<strong>do</strong> como a Lei de Faradaye,mais<br />

tarde, a terceira equac~ao de Maxwell.<br />

1864 James Clark Maxwell (1831{1879) modi ca a Lei de Ampere, amplia<br />

a Lei de Faraday e desenvolve as quatro famosas equac~oes de Maxwell<br />

sobre campos magneticos.<br />

1876 Alexander Graham Bell (1847{1922) inventa o telefone.<br />

1887 Heinrich Ru<strong>do</strong>lph Hertz (1857{1894) detecta as ondas eletromageticas<br />

previstas pelas equac~oes de Maxwell.<br />

1896 Guglielmo Marconi (1874{1937) inventa o primeiro receptor sem o<br />

pratico: o telegrafo sem o.<br />

1907 In cio <strong>do</strong> servico de radiodifus~ao comercial transatl^antico (estac~oes<br />

terrestres imensas: antenas de 30 100 m).<br />

1914 In cio da <strong>Primeira</strong> Guerra Mundial. Rapi<strong>do</strong> desenvolvimento das<br />

comunicac~oes e sua interceptac~ao.


1.1 A Revoluc~ao da Computac~ao Movel 5<br />

Número de usuários (milhões)<br />

1,0<br />

0,5<br />

0<br />

PCS Celular PC VCR<br />

TV<br />

Colorida<br />

Anos após lançamento no merca<strong>do</strong><br />

TV<br />

Preto e Branco<br />

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 20<br />

Figura 1.1: Numero de usuarios por ano de introduc~ao da tecnologia<br />

1921 Radiodifus~ao comercial entra em operac~ao nos Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s.<br />

1928 APol cia de Detroit introduz um sistema de acionamento de carros<br />

basea<strong>do</strong> em radiodifus~ao (unidirecional) na faixa de 2 MHz.<br />

1933 AFCC autoriza o uso de quatro canais na faixa de 30{40 MHz.<br />

1935 Modulac~ao em Frequ^encia - FM (Frequency Modulation) surge como<br />

alternativa para a Modulac~ao em Amplitude - AM (Amplitude Modulation),<br />

reduzin<strong>do</strong> os problemas de ru <strong>do</strong>s na transmiss~ao, ou melhor<br />

desempenho com relac~ao a perda de sinal, ou desvanecimento.<br />

1939 Pesquisa e uso da comunicac~ao via radio expande imensamente durante<br />

a Segunda Guerra Mundial.<br />

1945 AT&T Bell Labs inicia experimentos no uso de frequ^encias mais altas<br />

com o objetivo de melhorar os servicos moveis.


6 Cap tulo 1. Introduc~ao<br />

1947 AT&T lancaoIMTS(Improved MobileTelephone Service), um sistema<br />

de transmiss~ao onde apenas uma torre de alta pot^encia atendia<br />

uma grande area ou cidade. Em seguida, AT&T Bell Labs prop~oe o<br />

conceito celular.<br />

Anos<br />

50<br />

Anos<br />

60<br />

Anos<br />

70<br />

Os sistemas requerem uma elevada banda para transmiss~ao, uma<br />

faixa de 120 kHz para transmitir um circuito de voz de apenas 3<br />

kHz. Esta faixa e reduzida pela metade. Com os transistores os<br />

equipamentos reduzem de tamanho e ja s~ao transportaveis. Nessa<br />

epoca os primeiros sistemas de paging comecaram a surgir.<br />

Um novo receptor de FM permite reduzir a banda para 30 kHz,<br />

abrin<strong>do</strong> espaco para um maior numero de canais de comunicac~ao<br />

com o mesmo espectro. Bell Labs ja testa as tecnicas de comunicac~ao<br />

celular e surgem os primeiros aparelhos portateis<br />

AFCC aloca um espectro de frequ^encias para os sistemas celulares.<br />

Nesse per o<strong>do</strong> AT&T lanca o sistema celular conheci<strong>do</strong> por AMPS<br />

(Advanced Mobile Phone System). Inicialmente era um servico de<br />

luxo. Destina<strong>do</strong> para uso em automoveis e de aplicac~ao limitada<br />

ten<strong>do</strong> em vista a baixa durabilidade das baterias. Atendiam uma<br />

capacidade limitada de trafego e um numero reduzi<strong>do</strong> de usuarios.<br />

A primeira rede celular no mun<strong>do</strong> foi lancada no Jap~ao em 1979.<br />

1983 O sistema AMPS evoluiu para os padr~oes atuais com a primeira rede<br />

celular americana lancada em 1983, em Chicago e Baltimore. Outros<br />

sistemas similares entram em operac~ao no mun<strong>do</strong>: TACS (Total<br />

Acess Communications System) no Reino Uni<strong>do</strong> (1985), NMT<br />

(Nordic Mobile Telephone Service) na Escandinavia (1981), NAMTS<br />

(Nippon Advanced Mobile Telephone System) no Jap~ao. O AMPS<br />

ainda em uso nos EUA, Brasil e grande parte <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>, econsidera<strong>do</strong><br />

um sistema de primeira gerac~ao. A transmiss~ao em FM,<br />

reduzida a 25 kHz nos anos 70, entra nos anos 90 na faixa de 10kHz.<br />

Tambem surgem os sistemas de transmiss~ao digital. Pelas tecnicas<br />

de processamento digital de sinais foi poss vel reduzir a banda necessaria,<br />

viabilizan<strong>do</strong> os sistemas moveis digitais.<br />

1991 Validac~ao inicial <strong>do</strong>s padr~oes TDMA e CDMA nos EUA. Introduc~ao<br />

da tecnologia microcelular.<br />

1992 Introduc~ao <strong>do</strong> sistema celular Pan-Europeu GSM (Groupe Speciale<br />

Mobile).<br />

1994 Introduc~ao <strong>do</strong> sistema CDPD (Cellular Digital Packet Data). In cio<br />

<strong>do</strong>s servicos PCS (Personal Communication Services) CDMA e<br />

TDMA.<br />

1995 In cio <strong>do</strong>s projetos para cobertura terrestre de satelites de baixa<br />

orbita, como o projeto Iridium.<br />

A partir da a comunicac~ao sem o vem evoluin<strong>do</strong> e destacan<strong>do</strong> varias


1.1 A Revoluc~ao da Computac~ao Movel 7<br />

sub-areas entre elas a comunicac~ao celular, a comunicac~ao movel, servicos de<br />

comunicac~ao pessoal, comunicac~ao via satelite, redes locais sem o. Essa diversidade<br />

di culta uma classi cac~ao mais precisa. Por outro la<strong>do</strong>, a portabilidade<br />

<strong>do</strong>s equipamentos tambem vem evoluin<strong>do</strong> rapidamente, ja ten<strong>do</strong> si<strong>do</strong> lanca<strong>do</strong><br />

um telefone celular de pulso com coman<strong>do</strong>s por voz.<br />

A grande maioria <strong>do</strong>s sistemas de comunicac~ao sem o se baseiam na comunicac~ao<br />

via radio e na alocac~ao de frequ^encias. A e ci^encia da transmiss~ao<br />

via radio tambem depende, entre outros fatores, da antena, pot^encia de transmiss~ao<br />

e relevo ou meios interferentes. No entanto, entre as classi cac~oes <strong>do</strong>s<br />

servicos moveis apresentadas na literatura [48], sera destacadaadaFCC:<br />

Servicos de Radio Movel Comercial<br />

Servicos de Radio Fixo Publico e Domestico<br />

Servicos Moveis Publicos<br />

ServicosdeComunicac~ao Pessoal (PCS { Personal Communication Services)<br />

ServicosdeRadio Movel Terrestre e Priva<strong>do</strong>(PMR{Private land Mobile<br />

Radio)<br />

Servicos de Microondas Fixo Operacional Priva<strong>do</strong><br />

Servicos de Radio Pessoal<br />

Servicos de Radio Movel Comercial tambem conheci<strong>do</strong>s por Servicos<br />

Telefone-Radio Celular, cobrem os atuais servicos de telefonia celular. Consistem<br />

em cobrir uma area de demanda pela sua divis~ao em sub-areas denominadas<br />

celulas e pela alocac~ao de frequ^encias para cada uma das celulas,<br />

consideran<strong>do</strong> aspectos de interfer^encias.<br />

Servicos de Radio Fixo Publico e Domestico s~ao servicos de radio microondas<br />

ponto a ponto, tais como sistemas microondas convencionais, sistemas de<br />

comunicac~ao via satelite, sistemas de TV, e alguns sistemas espec cos para o<br />

governo americano.<br />

Servicos Moveis Publicos incluem os sistemas paging, servico telefone-radio<br />

rural, servicos ar-terra e servicos terrestres. Paging e um servico que tem se<br />

torna<strong>do</strong> bastante popular atualmente. Nesse tipo de servico sinais codi ca<strong>do</strong>s<br />

s~ao envia<strong>do</strong>s para pequenos receptores. O receptor eativa<strong>do</strong> por um sinal com<br />

seu codigo espec co.


8 Cap tulo 1. Introduc~ao<br />

Servicos de Comunicac~ao Pessoal (PCS) s~ao similares aos atuais servicos<br />

de telefonia celular <strong>do</strong> ponto de vista <strong>do</strong> usuario, mas exploram diferentes e<br />

e cazes tecnologias. E um conceito amplo e n~ao totalmente caracteriza<strong>do</strong>, mas<br />

geralmente opera em baixa pot^encia, usa pequenas celulas, ou microcelulas,<br />

para acomodar uma unidade movel que se movimenta lentamente. Na pratica<br />

e uma vers~ao de baixo custo para telefonia celular. Em regi~oes americanas<br />

onde este servico foi lanca<strong>do</strong>, os precos foram forcosamente reduzi<strong>do</strong>s pela<br />

competic~ao em ate 25% desde 1994, e, na pratica, os precos s~ao, em geral, 10%<br />

abaixo se compara<strong>do</strong>s com as regi~oes onde existe apenas celular [1].<br />

Servicos de Radio Movel Terrestre e Priva<strong>do</strong> (PMR) prov^eem comunicac~ao<br />

radio a baixo custo para atender as necessidades de industrias de energia,<br />

petroleo, sistemas produtivos em geral, taxis e transporta<strong>do</strong>ras. O objetivo<br />

principal e a troca de informac~ao dentro da corporac~ao e, principalmente, em<br />

operac~oes de despachos. Em alguns pa ses aparecem sob a sigla SMR (Specialized<br />

Mobile Radio).<br />

Servicos de Microondas Fixo Operacional Priva<strong>do</strong> buscam os usos sem ns<br />

lucrativos, as escolas, companhias de alarme, bancos. S~ao sistemas sem o e<br />

priva<strong>do</strong>s que operam ponto a ponto, ou ponto multiponto.<br />

Servicos de Radio Pessoal tambem conheci<strong>do</strong>s por servicos interativos de<br />

da<strong>do</strong>s e v deo (IVDS { Interactive Video and Data Service). E um servico<br />

de ni<strong>do</strong> recentemente, 1992, e fornece a base para uma grande variedade de<br />

servicos como v deo sob demanda, on-line shopping, interactive banking.<br />

Uma outra classi cac~ao e uma vis~ao por grandes areas: Redes e Servicos<br />

de Comunicac~ao Pessoal, Celular, Comunicac~ao Movel, Redes Locais e Comunicac~ao<br />

Via Satelite.<br />

PCS (Personal Communication Services) ePCN(Personal Communication<br />

Networks) s~ao os principais servicos na primeira grande area. Como dito anteriormente,<br />

surgem como opc~ao de baixo custo para os servicos celulares. O<br />

objetivoetambem embutir servicos de comunicac~ao de da<strong>do</strong>s na forma de mensagens,<br />

bem como servicos de curta dist^ancia, para comunicac~ao em ambientes<br />

fecha<strong>do</strong>s ou para comunicac~ao entre predios.<br />

Os sistemas celulares formam a area de maior destaque atualmente, conforme<br />

da<strong>do</strong>s apresenta<strong>do</strong>s anteriormente e projec~oes futuras. Envolve alem das<br />

tecnologias de comunicac~ao, aspectos de seguranca e ate biologicos.<br />

Aarea de comunicac~ao movel pode tambem ser considerada como uma<br />

especializac~ao <strong>do</strong>s servicos celulares, entre elas a computac~ao movel, exploran<strong>do</strong><br />

principalmente a tecnologia digital.<br />

As redes locais sem o se ajustam a ambientes com alta mobilidade <strong>do</strong><br />

pessoal administrativo ou de produc~ao, como em universidades, hospitais e


1.1 A Revoluc~ao da Computac~ao Movel 9<br />

fabricas, ou em velhas construc~oes com di culdades para cabeamento. Essa<br />

nova tecnologia reduz signi cativamente os custos de reinstalac~ao, recon -<br />

gurac~ao e manutenc~ao das unidades moveis como um PC. S~ao geralmente<br />

conectadas a outras redes locais ethernet e exploram transmissores de baixa<br />

pot^encia, pequenas dist^ancias, e tecnicas de espalhamento espectral, descritas<br />

posteriormente.<br />

Comunicac~oes via satelite possuem caracter sticas bastante peculiares, entre<br />

elas s~ao a alta capacidade e possibilidade de atender um eleva<strong>do</strong> numero de<br />

usuarios a baixo custo. A tabela 1.1 apresenta alguns sistemas e suas principais<br />

caracter sticas [235]. A viabiliade econ^omica desses projetos se concentra no<br />

atendimento de massa global, a custos reduzi<strong>do</strong>s (hoje s~ao da ordem de 1 a 3<br />

<strong>do</strong>lares/minuto), competitivos, sem fronteiras e, principalmente, complementan<strong>do</strong><br />

os servicos ja existentes. Nesta linha, cobrem regi~oes n~ao atendidas por<br />

sistemas terrestres, pela baixa densidade populacional, pela baixa renda, ou<br />

por di culdades geogra cas, caracterizan<strong>do</strong> os seus maiores segmentos de comunicac~ao<br />

sem o xo, de extens~ao celular e de internacionalizac~ao <strong>do</strong>s servicos<br />

celulares. Muitos projetos est~ao em andamento e t^em sofri<strong>do</strong> muitos ajustes<br />

de objetivos, dimens~oes e implementac~oes. Na concepc~ao de mobilidade as<br />

celulas s~ao unidades moveis enquanto os usuarios est~ao xos, devi<strong>do</strong> ao posicionamento<br />

em altitudes elevadas. Os sinais transmiti<strong>do</strong>s s~ao recebi<strong>do</strong>s por<br />

toda area coberta, uma ampla area geogra ca, e o custo e independente da<br />

dist^ancia entre os usuarios. Com isso, apresentam uma alta capacidade para<br />

transmiss~oes broadcast e sistemas distribu <strong>do</strong>s. Por outro la<strong>do</strong>, o problema de<br />

seguranca ebastante grave umavez que qualquer unidade receptora pode captar<br />

o sinal. Dessa forma os mecanismos de criptogra a devem ser usa<strong>do</strong>s no<br />

caso de comunicac~ao segura.<br />

Basicamente os satelites se estabelecem em tr^es n veis. Os satelites de<br />

baixa orbita LEO (Low Earth Orbit) s~ao posiciona<strong>do</strong>s em torno de 1000 km<br />

de altitude mas em diferentes posic~oes com relac~ao a terra. Os satelites de<br />

orbitas medias MEO (Medium Earth Orbit) est~ao aproximadamente a 10000<br />

km de altitude. Eossatelites de orbitas elevadas ou geoestacionaria GEO<br />

(Geosynchronous Earth Orbit) est~ao situa<strong>do</strong>s aaproximadamente 36000 km de<br />

altitude e em regi~oes proximas a linha <strong>do</strong> equa<strong>do</strong>r.<br />

Os satelites LEO foram os primeiros a serem lanca<strong>do</strong>s e apresentam um<br />

complexo problema de roteamento <strong>do</strong>s sinais e rastreamento em terra. Devi<strong>do</strong><br />

as baixas altitudes e necessario um numero mais eleva<strong>do</strong> de unidades para<br />

uma maior cobertura, apesar <strong>do</strong>s equipamentos serem tambem menores por<br />

trabalharem em baixas pot^encias. Os atrasos nos processos de comunicac~ao<br />

tambem s~ao menores.


10 Cap tulo 1. Introduc~ao<br />

Sistema Patroc nio Tipo Alt. # Sat. Servicos Custo<br />

( )<br />

(Orb.) US$bi<br />

Msat American M. GEO 19.000 1 (a) veicular e 0.55<br />

Sat.<br />

tel. xo<br />

Globis Consorcio GEO 20.000 1 (a) tel. xo e n.d.<br />

Uni~ao Sov.<br />

TV<br />

Odyssey TRW MEO 5.600 12 (a) voz, da<strong>do</strong>s,<br />

localiz.<br />

1.3<br />

Ellipso Mobile MEO 4.212 15 (b) voz, da<strong>do</strong>s, 0.7<br />

Comm. Hold.<br />

6(a) fax<br />

Archimedes European MEO n.d. 4 (n.d.) voz, da<strong>do</strong>s, n.d.<br />

Space Ag.<br />

fax<br />

Iridium Motorola LEO 413 66 (a) voz<br />

3.4<br />

digital, da-<br />

Globalstar Loral & LEO 750 48 (a)<br />

<strong>do</strong>s, localiz.<br />

voz<br />

1.7<br />

Qualcomm<br />

digital, da-<br />

Aries Constellation LEO 550 48 (a)<br />

<strong>do</strong>s, localiz.<br />

voz<br />

0.5<br />

Comm., Inc.<br />

digital, da<strong>do</strong>s,<br />

localiz.<br />

Teledesic Teledesic LEO 378 840 (d) tel. xo, 9<br />

Orbcomm Orbital Sci. LEO 424 18 (a)<br />

v deo relay<br />

da<strong>do</strong>s 0.5<br />

Corp.<br />

2(c) (storeforward)<br />

Starsys Starsys Posi- LEO 702 24 (a) da<strong>do</strong>s n.d.<br />

tion., Inc.<br />

(storeforward)<br />

Leostar Italspuzio LEO 432 24 (a) da<strong>do</strong>s<br />

(storeforward)<br />

n.d.<br />

Ecco Telebras, LEO 1.100 11 + 1 voz, da<strong>do</strong>s, 1.5<br />

Cci, Bell<br />

(res.) paging<br />

Atl., etc<br />

(a)<br />

( ) Milhas nauticas<br />

Orbitas:<br />

(a) Circular (b) El ptica (c) Polar (d) S ncrona com o sol<br />

Tabela 1.1: Sistemas de comunicac~ao via satelite<br />

A segunda gerac~ao s~ao os satelites GEO que movimentam sincronamente<br />

com a terra, manten<strong>do</strong> a mesma posic~ao em relac~ao a linha <strong>do</strong> equa<strong>do</strong>r. Isto


1.2 Merca<strong>do</strong> 11<br />

permite manter as estac~oes terrestres em posic~oes xas. O primeiro satelite<br />

GEO foi lanca<strong>do</strong> pela INTELSAT (International Telecommunications Satellite<br />

Organization) em 1965 e, a partir da , passaram a pre<strong>do</strong>minar. Com o<br />

sincronismo os problemas de roteamento e rastreamento s~ao reduzi<strong>do</strong>s. Aumentan<strong>do</strong><br />

a altitude tambem reduz-se o numero de unidades para uma maior<br />

cobertura. Uma unidade com antena n~ao direcionada pode cobrir ate 30%<br />

da superf cie terrestre, bastan<strong>do</strong> tr^es satelites distancia<strong>do</strong>s a 120 graus para<br />

uma ampla cobertura. Mas, a proximidade a linha <strong>do</strong> equa<strong>do</strong>r deixa algumas<br />

regi~oes polares sombreadas. Tambem eleva-se as dimens~oes <strong>do</strong>s equipamentos<br />

pelo uso de grandes pot^encias, reduz-se a portabilidade e di culta atendimentos<br />

de massa. Outra caracter stica importante s~ao os atrasos na comunicac~ao,<br />

comprometen<strong>do</strong> aplicac~oes e sistemas. O atraso por enlace edeaproximadamente<br />

120 ms, portanto 240 ms de ida e volta. Envolven<strong>do</strong> mais de um satelite,<br />

esse atraso aproxima de 1s, o que inviabilza muitos servicos.<br />

Em varios pa ses ja funciona o telefone movel (ainda n~ao celular) que tem<br />

um numero unico para to<strong>do</strong> o planeta. Trata-se de um equipamento com a<br />

forma de um laptop, custa de 6000 a 12000 <strong>do</strong>lares. O Brasil faz parte desse<br />

grupo de pa ses. A Embratel oferece esse servico com uma taxa de manutenc~ao<br />

de 20 a 30 reais, e custo <strong>do</strong> minuto e em torno de 3,50, e somente paga quem<br />

faz a chamada.<br />

1.2 Merca<strong>do</strong><br />

As redes celulares atendiam aproximadamente 10 milh~oes de assinantes em<br />

1990, em to<strong>do</strong> o mun<strong>do</strong>, e chegaram ao nal de 1995 com aproximadamente 90<br />

milh~oes. Um crescimento acelera<strong>do</strong> que varia de pa s a pa s. A Suecia apresentava<br />

nesse per o<strong>do</strong> o maior percentual de usuarios da tecnologia celular, 25%.<br />

E a expectativa era de que nos Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s este percentual chegaria a 30%<br />

no nal da decada. No nal de 1996 esse percentual era de 17%. A Finl^andia<br />

ja tem, atualmente, 33 telefones moveis para cada 100 pessoas, seguin<strong>do</strong> uma<br />

tend^encia <strong>do</strong>s pa ses nordicos de instalar 10 celulares para cada telefone xo.<br />

Em 1996, o Jap~ao elevou o seu percentual de 11,5% para 23%. No Camboja<br />

60% <strong>do</strong>s assinantes usam celular. Nas Filipinas e Tail^andia esse numero ja<br />

supera a casa <strong>do</strong>s 20%, apesar da baixa disponibilidade de servicos telef^onicos.<br />

Espera-se que ja noincio <strong>do</strong> proximo seculo um em cada tr^es telefones sera<br />

movel, ou 415 milh~oes <strong>do</strong>s projeta<strong>do</strong>s 1,4 bilh~oes de telefones. E um merca<strong>do</strong><br />

que <strong>do</strong>bra a cada ano e, consideran<strong>do</strong> a elevada reduc~ao de custos, pode ser<br />

uma previs~ao pessimista (veja gura 1.2, The Economist, 1997). E o segmento<br />

de telecomunicac~oes com a maior taxa de crescimento, com uma taxa esperada


12 Cap tulo 1. Introduc~ao<br />

de 30 a 40% por ano.<br />

Assinantes celular em %<br />

<strong>do</strong> total de assinantes<br />

30<br />

25<br />

20<br />

15<br />

10<br />

5<br />

0<br />

Líbano<br />

Filipinas<br />

Tailândia<br />

Finlândia<br />

Malásia<br />

Hong Kong<br />

Sirilanka Nova Zelândia<br />

Venezuela<br />

Singapura<br />

Gabão Hungria<br />

Japão<br />

Brasil<br />

China<br />

Laos<br />

In<strong>do</strong>nésia<br />

Israel<br />

Portugal<br />

Taiwan<br />

0 10 20 30 40 50 60<br />

Telefones por 100 habitantes<br />

Figura 1.2: Percentuais de celulares por linhas telef^onicas<br />

O Brasil tem feito uso da comunicac~ao via radio por muitos anos. Em<br />

telecomunicac~oes as comunicac~oes via radio analogicos t^em si<strong>do</strong> frequentes em<br />

telefonia interurbana [146], e tambem em telefonia celular desde o in cio <strong>do</strong>s<br />

anos 90. Nos ultimos <strong>do</strong>is anos o merca<strong>do</strong> tem experimenta<strong>do</strong> um crescimento<br />

acelera<strong>do</strong> e com expectativas de uma expans~ao ainda maior. A gura 1.3 mostra<br />

a demanda por celulares na grande S~ao Paulo levantada em 1996 e cobrin<strong>do</strong> o<br />

per o<strong>do</strong> de 1996 a 2000 [213].<br />

Um merca<strong>do</strong> de 4,5 milh~oes de celulares em S~ao Paulo no ano 2000 e otimista<br />

se compara<strong>do</strong> com a expectativa governamental de aproximadamente 10<br />

milh~oes em to<strong>do</strong> o Brasil. Mas sobre outros aspectos e expectativas, esses e outros<br />

numeros da<strong>do</strong>s nos gra cos abaixo s~ao to<strong>do</strong>s pessimistas. Os gra cos das<br />

guras 1.4, 1.5, 1.6 e 1.7 apresentam as propostas <strong>do</strong> Programa de Ampliac~ao e


1.2 Merca<strong>do</strong> 13<br />

(X 1000)<br />

2500<br />

2000<br />

1500<br />

1000<br />

500<br />

0<br />

Demanda na Grande São Paulo<br />

2000 2000<br />

1800<br />

1800<br />

1600<br />

1700<br />

Limite <strong>do</strong><br />

Analógico<br />

480<br />

1000<br />

2300<br />

2000<br />

1996 1997 1998 1999 2000<br />

Demanda não atendida<br />

Celulares em Operação - Analógico<br />

Celulares em Operação - Analógico + Digital<br />

Início da Competição<br />

Figura 1.3: Demanda por celulares em S~ao Paulo<br />

Recuperac~ao <strong>do</strong> Sistema de Telecomunicac~oes e <strong>do</strong> Sistema Postal (PASTE) <strong>do</strong><br />

governo brasileiro e lanca<strong>do</strong> em novembro de 1995 [214], para atendimento ao<br />

nerca<strong>do</strong> de telefonia movel, comunicac~ao de da<strong>do</strong>s, paging, TV por assinatura.<br />

A reduc~ao de custos e acompanhada por uma acentuada elevac~ao da demanda.<br />

Embora o preco pelo uso de um telefone celular ainda seja muito<br />

eleva<strong>do</strong> se compara<strong>do</strong> a um telefone xo, o sucesso e con rma<strong>do</strong> pela mobilidade<br />

e facilidades que este servico oferece. Essa diferenca de preco,noentanto,<br />

torna-se cada vez menor. A reduc~ao de precos e compensada pela elevac~ao <strong>do</strong><br />

numero de usuarios (Figura 1.8). Outra relac~ao de refer^encia e o custo por<br />

usuario versus a dist^ancia a sua central. A gura 1.9 tambem mostra uma<br />

comparac~ao entre um sistema celular e uma rede de cabos [148]. Apesar das<br />

variac~oes de custos de empresa para empresa, o que sempre se observa eum<br />

custo constante por usuario <strong>do</strong> sistema celular enquanto o custo <strong>do</strong> cabo e<br />

crescente com a dist^ancia.<br />

De acor<strong>do</strong> com a empresa CIT Research de Londres a receita mensal por<br />

assinante na Europa reduziu para $71 em 1996 e deve chegar a $42 em 2001<br />

[1]. Enquanto nos EUA esse valor que era de $58 em 1996 deve cairpara<br />

$49 em 2001. No Jap~ao este valor ja e inferior a $35 para um PHS (Personal<br />

Handyphone System), uma tecnologia celular digital de capacidade limitada.


14 Cap tulo 1. Introduc~ao<br />

0,8<br />

Atendimento ao Merca<strong>do</strong> de Telefonia <strong>Móvel</strong><br />

Em milhões de acessos<br />

1,9<br />

4,8<br />

6,8<br />

8,2<br />

9,6<br />

17,2<br />

1994 1995 1996 1997 1998 1999 2003<br />

Figura 1.4: Merca<strong>do</strong> brasileiro de telefonia movel<br />

Embora o custo da chamada seja maior que a <strong>do</strong> telefone xo, o custo da linha<br />

e bem inferior.<br />

Pelas previs~oes da empresa BIS Strategic Decisions <strong>do</strong>s EUA, realizadas<br />

para o per o<strong>do</strong> de 1993 a 1998 [48], a receita com os servicos sem o nos EUA<br />

e dada pela gura 1.10. Apesar de ser uma previs~ao, e uma estimativa de20<br />

bilh~oes para 1998 apenas nos EUA.<br />

Essa inovac~ao pode provocar uma revoluc~ao sem precedentes e ja maisimaginada,<br />

capaz de provocar mudancas profundas na sociedade e se torna dif cil<br />

prever qual e o futuro. Por um seculo as redes tef^onicas cresceram em dimens~ao<br />

mas com baixas mudancas tecnologicas. Recentemente surgiram o fax, o telefone<br />

movel, as comunicac~oes via satelite, a Internet. Todas essas inovac~oes<br />

foram inicialmente projetadas como de uso restrito e de luxo, mas passaram<br />

rapidamente a serem movidas por grandes merca<strong>do</strong>s e consequentes mudancas<br />

tecnologicas. Neste contexto, a comunicac~ao sem o surge como uma forte<br />

inovac~ao na medida em que passa a ser um componente pessoal, que acompanha<br />

o usuario onde quer que ele esteja. Do outro la<strong>do</strong>, a reduc~ao de custo<br />

contribui cada vez mais para facilitar o acesso. Tu<strong>do</strong> isso faz com que a comunicac~ao<br />

sem o se torne um negocio capaz de ultrapassar todas as expectativas<br />

hoje levantadas em torno da Internet.


1.2 Merca<strong>do</strong> 15<br />

1,5<br />

Atendimento ao Merca<strong>do</strong> de Comunicação de Da<strong>do</strong>s<br />

Em milhões de usuários<br />

2,5<br />

3,8<br />

5,2<br />

6,5<br />

16,1<br />

1995 1996 1997 1998 1999 2003<br />

Figura 1.5: Merca<strong>do</strong> brasileiro de comunicac~ao de da<strong>do</strong>s<br />

A e ci^encia e os limites tecnologicos s~ao tambem fatores importantes que<br />

puxam ou forcam esta evoluc~ao. Em uma vis~ao generica, a curva deevoluc~ao<br />

passadec^oncava para convexa para uma mesma tecnologia, mas dan<strong>do</strong> saltos<br />

de e ci^encia para cada tecnologia [48]. Na gura 1.11 e apresentada uma<br />

evoluc~ao em tr^es etapas <strong>do</strong>s sistemas xos para os sistemas moveis.<br />

Mas essa revoluc~ao tambem tem seu preco. Muitos s~ao os problemas a serem<br />

supera<strong>do</strong>s. Os sistemas celulares ja s~ao alvos de fraudes. Para a empresa, e<br />

as vezes para o usuario, a escolha entre os padr~oes tecnologicos existentes e<br />

complexa. Com certeza o numero e a dimens~ao <strong>do</strong>s problemas crescer~ao a<br />

medida que avancamos na computac~ao movel.<br />

A comunicac~ao de da<strong>do</strong>s tambem cresce a taxas elevadas, puxada pelas<br />

redes de computa<strong>do</strong>res e computa<strong>do</strong>res pessoais. A comunicac~ao de da<strong>do</strong>s e<br />

viavel via sistemas analogicos e digitais. Mas a seguranca e a con abilidade<br />

necessarias para este setor t^em exigi<strong>do</strong> redes digitais. As grandes bases de da<strong>do</strong>s<br />

centradas em mainframes tornam-se cada vez mais distribu das. A empresa<br />

Nokia estima que no ano 2000, de 20% a 30% <strong>do</strong> faturamento em servicos moveis<br />

vira da comunicac~ao de da<strong>do</strong>s. Com isso, as redes celulares est~ao evoluin<strong>do</strong> para<br />

atender de forma integrada a comunicac~ao de voz, da<strong>do</strong>s e a computac~ao movel<br />

de uma forma geral. Embute-se neste contexto os brinque<strong>do</strong>s moveis e PDAs,


16 Cap tulo 1. Introduc~ao<br />

0,4<br />

Atendimento ao Merca<strong>do</strong> de Paging<br />

Em milhões de assinantes<br />

0,7<br />

1,0<br />

1995 1996 1997 1998 1999 2003<br />

1,2<br />

1,5<br />

Figura 1.6: Merca<strong>do</strong> brasileiro de Paging<br />

t~ao populares quanto os laptops em alguns pa ses, como o Jap~ao, e acesso a um<br />

browser com servicos de mensagens.<br />

O processo de comunicac~ao ainda depende essencialmente da presenca <strong>do</strong><br />

usuario proximo a um telefone ou a um computa<strong>do</strong>r, xos em salas, escritorios<br />

ou resid^encias, eadist^ancia sempre foi um fator preponderante. Hoje, a disponibilidade<br />

de telefones celulares, laptops e pequenos equipamentos permitem<br />

mobilidade independente de localizac~ao e dist^ancia. Nessa evoluc~aoadin^amica<br />

tem si<strong>do</strong> muito rapida tanto para a tecnologia e servicos, mas principalmente<br />

para os usuarios e empresas.<br />

Os usuarios vivem a euforia de diferentes servicos, automac~ao e busca da<br />

e ci^encia. No entanto, eles esbarram na di culdade e na duvida pela escolha<br />

<strong>do</strong> melhor servico e da tecnologia certa e de menores custos. Por exemplo,<br />

cabe a um simples usuario residencial decidir pelo equipamento a ser utiliza<strong>do</strong><br />

e como devera se conectar as redes de comunicac~ao. Ele tera o seu telefone<br />

xo conecta<strong>do</strong> a uma rede de cabo de cobre convencional, ou podera optar pela<br />

conex~ao via o prove<strong>do</strong>r de TV a cabo, ou a uma rede local sem o publica<br />

ou privada, ou uma comunicac~ao via satelite, ou .... Essa decis~ao sera t~ao<br />

mais complexa quanto maior for os servicos dispon veis. Algumas empresas ja<br />

prev^eem para seus equipamentos moveis o envio e recebimento de mensagens,<br />

3,9


1.2 Merca<strong>do</strong> 17<br />

0,1<br />

Atendimento ao Merca<strong>do</strong> de TV por Assinatura<br />

Em milhões de <strong>do</strong>micílios<br />

0,7<br />

2,0<br />

3,7<br />

5,5<br />

7,0<br />

16,5<br />

1994 1995 1996 1997 1998 1999 2003<br />

Figura 1.7: Merca<strong>do</strong> brasileiro de TV por assinatura<br />

o acesso via browser aInternet e muitas outras facilidades. Esse leque de<br />

opc~oes e com certeza um gera<strong>do</strong>r de incertezas, mas cada vez mais viabilizarao<br />

acesso de um maior numero de usuarios, estabelecen<strong>do</strong> novos comportamentos<br />

e processos, quer seja nas resid^encias como tambem nas empresas e industrias.<br />

Por sua vez, as empresas tambem passam por mudancas signi cativas e<br />

grandes desa os para garantir a sobreviv^encia. As empresas publicas est~ao<br />

sujeitas a um amplo processo de privatizac~ao. O objetivo propala<strong>do</strong> e abrir o<br />

merca<strong>do</strong> para maior competic~ao e reduc~ao de custos e precos. No entanto, a<br />

experi^encia em varios pa ses, tais como Jap~ao, Australia, EUA, e ate nossos<br />

vizinhos latino-americanos, tem mostra<strong>do</strong> por um la<strong>do</strong> a transfer^encia <strong>do</strong> monopolio<br />

estatal para o priva<strong>do</strong>, e por outro la<strong>do</strong> a di culdade em se criar um<br />

merca<strong>do</strong> realmente competitivo, se considerarmos a presenca e a dimens~ao das<br />

estatais no merca<strong>do</strong> atual. A privatizac~ao por si so n~ao cria competic~ao.<br />

Novas variaveis t^em surgi<strong>do</strong> no merca<strong>do</strong> das telecomunicac~oes. As grandes<br />

e poderosas empresas se v^eem na necessidade de ganhar agilidade e dinamismo<br />

em uma estrutura bastante pesada. A rapida evoluc~ao tecnologica permite o<br />

surgimento de pequenas empresas capazes de concorrer de igual para igual com<br />

monstros sagra<strong>do</strong>s. Isso porque a tradic~ao e a experi^encia podem perder a<br />

corrida para o novo.


18 Cap tulo 1. Introduc~ao<br />

120<br />

100<br />

80<br />

60<br />

40<br />

20<br />

0<br />

Telefones Móveis na Europa Ocidental<br />

Assinantes (milhões)<br />

Receita por assinante em $/mês<br />

1993 1995 1997 1999 2001 2003 2005 2006<br />

Figura 1.8: Numero de usuarios versus receita<br />

Empresas locais est~ao entran<strong>do</strong> no merca<strong>do</strong> de longa dist^ancia e vice-versa.<br />

Merca<strong>do</strong> este ainda totalmente <strong>do</strong>mina<strong>do</strong> pelas grandes corporac~oes. Apesar<br />

da reduc~ao de custos neste setor, as tarifas continuam bastante elevadas. Analisan<strong>do</strong><br />

um <strong>do</strong>s fatores que in ueciaram nessa queda esta o custo da bra otica.<br />

Por outro la<strong>do</strong>, a capacidade disponivel e bastante alta, sen<strong>do</strong> que apenas 5%<br />

da capacidade de satelites e cabos foi usada no ultimo ano, conforme publica<strong>do</strong><br />

pela ITU (International Telecommunications Union) [1].<br />

Outras empresas tambem est~ao buscan<strong>do</strong> novos espacos e merca<strong>do</strong>s. Assim<br />

e que empresas de energia eletrica, de abastecimento de agua, ferrovias, etc,<br />

est~ao tambem penetran<strong>do</strong> no merca<strong>do</strong> de telecomunicac~oes. Cabe aqui ressaltar<br />

a parceria entre companhia de agua francesa, Generale des Eaux, privada, e a<br />

estatal de ferrovias SNCF, concorren<strong>do</strong> com a estatal France Telecom. Tambem<br />

na Alemanha as partes privadas das companhias de energia RWE, Viag e Veba,<br />

concorrem com a Deutsche Telekom. A Japan Telecom pertence a tr^es ferrovias.<br />

O mesmo ocorre com as empresas de energia e ferrovias americanas.<br />

Uma nova empresa para se estabelecer tem de construir a sua propria rede<br />

de telecomunicac~oes ou buscar parcerias com outras proprietarias de redes ja<br />

existentes. As duas opc~oes s~ao complexas. A primeira exige um eleva<strong>do</strong> investimento<br />

em um setor que passa por mudancas frequentes, a segunda cria uma


1.2 Merca<strong>do</strong> 19<br />

Custo por usuário<br />

$4000<br />

$3500<br />

$3000<br />

$2500<br />

$2000<br />

$1500<br />

$1000<br />

$500<br />

Rede de Cabos<br />

Celular<br />

CO 1 2 3 4 5<br />

Distância (em milhas) da central<br />

Figura 1.9: Rede celular versus rede de cabos<br />

depend^encia e um conjunto de exig^encias que podem inclusive comprometer o<br />

plano de negocios da nova empresa, tornan<strong>do</strong>-a, as vezes, t~ao engessada quanto<br />

oprove<strong>do</strong>r tradicional.<br />

Seguin<strong>do</strong> os aspectos levanta<strong>do</strong>s, os sistemas moveis apresentam como grandes<br />

vantagens a mobilidade permitida ao usuario, o acesso direto a informac~ao<br />

ou servicos e a independ^encia de cabeamento, reduzin<strong>do</strong> os custos e o tempo de<br />

instalac~ao e disponibilizac~ao <strong>do</strong>s servicos. Por outro la<strong>do</strong>, os sistemas tambem<br />

apresentam desvantagens com caracter sticas bem diferenciadas. O espectro de<br />

frequ^encia e bastante limita<strong>do</strong> e existem varios servicos que demandam parte<br />

desse espectro. As quest~oes de privacidade e seguranca s~ao bastante delicadas,<br />

apesar <strong>do</strong> ganho consegui<strong>do</strong> com os sistemas digitais. A energia dispon vel<br />

em cada unidade movel e um fator de alta limitac~ao, comprometen<strong>do</strong> o tempo<br />

de uso pelo usuario e tambem exigin<strong>do</strong> so stica<strong>do</strong>s algoritmos para o rastreamento<br />

dessas unidades moveis. Por estar sujeito as interfer^encias diversas,<br />

outros meios de transmiss~ao e geogra cos e mobilidade <strong>do</strong> usuario, a garantia<br />

da qualidade <strong>do</strong> servico e uma atividade complexa. Finalmente, a propria


20 Cap tulo 1. Introduc~ao<br />

Bilhões de dólares<br />

25<br />

20<br />

15<br />

10<br />

5<br />

0<br />

PCS<br />

1993 1994 1995 1996 1997 1998<br />

Celular Digital<br />

Celular Analógico<br />

Figura 1.10: Receita com servicos sem o nos EUA<br />

complexidade tecnologica e outra desvantagem.<br />

1.3 Conceitos Basicos<br />

Nesta sec~ao s~ao apresenta<strong>do</strong>s alguns conceitos basicos que podem facilitar a<br />

compreens~ao <strong>do</strong> tema. O objetivo e apresenta-los informalmente sem o rigor<br />

teorico.<br />

Os sistemas moveis de comunicac~ao se baseiam, em sua grande maioria,<br />

na transmiss~ao via radio, ou na emiss~ao de ondas de radio ou sinais. Essa<br />

onda no sistema telef^onico e consequ^encia da fala ou <strong>do</strong>s n veis de press~ao de<br />

ar produzi<strong>do</strong>s, que s~ao transforma<strong>do</strong>s em ondas eletricas. Matematicamente,<br />

trata-se de uma onda senoidal correspondente ao sinal analogico, ou com sinais<br />

discretos, 0 ou 1, no caso digital, guras 1.12 e 1.13.<br />

Uma onda tem tr^es caracter sticas basicas: amplitude, frequ^encia e fase.<br />

A amplitude e a medida da altura da onda para voltagem positiva, ou para<br />

voltagem negativa. Tambem de nida como a altura da crista da onda. A


1.3 Conceitos Basicos 21<br />

Efetividade<br />

A. "Handset" fixo,<br />

rede fixa<br />

B. "Handset" móvel,<br />

rede fixa<br />

Tempo<br />

Figura 1.11: Mudancas tecnologicas<br />

Figura 1.12: Sinal analogico<br />

C."Handset" móvel,<br />

rede móvel<br />

amplitude <strong>do</strong> sinal digital e igual a diferenca de voltagem para o degrau entre<br />

0 e 1. Inician<strong>do</strong> na voltagem zero, essa onda cresce, atinge a sua amplitude,<br />

decresce, se anula, atinge sua amplitude negativa evolta a crescer ate seanular<br />

novamente. Essa sequ^encia comp~oe um ciclo. A frequ^encia corresponde ao<br />

numero de cristas por segun<strong>do</strong> ou ao numero de ciclos por segun<strong>do</strong>. Um ciclo<br />

tambem e denomina<strong>do</strong> por 1 hertz = 1 Hz, a medida usual de frequ^encia, e seus


22 Cap tulo 1. Introduc~ao<br />

Amplitude<br />

+<br />

0<br />

-<br />

Sinal Digital<br />

0 1 0 1 1 0 0<br />

Bit cells<br />

Figura 1.13: Sinal digital<br />

multiplos: 1 kilohertz = 1 KHz = 1000 Hz, 1 megahertz = 1 MHz = 1000 KHz,<br />

e 1 gigahertz = 1 GHz, 1 tetrahertz = 1 THz. A fase e o angulo de in ex~ao da<br />

onda em um ponto espec co no tempo, e medida em graus. Para uma mesma<br />

frequ^encia e amplitude as fases s~ao diversas.<br />

Um sinal de voz e portanto uma onda eletrica com diversas frequ^encias,<br />

como os sons musicais s~ao combinac~oes de varias frequ^encias acusticas, e as<br />

cores <strong>do</strong> arco-iris s~ao diferentes frequ^encias de ondas de luz. A sequ^encia de<br />

frequ^encias gera os sons relativos a voz que s~ao transmiti<strong>do</strong>s via radio ou sistemas<br />

com o. O sinal de radio e uma onda de energia que, no vacuo, viaja<br />

avelocidade da luz, 297000 km/s. A conex~ao transmissor/receptor se da por<br />

diversos tipos de ondas. As terrestres, ou de superf cie, seguem a superf cie<br />

ou curvatura da terra. As ondas espaciais s~ao as que trafegam em linha reta.<br />

Ondas celestiais usam a camada da ionosfera como meio de transporte e como<br />

um espelho que re ete as ondas de radio. As ondas de satelite se baseiam na<br />

ampli cac~ao pela estac~ao satelite e retorno a terra em diferentes frequ^encias.<br />

Finalmente, um tipo bem especial de transmiss~ao s~ao os sistemas de microondas.


1.3 Conceitos Basicos 23<br />

A dist^ancia, em metros, entre duas cristas de ne o comprimento de onda. O<br />

comprimento de onda para altas frequ^encias e menor que em baixas, tambem o<br />

ciclo e menor para altas frequ^encias. O intervalo entre duas frequ^encias de ne<br />

uma banda, e a diferenca entre a maior e a menor frequ^encia caracteriza a<br />

largura de banda. Este conceito e extremamente importante na medida que a<br />

capacidade de um canal (bits/s) e, em parte, dependente da largura de banda.<br />

Assim, um canal telef^onico de aproximadamente 20 KHz pode transmitir todas<br />

as caracter sticas da voz. A comunicac~ao via radio atua em um espectro<br />

limita<strong>do</strong> de frequ^encias, por motivos tecnicos e, algumas bandas, s~ao nocivas<br />

a diferentes especies, inclusive o homem. O ouvi<strong>do</strong> humano e capaz de detectar<br />

sons aproximadamente na banda de 40 a 18000 Hz. No entanto, os<br />

sistemas telef^onicos n~ao s~ao capazes de cobrir to<strong>do</strong> esse espectro. A energia<br />

necessaria na emiss~ao de um sinal de voz se concentra na banda de 200 a 3100<br />

Hz. Ainda mais, a reproduc~ao da fala n~ao exige uma precis~ao maxima, o ouvi<strong>do</strong><br />

eocerebro s~ao capazes de reconstruir e inferir, captan<strong>do</strong> transmiss~oes com ate<br />

98% da energia e 85% da intelig^encia da fala. As frequ^encias em transmiss~oes<br />

radio v~ao de 30 KHz a 300 GHz, com as bandas dadas pela tabela 1.2.<br />

IntervalodeFrequ^encia Sigla Classi cac~ao<br />

3 KHz ELF Extremely Low Frequency<br />

3-30 KHz VLF Very Low Frequency<br />

30-300 KHz LF Low Frequency<br />

300 KHz-3 MHz MF Medium Frequency<br />

3-30 MHz HF High Frequency<br />

30-300 MHz VHF Very High Frequency<br />

300 MHz-3 GHz UHF Ultra High Frequency<br />

3-30 GHz SHF Super High Frequency<br />

30-300 GHz EHF Extremely High Frequency<br />

Tabela 1.2: Intervalos de frequ^encias e classi cac~ao<br />

Examinan<strong>do</strong> as bandas na tabela 1.2, pode-se concluir que enquanto a<br />

largura de banda na faixa de audic~ao e da ordem de 3000 Hz, para altas<br />

frequ^encias, como as exploradas nas transmiss~oes via radio, a largura de banda<br />

pode chegar a aproximadamente 300 MHz, justi can<strong>do</strong> a import^ancia das altas<br />

frequ^encias. As ondas de superf cie, em geral, exploram as baixas frequ^encias,<br />

apresentam longos comprimentos de onda (10000 metros) e, portanto, n~ao sujeitas<br />

a variac~oes topogra cas. As ondas espaciais s~ao usadas em transmiss~oes<br />

de TV e operam na faixa de VHF a SHF. As ondas celestiais atua na faixa


24 Cap tulo 1. Introduc~ao<br />

HF e usadas para transmiss~oes de radio e telefonia de longa dist^ancia. As ondas<br />

de satelite t^em caracter stiscas bem particulares, descritas anteriormente.<br />

Microondas exploram o espectro de UHF e SHF proven<strong>do</strong> uma ampla banda,<br />

pequenos comprimentos de onda e menores antenas. Epossvel obter taxas<br />

de 274 Mbps em sistemas com 18 GHz de banda. E indicada para conex~oes<br />

remotas de 30 a 50 km.<br />

Cada prove<strong>do</strong>r pode variar a frequ^encia, amplitude ou fase, ou combinac~oes<br />

dentro de limites autoriza<strong>do</strong>s. A modulac~ao e o processo de variac~ao de um<br />

desses atributos. A modulac~ao em amplitude (AM) e em frequ^encia (FM) s~ao<br />

as mais conhecidas. A primeira usa o sistema de chaveamento de amplitude<br />

ASK (Amplitude Shift Keying) easegundaochaveamento de frequ^encia FSK<br />

(Frequency Shift Keying). Outras formas s~ao a modulac~ao em fase PM (Phase<br />

Modulation), PCM (Pulse Code Modulation) eQAM(Quadrature Amplitude<br />

Modulation), usada em sistemas digitais. A combinac~ao de diferentes tecnologias<br />

pode gerar combinac~oes de formas de modulac~ao.<br />

A forma AM e mais usada nas transmiss~oes comerciais e e bastante sens vel<br />

aru<strong>do</strong>s. Portanto, e pouco indicada para comunicac~ao sem o. A vantagem<br />

deste sistema era a banda requerida em uma transmiss~ao, 8 KHz, que era<br />

bastante elevada para FM, 200 KHz. Com a reduc~ao da banda em FM para<br />

10 KHz, a modulac~ao AM perdeu to<strong>do</strong> o espaco para a FM, que e bem menos<br />

sens vel aos ru <strong>do</strong>s.<br />

Pela modulac~ao caracterizamos a forma de apresentac~ao da informac~ao que<br />

se transforma em trafego. Visan<strong>do</strong> maiores velocidades de transmiss~ao, esse<br />

trafego deve ser cursa<strong>do</strong> o mais rapi<strong>do</strong> poss vel. Neste senti<strong>do</strong>, surge a ideia de<br />

multiplexac~ao, ou a agregac~ao de varias informac~oes para acelerar a transmis~ao.<br />

Tambem existem tecnicas de multiplexac~ao para comunicac~ao com e sem o.<br />

Nesse ultimo caso, destaca-se a FDM (Frequency Division Multiplexing) ea<br />

TDM (Time Division Multiplexing), basicas para os meto<strong>do</strong>s ou arquiteturas<br />

de acesso de usuarios FDMA (Frequency Division Multiplexing Access) eo<br />

TDMA (Time Division Multilexing Access). Tambem destaca-se o meto<strong>do</strong><br />

de acesso mais recente, o CDMA (Code Division Multiplexing Access), to<strong>do</strong>s<br />

descritos no cap tulo seguinte.<br />

As tecnicas FDM e TDM dividem a largura de banda em canais disponibiliza<strong>do</strong>s<br />

aos usuarios <strong>do</strong> sistema, gura 1.14. Por sua vez, o CDMA disponibiliza<br />

toda a banda para to<strong>do</strong>s os usuarios, sem a caracterizac~ao de canais com uma<br />

banda pre- xada. Essa subdivis~ao <strong>do</strong> espectro torna o FDMA uma arquitetura<br />

de faixa estreita, o TDMA pode ser de faixa estreita ou larga, e o CDMA de<br />

faixa larga.<br />

Amultiplexac~ao FDM pre<strong>do</strong>minava ateo nicio <strong>do</strong>s anos 90, mas ainda


1.3 Conceitos Basicos 25<br />

Figura 1.14: Tecnicas de multiplexac~ao FDM, TDM e STDM<br />

tem si<strong>do</strong> usada em comunicac~ao via satelite, telefonia, sistemas microondas e<br />

televis~ao a cabo (CATV). A largura de banda e subdividida em canais de banda<br />

menor, com uma porta<strong>do</strong>ra para cada canal, capaz de cursar um sinal de voz ou


26 Cap tulo 1. Introduc~ao<br />

da<strong>do</strong>s. A arquitetura FDMA explora a FDM e os canais s~ao aloca<strong>do</strong>s conforme<br />

a demanda, reservan<strong>do</strong> alguns canais de controle. Dependen<strong>do</strong> <strong>do</strong> sistema<br />

torna-se necessario a alocac~ao de <strong>do</strong>is canais para cada usuario, um para cada<br />

senti<strong>do</strong> da comunicac~ao, canal duplex. FDMA e explora<strong>do</strong> principalmente em<br />

sistemas analogicos, mas pode tambem ser usa<strong>do</strong> em sistemas de transmiss~ao<br />

digital.<br />

A primeira gerac~ao <strong>do</strong>s sistemas celulares, analogicos, se baseia no FDMA,<br />

entre eles o AMPS (Advanced Mobile Phone Service), sistema pre<strong>do</strong>minante<br />

nos EUA, Brasil e outros 40 pa ses. Cada canal ocupa uma banda de 30 KHz.<br />

A largura de banda total e de 25 MHz para faixa A (ou tambem conhecida<br />

por banda A, faixa de 824 a 849 MHz) e 25 MHz para faixa B (banda B, faixa<br />

de 869 a 894 MHz). Para cada faixa, a multiplexac~ao gera 833 canais, como<br />

s~ao necessarios canais duplex, para cada comunicac~ao,umnosenti<strong>do</strong> estac~aounidade<br />

movel,eoutronosenti<strong>do</strong> unidade movel-estac~ao, resulta a capacidade<br />

de atendimento simult^aneo de 416 usuarios por faixa. O custo da unidade<br />

movel e de menor custo enquanto na estac~ao e mais eleva<strong>do</strong>.<br />

Amultiplexac~ao TDM disponibiliza toda largura de banda para um canal,<br />

mas cada um usa apenas um slot de tempo. Uma mesma porta<strong>do</strong>ra e usada por<br />

to<strong>do</strong>s os canais em intervalos de tempo. Os sinais s~ao discretiza<strong>do</strong>s, caben<strong>do</strong><br />

a cada usuario um canal que recebe o sinal a cada sequ^encia de slots. Uma<br />

das limitac~oes dessa tecnica consiste na gerac~ao de slots de tempo mesmo para<br />

canais sem transmiss~ao. Essa desvantagem e corrigida pela STDM (Statistical<br />

Time Divison Multiplexing), com a alocac~ao din^amica de slots apenas aos terminais<br />

em uso, veja gura 1.14. O maior numero de canais implica em maior<br />

faixa de transmiss~ao, mas o numero de slots por canal depende <strong>do</strong> projeto e<br />

pode superar o FDM.<br />

A segunda gerac~ao de sistemas celulares se baseia no TDMA que, em geral<br />

e na pratica, s~ao similares ao STDM. O TDMA tem si<strong>do</strong> bastante usa<strong>do</strong><br />

pelos atuais sistemas moveis e sem o. Nessa arquitetura de acesso o sinal de<br />

voz e digitaliza<strong>do</strong>, armazena<strong>do</strong> em um bu er na estac~ao e, ent~ao, transmiti<strong>do</strong><br />

pela alocac~ao aos slots de tempo, com intervalos distintos para transmiss~ao<br />

e recepc~ao. Esta arquitetura tambem pode ser vista como uma combinac~ao<br />

das tecnicas FDM e TDM. FDM no senti<strong>do</strong> que divide a largura de banda<br />

em canais e uma porta<strong>do</strong>ra para cada canal, e TDM porque os sinais digitais<br />

s~ao envia<strong>do</strong>s pela mesma porta<strong>do</strong>ra. Isso exige um maior custo para manter<br />

a qualidade <strong>do</strong> sinal. Os sinais <strong>do</strong>s usuarios, apesar de ocuparem a mesma<br />

frequ^encia, n~ao interferem entre si, pois ocupam diferentes slots de tempo.<br />

O sistema celular pre<strong>do</strong>minante na Europa e o mais popular na linha digital,<br />

GSM (Global System for Mobile communications), explora o TDMA,


1.3 Conceitos Basicos 27<br />

atuan<strong>do</strong> nas faixas de 890 a 915 MHz, e 935 a 960 MHz, nas direc~oes unidade<br />

movel-estac~ao e estac~ao-unidade movel. Cada faixa e dividida em 124 pares de<br />

porta<strong>do</strong>ras de 200 KHz. Cada porta<strong>do</strong>ra e dividida em 8 canais com slots de<br />

tempo de 0,577 ms, ou um quadro (frame) de 4,615 ms (8 0 577).<br />

O sistema digital D-AMPS (Digital AMPS), tambem em uso no Brasil, faz<br />

uso da tecnica de multiplicac~ao FDM, propria <strong>do</strong> AMPS, mas tambem o TDM,<br />

que gera sinais digitais. Como cada porta<strong>do</strong>ra gerada pelo FDM emultiplexada<br />

em tr^es canais pelo TDM, a capacidade <strong>do</strong> D-AMPS emultiplicada por tr^es.<br />

A arquitetura CDMA disponibiliza toda a largura de banda para to<strong>do</strong>s os<br />

usuarios e cada conex~ao estac~ao-usuario recebe um codigo espec co e o mais<br />

aleatorio ou ortogonal aos demais. Mas os sinais <strong>do</strong>s usuarios cursam o mesmo<br />

canal ao mesmo tempo, permitin<strong>do</strong> inclusive ainterfer^encia entre eles.<br />

Outros sistemas celulares est~ao dispon veis no merca<strong>do</strong> como: TACS (Total<br />

Access Communication System) com grande participac~ao no merca<strong>do</strong> <strong>do</strong> Reino<br />

Uni<strong>do</strong>, ETACS (European TACS), JTACS (Japan TACS), NTACS (Nippon<br />

TACS),ogrupoTACS esta presente em aproximadamente 20 pa ses. O NMT<br />

(Nordic Mobile Telephone system) esta implanta<strong>do</strong> nos pa ses nordicos e trinta<br />

outros, RMTS (Radio Mobile Telephone System), to<strong>do</strong>s analogicos. PDC (Personal<br />

Digital Cellular) participa <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> japon^es, IS95 (Interim Standard<br />

95 ) uma vers~ao inicial para o CDMA e o DCS (Digital Cellular System), que<br />

usa protocolo GSM, s~ao to<strong>do</strong>s digitais. Maiores detalhes sobre os sistemas<br />

celulares s~ao apresenta<strong>do</strong>s na proxima sec~ao.<br />

Em 1993, a TIA lancou a especi cac~ao IS-95 com base na tecnologia<br />

SST (Spread Spectrum Technology) ou espalhamento espectral, basico para o<br />

CDMA, e tambem para a evoluc~ao <strong>do</strong> TDMA. Essa tecnologia data da decada<br />

de 40, para atender comunicac~oes militares. Uma de suas vers~oes iniciais edenominada<br />

frequency hopping ou salto de frequ^encia. Essa tecnologia consiste na<br />

transmiss~ao pelo uso de varias frequ^encias espalhadas e sequenciadas, usan<strong>do</strong><br />

toda a banda, espalhamento espectral, ao inves de uma unica. Isso aumenta<br />

a sua capacidade de transmiss~ao. O receptor deve ser capaz de identi car o<br />

codigo e a sequ^encia de espalhamento para cada canal de comunicac~ao. Essa<br />

tecnica e bastante promissora para os servicos de PCS (Personal Communication<br />

Systems) devi<strong>do</strong> a sua exibilidade para comunicac~oes sem o, o uso<br />

e ciente <strong>do</strong> espectro de frequ^encia, e capacidade futura de transmiss~ao de da<strong>do</strong>s<br />

a altas velocidades e baixo custo, alem da seguranca a vista da atuac~ao de<br />

hackers. Por outro la<strong>do</strong> exige uma banda elevada tornan<strong>do</strong>-se bastante restrita<br />

para as atuais bandas celulares dispon veis [96].<br />

Os sistemas celulares s~ao os mais populares sistemas sem o. Muitos conceitos<br />

s~ao particulares e outros extrapolam esta area [226, 141]. O nome sistema


28 Cap tulo 1. Introduc~ao<br />

movel celular (SMC) advem de sua estrutura em celulas. Uma celula euma<br />

area geogra ca atendida ou coberta por um transmissor de baixa pot^encia, uma<br />

ERB (Estac~ao Radio Base). Uma ERB e uma ou mais antenas xas, instaladas<br />

em torres que t^em como objetivo atender a demanda originada pelas estac~oes<br />

ou unidades moveis, ou usuarios, dentro de sua area de cobertura. A unidade<br />

movel e o equipamento manipula<strong>do</strong> pelo usuario <strong>do</strong> SMC. Notadamente os<br />

aparelhos portateis ditos telefones celulares. Em outro senti<strong>do</strong>, a celula corresponde<br />

a area de abrang^encia de uma ERB. To<strong>do</strong> ponto onde o sinal radio<br />

de uma ERB pode ser recebi<strong>do</strong> dentro de limites de ru <strong>do</strong>s e interfer^encias<br />

aceitaveis. As celulas n~ao t^em forma de nida. Idealmente seriam circulares,<br />

mas na pratica podem assumir formas totalmente irregulares, dependen<strong>do</strong> <strong>do</strong><br />

relevo e topogra a da area. Por conveni^encia s~ao representadas por hexagonos.<br />

Alguns pontos podem ser cobertos por mais de uma ERB, nesse caso temos<br />

um overlapping de celulas. Ainda mais, a unidade movel ao solicitar uma<br />

canal a ERB de sinal mais forte pode receber um acknoledgement negativo.<br />

Em seguida, veri ca uma segunda ERB com sinal su ciente para estabelecer a<br />

conex~ao. Este procedimento e denomina<strong>do</strong> de direct-retry.<br />

Com o crescimento da demanda e o reduzi<strong>do</strong> espectro de frequ^encia, as<br />

celulas t^em uma tend^encia a reduzirem sua area de cobertura. Neste contexto<br />

surgem os conceitos de macrocelula, microcelula e picocelula. As celulas reduzem<br />

e tambem a pot^encia de suas ERBs.<br />

A conex~ao entre uma ERB e uma unidade movel se realiza por um canal ou<br />

frequ^encia dispon vel. Inicialmente era um canal espec co para cada usuario<br />

(nontrunk), para os novos sistemas (trunk) to<strong>do</strong>s os canais est~ao dispon veis<br />

para to<strong>do</strong>s os usuarios da celula. Os canais s~ao libera<strong>do</strong>s por ordem de chegada<br />

<strong>do</strong>s usuarios e ser~ao atendi<strong>do</strong>s tantos quantos s~ao os canais dispon veis na<br />

ERB. Da a import^ancia de uma e ciente alocac~ao de frequ^encias entre as<br />

ERBs. Cada ERB esta conectada por uma linha f sica dedicada a uma CCC<br />

(Central de Comutac~ao e Controle), que, por sua vez, tambem esta conectada<br />

a RPT (Rede Publica de Telefonia), gura 1.15. A CCC e responsavel pela<br />

inteligac~ao e controle de varias ERBs. Etambem responsavel pela monitorac~ao<br />

de chamadas e han<strong>do</strong> ,amudanca automatica de chamada de uma celula para<br />

outra amedidaqueousuario se desloca. O deslocamento de longa dist^ancia,<br />

com mudanca de area metropolitana, exige tambem o redirecionamento de<br />

chamadas via roaming.<br />

As antenas s~ao usadas como transmissores e receptores de sinais de radio.<br />

S~ao projetadas em relac~ao aos comprimentos de onda. Assim, frequ^encias elevadas<br />

com pequenos comprimentos de onda exigem antenas menores. Baixas<br />

frequ^encias com grandes comprimentos de onda tornam as antenas maiores.


1.3 Conceitos Basicos 29<br />

ERB<br />

RPT<br />

CCC<br />

CCC ERB<br />

ERB<br />

ERB<br />

ERB 3<br />

Figura 1.15: Topologia <strong>do</strong> sistema celular<br />

Essa relac~ao generica pode ser modi cada pelo uso de indutores, capazes de reduzir<br />

a dimens~ao das antenas. Outro par^ametro importante e o ganho de uma<br />

antena, uma medida logar tmica, expressa em decibeis (dB), da raz~ao entre a<br />

antena instalada e outra de refer^encia. O ganho e a taxa de ampli cac~ao <strong>do</strong><br />

sinal. A transmiss~ao de um sinal de 1 watt de pot^encia por uma antena com<br />

ganho de 5 resultara em sinal de 5 watts. Com isso e poss vel aumentar a area<br />

de cobertura de cada ERB, principalmente em areas com escassez de banda,<br />

porem dentro de limites que n~ao prejudique o funcionamento <strong>do</strong> SMC como um<br />

to<strong>do</strong>. No SMC s~ao utiliza<strong>do</strong>s <strong>do</strong>is tipos de antenas. As omni-direcionais s~ao<br />

as mais usuais e s~ao capazes de transmitir sinais em todas as direc~oes simultaneamente.<br />

Normalmente uma estac~ao comum contem 3 antenas. As antenas<br />

setorizadas cobrem pequenos setores dentro de uma celula, n~ao propagam sinal<br />

em todas as direc~oes, mas em um feixe que de ne o setor.<br />

Ao distribuir as frequ^encias pelas ERBs <strong>do</strong>is tipos de interfer^encias s~ao<br />

importantes. A interfer^encia co-canal e devida ao uso da mesma frequ^encia em<br />

diferentes celulas. O n vel de interfer^encia co-canal e a raz~ao entre a pot^encia<br />

1 2<br />

4 5 6<br />

7 8 9<br />

0<br />

*<br />

OFF<br />

ERB<br />

SND


30 Cap tulo 1. Introduc~ao<br />

<strong>do</strong> canal transmiti<strong>do</strong> pela soma das pot^encias <strong>do</strong>s canais de mesma frequ^encia<br />

das celulas vizinhas a primeira. A interfer^encia adjacente eainterfer^encia de<br />

canais adjacentes em uma mesma ERB ou celula.<br />

A escassez da banda de frequ^encia exige um mecanismo de reuso. O fator de<br />

reuso multiplica o numero de canais aumentan<strong>do</strong> a sua distribuic~ao. Tambem<br />

indica a quantas celulas de dist^ancia de uma estac~ao determinada os canais<br />

desta poder~ao ser reutiliza<strong>do</strong>s. O reuso de frequ^encia depende da pot^encia <strong>do</strong><br />

sinal, das frequ^encias usadas, relevo, ambiente, tipo e altura de antena. Consideran<strong>do</strong><br />

a topologia hexagonal esse fator e igual a sete, ou seja, o espectro de<br />

frequ^encias e distribui<strong>do</strong> entre uma celula e suas outras seis vizinhas, poden<strong>do</strong><br />

repetir suas frequ^encias na vizinhanca de suas vizinhas. A dist^ancia de reuso<br />

e a dist^ancia m nima entre duas ERBs transmitin<strong>do</strong> em canais com a mesma<br />

frequ^encia sem que haja interfer^encia mutua. A dist^ancia de reuso edadapor:<br />

D = R p 3N<br />

onde D e a dist^ancia de reuso, R oraiodacelula e N o fator de reuso. O fator<br />

de reduc~ao da interfer^encia co-canal e a raz~ao entre D e R, q = D=R. Uma<br />

maior dist^ancia implica em menor interfer^encia co-canal, mas com um menor<br />

numero de canais por celula, menor a capacidade por celula. Caso contrario, as<br />

celulas t^em de reduzir de tamanho, aumentar a capacidade <strong>do</strong> sistema, apesar<br />

de aumentar o numero de ERBs com menor pot^encia, o numero de han<strong>do</strong><br />

aumenta e tambem a complexidade de rastreamento das unidades moveis.<br />

Complementan<strong>do</strong> esse cap tulo introdutorio, cabe ressaltar alguns <strong>do</strong>s organismos<br />

de especi cac~ao e padronizac~ao:<br />

ITU (International Telecommunications Union), que absorveuoCCITT<br />

(Comite Consultatif Internationale de Telegraphie et Telephonie)<br />

ITU-R (International Telecommunications Union { Radio Comunication<br />

Sector)<br />

CTIA (Cellular Telecommunications Industry Association), associac~ao de<br />

prove<strong>do</strong>res americanos<br />

TIA (Telecommunications Industry Association), associac~ao independente<br />

para padronizac~ao<br />

EIA (Electronics Industry Association), similar a TIA<br />

ETSI (European Telecommunications Standard Institute)


1.3 Conceitos Basicos 31<br />

E a computac~ao movel? Apos uma vis~ao geral de sistemas moveis e sem<br />

o, pode-se concluir que a computac~ao movel vem da evoluc~ao e como complementac~ao<br />

aos sistemas atuais e projeta<strong>do</strong>s para o futuro. As comunicac~oes<br />

pessoais e corporativas escoar~ao boa parte de seus processos pela uso da computac~ao<br />

movel. Hoje o merca<strong>do</strong> e complexo com muitas especi cac~oes e produtos<br />

sen<strong>do</strong> lanca<strong>do</strong>s e prometi<strong>do</strong>s, com um emarranha<strong>do</strong> de siglas. No entanto, ja<br />

existem alguns movimentos no senti<strong>do</strong> de de nir padr~oes mundiais oferecen<strong>do</strong><br />

de forma integrada voz, da<strong>do</strong>s e servicos multim dia, e que reduza os custos e<br />

permita uma competic~ao mais vis vel para o usuario. Neste senti<strong>do</strong>, a ITU-R<br />

(International Telecommunications Union - Radio Communication Sector) esta<br />

desde 1987 desenvolven<strong>do</strong> um padr~ao de comunicac~oes via radio denomina<strong>do</strong><br />

FPLMTS (Future Public Land Mobile Telecommunications System), rebatiza<strong>do</strong><br />

de IMT-2000 (International Mobile Telecommunications 2000), padr~ao para o<br />

seculo 21. Tambem a ETSI (European Telecommunications Standard Institute)<br />

esta encarregada da especi cac~ao <strong>do</strong> UMTS (Universal Mobile Telecommunications<br />

System).<br />

Este <strong>livro</strong> segue a seguinte estrutura. Ocaptulo 2 da umvis~ao da comunicac~ao<br />

movel, suas perspectivas futuras, evoluc~ao tecnologica, sistemas e<br />

servicos, mas principalmente ressalta alguns problemas a serem enfoca<strong>do</strong>s. O<br />

cap tulo 3 trata o problema de localizac~ao de estac~oes radio e moveis, fundamental<br />

para os prove<strong>do</strong>res de servicos celulares atuais. O cap tulo 4 explora<br />

os algoritmos de alocac~ao de canais com criterios de distribuic~ao estatico e<br />

din^amico. O cap tulo 5 apresenta os protocolos para tratamento da mobilidade<br />

de computa<strong>do</strong>res. A ger^encia de informac~ao e o tema principal <strong>do</strong> cap tulo 6.<br />

Ocaptulo 7 e dedica<strong>do</strong> aos algoritmos distribu <strong>do</strong>s que suportam a mobilidade<br />

nos sistemas de comunicac~ao. Finalmente, apresentamos algumas conclus~oes<br />

ecomentarios nais no cap tulo 8. Em to<strong>do</strong>s os cap tulos s~ao referencia<strong>do</strong>s<br />

varios artigos com modelos, meto<strong>do</strong>s e algoritmos. Por se tratar de uma area<br />

bastante recente, os artigos cita<strong>do</strong>s visam apenas dar conhecimento sobre resulta<strong>do</strong>s<br />

e propostas, e n~ao a defesa de um ou outro princ pio e import^ancia<br />

das publicac~oes.


32 Cap tulo 1. Introduc~ao


Cap tulo 2<br />

Comunicac~ao Movel:<br />

Principais Problemas<br />

Neste cap tulo s~ao discuti<strong>do</strong>s uma serie de servicos e problemas decorrentes<br />

das novas tecnologias. Estes servicos requerem diferentes arquiteturas de redes<br />

ediferentes meto<strong>do</strong>logias para o desenvolvimento de aplicativos. Os sistemas<br />

podem ser dividi<strong>do</strong>s em grandes areas, visualizan<strong>do</strong> os sistemas em in<strong>do</strong>or (interno)<br />

e out<strong>do</strong>or (externo), analogicos e digitais, moveis e sem o. O objetivo<br />

eidenti car e comparar os diversos sistemas, tecnologias, modelos, e suas integrac~oes.<br />

Apesar de conceitualmente semelhantes, alguns problemas podem<br />

sofrer tratamentos bastante diferencia<strong>do</strong>s. Como exemplo, a localizac~ao de<br />

estac~oes e a alocac~ao de canais s~ao conceitualmente semelhantes para ambientes<br />

internos e externos, mas s~ao trata<strong>do</strong>s de forma bastante independente<br />

[91, 147].<br />

Este cap tulo esta organiza<strong>do</strong> da seguinte forma. Asec~ao 2.1 discute a<br />

evoluc~ao <strong>do</strong>s sistemas celulares. Asec~ao 2.2 descreve as principais tecnologias<br />

em uso para comunicac~ao sem o bem como seus sistemas e servicos. A<br />

sec~ao 2.3 apresenta alguns <strong>do</strong>s principais problemas relaciona<strong>do</strong>s com a infraestrutura<br />

da comunicac~ao sem o. A sec~ao 2.4 apresenta os principais fatores<br />

relaciona<strong>do</strong>s com o projeto de hardware e software para computac~ao movel.<br />

Esses fatores tambem est~ao relaciona<strong>do</strong>s com os problemas de infra-estrutura<br />

mas dizem respeito mais de perto com a unidade movel. Finalmente, a sec~ao 2.5<br />

apresenta alguns <strong>do</strong>s principais problemas relaciona<strong>do</strong>s com o uso <strong>do</strong> computa<strong>do</strong>r<br />

movel.


34 Cap tulo 2. Comunicac~ao Movel: Principais Problemas<br />

2.1 Sistemas Celulares<br />

Os sistemas celulares pre<strong>do</strong>minam atualmente na area de comunicac~ao movel.<br />

Surgiram no nal da decada de 70 como um servico de luxo. Os equipamentos<br />

tinham aplicabilidade espec ca, como automoveis, devi<strong>do</strong> a baixa durabilidade<br />

de suas baterias. Os primeiros sistemas tinham, e ainda t^em, capacidade limitada<br />

e o numero de usuarios aloca<strong>do</strong>s a cada estac~ao ebastante reduzi<strong>do</strong>. Este<br />

primeiro grupo representa a primeira gerac~ao, e destaca-se o AMPS (Advanced<br />

Mobile Phone System), que pre<strong>do</strong>mina no merca<strong>do</strong> americano e no Brasil, entre<br />

outros.<br />

No nal da decada de 80 surgem aparelhos celulares portateis com baterias<br />

de maior durac~ao e aplicac~oes diversas. Com a reduc~ao <strong>do</strong>s precos <strong>do</strong>s equipamentos<br />

e maior disponibilidade de servicos, a demanda pelos sistemas celulares<br />

cresce rapidamente. Com isso, tornou-se essencial a busca por sistemas capazes<br />

de atender um maior numero de usuarios. Adiciona-se a este fato, a corrida<br />

empresarial pelo <strong>do</strong>m nio tecnologico e comercial <strong>do</strong> merca<strong>do</strong>.<br />

A segunda gerac~ao de sistemas celulares se identi ca com o padr~ao GSM<br />

(Global System for Mobile communications), a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong> pelos pa ses europeus a<br />

partir de 1992. E um sistema com maior capacidade e compat vel com diversas<br />

e modernas arquiteturas de redes.<br />

Os sistemas celulares t^em evolui<strong>do</strong> rapidamente sempre buscan<strong>do</strong> o atendimento<br />

de um maior numero de usuarios e a elevac~ao de sua capacidade de<br />

transmiss~ao, tornan<strong>do</strong>-se a primeira alternativaparacomunicac~ao de da<strong>do</strong>s sem<br />

o e, portanto, uma opc~ao para a computac~ao movel. A tabela 2.1 apresenta<br />

o crescimento de usuarios de sistemas celulares no per o<strong>do</strong> de 1994{1995 em<br />

algumas regi~oes. Essa evoluc~ao tecnologica, acompanhada de uma demanda<br />

explosiva, marca o surgimento da terceira gerac~ao de sistemas, com grandes<br />

investimentos em pesquisa, projeto e instalac~ao. Essa gerac~ao tera de lidar<br />

com a comunicac~ao de voz e da<strong>do</strong>s simultaneamente, e buscan<strong>do</strong>, sempre, uma<br />

maior capacidade. O conceito de capacidade de um sistema celular passa a ser<br />

visto sob uma nova otica, consideran<strong>do</strong> a comunicac~ao de da<strong>do</strong>s, e um novo<br />

paradigma: trafego por rajadas, ocupac~ao de multiplos canais por enlace, etc.<br />

O sinal emiti<strong>do</strong> pela estac~ao radio para a unidade movel sofre varias inu^encias<br />

<strong>do</strong> meio. Alem das variac~oes devidas aos obstaculos, o sinal se espalha<br />

por varios caminhos na forma de varios sinais, chama<strong>do</strong> de multiplo percurso<br />

(multipath), geran<strong>do</strong> diferentes atrasos na recepc~ao. O espalhamento deste<br />

atraso caracteriza o delay spread. A soma desses sinais pode causar atenuac~ao<br />

ou elevac~ao <strong>do</strong> sinal. Dessa forma, o sinal no destino eumvalor medio da<br />

pot^encia, e as poss veis variac~oes caracterizam o desvanecimento. O desvane-


2.2 Tecnologias, Sistemas e Servicos 35<br />

Regi~oes Dez 94 Jun 95<br />

Europa 14,7 18,5<br />

Asia 11,1 15,6<br />

America <strong>do</strong> Norte 26,0 28,2<br />

America <strong>do</strong> Sul e Central 2,4 3,0<br />

Oriente 0,4 0,5<br />

Africa 0,3 0,6<br />

Total 54,9 66,4<br />

Tabela 2.1: Crescimento de usuarios de sistemas celulares (milh~oes)<br />

cimento pode ser lento, de longo prazo, ou rapi<strong>do</strong>, de curto prazo. O primeiro<br />

decorre <strong>do</strong>s obstaculos e ocorre em intervalos de dezenas de comprimentos de<br />

onda. O segun<strong>do</strong> decorre <strong>do</strong>s multiplos percursos e ocorre em intervalos de<br />

meio comprimento de onda aproximadamente, ou 17 cm para 900 MHz. A variac~ao<br />

<strong>do</strong> sinal decorrente da velocidade de deslocamento da unidade movel e<br />

conheci<strong>do</strong> como deslocamento Doppler. Para uma velocidade de deslocamento<br />

v, e um comprimento de onda , o desvio maximo e da<strong>do</strong> por v= .<br />

Para manter a qualidade de servico torna-se necessario controlar o desvanecimento<br />

[235]. Este econtorna<strong>do</strong> pelos meto<strong>do</strong>s de diversidade, espacial, de<br />

frequ^encia, de tempo, de polarizac~ao e de ^angulo. A diversidade espacial se<br />

caracteriza pelo distanciamento das antenas na estac~ao e na unidade movel.<br />

Outra forma consiste no uso de frequ^encias diferentes, devidamente separadas,<br />

para transmiss~ao da mesma informac~ao. A diversidade de tempo se baseia no<br />

envio da mesma informac~ao em tempos diferentes. A polarizac~ao se baseia<br />

em componentes de ondas polarizadas ortogonais, capazes de transmitir a informac~ao<br />

separadamente. Finalmente, a diversidade de ^angulo explora antenas<br />

direcionais.<br />

2.2 Tecnologias, Sistemas e Servicos<br />

Os principais sistemas celulares no merca<strong>do</strong> s~ao o AMPS (Advanced Mobile<br />

Phone Service), D-AMPS (Digital AMPS), GSM (Global System for Mobile<br />

communications) e o CDMA (Code Division Multiplexing Access). Outros<br />

est~ao em uso mas com tend^encia a ceder espaco para os primeiros, pela pre<strong>do</strong>min^ancia<br />

tecnologica e de merca<strong>do</strong>. Essa conclus~ao e parcialmente con rmada<br />

pelos da<strong>do</strong>s apresenta<strong>do</strong>s na tabela 2.2, forneci<strong>do</strong>s pela European Mobile


36 Cap tulo 2. Comunicac~ao Movel: Principais Problemas<br />

Communications (Confer^encia PCS-1900, Washington, DC, 1995), relativos ao<br />

mesmo per o<strong>do</strong> da tabela anterior.<br />

Tecnologia Dez 94 Jun 95<br />

Analogica<br />

AMPS 32,4 35,5<br />

TACS 9,5 12,3<br />

NMT (450 e 900) 4,1 4,4<br />

NTT 1,9 2,3<br />

Outros 1,0 0,9<br />

Subtotal 49,3 55,4<br />

Digital<br />

GSM 4,6 7,4<br />

PDC 0,5 1,5<br />

DCS-1800 0,4 0,6<br />

TDMA 1,0 1,5<br />

Subtotal 6,0 11,0<br />

Total 54,9 66,4<br />

Tabela 2.2: Milh~oes de usuarios por tecnologia 1994{1995<br />

Uma vis~ao no tempo <strong>do</strong>s principais sistemas e dada pela gura 2.1.<br />

A comparac~ao entre eles pode levar em conta varios par^ametros, tais como:<br />

numero maximo de canais, fator de reuso, numero de usuarios por canal,<br />

e ci^encia espectral (medida pelo numero maximo de canais por celula por<br />

MHz), interfer^encia, seguranca e processamento de han<strong>do</strong> . A evoluc~ao tecnologica<br />

e a capacidade de comunicac~ao de da<strong>do</strong>s s~ao tambem importantes para<br />

expans~ao <strong>do</strong> sistema [196].<br />

O AMPS surgiu em 1983 como sucessor <strong>do</strong> IMTS (Improved Mobile Telephone<br />

Service), pre<strong>do</strong>mina nos EUA, Brasil e grande maioria <strong>do</strong>s pa ses<br />

sul-americanos, sen<strong>do</strong>, portanto, o sistema mais popular mundialmente. Sua<br />

especi cac~ao consta <strong>do</strong> EIA/TIA 533, da Eletronic Industries Association e<br />

da Telecommunications Industry Association. Apesar de analogico e participan<strong>do</strong><br />

de um merca<strong>do</strong> volta<strong>do</strong> para tecnologia digital, apenas 15% <strong>do</strong>s telefones<br />

moveis vendi<strong>do</strong>s na America <strong>do</strong> Norte em 1996 eram digitais, o que con rma<br />

uma tend^encia <strong>do</strong>s usuarios em ainda seguir a pre<strong>do</strong>min^ancia <strong>do</strong>s sistemas<br />

analogicos. No entanto, na Europa esse percentual ede90%.<br />

Consideran<strong>do</strong> os 416 canais duplex dispon veis no sistema AMPS, dentre<br />

eles sete canais de controle (a FCC de ne 21 canais de controle), e o fator


2.2 Tecnologias, Sistemas e Servicos 37<br />

Tempo<br />

2010<br />

2000<br />

1990<br />

1980<br />

1970<br />

1960<br />

1950<br />

1940<br />

AMPS, NMT, RMTS<br />

ETACS, JTACS, NTACS<br />

IMTS<br />

Analógico<br />

GSM, D-AMPS (IS54)<br />

IS136, DCS, PDC<br />

PHS, CDMA (IS95)<br />

Digital<br />

Figura 2.1: Evoluc~ao <strong>do</strong>s sistemas<br />

IMT2000<br />

UMTS<br />

PCS<br />

Satélites<br />

Redes Sem Fio<br />

Multimídia<br />

de reuso de sete, resulta 58 ((416 ; 7)=7) canais duplex para cada celula, um<br />

numero bastante reduzi<strong>do</strong> de usuarios por celula. A elevac~ao desse numero<br />

somente e poss vel pela divis~ao da celula ou pelo uso de antenas setorizadas.<br />

Nesse caso, esse numero maximo de canais por celula pode ser multiplica<strong>do</strong> por<br />

2,55 para tr^es antenas setorizadas de 120 graus. Nesse caso, o numero maximo<br />

de canais e de 147,9 por celula e, portanto, uma e ci^encia espectral de 5,92<br />

(147,9/25).<br />

As interfer^encias co-canal e adjacente no sistema AMPS s~ao contornadas<br />

pela alocac~ao de canais com frequ^encias devidamente espacadas, ou no controle<br />

da pot^encia de transmiss~ao de cada canal. Isso limita sensivelmente a<br />

capacidade <strong>do</strong> sistema. Ainda mais, apesar <strong>do</strong> uso da diversidade espacial, o<br />

desvanecimento continua sen<strong>do</strong> um problem nesse sistema. O han<strong>do</strong> implica<br />

em interrupc~ao moment^anea. A sua tecnologia analogica e obsoleta, o controle<br />

geral <strong>do</strong> sistema e xo, n~ao indicada para transmiss~ao de da<strong>do</strong>s digitais, e a<br />

seguranca ca a desejar, sen<strong>do</strong> facilmente quebrada. Com isso a expectativa<br />

quanto a sua adaptac~ao ou evoluc~ao para novos servicos e aplicac~oes e bastante<br />

baixa. No entanto, pelo uso de protocolos especiais para detecc~ao e correc~ao de<br />

erros, de facil instalac~ao, operac~ao e baixo custo, torna esse sistema viavel para<br />

ligac~oes ponto a ponto ou como porta de acesso remota para outras redes de<br />

da<strong>do</strong>s [196]. Um desses protocolos e o CDPD (Cellular Digital Packet Data),<br />

uma tecnologia de comutac~ao de pacotes estendida para ambiente movel sem<br />

o, mais especi camente redes celulares, permitin<strong>do</strong> o atendimento <strong>do</strong>s servicos


38 Cap tulo 2. Comunicac~ao Movel: Principais Problemas<br />

basicos proprios de uma rede de pacotes.<br />

Avers~ao digital <strong>do</strong> AMPS e o D-AMPS (Digital AMPS). Sua especi cac~ao<br />

esta no IS-54 (Interim Standard 54) da EIA/TIA, 1991, e cobre os <strong>do</strong>is mo<strong>do</strong>s<br />

de operac~ao (dual mode), suportan<strong>do</strong> o FDMA e o TDMA. A combinac~ao<br />

FDM/TDM faz com que este sistema tenha tr^es vezes mais canais que o AMPS.<br />

No mo<strong>do</strong> TDMA cada quadro tem 1944 bits, durac~ao de 40 ms, e s~ao envia<strong>do</strong>s<br />

26 quadros por segun<strong>do</strong>. Cada quadro e dividi<strong>do</strong> em seis slots de tempo de 324<br />

bits. Esse mo<strong>do</strong> oferece uma taxa de transmiss~ao de 48,6 kbps (1944/40), ou<br />

8,1 kbps (48,6/6) por canal, sen<strong>do</strong> 6,5 kbps para informac~ao e 1,6 kbps de sinais<br />

de controle. Alocan<strong>do</strong> <strong>do</strong>is slots de tempo para um canal duplex a taxa se eleva<br />

para 13 kbps. Pelo IS-136 novas facilidades foram agregadas, a taxa de voz foi<br />

reduzida para 6,5 kbps, elevan<strong>do</strong> a capacidade <strong>do</strong> sistema de seis em relac~ao ao<br />

sistema analogico. Portanto, pelo IS-54 o sistema D-AMPS apresenta o numero<br />

maximo de canais de 443,7 (3 147,9) a taxa de 13 kbps/canal, e pela IS-136<br />

s~ao 887,4 (6 147,9) canais de 6,5 kbps/canal. No primeiro caso tem-se uma<br />

e ci^encia espectral de 17,75, e de 35,50 para o segun<strong>do</strong>.<br />

O D-AMPS e um sistema em evoluc~ao e caminha-se para uma tecnica de<br />

multiplexac~ao TDM totalmente digital, IS-136. O objetivo e explorar a tecnologia<br />

SST (Spread Spectrum Technology), mais especi camente a tecnica de<br />

frequency hopping, aban<strong>do</strong>nan<strong>do</strong> o FDM. No atual estagio o han<strong>do</strong> ainda e<br />

um problema, mas em sua vers~ao nal este devera ser suave. Nesta evoluc~ao<br />

varios servicos t^em si<strong>do</strong> embuti<strong>do</strong>s como a comutac~ao de pacotes. No entanto,<br />

a comunicac~ao de da<strong>do</strong>s ainda e limitada e em baixas taxas de transmiss~ao.<br />

O GSM (Global System for Mobile communications), tambem conheci<strong>do</strong> por<br />

Group Speciale Mobile,e um sistema basea<strong>do</strong> na tecnologia TDMA, especi ca<strong>do</strong><br />

pela European Commission em 1987, visan<strong>do</strong> um sistema de uso geral pelos<br />

pa ses europeus, capaz de substituir os diversos sistemas analogicos existentes.<br />

E um sistema de segunda gerac~ao, e a base <strong>do</strong> sistema DCS-1800 (Digital<br />

Cellular System). Sua import^ancia e marcada pela sua alta participac~ao de<br />

merca<strong>do</strong> e considera<strong>do</strong> na evoluc~ao <strong>do</strong>s atuais sistemas.<br />

Cada canal de voz transmite na taxa de 13 kbps, e 2400, 4800 e 9600 bps.<br />

As transmiss~oes tambem podem ser pela metade das taxas anteriores. Consideran<strong>do</strong><br />

as 124 porta<strong>do</strong>ras, cada porta<strong>do</strong>ra com oito slots de tempo, ou canais,<br />

e fator de reuso de sete, e o ganho de 2,55 pelo uso de antenas setorizadas,<br />

resulta o numero maximo de canais de 361,37 (124=7 2 55 8) de 13 kbps<br />

por canal, e a e ci^encia espectral de 14,45 (361,37/25).<br />

OGSMe um sistema digital e, portanto, mais indica<strong>do</strong> para a comunicac~ao<br />

de da<strong>do</strong>s, mas o han<strong>do</strong> , ainda com interrupc~oes, compromete a qualidade de<br />

servico com a perda de informac~ao. No entanto, servicos de correio eletr^onico,


2.2 Tecnologias, Sistemas e Servicos 39<br />

ftp e acesso a computa<strong>do</strong>r ja podem ser realiza<strong>do</strong>s via computa<strong>do</strong>res pessoais<br />

conecta<strong>do</strong>s a um terminal GSM com interface PCMCIA (Personal Computer<br />

Memory Card International Association).<br />

A tecnologia CDMA foi recentemente lancada pela empresa americana<br />

Qualcomm Incorporated e depois incorporada pelas empresas GTE, Ameritech,<br />

Sprint, Airtouch, USWest e Nynex. Alguns sistemas ja est~ao em operac~ao nos<br />

EUA, Coreia <strong>do</strong> Sul, Hong Kong e Brasil. Em 1993, TIA/EIA lancaram sua<br />

especi cac~ao IS-95, como o padr~ao wideband spread spectrum digital cellular<br />

system, de alta capacidade, mo<strong>do</strong> dual que permite inclusive aoperac~ao no<br />

mo<strong>do</strong> analogico (AMPS) e digital (CDMA). Trata-se de uma tecnologia mais<br />

complexa e de custo ainda mais eleva<strong>do</strong>. Esses <strong>do</strong>is fatores s~ao fundamentais<br />

para os cr ticos da tecnologia. No entanto, esta especi cac~ao tem se torna<strong>do</strong><br />

tambem uma refer^encia para as empresas de tecnologia TDMA. Visan<strong>do</strong> uma<br />

maior penetrac~ao, a Qualcomm licenciou a tecnologia a grandes fabricantes <strong>do</strong><br />

setor como Motorola, Lucent e Nortel.<br />

Ja se fala em B-CDMA (Broadband CDMA) para aplicac~oes de banda larga,<br />

com taxas acima de 64 kbps, reduc~ao das interfer^encias, desvanecimento, e<br />

das componentes de multiplo percurso, melhor radio cobertura, e compartilhamento<br />

de to<strong>do</strong> o espectro. Neste segmento est~ao atuan<strong>do</strong> empresas como a<br />

Ericsson, uma cr tica ar<strong>do</strong>rosa a tecnologia CDMA, Siemens e Samsung. Toda<br />

a propaganda sobre o CDMA se baseia na sua caracter stica de faixa larga e e<br />

dito que esse padr~ao e capaz de superar de dez a vinte vezes o AMPS.<br />

A banda de 25 MHz no sistema CDMA e dividida em 10 canais duplex de<br />

1,25 MHz. Cada canal pode transmitir simultaneamente 64 canais digitais com<br />

taxas basicas de 9,6 kbps ou 14,4 kbps, diferencia<strong>do</strong>s por codigos ortogonais e<br />

taxa de espalhamento de 1,228 Mbps. O uso de codigos e <strong>do</strong> espalhamento garante<br />

uma alta seguranca e sigilo para o sistema, independente da criptogra a.<br />

Dos 64 canais 55 s~ao para telefonia, sete para mensagens ou paging e <strong>do</strong>is para<br />

controle. O CDMA e um sistema bastante rico de recursos para aumentar a<br />

sua e ci^encia e a qualidade de servico. O controle da pot^encia de transmiss~ao<br />

e de fundamental import^ancia para minimizar as interfer^encias. A reduc~ao <strong>do</strong><br />

ru <strong>do</strong> epossvel exploran<strong>do</strong> os intervalos de sil^encio em uma conversac~ao com a<br />

reduc~ao das taxas de transmiss~ao, tambem pelo uso de antenas setorizadas. O<br />

n vel de interfer^encia decorrente <strong>do</strong>s usuarios pode ser equaliza<strong>do</strong> pelo controle<br />

de pot^encia <strong>do</strong>s sinais. A reduc~ao de pot^encia tambem permite elevar a capacidade<br />

<strong>do</strong> sistema tornan<strong>do</strong>-o mais elastico, ao inves de bloquear os usuarios<br />

quan<strong>do</strong> atinge o seu limite maximo, como nos outros sistemas. Com isso, o<br />

numero de canais pode ser eleva<strong>do</strong>, poden<strong>do</strong> chegar ate 98 canais. Consideran<strong>do</strong><br />

esta expans~ao, o numero maximo decanaischega a 980 por celula, com


40 Cap tulo 2. Comunicac~ao Movel: Principais Problemas<br />

uma taxa de 9,6 kbps.<br />

O fator de reuso no sistema CDMA e igual a 1. Isto porque to<strong>do</strong> o espectro<br />

de frequ^encia e usa<strong>do</strong> por todas as celulas. Esta caracter stica garante um<br />

han<strong>do</strong> suave, com a soma <strong>do</strong>s sinais oriun<strong>do</strong>s das estac~oes bases. Isto pode ser<br />

visto como um meto<strong>do</strong> de diversidade. A medida que o usuario muda de celula<br />

ele libera o codigo da celula antiga e mantem o da nova. Essa caracter stica<br />

e fundamentalparaosservicos de comunicac~ao de da<strong>do</strong>s. Por outro la<strong>do</strong>, o<br />

han<strong>do</strong> suave pode ser visto como uma perda de frequ^encia na medida em que<br />

o mesmo usuario esta conecta<strong>do</strong> a mais de uma estac~ao.<br />

Consideran<strong>do</strong> o fator de reuso igual a 1, o fator de setorizac~ao de 2,55, a<br />

e ci^encia espectral e de 130,56 (640=12 5 2 55) canais/MHz por celula. Esta<br />

relac~ao garante, a princ pio, pois n~ao e con rmada na pratica, uma superioridade<br />

de 20 vezes em relac~ao ao AMPS e de 3,7 vezes ao D-AMPS totalmente<br />

digitaliza<strong>do</strong>. Um <strong>do</strong>s fatores que in uencia esta relac~ao e a qualidade de voz.<br />

Essa superioridade justi ca, em parte, o eleva<strong>do</strong> custo de implementac~ao dessa<br />

tecnologia, e uma maior capacidade com um numero menor de ERBs. O desvanecimento<br />

decorrente <strong>do</strong>s sinais que passam por multiplos percursos tambem e<br />

muito bem controla<strong>do</strong> por diversidades no espaco, frequ^encia e tempo, elevan<strong>do</strong><br />

a qualidade <strong>do</strong> servico. O CDMA e um sistema aberto e permite embutir diversos<br />

servicos e aplicac~oes alem <strong>do</strong>s atuais, entre eles a comunicac~ao de da<strong>do</strong>s.<br />

Ainda mais e um sistema digital e reduz em muito os equipamentos necessarios<br />

nos sistemas analogicos.<br />

OCDMAe o grande concorrente ao padr~ao TDMA, presente no GSM e<br />

no D-AMPS (padr~ao IS-136). Por sua vez os sistemas basea<strong>do</strong>s no FDMA<br />

tendem a perder to<strong>do</strong> o espaco ate ent~ao ocupa<strong>do</strong>. Um longo debate tem<br />

si<strong>do</strong> trava<strong>do</strong> em torno desses padr~oes, com uma tend^encia ao CDMA, mas<br />

muito tem si<strong>do</strong> feito na linha TDMA, com destaque ao GSM e ao D-AMPS<br />

hoje puxa<strong>do</strong> pela AT&T. Tambem cabe ressaltar a opc~ao pelo GSM feita por<br />

um conjunto de empresas americanas (American Personal Comunications, Bell<br />

South, Paci c Bell, Intercel, Omnipoint, etc) para desenvolver as redes PCS<br />

(Personal Communication Services). O GSM continua sen<strong>do</strong> um sistema mais<br />

barato que o CDMA na fase de implantac~ao, pelo custo das ERBs e terminais<br />

de baixo custo. No entanto, o crescimento <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> de CDMA tambem tem<br />

leva<strong>do</strong> a uma reduc~ao constante <strong>do</strong>s custos nesse padr~ao. Uma ERB ja custa<br />

abaixo de US$ 300 mil. A gura 2.2 mostra o crescimento de novos assinantes<br />

mundialmente por tecnologia, elabora<strong>do</strong> pela Motorola.<br />

Em uma comparac~ao de custos realizada recentemente pela empresa de<br />

pesquisa Dataquest Inc., o custo de um canal de voz era de US$ 9000,00 para um<br />

sistema CDMA, US$ 6000,00 para um GSM e de US$ 7000,00 para um D-AMPS


2.3 Principais Problemas Relaciona<strong>do</strong>s com a Infra-Estrutura 41<br />

Figura 2.2: Assinantes por tecnologia<br />

(IS136). Essa empresa sugere o GSM para merca<strong>do</strong>s com baixo trafego e o<br />

CDMA para merca<strong>do</strong>s congestiona<strong>do</strong>s. A tabela 2.3 apresenta uma comparac~ao<br />

entre os sistemas.<br />

Outra discuss~ao gira em torno de sistemas analogicos versus digitais. Isto<br />

porque estu<strong>do</strong>s cient cos t^em mostra<strong>do</strong> de forma consistente que os telefones<br />

celulares de tecnologia digital podem ser prejudiciais a saude (problemas de<br />

audic~ao e card acos). Nesse senti<strong>do</strong>, esse e um argumento favoravel a tecnologia<br />

analogica. Por outro la<strong>do</strong>, a tecnologia digital esta vinculada a mais qualidade<br />

de servico, capacidade, seguranca, transmiss~ao de voz e da<strong>do</strong>s.<br />

2.3 Principais Problemas Relaciona<strong>do</strong>s com a<br />

Infra-Estrutura<br />

Os projetos de instalac~ao e expans~ao <strong>do</strong>s sistemas de comunicac~ao movel requerem,<br />

em geral, grandes investimentos, o que torna os problemas grandes<br />

desa os tecnico e econ^omico a serem resolvi<strong>do</strong>s. Alem disso, existem novos<br />

problemas relaciona<strong>do</strong>s com os projetos de hardware e software devi<strong>do</strong> a mo-


42 Cap tulo 2. Comunicac~ao Movel: Principais Problemas<br />

Item AMPS D-AMPS GSM CDMA<br />

(IS54) (IS136) (IS95)<br />

Sistema A A/D D D D<br />

Largura de banda 12,5 12,5 12,5 12,5 12,5<br />

(MHz)<br />

Numero maximo 147,9 443,7 887,4 361,37 600{980<br />

canais/celula<br />

E ci^encia espectral 5,92 17,75 35,50 14,45 130,56<br />

Taxa transmiss~ao/ 13,0 6,5 13,0 9,6<br />

canal (kbps)<br />

Multiplexac~ao FDMA FDMA/ TDMA TDMA CDMA<br />

TDMA<br />

Fator de reuso 7 7 7 7 1<br />

Seguranca Baixa Baixa Media Alta Alta<br />

Capacidade 3 2 10{20<br />

AMPS<br />

A: Analogico D: Digital<br />

Tabela 2.3: Comparac~ao entre os sistemas celulares<br />

bilidade <strong>do</strong>s elementos computacionais usa<strong>do</strong>s na computac~ao movel. Procuraremos<br />

enfatizar alguns desses problemas, que ser~ao aborda<strong>do</strong>s nos cap tulos<br />

seguintes. Alguns jat^em propostas de soluc~oes na literatura, outros ainda est~ao<br />

em aberto. Muitas s~ao as abordagens e meto<strong>do</strong>logias.<br />

Os desa os adv^em da manutenc~ao das redes existentes e da introduc~ao<br />

de novos sistemas e servicos. Nesse cenario, os computa<strong>do</strong>res moveis t^em de<br />

conviver com a con gurac~ao da rede atual [92]. Por outro la<strong>do</strong> a diversidade<br />

tecnologica tambem e um outro fator a ser considera<strong>do</strong> para manter a interoperabilidade<br />

<strong>do</strong> sistema.<br />

2.3.1 Localizac~ao de Estac~oes e de Unidades Moveis<br />

Um <strong>do</strong>s primeiros problemas para o projeto de uma rede sem o eonde,ecom<br />

qual capacidade, devem ser instaladas as estac~oes base. O objetivo e instalar


2.3 Principais Problemas Relaciona<strong>do</strong>s com a Infra-Estrutura 43<br />

um conjunto de estac~oes capazes de cobrir a area desejada, atender a demanda<br />

com uma explorac~ao e ciente <strong>do</strong> espectro de frequ^encia, minimizan<strong>do</strong> custos<br />

e manten<strong>do</strong> padr~oes de qualidade de servico. Um maior numero de estac~oes<br />

implica em maiores custos mas tambem maior capacidade e um provavel incremento<br />

na qualidade de servico. Por outro la<strong>do</strong>, cada estac~ao devera ser<br />

sicamente conectada a sua CCC. Neste contexto, tem-se um outro problema<br />

de network design.<br />

Diferentes objetivos espec cos podem ser avalia<strong>do</strong>s, sob a otica de simples<br />

cobertura maxima de area, aproveitamento espectral e qualidade de servico,<br />

medida sob diferentes par^ametros. Um <strong>do</strong>s subproblemas embuti<strong>do</strong> na localizac~ao<br />

eocalculo de sinais em diferentes pontos da area de estu<strong>do</strong>. Esse<br />

calculo deve levar em considerac~ao os obstaculos decorrentes <strong>do</strong> relevo, topogra<br />

a e objetos.<br />

O excesso de overlapping de celulas pode gerar perda de espectro e cobertura<br />

excessiva. Para tal, torna-se necessario minimizar o espacamento entre as<br />

celulas com o objetivo de maximizar o reaproveitamento espacial de frequ^encias.<br />

Essa reduc~ao implica em menores celulas, maior capacidade <strong>do</strong> sistema, porem<br />

com maior complexidade na tomada de decis~ao. O tema localizac~ao e explora<strong>do</strong><br />

no cap tulo seguinte.<br />

O outro problema de localizac~ao esta relaciona<strong>do</strong> ao rastreamento ou localizac~ao<br />

da unidade movel. A otimizac~ao se baseia em manter a informac~ao atualizada<br />

da localizac~ao da unidade movel, versus a pesquisa (paging) ou busca da<br />

unidade movel quan<strong>do</strong> necessario. A informac~ao advem de mensagens oriundas<br />

da unidade movel, portanto consumin<strong>do</strong> sua energia que e bastante limitada,<br />

ten<strong>do</strong> em vista a limitada capacidade de sua bateria. A pesquisa pode ser iniciada<br />

pela rede xa que envia mensagens broadcast visan<strong>do</strong> localizar a unidade.<br />

O problema e de nir uma estrategia que atenda aos objetivos contrastantes,<br />

reduzir o consumo de energia pela unidade movel e manter a sua localizac~ao<br />

atualizada, evitan<strong>do</strong> sobrecarga no sistema.<br />

Do ponto de vista de servicos, a medida em que o usuario pode adentrar e<br />

deixar diferentes regi~oes geogra cas torna-se natural a expectativa por servicos<br />

basea<strong>do</strong>s na localizac~ao deste. Por exemplo, imagine no bookmarks <strong>do</strong> seu<br />

navega<strong>do</strong>r Web um endereco sobre condic~oes <strong>do</strong> tempo, que informe a situac~ao<br />

climatica em sua regi~ao. A ideia e que este mesmo link sirva de refer^encia<br />

para a situac~ao <strong>do</strong> tempo na regi~ao onde o usuario se encontra, como um<br />

servico 0800, agin<strong>do</strong> de forma sens vel a localidade <strong>do</strong> usuario. Outro exemplo<br />

e o de servico de informac~oes <strong>do</strong> tr^ansito. Imagine um usuario voltan<strong>do</strong> das<br />

compras em um shopping center que queira saber sobre as condic~oes de trafego<br />

nas principais vias de acesso nesse shopping naquele momento. Ao solicitar o


44 Cap tulo 2. Comunicac~ao Movel: Principais Problemas<br />

servico de condic~oes de tr^ansito o sistema automaticamente lhe enviaria uma<br />

resposta relativa a sua localizac~ao.<br />

Da perspectiva <strong>do</strong> usuario, o ponto chave em tal servico e a transpar^encia<br />

de acesso. A informac~ao solicitada passa a ter um valor sem^antico impl cito<br />

(as condic~oes <strong>do</strong> tempo onde o usuario se encontra), facilitan<strong>do</strong> a consulta e<br />

diminuin<strong>do</strong> o tamanho da mensagem. Do ponto de vista das aplicac~oes os desaos<br />

envolvi<strong>do</strong>s abrangem desde novos esquemas de enderecamento de servicos<br />

basea<strong>do</strong>s em localidade, ate aspectos da infra-estrutura e trafego da rede sem<br />

o.<br />

2.3.2 Propagac~ao de Sinais<br />

Um <strong>do</strong>s principais problemas no desenvolvimento de sistemas moveis e predizer<br />

qual sera o comportamento <strong>do</strong>s sinais eletromagneticos utiliza<strong>do</strong>s na comunicac~ao<br />

entre as estac~oes e as partes moveis <strong>do</strong> sistema quan<strong>do</strong> da sua construc~ao<br />

e implantac~ao nal. Com isso, se faz necessario a exist^encia de modelos<br />

matematicos que permitam simular esse comportamento, de forma a permitir<br />

aos projetistas testarem varias con gurac~oes de sistema ate encontrar uma que<br />

satisfaca os requisitos funcionais, de desempenho e de custos.<br />

Quan<strong>do</strong> se pensa na construc~ao de um modelo matematico para a predic~ao<br />

da propagac~ao de sinais eletromagneticos, o primeiro problema que aparece ea<br />

de nic~ao de quais ser~ao as variaveis a serem levadas em considerac~ao na construc~ao<br />

<strong>do</strong> modelo. Caso se construa um modelo muito completo, procuran<strong>do</strong><br />

considerar to<strong>do</strong>s os itens que in uenciam a propagac~ao <strong>do</strong> sinal, corre-se o risco<br />

de se criar um modelo matematico muito complexo e de dif cil soluc~ao. Isto<br />

pode tornar o processo iterativo de testes de con gurac~oes bastante penoso,<br />

uma vez que a cada nova con gurac~ao, o custo para simular a propagac~ao de<br />

sinais no sistema passa a ser bastante eleva<strong>do</strong>. Em contrapartida, o uso de<br />

modelos muito simpli ca<strong>do</strong>s pode levar o projetista a erros, durante a fase<br />

de planejamento <strong>do</strong> sistema, visto que nem todas as variaveis envolvidas no<br />

sistema movel ser~ao levadas em considerac~ao. Com isso, o projetista devera<br />

selecionar qual o grau de detalhamento <strong>do</strong> processo de propagac~ao de sinais e<br />

o mais adequa<strong>do</strong> para o seu projeto, poden<strong>do</strong> inclusive se utilizar de mais de<br />

um modelo de propagac~aoum, mais simpli ca<strong>do</strong>, para estu<strong>do</strong>s preliminares <strong>do</strong><br />

sistema, e um segun<strong>do</strong> mais completo, utiliza<strong>do</strong> para re namentoeveri cac~ao<br />

das con gurac~oes previamente selecionadas.<br />

Um outro problema envolven<strong>do</strong> a modelagem de propagac~ao de sinais e<br />

a di culdade de se desenvolver modelos genericos, que possam ser aplica<strong>do</strong>s<br />

em qualquer sistema movel. A principal raz~ao equeoambiente no qual esta


2.4 Principais Fatores Relaciona<strong>do</strong>s com o Projeto de Hardware e Software<br />

para Computac~ao Movel 45<br />

inseri<strong>do</strong> o sistema movel varia de sistema para sistema. A simples presenca<br />

de folhagens, edi cac~oes e outros objetos no ambiente leva a alterac~oes no<br />

trajeto transmissor{receptor <strong>do</strong>s sinais presentes no sistema, isto sem levar em<br />

conta aspectos relaciona<strong>do</strong>s com a topogra a <strong>do</strong> terreno onde sera instala<strong>do</strong> o<br />

sistema movel. Com isso, o sinal transmiti<strong>do</strong> pode chegar mais forte ou mais<br />

fraco <strong>do</strong> que o previsto no modelo matematico utiliza<strong>do</strong> para simular o sistema,<br />

depen<strong>do</strong> de caracter sticas intr nsecas <strong>do</strong> ambiente. Este problema se agrava<br />

muito quan<strong>do</strong> se trata da propagac~ao de sinais em ambientes internos, onde<br />

adiversidade <strong>do</strong> ambiente e bem maior (por exemplo, presenca de moveis,<br />

pessoas, folhagens, divisorias, etc.) e as dist^ancias e a pot^encia <strong>do</strong>s sinais<br />

transmiti<strong>do</strong>s s~ao bem menores.<br />

Uma discuss~ao mais aprofundada sobre o tema de propagac~ao de sinais pode<br />

ser encontrada no ap^endice A.<br />

2.3.3 Alocac~ao de Frequ^encias<br />

Localizada as estac~oes base torna-se necessario efetuar a alocac~ao de<br />

frequ^encias. Apesar de coloca<strong>do</strong> de forma independente, este problema esta<br />

diretamente relaciona<strong>do</strong> ao problema de localizac~ao. O objetivo e cobrir toda<br />

aarea de estu<strong>do</strong> distribuin<strong>do</strong> as frequ^encias de forma e ciente, atenden<strong>do</strong> a<br />

demanda e reduzin<strong>do</strong> as interfer^encias.<br />

A alocac~ao se da de forma xa, onde parte <strong>do</strong> espectro e aloca<strong>do</strong> a uma<br />

estac~ao e permanece xa independente da mobilidade <strong>do</strong>s usuarios. Essa<br />

alocac~ao deve considerar os padr~oes de reuso, custos de alocac~ao e a demanda<br />

em cada area. A alocac~ao din^amica visa re etir a mobilidade e variac~ao de<br />

demanda. Envolve umapoltica de negociac~ao de canais entre as estac~oes base<br />

capaz de assimilar a mobilidade sem, no entanto, sobrecarregar o sistema com o<br />

emprestimo e devoluc~ao de canais. A alocac~ao de frequ^encias e o tema central<br />

<strong>do</strong> cap tulo 4.<br />

2.4 Principais Fatores Relaciona<strong>do</strong>s com o<br />

Projeto de Hardware e Software para<br />

Computac~ao Movel<br />

Os principais problemas de pesquisa na area de computac~ao movel s~ao decorrentes,<br />

principalmente, da mobilidade, variac~oes nas condic~oesdecomunicac~ao e<br />

gerenciamento de energia. Estes fatores s~ao discuti<strong>do</strong>s a seguir separadamente,<br />

mas e importante observar que eles est~ao relaciona<strong>do</strong>s entre si e que qualquer


46 Cap tulo 2. Comunicac~ao Movel: Principais Problemas<br />

problema em computac~ao movel deve considera-los de forma conjunta. Na<br />

sec~ao 2.5 s~ao discuti<strong>do</strong>s problemas espec cos de pesquisa que devem considerar<br />

esses fatores.<br />

2.4.1 Mobilidade<br />

A localizac~ao de um elemento movel e, consequentemente, seu ponto de acesso<br />

a rede xa muda a medida que esse elemento se move pela rede. Como consequ^encia<br />

da mobilidade temos problemas relaciona<strong>do</strong>s com ger^encia de localizac~ao,<br />

projeto de protocolos e algoritmos, heterogeneidade, seguranca, dentre<br />

outros.<br />

Na ger^encia de localizac~ao o custo de pesquisa para localizar um elemento<br />

movel deve incluir o custo da comunicac~ao. Para minimizar o custo nal,<br />

algoritmos e estruturas de da<strong>do</strong>s e cientes e planos de execuc~ao de consultas<br />

devem ser projeta<strong>do</strong>s para consultar a localizac~ao de elementos moveis.<br />

No projeto de protocolos e algoritmos distribu <strong>do</strong>s para ambientes moveis<br />

a con gurac~ao <strong>do</strong> sistema n~ao e estatica e, por essa raz~ao, a topologia, que<br />

pode representar a comunicac~ao entre as entidades comunicantes ou uma depend^encia<br />

de servico ou uma outra relac~ao, passa a ser din^amica. Nesse contexto,<br />

o centro de atividades das aplicac~oes e servi<strong>do</strong>res, a carga <strong>do</strong> sistema<br />

eanoc~ao de localidade mudam ao longo <strong>do</strong> tempo. Esses fatores n~ao podem<br />

ser despreza<strong>do</strong>s e, na verdade, um <strong>do</strong>s grandes desa os da computac~ao movel<br />

e projetar novas aplicac~oes e algoritmos que levem em considerac~ao essas caracter<br />

sticas <strong>do</strong> ambiente.<br />

A heterogeneidade e uma constante na computac~ao movel. Por exemplo, a<br />

conectividade entre os elementos computacionais n~ao pode ser sempre garantida<br />

e, quan<strong>do</strong> existe, possui con abilidade e vaz~ao variaveis. Em ambientes<br />

externos (out<strong>do</strong>ors) avelocidade de comunicac~ao, em geral, e mais baixa que<br />

em ambientes internos (in<strong>do</strong>ors) onde pode-se oferecer uma conectividade mais<br />

con avel ao dispositivo movel ou ate mesmo permitir que seja opera<strong>do</strong> atraves<br />

de uma conex~ao com a rede xa. Outra caracter stica equeonumero de dispositivos<br />

moveis numa celula muda com o tempo e, consequentemente, a carga<br />

na estac~ao base e a largura de banda dispon vel. Tambem os servicos na rede<br />

xa usa<strong>do</strong>s pelo computa<strong>do</strong>r movel podem variar como por exemplo o tipo de<br />

impressora dispon vel.<br />

A mobilidade tambem introduz novos problemas de seguranca e autenticac~ao.<br />

Na comunicac~ao sem o e mais facil fazer interceptac~ao de mensagens<br />

o que pode causar serios problemas de seguranca que deve fazer uso de tecnicas<br />

de criptogra a. Outra quest~ao equeefacil fazer o rastreamento <strong>do</strong> compu-


2.4 Principais Fatores Relaciona<strong>do</strong>s com o Projeto de Hardware e Software<br />

para Computac~ao Movel 47<br />

ta<strong>do</strong>r movel quan<strong>do</strong> se comunica com a rede xa o que nem sempre pode ser<br />

desejavel para o usuario se o sigilo de movimento for importante.<br />

2.4.2 Variac~oes nas Condic~oes de Comunicac~ao<br />

Redes sem o s~ao normalmente mais caras, oferecem uma largura de banda<br />

menor e s~ao menos con aveis que redes xas. Por outro la<strong>do</strong> as redes xas<br />

t^em ti<strong>do</strong> um crescimento muito grande da largura de banda dispon vel. Por<br />

exemplo, o padr~ao Ethernet prov^e 10 Mbps, Fast Ethernet 100 Mbps, FDDI<br />

100 Mbps e ATM 155 e 622 Mbps. Produtos para comunicac~ao sem o oferecem<br />

19 Kbps para comunicac~oes via pacote e 9{14 kbps para telefonia celular. A<br />

largura de banda t pica para redes locais sem o varia de 250 kbps a 2 Mbps,<br />

ou ate 25MbpsparaATM sem o. O problema e ainda mais cr tico por <strong>do</strong>is<br />

motivos. O primeiro e que a largura de banda e dividida entre os usuarios<br />

de uma celula o que faz com que a largura de banda efetiva por usuario seja<br />

ainda menor. O segun<strong>do</strong> equeoru<strong>do</strong>eaatenuac~ao afetam a taxa de erro<br />

na comunicac~ao sem o que e de cinco a dez ordens de grandeza maior que<br />

na rede xa. Enquanto na comunicac~ao sem o a taxa de bits erra<strong>do</strong>s (BER<br />

{ Bit Error Ratio) e tipicamente de um bit erra<strong>do</strong> para cada 10 5 a10 6 bits<br />

transmiti<strong>do</strong>s, numa rede xa com bra otica essa taxa e de um bit erra<strong>do</strong> para<br />

cada 10 12 a10 15 bits transmiti<strong>do</strong>s. A alta taxa de erro na comunicac~ao sem<br />

o faz com que a e ci^encia <strong>do</strong> canal na comunicac~ao sem o seja menor. Esta<br />

caracter stica contrasta com redes xas onde pacotes s~ao normalmente perdi<strong>do</strong>s<br />

devi<strong>do</strong> ao congestionamento.<br />

Na comunicac~ao sem o as desconex~oes s~ao frequentes e podem ser caracterizadas<br />

de formas diferentes. Desconex~oes podem ser voluntarias, ou seja, o<br />

usuario ou o computa<strong>do</strong>r movel evita intencionalmente o acesso a rede para<br />

diminuir o custo da tarifa de comunicac~ao, o consumo de energia ou o uso da<br />

largura de banda. Pode ser forcada quan<strong>do</strong> o usuario movel entra numa regi~ao<br />

onde n~ao existe acesso a rede xa por falta de um canal de comunicac~ao ou<br />

cobertura nesse local. Dessa forma, as desconex~oes podem ser previs veis ou<br />

subitas. Exemplos de desconex~oes previs veis s~ao:<br />

Desconex~ao voluntaria<br />

Variac~oes na taxa sinal-ru <strong>do</strong> (SNR { Signal-to-Noise Ratio) oquepode<br />

fazer com que seja mais interessante esperar um intervalo de tempo para<br />

fazer uma transmiss~ao quan<strong>do</strong> o valor de SNR e alto<br />

Energia dispon vel na bateria quan<strong>do</strong> atinge um threshold que pode fazer<br />

com que to<strong>do</strong> o ambiente movel passe a trabalhar com outra qualidade


48 Cap tulo 2. Comunicac~ao Movel: Principais Problemas<br />

de servico<br />

Conhecimento da distribuic~ao da largura de banda dispon vel num determina<strong>do</strong><br />

momento.<br />

As desconex~oes tambem podem ser categorizadas de acor<strong>do</strong> com a sua<br />

durac~ao. Desconex~oes muito curtas devi<strong>do</strong>, por exemplo, a han<strong>do</strong> s podem<br />

ser mascaradas pelo hardware ou software <strong>do</strong> sistema. Outras desconex~oes podem<br />

ser tratadas pelo sistema operacional atraves de seus diversos modulos<br />

(sistema de gerenciamento de arquivos, memoria, etc.), pela aplicac~ao ou pelo<br />

proprio usuario. Como desconex~oes s~ao muito comuns, tanto o hardware quanto<br />

o software para computa<strong>do</strong>res moveis deve ser projeta<strong>do</strong> para operar no mo<strong>do</strong><br />

desconecta<strong>do</strong>. Este e um outro ponto central no projeto da computac~ao movel.<br />

Outro aspecto importante relaciona<strong>do</strong> com a comunicac~ao sem o s~ao as caracter<br />

sticas <strong>do</strong> computa<strong>do</strong>r movel. Uma unidade movel deve ser leve, pequena<br />

efacil de carregar. Estas caracter sticas em conjunto com o custo e tecnologias<br />

existentes fazem com que um computa<strong>do</strong>r movel atual tenha menos recursos que<br />

computa<strong>do</strong>res xos incluin<strong>do</strong> memoria, velocidade de processa<strong>do</strong>r, tamanho de<br />

tela, dispositivos perifericos, memoria secundaria e inexist^encia de problemas<br />

relaciona<strong>do</strong>s com consumo de energia. Alem disso, computa<strong>do</strong>res moveis s~ao<br />

mais faceis de serem dani ca<strong>do</strong>s, rouba<strong>do</strong>s ou perdi<strong>do</strong>s.<br />

2.4.3 Gerenciamento de Energia<br />

Computa<strong>do</strong>res moveis dependem de baterias para poderem funcionar. Atualmente,<br />

as baterias dispon veis no merca<strong>do</strong> s~ao relativamente pesadas e so<br />

conseguem armazenar energia para algumas horas de uso. Este problema e<br />

visto como o maior empecilho no uso de computa<strong>do</strong>res moveis. Infelizmente a<br />

tecnologia de construc~ao de baterias n~ao tem acompanha<strong>do</strong> o crescimento de<br />

outros segmentos da informatica e a evoluc~ao prevista n~ao muda esse cenario.<br />

Logo, o gerenciamento de energia e um problema importante e deve ser trata<strong>do</strong><br />

tanto pelo hardware quanto pelo software.<br />

Na comunicac~ao sem o, o gerenciamento de energia para transmiss~ao e<br />

muito importante por <strong>do</strong>is motivos. Primeiro energia e um recurso limita<strong>do</strong><br />

em computa<strong>do</strong>res moveis e o seu consumo deve ser minimiza<strong>do</strong>. Segun<strong>do</strong> que<br />

um sinal deve ser transmiti<strong>do</strong> com um valor correto de pot^encia para n~ao<br />

interferir na recepc~ao de um outro sinal por uma outra estac~ao minimizan<strong>do</strong> a<br />

relac~ao sinal{ru <strong>do</strong>.<br />

Projetistas de hardware para computa<strong>do</strong>res moveis ja incorporaram algumas<br />

caracter sticas nesses sistemas para diminuir o consumo de energia como


2.5 Problemas Relaciona<strong>do</strong>s com o Computa<strong>do</strong>r Movel 49<br />

desligar a luz de fun<strong>do</strong> da tela, desligar o disco quan<strong>do</strong> n~ao esta sen<strong>do</strong> usa<strong>do</strong><br />

ou mesmo elimina-lo completamente e substitu -lo por uma memoria ash 1 ,e<br />

projetar processa<strong>do</strong>res que consomem menos energia no mo<strong>do</strong> <strong>do</strong>ze.<br />

Por outro la<strong>do</strong>, varias situac~oes t^em contribu <strong>do</strong> para o aumento <strong>do</strong> consumo<br />

da energia nas unidades moveis. Visan<strong>do</strong> aumentar o poder de processamento<br />

das unidades moveis, cada vez mais se tem aumenta<strong>do</strong> a frequ^encia de trabalho<br />

<strong>do</strong> processa<strong>do</strong>r das unidades moveis 2 , o que aumenta a taxa de consumo de<br />

energia. Alem disso, a presenca de partes moveis na unidade movel tambem<br />

levam a um aumento na taxa de consumo de energia.<br />

O grande desa o e projetar to<strong>do</strong> o software de um computa<strong>do</strong>r movel consideran<strong>do</strong><br />

o consumo de energia. Por exemplo, tarefas <strong>do</strong> sistema operacional<br />

como escalonamento de processa<strong>do</strong>r e outros dispositivos, protocolos de comunicac~ao<br />

e, principalmente, aplicac~oes.<br />

2.5 Problemas Relaciona<strong>do</strong>s com o Computa<strong>do</strong>r<br />

Movel<br />

Pode-se dizer que a computac~ao movel e um caso especial de sistemas distribu<br />

<strong>do</strong>s onde problemas de comunicac~ao e desconex~ao s~ao constantes (esses<br />

problemas poderiam ser modela<strong>do</strong>s por falhas de enlace), e a topologia <strong>do</strong> ambiente<br />

edin^amica. Neste senti<strong>do</strong>, a computac~ao movel representa o \pior cenario"<br />

poss vel de um sistema distribu <strong>do</strong>. Logo, to<strong>do</strong>s os problemas existentes e ja<br />

resolvi<strong>do</strong>s em sistemas distribu <strong>do</strong>s devem ser no m nimo repensa<strong>do</strong>s na computac~ao<br />

movel. O objetivo e procurar identi car o que continua vali<strong>do</strong>, o que<br />

deve ser muda<strong>do</strong> e o que deve ser procura<strong>do</strong> de novo. Seguin<strong>do</strong> este racioc nio<br />

a lista de problemas em computac~ao movel e extensa. A grande maioria <strong>do</strong>s<br />

problemas ainda eassunto de pesquisa e a lista apresentada a seguir eapenas<br />

uma amostra dessa area extremamente vasta.<br />

2.5.1 Servicos de Informac~ao<br />

Devi<strong>do</strong> as diferencas estruturais de um sistema movel, assim como as variac~oes<br />

de trafego, o ambiente de operac~ao <strong>do</strong> usuario passa a ser altamente din^amico.<br />

Um usuario na area de uma das chamadas ilhas de acesso pode desfrutar de<br />

1 E uma memoria que consome pouca energia, prov^e baixa lat^encia e baixo tempo de acesso<br />

para leitura. No entanto, o seu custo atual e uma ordem de grandeza a mais que a memoria<br />

normal e necessita um dispositivo especial para gravac~ao.<br />

2 AIntel anunciou no primeiro trimestre de 1998 que ate o m desse ano os laptops estariam<br />

provavelmente sen<strong>do</strong> projeta<strong>do</strong>s com processa<strong>do</strong>res de 300 MHz.


50 Cap tulo 2. Comunicac~ao Movel: Principais Problemas<br />

da<strong>do</strong>s a uma taxa de transmiss~ao adequada para a apresentac~ao da informac~ao<br />

requerida atraves <strong>do</strong> uso de gra cos e guras. Em contrapartida, na rede celular<br />

usual a transmiss~ao de tais da<strong>do</strong>s de maior porte torna-se por vezes inviavel.<br />

Ainda mais, devi<strong>do</strong> a imprevisibilidade de movimentac~ao <strong>do</strong>s usuarios ao longo<br />

das regi~oes <strong>do</strong> sistema, mesmo uma ilha de acesso pode se ver sem condic~oes de<br />

oferecer altas taxas de transmiss~ao ao alocar uma grande demanda de usuarios<br />

e servicos.<br />

Tais fatos levam a necessidade <strong>do</strong> projeto de aplicac~oes com capacidade<br />

de interoperabilidade ao longo de diferentes ambientes de acesso sem o.<br />

Pontos chavesnoprojetodetaisaplicac~oes s~ao: capacidade de identi cac~ao<br />

das condic~oes <strong>do</strong> ambiente, adaptabilidade <strong>do</strong> mo<strong>do</strong> de apresentac~ao das informac~oes<br />

em tais condic~oesecontinuidade da prestac~ao <strong>do</strong> servico ao longo de<br />

mudancas fronteiricas (han<strong>do</strong> ). A continuidade da prestac~ao <strong>do</strong>s servicos ao<br />

longo de mudancas fronteiricas torna necessaria a capacidade de comunicac~ao<br />

entre diferentes servi<strong>do</strong>res. No caso de um sistema unico isto implica apenas no<br />

controle da taxa de erros (uma vez que esta mudanca pode ser abrupta em sistemas<br />

FDMA e TDMA). Mas consideran<strong>do</strong>-se estruturas mais genericas, com<br />

diferentes tipos de servi<strong>do</strong>res, o uso de protocolos e cientes torna-se tambem<br />

necessario. A identi cac~ao das condic~oes <strong>do</strong> ambiente e adaptabilidade <strong>do</strong><br />

mo<strong>do</strong> de apresentac~ao afetam as duas pontas <strong>do</strong> enlace sem o.<br />

Imaginan<strong>do</strong> uma arquitetura cliente/servi<strong>do</strong>r poder amos dizer que o servi<strong>do</strong>r<br />

deve ter autonomia de escolha <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s a transmitir basea<strong>do</strong> nas condic~oes<br />

de trafego de sua area de abrang^encia, assim como o cliente deve ser capaz de se<br />

adaptar a tais condic~oes. No entanto, certas aplicac~oes podem necessitar de da<strong>do</strong>s<br />

completos independente das condic~oes <strong>do</strong> sistema (como imagens medicas<br />

por exemplo), o que torna necessario tambem a capacidade de negociac~ao da<br />

apresentac~ao <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s entre a parte cliente e a servi<strong>do</strong>ra da aplicac~ao.<br />

Por m, a negociac~ao pela qualidade de servicos leva a quest~ao da tarifac~ao<br />

destes. As aplicac~oes presta<strong>do</strong>ras de servicos de informac~ao sem o devem ser<br />

capaz de cobrar <strong>do</strong> usuario o custo associa<strong>do</strong> ao servico presta<strong>do</strong>. Este deve<br />

ser o el da balanca quan<strong>do</strong> da negociac~ao entre cliente e servi<strong>do</strong>r. Esquemas<br />

adequa<strong>do</strong>s de tarifac~ao envolvem quest~oes de dimensionamento (dada uma demanda<br />

esperada por cada servico e a capacidade atual da rede sem o como<br />

dimensionar os custos associa<strong>do</strong>s de forma a se conseguir o maximo retorno,<br />

ou, menor n vel de falha) e de processamento em tempo real. O dinamismo e<br />

variabilidade <strong>do</strong>s servicos presta<strong>do</strong>s exige estruturas mais din^amicas <strong>do</strong> sistema<br />

de tarifac~ao.


2.5 Problemas Relaciona<strong>do</strong>s com o Computa<strong>do</strong>r Movel 51<br />

2.5.2 Ger^encia de Da<strong>do</strong>s<br />

Um <strong>do</strong>s aspectos principais no projeto de um sistema de arquivos para usuarios<br />

moveis e o tratamento de operac~oes no mo<strong>do</strong> \desconecta<strong>do</strong>" [104, 111,136].<br />

Neste caso, quan<strong>do</strong> o usuario se reconecta com a rede xa, as modi cac~oes que<br />

foram feitas em arquivos durante o mo<strong>do</strong> desconecta<strong>do</strong> devem ser enviadas para<br />

o servi<strong>do</strong>r apropria<strong>do</strong>. Algumas das quest~oes a serem analisadas s~ao: que arquivos<br />

devem ser trazi<strong>do</strong>s para a memoria <strong>do</strong> computa<strong>do</strong>r movel antes de haver<br />

a desconex~aocomo e feita a emulac~ao de requisic~oes a arquivos que podem ser<br />

satisfeitas e tratamento daquelas que n~ao podemcomo e feita a atualizac~ao no<br />

servi<strong>do</strong>r das copias <strong>do</strong>s arquivos modi ca<strong>do</strong>s localmente. Dois outros aspectos<br />

que devem ser leva<strong>do</strong>s em considerac~ao no projeto de um sistema de arquivos<br />

que trata mobilidade s~aoaminimizac~ao de operac~oes s ncronas e o grau de<br />

consist^encia que deve ser manti<strong>do</strong> entre a copia de um arquivo no servi<strong>do</strong>r e<br />

no computa<strong>do</strong>r movel [223].<br />

Restric~oes no consumo de energia por parte <strong>do</strong> computa<strong>do</strong>r movel t^em leva<strong>do</strong><br />

ao desenvolvimento de trabalhos em diferentes areas como ger^encia de<br />

da<strong>do</strong>s e sistemas operacionais. Na area de ger^encia de da<strong>do</strong>s, alguns <strong>do</strong>s problemas<br />

estuda<strong>do</strong>s s~ao otimizac~ao de consultas a bancos de da<strong>do</strong>s [16]organizac~ao<br />

de da<strong>do</strong>s que s~ao envia<strong>do</strong>s para varios usuarios dentro de uma macrocelula<br />

[116]alocac~ao e replicac~ao de da<strong>do</strong>s entre um computa<strong>do</strong>r movel e<br />

xo [24, 110]. Outras quest~oes relacionadas com o impacto da mobilidade na<br />

ger^encia de da<strong>do</strong>s s~ao discutidas em [19, 113,114].<br />

Na area de sistemas operacionais, o problema de minimizar o consumo de<br />

energia e fundamental. Uma das quest~oes mais importantes e como o esta<strong>do</strong> <strong>do</strong><br />

sistema deve ser salvo periodicamente para prevenir uma perda <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> no<br />

caso de falta de energia [38]. Alem deste problema, sistemas operacionais para<br />

PDAs devem tratar quest~oes como o uso de tecnologias que t^em lat^encia, largura<br />

de banda, caracter sticas de conectividade e custos diferentes para acessar<br />

dispositivos e servicos dependentes da localizac~ao [230].<br />

Num ambiente de comunicac~ao movel, a quest~ao de comunicac~ao entre processos<br />

ecrtica devi<strong>do</strong> as limitac~oes na largura de banda da comunicac~ao sem o<br />

edapot^encia. Uma poss vel soluc~ao e a infra-estrutura xa ltrar mensagens a<br />

serem enviadas para um computa<strong>do</strong>r movel de acor<strong>do</strong> com um per l determina<strong>do</strong><br />

pelo usuario movel, crian<strong>do</strong>, por exemplo, uma hierarquia de mensagens<br />

a serem enviadas de acor<strong>do</strong> com algum princ pio [22].<br />

Algumas <strong>do</strong>s problemas principais relacionadas com a ger^encia de da<strong>do</strong>s s~ao<br />

tratadas no cap tulo 6.


52 Cap tulo 2. Comunicac~ao Movel: Principais Problemas<br />

2.5.3 Protocolos para Suporte a Computac~ao Movel<br />

Uma arquitetura de redes de computa<strong>do</strong>res de ne um conjunto de camadas e<br />

protocolos. No caso da computac~ao movel, a arquitetura de redes a<strong>do</strong>tada ate<br />

o momento e a arquitetura TCP/IP. E natural que isso tenha ocorri<strong>do</strong> ja que<br />

o computa<strong>do</strong>r movel deve ter acesso a rede xa que usa a arquitetura TCP/IP.<br />

No entanto, os protocolos dessa arquitetura n~ao foram projeta<strong>do</strong>s para esse<br />

ambiente que possui caracter sticas particulares como descrito na sec~ao 2.4.<br />

A seguir s~ao descritos os principais problemas <strong>do</strong>s protocolos das camadas<br />

de enlace, rede, transporte e aplicac~ao para redes de computac~ao movel. O<br />

cap tulo 5 trata com mais detalhes de alguns desses problemas.<br />

A camada de enlace, por ser a camada mais perto <strong>do</strong> meio f sico deve considerar<br />

no projeto de protocolos as caracter sticas de um enlace de comunicac~ao<br />

sem o: largura de banda menor, con abilidade mais baixa, alta taxa de erro.<br />

Naturalmente, os protocolos das camadas superiores devem considerar tambem<br />

essas caracter sticas.<br />

A alta taxa de erro imp~oe um limite f sico na taxa maxima de transmiss~ao<br />

entre o transmissor e o receptor, uma vez que quanto maior essa taxa maior e<br />

interfer^encia <strong>do</strong> ru <strong>do</strong> no sinal propaga<strong>do</strong> e, como consequ^encia, maior e a taxa<br />

de erro. Com isso, pode se notar que a velocidade de transmiss~ao <strong>do</strong> enlace<br />

esta intimamente associada com o n vel de ru <strong>do</strong> <strong>do</strong> canal de comunicac~ao. O<br />

uso de tecnicas de compress~ao de da<strong>do</strong>s permite um maior aproveitamento <strong>do</strong><br />

canal de comunicac~ao, porem acarreta um overhead de processamento nas duas<br />

extremidades <strong>do</strong> enlace que se traduz num consumo de energia.<br />

Computa<strong>do</strong>res na arquitetura TCP/IP usada na Internet possuem um endereco<br />

IP que determina o roteamento de pacotes a serem entregues a um<br />

destinatario. Por tras deste conceito esta o fato que os computa<strong>do</strong>res s~ao xos<br />

eoendereco determina a localizac~ao de um computa<strong>do</strong>r em relac~ao ao restante<br />

da rede. No entanto, no caso de computa<strong>do</strong>res moveis, isto n~ao evali<strong>do</strong> ja<br />

que a localizac~ao de uma unidade movel muda. Se o endereco associa<strong>do</strong> com o<br />

computa<strong>do</strong>r movel permanece o mesmo, independente de sua localizac~ao, ent~ao<br />

o endereco n~ao pode ser usa<strong>do</strong> para rotear pacotes IP, ja que pode n~ao representar<br />

a localizac~ao atual de um computa<strong>do</strong>r movel. Por outro la<strong>do</strong>, se um<br />

computa<strong>do</strong>r movel possui um endereco que efunc~ao de sua posic~ao, ent~ao todas<br />

as outras entidades (computa<strong>do</strong>res, processos, aplicac~oes, etc.) em contato<br />

com esse computa<strong>do</strong>r precisam ser informadas de mudancas no endereco. No<br />

caso de redes com muitos computa<strong>do</strong>res moveis ou composta de computa<strong>do</strong>res<br />

com alta taxa de mobilidade, esta estrategia possui serios problemas de desempenho,<br />

visto que uma grande quantidade de informac~ao deve ser difundida na


2.5 Problemas Relaciona<strong>do</strong>s com o Computa<strong>do</strong>r Movel 53<br />

rede para noti car to<strong>do</strong>s os elementos <strong>do</strong>s novos enderecos <strong>do</strong>s computa<strong>do</strong>res.<br />

Ja nas estrategias com enderecamentos xos, cada computa<strong>do</strong>r possui um<br />

endereco unico de comunicac~ao. Neste caso, quan<strong>do</strong> um computa<strong>do</strong>r deseja<br />

enviar um pacote para uma unidade movel, basta utilizar o endereco conheci<strong>do</strong>.<br />

Nesta estrategia e responsabilidade da camada de rede redirecionar o pacote<br />

transmiti<strong>do</strong> ate o seu endereco nal. Algumas das tecnicas se utilizam de<br />

mensagens de broadcast para localizar o computa<strong>do</strong>r movel e depois entregar<br />

o pacote. Esta abordagem possui a desvantagem de sobrecarregar a rede de<br />

comunicac~ao. Outra abordagem e a utilizac~ao de uma central de informac~ao,<br />

responsavel por conhecer a localizac~ao f sica de cada computa<strong>do</strong>r na rede. Neste<br />

caso, basta consultar o centro de informac~ao para saber a localizac~ao corrente<br />

<strong>do</strong> computa<strong>do</strong>r movel. A principal desvantagem desta abordagem e que este<br />

centro de informac~ao passa a ser um ponto de falha em potencial na rede,<br />

uma vez que a falha desse elemento implica na falha de to<strong>do</strong> o sistema de<br />

comunicac~ao. Esse problema pode ser minimiza<strong>do</strong> com a replicac~ao de centros.<br />

Uma alternativa para esta abordagem e o conceito de home base de um<br />

computa<strong>do</strong>r movel, ou seja, to<strong>do</strong> computa<strong>do</strong>r movel possui uma estac~ao base<br />

responsavel pelo redirecionamento de suas mensagens. Neste caso, toda vez que<br />

um computa<strong>do</strong>r desejar enviar um pacote para um computa<strong>do</strong>r movel, basta<br />

que o pacote seja envia<strong>do</strong> para a sua home base que se encarregara de redirecionar<br />

o pacote para o endereco f sico onde se encontra o computa<strong>do</strong>r movel<br />

no momento. Nesta abordagem, toda vez que o computa<strong>do</strong>r movel alterar o<br />

seu ponto de conex~ao na rede, enecessario informar a sua estac~ao base da sua<br />

nova localizac~ao. Esta soluc~ao esta sen<strong>do</strong> utilizada pelo protocolo IP Movel,<br />

com o objetivo de adaptar a vers~ao existente <strong>do</strong> protocolo IP para o ambiente<br />

de computac~ao movel. Avers~ao atual <strong>do</strong> IP Movel se baseia no protocolo<br />

IPv4 (IP vers~ao 4 ou simplesmente IP). No entanto, um grupo de trabalho <strong>do</strong><br />

IETF (Internet Engineering Task Force) esta adaptan<strong>do</strong> este protocolo para<br />

poder trabalhar com a vers~ao mais nova <strong>do</strong> protocolo IP ou IPv6, sen<strong>do</strong> que<br />

no momento ja existe uma vers~ao draft da nova especi cac~ao <strong>do</strong> IP Movel.<br />

O protocolo IP Movel tambem apresenta alguns problemas. Um deles e<br />

como garantir que uma mensagem de troca de enderecamento f sico, recebida<br />

por uma estac~ao base, foi enviada por um computa<strong>do</strong>r movel pertencente a<br />

essa estac~ao e n~ao por um elemento impostor. Neste caso, e necessario a utilizac~ao<br />

de tecnicas de identi cac~ao para garantir a autenticidade da mensagem.<br />

Outro problema diz respeito ao roteamento <strong>do</strong>s pacotes da estac~ao base para o<br />

computa<strong>do</strong>r movel (tunneling). Como garantir que to<strong>do</strong>s os pacotes envia<strong>do</strong>s<br />

cheguem de fato a seu destino. Outro problema e a presenca de redes inseguras<br />

entre a estac~ao base e o computa<strong>do</strong>r movel como, por exemplo, quan<strong>do</strong> o com-


54 Cap tulo 2. Comunicac~ao Movel: Principais Problemas<br />

puta<strong>do</strong>r movel esta conecta<strong>do</strong> a uma rede de comunicac~ao publica, fora de seu<br />

ambiente normal de trabalho. Ainda em relac~ao a transmiss~ao de da<strong>do</strong>s, outro<br />

problema e como garantir a privacidade e a correc~ao <strong>do</strong>s pacotes transmiti<strong>do</strong>s.<br />

Na literatura existem varias propostas para adaptar o protocolo IP para<br />

ambientes moveis e meto<strong>do</strong>s de roteamento para computa<strong>do</strong>res moveis [45, 49,<br />

65, 121, 127,228].<br />

Um <strong>do</strong>s objetivos em se ter uma camada de rede responsavel por computa<strong>do</strong>res<br />

moveis e que os protocolos da camada de transporte n~ao precisam saber<br />

da mobilidade <strong>do</strong> computa<strong>do</strong>r e o tratamento e feito de forma transparente.<br />

No entanto, um estu<strong>do</strong> apresenta<strong>do</strong> em [54] mostra que conex~oes TCP ativas,<br />

usan<strong>do</strong> IP movel [121] na camada de rede, apresentam problemas de desempenho<br />

como atrasos e perda de pacotes causa<strong>do</strong>s pela rede quan<strong>do</strong> tenta rotear<br />

da<strong>do</strong>s para a nova localizac~ao <strong>do</strong> computa<strong>do</strong>r. O protocolo TCP interpreta<br />

estes eventos como congestionamento da rede e evita novas transmiss~oes de<br />

da<strong>do</strong>s fazen<strong>do</strong> com que a vaz~ao caia mais ainda. Uma poss vel soluc~ao efazer<br />

com que as camadas de transporte e de aplicac~ao tomem conhecimento da<br />

mobilidade de computa<strong>do</strong>res [54]. Logo, o projeto de protocolos deve ser visto<br />

como uma tarefa integrada.<br />

Um <strong>do</strong>s novos desa os de redes de computa<strong>do</strong>res com comunicac~ao sem o,<br />

<strong>do</strong> ponto de vista da aplicac~ao, e permitir que um computa<strong>do</strong>r movel, ao se<br />

conectar a uma rede xa, seja capaz de utilizar os recursos existentes nessa<br />

rede, tais como impressoras, sistemas de arquivos e bancos de da<strong>do</strong>s. Para<br />

isso, e necessario desenvolver sistemas de autenticac~ao entre computa<strong>do</strong>res de<br />

forma a garantir que o computa<strong>do</strong>r movel tenha acesso apenas as facilidades<br />

previamente autorizadas. Mais <strong>do</strong> que isso, e necessario garantir que o computa<strong>do</strong>r<br />

movel que esta se conectan<strong>do</strong> realmente possui acesso aos recursos da<br />

rede de computa<strong>do</strong>res. Acessos de computa<strong>do</strong>res moveis a rede xa criam a<br />

possibilidade de desenvolvimento de novos tipos de sistemas, como por exemplo,<br />

permitir que um usuario, ao chegar a uma cidade, acesse uma rede de<br />

informac~ao municipal e possa realizar consultas <strong>do</strong> tipo \Como fazer para ir ao<br />

endereco X".<br />

Permitir conex~oes de computa<strong>do</strong>res moveis a rede xa requer a identi cac~ao<br />

<strong>do</strong> computa<strong>do</strong>r. Porem, muitas vezes por quest~oes de privacidade, se faz necessario<br />

garantir que este acesso se faca de forma transparente para os demais<br />

computa<strong>do</strong>res da rede, sem que os mesmos saibam o posicionamento f sico real<br />

<strong>do</strong> computa<strong>do</strong>r movel. A privacidade de acesso e importante para evitar que o<br />

computa<strong>do</strong>r movel seja constantemente monitora<strong>do</strong> por outros computa<strong>do</strong>res<br />

da rede. Esta privacidade pode ser assegurada, proibin<strong>do</strong> outros computa<strong>do</strong>res<br />

da rede de saber a real localizac~ao f sica <strong>do</strong> computa<strong>do</strong>r movel. Um <strong>do</strong>s desa os


2.5 Problemas Relaciona<strong>do</strong>s com o Computa<strong>do</strong>r Movel 55<br />

da computac~ao movel e garantir acessos mais ex veis as redes de computa<strong>do</strong>res,<br />

sem violar a privacidade <strong>do</strong>s computa<strong>do</strong>res moveis. Existe uma quest~ao<br />

de compromisso entre a identi cac~ao computa<strong>do</strong>r movel e seu anonimato dentro<br />

da rede. O sistema de comunicac~ao deve saber quem s~ao os computa<strong>do</strong>res<br />

moveis conecta<strong>do</strong>s, porem os demais computa<strong>do</strong>res da rede devem saber apenas<br />

se um da<strong>do</strong> computa<strong>do</strong>r esta conecta<strong>do</strong> ou n~ao, independente <strong>do</strong> seu ponto<br />

de conex~ao.<br />

2.5.4 Algoritmos Distribu <strong>do</strong>s que Tratam Mobilidade de<br />

Computa<strong>do</strong>res<br />

Normalmente, e ine ciente executar diretamente algoritmos distribu <strong>do</strong>s<br />

classicos num ambiente de computac~ao movel. Isso se deve ao fato que tais algoritmos<br />

n~ao tratam da mobilidade <strong>do</strong>s computa<strong>do</strong>res nem de restric~oes de recursos<br />

desses computa<strong>do</strong>res. Por essa raz~ao e necessario aplicar outros princ pios<br />

de projeto de algoritmos distribu <strong>do</strong>s [23].<br />

Alguns <strong>do</strong>s algoritmos distribu <strong>do</strong>s que t^em si<strong>do</strong> estuda<strong>do</strong>s recentemente<br />

para computac~ao movel, alem de protocolos de comunicac~ao, s~ao de nic~ao<br />

de mecanismos de ordenac~ao de eventos, propagac~ao de informac~ao em uma<br />

rede de comunicac~ao, controle de concorr^encia, coordenac~ao entre processos<br />

para acesso a recursos compartilha<strong>do</strong>s e comunicac~ao em grupo (multicasting).<br />

Alguns destes problemas s~ao estuda<strong>do</strong>s no cap tulo 7.<br />

Bancos de da<strong>do</strong>s tambem s~ao in uencia<strong>do</strong>s pela presenca de usuarios<br />

moveis. Novos paradigmas de transac~ao devem ser desenvolvi<strong>do</strong>s de forma<br />

a tratar usuarios que se movimentam e se desconectam durante a realizac~ao de<br />

uma transac~ao. Deve-se criar mecanismos, como por exemplo uso de cache e<br />

manutenc~ao da consist^encia de da<strong>do</strong>s, para o tratamento de consultas quan<strong>do</strong><br />

a unidade movel se encontra desconectada da rede de comunicac~ao. Deve-se<br />

criar consultas que sejam otimizadas visan<strong>do</strong> a economia de energia e n~ao a<br />

quantidade de informac~ao transmitida. Na verdade, esta regra evalida para<br />

qualquer tipo de algoritmo.<br />

Isto tem leva<strong>do</strong> ao desenvolvimento de esquemas de processamento que<br />

permitam a migrac~ao de tarefas que consomem uma grande quantidade de<br />

energia de unidades moveis para estac~oes xas, com o resulta<strong>do</strong> retornan<strong>do</strong><br />

posteriormente para a unidade movel. Normalmente, isto tem si<strong>do</strong> feito atraves<br />

de agentes moveis (mobile agents).<br />

Tambem t^em si<strong>do</strong> desenvolvidas tecnicas para tratamento da falta de energia<br />

na unidade movel, o que permite que da<strong>do</strong>s cr ticos existentes na memoria<br />

principal possam ser desloca<strong>do</strong>s para uma regi~ao de memoria estatica quan<strong>do</strong>


56 Cap tulo 2. Comunicac~ao Movel: Principais Problemas<br />

<strong>do</strong> termino da energia dispon vel. Este eumcasotpico de projeto de um<br />

sistema consideran<strong>do</strong> a utilizac~ao de hardware e software simultaneamente<br />

(hardware/software co-design).


Cap tulo 3<br />

Localizac~ao de Estac~oes<br />

Radio e Unidades Moveis<br />

A criac~ao de uma infraestrutura de comunicac~ao sem o e movel inicia-se pela<br />

instalac~ao das ERBs visan<strong>do</strong> cobrir a area de estu<strong>do</strong>. Neste contexto, o problema<br />

de localizac~ao de estac~oes radio ebasico. Localizadas as ERBs, um outro<br />

problema de localizac~ao importante e o rastreamento das unidades moveis.<br />

Neste cap tulo s~ao enfatiza<strong>do</strong>s os <strong>do</strong>is problemas.<br />

O problema geral de localizac~ao de facilidades e um problema classico em<br />

Otimizac~ao Combinatoria [150]. Seja um grafo G = (NA) ondeN eum<br />

conjunto de nos e A um conjunto de arcos. O conjunto N de nos e dividi<strong>do</strong><br />

em um conjunto S de locais candidatos a instalac~ao de uma facilidade com<br />

capacidade si, um conjunto T de nos de transbor<strong>do</strong> ou intermediarios, e um<br />

conjunto D de nos de demanda com capacidade di. Uma facilidade pode ser<br />

uma central de comutac~ao, uma estac~ao radio, uma fabrica, uma unidade de<br />

distribuic~ao ou de gerac~ao, etc. O custo xo de instalac~ao de uma facilidade e<br />

da<strong>do</strong> por fi 8i 2 S, e o custo variavel associa<strong>do</strong> a cada arco (i j) 2 A eda<strong>do</strong><br />

por cij.<br />

O problema de localizac~ao de facilidades n~ao capacita<strong>do</strong> consiste em selecionar<br />

um subconjunto de facilidades, sem capacidades, que far~ao o atendimento<br />

<strong>do</strong>s nos de demanda, com ou sem capacidade expl cita, pelo m nimo custo [66].<br />

Em resumo, o objetivo e dimensionar os uxos xij nos arcos (i j) 2 A, origina<strong>do</strong>s<br />

nos nos de oferta, ou facilidades, e destina<strong>do</strong>s aos nos de demanda pelo<br />

menor custo xo mais variavel. As facilidades selecionadas s~ao caracterizadas<br />

pelas variaveis yi que podem assumir um valor unitario, se a facilidade for selecionada,<br />

eovalor zero, se descartada. Por sua vez, o problema de localizac~ao


58 Cap tulo 3. Localizac~ao de Estac~oes Radio e Unidades Moveis<br />

capacita<strong>do</strong> resulta <strong>do</strong> acrescimo das capacidades si as facilidades, ou pela inclus~ao<br />

de limites superior (uij) e/ou inferior (lij) aos uxos nos arcos <strong>do</strong> grafo<br />

[151, 153,154].<br />

O problema de localizac~ao capacita<strong>do</strong> e um problema de otimizac~ao em rede<br />

e pode ser matematicamente formula<strong>do</strong> como:<br />

sujeito a:<br />

X<br />

min X<br />

(ij)2A<br />

xij ; X<br />

(ij)2; + (i) (ji)2;; (i)<br />

X<br />

xij ; X<br />

(ij)2; + (i) (ji)2;; (i)<br />

X<br />

xij ; X<br />

(ij)2; + (i)<br />

(ji)2;; (i)<br />

cij xij + X<br />

i2S<br />

fi yi<br />

(3:1)<br />

xji siyi 8i 2 S (3.2)<br />

xji = 0 8i 2 T (3.3)<br />

xji = ;di 8i 2 D (3.4)<br />

lij xij uij 8(i j) 2 A (3.5)<br />

yi 2f0 1g 8i 2 S (3.6)<br />

onde:<br />

S locais candidatos a instalac~ao de facilidades<br />

T conjunto de nos intermediarios<br />

D conjunto de nos de demanda<br />

; + (i)<br />

;<br />

conjunto de arcos (i j) 2 A8j 2 N<br />

; (i) conjunto de arcos (j i) 2 A8j 2 N<br />

cij custo variavel no arco (i j) 2 A<br />

fi custo xo de instalac~ao da facilidade i 2 S<br />

si capacidade da facilidade i 2 S<br />

di demanda <strong>do</strong> no i 2 D<br />

xij uxo no arco (i j) 2 A<br />

yi variavel binaria, yi = 1 se facilidade e instalada no no i 2 S, eyi =0,<br />

caso contrario.<br />

A func~ao objetivo minimiza os custos variaveis e xos. As restric~oes expressam<br />

a conservac~ao de uxos em cada no da rede. O primeiro grupo de<br />

restric~oes (3.2) garante que o total <strong>do</strong> uxo que sai, menos o que entra, em<br />

cada no facilidade i 2 S, deve ser menor ou igual a sua capacidade. O segun<strong>do</strong>


Localizac~ao de Estac~oes Radio e Unidades Moveis 59<br />

grupo (3.3) restringe a conservac~ao de uxos nos nos intermediarios, e, o terceiro<br />

(3.4), garante o atendimento de demanda. As restric~oes seguintes (3.5)<br />

limitam o uxo em cada arco aos seus limites inferior e superior. Tambem<br />

podem ser inclu das restric~oes limitan<strong>do</strong> o numero m nimo emaximo defacilidades<br />

selecionadas. Finalmente, o ultimo grupo de restric~oes (3.6) garante a<br />

integralidade das variaveis yi.<br />

Este eummodelobasico que pode ser estendi<strong>do</strong> ou simpli ca<strong>do</strong> conforme<br />

as necessidades e condic~oes espec cas. A parcela de custo variavel da func~ao<br />

objetivo pode ser acrescida <strong>do</strong>s custos operacionais das facilidades, dependente<br />

da dimens~ao <strong>do</strong> uxo em cada facilidade. Se esta func~ao acrescimo for linear<br />

ent~ao pode ser embutida aos custos variaveis, manten<strong>do</strong> as caracter sticas <strong>do</strong><br />

modelo acima. Por outro la<strong>do</strong>, exploran<strong>do</strong> a economia de escala, esse custo<br />

acresci<strong>do</strong> pode ser uma func~ao c^oncava, tornan<strong>do</strong> o modelo n~ao linear. Estas<br />

func~oes tambem podem ser lineares por partes, c^oncavas ou convexas.<br />

A imposic~ao de um numero m nimoemaximo de facilidades pode ainda ser<br />

representada por par^ametros variaveis, pu maximoepl m nimo, pl<br />

P i2S yi<br />

pu. Pode tambem ser substitu da pela condic~ao de viabilidade tecnica <strong>do</strong> problema,<br />

P i2S siyi<br />

P<br />

i2D di.<br />

Escolhi<strong>do</strong> um conjunto de facilidades o problema recai a soluc~ao de um<br />

problema de uxo de custo m nimo. Neste contexto, retiran<strong>do</strong> os limites de<br />

uxos nos arcos, o modelo torna-se ainda mais simples, ou um problema de<br />

caminho m nimo.<br />

Outra extens~ao consiste em adicionar custos xos associa<strong>do</strong>s a escolha <strong>do</strong>s<br />

arcos que compor~ao a rede soluc~ao. Esta nova exten~ao gera um modelo de<br />

network design, que, entre outros, e uma extens~ao <strong>do</strong> classico problema de Steiner.<br />

Para isso, basta xar as facilidades e retirar ou anular os custos variaveis.<br />

Uma ultima reduc~ao consiste em retirar os nos intermediarios, reduzin<strong>do</strong> ao<br />

modelo de arvore gera<strong>do</strong>ra m nima.<br />

Os modelos de localizac~ao consistem em minimizar uma func~ao c^oncava<br />

(que pode ser linear) sujeito a um conjunto de restric~oes lineares. A principal<br />

di culdade e que um m nimo local n~ao implica em um m nimo global. Por<br />

outro la<strong>do</strong>, e conheci<strong>do</strong> que o m nimo de uma func~ao c^oncava sobre um conjunto<br />

compacto e convexo, sempre ocorre em um vertice desse conjunto. Isto e<br />

consequ^encia da propria de nic~ao de func~ao c^oncava. Logo, um ponto extremo<br />

<strong>do</strong> poliedro viavel e uma soluc~ao para o problema. Uma completa enumerac~ao<br />

destes pontos extremos e impraticavel para a maioria <strong>do</strong>s problemas e eum<br />

aspecto importante em Combinatoria. Portanto, varias tecnicas t^em si<strong>do</strong> desenvolvidas<br />

visan<strong>do</strong> determinar a melhor maneira de enumerar e selecionar os<br />

pontos extremos de forma que o m nimo global possa ser obti<strong>do</strong>. Estas tecnicas


60 Cap tulo 3. Localizac~ao de Estac~oes Radio e Unidades Moveis<br />

s~ao geralmente de natureza combinatoria e se fundamentam na estrutura especial<br />

de cada problema analisa<strong>do</strong>. Os algoritmos se concentram em tr^es areas<br />

basicas: decomposic~ao [93, 198], enumerac~ao [200, 11,216,62,70] e heur sticas<br />

[34, 225, 46,122,151, 155].<br />

No contexto das comunicac~oes moveis os <strong>do</strong>is problemas principais de localizac~ao<br />

s~ao a localizac~ao de ERBs e a localizac~ao da unidade movel. Para<br />

os problemas de localizac~ao de ERBs podem ser apresentadas formulac~oes matematicas<br />

similares ao modelo geral de localizac~ao anterior. No entanto, s~ao<br />

muitas as particularidades. Uma diferenca fundamental esta nan~ao exist^encia<br />

da conex~ao f sica presente nas formulac~oes classicas e aplicac~oes <strong>do</strong> problema<br />

de localizac~ao. Para a localizac~ao da unidade movel as particularidades s~ao<br />

ainda maiores. Nas sec~oes seguintes s~ao trata<strong>do</strong>s os <strong>do</strong>is problemas.<br />

Cada ERB localizada deve ser conectada a sua CCC (Central de Comutac~ao<br />

eControle). Cabe ressaltar que cabe a CCC interligar e controlar as ERBs,<br />

monitorar as chamadas e principalmente o han<strong>do</strong> , decorrente da mobilidade<br />

de curta dist^ancia, e tambem mantem o registro de cada usuario. Ao mudar<br />

de area o registro <strong>do</strong> usuario deve ser atualiza<strong>do</strong> em cada CCC, efetuan<strong>do</strong> o<br />

roaming, decorrente da mobilidade de longa dist^ancia. O han<strong>do</strong> entre ERBs<br />

conectadas a diferentes CCCs envolve complexos protocolos de comunicac~ao<br />

entre CCC, bem como uma custosa atualizac~ao de usuarios nas tabelas de<br />

localizac~ao.<br />

O problema de conex~ao de ERBs a CCC e descrito em [157]. Nao explora a<br />

localizac~ao das ERBs mas considera os custos de cabeamento e han<strong>do</strong> entre<br />

ERBs em diferentes CCC, limita<strong>do</strong> pelo volume de chamadas suportadas por<br />

cada CCC. Apresenta um modelo de programac~ao inteira e uma heur stica para<br />

sua soluc~ao.<br />

Os problemas de localizac~ao tambem assumem particularidades se o objetivo<br />

e de nir macrocelulas, minicelulas ou microcelulas, as vezes picocelulas.<br />

Nas duas primeiras as antenas s~ao instaladas acima das edi cac~oes cobrin<strong>do</strong><br />

areas extensas, alguns kilometros nas primeiras e ate 3 km para as minicelulas<br />

eoscustoseapot^encia <strong>do</strong>s equipamentos s~ao mais eleva<strong>do</strong>s. Em microcelulas<br />

as antenas cam abaixo das edi cac~oes, cobrem pequenas areas, alguns quarteir~oes,<br />

e os custos e a pot^encia <strong>do</strong>s equipamentos s~ao menores. Os sistemas futuros<br />

devem permitir maior exibilidade no dimensioanmento de celulas, uma<br />

arquitetura mista e hierarquica de celulas capaz de assimilar muitas das limitac~oes<br />

atuais.<br />

Outra caracter stica que diferencia a localizac~ao s~ao as mudancas de ambiente:<br />

fecha<strong>do</strong> ou aberto. Em ambientes fecha<strong>do</strong>s o objetivo da localizac~ao e<br />

instalar estac~oes para cobrir uma area local, fechada e, em geral, de pequena


3.1 Localizac~ao de ERB 61<br />

dimens~ao, como fabricas, shopping, hospitais, edif cios. Os ambientes abertos<br />

cobrem grandes extens~oes urbanas ou rurais.<br />

Este cap tulo esta dividi<strong>do</strong> em duas sec~oes. A primeira e dedicada a localizac~ao<br />

de ERBs, enquanto a segunda esta voltada para a localizac~ao de<br />

unidades moveis. O objetivo e detalhar cada um desses problemas, apresentar<br />

modelos, algoritmos e estu<strong>do</strong> de casos.<br />

3.1 Localizac~ao de ERB<br />

O problema de localizac~ao de estac~oes radio base (ERB) consiste em selecionar,<br />

dentro de um conjunto de locais candidatos a instalac~ao de uma ERB, um<br />

subconjunto de m nimo custo e sujeito a cobertura da area em estu<strong>do</strong>, atendimento<br />

da demanda e uma explorac~ao e ciente <strong>do</strong> espectro de frequ^encias.<br />

Neste processo de otimizac~ao s~ao considera<strong>do</strong>s fatores con itantes como a area<br />

de cobertura de uma ERB e os usuarios suporta<strong>do</strong>s por ela, ou, a area de cobertura<br />

de uma ERB e suas taxas de transmiss~ao de da<strong>do</strong>s. Quanto menor o<br />

numero de ERBs instaladas menor sera o custo. Por outro la<strong>do</strong>, o atendimento<br />

da demanda e a qualidade de servico podem ser comprometi<strong>do</strong>s. Cabe ainda<br />

ressaltar que cada ERB devera ser conectada a sua CCC, caracterizan<strong>do</strong> um<br />

problema de network design.<br />

A concentrac~ao da demanda em grandes centros urbanos e o reduzi<strong>do</strong> espectro<br />

de frequ^encias dispon vel, geram uma tend^encia de uso de ERBs de menor<br />

abrang^encia, mais simples e em maior numero. No entanto, estas caracter sticas<br />

n~ao minimizam os investimentos devi<strong>do</strong> a elevac~ao <strong>do</strong> numero de estac~oes, o<br />

custo ainda eleva<strong>do</strong> <strong>do</strong>s equipamentos, e o alto custo <strong>do</strong>s locais (compra ou aluguel)<br />

de instalac~ao. Adiciona-se a este contexto alguns par^ametros ou outros<br />

objetivos a serem alcanca<strong>do</strong>s [86, 211, 218].<br />

O problema de localizac~ao de ERB pode ser visto sob, pelo menos, tr^es<br />

objetivos. O objetivo pode ser a cobertura total ou a cobertura maxima, o<br />

maximo aproveitamento espectral e o maximo numero de canais por usuario.<br />

Um outro criterio de localizac~ao e considerar o retorno nanceiro de cada<br />

usuario e a qualidade de servico espec ca por usuario. Esse criterio se aplica<br />

muito bem aos padr~oes europeus, uma vez que o prove<strong>do</strong>r paga pelo uso de um<br />

canal. Nesse caso o canal deve daromaximo retorno de forma a viabilizar a<br />

sua manutenc~ao. Por outro la<strong>do</strong>, a priorizac~ao de usuarios pode gerar perda<br />

de outros. Em [91] o projeto de redes celulares considera o interesse nanceiro<br />

<strong>do</strong>s prove<strong>do</strong>res de servicos no dimensionamento da rede, com a localizac~ao ja<br />

estabelecida. O dimensionamento se baseia em diferentes tipos e capacidades<br />

de ERBs, custos de instalac~ao e manutenc~ao. Entre os par^ametros analisa<strong>do</strong>s


62 Cap tulo 3. Localizac~ao de Estac~oes Radio e Unidades Moveis<br />

est~ao os rendimentos e os custos anuais da rede. Restric~oes e considerac~oes<br />

adicionadas ao modelo devem ser avaliadas, mas as soluc~oes sugerem que um<br />

maior numero de celulas e de dimens~oes reduzidas s~ao mais rentaveis.<br />

Apesar <strong>do</strong> aspecto pratico inerente ao problema, poucas refer^encias s~ao<br />

encontradas na literatura. A maior parte das refer^encias concentram-se no<br />

calculo de sinais consideran<strong>do</strong> as perdas por obstaculos [141]. A localizac~ao<br />

de ERB em areas internas e explorada em [241, 218], enquanto [86] trata a<br />

localizac~ao em areas externas.<br />

A cobertura total consiste em assinalar a cada ponto da area de estu<strong>do</strong><br />

pelo menos uma ERB em condic~oes de oferecer um sinal com n vel m nimo<br />

que permite a conversac~ao ou transmiss~ao de da<strong>do</strong>s. Tal problema e, em geral,<br />

experimenta<strong>do</strong> nos estagios iniciais da implantac~ao de sistemas celulares e n~ao<br />

emuito adequa<strong>do</strong> para areas de alta densidade. Esta opc~ao reduz o numero de<br />

estac~oes, aumenta a area de cobertura de cada ERB, reduz o aproveitamento<br />

espectral e disponibiliza um menor numero de canais por usuario.<br />

Omaximo aproveitamento espectral busca solucionar as de ci^encias <strong>do</strong> problema<br />

anterior, limitan<strong>do</strong> a area de cobertura de cada ERB. Neste caso, a localizac~ao<br />

e de nida em conjunto com o tratamento da pot^encia de transmiss~ao<br />

de cada ERB. Em [218]e apresentada uma meto<strong>do</strong>logia alternativa paraambientes<br />

fecha<strong>do</strong>s. No entanto, esta abordagem torna o problema extremamente<br />

mais complexo <strong>do</strong> ponto de vista matematico e computacional, pois passa a ser<br />

extremamente dependente <strong>do</strong> problema de predic~ao de propagac~ao de sinais.<br />

Outra alternativa seria limitar a area de cobertura de cada ERB. No entanto,<br />

esta abordagem perde em exibilidade di cultan<strong>do</strong> a analise de uma ERB em<br />

conjunto com suas vizinhas. Mas, com a precauc~ao de simulac~oes preliminares<br />

adequadas, pode-se obter um aproveitamento espectral.<br />

Pela terceira alternativa, o problema de localizac~ao visa selecionar os locais<br />

e determinar a pot^encia de transmiss~ao e canais aloca<strong>do</strong>s a cada ERB,<br />

maximizan<strong>do</strong> o numero de canais dispon veis por usuario, ou o maximo aproveitamento<br />

espectral [152]. A alocac~ao de canais tem si<strong>do</strong> bastante explorada e<br />

e apresentada no cap tulo 4. Mas a junc~ao de localizac~ao e alocac~ao eleva signi<br />

cativamente a complexidade <strong>do</strong> problema e e pouco estudada na literatura.<br />

Neste texto s~ao apresenta<strong>do</strong>s modelos e algoritmos para o problema de<br />

localizac~ao com macrocelulas e arquitetura de acesso FDMA, exploran<strong>do</strong> os<br />

diferentes objetivos. Mas, neste cap tulo e trata<strong>do</strong> apenas o objetivo de cobertura<br />

maxima a um m nimo custo. Os modelos engloban<strong>do</strong> a alocac~ao de canais<br />

s~ao apresenta<strong>do</strong>s no cap tulo seguinte.<br />

S~ao apresenta<strong>do</strong>s tr^es modelos matematicos para o problema de cobertura<br />

maxima a um m nimo custo de instalac~ao { um modelo de programac~ao inteira


3.1 Localizac~ao de ERB 63<br />

misto, um inteiro e um linear com menos variaveis. A modelagem apresentada<br />

visa tornar os modelos independentes <strong>do</strong>s meto<strong>do</strong>s de predic~ao de propagac~ao<br />

de sinais. No entanto, torna-se necessario o uso de uma ferramenta auxiliar para<br />

este m. Apesar <strong>do</strong> objetivo estipula<strong>do</strong> a se alcancar ser a cobertura maxima,<br />

algumas alternativas para se conseguir um melhor aproveitamento espectral<br />

s~ao discutidas. Isto pode ser feito acrescentan<strong>do</strong>-se restric~oes aos problemas ou<br />

varian<strong>do</strong>-se a pot^encia de transmiss~ao das ERBs em uma etapa preliminar de<br />

simulac~ao.<br />

Para cada ambiente ou con gurac~ao os modelos devem ser adapta<strong>do</strong>s ou<br />

mesmo totalmente altera<strong>do</strong>s. Trata-se de um conjunto de problemas de otimizac~ao<br />

combinatoria com possibilidades de soluc~ao via heur sticas e algoritmos<br />

exatos. Estes algoritmos s~ao integra<strong>do</strong>s a uma base de merca<strong>do</strong> e uma base<br />

georefenciada em um ambiente de SIG { Sistema de Informac~oes Geogra cas.<br />

3.1.1 Modelos de Localizac~ao de ERB<br />

Seja uma regi~ao representada por um conjunto de M pequenas quadr culas,<br />

de dimens~oesquepodemvariar de 50 50 metros ate 500 500 metros.<br />

Seja o conjunto de N ERBs candidatas distribu das nesta regi~ao. Assumese<br />

conhecida alguma medida <strong>do</strong> sinal recebi<strong>do</strong> em cada ponto (quadr cula) e<br />

originario de cada ERB. Esta medida poderia ser a perda <strong>do</strong> sinal ou a pot^encia<br />

em cada ponto, por exemplo.<br />

Para formular o problema de localizac~ao como um problema de programac~ao<br />

inteira s~ao de ni<strong>do</strong>s os seguintes conjuntos de variaveis:<br />

yi =<br />

xij =<br />

1 se a ERB i 2 N e localizada<br />

0 caso contrario<br />

1 se o ponto j 2 M da regi~ao e coberto pela ERB i 2 N<br />

0 caso contrario<br />

Um primeiro modelo M1 e da<strong>do</strong> por:<br />

min X<br />

i2N<br />

ciyi<br />

(3:7)


64 Cap tulo 3. Localizac~ao de Estac~oes Radio e Unidades Moveis<br />

onde:<br />

sujeito a:<br />

X<br />

i2N<br />

aijxij T 8j 2 M (3.8)<br />

X<br />

i2N<br />

xij =1 8j 2 M (3.9)<br />

xij yi 8i 2 N8j 2 M (3.10)<br />

yixij 2f0 1g 8i 2 N8j 2 M (3.11)<br />

ci custo xo de instalac~ao de uma ERB<br />

T valor limite para a medida <strong>do</strong> sinal capaz de viabilizar a comunicac~ao<br />

estimativa <strong>do</strong> sinal da ERB i no ponto j<br />

aij<br />

Afunc~ao objetivo minimiza o custo xo de instalac~ao das ERBs. As restric~oes<br />

(3.8) garantem que pelo menos uma ERB atenda a qualidade <strong>do</strong> sinal<br />

ao n vel m nimo estipula<strong>do</strong>. Por outro la<strong>do</strong>, as restric~oes (3.9) associam a cada<br />

ponto da area em estu<strong>do</strong> uma ERB. Esta associac~ao somente sera viavel se<br />

a ERB correspondente for instalada, conforme equac~oes (3.10). Finalmente a<br />

integralidade das variaveis e imposta pelas restric~oes (3.11).<br />

Ovalor limite T para a medida de sinal capaz de permitir qualidade de<br />

comunicac~ao deve ser especi ca<strong>do</strong> pelo usuario (;105 dB no caso de perda de<br />

sinal, por exemplo). Uma quest~ao de projeto neste ponto poderia ser a escolha<br />

de diferentes valores de T em diferentes pontos da regi~ao a m de se oferecer<br />

melhor qualidade de comunicac~ao em areas mais densas.<br />

O modelo M1e NP-completo e com um eleva<strong>do</strong> numero de variaveis inteiras<br />

(n+n m), onde m eonumero de pontos (quadr culas) da area de estu<strong>do</strong>. Um<br />

numero que se eleva rapidamente geran<strong>do</strong> milhares de variaveis xij. Mesmo<br />

para pequenas areas as dimens~oes <strong>do</strong> problema tornam-se bastante elevadas.<br />

No entanto, as variaveis xij carregam uma grande informac~ao. Conhecida a<br />

demanda em cada ponto epossvel prever qual sera o trafego associa<strong>do</strong> a cada<br />

ERB i localizada. Nesse senti<strong>do</strong>, essas variaveis s~ao importantes quan<strong>do</strong> <strong>do</strong><br />

tratamento da alocac~ao de canais, como sera visto no proximo cap tulo. Caso<br />

contrario, resolvi<strong>do</strong> o modelo, e seleciona<strong>do</strong> um conjunto de ERBs responsavel<br />

por cobrir toda a area. Na pratica, cada ponto sera atendi<strong>do</strong> pela ERB que<br />

lhe forneca o melhor sinal. Caso sobrecarregada, sera escolhida a de segun<strong>do</strong><br />

melhor sinal, e assim sucessivamente. Ou seja, os valores das variaveis xij


3.1 Localizac~ao de ERB 65<br />

forneci<strong>do</strong>s pela soluc~ao <strong>do</strong> modelo podem n~ao corresponder ao atendimento na<br />

pratica, perden<strong>do</strong> a import^ancia.<br />

Esse modelo pode ser simpli ca<strong>do</strong> e reduzi<strong>do</strong> a um problema de recobrimento.<br />

Observe que as restric~oes (3.8) e (3.9) s~ao satisfeitas em conjunto se<br />

o sinal de uma ERB i e capaz de atender a viabilidade de comunicac~ao em<br />

um ponto j. Nesse caso, o sinal aij deve ser maior ou igual ao valor limite T ,<br />

aij T . Selecionadas as associac~oes de i para j que satisfacam essa condic~ao,<br />

pode-se eliminar o conjunto de restric~oes (3.8). E com a observac~ao no nal<br />

paragrafo anterior, as variaveis xij tornam-se tambem dispensaveis.<br />

Dessa forma o modelo se reduz a M2:<br />

sujeito a:<br />

X<br />

i2N<br />

onde os bij s~ao de ni<strong>do</strong>s como:<br />

min X<br />

i2N<br />

ciyi<br />

(3:12)<br />

bijyi 1 8j 2 M (3.13)<br />

yi 2f0 1g 8i 2 N (3.14)<br />

bij = 1 se aij T8i 8j, (cada aij e uma constante conhecida)<br />

0 caso contrario<br />

OmodeloM2 emuito mais simples que o anterior, uma vez que o numero<br />

de variaveis inteiras torna-se bastante reduzi<strong>do</strong>. Este problema, como de ni<strong>do</strong>,<br />

se assemelha ao problema de recobrimento (set covering) [164], conhecidamente<br />

NP-Completo. No entanto a matriz formada pelos termos bij pode ser consideravelmente<br />

esparsa, uma vez que em geral nenhuma ERB cobre toda a regi~ao.<br />

Estas caracter sticas tornam a implementac~ao deste problema viavel em muitas<br />

aplicac~oes, principalmente para as regi~oes de baixa demanda por comunicac~ao,<br />

ou projetos iniciais de atendimento.<br />

Uma primeira tentativa de contornar o atendimento da demanda e a<br />

alocac~ao de canais, consiste em tentar limitar o numero de pontos aloca<strong>do</strong>s<br />

a cada ERB. Nesse contexto, pode-se acrescentar ao modelo M1 uma restric~ao<br />

da forma:


66 Cap tulo 3. Localizac~ao de Estac~oes Radio e Unidades Moveis<br />

X<br />

j2M<br />

bijxij miyi 8i 2 N<br />

onde cada mi representa o conjunto de pontos cobertos pela estac~ao i 2 N.<br />

Com essa nova restric~ao resulta o modelo M3:<br />

sujeito a:<br />

X<br />

i2N<br />

X<br />

j2M<br />

min X<br />

i2N<br />

ciyi<br />

(3:15)<br />

bijxij 1 8j 2 M (3.16)<br />

bijxij miyi 8i 2 N (3.17)<br />

xij yi 8i 2 N8j 2 M (3.18)<br />

yixij 2f0 1g 8i 2 N8j 2 M (3.19)<br />

OmodeloM3 e tambem de alta complexidade. Uma simpli cac~ao seria<br />

tentar resolv^e-lo supon<strong>do</strong> as variaveis xij como sen<strong>do</strong> cont nuas e entre zero e<br />

um. Essa alternativa foi testada e em alguns casos a soluc~ao obtida einteira.<br />

A import^ancia <strong>do</strong> modelo M3 esta no fato de permitir limitar a area de<br />

cobertura das celulas de forma a se alcancarummelhoraproveitamento espectral.<br />

Para isso basta ajustar os valores das constantes mi ao limite deseja<strong>do</strong>.<br />

Dessa forma, cada ERB disputara com as demais por um numero menor de<br />

pontos.<br />

Aimport^ancia desse modelo tambem esta na informac~ao fornecida pelas<br />

variaveis xij. Como foi discuti<strong>do</strong> anteriormente, caso se queira limitar a area<br />

de cobertura das ERBs tais variaveis s~ao imprescind veis. No cap tulo seguinte<br />

e apresenta<strong>do</strong> um modelo para o problema de localizac~ao em conjunto com<br />

o de alocac~ao de canais, onde as variaveis xij aparecem em um conjunto de<br />

restric~oes de uxo.<br />

Os modelos anteriores podem ser lineariza<strong>do</strong>s. A principal vantagem <strong>do</strong> uso<br />

<strong>do</strong> modelo linear sobre o inteiro e a possibilidade da analise de sensibilidade.<br />

A partir desta pode-se determinar, por exemplo, o custo (instalac~ao) de uma<br />

ERB a partir <strong>do</strong> qual ela faria parte da soluc~ao, ou os sha<strong>do</strong>w-prices de cada<br />

ponto da regi~ao.


3.1 Localizac~ao de ERB 67<br />

3.1.2 Considerac~oes sobre os Modelos<br />

Em contraste com o uso de um valor limite para a medida <strong>do</strong> sinal, os trabalhos<br />

para sistemas in<strong>do</strong>or [218] discuti<strong>do</strong>s anteriormente, formulam o problema com<br />

uma func~ao de maximizac~ao da medida <strong>do</strong> sinal de cada ERB em cada ponto.<br />

Esta talvez seja a maneira mais imediata de se tratar o problema, uma vez<br />

que ela mapeia diretamente o comportamento <strong>do</strong>s sistemas celulares, e considera<br />

o fato <strong>do</strong> usuario \escolher" a ERB com sinal de melhor qualidade. Tal<br />

abordagem, no entanto, leva auman~ao linearidade <strong>do</strong> problema [218].<br />

Nos modelos aqui apresenta<strong>do</strong>s existe uma discrep^ancia entre a ERB que<br />

atende a um ponto na soluc~ao <strong>do</strong> modelo e aquela que realmente deveria atender<br />

o usuario (a estac~ao por ele escolhida pelo criterio <strong>do</strong> sinal mais forte). Isto<br />

e devi<strong>do</strong> ao fato de que a soluc~ao pode levar a uma situac~ao onde um ponto<br />

atribu <strong>do</strong> a uma ERB e melhor atendi<strong>do</strong> (no senti<strong>do</strong> de existir um outro sinal<br />

de melhor qualidade) por outra. Uma vez que o modelo nivela os sinais das<br />

ERBs a um mesmo valor de limite, a informac~ao de qual ERB deveria servir a<br />

um determina<strong>do</strong> ponto, em uma situac~ao real, n~ao e garantidamente igual ao<br />

resulta<strong>do</strong> <strong>do</strong> modelo.<br />

Essa caracter stica pode, no entanto, conferir mais exibilidade de decis~ao<br />

aos projetistas <strong>do</strong> sistema. A situac~ao de overlap pode levar a uma diminuic~ao<br />

<strong>do</strong> numero de bloqueios de chamadas na regi~ao de sobreposic~ao caso o sistema<br />

implemente algum protocolo de direct-retry (cap tulo 2).<br />

Uma alternativa oposta seria buscar uma maior e ci^encia espectral diminuin<strong>do</strong><br />

a area de overlap das celulas. Isso poderia ser consegui<strong>do</strong> diminuin<strong>do</strong>-se<br />

apot^encia da transmiss~ao das ERBs correspondentes. Outra vantagem dessa<br />

abordagem seria a diminuic~ao <strong>do</strong> n vel de interfer^encia co-canal no sistema<br />

como um to<strong>do</strong>.<br />

Todas as formulac~oes aqui apresentadas s~ao modelos de Programac~ao Linear<br />

Inteira. Em casos mais espec cos trata-se de problemas de Otimizac~ao<br />

Combinatoria. Muitos s~ao os algoritmos poss veis de serem aplica<strong>do</strong>s, desde<br />

algoritmos exatos que garantem a soluc~ao otima ate heur sticas diversas. Por<br />

se tratar de problemas de Programac~ao Linear tambem e possivel usar pacotes<br />

de otimizac~ao de uso geral. Essa alternativa e explorada na proxima sec~ao.<br />

3.1.3 Implementac~ao { Estu<strong>do</strong> de Casos<br />

Os modelos apresenta<strong>do</strong>s foram executa<strong>do</strong>s em um pacote de otimizac~ao chama<strong>do</strong><br />

CPLEX (CPLEX Optimization Inc.) [170]. Este apresenta algumas<br />

limitac~oes quanto ao numero de restric~oes (32000), que e diretamente proporcional<br />

ao numero de pontos da regi~ao. O numero de variaveis e tambem uma


68 Cap tulo 3. Localizac~ao de Estac~oes Radio e Unidades Moveis<br />

limitac~ao, mas no contexto e secundario. Outro fator a ser considera<strong>do</strong> eaineci^encia<br />

decorrente de um maior numero de variaveis inteiras. Uma alternativa<br />

para contornar essas limitac~oes seria dividir a area de trabalho em regi~oes (isto<br />

e, centros comerciais e empresariais, bairros residenciais, etc.). Apesar dessa<br />

abordagem levar apenas a otimos locais, na pratica ela se torna viavel uma vez<br />

que e comum prove<strong>do</strong>res de servicos celulares executarem planos de expans~ao<br />

por regi~ao.<br />

Para se determinar a qualidade <strong>do</strong> sinal de cada ERB candidata em cada<br />

ponto da area de trabalho foi usa<strong>do</strong> o sistema gra co de predic~ao de propagac~ao<br />

de sinal Arcomov/X 1 [156]. Este sistema usa a tecnica de ray-tracing para criar<br />

a matriz de perdas ( gura 3.1) <strong>do</strong>s sinais em cada ponto da area de trabalho<br />

(quadr culas de 250m 250m).<br />

A partir dessas matrizes foram seleciona<strong>do</strong>s os pontos que satisfaziam o valor<br />

limite T para qualidade de comunicac~ao, nesse caso aqueles com uma perda<br />

menor que ;105 dB. Esses da<strong>do</strong>s foram ent~ao usa<strong>do</strong>s para gerar o arquivo<br />

de entrada <strong>do</strong> CPLEX. O arquivo foi gera<strong>do</strong> no formato similar a notac~ao matematica<br />

<strong>do</strong> problema. Para carregar o problema mais rapidamente no CPLEX<br />

e usa<strong>do</strong> o formato MPS para o arquivo deentrada { que tem o mesmo formato<br />

no qual as restric~oes s~ao armazenadas internamente pelo CPLEX. Em geral<br />

os arquivos tomaram menos de 3 segun<strong>do</strong>s para serem carrega<strong>do</strong>s. O modelo<br />

M1, no entanto, levou quase 50 segun<strong>do</strong>s no caso limite (15584 restric~oes). Os<br />

testes foram executa<strong>do</strong>s em uma Sun SPARC 10com64MBdememoria ram<br />

e 4 GB de disco, e os tempos de computac~ao foram da ordem de segun<strong>do</strong>s.<br />

Os testes foram feitos com da<strong>do</strong>s de duas cidades de Minas Gerais: Juiz<br />

de Fora (JF) { aproximadamente 1 milh~ao de habitantes { e Belo Horizonte {<br />

aproximadamente 2,5 milh~oes de habitantes. A todas as ERBs, nos <strong>do</strong>is casos,<br />

foram atribu <strong>do</strong>s os mesmos custos de implantac~ao. No caso de JF os testes<br />

foram conduzi<strong>do</strong>s usan<strong>do</strong>-se apenas antenas unidirecionais. Para BH usou-se<br />

tambem um conjunto de antenas setorizadas.<br />

Para se comparar os resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s com as soluc~oes em geral a<strong>do</strong>tadas<br />

na pratica, e necessario compreender a abordagem de escolha na pratica. O<br />

meto<strong>do</strong> de escolha de localizac~ao de ERBs envolve um processo de tr^es passos.<br />

<strong>Primeira</strong>mente as ERBs candidatas s~ao criadas no Arcomov/X. Par^ametros<br />

como, altura, pot^encia de transmiss~ao e localizac~ao f sica das estac~oes candidatas<br />

(entre outros) s~ao de ni<strong>do</strong>s nessa etapa. O Arcomov/X, ent~ao, simula a<br />

propagac~ao <strong>do</strong> sinal de cada ERB ao longo da area de trabalho, geran<strong>do</strong> um<br />

1 Sistema de propriedade da Telemig { Telecomunicac~oes de Minas Gerais, desenvolvi<strong>do</strong><br />

dentro <strong>do</strong> projeto de pesquisa Desenvolvimento de Sistemas de Engenharia entre o<br />

DCC/UFMG e a Telemig


3.1 Localizac~ao de ERB 69<br />

Figura 3.1: Propagac~ao de sinal de radio de uma ERB<br />

mapa de n veis de perdas de sinal em cada ponto dessa, para cada ERB. No<br />

caso de testes conduzi<strong>do</strong>s no CPLEX tais mapas foram grava<strong>do</strong>s em arquivos<br />

binarios, que foram li<strong>do</strong>s e converti<strong>do</strong>s para o formato LP <strong>do</strong> CPLEX.<br />

No passo <strong>do</strong>is <strong>do</strong> processo e feita uma composic~ao <strong>do</strong>s sinais das diversas<br />

ERBs candidatas, ainda no Arcomov/X. Esta composic~ao atribui a cada ponto<br />

da area de trabalho a ERB de melhor sinal. Nenhuma considerac~ao e feita no<br />

senti<strong>do</strong> de se minimizar o numero de estac~oes. Nessa etapa <strong>do</strong> processo foram<br />

usa<strong>do</strong>s os modelos aqui apresenta<strong>do</strong>s para os testes, ao contrario da composic~ao<br />

<strong>do</strong> Arcomov/X.<br />

No terceiro e ultimo passo as ERBs selecionadas na etapa de composic~ao<br />

s~ao submetidas a um algoritmo de alocac~ao de canais, que, leva a demanda<br />

de cada ponto em considerac~ao. Se n~ao for encontrada uma soluc~ao viavel<br />

(a distribuic~ao de canais pelas ERBs n~ao for su ciente para atender a um limite<br />

de chamadas medias) o processo e reinicia<strong>do</strong> a partir <strong>do</strong> passo um (com


70 Cap tulo 3. Localizac~ao de Estac~oes Radio e Unidades Moveis<br />

Entrada Execuc~ao Soluc~ao No. antenas<br />

(s) (s) no. ERB setorizadas<br />

M3 51.49 37.31 3<br />

M2 1.91 10.17 3<br />

M2 linear 1.9 9.62 3<br />

Soluc~ao existente 2<br />

Tabela 3.1: Resulta<strong>do</strong>s para JF { 10 localizac~oes candidatas e 15584 pontos<br />

o acrescimo de estac~oes e/ou diminuic~ao das pot^encias de transmiss~ao, altura<br />

das torres, etc.) buscan<strong>do</strong>-se uma con gurac~ao de ERBs com melhor aproveitamento<br />

espectral. Considerac~oes sobre interfer^encia s~ao feitas nessa etapa.<br />

Da a import^ancia, se poss vel considerar a localizac~ao acoplada a alocac~ao de<br />

canais, como sera visto no proximo cap tulo.<br />

Para os testes relata<strong>do</strong>s considera-se apenas a fase inicial <strong>do</strong> processo, ou<br />

seja, a massa de da<strong>do</strong>s geradas pelo Arcomov/X. Dessa forma n~ao foi explorada<br />

a exibilidade das soluc~oes geradas pelos modelos em caso de overlap.<br />

Para JF foram usadas 10 ERBs candidatas para 15584 pontos, tal numero<br />

de pontos corresponde aarea total. Os resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s nesse caso com os<br />

modelos M3M2eM2 linearisa<strong>do</strong> s~ao mostra<strong>do</strong>s na tabela 3.1. A soluc~ao<br />

existente relatada nas tabelas coresponde a soluc~ao implementada na pratica,<br />

independente <strong>do</strong>s modelos.<br />

A princ pio, os resulta<strong>do</strong>s gera<strong>do</strong>s pelo modelo instalaram uma estac~ao a<br />

mais que a soluc~ao existente, a qual atendia a apenas 16 pontos fora da mancha<br />

urbana de forma exclusiva, portanto uma area de cobertura inferior a testada.<br />

Os testes executa<strong>do</strong>s apenas para a mancha urbana levaram a mesma soluc~ao<br />

existente.<br />

Para BH foram usadas 168 ERBs candidatas, sen<strong>do</strong> 145 estac~oes setorizadas<br />

com 3 setores, uma estac~ao com 2 setores, e 21 antenas unidirecionais. Para<br />

efeito de teste procedeu-se de duas maneiras. Primeiro cada setor foi considera<strong>do</strong><br />

como sen<strong>do</strong> uma ERB distinta, levan<strong>do</strong> a um numero de 168 ERBs.<br />

Depois os testes foram executa<strong>do</strong>s consideran<strong>do</strong>-se cada conjunto de setores<br />

de uma mesma torre como sen<strong>do</strong> uma unica ERB. Dessa forma o numero de<br />

variaveis (ERBs candidatas) foi reduzi<strong>do</strong> para 71. Os tempos de execuc~ao e<br />

carga, assim como as soluc~oes respectivas s~ao mostra<strong>do</strong>s nas tabelas 3.2 e 3.3<br />

No primeiro caso, onde os setores foram trata<strong>do</strong>s como ERBs, observou-se<br />

que os modelos exclu ram da soluc~ao setores de uma mesma torre, mostran<strong>do</strong>-se


3.1 Localizac~ao de ERB 71<br />

Entrada Execuc~ao Soluc~ao No. antenas<br />

(s) (s) no. ERB setorizadas<br />

M3 41.73 32.68 25<br />

M2 2.6 1.96 25<br />

M2 linear 2.56 1.87 25<br />

Soluc~ao existente 26 20<br />

Tabela 3.2: Resulta<strong>do</strong>s para BH { 168 localizac~oes candidatas e 8556 pontos:<br />

Caso 1 { cada setor de antena como uma ERB individual<br />

Entrada Execuc~ao Soluc~ao No. antenas<br />

(s) (s) no. ERB setorizadas<br />

M3 43.52 35.09 21 13<br />

M2 3.83 2.99 21 13<br />

M2 linear 3.75 2.63 21 13<br />

Soluc~ao existente 26 20<br />

Tabela 3.3: Resulta<strong>do</strong>s para BH { 168 localizac~oes candidatas e 8556 pontos:<br />

Caso 2 { cada conjunto de antenas setorizadas como uma ERB<br />

insens vel a tal particularidade. Isto se deve ao fato <strong>do</strong>s setores transmitirem<br />

em regi~oes proximas, sen<strong>do</strong> o controle de pot^encia em cada um executa<strong>do</strong><br />

rigidamente pela estac~ao transmissora, informac~ao n~ao dispon vel ao modelo.<br />

No segun<strong>do</strong> caso os modelos levaram a uma soluc~ao com a maioria das<br />

ERBs setorizadas. A soluc~ao encontrada gastou um numero menor de ERBs<br />

que a soluc~ao existente (5 estac~oes a menos). Consideran<strong>do</strong> o eleva<strong>do</strong> custo de<br />

uma ERB esta soluc~ao emuito melhor em termos de investimento. No entanto,<br />

deve ser considera<strong>do</strong> a n~ao aplicac~ao da terceira etapa <strong>do</strong> processo de decis~ao,<br />

a alocac~ao de canais as ERBs selecionadas. Com essa etapa seria garantida<br />

a viabilidade da soluc~ao encontrada. No entanto, o alto numero de estac~oes<br />

setorizadas a<strong>do</strong>tadas na soluc~ao sugere uma poss vel viabilidade na pratica.<br />

Deve-se ressaltar que a escolha das ERBs setorizadas pelo modelo n~ao foi<br />

feita devi<strong>do</strong> ao melhor aproveitamento espectral dessas { como foi explica<strong>do</strong><br />

anteriormente. Tal escolha se deu devi<strong>do</strong> ao fato de que as ERBs setorizadas<br />

escolhidas cobriam uma area t~ao grande quanto as unidirecionais. Uma forma<br />

de premiar a escolha das ERBs setorizadas e acrescentar uma func~ao de desconto<br />

a func~ao objetivo, acionada ao se fazer uso de uma ERB setorizada. Isso


72 Cap tulo 3. Localizac~ao de Estac~oes Radio e Unidades Moveis<br />

vem desvirtuar o caracter econ^omico <strong>do</strong> modelo, porem compensa um maior<br />

aproveitamento espectral. Outra alternativa seria limitar a area maxima de<br />

cobertura das ERBs unidirecionais. Isto pode ser feito no modelo M3, ou,<br />

em simulac~oes preliminares, como foi discuti<strong>do</strong> anteriormente. Na pratica tal<br />

soluc~ao e amplamente a<strong>do</strong>tada uma vez que antenas unidirecionais com altas<br />

pot^encias de transmiss~ao s~ao as principais responsaveis pelo n vel geral de<br />

interfer^encia no sistema.<br />

Esses modelos mostram bom desempenho quan<strong>do</strong> implementa<strong>do</strong>s em um<br />

pacote de otimizac~ao. Os tempos de resoluc~ao s~ao apropria<strong>do</strong>s para o uso<br />

destes em situac~oes praticas. Caracter sticas como a analise de sensibilidade<br />

das soluc~oes e a explorac~ao de suas caracter sticas de overlap destas prov^eem<br />

ao modelo exibilidade como uma ferramenta de projeto de sistemas celulares.<br />

Sua independ^encia <strong>do</strong> modelo de propagac~ao de sinal tambem torna o seu uso<br />

compat vel com qualquer sistema que se use para esse m.<br />

Quest~oes de e ci^encia espectral, porem, n~ao podem ser consideradas no<br />

modelo em um contexto isola<strong>do</strong>. A m de se conseguir toda a exibilidade que<br />

o modelo pode oferecer deve-se mant^e-lo integra<strong>do</strong> a um processo de decis~ao de<br />

localizac~ao de ERB, onde sejam considera<strong>do</strong>s aspectos relevantes ao problema<br />

que s~ao abstra <strong>do</strong>s <strong>do</strong> modelo, como interfer^encia entre ERBs e alocac~ao de<br />

canais.<br />

3.2 O Problema de Localizac~ao de Unidade<br />

Movel<br />

Ae ci^encia no atendimento de uma chamada em um sistema de comunicac~ao<br />

movel esta diretamente ligada a rapida localizac~ao <strong>do</strong> usuario chama<strong>do</strong> dentro<br />

<strong>do</strong> sistema. Para tal, este monitora a mobilidade de seus usuarios atraves das<br />

areas de registro da localizac~ao ou LR { Location Registration areas. A area<br />

coberta e dividida em varias LRs, cada uma conten<strong>do</strong> um numero de celulas<br />

identi cadas por um LAI { Location Area Identi er. Na controla<strong>do</strong>ra de LR<br />

s~ao tambem manti<strong>do</strong>s os registros de identi cac~ao e tarifac~ao <strong>do</strong>s usuarios.<br />

Amanutenc~ao das LR depende de duas operac~oes basicas: atualizac~ao de<br />

localizac~ao ou LU { Location Update eapesquisa da unidade movel ou paging.<br />

Sempre que uma unidade movel entra em uma nova LR, eprovidencia<strong>do</strong> o seu<br />

registro na nova LR, ou a sua LU, e uma das ERBs da nova LRe informada<br />

da presenca da nova unidade. Qualquer chamada para a unidade movel sera<br />

roteada para a nova LR. Com isso libera espaco de armazenamento na LR<br />

anterior, apesar de ser uma operac~ao bastante custosa e com acrescimo de


3.2OProblema de Localizac~ao de Unidade Movel 73<br />

carga para o sistema.<br />

O procedimento de pesquisa e usa<strong>do</strong> pelo sistema movel para contactar uma<br />

unidade movel dentro de uma LR. Mensagens de broadcast s~ao enviadas dentro<br />

de cada celula que comp~oe a LR, de forma a permitir a correta localizac~ao da<br />

unidade. A pesquisa por um usuario espec co inicia pelo envio de sinal para<br />

acelula <strong>do</strong> ultimo registro. Caso n~ao seja localiza<strong>do</strong>, mensagens s~ao enviadas<br />

para as celulas vizinhas dentro de uma mesma LR, e, caso negativo, estende<br />

para outras LRs. Este etambem um processo bastante custoso geran<strong>do</strong> uma<br />

sobrecarga no sistema.<br />

Essas operac~oes s~ao contrastantes na medida em que quanto maior for a<br />

pesquisa maior sera onumero de LU, mas tambem maior sera a sobrecarga,<br />

ocupan<strong>do</strong> excessivamente o canal de controle da unidade movel pesquisada<br />

edasn~ao pesquisadas. Ainda mais, a energia armazenada na bateria das<br />

unidades moveis e um recurso bastante escasso. Com o objetivo de otimizar o<br />

uso dessa energia e <strong>do</strong>s canais de comunicac~ao entre as ERBs e unidades moveis,<br />

o custo com essa operac~ao deve ser minimiza<strong>do</strong>. Exempli can<strong>do</strong> o contraste<br />

de objetivos dessas operac~oes duas pol ticas podem ser a<strong>do</strong>tadas. A primeira<br />

denominada \atualize-sempre", cada unidade movel realiza uma operac~ao de<br />

atualizac~ao de localizac~ao toda vez que entra em uma nova celula. Nesse caso,<br />

a taxa de atualizac~ao e alta, uma vez que a cada movimentac~ao entre celulas,<br />

a unidade movel e obrigada a realizar uma atualizac~ao. No entanto, o custo<br />

associa<strong>do</strong> com a operac~ao de pesquisa e extremamente baixo, pois o sistema<br />

sempre sabe em que celula esta a unidade movel. A pol tica oposta \nuncaatualiza",<br />

a unidade movel nunca atualiza sua localizac~ao. O custo associa<strong>do</strong><br />

com a operac~ao de LU enulo. Porem, o custo com a pesquisa e bastante eleva<strong>do</strong><br />

sen<strong>do</strong> envia<strong>do</strong> mensagens para todas as ERBs <strong>do</strong> sistema.<br />

Com a evoluc~ao <strong>do</strong>s sistemas moveis o processo de LU tende a di cultar<br />

com registros mais complexos. Por outro la<strong>do</strong>, a maioria <strong>do</strong>s meto<strong>do</strong>s propostos<br />

tendem a reduzir a pesquisa em consequ^encia da sobrecarga na rede, buscan<strong>do</strong><br />

identi car bons per o<strong>do</strong>s para atualizac~ao da localizac~ao de cada usuario.<br />

Varias pol ticas de monitorac~ao de movimentac~ao das unidades moveis t^em si<strong>do</strong><br />

propostas, exploran<strong>do</strong> tempo, dist^ancia percorrida pela unidade movel e velocidade<br />

de movimentac~ao. Em cada per o<strong>do</strong> de atualizac~ao pre-de ni<strong>do</strong>, o usuario<br />

compara o LAI de sua area atual com o registra<strong>do</strong> em sua memoria. Em caso<br />

de mudanca, a unidade movel envia mensagem para ERB mais proxima informan<strong>do</strong><br />

sua presenca e localizac~ao anterior. A nova LR solicita os registros da<br />

unidade e executa o LU.<br />

Uma pol tica estatica e proposta em [27], onde um subconjunto de celulas<br />

s~ao selecionadas e designadas como sen<strong>do</strong> centros de localizac~ao. Dessa forma,


74 Cap tulo 3. Localizac~ao de Estac~oes Radio e Unidades Moveis<br />

toda vez que uma unidade movel entra em uma dessas celulas ela devera realizar<br />

uma operac~ao de atualizac~ao de localizac~ao. Sempre que o sistema necessitar se<br />

comunicar com a unidade movel, ele ira procurar pela mesma nas proximidades<br />

<strong>do</strong> centro de localizac~ao onde foi feita a ultima operac~ao de atualizac~ao. A<br />

desvantagem desta tecnica esta nan~ao garantia <strong>do</strong> usuario passar por um <strong>do</strong>s<br />

centros, poden<strong>do</strong> se distanciar bastante <strong>do</strong> centro de localizac~ao inicial, sem<br />

efetuar qualquer atualizac~ao.<br />

As alternativas se baseiam em pol ticas din^amicas em que as unidades<br />

moveis atualizam as localizac~oes conforme a movimentac~ao e n~ao mais em<br />

centros de localizac~ao pre-de ni<strong>do</strong>s. No entanto, cada unidade passa a decidir<br />

de forma independente quan<strong>do</strong> e onde efetuar a atualizac~ao. Essas abordagens<br />

s~ao mais ex veis mas cabe a unidade movel efetuar to<strong>do</strong>s os calculos para<br />

identi car os per o<strong>do</strong>s de atualizac~ao. Isso implica em consumo de energia da<br />

unidade movel. Dependen<strong>do</strong> da abordagem pode exigir tambem o conhecimento<br />

de outros par^ametros, como a topologia da rede no caso de criterios de<br />

dist^ancia.<br />

Uma pol tica din^amica simples se baseia em tempo. Cada unidade movel<br />

informa a sua localizac~ao a cada per o<strong>do</strong> de tempo T. Depende apenas de um<br />

relogio em cada unidade movel. A grande di culdade e de nir um T para cada<br />

usuario capaz de minimizar o custo de atualizac~ao e pesquisa.<br />

Na pol tica baseada em movimento cada unidade movel contabiliza o<br />

numero de fronteiras de celulas percorridas e, atingin<strong>do</strong> um limite espec co,<br />

comunica a sua nova localizac~ao. A implementac~ao e mais complexa que a anterior<br />

e a unidade movel tem de registrar cada cruzamento de fronteiras. Algumas<br />

pol ticas complementares podem ser implementadas [124]. Os usuarios s~ao dividi<strong>do</strong>s<br />

em alto e baixo padr~oes de movimentac~ao. S~ao propostos meto<strong>do</strong>s de<br />

caching para o primeiro grupo e um esquema de agentes moveis (mobile oating<br />

agents) para o segun<strong>do</strong>. O esquema de caching distribui os registros <strong>do</strong> usuario<br />

pelas LRs vizinhas a sua localizac~ao, buscan<strong>do</strong> explorar uma certa localidade<br />

referencial. Os agentes evitam as LUs com a implementac~ao de aponta<strong>do</strong>res<br />

nas LRs por onde o usuario se movimenta. O sistema cria um agente na LR<br />

distante capaz de enderecar os da<strong>do</strong>s <strong>do</strong> usuario. Estas pol ticas reduzem os LU<br />

a custos razoaveis, mas ainda se torna necessario de nir o tamanho <strong>do</strong> cache,<br />

numero ideal de agentes e como distribuir os usuarios em grupos.<br />

A terceira pol tica se baseia na dist^ancia percorrida pela unidade movel<br />

desde a sua ultima LU. A dist^ancia percorrida e tomada com base na disposic~ao<br />

s ca das celulas. Com base na sua posic~ao geogra ca atual, a unidade movel<br />

veri ca a dist^ancia com relac~aoacelula da ultima LU. Se a dist^ancia for superior<br />

a um limite pre-de ni<strong>do</strong> realiza uma nova LU.Eapoltica mais complexa,


3.2OProblema de Localizac~ao de Unidade Movel 75<br />

exigin<strong>do</strong> que a unidade movel tenha conhecimento da topologia da malha das<br />

celulas. Ainda nesse caso, a pol tica e dependente da de nic~ao <strong>do</strong> limite de<br />

dist^ancia para atualizac~ao.<br />

As pol ticas baseadas em dist^ancia geram resulta<strong>do</strong>s melhores que as demais<br />

[47, 28], no senti<strong>do</strong> de reduzir a pesquisa em caso de nova chamada para a<br />

unidade movel para uma mesma taxa de atualizac~ao. S~ao mais complexos mas<br />

com custos mais baixos de localizac~ao. No entanto, o numero de LUs pode se<br />

tornar eleva<strong>do</strong>. O limite de dist^ancia para atualizac~ao pode ser de ni<strong>do</strong> por<br />

modelos markovianos [47], ou por heur sticas como simmulated annealing [106].<br />

Partin<strong>do</strong> da premissa inicial em que os custos de LUs excedem os custos<br />

de pesquisa, principalmente para os sistemas de terceira gerac~ao e para<br />

aplicac~oes com mobilidade de recursos, de ni<strong>do</strong>s abaixo, torna-se necessario<br />

um melhor planejamento das areas de localizac~ao. Os projetos de rede de computac~ao<br />

movel em sistemas de terceira gerac~ao dever~ao se basear em novos<br />

paradigmas que considerar~ao a relac~ao entre LR, conex~ao a CCC e servi<strong>do</strong>res<br />

de servicos. O planejamento de areas de localizac~ao tem como objetivo minimizar<br />

a ocorr^encia de LU dentro de limites aceitaveis de pesquisa, basea<strong>do</strong> na<br />

capacidade <strong>do</strong> sistema de suportar a carga de sinalizac~ao sem sobrecarrega-lo.<br />

Cinco diferentes meto<strong>do</strong>s de planejamento de LR s~ao propostos em [147]: basea<strong>do</strong>s<br />

em heur sticas para atribuic~ao de celulas a LRsbasea<strong>do</strong>s em criterios<br />

de distribuic~ao de habitantes de uma regi~ao metropolitana e os seus padr~oes<br />

usuais de movimentac~aobordas sobrepostas onde celulas pertencem a mais de<br />

um LRbasea<strong>do</strong> em zonas de tempo onde o numero de LRs evaria<strong>do</strong> com a<br />

distribuic~ao <strong>do</strong> trafego <strong>do</strong> sistema ao longo <strong>do</strong> per o<strong>do</strong> de servicoe planejamento<br />

basea<strong>do</strong> no agrupamento de usuarios conforme as suas caracter sticas<br />

de movimentac~ao. As soluc~oes para estas propostas se baseiam nas tecnicas de<br />

pesquisa tabu, simmulated annealing e branch and bound. A menos das zonas<br />

de tempo, to<strong>do</strong>s os meto<strong>do</strong>s fornecem bons resulta<strong>do</strong>s.<br />

Os meto<strong>do</strong>s de agrupamento de usuarios seguem uma tend^encia de predic~ao<br />

da movimentac~ao das unidades moveis, com padr~oes de movimentac~ao circular,<br />

segmenta<strong>do</strong> [142], etc. A aleatoriedade <strong>do</strong> sistema pode ser representada por<br />

uma cadeia de Markov que atua na predic~ao da localizac~ao <strong>do</strong> usuario. Isso<br />

viabiliza o acesso pelo usuario, a partir de qualquer ponto da rede, aos recursos e<br />

servicos dispon veis em seu host nativo, disponibilizan<strong>do</strong> os recursos <strong>do</strong> usuario<br />

na proxima localizac~ao esperada, pela sua pre-alocac~ao. Assim, o usuario tem<br />

acesso cont nuo aos seus da<strong>do</strong>s, caracterizan<strong>do</strong> um han<strong>do</strong> de estruturas de<br />

da<strong>do</strong>s [142].<br />

De nida a pol tica de atualizac~ao de localizac~ao resta avaliar as pol ticas<br />

de pesquisa ou paging. Uma pesquisa e realizada pelo sistema de comunicac~ao


76 Cap tulo 3. Localizac~ao de Estac~oes Radio e Unidades Moveis<br />

movel sempre que uma unidade movel necessita ser conectada. A pesquisa e<br />

realizada atraves de mensagens de broadcast enviadas as areas de cobertura das<br />

ERBs. Nas abordagens tradicionais as mensagens s~ao enviadas para todas as<br />

ERBs, permitin<strong>do</strong> a localizac~ao de forma mais rapida. Por outro la<strong>do</strong>, o custo<br />

e eleva<strong>do</strong> pois todas as unidades moveis ter~ao de processar a mensagem. Este<br />

procedimento sera otimiza<strong>do</strong> se as mensagens de broadcast forem espalhadas<br />

para um grupo menor de celulas, atraves de pol ticas de pesquisa seletiva.<br />

A pesquisa seletiva se processa nas celulas da LR com maior probabilidade<br />

de localizac~ao da unidade movel. A maior probabilidade recai sobre a celula<br />

onde foi feita a ultima LU, seguida das celulas vizinhas. Quanto mais distante<br />

uma celula estiver da celula onde foi realizada a ultima LU, menor e a probabilidade<br />

de se encontrar a unidade movel nessa celula. Com isso o tempo de<br />

localizac~ao passa a ser diretamente proporcional a dist^ancia entre a celula atual<br />

eacelula onde foi realizada a ultima LU. Portanto, esse par^ametro tambem<br />

in uencia diretamente na qualidade de servico <strong>do</strong> sistema. A soluc~ao consiste<br />

na busca de um equil brio entre o tempo gasto para localizar uma unidade<br />

movel e o numero de agrupamentos de celulas utiliza<strong>do</strong>s para o processo de<br />

pesquisa seletiva. Algumas formulac~oes [3, 2] procuram limitar o tempo gasto<br />

na pesquisa minimizan<strong>do</strong> o custo de pesquisa dentro de uma LR, segun<strong>do</strong><br />

padr~oes estat sticos de recebimento de chamadas e mobilidade das unidades<br />

moveis localizadas dentro da LR. Em [3] se concentra na movimentac~ao de<br />

unidades moveis veiculares, uma vez que s~ao unidades com alta taxa de LU,<br />

maior velocidade de movimentac~ao e maior area de LR. Geralmente, o padr~ao<br />

de movimentac~ao depende das caracter sticas da area onde a unidade movel<br />

esta localizada e <strong>do</strong> per o<strong>do</strong> <strong>do</strong> dia. Em [2] eintroduzi<strong>do</strong> o modelo de mobilidade<br />

de dist^ancia m nima. Neste modelo, a unidade movel atravessara aarea<br />

correspondente a uma LR sempre pelo menor caminho, medi<strong>do</strong> em numero de<br />

celulas.<br />

Foram apresentadas algumas abordagens para o problema de localizac~ao de<br />

unidades moveis. Trata-se de um problema atual, bastante complexo e uma<br />

grande de area de pesquisa. Outras abordagens s~ao tambem apresentadas em<br />

[12, 29,197].


Cap tulo 4<br />

Alocac~ao de Canais<br />

A alocac~ao de canais consiste em distribuir entre as ERBs o conjunto de canais<br />

dispon veis no sistema, sempre observan<strong>do</strong> os n veis de interfer^encia e dist^ancia<br />

de reuso. O custo <strong>do</strong> servico esta diretamente vincula<strong>do</strong> ao numero de ERBs<br />

instaladas. Portanto, uma reduc~ao nesse numero implica em reduc~ao de custos.<br />

Por outro la<strong>do</strong>, este objetivo somente sera atendi<strong>do</strong> com uma explorac~ao<br />

e ciente <strong>do</strong> espectro de frequ^encias. Entre as alternativas a<strong>do</strong>tadas, destacase<br />

a alocac~ao xa, onde um numero xo de canais e aloca<strong>do</strong> a cada ERB.<br />

Esta alternativa e bastante simples mas n~ao leva em considerac~ao o trafego<br />

e a mobilidade <strong>do</strong>s usuarios. Exploran<strong>do</strong> esses aspectos, a alocac~ao din^amica<br />

surge com diversas opc~oes. Os canais cam armazena<strong>do</strong>s e s~ao distribu <strong>do</strong>s<br />

conforme demanda em cada area de abrang^encia de uma ERB. Nesse contexto<br />

ganha-se em exibilidade mas pode se perder em complexidade. Em redes com<br />

alto trafego os tratamento din^amicos tornam-se ine cientes e perdem espaco<br />

para alocac~ao xa. Da aa<strong>do</strong>c~ao de tratamentos h bri<strong>do</strong>s. Procuram explorar<br />

um m nimo de canais xos e um subconjunto de canais aloca<strong>do</strong>s dinamicamente<br />

[63, 129,218, 244].<br />

A alocac~ao de canais pode ser vista em diversos contextos. Uma vis~ao<br />

geral sobre problemas de alocac~ao de frequ^encias aparece em [99]. O objetivo<br />

e sempre alocar frequ^encias para os diversos pares transmissor/receptor, com<br />

alta qualidade de servico e m nimainterfer^encia. No entanto, outros objetivos<br />

podem tambem ser considera<strong>do</strong>s, entre eles, a alocac~ao <strong>do</strong> maior numero de<br />

antenas em uma mesma torre, reduc~ao <strong>do</strong> espectro usa<strong>do</strong>, otimizac~ao <strong>do</strong> uso de<br />

canais, ou ajuste na pot^encia de transmiss~ao. Um <strong>do</strong>s contextos bastante usual<br />

consiste na alocac~ao de canais para o atendimento das unidades moveis, que<br />

e explora<strong>do</strong> neste texto. Mais especi camente destaca-se a alocac~ao de canais


78 Cap tulo 4. Alocac~ao de Canais<br />

para comunicac~ao via radio celular. Outro enfoque se refere a alocac~ao de canais<br />

para comunicac~ao entre radios, bastante usual nas comunicac~oes militares [206]<br />

e telefonia interurbana [146]. Esse problema aparece na literatura com a sigla<br />

RLFAP (Radio Link Frequency Assignment Problem), alocac~ao de frequ^encia<br />

em conex~oes radio, [132, 206]. Cabe ainda destacar alocac~ao de frequ^encias<br />

em servicos broadcast [35] e servicosdecomunicac~ao ar-terra, como usa<strong>do</strong> em<br />

aeroportos, [69].<br />

De uma forma simpli cada, uma soluc~ao para o problema consiste em dividir<br />

o conjunto de canais em subconjuntos ortogonais, basea<strong>do</strong> em um fator<br />

de reuso, e distribu -los as estac~oes observan<strong>do</strong> a dist^ancia de reuso. Esse tratamento<br />

considera a homogeneidade das areas de abrang^encia de cada ERB e<br />

a sua forma hexagonal, o que n~ao ocorre na pratica. Em outra direc~ao seria<br />

reduzir a interfer^encia pelo ajuste das pot^encias de transmiss~ao em cada ERB,<br />

o que tem si<strong>do</strong> uma pol tica tambem explorada.<br />

Um segunda alternativa e buscar alguma medida de interfer^encia entre as<br />

ERBs. A partir dessas medidas s~ao cria<strong>do</strong>s mapas de interfer^encia para cada<br />

ERB. Desses mapas, um canal somente eatribu<strong>do</strong> a uma ERB se e su cientemente<br />

distante de cada um <strong>do</strong>s canais das ERBs interferentes. Outra restric~ao<br />

eainterfer^encia entre os canais da propria ERB, que devem observar uma<br />

dist^ancia entre si.<br />

Essas alternativas visam, em geral, uma alocac~ao xa de canais. Por outro<br />

la<strong>do</strong>, a alocac~ao din^amica tem como objetivo umapoltica de distribuic~ao de<br />

canais entre as ERBs, resolven<strong>do</strong> os con itos de interesse por canais por varias<br />

ERBs. As dist^ancias de reuso devem ser respeitadas e o desempenho da rede<br />

n~ao pode ser comprometi<strong>do</strong> pelo excessivo trafego gera<strong>do</strong>, resultante da troca<br />

de informac~oes entre as ERBs. A alocac~ao segue as mesmas restric~oes de interfer^encia<br />

mas tambem busca a exibilidade necessaria para o atendimento da<br />

demanda. Uma ERB que apresenta folga de canais pode ceder para outra que<br />

necessita de canais adicionais para atendimento de sua demanda local.<br />

A alocac~ao de canais alem de considerar a interfer^encia entre canais, deve<br />

visar o atendimento <strong>do</strong>s usuarios dentro de padr~oes de qualidade de servico.<br />

S~ao duas as principais interfer^encias a serem exploradas. A primeira eainterfer^encia<br />

co-canal decorrente da interfer^encia da mesma frequ^encia alocada a<br />

estac~oes vizinhas. A segunda advem da interfer^encia adjacente provocada por<br />

frequ^encias alocadas a mesma celula.<br />

Outro problema de alocac~ao em sistemas de comunicac~ao movel eaalocac~ao<br />

de codigos e controle de pot^encia em tecnologia CDMA. Este eumnovo contexto<br />

que vem substituir a alocac~ao de canais convencional a<strong>do</strong>tada com as<br />

tecnologias FDMA e TDMA, e aqui estudadas. Ele consiste na alocac~ao de


4.1 Alocac~ao Fixa de Canais 79<br />

codigos ortogonais a conex~oes entre usuarios restrito acolis~oes entre eles. O<br />

reuso espacial de codigos, de forma similar ao reuso de frequ^encias, e importante<br />

para evitar a explos~ao <strong>do</strong> numero de diferentes codigos e maiores custos computacionais.<br />

Uma alocac~ao din^amica ajudaria a prevenir perda de qualidade de<br />

transmiss~ao em consequ^encia de mudancas topologicas da rede, principalmente<br />

em redes genericas e n~ao apenas celulares.<br />

Uma proposta para redes genericas edadaem[109] usan<strong>do</strong> CDMA. Deriva<br />

func~oes para o numero de codigos requeri<strong>do</strong>s em diferentes esquemas de<br />

alocac~ao. E apresenta<strong>do</strong> um algoritmo centraliza<strong>do</strong> para a alocac~ao basea<strong>do</strong> em<br />

colorac~ao de grafos e duas implementac~oes distribu das. Nessas, os nos da rede<br />

trocam informac~oes sobre os nos interferentes entre si, buscan<strong>do</strong> formar uma<br />

cadeia de interfer^encia. Outra alternativa s~ao os grafos de interfer^encia [82],<br />

que podem ser aplica<strong>do</strong>s para todas as principais tecnologias de multiplexac~ao,<br />

entre elas FDMA, TDMA e CDMA. Para redes celulares baseadas em FDMA,<br />

os nos s~ao as ERBs e as unidades moveis. Dois nos s~ao interliga<strong>do</strong>s por um<br />

arco se esses interferem entre si, ou seja, caso usem canais de mesma frequ^encia<br />

e estejam na mesma celula ou vizinhas. O melhor reaproveitamento espacial<br />

<strong>do</strong>s recursos (tempo, frequ^encia, codigo, etc) se reduz a achar um conjunto<br />

maximo de arcos independentes, ou um clique no grafo. Esse e um problema<br />

NP-Completo e o autor prop~oe uma heur stica polinomial capaz de gerar uma<br />

soluc~ao n~ao interferente.<br />

Em resumo, o problema de alocac~ao de canais e bastante complexo e tem<br />

recebi<strong>do</strong> muita atenc~ao na literatura [218, 244, 129, 63, 206]. Em sua grande<br />

maioria s~ao problemas de otimizac~ao combinatoria que exploram modelos e<br />

algoritmos ja conheci<strong>do</strong>s na literatura. Nosso objetivo e analisar diversos<br />

contextos de aplicac~ao e apresentar modelos e algoritmos capazes de de nir<br />

uma pol tica e ciente de distribuic~ao de canais. Este problema e apresenta<strong>do</strong><br />

de forma isolada nas duas proximas sec~oes, consideran<strong>do</strong> a alocac~ao xa e<br />

din^amica de canais. A sec~ao nal integra os procedimentos de localizac~ao de<br />

estac~oes e alocac~ao de canais.<br />

4.1 Alocac~ao Fixa de Canais<br />

A alocac~ao xa de canais parte <strong>do</strong> pressuposto que os canais dispon veis s~ao<br />

ortogonais. Isso implica que para qualquer par de canais i e j prevalece a<br />

restric~ao:<br />

jfi ; fjj n n inteiro (4:1)


80 Cap tulo 4. Alocac~ao de Canais<br />

Essa restric~ao imp~oe uma dist^ancia, medida em numero de canais, entre<br />

pares de frequ^encias alocadas as ERBs interferentes. Esse dist^ancia e menor<br />

para interfer^encia co-canal, usualmente um canal. Para interfer^encia adjacente<br />

deve-se a<strong>do</strong>tar um numero maior de canais, usualmente 10 canais, [57, 141].<br />

Supor que o conjunto de canais dispon veis e totalmente ortogonal euma<br />

abordagem simpli cada <strong>do</strong> problema de alocac~ao de canais. Ou seja, esta<br />

sen<strong>do</strong> suposto que os canais n~ao s~ao interferentes entre si. Na pratica isto<br />

signi ca que as frequ^encias obedecem a restric~ao (4.1) por de nic~ao - os canais<br />

s~ao estabeleci<strong>do</strong>s com um intervalo de um canal de dist^ancia entre cada canal<br />

consecutivo. Tal limitac~ao leva aumnumero menor de canais dispon veis no<br />

sistema, porem simpli ca sensivelmente o tratamento <strong>do</strong> problema.<br />

A outra simpli cac~ao feita e desconsiderar qualquer outro tipo de interfer^encia<br />

que n~ao a co-canal - interfer^encia por canal adjacente e interfer^encia<br />

por composic~ao de sinal [57], por exemplo. Tal simpli cac~ao permite que o problema<br />

possa ser trata<strong>do</strong> sem que sejam feitas considerac~oes sobre as restric~oes<br />

a canais em uma mesma ERB como discuti<strong>do</strong> acima.<br />

Essas simpli cac~oes limitam o espaco de soluc~oes <strong>do</strong> problema. No entanto,<br />

ten<strong>do</strong> como objetivo a sua integrac~ao ao problema de localizac~ao de ERBs,<br />

como sera discuti<strong>do</strong> na ultima sec~ao deste cap tulo, essa alternativa eviavel.<br />

4.1.1 Modelo<br />

As simpli cac~oes propostas reduzem o problema geral a um simples problema<br />

de alocac~ao de frequ^encias as ERBS, partin<strong>do</strong> de um conjunto pre-de ni<strong>do</strong> de<br />

frequ^encias. O modelo a ser aqui apresenta<strong>do</strong> n~ao trata <strong>do</strong> problema ao n vel<br />

de de nic~ao <strong>do</strong>s conjuntos de canais.<br />

Sejam N e K os conjuntos de ERBs e frequ^encias respectivamente. Seja o<br />

seguinte conjunto de variaveis de decis~ao:<br />

zik =<br />

1 se a frequ^encia k e alocada a estac~ao i<br />

0 caso contrario:<br />

Seja N i o conjunto de estac~oes interferentes a estac~ao i. Nesse conjunto<br />

os canais devem ser mutuamente exclusivos - apenas uma das ERBs desse<br />

conjunto pode ter um determina<strong>do</strong> canal aloca<strong>do</strong>. Dessa forma, um canal k<br />

somente podera ser aloca<strong>do</strong> a uma das estac~oes em N i .<br />

A alocac~ao de canais visa atender a demanda por comunicac~ao. Nesse<br />

senti<strong>do</strong>, os canais devem ser atribu <strong>do</strong>s as ERBs em conformidade com alguma<br />

medida de demanda de chamadas. Dessa forma, o par^ametro de demanda di


4.1 Alocac~ao Fixa de Canais 81<br />

pode ser de ni<strong>do</strong> como sen<strong>do</strong> a raz~ao entre o trafego medio de chamadas ti na<br />

area da ERB i em um per o<strong>do</strong> de tempo, pelo numero maximo de usuarios por<br />

canal Uc permiti<strong>do</strong> pelo sistema.<br />

O trafego medio de chamadas pode ser considera<strong>do</strong> em diferentes intervalos<br />

de tempo. A refer^encia classica em telefonia e considerar a hora de pico. No entanto,<br />

a mobilidade <strong>do</strong>s sistemas celulares torna-se o calculo desses par^ametros<br />

extremamente complexo. Por sua vez, o par^ametro Uc e uma quest~ao de projeto<br />

e afeta diretamente a qualidade de servico. Isso porque, ao alocar um eleva<strong>do</strong><br />

numero de usuarios para cada canal, a perda de chamadas pode tambem ser<br />

sensivelmente elevada. O movimento em senti<strong>do</strong> contrario reduz a perda de<br />

chamadas e proporciona uma melhor qualidade de servico. Esses par^ametros<br />

tambem podem variar de empresa para empresa e para diferentes areas. Um<br />

valor para Uc comumente explora<strong>do</strong> na pratica gira em torno de 20 a 26.<br />

De ni<strong>do</strong> os principais par^ametros <strong>do</strong> problema, um modelo matematico<br />

pode ser formula<strong>do</strong> com o objetivo de maximizar o numero de canais no sistema<br />

sujeito as restric~oes de interfer^encias. Um maior numero de canais no sistema<br />

implica em um melhor atendimento <strong>do</strong>s usuarios.<br />

Omodeloeda<strong>do</strong>porMA1:<br />

sujeito a:<br />

X<br />

l2N i<br />

X<br />

k2K<br />

max X<br />

X<br />

i2N k2K<br />

zik<br />

(4:2)<br />

zlk 1 8i 2 N8k 2 K (4.3)<br />

zik di 8i 2 N (4.4)<br />

zik 2f0 1g 8i 2 N8k 2 K (4.5)<br />

Pelas restric~oes (4.3) o conjunto os canais devem ser mutuamente exclusivos,<br />

apenas uma das ERBs <strong>do</strong> conjunto N i pode ter o canal k aloca<strong>do</strong>. O conjunto<br />

de restric~oes (4.4) garante o atendimento da demanda assinalada a cada ERB.<br />

4.1.2 Algoritmos e Implementac~ao<br />

O modelo MA1e um problema de Programac~ao Linear Inteira. O numero de<br />

variaveis inteiras e da ordem de jNj jKj. Na pratica tal numero emuito<br />

eleva<strong>do</strong> para a implementac~ao em pacotes de otimizac~ao. Em [226] o autor<br />

considera a exist^encia de 333 canais para a banda A de 20 MHz. Tal numero


82 Cap tulo 4. Alocac~ao de Canais<br />

pode ser ainda maior caso venha a se considerar outras alternativas,comoa<br />

setorizac~ao, a banda de 25 MHz e mesmo a banda B. O conjunto N pode<br />

ser t~ao grande quanto se queira, porem para testes conclusivos um numero da<br />

ordem de 100 ERBs e recomendavel. Dessa forma o modelo teria da ordem<br />

de 30000 variaveis, o que torna-o inviavel <strong>do</strong> ponto de vista de implementac~ao<br />

em pacotes. A alternativa e explorar heur sticas, simpli cac~oes e pacotes de<br />

otimizac~ao para problemas menores. Outra alternativa e resolver o problema<br />

linear, e pela inclus~ao de cortes e uso sucessivo de soluc~ao de problemas lineares,<br />

caminhar para uma soluc~ao otima.<br />

Uma soluc~ao para este problema pode ser conseguida observan<strong>do</strong>-se que<br />

como os canais s~ao ortogonais, a informac~ao de qual canal ja foi aloca<strong>do</strong> a cada<br />

ERB n~ao erelevante ao se alocar um novo. O que e necessario eonumero<br />

de canais aloca<strong>do</strong>s. Visto sob essa otica o problema pode ser encara<strong>do</strong> como<br />

um problema de busca. No entanto, devi<strong>do</strong> ao grande numero de variaveis o<br />

numero de combinac~oes poss veis torna-se proibitivo.<br />

Outra alternativa seria ainda consideran<strong>do</strong> a ortogonalidade <strong>do</strong>s canais,<br />

executar o modelo em um pacote para um canal de cada vez, subtrain<strong>do</strong> a<br />

demanda daquelas ERBs que tiveram o canal aloca<strong>do</strong> naquela iterac~ao.<br />

Concluin<strong>do</strong>, o modelo apresenta<strong>do</strong>, apesar de ser uma simpli cac~ao <strong>do</strong> problema<br />

real, serve pararevelar algumas caracter sticas de interesse desse ultimo.<br />

Em particular, caso as simpli cac~oes assumidas possam ser garantidas, o modelo<br />

leva a uma soluc~ao de otimo global. A propriedade de falta de memoria <strong>do</strong>s<br />

canais aloca<strong>do</strong>s, nesse caso, pode tambem servir de inspirac~ao para o estu<strong>do</strong><br />

de uma soluc~ao heur stica para o problema mais generico.<br />

Uma quest~ao que ca em aberto e que merece ainda considerac~ao eadenic~ao<br />

<strong>do</strong>s conjuntos Ni. Essa etapa etambem bastante complexa.<br />

4.2 Alocac~ao Din^amica de Canais<br />

Na alocac~ao din^amica os canais s~ao atribu <strong>do</strong>s as ERBs sujeito as mesmas restric~oes<br />

de interfer^encia exigidas para o caso de alocac~ao xa. No entanto, a<br />

alocac~ao busca o atendimento da demanda de forma din^amica. Este procedimento<br />

pode ser totalmente centraliza<strong>do</strong>. Nesse caso os canais s~ao armazena<strong>do</strong>s<br />

e distribu <strong>do</strong>s conforme demanda, n~ao existin<strong>do</strong> qualquer associac~ao entre<br />

canais e ERBs. Ou e distribu <strong>do</strong>, com a implementac~ao <strong>do</strong> controle de canais<br />

concentra<strong>do</strong> nas ERBs. Ou seja, se uma ERB tem canais em excesso em relac~ao<br />

ademandaporcomunicac~ao em sua area de cobertura, ela pode ceder alguns<br />

canais para outra ERB que esteja em debito com sua demanda. Cada ERB<br />

tem conhecimento da disponibilidade de canais em sua vizinhanca.


4.3 Localizac~ao de ERBs e Alocac~ao de Canais 83<br />

O procedimento din^amico totalmente centraliza<strong>do</strong> ganha em exibilidade<br />

mas emuito pouco recomenda<strong>do</strong> para redes com alta carga. Nesse senti<strong>do</strong> a<br />

tend^encia e a<strong>do</strong>tar procedimentos h bri<strong>do</strong>s que procuram explorar as vantagens<br />

das alocac~oes xa e din^amica simultaneamente. O objetivo central e conseguir<br />

uma boa distribuic~ao <strong>do</strong> processamento necessario ao longo <strong>do</strong>s nos da rede,<br />

geran<strong>do</strong> um trafego dentro de limites aceitaveis, e resolven<strong>do</strong> as situac~oes de<br />

con itos de forma rapida e e ciente com relac~ao a soluc~ao e uso <strong>do</strong> espectro.<br />

Deve haver um equil brio impl cito no uso de canais por parte das ERBs e a<br />

distribuic~ao da computac~ao ao longo da rede. Com isso o investimento em<br />

hardware adicional seria reduzi<strong>do</strong>. Em paralelo, deve ser manti<strong>do</strong> um baixo<br />

n vel de trocas de mensagens na rede. Muitas pol ticas h bridas se baseiam em<br />

garantir um m nimo xo e o restante din^amico. Nesse senti<strong>do</strong>, uma alocac~ao<br />

inicial xa etambem fundamental, mapean<strong>do</strong> a demanda media em cada celula<br />

das respectivas estac~oes.<br />

Como todas as pol ticas de distribuic~ao e alocac~ao din^amicas, a alocac~ao<br />

de canais e tambem altamente complexa. Sua e ci^encia deve ser amplamente<br />

testada para obtenc~ao de garantia de qualidade da soluc~ao,edeidenti cac~ao<br />

<strong>do</strong>s casos em que melhor se aplica. Por outro la<strong>do</strong>, pode gerar ganhos enormes.<br />

Neste contexto, varios podem ser os criterios a serem avalia<strong>do</strong>s, desde procedimentos<br />

centraliza<strong>do</strong>s ou distribu <strong>do</strong>s e as diferentes formas de selecionar o<br />

canal a ser aloca<strong>do</strong> a uma ERB solicitante. Pode ser apenas uma selec~ao <strong>do</strong><br />

primeiro canal dispon vel ou se basear em par^ametros medios de uso, demanda<br />

ou alocac~ao <strong>do</strong>s canais.<br />

Muitos pesquisa<strong>do</strong>res est~ao atuan<strong>do</strong> nesse segmento visan<strong>do</strong> a obtenc~ao de<br />

uma pol tica capaz de conferir o carater de justica na distribuic~ao de canais<br />

[244, 129, 72,63]. A principal di culdade referente a implementac~ao destas<br />

soluc~oes esta na complexidade <strong>do</strong> problema. Em [72] mostra-se que o problema<br />

e redut vel matematicamente ao problema de colorac~ao de vertices em grafos,<br />

que e conhecidamente NP-completo. A necessidade de tais soluc~oes serem executadas<br />

em tempo real vem agravar ainda mais a quest~ao de sua complexidade.<br />

4.3 Localizac~ao de ERBs e Alocac~ao de Canais<br />

Como visto anteriormente, tanto o problema de localizac~ao de ERBs como a<br />

alocac~ao de canais s~ao complexos. No entanto, o tratamento de cada problema<br />

isoladamente pode acarretar em perda de qualidade das soluc~oes bem como<br />

<strong>do</strong>s investimentos necessarios em infraestrutura. Nesta sec~ao e apresenta<strong>do</strong><br />

um modelo matematico para o problema de localizac~ao de ERBs em conjunto<br />

com a alocac~ao de canais deriva<strong>do</strong> <strong>do</strong>s modelos discuti<strong>do</strong>s nas sec~oes anterio-


84 Cap tulo 4. Alocac~ao de Canais<br />

res. E mostra<strong>do</strong> que tal modelo ededifcil implementac~ao, apesar de bastante<br />

generico. Ser~ao discutidas alternativas. No entanto, o modelo apresenta as caracter<br />

sticas desejaveis de express~ao <strong>do</strong> compromisso entre a area de cobertura<br />

de uma ERB e a quantidade de canais aloca<strong>do</strong>s a esta.<br />

O problema de localizac~ao de ERBs n~ao consegue por si so um e ciente<br />

aproveitamento espectral sem efetivamente tratar <strong>do</strong> problema de alocac~ao de<br />

canais. Tal fato constitui a principal motivac~ao para o estu<strong>do</strong> de um meto<strong>do</strong><br />

de localizac~ao de ERBs e alocac~ao de canais em conjunto. Alem disso, uma<br />

ferramenta dessa natureza viria a ser de grande aux lio para os problemas de<br />

sistemas celulares, dada a complexidade <strong>do</strong>s problemas envolvi<strong>do</strong>s, alem de<br />

oferecer uma soluc~ao integrada.<br />

4.3.1 Modelos<br />

O primeiro modelo proposto e uma tentativa de unir o modelo M3 delocalizac~ao<br />

com o modelo de alocac~ao MA1. Neste contexto todas as variaveis e<br />

par^ametros anteriores permanecem inaltera<strong>do</strong>s. Apenas as constantes dj passam<br />

a representar a demanda media de chamadas no ponto j, uma quadr cula<br />

da area de estu<strong>do</strong>. Tal constante e de nida como a raz~ao entre o trafego medio<br />

de chamadas em um per o<strong>do</strong> pelo numero maximo de usuarios por canal aceitos<br />

no sistema. No entanto, aqui, a demanda e de nida para cada quadr cula da<br />

area de estu<strong>do</strong>, e n~ao mais por celula.<br />

Consideran<strong>do</strong> a demanda localizada nos pontos j da area de estu<strong>do</strong>, a<br />

alocac~ao de canais em uma ERB i deve se orientar pelo atendimento da demanda<br />

<strong>do</strong>s pontos por ela cobertos. Essa condic~ao e representada pela relac~ao<br />

entre as variaveis de cobertura x e de alocac~ao de canais z:<br />

X<br />

k2K<br />

zik ; X<br />

j2M<br />

djxij 0 8i 2 N<br />

Esta restric~ao re ete a ponderac~ao fundamental entre a areadeumaERBe<br />

o maior numero de canais aloca<strong>do</strong>s a essa. Quanto maior a area de uma ERB,<br />

mais canais s~ao necessarios. Sen<strong>do</strong> o numero de canais um recurso escasso o<br />

modelo tentara diminuir a area das ERBs de forma a obedecer a limitac~ao <strong>do</strong><br />

espectro. Dessa forma o modelo apresenta a caracter stica de aproveitamento<br />

espectral desejada.<br />

Outro conjunto de restric~oes relaciona as variaveis de localizac~ao y com as<br />

de alocac~ao de canais z. Elas garantem que so sejam aloca<strong>do</strong>s canais as ERBs<br />

localizadas (yi = 1):


4.3 Localizac~ao de ERBs e Alocac~ao de Canais 85<br />

X<br />

k2K<br />

zik niyi 8i 2 N<br />

onde ni representa o numero maximo de canais suporta<strong>do</strong>s pela ERB i. A<br />

princ pio tal numero pode ser qualquer valor maior ou igual ao numero de<br />

canais dispon veis no sistema. No entanto, caso se tenha algum tipo de ERB<br />

que apresente uma limitac~ao no numero de canais suporta<strong>do</strong>s, tal restric~ao e<br />

mapeada dessa limitac~ao.<br />

Com essas restric~oes adicionais, o primeiro modelo tratan<strong>do</strong> a localizac~ao e<br />

alocac~ao de forma conjunta eda<strong>do</strong>porMLA1:<br />

sujeito a:<br />

X<br />

k2K<br />

X<br />

i2N<br />

X<br />

j2M<br />

min X<br />

i2N<br />

ciyi<br />

(4:6)<br />

bijxij 1 8j 2 M (4.7)<br />

bijxij miyi 8i 2 N (4.8)<br />

X<br />

l2N i<br />

zik ; X<br />

j2M<br />

X<br />

k2K<br />

zlk 1 8i 2 N8k 2 K (4.9)<br />

djxij 0 8i 2 N (4.10)<br />

zik niyi 8i 2 N (4.11)<br />

yixijzik 2f0 1g 8i 2 N8j 2 Mk 2 K (4.12)<br />

Este e tambem um modelo de Programac~ao Linear Inteira e com um eleva<strong>do</strong><br />

numero de variaveis inteiras. E extremamente complexo, e como nos casos anteriores,<br />

o uso de pacotes comerciais torna-se limita<strong>do</strong> e apenas para pequenas<br />

dimens~oes. Uma tentativa de viabilizar a obtenc~ao de uma soluc~ao seria considerar<br />

as variaveis xij e zik cont muas, enquanto as demais, yi, permanecem<br />

inteiras.<br />

Oproximo passo etentar atuar na de nic~ao <strong>do</strong>s conjuntos interferentes N i .<br />

Na proxima sec~ao e apresentada uma das abordagens retiradas da literatura<br />

[141]. Posteriormente, essa abordagem sera embutida ao modelo MLA1.


86 Cap tulo 4. Alocac~ao de Canais<br />

4.3.1.1 Divis~ao de Canais em Grupos N~ao Interferentes<br />

Lee [141] apresenta um criterio de agrupamento de canais em subconjuntos n~ao<br />

interferentes basea<strong>do</strong> na banda dispon vel e na tecnologia a<strong>do</strong>tada nas antenas<br />

transmissoras das ERBs.<br />

Partin<strong>do</strong> <strong>do</strong> fato de que cada ERB omni-direcional emunida com tr^es antenas<br />

transmissoras, cada uma destas controladas por um combina<strong>do</strong>r de 16<br />

canais, e poss vel um numero maximo de 48 canais por estac~ao. Destes 3 s~ao<br />

usa<strong>do</strong>s para controle e identi cac~ao, existin<strong>do</strong> ent~ao 45 canais dispon veis para<br />

comunicac~ao de voz.<br />

A estrategia e dividir os canais existentes na banda de transmiss~ao em<br />

subgrupos de canais n~ao interferentes entre si. Cada subgrupo eent~ao aloca<strong>do</strong><br />

aumcombina<strong>do</strong>r, ou seja, um conjunto de 16 canais.<br />

Consideran<strong>do</strong>-se somente a banda A com 333 canais, resulta em 21 subgrupos<br />

de 16 canais. A partir desse numero de ne-se a dist^ancia entre <strong>do</strong>is canais<br />

dentro de um mesmo subgrupo como sen<strong>do</strong> de 21 canais. Tais subgrupos s~ao<br />

rearranja<strong>do</strong>s em 3 grupos (A, B e C) de 7 subgrupos. Estes grupos s~ao assim<br />

escolhi<strong>do</strong>s para um sistema com fator de reuso igual a 7. Dessa forma, os<br />

tr^es conjuntos referentes a uma ERB podem ser escolhi<strong>do</strong>s um de cada grupo,<br />

observan<strong>do</strong>-se a dist^ancia de reuso.<br />

Por exemplo, sejam os conjuntos:<br />

1A 2A 3A 4A 5A 6A 7A<br />

1B 2B 3B 4B 5B 6B 7B<br />

1C 2C 3C 4C 5C 6C 7C<br />

Cada conjunto 1A, por exemplo contem 16 canais com 21 canais de dist^ancia<br />

m nimaentre cada um. Uma ERB omni-direcional com 3 antenas transmissoras<br />

podera escolher por um subgrupo <strong>do</strong> grupo A, um <strong>do</strong> grupo B e outro <strong>do</strong> grupo<br />

C para cada um de seus combina<strong>do</strong>res:<br />

iA + iB + ic<br />

Essa condic~ao garante a n~ao interfer^encia por canal adjacente e co-canal.<br />

Outro arranjo de antenas pode ser efetua<strong>do</strong> de forma a se conseguir 90 canais<br />

de voz por ERB. Neste caso a separac~ao m nima entre <strong>do</strong>is canais adjacentes<br />

deve ser reduzida para 3 canais, o que leva a atribuic~ao <strong>do</strong>s subgrupos as ERBs<br />

a ser feita da seguinte forma (exemplo):<br />

1A +1B +1C +4A +4B +4C


4.3 Localizac~ao de ERBs e Alocac~ao de Canais 87<br />

ou<br />

1A +1B +1C +5A +5B +5C<br />

No caso de estac~oes setorizadas, com tr^es setores, existem, em geral, duas<br />

antenas transmissoras por setor, cada uma controlada por um combina<strong>do</strong>r de<br />

16 canais. A atribuic~ao de subgrupos de canais de cada combina<strong>do</strong>r neste caso<br />

segue a mesma linha de racioc nio descrita acima.<br />

4.3.1.2 Modelo Consideran<strong>do</strong> Grupos de Canais<br />

O modelo matematico MLA1 apresenta<strong>do</strong> anteriormente pode ser adapta<strong>do</strong><br />

para a abordagem <strong>do</strong> problema de localizac~ao de ERBs com alocac~ao de grupos<br />

de canais. Apesar de um maior detalhamento no tratamento da alocac~ao,<br />

este novo modelo e de implementac~ao viavel, devi<strong>do</strong> a reduc~ao no numero de<br />

variaveis em relac~ao ao modelo anterior.<br />

Seja as seguintes variaveis de nidas a partir <strong>do</strong>s conceitos de grupos de<br />

canais introduzi<strong>do</strong>s acima:<br />

g a<br />

ik =<br />

g b<br />

ik =<br />

g c ik =<br />

8<br />

<<br />

:<br />

8<br />

<<br />

:<br />

8<br />

<<br />

:<br />

1 se o subgrupo de frequ^encias k <strong>do</strong> grupo A e<br />

atribu <strong>do</strong> a estac~ao i<br />

0 caso contrario<br />

1 se o subgrupo de frequ^encias k <strong>do</strong> grupo B e<br />

atribu <strong>do</strong> a estac~ao i<br />

0 caso contrario<br />

1 se o subgrupo de frequ^encias k <strong>do</strong> grupo C e<br />

atribu <strong>do</strong> a estac~ao i<br />

0 caso contrario<br />

As ERBs interferentes entre si n~ao podem ter o mesmo subgrupo aloca<strong>do</strong><br />

simultaneamente. Assim, s~ao de ni<strong>do</strong>s <strong>do</strong>is conjuntos de restric~oes de interfer^encia.<br />

Um subgrupo k 2f1:::7g somente pode ser aloca<strong>do</strong> a uma das<br />

estac~oes em N i , o conjunto de interferentes a ERB i. Ainda mais, cada ERB<br />

em N i somente podera receber um subgrupo k de cada grupo. Essas restric~oes<br />

podem ser escritas na forma:<br />

X<br />

l2N i<br />

X<br />

l2N i<br />

g a<br />

lk 1 8k 8i 2 N<br />

g b<br />

lk 1 8k 8i 2 N


88 Cap tulo 4. Alocac~ao de Canais<br />

X<br />

l2N i<br />

E o segun<strong>do</strong> grupo de ni<strong>do</strong> por:<br />

X<br />

k<br />

X<br />

k<br />

X<br />

k<br />

g c<br />

lk 1 8k 8i 2 N<br />

g a<br />

lk 1 8l 2 N i 8i 2 N<br />

g b<br />

lk 1 8l 2 N i 8i 2 N<br />

g c<br />

lk 1 8l 2 N i 8i 2 N<br />

Restringin<strong>do</strong> ainda mais o primeiro grupo, suas restric~oes podem ser colocadas<br />

na forma:<br />

g a<br />

ik + g a<br />

lk 1 8i 2 N8l 2 N i 8k<br />

g b<br />

ik + gb<br />

lk 1 8i 2 N8l 2 N i 8k<br />

g c<br />

ik + g c<br />

lk 1 8i 2 N8l 2 N i 8k<br />

Embutin<strong>do</strong> todas as condic~oes e restric~oes acima enumeradas as restric~oes<br />

(4.10) e (4.11) <strong>do</strong> modelo MLA1, resulta:<br />

X<br />

k<br />

(16g a<br />

ik +16g b<br />

ik +16g c<br />

ik) ; X<br />

djxij 0 8i 2 N<br />

E, especi can<strong>do</strong> que um grupo so deve ser aloca<strong>do</strong> a uma ERB se esta tiver<br />

si<strong>do</strong> localizada:<br />

X<br />

k<br />

j2M<br />

(16g a<br />

ik +16g b<br />

ik +16g c<br />

ik) niyi 8i 2 N<br />

onde ni signi ca, como antes, a capacidade maxima de canais em uma ERB.<br />

Partin<strong>do</strong> da proposta de Lee, ni seria igual a 48. A constante 16 para cada<br />

grupo de canais etambem um par^ametro que depende <strong>do</strong> modelo de grupos de<br />

canais a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong>.<br />

O modelo completo MLA2 pode ent~ao ser formula<strong>do</strong>:<br />

min X<br />

i2N<br />

ciyi<br />

(4:13)


4.3 Localizac~ao de ERBs e Alocac~ao de Canais 89<br />

sujeito a:<br />

X<br />

k<br />

X<br />

k<br />

X<br />

i2N<br />

X<br />

j2M<br />

bijxij 1 8j 2 M (4.14)<br />

bijxij miyi 8i 2 N (4.15)<br />

g a<br />

ik + g a<br />

lk 1 8k 8i 2 N8l 2 N i (4.16)<br />

g b<br />

ik + g b<br />

lk 1 8k 8i 2 N8l 2 N i (4.17)<br />

g c<br />

ik<br />

+ gc<br />

lk 1 8k 8i 2 N8l 2 N i (4.18)<br />

X<br />

k<br />

X<br />

k<br />

X<br />

k<br />

g a<br />

lk 1 8l 2 N i 8i 2 N (4.19)<br />

g b<br />

lk 1 8l 2 N i 8i 2 N (4.20)<br />

g c<br />

lk 1 8l 2 N i 8i 2 N (4.21)<br />

(16g a<br />

ik +16gb<br />

ik +16gc<br />

ik ) P j2M djxij 8i 2 N (4.22)<br />

(16g a<br />

ik +16gb<br />

ik +16gc<br />

ik ) niyi 8i 2 N (4.23)<br />

yixijg a<br />

ikg b<br />

ikg c<br />

ik 2f0 1g 8i 2 N8j 2 M8k (4.24)<br />

Como no modelo anterior, um tratamento aproxima<strong>do</strong> seria supor a linea-<br />

, gb<br />

ridade das variaveis xij, g a<br />

ik<br />

ik<br />

e gc<br />

ik .<br />

4.3.1.3 Considerac~oes sobre o Modelo<br />

O modelo MLA2 apresenta um tratamento aproxima<strong>do</strong> para o problema de<br />

localizac~ao de ERBs levan<strong>do</strong> em considerac~ao uma abordagem de alocac~ao<br />

de canais. Suas dimens~oes s~ao bastante elevadas. Neste caso k representa o<br />

numero de subgrupos de canais de cada grupo, ou seja sete. Dessa forma, uma<br />

vez que o valor de i (numero de ERBs) e da ordem de uma centena, o fator<br />

limitante <strong>do</strong> numero de restric~oes eo ndice j, onumero de quadr culas na area<br />

de estu<strong>do</strong>.<br />

Assim, volta-se ao caso de localizac~ao simples, ou seja, a ordem de complexidade<br />

de resoluc~ao desse modelo devera ser semelhante ao de localizac~ao de


90 Cap tulo 4. Alocac~ao de Canais<br />

ERBs sem a alocac~ao, dependente apenas da area de estu<strong>do</strong>. Portanto, sua<br />

implementac~ao eviavel em situac~oes como no primeiro problema.<br />

A tabela 4.1 apresenta alguns resulta<strong>do</strong>s para uma rede com 38 ERBs candidatas,<br />

em uma area de estu<strong>do</strong> com 2211 pontos, e varian<strong>do</strong> o par^ametro Uc,<br />

numero maximo deusuarios por canal, entre 36 e 20. To<strong>do</strong>s os testes foram<br />

realiza<strong>do</strong>s usan<strong>do</strong> o pacote CPLEX. Observe que um maior valor de Uc exige<br />

um menor numero de ERBs com uma correspondente queda na qualidade de<br />

servico. A elevac~ao dessa qualidade exige um maior numero de ERBs e, portanto,<br />

um custo maior. Pelas dimens~oes <strong>do</strong> problema teste e poss vel ter uma<br />

estimativa de tempo para soluc~ao <strong>do</strong> modelo proposto.<br />

Uc No. ERBs Tempo (s) No. Iterac~oes CPLEX<br />

36 21 947.442 1278151<br />

34 22 21.7508 1737202<br />

32 24 883.401 1830327<br />

30 26 1864.03 1720493<br />

28 27 421.618 1177754<br />

26 30 963.156 1871623<br />

24 32 466.799 1415897<br />

22 35 571.576 1635986<br />

20 38 709.989 1295719<br />

Tabela 4.1: Resulta<strong>do</strong>s Computacionais<br />

O modelo MLA2 exibe, com menos exibilidade que o modelo generico<br />

MLA1, o compromisso deseja<strong>do</strong> entre a area da estac~aoeonumero de canais<br />

atribu <strong>do</strong>s a esta. Apesar da pouca exibilidade, o resulta<strong>do</strong> da computac~ao<br />

de tal modelo pode atestar a viabilidade da soluc~ao em um caso pratico.<br />

A extens~ao desse modelo para o caso que englobe ERBs setorizadas e<br />

tambem ERBs omni-direcionais de 90 canais permite dar uma vis~ao mais<br />

econ^omica ao problema. Por exemplo, pode se escolher entre uma ERB omnidirecional<br />

simples, outra com 90 canais e uma outra setorizada, como candidatas<br />

localizadas em um mesmo ponto. Cada uma tem um custo de instalac~ao<br />

diferente, a partir da interac~ao destas com suas vizinhas no modelo.<br />

Os modelos apresenta<strong>do</strong>s neste cap tulo apresentam caracter sticas e aspectos<br />

relevantes ao problema de localizac~ao de ERB e alocac~ao de canais no caso<br />

onde a e ci^encia espectral se faz fundamental. O primeiro modelo enquanto se<br />

mostra mais generico e ex vel etambem mais caro <strong>do</strong> ponto de vista de implementac~ao<br />

e peca por n~ao tratar explicitamente <strong>do</strong> problema de interfer^encia


4.3 Localizac~ao de ERBs e Alocac~ao de Canais 91<br />

de canal adjacente entre canais de uma mesma ERB. Por sua vez, o modelo<br />

para grupos de canais se mostra de implementac~ao viavel exatamente nos casos<br />

onde o modelo de localizac~ao simples o for. Alem disso, por tratar explicitamente<br />

da interfer^encia por canal adjacente entre canais de uma mesma ERB,<br />

a soluc~ao encontrada por este se mostra viavel na pratica. No entanto, devi<strong>do</strong><br />

a sua de nic~ao a partir <strong>do</strong> conceito de grupos de canais, este se mostra pouco<br />

ex vel mediante o tratamento de diferentes tipos de estac~oes (setorizadas e<br />

omni-complexas) e <strong>do</strong> poss vel aumento <strong>do</strong> numero de canais dispon veis.


92 Cap tulo 4. Alocac~ao de Canais


Cap tulo 5<br />

Protocolos de<br />

Comunicac~ao<br />

Nos proximos anos, o numero de computa<strong>do</strong>res moveis liga<strong>do</strong>s a Internet deve<br />

aumentar bastante, exigin<strong>do</strong> um suporte e ciente a mobilidade que sera fundamental<br />

no desempenho de toda a rede [51]. Os protocolos de comunicac~ao t^em<br />

uma parcela imensa dessa responsabilidade. Dentro da comunidade da Internet<br />

e de outras organizac~oes como o IEEE (Institute of Electrical and Electronic<br />

Engineers) existem varios grupos de trabalho discutin<strong>do</strong>, projetan<strong>do</strong> e fazen<strong>do</strong><br />

propostas de protocolos de comunicac~ao para sistemas de computac~ao movel.<br />

Esta eumaarea muito ativa e em varios pontos ainda n~ao existe um consenso<br />

sobre a melhor abordagem a ser escolhida.<br />

Este cap tulo esta organiza<strong>do</strong> da seguinte forma. A sec~ao 5.1 discute como a<br />

mobilidade afeta os protocolos da pilha de protocolos TCP/IP. A sec~ao 5.2 trata<br />

da in u^encia<strong>do</strong>ambiente no projeto de protocolos de comunicac~ao e como algumas<br />

tecnicas podem ser aplicadas no projeto de protocolos para computac~ao<br />

movel. A sec~ao 5.3 apresenta uma breve introduc~ao as redes locais sem o.<br />

Finalmente, a sec~ao 5.4 discute o protocolo IP movel que deve se tornar a base<br />

de toda a computac~ao movel na Internet. A sec~ao 2.5.3 tambem discute outras<br />

quest~oes referentes ao projeto de protocolos de comunicac~ao para computac~ao<br />

movel.<br />

5.1 Pilha de Protocolos<br />

A tabela 5.1 mostra uma vis~ao simpli cada da pilha de protocolos para a<br />

arquitetura TCP/IP.


94 Cap tulo 5. Protocolos de Comunicac~ao<br />

Camadas Protocolos<br />

Aplicac~ao SMTP, Telnet, FTP, HTTP, DNS, SNMP, :::<br />

Transporte TCP, UDP<br />

Rede IP, IPMovel, ICMP, IPX, Appletalk, :::<br />

Enlace Fam lia IEEE 802, PPP<br />

F sica Adapta<strong>do</strong>r de rede<br />

Tabela 5.1: Pilha de protocolos da arquitetura TCP/IP e protocolos comumente<br />

usa<strong>do</strong>s em cada camada<br />

A camada de enlace e responsavel pelo estabelecimento <strong>do</strong> enlace e seu<br />

gerenciamento. Efeitos da comunicac~ao devi<strong>do</strong> a mobilidade afetam o projeto<br />

de protocolos de enlace. Mudancas na posic~ao <strong>do</strong> usuario afetam a taxa sinalru<br />

<strong>do</strong> (SNR { Signal-to-Noise Ratio). Protocolos de enlace que se adaptam a<br />

forward error correction podem ter uma largura de banda variavel mas terem<br />

menos perdas de quadros.<br />

A comunicac~ao sem o introduz outros requisitos de projeto de protocolos.<br />

Um deles eousodetecnicas de criptogra a na comunicac~ao devi<strong>do</strong> a con dencialidade.<br />

Outro requisito e o uso de tecnicas de compress~ao [37] devi<strong>do</strong> a baixa<br />

largura de banda, em contraste com as m dias tradicionais como par tranca<strong>do</strong>,<br />

cabo coaxial ou bra otica. Outro problema equetecnicas de detecc~ao de<br />

colis~ao como as usadas no protocolo CSMA/CD devem ser substitu das por<br />

tecnicas que evitam colis~ao.<br />

Dois problemas importantes que devem ser trata<strong>do</strong>s na comunicac~ao sem o<br />

s~ao a localizac~ao de estac~oes radio e moveis, fundamental para os prove<strong>do</strong>res de<br />

servicos celulares atuais, e a alocac~ao de canais de comunicac~ao com criterios<br />

de distribuic~ao estatico e din^amico. Estes <strong>do</strong>is temas s~ao trata<strong>do</strong>s nos cap tulos<br />

3 e 4, respectivamente.<br />

Passan<strong>do</strong> para a proxima camada na hierarquia temos a camada de rede.<br />

O protocolo IP usa<strong>do</strong> na Internet tem como principal objetivo selecionar rotas<br />

para transmiss~ao de pacotes. Outros servicos ofereci<strong>do</strong>s s~ao fragmentac~ao e<br />

remontagem de pacotes, e veri cac~ao de checksum.<br />

A mobilidade <strong>do</strong> computa<strong>do</strong>r/usuario de um local para outro pode ser modelada<br />

como uma mudanca <strong>do</strong> no<strong>do</strong> da rede onde ocorre o acesso a infraestrutura.<br />

Neste caso, a mobilidade pode ser tratada naturalmente como uma<br />

mudanca de roteamento de datagramas destina<strong>do</strong>s ao computa<strong>do</strong>r movel de tal<br />

forma que os pacotes chegam ao ponto corrente de acesso a rede. Esta euma<br />

opc~ao muito interessante e acabou sen<strong>do</strong> o princ pio de projeto escolhi<strong>do</strong> pelo


5.1 Pilha de Protocolos 95<br />

grupo de trabalho <strong>do</strong> IP movel como explica<strong>do</strong> na sec~ao 5.4.<br />

Na camada de transporte, o protocolo TCP assume que o meio de transmiss~ao<br />

econavel e perdas de pacotes s~ao causadas por congestionamentos.<br />

Nesse caso, a entidade de transporte deve diminuir o uxo de mensagens entran<strong>do</strong><br />

na rede assim que a perda de um pacote e detectada [220].<br />

Na comunicac~ao sem o, os pacotes s~ao perdi<strong>do</strong>s geralmente por erros e<br />

perdas no canal de comunicac~ao. Logo, a estrategia usada no protocolo TCP<br />

n~ao e mais valida e deve ser revista. Existem pelo menos duas estrategias que<br />

foram propostas (TCP-indireto [25] e modi cac~ao na camada de rede [26]) que<br />

est~ao em estu<strong>do</strong>.<br />

A camada mais alta na hierarquia e a camada de aplicac~ao. Dependen<strong>do</strong><br />

<strong>do</strong> protocolo de transporte usa<strong>do</strong> (por exemplo, con avel ou n~ao) os protocolos<br />

de aplicac~ao n~ao precisam se preocupar com quest~oes como correc~ao de<br />

erro, retransmiss~ao e controle de uxo. No entanto, a mobilidade introduz<br />

novos requisitos que devem ser ofereci<strong>do</strong>s pelos protocolos as aplicac~oes como<br />

con gurac~ao automatica, descoberta de servicos, supervis~ao <strong>do</strong> enlace e <strong>do</strong> esta<strong>do</strong><br />

<strong>do</strong> ambiente. Estes ultimos <strong>do</strong>is pontos t^em um papel muito importante<br />

no desenvolvimento de aplicac~oes ja que afetar~ao os princ pios de projeto de<br />

protocolos.<br />

Estes requisitos formam um conjunto de servicos middleware que, em ultima<br />

inst^ancia, facilitam, ou mesmo viabilizam, o uso de certas aplicac~oes em ambientes<br />

de computac~ao movel. Por exemplo, um computa<strong>do</strong>r movel pode ter que<br />

ser recon gura<strong>do</strong> diferentemente em cada ponto de acesso dependen<strong>do</strong> das caracter<br />

sticas <strong>do</strong> ambientee<strong>do</strong>ponto de acesso corrente como um novo servi<strong>do</strong>r<br />

de DNS (Domain Name Server) e endereco IP. Estes problemas n~ao existem<br />

para computa<strong>do</strong>res estaticos ja que isso e feito no momento de inicializac~ao<br />

<strong>do</strong> sistema. Em particular, este problema esta sen<strong>do</strong> resolvi<strong>do</strong> em parte pelo<br />

Dynamic Host Con guration Protocol [13, 78]. Outro protocolo que esta sen<strong>do</strong><br />

proposto para resolver o problema de descoberta de servico eoService Location<br />

Protocol [233].<br />

Um <strong>do</strong>s aspectos mais importantes no projeto de servicos middleware ea<br />

incorporac~ao <strong>do</strong>s fatores que afetam o projeto de sistemas de computac~ao, ou<br />

seja, a mobilidade, condic~oes de comunicac~ao no enlace sem o e consumo de<br />

energia. Estes fatores s~ao din^amicos e podem afetar fortemente o comportamento<br />

da aplicac~ao. O exemplo mais simples e a necessidade de aplicac~oes Web<br />

adaptarem a apresentac~ao gra ca em func~ao da largura de banda dispon vel.<br />

Por exemplo, pode-se usar tecnicas de compress~ao com ou sem perda da informac~ao.<br />

Atualmente, a largura de banda e restrita pelas condic~oes <strong>do</strong> enlace<br />

nos pontos terminais onde ocorre a comunicac~ao sem o e o congestionamento


96 Cap tulo 5. Protocolos de Comunicac~ao<br />

da rede.<br />

A computac~ao movel introduz mais variabilidade nesta situac~ao e reforca<br />

o fato de aplicac~oes, como as que usam multim dia, detectarem e agirem nos<br />

par^ametros usa<strong>do</strong>s pela conex~ao num da<strong>do</strong> momento, como largura de banda<br />

<strong>do</strong> enlace, taxa de erro, e tempo de resposta. Outros par^ametros como custo<br />

e seguranca podem ter um comportamento variavel e, dessa forma, di cultar<br />

ainda mais o uso da aplicac~ao.<br />

5.2 Projeto de Protocolos<br />

Esta sec~ao discute a in u^encia <strong>do</strong> ambiente no projeto de protocolos de comunicac~ao.<br />

Em particular, e mostra<strong>do</strong> como o uso de tecnicas de compress~ao<br />

podem ajudar a aumentar a e ci^encia <strong>do</strong> canal de comunicac~ao. Em seguida,<br />

s~ao discuti<strong>do</strong>s os princ pios de projeto que devem ser segui<strong>do</strong>s ao se especi car<br />

um protocolo.<br />

5.2.1 In u^encia <strong>do</strong> Ambiente no Projeto<br />

Como pode ser visto pela sec~ao anterior e consideran<strong>do</strong> as arquiteturas de<br />

redes para os modelos ISO e TCP/IP, ca claro que os protocolos de comunicac~ao<br />

sempre foram projeta<strong>do</strong>s levan<strong>do</strong>-se em considerac~ao as caracter sticas<br />

<strong>do</strong> ambiente onde s~ao executa<strong>do</strong>s. No caso <strong>do</strong> projeto de protocolos para um<br />

ambiente de computac~ao movel, como mostra<strong>do</strong> na tabela 5.1, deve-se levar em<br />

considerac~ao os fatores discuti<strong>do</strong>s na sec~ao 2.4 e os princ pios de projeto descritos<br />

extensamente na literatura [224]. Por exemplo, para melhorar a e ci^encia<br />

<strong>do</strong> canal de comunicac~ao foram propostos os princ pios de selective repeat e<br />

go-back-n para protocolos das camadas de enlace, rede e transporte, e o uso de<br />

tecnicas de compress~ao por protocolos de diferentes camadas. Normalmente,<br />

atecnica de selective repeat e usada quan<strong>do</strong> o custo de retransmiss~ao de mensagens<br />

emuito maior que o de armazenamentoeodego-back-n quan<strong>do</strong> eo<br />

contrario. E importante observar que uma mesma tecnica pode ser usada por<br />

diferentes protocolos em diferentes camadas.<br />

Na literatura existem propostas de protocolos que usam tecnicas de compress~ao<br />

para aumentar a e ci^encia <strong>do</strong> canal de comunicac~ao como o V.42 bis<br />

usa<strong>do</strong> na camada f sica. Recentemente, foi proposta uma nova tecnica para a<br />

transmiss~ao digital a altas taxas chamada ADSL (Asymetric Digital Subscriber<br />

Line) (www.adsl.com) utilizan<strong>do</strong> como meio de comunicac~ao o par tranca<strong>do</strong>.<br />

Esta tecnica tem como princ pio a assimetria da velocidade <strong>do</strong>s canais de comunicac~ao,<br />

ou seja, e feita uma distinc~ao entre o uxo de da<strong>do</strong>s <strong>do</strong>wnstream


5.2 Projeto de Protocolos 97<br />

(rede xa ! computa<strong>do</strong>r) e upstream (computa<strong>do</strong>r ! rede xa). Esse mesmo<br />

princ pio pode ser utiliza<strong>do</strong> na computac~ao movel ja que normalmente o usuario<br />

faz uma requisic~ao de poucos bytes, como por exemplo uma pagina num servi<strong>do</strong>r<br />

Web, e tem como resposta essa pagina que pode ser formada por diferentes<br />

m dias. Isto signi ca que as tecnicas de compress~ao usadas pelo protocolo podem<br />

ser escolhidas em func~ao <strong>do</strong> senti<strong>do</strong> de transmiss~ao e da m dia presente<br />

na mensagem (v deo, audio, texto).<br />

O estu<strong>do</strong> da aplicabilidade das tecnicas de compress~ao no projeto de protocolos<br />

para computac~ao movel deve considerar:<br />

A pilha de protocolos usada.<br />

A assimetria <strong>do</strong> uxo de comunicac~ao entre o computa<strong>do</strong>r movel e a rede<br />

xa.<br />

Otipodeaplicac~ao executada.<br />

A relac~ao com a mobilidade, condic~oes de comunicac~ao no enlace sem o<br />

e consumo de energia.<br />

O uso de princ pios de projeto de protocolos como os descritos na<br />

sec~ao 5.2.<br />

O uso de novos princ pios de projeto que sejam adequa<strong>do</strong>s aos ambientes<br />

de computac~ao movel. Por exemplo, na comunicac~aosem on~ao e<br />

interessante a retransmiss~ao <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s a partir <strong>do</strong> in cio da mensagem<br />

quan<strong>do</strong> ocorre um erro e sim, idealmente, a partir <strong>do</strong> ponto ou <strong>do</strong> trecho<br />

onde n~ao foi poss vel a recuperac~ao. Para isso, pode-se dividir a mensagem<br />

em unidades menores com um checksum proprio, se for necessario, e<br />

uma identi cac~ao <strong>do</strong> tipo de compress~ao efetuada. Dependen<strong>do</strong> <strong>do</strong> tipo<br />

de m da enviada e da qualidade de servico oferecida ao usuario pode-se<br />

aceitar uma informac~ao com erro.<br />

5.2.2 Princ pios de Projeto<br />

Ao se projetar protocolos de comunicac~ao deve-se seguir certos princ pios como<br />

os de ni<strong>do</strong>s em Holzmann [107] que identi ca cinco partes distintas, a saber:<br />

1. O servico a ser provi<strong>do</strong> pelo protocolo<br />

2. As suposic~oes sobre o ambiente no qual o protocolo sera executa<strong>do</strong><br />

3. O vocabulario de mensagens usa<strong>do</strong> para implementar o protocolo


98 Cap tulo 5. Protocolos de Comunicac~ao<br />

4. A codi cac~ao (formato) de cada mensagem no vocabulario<br />

5. As regras de procedimento usadas para garantir a consist^encia das trocas<br />

de mensagens e, em ultima analise, executar o servico especi ca<strong>do</strong><br />

Normalmente, por um abuso de linguagem, a quinta parte echamada de protocolo<br />

e e a mais dif cil de projetar e veri car.<br />

Cada parte da especi cac~ao <strong>do</strong> protocolo pode de nir uma hierarquia. Por<br />

exemplo, o vocabulario <strong>do</strong> protocolo pode ser forma<strong>do</strong> por uma hierarquia de<br />

classes de mensagens.<br />

De uma forma geral, o projeto <strong>do</strong> protocolo deve ser estrutura<strong>do</strong> buscan<strong>do</strong><br />

sempre:<br />

Simplicidade|protocolo deve ser constru <strong>do</strong> a partir de um pequeno<br />

numero de func~oes bem projetadas e bem entendidas.<br />

Modularidade|um protocolo complexo pode ser constru <strong>do</strong> a partir de<br />

modulos mais simples que interagem de forma bem de nida e simples.<br />

Bem-forma<strong>do</strong>|um protocolo, como qualquer outro sistema, n~ao deve<br />

conter func~oes que nunca ser~ao executadas ou que n~ao foram de nidas<br />

deve possuir limites conheci<strong>do</strong>s como tamanho de la de mensagensdeve<br />

ser auto-estabilizante [145]pode ser adapta<strong>do</strong>.<br />

Robusto|idealmente, o protocolo deve fazer suposic~oes m nimas sobre o<br />

ambiente onde sera executa<strong>do</strong>. Na pratica, isso e dif cil de obter pois o<br />

ambiente in uencia diretamente a forma como o protocolo deve trabalhar.<br />

Consist^encia|protocolos, como outros algoritmos distribu <strong>do</strong>s, devem<br />

possuir certas propriedades como n~ao possuirem deadlocks ou livelocks,<br />

terminac~oes erradas.<br />

Paraoleitorinteressa<strong>do</strong>, Holzmann [107] discute muito bem a quest~ao de<br />

projeto de protocolos. Este e um problema extremamente importante <strong>do</strong> ponto<br />

de vista pratico pois tanto fabricantes de hardware e software como usuarios<br />

n~ao est~ao dispostos a investir tempo e dinheiro na implementac~ao e uso de um<br />

protocolo com erros de projeto.<br />

O processo de padronizac~ao dentro da IETF exige que o grupo de trabalho<br />

responsavel pelo projeto de um protocolo demonstre a sua aplicabilidade e interoperabilidade<br />

antes que essa especi cac~ao ganhe o status de padr~ao. Recentemente,<br />

a software houseamericana FTP Software patrocinou testes de aplicabilidade<br />

e interoperabilidade <strong>do</strong> protocolo IP movel, discuti<strong>do</strong> na sec~ao 5.4, com


5.3 Redes Locais Sem Fio 99<br />

a participac~ao de varios fabricantes de hardware e software. Cada fabricante<br />

que participou desse experimento desenvolveu independentemente seu produto<br />

a partir da especi cac~ao proposta pelo grupo de trabalho <strong>do</strong> IP movel. Os resulta<strong>do</strong>s<br />

mostraram que a especi cac~ao <strong>do</strong> IP movel esta bem feita, epossvel<br />

de ser implementada e esta despertan<strong>do</strong> o interesse de diversos segmentos da<br />

comunidade da Internet. Os testes serviram para mostrar tambem que alguns<br />

detalhes da especi cac~ao <strong>do</strong> protocolo devem ser revistos para garantir a mesma<br />

interpretac~ao <strong>do</strong> padr~ao quan<strong>do</strong> for implementa<strong>do</strong>.<br />

5.3 Redes Locais Sem Fio<br />

Na area de redes de computa<strong>do</strong>res, a comunicac~ao sem o tem se torna<strong>do</strong> popular<br />

no segmento de redes locais sem o (Wireless LANs{WLANs). WLANs<br />

s~ao uma boa opc~ao quan<strong>do</strong> se deseja instalar rapidamente ou temporariamente<br />

uma rede local, como em eventos, operac~oes militares ou escritorios, que servira<br />

de suporte a comunicac~ao para laptops, PDAs e outros dispositivos computacionais.<br />

Tambem e a soluc~ao quan<strong>do</strong> n~ao se deseja ou n~ao se pode lancar cabos<br />

e dutos em edi cac~oes como predios antigos ou tomba<strong>do</strong>s.<br />

Dependen<strong>do</strong> <strong>do</strong> tipo de rede as taxas de transmiss~ao variam de 1 a 2 Mbps<br />

(Ethernet) a 25 Mbps (ATM), o que representa tr^es a quatro ordens de magnitude<br />

a menos quan<strong>do</strong> comparadas com redes de alta velocidade que operam em<br />

Gbps [224]. Outra caracter stica importante e que redes que operam com comunicac~ao<br />

sem o, como ambientes de computac~ao movel, t^em taxas de erro de<br />

um bit erra<strong>do</strong> para cada 10 5 {10 6 bits transmiti<strong>do</strong>s enquanto redes que operam<br />

com bra otica transmitem um bit erra<strong>do</strong> para cada 10 12 {10 15 bits transmiti<strong>do</strong>s.<br />

Isso representa pelo menos seis ordens de magnitude de diferenca [224].<br />

Existem duas tecnologias populares para comunicac~ao em WLANs: ondas<br />

de radio e infravermelho. A comunicac~ao usan<strong>do</strong> ondas de radio esta sujeita<br />

a regulamentac~ao e, consequentemente, a dispusta por faixas no espectro eletromagnetico.<br />

O hardware necessario para este tipo de comunicac~ao e, em<br />

geral, mais caro devi<strong>do</strong> as tecnicas utilizadas para transmiss~ao e recepc~ao (interfer^encia<br />

e outros problemas descritos no ap^endice A). A comunicac~ao usan<strong>do</strong><br />

infravermelho tem alguns problemas como n~ao passar por obstaculos e serem<br />

sens veis ao calor e outras fontes de energia. Normalmente a comunicac~ao<br />

usan<strong>do</strong> ondas de radio e utilizada em ambientes abertos ou onde exista muitos<br />

obstaculos, enquanto o infravermelho e mais apropria<strong>do</strong> para espacos amplos e<br />

fecha<strong>do</strong>s.


100 Cap tulo 5. Protocolos de Comunicac~ao<br />

Atualmente, tanto o IEEE quanto o ATM Forum 1 est~ao propon<strong>do</strong> padr~oes<br />

de protocolos para ambientes de comunicac~ao sem o. O IEEE esta crian<strong>do</strong> o<br />

padr~ao IEEE 802.11 que de ne o protocolo CSMA/CA (Carrier Sense Multiple<br />

Access with Collision Avoidance). O princ pio basico desse protocolo e fazer<br />

com que o transmissor estimule o receptor a enviar um pequeno quadro para<br />

as estac~oes na sua vizinhanca saberem que devem evitar transmitir pelo per <strong>do</strong><br />

de tempo correspondente a transmiss~ao de um quadro de da<strong>do</strong>s [224]. O ATM<br />

Forum esta trabalhan<strong>do</strong> na proposta de uma vers~ao de comunicac~ao sem o<br />

para o ATM.<br />

5.4 IP Movel<br />

AInternet pode ser vista como uma rede virtual que conecta milhares de redes<br />

de computa<strong>do</strong>res espalhadas pelo mun<strong>do</strong>. O ponto chave dessa rede de redes de<br />

computa<strong>do</strong>res e o protocolo IP que funciona como o \elemento integra<strong>do</strong>r" de<br />

toda essa estrutura. Na Internet cada computa<strong>do</strong>r possui um unico endereco<br />

de rede que e conheci<strong>do</strong> como endereco IP 2 ou numero IP e esse endereco<br />

esta associa<strong>do</strong> a uma localizac~ao xa de um computa<strong>do</strong>r na rede. Etambem<br />

basea<strong>do</strong> nesse endereco que o protocolo IP faz o roteamento de pacotes para<br />

os computa<strong>do</strong>res liga<strong>do</strong>s a rede.<br />

Quan<strong>do</strong> um pacote e destina<strong>do</strong> a um computa<strong>do</strong>r movel o problema emais<br />

complica<strong>do</strong>. Neste caso, o cliente movel pode possuir um endereco IP diferente<br />

em cada ponto de acesso a rede xa. Isto faz com que a mobilidade n~ao seja<br />

mais transparente para as aplicac~oes.<br />

Para estudar esse problema, a IETF (Internet Engineering Task Force) criou<br />

um grupo de trabalho que prop^os o protocolo IPv4 movel ou, simplesmente, IP<br />

movel [177] que e basea<strong>do</strong> no IPv4. Nesse padr~ao o computa<strong>do</strong>r movel possui<br />

<strong>do</strong>is enderecos IPs: um e o endereco xo e o outro eocare-of address que<br />

muda em cada ponto de acesso a rede. Com o IPv6 o IP movel tambem sofrera<br />

alterac~oes, apesar <strong>do</strong> IPv6 ter si<strong>do</strong> projeta<strong>do</strong> para suportar mobilidade. O IP<br />

movel ainda sera necessario para prover a transpar^encia de mobilidade para as<br />

aplicac~oes e outros protocolos de alto n vel como o TCP.<br />

Os princ pios de projeto de ni<strong>do</strong>s no IPv4 movel para tratar mobilidade<br />

est~ao presentes tambem no IPv6 movel [126]. as proximas sec~oes se aplicam A<br />

1 Consorcio de empresas e organizac~oes interessadas na padronizac~ao e desenvolvimento<br />

<strong>do</strong> ATM. Veja o servi<strong>do</strong>r Web em www.atmforum.com.<br />

2 A atual vers~ao <strong>do</strong> protocolo IP, identi cada por IPv4 [185], sera substitu da pela vers~ao<br />

6 (IPv6) [75, 105]. Uma das mudancas sera o aumento <strong>do</strong> campo de endereco que passara<br />

de 32 para 128 bits.


5.4 IP Movel 101<br />

forma como o IPv4 movel trata a mobilidade<br />

Atualmente, o IP movel ja esta implementa<strong>do</strong> em alguns produtos comerciais.<br />

Por exemplo, o CDPD (Cellular Digital Packet Data) prop^os uma<br />

infra-estrutura de comunicac~ao baseada numa especi cac~ao preliminar <strong>do</strong> IP<br />

movel [58] evarios fabricantes de rotea<strong>do</strong>res ja oferecem o protocolo nos seus<br />

produtos. O IP movel tambem tem si<strong>do</strong> emprega<strong>do</strong> em projetos de pesquisa<br />

acad^emicos como o da Universidade da California em Berkeley [133], o projeto<br />

Monarch de CMU [128] evarios outros.<br />

O problema mais importante que ainda falta ser resolvi<strong>do</strong> e o de seguranca,<br />

principalmente a interac~ao com os mecanismos de seguranca ja existentes na<br />

Internet [60]. Em particular, rewalls tendem a bloquear pacotes vin<strong>do</strong>s da<br />

Internet com certas caracter sticas como, por exemplo, os que possuem endereco<br />

de origem pertencentes apropria rede corporativa. Isso di culta a comunicac~ao<br />

de um computa<strong>do</strong>r movel de uma rede corporativa, quan<strong>do</strong> esta fora dela,<br />

com outros computa<strong>do</strong>res da empresa. O problema e que to<strong>do</strong>s os pacotes<br />

envia<strong>do</strong>s pelo computa<strong>do</strong>r movel possuem o home address da sua rede de origem<br />

e, consequentemente, podem ser bloquea<strong>do</strong>s pelo mecanismo de seguranca de<br />

rewall. Em [98] Gupta e Glass prop~oem uma soluc~ao para estabelecer uma<br />

comunicac~ao segura atraves de rewalls.<br />

Outro problema e que o IPv4 n~ao possui nenhum mecanismo de autenticac~ao<br />

e criptogra a, ao contrario <strong>do</strong> IPv6 que possui essas facilidades<br />

[134, 135]. Isto facilitara certamente o projeto <strong>do</strong> IPv6 movel ja queos<br />

procedimentos de autenticac~ao estar~ao dispon veis quan<strong>do</strong> forem necessarios.<br />

No entanto, existem <strong>do</strong>is pontos a serem estuda<strong>do</strong>s com o uso desses mecanismos.<br />

O primeiro e como o desempenho da sub-rede de comunicac~ao sera<br />

afeta<strong>do</strong> por esses mecanismos e o segun<strong>do</strong> e que ainda falta de nir um sistema<br />

de ger^encia de chaves.<br />

Os princ pios de projeto de ni<strong>do</strong>s no IPv4 movel para tratar mobilidade<br />

est~ao presentes tambem no IPv6 movel [126]. Logo, as proximas sec~oes se<br />

aplicam as duas vers~oes que ser~ao referenciadas genericamente por IP movel.<br />

5.4.1 Enderecos no IP Movel<br />

O protocolo IP faz o roteamento de cada pacote que recebe basea<strong>do</strong> na sua tabela<br />

de roteamento. Basicamente essas tabelas possuem o endereco <strong>do</strong> rotea<strong>do</strong>r<br />

para onde o pacote deve ir basea<strong>do</strong> no endereco de rede <strong>do</strong> computa<strong>do</strong>r destino.<br />

O protocolo IP oferece um servico n~ao con avel, ou seja, sem con rmac~ao<br />

para o protocolo TCP que e o principal prove<strong>do</strong>r de servicos de transporte da<br />

Internet. O TCP eorienta<strong>do</strong> a conex~ao que eidenti cada pelo par endereco


102 Cap tulo 5. Protocolos de Comunicac~ao<br />

IP e porto <strong>do</strong> computa<strong>do</strong>r origem e <strong>do</strong> destino. Qualquer mudanca nestes<br />

quatro numeros faz com que a conex~ao seja terminada. Por outro la<strong>do</strong>, a entrega<br />

correta de pacotes para o computa<strong>do</strong>r movel depende <strong>do</strong> endereco IP<br />

que esta sen<strong>do</strong> usa<strong>do</strong> para conex~ao com a estac~ao xa naquele momento. Esse<br />

endereco varia em func~ao da mobilidade <strong>do</strong> usuario. Para mudar o roteamento<br />

e necessario um novo endereco IP associa<strong>do</strong> a conex~ao com a rede xa.<br />

Como menciona<strong>do</strong> anteriormente, o protocolo IP movel resolve este problema<br />

ao permitir que um computa<strong>do</strong>r movel tenha <strong>do</strong>is numeros IPs: um<br />

associa<strong>do</strong> a sua estac~ao origem (home address) que e xo e o outro associa<strong>do</strong> a<br />

cada ponto de acesso a rede (care-of address). O home address pode ser usa<strong>do</strong><br />

para identi car conex~oes TCP e, por essa raz~ao, eoponto usa<strong>do</strong> por to<strong>do</strong>s<br />

os usuarios e aplicac~oes para se comunicarem com o usuario movel. Quan<strong>do</strong> o<br />

computa<strong>do</strong>r n~ao esta conecta<strong>do</strong> a seu endereco xo deve existir um mecanismo<br />

para receber e enviar to<strong>do</strong>s os pacotes endereca<strong>do</strong>s ao cliente movel no seu<br />

ponto de acesso a rede da<strong>do</strong> pelo care-of address. Esta tarefa e executada por<br />

um agente chama<strong>do</strong> de home agent.<br />

Quan<strong>do</strong> ha umamudanca no ponto de acesso a rede xa, o usuario movel<br />

registra o novo care-of address com o seu home agent, que se encarrega da<br />

entrega <strong>do</strong>s pacotes para esse novo endereco. Isso e feito modi can<strong>do</strong>-se o<br />

campo de destinatario no pacote IP de home address para care-of address.<br />

Este processo echama<strong>do</strong> de redirec~ao. O no<strong>do</strong> de endereco care-of address, ao<br />

receber um pacote para o computa<strong>do</strong>r movel, aplica a transformac~ao reversa<br />

colocan<strong>do</strong> como endereco de destinatario o home address <strong>do</strong> cliente. Esta<br />

tarefa e executada por um agente chama<strong>do</strong> de foreign agent. O processo de<br />

transformac~ao reversa permite que qualquer protocolo superior, ou seja, TCP<br />

ou aplicac~ao, n~ao tenha que tratar da mobilidade [44].<br />

No processo de redirec~ao executa<strong>do</strong> pelo home agent o pacote gera<strong>do</strong> com<br />

onovo endereco de destinario encapsula o pacote recebi<strong>do</strong> pelo home address.<br />

Desta forma, o endereco de destino original (home address) n~ao tem nenhum<br />

efeito no roteamento <strong>do</strong> novo pacote entre o home agent eocare-of address.<br />

Esse processo e conheci<strong>do</strong> como \tunelamento" (tunneling).<br />

O protocolo IP movel e constitu <strong>do</strong> de tr^es partes:<br />

1. Identi cac~ao <strong>do</strong> care-of address<br />

2. Registro <strong>do</strong> care-of address<br />

3. \Tunelamento" para o care-of address<br />

Cada uma destas partes e discutida a seguir.


5.4 IP Movel 103<br />

5.4.2 Identi cac~ao <strong>do</strong> Care-of Address<br />

O processo de identi car o care-of address no IP movel e basea<strong>do</strong> no protocolo<br />

de Router Advertisement [76]. O IP movel n~ao modi ca esse protocolo<br />

mas acrescenta funcionalidades associadas a mobilidade. Desta forma, uma<br />

\divulgac~ao de rotea<strong>do</strong>r" (router advertisement) pode conter informac~oes sobre<br />

rotea<strong>do</strong>res default e informac~oes sobre care-of addresses. Neste caso, essas<br />

divulgac~oes s~ao chamadas de divulgac~oes de agente (agent advertisements).<br />

Home agents e Foreign agents transmitem periodicamente divulgac~oes. Por<br />

exemplo, uma mensagem a cada segun<strong>do</strong> ou poucos segun<strong>do</strong>s. O computa<strong>do</strong>r<br />

movel pode solicitar explicitamente um care-of address, sen~ao quiser esperar<br />

por uma divulgac~ao. Neste caso, um home agent ou foreign agent ao receber um<br />

pedi<strong>do</strong> envia prontamente a resposta. Home agents passam a ser conheci<strong>do</strong>s<br />

atraves de mensagens de divulgac~ao de agente, mesmo que eles n~ao estejam<br />

associa<strong>do</strong>s a care-of addresses.<br />

De uma forma generia, uma mensagem de divulgac~ao de agente tem a -<br />

nalidade de permitir a identi cac~ao de agentes de mobilidade 3 , listar os careof<br />

addresses dispon veis, informar o computa<strong>do</strong>r movel sobre funcionalidades<br />

oferecidas pelos foreign agents como tecnicas de encapsulamento, permitir ao<br />

computa<strong>do</strong>r movel determinar o numero da rede e o status de seu enlace para<br />

aInternet, e informar o computa<strong>do</strong>r movel se o agente eumhome agent ou<br />

foreign agent ou ambos e, consequentemente, saber se esta noseuhome address<br />

ou n~ao.<br />

5.4.3 Registro <strong>do</strong> Care-of Address<br />

O care-of address deve serenvia<strong>do</strong> para o home agent <strong>do</strong> computa<strong>do</strong>r movel<br />

assim que for obti<strong>do</strong>. A gura 5.1 mostra o processo de registro executa<strong>do</strong> pelo<br />

IP movel que comeca quan<strong>do</strong> o cliente movel, possivelmente atraves <strong>do</strong> foreign<br />

agent, envia uma requisic~ao para o seu home agent com o care-of address. O<br />

home agent <strong>do</strong> usuario movel, ao receber a requisic~aoeaprova-la, atualiza a<br />

tabela de roteamento e envia uma resposta para o computa<strong>do</strong>r movel.<br />

Os pedi<strong>do</strong>s de registro cont^em par^ametros e ags que caracterizam o \tunel"<br />

que o home agent ira usar para enviar pacotes para o care-of address. Tuneis<br />

podem ser constru <strong>do</strong>s de diferentes formas como explica<strong>do</strong> em [176, 178].<br />

Quan<strong>do</strong> um home agent aceita uma requisic~ao, e feita uma associac~ao entre<br />

o home address eocare-of address que emantida ate que termine o \tempo<br />

de vida <strong>do</strong> registro" (registration lifetime). A tupla que contem essas tr^es<br />

3 Uma entidade que oferece servicos de suporte aos computa<strong>do</strong>res moveis. Pode ser um<br />

home agent ou um foreign agent.


104 Cap tulo 5. Protocolos de Comunicac~ao<br />

CM requisita serviço FA envia requisição<br />

para HA<br />

CM FA<br />

FA envia status para CM<br />

Legenda:<br />

CM Computa<strong>do</strong>r Movel<br />

HA Home Agent<br />

FA Foreign Agent<br />

FA<br />

FA<br />

HA<br />

HA aceita ou<br />

rejeita requisição<br />

Figura 5.1: Operac~oes de registro no IP movel<br />

informac~oes, ou seja, home address, care-of address e registration lifetime, e<br />

chamada de binding <strong>do</strong> computa<strong>do</strong>r movel. Um pedi<strong>do</strong> de registro <strong>do</strong> usuario<br />

movel pode ser considera<strong>do</strong> uma atualizac~ao de binding.<br />

Uma atualizac~ao de binding e um exemplo de redirec~ao remota porque e<br />

enviada remotamente para o home agent e tera como efeito a atualizac~ao da<br />

tabela de roteamento. Logo e necessario autenticar o pedi<strong>do</strong> de registro para<br />

que um no<strong>do</strong> impostor n~ao se passe pelo verdadeiro cliente movel. Se isso<br />

n~ao for feito, um no<strong>do</strong> impostor pode fazer com que o home agent altere a sua<br />

tabela de roteamento com um care-of address invali<strong>do</strong>, deixan<strong>do</strong> o computa<strong>do</strong>r<br />

movel isola<strong>do</strong> na rede.<br />

A necessidade de autenticar o pedi<strong>do</strong> de registro teve um papel muito importante<br />

no projeto <strong>do</strong>s par^ametros <strong>do</strong> IP movel. Um computa<strong>do</strong>r movel e


5.4 IP Movel 105<br />

seu home agent devem criar uma associac~ao segura que e de nida atraves <strong>do</strong><br />

algoritmo Message Digest 5 [195] comchaves de 128 bits e assinaturas digitais.<br />

Para tornar o pedi<strong>do</strong> seguro, cada registro deve conter alguma informac~ao que<br />

seja unica de tal forma que <strong>do</strong>is registros diferentes ter~ao assinaturas diferentes.<br />

Este requisito evita o problema de replay attack onde um no<strong>do</strong> impostor escuta<br />

e guarda um registro vali<strong>do</strong> e, mais tarde, torna a envia-lo como se fosse <strong>do</strong><br />

computa<strong>do</strong>r movel. Isso e obti<strong>do</strong> atraves de um campo de identi cac~ao especial<br />

que muda a cada novo registro. A sem^antica exata desse campo depende de<br />

varios fatores descritos na especi cac~ao <strong>do</strong> protocolo [177].<br />

Como explica<strong>do</strong> acima e mostra<strong>do</strong> na gura 5.1, foreign agents t^em duas<br />

func~oes principais. A primeira elevar mensagens entre o computa<strong>do</strong>r movel<br />

e o seu home agent. A segunda e reconstituir cada pacote IP envia<strong>do</strong> pelo<br />

home agent atraves <strong>do</strong> processo de \tunelamento" e entrega-lo ao computa<strong>do</strong>r<br />

movel. No IP movel, o foreign agent n~ao faz nenhuma autenticac~ao com as<br />

entidades com as quais se comunica. Logo e poss vel ter um foreign agent<br />

impostor que pode, eventualmente, n~ao entregar os pacotes recebi<strong>do</strong>s para o<br />

computa<strong>do</strong>r movel. Esta situac~ao e equivalente a usar um rotea<strong>do</strong>r erra<strong>do</strong><br />

ou ter um rotea<strong>do</strong>r con gura<strong>do</strong> de forma incorreta que s~ao cenarios de erro<br />

existentes na pratica.<br />

No caso <strong>do</strong> computa<strong>do</strong>r movel perder contato com o seu home agent, oIP<br />

movel de ne um procedimento para que possa ser feito um novo pedi<strong>do</strong> de<br />

registro com outro agente na sua rede de origem. Este mecanismo e conheci<strong>do</strong><br />

como descoberta automatica de home agent (automatic home agent discovery).<br />

O processo comeca com o computa<strong>do</strong>r movel envian<strong>do</strong> para a sua rede de origem<br />

uma mensagem de pedi<strong>do</strong> de registro usan<strong>do</strong> um endereco de difus~ao local a<br />

redeen~ao o endereco <strong>do</strong> seu home agent. Como resulta<strong>do</strong>, cada home agent<br />

nessa rede envia para o computa<strong>do</strong>r movel uma mensagem de rejeic~ao conten<strong>do</strong><br />

o seu proprio endereco que pode ser usa<strong>do</strong> no novo pedi<strong>do</strong> de registro.<br />

5.4.4 Tunelamento para o Care-of Address<br />

A gura 5.2 mostra como efeitoaoperac~ao de \tunelamento" no IP movel.<br />

O mecanismo de encapsulamento padr~ao, que deve ser executa<strong>do</strong> por to<strong>do</strong>s os<br />

agentes usan<strong>do</strong> o IP movel, e o IP dentro de IP (IP-within-IP) [176]. Isto e<br />

indica<strong>do</strong> pelo numero de protocolo 4 no cabecalho <strong>do</strong> pacote de tunel. Outra<br />

possibilidade e o \encapsulamento m nimo" [178] indica<strong>do</strong> pelo numero de<br />

protocolo 55.<br />

Usan<strong>do</strong> IP dentro de IP,ohome agent insere um novocabecalho IP chama<strong>do</strong><br />

de cabecalho de tunel (tunnel header) antes <strong>do</strong> cabecalho IP de qualquer pacote


106 Cap tulo 5. Protocolos de Comunicac~ao<br />

Origem (O)<br />

Destino (D)<br />

Protocolo (P)<br />

X CM ? Payload<br />

HA<br />

X CM 4 ou 55 X CM ? Payload<br />

FA<br />

UM<br />

X CM ? Payload<br />

Figura 5.2: Operac~oes de \tunelamento" no IP movel<br />

destina<strong>do</strong> ao home address <strong>do</strong> computa<strong>do</strong>r movel. Neste protocolo, o cabecalho<br />

IP original e preserva<strong>do</strong> e aparece no in cio <strong>do</strong> campo de payload <strong>do</strong> novo<br />

pacote. O cabecalho de tunel usa como endereco de destino o care-of address. A<br />

reconstituic~ao <strong>do</strong> pacote original e simples jaqueoforeign agent precisa apenas


5.4 IP Movel 107<br />

eliminar o cabecalho de tunel, poden<strong>do</strong> em seguida entrega-lo ao computa<strong>do</strong>r<br />

movel.<br />

O mecanismo de encapsulamento m nimoe um pouco mais complica<strong>do</strong> que<br />

oIPdentro de IP. Nesse mecanismo, parte da informac~ao <strong>do</strong> cabecalho de<br />

tunel e agrupada com o cabecalho de encapsulamento m nimo para reconstituir<br />

o pacote IP original. Isso e feito alteran<strong>do</strong> temporariamente a estrutura de<br />

cabecalho <strong>do</strong> pacote IP original. Este mecanismo diminui o overhead associa<strong>do</strong><br />

ao cabecalho em detrimento de um pequeno acrescimo no processamento.<br />

5.4.5 Alguns Comentarios sobre o IP Movel<br />

O projeto <strong>do</strong> IP movel esta basea<strong>do</strong> no fato que as conex~oes TCP devem continuar<br />

validas mesmo quan<strong>do</strong> houverem mudancas de localizac~ao <strong>do</strong> computa<strong>do</strong>r<br />

movel. Este eumponto que n~ao existe consenso dentrodacomunidade da Internet.<br />

Muitas pessoas s~ao da opini~ao que n~ao se deve aumentar a con abilidade<br />

da comunicac~ao envolven<strong>do</strong> computa<strong>do</strong>res moveis, que acontece tipicamente<br />

em rajadas. O argumento basico e que quan<strong>do</strong> ocorre uma falha como, por<br />

exemplo, numa transfer^encia de arquivos, a responsabilidade da retransmiss~ao<br />

e <strong>do</strong> usuario, que n~ao deve esperar que uma tarefa seja executada logo na<br />

primeira tentativa.<br />

O que acontece na pratica e que a infra-estrutura de comunicac~ao da rede<br />

xa esta caminhan<strong>do</strong> no senti<strong>do</strong> de ser cada vez mais con avel e operan<strong>do</strong> a<br />

velocidades mais altas. Isto permite oferecer servicos mais con aveis para as<br />

aplicac~oes numa rede de computa<strong>do</strong>res. Ou seja, a percepc~ao <strong>do</strong> usuario e<br />

de haver um ambiente con avel apesar de eventualmente as tarefas n~ao serem<br />

executadas logo na primeira vez.<br />

Num sistema de computac~ao movel usan<strong>do</strong> comunicac~ao sem o existem<br />

varios problemas novos relaciona<strong>do</strong>s com o ambiente, conforme discuti<strong>do</strong>s no<br />

cap tulo 2, que passam a n~ao dar essa percepc~ao de uma rede con avel. Certamente<br />

este cenario n~ao sera bem-vin<strong>do</strong> se o usuario estiver acostuma<strong>do</strong> a<br />

utilizar a rede xa. A proposta <strong>do</strong> IP movel tem como objetivo reestabelecer<br />

essa vis~ao. Este e um problema importante pois o tipo de servico ofereci<strong>do</strong> a<br />

uma aplicac~ao e importante no seu proprio projeto como no <strong>do</strong> protocolo de<br />

comunicac~ao.<br />

OIPmovel deve tratar tambem de outros problemas tecnicos como roteamento<br />

e enderecamento, alem de ter a \competic~ao " com outras propostas de<br />

protocolos.<br />

Aentrega de pacotes entre um computa<strong>do</strong>r qualquer da rede e um computa<strong>do</strong>r<br />

movel e feita pelo home agent atraves de um \tunelamento" com o foreign


108 Cap tulo 5. Protocolos de Comunicac~ao<br />

agent. Ou seja, o roteamento para o computa<strong>do</strong>r movel e feito de forma indireta.<br />

Por outro la<strong>do</strong> o computa<strong>do</strong>r movel pode enviar pacotes diretamente para<br />

um computa<strong>do</strong>r sem a necessidade de estabelecer um tunel. Esta assimetria<br />

na forma de rotear pacotes echamada de roteamento em tri^angulo (triangle<br />

routing) e pode ser aliviada por tecnicas de otimizac~ao de rotas [181].<br />

OIPmovel cria a percepc~ao que um computa<strong>do</strong>r movel esta sempre conecta<strong>do</strong><br />

a sua rede de origem. A localizac~ao real na rede e dada pelo endereco IP<br />

ao qual esta conecta<strong>do</strong> que por sua vez esta associa<strong>do</strong> a um FQDN (Fully Quali<br />

ed Domain Name 4 ). O FQDN pode estar associa<strong>do</strong> a mais de um endereco<br />

IP, o que signi ca mais opc~oes de enderecamento e roteamento para o home<br />

agent. Por outro la<strong>do</strong> o computa<strong>do</strong>r movel pode n~ao car permanentemente<br />

conecta<strong>do</strong> a rede ou, quan<strong>do</strong> car, por um per o<strong>do</strong> curto de tempo. Todas<br />

estas quest~oes referentes ao enderecamento ainda est~ao sen<strong>do</strong> discutidas pela<br />

comunidadedaInternet.<br />

Atualmente, existem pelo menos duas propostas de protocolos de \tunelamento"<br />

basea<strong>do</strong>s no PPP (Point-to-Point Protocol) [212]: o PPTP (Pointto-Point<br />

Tunneling Protocol) [174] eoL2TP(Layer Two Tunneling Protocol)<br />

[175]. A grande vantagem desses protocolos e a portabilidade para computa<strong>do</strong>res<br />

moveis e, caso se tornem populares, podem ocupar o espaco que estaria<br />

reserva<strong>do</strong> ao IP movel. Existe tambem uma proposta de adaptar o PPP para<br />

permitir que o endereco IP din^amico seja usa<strong>do</strong> como care-of address [217].<br />

Propostas de protocolos que se baseiam no IP movel s~ao o Tunnel Establishment<br />

Protocol [55] eoMobile IP Local Registration with Hierarchical Foreign<br />

Agents [179]. Este ultimo divulga varios foreign agents para criar hierarquias<br />

de agentes de mobilidade. Essa estrategia pode ajudar a diminuir o numero<br />

de pedi<strong>do</strong>s de registro envia<strong>do</strong>s entre entre a rede de origem e a rede onde<br />

se encontra o computa<strong>do</strong>r movel. Outra proposta que esta sen<strong>do</strong> estudada e<br />

o uso <strong>do</strong> DHCP (Dynamic Host Con guration Protocol) numa rede de computac~ao<br />

movel com TCP/IP para fornecer care-of addresses para computa<strong>do</strong>res<br />

moveis [13, 78, 182].<br />

4 OFQDN de um no<strong>do</strong> na Internet eumnomede<strong>do</strong>mnio completo como de ni<strong>do</strong> no<br />

DNS (Domain Name Server).


Cap tulo 6<br />

Ger^encia de Informac~ao<br />

Nos ultimos anos o numero de computa<strong>do</strong>res liga<strong>do</strong>s a Internet tem aumenta<strong>do</strong><br />

extraordinariamente como pode ser visto pelos da<strong>do</strong>s apresenta<strong>do</strong>s na tabela<br />

6.1 [165] sobre o crescimento de DNSs (Domain Name Servers) emaquinas<br />

na rede. Pode-se perceber que o numero de hosts e<strong>do</strong>mnios vem aumentan<strong>do</strong><br />

de maneira exponencial. Em janeiro de 1998, ja eram quase 30 milh~oes de computa<strong>do</strong>res<br />

liga<strong>do</strong>s diretamenteaInternet. De to<strong>do</strong>s os segmentos da industria<br />

da informatica, a area de computa<strong>do</strong>res portateis e a que tem mais cresci<strong>do</strong><br />

nos ultimos anos.<br />

Data Hosts Dom nios<br />

Jan 98 29.670.000<br />

Jul 97 19.540.000 1.301.000<br />

Jan 97 16.146.000 828.000<br />

Jul 96 12.881.000 488.000<br />

Jan 96 9.472.000 240.000<br />

Jul 95 6.642.000 120.000<br />

Jan 95 4.852.000 71.000<br />

Jul 94 3.212.000 46.000<br />

Jan 94 2.217.000 30.000<br />

Jul 93 1.776.000 26.000<br />

Jan 93 1.313.000 21.000<br />

Tabela 6.1: Numero de hosts e<strong>do</strong>mnios da Internet [165]<br />

Este crescimento deve-se, principalmente, a <strong>do</strong>is fatores: primeiro, a popula-


110 Cap tulo 6. Ger^encia de Informac~ao<br />

rizac~ao de servi<strong>do</strong>res Web e, segun<strong>do</strong>, o grande numero de empresas comerciais<br />

que passaram a disponibilizar seus produtos, servicos e informac~oes atraves da<br />

rede. Este eosegmento que mais tem cresci<strong>do</strong> na Internet.<br />

Na computac~ao movel, o acesso a informac~ao e um requisito fundamental,<br />

que foi herda<strong>do</strong> da forma como trabalhamos na rede xa e, complica<strong>do</strong> pela<br />

mobilidade <strong>do</strong> usuario, condic~oes de comunicac~ao no enlace sem o e consumo<br />

de energia. Este cap tulo discute o problema de ger^encia de informac~ao em sistemas<br />

de computac~ao movel. S~ao discutidas tecnicas de ger^encia e recuperac~ao<br />

de informac~ao em sistemas de computac~ao movel.<br />

Este cap tulo esta organiza<strong>do</strong> da seguinte forma. A sec~ao 6.1 discute o papel<br />

fundamental da informac~ao no ambiente de redes de computa<strong>do</strong>res. De to<strong>do</strong>s<br />

os servicos dispon veisemumambiente de computac~ao movel talvez o acesso<br />

a da<strong>do</strong>s seja o servico mais importante para um usuario. A sec~ao 6.2 discute<br />

a transmiss~ao de informac~oes atraves de difus~ao e os problemas associa<strong>do</strong>s.<br />

Asec~ao 6.3 mostra como as tecnicas de caching e difus~ao podem ser usadas<br />

conjuntamente em um ambiente de computac~ao movel. Na sec~ao 6.4 e discuti<strong>do</strong><br />

um problema decorrente da ger^encia de informac~ao que e consultas sobre<br />

localizac~ao de objetos e bancos de da<strong>do</strong>s tanto na rede xa quanto na movel.<br />

Finalmente, na sec~ao 6.5 s~ao discuti<strong>do</strong>s brevemente alguns topicos relaciona<strong>do</strong>s<br />

com ger^encia de informac~ao.<br />

6.1 A Informac~ao e a Revoluc~ao que Ainda<br />

Esta por Vir<br />

Prever o futuro e extremamente dif cil, principalmente na area tecnologica.<br />

Ha 50 anos atras, Thomas J. Watson, presidente da IBM, disse que havia um<br />

merca<strong>do</strong> mundial para uns cinco computa<strong>do</strong>res no maximo [138]. No nal da<br />

decada de 70, Kenneth J. Olson, presidente da Digital Equipment Corp., disse<br />

que n~ao havia raz~ao para alguem querer um computa<strong>do</strong>r em casa [138].<br />

Sem esquecer as lic~oes <strong>do</strong> passa<strong>do</strong>, existe um consenso que a verdadeira<br />

revoluc~ao da informac~ao que eaconverg^encia da computac~ao, informac~ao e<br />

comunicac~ao ainda esta por vir. Certamente o outro componente que fara parte<br />

dessa revoluc~ao e a mobilidade de usuarios. Nesse aspecto, a computac~ao movel<br />

representa de fato a revoluc~ao da informac~ao.<br />

De uma forma geral, o avanco tecnologiconaarea de informatica tem <strong>do</strong>bra<strong>do</strong><br />

a cada 18{24 meses [36, 100, 101]. Isto tem leva<strong>do</strong> a avancos cont nuos<br />

enovas formas <strong>do</strong> uso da tecnologia. Por exemplo, no in cio da decadade80o<br />

custo <strong>do</strong>s circuitos integra<strong>do</strong>s caiu bastante ao mesmo tempo que o desempenho


6.2 Difus~ao de Mensagens 111<br />

desses circuitos aumentou ao ponto que se tornou viavel o uso de computa<strong>do</strong>res<br />

pessoais. A integrac~ao de computa<strong>do</strong>res com comunicac~oes e outras formas de<br />

tecnologias de informac~ao est~ao crian<strong>do</strong> novas formas de sistemas e servicos<br />

de informac~ao distribu da. A tend^encia ehaver computa<strong>do</strong>res mais poderosos,<br />

conecta<strong>do</strong>s a uma rede mundial de servicos e recursos atraves de uma infraestrutura<br />

xa de alto desempenho e conectada a uma rede de comunicac~ao sem<br />

o.<br />

Averdadeira revoluc~ao eaconverg^encia digital, ou seja, o computa<strong>do</strong>r como<br />

dispositivo de acesso a informac~ao. Neste ponto,aInternet tem um papel<br />

extremamente importante. A previs~ao e que essa rede mundial ira revolucionar<br />

a forma como as pessoas trabalham, cooperam, fazem negocios e s~ao educadas<br />

hoje em dia.<br />

A quantidade de informac~oes dispon veis na Internet e um da<strong>do</strong> astron^omico.<br />

A biblioteca <strong>do</strong> Congresso Americano, a maior biblioteca que existe,<br />

tem aproximadamente 100 milh~oes de volumes. Estima-se que a Internet tenha<br />

hoje uma quantidade de informac~oes correspondente a 30 mil bibliotecas<br />

<strong>do</strong> Congresso Americano [64]. S~ao informac~oes de to<strong>do</strong>s os tipos que se possa<br />

imaginar. Por exemplo, bancos de da<strong>do</strong>s eletr^onicos publicos ou n~ao nas diversas<br />

areas <strong>do</strong> conhecimento, bancos de da<strong>do</strong>s corporativos que podem ser<br />

acessa<strong>do</strong>s por funcionarios e clientes de uma corporac~ao, \balc~oes eletr^onicos"<br />

de empresas, etc. Na computac~ao movel o acesso a informac~ao e um requisito<br />

fundamental, ja que re ete a forma que as pessoas trabalham na rede xa e<br />

necessidades espec cas de clientes moveis. No entanto, o acesso propriamente<br />

dito depende agora <strong>do</strong>s fatores discuti<strong>do</strong>s na sec~ao 2.4.<br />

6.2 Difus~ao de Mensagens<br />

Em um sistema cliente/servi<strong>do</strong>r tradicional, da<strong>do</strong>s s~ao envia<strong>do</strong>s sob demanda<br />

atraves de requisic~oes pedidas ao servi<strong>do</strong>r pelo cliente. Neste cenario, a transfer^encia<br />

de informac~oes e feita pelo prove<strong>do</strong>r das informac~oes para o usuario a<br />

partir de uma requisic~ao <strong>do</strong> usuario. Atualmente, a maioria absoluta <strong>do</strong>s servi<strong>do</strong>res<br />

Web dispon veis na Internet funcionam nesta modalidade. Um exemplo<br />

de site popular que utiliza esta tecnologia e a CD-Now (www.cdnow.com) que<br />

e uma loja virtual de CDs. Esta forma de entrega de da<strong>do</strong>s echamada de<br />

pull-based.<br />

Uma outra possibilidade de fazer a transfer^encia de da<strong>do</strong>s entre um usuario<br />

e o prove<strong>do</strong>r das informac~oes e a partir <strong>do</strong> prove<strong>do</strong>r. O servico PointCast<br />

(www.pointcast.com) exempli ca esse tipo de conceito. O objetivo desse servico<br />

e permitir que uma pessoa receba not cias relacionadas com assuntos pre-


112 Cap tulo 6. Ger^encia de Informac~ao<br />

determina<strong>do</strong>s, em tempo real. Para isso, o computa<strong>do</strong>r <strong>do</strong> usuario deve estar<br />

\sintoniza<strong>do</strong>" com o site da PointCast atraves de uma aplicac~ao cliente para receber<br />

not cias sempre atualizadas. Fazen<strong>do</strong> uma analogia esse site seria a rede<br />

CNN eletr^onica onde as not cias iriam ate a pessoa e n~ao a pessoa iria ate as<br />

not cias como ocorre em to<strong>do</strong>s os sites que disponibilizam informac~oes on-line.<br />

Um servico pareci<strong>do</strong> com esse que a Netscape oferece (home.netscape.com)e<br />

o In-Box Direct. Neste caso, a pessoa pode se cadastrar em diversos assuntos<br />

ofereci<strong>do</strong>s como not cias gerais, resumos de revistas e assuntos espec cos e,<br />

periodicamente, o usuario cadastra<strong>do</strong> no sistema recebe uma mensagem com<br />

informac~oes sobre aquele assunto ou uma pagina HTML com links para onde<br />

as informac~oes est~ao. A vantagem desse sistema e que a pessoa pode acessar as<br />

informac~oes na sua propria velocidade e disponibilidade. Este tipo de servico<br />

e conheci<strong>do</strong> como noti cac~ao e emuito utiliza<strong>do</strong> em sites que disponibilizam<br />

algum tipo de informac~ao.<br />

Num ambiente de computac~ao movel, as estac~oes de suporte a mobilidade,<br />

que cam na rede xa, podem ser usadas para fazer transmiss~ao de da<strong>do</strong>s na<br />

modalidade difus~ao (broadcast) para os clientes moveis. Esta facilidade prov^e<br />

o mecanismo necessario para uma nova forma de entrega de da<strong>do</strong>s chamada<br />

de push-based. Nesta modalidade o servi<strong>do</strong>r transmite da<strong>do</strong>s repetidamente<br />

para os clientes moveis de sua celula sem que haja requisic~oes espec cas. Os<br />

clientes, por sua vez, monitoram a difus~ao de mensagens e aceitam somente os<br />

da<strong>do</strong>s que devem ser processa<strong>do</strong>s pelo computa<strong>do</strong>r movel.<br />

Entrega de mensagens push-based e uma opc~ao interessante para aplicac~oes<br />

que envolvem disseminac~ao de informac~oes para um grande numero de clientes.<br />

Alguns exemplos de aplicac~oes baseadas em disseminac~ao de da<strong>do</strong>s s~ao<br />

not cias sobre tr^ansito, previs~oes metereologicas e merca<strong>do</strong> de capitais, listas<br />

de distribuic~ao de mensagens, e radio e TV.<br />

Como menciona<strong>do</strong> acima, disseminac~ao de informac~ao na Internet tem-se<br />

torna<strong>do</strong> popular [43, 242]. Ja existem alguns produtos comerciais para disseminac~ao<br />

de informac~oes em redes de comunicac~ao sem o como o AirMedia<br />

(www.airmedia.com) queenvia regularmente not cias (manchetes e resumos) da<br />

CNN para usuarios de computa<strong>do</strong>res moveis, e o DirecPC (www.direcpc.com)<br />

que busca informac~oes em servi<strong>do</strong>res Web, envia para uma rede de satelites e,<br />

em seguida, difunde as mensagens para computa<strong>do</strong>res pessoais em velocidades<br />

de ate 400 kbps.<br />

A seguir, s~ao discutidas algumas quest~oes referentes a difus~ao de da<strong>do</strong>s.


6.2 Difus~ao de Mensagens 113<br />

6.2.1 Estrategias para Entrega de Mensagens<br />

Aentrega de da<strong>do</strong>s na modalidade push-based e mais adequada em casos onde<br />

a informac~ao deve ser transmitida para um grande numero de clientes moveis<br />

ehajaintersec~ao de interesses. Desta forma, o servi<strong>do</strong>r na rede xa n~ao ca<br />

sobrecarrega<strong>do</strong> com pedi<strong>do</strong>s de requisic~oes e n~ao envia varias mensagens individuais<br />

que teriam que ser transmitidas em sistemas pull-based. Outra caracter<br />

stica importante da entrega de mensagens push-based e a sua escalabilidade<br />

ja que o desempenho n~ao depende <strong>do</strong> numero de clientes receben<strong>do</strong> mensagens.<br />

No entanto, um aspecto importante <strong>do</strong> projeto de transmiss~ao e o controle<br />

da pot^encia <strong>do</strong> sinal propaga<strong>do</strong> para minimizar a interfer^encia de sinais na<br />

comunicac~ao sem o. A pot^encia <strong>do</strong> sinal, depende dentre outros fatores, <strong>do</strong><br />

tamanho da celula para a qual esta sen<strong>do</strong> feita a transmiss~ao.<br />

Uma das limitac~oes desta modalidade e que os clientes recebem as informac~oes<br />

sequencialmente. Isto signi ca, que um cliente deve monitorar o<br />

canal de comunicac~ao ate que apareca o da<strong>do</strong> deseja<strong>do</strong>. Isto aumenta a lat^encia<br />

de acesso a informac~ao que e proporcional ao tamanho <strong>do</strong> banco de da<strong>do</strong>s ou<br />

da quantidade de informac~oes a serem transmitidas num \lote". Na entrega<br />

de mensagens pull-based os clientes t^em um papel ativo e requisitam explicitamente<br />

um da<strong>do</strong> <strong>do</strong> servi<strong>do</strong>r.<br />

As duas formas de entrega de mensagens, push- e pull-based, podem ser<br />

combinadas se considerarmos que os clientes de um sistema de computac~ao<br />

movel possuem um canal de comunicac~ao com o servi<strong>do</strong>r. Eochama<strong>do</strong> canal<br />

de subida (uplink ou backchannel) que pode ser usa<strong>do</strong> pelo cliente para enviar<br />

informac~oes ao servi<strong>do</strong>r sobre o seu esta<strong>do</strong> ou requisitar da<strong>do</strong>s urgentes.<br />

Esta soluc~ao echamada de entrega de da<strong>do</strong>s h brida e o canal de descida<br />

(<strong>do</strong>wnlink) passa a ter um papel importante. Agora, o canal de comunicac~ao<br />

entre servi<strong>do</strong>r e clientes pode ser usa<strong>do</strong> tanto para difus~ao quanto para respostas<br />

as requisic~oes de clientes. Se tiver esse papel duplo, o canal deve ser<br />

compartilha<strong>do</strong> de forma e ciente.<br />

Acharya, Franklin e Z<strong>do</strong>nik [9] prop~oem o uso <strong>do</strong> canal de subida com o uso<br />

de cache nos clientes para permitir a recuperac~ao de paginas que n~ao estejam<br />

armazenadas localmente nos clientes. O objetivo e balancear o uso das duas<br />

tecnicas para evitar uma sobrecarga de requisic~oes no servi<strong>do</strong>r. Por exemplo,<br />

um cliente so requisita um da<strong>do</strong> d ao servi<strong>do</strong>r quan<strong>do</strong> o numero de itens a serem<br />

transmiti<strong>do</strong>s via difus~ao antes de d for maior que um valor pre-determina<strong>do</strong>.<br />

Outra possibidade e dividir a largura de banda <strong>do</strong> canal de comunicac~ao sem<br />

o entre da<strong>do</strong>s push-based e pull-based.<br />

Outra abordagem e dividir o banco de da<strong>do</strong>s em <strong>do</strong>is conjuntos: um com


114 Cap tulo 6. Ger^encia de Informac~ao<br />

itens que ser~ao transmiti<strong>do</strong>s atraves de difus~ao e outro sob demanda. A grande<br />

di culdade desta proposta e construir os <strong>do</strong>is conjuntos. Um criterio e ciente<br />

deve considerar o padr~ao de acesso aos da<strong>do</strong>s, que di cilmente pode ser determina<strong>do</strong><br />

a priori, e a capacidade <strong>do</strong> servi<strong>do</strong>r de processar requisic~oes.<br />

Stathatos, Roussopoulos e Baras [219] usam como criterio de divis~ao de um<br />

banco de da<strong>do</strong>s a ideia de hot spot, ou seja, da<strong>do</strong>s acessa<strong>do</strong>s frequentemente.<br />

O proprio meio difus~ao e usa<strong>do</strong> como cache, ou mais especi camente, como um<br />

air cache para armazenar os da<strong>do</strong>s requisita<strong>do</strong>s mais comumente <strong>do</strong> banco de<br />

da<strong>do</strong>s. A atualizac~ao desse cache, para manter o hot spot, e feita basean<strong>do</strong>se<br />

nas requisic~oes de da<strong>do</strong>s geradas pelos clientes por itens que n~ao est~ao na<br />

difus~ao.<br />

Imielinski e Viswanathan [117] tambem sugerem o particionamento <strong>do</strong><br />

banco de da<strong>do</strong>s em <strong>do</strong>is grupos: um chama<strong>do</strong> de publicac~ao que eusa<strong>do</strong>na<br />

difus~ao e, outro, chama<strong>do</strong> de sob demanda para atender as requisic~oes. A divis~ao<br />

tem como objetivo minimizar o numero de pedi<strong>do</strong>s de clientes no canal<br />

de subida e manter o tempo de resposta abaixo de um limite pre-de ni<strong>do</strong>.<br />

Apropria estrutura da rede de comunicac~ao sem o e o movimento de<br />

usuarios tambem in uenciam a forma de agrupar os da<strong>do</strong>s. As celulas que<br />

comp~oem o sistema movel podem possuir diferentes caracter sticas de infraestrutura<br />

e comunicac~ao e, consequentemente, in uenciar a capacidade de atender<br />

as requisic~oes e o particionamento de da<strong>do</strong>s. A mobilidade de usuarios<br />

in uencia a forma de dividir os da<strong>do</strong>s ja que a distribuic~ao de requisic~oes de<br />

itens varia de celula para celula.<br />

Datta et al. [73] prop~oem um algoritmo adaptativo que considera a mobilidade<br />

de usuarios entre celulas numa arquitetura celular para determinar os <strong>do</strong>is<br />

conjuntos de da<strong>do</strong>s. O princ pio <strong>do</strong> algoritmo e selecionar estatisticamente da<strong>do</strong>s<br />

a serem difundi<strong>do</strong>s basea<strong>do</strong>s no per l de cada usuario e nos clientes moveis<br />

registra<strong>do</strong>s numa celula num determina<strong>do</strong> momento <strong>do</strong> tempo.<br />

6.2.2 Organizac~ao <strong>do</strong>s Da<strong>do</strong>s Transmiti<strong>do</strong>s<br />

A partir <strong>do</strong> momento que um cliente requisita um da<strong>do</strong>, o computa<strong>do</strong>r movel<br />

deve car escutan<strong>do</strong> o meio de comunicac~ao (processan<strong>do</strong> da<strong>do</strong>s transmiti<strong>do</strong>s<br />

via difus~ao) ate receber a informac~ao desejada. Este e um processo que consome<br />

energia e so pode ser executa<strong>do</strong> com o computa<strong>do</strong>r movel no esta<strong>do</strong> ativo. Alem<br />

disso, e comum que os clientes moveis queiram acessar somente alguns itens<br />

espec cos de da<strong>do</strong>s transmiti<strong>do</strong>s via difus~ao. Logo, e importante organizar os<br />

da<strong>do</strong>s transmiti<strong>do</strong>s via difus~ao para minimizar o consumo de energia e o tempo<br />

de resposta.


6.2 Difus~ao de Mensagens 115<br />

Existem pelo menos tr^es organizac~oes para da<strong>do</strong>s transmiti<strong>do</strong>s via difus~ao:<br />

plana, discos difus~ao e ndice. Na organizac~ao plana, o servi<strong>do</strong>r, que atende<br />

aos pedi<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s clientes, agrupa os da<strong>do</strong>s solicita<strong>do</strong>s e transmite o conjunto via<br />

difus~ao. Esse processo e repeti<strong>do</strong> continuamente e cabe a cada cliente retirar<br />

o seu da<strong>do</strong> dentre as informac~oes transmitidas. As outras duas propostas s~ao<br />

mais so sticadas e est~ao explicadas a seguir.<br />

6.2.2.1 Discos Difus~ao<br />

Nesta proposta o servi<strong>do</strong>r transmite mais frequentemente da<strong>do</strong>s que potencialmente<br />

interessam a maior parte <strong>do</strong>s clientes. Naturalmente o tempo necessario<br />

para receber um item depende da frequ^encia com que o da<strong>do</strong> e transmiti<strong>do</strong>.<br />

Da<strong>do</strong>s que s~ao transmiti<strong>do</strong>s com a mesma frequ^encia s~ao considera<strong>do</strong>s pertencer<br />

a um mesmo disco. Se um da<strong>do</strong> X e transmiti<strong>do</strong> com frequ^encia maior que<br />

um da<strong>do</strong> Y ent~ao considera-se que X pertence a um disco que gira mais rapi<strong>do</strong><br />

que o disco de Y.<br />

Acharya, Franklin e Z<strong>do</strong>nik [6] usam esta abordagem para de nerem discos<br />

difus~ao que possuem diferentes velocidades e tamanhos. O trabalho em [6]<br />

tem como objetivo calcular a frac~ao a ser alocada da largura de banda para<br />

difus~ao de cada item e a sequ^encia de transmiss~ao <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s. O algoritmo<br />

proposto tem como entrada as probabilidades de acesso as informac~oes pelos<br />

clientes e os par^ametros <strong>do</strong>s discos que s~aoonumero de discos, que determina<br />

aquantidade de frequ^encias diferentes a serem usadas para difundir os da<strong>do</strong>s,<br />

e, para cada disco, o numero de itens e suas frequ^encias relativas de difus~ao.<br />

Como resulta<strong>do</strong>s s~ao gera<strong>do</strong>s uma lista de alocac~ao de itens a discos e a ordem<br />

de transmiss~ao <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s de tal forma que o tempo medio entre chegadas de<br />

um mesmo item aproxime-se das expectativas <strong>do</strong> cliente.<br />

A gura 6.1 mostra um exemplo de difus~ao de da<strong>do</strong>s de mesmo tamanho<br />

seguin<strong>do</strong> estrategias diferentes. A sequ^encia mostrada na letra (a) da gura 6.1<br />

so considera os da<strong>do</strong>s a serem transmiti<strong>do</strong>s, independente da probabilidade de<br />

acesso as informac~oes. Eachamada transmiss~ao plana ( at) de da<strong>do</strong>s. Nas<br />

letras (b) e (c) o da<strong>do</strong> X tem o <strong>do</strong>bro da frequ^encia de transmiss~ao de Y<br />

e Z. A letra (b) sugere que as transmiss~oes de X est~ao sempre agrupadas,<br />

provavelmente de forma aleatoria, enquanto em (c) existe um padr~ao regular ja<br />

queavari^ancia <strong>do</strong> tempo entre chegadas de qualquer item e sempre constante.<br />

A sequ^encia em (c) pode ser vista como uma difus~ao de multi-discos onde X<br />

esta armazena<strong>do</strong> num disco que tem duas vezes a velocidade <strong>do</strong> disco onde<br />

est~aoYeZ.Acharya, Franklin e Z<strong>do</strong>nik [6] mostram que o atraso espera<strong>do</strong> de<br />

uma difus~ao multi-disco e sempre melhor que uma difus~ao aleatoria como na


116 Cap tulo 6. Ger^encia de Informac~ao<br />

letra (b).<br />

6.2.2.2 Indice<br />

(a)<br />

(b)<br />

(c)<br />

-<br />

-<br />

-<br />

X Y Z<br />

X X Y Z<br />

X Y X Z<br />

Figura 6.1: Sequ^encias de envio de da<strong>do</strong>s em discos difus~ao<br />

Imielinski, Viswanathan e Badrinanth [118, 119] estudam a situac~ao onde o<br />

cliente esta interessa<strong>do</strong> em parte <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s transmiti<strong>do</strong>s que podem ser identica<strong>do</strong>s<br />

por uma chave. Neste caso, deve-se enviar junto com os da<strong>do</strong>s um ndice<br />

ou diretorio que descreve a organizac~ao e a ordem das informac~oes transmitidas<br />

para que o cliente possa recuperar seletivamente o item deseja<strong>do</strong>. O objetivo<br />

e fazer com que os clientes economizem energia can<strong>do</strong> no mo<strong>do</strong> <strong>do</strong>ze a maior<br />

parte <strong>do</strong> tempo.<br />

O problema agora e de nir formas de agrupar o ndice com os da<strong>do</strong>s no canal<br />

difus~ao para que o cliente minimize os tempos de acesso e sintonia (tuning) aos<br />

itens transmiti<strong>do</strong>s. Como exemplo, considere o caso de uma transmiss~ao plana<br />

onde a informac~ao sobre o ndice n~ao e fornecida. Se existem n da<strong>do</strong>s sen<strong>do</strong><br />

transmiti<strong>do</strong>s ent~ao o tempo medio para acessar um item e proporcional a n=2<br />

que e o melhor que se pode fazer. Isto e equivalente a uma pesquisa sequencial<br />

onde os da<strong>do</strong>s de entrada n~ao est~ao ordena<strong>do</strong>s. Por outro la<strong>do</strong>, o tempo medio<br />

de sintonia tambem e proporcional a n=2 queemuito ruim.<br />

Em [118], Imielinski, Viswanathan e Badrinanth sugerem uma pol tica chamada<br />

\indexac~ao (1m)" onde to<strong>do</strong> o ndice e transmiti<strong>do</strong> a cada frac~ao 1=m<br />

de da<strong>do</strong>s envia<strong>do</strong>s. Junto com cada da<strong>do</strong> e transmiti<strong>do</strong> tambem a quantidade<br />

de itens que ainda v~ao aparecer no canal antes de uma nova difus~ao <strong>do</strong> ndice.<br />

Para acessar um registro, um cliente sintoniza o canal de transmiss~ao, descobre<br />

onumero de itens a serem transmiti<strong>do</strong>s antes <strong>do</strong> ndice, vai para o mo<strong>do</strong> <strong>do</strong>ze,<br />

sintoniza novamente no momento da difus~ao <strong>do</strong> ndice, identi ca quan<strong>do</strong> o item<br />

deseja<strong>do</strong> sera transmiti<strong>do</strong>, torna a voltar para o mo<strong>do</strong> <strong>do</strong>ze e, nalmente, torna


6.3 Caching e Difus~ao 117<br />

a sintonizar quan<strong>do</strong> o da<strong>do</strong> e transmiti<strong>do</strong>. O valor otimo de m e igual a raiz<br />

quadrada de d=i onde d e o tamanho medio <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s e i e o tamanho <strong>do</strong><br />

ndice. Uma possibilidade discutida em [118] en~ao transmitir to<strong>do</strong> o ndice a<br />

cada frac~ao de 1=m da<strong>do</strong>s, mas somente o ndice <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s que aparecem no<br />

conjunto seguinte. Esta soluc~ao estabelece um compromisso entre o numero<br />

de sintonias que o cliente deve executar e a quantidade de da<strong>do</strong>s referentes ao<br />

ndice que devem ser transmiti<strong>do</strong>s.<br />

6.3 Caching e Difus~ao<br />

Em sistemas basea<strong>do</strong>s em disseminac~ao, as tecnicas de caching e difus~ao (broadcasting)<br />

podem ser usadas conjuntamente. Os clientes podem manter numa<br />

memoria cache da<strong>do</strong>s mais provaveis de serem usa<strong>do</strong>s, diminuin<strong>do</strong> assim a<br />

depend^encia com o servi<strong>do</strong>r que transmite informac~oes de acor<strong>do</strong> com uma<br />

prioridade. E importante ressaltar que o servi<strong>do</strong>r tenta otimizar a difus~ao de<br />

da<strong>do</strong>s para um conjunto de clientes com necessidades diferentes. Essas necessidades<br />

podem ainda variar ao longo <strong>do</strong> tempo. Logo, para um cliente espec co<br />

a difus~ao de da<strong>do</strong>s pode n~ao ser otima e a tecnica de caching pode melhorar<br />

o desempenho de acesso as informac~oes. A tecnica de difus~ao pode ser usada<br />

tambem para atualizar a memoria cache em qualquer sistema cliente/servi<strong>do</strong>r<br />

independentemente da modalidade de transmiss~ao de da<strong>do</strong>s, ou seja, difus~ao,<br />

entrega sob demanda ou uma combinac~ao das duas modalidades.<br />

Esta sec~ao discute os problemas de caching e difus~ao, consist^encia de da<strong>do</strong>s<br />

em sistemas difus~ao e atualizac~ao de cache.<br />

6.3.1 Ger^encia de Cache em Sistemas Difus~ao<br />

Protocolos de ger^encia de cache propostos para sistemas tradicionais ( xos) s~ao<br />

basea<strong>do</strong>s no princ pio de entrega de da<strong>do</strong>s sob demanda. Essas tecnicas devem<br />

ser revistas para sistemas basea<strong>do</strong>s em difus~ao para computac~ao movel. Os<br />

termos \pagina" (page), da<strong>do</strong> ou item ser~ao usa<strong>do</strong>s com o mesmo signi ca<strong>do</strong><br />

supon<strong>do</strong> que a granularidade de uma memoria cache e um da<strong>do</strong> transmiti<strong>do</strong><br />

por difus~ao.<br />

6.3.1.1 Pol ticas de Atualizac~ao de Cache<br />

Em sistemas de ger^encia de memoria cache, osclientes mant^em na memoria os<br />

da<strong>do</strong>s que t^em mais probabilidade de serem acessa<strong>do</strong>s para melhorar a taxa de<br />

acerto de cache (cache hit ratio). Geralmente nesses sistemas, quan<strong>do</strong> ocorre a


118 Cap tulo 6. Ger^encia de Informac~ao<br />

substituic~ao de uma pagina devi<strong>do</strong> a uma aus^enciadeda<strong>do</strong>namemoria cache,<br />

o custo para obter a nova pagina e considera<strong>do</strong> constanteen~ao e computa<strong>do</strong><br />

no processo de atualizac~ao. Em sistemas difus~ao, o custo para substituir<br />

uma pagina depende <strong>do</strong> intervalo de tempo que se deve esperar para obter o<br />

novo da<strong>do</strong>. Logo, deve-se considerar esse custo em pol ticas de atualizac~ao de<br />

paginas.<br />

Em sistemas de disseminac~ao que usam discos difus~ao, cada cliente deve<br />

manter as paginas que t^em maior probabilidade de acesso compara<strong>do</strong> com suas<br />

frequ^encias de difus~ao. Um meto<strong>do</strong> simples de substituic~ao de paginas proposto<br />

por Acharya et al. [5] eoPIX(P Inverse X ) que considera este princ pio. O<br />

meto<strong>do</strong> PIX substitui a pagina residente na memoria cache que tem a menor<br />

raz~ao entre a probabilidade de acesso P e a frequ^encia de difus~ao X. O problema<br />

deste meto<strong>do</strong> e que requer um conhecimento das probabilidades de acesso,<br />

o que geralmente edifcil de obter, e as frequ^encias de difus~ao de to<strong>do</strong>s os<br />

da<strong>do</strong>s armazena<strong>do</strong>s na memoria cache. Alem disso, para cada substituic~ao e<br />

necessario comparar to<strong>do</strong>s os valores obti<strong>do</strong>s de PIX.<br />

6.3.1.2 Busca Antecipada<br />

Um cliente pode armazenar antecipadamente na sua memoria cache paginas<br />

que ainda ser~ao acessadas. Em sistemas distribu <strong>do</strong>s tradicionais, a busca antecipada<br />

(prefetching)depaginas, que potencialmente ser~ao usadas pelo cliente,<br />

causa um aumento na carga <strong>do</strong> servi<strong>do</strong>r e na sub-rede de comunicac~ao. Em<br />

sistemas basea<strong>do</strong>s em disseminac~ao o impacto e somente nos recursos locais <strong>do</strong><br />

cliente ja que os itens a serem busca<strong>do</strong>s antecipadamente est~ao presentes na<br />

difus~ao.<br />

Uma estrategia simples de busca antecipada eotag-team [8]. Para explicar<br />

este meto<strong>do</strong> suponha que um cliente estainteressa<strong>do</strong> em acessar os da<strong>do</strong>s d1 e d2<br />

com a mesma probabilidade e so possui uma pagina dispon vel para armazenalos.<br />

Nessa estrategia, d1 e copia<strong>do</strong> para a memoria cache ao aparecer numa<br />

difus~ao e ca armazena<strong>do</strong> ate d2 ser transmiti<strong>do</strong> quan<strong>do</strong> d1 e substitu <strong>do</strong> pelo<br />

valor de d2.<br />

Acharya, Franklin e Z<strong>do</strong>nik [8] usam o princ pio <strong>do</strong> tag-team para propor<br />

uma heur stica de busca antecipada chamada de PT. Esse eummeto<strong>do</strong><br />

din^amico que calcula o valor PT de cada da<strong>do</strong> recebi<strong>do</strong> na difus~ao com os itens<br />

que est~ao armazena<strong>do</strong>s naquele momento na memoria cache. O valor de PT<br />

e da<strong>do</strong> pelo produto da probabilidade P de acesso apagina e o per o<strong>do</strong> de<br />

tempo T para a pagina aparecer novamente numa difus~ao. O meto<strong>do</strong> compara<br />

o item com o menor valor de PT na memoria cache com o valor de PT <strong>do</strong> da<strong>do</strong>


6.3 Caching e Difus~ao 119<br />

recebi<strong>do</strong>. Se este ultimo for maior ent~ao ha uma substituic~ao. Note que uma<br />

implementac~ao e ciente deste meto<strong>do</strong> pode ser feita usan<strong>do</strong> uma la de prioridades<br />

que evita consultar o valor de PT de cada da<strong>do</strong> na memoria. Observe<br />

tambem que o valor de PT e din^amico ja que o valor de T varia. Por outro la<strong>do</strong>,<br />

ovalor de PIX usa<strong>do</strong> na pol tica de atualizac~ao de cache permanece estatico<br />

durante o per o<strong>do</strong> de difus~ao.<br />

Uma outra abordagem de busca antecipada de da<strong>do</strong>s e apresentada por<br />

Ammar [20] para sistemas de entrega de teletexto na modalidade difus~ao.<br />

Nessa abordagem, cada pagina transmitida contem uma lista das paginas mais<br />

provaveis de serem requisitadas pelo cliente. Ao requisitar uma pagina p o<br />

cliente tambem recebe os primeiros d itens da lista que est~ao associa<strong>do</strong>s com<br />

p, onded e o tamanho da memoria cache em paginas.<br />

6.3.2 Consist^encia de Da<strong>do</strong>s em Sistemas Difus~ao<br />

E comum ter aplicac~oes que precisam mudar os da<strong>do</strong>s a serem difundi<strong>do</strong>s.<br />

Acharya, Franklin e Z<strong>do</strong>nik [6] citam pelo menos tr^es motivos para alterar os<br />

da<strong>do</strong>s transmiti<strong>do</strong>s num sistema basea<strong>do</strong> em difus~ao. Primeiro, podem existir<br />

da<strong>do</strong>s que devem ser inclu <strong>do</strong>s ou retira<strong>do</strong>s. Neste caso, a entrega de da<strong>do</strong>s<br />

h brida baseada nos princ pios de push e pull descritos na sec~ao 6.2.1 podem<br />

ser usa<strong>do</strong>s para fazer alterac~oes din^amicas. Segun<strong>do</strong>, a organizac~ao de da<strong>do</strong>s<br />

difus~ao pode ser modi cada ao se de nir um novo ndice ou mudar a frequ^encia<br />

de transmiss~ao de um da<strong>do</strong> num disco difus~ao. Terceiro, os valores <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s<br />

difus~ao podem ser atualiza<strong>do</strong>s. Para este ultimo caso e necessario de nir protocolos<br />

de controle de consist^encia.<br />

O projeto de protocolos de controle de consist^encia depende, dentre outros<br />

fatores:<br />

das suposic~oes sobre as formas de entrega e pedi<strong>do</strong> <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s que por sua<br />

vez de ne os canais de comunicac~ao necessarios<br />

se os da<strong>do</strong>s s~ao armazena<strong>do</strong>s em memoria cache nos clientes e, caso sejam,<br />

se podem ser atualiza<strong>do</strong>s ou n~aoe,<br />

modelo de consist^encia de da<strong>do</strong>s usa<strong>do</strong>.<br />

Sistemas de informac~ao basea<strong>do</strong>s em disseminac~ao de da<strong>do</strong>s est~ao<br />

comecan<strong>do</strong> a surgir em computac~ao movel como descrito na sec~ao 6.2. Para<br />

esses sistemas ainda n~ao existem modelos de consist^encia de da<strong>do</strong>s consolida<strong>do</strong>s<br />

eestaarea tem si<strong>do</strong> assunto de pesquisa recente. Em um sistema de ger^encia


120 Cap tulo 6. Ger^encia de Informac~ao<br />

de banco de da<strong>do</strong>s tradicional a consist^encia e baseada no conceito de serializac~ao<br />

que informalmente garante que um conjunto de transac~oes concorrentes<br />

s~ao executadas como se fossem submetidas serialmente.<br />

Em [7], Acharya, Franklin e Z<strong>do</strong>nik discutem alguns modelos de consist^encia<br />

de da<strong>do</strong>s para sistemas basea<strong>do</strong>s em disseminac~ao como a situac~ao onde os clientes<br />

n~ao mant^em os da<strong>do</strong>s em memoria cache en~ao existe um canal de subida<br />

(backchannel) para entrega de da<strong>do</strong>s sob demanda. Neste caso, o servi<strong>do</strong>r<br />

sempre transmite os valores mais recentes <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s que s~ao utiliza<strong>do</strong>s pelos<br />

clientes. Eochama<strong>do</strong> modelo <strong>do</strong> ultimo valor. Este modelo e mais fraco que<br />

a serializac~ao ja quen~ao existe o conceito de transac~ao onde as operac~oes s~ao<br />

agrupadas em unidades at^omicas.<br />

Alonso, Barbara e Garcia-Molina [15] de nem um modelo chama<strong>do</strong> de quasi<br />

caching onde os clientes armazenam os da<strong>do</strong>s em memoria cache mas n~ao executam<br />

nenhuma atualizac~ao. Neste modelo, o da<strong>do</strong> que o cliente possui pode<br />

n~ao ser o mais recente mas o modelo garante estar dentro de uma faixa de -<br />

nida pelo cliente de acor<strong>do</strong> com suas condic~oes de coer^encia de da<strong>do</strong>s. Este<br />

modelo pode ser uma escolha adequada no caso <strong>do</strong> computa<strong>do</strong>r movel car<br />

desconecta<strong>do</strong> por um per o<strong>do</strong> longo ou a conectividade com a rede n~ao ser<br />

constante.<br />

Einteressante observar que diferentes modelos de consist^encia de da<strong>do</strong>s<br />

para computac~ao movel podem oferecer diferentes tipos de servicos que, em<br />

geral, ser~ao mais apropria<strong>do</strong>s para aplicac~oes ou cenarios espec cos. Isto n~ao<br />

e de se estranhar pois em sistemas distribu <strong>do</strong>s existem propostas de varios<br />

modelos computacionais, alguns equivalentes, mas a maioria tem um poder<br />

computacional diferente. Isto signi ca que muitas vezes um problema pode<br />

n~ao ter soluc~ao num modelo e ter em outro. Modelos computacionais para<br />

computac~ao movel s~ao discuti<strong>do</strong>s no cap tulo 7.<br />

6.3.3 Atualizac~ao de Cache em Sistemas Difus~ao<br />

Os protocolos de atualizac~ao de memoria cache executa<strong>do</strong>s pelos servi<strong>do</strong>res podem<br />

manter ou n~ao informac~oes relacionadas com os seus clientes. Por exemplo,<br />

os clientes que est~ao na sua celula de supervis~ao, o conteu<strong>do</strong> da memoria cache<br />

<strong>do</strong>s clientes e quan<strong>do</strong> a memoria cache foi atualizada pela ultima vez. Os servi<strong>do</strong>res<br />

que mant^em essas informac~oes s~ao chama<strong>do</strong>s de stateful eosquen~ao<br />

mant^em de stateless.<br />

No modelo cliente/servi<strong>do</strong>r, o servi<strong>do</strong>r pode usar o esquema de difus~ao para<br />

informar os clientes sobre atualizac~oes de da<strong>do</strong>s em suas memorias cache. Barbara<br />

e Imielinski [32] estudam o problema de atualizac~ao da memoria cache por


6.3 Caching e Difus~ao 121<br />

um servi<strong>do</strong>r de forma ass ncrona e s ncrona. Na forma ass ncrona, o servi<strong>do</strong>r<br />

transmite uma noti cac~ao de invalidac~ao para um da<strong>do</strong> t~ao logo o seu valor<br />

seja altera<strong>do</strong>. Na forma s ncrona, as noti cac~oes s~ao transmitidas periodicamente.<br />

Isto signi ca que o cliente tem que receber a noti cac~ao para decidir<br />

se os da<strong>do</strong>s na memoria cache s~ao vali<strong>do</strong>s ou n~ao. No caso de uma consulta, o<br />

cliente espera pela proxima noti cac~ao o que aumenta a lat^encia da consulta.<br />

Este overhead no processamento da consulta pode ser evita<strong>do</strong> no caso de se<br />

usar um modelo de consist^encia menos r gi<strong>do</strong> como o quasi caching.<br />

A informac~ao enviada numa noti cac~ao de invalidac~ao pode variar. Por<br />

exemplo, pode conter o valor <strong>do</strong> item atualiza<strong>do</strong> ou apenas a identi cac~ao e<br />

timestamp da ultima atualizac~ao sem o seu valor, principalmente no caso de<br />

da<strong>do</strong>s armazena<strong>do</strong>s em apenas alguns clientes. No caso <strong>do</strong> valor n~ao ser inclu <strong>do</strong><br />

na noti cac~ao, o cliente deve remover o item da memoria cache ou pedir ao<br />

servi<strong>do</strong>r o valor atualiza<strong>do</strong>.<br />

Barbara e Imielinski [32] prop~oem tr^es estrategias de atualizac~ao da<br />

memoria cache de forma s ncrona. Na estrategia de difus~ao de timestamp<br />

(TS), a noti cac~ao contem o timestamp de cada da<strong>do</strong> atualiza<strong>do</strong> nos ultimos<br />

w segun<strong>do</strong>s. Na estrategia de amnestic terminals (AT) o servi<strong>do</strong>r transmite<br />

somente os identi ca<strong>do</strong>res <strong>do</strong>s itens que mudaram desde a ultima noti cac~ao.<br />

Na estrategia de signature, o servi<strong>do</strong>r envia uma assinatura que eumchecksum<br />

calcula<strong>do</strong> sobre os valores de varios itens atraves de tecnicas de compress~ao de<br />

da<strong>do</strong>s. Como era de se esperar, a aplicabilidade de cada uma dessas estrategias<br />

depende <strong>do</strong> tempo que um cliente permanece no mo<strong>do</strong> <strong>do</strong>ze. Clientes que normalmente<br />

cam conecta<strong>do</strong>s s~ao chama<strong>do</strong>s de \vicia<strong>do</strong>s em trabalho" (workaholic)<br />

enquanto que clientes que cam normalmente desconecta<strong>do</strong>s s~ao chama<strong>do</strong>s<br />

de \<strong>do</strong>rminhocos" (sleepers). A estrategia de assinatura e mais apropriada<br />

para clientes sleepers que cam longos per o<strong>do</strong>s desconecta<strong>do</strong>s. A estrategia<br />

AT e melhor para um workaholic eaTSe mais vantajosa quan<strong>do</strong> o numero de<br />

consultas e maior que a taxa de atualizac~oes e os clientes n~ao s~ao workaholics.<br />

Jing et al. [125] prop~oem um meto<strong>do</strong> de atualizac~ao de forma ass ncrona<br />

basea<strong>do</strong> em sequ^encias de bits. Nesse meto<strong>do</strong>, a noti cac~ao e organizada como<br />

um conjunto de pares onde o primeiro elemento e um bit e o segun<strong>do</strong> eo<br />

timestamp. Cadabitnasequ^encia representa um item no banco de da<strong>do</strong>s. Um<br />

bit 1 indica que o item correspondente foi atualiza<strong>do</strong> no instante da<strong>do</strong> pelo<br />

timestamp e o bit 0 indica que o da<strong>do</strong> n~ao foi altera<strong>do</strong>. Em [125] e mostra<strong>do</strong><br />

que o algoritmo tem um desempenho consistente quan<strong>do</strong> a taxa de atualizac~ao e<br />

os tempos de desconex~ao <strong>do</strong>s clientes variam. O algoritmo pode ser emprega<strong>do</strong><br />

para grandes bancos de da<strong>do</strong>s alteran<strong>do</strong>-se a granularidade <strong>do</strong> bit. A ideia e<br />

associar um bit a um conjunto de da<strong>do</strong>s altera<strong>do</strong>s raramente ao inves de um


122 Cap tulo 6. Ger^encia de Informac~ao<br />

unico item.<br />

Um problema importante e como atualizar os da<strong>do</strong>s numa memoria cache<br />

quan<strong>do</strong> o cliente desconecta<strong>do</strong> perde uma noti cac~ao. Neste caso, os meto<strong>do</strong>s<br />

s ncronos s~ao melhores que os ass ncronos ja que os clientes precisam apenas<br />

sintonizar periodicamente para receber uma noti cac~ao ao inves de escutar<br />

continuamente o canal. Se o cliente permanecer desconecta<strong>do</strong> por um per o<strong>do</strong><br />

maior que o de difus~ao to<strong>do</strong>s os da<strong>do</strong>s armazena<strong>do</strong>s na memoria cache podem<br />

ter que ser descarta<strong>do</strong>s a menos que alguma veri cac~ao seja feita. Uma possibilidade<br />

e o cliente enviar para o servi<strong>do</strong>r para validac~ao as identidades e os<br />

timestamps de to<strong>do</strong>s os objetos armazena<strong>do</strong>s na memoria cache. Estasoluc~ao<br />

pode requerer uma largura de banda alta no canal de subida alem <strong>do</strong> consumo<br />

de energia. Uma outra alternativa que diminui a quantidade de itens transmiti<strong>do</strong>s<br />

e agrupar os da<strong>do</strong>s e enviar para o servi<strong>do</strong>r uma identi cac~ao <strong>do</strong> grupo<br />

junto com o timestamp. O problema e que uma unica atualizac~ao invalida to<strong>do</strong><br />

o grupo. Como soluc~ao, Wu, Yu and Chen [240] prop~oem eliminar <strong>do</strong> conjunto<br />

os itens que est~ao atualiza<strong>do</strong>s no momento de validar o grupo.<br />

Atecnica de difus~ao pode ser usada em varios algoritmos para controle de<br />

concorr^encia. Barbara [30] sugere usar difus~ao em protocolos de controle de<br />

concorr^encia otimistas para invalidar algumas das transac~oes <strong>do</strong>s clientes. O<br />

escalona<strong>do</strong>r de transac~oes <strong>do</strong> servi<strong>do</strong>r, no controle de concorr^encia otimista,<br />

veri ca, ao aceitar (commit) uma transac~ao, se a execuc~ao feita pelo cliente<br />

pode ser serializada ou n~ao. Se for, aceita, caso contrario aborta a transac~ao.<br />

No algoritmo proposto usan<strong>do</strong> difus~ao, o servi<strong>do</strong>r transmite periodicamente<br />

para seus clientes um relatorio de certi cac~ao (CR) que inclui o readset eo<br />

writeset das transac~oes ativas que ja noti caram o servi<strong>do</strong>r a intenc~ao de aceitar<br />

a transac~ao e ja foram certi cadas. O cliente movel ao receber o relatorio CR<br />

aborta de suas transac~oes locais as que t^em o readset eowriteset em comum<br />

com o CR. Isto signi ca que o cliente tambem e responsavel por parte <strong>do</strong><br />

processo de veri cac~ao e e noti ca<strong>do</strong> pelo servi<strong>do</strong>r ao aceitar a transac~ao no<br />

banco de da<strong>do</strong>s da rede xa.<br />

6.4 Consultas Sobre Localizac~ao<br />

Consultas sobre localizac~ao de objetos podem ser pedidas por usuarios tanto<br />

na rede xa quanto na movel e podem ser processadas tanto em bancos de<br />

da<strong>do</strong>s em computa<strong>do</strong>res na rede xa quanto na movel. As consultas podem incluir<br />

diretamente ou n~ao a localizac~ao mas podem requerer rastrear um objeto<br />

movel como por exemplo consultas que envolvem da<strong>do</strong>s produzi<strong>do</strong>s e armazena<strong>do</strong>s<br />

em computa<strong>do</strong>res moveis. Consultas sobre localizac~ao podem incluir


6.5 Topicos Relaciona<strong>do</strong>s 123<br />

da<strong>do</strong>s transientes que s~ao da<strong>do</strong>s cujos valores mudam em func~ao da localizac~ao<br />

e <strong>do</strong> instante <strong>do</strong> tempo que s~ao processadas. Por exemplo, um cliente se moven<strong>do</strong><br />

e queren<strong>do</strong> saber onde ca um prove<strong>do</strong>r de servico mais perto (hospital,<br />

supermerca<strong>do</strong>, etc) ou as condic~oes climaticas e de trafego x quil^ometros da<br />

posic~ao onde esta. Neste tipo de consulta, o usuario pode solicitar tambem<br />

que as respostas sejam atualizadas continuamente sem que seja necessario enviar<br />

uma nova requisic~ao. Se a resposta for cont nua deve-se de nir criterios<br />

de atualizac~ao, que podem ser func~ao de uma periodicidade ou localizac~ao <strong>do</strong><br />

usuario, e a forma de enviar os da<strong>do</strong>s para o usuario como incremental ou total.<br />

Normalmente, a localizac~ao <strong>do</strong> usuario e dada em algum sistema de coordenadas.<br />

Por exemplo, longitude e latitude, posic~ao dentrodeumacelula ou<br />

rota pre-conhecida. Alem disso, sup~oe-se tambem que a posic~ao <strong>do</strong> objeto eobtida<br />

atraves de tecnicas de dead reckoning, ou seja, tecnicas que n~ao envolvem<br />

corpos celestes.<br />

Usuarios que t^em um alto grau de mobilidade podem gerar um volume<br />

muito grande de atualizac~oes. Dependen<strong>do</strong> <strong>do</strong> tipo de conhecimento que se<br />

tem sobre o cliente n~ao e necessario fazer atualizac~oes frequentes no banco<br />

de da<strong>do</strong>s. Por exemplo, se um usuario esta semoven<strong>do</strong> em uma rota prede<br />

nida com velocidade constante ou dentro de uma faixa pode-se calcular a<br />

sua posic~ao exata ou aproximada conhecen<strong>do</strong>-se um ponto de refer^encia inicial.<br />

Em [215], Sistla et al. discutem aspectos transientes e cont nuos de consultas<br />

sobre localizac~ao onde a posic~ao de um objeto movel e representa<strong>do</strong> como uma<br />

func~ao <strong>do</strong> tempo. Nesse sistema epossvel estimar a localizac~ao futura de um<br />

objeto em movimento.<br />

Imielinski e Badrinath [112] discutem consultas sobre localizac~ao quan<strong>do</strong><br />

n~ao se conhece a posic~ao exata <strong>do</strong> usuario. Nessa abordagem as celulas usadas<br />

frequentemente por um usuario constituem uma partic~ao e as usadas infrequentemente<br />

pertencem a outras partic~oes. O objetivo <strong>do</strong> sistema egarantir uma<br />

\ignor^ancia limitada" no senti<strong>do</strong> que a posic~ao real de um usuario e a armazenada<br />

no banco de da<strong>do</strong>s indicam sempre a mesma partic~ao. Nesse cenario,<br />

somente as celulas pertencentes a uma mesma partic~ao devem ser consideradas<br />

no momento de saber a posic~ao real <strong>do</strong> usuario que pode ser obtida atraves de<br />

um sistema de paging.<br />

6.5 Topicos Relaciona<strong>do</strong>s<br />

Existem varios outros topicos relaciona<strong>do</strong>s com ger^encia de informac~ao que n~ao<br />

s~ao discuti<strong>do</strong>s neste <strong>livro</strong>. Por exemplo, manutenc~ao de vis~ao de da<strong>do</strong>s, processamento<br />

de consultas consideran<strong>do</strong> consumo de energia, ger^encia de localizac~ao


124 Cap tulo 6. Ger^encia de Informac~ao<br />

einterface de consulta para bancos de da<strong>do</strong>s.<br />

Wolfson et al. [239] discutem par^ametros que devem ser considera<strong>do</strong>s na<br />

manutenc~ao de vis~ao de da<strong>do</strong>s em redes com computa<strong>do</strong>res xos e moveis. As<br />

vis~oes podem depender de da<strong>do</strong>s de localizac~ao que podem mudar continuamente<br />

ao longo <strong>do</strong> tempo. A tecnica de difus~ao pode ser usada para informar<br />

os clientes sobre suas vis~oes que, por sua vez, podem pedir atualizac~oes sob<br />

demanda. Um outro par^ametro importante na manutenc~ao de vis~ao e a possibilidade<br />

de prever desconex~oes.<br />

Alonso e Ganguly [16] sugerem projetar planos de otimizac~ao de consultas<br />

de tal forma a economizar o consumo de energia <strong>do</strong> computa<strong>do</strong>r movel em<br />

detrimento <strong>do</strong> desempenho <strong>do</strong> sistema. O objetivo ediminuir o consumo mas<br />

manter o desempenho acima de um valor m nimo.<br />

Em [17, 18], Alonso, Harber e Korth identi cam varias quest~oes que afetam<br />

o projeto de interfaces de consulta para computa<strong>do</strong>res moveis. Algumas das<br />

restric~oes discutidas s~ao o tamanho da tela, o modelo sem^antico usa<strong>do</strong>, as<br />

caracter sticas <strong>do</strong> meio de comunicac~ao e energia limitada. Massari, Weissman<br />

e Chrysanthis [149] prop~oem o conceito de Query By Icons (QBI) para tratar<br />

destas restric~oes. QBI eumainterface visual que permite ao usuario de nir<br />

uma consulta atraves da composic~ao de cones seleciona<strong>do</strong>s por uma light pen.<br />

O modelo de da<strong>do</strong>s sem^antico da interface QBI encapsula e esconde os detalhes<br />

<strong>do</strong> banco de da<strong>do</strong>s.


Cap tulo 7<br />

Algoritmos Distribu <strong>do</strong>s<br />

O projeto de algoritmos distribu <strong>do</strong>s para ambientes de computac~ao movel<br />

deve considerar problemas de comunicac~ao e desconex~ao, topologia din^amica e<br />

os fatores de ambientes discuti<strong>do</strong>s na sec~ao 2.4. Logo, o conjunto de variaveis<br />

a serem consideradas e bem maior que em sistemas distribu <strong>do</strong>s e, por isso, e<br />

um campo muito vasto a ser explora<strong>do</strong>. A tabela 7.1 [183] faz um sumario <strong>do</strong>s<br />

principais fatores que afetam o projeto de algoritmos.<br />

Este cap tulo esta organiza<strong>do</strong> da seguinte forma. A sec~ao 7.1 discute os modelos<br />

computacionais usa<strong>do</strong>s no projeto de algoritmos para computac~ao movel.<br />

O modelo computacional eoponto de partida no projeto de qualquer algoritmo.<br />

Asec~ao 7.2 mostra como os modelos discuti<strong>do</strong>s na sec~ao 7.1 podem ser aplica<strong>do</strong>s<br />

no projeto de aplicac~oes baseadas na Web. A sec~ao 7.3 discute o problema<br />

de distribuic~ao e realocac~ao de da<strong>do</strong>s e tarefas em ambientes de computac~ao<br />

movel. A sec~ao 7.4 apresenta e compara varios algoritmos para recuperac~ao de<br />

falhas em computac~ao movel. Em todas as sec~oes tenta-se discutir os fatores<br />

apresenta<strong>do</strong>s na tabela 7.1 no projeto de algoritmos para computac~ao movel.<br />

7.1 Modelos Computacionais para Ambientes<br />

Moveis<br />

O projeto de qualquer algoritmo e basea<strong>do</strong> num modelo computacional. Por<br />

exemplo, o modelo computacional que representa um computa<strong>do</strong>r pessoal e<br />

aMaquina de Turing ou modelo de von Neumann ou RAM (Ran<strong>do</strong>m Access<br />

Machine). O modelo PRAM (Parallel Ran<strong>do</strong>m Access Machine) e um modelo<br />

muito comum usa<strong>do</strong> no projeto de algoritmos paralelos. No mun<strong>do</strong> distribu <strong>do</strong><br />

os modelos computacionais devem levar em considerac~ao, dentre outros fato-


126 Cap tulo 7. Algoritmos Distribu <strong>do</strong>s<br />

Fator Quest~ao a ser considerada<br />

Mobilidade (han- A topologia <strong>do</strong> sistema edin^amica<br />

<strong>do</strong> )<br />

Conservac~ao de Deve ser um requisito de projeto tanto de hardware<br />

energia<br />

quanto de software<br />

Caracter sticas <strong>do</strong> Largura de banda limitada<br />

meio de Altas taxas de bits erra<strong>do</strong>s e sinal{ru <strong>do</strong><br />

comunicac~ao Normalmente os erros acontecem em rajadas<br />

Custo de comu- Custo para localizar a unidade movel +<br />

nicac~ao<br />

Custo de comunicac~ao que e dependente das caracter<br />

sticas <strong>do</strong> enlace sem<br />

mento<br />

o num determina<strong>do</strong> mo-<br />

Mo<strong>do</strong> t pico de<br />

Transmiss~ao consome mais energia que a recepc~ao<br />

Tarifac~ao <strong>do</strong> meio normalmente e func~ao <strong>do</strong> tempo<br />

da conex~aoen~ao <strong>do</strong> numero de mensagens transmitidas<br />

Mo<strong>do</strong> <strong>do</strong>ze para economizar energia<br />

operac~ao<br />

Ao receber uma mensagem o computa<strong>do</strong>r movel entra<br />

no mo<strong>do</strong> normal de operac~ao<br />

Conex~ao com a Depende <strong>do</strong> cliente (aplicac~ao): conecta<strong>do</strong>, conec-<br />

rede xa<br />

ta<strong>do</strong> as vezes, ou tipicamente desconecta<strong>do</strong><br />

As desconex~oes s~ao mais frequentes <strong>do</strong> que na rede<br />

Escalabilidade<br />

xa<br />

Dist^ancia entre os clientes (processos ou no<strong>do</strong>s) etotalmente<br />

variavel<br />

Algoritmos que funcionam para poucos clientes devem<br />

funcionar para um numero arbitrario de clientes<br />

Con gurac~ao <strong>do</strong>s Geralmente s~ao heterog^eneos com capacidades e re-<br />

clientes<br />

cursos diferentes<br />

Compara<strong>do</strong>s com as estac~oes da rede xa, as unidades<br />

moveis possuem menos capacidade e recursos<br />

Tabela 7.1: Fatores que afetam o projeto de algoritmos distribu <strong>do</strong>s para computac~ao<br />

movel<br />

res, caracter sticas <strong>do</strong> canal de comunicac~ao, tipo de comunicac~ao e classes de<br />

falhas que podem ocorrer nos elementos de processamento. Logo, n~ao ede<br />

se estranhar que exista um grande numero de modelos computacionais para o<br />

mun<strong>do</strong> distribu <strong>do</strong>.<br />

A seguir, e descrito informalmente o modelo computacional usa<strong>do</strong> na computac~ao<br />

movel. Este modelo egenerico e n~ao detalha aspectos de comunicac~ao<br />

que s~ao discuti<strong>do</strong>s na sec~ao 7.1.2.


7.1 Modelos Computacionais para Ambientes Moveis 127<br />

Um computa<strong>do</strong>r movel mantem uma conex~ao com a rede atraves de uma<br />

comunicac~ao sem o com estac~oes base. Neste contexto, uma estac~ao base e<br />

um computa<strong>do</strong>r xo que prov^e uma cobertura de comunicac~ao sem o dentro<br />

de uma certa area geogra ca chamada de celula. Um computa<strong>do</strong>r movel pode<br />

se comunicar diretamente com uma estac~ao base, e vice-versa, somente se estiver<br />

localiza<strong>do</strong> dentro de sua celula. Em qualquer momento <strong>do</strong> tempo, um<br />

computa<strong>do</strong>r movel pode pertencer logicamente a uma unica celula. A celula<br />

a qual pertence de ne a localizac~ao <strong>do</strong> computa<strong>do</strong>r movel e o computa<strong>do</strong>r e<br />

considera<strong>do</strong> local a estac~ao base que prov^e a cobertura de comunicac~ao sem o<br />

na celula. O modelo de sistema que suporta mobilidade de computa<strong>do</strong>res consiste<br />

de <strong>do</strong>is conjuntos distintos de entidades: computa<strong>do</strong>res moveis e estac~oes<br />

base. To<strong>do</strong>s os computa<strong>do</strong>res estaticos e a infra-estrutura de comunicac~ao<br />

constitu da por rotea<strong>do</strong>res e enlaces de comunicac~ao constituem a parte xa da<br />

rede. Atraves da rede xa epossvel haver comunicac~ao entre computa<strong>do</strong>res<br />

moveis que estejam numa determinada celula com computa<strong>do</strong>res na rede xa<br />

ou com outros computa<strong>do</strong>res moveis em outras celulas. Considera-se que a rede<br />

xa prov^e um servico con avel e que entrega as mensagens de um computa<strong>do</strong>r<br />

movel para outro na mesma ordem que a rede recebeu. Da mesma forma,<br />

dentro de uma celula, a entrega de mensagens entre o computa<strong>do</strong>r movel e a<br />

estac~ao base, e vice-versa, ocorre normalmente na modalidade FIFO (First-In<br />

First-Out). Quan<strong>do</strong> um computa<strong>do</strong>r movel passa para uma outra celula ent~ao<br />

ocorre um procedimento de han<strong>do</strong> executa<strong>do</strong> pelas estac~oes base das duas<br />

celulas.<br />

7.1.1 Funcionalidade de um Computa<strong>do</strong>r Movel<br />

Uma quest~ao importante no projeto de um ambiente movel e, consequentemente,<br />

de seus algoritmos e o tipo de funcionalidade atribu <strong>do</strong> ao computa<strong>do</strong>r<br />

movel. Nos projetos InfoPad [163] andParcTab [205], o computa<strong>do</strong>r movel e<br />

considera<strong>do</strong> um terminal dumb devi<strong>do</strong> as caracter sticas <strong>do</strong>s dispositivos moveis<br />

que possuem menos recursos que estac~oes de trabalho atuais, como capacidade<br />

de memoria principal e secundaria, velocidade de processa<strong>do</strong>r, quantidade e<br />

velocidade de dispositivos perifericos e limitac~oes de consumo de energia. Nesses<br />

<strong>do</strong>is projetos, a funcionalidade <strong>do</strong> computa<strong>do</strong>r movel \reside" na rede xa.<br />

Por outro la<strong>do</strong>, as caracter sticas da comunicac~ao sem o, ou seja, largura de<br />

banda menor, con abilidade mais baixa e alta taxa de erro, s~ao fatores para<br />

atribuir mais funcionalidades as unidades moveis para serem menos dependentes<br />

de estac~oes na rede xa. No momento, n~ao existe um consenso sobre que<br />

tipo de funcionalidade deve ser atribu da a um computa<strong>do</strong>r movel. O que essas


128 Cap tulo 7. Algoritmos Distribu <strong>do</strong>s<br />

duas abordagens opostas mostram na realidade equee necessario projetar o<br />

software das unidades moveis de tal forma a poderem ser adapta<strong>do</strong>s as funcionalidades<br />

que re itam condic~oes <strong>do</strong> ambientee<strong>do</strong>proprio computa<strong>do</strong>r. Por<br />

exemplo, a rede xa ou o computa<strong>do</strong>r movel ao saber que havera umadesconex~ao<br />

pode receber uma funcionalidade adicional para executar enquanto<br />

estiver desconecta<strong>do</strong>.<br />

Alem da forma de de nir funcionalidades para um computa<strong>do</strong>r movel existem<br />

duas outras quest~oes fundamentais no projeto de algoritmos e sistemas<br />

para ambientes moveis: modelo de comunicac~ao usa<strong>do</strong> no ambiente movel e<br />

como os fatores relaciona<strong>do</strong>s com a computac~ao movel discuti<strong>do</strong>s na sec~ao 2.4<br />

s~ao trata<strong>do</strong>s pelo sistema movel. Apesar deste ultimo ponto n~ao ser liga<strong>do</strong><br />

diretamente ao modelo computacional n~ao ha como ignora-lo no projeto de<br />

algoritmos e, por esta raz~ao, e trata<strong>do</strong> conjuntamente nesta sec~ao.<br />

7.1.2 Modelos de Comunicac~ao na Computac~ao Movel<br />

Dentre os diversos modelos de comunicac~ao existentes em sistemas distribu <strong>do</strong>s,<br />

existem tr^es modelos comumente usa<strong>do</strong>s pelas aplicac~oes: cliente/servi<strong>do</strong>r, par{<br />

par (peer to peer) eagentes moveis.<br />

7.1.2.1 Modelo Cliente Movel/Servi<strong>do</strong>r<br />

No modelo cliente/servi<strong>do</strong>r uma aplicac~ao executan<strong>do</strong> num sistema de computac~ao,<br />

chama<strong>do</strong> de cliente, requisita um servico de uma outra aplicac~ao executan<strong>do</strong><br />

normalmente em outro sistema de computac~ao, chama<strong>do</strong> de servi<strong>do</strong>r.<br />

Este modelo e importante pois tem si<strong>do</strong> a base das aplicac~oes desenvolvidas<br />

para a Internet.<br />

Num ambiente de computac~ao movel, o computa<strong>do</strong>r movel exerce o papel de<br />

cliente que requisita servicos de servi<strong>do</strong>res localiza<strong>do</strong>s na rede xa. Em alguns<br />

casos, a funcionalidade e os da<strong>do</strong>s s~ao distribu <strong>do</strong>s entre diversos servi<strong>do</strong>res xos<br />

que podem ter que se comunicar entre si para atender a requisic~ao <strong>do</strong> cliente. A<br />

replicac~ao <strong>do</strong> servi<strong>do</strong>r e um mecanismo usa<strong>do</strong> para aumentar a disponibilidade<br />

<strong>do</strong> servico no caso de falhas de rede ou de servi<strong>do</strong>res, melhorar o desempenho,<br />

prover escalabilidade e acomodar clientes com alto grau de mobilidade.<br />

Este modelo, para ser usa<strong>do</strong> diretamente na computac~ao movel, deve tratar<br />

de alguns problemas dentre eles o da desconex~ao. Nocaso<strong>do</strong>cliente movel<br />

estar desconecta<strong>do</strong>, o computa<strong>do</strong>r movel deve emular a funcionalidade de um<br />

servi<strong>do</strong>r para a operac~ao poder continuar [202].<br />

Tambem dentro deste modelo e necessario de nir o tipo de mecanismo de<br />

comunicac~ao usa<strong>do</strong>. Uma possibilidade e a troca direta de mensagens entre o


7.1 Modelos Computacionais para Ambientes Moveis 129<br />

cliente e o servi<strong>do</strong>r. Esta abordagem n~ao e adequada para a comunicac~ao sem<br />

o onde a comunicac~ao e feita em baixa velocidade e n~ao e con avel. Nesse<br />

ambiente, uma abordagem mais apropriada e usar um mecanismo de indirec~ao<br />

onde as mensagens s~ao en leiradas nas duas extremidades. Outra possibilidade<br />

e usar o mecanismo de RPC (Remote Procedure Call). RPC s ncrono n~ao e<br />

adequa<strong>do</strong> para a computac~ao movel ja queocliente ca bloquea<strong>do</strong> no caso de<br />

desconex~ao. Uma possibidade e o RPC ass ncrono [130]. Neste modelo, toda<br />

chamada RPC feita pelo cliente e armazenada num log estavel e o controle<br />

e retorna<strong>do</strong> imediatamente para a aplicac~ao. O cliente movel, ao se conectar<br />

com a rede xa, envia as chamadas RPCs para o servi<strong>do</strong>r de forma transparente<br />

para a aplicac~ao. O servi<strong>do</strong>r que processou a chamada RPC pode ter que fazer<br />

varias tentativas para enviar a resposta ao cliente movel. O mecanismo usa<strong>do</strong><br />

pelo RPC ass ncrono permite que o software de suporte acomunicac~ao use<br />

diferentes canais de comunicac~ao para enviar requisic~oes e receber respostas de<br />

forma transparente para as aplicac~oes.<br />

Pelo exposto acima ca claro que o modelo tradicional cliente/servi<strong>do</strong>r precisa<br />

ser estendi<strong>do</strong> para tratar desconex~oes e comunicac~ao n~ao con avel entre<br />

clientes e servi<strong>do</strong>res. Duas propostas de extens~ao <strong>do</strong> modelo cliente/servi<strong>do</strong>r<br />

s~ao discutidas a seguir.<br />

Modelo Cliente/Agente/Servi<strong>do</strong>r<br />

Este eummodelodetr^es partes, cliente/agente/servi<strong>do</strong>r ou c/a/s [227, 243],<br />

onde o cliente representa o computa<strong>do</strong>r movel, o servi<strong>do</strong>r a estac~ao na rede<br />

xa, que recebe as chamadas <strong>do</strong> cliente, e o agente, que ca na rede xa, age<br />

em nome <strong>do</strong> cliente. A ideia desta abordagem equeoagente ou um proxy<br />

mantem a presenca <strong>do</strong> cliente na rede xa alivian<strong>do</strong> o impacto da largura de<br />

banda limitada e baixa con abilidade da comunicac~ao sem o nas transac~oes<br />

entre cliente e servi<strong>do</strong>r. Neste cenario, o agente pode ter acesso a canais de<br />

comunicac~ao de alta velocidade e con aveis e recursos computacionais mais<br />

so stica<strong>do</strong>s. No caso <strong>do</strong> agente usar um mecanismo de cache, o tempo de<br />

comunicac~ao na rede diminui ja que n~ao envolve a parte movel melhoran<strong>do</strong> o<br />

tempo de resposta da aplicac~ao. Outro aspecto e que o servi<strong>do</strong>r n~ao precisa<br />

executar certas tarefas para bene ciar o cliente como compress~ao de da<strong>do</strong>s que<br />

passaria para o agente diminuin<strong>do</strong>, assim, a carga no servi<strong>do</strong>r.<br />

O agente e responsavel por dividir a interac~ao entre os clientes moveis e os<br />

servi<strong>do</strong>res xos em duas partes: uma entre o cliente e o agente, e a outra entre<br />

oagente e o servi<strong>do</strong>r. Como elemento intermediario, o agente deve prover<br />

facilidades para en leirar mensagens a serem trocadas com o cliente movel.


130 Cap tulo 7. Algoritmos Distribu <strong>do</strong>s<br />

Nesta abordagem, protocolos diferentes podem ser usa<strong>do</strong>s em cada interac~ao.<br />

Dentre as poss veis responsabilidades <strong>do</strong> agente podemos ter: noti car o<br />

cliente quan<strong>do</strong> ocorrerem eventos pre-de ni<strong>do</strong>s dependentes da aplicac~ao e inicializar<br />

ou parar func~oes espec cas no computa<strong>do</strong>r movel ou executar servicos<br />

espec cos <strong>do</strong> cliente. O modelo c/a/s e mais apropria<strong>do</strong> para clientes que n~ao<br />

possuem muitas demandas e possuem recursos computacionais limita<strong>do</strong>s.<br />

Neste modelo, o agente pode ser projeta<strong>do</strong> para tratar de clientes ou<br />

servicos. No caso de clientes, o agente pode representar na rede xa uma<br />

unica aplicac~ao num computa<strong>do</strong>r movel ou um conjunto de aplicac~oes em diferentes<br />

computa<strong>do</strong>res moveis [89]. O agente tambem pode ser responsavel por<br />

um servico espec co como acesso a um servi<strong>do</strong>r Web [108] ou um banco de<br />

da<strong>do</strong>s [171]. Neste caso, toda a comunicac~ao entre cliente movel e servi<strong>do</strong>r<br />

e feita atraves <strong>do</strong> agente responsavel pelo servico. O agente de servico pode<br />

atender mais clientes simultaneamente. Generalizan<strong>do</strong> ainda mais esta ideia,<br />

um servico pode ser ofereci<strong>do</strong> por um conjunto de agentes que pode servir um<br />

grupo de clientes [171].<br />

Uma vez de ni<strong>do</strong> o papel que o agente representa na rede xa deve-se determinar<br />

a sua localizac~ao. Uma possibilidade e colocar o agente mais perto <strong>do</strong> cliente,<br />

ou seja, na estac~ao base da celula onde se encontra o cliente. Nesta pol tica<br />

tem-se a vantagem de ser mais facil obter informac~oes sobre as condic~oes <strong>do</strong><br />

enlace sem o que podem ser usadas pelo agente para decidir ou n~ao por uma<br />

comunicac~ao com o cliente num determina<strong>do</strong> momento. Seguin<strong>do</strong> esta pol tica,<br />

toda vez que o cliente movel mudar de celula o agente tambem deve semover<br />

para a estac~ao base da celula correspondente. No caso de agentes espec cos<br />

de servico, e mais apropria<strong>do</strong> coloca-los mais perto <strong>do</strong> servi<strong>do</strong>r ou da maioria<br />

<strong>do</strong>s clientes.<br />

Aintroduc~ao de agentes no modelo tambem afeta o trafego na sub-rede<br />

de comunicac~ao e, mais especi camente, o roteamento de pacotes. No caso<br />

<strong>do</strong> agente representar o cliente na rede xa ent~ao to<strong>do</strong> o trafego em direc~ao a<br />

esse cliente deve passar necessariamente pelo seu agente. No caso <strong>do</strong> agente<br />

representar um servico ent~ao somente o trafego referente a esse servico deve<br />

passar pelo agente.<br />

Este modelo e uma evoluc~ao <strong>do</strong> modelo cliente/servi<strong>do</strong>r mas apresenta alguns<br />

problemas. Do ponto de vista <strong>do</strong> servi<strong>do</strong>r, n~ao existem problemas de<br />

comunicac~ao com o cliente ja que o agente se encarrega de toda a interac~ao.<br />

Por outro la<strong>do</strong>, o cliente deve ser modi ca<strong>do</strong> para interagir com o agenteen~ao<br />

mais com o servi<strong>do</strong>r. Isto pode ser um problema serio quan<strong>do</strong> ja existe uma<br />

aplicac~ao cliente/servi<strong>do</strong>r desenvolvida e deseja-se disponibiliza-la num ambiente<br />

movel. Outro problema equeoagente estan<strong>do</strong> localiza<strong>do</strong> na rede xa so


7.1 Modelos Computacionais para Ambientes Moveis 131<br />

pode pode otimizar a transmiss~ao de da<strong>do</strong>s para o cliente movel e n~ao no senti<strong>do</strong><br />

contrario, a menos que o cliente tambem execute uma func~ao semelhante.<br />

Modelo Cliente/Intercepta<strong>do</strong>r/Servi<strong>do</strong>r<br />

Uma poss vel soluc~ao para os problemas apresenta<strong>do</strong>s pelo modelo cliente/agente/servi<strong>do</strong>r<br />

e dividir o agente em duas partes: uma que ca no cliente<br />

e a outra que continua na rede xa [108, 201]. Esses <strong>do</strong>is novos elementos s~ao<br />

chama<strong>do</strong>s de intercepta<strong>do</strong>res ao inves de agentes. O intercepta<strong>do</strong>r <strong>do</strong> la<strong>do</strong> <strong>do</strong><br />

cliente movel intercepta chamadas <strong>do</strong> cliente e, juntamente com o intercepta<strong>do</strong>r<br />

<strong>do</strong> la<strong>do</strong> <strong>do</strong> servi<strong>do</strong>r, executa otimizac~oes para reduzir a transmiss~ao de da<strong>do</strong>s<br />

no canal de comunicac~ao sem o e tenta manter ininterrupta a computac~ao no<br />

cliente movel. Do ponto de vista <strong>do</strong> cliente, esse intercepta<strong>do</strong>r exerce o papel<br />

de um servi<strong>do</strong>r proxy que e co-residente com o cliente. De forma analoga, o<br />

intercepta<strong>do</strong>r <strong>do</strong> la<strong>do</strong> <strong>do</strong> servi<strong>do</strong>r exerce o papel de um cliente local proxy que<br />

reside na rede xa, mas n~ao necessariamente com o servi<strong>do</strong>r. Os intercepta<strong>do</strong>res<br />

t^em basicamente a func~ao de minimizar os efeitos <strong>do</strong> canal de comunicac~ao<br />

sem o sobre o cliente movel e o servi<strong>do</strong>r.<br />

Uma caracter stica importante deste modelo e que os intercepta<strong>do</strong>res s~ao<br />

transparentes para o cliente e o servi<strong>do</strong>r. Por essa raz~ao, a comunicac~ao entre<br />

os intercepta<strong>do</strong>res pode ser projetada levan<strong>do</strong>-se em considerac~ao as caracter<br />

sticas <strong>do</strong> canal de comunicac~ao sem afetar a funcionalidade ou interoperabilidade<br />

<strong>do</strong> cliente com o servi<strong>do</strong>r. O par de intercepta<strong>do</strong>res pode ser visto como<br />

uma camada middleware que otimiza e facilita a comunicac~ao num ambiente<br />

movel.<br />

Este modelo e mais apropria<strong>do</strong> para clientes que demandam muita computac~ao<br />

e possuem capacidade de processamento e memoria secundaria su -<br />

cientes. O problema deste modelo e que enecessario desenvolver um par de<br />

intercepta<strong>do</strong>res para cada tipo de aplicac~ao ja que otimizac~oes e funcionalidades<br />

s~ao, em geral, dependentes <strong>do</strong> tipo de problema. Recentemente, a IBM<br />

desenvolveu um sistema de acesso a servi<strong>do</strong>res Web para computac~ao movel,<br />

chama<strong>do</strong> de WebExpress [108], basea<strong>do</strong> neste modelo.<br />

7.1.2.2 Modelo Par{Par<br />

Numa arquitetura par{par (peer-to-peer) n~ao existe distinc~ao entre estac~oes<br />

que exercem o papel de cliente e estac~oes que exercem o papel de servi<strong>do</strong>r. Idealmente,<br />

cada estac~ao tem a funcionalidade completa <strong>do</strong> cliente e <strong>do</strong> servi<strong>do</strong>r.<br />

Mapean<strong>do</strong> esse modelo para a computac~ao movel, os computa<strong>do</strong>res se tornam<br />

parceiros id^enticos numa computac~ao distribu da. Neste caso, um servico pode


132 Cap tulo 7. Algoritmos Distribu <strong>do</strong>s<br />

ser disponibiliza<strong>do</strong> em um computa<strong>do</strong>r movel, mas para economizar energia<br />

pode ter que ser desliga<strong>do</strong> ou operar no mo<strong>do</strong> <strong>do</strong>ze o que, naturalmente, n~ao e<br />

conveniente.<br />

Aplicac~oes onde e necessario executar algum tipo de trabalho cooperativo<br />

entre entidades parceiras s~ao fortes candidatas a usarem o modelo par{par [192].<br />

No modelo cliente/servi<strong>do</strong>r, as entidades cooperantes n~ao trocam informac~oes<br />

diretamente, mas sim atraves de um servi<strong>do</strong>r. Esta situac~ao pode acarretar<br />

um custo de comunicac~ao eleva<strong>do</strong> se os clientes estiverem sicamente longe <strong>do</strong><br />

servi<strong>do</strong>r, ou mesmo n~ao possibilitar a comunicac~ao entre as entidades pares se<br />

num determina<strong>do</strong> momento n~ao houver um caminho entre um cliente movel e<br />

o servi<strong>do</strong>r independente de existir um canal entre os clientes.<br />

7.1.2.3 Modelo Agente Movel<br />

Agentes moveis s~ao processos que migram de um computa<strong>do</strong>r para outro para<br />

executar uma tarefa espec ca [61]. Cada agente movel possui instruc~oes, da<strong>do</strong>s<br />

e um esta<strong>do</strong> de execuc~ao. Neste modelo, o agente movel executa de forma<br />

aut^onoma e independente da aplicac~ao que o invocou. O agente, ao chegar no<br />

seu destino, e autentica<strong>do</strong>, prepara<strong>do</strong> para execuc~ao num ambiente de execuc~ao<br />

na entidade destino e, nalmente, executa<strong>do</strong>. O agente movel, no objetivo de<br />

executar sua tarefa, pode se transferir para outra estac~ao, criar e disparar<br />

para execuc~ao novos agentes ou interagir com outros agentes. Ao terminar sua<br />

tarefa, o agente movel envia os resulta<strong>do</strong>s para a aplicac~ao que o invocou ou<br />

para um servi<strong>do</strong>r especi ca<strong>do</strong> inicialmente.<br />

Algumas das caracter sticas principais de agentes moveis s~ao: habilidade<br />

de um agente interagir e cooperar com outros agentes, autonomia no senti<strong>do</strong><br />

que sua execuc~ao procede com nenhuma ou pouca intervenc~ao da entidade<br />

que disparou esse agente, executar em diferentes plataformas de hardware e<br />

software, o que leva a um alto grau de interoperabilidade, ser capaz de responder<br />

aeventos externos, e ser capaz de mover de uma estac~ao para outra.<br />

Agentes moveis s~ao projeta<strong>do</strong>s normalmente para tomar decis~oes e resolver<br />

problemas. Note que agentes moveis n~ao devem ser trata<strong>do</strong>s como uma bola de<br />

cristal ou uma bala de prata, capazes de advinhar e resolver to<strong>do</strong>s os problemas.<br />

As suas tarefas, por exemplo, tomada de decis~oes e resolver problemas, podem<br />

ser executadas seguin<strong>do</strong> paradigmas propostos em Intelig^encia Artici cial ou<br />

outra area de Ci^encia da Computac~ao.<br />

Normalmente existem duas linguagens envolvidas com um agente movel.<br />

Uma e a linguagem de programac~ao usada para expressar a tarefa <strong>do</strong> agente.<br />

Em geral, esta e uma linguagem <strong>do</strong> tipo script. A segunda linguagem esta as-


7.1 Modelos Computacionais para Ambientes Moveis 133<br />

sociada a representac~ao <strong>do</strong> conhecimento que tem como objetivo prover meios<br />

para expressar objetivos, prefer^encias, tarefas e regras apropria<strong>do</strong>s para diferentes<br />

<strong>do</strong>m nios.<br />

Um <strong>do</strong>s principais problemas para aceitac~ao <strong>do</strong>s agentes moveis e a quest~ao<br />

de seguranca que envolve aspectos de protec~ao contra v rus, autenticac~ao, privacidade<br />

e utilizac~ao de recursos locais da estac~ao. Atualmente ja existem<br />

diversos sistemas de agentes moveis tanto comerciais quanto prototipos de pesquisa<br />

dispon veis na Internet [160].<br />

Agentes moveis prov^eem um meto<strong>do</strong> ass ncrono e e ciente para pesquisar<br />

por informac~oes ou servicos em redes que se alteram rapidamente. Tambem s~ao<br />

adequa<strong>do</strong>s para tratarem de desconex~oes constantes e redes de baixa velocidade.<br />

O modelo computacional de agente suporta o mo<strong>do</strong> de operac~ao desconecta<strong>do</strong>.<br />

Por exemplo, durante uma rapida conex~ao, um cliente movel pode invocar<br />

um agente e ent~ao desconectar-se. O agente prossegue independentemente<br />

com o objetivo de executar a sua tarefa. Quan<strong>do</strong> a tarefa esta terminada, o<br />

agente espera por uma conex~ao com o cliente movel para enviar o resulta<strong>do</strong>. De<br />

forma similar, um agente movel pode ser leva<strong>do</strong> da rede xa para o computa<strong>do</strong>r<br />

movel antes de uma desconex~ao. O agente funciona como um representante<br />

da aplicac~ao interagin<strong>do</strong> com o usuario mesmo durante desconex~oes. De uma<br />

forma generica, um agente movel pode ser usa<strong>do</strong> para levar uma funcionalidade<br />

de uma estac~ao para outra consideran<strong>do</strong> os recursos dispon veis num<br />

determina<strong>do</strong> momento.<br />

Ao permitir que um cliente movel invoque um agente, a parte pesada da<br />

computac~ao pode car na rede xa. Neste modelo, a mobilidade e impl cita.<br />

Agentes moveis migram para executar suas tarefas, possivelmente interagin<strong>do</strong><br />

com outros agentes, mas tambem para seguir computa<strong>do</strong>res moveis. Note que<br />

omodelocliente/agente/servi<strong>do</strong>r pode ser visto como uma forma de um agente<br />

estatico.<br />

7.1.3 Consideran<strong>do</strong> o Ambiente<br />

Um ambiente de computac~ao movel e por natureza din^amico. Num determina<strong>do</strong><br />

momento pode haver uma total desconex~ao de uma unidade movel com<br />

a sua estac~ao base enquanto em outro local uma outra unidade pode estar totalmente<br />

conectada a outra estac~ao. Apos alguns instantes, esta situac~ao pode<br />

se inverter. Os recursos dispon veis para um computa<strong>do</strong>r movel tambem s~ao<br />

variaveis dependen<strong>do</strong> de sua localizac~ao e facilidade de acesso a infra-estrutura<br />

xa. Por exemplo, numa determinada regi~ao pode n~ao haver um servi<strong>do</strong>r de<br />

impressora. Ou ainda, uma unidade movel ao se conectar sicamente arede xa


134 Cap tulo 7. Algoritmos Distribu <strong>do</strong>s<br />

pode passar a ter acesso a uma quantidade maior de recursos computacionais.<br />

Um computa<strong>do</strong>r movel ao mudar sua localizac~ao tambem muda a con gurac~ao<br />

da rede e o centro da atividade computacional. Em resumo, um sistema movel<br />

possui recursos variaveisemgrauenumero de forma heterog^enea pela rede.<br />

Logo, os algoritmos, ou o software de forma generica, para a computac~ao movel<br />

devem ser projeta<strong>do</strong>s para se adaptarem constantemente as condic~oes <strong>do</strong> ambiente<br />

[87, 133]. A sec~ao 2.4 discute mais detalhadamente os fatores principais<br />

que afetam o projeto de computa<strong>do</strong>res moveis.<br />

Uma das tarefas principais <strong>do</strong>s agentes e usar informac~oes sobre recursos<br />

dispon veis no computa<strong>do</strong>r movel e as condic~oes <strong>do</strong> meio para otimizar as comunicac~oes<br />

no enlace e mudar as funcionalidades atribu das ao cliente movel.<br />

Logo, toda computac~ao executada num ambiente movel deve poder ser adaptada<br />

as condic~oes atuais <strong>do</strong> ambiente.<br />

Uma quest~ao fundamental num projeto de um sistema movel e de nir onde<br />

o suporte a mobilidade sera trata<strong>do</strong>. Uma possibilidade e deixar essa responsabilidade<br />

totalmente para o sistema operacional e tu<strong>do</strong> que se refere ao<br />

ambiente passa a ser transparente para as aplicac~oes. O problema e que n~ao ha<br />

uma melhor forma para atender todas aplicac~oes com necessidades e requisitos<br />

diferentes o que torna esta abordagem impraticavel. No outro extremo, essa<br />

responsabilidade ca com cada aplicac~ao sem nenhuma interfer^encia <strong>do</strong> sistema<br />

operacional. Esta abordagem n~ao tem como resolver demandas de diferentes<br />

aplicac~oes e n~ao garante um limite de uso de recursos dispon veis na unidade<br />

movel. Alem disso, os projetistas das aplicac~oes devem (re)escrev^e-las levan<strong>do</strong><br />

em considerac~ao esse novo requisito.<br />

O que ca evidente equen~ao existe um unico lugar onde as quest~oes ligadas<br />

ao ambiente devem ser tratadas. O que parece ser mais razoavel, ja que n~ao<br />

existe uma tend^encia de nida, e ter agentes presentes nos diferentes n veis<br />

envolvi<strong>do</strong>s na comunicac~ao entre o cliente movel e o servi<strong>do</strong>r na rede xa,<br />

e esses agentes cooperarem entre si. Por exemplo, um agente na camada de<br />

comunicac~ao pode informar um agente de uma aplicac~ao MPEG para descartar<br />

quadros em func~ao das condic~oes <strong>do</strong> enlace sem o [243].<br />

A seguir, s~ao descritos alguns trabalhos que t^em segui<strong>do</strong> esta direc~ao.<br />

Satyanarayanan et al. [203] argumentam que suporte a mobilidade eum<br />

compromisso a ser dividi<strong>do</strong> por aplicac~oes e sistema operacional. Nessa abordagem,<br />

o sistema operacional informa a aplicac~ao de mudancas no ambiente<br />

de acor<strong>do</strong> com certos princ pios que devem ser estabeleci<strong>do</strong>s. Os <strong>do</strong>is servicos<br />

basicos que um sistema operacional deve oferecer s~ao:<br />

(i) Noti car a aplicac~ao de qualquer mudanca no ambiente que seja relevante<br />

a sua execuc~ao, e


7.2 Modelos para um Cliente Web 135<br />

(ii) Prover um mecanismo de gerenciamento de recursos.<br />

Mudancas no ambiente incluem mudancas na localizac~ao da unidade movel<br />

usan<strong>do</strong> dead-reckoning (tecnica para identi cac~ao da latidude e longitude de<br />

um objeto que n~ao se baseia na posic~ao de corpos celestes), largura de banda<br />

dispon vel, taxa de bits erra<strong>do</strong>s, taxa sinal{ru <strong>do</strong> e energia dispon vel. Todas<br />

estas informac~oes devem ser obtidas e passadas ao sistema operacional que ira<br />

se encarregar de repassa-las as aplicac~oes, ou o contrario, ou seja, informac~oes<br />

obtidas pelas aplicac~oes e que devem ser repassadas ao sistema operacional.<br />

Oponto de partida para o processo poder acontecer e a de nic~ao de como as<br />

informac~oes referentes ao ambiente s~ao obtidas.<br />

Os princ pios a serem usa<strong>do</strong>s pelo sistema operacional para noti car as<br />

aplicac~oes e vice-versa tambem e um aspecto importante <strong>do</strong> projeto de sistemas<br />

moveis. Por exemplo, como, que tipo e em que momento mudancas detectadas<br />

pelo sistema operacional devem ser passadas para as aplicac~oes e vice-versa.<br />

Parte <strong>do</strong> problema{como fazer|pode ser solucionada de nin<strong>do</strong> primitivas de<br />

servico para gerenciamento de recursos que devem ser representa<strong>do</strong>s usan<strong>do</strong><br />

um modelo uniforme [167, 184].<br />

O sistema Odyssey [168] de ne uma interface para negociac~ao de recursos<br />

entre aplicac~oes e sistema operacional atraves da qual mudancas no ambiente<br />

s~ao noti cadas. Por exemplo, uma aplicac~ao pode requisitar ao sistema Odyssey<br />

para ser noti cada quan<strong>do</strong> o valor de um determina<strong>do</strong> recurso estiver fora<br />

de uma determinada faixa. Nessa proposta e responsabilidade da aplicac~ao<br />

adaptar-se as condic~oes <strong>do</strong> ambiente uma vez que tenha si<strong>do</strong> noti cada.<br />

7.2 Modelos para um Cliente Web<br />

Esta sec~ao mostra, atraves de um exemplo, como os diferentes modelos de<br />

comunicac~ao explica<strong>do</strong>s na sec~ao 7.1.2 podem ser usa<strong>do</strong>s no projeto de um<br />

cliente Web, ou browser. A Web ja e considerada como a interface \de fato"<br />

para acessar informac~oes na Internet. E natural que essa interface tambem seja<br />

usada em computa<strong>do</strong>res moveis ja que seria inconveniente uma pessoa ter que<br />

usar uma interface no computa<strong>do</strong>r na rede xa e outra interface de acesso a<br />

rede no sistema movel.<br />

O projeto World Wide Web e basea<strong>do</strong> na linguagem de descric~ao de <strong>do</strong>cumentos<br />

HTML (HyperText Markup Language) [39] e no protocolo HTTP<br />

(HyperText Transfer Protocol) [40] e toda comunicac~ao segue o modelo cliente/servi<strong>do</strong>r.<br />

No entanto, as limitac~oes introduzidas pela comunicac~ao sem<br />

o tornam inviavel a utilizac~ao de um cliente Web nesse ambiente. Alem disso


136 Cap tulo 7. Algoritmos Distribu <strong>do</strong>s<br />

o protocolo HTTP possui algumas caracter sticas que o torna inadequa<strong>do</strong> para<br />

a computac~ao movel:<br />

Forma de requisitar objetos de uma pagina HTML: para cada objeto<br />

gra co presente numa pagina HTML, o protocolo HTTP vers~ao 1.0 abre<br />

uma conex~ao TCP/IP com o servi<strong>do</strong>r. Esta operac~ao claramente aumenta<br />

o overhead ealat^encia. Este problema esta sen<strong>do</strong> resolvi<strong>do</strong> com a vers~ao<br />

1.1 [85, 120].<br />

Transmiss~ao redundante de capacidades: o protocolo HTTP n~ao possui<br />

um esta<strong>do</strong> ou memoria de suas ac~oes. Echama<strong>do</strong> de um servi<strong>do</strong>r stateless,<br />

ou seja, trata cada requisic~ao como uma transac~ao independente, n~ao<br />

relacionada com uma requisic~ao anterior. Isto faz com que o cliente Web<br />

tenha que enviar a sua lista de capacidades (200 a 400 bytes) em cada<br />

requisic~ao. Essa lista e normalmente a mesma para um da<strong>do</strong> cliente Web.<br />

Protocolo textual: a informac~ao de controle no HTTP e codi cada em<br />

ASCII e usa palavras voltadas para o ser humano o que aumenta o numero<br />

de bytes transmiti<strong>do</strong>s por requisic~ao.<br />

Mesmo em redes xas, o protocolo HTTP tem problemas de escalabilidade<br />

que resultaram em melhorias propostas na vers~ao 1.1. Num ambiente de<br />

comunicac~ao sem o, o acesso a servi<strong>do</strong>res Web se torna inviavel devi<strong>do</strong> ao<br />

longo tempo de resposta e eventuais temporizac~oes. Housel, Samaras e Lindquist<br />

[108] relatam um experimento feito para acessar uma aplicac~ao simples<br />

DB2 com 10 paginas totalizan<strong>do</strong> 30000 bytes a partir de um ambiente de comunicac~ao<br />

sem o liga<strong>do</strong> a uma rede corporativa que estava ligada a Internet.<br />

To<strong>do</strong>oambiente de teste usa<strong>do</strong> n~ao foi controla<strong>do</strong>. Para cada pagina recuperada<br />

foi gera<strong>do</strong> um trafego de 56 kbytes e levou mais de 20 minutos para trazer<br />

todas as paginas.<br />

A seguir, s~ao discuti<strong>do</strong>s alguns modelos computacionais que podem ser<br />

emprega<strong>do</strong>s no projeto de uma aplicac~ao Web num ambiente de computac~ao<br />

movel. S~ao discutidas poss veis otimizac~oes que podem ser usadas supon<strong>do</strong> que<br />

o hardware e o software de suporte n~ao prov^e nenhum suporte a mobilidade.<br />

As extens~oes dependem <strong>do</strong> tipo de cliente e atividades executadas.<br />

7.2.1 Modelos Cliente/Servi<strong>do</strong>r<br />

No modelo cliente/servi<strong>do</strong>r puro o cliente, no computa<strong>do</strong>r movel, comunica<br />

diretamente com o servi<strong>do</strong>r Web, na rede xa, atraves <strong>do</strong> enlace sem o. Qualquer<br />

otimizac~ao deve ser feita diretamente no codigo <strong>do</strong> programa cliente ou<br />

<strong>do</strong> servi<strong>do</strong>r.


7.2 Modelos para um Cliente Web 137<br />

7.2.1.1 Modelo Cliente/Agente/Servi<strong>do</strong>r<br />

Neste caso deve haver um agente Web na rede xa que representa um ou mais<br />

clientes Web. To<strong>do</strong> trafego de/para computa<strong>do</strong>r movel passa por esse agente<br />

que pode ter como objetivo minimizar o processamento no cliente e servi<strong>do</strong>r e a<br />

comunicac~ao <strong>do</strong> servi<strong>do</strong>r para o cliente supon<strong>do</strong> que o cliente n~ao se modi ca.<br />

Algumas das poss veis func~oes a serem executadas pelo agente Web s~ao:<br />

Caching que emanti<strong>do</strong> ao longo de varias sess~oes. Com isso ediminu <strong>do</strong><br />

o trafego com o servi<strong>do</strong>r Web ja que basta ao agente perguntar o servi<strong>do</strong>r<br />

se o objeto requisita<strong>do</strong> tem uma data de atualizac~ao mais recente <strong>do</strong> que<br />

esta na sua copia local.<br />

Prefetching que e usa<strong>do</strong> para otimizar a navegac~ao na rede basea<strong>do</strong> num<br />

per l cria<strong>do</strong> pelo usuario ou um outro criterio [188].<br />

Execuc~ao de tarefas especi cadas pelo usuario como consolidac~ao de<br />

varios <strong>do</strong>cumentos HTML em um unico <strong>do</strong>cumento usan<strong>do</strong> criterios prede<br />

ni<strong>do</strong>s [193, 227].<br />

Filtros dependentes da aplicac~ao como compress~ao com ou sem perda e<br />

reordenac~ao de texto antes de enviar qualquer da<strong>do</strong> para o cliente [33].<br />

As otimizac~oes sugeridas acima s~ao mais apropriadas para clientes Web que<br />

t^em baixa atividade computacional. E importante observar que dependen<strong>do</strong> <strong>do</strong><br />

tipo de otimizac~ao o cliente pode ter que ser altera<strong>do</strong>. Por exemplo, entender<br />

uma nova representac~ao de compress~ao de da<strong>do</strong>s.<br />

7.2.1.2 Modelo Cliente/Intercepta<strong>do</strong>r/Servi<strong>do</strong>r<br />

Neste caso deve haver <strong>do</strong>is agentes Web sen<strong>do</strong> um na rede xa e outro no<br />

cliente movel por onde passa toda a comunicac~ao entre o cliente e o servi<strong>do</strong>r.<br />

O objetivo <strong>do</strong>s agentes e cooperarem entre si para diminuir o volume de trafego<br />

no enlace sem o. Isto pode ser realiza<strong>do</strong> como [88, 131,188]:<br />

Alterac~oes no protocolo HTTP para minimizar o numero de conex~oes<br />

TCP/IP entre os agentes e reduzir o numero de bytes de cabecalho modi<br />

can<strong>do</strong> o seu formato.<br />

Nesta abordagem o cliente n~ao precisa enviar a sua lista de capacidades<br />

em cada requisic~ao nem e necessario seguir o formato <strong>do</strong> protocolo HTTP.<br />

Acomunicac~ao entre os agentes pode seguir um protocolo proprio que<br />

procure otimizar esses recursos. A comunicac~ao <strong>do</strong>s agentes com as outras<br />

entidades e feita usan<strong>do</strong> os protocolos HTTP e TCP/IP.


138 Cap tulo 7. Algoritmos Distribu <strong>do</strong>s<br />

Observe que a comunicac~ao entre os agentes e totalmente transparente<br />

para o cliente movel e o servi<strong>do</strong>r na rede xa.<br />

Modi cac~ao na forma como um objeto gra co pode ser apresenta<strong>do</strong> ao<br />

cliente.<br />

Nesta abordagem o cliente pode aceitar que um objeto gra co seja comprimi<strong>do</strong><br />

usan<strong>do</strong> um algoritmo que introduza perda de informac~ao ou mesmo<br />

que o objeto gra co tenha a sua resoluc~ao diminu da.<br />

Uso de scripts para gerar paginas din^amicas basea<strong>do</strong> no esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> ambiente<br />

<strong>do</strong> cliente.<br />

A partir de uma pagina din^amica pode-se buscar outras paginas ou executar<br />

alguma tarefa dependen<strong>do</strong> <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> ambiente <strong>do</strong> cliente no<br />

momento em que a requisic~ao HTTP e efetuada.<br />

Uso de cache nos <strong>do</strong>is agentes para armazenar <strong>do</strong>cumentos HTML.<br />

Nesta abordagem o agente na rede xa mantem num cache local os objetos<br />

envia<strong>do</strong>s para o cliente movel. Esses objetos tambem s~ao armazena<strong>do</strong>s<br />

num cache no agente no computa<strong>do</strong>r movel. Quan<strong>do</strong> um objeto e solicita<strong>do</strong><br />

o cache <strong>do</strong> agente na parte movel e consulta<strong>do</strong> para se saber se esta<br />

atualiza<strong>do</strong> ou n~ao. Se n~ao estiver eenviada uma solicitac~ao para o servi<strong>do</strong>r.<br />

O agente na rede xa, ao receber o objeto <strong>do</strong> servi<strong>do</strong>r, so transmite<br />

as diferencas entre as vers~oes anterior e atual diminuin<strong>do</strong> o trafego no<br />

enlace sem o. Finalmente, o agente no computa<strong>do</strong>r movel se encarrega<br />

de reconstituir o objeto.<br />

O modelo basea<strong>do</strong> no intercepta<strong>do</strong>r oferece as vantagens de ser transparente<br />

tanto para o cliente quanto para o servi<strong>do</strong>r Web e ser independente <strong>do</strong>s padr~oes<br />

HTTP e HTML. Housel, Samaras e Lindquist [108] relatam que utilizan<strong>do</strong><br />

varias dessas otimizac~oes para o experimento feito com a aplicac~ao DB2 com<br />

10 paginas, o tempo total diminuiu de 20 para menos de tr^es minutos.<br />

7.2.2 Modelo Par{Par<br />

No modelo par{par os computa<strong>do</strong>res movel e xo s~ao considera<strong>do</strong>s id^enticos e<br />

podem ter um servi<strong>do</strong>r e um cliente Web. No caso de um computa<strong>do</strong>r movel<br />

possuir um servi<strong>do</strong>r Web, provavelmente a sua con gurac~ao sera maior e mais<br />

parecida com um computa<strong>do</strong>r na rede xa. Documentos armazena<strong>do</strong>s no servi<strong>do</strong>r<br />

local s~ao envia<strong>do</strong>s para o cliente movel diretamente, sem envolver nenhuma<br />

comunicac~ao atraves da rede. No entanto requisic~oes <strong>do</strong> cliente movel para outros<br />

servi<strong>do</strong>res ou de outros clientes para o servi<strong>do</strong>r local v~ao envolver o enlace


7.3 Distribuic~ao de Da<strong>do</strong>s e Tarefas 139<br />

sem o. Nesta situac~ao pode-se usar agentes intercepta<strong>do</strong>res para executarem<br />

otimizac~oes descritas acima.<br />

7.2.3 Modelo Agente Movel<br />

Os agentes moveis podem ser usa<strong>do</strong>s conjuntamente com os modelos anteriores<br />

oferecen<strong>do</strong> outras facilidades como mobilidade de agentes para seguirem clientes<br />

e/ou outros servi<strong>do</strong>res, rede nic~ao de atividades exercidas por agentes de<br />

interceptac~ao ao longo <strong>do</strong> tempo e busca de informac~oes na rede.<br />

7.3 Distribuic~ao de Da<strong>do</strong>s e Tarefas<br />

Sistemas distribu <strong>do</strong>s com computa<strong>do</strong>res moveis podem ter, em cada momento,<br />

um numero variavel de elementos computacionais conecta<strong>do</strong>s a rede e diferentes<br />

canais de comunicac~ao conectan<strong>do</strong> diferentes elementos computacionais, ou<br />

seja, possuem uma con gurac~ao din^amica. Existem sistemas distribu <strong>do</strong>s onde<br />

toda comunicac~ao de um computa<strong>do</strong>r movel e feita com uma estac~ao base enquanto<br />

em outros e permitida a comunicac~ao direta entre computa<strong>do</strong>res moveis.<br />

O primeiro tipo de ne um sistema movel tradicional e o segun<strong>do</strong> e conheci<strong>do</strong><br />

como uma rede ad-hoc e tem si<strong>do</strong> motivo de pesquisa mais recentemente.<br />

Devi<strong>do</strong> a mobilidade e para melhorar o desempenho <strong>do</strong> sistema e natural<br />

que da<strong>do</strong>s e tarefas migrem entre diferentes computa<strong>do</strong>res da rede xa e movel.<br />

Nesse ambiente, os algoritmos para distribuic~ao de da<strong>do</strong>s e tarefas precisam<br />

considerar o custo da comunicac~ao que e diferente de uma rede xa. Esse custo<br />

possui <strong>do</strong>is componentes: o primeiro e o custo para pesquisar a posic~ao <strong>do</strong><br />

computa<strong>do</strong>r movel na rede e o segun<strong>do</strong> e o custo da comunicac~ao propriamente<br />

que normalmente e func~ao <strong>do</strong> tempo de conex~ao e n~ao <strong>do</strong> numero de pacotes<br />

transmiti<strong>do</strong>s.<br />

A seguir, s~ao discuti<strong>do</strong>s soluc~oes para distribuic~ao de da<strong>do</strong>s e tarefas num<br />

ambiente de computac~ao movel.<br />

7.3.1 Distribuic~ao de Da<strong>do</strong>s<br />

As propostas para distribuic~ao de da<strong>do</strong>s t^em si<strong>do</strong> in uenciadas pelos trabalhos<br />

da area de bancos de da<strong>do</strong>s distribu <strong>do</strong>s. No entanto, ainda e necessario uma<br />

maior integrac~ao entre os fatores de ambiente que in uenciam o projeto de<br />

sistemas de computac~ao movel e bancos de da<strong>do</strong>s.<br />

Badrinath e Imielinski [24] estudam o problema de onde colocar copias de<br />

um da<strong>do</strong> consideran<strong>do</strong> a frequ^encia de leitura e escrita desse da<strong>do</strong>, a mobilidade


140 Cap tulo 7. Algoritmos Distribu <strong>do</strong>s<br />

<strong>do</strong> clienteeapoltica de gerenciamento de localizac~ao de clientes. O da<strong>do</strong> pode<br />

ser armazena<strong>do</strong> no servi<strong>do</strong>r, no cliente movel ou no servi<strong>do</strong>r responsavel pela<br />

localizac~ao <strong>do</strong> cliente movel dependen<strong>do</strong> <strong>do</strong>s pesos desses fatores.<br />

Huang, Sistla e Wolfson [110] consideram o problema de acesso a um banco<br />

de da<strong>do</strong>s num computa<strong>do</strong>r xo a partir de um computa<strong>do</strong>r movel. O objetivoe<br />

determinar em que condic~oes o custo da comunicac~ao eminiza<strong>do</strong>aosemanter<br />

uma copia local <strong>do</strong> da<strong>do</strong> no computa<strong>do</strong>r movel. Intuitivamente, deve-se manter<br />

uma copia local de um da<strong>do</strong> que e frequentemente li<strong>do</strong> e poucas vezes altera<strong>do</strong>.<br />

O trabalho apresenta um estu<strong>do</strong> de desempenho para diferentes esquemas de<br />

alocac~ao estatica e din^amica supon<strong>do</strong> que a comunicac~ao e orientada a conex~ao<br />

e o custo pode ser basea<strong>do</strong> no tempo ou no numero de mensagens trocadas entre<br />

os processos.<br />

Barbara e Garcia-Molina [31] sugerem projetar algoritmos para determinar<br />

a localizac~ao de da<strong>do</strong>s replica<strong>do</strong>s usan<strong>do</strong> um \diretorio"|uma estrutura de<br />

da<strong>do</strong>s sobre os itens replica<strong>do</strong>s. Por sua vez o diretorio tambem pode ser<br />

parcial ou totalmente replica<strong>do</strong>. O diretorio tem um papel similar a um sistema<br />

de gerenciamento de banco de da<strong>do</strong>s que e responsavel por executar todas<br />

transac~oes no conjunto de da<strong>do</strong>s.<br />

7.3.2 Distribuic~ao de Tarefas<br />

A distribuic~ao e mudanca de localizac~ao de uma tarefa num sistema de computac~ao<br />

movel deve considerar como a aplicac~ao trata essa atividade e que<br />

fatores a in uenciam. Outro aspecto e em que momento pode haver a mudanca<br />

de uma tarefa.<br />

A realocac~ao de uma computac~ao pode ser transparente ou n~ao para a<br />

aplicac~ao. Se for transparente o sistema operacional se encarrega de todas<br />

as atividades necessarias amudanca. Se n~ao for o sistema operacional deve<br />

oferecer os mecanismos para a distribuic~ao e realocac~ao mas toda decis~ao e<br />

feita pela aplicac~ao.<br />

Dentre os diversos fatores que podem in uenciar a distribuic~ao e mudanca<br />

de localizac~ao de uma computac~ao temos:<br />

Concentrac~ao da atividade: o objetivo e ter uma computac~ao mais perto<br />

de um centro de atividade para minimizar algum custo global de processamento.<br />

Garantia de uma qualidade de servico: o objetivo e executar uma<br />

aplicac~ao mesmo na presenca de uma falha no sistema ou que a carga<br />

seja distribu da.


7.3 Distribuic~ao de Da<strong>do</strong>s e Tarefas 141<br />

Custo para fazer a distribuic~ao e realocac~ao de uma tarefa: o objetivo e<br />

minimizar os custos envolvi<strong>do</strong>s com a realocac~ao de uma computac~ao que<br />

s~ao transfer^encia de contexto e comunicac~ao com uma ou mais estac~oes.<br />

A distribuic~ao e mudanca de uma tarefa pode ocorrer depois de uma unidade<br />

de computac~ao ter si<strong>do</strong> executada ou em qualquer instante durante o<br />

processamento. No primeiro caso de ne-se uma granularidade dependente da<br />

aplicac~ao para se determinar o momento em que ocorre a realocac~ao. Por<br />

exemplo, numa aplicac~ao baseada em servi<strong>do</strong>r Web pode-se de nir como granularidade<br />

uma URL ou, numa aplicac~ao de banco de da<strong>do</strong>s, uma transac~ao.<br />

Para estes <strong>do</strong>is exemplos isto signi ca que uma mudanca so ocorreria depois<br />

de uma URL ter si<strong>do</strong> transmitida e uma transac~ao ter si<strong>do</strong> executada.<br />

A seguir e discuti<strong>do</strong> como a distribuic~ao e mudanca de tarefas e tratada<br />

pelos diferentes modelos computacionais.<br />

7.3.2.1 Modelo Cliente/Servi<strong>do</strong>r<br />

Se existe somente um servi<strong>do</strong>r, a soluc~ao mais razoavel, em princ pio, emudar<br />

o servi<strong>do</strong>r para mais perto da maioria <strong>do</strong>s clientes e n~ao o contrario. Epossvel<br />

ter mais exibilidade no caso de uma aplicac~ao com informac~ao replicada entre<br />

varios servi<strong>do</strong>res interconecta<strong>do</strong>s entre si cobrin<strong>do</strong> uma area geogra ca.<br />

Neste caso, a distribuic~ao e mudanca de uma tarefa pode considerar o servi<strong>do</strong>r<br />

localiza<strong>do</strong> mais perto. Esta arquitetura pode servir de base para servicos de<br />

informac~ao pessoal em computac~ao movel [123]. O processo de transfer^encia de<br />

servico entre servi<strong>do</strong>res echama<strong>do</strong> de service han<strong>do</strong> [123] e inclui o contexto<br />

no servi<strong>do</strong>r e informac~oes sobre o cliente.<br />

Do ponto de vista da aplicac~ao a mudanca pode ser feita de forma transparente<br />

ou n~ao. Tait e Duchamp [222] e Kistler e Satyanarayanan [136] prop~oem<br />

que os clientes sejam atribu <strong>do</strong>s aos servi<strong>do</strong>res de forma transparente. Neste<br />

caso, os servi<strong>do</strong>res executam um algoritmo de controle de coer^encia para garantir<br />

a transpar^encia de mobilidade <strong>do</strong> controle de execuc~ao da tarefa para<br />

os clientes. Por outro la<strong>do</strong>, na abordagem proposta por Terry et al. [229] uma<br />

aplicac~ao pode acessar qualquer servi<strong>do</strong>r para executar seu processamento. A<br />

aplicac~ao de ne criterios de correc~ao que s~ao garanti<strong>do</strong>s pelo sistema.<br />

7.3.2.2 Modelo Cliente/Servi<strong>do</strong>r com Agente<br />

Neste modelo o agente pode ter func~oes distintas: representar o cliente na rede<br />

xa ou ser responsavel por um servico espec co como descrito na sec~ao 7.1.2.1.<br />

Como tanto os clientes quanto os agentes podem se mover na rede o ideal


142 Cap tulo 7. Algoritmos Distribu <strong>do</strong>s<br />

e que se pudesse prever para que celula o cliente movel esta semoven<strong>do</strong> e,<br />

assim, determinar a mudanca de agentes e servi<strong>do</strong>res. Liu, Marlevi e Maguire<br />

Jr. [142] prop~oem um esquema de pre-alocac~ao de um agente e servi<strong>do</strong>r a um<br />

novo local da rede quan<strong>do</strong> um cliente movel comeca a alterar sua localizac~ao. A<br />

nova localizac~ao e obtida atraves de um algoritmo de predic~ao de movimento<br />

basea<strong>do</strong> no historico de movimentos <strong>do</strong> cliente. O objetivo deste esquema e<br />

permitir que o cliente tenha acesso a servicos e da<strong>do</strong>s com a mesma e ci^encia<br />

da localizac~ao anterior.<br />

7.3.2.3 Agentes Moveis<br />

No caso de agentes moveis, existem ambientes de programac~ao e sistemas operacionais<br />

que prov^eem primitivas para criar e mover agentes. Aplicac~oes podem<br />

usar essas facilidades para implementar mobilidade levan<strong>do</strong> em considerac~ao os<br />

fatores discuti<strong>do</strong>s no inicio da sec~ao 7.3.2. As diversas propostas diferem no<br />

tipo de da<strong>do</strong> que e permiti<strong>do</strong> mover. As linguagens Tcl [172] eJava [97] movem<br />

apenas o codigo. Agentes Telescript [238] movem seus codigos e esta<strong>do</strong>s<br />

de execuc~ao. O sistema Obliq [56] estende o sistema Telescript para transferir<br />

tambem as conex~oes de rede que est~ao ativas no momento da realocac~ao.<br />

Bradshaw[52] discute em detalhes agentes de software que podem ser usa<strong>do</strong>s<br />

na mobilidade de tarefas.<br />

7.4 Recuperac~ao de Falhas<br />

O trabalho de pesquisa na area de recuperac~ao de falhas num ambiente de computac~ao<br />

movel tem concentra<strong>do</strong> na obtenc~ao de esta<strong>do</strong>s globais consistentes de<br />

aplicac~oes distribu das [4, 166,186, 187]. Recuperac~ao de transac~oes para computac~ao<br />

movel ainda e um assunto em aberto. As caracter sticas de ambiente<br />

que t^em si<strong>do</strong> consideradas no projeto de algoritmos para obtenc~ao de esta<strong>do</strong>s<br />

globais consistentes s~ao:<br />

(a) Durante uma computac~ao o computa<strong>do</strong>r movel pode passar de uma celula<br />

para outra e deve-se, ent~ao, determinar onde o proximo esta<strong>do</strong> local sera<br />

armazena<strong>do</strong><br />

(b) O computa<strong>do</strong>r movel possui memoria estavel (stable memory) usada para<br />

armazenar esta<strong>do</strong>s consistentes<br />

(c) Existe um enlace sem o dispon vel para comunicac~ao com outras entidades.


7.4 Recuperac~ao de Falhas 143<br />

Aseguire discuti<strong>do</strong> o processo de recuperac~ao de falhas em ambientes<br />

moveis e os algoritmos que implementam recuperac~ao de falhas.<br />

7.4.1 Esta<strong>do</strong> Global Consistente em um Ambiente Movel<br />

Recuperac~ao de falhas em sistemas distribu <strong>do</strong>s e basea<strong>do</strong> no trabalho pioneiro<br />

de Chandy e Lamport [59] para obtenc~ao de esta<strong>do</strong>s globais consistentes. Os<br />

algoritmos propostos armazenam periodicamente o esta<strong>do</strong> da aplicac~ao numa<br />

memoria estavel. Quan<strong>do</strong> ocorre uma falha, a aplicac~ao usa os esta<strong>do</strong>s armazena<strong>do</strong>s<br />

ao longo da computac~ao (checkpoint) para retornar ao ultimo esta<strong>do</strong><br />

global consistente e reiniciar a computac~ao. Um esta<strong>do</strong> global inclui o esta<strong>do</strong><br />

de cada processo participante na aplicac~ao distribu da e o esta<strong>do</strong> <strong>do</strong>s canais<br />

de comunicac~ao. As duas condic~oes basicas para recuperac~ao de falhas em um<br />

sistema distribu <strong>do</strong> s~ao:<br />

Consist^encia: um checkpoint global e consistente se a condic~ao \para<br />

qualquer mensagem m, seoevento rcv(m) esta inclu <strong>do</strong> no checkpoint<br />

global, ent~aooevento send(m) tambem esta inclu <strong>do</strong> no checkpoint" e<br />

valida.<br />

Recuperac~ao: para evitar perda de mensagens em tr^ansito, ou seja, mensagens<br />

que foram enviadas mas ainda n~ao foram recebidas por nenhum<br />

processo, se o checkpoint global consistente contem o evento send(m)<br />

mas n~ao contem o evento rcv(m), ent~ao o protocolo de recuperac~ao deve<br />

salvar a mensagem m tambem.<br />

Algoritmos de recuperac~ao s~ao normalmente classi ca<strong>do</strong>s em <strong>do</strong>is tipos:<br />

coordena<strong>do</strong>s e n~ao coordena<strong>do</strong>s. Algoritmos coordena<strong>do</strong>s [59] requerem que os<br />

participantes coordenem seus checkpoints locais para garantir que seja poss vel<br />

obter um checkpoint global consistente. Algoritmos n~ao coordena<strong>do</strong>s [221, 237]<br />

permitem que os processos facam o checkpoint de seus esta<strong>do</strong>s locais de forma<br />

independente. Durante o processo de recuperac~ao, deve haver uma coordenac~ao<br />

para selecionar um checkpoint de cada participante que leve aumcheckpoint<br />

global consistente.<br />

Devi<strong>do</strong> as caracter sticas <strong>do</strong> ambiente movel (sec~ao 2.4) estes <strong>do</strong>is tipos de<br />

algoritmos n~ao podem ser aplica<strong>do</strong>s diretamente a um sistema de computac~ao<br />

movel. Algoritmos coordena<strong>do</strong>s enviam mensagens de controle para computa<strong>do</strong>res<br />

moveis para fazer a sincronizac~ao de checkpoint. Esses algoritmos devem<br />

considerar tr^es pontosnocasodeumambiente movel: custo adicional para<br />

localizar o dispositivo movel, o fato <strong>do</strong> computa<strong>do</strong>r poder se deslocar para


144 Cap tulo 7. Algoritmos Distribu <strong>do</strong>s<br />

outra celula antes <strong>do</strong> processo de checkpoint estar termina<strong>do</strong> e, como recuperar<br />

um checkpoint global consistente quan<strong>do</strong> houverem estac~oes desconectadas.<br />

Algoritmos n~ao coordena<strong>do</strong>s s~ao mais adequa<strong>do</strong>s para computac~ao movel pois<br />

permitem as unidades moveis fazerem o checkpoint de seus esta<strong>do</strong>s locais sem<br />

trocar mensagens. No entanto, para recuperac~ao <strong>do</strong> checkpoint global consistente<br />

e necessario trocar mensagens entre os participantes,eostr^es problemas<br />

aponta<strong>do</strong>s acima aparecem nesse momento.<br />

A seguir s~ao apresentadas algumas propostas de algoritmos de recuperac~ao<br />

de falhas para ambientes de computac~ao movel.<br />

7.4.2 Algoritmos para Recuperac~ao de Falhas em um<br />

Ambiente Movel<br />

Recentemente, foram propostos alguns algoritmos coordena<strong>do</strong>s [166, 187]en~ao<br />

coordena<strong>do</strong>s [4, 186] para recuperac~ao de falhas em um ambiente movel. Esses<br />

algoritmos podem ser ainda classi ca<strong>do</strong>s quanto ao grau de adaptabilidade e se<br />

amemoria estavel <strong>do</strong> computa<strong>do</strong>r movel e considerada um lugar seguro para<br />

armazenar o esta<strong>do</strong> local ou n~ao. Isto leva a classi cac~ao das falhas em soft<br />

e hard. Uma falha soft n~ao dani ca permanentemente um computa<strong>do</strong>r movel<br />

como por exemplo uma falha <strong>do</strong> sistema operacional ou falta de energia. Uma<br />

falha hard causa um serio problema a unidade movel como um problema permanente<br />

com a unidade de memoria. Falhas soft s~ao tratadas por checkpoints<br />

soft que s~ao armazena<strong>do</strong>s no computa<strong>do</strong>r movel enquanto falhas hard devem<br />

ser tratadas por checkpoints hard armazena<strong>do</strong>s na rede xa. Checkpoints armazena<strong>do</strong>s<br />

localmente num computa<strong>do</strong>r movel n~ao precisam ser transmiti<strong>do</strong>s<br />

atraves <strong>do</strong> enlace sem o, s~ao faceis de serem gera<strong>do</strong>s e armazena<strong>do</strong>s, e n~ao<br />

impedem que a unidade movel continue a trabalhar mesmo durante uma desconex~ao.<br />

A tabela 7.2 discute como algumas quest~oes referentes a recuperac~ao<br />

de falhas est~ao relacionadas com o tipo de conectividade <strong>do</strong> computa<strong>do</strong>r movel<br />

a rede xa.<br />

Acharya e Badrinath [4] e Pradhan, Krishna e Vaidya [186] discutem algoritmos<br />

n~ao coordena<strong>do</strong>s onde a memoria em disco <strong>do</strong> computa<strong>do</strong>r movel<br />

einstavel e, consequemente, inadequada para armazenamento <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> <strong>do</strong><br />

processo participante da computac~ao. O algoritmo apresenta<strong>do</strong> em [4] usa a<br />

abordagem de log imediato onde o computa<strong>do</strong>r movel cria um novo checkpoint<br />

toda vez que recebe uma mensagem apos uma mensagem ter si<strong>do</strong> enviada. Este<br />

procedimento de ne uma \regra de duas fases," que devidamente aplicada, garante<br />

sempre a construc~ao de um checkpoint global consistente. Etambem<br />

responsabilidade <strong>do</strong> computa<strong>do</strong>r movel gerar um checkpoint toda a vez que


7.4 Recuperac~ao de Falhas 145<br />

Tipo de Conectividade<br />

Quest~ao Conecta<strong>do</strong> Desconecta<strong>do</strong> Conecta<strong>do</strong><br />

as vezes<br />

Tipo<br />

(log)<br />

de registro<br />

Relac~ao <strong>do</strong> tipo de<br />

checkpoints<br />

Tipo<br />

coordenac~ao<br />

de<br />

Cliente com baixa<br />

atividade computacional<br />

(memoria<br />

estavel<br />

con avel)<br />

n~ao e<br />

Cliente com alta<br />

atividade computacional<br />

(memoria<br />

estavel segura)<br />

Imediato<br />

periodico<br />

ou Periodico Periodico<br />

#hard #soft Somente soft #soft > #hard<br />

Coordena<strong>do</strong> ou<br />

n~ao coordena<strong>do</strong><br />

Minimizar ou<br />

balancear o uso<br />

<strong>do</strong> cliente<br />

Maximizar ou<br />

balancear o uso<br />

<strong>do</strong> cliente<br />

N~ao coordena<strong>do</strong> N~ao coordena<strong>do</strong><br />

Maximizar o<br />

uso da memoria<br />

<strong>do</strong> cliente<br />

Maximizar o<br />

uso da memoria<br />

<strong>do</strong> cliente<br />

Maximizar o<br />

uso <strong>do</strong> cliente<br />

Maximizar o<br />

uso <strong>do</strong> cliente<br />

Tabela 7.2: Relac~ao entre tipo de conectividade e quest~oes relacionadas com o<br />

algoritmo de recuperac~ao de falhas<br />

muda de celula e antes de uma desconex~ao. Isto signi ca que o dispositivo<br />

movel deve saber continuamente em que celula se encontra e quan<strong>do</strong> o sistema<br />

entrara no mo<strong>do</strong> desconecta<strong>do</strong>. O algoritmo de recuperac~ao de falhas registra<br />

todas as mensagens trocadas com outros processos no caso de ser necessario<br />

gerar um checkpoint global consistente. Tanto o checkpoint quanto o log s~ao<br />

armazena<strong>do</strong>s na estac~ao base da celula onde o computa<strong>do</strong>r movel se encontra<br />

no momento, que age como um agente para o computa<strong>do</strong>r movel. Durante o<br />

processo de recuperac~ao, que pode ser depois de uma falha ou desconex~ao, a<br />

estac~ao base corrente, chamada de estac~ao inicia<strong>do</strong>ra, e responsavel pelo processo<br />

de recuperac~ao. Neste algoritmo, a estac~ao base tem um papel ativo eo<br />

computa<strong>do</strong>r movel um papel passivo. O checkpoint global e obti<strong>do</strong> toman<strong>do</strong><br />

como base o conjunto de checkpoints consistentes locais. O algoritmo de recuperac~ao<br />

usa um mecanismo para limitar o tamanho <strong>do</strong> arquivo delog que pode<br />

crescer bastante ja que o processo de registro pode ser muito frequente.<br />

Pradhan, Krishna e Vaidya [186] prop~oem <strong>do</strong>is algoritmos n~ao coordena<strong>do</strong>s.<br />

O primeiro usa uma abordagem de log imediato onde o computa<strong>do</strong>r movel cria<br />

um checkpoint toda vez que recebe uma mensagem. O segun<strong>do</strong> usa uma abordagem<br />

de log n~ao imediato onde checkpoints s~ao cria<strong>do</strong>s periodicamente. Nesse


146 Cap tulo 7. Algoritmos Distribu <strong>do</strong>s<br />

caso, quan<strong>do</strong> o computa<strong>do</strong>r movel cria um checkpoint envia para o log todas as<br />

mensagens recebidas e n~ao registradas ainda. Os <strong>do</strong>is algoritmos sup~oem que<br />

checkpoints e mensagens s~ao armazena<strong>do</strong>s na estac~ao base corrente. Em [186]<br />

s~ao propostos tr^es mecanismos de han<strong>do</strong> usa<strong>do</strong>s para determinar onde armazenar<br />

e onde achar o checkpoint local mais recente. Os <strong>do</strong>is algoritmos e<br />

os tr^es mecanismos de han<strong>do</strong> de nem seis combinac~oes de algoritmos de recuperac~ao<br />

de falhas que possuem caracter sticas de desempenho dependentes<br />

das condic~oes <strong>do</strong> ambiente. Nesse caso, epossvel obter varios par^ametros de<br />

compromisso entre as diversas combinac~oes.<br />

Neves e Fuchs [166] ePrakash e Sihghal [187], ao contrario <strong>do</strong>s algoritmos<br />

acima [4, 186], assumem que o computa<strong>do</strong>r movel possui uma memoria<br />

estavel segura e podem participar no processo de recuperac~ao de falhas como<br />

se fossem computa<strong>do</strong>res da rede xa. Em [166] e apresenta<strong>do</strong> um algoritmo<br />

de recuperac~ao coordena<strong>do</strong> que ajusta o grau de uso da memoria estavel de<br />

um computa<strong>do</strong>r movel em func~ao das condic~oes da rede ao longo <strong>do</strong> tempo.<br />

Em [187] o algoritmo proposto considera to<strong>do</strong>s os participantes id^enticos e trata<br />

de forma especial os han<strong>do</strong> s de estac~oes moveis.<br />

O algoritmo de Neves e Fuchs [166] e coordena<strong>do</strong> por um temporiza<strong>do</strong>r<br />

que quan<strong>do</strong> se esgota faz com que o computa<strong>do</strong>r movel crie um checkpoint<br />

local independente <strong>do</strong>s outros processos. Os processos participantes da computac~ao<br />

tentam fazer com que o momento em que o checkpoint e executa<strong>do</strong><br />

seja o mesmo. Isto e feito informan<strong>do</strong> em cada mensagem enviada para o outro<br />

processo o intervalo de tempo que ainda falta para o proximo checkpoint. A<br />

recuperac~ao e obtida registran<strong>do</strong> no emissor todas as mensagens enviadas mas<br />

n~ao con rmadas no momento <strong>do</strong> checkpoint. Este algoritmo assume tanto falhas<br />

hard quanto soft e ajusta a taxa de checkpoints hard e checkpoints soft em<br />

func~ao das condic~oes <strong>do</strong> canal de comunicac~ao. Por exemplo, se as condic~oes<br />

<strong>do</strong> enlace sem o n~ao s~ao boas, ent~ao o algoritmo gera mais checkpoints soft<br />

antesdeumcriarumhard, ou usa os checkpoints soft para recuperar de uma<br />

falha soft no caso <strong>do</strong> computa<strong>do</strong>r movel estar desconecta<strong>do</strong>.<br />

No algoritmo proposto por Prakash e Sihghal [187] so participam <strong>do</strong> processo<br />

de checkpoint os computa<strong>do</strong>res moveis que afetam direta ou indiretamente<br />

(ou seja, transitivamente) o ultimo checkpoint consistente. Os outros computa<strong>do</strong>res<br />

moveis n~ao participam. O ponto chave deste algoritmo e a informac~ao<br />

de depend^encia entre computa<strong>do</strong>res moveis codi cada como um vetor de bits<br />

ao ser transmitida numa mensagem <strong>do</strong> sistema. O aspecto diferente deste algoritmo<br />

e que minimiza a comunicac~ao no enlace sem o limitan<strong>do</strong> o numero<br />

de computa<strong>do</strong>res moveis participantes no processo de checkpoint.<br />

A tabela 7.3 compara os algoritmos discuti<strong>do</strong>s para recuperac~ao de falhas.


7.4 Recuperac~ao de Falhas 147<br />

Quest~ao [4] [186] (i) [186] (ii) [166] [187]<br />

Tipo<br />

(log)<br />

de registro I I P P P<br />

Tipo de H H H HeS H<br />

checkpoints<br />

Tipo<br />

coordenac~ao<br />

de NC NC NC C C<br />

Meto<strong>do</strong><br />

denac~ao<br />

de coor- | | | T M<br />

Tipo de memoria<br />

<strong>do</strong> cliente<br />

NS NS NS S S<br />

Adaptabilidade N~ao N~ao N~ao (1) (2)<br />

Legenda:<br />

I: Imediato P: Periodico<br />

H: Hard S: Soft<br />

C: Coordena<strong>do</strong> NC: N~ao coordena<strong>do</strong><br />

M: Mensagem T: Temporiza<strong>do</strong>r<br />

S: Segura NS: N~ao segura<br />

(1) A variac~ao de checkpoints hard $ soft depende das condic~oes <strong>do</strong> canal de<br />

comunicac~ao.<br />

(2) N~ao. Computa<strong>do</strong>res movel e xo s~ao id^enticos<br />

Tabela 7.3: Protocolos de recuperac~ao de falhas para computac~ao movel


148 Cap tulo 7. Algoritmos Distribu <strong>do</strong>s


Cap tulo 8<br />

Conclus~oes<br />

8.1 Perspectivas<br />

Da<strong>do</strong> o atual esta<strong>do</strong> da arte da computac~ao e da comunicac~ao sem o pode-se<br />

a rmar com certeza que a informatica esta entran<strong>do</strong> numa nova fase como as<br />

que ocorreram com o surgimento <strong>do</strong>s computa<strong>do</strong>res pessoais e redes de computa<strong>do</strong>res.<br />

A integrac~ao das redes de comunicac~ao sem o com a Internet, a<br />

utilizac~ao de computa<strong>do</strong>res portateis e dispositivos moveis \inteligentes" e o<br />

acesso a informac~ao em qualquer lugar em qualquer momento ir~ao mudar certamente<br />

a forma como as pessoas trabalham, estudam e usam seu tempo. Este<br />

cenario n~ao ede cc~ao-cient ca mas sim da realidade que ja esta ocorren<strong>do</strong>.<br />

E uma extens~ao natural <strong>do</strong> uso da Internet e da comunicac~ao sem o.<br />

Atualmente, computa<strong>do</strong>res moveis podem receber e enviar mensagens<br />

eletr^onicas, consultar bancos de da<strong>do</strong>s espalha<strong>do</strong>s pela Internet, receber informac~oes<br />

sobre servicos locais ou de acor<strong>do</strong> com um per l pre-de ni<strong>do</strong>, transferir<br />

arquivos e executar varios outros servicos. Estima-se que ate ate o comeco<br />

deste ano ja haviam mais de 80 milh~oes de pagers unidirecionais e telefones celulares<br />

em operac~ao somente nos Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s. Este numero deve saltar<br />

para 100 milh~oes nos proximos <strong>do</strong>is anos com a popularizac~ao de pagers bidirecionais,<br />

telefones PCS e outros dispositivos liga<strong>do</strong>s a Internet como ja est~ao<br />

alguns.<br />

A computac~ao movel ira mudar a forma como as empresas oferecem seus<br />

produtos e servicoseinteragem com seus clientes. De fato, ja existe uma<br />

demanda por parte <strong>do</strong>s usuarios para que varios servicos como distribuic~ao<br />

e acesso as informac~oes e execuc~ao de transac~oes possam ser feitas atraves<br />

de PDAs que custam algumas dezenas de <strong>do</strong>lares, ou computa<strong>do</strong>res portateis


150 Cap tulo 8. Conclus~oes<br />

de poucos milhares de <strong>do</strong>lares. Por outro la<strong>do</strong>, toda a comunicac~ao sem o<br />

passa pela explorac~ao e ciente <strong>do</strong> espectro de frequ^encias. Em se tratan<strong>do</strong> de<br />

um recurso muito escasso, caminha-se para negociac~oes visan<strong>do</strong> a realocac~ao<br />

de bandas pouco exploradas e, ate mesmo elevar o custo <strong>do</strong>s servicos com<br />

a demanda crescente. Portanto, a direc~ao e a ampliac~ao da banda e uma<br />

digitalizac~ao rapida <strong>do</strong> sistema.<br />

Existe um movimento mundial no senti<strong>do</strong> da quebra de monopolios estatais,<br />

com a justi cativa da mera incapacidade <strong>do</strong>s governos de altos investimentos<br />

em novas tecnologias. Por outro la<strong>do</strong> varias estatais, principalmente europeias,<br />

est~ao buscan<strong>do</strong> novos merca<strong>do</strong>s e parcerias, visan<strong>do</strong> ocupar espacos.<br />

Na area da comunicac~ao sem o o futuro ainda e uma incerteza. No momento,<br />

existem varias tecnologias que est~ao competin<strong>do</strong> entresieaindan~ao e<br />

poss vel identi car se alguma prevalecera. Na area de hardware o grande desa<br />

o e o projeto de baterias mais leves que permitam armazenar mais energia.<br />

Sem a contra-partida no la<strong>do</strong> <strong>do</strong> hardware e software n~ao epossvel estender<br />

o tempo de uso de um dispositivo movel. Por esta raz~ao e fundamental que o<br />

projeto de software leve em considerac~ao o consumo de energia, as condic~oes<br />

de comunicac~ao no enlace sem oeamobilidade<strong>do</strong>usuario.<br />

Os sistemas de terceira gerac~ao ja projeta<strong>do</strong>s para o ano 2000 (UMTS,<br />

FPLMTS), incorporam o conceito de comunicac~ao pessoal universal. Nesse<br />

contexto, um grande impulso sera da<strong>do</strong> nas comunicac~oes pessoais e em rede.<br />

A qualidade de servico torna-se uma necessidade cada vez maior, destaca-se<br />

os problemas de interoperabilidade, ger^encia de redes, redes inteligentes, e as<br />

redes sem o de alta velocidade, entre elas ATM sem o.<br />

Outra tecnologia e aplicac~oes pouco exploradas neste <strong>livro</strong> s~ao as comunicac~oes<br />

via satelite. Parao nal<strong>do</strong>seculo as primeiras constelac~oes de satelites<br />

LEO estar~ao dispon veis, amplian<strong>do</strong> o conceito de ubiquidade.<br />

Do ponto de vista acad^emico, as quest~oes que se colocam afrente s~ao desaa<strong>do</strong>ras<br />

e excitantes em todas as areas de Ci^encia da Computac~ao relacionadas<br />

com computac~ao movel. Este e o convite mais interessante que um pesquisa<strong>do</strong>r<br />

pode receber.<br />

8.2 Considerac~oes Finais<br />

O objetivo basico deste <strong>livro</strong> foi oferecer ao leitor uma vis~ao ampla <strong>do</strong>s diversos<br />

aspectos relaciona<strong>do</strong>s com a computac~ao movel, descreven<strong>do</strong> a infra-estrutura<br />

basica de comunicac~ao sem o e alguns <strong>do</strong>s principais problemas da area relaciona<strong>do</strong>s<br />

tanto com a infra-estrutura quanto com a parte de projeto de sistemas<br />

moveis. Devi<strong>do</strong> a variedade de quest~oeseograndenumero de assuntos de pes-


8.2 Considerac~oes Finais 151<br />

quisa que t^em si<strong>do</strong> aborda<strong>do</strong>s na literatura seria imposs vel tratar de tu<strong>do</strong> que<br />

tem aconteci<strong>do</strong> de interessante na area. O leitor interessa<strong>do</strong> podera encontrar<br />

alguns <strong>livro</strong>s recentes que tratam de assuntos relaciona<strong>do</strong>s com o tema deste<br />

<strong>livro</strong> [74, 84,90,94,95,115,140,158,162,173, 180, 190].<br />

Artigos tratan<strong>do</strong> de varios aspectos da computac~ao movel podem ser encontra<strong>do</strong>s<br />

na literatura tecnica. Periodicos como IEEE Transactions on Communications,<br />

IEEE Journal on Selected Areas in Communications, IEEE Communications<br />

Magazine, IEEE Transactions on Vehicular Technology, IEEE Personal<br />

Communications, Mobile Computing and Communications Review, Wireless<br />

Networks, Mobile Networks and Applications, Wireless Communication, Telecommunication<br />

Systems, e outros tratam parcial ou integralmente de temas<br />

liga<strong>do</strong>s aarea. Existem tambem varios congressos, simposios e confer^encias<br />

que tratam integralmente ou possuem sess~oes tecnicas que cobrem temas relaciona<strong>do</strong>s<br />

com computac~ao movel e comunicac~ao sem o como ACM Mobicom,<br />

ACM Sigcom e IEEE Globecom.


152 Cap tulo . Conclus~oes


Appendix A<br />

Propagac~ao de Sinais de<br />

Radio<br />

A.1 Introduc~ao<br />

Os mecanismos que afetam a propagac~ao de ondas eletromagneticas s~ao muitos,<br />

sen<strong>do</strong> os fen^omenos de re ex~ao, difrac~ao e dispers~ao (scattering) os principais<br />

mecanismos. A maioria <strong>do</strong>s sistemas de comunicac~ao moveis operam em areas<br />

urbanas, onde n~ao existe um caminho direto e livre de obstaculos entre o transmissor<br />

e o receptor, e onde a presenca de edi cac~oes provoca severas perdas<br />

devi<strong>do</strong> aos fen^omenos de propagac~ao. Por causa das multiplas re ex~oes decorrentes<br />

<strong>do</strong>s varios objetos espalha<strong>do</strong>s ao longo <strong>do</strong> caminho entre o transmissor<br />

e o receptor, as ondas eletromagneticas se propagam atraves de diferentes caminhos,<br />

cada qual com um comprimento particular. A interac~ao entre estas<br />

ondas no receptor causa uma atenuac~ao da onda resultante em uma posic~ao de<br />

recepc~ao, sen<strong>do</strong> que a pot^encia das ondas decresce a medida que a dist^ancia<br />

entre o transmissor e o receptor aumenta.<br />

Os modelos de propagac~ao de sinais de radio normalmente tentam predizer<br />

apot^encia media <strong>do</strong> sinal recebi<strong>do</strong> a uma dada dist^ancia <strong>do</strong> transmissor, bem<br />

como a variabilidade deste sinal nas proximidades de uma localizac~ao particular.<br />

Modelos de propagac~ao que predizem a pot^encia media de recepc~ao <strong>do</strong><br />

sinal dada uma dist^ancia arbitraria entre o transmissor e o receptor (T-R) s~ao<br />

uteis para estimar a area de cobertura de um transmissor e s~ao chama<strong>do</strong>s modelos<br />

de propagac~ao em larga escala, uma vez que estes modelos caracterizam<br />

apot^encia de recepc~ao <strong>do</strong> sinal a grandes dist^ancias T-R (centenas ou milhares<br />

de metros).


154 Cap tulo A. Propagac~ao de Sinais de Radio<br />

psrelxatenuacao.ps1<br />

Figura A.1: Atenuac~oes em Larga e Pequena Escala em um sistema T-R<br />

Ja modelos de propagac~ao que procuram caracterizar as utuac~oes rapidas<br />

de pot^encia no sinal recebi<strong>do</strong> dadas pequenas variac~oes na dist^ancia T-R (poucos<br />

comprimentos de ondas), ou no intervalo de tempo, s~ao chama<strong>do</strong>s modelos<br />

de baixa escala. Quan<strong>do</strong> uma unidade receptora movel percorre dist^ancias<br />

muito pequenas, a pot^encia instant^anea <strong>do</strong> sinal recebi<strong>do</strong> pode utuar rapidamente,<br />

uma vez que o sinal percebi<strong>do</strong> pelo receptor easomadevarias ondas<br />

vindas em diferentes direc~oes, percorren<strong>do</strong> diferentes caminhos. Como as fases<br />

destas ondas est~ao aleatoriamente distribu das, a onda resultante varia tambem<br />

de forma aleatoria, obedecen<strong>do</strong>, por exemplo, uma distribuic~ao de atenuac~ao<br />

de Rayleigh. Em atenuac~oes de baixa escala, a pot^encia media <strong>do</strong> sinal recebi<strong>do</strong><br />

pode variar de 30 a 40 dB, quan<strong>do</strong> o receptor se move apenas uma frac~ao<br />

de comprimento de onda.<br />

A medida que a unidade receptora movel se afasta <strong>do</strong> transmissor, o sinal<br />

medio recebi<strong>do</strong> decresce gradualmente e e este sinal medio que e calcula<strong>do</strong> pelos<br />

modelos de atenuac~ao de larga escala. Tipicamente, o sinal medio recebi<strong>do</strong> em<br />

um da<strong>do</strong> ponto e calcula<strong>do</strong> pela media <strong>do</strong> sinal recebi<strong>do</strong> em uma dist^ancia<br />

percorrida de 5 a40 em torno <strong>do</strong> ponto. Por exemplo, para frequ^encias na<br />

faixa de 1 a 2 GHz, isto corresponde a medic~oes feitas em movimentos de 1 a<br />

10 m. A gura A.1 mostra as atenuac~oes de larga e pequena escalas em um<br />

sistema de comunicac~ao movel. Note que a medida que a unidade movel se<br />

afasta, o pot^encia media <strong>do</strong> sinal decai, enquanto que pequenas variac~oes na<br />

dist^ancia percorrida leva a utuac~oes no sinal recebi<strong>do</strong>.<br />

A.2 Modelo de Propagac~ao no Espaco<br />

O modelo de propagac~ao no espaco [139]e utiliza<strong>do</strong> para modelar a propagac~ao<br />

de sinais quan<strong>do</strong> existe um caminho direto e livre de obstaculos entre o receptor<br />

e o transmissor. Este modelo pode ser utiliza<strong>do</strong>, por exemplo, para predizer<br />

a recepc~ao de sinais em sistemas de comunicac~oes via satelite e radio-enlaces<br />

de ondas curtas. Assim como a grande maioria <strong>do</strong>s modelos de propagac~ao em<br />

larga escala, o modelo de propagac~ao no espaco fala que a pot^encia percebida<br />

pelo receptor decresce como func~ao da dist^ancia de separac~ao T-R elevada a<br />

algum fator. Por exemplo, a pot^encia recebida por uma antena situada em


A.2 Modelo de Propagac~ao no Espaco 155<br />

ambiente aberto sem obstaculos separada da antena de transmiss~ao por uma<br />

dist^ancia d, e dada pela equac~ao de Friis para o espaco livre:<br />

Pr(d) =<br />

PtGtGr 2<br />

(4 ) 2 d 2 L<br />

(A:1)<br />

onde Pt eapot^encia de transmiss~ao, Pr(d) eapot^encia de recepc~ao, Gt eo<br />

ganho da antena de transmiss~ao, Gr e o ganho da antena de recepc~ao, d e<br />

a dist^ancia de separac~ao T-R em metros, L e o fator de perdas <strong>do</strong> sistema<br />

n~ao relacionadas com a propagac~ao <strong>do</strong> sinal eletromagnetico (L 1) e eo<br />

comprimento de onda <strong>do</strong> sinal transmiti<strong>do</strong> em metros. Os valores para Pt e Pr<br />

devem ser expressos na mesma unidade, enquanto que Gt e Gr s~ao grandezas<br />

adimensionais. O par^ametro L se refere a fatores tais como atenuac~ao da linha<br />

de transmiss~ao e perdas em ltros e antenas <strong>do</strong> sistema. O valor L = 1 indica<br />

que n~ao existem perdas devi<strong>do</strong> ao hardware <strong>do</strong> sistema.<br />

A perda por atenuac~ao, que representa a atenuac~ao <strong>do</strong> sinal como uma<br />

grandeza positiva medida em decibeis (dB), e de nida como sen<strong>do</strong> a diferenca<br />

entre a pot^encia efetivamente transmitida e a pot^encia <strong>do</strong> sinal recebi<strong>do</strong>. O<br />

calculo da perda por atenuac~ao (PL) para o modelo de propagac~ao no espaco<br />

e da<strong>do</strong> por:<br />

PL(dB) = 10 log Pt<br />

Pr<br />

= ;10 log<br />

GtGr 2<br />

(4 ) 2 d 2<br />

!<br />

(A:2)<br />

Porem,omodelodeFriis evali<strong>do</strong> somente para dist^ancias maiores que a<br />

dist^ancia de Fraunhofer (Df ), dada pela equac~ao:<br />

Df = 2D2<br />

(A:3)<br />

onde D e a maior dimens~ao linear da antena de transmiss~ao. Pode-se notar<br />

claramente que a equac~ao A.1 n~ao evalida para d =0. Por esta raz~ao, varios<br />

modelos de propagac~ao de larga escala usam uma dist^ancia de refer^encia d0<br />

(d0 d0, possa ser relacionada com a pot^encia Pr(d0), atraves<br />

da formula:<br />

Pr(d) =Pr(d0) ; d0<br />

d<br />

2 d d0 Df (A:4)


156 Cap tulo A. Propagac~ao de Sinais de Radio<br />

A.3 Mecanismos Basicos de Propagac~ao<br />

Re ex~ao, difrac~ao e dispers~ao s~ao os tr^es mecanismos basicos de propagac~ao<br />

que impactam a propagac~ao de sinais em sistemas de comunicac~ao movel. A<br />

re ex~ao ocorre quan<strong>do</strong> uma onda eletromagnetica atinge um objeto cujas dimens~oes<br />

s~ao muito maiores quan<strong>do</strong> comparadas com o comprimento de onda<br />

da onda propagada. Re ex~oes ocorrem, por exemplo, na superf cie da Terra e<br />

em paredes de edif cios.<br />

A difrac~ao ocorre quan<strong>do</strong> o caminho das ondas propagadas entre o transmissor<br />

e o receptor e obstru <strong>do</strong> por superf cies que possuam irregularidades<br />

agucadas (pontas). Ondas secundarias resultantes da obstruc~ao est~ao presentes<br />

por to<strong>do</strong> o espaco ao re<strong>do</strong>r <strong>do</strong> obstaculo, dan<strong>do</strong> origem a um conjunto de novas<br />

frentes de ondas que se espalham em todas as direc~oes. Em frequ^encias mais altas,<br />

a difrac~ao, assim como a re ex~ao, depende da geometria <strong>do</strong> obstaculo, bem<br />

como da amplitude, fase e polarizac~ao da onda incidente no ponto de difrac~ao.<br />

A dispers~ao ocorre quan<strong>do</strong> o meio no qual a onda se propaga e constitu <strong>do</strong> por<br />

objetos cujas dimens~oes s~ao pequenas quan<strong>do</strong> comparadas com o comprimento<br />

de onda da onda propagada e o numero de obstaculos por unidade de volume<br />

<strong>do</strong> meio de propagac~ao e grande. Na pratica, vegetac~ao, sinais de tr^ansito e<br />

postes induzem a dispers~ao em sistemas de comunicac~ao moveis.<br />

A.4 Re ex~ao<br />

Quan<strong>do</strong> uma onda eletromagnetica atinge um outro meio de propagac~ao com<br />

propriedades eletricas diferentes das propriedades <strong>do</strong> meio de origem, a onda<br />

e parcialmente re etida e parcialmente transmitida. Caso o meio destino seja<br />

um dieletrico perfeito, parte da energia e transmitida para o meio destino, enquanto<br />

que o restante e re eti<strong>do</strong> de volta ao meio de origem, n~ao haven<strong>do</strong> perda<br />

de energia por absorc~ao. Se o segun<strong>do</strong> meio for um condutor perfeito, toda a<br />

onda incidente e re etida de volta ao meio de origem, sem perda de energia.<br />

Aintensidade <strong>do</strong> campo eletrico das ondas re etidas e transmitidas pode ser<br />

relacionada com a onda original atraves <strong>do</strong> coe ciente de re ex~ao de Fresnel<br />

(;). Este coe ciente de re ex~ao efunc~ao de propriedades eletromagneticas<br />

intr nsecas <strong>do</strong>s meios de origem e destino, e geralmente depende da polarizac~ao<br />

efrequ^encia da onda incidente e <strong>do</strong> ^angulo de incid^encia. No modelo de propagac~ao<br />

no espaco, e assumi<strong>do</strong> que apenas a onda que trafega diretamente<br />

entre o transmissor e o receptor e responsavel por toda a energia presente na<br />

antena receptora. Porem, na maioria <strong>do</strong>s casos, este modelo tem se mostra<strong>do</strong><br />

pouco acura<strong>do</strong> quan<strong>do</strong> usa<strong>do</strong> sozinho. Uma das principais causas e a exclus~ao


A.5 Difrac~ao 157<br />

das ondas resultantes de re ex~ao ao longo <strong>do</strong> caminho que tambem atingem a<br />

antena receptora.<br />

O Modelo de <strong>do</strong>is Raios [139], ou Modelo de Re ex~ao no Solo, considera a<br />

presenca de duas ondas principais entre o transmissor e o receptor: uma onda<br />

que se propaga diretamente <strong>do</strong> transmissor para o receptor e uma segunda que<br />

se propaga <strong>do</strong> transmissor para o solo e a partir <strong>do</strong> solo, por re ex~ao, para o<br />

receptor. Este modelo mostra-se razoavelmente acura<strong>do</strong> em medic~oesdesinais<br />

para grandes dist^ancias (mais de uma dezena de quil^ometros) [83].<br />

Neste modelo, o campo eletrico na antena receptora pode ser calcula<strong>do</strong> por:<br />

~ET = ~ ED + ~ ER<br />

j ~ ET(d)j =2 E0d0<br />

d sen<br />

2<br />

(A:5)<br />

(A:6)<br />

onde ~ ET , ~ ED e ~ ER correspondem respectivamente ao campo eletrico total recebi<strong>do</strong><br />

pela antena, ao campo eletrico direto Transmissor-Receptor e ao campo<br />

eletrico que atinge a antena resultante da re ex~ao no solo. O valor E0 eovalor<br />

<strong>do</strong> campo eletrico no ponto de refer^encia d0 e e a diferenca de fase entre as<br />

duas componentes <strong>do</strong> campo eletrico que atinge o receptor ( ~ ED e ~ ER). Atraves<br />

de manipulac~oes matematicas [191], tem-se que:<br />

j ~ ET(d)j / 1<br />

d2 =) Pr = PtGrGtht 2 hr 2<br />

d4 =) Pr / 1<br />

d4 (A:7)<br />

Com isso, pode-se notar que a pot^encia media recebida decresce com a<br />

dist^ancia a uma taxa de 40 dB/decada (escala logar tmica), o que emuito mais<br />

rapi<strong>do</strong> <strong>do</strong> que o previsto pelo modelo de propagac~ao no espaco.<br />

A.5 Difrac~ao<br />

O fen^omeno da difrac~ao e que permite as ondas eletromagneticas contornarem<br />

obstaculos, propagan<strong>do</strong>-se em regi~oes de sombra em relac~ao ao transmissor. A<br />

difrac~ao de ondas eletromagneticas pode ser explicada atraves <strong>do</strong> princ pio de<br />

Huygen:<br />

To<strong>do</strong> ponto de frente de onda pode ser visto como uma fonte de<br />

onda capaz de produzir ondas secundarias que se combinam para<br />

produzir uma nova frente de onda na direc~ao de propagac~ao.<br />

Desta forma, o fen^omeno da difrac~ao, causa<strong>do</strong> pela propagac~ao das ondas<br />

secundarias dentro da regi~ao de sombra, e quem permite que receptores localiza<strong>do</strong>s<br />

nestas regi~oes de sombra recebam os sinais transmiti<strong>do</strong>s. Porem, a


158 Cap tulo A. Propagac~ao de Sinais de Radio<br />

pot^encia das ondas criadas na area de sombra decresce rapidamente a medida<br />

que estas ondas se movimentam para dentrodaregi~ao de sombra, causan<strong>do</strong><br />

uma queda na qualidade <strong>do</strong> sinal recebi<strong>do</strong>.<br />

No caso <strong>do</strong> receptor estar situa<strong>do</strong> totalmente na regi~ao de sombra em relac~ao<br />

ao transmissor, n~ao havera uma onda que se propague diretamente <strong>do</strong> transmissor<br />

para o receptor (desconsideran<strong>do</strong> os casos de redirecionamento de ondas<br />

atraves <strong>do</strong> uso de equipamentos passivos, tais como re etores). Desta forma, o<br />

campo eletrico que existira naantena receptora sera a soma vetorial <strong>do</strong> campo<br />

eletrico de todas as ondas que conseguirem transpor o obstaculo existente entre<br />

T-R, sejam atraves da re ex~ao, seja atraves da difrac~ao, o que podera comprometer<br />

a qualidade <strong>do</strong> sinal recebi<strong>do</strong>, devi<strong>do</strong> a baixa pot^encia resultante.<br />

O modelo de difrac~ao Knife-edge [139] tenta predizer o valor <strong>do</strong> campo<br />

eletrico resultante, da<strong>do</strong> que exista apenas um unico obstaculo agu<strong>do</strong> (por<br />

exemplo, uma montanha entre duas antenas) entre o transmissor e o receptor.<br />

Modelos para trabalhar com obstaculos multiplos s~ao matematicamente complexos<br />

e requerem o uso de aproximac~oes tais como combinac~ao de obstaculos<br />

e simpli cac~oes no modelo [53, 77, 80, 159].<br />

A.6 Dispers~ao<br />

Medic~oes da pot^encia efetivamente recebida em antenas de sistemas de comunicac~ao<br />

moveis mostraram que na maioria das vezes o sinal recebi<strong>do</strong> emais<br />

forte <strong>do</strong> que o previsto pelos modelos de propagac~ao basea<strong>do</strong>s exclusivamente<br />

nos mecanismos de re ex~ao e difrac~ao. A explicac~ao para este fen^omeno se<br />

deve a difus~ao da onda transmitida em superf cies rugosas. Nestas situac~oes,<br />

a onda incidente na superf cie rugosa e espalhada em todas as direc~oes, o que<br />

leva ao redirecionamento de outras frentes de onda para o receptor.<br />

Ofen^omeno de dispers~ao depende da rugosidade da superf cie na qual incide<br />

a onda eletromagnetica, bem como <strong>do</strong> comprimento da onda incidente.<br />

A rugosidade de uma superf cie e normalmente testada segun<strong>do</strong> o criterio de<br />

Rayleigh, que de ne a altura maxima cr tica (hc) das protuber^anceas de uma<br />

superf cie para um da<strong>do</strong> ^angulo de incid^encia i, como sen<strong>do</strong>:<br />

hc = 8sen i<br />

(A:8)<br />

Uma superf cie e considerada suave se suas protuber^ancias possu rem altura<br />

media h menor <strong>do</strong> que a altura cr tica hccaso contrario, e considerada rugosa.<br />

No caso de superf ces rugosas, o coe ciente de re ex~ao deve ser multiplica<strong>do</strong><br />

pelo fator de perda por dispers~ao S, para compensar a perda por dispers~ao.


A.7 Modelos para Calculo de Atenuac~ao de Sinal de Radio 159<br />

Segun<strong>do</strong> Boithias [50], o fator de perda por dispers~ao S e da<strong>do</strong> por:<br />

S =exp<br />

"<br />

;8<br />

hsen i<br />

2 #<br />

I0<br />

"<br />

8<br />

hsen i<br />

2 #<br />

(A:9)<br />

onde I0 e a func~ao de Bessel de primeiro tipo e ordem 0, h e o desvio padr~ao<br />

da altura das protuber^ancias em relac~ao a altura media das protuber^ancias. E<br />

assumi<strong>do</strong> que a altura das protuber^ancias possui uma distribuic~ao Gaussiana<br />

com um valor medio local. Com isso, o campo eletrico ~ E re eti<strong>do</strong>, para h>hc,<br />

pode ser determina<strong>do</strong> utilizan<strong>do</strong>-se o coe ciente de re ex~ao modi ca<strong>do</strong>:<br />

;rugoso = S; (A:10)<br />

Modelos de atenuac~ao por dispers~ao podem ser encontra<strong>do</strong>s em [208, 232,<br />

245].<br />

A.7 Modelos para Calculo de Atenuac~ao de Sinal<br />

de Radio<br />

A maioria <strong>do</strong>s modelos de propagac~ao de sinal de radio s~ao deriva<strong>do</strong>s da combinac~ao<br />

de meto<strong>do</strong>s anal ticos e emp ricos. Meto<strong>do</strong>s emp ricos s~ao meto<strong>do</strong>s<br />

basea<strong>do</strong>s na adaptac~ao de curvas ou express~oes anal ticas que possibilitem recriar<br />

uma serie de valores coleta<strong>do</strong>s em campo ou experimentalmente. Estes<br />

meto<strong>do</strong>s tem a vantagem de levar em conta to<strong>do</strong>s os fatores, conheci<strong>do</strong>s ou<br />

n~ao, que in uenciam o processo de propagac~ao <strong>do</strong>s sinais de radio, uma vez<br />

que se baseam em da<strong>do</strong>s reais coleta<strong>do</strong>s atraves de experimentos. Entretanto,<br />

avalidade de um modelo emp rico para ambientes que n~ao aquele onde foi feita<br />

a coleta inicial <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s requer a realizac~ao de uma nova coleta de da<strong>do</strong>s de<br />

forma a ajustar o modelo ao novo ambiente. Varios modelos classicos de modelagem<br />

de propagac~ao de sinal de radio t^em si<strong>do</strong> apresenta<strong>do</strong>s ao longo <strong>do</strong>s<br />

anos. Atualmente, estes modelos t^em si<strong>do</strong> usa<strong>do</strong>s para o desenvolvimento de<br />

sistemas de comunicac~ao movel. A seguir, ser~ao apresentadas tecnicas praticas<br />

para modelagem da atenuac~ao de sinais de radio.<br />

A.7.1 Modelo de Atenuac~ao Logar tmica<br />

Varios modelos de propagac~ao basea<strong>do</strong>s em medic~oes de valores reais ou experimentais<br />

e varios modelos teoricos indicam que a perda media <strong>do</strong> sinal recebi<strong>do</strong><br />

pelo receptor decresce logaritmicamente com a dist^ancia. Em outras palavras:<br />

PL(d) / d<br />

d0<br />

n<br />

(A:11)


160 Cap tulo A. Propagac~ao de Sinais de Radio<br />

PL(dB) =PL(d0)+10n log<br />

d<br />

d0<br />

(A:12)<br />

onde n e o coe ciente de perda que indica a taxa de decaimento da pot^encia <strong>do</strong><br />

sinal com a dist^ancia, sen<strong>do</strong> que o valor de n depende <strong>do</strong> meio de propagac~ao<br />

<strong>do</strong> sinal de radio.<br />

A tabela A.1 apresenta os valores de n para diferentes meios de propagacao.<br />

Ambiente n<br />

Espaco Livre 2<br />

Area Urbana 2,7 a 3,5<br />

Area Urbana, com sombra de recepc~ao 3a5<br />

Obstru <strong>do</strong> por Edif cios 4a6<br />

Obstru <strong>do</strong> por Ambientes Industriais 2a3<br />

Tabela A.1: Valores de n para diferentes ambientes de propagac~ao<br />

A.7.2 Modelo Log-Normal<br />

O modelo logar tmico n~ao leva em considerac~ao o fato de que o ambiente ao<br />

re<strong>do</strong>r <strong>do</strong> ponto de recepc~ao <strong>do</strong> sinal pode ser amplamente diverso, da<strong>do</strong>s <strong>do</strong>is<br />

sistemas de comunicac~ao moveis e uma mesma dist^ancia T-R. Esta diferenca<br />

entre os ambientes de propagac~ao pode levar avalores de pot^encia <strong>do</strong> sinal recebi<strong>do</strong><br />

bem diferentes <strong>do</strong>s valores propostos pelo modelo. Em [41, 67], mostrou-se<br />

que, para qualquer valor de d, a perda por atenuac~ao (PL) pode ser vista como<br />

uma variavel aleatoria que possui uma distribuic~ao log-normal (ou normal,<br />

quan<strong>do</strong> medida em dB) em torno <strong>do</strong> valor espera<strong>do</strong>. Em outras palavras:<br />

PL(d) =PL(d)+X = PL(d0)+10n log<br />

d<br />

d0<br />

+ X (A:13)<br />

onde X e uma variavel aleatoria com distribuic~ao Gaussiana de media zero<br />

e desvio padr~ao . Tanto a variavel aleatoria X quanto o seu desvio padr~ao<br />

possuem valores expressos em dB.<br />

A.7.3 Modelos de Propagac~ao em Ambientes Abertos<br />

A seguir ser~ao apresenta<strong>do</strong>s as principais caracter sticas de varios modelos de<br />

propagac~ao de sinal de radio em ambientes abertos.


A.7 Modelos para Calculo de Atenuac~ao de Sinal de Radio 161<br />

Modelo de Longley-Rice [144, 194]:<br />

Aplicavel a sistemas de comunicac~ao ponto a ponto na faixa de frequ^encia<br />

entre 40 MHz e 100 GHz.<br />

Leva emconta o per l <strong>do</strong> terreno e a refratividade da troposfera.<br />

Tambem conheci<strong>do</strong> como ITS irregular terrain model.<br />

Possui <strong>do</strong>is mo<strong>do</strong>s de operac~ao: ponto-a-ponto, que necessita <strong>do</strong> per l <strong>do</strong><br />

terreno de propagac~ao, e por area, que utiliza tecnicas para estimar os<br />

par^ametros de perda.<br />

Em [143], foi introduzi<strong>do</strong> um termo extra no modelo (UF - Fator Urbano),<br />

que permite a utilizac~ao <strong>do</strong> modelo em areas urbanas.<br />

N~ao leva emconta os efeitos decorrentes da presenca de edi cac~oes e<br />

vegetac~ao, bem como caminhos multiplos de propagac~ao.<br />

Modelo de Edwards-Durkin [71, 79]:<br />

Apresenta uma vis~ao interessante da natureza da propagac~ao em terreno<br />

irregular e as perdas causadas por obstaculos ao longo <strong>do</strong> caminho.<br />

Trabalha apenas com fen^omenos em larga escala.<br />

Necessita <strong>do</strong> per l <strong>do</strong> terreno de propagac~ao (matriz topogra ca).<br />

Calculos envolvem os fen^omenos de re ex~ao e difrac~ao.<br />

E capaz de de nir um contorno de pot^encia <strong>do</strong> sinal recebi<strong>do</strong>, que foi<br />

constata<strong>do</strong> ser acura<strong>do</strong> dentro de um certo intervalo de con anca.<br />

N~ao leva emconta vegetac~ao, edi cac~oes e caminhos multiplos de propagac~ao.<br />

Modelo de Okumura [169]:<br />

E o modelo mais usa<strong>do</strong> para predic~ao de sinal em areas urbanas.<br />

E um modelo basea<strong>do</strong> em medic~oes, as quais levaram ao desenvolvimento<br />

de um conjunto de curvas de refer^encia (Curvas de Okumura).<br />

Totalmente basea<strong>do</strong> em medic~oes, n~ao possuin<strong>do</strong> qualquer explicac~ao<br />

anal tica.


162 Cap tulo A. Propagac~ao de Sinais de Radio<br />

Simples e de boa acuidade.<br />

Sua principal desvantagem e a resposta lenta para rapidas variac~oes no<br />

terreno. Isto faz com ele seja apropria<strong>do</strong> para areas urbanas e suburbanas<br />

e desaconselha<strong>do</strong> para areas rurais.<br />

Modelo de Hata [103]:<br />

Basea<strong>do</strong> em uma formulac~ao emp rica das Curvas de Atenuac~ao de Okumura.<br />

Os valores obti<strong>do</strong>s s~ao bem proximos <strong>do</strong>s apresenta<strong>do</strong>s pelo Modelo de<br />

Okumura, desde que a dist^ancia T-R seja maior que 1 Km.<br />

Apropria<strong>do</strong> para sistemas celulares compostos de grandes celulas.<br />

[81] apresenta um extens~ao <strong>do</strong> modelo para uso em PCS.<br />

Modelo de Wal sch-Bertoni [236]:<br />

Necessita <strong>do</strong> per l das edi cac~oes existentes na area de propagac~ao.<br />

Considera a presenca de edif cios e telha<strong>do</strong>s no modelo de propagac~ao.<br />

Adequa<strong>do</strong> aareas urbanas.<br />

A.7.4 Modelos de Propagac~ao em Ambientes Fecha<strong>do</strong>s<br />

Com o advento <strong>do</strong>s Sistemas de Comunicac~ao Pessoal (PCS), existe hoje uma<br />

grande demanda por modelos de propagac~ao de sinal de radio em ambinetes<br />

fecha<strong>do</strong>s, tais como aeroportos, centros de compras e edif cios. A propagac~ao<br />

de sinais de radio em ambientes fecha<strong>do</strong>s diferencia da propagac~ao de sinais de<br />

radio tradicional em <strong>do</strong>is aspectos: as dist^ancias envolvidas s~ao muito menores<br />

eavariabilidade de ambientes emuito maior para uma mesma dist^ancia T-R.<br />

Foi observa<strong>do</strong> que a propagac~ao de sinais em ambientes fecha<strong>do</strong>s e fortemente<br />

in uenciada por fatores espec cos tais como o layout <strong>do</strong> edif cio, o material<br />

de construc~ao usa<strong>do</strong> e o tipo de construc~ao.<br />

A propagac~ao de sinais de radio em ambientes fecha<strong>do</strong>s e <strong>do</strong>minada pelos<br />

mesmos fen^omenos que ocorrem em ambientes abertos: re ex~ao, difrac~ao e<br />

dispers~ao. Contu<strong>do</strong>, as condic~oes em que ocorrem estes fen^omenos s~ao muito<br />

mais diversi cadas. Por exemplo, a disposic~ao f sica <strong>do</strong>s moveis dentro da<br />

construc~ao in uencia a propagac~ao <strong>do</strong>s sinais de radio. Alem disso, o fato das


A.7 Modelos para Calculo de Atenuac~ao de Sinal de Radio 163<br />

dist^ancias de propagac~ao serem pequenas torna dif cil o uso de modelos estaveis<br />

de propagac~ao de sinais para to<strong>do</strong>s os pontos de recepc~ao e tipos de antenas.<br />

O estu<strong>do</strong> de modelos de propagac~ao em ambientes fecha<strong>do</strong>s e uma area<br />

relativamente nova de pesquisa, sen<strong>do</strong> [14, 68] os primeiros estu<strong>do</strong>s cuida<strong>do</strong>sos<br />

nesta area. [102, 161] apresentam um survey sobre o assunto.<br />

Propagac~ao em um Unico Andar. As edi cac~oes possuem uma grande variedade<br />

de tipos de obstaculos e partic~oes que comp~oem sua estrutura interna<br />

e externa: paredes, portas, moveis, partic~oes moveis, etc. Estes obstaculos<br />

apresentam uma grande diversidade de caracter sticas f sicas e eletricas, tornan<strong>do</strong><br />

dif cil a aplicac~ao de modelos genericos para a propagac~ao de sinais em<br />

ambientes fecha<strong>do</strong>s. O que tem si<strong>do</strong> feito e catalogar os diversos tipos de materiais<br />

presentes nestes obstaculos, calcular valores de refer^encia de atenuac~ao<br />

por tipo de material e utilizar estes valores para o calculo de atenuac~ao <strong>do</strong> sinal<br />

em modelos espec cos por ambientes. A tabela A.2 mostra alguns materiais<br />

encontra<strong>do</strong>s em obstaculos com seus respectivos valores t picos de atenuac~ao.<br />

Tipo de Material Perda Frequ^encia Refer^encia<br />

Metal 26 dB 815 MHz [68]<br />

Parede de Blocos de Concreto 13 dB 1300 MHz [189]<br />

Perda entre Andares Cont guos 20{30 dB 1300 MHz [189]<br />

Moveis Leves 3{5 dB 1300 MHz [189]<br />

Moveis Pesa<strong>do</strong>s 8{11 dB 1300 MHz [189]<br />

Tabela A.2: Valores t picos de perda por material<br />

Propagac~ao entre Andares. As perdas entre andares em um edif cio s~ao<br />

determinadas pelas dimens~oes externas e material <strong>do</strong> edif cio, bem como pelo<br />

tipo de construc~ao e material utiliza<strong>do</strong> na separac~ao entre os andares e vizinhancas<br />

[207, 209]. A tabela A.3 apresenta alguns resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s por<br />

Seidel [207], atraves de medic~oes realizadas em tr^es edif cios de San Francisco,<br />

CA.<br />

Os valores <strong>do</strong> Fator de Atenuac~ao entre Andares (FAA) e o desvio padr~ao<br />

( )est~ao em dB. Pode-se notar que atenuac~ao entre um andar e maior <strong>do</strong> que<br />

o incremento de atenuac~ao apresenta<strong>do</strong> pela adic~ao de um novo andar.<br />

Modelo de Atenuac~ao Logar tmico. Varios trabalhos mostraram que a<br />

atenuac~ao em ambientes fecha<strong>do</strong>s possuem uma formulac~ao id^entica ao Modelo


164 Cap tulo A. Propagac~ao de Sinais de Radio<br />

Edif cio FAA No. FAA No.<br />

915 MHz Testes 1900 MHz Testes<br />

Walnut Creek<br />

Um andar 33,6 3,2 25 31,3 4,6 110<br />

Dois andares 44,0 4,8 39 38,5 4,0 29<br />

SF PacBell<br />

Um andar 13,2 13,2 16 26,2 10,5 21<br />

Dois andares 18,1 8,0 10 33,4 9,9 21<br />

Tr^es andares 24,0 5,6 10 35,2 5,9 20<br />

Quatro andares 27,0 6,8 10 38,4 3,4 20<br />

Cinco andares 27,1 6,3 10 46,4 3,9 17<br />

San Ramom<br />

Um andar 29,1 5,8 93 35,4 6,4 74<br />

Dois andares 36,6 6,0 81 35,6 5,9 41<br />

Tr^es andares 39,6 6,0 70 35,2 3,9 27<br />

Tabela A.3: Fator de Atenuac~ao entre Andares<br />

de Atenuac~ao Logar tmico para ambientes abertos, ou seja:<br />

PL(dB) =PL(d0)+10n log<br />

d<br />

d0<br />

+ X (A:14)<br />

onde n depende das caracter sticas <strong>do</strong> meio de propagac~ao e <strong>do</strong> tipo de construc~ao.<br />

[21] apresenta uma serie de valores de n e para diversos tipos de edicac~oes.<br />

Outros exemplos de modelos para ambientes fecha<strong>do</strong>s podem ser<br />

encontra<strong>do</strong>s em [10, 42, 209].<br />

Os modelos mais novos envolvem a contruc~ao de modelos de propagac~ao<br />

espec cos por ambientes (SISP - SIte SPeci c), o que envolve a utilizac~ao de<br />

SIGs (Sistemas de Informac~oes Geogra cas). Os modelos SISP suportam o<br />

rastreamento completo de uma inst^ancia <strong>do</strong> sinal propaga<strong>do</strong>, o que possibilita<br />

modelar deterministicamente to<strong>do</strong> o ambiente de propagac~ao, seja ele aberto<br />

ou fecha<strong>do</strong>. Porem, estes modelos s~ao bem mais complexos que os modelos<br />

anteriomente apresenta<strong>do</strong>s, requeren<strong>do</strong> um maior poder de processamento para<br />

a sua viabilizac~ao. Exemplos de modelos SISP podem ser encontra<strong>do</strong>s em [137,<br />

199, 204, 210, 231, 234].


A.8 Modelos de Propagac~ao em Baixa Escala 165<br />

A.8 Modelos de Propagac~ao em Baixa Escala<br />

O mecanismo de fading e usa<strong>do</strong> para descrever as rapidas utuac~oes na amplitude<br />

de um sinal de radio em um curto per o<strong>do</strong> de tempo ou dist^ancia percorrida.<br />

Geralmente, este fen^omeno e causa<strong>do</strong> pela interfer^encia de duas ou<br />

mais inst^ancias de um mesmo sinal transmiti<strong>do</strong> por um unico transmissor que<br />

chegam ao receptor praticamente no mesmo instante, porem por caminhos diferentes.<br />

Estas inst^ancias se combinam no receptor geran<strong>do</strong> um sinal resultante<br />

que pode possuir grandes variac~oes na amplitude e na fase, dependen<strong>do</strong> da distribuic~ao<br />

de intensidade e tempo de propagac~ao das varias inst^ancias <strong>do</strong> sinal<br />

propaga<strong>do</strong>. A presenca de multiplos caminhos para as varias inst^ancias de um<br />

mesmo sinal de radio produz uma serie de efeitos de fading de baixa escala. Os<br />

principais efeitos s~ao:<br />

Mudancas rapidas na pot^encia <strong>do</strong> sinal recebi<strong>do</strong> devi<strong>do</strong> a pequenas variac~oes<br />

de dist^ancia e/ou de tempo.<br />

Modulac~oes por frequ^encia aleatorias causadas pelo deslocamento Doppler<br />

das varias inst^ancias.<br />

Dispers~ao no tempo (ecos) causa<strong>do</strong>s pelos atrasos no tempo de propagac~ao<br />

das diversas inst^ancias <strong>do</strong> sinal.<br />

Quan<strong>do</strong> a antena receptora esta parada em relac~ao ao transmissor, o efeito<br />

de fading e causa<strong>do</strong> pela dispers~ao temporal das varias inst^ancias <strong>do</strong> sinal<br />

transmiti<strong>do</strong> no receptor. Devi<strong>do</strong> as carater sticas intr nsecas das ondas eletromagneticas,<br />

efeitos destrutivos ou construtivos poder~ao aparecer quan<strong>do</strong> <strong>do</strong><br />

somatoria destas inst^ancias no receptor. Isto pode levar a grandes utuac~oes<br />

no sinal recebi<strong>do</strong> em um curto espaco de tempo. Quan<strong>do</strong> a antena receptora<br />

apresenta movimento em relac~ao ao transmissor, cada inst^ancia <strong>do</strong> sinal transmiti<strong>do</strong><br />

apresenta um aparente deslocamento na frequ^encia. Este deslocamento<br />

na frequ^encia <strong>do</strong> sinal recebi<strong>do</strong> devi<strong>do</strong> amovimentac~ao <strong>do</strong> receptor e denomina<strong>do</strong><br />

deslocamento Doppler, e e diretamente proporcional avelocidade e<br />

direc~ao <strong>do</strong> movimento <strong>do</strong> receptor em relac~ao ao transmissor.<br />

A.8.1 Fatores de In u^encia<br />

A seguir s~ao apresenta<strong>do</strong>s os principais fatores que in uenciam a propagac~ao<br />

de sinal em baixa escala:<br />

Propagac~ao <strong>do</strong> Sinal em Varios Caminhos: A dispers~ao de amplitude<br />

e fase das diversas inst^ancias de um mesmo sinal transmiti<strong>do</strong> na antena receptora<br />

causa utuac~oes no sinal recebi<strong>do</strong>, levan<strong>do</strong> ao enfraquecimento ou distors~ao


166 Cap tulo A. Propagac~ao de Sinais de Radio<br />

<strong>do</strong> sinal nal. Velocidade de Deslocamento <strong>do</strong> Receptor: Omovimento<br />

relativo entre o transmissor e o receptor resulta na modulac~ao da frequ^encia <strong>do</strong><br />

sinal recebi<strong>do</strong>, devi<strong>do</strong> aos diferentes deslocamentos Doppler apresenta<strong>do</strong>s pelas<br />

varias inst^ancias <strong>do</strong> sinal.<br />

Movimentac~ao <strong>do</strong>s Objetos no Ambiente de Propagac~ao: A presenca<br />

de objetos moveis no ambiente de propagac~ao pode in uenciar algumas<br />

das inst^ancias <strong>do</strong> sinal recebi<strong>do</strong>. Caso o ambiente de propagac~ao possa ser considera<strong>do</strong><br />

praticamente estatico em relac~ao amovimentac~ao da antena receptora,<br />

amovimentac~ao <strong>do</strong>s demais objetos pode ser desconsiderada.<br />

Faixa de Transmiss~ao <strong>do</strong> Sinal: Se a faixa de transmiss~ao <strong>do</strong> sinal de<br />

radio for maior <strong>do</strong> que a faixa <strong>do</strong> canal forma<strong>do</strong> pelas varias inst^ancias <strong>do</strong><br />

sinal transmiti<strong>do</strong>, o sinal recebi<strong>do</strong> sera distorci<strong>do</strong>, porem sem enfraquecimento<br />

<strong>do</strong> sinal recebi<strong>do</strong>. A faixa <strong>do</strong> canal pode ser quanti cada por sua faixa de<br />

coer^encia, que e uma medida da maxima diferenca de frequ^encianaqualas<br />

inst^ancias <strong>do</strong> sinal ainda est~ao fortemente relacionadas em amplitude.<br />

A.8.2 Deslocamento Doppler<br />

Seja um receptor se movimentan<strong>do</strong> a uma velocidade constante v, ao longo<br />

de um caminho X-Y de comprimento d, de forma que este caminho forma um<br />

^angulo com o segmento de reta que liga o transmissor T ao ponto X. Consideran<strong>do</strong><br />

que o transmissor se encontra a uma grande dist^ancia <strong>do</strong> segmento X-Y,<br />

tem-se que o ^angulo entre o segmento T-Y e o prolongamento <strong>do</strong> segmento X-Y<br />

tambem e . Supon<strong>do</strong> um sinal emiti<strong>do</strong> por T, o receptor recebera o sinal nos<br />

pontos X e Y com uma diferenca de fase igual a:<br />

= 2 l = 2 v t cos (A:15)<br />

onde t e o tempo gasto pelo receptor para mover-se de X para Y. Desta forma,<br />

amudanca aparente na frequ^encia, ou deslocamento Doppler, e dada por:<br />

fd = 1<br />

2 :<br />

t = v : cos (A:16)<br />

Pode-se notar pela equac~ao acima que se o receptor se move na direc~ao <strong>do</strong><br />

transmissor, o deslocamento Doppler e positivo, ou seja, a frequ^encia aparente<br />

recebida e maior que a frequ^encia de transmiss~aocaso o receptor esteja se<br />

distancian<strong>do</strong> <strong>do</strong> transmissor, a frequ^encia aparente recebida e menor que a<br />

frequ^encia de transmiss~ao.<br />

A presenca de movimentac~ao relativa entre o receptor e o transmissor e a<br />

exist^encia de multiplas inst^ancias <strong>do</strong> mesmo sinal, levam ao aparecimento de


A.8 Modelos de Propagac~ao em Baixa Escala 167<br />

efeitos distintos no sinal transmiti<strong>do</strong>. A presenca de multiplas inst^ancias leva a<br />

dispers~ao das inst^ancias no tempo e ao enfraquecimento seletivo defrequ^encias,<br />

enquanto que o deslocamento Doppler leva a dispers~ao em frequ^encia e ao<br />

enfraquecimento seletivo de tempo. Uma explicac~ao mais detalhada <strong>do</strong>s tipos<br />

de fading, bem como de seus modelos, necessita de um conhecimento espec co<br />

na area de f sica, mais precisamente, na area de processamento de sinais, o que<br />

foge ao escopo deste <strong>livro</strong>. Para aqueles que desejarem se aprofundar neste<br />

topico, um bom ponto de partida e [191], no seu cap tulo 4. Nesta refer^encia,<br />

ointeressa<strong>do</strong> podera encontrar um estu<strong>do</strong> introdutorio sobre o assunto, bem<br />

como uma serie de outras refer^encias sobre pontos espec cos relaciona<strong>do</strong>s com<br />

otopico.


168 Cap tulo A. Propagac~ao de Sinais de Radio


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