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Maio/Junho 2011<br />

| APTCNEWS<br />

| N.º 6 Maio 2011


Editorial<br />

2 | APTCNEWS<br />

João Pinto<br />

Coelho<br />

Presi<strong>de</strong>nte da APTC<br />

Antes <strong>de</strong> mais, gostaria <strong>de</strong><br />

agra<strong>de</strong>cer a todos os que<br />

nos contactaram pelo facto<br />

<strong>de</strong> ainda não terem recebido a<br />

APTC News. Confessamos que<br />

nos sentimos honrados por<br />

sabermos que este nosso pequeno<br />

e humil<strong>de</strong> projecto, já conseguiu<br />

dar os primeiros passos no seu<br />

próprio posicionamento neste<br />

vasto mundo das Newsletters<br />

e das Revistas Digitais. Assim,<br />

aproveitamos este editorial para<br />

realizar o nosso esclarecimento<br />

público. Como é do conhecimento<br />

geral, a <strong>Associação</strong> <strong>Portuguesa</strong><br />

<strong>de</strong> <strong>Turismo</strong> <strong>Cultural</strong> (APTC), é<br />

composta por um número reduzido<br />

<strong>de</strong> colaboradores activos. Face às<br />

actuais condições profissionais<br />

e sociais é compreensível que o<br />

Voluntariado e a realização <strong>de</strong><br />

projectos <strong>de</strong> forma graciosa, comece<br />

a ser uma “miragem” nestes tempos<br />

<strong>de</strong> crise. No entanto, com base nos<br />

actuais recursos existentes na APTC,<br />

adoptámos uma nova periodicida<strong>de</strong><br />

para este projecto APTC News: esta<br />

Revista será bimensal. Apelamos a<br />

vossa compreensão e <strong>de</strong>safiamos<br />

todos, especialmente os que não<br />

concordarem com esta mudança,<br />

a colaborarem <strong>de</strong> forma directa e<br />

informal com a APTC News.<br />

Nesta edição, gostaríamos <strong>de</strong><br />

salientar a apresentação da<br />

realização das Jornadas Técnicas <strong>de</strong><br />

Desenvolvimento <strong>de</strong> Produtos <strong>de</strong><br />

<strong>Turismo</strong> <strong>Cultural</strong> no Mundo Rural,<br />

que <strong>de</strong>correram nos dias 26 e 27 <strong>de</strong><br />

Maio em Tomar, cuja organização<br />

contou com a <strong>Associação</strong> <strong>de</strong><br />

Desenvolvimento Integrado para<br />

o Ribatejo Norte, com a Câmara<br />

Municipal <strong>de</strong> Tomar, com o Instituto<br />

Politécnico <strong>de</strong> Tomar e com a<br />

<strong>Associação</strong> <strong>Portuguesa</strong> <strong>de</strong> <strong>Turismo</strong><br />

<strong>Cultural</strong>. Também <strong>de</strong>stacamos<br />

a Entrevista com o Dr. Victor<br />

Vergamota, da <strong>Associação</strong> Nacional<br />

<strong>de</strong> <strong>Turismo</strong> Equestre, que nos<br />

permite abordar a questão eminente<br />

da afirmação do <strong>Turismo</strong> Equestre no<br />

território nacional, nomeadamente<br />

na zona do Ribatejo. Por último, não<br />

po<strong>de</strong>ria <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> referir a qualida<strong>de</strong><br />

dos artigos apresentados neste<br />

número, uma das características<br />

comum a todas as edições<br />

anteriores, assim como a pertinência<br />

dos temas apresentados.<br />

Aproveito também este editorial<br />

para convidar todos os nossos<br />

associados e todos os amigos a<br />

participarem nas próximas” Jornadas<br />

Técnicas: Dinamização Turística<br />

dos Territórios”, dia 23 <strong>de</strong> Julho em<br />

Mação – activida<strong>de</strong> organizada em<br />

parceria entre a APTC e a Câmara<br />

Municipal <strong>de</strong> Mação, e informar<br />

que iremos lançar brevemente um<br />

número especial da APTC News<br />

<strong>de</strong>dicado à Festa dos Tabuleiros,<br />

evento único e singular no panorama<br />

nacional, que contou com a<br />

colaboração e participação da APTC,<br />

ao abrigo do Protocolo em vigência<br />

com a Câmara Municipal <strong>de</strong> Tomar e<br />

com o Instituto Politécnico <strong>de</strong> Tomar.<br />

Despeço-me, fazendo os votos <strong>de</strong><br />

umas boas férias ou <strong>de</strong> um excelente<br />

período <strong>de</strong> negócios, conforme os<br />

casos, e colocando, uma vez mais, a<br />

<strong>Associação</strong> <strong>Portuguesa</strong> <strong>de</strong> <strong>Turismo</strong><br />

<strong>Cultural</strong> à vossa disposição.


Revista Digital<br />

APTCNEWS<br />

Editorial 2<br />

Por cá... 4<br />

Aconteceu 6<br />

Artigo<br />

Criativida<strong>de</strong>, <strong>Turismo</strong> e Cultura local 8<br />

Artigo<br />

Festa dos Tabuleiros, a Festa maior <strong>de</strong> Tomar 12<br />

Entrevista<br />

Dr. Vítor Vergamota 14<br />

Artigo<br />

Insolvência <strong>de</strong> pessoas singulares Um recomeço à vista … 16<br />

Artigo<br />

Novas formas <strong>de</strong> enten<strong>de</strong>r o <strong>Turismo</strong> –<br />

O caso das Catacumbas <strong>de</strong> Paris … 18<br />

Artigo<br />

A animação turística e o papel do animador turístico 20<br />

Sugerimos 22<br />

Ficha Técnica<br />

Presi<strong>de</strong>nte<br />

João Pinto Coelho<br />

Coor<strong>de</strong>nação<br />

<strong>Associação</strong> <strong>Portuguesa</strong><br />

<strong>de</strong> <strong>Turismo</strong> <strong>Cultural</strong><br />

Proprieda<strong>de</strong><br />

<strong>Associação</strong> <strong>Portuguesa</strong><br />

<strong>de</strong> <strong>Turismo</strong> <strong>Cultural</strong><br />

Site:<br />

www.apturismocultural.org<br />

Email:<br />

aptcultural@gmail.com<br />

Edição electrónica<br />

Periodicida<strong>de</strong><br />

Bimensal<br />

Concepção e coor<strong>de</strong>nação<br />

gráfica<br />

CulMotion, Lda.<br />

Aconteceu - Rui Carvalho<br />

Por cá - João Fian<strong>de</strong>iro<br />

Entrevista - Elsa Lourenço<br />

Sugerimos - Isa Ferreira<br />

3 | APTCNEWS


Por cá...<br />

4 | APTCNEWS<br />

Po<strong>de</strong>mos afirmar que o mês<br />

<strong>de</strong> Maio foi <strong>de</strong>dicado ao<br />

conhecimento e divulgação.<br />

Realizaram-se as primeiras<br />

apresentações <strong>de</strong> dissertação <strong>de</strong><br />

Mestrado em Desenvolvimento<br />

<strong>de</strong> Produtos <strong>de</strong> <strong>Turismo</strong> <strong>Cultural</strong>,<br />

no Instituto Politécnico <strong>de</strong> Tomar,<br />

com as respectivas arguências e<br />

<strong>de</strong>fesas. Decorreram em Lisboa as<br />

comemorações do Centenário do<br />

<strong>Turismo</strong> em Portugal, na evocação<br />

do IV Congresso Internacional <strong>de</strong><br />

<strong>Turismo</strong> realizado em Lisboa, na<br />

Socieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Geografia. Tiveram<br />

lugar também as I Jornadas Técnicas<br />

<strong>de</strong> Desenvolvimento <strong>de</strong> Produtos <strong>de</strong><br />

<strong>Turismo</strong> <strong>Cultural</strong> no Mundo Rural.<br />

Obtiveram o grau <strong>de</strong> Mestre<br />

nove dos 16 estudantes que<br />

durante dois anos frequentaram<br />

a primeira edição <strong>de</strong>ste Mestrado.<br />

A qualificação académica <strong>de</strong>stes<br />

especialistas vai enriquecer o<br />

potencial humano na região,<br />

tendo as respectivas dissertações<br />

sido na sua maioria <strong>de</strong> análise e<br />

aplicação pratica, esperandose<br />

um contributo real para o<br />

crescimento do <strong>Turismo</strong> <strong>Cultural</strong><br />

e <strong>de</strong>senvolvimento económico<br />

nos territórios por eles estudados.<br />

Os restantes académicos irão<br />

entretanto entregar os seus<br />

trabalhos, prevendo-se até ao final<br />

do corrente ano a conclusão <strong>de</strong><br />

mais algumas dissertações.<br />

As comemorações do Congresso<br />

Internacional do <strong>Turismo</strong>, realizado<br />

em 1911, foram uma oportunida<strong>de</strong><br />

para evocar a criação das<br />

Repartições <strong>de</strong> <strong>Turismo</strong> em Portugal<br />

no inicio da 1ª República. Designadas<br />

por Centenário do <strong>Turismo</strong> em<br />

Portugal, tiveram lugar em Lisboa,<br />

na Socieda<strong>de</strong> da Geografia, como<br />

à cem anos atrás. Com diversas<br />

palestras e apresentações<br />

académicas alusivas ao tema, foi<br />

não só evocada a pertinência do<br />

momento nos princípios do séc. XX<br />

como a sua evolução até aos nossos<br />

dias. O Centenário será igualmente<br />

mote para diversas efeméri<strong>de</strong>s e<br />

colóquios em vários pontos do país.<br />

Nos dia 26 e 27 <strong>de</strong> Maio realizaramse<br />

as I Jornadas Técnicas <strong>de</strong><br />

Desenvolvimento <strong>de</strong> Produto <strong>de</strong><br />

<strong>Turismo</strong> <strong>Cultural</strong> no Mundo Rural,<br />

organizada pela ADIRN, <strong>Associação</strong><br />

para o Desenvolvimento Integrado<br />

do Ribatejo Norte, em parceria com<br />

a CMT, Câmara Municipal <strong>de</strong> Tomar,<br />

o IPT, Instituto Politécnico <strong>de</strong> Tomar<br />

e a APTC, <strong>Associação</strong> <strong>Portuguesa</strong><br />

<strong>de</strong> <strong>Turismo</strong> <strong>Cultural</strong>. Com uma<br />

participação superior a 80 pessoas<br />

na sua maioria profissionais da área,<br />

docentes, técnicos autárquicos e<br />

associativos, empresários do sector<br />

e estudantes, a primeira parte das<br />

Jornadas tiveram lugar no Auditório<br />

principal do IPT. Os presi<strong>de</strong>ntes do<br />

IPT, Doutor Eugénio <strong>de</strong> Almeida,<br />

da CMT, Dr. Corvelo <strong>de</strong> Sousa, e da<br />

ADIRN, Dr. Pedro Ferreira, abriram<br />

a sessão <strong>de</strong> trabalho realçando<br />

unanimemente a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong>


união <strong>de</strong> esforços entre dirigentes<br />

e gestores do território com a<br />

aca<strong>de</strong>mia num <strong>de</strong>senvolvimento<br />

conjunto do conhecimento com<br />

o empreendorismo. A herança<br />

templária e o património existente<br />

nesta região po<strong>de</strong>m valorizar<br />

pequenos nichos <strong>de</strong> mercado <strong>de</strong><br />

forma a se tornarem gran<strong>de</strong>s,<br />

incrementando uma massa crítica<br />

necessária ao <strong>de</strong>senvolvimento<br />

económico catapultado pelo<br />

<strong>Turismo</strong> <strong>Cultural</strong>.<br />

O Painel I sob o tema Economia<br />

da Cultura e do <strong>Turismo</strong> –<br />

Desenvolvimento <strong>de</strong> Produtos<br />

no Mundo Rural, mo<strong>de</strong>rado pela<br />

Dr.ª Ana Soares, Chefe da Divisão<br />

<strong>de</strong> <strong>Turismo</strong>, Cultura e Museologia<br />

do Município <strong>de</strong> Tomar, teve na<br />

primeira intervenção Dr. Manuel<br />

Reis Ferreira, docente no curso<br />

<strong>de</strong> Gestão Turística e <strong>Cultural</strong>,<br />

a <strong>de</strong>finição e requisitos <strong>de</strong> um<br />

<strong>de</strong>stino turístico, sua analogia com<br />

o território ADIRN, <strong>de</strong>monstrando a<br />

problemática da praxis <strong>de</strong>sligada da<br />

teoria, a ausência <strong>de</strong> estratégia local<br />

e governança sem planeamento.<br />

A segunda apresentação esteve<br />

a cargo da responsável da Rota<br />

do Românico, Dr.ª Rosário<br />

Machado, este projecto iniciado<br />

à sensivelmente 10 anos, pela<br />

<strong>Associação</strong> <strong>de</strong> Municípios do Vale do<br />

Sousa, no Norte <strong>de</strong> Portugal, assenta<br />

num produto turístico e projecto <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>senvolvimento regional, baseado<br />

na herança patrimonial do Condado<br />

Portucalense do séc. X ao XII.<br />

No segundo Painel, <strong>de</strong>dicado aos<br />

Recursos do Mundo Rural e seu<br />

processamento para atractivos<br />

turísticos, Doutor Luís Mota Figueira,<br />

director do Curso <strong>de</strong> Gestão<br />

Turística e <strong>Cultural</strong>, do IPT, mostrou<br />

o enquadramento territorial da<br />

ADIRN e os pressupostos <strong>de</strong> análise<br />

à ruralida<strong>de</strong> e ao mundo rural.<br />

Desenvolveu um novo conceito<br />

<strong>de</strong> “rurbanida<strong>de</strong>” on<strong>de</strong> o rural se<br />

intercepta na urbanida<strong>de</strong>, relevando<br />

as necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> enraizamento<br />

cultural. Apresentou o turismo<br />

como o gran<strong>de</strong> motor da economia<br />

e a proposta <strong>de</strong> “roteirização”,<br />

processos <strong>de</strong> activação do<br />

património, movimentando pessoas<br />

entre espaços e acrescendo valor<br />

ao território. Em representação<br />

do <strong>Turismo</strong> <strong>de</strong> Portugal IP, a Dr.ª<br />

Mª José Coelho, do Departamento<br />

<strong>de</strong> Desenvolvimento <strong>de</strong> Produtos<br />

e Destinos, efectuou uma<br />

apresentação institucional do<br />

Instituto enquadrando o PENT<br />

numa análise <strong>de</strong>talhada sobre o<br />

<strong>Turismo</strong> <strong>Cultural</strong>. Promovendo os<br />

roteiros turisticos <strong>de</strong>senvolvidos<br />

na região <strong>de</strong> Lisboa e Vale do Tejo,<br />

integrados com o projecto da Rota<br />

dos Mosteiros da Humanida<strong>de</strong>.<br />

Este painel foi mo<strong>de</strong>rado pelo<br />

Coor<strong>de</strong>nador do Secretariado<br />

Tecnico do SP3 do ProDeR, Engº Rui<br />

Rafael.<br />

O almoço composto por uma<br />

<strong>de</strong>gustação <strong>de</strong> produtos regionais<br />

foi servido na Herda<strong>de</strong> dos<br />

Templarios/Quinta do Cavalinho,<br />

momento gastronómico e <strong>de</strong><br />

incentivo à promoção <strong>de</strong> produtos<br />

locais.<br />

No inicio da tar<strong>de</strong> foi teve lugar<br />

o Painel III subordinado ao<br />

tema “Abordagem à criação <strong>de</strong><br />

Produtos <strong>de</strong> <strong>Turismo</strong> <strong>Cultural</strong>”,<br />

mo<strong>de</strong>rado pela Dr.ª Ana Soares,<br />

Chefe da Divisão <strong>de</strong> <strong>Turismo</strong>,<br />

Cultura e Museologia, da CMT,<br />

com intervenções da Mestre Elsa<br />

Lourenço, “Património Autárquico<br />

no Desenvolvimento <strong>de</strong> Produtos<br />

<strong>de</strong> <strong>Turismo</strong> <strong>Cultural</strong> no Mundo<br />

Rural”, do Mestre Carlos Vicente<br />

“Criativida<strong>de</strong> no Desenvolvimento<br />

<strong>de</strong> Produtos <strong>de</strong> <strong>Turismo</strong> <strong>Cultural</strong><br />

no Mundo Rural”, o Mestre António<br />

Cardoso “Activação do Património<br />

Imaterial no Desenvolvimento <strong>de</strong><br />

Produtos <strong>de</strong> <strong>Turismo</strong> <strong>Cultural</strong> no<br />

Mundo Rural” e a Dr.ª Teresa Vieira,<br />

da ADRITEM/ Socieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Turismo</strong><br />

<strong>de</strong> Santa Maria da Feira, sob o tema<br />

“<strong>Turismo</strong> <strong>Cultural</strong> em Santa Maria<br />

da Feira”.<br />

No final dos trabalhos o<br />

Coor<strong>de</strong>nador Geral da ADIRN, Eng.º<br />

Jorge Rodrigues, salientou na<br />

Consi<strong>de</strong>rações Finais a necessida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> transformar os atractivos em<br />

produto turístico, sendo essencial<br />

atrair mais visitantes e turistas para<br />

crescer a economia local. Lançando<br />

o <strong>de</strong>safio <strong>de</strong> se estudar quanto<br />

contribuem economicamente para<br />

este território os 200 mil visitantes<br />

anuais do Convento <strong>de</strong> Cristo ou<br />

os 20 mil que <strong>de</strong>scem o rio Zezere,<br />

mostrando alguns exemplos<br />

que po<strong>de</strong>rão levar a um melhor<br />

conhecimento <strong>de</strong> quem procura<br />

esta região e contributo para o<br />

seu <strong>de</strong>senvolvimento. Foi <strong>de</strong>ixado<br />

também o repto para a realização<br />

das II Jornadas muito em breve.<br />

No final do dia os participantes<br />

assistiram à peça <strong>de</strong> teatro O Nome<br />

da Rosa, apresentada pelo grupo<br />

teatral tomarense Fatias <strong>de</strong> Cá e que<br />

tem lugar no Convento <strong>de</strong> Cristo.<br />

Exemplo <strong>de</strong> um produto cultural<br />

em espaço patrimonial, que se<br />

transformou num fenómeno <strong>de</strong><br />

atracção turística.<br />

As I Jornadas terminaram no dia<br />

27, sexta-feira, com uma visita<br />

guiada ao Centro Histórico, realizada<br />

pela APTC, culminando com uma<br />

<strong>de</strong>gustação na Loja do Mundo Rural.<br />

Aproveitamos para lembrar a<br />

activida<strong>de</strong> APTC, “De canoa no<br />

Tejo”, no dia 25 <strong>de</strong> Junho, momento<br />

<strong>de</strong> convívio e lazer <strong>de</strong>sfrutando<br />

da beleza do Tejo <strong>de</strong> Constância a<br />

Vila Nova da Barquinha, seguido <strong>de</strong><br />

jantar e animação pela noite <strong>de</strong>ntro.<br />

As inscrições po<strong>de</strong>m ser efectuadas<br />

para aptcultural@gmail.com.<br />

5 | APTCNEWS


Aconteceu<br />

6 | APTCNEWS<br />

Realizou-se o Congresso do<br />

Centenário do <strong>Turismo</strong> em<br />

Portugal<br />

O evento <strong>de</strong>correu na Socieda<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> Geografia <strong>de</strong> Lisboa no passado<br />

mês <strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> 12 a 16, permitindo<br />

a celebração do Centenário da<br />

Institucionalização do <strong>Turismo</strong> em<br />

Portugal (1911-2011).<br />

Fonte: http://www.ambitur.pt/site/news.<br />

asp?news=23188<br />

III Seminário Internacional <strong>de</strong><br />

<strong>Turismo</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> e Bem-Estar<br />

Realizou-se no passado dia 13 <strong>de</strong><br />

Maio o III Seminário Internacional<br />

<strong>de</strong> <strong>Turismo</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> e Bem-Estar<br />

na Alfan<strong>de</strong>ga do Porto.<br />

Fonte: http://news.portugaltravelgui<strong>de</strong>.com/<br />

pt/news/iii-seminariointernacional-<strong>de</strong>turismo-<strong>de</strong>-sau<strong>de</strong>-e-bem-estar<br />

Lisboa entre os melhores <strong>de</strong>stinos<br />

mundiais<br />

Segundo a revista Ambitur online<br />

do passado dia 4 <strong>de</strong> Maio, o guia<br />

turístico World Travel Gui<strong>de</strong>,<br />

a capital portuguesa é: “cool,<br />

cosmopolita e criativa”. Portugal<br />

por outro lado é evi<strong>de</strong>nciado como<br />

sendo: “um dos diamantes em<br />

bruto da Europa”.<br />

Fonte: http://www.ambitur.pt/site/news.<br />

asp?news=23103


Observatório Regional do <strong>Turismo</strong><br />

do Alentejo lança website<br />

Segundo o jornal online Opção<br />

<strong>Turismo</strong> foi lançado o novo website<br />

do Observatório Regional <strong>de</strong><br />

<strong>Turismo</strong> do Alentejo no passado dia<br />

5 <strong>de</strong> Maio.<br />

Fonte: http://www.opcaoturismo.com/noticia.<br />

php?id=1858436<br />

Congresso <strong>de</strong> <strong>Turismo</strong> do Alentejo<br />

- Património do Tempo<br />

Realizou-se no passado mês, nos<br />

dias 15 e 16 <strong>de</strong> Abril o Congresso <strong>de</strong><br />

<strong>Turismo</strong> do Alentejo – Património<br />

do Tempo em Portalegre. O evento<br />

contou com a presença <strong>de</strong> Luís<br />

Patrão do <strong>Turismo</strong> <strong>de</strong> Portugal e<br />

António Ceia da Silva, Presi<strong>de</strong>nte<br />

da Entida<strong>de</strong> Regional <strong>de</strong> <strong>Turismo</strong><br />

do Alentejo. Destaque ainda para<br />

a participação <strong>de</strong> oradores como<br />

Annette Pritchard, Directora,<br />

Destination Branding, Welsh Centre<br />

for Tourism e Richard Wheeler do<br />

National Trust, Reino Unido.<br />

http://www.congressoturismodoalentejo.<br />

com/<br />

<strong>Turismo</strong> Internacional cresceu<br />

5% em 2011<br />

Segundo a OMT, Organização<br />

Mundial <strong>de</strong> <strong>Turismo</strong> o fluxo <strong>de</strong><br />

turistas internacionais cresceu<br />

cerca <strong>de</strong> 5% nos primeiros meses<br />

<strong>de</strong> 2011.<br />

Fonte: http://www.ambitur.pt/site/news.<br />

asp?news=23187<br />

7 | APTCNEWS


Artigo<br />

8 | APTCNEWS<br />

Criativida<strong>de</strong>, <strong>Turismo</strong><br />

e Cultura local<br />

Rui Carvalho<br />

Mestre em<br />

Desenvolvimento <strong>de</strong><br />

Produtos <strong>de</strong> <strong>Turismo</strong><br />

<strong>Cultural</strong><br />

O<br />

termo<br />

criativida<strong>de</strong> é talvez um dos<br />

conceitos mais em voga nos<br />

dias <strong>de</strong> hoje. Criativida<strong>de</strong> aliada<br />

há necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> criar emprego,<br />

criativida<strong>de</strong> na resolução dos<br />

problemas do país, a necessida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> sermos criativos, em criar algo<br />

<strong>de</strong> novo, a utilização do termo é<br />

muito variada. O sector do turismo<br />

não foi excepção e já em 2002<br />

um economista revolucionava a<br />

forma <strong>de</strong> pensarmos a organização<br />

económica e urbana das gran<strong>de</strong>s<br />

cida<strong>de</strong>s, Richard Florida. Este<br />

argumentava que as gran<strong>de</strong>s<br />

cida<strong>de</strong>s a fim <strong>de</strong> lidarem com as<br />

suas zonas <strong>de</strong>sfavorecidas, para<br />

sobreviverem num ambiente<br />

extremamente competitivo e<br />

lidarem com o fenómeno da<br />

globalização, teriam <strong>de</strong> saber atrair<br />

uma nova classe criativa, isto<br />

<strong>de</strong>vido ao mo<strong>de</strong>lo pós-industrial<br />

e a todos os novos <strong>de</strong>safios que se<br />

lhe seguiram. Classe essa que seria<br />

atraída para as cida<strong>de</strong>s se estas<br />

conseguissem garantir os requisitos<br />

mínimos, uma “troika” (palavra<br />

também ela em voga) personificada<br />

em três T´s: 1- Tolerância – as<br />

cida<strong>de</strong>s teriam <strong>de</strong> ser capazes <strong>de</strong><br />

acolher comunida<strong>de</strong>s oriundas<br />

das mais diversas partes do<br />

mundo, 2- Tecnologia – mais<br />

do que as TIC é obrigatória a<br />

aposta nas novas tecnologias,<br />

3- Talento – on<strong>de</strong> os chamados<br />

empregos criativos existiriam<br />

com especial predominância dos<br />

sectores das artes, cultura, <strong>de</strong>sign,<br />

moda, informática, investigação e<br />

educação. Esta seria responsável<br />

por uma nova forma <strong>de</strong> pensar<br />

e agir que revolucionaria o<br />

funcionamento das cida<strong>de</strong>s,<br />

levando à criação <strong>de</strong> novos<br />

postos <strong>de</strong> trabalho procurando<br />

por sua vez melhorar a qualida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> vida das suas populações e o<br />

<strong>de</strong>senvolvimento das mesmas. O<br />

contributo <strong>de</strong> vários autores <strong>de</strong><br />

estudos sobre a criativida<strong>de</strong> e o<br />

turismo não se fez esperar.<br />

Influenciados pelo trabalho <strong>de</strong><br />

Florida entre outros, o interesse<br />

sobre a relação entre a criativida<strong>de</strong><br />

e o turismo não se fez esperar.<br />

Novas formas <strong>de</strong> pensar a oferta


e a procura turísticas, conduziu<br />

a novas formas <strong>de</strong> organizar os<br />

territórios em ambos os ambiente<br />

rurais e urbanos. Neste sentido,<br />

aquilo a que po<strong>de</strong>mos <strong>de</strong>nominar <strong>de</strong><br />

socieda<strong>de</strong> pós-mo<strong>de</strong>rna tem vindo<br />

a influenciar (<strong>de</strong>s<strong>de</strong> os meados da<br />

década <strong>de</strong> 80 do séc. XX) o modo<br />

como vemos as coisas, organizamos<br />

o nosso pensamento, o conceito<br />

<strong>de</strong> individualida<strong>de</strong> e uma crescente<br />

cultura materialista e hedonista se<br />

quisermos. Lemos todos os dias<br />

que o turista está mais exigente,<br />

culto, privilegia experiências ultra<br />

personalizadas, informa-se sobre<br />

tudo e cada vez mais utiliza a web<br />

a fim <strong>de</strong> fazer a sua <strong>de</strong>rra<strong>de</strong>ira<br />

escolha <strong>de</strong> viagem. Confesso que<br />

fiquei estupefacto com a conclusão<br />

<strong>de</strong> um estudo que li à cerca <strong>de</strong><br />

dois meses atrás, que referia que o<br />

turista/cibernauta actual consultava<br />

uma média <strong>de</strong> 23 sítios na internet<br />

antes <strong>de</strong> escolher o seu <strong>de</strong>stino!!!<br />

No entanto quando pensamos em<br />

criativida<strong>de</strong> em termos <strong>de</strong> praxis<br />

turística falamos dos inputs que<br />

esta po<strong>de</strong>rá introduzir em termos<br />

<strong>de</strong> experiência final. Também em<br />

Portugal tem-se vindo a apostar em<br />

i<strong>de</strong>ias criativas, industrias criativas<br />

a fim proporcionar experiências<br />

mais personalizadas (Óbidos, Loulé).<br />

Recordo a título <strong>de</strong> exemplo casos<br />

<strong>de</strong> sucesso como “A vida é bela”<br />

(facturou milhões no ano passado)<br />

e a “Smart Box”. Neste sentido<br />

os territórios viraram-se para os<br />

chamados recursos intangíveis<br />

a fim <strong>de</strong> se diferenciarem dos<br />

restantes. A criativida<strong>de</strong> em turismo<br />

engloba a criação <strong>de</strong> narrativas<br />

únicas, experiências memoráveis,<br />

ambientes autênticos e contam<br />

com o papel <strong>de</strong> co-criação por parte<br />

do turista on<strong>de</strong> este efectivamente<br />

apren<strong>de</strong> na prática a fazer algo <strong>de</strong><br />

especial e diferente que apenas é<br />

possível fazer na área <strong>de</strong>stino. Esta<br />

é uma situação <strong>de</strong>veras complicada<br />

para os operadores e agências <strong>de</strong><br />

viagens resolverem. Igualmente<br />

os conceitos <strong>de</strong> sustentabilida<strong>de</strong><br />

ambiental, preservação e<br />

salvaguarda do património,<br />

intangibilida<strong>de</strong> e autenticida<strong>de</strong><br />

estão presentes nesta discussão. A<br />

inclusão <strong>de</strong> experiências criativas<br />

nas ofertas turísticas diz respeito a<br />

novas formas <strong>de</strong> interacção entre o<br />

visitante e o visitado.<br />

A título <strong>de</strong> exemplo são aqui<br />

referenciados dois casos no<br />

concelho <strong>de</strong> Tomar. Um pren<strong>de</strong>-se<br />

com o “Festival Bons Sons” que<br />

se realiza na al<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> Cem Soldos<br />

localizada na periferia da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Tomar e <strong>de</strong> “workshops” sobre a<br />

<strong>Turismo</strong>, Cultura, Comunicação e Multimédia<br />

A criar diferença<br />

e inovação no <strong>Turismo</strong><br />

9 | APTCNEWS


Artigo<br />

10 | APTCNEWS<br />

temática dos Tabuleiros em Tomar,<br />

evento que mais do que envolver<br />

toda a comunida<strong>de</strong> tomarense,<br />

representa uma herança com várias<br />

centenas <strong>de</strong> anos. Atrai cerca <strong>de</strong><br />

500 mil pessoas <strong>de</strong> 4 em 4 anos à<br />

cida<strong>de</strong> templária.<br />

O Festival Bons Sons é um evento<br />

que se realiza <strong>de</strong> dois em dois anos<br />

na al<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> Cem Soldos no terceiro<br />

fim-<strong>de</strong>-semana <strong>de</strong> Agosto tendo<br />

atraído milhares <strong>de</strong> pessoas na<br />

edição <strong>de</strong> 2010. Iniciou-se em 2006<br />

on<strong>de</strong> a oferta principal do festival<br />

é a música (cartaz exclusivamente<br />

em português), além <strong>de</strong> exposições<br />

oferece uma mostra <strong>de</strong> filmes<br />

(curtas-metragens), uma feira <strong>de</strong><br />

marroquinarias entre outros. O<br />

factor a <strong>de</strong>stacar pren<strong>de</strong>-se com o<br />

facto da organização SCOCS (Sport<br />

Clube Operário <strong>de</strong> Cem Soldos)<br />

facultar acções <strong>de</strong> formação para<br />

os voluntários e população local<br />

nas áreas <strong>de</strong> produção cultural,<br />

financiamento <strong>de</strong> projectos, gestão<br />

<strong>de</strong> palco e assessoria <strong>de</strong> imprensa<br />

antes da realização do Festival. Esta<br />

forma <strong>de</strong> interacção obriga-nos<br />

a ver o festival <strong>de</strong> outra forma. É<br />

igualmente importante <strong>de</strong>stacar<br />

o merchandising elaborado pela<br />

população local on<strong>de</strong> um grupo <strong>de</strong><br />

idosas e os seus netos se juntam<br />

a fim <strong>de</strong> fazerem as “Tixas”, uma<br />

iniciativa trans-geracional da<br />

SCOCS, on<strong>de</strong> o artesanato <strong>de</strong> feltro<br />

é privilegiado. Estas assumem a<br />

forma <strong>de</strong> porta-chaves, prega<strong>de</strong>iras<br />

e ganchos em várias cores. As<br />

mascotes servem para financiar o<br />

evento. Trata-se <strong>de</strong> uma excelente<br />

iniciativa on<strong>de</strong> a população local é<br />

envolvida <strong>de</strong> forma pragmática na<br />

organização <strong>de</strong> um evento on<strong>de</strong> o<br />

seu capital criativo é <strong>de</strong>senvolvido.<br />

No caso dos “workshops” realizados<br />

nos meses <strong>de</strong> Maio e Junho em<br />

Tomar, interessa referir que estes<br />

são organizados pela Comissão da<br />

Festa dos Tabuleiros e procuram<br />

ensinar a arte <strong>de</strong>corativa <strong>de</strong> fazer<br />

flores e tabuleiros a todos os<br />

interessados. Des<strong>de</strong> a latoaria, a<br />

cestaria e o pão, todos os materiais<br />

e técnicas necessárias à elaboração<br />

do tabuleiro são explicadas aos<br />

participantes. Presenciei um dos<br />

“workshops” sobre a montagem<br />

do tabuleiro a fim <strong>de</strong> melhor<br />

<strong>de</strong>monstrar o envolvimento da<br />

comunida<strong>de</strong> local. Realizou-se<br />

no passado dia 28 <strong>de</strong> Maio on<strong>de</strong><br />

participaram 17 pessoas (2 do sexo<br />

masculino e 15 do sexo feminino),<br />

a média <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>s situou-se nos<br />

42 anos. Todos os participantes<br />

residiam no concelho <strong>de</strong> Tomar<br />

tendo cinco das quinze mulheres<br />

ali presentes já participado na<br />

Festa dos Tabuleiros e transportado<br />

tabuleiro em anos anteriores. Foi<br />

num ambiente <strong>de</strong>scontraído que o<br />

formador José Pereira <strong>de</strong>svendou<br />

as técnicas <strong>de</strong> construção dos<br />

tabuleiros on<strong>de</strong> se proce<strong>de</strong>u<br />

à construção <strong>de</strong> um pequeno<br />

tabuleiro. O formador chegou a<br />

<strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r que todos os materiais<br />

utilizados <strong>de</strong>vem correspon<strong>de</strong>r à<br />

tradição local afastando qualquer<br />

<strong>de</strong>scaracterização na construção<br />

dos tabuleiros. Algumas das<br />

participantes procuraram apren<strong>de</strong>r<br />

como se construía o tabuleiro<br />

a fim <strong>de</strong> o replicarem em suas<br />

casas para as suas filhas usarem<br />

na edição <strong>de</strong>ste ano, os restantes<br />

participaram por mera curiosida<strong>de</strong>.<br />

No entanto foi notório um interesse<br />

em que estas técnicas passem<br />

<strong>de</strong> geração em geração a fim <strong>de</strong><br />

assegurar a participação dos mais<br />

novos em futuras edições. Da<br />

parte da Comissão preten<strong>de</strong>-se<br />

que iniciativas <strong>de</strong>stas se repitam<br />

também em anos da não realização<br />

da festa.<br />

Estes dois casos <strong>de</strong>monstram a<br />

vantagem do envolvimento da<br />

comunida<strong>de</strong> local na organização<br />

<strong>de</strong> eventos on<strong>de</strong> a cultura local<br />

é evi<strong>de</strong>nciada. O sector turístico<br />

po<strong>de</strong> assim ajudar a preservar<br />

as culturas locais e levar os mais<br />

novos a participarem em eventos<br />

<strong>de</strong> índole cultural ao mesmo tempo<br />

que apren<strong>de</strong>m novas competências.<br />

Aos “stakehol<strong>de</strong>rs” turísticos<br />

cabe conceptualizar produtos,<br />

experiências únicas e memoráveis<br />

assentes em recursos endógenos<br />

dos <strong>de</strong>stinos aproximando cada vez<br />

mais os turistas e as comunida<strong>de</strong>s<br />

locais. Esta po<strong>de</strong>rá ser uma forma<br />

<strong>de</strong> afirmar territórios no actual<br />

mercado turístico globalizante.<br />

Bibliografia:<br />

- Florida, R. (2002) The rise of<br />

the creative class: and how it’s<br />

transforming work,<br />

leisure, community and everyday<br />

life. Basic Books, New York.<br />

- Carvalho, R. (2011), Os eventos<br />

culturais e criativos po<strong>de</strong>rão ou<br />

não contribuir para uma imagem<br />

diferenciadora do <strong>de</strong>stino<br />

turístico maduro?” Dissertação <strong>de</strong><br />

Mestrado, Instituto Politécnico <strong>de</strong><br />

Tomar, 2011<br />

-”Suplemento Bons Sons”, Jornal<br />

Cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Tomar, Ano 76, nº<br />

3923, sexta-feira 13 <strong>de</strong> Agosto <strong>de</strong><br />

2010<br />

Webgrafia:<br />

- http://www.bonssons.com<br />

- http://www.tabuleiros.org<br />

- http://www.hosteltur.<br />

com/146500_shortbreaks-larga-distancia-serecuperan-2011.html


Jornadas Técnicas<br />

Dinamização Turística<br />

dos Territórios<br />

23 Julho<br />

2011<br />

09h30<br />

Museu <strong>de</strong> Arte Pré-Histórica<br />

e do Sagrado do Vale do Tejo<br />

Programa brevemente disponível<br />

Inscrições e informações:<br />

Inscrições gratuitas e limitadas ao número <strong>de</strong> lugares disponíveis.<br />

<strong>Associação</strong> <strong>Portuguesa</strong> <strong>de</strong> <strong>Turismo</strong> <strong>Cultural</strong><br />

Tel: +351 249 103 831<br />

E-mail: aptcultural@gmail.com<br />

Mação<br />

Museu <strong>de</strong> Arte Pré-Histórica e do Sagrado no Vale do Tejo<br />

Morada: Lg. Infante D. Henrique 6120-721 Mação<br />

Tel: +351 241 571 477<br />

Fax: +351 241 577 280<br />

E-mail: museu@cm-macao.pt<br />

11 | APTCNEWS


Artigo<br />

12 | APTCNEWS<br />

Festa dos Tabuleiros,<br />

a Festa maior <strong>de</strong> Tomar<br />

Antes, agora e futuro: <strong>de</strong>verá a Festa ser o<br />

novo recurso <strong>de</strong> <strong>Turismo</strong> <strong>Cultural</strong> da região?<br />

João Fian<strong>de</strong>iro<br />

Mestre em<br />

Desenvolvimento <strong>de</strong><br />

Produtos <strong>de</strong> <strong>Turismo</strong><br />

<strong>Cultural</strong><br />

A<br />

Festa dos Tabuleiros<br />

tem a sua origem nas<br />

manifestações culturais<br />

<strong>de</strong>dicadas às colheitas, segundo<br />

diversos autores, havendo quem<br />

<strong>de</strong>fenda a sua ligação a <strong>de</strong>usa<br />

Ceres. Segundo a mitologia<br />

romana Ceres era a <strong>de</strong>usa das<br />

plantas que brotam alimento<br />

e amor materno, símbolo <strong>de</strong><br />

fertilida<strong>de</strong> e prosperida<strong>de</strong>.<br />

Adoptada pelos romanos no<br />

séc. V a.c., após uma fome<br />

<strong>de</strong>vastadora, vão surgindo rituais<br />

on<strong>de</strong> mulheres personificam<br />

e celebram as suas graças.<br />

Remonta ao séc. III a.c. a<br />

realização <strong>de</strong> festivais em sua<br />

honra, intitulados “Jogos <strong>de</strong><br />

Ceres” ou Cerealia, ocorrendo em<br />

Abril <strong>de</strong> todos os anos.<br />

Estas manifestações chegaram<br />

aos nossos dias sob as mais<br />

diversas formas e adaptações,<br />

quer geográficas, temporais<br />

ou culturais. Uma das maiores<br />

influencias no mundo oci<strong>de</strong>ntal<br />

foi introduzida pelo cristianismo,<br />

aproveitando muitas <strong>de</strong>stas<br />

manifestações pagãs, que<br />

entretanto iam adquirindo<br />

nomenclatura própria <strong>de</strong> cada<br />

território, enquadrando cada<br />

ritual com os seus <strong>de</strong>sígnios.<br />

Crê-se que terá sido a rainha<br />

Santa Isabel, no reinado <strong>de</strong><br />

D. Dinis, que lança as bases à<br />

Congregação do Espírito Santo,<br />

adaptando-se então os rituais<br />

pagãos <strong>de</strong>dicados à fertilida<strong>de</strong><br />

e solidarieda<strong>de</strong> cristã. Estas<br />

festas vão-se caracterizar por<br />

juntarem as diversas classes<br />

sociais em comunhão num<br />

objectivo comum. Ao longo dos<br />

tempos vão sofrendo alterações,<br />

sempre numa tendência <strong>de</strong><br />

engran<strong>de</strong>cimento da festivida<strong>de</strong>.<br />

Foi já no séc. XX, em especial<br />

com a influência <strong>de</strong> João dos<br />

Santos Simões, que a Festa dos<br />

Tabuleiros é renovada e adquire<br />

um estatuto monumental,


ealizando-se <strong>de</strong> quatro em<br />

quatro anos, a sua notorieda<strong>de</strong><br />

foi crescendo ano após ano. Este<br />

fenómeno resulta <strong>de</strong> diversos<br />

factores intrínsecos à Festa, seja<br />

pela originalida<strong>de</strong> e completa<br />

diferenciação <strong>de</strong> outra qualquer<br />

realização equiparada, pela<br />

estética, colorido e impacto<br />

visual, pelo envolvimento<br />

comunitário e colectivo <strong>de</strong> forma<br />

abnegada ou simplesmente pelo<br />

carisma e “magia” que produz.<br />

A Festa dos Tabuleiros surge<br />

assim como um dos ícones<br />

culturais <strong>de</strong> Portugal. Adquire<br />

estatuto internacional e atrai<br />

milhares <strong>de</strong> visitantes a Tomar.<br />

Mantendo sempre o cunho<br />

tradicional e um <strong>de</strong>cor uniforme,<br />

vai crescendo <strong>de</strong> edição para<br />

edição, introduzindo-se<br />

subtilmente algumas inovações,<br />

nomeadamente o Cortejo dos<br />

Rapazes, nos anos 90.<br />

Interessa-nos esta abordagem<br />

ao maior evento cultural<br />

realizado na região porque o<br />

seu impacto extravasou, e há<br />

muito, as fronteiras locais e<br />

regionais. Apesar <strong>de</strong> não haver<br />

estudos nem dados exactos que<br />

comprovem o nº <strong>de</strong> visitantes ou<br />

a contribuição para a economia,<br />

po<strong>de</strong>mos arriscar empiricamente<br />

e pelas noções avançadas pelas<br />

autorida<strong>de</strong>s locais, que durante a<br />

realização da Festa dos Tabuleiros<br />

visitam Tomar cerca <strong>de</strong> 1 milhão<br />

<strong>de</strong> pessoas. Lembra-mos que<br />

a Festa <strong>de</strong>senrola-se em dois<br />

fins-<strong>de</strong>-semana, com diversos<br />

cortejos, activida<strong>de</strong>s culturais,<br />

<strong>de</strong>sportivas e recreativas,<br />

culminando no segundo domingo<br />

<strong>de</strong> Julho com o Cortejo Principal,<br />

e terminando na seguinte 2ª feira<br />

com a Distribuição da Peza ou do<br />

Bodo, objectivo final da Festa com<br />

a distribuição ao povo <strong>de</strong> carne,<br />

vinho e pão.<br />

Po<strong>de</strong>mos afirmar que a Festa<br />

dos Tabuleiros é um dos<br />

acontecimentos mais importantes<br />

para o <strong>Turismo</strong> nacional. Atrai<br />

milhares <strong>de</strong> turistas, esgotam-se<br />

os alojamentos em toda a região,<br />

enchem-se os restaurantes,<br />

ven<strong>de</strong>m-se dos mais diversos<br />

artigos relacionados e <strong>de</strong> ocasião,<br />

todos lucram com a Festa. Os<br />

visitantes apreciam e regozijamse<br />

com todo o folclore e especial<br />

roupagem da cida<strong>de</strong>, satisfazemse<br />

nas ruas ornamentadas e<br />

aplau<strong>de</strong>m o <strong>de</strong>sfilar dos pares<br />

vestidos <strong>de</strong> igual on<strong>de</strong> as<br />

mulheres são rainhas carregando<br />

a tradição, o pão e o espírito<br />

santo.<br />

Este fenómeno gera um<br />

movimento económico ainda<br />

não quantificado. Para além dos<br />

custos inerentes à sua realização,<br />

como os milhares <strong>de</strong> metros<br />

<strong>de</strong> papel para <strong>de</strong>coração dos<br />

tabuleiros, das ruas e todos os<br />

ornamentos, os pães, 30 em<br />

cada tabuleiro, as coroas, cestos,<br />

roupas, ban<strong>de</strong>iras, foguetes,<br />

grupos musicais e todas as<br />

<strong>de</strong>spesas inerentes, orçados em<br />

cerca <strong>de</strong> 100 mil euros, há uma<br />

outra escala, muito maior, do<br />

fluxo económico gerado durante<br />

a Festa dos Tabuleiros.<br />

Como acima referimos, seria<br />

<strong>de</strong> todo o interesse analisar e<br />

quantificar o impacto económico<br />

e social da Festa dos Tabuleiros,<br />

mas mesmo sem esse estudo<br />

estamos certos que o mesmo<br />

é altamente lucrativo para a<br />

região. São envolvidos todos os<br />

operadores da ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> valor<br />

das activida<strong>de</strong>s turísticas, todos,<br />

<strong>de</strong> alguma forma, realizam<br />

operações comerciais e <strong>de</strong><br />

interacção com turistas.<br />

Mas se é assim tão lucrativo e<br />

gerador <strong>de</strong> riqueza porque só<br />

se realiza <strong>de</strong> 4 em 4 anos? A<br />

resposta é relativamente simples,<br />

as acções necessárias à sua<br />

execução <strong>de</strong>moram mais <strong>de</strong> um<br />

ano, logo no máximo po<strong>de</strong>r-se-ia<br />

realizar <strong>de</strong> 3 em 3 anos. Apesar<br />

<strong>de</strong> ser controverso e não ser<br />

consensual é uma possibilida<strong>de</strong><br />

a questionar num futuro ou num<br />

<strong>de</strong>bate alargado.<br />

E porque é que só pensamos na<br />

Festa dos Tabuleiros no ano da<br />

sua realização? Não po<strong>de</strong>remos<br />

“explorar” a Festa no restante<br />

tempo?<br />

Obviamente que sim! Se<br />

preten<strong>de</strong>mos algo com este<br />

artigo é lançar a discussão a<br />

este tema. Há diversas formas<br />

<strong>de</strong> o concretizar: uma Comissão<br />

permanente que manterá<br />

administrativamente as questões<br />

a resolver e assegurará uma<br />

comunicação permanente ao<br />

vasto público que aprecia e<br />

consome a Festa, mesmo que<br />

ela não se realize; ocupando<br />

umas instalações permanentes,<br />

centrais e condignas, servindo <strong>de</strong><br />

espaço repositório e informativo<br />

permanente; comercialização <strong>de</strong><br />

produtos alusivos e perpetuação<br />

da memória.<br />

Mantendo-se a tradição <strong>de</strong><br />

todos os actos inerentes<br />

à Festa dos Tabuleiros, a<br />

efeméri<strong>de</strong> em si manteria a<br />

sua i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>, servindo esta<br />

Comissão, que po<strong>de</strong>rá evoluir<br />

para uma Fundação, como uma<br />

continuida<strong>de</strong> do bem. Propondose<br />

também a constituição do<br />

Museu da Festa dos Tabuleiros,<br />

on<strong>de</strong> fisicamente todos po<strong>de</strong>rão<br />

visualizar e sentir um pouco da<br />

Festa maior <strong>de</strong> Tomar.<br />

13 | APTCNEWS


Entrevista<br />

14 | APTCNEWS<br />

Licenciado em Economia e Pós-<br />

Graduado em Auditoria, Dr.<br />

Vítor Vergamota é Membro da<br />

Direcção da <strong>Associação</strong> <strong>Portuguesa</strong><br />

<strong>de</strong> Atrelagem e, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2007, Director<br />

da <strong>Associação</strong> Nacional <strong>de</strong> <strong>Turismo</strong><br />

Equestre.<br />

APTC - Como Director da<br />

<strong>Associação</strong> Nacional <strong>de</strong> <strong>Turismo</strong><br />

Equestre qual a sua opinião sobre<br />

a vertente cultural do turismo? E a<br />

Equestre?<br />

VV - O <strong>Turismo</strong> em si só é uma forte<br />

componente cultural, pelo contacto<br />

com outras realida<strong>de</strong>s, outros povos,<br />

outros costumes, abrindo horizontes<br />

e apurando o sentido crítico e<br />

harmonioso do saber humano.<br />

Nos últimos tempos fazer <strong>Turismo</strong><br />

não significa apenas lazer, passar<br />

o tempo <strong>de</strong>spreocupado ou não<br />

ocupado, quebrando apenas as<br />

rotinas diárias.<br />

A procura <strong>de</strong> <strong>Turismo</strong> não<br />

massificado abriu as portas a<br />

outros complementos, passando<br />

necessariamente pela vertente<br />

cultural, <strong>de</strong>finida pela vonta<strong>de</strong> ou<br />

apetência do Turista, que procurará<br />

o que menos conhece ou o que mais<br />

lhe agrada ou até o que lhe provoca<br />

mais emoções.<br />

Assim surge o <strong>Turismo</strong> ligado à arte,<br />

aos sabores, à gastronomia, ao<br />

<strong>de</strong>sporto e à religião e porventura<br />

a tantos outros por nós não<br />

imaginados.<br />

A busca do saber e do conhecimento<br />

irá <strong>de</strong>terminar um <strong>Turismo</strong> mais<br />

qualificado e será a vertente cultural<br />

o motor do crescimento do mesmo.<br />

Quanto à vertente equestre,<br />

consi<strong>de</strong>ro-a uma componente<br />

cultural especifica, que tem a<br />

particularida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se sentir e não só<br />

<strong>de</strong> ver e/ou ouvir.<br />

O <strong>Turismo</strong> equestre será uma<br />

realida<strong>de</strong> futura conciliada<br />

com o <strong>de</strong>spertar pela natureza<br />

e conhecimentos ambientais,<br />

permitindo usufruir <strong>de</strong> emoções e<br />

conhecimentos numa cumplicida<strong>de</strong><br />

com o animal que o transporta e se


torna o seu companheiro diário.<br />

APTC - Quais as activida<strong>de</strong>s<br />

promovidas pela ANTE?<br />

VV - As activida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>senvolvidas<br />

pela ANTE abrangem a promoção e<br />

divulgação do <strong>Turismo</strong> Equestre e<br />

das activida<strong>de</strong>s dos seus associados.<br />

Assegura também o ensino da<br />

equitação através <strong>de</strong> uma escola <strong>de</strong><br />

equitação nas vertentes <strong>de</strong> ensino<br />

normal e <strong>de</strong> hipoterapia. Coor<strong>de</strong>na<br />

igualmente um campeonato <strong>de</strong><br />

maneabilida<strong>de</strong> equestre na região do<br />

Ribatejo e tem proporcionado aulas<br />

<strong>de</strong> equitação <strong>de</strong> trabalho e <strong>de</strong> saltos<br />

<strong>de</strong> obstáculos.<br />

APTC - Consi<strong>de</strong>ra que o <strong>Turismo</strong><br />

Equestre tem sido motor <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>senvolvimento?<br />

VV - O <strong>Turismo</strong> Equestre tem sido<br />

um motor <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento<br />

numa escala pequena, por actuação<br />

pontual e em <strong>de</strong>terminados locais do<br />

País.<br />

O <strong>Turismo</strong> Equestre entendido com<br />

<strong>Turismo</strong> a cavalo e <strong>Turismo</strong> do cavalo<br />

tem tido expressões diferentes.<br />

O <strong>Turismo</strong> do Cavalo entendido<br />

como participações em feiras,<br />

espectáculos e outros eventos em<br />

que o cavalo é a atracão central tem<br />

dinamizado regiões e autarquias com<br />

a participação dos seus visitantes.<br />

O <strong>Turismo</strong> a cavalo, ainda está<br />

por se <strong>de</strong>senvolver como pratica<br />

estruturada e abrangendo a<br />

totalida<strong>de</strong> do País, surgindo como<br />

factor multiplicador da oferta<br />

das localida<strong>de</strong>s e dos recursos<br />

endógenos das regiões.<br />

APTC - Quais os recursos<br />

endógenos existentes no território<br />

português propiciadores <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>senvolvimento do <strong>Turismo</strong><br />

Equestre?<br />

VV - Todo o território Português tem<br />

recursos fabulosos para a gran<strong>de</strong><br />

cavalgada do <strong>Turismo</strong> equestre.<br />

Po<strong>de</strong>mos contar com condições<br />

climatéricas temperadas, a par <strong>de</strong><br />

planícies, rios, montanhas com<br />

trilho em natureza privilegiada,<br />

on<strong>de</strong> os alojamentos se dispersam<br />

por casas <strong>de</strong> campo, turismo rural<br />

e <strong>de</strong> habitação, envolvendo as<br />

componentes culturais <strong>de</strong> rotas<br />

específicas, boa gastronomia e<br />

com um conjunto <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 600<br />

centros hípicos que suportam a<br />

estadia dos animais.<br />

Contamos ainda com a boa<br />

sinalética turística e com uma<br />

população com bom domínio <strong>de</strong><br />

idiomas, não <strong>de</strong>scurando o enorme<br />

acervo histórico-monumental e as<br />

manifestações <strong>de</strong> raiz popular como<br />

sejam as festas locais e as romarias.<br />

A rematar tudo isto somo <strong>de</strong>tentores<br />

<strong>de</strong> um património genético impar,<br />

consubstanciado na criação do<br />

cavalo Lusitano, consi<strong>de</strong>rado como<br />

um dos melhores cavalos <strong>de</strong> sela do<br />

mundo, que sendo um animal nobre,<br />

generoso, elegante, forte e <strong>de</strong> fácil<br />

maneio está recomendado para a<br />

prática do <strong>Turismo</strong> Equestre.<br />

APTC - Consi<strong>de</strong>ra que a tutela tem<br />

Venha conhecer a<br />

APTC e os novos<br />

serviços que<br />

disponibilizamos<br />

aos associados.<br />

apoiado <strong>de</strong>vidamente o <strong>Turismo</strong><br />

Equestre? Ou é uma temática<br />

esquecida nos planos <strong>de</strong> promoção<br />

e <strong>de</strong>senvolvimento?<br />

VV - A tutela <strong>de</strong>ve apoiar o<br />

<strong>Turismo</strong> Equestre com a emissão<br />

<strong>de</strong> legislação que promova a<br />

coor<strong>de</strong>nação das entida<strong>de</strong>s<br />

intervenientes nesta área<br />

económica.<br />

Consi<strong>de</strong>ro que há necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

ajustamentos nos procedimentos<br />

que regulam o funcionamento<br />

dos operadores, no que respeita<br />

à abertura <strong>de</strong> pólos <strong>de</strong> turismo<br />

equestre, sua cre<strong>de</strong>nciação e<br />

fiscalização da sua activida<strong>de</strong>.<br />

Há que clarificar a intervenção<br />

coor<strong>de</strong>nada da Fe<strong>de</strong>ração Equestre<br />

<strong>Portuguesa</strong> com o Instituto do<br />

Desporto, a <strong>Associação</strong> Nacional <strong>de</strong><br />

<strong>Turismo</strong> Equestre e o <strong>Turismo</strong> <strong>de</strong><br />

Portugal.<br />

Os planos <strong>de</strong> promoção e<br />

<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>verão ser<br />

assegurado pelo <strong>Turismo</strong> <strong>de</strong> Portugal<br />

e pela <strong>Associação</strong> em parceria com<br />

os operadores, tendo por base um<br />

quadro legislativo e <strong>de</strong> financiamento<br />

a<strong>de</strong>quados.<br />

Esperamos por si!<br />

15 | APTCNEWS


Artigo<br />

16 | APTCNEWS<br />

Insolvência <strong>de</strong> pessoas<br />

singulares<br />

Um recomeço à vista …<br />

Joana Pinto Coelho<br />

Os infortúnios <strong>de</strong> uma má<br />

gestão do orçamento familiar,<br />

o sobreendividamento<br />

das famílias portuguesas, e as<br />

consequentes dificulda<strong>de</strong>s daí<br />

advenientes po<strong>de</strong>m ter uma<br />

solução legal à vista, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que,<br />

evi<strong>de</strong>ntemente acompanhadas por<br />

um técnico com conhecimento<br />

especifico.<br />

O Código da Insolvência e<br />

Recuperação <strong>de</strong> Empresas (adiante<br />

referido como CIRE) prevê o<br />

quadro legal que permite lançar<br />

mão <strong>de</strong> mecanismos específicos<br />

que traduzem na prática um<br />

suavizar dos encargos e pesos<br />

financeiros que assombram a vida<br />

da esmagadora maioria das famílias<br />

portugueses <strong>de</strong> nível médio.<br />

Prevê-se assim que as pessoas<br />

singulares, que não sejam titulares<br />

<strong>de</strong> empresas, e se encontrem<br />

perante uma situação “<strong>de</strong><br />

impossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cumprimento<br />

das obrigações vencidas, possam<br />

ser <strong>de</strong>claradas insolventes nos<br />

termos previstos no artigo 235 e ss.<br />

do CIRE<br />

A possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se requerer a<br />

exoneração do passivo restante<br />

não integralmente pago, nos cinco<br />

anos posteriores ao encerramento<br />

do processo <strong>de</strong> insolvência,<br />

constitui um mecanismo <strong>de</strong> enorme<br />

relevância, numa conjuntura<br />

económica e financeira como a que<br />

se vive actualmente no nosso país,<br />

em que o sobreendividamento das<br />

famílias é assunto da or<strong>de</strong>m do<br />

dia, e num mais plano alargado, à<br />

escala mundial, o que justifica, em<br />

particular, o enorme sucesso <strong>de</strong>sta<br />

medida em países além fronteiras.<br />

Com efeito, traduz-se, na prática,<br />

numa via para o recomeço <strong>de</strong><br />

uma nova fase, sem dívidas, <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

que, claro está, se verifiquem em<br />

concreto os pressupostos <strong>de</strong> que a<br />

lei, e em ultima instância o julgador,<br />

fazem <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r o recurso a este<br />

mecanismo.<br />

Ao <strong>de</strong>vedor insolvente possibilitase<br />

assim o pagamento faseado<br />

das suas dívidas durante cinco<br />

anos, na pendência do processo<br />

<strong>de</strong> insolvência, após o que,<br />

comprovadamente verificados que<br />

estejam os tais pressupostos, se<br />

permite a exoneração das dívidas<br />

que subsistam e não tenham sido<br />

liquidadas.<br />

O pedido <strong>de</strong> exoneração do passivo<br />

restante <strong>de</strong>ve ser feito pelo <strong>de</strong>vedor<br />

no requerimento <strong>de</strong> apresentação à<br />

insolvência ou no prazo <strong>de</strong> <strong>de</strong>z dias<br />

posteriores à citação, quando, neste<br />

ultimo caso, a iniciativa do processo<br />

<strong>de</strong> insolvência não tenha sido do<br />

<strong>de</strong>vedor.<br />

Do requerimento <strong>de</strong>ve constar<br />

expressamente a <strong>de</strong>claração <strong>de</strong><br />

que o <strong>de</strong>vedor preenche todos os<br />

requisitos e se dispõe a observar<br />

as condições para que lhe seja<br />

concedida a exoneração do passivo.<br />

Para tanto, necessário se torna<br />

que o <strong>de</strong>vedor que se apresente<br />

à insolvência esteja <strong>de</strong> “boa fé”<br />

<strong>de</strong> forma a não <strong>de</strong>svirtuar a lógica


subjacente ao próprio mecanismo,<br />

nomeadamente dificultando o<br />

ressarcimento e satisfação dos<br />

interesses dos credores.<br />

Com efeito, nos termos do artigo 1º<br />

do CIRE, o processo <strong>de</strong> insolvência é<br />

um processo <strong>de</strong> execução universal<br />

que tem como objectivo precípuo<br />

a satisfação dos interesses dos<br />

credores, nomeadamente com a<br />

recuperação dos créditos que o<br />

<strong>de</strong>vedor se vê impossibilitado <strong>de</strong><br />

cumprir.<br />

Como tal, e em alternativa à<br />

exoneração do passivo restante,<br />

prevê-se também legalmente a<br />

possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se apresentar um<br />

plano <strong>de</strong> pagamentos da totalida<strong>de</strong><br />

das dívidas aos diversos credores.<br />

Prevê assim o artigo 251º do CIRE<br />

que “o <strong>de</strong>vedor po<strong>de</strong> apresentar,<br />

conjuntamente com a petição<br />

inicial do processo <strong>de</strong> insolvência,<br />

um plano <strong>de</strong> pagamentos aos<br />

credores”. Entenda-se, no entanto,<br />

que “ o <strong>de</strong>vedor pessoa singular não<br />

po<strong>de</strong>rá beneficiar da exoneração do<br />

passivo restante se, no momento<br />

<strong>de</strong> apresentação <strong>de</strong> um plano <strong>de</strong><br />

pagamentos, não tiver <strong>de</strong>clarado<br />

preten<strong>de</strong>r essa exoneração.”<br />

(in Martins, Luís, Processo <strong>de</strong><br />

Insolvência, 2ª edição, 2010,<br />

Almedina, Coimbra, pag. 442)<br />

O conteúdo do plano <strong>de</strong><br />

pagamentos encontra-se específica<br />

e <strong>de</strong>talhadamente previsto no CIRE,<br />

<strong>de</strong>signadamente no artigo 252º,<br />

<strong>de</strong>vendo conter na sua globalida<strong>de</strong><br />

uma proposta <strong>de</strong> satisfação dos<br />

direitos dos credores, po<strong>de</strong>ndo<br />

prever moratórias, constituições <strong>de</strong><br />

garantia, perdões, extinções totais<br />

ou parciais <strong>de</strong> garantias reais ou<br />

privilégios creditórios existentes. (in<br />

Martins, Luís, i<strong>de</strong>m)<br />

Após a aprovação dos credores, nos<br />

mol<strong>de</strong>s enunciados no CIRE, o juiz<br />

homologa o plano <strong>de</strong> pagamentos<br />

por meio <strong>de</strong> sentença, após o que<br />

<strong>de</strong>clara, também por sentença, a<br />

insolvência do <strong>de</strong>vedor.<br />

O processo <strong>de</strong> insolvência<br />

encerra, neste caso, após o<br />

trânsito em julgado das sentenças<br />

<strong>de</strong> homologação do plano <strong>de</strong><br />

pagamentos e <strong>de</strong> <strong>de</strong>claração <strong>de</strong><br />

insolvência. Mantém-se, todavia,<br />

o plano, com o propósito do seu<br />

integral cumprimento, sem o que<br />

os objectivos do próprio processo<br />

Bolsa <strong>de</strong> Voluntariado APTC<br />

ficariam irremediavelmente<br />

comprometidos.<br />

Deixamos em breves linhas<br />

um apontamento do que<br />

possa ser uma solução à<br />

vista. Advertimos, claro está,<br />

para a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um<br />

acompanhamento técnico<br />

especializado, sem o que<br />

se po<strong>de</strong>m cometer gravíssimos e<br />

irreversíveis erros.<br />

Ano Europeu<br />

das Activida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> Voluntariado<br />

2011<br />

Vem promover o<br />

<strong>Turismo</strong> <strong>Cultural</strong><br />

e conhecer melhor<br />

o seu Património!<br />

Inscreve-te nas equipas <strong>de</strong><br />

Voluntariado da<br />

<strong>Associação</strong> <strong>Portuguesa</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>Turismo</strong> <strong>Cultural</strong>.<br />

geral@sottomayorassociados.com<br />

www.sottomayorassociados.com<br />

17 | APTCNEWS


18 | APTCNEWS<br />

Novas formas <strong>de</strong><br />

enten<strong>de</strong>r o <strong>Turismo</strong> –<br />

O caso das Catacumbas <strong>de</strong> Paris<br />

Sílvia<br />

Marques<br />

Mestranda em História<br />

da Arte, Património e<br />

<strong>Turismo</strong> <strong>Cultural</strong><br />

Paris cresce em torno do<br />

Sena, multiplica-se em<br />

ruas, parques e edifícios<br />

que não terminam naquilo que<br />

se po<strong>de</strong> ver. A cida<strong>de</strong> das Luzes<br />

é <strong>de</strong>finida por um conjunto <strong>de</strong><br />

elementos culturais e naturais,<br />

que lhe atribuem um carisma<br />

próprio, reconhecido pelos “seus”<br />

e pelos que a visitam, tornando-a<br />

num dos principais <strong>de</strong>stinos<br />

turísticos a nível mundial. Existe,<br />

no entanto, uma cida<strong>de</strong> por<br />

<strong>de</strong>baixo da cida<strong>de</strong>. Uma cida<strong>de</strong><br />

subterrânea que é construída<br />

através da edificação do exterior.<br />

A exploração mineira em Paris<br />

inicia-se na época Romana e<br />

vai terminar em pleno século<br />

XVIII quando alguns edifícios<br />

ruem e outros apresentam<br />

probabilida<strong>de</strong>s do mesmo. Para<br />

parar o processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>struição<br />

são realizados trabalhos <strong>de</strong><br />

restauro e conservação no<br />

conjunto <strong>de</strong> túneis e galerias<br />

que se esten<strong>de</strong> por mais <strong>de</strong><br />

250 quilómetros <strong>de</strong>baixo da<br />

cida<strong>de</strong>. No século XIX cerca <strong>de</strong><br />

2 quilómetros são convertidos<br />

em Ossário Municipal, mais<br />

conhecido como as Catacumbas<br />

<strong>de</strong> Paris (<strong>de</strong>nominação que<br />

posteriormente se refere a todo<br />

o conjunto, ossário e minas), o<br />

único percurso oficial visitável<br />

<strong>de</strong>ntro do labirinto intricado que<br />

são as pedreiras subterrâneas.<br />

Este espaço está associado<br />

oficialmente ao museu Carnavalet<br />

– Histoire <strong>de</strong> Paris e é muitas<br />

vezes referido como “o sítio mais<br />

macabro da cida<strong>de</strong>”.<br />

Os mitos e lendas criados à<br />

volta do subterrâneo Parisiense,<br />

bem como a sua localização<br />

promovem visitas clan<strong>de</strong>stinas ao<br />

mesmo. Po<strong>de</strong>mos distinguir vários<br />

grupos distintos <strong>de</strong> visitantes<br />

das pedreiras subterrâneas,


os visitantes habituais ou<br />

não, que se auto-intitulam<br />

<strong>de</strong> exploradores urbanos ou<br />

cataphiles (cata – catacumbas,<br />

philia – amor a), que preten<strong>de</strong>m<br />

conhecer o espaço que <strong>de</strong>finem<br />

como património e protege-lo;<br />

os visitantes habituais que por<br />

vezes estão associados a grupos<br />

cujo objectivo é conservar e<br />

restaurar o espaço; os visitantes<br />

que preten<strong>de</strong>m explorar o espaço<br />

por divertimento, e que por<br />

isso são criticados pelos grupos<br />

anteriores, uma vez que estes<br />

visitantes ten<strong>de</strong>m a realizar<br />

diversas activida<strong>de</strong>s no subsolo<br />

(jantares, festas, encontros, etc.)<br />

sem o conhecer, e <strong>de</strong>ixam marcas<br />

da sua passagem (grafittis,<br />

lixo, etc.); finalmente, temos<br />

os visitantes que se po<strong>de</strong>m<br />

consi<strong>de</strong>rar em <strong>de</strong>terminado<br />

momento “turistas”, que se<br />

<strong>de</strong>slocam a Paris para visitar<br />

o local por diversos motivos<br />

(história, simbologia, património,<br />

experiência entre outros) e que<br />

normalmente contam com o<br />

apoio <strong>de</strong> cataphiles, uma vez que<br />

o espaço é labiríntico e não tem<br />

luz eléctrica.<br />

Muitos procuram fugir da cida<strong>de</strong>,<br />

outros preten<strong>de</strong>m enten<strong>de</strong>r a<br />

estrutura e história do local,<br />

enquanto há aqueles que<br />

simplesmente se querem divertir.<br />

Apesar <strong>de</strong> ser difícil contabilizar<br />

o número <strong>de</strong> indivíduos que<br />

se <strong>de</strong>slocam ao subsolo e as<br />

suas motivações, existem<br />

inúmeros relatos <strong>de</strong> pessoas<br />

que o visitaram, assim como um<br />

conjunto <strong>de</strong> grupos organizados<br />

que preten<strong>de</strong>m velar pelo espaço<br />

e até mesmo promover visitas ao<br />

mesmo.<br />

Po<strong>de</strong>remos então <strong>de</strong>signar <strong>de</strong><br />

turismo ou activida<strong>de</strong> turística<br />

as acções realizadas? ou apenas<br />

<strong>de</strong> mecanismos <strong>de</strong> fuga em<br />

relação aos percursos e roteiros<br />

turísticos tradicionais? A verda<strong>de</strong><br />

é que não po<strong>de</strong>remos falar <strong>de</strong><br />

Paris sem referir as intermináveis<br />

filas <strong>de</strong> espera nos mais variados<br />

locais “turistificados”, do qual o<br />

museu do Louvre é um exemplo<br />

paradigmático. O <strong>Turismo</strong> <strong>Cultural</strong><br />

transformou-se a partir <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>terminado momento e <strong>de</strong> certa<br />

forma em turismo <strong>de</strong> massas. A<br />

procura da vertente cultural já<br />

não é elitista, mas sim popular,<br />

e mesmo que o objectivo dos<br />

visitantes seja primariamente a<br />

Disneyland Paris, aproveitam para<br />

passar os seus tempos anexos<br />

em espaços como museus e<br />

monumentos.<br />

Muitos turistas sentem a<br />

necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> encontrar locais<br />

que se estabeleçam fora do<br />

circuito oficial, e que lhes permita<br />

conhecer a História, a Arte, a<br />

Facebook!<br />

Etnografia (etc.) dos pontos que<br />

visitam através da sua própria<br />

percepção e entendimento.<br />

Apesar da falta <strong>de</strong> controlo<br />

existente em situações como as<br />

visitas ao subsolo Parisiense, é<br />

impossível negar a participação<br />

na activida<strong>de</strong> económica da<br />

região dos indivíduos que as<br />

realizam.<br />

Assim, a frequência dos<br />

subterrâneos ou Catacumbas <strong>de</strong><br />

Paris representam não só “fugas”,<br />

mas também uma nova forma <strong>de</strong><br />

fazer e compreen<strong>de</strong>r o <strong>Turismo</strong><br />

<strong>Cultural</strong>, o <strong>Turismo</strong> <strong>de</strong> Natureza, o<br />

Dark Tourism, o <strong>Turismo</strong> Criativo e<br />

até o Reality Tourism; ou mesmo<br />

um novo paradigma do <strong>Turismo</strong>.<br />

Trata-se <strong>de</strong> uma activida<strong>de</strong><br />

personalizada e única, que foge<br />

aos geo-símbolos tradicionais e<br />

procura encontrar experiências<br />

autênticas, que <strong>de</strong>manda a sua<br />

própria interpretação do espaço<br />

circundante e a i<strong>de</strong>ntificação com<br />

o mesmo.<br />

Para estar a par<br />

das últimas<br />

notícias e<br />

activida<strong>de</strong>s da<br />

APTC,<br />

adicione-nos no<br />

19 | APTCNEWS


20 | APTCNEWS<br />

A animação turística<br />

e o papel do animador<br />

turístico<br />

Telma Rocha<br />

Mestranda em<br />

Praticas Culturais para<br />

Municípios<br />

O<br />

que é a<br />

animação turística? Como<br />

surgiu? Será que possuímos<br />

todas as competências necessárias<br />

para sermos animadores turísticos?<br />

São estas questões a esmiuçar.<br />

Não é muito comum encontrar<br />

documentação que responda<br />

as questões acima expostas. A<br />

animação é uma palavra que<br />

tem origem no latim, “anima”,<br />

que significa dar alma (animar a<br />

alma). Os seus objectivos passam<br />

por integrar, distrair e favorecer<br />

a convivência dos participantes.<br />

Segundo a Portaria 520/2009 <strong>de</strong><br />

14 <strong>de</strong> Maio, artigo 4º, alínea c) “a<br />

animação turística é o conjunto<br />

<strong>de</strong> activida<strong>de</strong>s que se traduzem<br />

na ocupação <strong>de</strong> tempos livres dos<br />

turistas e visitantes, permitindo a<br />

diversificação integrada da oferta<br />

turística contribuindo para a<br />

divulgação do património material e<br />

imaterial da região on<strong>de</strong> se integra.”<br />

Como surgiu a animação turística?<br />

A animação turística é um sector<br />

importantíssimo, que tem vindo<br />

a prosperar ao longo dos tempos<br />

como tal, para falarmos <strong>de</strong> animação<br />

turística temos <strong>de</strong> mencionar<br />

inevitavelmente a animação<br />

sociocultural. A animação turística<br />

advém por extensão da animação<br />

sociocultural que começou a<br />

prosperar por volta <strong>de</strong> 1960<br />

em França, adquiriu contornos<br />

eminentes, surgindo como uma<br />

necessida<strong>de</strong> social <strong>de</strong>vido ao<br />

gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento industrial<br />

e urbano que se fez sentir. Surgiu<br />

com um carácter atenuador <strong>de</strong><br />

forma a remediar as carências e<br />

as <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>s da socieda<strong>de</strong> e<br />

como meio <strong>de</strong> partilhar a cultura.<br />

De acordo com a (Unesco, 1997<br />

apud Lopes, M., 2007) “a animação<br />

sociocultural é um conjunto <strong>de</strong><br />

práticas sociais que têm a finalida<strong>de</strong><br />

estimular a iniciativa bem como<br />

a participação das comunida<strong>de</strong>s<br />

no processo do seu próprio<br />

<strong>de</strong>senvolvimento e na dinâmica<br />

da vida sociopolítica em que estão<br />

integrados.”<br />

A animação turística encontra-se<br />

mais direccionada para ocupação<br />

dos tempos livres dos turistas e<br />

visitantes através da divulgação<br />

do património material e imaterial<br />

e a animação sociocultural mais<br />

direccionada para a participação<br />

e integração das comunida<strong>de</strong>s.<br />

Contudo existe cada vez mais<br />

no mercado <strong>de</strong> trabalho, uma<br />

concorrência entre animadores<br />

turísticos e animadores<br />

socioculturais. Na minha opinião<br />

tanto os animadores turísticos<br />

como os animadores socioculturais<br />

têm aptidões diferentes, <strong>de</strong>vido


à sua formação distinta. Os<br />

animadores socioculturais<br />

estão mais direccionados para<br />

projectar ou executar um plano <strong>de</strong><br />

intervenção numa comunida<strong>de</strong>,<br />

utilizando técnicas sociais,<br />

educativas, recreativas e lúdicas<br />

promovendo a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida<br />

das populações, tornando-as mais<br />

activas. Enquanto os animadores<br />

turísticos estão mais direccionados<br />

para planearem, organizarem e<br />

<strong>de</strong>senvolverem diversas activida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> animação em várias áreas<br />

<strong>de</strong> carácter cultural, histórico,<br />

<strong>de</strong>sportivo entre outras. Existe<br />

espaço no mercado <strong>de</strong> trabalho para<br />

os animadores turísticos e para os<br />

animadores socioculturais, contudo<br />

ambos não po<strong>de</strong>m <strong>de</strong>sempenhar<br />

funções para as quais não tem<br />

aptidões profissionais. As entida<strong>de</strong>s<br />

empregadoras <strong>de</strong>vem contratar os<br />

técnicos especializados mediante as<br />

necessida<strong>de</strong>s do mercado.<br />

Outra questão se formula, será que<br />

possuímos todas as competências<br />

necessárias para sermos animadores<br />

turísticos? Hipoteticamente todos<br />

nós po<strong>de</strong>mos ser animadores<br />

turísticos, teríamos no entanto <strong>de</strong><br />

aprimorar as nossas características e<br />

adquirir conhecimentos no domínio<br />

das técnicas <strong>de</strong> animação turística,<br />

seja a nível académico seja a nível<br />

profissional. Os animadores <strong>de</strong>vem<br />

possuir maturida<strong>de</strong> emocional que<br />

lhes permita estar disponíveis para<br />

as pessoas, sendo capazes <strong>de</strong> se<br />

envolverem <strong>de</strong> forma afectiva ainda<br />

que <strong>de</strong> forma imparcial.<br />

Os animadores turísticos <strong>de</strong>vem<br />

salvaguardar sempre a integrida<strong>de</strong><br />

física dos turistas especialmente nas<br />

activida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> animação <strong>de</strong>sportiva,<br />

possuir conhecimentos em<br />

primeiros socorros e fortes noções<br />

<strong>de</strong> segurança, conhecimentos<br />

<strong>de</strong> turismo cultural, da cultura<br />

das regiões e dominar pelo<br />

menos uma língua estrangeira.<br />

Ao seu perfil profissional diz<br />

respeito a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> serem<br />

criativos, simpáticos, pacientes,<br />

energéticos, discretos, responsáveis,<br />

imaginativos, organizados e saberem<br />

escutar, entre outras. A formação<br />

na área da animação turística<br />

po<strong>de</strong>rá ser <strong>de</strong> nível profissional<br />

(curso profissional - técnico <strong>de</strong><br />

animação turística), cursos <strong>de</strong><br />

especialização tecnológica na área<br />

<strong>de</strong> animação turística ou <strong>de</strong> nível<br />

académico na área da animação<br />

turística, turismo e turismo cultural.<br />

Consoante a formação e conforme<br />

a divergência dos salários justificada<br />

pelo grau <strong>de</strong> formação <strong>de</strong> uns e<br />

<strong>de</strong> outros, correspon<strong>de</strong>m funções<br />

e responsabilida<strong>de</strong>s diferentes. A<br />

nível <strong>de</strong> saídas profissionais, os<br />

animadores turísticos po<strong>de</strong>m<br />

trabalhar em empresas <strong>de</strong> animação<br />

turística, empresas marítimo<br />

- turísticas, empreendimentos<br />

turísticos, hotéis, empresas <strong>de</strong><br />

organização <strong>de</strong> eventos e outras<br />

entida<strong>de</strong>s ligadas ao turismo.<br />

Apesar das dificulda<strong>de</strong>s naturais<br />

<strong>de</strong> um sector em crescimento, a<br />

animação turística tem vindo a<br />

afirmar-se como uma mais-valia<br />

para o <strong>de</strong>senvolvimento turístico<br />

das regiões. O <strong>de</strong>creto-lei nº<br />

108/2009 <strong>de</strong> 15 <strong>de</strong> Maio permitiu a<br />

facilitação e diminuição <strong>de</strong> encargos<br />

administrativos no <strong>de</strong>curso <strong>de</strong><br />

licenciamento das empresas <strong>de</strong><br />

animação turística.<br />

Os “novos turistas” são mais<br />

exigentes e activos, procuram<br />

activida<strong>de</strong>s que po<strong>de</strong>m incidir em<br />

programas culturais e activida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>sportos radicais, sendo sempre<br />

imprescindível estabelecer um<br />

equilíbrio entre os recursos turísticos<br />

e a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> carga turística<br />

envolvente na activida<strong>de</strong> <strong>de</strong> modo a<br />

não perturbar o equilíbrio natural.<br />

Os animadores turísticos<br />

<strong>de</strong>sempenham igualmente um papel<br />

fulcral nas unida<strong>de</strong>s hoteleiras,<br />

<strong>de</strong>senvolvem activida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>ntro<br />

do hotel como no exterior, on<strong>de</strong> os<br />

turistas são levados a conhecer as<br />

atracções da região, a experienciar<br />

e participar em activida<strong>de</strong>s como<br />

(provas <strong>de</strong> vinhos, visitas guiadas<br />

a monumentos, espectáculos<br />

entre outras). Deve existir um<br />

planeamento <strong>de</strong> activida<strong>de</strong>s<br />

relativamente aos grupos, consoante<br />

as capacida<strong>de</strong>s físicas dos turistas<br />

assim como um acompanhamento<br />

personalizado privilegiando a<br />

qualida<strong>de</strong>.<br />

Na minha opinião, a animação<br />

turística encontra-se em<br />

<strong>de</strong>senvolvimento assim como a<br />

profissão <strong>de</strong> animador turístico.<br />

Prevê-se um potencial aumento<br />

<strong>de</strong> oferta <strong>de</strong> emprego para estes<br />

profissionais quer em unida<strong>de</strong>s<br />

hoteleiras, quer em empresas <strong>de</strong><br />

animação turística sem esquecer<br />

o espírito empreen<strong>de</strong>dor agora<br />

em voga. Contudo é necessário<br />

manter uma formação contínua e<br />

actualizada no sector da animação<br />

turística, tendo em vista a melhoria<br />

da qualida<strong>de</strong> do serviço prestado aos<br />

turistas. A aposta na formação é sem<br />

dúvida uma mais-valia.<br />

Bibliografia<br />

LOPES, M. (2007) “A Animação<br />

Sociocultural em Portugal”,<br />

Animador Sociocultural: Revista<br />

Ibero-americana, vol.1, n.1.,<br />

out.2006/fev.2007<br />

Portaria nº 520/2009 <strong>de</strong> 14<br />

<strong>de</strong> Maio, artigo 4º,alínea c) –<br />

Desenvolvimento Rural pelo Fundo<br />

Europeu Agrícola (FEADER período<br />

2007-2013)<br />

Decreto-lei nº 108/2009 <strong>de</strong> 15 <strong>de</strong><br />

Maio – Estabelece as condições <strong>de</strong><br />

acesso e <strong>de</strong> exercício da activida<strong>de</strong><br />

das empresas <strong>de</strong> animação<br />

turística e dos operadores<br />

marítimos turísticos<br />

http://www.turismo<strong>de</strong>portugal.pt<br />

- Instituto <strong>Turismo</strong> <strong>de</strong> Portugal<br />

21 | APTCNEWS


Sugerimos<br />

22 | APTCNEWS<br />

Tomarimbando<br />

De 27 <strong>de</strong> Junho a 1 <strong>de</strong> Julho realizase<br />

o 5.º Tomarimbando, Festival<br />

Internacional <strong>de</strong> Percussão <strong>de</strong><br />

Tomar, organizado pela Socieda<strong>de</strong><br />

Filarmónica Gualdim Pais. Nele<br />

se integram um conjunto <strong>de</strong><br />

iniciativas: Workshops, Concertos<br />

Escolas e Concertos Profissionais,<br />

na área da divulgação e formação,<br />

no domínio da percussão,<br />

possibilitando ao público assistir a<br />

diversos espectáculos.<br />

Reservas: 249 313 576 | 931 647<br />

643<br />

tFonte: www.cm-tomar.pt<br />

TOMAR BRInCKa - LEGO® Fan<br />

Event<br />

Está marcado para os dias 1, 2 e<br />

3 <strong>de</strong> Julho mais uma edição do<br />

TOMAR BRInCKa - LEGO® Fan<br />

Event, organizado pela Câmara<br />

Municipal em colaboração com<br />

a PLUG. O evento irá <strong>de</strong>correr no<br />

Pavilhão Municipal e uma vez mais<br />

o gran<strong>de</strong> protagonista é o LEGO®,<br />

um dos brinquedos mais didácticos<br />

para as crianças e com mais<br />

a<strong>de</strong>ptos entre os adultos.<br />

Fonte: Agenda <strong>Cultural</strong> <strong>de</strong> Tomar - Junho 2011<br />

O Junho das Artes<br />

A <strong>de</strong>correr em Óbidos <strong>de</strong> 9 a 26<br />

<strong>de</strong> Junho, procura a produção<br />

artística na sua construção<br />

conceptual e formal, focada no<br />

papel genuíno da experimentação<br />

artística tendo como palco a Vila <strong>de</strong><br />

Óbidos. Num diálogo permanente<br />

entre a riqueza dum lugar feito <strong>de</strong><br />

património construído, lendas e<br />

magias como património imaterial<br />

e a materialização da criativida<strong>de</strong> e<br />

inovação dos artistas.<br />

Fonte: www.obidosjunhodasartes.pt


Mercado Medieval <strong>de</strong> Óbidos 2011.<br />

De 7 a 24 <strong>de</strong> Julho irá <strong>de</strong>correr o<br />

Mercado Medieval <strong>de</strong> Óbidos 2011.<br />

Des<strong>de</strong> 2002 que Óbidos mergulha<br />

no tempo e a Vila transforma-se<br />

num verda<strong>de</strong>iro palco da história.<br />

Este ano as Artes e os Ofícios são o<br />

ponto central do evento e a partir<br />

<strong>de</strong>sta temática serão elaboradas<br />

rábulas, personagens, mestres <strong>de</strong><br />

juglaria, taberneiros, mercadores,<br />

agua<strong>de</strong>iros, ven<strong>de</strong>dores<br />

ambulantes e outros que tais…<br />

transportando o visitante para uma<br />

verda<strong>de</strong>ira Festa da História.<br />

Aberto <strong>de</strong> Quinta a Domingo.<br />

Fonte: www.cm-obidos.pt<br />

Exposição Memórias<br />

De 1 <strong>de</strong> Junho a 30 <strong>de</strong> Agosto<br />

<strong>de</strong>correrá a Exposição Memórias<br />

da (na) Rua: Praça Marquês <strong>de</strong> Sá<br />

da Ban<strong>de</strong>ira, no seguimento da<br />

comemoração da Noite dos Museus<br />

e Dia Internacional dos Museus.<br />

Esta exposição estará patente<br />

até ao final do mês <strong>de</strong> Agosto,<br />

no Núcleo Museológico <strong>de</strong> Arte e<br />

Arqueologia - S. João <strong>de</strong> Alporão.<br />

Horário: Quarta a Domingo das<br />

09h00 às 12h30 e das 14h00 às<br />

17h30<br />

Núcleo Museológico <strong>de</strong> Arte<br />

e Arqueologia - S. João <strong>de</strong><br />

Alporão<br />

Fonte: www.cm-santarem.pt<br />

23 | APTCNEWS

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