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a ferramenta sócio-cultural de análise discursiva em sala de aula ...

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A abordag<strong>em</strong> comunicativa é separada pelos autores <strong>em</strong> quatro classes: discurso <strong>de</strong><br />

autorida<strong>de</strong>, discurso dialógico, discurso interativo e discurso não-interativo. Os agrupamentos das<br />

quatro classes po<strong>de</strong>m ser combinados, on<strong>de</strong> há a combinação dos dois primeiros tipos <strong>de</strong> discurso<br />

com os outros dois.<br />

Os autores <strong>de</strong>ixam claro que há pluralida<strong>de</strong> <strong>de</strong> formas <strong>de</strong> interação entre professores e<br />

alunos, não ficando estanques <strong>em</strong> apenas um <strong>de</strong>terminado discurso ou outro. Porém, ao se fazer<br />

uma <strong>análise</strong> do <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> uma <strong>aula</strong>, o processo po<strong>de</strong> ser interpretado prestando-se<br />

atenção aos momentos <strong>de</strong> discurso caracterizado <strong>em</strong> uma das combinações acima. Em momentos<br />

nos quais há a participação <strong>de</strong> apenas uma pessoa, se consi<strong>de</strong>ra um discurso não-interativo. Do<br />

contrário, é interativo. Se essa interação leva <strong>em</strong> consi<strong>de</strong>ração as falas dos alunos, é dialógica.<br />

Porém, mesmo um discurso não-interativo po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rado como dialógico. De uma<br />

perspectiva bakhtiniana isso é possível, pois, na fala do interlocutor, várias vozes po<strong>de</strong>m estar sendo<br />

consi<strong>de</strong>radas. Não só a científica, mas também a cotidiana e a do contexto escolar que é familiar ao<br />

professor que conhece seus alunos e infere sobre suas concepções e entendimentos. Se levar <strong>em</strong><br />

consi<strong>de</strong>ração somente o que pu<strong>de</strong>r se aproximar do científico, é <strong>de</strong> autorida<strong>de</strong>. Assim, o professor<br />

faz perguntas que, intencionalmente, provoqu<strong>em</strong> respostas para chegar a um ponto <strong>de</strong> vista<br />

específico.<br />

Padrões <strong>de</strong> interação<br />

Dos turnos <strong>de</strong> fala <strong>em</strong> <strong>sala</strong> <strong>de</strong> <strong>aula</strong> po<strong>de</strong>m <strong>em</strong>ergir certos padrões <strong>de</strong> interação. O padrão<br />

mais comum, segundo os autores, é aquele que segue o mo<strong>de</strong>lo I-R-A (iniciação do professor –<br />

resposta do aluno – avaliação feita pelo professor). Outros padrões são também possíveis,<br />

obe<strong>de</strong>cendo a sequencias que não são necessariamente triádicas, como aquela acima.<br />

As intervenções do professor<br />

As <strong>análise</strong>s das intervenções do professor estão baseadas <strong>em</strong> Scott (1998) especificando seis<br />

formas <strong>de</strong> intervenção:<br />

a) dando forma aos significados, explorando as i<strong>de</strong>ias dos alunos;<br />

b) selecionando significados, consi<strong>de</strong>rando algumas respostas <strong>em</strong> <strong>de</strong>trimento <strong>de</strong> outras;<br />

c) marcando significados chaves, repetindo enunciados, dando mais ênfase <strong>em</strong> alguns;<br />

d) compartilhando significados, repetindo o enunciado para todos os estudantes, por ex<strong>em</strong>plo;<br />

e) checando o entendimento dos estudantes, pedindo que o estudante explique melhor sua i<strong>de</strong>ia;<br />

f) revendo o progresso da estória científica, sintetizando e recapitulando os resultados <strong>de</strong> uma<br />

ativida<strong>de</strong>.<br />

APRESENTANDO O MODELO DIDÁTICO DE FORMULAÇÃO DE PERGUNTAS DE<br />

LORENCINI<br />

A investigação <strong>de</strong> Lorencini (2000), realizada <strong>em</strong> sua tese <strong>de</strong> doutoramento, teve como<br />

objetivos verificar quais possíveis mudanças na prática educativa dos professores a partir da<br />

impl<strong>em</strong>entação do mo<strong>de</strong>lo didático <strong>de</strong> formulação <strong>de</strong> perguntas. Neste moledo, diferent<strong>em</strong>ente<br />

daquele proposto por Mortimer e Scott (2002), não é proposta uma <strong>ferramenta</strong> segmentada <strong>em</strong> itens,<br />

mas sim um mo<strong>de</strong>lo que focaliza a utilização criteriosa <strong>de</strong> perguntas como força motriz para o<br />

<strong>de</strong>senvolvimento das <strong>aula</strong>s.<br />

Primeiramente, Lorencini (2000) questiona <strong>de</strong> que modo é construído o discurso pelo<br />

professor e seus alunos no sentido da negociação, atribuição e compartilhamento dos significados<br />

acerca do conhecimento científico, através das perguntas e respostas.<br />

Outra questão levantada pelo pesquisador é com relação a que habilida<strong>de</strong>s seriam

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