publicação cultural da fundação logosófica nº 8 - Editorial Logosofica
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logosofia<br />
PUBLICAÇÃO CULTURAL DA FUNDAÇÃO LOGOSÓFICA Nº 8
Recordo que alguém perguntou uma vez a um<br />
sábio se a humani<strong>da</strong>de se submergiria na<br />
ignorância, supondo-se que algum dia fossem<br />
destruídos todos os livros que existem no mundo.<br />
E o sábio respondeu: “Duas coisas são necessárias<br />
para reconstruir imediatamente todos os livros que<br />
existem e se tivessem destruído: a Natureza, que é<br />
o livro maior que há no Universo, e uma mente<br />
que perceba e possa transmitir aos demais as<br />
imagens que dela capte. As páginas desse<br />
gigantesco livro são os dias e as<br />
noites, que ca<strong>da</strong> homem folheia<br />
sem cessar enquanto dura<br />
sua existência”.<br />
González Pecotche
EDITORIAL<br />
Uma nova ordem para o mundo<br />
Jean Monnet, o grande reconstrutor <strong>da</strong> Europa na segun<strong>da</strong> metade do século 20, angustiado<br />
com os efeitos devastadores <strong>da</strong> 2 a Guerra Mundial, manifestava o pensamento de que se<br />
fosse necessário reconstruir o mundo, esse trabalho deveria começar pela cultura.<br />
Esta aspiração de Monnet constitui-se, na ver<strong>da</strong>de, o objetivo máximo <strong>da</strong> Logosofia: lançar as<br />
bases de uma nova cultura para a humani<strong>da</strong>de, ergui<strong>da</strong> sobre os pilares <strong>da</strong> evolução consciente<br />
do homem e do conhecimento de si mesmo.<br />
Sustenta a concepção <strong>logosófica</strong> que as grandes transformações que está experimentando o<br />
mundo na ordem social, econômica e espiritual tornam mais do que necessária – imprescindível<br />
– a rea<strong>da</strong>ptação do temperamento humano às exigências <strong>da</strong> época em que vivemos.<br />
Para tanto, o conhecimento logosófico assinala que uma nova ordem <strong>cultural</strong> deverá começar<br />
pela organização <strong>da</strong> mente, fazendo com que o homem conheça suas próprias defesas internas e<br />
se capacite para enfrentar a vi<strong>da</strong> tal como ela deve ser encara<strong>da</strong> e vivi<strong>da</strong>, com o conhecimento<br />
e a consciência de suas possibili<strong>da</strong>des e de suas responsabili<strong>da</strong>des.<br />
Em várias oportuni<strong>da</strong>des, o autor <strong>da</strong> Logosofia advertiu que na mente humana se acha a chave que<br />
haverá de emancipar o mundo <strong>da</strong> profun<strong>da</strong> crise que atinge o cerne mesmo <strong>da</strong> atual civilização.<br />
Assim, o ressurgimento de um mundo melhor e mais humano deverá passar pela conquista de<br />
novos conhecimentos, sobretudo quando se tem em conta que a maior parte dos homens ignora<br />
até o presente a influência que os pensamentos têm na vi<strong>da</strong> interna e nas relações humanas, a<br />
ponto de haver sido e continuar sendo ain<strong>da</strong> vítima de seu poder, do poder que exercem em todo<br />
momento sobre a mente.<br />
Esse crucial processo histórico poderá ser superado, mais rapi<strong>da</strong>mente e de forma efetiva, com a<br />
participação no grande desafio que se apresenta ao futuro <strong>da</strong> humani<strong>da</strong>de, de mentes pensantes,<br />
livres de preconceitos e com a vocação de bem servir à grande família humana. É a essas mentes<br />
e a esses corações que se destina o pensamento logosófico.<br />
A Re<strong>da</strong>ção<br />
LOGOSOFIA 3
SUMÁRIO<br />
05 Conceitos e Valores<br />
12<br />
14<br />
Logosofia<br />
PUBLICAÇÃO CULTURAL DA FUNDAÇÃO<br />
LOGOSÓFICA EM PROL DA SUPERAÇÃO HUMANA<br />
Capa<br />
As Leis Universais<br />
regem todos os<br />
processos cósmicos<br />
e regulam a vi<strong>da</strong> de<br />
todo o Universo.<br />
Rua Piauí, 742 - Funcionários<br />
30150-320 - Belo Horizonte<br />
Minas Gerais - MG<br />
tel/fax: (31) 3273-1717<br />
e-mail: difusão@logosofia.org.br<br />
www.logosofia.org.br<br />
logosofia<br />
PUBLICAÇÃO CULTURAL DA FUNDAÇÃO LOGOSÓFICA Nº 8<br />
O LIVRO NA EDUCAÇÃO<br />
DA HUMANIDADE<br />
Uma coisa é o livro em si,<br />
e outra, sua leitura<br />
O LIVRO DA CRIAÇÃO<br />
Imagens e recor<strong>da</strong>ções que<br />
vivem em suas páginas<br />
O LIVRO DOS IMORTAIS<br />
Os que figuram nele<br />
Grandes<br />
Concepções<br />
LEIS UNIVERSAIS<br />
O mecanismo que rege os<br />
processos <strong>da</strong> Criação<br />
Observatório<br />
Cultural<br />
ENFOQUES LOGOSÓFICOS<br />
“Penso, logo existo”; “Conhece-te<br />
a ti mesmo”; O preconceito<br />
Evolução<br />
Consciente<br />
CRER E SABER<br />
Reflexões que convi<strong>da</strong>m à<br />
revisão de certos conceitos<br />
NOVA CONCEPÇÃO DO<br />
PENSAMENTO HUMANO<br />
Bases do conhecimento causal<br />
Conhecimento<br />
de Si Mesmo<br />
Publicações<br />
COMISSÃO EDITORIAL<br />
Coordenação: José Alberto <strong>da</strong> Silveira<br />
Subcoordenação: Joana Melo Bomfim Passos<br />
Edição de textos: Flávio Friche Passos - MTb MG02056JP<br />
Revisão geral: Eliane Amélia C. Vieira Martins<br />
Arte: Adesign - Direção de arte: Carin Ades<br />
Produção gráfica: Signorini<br />
Ano: 2004<br />
EDITORA LOGOSÓFICA<br />
40 anos a serviço de uma Nova Cultura<br />
18<br />
AMPLIAÇÃO DA VIDA PELO CONHECIMENTO<br />
Superando os horizontes comuns<br />
Conto<br />
OS DOIS HOMENS<br />
Os bens materiais e as riquezas<br />
do conhecimento<br />
15<br />
20<br />
22<br />
Todos os artigos não assinados são de autoria de<br />
Carlos Bernardo González Pecotche (RAUMSOL),<br />
podendo ser reproduzidos livremente desde que<br />
sejam mencionados a <strong>publicação</strong> e o nome do autor.<br />
EXEMPLARES DE CORTESIA<br />
Esta Revista não tem periodici<strong>da</strong>de defini<strong>da</strong>.<br />
Caso queira receber gratuitamente as<br />
próximas edições, envie seu nome, i<strong>da</strong>de,<br />
profissão e endereço completos pelo e-mail:<br />
difusão@logosofia.org.br<br />
ou pelo fax (31) 3273-3266,<br />
ou via correio.
Uma coisa é<br />
o livro em si,<br />
e outra,<br />
sua leitura<br />
CONCEITOS E VALORES<br />
O LIVRO<br />
na educação<br />
<strong>da</strong> humani<strong>da</strong>de<br />
No livro, o autor expõe seu pensamento, seja este <strong>da</strong> índole que<br />
for, com o propósito de fazer os demais participarem de seu conhecimento,<br />
de suas experiências ou de suas satisfações, ao entrelaçar<br />
numa fina trama o que crê interessante <strong>da</strong>r a conhecer. Assim,<br />
pois, as obras científicas, filosóficas, como todos os textos de estudo,<br />
servem para auxiliar o entendimento dos que abraçam uma carreira<br />
ou uma profissão, e as literárias, em seus variadíssimos matizes, tendem<br />
por sua vez a regozijar o espírito no mundo <strong>da</strong>s ideações, <strong>da</strong>s<br />
belezas naturais e panorâmicas, ou no <strong>da</strong> fantasia.<br />
É indubitável que quem escreve um livro experimenta uma série<br />
de sensações que estimulam fortemente sua vontade e seu entusiasmo;<br />
mas nem tudo o que sua observação percebe<br />
acerca do mundo, <strong>da</strong> Natureza, dos homens<br />
ou <strong>da</strong>s coisas, e nem tudo o que<br />
aparece manifestando-se no espaço de<br />
sua concepção mental, no instante <strong>da</strong><br />
criação, é consignado no correr <strong>da</strong><br />
pena. Pode-se muito bem afirmar<br />
que isso sempre ocorreu e continuará<br />
ocorrendo, quer dizer, o que<br />
o autor escreve é só uma parte <strong>da</strong>quilo<br />
que ele pensou escrever, não<br />
obstante ter a sensação de que na<strong>da</strong><br />
escapa à sua recor<strong>da</strong>ção no momento<br />
de materializar seu pensamento no<br />
papel. A idéia em si, surgindo luminosa<br />
na concepção mental,<br />
não é a mesma coisa<br />
que a fotografia que<br />
a inteligência tira<br />
dela para ser<br />
descrita depois<br />
LOGOSOFIA 5
CONCEITOS E VALORES<br />
“A missão do livro<br />
na educação <strong>da</strong><br />
humani<strong>da</strong>de é<br />
grande e respeitável;<br />
por isso, cabe<br />
esperar que, no<br />
futuro, ele vá se<br />
impondo como<br />
uma necessi<strong>da</strong>de<br />
que a todos diz<br />
respeito por igual”<br />
6 LOGOSOFIA<br />
em caracteres frios, procurando fazer<br />
com que conserve fielmente<br />
a forma e o fundo do que<br />
fora concebido. Indubitavelmente,<br />
a diferença é notável,<br />
apesar do afã que se<br />
põe na referi<strong>da</strong> descrição<br />
<strong>da</strong> idéia.<br />
Ocorre algo semelhante<br />
quando, na volta<br />
de uma viagem, são relata<strong>da</strong>s<br />
aos amigos, com<br />
todo o tipo de detalhes e<br />
segundo o juízo de quem<br />
relata, as maravilhas, as paisagens<br />
ou lugares visitados, e que impressionaram<br />
vivamente o espírito.<br />
Os que escutam, como é natural, não<br />
poderão participar além de uma mínima<br />
parte <strong>da</strong>s sensações experimenta<strong>da</strong>s<br />
na reali<strong>da</strong>de; isso não impede,<br />
contudo, que algum dos que têm<br />
oportuni<strong>da</strong>de de escutar o relato, interessando-se<br />
em conhecer as maravilhas<br />
descritas, deci<strong>da</strong> experimentar<br />
por si mesmo idênticas sensações. O<br />
relato, neste caso, teria servido como<br />
estímulo para conhecer e sentir algo<br />
que, se a circunstância <strong>da</strong> narração<br />
não ocorresse, seguramente não se<br />
teria levado a cabo.<br />
CLASSES DE LEITORES<br />
Passemos agora ao caso dos que<br />
lêem livros. Nestes se produzem curiosas<br />
variações quanto ao que extraem<br />
dos livros como elemento de juízo.<br />
Temos duas ou talvez três classes de<br />
leitores. Em primeiro lugar, aquela<br />
que inclui os que lêem um livro com<br />
ver<strong>da</strong>deiro interesse e concentração,<br />
sem nenhuma prevenção, buscando<br />
em suas páginas, além do que lhes<br />
possa ser útil, a agradável sensação<br />
de compreender o pensamento do<br />
autor, ou por ser afim com o seu, ou<br />
porque, sendo muito superior, cativa<br />
seu espírito e o enche de admiração.<br />
É muito comum que essa classe<br />
de leitores chegue até a dialogar<br />
mentalmente com o autor, completando<br />
dessa maneira muitas imagens<br />
que não foram totalmente<br />
desenha<strong>da</strong>s, ou que foram pali<strong>da</strong>mente<br />
refleti<strong>da</strong>s no texto.<br />
O bom leitor, o que sabe ler e valoriza<br />
o esforço e o pensamento exposto<br />
numa obra pelo autor,<br />
encontra ao longo de sua leitura as<br />
passagens de positivo valor e se interessa<br />
por elas vivamente, passando<br />
sem se deter por aquelas que,<br />
por carecerem de mérito, não chegam<br />
a despertar nele igual atenção e<br />
deleite. É o mesmo que ocorre<br />
quando, viajando por uma estra<strong>da</strong>,<br />
se contemplam paisagens que agra<strong>da</strong>m<br />
sobremaneira, e cuja simples<br />
vista, ao oferecer motivos justificados<br />
para extasiar o espírito, convi<strong>da</strong><br />
a parar; ao contrário, passa-se com<br />
indiferença, e às vezes a uma grande<br />
veloci<strong>da</strong>de, pelos pontos áridos<br />
ou carentes de atração, que de<br />
modo algum despertam interesse.<br />
Com isso, confirma-se a ver<strong>da</strong>de de<br />
que a natureza humana, <strong>da</strong> mesma<br />
forma que se mostra afim com as
elezas naturais, tem afini<strong>da</strong>de com<br />
tudo mais que se relacione intimamente<br />
com a própria Natureza.<br />
Prosseguindo com nosso tema,<br />
vamos nos referir agora à segun<strong>da</strong><br />
classe de leitores, que compreende<br />
os que mostram gosto pela leitura,<br />
mas que, por carecerem de capaci<strong>da</strong>de<br />
suficiente, de educação e de<br />
vontade, ou por não terem juízo<br />
formado acerca do valor dos livros,<br />
muitas vezes lêem sem a devi<strong>da</strong><br />
atenção. A estes podemos somar todos<br />
aqueles que, mesmo possuindo<br />
vasta ilustração e inteligência, lêem<br />
aos saltos, folheando os livros sem<br />
preocupação alguma com o ordenamento<br />
<strong>da</strong>s idéias expostas pelo autor.<br />
Toma<strong>da</strong>s as páginas ao acaso,<br />
geralmente se lê e se julga por elas<br />
o conteúdo total de uma obra. Isso,<br />
como é natural, poderia justificar-se<br />
e ser o bastante em se tratando dos<br />
livros cujos autores, sendo desconhecidos,<br />
ain<strong>da</strong> não revelaram seus<br />
conhecimentos e sua capaci<strong>da</strong>de<br />
como escritores, mas não deveria<br />
acontecer com aqueles livros cujos<br />
temas ou assuntos assinalam rumos<br />
ou guar<strong>da</strong>m motivos valiosos e de<br />
profundo interesse para o pensamento<br />
dos leitores, os quais às vezes<br />
ignoram isso, por terem permanecido<br />
indiferentes e, portanto, à magem<br />
<strong>da</strong>s preocupações conti<strong>da</strong>s em<br />
suas páginas.<br />
É provável que a época em que<br />
vivemos tenha influído muito para<br />
que se leia aos saltos, como dissemos,<br />
pois parece não existir mais a<br />
tranqüili<strong>da</strong>de que antes havia e que<br />
a leitura <strong>da</strong>s grandes obras, que tanto<br />
apaixonam o espírito, requer. O<br />
certo é que sempre encontramos<br />
nos livros, como em tudo aquilo<br />
que não foi pensado ou feito por<br />
nós mesmos, algo para adicionarmos<br />
ao nosso conhecimento, e é<br />
desse justo interesse por esquadrinhar<br />
to<strong>da</strong>s as coisas considera<strong>da</strong>s<br />
de valor para aumentar o saber pessoal<br />
que surge, precisamente, o anelo<br />
e a necessi<strong>da</strong>de de superar as<br />
condições e as possibili<strong>da</strong>des de<br />
aperfeiçoamento individual.<br />
Temos ain<strong>da</strong> o terceiro caso, que<br />
agrupa os leitores que só vão aos livros<br />
e aos textos de grande difusão,<br />
nem sempre traçados pela boa pena.<br />
Referimo-nos às obras passionais ou<br />
policiais, como também às que difundem<br />
certas e determina<strong>da</strong>s ideologias.<br />
Se levamos em conta que, para as<br />
pessoas de pouca ilustração, tudo o<br />
que aparece em letras de fôrma é a<br />
ver<strong>da</strong>de, fácil será compreender<br />
CONCEITOS E VALORES<br />
como podem ser <strong>da</strong>nifica<strong>da</strong>s suas<br />
mentes, ao fazerem uso dessa literatura<br />
“barata” que, por ser perniciosa,<br />
tão caro custa, já que é muito difícil<br />
de ser extirpa<strong>da</strong> <strong>da</strong> mente dos tantos<br />
que admitem tudo que lêem, justamente<br />
por não terem a capaci<strong>da</strong>de<br />
necessária para discernir o bom do<br />
mau, o justo do injusto e o conveniente<br />
do inconveniente.<br />
O LIVRO NA EDUCAÇÃO<br />
Tudo isso dá motivo para que<br />
surja a necessi<strong>da</strong>de de que nas bibliotecas<br />
públicas, nas academias e<br />
centros de estudos seja fomenta<strong>da</strong> a<br />
leitura <strong>da</strong>quelas obras que mais contribuam<br />
para alicerçar a cultura e a<br />
preparação do público leitor. Com<br />
isso, muitos chegariam a interessarse<br />
pelo conhecimento dos bons livros,<br />
e seriam elimina<strong>da</strong>s muitas<br />
causas, entre as quais a falta de tempo<br />
para o exame de obras escritas,<br />
que tornam ca<strong>da</strong> vez menor a dedicação<br />
à leitura, sendo ela tão necessária<br />
para serenar os espíritos.<br />
A missão do livro na educação<br />
<strong>da</strong> humani<strong>da</strong>de é grande e respeitável;<br />
por isso, cabe esperar que, no<br />
futuro, ele vá se impondo como<br />
uma necessi<strong>da</strong>de que a todos diz<br />
respeito por igual. É o livro o veículo<br />
que, conservando o pensamento<br />
nele exposto, permite que as<br />
gerações possam nutrir-se, servindo<br />
assim aos fins <strong>da</strong> civilização e ao<br />
progresso <strong>cultural</strong> do mundo.<br />
LOGOSOFIA 7
CONCEITOS E VALORES<br />
DIÁLOGO<br />
8 LOGOSOFIA<br />
Um livro que nunca foi editado e que vem<br />
sendo escrito desde as mais remotas épocas<br />
O LIVRO DA<br />
C RIAÇÃO<br />
Próspero: – Não faz muito<br />
tempo o senhor mencionou,<br />
de passagem, a existência de<br />
um livro originalíssimo, ain<strong>da</strong><br />
inédito, que vem sendo escrito<br />
por etapas. Como uma obra dessa<br />
índole me parece inverossímil,<br />
agradeceria muito um esclarecimento<br />
a respeito.<br />
Preceptor: – O livro a que fiz<br />
menção tem a particulari<strong>da</strong>de de ser<br />
lido mais com o entendimento do<br />
que com os olhos. Alguns de seus<br />
capítulos serviram de guia a muitas<br />
gerações do passado. Muitos o têm<br />
buscado, mas isso tem sido em vão<br />
porque jamais foi encontrado.<br />
Esse livro universal é, na ver<strong>da</strong>de,<br />
o Livro <strong>da</strong> Criação. Suas páginas,<br />
abertas a to<strong>da</strong>s as mentes humanas<br />
desde que povoaram a terra, contêm<br />
recor<strong>da</strong>ções e imagens vivas. Grava<strong>da</strong>s<br />
Imagens e recor<strong>da</strong>ções<br />
que vivem em suas<br />
páginas eternas<br />
com caracteres indeléveis, vão permanecendo<br />
nele as mais sublimes<br />
concepções dos gênios que existiram<br />
no mundo. Algo impede, não obstante,<br />
a compreensão de suas maravilhosas<br />
páginas.<br />
Próspero: – Presumo que esse<br />
algo que nos oculta as imagens do<br />
misterioso livro seja, sem dúvi<strong>da</strong>, a<br />
ignorância.<br />
Preceptor: – Talvez seja. Porém,<br />
vejamos; quero lhe fazer uma pergunta:<br />
Por acaso você compreende<br />
meus ensinamentos escritos com a<br />
mesma relativa facili<strong>da</strong>de com que<br />
compreende os que lhe dou pessoalmente,<br />
na forma verbal?<br />
Próspero: – Não; claro que não.<br />
No escrito há sempre algo que faz<br />
duvi<strong>da</strong>r de nossa certeza, razão pela<br />
qual não podemos, na ver<strong>da</strong>de, estar<br />
seguros de haver interpretado
em. As palavras escritas parecem<br />
comprazer-se em nos sugerir várias<br />
coisas ao mesmo tempo, a fim de<br />
nos confundir. Quando o ouço,<br />
sinto, ao contrário, que minha<br />
compreensão se abre confia<strong>da</strong> ao<br />
influxo de sua palavra, cuja recor<strong>da</strong>ção<br />
se torna muito mais níti<strong>da</strong><br />
que a <strong>da</strong> escrita.<br />
Preceptor: – Aí está, exatamente,<br />
o mistério revelando-se por si só.<br />
Porém, não me disse, talvez por<br />
haver passado inadvertido, que à<br />
palavra escuta<strong>da</strong> acompanham,<br />
com atraente e singular força, as expressões<br />
<strong>da</strong> fisionomia, a expressão<br />
dos olhos, os gestos, as diferentes<br />
modulações <strong>da</strong> voz, os silêncios e<br />
até o que se sugere mas não se pronuncia,<br />
tudo o que orienta a atenção<br />
de quem escuta, levando-o a<br />
entender sem dificul<strong>da</strong>de até os<br />
mais difíceis temas. Deste modo, as<br />
imagens ficam grava<strong>da</strong>s de forma<br />
indelével; mas sobre nenhum papel<br />
podem ser reproduzi<strong>da</strong>s.<br />
Pois bem; isso não ocorre somente<br />
no campo do grande saber, senão<br />
em todos os campos onde existe vi<strong>da</strong><br />
humana. Ninguém jamais poderá<br />
descrever os íntimos desassossegos<br />
de uma mãe para com seu filho nem<br />
as profun<strong>da</strong>s reflexões ou a preocupação<br />
de um pai pensando no seu<br />
porvir, sem desvirtuar ou diminuir o<br />
Suas páginas<br />
conservam intactos<br />
os segredos <strong>da</strong> vi<strong>da</strong><br />
universal e <strong>da</strong><br />
vi<strong>da</strong> humana<br />
fundo de grandeza que assiste a esses<br />
atos paternais. Jamais se poderá<br />
expressar em frias letras a ternura de<br />
um filho ao compreender os sacrifícios<br />
de seus pais.<br />
Também o pranto, quando brota<br />
<strong>da</strong> alma, é idiomaticamente intraduzível.<br />
Pode alguém expressar o<br />
profundo drama de um enfermo ao<br />
pronunciar palavras alheias a este<br />
mundo em seus momentos de<br />
maior angústia? E no extremo oposto,<br />
esses instantes de inefável ventura<br />
– que por algo são assim<br />
chamados –, pode a palavra traduzir?<br />
Pode-se expressar o que sente o<br />
coração humano e experimenta o<br />
espírito em tais circunstâncias?<br />
Que dizemos ao contemplar um<br />
panorama de extraordinário encanto<br />
ou ao visitar um lugar maravilhoso?:<br />
“Oh! Que grandioso!, que magnífico!”,<br />
ou outras exclamações similares;<br />
mas, é possível plasmar com<br />
palavras a imagem intacta de tudo o<br />
que vimos e admiramos? Não, não é<br />
CONCEITOS E VALORES<br />
possível. Poderemos ensaiar mil formas<br />
descritivas, mas o ânimo de<br />
quem as lê ou escuta nunca sentirá<br />
nem experimentará as impressões<br />
próprias de quem viu o que descreve;<br />
para o primeiro, serão apenas<br />
meras referências. Isto sim: fica sempre<br />
a possibili<strong>da</strong>de de visitar o lugar<br />
descrito e receber ele mesmo a impressão,<br />
como quem vai à fonte de<br />
um livro para ler a página que tanto<br />
lhe recomen<strong>da</strong>ram.<br />
Assim, pois, o Livro <strong>da</strong> Criação,<br />
que nunca foi editado, vem sendo<br />
escrito desde as mais remotas épocas.<br />
Existem muitos que aprenderam<br />
bastante com ele: outros, ao<br />
contrário, ignoram-no por completo,<br />
sendo estes últimos a maioria,<br />
desgraça<strong>da</strong>mente.<br />
Próspero: – Apesar de assombrosa<br />
a concepção exposta, não abarquei<br />
ain<strong>da</strong> o profundo ensinamento contido<br />
nela. Sei que devo esquadrinhar<br />
muitas vezes este assunto antes que<br />
se revele à minha consciência em<br />
to<strong>da</strong> sua magnitude.<br />
Preceptor: – Naturalmente. Recorde<br />
o que lhe disse: é o livro <strong>da</strong>s<br />
imagens vivas e <strong>da</strong>s recor<strong>da</strong>ções.<br />
Quis, com isso, ressaltar que não é<br />
para ser lido, senão para entendêlo<br />
e viver ca<strong>da</strong> um, em sua intimi<strong>da</strong>de<br />
consciente, a parte que lhe foi<br />
destina<strong>da</strong>.<br />
LOGOSOFIA 9
CONCEITOS E VALORES<br />
O LIVRO DOS<br />
IMORTAIS<br />
Um dia, quando a humani<strong>da</strong>de começou<br />
a ter consciência <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> e<br />
do mundo em que vivia, os seres humanos<br />
que formavam essa humani<strong>da</strong>de<br />
se queixaram a Deus. Disseram-Lhe<br />
que uns faziam coisas muito boas, e<br />
outros, coisas muito más; que uns<br />
trabalhavam e outros não; e que, sem<br />
dúvi<strong>da</strong>, na<strong>da</strong> disso era informado a<br />
Ele. Que não havia constância <strong>da</strong>s<br />
ações boas nem tampouco <strong>da</strong>s más.<br />
Deus teve, então, um gesto de<br />
imensa alegria ao perceber que seus<br />
homens, os homenzinhos <strong>da</strong> Terra,<br />
começavam a fazer uso de seus entendimentos<br />
e considerou justa sua<br />
queixa; tão justa que, desde esse dia<br />
começou uma nova era para a humani<strong>da</strong>de,<br />
porque pronunciou uma<br />
sentença que, até o presente, foi se<br />
cumprindo inexoravelmente: “Aquele<br />
que se destaque e dignifique sua<br />
espécie, que se mostre justo e faça<br />
10 LOGOSOFIA<br />
“Esse livro se chama<br />
História e é o que<br />
explica a to<strong>da</strong><br />
inteligência humana<br />
quais foram os que<br />
puderam penetrar nele<br />
e quais seus méritos”<br />
boas obras, será justificado em um<br />
livro, e a todos aqueles que merecerem<br />
figurar nele, ao ler seus nomes,<br />
os glorificarei.”<br />
Disse que esse livro representava<br />
o portal por onde os homens penetrariam<br />
em Seu Reino e seriam honrados<br />
e se chamariam imortais, mas<br />
que também seriam anotados nele os<br />
piores, para que os homens, ao lerem<br />
seus nomes, sentissem horror deles.<br />
NOTA DA REDAÇÃO: O relato a seguir foi extraído<br />
de conferência, com o mesmo título, publica<strong>da</strong> no livro<br />
Introdução ao Conhecimento Logosófico.<br />
Deus disse também que, quando Ele<br />
lesse esses nomes, os apagaria do<br />
livro, fazendo com que ninguém os<br />
recor<strong>da</strong>sse e, se alguma vez alguém o<br />
fizesse, seria tão-somente para apontar<br />
um renegado.<br />
Pois bem; os que escutaram esta<br />
sentença ficaram em silêncio, pensando<br />
sem dúvi<strong>da</strong> como haveriam de<br />
fazer para poder figurar naquele livro.<br />
Daí nasceu nos homens o nobre afã<br />
de ser mais do que eram; de fazer o<br />
bem e superar-se. E passado o tempo,<br />
surgiram os primeiros nomes a serem<br />
escritos em tão grande livro. Muito<br />
poucos, por certo, alcançaram tão<br />
alto desígnio; de milhares e milhares<br />
apenas alguns conquistaram a doura<strong>da</strong><br />
meta de figurar em suas páginas<br />
eternas. Houve os que, enfurecidos<br />
por isso, começaram a proceder mal,<br />
para que seus nomes aparecessem de<br />
alguma maneira no livro, e assim foi
como também se inscreveram nele os<br />
nomes dos primeiros grandes infames<br />
que a humani<strong>da</strong>de teve, ou seja,<br />
dos primeiros renegados.<br />
O SENTIDO DA<br />
RESPONSABILIDADE<br />
Tudo isto fez nascer na consciência<br />
humana o sentido <strong>da</strong> responsabili<strong>da</strong>de:<br />
não havia como esquecer as<br />
palavras escuta<strong>da</strong>s, as quais, com<br />
excessiva eloqüência, <strong>da</strong>vam a entender<br />
que as páginas desse livro seriam<br />
para os bons e não para os maus. O<br />
espírito de todos os seres humanos<br />
estimulou-se com isso grandemente,<br />
mas, como sempre acontece, nem<br />
todos souberam cultivar esse estímulo<br />
e fazer dele ver<strong>da</strong>deiro culto, sem<br />
contaminação de nenhuma espécie.<br />
Contudo, embora tenha sido um<br />
reduzido número de homens que<br />
professou o culto a esse estímulo,<br />
desses poucos descenderam outros,<br />
os quais, seguindo o seu exemplo,<br />
gravaram igualmente seus nomes no<br />
livro. Os que conseguiram uma grande<br />
superação, os que alcançaram<br />
grandes conhecimentos, instituíram<br />
a primeira escola, na qual deveriam<br />
iniciar-se os aspirantes à alta honra<br />
por eles mereci<strong>da</strong>.<br />
Esse livro se chama História e é o<br />
que explica a to<strong>da</strong> inteligência humana<br />
quais foram os que puderam penetrar<br />
nele e quais seus méritos. Por<br />
muito tempo teve influência poderosa<br />
entre reis, príncipes, chefes de Estado<br />
e sobre todos os homens que por sua<br />
digni<strong>da</strong>de, herança e saber, haveriam<br />
de figurar nele. Daí seus empenhos<br />
para que as páginas nas quais deveriam<br />
aparecer seus nomes fossem espelhos<br />
de suas vi<strong>da</strong>s enobreci<strong>da</strong>s no bem<br />
e isentas de máculas.<br />
Isto explica a enorme responsabili<strong>da</strong>de<br />
<strong>da</strong>queles homens que não<br />
atuavam egoística ou caprichosamente,<br />
pois, sabendo que deviam ingressar<br />
nesse livro, e que por ele<br />
seriam julgados, primeiro por seus<br />
semelhantes e depois por Quem<br />
ditara aquela sentença e abriria um<br />
dia suas páginas, seus afãs tenderam<br />
sempre para a conquista do bem pelo<br />
bem mesmo, e todos seus atos foram<br />
sempre regidos por tão elevados<br />
pensamentos.<br />
Quando, com o passar dos anos e<br />
<strong>da</strong>s épocas, os homens esqueceram a<br />
conduta e o exemplo <strong>da</strong>queles que<br />
os precederam, se tornaram indignos<br />
de figurar em tão valioso livro, caindo<br />
no desprestígio e na nuli<strong>da</strong>de. O<br />
que hoje ocorre no mundo tem<br />
muito a ver com essa decadência e<br />
impostura, que abriu um parêntese<br />
no juízo <strong>da</strong> História.<br />
Há princípios que são eternos,<br />
que são inexoráveis e, por mais domínio<br />
que se tenha para subjugar os<br />
povos, não se pode mu<strong>da</strong>r nem<br />
transtornar a ordem existente e<br />
precipitar no caos o processo <strong>da</strong> civilização.<br />
As leis são, como os princípios,<br />
de essência eterna; para a<br />
inteligência dos homens, to<strong>da</strong>s elas<br />
devem ser reais e lógicas, e se uma<br />
lei lhes faz ver que não é possível<br />
encher com dez litros de água um<br />
pequeno copo, com isso também<br />
lhes faz ver que não se pode modificar<br />
o que é imodificável.<br />
Tem havido muita inquietude no<br />
mundo durante o transcurso dos<br />
CONCEITOS E VALORES<br />
últimos tempos; e os homens foram<br />
tão impacientes que, em vez de esperar<br />
novamente a palavra de Deus,<br />
confiaram suas queixas a intermediários<br />
que “tudo arranjam”. Daí que<br />
tivessem de sofrer depois o mais<br />
bárbaro dos desesperos e o mais<br />
cruel dos martírios, pagando muitos<br />
deles com a vi<strong>da</strong> semelhante creduli<strong>da</strong>de.<br />
Que responsabili<strong>da</strong>de podiam<br />
ter os que pretenderam e prometeram<br />
eliminar as causas <strong>da</strong>s queixas<br />
dos homens? Nenhuma. Isso deve<br />
trazer, em conseqüência, horas de<br />
profun<strong>da</strong> reflexão.<br />
Teria sido bem diferente se, pelo<br />
menos, se tivesse confiado naqueles<br />
que inspiravam responsabili<strong>da</strong>de; sobretudo<br />
naqueles cujos antepassados<br />
gravaram seus nomes na História,<br />
aqueles que jamais teriam atuado<br />
contradizendo os que os precederam<br />
nas posições de alta significação política,<br />
social, científica, etc., porque<br />
estes, como aqueles, sempre mostraram<br />
seu empenho por merecer um<br />
lugar na História.<br />
E, repito, não fica registrado nela<br />
quem não houver provado perante o<br />
mundo, ter beneficiado com algo a<br />
humani<strong>da</strong>de, seja mediante obras de<br />
bem, seja deixando exemplos instrutivos<br />
para seus semelhantes. Daí que<br />
se possa dizer que esse livro agrupa<br />
to<strong>da</strong> uma estirpe de homens que se<br />
destacaram por seus feitos; e na<strong>da</strong><br />
pode ser mais auspicioso nem mais<br />
estimulante para o homem que saber<br />
que seus semelhantes, por seus méritos,<br />
por seus esforços, por seus<br />
exemplos, mereceram a honra de ser<br />
anotados nele e de terem forjado por<br />
si mesmos sua própria grandeza.<br />
LOGOSOFIA 11
GRANDES CONCEPÇÕES<br />
“Os processos cósmicos,<br />
regidos pelas imutáveis<br />
leis que regulam a vi<strong>da</strong><br />
de todo o Universo,<br />
dão a pauta sobre os<br />
demais processos que<br />
se cumprem nele,<br />
inclusive os humanos...”<br />
Leis UNIVERSAIS<br />
Ao <strong>da</strong>r a conhecer os fatores que<br />
intervêm no que ocorre diariamente<br />
dentro do mundo interno de<br />
ca<strong>da</strong> indivíduo, a Logosofia põe ao<br />
alcance do homem a chave do conhecimento<br />
causal referente à sua vi<strong>da</strong>,<br />
evolução e destino. Não podem<br />
permanecer alheias a tal prerrogativa<br />
as leis universais, por serem as que<br />
sustentam os pilares <strong>da</strong> Criação e animam<br />
a vi<strong>da</strong> de tudo quanto existe. É<br />
dever do homem não infringi-las e<br />
auspiciar, em todo o momento, o selo<br />
de seus desígnios, cumprindo com<br />
seus man<strong>da</strong>dos, o que lhe outorga a<br />
segurança absoluta de seu amparo.<br />
As leis sobre as quais a ciência oficial<br />
fun<strong>da</strong>menta suas investigações e<br />
12 LOGOSOFIA<br />
descobrimentos surgiram <strong>da</strong> necessi<strong>da</strong>de<br />
de ordenar o que concerne ao<br />
comportamento <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong>de material<br />
ou física do organismo biológico<br />
humano e dos processos de to<strong>da</strong> espécie<br />
compreendidos na Natureza, sujeitos<br />
a comprovação. Na<strong>da</strong> nos dizem<br />
com respeito às prerrogativas conscientes<br />
do homem, nem à evolução de<br />
suas possibili<strong>da</strong>des de alcançar as<br />
altas esferas do espírito.<br />
As leis universais, sobre cujas<br />
funções a Logosofia informa, se<br />
identificam com as normas de uma<br />
ética eleva<strong>da</strong>, acorde com sua natureza,<br />
cuja orientação coincide com a<br />
via de conhecimentos que, na ordem<br />
superior, o logósofo cultiva. Tais leis<br />
estabelecem uma nova relação de<br />
causas e efeitos, que permite compreender<br />
sem dificul<strong>da</strong>des o amplo<br />
panorama <strong>da</strong> existência humana, ao<br />
mesmo tempo que orientam e prescrevem<br />
normas de conduta para<br />
percorrer as sucessivas etapas do<br />
aperfeiçoamento.<br />
Convenhamos que as leis <strong>da</strong> Criação<br />
ain<strong>da</strong> são muito pouco conheci<strong>da</strong>s<br />
pela humani<strong>da</strong>de, já que, sendo elas<br />
advogados e juízes ao mesmo tempo, a<br />
maioria ignora como elas atuam e<br />
como ditam suas sentenças quando<br />
julgam. Ignorando isso, mal pode o<br />
homem conhecer os fatos de sua vi<strong>da</strong><br />
interna, capazes de ultrapassar, to<strong>da</strong><br />
vez que uma lei se pronuncia em
harmonia com as demais leis, suas<br />
mais fantásticas lucubrações.<br />
Ao ilustrar o homem sobre o mecanismo<br />
<strong>da</strong>s leis universais, a Logosofia<br />
lhe permite ajustar sua vi<strong>da</strong> à reali<strong>da</strong>de<br />
que elas determinam e livrar-se do<br />
vazio e <strong>da</strong> opressão moral causados<br />
por seu desconhecimento. Começa a<br />
dominar, assim, o campo mais imediato<br />
em que essas leis atuam, que é precisamente<br />
o que ca<strong>da</strong> ser ocupa, a<br />
própria vi<strong>da</strong>, a vi<strong>da</strong> do ser humano, e,<br />
por efeito do saber que acumula,<br />
aprende também que no Universo<br />
tudo se realiza mediante processos.<br />
Ao plasmar a imagem <strong>da</strong> criatura<br />
humana, Deus determinou para ela o<br />
cumprimento de todos os ciclos de<br />
evolução preceituados pelas leis<br />
supremas. É lógico então que o homem,<br />
ao conhecer as leis e superar<br />
tudo o que nele é superável, vá compreendendo<br />
qual deve ser seu destino<br />
e qual sua conduta.<br />
Os processos cósmicos, regidos<br />
pelas imutáveis leis que regulam a<br />
vi<strong>da</strong> de todo o Universo, dão a pauta<br />
sobre os demais processos que se<br />
cumprem nele, inclusive os humanos,<br />
sendo fácil de compreender que<br />
respon<strong>da</strong>m com suas sanções a qualquer<br />
alteração ou falta.<br />
O homem estabelece contatos com<br />
as leis universais por meio <strong>da</strong> consciência;<br />
sendo assim, é forçoso ressaltar<br />
a importância de acrescentar esse<br />
valioso fator de enlace, <strong>da</strong>ndo força ao<br />
propósito de não infringi-las, o que<br />
favorece sumamente o processo de<br />
evolução consciente. Já não se cometerão<br />
faltas, não se contrairão dívi<strong>da</strong>s;<br />
tampouco se atrairão sanções.<br />
Na Natureza tudo está regido por<br />
uma norma universal; uma norma<br />
que corrige os infratores. Na ordem<br />
civil as pessoas são multa<strong>da</strong>s ou<br />
deti<strong>da</strong>s, para que adquiram consciência<br />
disso e não voltem a incorrer<br />
em falta; na ordem transcendente é<br />
exatamente igual, só que, ao invés<br />
de privá-las <strong>da</strong> liber<strong>da</strong>de ou de multá-las,<br />
as leis as corrigem, fazendo<br />
com que compreen<strong>da</strong>m, por diversos<br />
meios, que não devem desacatá-las.<br />
As leis humanas foram inspira<strong>da</strong>s<br />
nas leis universais e tendem a assemelhar-se<br />
a elas, embora distem<br />
muito <strong>da</strong> perfeição, já que as universais,<br />
além de serem absolutamente<br />
justas, se cumprem com o rigor <strong>da</strong><br />
exatidão e <strong>da</strong> pontuali<strong>da</strong>de; as leis<br />
humanas contêm grosseiras falhas, a<br />
maioria delas origina<strong>da</strong>s em debili<strong>da</strong>des<br />
dos próprios homens.<br />
Devemos acostumar-nos a pensar<br />
que as leis são eminentemente<br />
justas ao se pronunciarem sobre<br />
nossos atos. Se nos tornamos credores<br />
de um juízo adverso, nunca pensemos<br />
que na dor existe o castigo,<br />
senão a oportuni<strong>da</strong>de de sal<strong>da</strong>r uma<br />
dívi<strong>da</strong>, de nos liberarmos de algo<br />
negativo que ain<strong>da</strong> perdura. Isso<br />
implica considerar a ação <strong>da</strong>s leis de<br />
um ponto de vista humanitário, o<br />
que permite compreender melhor<br />
seu mecanismo e a generosi<strong>da</strong>de<br />
com que atuam.<br />
Deus, único ser na Criação que não<br />
tem par, desce até o homem em virtude<br />
de Suas Leis e de Seu Pensamento,<br />
expressado em ca<strong>da</strong> uma <strong>da</strong>s coisas<br />
cria<strong>da</strong>s. Com a prerrogativa de chegar<br />
a ser em espírito semelhante a Ele,<br />
concedeu-lhe a de conhecer Suas Leis<br />
para reger por elas sua vi<strong>da</strong> como ser<br />
humano e imortalizar sua existência<br />
como ser espiritual.<br />
GRANDES CONCEPÇÕES<br />
“As leis <strong>da</strong> Criação<br />
ain<strong>da</strong> são muito<br />
pouco conheci<strong>da</strong>s<br />
pela humani<strong>da</strong>de,<br />
já que, sendo elas<br />
advogados e juízes<br />
ao mesmo tempo, a<br />
maioria ignora como<br />
elas atuam e como<br />
ditam suas sentenças<br />
quando julgam”<br />
LOGOSOFIA 13
OBSERVATÓRIO CULTURAL<br />
“Penso, logo<br />
existo”<br />
Só o fato de pensar não dá a<br />
sensação de existir como uni<strong>da</strong>de<br />
pensante e consciente, porque<br />
é necessário conhecer, saber<br />
e identificar-se com a causa do<br />
conhecimento. Somente então se<br />
poderá experimentar a sensação<br />
de existir, não pelo fato do pensar<br />
em si, senão pela existência<br />
ativa dos elementos que impulsionam<br />
a pensar e levar todo esse<br />
trabalho mental ao máximo de<br />
firmeza ou segurança que somente<br />
pode <strong>da</strong>r o discernimento<br />
com o auxílio <strong>da</strong> razão.<br />
Pode-se pensar muitas coisas<br />
sem ter o conhecimento do que se<br />
pensa. E, sem ter esse conhecimento,<br />
não é possível experimentar<br />
a sensação de existir como<br />
conseqüência do que se pensa.<br />
Será necessário conhecer as leis<br />
pelas quais se pensa, para estabelecer<br />
a importância <strong>da</strong> razão<br />
de existir.<br />
14 LOGOSOFIA<br />
Enfoques<br />
LOGOSÓFICOS<br />
“Conhece-te a<br />
ti mesmo”<br />
Se não se indicam os meios e o<br />
caminho, ninguém pode conhecer-se<br />
a si mesmo pelo simples<br />
fato de dizer-lhe que deve<br />
fazê-lo.<br />
Para alcançar tal coisa, é imprescindível<br />
começar por conhecer<br />
o funcionamento <strong>da</strong> própria<br />
mente e, para conseguir isso, todo<br />
ser deve submeter-se a um lógico<br />
processo, com base em uma evolução<br />
consciente, experimentando<br />
o que estu<strong>da</strong> e o que investiga,<br />
única forma de se obter a segurança<br />
no conhecimento.<br />
Conhecer a natureza humana<br />
em seu aspecto psíquico-mental,<br />
eis aí a realização do conhecimento<br />
de si mesmo.<br />
Obstinação<br />
paradoxal –<br />
O preconceito<br />
Opreconceito é como a janela<br />
do trem que baixamos de<br />
propósito para não ver uma região<br />
que consideramos feia ou de<br />
escasso interesse, acontecendo,<br />
muitas vezes, que nessa ocasião a<br />
paisagem poderia oferecer-nos,<br />
devido à sua eventual transformação,<br />
uma visão mais agradável.<br />
Essa janela é a que, com freqüência,<br />
se fecha ao entendimento,<br />
para que a razão não modifique o<br />
juízo que, em uma ou outra oportuni<strong>da</strong>de,<br />
mereceu determina<strong>da</strong><br />
pessoa, caso ou coisa.
EVOLUÇÃO CONSCIENTE<br />
CRER E SABER<br />
Reflexões que convi<strong>da</strong>m à revisão de certos conceitos<br />
Vamos examinar o conceito relativo<br />
ao vocábulo “crença”, por ser<br />
um dos que mais entorpeceram o curso<br />
evolutivo do homem. Com efeito,<br />
ao lhe ser inculcado que basta crer<br />
para deixar satisfeita qualquer pergunta<br />
ou inquietude interna, foi ele<br />
levado a admitir, sem uma prévia análise,<br />
sem reflexão alguma, até as coisas<br />
mais inverossímeis. Essa atitude passiva<br />
<strong>da</strong> inteligência foi a que submergiu<br />
o indivíduo numa desorientação extremamente<br />
lamentável. O caos moral<br />
e espiritual em que a humani<strong>da</strong>de se<br />
encontra é por si mesmo muito eloqüente,<br />
e não é necessário argumento<br />
probatório algum para compreender a<br />
magnitude do desacerto no manejo<br />
de sua evolução.<br />
A Logosofia instituiu, como princípio,<br />
que a palavra “crer” deve ser<br />
substituí<strong>da</strong> pela palavra “saber”, porque<br />
é sabendo – e não crendo – que<br />
o homem consegue ser ver<strong>da</strong>deiramente<br />
consciente do governo de sua<br />
vi<strong>da</strong>, quer dizer, <strong>da</strong>quilo que pensa e<br />
faz. Por outra parte, o fato de crer –<br />
bem o sabemos – produz certo grau<br />
de inibição mental que entorpece e<br />
até anula a função de raciocinar. É assim<br />
que o homem fica exposto ao engano<br />
e à má-fé <strong>da</strong>queles que tiram<br />
partido dessa situação.<br />
A crença pode assenhorear-se <strong>da</strong><br />
ignorância, porém é inadmissível em<br />
to<strong>da</strong> pessoa inteligente que anele sinceramente<br />
o conhecimento <strong>da</strong> ver<strong>da</strong>de.<br />
As pessoas de curtos alcances<br />
mentais são propensas à creduli<strong>da</strong>de,<br />
porque ninguém as ilustrou devi<strong>da</strong>mente<br />
sobre os benefícios que o fato<br />
de pensar – e sobretudo de saber –<br />
representa para suas vi<strong>da</strong>s. Lamentavelmente,<br />
é forçoso reconhecer que<br />
uma grande parte <strong>da</strong> humani<strong>da</strong>de se<br />
acha nessas condições e padece a<br />
mesma propensão. Daí que, desde<br />
tempos remotos, sua candidez tenha<br />
sido explora<strong>da</strong>, mantendo-se ela no<br />
mais lamentável obscurantismo.<br />
Ninguém poderia sustentar jamais,<br />
sob pena de ser tido como um<br />
desequilibrado, que seja preciso privar<br />
o homem de conhecimentos para<br />
que ele seja feliz. Sem saber exatamente<br />
o que a vi<strong>da</strong> e seu destino lhe<br />
exigem saber, como poderá cumprir<br />
sua missão de ser racional e<br />
livre? Como poderá satisfazer<br />
os anseios angustiosos<br />
de seu espírito,<br />
se é privado <strong>da</strong> única<br />
possibili<strong>da</strong>de de<br />
atendê-los, ou<br />
seja, <strong>da</strong>s fontes<br />
do saber?<br />
“É sabendo – e não crendo – que o<br />
homem consegue ser ver<strong>da</strong>deiramente<br />
consciente do governo de sua vi<strong>da</strong>, quer<br />
dizer, <strong>da</strong>quilo que pensa e faz”<br />
A única concessão possível ao<br />
ato de crer, sem que se invalide em<br />
na<strong>da</strong> o exposto, é a que surge espontaneamente<br />
como antecipação<br />
do saber; noutras palavras, só se<br />
deverá admitir aquilo de que ain<strong>da</strong><br />
não se tem conhecimento, mas durante<br />
o tempo mínimo requerido<br />
por sua verificação através <strong>da</strong> própria<br />
razão e sensibili<strong>da</strong>de.<br />
LOGOSOFIA 15
EVOLUÇÃO CONSCIENTE<br />
Oensinamento logosófico abre à<br />
investigação, à meditação e ao<br />
conhecimento do homem três imensas<br />
zonas, perfeitamente delimita<strong>da</strong>s.<br />
Talvez sejamos mais bem entendidos<br />
se dissermos que essas três zonas<br />
existem e estão abertas às suas possibili<strong>da</strong>des,<br />
mas são pouco menos que<br />
inacessíveis para ele, pela ignorância<br />
em que permanece a respeito delas.<br />
A primeira pertence por inteiro ao<br />
mundo interno, em sua maior parte<br />
inexplorado, do qual só temos as<br />
vagas referências ou as alusões imprecisas<br />
dos que acreditaram haver<br />
penetrado nele. A experiência <strong>logosófica</strong><br />
já demonstrou que se requer<br />
muita perícia para conhecê-lo e dominá-lo<br />
em to<strong>da</strong>s as suas nuanças e<br />
complexi<strong>da</strong>des. É o mundo dos pensamentos<br />
enquanto não se manifestam<br />
fora <strong>da</strong> mente, ain<strong>da</strong> que atuando<br />
ativamente, seja a serviço <strong>da</strong> inteligência,<br />
seja com to<strong>da</strong> a autonomia; é<br />
também o mundo dos sentimentos,<br />
16 LOGOSOFIA<br />
Nova concepção do<br />
PENSAMENTO<br />
com os quais convivemos em íntimo<br />
colóquio, tal como ocorre com os<br />
pensamentos; o mundo <strong>da</strong>s sensações<br />
de alegria e prazer, de sofrimento e de<br />
dor, que são experimenta<strong>da</strong>s nas múltiplas<br />
variações <strong>da</strong> vi<strong>da</strong>; o <strong>da</strong>s reações<br />
positivas e negativas, que surgem<br />
como conseqüência <strong>da</strong>s atitudes do<br />
semelhante ou de fatos que afetam o<br />
ânimo, as convicções, as idéias, o próprio<br />
conceito, etc.; e é, em definitivo,<br />
o mundo de todos os movimentos e<br />
atos <strong>da</strong> vontade conscientemente dirigidos<br />
para a finali<strong>da</strong>de primordial <strong>da</strong><br />
vi<strong>da</strong>, expressa na realização máxima<br />
de suas possibili<strong>da</strong>des de perfeição.<br />
A segun<strong>da</strong> zona pertence ao mundo<br />
circun<strong>da</strong>nte, onde intervém o fator<br />
familiar, social e geral, e nele o ser,<br />
adestrado logosoficamente, desenvolve<br />
suas ativi<strong>da</strong>des comuns e confronta,<br />
em árdua e nobre luta, seus<br />
conhecimentos com os <strong>da</strong>queles que<br />
atuam no meio ao qual está vinculado<br />
acidental ou permanentemente. Para<br />
exercício e prática <strong>da</strong> conduta que se<br />
vê necessitado a desenvolver em função<br />
do dito adestramento, ali se lhe<br />
apresentam as mais curiosas circunstâncias,<br />
<strong>da</strong>s quais recolhe valiosíssimos<br />
elementos para observação e<br />
superação individual. E se tais circunstâncias<br />
às vezes põem o logósofo<br />
diante do semelhante, e este, surpreendido<br />
em sua intenção, fica confundido<br />
pela serena segurança com<br />
que ele lhe expressa seu pensamento<br />
(pensamento próprio), também se<br />
promovem as situações em que ambas<br />
as partes, de inteligência cultiva<strong>da</strong>, se<br />
equiparam no domínio que têm <strong>da</strong><br />
cultura, só cabendo, então, o entendimento<br />
que aproxima e vincula os<br />
espíritos em relacionamentos de amizade<br />
geralmente duradouros.<br />
E chegamos à terceira dessas zonas:<br />
o mundo metafísico, transcendente ou<br />
causal, onde o homem, guiado sempre<br />
pelo conhecimento, encontra a justificação<br />
de tudo o que antes lhe fora
“Ao iluminar-se a inteligência,<br />
por efeito de seu contato direto com<br />
este novo gênero de ver<strong>da</strong>des, a<br />
consciência é comovi<strong>da</strong> profun<strong>da</strong>mente”<br />
HUMANO<br />
incompreensível e descobre os vastos<br />
desenvolvimentos do espírito, em<br />
conexão direta com a evolução consciente<br />
de seu próprio ser. É o mundo<br />
mental, o mundo imaterial, que preenche<br />
todos os espaços do Universo e<br />
interpenetra até a mais ínfima partícula<br />
ultra-sensível. Povoado de imagens<br />
maravilhosas, que descobrem até os<br />
mais raros processos <strong>da</strong> Criação, é,<br />
ain<strong>da</strong> que invisível para os olhos, a<br />
mais perfeita <strong>da</strong>s reali<strong>da</strong>des existentes.<br />
Tudo ali se acha intacto em sua concepção<br />
original; nenhum elemento<br />
corruptível <strong>da</strong>s outras duas zonas ou<br />
mundos pode vulnerar a imacula<strong>da</strong><br />
pureza de suas diáfanas, múltiplas e<br />
prodigiosas manifestações.<br />
Depreende-se do exposto que o<br />
ente humano comum só conhece<br />
o mundo circun<strong>da</strong>nte, e mesmo<br />
assim o conhece mal, causa inquestionável<br />
de suas limitações, carências<br />
e infortúnios, ao passo que o ente<br />
evoluído conhece os três mundos e<br />
“A Natureza não dá<br />
saltos; a do homem<br />
tampouco deve fazê-lo”<br />
pode viver neles, porque sua inteligência<br />
atua nos três com brilhantismo.<br />
O homem deve, pois, preparar o espírito<br />
depurando sua mente, iluminando<br />
sua inteligência e enriquecendo<br />
sua consciência com os conhecimentos<br />
que, vinculando-o a essas três<br />
zonas, lhe permitam atuar nelas sem<br />
dificul<strong>da</strong>de, com sabedoria, honesti<strong>da</strong>de<br />
e limpeza moral.<br />
O leitor poderá deduzir, de nossas<br />
palavras, a importância que nossos<br />
conhecimentos têm para a vi<strong>da</strong> do ser<br />
humano, ao guiá-lo através <strong>da</strong>s escuras<br />
estepes <strong>da</strong> ignorância, até alcançar<br />
finalmente os férteis vales dos conhecimentos<br />
causais.<br />
Ao iluminar-se a inteligência, por<br />
efeito de seu contato direto com este<br />
novo gênero de ver<strong>da</strong>des, a consciência<br />
EVOLUÇÃO CONSCIENTE<br />
é comovi<strong>da</strong> profun<strong>da</strong>mente; as peças<br />
que deveriam manter flexível e elástica<br />
a ativi<strong>da</strong>de consciente, e que se<br />
acham oxi<strong>da</strong><strong>da</strong>s pelo desuso, são<br />
substituí<strong>da</strong>s, e outras novas, de maior<br />
resistência, tomam seu lugar; o mundo<br />
metafísico deixa de ser uma ficção<br />
e se apresenta como uma reali<strong>da</strong>de<br />
que é consistente e ver<strong>da</strong>deira tanto<br />
quanto a física, ou mais. Nele, se internará<br />
já em perfeito uso <strong>da</strong> razão e<br />
<strong>da</strong> consciência, e se poderá compreender<br />
tudo o que era antes incompreensível<br />
ou permanecia em<br />
obstina<strong>da</strong> e impenetrável nebulosa.<br />
Ca<strong>da</strong> coisa requer rigorosamente<br />
uma preparação. A Natureza não<br />
dá saltos; a do homem tampouco<br />
deve fazê-lo. Alcançar a conquista do<br />
ignoto é matéria de um processo de<br />
evolução conscientemente realizado,<br />
que permite obter, à medi<strong>da</strong> que se<br />
vá cumprindo, as compreensões e<br />
conhecimentos necessários para levar<br />
adiante esse empenho.<br />
LOGOSOFIA 17
CONHECIMENTO<br />
DE SI MESMO<br />
Ampliação <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> pelo<br />
CONHECIMENTO<br />
18 LOGOSOFIA<br />
“A vi<strong>da</strong>, no comum<br />
<strong>da</strong>s pessoas, é estreita<br />
e limita<strong>da</strong>, tanto que<br />
muitas vezes fica<br />
circunscrita dentro<br />
de um só aspecto<br />
e até de um só lugar...”<br />
Se a vi<strong>da</strong> dos seres humanos fosse<br />
medi<strong>da</strong>, desde seu nascimento<br />
até o fim, pelo que elas significaram<br />
para ca<strong>da</strong> um, poderia dizer-se que a<br />
dimensão de umas e de outras varia<br />
substancialmente.<br />
A vi<strong>da</strong>, no comum <strong>da</strong>s pessoas, é<br />
estreita e limita<strong>da</strong>, tanto que muitas<br />
vezes fica circunscrita dentro de um<br />
só aspecto e até de um só lugar,<br />
quando essas pessoas não vão mais<br />
além <strong>da</strong> locali<strong>da</strong>de onde nasceram.<br />
Para seres assim, a vi<strong>da</strong> e o mundo se<br />
reduzem a um só lugar: o lugar onde<br />
vivem. É o único que conhecem e é<br />
também o único que exerce sobre<br />
seu ânimo uma influência decisiva.<br />
Suponhamos um homem, com<br />
muito dinheiro acumulado, que circunscreve<br />
sua vi<strong>da</strong> ali onde nasce,<br />
sem que jamais se haja interessado<br />
em conhecer outros lugares, outros<br />
países, etc. Para ele, não existiria outra<br />
coisa como reali<strong>da</strong>de visível, vital<br />
e admirável que esse estreito perímetro<br />
no qual passou até o último instante<br />
de sua vi<strong>da</strong>; to<strong>da</strong>s as demais<br />
regiões <strong>da</strong> Terra não haveriam existido<br />
para sua consciência.<br />
E ain<strong>da</strong> que se admitisse, com boa<br />
vontade, que o homem de nosso<br />
exemplo tivesse se inteirado <strong>da</strong> existência<br />
desses lugares e até se deleitado<br />
mais de uma vez lendo narrativas de
viagem nas quais pôde seguir o turista<br />
através dos muitos pontos por este<br />
visitado, devemos convir que tudo<br />
isso somente poderia ter-lhe produzido<br />
algum interesse por conhecê-los,<br />
interesse que, ao não se traduzir em<br />
resolução, haveria passado por sua<br />
imaginação como tudo aquilo que<br />
não toma contato direto com a consciência;<br />
menos ain<strong>da</strong> se, ao ler essas<br />
narrativas, os olhos passaram rapi<strong>da</strong>mente<br />
pelas linhas escritas justamente<br />
ali onde o escritor narrava com maior<br />
detalhe e vivência os caminhos por ele<br />
percorridos. Contudo, em um e outro<br />
caso é muito seguro que essas leituras<br />
não poderiam despertar em seu ser<br />
uma só <strong>da</strong>s grandes emoções, alegrias<br />
ou impressões inexprimíveis, que se<br />
experimentam quando é a própria<br />
pessoa quem visita e conhece um lugar<br />
ou paragem.<br />
Por exemplo, ao supormos nossa<br />
vi<strong>da</strong> habitua<strong>da</strong> ao ambiente <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de<br />
ou do povo em que nascemos e<br />
desenvolvendo-se dentro <strong>da</strong> monotonia<br />
própria <strong>da</strong>s coisas que se repetem<br />
com reitera<strong>da</strong> freqüência,<br />
veremos que, se na<strong>da</strong> mu<strong>da</strong>r,<br />
ela terá sido igual desde o<br />
“Amplia sua vi<strong>da</strong> quem,<br />
internando-se dentro de<br />
si mesmo, guiado por<br />
conhecimentos de alta<br />
transcendência humana,<br />
consegue experimentar<br />
a reali<strong>da</strong>de de uma<br />
ver<strong>da</strong>deira expansão de<br />
sua existência...”<br />
princípio até o fim de nossos dias e,<br />
em conseqüência, o mundo para nós<br />
teria estado encerrado ou limitado ao<br />
pouco que dele pudemos conhecer<br />
em tão mísera existência. Mas se, em<br />
busca de novos horizontes, houvéssemos<br />
chegado mais além <strong>da</strong>s fronteiras<br />
cria<strong>da</strong>s por nossa limitação,<br />
encontrando-nos de repente em outra<br />
ci<strong>da</strong>de, em outro país e<br />
em outros ambientes, haveríamos<br />
experimentado a<br />
sensação de haver penetrado,<br />
primeiro,<br />
em outro mundo, e,<br />
CONHECIMENTO<br />
DE SI MESMO<br />
depois, em muitos outros, porque<br />
em ca<strong>da</strong> lugar teremos conhecido<br />
uma vi<strong>da</strong> diferente, ao a<strong>da</strong>ptar-nos<br />
aos meios, climas e mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong>des próprias<br />
dos mesmos, tudo o que, ao tomar<br />
contato com nossa consciência,<br />
produzirá em nós, inquestionavelmente,<br />
mu<strong>da</strong>nças em nossa maneira<br />
de ser, e até de pensar e sentir.<br />
Isto é uma manifestação cabal e<br />
inegável <strong>da</strong> ampliação que experimenta<br />
a vi<strong>da</strong> pelo conhecimento: ao<br />
voltarmos dos lugares que mais vivamente<br />
impressionaram nossa consciência,<br />
traremos conosco muitos<br />
pensamentos que, depois, nos permitirão<br />
reviver à vontade to<strong>da</strong>s as<br />
imagens que foram gratas ao nosso<br />
espírito.<br />
De igual modo e com outras projeções,<br />
certamente amplia sua vi<strong>da</strong><br />
quem, internando-se dentro de si mesmo,<br />
guiado por conhecimentos de alta<br />
transcendência humana, consegue<br />
experimentar a reali<strong>da</strong>de de uma ver<strong>da</strong>deira<br />
expansão de sua existência,<br />
já que os alcances do saber levam o<br />
pensamento a conhecer mundos<br />
insuspeitados para a mente comum,<br />
tão afasta<strong>da</strong> destas reali<strong>da</strong>des.<br />
LOGOSOFIA 19
CONTO<br />
OS DOIS HOMENS<br />
Ria estrepitosamente o senhor <strong>da</strong> fortuna ao ver o sábio que, entregue às tarefas próprias de seu<br />
gênio, não se alterava ante situações econômicas adversas, e com zombaria lhe disse:<br />
— Como é que com tanto saber você não faz uma fortuna como a minha?<br />
— O sábio respondia com invariável calma:<br />
— Você tem uma fortuna sem saber como a conseguiu; eu, ao contrário, sei, sim senhor, e disponho de<br />
bens que você não possui. Quer algo maior do que ver um homem que, com fortuna ou sem ela, seja tão<br />
digno de respeito, alguém cuja integri<strong>da</strong>de de espírito nem as maiores contrarie<strong>da</strong>des conseguem ferir?<br />
Um dia, o sábio objetou a seu insistente polemista:<br />
— Diga-me: se, de repente você perdesse to<strong>da</strong> a sua fortuna e ficasse pobre e à mercê do abatimento<br />
ocasionado por semelhante situação, o que faria?<br />
— Oh! — respondeu com surpresa o endinheirado, — não poderia resistir a esse golpe: eu me<br />
mataria em segui<strong>da</strong>.<br />
— Mas... como?!... – replicou o sábio. — Você não seria capaz de refazer a fortuna que hoje possui?<br />
— Não!... Como poderia eu tolerar viver um só dia sem as minhas riquezas? Impossível!<br />
— Bem... bem... – disse o homem que encarnava a Sabedoria. — Eu, sem que na<strong>da</strong> afete minha<br />
condição de homem capaz, poderia perder cem vezes meus bens materiais e voltar<br />
a refazê-los. O tempo, que sei empregar com inteligência, me espera; e aqueles<br />
que me conhecem não costumam notar quando tenho muito ou na<strong>da</strong><br />
tenho disso que move a cobiça humana. No entanto, quando uma fortuna<br />
cai, esmaga o homem que a possuía.<br />
20 LOGOSOFIA<br />
O saber permite viver na opulência do pensamento,<br />
reservando sempre para o ser um lugar onde queira situar-se;<br />
e não há perigo de perder as riquezas de sua sabedoria,<br />
uma vez que é capaz de dispor delas a todo momento.<br />
Os tesouros do saber custam tão-só os instantes<br />
que o esforço lhes dedica, mas, uma vez conseguidos,<br />
são inalienáveis e eternos.<br />
A fortuna do rico sempre está exposta a sofrer reveses,<br />
pelo fato de só acidentalmente ele ser seu dono.<br />
Se muitos pensassem nisso, não tornariam suas vi<strong>da</strong>s estéreis,<br />
esgotando os dias de sua existência em febris afãs.
Seja na prestigiosa Feira do Livro de<br />
Frankfurt – mundialmente famosa<br />
–, seja na Bienal do Livro de São Paulo<br />
– o mais importante evento editorial <strong>da</strong><br />
América Latina –, o trabalho de difusão<br />
do pensamento do humanista Carlos<br />
Bernardo González Pecotche, criador<br />
<strong>da</strong> Logosofia, vem merecendo, ca<strong>da</strong><br />
vez mais, a admiração e o respeito do<br />
mundo <strong>cultural</strong>.<br />
De fato, as originais concepções<br />
sobre o homem e o Universo, que<br />
González Pecotche dá a conhecer na<br />
extensa bibliografia <strong>logosófica</strong>, tornam<br />
os livros de sua autoria uma ver<strong>da</strong>deira<br />
“exceção editorial”, sobretudo<br />
quando se tem em conta, conforme<br />
afirma o prêmio Nobel Saul Bellow,<br />
que a humani<strong>da</strong>de já não encontra<br />
alternativas que respon<strong>da</strong>m às magnas<br />
questões sobre a vi<strong>da</strong> e o destino<br />
do homem.<br />
Sem fins lucrativos, a Editora<br />
Logosófica do Brasil, cria<strong>da</strong> em 1964 –<br />
há 40 anos, portanto –, tem por objetivo<br />
traduzir e fazer publicar os livros<br />
logosóficos em Português e também<br />
em vários outros idiomas, acompanhando<br />
a divulgação e a distribuição<br />
de sua produção em todo o mundo.<br />
Alcança<strong>da</strong> a marca de 1,2 milhão<br />
de livros publicados desde a sua criação,<br />
a Editora vive um constante processo<br />
de aperfeiçoamento de suas<br />
ativi<strong>da</strong>des, buscando estar à altura do<br />
desafio a que se propõe: ser um veículo<br />
precursor, num ambiente saturado<br />
de “informações”, de uma Nova Cultura<br />
para a humani<strong>da</strong>de.<br />
Daí sua ativa participação em eventos<br />
nacionais e internacionais de relevante<br />
expressão editorial, como<br />
ocorreu na última Feira Mundial de<br />
Frankfurt, onde a Editora Logosófica<br />
foi uma <strong>da</strong>s 34 editoras brasileiras<br />
presentes no estande <strong>da</strong> Câmara Brasileira<br />
do Livro, o pavilhão nacional que<br />
ali representava os anseios <strong>da</strong> socie-<br />
PUBLICAÇÕES<br />
EDITORA<br />
Logosófica<br />
40 anos a serviço de uma Nova Cultura<br />
<strong>da</strong>de brasileira por um mundo mais<br />
humano, mais culto e mais pacífico.<br />
Por outro lado, a Editora Logosófica<br />
atende à sempre crescente<br />
deman<strong>da</strong> de livros por parte <strong>da</strong>s dezenas<br />
de Escolas de Logosofia atualmente<br />
instala<strong>da</strong>s no Brasil, bem<br />
como de outras escolas do exterior,<br />
pois o livro logosófico é indispensável<br />
para o estudo e a prática dessa<br />
nova especiali<strong>da</strong>de científica e metodológica,<br />
que se ocupa <strong>da</strong> reativação<br />
consciente do indivíduo.<br />
Assim, a Editora também vive e<br />
vibra nos corações de milhares de<br />
estu<strong>da</strong>ntes de Logosofia no mundo,<br />
integrantes desse generoso movimento<br />
humanista que se estende por todo<br />
o Planeta, como uma esperança real<br />
de um futuro de paz e de liber<strong>da</strong>de<br />
para a grande família humana.<br />
Nagib Anderáos Neto<br />
Diretor <strong>da</strong> Editora<br />
LOGOSOFIA 21
COMPORTAMENTO<br />
L IVROS DE L OGOSOFIA<br />
22 LOGOSOFIA<br />
DIÁLOGOS<br />
212 páginas, em espanhol<br />
e português<br />
Conjunto de 53 diálogos que<br />
tratam, de forma direta, várias<br />
questões apresenta<strong>da</strong>s à<br />
inteligência humana<br />
no curso <strong>da</strong> vi<strong>da</strong>.<br />
INTRODUÇÃO AO CONHECIMENTO<br />
LOGOSÓFICO<br />
494 páginas, em espanhol,<br />
português e inglês<br />
Contém o texto integral de 72<br />
conferências proferi<strong>da</strong>s pelo autor<br />
em diversas sedes <strong>da</strong> Fun<strong>da</strong>ção<br />
Logosófica, apresentando uma visão<br />
mais profun<strong>da</strong> <strong>da</strong> concepção<br />
<strong>logosófica</strong> e suas projeções para o<br />
futuro <strong>da</strong> humani<strong>da</strong>de.<br />
O SENHOR DE SÁNDARA<br />
512 páginas, em espanhol<br />
e português<br />
Romance que identifica as causas<br />
que têm impedido o ser humano de<br />
desenvolver e usar com plenitude<br />
sua inteligência, sua vontade e suas<br />
energias; o leitor poderá apreciar<br />
nele a exata diferença entre dois<br />
mundos, que também são duas<br />
formas de viver, e duas culturas.<br />
BIOGNOSE<br />
174 páginas, em espanhol<br />
e português<br />
Apresenta profundos<br />
conhecimentos sobre os<br />
valores humanos e sua<br />
utilização na conquista de<br />
uma real capacitação mental<br />
para ampliar a própria vi<strong>da</strong>.<br />
O ESPÍRITO<br />
196 páginas, em espanhol,<br />
português, inglês e francês<br />
Oferece elementos para que se<br />
forme um conceito pleno acerca<br />
do espírito, estimulando um estudo<br />
mais profundo <strong>da</strong> própria reali<strong>da</strong>de<br />
interna individual. Um capítulo<br />
específico sobre os sonhos<br />
relaciona esse tema ao processo<br />
de superação integral.<br />
BASES PARA SUA CONDUTA<br />
56 páginas, em espanhol, português,<br />
inglês, francês, esperanto e catalão<br />
Dedicado aos jovens,<br />
mas útil para o leitor de<br />
qualquer i<strong>da</strong>de, é uma<br />
fonte de diretrizes<br />
seguras para o amplo<br />
desenvolvimento <strong>da</strong> vi<strong>da</strong>.<br />
A HERANÇA DE SI MESMO<br />
32 páginas, em espanhol, português,<br />
inglês e francês<br />
Abor<strong>da</strong>-se, nesse livro, um<br />
conhecimento de vital<br />
importância para o espírito<br />
humano, ampliando o conceito<br />
de herança ao abranger também<br />
os campos psicológico e<br />
espiritual nesse termo.<br />
INTERMÉDIO LOGOSÓFICO<br />
214 páginas, em espanhol<br />
e português<br />
Conjunto de len<strong>da</strong>s e<br />
fábulas que oferecem novos<br />
conceitos através de imagens<br />
analógicas e figuras didáticas<br />
de profundo conteúdo.
O conhecimento<br />
amplia a vi<strong>da</strong>.<br />
Conhecer é viver<br />
uma reali<strong>da</strong>de que<br />
a ignorância<br />
impede desfrutar.<br />
O MECANISMO DA VIDA<br />
CONSCIENTE<br />
125 páginas, em espanhol, português,<br />
inglês e francês<br />
Expõe a concepção <strong>logosófica</strong> do<br />
homem e do universo, levando o<br />
leitor a refletir sobre os grandes<br />
enigmas humanos, propondo uma<br />
nova rota para a realização <strong>da</strong> vi<strong>da</strong><br />
e do destino do homem.<br />
LOGOSOFIA CIÊNCIA E MÉTODO<br />
150 páginas, em espanhol, português,<br />
inglês e francês<br />
Trata em profundi<strong>da</strong>de o método<br />
logosófico, expondo a concepção<br />
<strong>logosófica</strong> sobre a constituição<br />
bio-psico-espiritual do ser humano<br />
e detalhando o funcionamento dos<br />
três sistemas que configuram a<br />
psicologia individual: o mental,<br />
o sensível e o instintivo.<br />
Exegese Logosófica<br />
110 páginas, em espanhol, português,<br />
inglês e francês<br />
Descreve sucintamente alguns<br />
dos principais conceitos<br />
logosóficos, <strong>da</strong>ndo ao leitor<br />
uma imagem clara e abrangente<br />
do campo experimental<br />
dessa ciência.<br />
CURSO DE INICIAÇÃO LOGOSÓFICA<br />
102 páginas, em espanhol,<br />
português, inglês e francês<br />
Guia prático que favorece a<br />
assimilação de novos conceitos e<br />
o encaminhamento <strong>da</strong> vi<strong>da</strong><br />
dentro do processo de evolução<br />
consciente; apresenta os<br />
resultados obtidos com o estudo<br />
e a prática dos conhecimentos<br />
dessa nova ciência.<br />
DEFICIÊNCIAS E PROPENSÕES DO<br />
SER HUMANO<br />
213 páginas, em espanhol, português,<br />
inglês e francês<br />
Revela o mecanismo de<br />
atuação dos pensamentos que<br />
influem sobre o temperamento<br />
humano, apresentando a<br />
técnica para o domínio<br />
desses pensamentos visando o<br />
aperfeiçoamento <strong>da</strong> conduta.<br />
EDITORA LOGOSÓFICA<br />
P E Ç A P E L O<br />
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