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A IMPORTÂNCIA DO ORÇAMENTO EMPRESARIAL PARA AS<br />
ORGANIZAÇÕES<br />
ELIZABETE CASAGRANDE LAZAROTTO ∗<br />
RESUMO<br />
O sistema orçamentário vem sendo cada vez mais utilizado nas organizações, independente de<br />
seu porte. As empresas são alvos principais de mudanças, que ocorrem em seus ambientes,<br />
tanto interno quanto externo, este impacto pode mudar seu rumo perante o mercado, bem<br />
como distorcer seu resultado final. Para que as empresas possam suportar essas mudanças elas<br />
devem estar preparadas, deixando de lado somente a comparação com as demonstrações<br />
passadas e voltando-se mais para um planejamento futuro de suas atividades de modo a<br />
construir uma visão capaz de conduzi-las aos resultados desejados comparado com seu capital<br />
investido. O orçamento atrelado ao planejamento é processo que consiste neste plano de<br />
resultados para determinado período. Com base neste estudo, procurou-se demonstrar a<br />
fundamental importância do sistema orçamentário para a vida das organizações, desde que<br />
aplicado de forma flexível, de modo a não dominar a empresa, visto que se constitui em uma<br />
ferramenta indispensável no processo de tomada de decisão. Neste trabalho, buscou-se focar<br />
principalmente no orçamento operacional, que é responsável pela projeção da Demonstração<br />
do Resultado do Exercício, com base em um estudo bibliográfico de vários autores que falam<br />
sobre o tema, evidenciando conceitos e formas de aplicação dos mesmos.<br />
Palavras-chave: Planejamento Orçamentário. Diagnóstico Estratégico. Controle de<br />
Resultados.<br />
1 INTRODUÇÃO<br />
Atualmente nas empresas é visível a necessidade de um plano que estabeleça rumos e<br />
objetivos a serem seguidos e alcançados com base em seu mercado de atuação. As empresas<br />
estão enfrentando cada vez mais desafios, mudanças contínuas em seu ambiente interno e<br />
externo, busca de novos mercados e principalmente a concorrência. Todos esses fatores<br />
contribuem para utilização de uma ferramenta gerencial que estabeleça ações e planos<br />
quantificáveis e de possível realização.<br />
O Orçamento Empresarial, segundo Zdanowicz (1995), é uma ferramenta que permite<br />
o conhecimento antecipado sobre a empresa, sua capacidade de gerar lucro ou prejuízo para o<br />
∗ Cursando MBA em Gestão Financeira e Controladoria – <strong>IMED</strong>. Bacharel em Ciências Contábeis – UPF.<br />
Email: elizabete.lazarotto@yahoo.com.br<br />
1
período orçado e a taxa de retorno sobre o investimento, além de fazer um estudo da situação<br />
em que a empresa se encontra em um determinado momento.<br />
Para realizar o estudo da situação atual da empresa, primeiramente deve ser realizado<br />
o diagnóstico estratégico da mesma. De acordo com Oliveira (2004), essa ferramenta antecede<br />
qualquer planejamento futuro, pois é através do diagnóstico que se obtém a real situação da<br />
empresa no momento, quanto aos seus aspectos internos e externos, verificando, desta forma,<br />
o que apresenta de bom, ruim ou regular em seu aspecto administrativo.<br />
Pode se notar que a técnica orçamentária tende a reduzir as incertezas utilizadas para o<br />
alcance de objetivos e metas estabelecidas para a empresa. Além de aumentar as<br />
possibilidades de chegar ao resultado planejado, tendo definido também, qual será o volume<br />
de vendas, produção, custos e despesas para o período em estudo.<br />
Como a atividade orçamentária é uma tarefa bastante complexa, pois envolve todos os<br />
departamentos da empresa, o orçamento apresenta-se dividido em áreas de responsabilidade,<br />
cabendo ao responsável de cada setor a projeção de suas atividades, para posterior aprovação<br />
da alta gerência administrativa, juntando todos os itens que o compõe para formar a projeção<br />
do resultado do exercício de determinado período.<br />
O trabalho refere-se a um estudo sobre o planejamento orçamentário, com o objetivo<br />
de demonstrar sua importância para as organizações, focando o orçamento operacional. O<br />
orçamento operacional divide-se em orçamento de vendas, produção e despesas operacionais<br />
que juntos dão origem a Demonstração do Resultado do Exercício projetada e Balanço<br />
Patrimonial projetado, esta ferramenta pode ser aplicada a qualquer empresa independente de<br />
seu tamanho. Para tal se faz necessário um estudo do ambiente interno e externo da empresa,<br />
identificando seus pontos fortes e fracos e suas oportunidades e ameaças oriundas do<br />
mercado. Através deste plano de resultados, os empresários terão condições de avaliar se o<br />
retorno sobre os investimentos é viável ou não para o período, além de permitir a tomada de<br />
decisões antecipadas acerca das mudanças necessárias para chegar ao resultado planejado.<br />
2 REVISÃO DE LITERATURA<br />
Antigamente o mundo dos negócios permanecia mais estável, com poucas mudanças<br />
na estrutura das organizações, tanto que muitas empresas se formavam sem um propósito<br />
básico para seguir, ou até sem objetivos, porém atualmente as mudanças ocorridas no<br />
mercado estão introduzindo-se visivelmente nas organizações e a necessidade de ter um<br />
planejamento do negócio é cada vez maior.<br />
2
A seguir serão expostos todos os passos e conceitos do sistema orçamentário das<br />
empresas. Primeiramente são apresentados conceitos sobre o diagnóstico estratégico e como<br />
deve ser realizado, após define-se conceitos de orçamento empresarial, bem como os<br />
elementos que o compõe, sendo o orçamento de vendas, a produção, as despesas operacionais,<br />
e, por último, a Demonstração do Resultado do Exercício projetada e técnicas de controle<br />
orçamentário, de modo a demonstrar sua importância nas organizações.<br />
2.1 Diagnóstico estratégico<br />
O Diagnóstico estratégico constitui a fase inicial de todo o planejamento a ser<br />
realizado em uma organização. Essa análise, segundo Oliveira (2004), permite identificar<br />
como a empresa está no momento quanto ao seu ambiente, mercado de atuação e seu aspecto<br />
interno como um todo. Essa fase do processo deve identificar a real posição da empresa, de<br />
modo que todo posterior planejamento e projeções se baseiam no diagnóstico estratégico.<br />
De acordo com Junior, Pestana e Franco (1997), deve ser realizada uma análise<br />
ambiental na empresa, identificando as variáveis críticas internas e externas, através da<br />
determinação dos fatores-chave de sucesso. Devem ser identificados os pontos negativos e<br />
positivos que possam afetar os fatores-chave do negócio.<br />
De acordo com Oliveira (2004), os componentes do diagnóstico estratégico, no<br />
processo de análise interna e externa são expostos abaixo.<br />
a) Pontos fortes: constituem variáveis internas e controláveis, são características<br />
intrínsecas que propiciam uma condição favorável para a empresa com relação ao seu<br />
ambiente.<br />
b) Pontos fracos: constituem variáveis internas existentes na organização e<br />
controláveis que propiciam condição desfavorável para a empresa com relação ao seu<br />
ambiente.<br />
c) Oportunidades: constituem variáveis externas e não controláveis gerando uma<br />
situação favorável à empresa, e esta poderá aproveitar de forma eficaz, desde que tenha<br />
condições e interesse para tal.<br />
d) Ameaças: constituem variáveis externas e não controláveis pela empresa que poderá<br />
criar condições desfavoráveis quanto ao desempenho da mesma.<br />
Os pontos fortes e fracos fazem parte da análise interna da empresa e podem ser<br />
controlados, sendo necessário para tal identificá-los e selecionar o que está sendo favorável e<br />
3
o que está sendo desfavorável, de modo a eliminar os que são desfavoráveis e fazer bom uso<br />
dos favoráveis.<br />
As oportunidades e ameaças fazem parte da análise externa da empresa, ou seja, um<br />
estudo de seu ambiente, dentro do qual devem ser extraídas as informações relevantes,<br />
tentando desviar ameaças e aproveitar as oportunidades.<br />
Além destes, são identificadas variáveis controláveis que não apresentam condições<br />
para serem classificadas como ponto forte nem fraco, pois não se sabe se estão<br />
proporcionando uma condição favorável ou desfavorável à empresa a priori, para Oliveira<br />
(2004), estes são classificados como pontos neutros.<br />
Após a realização do diagnóstico estratégico, inicia-se o processo de planejamento<br />
futuro, mais especificamente, planejamento orçamentário que será abordado nos itens a<br />
seguir.<br />
2.2 Orçamento empresarial<br />
Segundo Zdanowicz (1989), o orçamento empresarial teve sua origem na<br />
administração pública. A técnica orçamentária com características de planejamento e controle<br />
passou a ser utilizada em empresas a partir de 1919, nos Estados Unidos, por Donaldson<br />
Brown, gerente financeiro da Du Pont De Memours. Com a prática orçamentária a empresa<br />
teve condições de suportar a crise de 1921. O mesmo não ocorreu em outras empresa, como<br />
no caso da General Motors, que sofreu graves efeitos por não estar preparada para enfrentar a<br />
crise. Anos mais tarde Donaldson Brown foi nomeado vice-presidente da General Motors,<br />
com o objetivo de aplicar o método orçamentário. Com isso, ambas as empresas suportaram<br />
as crises de 1929 e 1933.<br />
No Brasil a técnica orçamentária passou a ser utilizada em 1950, de forma bastante<br />
ineficiente, somente a partir dos anos sessenta as empresas passaram a aderir essa técnica de<br />
planejamento e controle de suas atividades.<br />
Para Nakagawa (1993, p. 66):<br />
O sistema de orçamentos pode ser descrito como um modelo de mensuração que<br />
avalia e demonstra sob um formato contábil, as projeções de desempenho<br />
econômicos e financeiros, periódicos de uma empresa como um todo e das unidades<br />
que a compõem, que deveriam resultar da execução dos planos de ação por ela<br />
aprovados.<br />
4
Welsch (1996) utiliza a expressão “planejamento e controle de resultados” para definir<br />
orçamento empresarial, já que o planejamento é totalmente ligado ao controle da empresa. O<br />
planejamento e controle de resultados são instrumentos essenciais no processo da<br />
administração, constituindo-se numa ferramenta fundamental para tomada de decisões de toda<br />
empresa.<br />
controle.<br />
O orçamento empresarial constitui o planejamento da empresa como um todo e seu<br />
2.2.1 Objetivos e características do orçamento empresarial<br />
Conforme Nakagawa (1993), o orçamento tem por objetivo levar a empresa a atingir<br />
sua missão e propósitos básicos através das projeções, baseadas em padrões cientificamente<br />
elaborados. Isso significa que sua função principal é fazer com que o planejado se torne<br />
realizado, mantendo acompanhamento do todo através do controle.<br />
Além disso, segundo Figueiredo e Caggiano (2004), o processo orçamentário deve ser<br />
encarado como um plano flexível sujeito a mudanças caso se distancie da realidade, pois ele<br />
deve ser adaptado de acordo com as mudanças ocorridas no ambiente empresarial,<br />
principalmente àquelas que não haviam sido previstas.<br />
O orçamento é uma técnica de planejamento e controle que visa atingir os objetivos da<br />
empresa de curto ou longo prazo, dependendo do tempo para o qual for projetado, de forma<br />
flexível, procurando chegar o mais próximo possível da realidade.<br />
2.2.2 Princípios fundamentais do orçamento empresarial<br />
A seguir são descritos os princípios fundamentais que norteiam o processo de<br />
gerenciamento de uma organização, apresentados por Welsch (1996):<br />
a. Envolvimento administrativo: preconiza a necessidade de os gerentes participarem<br />
ativamente do processo de planejamento e controle;<br />
b. Adaptação organizacional: um programa de planejamento e controle deve apoiar-se<br />
numa sólida estrutura organizacional;<br />
c. Contabilidade por áreas de responsabilidades: o sistema deve estar estruturado por<br />
áreas de responsabilidades, sendo que as unidades de negócios, centros de custos,<br />
centros de lucros devem estar claramente definidos,<br />
5
d. Orientação para objetivos: os objetivos da organização são refletidos em várias áreas e<br />
cada indivíduo deve ser responsável pelos objetivos de sua área de atuação;<br />
e. Comunicação integral: conforme Nakagawa (1993), para se verificar a efetiva<br />
comunicação das políticas, diretrizes, planos e objetivos da empresa a todos os níveis<br />
de gerente é preciso buscar a compatibilização entre sistema de informações, o<br />
processo de tomada de decisão e a estrutura organizacional, sendo que a comunicação<br />
deve ser o mais clara e apoiada possível em seu processo de planejamento, para que<br />
todos possam entender e tratar dos problemas e restrições existentes;<br />
f. Expectativas realistas: devem ser evitados planos que apresentam baixa probabilidade<br />
de se converter em realidade;<br />
g. Oportunidade: cada etapa do sistema de orçamentos deve ser apresentada no momento<br />
mais adequado para utilização de suas informações;<br />
h. Aplicação flexível: um programa de planejamento e controle de resultados é um guia<br />
para ações racionais e sistematizadas, não podendo dominar a empresa, o sistema de<br />
orçamento deve ter aplicação flexível;<br />
i. Reconhecimento do esforço individual e de grupo: visa o reconhecimento das<br />
realizações individuais, tanto positivas quanto negativas no processo orçamentário;<br />
j. Acompanhamento: tanto o desempenho favorável quanto o desfavorável devem ser<br />
analisados cuidadosamente.<br />
Esses princípios são essenciais para qualquer empresa que desejar implantar um<br />
sistema orçamentário, sem os quais não será possível sua realização. Quando tais princípios<br />
não forem atingidos, segundo Frezatti (2000), o processo de gerenciamento da organização<br />
estará sendo negativamente afetado.<br />
2.2.3 Processo de elaboração<br />
De acordo com Zadanowicz (1989), através do sistema de planejamento e controle<br />
será executada a programação das atividades por setor ou departamento específico da<br />
empresa, permitindo o controle operacional. Após a comparação dos elementos projetados<br />
com os realizados, são adequadas as programações com os ajustes no sistema orçamentário<br />
global, possibilitando a continuidade do processo de avaliação e, conseqüentemente a tomada<br />
de decisão necessária.<br />
O fluxograma abaixo, exposto por Zdanowicz (1995, p.25) demonstra o processo de<br />
elaboração do planejamento financeiro e orçamentário:<br />
6
Figura 1 – Fluxograma de elaboração do planejamento financeiro e orçamentário<br />
Fonte: ZDANOWICZ (1995, p. 25)<br />
Neste fluxograma percebe-se a interligação entre o planejamento e o orçamento, ou<br />
seja, a elaboração do orçamento tem como base o planejamento estratégico da empresa, e o<br />
seu acompanhamento sistemático resultam no controle. Nota-se que para elaboração de um<br />
orçamento deverá ser analisado o processo operacional da empresa, a produtividade, a<br />
qualidade dos produtos, as analises de mercados atuais e emergentes e outras que venham a<br />
interferir.<br />
Os administradores, após uma análise dos fatores macroeconômicos, necessidades<br />
internas da empresa e aspectos do mercado financeiro, ou seja, todos os fatores internos e<br />
externos ligados a sua atividade, conduzem à determinação dos objetivos e metas da<br />
organização como um todo.<br />
7
Além disso, para elaboração do orçamento deve-se seguir uma seqüência. De acordo<br />
com Sanvicente e Santos (1995), primeiramente, deve ser preparada uma previsão de vendas,<br />
já que os níveis de estoque e produção estão ligados ao volume de vendas, porém depende da<br />
capacidade de produção, quando esta for mais restrita do que a capacidade de colocação do<br />
produto no mercado, o ponto de partida deve ser o programa de produção.<br />
Em seguida é elaborado o orçamento de produção, baseado nas informações do<br />
orçamento de vendas, que engloba toda programação das atividades exigidas para a geração<br />
das unidades físicas a serem vendidas ou estocadas, para ampliação do inventário ou<br />
reposição das unidades vendidas previamente. Dessa forma, a produção é orçada através do<br />
estoque final desejado de produtos acabados mais as vendas orçadas menos o estoque inicial<br />
desejado de produtos acabados. Assim as vendas orçadas e a produção programada não<br />
precisam oscilar exatamente da mesma forma durante o ano, sendo que as variações entre elas<br />
são absorvidas e se refletem em variações de estoques. Conseqüentemente, faz-se a projeção<br />
dos estoques de produtos acabados.<br />
Por último é realizada uma previsão das despesas administrativas, de vendas,<br />
tributárias e financeiras, concluindo-se, assim, o processo de elaboração da projeção da<br />
Demonstração do Resultado do Exercício da empresa, ou orçamento de desempenho, ou ainda<br />
operacional.<br />
2.3 Procedimentos para elaboração do orçamento operacional<br />
Existem três tipos de orçamento, orçamento operacional de capital e financeiro, estes<br />
constitui elementos essenciais do sistema orçamentário como um todo.<br />
O orçamento operacional, conforme Zdanowicz (1989), é orientado pelos objetivos e<br />
metas propostos no planejamento da empresa, envolve a discriminação das receitas, despesas<br />
e custos, sendo responsável principal pelas projeções da Demonstração do Resultado do<br />
Exercício e do Balanço Patrimonial. É também chamado de orçamento econômico. Os<br />
principais subgrupos que o compõe são: orçamento de vendas, produção, matérias-primas,<br />
mão-de-obra direta, custos indiretos de fabricação, despesas administrativas, despesas<br />
comerciais, despesas financeiras e despesas tributárias.<br />
O orçamento de Capital, segundo Zdanowicz (1989), é conhecido também como<br />
orçamento de investimentos, pois analisa as diversas alternativas de investimentos que a<br />
empresa dispõe para expandir sua capacidade de produção e comercialização. O orçamento de<br />
capital constitui a etapa de viabilidade financeira.<br />
8
Para Zdanowicz (1989), o orçamento financeiro consiste na elaboração dos<br />
suborçamentos das atividades que influenciam o fluxo de caixa. É uma ferramenta<br />
fundamental para identificar eventuais sobras de caixa ou necessidades de capital de giro. É a<br />
projeção mais utilizada para refletir expectativas de recebimento e desencaixes em<br />
determinado período.<br />
2.4 Projeção da Demonstração de Resultado do Exercício<br />
“A preparação de um plano anual de resultados encerra-se com a demonstração<br />
projetada do resultado do exercício e com a projeção do balanço”. (WELSCH, 1996, p. 268).<br />
A responsabilidade pela elaboração da DRE, conforme Sanvicente e Santos (1995),<br />
pertence ao diretor de orçamento, no qual junta todas as peças orçamentárias realizadas até<br />
então em uma só.<br />
De acordo com Zdanowicz (1995), o Demonstrativo de Resultado projetado constitui-<br />
se num instrumento contábil elaborado com base nos orçamentos auxiliares permitindo que os<br />
gestores da empresa saibam antecipadamente se a empresa irá operar com lucro ou prejuízo<br />
durante o período orçado. Permitindo, assim, analisar o desempenho econômico da empresa,<br />
bem como suas repercussões financeiras e patrimoniais. Nota-se, com isso que consiste num<br />
instrumento de suma importância para tomada de decisão.<br />
Figueiredo e Caggiano (2004) destacam como objetivo da projeção da demonstração<br />
do resultado do exercício sintetizar e integrar todos os orçamentos operacionais para apuração<br />
do lucro da empresa.<br />
Com isso, nota-se que o Demonstrativo de Resultado de Exercício projetado gera<br />
informações tanto para os usuários externos, como para os internos. Aos acionistas, gera<br />
informações sobre seus rendimentos, tendo em vista a capacidade de gerar lucros; aos<br />
credores sobre as condições econômicas da empresa e sua capacidade de cumprir com as<br />
obrigações e ao diretor da empresa para tomada de decisões.<br />
Segundo Mota (1990), o planejamento financeiro deve ser flexível de maneira que as<br />
metas sejam revisadas e adaptadas às mudanças do mercado, visto que uma projeção esta<br />
sujeita a turbulências não previstas, por parte do mercado, governo e até internos. Nota-se<br />
com isso que o orçamento deve ser atualizado periodicamente, a fim de não se distanciar de<br />
sua realidade.<br />
9
O período mínimo de projeção da Demonstração do Resultado do exercício deve ser<br />
um ano, Zdanowicz (1989) recomenda fazer uma previsão mensal e simultaneamente<br />
acumulada do ano.<br />
A Demonstração do Resultado do Exercício é projetada após a conclusão dos<br />
orçamentos auxiliares abordados. Esta importante peça orçamentária permite à empresa<br />
conhecer antecipadamente sua provável receita operacional líquida, os custos com os produtos<br />
vendidos, deduzidos das despesas operacionais e, conseqüentemente o lucro operacional<br />
líquido. Além disso, permite que a empresa projete o Balanço Patrimonial, que é de extrema<br />
importância para a realização das devidas análises do período.<br />
Após a conclusão da Demonstração do Resultado do exercício os empresários terão<br />
condições de analisar se a empresa irá operar com lucro ou prejuízo no período projetado.<br />
Além disso, permite a comparação da taxa de retorno sobre o investimento com o custo de<br />
oportunidade do mercado financeiro, servindo como uma peça indispensável para a tomada de<br />
decisões e a gerência dos negócios.<br />
2.5 Controle orçamentário<br />
Após o estabelecimento das projeções deve ser realizado um controle, a fim de<br />
identificar falhas que possam estar presentes, decorrentes das projeções e mudanças que<br />
ocorrem no cenário econômico, quanto aos índices inflacionários, aumento da moeda<br />
estrangeira, ou seja, em muitos casos pode ocorrer uma reversão do que havia sido previsto.<br />
Por isso se faz necessário acompanhar e estabelecer as causas das variações ente o orçado e o<br />
realizado.<br />
Segundo Figueiredo e Caggiano (2004, p.138) “somente o planejamento não assegura<br />
a realização dos planos, também é necessário que exista controle”. Devem ser estabelecidos<br />
padrões de desempenho para realização do planejamento orçamentário.<br />
Além do controle orçamentário conforme a realização no decorrer do período orçado,<br />
de acordo com Junior, Pestana e Franco (1997), devem ser analisadas, também as projeções<br />
no final da elaboração do orçamento, no sentido de rever e aperfeiçoar os resultados, de modo<br />
a torná-los mais próximos possíveis da realidade.<br />
Segundo Zdanowicz (1989), o controle orçamentário funciona como o feed-back, ou<br />
seja, consiste na retroalimentação do sistema operacional.<br />
As principais funções do sistema de controle orçamentário, de acordo com Zdanowicz<br />
(1989), são: o planejamento de todas as atividades operacionais da empresa; controle dos<br />
10
esultados econômicos e financeiros, através de comparações do que foi projetado com o que<br />
está sendo realizado; mensuração dos objetivos e metas fixados no orçamento; mensuração da<br />
eficiência da estrutura organizacional e procedimentos adotados para consecução dos<br />
objetivos e metas da empresa; maiores informações a respeito do processo de planejamento e<br />
desenvolvimento futuros da atividade administrativa.<br />
Abaixo, apresenta-se uma visão de controle dos orçamentos que estão sendo<br />
desenvolvidos no trabalho, de acordo com Zdanowicz (1989):<br />
a) Controle do orçamento de vendas: consiste em controlar as quantidades e os preços<br />
das vendas orçados, para ver se as metas estão sendo atingidas, de forma a identificar as<br />
variações e as causas destas.<br />
b) Controle do orçamento de produção: consiste no controle da matéria-prima, da<br />
mão-de-obra, das horas trabalhadas e dos custos indiretos de fabricação, que estão sendo<br />
realizados com o que a empresa havia orçado, identificando as variações e causas.<br />
c) Controle do Orçamento de despesas operacionais: consiste no controle de todas as<br />
despesas operacionais, principalmente as administrativas e com vendas, identificando as<br />
variações entre o orçado e o que está sendo realizado e as causas destas.<br />
Segundo o autor, o controle orçamentário deve ser mensal, identificando as variações<br />
de cada mês e anual, acumulando cada mês ao mês anterior até fechar o ano.<br />
Em vista desses fatos, nota-se que o planejamento e o controle devem atuar sempre em<br />
conjunto, de forma que o planejamento de uma empresa não terá eficácia se não for<br />
controlado, através de análises e comparações dos resultados obtidos com o que havia sido<br />
projetado.<br />
3 CONCLUSÃO<br />
O sistema orçamentário consiste em uma ferramenta que permite o planejamento dos<br />
negócios da organização e pode ser utilizada de forma eficaz, desde que aplicado<br />
corretamente pelos gestores. Este plano de negócios envolve a participação de todos os<br />
setores da empresa na formulação de objetivos e metas. Estes objetivos e metas são traçados<br />
através do planejamento estratégico, e são fixados e estabelecidos para um determinado<br />
período através do orçamento empresarial. O processo de orçamento e planejamento são<br />
completamente interligados, de forma que um depende do outro.<br />
Antes da organização estabelecer seu plano de resultados, seus membros devem ter<br />
plena consciência da situação atual, tanto externa quanto interna através do Diagnóstico<br />
11
Estratégico que, de acordo com Oliveira (2004), permite identificar a real posição da empresa<br />
no momento.<br />
O orçamento empresarial permite que a empresa conheça de forma sintética todos os<br />
instrumentos auxiliares que compõe seu planejamento econômico-financeiro, bem como sua<br />
capacidade de gerar lucro operacional projetado ou prejuízo operacional projetado.<br />
(ZDANOWICZ, 1995).<br />
O planejamento operacional da empresa está associado, geralmente, a suas estimativas<br />
de vendas. Desta forma, o orçamento de vendas consiste na parte principal para o plano<br />
orçamentário de uma empresa.<br />
Com base nas estimativas de vendas desenvolve-se o plano de produção,<br />
contemplando o orçamento de matérias-primas, mão de obra direta e custos indiretos de<br />
fabricação e para finalizar faz-se a previsão das despesas operacionais, administrativas, com<br />
vendas, tributárias e financeiras. A junção de todos esses instrumentos auxiliares origina a<br />
projeção da Demonstração do resultado do Exercício, que permite aos gestores uma<br />
estimativa de resultado e aos acionistas uma visão do futuro da organização. Dessa forma,<br />
constitui-se em um instrumento de suma importância no processo de tomada de decisão.<br />
A fim de atingir seu objetivo final, o orçamento deve ser controlado, através do<br />
controle orçamentário, que permite uma comparação entre o orçado e o que está sendo<br />
realizado, corrigindo de acordo com as mudanças que venham a ocorrer e possam distanciar a<br />
empresa de seus objetivos, realizando uma retroalimentação do processo orçamentário.<br />
O orçamento não deve ser algo dominador da empresa, ditando o que deve ser feito,<br />
mas sim um instrumento de gestão que deve ser utilizado de forma flexível e adaptado de<br />
acordo com as necessidades.<br />
Desta forma conclui-se que o orçamento atrelado ao planejamento e controle de<br />
resultados é um processo indispensável para tomada de decisão gerencial, visto que envolve o<br />
comprometimento de todas as áreas da empresa em busca do resultado almejado.<br />
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