Escrevo, ponto e pronto Dr. Roney Moraes.pdf
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<strong>Escrevo</strong>, <strong>ponto</strong> e <strong>pronto</strong><br />
“Não há gratidão maior daquele que reconhece que foi salvo”, Renilmar Fernandes.<br />
* por <strong>Roney</strong> <strong>Moraes</strong><br />
Algumas coisas são difíceis de explicar. Na antiguidade (em muitos casos até<br />
hoje) eram criados mitos para adestrar o que não estava na esfera da compreensão<br />
humana. Queria eu usar uma mitologia agora para tentar expor o que estou sentindo,<br />
embora ninguém mais cultue os deuses greco-romanos e ao menos estes pertençam a<br />
uma teologia, eles permanecem intocáveis na arte e até na nomenclatura de algumas<br />
síndromes psicanalíticas. Neste caso, um turbilhão de emoções quer sair numa catarse<br />
presa apenas pela corda vocal da timidez. Elas arranham a garganta.<br />
Aqui é fácil. <strong>Escrevo</strong>, <strong>ponto</strong> e <strong>pronto</strong>. São tantas as coisas que queria dizer a<br />
inúmeras pessoas que este artigo vai beirar um jabá! Que se dane o protocolo e me<br />
desculpem os esquecimentos, mas alguns amigos merecem muito mais do que eu, as<br />
honrarias que recebi nas solenidades da Câmara Municipal de Cachoeiro, na Academia<br />
Cachoeirense de Letras (ACL), nas mensagens carinhosas via internet, na rua, chuva e<br />
na fazenda (sítio Reviver, para ser mais claro).<br />
Um ano especial esse tal de 2012. Mesmo com a interpretação apocalíptica de<br />
Manoel Manhães, que começa, por sinal, com o título de cidadão cachoeirense ao<br />
tricolor Valério Depollo, à meia noite de dezembro vou desejar um “Feliz ano velho”,<br />
como nas lembranças de Marcelo Rubens Paiva. Um bom filme já diz tudo, não é<br />
Villinevy? “Melhor impossível”. Sem TOC de Jack Nicholson, por favor. Mas o<br />
esquisito é normal. Aliás, quem é normal? Chega de filosofar e vamos ao que<br />
interessa...<br />
Modéstia à parte, eu sou de Cachoeiro, mas reconheço que sucumbi à sedução de<br />
outras três cidades que são importantes para minha vida. A infância com meus pais em<br />
Santa Tereza... É automático! Ouço algo, tipo discoteca e as imagens são como um<br />
filme. Lembro da casa atrás de um bar com fogão à lenha nos fundos e depois a<br />
mudança para “casa amarela”. No jardim de infância eu nunca era o Ultraman. Acho<br />
que por motivos óbvios. Um <strong>ponto</strong> escuro no meio de tantos alemãezinhos... Sem<br />
ofensa. Era diferente, e sou até hoje.<br />
Já Marataízes é meu segundo lar. Tenho admiração e grandes amigos na Pérola<br />
Capixaba como Cléber, Adriano e agora Bárbara. Todos têm a paciência e a delicadeza<br />
de ler e publicar meus textos. Quantas vezes o Veleiros foi palco dos meus acordes<br />
desafinados na ousadia alcoólica de quem imaginava ser um profissional da gaita. Hoje,<br />
como Nelson Rodrigues, prefiro as vaias sóbrio. Essas sim são sinceras.<br />
Em Mimoso do Sul aprendi, na prática terapeuta, a ser um analista com toda<br />
insistência da equipe técnica da Casa Reviver, apesar de ser um chato, muitas vezes<br />
antipático e descrente. Estava redondamente enganado. Jamais vou esquecer as<br />
participações no programa Momento Reviver na Rádio do município.<br />
Volto a Cachoeiro entro no circuito cultural. Chego e logo começo a escrever,<br />
por intermédio de Wagner Santos, e atender socialmente na Paróquia Nossa Senhora da<br />
Penha (BNH), além de dar aulas. Quando me dei conta estava participando da Bienal<br />
Rubem Braga, com direito a tietagem e tudo mais. Vi, de perto, a equipe da Secretaria<br />
de Cultura se desdobrar para no final chegar à perfeição de um origami. Paulinha<br />
Garruth sou seu fã!<br />
Mais de perto com os queridíssimos Alcélio e Regina Monteiro, pude perceber o<br />
quanto Marilene Depes é um espetáculo. Foi um dos melhores presentes que recebi este
ano. Uma pessoa fora de série. Falando francamente! Entre elas, mais uma tropa de<br />
elite, conseguimos eleger o jornalista Sérgio Garschagem cachoeirense ausente nº 1.<br />
Para dizer que não falei das flores, com o incentivo de grandes amigos como o<br />
da melhor cronista da “Atenas Capixaba”, Célia Ferreira, de Higner Mansur, Evandro<br />
Moreira, Solimar Soares, e tantos outros confrades, sem esquecer, é claro, da grande<br />
dama, Isaura Theodoro, me torno membro efetivo da Academia. É demais para esse<br />
coração tão fraquinho.<br />
Na solenidade histórica, que marcou o Jubileu de Ouro da ACL, tive o prazer de<br />
ser empossado junto com a talentosíssima escritora e advogada Valquiria Rigon<br />
Volpato. E haja coração...<br />
A comemoração do centenário de Deusdedit Baptisa, no Centro Operário,<br />
organizada pelo meu amigo e presidente da entidade José Paineiras Filho, promete ser<br />
emocionante. Sem falar na festa que os alunos da escola do Alto Coramara, que leva o<br />
nome do professor, estão preparando. A família Baptista é contagiante. Moema não me<br />
deixa mentir.<br />
Gente, eu não mereço tanto. É sério. A todos os citados e os que não couberam<br />
neste texto, por motivo de força maior (para não falar do editor), minhas sinceras<br />
homenagens e termino os aplaudindo, como numa peça encenada por Lucimar Costa e,<br />
ou, Victor Coelho, de pé!<br />
*Jornalista, psicanalista, membro da ACL / roneyamoraes@gmail.com