Jussara Maria Lerch Hoffmann(1) - Centro de Referência em ...
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prática que se instala nos cursos <strong>de</strong> Magistério e Licenciatura é o mo<strong>de</strong>lo que v<strong>em</strong> a ser<br />
seguido no 1° e 2° Graus. Muito mais forte do que qualquer influência teórica que o aluno<br />
<strong>de</strong>sses cursos possa sofrer, a prática vivida por ele enquanto estudante passa a ser mo<strong>de</strong>lo<br />
seguido quando professor. O que tal fenômeno provoca é, muitas vazes, a reprodução <strong>de</strong><br />
práticas avaliativas ora permissivas (a partir <strong>de</strong> cursos <strong>de</strong> formação que raramente<br />
reprovam os estudantes), ora reprovativas (a partir <strong>de</strong> cursos, como os <strong>de</strong> Mat<strong>em</strong>ática, que<br />
apresentam abusivos índices <strong>de</strong> reprovação nas disciplinas).<br />
Muitos professores n<strong>em</strong> mesmo são conscientes da reprodução <strong>de</strong> um mo<strong>de</strong>lo, agindo s<strong>em</strong><br />
questionamento, s<strong>em</strong> reflexão, a respeito do significado da avaliação na Escola.<br />
Aponto, então, algumas perguntas relacionadas à complexida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ssa questão:<br />
• Como superar o <strong>de</strong>scrédito <strong>de</strong> muitos professores relativo a sua perspectiva <strong>de</strong><br />
avaliação enquanto ação mediadora?<br />
• Quais serão as questões <strong>em</strong>ergências na discussão <strong>de</strong>ssa perspectiva, levando-se<br />
<strong>em</strong> conta a superficialida<strong>de</strong> da formação dos professores nessa área?<br />
• Em que medida prevalece uma visão <strong>de</strong> conhecimento positivista fortalecedora da<br />
concepção classificatória da avaliação?<br />
O que se preten<strong>de</strong> é refletir sobre as origens <strong>de</strong>sse <strong>de</strong>scrédito e sobre o impacto que tal<br />
postura po<strong>de</strong> causar nas relações que se estabelec<strong>em</strong> entre professor e aluno e <strong>em</strong> todas<br />
as estruturas do ensino.<br />
"Uma vez estabelecidos os procedimentos <strong>de</strong><br />
avaliação, os instrumentos e as medidas, a atribuição<br />
<strong>de</strong> conceitos e sua aplicação, ou seja, as classificações<br />
segundo <strong>de</strong>terminados padrões, passam (esses<br />
procedimentos) a ser vistos como ativida<strong>de</strong>s técnicas e<br />
neutras ao invés <strong>de</strong> formas interpretativas e<br />
expressivas das relações sociais que estão<br />
incorporadas <strong>de</strong>ntro da própria idéia <strong>de</strong> avaliação."<br />
(BARBOSA et alii, p. 2)<br />
Consi<strong>de</strong>ro reveladoras <strong>de</strong> tal postura <strong>de</strong> resistência dos professores algumas perguntas<br />
formuladas por eles <strong>em</strong> s<strong>em</strong>inários e encontros para discussão do t<strong>em</strong>a Avaliação.<br />
Algumas questões, repetidamente formuladas, serão ponto <strong>de</strong> partida <strong>de</strong>ssa análise:<br />
• Não estar<strong>em</strong>os nós, professores, sendo responsabilizados pelo fracasso <strong>de</strong> alunos<br />
<strong>de</strong>sinteressados e <strong>de</strong>satentos?<br />
• Como é possível alterar nossa prática, consi<strong>de</strong>rando o número <strong>de</strong> alunos com que<br />
trabalhamos e o reduzido t<strong>em</strong>po <strong>em</strong> que permanec<strong>em</strong>os com as turmas?<br />
• Não é necessário, nessa proposta, uma enorme disponibilida<strong>de</strong> do professor para<br />
atendimento aos alunos?<br />
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