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ÁREA3 – Geologia física - Engenharia de Minas

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Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul<br />

Departamento <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> <strong>de</strong> <strong>Minas</strong><br />

<strong>Geologia</strong> <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> I<br />

<strong>ÁREA3</strong> <strong>–</strong> <strong>Geologia</strong> <strong>física</strong><br />

Aula 14<br />

Prof. Rodrigo Peroni<br />

Julho 2003


<strong>Geologia</strong> <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> I <strong>–</strong> <strong>ÁREA3</strong><br />

Rodrigo Peroni<br />

1. FRATURAS<br />

São todas as <strong>de</strong>scontinuida<strong>de</strong>s disjuntivas (planares ou curviplanares) presentes nas rochas.<br />

Juntas (fraturas c/<strong>de</strong>slocamento 0.05cm)<br />

As fraturas normalmente ocorrem concentradas em zonas <strong>de</strong> espessura variável, constituindo<br />

as chamadas Zonas <strong>de</strong> Cisalhamento.<br />

Elementos geométricos das fraturas:<br />

As fraturas (falhas e juntas) são espacialmente referenciadas por meio <strong>de</strong> sua direção e<br />

mergulho, que constituem a atitu<strong>de</strong> do plano <strong>de</strong> fratura.<br />

Direção <strong>–</strong> É a orientação, em relação ao Norte, da linha resultante da intersecção do plano da<br />

camada com o plano horizontal; e<br />

Mergulho <strong>–</strong> É o ângulo diedro formado pelo plano da camada com o plano horizontal tomado<br />

perpendicularmente a sua direção. As camadas horizontais apresentam inclinação (ou mergulho) <strong>de</strong><br />

0 o e as verticais <strong>de</strong> 90 º . O mergulho é perpendicular à direção da camada.<br />

A maneira <strong>de</strong> enunciar a direção é: “N” (Norte), seguido do ângulo formado entre a linha <strong>de</strong><br />

interseção e a linha que aponta o norte, e seguido <strong>de</strong> “E” (Lestes) ou “W” (Oeste), conforme o<br />

quadrante para o qual essa linha está voltada. Ex.: N 45 W.<br />

O mergulho é enunciado pelo ângulo seguido do quadrante. Ex.: 45 SW.<br />

1.1. TECNOLOGIA<br />

Figura 1 <strong>–</strong> Medidas da atitu<strong>de</strong> do plano <strong>de</strong> falha.<br />

Os estudos aplicados <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação e <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminação da persistência das estruturas à<br />

engenharia são feitos através dos seguintes métodos:<br />

Métodos diretos: Quando se utilizam métodos que indicam os resultados através do contato<br />

direto entre o equipamento e o maciço rochoso. Ex.: sondagens;<br />

Métodos indiretos: Quando se utilizam métodos que indicam os resultados através do contato<br />

indireto entre equipamentos e o maciço rochoso. Faz uso das proprieda<strong>de</strong>s <strong>física</strong>s e químicas das<br />

rochas. Ex.: geo<strong>física</strong>.<br />

O objetivo principal da aplicação <strong>de</strong>stas técnicas é a caracterização estrutural e suas<br />

implicações nas obras diversas. Sendo que o resultado esperado é a <strong>de</strong>terminação do<br />

comportamento mecânico do maciço rochoso.<br />

1.2. JUNTAS OU DIÁCLASES<br />

É o plano que separa ou ten<strong>de</strong> a separar em duas partes um bloco <strong>de</strong> rocha originalmente<br />

único. São planos ou superfícies <strong>de</strong> fraturas on<strong>de</strong> praticamente não ocorreu <strong>de</strong>slocamento relativo<br />

das pare<strong>de</strong>s rochosas separadas pela fratura. Movimentos perpendiculares ao plano da junta po<strong>de</strong>m<br />

ocorrer gerando fraturas abertas. As causas po<strong>de</strong>m ser:


<strong>Geologia</strong> <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> I <strong>–</strong> <strong>ÁREA3</strong><br />

Resfriamento <strong>de</strong> rochas magmáticas <strong>–</strong> Juntas <strong>de</strong> resfriamento;<br />

Secagem <strong>de</strong> sedimentos argilosos <strong>–</strong> Juntas <strong>de</strong> dissecação;<br />

Tensões tectônicas <strong>de</strong> compressão ou cisalhamento;<br />

Alívio <strong>de</strong> tensões <strong>de</strong> compressão causadas por erosão <strong>de</strong> camadas adjacentes; e<br />

Variação <strong>de</strong> temperatura do maciço <strong>–</strong> Intemperismo físico ou <strong>de</strong>splacamentos.<br />

As juntas <strong>de</strong> resfriamento são responsáveis pela estrutura colunar do basalto. A atitu<strong>de</strong><br />

(direção e mergulho) e o espaçamento entre as diáclases são fatores importantes para qualificação<br />

do maciço.<br />

Rodrigo Peroni<br />

1.2.1. CLASSIFICAÇÃO (GENÉTICA) DAS JUNTAS<br />

Tração (resfriamento, extensão e dissecação)<br />

Juntas <strong>de</strong> Tração: Se formam em ângulo reto segundo a direção dos esforços que geram a<br />

fratura.<br />

Juntas <strong>de</strong> dissecação (argilas)<br />

Juntas <strong>de</strong> resfriamento (juntas colunares dos basaltos)<br />

Juntas trativas (fraturas tipo T)<br />

Juntas <strong>de</strong> extensão (perpendiculares aos eixos <strong>de</strong> dobras)<br />

Juntas <strong>de</strong> alívio (paralelas aos planos axiais <strong>de</strong> dobras ou relacionadas a intrusões)<br />

Cisalhamento<br />

Juntas <strong>de</strong> Cisalhamento: formam pares conjugados, são relacionadas à falhas regionais.<br />

1.3. FALHAS<br />

As falhas resultam <strong>de</strong> <strong>de</strong>formações rúpteis nas rochas da crosta terrestre. São expressas por<br />

superfícies <strong>de</strong>scontínuas com <strong>de</strong>slocamento diferencial <strong>de</strong> poucos centímetros a <strong>de</strong>zenas <strong>de</strong> Km. A<br />

condição básica para a existência <strong>de</strong> uma falha é que tenha ocorrido <strong>de</strong>slocamento ao longo da<br />

superfície, contudo, se ocorrer movimento perpendicularmente à superfície, a estrutura receberá o<br />

nome <strong>de</strong> fratura.<br />

São planos ou superfícies <strong>de</strong> fraturas on<strong>de</strong> houve <strong>de</strong>slocamento relativo entre os blocos <strong>de</strong><br />

rocha separados pela fratura. Os planos <strong>de</strong> falha são normalmente inclinados, <strong>de</strong> forma que se<br />

po<strong>de</strong>m caracterizar os blocos <strong>de</strong> capa (teto, hanging wall) e <strong>de</strong> lapa (muro, footwall).<br />

Em geral, nas fraturas que acomodam <strong>de</strong>slocamentos (falhas), não é possível i<strong>de</strong>ntificar qual o<br />

bloco que movimentou (capa ou lapa) e qual o que permaneceu fixo; <strong>de</strong>sta forma, ao classificar as<br />

falhas, leva-se em conta o movimento relativo entre os blocos. Esse movimento relativo é<br />

<strong>de</strong>terminado por meio <strong>de</strong> estrias (slickensi<strong>de</strong>s) e <strong>de</strong>graus (steps) nas falhas frágeis e lineações <strong>de</strong><br />

estiramento (stretching lineations) nas falhas dúcteis. A quantificação do movimento relativo (rejeito),<br />

somente po<strong>de</strong> ser feita a partir da <strong>de</strong>terminação da separação entre estruturas geológicas<br />

originalmente em contato.<br />

1.3.1. CLASSIFICAÇÃO<br />

As falhas são classificadas <strong>de</strong> acordo com o mergulho do plano <strong>de</strong> falha e direção do<br />

<strong>de</strong>slocamento relativo.<br />

A) Falhas normais, são falhas on<strong>de</strong> a capa move-se no sentido do mergulho do plano <strong>de</strong> falha.<br />

As falhas normais são falhas <strong>de</strong> abatimento <strong>de</strong> blocos e normalmente formam gran<strong>de</strong>s estruturas do<br />

tipo grabens e horsts; são falhas formadas por esforços tensionais trativos que ten<strong>de</strong>m a separar<br />

segmentos da crosta terrestre;<br />

B) Falhas inversas e <strong>de</strong> cavalgamento, são falhas on<strong>de</strong> a capa se movimenta no sentido<br />

contrário ao do mergulho do plano <strong>de</strong> falha. Produzem a sobreposição <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> rocha e o<br />

levantamento <strong>de</strong> ca<strong>de</strong>ias montanhosas. São formadas por esforços compressivos aplicados ao longo<br />

da crosta terrestre.<br />

Falhas inversas: mergulho plano <strong>de</strong> falha > 15 0


<strong>Geologia</strong> <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> I <strong>–</strong> <strong>ÁREA3</strong><br />

Falhas <strong>de</strong> cavalgamento: mergulho plano <strong>de</strong> falha < 15 0<br />

C) Falhas transcorrentes: são falhas cuja direção <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamento relativo dos blocos é<br />

aproximadamente horizontal (// a direção da falha), os blocos <strong>de</strong> falha movimentaram-se lateralmente.<br />

Nesse tipo <strong>de</strong> falha se <strong>de</strong>ve <strong>de</strong>finir o sentido <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamento relativo dos blocos falha transcorrente<br />

<strong>de</strong>xtral → bloco da direita move-se em direção ao observador<br />

Falha transcorrente sinistral → bloco da esquerda move-se em direção ao observador<br />

Nota 1: Em situações naturais, as direções <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamento relativo dos blocos <strong>de</strong> falha não<br />

se posicionam exatamente segundo o mergulho (down dip), ou a direção (strike slip) do plano <strong>de</strong><br />

falha. Em geral, as direções <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamento são oblíquas com relação ao mergulho ou a direção do<br />

plano <strong>de</strong> falha, apresentando componentes <strong>de</strong> rejeito vertical e transcorrente (horizontal) gerando<br />

uma falha oblíqua.<br />

Nota 2: Em regiões <strong>de</strong> margem <strong>de</strong> placas tectônicas, as falhas transcorrentes ocorrem<br />

associadas a zonas <strong>de</strong> espalhamento oceânico e a zonas <strong>de</strong> subducção; as zonas <strong>de</strong> junção entre as<br />

margens <strong>de</strong> placa são caracterizadas por falhamentos transcorrentes chamados falhas<br />

transformantes, ex. falha <strong>de</strong> San Andreas.<br />

Rodrigo Peroni<br />

.<br />

Figura 2 <strong>–</strong> (a) falha normal, (b) falha inversa, (c) falha transcorrente, (d) falha oblíqua.<br />

1.3.2. FALHAS X PROFUNDIDADE X LITOLOGIAS<br />

As falhas são encontradas em vários ambientes tectônicos, sendo associados a regimes<br />

<strong>de</strong>formacionais compressivos, distensivos e cisalhantes. O processo <strong>de</strong> falhamento po<strong>de</strong> ocorrer em<br />

qualquer profundida<strong>de</strong> na crosta terrestre. Nestas condições, o <strong>de</strong>senvolvimento das falhas é<br />

realizado sob diferentes condições <strong>de</strong> pressão confinante, pressão tectônica e temperatura, e sob<br />

diferentes taxas <strong>de</strong> distorção. A inter-relação <strong>de</strong>stas variáveis conduz ao <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong><br />

diferentes estruturas (e litologias) nos planos <strong>de</strong> falha.<br />

Em pequenas profundida<strong>de</strong>s crustais, e sob pequenas taxas <strong>de</strong> distorção, as fraturas formamse<br />

como planos <strong>de</strong> <strong>de</strong>scontinuida<strong>de</strong>s regulares concentrados em estreitas faixas; o aumento da taxa<br />

<strong>de</strong> distorção implica no aparecimento <strong>de</strong> brechas <strong>de</strong> falha e cataclasitos. O aumento da profundida<strong>de</strong><br />

implica em condições <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação mais dúcteis e o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> estruturas mais<br />

or<strong>de</strong>nadas: milonitos.<br />

Brechas <strong>de</strong> falha: rochas compostas por fragmentos angulosos <strong>de</strong> tamanho variado e sem<br />

orientação cimentados por uma fina matriz formada por minerais precipitados <strong>de</strong> fluidos que migram<br />

na falha. Não há estrutura planar penetrativa associada. Ocorrem estrias associadas, no plano <strong>de</strong><br />

falha.<br />

Cataclasito: Semelhante à brecha <strong>de</strong> falha, porém com maior coesão. Gerado em maior P,T e<br />

intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong> metamorfismo.<br />

Milonito: rocha composta por fragmentos (clastos) predominantemente alongados e pouco<br />

angulosos, marcada por forte orientação formada por estrutura planar penetrativa (foliação). A<br />

foliação é marcada por minerais <strong>de</strong> granulação fina a média fortemente orientados que sofreram<br />

processo <strong>de</strong> recristalização. A estrutura planar contém clastos alongados que que caracterizam as<br />

lineações <strong>de</strong> estiramento e marcam a direção <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamento das falhas.


<strong>Geologia</strong> <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> I <strong>–</strong> <strong>ÁREA3</strong><br />

Rodrigo Peroni<br />

1.4. LINEAÇÕES E FOLIAÇÕES<br />

A lineação está relacionada com a direção <strong>de</strong> transporte das massas rochosas. São feições<br />

lineares <strong>de</strong>finidas pelo eixo <strong>de</strong> alongamento <strong>de</strong> elementos geológicos (minerais-agregados mineraisseixos).<br />

Lineação representa qualquer estrutura linear (linha) penetrativa que ocorre repetidamente<br />

em uma rocha. Po<strong>de</strong> ser uma estrutura primária ígnea ou sedimentar ou uma estrutura secundária<br />

relacionada à processos <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação. São configurações <strong>de</strong>terminadas pela formação <strong>de</strong> linhas ou<br />

rugosida<strong>de</strong>s paralelas, orientadas <strong>de</strong> maneira <strong>de</strong>finida sobre o plano <strong>de</strong> xistosida<strong>de</strong>. São várias as<br />

causas, mas <strong>de</strong> maneira geral as linhas acham-se orientadas paralelamente ao eixo <strong>de</strong> dobras.<br />

• Tipos principais <strong>de</strong> lineação:<br />

Lineação mineral (ex. lineação <strong>de</strong> fluxo magmático, <strong>de</strong> plano axial) <strong>de</strong>lineada pela orientação<br />

<strong>de</strong> minerais gerados com forma alongada durante o processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação<br />

Lineação <strong>de</strong> intersecção (ex. intersecção <strong>de</strong> 2 planos <strong>de</strong> foliação)<br />

Lineação <strong>de</strong> estiramento (clastos alongados em milonito) <strong>de</strong>lineada pela elongação <strong>de</strong><br />

minerais ou agregados <strong>de</strong> minerais através <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação<br />

Foliação: qualquer superfície pervasiva (plano) <strong>de</strong>finida por <strong>de</strong>scontinuida<strong>de</strong>s, orientação<br />

preferencial <strong>de</strong> minerais alongados e placói<strong>de</strong>s, ou microestruturas.<br />

Foliação se aplica a <strong>de</strong>terminadas feições planares que permeiam as rochas metamórficas.<br />

Esta relacionada com diversos tipos <strong>de</strong> estruturas:<br />

Xistosida<strong>de</strong>: orientação paralela dos minerais;<br />

Ban<strong>de</strong>amento composicional: faixas paralelas <strong>de</strong> composições minerais; e<br />

Foliação milonítica: feição planar resultante <strong>de</strong> fluxo lamelar, imposto por cisalhamento.<br />

• Tipos principais <strong>de</strong> foliação:<br />

Clivagem <strong>de</strong> fratura (associada a falhas ou dobras)<br />

Clivagem <strong>de</strong> crenulação (associada a dobras)<br />

Clivagem ardosiana (ardósia, foliação composta por grãos finos)<br />

Xistosida<strong>de</strong> (xistos, foliação composta por grãos médios a grossos)<br />

Foliação por acamamento (gnaisse)<br />

Foliação em zona <strong>de</strong> cisalhamento dúctil.<br />

2. FRATURAS E OBRAS DE ENGENHARIA<br />

As fraturas, principalmente as falhas, sempre terão influência nas obras <strong>de</strong> engenharia. Falhas<br />

abertas po<strong>de</strong>rão causar mais e maiores problemas geotécnicos em relação às falhas fechadas ou<br />

cimentadas. De outro modo, falhas <strong>de</strong> tração ten<strong>de</strong>m a apresentar menos problemas que falhas <strong>de</strong><br />

compressão.<br />

2.1. TÚNEIS (INTERCEPTADOS POR FALHAS)<br />

Escorregamento <strong>de</strong> camadas<br />

Escorregamento <strong>de</strong> material intemperizado relacionado à falha<br />

Aumenta o bota-fora<br />

Aumenta a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> material usado (pare<strong>de</strong>s mais espessas)<br />

2.2. FUNDAÇÕES<br />

Zonas <strong>de</strong> falhas e falhas po<strong>de</strong>m apresentar regiões mais intemperizadas ao longo <strong>de</strong> sua<br />

extensão <strong>de</strong>mandando a procura <strong>de</strong> material mais resistente em profundida<strong>de</strong>s maiores ou mesmo a<br />

retirada do material alterado e substituição por concreto.


<strong>Geologia</strong> <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> I <strong>–</strong> <strong>ÁREA3</strong><br />

Rodrigo Peroni<br />

2.3. BARRAGENS<br />

Problemas <strong>de</strong> fugas d’água<br />

Ruptura da barragem<br />

2.4. ESTRADAS<br />

Problemas com cortes <strong>de</strong> estradas<br />

Problemas <strong>de</strong> recalque no leito da estrada<br />

2.5. FRATURAS E ENGENHARIA DE MINAS<br />

• Problemas no mapeamento geológico-estrutural<br />

• Problemas no mapeamento <strong>de</strong> mina e <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> reservas<br />

• Problemas na lavra e no beneficiamento<br />

3. DOBRAS<br />

As dobras são estruturas <strong>de</strong>formacionais estabelecidas nas rochas com anisotropias pelo<br />

mecanismo <strong>de</strong> flambagem e cisalhamento. Essas estruturas evi<strong>de</strong>nciam <strong>de</strong>formações dúcteis nas<br />

rochas através mudanças nas estruturas originalmente planares. As dobras tectônicas traduzem o<br />

esforço compressivo <strong>de</strong> esforços tangenciais ou esforços cisalhantes. São ondulações adquiridas por<br />

feições planares mediante <strong>de</strong>formação heterôgenea dos maciços rochosos.<br />

Ocorrem, principalmente, em rochas sedimentares e metamórficas. As causas po<strong>de</strong>m ser:<br />

i. Tensões Tectônicas <strong>–</strong> Movimentos das placas da crosta,<br />

ii. Tensões Atectônicas <strong>–</strong> Compactação, intrusão ígnea, arrraste junto a falhamentos.<br />

3.1. TERMINOLOGIA<br />

Temos os seguintes termos técnicos:<br />

i. Antiforma <strong>–</strong> É a dobra cuja convexida<strong>de</strong> aponta para cima, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte das relações<br />

estratigráficas das camadas;<br />

ii. Sinforma <strong>–</strong> É a dobra cuja convexida<strong>de</strong> aponta para baixo, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte das relações<br />

estratigráficas das camadas;<br />

iii. Anticlinal <strong>–</strong> É a dobra alongada, na qual os flancos abrem-se para baixo e a convexida<strong>de</strong><br />

está voltada para o alto. A convexida<strong>de</strong> sempre aponta para as camadas mais jovens.<br />

iv. Sinclinal <strong>–</strong> É a dobra alongada, na qual os flancos abrem-se para cima, ao contrário da<br />

anticlinal. Caracteriza-se por possuir as camadas mais mo<strong>de</strong>rnas na sua parte interna.<br />

3.2. RESUMO<br />

i.<br />

As dobras apresentam convexida<strong>de</strong>s voltadas para cima e para baixo.<br />

Sinforma<br />

ii. Antiforma<br />

Conforme a ida<strong>de</strong> das rochas teremos:<br />

Figura 3 <strong>–</strong> (a) anticlinal, (b) sinclinal.


<strong>Geologia</strong> <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> I <strong>–</strong> <strong>ÁREA3</strong><br />

iii. Anticlinal - (rochas antigas no núcleo), mergulho dos flancos é divergente;<br />

iv. Sinclinal - (rochas antigas na borda), mergulho dos flancos é convergente.<br />

Rodrigo Peroni<br />

Figura 4 <strong>–</strong> Esquema <strong>de</strong> uma dobra sinclinal e anticlinal.<br />

3.3. ELEMENTOS GEOMÉTRICOS PRINCIPAIS DAS DOBRAS<br />

Limbos (flancos): segmentos laterais que <strong>de</strong>finem uma dobra<br />

Eixo: culminação (fechamento) dos flancos da dobra<br />

Superfície axial (SA): superfície (por vezes imaginária) que divi<strong>de</strong> a dobra em dois segmentos<br />

(flancos) simetricamente dispostos e que passa pelo eixo da dobra<br />

3.4. CLASSIFICAÇÃO<br />

De acordo com a orientação espacial das direções principais <strong>de</strong> tensão em relação à<br />

orientação espacial da anisotropia (ex. estratificação), as dobras assumirão formas simétricas ou<br />

assimétricas.<br />

A partir <strong>de</strong>ssa relação, as dobras po<strong>de</strong>m ser classificadas em função da orientação espacial<br />

<strong>de</strong> seus elementos geométricos:<br />

Sa <strong>–</strong> Superfície axial<br />

Lc <strong>–</strong> Linha <strong>de</strong> charneira <strong>–</strong> correspon<strong>de</strong> à linha que une os pontos <strong>de</strong> curvatura máxima da<br />

superfície dobrada<br />

Li <strong>–</strong> Linha <strong>de</strong> inflexão <strong>–</strong> linha que <strong>de</strong>limita a inversão da curva da dobra<br />

Zc <strong>–</strong> Zona <strong>de</strong> charneira <strong>–</strong> correspon<strong>de</strong> à região da superfície dobrada correspon<strong>de</strong>nte ao<br />

segmento <strong>de</strong> curvatura máxima <strong>de</strong>ssa superfície.<br />

Fl - Flanco


<strong>Geologia</strong> <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> I <strong>–</strong> <strong>ÁREA3</strong><br />

a) dobras verticais: SA e o eixo são verticais;<br />

b) dobras normais: SA vertical e o eixo horizontal;<br />

c) dobras recumbentes: PA e o eixo são horizontais;<br />

d) dobras normais mergulhantes: PA é vertical e o eixo possui mergulho entre vertical e<br />

horizontal;<br />

e) dobras inclinadas: eixo horizontal e PA mergulhante entre vertical e horizontal;<br />

f) dobras inclinadas mergulhantes: PA e eixo mergulhantes;<br />

g) dobras reclinadas: PA e eixo com mergulhos aproximadamente iguais<br />

Rodrigo Peroni<br />

3.5. MECANISMOS DE DOBRAMENTO<br />

a) dobramento por <strong>de</strong>slizamento flexural: ocorre em rochas finamente estratificadas, on<strong>de</strong> o<br />

dobramento é acomodado pelo <strong>de</strong>slizamento diferencial na superfície <strong>de</strong> contato dos estratos;<br />

b) dobramento por <strong>de</strong>formação tangencial longitudinal: ocorre em estratos espessos sem<br />

estratificação marcante, que internamente se comportam <strong>de</strong> forma isótropa.


<strong>Geologia</strong> <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> I <strong>–</strong> <strong>ÁREA3</strong><br />

Rodrigo Peroni<br />

3.6. DOBRAS X FRATURAS<br />

O processo <strong>de</strong> dobramento, muitas vezes, é acompanhado por fraturamento. Essa associação<br />

é <strong>de</strong>corrente:<br />

a) do campo tensional imposto as rochas<br />

b) do mecanismo <strong>de</strong> dobramento<br />

Deslizamento Flexural<br />

4. DOBRAS E OBRAS DE ENGENHARIA<br />

4.1. TÚNEIS<br />

- no PA. <strong>de</strong> anticlinais: problemas com falhas no eixo da dobra e queda do teto se o ângulo do<br />

túnel for diferente do ângulo <strong>de</strong> dobramento<br />

- no PA. <strong>de</strong> sinclinais: problemas <strong>de</strong> estabilida<strong>de</strong> (queda) das pare<strong>de</strong>s por gravida<strong>de</strong> e pressão<br />

das rochas sobrepostas; problemas <strong>de</strong> surgências.<br />

- no flanco <strong>de</strong> dobra: problemas similares as sinclinais<br />

4.2. FUNDAÇÕES<br />

- variação no comprimento (profundida<strong>de</strong>) das estacas<br />

4.3. BARRAGENS<br />

- no PA <strong>de</strong> anticlinal: estável (cuidar fuga d’água)<br />

- no PA <strong>de</strong> sinclinal: problemas <strong>de</strong> estabilida<strong>de</strong> das pare<strong>de</strong>s;<br />

- permeabilida<strong>de</strong> das camadas confinantes e da camada (rocha) <strong>de</strong> fundação po<strong>de</strong> permitir a<br />

infiltração <strong>de</strong> água;<br />

- no flanco <strong>de</strong> dobra: problemas similares a sinclinal.<br />

4.4. ESTRADAS<br />

- problemas <strong>de</strong> estabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> pare<strong>de</strong>s em cortes <strong>de</strong> estrada<br />

4.5. DOBRAS E ENGENHARIA DE MINAS<br />

• Problemas no mapeamento geológico-estrutural<br />

• Problemas na pesquisa mineral<br />

• Problemas na estimação <strong>de</strong> reservas<br />

• Problemas na lavra e no beneficiamento

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