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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ<br />
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA<br />
ANDERSON CATAPAN<br />
THOMAS GEORGE KLAESIUS<br />
PROJETO E CONSTRUÇÃO DE UM FOCO CIRÚRGICO AUXILIAR<br />
UTILIZANDO A TECNOLOGIA DE DIODOS EMISSORES DE LUZ<br />
CURITIBA<br />
2009
ANDERSON CATAPAN<br />
THOMAS GEORGE KLAESIUS<br />
PROJETO E CONSTRUÇÃO DE UM FOCO CIRÚRGICO AUXILIAR<br />
UTILIZANDO A TECNOLOGIA DE DIODOS EMISSORES DE LUZ<br />
CURITIBA<br />
2009<br />
Trabalho apresenta<strong>do</strong> como<br />
avaliação na disciplina de Projeto<br />
Final de graduação, no Curso de<br />
Graduação em <strong>Engenharia</strong> <strong>Elétrica</strong> <strong>da</strong><br />
Universi<strong>da</strong>de Federal <strong>do</strong> Paraná.<br />
Orienta<strong>do</strong>r: Prof. Dr. Gideon Villar<br />
Leandro.<br />
ii
AGRADECIMENTOS<br />
Em primeiro lugar ao patrocínio <strong>da</strong> empresa KSS Comércio e Indústria<br />
de Equipamentos Médicos, que custeou o desenvolvimento e deu acesso a<br />
to<strong>da</strong>s as ferramentas necessárias.<br />
Ao orienta<strong>do</strong>r Gideon Villar Leandro, que apoiou e tornou o projeto ain<strong>da</strong><br />
mais interessante.<br />
Aos amigos Daniel Lauer e Edie Roberto Taniguchi pela aju<strong>da</strong> em to<strong>do</strong>s<br />
os momentos.<br />
A to<strong>da</strong>s as pessoas que, direta ou indiretamente, acreditaram e tornaram<br />
o projeto possível.<br />
iii
RESUMO<br />
Neste trabalho é utiliza<strong>da</strong> a tecnologia de dio<strong>do</strong>s emissores de luz<br />
(LEDs) para projetar um foco cirúrgico auxiliar. O caso estu<strong>da</strong><strong>do</strong> abor<strong>da</strong>rá o<br />
equipamento mais simples, propon<strong>do</strong> a substituição de uma lâmpa<strong>da</strong> halógena<br />
por um módulo de LED. O público alvo são médicos, veterinários e demais<br />
funções que requerem uma iluminação cirúrgica com quali<strong>da</strong>de, assim como<br />
projetistas que atuam na área <strong>da</strong> iluminação. No desenvolvimento <strong>do</strong> projeto foi<br />
necessário especificar os LEDs, os componentes óticos e térmicos (lentes e<br />
dissipa<strong>do</strong>res de calor) e elétricos (fonte de tensão, aquisição de <strong>da</strong><strong>do</strong>s por<br />
microcontrola<strong>do</strong>r), culminan<strong>do</strong> na construção <strong>do</strong> protótipo. Com os resulta<strong>do</strong>s<br />
<strong>do</strong>s ensaios, é possível enumerar as vantagens e desvantagens <strong>da</strong> iluminação<br />
com LEDs frente a iluminação convencional, assim como tomar ciência <strong>da</strong>s<br />
dificul<strong>da</strong>des e obstáculos existentes para aplicação desta nova tecnologia.<br />
Palavras-chave: LED; luminárias; foco cirúrgico; fonte de corrente para LEDs.<br />
iv
ABSTRACT<br />
This technical report explains the project of a minor surgical lamp using<br />
the light emitting diode (LED) technology. The case study will deal with the<br />
simpler device, proposing the replacement of a halogen bulb for an LED<br />
module. The target public are physicians, veterinarians, other functions that<br />
require a high quality light, and designers working in the field of light design.<br />
This report describes the process of development, starting with specifications of<br />
LED, secon<strong>da</strong>ry optics, analyzing thermal and electrical management, and<br />
concluding with prototyping. Finally, this project provides, in summary, the main<br />
results of the tests, listing the advantages and disadvantages of the LEDs, as<br />
well as difficulties and obstacles to implement this new technology.<br />
Keywords: LED; luminaires; surgical light; constant current LED Driver.<br />
v
SUMÁRIO<br />
1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 1<br />
1.1 OBJETIVOS ............................................................................................................................ 2<br />
1.1.1 Objetivo Geral............................................................................................................... 2<br />
1.1.2 Objetivos Específicos ................................................................................................... 2<br />
1.2 ESTRUTURA DO TRABALHO .................................................................................................... 3<br />
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................................ 4<br />
2.1 A LUZ .................................................................................................................................... 5<br />
2.1.1 Fotometria .................................................................................................................... 5<br />
2.1.2 Grandezas e Conceitos ................................................................................................ 6<br />
2.2 LEDS DE ALTA POTÊNCIA .................................................................................................... 13<br />
2.2.1 Tecnologias de Produção <strong>da</strong> Luz Branca .................................................................. 13<br />
2.2.2 Benefícios Tecnológicos <strong>da</strong> A<strong>do</strong>ção <strong>do</strong>s LEDs ......................................................... 16<br />
2.3 A ILUMINAÇÃO CIRÚRGICA .................................................................................................... 18<br />
2.3.1 Histórico ...................................................................................................................... 18<br />
2.3.2 Certificação de Equipamento Eletromédico ............................................................... 21<br />
3. ETAPAS DE DESENVOLVIMENTO ................................................................................... 23<br />
3.1 ESPECIFICANDO O LED ........................................................................................................ 24<br />
3.2 DEFINIÇÕES ÓTICAS ............................................................................................................ 28<br />
3.2.1 Lentes e Refletores .................................................................................................... 31<br />
3.2.2 Desempenho <strong>da</strong> Segun<strong>da</strong> Ótica ................................................................................ 37<br />
3.3 GERENCIAMENTO TÉRMICO .................................................................................................. 42<br />
3.3.1 Ventilação Força<strong>da</strong> .................................................................................................... 48<br />
3.3.2 Cálculo <strong>da</strong> Resistência Térmica ................................................................................. 53<br />
3.3.3 Formas de Medi<strong>da</strong> ..................................................................................................... 59<br />
3.4 FONTE DE ALIMENTAÇÃO ..................................................................................................... 60<br />
3.4.1 O Microcontrola<strong>do</strong>r PIC .............................................................................................. 64<br />
3.4.2 Programan<strong>do</strong> o PIC .................................................................................................... 65<br />
3.4.3 Projetan<strong>do</strong> a Fonte ..................................................................................................... 67<br />
3.5 DESIGN ESTRUTURAL ........................................................................................................... 68<br />
4. RESULTADOS E ANÁLISES ............................................................................................. 70<br />
5. CONCLUSÕES ................................................................................................................... 73<br />
5.1 DIFICULDADES E BARREIRAS A SEREM SUPERADAS ................................................................ 74<br />
6. SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS ................................................................. 75<br />
REFERÊNCIAS ........................................................................................................................... 79<br />
ANEXOS ..................................................................................................................................... 84<br />
vi
LISTA DE ILUSTRAÇÕES<br />
FIGURA 1 - ESPECTRO ELETROMAGNÉTICO ......................................................................................... 5<br />
FIGURA 2 - INTENSIDADE LUMINOSA ...................................................................................................... 7<br />
FIGURA 3 - PARÂMETROS PARA FOCOS CIRÚRGICOS ........................................................................ 8<br />
FIGURA 4 - DESCRIÇÃO DO CAMPO ILUMINADO D50 E D10 ................................................................ 8<br />
FIGURA 5 – COORDENADAS DE CROMATICIDADE X,Y ......................................................................... 9<br />
FIGURA 6 - AMOSTRAS DE CORES PARA O IRC .................................................................................. 10<br />
FIGURA 7 - TAXA DE FALHA DE ACORDO COM O TEMPO .................................................................. 11<br />
FIGURA 8 - CURVA DE DEPRECIAÇÃO DO FLUXO LUMINOSO .......................................................... 12<br />
FIGURA 9 - MORTALIDADE B10 E B50 PARA DIFERENTES VALORES DE CORRENTE ................... 12<br />
FIGURA 10 – PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO DE UM LED ................................................................ 13<br />
FIGURA 11 – TRÊS MÉTODOS DIFERENTES DE PRODUZIR LEDS BRANCOS .................................. 14<br />
FIGURA 12 - LED OSRAM OSTAR ........................................................................................................... 15<br />
FIGURA 13 - EQUIPAMENTO DOTADO DE LÂMPADAS INCANDESCENTES...................................... 19<br />
FIGURA 14 - FOCOS CIRÚRGICOS MULTI-BULBOS. ............................................................................ 20<br />
FIGURA 15 - (A) ESBOÇO DO FEIXE DE LUZ, E (B) FOCO CIRÚRGICO MONOFOCAL...................... 20<br />
FIGURA 16 - FOCO CIRÚRGICO COM LEDS TRULIGHT 5000 .............................................................. 21<br />
FIGURA 17 – REQUISITOS FUNDAMENTAIS EM UMA LUMINÁRIA A LED ......................................... 23<br />
FIGURA 18 – LED DIAMOND DRAGON ................................................................................................... 25<br />
FIGURA 19 – CONSTRUÇÃO INTERNA DO DIAMOND DRAGON ......................................................... 25<br />
FIGURA 20 – LED LUXEON K2 COM TFFC ............................................................................................. 27<br />
FIGURA 21 - CONSTRUÇÃO INTERNA DO LUXEON K2 ........................................................................ 27<br />
FIGURA 22 - EFEITOS DA TEMPERATURA DE COR DURANTE CIRURGIA ........................................ 29<br />
FIGURA 23 - CONTROLE DA LUZ VERMELHA EMITIDA ....................................................................... 29<br />
FIGURA 24 - ESPECTRO VISÍVEL COMPARADO AO ESPECTRO EMITIDO PELO LED ..................... 30<br />
FIGURA 25 - TEMPERATURAS DE COR PARA O LED OSRAM DIAMOND DRAGON ......................... 31<br />
FIGURA 26 – GRÁFICO CARTESIANO/POLAR PLOTADO USANDO O LED DIAMOD DRAGON ....... 31<br />
FIGURA 27 - LENTES E REFLETORES TESTADOS ............................................................................... 33<br />
FIGURA 28 – DEFINIÇÃO DO ÂNGULO FWHM ....................................................................................... 33<br />
FIGURA 29 – COMPARAÇÃO ENTRE DUAS LENTES DE MESMO FWHM ........................................... 34<br />
FIGURA 30 – REPRESENTAÇÃO DE UMA LENTE IDEAL SEM PERDAS ............................................. 35<br />
FIGURA 31 – REPRESENTAÇÃO DA REFLEXÃO INTERNA TOTAL .................................................... 35<br />
FIGURA 32 - LENTES DURANTE ENSAIO ............................................................................................... 35<br />
FIGURA 33 – SISTEMA PLACA, LED, SUPORTE E LENTE.................................................................... 36<br />
FIGURA 34 – ÁREA ILUMINADA POR UMA LENTE MAL POSICIONADA............................................. 36<br />
FIGURA 35 - OPÇÕES DE ARRANJO DO LED E DO REFLETOR .......................................................... 39<br />
FIGURA 36 - IMPACTO DO DIÂMETRO DA LENTE ................................................................................ 40<br />
FIGURA 37 - LED PHILIPS LUXEON REBEL ........................................................................................... 40<br />
FIGURA 38 - GRÁFICO DA INTENSIDADE RELATIVA ........................................................................... 41<br />
FIGURA 39 - DESAFIOS DO GERENCIAMENTO TÉRMICO EM LEDS .................................................. 42<br />
FIGURA 40 - VIDA ÚTIL DE ACORDO COM A CORRENTE E TEMPERATURA .................................... 44<br />
FIGURA 41 - MODELO DA PLACA DE METAL CORE ............................................................................ 44<br />
vii
FIGURA 42 – DESENVOLVIMENTO DA PLACA DE METAL CORE ....................................................... 45<br />
FIGURA 43 - ÁREA DE CONTATO MUITO AMPLIADA ENTRE LED E DISSIPADOR ........................... 46<br />
FIGURA 44 - ADESIVOS TERMICAMENTE CONDUTIVOS ..................................................................... 47<br />
FIGURA 45 - RELAÇÃO ENTRE RESISTÊNCIA TÉRMICA E VENTILAÇÃO FORÇADA ...................... 48<br />
FIGURA 46 – SIMULAÇÃO MOSTRANDO O PONTO DE CONCENTRAÇÃO DE CALOR .................... 49<br />
FIGURA 47 – VISÃO EXPLODIDA DE UMA VENTOINHA ....................................................................... 50<br />
FIGURA 48 – ESTRUTURA BÁSICA DA VENTOINHA DE QUATRO FIOS ............................................ 50<br />
FIGURA 49 – CIRCUITO TÍPICO DA APLICAÇÃO PWM ......................................................................... 51<br />
FIGURA 50 – FOTOGRAFIA DA VENTOINHA ARTIC FAN 12 PWM ...................................................... 52<br />
FIGURA 51 - EXEMPLO DO SISTEMA TÉRMICO .................................................................................... 53<br />
FIGURA 52 - MODELO DA RESISTÊNCIA TÉRMICA PARA 1 LED ........................................................ 53<br />
FIGURA 53 - MODELO DA RESISTÊNCIA TÉRMICA PARA N LEDS EM PARALELO .......................... 55<br />
FIGURA 54 - PERFIL DO DISSIPADOR DE ALUMÍNIO SEM ANODIZAR............................................... 58<br />
FIGURA 55 - DISSIPADOR DE ALUMÍNIO COM ANODIZAÇÃO PRETA ............................................... 58<br />
FIGURA 56 - FORMA DE MONITORAR A TEMPERATURA DA PLACA ................................................ 59<br />
FIGURA 57 – (A)VAR. DA CROMATICIDADE VS TJ ; (B)VAR. DA CROMATICIDADE VS IF................. 61<br />
FIGURA 58 - TOPOLOGIAS DE FONTES DE ALIMENTAÇÃO ............................................................... 62<br />
FIGURA 59 – FORMAS DE ONDA DO PWM ............................................................................................ 63<br />
FIGURA 61 – TESTE DE TEMPERATURA ............................................................................................... 70<br />
FIGURA 63 – FOCOS PARA ALTA CIRURGIA DISPONÍVEIS NO MERCADO....................................... 75<br />
FIGURA 64 – FOCOS CIRÚRGICOS COM CONTROLE DE SOMBRA ................................................... 76<br />
FIGURA 65 – AJUSTE DO CAMPO ILUMINADO ..................................................................................... 76<br />
FIGURA 66 – CÂMERAS FILMADORAS EM FOCOS CIRÚRGICOS ...................................................... 77<br />
FIGURA 67 – SISTEMA DE VÍDEO INTEGRADO ..................................................................................... 78<br />
viii
LISTA DE TABELAS<br />
TABELA 1 – CORES BÁSICAS DE LEDS ................................................................................................ 14<br />
TABELA 2 - COMPARAÇÃO ENTRE CCT, IRC E FLUXO LUMINOSO .................................................. 15<br />
TABELA 3 – COMPARAÇÃO ENTRE AS TECNOLOGIAS MAIS UTILIZADAS ...................................... 16<br />
TABELA 4 – ESPECIFICAÇÕES DO LED OSRAM .................................................................................. 26<br />
TABELA 5 – ESPECIFICAÇÕES DO LED PHILIPS ................................................................................. 28<br />
TABELA 6 – RESULTADOS DE ILUMINÂNCIA NAS LENTES E REFLETORES TESTADOS ............... 37<br />
TABELA 7 – PROPORÇÃO DE ENERGIA CONVERTIDA PARA FONTES DE LUZ BRANCA .............. 43<br />
TABELA 8 – CARACTERÍSTICAS DO DIELÉTRICO NAS PLACAS DE METAL CORE ........................ 45<br />
TABELA 9 - PROPRIEDADES TÍPICAS DOS ADESIVOS TERMOCONDUTIVOS ................................. 47<br />
TABELA 10 – ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS DA VENTOINHA ............................................................. 52<br />
TABELA 11 - CARACTERÍSTICAS DO ACABAMENTO SUPERFICIAL NO ALUMÍNIO ........................ 58<br />
TABELA 12 – ALGUMAS CARACTERÍSTICAS DO PIC 16F818 ............................................................. 65<br />
TABELA 13 - RESULTADO DO TESTE DE TEMPERATURA .................................................................. 70<br />
TABELA 14 – CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS DO FOCO CIRÚRGICO AUXILIAR A LED .................. 71<br />
ix
A/D - Analog/Digital – Analógico/Digital<br />
LISTA DE SIGLAS<br />
ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas<br />
ANSI - American National Stan<strong>da</strong>rds Institute - Instituto Nacional Americano de Normas<br />
CCS - Custom Computer Services - Serviços Personaliza<strong>do</strong>s de Computa<strong>do</strong>r<br />
CCT - Correlated Color Temperature - Temperatura de Cor.<br />
CRI - Color Rendering Index - Índice de Reprodução de cor.<br />
ESD - Eletrostatic Discharge - Descarga Eletrostática<br />
ESR - Equivalent Series Resistance – Resistência Equivalente em Série<br />
I/O - Input/Output – Entra<strong>da</strong>/Saí<strong>da</strong><br />
ICSP - In-Circuit Serial Programming - Programação Serial no Circuito<br />
IDE - Integrated Development Environment - Ambiente de Desenvolvimento Integra<strong>do</strong><br />
IEC - International Electrotechnical Commission - Comissão Eletrotécnica Internacional<br />
IR - Infrared - Infravermelho<br />
ISO - International Organization for Stan<strong>da</strong>rdization - Organização Internacional de<br />
Normalização<br />
LED - Light Emitting Diode - Dio<strong>do</strong> Emissor de Luz<br />
LFC - Light Field Centre - Ponto Central <strong>do</strong> Campo Ilumina<strong>do</strong><br />
MTBF - Mean Time Between Failure - Tempo médio entre falhas<br />
MTTF - Mean Time to Failure - Tempo Médio de Falha<br />
PIC - Peripheral Interface Controller - Interface Periférica Controla<strong>da</strong><br />
PWM - Pulse Width Modulation - Modulação por Largura de Pulso<br />
RBLE - Rede Brasileira de Laboratórios de Ensaio<br />
RISC - Reduced Instruction Set Computer - Conjunto de Instruções Reduzi<strong>da</strong><br />
UV - Ultraviolet - Ultravioleta<br />
x
1. INTRODUÇÃO<br />
A luz artificial representa um elemento básico e crucial para to<strong>da</strong> a<br />
espécie humana. É provável que o interesse pela luz tenha começa<strong>do</strong> ao<br />
acaso pela observação <strong>do</strong> fogo. Os primeiros aparatos queimavam a madeira e<br />
utilizavam algum tipo de óleo como combustível. Mais adiante se descobriu<br />
como utilizar o gás, desenvolven<strong>do</strong> os primeiros lampiões. Somente no final <strong>do</strong><br />
século XIX, a chama foi substituí<strong>da</strong> por corpos sóli<strong>do</strong>s incandescentes, ten<strong>do</strong><br />
como exemplo mais marcante a lâmpa<strong>da</strong> elétrica cria<strong>da</strong> por Thomas Alva<br />
Edison, que permitiu uma produção em larga escala <strong>da</strong> luz artificial.<br />
Este caminho, entretanto, não pára aí. Devi<strong>do</strong> a escassos recursos,<br />
eficiência energética se tornou obrigação e não uma escolha. Desde a<br />
invenção <strong>do</strong> transistor nos Laboratórios Bell a microeletrônica tem evoluí<strong>do</strong> e<br />
recebi<strong>do</strong> grandes avanços. A inserção de novos materiais nos semicondutores<br />
possibilitou a criação <strong>do</strong>s primeiros dio<strong>do</strong>s emissores de luz, ou <strong>do</strong> inglês LEDs<br />
(Light Emitting Diodes), comerciais em mea<strong>do</strong>s de 1960, eram dispositivos<br />
basea<strong>do</strong>s em gálio, arsênio e fósforo. Apesar <strong>da</strong> inovação, estes dio<strong>do</strong>s<br />
tiveram unicamente utili<strong>da</strong>de identifica<strong>do</strong>ra e sinaliza<strong>do</strong>ra em equipamentos<br />
eletrônicos. As novas tecnologias de filmes finos aumentaram a eficiência<br />
luminosa <strong>do</strong>s LEDs e permitiram sua utilização nas mais varia<strong>da</strong>s aplicações.<br />
Programas intensivos são cria<strong>do</strong>s para promover a utilização de<br />
equipamentos energeticamente mais eficientes. Os governos pretendem<br />
reduzir ao máximo os investimentos em eletrici<strong>da</strong>de, que, além <strong>do</strong>s custos<br />
financeiros, geram custos ambientais significativos. A estratégia para atingir<br />
esses objetivos reside no desenvolvimento de novas fontes de luz,<br />
equipamentos auxiliares, sensores e luminárias mais econômicas.<br />
O projeto proposto encaixa-se bem neste ambiente de sustentabili<strong>da</strong>de,<br />
uma vez que, a eficiência é o principal escopo. O equipamento desenvolvi<strong>do</strong><br />
para iluminação cirúrgica abor<strong>da</strong> a concepção mais simples, conheci<strong>do</strong> como<br />
Foco Cirúrgico Auxiliar. Pretende-se substituir uma lâmpa<strong>da</strong> halógena por um<br />
módulo com LEDs, apresentan<strong>do</strong> to<strong>do</strong> o processo desde as especificações até<br />
sua conclusão.<br />
1
Apesar <strong>do</strong> convênio entre a equipe que desenvolveu o projeto e a<br />
empresa patrocina<strong>do</strong>ra KSS Com. e Ind. de Equipamentos Médicos Lt<strong>da</strong>, o<br />
projeto foi desenvolvi<strong>do</strong> com enfoque acadêmico, ten<strong>do</strong> como objetivos mais<br />
importantes o conhecimento acumula<strong>do</strong> e a pesquisa desenvolvi<strong>da</strong> em uma<br />
área de grande crescimento tecnológico.<br />
1.1 Objetivos<br />
Este trabalho tem como objetivo comparar os desempenhos e limitações<br />
<strong>da</strong>s duas principais tecnologias, atualmente disponíveis para projeto e<br />
construção de Focos Cirúrgicos Auxiliares. Em função <strong>do</strong> projeto proposto,<br />
foram traça<strong>do</strong>s os seguintes objetivos:<br />
1.1.1 Objetivo Geral<br />
Desenvolver e implementar um foco cirúrgico auxiliar com a nova<br />
tecnologia de LEDs brancos, visan<strong>do</strong> aperfeiçoar seu funcionamento em<br />
comparação com sua similar halógena e adequan<strong>do</strong>-o às necessi<strong>da</strong>des <strong>da</strong><br />
comuni<strong>da</strong>de médica.<br />
1.1.2 Objetivos Específicos<br />
Após estu<strong>do</strong> <strong>da</strong>s características técnico-científicas relaciona<strong>da</strong>s aos<br />
LEDs e basea<strong>do</strong> nos focos cirúrgicos auxiliares comercializa<strong>do</strong>s por empresas<br />
internacionais, é essencial que os requisitos abaixo sejam atendi<strong>do</strong>s para que a<br />
luminária final seja comercializável. As grandezas e conceitos serão abor<strong>da</strong><strong>do</strong>s<br />
detalha<strong>da</strong>mente no capítulo seguinte.<br />
• Foco Auxiliar que forneça iluminância máxima maior ou igual a 30000 lx,<br />
e que possua controle <strong>da</strong> intensi<strong>da</strong>de luminosa (dimerização) por<br />
potenciômetro ou botões.<br />
• Temperatura de cor com visual mais branco que a lâmpa<strong>da</strong> halógena,<br />
com cerca de 4500K a 5000K.<br />
2
• Fonte de alimentação elétrica com controle de corrente que seja<br />
chavea<strong>da</strong> ou microcontrola<strong>da</strong>, adequa<strong>da</strong> às normas pertinentes.<br />
• A temperatura no interior <strong>da</strong> cúpula não pode ultrapassar 50ºC em<br />
nenhuma situação.<br />
• Utilização de LEDs de alta potência e eficiência.<br />
• Maior eficiência energética possível, em outras palavras, maior<br />
aproveitamento <strong>da</strong> energia elétrica que entra no sistema e sai<br />
transforma<strong>da</strong> em luz.<br />
1.2 Estrutura <strong>do</strong> Trabalho<br />
O capítulo 2 traz uma revisão de literatura sobre os pontos mais<br />
relevantes para compreensão <strong>do</strong> tema proposto e <strong>da</strong> abor<strong>da</strong>gem a<strong>do</strong>ta<strong>da</strong> no<br />
trabalho. Primeiro trata-se sobre os conceitos e grandezas <strong>da</strong> luz. A segun<strong>da</strong><br />
parte apresenta o histórico e situação atual <strong>da</strong> iluminação cirúrgica.<br />
Na sequência, o capítulo 3 contém uma descrição sucinta <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong>des<br />
desenvolvi<strong>da</strong>s.<br />
No capítulo 4 os principais resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s nos ensaios e testes são<br />
analisa<strong>do</strong>s, descreven<strong>do</strong> os modelos de análise e comparan<strong>do</strong>-os com os<br />
objetivos iniciais.<br />
O capítulo 5 apresenta as conclusões gerais além <strong>da</strong>s recomen<strong>da</strong>ções<br />
para futuras pesquisas e as dificul<strong>da</strong>des encontra<strong>da</strong>s.<br />
Completan<strong>do</strong> a estrutura <strong>do</strong> trabalho, é cita<strong>da</strong> a bibliografia utiliza<strong>da</strong><br />
como referência para sustentar a proposta <strong>do</strong> projeto.<br />
3
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA<br />
A busca por uma iluminação de quali<strong>da</strong>de sempre foi uma constante,<br />
não só na medicina, mas também para iluminação geral. Há pouco tempo atrás<br />
os conceitos sobre iluminação pouco importavam a população, e para resolver<br />
qualquer problema uma lâmpa<strong>da</strong> incandescente já era mais que o suficiente.<br />
Diferente <strong>da</strong> luz solar (luz natural) que proporciona a noção de tempo, a<br />
luz elétrica (luz artificial) nos torna independentes, isto é, oferece autonomia<br />
para realizações de tarefas a qualquer momento. Considerar as características<br />
<strong>da</strong>s lâmpa<strong>da</strong>s e luminárias é requisito para obter-se uma boa iluminação<br />
artificial. Bem explora<strong>da</strong>, pode transformar os ambientes, crian<strong>do</strong> um “clima”<br />
diferencia<strong>do</strong> aos usuários (BRONDANI, 2006).<br />
A iluminação tem um papel muito importante no cotidiano de qualquer<br />
pessoa, pois abor<strong>da</strong> diferentes enfoques, como o econômico, ergonômico e<br />
psicológico. Portanto, utilizar a luz eficientemente pode melhorar desde as<br />
finanças até o esta<strong>do</strong> de humor.<br />
De acor<strong>do</strong> com SORCAR (1987) a forma com que os espaços são<br />
ilumina<strong>do</strong>s pode desencadear algumas reações emocionais como ânimo,<br />
aborrecimento, prazer, tranqüili<strong>da</strong>de e depressão.<br />
A iluminação também pode ser usa<strong>da</strong> como forma de aliviar<br />
psicologicamente as sensações térmicas <strong>do</strong> ambiente durante dias muito<br />
quentes ou muito frios (PECCIN, 2002). Segun<strong>do</strong> MILLET (1996), a luz <strong>do</strong> sol<br />
no inverno pode aju<strong>da</strong>r a aliviar a sensação de frio, assim como a luz <strong>do</strong> dia<br />
filtra<strong>da</strong> por elementos de sombra pode aliviar a sensação de calor extremo no<br />
verão.<br />
Para obter estes benefícios é preciso entender alguns conceitos e<br />
grandezas <strong>da</strong> luminotécnica. A seguir serão abor<strong>da</strong><strong>do</strong>s os pontos mais<br />
relevantes para compreensão <strong>do</strong> projeto proposto, assim como, os parâmetros<br />
mais utiliza<strong>do</strong>s para compra e ven<strong>da</strong> de focos cirúrgicos.<br />
4
2.1 A Luz<br />
Luz é a parcela <strong>da</strong> radiação eletromagnética compreendi<strong>da</strong> entre os<br />
comprimentos de on<strong>da</strong> de 380 a 780 nm, sen<strong>do</strong> a faixa <strong>do</strong> espectro que é<br />
capaz de produzir uma sensação visual em um observa<strong>do</strong>r normal. A<br />
sensibili<strong>da</strong>de visual para a luz varia não só de acor<strong>do</strong> com o comprimento de<br />
on<strong>da</strong> <strong>da</strong> radiação, mas também com a luminosi<strong>da</strong>de.<br />
O espectro eletromagnético visível esta limita<strong>do</strong>, em um <strong>do</strong>s extremos<br />
pelas radiações infravermelhas (responsável pela sensação de calor) e no<br />
outro, pelas radiações ultravioletas (responsável pelo efeito higiênico <strong>da</strong><br />
radiação), conforme pode ser visto pela Figura 1.<br />
2.1.1 Fotometria<br />
Figura 1 - Espectro Eletromagnético<br />
Fonte: Os Autores (2009), A<strong>da</strong>ptação de OSRAM (2006)<br />
No dicionário Aurélio fotometria significa a parte <strong>da</strong> física que estu<strong>da</strong> a<br />
medição de fluxos luminosos e suas características energéticas.<br />
Segun<strong>do</strong> BRONDANI (2006) a fotometria trabalha com o balanço de<br />
energia nos processos de emissão, propagação e absorção de radiação. A<br />
quanti<strong>da</strong>de de radiação pode ser avalia<strong>da</strong> em uni<strong>da</strong>des de energia ou no seu<br />
efeito sobre o receptor: o olho humano, a película fotográfica, a pele humana,<br />
etc. Dependen<strong>do</strong> <strong>do</strong> receptor, o resulta<strong>do</strong> será avalia<strong>do</strong> nas uni<strong>da</strong>des físicas<br />
habituais ou em especiais, como uni<strong>da</strong>des de luz (ou fotométricas), fotográficas<br />
ou eritêmicas.<br />
5
Ain<strong>da</strong> de acor<strong>do</strong> com BRONDANI (2006) novos conceitos têm apareci<strong>do</strong><br />
para explicar e gerar um embasamento teórico para a expressão “quali<strong>da</strong>de <strong>da</strong><br />
iluminação”, que tem si<strong>do</strong> entendi<strong>da</strong> como to<strong>da</strong>s aquelas proprie<strong>da</strong>des que o<br />
projetista não consegue caracterizar com números (quantificar).<br />
2.1.2 Grandezas e Conceitos<br />
As grandezas a seguir são fun<strong>da</strong>mentais para o entendimento <strong>do</strong>s<br />
conceitos <strong>da</strong> luminotécnica e <strong>da</strong> iluminação cirúrgica. As uni<strong>da</strong>des e símbolos<br />
descritos pertencem ao Sistema Internacional (SI). Para facilitar o<br />
entendimento foram adiciona<strong>do</strong>s comentários e figuras.<br />
- Fluxo Luminoso<br />
Símbolo: φ<br />
Uni<strong>da</strong>de: lúmen [lm]<br />
Fluxo Luminoso é a quanti<strong>da</strong>de total de luz emiti<strong>da</strong> a ca<strong>da</strong> segun<strong>do</strong> por<br />
uma fonte luminosa, dentro <strong>do</strong>s limites de comprimento de on<strong>da</strong> menciona<strong>do</strong>s<br />
(380 e 780 nm).<br />
- Eficiência Energética<br />
Símbolo: η<br />
Uni<strong>da</strong>de: lúmen/watt [lm/W]<br />
É calcula<strong>da</strong> pela divisão entre o fluxo luminoso emiti<strong>do</strong> em lúmens e a<br />
potência consumi<strong>da</strong> pela lâmpa<strong>da</strong> em watt. Lembran<strong>do</strong> que utilizar a potência<br />
<strong>da</strong> fonte dá um valor aproxima<strong>do</strong>, já que nem to<strong>da</strong> a potência é converti<strong>da</strong> em<br />
luz. Para uma medi<strong>da</strong> mais exata deve-se consultar o <strong>da</strong>tasheet <strong>do</strong> fabricante.<br />
Esta é a principal característica de comparação entre fontes luminosas.<br />
Segun<strong>do</strong> PEREIRA (2003) o valor máximo teórico para a maior<br />
sensibili<strong>da</strong>de <strong>do</strong> olho humano é de 683 lm/W <strong>da</strong><strong>do</strong> por uma fonte hipotética de<br />
555 nm.<br />
Por curiosi<strong>da</strong>de a empresa CREE, grande fabricante de opto eletrônicos,<br />
anunciou no começo de novembro de 2009, a lâmpa<strong>da</strong> LED A-19 que produz<br />
969 lúmens com eficiência de 102 lm/W. Esta lâmpa<strong>da</strong> de apenas 9,5 W pode<br />
facilmente substituir um bulbo incandescente de 65 W.<br />
6
- Intensi<strong>da</strong>de Luminosa<br />
Símbolo: I<br />
Uni<strong>da</strong>de: candela [cd]<br />
Se a fonte luminosa irradiasse a luz uniformemente em to<strong>da</strong>s as<br />
direções, o Fluxo Luminoso se distribuiria na forma de uma esfera. Tal fato,<br />
porém, é quase impossível de acontecer, razão pela qual é necessário medir o<br />
valor <strong>do</strong>s lúmens emiti<strong>do</strong>s em ca<strong>da</strong> direção. Torna-se necessário saber o que é<br />
o ângulo sóli<strong>do</strong> (ω), defini<strong>do</strong> como o quociente entre a área superficial (A) de<br />
uma esfera pelo quadra<strong>do</strong> de seu raio (r).<br />
Portanto, intensi<strong>da</strong>de luminosa é o fluxo luminoso irradia<strong>do</strong> na direção<br />
de um determina<strong>do</strong> ângulo sóli<strong>do</strong> unitário (Figura 2). Para fontes pontuais é<br />
váli<strong>da</strong> a equação:<br />
I = φ / ω [cd]<br />
- Iluminância ou Iluminamento<br />
Símbolo: E<br />
Uni<strong>da</strong>de: lux [lm/m²]<br />
Figura 2 - Intensi<strong>da</strong>de luminosa<br />
Fonte: PEREIRA (2003)<br />
Relaciona<strong>da</strong> ao conforto visual indica o fluxo luminoso de uma fonte de<br />
luz que incide sobre uma superfície situa<strong>da</strong> à uma certa distância dessa fonte.<br />
Em focos cirúrgicos a Iluminância Ec é medi<strong>da</strong> a 1 metro de distância <strong>do</strong><br />
equipamento no ponto central <strong>do</strong> campo ilumina<strong>do</strong> (LFC), sem obstruções <strong>da</strong><br />
luz emiti<strong>da</strong> (Figura 3). A norma específica para focos cirúrgicos exige um<br />
iluminância entre 40.000 e 160.000 lx.<br />
7
- Campo Ilumina<strong>do</strong><br />
Símbolo: d<br />
Uni<strong>da</strong>de: [mm]<br />
Figura 3 - Parâmetros para focos cirúrgicos<br />
Fonte: Os Autores (2009), A<strong>da</strong>ptação de Steris (2008)<br />
É a medi<strong>da</strong> <strong>do</strong> diâmetro <strong>da</strong> área ilumina<strong>da</strong> pelo equipamento a 1m<br />
(Figura 3). Existem <strong>do</strong>is valores para a medi<strong>da</strong> <strong>do</strong> campo, no ponto em que a<br />
intensi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> luz cai 50% de seu valor total é conheci<strong>do</strong> como d50, e o ponto<br />
com intensi<strong>da</strong>de de 10% é chama<strong>do</strong> de d10. A Figura 4 exemplifica melhor<br />
este conceito.<br />
Normalmente d50 é 180 mm e d10 é 360 mm. A norma específica para<br />
focos cirúrgicos exige que a relação d50/d10 seja maior ou igual a 0,5.<br />
Figura 4 - Descrição <strong>do</strong> campo ilumina<strong>do</strong> d50 e d10<br />
Fonte: Os Autores (2009), A<strong>da</strong>ptação de Optoga AB (2009)<br />
8
- Energia total irradia<strong>da</strong><br />
Símbolo: Ee<br />
Uni<strong>da</strong>de: [W/m²]<br />
Este valor é muito importante para definir a quanti<strong>da</strong>de de energia que é<br />
irradia<strong>da</strong> ao campo ilumina<strong>do</strong>, sen<strong>do</strong> possível determinar a elevação <strong>da</strong><br />
temperatura no ponto LFC com 100%Ec. Nas luminárias cirúrgicas Ee deve<br />
estar abaixo de 1 kW/m². Outro parâmetro exigi<strong>do</strong> pela norma específica é que<br />
a relação entre a energia irradia<strong>da</strong> (Ee) sobre a iluminância (Ec) esteja abaixo<br />
de 6 mW/m².lx. Estas medi<strong>da</strong>s são feitas de acor<strong>do</strong> com a Figura 3.<br />
- Temperatura de Cor<br />
Símbolo: T<br />
Uni<strong>da</strong>de: kelvin [K]<br />
A temperatura de Cor também é chama<strong>da</strong> como CCT (<strong>do</strong> inglês<br />
Correlated Color Temperature). É uma medi<strong>da</strong> que demonstra o aspecto de cor<br />
de uma fonte de luz branca, indican<strong>do</strong> quan<strong>do</strong> o branco esta mais<br />
amarelo/<strong>do</strong>ura<strong>do</strong> ou mais branco/azul. Muitas vezes as tonali<strong>da</strong>des de cor que<br />
a luz apresenta ao ambiente, como quente ou fria, são confundi<strong>da</strong>s com o calor<br />
físico <strong>da</strong> lâmpa<strong>da</strong>. Para exemplificar, toma-se a experiência realiza<strong>da</strong> por<br />
Planck. Ele notou que quan<strong>do</strong> um corpo negro é aqueci<strong>do</strong> a altas<br />
temperaturas, a emissão de raios visíveis é muito maior, e à medi<strong>da</strong> que<br />
esquenta, fica vermelho, amarelo, branco e finalmente azul. Pode-se então,<br />
estabelecer uma correlação entre a temperatura de uma fonte luminosa e sua<br />
cor, utilizan<strong>do</strong> as coordena<strong>da</strong>s de cromatici<strong>da</strong>de (Figura 5).<br />
Figura 5 – Coordena<strong>da</strong>s de Cromatici<strong>da</strong>de x,y<br />
Fonte: A<strong>da</strong>ptação de Commission Internationale d’Eclairage (1931)<br />
9
- Índice de Reprodução de Cor<br />
Símbolo: IRC<br />
Uni<strong>da</strong>de: R<br />
IRC indica quão bem uma fonte de luz representa as cores, em uma<br />
escala de 0 a 100, comparan<strong>do</strong>-se à luz natural (<strong>do</strong> sol). Portanto, quanto<br />
maior a diferença na aparência de cor <strong>do</strong> objeto ilumina<strong>do</strong> em relação ao<br />
padrão, menor é seu IRC. Com isso, explica-se o fato de lâmpa<strong>da</strong>s de mesmo<br />
CCT possuírem IRC diferentes. A forma de medi<strong>da</strong> estabeleci<strong>da</strong> pela CIE<br />
possui oito amostras de cor (R1 a R8), <strong>da</strong><strong>da</strong>s por uma fonte luminosa de<br />
referência, que são compara<strong>da</strong>s a aparência <strong>da</strong> fonte em questão. A média<br />
destas diferenças é conheci<strong>da</strong> como Ra. Alguns fabricantes utilizam o termo R9<br />
relativo à reprodução <strong>do</strong> vermelho intenso, e até mesmo outros valores <strong>do</strong> R10<br />
ao R15 (Figura 6). O Índice de Reprodução de Cor (Ra) para os focos<br />
cirúrgicos deve estar entre 85 e 100.<br />
- Taxa de Falha<br />
Símbolo: λ(t)<br />
Figura 6 - Amostras de cores para o IRC<br />
Fonte: Os Autores (2009), A<strong>da</strong>ptação de Optoga AB (2009)<br />
Uni<strong>da</strong>de: 1 falha por hora [1/h] ou 1 falha por 10 9 horas [FIT]<br />
Um <strong>da</strong>s grandes vantagens <strong>do</strong> LED é sua grande vi<strong>da</strong> útil, contu<strong>do</strong> os<br />
utiliza<strong>do</strong>res querem ca<strong>da</strong> vez mais saber quantas horas este componente irá<br />
funcionar sem falhar. Esta questão esta diretamente liga<strong>da</strong> ao ambiente e as<br />
condições de trabalho <strong>do</strong> LED. Os fabricantes, basea<strong>do</strong>s em experiências e<br />
estatísticas, confirmam que o LED não irá falhar durante a vi<strong>da</strong> útil<br />
menciona<strong>da</strong>, porém alguns requisitos devem ser atendi<strong>do</strong>s, sobretu<strong>do</strong> na parte<br />
térmica.<br />
A confiabili<strong>da</strong>de esta sujeita a um processo estocástico, descrita pela<br />
probabili<strong>da</strong>de de sobrevivência R(t), a qual esta dividi<strong>da</strong> em três partes de<br />
acor<strong>do</strong> com a Figura 7.<br />
10
Figura 7 - Taxa de falha de acor<strong>do</strong> com o tempo<br />
Fonte: Os Autores (2009), A<strong>da</strong>ptação de OSRAM Opto Semiconductors (2008)<br />
A falha na parte 1 é geralmente causa<strong>da</strong> por defeitos de concepção,<br />
deficiências no material, flutuações <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de durante produção ou através<br />
de falhas na aplicação (dimensionamento, manipulação, testes, operação, etc)<br />
ou falhas não confirma<strong>da</strong>s. Na parte 2 as falhas aparecem de repente e ao<br />
acaso. A parte 3 representa um rápi<strong>do</strong> aumento na taxa de falhas devi<strong>do</strong> ao<br />
envelhecimento, desgaste, fadiga, etc.<br />
- Fator de Depreciação ou Fator de Manutenção<br />
Símbolo: L<br />
Uni<strong>da</strong>de: %<br />
Durante operação o fluxo luminoso <strong>do</strong>s LEDs vai diminuin<strong>do</strong><br />
gradualmente. Esta que<strong>da</strong> ocorre até mesmo quan<strong>do</strong> opera<strong>do</strong> em boas<br />
condições. A vi<strong>da</strong> útil <strong>do</strong> LED é defini<strong>da</strong> por um ponto em que a que<strong>da</strong> <strong>do</strong>s<br />
lumens atinge um valor de critério. Como prática estes valores são de 50%<br />
(L50) e 70% (L70), escolhi<strong>do</strong>s de acor<strong>do</strong> com a aplicação. Portanto quan<strong>do</strong> o<br />
fabricante especifica um L70 de 20.000 h, quer dizer que após este tempo o<br />
LED só terá 70% de seu fluxo luminoso original (Figura 8).<br />
11
Figura 8 - Curva de depreciação <strong>do</strong> fluxo luminoso<br />
Fonte: Os Autores (2009), A<strong>da</strong>ptação de OSRAM Opto Semiconductors (2008)<br />
- Mortali<strong>da</strong>de<br />
Símbolo: B<br />
Uni<strong>da</strong>de: %<br />
Este termo indica a porcentagem de componentes que falham. O valor<br />
B50 descreve um ponto em que 50% <strong>do</strong>s dispositivos atingem um valor de<br />
depreciação, ou seja, a mortali<strong>da</strong>de esta liga<strong>da</strong> com o fator de depreciação.<br />
Este valor é geralmente especifica<strong>do</strong> como vi<strong>da</strong> mediana típica, t50 ou tml, para<br />
os LEDs. Além <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> mediana, outro valor pode ser especifica<strong>do</strong> quan<strong>do</strong> 10%<br />
<strong>do</strong>s componentes falharem (B10). Isto permite tirar uma conclusão sobre o<br />
tempo de vi<strong>da</strong> <strong>do</strong> LED.<br />
A Figura 9 exemplifica a mortali<strong>da</strong>de para o LED Philips Luxeon K2, com<br />
Temperatura de Junção (interna ao chip) de 125 °C e opera<strong>do</strong> com diferentes<br />
valores de corrente. Note que quan<strong>do</strong> a corrente é de 1,5 A os valores de B10<br />
e B50 são aproxima<strong>da</strong>mente 11500 h e 13100 h, respectivamente.<br />
Figura 9 - Mortali<strong>da</strong>de B10 e B50 para diferentes valores de corrente<br />
Fonte: Os Autores (2009), A<strong>da</strong>ptação de Philips Lumileds (2007)<br />
12
2.2 LEDs de Alta Potência<br />
Segun<strong>do</strong> SEDRA e SMITH (2000) o dio<strong>do</strong> emissor de luz é um<br />
semicondutor <strong>do</strong>pa<strong>do</strong> para criar uma junção pn, que emite luz pela passagem<br />
de corrente elétrica. Quan<strong>do</strong> a tensão aplica<strong>da</strong> ao LED excede a tensão de<br />
ruptura, elétrons <strong>da</strong> região n (cato<strong>do</strong>) são atraí<strong>do</strong>s pelas cargas positivas,<br />
também chama<strong>da</strong>s de “lacunas”, <strong>da</strong> região p (âno<strong>do</strong>). Essa ação preenche a<br />
lacuna que havia no átomo ioniza<strong>do</strong>, mas cria uma nova lacuna no outro<br />
átomo. Esse processo, conheci<strong>do</strong> como recombinação, repete-se ocasionan<strong>do</strong><br />
condução de corrente elétrica. Aumentan<strong>do</strong>-se a corrente direta <strong>do</strong> dio<strong>do</strong>,<br />
proporcionalmente aumenta-se o número de recombinações e a luz emiti<strong>da</strong>. A<br />
fabricação <strong>da</strong> junção pn deve ser feita usan<strong>do</strong> semicondutores que possuem a<br />
faixa proibi<strong>da</strong> no mo<strong>do</strong> de transição direta. A Figura 10 exemplifica esse<br />
processo.<br />
Figura 10 – Princípio de funcionamento de um LED<br />
Fonte: Os Autores (2009), A<strong>da</strong>ptação de Creative Commons<br />
Attribution ShareAlike (2009)<br />
2.2.1 Tecnologias de Produção <strong>da</strong> Luz Branca<br />
Graças aos avanços na ciência <strong>do</strong>s materiais, hoje em dia existem<br />
muitas cores de LEDs disponíveis no merca<strong>do</strong>, sen<strong>do</strong> que algumas delas<br />
podem lhe cegar se olhar fixamente. A Tabela 1 apresenta as cores básicas e<br />
algumas características para LEDs radiais.<br />
13
Tabela 1 – Cores básicas de LEDs<br />
Fonte: Os Autores (2009), A<strong>da</strong>ptação de LED Drivers, National Semiconductor (2009)<br />
Cor Comprimento de on<strong>da</strong> [nm]<br />
Tensão Direta<br />
[Vf@20mA]<br />
14<br />
Material <strong>do</strong> LED<br />
Infravermelho 940 1,5 GaAlAs/GaAs<br />
Vermelho 635 2,0 GaAsP/GaP<br />
Verde 570 2,0 InGaAlP<br />
Azul 430 3,8 SiC/GaN<br />
Branco 8000K 3,6 SiC/GaN<br />
A combinação de certos materiais permite a obtenção de cores<br />
diferentes, assim como torna possível a obtenção <strong>da</strong> luz branca. De acor<strong>do</strong><br />
com artigos apresenta<strong>do</strong>s por diversos fabricantes, e <strong>do</strong>cumentos emiti<strong>do</strong>s pelo<br />
Departamento de Energia <strong>do</strong>s Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s, pode-se dizer que existem três<br />
formas de produzir a desejável luz branca para iluminação. Elas são basea<strong>da</strong>s<br />
em: (a) conversão por fósforo, (b) misturas de cores discretas e (c) méto<strong>do</strong><br />
híbri<strong>do</strong>. A Figura 11 mostra estes três méto<strong>do</strong>s para a produção de luz branca.<br />
Figura 11 – Três méto<strong>do</strong>s diferentes de produzir LEDs brancos<br />
(a) Conversão por Fósforo, (b) RGB e (c) Híbri<strong>do</strong><br />
Fonte: Os Autores (2009), A<strong>da</strong>ptação de Navigant Consulting Europe Limited (2008)<br />
No méto<strong>do</strong> de conversão <strong>do</strong> LED azul por fósforo, existe um chip que<br />
emite luz azul ou UV, geralmente com comprimento de on<strong>da</strong> de 430 nm. Uma<br />
parte desta luz é emiti<strong>da</strong> diretamente e a outra parte é converti<strong>da</strong> pelo fósforo<br />
para um comprimento de on<strong>da</strong> maior (verde, amarelo, vermelho) com uma<br />
ban<strong>da</strong> larga de emissão a qual se mistura com o azul e produz a luz branca. Os<br />
LEDs produzi<strong>do</strong>s por este méto<strong>do</strong> são conheci<strong>do</strong>s como pc-LEDs. O primeiro<br />
fabricante que utilizou este méto<strong>do</strong> foi a Nichia em 1997, produzin<strong>do</strong> alto CCT.
Alguns fabricantes conseguiram adicionar uma segun<strong>da</strong> cama<strong>da</strong> de fósforo,<br />
que permite produzir LEDs com CCT menor (branco-morno) e com melhor CRI,<br />
contu<strong>do</strong> ocorre uma per<strong>da</strong> na eficiência. A Tabela 2 compara LEDs Luxeon<br />
Rebel <strong>da</strong> Philips com diferentes temperaturas de cor e com mesma potência<br />
aplica<strong>da</strong>.<br />
Tabela 2 - Comparação entre CCT, IRC e fluxo luminoso<br />
Fonte: Os Autores (2009), A<strong>da</strong>ptação de Philips Lumileds (2009)<br />
CCT [K] IRC Fluxo Luminoso [lm]<br />
3000 85 66<br />
4000 80 85<br />
5000 65 90<br />
6500 65 90<br />
A mistura de cores discretas possui fontes de cores diferentes, duas ou<br />
mais, e usa um mistura<strong>do</strong>r ótico o qual une as cores crian<strong>do</strong> o aspecto de luz<br />
branca. Este processo, conheci<strong>do</strong> como síntese aditiva, possui seus próprios<br />
desafios de fabricação para misturar as cores e criar um espectro de luz<br />
totalmente branca. Analises têm mostra<strong>do</strong> que este méto<strong>do</strong> possui uma grande<br />
quali<strong>da</strong>de, pois permite produzir LEDs com alta eficiência.<br />
O terceiro méto<strong>do</strong> para geração <strong>da</strong> luz branca é uma abor<strong>da</strong>gem híbri<strong>da</strong><br />
<strong>do</strong>s outros <strong>do</strong>is méto<strong>do</strong>s, isto quer dizer que agrupa em um único<br />
encapsulamento a cama<strong>da</strong> de fósforo e cores discretas. Alguns fabricantes tem<br />
produzi<strong>do</strong> luz branca com baixo CCT combinan<strong>do</strong> pc-LEDs com diversos LEDs<br />
amarelos e vermelhos. Este processo permite mu<strong>da</strong>r a temperatura de cor<br />
entre <strong>do</strong>is ou mais valores. O LED OSTAR LE ACWWV H2A <strong>da</strong> OSRAM<br />
(Figura 12) é um exemplo disso, possui quatro chips de cores diferentes<br />
(âmbar, verde, 4200K e 5600K) que são ajustáveis de acor<strong>do</strong> com a corrente<br />
aplica<strong>da</strong> aos seus terminais.<br />
Figura 12 - LED OSRAM OSTAR<br />
Fonte: OSRAM Opto Semiconductors (2008)<br />
15
Atualmente os principais processos são conversão por Fósforo e mistura<br />
de cores discretas, sen<strong>do</strong> que, ambos possuem vantagens e desvantagens que<br />
estão relaciona<strong>do</strong>s na Tabela 3 a seguir.<br />
Tabela 3 – Comparação entre as tecnologias mais utiliza<strong>da</strong>s<br />
Fonte: A<strong>da</strong>ptação <strong>do</strong> Departamento de Energia <strong>do</strong>s Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s (2008)<br />
Tecnologia Vantagens Desvantagens<br />
Conversão por<br />
Fósforo<br />
RGB<br />
• Tecnologia mais avança<strong>da</strong><br />
• Processo de fabricação em<br />
grandes quanti<strong>da</strong>des<br />
• Fluxo luminoso e eficiência são<br />
relativamente altos<br />
• Baixo custo<br />
• Flexibili<strong>da</strong>de de cor, em displays<br />
multicor e diferentes tonali<strong>da</strong>des<br />
de branco<br />
• Maior eficiência<br />
2.2.2 Benefícios Tecnológicos <strong>da</strong> A<strong>do</strong>ção <strong>do</strong>s LEDs<br />
16<br />
• Alto CCT<br />
• Branco quente pode ser<br />
menos disponível e mais caro<br />
• Pode apresentar uma<br />
variação de cor<br />
• LEDs individuais apresentam<br />
características diferentes<br />
• Adição <strong>do</strong> custo necessário<br />
para controle <strong>da</strong> aparência de<br />
cor<br />
• Geralmente possuem baixo<br />
CRI<br />
A tecnologia de LED oferece muitas vantagens sobre as lâmpa<strong>da</strong>s<br />
incandescentes, halógenas, fluorescentes e a descarga. Abaixo estão lista<strong>do</strong>s<br />
alguns benefícios, de acor<strong>do</strong> com <strong>do</strong>cumento emiti<strong>do</strong> pelo Departamento de<br />
Energia <strong>do</strong>s Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s (Navigant Consulting Inc, 2008).<br />
• Maior vi<strong>da</strong> útil: consumi<strong>do</strong>res esperam que as lâmpa<strong>da</strong>s custem<br />
menos e durem mais, sobretu<strong>do</strong> em locais em que a substituição de lâmpa<strong>da</strong>s<br />
se torna perigosa e pouco rentável. Esta diminuição nos custos de manutenção<br />
e a durabili<strong>da</strong>de <strong>do</strong>s LEDs têm si<strong>do</strong> decisivos em muitas aplicações. O tempo<br />
de operação de um LED varia de 30.000 a 50.000 horas, sen<strong>do</strong> até 25 vezes<br />
maior que em lâmpa<strong>da</strong>s halógenas.<br />
• Redução <strong>da</strong> Energia Consumi<strong>da</strong>: os módulos a LED possuem<br />
maior eficiência, entre outras palavras, baixa relação $/lúmen. A tecnologia de<br />
iluminação por semicondutores esta em pleno desenvolvimento, habilitan<strong>do</strong><br />
ca<strong>da</strong> vez maiores economias.
• Redução <strong>do</strong> Calor Irradia<strong>do</strong>: os LEDs convertem uma grande<br />
proporção de eletrici<strong>da</strong>de em luz visível compara<strong>do</strong> às outras fontes de luz.<br />
Encostar em um LED não queimará sua mão, pois não há emissão de<br />
infravermelho (IR) e nem de ultravioleta (UV). Desta forma não há necessi<strong>da</strong>de<br />
de utilização de filtros absorventes de calor, como em lâmpa<strong>da</strong>s halógenas.<br />
Contu<strong>do</strong> eles produzem calor, o qual deve ser conduzi<strong>do</strong> para um sorve<strong>do</strong>uro<br />
de calor.<br />
• Ajuste <strong>da</strong> Temperatura de Cor: muitos focos cirúrgicos com LEDs<br />
possuem controle <strong>da</strong> temperatura de cor (CCT). Esta variação de cor depende<br />
<strong>da</strong> aplicação, e geralmente esta entre 3500K e 5500K. Por exemplo, a<br />
iluminação de diferentes teci<strong>do</strong>s musculares requer diferentes temperaturas de<br />
cor para melhor visualização.<br />
• Ajuste <strong>da</strong> iluminância: este ajuste, que é necessário em muitos<br />
casos, é conheci<strong>do</strong> como dimerização. É possível controlar a luminosi<strong>da</strong>de de<br />
forma muito eficiente fazen<strong>do</strong>-o ligar e desligar, em freqüência imperceptível ao<br />
olho humano, sem afetar sua vi<strong>da</strong> útil. Este tipo de controle que reduz a<br />
energia consumi<strong>da</strong> pela luminária é conheci<strong>do</strong> como PWM (Pulse Width<br />
Modulation).<br />
• Aumento na Quali<strong>da</strong>de <strong>da</strong> Luz: a luz emiti<strong>da</strong> por um LED pode ser<br />
direciona<strong>da</strong> para a área desejável com uma grande uniformi<strong>da</strong>de, não<br />
ofuscan<strong>do</strong> a visão <strong>da</strong>s pessoas próxima e crian<strong>do</strong> um campo bem defini<strong>do</strong>. A<br />
quali<strong>da</strong>de é diretamente relaciona<strong>da</strong> ao alto CRI <strong>da</strong>s luminárias a LED em<br />
várias temperaturas de cor.<br />
Mas essas vantagens são só o começo. Se o principal foco desta nova<br />
tecnologia é providenciar mais segurança, conforto e quali<strong>da</strong>de ao paciente,<br />
uma destas vantagens se torna essencial, menor calor aplica<strong>do</strong> ao campo de<br />
operação. Isso acontece pela mínima emissão de calor e raios infravermelhos,<br />
pois a luz é emiti<strong>da</strong> apenas no comprimento de on<strong>da</strong> deseja<strong>do</strong>, proporcionan<strong>do</strong><br />
mais conforto à equipe de cirurgiões e ao paciente durante longas operações.<br />
Muitos benefícios desta nova tecnologia atestam sua utilização em<br />
aplicações diversas. No campo <strong>da</strong> medicina sua introdução é constante, como<br />
fica evidencia<strong>do</strong> durante congressos e feiras, tanto internacionais como<br />
nacionais. Tu<strong>do</strong> indica que os LEDs não irão substituir as lâmpa<strong>da</strong>s halógenas<br />
17
imediatamente, contu<strong>do</strong> acontecerá no futuro se os LEDs forem totalmente<br />
aceitos pela comuni<strong>da</strong>de médica.<br />
2.3 A Iluminação Cirúrgica<br />
Geralmente as salas cirúrgicas dispõem de um foco cirúrgico central fixo<br />
ao teto, e quan<strong>do</strong> se deseja uma maior intensi<strong>da</strong>de luminosa são utiliza<strong>do</strong>s<br />
focos auxiliares. Estes são acopla<strong>do</strong>s a hastes (rígi<strong>da</strong>s ou flexíveis), sobre uma<br />
base (com ou sem rodízios) ou fixa<strong>do</strong>s à parede. Proporcionan<strong>do</strong> então a<br />
intensi<strong>da</strong>de luminosa necessária com quali<strong>da</strong>de para um<br />
diagnósticos/procedimento mais eficaz. Este foco móvel possui enorme<br />
versatili<strong>da</strong>de em hospitais com grande número de salas de operação, em<br />
clínicas veterinárias, de cirurgia plástica, etc.<br />
Existe uma grande procura <strong>do</strong>s cirurgiões pelos focos cirúrgicos<br />
auxiliares com LEDs, isso pode ser evidencia<strong>do</strong> em visita a feiras relaciona<strong>da</strong>s<br />
ao assunto e em contato com fabricantes <strong>do</strong> equipamento. A um custo razoável<br />
os profissionais podem adquirir produtos eficientes e ecologicamente corretos.<br />
No merca<strong>do</strong> nacional estão aparecen<strong>do</strong> os primeiros contatos com a tecnologia<br />
enquanto que nos países desenvolvi<strong>do</strong>s não há desconfiança ou<br />
desentendimento quan<strong>do</strong> a palavra é LED.<br />
Segun<strong>do</strong> pesquisa feita pela MILLENIUM RESEARCH GROUP (2009),<br />
os LEDs representaram cerca de 60% <strong>da</strong>s ven<strong>da</strong>s de focos cirúrgicos na<br />
Europa em 2009, e acredita-se que assumirá to<strong>do</strong> o merca<strong>do</strong> em 2014. De<br />
acor<strong>do</strong> com Tiffanie Demone, analista <strong>da</strong> MRG, a principal causa deve-se ao<br />
grande investimento <strong>do</strong>s governos europeus sobre a iluminação a LED.<br />
Contu<strong>do</strong> a luz de quali<strong>da</strong>de demorou a aparecer, deixan<strong>do</strong> a medicina<br />
no “escuro” durante muito tempo, como será abor<strong>da</strong><strong>do</strong> adiante.<br />
2.3.1 Histórico<br />
O desenvolvimento <strong>da</strong> tecnologia para iluminação cirúrgica ocorreu em<br />
mea<strong>do</strong>s <strong>do</strong> ano 1850. Neste tempo, não muito remoto, realizar cirurgias em<br />
determina<strong>do</strong>s horários era quase impossível. As janelas então, eram elementos<br />
essenciais para o desempenho <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong>des, determinan<strong>do</strong> a localização <strong>do</strong>s<br />
espaços (PECCIN, 2002). Nos hospitais, as salas de cirurgia, por exemplo,<br />
18
ficavam no último an<strong>da</strong>r <strong>do</strong> edifício e eram equipa<strong>da</strong>s com clarabóias para o<br />
aproveitamento <strong>da</strong> iluminação natural (BUTLER, 1952). Devi<strong>do</strong> à má<br />
iluminação o cirurgião não tinha precisão, e o paciente muitas vezes dependia<br />
<strong>da</strong> sorte. Além de contar com uma boa previsão <strong>do</strong> tempo, os equipamentos<br />
médicos muitas vezes bloqueavam a área ilumina<strong>da</strong>.<br />
Operar utilizan<strong>do</strong> velas e espelhos era uma grande dificul<strong>da</strong>de, que só<br />
foi ameniza<strong>da</strong> por volta de 1880 com o desenvolvimento <strong>do</strong>s primeiros<br />
equipamentos (Figura 13). O tipo de luz que os cirurgiões sempre quiseram era<br />
clara, brilhante, fria e natural, to<strong>da</strong>via os projetistas só estavam preocupa<strong>do</strong>s<br />
em obter a iluminação necessária aos planos de trabalho (iluminação planar).<br />
Estas luminárias se baseavam em conceitos inadequa<strong>do</strong>s, e em conseqüência<br />
a luz emiti<strong>da</strong> continuava difusa, com má quali<strong>da</strong>de e com grande emissão de<br />
calor.<br />
Figura 13 - Equipamento <strong>do</strong>ta<strong>do</strong> de lâmpa<strong>da</strong>s incandescentes<br />
Fonte: Provena Saint Joseph Medical Center (2009)<br />
A segun<strong>da</strong> geração de equipamentos, o chama<strong>do</strong> sistema multi-bulbos,<br />
era constituí<strong>do</strong> de lâmpa<strong>da</strong>s halógenas acopla<strong>da</strong>s a uma grande cúpula.<br />
Entretanto estes focos cirúrgicos funcionavam como fonte de calor, já que a luz<br />
era emiti<strong>da</strong> pelo aquecimento <strong>do</strong> filamento de tungstênio. Na Figura 14, nota-se<br />
que as articulações eram <strong>do</strong>ta<strong>da</strong>s de contrapesos que auxiliavam o<br />
posicionamento, porém dificultavam a movimentação <strong>da</strong> equipe de cirurgiões.<br />
19
Estes focos cirúrgicos utilizavam de 1 a 9 bulbos halógenos de 55W, com<br />
intensi<strong>da</strong>de luminosa varian<strong>do</strong> entre 100.000 e 170.000 lux.<br />
Figura 14 - Focos cirúrgicos multi-bulbos.<br />
Fonte: Trumpf Medizin Systeme (2005)<br />
A partir <strong>da</strong>í surgiram inovações nas articulações e nos meios de filtrar o<br />
calor emiti<strong>do</strong> pelo foco. O desenvolvimento <strong>do</strong> foco cirúrgico de refletor único<br />
mono focal aumentou a eficiência <strong>do</strong> sistema, pois passou a utilizar um bulbo<br />
halógeno, com potência geralmente de 150W e iluminância entre 100.000 e<br />
160.000 lux. A Figura 15(a) mostra os raios de luz, e a Figura 15(b) um foco<br />
cirúrgico comercial.<br />
Figura 15 - (a) Esboço <strong>do</strong> feixe de luz, e (b) Foco cirúrgico monofocal<br />
Fonte: (a) Stryker (2007) e (b) Berchtold (2009)<br />
20
Logo após surgiram os equipamentos atuais, os quais utilizam a mais<br />
nova tecnologia de semicondutores e tema principal deste projeto, o LED. De<br />
acor<strong>do</strong> com Camila Silva Batista, gerente de marketing <strong>da</strong> empresa KSS<br />
Equipamentos Médicos, a grande eficiência alia<strong>da</strong> ao alto tempo de vi<strong>da</strong> útil,<br />
faz com que estes focos ganhem ca<strong>da</strong> vez mais espaço no merca<strong>do</strong> hospitalar.<br />
O foco TruLight 5000 (Figura 16) <strong>da</strong> empresa alemã Trumpf, pioneira na<br />
tecnologia, lançou em 2009 um foco cirúrgico com 65 W e iluminância de<br />
150.000 lux.<br />
As especificações de outros produtos que utilizam LEDs podem ser<br />
consulta<strong>da</strong>s no Anexo A.<br />
Figura 16 - Foco Cirúrgico com LEDs TruLight 5000<br />
Fonte: Trumpf Medizin Systeme (2009)<br />
Julie MacShane, em artigo para a revista LEDsMagazine, comenta que o<br />
ciclo de projeto é de <strong>do</strong>is anos, incluin<strong>do</strong> a concepção, especificação e<br />
instalação. Devi<strong>do</strong> à constante evolução <strong>da</strong> tecnologia, o produto pode não<br />
estar mais disponível depois deste tempo.<br />
2.3.2 Certificação de Equipamento Eletromédico<br />
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) é o órgão<br />
responsável pela regulamentação <strong>do</strong>s produtos médicos no Brasil. De mo<strong>do</strong> a<br />
promover maior segurança nos equipamentos a ANVISA só aceita um<br />
processo de petição, após análise laboratorial. A pesquisa de laboratórios de<br />
21
ensaio acredita<strong>do</strong>s pode ser feita através <strong>da</strong> página web <strong>do</strong> Inmetro, no<br />
catálogo <strong>da</strong> Rede Brasileira de Laboratórios de Ensaio (RBLE).<br />
Os ensaios irão verificar se o equipamento atende a norma geral <strong>da</strong><br />
Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) NBR IEC 60601-1<br />
(Equipamento Eletromédico – Parte 1 – Prescrições Gerais de Segurança), que<br />
é cópia fiel <strong>da</strong> norma IEC 601-1: 1988. Para certos tipos de equipamento, estas<br />
prescrições são suplementa<strong>da</strong>s ou modifica<strong>da</strong>s por prescrições específicas de<br />
uma Norma Particular. Por exemplo, existe a norma IEC 60601-2-41: 2000<br />
(Medical Electrical Equipment – Part 2-41 – Particular Requirements for the<br />
Safety of Surgical Luminaires and Luminaires for Diagnosis), particular para<br />
focos cirúrgicos, to<strong>da</strong>via ain<strong>da</strong> não é aplica<strong>da</strong> em território brasileiro.<br />
A norma geral define o equipamento eletromédico como to<strong>do</strong><br />
equipamento elétrico <strong>do</strong>ta<strong>do</strong> de não mais que um recurso de conexão a uma<br />
determina<strong>da</strong> rede de alimentação elétrica e destina<strong>do</strong> a diagnóstico, tratamento<br />
ou monitoração <strong>do</strong> paciente, sob supervisão médica, que estabelece contato<br />
físico ou elétrico com o paciente. A luminária a LED proposta deverá atender<br />
uma série de requisitos <strong>da</strong> norma geral, contu<strong>do</strong> o relatório não descreve<br />
detalha<strong>da</strong>mente estes processos, pois o foco principal é a iluminação com a<br />
nova tecnologia de semicondutores.<br />
22
3. ETAPAS DE DESENVOLVIMENTO<br />
O sucesso na criação de uma luminária a LED depende de três grandes<br />
peças, as quais devem ser cui<strong>da</strong><strong>do</strong>samente especifica<strong>da</strong>s. Estas peças são o<br />
gerenciamento <strong>do</strong> calor, eficiência ótica e o controle elétrico. Assim sen<strong>do</strong> são três<br />
principais obstáculos a serem supera<strong>do</strong>s para se aproveitar as vantagens desta<br />
tecnologia, contu<strong>do</strong> existem outros, ilustra<strong>do</strong>s pela Figura 17.<br />
Figura 17 – Requisitos fun<strong>da</strong>mentais em uma luminária a LED<br />
Fonte: Os Autores (2009), A<strong>da</strong>ptação de Strategies Unlimited (2009)<br />
De acor<strong>do</strong> com Vrin<strong>da</strong> Bhan<strong>da</strong>rkar, analista sênior <strong>da</strong> empresa Strategies<br />
Unlimited, a luminária a LED é muito mais que apenas LEDs, e projetar um produto<br />
eficiente envolve uma série de importantes decisões. Tu<strong>do</strong> começa trançan<strong>do</strong> os<br />
objetivos <strong>do</strong> produto de acor<strong>do</strong> com sua aplicação. É essencial neste contexto<br />
analisar as normas pertinentes ao produto, para saber o que pode ou não ser feito.<br />
Antes <strong>da</strong> especificação <strong>da</strong>s partes seguintes, é importante ter uma idéia <strong>da</strong><br />
estética <strong>da</strong> luminária. A área de trabalho será decisiva no dimensionamento <strong>da</strong> ótica<br />
e dissipa<strong>do</strong>r utiliza<strong>do</strong>s, pois se leva em conta que diversos itens não serão<br />
customizáveis.<br />
Após montagem <strong>do</strong> módulo é necessário analisar o fluxo de ar, de maneira<br />
que a temperatura esteja em valores adequa<strong>do</strong>s. Nesta etapa é comum a realização<br />
de simulações em softwares específicos. O fabricante OSRAM indica o software<br />
23
FloTHERM <strong>da</strong> Mentor Graphics, que inclui to<strong>do</strong>s os efeitos de condução, convecção<br />
e irradiação.<br />
Estruturalmente as simulações podem ser feitas utilizan<strong>do</strong> softwares de<br />
design 3D, como o Inventor <strong>da</strong> Autodesk e o SolidWorks. É muito mais rentável<br />
aproveitar de uma prototipagem digital para projetar e construir produtos melhores<br />
em menos tempo. Permite visualizar diferentes protótipos ao mesmo, diminuin<strong>do</strong> o<br />
custo até sua vali<strong>da</strong>ção.<br />
A última fase será destina<strong>da</strong> aos diversos testes no produto, a fim de verificar<br />
sua real eficiência ótica, levan<strong>do</strong> em conta a fonte de alimentação e o<br />
gerenciamento térmico.<br />
3.1 Especifican<strong>do</strong> o LED<br />
A primeira etapa terá uma grande influência sobre as demais. Isto porque o<br />
desenvolvimento <strong>da</strong>s etapas seguintes dependerá <strong>do</strong> tipo <strong>do</strong> LED a ser utiliza<strong>do</strong>.<br />
Entender e comparar o desempenho <strong>do</strong>s LEDs parece ser simples. Basta<br />
conseguir o <strong>da</strong>tasheet, comparar os números <strong>da</strong> luz emiti<strong>da</strong>, eficiência e degra<strong>da</strong>ção<br />
<strong>da</strong> intensi<strong>da</strong>de luminosa, e tomar uma decisão. Infelizmente, qualquer aquisição e<br />
decisão de design basea<strong>do</strong> unicamente em números, especificações <strong>da</strong>s primeiras<br />
páginas, sem nenhuma análise <strong>da</strong> performance <strong>do</strong>s LEDs na aplicação deseja<strong>da</strong><br />
sob as condições de operação, pode levar a resulta<strong>do</strong>s insatisfatórios, caros<br />
retrabalhos e riscos comerciais significativos. Por esta razão <strong>do</strong>is modelos de LEDs<br />
serão testa<strong>do</strong>s, para posterior avaliação e decisão.<br />
Realmente, a expectativa acerca <strong>do</strong> potencial <strong>do</strong>s LEDs de alta potência<br />
revolucionou a indústria de iluminação e tem si<strong>do</strong> encara<strong>do</strong> com ceticismo por<br />
alguns projetistas e arquitetos. Isto se deve ao fracasso <strong>do</strong>s primeiros projetos<br />
luminotécnicos desenvolvi<strong>do</strong>s com semicondutores. Em muitos casos, existem<br />
suposições de que o desempenho <strong>do</strong> LED em uma luminária será a mesma <strong>da</strong><br />
especifica<strong>da</strong> no <strong>da</strong>tasheet. De fato, isto nunca será o caso e as especificações<br />
descritas pelo fabricante não serão as mesmas <strong>da</strong>quelas encontra<strong>da</strong>s durante<br />
aplicação em um ambiente completamente diferente. Não há alternativa para o<br />
fabricante de equipamentos para iluminação além de uma análise rigorosa <strong>do</strong>s<br />
<strong>da</strong><strong>do</strong>s relevantes <strong>do</strong> <strong>da</strong>tasheet. Esta análise não revelará o real desempenho e a<br />
24
vi<strong>da</strong> útil <strong>do</strong>s LEDs sob as condições em que o equipamento será submeti<strong>do</strong> durante<br />
seu funcionamento. Por esta razão vários testes deverão ser realiza<strong>do</strong>s.<br />
Para se diferenciar <strong>do</strong>s produtos existentes no merca<strong>do</strong> os LEDs serão de 5 a<br />
8 W, <strong>do</strong>s fabricantes OSRAM e PHILIPS, como segue nos parágrafos seguintes.<br />
Portanto os módulos serão monta<strong>do</strong>s com poucos LEDs de alta eficiência, para que<br />
o custo de produção se torne mais barato assim como o de futuras manutenções.<br />
Em pesquisa com distribui<strong>do</strong>res <strong>do</strong> fabricante OSRAM, decidiu-se testar os<br />
LEDs <strong>da</strong> família DRAGON. Especificamente o LED Diamond Dragon com<br />
encapsulamento SMD preto, que permite um maior contraste (Figura 18). Este foi<br />
lança<strong>do</strong> no começo de 2008.<br />
Figura 18 – LED Diamond Dragon<br />
Fonte: OSRAM Opto Semiconductors (2008)<br />
O semicondutor consiste de um chip de 2 mm² com a tecnologia de filmes<br />
finos ThinGaN ® <strong>da</strong> OSRAM semicondutores. A Figura 19 mostra as partes <strong>do</strong> LED.<br />
Observar a presença <strong>do</strong> dio<strong>do</strong> protetor contra descargas eletrostáticas ou picos de<br />
tensão acima de 2 kV. Em alguns modelos é impossível incorporar este dio<strong>do</strong> ESD<br />
devi<strong>do</strong> a restrições no espaço.<br />
Figura 19 – Construção Interna <strong>do</strong> Diamond Dragon<br />
Fonte: Os Autores (2009), A<strong>da</strong>ptação de OSRAM Opto Semiconductors (2008)<br />
25
Alguns fabricantes não utilizam dio<strong>do</strong>s ESD em seus LEDs, sen<strong>do</strong> que a<br />
proteção pode ser feita colocan<strong>do</strong> um dio<strong>do</strong> Zener em paralelo à carreira de LEDs,<br />
lembran<strong>do</strong> que este mecanismo deve atuar antes que o pulso cause algum defeito<br />
aos LEDs. Normalmente o perío<strong>do</strong> <strong>do</strong> pulso é menor que 100 ns.<br />
A Tabela 4 representa as principais especificações <strong>do</strong> LED Diamond Dragon<br />
LCW W5AP. As definições óticas e térmicas não foram totalmente descritas, pois<br />
serão mais bem analisa<strong>da</strong>s nas seções seguintes. Note que por padronização de<br />
fabricantes as uni<strong>da</strong>des para medir temperatura de cor e quanti<strong>da</strong>de de calor são<br />
diferentes.<br />
Tabela 4 – Especificações <strong>do</strong> LED OSRAM<br />
Fonte: Os Autores (2009), A<strong>da</strong>ptação de OSRAM Opto Semiconductors (2008)<br />
Parâmetro Símbolo Valor Uni<strong>da</strong>de<br />
Fluxo Luminoso ΦV 150 - 180 lm<br />
Eficiência Óptica ηOPT 41 lm / W<br />
Temperatura de Cor T 2500 - 4800 K<br />
Corrente IF 0,2 – 2,0 A<br />
Tensão VF 2,9 – 4,3 V<br />
Temperatura de Junção TJ 160 °C<br />
Resistência Térmica Rθ 2,5 °C / W<br />
Fator de Depreciação<br />
I F = 1,4 A e T J = 150 °C<br />
L70 50.000 h<br />
Outro LED pesquisa<strong>do</strong> foi <strong>da</strong> marca Philips, Após sugestão <strong>do</strong> fornece<strong>do</strong>r<br />
internacional foi adquiri<strong>do</strong> o LED K2 com TFFC, pertencente a família Luxeon. Este<br />
componente apresenta maior eficiência ótica compara<strong>do</strong> ao Diamond Dragon<br />
(Figura 18). Este LED K2 com TFFC é um aprimoramento <strong>do</strong> primeiro K2, e teve seu<br />
lançamento no final de 2007.<br />
26
Utiliza a tecnologia de filmes finos Thin Film Flip Chip TFFC ® , registra<strong>da</strong> pela<br />
Philips, e é constituí<strong>do</strong> de Nitreto de Gálio-Índio Gálio Índio (InGaN) em uma área de 1 mm². O<br />
encapsulamento é semelhante ao Diamond, observa<strong>do</strong> na Figura 21, , assim como as<br />
especificações técnicas na Tabela 5.<br />
Figura 20 – LED Luxeon K2 com TFFC<br />
Fonte: Philips Lumileds (2009)<br />
Figura 21 - Construção Interna <strong>do</strong> Luxeon K2<br />
Fonte: Os Autores (2009), A<strong>da</strong>ptação de Philips Lumileds (2009)<br />
Quan<strong>do</strong> to<strong>da</strong>s as as condições condições de operação são leva<strong>da</strong>s em conta, por exemplo,<br />
uma fonte de de corrente corrente para estas aplicações que necessitam alto brilho, a a real<br />
temperatura que o o equipamento irá irá operar, operar, e adequação a to<strong>do</strong>s os rrequisitos<br />
r<br />
referentes à depreciação depreciação <strong>do</strong>s lumens, lumens, a luz realmente emiti<strong>da</strong> e a comparação entre<br />
diferentes marcas marcas de LED, LED, mostram que que o <strong>da</strong>tasheet é muito diferente diferente <strong>da</strong> reali<strong>da</strong>de.<br />
reali<strong>da</strong>de.<br />
Somente através de uma uma boa boa análise análise <strong>do</strong> <strong>do</strong> desempenho desempenho <strong>do</strong> LED sob as condições de<br />
trabalho, ho, pode levar a a uma boa boa decisão de escolha. Iluminação por esta<strong>do</strong>-sóli<strong>do</strong> esta<strong>do</strong><br />
é<br />
uma recente recente e crescente indústria, indústria, as as inovações são são constantemente constantemente introduzi<strong>da</strong>s<br />
introduzi<strong>da</strong>s<br />
para melhorar o desempenho e ter produ produtos tos ca<strong>da</strong> vez mais competitivos. Estes<br />
LEDs podem ser considera considera<strong>do</strong>s ecologicamente corretos, pois estão de acor<strong>do</strong> com<br />
as diretrizes RoHS, não ão conten<strong>do</strong> cont chumbo ou outras substâncias perigosas.<br />
27
Tabela 5 – Especificações <strong>do</strong> LED Philips<br />
Fonte: Os Autores (2009), A<strong>da</strong>ptação de Philips Lumileds (2009)<br />
Parâmetro Símbolo Valor Uni<strong>da</strong>de<br />
Fluxo Luminoso Φ V 275 lm<br />
Eficiência Óptica η OPT 60 lm / W<br />
Temperatura de Cor T 3500 - 4500 K<br />
Corrente IF 0,35 - 1,5 A<br />
Tensão VF 3,03 - 4,71 V<br />
Temperatura de Junção TJ 150 °C<br />
Resistência Térmica Rθ 5,5 °C / W<br />
Fator de Depreciação<br />
IF = 1,5 A e TJ = 150 °C<br />
L70 10.000 h<br />
Portanto são múltiplos e complexos fatores que determinam a escolha <strong>do</strong> LED<br />
entre marcas diferentes. O projetista deve saber como melhor encontrar e usar as<br />
informações, para obter o seu maior desempenho. Por esta razão a decisão de qual<br />
LED será utiliza<strong>do</strong> virá na etapa seguinte, após avaliação <strong>do</strong> melhor desempenho<br />
dentro <strong>do</strong>s objetivos <strong>do</strong> projeto. Será avalia<strong>da</strong> também a segun<strong>da</strong> ótica necessária<br />
para atender os requisitos de projeto.<br />
3.2 Definições Óticas<br />
Os LEDs são conheci<strong>do</strong>s por sua grande eficiência luminosa, medi<strong>da</strong> como<br />
lumen (lm) por watt (W). De acor<strong>do</strong> com Quata Ocano, <strong>da</strong> empresa californiana<br />
LedEngin, a avaliação <strong>do</strong> desempenho não deve levar em conta unicamente este<br />
parâmetro. Em aplicações que exigem concentração de luz, os projetistas precisam<br />
desenvolver módulos que maximizem a luz entregue ao campo operatório, além <strong>do</strong><br />
valor lm/W. Os <strong>do</strong>is parâmetros mais importantes a considerar quan<strong>do</strong> se trabalha<br />
com luz direcional são: primeiramente, a quanti<strong>da</strong>de de luz que chega a área<br />
seleciona<strong>da</strong> e, em segun<strong>do</strong> lugar, a quali<strong>da</strong>de desta luz. Como menciona<strong>do</strong> no<br />
capítulo 2, a quali<strong>da</strong>de esta diretamente liga<strong>da</strong> ao índice de reprodução de cor e a<br />
temperatura de cor.<br />
28
Atualmente o CCT emprega<strong>do</strong> em focos cirúrgicos com LED esta na faixa de<br />
3500K (branco quente) até 5000K (branco frio). Utilizan<strong>do</strong> LEDs como o <strong>da</strong> Figura<br />
12, ou fixan<strong>do</strong> LEDs de diferentes temperaturas de cor, alguns fabricantes<br />
conseguem disponibilizar a troca imediata <strong>do</strong> CCT. Observe na Figura 22 o efeito<br />
sobre a área ilumina<strong>da</strong>, essencial para diferenciação em áreas com diferentes<br />
teci<strong>do</strong>s e com pouco ou muito fluxo sanguíneo. A luz com alto CCT pode melhorar a<br />
concentração, por exemplo, reduzin<strong>do</strong> a fadiga durante operações noturnas.<br />
Figura 22 - Efeitos <strong>da</strong> temperatura de cor durante cirurgia<br />
Fonte: Trumpf Medizini Systeme (2006)<br />
A Figura 23 exemplifica como a temperatura de cor atua na porcentagem de<br />
visualização <strong>da</strong> luz vermelha. Em 3500K a reprodução <strong>do</strong> vermelho é bem<br />
acentua<strong>da</strong>, diminuin<strong>do</strong> à medi<strong>da</strong> que a temperatura de cor aumenta.<br />
Figura 23 - Controle <strong>da</strong> luz vermelha emiti<strong>da</strong><br />
Fonte: Os Autores (2009), A<strong>da</strong>ptação de Bran<strong>do</strong>n Medical (2007)<br />
A sensibili<strong>da</strong>de média <strong>do</strong> olho humano é compatível com o espectro emiti<strong>do</strong><br />
pelo LED. A Figura mostra a curva ótica padrão <strong>do</strong> olho humano proposta pela CIE<br />
em comparação com o espectro emiti<strong>do</strong> pelo LED Diamond Dragon. Nota-se que o<br />
29
olho humano não responde igualmente a to<strong>do</strong>s os comprimentos de on<strong>da</strong> <strong>da</strong> faixa<br />
visível <strong>do</strong> espectro luminoso.<br />
A forma com que os pc-LEDs são cria<strong>do</strong>s, luz azul adiciona<strong>da</strong> a luz amarela,<br />
demonstra que o olho humano detecta esta mistura como branco. Por este motivo o<br />
espectro emiti<strong>do</strong> não pode ser descrito como uma on<strong>da</strong> única, sen<strong>do</strong> que existem<br />
<strong>do</strong>is picos, como demonstra a Figura 24. O comprimento de on<strong>da</strong> <strong>do</strong> espectro<br />
emiti<strong>do</strong> pelo LED (entre 400 nm e 800 nm) demonstra que não há emissão de UV e<br />
IF.<br />
Figura 24 - Espectro visível compara<strong>do</strong> ao espectro emiti<strong>do</strong> pelo LED<br />
Fonte: Os Autores (2009), A<strong>da</strong>ptação de OSRAM Opto Semiconductors (2008)<br />
O modelo específico Diamond Dragon possui temperatura de cor máxima de<br />
4800K, e encontra-se no grupo 4J conforme o gráfico <strong>da</strong> Figura 25. Uma visão geral<br />
de temperaturas de cor para os LEDs <strong>da</strong> OSRAM é <strong>da</strong><strong>da</strong> no Anexo B.<br />
30
3.2.1 Lentes e Refletores<br />
Figura 25 - Temperaturas de cor para o LED OSRAM Diamond Dragon<br />
Fonte: OSRAM Opto Semiconductors (2008)<br />
As fontes de luz comumente utiliza<strong>da</strong>s emitem luz em to<strong>da</strong>s as direções, já o<br />
LED possui a vantagem de ser direcionável. Utilizan<strong>do</strong> uma lente de silicone fixa<strong>da</strong><br />
ao encapsulamento, pode-se definir o ângulo de emissão. Para o LED Diamond<br />
Dragon este ângulo é de 140°, na Figura 26 há uma comparação com a intensi<strong>da</strong>de<br />
relativa. Contu<strong>do</strong> o valor ain<strong>da</strong> é alto, e não permite definir uma área ilumina<strong>da</strong>. O<br />
modelo de emissão pode ser considera<strong>do</strong> como Lambertiano, pois dispersa a luz<br />
igualmente em to<strong>da</strong>s as direções.<br />
Figura 26 – Gráfico cartesiano/polar plota<strong>do</strong> usan<strong>do</strong> o LED Diamod Dragon<br />
Fonte: OSRAM Opto Semiconductors (2008)<br />
31
Quan<strong>do</strong> determina<strong>da</strong> aplicação requer um ângulo ain<strong>da</strong> menor, a solução é<br />
acoplar uma lente ou refletor ao LED, reduzin<strong>do</strong> o ângulo de visão para um valor<br />
adequa<strong>do</strong>. Estes são conheci<strong>do</strong>s como segun<strong>da</strong> ótica, e possuem per<strong>da</strong>s por<br />
reflexão e refração muito baixas, forman<strong>do</strong> um campo ilumina<strong>do</strong> mais defini<strong>do</strong>.<br />
Como é impossível criar um campo totalmente homogêneo, é de grande importância<br />
definir uma margem de erro para a área ilumina<strong>da</strong> já nas primeiras etapas <strong>do</strong><br />
projeto.<br />
Existem muitos fabricantes de lentes e refletores mun<strong>do</strong> afora. Ca<strong>da</strong> um deles<br />
fabrica e projeta a lente para um LED específico em grandes quanti<strong>da</strong>des, já que o<br />
desenvolvimento próprio é muito caro e pouco vantajoso. Por esta razão uma lente<br />
pode ser usa<strong>da</strong> unicamente com um tipo de LED, semelhante a um sistema chave-<br />
fechadura. A escolha <strong>da</strong> lente ou refletor estará direciona<strong>da</strong> para a eficiência,<br />
repetibili<strong>da</strong>de, consistência com as informações <strong>do</strong> <strong>da</strong>tasheet e problemas de<br />
instalação. Em primeiro momento, esta tarefa parece muito simples, contu<strong>do</strong>,<br />
quan<strong>do</strong> é posto em prática, muitos problemas podem aparecer.<br />
Os materiais mais comuns em lentes são o PMMA (polimetil-metacrilato),<br />
PMMI (polipirometilimi<strong>da</strong>), PC (policarbonato) ou silicones especiais, sen<strong>do</strong> que o<br />
refletor recebe um espelhamento em alumínio. Estes materiais já foram<br />
extremamente analisa<strong>do</strong>s e testa<strong>do</strong>s para garantir uma longa vi<strong>da</strong> útil, de maneira<br />
que sua eficiência não se comprometa num perío<strong>do</strong> de dez até mais de vinte anos<br />
de uso contínuo. O material de que é feito a segun<strong>da</strong> ótica é um requisito muito<br />
importante para a especificação <strong>da</strong> mesma. Muitas escolhas levam em conta apenas<br />
duas informações, primeiramente os <strong>da</strong><strong>do</strong>s teóricos e logo após o custo <strong>da</strong> peça.<br />
Como será descrito somente uma análise prática irá revelar seu real desempenho.<br />
Já o baixo custo pode estar relaciona<strong>do</strong> a materiais de má quali<strong>da</strong>de, como o PS<br />
(poliestireno) e SAN (estireno acrilonitrila), um pobre processo de tratamento e um<br />
rápi<strong>do</strong> modelamento <strong>da</strong> peça. Freqüentemente este baixo custo tende a se tornar<br />
alto com o passar <strong>do</strong> tempo, quan<strong>do</strong> as lentes ficam amarela<strong>da</strong>s, esbranquiça<strong>da</strong> ou<br />
o refletor fica opaco, mu<strong>da</strong>n<strong>do</strong> a aparência <strong>da</strong> luz emiti<strong>da</strong> drasticamente.<br />
Ao fim deste capítulo será defini<strong>da</strong> a melhor ótica para a luminária, após<br />
testes em diferentes lentes e refletores com ângulos de visão estreitos (ver Figura<br />
27), aplican<strong>do</strong> ao LED a mesma corrente. As marcas testa<strong>da</strong>s serão Ledil, Carclo<br />
Optics, IMS, Khatod e Polymer Optics.<br />
32
Figura 27 - Lentes e Refletores testa<strong>do</strong>s<br />
Fonte: Os Autores (2009)<br />
O parâmetro que define a mais adequa<strong>da</strong> lente ou refletor para ca<strong>da</strong> caso é<br />
conheci<strong>do</strong> como Largura a Meia Altura, mais conheci<strong>da</strong> como FWHM (<strong>do</strong> inglês Full<br />
Width at Half Maximum). Um processo semelhante ao menciona<strong>do</strong> no capítulo 2,<br />
para especificar o diâmetro <strong>do</strong> campo ilumina<strong>do</strong> nos focos cirúrgicos. Segun<strong>do</strong> o<br />
<strong>do</strong>cumento Federal Stan<strong>da</strong>rt 1037C publica<strong>do</strong> pelo Institute for Telecommunication<br />
Science, esta largura é <strong>da</strong><strong>da</strong> pela diferença entre <strong>do</strong>is valores extremos de uma<br />
variável independente no qual a variável dependente atinge metade de seu valor<br />
máximo, em outras palavras, é a separação angular entre as direções, na qual a<br />
intensi<strong>da</strong>de cai pela metade de seu valor total. Melhor observa<strong>do</strong> na Figura 28. Este<br />
parâmetro será muito importante para o cálculo <strong>do</strong> campo ilumina<strong>do</strong> e para escolha<br />
<strong>da</strong>s lentes e refletores.<br />
Figura 28 – Definição <strong>do</strong> ângulo FWHM<br />
Fonte: Os Autores (2009), A<strong>da</strong>ptação de Arne Nordmann (2007)<br />
33
Quan<strong>do</strong> a distribuição <strong>da</strong> luz possui um ângulo muito estreito, muitas<br />
empresas utilizam outro parâmetro para especificar a segun<strong>da</strong> ótica. De acor<strong>do</strong> com<br />
Gui<strong>do</strong> Campadelli, <strong>da</strong> empresa Fraen, este parâmetro é representa<strong>do</strong> por FW10%M,<br />
e representa o ponto em que a iluminância chega a 10% de seu valor total. Segun<strong>do</strong><br />
Tomi Kuntze, <strong>da</strong> empresa Ledil, uma boa especificação considera estes <strong>do</strong>is<br />
valores, pois somente o FWHM pode ser ambíguo e levar a má interpretação por<br />
parte <strong>do</strong> projetista. Para exemplificar, é proposto uma comparação de duas lentes<br />
imaginárias, A e B, representa<strong>da</strong>s pela Figura 29. A lente A (azul) possui um ângulo<br />
FW10%M muito largo e FWHM de ±5°, por conseguinte a lente B (vermelho) possui<br />
um ângulo FW10%M muito estreito e FWHM de ±5°. Portanto estas duas lentes<br />
possuem o mesmo ângulo FWHM. Sobrepon<strong>do</strong> estas duas curvas absolutas, nota-<br />
se que a lente B tem uma iluminância 5 vezes maior que a <strong>da</strong> lente A, mas continua<br />
com o mesmo valor FWHM. Por esta razão, especificar uma lente ou refletor<br />
somente pelo ângulo FWHM, não leva em conta a real distribuição <strong>da</strong> luz na área<br />
especifica<strong>da</strong>. Mais parâmetros devem ser observa<strong>do</strong>s, sen<strong>do</strong> que, o valor de 10%<br />
<strong>da</strong> intensi<strong>da</strong>de fornece juntamente com o FWHM uma boa estimativa de como a luz<br />
será emiti<strong>da</strong>.<br />
Figura 29 – Comparação entre duas lentes de mesmo FWHM<br />
Fonte: Os Autores (2009), A<strong>da</strong>ptação de Ledil Oy (2009)<br />
Um complexo estu<strong>do</strong> deve ser feito para desenvolver uma lente ou refletor<br />
para um LED, de maneira que os raios emiti<strong>do</strong>s sejam concentra<strong>do</strong>s dentro <strong>do</strong><br />
ângulo FWHM. Uma lente ideal emite to<strong>da</strong> a luz sem per<strong>da</strong>s por reflexão ou<br />
refração, conforme Figura 30.<br />
34
Figura 30 – Representação de uma lente ideal sem per<strong>da</strong>s<br />
Fonte: Carclo Optics (2009) e Ledil Oy (2008)<br />
To<strong>do</strong> este processo obedece ao princípio de Reflexão Interna Total, no qual<br />
to<strong>da</strong> a luz emiti<strong>da</strong> é refleti<strong>da</strong> na lente e direciona<strong>da</strong> para fora dela, neste momento<br />
não há refrações. Este fenômeno só ocorre se o índice de refração <strong>da</strong> lente for maior<br />
que o índice <strong>do</strong> ar, de acor<strong>do</strong> com a Figura 31.<br />
Figura 31 – Representação <strong>da</strong> Reflexão Interna Total<br />
Fonte: Os Autores (2009)<br />
Por esta razão uma boa eficiência <strong>da</strong> lente é essencial. A Figura 32<br />
representa fotografias de uma lente durante ensaio, note que na foto <strong>da</strong> direita o<br />
suporte <strong>da</strong> lente foi retira<strong>do</strong> somente para uma melhor visualização.<br />
Figura 32 - Lentes durante ensaio<br />
Fonte: Os Autores (2009)<br />
35
Uma montagem erra<strong>da</strong> <strong>do</strong> sistema, Figura 33, pode comprometer o<br />
desempenho <strong>da</strong> luz emiti<strong>da</strong> e distorcer o campo ilumina<strong>do</strong>.<br />
Figura 33 – Sistema placa, LED, suporte e lente<br />
Fonte: Os Autores (2009)<br />
A causa deste erro normalmente se deve a movimentação <strong>da</strong> lente, que pode<br />
ser no máximo cerca de 0,2 mm, acarretan<strong>do</strong> a iluminação irregular <strong>do</strong> campo<br />
(Figura 34). Este é um grande desafio para produção em série, porque além <strong>da</strong>s<br />
irregulari<strong>da</strong>des nas produções de LED, lente e placa, é preciso prever os méto<strong>do</strong>s<br />
de montagem <strong>do</strong> sistema de forma segura e confiável. Na aplicação de focos<br />
cirúrgicos auxiliares móveis este problema é muito maior. Os equipamentos<br />
precisam ser robustos, pois operaram em locais de estresse diário.<br />
Figura 34 – Área ilumina<strong>da</strong> por uma lente mal posiciona<strong>da</strong><br />
Fonte: Intra Lighting d.o.o (2009)<br />
36
3.2.2 Desempenho <strong>da</strong> Segun<strong>da</strong> Ótica<br />
O real desempenho foi verifica<strong>do</strong> toman<strong>do</strong> os devi<strong>do</strong>s cui<strong>da</strong><strong>do</strong>s de fixação e<br />
aplican<strong>do</strong> a mesma corrente de 1,5 A aos LEDs. Os equipamentos necessários para<br />
realização <strong>do</strong> teste foram:<br />
• Fonte de corrente contínua constante ICEL-PS5000; e,<br />
• Luxímetro ICEL-LD550 (posiciona<strong>do</strong> a 1 metro).<br />
A definição <strong>do</strong> LED que será utiliza<strong>do</strong>, assim como <strong>da</strong> lente ou refletor, foi<br />
feita de acor<strong>do</strong> com a Tabela 6, que apresenta os resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s após testes.<br />
Apesar <strong>do</strong> custo e méto<strong>do</strong>s de fixação não estarem presentes, também foram<br />
leva<strong>do</strong>s em consideração.<br />
Tabela 6 – Resulta<strong>do</strong>s de iluminância nas lentes e refletores testa<strong>do</strong>s<br />
Fonte: Os Autores (2009)<br />
Fabricante<br />
Ledil<br />
Ledil<br />
Ledil<br />
IMS<br />
IMS<br />
Modelo<br />
Diâmetro [mm]<br />
Lente<br />
LD1-RS<br />
21,6<br />
Lente<br />
LD1-D<br />
21,6<br />
Refletor<br />
Boom-S C10588<br />
20,0<br />
Refletor<br />
SO20XA<br />
20,5<br />
Refletor<br />
SO27XA<br />
27,5<br />
Fotografia FWHM<br />
Diamond<br />
[lx @ 1 m]<br />
37<br />
Luxeon K2<br />
[lx @ 1 m]<br />
±4° 3240 1350<br />
±7° 2620 1800<br />
±9° 970 2040<br />
±5° 2630 6730<br />
±4° 4250 10270
Khatod<br />
Khatod<br />
Khatod<br />
Khatod<br />
Khatod<br />
Khatod<br />
Khatod<br />
Khatod<br />
Khatod<br />
Khatod<br />
Refletor<br />
KCLP20CR<br />
20,0<br />
Lente<br />
KEPL19906<br />
22,0<br />
Lente<br />
PL27106<br />
26,8<br />
Lente<br />
PL527106<br />
26,8<br />
Lente<br />
KEPL3506<br />
35,0<br />
Lente<br />
PL526806<br />
26,8<br />
Lente<br />
PL115406<br />
19,7<br />
Lente<br />
PL26806<br />
26,8<br />
Lente<br />
PL02706<br />
24,8<br />
Lente<br />
PL119906<br />
35,0<br />
±3° 950 4550<br />
±5° 1170 4700<br />
±5° 2420 5010<br />
±5° 1390 1560<br />
±5° 2410 2910<br />
±5° 1440 1570<br />
±5° 1050 3740<br />
±5° 2260 4980<br />
±5° 1570 3600<br />
±5° 3520 7270<br />
38
Khatod<br />
Khatod<br />
Carclo<br />
Carclo<br />
Polymer<br />
Optics<br />
Lente<br />
PL25606<br />
35,0<br />
Lente<br />
PL26606<br />
26,8<br />
Lente<br />
10003<br />
20,0<br />
Lente<br />
10193<br />
20,0<br />
Lente<br />
120<br />
10,0<br />
±5° 2700 7380<br />
±5° 2250 8190<br />
±3,9° 950 2410<br />
±4,1° 2280 5330<br />
±6° 1240 1060<br />
Os resulta<strong>do</strong>s demonstram que o LED Luxeon K2 tem uma eficiência maior<br />
compara<strong>do</strong> ao LED Diamond Dragon, até mesmo quan<strong>do</strong> utiliza<strong>do</strong> com lentes<br />
especificas para o LED OSRAM. Pela análise <strong>do</strong>s <strong>da</strong><strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s e pelo visual <strong>da</strong> luz<br />
emiti<strong>da</strong>, comprova-se que o refletor IMS SO27XA possui a melhor concentração <strong>da</strong><br />
luz a 1m, quan<strong>do</strong> utiliza<strong>do</strong> com o LED K2 fornece cerca de 10270 lx, que é 115<br />
vezes maior que a medi<strong>da</strong> <strong>do</strong> LED sem lentes ou refletores. A boa concentração <strong>da</strong><br />
luz foi alcança<strong>da</strong> após modificações na estrutura <strong>do</strong> refletor, o que tornou o uso<br />
inviável devi<strong>do</strong> a dificul<strong>da</strong>des na fixação. A luz emiti<strong>da</strong> diretamente aos olhos <strong>do</strong><br />
usuário é outro impedimento, uma vez que é possível enxergar o chip <strong>do</strong> LED<br />
diretamente. Esta é a forma direta de emissão, que ain<strong>da</strong> pode ser semi-direta e<br />
indireta, como exemplifica<strong>da</strong> pela Figura 35.<br />
Figura 35 - Opções de arranjo <strong>do</strong> LED e <strong>do</strong> refletor<br />
Fonte: Os Autores (2009), A<strong>da</strong>ptação de Andreas Bielawny (2009)<br />
39
Para comprovar o pensamento de que lentes maiores têm melhor eficiência,<br />
foram analisa<strong>da</strong>s lentes e refletores com diâmetros varian<strong>do</strong> de 10 até 35 mm. A<br />
maioria <strong>da</strong>s aplicações são resolvi<strong>da</strong>s com lentes de 21 mm, mas quan<strong>do</strong> se deseja<br />
uma grande concentração <strong>da</strong> luz, tipicamente com FWHM de 3 a 4 graus, uma lente<br />
de 26 ou 30 mm apresenta melhores resulta<strong>do</strong>s (Figura 36). Mas entende-se que<br />
lentes maiores geralmente são mais caras e em muitas aplicações são restritas<br />
pelas dimensões <strong>da</strong> luminária.<br />
Figura 36 - Impacto <strong>do</strong> diâmetro <strong>da</strong> lente<br />
Fonte: Os Autores (2009), A<strong>da</strong>ptação de Ledil Oy (2009)<br />
A boa eficiência na concentração pode ser verifica<strong>da</strong> pelo resulta<strong>do</strong> <strong>da</strong>s<br />
lentes Khatod PL26606, PL119906 e PL25606, que possuem diâmetros de 26,8 mm,<br />
35 mm e 35 mm respectivamente. O refletor IMS SO27XA também possui um<br />
tamanho maior com diâmetro de 27,5mm.<br />
Desta forma a segun<strong>da</strong> opção seria utilizar a lente PL26606 juntamente com o<br />
LED K2, contu<strong>do</strong> o fabricante Philips irá retirar o LED Luxeon K2 de linha no ano de<br />
2010 e irá concentrar to<strong>da</strong> a produção para o LED Luxeon Rebel de 1W (Figura 37).<br />
Figura 37 - LED Philips Luxeon Rebel<br />
Fonte: Philips Lumileds (2009)<br />
40
Em conseqüência destes fatos o projeto teve sequência montan<strong>do</strong> um<br />
sistema com o LED Diamond Dragon <strong>da</strong> OSRAM e a lente Ledil LD1-RS, feita de<br />
PMMA. O FWHM e o valor de 10% podem ser visualiza<strong>do</strong>s no gráfico <strong>da</strong> intensi<strong>da</strong>de<br />
relativa <strong>da</strong> Figura 38.<br />
Figura 38 - Gráfico <strong>da</strong> Intensi<strong>da</strong>de Relativa<br />
Fonte: Ledil Oy (2009)<br />
Do ponto de vista ótico uma lente sempre será a melhor opção, pois o feixe<br />
de luz pode ser muito bem controla<strong>do</strong>. A eficiência de uma lente é muito alta, no<br />
caso <strong>da</strong> LD1-RS maior que 90%, para a maioria <strong>da</strong>s aplicações. Nos refletores é<br />
possível uma reflexão de 90%, porém o controle <strong>da</strong> luz emiti<strong>da</strong> é menos eficiente.<br />
Quan<strong>do</strong> a fonte de luz é muito grande ou se deseja uma grande concentração <strong>da</strong> luz<br />
é preferível utilizar refletores, já que produzir grandes lentes não se torna viável.<br />
Diante <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s nesta etapa verifica-se que existem muitos<br />
problemas durante analise de lentes e refletores para LEDs de alta potência. O<br />
grande problema é com certeza a escolha <strong>da</strong> lente. Fica evidencia<strong>do</strong> que diferentes<br />
fabricantes têm lentes com diferentes quali<strong>da</strong>des para diferentes LEDs e diferentes<br />
ângulos de emissão. Um mesmo fabricante pode ter uma lente boa e outra ruim.<br />
Portanto é difícil dizer um fabricante que possua as melhores lentes, sen<strong>do</strong> que é<br />
preciso testar ca<strong>da</strong> uma delas para encontrar a mais adequa<strong>da</strong>. Ter objetivos bem<br />
defini<strong>do</strong>s, como intensi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> luz e campo ilumina<strong>do</strong> são primordiais para definição<br />
<strong>da</strong> melhor ótica a ser usa<strong>da</strong>.<br />
41
3.3 Gerenciamento Térmico<br />
To<strong>da</strong>s as fontes de luz convertem energia elétrica em luz e calor em várias<br />
proporções. Lâmpa<strong>da</strong>s incandescentes emitem principalmente IR, com uma<br />
pequena quantia de luz visível. Fontes como lâmpa<strong>da</strong>s fluorescentes e vapor<br />
metálico convertem uma proporção maior de energia em luz, mas também emitem<br />
IR, UV, e conseqüentemente calor. Os LEDs geram pequena ou nenhuma quantia<br />
de IR e UV, mas convertem somente 15% a 25% <strong>da</strong> energia em luz visível, o<br />
restante deve ser conduzi<strong>do</strong> para um dissipa<strong>do</strong>r de calor. Uma comparação com a<br />
lâmpa<strong>da</strong> incandescente é feita na Figura 39.<br />
Figura 39 - Desafios <strong>do</strong> gerenciamento térmico em LEDs<br />
Fonte: Os Autores (2009), A<strong>da</strong>ptação de OSRAM Opto Semiconductors (2008)<br />
A Tabela 7 abaixo mostra as diferentes proporções em que a energia total é<br />
transforma<strong>da</strong>, para vários tipos de fontes de luz branca.<br />
A temperatura tem um impacto direto na performance elétrica e ótica <strong>do</strong>s<br />
LEDs, assim como em to<strong>do</strong>s os produtos que utilizam semicondutores. Esta é a<br />
razão de pensar primeiramente na parte Térmica e depois na Eletrônica, pois é a<br />
grande chave para uma luminária de sucesso. Um bom gerenciamento de calor<br />
começa pela escolha <strong>do</strong> dissipa<strong>do</strong>r, que muitas vezes inclui o gabinete como fator<br />
dissipativo.<br />
42
Tabela 7 – Proporção de energia converti<strong>da</strong> para fontes de luz branca<br />
† IESNA Handbook ‡ Osram Sylvania ✻ Depende <strong>da</strong> eficiência <strong>do</strong> LED. Da<strong>do</strong>s de Março de 2006.<br />
Fonte: Os Autores (2009), A<strong>da</strong>ptação <strong>do</strong> Departamento de Energia <strong>do</strong>s Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s (2007)<br />
Incandescente†<br />
(60W)<br />
Fluorescente†<br />
(Típico linear CW)<br />
Vapor<br />
Metálico‡<br />
43<br />
LED✻<br />
Luz Visível 8% 21% 27% 15-25%<br />
IR 73% 37% 17% ~ 0%<br />
UV 0% 0% 19% 0%<br />
Energia Total Irradia<strong>da</strong> 81% 58% 63% 15-25%<br />
Calor (Condução +<br />
Convecção)<br />
19% 42% 37% 75-85%<br />
Total 100% 100% 100% 100%<br />
Os módulos geralmente possuem muitos LEDs, os quais resultam em<br />
grandes níveis de potência a ser dissipa<strong>da</strong>. Eles são muito sensíveis a temperatura,<br />
operá-los com calor em excesso traz conseqüências a curto e a longo prazo. Em<br />
curto prazo ocorre mu<strong>da</strong>nça na temperatura de cor e redução <strong>da</strong> luz emiti<strong>da</strong>, já em<br />
longo prazo os efeitos são irreversíveis, como aceleração <strong>da</strong> depreciação de lumens<br />
e redução <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> útil.<br />
O grande desafio em um gerenciamento de temperatura em lâmpa<strong>da</strong>s de<br />
LED é manter uma temperatura específica. A vi<strong>da</strong> útil <strong>do</strong> LED esta diretamente<br />
liga<strong>da</strong> a Temperatura de Junção (Tj <strong>do</strong> inglês Junction Temperature). Esta<br />
temperatura refere-se à junção pn <strong>do</strong> semicondutor. Esta não pode ser medi<strong>da</strong>, pois<br />
é interna ao encapsulamento, mas pode ser calcula<strong>da</strong> teoricamente pela resistência<br />
térmica <strong>do</strong>s materiais, como será feito mais adiante. O gráfico <strong>da</strong> Figura 40 mostra a<br />
vi<strong>da</strong> útil para quatro valores de corrente, com referência a temperatura de junção,<br />
para o LED Diamond Dragon <strong>da</strong> OSRAM.
Figura 40 - Vi<strong>da</strong> útil de acor<strong>do</strong> com a corrente e temperatura<br />
Fonte: Os Autores (2009), A<strong>da</strong>ptação de OSRAM Opto Semiconductors (2009)<br />
Por exemplo, para que o LED Diamond Dragon opera<strong>do</strong> com 2A tenha uma<br />
vi<strong>da</strong> útil de 60kh, é necessário que a temperatura no ponto de sol<strong>da</strong> não ultrapasse<br />
100°C e com isso a máxima temperatura de junção será de 120°C.<br />
A temperatura que pode ser medi<strong>da</strong> e é considera<strong>da</strong> como referência, é a<br />
temperatura <strong>da</strong> Placa (TB <strong>do</strong> inglês Board Temperature). Esta Placa é conheci<strong>da</strong><br />
como MCPCB (<strong>do</strong> inglês Metal Core Printed Circuit Board) que é provavelmente a<br />
maneira mais conveniente de design quan<strong>do</strong> se leva em conta as questões térmicas.<br />
Estas são placas de circuito impresso construí<strong>da</strong>s com um núcleo metálico e<br />
isolantes elétricos em ambas as faces deste núcleo. O núcleo pode ser de aço,<br />
alumínio, cobre ou um lamina<strong>do</strong> de metal (normalmente cobre/Invar/cobre ou<br />
alumínio/tungstênio/cobre) como demonstra a Figura 41.<br />
Figura 41 - Modelo <strong>da</strong> placa de metal core<br />
Fonte: Os Autores (2009), A<strong>da</strong>ptação de OSRAM Opto Semiconductors (2008)<br />
Como o LED Diamond Dragon não possuía placas no merca<strong>do</strong>, um layout<br />
específico teve de ser desenvolvi<strong>do</strong> (ver Figura 42). Esta placa de Metal Core tem<br />
44
um custo muito eleva<strong>do</strong> para pequenas quanti<strong>da</strong>des, uma vez que comprar 10 ou<br />
100 placas terá aproxima<strong>da</strong>mente o mesmo custo.<br />
Figura 42 – Desenvolvimento <strong>da</strong> Placa de Metal Core<br />
Fonte: Os Autores (2009)<br />
Esta tem uma grande importância no sistema, pois além de facilitar a<br />
montagem <strong>do</strong> LED, isola o mesmo <strong>do</strong> dissipa<strong>do</strong>r evitan<strong>do</strong> correntes de fuga. A<br />
Tabela 8 representa as principais características <strong>do</strong> dielétrico nesta placa.<br />
Tabela 8 – Características <strong>do</strong> dielétrico nas placas de Metal Core<br />
Fonte: Os Autores (2009), A<strong>da</strong>ptação de Micropress S. A. (2009)<br />
Proprie<strong>da</strong>des Uni<strong>da</strong>de Valor<br />
<strong>Elétrica</strong>s<br />
Constante Dielétrica @ 1 MHz --- 4,5<br />
Fator de Dissipação @ 1 MHz --- 0,019<br />
Resistivi<strong>da</strong>de superficial<br />
Rigidez <strong>Elétrica</strong><br />
Ruptura Dielétrica<br />
Calor Especifico<br />
Condutivi<strong>da</strong>de térmica<br />
Térmicas<br />
Temperatura de operação continua<br />
Uma boa transferência de calor depende de uma boa interface de contato<br />
entre o dispositivo gera<strong>do</strong>r de calor e o meio de transferência de calor. Acontece que<br />
MΩ<br />
V/mil<br />
kV<br />
Kj/Kg °C<br />
W/m °C<br />
°C<br />
10 8<br />
1000<br />
>35<br />
1,25<br />
0,60<br />
130<br />
45
mesmo as superfícies aparentemente lisas e bem acaba<strong>da</strong>s apresentam, em nível<br />
microscópico, minúsculas “montanhas” e “vales”. Ao serem encosta<strong>da</strong>s as<br />
superfícies, o contato físico ocorre apenas entre os pontos mais eleva<strong>do</strong>s, fican<strong>do</strong> o<br />
espaço restante preenchi<strong>do</strong> com uma finíssima cama<strong>da</strong> de ar (ver parte amplia<strong>da</strong> <strong>da</strong><br />
Figura 43). Como o ar tem uma baixíssima condutivi<strong>da</strong>de térmica (cerca de 6000<br />
vezes menor que a <strong>do</strong> alumínio) mesmo esta cama<strong>da</strong> finíssima de ar provoca um<br />
aumento considerável na resistência térmica invólucro/dissipa<strong>do</strong>r.<br />
Figura 43 - Área de contato muito amplia<strong>da</strong> entre LED e dissipa<strong>do</strong>r<br />
Fonte: Incropera e DeWitt (1996)<br />
Os materiais normalmente emprega<strong>do</strong>s para solucionar estes casos são os<br />
silicones e deriva<strong>do</strong>s de acrílico. To<strong>do</strong>s têm uma tensão superficial baixa, que<br />
permite cobrir a maioria <strong>da</strong>s superfícies, eliminan<strong>do</strong> os espaços de ar e diminuin<strong>do</strong><br />
assim a resistência térmica de contato entre o substrato e o material. A<br />
condutibili<strong>da</strong>de destes adesivos, mesmo sen<strong>do</strong> muito maior que a <strong>do</strong> ar, ain<strong>da</strong> é<br />
inferior à <strong>do</strong> alumínio. Por isto, a pasta deve ser usa<strong>da</strong> em quanti<strong>da</strong>de mínima,<br />
apenas suficiente para preencher os espaços vazios. Um <strong>do</strong>s adesivos contém<br />
micro esferas de vidro de 7 mil para controle <strong>da</strong> espessura de adesão.<br />
Como os LEDS normalmente têm seu terminal ano<strong>do</strong> conecta<strong>do</strong><br />
eletricamente ao encapsulamento, será necessário um material isolante entre o<br />
mesmo. Por esta razão os adesivos termicamente condutivos deverão atuar<br />
simultaneamente como condutores de calor e isolantes dielétricos. Além disso, os<br />
46
adesivos atuam como barreiras contra contaminantes ambientais, aliviam efeitos de<br />
estresse por choque mecânico e são absorventes de vibrações em uma ampla faixa<br />
de temperatura e umi<strong>da</strong>de. Os adesivos termicamente condutivos curam por calor<br />
ou umi<strong>da</strong>de, e tomam a forma de elastômeros duráveis com estresse relativamente<br />
baixo. Os produtos que serão analisa<strong>do</strong>s, <strong>da</strong>s marcas Dow Corning e Loctite (Figura<br />
44) têm suas especificações na Tabela 9.<br />
Figura 44 - Adesivos termicamente condutivos<br />
Fonte: Os Autores (2009)<br />
Tabela 9 - Proprie<strong>da</strong>des típicas <strong>do</strong>s adesivos termocondutivos<br />
Fonte: Os Autores (2009), A<strong>da</strong>ptação de Dow Corning (2008) e Loctite (2008)<br />
Marca Produto<br />
Condutivi<strong>da</strong>de<br />
Térmica [W/m.K]<br />
Rigidez Dielétrica<br />
[kV/mm]<br />
Loctite 384 0,757 26,7<br />
Dow Corning SE4422 0,9 14,3<br />
Dow Corning 3-1818 1,72 16,0<br />
Processo de<br />
Cura<br />
Ativa<strong>do</strong>r 7387<br />
24h @ 22°C<br />
Umi<strong>da</strong>de<br />
72h @ 25°C<br />
Calor<br />
60min @ 100°C<br />
A próxima etapa <strong>do</strong> sistema será a escolha de um dissipa<strong>do</strong>r comercial de<br />
baixo custo. Após cálculos e experiências que serão apresenta<strong>do</strong>s a seguir,<br />
verificou-se a necessi<strong>da</strong>de de ventilação força<strong>da</strong> para diminuir a área <strong>do</strong> dissipa<strong>do</strong>r.<br />
47
3.3.1 Ventilação Força<strong>da</strong><br />
Conforme descrito os LEDs de alta potência transformam cerca de 75 a 85%<br />
<strong>da</strong> energia em calor. Uma boa análise térmica deve ser feita para se garantir a vi<strong>da</strong><br />
útil <strong>do</strong> LED, e sua baixa degra<strong>da</strong>ção luminosa (cerca de 30% após 50.000h). Pelas<br />
questões já menciona<strong>da</strong>s, o recurso <strong>da</strong> ventilação força<strong>da</strong> será extremamente<br />
necessário, através de ventoinha ou <strong>do</strong> termo em inglês Fan.<br />
Como os cálculos resultaram num dissipa<strong>do</strong>r de dimensões exagera<strong>da</strong>s para<br />
o projeto, a solução é recorrer à ventilação força<strong>da</strong>. A movimentação <strong>do</strong> ar por meio<br />
de um ventila<strong>do</strong>r pode multiplicar a eficiência de um dissipa<strong>do</strong>r por um fator de 4 ou<br />
5, permitin<strong>do</strong> reduzir consideravelmente o seu tamanho como ilustra o gráfico <strong>da</strong><br />
Figura 45.<br />
Figura 45 - Relação entre resistência térmica e ventilação força<strong>da</strong><br />
Fonte: Os Autores (2009), A<strong>da</strong>ptação de Saber Eletrônica (2009)<br />
No entanto, não será qualquer ventoinha posiciona<strong>da</strong> junto ao dissipa<strong>do</strong>r que<br />
acabará com o problema. Mais <strong>do</strong> que isso, não é qualquer tipo de ventoinha que<br />
poderá ser utiliza<strong>da</strong> nesta aplicação, visto que a ventoinha é um componente<br />
mecânico sujeito a falhas. O mau funcionamento pode comprometer to<strong>do</strong> o sistema.<br />
Além desta há outras desvantagens, a segun<strong>da</strong> delas é que a ventoinha serve como<br />
uma fonte de ruí<strong>do</strong> elétrico e mecânico, que pode afetar o funcionamento de<br />
componentes próximos. Em terceiro lugar deve-se considerar a energia consumi<strong>da</strong><br />
pela ventoinha.<br />
O LED de alta potência funciona como uma fonte de calor, o qual se<br />
concentra em uma área muito pequena. O desafio é transferir o calor rapi<strong>da</strong>mente<br />
48
para o ambiente, para que a temperatura desse componente não ultrapasse os<br />
limites permiti<strong>do</strong>s, conforme ilustra a Figura 46.<br />
Figura 46 – Simulação mostran<strong>do</strong> o ponto de concentração de calor<br />
Fonte: Os Autores (2009), A<strong>da</strong>ptação de Seoul Semiconductor CO. LTD. (2005)<br />
Não basta, portanto, somente fixar ao componente um bom dissipa<strong>do</strong>r de<br />
calor, pois o próprio fluxo de calor nesse elemento pode não ser rápi<strong>do</strong> o suficiente<br />
para que seja possível se livrar dele de forma eficiente. Apesar de to<strong>da</strong>s as<br />
desvantagens, o módulo de LEDs necessitará fazer uso de uma ventoinha para<br />
aju<strong>da</strong>r a remover esse calor de forma eficaz. Os dissipa<strong>do</strong>res comuns sem<br />
ventilação possuem correntes de convecção muito mais lentas compara<strong>do</strong> a um<br />
fluxo força<strong>do</strong>.<br />
A ventoinha opera <strong>da</strong> mesma forma que um motor elétrico de corrente<br />
contínua. Os componentes básicos são estator, rotor, sensor <strong>da</strong> posição <strong>do</strong> rotor e<br />
uma placa de circuito impresso com os componentes de controle (Figura 47). O<br />
estator é posiciona<strong>do</strong> dentro <strong>da</strong> carcaça, para maior resistência <strong>da</strong> mesma e melhor<br />
dissipação de calor. A montagem <strong>do</strong> rotor consiste em um fio fino enrola<strong>do</strong> em pólos<br />
magnéticos permanentes fixa<strong>do</strong>s em uma carcaça, a qual possui as pás <strong>da</strong><br />
ventoinha. O rotor é fixa<strong>do</strong> por um eixo que ro<strong>da</strong> livremente sobre um rolamento<br />
instala<strong>do</strong> na carcaça <strong>do</strong> estator. O sensor de posição <strong>do</strong> rotor é tipicamente um<br />
componente de Efeito Hall, que atua diretamente sobre os pólos magnéticos <strong>do</strong><br />
estator. O chip que controla a comutação usa o sinal <strong>da</strong> posição <strong>do</strong> rotor para o<br />
chaveamento de ca<strong>da</strong> fase <strong>do</strong> estator, então um campo eletromagnético rotacional é<br />
estabeleci<strong>do</strong> em torno <strong>do</strong> estator. O rotor é coloca<strong>do</strong> em movimento pelo<br />
49
acoplamento magnético entre este campo eletromagnético rotacional e seus próprios<br />
pólos magnéticos.<br />
Figura 47 – Visão explodi<strong>da</strong> de uma ventoinha<br />
Fonte: Os Autores (2009), A<strong>da</strong>ptação de Microchip Technology Inc. (2003)<br />
Além de aumentar a eficiência, a ventoinha pode ser controla<strong>da</strong> por<br />
sensores, que reduzem a veloci<strong>da</strong>de quan<strong>do</strong> o calor gera<strong>do</strong> é menor, ou vice-<br />
versa. Isto proporciona uma maior vi<strong>da</strong> útil, economia de energia e menor ruí<strong>do</strong><br />
acústico.<br />
Na prática, existem três tipos diferentes de ventoinhas, com 2, 3 e 4 fios, e<br />
em função disso, deve ser planeja<strong>do</strong> o sistema de controle. Uma ventoinha de <strong>do</strong>is<br />
fios ou <strong>do</strong>is terminais tem um fio de alimentação e um terminal de terra. A ventoinha<br />
de três fios possui um terminal adicional tacométrico. Já a ventoinha de quatro<br />
terminais, além <strong>do</strong>s terminais de alimentação (positivo e terra), dispõe de uma<br />
saí<strong>da</strong> tacométrica e um terminal PWM, conforme mostra a Figura 48.<br />
Figura 48 – Estrutura básica <strong>da</strong> ventoinha de quatro fios<br />
Fonte: Saber Eletrônica (2006)<br />
50
O terminal PWM é especialmente importante para o controle de veloci<strong>da</strong>de<br />
usan<strong>do</strong> essa técnica de modulação de largura de pulso. Apesar de somente o motor<br />
de 4 fios ter uma entra<strong>da</strong> PWM, to<strong>do</strong>s os tipos podem ser controla<strong>do</strong>s com a<br />
utilização dessa tecnologia, integran<strong>do</strong> um circuito como o <strong>da</strong> Figura 49 a seguir,<br />
onde a baixa resistência Rds(on) <strong>do</strong> MOSFET de potência reduz praticamente a zero<br />
as per<strong>da</strong>s por calor nesse componente.<br />
Figura 49 – Circuito típico <strong>da</strong> aplicação PWM<br />
Fonte: Os Autores (2009), A<strong>da</strong>ptação de Microchip Technology Inc. (2003)<br />
Os motores nesses circuitos são controla<strong>do</strong>s em veloci<strong>da</strong>des maiores que 20<br />
kHz de mo<strong>do</strong> que o sinal de comutação caia acima <strong>da</strong> faixa audível. Um ponto<br />
importante desses motores é que eles possuem o MOSFET de potência embuti<strong>do</strong>, o<br />
que elimina a exigência de componentes externos. A operação em alta freqüência<br />
também torna desnecessário de um alongamento de pulsos para se obter a leitura<br />
<strong>do</strong> pulso tacométrico de forma precisa.<br />
Para o controle ideal com maior rendimento, o uso de PWM de alta freqüência<br />
é o mais recomen<strong>da</strong><strong>do</strong>. Além de menor ruí<strong>do</strong>, maior eficiência e precisão, o sistema<br />
é mais fácil de implementar graças à existência de componentes próprios. Desta<br />
forma a pesquisa concentrou-se em ventoinhas de 4 fios com a máxima vi<strong>da</strong> útil<br />
possível. O mais interessante deles pertence à marca Artic Cooling, o modelo PWM<br />
possui um sistema patentea<strong>do</strong> com baixo ruí<strong>do</strong> e alta eficiência. Inicialmente será<br />
utiliza<strong>do</strong> o Fan Arctic Cooling 12 PWM (Figura 50), com especificações descritas na<br />
Tabela 10. O fabricante fornece uma garantia de 6 anos, contu<strong>do</strong> descreve uma<br />
medi<strong>da</strong> estima<strong>da</strong> <strong>da</strong> confiabili<strong>da</strong>de <strong>do</strong> equipamento (MTTF) em torno de 400.000<br />
horas a 40°C.<br />
51
Tabela 10 – Especificações técnicas <strong>da</strong> ventoinha<br />
Figura 50 – Fotografia <strong>da</strong> ventoinha Artic Fan 12 PWM<br />
Fonte: Artic-Cooling<br />
Fonte: Os Autores (2009), A<strong>da</strong>ptação de Artic Cooling (2009)<br />
Dimensões 120 C x 120 L x 38,5 H mm<br />
Veloci<strong>da</strong>de <strong>do</strong> Fan 400 – 1500 RPM<br />
Vazão de Ar 56,3 CFM ; 94,7 m³/h<br />
Ruí<strong>do</strong> 10,0 – 23,5 dBa<br />
Tensão 12 V<br />
Corrente 0,13 A<br />
Massa 140 g<br />
Rolamento Fluí<strong>do</strong> Dinâmico<br />
Garantia 6 anos<br />
MTBF 400.000 h @ 40°C<br />
Em muitas aplicações os projetistas utilizam ventoinhas em redundância, no<br />
caso de uma falhar ocorre à troca imediata. Em luminárias que utilizam LEDs esta<br />
não é a melhor opção, pois é mais viável utilizar dispositivos com vi<strong>da</strong> útil similar aos<br />
LEDs. Esta foi a principal razão <strong>da</strong> escolha <strong>do</strong> microventila<strong>do</strong>r Artic Cooling, pois<br />
possui as características necessárias ao projeto alia<strong>do</strong> ao baixo custo.<br />
52
3.3.2 Cálculo <strong>da</strong> Resistência Térmica<br />
Antes <strong>do</strong> teste prático em laboratório, é necessário avaliar o gerenciamento<br />
térmico teoricamente, calculan<strong>do</strong> a temperatura de junção. Um méto<strong>do</strong> de fácil<br />
resolução é o <strong>da</strong> resistência térmica, sugeri<strong>do</strong> pelos fabricantes e calcula<strong>do</strong> sem<br />
utilização de softwares. O sistema térmico para um LED pode ser observa<strong>do</strong> nas<br />
Figuras 51 e 52.<br />
Figura 51 - Exemplo <strong>do</strong> sistema térmico<br />
Fonte: Os Autores (2009), A<strong>da</strong>ptação de Avago Technologies (2009)<br />
Figura 52 - Modelo <strong>da</strong> resistência térmica para 1 LED<br />
Fonte: Os Autores (2009), A<strong>da</strong>ptação de Cree, Inc. (2006)<br />
Resistência Térmica (Rθ) é defini<strong>da</strong> como o aumento de temperatura entre<br />
<strong>do</strong>is pontos ao longo <strong>do</strong> caminho térmico, quan<strong>do</strong> 1 watt de calor é dissipa<strong>do</strong>. Em<br />
geral, a fórmula para a resistência térmica entre um ponto J até um ponto A é:<br />
RθJ-A = (TJ-TA) / PD [°C/W] [1]<br />
Onde:<br />
TJ = temperatura de junção < 160°C<br />
TA = temperatura <strong>do</strong> ambiente = 35°C<br />
PD= potência total dissipa<strong>da</strong><br />
53
No caso de um sistema de LED individual basta somar as resistências<br />
térmicas <strong>do</strong> circuito para encontrar o valor total, de forma similar ao cálculo <strong>da</strong><br />
resistência equivalente de resistores em série.<br />
RθJ-A = RθJ-S + RθS-B + RθB-H + RθH-A [2]<br />
Assume-se que o calor dissipa<strong>do</strong> será equivalente a potência total aplica<strong>da</strong> ao<br />
LED. Na reali<strong>da</strong>de, o calor dissipa<strong>do</strong> agrega cerca de 80% <strong>da</strong> potência total<br />
aplica<strong>da</strong>, e o restante é converti<strong>do</strong> em luz. Assim sen<strong>do</strong>:<br />
PLED = IF . VF = 1,4 . 3,5 = 4,9 [W] [3]<br />
Onde:<br />
IF = corrente direta [A]<br />
VF = tensão direta [V]<br />
Para calcular a potência gera<strong>da</strong> pelos demais LEDs, basta simplesmente<br />
multiplicar o resulta<strong>do</strong> de PLED pelo número de LEDs, como abaixo:<br />
PD = N . PLED = 12 . 4,9 = 58,8 [W] [4]<br />
Onde:<br />
N = número de LEDs<br />
Portanto para um módulo de vários LEDs a potência total é a soma <strong>da</strong><br />
potência individual. Quan<strong>do</strong> os LEDs são monta<strong>do</strong>s em um mesmo dissipa<strong>do</strong>r, a<br />
resistência térmica total é afeta<strong>da</strong> pelo calor adicional gera<strong>do</strong> pelas uni<strong>da</strong>des<br />
adjacentes. A resistência térmica total pode ser simplifica<strong>da</strong> usan<strong>do</strong> o modelo <strong>da</strong><br />
resistência térmica em paralelo como ilustra<strong>do</strong> pela Figura 53.<br />
54
Figura 53 - Modelo <strong>da</strong> resistência térmica para N LEDs em paralelo<br />
Fonte: Os Autores (2009), A<strong>da</strong>ptação de Avago Technologies (2009)<br />
Desta maneira a equação [2], <strong>da</strong> resistência térmica total, fica como:<br />
RθJ-A = RθJ-Htotal + RθH-A [5]<br />
Onde:<br />
RθJ-Htotal = [(1/ RθJ-H1) + (1/ RθJ-H2) + (1/ RθJ-H3) +....+ (1/ RθJ-HN)] - ¹ [6]<br />
To<strong>da</strong>s as resistências podem ser assumi<strong>da</strong>s como equivalentes, desta<br />
maneira a expressão [6] é simplifica<strong>da</strong> para:<br />
RθJ-Htotal = RθJ-Hsoma / N [7]<br />
Onde a soma <strong>da</strong> resistência térmica <strong>da</strong> junção até o dissipa<strong>do</strong>r é:<br />
RθJ-Hsoma = RθJ-S + RθS-B + RθB-H [8]<br />
O valor de RθJ-S é específico para ca<strong>da</strong> tipo de LED, e para o Diamond Dragon<br />
é igual a 2,5 [°C/W].<br />
como:<br />
A resistência térmica existente entre o LED e o MCPCB pode ser calcula<strong>da</strong><br />
55
RθS-B = Espessura (µm) / Condutivi<strong>da</strong>de térmica (W/mK) x Área (mm²)<br />
Portanto utilizan<strong>do</strong> o adesivo térmico Dow Corning 3-1818 com espessura de<br />
100 µm em uma superfície circular de 5mm de diâmetro tem-se:<br />
RθS-B = 100 / 1,72 . (5/2)² . π = 2,95 [°C/W]<br />
Para calcular a resistência térmica entre o MCPCB até o dissipa<strong>do</strong>r, basta<br />
somar a resistência térmica <strong>da</strong> placa com o adesivo térmico (SE4422) utiliza<strong>do</strong> para<br />
contato com o dissipa<strong>do</strong>r, então:<br />
RθB-H = RθMCPCB + RθMCPCB-H<br />
RθB-H = 2,0 + 100 / 0,9 . (22/2)² . π = 2,29 [°C/W]<br />
Realizan<strong>do</strong> a substituição na expressão [8]:<br />
RθJ-Hsoma = 2,5 + 2,95 + 2,29 = 7,74 [°C/W]<br />
Desta forma a expressão [7] resulta em:<br />
RθJ-Htotal = 7,74 / 12 = 0,64 [°C/W]<br />
Da equação [5] encontra-se o valor <strong>da</strong> resistência térmica total:<br />
RθJ-A = 0,64 + RθH-A<br />
Substituin<strong>do</strong> os valores na expressão [1] e resolven<strong>do</strong> a equação para uma<br />
temperatura de junção de 120°C (60kh L70/B50 de acor<strong>do</strong> com a Figura 40)<br />
encontra-se a resistência térmica <strong>do</strong> dissipa<strong>do</strong>r:<br />
RθJ-A = (TJ-TA) / PD<br />
0,64 + RθH-A = (120 – 35) / 58,8<br />
RθH-A = 0,81 [°C/W]<br />
Ou seja, o sistema forma<strong>do</strong> pelo dissipa<strong>do</strong>r e microventila<strong>do</strong>r, deve ter<br />
resistência térmica inferior a 0,81 °C/W. Em outras palavras, se a temperatura no<br />
dissipa<strong>do</strong>r for de 82,4°C a temperatura de junção será 120°C.<br />
Para dimensionamento <strong>da</strong> área <strong>do</strong> dissipa<strong>do</strong>r utiliza-se a equação <strong>da</strong> taxa de<br />
transferência de energia <strong>da</strong> superfície <strong>do</strong> corpo para o ar:<br />
56
QC = h . A . (T1- T2) [9]<br />
Onde:<br />
QC quanti<strong>da</strong>de de calor [W]<br />
h = coeficiente de transferência de calor [W/m².K]<br />
A = área de contato com o ar [m²]<br />
T1,T2 = temperaturas <strong>do</strong> ar e <strong>do</strong> corpo em estu<strong>do</strong> respectivamente [°C]<br />
O coeficiente de transferência é obti<strong>do</strong> de forma empírica e incorpora<br />
características <strong>da</strong> geometria <strong>da</strong> região, <strong>da</strong>s proprie<strong>da</strong>des <strong>do</strong> fluí<strong>do</strong> e <strong>do</strong> padrão <strong>do</strong><br />
fluxo de movimento <strong>do</strong> fluí<strong>do</strong>. A ventoinha foi introduzi<strong>da</strong>, pois aumenta o valor de<br />
“h”. Para o sistema <strong>do</strong> projeto a<strong>do</strong>tou-se o valor de h como 30 [W/m².K], e uma<br />
temperatura <strong>do</strong> dissipa<strong>do</strong>r de 50°C. Portanto pela equação [9] a área fica:<br />
58,8 = 30 . A . (50-35)<br />
A = 0,13 [m²]<br />
O dissipa<strong>do</strong>r de calor é a parte <strong>do</strong> sistema térmico que distribui o calor para o<br />
ambiente com maior eficiência. Contu<strong>do</strong>, a área superficial é a essência <strong>da</strong><br />
transferência e geralmente é uma limitação <strong>do</strong> sistema inteiro. Embora o dissipa<strong>do</strong>r<br />
seja o principal componente, ele também é o que apresenta maior potencial de<br />
otimização. Os engenheiros procuram sempre por materiais novos e com tecnologia<br />
avança<strong>da</strong>, a fim de aumentar a transferência e diferenciar o projeto.<br />
O dissipa<strong>do</strong>r adquiri<strong>do</strong> é feito em alumínio extru<strong>da</strong><strong>do</strong> com as dimensões de<br />
largura 145 mm, comprimento 145 mm e altura de 38,1 mm e área de 0,16 m². A<br />
massa deste dissipa<strong>do</strong>r é de 890g. O qual foi adquiri<strong>do</strong> para construção <strong>do</strong>s<br />
primeiros protótipos. Para melhor convergência <strong>da</strong> luz a 1m, o dissipa<strong>do</strong>r foi usina<strong>do</strong><br />
para que sua superfície ficasse com um ângulo de 4° diminuin<strong>do</strong> sua massa para<br />
697g (Figura 54).<br />
57
Figura 54 - Perfil <strong>do</strong> dissipa<strong>do</strong>r de alumínio sem anodizar<br />
Fonte: Os Autores (2009)<br />
A única variável que pode ser altera<strong>da</strong> para o aumento <strong>da</strong> eficiência é a<br />
emissivi<strong>da</strong>de, a qual é função apenas <strong>do</strong> tipo de acabamento <strong>da</strong> superfície que<br />
irradia o calor. Da Tabela 11, nota-se que a anodização <strong>do</strong> alumínio altera a<br />
emissivi<strong>da</strong>de de 0,04 para cerca de 0,86, o que melhora a Taxa de Calor radia<strong>do</strong> em<br />
cerca de 20 vezes.<br />
Tabela 11 - Características <strong>do</strong> acabamento superficial no alumínio<br />
Fonte: Os Autores (2009), A<strong>da</strong>ptação de Saber Eletrônica (2009)<br />
Acabamento Absortivi<strong>da</strong>de Emissivi<strong>da</strong>de α/ε<br />
Anodização Preto 0,86 0,86 1,00<br />
Anodização Natural 0,35 0,84 0,42<br />
Sem Anodizar 0,26 0,04 6,50<br />
Esse processo de anodização foi realiza<strong>do</strong> após a usinagem <strong>da</strong> peça, fican<strong>do</strong><br />
com o aspecto <strong>da</strong> Figura 55, que já possui os LEDs fixa<strong>do</strong>s ao dissipa<strong>do</strong>r.<br />
Figura 55 - Dissipa<strong>do</strong>r de alumínio com anodização preta<br />
Fonte: Os Autores (2009)<br />
58
3.3.3 Formas de Medi<strong>da</strong><br />
Para que uma medi<strong>da</strong> confiável <strong>da</strong> temperatura seja realiza<strong>da</strong>, as<br />
informações a seguir são de suma importância:<br />
• O número de amostras testa<strong>da</strong>s;<br />
• A descrição <strong>do</strong> dissipa<strong>do</strong>r de calor usa<strong>do</strong> durante ensaio, assim como<br />
<strong>da</strong> ventoinha quan<strong>do</strong> aplica<strong>do</strong>;<br />
• A temperatura ambiente;<br />
• A resistência térmica total <strong>do</strong> sistema (LED, adesivo térmico, placa de<br />
metal core e dissipa<strong>do</strong>r de calor); e,<br />
• A tensão e corrente aplica<strong>do</strong>s ao dispositivo durante o teste.<br />
A medi<strong>da</strong> deve ser feita o mais próximo possível <strong>da</strong> temperatura de junção. A<br />
melhor eficiência seria conectar o termopar diretamente ao slug <strong>do</strong> LED, mas como<br />
não há acesso, o termopar deve ser fixa<strong>do</strong> ao la<strong>do</strong> <strong>do</strong> mesmo (Figura 56).<br />
Figura 56 - Forma de monitorar a temperatura <strong>da</strong> placa<br />
Fonte: Os Autores (2009), A<strong>da</strong>ptação de Philips Lumileds (2006)<br />
A montagem de semicondutores em dissipa<strong>do</strong>res térmicos exige uma série de<br />
cui<strong>da</strong><strong>do</strong>s, cuja inobservância pode levar ao superaquecimento e eventual falha <strong>do</strong><br />
semicondutor, mesmo com um dissipa<strong>do</strong>r corretamente dimensiona<strong>do</strong>. Para garantir<br />
uma maior confiabili<strong>da</strong>de <strong>do</strong> produto, ensaios devem ser realiza<strong>do</strong>s para confirmar<br />
se os parâmetros a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong>s são os mais adequa<strong>do</strong>s, os quais serão realiza<strong>do</strong>s no<br />
capítulo 4.<br />
59
3.4 Fonte de Alimentação<br />
Hoje em dia, os LEDs estão sen<strong>do</strong> ca<strong>da</strong> vez mais utiliza<strong>do</strong>s para reposição de<br />
lâmpa<strong>da</strong>s comuns. Por exemplo, os LEDs são freqüentemente usa<strong>do</strong>s nos<br />
automóveis, semáforos, decoração de interiores, letreiros, lanternas, etc. Isto é<br />
conseqüência <strong>da</strong>s muitas vantagens sobre as lâmpa<strong>da</strong>s tradicionais. Em muitas<br />
aplicações, os LEDs precisam ser alimenta<strong>do</strong>s com um circuito inteligente de<br />
controle. De acor<strong>do</strong> com a aplicação e os objetivos, este controle muitas vezes<br />
necessita executar várias funções e tarefas.<br />
Flutuações na rede de energia elétrica podem levar a significantes variações<br />
<strong>da</strong> corrente direta, este problema precisa ser resolvi<strong>do</strong> porque o LED é<br />
extremamente dependente <strong>da</strong> temperatura.<br />
O LED é um semicondutor que requer uma determina<strong>da</strong> tensão para que seja<br />
drena<strong>da</strong> uma corrente direta. Esta tensão é normalmente chama<strong>da</strong> por tensão direta<br />
(VF), a qual varia de 3 a 4 V para os LEDs brancos. Este valor varia de acor<strong>do</strong> com o<br />
processo de fabricação e mu<strong>da</strong>nças na temperatura, portanto não é apropria<strong>do</strong><br />
alimentar um LED com tensão constante.<br />
Se a tensão aplica<strong>da</strong> exceder o valor VF, a corrente <strong>do</strong> LED irá crescer<br />
rapi<strong>da</strong>mente. Ca<strong>da</strong> LED tem um valor máximo de corrente, e drenar uma corrente<br />
acima deste valor pode causar estragos e diminuir a vi<strong>da</strong> útil <strong>do</strong> componente. Por<br />
estas razões um circuito de corrente contínua deve ser usa<strong>do</strong> para controlar a fonte<br />
de alimentação.<br />
Pela Figura 57 observam-se os efeitos sobre as coordena<strong>da</strong>s de<br />
cromatici<strong>da</strong>de quan<strong>do</strong>: (a) há variação <strong>da</strong> temperatura de junção, e (b) quan<strong>do</strong> há<br />
mu<strong>da</strong>nça na corrente direta. Apesar de a variação ser representa<strong>da</strong> por um valor<br />
muito pequeno, uma alteração ∆Cx de 0,02 pode mu<strong>da</strong>r a temperatura de cor de<br />
4500K para 4000K. Com certeza este problema deve ser cui<strong>da</strong><strong>do</strong>samente trata<strong>do</strong>,<br />
pois qualquer alteração <strong>da</strong> luz emiti<strong>da</strong> acaba com a quali<strong>da</strong>de <strong>do</strong> equipamento.<br />
Durante o primeiro contato com os LEDs este problema ficou evidente. A<br />
fonte inicialmente utiliza<strong>da</strong> <strong>do</strong> tipo chavea<strong>da</strong> com tensão constante permitia que a<br />
corrente aumenta-se com o passar <strong>do</strong> tempo. A alteração na temperatura de junção<br />
é a principal causa destas alterações, já que a temperatura <strong>do</strong> sistema ficará estável<br />
somente um tempo após a chave ser liga<strong>da</strong>.<br />
60
Figura 57 – (a)Var. <strong>da</strong> Cromatici<strong>da</strong>de vs T J ; (b)Var. <strong>da</strong> Cromatici<strong>da</strong>de vs I F<br />
Fonte: Os Autores (2009), A<strong>da</strong>ptação de OSRAM Opto Semiconductor (2008)<br />
Portanto é essencial alimentar os LEDs com corrente constante, a fim de<br />
alcançar a cor e iluminância deseja<strong>do</strong>s. Existem algumas topologias que são<br />
utiliza<strong>da</strong>s para alimentar os LEDs.<br />
Em aplicações de sinalização a fonte de tensão com resistor em série é a<br />
mais comum, pois trabalham com baixa corrente e variações na cor e iluminância<br />
são ignora<strong>da</strong>s (Figura 58a).<br />
Os regula<strong>do</strong>res lineares podem ser utiliza<strong>do</strong>s para espaços relativamente<br />
maiores, visto que necessitam de um transforma<strong>do</strong>r para ajustar a tensão. Os<br />
principais benefícios são decorrentes <strong>da</strong>s facili<strong>da</strong>des de montagem, aquisição,<br />
testes e alta confiabili<strong>da</strong>de (Figura 58b).<br />
Para a necessi<strong>da</strong>de de pequenas elevações de corrente, o modelo de<br />
capacitor chavea<strong>do</strong> pode ser usa<strong>do</strong> (Figura 58c), porém é pouco implementa<strong>do</strong>.<br />
A topologia de fonte chavea<strong>da</strong> controla<strong>da</strong> é a mais utiliza<strong>da</strong> nos projetos de<br />
fontes para LED (Figura 58d). Esta apresenta uma boa eficiência, pequena<br />
dimensão (componentes SMD), grande flexibili<strong>da</strong>de e facili<strong>da</strong>de para implementação<br />
de dimers. As desvantagens estão no custo de desenvolvimento, pois integra uma<br />
solução relativamente mais complexa, alto nível de ruí<strong>do</strong> gera<strong>do</strong> devi<strong>do</strong> ao<br />
chaveamento, e baixo tempo de vi<strong>da</strong>. Os três principais tipos de fontes chavea<strong>da</strong>s<br />
regula<strong>da</strong>s são: Step-<strong>do</strong>wn (Buck), Step-up (Boost), ou ambas as funções (Buck-<br />
Boost).<br />
61
Figura 58 - Topologias de fontes de alimentação<br />
Fonte: Os Autores (2009), A<strong>da</strong>ptação de National Semiconductor (2008)<br />
Para melhorar a eficiência de conversão, as fontes chavea<strong>da</strong>s regula<strong>da</strong>s<br />
interrompem o fluxo de energia controlan<strong>do</strong> o ciclo de trabalho, e assim<br />
programan<strong>do</strong> a corrente ou tensão de saí<strong>da</strong>. Interromper a energia resultará em<br />
formas de on<strong>da</strong> pulsantes para a corrente e tensão, e por esta razão elementos<br />
armazena<strong>do</strong>res de energia (indutores e capacitores) devem ser usa<strong>do</strong>s para filtrar<br />
estes pulsos.<br />
Segun<strong>do</strong> o fabricante de componentes eletrônicos National Semiconductors, a<br />
topologia Buck deve ser escolhi<strong>da</strong> sempre que possível.<br />
Outra função possível é a<strong>da</strong>ptar ao circuito uma regulação <strong>da</strong> iluminância, no<br />
caso <strong>da</strong> aplicação necessitar ser ajustável para vários níveis de luminosi<strong>da</strong>de. Esta<br />
função é muito utiliza<strong>da</strong> pelos médicos, dependen<strong>do</strong> <strong>do</strong> procedimento um ajuste<br />
diferente é requeri<strong>do</strong>.<br />
Um méto<strong>do</strong> muito comum de dimerizar um LED é variar a corrente direta ou a<br />
tensão de acor<strong>do</strong> com a tecnologia de construção <strong>do</strong> chip. Comparan<strong>do</strong> a corrente<br />
direta com as características <strong>do</strong> fluxo luminoso, evidencia-se que a intensi<strong>da</strong>de<br />
aumenta com o aumento <strong>da</strong> corrente, mas nem sempre esta variação é<br />
proporcional. Estas variações na corrente direta afetam algumas características <strong>do</strong>s<br />
LEDs, como o comprimento de on<strong>da</strong> e CCT, sobretu<strong>do</strong> nos pc-LEDs. Quan<strong>do</strong> a<br />
corrente é baixa a luz emiti<strong>da</strong> tem uma aparência mais amarela<strong>da</strong>, mas com alta<br />
corrente a emissão <strong>do</strong> azul é mais <strong>do</strong>minante e a luz fica mais azula<strong>da</strong>.<br />
62
Estes efeitos ocasiona<strong>do</strong>s pela dimerização por corrente são bem menores<br />
que os efeitos decorrentes de um mau gerenciamento térmico, contu<strong>do</strong> em<br />
aplicações que exigem um controle extremo destas características, outro méto<strong>do</strong><br />
deve ser utiliza<strong>do</strong>.<br />
O méto<strong>do</strong> indica<strong>do</strong> pelos fabricantes é conheci<strong>do</strong> como PWM, que funciona<br />
com o valor de corrente direta constante e somente o Ciclo de Trabalho (D) é<br />
altera<strong>do</strong>. A expressão <strong>do</strong> ciclo de trabalho relaciona a duração <strong>do</strong> pulso (tp) e o<br />
perío<strong>do</strong> <strong>do</strong> sinal (T). Isto significa que o LED é rapi<strong>da</strong>mente liga<strong>do</strong> e desliga<strong>do</strong>. Se a<br />
freqüência é maior que 200 Hz, o olho humano não pode perceber estes pulsos. O<br />
olho integra e percebe estes pulsos de luz em termos <strong>da</strong> luminosi<strong>da</strong>de que pode ser<br />
alcança<strong>da</strong> varian<strong>do</strong> o ciclo de trabalho (Figura 59).<br />
Figura 59 – Formas de on<strong>da</strong> <strong>do</strong> PWM<br />
Fonte: Os Autores (2009), A<strong>da</strong>ptação de OSRAM Opto Semiconductor (2003)<br />
De acor<strong>do</strong> com os efeitos <strong>da</strong> temperatura sobre a luminosi<strong>da</strong>de, CCT, brilho,<br />
etc., um bom gerenciamento térmico deve ser especifica<strong>do</strong>. O projeto utiliza uma<br />
ventoinha que faz aumentar o fluxo de ar entre o dissipa<strong>do</strong>r e o ambiente, contu<strong>do</strong><br />
este dispositivo esta sujeito a falhas. Apesar <strong>da</strong> pequena possibili<strong>da</strong>de de falhar, o<br />
circuito deve prever esta situação avisan<strong>do</strong> o usuário de que algo esta erra<strong>do</strong>. Caso<br />
seja necessária uma reposição <strong>da</strong> ventoinha, um LED vermelho será acesso na<br />
cúpula. Desta forma a manutenção <strong>do</strong> equipamento dependerá <strong>do</strong> usuário. A<br />
iluminância continuará a mesma, porque se leva em conta que um procedimento<br />
importante pode estar sen<strong>do</strong> realiza<strong>do</strong> impedin<strong>do</strong> o desligamento <strong>do</strong> foco. De outro<br />
63
la<strong>do</strong> uma temperatura muito alta pode <strong>da</strong>nificar o equipamento irreversivelmente, por<br />
esta razão um sensor de temperatura deve ser fixa<strong>do</strong> ao dissipa<strong>do</strong>r para que o foco<br />
cirúrgico seja desliga<strong>do</strong> totalmente quan<strong>do</strong> a temperatura atingir 90 °C.<br />
Para que to<strong>da</strong>s as funções menciona<strong>da</strong>s possam ser realiza<strong>da</strong>s, é necessário<br />
utilizar um microcontrola<strong>do</strong>r. Pela familiari<strong>da</strong>de <strong>do</strong>s autores e pela fácil aquisição, o<br />
microcontrola<strong>do</strong>r PIC16F818 (Periferal Interface Controler) foi escolhi<strong>do</strong> como<br />
uni<strong>da</strong>de de controle.<br />
3.4.1 O Microcontrola<strong>do</strong>r PIC<br />
O PIC é um circuito integra<strong>do</strong>, produzi<strong>do</strong> pela empresa Microchip Technology<br />
Inc, que incorpora to<strong>do</strong>s os componentes básicos de um computa<strong>do</strong>r pessoal em<br />
uma escala muito menor.<br />
Tipicamente, um microcontrola<strong>do</strong>r caracteriza-se por conter no mesmo<br />
encapsulamento um microprocessa<strong>do</strong>r, memória de programa, memória de <strong>da</strong><strong>do</strong>s,<br />
uma série de pinos de entra<strong>da</strong>/saí<strong>da</strong> e vários periféricos como temporiza<strong>do</strong>res,<br />
comunicação serial, conversores Analógico/Digital, gera<strong>do</strong>res de PWM, etc. A<br />
presença de to<strong>do</strong>s estes dispositivos em um espaço extremamente pequeno dá ao<br />
projetista ampla gama de possibili<strong>da</strong>des e enorme vantagem em usar um sistema<br />
microcontrola<strong>do</strong> onde, em pouco tempo e com poucos componentes externos pode-<br />
se fazer o que seria oneroso fazer com circuitos tradicionais (PASTRO, 2007).<br />
Segun<strong>do</strong> (SOUZA, 2003), o microcontrola<strong>do</strong>r PIC pode ser defini<strong>do</strong> como um<br />
componente eletrônico que possui uma memória interna, na qual pode ser grava<strong>da</strong><br />
uma sequência de instruções ou coman<strong>do</strong>s estrutura<strong>do</strong>s na forma de um programa.<br />
A arquitetura <strong>do</strong> PIC é conheci<strong>da</strong> como Harvard, na qual há duas áreas<br />
separa<strong>da</strong>s <strong>da</strong> memória para instruções de programa e <strong>da</strong><strong>do</strong>s. Existem <strong>do</strong>is ou mais<br />
barramentos internos que permitem acesso simultâneo as instruções e aos <strong>da</strong><strong>do</strong>s.<br />
Significa que enquanto uma instrução é executa<strong>da</strong>, ao mesmo tempo, a próxima já<br />
esta sen<strong>do</strong> carrega<strong>da</strong>. O chama<strong>do</strong> processo Pipeline acelera o processo de<br />
execução, contu<strong>do</strong> necessita de um hardware mais complexo (Byte Craft Limited,<br />
2002).<br />
O microcontrola<strong>do</strong>r possui um repertório reduzi<strong>do</strong> de instruções num total de<br />
35 instruções de acor<strong>do</strong> com a arquitetura denomina<strong>da</strong> RISC.<br />
64
A grande vantagem <strong>da</strong> família PIC é que to<strong>do</strong>s os modelos são muito<br />
semelhantes, facilitan<strong>do</strong> muito a troca deste modelo por outro mais barato, ou com<br />
mais ou menos portas. Esta compatibili<strong>da</strong>de permite uma migração muito simples<br />
para outros modelos (SOUZA, 2000).<br />
A Tabela 12 apresenta algumas <strong>da</strong>s principais características <strong>do</strong><br />
microcontrola<strong>do</strong>r PIC 16F818.<br />
Tabela 12 – Algumas características <strong>do</strong> PIC 16F818<br />
Fonte: Os Autores (2009), A<strong>da</strong>ptação de Microchip Technology Inc (2004)<br />
Componente<br />
Flash<br />
[B]<br />
Memória de<br />
Programa<br />
Instruções<br />
Memória de Da<strong>do</strong>s<br />
SRAM<br />
[B]<br />
EEPROM<br />
[B]<br />
Pinos<br />
de E/S<br />
A/D<br />
de<br />
10<br />
bits<br />
[ch]<br />
CCP<br />
(PWM)<br />
SPI<br />
SSP<br />
Escravo<br />
PIC16F818 1792 1024 128 128 16 5 1 Y Y 2/1<br />
I²C<br />
65<br />
Timers<br />
8/16 bit<br />
Outras características importantes que levaram a escolha deste componente<br />
estão lista<strong>da</strong>s a seguir:<br />
• Oscila<strong>do</strong>r externo com freqüência superior a 20MHz;<br />
• Oscila<strong>do</strong>r interno de até 8MHz;<br />
• Baixo consumo (1.7mA ; 5V ; 8MHz);<br />
• Programação no próprio circuito (ICSP);<br />
• Encapsulamento PDIP de 18 pinos, fácil montagem de protótipos;<br />
• Fácil aquisição no merca<strong>do</strong> local.<br />
3.4.2 Programan<strong>do</strong> o PIC<br />
- Hardware<br />
Para programação física <strong>do</strong> microcontrola<strong>do</strong>r alguns dispositivos podem ser<br />
facilmente construí<strong>do</strong>s. Como exemplo o circuito proposto pelo site de projetos<br />
eletrônicos Circuit Projects, que utiliza o software IC-Prog e uma conexão com a<br />
porta serial RS232 <strong>do</strong> computa<strong>do</strong>r. O programa IC-Prog, cria<strong>do</strong> por Bonny Gijzen, é<br />
um software muito utiliza<strong>do</strong> para esta função, possui livre distribuição e pode ser<br />
adquiri<strong>do</strong> por <strong>do</strong>wnload na página web de seu programa<strong>do</strong>r.
- Software<br />
As vantagens apresenta<strong>da</strong>s por (PEREIRA, 2007) foram grandes motiva<strong>do</strong>ras<br />
para escolha <strong>da</strong> linguagem C para to<strong>da</strong> a programação <strong>do</strong> microcontrola<strong>do</strong>r PIC.<br />
Atualmente, a maioria <strong>do</strong>s microcontrola<strong>do</strong>res disponíveis no merca<strong>do</strong> contam com<br />
compila<strong>do</strong>res de linguagem C para o desenvolvimento <strong>do</strong> software. Segun<strong>do</strong><br />
(PEREIRA, 2007) o uso <strong>do</strong> C permite a construção de programas e aplicações muito<br />
mais complexas <strong>do</strong> que seria viável utilizan<strong>do</strong> apenas o Assembly. Além disso, o<br />
desenvolvimento em C permite uma grande veloci<strong>da</strong>de na criação de novos<br />
projetos, devi<strong>do</strong> às facili<strong>da</strong>des de programação ofereci<strong>da</strong>s pela linguagem e também<br />
à sua portabili<strong>da</strong>de, o que permite a<strong>da</strong>ptar programas de um sistema para outro com<br />
um mínimo esforço.<br />
Outro aspecto favorável <strong>da</strong> utilização <strong>da</strong> linguagem C é a sua eficiência. Esta<br />
no jargão <strong>do</strong>s compila<strong>do</strong>res é a medi<strong>da</strong> <strong>do</strong> grau de inteligência com que o<br />
compila<strong>do</strong>r traduz um programa em C para o código de máquina. Quanto menor e<br />
mais rápi<strong>do</strong> o código gera<strong>do</strong>, maior será a eficiência <strong>da</strong> linguagem e <strong>do</strong> compila<strong>do</strong>r.<br />
Devi<strong>do</strong> a sua proximi<strong>da</strong>de com o hardware e o Assembly, C, é uma linguagem<br />
extremamente eficiente. De fato, é considera<strong>da</strong> como a linguagem de alto nível mais<br />
eficiente atualmente disponível.<br />
Além disso, a utilização de uma linguagem de alto nível como o C permite que<br />
o programa<strong>do</strong>r preocupe-se mais com a programação <strong>da</strong> aplicação em si, já que o<br />
compila<strong>do</strong>r assume para si tarefas como controle e localização <strong>da</strong>s variáveis,<br />
operações matemáticas e lógicas, verificação de bancos de memória, etc.<br />
A plataforma de desenvolvimento será o compila<strong>do</strong>r PCWH <strong>da</strong> CCS. Ele<br />
consiste em um ambiente integra<strong>do</strong> de desenvolvimento (IDE) para o sistema<br />
operacional Win<strong>do</strong>ws e suporta to<strong>da</strong> a linha de microcontrola<strong>do</strong>res PIC. Existe<br />
também a possibili<strong>da</strong>de de utilizar o compila<strong>do</strong>r pela linha de coman<strong>do</strong> e também a<br />
partir <strong>do</strong> ambiente MPLAB <strong>da</strong> Microchip.<br />
Estão descritas abaixo as principais características <strong>do</strong> compila<strong>do</strong>r:<br />
• Compatibili<strong>da</strong>de com a padronização ANSI e ISO;<br />
• Grande eficiência <strong>do</strong> código gera<strong>do</strong>;<br />
• Grande diversi<strong>da</strong>de de funções e bibliotecas <strong>da</strong> linguagem C;<br />
Grande portabili<strong>da</strong>de de código entre os diversos microcontrola<strong>do</strong>res PIC<br />
inclusive com código escrito para outros microcontrola<strong>do</strong>res e sistemas.<br />
66
3.4.3 Projetan<strong>do</strong> a Fonte<br />
Para projetar a fonte de alimentação para os 12 LEDs é preciso determinar<br />
alguns parâmetros como corrente e tensão de saí<strong>da</strong>. Como os LEDs serão<br />
conecta<strong>do</strong>s em série, será preciso de aproxima<strong>da</strong>mente 42 Vcc e 1,4 A.<br />
A fonte de alimentação pode ser liga<strong>da</strong> a rede de energia elétrica em tensões<br />
de 127 Vca ou 220 Vca, dependen<strong>do</strong> <strong>da</strong> posição <strong>da</strong> chave seletora <strong>da</strong> tensão de<br />
entra<strong>da</strong>. A etapa inicial <strong>da</strong> fonte linear, portanto, é projetar o transforma<strong>do</strong>r<br />
abaixa<strong>do</strong>r de tensão. As especificações foram envia<strong>da</strong>s a empresa Entran que<br />
forneceu uma amostra com duas saí<strong>da</strong>s, sen<strong>do</strong> a primeira com 32 Vca e 2 A, e outra<br />
com 10 Vca e 200 mA.<br />
As saí<strong>da</strong>s <strong>do</strong> transforma<strong>do</strong>r são conecta<strong>da</strong>s a uma placa retifica<strong>do</strong>ra que<br />
contém dio<strong>do</strong>s e filtros a capacitor. A saí<strong>da</strong> retifica<strong>da</strong> para alimentação <strong>do</strong>s LEDs é<br />
de 50Vcc e para alimentação <strong>da</strong> ventoinha e circuitos integra<strong>do</strong>s é de 12 Vcc.<br />
O circuito to<strong>do</strong> foi monta<strong>do</strong>, seguin<strong>do</strong> atentamente to<strong>da</strong>s as recomen<strong>da</strong>ções<br />
de valores de capacitores, bem como de layout, forneci<strong>do</strong>s pelos fabricantes.<br />
Utilizaram-se capacitores com baixos valores de ESR que atendem as necessi<strong>da</strong>des<br />
de corrente máxima e de freqüência de operação. Com isso, resulta<strong>do</strong>s dentro <strong>do</strong><br />
espera<strong>do</strong> foram atingi<strong>do</strong>s e as necessi<strong>da</strong>des de alimentação foram supri<strong>da</strong>s.<br />
A segun<strong>da</strong> placa contém três níveis de tensão, 50 Vcc para os LEDs, 12 Vcc<br />
para ventoinha e 5 Vcc para os circuitos integra<strong>do</strong>s. Basicamente a função desta<br />
placa é utilizar o microcontrola<strong>do</strong>r PIC16F818 para chavear o mosfet IRLZ24 a uma<br />
freqüência constante de 16 kHz. Foram testa<strong>da</strong>s freqüências menores na ordem de<br />
4kHz, contu<strong>do</strong> havia muito ruí<strong>do</strong> sonoro no indutor L1. O ajuste <strong>da</strong> corrente é feito<br />
através <strong>da</strong> leitura <strong>da</strong> tensão sobre um resistor de 0,22 Ω conecta<strong>do</strong> em série com os<br />
12 LEDs, dependen<strong>do</strong> <strong>do</strong> valor é modifica<strong>do</strong> o ciclo de trabalho <strong>do</strong> PWM gera<strong>do</strong><br />
pelo PIC. O ajuste <strong>da</strong> iluminância também é feito pela alteração <strong>do</strong> ciclo de trabalho,<br />
funciona por meio de um potenciômetro que verifica as variações de tensão através<br />
de uma entra<strong>da</strong> <strong>do</strong> PIC.<br />
Como a temperatura é o principal agente de degra<strong>da</strong>ção <strong>do</strong> LED, alguns<br />
cui<strong>da</strong><strong>do</strong>s foram toma<strong>do</strong>s para que níveis preestabeleci<strong>do</strong>s não fossem<br />
ultrapassa<strong>do</strong>s. Por exemplo, no caso de mau funcionamento <strong>da</strong> ventoinha ou<br />
obstrução <strong>da</strong> mesma, um LED vermelho fixa<strong>do</strong> na cúpula irá alertar o usuário de que<br />
alguma falha esta ocorren<strong>do</strong>.<br />
67
Foi incorpora<strong>da</strong> a cúpula o componente LM335, que é um sensor analógico<br />
de temperatura. Este foi fixa<strong>do</strong> ao dissipa<strong>do</strong>r de calor, e através de uma entra<strong>da</strong><br />
analógica <strong>do</strong> PIC foi possível agregar funções de alerta, dependen<strong>do</strong> <strong>da</strong> temperatura<br />
medi<strong>da</strong> no dissipa<strong>do</strong>r. Quan<strong>do</strong> a temperatura <strong>do</strong> dissipa<strong>do</strong>r atingir 65°C, o LED de<br />
alerta irá piscar rapi<strong>da</strong>mente, diferentemente de quan<strong>do</strong> a ventoinha é obstruí<strong>da</strong>. O<br />
segun<strong>do</strong> alerta acontece quan<strong>do</strong> a temperatura atingir 75°C, neste momento o LED<br />
de alerta ficará acesso e a iluminância será altera<strong>da</strong> para o valor mínimo, só<br />
mu<strong>da</strong>n<strong>do</strong> de condição caso a temperatura medi<strong>da</strong> diminua.<br />
A imagem <strong>da</strong> placa com os componentes, assim como os esquemáticos <strong>da</strong>s<br />
placas estão em Anexo.<br />
3.5 Design Estrutural<br />
A concepção <strong>da</strong> estrutura <strong>do</strong> foco cirúrgico auxiliar, se baseou em algumas<br />
lâmpa<strong>da</strong>s comercializa<strong>da</strong>s, e quase to<strong>da</strong> construção <strong>do</strong> protótipo utilizou as<br />
matérias-primas disponíveis na empresa. Antes de qualquer montagem real, o<br />
produto foi desenha<strong>do</strong> virtualmente com o software Autodesk Inventor de<br />
modelagem 3D, possibilitan<strong>do</strong> a visualização <strong>da</strong>s idéias de forma muito mais rápi<strong>da</strong><br />
e barata.<br />
A Figura 60 demonstra virtualmente o equipamento, antes mesmo de sua<br />
construção. Em comparação com o foco cirúrgico <strong>da</strong> KSS, observa-se que as formas<br />
retas foram ameniza<strong>da</strong>s e novas curvas deram melhor aparência ao foco. O sistema<br />
de movimentação <strong>da</strong> haste foi modifica<strong>do</strong> <strong>da</strong>n<strong>do</strong> maior leveza e funcionali<strong>da</strong>de aos<br />
movimentos. Os perfis e tubos antes utiliza<strong>do</strong>s eram superdimensiona<strong>do</strong>s, assim<br />
como a base metálica. Além <strong>da</strong> beleza estética adiciona<strong>da</strong> ao produto, alguns custos<br />
foram diminuí<strong>do</strong>s, viabilizan<strong>do</strong> o novo desenvolvimento. As reentrâncias foram<br />
retira<strong>da</strong>s para facilitar a limpeza e aumentar o nível de assepsia.<br />
68
Figura 60 - Imagem 3D <strong>do</strong> equipamento acaba<strong>do</strong><br />
Fonte: Os Autores (2009)<br />
A matéria prima utiliza<strong>da</strong> para confecção fornece ao equipamento to<strong>da</strong><br />
durabili<strong>da</strong>de necessária para o ambiente hospitalar, porém alguns cui<strong>da</strong><strong>do</strong>s devem<br />
ser observa<strong>do</strong>s para que o estresse sofri<strong>do</strong> durante operação não <strong>da</strong>nifique as<br />
partes <strong>do</strong> foco cirúrgico.<br />
Além de to<strong>do</strong> trabalho individual de ca<strong>da</strong> integrante <strong>da</strong> equipe, a construção<br />
<strong>do</strong> protótipo recebeu auxílio de colabora<strong>do</strong>res e representantes <strong>da</strong> KSS. Isto fez com<br />
que o produto ganhasse aceitação por parte <strong>do</strong>s membros <strong>da</strong> empresa, culminan<strong>do</strong><br />
para uma produção em série assim que possível.<br />
69
4. RESULTADOS E ANÁLISES<br />
Este capítulo descreve os materiais e méto<strong>do</strong>s necessários para realização<br />
de testes na cúpula a LED, assim como, descreve os principais resulta<strong>do</strong>s.<br />
Como menciona<strong>do</strong> no capítulo 3 à vi<strong>da</strong> útil <strong>do</strong>s LEDs é extremamente<br />
dependente <strong>da</strong> temperatura de junção. O méto<strong>do</strong> <strong>da</strong> resistência térmica foi utiliza<strong>do</strong><br />
para se obter um valor aproxima<strong>do</strong> de TJ, de mo<strong>do</strong> que a vi<strong>da</strong> útil atingisse 60000 h<br />
com 30% de degra<strong>da</strong>ção luminosa. Os cálculos indicaram que a temperatura no<br />
dissipa<strong>do</strong>r de calor não deveria ultrapassar 82,4 °C. Para que se pudesse avaliar a<br />
temperatura, a cúpula foi disposta sobre uma banca<strong>da</strong> (Figura 61), e foram utiliza<strong>do</strong>s<br />
<strong>do</strong>is equipamentos para efetuar a medi<strong>da</strong>. A Tabela 13 apresenta o resulta<strong>do</strong> para a<br />
temperatura <strong>do</strong> dissipa<strong>do</strong>r após 2 horas de uso em ambiente climatiza<strong>do</strong> a 25°C.<br />
Tabela 13 - Resulta<strong>do</strong> <strong>do</strong> teste de temperatura<br />
Fonte: Os Autores (2009)<br />
Figura 61 – Teste de temperatura<br />
Fonte: Os Autores (2009)<br />
Equipamento Fabricante Modelo Méto<strong>do</strong><br />
Temperatura <strong>do</strong><br />
dissipa<strong>do</strong>r [°C]<br />
Termopar Full Gauge Penta III Fixação de 5 Termopares 47,6<br />
Multímetro Minipa ET-2082B Fixação de 1 Termopar 50<br />
70
O valor de temperatura atingi<strong>do</strong> no dissipa<strong>do</strong>r esta abaixo <strong>da</strong> temperatura<br />
máxima permiti<strong>da</strong>, consequentemente a vi<strong>da</strong> útil ficou de acor<strong>do</strong> com tempo<br />
proposto.<br />
A fonte produzi<strong>da</strong> proporcionou a variação <strong>da</strong> luminosi<strong>da</strong>de por meio <strong>do</strong><br />
módulo de controle PWM, aciona<strong>do</strong> por potenciômetro. Este módulo também faz o<br />
ajuste <strong>da</strong> corrente direta sobre os LEDs, porém há um pequeno atraso para se<br />
manter a corrente constante quan<strong>do</strong> ocorrem variações de temperatura.<br />
A Tabela 14 apresenta as principais características <strong>do</strong> Foco Cirúrgico Auxiliar<br />
desenvolvi<strong>do</strong> no projeto em comparação com o Foco Cirúrgico Auxiliar<br />
comercializa<strong>do</strong> pela KSS.<br />
Tabela 14 – Características técnicas <strong>do</strong> Foco Cirúrgico Auxiliar a LED<br />
Fonte: Os Autores (2009)<br />
Foco KSS Parâmetros - Uni<strong>da</strong>de Foco LED<br />
35.000 Iluminância - lx @ 1m 31.000<br />
55 Potência - W 60<br />
Diâmetro <strong>do</strong> Campo Ilumina<strong>do</strong><br />
– mm @ 1m<br />
30 D50 160<br />
60 D10 240<br />
3300 Temperatura de Cor – K 4800<br />
6<br />
Aumento de Temperatura no Campo Ilumina<strong>do</strong><br />
- °C @ 1h<br />
2.000 Vi<strong>da</strong> Útil - h 60.000<br />
A partir <strong>do</strong>s <strong>da</strong><strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s ensaios, nota-se que o principal<br />
aprimoramento ocorreu no diâmentro campo ilumina<strong>do</strong>, tanto para o d50 que ficou<br />
cerca de 5 vezes maior, quanto para o d10 aproxima<strong>da</strong>mente 4 vezes. Desta<br />
maneira, apesar de possuir uma iluminância menor, o novo foco possibilitou a<br />
iluminação de uma área muito superior.<br />
A Figura 62 a seguir compara os <strong>do</strong>is equipamentos finaliza<strong>do</strong>s.<br />
2<br />
71
Figura 62 – Comparação entre o Foco Antigo e o Desenvolvi<strong>do</strong><br />
Fonte: Os Autores (2009)<br />
72
5. CONCLUSÕES<br />
Neste trabalho foram apresenta<strong>do</strong>s o projeto e a confecção de um Foco<br />
Cirúrgico Auxiliar utilizan<strong>do</strong> a tecnologia LED. A falta de produtos com esta<br />
tecnologia no merca<strong>do</strong> nacional torna o desenvolvimento árduo e demora<strong>do</strong>.<br />
Contu<strong>do</strong> trazer os benefícios <strong>do</strong>s LEDs para a população é recompensa<strong>do</strong>r e muito<br />
estimulante. O merca<strong>do</strong> de equipamentos eletromédicos esta em ascensão no<br />
Brasil, abrin<strong>do</strong> espaço para novos desenvolvimentos que aliam quali<strong>da</strong>de e<br />
tecnologia, os quais necessitam ser competitivos aos internacionais.<br />
A principal vantagem em comparação ao foco halógeno deve-se ao aumento<br />
<strong>do</strong> campo ilumina<strong>do</strong>. O Foco antigo tem uma iluminância maior, contu<strong>do</strong> converge<br />
muito a luz, iluminan<strong>do</strong> uma pequena área, já o novo Foco a LED espalhou a luz de<br />
maneira mais homogênea, em uma área superior.<br />
Além disso, a possibili<strong>da</strong>de de variar a intensi<strong>da</strong>de luminosa diretamente <strong>da</strong><br />
cúpula trouxe melhorias para o funcionamento.<br />
Analisan<strong>do</strong> as características técnicas, observa-se que muitos benefícios<br />
foram alcança<strong>do</strong>s com a utilização <strong>do</strong> LED. Conforme ficou evidencia<strong>do</strong> nos<br />
ensaios, o foco com LED apresentou uma variação <strong>da</strong> temperatura no campo<br />
ilumina<strong>do</strong> significativamente menor compara<strong>do</strong> ao foco halógeno, comprovan<strong>do</strong> a<br />
teoria <strong>da</strong> mínima emissão de IR e UV. Houve também redução <strong>da</strong> temperatura<br />
externa <strong>da</strong> cúpula, acaban<strong>do</strong> com o desconforto proporciona<strong>do</strong> por longas cirurgias.<br />
O uso <strong>do</strong> LED proporciona maior confiabili<strong>da</strong>de ao equipamento, não só na<br />
garantia, mas durante to<strong>da</strong> a vi<strong>da</strong> útil <strong>do</strong> LED, comprova<strong>do</strong>s pelas temperaturas de<br />
operação.<br />
A desvantagem <strong>do</strong> protótipo monta<strong>do</strong> esta na real eficiência <strong>do</strong> sistema, pois<br />
o foco a LED possui potência maior para produzir a mesma iluminância <strong>do</strong> foco<br />
halógeno. Este ponto negativo é inerente ao LED utiliza<strong>do</strong>, o qual apresenta uma<br />
baixa eficiência compara<strong>do</strong> ao esta<strong>do</strong> <strong>da</strong> arte. Tornar-se-á viável montar um foco<br />
com LEDs de eficiência superior a 100 lm/W, sen<strong>do</strong> que a partir <strong>do</strong> ano de 2010<br />
vários modelos estarão disponíveis, acarretan<strong>do</strong> num produto de real vantagem<br />
econômica frente aos de lâmpa<strong>da</strong>s halógenas.<br />
73
5.1 Dificul<strong>da</strong>des e barreiras a serem supera<strong>da</strong>s<br />
A ca<strong>da</strong> etapa <strong>do</strong> desenvolvimento as dificul<strong>da</strong>des foram aparecen<strong>do</strong>, e novos<br />
desafios precisaram ser venci<strong>do</strong>s. Em primeiro momento, a equipe de projetista teve<br />
de levantar os subsídios que justificassem a utilização <strong>do</strong> LED em focos cirúrgicos, e<br />
mais adiante enfrentar o grande desafio de tornar as necessi<strong>da</strong>des merca<strong>do</strong>lógicas<br />
<strong>da</strong> KSS uma reali<strong>da</strong>de.<br />
Por não existir nenhum componente nacional, como ótica e LEDs, a aquisição<br />
de amostras teve de passar por um processo de importação. Portanto testar<br />
amostras é um processo demora<strong>do</strong>, que precisa ser leva<strong>do</strong> em conta no<br />
cronograma. A internet foi o principal meio para as especificações e conhecimento<br />
<strong>do</strong>s componentes, o procedimento começava pela análise <strong>do</strong> <strong>da</strong>tasheet, e se<br />
aprova<strong>da</strong>, a importação. Uma barreira que se relaciona com esta etapa refere-se ao<br />
custo <strong>do</strong>s componentes, em especial aos LEDs.<br />
A etapa térmica também apresentou dificul<strong>da</strong>des quanto à aquisição de<br />
dissipa<strong>do</strong>res de calor. Além de existirem poucos fabricantes nacionais, os perfis<br />
comercializa<strong>do</strong>s por empresas diferentes, são praticamente iguais. Desta maneira, o<br />
projetista precisa encontrar um perfil padrão que se ajuste ao seu projeto e testá-lo<br />
empiricamente. Se ain<strong>da</strong> não obtiver sucesso, é preferível a fabricação própria por<br />
meio de usinagem.<br />
Durante os primeiros testes com a fonte de alimentação notou-se uma grande<br />
flutuação <strong>da</strong> luz ao se variar a intensi<strong>da</strong>de através <strong>do</strong> potenciômetro. Para corrigir<br />
este problema deve-se ajustar a freqüência para um valor adequa<strong>do</strong>. Outra opção é<br />
colocar um indutor em série com os LEDs, o qual diminui este efeito de flicker na luz<br />
emiti<strong>da</strong>.<br />
Durante to<strong>do</strong> o desenvolvimento, ficou explícito que a falta de acesso a<br />
softwares para cálculo térmico e ótico atrasaram o projeto, pois a ca<strong>da</strong> etapa era<br />
necessário testar realmente para se obter uma idéia <strong>do</strong> resulta<strong>do</strong>. Por exemplo,<br />
foram testa<strong>do</strong>s vários dissipa<strong>do</strong>res para que o sistema final pudesse ser monta<strong>do</strong>.<br />
74
6. Sugestões para trabalhos futuros<br />
O interesse em criar um produto de alta tecnologia e quali<strong>da</strong>de para a<br />
medicina é substancial. Uma vez que o foco cirúrgico auxiliar de LED estiver sen<strong>do</strong><br />
comercializa<strong>do</strong>, aperfeiçoamentos podem surgir, crian<strong>do</strong> focos cirúrgicos que<br />
aten<strong>da</strong>m cirurgias de qualquer porte e complexi<strong>da</strong>de. Teoricamente seria necessário<br />
agrupar módulos, como na Figura 63.<br />
Figura 63 – Focos para alta cirurgia disponíveis no merca<strong>do</strong><br />
Fonte: (a) Skytron (2009), (b) Acem (2008), (c) Bran<strong>do</strong>n Medical (2007) e (d) Trumph (2006)<br />
Outra característica importante é o controle de sombras (Figura 64) que é<br />
mais eficiente que nos focos cirúrgicos halógenos, pois ca<strong>da</strong> LED faz seu próprio<br />
spot, bastan<strong>do</strong> apenas uma sobreposição. Ao bloquear um LED o spot gera<strong>do</strong> pelos<br />
outros continua claro e consistente. Já com a lâmpa<strong>da</strong> halógena há diferenças nas<br />
cama<strong>da</strong>s <strong>do</strong> refletor multifaceta<strong>do</strong>, que criam um spot difuso. Este controle<br />
possibilita a equipe de cirurgiões operarem sob o foco sem que o campo ilumina<strong>do</strong><br />
sofra alterações consideráveis. Em outras palavras, isto quer dizer que a área<br />
ilumina<strong>da</strong> nunca ficará no escuro.<br />
75
Figura 64 – Focos cirúrgicos com controle de sombra<br />
Fonte: (a) Steris (2008) e (b) Trumpf Medizini Systeme (2006)<br />
No caso <strong>do</strong>s Focos Cirúrgicos é necessário aliar uma boa concentração com<br />
um espalhamento razoável <strong>da</strong> luz. Como existem diversos procedimentos e tipos de<br />
cirurgias, estes recursos melhoram a visualização <strong>da</strong> área opera<strong>da</strong> e aumentam a<br />
precisão <strong>do</strong> médico. Seria muito interessante desenvolver um méto<strong>do</strong> de ajustar o<br />
campo ilumina<strong>do</strong>, seja mecanicamente ou eletricamente. Muitos fabricantes de<br />
focos cirúrgicos disponibilizam esta função, mas poucos implementam em focos<br />
auxiliares. A Figura 65 exemplifica a idéia de manter a mesma intensi<strong>da</strong>de, mas<br />
modifican<strong>do</strong> o diâmetro <strong>do</strong> campo.<br />
Figura 65 – Ajuste <strong>do</strong> campo ilumina<strong>do</strong><br />
Fonte: Os Autores (2009)<br />
Uma dica para solucionar este problema de focalização, é unir duas óticas.<br />
Isso pode ser feito unin<strong>do</strong> refletores e lentes, o primeiro fará a o diâmetro menor e o<br />
76
segun<strong>do</strong> o ajuste maior. Desta forma basta trabalhar com uma série de LEDs em<br />
paralelo para que seja possível controlar a intensi<strong>da</strong>de separa<strong>da</strong>mente. A sugestão<br />
é colocar 6 LEDs com refletores e 6 LEDs com lentes, e avaliar a melhor disposição<br />
sobre o dissipa<strong>do</strong>r.<br />
A a<strong>da</strong>ptação de uma câmera filma<strong>do</strong>ra e fotográfica na manopla <strong>da</strong> lâmpa<strong>da</strong>,<br />
como na Figura 66, trouxeram um aperfeiçoamento na área cirúrgica. Sua pequena<br />
dimensão e alta definição permitem acompanhar to<strong>do</strong> o processo de maneira muito<br />
simples.<br />
Figura 66 – Câmeras filma<strong>do</strong>ras em focos cirúrgicos<br />
Fonte: (a) Trumpf (2006), (b) Steris (2008) e (c) Stryker (2007)<br />
Essas imagens servem para visualização <strong>da</strong> cirurgia por to<strong>da</strong> a equipe,<br />
posteriores avaliações, histórico de cirurgias, treinamento de outros profissionais em<br />
tempo real ou grava<strong>do</strong>, etc. Um sistema de vídeo integra<strong>do</strong>, demonstra<strong>do</strong> pela<br />
Figura 67, tem origem na sala de operações e pode ser disponibiliza<strong>do</strong> via internet<br />
para inúmeros telespecta<strong>do</strong>res. Este é um sistema muito interessante de ser<br />
desenvolvi<strong>do</strong>.<br />
77
Figura 67 – Sistema de vídeo integra<strong>do</strong><br />
Fonte: Os Autores (2009), A<strong>da</strong>ptação de Bran<strong>do</strong>n Medical (2007)<br />
Para outros trabalhos que utilizarem módulos a LED para iluminação, poderá<br />
ser estu<strong>da</strong><strong>do</strong> os efeitos <strong>da</strong>s diferentes topologias de fontes sobre a vi<strong>da</strong> útil e<br />
quali<strong>da</strong>de <strong>da</strong> luz emiti<strong>da</strong> pelos LEDs.<br />
Estas sugestões tendem a aperfeiçoar o equipamento, contu<strong>do</strong> é importante<br />
que um estu<strong>do</strong> <strong>da</strong> viabili<strong>da</strong>de econômica antece<strong>da</strong> estes desenvolvimentos. Após a<br />
aplicação <strong>da</strong>s melhorias é conveniente realizar a certificação de acor<strong>do</strong> com as<br />
normas pertinentes.<br />
78
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83
ANEXOS<br />
Anexo A<br />
Especificação <strong>do</strong>s principais Focos Cirúrgicos Auxiliares a LED disponíveis no merca<strong>do</strong> [1] .<br />
Fabricante - Modelo<br />
Parâmetro<br />
Iluminância<br />
[lx]<br />
Potência<br />
[W]<br />
Campo<br />
Ilumina<strong>do</strong> [mm]<br />
CCT [K] CRI [Ra]<br />
Energia<br />
Irradia<strong>da</strong><br />
[mW/m².lx]<br />
Acem – Starled 1 [2] 50.000 26 90 5000 88 - 50<br />
Bran<strong>do</strong>n Medical – Astralite 50.000
Anexo B<br />
Tabela Padrão de Temperatura de cor para os LEDs OSRAM.<br />
85
Anexo C<br />
Imagens <strong>da</strong>s placas de circuito impresso.<br />
a) Fonte Regula<strong>do</strong>ra de Tensão b) Controle <strong>da</strong> corrente de saí<strong>da</strong> e outros dispositivos<br />
86
Anexo D<br />
Esquemático <strong>da</strong> placa <strong>da</strong> fonte regula<strong>do</strong>ra de tensão.<br />
87
Anexo E<br />
Esquemático <strong>da</strong> placa controla<strong>do</strong>ra de corrente e outros componentes.<br />
88