BEZERRAINFORMA - Centro de Tratamento Bezerra de Menezes
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<strong>BEZERRAINFORMA</strong><br />
Boletim Informativo do <strong>Centro</strong> <strong>de</strong> <strong>Tratamento</strong> <strong>Bezerra</strong> <strong>de</strong> <strong>Menezes</strong> Jul/Ago/Set 2006 – Ano V – Nº 23<br />
A auto-estima precisa ser esculpida em todos os momentos, ao longo<br />
<strong>de</strong> toda a vida, porque ela é a sua melhor proteção. Assista à palestra<br />
no CTBM, em 19 <strong>de</strong> setembro, às 19h30min. Garanta já sua vaga .<br />
O Ambulatório <strong>de</strong> São Paulo foi ampliado.<br />
A unida<strong>de</strong> em Paulínia comemora cinco anos<br />
<strong>de</strong> Tabagismo Zero. O novo restaurante em<br />
São Bernardo do Campo está quase pronto.<br />
São algumas <strong>de</strong> nossas conquistas que<br />
queremos compartilhar com você.<br />
O CTBM está sempre crescendo e<br />
se auto-avaliando. O tratamento das<br />
comorbida<strong>de</strong>s, aqui chamado <strong>de</strong> multifatorial,<br />
é resultado <strong>de</strong> um estudo profundo e<br />
antigo e que agora é divulgado.<br />
Leia matéria nas páginas centrais.<br />
Anote o novo telefone do CTBM: 4344-2222
Editorial<br />
CTBM crescendo e se mo<strong>de</strong>rnizando<br />
Cada passo, uma conquista. Estamos felizes com<br />
as recentes conquistas: a ampliação do Ambulató-<br />
rio em São Paulo, permitindo aumentar nossa ca-<br />
pacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> atendimento. A breve inauguração do<br />
novo restaurante, em São Bernardo do Campo, me-<br />
lhorando substancialmente os serviços neste setor.<br />
A inclusão do tratamento multifatorial para comorbi-<br />
da<strong>de</strong>s, cada vez mais presentes. O Tabagismo Zero, na<br />
unida<strong>de</strong> em Paulínia, há mais <strong>de</strong> cinco anos.<br />
O assunto da nossa próxima palestra aberta e gratuita<br />
– sugerido pelos participantes dos eventos anteriores<br />
– será “Auto-estima: sua melhor proteção”. A auto-es-<br />
tima fundamenta as nossas escolhas, aumenta a quali-<br />
da<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida e previne até doenças. Como nos ensina<br />
Convênios<br />
ABET, AGF, Alcan, Amafresp, Amesp,<br />
Amhpla, Ana Costa, Assoc. São Francisco<br />
Xavier, Bar<strong>de</strong>lla S/A, Blue Life, Bombril,<br />
Bra<strong>de</strong>sco Saú<strong>de</strong>, C.N.E.N., Cabesp,<br />
Caixa <strong>de</strong> Pensões, Caixa Econômica Fe<strong>de</strong>ral,<br />
Cassi (Banco do Brasil), CESP, CET,<br />
Cetesb, Cia. Si<strong>de</strong>rúrgica <strong>de</strong> Tubarão, Clinicard,<br />
Cofap, Daimler-Chrysler, Diário do Gran<strong>de</strong><br />
ABC, Dix-Amico, Embratel, Em<strong>de</strong>c, Ford<br />
do Brasil, Fundação Pampulha (Banco Itaú),<br />
Furnas Centrais Elétricas, Gama, General Motors,<br />
Gol<strong>de</strong>n Cross, Goodyear, IMASF, IMESP,<br />
Imprensa Oficial do Estado <strong>de</strong> São Paulo,<br />
Inter Saú<strong>de</strong>, Intermédica, Intermédice/<br />
Blue Life, Karmann Ghia, Kostal, Link Saú<strong>de</strong>,<br />
Mahle Metal Leve, Marítima Seguro,<br />
Med Card, Medial Saú<strong>de</strong>, Mediservice, Metrô,<br />
Metrus, Multicare, Nipomed, Notredame,<br />
Ômega Saú<strong>de</strong>, P.M./Dia<strong>de</strong>ma, P.M./Mauá,<br />
P.M./Paulínia, P.M./SBC, Petrobras, Pilkin-<br />
gton, Pirelli, Plan Assiste do Ministério<br />
Público, Pom Pom, Porto Unidas, Previpão<br />
(Pão <strong>de</strong> Açúcar), Previscania (Scania), Pro<strong>de</strong>sp,<br />
Rhodia, SA Saú<strong>de</strong>, Sabesprev, Sachs,<br />
Santa Casa <strong>de</strong> Mauá, Santamália, Santista<br />
Têxtil, Schuler, Sepaco, Solvay, SPAL,<br />
SP Transportes, Sul América, Tintas Coral,<br />
TRW, Unafisco, Unibanco-AIG, Unihosp,<br />
Unimed, Volkswagen.<br />
a psicóloga Marisa Graziela Moraes, “quando come-<br />
çamos a entendê-la como um processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvol-<br />
vimento interno, uma ampliação da consciência, uma<br />
maturida<strong>de</strong> espiritual, <strong>de</strong>ixamos <strong>de</strong> nos sentir vítimas<br />
dos outros e da socieda<strong>de</strong>”. Agen<strong>de</strong> e compareça: dia<br />
19 <strong>de</strong> setembro, às 19h30min.<br />
Aproveitamos ainda para parabenizar todos os volun-<br />
tários do país, já que comemoramos em 28 <strong>de</strong> agosto o<br />
Dia Nacional do Voluntariado. Os nossos voluntários<br />
nos dão uma lição <strong>de</strong> compaixão e também vaticinam:<br />
“Ser voluntário é um estado <strong>de</strong> espírito e um exercício<br />
para a nova consciência!”.<br />
Claudio Lopes, diretor presi<strong>de</strong>nte<br />
<strong>BEZERRAINFORMA</strong><br />
Boletim Informativo do <strong>Centro</strong> <strong>de</strong> <strong>Tratamento</strong> <strong>Bezerra</strong> <strong>de</strong> <strong>Menezes</strong> Jul/Ago/Set 2006 – Ano V – Nº 23<br />
Unida<strong>de</strong>s CTBM<br />
Se<strong>de</strong>: São Bernardo do Campo<br />
Hospital e Ambulatório<br />
Rua Batuíra, 400<br />
Bairro Assunção — Cep 09861-550<br />
Tel. (11) 4344-2222<br />
Ambulatório São Paulo/SP<br />
Rua Tenente Gomes Ribeiro, 57, cj. 54/55/56<br />
Vila Mariana — Cep 04038-040<br />
Tel. (11) 5573-3402 / 5082-4279<br />
Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Assistência e Reintegração<br />
Social - Paulínia/SP<br />
Rua Helio Polezer Junior, 300<br />
Parque Represa — Cep 13140-000<br />
Tel. (19) 3884-1016<br />
<strong>Centro</strong> <strong>de</strong> <strong>Tratamento</strong><br />
<strong>Bezerra</strong> <strong>de</strong> <strong>Menezes</strong><br />
tel. (11) 4344-2222<br />
www.bezerra<strong>de</strong>menezes.org.br<br />
e-mail: bezerra<strong>de</strong>menezes@<br />
bezerra<strong>de</strong>menezes.org.br<br />
Doações<br />
Bra<strong>de</strong>sco, Agência 0109-0<br />
Conta: 32.108-7<br />
Auditoria in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte:<br />
Cokinos & Associados Auditores<br />
In<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes<br />
2<br />
Expediente<br />
<strong>BEZERRAINFORMA</strong> é uma<br />
publicação trimestral do<br />
<strong>Centro</strong> <strong>de</strong> <strong>Tratamento</strong> <strong>Bezerra</strong><br />
<strong>de</strong> <strong>Menezes</strong>, tel. (11) 4344-2222<br />
Conselho Editorial:<br />
Claudio Lopes e Cristiane Mazará<br />
Produção: Arbeit Factory<br />
Editora e Comunicação<br />
www.arbeitcomunicacao.com.br<br />
Tel. (11) 5012-5265 e 5012-1210<br />
Jornalista responsável:<br />
Cristina Thimm Mirara<br />
(Mtb. 18.176)<br />
Fotografia: Divulgação<br />
Tiragem: 7.500 exemplares<br />
Distribuição Interna<br />
Permitida a reprodução total<br />
ou parcial dos textos, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que<br />
citada a fonte.<br />
www.bezerra<strong>de</strong>menezes.org.br<br />
bezerra<strong>de</strong>menezes@<br />
bezerra<strong>de</strong>menezes.org.br
Palestra no CTBM<br />
Auto-estima: sua melhor proteção<br />
A auto-estima po<strong>de</strong> e <strong>de</strong>ve ser <strong>de</strong>senvolvida ao longo <strong>de</strong> toda a vida<br />
PALESTRA DE MARISA GRAZIELA MORAES, PSICÓLOGA ASSISTENTE DO DEPTO. DE PSIQUIATRIA DO CTBM<br />
Vivemos numa socieda<strong>de</strong> impregnada pelo paradigma<br />
da eficiência e da perfeição, numa fórmula que inclui<br />
produção total, eficácia, corpo escultural, fama, status,<br />
e uma fome insaciável por novas emoções. Nossa socieda<strong>de</strong><br />
é estética, do tipo empresarial, e todas as nossas<br />
ações estão em função da qualida<strong>de</strong> do produto e<br />
não da pessoa. Esta exigência nos leva a dar o máximo<br />
em tudo, correr para se superar sempre, evitar as relações<br />
afetivas (não po<strong>de</strong>mos per<strong>de</strong>r tempo) e ter uma<br />
enorme sensação <strong>de</strong> vazio interior. Sem nos darmos<br />
conta, cultuamos a hipótese do não-limite, ou seja, não<br />
existem limites, não existem obstáculos, a vida é um<br />
enorme sim...<br />
Sabemos que o homem jamais está terminado, mas,<br />
sim, aberto à possibilida<strong>de</strong> do erro, em um processo<br />
contínuo <strong>de</strong> aprendizagem, mudanças e riscos. Em<br />
algum momento nos <strong>de</strong>paramos com a dimensão do<br />
conflito existente entre o i<strong>de</strong>al da perfeição e a frágil<br />
realida<strong>de</strong> <strong>de</strong> nossa natureza humana.<br />
Impossibilitados <strong>de</strong> respon<strong>de</strong>r a tantas exigências, nos<br />
perguntamos: “On<strong>de</strong> estamos? Temos qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
vida? Qual impacto sobre nossa auto-estima?”<br />
De todos os julgamentos que fazemos e aos quais nos<br />
submetemos nenhum é tão vital quanto o que fazemos<br />
sobre nós mesmos.<br />
Nossas reações aos acontecimentos, a maneira como<br />
nos posicionamos no mundo são, em sua essência,<br />
<strong>de</strong>terminados pela imagem e pensamento: “quem eu<br />
sou” – nossas características físicas e psicológicas, os<br />
pontos positivos e negativos e, acima <strong>de</strong> tudo, nossa<br />
auto-estima. Assim, a auto-estima é fator <strong>de</strong>terminante<br />
para o sucesso ou fracasso, para nos enten<strong>de</strong>rmos e<br />
compreen<strong>de</strong>rmos o outro e o mundo – requisito básico<br />
para uma vida satisfatória e com qualida<strong>de</strong>.<br />
Sendo essencial, precisamos enten<strong>de</strong>r o que é auto-estima,<br />
como se forma e como se <strong>de</strong>senvolve.<br />
A auto-estima parte <strong>de</strong> dois componentes: o sentimento<br />
<strong>de</strong> competência pessoal e o sentimento <strong>de</strong> valor pessoal,<br />
ou seja, autoconfiança e auto-respeito. É sentir-se<br />
confiante diante dos <strong>de</strong>safios e crises da vida, sentir-se<br />
competente e merecedor da felicida<strong>de</strong>.<br />
Ao contrário do que muitos pensam, a auto-estima<br />
3<br />
po<strong>de</strong> e <strong>de</strong>ve ser <strong>de</strong>senvolvida ao longo<br />
<strong>de</strong> toda a vida. Começamos a formá-la<br />
<strong>de</strong>s<strong>de</strong> pequenos, por meio da informação<br />
que recebemos <strong>de</strong> pais, irmãos e avós, e<br />
posteriormente <strong>de</strong> outras pessoas <strong>de</strong> nosso convívio<br />
social como professores, vizinhos e amigos.<br />
Durante a vida, passamos por vários graus <strong>de</strong> autoestima.<br />
É ilusão acreditar que alguém seja totalmente<br />
autoconfiante, e em tempo integral. Quando crianças,<br />
nossa autoconfiança e auto-respeito po<strong>de</strong>m ser alimentados<br />
ou <strong>de</strong>struídos. Já adultos passamos a ser responsáveis<br />
pela própria auto-estima, afinal ninguém pensa<br />
por nós, ninguém po<strong>de</strong> nos dar autoconfiança e amorpróprio.<br />
Posso ser amada por várias pessoas e mesmo<br />
assim não me amar. A gran<strong>de</strong> armadilha é procurar a<br />
autoconfiança e a auto-estima no aplauso dos outros,<br />
nas conquistas materiais ou em posições sociais.<br />
Nossa capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> pensar é fonte básica para <strong>de</strong>senvolver<br />
a competência e a convicção <strong>de</strong> que somos<br />
capazes <strong>de</strong> viver <strong>de</strong> maneira autônoma, nos responsabilizando<br />
por nossas escolhas, tendo confiança e consciência,<br />
sabendo que somos merecedores da bonda<strong>de</strong><br />
e da vida plena.<br />
Quando começamos a entendê-la como um processo<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento interno, uma ampliação da consciência,<br />
uma maturida<strong>de</strong> espiritual, <strong>de</strong>ixamos <strong>de</strong> nos<br />
sentir vítimas dos outros e da socieda<strong>de</strong>, vemos que a<br />
vida não é competitiva e nem comparativa.<br />
Aceitando nossos limites e imperfeições, nos tornamos<br />
capazes <strong>de</strong> estabelecer relações sociais e afetivas<br />
mais sadias com nós mesmos, com os outros e com o<br />
ambiente. Uma auto-estima saudável é essencial para<br />
nos dar condição <strong>de</strong> reagir ativa e positivamente às<br />
oportunida<strong>de</strong>s da vida, seja no trabalho, nas relações<br />
afetivas e no lazer. É a serenida<strong>de</strong> <strong>de</strong> espírito que torna<br />
possível <strong>de</strong>sfrutar a vida.<br />
Palestra Auto-estima: sua melhor proteção<br />
Dia 19 <strong>de</strong> setembro, terça-feira, às 19h30min<br />
Colabore com um quilo <strong>de</strong> alimento não perecível<br />
Inscrições tel. (11) 4344-2228
Organizações<br />
Informação, confraternização e diversão pontu<br />
Realizado em 21 <strong>de</strong> junho para convidados, o evento incluiu café da manhã e visita às instalações<br />
PALESTRAS DA DRA. ANGÉLICA KOBAYASHI E DO PSICÓLOGO ANSELMO PERES<br />
Um grupo <strong>de</strong> 60 pessoas, formado por profissionais<br />
<strong>de</strong> recursos humanos, médicos, psicólogos e assistentes<br />
sociais, foi convidado para participar do encontro<br />
sobre Comorbida<strong>de</strong>s e <strong>Tratamento</strong> Multifatorial, no<br />
<strong>Centro</strong> <strong>de</strong> <strong>Tratamento</strong> <strong>Bezerra</strong> <strong>de</strong> <strong>Menezes</strong>, no final<br />
<strong>de</strong> junho. Além do café da manhã, foram realizadas<br />
palestras, visita às instalações e apresentação <strong>de</strong> Vansan<br />
– músico que contagiou a todos com seu carisma e<br />
alegria autêntica <strong>de</strong> viver.<br />
A comorbida<strong>de</strong> – <strong>de</strong>finiu a médica Angélica Kobayashi,<br />
do CTBM – é a ocorrência <strong>de</strong> uma patologia<br />
em alguém que já é portador <strong>de</strong> outra doença. Os<br />
estudos indicam que a incidência <strong>de</strong> comorbida<strong>de</strong>s e<br />
<strong>de</strong> transtornos mentais graves está aumentando. Ela<br />
alertou: o consumo <strong>de</strong> álcool e drogas po<strong>de</strong> levar ao<br />
surgimento <strong>de</strong> uma psicopatologia. “O álcool, por ser<br />
um <strong>de</strong>pressor do sistema nervoso central, po<strong>de</strong> <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ar<br />
sintomatologia <strong>de</strong>pressiva ou levar à <strong>de</strong>terioração<br />
do afeto, com sintomas da ansieda<strong>de</strong>. Esta é uma<br />
das dificulda<strong>de</strong>s para realizar o diagnóstico”.<br />
A maioria dos <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> álcool tem sintomas<br />
<strong>de</strong>pressivos. O etanol apresenta efeitos ansiogênicos<br />
e <strong>de</strong>pressivos, provocando irritabilida<strong>de</strong>, disforia e insônia.<br />
Portanto, afirmou a médica, <strong>de</strong>ve-se aguardar<br />
quatro semanas, após o início do tratamento, para que<br />
se tenha a certeza da presença da síndrome <strong>de</strong>pressiva:<br />
“São duas semanas para <strong>de</strong>sintoxicação química e, se<br />
o quadro persistir, po<strong>de</strong>mos dizer que é uma <strong>de</strong>pressão<br />
a ser tratada, <strong>de</strong>vendo ter uma abordagem específica<br />
também para essa comorbida<strong>de</strong>”.<br />
O psicólogo Anselmo Peres <strong>de</strong>stacou que o tratamento<br />
multifatorial do CTBM,<br />
para os casos <strong>de</strong> comorbida<strong>de</strong>s,<br />
é personalizado, evita a transferência<br />
<strong>de</strong> pacientes e inclui estratégia<br />
<strong>de</strong> tratamento a curto,<br />
Avaliação do Encontro<br />
Foi maravilhoso, tivemos uma aula elucidativa sobre<br />
comorbida<strong>de</strong>s e recebemos vários presentes: confraternização,<br />
um café da manhã maravilhoso, aula/palestra,<br />
música ao vivo (todo mundo lavou a alma) e o CD.<br />
Estarão em ótimas mãos aqueles que passarem em tratamento<br />
pelo <strong>Bezerra</strong> <strong>de</strong> <strong>Menezes</strong>. Clarice Marcilio<br />
Schunk, gerente <strong>de</strong> Cre<strong>de</strong>nciamento da Ômega Saú<strong>de</strong>.<br />
Foi construtivo, enriquecedor, e as informações foram<br />
esclarecedoras e intrigantes – face à complexida<strong>de</strong> do<br />
tema. O café estava <strong>de</strong>licioso e a apresentação musical<br />
foi <strong>de</strong>scontraída e relaxante, proporcionando uma<br />
agradável integração. Fomos agraciados! Ursula <strong>de</strong><br />
Souza Barboza Pereira, Analista <strong>de</strong> RH da Karmann<br />
Ghia do Brasil.<br />
Apesar <strong>de</strong> não ser especialista em <strong>de</strong>pendência química,<br />
tinha notado a incidência significativa das comorbida<strong>de</strong>s<br />
e sentia a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> que esses pacientes fossem<br />
conduzidos <strong>de</strong> forma diferenciada. Fiquei satisfeita<br />
com a metodologia apresentada e isso aumentou minha<br />
segurança sobre o CTBM. Dra. Rosângela Porto, mestre<br />
em gastroenterologista e doutora em Medicina (Unifesp),<br />
coor<strong>de</strong>na o programa da DaimlerChrysler.<br />
Gostei. A palestra foi instrutiva, apesar <strong>de</strong> técnica.<br />
Estamos implantando um programa na empresa e o<br />
evento nos ajudou a ampliar e reforçar alguns aspectos.<br />
Victor Silva, gerente Adm. e RH da Rolls-Royce Brasil<br />
A atualização foi excelente. Rute Rodrigues da Rocha,<br />
assistente social da prefeitura <strong>de</strong> Dia<strong>de</strong>ma.<br />
A proposta é bastante interessante. Vir aqui é sempre<br />
muito positivo, a equipe é muito acolhedora. Com certeza,<br />
valeu muito. Iná Gonçalves Martins Piovesana,<br />
coor<strong>de</strong>na o programa que aten<strong>de</strong> os funcionários <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes<br />
químicos da prefeitura <strong>de</strong> Dia<strong>de</strong>ma.<br />
Foi um dos melhores eventos <strong>de</strong> que participei, parece<br />
que a gente saiu com a alma lavada. Foi muito boa<br />
a iniciativa do <strong>Bezerra</strong> porque as coisas mudaram e a<br />
gente tem que estar acompanhando. Ana Maria Feliciana,<br />
assistente social da Ford do Brasil.<br />
Foi um aprendizado muito gran<strong>de</strong>. Foi muito importante<br />
profissionalmente e pessoalmente. Sofia Hatsu<br />
Stefani, procuradora da prefeitura <strong>de</strong> Dia<strong>de</strong>ma.<br />
médio e longo prazos. Abaixo, o diretor presi<strong>de</strong>nte Claudio Lopes dá as boas<br />
vindas. Ao lado, Vansan encanta com sua arte.<br />
Foto: Celso Lima/ABC Repórter
aram o encontro na se<strong>de</strong> do CTBM<br />
<strong>Tratamento</strong> multifatorial<br />
Atendimento especial e diferenciado para os pacientes com comorbida<strong>de</strong>s<br />
Não é mais novida<strong>de</strong> que os protocolos terapêuticos distintos<br />
para Dependência Química e Transtornos Mentais<br />
do <strong>Centro</strong> <strong>de</strong> <strong>Tratamento</strong> <strong>Bezerra</strong> <strong>de</strong> <strong>Menezes</strong> são responsáveis<br />
pelo alto índice <strong>de</strong> recuperação dos pacientes. A<br />
instituição é conceituada no meio médico e referência nacional<br />
para o tratamento <strong>de</strong> <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes químicos, segundo<br />
a Secretaria Nacional Antidrogas (Senad), subordinada<br />
ao gabinete <strong>de</strong> Segurança Institucional da Presidência da<br />
República. A cada três meses, informações técnicas do<br />
CTBM alimentam estudos no <strong>Centro</strong> Brasileiro <strong>de</strong> Informações<br />
sobre Drogas Psicotrópicas (Cebrid), da Unifesp/<br />
Escola Paulista <strong>de</strong> Medicina.<br />
A novida<strong>de</strong> é que no <strong>Bezerra</strong> <strong>de</strong> <strong>Menezes</strong> tem-se notado,<br />
nos últimos tempos, uma mudança importante no perfil<br />
dos pacientes. No início da década <strong>de</strong> 90, 90% dos casos<br />
eram <strong>de</strong> alcoolismo puro e a gran<strong>de</strong> maioria eram homens,<br />
entre 25 e 45 anos. Hoje, 10% dos leitos são ocupados por<br />
mulheres e o público masculino é formado por rapazes a<br />
partir dos 17 anos. Essa mudança tem um agravante ainda<br />
mais sério e preocupante. Os pacientes utilizam diversas<br />
drogas, são poliusuários. O álcool tem assumido um papel<br />
coadjuvante e a maconha, a cocaína e o crack são as drogas<br />
prevalentes. Mas a complexida<strong>de</strong> do assunto não termina<br />
aí. Aumenta o número <strong>de</strong> pacientes com duplo diagnóstico<br />
e com comorbida<strong>de</strong>.<br />
Para facilitar a compreensão <strong>de</strong>stes conceitos, vamos citar<br />
exemplos. Duplo diagnóstico: o indivíduo nasceu epiléptico<br />
e começou a abusar do álcool na adolescência.<br />
Diagnóstico atual: ele continua epiléptico (doença que se<br />
agrava com a bebida) e agora também é alcoólatra. Comorbida<strong>de</strong>:<br />
o indivíduo nasce saudável e, <strong>de</strong> tanto beber,<br />
começa a <strong>de</strong>senvolver a epilepsia. Parece simples o prognóstico<br />
(juízo médico acerca da duração, evolução e termo<br />
<strong>de</strong> uma doença), mas não é.<br />
Comorbida<strong>de</strong>s: tratamento multifatorial<br />
Muitas drogas po<strong>de</strong>m produzir sintomas psicóticos, ansiosos<br />
ou <strong>de</strong>pressivos, durante a intoxicação química e até<br />
mesmo nos períodos <strong>de</strong> abstinência. E a confusão é ainda<br />
maior quando o paciente e a família omitem informações<br />
importantes para o diagnóstico. O diretor clínico, Dr. Irineu<br />
Godinho, explica que é comum tentar escon<strong>de</strong>r que o<br />
paciente usa drogas. Bastante alterado no momento da In-<br />
5<br />
ternação, ele é encaminhado<br />
para a Psiquiatria. Em poucos<br />
dias, nota-se que também<br />
abusava <strong>de</strong> drogas. Assim, o<br />
paciente continua albergado<br />
na Psiquiatria, vive a rotina<br />
do setor, e passa também a<br />
freqüentar ativida<strong>de</strong>s do <strong>de</strong>partamento<br />
<strong>de</strong> Dependência<br />
Química. O tratamento <strong>de</strong> cada paciente é personalizado e<br />
minuciosamente analisado diariamente.<br />
Nos Ambulatórios <strong>de</strong> São Bernardo do Campo e <strong>de</strong> São<br />
Paulo – recentemente ampliado – essa flexibilida<strong>de</strong> e amplitu<strong>de</strong><br />
continuam no tratamento, chamado no CTBM, <strong>de</strong><br />
multifatorial. Em Paulínia, só há tratamento para os <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes<br />
químicos.<br />
O papel do consultor<br />
Em todas as unida<strong>de</strong>s, as equipes são multiprofissionais<br />
e interdisciplinares, o que exige uma comunicação muito<br />
intensa e aberta. Na equipe técnica da Dependência Química<br />
também existe a presença do consultor. “São profissionais<br />
atualizados e muito experientes, capacitados para<br />
sensibilizar os pacientes”, <strong>de</strong>fine Dr. Irineu. A atuação dos<br />
consultores precisa ser efetiva e assertiva já que o paciente<br />
poliusuário tem uma dinâmica peculiar.<br />
Este novo perfil <strong>de</strong> paciente, lembra o médico, utiliza os<br />
medicamentos facilitadores como, por exemplo, os benzodiazepínicos<br />
(calmantes vendidos legalmente), e os anorexígenos<br />
(para amenizar a fome) que em curto tempo <strong>de</strong>ixam,<br />
principalmente as mulheres, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes.<br />
Para reforçar o tratamento aos pacientes, são realizadas diversas<br />
ativida<strong>de</strong>s que envolvem os familiares. “Não adianta<br />
recuperarmos o paciente e mandá-lo para a família, que<br />
continua se sentindo culpada e cheia <strong>de</strong> estigmas e equívocos”,<br />
finaliza Dr. Irineu.<br />
Ambulatórios do CTBM para adultos e crianças<br />
Atendimento Psiquiátrico<br />
Psicoterapias Individual e Grupal<br />
Ludoterapia<br />
Psicoterapia Familiar<br />
O diretor clínico do CTBM,<br />
Dr. Irineu Godinho, <strong>de</strong>staca<br />
a flexibilida<strong>de</strong> e inteligência<br />
do tratamento multifatorial.
Comemoração<br />
Paulínia celebra cinco anos <strong>de</strong> Tabagismo Zero<br />
No Dia Mundial sem Tabaco, 31 <strong>de</strong> maio, CTBM Paulínia reforça conquista e <strong>de</strong>terminação<br />
INFORMAÇÕES DE IRACI CAETANO, ASSISTENTE SOCIAL, PSICOTERAPEUTA E ESPECIALISTA EM DEPENDÊNCIA QUÍMICA<br />
Manhã ensolarada em Paulínia: muita expectativa,<br />
ansieda<strong>de</strong> e curiosida<strong>de</strong>, muita <strong>de</strong>terminação, alegria<br />
e <strong>de</strong>scontração. Foi com essa disposição que os pacientes<br />
e funcionários da Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Assistência e<br />
Reintegração Social <strong>Bezerra</strong> <strong>de</strong> <strong>Menezes</strong> <strong>de</strong> Paulínia<br />
comemoraram cinco anos <strong>de</strong> Tabagismo Zero no Dia<br />
Mundial sem Tabaco, em 31 <strong>de</strong> maio.<br />
Criado pela Organização Mundial da Saú<strong>de</strong> (OMS),<br />
esse dia é celebrado em 192 países e tem o objetivo<br />
<strong>de</strong> evi<strong>de</strong>nciar as várias interfaces ou problemáticas<br />
do consumo <strong>de</strong> tabaco e envolver todos no controle<br />
do tabagismo. As comemorações <strong>de</strong>ste ano chamam<br />
a atenção para o fato: todos os produtos <strong>de</strong>rivados do<br />
tabaco – in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> forma e disfarce – são igualmente<br />
danosos à saú<strong>de</strong>. Seu consumo aumenta o risco<br />
<strong>de</strong> doenças neoplásicas (tumores benigno e malignos),<br />
cardiovasculares e respiratórias, entre outras.<br />
Em Paulínia, houve palestra sobre os benefícios do<br />
abandono do tabaco, medição da pulsação, alongamento<br />
e caminhada. Um paciente comentou: “nunca fiquei<br />
nem duas horas sem fumar e estou há quinze dias livre<br />
do cigarro”. Outro confessou: “me preocupei quando<br />
vi a programação. Aí me vi andando por lugares on<strong>de</strong><br />
só passei segurando cigarro e lata <strong>de</strong> cerveja. Hoje sei<br />
que sou capaz <strong>de</strong> ficar limpo”.<br />
Luta contínua<br />
A assistente social Iraci Genésio<br />
Caetano, comentou: “Nos<br />
lembramos dos dias difíceis da<br />
implantação do fim do tabaco<br />
no tratamento, mas foi unânime<br />
a satisfação pela batalha<br />
vencida e a certeza <strong>de</strong> que a<br />
luta não terminou”.<br />
Na fotografia acima, participantes conversam com<br />
honestida<strong>de</strong> sobre as dificulda<strong>de</strong>s e realizações no<br />
Dia Mundial sem Tabaco.<br />
À esquerda, a assistente social Iraci Caetano tem seu pulso<br />
medido minutos antes da caminhada.<br />
6<br />
O Tabaco em resumo<br />
» Todos os <strong>de</strong>rivados do tabaco (cigarro, charuto, cachimbo,<br />
cigarro <strong>de</strong> palha, rapé e fumo-<strong>de</strong>-rolo) são<br />
nocivos à saú<strong>de</strong>.<br />
» O tabagismo é responsável por 30% das mortes por<br />
câncer, 90% das mortes por câncer <strong>de</strong> pulmão, 25%<br />
das mortes por doença coronariana, 85% das mortes<br />
por doença pulmonar obstrutiva crônica e 25% das<br />
mortes por doença cerebrovascular.<br />
» O tabagismo é consi<strong>de</strong>rado pela Organização Mundial<br />
da Saú<strong>de</strong> (OMS) a principal causa <strong>de</strong> morte evitável<br />
em todo o mundo, envolvendo 1/3 da população<br />
mundial adulta: 1 bilhão e 200 milhões <strong>de</strong> pessoas.<br />
» Segundo a OMS, o tabagismo passivo é a 3ª maior<br />
causa <strong>de</strong> morte evitável no mundo (5 milhões <strong>de</strong> mortes<br />
anuais no planeta), <strong>de</strong>pois do tabagismo ativo e do<br />
consumo excessivo <strong>de</strong> álcool.<br />
» O tabaco e seus <strong>de</strong>rivados possuem mais <strong>de</strong> 4.700<br />
substâncias tóxicas: nicotina (que gera <strong>de</strong>pendência),<br />
monóxido <strong>de</strong> carbono (o gás dos automóveis) e alcatrão<br />
(com cerca <strong>de</strong> 48 substâncias pré-cancerígenas).<br />
» A nicotina é psicoativa (sensação <strong>de</strong> prazer) e produz<br />
alterações no Sistema Nervoso Central, modificando<br />
o estado emocional e comportamental (age<br />
igual a cocaína, heroína e álcool).<br />
» Com a ingestão contínua da nicotina, o cérebro se<br />
adapta e passa a precisar <strong>de</strong> doses cada vez maiores.<br />
» Com a <strong>de</strong>pendência, cresce também o risco <strong>de</strong> se<br />
contrair doenças <strong>de</strong>bilitantes, que po<strong>de</strong>m levar à invali<strong>de</strong>z<br />
e à morte.<br />
Fontes: Instituto Nacional do Câncer e Organização<br />
Mundial da Saú<strong>de</strong>
Voluntariado<br />
A compaixão toca os voluntários do CTBM<br />
Depen<strong>de</strong>ntes químicos em recuperação encontram no serviço voluntário a força <strong>de</strong> que necessitam<br />
ELES ABREM O CORAÇÃO PARA OUVIR E ACOLHER E AINDA DOAM TEMPO, TALENTO E TRABALHO<br />
Quem mais po<strong>de</strong>ria ajudar quem chega ao <strong>Bezerra</strong><br />
<strong>de</strong> <strong>Menezes</strong> <strong>de</strong>bilitado, <strong>de</strong>sesperançado e mortificado<br />
pelo uso abusivo das drogas? Médicos, psicólogos, assistentes<br />
sociais, com certeza. Mas, quem mais enten<strong>de</strong><br />
exatamente o que se passa lá no íntimo <strong>de</strong>sse ser?<br />
Quem já viveu essa situação na pele, sentiu a angústia,<br />
o medo, conhece o mundo das drogas e acredita – porque<br />
percorreu – o longo caminho <strong>de</strong> volta para uma<br />
vida normal e <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>.<br />
O <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte químico em recuperação João (pseudônimo)<br />
é um <strong>de</strong>les. Aos 42 anos, trabalha e tem dois filhos.<br />
Há três anos, saiu da internação, foi convidado a ser<br />
voluntário e participou das oito sessões <strong>de</strong> treinamento.<br />
Ele conta que sempre lhe perguntam como<br />
consegue ficar limpo. “É fundamental freqüentar<br />
os grupos <strong>de</strong> anônimos. O trabalho<br />
como voluntário tem me ajudado muito,<br />
dou minha mensagem <strong>de</strong> fé, força e esperança,<br />
assisto às palestras e converso sobre<br />
o Quinto Passo (dos Doze Passos do Alcoólicos<br />
Anônimos/AA). Sempre alerto: o alcoolismo<br />
leva à insanida<strong>de</strong> e à <strong>de</strong>mência”.<br />
Há pouco mais <strong>de</strong> dois anos, o <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte<br />
químico em recuperação Fernando (pseudônimo),<br />
<strong>de</strong> 39 anos, com dois filhos, faz<br />
saídas com pacientes para os grupos <strong>de</strong><br />
anônimos. “Procuro mostrar para os que chegam, às<br />
vezes sem chão, que a situação po<strong>de</strong> melhorar com o<br />
tratamento. Afinal, somos iguais e nos i<strong>de</strong>ntificamos<br />
<strong>de</strong> imediato. Nosso trabalho é uma rua <strong>de</strong> mão dupla:<br />
você ajuda e é ajudado”.<br />
Roberto, taxista, <strong>de</strong> 58 anos, uma filha, é coor<strong>de</strong>nador<br />
do grupo <strong>de</strong> Voluntários da Dependência Química do<br />
CTBM. Faz 25 anos que está abstinente e revela que<br />
foi no serviço <strong>de</strong> Voluntariado que <strong>de</strong>spertou espiritualmente.<br />
Todos os sábados, coor<strong>de</strong>na a reunião: “Os<br />
12 passos são fundamentais, mas participar da recuperação<br />
<strong>de</strong> um <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte químico é uma experiência<br />
única”. Roberto confirma que freqüentar os grupos <strong>de</strong><br />
auto-ajuda é essencial para manter o <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte em<br />
recuperação e comenta que fica impressionado ao ver<br />
tantos jovens com limitações físicas e psicológicas<br />
sérias. “Nos <strong>de</strong>dicamos <strong>de</strong> corpo e alma para ajudá-<br />
7<br />
los. Ser voluntário é um estado <strong>de</strong> espírito!”. Mantendo-se<br />
limpo, atento e centrado, Roberto <strong>de</strong>scobriu e<br />
enfrentou mais duas compulsões: trabalho e cigarro.<br />
Ele chegou a trabalhar 18 horas por dia. Hoje, um dia<br />
da semana e divi<strong>de</strong> seu táxi com um colega. Sobre o<br />
cigarro, opina: “Tínhamos que dar mais atenção a esta<br />
droga que serve <strong>de</strong> porta <strong>de</strong> entrada para outras mais<br />
pesadas!”<br />
João Batista Odinique, 58 anos, é administrador <strong>de</strong> empresas<br />
e voluntário no CTBM <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2004. Um curso <strong>de</strong><br />
massoterapia <strong>de</strong>spertou nele um interesse maior sobre o<br />
ser humano a ponto <strong>de</strong> fazê-lo procurar locais on<strong>de</strong> pu<strong>de</strong>sse<br />
conhecer <strong>de</strong> perto as dores e as forças humanas.<br />
“Eu auxilio os monitores <strong>de</strong> arte na<br />
Psiquiatria e ouço os pacientes, sinto<br />
que assim os conforto”. Este contato<br />
mais próximo com os pacientes já o<br />
levou a resolver dificulda<strong>de</strong>s pessoais.<br />
Para João Batista, “voluntariado é<br />
um exercício para a nova consciência.<br />
O ser humano vai evoluir e esse tipo <strong>de</strong><br />
trabalho será uma prática comum”.<br />
Doando talento, tempo e trabalho<br />
O Programa <strong>de</strong> Voluntariado do <strong>Bezerra</strong><br />
<strong>de</strong> <strong>Menezes</strong>, subordinado à presidência<br />
da entida<strong>de</strong>, é coor<strong>de</strong>nado<br />
pelo <strong>Centro</strong> <strong>de</strong> Educação (Ceduc). Cristiane Mazará,<br />
coor<strong>de</strong>nadora <strong>de</strong> Marketing do Ceduc, afirma que o<br />
objetivo é ter pessoas engajadas, colaborando com a<br />
instituição. “Não substituímos funções e cargos remunerados<br />
com o trabalho voluntário. Eles vêm para<br />
enriquecer nossa atuação, favorecer a otimização e a<br />
qualida<strong>de</strong> dos serviços e ajudar na ampliação <strong>de</strong> nosso<br />
atendimento filantrópico”.<br />
O Programa do CTBM segue a Lei do Voluntariado<br />
e as coor<strong>de</strong>nadas do <strong>Centro</strong> <strong>de</strong> Voluntariado <strong>de</strong> São<br />
Paulo.<br />
CTBM aceita voluntários para todas as áreas.<br />
Informações pelo tel. 4344-2228 ou<br />
ceduc@bezerra<strong>de</strong>menezes.org.br
Kuka Legal<br />
Aceitar a doença é o primeiro passo<br />
Carlos não queria admitir, mas quando aceitou a doença passou a evitar o primeiro gole<br />
KUKA LEGAL É UM ESPAÇO RESERVADO AOS PACIENTES EM RECUPERAÇÃO. AQUI FALAM SOBRE AS DIFICULDADES E AS CONQUISTAS<br />
Carlos (pseudônimo), 47 anos, auxiliar <strong>de</strong> enfermagem<br />
Drogas que conhece: álcool e cigarro<br />
Importância do tratamento<br />
Não aceitava que realmente estava doente. Quando me chamavam<br />
<strong>de</strong> alcoólatra, eu não admitia. Fiz tratamento <strong>de</strong> 31<br />
dias e relutava nos primeiros dias. Depois aceitei que era alcoólatra<br />
e que essa doença permaneceria comigo até o resto<br />
da vida. Eu teria que evitar o primeiro gole sempre.<br />
Recaída<br />
Após o tratamento, que terminei em <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2004, não<br />
tive. Eu freqüento as salas dos Alcoólicos Anônimos (AA)<br />
no mínimo três vezes por semana. Já cheguei a ir todos os<br />
dias. Lá partilhamos, conversamos, recebemos orientações<br />
<strong>de</strong> nossos padrinhos. Quando senti vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> voltar a beber,<br />
meu padrinho me ajudou a me manter limpo.<br />
Perda <strong>de</strong> controle<br />
Comecei a beber aos 17, 18 anos. Bebia pouco, era novida<strong>de</strong>.<br />
Com o tempo, minha se<strong>de</strong> foi crescendo e passei a tomar<br />
bebida <strong>de</strong>stilada, pinga, conhaque. Não soube enxergar que<br />
tinha propensão para essa doença. Durante o trabalho, só<br />
pensava no fim do expediente para ir beber. Nos últimos<br />
cinco anos, ela começou a me dominar <strong>de</strong> vez. Se saísse<br />
do trabalho às 19h, só voltava para casa às três da manhã,<br />
e ficava tranqüilo porque era a minha folga no dia seguinte.<br />
Foi quando comecei a dar os famosos trabalhos para minha<br />
família (esposa e três filhos: 18, 22 e 23 anos).<br />
Se pu<strong>de</strong>sse fazer diferente...<br />
Não permitiria que se oferecesse álcool para as crianças,<br />
mesmo por brinca<strong>de</strong>ira. Tem gente com probabilida<strong>de</strong> para<br />
o alcoolismo, como eu. Eu também mudaria meus hábitos,<br />
minhas atitu<strong>de</strong>s, e escolheria melhor locais e pessoas, como<br />
faço hoje. Ainda fumo, mas estou tentando parar.<br />
Família<br />
Eles sofreram muito porque eu estava me matando, e eu<br />
não percebia. Eles insistiram no meu tratamento a partir <strong>de</strong><br />
2003. Eles me viram muito mal e hoje nenhum <strong>de</strong>les bebe<br />
ou fuma.<br />
Conselho<br />
No A.A. e no <strong>Bezerra</strong> <strong>de</strong> <strong>Menezes</strong>, on<strong>de</strong> sou voluntário,<br />
transmito a mensagem dos Doze Passos, nosso alicerce, e<br />
aconselho: tome guaraná com limão, minha bebida preferida.<br />
Converso com as pessoas, informo alguns en<strong>de</strong>reços,<br />
alerto, lembro que a doença está apenas adormecida, e continuo<br />
apren<strong>de</strong>ndo todos os dias.<br />
O que é a vida?<br />
Vida hoje é algo que ainda não havia percebido. Hoje posso<br />
saborear cada momento com minha família, posso partilhar,<br />
sem ter a compulsivida<strong>de</strong>, mesmo olhando outras pessoas<br />
beberem. Antigamente, todos os eventos eram programados<br />
em função da bebida. Hoje, escolho os mais importantes<br />
para mim e minha família e visito os parentes e amigos que<br />
me respeitam como sou.<br />
Anote o novo<br />
telefone do CTBM<br />
4344-2222<br />
Registros<br />
O CTBM foi matéria no ABC Repórter e no<br />
Agora São Paulo, on<strong>de</strong> ganhou <strong>de</strong>staque por sua<br />
atuação filantrópica.<br />
A Life Idiomas doou agasalhos ao Grupo<br />
Fraternal Adolfo <strong>Bezerra</strong> <strong>de</strong> <strong>Menezes</strong>, mantido<br />
pela Instituição Assistencial Emmanuel.<br />
Na foto, o diretor presi<strong>de</strong>nte Claudio Lopes<br />
recebe a doação <strong>de</strong> Luciana Guerra e Tânia<br />
Maria Bottura, coor<strong>de</strong>nadora e diretora<br />
pedagógicas.