Tal como a pintura e a escultura, o mosaico está entre as primeiras manifestações culturais do homem. Esta arte milenar teve as suas primeiras demonstrações, de acordo com os estudiosos e arqueólogos, há mais de cinco mil anos atrás, na Mesopotâmia (onde hoje se situa o Iraque), com os Sumérios. O que parece ter sido o primeiro trabalho em mosaico registado pela humanidade, não era mais do que umas pilastras revestidas com cones de argila coloridos e fixadas em massa. Contudo, também se enuncia o estandarte de Ur, realizado em mármore, arenito vermelho, lápis lázuli e conchas, como a mais antiga ilustração de ação bélica, executada em mosaico. A obra retracta os guerreiros em marcha e, depois, o retorno seguido de comemoração com banquete e acompanhamento musical. Furtado pelos ingleses em 1930, o estandarte de Ur encontrase hoje no Museu britânico e há alguma unanimidade entre os historiadores que o consideram, efetivamente, o primeiro mosaico da história. Apesar disso, a sua ocorrência na Suméria é facto isolado, pois a obra não gerou desdobramentos, nem proporcionou uma escola de difusão técnica. Pensa-se que, no século III a.C., também os gregos formavam quadros de pequenos seixos rolados brancos, pretos e de vários tons de vermelho, com cenas de luta, caça e animais, além de motivos mitológicos. Esta prática de pavimentar os pisos nasceu em Pella, na Macedónia, terra que viu nascer Alexandre, 18 Jardinal 2011 O Grande. Deve-se a ele a criação em Alexandria, no Egito, de um centro de artesãos mosaicistas. O uso de pisos em mosaico conheceu aí o seu primeiro período de esplendor, generalizouse e ganhou ainda mais impulso quando a descoberta do ferro viabilizou o corte das pedras com talhadeiras, refinando a arte e ampliando o seu potencial. Desde então, o homem tem usado pedaços de pedra, cerâmica, vidro, conchas, plástico e os mais diferentes materiais, <strong>para</strong> criar mosaicos. A técnica do trabalho em mosaico consistia na colocação sobre o piso, composto de várias camadas de lama misturadas com seixos e gesso resultante de fragmentos de mármore ou de pasta vítrea de diferentes cores, as quais faziam o desenho. O mosaicista procurava as linhas do desenho esboçado sobre a última camada de gesso e demonstrava a sua perícia em desenvolver formas e cores, além de conseguir contraste de sombra e luz. Em geral, os mosaicos eram executados no local, embora a figura central, o motivo, que requeria uma mão-de-obra acurada em materiais mais refinados, era pre<strong>para</strong>da sobre o desenho de um painel especial na oficina do artesão e depois inserida dentro do pavimento terminado. Ainda na era antes de Cristo, Itália tornou-se o maior centro produtivo de mosaicos da Europa. Eram utilizados, principalmente, com temas religiosos, revestindo-se pisos e paredes com a arte do mosaico.
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