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Informativo da ASSINTEC n° 21<br />
Subsídios para o Ensino Religioso<br />
Abril/maio/junho de 2007 - Equipe Pedagógica da ASSINTEC: Borres Guilouski,<br />
Diná Raquel D. da Costa e Emerli Schlögl – Presidente: Pe. Carlos Alberto Chiquim – Secretário:<br />
Dr. Sylvio F. Gil Filho - Rua Máximo João Kopp 274 - Bloco 4 - CEP: 82.630-000 – Santa Cândida<br />
– Curitiba PR - Fone: 0 XX 41 3351 6642 - E-mail: assintecpr@yahoo.com.br<br />
A VALORIZAÇÃO DA VIDA NO ENSINO<br />
Imagem disponível em: www.unbebenarbre.com/img/bebe.jpg<br />
Educar para a valorização da vida no Ensino Religioso é realizar um<br />
permanente trabalho de conscientização de que tudo que faz parte do<br />
nosso mundo é também parte de nós mesmos. Nós, os seres humanos,<br />
estamos integrados no todo e somos responsáveis pela qualidade da vida e<br />
pela preservação e o respeito à mesma. Na visão de Gandhi e de muitos<br />
místicos, todos os seres que fazem parte da realidade que nos circunda são<br />
considerados como os entes ou os próximos com os quais convivemos,<br />
interagimos e partilhamos a vida. Trata-se de uma comunhão com a<br />
totalidade da vida, pois, como disse Mahatma Gandhi: “Tudo o que vive é<br />
meu próximo” (Gandhi, 1869 – 1948).<br />
Equipe Pedagógica da ASSINTEC<br />
NESTA EDIÇÃO<br />
ASSINTEC – METAS PARA 2007........................................................................................................................................02<br />
A VALORIZAÇÃO DA VIDA NAS DIFERENTES TRADIÇÕES RELIGIOSAS<br />
E MÍSTICO-FILOSÓFICAS...................................................................................................................................................... 03<br />
O AMOR COMO BASE DA VALORIZAÇÃO DA VIDA...................................................................................................... 08<br />
SUGESTÕES DE TEXTOS E ATIVIDADES PARA O ENSINO RELIGIOSO..................................................................... 09<br />
INFORMAÇÕES GERAIS SOBRE ALGUMAS ATIVIDADES DA ASSINTEC................................................................. 14<br />
1
ASSINTEC – METAS PARA 2007<br />
Carlos Alberto Chiquim<br />
A ASSINTEC tem sua origem no profundo anseio de comunhão entre as pessoas de<br />
boa vontade que acreditam nos valores da família, da justiça e da solidariedade e numa<br />
sociedade balizada nos princípios da paz. A ASSINTEC vive hoje momentos de especial<br />
atenção. Vamos recordar nossa história.<br />
Em 1971, durante a campanha para o Natal dos pobres em Curitiba, o Convento do<br />
Sr. Bom Jesus, representado por Frei Arnaldo Pereira de Souza decidiu fazer uma<br />
campanha para dar à criança curitibana, algo do sentido próprio do natal – nascer, crescer<br />
com Cristo. Foram arrecadados CR$ 10.000,00. Refletiu-se sobre a melhor maneira de se<br />
utilizar os recursos.<br />
A proposta, aos poucos, amadurecida resultou numa ação concreta: em fevereiro de<br />
1972 deu-se entrada a um projeto de ensino religioso radiofônico, sendo o mesmo<br />
encaminhado ao PRONTEL (Programa Nacional de Tele – Educação) no Rio de Janeiro. A<br />
17 de maio o projeto foi aprovado e a 30 de maio, encaminhado para a SEC – Paraná.<br />
Recorreu-se ao Conselho Estadual de Educação e a 9 de agosto o projeto recebeu parecer<br />
favorável por unanimidade.<br />
O processo retornou a SEC e finalmente a 2 de janeiro de 1973 foi assinado o<br />
convênio com o Convento do Sr. Bom Jesus, setor paroquial, estabelecendo as condições<br />
de implantação do projeto, conforme diário oficial de 16/01/73. No dia 6 de Dezembro de<br />
1972, o Prefeito Municipal, através do decreto 897 autorizou a implantação do projeto de<br />
ensino moral religioso nas unidades escolares do município.<br />
Desde o início, o Plano recebeu todo o apoio e incentivo do Arcebispo da Igreja<br />
Católica de Curitiba, bem como das lideranças das Igrejas Metodista, Presbiteriana,<br />
Luterana, Episcopal e Congregacional que, com entusiasmo, viam neste trabalho um passo<br />
a mais visando a união das Igrejas que Professam a doutrina Cristã. Tal projeto resultou na<br />
criação da Associação Interconfessional de Educação de Curitiba, ASINTEC, a 20 de junho<br />
de 1973.<br />
A ASSINTEC através de sua programação radiofônica, atingiu com uma aula<br />
semanal para cada série; 75.000 alunos, 3.000 professores em 150 escolas de 1º Grau de<br />
Curitiba. Para esse fim foram distribuídos 700 aparelhos de rádio aos estabelecimentos de<br />
ensino, fornecendo também apostilas aos professores e alunos.<br />
As aulas foram gravadas pela ISAEC, nos estúdios da Igreja Luterana, com fundos<br />
do Conselho Mundial de Igrejas. Os aparelhos de rádio e impressão do material foram<br />
conseguidos com auxílio recebido da Igreja Católica da Alemanha, através de campanhas<br />
entre as crianças e Adveniat. A transmissão gratuita estava a cargo das Rádios Santa<br />
Felicidade e Colombo de Curitiba. A ASSINTEC orientou e supervisionou o trabalho nas<br />
escolas, através de visitas repetidas a todos os estabelecimentos e freqüentes reuniões e<br />
cursos com os professores.<br />
Aos poucos, escolas particulares de Curitiba e públicas de outros municípios<br />
aderiram ao projeto e o mesmo expandiu-se pelo Paraná. Convênios foram assinados com a<br />
Secretaria de Educação de Curitiba e com a Secretaria Estadual de Educação, que<br />
liberavam pessoas espaço físico e recursos para a ASSINTEC.<br />
Com o passar dos anos novas denominações religiosas passaram a integrar a<br />
ASSINTEC. Obedecendo às novas exigências legais, a ASSINTEC deixou de ser uma<br />
entidade apenas cristã e foi enriquecida com outras matrizes religiosas. Hoje 17<br />
denominações integram a instituição.<br />
A meta da ASSINTEC para o ano 2007 é o fortalecimento da entidade através de<br />
várias ações: capacitação de professores através de formação e produção de material,<br />
usando das modernas tecnologias de comunicação; divulgação do conteúdo fundamental<br />
das denominações religiosas através da internet; aprofundar a relação com a Secretaria<br />
2
Municipal de Educação de Curitiba e com a Secretaria Estadual de Educação e a<br />
organização de um Encontro Nacional de Entidades de Ensino Religioso, em consonância<br />
com o FONAPER (Fórum Nacional Permanente do Ensino Religioso).<br />
Para que possamos atingir nossos objetivos contamos com o apoio e a colaboração<br />
de todas as entidades associadas e de todos os professores e professoras, verdadeiros<br />
heróis anônimos, que atuam em nosso Estado, com amor, vocação e desprendimento.<br />
Carlos Alberto Chiquim - Presidente da ASSINTEC<br />
A VALORIZAÇÃO DA VIDA NAS DIFERENTES TRADIÇÕES<br />
RELIGIOSAS E MÍSTICO-FILOSÓFICAS<br />
A valorização da vida é um tema bastante relevante nos dias atuais por conta da situação de<br />
violência, desamor, injustiças sociais e degradação do meio ambiente que impera no mundo e em<br />
nossa sociedade. A vida em nosso planeta está ameaçada, e essa ameaça parte do próprio homem.<br />
A educação para a valorização da vida é um compromisso de todos, da família, da escola, das<br />
tradições religiosas e filosóficas, bem como da sociedade como um todo. Tivemos a preocupação de<br />
disponibilizar informações de diferentes tradições religiosas e místico-filosóficas sobre a temática.<br />
Estas informações foram elaboradas por representantes das mesmas e se constituem em subsídio<br />
para pesquisa nas aulas de Ensino Religioso.<br />
ANTIGA E MÍSTICA ORDEM ROSACRUZ – AMORC - A Antiga e Mística Ordem Rosacruz, AMORC<br />
entende a vida como um fluxo divino de Força Vital, que permeia todo o Universo e que ativa, quando<br />
as circunstâncias são propícias, a atividade consciente em vários reinos. A vida é una e universal,<br />
não existe apenas no planeta Terra, mas em várias partes do universo visível e invisível. A vida não<br />
se interrompe, apenas “muda de fase”: matéria e espírito. O viver na matéria implica desenvolver<br />
nossas melhores qualidades e despertar nosso potencial interior, de forma que possamos nos tornar<br />
canais de Luz, Vida e Amor entre nossos irmãos. Foi o que fizeram todos os Mestres, como Krishna,<br />
Buddha, Jesus etc. Devemos trilhar o mesmo caminho. A valorização da vida passa a ser,<br />
primeiramente, o autoconhecimento, apreendendo a vida universal a partir de nós, mediante a<br />
expansão de nossa consciência. Então entenderemos, experimentalmente, a máxima: “se chutas uma<br />
pedra, as estrelas sentirão”. Jamil Salloum Jr - Assessor de Comunicação da AMORC. Ordem<br />
Rosacruz, AMORC: Rua Nicarágua, 2620 - 82515-260 – Curitiba –PR. / Tel:(41)3351-3000 Internet:<br />
www.amorc.org.br / E-mail: rosacruz@amorc.org.br<br />
BUDISMO - Um rio separava dois reinos, porém um ano sobreveio uma seca e a água teria que ser<br />
racionada. Como as duas nações começaram a brigar os seus reis enviaram exércitos para proteger<br />
os respectivos súditos.O Buda encaminhando-se à fronteira disse aos reis: “O que vale mais: a água<br />
do rio ou o sangue dos seus súditos?""O sangue destes homens vale mais do que a água do rio",<br />
responderam."Oh, reis insensatos" - disse o Buda - "derramar o mais precioso para obter aquilo que<br />
vale muito menos! Havendo luta haverá o derramamento de sangue destes homens e o rio não<br />
aumentará uma só gota d’água".Os reis envergonhados resolveram chegar a um acordo e repartir a<br />
água. Pouco depois chegaram as chuvas e houve irrigação para todos. No Budismo a valorização da<br />
vida só pode ser realizada através da sabedoria e compaixão presente em todos, porém usualmente<br />
obscurecida. Por isso treina-se a meditação como forma de remover os obscurecimentos da mente e<br />
possibilitar uma ação cada vez mais lúcida na vida. O Budismo utiliza-se de diferentes métodos para<br />
que as pessoas possam encontrar a felicidade, verdadeiramente. Um dos métodos inicia-se com a<br />
motivação de não criar sofrimento, de criar relações positivas e de dirigir a própria mente. Então, é<br />
necessário estabelecer a Visão, como ponto de partida, o que significa ouvir os ensinamentos<br />
revelados pelo Buda, e, que chegou até os dias atuais graças à compaixão genuína dos mestres que<br />
os transmitiram, geração após geração. Assim, o estudo é o ponto de partida. Porém, é necessário a<br />
Meditação para estabilizar a Visão. É imprescindível que os ensinamentos sejam vivenciados,<br />
testados. Assim, a prática do silêncio vai permitir que o que se estudou, o que se ouviu dos grandes<br />
mestres, se torne uma experiência verdadeira na vida de um praticante. Desse modo é possível<br />
transcender aos impulsos negativos (uma vez que a mente vai ser “domada”), conduzindo ao 3º<br />
passo, que é a etapa da Ação, ou seja, a capacidade de agir de forma lúcida no cotidiano. Aí tem<br />
início o caminho espiritual propriamente dito. Surge a generosidade, o amor e a compaixão dedicados<br />
3
aos outros seres. São ações que ultrapassam nossa identidade. A natureza do ser humano não está<br />
presa no auto-interesse, mas é originalmente ampla. O time do “eu sozinho” não tem nenhuma chance<br />
de sobrevivência! Quando manifestamos essa natureza ampla fazemos o que o Buda fez: dedicamos<br />
nossas vidas para trazer benefícios aos seres, partilhando uma cultura de paz num mundo que inclui<br />
todos os seres, com suas limitações e com todo o seu potencial de amar e transcender! Bruno<br />
Davanzo – Presidente do Centro de Estudos Budistas Bdisatva Paramitta. Centro de Estudos Budistas<br />
Bodisatva - Curitiba/PR – Rua Conselheiro Carrão, 1155 – Alto da XV Site: www.paramitta.org email:<br />
curitiba@caminhodomeio.org Fone: 8818-9989<br />
ESPIRITISMO - A verdadeira vida é a vida espiritual. Os Espíritos são os seres inteligentes da<br />
Criação Divina. Somos Seus filhos porque somos a obra de Deus, tivemos um princípio de acordo<br />
com a vontade do Criador do Universo, e não teremos fim. Nosso corpo físico é a morada temporária<br />
da nossa alma, é por meio dele que entramos em contato com o mundo exterior, Deus impõe a<br />
encarnação com a finalidade de levar o Espírito à perfeição e ter condições de enfrentar sua parte na<br />
obra da Criação. A ação dos seres corpóreos é necessária à marcha do Universo, dessa forma,<br />
contribuindo para a obra geral, os Espíritos também progridem. Desta forma, a Doutrina Espírita<br />
desenvolve o trabalho de conscientização a respeito do valor da vida corpórea através de palestras,<br />
cursos, mensagens, incentivando seus adeptos a participarem na comunidade, enquanto cidadãos<br />
conscientes e ativos, em todas as ações que promovam o bem e preservem a vida, em qualquer de<br />
suas formas. Izildinha Regina da Silva Castagini - Federação Espírita do Paraná – Alameda Cabral,<br />
300 – Centro – Curitiba – PR – www.feparana.com.br<br />
FÉ BAHÁ’Í - “Peço que cada um de vós se instrua pela força do Espírito Divino, a fim de ser o meio<br />
de educar o próximo. A vida e a moral de um homem espiritual são, em si mesmas, um ensinamento<br />
àqueles que o conhecem. Não penseis em vossas próprias limitações, atentai unicamente o benefício<br />
que vem do Reino da Glória. Considerai a influência de Jesus Cristo sobre Seus apóstolos e refleti,<br />
pois, no efeito que eles tiveram sobre o mundo. Esses homens simples foram capacitados, pelo poder<br />
do Espírito Santo, a propagar as boas novas! Assim, possais todos vós receber a assistência Divina!<br />
Nenhuma capacidade é limitada quando o Espírito de Deus a guia. A terra por si só não apresenta<br />
qualidades próprias de vida; é árida e seca, até que seja fertilizada pelo sol e pela chuva; todavia, a<br />
terra não necessita lamentar suas próprias limitações. Que vos seja dada vida! Que a chuva da<br />
Misericórdia Divina e o calor do Sol da Verdade fertilizem vossos jardins, para que inúmeras flores de<br />
rara fragrância e amor cresçam em abundância. Afastai vossas faces da contemplação de vossas<br />
próprias personalidades finitas e fixai vossos olhos sobre o Resplendor Eterno; então, vossas almas<br />
receberão, na medida plena, o Poder Divino do Espírito e as Bênçãos da Generosidade Infinita. Se<br />
assim vos mantiverdes preparados, transformar-vos-eis numa flama ardente para o mundo da<br />
humanidade, numa estrela guia e numa árvore frutífera, convertendo toda a escuridão e angústia em<br />
luz e felicidade através do fulgor do Sol da Misericórdia e das bênçãos infinitas das Boas Novas. Este<br />
é o significado do poder do Espírito Santo, o qual peço seja derramado profusamente sobre vós.”<br />
'Abdu'l-Bahá (1844-1921) Centro do Convênio de Bahá'u'lláh Fundador da Fé Bahá’í (Palestras de<br />
‘Abdu'l-Bahá em Paris 1911) - Comunidade Bahá´í de Curitiba – Rua Fagundes Varela 84 Curitiba-<br />
Pr - www.bahaictba.org.br<br />
IGREJA ADVENTISTA DO SÉTIMO DIA - Como Igreja Adventista do Sétimo Dia, temos bem<br />
definida nossa missão, tanto na doutrina quanto no exercício da mesma, no que diz respeito ao valor<br />
da vida humana. Fomos criados a “...imagem...” e “...semelhança...” de Deus (Gênesis 1:26). E,<br />
dentre os muitos atributos divinos, o que melhor O caracteriza é o amor (ver I São João 4:8). Portanto<br />
é de fundamental importância que todo ser humano reflita o caráter do Criador, amando o Senhor, de<br />
todo o coração, alma e entendimento e o próximo como a si mesmo. (ver São Mateus 22:37 a 40).Em<br />
2003, foi publicado pela Casa Publicadora Brasileira o livro Declarações da Igreja, onde a igreja<br />
expressa sua posição sobre vários temas que influencia a vida humana, tais como: Aborto,<br />
homossexualismo, clonagem, assédio sexual, entre outros. Este amor-respeito pela vida é ensinado e<br />
praticado pelos adventistas, pois entendemos que os atos falam mais do que as palavras. E é isto<br />
que nos motiva a manter em funcionamento em vários lugares creches, asilos, clinicas e hospitais,<br />
além do complexo educacional, que ensina valores para formar pessoas vencedoras. Pr. Itanael<br />
Miranda - Pastor Distrital na Associação Sul Paranaense da IASD - Para mais informações consultar:<br />
Site: www.igrejaadventista.org.br Editora Casa Publicadora Brasileira – Rodovia SP 127 – Km 106 –<br />
Tatuí-SP. www.cpb.com.br Livro: Nisto Cremos, da CPB. Uma exposição das crenças doutrinárias<br />
dos Adventistas do 7º. Dia Site: www.vidaporvidas.com.br – Uma campanha nacional pela doação de<br />
sangue realizado pelos jovens adventistas.<br />
4
IGREJA CATÓLICA APOSTÓLICA BRASILEIRA - A Igreja Católica Apostólica Brasileira é<br />
orientada por princípios éticos, cristãos, católicos e apostólicos, no aperfeiçoamento espiritual e na<br />
formação integral do homem, tendo por missão através de São Carlos do Brasil, organizador jurídico<br />
da igreja, defender ferrenhamente a coluna mestra da sociedade que é a família, com a arma mais<br />
potente que se conhece, A SAGRADA ESCRITURA, porque assim estaremos orientando a<br />
comunidade, valorizando a vida, que é o bem maior. A missão da ICAB, através das várias pastorais<br />
de aperfeiçoamento dos fiéis, espiritualmente falando, pois sabemos que somos pedras brutas, que<br />
devemos nos lapidar diuturnamente até nos tornar uma pedra preciosa. Daí o sacerdócio pleno que<br />
detém o Bispo, através da sucessão apostólica, “de ligar e desligar” quando São Pedro recebeu de<br />
Jesus o poder da continuidade da igreja dizendo: “o que ligares na terra será ligado no céu e o que<br />
desligares na terra, também será desligado no céu”. O princípio ético primeiro é o comprometimento<br />
a participação, é ter amor e disposição para participar da formação espiritual e material, colocandonos<br />
ao dispor da comunidade, esta atitude é o verdadeiro comprometimento com a vida. DOM<br />
AURIO FONTANELLA CAMARGO<br />
IGREJA CATÓLICA APOSTÓLICA ROMANA - A narrativa bíblica da criação (Gn, 1,1-25), é um<br />
“hino de louvor” à vida que possui como fonte o Deus criador e senhor supremo de todas as formas<br />
de vida, e fica satisfeito com a obra da criação ao ver que tudo era “muito bom”. Conforme a narrativa,<br />
antes da intervenção divina, o mundo era “caos” “abismo” “trevas”. Depois da intervenção tudo se<br />
transforma em “luz”, firmamento”, “vida”. O ser humano aparece no final como administrador daquele<br />
paraíso e isso lhe confere uma valor ontológico maior que todas as outras criaturas. O ser humano é<br />
o primeiro responsável pelo cuidado da vida. No evangelho de João, Jesus Cristo se apresenta<br />
como o Deus da vida e no capítulo dez, na parábola do Bom Pastor, Ele assegura que é preciso<br />
“expor a vida pela vida” (Jo. 10,11), pois a vida é o fim último na fé cristã que em sua concepção<br />
escatológica crê na ressurreição onde “tudo será tudo em Cristo” (I cor. 15,28). Para a Igreja Católica,<br />
a vida é um fim em si e não meio. Ela não pode ser instrumentalizada para outros fins que não sejam<br />
a felicidade plena do ser humano e a reconciliação com todas as diversas formas de vida do universo,<br />
sinal visível do criador. Dentre tantos projetos em favor da vida, temos a Campanha da Fraternidade<br />
2007 sobre a Amazônia com o lema: “Vida e Missão neste chão” . Prof. Mario Antonio Betiato –<br />
Membro do Conselho Fiscal da ASSINTEC.<br />
IGREJA EPISCOPAL ANGLICANA DO BRASIL - As igrejas nascem a serviço de Deus e da vida<br />
das pessoas, queremos crer. Todas elas. Igualmente a nossa, a Igreja Episcopal Anglicana do Brasil,<br />
um dos membros da Comunhão Anglicana. Todavia, há uma pequena diferença entre uma<br />
comunidade religiosa que acredita que PROMOVER A JUSTIÇA E A VIDA é um dos pilares da sua<br />
doutrina e missão, e outra que pratica o bem como prática de virtude e busca de perfeição na<br />
caridade. A ótica da primeira é bem mais forte, muito embora ambas busquem a mesma vontade de<br />
Deus. A segunda tem dificuldade de ver a ação libertadora como essência do seu existir. O espaço<br />
de diaconia (serviço) de nossa igreja tem sido relativamente diversificado. Vejamos: Pastoral<br />
Indigenista; Projeto Bom Samaritano - atendimento via telefone e pessoalmente; Cooperativa de<br />
costureiras; co-participação em recuperação de tóxico-dependentes; Padaria Comunitária; Projeto<br />
Barnabé – sopão, banho e formação de moradores de rua; creches; luta pela terra e política agrária;<br />
participação no mundo da comunicação, especialmente Rádio; Pastoral Juvenil e no mundo das<br />
escolas. Reverendo Roberto Negreli - robnegreli@bol.com.br - (41) 3024-2981 - clérigo encarregado<br />
da Missão São João Crisóstomo, Colombo – PR Igreja Episcopal Anglicana do Brasil - Diocese<br />
Anglicana de Curitiba, uma das 08 dioceses brasileiras. Sede Diocesana do Paraná: Avenida Sete de<br />
Setembro, 3927 – Centro – 80250-210 – Cwb – PR (41) 3232-0917 - Bispo Diocesano: Naudal Alves<br />
Gomes ( naudal@yahoo.com.br)<br />
IGREJA MENONITA - Trabalhamos com várias atividades para a valorização da vida em todas as<br />
fases da vida, desde infância até a idade idosa. Com os adolescentes focamos a questão de se<br />
cuidar, de ter relações sexuais somente depois do casamento, da menina se valorizar e não “ficar”<br />
por aí e dos filhos honrarem os pais. Em escolas focamos palestras e aconselhamento. Encontramos<br />
muitos lares destruídos, familiares sem estrutura e adolescentes e crianças frustradas. Procuramos<br />
trabalhar com esses jovens trazendo-lhes suporte. Procuramos ajudar pessoas que estão envolvidas<br />
com algum tipo de droga ou algo que as escravize. Fazemos isso mediante visitas, mensagens e<br />
palestras, mostrando que eles são importantes para Deus e que Ele os ama. Ressaltamos que Deus<br />
os conhece, porque foi Ele quem os criou e que podem confiar n’Ele. Cantamos, visitamos e trazemos<br />
palavras de ânimo e coragem para pessoas no Lar de Idosos. Também temos um grupo de apoio<br />
psicológico para mulheres. Pr. Ralf Peters – 2º tesoureiro da ASSINTEC.<br />
5
IGREJA PRESBITERIANA DO BRASIL - A Igreja Presbiteriana reafirma a convicção de que Deus é<br />
o Senhor da Vida. Cremos que através do Cristo ressurreto a vida venceu a morte, cumprindo assim<br />
a promessa de que Cristo veio trazer vida e vida em abundância. Cremos que todas as vezes que os<br />
valores eternos (fé, esperança e amor) são vivenciados pelo homem, experimentamos a vida<br />
abundante pregada por Jesus Cristo. Neste sentido, a Igreja Presbiteriana defende os valores da vida<br />
condenando a violação dos direitos humanos e tudo o que atente contra a dignidade das pessoas.<br />
Nas comunidades Presbiterianas os membros são incentivados a fazer o bem, a serem prósperos,<br />
em amar e compartilhar a vida. Procuramos educar um cristão responsável, no sentido de tomar a<br />
iniciativa em favor da vida. Neste momento em que a vida humana e o próprio planeta estão<br />
ameaçados, a Igreja Presbiteriana ensina que é dever do cristão ser um agente comprometido com a<br />
defesa da vida do homem e do meio ambiente. Revº. Agemir de Carvalho Dias – 2º Secretário da<br />
ASSINTEC.<br />
IGREJA ORTODOXA UCRANIANA - A vida é um Dom de Deus e não cabe ao homem interrompêla<br />
desde a concepção com o aborto ou abreviá-la com a eutanásia. Desde o início do Cristianismo a<br />
Igreja Ortodoxa instituiu no seu calendário eclesiástico três datas importantes para celebrar a vida:<br />
a) 25 de março – Anunciação de Maria; b) 08 de dezembro – Concepção de Maria e c) 23 de<br />
setembro – Concepção de S. João Batista, promovendo palestras e orientando os fiéis a valorizar o<br />
ser humano desde a sua concepção. Ultimamente a Igreja criou uma organização " Zoe for Life "<br />
www.zoeforlifeonline.org com vários programas entre os ortodoxos para valorizar,defender e proteger<br />
a vida como também programas de educação, abstinência, orientação às gestantes e conforto<br />
espiritual àqueles que sofrem tormentos de consciência por terem cometido aborto. Na vida da<br />
natureza e meio ambiente a Igreja na pessoa de Sua Toda Santidade Patriarca Bartolomeu I criou<br />
uma ONG Ecológica Internacional em defesa do meio ambiente, pois: "tudo o que respira, louve o<br />
Senhor Sl. 150, 6" - Dom Jeremias FERENS – Bispo Eparca da Igreja Ortodoxa Ucraniana na<br />
América do Sul Av.Cândido Hartmann, 1278 – Bigorrilho – Curitiba, Pr. www.ecclesia.com.br.<br />
ORDEM E MISSÃO RAMAKRISHNA VEDANTA - A Ordem Ramakrishna, seguindo a filosofia da<br />
Vedanta, acredita que a natureza é sagrada. Tudo o que existe—no universo inteiro—é manifestação<br />
da bem-aventurança divina. Para a Ordem, o verdadeiro Ser de todas as pessoas é a divindade—<br />
inclusive aquelas consideradas indignas. Todas as impurezas e imperfeições apenas recobrem essa<br />
divindade. A Ordem possui 170 centros em todo o mundo, trabalhando incessantemente para o bem<br />
estar físico, mental e espiritual dos seres humanos. Não apenas isso, alguns centros cuidam do meioambiente,<br />
plantando árvores, e a Ordem tem institutos e faculdades que ensinam técnicas de<br />
agricultura e horticultura em beneficio das pessoas pobres. A Ordem Ramakrishna valoriza a vida de<br />
milhares de pessoas carentes ajudando-as fisicamente, mentalmente, e espiritualmente. Ver Deus<br />
em todos os seres vivos, e servi-Lo neles “adorando-os como uma imagem viva do divino” é o ideal<br />
da Ordem Ramakrishna. Swami Sunirmalananda.<br />
RELIGIÃO DE DEUS - A Religião de Deus, no Brasil e exterior desenvolve atividades que visam<br />
fomentar a valorização do Ser Humano e seu Espírito Eterno. Destacam-se Campanhas educativas<br />
com discussões acerca das conseqüências da pena de morte, do suicídio, das drogas, do aborto, do<br />
racismo e o respeito com os portadores do HIV; manifestações pela preservação do meio ambiente e<br />
pela Paz, por meio de palestras e encontros com instituições afins, reforçadas por carreatas e<br />
passeatas, colocando em prática os conceitos da Pedagogia do Cidadão Ecumênico — Pedagogia do<br />
Afeto — criada pelo Educador Paiva Netto e aplicada nos atendimentos socioeducacionais da LBV,<br />
com base nos valores morais, éticos e espirituais. Tudo isso é corroborado pela Rede Boa Vontade<br />
de Comunicação (Rádio, TV, Internet e mídia impressa), que propaga a Fraternidade entre os povos<br />
nos meios de comunicação referenciados acima, divulgando, inclusive, uma Prece, de hora em hora,<br />
num gesto Ecumênico pela Paz Mundial. Nas aulas de Moral Ecumênica, ministradas pela Religião de<br />
Deus em comunidades que nos solicitam e, também, para filhos de adeptos, bem como nos<br />
Encontros da nossa Juventude Ecumênica, são discutidas questões pertinentes ao contexto atual,<br />
sob o prisma da Espiritualidade Ecumênica. Também acontecem reuniões nos lares, que atuam no<br />
fortalecimento e na harmonização da família, num trabalho que se estende por meio de visitas a<br />
hospitais e instituições, visando o conforto espiritual daqueles que sofrem. Podemos concluir<br />
destacando que a expressão máxima deste Ecumenismo Irrestrito está no Templo da Boa Vontade,<br />
localizado em Brasília, cujas portas permanecem abertas 24 horas, à disposição de todos os seres<br />
humanos e espirituais, sem nenhum tipo de discriminação, pois afirma o Presidente da Religião de<br />
6
Deus, José de Paiva Netto: "Deus criou a felicidade. Quem inventou o sofrimento fomos nós, Seres<br />
Humanos". - Eliane Maria – Jornalista da LBV/Religião de Deus<br />
SEICHO-NO-IE DO BRASIL - O homem é filho de DEUS e foi criado a sua imagem e semelhança.<br />
Ele traz em seu interior a Vida sublime que possui Valor Eterno. A Vida que tem existência e Eterna é<br />
a Imagem Verdadeira, o DEUS Absoluto alojado no interior de cada Ser. A Imagem Verdadeira é a<br />
essência do homem. Ela é a Verdade Vertical que nos liga diretamente ao transcendente, isto é, a<br />
nossa origem divina onde só existe o Bem, a Luz, a Saúde, a Paz... O mundo da Imagem Verdadeira<br />
é aqui e agora e nele estão os atributos fundamentais do filho de Deus: a Sabedoria, o Amor, a Vida,<br />
a Provisão, a Alegria, a Harmonia. O mundo, onde vemos a matéria com os olhos carnais é o mundo<br />
dos cinco sentidos. É projeção da mente do homem fenomênico que ora manifesta sua existência<br />
verdadeira e em outros momentos manifesta a pobreza, doença... A Vida Divina é infinita. Quando o<br />
homem desperta para a Verdade manifesta a Imagem Verdadeira aqui e agora. Vera Lucia Jarenko<br />
da Cruz – Preletora - Presidente do Depto. de Educadores da Regional Paraná/Curitiba.<br />
TRADIÇÃO RELIGIOSA AFRICANA E/OU AFRO-BRASILEIRA - Desde a concepção até a volta à<br />
massa de origem 1 , onde os Seres (homens e mulheres) adquirem o status de ancestralidade<br />
mediante toda uma ritualidade que se inscreve na dinâmica da escatologia negro-africana e afrobrasileira<br />
(àsèsè 2 , sirrun 3 , intambe 4 , arisun 5 ), a Vida é considerada sagrada, de acordo com os<br />
valores civilizatórios, filosóficos e teológicos da visão de mundo africana. A prerrogativa da<br />
ancestralidade está condicionada ao pleno cumprimento no àiyé (terra) do projeto mítico social<br />
conferido pelo criador Eledumaré, Zambi e/ou Mawu/Lisa às pessoas compulsoriamente. O<br />
pertencimento ontologicamente falando a um Orixá, Inkice ou Vodun 6 é compreendido como um fator<br />
que é concebido e gerado imbricadamente com o desenvolvimento da vida do menino ou da menina<br />
em processo de gestação. Nessa premissa da Existência de natureza africana reside a improbidade<br />
de toda e qualquer violência seja ela simbólica ou material à vida humana. Como afirma SODRÉ 7<br />
(1999, p. 181), o Ser Humano na Religião Afro é “considerado um santuário” ou ainda como “um<br />
verdadeiro templo vivo”, numa “articulação [...] de instâncias psíquicas pertencentes tanto ao registro<br />
mítico quanto ao das identificações psicossociais” (p. 183). Pegigã Glauco Souza Lobo & Ogiyán<br />
Kalafor Olorode (Jayro Pereira).<br />
TESTEMUNHAS DE JEOVÁ - Como Testemunhas de Jeová seguimos as leis e princípios descritos<br />
na Bíblia Sagrada. Um dos aspectos principais de valorização da vida é ensinar às pessoas a respeito<br />
de Jeová Deus e seu filho Jesus Cristo. Através deste conhecimento exato é possível dar sentido a<br />
vida agora e uma esperança para o futuro. (João 17:3). Quando Jesus Cristo veio à Terra, sua<br />
principal atividade era ensinar sobre os propósitos de Deus. Mesmo quando julgado perante Pôncio<br />
Pilatos, Jesus testificou: “Para isso nasci e para isso vim ao mundo, a fim de dar testemunho da<br />
verdade” (João 18:37). Jesus reconhecia a importância da sua obra. Onde quer que estivesse Jesus<br />
dava testemunho de Jeová e louvava-o publicamente. Assim as Testemunhas de Jeová dão<br />
testemunho da verdade que pode libertar as pessoas, indo de casa em casa, nas ruas, ou dando<br />
testemunho informal a colegas de trabalho, de escola ou a parentes (João 8:32). Alexandre Ianino –<br />
Site: www.watchtower. org<br />
1<br />
Na Tradição Africana das Celebrações do Culto aos Orixás, Inkices e Voduns, não se usa a palavra<br />
“morte” como no ocidente. Na cosmogênese africana, a conotação é da volta à “massa de origem”.<br />
Como dissolução do corpo com todo o seu conteúdo na terra voltando para o Òrun (espaço infinito) e<br />
Emí (sopro vital da existência) que retorna ao Deus Criador.<br />
2<br />
Na língua iorubá<br />
3<br />
Da língua ewe-fon<br />
4<br />
Dos idiomas quicongo, quimbundo e umbundo. Cf. CASTRO, Yeda Pessoa de. Falares africanos na<br />
Bahia: um vocabulário afro-brasileiro. 2. ed. Rio de Janeiro: Topbooks, 2001. p. 86.<br />
5<br />
Essa expressão é usual para denominar as celebrações escatológicas e ancestrálica das Nações de<br />
Oyo, Gege/Ijexá e Cabinda do Estado do Rio Grande do Sul.<br />
6<br />
Não confundir Vodun, expressão que denota “divindade” na língua Fon/Fogbe como a palavra<br />
“vudu” que mediante a conotação perversamente racista é atribuída ao uso de bonecos com alfinetes<br />
para fazer o “mal” que assim enquadra a Tradição Religiosa de origem africana na visão de mundo<br />
maniqueísta judaico cristã e, por conseguinte, associação à bruxaria européia.<br />
7<br />
SODRÉ, Muniz. Claros e escuros: identidade, povo e mídia no Brasil. Petrópolis, RJ: Vozes, 1999.<br />
7
O AMOR COMO BASE DA VALORIZAÇÃO DA VIDA<br />
Sylvio Fausto Gil Filho<br />
As religiões representam uma força de coesão social que foi capaz de retirar o<br />
homem da barbárie e edificar a civilização. Esta capacidade deve-se entre outros aspectos a<br />
natureza da religião de potencializar as latentes capacidades humanas e preencher de<br />
valores éticos a vida individual. Estes dois aspectos, o desenvolvimento individual e a<br />
transformação social permeiam os Textos e Tradições Orais Sagradas. Assim é possível<br />
pensar que a valorização da vida está diretamente relacionada com a eficácia da ação<br />
transformadora da religião na sociedade. Quanto mais a Religião mantém o compromisso<br />
com a essência dos ensinamentos pelos quais foi constituída mais se aproxima da sua<br />
natureza universal.<br />
Dentre os pontos de convergência entre as religiões está o amor que é o cerne da<br />
vida e a base moral de realização do ser religioso. A própria vida depende do amor como<br />
força de coesão desde os planos mais ínfimos da matéria até a existência humana. Todavia,<br />
o amor perfeito é irrestrito e implica em ação transformadora. Tanto nas tradições indígenas<br />
como afro-brasileiras são permeadas de uma Oralidade Sagrada que nos convida à prática<br />
do bem e a resignificação da vida.<br />
Como lembra a admoestação da Epopéia Hindu o Mahabharata: “Aquele homem<br />
que, guiado pelo afeto, respeita todas as criaturas imparcialmente, considerando-as dignas<br />
de serem acariciadas com afetuosa ajuda. Quem lhes oferece consolo e lhes dá alimento;<br />
quem se regozija com sua felicidade e se aflige com seus pesares jamais terá que sofrer<br />
misérias no mundo vindouro.” (Mahabharata, 12, 298,36-37)<br />
Na tradição budista o amor é também unificado na representação de pensamento e<br />
palavra que como ação individual de compaixão possui a potencialidade de atingir o mundo<br />
“jamais permitas que uma palavra nociva passe por teus lábios, mas suporta sempre com<br />
compaixão e boa vontade, sem ódio em teu coração; envolvendo o malfeitor em<br />
pensamentos radiantes de amor e começando, dali em diante, a envolver o mundo inteiro<br />
em pensamentos radiantes de amor.” (Kakacupana Suta)<br />
No Avesta de Zoroastro o amor é ato moral prescrito. “Possa a retidão encarnar nos fiéis<br />
com vitalidade e vigor. Possa o anjo do amor e da devoção morar em seu reino de luz.”<br />
(Yasna 43, 16)<br />
A Torah explicita a dimensão social do amor como ato da Lei Divina necessária a<br />
vida do ser humano e revela como base de alteridade. “Como o natural entre vós, será para<br />
vós o peregrino que habitar convosco, e o amarás como a ti mesmo...” (Levítico 19, 34)<br />
O Evangelho demonstra o amor como essência da Vontade Divina e coloca a lei ligada a<br />
prática desta vontade com o próximo. “Amarás ao Senhor teu Deus com todo o coração, de<br />
toda a alma e de todo o entendimento... Amarás teu próximo como a ti mesmo. Destes dois<br />
mandamentos depende toda a Lei e os Profetas.” (Mateus 22, 37-39-40)<br />
No Alcorão a submissão a Vontade Divina apresenta-se como ação social e como<br />
prática da virtude. “A verdadeira virtude é a de quem crê em Deus, no Dia do Juízo Final,<br />
nos anjos, no Livro e nos profetas; de quem distribuiu seus bens em caridade por amor a<br />
Deus, entre parentes, órfãos, necessitados, viajantes, mendigos e em resgate de cativos...”<br />
(Alcorão 2,177)<br />
Nas Escrituras Bahá’ís o amor está diretamente articulado com a unidade em todas<br />
as dimensões da vida humana. A vida humana depende do poder canalizador da Unidade<br />
Divina. “Incumbe a todo homem, neste Dia, firmar-se naquilo que promova os interesses de<br />
todas as nações e todos os governos justos e lhes eleve a condição. Através dos versículos<br />
revelados pela Pena do Altíssimo - de cada um deles sem exceção - descerraram-se os<br />
portais do amor e da união, abrindo-se de par em par ante a face dos homens.” (Seleção<br />
dos Escritos de Bahá'u'lláh, CLV)<br />
Nossa reflexão objetiva apresentar convergências possíveis no estudo dos Textos<br />
Sagrados utilizando temas universais como ponto de partida na contextualização do sagrado<br />
8
no fenômeno religioso. Neste sentido o conhecimento da religião possibilita uma renovada<br />
postura ética diante da vida vencendo o preconceito religioso nas relações humanas.<br />
Sylvio Fausto Gil Filho (Professor adjunto doutor da UFPR e membro da diretoria da<br />
ASSINTEC)<br />
A VIDA VOCÊ A FAZ<br />
Íris Boff<br />
A vida é o que se faz dela<br />
Faça dela uma aventura<br />
Arrisque-se<br />
Faça dela uma festa<br />
Divirta-se<br />
SUGESTÕES DE TEXTOS E ATIVIDADES<br />
PARA O ENSINO RELIGIOSO<br />
Faça dela uma obra de arte<br />
Dedique-se<br />
Faça dela uma música<br />
Ouça e cante<br />
Faça dela uma ponte<br />
Atravesse-a<br />
Faça dela uma dança<br />
Movimente-se<br />
Faça dela um caminho<br />
Percorra-o<br />
(CICLO I OU 1° E 2º ANOS OU SÉRIES)<br />
Faça dela um livro<br />
Escreva-o<br />
Faça dela um prêmio<br />
Conquiste-o<br />
Faça dela sua casa<br />
Construa-a<br />
Faça dela sua liberdade<br />
Desapegue-se<br />
Faça dela um presente<br />
Abra-o<br />
Faça dela sua roupagem<br />
Teça-a<br />
Faça dela um céu<br />
Deleite-se<br />
Faça dela uma eternidade<br />
Salve-a<br />
SUGESTÕES DE ATIVIDADES<br />
1) Leitura do texto com a turma;<br />
2) Explicação do professor (a) sobre o conteúdo do poema;<br />
3) Jogral com dramatização de cada idéia contida no poema – 15 grupos;<br />
4) Propor a musicalização do texto em estilo Happ<br />
5) Temas para pesquisa nas Tradições Religiosas: Obras de arte sacra; Músicas sacras que falem<br />
sobre a vida; Tradições religiosas que usam a dança para celebrar.<br />
6) Desenhar uma casa e em cada um de seus cômodos escrever um valor importante para a boa<br />
convivência com os outros;<br />
7) Você, professor, pode trazer uma grande caixa embrulhada para presente, contendo dentro bonitas<br />
frases sobre o “valor da vida”. Pedir às crianças que abram o presente e cada uma tire um<br />
pensamento e leia (se você puder, cole-os junto a uma bala ou outras guloseimas). Com os<br />
pensamentos monte um bonito painel criativo.<br />
Atividades sugeridas pela Profª. Diná Raquel D. da Costa<br />
9
(CICLO II OU 3° E 4º ANOS OU SÉRIES)<br />
SALVE A VIDA<br />
A vida aqui na Terra<br />
É a única que se tem<br />
Os tesouros que encerra<br />
Não exclui ninguém<br />
A vida de cada ser<br />
É um milagre sereno<br />
Merece sobreviver<br />
Do grande até o pequeno<br />
Não dá pra estragar mais<br />
Ainda que a vida resista<br />
Só a humanidade é capaz<br />
De salvar tudo o que existe<br />
Iris Boff<br />
Ame, cuide, salve a vida<br />
De si mesmo, do outro e do Planeta<br />
Essa é a única saída<br />
E você não é careta<br />
Ecossistema – Disponível em:<br />
www.areademo.verticaltech.it/.../foto/ecosistema.jpg<br />
SUGESTÕES DE ATIVIDADES<br />
1) É necessário que você, professor(a), leia a poesia em voz alta e com a devida entonação<br />
para as crianças ouvirem;<br />
2) Comente a mensagem contida na mesma;<br />
3) Se possível, promova um concurso com a poesia: divida os alunos em 5 grupos e cada<br />
grupo decorará uma estrofe e, em ocasião oportuna, apresentará à turma. Obs. Com as<br />
crianças que já dominam a leitura e escrita transcreva as estrofes em papel grande que<br />
posteriormente poderão ser ilustrados e expostos na escola.<br />
4) Pedir às crianças que em casa ou na comunidade religiosa, busquem nos textos<br />
sagrados de sua tradição passagens que falem sobre a natureza.<br />
5) Tendo as respostas em mãos, montar com as crianças um grande cartaz em forma de<br />
árvore, coração, pássaro ou outras formas e colar dentro dele a pesquisa feita pelos alunos,<br />
fazendo um bonito trabalho.<br />
Atividades sugeridas pela Profª. Diná Raquel D. da Costa<br />
10
(5° SÉRIE OU 6º ANO)<br />
A TEIA DA VIDA<br />
Borres Guilouski<br />
A vida é realmente uma preciosidade. Um valor incalculável. Muitas religiões e<br />
filosofias afirmam que a vida é sagrada, que é presente divino, e que todos têm o dever de<br />
respeitá-la e defendê-la.<br />
Você já observou com atenção o poder e a beleza da manifestação da vida? Nos<br />
campos, nos bosques, nos jardins, nas florestas, nas montanhas, nos rios, nos lagos, nos<br />
oceanos, enfim, nos mais diversos ambientes a vida se manifesta enchendo nossos olhos<br />
de beleza e admiração. E como seria o nosso mundo sem pessoas, sem animais, sem<br />
pássaros, sem frutas, sem flores, sem borboletas, sem rios? Certamente seria triste e sem<br />
graça!<br />
Todas as formas de vida existentes em nosso planeta são partes de um todo. Eu,<br />
você e todos os outros seres somos parte de um imenso ecossistema. Dependemos uns<br />
dos outros para que possamos nos manter vivos e assegurar a continuidade da vida. Nós<br />
todos formamos a grande teia da vida.<br />
Sendo assim, nós habitantes do planeta Terra, temos o dever sagrado de respeitar e<br />
defender a vida. Defender a vida significa também criar laços de solidariedade entre<br />
pessoas de deferentes crenças religiosas. Parar de poluir e envenenar a natureza, parar de<br />
sujar com o lixo os lugares por onde passamos ou onde moramos, parar de exterminar<br />
animais e plantas, parar de cortar as poucas grandes árvores que ainda restam em nosso<br />
planeta... São medidas urgentes a serem<br />
tomadas!<br />
Preservar a natureza, responsabilizarse<br />
pela limpeza do meio ambiente, lutar por<br />
uma vida digna para todos os seres<br />
humanos, tornou-se uma questão de<br />
sobrevivência. Caso contrário, a teia da vida<br />
poderá ser rompida e o nosso mundo virar<br />
um deserto triste e sombrio.<br />
Sinta-se um com todos os seres que<br />
compõe a natureza, desde a estrela que<br />
cintila na imensidão do céu, o ser humano ou<br />
animalzinho que está ao seu lado até a<br />
árvore que cresce no jardim ou no bosque.<br />
Sinta-se parte da grande teia da vida! Ame-a,<br />
respeite-a e defenda-a!<br />
Teia da vida - Imagem disponível em: www.joraga.net<br />
SUGESTÕES DE ATIVIDADES<br />
1) A vida é sagrada para você? Por quê? Pesquise para saber o que é ecossistema.<br />
2) Qual é o nosso dever como habitantes do planeta Terra?<br />
3) Faça um desenho representando a teia da vida.<br />
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4) Junto com os colegas da turma, criem cartazes demonstrando o que pode ser feito para preservar<br />
o meio ambiente e proteger a vida em sua comunidade.<br />
5) Faça uma pesquisa para saber o que as religiões e igrejas de sua comunidade estão fazendo em<br />
defesa da vida, principalmente da vida humana. A partir das informações obtidas, crie um texto e o<br />
socialize entre os colegas da escola.<br />
6) Transcreva o texto “A TEIA DA VIDA” em cartolinas, ilustre com desenhos e afixe em locais onde<br />
as pessoas costumam transitar, tais como mercados, farmácias, igrejas, etc.<br />
7) Se possível, junto com os colegas, sob a orientação do professor de Ensino Religioso ou outro,<br />
organize um clube de defesa da vida e da natureza em sua comunidade ou escola.<br />
(6ª SERIE OU 7º ANO)<br />
SERÁ QUE TUDO O QUE VIVE É MEU PRÓXIMO?<br />
Deusa Gaya – Imagem disponível em: www.profile.myspace.com<br />
Atividades sugeridas pelo Prof. Borres Guilouski<br />
Emerli Schlögl<br />
Um dia um homem sábio disse, com toda a certeza de seu coração a<br />
seguinte frase: “Tudo aquilo que vive é o meu próximo”. Este homem se chamava<br />
Gandhi e vivia na Índia, um país onde muitas religiões do mundo se encontram e<br />
convivem pacificamente, assim como no Brasil.<br />
O que será que ele queria dizer?<br />
Para entender isto é preciso que entendamos primeiro o que é um ser vivo.<br />
Atualmente muita gente que se dedica ao estudo da vida e que defende a vida em<br />
todas as suas formas diz que são seres viventes: os seres humanos, os animais,<br />
insetos, vegetais, mas a novidade é que eles dizem que também os rios, as pedras,<br />
e até mesmo o próprio planeta em que habitamos é um ser vivo. Pense nisto, veja<br />
quanta vida em formas tão diferentes!<br />
Algumas tradições originadas dos povos das florestas também pensam assim<br />
e ecologistas de diferentes religiões compartilham a idéia de que todos somos um e<br />
que a natureza é vida que se manifesta criativamente nas mais diferentes formas.<br />
12
De qualquer modo, entendendo a vida de maneira ampla e permitindo que ela<br />
seja respeitada em seu direito de ser, nos tornamos próximos, abraçamos<br />
afetivamente o direito à vida com qualidade para todos.<br />
Se eu concordar que tudo aquilo que vive é meu próximo e que meu próximo<br />
assim como eu, deve viver plenamente valorizando sua vida e singularidade do<br />
mesmo modo que valoriza a vida e a singularidade do outro, posso me sentir parte<br />
ativa e amorosa do movimento da vida no universo.<br />
Compreendendo que as pessoas das diferentes religiões são o meu próximo,<br />
tanto quanto as pessoas que possuem a mesma religião que eu, estabeleço com<br />
estes laços de fraternidade e de defesa do direto de crer de cada um, ou até mesmo<br />
de não crer. Pessoas são seres vivos, com seus sentimentos e capacidade de ação<br />
no mundo, e por serem diversas possuem ou não crenças religiosas o que não deve<br />
ser motivo para causar afastamentos e discriminações de qualquer forma. “Tudo o<br />
que vive é meu próximo” disse um indiano e o músico brasileiro complementa esta<br />
idéia em sua canção “ O seu amor, ame-o e deixe-o ser o que ele é”. (Gilberto Gil)<br />
SUGESTÕES DE ATIVIDADES<br />
1) Redigir uma carta destinada às pessoas do futuro, nesta carta o estudante conta o que<br />
espera da humanidade para daqui a 50 anos. Descreve comportamentos, esperanças... Esta carta<br />
pode ser partilhada com colegas e depois guardada em seu caderno. Sugerimos que esteja<br />
endereçada a ele mesmo para daqui a cinqüenta anos. Ex: No remetente poderá constar: de<br />
Antoninha, aos 12 anos e no destinatário: Para Antoninha aos 62 anos. Sugerir que os alunos lacrem<br />
a carta e que realmente só a abram quando chegarem a idade certa.<br />
2) Para refletir: Questões que podem ser debatidas em equipes e depois de maneira mais<br />
ampla.<br />
· Você não gosta de alguma forma de vida? Por quê?<br />
· Como você se relaciona com as pessoas que são diferentes de você?<br />
· Como você se relaciona com os animais?<br />
· É importante cuidar da saúde dos rios, das árvores, das pedras e da terra? Por quê?<br />
· A sua religião diz alguma coisa sobre como você deve se comportar com o seu próximo?<br />
· A religião ajuda ou atrapalha o projeto de salvar o mundo com seus seres vivos? Como?<br />
· O que significa para você amar o seu próximo se este próximo tiver uma religião diferente da<br />
sua, se ele torcer para outro time de futebol, se ele for portador de alguma necessidade<br />
especial, se tiver uma cor de pele diferente da sua, se tiver pensamentos diferentes dos<br />
seus?<br />
3) Os alunos também podem pesquisar com os líderes de sua própria religião quais são os<br />
ensinamentos voltados para o relacionamento com o próximo que sua tradição ensina. Concluída a<br />
pesquisa o professor segue a socialização das mesmas.<br />
4) Sugerimos que a primeira parte deste informativo contendo informações fornecidas pelos<br />
representantes das diferentes religiões (A Valorização da Vida nas Diferentes Tradições Religiosas e<br />
Místico-Filosóficas) seja aproveitada diretamente como fonte de informação para os alunos. È<br />
importante que estes textos sejam transcritos por você em linguagem compreensível para a faixa<br />
etária de seus alunos.<br />
Atividades sugeridas pela Profª. Emerli Schlögl<br />
INFORMAÇÕES GERAIS<br />
SOBRE ALGUMAS ATIVIDADES DA ASSINTEC<br />
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CADERNO PEDAGÓGICO PARA O ENSINO RELIGIOSO NA REDE MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO<br />
DE CURITIBA<br />
A equipe pedagógica da ASSINTEC em parceria com a equipe técnico pedagógica da SME de<br />
Curitiba elaborou o “Caderno Pedagógico – Ensino Religioso” trata-se de um material de apoio<br />
pedagógico para os professores que atuam nesta área do conhecimento nos Ciclos I e II. A equipe da<br />
ASSINTEC já iniciou um trabalho de assessoramento aos professores para a utilização deste caderno<br />
na prática do Ensino Religioso. Este assessoramento se estenderá até julho deste ano envolvendo<br />
professores de todas as unidades escolares municipais de Curitiba.<br />
CONSULTORIA PARA OS PROFESSORES NA ASSINTEC<br />
Professores das escolas municipais de Curitiba, região metropolitana e escolas estaduais do ensino<br />
fundamental podem agendar consultorias para sanar dúvidas ou receber orientações no<br />
planejamento do Ensino Religioso. Para receber esta consultoria os professores devem agendar<br />
antecipadamente pelo telefone 3351 6642 no período da manhã. Esse trabalho acontece na sede da<br />
ASSINTEC no Conglomerado do Banestado, Santa Cândida, Bloco 4.<br />
INFORMATIVO DA ASSINTEC - UM SUBSÍDIO PARA O ENSINO RELIGIOSO<br />
A ASSINTEC elabora e distribui a todas as Secretarias Municipais de Educação e Núcleos Regionais<br />
do Estado o “Informativo da ASSINTEC” que contêm subsídios e informações importantes para os<br />
professores do ensino fundamental. Já estamos na 21ª edição. Solicitamos às Secretarias Municipais<br />
de Educação do interior do Paraná que reproduzam cópias deste informativo e o disponibilizem a<br />
todas as escolas de sua jurisdição. Este material poderá auxiliar a suprir a carência de material que<br />
ainda existe nesta área do conhecimento.<br />
PERSPECTIVAS DE ATUAÇÃO DA NOVA DIRETORIA DA ASSINTEC<br />
A atual diretoria se empenha no sentido do fortalecimento da entidade. Existem projetos em execução<br />
com o intuito de colaborar com a Secretaria Estadual de Educação e Secretaria Municipal de<br />
Educação de Curitiba na efetivação do Ensino Religioso Escolar no Paraná, salvaguardando o<br />
respeito à diversidade cultural religiosa do Brasil, conforme o previsto em Lei. Os projetos objetivam a<br />
capacitação de profissionais na área de Ensino Religioso, bem como estimular a aproximação das<br />
diferentes lideranças religiosas por meio dos encontros de diálogo inter-religioso.<br />
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