28.04.2013 Views

Empresas enfrentam um “tsunami fiscal” - Vida Económica

Empresas enfrentam um “tsunami fiscal” - Vida Económica

Empresas enfrentam um “tsunami fiscal” - Vida Económica

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Novas regras de faturação não alteram formas de emissão Pág.28<br />

Nº 1477 / 25 de janeiro de 2013 / Semanal / Portugal Continental 2,20 J<br />

SUPLEMENTO METAL<br />

Evolução das exportações<br />

continua a ser positiva<br />

Pág. 7<br />

SUPLEMENTO FRANCHISING<br />

Taxa de sucesso do microcrédito<br />

ronda os 75%<br />

Pág. VIII<br />

DIRETOR<br />

João Peixoto de Sousa<br />

www.vidaeconomica.pt<br />

Bolsa com valorizações recorde<br />

+ 123% + 53% + 42% + 39% + 28%<br />

Presidente da Toyota Caetano Portugal considera<br />

<strong>Empresas</strong> <strong>enfrentam</strong><br />

<strong>um</strong> <strong>“tsunami</strong> <strong>fiscal”</strong><br />

Págs. 46 e 47<br />

9 720972 000037<br />

01477<br />

PUB<br />

Regresso aos mercados<br />

não afasta austeridade<br />

O regresso de Portugal aos mercados é positivo,<br />

mas o processo de consolidação orçamental<br />

tem de continuar. Esta é a opinião dos<br />

especialistas da Golden Broker, Banco<br />

Carregosa, Banco Best, XTB Portugal, Fincor<br />

e Orey Financial.<br />

Págs. 40 e 41<br />

Pág. 31<br />

PUB<br />

PUB


2 SEXTA-FEIRA, 25 DE JANEIRO 2013<br />

ABERTURA<br />

Nesta edição<br />

Em Foco<br />

33 Escolha na aplicação<br />

dos duodécimos complica<br />

processamento de salários<br />

Internacional ...........Pág. 11<br />

Setor automóvel europeu tem<br />

de reduzir a produção<br />

Invest Lisboa .......... Pág. 12<br />

“É necessário investir na<br />

internacionalização”<br />

Atualidade .............. Pág. 16<br />

QREN financia com oito<br />

milhões novo parque<br />

empresarial no Norte<br />

H<strong>um</strong>or económico<br />

Causas do dia-a-dia<br />

C<strong>um</strong>pre esclarecer, antes de mais, que esse<br />

encontro … foram, afinal, dois – melhor, dois<br />

em <strong>um</strong> –, embora os meus interlocutores usem o<br />

mesmo apelido, Espírito Santo.<br />

Um encontrei-o encafuado entre uns<br />

cobertores imundos, deitado na escadaria do<br />

meu prédio, entre garrafas desabitadas já de<br />

qualquer esperança. Uma côdea de pão, rapada,<br />

foi o que me levou à conversa. “Tem fome?”.<br />

O outro, entrou-me pela casa dentro – aliás é<br />

habitual frequentador da minha intimidade –<br />

através das ondas anestesiantes das televisões.<br />

Não me deixou falar e debitou palavras,<br />

palavras e mais palavras em resposta a pergunta<br />

nenh<strong>um</strong>a. “Porque não se cala?” (era a pergunta<br />

que queria fazer-lhe mesmo arriscando o meu<br />

futuro).<br />

O Espírito Santo que, julguei eu, teria fome<br />

e frio contou-me (faltavam-lhe na boca tantos<br />

dentes que tive que adivinhar restos de muitas<br />

frases) que vivia na rua há anos entre muitas<br />

pernoitas nas cadeias construídas – como é que<br />

ele o sabia? – com os dinheiros de <strong>um</strong> outro<br />

Espírito Santo que ele, porém, não sabia quem<br />

era. Eu que perguntasse, porque toda a gente o<br />

conhecia…<br />

Dois homens, duas vidas, a desigualdade<br />

absoluta. Portugal 2013.<br />

O mundo está virado de pernas para o ar,<br />

concluí ao pensar nestes encontros fortuitos.<br />

Lembrei-me, então, de Galeano e do seu<br />

37<br />

Empreender ............ Pág. 21<br />

Empreendedores devem<br />

estudar casos de start-ups<br />

Mercados<br />

Crédito Agrícola<br />

acelera processo de<br />

internacionalização<br />

Empreender ............ Pág. 22<br />

Undel garante presença no<br />

mercado internacional<br />

Turismo .................. Pág. 25<br />

Orientação gera receitas<br />

turísticas na ordem de 1,5<br />

milhões de euros<br />

46 Automóvel<br />

“<strong>Empresas</strong> estão<br />

perante <strong>um</strong> tsunami”<br />

Fantasporto ............ Pág. 26<br />

Festival Internacional de<br />

Cinema do Porto anima turismo<br />

Fiscalidade .............. Pág. 28<br />

Regras de faturação e<br />

comunicação de elementos<br />

ACEA ....................... Pág. 47<br />

Portugal com a segunda maior<br />

quebra europeia nas vendas<br />

automóveis<br />

EDITOR E PROPRIETÁRIO <strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong> Editorial, SA DIRETOR João Peixoto de Sousa COORDENADORES EDIÇÃO João Luís de Sousa e Albano Melo<br />

REDAÇÃO Virgílio Ferreira (Chefe de Redação), Adérito Bandeira, Ana Santos Gomes, Aquiles Pinto, Fernanda Teixeira, Guilherme Osswald, Marta<br />

Araújo, Patrícia Flores, Rute Barreira, Susana Marvão e Teresa Silveira; E-mail agenda@vidaeconomica.pt; PAGINAÇÃO Célia César, Flávia Leitão,<br />

José Barbosa e Mário Almeida; PUBLICIDADE PORTO <br />

PUBLICIDADE LISBOA <br />

publicidade@vidaeconomica.pt; ASSINATURAS IMPRESSÃO Naveprinter, SA - Porto<br />

DISTRIBUIÇÃO <br />

ANTÓNIO VILAR ADVOGADO<br />

antonio.vilar@avlc-advogados.com<br />

Crónica breve de <strong>um</strong> encontro fortuito<br />

O mundo em que vivemos despreza a honestidade, castiga o trabalho, recompensa a falta de escrúpulos, alimenta o canibalismo.<br />

famoso livro “Patas Arriba, La Escuela del<br />

Mundo al Revés” onde constata o que cada <strong>um</strong><br />

de nós também poderia dizer: o mundo em<br />

que vivemos despreza a honestidade, castiga<br />

o trabalho, recompensa a falta de escrúpulos,<br />

alimenta o canibalismo. “Cuando un delicuente<br />

mata por alguna deuda impaga, la ejecución<br />

se llama ajuste de cuentas; y se llama plan<br />

de ajuste la ejecución de un país endeudado,<br />

cuando la tecnocracia internacional decide<br />

liquidarlo. (…) La economía mundial es la<br />

más eficiente expresión del crimen organizado.<br />

Los organismos internacionales que controlan<br />

la moneda, el comercio y el crédito pratican el<br />

terrorismo contra los países pobres, y contra<br />

los pobres de todos los países, con una frialdad<br />

profesional y una impunidad que h<strong>um</strong>illan al<br />

mejor de los tirabombas.” (ob. cit., 7ª ed., p.<br />

13-15).<br />

Não tenho soluções na manga para sugerir,<br />

mas sei, profundamente sei, que assim não<br />

podemos seguir. O lixo e o luxo não podem<br />

coabitar mais, rasgando o essencial da condição<br />

h<strong>um</strong>ana.<br />

O capitalismo financeiro, por vezes virtual,<br />

é “o que está a dar”. Leva à constituição de<br />

fortunas infinitas e, ao mesmo tempo, entope<br />

as valetas por onde corre a miséria h<strong>um</strong>ana. Era<br />

conveniente que alguns senhores do mundo<br />

tivessem mais cuidado na destruição física, social<br />

e psicológica a que estão a levar muitos, quase<br />

todos. E que os da política se desamarrassem<br />

dos cadeados da economia e da finança que<br />

os tolhe… e de que, por vezes, sobrevivem<br />

hipocritamente, até.<br />

Acompanhei, também profissionalmente<br />

como advogado, o caso BPN e não tenho<br />

dúvidas em considerar que ele é a expressão<br />

do crime financeiro organizado e apadrinhado<br />

politicamente. Para além de saber que dos<br />

rendimentos que tiro do meu esforço diário<br />

de 12 ou mais horas de trabalho (muitas<br />

vezes sem conhecer o que é <strong>um</strong> sábado<br />

ou <strong>um</strong> domingo) o Estado me expropria<br />

escandalosamente <strong>um</strong>a parte substancial para<br />

dar aos que foram do BPN, nada mais sei dos<br />

processos em curso. E adivinho que ninguém,<br />

jamais, saberá.<br />

Entretanto os ilustres “engenheiros<br />

financeiros” que armaram a roubalheira<br />

continuam o seu caminho, cada vez mais<br />

poderosos e até famosos. E, porventura, já a<br />

preparar o próximo assalto.<br />

Resta-me, neste res<strong>um</strong>o dos encontros com<br />

os Espírito Santo, que, afinal, foi tão breve<br />

que nunca mais terminará, perguntar, com o<br />

maior ingenuidade: porque não desconsiderar<br />

a personalidade jurídica do BPN (o real) e ir à<br />

personalidade “financeira” (às contas na Suíça,<br />

p. ex.) dos principias accionistas e clientes desse<br />

banco?<br />

Alguém me pode responder?<br />

Imprensa<br />

EM REVISTA<br />

EXPANSIÓN<br />

Taxa de desemprego<br />

chega a 26% em<br />

Espanha<br />

O número total de<br />

desempregados, em<br />

Espanha, atingiu os<br />

26%, no ano passado.<br />

O que se traduziu em<br />

cerca de seis milhões<br />

de pessoas sem<br />

trabalho. No último<br />

trimestre verificouse<br />

<strong>um</strong> acréscimo<br />

de 200 mil pessoas<br />

desempregadas.<br />

Os especialistas referem<br />

que existem excessivas<br />

incertezas e volatilidade<br />

e avisam que qualquer<br />

evento mundial – como<br />

as eleições na Alemanha<br />

ou na Itália – pode<br />

provocar alterações<br />

importantes a nível<br />

internacional e modificar<br />

as expetativas. Como a<br />

economia espanhola só<br />

deverá recuperar no final<br />

deste ano, tudo indica<br />

que só a partir de 2014 é<br />

que haverá a criação de<br />

emprego líquido.<br />

THE WALL STREET<br />

JOURNAL<br />

Ratings da Zona<br />

Euro ainda vão<br />

tardar a subir<br />

Haverá que esperar<br />

ainda alg<strong>um</strong> tempo<br />

até que as agências<br />

de rating subam os<br />

MEMBRO DA EUROPEAN<br />

BUSINESS PRESS<br />

TIRAGEM CONTROLADA<br />

<br />

índices da Zona Euro.<br />

Há países que têm<br />

conseguido manter<br />

a sua credibilidade<br />

junto das agências de<br />

notação financeira,<br />

como é o caso da<br />

Irlanda, enquanto outros<br />

têm assistido a <strong>um</strong>a<br />

degradação.<br />

Ainda que haja quem<br />

pense que os ratings<br />

têm pouca importância<br />

para os mercados,<br />

a realidade é que as<br />

notações continuam a<br />

ser muito importantes<br />

para os credores.<br />

LES ECHOS<br />

Número de<br />

entidades<br />

financeiras cai na<br />

Europa<br />

O número de<br />

estabelecimentos<br />

financeiros continuou<br />

a descer de forma<br />

evidente na Zona Euro,<br />

no ano passado. O<br />

recuo foi de 6%, face<br />

ao exercício anterior.<br />

A Europa contava<br />

com 7059 entidades<br />

financeiras no final do<br />

ano passado.<br />

Acusada de todos<br />

os males e de estar<br />

na origem da crise<br />

financeira que atinge<br />

a economia mundial,<br />

o setor está a pagar<br />

<strong>um</strong>a fatura elevada.<br />

A União Europeia, no<br />

seu conjunto, perdeu<br />

511 estabelecimentos<br />

e contava no dia 1 de<br />

janeiro passado com<br />

9076 entidades.<br />

TIRAGEM DESTA EDIÇÃO<br />

<br />

4000 Município (Porto)<br />

TAXA PAGA<br />

R <br />

<br />

<br />

<br />

Top da semana<br />

NUNO AMADO<br />

O responsável do BCP<br />

chegou a esta instituição<br />

n<strong>um</strong>a altura muito difícil.<br />

Não teve problemas em<br />

sair do grupo Santander e entrar<br />

n<strong>um</strong>a “aventura” arriscada. Os<br />

resultados começam a surgir e o<br />

banqueiro tem motivos para estar<br />

satisfeito. É que muitos analistas<br />

têm perspetivas positivas para<br />

os próximos 12 meses quanto ao<br />

desempenho do bcp Millenni<strong>um</strong>.<br />

Trata-se da história de sucesso de<br />

<strong>um</strong>a reestruturação. A que acresce<br />

agora <strong>um</strong>a descida da perceção de<br />

risco para o país. Poderá ser <strong>um</strong>a<br />

aposta, ainda assim, algo arriscada,<br />

mas à frente do banco está <strong>um</strong><br />

gestor de topo, reconhecido pelo<br />

seu profissionalismo, h<strong>um</strong>ildade<br />

e competência. A instituição está<br />

praticamente a renascer das cinzas.<br />

ANTÓNIO JOSÉ SEGURO<br />

O líder do maior partido<br />

da oposição continua<br />

a não saber aproveitar<br />

as fragilidades dos<br />

atuais governantes. De tempos<br />

a tempos aparece com ideias<br />

“peregrinas” que mais não são do<br />

que inconsequentes. Se se fizer<br />

<strong>um</strong>a retrospetiva, a liderança de<br />

Seguro tem sido <strong>um</strong> deserto de<br />

ideias. Pior ainda, é notório que<br />

não há <strong>um</strong>a estratégia claramente<br />

definida. Nunca deu bons resultados<br />

reagir ao sabor dos adversários.<br />

Os portugueses esperam ideias<br />

concretas, soluções para <strong>um</strong> país<br />

que se afunda rapidamente. Seguro<br />

fica-se pelas frases feitas e por <strong>um</strong>a<br />

bíblia de intenções.<br />

ÁLVARO SANTOS PEREIRA<br />

Portugal foi o segundo<br />

país da OCDE que mais<br />

destruiu empregos no<br />

terceiro trimestre do ano passado,<br />

apenas superado pela Grécia. O que<br />

significa que não existe <strong>um</strong>a política<br />

económica efetiva para o país ou<br />

que o ministro da Economia está de<br />

mãos atatadas face ao ministro das<br />

Finanças. É certo que está n<strong>um</strong>a<br />

situação complicada, mas o facto é<br />

que não tem conseguido impor-se no<br />

seio do Governo. Entretanto, o tecido<br />

empresarial nacional vai definhando.


SEXTA-FEIRA, 25 DE JANEIRO 2013 3<br />

ATUALIDADE<br />

FMI quer extinção das inspeções-gerais<br />

da Administração Central e a criação<br />

de <strong>um</strong>a única estrutura<br />

O Fundo Monetário Internacional (FMI), representado em Portugal por Abebe<br />

Selassie, recomendou ao Governo a extinção das 15 inspecções-gerais da Administração<br />

Central e a criação de <strong>um</strong>a única estrutura inspetiva.<br />

TERESA SILVEIRA<br />

teresasilveira@vidaeconomica.pt<br />

Isenção do ISP sobre o gás natural<br />

A utilização de gás natural, enquanto combustível industrial, por parte dos operadores exploradores<br />

de instalações detentoras de Acordos de Racionalização dos Cons<strong>um</strong>os de Energia<br />

(ARCE) passa a estar abrangida pela isenção do imposto sobre os produtos petrolíferos e<br />

energéticos (ISP). Este processo será gerido pela Direção-Geral de Energia e pela Autoridade<br />

Tributária e Aduaneira, com o apoio da ADENE.<br />

O Fundo Monetário Internacional (FMI), representado<br />

na ‘troika’ em Portugal por Abebe Selassie,<br />

recomendou ao Governo, no relatório apresentado<br />

nos primeiros dias de janeiro, a extinção das 15 inspeções-gerais<br />

da Administração Central do Estado, que<br />

agregam 2363 trabalhadores, e a criação de <strong>um</strong>a única<br />

estrutura inspetiva de âmbito nacional.<br />

“Pequenas poupanças, mas maiores sinergias e eficiência<br />

podem ser geradas através da redução da fragmentação<br />

de serviços em diferentes ministérios (…)”,<br />

avança o FMI no ponto 38 do relatório para Portugal.<br />

Diz ainda que, quando o Plano para a Redução e Melhoramento<br />

da Administração Central (PREMAC)<br />

tiver sido “implementado por inteiro”, haverá áreas<br />

na Administração Central que “poderão ser consideradas<br />

para simplificação acrescida”, nomeadamente as<br />

inspeções-gerais, que “poderão ser fundidas para criar<br />

<strong>um</strong> único gabinete nacional de inspeções, com maiores<br />

ganhos na eficiência e eficácia das funções de inspeção<br />

existentes, incluindo a perspetiva financeira”.<br />

“Não há qualquer decisão tomada ou<br />

pensada”, diz o Governo<br />

Questionado pela “<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong>” sobre se o Governo<br />

admite acolher esta recomendação do FMI, o<br />

secretário de Estado da Administração Pública, Hélder<br />

Rosalino, recusou comentá-la. Limitou-se a dizer que<br />

“não há qualquer decisão tomada ou pensada” pelo<br />

Governo.<br />

Recorde-se que a Administração Central do Estado<br />

compreende 15 inspeções-gerais – da Administração<br />

Interna; da Agricultura, do Mar, do Ambiente e Ordenamento<br />

do Território; da Defesa; da Educação e<br />

Ciência; do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino<br />

Superior; a Autoridade de Segurança Alimentar e<br />

<strong>Económica</strong> (ASAE); a Autoridade para as Condições<br />

do Trabalho (ACT); a Inspeção das Obras Públicas,<br />

Transportes e Comunicações; a das Finanças; a dos<br />

Serviços de Justiça; a Inspeção-Geral Diplomática e<br />

Consular; a Inspeção-Geral das Atividades em Saúde;<br />

a Inspeção-Geral do Ministério da Solidariedade e da<br />

Segurança Social e a das Atividades Culturais.<br />

Contactado pela “<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong>”, Pedro Pimenta<br />

Braz, o novo inspetor-geral do Trabalho nomeado<br />

para o cargo precisamente esta semana, limitou-se a<br />

dizer que “não quer, neste momento, fazer qualquer<br />

comentário”. O mesmo sucedendo com o Ministério<br />

da Agricultura quanto à recém-criada Inspecção-Geral<br />

da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento<br />

do Território (IGAMAOT), resultante da fusão<br />

da Inspeção-Geral da Agricultura e Pescas e da do Ambiente<br />

e do Ordenamento do Território. Questionado<br />

pela “<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong>”, o gabinete na ministra Assunção<br />

Cristas não remeteu qualquer resposta.<br />

“Esta é <strong>um</strong>a ideia absolutamente<br />

inclassificável”<br />

Por sua vez, e reagindo de forma crítica, o presidente<br />

do Sindicato dos Inspetores da Educação e do<br />

Ensino (SIEE) disse “repudiar” a proposta do FMI,<br />

notando que, “de tão absurda”, se recusa a acreditar<br />

que possa vencer. Para José Calçada, “esta é <strong>um</strong>a ideia<br />

absolutamente inclassificável”, lembrando que “as<br />

inspeções-gerais, por força do universo sobre o qual se<br />

debruçam, possuem características específicas e culturas-de-organização<br />

diferenciadas, que nada ganham -<br />

nem mesmo em termos de eficiência ou eficácia - em<br />

ver-se diluídas ou descaracterizadas”.<br />

A Inspeção-Geral da Educação e Ciência (IGEC)<br />

conta atualmente com 205 inspetores. Um número<br />

que, na opinião do presidente do SIEE, é “brutalmente<br />

insuficiente” e situado, aliás, “no limiar da massa<br />

crítica”, dado o universo sobre o qual trabalham os<br />

inspetores.<br />

Mais optimista, muito embora apenas representando<br />

os funcionários da Autoridade Tributária e Aduaneira<br />

– não englobada neste estudo do FMI —, ao presidente<br />

do Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos<br />

“não repudia” a ideia de fundir as 15 inspecções gerais<br />

n<strong>um</strong>a só estrutura. Em declarações à “<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong>”,<br />

Paulo Ralha apenas diz: “a racionalização, por<br />

princípio, é positiva; tudo depende da forma como for<br />

executada”.<br />

CANDIDATURAS ATÉ 31 DE JANEIRO<br />

Concurso de ideias do BICMINHO incentiva projetos empresariais inovadores<br />

Um concurso de ideias lançado pelo BI-<br />

CMINHO, aberto aos empreendedores<br />

da região, oferece aos projetos vencedores<br />

consultadoria gratuita para o arranque ou<br />

desenvolvimento de negócios inovadores.<br />

Esta iniciativa procura captar ideias de<br />

negócio com o objetivo estratégico de<br />

estimular o envolvimento de jovens estudantes,<br />

investigadores, empresas e público<br />

em geral, explica Sara Machado, coordenadora<br />

do projeto i9EIBT promovido<br />

pelo BICMINHO.<br />

Para o primeiro prémio, está assegurado<br />

<strong>um</strong> ano de serviço de contabilidade<br />

e co-gestão. O vencedor poderá contar<br />

também com seis meses de incubação e<br />

apoio no desenvolvimento da imagem<br />

corporativa.<br />

Os projetos classificados do segundo ao<br />

quinto lugares ganharão direito a <strong>um</strong> ano<br />

de serviço de contabilidade e co-gestão.<br />

A ação decorre no âmbito do projeto<br />

i9EIBT – Apoio à criação de EIBT –<br />

<strong>Empresas</strong> Inovadoras de Base Tecnológica,<br />

<strong>um</strong> programa comparticipado pela<br />

CCDR-N através do ON.2 – O Novo<br />

Norte.<br />

De acordo com Sara Machado, o concurso<br />

de ideias visa estimular a criação<br />

de empresas ou a sua modernização com<br />

base em projetos baseados em inovação e<br />

em novos desenvolvimentos tecnológicos.<br />

As ideias a concurso deverão ser inovadoras,<br />

exequíveis, comercializáveis e responder<br />

às necessidades de mercado, potenciando<br />

o desenvolvimento económico<br />

e competitividade do tecido económico<br />

da região do Minho.<br />

Grau de inovação, exequibilidade da<br />

ideia, sustentabilidade, impacto económico<br />

e social da atividade são alguns dos<br />

critérios que determinarão os projetos<br />

vencedores.<br />

Sara Machado destaca que neste concurso<br />

de ideias todos os concorrentes com<br />

classificação igual ou superior a 50 poderão<br />

usufruir dos apoios técnicos previstos<br />

no projeto i9EIBT, que incluem a realização<br />

do plano de negócios, a obtenção de<br />

financiamento, candidaturas a sistemas<br />

de incentivo e acompanhamento na implementação<br />

do plano de negócios, entre<br />

outros apoios.<br />

A entrega de propostas está aberta até<br />

ao dia 31 de janeiro de 2013.<br />

As candidaturas deverão ser apresentadas<br />

em impresso próprio que poderá ser<br />

obtido através de download em www.bicminho.eu.


4 SEXTA-FEIRA, 25 DE JANEIRO 2013<br />

ATUALIDADE<br />

transavia.com lança campanha de voos desde 29 euros<br />

O município da Póvoa de<br />

Varzim assinou há dias <strong>um</strong> protocolo<br />

de colaboração com o<br />

Grupo <strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong>.<br />

O acordo prevê o desenvolvimento<br />

em parceria de várias iniciativas<br />

e o estabelecimento de<br />

<strong>um</strong> canal fluido de informação,<br />

tendo em vista a divulgação das<br />

ações e projetos da Câmara da<br />

Póvoa de Varzim, no fomento<br />

da atividade económica e social<br />

do concelho. As iniciativas a realizar<br />

contam com a colaboração<br />

da Associação Empresarial<br />

da Póvoa de Varzim.<br />

A primeira ação a realizar no<br />

âmbito deste protocolo de cooperação<br />

será <strong>um</strong> seminário sobre<br />

as empresas familiares, com a<br />

intervenção e o testemunho de<br />

vários empresários do concelho.<br />

José Macedo Vieira, presidente<br />

da Câmara Municipal da Pó-<br />

“Torne o seu sonho realidade a <strong>um</strong> preço que parece mentira”. Esta é o mote<br />

para a nova campanha de promoções que a transavia.com lançou na última<br />

terça-feira e que termina às 10 h da próxima terça, 29. Com tarifas de ida a<br />

partir de 29 euros para viagens realizadas entre 4 de fevereiro e 26 de outubro,<br />

as reservas terão de ser feitas nestes sete dias, em www.transavia.com.<br />

voa de Varzim, referiu-se a este<br />

protocolo como <strong>um</strong>a oportunidade<br />

de favorecer o investimento<br />

e a criação de emprego.<br />

“Hoje, mais do que nunca,<br />

cabe às Câmaras Municipais e aos<br />

Governos tomar iniciativas que<br />

estimulem o crescimento. Temos<br />

que ter <strong>um</strong>a vocação proactiva de<br />

modo a criar condições favoráveis<br />

às pequenas e médias empresas” –<br />

disse Macedo Vieira.<br />

Para o presidente da autarquia<br />

poveira, o acordo estabelecido<br />

com o Grupo <strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong><br />

reflete as preocupações comuns<br />

com vista a <strong>um</strong>a melhor informação<br />

dos agentes económicos<br />

e divulgação da atividade produtiva<br />

do concelho, destacando<br />

a Associação Empresarial como<br />

<strong>um</strong> parceiro fundamental. “Este<br />

protocolo é <strong>um</strong> bom exemplo<br />

para o país”, afirmou.<br />

PUB<br />

Economia poveira<br />

é tradicionalmente<br />

dinâmica<br />

“O protocolo que agora assinamos<br />

com a Câmara da Póvoa<br />

de Varzim é o primeiro que<br />

formaliza a cooperação entre<br />

o nosso grupo editorial e <strong>um</strong>a<br />

autarquia, criando expectativa<br />

quanto às iniciativas a desenvolver”<br />

– afirmou João Luís de<br />

Defesa nacional é tema de seminário em Lisboa<br />

A Associação Industrial Portuguesa (AIP), a EuroDefense-Portugal e a<br />

AFCEA Portugal, com o apoio da Direcção-Geral de Armamento e Infraestruturas<br />

de Defesa, realizam hoje, na Sala dos Presidentes da AIP,<br />

em Lisboa, <strong>um</strong> seminário sobre “A importância da internacionalização<br />

no desenvolvimento da base tecnológica e industrial de defesa nacional”.<br />

Câmara da Póvoa de Varzim assina acordo<br />

de cooperação com a <strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong><br />

João Peixoto de Sousa e José Macedo Vieira na assinatura do protocolo.<br />

“O concelho<br />

tem apostado no<br />

desenvolvimento,<br />

potenciando os<br />

recursos naturais e<br />

mantendo o equilíbrio<br />

entre os vários setores<br />

de atividade”<br />

Sousa. O diretor adjunto da<br />

<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong> referiu que o<br />

acordo com a Câmara da Póvoa<br />

de Varzim não acontece por<br />

acaso. Além de ser <strong>um</strong> concelho<br />

tradicionalmente dinâmico na<br />

atividade económica, o município<br />

da Póvoa de Varzim foi<br />

<strong>um</strong> dos primeiros a dar prioridade<br />

à requalificação urbana,<br />

antecipando-se às outras regiões<br />

do país na valorização dos espa-<br />

ços públicos. “O concelho tem<br />

apostado no desenvolvimento,<br />

potenciando os recursos naturais<br />

e mantendo o equilíbrio<br />

entre os vários setores de atividade”-<br />

disse João Luís de Sousa.<br />

É <strong>um</strong>a das poucas regiões onde a<br />

economia do mar tem expressão<br />

ao conciliar o turismo com a atividade<br />

pesqueira. E, ao contrário<br />

do que aconteceu em outras<br />

zonas do país, a Póvoa de Varzim<br />

nunca abandonou a agricultura,<br />

que se vem afirmando na região<br />

como <strong>um</strong>a atividade sustentável<br />

e competitiva. Para João Luís de<br />

Sousa, o equilíbrio entre os vários<br />

setores de atividade também<br />

se deve à estratégia da autarquia<br />

pela ação reguladora e estímulo à<br />

iniciativa privada.<br />

Associativismo cresce<br />

em contraciclo<br />

Apesar da conjuntura desfavorável,<br />

o número de associados<br />

da Associação Empresarial da<br />

Póvoa de Varzim tem vindo a<br />

a<strong>um</strong>entar – revelou José Gomes<br />

O acordo de colaboração entre a Câmara da Póvoa de Varzim e a <strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong> vai envolver <strong>um</strong> conjunto de iniciativas<br />

de divulgação e estímulo da atividade económica.<br />

Alves. Para o presidente da Associação<br />

Empresarial da Póvoa de<br />

Varzim o acordo de cooperação<br />

entre a Câmara e o grupo <strong>Vida</strong><br />

<strong>Económica</strong> vai contribuir para<br />

a<strong>um</strong>entar a informação dentro e<br />

fora do concelho.<br />

Esta associação é <strong>um</strong>a das<br />

mais antigas do país, celebrando<br />

120 anos de atividade em<br />

2013.


Fundo de Eficiência Energética<br />

disponibiliza três novas linhas de apoio<br />

FERNANDA SILVA TEIXEIRA<br />

fernandateixeira@vidaeconomica.pt<br />

A ADENE – Agência para a Energia<br />

apresentou publicamente, no passado dia<br />

22 de novembro, três novos avisos do Fundo<br />

de Eficiência Energética (FEE) para<br />

apoio financeiro a candidaturas destinadas<br />

às áreas Residencial, Indústria e Setor<br />

Público, que visem o desenvolvimento de<br />

projetos e iniciativas que promovam a eficiência<br />

energética e a alteração de comportamentos<br />

neste domínio.<br />

Refira-se apenas que, comparativamente<br />

às anteriores linhas, os novos apoios surgem<br />

agora com alterações significativas nos<br />

critérios de elegibilidade das empresas, de<br />

forma a alargar o seu número de beneficiários.<br />

Apoios para instalação de painéis<br />

solares térmicos no segmento<br />

residencial mantêm-se<br />

Assim sendo, a primeira das linhas apresentadas,<br />

denominada “Aviso 03 – Edifício<br />

Eficiente 2012”, é especialmente dedicada<br />

ao segmento residencial e visa apoiar candidaturas<br />

para implementação em edifícios<br />

existentes, unifamiliares ou multifamiliares,<br />

de soluções para melhorar a eficiência<br />

energética.<br />

Na continuidade do anterior aviso<br />

“01-FEE-Edificio Eficiente-2012”, a nova<br />

linha contempla a instalação de coletores<br />

solares térmicos e de janelas eficientes,<br />

para edifícios com certificado energético<br />

(CE) no qual essas medidas constem como<br />

oportunidade de melhoria, ou na ausência<br />

de CE, mediante <strong>um</strong> diagnóstico e estudo<br />

energético que comprovem a aplicabilidade<br />

e do impacto das soluções. Os custos<br />

decorrentes da elaboração do diagnóstico<br />

e estudo prévio demonstrativo da aplicabilidade<br />

técnica e do impacto da operação e<br />

Beneficiários<br />

Dotação Orçamental<br />

Comparticipação<br />

SEXTA-FEIRA, 25 DE JANEIRO 2013 5<br />

Líderes europeus do retalho reunidos em Portugal<br />

Lisboa vai acolher no dia 28 de janeiro <strong>um</strong> encontro europeu do setor do comércio, dedicado<br />

ao “Papel do Comércio Moderno na Retoma <strong>Económica</strong>”. Este evento, organizado em Portugal<br />

pelo EuroCommerce com o apoio da Associação Portuguesa de <strong>Empresas</strong> de Distribuição<br />

(APED), vai trazer a Portugal os principais líderes do setor do comércio europeu e representantes<br />

de todos os países que integram a União Europeia.<br />

da emissão e registo do Certificado Energético<br />

do edifício ou fração abrangida são<br />

também abrangidos.<br />

Os beneficiários do incentivo do FEE<br />

poderão ser pessoas singulares proprietárias<br />

de edifícios ou frações, e as candidaturas<br />

podem ser submetidas através de<br />

<strong>Empresas</strong> de Serviços Energéticos (ESE),<br />

qualificada segundo o SQESE, ou outras<br />

empresas fornecedoras de soluções energéticas<br />

elegíveis ao aviso.<br />

A dotação orçamental prevista atinge os<br />

dois mil milhões de euros, sendo metade<br />

para cada <strong>um</strong>a das áreas abrangidas, e a<br />

comparticipação será de 50% das despesas<br />

totais elegíveis, até ao limite de 1500 euros,<br />

no caso da instalação de sistemas solares<br />

térmicos, ou 1250 euros, no caso de<br />

janelas eficientes.<br />

Indústria contemplada com<br />

apoios à realização de auditorias<br />

energéticas<br />

Orientado para o setor industrial, o “Aviso<br />

04 – SGCIE 2012” dará continuidade<br />

ao financiamento de medidas inseridas no<br />

Plano Nacional de Ação para a Eficiência<br />

Energética (PNAEE) com a designação<br />

“Programa para a Energia Competitiva da<br />

Industria”.<br />

Na prática esta medida está vocacionada<br />

para operadores de instalações abrangidas<br />

por Acordo de Racionalização dos Cons<strong>um</strong>os<br />

de Energia no âmbito do SGCIE,<br />

nomeadamente apoio à realização de auditorias<br />

energéticas e a instalação de equipamentos<br />

e sistemas de gestão e monitorização<br />

dos cons<strong>um</strong>os de energia.<br />

Contando com <strong>um</strong>a dotação orçamental<br />

de cerca de <strong>um</strong> milhão de euros, os apoios<br />

vão do ressarcimento de 50% do custo das<br />

auditorias energéticas obrigatórias, para<br />

operadores com cons<strong>um</strong>os anuais infe-<br />

riores a 1000 tep/ano, à comparticipação<br />

de 25% dos investimentos realizados em<br />

equipamentos e sistemas de gestão e monitorização<br />

dos cons<strong>um</strong>os de energia.<br />

Apoios procuram incentivar<br />

também a integração no “Programa<br />

ECO.AP”<br />

Por fim, o denominado “Aviso 05 –<br />

CE.Estado” prevê o apoio a investimentos<br />

que visem a execução dos estudos prévios,<br />

AVISO 03 AVISO 04 AVISO 05<br />

Residencial Indústria Setor Público<br />

Pessoas singulares proprietárias de<br />

edifícios de habitação ou frações<br />

autónomas em edifícios de habitação<br />

existentes.<br />

2.000.000G<br />

(1.000.000G ST + 1.000.000G JE)<br />

Sistemas solares térmicos:<br />

50% das despesas totais elegíveis, e<br />

até ao limite de 1.500G;<br />

Janelas eficientes:<br />

50% das despesas totais elegíveis, e<br />

até ao limite de 1.250G.<br />

Todos os operadores de instalações<br />

abrangidas por <strong>um</strong> ARCE-Acordo de<br />

Racionalização dos Cons<strong>um</strong>os de<br />

Energia no âmbito do SGCIE.<br />

1.000.000G 250.000G<br />

Auditorias energéticas:<br />

50% das despesas totais elegíveis,<br />

e até ao limite de 750G;<br />

Equipamento e sistemas de gestão<br />

dos cons<strong>um</strong>os de energia:<br />

25% das despesas totais elegíveis,<br />

e até ao limite de 10.000G;<br />

Administração central, (empresas<br />

públicas, universidades, entidades<br />

públicas empresariais, fundações<br />

públicas, etc.) e local (autarquias e<br />

municípios).<br />

100% das despesas totais<br />

elegíveis, e até ao limite de<br />

25.000G<br />

ATUALIDADE<br />

Portugal é referência no sistema elétrico de Cabo Verde<br />

“Portugal sempre foi o nosso maior parceiro e é a referência para o nosso novo sistema elétrico”,<br />

disse António Baptista, diretor da Direcção-Geral de Energia (DGE) cabo-verdiana,<br />

no encerramento do 2.º Encontro dos países de expressão oficial portuguesa, organizado pela<br />

CERTIEL, dedicado à evolução das instalações elétricas, e que decorreu recentemente na<br />

cidade de Praia, em Cabo Verde.<br />

análises técnicas e a criação de ferramentas<br />

e metodologias de análise conducentes<br />

à Certificação Energética e da Qualidade<br />

ao Ar Interior dos edifícios e sistemas integrantes<br />

do “Programa ECO.AP”, ou,<br />

complementarmente, auditorias que possibilitem<br />

a identificação de médias de cons<strong>um</strong>os<br />

de energia para utilização no referido<br />

programa.<br />

São potenciais beneficiários desta linha<br />

as entidades da Administração Central,<br />

nomeadamente os serviços e organismos<br />

da administração direta e indireta do Estado,<br />

empresas públicas, universidades,<br />

entidades públicas empresariais, fundações<br />

públicas, associações públicas ou privadas<br />

com capital maioritariamente público,<br />

bem como da Administração Local, nomeadamente<br />

autarquias e municípios.<br />

A comparticipação do FEE para cada<br />

operação é de 100% das despesas totais<br />

elegíveis, até ao limite de 25 mil euros, mas<br />

a dotação orçamental é de apenas 250 mil<br />

euros.<br />

Recorde-se apenas que o “Programa<br />

ECO.AP” visa alcançar <strong>um</strong>a redução de<br />

cons<strong>um</strong>os energéticos do Estado até 30%<br />

face aos atuais valores, mediante a celebração<br />

de contratos de gestão energética<br />

com as ESE, e através da implementação<br />

de Planos de Ação de Eficiência Energética<br />

ministeriais. Os resultados deste Programa<br />

serão acompanhados através do Barómetro<br />

de Eficiência Energética e Carbono na Administração<br />

Pública.


6 SEXTA-FEIRA, 25 DE JANEIRO 2013<br />

ATUALIDADE<br />

Lisboa acolhe novo centro do Wall Street Institute<br />

O Wall Street Institute (WSI) acaba de abrir o maior<br />

centro de inglês da Península Ibérica, em Lisboa, com<br />

capacidade para mil alunos, <strong>um</strong> investimento de 250 mil<br />

euros. A abertura do novo centro faz parte da estratégia<br />

da empresa em reforçar presença no nosso país, possibilitando<br />

aos alunos <strong>um</strong>a maior proximidade a cada centro.<br />

Pirataria<br />

está a diminuir<br />

A pirataria chegou ao nível mais<br />

baixo dos últimos cinco anos, com<br />

297 navios atacados em 2012, em<br />

comparação com 439 em 2011,<br />

revelou o relatório global de pirataria<br />

do “International Maritime<br />

Bureau” (IMB) da Câmara de Comércio<br />

Internacional (CCI). Os<br />

valores mundiais baixaram devido<br />

a <strong>um</strong>a redução drástica da pirataria<br />

na Somália, embora a África<br />

Oriental e Ocidental continuem<br />

a ser as áreas mais atingidas, com<br />

150 ataques em 2012.<br />

A nível global, 174 navios foram<br />

abordados por piratas no<br />

ano passado, 28 foram sequestrados<br />

e 28 foram atacados. O<br />

centro de denúncias de pirataria<br />

do IMB também registou 67 tentativas<br />

de ataque. O número de<br />

pessoas reféns diminuiu de 802,<br />

em 2011, para 585, em 2012, e<br />

mais 26 pessoas foram raptadas<br />

com pedido de resgate na Nigéria.<br />

Seis tripulantes foram mortos<br />

e 32 foram feridos ou agredidos.<br />

“Os dados de pirataria do IMB<br />

mostram <strong>um</strong>a redução de raptos<br />

e ataques a navios mas as equipas<br />

devem permanecer vigilantes,<br />

particularmente nas águas altamente<br />

perigosas da África Oriental<br />

e Ocidental”, referiu o capitão<br />

Pottengal Mukundan, diretor do<br />

IMB, que tem monitorizado a<br />

pirataria a nível mundial desde<br />

1991.<br />

Na Somália e no Golfo do<br />

Aden, foram reportados apenas<br />

75 ataques a navios em 2012, em<br />

comparação com 237 em 2011,<br />

correspondendo a 25% dos incidentes<br />

em todo o mundo. O número<br />

de raptos de somalis baixou<br />

para metade, de 28 em 2011 para<br />

14 no ano passado.<br />

O IMB refere que as marinhas<br />

estão a travar a pirataria ao largo<br />

da costa africana, com ataques<br />

preventivos e fortes ações contra<br />

os “navios-mãe”. No entanto, a<br />

ameaça e a capacidade dos piratas<br />

somalis armados mantém-se forte.<br />

“A presença contínua das marinhas<br />

é fundamental para garantir<br />

que os números da pirataria<br />

somali continuem baixos”, disse<br />

o capitão Mukundan. “Este progresso<br />

pode ser facilmente revertido<br />

se os navios de guerra forem<br />

retirados da área.”<br />

Portugal está “a ir pelo caminho<br />

Em Portugal cerca de<br />

“71% das empresas não<br />

pagam IRC, assim como<br />

55% dos trabalhadores<br />

não pagam IRS, pois<br />

não atingem o mínimo”.<br />

Perante esta realidade,<br />

“o segredo não está<br />

tanto em obrigar que<br />

poucos paguem muito<br />

mas que muitos paguem<br />

alg<strong>um</strong>a coisa. Esse é o<br />

caminho para Portugal”,<br />

defendeu Paulo Gaspar.<br />

Convidado pelo Curso<br />

de Contabilidade<br />

do Instituto Superior<br />

de Contabilidade e<br />

Administração do Porto<br />

(ISCAP) para o debate<br />

anual sobre as principais<br />

medidas previstas no<br />

Orçamento de Estado, o<br />

consultor da Deloitte e<br />

especialista em questões<br />

relacionadas com o<br />

IRC falou com a “<strong>Vida</strong><br />

<strong>Económica</strong>”.<br />

FERNANDA SILVA TEIXEIRA<br />

fernandateixeira@vidaeconomica.pt<br />

Começando por recordar que o<br />

IRS “é a grande fonte de receita do<br />

Estado e onde menos se consegue<br />

fugir” e que o IVA “está no limite,<br />

pois temos hoje <strong>um</strong>a das taxas<br />

nominais mais altas da Europa”,<br />

Paulo Gaspar defendeu na passada<br />

MSC Cruzeiros cresce 14% em 2012<br />

A MSC Cruzeiros em Portugal apresentou <strong>um</strong> crescimento de<br />

14% em relação a 2011, com o número de passageiros portugueses<br />

a a<strong>um</strong>entar para 9462 até ao final de 2012. Para 2013, a<br />

grande novidade apresentada para 2013 é a presença do navio<br />

MSC Opera em Lisboa durante o verão, que fará oito cruzeiros<br />

com partida e chegada a Lisboa n<strong>um</strong> itinerário de 11 dias.<br />

semana perante a plateia presente<br />

no ISCAP que o país está “a ir<br />

pelo caminho errado”, e que “não<br />

será com a<strong>um</strong>entos sucessivos de<br />

impostos que sairemos desta recessão”.<br />

“71% das empresas em Portugal<br />

não pagam IRC, assim como 55%<br />

dos portugueses não pagam IRS,<br />

pois não atingem o mínimo. E<br />

esta é a grande questão”, garantiu<br />

o consultor, defendendo que “o<br />

segredo está em alargar a base tributável<br />

do que propriamente em<br />

a<strong>um</strong>entar taxas”.<br />

“Mil empresas pagam 50%<br />

do IRC e tal acontece porque a<br />

maior parte das empresas apresentam<br />

prejuízos. Esta situação<br />

pode ser revertida com maior fis-<br />

FISCALISTA ROGÉRIO FERNANDES FERREIRA AFIRMA<br />

“O grande perigo da redução do IRC para 10% é ser<br />

TERESA SILVEIRA<br />

teresasilveira@vidaeconomica.pt<br />

Do ponto de vista legal, “o<br />

grande perigo” da medida de redução<br />

do IRC para 10% para as<br />

novas empresas que se instalem<br />

e façam novos investimentos em<br />

Portugal a partir de 2013 prende-<br />

-se com o facto de a mesma “poder<br />

ser considerada como <strong>um</strong><br />

auxílio de Estado, proibido nos<br />

termos da legislação europeia”,<br />

explicou à “<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong>” o<br />

fiscalista Rogério Fernandes Ferreira.<br />

E, no caso português, tratar-<br />

-se-á de <strong>um</strong> auxílio de Estado “se<br />

aplicar, seletivamente, direta ou<br />

indiretamente, a <strong>um</strong> grupo de<br />

entidades, o que pode acontecer<br />

mesmo que se trate apenas de<br />

novos investimentos ou das em-<br />

presas exportadoras”, considera o<br />

fiscalista.<br />

Em qualquer caso, diz o mesmo<br />

responsável, “medidas seletivas<br />

poderão ser justificadas por razões<br />

genéricas de desenvolvimento<br />

económico”, embora também<br />

fosse importante que a medida se<br />

alargasse “a qualquer empresa da<br />

União Europeia e não apenas a<br />

empresas portuguesas, por forma<br />

a não estarmos perante regras discriminatórias,<br />

que são inadmissíveis<br />

n<strong>um</strong> mercado com<strong>um</strong>”.<br />

Concordando que “o controlo<br />

deste tipo de medidas será bem<br />

difícil e poderá ter efeitos indesejáveis<br />

em sede evasão <strong>fiscal”</strong>,<br />

Rogério Fernandes Ferreira diz<br />

que é importante assegurar que<br />

elas “não implicam despesa <strong>fiscal”</strong>,<br />

dadas as obrigações de Portugal<br />

ass<strong>um</strong>idas com a ‘troika’.


SEXTA-FEIRA, 25 DE JANEIRO 2013 7<br />

NERSANT organiza missão empresarial a Marrocos e Argélia<br />

A NERSANT – Associação Empresarial da Região de Santarém<br />

está a organizar <strong>um</strong>a missão empresarial aos mercados de<br />

Marrocos e Argélia. Esta viagem de negócios, que se realiza<br />

entre os dias 17 e 23 de Fevereiro, incidirá especificamente<br />

nas cidades de Casablanca e Argel, e prevê a realização de reuniões<br />

institucionais, visitas técnicas e reuniões com empresas.<br />

errado” a nível fiscal<br />

calização, mas também porque o<br />

IRC é demasiado complexo e de<br />

tão complexo acaba por excluir<br />

muitas pequenas empresas”. Por<br />

essa razão, Paulo Gaspar advoga<br />

que “o segredo não está tanto em<br />

obrigar que poucos paguem muito<br />

mas que muitos paguem alg<strong>um</strong>a<br />

coisa. Esse é o caminho para<br />

Portugal”.<br />

A terminar a sua intervenção o<br />

consultor explicou ainda que este<br />

imposto “não sofreu grandes alterações”<br />

em sede de Orçamento o<br />

que “afetará pouco as empresas”.<br />

Na prática, explicou o especialista,<br />

“as duas grandes medidas estão relacionadas<br />

com os escalões de derrama”<br />

porém, o universo abrangido<br />

compreende apenas as cerca de<br />

1500 maiores empresas nacionais,<br />

“pois são aquelas que apresentam<br />

lucros muito elevados”.<br />

Trabalhadores ainda não têm<br />

consciência do impacto<br />

das alterações ao IRS<br />

Já ao nível do IRS as alterações<br />

são muitas e a grande maioria dos<br />

trabalhadores por contra de outrem<br />

ainda não sabe ao certo qual será o<br />

seu salário no final deste mês. A<br />

única certeza é que a generalidade<br />

vai ver o seu rendimento diminuir.<br />

“É certo que em 2013 os trabalhadores<br />

portugueses vão ver o<br />

seu rendimento líquido reduzido”<br />

todavia, apenas “mensalmente irão<br />

perceber qual o verdadeiro impacto<br />

das retenções da fonte e das novas<br />

tabelas agora publicadas, que<br />

incluem os efeitos, sobretudo, do<br />

a<strong>um</strong>ento do IRS e das limitações<br />

das deduções fiscais, mais a taxa de<br />

3,5%”, começou por afirmar Carlos<br />

Matos.<br />

Para o consultor, o resultado<br />

óbvio desta redução do orçamento<br />

familiar será o inevitável agravamento<br />

da quebra do cons<strong>um</strong>o. “As<br />

famílias portuguesas passarão a ter<br />

<strong>um</strong> rendimento mais baixo mensalmente,<br />

e como tal irão gastar<br />

menos, e se acrescermos o efeito<br />

psicológico do medo do que vai<br />

acontecer n<strong>um</strong> futuro próximo, o<br />

cons<strong>um</strong>o também se retrairá”.<br />

Questionado se os portugueses<br />

irão aceitar a proposta do governo<br />

de diluir o pagamento de metade<br />

dos dois subsídios de férias e<br />

de natal, pelos 12 meses do ano,<br />

Carlos Matos revelou acreditar<br />

que “a maioria dos trabalhadores<br />

portugueses vá optar por receber<br />

pelo menos <strong>um</strong> subsídio em duodécimos”.<br />

“Esta é <strong>um</strong>a boa opção que tenderá<br />

a minimizar o impacto da<br />

carga fiscal se o trabalhador auferir<br />

<strong>um</strong> rendimento mais baixo.<br />

Até para as próprias empresas, em<br />

termos de tesouraria, esta medida<br />

é benéfica” contudo, salienta o especialista,<br />

“tudo depende de como<br />

mentalmente fazemos as nossas<br />

contas” pois “há portugueses que<br />

estão habituados a utilizar os subsídios<br />

para pagarem seguros da<br />

casa, e outras despesas pontuais de<br />

maior valor”. Ainda assim, Carlos<br />

Matos acredita que o pior ainda<br />

poderá estar para vir e antevê que,<br />

“no futuro, os subsídios poderão<br />

passar a incorporar no salário”, havendo<br />

na prática <strong>um</strong>a redução da<br />

retribuição mensal.<br />

considerado <strong>um</strong> auxílio de Estado”<br />

E, na opinião do fiscalista, “estas<br />

medidas deverão representar<br />

<strong>um</strong>a acentuada perda de receita,<br />

atendendo a que não chamam ao<br />

imposto as empresas que dele se<br />

apartam, mas, antes, beneficiam<br />

as que c<strong>um</strong>prem as suas obrigações”.<br />

Isto, para mais sabendo-se que<br />

“são bem poucas e concentradas”<br />

as que pagam imposto, <strong>um</strong>a vez<br />

que “mais de 60% não pagam<br />

IRC e 10% das declarações com<br />

coleta representam mais de 80%<br />

do total da receita e 1% das empresas<br />

pagam mais de 50% do<br />

IRC.<br />

Com estes constrangimentos, e<br />

na hipótese de vir aí <strong>um</strong> ‘ch<strong>um</strong>bo’<br />

de Bruxelas, Rogério Fernandes<br />

Ferreira aponta outro caminho.<br />

Defende, aqui, <strong>um</strong>a solução<br />

“legal, do ponto de vista comu-<br />

nitário”, e que respeite, também,<br />

o princípio da igualdade. “Prefiro<br />

realçar a medida relativa a lucros<br />

retidos e reinvestidos e que melhor<br />

promoverá a capitalização e<br />

o autofinanciamento das empresas,<br />

hoje tão necessário por falta<br />

de financiamento bancário”,<br />

avança o fiscalista.<br />

Ministério da Economia<br />

não confirma aprovação<br />

de Bruxelas no IRC<br />

A proposta do Governo, enviada<br />

pelo ministro Álvaro Santos<br />

Pereira à Comissão Europeia, de<br />

reduzir a taxa de IRC para 10%<br />

para novos investimentos em<br />

Portugal a partir de 2013 ainda<br />

não recebeu luz verde Bruxelas.<br />

Questionada pela “<strong>Vida</strong> Econó-<br />

mica”, fonte oficial do gabinete<br />

do ministro Álvaro Santos Pereira<br />

disse apenas que “o Ministério da<br />

Economia e do Emprego não tem,<br />

de momento, qualquer comentário<br />

a fazer sobre esta matéria” e<br />

que “todos os comentários serão<br />

feitos em momento oportuno”.<br />

Igualmente questionado pela<br />

“<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong>”, o presidente<br />

da comissão que vai rever o IRC,<br />

António Lobo Xavier, escusou-se<br />

a responder a quaisquer questões,<br />

alegando ter ass<strong>um</strong>ido o compromisso<br />

de não conceder entrevistas<br />

enquanto estiver a liderar esta estrutura.<br />

Declarou, ainda assim, à<br />

margem da cerimónia de tomada<br />

de posse da comissão, que “se as<br />

taxas [de IRC] não baixarem, será<br />

difícil dizer que o imposto se tornou<br />

altamente competitivo” em<br />

Portugal.<br />

Vodafone debate tecnologia e inovação nas empresas<br />

Promover o debate sobre tecnologia e inovação entre o tecido empresarial<br />

e o meio académico foi o objetivo da 1ª edição do Vodafone<br />

Technology Watch, que acaba de decorrer em Lisboa. Este evento,<br />

que será organizado anualmente pela Vodafone Portugal, reuniu<br />

alguns dos principais docentes universitários das áreas da tecnologia,<br />

em conjunto com alguns parceiros e especialistas da Vodafone.<br />

EDITORIAL<br />

Regresso ao futuro<br />

ATUALIDADE<br />

JOÃO LUÍS DE SOUSA DIRETOR ADJUNTO<br />

jlsousa@vidaeconomica.pt<br />

O regresso de Portugal aos mercados previsto no acordo com a<br />

“troika” para Setembro de 2013 parecia <strong>um</strong>a meta difícil de alcançar.<br />

Perante a evolução desfavorável do crescimento e do desemprego,<br />

o cenário mais provável seria o prolongamento do período de<br />

assistência externa.<br />

Mas o Governo aproveitou a acalmia dos mercados e a<strong>um</strong>ento da<br />

confiança externa e decidiu jogar na antecipação, surpreendendo<br />

quase tudo e quase todos, ao conseguir colocar <strong>um</strong> financiamento<br />

em obrigações de dívida pública a cinco anos.<br />

A procura foi de tal forma elevada que o valor do financiamento<br />

subiu durante a operação para dois mil e quinhentos milhões de<br />

euros - em vez dos dois milhões inicialmente previstos –, a <strong>um</strong>a taxa<br />

de juro inferior a 5%. No mercado secundário as obrigações a 10<br />

anos são agora transacionadas com <strong>um</strong>a taxa abaixo dos 6%, depois<br />

de terem andado acima dos 17%.<br />

Com esta iniciativa, Portugal antecipou em nove meses a meta de<br />

regresso aos mercados, recuperando a capacidade de emitir dívida<br />

no estrangeiro, em condições normais.<br />

Ao voltar aos mercados em janeiro, o país consegue superar o<br />

objetivo do programa, tal como já acontecera em relação à correção<br />

do défice externo. Da mesma forma que a “troika” foi criticada por<br />

terem falhado as previsões do desemprego e do crescimento, deveria<br />

agora ser enaltecida pela antecipação dos objetivos na balança comercial<br />

e na emissão de dívida.<br />

A emissão desta semana é <strong>um</strong> fator altamente positivo, com mérito<br />

para o Governo, a “troika”, e as instituições europeias que estão a<br />

conseguir alg<strong>um</strong>a estabilidade na zona Euro. Os abomináveis especuladores<br />

parecem ter entrado em hibernação.<br />

Em vez do “nem mais tempo, nem mais<br />

dinheiro”, temos o menos tempo mas mais<br />

dinheiro.<br />

Mas o regresso aos mercados não deve ser por si só motivo de euforia.<br />

A economia interna está mais deprimida que nunca. Tal como<br />

refere José Ramos, em entrevista à “<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong>”, as empresas<br />

portuguesas estão a ser varridas por <strong>um</strong> tsunami fiscal. O Estado,<br />

seja a administração central seja a administração local, agrava os<br />

atrasos nos pagamentos às empresas. As exigências burocráticas e<br />

obstáculos à economia não param de a<strong>um</strong>entar. As condições para<br />

as empresas que pretendam iniciar ou apenas manter a sua atividade<br />

são agora claramente piores, em comparação com o início do programa<br />

de assistência externa.<br />

Ao antecipar a obtenção de financiamento externo no mercado,<br />

o Governo está também a a<strong>um</strong>entar a dívida pública para além do<br />

previsto.<br />

O programa de assistência externa previa que os mercados permanecessem<br />

fechados para Portugal até Setembro deste ano, disponibilizando<br />

a ajuda de 78 mil milhões de euros. Ao contrair mais dívida<br />

em antecipação, o país vai chegar a Setembro com a confiança dos<br />

credores, mas também mais endividado.<br />

Em vez do “nem mais tempo, nem mais dinheiro”, temos o menos<br />

tempo mas mais dinheiro.<br />

O regresso antecipado aos mercados pode não significar o caminho<br />

de futuro, com a confiança dos credores a refletir as contas<br />

equilibradas e a racionalidade da despesa pública. Pode ser apenas o<br />

regresso ao passado e à tentação de gastar acima das possibilidades,<br />

com os credores a avaliarem mal a nossa capacidade para fazer face<br />

ao reembolso dos empréstimos e pagamento dos juros.<br />

Se os mercados voltam a confiar e isso nos permite obter financiamento<br />

adicional para dever ao exterio,r cada vez mais será <strong>um</strong> triste<br />

e efémero motivo de orgulho.


8 SEXTA-FEIRA, 25 DE JANEIRO 2013<br />

ATUALIDADE<br />

Halcon propõe Açores a partir do Porto<br />

A Halcon Viagens acaba de lançar <strong>um</strong> programa exclusivo para os Açores com visita às ilhas<br />

de São Miguel e da Terceira com a duração de quatro dias pelo valor de J 193 por pessoa.<br />

Este valor será acrescido de J 95 de taxas de aeroporto e combustível e J 30 de processo de<br />

reserva. O programa tem partidas do Porto e estadia de duas noites no hotel São Miguel Park<br />

3* e de <strong>um</strong>a noite no Hotel Terceira Mar 4*.<br />

José Augusto Constâncio, presidente da Apigraf.<br />

ICC explica práticas bancárias no comércio internacional<br />

Mafalda Oliveira Monteiro será <strong>um</strong>a das oradoras convidadas do workshop sobre Práticas<br />

Bancárias no Comércio Internacional, iniciativa promovida pelo ICC Portugal em parceria<br />

com o ICC Espanha que terá lugar em Lisboa, no dia 28 de janeiro. A sócia da “Miranda” esclarecerá<br />

os presentes sobre as regras uniformes aplicáveis às garantias a pedido, na perspetiva<br />

da empresa, do ordenador e do beneficiário.<br />

APIGRAF CONTESTA OPINIÃO DO PRESIDENTE DA ERC<br />

“<strong>Empresas</strong> do setor gráfico têm capacidade<br />

para imprimir jornais e revistas”<br />

A apigraf, associação que representa<br />

em Portugal as empresas<br />

gráficas, de comunicação visual e<br />

transformadoras do papel, reagiu<br />

em comunicado, através do seu<br />

presidente, José Augusto Constâncio,<br />

às declarações proferidas pelo<br />

presidente da ERC, Carlos Magno,<br />

à margem da conferência “Motores<br />

de busca – o seu a seu dono”, organizada<br />

pela Confederação Portuguesa<br />

dos Meios de Comunicação<br />

Social, em que este último afirmou<br />

que se corre o risco de não se ter<br />

jornais impressos em papel dentro<br />

de meses em Portugal devido a problemas<br />

sérios no setor gráfico.<br />

“A apigraf não pode deixar de<br />

manifestar a sua surpresa pela afirmação<br />

proferida, <strong>um</strong>a vez que o<br />

setor gráfico em Portugal é constituído<br />

por empresas com recursos<br />

h<strong>um</strong>anos, tecnológicos e capacidade<br />

de produção ao nível do que de<br />

melhor existe na Europa.” “Naturalmente<br />

que o setor que a apigraf<br />

representa não é alheio à crise que<br />

o país atravessa e que a redução das<br />

tiragens e de número de publicações<br />

em circulação tem afetado as<br />

empresas que representamos”, refere<br />

José Augusto Constâncio.<br />

“No entanto, apesar de alg<strong>um</strong>as<br />

estarem em maiores dificuldades do<br />

que outras, existem empresas com<br />

capacidade de resposta instalada<br />

A Associação Comercial de Lisboa – Câmara<br />

de Comércio e Indústria Portuguesa<br />

assinou na Embaixada dos Estados Unidos<br />

da América (EUA), em Lisboa, <strong>um</strong> memorando<br />

de entendimento com o Departamento<br />

de Comércio americano, com vista<br />

a dinamizar as relações comerciais entre<br />

Portugal e os Estados Unidos e apoiar o<br />

investimento.<br />

Este memorando foi assinado pelo Secretário-geral<br />

da Associação Comercial de<br />

Lisboa - Câmara de Comércio e Indústria<br />

Portuguesa, Pedro Madeira Rodrigues,<br />

e pelo Embaixador dos Estados Unidos,<br />

Allan Katz, em representação do Departamento<br />

de Comércio dos EUA.<br />

para imprimirem os jornais e revistas<br />

que se editam. Não entendemos<br />

assim o alcance da declaração do<br />

senhor presidente da ERC”, acrescenta.<br />

“Não é pela eventual situação<br />

financeira menos saudável que o<br />

setor atravessa, à semelhança de<br />

muitos outros que constituem a<br />

nossa economia, que vão deixar<br />

de ser impressos jornais ou revistas”,<br />

conclui o presidente da associação.<br />

Este setor representa no seu conjunto<br />

cerca de 1,8% do PIB, emprega<br />

mais de 20 mil trabalhadores<br />

e gera anualmente <strong>um</strong> vol<strong>um</strong>e de<br />

negócios de 248 milhões de euros.<br />

ACL e Embaixada dos Estados<br />

Unidos dinamizam relações<br />

comerciais<br />

A rede Universia estabeleceu <strong>um</strong>a parceria<br />

com a Miríada X, <strong>um</strong>a plataforma<br />

de Cursos Online MOOC’s (MOOC:<br />

Massive Open Online Courses), que<br />

consiste na oferta de formação gratuita<br />

de 58 cursos online, proporcionados por<br />

18 universidades ibero-americanas.<br />

O projeto nasce de <strong>um</strong>a iniciativa da<br />

Telefónica - através da Telefónica Learning<br />

Services – e da Universia – a maior<br />

rede de universidades de língua portuguesa<br />

e hispânica –, promovida pelo<br />

Banco Santander através da sua Divisão<br />

Global Santander Universidades –, e<br />

conta ainda com a colaboração da Fun-<br />

Os Estados Unidos integram <strong>um</strong> grupo<br />

de 10 países (Alemanha, Angola, Brasil, Colômbia,<br />

Espanha, EUA, França, Marrocos,<br />

Moçambique e Polónia) nos quais a ACL<br />

vai ajudar as empresas suas associadas na<br />

internacionalização, nomeadamente através<br />

de formação sobre comércio internacional,<br />

estudos de mercado e análise sectorial para o<br />

conjunto de países selecionados.<br />

A ACL dará ainda apoio na preparação<br />

de viagens individuais de negócios mediante<br />

a pesquisa e seleção de potenciais parceiros<br />

de negócio no mercado alvo e marcação<br />

de reuniões individuais ou visitas a empresas<br />

e preparação de candidatura a concursos<br />

internacionais e projetos QREN.<br />

Cursos online gratuitos<br />

de universidades<br />

ibero-americanas disponíveis<br />

em Portugal<br />

dação CSEV (Centro Superior para o<br />

Ensino Virtual).<br />

Os utilizadores registados na plataforma<br />

Miríada X poderão matricular-se gratuitamente<br />

em todos os cursos que sejam<br />

do seu interesse, podendo frequentar estes<br />

programas formativos quer sejam ou<br />

não alunos das universidades, através da<br />

página http://miriadax.net.<br />

Será ainda concedido o prémio de melhor<br />

curso online publicado na plataforma<br />

Miríada X, pelo Ministério da Educação,<br />

Cultura e Desporto, pela Telefónica<br />

Learning Services e pela Universia, que<br />

constará de 10 mil euros.


SEXTA-FEIRA, 25 DE JANEIRO 2013 9<br />

Aeroporto João Paulo II candidato ao prémio Air Transport News<br />

O Aeroporto de Ponta Delgada/João Paulo II, gerido pela ANA - Aeroportos de Portugal, SA,<br />

é <strong>um</strong> dos 5 fi nalistas candidato ao prémio da publicação on line Air Transport News na categoria<br />

“aeroportos até 10 milhões de passageiros”. Os outros quatro fi nalistas que competem<br />

nesta categoria são dois aeroportos turcos (Esenboga e Izmir), <strong>um</strong> francês (Bordéus) e <strong>um</strong> indiano<br />

(Rajiv Gandhi).<br />

É <strong>um</strong> clássico: durante cada recessão – e<br />

esta é a minha quinta recessão – ressurge<br />

o protecionismo. Após quatro anos de<br />

crise económica, o desemprego é <strong>um</strong><br />

aspeto crítico para os EUA (7,7%) e<br />

Europa (11,7%). Obviamente, os governos<br />

querem proteger as empresas nacionais e<br />

os empregos, especialmente se quiserem<br />

ser reeleitos... Se o protecionismo está de<br />

volta, também é muito mais subtil do que<br />

no passado. Longe vão os dias em que os<br />

governos aplicavam barreiras tarifárias<br />

(inaceitáveis para a Organização Mundial<br />

do Comércio) ou impunham medidas<br />

básicas, como a passagem por <strong>um</strong> ponto de<br />

entrada pequeno e “congestionado” para as<br />

mercadorias que eram importadas (como<br />

os franceses fi zeram com os gravadores<br />

de vídeo japoneses nos anos 90). Hoje,<br />

as medidas protecionistas são conduzidas<br />

através de regras ambientais, requisitos<br />

sanitários, normas de segurança, etc . Além<br />

disso, as campanhas “compre nacional”<br />

ou “cooperação forçada” com empresas<br />

locais completam <strong>um</strong>a ampla gama de<br />

medidas disponíveis para as administrações<br />

assustadas. A casaca muda, mas o animal<br />

continua a ser o mesmo.<br />

Face às difi culdades que o país atravessa,<br />

enquanto contribuintes, bem sabemos que<br />

as dívidas fi scais podem ser regularizadas<br />

através de pagamento em prestações, junto<br />

da Autoridade Tributária. Conforme foi<br />

amplamente divulgado pela Autoridade<br />

Tributária, foram dadas instruções claras<br />

aos Serviços de Finanças para admitirem<br />

o pagamento das dívidas fi scais pelos<br />

contribuintes em planos prestacionais.<br />

Resultante da minha experiência, posso<br />

confi rmar que é isso mesmo que tem<br />

acontecido efetivamente, são inúmeros<br />

os casos em que se assiste ao imediato<br />

diferimento dos planos prestacionais<br />

requeridos.<br />

Sucede, porém, que na realidade esta<br />

questão não fi ca por aqui!<br />

Isto porque, normalmente, no<br />

despacho de deferimento do pagamento<br />

em prestações os contribuintes acabam<br />

por ser confrontados com a exigência de<br />

prestação de garantia idónea. Ou seja, se<br />

o contribuinte pretender benefi ciar do<br />

pagamento naquelas prestações específi cas,<br />

dispõe de prazo habitualmente de 15<br />

dias para prestar garantia no processo<br />

executivo, sem a qual o respetivo plano<br />

então aprovado fi cará sem efeito.<br />

Pode ser mais adequado falar de<br />

nacionalismo económico. Muitas das<br />

economias emergentes estabeleceram<br />

como objetivo a internacionalização das<br />

suas empresas campeãs nacionais. Para esse<br />

fi m, elas podem contar com <strong>um</strong>a grande<br />

reserva de liquidez. A China tem agora<br />

3300 mil milhões de dólares de reservas<br />

em moeda estrangeira e a Rússia tem<br />

530 mil milhões de dólares. Montantes<br />

consideráveis de dinheiro são canalizados<br />

para as empresas através de fundos<br />

soberanos: o ADIA, de Abu Dhabi, gere<br />

624 mil milhões de dólares, o SAFE,<br />

da China, controla 567 mil milhões de<br />

dólares e o Fundo Nacional de Assistência<br />

da Rússia tem 149 mil milhões de dólares.<br />

As empresas com garantias do Estado<br />

são <strong>um</strong>a nova forma de protecionismo:<br />

ATUALIDADE/Opinião<br />

Câmara da Póvoa de Varzim divulga apoios ao turismo<br />

Os sistemas de apoio fi nanceiro ao turismo estiveram em análise na semana passada, durante<br />

<strong>um</strong>a conferência organizada pela Câmara da Póvoa de Varzim. Esta iniciativa organizada<br />

pelo município, em parceria com a entidade Turismo do Porto e Norte de Portugal,<br />

teve por objetivo impulsionar e estimular o empreendedorismo, a criação e a expansão de<br />

negócios.<br />

Protecionismo com <strong>um</strong>a nova casaca<br />

As empresas com garantias<br />

do Estado são <strong>um</strong>a nova<br />

forma de protecionismo<br />

PATRÍCIA MENESES LEIRIÃO<br />

Mestre em Direito Fiscal, Sócia<br />

Responsável Departamento Direito<br />

Fiscal da Gali Macedo & Associados<br />

Ora, parece-me a mim que a Autoridade<br />

Tributária ainda não está sensibilizada<br />

de que a medida em si de aprovar planos<br />

prestacionais só se pode traduzir em<br />

receita relevante para os cofres do Estado<br />

se não for exigida de forma intransigente a<br />

prestação de garantia idónea. Acrescendo<br />

ainda que, para a Autoridade Tributária,<br />

nem todas as garantias são “idóneas”,<br />

acabando a análise das mesmas por ser<br />

bastante exigente e criteriosa.<br />

Conscientes de que estamos a atravessar<br />

<strong>um</strong> momento particularmente difícil<br />

e que no atual contexto económico<br />

ninguém escapa à adversidade, quando<br />

todos os meses empresas e indivíduos<br />

fazem e refazem as suas contas várias vezes,<br />

questiono-me como é possível, no meio<br />

de tantas difi culdades, os contribuintes<br />

regularizarem as suas dívidas junto da<br />

Autoridade Tributária. Se o caminho for o<br />

da exigência de garantias, provavelmente<br />

torna-se <strong>um</strong>a missão impossível.<br />

Senão vejamos: se o contribuinte<br />

dispuser da verba em dívida muito mais<br />

o benefi cia pagar a quantia de imediato<br />

evitando assim os pesados juros, bem<br />

como os custos que muitas vezes as<br />

garantias acarretam. E não se julgue que<br />

STÉPHANE GARELLI<br />

PROFESSOR NO IMD<br />

signifi ca fi nanciar empresas nacionais com<br />

dinheiro do Governo para ajudá-las a ter<br />

sucesso no exterior. Na China, 21 das 22<br />

maiores empresas têm ligações estreitas<br />

ao Estado. Entretanto, o mercado interno<br />

onde estas empresas operam torna-se cada<br />

vez mais difícil de penetrar.<br />

A explosão de marcas globais de<br />

mercados emergentes e seu impacto<br />

sobre a competitividade mundial obrigou<br />

as “economias avançadas” a reagir. A<br />

reindustrialização tornou-se a palavrachave.<br />

Com razão: nos últimos 20 anos, a<br />

participação da indústria em percentagem<br />

do PIB caiu de 16% para 11,2% nos<br />

EUA e de 17,7% para 11,4% no Reino<br />

Unido. A participação da indústria<br />

transformadora mundial da maioria dos<br />

países industrializados caiu 20%, com<br />

exceção da Alemanha. O re-shoring,<br />

que consiste em trazer de volta para<br />

casa alg<strong>um</strong>a capacidade de produção,<br />

está cada vez mais na moda. A General<br />

Electric traz de volta a produção de alguns<br />

eletrodomésticos da China para Louisville,<br />

Kentucky. A Apple e a Hewlett Packard<br />

também planeiam investir na fabricação<br />

nos EUA.<br />

Em tempos de crise faz sentido exigir garantia nos pagamentos<br />

em prestações?<br />

é arg<strong>um</strong>ento invocar que o contribuinte<br />

pode sempre lançar mão do pedido de<br />

dispensa de garantia. Uma vez que se dirá:<br />

lá poder, pode, todavia o pedido é sempre<br />

indeferido, a não ser que o contribuinte<br />

seja <strong>um</strong> “sem-abrigo” e a sua condição<br />

possa ainda ser “atestada por entidade<br />

credível”.<br />

Para refl exão: fará sentido exigir<br />

garantias no atual contexto de austeridade<br />

máxima? Porque não contrabalançar as<br />

subidas de imposto com a facilitação do<br />

pagamento desses mesmos impostos? Não<br />

deveria o pedido de dispensa de garantia<br />

ser analisado com “outros olhos”?<br />

É que, se o objetivo da Autoridade<br />

Tributária é arrecadar receita facilitando<br />

o pagamento aos contribuintes, eu<br />

diria que na prática esse objetivo<br />

não está a ser alcançado. Talvez a<br />

Autoridade Tributária pense que sim,<br />

mas na verdade apenas contabilizará os<br />

planos prestacionais aprovados, e não<br />

os que são levados em diante. Muitos<br />

“ficam” pelo caminho, acabando a<br />

Autoridade Tributária por nada receber,<br />

simplesmente porque não foi prestada<br />

a tal garantia idónea, ficando o plano<br />

prestacional aprovado sem efeito.<br />

A tensão entre o “nacionalismo<br />

económico” nas economias emergentes<br />

e “reindustrialização” nas economias<br />

avançadas vai defi nir a competitividade<br />

mundial nos próximos anos. O<br />

protecionismo será <strong>um</strong>a solução tentadora<br />

para essas pressões. Alguns governos vão<br />

mesmo usar a ameaça de nacionalização<br />

para alcançar os seus objetivos, como a<br />

iniciativa do ministro francês Arnaud<br />

Montebourg contra a Mittal (mas que<br />

teria custado à França mais de mil<br />

milhões de dólares em indemnizações<br />

e por isso o Governo arrefeceu os<br />

ânimos…) No fi nal, a maioria dos<br />

governos será muito cuidadosa: o<br />

protecionismo é <strong>um</strong>a faca de dois g<strong>um</strong>es<br />

que se pode voltar contra o seu utilizador,<br />

mesmo com <strong>um</strong>a nova casaca...<br />

Stéphane Garelli é professor do IMD, na Suíça. Desempenha<br />

também o cargo de diretor de Competitividade<br />

do IMD World Center.<br />

O IMD está classifi cado como a<br />

primeira escola de executivos fora<br />

dos Estados Unidos (Financial<br />

Times 2008-2012) e a primeira<br />

do Mundo em programas abertos<br />

(FinanciAL TIMES 2012).<br />

Autoridade para as<br />

Condições do Trabalho<br />

tem novo inspetor-geral<br />

A Autoridade para as Condições do Trabalho<br />

(ACT) é dirigida a partir desta semana<br />

por <strong>um</strong> novo inspetor-geral, Pedro Pimenta<br />

Braz, e por dois subinspetores-gerais,<br />

Manuel Maduro Roxo e António Robalo<br />

dos Santos, todos da carreira inspetiva desta<br />

Autoridade.<br />

Pedro Pimenta Braz é licenciado em<br />

Engenharia Agrícola pela Universidade de<br />

Évora, Mestre em Ciências e Tecnologia dos<br />

Alimentos pela Universidade Técnica de<br />

Lisboa e exerceu recentemente as funções<br />

de inspetor-geral da Agricultura e Pescas;<br />

Manuel Maduro Roxo é licenciado em Direito<br />

pela Universidade de Coimbra, Mestre<br />

em Direito das <strong>Empresas</strong> na Especialização<br />

de Direito do Trabalho pelo ISCTE e<br />

exerceu as funções de subinspetor-geral na<br />

anterior Direção da ACT; António Robalo<br />

dos Santos é Mestre em Gestão pelo Instituto<br />

de Economia e Gestão da Universidade<br />

Técnica de Lisboa e pós-graduado em Segurança<br />

e Higiene do Trabalho pelo Instituto<br />

Superior Técnico.<br />

A Autoridade para as Condições do Trabalho,<br />

entidade tutelada pelo Ministério da<br />

Economia e do Emprego, tem por missão<br />

a promoção da melhoria das condições de<br />

trabalho em Portugal Continental através<br />

da fi scalização do c<strong>um</strong>primento da legislação<br />

laboral e da promoção de políticas de<br />

prevenção dos riscos profi ssionais, quer no<br />

âmbito das relações laborais privadas quer<br />

no âmbito da Administração Pública.


10 SEXTA-FEIRA, 25 DE JANEIRO 2013<br />

ATUALIDADE/Opinião<br />

Adrave promove oportunidades no meio rural<br />

A Adrave e a Câmara Municipal da Póvoa de Lanhoso organizaram estas semana <strong>um</strong> seminário<br />

sobre a Dinamização da Microeconomia em Contexto Rural. No encontro foram apresentados<br />

o projeto ITERA-AA, aprovado pelo Intereg IV B, e as medidas de apoio à microeconomia<br />

local, entre elas o projeto PROVE, que pretende criar <strong>um</strong> sistema de comercialização de<br />

proximidade de produtos agrícolas.<br />

O “tempo” da Justiça, do processo<br />

e da decisão judicial!<br />

No âmbito da reforma<br />

do Código do Processo<br />

Civill (CPC), o legislador,<br />

no projecto, apresenta a<br />

redução e controlo dos<br />

prazos como o paradigma,<br />

que tudo resolverá!<br />

Nas linhas estratégicas da<br />

reforma consta que:<br />

“No que diz respeito<br />

a sanções pelo não<br />

c<strong>um</strong>primento do prazo no<br />

Novo Processo Civil, o juiz<br />

deve proferir sentença no<br />

prazo de 30 dias a contar<br />

da conclusão do processo,<br />

sob pena de a produção<br />

de prova realizada perder<br />

eficácia (cfr. art. 613.º do<br />

Projeto). Além disso, no<br />

processo será expressamente<br />

assinalada a inobservância<br />

de <strong>um</strong> prazo para a<br />

prática de ato pelo juiz ou<br />

pela secretaria, logo que<br />

Na administração<br />

da justiça inc<strong>um</strong>be<br />

aos tribunais<br />

assegurar a defesa<br />

dos direitos<br />

e interesses<br />

legalmente<br />

protegidos dos<br />

cidadãos<br />

decorram, respetivamente,<br />

três meses ou dez dias sobre<br />

o termo do prazo fixado<br />

para a prática desse ato,<br />

consignando-se a concreta<br />

razão da sua inobservância<br />

(cfr. arts. 158.º e 164.º do<br />

Projeto).”<br />

No seguimento desta<br />

menção em processo,<br />

caberá ao órgão de gestão<br />

do tribunal a elaboração<br />

de relatório que contenha<br />

informação respeitante ao<br />

grau de c<strong>um</strong>primento dos<br />

objetivos estabelecidos,<br />

indicando as causas dos<br />

principais desvios, de<br />

acordo com a al. e) do art.<br />

12.º da Proposta de Lei para<br />

a reforma da organização<br />

judiciária.<br />

ANTÓNIO RAPOSO SUBTIL<br />

dvogado e ex-presidente do<br />

CDL da OA<br />

Por regra, que não<br />

comporta exceções, todas<br />

as reformas legislativas do<br />

direito adjetivo (processual)<br />

tomam posição firme<br />

sobre o “tempo” de criação<br />

legislativa ou jurisdicional,<br />

que na terminologia forense<br />

tem a denominação “prazo”,<br />

“período”, “fase processual”,<br />

etc.<br />

São conhecidas as<br />

menções ao “tempo da<br />

decisão” de forma castradora<br />

e diletante, nomeadamente<br />

impondo a lei <strong>um</strong>a decisão<br />

“de imediato” (artigos 17.º-<br />

D nºs 1 e 3; 17º C, nº3, al.<br />

a) do CIRE), no prazo de<br />

“3 dias úteis” (artigo 17º-G,<br />

nº3, do CIRE), “logo que”<br />

(artigo 17º-D, do CIRE).<br />

Também temos<br />

exemplos recentes, muito<br />

significativos, ao “tempo<br />

do processo”, dos quais<br />

realçamos a previsão do<br />

artigo 17º-G, nº1, ex vi<br />

17º-D, nº 5 do CIRE,<br />

que estabelece que, “caso<br />

seja ultrapassado o prazo<br />

(…), o processo negocial é<br />

encerrado”.<br />

Mas onde reside o<br />

referencial do tempo da<br />

Justiça? Na posição prévia<br />

e normativa do legislador?<br />

Na estipulação resultante da<br />

decisão judicial que fixa o<br />

prazo limite? N<strong>um</strong> critério<br />

externo estatístico definidor<br />

do padrão de justiça?<br />

Como Sófocles,<br />

reconheçamos que “Apenas<br />

o tempo revela o homem<br />

justo; basta <strong>um</strong> dia para pôr<br />

a nu <strong>um</strong> pérfido”.<br />

O tempo, como<br />

prazo processual, tem<br />

sido associado a <strong>um</strong>a<br />

ideia de realização e de<br />

responsabilidade no<br />

c<strong>um</strong>primento do objetivo<br />

fixado, sendo que, para os<br />

Advogados, por regra, o<br />

decurso do mesmo, quando<br />

impõe <strong>um</strong> comportamento,<br />

gera <strong>um</strong>a cominação (por<br />

exemplo: confissão dos<br />

fatos, caducidade do direito,<br />

fixação de multa, etc.).<br />

Pretende o Governo que,<br />

para controlo dos prazos<br />

processuais, que irão ser<br />

substancialmente reduzidos,<br />

sempre que os mesmos<br />

não forem c<strong>um</strong>pridos pelo<br />

Tribunal, seja lavrada “em<br />

ata” a menção e a respetiva<br />

justificação, procurando<br />

atingir-se <strong>um</strong> “tempo” mais<br />

reduzido para a Justiça,<br />

por via da avaliação do<br />

desempenho dos tribunais.<br />

Desde logo, importa fazer<br />

a pergunta: e os Advogados,<br />

na sua qualidade de<br />

mandatários, também<br />

podem utilizar o recurso a<br />

“<strong>um</strong> tempo sem tempo”,<br />

mas com justificação em<br />

ata? Não. Para os advogados,<br />

é proposta outra técnica, a<br />

saber: a falta a julgamentos<br />

não tem justificação, n<strong>um</strong><br />

tempo concreto, nem, por<br />

regra, é facultado o pedido<br />

de adiamento de diligências.<br />

Entendemos as razões,<br />

louvamos o propósito do<br />

controlo do “tempo da<br />

decisão judicial”, para<br />

se atingir <strong>um</strong> “tempo da<br />

Justiça” razoável; mas<br />

existem condições para<br />

tornar esse controlo<br />

efectivo e gerador de <strong>um</strong>a<br />

cominação, como acontece<br />

com os advogados?<br />

Sabemos que, no passado<br />

recente, noutras reformas<br />

processuais, se pretendeu<br />

atingir <strong>um</strong> idêntico<br />

objetivo, reduzindo os<br />

prazos da decisão e fixando<br />

<strong>um</strong> “tempo do processo”<br />

(prazo limite para a sua<br />

conclusão), mas sabemos<br />

também que os resultados<br />

foram reduzidos, por não<br />

existir <strong>um</strong> controlo gerador<br />

de responsabilidade para<br />

quem, em última instância,<br />

viola o tempo da Justiça (o<br />

Estado).<br />

Vamos aguardar a reforma<br />

da Lei da Organização<br />

Judiciária para avaliar se<br />

o respeito, por todos, do<br />

“tempo” n<strong>um</strong>a dimensão<br />

efetiva constitui <strong>um</strong> objetivo<br />

da anunciada revolução<br />

legislativa, em benefício dos<br />

cidadãos e reconhecendo o<br />

imperativo constitucional,<br />

constante do artigo 202.º<br />

da CRP: “Na administração<br />

da justiça inc<strong>um</strong>be aos<br />

tribunais assegurar a defesa<br />

dos direitos e interesses<br />

legalmente protegidos<br />

dos cidadãos, reprimir<br />

a violação da legalidade<br />

democrática e dirimir os<br />

conflitos de interesses<br />

públicos e privados”.<br />

Produção de seguros baixa 5,3%<br />

No ano de 2012 a produção de seguro direto em Portugal superou os 11 mil milhões de euros,<br />

menos 5,3% face ao período homólogo de 2011. A variação negativa ficou a dever-se essencialmente<br />

à quebra de 6,9% verificada no ramo <strong>Vida</strong>, tendo a produção Não <strong>Vida</strong> igualmente<br />

registado <strong>um</strong> decréscimo (-2,2%). Contrariando esta tendência, as operações de capitalização<br />

registaram <strong>um</strong> reforço.<br />

PRECISAMOS DE VOLTAR A TER UMA AGENDA PARA O<br />

CONHECIMENTO<br />

Por <strong>um</strong> novo Portugal digital<br />

A integração da FFCN<br />

na FCT e o crescente<br />

desinvestimento público na área<br />

da sociedade da informação<br />

e conhecimento levantam<br />

muitas reservas em relação ao<br />

futuro estratégico desta área no<br />

nosso país. Em 2013 Portugal<br />

é já claramente <strong>um</strong> país da<br />

linha da frente em matéria<br />

de infraestruturas de última<br />

geração – ligação das escolas e<br />

de grande parte de instituições<br />

públicas em banda larga, forte<br />

modernização da administração<br />

pública central e local e <strong>um</strong>a<br />

boa rede de espaços públicos de<br />

acesso universal à internet, com<br />

grande impacto em zonas mais<br />

isoladas e segmentos sociais<br />

mais desfavorecidos. Por isso,<br />

importa que a nova agenda<br />

digital seja a base de <strong>um</strong> novo<br />

Portugal digital.<br />

A reconstrução de <strong>um</strong><br />

Portugal digital tem que ser <strong>um</strong><br />

projeto global da sociedade,<br />

assente n<strong>um</strong>a verdadeira parceria<br />

estratégica alargada entre o<br />

Estado e os atores económicos e<br />

sociais, capaz de dar resposta às<br />

seguintes questões:<br />

Qual o caminho a<br />

dar às TIC enquanto<br />

instr<strong>um</strong>entos centrais d<strong>um</strong>a<br />

política ativa de intervenção<br />

pública como matriz<br />

transversal da renovação da<br />

nossa sociedade?<br />

Qual a forma possível<br />

de fazer das empresas (e<br />

em particular das PME)<br />

os atores relevantes na<br />

criação e valor e garantia<br />

de padrões de qualidade<br />

e vida social adequados,<br />

n<strong>um</strong> cenário de crescente<br />

“deslocalização” económica?<br />

Qual o papel efetivo da<br />

educação como quadro<br />

referencial essencial<br />

da adequação dos<br />

atores sociais aos novos<br />

desafios da sociedade do<br />

conhecimento? Os atores<br />

do conhecimento de<br />

que tanto se precisa são<br />

“educados” ou “formados”?<br />

Qual o papel do I&D<br />

enquanto área capaz de<br />

fazer o compromisso<br />

necessário entre a<br />

urgência da ciência e a<br />

inevitabilidade da sua<br />

mais do que necessária<br />

aplicabilidade prática para<br />

efeitos de indução d<strong>um</strong>a<br />

cultura estruturada de<br />

FRANCISCO JAIME QUESADO<br />

Especialista em Estratégia, Inovação<br />

e Competitividade<br />

inovação?<br />

Qual o sentido efetivo das<br />

políticas de empregabilidade<br />

e inclusão social enquanto<br />

instr<strong>um</strong>entos de promoção<br />

d<strong>um</strong> objetivo global de<br />

coesão social? O que fazer de<br />

todos os que pelo desemprego<br />

se sentem cada vez mais<br />

marginalizados pelo sistema?<br />

A consolidação d<strong>um</strong> novo<br />

Portugal digital entre nós<br />

passa em grande medida<br />

pela efetiva responsabilidade<br />

nesse processo dos diferentes<br />

atores envolvidos – Estado,<br />

universidade e empresas. No<br />

caso do Estado, no quadro do<br />

processo de reorganização em<br />

curso e de construção d<strong>um</strong><br />

novo paradigma tendo como<br />

centro o cidadão-cliente, urge<br />

a operacionalização de <strong>um</strong>a<br />

atitude de mobilização ativa e<br />

Portugal não pode<br />

fugir ao desafio de se<br />

tornar verdadeiramente<br />

<strong>um</strong>a sociedade<br />

em rede e para tal<br />

o envolvimento<br />

público nos próximos<br />

anos é <strong>um</strong>a peça<br />

fundamental.<br />

empreendedora da revolução<br />

do tecido social. A reinvenção<br />

estratégica do Estado terá que<br />

assentar n<strong>um</strong>a base de confiança<br />

e c<strong>um</strong>plicidade estratégica entre<br />

os “atores empreendedores” que<br />

atuam do lado da oferta e os<br />

cidadãos que respondem pela<br />

procura.<br />

A experiência de<br />

implementação dos projetos<br />

executados nos últimos anos,<br />

envolvendo as mais variadas<br />

naturezas de entidades<br />

(administração pública central,<br />

local, universidades, centros<br />

I&D, outras entidades)<br />

constitui <strong>um</strong> laboratório único a<br />

desenvolver no futuro. Portugal<br />

não pode fugir ao desafio de<br />

se tornar verdadeiramente<br />

<strong>um</strong>a sociedade em rede e para<br />

tal o envolvimento público<br />

nos próximos anos é <strong>um</strong>a<br />

peça fundamental. Um novo<br />

Portugal digital é <strong>um</strong> ponto<br />

central para <strong>um</strong>a nova agenda<br />

de competitividade.


SEXTA-FEIRA, 25 DE JANEIRO 2013 11<br />

Citigroup ganha quase 1,2 mil milhões no quarto trimestre<br />

É <strong>um</strong>a boa notícia para o setor fi nanceiro norte-americano e para a economia, em geral. O gigante<br />

Citigroup obteve <strong>um</strong> resultado líquido de 1196 milhões de dólares, nos três últimos meses<br />

do ano, mais 25% do que em igual período do ano passado. As receitas totais subiram 6%, para<br />

perto de 18,2 mil milhões de dólares. Em termos anuais, os resultados baixaram e os responsáveis<br />

do banco admitem que se mantém <strong>um</strong> contexto difícil, sobretudo devido às pressões sobre<br />

os “spreads” e às alterações regulatórias que estão a afetar o setor fi nanceiro. O banco está n<strong>um</strong>a<br />

situação confortável em termos de solvência.<br />

Setor automóvel europeu<br />

tem de reduzir a produção<br />

O setor automóvel europeu está<br />

n<strong>um</strong>a fase quase apolítica. As marcas<br />

têm obrigatoriamente que mudar<br />

de estratégia. As tendências no longo<br />

prazo não favorecem a compra de<br />

automóveis. Os construtores estão a<br />

funcionar a cerca de 70% da sua capacidade,<br />

longe dos 80% a 85% para<br />

serem rentáveis.<br />

Os fabricantes têm de continuar o<br />

percurso de redução da sua capacidade<br />

de produção para se adaptarem à<br />

nova realidade da procura de automóveis.<br />

O corte nos custos é outra<br />

das estratégias a seguir, mas não é<br />

fácil, tendo em conta as atuais condições.<br />

Apenas a VW produz, neste momento,<br />

dentro dos parâmetros da<br />

rentabilidade. É responsável pela<br />

NBB & VOCÊ.<br />

venda de <strong>um</strong> entre quatro veículos<br />

na Europa. A decisão da Renault de<br />

eliminar 7 500 postos de trabalho<br />

na Europa sucede a igual decisão por<br />

parte da Peugeot, da General Motors<br />

e da Ford.<br />

Um outro aspeto contribui para o<br />

agravamento das difi culdades, é que a<br />

média de vida dos veículos continua<br />

a crescer, face aos melhores processos<br />

de fabrico. Um cons<strong>um</strong>idor europeu<br />

fi ca com <strong>um</strong> carro, em média, mais<br />

de oito anos, contra 7,6 há pouco<br />

mais de <strong>um</strong>a década. Entretanto, a<br />

população europeia está a descer, facto<br />

que tem implicações nas vendas<br />

automóveis. Também as redes sociais<br />

e as compras por internet estão a fazer<br />

com que haja menos a necessidade<br />

de conduzir.<br />

A NBB é <strong>um</strong>a rede internacional de Consultores especializados<br />

em Fusões & Aquisições e Corporate Finance, líder mundial<br />

no seu setor, com mais de 60 escritórios em 28 países.<br />

E, ao contrário dos tempos que correm, a NBB<br />

continua a crescer.<br />

Assim, a NBB procura profissionais de referência para<br />

integrar a sua rede nacional e internacional de Partners.<br />

Uma oportunidade única de potenciar o seu percurso<br />

e experiência, descobrindo <strong>um</strong>a nova forma de juntar<br />

sucesso & compromisso, trabalho & rentabilidade.<br />

Seja você a nossa próxima aquisição.<br />

Contacte-nos em: info@nbbadvisors.com<br />

ou através do 226 160 791.<br />

www.nbbadvisors.com<br />

ATUALIDADE/Internacional<br />

Nokia elimina mais de mil postos de trabalho<br />

O fabricante fi nlandês de telemóveis Nokia anunciou <strong>um</strong>a nova redução na sua força de trabalho na<br />

Finlândia. Uma reestruturação que tem por objetivo reduzir custos e que vai afetar cerca de 1200 trabalhadores.<br />

A medida, que também pretende a<strong>um</strong>entar a rentabilidade, contempla a externalização<br />

de parte das atividades relacionadas com as tecnologias de informação. Os despedimentos terão lugar<br />

maioritariamente naquele país. A medida faz parte de <strong>um</strong> amplo plano de reestruturação que prevê<br />

o corte de dez mil postos de trabalho em todo o mundo e implica o encerramento de vários centros<br />

industriais. Além disso, inclui a venda de todos os negócios e ativos que não sejam rentáveis.<br />

A indústria automóvel europeia tem de se adaptar a <strong>um</strong> cenário em que cada vez haverá menos aquisições<br />

de veículos.<br />

Ficha Técnica:<br />

Empresa<br />

NBB National Business Brokers<br />

Atividade<br />

Consultoria em Fusões &<br />

Aquisições e Corporate Finance<br />

Serviços<br />

Fusões e Aquisições<br />

Corporate Finance<br />

Reorganização Empresarial<br />

Avaliação de <strong>Empresas</strong><br />

Contatos<br />

Telefone: 226 160 791<br />

E-mail: info@nbbadvisors.com<br />

Web: www.nbbadvisors.com<br />

Moradas<br />

Porto<br />

Rua do Passeio Alegre nº 576<br />

4150-573 Porto<br />

Lisboa<br />

Rua Sousa Martins, 10 - -7º<br />

1050-218 Lisboa<br />

PUB


12 SEXTA-FEIRA, 25 DE JANEIRO 2013<br />

NEGÓCIOS<br />

E EMPRESAS<br />

RUI COELHO, DIRETOR EXECUTIVO DA INVEST LISBOA, AFIRMA<br />

“É necessário investir na<br />

“O maior entrave à<br />

internacionalização das<br />

empresas portuguesas<br />

está na escassez de<br />

recursos financeiros que<br />

lhes permitam investir<br />

na internacionalização”,<br />

afirma à “<strong>Vida</strong><br />

<strong>Económica</strong>” Rui<br />

Coelho, diretor<br />

executivo da Invest<br />

Lisboa.<br />

A Câmara Municipal de<br />

Lisboa e a Invest Lisboa,<br />

em colaboração com as<br />

empresas locais, estão a<br />

desenvolver projetos de<br />

promoção da cidade. A<br />

participação no MIPIM<br />

é <strong>um</strong> desses projetos,<br />

mas outros serão<br />

criados.<br />

VIRGÍLIO FERREIRA<br />

virgilio@vidaeconomica.pt<br />

<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong> - Quais as<br />

mais valias das empresas portuguesas<br />

em marcarem presença<br />

neste MIPIM com a Invest<br />

Lisboa e a CML?<br />

Rui Coelho - A CML e a Invest<br />

Lisboa estão a ass<strong>um</strong>ir as suas<br />

responsabilidades na promoção de<br />

Lisboa e procuram, através desta<br />

presença no MIPIM – a maior feira<br />

mundial do setor imobiliário,<br />

que se realiza de 12 a 15 de março,<br />

em Cannes – dar condições às empresas<br />

para se promoverem, sob a<br />

marca Lisboa – <strong>um</strong>a marca cada<br />

vez mais forte e apelativa – beneficiando<br />

de economias de escala,<br />

ou seja, de menores custos e de<br />

maior projeção do que obteriam<br />

participando individualmente.<br />

Esta colaboração com empresas<br />

de Lisboa será o modelo a seguir<br />

na organização de novos projetos<br />

de promoção económica internacional<br />

da cidade.<br />

Estamo – Participações Imobiliárias,<br />

PLMJ – Sociedade de Advogados,<br />

Lispolis - Pólo Tecnológico<br />

de Lisboa, “Partners in Business”,<br />

o consultor imobiliário Camilo<br />

Costa e o arquiteto Mário Santos<br />

são alguns dos parceiros já confirmados<br />

no stand “Lisbon: Atlantic<br />

Business Hub”, no MIPIM, mas<br />

“Lisboa tem muitos arg<strong>um</strong>entos para competir pela captação de empresas”, afirma Rui Coelho.<br />

acreditamos que ainda irão aderir<br />

mais parceiros, devido às vantagens<br />

que a presença neste certame,<br />

e neste modelo, pode trazer<br />

às empresas. Estamos a negociar<br />

<strong>um</strong>a parceria com <strong>um</strong> importante<br />

parceiro na área da imprensa especializada<br />

e n<strong>um</strong> outro nível, o da<br />

colaboração institucional, teremos<br />

a colaboração do Turismo de Lisboa<br />

e de outras instituições que,<br />

não trabalhando especificamente<br />

o setor do imobiliário, são atores<br />

importantes da economia da cidade<br />

e estão interessados na sua<br />

projeção internacional.<br />

VE - Qual a vantagem para o<br />

setor imobiliário associar-se a<br />

estes projetos internacionais?<br />

RC - Lisboa tem muitos arg<strong>um</strong>entos<br />

para competir pela captação<br />

de empresas, centros de<br />

<strong>Empresas</strong> portuguesas marcam presença<br />

na Colombiatex<br />

A Têxtil Serzedelo, Arco Têxteis, Gierlings Velpor, Lemar, Lipaco, Paulo de<br />

Oliveira, Rendibor e Teviz foram as oito empresas que fizeram parte da delegação<br />

portuguesa presente da 25ª edição da Colombiatex, que se realizou de<br />

22 a 24 de Janeiro, no Centro de Convenciones, Plaza Mayor, em Medellín,<br />

apoiadas pela Associação Selectiva Moda.<br />

serviços partilhados, centros de<br />

investigação e empreendimentos<br />

turísticos, sendo certamente a<br />

Serviço local gratuito para investidores<br />

A Invest Lisboa é <strong>um</strong>a parceria entre a Câmara<br />

Municipal de Lisboa (CML) e a Associação<br />

Comercial de Lisboa / Câmara do Comércio e<br />

Indústria Portuguesa (ACL), que conta com o apoio<br />

da AICEP e foi fundada em 2009 com o objetivo<br />

de promover e captar investimentos, empresas<br />

e empreendedores para Lisboa. Para além de<br />

promover Lisboa nos mercados internacionais, apoia<br />

de forma personalizada, gratuita e confidencial os<br />

investidores, as empresas e os empreendedores<br />

com projetos de investimento em Lisboa,<br />

independentemente da sua nacionalidade, do setor<br />

de atividade e da dimensão dos seus projetos,<br />

fornecendo informações, contactos, oportunidades<br />

capital europeia onde se podem<br />

encontrar as melhores oportunidades<br />

de investimento no setor<br />

de investimento, locais para instalação dos<br />

seus negócios e consultoria desde a ideia até à<br />

concretização do investimento.<br />

Em complemento ao apoio personalizado, foi<br />

criado <strong>um</strong> serviço de Escritórios Virtuais, a<br />

incubadora de empresas Startup Lisboa, a Bolsa de<br />

Permutas para Empreendedores e <strong>um</strong> programa de<br />

workshops gratuitos, sobre temas de interesse para<br />

investidores e empreendedores.<br />

A Invest Lisboa trabalha em estreita colaboração<br />

com a Direção Municipal de Economia e Inovação<br />

da CML, e com muitos outros parceiros públicos<br />

e privados, procurando ser <strong>um</strong> facilitador e <strong>um</strong><br />

dinamizador da economia da cidade de Lisboa.


SEXTA-FEIRA, 25 DE JANEIRO 2013 13<br />

Centro de Competências para as Cidades do Futuro<br />

arranca no Porto<br />

O Centro de Competências para as Cidades do Futuro da Universidade do Porto arrancou,<br />

oficialmente, com o projeto Future Cities, financiado em 1,6 milhões de euros e que irá transformar<br />

a cidade do Porto n<strong>um</strong>a “smart city”, <strong>um</strong> laboratório vivo à escala urbana, que pode<br />

mesmo levar à potencialização de negócios e à comercialização de tecnologias.<br />

internacionalização”<br />

<strong>Empresas</strong> em<br />

promoção conjunta<br />

com a marca de Lisboa<br />

em Cannes<br />

imobiliário tendo em conta a relação<br />

qualidade/preço da oferta.<br />

No entanto, devido à escassez de<br />

financiamento que afeta o mercado<br />

local, é cada vez mais necessário<br />

ir procurar, nos mercados internacionais,<br />

os investimentos e os<br />

negócios de que a cidade precisa.<br />

VE - Quais os principais desafios<br />

que se colocam à internacionalização<br />

das empresas<br />

portuguesas?<br />

RC - Temos excelentes empresas,<br />

com excelentes produtos e<br />

serviços, que têm conseguido exportar<br />

cada vez mais nos últimos<br />

anos, com vários setores que têm<br />

crescido a taxas de dois dígitos.<br />

Temos também empresas que se<br />

têm instalado em vários mercados<br />

internacionais com sucesso. No<br />

entanto, porque partimos de <strong>um</strong><br />

desequilíbrio muito grande entre<br />

as importações e as exportações,<br />

ainda precisamos, como país, de<br />

a<strong>um</strong>entar, e muito, as exportações.<br />

Para isso, estamos convencidos<br />

que é necessário investir na internacionalização.<br />

Ora é precisamente<br />

por acreditarmos que o maior<br />

entrave à internacionalização das<br />

empresas portuguesas está na escassez<br />

de recursos financeiros que<br />

lhes permitam investir na internacionalização<br />

que desenvolvemos<br />

este projeto em que procuramos,<br />

agregando interesses, obter economias<br />

de escala que permitam às<br />

empresas, com <strong>um</strong> menor investi-<br />

Grupo Portucel Soporcel com novo produto<br />

na Paperworld 2013<br />

mento, promover os seus produtos<br />

e serviços internacionalmente.<br />

VE - Perspetivas para 2013<br />

do mercado imobiliário e dos<br />

investimentos na cidade de<br />

Lisboa?<br />

RC - Há inúmeros fatores que<br />

afetam a evolução do mercado<br />

imobiliário e a captação de investimentos<br />

para Lisboa, designadamente<br />

a evolução da economia<br />

internacional. No que diz respeito<br />

aos fatores que a CML controla,<br />

penso que é unânime que tem<br />

sido desenvolvido <strong>um</strong> bom trabalho:<br />

a elaboração do PDM e<br />

NEGÓCIOS E EMPRESAS<br />

O grupo Portucel Soporcel marca novamente presença na Paperworld, a maior feira do mundo<br />

dedicada a papel e material de escritório, onde apresentará <strong>um</strong> novo produto, Explorer iLight<br />

75g/m2.2. O evento, que decorre entre 26 e 29 de janeiro de 2013, na cidade de Frankfurt,<br />

permitirá dar destaque às várias marcas do grupo.<br />

de outros planos urbanísticos, a<br />

aposta na reabilitação urbana, a<br />

reconversão de zonas degradadas<br />

(como a Mouraria), a devolução<br />

à cidade da frente ribeirinha, a<br />

reconversão do Terreiro do Paço<br />

n<strong>um</strong>a nova atração turística, entre<br />

tantos outros projetos que têm<br />

vindo a ser implementados e a tornar<br />

a cidade mais atrativa para habitantes,<br />

turistas e negócios. São<br />

estes projetos que nos permitem<br />

agora apostar mais na promoção<br />

nos mercados externos. Dito isto,<br />

penso que as perspetivas são muito<br />

positivas se comparadas com a<br />

realidade dos últimos anos.<br />

PUB


14 SEXTA-FEIRA, 25 DE JANEIRO 2013<br />

NEGÓCIOS E EMPRESAS<br />

AgroCluster Ribatejo expande atividade<br />

para a região Oeste<br />

Tendo em conta a sua estratégia de expansão territorial, o AgroCluster do Ribatejo assinou,<br />

no passado dia 11 de janeiro, em Óbidos, <strong>um</strong> protocolo de colaboração com a óbidos.com<br />

– Associação Empresarial de Oeste. Esta parceria constitui o primeiro eixo de entendimento<br />

entre Oeste e Ribatejo. A obidos.com funcionará como <strong>um</strong>a delegação do AgroCluster<br />

Ribatejo para a zona oeste.<br />

UTL atribui Doutoramento Honoris Causa<br />

a Silviero Sansavini<br />

No próximo dia 1 de fevereiro de 2013, pelas 14h30, terá lugar, no<br />

Salão Nobre do Instituto Superior de Agronomia (ISA), a cerimónia<br />

de atribuição do grau de Doutor Honoris Causa da Universidade<br />

Técnica de Lisboa ao professor Silviero Sansavini, grande fi gura<br />

mundial nas áreas científi cas.<br />

Xerox entre os líderes mundiais de inovação<br />

A Xerox registou 1215 patentes nos EUA<br />

em 2012, posicionando a empresa como<br />

<strong>um</strong> dos principais inovadores mundiais,<br />

alimentado o desafi o de encontrar novas<br />

formas de simplifi car as formas de trabalhar.<br />

No somatório de patentes de 2012 estão<br />

incluídas não só as desenvolvidas pela própria<br />

Xerox como de empresas detidas pela<br />

Xerox, incluindo Palo Alto Research Center<br />

(PARC). A joint venture da Xerox no<br />

Japão, a Fuji Xerox Co. Ltd., registou 686<br />

patentes em 2012. Em conjunto, o grupo<br />

Xerox obteve 1900 patentes, que colocaram<br />

a Xerox no top 10 da lista mundial do<br />

IFI Patent Intelligence. Isto signifi ca mais<br />

quase 300 patentes em relação ao ano passado,<br />

ou seja, <strong>um</strong> a<strong>um</strong>ento de 17 %.<br />

“O registo de patentes são <strong>um</strong>a forma<br />

de mostrar o nosso compromisso com o<br />

investimento com a inovação, mas, sobretudo,<br />

são as pessoas que criam as patentes<br />

que tornam estas invenções em soluções<br />

para os nossos clientes”, diz Sophie Van-<br />

debroek, chief technology offi cer da Xerox<br />

e presidente da Xerox Innovation Group.<br />

“Os nossos cientistas estão a explorar a<br />

criatividade e o focus no cliente, enquanto<br />

os engenheiros aplicam essas inovações<br />

em soluções que não só melhoram a nossa<br />

tecnologia doc<strong>um</strong>ental, mas também simplifi<br />

cam os processo de negócio complexos<br />

através de serviços da Xerox em várias indústrias,<br />

como saúde, fi nança, serviço ao<br />

cliente e transportes.”<br />

Os cientistas da Xerox já registaram mais<br />

NOTAS SOBRE<br />

Arrendamento Urbano<br />

Requisitos e elementos dos novos contratos<br />

«Sei que a legislação de arrendamento<br />

acabou de ser alterada e pretendo<br />

celebrar <strong>um</strong> contrato para arrendar <strong>um</strong><br />

apartamento que já não habito.<br />

Por este motivo, gostaria de saber, em<br />

primeiro lugar, qual é o prazo mínimo<br />

para a celebração do contrato, pois não<br />

sei se precisarei do apartamento daqui a<br />

dois ou três anos.<br />

Também gostaria de saber se o<br />

contrato tem que ser escrito e o que nele<br />

deve constar.»<br />

De acordo com as alterações legislativas<br />

que entraram em vigor recentemente,<br />

o leitor poderá celebrar o contrato de<br />

arrendamento habitacional em questão pelo<br />

prazo que entender desde que o mesmo<br />

não seja superior a 30 anos e o inquilino<br />

aceite, pois deixaram de vigorar as limitações<br />

mínimas de prazo que até há pouco tempo<br />

estavam em vigor.<br />

Pelo exposto o leitor poderá celebrar<br />

o contrato com prazo certo ou com<br />

duração indeterminada, podendo, ainda,<br />

convencionar-se que, após a primeira<br />

renovação, <strong>um</strong> contrato com prazo certo<br />

passe a ter duração indeterminada. Se<br />

as partes nada estipularem, passará a<br />

considerar-se o contrato como tendo sido<br />

celebrado com prazo certo, pelo período de<br />

dois anos.<br />

Na celebração de contrato com prazo<br />

certo, o mesmo deve constar de cláusula<br />

expressa, muito embora se renove,<br />

automaticamente, no seu termo e por<br />

períodos sucessivos de igual duração,<br />

á exceção dos contratos celebrados por<br />

prazo não superior a 30 dias que só serão<br />

renováveis se tal for expressamente previsto<br />

no contrato.<br />

Nos termos do DL 266-C/2012 de<br />

31.12.2013, o contrato de arrendamento<br />

deve sempre ser celebrado por escrito e do<br />

mesmo devem constar, obrigatoriamente<br />

- A identidade das partes, indicando os<br />

seus nomes, números de identifi cação civil<br />

e identifi cação fi scal e, quando aplicável, a<br />

naturalidade, data de nascimento e estado<br />

civil;<br />

- O domicilio ou a sede do senhorio;<br />

- A identifi cação e localização do<br />

arrendado, ou da sua parte;<br />

- O fi m habitacional ou não habitacional<br />

de 60 mil patentes desde 1930. A empresa<br />

reconheceu recentemente 12 cientistas por<br />

registarem 1550 patentes nos últimos anos.<br />

Além da National Medal of Technology, a<br />

mais alta distinção atribuída pelo presidente<br />

dos EUA, a Xerox recebeu ainda diversos<br />

outros prémios, como ser nomeada para<br />

o ranking World’s 100 Most Innovative<br />

Companies daThomson Reuters’ 2012.<br />

Em conjunto, a Xerox e a Fuji Xerox investem<br />

cerca de 1,5 mil milhões de dólares<br />

anualmente em pesquisa, desenvolvimento<br />

MARIA DOS ANJOS GUERRA ADVOGADA<br />

marianjosguerra-3012p@adv.oa.pt<br />

do contrato, com indicação, no caso de se<br />

tratar de habitação não permanente, do<br />

motivo da transitoriedade;<br />

- A existência da licença de utilização, o<br />

seu número, a data e a entidade emitente,<br />

ou a referência a indicação de que aquela<br />

não é exigível;<br />

- O quantitativo da renda e<br />

- A data da celebração.<br />

Para além de quaisquer outras cláusulas<br />

permitidas por lei e pretendidas pelas partes,<br />

no contrato de arrendamento podem ainda<br />

constar, diretamente ou por remissão para<br />

regulamento anexo:<br />

- A identifi cação dos locais de uso<br />

privativo do arrendatário, dos de uso<br />

com<strong>um</strong> a que ele tenha acesso e dos<br />

anexos que sejam arrendados com o objeto<br />

principal do contrato<br />

- A natureza do direito do locador, sempre<br />

que o contrato seja celebrado com base<br />

n<strong>um</strong> direito temporário ou em poderes de<br />

administração de bens alheios;<br />

- O número de inscrição na matriz predial<br />

ou a declaração de o prédio se encontrar<br />

omisso;<br />

- O regime da renda, ou da sua<br />

atualização;<br />

- O prazo;<br />

- A existência do regulamento da<br />

propriedade horizontal, que deverá ser<br />

anexado ao contrato depois de assinado;<br />

- Domicílio convencionado.<br />

A indicação do domicílio convencionado<br />

do arrendatário, muito embora seja<br />

facultativa, é importante para facilitar futuros<br />

procedimentos, pois, ainda que não coincida<br />

com o endereço do imóvel arrendado,<br />

corresponde ao local para o qual devem ser<br />

remetidas as comunicações e notifi cações<br />

relativas ao contrato de arrendamento.<br />

De referir que, sob pena de se pres<strong>um</strong>ir<br />

que o imóvel foi entregue ao locatário<br />

em bom estado de manutenção, deve ser<br />

anexado ao contrato <strong>um</strong> doc<strong>um</strong>ento onde<br />

se descreva o estado de conservação do local<br />

e suas dependências, bem como do prédio<br />

em geral. Não obstante as recomendações<br />

supra que permitem que o leitor tenha<br />

ideia do que é necessário à celebração do<br />

contrato, recomenda-se que o mesmo seja<br />

sempre elaborado e supervisionado por<br />

advogado.


SEXTA-FEIRA, 25 DE JANEIRO 2013 15<br />

EMPRESA DO GRUPO VISABEIRA NO TOP 100<br />

Turvisa entre<br />

as maiores empresas<br />

de Moçambique<br />

A Turvisa, empresa da Visabeira Moçambique<br />

que agrega toda a oferta turística do<br />

grupo em solo moçambicano, foi considerada<br />

<strong>um</strong>a das 100 maiores empresas a operar<br />

neste país africano. O resultado consta<br />

de <strong>um</strong>a pesquisa levada a cabo pela empresa<br />

de consultadoria KPMG e publicado na revista<br />

“100 Maiores <strong>Empresas</strong> de Moçambique”.<br />

Vocacionada para o turismo de lazer<br />

e de negócios, a Turvisa conta com diversos<br />

hotéis, resorts e restaurantes, distribuídos ao<br />

longo do território moçambicano, nomeadamente,<br />

em Maputo, Nampula, Lichinga,<br />

Songo (Barragem de Cahora Basa) e no Parque<br />

Nacional da Gorongosa. Especial destaque<br />

para a marca Girassol, que, agregando<br />

a operação hoteleira, disponibiliza mais de<br />

500 camas, e constitui, desde sempre, <strong>um</strong>a<br />

garantia de qualidade no panorama turístico<br />

moçambicano.<br />

Este estudo da KPMG deu ainda à Turvisa<br />

<strong>um</strong>a menção honrosa, em termos de<br />

vol<strong>um</strong>e de negócio, no estratégico setor de<br />

alimentação e bebidas.<br />

País com vastos recursos naturais e <strong>um</strong><br />

enorme potencial de atração, Moçambique<br />

elegeu o turismo como <strong>um</strong>a das áreas prioritárias<br />

para o desenvolvimento e progresso<br />

económico, aposta que se tem revelado<br />

compensadora. Em 2011, o turismo foi<br />

responsável por receitas na ordem dos 230<br />

milhões de dólares, com a entrada no país<br />

de aproximadamente dois milhões de turistas<br />

estrangeiros.<br />

NEGÓCIOS E EMPRESAS<br />

Aposta no mercado moçambicano<br />

Pedro André de Sousa, administrador<br />

da Visabeira Moçambique, adianta que<br />

esta classifi cação da Turvisa como <strong>um</strong>a<br />

das cem maiores empresas a operar em<br />

Moçambique refl ete “o acerto da aposta<br />

que ao longo de mais de duas décadas<br />

temos vindo a fazer neste país africano”,<br />

frisando ainda que “o esforço de internacionalização<br />

da actividade do Grupo<br />

Visabeira também sai reforçada”. Pedro<br />

André de Sousa garante ainda que “Moçambique<br />

continuará a ser, nos próximos<br />

anos, <strong>um</strong>a aposta central em termos de<br />

investimento, designadamente na área<br />

do turismo, vista como <strong>um</strong> dos pilares<br />

do desenvolvimento económico que o<br />

país pretende e para o qual queremos<br />

contribuir”.<br />

A Visabeira Moçambique, onde está incluída<br />

a Turvisa, constitui já <strong>um</strong> grupo de<br />

referência na economia e no tecido empresarial<br />

moçambicano.<br />

Os grandes objectivos neste mercado<br />

passam por estabelecer-se como operador<br />

de destaque na construção e desenvolvimento<br />

de infra-estruturas necessárias à<br />

modernização do país, constituir-se como<br />

fornecedor integrado e complementar de<br />

soluções tecnológicas, imobiliárias, industriais,<br />

turísticas e de serviços e ser <strong>um</strong><br />

parceiro estratégico local nas suas áreas de<br />

actividade.<br />

Embaixador da Hungria no Fór<strong>um</strong><br />

Portucalense<br />

Na próxima terça-feira, dia 29 de janeiro,<br />

o Fór<strong>um</strong> Portucalense organiza <strong>um</strong> jantar-<br />

-debate com o Embaixador da República da<br />

Hungria, Norbert Konkoly.<br />

O evento terá lugar no Hotel Infante de<br />

Sagres, situado na Praça Filipa de Lencastre,<br />

Porto, com início às 20H00.<br />

As inscrições podem ser feitas até 25 de<br />

Janeiro através do site do Fór<strong>um</strong> na internet<br />

www.for<strong>um</strong>portucalense.pt, por email:<br />

geral@for<strong>um</strong>portucalense.pt, ou telemóvel<br />

91 0523889.<br />

Prova de vinhos brancos Luís Pato<br />

no Palácio da Bolsa<br />

A Sala de Provas dos Vinhos de Portugal,<br />

da ViniPortugal, no Palácio da Bolsa,<br />

no Porto, acolherá <strong>um</strong>a prova vertical de<br />

vinhos brancos de Luís Pato, no próximo<br />

dia 2 de fevereiro, pelas 16h30. A prova<br />

será comentada pelo próprio Luís Pato,<br />

que apresentará quatro vinhos brancos de<br />

diferentes idades, procurando demonstrar<br />

a evolução e a tradição de <strong>um</strong>a casa que<br />

tem produzido vinhos com muita qualidade.<br />

Luis Pato é <strong>um</strong> dos produtores mais<br />

prestigiados a nível nacional, responsável<br />

pela projeção dos vinhos da Bairrada.<br />

Código de Processo do Trabalho<br />

Anotado e comentado - 2ª edição<br />

Autor: Adalberto Costa<br />

Páginas: 480 (15,5x23,0 cm)<br />

P.V.P.: € 23<br />

Banca e <strong>Empresas</strong><br />

- Parceiros?<br />

Autor: António Guimarães Pimenta<br />

Páginas: 240 (15,5x23,0 cm)<br />

P.V.P.: € 16,90<br />

A tributação<br />

dos Estabelecimentos Estáveis<br />

Autor: José Carlos de Castro Abreu<br />

Páginas: 200 (15,3 x 23,0 cm)<br />

P.V.P.: € 15<br />

encomendas@vidaeconomica.pt 223 399 400<br />

Compre já em http://livraria.vidaeconomica.pt


16 SEXTA-FEIRA, 25 DE JANEIRO 2013<br />

ATUALIDADE/QREN<br />

Portugal recebeu 4000 milhões de euros<br />

do QREN em 2012<br />

Até ao final de 2012, Portugal recebeu da Comissão Europeia 51,4% da dotação do QREN.<br />

Feitas as contas, serão cerca de 11.000 milhões de euros, o que representa <strong>um</strong> valor acima da<br />

média da UE a 27 (36,7%). Os dados são referentes ao ano passado e ainda preliminares, mas<br />

permitem perceber que, em 2012, foram injetados pelo QREN na economia portuguesa perto<br />

de 4000 milhões de euros, 900 milhões dos quais só no mês de dezembro.<br />

QREN financia com oito milhões<br />

novo parque empresarial no Norte<br />

O Programa Operacional<br />

Regional do Norte, que<br />

funciona ao abrigo do Quadro<br />

de Referência Estratégico<br />

Nacional (QREN) e é tutelado<br />

pela Comissão de Coordenação<br />

e Desenvolvimento Regional<br />

do Norte, vai cofinanciar<br />

com oito milhões de euros<br />

a construção do Parque<br />

Empresarial de Recuperação de<br />

Materiais (PERM), em Santa<br />

Maria da Feira.<br />

MARTA ARAÚJO<br />

martaaraujo@vidaeconomica.pt<br />

O investimento total da<br />

obra, de 12,8 milhões de<br />

euros, fica a cargo da Empresa<br />

Intermunicipal PERM,<br />

composta pelos municípios<br />

de Arouca, Oliveira de Azeméis,<br />

S. João da Madeira,<br />

Santa Maria da Feira e Vale<br />

de Cambra.<br />

O novo parque empresarial<br />

tem como missão proceder à<br />

legalização de empresas que<br />

se dedicam à recuperação e<br />

reciclagem de materiais, sobretudo<br />

sucatas, e promove-<br />

Governo desafia capital de risco a apoiar empresas<br />

e a<strong>um</strong>entar taxa de execução do QREN<br />

O secretário de Estado do Empreendedorimo, Competitividade e Inovação, Carlos Oliveira,<br />

assegura que “há muito dinheiro público disponível, mas <strong>um</strong>a fraca taxa de execução”.<br />

Referindo-se aos programas de financiamento para a criação de empresas, o membro do<br />

executivo desafia o capital de risco a apoiar as empresas, de forma a que a reprogramação<br />

seja otimizada.<br />

rá a racionalização do espaço<br />

ocupado, atualmente feito de<br />

forma desordeira e com danos<br />

ambientais.<br />

A primeira pedra da obra<br />

foi lançada pelo secretário<br />

de Estado Adjunto da Economia<br />

e Desenvolvimento<br />

Regional, António Almeida<br />

Henriques. Para o governante,<br />

o PERM “surge como resposta<br />

integrada para elevar<br />

a qualidade e qualificação<br />

do setor na região de Entre<br />

Douro e Vouga, com <strong>um</strong>a<br />

concentração significativa de<br />

depósitos de veículos em fim<br />

de vida”.<br />

“O sistema de reembolso foi alterado em Janeiro passado” – explica à <strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong> Johannes<br />

Ruckert, director.


Outlets da Neinver com certifi cação internacional<br />

em qualidade e ambiente<br />

A Neinver, empresa imobiliária especializada em retalho e segundo operador europeu de centros<br />

outlet, é a primeira empresa do setor a obter a dupla certifi cação internacional em Qualidade<br />

e Ambiente ISO em todos os seus centros outlet com mais de <strong>um</strong> ano de atividade. A<br />

empresa obteve as certifi cações para os 13 centros que gere na Alemanha, Espanha, Itália, Polónia<br />

e Portugal.<br />

MARTA ARAÚJO<br />

martaaraujo@vidaeconomica.pt<br />

A Firmo, empresa familiar portuguesa<br />

que atua nos setores da papelaria e do material<br />

escolar e de escritório, dá <strong>um</strong> passo<br />

em frente no seu processo de internacionalização,<br />

tendo, mais <strong>um</strong>a vez, a sua presença<br />

assegurada na “Paperworld”. Trata-se de<br />

<strong>um</strong>a das mais importantes feiras da fi leira<br />

a nível mundial e realiza-se de 26 a 29 de<br />

janeiro em Frankfurt, na Alemanha.<br />

O certame promete juntar dezenas de expositores<br />

que darão a conhecer as suas coleções<br />

e novidades aos mais de 15 mil visitantes<br />

esperados. E a chancela portuguesa, que conta<br />

60 anos de história e foi incrementando,<br />

ao longo da sua evolução, a gama de produtos<br />

que fabrica e comercializa, quer continuar<br />

a mostrar o que vale fora de portas.<br />

Uma enorme montra<br />

SEXTA-FEIRA, 25 DE JANEIRO 2013 17<br />

REFLEXÕES SOBRE<br />

EMPRESAS FAMILIARES<br />

As caraterísticas que diferenciam<br />

<strong>um</strong>a empresa familiar de <strong>um</strong>a não<br />

familiar são inúmeras; contudo,<br />

existem duas que se diferenciam de<br />

todas as outras: a existência de <strong>um</strong><br />

rosto e, normalmente, <strong>um</strong> apelido<br />

que é com<strong>um</strong> ou partilhado com<br />

Firmo aposta na internacionalização<br />

e mostra produtos na Paperworld<br />

Para Rui Santos Carvalho, administra-<br />

a empresa.<br />

Quer estejamos perante <strong>um</strong> negócio<br />

de bairro, ou geografi camente<br />

localizado, ou <strong>um</strong> com presença<br />

global, normalmente associa-se<br />

o rosto do seu fundador ao atual<br />

líder, cujo apelido também muitas<br />

vezes identifi ca a própria empresa.<br />

A título de exemplo nacional,<br />

veja-se o caso de Adelino Apolónia<br />

e o seu “Verdadeiro Supermercado”<br />

Apolónia, localizado na Galé<br />

e Almancil; os vinhos da casa Ermelinda<br />

Freitas que rapidamente<br />

estão a impor-se sob a batuta das<br />

duas últimas gerações Ermelinda<br />

e Leonor; até ao caso singular de<br />

dor da empresa,<br />

esta feira é<br />

“<strong>um</strong>a enorme<br />

montra na<br />

qual a Firmo<br />

não quer<br />

deixar de estar<br />

presente”.<br />

Para o mesmo<br />

responsável,<br />

“o mercado<br />

internacional<br />

continua a ser<br />

<strong>um</strong>a das nossas<br />

mais fortes<br />

apostas, pelo<br />

que esse objetivo<br />

de fortalecer<br />

a nossa<br />

presença nos<br />

mercados onde já estamos e entrar em novos<br />

países reveste-se de <strong>um</strong>a importância<br />

ainda maior”.<br />

Dispondo hoje de <strong>um</strong> vasto leque de linhas<br />

e coleções de material escolar, de escritório<br />

e papelaria em geral, a Paperworld<br />

constitui <strong>um</strong>a excelente oportunidade para<br />

que a Firmo possa mostrar os seus produtos.<br />

Em destaque estará a nova coleção 2013,<br />

incluindo a gama “Regresso às Aulas” para<br />

o próximo ano letivo, nas várias áreas, bem<br />

como “estabelecer contactos com outras<br />

empresas do setor e perceber o que estão<br />

as grandes empresas mundiais a fazer neste<br />

momento, que é também de crise em muitos<br />

outros países além de Portugal”, sublinha<br />

o administrador.<br />

Atualmente a Firmo dispõe da sua sede,<br />

no Porto, onde existe <strong>um</strong> cash & carry, de<br />

<strong>um</strong> armazém e <strong>um</strong>a fábrica em Vila Nova<br />

de Gaia, com showroom, e de <strong>um</strong> cash &<br />

carry em Alfragide, Lisboa.<br />

Rui Santos Carvalho, administrador da Firmo, garante que a aposta da marca<br />

passa pela internacionalização.<br />

ANTÓNIO NOGUEIRA DA COSTA<br />

Consultor <strong>Empresas</strong><br />

Familiares<br />

antonio.costa@efconsulting.es<br />

NEGÓCIOS E EMPRESAS/<strong>Empresas</strong> Familiares<br />

Brinquedos portugueses brilham em Londres<br />

A Science4you, empresa portuguesa que se dedica à produção, desenvolvimento e<br />

comercialização de brinquedos científi cos em parceria com a Faculdade de<br />

Ciências da Universidade de Lisboa, abriu <strong>um</strong>a fi lial em Londres e participou,<br />

este semana, na London Toy Fair. “Acabamos de abrir <strong>um</strong>a fi lial em<br />

Londres e continuamos a apostar em força na internacionalização”, refere<br />

Miguel Pina Martins, CEO da Science4you.<br />

Principais atributos do empresário familiar<br />

Américo Amorim e a sua Corticeira<br />

Amorim que identifi cam “a<br />

maior empresa transformadora de<br />

cortiça do mundo”.<br />

Dada a sua relevância, nos próximos<br />

artigos serão analisadas cada<br />

<strong>um</strong>a destas particularidades, apresentando-se<br />

<strong>um</strong> exemplo que seja<br />

particularmente ilustrativo.<br />

COMO ANALISAR AS DEMONSTRAÇÕES<br />

FINANCEIRAS DA SUA EMPRESA<br />

<br />

:<br />

G 140<br />

G 110<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong> – Patricia Flores<br />

Tel.: 223 399 466<br />

Fax: 222 058 098<br />

patriciaflores@vidaeconomica.pt<br />

<br />

<br />

<br />

Especialistas na consultoria a <strong>Empresas</strong> Familiares<br />

e elaboração de Protocolos Familiares<br />

Santiago – Porto www.efconsulting.es<br />

Atributos do empresário familiar<br />

Fonte: “La Imagen de la Empresa Familiar en España”, Edelman e Instituto<br />

Empresa Familiar, 2006<br />

ENQUADRAMENTO:<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

PROGRAMA<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

PUB


18 SEXTA-FEIRA, 25 DE JANEIRO 2013<br />

NEGÓCIOS E EMPRESAS/PME<br />

Fabridoce com Certificação Internacional da SGS<br />

A empresa aveirense Fabridoce – Doces Regionais, Lda., maior<br />

empresa produtora dos famosos Ovos Moles de Aveiro IGP,<br />

obteve recentemente a Certificação Alimentar IFS Food, após<br />

auditoria da SGS, Organismo líder mundial em Certificação.<br />

A Fabridoce conseguirá, através desta certificação, entrar com<br />

mais facilidade nas grandes cadeias de distribuição alimentar.<br />

É com <strong>um</strong> brilhozinho nos olhos, como<br />

diria o Sérgio Godinho, que verifico por<br />

todo o país <strong>um</strong>a adesão dos jovens à agricultura.<br />

Esta apetência é suscitada por<br />

boas e más razões. As más, toda a gente<br />

sabe quais são: a crise, o desemprego, a<br />

ilusão de <strong>um</strong> negócio de sucesso certo e<br />

imediato.<br />

As boas são mais selectivas, mas elas ajudam-nos<br />

a peneirar as vontades, a separar<br />

o trigo do joio. N<strong>um</strong> recente artigo publicado<br />

pelo JN com a assinatura da jornalista<br />

Alexandra Figueira, registo, pela voz<br />

da AJAP – Associação dos Jovens Agricultores<br />

de Portugal, que “ser agricultor exige<br />

saber, vocação e sobretudo terra”.<br />

Não podia estar mais de acordo, mas<br />

n<strong>um</strong>a diferente ordem progressiva. A vocação<br />

é <strong>um</strong>a condição incontornável. Tem<br />

Vinhos da Quinta do Portal<br />

com altas pontuações na Wine Advocate<br />

Vocação, terra, saber<br />

de ser avaliada previamente. Não se é empresário<br />

agrícola para experimentar, trata-<br />

-se de projecto de vida. É claro que nem<br />

todos nascem agricultores. Mas é essencial<br />

que o gosto pelo risco, pelo discernimento<br />

na hora de decidir, pelo contacto com a<br />

natureza, pela determinação nos objetivos<br />

(“levar a carta a garcia”), é o ADN do processo<br />

formativo de <strong>um</strong> negócio.<br />

E depois é preciso ter terra. Como é preciso<br />

ter ovos para fazer omeletes. Este Governo,<br />

através da Lei 63/2012, apelidada de<br />

Lei da Bolsa de Terras, deu <strong>um</strong> passo importante<br />

no acesso dos jovens agricultores<br />

à terra. Mas ainda é <strong>um</strong> passo insuficiente.<br />

Há mais de dois anos, lancei <strong>um</strong>a petição<br />

pública a defender a criação de <strong>um</strong><br />

Banco de Terras (diferente de Bolsa de<br />

Terras) através de <strong>um</strong>a iniciativa legislati-<br />

Os vinhos da Quinta do Portal mereceram altas pontuações nas provas realizadas<br />

pela prestigiada revista norte-americana Wine Advocate. Robert Parker, <strong>um</strong> dos<br />

mais notáveis críticos de vinhos mundiais, destacou, especialmente, o Portal Grande<br />

Reserva Tinto 2007 e o Auru 2001, atribuindo-lhes 94 e 93 pontos, respetivamente.<br />

São de realçar os 92 pontos dados ao Portal Grande Reserva Tinto 2009.<br />

JOSÉ MARTINO<br />

engenheiro agrónomo<br />

josemartino.blogspot.pt<br />

va que fosse sufragada no Parlamento.<br />

O meu apelo público teve eco junto<br />

do Bloco de Esquerda, que preparou <strong>um</strong><br />

projecto de lei, mas cujo Governo de então<br />

do engº José Sócrates meteu na gaveta.<br />

Como disse e sublinho, este Governo<br />

deu <strong>um</strong> passo importante com a citada lei,<br />

mas é preciso que os diplomas da sua regulamentação<br />

sejam instr<strong>um</strong>entos da sua<br />

eficácia ao serviço dos jovens que querem<br />

dedicar-se à agricultura, que felizmente<br />

são muitos, da modernização da nossa<br />

agricultura.<br />

O saber exige conhecimento, que se<br />

adquire por via da frequência de estabelecimentos<br />

de ensino superior e/ou profissional<br />

dedicados a este sector económico,<br />

bem como pelos estágios e visitas de<br />

estudo.<br />

Mas não se esgota aqui. O agricultor tem<br />

de se manter sempre actualizado, sempre<br />

aberto a frequentar cursos de formação, em<br />

Portugal e no estrangeiro, a procurar conhecer<br />

e estudar exemplos do que de melhor se<br />

faz no sector. O Governo deve avaliar se a<br />

rede/qualidade/eficácia de ensino profissional,<br />

médio e superior está verdadeiramente<br />

a responder às necessidades e aos superiores<br />

interesses das agriculturas e do bem público<br />

supremo de Portugal.<br />

Defendo que neste momento histórico<br />

se deve arrepiar caminho e de <strong>um</strong>a vez por<br />

todas têm que se utilizar de forma eficaz<br />

os fundos financeiros da formação profissional<br />

e ensino, utilizando como bitola ou<br />

referencial o empreendedorismo, a criação<br />

de emprego e de riqueza. A bem das<br />

agriculturas de Portugal!<br />

<strong>um</strong> leque alargado de serviços<br />

de apoio aos proprietários<br />

Os proprietários de imóveis estão confrontados com o a<strong>um</strong>ento do<br />

IMI, taxas camarárias, os encargos inerentes à sua habitação e as<br />

alterações legislativas que regulam os seus direitos e obrigações.<br />

A Aprenor – Associação de Proprietários do Norte de Portugal é<br />

<strong>um</strong>a nova estrutura associativa que lhe proporciona <strong>um</strong> conjunto<br />

único de serviços: gestão de condomínios, aconselhamento jurídico,<br />

atualização de rendas, arrendamento de imóveis, obtenção de<br />

benefícios fiscais em IMT, IMI, IVA, apoio à conservação de imóveis,<br />

assistência técnica.<br />

Ao fazer a sua pré-inscrição na associação pode começar já a beneficiar<br />

dos serviços sem qualquer compromisso, tendo a opção de se tornar<br />

posteriormente associado, em condições preferenciais, com isenção<br />

de joia.<br />

Pode efetuar a sua pré-inscrição por telefone<br />

(tel. 223399492) ou por e-mail aprenor@gmail.com.<br />

Aprenor – Associação de Proprietários do Norte de Portugal<br />

Rua Gonçalo Cristóvão, 14, 6.º - 4000-263 Porto


SEXTA-FEIRA, 25 DE JANEIRO 2013 19<br />

Exportações no porto de Sines<br />

atingem máximo histórico<br />

O porto de Sines fechou o<br />

ano de 2012 com <strong>um</strong> novo máximo<br />

histórico de movimentação<br />

de mercadorias, alcançando<br />

<strong>um</strong> total de 28,6 milhões de<br />

toneladas movimentadas.<br />

Representa <strong>um</strong> crescimento<br />

global homólogo de 11%, puxado<br />

pelos três principais segmentos<br />

de carga, os granéis sólidos,<br />

a carga geral e os granéis<br />

líquidos.<br />

De destacar ainda que os movimentos<br />

de carga tiveram <strong>um</strong> crescimento<br />

muito mais acentuado<br />

que os movimentos de descarga,<br />

com os primeiros a a<strong>um</strong>entarem<br />

TRANSUNION<br />

SEGUE-SE À AZKAR<br />

Grupo Dachser<br />

adquire empresa<br />

espanhola<br />

O Grupo Dachser – <strong>um</strong> dos<br />

maiores grupos privados do mundo<br />

na área da logística e transporte<br />

de mercadorias, presente em Portugal<br />

através da Dachser Air & Sea<br />

Logistics e da Azkar – acaba de adquirir<br />

a Transunion, empresa espanhola<br />

especializada no transporte<br />

aéreo e marítimo.<br />

Desta forma, a Dachser reforça a<br />

rede de transporte aéreo e marítimo<br />

nos continentes europeu, da América<br />

Central e do Sul, concretamente<br />

em Espanha, Turquia, Argentina,<br />

Peru e México, mercados onde a<br />

Transunion (TU) está presente em<br />

15 diferentes localizações. A aquisição,<br />

efetivada no início do ano,<br />

espera apenas a aprovação por parte<br />

da autoridade da concorrência.<br />

A Dachser continua, assim, a<br />

expandir a rede de logística global,<br />

em linha com o projeto de crescimento<br />

estratégico Global 2.0. “A<br />

aquisição da rede complementar da<br />

Transunion permite-nos oferecer<br />

aos nossos clientes <strong>um</strong> acesso ainda<br />

melhor ao mercado da América<br />

Latina, assim como <strong>um</strong>a excelente<br />

presença no terreno em Espanha e<br />

na Turquia”, explica Thomas Reuter,<br />

diretor executivo da Dachser<br />

Air & Sea Logistics. Reuter afi rma<br />

ainda que “fi cámos muito satisfeitos<br />

por as famílias de acionistas<br />

da TU terem decidido moldar o<br />

futuro da companhia como parte<br />

integrante da Dachser”.<br />

Fundada em 1978, estima-se<br />

que, em 2012, a Transunion tenha<br />

gerado receitas na ordem dos<br />

95 milhões de euros. O CEO Federico<br />

Camáñez – que se tem, de<br />

<strong>um</strong> modo particular, dedicado ao<br />

desenvolvimento internacional da<br />

TU nos últimos 20 anos – vê a fusão<br />

com a Dachser como <strong>um</strong> desafi<br />

o e, ao mesmo tempo, <strong>um</strong>a oportunidade<br />

para os clientes e para os<br />

235 colaboradores que emprega.<br />

Cámañez continuará responsável<br />

pela direção da empresa, reportando<br />

diretamente a Thomas Reuter.<br />

18% e os segundos a cresceram<br />

8%.<br />

Para o novo recorde de movimentação<br />

de mercadorias destacaram-se<br />

muito positivamente o<br />

Terminal Multipurpose, o Terminal<br />

de Contentores (TXXI) e<br />

o Terminal de Granéis Líquidos,<br />

registando <strong>um</strong> crescimento homólogo<br />

de 34%, de 23% e de<br />

7%, respetivamente.<br />

Nos contentores foi igualmente<br />

registado <strong>um</strong> novo máximo<br />

histórico no ano que agora terminou,<br />

tendo sido movimentados<br />

553 063 TEU, mais 24%<br />

que em 2011. Com a 2.ª fase de<br />

expansão do Terminal XXI concluída<br />

em 2012, o movimento de<br />

contentores continuou a crescer<br />

sustentadamente nos serviços já<br />

existentes e iniciaram-se novos<br />

serviços que lhe permitiu consolidar<br />

a rede de ligações diretas para<br />

praticamente todos os continentes<br />

do mundo.<br />

O número de navios escalados<br />

cresceu 5% e, globalmente,<br />

o seu porte a<strong>um</strong>entou 13%, estando<br />

em linha com o perfi l cada<br />

vez mais sustentado deste porto<br />

“hub” ao receber navios de grande<br />

dimensão e de calados acima<br />

de 16 metros.<br />

Edições digitais <strong>Vida</strong> Económia<br />

Agora disponíveis<br />

no seu tablet<br />

www.evida-store.pt<br />

Visite já a nossa livraria online<br />

e consulte os títulos disponíveis<br />

NEGÓCIOS E EMPRESAS/PME<br />

2012 2011<br />

Var. homóloga<br />

(%)<br />

Movimentação de mercadorias (Kton)<br />

Granéis sólidos 5,407 4,042 34%<br />

Carga geral 6,88 5,600 23%<br />

Granéis líquidos 16,276 16,151 1%<br />

Total 28,563 25,792 11%<br />

Contentores (TEU) 553,063 447,495 24%<br />

Exportações (Kton)<br />

Movimento de navios<br />

6 791,615 5 366,007 27%<br />

Navios entrados 1,653 1,573 5%<br />

GT 47 596,766 41 966,873 13%<br />

Compatível com<br />

iPad e<br />

Android<br />

Disponível em<br />

PDF / ePub


20 SEXTA-FEIRA, 25 DE JANEIRO 2013<br />

NEGÓCIOS E EMPRESAS/PME<br />

Aerlis promove Vila Franca de Xira<br />

ACL e CIEP criam serviço “Internacionalizar Hoje” “Mar<br />

A Associação Comercial de Lisboa<br />

(ACL) e a Confederação Internacional<br />

dos Empresários Portugueses<br />

(CIEP) desenvolveram<br />

<strong>um</strong> novo serviço, Internacionalizar<br />

Hoje, de apoio à exportação e<br />

internacionalização. O seu objetivo<br />

é ajudar as empresas associadas<br />

a alcançarem sucesso na abordagem<br />

aos mercados externos.<br />

Este serviço, que abrange <strong>um</strong><br />

conjunto de países previamente<br />

Sérgio Almeida<br />

Director Geral<br />

Powercoaching<br />

Elisabeth Ribeiro<br />

Senior Consultant<br />

Powercoaching<br />

<br />

Director Geral<br />

Nobel Biocare<br />

Francisco<br />

Almada Lobo<br />

C Crical<br />

Manufacturing<br />

Preços (c/ IVA incl.)<br />

Pblico e Geral <br />

ssinantes e ssociaos ne <br />

A Associação Empresarial da Região de Lisboa, em parceria com<br />

a Associação de Dinamização Empresarial, a Associação Empresarial<br />

dos Concelhos de Vila Franca de Xira e Arruda dos Vinhos e a<br />

Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, organiza a conferência<br />

“Oportunidades económicas para o desenvolvimento de Vila Franca<br />

de Xira”, no dia 7 de fevereiro, na Sociedade Filarmónica Recreio<br />

Alverquense.<br />

O objetivo é ajudar as<br />

empresas associadas<br />

a alcançarem sucesso<br />

na abordagem aos<br />

mercados externos<br />

selecionados (Alemanha, Angola,<br />

Brasil, Colômbia, Espanha,<br />

EUA, França, Marrocos,<br />

Moçambique e Polónia), inclui<br />

formação sobre comércio internacional,<br />

estudos de mercado e<br />

análise sectorial para o conjunto<br />

de países selecionados.<br />

Apoio a candidaturas QREN<br />

O Internacionalizar Hoje dará<br />

Como Vencer<br />

nos Negócios<br />

Liderança | Comunicação<br />

Empreendedorismo | Inovação<br />

Publico Alvo:<br />

rganiaes e essoas ue rocura solues<br />

sustenteis e criaas ara encer nos negcios<br />

<br />

Denir os rincios a ierana <br />

Descobrir uais as estratgias ara o Sucesso Global<br />

Prooer o reeneoriso e a noao<br />

Potenciar a Counicao Posia nas rganiaes<br />

TAAG a<strong>um</strong>enta eficiência energética<br />

A TAAG – Linhas Aéreas de Angola terminou o ano de 2012<br />

com poupanças de 30,1 milhões de dólares com o seu programa<br />

de eficiência energética. Na sequência da adesão ao programa<br />

“Green Team”, a companhia aérea introduziu <strong>um</strong>a série de<br />

medidas organizacionais que permitiram não só a poupança de<br />

vários milhões de dólares, mas também a conservação dos equipamentos.<br />

ainda apoio na preparação de<br />

viagens individuais de negócios<br />

mediante a pesquisa e seleção de<br />

potenciais parceiros de negócio<br />

no mercado alvo.<br />

Um novo serviço no âmbito do<br />

qual a CIEP e a ACL ajudarão os<br />

seus associados na marcação de<br />

reuniões individuais ou visitas a<br />

empresas e preparação de candidaturas<br />

a concursos internacionais<br />

e projetos QREN.<br />

Porto<br />

Anje<br />

7 fevereiro<br />

14h30 - 18h30<br />

Organização: Informações e inscrições:<br />

ia conica Patricia lores<br />

el a <br />

atriciaoresiaeconoicat<br />

Pedagógico”<br />

sensibiliza<br />

jovens<br />

O Fór<strong>um</strong> Empresarial da Economia<br />

do Mar está a desenvolver<br />

a iniciativa “Mar Pedagógico”,<br />

<strong>um</strong> conceito baseado nas quintas<br />

pedagógicas e do desenvolvimento<br />

de roteiros turísticos para<br />

famílias e escolas que pretende<br />

despertar as crianças para a importância<br />

do mar e o que lhes<br />

pode proporcionar no futuro.<br />

Esta iniciativa consiste na divulgação<br />

da Nova Economia do<br />

Mar, em que grupos de crianças<br />

e jovens, em idade escolar, são<br />

convidados a contactarem diretamente<br />

com a atividade de várias<br />

entidades relacionadas com<br />

o mar, nos seus municípios.<br />

“Esta iniciativa pretende despertar<br />

nos jovens <strong>um</strong>a nova<br />

consciência marítima: <strong>um</strong> conjunto<br />

de conhecimentos, imagens,<br />

experiências, atitudes e<br />

valorizações acerca do mar, dos<br />

seus recursos e potencialidades<br />

que permitem <strong>um</strong> desenvolvimento<br />

crescente e sustentado,<br />

e assim saber e compreender o<br />

que são os oceanos, a sua realidade<br />

geográfica, histórica, económica<br />

e cultural, sem os quais<br />

é muito difícil entender o seu<br />

verdadeiro significado. Com<br />

esta iniciativa, pretende-se fazer<br />

com que a futura população ativa<br />

tome conhecimento do nosso<br />

principal recurso, o mar, para<br />

que possa tirar partido dele”,<br />

afirma Fernando Ribeiro e Castro,<br />

secretário-geral do Fór<strong>um</strong><br />

da Economia do Mar.<br />

O programa foi concebido<br />

pelo Colégio Pedro Arrupe e<br />

inicialmente desenvolvido com<br />

a colaboração da Câmara Municipal<br />

de Peniche, mas está já<br />

a ser alargado a todos os municípios<br />

nacionais, no âmbito do<br />

programa “Municípios Luso-<br />

-Atlânticos”.


Criada em 1996, a<br />

Incubadora de <strong>Empresas</strong> da<br />

Universidade de Aveiro tem<br />

no seu ADN o apoio à criação,<br />

desenvolvimento e crescimento<br />

sustentados de projetos<br />

empresariais inovadores. Em<br />

2012, foram apoiadas 18<br />

empresas que atingiram <strong>um</strong><br />

vol<strong>um</strong>e de negócios superior<br />

a três milhões de euros, e que<br />

criaram 62 postos de trabalho.<br />

O diretor-geral aconselha os<br />

empreendedores a “estudarem<br />

os imensos casos de “start-ups”<br />

portuguesas que conseguiram<br />

ter sucesso, com o objetivo de<br />

aferirem quais foram os fatores<br />

que o influenciaram e, com esse<br />

conhecimento, construírem<br />

propostas de valor relevantes<br />

para a sociedade”.<br />

MÓNICA MONTEIRO<br />

monicamonteiro@vidaeconomica.pt<br />

SEXTA-FEIRA, 25 DE JANEIRO 2013 21<br />

EMPREENDER<br />

CELSO CARVALHO, DIRETOR-GERAL DA INCUBADORA DA UNIVERSIDADE DE AVEIRO, ACONSELHA<br />

Empreendedores devem estudar os imensos casos<br />

de “start-ups” portuguesas com sucesso<br />

<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong> – Como surge a Incubadora<br />

de <strong>Empresas</strong> no seio da Universidade<br />

de Aveiro?<br />

Celso Carvalho – A Universidade de<br />

Aveiro (UA) integra na sua missão a aplicação<br />

do conhecimento produzido em benefício<br />

da sociedade e do desenvolvimento<br />

da região e do país, demonstrada consistentemente<br />

na relação sustentada com o<br />

tecido empresarial. A excelência da investigação<br />

e da produção científica, bem como<br />

a valorização e a proteção da propriedade<br />

intelectual, são facilitadores da promoção<br />

e do apoio ao empreendedorismo baseado<br />

na tecnologia e no conhecimento desenvolvido<br />

na comunidade UA.<br />

Tendo por ambição o estímulo de <strong>um</strong>a<br />

cultura de empreendedorismo na comunidade<br />

académica, apoiado pelo desenvolvimento<br />

de <strong>um</strong>a política concertada<br />

de promoção de integração profissional<br />

de diplomados, a UA criou duas unidades<br />

funcionais com a missão específica de estimular<br />

e promover o empreendedorismo e<br />

inovação nas suas várias dimensões: a Unidade<br />

de Apoio à Transferência de Tecnologia<br />

(UATEC) e a Incubadora de <strong>Empresas</strong><br />

da Universidade de Aveiro (IEUA).<br />

A criação da IEUA, em 1996, surge assim<br />

como <strong>um</strong> processo natural de facilitação<br />

de <strong>um</strong>a estrutura orientada para as<br />

primeiras fases da vida dos projetos empresariais<br />

nascidos na comunidade UA, como<br />

foi o caso do motor de busca Sapo.<br />

VE – Qual é a essência da atividade<br />

“As empresas que<br />

concluem com sucesso o<br />

programa de incubação<br />

estão capacitadas para<br />

desenvolver a sua atividade<br />

de forma autónoma, tendo<br />

ainda a possibilidade de<br />

se candidatarem ao IEUA<br />

Graduate, <strong>um</strong> programa de<br />

cem semanas orientado para<br />

a alavancagem das <strong>Empresas</strong><br />

IEUA Graduadas.”<br />

da IEUA?<br />

CC – A IEUA incentiva e apoia a criação,<br />

o desenvolvimento e o crescimento<br />

sustentado de projetos empresariais inovadores,<br />

através da promoção de ações de<br />

capacitação para o empreendedorismo e da<br />

disponibilização de espaços para a incubação<br />

de empresas, de serviços de apoio ao<br />

empreendedorismo e de <strong>um</strong>a rede de parceiros<br />

orientados para a criação de valor e<br />

para a concretização de ideias de negócio.<br />

VE – Que tipos de apoio recebem os<br />

jovens empreendedores?<br />

CC – O apoio à capacitação das ideias<br />

de negócio é concretizado através do IEUA<br />

Start, <strong>um</strong> programa de incubação dividido<br />

em cinco fases, com a duração mínima de<br />

25 semanas e a duração máxima de 150<br />

semanas, e que inclui <strong>um</strong> período de pré-<br />

-incubação que pode atingir as 25 semanas.<br />

Em cada fase é definido o tipo de apoio a<br />

conceder, as especificidades e, ou, intensidade,<br />

a abrangência, o investimento e as<br />

obrigações dos promotores e da IEUA. As<br />

empresas que concluem com sucesso o programa<br />

de incubação estão capacitadas para<br />

desenvolver a sua atividade de forma autónoma,<br />

tendo ainda a possibilidade de se<br />

Artshare<br />

Investigação e desenvolvimento de<br />

protótipos, no âmbito das TIC, por meio<br />

de práticas cientifico-artísticas.<br />

Investigação e aplicação de novas<br />

tecnologias enquanto ferramentas de<br />

expressão artística.<br />

Promoção e produção de eventos de arte<br />

performativa, instalações, workshops,<br />

conferências, ações de sensibilização e<br />

outras de interesse pedagógico.<br />

Edubox<br />

Software de gestão escolar.<br />

Recursos educativos: web, desktop e<br />

mobile.<br />

Consultoria em educação.<br />

Três casos de sucesso<br />

POPH já recebeu 63 mil candidaturas<br />

Já na reta final, o Programa Operacional Potencial H<strong>um</strong>ano (POPH) recebeu 63 mil candidaturas,<br />

sendo que mais de 29 mil foram aprovadas nas áreas da qualificação, emprego e desenvolvimento<br />

social. O programa aprovou projetos que abrangeram mais de três milhões de<br />

participantes. Para que estes resultados tenham sido atingidos, o investimento realizado no<br />

âmbito das áreas de intervenção alcançou <strong>um</strong>a taxa de execução FSE de 63,8%, correspondente<br />

a 5,7 mil milhões de euros de despesa pública já executada, sendo que 4,1 mil milhões<br />

de euros são verba executada do fundo comunitário FSE.<br />

“Futuramente, a IEUA vai migrar fisicamente para o Creative Science Park-Aveiro Region”, adianta<br />

o diretor-geral da IEUA, Celso Carvalho.<br />

candidatarem ao IEUA Graduate, <strong>um</strong> programa<br />

de cem semanas orientado para a alavancagem<br />

das <strong>Empresas</strong> IEUA Graduadas<br />

VE – Quantas empresas/projetos<br />

apoiam neste momento?<br />

CC – 18 empresas que no ano de 2012<br />

atingiram <strong>um</strong> vol<strong>um</strong>e de negócios superior<br />

a 3milhões de euros, e que criaram 62 postos<br />

de trabalho. Todas estas empresas estão<br />

atualmente na nossa incubadora. Apoiamos<br />

ainda quatro ideias de negócio que<br />

estão na fase pré-start (pré-incubação).<br />

VE – Que conselhos daria atualmente<br />

aos jovens que desejam empreender?<br />

CC – Para estudarem os imensos casos<br />

Inovação e novos ambientes de<br />

aprendizagem.<br />

Vencedora em 2012 do prémio de<br />

melhor start-up, distinção atribuída<br />

pela TECParques na II Gala Anual do<br />

Empreendedorismo<br />

Clustermedia Labs<br />

I&DT de algoritmos de reconhecimento<br />

automático aplicados à informação<br />

audiovisual.<br />

Ferramentas software para identificação<br />

e indexação tempo-real de orador,<br />

recomendação musical, pesquisa seletiva<br />

e por similaridade acústica de conteúdos,<br />

organização e tratamento inteligente dos<br />

conteúdos multimédia.<br />

de “start-ups” portuguesas que conseguiram<br />

ter sucesso com o objetivo de aferirem<br />

quais foram os fatores que o influenciaram<br />

e, com esse conhecimento, construírem<br />

propostas de valor relevantes para a<br />

sociedade. Na IEUA temos alguns casos<br />

que podem ser <strong>um</strong> contributo interessante<br />

para esse estudo.<br />

VE – Que novos projetos podemos esperar<br />

da IEUA para os próximos tempos?<br />

CC – À capacidade instalada, que totaliza<br />

558 m², juntar-se-ão mais 735m² nos<br />

edifícios reabilitados da antiga Companhia<br />

de Moagens de Aveiro que vão permitir reforçar<br />

o apoio à criação e à instalação de<br />

projetos empresariais (alguns consolidados)<br />

de toda a comunidade UA.<br />

Futuramente, a IEUA vai migrar fisicamente<br />

para o Creative Science Park-<br />

-Aveiro Region, beneficiando de todas<br />

as potencialidades desse ecossistema do<br />

conhecimento, evoluindo gradualmente<br />

para <strong>um</strong> conceito mais abrangente que<br />

designamos de Meta-Incubadora. Este<br />

novo conceito vai potenciar e valorizar a<br />

convergência de três dinâmicas distintas<br />

de promoção do empreendedorismo: a<br />

Incubadora “dedicada”, à academia, com<br />

<strong>um</strong>a abordagem que, na sua essência, corresponde<br />

e dá sequência à que tem vindo<br />

a ser desenvolvida na Universidade de<br />

Aveiro (UA); A Incubadora de <strong>Empresas</strong><br />

da Região de Aveiro (IERA); As atividades<br />

específicas promovidas pelo Creative<br />

Science Park-Aveiro Region.


22 SEXTA-FEIRA, 25 DE JANEIRO 2013<br />

EMPREENDER<br />

Quer implementar <strong>um</strong> projeto em Aveiro?<br />

PATRÍCIA FLORES<br />

patriciaflores@vidaeconomica.pt<br />

“O setor da construção em Portugal<br />

vive neste período o maior<br />

dos desafios das últimas décadas,<br />

registando quebras sucessivas em<br />

todos os indicadores económicos”,<br />

refere o diretor-geral da Undel,<br />

Jorge Lourenço.<br />

A empresa, criada em 1947,<br />

atua na área das instalações elétricas,<br />

por isso o responsável adianta<br />

que não está imune aos tempos<br />

que se vivem. “A aposta iniciada<br />

em 2009, e que visou, principalmente,<br />

entre outras soluções<br />

de eficiência energética, dotar<br />

os municípios da utilização de<br />

Sistemas de Regulação de Fluxo<br />

L<strong>um</strong>inoso na Il<strong>um</strong>inação Pública,<br />

é <strong>um</strong> bom exemplo”, realça o<br />

responsável.<br />

Em 2010, a Undel foi adquirida<br />

pelo Grupo Casais e integra<br />

<strong>um</strong> subgrupo de empresas<br />

especializadas que lhe permite<br />

apresentar soluções integradas<br />

na execução de empreitadas elétricas,<br />

ITED e segurança, desde<br />

a conceção à execução, incluindo<br />

também a produção e montagem<br />

de quadros elétricos de distribuição<br />

para qualquer tipo de instalação<br />

elétrica.<br />

A entrada n<strong>um</strong> grupo com a dimensão<br />

do Grupo Casais implicou<br />

modificações a vários níveis<br />

que influenciaram diretamente a<br />

estratégia da Undel. Desde logo,<br />

As candidaturas para o Concurso de Ideias IEUA Start decorrem<br />

até ao próximo dia 4 de fevereiro. Todos os que queiram implementar<br />

<strong>um</strong>a ideia de negócio na região de Aveiro podem concorrer.<br />

O vencedor será escolhido n<strong>um</strong>a cerimónia pública, a 3 de<br />

abril, e terá oportunidade de participar no programa de imersão<br />

em Silicon Valley (Califórnia, EUA).<br />

Undel com presença<br />

no mercado internacional<br />

<strong>um</strong>a nova missão e visão, mas<br />

também novos processos e ferramentas<br />

de gestão.<br />

De acordo com o entrevistado,<br />

esta integração permitiu não só<br />

otimizar os recursos, mas desenvolver<br />

<strong>um</strong>a organização flexível,<br />

que se adapta de forma dinâmica<br />

às necessidades e oportunidades<br />

do mercado global em que se insere.<br />

Presente em Angola desde<br />

2008 através da EIA – Eletro<br />

Ideal Angola, o mercado internacional<br />

é já muito significativo<br />

para a empresa, representando<br />

atualmente cerca de<br />

80% do vol<strong>um</strong>e de negócios.<br />

Segundo o empresário, a tendência<br />

deverá manter-se tendo em<br />

conta as restrições do mercado<br />

nacional.<br />

“No plano internacional, o<br />

Grupo Casais desde há alguns<br />

anos que se vinha a preparar para<br />

este momento, tomando medidas<br />

específicas de redireccionamento<br />

da atividade para as empresas do<br />

Grupo. O acréscimo do vol<strong>um</strong>e<br />

de negócios atingido face a anos<br />

anteriores em Angola e o início<br />

de atividade n<strong>um</strong> novo mercado<br />

(Marrocos) reflete, para a Undel,<br />

em grande parte, o resultado dessa<br />

estratégia”, explica.<br />

Diversificação da carteira de<br />

clientes, especialização e internacionalização<br />

são as principais linhas<br />

orientadoras para o ano que<br />

agora inicia. “Como forma de<br />

“O mercado<br />

internacional é já<br />

muito significativo<br />

para a empresa,<br />

representando<br />

atualmente cerca de<br />

80% do vol<strong>um</strong>e de<br />

negócios”.<br />

reduzir a exposição ao mercado<br />

da construção em Portugal, continuar<br />

a crescer de forma sustentada,<br />

capitalizando a experiência<br />

adquirida desde 2008 em Angola<br />

e beneficiando de todo o ‘know-<br />

-how’, competências e sinergias<br />

adquiridas pelo Grupo em cada<br />

<strong>um</strong> dos mercados em que está<br />

presente, com especial enfoque<br />

nos mercados de língua oficial<br />

portuguesa”, afirma.<br />

Com 30 colaboradores em<br />

Portugal e 135 em Angola, Jorge<br />

Lourenço reconhece que os<br />

recursos h<strong>um</strong>anos são o principal<br />

ativo da empresa. “O papel<br />

dos RH é fundamental, quer na<br />

seleção dos profissionais com os<br />

perfis adequados às funções que<br />

irão desempenhar e aos mercados<br />

onde vão ser inseridos quer na<br />

formação e desenvolvimento de<br />

novas competências”.<br />

Projeto 80 dinamiza<br />

empreendedorismo nas escolas<br />

Já abriu a primeira fase de candidaturas<br />

ao Projeto 80, que decorre até 15<br />

de março. Promovido pelo Governo<br />

em parceria com a Agência Portuguesa<br />

do Ambiente, a Direção-Geral da<br />

Educação e o Instituto Português do<br />

Desporto e Juventude, a Quercus e o<br />

Green Project Awards, e apoiado pela<br />

ADENE, Amb3E e Sociedade Ponto<br />

Verde, este é <strong>um</strong> projeto de âmbito nacional<br />

que visa dinamizar o movimento<br />

associativo nas escolas e promover<br />

a educação para a sustentabilidade,<br />

empreendedorismo e cidadania democrática.<br />

Podem candidatar-se ao projeto, as<br />

Associações de Estudantes do Ensino<br />

Básico e do Ensino Secundário que<br />

IAPMEI distingue Profitecla como PME Excelência<br />

A Profitecla recebe o estatuto de PME Excelência pelo IAPMEI. O prémio pretende distinguir<br />

as pequenas e médias empresas a nível nacional que apresentam os melhores desempenhos<br />

e que se destacam pela sua capacidade competitiva no contexto do universo empresarial.<br />

“Este prémio é para toda a equipa Profitecla <strong>um</strong> incentivo para continuarmos empenhados<br />

em melhorar cada vez mais a qualidade do nosso ensino e de toda a nossa actividade”, refere<br />

a diretora executiva da escola, Mónica Cardoso.<br />

“O setor da construção em Portugal vive neste período o maior dos desafios<br />

das últimas décadas”, afirma o diretor-geral da Undel, Jorge Lourenço.<br />

desenvolvam <strong>um</strong> ou mais projetos<br />

de sustentabilidade, nomeadamente,<br />

“projetos que promovam a gestão<br />

eficiente de recursos, a diminuição da<br />

pegada carbónica e hídrica, a biodiversidade,<br />

o empreendedorismo, a economia<br />

verde e a inovação social, bem<br />

como o voluntariado ou outras formas<br />

de cidadania e participação pública”,<br />

refere o comunicado de imprensa.<br />

Os alunos, entre os 13 e os 17 anos,<br />

têm de apresentar, através das Associações<br />

de Estudantes, projetos desenvolvidos<br />

nos anos letivos 2011-2012 ou<br />

2012-2013.<br />

Como refere o doc<strong>um</strong>ento, “o Projeto<br />

80 desafia os jovens das AE, de<br />

todo o país a darem o seu 80, incen-<br />

tivando-os a serem participativos na<br />

comunidade onde se integram e a<br />

contribuírem, de forma ativa, para o<br />

a<strong>um</strong>ento do bem-estar social, ambiental<br />

e económico através da criação de<br />

iniciativas que visam a adoção de boas<br />

práticas em áreas transversais da sociedade”.<br />

A segunda fase de candidaturas decorrerá<br />

entre 16 de março e 31 de<br />

maio e será “acompanhada” pelo Roadshow<br />

Projeto 80, que visitará escolas<br />

das 18 capitais de distrito.<br />

Em cada <strong>um</strong>a das fases são escolhidos<br />

três projetos finalistas, ou seja,<br />

seis projetos são candidatos ao prémio<br />

“Iniciativa Jovem” do Green Project<br />

Awards Portugal.


O ano passado foram oito,<br />

este ano deverão ser sete as<br />

empresas portuguesas presentes<br />

na CeBIT, em Hannover,<br />

naquela que é considerada<br />

a maior feira de serviços de<br />

Tecnologias de Informação<br />

e Comunicação do mundo.<br />

Aveidigital, DLC - Distance<br />

Learning Consulting, Eurotux<br />

Informatica, FreedomGrow,<br />

SDILAB Investigação e<br />

Desenvolvimento de Software,<br />

Vortal - Comércio Eletrónico<br />

Consultadoria e Multimédia e<br />

a IPBrick International são os<br />

nomes que integram a comitiva<br />

portuguesa.<br />

SUSANA MARVÃO, EM MADRID<br />

s.marvao@vidaeconomica.pt<br />

SEXTA-FEIRA, 25 DE JANEIRO 2013 23<br />

TECNOLOGIAS<br />

O número de empresas portuguesas<br />

presentes na CeBIT, considerada a maior<br />

feira de serviços de Tecnologias de Informação<br />

e Comunicação do mundo, continua<br />

relativamente estável, este ano com<br />

cerca de sete participações. O ano passado,<br />

foram oito as empresas nacionais que<br />

apostaram n<strong>um</strong>a deslocação a Hannover,<br />

sendo que, nesta edição, que decorre de<br />

5 a 9 de março, apenas a histórica iPortalMais<br />

repete a sua participação. Apesar<br />

de o número de expositores lusos parecer<br />

relativamente modesto, a verdade é que<br />

a vizinha Espanha, cujo mercado é substancialmente<br />

maior do que o nosso, vai<br />

ter não mais de nove empresas a exporem<br />

na CeBIT.<br />

Aveidigital, DLC – Distance Learning<br />

Consulting, Eurotux Informatica,<br />

FreedomGrow, SDILAB Investigação<br />

e Desenvolvimento de Software, Vortal<br />

- Comércio Eletrónico Consultadoria<br />

e Multimédia e a já referida IPBrick International<br />

são os nomes que integram a<br />

comitiva portuguesa. Aliás, a IPBrick vai<br />

inclusivamente a<strong>um</strong>entar o seu espaço<br />

de exposição. O ano passado, a empresa,<br />

que já conta com alg<strong>um</strong>a tradição neste<br />

evento, teve <strong>um</strong> espaço de exposição de<br />

48 metros quadrados, tendo, este ano,<br />

a<strong>um</strong>entado para os 52 metros quadrados.<br />

“Shareconomy”<br />

A palavra é “complicada” de traduzir.<br />

Aliás, é mais do que <strong>um</strong>a palavra, é <strong>um</strong><br />

conceito. “Shareconomy” – se quisermos,<br />

economia partilhada — é o tema-chave<br />

que a CeBIT elegeu para a edição deste<br />

ano. Basicamente, o conceito centra-se no<br />

uso partilhado de conhecimentos, recursos<br />

e experiências como novas formas de<br />

colaboração. Na conferência de imprensa<br />

para Portugal e Espanha, que serviu para<br />

apresentar o certame, foi explicado que<br />

muitos dos instr<strong>um</strong>entos modernos, tais<br />

como blogs, wikis, colaboração e votação<br />

eletrónica, assim como outras soluções de<br />

software, vão dinamicamente transformar<br />

o mundo laboral nos próximos anos,<br />

dentro e fora das empresas. “Em todas as<br />

suas facetas, partilhar está a converter-<br />

-se no principal requisito capaz de impulsionar<br />

<strong>um</strong> crescimento responsável”,<br />

avançou em comunicado de imprensa<br />

Frank Pörschmann, membro da direção<br />

da Deutshe Messe responsável pela Ce-<br />

BIT, já que presencialmente apenas pudemos<br />

contar com Margarita Mahringer,<br />

Programa MAIS da Microsoft<br />

gera investimento de 42 milhões<br />

O Programa MAIS, da Microsoft, em 2012 gerou<br />

para as PME portuguesas candidatas cerca de 42 milhões<br />

de euros em financiamento para implementar<br />

na adoção de tecnologias de informação.<br />

FEIRA EM HANNOVER DECORRE DE 5 A 9 DE MARÇO<br />

Portugal mantém presença “estável” na CeBIT<br />

VISITANTES<br />

O ano passado, a edição<br />

durou cinco dias e gerou<br />

mais de sete milhões de<br />

contactos de negócio entre<br />

expositores e visitantes<br />

POTENCIAL<br />

Entre o público estavam mais<br />

de 500 CIO de consórcios<br />

internacionais, com <strong>um</strong><br />

vol<strong>um</strong>e de compras superior<br />

a 50 mil milhões de euros<br />

A CeBIT tem sido inaugurada pela chanceler alemã, Angela Merkel.<br />

Em março de 2012<br />

registaram-se mais de 4200<br />

empresas participantes de 70<br />

países, 312 mil visitantes de<br />

110 nações, assim como mais<br />

de cinco mil jornalistas de<br />

todo o mundo<br />

representante desta feira em Espanha, já<br />

que devido às condições atmosféricas os<br />

restantes intervenientes que estavam previstos<br />

na conferência acabaram por conseguir<br />

voar para Madrid.<br />

O ano passado, a edição durou cinco<br />

dias e gerou mais de sete milhões de contactos<br />

de negócio entre expositores e visitantes.<br />

Segundo dados fornecidos pela organização,<br />

entre o público estavam mais<br />

de 500 CIO de consórcios internacionais,<br />

com <strong>um</strong> vol<strong>um</strong>e de compras superior a<br />

50 mil milhões de euros. “Deste modo,<br />

a CeBIT é a plataforma de marketing e<br />

de contactos mais eficaz à escala mundial,<br />

assim como o ponto de referência na altura<br />

de estabelecer negócio”.<br />

A vertente internacional do certame é,<br />

obviamente, outra das suas mais-valias.<br />

Em março de 2012 registaram-se mais<br />

de 4200 empresas participantes de 70<br />

países, 312 mil visitantes de 110 nações,<br />

assim como mais de cinco mil jornalistas<br />

de todo o mundo. A CeBIT tem sido<br />

inaugurada pela chanceler alemã, Angela<br />

Merkel.<br />

Polónia é o país associado<br />

O ano passado foi o Brasil. Este ano,<br />

é a Polónia o país associado da CeBIT<br />

e que merecerá particular destaque na<br />

feira alemã. A economia polaca está em<br />

crescimento, tendo a indústria das TIC<br />

registado em 2012, pelo menos segundo<br />

estimativas do instituto de estudos<br />

de mercado EITO, <strong>um</strong> crescimento de<br />

2,6%, alcançando aproximadamente 16<br />

mil milhões de euros. Os atuais impulsionares<br />

de crescimento polaco são, para<br />

além dos tablet, o outsourcing das TI,<br />

assim como os serviços de transferência<br />

de dados de redes ficas e móveis.<br />

Plataformas temáticas<br />

Como já vem sendo hábito, haverá<br />

quatro plataformas temáticas: CeBIT<br />

pro, CeBIT gov, CeBIT lab e CeBIT life.<br />

No âmbito da CeBIT pro, as empresas<br />

apresentam aplicações digitais para o uso<br />

profissional, tanto nas PME como em<br />

consórcios de alcance mundial. Já o Ce-<br />

BIT gov mostra soluções para organismos<br />

municipais, regionais e nacionais, assim<br />

como para a União Europeia. A CeBIT<br />

lab constitui o laboratório do futuro da<br />

indústria digital e <strong>um</strong>a plataforma para as<br />

universidades e institutos de investigação.<br />

Por último, a CeBIT life centra-se no estilo<br />

de vida digital.<br />

Outra vertente importante deste certame<br />

são as conferências CeBIT Global<br />

Conferences. Em 2012, aproximadamente<br />

70 speakers internacionais participaram<br />

nestas conferências expondo ao<br />

público as suas estratégias e visões.


24 SEXTA-FEIRA, 25 DE JANEIRO 2013<br />

TECNOLOGIAS<br />

Eticadata é PME de excelência<br />

Inovações<br />

que vão mudar<br />

as nossas vidas<br />

A IBM lançou <strong>um</strong>a lista dos cinco<br />

avanços tecnológicos que irão mudar as<br />

nossas vidas. Uma lista que até pode parecer<br />

demasiado futurista, mas lembre-se<br />

que em 1956 <strong>um</strong> disco duro de 5Mb pesava<br />

qualquer coisa como <strong>um</strong>a tonelada.<br />

E tinha 5 Mb, quando hoje nos queixamos<br />

que a nossa pendrive só tem 5Gb…<br />

A primeira inovação que a IBM anuncia<br />

tem a ver com o tato e revela a capacidade<br />

de tocar a partir de <strong>um</strong> smartphone.<br />

A empresa norte-americana assegura<br />

que em breve vamos poder usar o telemóvel<br />

para comprar, por exemplo, <strong>um</strong><br />

casaco e sermos capazes de sentir o tecido<br />

de que é feito a partir da superfície<br />

do ecrã. A empresa garante que em cinco<br />

anos a possibilidade de tocar n<strong>um</strong> objeto<br />

através de <strong>um</strong> dispositivo móvel obrigará<br />

alg<strong>um</strong>as indústrias, como a do retalho, a<br />

transformar-se.<br />

Segunda inovação: a visão. Os computadores<br />

só percecionam imagens através<br />

do texto que usamos para as identificar<br />

ou para lhe dar <strong>um</strong> título, sendo que a<br />

maioria da informação, ou seja, o conteúdo<br />

real da imagem constitui ainda <strong>um</strong><br />

mistério. Mas isto deverá mudar, diz a<br />

IBM, que aponta que nos próximos cinco<br />

anos “os sistemas não só serão capazes<br />

de ver e reconhecer o conteúdo de<br />

imagens e de dados visuais como conseguirão<br />

dar <strong>um</strong> significado aos pixéis<br />

começando a compreender o sentido de<br />

<strong>um</strong> pixel, à semelhança do que fazem os<br />

h<strong>um</strong>anos para interpretar <strong>um</strong>a fotografia”,<br />

explica a empresa n<strong>um</strong> doc<strong>um</strong>ento<br />

que partilhou com a imprensa mundial.<br />

Uma alteração que deverá sobretudo<br />

ajudar a área da Saúde, nomeadamente<br />

a imagiologia.<br />

A audição. Para a IBM, os computadores<br />

passarão a ouvir o que importa. “Este<br />

sistema será capaz de interpretar dados<br />

para prever, por exemplo, quando <strong>um</strong>a<br />

árvore está prestes a cair n<strong>um</strong>a floresta<br />

ou quando <strong>um</strong> deslizamento de terra<br />

está iminente”.<br />

A quinta inovação está ligada ao sabor.<br />

Os investigadores da empresa norte-<br />

-americana estão a desenvolver <strong>um</strong> sistema<br />

computacional que experimenta o<br />

sabor para ser usado por chefs de modo a<br />

criarem as receitas mais saborosas. “Um<br />

sistema que também pode ser usado para<br />

ajudar a comer de <strong>um</strong>a forma mais saudável,<br />

criando novas combinações de sabores<br />

que nos fazem querer comer <strong>um</strong>a<br />

taça de vegetais em vez de batatas fritas”.<br />

Por último, o olfato, ou seja, a capacidade<br />

dos computadores para conseguirem<br />

capturar e identificar cheiros. “Durante<br />

os próximos cinco anos, pequenos<br />

sensores embutidos no computador ou<br />

no telemóvel conseguirão detetar se o<br />

utilizador está a ficar, por exemplo, doente<br />

com gripe”.<br />

Volto a relembrar que em 1956 <strong>um</strong><br />

disco duro de 5Mb pesava qualquer coisa<br />

como <strong>um</strong>a tonelada.<br />

A eticadata foi distinguida com o Estatuto PME Excelência<br />

2012, <strong>um</strong>a iniciativa do IAPMEI. Para José<br />

Gonçalves, CEO, este é o “reconhecimento dos 22<br />

anos de trabalho e dedicação no desenvolvimento de<br />

práticas de inovação e qualidade no sector das TI”.<br />

SUSANA MARVÃO<br />

s.marvao@vidaeconomica.pt<br />

Basicamente, a “culpa” é da caneta. O<br />

Samsung Galaxy Note, com <strong>um</strong> generoso<br />

ecrã de 10.1 polegadas, tem na caneta<br />

“S Pen” a sua maior atração. A “<strong>Vida</strong><br />

<strong>Económica</strong>” pediu a <strong>um</strong> arquiteto e <strong>um</strong>a<br />

designer para experimentarem no novo<br />

equipamento a precisão da caneta e ambos<br />

ficaram altamente satisfeitos com<br />

o resultado final. Os dois profissionais<br />

testaram a caneta no S Note, <strong>um</strong>a ferramenta<br />

que vem instalada de raiz e que<br />

permite combinar notas e desenhos com<br />

outro conteúdo digital, recorrendo a<br />

templates predefinidos. Um aspeto que<br />

seguramente a marca coreana irá melhorar<br />

nas próximas gerações, pelo menos<br />

assim o esperamos, é o reconhecimento<br />

de escrita que contém ainda alg<strong>um</strong>as<br />

imprecisões.<br />

O S Note, que evidentemente potencia<br />

o uso da caneta, tem ainda motores<br />

de busca integrados, o que permite, de<br />

forma relativamente fácil, procurar por<br />

conteúdo, obter informações e arrastar<br />

o resultado diretamente para o S Notes<br />

sem ser preciso navegar entre vários<br />

ecrãs.<br />

A caneta vem “escondida” na parte<br />

inferior traseira do aparelho e, <strong>um</strong>a vez<br />

removida, executa automaticamente alg<strong>um</strong>as<br />

aplicações que enfatizam a sua<br />

utilização, como o já referido S Note<br />

mas também o (re)conhecido Adobe<br />

Photoshop Touch, assim como o S Planner,<br />

o Crayon Physics e o Polaris Office.<br />

Prepare-se, sobretudo no início, para<br />

andar às voltas com a caneta quando a<br />

quiser guardar, já que esta apenas tem<br />

<strong>um</strong>a forma de entrar no aparelho. Mas<br />

atenção, o facto de a caneta ser embutida<br />

é <strong>um</strong>a enorme vantagem, pois menoriza<br />

substancialmente o risco de perda/<br />

esquecimento. Como mero apontamento,<br />

e para o caso de perder o acessório,<br />

no site da FNAC as canetas, Samsung<br />

rondam os 25 euros.<br />

Depois, de aparência, o Galaxy Note<br />

PHC fatura na cloud<br />

A PHC anunciou <strong>um</strong>a solução de faturação na cloud com<br />

<strong>um</strong> modelo de subscrição anual que permite aos clientes<br />

usufruírem de <strong>um</strong>a grande redução no preço. Pagando a<br />

licença <strong>um</strong>a vez por ano, a PHC oferece <strong>um</strong> desconto equivalente<br />

a cinco meses gratuitos.<br />

SAMSUNG GALAXY NOTE 10.1<br />

A “culpa” é da caneta…<br />

10.1 é muito semelhante ao Galaxy Tab<br />

12 10.1, mas inclui a S Pen stylus. A<br />

porta para carregar e ligar ao PC está na<br />

parte inferior, com as restantes portas e<br />

slots a ocuparem o topo do equipamento.<br />

O tabelt vem equipado com <strong>um</strong>a slot<br />

para cartão microSD, botão de power,<br />

jack para auscultadores e <strong>um</strong> espaço<br />

para o cartão SIM. Uma porta HDMI<br />

não foi contemplada nesta versão, o que<br />

não deixa de constituir <strong>um</strong>a ligeira desilusão.<br />

Há, no entanto, <strong>um</strong> adaptador<br />

que pode ser ligado ao conector de 30<br />

pinos e que pode ser comprado separadamente.<br />

Aplicações lado a lado<br />

A par da caneta, seria injusto não referir<br />

o facto de alg<strong>um</strong>as app poderem estar<br />

lado a lado, <strong>um</strong>a característica que acaba<br />

por dar <strong>um</strong> toque de PC a este tablet.<br />

Ou seja, por exemplo, é possível ter <strong>um</strong>a<br />

página de internet e <strong>um</strong>a do S Note no<br />

mesmo ecrã e copiar e colar, ou mesmo<br />

arrastar, conteúdos entre elas.<br />

De resto, a performance do tablet<br />

tem obviamente alto nível, basicamente<br />

fruto do processador quad-core de 1.4<br />

GHz e 2 GB de RAM, no qual rola o<br />

Sistema OperativoAndroid 4.0 (Ice Cream<br />

Sandwich) O equipamento inclui,<br />

ainda, <strong>um</strong>a câmara de 5 megapixéis e<br />

<strong>um</strong>a segunda câmara de 1.9 megapixéis,<br />

instalada no painel frontal.<br />

Uma nota ainda para o “Smart Stay”<br />

(segue os olhos do utilizador para assegurar<br />

que o ecrã está ligado sempre que<br />

está a ser utilizado) e para o Pop Up Play<br />

(permite que o utilizador veja <strong>um</strong> vídeo<br />

em qualquer local no ecrã enquanto executa<br />

outras tarefas simultaneamente).<br />

A bateria, Li-ion 7,000mAh, já quase<br />

não precisa de ser “assunto”, pois irá satisfazer<br />

a maioria dos utilizadores.<br />

Preços<br />

Como mero apontamento de preço, a<br />

FNAC está a comercializar no seu espaço<br />

online o Samsung Galaxy Note 10.1<br />

de 32 Gb com wifi e 3G por 750 euros,<br />

sendo que o de 16 Gb está a 700 euros.<br />

O El Corte Ingles, igualmente online,<br />

tem os preços superiores. O equipamento<br />

de 34 Gb ronda os 800 euros.<br />

Vantagens<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

Contras


TURISMO<br />

PORTUGAL RECEBE EM FEVEREIRO TRÊS PROVAS DE ALCANCE MUNDIAL<br />

Orientação gera receitas turísticas<br />

na ordem de 1,5 milhões<br />

A orientação consegue<br />

gerar <strong>um</strong> retorno de 1,5<br />

milhões de euros em<br />

proveitos turísticos, com<br />

incidência no interior<br />

do país. O impacto<br />

mediático destas provas<br />

é global, como o<br />

demonstra <strong>um</strong> estudo<br />

a que a VE teve acesso.<br />

Porém, o potencial<br />

da modalidade não<br />

está a ser devidamente<br />

explorado.<br />

MARC BARROS<br />

marcbarros@vidaeconomia.pt<br />

SEXTA-FEIRA, 25 DE JANEIRO 2013 25<br />

O potencial turístico que poderia<br />

ser retirado da divulgação<br />

internacional das condições naturais<br />

que Portugal oferece para a<br />

prática da modalidade da orientação<br />

está a ser desperdiçado.<br />

Quem o afirma é Fernando Costa,<br />

responsável pelo Grupo Desportivo<br />

dos Quatro Caminhos,<br />

entidade encarregue da organização<br />

de três provas da modalidade,<br />

duas das quais a contar para<br />

a Liga Mundial da modalidade.<br />

Estas, no seu conjunto, deverão<br />

receber cerca de 4000 participantes<br />

oriundos de 30 países.<br />

De acordo com Fernando Costa,<br />

“a presença destes atletas estrangeiros<br />

e das suas equipas não se<br />

limita à participação nas provas”,<br />

mas também aos extensos “períodos<br />

em que estão no nosso país<br />

a treinar”. Isto porque, como<br />

explicou à VE, <strong>um</strong>a grande parte<br />

destes atletas é originária dos<br />

países do Norte da Europa ou<br />

Canadá, onde a modalidade tem<br />

fortes tradições, os quais não oferecem<br />

condições adequadas para<br />

treinar nos meses de Inverno, ao<br />

contrário de Portugal.<br />

Por outro lado, a realização das<br />

provas de orientação, bem como<br />

os referidos campos de treino,<br />

ocorre por norma em localidades<br />

do interior, as quais estão fora<br />

dos principais circuitos turísticos<br />

nacionais. Nesse sentido, a<br />

orientação transforma-se n<strong>um</strong>a<br />

importante fonte de riqueza para<br />

as mesmas localidades, incluindo<br />

hotéis, restaurantes, artesanato e<br />

outras valências. Fernando Costa<br />

estima mesmo “<strong>um</strong> retorno<br />

Nos seis dias de cobertura ao vivo do Portugal O’ Meeting - POM 2012, o sítio de internet da competição atraiu<br />

8136 visitantes.<br />

anual, por baixo, de 1,5 milhões<br />

de euros” para o país, “entre alojamento,<br />

refeições, aluguer de<br />

campos de treino e outras despesas”.<br />

Daí que aquele responsável<br />

não entenda e lamente a falta de<br />

apoio das entidades nacionais à<br />

divulgação da modalidade, incluindo<br />

o Turismo de Portugal.<br />

Ao mesmo tempo, Fernando<br />

Costa salienta que “as provas<br />

são abertas ao público em geral”,<br />

independentemente da idade<br />

e da condição física, mesmo<br />

que não sejam atletas. “Em que<br />

modalidade é que, por exemplo,<br />

qualquer pessoa pode partir ao<br />

mesmo tempo que o Cristiano<br />

Ronaldo da orientação?”, questiona.<br />

Para além de poderem<br />

fruir de <strong>um</strong> intenso contacto<br />

com a natureza, em cenários únicos<br />

por descobrir.<br />

Isto porque são os melhores<br />

atletas do mundo que marcarão<br />

presença nos eventos que terão<br />

lugar em Fevereiro, ao longo de<br />

três fins-de-semana consecutivos.<br />

São eles o Norte Alentejano<br />

O’Meeting (NAOM 2013),<br />

o Portugal O’Meeting (POM<br />

2013) e o Meeting de Orientação<br />

do Centro.<br />

O NAOM 2013 terá lugar em<br />

Nisa a 2 e 3 de Fevereiro. A prova<br />

será constituída por duas provas<br />

de distância média e conta ainda<br />

com <strong>um</strong> popular sprint noturno.<br />

Seguem-se, de 9 a 12 de Fevereiro,<br />

o POM, a realizar em Idanha-<br />

-a-Nova, e o Meeting do Centro,<br />

que se desenrolará entre 15 e 17<br />

de Fevereiro na Mata Nacional<br />

do Urso, em Pombal.<br />

Medições provam atenção<br />

internacional<br />

A atenção que a modalidade<br />

desperta ao nível internacional<br />

é <strong>um</strong>a mais-valia que não está a<br />

ser contabilizada pelas autoridades<br />

nacionais do turismo. Com<br />

efeito, <strong>um</strong> estudo realizado por<br />

Alexandre Guedes da Silva e<br />

Manuela Sarmento, do Centro<br />

Foz Velha parceiro de Associação de Produtores Maronesa<br />

O restaurante Foz Velha, no Porto, reabriu à hora de almoço, com <strong>um</strong>a<br />

ementa especial que nasce de <strong>um</strong>a parceria firmada com a Associação<br />

de Produtores de Carne Maronesa. São dois menus à disposição, com<br />

preços entre 12 e 14 euros. Para além disso, o restaurante passa a ser<br />

<strong>um</strong> centro de distribuição ao público deste produto certificado.<br />

de Investigação em Turismo,<br />

Inovação e Serviços da Universidade<br />

Lusíada de Lisboa, indica<br />

que, no caso do Campeonato do<br />

Mundo de Corridas de Aventura<br />

- ARWC 2009, durante os<br />

11 dias de cobertura ao vivo do<br />

evento, o sítio ‘online’ da prova<br />

atraiu 18 123 visitantes que realizaram<br />

6357 visitas diárias de<br />

duração superior a 10 minutos.<br />

Foram visitadas em média cerca<br />

de 14 páginas diferentes sobre<br />

o destino, sendo que o total de<br />

páginas visitadas foi cerca de <strong>um</strong><br />

milhão. Por outro lado, as 69 931<br />

Norte da Europa e<br />

Canadá são mercados<br />

de relevo para a<br />

modalidade<br />

visitas vieram de 95 países, com a<br />

França a liderar, originando-se aí<br />

cerca de 13% das visitas, seguida<br />

pela Suécia, com 10,5%, e Portugal,<br />

em terceiro lugar, com 8,5%.<br />

Já os visitantes vieram de 2408<br />

cidades em noventa e cinco países<br />

e o continente europeu foi o que<br />

mais participou, com quase três<br />

quartos dos visitantes (73,6 %).<br />

No caso do Portugal O’ Meeting<br />

- POM 2012, verifica-se<br />

que, durante os seis dias de cobertura<br />

ao vivo do evento, o sítio<br />

de internet da competição atraiu<br />

8136 visitantes, que realizaram<br />

3601 visitas diárias de 6 minutos,<br />

visitando em média cerca de<br />

quatro páginas diferentes. O total<br />

de páginas visitadas foi cerca<br />

de cem mil.<br />

Assim, as 21 603 visitas vieram<br />

de 1111 cidades em 73 países,<br />

com Portugal a liderar, com cerca<br />

de 31% das visitas, seguido<br />

pela Finlândia, com 12%. Neste<br />

caso, o domínio do continente<br />

europeu foi avassalador, com<br />

mais de 95% das visitas, refere o<br />

mesmo doc<strong>um</strong>ento, a que a VE<br />

teve acesso.<br />

Comparação dos principais indicadores dos sítios<br />

ARWC2009 e POM2012 durante os períodos<br />

de transmissão ao vivo dos eventos<br />

Indicadores<br />

ARWC’09<br />

%<br />

POM’12<br />

%<br />

Visitas diárias 6357 3601<br />

Novas visitas 1418 22.30 1054 29.30<br />

Páginas consultadas por visita 13,85 3,67<br />

Duração mínima visita 10’15’’ 6’03’’<br />

Países 95 73<br />

Cidades 2408 1111<br />

Portugal 541 8.5 1118 31.05<br />

País estrangeiro com mais<br />

visitantes<br />

França 13 Finlândia 11.75<br />

Região com mais visitantes Europa 73.60 Europa 96.05<br />

Fonte: Estudo “Contributo da utilização das ferramentas de “e-metrics” para a compreensão do impacto mediático<br />

dos eventos desportivos na natureza, por Alexandre Guedes da Silva e Manuela Sarmento, do Centro de Investigação<br />

em Turismo, Inovação e Serviços da Universidade Lusíada de Lisboa.


26 SEXTA-FEIRA, 25 DE JANEIRO 2013<br />

TURISMO<br />

Reserva Dark Sky reconhecida pela CE<br />

MARC BARROS<br />

marcbarros@vidaeconomica.pt<br />

O Festival Internacional de Cinema do<br />

Porto, que terá lugar entre 25 de Fevereiro<br />

e 10 de Março, regressa à baixa do Porto<br />

para a sua 33ª edição. Serão exibidos cerca<br />

de 300 filmes nas duas salas do Rivoli, prometendo<br />

trazer animação turística àquela<br />

zona da cidade. Nesse sentido, Mário<br />

Dorminski, diretor do certame, refere-se<br />

também ao Fantasporto como o festival do<br />

turismo do Porto, pelo contributo que dá à<br />

hotelaria e restauração da cidade.<br />

Com <strong>um</strong> orçamento monetário que “é<br />

inferior ao que era há cinco anos atrás”, o<br />

evento pretende ultrapassar a barreira dos<br />

mais de 47 mil espectadores “com bilhete”<br />

de 2012, como frisou Beatriz Pacheco<br />

Pereira, também diretora do festival, na<br />

apresentação do Fantas 2013. Este contará<br />

com 200 sessões para exibir os filmes<br />

oriundos de 35 países, dos quais 94 nas diversas<br />

secções de competição.<br />

Após <strong>um</strong>a primeira semana de pré-Fantas,<br />

o certame arranca com <strong>um</strong>a sessão dupla,<br />

exibindo os filmes “Red Shoes”, clássico<br />

da dupla Powell e Pressburger, seguido<br />

de “Mama”, produzido por Guillermo del<br />

Toro. A sessão de encerramento contará<br />

com o futurista “Robot & Frank”. Pelo<br />

meio terão lugar as secções oficiais do cinema<br />

fantástico, semana dos realizadores,<br />

Orient Express e cinema português.<br />

Para além disso, a edição de 2013 apresentará<br />

retrospetivas do cinema francês, do<br />

realizador português António Macedo e o<br />

MARC BARROS<br />

marcbarros@vidaeconomica.pt<br />

A agência de promoção do turismo de<br />

França – Atout France – levou a cabo, no<br />

Porto, <strong>um</strong>a ação de divulgação de vários<br />

destinos, os quais têm em com<strong>um</strong> o facto<br />

de estarem ligados por via aérea desde o<br />

aeroporto do Porto pela ‘low-cost’ Ryanair.<br />

São eles Nord Pas de Calais, Estrasburgo e<br />

Alsácia, Carcassone e Languedoc e a região<br />

do Jura.<br />

A Alsácia destaca a comemoração dos 60<br />

anos da sua rota de vinhos, a primeira a<br />

ser levantada em França. Localizada junto<br />

da Alemanha e Suíça, dos quais é separada<br />

pelo Reno, a região destaca-se ainda pela<br />

dinâmica do setor agroalimentar. Estrasburgo,<br />

cidade europeia, possui <strong>um</strong> rico<br />

património histórico e cultural.<br />

É também este o enfoque do turismo de<br />

Carcassone, com a cidade medieval e o canal<br />

do Midi, ambos património mundial<br />

da Unesco. Para além disso, a região do<br />

Languedoc distingue-se pelo seu património<br />

histórico, castelos e abadias, foco de<br />

<strong>um</strong>a antiga religião, o catarismo, que desafiou<br />

a Igreja Católica no séc. XI.<br />

O Jura, por sua vez, oferece <strong>um</strong> vasto<br />

A reserva Dark Sky Alqueva viu o seu programa reconhecido<br />

pela Comissão Europeia, dado ser <strong>um</strong>a iniciativa “implementada<br />

de acordo com os objetivos da política da UE em matéria de<br />

turismo”. Foi ainda considerada “<strong>um</strong> valioso exemplo de boas<br />

práticas”, confirmado “pela certificação «Destino Turístico Starlight»<br />

atribuída ao Alqueva”.<br />

EDIÇÃO DE 2013 ESPERA ULTRAPASSAR OS CERCA DE 50 MIL ESPECTADORES COM BILHETE<br />

Fantasporto anima turismo<br />

Edição de 2013 do Fantasporto contará com cerca de 200 sessões no Rivoli.<br />

concurso de escolas. Neste caso, Beatriz<br />

Pacheco Pereira destaca a cada vez maior<br />

qualidade das obras que saem das escolas<br />

de cinema portuguesas, como a Universidade<br />

Católica do Porto ou a Universidade<br />

do Minho; no conjunto, serão nove as<br />

escolas que participam neste concurso. O<br />

Fantasporto ass<strong>um</strong>e-se assim como <strong>um</strong>a<br />

plataforma de divulgação destas obras; Be-<br />

património natural, cujo nome advém das<br />

montanhas que separam a região da Suíça.<br />

Para além da gastronomia e vinhos, o Jura<br />

oferece programas especiais para a neve.<br />

O Nord Pas de Calais tem <strong>um</strong> enfoque<br />

especial na cultura: Dunquerque foi designada<br />

a capital regional da cultura 2013,<br />

sendo que foi Lens a cidade escolhida<br />

para albergar o museu satélite do Louvre.<br />

Esta goza ainda do estatuto de património<br />

mundial da UNESCO da exploração mi-<br />

Altis e Amorim Turismo com nova imagem<br />

Depois da parceria estratégica entre os grupos Altis Hotels e<br />

Blue&Green (Amorim Turismo), foi apresentada a imagem Altis<br />

Blue&Green e lançado o programa de fidelização com<strong>um</strong>.<br />

Este designa-se Attitude Card e permite que os clientes dos dois<br />

grupos hoteleiros beneficiem de vantagens nas nove unidades em<br />

Lisboa, Algarve e Tróia.<br />

atriz Pacheco Pereira destaca mesmo que o<br />

filme vencedor da edição do ano transacto<br />

“foi ganhar prémios lá fora, com o carimbo<br />

Fantasporto, o que é muito importante<br />

para nós”.<br />

Recorde-se que o Fantasporto é reconhecido<br />

internacionalmente como <strong>um</strong> dos 25<br />

maiores festivais do mundo e <strong>um</strong> dos principais<br />

na temática do cinema fantástico.<br />

Turismo de França promove-se no Porto<br />

neira, fruto da sua tradição da indústria do<br />

carvão. Também na região, Lille está situada<br />

entre três capitais europeias (Paris, Londres<br />

e Bruxelas) e possui ligação às ilhas<br />

britânicas através do Eurotúnel.<br />

Estes destinos possuem ligação aérea<br />

direta ao Porto através da Ryanair: Estrasburgo,<br />

com dois voos semanais a partir de<br />

Março; Carcassone a partir de Abril, com<br />

três ligações semanais, e Jura, com dois<br />

voos semanais para Dole.<br />

Incentivos<br />

em análise<br />

na Póvoa do Varzim<br />

Teve lugar no Salão Nobre dos Paços do<br />

Concelho da Póvoa do Varzim o workshop<br />

sobre “Sistemas de apoio financeiro ao turismo”.<br />

Lucinda Delgado, vereadora do<br />

Turismo, explicou que esta é <strong>um</strong>a “iniciativa<br />

organizada pelo município, em parceria<br />

com a entidade Turismo do Porto e Norte<br />

de Portugal, para impulsionar e estimular o<br />

empreendedorismo, a criação e a expansão de<br />

negócios”.<br />

Consciente das alterações das condições económicas<br />

atuais, o setor do turismo reúne todas<br />

as condições para ser <strong>um</strong> motor de captação<br />

do investimento, da geração de riqueza e da<br />

criação de emprego, assegurando importantes<br />

sinergias com os setores adjacentes, sejam estes<br />

o comércio, o artesanato, a cultura ou qualquer<br />

outro que seja possível transformar n<strong>um</strong><br />

ativo turístico rentável. A aposta é feita no lazer,<br />

desporto e cultura, aliadas à beleza natural<br />

do concelho e a toda a sua diversidade, onde<br />

se aliam a terra e o mar de forma harmoniosa,<br />

passando pelo forte turismo religioso.<br />

O workshop contou com a participação de<br />

Júlio Meirinhos, vice-presidente da Entidade<br />

Regional de Turismo do Porto e Norte de<br />

Portugal, e Agostinho Peixoto, do Gabinete<br />

de Apoio ao Investidor da mesma entidade.<br />

Salão de viagens<br />

de negócios<br />

com data marcada<br />

A sexta edição do SVN – Salão das Viagens<br />

de Negócio vai decorrer a 10 de Abril<br />

no Myriad Cristal Center, sob o tema “New<br />

Business Departures”. O evento pretende<br />

apresentar as mais recentes tendências da indústria<br />

das viagens de negócios, as melhores<br />

soluções na gestão eficaz dos orçamentos e as<br />

novidades em termos da oferta específica para<br />

este segmento de mercado.<br />

Companhias aéreas, hotéis, rent-a-car,<br />

companhias de cruzeiros, regiões de turismo<br />

e delegações de turismo de outros países, bem<br />

como empresas de tecnologia, são alg<strong>um</strong>as<br />

das categorias de expositores que habitualmente<br />

participam no SVN, organizado e dinamizado<br />

pela Travelstore Portugal.<br />

O SVN destina-se a gestores de viagem, de<br />

compras, financeiros ou de recursos h<strong>um</strong>anos,<br />

assistentes e secretárias de administração,<br />

gestores de eventos corporativos, viagens de<br />

incentivo e similares, bem como a viajantes<br />

de negócio de <strong>um</strong>a forma geral, sendo de<br />

acesso gratuito mas condicionado a inscrição<br />

prévia no sítio http://www.salaosvn.pt a partir<br />

de Fevereiro.


SEXTA-FEIRA, 25 DE JANEIRO 2013 27<br />

FISCALIDADE<br />

Unidade dos Grandes Contribuintes<br />

dotada de mecanismos<br />

de operacionalização<br />

A operacionalização da Unidade dos<br />

Grandes Contribuintes, organicamente<br />

inserida na AT, teve de ser adaptada aos<br />

códigos e outra legislação tributária. O<br />

Decreto-Lei nº 6/2013, de 17 de janeiro,<br />

permite o adequado funcionamento da<br />

UGC. É criado <strong>um</strong> procedimento de assistência<br />

pré-declarativa para se reduzir o<br />

risco fiscal de operações complexas. Atribui-se<br />

ainda à UGC competência para a<br />

decisão das reclamações graciosas relativamente<br />

aos contribuintes abrangidos<br />

pela sua competência e gestão tributária,<br />

no âmbito da resolução da conflitualidade<br />

fiscal administrativa.<br />

O diploma prevê a decisão antecipada<br />

sobre a qualificação jurídico-tributária<br />

de operações realizadas com contingência<br />

fiscal, decorrente de incerteza quanto<br />

ao seu enquadramento para c<strong>um</strong>primento<br />

das obrigações declarativas e<br />

que respeitem a operações a que possa<br />

ser aplicável qualquer norma antiabuso,<br />

operações que envolvam entidades não<br />

residentes em território nacional e quaisquer<br />

outras operações em que, para a sua<br />

qualificação, se revele necessária a apreciação<br />

de matéria de facto.<br />

A qualificação mencionada depende<br />

de pedido efetuado com <strong>um</strong>a antecedência<br />

mínima de 90 dias, relativamente ao<br />

termo do prazo para o c<strong>um</strong>primento das<br />

obrigações fiscais.<br />

Para conclusão do procedimento de<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

J<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

J <br />

<br />

<br />

<br />

Para efeitos de IRC, a cessação<br />

de atividade só ocorre na data<br />

do encerramento da liquidação,<br />

que coincide com a data em que<br />

for pedido o respetivo registo<br />

[alínea a) do n.º 5 do artigo 8.º].<br />

A cessação de atividade obriga<br />

ao c<strong>um</strong>primento das seguintes<br />

obrigações declarativas: No<br />

Este relatório deve ser<br />

notificado ao contribuinte<br />

por carta registada, n<strong>um</strong><br />

prazo máximo de 90 dias a<br />

contar da data de entrada do<br />

pedido de informação<br />

informação sobre operações realizadas<br />

com contingência fiscal é elaborado <strong>um</strong><br />

relatório final com a identificação das<br />

operações e a sua qualificação jurídico-<br />

tributária. Este relatório deve ser notificado<br />

ao contribuinte por carta registada,<br />

n<strong>um</strong> prazo máximo de 90 dias a contar<br />

da data de entrada do pedido de informação.<br />

Não pode ser efetuada qualquer<br />

correção da matéria tributável, liquidação<br />

de imposto ou aplicação de penalidade<br />

com base no relatório. O inc<strong>um</strong>primento<br />

do prazo previsto – quando não<br />

seja por facto imputável ao contribuinte<br />

ou a atuação em conformidade com a<br />

qualificação jurídico-tributária notificada<br />

– limita a responsabilidade do contribuinte,<br />

nos termos previstos para as<br />

informações vinculativas.<br />

No diploma consta ainda o que se<br />

entende por contribuintes de elevada<br />

relevância económica e fiscal. Assim,<br />

PRÁTICA FISCAL<br />

ENCERRAMENTO DE EMPRESA<br />

prazo de 30 dias a contar da<br />

data da cessação: – Declaração<br />

de cessação (n.º 6 do artigo<br />

118.º); Até ao 30.º dia seguinte<br />

ao da data da cessação,<br />

independentemente de esse dia<br />

ser útil ou não útil:<br />

– Declaração Modelo 22<br />

respeitante ao período de<br />

tributação em que ocorre<br />

a cessação (n.º 3 do artigo<br />

120.º), onde é apurado o lucro<br />

tributável referente a esse<br />

período;<br />

– Declaração Modelo 22<br />

referente ao período de<br />

tributação anterior, se ainda não<br />

tiver decorrido o prazo para a<br />

sua apresentação (n.º 3 do artigo<br />

120.º); – Declaração anual<br />

(IES) respeitante ao período<br />

de tributação em que ocorre a<br />

cessação, a qual deve integrar<br />

o último balanço anterior à<br />

partilha (n.º 4 do artigo 121.º); –<br />

Declaração anual (IES) referente<br />

ao período de tributação anterior,<br />

se ainda não tiver decorrido o<br />

prazo para a sua apresentação<br />

(n.º 4 do artigo 121.º).<br />

Como dissemos, o balanço que<br />

deve figurar na IES referente<br />

ao período em que ocorreu a<br />

cessação é o balanço anterior à<br />

partilha dos bens patrimoniais<br />

pelos sócios. A partilha deve<br />

obedecer ao disposto no artigo<br />

81.º do Código do IRC. Assim:<br />

A diferença entre o valor que for<br />

atribuído aos sócios em resultado<br />

da partilha e o preço de<br />

aquisição das respectivas partes<br />

sociais é sujeita a tributação.<br />

Sendo essa diferença positiva, é<br />

considerada como rendimento<br />

de capitais até ao limite da<br />

diferença entre o valor que for<br />

atribuído e o que corresponder a<br />

entradas efetivamente verificadas<br />

para a realização do capital; o<br />

eventual excesso tem a natureza<br />

de mais-valia tributável. Sobre a<br />

parte que constitua rendimento<br />

de capitais há lugar a retenção<br />

na fonte à taxa de 25% [cfr.<br />

artigo 5.º, n.º 2, alínea i) e artigo<br />

sem prejuízo dos princípios que regem<br />

o procedimento tributário, a administração<br />

tributária pode, atendendo à elevada<br />

relevância económica e fiscal de alguns<br />

contribuintes, considerá-los como grandes<br />

contribuintes para efeitos do seu<br />

acompanhamento permanente e gestão<br />

tributária. Compete ao diretor-geral da<br />

AT determinar, em função de critérios<br />

previamente definidos, a integração de<br />

contribuintes de elevada relevância económica<br />

e fiscal no grupo de grandes contribuintes<br />

e, de entre estes, quais os que<br />

devem ter acompanhamento permanente<br />

em matérias não aduaneiras por gestor<br />

tributário.<br />

Os critérios são fixados em portaria e<br />

servem para determinar a eventual relevância<br />

económica e fiscal dos contribuintes<br />

e a sua qualificação ou desqualificação<br />

como grandes contribuintes.<br />

Devem abranger as entidades com <strong>um</strong><br />

vol<strong>um</strong>e de negócios superior a montante<br />

ainda a definir, as Sociedades Gestoras<br />

de Participações Sociais com <strong>um</strong> valor<br />

total de rendimentos ainda a definir, as<br />

entidades com valor global de pagamento<br />

de impostos superior a montante a definir,<br />

as sociedades integradas em grupos<br />

abrangidos pelo regime especial de tributação<br />

dos grupos de sociedades e todas<br />

aquelas que sejam relevantes, atendendo<br />

à sua relação jurídica ou económica com<br />

as sociedades atrás referidas.<br />

71.º, n.º 1, alínea c), ambos<br />

do Código do IRS, com a nova<br />

redação do OE para 2012].<br />

Quanto ao gasto suportado com<br />

a doação do imóvel, o mesmo<br />

não pode ser considerado <strong>um</strong><br />

gasto fiscal, <strong>um</strong>a vez que não<br />

obedece aos requisitos do n.º 1<br />

do artigo 23.º do Código do IRC.<br />

Para efeitos da determinação do<br />

lucro tributável, o valor deve ser<br />

acrescido na linha em branco,<br />

dado que não há no quadro 07<br />

da declaração modelo 22 <strong>um</strong><br />

campo apropriado para esse<br />

efeito. Se, porém, a entrega<br />

do imóvel ass<strong>um</strong>ir a natureza<br />

de “donativo” para os efeitos<br />

consignados no artigo 61.º do<br />

Estatuto dos Benefícios Fiscais,<br />

pode, eventualmente, ser<br />

considerado gasto fiscal com os<br />

limites estabelecidos<br />

no artigo 62.º, os quais têm<br />

como referência o vol<strong>um</strong>e de<br />

vendas ou dos serviços prestados<br />

e diferem consoante a natureza<br />

do beneficiário.<br />

INFORMAÇÃO ELABORADA PELA APOTEC - ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE TÉCNICOS DE CONTABILIDADE GERAL@APOTEC.PT<br />

<br />

A Ordem dos Técnicos Oficiais de Contas promove, até ao próximo dia 1 de fevereiro, a formação<br />

eventual, subordinada aos temas Orçamento do Estado, Encerramento de contas, Comunicação<br />

para a balança de pagamentos e Informação sobre a estrutura empresarial distrital.<br />

Tendo em conta que se trata de <strong>um</strong>a formação que suscita sempre grande interesse por parte<br />

dos técnicos oficiais de contas, a Ordem preparou <strong>um</strong>a operação de grande dimensão logística.<br />

As ações decorrem em vários pontos do país e contam para efeitos de controlo de qualidade.<br />

AGENDA FISCAL<br />

JANEIRO<br />

Até ao dia 31<br />

<br />

<br />

- Entrega da declaração de alterações, pelos<br />

sujeitos passivos de IRS, enquadrados<br />

no regime simplificado da categoria B que<br />

queiram optar pelo regime da contabilidade<br />

organizada.<br />

- Entrega da Declaração Modelo 39, pelas<br />

entidades devedoras ou entidades que tenham<br />

pago ou colocado à disposição dos<br />

respetivos titulares os rendimentos a que<br />

se refere o artigo 71º do CIRS ou quaisquer<br />

rendimentos sujeitos a retenção na fonte a<br />

título definitivo, no ano anterior, cujos titulares<br />

sejam residentes e não beneficiem de<br />

isenção ou redução de taxa.<br />

<br />

- Entrega da declaração de alterações pelos<br />

sujeitos passivos que, estando no regime<br />

de isenção do art. 53º, tenham no ano anterior<br />

ultrapassado os limites nele estabelecidos.<br />

- Entrega da declaração de alterações pelos<br />

sujeitos passivos que, estando no regime<br />

dos pequenos retalhistas do art. 60º, tenham<br />

no ano anterior ultrapassado os vol<strong>um</strong>es<br />

de compras nele estabelecidos.<br />

- Entrega do pedido de restituição IVA pelos<br />

sujeitos passivos cujo imposto suportado,<br />

no ano civil anterior, noutro Estado<br />

Membro ou país terceiro, quando o montante<br />

a reembolsar for superior a J 400 e<br />

respeitante a <strong>um</strong> período de três meses<br />

consecutivos ou, se período inferior, desde<br />

que termine em 31 de dezembro do ano<br />

civil imediatamente anterior e o valor não<br />

seja inferior a J 50.<br />

<br />

Liquidação e pagamento do Imposto Único<br />

de Circulação - IUC, relativo aos veículos<br />

cujo aniversário da matricula ocorra no mês<br />

de janeiro.<br />

FEVEREIRO<br />

Até ao dia 10<br />

<br />

- Periodicidade Mensal – Envio obrigatório<br />

via Internet da declaração periódica relativa<br />

às operações realizadas no mês de Dezembro.<br />

Conjuntamente com a declaração<br />

periódica deve ser enviado o Anexo Recapitulativo,<br />

referente às transmissões intracomunitárias<br />

isentas, efetuadas nesse mês.<br />

IRC<br />

Novos impressos da Modelo 22<br />

Foram publicados na 2ª série do Diário da<br />

República (Despacho º 16568-A/2012, de<br />

28.12) os novos impressos da declaração<br />

modelo 22 e respetivos anexos A (derrama),<br />

B (regime simplificado), C (regiões<br />

autónomas) e D (benefícios fiscais), assim<br />

como as respetivas instruções gerais para<br />

preenchimento.<br />

A declaração modelo 22 é obrigatoriamente<br />

entregue por transmissão eletrónica de<br />

dados (internet), pelos sujeitos passivos de<br />

IRC, apenas estando dispensados da sua<br />

apresentação as entidades isentas ao abrigo<br />

do art. º do Código do IRC e as entidades<br />

não residentes que apenas aufiram, em território<br />

português, rendimentos isentos.<br />

A entrega desta declaração deve ser efetuada<br />

até ao último dia do mês de maio,<br />

independentemente de esse dia ser útil ou<br />

não útil, ou, para os sujeitos passivos com<br />

período especial de tributação, até ao último<br />

dia do mês posterior à data do termo<br />

desse período.


28 SEXTA-FEIRA, 25 DE JANEIRO 2013<br />

FISCALIDADE<br />

AT disponibiliza manual sobre exportação eletrónica<br />

A Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) tem disponível no seu portal, na área aduaneira, a<br />

oitava versão do Manual de Preenchimento das Declarações Eletrónicas de Exportação. Foram<br />

introduzidas alterações às regras de preenchimento da “casa” 44 – Referências Especiais/<br />

Doc<strong>um</strong>entos Apresentados/Certificados e Autorizações, mais especificamente, o ponto relativo<br />

às declarações respeitantes a mercadorias sujeitas a IEC.<br />

Com a Lei do Orçamento do Estado para 2013 (Lei<br />

nº 66-B/2012, de 31 de dezembro) são criadas novas<br />

regras relativas à sobretaxa inicialmente introduzidas<br />

pelo Orçamento do Estado no exercício de 2011.<br />

Passa a existir a retenção mensal de <strong>um</strong> valor a título<br />

de sobretaxa.<br />

A sobretaxa de IRS incide sobre a parte do<br />

rendimento coletável do IRS, auferido por residentes<br />

em território nacional, que exceda, por sujeito<br />

passivo, o valor da retribuição mínima mensal<br />

garantida (6790 euros), sendo fixada em 3,5%.<br />

O rendimento coletável de IRS, para aplicação da<br />

sobretaxa, resulta do englobamento dos rendimentos<br />

nos termos do artigo 22º do Código do IRS<br />

(englobados obrigatoriamente ou por opção),<br />

acrescidos dos rendimentos sujeitos a taxas especiais,<br />

nomeadamente gratificações não atribuídas pela<br />

entidade patronal, rendimentos das categorias A<br />

e B de elevado valor acrescentado auferidos por<br />

residentes não habituais, acréscimos patrimoniais<br />

não justificados de valor superior a 100 mil euros e<br />

rendimentos de capitais provenientes de “paraísos<br />

fiscais”.<br />

A sobretaxa não incide sobre mais-valias de<br />

valores mobiliários e rendimentos de capitais não<br />

englobados.<br />

Mas os sujeitos passivos que aufiram rendimentos<br />

da Categoria A e H (trabalho dependente e pensões)<br />

serão ainda sujeitos a <strong>um</strong>a retenção na fonte mensal<br />

de 3,5%. Esta retenção será efetuada a título de<br />

pagamento por conta da sobretaxa devida no final<br />

e que vem a ser apurada aquando da entrega da<br />

declaração anual de IRS (modelo 3).<br />

Caso o valor de retenção na fonte seja superior ou<br />

inferior ao valor da sobretaxa extraordinária devida<br />

no final, ocorrerá reembolso ou pagamento da<br />

diferença, conforme o caso.<br />

Relativamente aos rendimentos das outras categorias,<br />

a sobretaxa extraordinária será apurada através da<br />

apresentação da declaração de rendimentos anual<br />

(modelo 3).<br />

Com a entrega da declaração modelo 3 do IRS,<br />

para a base de cálculo final do valor da sobretaxa à<br />

coleta da sobretaxa são deduzidos apenas 2,5% do<br />

valor da retribuição mínima mensal garantida por<br />

cada dependente ou afilhado civil que não seja sujeito<br />

passivo de IRS, ou seja, 2,5% x 485,00 = 12,13 por<br />

cada dependente ou afilhado civil, e as importâncias<br />

de retenção na fonte (a título de retenção mensal de<br />

sobretaxa) que, quando superiores à sobretaxa devida,<br />

conferem direito ao reembolso da diferença.<br />

Aplicam-se à sobretaxa as mesmas regras de liquidação<br />

e pagamento previstas para o IRS, no que respeita à<br />

competência para a liquidação, aos procedimentos e<br />

formas de liquidação, e ao prazo de liquidação. Não<br />

se aplica o mínimo de cobrança (24,94 euros) nem o<br />

mínimo de reembolso (9,98 euros).<br />

Dois casos práticos<br />

A retenção na fonte, mensal, dos valores a título<br />

de sobretaxa é efetuada pelas entidades devedoras<br />

de rendimentos de trabalho dependente e de<br />

pensões, sendo obrigadas a reter <strong>um</strong>a importância<br />

correspondente a 3,5% da parte do valor do<br />

rendimento que, depois de deduzidas as retenções<br />

a título de IRS e as contribuições obrigatórias para<br />

regimes de proteção social e para subsistemas legais<br />

de saúde, exceda o valor da retribuição mínima<br />

mensal garantida (485 euros).<br />

ELISABETE CARDOSO<br />

CONSULTORA DA ORDEM DOS<br />

TÉCNICOS OFICIAIS DE CONTAS<br />

A sobretaxa de IRS<br />

Exemplo 1:<br />

Sujeito passivo solteiro, sem dependentes, com<br />

rendimento mensal de 800 euros<br />

- Subsídio de alimentação – 134,61 (6,41 x<br />

21dias), deste valor 44,94 euros estão sujeitos a<br />

retenção na fonte, o limite de valor de subsídio de<br />

refeição não sujeito a retenção é de 4,27 euros em<br />

2013.<br />

- Retenção de IRS<br />

(800 + 44,94) x 11% = 92,00 (valor arredondado<br />

à unidade de euros inferior)<br />

- Contribuições para a segurança social<br />

844,94 x 11% = 92,94<br />

- Retenção da sobretaxa<br />

3,5% (844,94 – 92,00 – 92,94 – 485,00) = 6<br />

(valor arredondado à unidade de euros inferior)<br />

Total do imposto retido: 92,00 + 6 = 98<br />

Exemplo 2:<br />

Sujeito passivo solteiro, sem dependentes com<br />

rendimento mensal de 500 euros<br />

- Subsídio de alimentação 89,67 (4,27 x 21 dias)<br />

- Subsídio de residência – 100,00<br />

- Retenção de IRS<br />

500 x 0% = 0,00<br />

- Contribuições para a segurança social<br />

600 x 11% = 66,00<br />

- Retenção da sobretaxa<br />

3,5% (600,00 – 0,00 – 66,00 – 485,00) = 1,00<br />

Os valores resultantes dos cálculos da sobretaxa são<br />

arredondados para a unidade de euros inferior, à<br />

semelhança do disposto no Regime de Retenção na<br />

fonte (DL nº 42/91) para os arredondamentos da<br />

retenção na fonte de IRS.<br />

Os rendimentos previstos nos nº.s 4), 5), 7), 9) e<br />

10) da alínea b) e na alínea G) do nº 3 do artigo 2º<br />

do Código do IRS não estão sujeitos a retenção na<br />

fonte, no entanto estão sujeitos à retenção mensal<br />

de sobretaxa. Exemplos destes rendimentos são o<br />

subsídio de residência, a utilização de viatura da<br />

empresa a título pessoal quando contratualizado, a<br />

compra de viatura da empresa, pelo trabalhador ou<br />

membro de órgão social, por preço inferior ao de<br />

mercado, entre outros.<br />

Na eventualidade de serem pagos os duodécimos de<br />

subsídio de Natal e subsídio de férias, a sobretaxa<br />

irá incidir de <strong>um</strong>a forma autónoma sobre estes<br />

rendimentos, sendo de considerar o correspondente<br />

duodécimo da remuneração mensal garantida para<br />

este cálculo.<br />

O valor retido a título de sobretaxa deve ser<br />

declarado na recentemente criada Declaração<br />

Mensal de Remunerações (AT), conjuntamente com<br />

os restantes valores que devem ser inscritos nesta<br />

declaração. O prazo de entrega desta declaração é<br />

até dia 10 do mês seguinte àquele a que respeitam os<br />

rendimentos. Para efeitos do DUC, apenas irá existir<br />

<strong>um</strong> código para a retenção na fonte de IRS e <strong>um</strong><br />

código para a retenção da sobretaxa.<br />

Todas estas recentes alterações geram <strong>um</strong> trabalho<br />

acrescido para as entidades empregadoras e para o<br />

Técnico Oficial de Contas que terá de supervisionar<br />

a e aferir a correta aplicação da retenção mensal da<br />

sobretaxa. Será de esperar que, regra geral, com esta<br />

retenção mensal os contribuintes não tenham que<br />

pagar mais imposto aquando da liquidação final do<br />

IRS, que irá ocorrer só em 2014. Até lá verão, em<br />

alguns casos, os seus rendimentos líquidos diminuídos<br />

em consequência da retenção mensal da sobretaxa.<br />

Regras de faturação e comunicação de elementos<br />

A Ordem dos Técnicos Oficiais de Contas (OTOC), enquanto entidade reguladora, decidiu<br />

disponibilizar aos seus membros e eventuais interessados <strong>um</strong> trabalho em que é apresentado<br />

<strong>um</strong> breve res<strong>um</strong>o das alterações decorrentes da obrigatoriedade da emissão de faturas, bem<br />

como 32 perguntas e respetivas respostas sobre as principais dúvidas relacionadas com este<br />

tema.<br />

CONTAS & IMPOSTOS<br />

Novas regras de faturação<br />

não alteram formas de emissão<br />

A emissão de faturas ou faturas simplificadas continuará<br />

a efetuar-se através de programas informáticos certificados<br />

pela AT, quando o sujeito passivo não fique<br />

dispensado por qualquer <strong>um</strong>a das situações previstas<br />

no n.º 2 do artigo 2.º da referida portaria ou passar a<br />

deter <strong>um</strong> programa informático de faturação.<br />

Um minimercado apresenta faturação<br />

mensal de cerca de quatro mil euros.<br />

Possui <strong>um</strong>a máquina registadora que<br />

emite talões de venda e, no final de<br />

cada mês, tira <strong>um</strong> res<strong>um</strong>o mensal<br />

das vendas efetuadas por taxas<br />

de IVA, o que permite efetuar os<br />

lançamentos na contabilidade. Como<br />

proceder com as novas regras? Pode<br />

manter-se a máquina registadora<br />

e no final de cada dia/mês passar<br />

<strong>um</strong>a fatura simplificada manual<br />

com o valor global das transações<br />

efetuadas ou terá de adquirir-se <strong>um</strong><br />

equipamento novo com <strong>um</strong> software<br />

adequado para fazer face às novas<br />

regras?<br />

As alterações introduzidas com o<br />

Decreto-Lei n.º 197/2012 e Decreto-<br />

Lei n.º 198/2012, que entrarão<br />

em vigor a partir de 1 de janeiro de<br />

2013, não trarão qualquer mudança<br />

relativamente à forma de emissão<br />

dos doc<strong>um</strong>entos de faturação,<br />

mantendo-se as obrigações e<br />

dispensas previstas na referida<br />

Portaria n.º 363/2010 (com redação<br />

da Portaria n.º 22-A/2012).<br />

Essas alterações estabelecem<br />

a eliminação da possibilidade<br />

de emissão de talões de venda,<br />

passando-se a emitir faturas<br />

simplificadas nas situações previstas<br />

no artigo 40.º do CIVA.<br />

A emissão de faturas ou faturas<br />

simplificadas continuará a efetuar-se<br />

através de programas informáticos<br />

certificados pela AT, quando o sujeito<br />

passivo não fique dispensado por<br />

qualquer <strong>um</strong>a das situações previstas<br />

no n.º 2 do artigo 2.º da referida<br />

Portaria ou passar a deter <strong>um</strong><br />

programa informático de faturação.<br />

No entanto, se o sujeito passivo ficar<br />

dispensado por se enquadrar em<br />

alg<strong>um</strong>as das dispensas do n.º 2 do<br />

artigo 2.º da Portaria poderá emitir<br />

as suas faturas através de programas<br />

informáticos não certificados ou<br />

manualmente através de impressos<br />

de tipografia autorizada, e poderá<br />

emitir as suas faturas simplificadas<br />

através de programas informáticos<br />

não certificados, manualmente<br />

através de impressos de tipografia<br />

autorizada ou em máquinas<br />

registadoras, terminais eletrónicos ou<br />

balanças eletrónicas.<br />

Os sujeitos passivos de IVA serão<br />

obrigados a emitir <strong>um</strong>a fatura<br />

(ou fatura simplificada) por cada<br />

transmissão de bens, prestação<br />

de bens ou adiantamento,<br />

independentemente da qualidade do<br />

adquirente dos bens ou destinatário<br />

dos serviços (particular ou sujeito<br />

passivo de IVA), ainda que estes<br />

não a solicitem, conforme previsto<br />

na alínea b) do n.º 1 do artigo 29.º<br />

do CIVA (redação do Decreto-Lei n.º<br />

197/2012).<br />

Atendendo a esta obrigação e à<br />

eliminação da possibilidade de<br />

emissão de talões de venda, no<br />

caso em concreto, o comerciante<br />

(retalhista) será obrigado a<br />

emitir <strong>um</strong>a fatura ou <strong>um</strong>a fatura<br />

simplificada por cada transmissão de<br />

bens que efetue a cada adquirente,<br />

ainda que este não a solicite.<br />

Não será possível a emissão de <strong>um</strong>a<br />

única fatura (ou fatura simplificada)<br />

por <strong>um</strong> valor global de vendas<br />

periódicas efetuadas a vários<br />

adquirentes.<br />

Neste caso, o comerciante<br />

(retalhista) poderá optar por emitir<br />

faturas simplificadas quando o<br />

valor da fatura não ultrapassar<br />

mil euros e o adquirente for<br />

particular, ou quando o valor da<br />

fatura não ultrapassar 100 euros e<br />

o adquirente for <strong>um</strong> sujeito passivo<br />

de IVA, conforme o artigo 40.º do<br />

CIVA (redação do Decreto-Lei n.º<br />

197/2012).<br />

Quando emitir faturas ou faturas<br />

simplificadas a adquirentes sujeitos<br />

passivos, o comerciante será<br />

obrigado a incluir o número de<br />

identificação fiscal do adquirente<br />

nessa fatura ou fatura simplificada.<br />

Se o adquirente for <strong>um</strong> não sujeito<br />

passivo (por exemplo, particular),<br />

o comerciante será ainda obrigado<br />

a incluir o NIF desse adquirente se<br />

este último o exigir.<br />

O comerciante poderá continuar a<br />

utilizar máquinas registadoras para<br />

a emissão de faturas simplificadas,<br />

no entanto, estas deverão possuir a<br />

capacidade técnica de incluir o NIF<br />

do adquirente através do próprio<br />

sistema da máquina, conforme<br />

previsto no n.º 14 do artigo 36.º do<br />

CIVA (por remissão do n.º 4 do artigo<br />

40.º do CIVA (redações do Decreto-<br />

Lei n.º 197/2012).<br />

Se tal não for possível, o comerciante<br />

deverá passar a utilizar <strong>um</strong><br />

equipamento de faturação que possua<br />

tal possibilidade ou, alternativamente,<br />

passar a emitir faturas (ou faturas<br />

simplificadas, manualmente através<br />

de impressos tipográficos, quando<br />

esteja dispensado de possuir<br />

programa informático de faturação<br />

certificado pela AT).<br />

Os procedimentos contabilísticos<br />

de registo das faturas previsto no<br />

Código do IVA não se alteraram com<br />

a introdução destas novas regras do<br />

Decreto-Lei n.º 197/2012.<br />

Continuará a ser possível efetuar<br />

o registo contabilístico por valores<br />

globais diários de vendas efetuadas<br />

através de emissão de faturas<br />

simplificadas previstas no artigo<br />

40.º do CIVA, quando o sujeito<br />

passivo não possua sistemas<br />

informáticos integrados de faturação<br />

e contabilidade, tal como existe até<br />

ao momento presente para o registo<br />

das vendas através de talões de<br />

venda, conforme o artigo 46.º do<br />

CIVA (redação do Decreto-Lei n.º<br />

197/2012).<br />

INFORMAÇÃO ELABORADA PELA ORDEM<br />

DOS TÉCNICOS OFICIAIS DE CONTAS, SE-<br />

GUNDO O NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO


Preços:<br />

Público Geral: G95 + IVA<br />

Ass. <strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong>: G75 + IVA<br />

Iniciativa:<br />

SEXTA-FEIRA, 25 DE JANEIRO 2013 29<br />

EM FOCO<br />

“Nós não ensinamos os nossos<br />

colaboradores a serem simpáticos!” Agora<br />

já tenho toda a sua atenção… Deixeme<br />

concluir: “Nós contratamos pessoas<br />

simpáticas!”<br />

Que posicionamento inteligente!<br />

Os bons colaboradores encontram-se, não<br />

se mudam. São eles próprios que podem<br />

mudar, quando a sua introspeção o reclamar.<br />

Mais difícil é ser você, o empresário, a mudá-<br />

-los.<br />

Se o empresário quer bons colaboradores,<br />

tem de encontrá-los. Se quer ter pessoas<br />

motivadas na sua equipa, têm que encontrá-<br />

-las.<br />

Nas vendas, a motivação é <strong>um</strong>a<br />

componente muito intrínseca. Há pessoas<br />

que se entusiasmam quando têm a<br />

perspetiva de <strong>um</strong> negócio, enquanto outras<br />

permanecem indiferentes.<br />

Há colaboradores que quando você, o<br />

empresário, fala, eles procuram entendê-lo,<br />

integrar-se no plano de trabalho e sugerir<br />

alg<strong>um</strong>as melhorias e alternativas. Outros não!<br />

Há pessoas a quem tem que se lhes dizer<br />

para abrandarem porque fi cam tão absorvidas<br />

com o trabalho que só param quando o<br />

terminam. É o seu caso, estou certo! Outras<br />

é preciso dizer-lhes: “Quando é que isso fi ca<br />

pronto?”.<br />

As pessoas são muito diferentes! Que tipo<br />

de perfi l de colaboradores quer o empresário<br />

encontrar?<br />

Há pessoas que entendem que “Ninguém<br />

as pode derrotar, a não ser que primeiro se<br />

derrotem a eles próprios”, diz-nos Dwight<br />

Eisenhower. Outros partem sempre<br />

derrotados…<br />

O ESSENCIAL<br />

SOBRE O IVA<br />

analisado n<strong>um</strong>a<br />

perspetiva prática<br />

PORTO<br />

22 fevereiro<br />

<br />

LISBOA<br />

26 fevereiro<br />

<br />

INFORMAÇÕES E INSCRIÇÕES:<br />

<br />

<br />

E-mail: patriciaflores@vidaeconomica.pt<br />

Participação sem custos para empresas com resultados negativos e desempregados.<br />

No âmbito da sua política de responsabilidade social, nas ações de formação a <strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong> criou <strong>um</strong>a quota de inscrições gratuitas<br />

para os assinantes empresas com resultados negativos ou individuais em situação de desemprego. Para beneficiar desta oferta até<br />

ao limite dos lugares disponíveis, deverá enviar <strong>um</strong>a cópia da última Declaração mod. 22, ou <strong>um</strong>a cópia do comprovativo da situação<br />

de desemprego, emitida pelo IEFP.<br />

GS1 Portugal declarada entidade de utilidade pública<br />

A GS1 Portugal CODIPOR, entidade que introduziu os códigos de barras em Portugal há<br />

mais de 25 anos, acaba de ser declarada entidade de utilidade pública. Na base da deliberação<br />

da Presidência do Conselho de Ministros, agora publicada em Diário da República (Despacho<br />

831/2013, de 16 de janeiro de 2013), estiveram “os relevantes e continuados serviços à comunidade<br />

em geral”.<br />

AZUIL BARROS<br />

Especialista no Crescimento de Negócios<br />

Partner & Director Geral<br />

www.Quant<strong>um</strong>CrescimentoNegocios.com<br />

Como reunir <strong>um</strong>a excelente equipa na sua empresa…<br />

Como é que as pessoas podem ser tão<br />

diferentes? Uma das explicações passa por<br />

tomar consciência de que nós não vemos as<br />

coisas tal como elas são, mas sim tal como<br />

nós somos.<br />

O trabalhador dedicado nunca desiste,<br />

porque, quanto mais árduo for o trabalho,<br />

mais árdua é a sua rendição.<br />

Procurar e selecionar <strong>um</strong>a excelente equipa<br />

é <strong>um</strong> trabalho que merece toda atenção do<br />

empresário. Só com <strong>um</strong>a excelente equipa é<br />

que conseguirá vencer!<br />

Seja persistente! Esteja atento a todos<br />

os elementos da sua equipa. Esteja sempre<br />

aberto a encontrar novos bons elementos para<br />

se juntarem a si.<br />

Exceda-se no recrutamento! “Não fi que<br />

contente apenas por fazer as suas obrigações.<br />

Faça mais do que as suas obrigações. O cavalo<br />

que ganha a corrida é aquele que passa a meta<br />

com <strong>um</strong>a cabeça à frente!”, diz-nos Andrew<br />

Carnegie.<br />

Comece já e coloque a Sua Empresa <strong>um</strong><br />

passo à frente da sua concorrência.<br />

Há pessoas a quem tem que<br />

se lhes dizer para abrandarem<br />

porque fi cam tão absorvidas<br />

com o trabalho que só param<br />

quando o terminam. É o seu<br />

caso, estou certo! Outras é<br />

preciso dizer-lhes: ”Quando é<br />

que isso fi ca pronto?”<br />

PROGRAMA:<br />

I) Código do IVA:<br />

- Aspetos caraterizadores do imposto<br />

- Sujeitos passivos de IVA e “reverse charge”<br />

- IVA na construção civil e no imobiliário<br />

- Regras de localização das transmissões de bens e das<br />

prestações de serviços<br />

- Facto gerador e exigibilidade<br />

- Operações com as Regiões Autónomas<br />

- Obrigações declarativas<br />

- Regimes e enquadramentos em IVA<br />

II) Regime do IVA nas Transações Intracomunitárias de bens<br />

(RITI):<br />

- Aspetos genéricos<br />

- Aquisições e transmissões intracomunitárias de bens<br />

- Aquisição de meios de transporte<br />

- Regime derrogatório das aquisições intracomunitárias de bens<br />

- Bens com instalação ou montagem<br />

- Regime das vendas à distância<br />

- Operações triangulares<br />

- Falsas triangulares<br />

- Isenções nas importações de bens destinados a outros Estados<br />

Membros<br />

III) Outros:<br />

- Regime de reembolsos de IVA a não residentes<br />

- Declaração recapiulativa de IVA<br />

- Actualizações decorrentes do OE/2013;<br />

- Novas regras de facturação em vigor após 01 de Janeiro de 2013<br />

(na perspectiva do CIVA).<br />

Formador: Dr. Duarte Travanca – Licenciado em Economia pela Faculdade<br />

de Economia do Porto (FEP).<br />

Pós-graduado em Fiscalidade pelo ISAG. Docente da disciplina de Tópicos<br />

Avançados de Fiscalidade em várias edições do Mestrado da Escola Superior de<br />

Tecnologia e Gestão do Instituto Politécnico de Viana do Castelo, integrada no<br />

Mestrado de Contabilidade e Finanças. É professor convidado da Universidade<br />

Católica do Porto, onde leciona disciplinas / módulos relacionados com<br />

a fiscalidade. É formador de IVA do Centro de Formação da Autoridade<br />

Tributária para o Distrito de Lisboa. Tem vários artigos publicados nas áreas<br />

da Fiscalidade e é autor de vários manuais sobre o IVA. Pertence ao quadro da<br />

Inspeção Tributária e exerce a atividade de Inspetor na Unidade dos Grandes<br />

Contribuintes - Grandes empresas do setor da construção.


30 SEXTA-FEIRA, 25 DE JANEIRO 2013<br />

EM FOCO<br />

Agap2 com novo escritório na Bélgica<br />

A agap2 inaugurou <strong>um</strong> novo escritório na Bélgica, <strong>um</strong>a ação que se insere na estratégia<br />

desenvolvida pela consultora de entrada em novos mercados e de crescimento da operação.<br />

Com <strong>um</strong> valor de faturação esperado de três milhões de euros em 2013 neste país, o novo<br />

escritório passa a fazer parte d<strong>um</strong>a rede que abrange seis geografias e que comporta mais de<br />

1300 colaboradores.<br />

<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong> - Que balanço<br />

faz dos primeiros meses<br />

de atividade do Hotel<br />

Carrís Porto Ribeira?<br />

Jorge Jáñez - A nossa unidade<br />

hoteleira no Porto abriu<br />

em “soft opening” em meados<br />

de março de 2012. Nestes primeiros<br />

meses ficámos muitos<br />

satisfeitos com os resultados, os<br />

índices de ocupação e os valores<br />

médios por quarto. Ficámos,<br />

também, muitos satisfeitos pela<br />

resposta dos nossos clientes, o<br />

acolhimento da cidade e o desempenho<br />

dos nossos funcionários,<br />

nesta fase. O Hotel Carrís<br />

Porto Ribeira rapidamente ficou<br />

posicionado como o preferido<br />

pelos turistas que visitam a<br />

cidade.<br />

VE - Considera que foi o<br />

hotel mais difícil de construir<br />

na cadeia Carrís, tendo em<br />

conta a zona sensível em que<br />

se encontra e ter envolvido a<br />

recuperação de vários edifícios<br />

antigos?<br />

JJ - Claramente, foi, até agora,<br />

a unidade onde surgiram<br />

Ideias e Desafios ensina como se vende<br />

em tempo de crise<br />

Sabia que quanto menos dinheiro há para comprar, mais importante é saber vender? É esta a<br />

base do novo workshop “Formação em Vendas Low Cost”, da Ideias & Desafios. A primeira<br />

sessão está agendada para o dia 14 de fevereiro, no Porto. Lisboa, Leiria e Funchal são as localidades<br />

que se seguem.<br />

JORGE JÁÑEZ, DIRETOR DE OPERAÇÕES DA EMPRESA, AFIRMA<br />

“Carrís Porto Ribeira é <strong>um</strong> hotel<br />

com <strong>um</strong>a forte personalidade”<br />

“Na Ribeira e nas zonas<br />

históricas do Porto existe<br />

procura e o investimento<br />

pode ser sustentável”<br />

– afirma Jorge Jáñez,<br />

diretor de Operações<br />

da Carrís Hoteles.<br />

Em entrevista à “<strong>Vida</strong><br />

<strong>Económica</strong>”, Jorge Jáñez<br />

refere que a mais recente<br />

unidade da cadeia<br />

galega, o hotel Carrís<br />

Porto Ribeira, envolveu<br />

<strong>um</strong> investimento de<br />

15 milhões de euros,<br />

reconvertendo cinco<br />

edifícios na zona<br />

histórica do Porto. A<br />

história e a traça do local<br />

fazem com que o hotel<br />

se tenha posicionado<br />

como o preferido pelos<br />

turistas que visitam o<br />

Porto.<br />

Com nove unidades<br />

situadas na Galiza,<br />

e agora também no<br />

Porto, a Carrís Hoteles<br />

pretende contribuir para<br />

o a<strong>um</strong>ento da procura<br />

turística na Galiza e<br />

no Norte de Portugal,<br />

aproximando as duas<br />

regiões.<br />

“É <strong>um</strong> hotel singular pela sua situação no coração da Ribeira e pelo nível de<br />

serviço e atenção que presta” – considera Jorge Jáñez.<br />

O Carrís Porto Ribeira envolveu a reconversão de cinco edifícios mantendo a traça da arquitetura existente.<br />

mais dificuldades técnicas, foi<br />

<strong>um</strong> desafio desde o início, mas<br />

também <strong>um</strong>a grande satisfação<br />

para toda a equipa da Carrís<br />

Hoteles. Falamos de <strong>um</strong>a reabilitação<br />

de cinco edifícios, na<br />

zona mais sensível da cidade,<br />

conseguimos <strong>um</strong> hotel confortável<br />

para os nossos clientes,<br />

respeitando a história e a traça<br />

destes edifícios.<br />

VE - Qual foi o vol<strong>um</strong>e de<br />

investimento e vol<strong>um</strong>e de emprego?<br />

JJ - O vol<strong>um</strong>e de Investimento<br />

total foi de cerca de 15 de<br />

milhões de euros e foram criados<br />

45 empregos directos.<br />

VE - A experiência que o<br />

Carrís Porto Ribeira proporciona<br />

é diferente da generalidade<br />

dos hotéis incluindo os<br />

da Carrís?<br />

JJ - O Hotel Carrís Porto Ribeira<br />

é <strong>um</strong> hotel com <strong>um</strong>a forte<br />

personalidade, é <strong>um</strong> hotel singular<br />

pela sua situação no coração<br />

da Ribeira e pelo nível de<br />

serviço e atenção que presta aos<br />

nossos clientes.<br />

Este último aspeto também é<br />

significativo no resto de hotéis<br />

da cadeia Carrís Hoteles.<br />

VE - A atividade turística na<br />

cidade do Porto continua a a<strong>um</strong>entar<br />

no segmento a que o<br />

Carrís Porto Ribeira se dirige?<br />

JJ - Achamos que sim, que na<br />

zona da Ribeira e nas outras zonas<br />

históricas da cidade ainda existe<br />

procura e o investimento pode ser<br />

sustentável economicamente.<br />

VE - Tendo em conta o dinamismo<br />

das relações comerciais<br />

entre a Galiza e o Norte de Portugal,<br />

pensa que existem condições<br />

favoráveis ao a<strong>um</strong>ento<br />

do movimento de turistas entre<br />

as duas regiões, apesar da conjuntura<br />

desfavorável?<br />

JJ - Existe <strong>um</strong> forte movimento<br />

de turistas entre a Galiza<br />

e o Norte de Portugal. A<br />

questão que se coloca, é que a<br />

grande parte desses turistas não<br />

utilizam noites de hotel. A nossa<br />

ideia é tentar que esses turistas<br />

passem a dormir no destino,<br />

a<strong>um</strong>entando as receitas do<br />

turista por noite.


SEXTA-FEIRA, 25 DE JANEIRO 2013 31<br />

Campanha Geração Depositrão da ERP já começou<br />

Mais de 340 mil alunos de 625 escolas de norte a sul do país participam na<br />

campanha da ERP Portugal, que visa sensibilizar crianças, jovens e famílias<br />

para a importância da recolha de Resíduos de Equipamentos Elétricos e Eletrónicos<br />

(REEE) e de Pilhas e Ac<strong>um</strong>uladores (RP&A), ao longo de todo o<br />

ano letivo. A campanha Geração Depositrão é a única de recolha de REEE a<br />

decorrer nas escolas nacionais.<br />

Bolsa com valorização recorde<br />

Nas primeiras três semanas de<br />

Janeiro a Bolsa de Lisboa teve<br />

<strong>um</strong>a forte valorização na generalidade<br />

dos títulos. A Soares<br />

da Costa lidera as subidas com<br />

<strong>um</strong> ganho de 123%. A Inapa,<br />

Teixeira Duarte e Glinnt valorizaram<br />

mais de 70% no curto<br />

espaço de tempo desde o início<br />

de janeiro. O BCP também está<br />

entre os títulos que mais subiram,<br />

atingindo J0,115, ou seja,<br />

<strong>um</strong> ganho de 53% face ao início<br />

do mês. Em relação ao valor<br />

das ações no a<strong>um</strong>ento de capital<br />

(J0,056) a subida de cotação ultrapassa<br />

já os 100%.<br />

Em relação à Mota-Engil, o<br />

ganho registado em Janeiro atinge<br />

os 42%.<br />

CONSULTÓRIO DE FUNDOS COMUNITÁRIOS<br />

Com efeito, o PRODER, na sua Ação<br />

3.1.1 – Diversificação das Atividades<br />

na Exploração Agrícola e na Ação<br />

3.1.3 – Desenvolvimento de Atividades<br />

Turísticas e de Lazer, apoia a criação de<br />

casas de campo, contudo, as mesmas<br />

deverão encontrar-se inseridas no âmbito<br />

territorial de <strong>um</strong> Grupo de Ação Local<br />

(GAL).<br />

O concelho de Paredes é abrangido pelo<br />

GAL ADER-SOUSA. Neste momento, este<br />

GAL apenas tem abertos os concursos às<br />

Ações 3.1.2 – Criação e Desenvolvimento<br />

de Microempresas e 3.2.2 – Conservação<br />

e Valorização do Património Rural. Assim<br />

sendo, não se poderá candidatar aos<br />

apoios do PRODER enquanto não abrirem<br />

novos concursos.<br />

As Ações 3.1.1 e 3.1.3 permitem<br />

obter <strong>um</strong> apoio a fundo perdido,<br />

correspondente a 40%, 50% ou 60%<br />

do investimento elegível, consoante o<br />

projeto não crie postos de trabalho, crie<br />

<strong>um</strong> posto de trabalho ou crie 2 ou mais<br />

postos de trabalho, respetivamente.<br />

Contudo, o investimento não poderá<br />

ultrapassar os 300 000 euros.<br />

As despesas elegíveis são as<br />

seguintes: obras de remodelação e<br />

construção, equipamentos, mobiliário,<br />

eletrodomésticos, viaturas essenciais<br />

à operação, desenvolvimento de<br />

website, estudos económicos, projetos<br />

arquitetura, entre outros. A rubrica<br />

equipamentos inclui a aquisição de<br />

equipamento informático e a instalação<br />

de sistemas energéticos utilizando fontes<br />

renováveis de energia.<br />

Relativamente às Ações 3.1.2 e 3.2.2,<br />

que se encontram abertas até dia 15 de<br />

Fevereiro, o seu âmbito de aplicação é<br />

distinto.<br />

O concurso aberto para a Ação 3.1.2 visa<br />

investimentos nas áreas dos serviços,<br />

O BPI teve também <strong>um</strong>a forte<br />

valorização, registando <strong>um</strong>a<br />

subida de 39%. Face ao mínimo<br />

de J0,48 no momento do<br />

a<strong>um</strong>ento de capital em Julho<br />

passado a valorização atinge<br />

270%.<br />

O título mais transacionado<br />

na bolsa de Lisboa tem sido o<br />

BES, superando diariamente<br />

todas as empresas cotadas. A cotação<br />

ronda os J1,15, com <strong>um</strong><br />

ganho de 26% face ao início de<br />

janeiro.<br />

Em comparação com o valor<br />

no momento em que foi anunciado<br />

o a<strong>um</strong>ento de capital reservado<br />

a acionistas, os títulos<br />

do BES sobem 66%. Mas, face<br />

ao valor mais baixo atingido de-<br />

PRODER em Paredes<br />

Gostaria de criar <strong>um</strong>a unidade de turismo rural, na variante casa de campo, para rentabilizar<br />

<strong>um</strong>a pequena habitação rural que possuo no concelho de Paredes. Tive conhecimento que o<br />

PRODER apoia este tipo de investimentos. Quais as condições para usufruir do mesmo?<br />

principalmente os de base tecnológica<br />

ou alto grau de inovação, as da fileira do<br />

ambiente e as de produção de energias<br />

alternativas. São ainda preferenciais as<br />

operações na área das artes e ofícios<br />

tradicionais que concorram para melhorar<br />

os resultados deste sector. Contudo, são<br />

elegíveis neste concurso todas as CAE,<br />

exceto as relativas às atividades de pesca<br />

e seus produtos, atividades de turismo<br />

e lazer e atividades de transformação e<br />

comercialização abrangidas pelo FEDER/<br />

QREN.<br />

Os apoios à Ação 3.1.2 são semelhantes<br />

aos das Ações 3.1.1 e 3.1.3. O<br />

investimento também não poderá<br />

ultrapassar os 300.000 J, exceto<br />

nas operações de transformação e<br />

comercialização de produtos agrícolas,<br />

cujo limite máximo é de 25.000 J.<br />

No concurso à Ação 3.2.2 são<br />

consideradas as ações promovidas<br />

no contexto de planos de intervenção<br />

e que se destinem a revitalizar<br />

economicamente aglomerados<br />

populacionais. A preservação do<br />

património e de edifícios inseridos nos<br />

respetivos planos deverá orientar-se para<br />

novas utilizações, nomeadamente para<br />

acolher atividades e dinâmicas culturais.<br />

Também serão valorizadas a criação de<br />

núcleos etnográficos de raiz cultural ou<br />

ambiental, que contribuam para reforçar<br />

a identidade do território de intervenção.<br />

O investimento máximo é de 200.000 J,<br />

sendo a taxa de apoio de 60%.<br />

WWW.SIBEC.PT<br />

SIBEC@SIBEC.PT<br />

228 348 500<br />

pois do a<strong>um</strong>ento de capital no<br />

final de Julho de 2012, as ações<br />

já subiram 246%.<br />

Banif não acompanha<br />

movimento de subidas<br />

A exceção à maré de subidas na<br />

banca está no Banif. O a<strong>um</strong>ento<br />

de capital com dinheiro do Estado<br />

tem provocado movimentos<br />

de subida e descida, n<strong>um</strong> cenário<br />

de volatilidade. Face ao valor<br />

do início de Janeiro, o Banif regista<br />

mesmo <strong>um</strong>a ligeira descida.<br />

O a<strong>um</strong>ento de capital tem contornos<br />

invulgares. O Banif tinha<br />

530 milhões de ações e emitiu<br />

<strong>um</strong> número impressionante de 70<br />

mil milhões de novas ações ao pre-<br />

Vila Real de Santo António e Ayamonte<br />

trocam experiências<br />

ço de <strong>um</strong> cêntimo cada que foram<br />

integralmente subscritas pelo Estado.<br />

Outra exceção à onda de subi-<br />

EM FOCO<br />

Os municípios fronteiriços de Vila Real de Santo António e Ayamonte (Espanha) participaram,<br />

recentemente, n<strong>um</strong>a visita de trabalho à Eurocidade Chaves-Verín, <strong>um</strong> bom exemplo de<br />

cooperação internacional entre duas cidades vizinhas, iniciado no final de 2007. David Santos,<br />

presidente da CCDR do Algarve, participou na delegação portuguesa.<br />

O BES é o titulo com maior vol<strong>um</strong>e de transações na Bolsa de Lisboa. Em<br />

janeiro valorizou 26%.<br />

das é a SAG. A empresa viu mesmo<br />

a sua cotação baixar 15% nas três<br />

primeiras semanas de janeiro.<br />

PUB


32 SEXTA-FEIRA, 25 DE JANEIRO 2013<br />

EM FOCO<br />

Câmara Luso-Alemã com associação<br />

para profi ssionais liberais<br />

A Câmara de Comércio e Indústria Luso-Alemã passou a incluir <strong>um</strong>a nova modalidade nas<br />

suas opções de associação, dirigida a profi ssionais liberais ou em nome individual que não tenham<br />

nenh<strong>um</strong> vínculo empresarial. Esta nova categoria de associação surge da necessidade de<br />

adaptar a oferta da Câmara às alterações do tecido empresarial, no qual os empreendedores e<br />

profi ssionais liberais a trabalharem por conta própria ganham cada vez mais importância.<br />

Biocity assegura poupança<br />

de 130 mil euros em energia e água<br />

FERNANDA SILVA TEIXEIRA<br />

fernandateixeira@vidaeconomica.pt<br />

A Biocity Consulting, empresa<br />

de consultoria em efi ciência energética<br />

sediada em Matosinhos,<br />

está a assinalar o primeiro aniversário<br />

com <strong>um</strong> balanço muito<br />

positivo. Neste primeiro ano de<br />

atividade, a empresa desenvolveu<br />

serviços para <strong>um</strong> total de 230<br />

Inclui anotações, remissões, transcrição da<br />

anterior redação quando relevante, quadros e tabelas síntese.<br />

Autor: Joaquim Fernando Ricardo<br />

Consultor Fiscal (ex-quadro superior<br />

da Administração Tributária)<br />

Páginas: 1450<br />

Preço: 47€<br />

Preços especiais para assinantes<br />

do Grupo <strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong>,<br />

funcionários da Autoridade Tributária<br />

e Aduaneira, AT e sócios do STI e APIT.<br />

R. Gonçalo Cristóvão, 14, r/c<br />

4000-263 PORTO<br />

clientes, que aplicaram o “Plano<br />

de Poupança de Energia e Água”,<br />

com excelentes resultados: no total,<br />

foi conseguida <strong>um</strong>a economia<br />

de 130 mil euros nas faturas de<br />

energia (luz e gás) e água, valor<br />

que corresponde a <strong>um</strong>a poupança<br />

média de 29% daquelas faturas.<br />

Adicionalmente, o menor cons<strong>um</strong>o<br />

de energia e água proporcio-<br />

Nome<br />

nado pela implementação deste<br />

plano da Biocity acabou por traduzir-se,<br />

também, em benefícios<br />

para o meio ambiente. Na prática,<br />

foram emitidas menos 153 toneladas<br />

de CO2 para a atmosfera e alcançada<br />

<strong>um</strong>a poupança superior a<br />

45 milhões de litros de água potável,<br />

o equivalente a nove milhões<br />

de garrafões de cinco litros.<br />

Morada<br />

C. Postal<br />

E-mail Nº Contribuinte<br />

OutSystems com 40 novas vagas em 2013<br />

A multinacional portuguesa continua a crescer e prevê contratar<br />

40 novos colaboradores ao longo deste ano, essencialmente<br />

nas áreas de Serviços Profi ssionais, Comercial e Engenharia<br />

de Software. Atualmente, a equipa da OutSystems é composta por 200 colaboradores distribuídos<br />

pela sede em Portugal, e pelos escritórios na Holanda, Estados Unidos, Brasil e África<br />

do Sul.<br />

DIREITO<br />

TRIBUTÁRIO 2013<br />

A OBRA MAIS COMPLETA<br />

TODOS OS CÓDIGOS FISCAIS E<br />

LEGISLAÇÃO COMPLEMENTAR<br />

Obra revista e actualizada em Janeiro<br />

de 2013, que integra as mais recentes<br />

alterações aos códigos fiscais e legislação<br />

complementar (Lei n.º 66-B/2012, de 31.12 e<br />

Decreto-Lei n.º 6/2013, de 17.1).<br />

http://livraria.vidaeconomica.pt<br />

Solicito o envio de exemplar(es) do livro Direito Tributário 2013, na modalidade abaixo indicada.<br />

Papel 47€ PVP Especial (Assinantes e funcionários AT)<br />

eBook 33€ Papel 42€<br />

Papel + eBook 55€ Papel + eBook 45€<br />

Para o efeito envio cheque/vale nº , s/ o , no valor de € ,<br />

Solicito o envio à cobrança. (Acrescem 4€ para despesas de envio e cobrança).<br />

ASSINATURA<br />

“Este ano, gostaríamos de duplicar o que já alcançámos”, afi rma António<br />

Pedro Moniz.<br />

Disponível a partir de 15-02-2013<br />

Campanha válida até 28.02.2013<br />

(recortar ou fotocopiar)<br />

PUB<br />

Sobre este primeiro ano de atividade<br />

António Pedro Moniz assegura<br />

que “é muito gratifi cante<br />

que, logo no arranque da atividade,<br />

tenhamos obtido resultados<br />

tão positivos”. “Nunca pensei<br />

estar já a trabalhar com hotéis,<br />

ginásios e outros clientes da maneira<br />

que estamos”. Recordando<br />

que, em época de crise, “as famílias<br />

e as empresas procuram por<br />

todos os meios baixar as suas despesas<br />

mensais”, o CEO da Biocity<br />

Consulting explica que o “Plano<br />

de Poupança de Energia e Água”<br />

se desenvolve através do levantamento<br />

de dados, da instalação de<br />

equipamento e da monitorização<br />

dos cons<strong>um</strong>os, variando consoante<br />

o contrato estabelecido<br />

com cada cliente. Mas tudo isto<br />

é possível “sem que haja qualquer<br />

perda de conforto para os nossos<br />

clientes”, máxima utilizada desde<br />

a criação da empresa, salvaguarda<br />

o responsável.<br />

Perspetiva de crescimento<br />

em 2013<br />

Analisando o tipo de clientes<br />

que procura os serviços da empresa,<br />

António Pedro Moniz refere<br />

que estes se dividiram entre os<br />

particulares (53,04%) e os empresariais<br />

(46,96%) e que entre<br />

estes se destacam “vários empreendimentos<br />

turísticos, instituições<br />

de ensino e ginásios”. Quanto ao<br />

tempo médio de retorno do investimento<br />

realizado neste plano,<br />

o responsável garante que a experiência<br />

demonstra que este é de<br />

cerca de “três meses nos ginásios,<br />

cinco nos colégios, seis meses em<br />

centros sociais e lares e sete meses<br />

em unidades hoteleiras”.<br />

Antevendo 2013, António Pedro<br />

Moniz afi rma que, durante o<br />

ano em curso, “no mínimo, gostaríamos<br />

de duplicar o que já alcançámos”.<br />

Da mesma forma, “n<strong>um</strong><br />

futuro próximo”, os objetivos da<br />

empresa passam por “aplicar o<br />

Plano de Poupança de Energia e<br />

Água da Biocity Consulting em<br />

entidades públicas” e “alargar este<br />

projeto a Espanha e Cabo Verde”,<br />

onde existem já contactos, “mas<br />

tudo isto demora o seu tempo”,<br />

remata.


SEXTA-FEIRA, 25 DE JANEIRO 2013 33<br />

SAMUEL FERNANDES, ADVOGADO DA “MIRANDA”, AFIRMA<br />

Possibilidade de escolha na aplicação<br />

dos duodécimos complica<br />

processamento de salários<br />

“A possibilidade<br />

dos trabalhadores<br />

afastarem a aplicação<br />

de os duodécimos pode<br />

introduzir nas empresas<br />

de maior dimensão <strong>um</strong>a<br />

complexidade acrescida<br />

no processamento de<br />

salários”, afi rma à “<strong>Vida</strong><br />

<strong>Económica</strong>” Samuel<br />

Fernandes, especialista<br />

fi scal da sociedade de<br />

advogados Miranda<br />

Correia Amendoeira &<br />

Associados.<br />

Segundo este<br />

responsável, as novas<br />

tabelas de IRS refl etem<br />

o a<strong>um</strong>ento da carga<br />

fi scal. Quanto à questão<br />

da diluição de subsídios<br />

em duodécimos,<br />

cria a aparência de<br />

manutenção do nível<br />

de vida, mas o turismo<br />

de férias e de Natal será<br />

afetado.<br />

<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong> - Os valores<br />

das novas tabelas de IRS são<br />

equilibrados?<br />

Samuel Fernandes - As novas<br />

tabelas refl etem na generalidade o<br />

a<strong>um</strong>ento signifi cativo da carga fi scal,<br />

o que bem se entende, <strong>um</strong>a vez<br />

que se trata de <strong>um</strong>a antecipação do<br />

imposto devido no fi nal do ano.<br />

Em termos ideais, as retenções<br />

na fonte deveriam estar mais ou<br />

menos alinhadas com o valor fi -<br />

nal do IRS devido, sendo que<br />

com o a<strong>um</strong>ento da carga fi scal<br />

por via dos novos escalões, bem<br />

como a redução das deduções à<br />

coleta, não seria de esperar <strong>um</strong>a<br />

tabela muito diversa daquela que<br />

foi apresentada.<br />

Eventuais desequilíbrios terão<br />

de ser aferidos caso a caso, na<br />

eventualidade de serem gerados<br />

reembolsos signifi cativos de IRS,<br />

sinal de que as tabelas foram para<br />

além do agravamento da carga<br />

fi scal.<br />

A cobrança do IRS por via da<br />

retenção mensal tem <strong>um</strong> efeito<br />

anestesiante sobre os contribuintes<br />

(que já contam com esta dedução<br />

no seu salário), sendo que<br />

a dimensão do agravamento da<br />

carga fi scal obrigou o Governo a<br />

criar <strong>um</strong> esquema aparentemente<br />

compensatório por via da diluição<br />

dos subsídios.<br />

A carga fi scal a<strong>um</strong>enta, mas o<br />

nível de vida e o rendimento líquido<br />

mantêm-se aparentemente<br />

idêntico.<br />

VE - Que difi culdades podem<br />

“Eventuais desequilíbrios terão de ser aferidos<br />

caso a caso”<br />

surgir com a sua aplicação?<br />

SF - As difi culdades estão mais<br />

ligadas à questão dos duodécimos<br />

e a falta de regras publicadas sobre<br />

a retenção da sobretaxa de 3,5%,<br />

pois a possibilidade de os trabalhadores<br />

afastarem a aplicação<br />

dos duodécimos pode introduzir<br />

nas empresas de maior dimensão<br />

<strong>um</strong>a complexidade acrescida no<br />

processamento de salários.<br />

15 de fevereiro<br />

a 22 de junho<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

VE - Quais os inconvenientes<br />

do novo regime?<br />

SF - A diluição dos subsídios<br />

mantém <strong>um</strong>a aparência de manutenção<br />

do nível de vida, contudo,<br />

aquando das férias e do<br />

Natal, haverá menos rendimento<br />

disponível para alocar ao cons<strong>um</strong>o.<br />

É, pois, de esperar <strong>um</strong> ano<br />

relativamente difícil para o turismo<br />

baseado no mercado interno.<br />

Marketing Relacional<br />

<br />

CRM - Gestão do Relacionamento com o Cliente<br />

André Novais de Paula, Directimedia e IPAM<br />

Estratégia em Marketing<br />

<br />

Marketing Operacional<br />

Pedro Miguel Barbosa, El Corte Ingles, IPAM, Porto Business School e<br />

ESPRI<br />

Trends in Marketing<br />

<br />

Marketing Digital<br />

<br />

Facebook Marketing<br />

<br />

Comunicação<br />

<br />

Marketing Low Cost<br />

Nunes Carneiro, IPAM<br />

Comportamento do Cons<strong>um</strong>idor<br />

<br />

Estudos de Mercado<br />

<br />

<br />

Plano de Marketing<br />

<br />

Preço: G 2.000 (+ 23% IVA)<br />

<br />

o respectivo pagamento, até dia 31 de Janeiro de 2013,<br />

desconto de 10%<br />

Pós-Graduação<br />

MARKETING NA GESTÃO<br />

-<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

-<br />

<br />

Destinatários<br />

-<br />

<br />

Módulos 8 horas (Sexta e Sábado seguidos)<br />

<br />

“A dimensão do agravamento da carga fi scal obrigou o Governo a criar <strong>um</strong><br />

esquema aparentemente compensatório por via da diluição dos subsídios”,<br />

afi rma Samuel Fernandes.<br />

Seminários 4 horas (Sexta ou Sábado)<br />

Marketing, Personalização e Sistemas de Informação<br />

<br />

Email Marketing<br />

Hugo Pascoal, Consultor e Formador<br />

Marketing Pessoal<br />

<br />

Apresentações em Público<br />

<br />

Mobile Marketing<br />

<br />

Linkedin Pessoal e Empresarial<br />

<br />

Publicidade<br />

Maria João Aguiar, Multi-Mall Management<br />

Design e Marketing<br />

Vitor Varão, ESAD<br />

Neuromarketing<br />

Fernando Rodrigues, PsicoSoma<br />

Gestão da Marca<br />

<br />

Responsabilidade Social e Ética em Marketing<br />

<br />

Sucesso Empresarial através das Pessoas<br />

<br />

Inscrições / Informações:<br />

<br />

<br />

EM FOCO<br />

PUB


34 SEXTA-FEIRA, 25 DE JANEIRO 2013<br />

EM FOCO<br />

Harvard Trends foi o único<br />

“bomba atómica” no face<br />

Uma vez mais, o<br />

“Harvard Trends”<br />

chega ao topo de<br />

vendas de livros em<br />

Portugal. Vamos tentar<br />

perceber porquê e<br />

se foi coincidência<br />

a antecipação de<br />

<strong>um</strong>a meganotícia do<br />

facebook, explorada seis<br />

semanas antes no livro<br />

de Pedro Barbosa<br />

<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong> - Um mês depois<br />

do seu lançamento, outra<br />

vez o mesmo efeito impressionante<br />

de vendas. Que receita de<br />

sucesso tem o “Harvard Trends”<br />

para se destacar inevitavelmente<br />

da esmagadora maioria dos títulos?<br />

Pedro Barbosa - A aposta é sempre<br />

no conteúdo. Fazemos tudo<br />

para que o conteúdo seja aquele<br />

que acrescenta mais valor a mais<br />

pessoas. Esse filtro é provavelmente<br />

o que acrescenta mais interesse ao<br />

livro, porque valorizamos o tempo<br />

das pessoas. O tempo é cada vez<br />

mais importante e se pudermos<br />

apreender mais em menos tempo,<br />

ganhamos minutos para estar<br />

com a família, os amigos ou simplesmente<br />

a descansar ou imergir<br />

dentro das nossas tribos, sem perder<br />

competitividade profissional.<br />

Claro que para o sucesso de vendas<br />

há outros fatores importantes – a<br />

capa não pode ser mal escolhida,<br />

a distribuição tem de estar bem<br />

assegurada e a campanha de lançamento<br />

deve ser cuidadosamente<br />

planeada. Creio que em nenh<strong>um</strong><br />

dos aspetos mencionados estivemos<br />

mal, mas acredito que o principal<br />

arg<strong>um</strong>ento de venda é o conteúdo.<br />

Até porque uns leitores referenciam<br />

e prescrevem os próximos e é assim<br />

que os livros chegam a “best-<br />

-sellers”. Nós ficamos naturalmente<br />

muito satisfeitos e sentimo-nos recompensados.<br />

VE - Nós? O Pedro fala sempre<br />

em nós, mas o livro foi escrito só<br />

por si. Porquê nós?<br />

PB - A investigação é totalmente<br />

minha e a escrita também, mas<br />

o filtro foi feito com ajuda de mais<br />

de 200 pessoas. Já expliquei que o<br />

filtro tem imenso valor. Seria autista<br />

falar em mim quando fomos nós.<br />

VE - A questão mais aguardada:<br />

refere no seu livro a “bomba<br />

atómica que o facebook estaria<br />

a preparar”, explorando como<br />

o social search é <strong>um</strong> arg<strong>um</strong>ento<br />

de grande peso na guerra<br />

Google-Facebook. Seis semanas<br />

depois, o Facebook apresenta a<br />

sua bomba atómica, apanhando<br />

todos de surpresa. Do Mashable<br />

ao Techcrunch, da Time ao Economist<br />

– ninguém o tinha previsto.<br />

A questão que se impõe: foi<br />

inside info?<br />

PB - Não, claro que não. Era<br />

<strong>um</strong>a questão lógica, que tinha de<br />

acontecer. Chegamos aqui pela<br />

fusão de duas áreas: de <strong>um</strong> lado<br />

é necessário perceber em detalhe<br />

como funcionam as plataformas<br />

de publicidade online e a sua relação<br />

com a sustentabilidade dos<br />

grandes players globais: Amazon,<br />

Google, Facebook, E Bay. Por outro,<br />

estar atento às microevoluções<br />

diárias nas redes sociais – tanto dos<br />

players como sobretudo das apps<br />

que as startups estão a preparar.<br />

Surpreende-me que se tenha falado<br />

tão pouco de social search nos últimos<br />

anos, quando é realmente <strong>um</strong>a<br />

bomba atómica para a sustentabilidade<br />

das empresas (publicidade)<br />

e para <strong>um</strong>a revolução na procura<br />

qualificada dos utilizadores das suas<br />

redes. Trata-se de <strong>um</strong>a daquelas tecnologias<br />

(como o telemóvel ou a<br />

utilização do motor de busca Google)<br />

que os utilizadores não sentem<br />

necessidades antes de conhecer,<br />

mas depois já não vivem sem ela.<br />

O facebook tem ADN de rede<br />

social.<br />

VE - Como se lembraram deste<br />

tema, tão pouco falado até o Facebook<br />

o ter apresentado?<br />

PB - Porque faz todo o sentido e<br />

é o único arg<strong>um</strong>ento do facebook<br />

para o seu crescimento e as dificuldades<br />

de corresponder às exageradas<br />

expectativas que criou nas<br />

bolsas de valores. É curioso reparar<br />

como o ADN é tão importante<br />

nas empresas. O Google tem <strong>um</strong><br />

ADN de procura e tem dificuldade<br />

em impor-se nas redes sociais,<br />

mesmo com o seu poderoso G+. O<br />

facebook tem ADN de rede social e<br />

tem <strong>um</strong> motor de procura que nem<br />

chega a c<strong>um</strong>prir os standards médios<br />

da indústria.<br />

Foi a perceção desta realidade<br />

que nos fez falar sobre isto: o elevado<br />

potencial do social search,<br />

porque as pessoas vão poder fazer<br />

procuras na sua rede, em vez de no<br />

mundo todo, e isso acrescenta todo<br />

<strong>um</strong> novo valor. Se procurarmos<br />

“sushi” na nossa rede, teremos listas<br />

de restaurantes de sushi onde a nossa<br />

rede fez check in, poderemos ver<br />

as novas aberturas já comentadas,<br />

as criticas, as propostas... de pessoas<br />

que conhecemos. Tem muito<br />

maior credibilidade do que <strong>um</strong>a<br />

procura genérica, comentada por<br />

blogues desconhecidos ou anúncios<br />

publicitários dos quais tendemos a<br />

desconfiar. Por outro lado, para as<br />

empresas, é <strong>um</strong> novo canal de publicidade<br />

referencial, com <strong>um</strong> funil<br />

de assertividade em função do fator<br />

social. Tem tudo para ganhar.<br />

Pedro Barbosa desafiou a sua rede de amigos e leitores para coparticipação n<strong>um</strong> livro novo.<br />

VE - Portanto, o facebook descobriu<br />

a bomba atómica. E agora?<br />

PB - Não disse isso. Eles anunciaram<br />

<strong>um</strong>a primeira versão do<br />

que se pretende ser o social search.<br />

Qualquer coisa que façam neste<br />

campo é melhor do que existia, que<br />

era péssimo. Mas estão ainda longe<br />

de <strong>um</strong> modelo maduro de social search.<br />

Creio que pode demorar cerca<br />

de 12 a 18 meses, se o facebook<br />

continuar ao mesmo ritmo. Esta é<br />

<strong>um</strong>a das fases de mudança tecnológica<br />

em que alg<strong>um</strong>as plataformas<br />

perdem quota e surge espaço para<br />

o aparecimento de alg<strong>um</strong>as novas,<br />

mais emergentes. Veremos como o<br />

G+ se adapta a esta nova realidade:<br />

se continua a ser <strong>um</strong>a grande rede<br />

com poucos conteúdos ou começa<br />

a ganhar quota nessa área também.<br />

Por outro lado, é essencial que o<br />

Facebook, como líder, entenda esta<br />

tecnologia como <strong>um</strong> caminho para<br />

os utilizadores conseguirem melhores<br />

resultados e não <strong>um</strong>a forma de<br />

“salvar os likes” de empresas cujo<br />

ROI é insuficiente para os valores<br />

já investidos e que agora ameaçam<br />

recuar na publicidade. A maturidade<br />

das equipas de Palo Alto neste<br />

campo nem sempre tem sido boa,<br />

pelo que há o risco de que criem sinais<br />

que podem destruir esta arma<br />

poderosa antes de ela descolar.<br />

“Fazemos tudo para<br />

que o conteúdo seja<br />

aquele que acrescenta<br />

mais valor a mais<br />

pessoas”<br />

VE - Que outra grande tendência<br />

ou grupo de tendências<br />

identificados no novo “Harvard<br />

Trends” tem tido maior impacto<br />

e feedback?<br />

PB - Tudo o que tem a ver com<br />

comportamento do cons<strong>um</strong>idor<br />

tem grande impacto. Aliás, essa é<br />

<strong>um</strong>a das áreas onde surgem mais<br />

tendências neste novo livro. Outra<br />

área é a do estudo das competências<br />

mais relevantes no futuro próximo.<br />

As pessoas deixaram de se interessar<br />

só em modelos para gerir empresas,<br />

e passaram a interessar-se mais<br />

em modelos de gestão para a sua<br />

própria carreira e – melhor ainda<br />

– para o difícil balanço entre vida<br />

pessoal e profissional. Eu acho que<br />

é <strong>um</strong>a ótima notícia.<br />

VE - E quanto ao social scoring<br />

– é <strong>um</strong>a tendência ou <strong>um</strong>a moda?<br />

PB - Parece ser ambas. É <strong>um</strong>a<br />

moda, pela forma como sites como<br />

o Klout ou o Peerindex cresceram<br />

recentemente. Mas também parece<br />

ser <strong>um</strong>a tendência, pela importância<br />

que tal pode ter noutras<br />

atividades e conteúdos, onde a<br />

credibilidade é relevante. Sabe-se<br />

que a credibilidade está correlacionada<br />

com a reputação e a influência,<br />

pelo que as pessoas que<br />

têm maior social score (índice de<br />

capacidade de influenciar online)<br />

desenvolvem <strong>um</strong>a capacidade que<br />

pode ser procurada por exemplo<br />

pelas marcas, na hora de fazer experiências<br />

ou procurar brand advocates.<br />

Aliás, o facto de já existir<br />

<strong>um</strong>a contratendência de ignorar o<br />

social score é sinal da sustentabilidade<br />

do conceito, embora os algoritmos<br />

ainda precisem de melhorias.<br />

O futuro do social score será<br />

pago pelas indústrias que, mais do<br />

que procurar pessoas com influência<br />

como já fazem nos Perks, passem<br />

a procurar pessoas com influência<br />

n<strong>um</strong>a só determinada área.<br />

Por exemplo, procurem líderes de<br />

opinião na área de música eletró-


SEXTA-FEIRA, 25 DE JANEIRO 2013 35<br />

a prever<br />

book<br />

nica, snowboard ou charutos. Esse<br />

passo pode ser decisivo para marcas<br />

mais efi cazes e para <strong>um</strong> novo nível<br />

de infl uência dos “pros<strong>um</strong>ers” mais<br />

infl uenciadores nesses domínios.<br />

Falta saber como reagirão o resto<br />

dos cons<strong>um</strong>idores e se se encontra<br />

<strong>um</strong> modelo transparente que torne<br />

o processo pacífi co e efi caz.<br />

VE - É outra bomba atómica?<br />

PB - Para já não, mas pode vir a<br />

ser <strong>um</strong>a arma potente. Para o social<br />

scoring é <strong>um</strong> caminho fundamental,<br />

importante também para se sustentabilizar<br />

os investimentos a realizar<br />

no algoritmo, que exigem mais<br />

parcerias e mais complexas análises,<br />

eventualmente envolvendo o crowdsourcing<br />

de endorsement pessoal,<br />

como o Linkedin começou a<br />

fazer entretanto. Essas melhorias do<br />

algoritmo terão vantagens colaterais<br />

importantes para todos, sobretudo<br />

para aqueles que são líderes de<br />

opinião apenas n<strong>um</strong>a área muito<br />

específi ca e que hoje não tem esse<br />

poder, porque nos assuntos mais<br />

mainstream são seguidores das suas<br />

redes de infl uência.<br />

VE - Qual é o feedback dos leitores<br />

deste novo livro e que áreas<br />

têm despertado maior interesse?<br />

PB - O feedback superou as<br />

melhores expectativas, que depois<br />

do sucesso do ano passado já eram<br />

elevadas. Confesso o meu espanto<br />

pela forma extremamente positiva<br />

como o novo formato foi recebido.<br />

Sendo mais profundo, o livro é<br />

sempre ligeiramente menos acessível,<br />

embora tenha tido cuidado nos<br />

mais ínfi mos detalhes em construir<br />

<strong>um</strong> texto legível não só por<br />

gestores e markete rs, mas também<br />

por estudantes e curiosos de qualquer<br />

origem profi ssional e nível<br />

social. O lado negativo de tanta satisfação<br />

é que há menos propostas<br />

de melhoria. Isso é preocupante.<br />

Não gosto de deixar o ego deliciar-<br />

-se demasiadamente nem a mente<br />

acomodar-se a <strong>um</strong>a perigosa zona<br />

de conforto. Preciso de leitores exigentes<br />

que me ajudem a melhorar,<br />

como qualquer empresa precisa de<br />

clientes que a façam crescer e evoluir<br />

antes que outras o façam.<br />

VE - E este ano 2013, temos<br />

livro novo?<br />

PB - Desafi ei a minha rede de<br />

amigos e leitores para coparticipação<br />

n<strong>um</strong> livro novo, cujo tema não<br />

estava sequer defi nido. Estava longe<br />

de imaginar que ia receber mais de<br />

300 respostas e CV. Estou agora a<br />

analisá-los, consciente que poderei<br />

apenas trabalhar com duas ou três<br />

pessoas, embora exista <strong>um</strong> enorme<br />

potencial em muitas outras. Não<br />

vou perder a oportunidade para incitar<br />

essas pessoas a darem o passo.<br />

A arriscarem..<br />

EM FOCO<br />

VE - E o Pedro?<br />

PB - Eu vou viajar por <strong>um</strong> mundo<br />

novo.<br />

PUB


36 SEXTA-FEIRA, 25 DE JANEIRO 2013<br />

ASSOCIATIVISMO<br />

Empresários do Minho insurgem-se<br />

contra novas portagens<br />

MARTA ARAÚJO<br />

martaaraujo@vidaeconomica.pt<br />

Empresários do Minho e Alto<br />

Minho mostram-se terminantemente<br />

contra a intenção do<br />

Ggoverno de introduzir novas<br />

portagens nas antigas SCUT. O<br />

presidente do Conselho Empresarial<br />

dos Vales do Lima e Mi-<br />

nho (CEVAL) e da Associação<br />

Empresarial de Viana do Castelo<br />

(AEVC), Luís Ceia, fala em<br />

“funeral antecipado da economia<br />

regional” enquanto o presidente<br />

da Associação Industrial<br />

do Minho (AIMinho), António<br />

Marques, diz-se “consternado”<br />

com essa possibilidade.<br />

De acordo com <strong>um</strong> docu-<br />

ACIB avança com novo plano de apoio à modernização<br />

de empresas<br />

A Associação Comercial e Industrial de Barcelos (ACIB) iniciou esta semana <strong>um</strong>a nova edição<br />

do Programa de Formação PME. Desta feita, a edição 2013/2014 é dirigida a 59 empresas e<br />

vai englobar <strong>um</strong> total de 1100 trabalhadores. Só nos últimos cinco anos esta iniciativa interveio<br />

em 341 empresas, n<strong>um</strong> total de 52.789 horas de consultoria e 200.428 de vol<strong>um</strong>e de formação.<br />

Envolveu 10.885 formandos e 1278 cursos de formação.<br />

UM TABLET ANDROID 4.0 COM ECRÃ CAPACITIVO DE 9”<br />

COM OS CÓDIGOS FISCAIS SEMPRE ATUALIZADOS<br />

Consulta com o deslizar de dedo<br />

Ecrã capacitivo ultrassensível<br />

de 9 polegadas com <strong>um</strong>a resolução<br />

de 800x480 e sensor G.<br />

Tecnologia na palma da mão<br />

Boxchip A13 Cortex A8 1,0Ghz<br />

de 1 , memria ash de 4G<br />

ampliável e bateria de lítio 2800 mAh<br />

PVP normal<br />

€199<br />

TABLET<br />

por apenas<br />

€99*<br />

Reservado a assinantes<br />

<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong><br />

PEÇA JÁ O SEU<br />

Não inclui IVA<br />

Formas de se ligar<br />

Porta USB, leitor de cartão Micro SD,<br />

entrada de fones de ouvido e carregador<br />

O sistema operativo móvel mais completo<br />

Otimizado para tirar o máximo partido das mais de<br />

600.000 aplicações disponíveis para Android 4.0<br />

Um completo sistema multimédia<br />

Compativel com a maioria dos formatos:<br />

audio (MP3, WMA, WAV, ACC...), video (AVI,<br />

WMV, MP4, MKV, MOV...), fotos (JPEG,<br />

BMP, GIF) e E-book (TXT, PDF, ePub<br />

O ecrã mais ágil e rápido para ter sempre à mão os conteúdos de que necessita<br />

Desfrute das mil possibilidades que este tablet “T9100 Leopard” lhe oferece, com ecrã capacitivo: redes<br />

sociais, internet, jogos, livros, vídeos, fotos, música... e muito mais coisas, sem cabos e onde quiser. Consiga<br />

J 199, por apenas J 99.<br />

Encomendas:<br />

<br />

mento oficial do Governo entregue<br />

à “troika”, e divulgado<br />

pela imprensa esta semana, o<br />

Governo prepara-se para cobrar<br />

novas portagens na A27,<br />

entre Viana do Castelo e Ponte<br />

de Lima, e na A28, entre Viana<br />

do Castelo e Caminha. A<br />

confirmar-se, diz Luís Ceia, tal<br />

poderia representar “o fecho a<br />

Inclui os cdigos scais com atualização permanente (IS, IC, IVA, IMI, IMT, Imposto do Selo).<br />

PUB<br />

curto prazo de várias empresas<br />

que já não estão a conseguir suportar<br />

os efeitos da carga fiscal<br />

e do pagamento que já é feito<br />

para circular entre o Porto e<br />

Viana do Castelo”.<br />

De acordo com o mesmo responsável,<br />

“ao proceder dessa<br />

forma, o executivo colocaria<br />

em causa todo o tecido socioeconómico<br />

regional do Alto<br />

Minho que tem vindo a perder<br />

todos os motivos para fixar<br />

empresas e população”. Para<br />

o presidente do CEVAL e da<br />

AEVC, a introdução sucessiva<br />

de portagens representa “<strong>um</strong><br />

desperdício de dinheiros públicos,<br />

<strong>um</strong>a vez que o investimento<br />

feito nas ex-SCUT deixa de<br />

estar ao serviço das populações<br />

e das empresas, não c<strong>um</strong>prindo<br />

assim a finalidade para o qual<br />

foi destinado” pelo que, no seu<br />

entender, introduzir novas portagens<br />

no Alto Minho “representaria<br />

<strong>um</strong> funeral antecipado<br />

da economia regional”.<br />

“Governo não sabe o que<br />

está a fazer”<br />

António Marques, por seu<br />

turno, espera que seja <strong>um</strong> mal-<br />

-entendido a notícia de que o<br />

governo quer introduzir novas<br />

portagens nas antigas SCUT.<br />

Perante a possibilidade, o presidente<br />

da AIMinho mostra-se<br />

“consternado”.<br />

Para o dirigente, “a ser verdade,<br />

revela que o Governo não<br />

sabe o que está a fazer e não<br />

aprendeu com aquilo que são<br />

os sinais exatamente contrários<br />

aos esperados com a receita da<br />

troika e do próprio Governo.<br />

Quero acreditar que só pode ser<br />

<strong>um</strong> mal-entendido”, sublinha.<br />

O dirigente da Associação Industrial<br />

do Minho alerta para a<br />

queda brutal do trânsito nas<br />

antigas SCUT desde que foram<br />

introduzidas portagens, com<br />

consequências para o turismo<br />

e outras atividades económicas.<br />

Para além disso, as empresas industriais<br />

que têm vários veículos<br />

a circular nas estradas estão<br />

sujeitas a <strong>um</strong>a sobrecarga de<br />

despesas.


O novo presidente<br />

do Crédito Agrícola,<br />

Licínio Prata Pina,<br />

anunciou, na tomada<br />

de posse para o triénio<br />

que termina em 2015,<br />

que o grupo financeiro<br />

vai reforçar a presença<br />

nos meios urbanos e a<br />

internacionalização. O<br />

banco já está em França e<br />

no Luxemburgo, devendo<br />

seguir-se a Europa Central<br />

e a África lusófona.<br />

AQUILES PINTO<br />

aquilespinto@vidaeconomica.pt<br />

SEXTA-FEIRA, 25 DE JANEIRO 2013 37<br />

MERCADOS<br />

ANÚNCIO FEITO PELO NOVO PRESIDENTE DO BANCO, LICÍNIO PRATA PINA<br />

Crédito Agrícola<br />

acelera internacionalização<br />

O Crédito Agrícola vai reforçar<br />

a presença nas áreas urbanas e a<br />

internacionalização. O banco já<br />

tem presença em França (Paris) e<br />

Luxemburgo, mas vai a<strong>um</strong>entar<br />

esse internacionalização, anunciou<br />

o novo presidente do Crédito<br />

Agrícola, Licínio Prata Pina,<br />

na tomada de posse dos novos<br />

órgãos sociais da Caixa Central<br />

do Crédito Agrícola até 2015.<br />

“O Crédito Agrícola para crescer<br />

precisa de sair do país, seguindo<br />

os seus clientes ou criando parcerias<br />

em países em desenvolvimento.<br />

Temos de ser cautelosos, mas<br />

firmes nesse percurso”, referiu o<br />

novo presidente do Crédito Agrícola,<br />

que substitui no cargo João<br />

Costa Pinto.<br />

As regiões escolhidas para o<br />

reforço da internacionalização<br />

serão a Europa Central e África.<br />

Naquele continente, Licínio Prata<br />

Pina destaca os países lusófonos,<br />

anunciando que o Crédito<br />

Agrícola está em negociações<br />

para entrar em Moçambique.<br />

O banco tem cerca de 700 agências,<br />

mais de 400 mil associados e<br />

mais de <strong>um</strong> milhão de clientes. É<br />

composto por 84 Caixas de Crédito<br />

Agrícola – bancos cooperativos<br />

locais –, pela Caixa Central,<br />

que as articula e coordena, por<br />

diversas empresas especializadas<br />

(seguros de vida e reais, gestão de<br />

ativos, consultadoria, tecnologia<br />

e sistemas de informação) e pela<br />

FENACAM, que é a instituição<br />

de representação cooperativa.<br />

Licínio Prata Pina<br />

há 28 anos no banco<br />

Há 28 anos no Crédito Agrí-<br />

6180<br />

6160<br />

6140<br />

6120<br />

6100<br />

6080<br />

6060<br />

6040<br />

PSI-20 (23.01) 6337,59<br />

3,70% Var. Semana<br />

3 Jan 4 Jan 7 Jan 8 Jan 9 Jan<br />

12,07% Var. 2012<br />

Novos membros dos órgãos sociais da Caixa Central<br />

Mesa da assembleia-geral<br />

Presidente: Nuno Carrilho (CCAM de Terras de Viriato)<br />

Vice-presidente: Carlos Pereira Martins (CCAM de<br />

Cantanhede e Mira)<br />

Secretário: Josué Ferreira dos Santos (CCAM de<br />

Ferreira do Alentejo)<br />

Conselho geral e de supervisão<br />

Presidente: Carlos Courelas (CCAM de Pombal)<br />

Francisco Macedo (CCAM dos Açores)<br />

António Cachulo da Trindade (CCAM de Baixo<br />

Mondego)<br />

Afonso de Sousa Marto (CCAM da Batalha)<br />

José Correia da Silva (CCAM do Noroeste)<br />

Jorge Volante (CCAM de Porto de Mós)<br />

João Barrote (CCAM de Sotavento Algarvio)<br />

José Quaresma (CCAM do Baixo Vouga)<br />

Alcino dos Santos Sanfins (CCAM do Douro, Corgo<br />

e Tâmega)<br />

Licínio Prata Pina<br />

está há 28 anos na<br />

instituição, cinco<br />

dos quais a presidir<br />

o Crédito Agrícola<br />

da Serra da Estrela. É<br />

membro do Conselho<br />

de Administração da<br />

Caixa Central desde<br />

1997<br />

Licínio Prata Pina vai presidir ao Crédito Agrícola até 2015.<br />

Conselho consultivo<br />

João Correia da Saúde (CCAM de Albufeira)<br />

Hélio Rosa (CCAM de Alenquer)<br />

Francisco Correia (CCAM de Beja e Mértola)<br />

Normando Xarepe (CCAM de Estremoz, Monforte e<br />

Arronches)<br />

António Augusto Mateus (CCAM da Lourinhã)<br />

António Coelho Pinheiro (CCAM de Paredes)<br />

José Estiveira Gonçalves (CCAM de Silves)<br />

Francisco Rebelo (CCAM de Vale do Távora e<br />

Douro)<br />

Ângelo Antunes (CCAM de Zona do Pinhal)<br />

Conselho de administração executivo<br />

Presidente: Licínio Prata Pina<br />

Vogal: Renato Feitor<br />

Vogal: José Fernando Maia Alexandre<br />

Vogal: Ana Paula Ramos<br />

Vogal: Sérgio Raposo Frade<br />

Dow Jones 23/Jan ......13766,62<br />

Var Sem ................................ 1,74%<br />

Var 2012 ................................5,08%<br />

Nasdaq 23/Jan ............3152,875<br />

Var Sem ................................1,35%<br />

Var 2012 ................................4,42%<br />

IBEX 35 23/Jan ..............8613,30<br />

Var Sem ................................0,38%<br />

Var 2012 ................................5,46%<br />

Licínio Prata Pina<br />

destaca, em África,<br />

os países lusófonos,<br />

anunciando que o<br />

Crédito Agrícola<br />

está em negociações<br />

para entrar em<br />

Moçambique<br />

cola, cinco dos quais a presidir<br />

o Crédito Agrícola da Serra da<br />

Estrela, sendo membro do Conselho<br />

de Administração da Caixa<br />

Central desde 1997, Licínio<br />

Prata Pina pretende que o grupo<br />

DAX 23/Jan ................... 7707,54<br />

Var Sem ................................0,21%<br />

Var 2012 ................................1,25%<br />

CAC40 23/Jan ...............3726,17<br />

Var Sem ................................0,48%<br />

Var 2012 ................................2,34%<br />

COLABORAÇÃO: BANCO POPULAR<br />

“mantenha a sua solidez e seja<br />

reconhecido como o melhor<br />

banco a operar nos seus mercados”.<br />

O novo presidente do Crédito<br />

Agrícola foi empossado (no passado<br />

dia 17) em conjunto com<br />

os novos órgãos sociais da Caixa<br />

Central – mesa da assembleia-<br />

-geral, conselho geral e de supervisão<br />

e conselho consultivo<br />

– para <strong>um</strong> novo triénio. Eleita<br />

pelas caixas associadas do Crédito<br />

Agrícola em assembleia-geral<br />

de 15 de dezembro último, a<br />

Caixa de Crédito Agrícola de<br />

Pombal reass<strong>um</strong>iu a presidência<br />

do conselho geral, representada<br />

por Carlos Courelas (ver quadro<br />

com os novos membros dos órgãos<br />

sociais da Caixa Central).


38 SEXTA-FEIRA, 25 DE JANEIRO 2013<br />

MERCADOS<br />

EURODÓLAR (23.01) 1,3307 Euro/Libra 23/Jan .....0,8399 EURIBOR 6M (23.01) 0,3530 Euribor 3M 23/Jan ....0,2090 PETRÓLEO BRENT (23.01) 112,7<br />

0,19% Var. Semana<br />

1.338<br />

Var Sem ........................ -1,13%<br />

Var 2012 ........................-3,27%<br />

0,028% Var. Semana<br />

0.345<br />

Var Abs Sem ....................0,019<br />

Var 2012 ......................... -0,792<br />

1,91% Var. Semana<br />

1.336<br />

1.334<br />

1.332<br />

1.33<br />

1.328<br />

1.326<br />

1.324<br />

1.322<br />

1.32<br />

3 Jan 4 Jan 7 Jan 8 Jan 9 Jan<br />

0,85% Var. 2012 -0,871% Var. 2012 1,45% Var. 2012<br />

AQUILES PINTO<br />

aquilespinto@vidaeconomica.pt<br />

O Caixagest Mix Emergente<br />

foi o fundo de investimento<br />

mobiliário (FIM) com a maior<br />

rentabilidade anual na semana<br />

que terminou a 18 de Janeiro,<br />

de acordo com os dados da Associação<br />

Portuguesa de Fundos de<br />

Investimento, Pensões e Patrimónios<br />

(APFIPP). Aquele fundo, da<br />

categoria de fundos com proteção<br />

de capital tinha, àquela data,<br />

<strong>um</strong>a rendibilidade efetiva anual<br />

de 52,1%. No “top” 10, seguia-<br />

-se o Espírito Santo Obrigações<br />

Europa (Esaf – FIM), da categoria<br />

obrigações taxa fixa euro,<br />

com 40,6% de rentabilidade, e<br />

quatro fundos com proteção de<br />

capital: o Espírito Santo Rendimento<br />

Fixo IV – FEI (37,8%),<br />

o Caixagest Super Memory FEI<br />

(36,9%), o Espírito Santo Rendimento<br />

Fixo IX – FEI (35,9%) e o<br />

Espírito Santo Rendimento Fixo<br />

VII – FEI (35,9%).<br />

Montepio Euro Financial Ser-<br />

Em artigo anterior, sugeri que a crise<br />

que afecta Portugal no seio da Zona Euro<br />

tem raízes culturais profundas, e que não<br />

se resolve com meras medidas de cariz<br />

financeiro, como aquelas que estão a ser<br />

tomadas. A Grécia anda há <strong>um</strong> ano mais<br />

que Portugal a adoptar as medidas da<br />

“troika”, e ainda não resolveu problema<br />

nenh<strong>um</strong>, em particular aquele para o qual as<br />

medidas estão direccionadas – a diminuição<br />

do défice orçamental. Pelo contrário, tem<br />

é criado novos problemas, como o do<br />

desemprego exorbitante. Portugal está no<br />

mesmo caminho.<br />

Não é fácil falar sobre a influência da<br />

cultura, e as suas consequências sobre a<br />

economia, porque a cultura actua sobre<br />

nós sem que nós nos apercebamos disso.<br />

Comportamentos que são absolutamente<br />

normais aos nossos olhos aparecem como<br />

sendo comportamentos absolutamente<br />

bizarros aos olhos de pessoas de outra<br />

cultura.<br />

Para exemplificar, ainda esta semana o<br />

“Der Spiegel” divulgou <strong>um</strong> estudo feito<br />

em vinte e <strong>um</strong> países da União Europeia<br />

sobre a percentagem de jovens entre os 25<br />

e os 34 anos que ainda vivem em casa dos<br />

pais. Portugal é <strong>um</strong> dos países de topo com<br />

perto de 50%. No fundo da tabela estão os<br />

países nórdicos, como a Finlândia e a Suécia<br />

com menos de 5%. A Alemanha tem 14%.<br />

Euro/Iene 23/Jan ...117,8230<br />

Var Sem ........................-0,23%<br />

Var 2012 ........................-3,00%<br />

vices (ações setoriais, 31,5%),<br />

Caixagest Global Markets – FEI<br />

(proteção de capital, 30,3%),<br />

0.34<br />

0.335<br />

0.33<br />

0.325<br />

0.32<br />

0.315<br />

3 Jan 4 Jan 7 Jan 8 Jan 9 Jan<br />

Nestes países, viver em casa dos pais a partir<br />

dos 18 anos é <strong>um</strong>a vergonha. Em Portugal,<br />

não é.<br />

Mas já se vee as consequências que daqui<br />

resultam para a capacidade empresarial e<br />

a produtividade. Pessoas que se habituam<br />

a enfrentar a vida sozinhos a partir dos 18<br />

anos, como nos países do Norte da Europa,<br />

acabam por ser muito mais empreendedoras,<br />

propensas ao risco e produtivas do que<br />

aquelas que ficam em casa dos pais até <strong>um</strong>a<br />

fase relativamente tardia das suas vidas.<br />

Outro exemplo. Nos países nórdicos <strong>um</strong><br />

empregado que chegue frequentemente<br />

atrasado ao trabalho é despedido. Em<br />

Portugal, não – certamente que não se<br />

recorrer para o Tribunal do Trabalho. O<br />

juiz, com elevada probabilidade, não vai<br />

considerar essa <strong>um</strong>a razão suficiente para o<br />

despedimento. Porquê? Porque o próprio<br />

juiz chega frequentemente atrasado ao<br />

trabalho. Ora, entre duas populações, ceteris<br />

paribus, <strong>um</strong>a que c<strong>um</strong>pre escrupulosamente<br />

os horários de trabalho e outra que não<br />

os c<strong>um</strong>pre, a primeira tem vantagem na<br />

produtividade.<br />

É através de pequenas diferenças culturais<br />

como as que acabo de citar, e que se<br />

multiplicam aos milhares, que se abre às<br />

vezes <strong>um</strong> fosso cultural intransponível entre<br />

dois países. É esse o caso entre os países do<br />

Sul da Europa, que noutra altura designei<br />

Euribor 1Y 23/Jan .....0,5860<br />

Var Abs Sem ................... 0,036<br />

Var 2012 ..........................-0,918<br />

INDICAM OS DADOS DA APFIPP<br />

Caixagest Mix Emergente superou 50%<br />

de rentabilidade anual<br />

Montepio Taxa Fixa (obrigações<br />

taxa fixa euro, 28,3%) e Espírito<br />

Santo Portugal Ações (ações na-<br />

Importadores por excelência<br />

por católicos, e os países do Norte da<br />

Europa, os de influência protestante.<br />

É a esta dicotomia que gostaria de voltar<br />

para insistir sobre <strong>um</strong>a ideia que expus<br />

em artigo anterior – sem proteccionismo<br />

económico, Portugal arruína-se (como<br />

se está a ver), e foi isso que aconteceu<br />

em todos os períodos em que não houve<br />

proteccionismo no país. Pelo contrário,<br />

naqueles que períodos que parecem os<br />

únicos da história moderna de Portugal<br />

em que o país foi bem governado<br />

economicamente (Marquês de Pombal<br />

e Estado Novo) houve proteccionismo<br />

económico.<br />

Portugal é <strong>um</strong> país de cultura católica. A<br />

palavra católica vem do grego “katholicos”,<br />

que significa universal. Portugal é, portanto,<br />

<strong>um</strong> país de cultura universal. E qual é o<br />

significado disso? É <strong>um</strong> país cuja cultura<br />

ambiciona possuir dentro de si tudo aquilo<br />

que existe no mundo. Mas, sendo assim,<br />

os portugueses são importadores por<br />

excelência. Qualquer novidade que apareça<br />

no mundo, ainda que seja <strong>um</strong>a bugiganga,<br />

existe <strong>um</strong> português (às vezes muitos) que<br />

a deseja ter, caso contrário a sua cultura<br />

deixaria de ser universal.<br />

E, logo que a novidade chega a Portugal,<br />

e é interiorizada e absorvida pela cultura, a<br />

atenção passa para a próxima novidade que<br />

entretanto surgiu no estrangeiro, e que será<br />

112.5<br />

112<br />

111.5<br />

111<br />

110.5<br />

110<br />

109.5<br />

3 Jan 4 Jan 7 Jan 8 Jan 9 Jan<br />

cional, 27,9%) fechavam, a 18 de<br />

janeiro, o “top” 10 das rentabilidades<br />

de FIM da APFIPP.<br />

Rentabilidades do “top” dez entre 27,6% e 49,2%<br />

Nome do fundo Sociedade gestora<br />

Caixagest Mix Emergentes<br />

– FEI<br />

Espírito Santo Obrigações<br />

Europa<br />

Espírito Santos Rendimento<br />

Fixo IV – FEI<br />

Caixagest Super Memory –<br />

FEI<br />

Espírito Santos Rendimento<br />

Fixo IX – FEI<br />

Espírito Santos Rendimento<br />

Fixo VII – FEI<br />

Montepio Euro Financial<br />

Services<br />

Caixagest Global Markets<br />

– FEI<br />

Montepio Taxa Fixa Montepio Gestão<br />

de Ativos<br />

Espírito Santos Portugal<br />

Ações<br />

Fonte: APFIPP (18 de janeiro)<br />

Especulação<br />

Categoria de<br />

fundos<br />

Rendibilidade<br />

efetiva anual<br />

Classe de<br />

risco<br />

Caixagest F. c/proteção de<br />

capital<br />

52,1% 5 9,7<br />

Esaf – FIM F. Obrigações<br />

Taxa Fixa Euro<br />

40,6% 3 44,7<br />

Esaf – FIM F. c/proteção de<br />

capital<br />

37,8% 6 33,7<br />

Caixagest F. c/proteção de<br />

capital<br />

36,9% 4 20<br />

Esaf – FIM F. c/proteção de<br />

capital<br />

36,4% 5 51,9<br />

Esaf – FIM F. c/proteção de<br />

capital<br />

35,9% 5 45,1<br />

Montepio Gestão<br />

de Ativos<br />

F. Ações setoriais 31,5% 6 4,2<br />

Caixagest F. c/proteção de<br />

capital<br />

30,3% 3 58,9<br />

F. Obrigações<br />

Taxa Fixa Euro<br />

28,3% 3 2,5<br />

Esaf – FIM F. Ações Nacional 27,9% 5 13<br />

PEDRO ARROJA<br />

Pedro Arroja Gestão de Patrimónios, SA<br />

Vol<strong>um</strong>e sob<br />

gestão (milhões<br />

de euros)<br />

Ouro 23/Jan ......... 1688,10<br />

Var Sem ..................... -0,04%<br />

Var 2012 ...................... 0,76%<br />

...............................................<br />

Prata 23/Jan .............32,35<br />

Var Sem ...................... 1,27%<br />

Var 2012 ...................... 6,94%<br />

COLABORAÇÃO: BANCO POPULAR<br />

Procura mundial<br />

de petróleo<br />

vai a<strong>um</strong>entar<br />

este ano<br />

A procura mundial de petróleo<br />

será de 90,8 milhões barris diários,<br />

este ano, de acordo com as<br />

previsões da Agência Internacional<br />

de Energia (AIE). As previsões<br />

foram revistas em alta, com<br />

<strong>um</strong> acréscimo de 240 mil barris<br />

diários. A entidade corrigiu os<br />

números, depois de a China começar<br />

a dar sinais de <strong>um</strong>a aceleração<br />

no crescimento.<br />

A AIE constatou que os preços<br />

do petróleo voltaram a a<strong>um</strong>entar<br />

em meados do mês de janeiro,<br />

acima dos níveis de dezembro,<br />

ficando em torno dos 110,75<br />

dólares por barril Brent. Por outro<br />

lado, haverá ainda que contar<br />

com as consequências da situação<br />

na Argélia, que tendem também<br />

a pressionar o preço do crude em<br />

alta. Já nos últimos dias de dezembro<br />

também se verificou <strong>um</strong><br />

agravamento dos preços, em consequência<br />

das incertezas quanto a<br />

<strong>um</strong> acordo nos Estados Unidos<br />

relativamente ao orçamento.<br />

a próxima importação – caso contrário, a<br />

cultura voltaria a correr o risco de deixar de<br />

ser universal.<br />

Pessoas pertencentes a <strong>um</strong>a cultura católica<br />

ou universal valorizam tudo aquilo que<br />

é estrangeiro, e que elas ainda não têm, e<br />

desvalorizam tudo aquilo que é nacional,<br />

e que elas já têm. São portanto óptimas<br />

importadoras e péssimas exportadoras. Se não<br />

se controlarem as exportações e incentivarem<br />

as exportações, por outras palavras, se se<br />

deixar este país funcionar em roda livre<br />

n<strong>um</strong> mercado internacional global e aberto,<br />

a receita para o desastre financeiro está<br />

encontrada. Este país vai ter défices externos<br />

permanentes que, a prazo, o arruinarão.<br />

O liberalismo económico funciona bem<br />

na cultura protestante – e foi aí que ele teve<br />

origem –, porque esta não é <strong>um</strong>a cultura<br />

universal (católica). Pelo contrário, é <strong>um</strong>a<br />

cultura paroquial – <strong>um</strong>a cultura que valoriza<br />

aquilo que é seu ou nacional e desvaloriza<br />

aquilo que é dos outros ou estrangeiro.<br />

Para os países de cultura protestante, o<br />

liberalismo económico internacional – sob<br />

a forma do Mercado Único Europeu ou da<br />

globalização – tende a produzir superavits<br />

comerciais permanentes. É <strong>um</strong> meio para o<br />

enriquecimento destes países, não para a sua<br />

ruína. Para Portugal, é ao contrário.<br />

POR INDICAÇÃO DO AUTOR, ESTE ARTIGO NÃO<br />

SEGUE AINDA O NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO


SEXTA-FEIRA, 25 DE JANEIRO 2013 39<br />

EDP Renováveis garante tarifa a 20 anos em Itália<br />

A EDP Renováveis garantiu três tarifas em regime “feed-in” a 20 anos para 40 MW de capacidade<br />

eólica no leilão em Itália para o desenvolvimento de energias renováveis. Os projetos<br />

representam <strong>um</strong> fator de utilização esperado de 29%, refere a empresa. “A participação da<br />

EDPR nos novos leilões para o desenvolvimento de energias renováveis em Itália já havia sido<br />

anunciado em maio do ano passado.”<br />

Fernando Ulrich coloca o BPI<br />

n<strong>um</strong> patamar diferente dos restantes<br />

bancos portugueses. “Até à data,<br />

o BPI foi o único banco português<br />

cotado que não emitiu dívida garantida<br />

pelo Estado para satisfazer<br />

as suas necessidades de liquidez”,<br />

referiu o presidente do BPI esta<br />

semana (na segunda-feira, 21)<br />

n<strong>um</strong>a conferência promovida pela<br />

Associação Cristã de Empresários<br />

e Gestores (ACEGE). De acordo<br />

com o executivo, o total vivo de<br />

dívida garantida pelo Estado português<br />

é de 1175 milhões de euros<br />

no Banif, de 4600 milhões na<br />

Caixa Geral de Depósitos, de 4750<br />

milhões no BES e de 6000 milhões<br />

no BCP.<br />

Também no recurso ao BCE, o<br />

BPI tem, segundo Ulrich, o valor<br />

médio mais baixo. Referindo-se à<br />

2013 será o quinto ano da crise financeira<br />

que começou no sistema bancário e depois<br />

escalou para as contas públicas de muitos<br />

países desenvolvidos. Nos últimos quatro<br />

anos, começou <strong>um</strong> processo doloroso de<br />

desalavancagem, com as famílias e empresas,<br />

financeiras e não financeiras, a reduzirem o<br />

seu cons<strong>um</strong>o e investimentos. Confrontados<br />

com a possibilidade de <strong>um</strong>a recessão severa,<br />

ou mesmo <strong>um</strong>a depressão em 2009, os<br />

governos em todo o mundo decidiram<br />

suportar as economias, a<strong>um</strong>entando os<br />

gastos públicos. Como consequência, em<br />

2011, emergiu na Zona Euro a instabilidade<br />

das finanças públicas, conduzindo também<br />

à necessidade de desalavancagem no setor<br />

público, através de medidas de austeridade<br />

para a<strong>um</strong>ento da receita (impostos) e<br />

redução da despesa.<br />

Contudo, 2013 pode ser <strong>um</strong> ano de<br />

alteração neste processo. Não de <strong>um</strong>a<br />

perspetiva das contas públicas, mas sim no<br />

setor privado, nomeadamente nos EUA,<br />

com as empresas e as famílias a beneficiarem<br />

de melhores condições financeiras e<br />

média entre junho de 2010 e setembro<br />

de 2012, a mesma fonte<br />

indica <strong>um</strong> recurso de 2,3 do BPI,<br />

abaixo dos restantes quatro maiores<br />

bancos portugueses: Santander<br />

Totta (4,3), CGD (7,9), BES<br />

(8,2) e BCP (13,7). O presidente<br />

do BPI destaca, aliás, que o seu<br />

banco tem o recurso ao BCE mais<br />

baixo tanto nos depósitos como<br />

nos ativos, de 10% e 5%, respetivamente.<br />

Outro aspeto em que o BPI é,<br />

segundo Fernando Ulrich, diferente<br />

dos restantes bancos cotados<br />

é na taxa de transformação. O BPI<br />

tem, segundo o mesmo responsável,<br />

<strong>um</strong>a taxa de transformação de<br />

105%, abaixo dos 117% de CGD,<br />

dos 130% do Banif, dos 139%<br />

do BCP e dos 142% de Santander<br />

Totta e BES. Recorde-se que<br />

balanços mais estáveis. O setor público<br />

continuará a desalavancar e nos EUA<br />

entrará em vigor <strong>um</strong>a política fiscal mais<br />

restrita, pois embora o “precipício fiscal<br />

“ tenha sido evitado, novas negociações<br />

para subir o teto de dívida pública estão<br />

a decorrer, podendo resultar em redução<br />

da despesa e mais impostos. Na Europa<br />

o espaço para alteração na política de<br />

austeridade parece reduzido, apesar de<br />

existir alg<strong>um</strong> compromisso político para<br />

fomentar o crescimento económico. Em<br />

simultâneo, os líderes políticos da Zona<br />

Euro e o Banco Central Europeu, reduziram<br />

parte do risco face ao Euro.<br />

Ainda assim, existem alguns fatores<br />

chave que podem reintroduzir alg<strong>um</strong> risco<br />

nos mercados financeiros e na Zona Euro,<br />

como: as eleições italianas de finais de<br />

fevereiro; o adiamento de <strong>um</strong> pedido de<br />

ajuda às instituições financeiras por parte do<br />

governo espanhol; e a revisão do programa<br />

de consolidação português. Além disso, as<br />

condições financeiras e fiscais adversárias<br />

deverão reduzir o crescimento na Europa e<br />

Outlook 2013<br />

Santander estuda outra aquisição no Reino Unido<br />

A filial britânica do grupo financeiro espanhol Santander, ainda antes de entrar em bolsa, poderá<br />

integrar os ativos do Australia Bank na Inglaterra e na Escócia, com <strong>um</strong> valor estimado<br />

entre os mil e os dois mil milhões de euros. Deste modo, a entidade financeira do país vizinho<br />

tencionará compensar o recente fracasso nas negociações para integrar 316 sucursais do<br />

Royal Bank of Scotland.<br />

Fernando Ulrich demarca BPI dos restantes bancos<br />

“O BPI foi o único banco português cotado que não emitiu dívida garantida<br />

pelo Estado para satisfazer as suas necessidades de liquidez”, referiu Fernando<br />

Ulrich.<br />

SERRAS LOPES<br />

diretor de investimentos do Banco<br />

Best<br />

a Zona Euro deverá, de facto, contrair em<br />

2013.<br />

Os Bancos Centrais das economias<br />

desenvolvidas sinalizaram a vontade de<br />

aplicar políticas de suporte aos mercados<br />

financeiros e crescimento económico,<br />

mantendo a postura do ano anterior. A<br />

Reserva Federal norte-americana ligou a sua<br />

política aos desenvolvimentos do mercado<br />

laboral e o BCE, por sua vez, deverá<br />

reduzir os juros no início do ano e manter<br />

a disponibilidade para comprar montantes<br />

ilimitados de obrigações públicas dos países<br />

com necessidades de financiamento. Além<br />

disso, o BCE tornar-se-á o supervisor único<br />

dos maiores bancos da Zona Euro em<br />

2014, abrindo caminho à possibilidade de<br />

recapitalização bancária direta. O Banco<br />

do Japão, a pedido do novo governo,<br />

comprometeu-se com mais expansão<br />

monetária tendo inclusivamente subida o<br />

objetivo de inflação de 1% para 2%.<br />

Nos EUA, esta política monetária<br />

expansionista e o abrandamento da<br />

desalavancagem no setor privado deverão<br />

MERCADOS<br />

o objetivo indicativo definido pelo<br />

Banco de Portugal para 2014 é de<br />

120%.<br />

O presidente do BPI referiu ainda<br />

que o banco tem o crédito em<br />

risco mais baixo em valor (1109<br />

milhões de euros) e em rácio (4%),<br />

bem como o montante mais baixo<br />

de imóveis obtidos por recuperação<br />

de crédito (12) e a cobertura<br />

por imparidades mais elevada<br />

(39%), o valor mais baixo de crédito<br />

em risco mais imóveis em valor<br />

absoluto (12161) e a cobertura por<br />

imparidades mais elevada (70%).<br />

Fernando Ulrich terminou o discurso<br />

na conferência da ACEGE<br />

com a afirmação que “o BPI obteve<br />

o melhor resultado” no programa<br />

de inspeção on-site para a exposição<br />

aos setores da construção e promoção<br />

imobiliária.<br />

suportar o crescimento económico e<br />

a retoma do mercado imobiliário. As<br />

condições financeiras devem ser mais<br />

favoráveis, beneficiando o cons<strong>um</strong>o e<br />

investimentos. Ainda assim, a austeridade<br />

fiscal deverá reduzir o crescimento<br />

económico.<br />

Economias emergentes, lideradas pela<br />

China, que deverá voltar a <strong>um</strong> crescimento<br />

mais acelerado, deverão registar taxas<br />

de crescimento maiores, suportadas por<br />

<strong>um</strong>a política expansionista e melhores<br />

condições financeiras a nível mundial. O<br />

crescimento deverá ser menos dependente<br />

de exportações e centrado no a<strong>um</strong>ento da<br />

procura interna, <strong>um</strong>a alteração que, para<br />

além disso, ajudará a equilibrar as contas<br />

correntes mundiais.<br />

Em s<strong>um</strong>a, 2013 tem sido considerado<br />

como <strong>um</strong> ano de possível mudança, mesmo<br />

que os problemas estruturais financeiros e<br />

do nível de endividamento se mantenha.<br />

Ainda assim, a política dos bancos centrais<br />

e a recuperação do setor privado podem<br />

sustentar o crescimento global.<br />

PUB


40 SEXTA-FEIRA, 25 DE JANEIRO 2013<br />

MERCADOS<br />

Galp produz mais e refina menos<br />

A Galp Emergia produziu 17 700 barris diários de petróleo, durante o quarto trimestre, o<br />

que implicou <strong>um</strong> a<strong>um</strong>ento de 36%, face a igual período do exercício anterior. O a<strong>um</strong>ento de<br />

produção contrastou com <strong>um</strong>a descida de 10% na atividade de refinação, que surgiu acompanhada<br />

por <strong>um</strong>a quebra de 8,7% nas vendas de produtos petrolíferos a clientes finais, para 2,4<br />

milhões de toneladas. A Galp beneficiou de <strong>um</strong> ligeiro a<strong>um</strong>ento de 0,7% nos preços médios de<br />

cotação do petróleo, para 110 dólares por barril, bem como de <strong>um</strong> encarecimento de 15% nos<br />

preços de referência do gás natural.<br />

AQUILES PINTO<br />

aquilespinto@vidaeconomica.pt<br />

O regresso de Portugal aos mercados<br />

é positivo, mas não significa,<br />

por si, que o pior já tenha passado<br />

para a economia nacional. Essa foi<br />

a posição deixada à “<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong>”<br />

por seis especialistas, contactados<br />

antes da emissão de dívida<br />

de Portugal, operada na última<br />

quarta-feira (23). Há, até, quem<br />

veja na emissão de Obrigações do<br />

Tesouro com maturidades superiores<br />

a 18 meses <strong>um</strong>a vitória de<br />

Pirro, ou seja, com elevados custos<br />

económicos e sociais para o país.<br />

Recorde-se que Portugal colocou<br />

2,5 mil milhões de euros (o objetivo<br />

inicial do Governo eram 2 mil<br />

milhões) de dívida n<strong>um</strong>a linha de<br />

Obrigações do Tesouro a cinco anos<br />

(vence em outubro de 2017). Com<br />

a procura da emissão a superar os<br />

12 mil milhões de euros, a taxa<br />

de juro que o país vai pagar é de<br />

4,891%. A emissão foi feita através<br />

de sindicato bancário, escolhido<br />

pelo IGCP – Agência de Gestão<br />

da Tesouraria e da Dívida Pública,<br />

constituído por BESI, Barclays,<br />

Deutsche Bank e Morgan Stanley.<br />

Golden Broker: vitória<br />

de Pirro<br />

O diretor-executivo da Golden<br />

Broker, Alexandre Mota, avisa<br />

que, “nos moldes em que está a<br />

ser tratado este processo de ajustamento,<br />

o regresso aos mercados<br />

é <strong>um</strong>a vitória de Pirro”. O<br />

mesmo responsável explica que<br />

“o mundo desenvolvido está atolado<br />

em dívida. Essa dívida pode<br />

ser paga reprimindo o devedor,<br />

penalizando o credor, ou <strong>um</strong> mix<br />

dos dois. A história está cheia de<br />

exemplos de renegociações de<br />

dívida, alg<strong>um</strong>as bastante duras<br />

e penalizantes para os credores”.<br />

A mesma fonte defende que,<br />

no caso português, precisamos<br />

de menos impostos, menos<br />

despesas, contas públicas equilibradas<br />

e <strong>um</strong> stock de dívida<br />

pública baixo. “Menos impostos<br />

a<strong>um</strong>entariam o rendimento disponível,<br />

mas menos despesas diminuiriam<br />

o rendimento disponível<br />

dos funcionários públicos.<br />

Não podendo ser feito de <strong>um</strong><br />

momento para o outro, o emagrecimento<br />

do Estado teria de<br />

apontar simultaneamente para<br />

estas duas variáveis, tornando a<br />

economia menos dependente da<br />

estatização anestesiante. O que<br />

pode ser feito de <strong>um</strong> momento<br />

para o outro (e não foi) é cortar<br />

o stock da dívida, renegociando-<br />

-a com os credores. Ao invés, este<br />

processo de ajustamento coloca<br />

todo o peso nas receitas (confisco<br />

fiscal), nas despesas (sem regra<br />

nem critério) e nada fez relativamente<br />

à renegociação da dívida”,<br />

refere.<br />

“Mais cedo ou mais tarde, a<br />

economia nacional pagará este<br />

erro político. O paciente poderá<br />

morrer da cura e não vejo em<br />

que é que o regresso aos mercados<br />

poderá ajudar neste destino”,<br />

avisa a nossa fonte.<br />

Para Alexandre Mota, o regresso<br />

aos mercados deixa Portugal<br />

“mais sensível às turbulências<br />

da crise da dívida que ainda não<br />

acabou, mas foi apenas adiada.<br />

Para além disso, se o Governo<br />

cair e a nova solução for menos<br />

amiga dos credores, são previsíveis<br />

mais complicações”.<br />

Quanto ao impacto do regresso<br />

do país aos mercados nas<br />

bolsas, o diretor-executivo explica<br />

que até pode correr bem,<br />

mas que o problema de fundo,<br />

o excesso de dívida, mantém-se<br />

à espreita. “Já está a ser muito<br />

positivo. As bolsas antecipam<br />

os eventos e foi isso que fizeram.<br />

N<strong>um</strong> contexto de maior estabilidade,<br />

os bancos são os grandes<br />

beneficiários. Aliás, os nossos<br />

bancos jogaram mais <strong>um</strong> vez<br />

o ‘all in’ típico da forma como<br />

funciona a economia nos dias de<br />

hoje: voltaram a comprar títulos<br />

de dívida pública, financiando<br />

os deficits. Se correr bem, como<br />

desta vez está a correr, capitalizam<br />

os lucros ou/e aproveitam<br />

para pagar as dívidas ao Estado<br />

que estão a financiar e que os financia<br />

a eles. Se correr mal, são<br />

nacionalizados a expensas dos<br />

acionistas e dos contribuintes.<br />

A esp<strong>um</strong>a do momento é ‹bull›<br />

para a bolsa e principalmente<br />

para os bancos. Por debaixo dessa<br />

camada, temos <strong>um</strong> problema<br />

sério: português, europeu, americano,<br />

mundial. Esse problema<br />

é o excesso de dívida conjugado<br />

com a relação promíscua entre<br />

Estados e banca”, explica Alexandre<br />

Mota.<br />

Zon Multimédia lucra 6,4 milhões no quarto trimestre<br />

A Zon Multimédia registou <strong>um</strong> lucro de 6,4 milhões, no último trimestre<br />

do ano passado, mais 12,7% do que nos três meses anteriores,<br />

enquanto o a<strong>um</strong>ento foi de 5,3%, em termos homólogos. As receitas<br />

de exploração ascenderam a 214,7 milhões de euros, no último trimestre.<br />

O EBITDA manteve a tendência de crescimento. Assim, no quarto trimestre<br />

do exercício transato, o crescimento foi de 1,4% e no ano foi de 0,5%, para 74,7<br />

milhões e 312,9 milhões de euros, respetivamente.<br />

AVISAM OS ESPECIALISTAS OUVIDOS PELA “VIDA ECONÓMICA”<br />

Regresso aos mercados é positivo mas<br />

de consolidação orçamental tem de con<br />

Alexandre Mota, Golden Broker.<br />

Banco Carregosa: tamanho da dívida<br />

é o verdadeiro problema<br />

Filipe Silva,<br />

responsável pelo<br />

mercado de dívida<br />

no Banco Carregosa,<br />

indica que, “do ponto<br />

de vista do país, talvez<br />

fosse bom aguardar<br />

por <strong>um</strong>a descida<br />

dos juros ainda mais<br />

significativa” para o<br />

regresso de Portugal<br />

aos mercados. O<br />

especialista referiu-<br />

-nos ser “sempre <strong>um</strong>a Filipe Silva, Banco Carregosa.<br />

boa notícia os custos<br />

do endividamento<br />

baixarem”, mas deixa o aviso: “O verdadeiro problema é o tamanho da<br />

dívida face à riqueza que somos capazes de produzir”.<br />

Uma coisa é certa, para o mercado bolsista, o regresso tem impacto<br />

positivo. “O efeito da descida nas taxas da dívida pública já se<br />

verificou na bolsa – os bancos fizeram a<strong>um</strong>entos de capital, fizeram<br />

emissões de dívida e as cotações têm vindo a subir. Desde 16 de<br />

novembro até hoje [a passada segunda-feira, 21], o PSI 20 já se<br />

valorizou em 24%”, refere Filipe Silva.<br />

Creditos: Joaquim Norte de Sousa<br />

XTB Portugal: risco é<br />

emissão ser pontual<br />

O regresso aos mercados terá<br />

de ser n<strong>um</strong>a lógica de emissões<br />

regulares, “evitando a possibilidade<br />

de ser <strong>um</strong>a emissão pontual”,<br />

de acordo com Tiago Cardoso,<br />

account manager da XTB<br />

Portugal. O especialista avisa que<br />

o principal objetivo das autoridades<br />

financeiras nacionais deve<br />

passar por garantir que “esta não<br />

seja <strong>um</strong>a emissão pontual, isso<br />

seria extremamente negativo<br />

para a imagem de Portugal”.<br />

Tiago Cardoso recorda que a<br />

recente emissão sindicada de dívida<br />

a cinco anos na Irlanda correu<br />

bem, podendo Portugal ser<br />

abrangido. “Apenas há que garantir<br />

que não é demasiado cedo<br />

para fazer esta emissão. Também<br />

o facto de ainda não sabermos<br />

como vai ser a execução orçamental<br />

deste ano pode ser visto<br />

como <strong>um</strong> risco”, explica.<br />

O account manager da XTB<br />

Portugal acredita, ainda assim,<br />

que o regresso aos mercados será<br />

Tiago Cardoso, XTB Portugal.<br />

bom para a economia nacional.<br />

“O facto de abrirmos a porta ao<br />

regresso de Portugal nos mercados<br />

de dívida leva-nos a ser visto<br />

lá fora de forma mais positiva,<br />

levando os investidores estrangeiros<br />

a ganhar mais confiança<br />

pelas empresas nacionais, e a<br />

Fincor: caminho de ajustamento<br />

ainda é longo<br />

Albino Oliveira, analista de<br />

mercados da Fincor, crê que<br />

o regresso de Portugal aos<br />

mercados traz <strong>um</strong> sentimento<br />

positivo à economia nacional,<br />

mas “o caminho do programa<br />

de ajustamento é ainda longo,<br />

no que se refere a <strong>um</strong> a<strong>um</strong>ento<br />

progressivo da competitividade<br />

através da aplicação de<br />

reformas”. O especialista avisa<br />

que, adicionalmente, “o peso<br />

da dívida do setor privado<br />

permanece <strong>um</strong>a preocupação,<br />

com o processo de redução da<br />

Albino Oliveira, Fincor.<br />

dívida por parte deste setor a<br />

estar ainda apenas no seu início”. Albino Oliveira avisa, por isso, que<br />

“o financiamento, por parte dos agentes económicos, junto dos bancos<br />

nacionais deverá manter-se condicionado, tendo em conta que estes<br />

continuam a ‘emagrecer’ o seu balanço, seguindo as recomendações<br />

da troika”.<br />

Quanto ao impacto do regresso de Portugal aos mercados na bolsa, o<br />

analista da Fincor acredita que é <strong>um</strong>a boa notícia, no seguimento da<br />

recuperação que já vem acontecendo. “A subida da bolsa nacional<br />

ao longo dos últimos meses traduz já a queda do prémio de risco<br />

atribuído ao país pelos mercados financeiros, consequência da descida<br />

das taxas de juro de longo prazo em mercado secundário. Ou seja, o<br />

mercado tem noção das reformas que Portugal continua a implementar<br />

e dos esforços realizados ao nível da consolidação orçamental”, indica<br />

a nossa fonte.<br />

Albino Oliveira acredita que, “mesmo tratando-se de <strong>um</strong> regresso<br />

‘controlado’ ao mercado, tal poderá, possivelmente, possibilitar ao país<br />

ser abrangido pelo programa OMT do Banco Central Europeu, já que<br />

essa é <strong>um</strong>a das condições”. O analista de mercados da Fincor acredita<br />

que tal facto “poderá revelar-se decisivo em 2014, momento em que o<br />

programa de suporte da Zona Euro/FMI irá chegar ao seu final”.


<strong>um</strong>a maior abertura ao crédito<br />

às PME, podendo estas também<br />

financiar-se no mercado”, refere.<br />

Também para o PSI 20 a<br />

emissão de dívida pode ser positiva,<br />

“<strong>um</strong>a vez que impulsionará<br />

a confiança dos investidores<br />

estrangeiros” nas empresas lusas.<br />

“Caso avancemos para esta<br />

emissão, podemos pensar n<strong>um</strong><br />

grande ano para a bolsa portuguesa,<br />

<strong>um</strong>a vez que isso também<br />

nos leva a pensar n<strong>um</strong>a revisão<br />

de rating da soberania, no longo<br />

prazo”, prevê Tiago Cardoso.<br />

Orey Financial:<br />

investimentos externos<br />

poderão ser potenciados<br />

SEXTA-FEIRA, 25 DE JANEIRO 2013 41<br />

Bruxelas multa PT e Telefónica<br />

por não serem concorrentes<br />

A Comissão Europeia aplicou <strong>um</strong>a coima de 12,29 milhões de euros<br />

à Portugal Telecom e <strong>um</strong>a de 66,89 milhões de euros à espanhola<br />

Telefónica por terem acordado não concorrer entre si nos mercados<br />

ibéricos das telecomunicações. Bruxelas alega que esse acordo viola o<br />

artigo 101.º do Tratado sobre o Funcionamento da União Europeia.<br />

processo<br />

tinuar<br />

Banco Best: Portugal precisava<br />

de voltar aos mercados<br />

Já o diretor de investimentos<br />

do Banco Best, Diogo<br />

Serras Lopes, explicou-<br />

-nos que o regresso de<br />

Portugal aos mercados em<br />

2013 era <strong>um</strong> imperativo,<br />

por as “necessidades de<br />

financiamento do país já não<br />

serem totalmente cobertas<br />

pelo atual acordo com as<br />

instituições internacionais”.<br />

O especialista acredita que,<br />

ao “representar <strong>um</strong> reforço<br />

da confiança dos agentes<br />

financeiros relativamente Diogo Serras Lopes, Banco Best.<br />

à capacidade creditícia da<br />

República Portuguesa, <strong>um</strong><br />

regresso aos mercados em prazos superiores a 18 meses pode ter <strong>um</strong><br />

efeito positivo nas perspetivas económicas do nosso país”.<br />

Diogo Serras Lopes avisa, ainda assim, que a operação não está isenta<br />

de riscos. “O risco de fazer <strong>um</strong> regresso mais cedo é esse regresso<br />

falhar ou o resultado ser entendido como pior do que o esperado pelos<br />

investidores. Nesse sentido, arriscaria quebrar <strong>um</strong> ciclo de a<strong>um</strong>ento<br />

de confiança externa que Portugal tem vindo a conseguir nos últimos<br />

meses, que se deve em grande parte à atuação mais proativa do BCE”,<br />

indica. Quanto ao mercado bolsista, também o diretor de investimentos<br />

do Banco Best refere que o impacto positivo já se está a sentir.<br />

O regresso aos mercados de<br />

dívida de médio e longo prazo<br />

pode contribuir para a diminuição<br />

do grau de risco do país e,<br />

“assim, os investimentos externos<br />

em Portugal poderão ser<br />

potenciados”, de acordo com<br />

Francisco Almeida, da área de<br />

investimentos da Orey Financial.<br />

A mesma fonte considera que<br />

o mercado bolsista sairá beneficiado.<br />

“É expectável <strong>um</strong> a<strong>um</strong>ento<br />

da notação de rating das<br />

principais agências de notação<br />

de risco para a dívida de Portugal.<br />

Isto traria <strong>um</strong> ainda maior<br />

apetite no investimento em títulos<br />

do Tesouro Nacional, fazendo<br />

a<strong>um</strong>entar o seu preço, que<br />

por sua vez irá a<strong>um</strong>entar o balanço<br />

dos bancos portugueses,<br />

que têm <strong>um</strong>a importante fatia<br />

aplicada em obrigações portuguesas.<br />

Os restantes títulos da<br />

bolsa nacional também seriam<br />

Francisco Almeida, Orey Financial.<br />

beneficiados, pois iriam conseguir<br />

reduzir os seus custos de financiamento<br />

e ver a notação da<br />

sua dívida também a<strong>um</strong>entar”,<br />

refere aquele responsável pela<br />

área de investimentos da Orey<br />

Financial.<br />

Banif lança Cartão PayRest<br />

O Banif lançou o cartão pré-pago PayRest. Aceite em estabelecimentos<br />

comerciais do ramo alimentar (como, por<br />

exemplo, restaurantes e supermercados), este cartão pré-pago<br />

constitui, à semelhança dos “vale refeição”, <strong>um</strong> meio de<br />

pagamento pelas empresas do subsídio de alimentação aos<br />

seus colaboradores. A adesão a este cartão pode ser efetuada<br />

nas agências ou centros de empresas Banif.<br />

Na madrugada do primeiro dia do ano,<br />

apenas alguns minutos depois do limite<br />

estipulado, o senado norte-americano aprovou<br />

<strong>um</strong> acordo que permitiu evitar a queda<br />

no chamado “precipício <strong>fiscal”</strong>. A casa dos<br />

representantes, no mesmo dia, também votou<br />

favoravelmente o acordo, o que permitiu,<br />

para já, evitar <strong>um</strong>a crise real na maior<br />

economia mundial. Os mercados receberam<br />

bem este acordo e, de facto, existem razões<br />

para considerar o mesmo como positivo – o<br />

impacto negativo do acordo deverá ser cerca<br />

de 1,5% no Produto Interno Bruto (PIB),<br />

de acordo com as projeções dos economistas<br />

do Barclays, mas a alternativa a estes ajustes<br />

teria <strong>um</strong> impacto negativo que podia chegar<br />

até 4,5% do PIB projetado para 2013. Mas os<br />

temas deverão continuar a merecer as atenções<br />

dos investidores, à medida que o debate se<br />

for aproximando do novo limite: o final de<br />

fevereiro.<br />

Apesar dos desenvolvimentos mais favoráveis<br />

no último terço do ano, os investidores deverão<br />

continuar a enfrentar, em 2013, vários fatores<br />

de incerteza, que aliás são comuns ao que<br />

tem sido a conjuntura de mercado do último<br />

trimestre: i) resolução do impasse fiscal nos<br />

Estados Unidos; ii) ajustamento das economias<br />

da zona euro; iii) o reequilíbrio da economia<br />

chinesa. Apesar da manutenção destes<br />

riscos, os investidores devem espelhar na sua<br />

carteira <strong>um</strong>a estratégia que seja consistente<br />

com o seguinte racional: a perspetiva para a<br />

economia global, e para os ativos de risco,<br />

deverá de forma sustentada tornar-se mais<br />

favorável à medida que se vão dissipando<br />

os receios relacionados com <strong>um</strong> retorno da<br />

economia mundial a <strong>um</strong> ciclo de recessão,<br />

conjugado com <strong>um</strong>a crise sistémica do setor<br />

financeiro mundial.<br />

Na Europa, o principal receio continua<br />

relacionado com as tensões dentro da zona<br />

euro e com a união monetária. E estas<br />

incertezas, de acordo com os nossos analistas,<br />

não vão, porque não existe forma de o<br />

fazer, ser dispersadas de forma célere. Existe,<br />

como tem vindo a ser defendido pelos nossos<br />

economistas, <strong>um</strong>a longa travessia a efetuar no<br />

sentido de maior integração (fiscal, bancária e<br />

política), assim como <strong>um</strong> conjunto de reformas<br />

estruturais sobretudo nas economias grandes da<br />

zona euro (com destaque para Espanha e Itália,<br />

e de forma menos imediata mas igualmente<br />

profunda na França). Este processo de reformas<br />

e integração vai levar anos e não meses a<br />

alcançar resultados.<br />

Será <strong>um</strong> processo mais lento do que<br />

normalmente os investidores estão habituados,<br />

e que exigirá <strong>um</strong> compromisso por parte da<br />

classe política europeia no sentido de criar <strong>um</strong>a<br />

arquitetura económico financeira para a união<br />

monetária sólida e consistente com o projeto<br />

político de <strong>um</strong>a Europa com<strong>um</strong>. E, desde que a<br />

decisão política progrida neste sentido, o Banco<br />

Central Europeia irá manter-se como bastião de<br />

proteção da moeda única, intervindo de forma<br />

a evitar a desintegração do euro, facto aliás que<br />

LUÍS TAVARES BRAVO<br />

Vice President, Barclays Global<br />

Dealing & Sales Trading<br />

Nuvens menos densas em 2013<br />

MERCADOS<br />

trouxe, na segunda metade de 2012, <strong>um</strong> maior<br />

nível de estabilização aos mercados europeus.<br />

Ainda assim, as atenções continuam centradas<br />

em desenvolvimentos adicionais no que diz<br />

respeito a <strong>um</strong>a intervenção externa em Espanha,<br />

cuja formalização pode despoletar o mecanismo<br />

do BCE de compra de dívida pública no<br />

mercado secundário (OMT). A conclusão a tirar<br />

nesta altura parece clara: a Espanha vai continuar<br />

a ser financiada. Se Espanha pedir auxilio, o<br />

setor oficial providenciará o financiamento. Se a<br />

Espanha tiver sucesso em ganhar a confiança do<br />

mercado então o financiamento privado manter-<br />

-se-á ativo.<br />

À medida que as nuvens mais negras que<br />

pairam sobre os mercados se forem dissipando<br />

em 2013, julgamos que os ativos de risco<br />

acabarão por ter melhor performance que<br />

as restantes classes de ativos, sobretudo<br />

nos mercados desenvolvidos. No final, a<br />

convicção dos analistas do Barclays é a de<br />

que irá prevalecer a força dos bancos centrais,<br />

que deverão manter as taxas de juro bastante<br />

baixas, e <strong>um</strong>a postura bastante acomodatícia<br />

relativamente à política monetária.<br />

Isto em conjugação com o elevado nível de<br />

estabilização dos prémios de risco nos mercados<br />

de crédito mundiais tornará menos atrativas<br />

as classes de obrigações (as governamentais,<br />

sobretudo, estarão a atingir taxas de retorno<br />

negativas nos países desenvolvidos) e de crédito<br />

(onde apenas a classe de obrigações do tipo<br />

“high yield” poderá reter alg<strong>um</strong> interesse) e<br />

tornará mais atrativa a classe de risco de ações.<br />

O efeito de “yieldfall”, como defendem os nossos<br />

estrategistas também poderá ajudar a classe de<br />

ações nos mercados desenvolvidos a manter <strong>um</strong>a<br />

performance bastante favorável em 2013.<br />

Ou seja, as remunerações das Obrigações face<br />

a Dividendos distribuídos pelas empresas serão<br />

claramente favoráveis a estes últimos. Acresce a<br />

este o facto de as empresas manterem avaliações<br />

bastante atrativas no mercado, sobretudo as de<br />

mercados desenvolvidos, que deverão conseguir<br />

continuar a crescer em termos de resultados<br />

líquidos no próximo ano, suportados pela<br />

capacidade de internacionalização que hoje<br />

as grandes empresas detêm, em conjugação<br />

com níveis de financiamento extremamente<br />

favoráveis em virtude do compromisso que<br />

existe atualmente por parte das autoridades<br />

monetárias.<br />

Um ano onde se deverá registar menor<br />

volatilidade no mercado (menor “risk on<br />

risk off”), com maior suporte por parte das<br />

autoridades monetárias do que por parte do<br />

crescimento económico em si (ainda será <strong>um</strong><br />

ano de árdua caminhada pelo deserto neste<br />

sentido), com menores riscos sistémicos mas<br />

não isenta de riscos (como será o exemplo<br />

do precipício fiscal nos Estados Unidos).<br />

Contudo, eventuais correções causadas por<br />

estes riscos – sobretudo no caso dos Estados<br />

Unidos – deverão ser encaradas como <strong>um</strong>a<br />

oportunidade de adquirir maior exposição ao<br />

risco por parte do investidor, para os mercados<br />

desenvolvidos.


42 SEXTA-FEIRA, 25 DE JANEIRO 2013<br />

MERCADOS<br />

Malparado atinge novo recorde em Espanha<br />

O crédito malparado atingiu <strong>um</strong> novo recorde em Espanha, em novembro, para 11,5% do<br />

total do crédito concedido. O valor já ascende a 190,5 mil milhões de euros, de acordo com<br />

o Banco de Espanha. Os especialistas avisam que a tendência é para o malparado junto das<br />

empresas e dos particulares continuar a a<strong>um</strong>entar, pelo menos durante os três primeiros meses<br />

do ano. De notar que o inc<strong>um</strong>primento se deve sobretudo à construção. Os promotores<br />

imobiliários estão a ser particularmente afetados pelo contexto de recessão.<br />

Diretores financeiros<br />

das cotadas preveem mais<br />

medidas para c<strong>um</strong>primento<br />

do défice<br />

Os CFO (Chief Financial<br />

Officer) das principais empresas<br />

não financeiras portuguesas cotadas<br />

em bolsa estão de acordo<br />

quanto à necessidade de adotar<br />

medidas adicionais para assegurar<br />

o c<strong>um</strong>primento do défice<br />

previsto para 2013, segundo<br />

revela inquérito “CFO Survey”<br />

realizado pelo INDEG/ISC-<br />

TE. De acordo com o estudo,<br />

que foi apresentado na semana<br />

passada na “Conferência CFO<br />

2013”, realizada no ISCTE, o<br />

painel de CFO inquiridos, pertencentes<br />

às 15 empresas não<br />

financeiras do PSI-20 e às cinco<br />

empresas mais transacionadas<br />

do PSI Geral, revela, aliás, que<br />

a principal ameaça à economia<br />

portuguesa em 2013 será precisamente<br />

a derrapagem do défice<br />

orçamental (47,06%), seguida<br />

da recessão na Europa (23,53%)<br />

e da agudização da crise das dívidas<br />

soberanas (17,65%).<br />

Curiosamente, a crise política<br />

interna é apenas citada por<br />

11,76% dos inquiridos. Por<br />

outro lado, o painel revela <strong>um</strong><br />

franco otimismo quanto à evolução<br />

da Bolsa portuguesa em<br />

2013, com 80% dos CFO a<br />

preverem <strong>um</strong>a subida do PSI-<br />

20 e cerca de dois terços destes<br />

a admitirem mesmo <strong>um</strong>a subida<br />

superior a 5%.<br />

Também em relação aos spreads<br />

nas operações de financiamento<br />

das empresas os CFO<br />

preveem <strong>um</strong>a situação mais desanuviada,<br />

com 65% dos inquiridos<br />

a esperarem <strong>um</strong>a descida<br />

de até 100 bp no prazo de três<br />

meses e 60% a acreditar n<strong>um</strong>a<br />

descida superior a 50 bp no prazo<br />

de cinco anos. Relativamente<br />

ao spread a dez anos, apenas<br />

47% das empresas preveem a<br />

ocorrência de <strong>um</strong>a descida, situando-a<br />

entre os 50 e os 100 bp.<br />

Pessimismo quanto ao PIB<br />

Tal como em relação ao défice,<br />

também relativamente<br />

ao PIB a opinião do painel se<br />

mostra pouco em linha com as<br />

previsões oficiais do Governo,<br />

revelando-se muito mais próxima<br />

das recentemente adiantadas<br />

pelo Banco de Portugal. De<br />

facto, 41% dos CFO preveem<br />

O estudo do ISCTE “CFO Survey” questionou os diretores financeiros de 15<br />

empresas não financeiras do PSI-20 e das cinco empresas mais transacionadas<br />

do PSI Geral.<br />

<strong>um</strong>a descida do PIB entre 1,5%<br />

e 2,0%, enquanto apenas 24%<br />

dos inquiridos admitem <strong>um</strong>a<br />

descida entre 1,0% e 1,5%.<br />

Outro aspeto onde se verifica<br />

<strong>um</strong>a quase unanimidade (94%)<br />

diz respeito à expectativa de <strong>um</strong><br />

a<strong>um</strong>ento da componente internacional<br />

nos resultados operacionais<br />

das empresas, sendo<br />

de sublinhar que quase 65%<br />

dos inquiridos apostam n<strong>um</strong><br />

crescimento das exportações<br />

igual ao superior ao previsto<br />

no Orçamento Geral do Estado<br />

(3,7%), considerando os restantes<br />

(35,29%) que a meta proposta<br />

será demasiado ambiciosa.<br />

Finalmente, refira-se que 53%<br />

dos CFO acreditam que Portugal<br />

vai regressar os mercados em<br />

2013.<br />

Quanto ao desempenho em<br />

2012, o inquérito revela que<br />

mais de 90% das empresas realizaram<br />

operações de financiamento<br />

de médio e longo prazo,<br />

indicando <strong>um</strong>a acrescida capacidade<br />

de financiamento relativamente<br />

a 2011, tendência que se<br />

verificou de forma consistente<br />

ao longo do ano. No que diz respeito<br />

às condições de financiamento<br />

de operações financeiras<br />

de curto prazo, verifica-se que<br />

mais de 70% das empresas inquiridas<br />

registaram <strong>um</strong> a<strong>um</strong>ento<br />

superior a 50 bp, estimando<br />

<strong>um</strong> a<strong>um</strong>ento global médio entre<br />

50 e 100 bp (versus 200-250<br />

bp em 2011). Refira-se que este<br />

inquérito denominado CFO<br />

Survey terá <strong>um</strong>a periodicidade<br />

trimestral e propõe-se referenciar<br />

as tendências registadas na<br />

relação entre o financiamento<br />

empresarial e os mercados financeiros.<br />

Análise às decisões de investimento em Lisboa e Porto<br />

O Banco Best vai promover <strong>um</strong>a conferência sobre a importância e complementaridade das<br />

análises técnica, fundamental e comportamental na tomada de decisões de investimento.<br />

O evento, que vai decorrer no dia 29 de janeiro, em Lisboa, no Hotel Fontana Park, e dia<br />

31 de janeiro, no Porto, na Fundação Cupertino Miranda, vai ter a participação do guru<br />

norte-americano Cornelius Luca, do analista de ações do BESI Rui Dias e do jornalista de<br />

economia Camilo Lourenço.<br />

AUTORIZAÇÃO É TEMPORÁRIA<br />

Bruxelas autoriza<br />

recapitalização<br />

de emergência do Banif<br />

Fonte do banco liderado por Jorge Tomé disse à “<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong>” que a<br />

recapitalização não está em causa.<br />

AQUILES PINTO<br />

aquilespinto@vidaeconomica<br />

A Comissão Europeia autorizou<br />

temporariamente, ao abrigo<br />

das regras da UE em matéria<br />

de auxílios estatais, <strong>um</strong>a recapitalização<br />

no montante total<br />

de 1,1 mil milhões de euros,<br />

concedida por Portugal ao Banif<br />

por motivos de estabilidade<br />

financeira. “Portugal comprometeu-se<br />

a apresentar <strong>um</strong> plano<br />

de reestruturação de grande<br />

envergadura para o Banif até<br />

31 de março de 2013”, avisa<br />

Bruxelas, em comunicado. A<br />

Comissão tomará <strong>um</strong>a decisão<br />

definitiva sobre a compatibilidade<br />

da injeção de capital com<br />

as regras em matéria de auxílios<br />

estatais da UE após a avaliação<br />

das medidas de reestruturação<br />

propostas por Portugal.<br />

Fonte do banco liderado por<br />

Jorge Tomé disse à “<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong>”<br />

que a recapitalização<br />

não está em causa. “A autorização<br />

para a recapitalização está<br />

concedida. Com base nesta<br />

decisão, o Estado vai injetar os<br />

fundos no Banif. O que é temporária<br />

é a avaliação da compatibilização<br />

da ajuda pública<br />

às regras da concorrência, que<br />

será feita após a entrega do plano<br />

de reestruturação, até 31 de<br />

março de 2013. No entanto,<br />

esse facto não põe em causa a<br />

recapitalização do Banif, cuja<br />

autorização está concedida e vai<br />

ter lugar nos próximos dias”,<br />

referiu-nos a mesma fonte.<br />

“A recapitalização de 1,1<br />

mil milhões de euros permite<br />

“O que é temporária<br />

é a avaliação da<br />

compatibilização da<br />

ajuda pública às regras<br />

da concorrência,<br />

que será feita após a<br />

entrega do plano de<br />

reestruturação, até 31 de<br />

março de 2013”<br />

que o Banif respeite os rácios<br />

de capital regulamentar. Neste<br />

momento, Portugal necessita<br />

urgentemente de elaborar <strong>um</strong><br />

plano de reestruturação aprofundado,<br />

reorientando o Banco<br />

para as suas atividades principais<br />

na Madeira e nos Açores<br />

e preparando <strong>um</strong>a significativa<br />

redução das suas operações”,<br />

referiu o vice-presidente da<br />

Comissão responsável pela política<br />

da concorrência, Joaquín<br />

Almunia.<br />

Recorde-se que, no passado<br />

dia 11, Portugal notificou medidas<br />

de recapitalização, que<br />

consistem na subscrição de<br />

ações emitidas pelo Banif n<strong>um</strong><br />

montante de 700 milhões de<br />

euros e em valores mobiliários<br />

híbridos no montante de 400<br />

milhões de euros. O objetivo<br />

da operação é evitar <strong>um</strong>a situação<br />

de inc<strong>um</strong>primento dos requisitos<br />

de capital fixados pelo<br />

regulador bancário português.


A Conta Poupança Aforro<br />

Mais, do Barclays, é <strong>um</strong><br />

depósito a prazo a três meses,<br />

renovável automaticamente,<br />

que pode ser subscrito a partir<br />

de 250 euros e com reforços de,<br />

no mínimo, 25 euros, e rende<br />

<strong>um</strong> juro base de 1,2%. A esta<br />

TANB pode ser acrescentado<br />

mais 1%, consoante a<br />

estabilidade, o saldo em conta<br />

e o número de renovações. O<br />

produto permite liquidações<br />

antecipadas, parciais e totais,<br />

em qualquer momento, com<br />

penalização de 50% sobre os<br />

juros decorridos desde a última<br />

renovação e referentes ao<br />

montante liquidado.<br />

MARTA ARAÚJO<br />

martaaraujo@vidaeconomica.pt<br />

SEXTA-FEIRA, 25 DE JANEIRO 2013 43<br />

AT&T quer comprar operadora europeia<br />

O grupo norte-americano de telecomunicações AT&T está a estudar a possibilidade de adquirir<br />

<strong>um</strong>a operadora telefónica europeia. O objetivo é encontrar novos mercados para a sua<br />

expansão. A intenção é avançar com <strong>um</strong>a compra e realizar o negócio ainda este ano. Os analistas<br />

consideram que se trata, em certa medida, de <strong>um</strong>a operação de risco, tendo em conta<br />

que a concorrência é muito forte na Europa e as autoridades reguladoras poderão impedir<br />

<strong>um</strong>a eventual aquisição.<br />

Economize onde pode… Invista<br />

onde quer!<br />

É <strong>um</strong>a aplicação a prazo que pretende,<br />

claramente, premiar a relação de fidelidade<br />

e estabilidade do cliente para com o Barclays.<br />

Não se trata, como no caso de outras<br />

instituições financeiras, de <strong>um</strong>a fidelidade<br />

que passa pela adesão a <strong>um</strong>a multiplicidade<br />

de produtos e serviços. Neste caso específico,<br />

a fidelidade joga em volta do mesmo<br />

produto e do maior número possível<br />

de renovações.<br />

Como é bom de ver, a forma que a instituição<br />

bancária tem para brindar esta<br />

estabilidade é prometer <strong>um</strong>a taxa de juro<br />

base, que vai a<strong>um</strong>entando, até <strong>um</strong> limite,<br />

em função do saldo que o cliente tenha no<br />

final de cada trimestre. Ou seja, mediante<br />

o dinheiro investido e a vontade de renovar<br />

o produto.<br />

Desta feita, e como o próprio nome in-<br />

A tomada de consciência da gravidade<br />

do problema por parte do setor financeiro<br />

terá sido <strong>um</strong>a das principais justificações<br />

para a redução do número de imóveis<br />

entregues, durante o último trimestre do<br />

ano passado. Foram entregues cerca de<br />

1070 imóveis em dação, menos 3% do<br />

que no trimestre anterior. No ano, foram<br />

entregues 5500 imóveis, o que se traduziu<br />

dica, a Conta Poupança Aforro Mais, embora<br />

se apresente como <strong>um</strong> depósito a prazo,<br />

tem caraterísticas que se assemelham a<br />

<strong>um</strong>a conta poupança. Feitas as contas, a<br />

médio e curto prazo e com disciplina no<br />

que a pequenos reforços diz respeito, esta<br />

solução pode ser bem mais atrativa, do<br />

ponto de vista da remuneração, do que a<br />

maioria das contas poupança que, atualmente,<br />

estão no mercado.<br />

Para o efeito, a adesão ao produto obriga,<br />

no mínimo, ao investimento de 250<br />

euros, sendo que este valor é igualmente o<br />

mínimo para a manutenção do depósito a<br />

prazo. Os reforços, que podem ser realizados<br />

quando o cliente quiser, terão de ser de<br />

pelo menos 25 euros.<br />

Invista na poupança que premeia a<br />

estabilidade!<br />

Conforme referido, esta solução permite<br />

mobilizações antecipadas, parciais ou<br />

totais, em qualquer momento, com penalização<br />

de 50% sobre os juros decorridos<br />

desde a última renovação e referentes<br />

ao montante liquidado. Nas mobilizações<br />

antecipadas parciais, os juros respetivos<br />

n<strong>um</strong>a quebra de 21%, relativamente ao<br />

exercício anterior.<br />

“No primeiro trimestre de 2012, previa-se<br />

<strong>um</strong> colapso do mercado imobiliário, com<br />

<strong>um</strong> a<strong>um</strong>ento de 74% no número de imóveis<br />

entregues, face a igual período do ano<br />

anterior. Os trimestres a seguir revelaram-se<br />

mais tranquilos, mostrando bem que o setor<br />

financeiro passou a encarar o fenómeno<br />

Deutsche Telekom elimina 1200 postos de trabalho<br />

apenas são creditados no momento da renovação<br />

seguinte. Sendo que a liquidação<br />

implica o não usufruto da bonificação que<br />

esse montante liquidado tenha gerado, a<br />

aplicar apenas na renovação seguinte.<br />

No que diz respeito às renovações, estas<br />

são automáticas e por iguais prazos, salvo<br />

se o cliente transmitir instruções em contrário<br />

ao banco por escrito. Se tal acontecer,<br />

o valor do depósito será creditado na<br />

conta de depósito à ordem associada na<br />

data prevista para a próxima renovação.<br />

A taxa de remuneração é de 1,2%<br />

(TANB), sendo que o cliente beneficiará<br />

de <strong>um</strong>a bonificação de 0,10% (TANB),<br />

por trimestre sempre que o diferencial entre<br />

o saldo final e o saldo inicial em cada<br />

trimestre, for igual ou superior a 300J e<br />

desde que não haja atingido a bonificação<br />

máxima potencial de 1%. A bonificação<br />

incidirá sempre sobre a TANB base em<br />

vigor, sendo refletida na renovação subsequente.<br />

Uma vez atingida a bonificação<br />

máxima de 1%, através da ac<strong>um</strong>ulação trimestral<br />

de bonificações de 0,1%, não será<br />

reconhecido qualquer acréscimo à bonificação.<br />

MERCADOS<br />

A empresa alemã de telecomunicações Deutsche Telekom quer eliminar 1200 postos de trabalho<br />

na Alemanha, em diversos departamentos administrativos e na direção. A intenção é<br />

garantir a poupança de 100 milhões de euros anuais. A DT vai disponibilizar a alguns empregados<br />

a transferência para outras áreas, bem como indemnizações e outras soluções. No ano<br />

passado, o grupo dispensou cerca de cinco mil funcionários. Atualmente, a equipa é composta<br />

por 230 mil pessoas.<br />

A NOSSA ANÁLISE<br />

Depósito a três meses do Barclays<br />

remunera até 2,2%<br />

Renegociação abranda entrega de imóveis em dação<br />

com outra sensibilidade, passando a ass<strong>um</strong>ir<br />

<strong>um</strong> papel mais atento e preocupado junto<br />

dos seus clientes e criando, deste modo, <strong>um</strong><br />

ambiente mais propício à renegociação dos<br />

créditos”, de acordo com a Associação dos<br />

Profissionais e <strong>Empresas</strong> de Mediação Imobiliária<br />

de Portugal (APEMIP).<br />

No primeiro trimestre, o número de<br />

imóveis entregues em dação atingiu os<br />

CONSELHOS<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

2300, o que fazia adivinhar <strong>um</strong> verdadeiro<br />

desastre para o mercado imobiliário.<br />

No entanto, os trimestres seguintes revelaram<br />

<strong>um</strong>a quebra nos imóveis entregues.<br />

Por parte dos promotores imobiliários, o<br />

número de entregues a<strong>um</strong>entou, em oposição<br />

às entregas feitas pelas famílias, as<br />

quais registaram <strong>um</strong> decréscimo considerável.


44 SEXTA-FEIRA, 25 DE JANEIRO 2013<br />

MERCADOS<br />

<br />

6.350<br />

6.200<br />

5.788<br />

5.558<br />

As Euribor subiram ligeiramente na<br />

última semana, mas encontramse<br />

ainda a valores historicamente<br />

baixos. A melhoria na confiança do<br />

sector interbancário tem levado a<br />

que os bancos vão gradualmente<br />

emprestando mais dinheiro aos<br />

seus pares. O montante depositado<br />

diariamente junto do BCE a 0%<br />

está perto de baixar dos J200 mil<br />

milhões. Calcula-se que parte do<br />

dinheiro cedido pelo BCE ao sistema<br />

a <strong>um</strong> prazo de três anos venha a<br />

ser devolvido ao Banco Central a<br />

partir de fevereiro, situação que, a<br />

verificar-se, irá reduzir a situação de<br />

excesso de liquidez, potenciando <strong>um</strong>a<br />

recuperação das taxas de mercado<br />

para valores mais perto da taxa de<br />

referência de 0,75%. Pensamos,<br />

no entanto, que este será <strong>um</strong><br />

processo lento, com possibilidade<br />

de ser revertido se algo de mais<br />

problemático voltar a surgir na Zona<br />

Euro.<br />

Na terça-feira o mercado ficou<br />

agradavelmente surpreendido com<br />

a divulgação do índice alemão<br />

ZEW, baseado em inquéritos a 272<br />

analistas e investidores do país.<br />

O índice subiu de 6,9 para 31,5,<br />

algo que já não se via desde maio<br />

de 2010, passando em muito<br />

5.160<br />

4.420<br />

28 04 11 18 25 02 09 16 23 30 06 13 20 27 04 11 18 25 01 08 15 22 29 05 12 19 26 04 11 18 25 01 08 15 22 29 06 13 20 27 03 10 17 24 01 08 15 22 29 05 12 19 26 02 09 16 23 30 07 14 21 28 04 11 18 25 02 09 16 23 30 06 13 20 27 03 10 17 24<br />

Q4 2011 Q1 2012 Q2 2012 Q3 2012 Q4 2012 Q1 13<br />

PSI-20 - ANÁLISE DE LONGO PRAZO<br />

Pric e<br />

EUR<br />

6.000<br />

5.600<br />

5.200<br />

4.800<br />

4.400<br />

O “duplo fundo” registado entre o segundo e terceiro<br />

trimestre permitiu <strong>um</strong>a recuperação que anulou a totalidade<br />

das perdas observadas no decurso de 2012. O índice nacional<br />

negoceia agora no limite superior do canal ascendente, tendo<br />

a quebra dos 5778 pontos possibilitado ao PSI 20 registar<br />

valores perto dos 6350 pontos. No entanto, a rápida subida<br />

observada nas últimas semanas sugere alg<strong>um</strong>a precaução<br />

perante <strong>um</strong>a correção do ritmo de subida. Os 6200 pontos<br />

são o suporte mais próximo.<br />

MERCADO MONETÁRIO<br />

INTERBANCÁRIO<br />

Portugal volta a emitir dívida a cinco anos<br />

YIELD 10 ANOS PORTUGAL<br />

as expectativas do mercado que<br />

apontavam para 12,0. Parte da<br />

explicação para esta subida está<br />

na forte redução da incerteza<br />

relativamente ao projecto europeu.<br />

Há expectativa de <strong>um</strong> crescimento<br />

moderado na economia este ano e a<br />

crença de que o pior já terá ficado<br />

para trás. Para o membro do BCE<br />

Benoit Coeure, são os governos dos<br />

países europeus que têm a chave<br />

para o sucesso, recomendando que<br />

não se reduzam os esforços para<br />

reestruturar as economias. Por outro<br />

lado, o presidente do Bundesbank<br />

mostrou-se preocupado com as<br />

políticas monetárias agressivas<br />

tomadas por alguns bancos centrais,<br />

temendo que tal se venha a<br />

transformar n<strong>um</strong>a competição global<br />

para desvalorização das moedas.<br />

No mercado obrigacionista é cada<br />

vez mais visível o a<strong>um</strong>ento do apetite<br />

investidor por activos de maior risco.<br />

Parte desta acção resulta na venda<br />

de activos de menor risco, levando<br />

à queda das obrigações alemãs e<br />

à subida dos rendimentos. Neste<br />

contexto, as taxas fixas voltaram a<br />

recuperar, em especial nos prazos até<br />

cinco anos. No sentido contrário estão<br />

os rendimentos dos títulos de risco<br />

mais elevado.<br />

FILIPE GARCIA<br />

filipegarcia@imf.pt<br />

Portugal colocou dívida no valor<br />

de 2,5 mil milhões de euros, com<br />

maturidade em outubro de 2017,<br />

ou seja, perto de cinco anos. A<br />

taxa de juro paga foi de 4,891%,<br />

que, comparando com a evolução<br />

dos rendimentos para maturidades<br />

semelhantes, é <strong>um</strong> nível que já não<br />

se observava em mercado secundário<br />

desde dezembro de 2010. A emissão<br />

comparável mais recente tinha<br />

ocorrido a 7 de Fevereiro de 2011, a<br />

<strong>um</strong>a taxa de 6,4%.<br />

A colocação foi bem-sucedida,<br />

como esperado. Não teria cabimento<br />

avançar para <strong>um</strong>a operação deste<br />

tipo sem que o sucesso não estivesse<br />

garantido à partida. Para além da<br />

influência de <strong>um</strong> contexto externo<br />

mais positivo, esta operação insere-se<br />

provavelmente no “pacote” de acordo<br />

com a União Europeia acerca da<br />

extensão de prazos de pagamento da<br />

ajuda externa e tem como objectivo<br />

criar as condições para que Portugal<br />

tenha acesso ao programa de compra<br />

de obrigações em mercado secundário<br />

pelo BCE (programa OMT). Se o<br />

contexto de mercado se mantiver<br />

positivo, poderemos assistir a <strong>um</strong>a<br />

nova emissão ainda neste trimestre.<br />

ANÁLISE PRODUZIDA A 23<br />

DE JANEIRO DE 2013<br />

EVOLUÇÃO EURIBOR (EM BASIS POINTS)<br />

23.janeiro13 31.outubro12 10.outubro12<br />

1M 0.112% 0.111% 0.001 0.110% 0.002<br />

3M 0.209% 0.201% 0.008 0.184% 0.025<br />

1Y 0.586% 0.570% 0.016 0.543% 0.043<br />

TAXAS EURIBOR E REFI BCE<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

FUTUROS EURIBOR<br />

Data 3 Meses Implícita<br />

March 13 0.260%<br />

April 13 0.280%<br />

May 13 0.275%<br />

September 13 0.350%<br />

December 14 0.635%<br />

June 16 1.160%<br />

CONDIÇÕES DOS BANCOS CENTRAIS<br />

Mini<strong>um</strong> Bid* 0,75%<br />

BCE Lending Facility* 1,50%<br />

Deposity Facility* 0,00%<br />

EUA FED Funds<br />

*desde 5 de julho 2012<br />

0,25%<br />

R.Unido Repo BoE 0,50%<br />

Brasil Taxa Selic 7,25%<br />

Japão Repo BoJ 0,10%<br />

EURO FRA’S<br />

Forward Rate Agreements<br />

Tipo* Bid Ask<br />

1X4 0.200 0.280<br />

3X6 0.272 0.282<br />

1X7 0.373 0.388<br />

3X9 0.432 0.447<br />

6X12 0.488 0.503<br />

12X24 0.816 0.836<br />

*1x4 - Período termina a 4 Meses, com início a 1M<br />

EURO IRS<br />

InterestSwapsvs Euribor 6M<br />

Prazo Bid Ask<br />

2Y 0.532 0.552<br />

3Y 0.653 0.683<br />

5Y 0.980 0.990<br />

8Y 1.458 1.488<br />

10Y 1.725 1.735<br />

Obrigações 5Y 10Y<br />

4.97 5.87<br />

3.97 5.08<br />

0.87 2.13<br />

0.60 1.54<br />

2.95 4.20<br />

0.93 1.99<br />

0.74 1.82<br />

0.16 0.74<br />

Fontes: Reuters e IMF<br />

7.475<br />

DAX 30 - ANÁLISE DE LONGO PRAZO<br />

7.200<br />

8.115<br />

5.000<br />

5.900<br />

Q3 Q4 Q1 Q2 Q3 Q4 Q1 Q2 Q3 Q4 Q1 Q2 Q3 Q4 Q1 Q2 Q3 Q4 Q1 Q2 Q3 Q4 Q1 Q2<br />

2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013<br />

Price<br />

EUR<br />

7.000<br />

6.000<br />

5.000<br />

4.000<br />

O DAX cotou esta semana em máximos de quase 6 anos,<br />

tendo já ultrapassado a resistência dos 7475 pontos. Este<br />

evento técnico sugere <strong>um</strong>a visita a valores de 2007, junto dos<br />

8100 pontos. No entanto, alg<strong>um</strong>a prudência é aconselhável,<br />

dadas as várias semanas de ganhos consecutivos.<br />

Será importante ter em mente o suporte dos 7200 pontos<br />

perante eventuais recuos do índice alemão.<br />

Euro em máximos de 11 meses<br />

<br />

1,348<br />

1,317<br />

Eur/Usd<br />

No médio prazo o euro mantém<br />

a tendência de alta iniciada<br />

no terceiro trimestre de 2012,<br />

estando a cotar próximo de máximos<br />

de quase <strong>um</strong> ano. No entanto,<br />

o comportamento do Eur/<br />

Usd está, no curto prazo, balizado<br />

entre n<strong>um</strong> reduzido intervalo<br />

entre os 1,3250 e 1,3400 dólares.<br />

Caso o câmbio consiga quebrar<br />

em alta esta banda de variação, o<br />

próximo objectivo será os 1,3480<br />

dólares. No entanto, na eventualidade<br />

da quebra em baixa, poderemos<br />

ver os 13000 dólares.<br />

Eur/Jpy<br />

O Eur/Jpy negoceia, no médio<br />

prazo, em forte tendência de alta.<br />

Este movimento iniciou-se em<br />

meados de julho de 2012, tendo<br />

permitido ao câmbio quebrar a<br />

tendência de queda iniciada em<br />

finais de 2009. No entanto, o<br />

movimento de subida observado<br />

a partir de finais de 2012 impulsionou<br />

o câmbio para máximos<br />

de 19 meses, a <strong>um</strong> ritmo que de-<br />

Fixing<br />

23.jan.13<br />

1,281<br />

1,2658<br />

EUR/USD<br />

1,34<br />

1,325<br />

Variação<br />

semanal (%)<br />

CARLOS BALULA carlosbalula@imf.pt<br />

1,205<br />

1,2<br />

Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev<br />

Q1 12 Q2 2012 Q3 2012 Q4 2012 Q1 2013<br />

verá exigir agora <strong>um</strong>a correção.<br />

O comportamento desta semana<br />

é de consolidação, com os máximos<br />

e mínimos compreendidos<br />

entre o nível de preços observado<br />

na semana passado. O câmbio<br />

poderá, no mínimo, permanecer<br />

nesta zona antes de retomar a força<br />

ascendente até aos 123 ienes.<br />

Eur/Gbp<br />

O Eur/Gbp cotou esta semana<br />

em valores acima do canal ascendente<br />

de médio prazo, registando<br />

máximos de 11 meses. A tendência<br />

de alta observada desde meados<br />

de julho de 2012 permitiu a<br />

este câmbio quebrar a tendência<br />

de queda registada desde 2011.<br />

Esta semana, o câmbio registou<br />

<strong>um</strong> a<strong>um</strong>ento de moment<strong>um</strong> ascendente<br />

que permitiu <strong>um</strong>a subida<br />

para valores acima das 0,84<br />

libras. No entanto, no curto prazo<br />

<strong>um</strong> recuo é provável, dado que<br />

a velocidade de subida da última<br />

semana foi muito impulsiva. No<br />

médio prazo, as 0,85 libras são o<br />

próximo objectivo.<br />

Variação<br />

no mês (%)<br />

Desde 1<br />

jan. (%)<br />

EUR/USD 1.3330 -0.28% 0.85% 1.03%<br />

EUR/JPY 117.98 -1.12% 5.68% 3.85%<br />

EUR/GBP 0.8407 0.79% 2.84% 3.01%<br />

EUR/CHF 1.2385 -0.55% 2.61% 2.59%<br />

EUR/NOK 7.4015 -0.05% 0.43% 0.72%<br />

EUR/SEK 8.6909 0.55% 0.68% 1.27%<br />

EUR/DKK 7.4629 0.00% 0.02% 0.03%<br />

EUR/PLN 4.1638 1.06% 2.01% 2.20%<br />

EUR/AUD 1.2635 -0.46% -0.63% -0.61%<br />

EUR/NZD 1.5827 -0.59% -1.52% -1.36%<br />

EUR/CAD 1.3222 0.22% 0.75% 0.65%<br />

EUR/ZAR 11.9650 1.98% 5.49% 7.09%<br />

EUR/BRL 2.7205 -0.33% -1.03% 0.63%<br />

Pri c e<br />

USD<br />

1,34<br />

1,32<br />

1,3<br />

1,28<br />

1,26<br />

1,24<br />

1,22


SEXTA-FEIRA, 25 DE JANEIRO 2013 45<br />

FMI revê em baixa desempenho<br />

da Zona Euro<br />

O FMI reviu em baixa as perspetivas económicas para a Zona Euro<br />

em 2013 e avisa que a região vai entrar em recessão este ano, pois<br />

mudou o “outlook” de 0,2 para -0,2%. A instituição liderada por<br />

Christine Lagarde salientou que os países europeus continuam a<br />

apresentar riscos para a conjuntura mundial em recuperação.<br />

TÍTULOS EURONEXT LISBOA<br />

Título<br />

Última<br />

Cotação<br />

TÍTULOS MERCADOS EUROPEUS<br />

Título Última<br />

Cotação<br />

Variação<br />

Semanal<br />

Variação<br />

Semanal<br />

Máximo 52 Mínimo 52 EPS Est EPS Est<br />

Sem Sem Act Fut<br />

Máximo<br />

52 Sem<br />

Mínimo<br />

52 Sem<br />

EPS Est<br />

Act<br />

EPS Est<br />

Fut<br />

PAINEL BANCO POPULAR<br />

PER Est<br />

Act<br />

PAINEL BANCO POPULAR<br />

DT. TELEKOM 8.809 -1.66% 10.060 7.688 0.642 0.682 13.751 12.944 7.94% 7.94% 23-01-2013 16:35:21<br />

VOLKSWAGEN 170.35 2.47% 170.850 108.500 35.190 23.596 4.832 7.206 1.76% 2.10% 23-01-2013 16:35:24<br />

ING GROEP 7.256 -5.39% 7.905 4.440 0.928 1.117 7.819 6.496 -- 0.00% 23-01-2013 16:35:00<br />

Este relatório foi elaborado pelo Centro de Corretagem do Banco Popular, telf 210071800, email: centro.corretagem@<br />

bancopopular.pt, com base em informação disponível ao público e considerada fi dedigna, no entanto, a sua exatidão não<br />

é totalmente garantida. Este relatório é apenas para informação, não constituindo qualquer proposta de compra ou venda<br />

em qualquer dos títulos mencionados.<br />

PER Est<br />

Act<br />

PER Est<br />

Fut<br />

PER Est<br />

Fut<br />

Div. Yield<br />

Ind<br />

Div. Yield<br />

Est<br />

Encontre nas soluções PME Power a energia para o crescimento,<br />

a consolidação e a competitividade da sua empresa.<br />

STEVEN SANTOS<br />

XTB Portugal<br />

Investidores regressam<br />

às bolsas mundiais<br />

MERCADOS<br />

Dívida pública portuguesa acima dos 200 mil milhões<br />

A dívida pública pública portuguesa registou nova subida no terceiro trimestre do ano<br />

que passou, de 117% para 120% do PIB, e ultrapassou, pela primeira vez, os 200 mil<br />

milhões de euros, de acordo com os dados do Eurostat. Aquele valor torna a dívida pública<br />

nacional na terceira mais elevada da União Europeia, a seguir à Irlanda e à Grécia.<br />

O desbloqueamento da quinta “tranche” da ajuda fi nanceira (de 4,1 mil milhões) terá<br />

justifi cado o a<strong>um</strong>ento.<br />

Div. Yield<br />

Div. Yield Est Data Atl Hora Atl<br />

Ind<br />

ALTRI SGPS 1.900 7.04% 1.935 0.945 0.203 0.195 9.360 9.744 1.05% 0.53% 23-01-2013 16:35:00<br />

B. COM. PORT. 0.115 26.37% 0.141 0.047 -0.071 -0.020 -- -- -- 0.00% 23-01-2013 16:39:56<br />

B.ESP. SANTO 1.150 5.41% 1.190 0.434 0.029 0.044 39.655 26.136 -- 0.09% 23-01-2013 16:35:00<br />

BANIF-SGPS 0.154 - 0.382 0.100 -0.330 -0.120 -- -- -- -- 17-12-2012 17-12-2012<br />

B. POP. ESP. 0.720 1.41% 1.973 0.520 -0.329 0.030 -- 24.000 -- 0.00% 23-01-2013 16:11:55<br />

BANCO BPI 1.312 5.98% 1.380 0.338 0.105 0.062 12.495 21.161 -- 0.00% 23-01-2013 16:39:16<br />

BRISA 2.060 4.04% 2.785 1.620 0.130 0.093 15.846 22.151 -- 15.05% 23-01-2013 16:35:00<br />

COFINA,SGPS 0.585 -0.17% 0.730 0.300 0.057 0.057 10.263 10.263 1.71% 2.22% 23-01-2013 16:36:02<br />

CORT. AMORIM 1.950 8.33% 1.950 1.194 0.250 0.250 7.800 7.800 3.35% 4.62% 23-01-2013 15:46:50<br />

CIMPOR,SGPS 3.370 -3.16% 5.700 2.930 0.370 0.430 9.108 7.837 4.93% 5.94% 23-01-2013 16:35:00<br />

EDP 2.387 0.80% 2.446 1.628 0.291 0.270 8.203 8.841 7.75% 7.79% 23-01-2013 16:35:00<br />

MOTA ENGIL 2.227 11.35% 2.245 0.951 0.188 0.230 11.846 9.683 4.94% 4.94% 23-01-2013 16:35:00<br />

GALP ENERGIA 12.500 3.31% 13.775 8.330 0.445 0.527 28.090 23.719 2.56% 1.84% 23-01-2013 16:35:00<br />

IMPRESA,SGPS 0.460 35.29% 0.560 0.260 0.005 0.005 92.000 92.000 -- 0.00% 23-01-2013 16:37:23<br />

J. MARTINS 16.000 4.44% 16.460 11.071 0.633 0.743 25.276 21.534 1.72% 2.41% 23-01-2013 16:35:00<br />

MARTIFER 0.780 8.33% 1.120 0.500 -0.255 0.020 -- 39.000 -- -- 23-01-2013 16:35:00<br />

NOVABASE 2.700 12.03% 2.700 1.660 0.247 0.233 10.931 11.588 1.11% 3.22% 23-01-2013 16:35:55<br />

GLINTT 0.190 35.71% 0.190 0.090 -- -- -- -- -- -- 23-01-2013 16:39:35<br />

P. TELECOM 4.191 -0.92% 4.462 3.003 0.328 0.378 12.777 11.087 20.76% 9.54% 23-01-2013 16:35:00<br />

PORTUCEL 2.662 4.60% 2.679 1.680 0.273 0.255 9.751 10.439 8.30% 6.88% 23-01-2013 16:35:00<br />

REDES E. NAC. 2.300 1.32% 2.389 1.800 0.255 0.263 9.020 8.745 7.35% 7.35% 23-01-2013 16:35:00<br />

S. COSTA 0.290 81.25% 0.410 0.120 -0.120 0.030 -- 9.667 -- -- 23-01-2013 16:35:40<br />

SEMAPA 7.151 5.94% 7.151 4.602 1.074 1.008 6.658 7.094 3.57% 3.58% 23-01-2013 16:35:00<br />

SONAECOM 1.512 3.07% 1.800 1.042 0.166 0.149 9.108 10.148 4.63% 4.03% 23-01-2013 16:35:00<br />

SONAE,SGPS 0.747 5.96% 0.759 0.366 0.045 0.051 16.600 14.647 4.43% 4.02% 23-01-2013 16:35:00<br />

SONAE IND. 0.614 19.92% 0.720 0.384 -0.340 -0.167 -- -- -- 0.00% 23-01-2013 16:35:16<br />

SAG GEST 0.280 0.00% 0.520 0.270 -0.080 -0.050 -- -- -- -- 23-01-2013 16:35:00<br />

TEIX. DUARTE 0.590 31.11% 0.610 0.180 -- -0.030 -- -- -- -- 23-01-2013 16:37:59<br />

Z. MULTIMEDIA 3.242 3.25% 3.339 1.977 0.146 0.188 22.205 17.245 3.70% 5.09% 23-01-2013 16:35:00<br />

Data Atl Hora Atl<br />

B.POPULAR 0.706 -1.12% 2.000 0.528 -0.329 0.030 -- 23.533 -- 0.14% 23-01-2013 16:38:00<br />

INDITEX 107.4 2.82% 111.800 63.970 3.868 4.359 27.766 24.639 1.49% 2.09% 23-01-2013 16:38:00<br />

REPSOL YPF 17.075 2.37% 22.185 10.900 1.607 1.689 10.625 10.110 5.96% 5.08% 23-01-2013 16:38:00<br />

TELEFONICA 10.79 -1.01% 13.201 7.900 1.191 1.226 9.060 8.801 -- 0.90% 23-01-2013 16:38:00<br />

FRA. TELECOM 8.472 -2.44% 11.785 7.835 1.254 1.149 6.756 7.373 16.29% 10.59% 23-01-2013 16:39:54<br />

LVMH 138.4 -1.50% 143.400 111.000 7.216 7.961 19.180 17.385 2.10% 2.17% 23-01-2013 16:37:50<br />

BAYER AG O.N. 72.88 0.28% 73.600 47.625 5.435 5.926 13.422 12.310 2.27% 2.49% 23-01-2013 16:35:04<br />

DEUTSCHE BK 35.4 -3.42% 39.510 22.110 3.502 4.229 10.097 8.361 2.12% 2.08% 23-01-2013 16:35:27<br />

O maior risco que corremos em 2012 foi o pessimismo, como<br />

afi rmou Lloyd Blankfein, presidente executivo da Goldman Sachs.<br />

Concordo com esta visão, visto que vários analistas e a opinião pública<br />

de alguns países acreditavam que a Grécia sairia do bloco europeu, que a<br />

Espanha seria resgatada ou até que a Zona Euro iria desagregar-se.<br />

A verdade é que 2012 foi <strong>um</strong> ano positivo para as acções, tendo<br />

superado as obrigações e as matérias-primas pela maior diferença desde<br />

2009. Com base no MSCI All-Country World Index (que inclui<br />

dividendos), as acções mundiais valorizaram-se 17%. O S&P 500<br />

ganhou 12% e o alemão DAX 30 subiu 25%, enquanto nos países<br />

emergentes o índice mexicano cresceu 17% e o índice polaco 24%. No<br />

dia 17 de Janeiro, o Dow Jones Industrial Average fechou nos 13.649<br />

pontos, máximos que não eram alcançados desde Dezembro de 2007,<br />

período anterior à crise fi nanceira de 2008.<br />

Vários indicadores macroeconómicos mostram a aceleração de<br />

vários países, contrastando com o abrandamento visível em meados de<br />

2012. Embora no dia 18 de Janeiro tenha apresentado a menor taxa de<br />

crescimento anual do PIB desde 1999, a economia chinesa recuperou<br />

nitidamente no último trimestre de 2012 face ao período homólogo.<br />

Recuperação essa que se sentiu na produção industrial, no investimento<br />

em activos fi xos (caso das infra-estruturas) e nas vendas a retalho.<br />

O indicador de sentimento económico, medido mensalmente pelo<br />

instituto ZEW, atingiu em Dezembro 6,9 pontos, mais 22,6 pontos do<br />

que no mês anterior e <strong>um</strong>a subida de 60,7 pontos face a Dezembro de<br />

2011. Este indicador refere-se às expectativas de crescimento económico<br />

na Alemanha e noutros países desenvolvidos durante os seis meses<br />

seguintes.<br />

Nas últimas semanas, o discurso político dos decisores europeus tem<br />

incidido no crescimento económico e na competitividade. Esta mudança<br />

de discurso é signifi cativa, depois d<strong>um</strong> ano marcado pela dívida europeia<br />

e pela redução das classifi cações de dívida soberana.<br />

N<strong>um</strong> contexto de políticas de estímulo monetário por diversos bancos<br />

centrais e de recuperação dos países emergentes, as acções e os índices<br />

accionistas posicionam-se como a classe de activos que deverá ser mais<br />

benefi ciada em 2013. A injecção de dinheiro na economia mundial<br />

e a elevada liquidez que várias empresas mundiais têm no balanço vai<br />

favorecer fusões e aquisições, o investimento em equipamentos, em<br />

tecnologia e em recursos h<strong>um</strong>anos, e o cons<strong>um</strong>o das famílias e das<br />

empresas. Assim, poderá iniciar-se <strong>um</strong> novo ciclo virtuoso nas bolsas<br />

mundiais, em que muitas acções estão subvalorizadas, sobretudo as<br />

multinacionais europeias. O EuroStoxx 50 está a negociar com <strong>um</strong><br />

rácio preço/lucros estimados para 2013 de apenas 11,2 vezes. <strong>Empresas</strong><br />

que compõem este índice, como a Volkswagen e o BNP Paribas, estão<br />

baratas comparativamente às suas congéneres noutros países.<br />

No entanto, há ameaças à revalorização das acções: eleições em Itália<br />

em Fevereiro, incerteza sobre as negociações fi scais nos Estados Unidos<br />

e a possibilidade de o a<strong>um</strong>ento da infl ação levar investidores para activos<br />

de refúgio como o ouro.<br />

Apesar de os aspectos fundamentais não serem perfeitos, 2013 poderá<br />

marcar o regresso em força dos investidores às acções. Em Dezembro, os<br />

aforradores portugueses aplicaram 8,8 milhões de euros em fundos de<br />

acções nacionais. Os mercados fi nanceiros estão a indicar o início d<strong>um</strong>a<br />

nova tendência, enquanto a maioria dos investidores ainda não reajustou<br />

a sua carteira. Poderá ser tempo de reduzir o peso dos títulos de dívida<br />

e a<strong>um</strong>entar a exposição às acções e às matérias-primas, isto é, activos<br />

associados ao crescimento.<br />

POR INDICAÇÃO DO AUTOR, ESTE ARTIGO AINDA NÃO SEGUE O NOVO ACOR-<br />

DO ORTOGRÁFICO.<br />

A nossa energia é<br />

para a sua empresa!<br />

PUB


46 SEXTA-FEIRA, 25 DE JANEIRO 2013<br />

AUTOMÓVEL<br />

JOSÉ RAMOS, PRESIDENTE DA TOYOTA CAETANO PORTUGAL, DEFENDE CRIAÇÃO DE PACTO DE REGIME<br />

“<strong>Empresas</strong> estão perante <strong>um</strong><br />

As empresas portuguesas<br />

não estão a passar<br />

por <strong>um</strong>a tempestade<br />

perfeita, mas “perante<br />

<strong>um</strong> tsunami autêntico”,<br />

segundo o presidente<br />

da Toyota Caetano<br />

Portugal, José Ramos.<br />

“Com todas as medidas<br />

de origem fiscal, por não<br />

haver, ao mesmo tempo,<br />

medidas de carácter<br />

económico, está a<br />

acontecer <strong>um</strong> terramoto<br />

que depois forma o<br />

tsunami”, explica à<br />

“<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong>”.<br />

N<strong>um</strong>a entrevista em<br />

que também aborda a<br />

área industrial do grupo<br />

Salvador Caetano e a<br />

aposta em mercados<br />

emergentes, José Ramos<br />

defende a criação de<br />

<strong>um</strong> pacto de regime<br />

em Portugal. “Seria<br />

importante, para os<br />

empresários, nacionais<br />

e estrangeiros, que<br />

pensem em investir no<br />

país, que existisse <strong>um</strong><br />

pacto de regime, porque<br />

nós não podemos alterar<br />

as regras a meio do<br />

jogo”, refere.<br />

AQUILES PINTO<br />

aquilespinto@vidaeconomica.pt<br />

<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong> – Com o<br />

mercado automóvel a cair na<br />

casa de 40%, é impossível<br />

fazer <strong>um</strong> balanço positivo de<br />

2012.<br />

José Ramos – Diria que 2012<br />

foi o ano de todas as lutas pela<br />

sobrevivência. Temos conseguido,<br />

através de reestruturações,<br />

equilibrar as contas da empresa,<br />

mas, de facto, estamos a viver<br />

períodos muito difíceis. Porque<br />

até 2011 vivemos sobretudo <strong>um</strong><br />

problema de descida nas vendas<br />

de viaturas, hoje o mercado<br />

está a assistir à quebra no após-<br />

-venda. Porquê? O decréscimo<br />

do mercado tem sido constante<br />

e as unidades em circulação são<br />

cada vez menos, logo com menos<br />

necessidade de assistência.<br />

Para além do efeito natural de as<br />

pessoas estarem a procurar circular<br />

menos com as viaturas, o parque<br />

está a envelhecer, o que se<br />

reflete nos após-venda. Portanto,<br />

o drama dos operadores do setor,<br />

principalmente dos concessionários,<br />

é esse. Um concessionário é<br />

financeiramente saudável a partir<br />

do momento em que o resultado<br />

que obtém do após-venda<br />

absorva os custos fixos da empresa.<br />

Hoje, isso é muito difícil<br />

de acontecer, mas esse indicador<br />

é fundamental e os concessionários<br />

têm de ajustar-se, sob pena<br />

de não sobreviverem. Com outra<br />

agravante para os concessionários:<br />

a banca, de <strong>um</strong> momento<br />

para o outro, cortou-lhes o<br />

crédito. Resultado, há situações<br />

muito dramáticas. Nós já vivemos<br />

muitas crises, mas foram<br />

quase todas temporárias e tiveram<br />

<strong>um</strong> pico n<strong>um</strong> ano, com as<br />

empresas tentar aguentar-se até<br />

ao ano seguinte. Ora, neste caso,<br />

estamos n<strong>um</strong>a crise que vem já<br />

desde 2008.<br />

VE – Podemos falar n<strong>um</strong>a<br />

tempestade perfeita para as<br />

empresas, já que têm como<br />

fatores de dificuldade a fiscalidade,<br />

economia em baixa,<br />

ausência de financiamento<br />

para empresas e clientes?<br />

JR – Não estamos perante <strong>um</strong>a<br />

tempestade, estamos perante <strong>um</strong><br />

tsunami autêntico. Com todas<br />

as medidas de origem fiscal, por<br />

não haver, ao mesmo tempo,<br />

medidas de carácter económico,<br />

está a acontecer <strong>um</strong> terramoto<br />

Sobre a produção no<br />

estrangeiro: “Sempre<br />

com dois importantes<br />

fatores a ter em<br />

conta, a engenharia é<br />

sempre de Portugal e<br />

tudo o que pudermos<br />

enviar daqui, em<br />

termos componentes,<br />

enviamos”<br />

Crescimento fora da Europa não evita descida<br />

das vendas mundiais da Renault<br />

O grupo Renault vende 2 550 286 automóveis em 2012, menos 6,3% que no ano anterior.<br />

Este valor só não foi maior porque o crescimento fora do mercado europeu – onde o construtor<br />

francês caiu 18% – foi expressivo. As vendas da Renault fora da Europa cresceram 9,1%,<br />

para 1 279 598 veículos, vol<strong>um</strong>e de vendas superior ao registado no Velho Continente, o que<br />

acontece pela primeira vez na história da marca.<br />

Do ponto de vista industrial do grupo Salvador Caetano, o objetivo é explorar mercados externos ao europeu, segundo José R<br />

que depois forma o tsunami. Estamos<br />

n<strong>um</strong>a situação gravíssima.<br />

VE – Como responsável por<br />

<strong>um</strong>a empresa que gera milhares<br />

de empregos, está desiludido<br />

com a atual política económica<br />

do Governo?<br />

JR – Diria que sim. É certo<br />

que o país precisa de reduzir as<br />

suas despesas, como estamos a<br />

fazer nas empresas, mas também<br />

precisa de <strong>um</strong>a orientação<br />

económica. Seria importante,<br />

para os empresários, nacionais<br />

e estrangeiros, que pensem em<br />

investir no país, que existisse <strong>um</strong><br />

pacto de regime, porque nós não<br />

podemos alterar as regras a meio<br />

do jogo. Ou seja, eu não posso<br />

fazer <strong>um</strong> investimento sem saber<br />

o que contar, a seguir, com as<br />

medidas fiscais. É fundamental.<br />

Estamos perante <strong>um</strong> cenário em<br />

que a classe média está a desaparecer<br />

e em que há muitos desempregados,<br />

boa parte jovens talentos<br />

que estão a sair do país. Esse<br />

vai ser outro problema com que<br />

vamos ter de lidar dentro de <strong>um</strong>a<br />

década ou duas, pois a população<br />

está a envelhecer e os jovens<br />

talentos vão embora e depois<br />

não regressam, pois as condições<br />

remuneratórias que o país pode<br />

oferecer nunca serão iguais à dos<br />

países para onde esses talentos<br />

vão. Há, ainda, outro drama, o<br />

das pessoas que neste momento<br />

estão no desemprego (que vai<br />

a<strong>um</strong>entar) com mais de 40 anos,<br />

sem formação, mas que têm capacidade<br />

de trabalho. Portanto,<br />

há que desenvolver atividades


tsunami”<br />

Ramos.<br />

SEXTA-FEIRA, 25 DE JANEIRO 2013 47<br />

Retorno mediático de acima de quatro milhões<br />

para Félix Costa<br />

O retorno mediático do piloto António Félix da Costa atingiu 4,44 milhões de euros em 2012<br />

(+93% que 2011), de acordo com a Cision. O piloto da Red Bull Junior Team, que este ano<br />

se vai manter na World Series by Renault 3.5, teve na televisão a principal, representando mais<br />

de 80% do total da sua mediatização, com 493 notícias, que geraram 3,69 milhões de retorno,<br />

contra 458 notícias na imprensa, que representam 757 206 euros.<br />

como o turismo, a agricultura,<br />

as pescas para que essas pessoas<br />

possam trabalhar. Portanto, seriam<br />

necessárias várias medidas<br />

para a nossa economia, as quais<br />

não vejo serem tomadas.<br />

VE – Voltando ao negócio<br />

automóvel, o mercado automóvel<br />

atingiu níveis de 1985,<br />

com vendas inferiores a 100<br />

mil ligeiros de passageiros.<br />

Esses números podem ser<br />

ainda mais dramáticos com<br />

a influência de matrículas de<br />

km zero que ficam nos stocks<br />

das marcas e das reexportações<br />

com direito a reembolso<br />

de ISV?<br />

JR – Esse efeito existe, o que<br />

nos leva a deduzir que o mercado<br />

terá caído mais do que está<br />

indicado nas estatísticas. Isso<br />

pode significar que o mercado<br />

em 2013 poderá cair ainda<br />

mais, pois as marcas não podem<br />

fazer, constantemente, essas<br />

operações. A ACAP [Associação<br />

Automóvel de Portugal, a que<br />

José Ramos preside] sugeriu ao<br />

Governo a criação de incentivos<br />

ao abate de viaturas em fim de<br />

vida não para vender mais – o<br />

que seria desejável e necessário<br />

–, mas para conter o decréscimo<br />

das vendas. Caso esta tendência<br />

de descida se mantenha, estimamos<br />

que em 2012 tenham ido<br />

para o desemprego 20 mil profissionais<br />

do setor automóvel.<br />

2013 vai pelo mesmo caminho.<br />

É <strong>um</strong>a espiral. Há marcas que<br />

começam a não ter rede de concessionários.<br />

VE – Vai haver <strong>um</strong>a redução<br />

do número de marcas presentes<br />

em Portugal. Podemos voltar,<br />

também aí, a níveis dos<br />

anos 80?<br />

JR – Pode acontecer. As marcas<br />

poderão existir, mas com vol<strong>um</strong>es<br />

de vendas residuais. Imagine<br />

o que é <strong>um</strong> concessionário<br />

a vender cinco carros por mês<br />

aguentar a estrutura?<br />

VE – Neste cenário, qual<br />

poderá ser o desempenho das<br />

marcas representadas pela<br />

Toyota Caetano Portugal em<br />

2013?<br />

JR – Com o recente Toyota<br />

Auris, voltamos, felizmente, a<br />

ter <strong>um</strong>a opção que não tínhamos<br />

na primeira geração: a “station”.<br />

A “station” tem <strong>um</strong> peso significativo<br />

no mercado. O segmento<br />

C representa 30% do mercado<br />

automóvel nacional e a “station”<br />

representa quase <strong>um</strong> terço<br />

desses 30%. Com a introdução<br />

do novo Auris (nas duas carroçarias),<br />

as nossas previsões é que<br />

vamos praticamente vender o<br />

mesmo vol<strong>um</strong>e de 2012, quando<br />

o mercado em geral deverá<br />

cair cerca de 18%.<br />

VE – A empresa também tem<br />

<strong>um</strong>a base industrial. A Toyota<br />

fez <strong>um</strong>a parceria com o grupo<br />

PSA para os comerciais, o que<br />

significou o fim da produção<br />

da Hiace. O modelo era produzido<br />

na fábrica de Ovar, como<br />

é que unidade fica na estratégia<br />

industrial da Toyota?<br />

JR – A fábrica da Ovar é onde<br />

se produz a Dyna e deixámos<br />

Estimamos que em<br />

2012 tenham ido para<br />

o desemprego 20 mil<br />

profissionais do setor<br />

automóvel. 2013 vai<br />

pelo mesmo caminho.<br />

É <strong>um</strong>a espiral. Há<br />

marcas que começam<br />

a não ter rede de<br />

concessionários<br />

de produzir a Hiace, tendo a<br />

Toyota feita <strong>um</strong>a parceria com<br />

a PSA – Peugeot Citroën para o<br />

modelo substituto, que vai chegar<br />

em meados do ano. A fábrica<br />

de Ovar continuará a produzir a<br />

Dyna, sendo que o seu sucesso<br />

está dependente dos mercados<br />

internacionais. O mercado nacional<br />

é importante, somos líderes<br />

do segmento, mas, embora<br />

tenhamos <strong>um</strong>a quota de 26%, é<br />

muito pequeno. Nos restantes<br />

mercados europeus, a situação<br />

também não está muito positiva.<br />

Portanto, o sucesso da Dyna<br />

depende da evolução dos vários<br />

mercados. Seria importante que<br />

houvesse <strong>um</strong>a evolução positiva,<br />

pois no ano passado estivemos<br />

90 dias parados. Fizemos reestruturações<br />

e vamos entrar n<strong>um</strong>a<br />

nova atividade – ainda em fase<br />

arranque – ligada à aeronáutica,<br />

procurando manter os postos de<br />

trabalho, que é <strong>um</strong>a das nossas<br />

preocupações.<br />

VE – Os responsáveis pela<br />

Toyota garantem o elo de ligação<br />

com a fábrica de Ovar.<br />

Sentem isso na prática?<br />

JR – Há <strong>um</strong>a grande consideração<br />

da parte da Toyota e da<br />

sua administração [à fábrica de<br />

Ovar]. Estão reconhecidos pelo<br />

contributo que nós, Salvador<br />

Caetano, tivemos para com a<br />

Toyota quando a marca entrou<br />

na Europa, pelo que continuam<br />

a apoiar-nos. Para isso têm, também,<br />

contribuído os elevados<br />

níveis de qualidade que mantemos,<br />

que a Toyota reconhece.<br />

Os trabalhadores têm feito <strong>um</strong><br />

grande trabalho.<br />

Médio Oriente, Ásia<br />

e América do Sul<br />

são apostas<br />

VE – Para a CaetanoBus,<br />

como foi 2012?<br />

JR – A CaetanoBus teve <strong>um</strong><br />

ano razoável, mas as perspetivas<br />

para 2013 são melhores ainda.<br />

Todos os mercados europeus tiveram<br />

quebra no ano passado,<br />

portanto, nós direcionámos os<br />

nossos esforços para o Médio<br />

Oriente e estamos a a<strong>um</strong>entar<br />

significativamente as nossas vendas<br />

aí.<br />

VE – Um dos grandes projetos<br />

da CaetanoBus nos últimos<br />

tempos foi o autocarro<br />

elétrico. Em que patamar está<br />

esse projeto?<br />

JR – O projeto está a avançar.<br />

Estivemos até há pouco tempo<br />

com as duas unidades protótipo<br />

a fazer testes e demonstrações.<br />

Temos perspetivas de vir a concretizar<br />

alguns negócios de autocarros<br />

elétricos.<br />

VE – Em Gaia, depois dos<br />

testes com os protótipos, chegou<br />

a ser falada <strong>um</strong>a utilização<br />

definitiva. Vai haver?<br />

JR – Neste momento, não há<br />

novidades, pois os investimentos<br />

estão suspensos em Portugal.<br />

VE – Do ponto de vista da<br />

Salvador Caetano SGPS, a expectativa<br />

é explorar mercados<br />

externos ao europeu?<br />

JR – Sim. Fizemos <strong>um</strong>a parceria<br />

na China para produzir lá<br />

autocarros, pois o país vai construir<br />

dezenas de aeroportos. Nós<br />

já exportávamos para a China,<br />

mas esta parceria vai-nos permitir<br />

construir autocarros lá,<br />

com material que, em parte, irá<br />

daqui. Além disso, temos outros<br />

projetos, principalmente na<br />

América Latina, que é <strong>um</strong> mercado<br />

em grande crescimento.<br />

Também neste caso o objetivo<br />

é produzir lá, mas sempre com<br />

dois importantes fatores a ter em<br />

conta: a engenharia é sempre de<br />

Portugal e tudo o que pudermos<br />

enviar daqui em termos componentes,<br />

enviamos.<br />

AUTOMÓVEL<br />

BMW Série 5 é o carro mais vendido<br />

do segmento E<br />

O BMW Série 5 manteve, em 2012, a liderança mundial do segmento E. De acordo com a<br />

marca “premi<strong>um</strong>” alemã, foram 359 016 os clientes que em todo o mundo escolheram o modelo.<br />

Em Portugal, o modelo repetiu a liderança, com, apurou a “<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong>” junto da<br />

filal da marca, 1389 unidades. Dessas, 679 foram da berlinha, 669 da Touring e 41 do Gran<br />

Turismo. A versão mais vendida foi a BMW 520d Touring, com 459 unidades.<br />

Nissan mantém<br />

quota de mercado<br />

em ano sem<br />

lançamentos<br />

A Nissan vendeu 4235 unidades<br />

em 2012, menos 41,7% do<br />

que ano anterior, ficando com<br />

<strong>um</strong>a quota de mercado de 3,81%<br />

(3,86% em 2011). A manutenção<br />

da quota de mercado é destacada<br />

à “<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong>” pelo diretor<br />

de comunicação da Nissan Iberia<br />

– Portugal, António Pereira Joaquim,<br />

que recorda a ausência de<br />

lançamento no ano que passou.<br />

“O mercado automóvel em 2012<br />

enfrentou <strong>um</strong> dos seus piores<br />

momentos, colocando ao setor,<br />

especialmente às redes de concessionários,<br />

desafios muito grandes.<br />

Neste contexto, a Nissan manteve<br />

a sua quota de mercado, o que<br />

é tanto mais de assinalar pela<br />

positiva porquanto não registámos<br />

neste período nenh<strong>um</strong> lançamento<br />

de novos produtos. Esta<br />

performance é assim consequência<br />

direta dos excelentes resultados<br />

de vendas do Qashqai – que,<br />

apesar dos seus cinco anos de<br />

vida, foi o terceiro modelo mais<br />

vendido no segmento e sexto em<br />

todo o mercado nacional – e às<br />

boas prestações do Nissan Juke”,<br />

disse-nos o porta-voz da marca<br />

japonesa.<br />

No que se refere a 2013, António<br />

Pereira Joaquim aponta nova<br />

manutenção de quota de mercado<br />

como meta. “O próximo ano<br />

continuará a colocar à prova a<br />

capacidade do setor, sendo que<br />

prevemos <strong>um</strong> mercado total que<br />

rondará as 100 mil unidades,<br />

ou seja, <strong>um</strong>a queda de cerca de<br />

10% face a este ano. A ambição<br />

da Nissan neste contexto é a de<br />

manter a sua quota de mercado”,<br />

refere o responsável de comunicação<br />

da marca em Portugal.<br />

Portugal com<br />

a segunda maior<br />

quebra nas vendas<br />

europeias<br />

Os suspeitos do cost<strong>um</strong>e lideraram,<br />

segundo a Associação de<br />

Construtores Europeus de Automóveis,<br />

as quebras nas vendas<br />

de automóveis de passageiros na<br />

Europa em 2012: Grécia e Portugal.<br />

O mercado grego liderou<br />

esse ranking negativo, com <strong>um</strong>a<br />

descida de 40,1% (para 58 482<br />

unidades), seguido por Portugal,<br />

com <strong>um</strong>a queda de 37,9% (para<br />

95 290 matrículas).<br />

No global, o mercado automóvel<br />

da União Europeia caiu<br />

8,2%, para 12,054 milhões de<br />

unidades.


Nº 1477 / 25 de janeiro 2013 Semanal J 2,20 Portugal Continental<br />

EDP reforça potência no Alqueva<br />

O grupo EDP concluiu o investimento<br />

de 190 milhões de euros que fez com que<br />

fosse a<strong>um</strong>entada para o dobro a capacidade<br />

de produção da barragem do Alqueva. Com<br />

este investimento, o segundo maior centro<br />

Malparado atinge quase<br />

16 mil milhões de euros<br />

O inc<strong>um</strong>primento das empresas e dos<br />

particulares junto da banca continua a bater<br />

recordes mês após mês, sinal da degradação<br />

da conjuntura económica. Em novembro,<br />

o crédito malparado esteve muito<br />

perto dos 16 mil milhões de euros, o que<br />

representava cerca de 6,6% do total do crédito<br />

concedido, de acordo com dados do<br />

Banco de Portugal.<br />

As empresas não conseguem pagar perto<br />

de 11 mil milhões de euros, enquanto<br />

os particulares têm em dívida cerca de<br />

O CONTROLO<br />

de GESTÃO nas PME<br />

a abordage Prca<br />

14 HORAS<br />

PORTO<br />

4 e 5 de fevereiro<br />

Hotel D. Henrique<br />

Formador:<br />

<br />

Preços ( :<br />

G120<br />

G90<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

hidroelétrico do país passou a ser responsável<br />

por 4% de toda a energia gerada.<br />

A barragem do Alqueva está agora dotada<br />

de <strong>um</strong>a potência de 512 MW, apenas<br />

atrás do centro hidroelétrico do Alto Lindoso.<br />

A EDP refere que o reforço da potência<br />

permitiu gerar 500 empregos diretos<br />

e a incorporação nacional foi de 60%, refere<br />

a elétrica em comunicado. “Para a EDP,<br />

a conclusão de mais este projeto evidencia<br />

a estratégia de crescimento sustentado em<br />

energias renováveis, não poluentes, com<br />

particular destaque para os recursos endógenos.”<br />

A empresa está envolvida em mais<br />

cinco empreendimentos hidroelétricos no<br />

mercado nacional, que envolvem mais de<br />

quatro mil postos de trabalho.<br />

cinco mil milhões. Preocupante é ainda<br />

o facto de o maior valor absoluto do<br />

malparado respeitar ao crédito à habitação,<br />

mais de 2,26 mil milhões de euros.<br />

De notar que, em novembro, os bancos<br />

concederam crédito no valor de pouco<br />

mais de 110 mil milhões de euros para<br />

compra de casa, n<strong>um</strong>a descida superior a<br />

300 milhões n<strong>um</strong> só mês. No segmento<br />

do crédito ao cons<strong>um</strong>o, o malparado vai<br />

em 1562 milhões, representando já quase<br />

11,7% do total atribuído.<br />

PROGRAMA<br />

1. A Preparação e o Controlo de <strong>um</strong> Orçamento de<br />

Exploração n<strong>um</strong>a PME<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

2. As restrições ao crédito e as implicações no Controlo<br />

de Gestão<br />

<br />

<br />

3. Análise de <strong>um</strong> modelo prático de Controlo de Gestão<br />

para <strong>um</strong>a PME<br />

4. Os conselhos de grandes empresários e gestores<br />

internacionais<br />

5. As novas metodologias<br />

<br />

6. Exercícios práticos<br />

Moçambique: as diferenças,<br />

a oportunidade e a sua concretização<br />

Moçambique (leia-se Maputo) é <strong>um</strong> país<br />

muito diferente de Angola (Luanda).<br />

Menos dinheiro, mais homogeneidade<br />

e há <strong>um</strong>a grande infl uência britânica<br />

(África do Sul) na conservação das<br />

infraestruturas, organização das empresas<br />

e comportamento individual.<br />

E constituí hoje <strong>um</strong>a grande<br />

oportunidade. Tendo sido o oitavo país<br />

que mais cresceu no mundo na última<br />

década (8% ao ano), taxa essa que se<br />

prevê no mínimo manter, se não acelerar,<br />

(em função da fonte), devido à descoberta<br />

de enormes reservas de gás natural e<br />

carvão, no norte.<br />

A que se aliam outros recursos naturais:<br />

al<strong>um</strong>ínio, madeira, muita terra fértil (para<br />

algodão, tabaco, etc.), o mar (– o marisco<br />

é a sua 5.ª principal exportação-), e o<br />

turismo fruto dos portos paradisíacos ao<br />

longo da sua costa.<br />

Para além da estabilidade política e<br />

ausência (pelo menos visível) de tensões,<br />

juventude da população (45% têm menos<br />

de 14 anos e só 3% têm mais de 65 anos),<br />

línguas (além do português que é a 5.ª<br />

língua mundial, quase toda a sua elite fala<br />

inglês), a cordialidade da população e a<br />

beleza do território.<br />

E para concretizar estas oportunidades,<br />

Moçambique necessita de actuar em seis<br />

grandes áreas.<br />

Primeira: a protecção social. Tal como<br />

Lula fez no Brasil, retirar o estado da<br />

economia naquilo que os privados fazem<br />

melhor e concentrar os seus recursos em<br />

assegurar <strong>um</strong> mínimo de protecção social,<br />

que no caso do Brasil custa ± 2% do PIB<br />

e representa a diferença entre a miséria<br />

e <strong>um</strong> mínimo de dignidade e saúde:<br />

água potável e canalizada, saneamento<br />

básico generalizado, salário mínimo e<br />

subsídio de desemprego: a esperança<br />

de vida em Moçambique é de 50 anos<br />

(contra 58 na Tanzânia e 53 na África do<br />

Sul); a mortalidade infantil (por 1000<br />

NOTA DE FECHO<br />

JORGE A. VASCONCELLOS E SÁ<br />

MESTRE DRUCKER SCHOOL DOUTORADO COLUMBIA UNIVERSITY<br />

CÁTEDRA JEAN MONNET<br />

Professor Catedrático – nop4867@mail.telepac.pt<br />

nascimentos vivos) é de 92 contra 50 na<br />

Tanzânia e 41 na África do Sul.<br />

Segunda: educação (1,2 anos de<br />

escolaridade média contra 5,1 na<br />

Tanzânia e 9 na África do Sul). A<br />

prioridade do estado deve ser a primária,<br />

atraindo escolas portuguesas para<br />

a secundária e universitária muito<br />

especialmente em 1) geologia, 2)<br />

agronomia, 3) engenharia, 4) medicina<br />

e 5) gestão. Há aqui <strong>um</strong>a grande<br />

oportunidade para cursos de actualização<br />

por universidades portuguesas, quer<br />

dados lá, quer cá.<br />

Terceira: liberalizar a economia, isto é<br />

1) menos estado, 2) mais concorrência,<br />

3) combater a corrupção (120º pior país<br />

entre 183 no mundo) e 4) fl exibilizar o<br />

mercado de trabalho (165º entre 179<br />

países).<br />

Quarta: atrair investimento estrangeiro<br />

e promover as exportações (no turismo,<br />

agricultura – actualmente Moçambique<br />

importa arroz, trigo e óleo de palma …<br />

-), substituição de importações, indústrias<br />

de tecnologia automatizada e simples<br />

(massas, concentrado de tomate) e<br />

franchises de marcas internacionais que<br />

trazem know-how de gestão e muitas são<br />

trabalho intensivos: a KFC tem já 10 lojas<br />

abertas em Maputo.<br />

Quinta, a gestão: não há países<br />

subdesenvolvidos, há países subgeridos (P.<br />

Drucker) e Moçambique é 131.º (entre<br />

144 países no mundo) na qualidade de<br />

gestão (World Economic For<strong>um</strong>). Uma<br />

grande oportunidade para as escolas de<br />

gestão portuguesas (apenas a AESE e a<br />

Católica têm <strong>um</strong>a presença embrionária).<br />

A sexta medida, não sendo económica,<br />

mas cultural, é das mais importantes:<br />

para não perder o futuro, evitar criar <strong>um</strong>a<br />

clivagem entre o presente e o passado.<br />

Algo que até agora Moçambique tem feito<br />

muito bem e consequentemente, mais<br />

<strong>um</strong>a razão para se estar optimista.<br />

Blog: www.institutoliberdadeeconomica.blogspot.com<br />

A gestão dos dois fundos para a proteção<br />

de trabalhadores despedidos com direito a<br />

indemnização serão geridos pela Segurança<br />

Social, adiantou o ministro da Economia,<br />

Álvaro Santos Pereira. As empresas terão<br />

de descontar 1% das remunerações para<br />

alimentar estes fundos.<br />

“A Segurança Social já tem experiência<br />

na gestão de fundos similares, tem experiência<br />

na gestão da cobrança coerciva e<br />

também porque se vai diminuir a carga<br />

burocrática das empresas, sendo que todos<br />

os parceiros sociais manifestaram o seu<br />

interesse neste modelo de gestão”, ainda<br />

segundo aquele governante. O ministro<br />

garantiu ainda a simultaneidade da entrada<br />

em vigor do Fundo de Compensações,<br />

Uma edição<br />

livraria.vidaeconomica.pt<br />

Segurança Social<br />

vai gerir fundos de proteção<br />

ao despedimento<br />

em caso de despedimento, e do número<br />

de dias de indemnização por cessação de<br />

posto de trabalho. Além disso, vão ser criadas<br />

medidas de incentivos à contratação,<br />

as quais poderão resultar n<strong>um</strong>a descida<br />

da taxa social às empresas que procedam<br />

à contratação dos desempregados inscritos<br />

nos centros de emprego.


Nº 25 / janeiro 2013<br />

Boletim Informativo da Indústria<br />

Metalúrgica e Metalomecânica<br />

Será que a culpa é<br />

sempre da “troika”?<br />

ANÍBAL CAMPOS<br />

Presidente da Direção da AIMMAP<br />

EDITORIAL<br />

Está a iniciar-se <strong>um</strong> novo ano civil e, como<br />

sempre, são muitas as expectativas e ainda<br />

mais as apreensões.<br />

O nosso país está a sofrer enormes di culdades,<br />

sendo sistematicamente fustigado por medidas que<br />

penalizam as empresas, as famílias e mesmo a<br />

economia no seu todo.<br />

Infelizmente, conhecendo-se o orçamento aprovado<br />

para 2013 e adivinhando-se a emergência de novas<br />

medidas draconianas, não parece haver grande<br />

margem para esperança.<br />

Não temos dúvidas de que o Governo português<br />

estará empenhado em fazer o melhor que pode e sabe<br />

para ajudar a resolver os graves problemas do país.<br />

Apesar disso, parece haver necessidade de <strong>um</strong>a<br />

profunda alteração de postura por parte do Governo.<br />

Com efeito, como digo atrás, o Governo faz o que<br />

pode e sabe. Mas, não obstante, começa a ser cada<br />

vez mais claro que talvez tenhamos chegado a <strong>um</strong><br />

momento em que será necessário que o Governo<br />

possa e saiba <strong>um</strong> pouco mais.<br />

A responsabilidade pela sucessão de medidas com<br />

que a economia e a sociedade vão sendo esmagadas<br />

tem sido recorrentemente imputada à “troika”. Tudo o<br />

que nos acontece de mau é alegadamente culpa da<br />

“troika”. E, ao que parece, o Governo não tem culpa<br />

de nada porque lhe são sempre impostas as receitas<br />

subscritas pela “troika”.<br />

Mas será que assim é? Será que a culpa é sempre e<br />

só da “troika”?<br />

Tenho muitas dúvidas de que o seja. Os<br />

representantes da “troika” – particularmente os do FMI<br />

–, são técnicos experimentadíssimos em intervenções<br />

em países em crise nos quatro cantos do mundo.<br />

Nesse sentido, têm seguramente <strong>um</strong> cardápio de<br />

diferentes soluções para distintos tipos e dimensões de<br />

crises.<br />

Mas não são seguramente infalíveis. Por muito<br />

competentes que sejam, correm o risco de errar. E<br />

para tal efeito precisam de ter no Governo português<br />

interlocutores competentes e corajosos que os ajudem<br />

a adaptar à realidade portuguesa as soluções teóricas<br />

que preconizam.<br />

Porém, a ideia que se torna cada vez mais nítida<br />

é a de que nosso Governo, com a sua postura<br />

simultaneamente voluntarista e timorata, raramente<br />

questiona o que lhe é sugerido pelos técnicos da<br />

“troika”.<br />

É precisamente por isso que quase todas medidas<br />

de austeridade com que somos confrontados têm a<br />

assinatura e a impressão digital da “troika”.<br />

Mas não signi ca isso que a culpa seja só da “troika”.<br />

A verdade é que, nunca sendo questionados quanto<br />

à e cácia das suas sugestões, os representantes da<br />

“troika” nem sequer têm a possibilidade de aprimorar<br />

as medidas que acabam por ser aplicadas aos<br />

portugueses.<br />

Com a obsessão de ser <strong>um</strong> bom aluno e <strong>um</strong> bom<br />

exemplo, o Governo está na prática a demitir-se de<br />

fazer aquilo para que foi eleito: governar o país.<br />

E está a subcontratar essa missão a <strong>um</strong> conjunto de<br />

técnicos cuja vocação parece ser muito mais básica.<br />

A minha esperança para 2013 é a de que o Governo<br />

desperte de <strong>um</strong>a vez por todas. Que ass<strong>um</strong>a a<br />

responsabilidade de governar. Que faça oposição à<br />

“troika”. E que remeta os técnicos da “troika” para o<br />

lugar de assessores que lhes inc<strong>um</strong>be.<br />

ASSEMBLEIA<br />

GERAL DA AIMMAP<br />

APROVOU PLANO<br />

DE ATIVIDADES<br />

E ORÇAMENTO<br />

PARA 2013<br />

E ATRIBUIU<br />

ESTATUTO<br />

DE SÓCIO<br />

HONORÁRIO<br />

A JOÃO TIAGO<br />

SILVEIRA<br />

EVOLUÇÃO DAS<br />

EXPORTAÇÕES DO<br />

SETOR METALÚRGICO E<br />

METALOMECÂNICO CONTINUA<br />

A SER POSITIVA<br />

Energest produz<br />

Caldeira de<br />

Recuperação<br />

para o Reino Unido<br />

PAG.6<br />

Suplemento do Jornal<br />

DESTAQUE PAG.2<br />

INTERNACIONALIZAÇÃO PAG.8<br />

ASSOCIADOS PAG.7<br />

AIMMAP<br />

AIMMAP<br />

IRÁ LANÇAR<br />

NOVAMENTE UMA<br />

INICIATIVA DE<br />

COMPRA<br />

DE ENERGIA<br />

ELÉTRICA EM<br />

GRUPO<br />

PAG.3<br />

AIMMAP<br />

AIMMAP no<br />

Parlamento<br />

Europeu<br />

PAG.3<br />

FORMAÇÃO<br />

José Manuel<br />

Fernandes,<br />

Chairman do<br />

Grupo FREZITE,<br />

inaugurou o<br />

primeiro dos<br />

“Encontros com<br />

Tema”, dedicado<br />

à Internacionalização<br />

PAG.5


2 sexta-feira, 25 de janeiro 2013 Boletim Informativo da Indústria Metalúrgica e Metalomecânica<br />

AIMMAP<br />

ASSEMBLEIA GERAL DA AIMMAP APROVOU PLANO<br />

DE ATIVIDADES E ORÇAMENTO PARA 2013 E ATRIBUIU<br />

ESTATUTO DE SÓCIO HONORÁRIO A JOÃO TIAGO SILVEIRA<br />

Conforme fora previamente<br />

anunciado na anterior edição<br />

deste jornal, realizou-se no<br />

passado dia 21 de dezembro mais<br />

<strong>um</strong>a reunião da Assembleia Geral da<br />

AIMMAP.<br />

A ordem de trabalhos da reunião foi<br />

a seguinte:<br />

1 - Discussão e votação do Plano de<br />

Atividades e Orçamento para o ano<br />

de 2013<br />

2 - Tabela de quotizações para o ano<br />

de 2013<br />

3 - Discussão e votação da proposta<br />

da direção para concessão do estatuto<br />

de Sócio Honorário ao Exmo.<br />

Sr. Dr. João Tiago Silveira<br />

4 - Outros assuntos<br />

A sessão foi presidida pelo Presidente<br />

da Mesa da Assembleia Geral,<br />

José Manuel Fernandes, tendo estado<br />

igualmente presente o Vice-Presidente<br />

António Cardoso Pinto. Secretariou a<br />

reunião, por deliberação nesse sentido<br />

dos sócios presentes, a Diretora-Geral<br />

Mafalda Gramaxo.<br />

Iniciados os trabalhos, entrando-se<br />

no primeiro ponto da ordem de trabalhos,<br />

foi efetuada <strong>um</strong>a intervenção de<br />

enquadramento e explicação do Plano<br />

de Atividades e do Orçamento, por<br />

parte do Presidente da Direção, Aníbal<br />

Campos.<br />

Na sua intervenção Aníbal Campos<br />

começou por relembrar a difícil situação<br />

em que a economia portuguesa se<br />

encontra e as consequências que de<br />

tal facto previsivelmente advirão para<br />

as empresas associadas.<br />

Referiu que o setor metalúrgico e<br />

metalomecânico, na sua globalidade,<br />

revelara <strong>um</strong> desempenho acima da<br />

média no exercício de 2012, tendo<br />

sido responsável por <strong>um</strong>a parte substancial<br />

das exportações nacionais.<br />

Lembrou em todo o caso que há<br />

muitas empresas no setor que trabalham<br />

exclusiva ou predominantemente<br />

para o mercado português, o qual<br />

é previsível que continue a contrair-se<br />

em 2013.<br />

Nesse sentido, sublinhou que, sem<br />

descurar a importância das restantes<br />

empresas, a Direção da AIMMAP irá<br />

necessariamente conceder <strong>um</strong>a atenção<br />

muito especial às empresas que<br />

venham a estar mais fragilizadas em<br />

consequência da redução signi cativa<br />

do cons<strong>um</strong>o em Portugal.<br />

No âmbito das mais importantes<br />

atividades programadas pela AIMMP<br />

para o próximo exercício, começou por<br />

destacar as iniciativas projetadas no<br />

domínio da internacionalização. Disse,<br />

nomeadamente, que o principal objetivo<br />

da AIMMAP nesse domínio seria o<br />

de contribuir para que cada vez mais<br />

empresas possam começar a exportar<br />

os seus produtos e ainda que as empresas<br />

já exportadoras possam diversi<br />

car os respetivos mercados.<br />

Destacou nesse contexto alg<strong>um</strong>as<br />

iniciativas cuja execução está a ser<br />

estudada, como por exemplo a criação<br />

de <strong>um</strong>a sociedade comercial na Colômbia,<br />

a constituição de <strong>um</strong> consórcio<br />

de empresas para o mercado argelino<br />

e ainda o desenvolvimento do trabalho<br />

no Brasil através da sociedade denominada<br />

AIMMAP Business Brasil.<br />

N<strong>um</strong> outro plano, sublinhou que a<br />

AIMMAP irá continuar a apostar for-<br />

temente na formação e muito particularmente<br />

na formação de empresários<br />

através do Programa Formação-Ação<br />

que está a ser desenvolvido em parceria<br />

com o CENFIM e o IAPMEI. Referiu<br />

a esse respeito que nas anteriores edições<br />

do programa em causa haviam<br />

sido já abrangidos mais de 100 empresários<br />

do setor.<br />

Apontou igualmente a Inovação<br />

como <strong>um</strong>a área que continuará a ser<br />

prioritária em 2013. E aproveitou para<br />

sublinhar que será rme intenção da<br />

Direção promover iniciativas que contribuam<br />

para estimular as empresas<br />

associadas a apostarem cada vez<br />

mais na Inovação como forma de se<br />

diferenciarem.<br />

No domínio da cooperação entre as<br />

empresas associadas, deu especial<br />

relevo à iniciativa de compra de energia<br />

elétrica em grupo que irá em 2013<br />

Sem descurar a importância das restantes<br />

empresas a Direção da AIMMAP irá<br />

necessariamente conceder <strong>um</strong>a atenção muito<br />

especial às empresas que venham a estar<br />

fragilizadas em consequência da redução<br />

signifi cativa do cons<strong>um</strong>o em Portugal.<br />

para a sua terceira edição. Recordou<br />

que em 2012 esse projeto integrava<br />

mais de 80 empresas e que era objetivo<br />

da associação a<strong>um</strong>entar esse número<br />

já de si bem razoável.<br />

Para além do exposto e sem prejuízo<br />

de muitas outras iniciativas que a<br />

AIMMAP seguramente implementará,<br />

o Presidente da Direção fez questão<br />

de sublinhar que os serviços da associação<br />

iriam continuar a desenvolver o<br />

seu trabalho de consultadoria perma-<br />

nente aos associados com a qualidade<br />

a que os mesmos estão habituados.<br />

Ainda no que concerne à ligação<br />

aos associados, sublinhou que os<br />

responsáveis executivos da AIMMAP<br />

iriam continuar a visitar regularmente<br />

<strong>um</strong> conjunto importante de empresas<br />

liadas, envolvendo-se cada vez mais<br />

nas respetivas realidades e aproveitando<br />

essas mesmas visitas para divulgar<br />

nas publicações da associação<br />

os casos de sucesso no setor.<br />

Finalmente, no que se refere à contratação<br />

coletiva, não só deu nota<br />

do trabalho realizado em 2012 como<br />

apontou a necessidade de contenção<br />

salarial no setor como <strong>um</strong>a preocupação<br />

da Direção para 2013.<br />

Especi camente quanto à proposta<br />

de Orçamento, o Presidente da Direção<br />

esclareceu que a mesma foi concebida<br />

no sentido de serem mantidos<br />

os níveis de gastos e rendimentos<br />

veri cados nos exercícios anteriores,<br />

aproveitando ainda a oportunidade<br />

para anunciar que o exercício de 2012<br />

irá ser encerrado com <strong>um</strong> resultado<br />

positivo e verdadeiramente adequado<br />

às características de <strong>um</strong>a entidade<br />

sem ns lucrativos como é a AIMMAP.<br />

Em seguida, o Plano de Atividades e<br />

o Orçamento foram colocados à discussão<br />

e à votação dos associados, tendo<br />

sido aprovados por unanimidade.<br />

No segundo ponto da ordem de trabalhos,<br />

foi apresentada à assembleia<br />

a tabela de quotizações para 2013,<br />

tendo Aníbal Campos anunciado que<br />

a Direção decidira, <strong>um</strong>a vez mais,<br />

apresentar <strong>um</strong>a proposta nos termos<br />

da qual se mantinham inalterados os<br />

valores das quotas e joias. Esclareceu<br />

que essa decisão tivera em consideração<br />

as di culdades crescentes que<br />

se anteveem para as empresas portuguesas.<br />

Submetida à votação, foi a<br />

referida proposta aprovada por unani-<br />

JOÃO TIAGO SILVEIRA<br />

Conforme se noticia acima, a<br />

assembleia geral da AIMMAP<br />

deliberou, por unanimidade,<br />

atribuir a João Tiago Silveira o estatuto<br />

de Sócio Honorário desta associação.<br />

Nascido em 1971, na cidade de Lisboa,<br />

João Tiago Valente Almeida da<br />

Silveira é mestre em Direito e docente<br />

universitário na Faculdade de Direito<br />

da Universidade de Lisboa, onde leciona<br />

disciplinas nas áreas do Direito<br />

Administrativo, Contencioso Administrativo,<br />

Direito do Urbanismo e Direito<br />

Constitucional e onde desempenha as<br />

funções de Secretário-Geral do Instituto<br />

de Ciências Jurídico-Políticas.<br />

Tem atividade relevante no setor<br />

privado enquanto consultor na sociedade<br />

de advogados Morais Leitão,<br />

Galvão Teles, Soares da Silva & Associados<br />

e é árbitro-presidente nos tribunais<br />

arbitrais do Conselho Económico<br />

e Social.<br />

Desempenhou vários altos cargos<br />

públicos, entre os quais os de Secretário<br />

de Estado da Justiça, Secretário<br />

de Estado da Presidência do Conselho<br />

de Ministros e Diretor do Gabinete<br />

de Política Legislativa e Planeamento<br />

do Ministério da Justiça. Nessas funções<br />

concebeu e executou iniciativas<br />

nas áreas da simpli cação dos registos,<br />

notariado e propriedade industrial,<br />

utilização das novas tecnologias<br />

nos tribunais, better regulation, reabilitação<br />

urbana, resolução alternativa<br />

de litígios e reforma do Contencioso<br />

Administrativo. Destacou-se igualmente<br />

pela sensibilidade revelada<br />

relativamente aos problemas do mundo<br />

empresarial bem como pela forma<br />

direta e pragmática com que sempre<br />

se soube relacionar com os diversos<br />

agentes empresariais e associativos.<br />

Nesse sentido, ajudou a desbloquear<br />

problemas que afetavam as<br />

empresas portuguesas e nomeadamente<br />

empresas do setor<br />

metalúrgico e metalomecânico.<br />

João Tiago Silveira tem<br />

obra publicada e efetua habitualmente<br />

intervenções em<br />

colóquios e conferências nas<br />

áreas do Direito Administrativo,<br />

Contencioso Administrativo, Direito<br />

do Urbanismo, Reabilitação<br />

Urbana, Simpli cação<br />

midade.<br />

No terceiro ponto da ordem de trabalhos,<br />

foi dada novamente a palavra<br />

ao Presidente da Direção o qual apresentou<br />

à assembleia <strong>um</strong>a proposta do<br />

órgão a que preside no sentido de ser<br />

atribuído ao advogado e ex-governante<br />

João Tiago Silveira o estatuto de<br />

Sócio Honorário da AIMMAP.<br />

Conforme explicou Aníbal Campos,<br />

essa proposta apresentada pela Direção<br />

visava expressar o reconhecimento<br />

da AIMMAP pela forma competente<br />

com que João Tiago Silveira exerceu<br />

funções governativas entre 2005 e<br />

2011 e no âmbito das quais sempre<br />

tratou com grande atenção alguns<br />

problemas que afetavam o setor metalúrgico<br />

e metalomecânico. Sublinhou,<br />

de igual modo, que a proposta visava<br />

manifestar a gratidão da AIMMAP pela<br />

forma construtiva com que João Tiago<br />

Silveira sempre procurara dialogar<br />

com os órgãos sociais da associação.<br />

A proposta em causa foi imediatamente<br />

colocada à votação, tendo sido<br />

aprovada por unanimidade.<br />

No último ponto da ordem de trabalhos<br />

foram feitas intervenções por José<br />

Manuel Fernandes, em representação<br />

da FREZITE, e por António Cardoso<br />

Pinto, em representação da ADIRA, os<br />

quais c<strong>um</strong>primentaram a Direção pelo<br />

trabalho que tem vindo a desenvolver<br />

e deram alg<strong>um</strong>as sugestões pertinentes<br />

relativamente a eventuais iniciativas<br />

a protagonizar pela associação no<br />

próximo exercício.<br />

A reunião foi concluída com a aprovação<br />

por unanimidade de <strong>um</strong>a proposta<br />

conjunta de Aníbal Campos e<br />

José Manuel Fernandes de saudação<br />

ao presidente da CIP António Saraiva<br />

pelo excelente trabalho pelo mesmo<br />

realizado durante todo o ano de 2012<br />

com os votos de rápido restabelecimento<br />

do seu estado de saúde.<br />

Administrativa e processual, Better<br />

Regulation e Direito Constitucional.


Boletim Informativo da Indústria Metalúrgica e Metalomecânica sexta-feira, 25 de janeiro 2013 3<br />

AIMMAP<br />

AIMMAP IRÁ LANÇAR NOVAMENTE<br />

UMA INICIATIVA DE COMPRA<br />

DE ENERGIA ELÉTRICA EM GRUPO<br />

Nos anos de 2011 e 2012 a<br />

AIMMAP promoveu ações<br />

de compra de energia elétrica<br />

em grupo para as empresas suas<br />

associadas.<br />

O objetivo prosseguido pela AIM-<br />

MAP com essa importante iniciativa<br />

tem sido o de tentar obter para as<br />

empresas as melhores condições de<br />

fornecimento de energia elétrica.<br />

Em 2011 essa iniciativa acabou por<br />

integrar <strong>um</strong> grupo de 57 empresas associadas<br />

da AIMMAP, as quais obtiveram<br />

poupanças reais de 6 a 15 na<br />

respetiva fatura elétrica.<br />

Na edição de 2012 aderiram 80 empresas<br />

associadas, o que se traduziu<br />

O objetivo da direção da AIMMAP é o de<br />

que esta ação venha a contar com número<br />

recorde de adesões, eventualmente<br />

superior a <strong>um</strong>a centena de empresas<br />

Na sequência do anunciado<br />

em edições anteriores deste<br />

jornal, a AIMMAP dá seguimento<br />

ao preenchimento de <strong>um</strong>a<br />

coluna dedicada aos diferentes protocolos<br />

atualmente em vigor e que<br />

foram celebrados pela AIMMAP sobretudo<br />

com aquelas instituições que<br />

objetivamente mais poderão contribuir<br />

para <strong>um</strong> incremento da eciência na<br />

gestão por parte das empresas suas<br />

associadas.<br />

Nesta edição destacamos a outorga<br />

efetuada pela AIMMAP dos seguintes<br />

protocolos:<br />

1. Protocolo celebrado em outubro<br />

de 2007 com a CERTIF – Asso-<br />

<br />

A AIMMAP está rmemente interessada<br />

na disseminação de <strong>um</strong>a cultura<br />

de certicação no Setor Metalúrgico e<br />

Metalomecânico Português em geral<br />

e em particular nas empresas que representa<br />

e que são suas associadas.<br />

Esta opção encontra-se, aliás, em<br />

coerência com as grandes linhas estratégicas<br />

da atual Direção.<br />

Tem por isso a AIMMAP interesse<br />

em disponibilizar aos seus associados<br />

os serviços prestados pela CERTIF<br />

em condições que lhes sejam mais<br />

vantajosas e por isso também promotoras<br />

e incentivadoras de <strong>um</strong>a cultura<br />

orientada à certicação.<br />

Neste sentido, a CERTIF, que é<br />

n<strong>um</strong> crescimento de mais de 40 das<br />

adesões. Uma vez mais a poupança<br />

obtida então pelas empresas aderen-<br />

tes foi verdadeiramente notável, tendo<br />

nalguns casos sido de mais de 10.<br />

Considerando os bons resultados vericados<br />

nos anos anteriores e fundamentalmente<br />

o número de adesões<br />

das empresas, a AIMMAP decidiu<br />

levar a efeito <strong>um</strong>a terceira edição da<br />

iniciativa.<br />

Para tal efeito, está já a AIMMAP<br />

envolvida em negociações com as<br />

empresas fornecedoras no sentido<br />

de conseguir obter as melhores condições<br />

possíveis. De igual modo, está<br />

a associação a disseminar esta informação<br />

junto dos seus associados, a<br />

m de que estes entrem em contacto<br />

com os seus serviços para melhor se<br />

agilizar a operação.<br />

O objetivo da direção da AIMMAP<br />

é o de que esta ação venha a contar<br />

com número recorde de adesões,<br />

eventualmente superior a <strong>um</strong>a centena<br />

de empresas.<br />

Os interessados em obter mais<br />

informações sobre este assunto deverão<br />

contactar Carlos Silva, do Departamento<br />

Técnico e de Economia<br />

da AIMMAP, o qual, como é sabido, é<br />

cada vez mais <strong>um</strong>a autoridade nesta<br />

matéria.<br />

<strong>um</strong>a associação de direito privado<br />

sem ns lucrativos que exerce a sua<br />

atividade nas áreas de produtos e sistemas,<br />

compromete-se a garantir aos<br />

associados da AIMMAP <strong>um</strong>a tabela de<br />

preços diferenciada e mais vantajosa<br />

na prestação dos seus serviços de<br />

certicação de produtos e sistemas.<br />

No sentido de prestar ainda os<br />

maiores esclarecimentos aos associados<br />

da AIMMAP no que a estas temá-<br />

AIMMAP<br />

AIMMAP no<br />

Parlamento Europeu<br />

No passado dia 18 de dezembro<br />

o vice-presidente<br />

executivo da AIMMAP, Rafael<br />

Campos Pereira, deslocou-se<br />

ao Parlamento Europeu, em Bruxelas,<br />

onde teve oportunidade de reunir<br />

com deputada europeia Maria da<br />

Graça Carvalho, tendo debatido com<br />

esta eventuais formas de estimular as<br />

empresas nacionais do setor metalúrgico<br />

e metalomecânico a apostarem<br />

de forma crescente na inovação bem<br />

como a recorrerem mais aos programas<br />

europeus de nanciamento às<br />

empresas nesse domínio.<br />

AIMMAP<br />

Protocolos de Cooperação outorgados<br />

pela AIMMAP em benefício dos seus<br />

Associados<br />

ticas diz respeito, a CERTIF garante<br />

ainda o apoio na análise de dossiers<br />

em que estejam envolvidos procedimentos<br />

relacionados com a qualidade<br />

e a sua participação em sessões<br />

técnicas promovidas pela AIMMAP.<br />

Estas sessões, que têm vindo a decorrer<br />

com regularidade e em relação<br />

às quais as empresas associadas da<br />

AIMMAP têm vindo a ser convidadas<br />

a participar, têm-se revelado de enor-<br />

Na ocasião o representante da<br />

AIMMAP foi magnicamente acolhido<br />

por Maria da Graça Carvalho, a<br />

qual manifestou a sua disponibilidade<br />

para, no estrito quadro das respetivas<br />

competências, ajudar a indústria nacional<br />

a estar mais sensível à importância<br />

da inovação.<br />

Deve sublinhar-se que Maria da<br />

Graça Carvalho tem revelado ser<br />

<strong>um</strong>a notável parlamentar, estando<br />

a realizar <strong>um</strong> excelente trabalho nomeadamente<br />

no sentido de apoiar a<br />

indústria europeia a ser cada mais<br />

competitiva.<br />

me utilidade para todos os participantes<br />

e são catalisadores da opção pelos<br />

sistemas de certicação.<br />

2. Protocolo celebrado em janeiro<br />

de 2012 com a empresa EUROFAC-<br />

TOR – Crédit Agricole Group.<br />

Por via deste protocolo, a AIMMAP<br />

pretende promover junto dos seus associados<br />

a subscrição de contratos de<br />

factoring.<br />

O factoring é <strong>um</strong> mecanismo nanceiro<br />

que consiste na tomada por <strong>um</strong>a<br />

instituição nanceira de créditos de<br />

curto prazo que os fornecedores de<br />

bens ou serviços constituem sobre os<br />

seus clientes, pelo que através da sua<br />

utilização é possível obter <strong>um</strong>a antecipação<br />

dos recebimentos.<br />

No âmbito do presente protocolo,<br />

os associados da AIMMAP que submeterem<br />

propostas de factoring à<br />

EUROFACTOR poderão beneciar de<br />

reduções e isenções monetárias na<br />

respetiva proposta.<br />

Mais <strong>um</strong>a vez se convidam todos<br />

os associados a recorrerem aos serviços<br />

da AIMMAP por forma a obterem<br />

todos os esclarecimentos a respeito<br />

destes e outros protocolos que entendam<br />

por pertinentes.<br />

Para o efeito poderão contatar.<br />

Pedro Azevedo do Gabinete de Apoio<br />

ao Associado<br />

pedro.azevedoaimmap.pt


4 sexta-feira, 25 de janeiro 2013 Boletim Informativo da Indústria Metalúrgica e Metalomecânica<br />

FORMAÇÃO<br />

Programa de Formação-Ação Academia<br />

PME terminou a sua quarta edição com<br />

<strong>um</strong>a jornada de verdadeiro associativismo<br />

No passado dia 12 de dezembro<br />

foi levado a efeito o jantar<br />

de encerramento do Programa<br />

de Formação-Ação Academia<br />

PME que coincidiu com o seminário<br />

de avaliação nal do programa de<br />

que damos conta igualmente nesta<br />

edição.<br />

A AIMMAP teve o prazer de contar<br />

com a presença dos protagonistas<br />

e responsáveis por este projeto que<br />

tem vindo a adquirir <strong>um</strong>a importância<br />

crescente na execução da estratégia<br />

da AIMMAP em proporcionar aos empresários<br />

das empresas suas associadas<br />

as melhores ferramentas de<br />

gestão para melhor poderem levar<br />

por diante os seus negócios.<br />

Durante o jantar em causa foi patente<br />

o notável e genuíno espírito<br />

de associativismo vivenciado pelos<br />

presentes, tendo sido <strong>um</strong>a excelente<br />

oportunidade para os empresários trocarem<br />

impressões, n<strong>um</strong> espírito muito<br />

positivo, sobre todos os serviços que<br />

a AIMMAP tem desenvolvido no apoio<br />

às suas empresas.<br />

As pertinentes questões colocadas<br />

pelos empresários relativamente aos<br />

diferentes serviços que a AIMMAP coloca<br />

à sua disposição, nomeadamente<br />

os protocolos obtidos ao nível da<br />

energia ou da organização da carteira<br />

de seguros ou os apoios em permanência<br />

garantidos pelos serviços jurídicos<br />

ou pelos serviços de apoio ao<br />

associado entre outros, foram verdadeiramente<br />

reveladores do interesse<br />

e da oportunidade destes momentos<br />

para as empresas associadas da AIM-<br />

MAP. Não é de mais realçar o espírito<br />

Como é referido acima, terminou<br />

no passado mês de dezembro<br />

mais <strong>um</strong>a edição do<br />

Programa de Formação-Ação Academia<br />

PME, promovida pela AIMMAP,<br />

como Entidade Beneciária, em parceria<br />

com o CENFIM, que é a Entidade<br />

Formadora.<br />

Na avaliação Final que é realizada<br />

em sessão conjunta com todos os participantes,<br />

cada elemento é chamado<br />

a efetuar <strong>um</strong>a apresentação pública<br />

relativa aos efeitos produzidos por<br />

este programa na sua empresa.<br />

É verdadeiramente excecional e<br />

digna de registo a valorização que os<br />

empresários fazem do impacto que<br />

este projeto de formação-ação tem<br />

nas suas organizações.<br />

Pelo enorme signicado que em si<br />

encerra, destaca-se a criação líquida<br />

de postos de trabalho durante o período<br />

de realização desta quarta edição<br />

do Programa de Formação-Ação<br />

Academia PME, o que aliás tem sido<br />

<strong>um</strong>a constante ao longo das edições<br />

já realizadas.<br />

Com efeito, n<strong>um</strong>a altura em que o<br />

desemprego em Portugal sofreu <strong>um</strong><br />

agravamento de 9% durante os meses<br />

de fevereiro a outubro de 2012<br />

– período em que decorreu a edição<br />

deste programa –, as empresas participantes<br />

lograram no seu conjunto<br />

promover de forma verdadeiramente<br />

notável, <strong>um</strong> crescimento de 6,3% em<br />

termos de criação líquida de postos de<br />

trabalho.<br />

Sendo que este programa é dirigido<br />

a PME, a criação de 18 novos postos<br />

de trabalho, pelo conjunto das empresas<br />

participantes, tem <strong>um</strong> enorme<br />

signicado prático. Desde logo porque<br />

isso só se torna possível quando se<br />

verica <strong>um</strong> crescimento das encomendas<br />

e por conseguinte do vol<strong>um</strong>e<br />

de trabalho e da necessidade de incrementar<br />

o número de colaboradores<br />

gerado ao longo do programa entre<br />

os empresários participantes, as sinergias<br />

criadas, os princípios de parceria<br />

e de concretização de negócios<br />

entretanto anunciados e o espírito de<br />

cooperação, que provam que empresários<br />

focalizados e empenhados em<br />

juntar esforços para melhor poderem<br />

enfrentar as diculdades decorrentes<br />

da crise atual criam valor, que extravasa<br />

para além das próprias fronteiras<br />

dos encontros ocasionais.<br />

Como é do conhecimento público, o<br />

CENFIM tem constituído <strong>um</strong>a notável<br />

parceria com a AIMMAP ao longo de<br />

Houve também oportunidade para realçar o<br />

papel crucial que o maior e melhor centro<br />

protocolar de formação profissional tem<br />

tido no desenvolvimento das competências<br />

dos trabalhadores do setor metalúrgico e<br />

metalomecânico.<br />

todas as edições como entidade formadora<br />

do programa.<br />

Neste evento, houve também oportunidade<br />

para realçar o papel crucial<br />

que o maior e melhor centro protocolar<br />

de formação prossional tem tido<br />

no desenvolvimento das competências<br />

dos trabalhadores do setor metalúrgico<br />

e metalomecânico e a enorme<br />

mais-valia que constitui para as<br />

empresas o recurso não só à oferta<br />

formativa do CENFIM mas também<br />

ao conjunto de estagiários fortemente<br />

preparados e com enorme potencial<br />

que regularmente esta entidade coloca<br />

à disposição das empresas do<br />

setor.<br />

Resulta assim evidente, nesta jornada<br />

de verdadeiro associativismo,<br />

que todos estes resultados decorrem<br />

do esforço das empresas do setor que<br />

estratégica e sabiamente, optaram<br />

por atuar em associação e cujos frutos<br />

têm vindo a garantir <strong>um</strong>a cada vez<br />

maior notoriedade.<br />

FORMAÇÃO<br />

<strong>Empresas</strong> participantes no Programa<br />

de Formação-Ação Academia PME terminam quarta<br />

edição com criação líquida de postos de trabalho<br />

nas suas empresas.<br />

Este indicador revela o denodo, o<br />

espírito de combatividade e a capacidade<br />

de superação dos obstáculos<br />

por parte dos empresários do setor,<br />

nomeadamente os que participaram<br />

neste projeto.<br />

Mas também é expressão da excelente<br />

metodologia do programa, da<br />

elevadíssima competência e dedicação<br />

dos formadores-consultores, bem<br />

como da enorme qualidade de todas<br />

as ferramentas de gestão que foram<br />

colocadas à disposição dos empresários<br />

ao longo destes nove meses de<br />

trabalho intenso.<br />

É por isso também fundamental<br />

que as empresas adiram a estas<br />

As empresas participantes lograram, no seu<br />

conjunto, promover de forma verdadeiramente<br />

notável <strong>um</strong> crescimento de 6,3% em termos de<br />

criação líquida de postos de trabalho.<br />

iniciativas levadas a efeito pela AIM-<br />

MAP n<strong>um</strong>a parceria de enorme sucesso<br />

com o CENFIM. De facto, com<br />

a edição que agora termina e com a<br />

que se encontra atualmente em curso,<br />

são já cerca de 75 as empresas<br />

que participaram ou que estão neste<br />

momento a participar neste programa,<br />

que, como se pode vericar, tem<br />

vindo a produzir excelentes resultados.<br />

Como já se teve ocasião de manifestar<br />

noutras ocasiões o Programa<br />

de Formação-Ação Academia PME<br />

corresponde ao Eixo 3.1.1 – Formação<br />

- Ação para PME do Programa<br />

Operacional Potencial H<strong>um</strong>ano e,<br />

tal como se pode constatar, é verdadeiramente<br />

<strong>um</strong> dos melhores programas<br />

existentes atualmente no<br />

QREN dirigidos às PME constituindo<br />

<strong>um</strong>a excelente oportunidade para o<br />

desenvolvimento dos empresários e<br />

das suas empresas.


Boletim Informativo da Indústria Metalúrgica e Metalomecânica sexta-feira, 25 de janeiro 2013 5<br />

FORMAÇÃO<br />

José Manuel Fernandes, Chairman do Grupo<br />

FREZITE, inaugurou o primeiro dos “Encontros<br />

com Tema”, dedicado à Internacionalização<br />

Ocorreu no passado dia 11<br />

de janeiro a primeira sessão<br />

dos “Encontros com Tema”,<br />

projeto piloto que a AFTEM está a<br />

levar a efeito em conjunto com dez<br />

empresários do setor, com o objetivo<br />

de, n<strong>um</strong>a perspetiva diferenciadora e<br />

inovadora, promover a discussão e<br />

análise das temáticas de maior interesse<br />

para os participantes.<br />

Nesta sessão, A AFTEM teve a<br />

oportunidade de contar com a participação<br />

de José Manuel Fernandes,<br />

chairman do Grupo Frezite, com <strong>um</strong>a<br />

vastíssima experiência em processos<br />

de internacionalização que, de <strong>um</strong>a<br />

forma extremamente apelativa e motivadora,<br />

partilhou com a audiência<br />

o seu conhecimento e a experiência<br />

da sua vida no processo que levou à<br />

internacionalização da FREZITE ao<br />

longo dos anos.<br />

Foi <strong>um</strong> encontro intimista, de empresário<br />

com <strong>um</strong> vastíssimo saber,<br />

para empresários igualmente com<br />

<strong>um</strong>a grande experiência na sua vida<br />

empresarial, que proporcionou, tal<br />

como se desejava, a partilha das<br />

suas experiências, dos seus casos<br />

de sucesso e das suas diculdades a<br />

partir do tema central deste encontro<br />

e da enorme sapiência do orador convidado.<br />

José Manuel Fernandes iniciou a<br />

sua apresentação dando relevo à necessidade<br />

de toda e qualquer empresa<br />

ter traçado <strong>um</strong> r<strong>um</strong>o pre-denido e<br />

claro para todos os intervenientes da<br />

organização.<br />

A ideia de Visão Estratégica que<br />

serve de base ao planeamento estratégico,<br />

a partir da qual tudo irradia a<br />

partir da cúpula até à base da empre-<br />

No que concerne à contratação<br />

coletiva desenvolvida<br />

pela AIMMAP em 2012, o<br />

ponto mais relevante foi, sem quaisquer<br />

dúvidas, o acordo outorgado entre<br />

esta associação por <strong>um</strong> lado e o<br />

SINDEL e outros sindicatos da UGT,<br />

por outro lado, e a propósito do qual<br />

foi transmitida oportunamente importante<br />

informação aos associados em<br />

anteriores edições deste jornal.<br />

Recorda-se, de qualquer modo,<br />

que esse acordo incidiu concretamente<br />

nas seguintes alterações:<br />

a) Fixação do salário mínimo no setor<br />

em € 500,00;<br />

b) A<strong>um</strong>ento do subsídio de refeição<br />

para € 4,20 por cada dia de trabalho;<br />

c) Eliminação da tabela salarial<br />

inferior do CCT, passando todas as<br />

empresas a estar sujeitas a <strong>um</strong>a só<br />

tabela de remunerações mínimas.<br />

Naturalmente, o âmbito deste acor-<br />

José Manuel Fernandes iniciou a sua<br />

apresentação dando relevo à necessidade<br />

de toda e qualquer empresa ter traçado<br />

<strong>um</strong> r<strong>um</strong>o pré-definido e claro para todos<br />

os intervenientes da organização.<br />

do começa por ser o das relações<br />

entre empresas liadas na AIMMAP<br />

e os trabalhadores ao serviço destas<br />

que se encontrem liados no SIN-<br />

DEL. Não obstante, é suscetível de<br />

ser alargado a outros trabalhadores<br />

ao serviço de tais empresas. Nomeadamente,<br />

poderá ser estendido aos<br />

trabalhadores não sindicalizados<br />

através de portaria de extensão que<br />

venha entretanto a ser publicada por<br />

iniciativa do Ministério da Economia<br />

e do Emprego. Mas também a outros<br />

trabalhadores poderá ser aplicável se<br />

as partes assim o entenderem.<br />

Conforme foi previsto no acordo<br />

outorgado entre AIMMAP e SINDEL,<br />

estas novas regras entraram já em<br />

vigor, com efeitos desde 1 de janeiro<br />

de 2013.<br />

Sublinha-se que este compromisso<br />

da AIMMAP com os sindicatos da<br />

UGT teve subjacente <strong>um</strong>a preocupa-<br />

sa, foi a primeira grande ideia-chave<br />

transmitida, porquanto armou que,<br />

“se as pessoas estiverem dentro dos<br />

objetivos, a dinâmica de adesão é<br />

muito maior e tudo o que zerem será<br />

modelado em função dessa Visão”.<br />

A segunda ideia-chave prendeu-se<br />

com a premência de as empresas<br />

desenvolverem a sua atividade absolutamente<br />

focalizadas na criação de<br />

valor, o que implica a geração de capital<br />

e libertação de fundos para reinvestimentos,<br />

sobretudo em empresas<br />

industriais em que os investimentos<br />

são em cascata e de correção.<br />

E é com base nestas ideias-chave<br />

apresentadas que surge a ideia da internacionalização<br />

como componente<br />

essencial da Visão de muitas das empresas<br />

do setor metalúrgico e metalomecânico<br />

português. “A nossa Visão<br />

deverá ser de partida, ir lá para fora,<br />

de modo a que consigamos atingir<br />

globalmente o valor de 65% de expor-<br />

tações”, armou.<br />

Outra das tónicas essenciais apresentadas<br />

por José Manuel Fernandes<br />

prendeu-se com o facto de as empresas<br />

industriais, nomeadamente as<br />

que se pretendem internacionalizar,<br />

terem forçosamente de aliar à venda<br />

de produtos a prestação de serviços<br />

orientados à criação de soluções cost<strong>um</strong>izadas<br />

para cada cliente em concreto<br />

e fortemente diferenciadoras em<br />

relação à concorrência.<br />

Depois, foi a referência a todas as<br />

variáveis inerentes a <strong>um</strong> processo de<br />

integração em mercados estrangeiros,<br />

seja através da opção pela exportação,<br />

seja através da opção por<br />

se posicionar diretamente no mercado<br />

onde a empresa pretende colocar<br />

os seus produtos.<br />

As várias opções existentes de integração<br />

em novos mercados e as<br />

diferentes consequências possíveis<br />

em momentos de progresso ou de<br />

recessão, todos os benefícios, mas<br />

também os constrangimentos que é<br />

sempre necessário equacionar, foram<br />

posteriormente apresentadas pelo<br />

orador de forma brilhante, verdadeiramente<br />

esclarecedora e desaadora.<br />

Viveu-se deste modo com a realização<br />

desta primeira sessão de “Encontros<br />

com Tema” <strong>um</strong> momento de<br />

excelência na transmissão de saber<br />

mas também de interpelação aos<br />

presentes, proporcionado por quem<br />

verdadeiramente desejou partilhar o<br />

mais possível, nas três horas que durou<br />

o evento, todo o seu conhecimento,<br />

experiência e sabedoria adquiridas<br />

ao longo de <strong>um</strong>a vida interpretando<br />

<strong>um</strong>a Visão orientada à internacionalização<br />

das suas empresas.<br />

CONTRATAÇÃO COLETIVA<br />

Alterações ao contrato coletivo de trabalho<br />

entre a AIMMAP e o SINDEL entraram em vigor<br />

no passado dia 1 de janeiro<br />

Conforme foi previsto no acordo outorgado<br />

entre AIMMAP e SINDEL, estas novas<br />

regras entraram já em vigor, com efeitos<br />

desde 1 de janeiro de 2013.<br />

ção de caráter social, representando<br />

<strong>um</strong> esforço no sentido de se poder<br />

proteger aqueles que auferem as<br />

mais baixas retribuições no setor.<br />

Efetivamente, esses trabalhadores<br />

foram objeto de <strong>um</strong>a preocupação<br />

acrescida por parte da AIMMAP e dos<br />

sindicatos, os quais decidiram assim<br />

criar as condições para que os mesmos<br />

possam ser beneciados na partilha<br />

dos escassos recursos que as<br />

empresas estão atualmente em condições<br />

de libertar. No que diz respeito<br />

especicamente ao a<strong>um</strong>ento do salário<br />

mínimo no setor para € 500,00,<br />

tem vindo a sublinhar a AIMMAP que<br />

a decisão é independente de qualquer<br />

decisão que venha ou não a ser tomada<br />

pelo Governo relativamente ao salário<br />

mínimo nacional. Seria vontade<br />

da AIMMAP que tivesse sido possível<br />

outorgar com os sindicatos ligados à<br />

CGTP <strong>um</strong> acordo semelhante ao que<br />

foi celebrado com o SINDEL.<br />

Infelizmente, os referidos sindicatos<br />

da CGTP – representada no setor<br />

metalúrgico e metalomecânico pela<br />

FIEQUIMETAL –, continuam entrincheirados<br />

em posições dogmáticas<br />

totalmente ultrapassadas que em<br />

nada contribuem para a obtenção de<br />

acordos entre as partes e para a consolidação<br />

da paz social. Apenas por<br />

isso, a FIEQUIMETAL não participou<br />

neste acordo, alheando-se dessa forma<br />

da concretização de <strong>um</strong>a importante<br />

medida em prol dos trabalhadores<br />

menos favorecidos deste setor.


6 sexta-feira, 25 de janeiro 2013 Boletim Informativo da Indústria Metalúrgica e Metalomecânica<br />

TRABALHO E SEGURANÇA SOCIAL<br />

Posição da AIMMAP face<br />

ao pagamento dos subsídios<br />

em duodécimos durante 2013<br />

Conforme é sabido, foi aprovada,<br />

já em janeiro de 2013, <strong>um</strong><br />

diploma legal que veio impor<br />

às empresas o pagamento fracionado<br />

dos subsídios de férias e de Natal<br />

durante o presente ano de 2013.<br />

Já antes da aprovação do diploma,<br />

conhecedora de alguns dos seus traços<br />

essenciais, a direção da AIMMAP<br />

havia tido oportunidade de verberar<br />

os termos em que a medida iria ser<br />

aplicada.<br />

Nomeadamente, o Presidente da<br />

Direção da AIMMAP, em editorial de<br />

anterior edição deste jornal, censurou<br />

que a medida fosse implementada<br />

por apenas <strong>um</strong> ano, lamentou que o<br />

fracionamento fosse feito relativamente<br />

a metade dos subsídios e não<br />

à totalidade e manifestou a sua discordância<br />

face ao facto de a medida<br />

ser publicada na véspera do primeiro<br />

processamento salarial a que seria<br />

aplicável.<br />

Acresce ao exposto que, no seu<br />

texto nal, o diploma em causa acabou<br />

por ser ainda pior do que o previsto.<br />

Para além de todos os defeitos<br />

já conhecidos, o texto legal veio criar<br />

<strong>um</strong> transtorno suplementar, permitindo<br />

a cada trabalhador a possibilidade<br />

de oposição a que o regime lhe seja<br />

aplicado.<br />

O que, naturalmente, veio criar a<br />

forte probabilidade de muitas empresas<br />

se verem confrontadas com<br />

a necessidade de aplicação de dois<br />

regimes distintos em simultâneo. O<br />

que é completamente absurdo.<br />

Face a esta situação, logo no dia<br />

subsequente à aprovação do diploma<br />

a AIMMAP tomou <strong>um</strong>a posição pública<br />

de discordância relativamente ao<br />

mesmo. Dada a pertinência da intervenção<br />

da AIMMAP, publica-se nas linhas<br />

seguintes o texto então enviado<br />

para a comunicação social.<br />

A AIMMAP considera inaceitáveis<br />

os termos em que foi aprovado o regime<br />

do pagamento fracionado dos<br />

subsídios de Natal e de férias.<br />

De facto, e tal como já havia veiculado,<br />

a AIMMAP considera que a<br />

substância, a forma e o tempo em que<br />

a medida está a ser realizada não irá<br />

resolver qualquer problema de fundo,<br />

tentando apenas disfarçar a realidade<br />

pelo período de <strong>um</strong> ano.<br />

A medida irá criar <strong>um</strong>a série de<br />

constrangimentos às empresas, a<strong>um</strong>entando<br />

a carga burocrática a que<br />

estão sujeitas e os custos administrativos<br />

inerentes.<br />

Acresce que a medida terá que ser<br />

implementada quase em simultâneo<br />

com o processamento de janeiro, não<br />

ASSUNTOS FISCAIS<br />

TABELAS DE RETENÇÃO<br />

Foram publicadas no passado<br />

dia 14 de janeiro as Tabelas<br />

de Retenção na Fonte de IRS<br />

para 2013. As tabelas agora aprovadas<br />

reetem as alterações introduzidas<br />

neste imposto pela Lei do OE<br />

para 2013, designadamente a revisão<br />

das taxas gerais e a taxa adicional<br />

de solidariedade.<br />

Estas tabelas de retenção entraram<br />

em vigor no passado dia 15 de janeiro<br />

e aplicam-se aos rendimentos de trabalho<br />

dependente e de pensões pagos<br />

ou colocados à disposição após<br />

esta data.<br />

Nos casos em que o processamento<br />

dos rendimentos já foi efetuado<br />

(antes da entrada em vigor das<br />

novas tabelas de retenção), mas o<br />

respetivo pagamento venha a ocorrer<br />

já na vigência das novas tabelas,<br />

no decurso do mês de janeiro, as<br />

entidades devedoras ou pagadoras<br />

devem proceder, até nal do mês de<br />

fevereiro de 2013, aos acertos necessários.<br />

Recorda-se que, para além das novas<br />

tabelas de retenção, no âmbito<br />

da tributação do IRS, tem ainda que<br />

ser considerada a sobretaxa de 3,5%<br />

e a taxa adicional de solidariedade,<br />

como se menciona seguidamente:<br />

Sobretaxa de 3,5%<br />

Esta sobretaxa é aplicada aos<br />

rendimentos sujeitos a IRS, pagos<br />

durante o próximo ano, e vai incidir<br />

sobre a parte do rendimento que<br />

exceda, por sujeito passivo, o valor<br />

anual da retribuição mínima mensal<br />

garantida.<br />

O pagamento da sobretaxa é mensal,<br />

através de retenção na fonte sobre<br />

a parte do valor do rendimento<br />

mensal líquido que exceda o valor<br />

da retribuição mínima mensal garantida.<br />

Assim, as entidades devedoras de<br />

rendimentos de trabalho dependente<br />

e de pensões cam obrigadas a reter,<br />

no momento do pagamento do rendimento<br />

ou da sua colocação à disposição<br />

dos respetivos titulares, <strong>um</strong>a<br />

importância correspondente a 3,5 %<br />

da parte do valor do rendimento que,<br />

depois de deduzidas as retenções<br />

previstas no artigo 99. do Código<br />

do IRS e as contribuições obrigatórias<br />

para regimes de proteção social<br />

e para subsistemas legais de saúde,<br />

exceda o valor da retribuição mínima<br />

mensal garantida.<br />

É possível deduzir à coleta desta<br />

sobretaxa o montante correspondente<br />

a 2,5% do valor da retribuição mínima<br />

mensal, por cada dependente<br />

ou alhado civil que não seja sujeito<br />

passivo de IRS.<br />

Aplica-se a esta retenção as regras<br />

dos n 4 e 5 do artigo 3. do Decreto-<br />

-Lei n. 4291, de 22 de janeiro, que impõem<br />

que “os subsídios de férias e de<br />

Natal são sempre objeto de retenção<br />

autónoma, não podendo, para o cálculo<br />

do imposto a reter, ser adicionados<br />

às remunerações dos meses em que<br />

são pagos ou postos a disposição” e<br />

que “Quando os subsídios de férias e<br />

de Natal forem pagos fracionadamente,<br />

reter-se-á, em cada pagamento, a<br />

parte proporcional do imposto calculado<br />

nos termos do número anterior”.<br />

Taxa de Solidariedade<br />

Ao escalão mais elevado de rendimento,<br />

mais de 80 mil euros, é aplicada<br />

<strong>um</strong>a taxa de solidariedade de<br />

2,5%. A taxa de solidariedade passa<br />

a ser de 5% para rendimentos acima<br />

de 250 mil euros.<br />

dando às empresas margem de tem-<br />

terações<br />

administrativas, informáticas<br />

e contabilísticas.<br />

Não bastando toda esta envolven-<br />

dida<br />

prever ainda a possibilidade de<br />

os trabalhadores declinarem que a<br />

mesma lhes seja aplicável, tendo que<br />

o fazer até 5 dias após a entrada em<br />

vigor da lei.<br />

As empresas terão que aguardar<br />

mais 5 dias para saberem quais as alterações<br />

que deverão fazer aos seus<br />

sistemas informáticos de processamento<br />

de salários.<br />

Esta situação diminuirá ainda mais<br />

o prazo que as empresas têm para<br />

fazer o processamento de janeiro,<br />

a<strong>um</strong>entando o clima de incerteza e<br />

<br />

<br />

empresas.<br />

Para quem conheça a realidade<br />

das empresas, é verdadeiramente<br />

<br />

BREVES<br />

Faturação –<br />

regulamentação de<br />

diversos aspetos /<br />

Declaração Mensal de<br />

Remunerações - AT<br />

Foram publicadas as Portarias<br />

n.s 426-A2012, 426-B2012 e<br />

426-C2012, todas de 28 de dezembro,<br />

as quais aprovam, respetivamente,<br />

o modelo ocial de<br />

declaração para a comunicação<br />

dos elementos das faturas por<br />

transmissão eletrónica de dados,<br />

os modelos de faturas-recibo<br />

para efeitos do artigo 115. do<br />

Código do IRS e a Declaração<br />

Mensal de Remunerações – AT.<br />

Regime especial<br />

de isenção de IVA<br />

– Ofício-Circulado<br />

n.º 30138, de 28 de<br />

dezembro de 2012<br />

Através do Ofício-Circulado em<br />

epígrafe, foram divulgados esclarecimentos<br />

ao regime especial de<br />

isenção de Imposto sobre o Valor<br />

Acrescentado (“IVA”) consagrado<br />

no artigo 53. do Código do IVA.<br />

O entendimento administrativo<br />

em referência vem claricar a<br />

aplicação prática do referido regime<br />

especial de isenção, designadamente<br />

no que respeita à: conversão<br />

do vol<strong>um</strong>e de negócios de<br />

dado período de referência para<br />

o vol<strong>um</strong>e anual correspondente;<br />

à passagem do regime de tributação<br />

para o regime especial de<br />

isenção (e vice-versa); e ao reinício,<br />

após a cessação, da atividade.<br />

TAXA DE JURO NAS<br />

DÍVIDAS AO ESTADO<br />

Foi publicado o Aviso n.<br />

172892012, de 28 de dezembro,<br />

que xou a taxa anual de juros<br />

de mora aplicável às dívidas ao<br />

Estado e a outras entidades públicas<br />

em 6,112%, com efeitos a<br />

partir do passado dia 1 de janeiro<br />

de 2013.<br />

FICHA TÉCNICA<br />

PROPRIEDADE AIMMAP:<br />

Associação dos Industriais<br />

Metalúrgicos, Metalomecânicos e<br />

Ans de Portugal<br />

Rua dos Plátanos, 197 4100-414<br />

PORTO Tel. 351-226 166 860 Fax:<br />

351-226 107 473<br />

Diretor: Aníbal Campos<br />

Subdiretor: Rafael Campos Pereira<br />

Cristina<br />

Veiga<br />

Paginação: Célia César; Flávia Leitão<br />

Mensal<br />

Propriedade, Edição, Produção e<br />

Administração:<br />

AIMMAP - Associação dos Industriais<br />

Metalúrgicos, Metalomecânicos e<br />

Ans de Portugal, em colaboração<br />

com o Jornal <br />

Distribuição gratuita aos<br />

<br />

Associação dos Industriais<br />

Metalúrgicos, Metalomecânicos e<br />

Ans de Portugal<br />

Apoios:


A Jersey Electricity PLC adjudicou<br />

à ENERGEST, empresa<br />

associada da AIMMAP, o fornecimento<br />

de <strong>um</strong>a caldeira de recuperação<br />

e equipamentos auxiliares, para<br />

aproveitamento térmico dos gases de<br />

escape de quatro grupos eletrógeneos<br />

a diesel SULZER, instalados na Central<br />

Elétrica, em La Collette.<br />

A Jersey Electricity PLC selecionou<br />

o projeto apresentado pela equipa de<br />

engenharia da ENERGEST devido à<br />

solução técnica proposta. O valor do<br />

contrato ascende a 450 mil euros, estando<br />

prevista a entrega dos equipamentos<br />

para o nal do próximo mês<br />

de maio.<br />

Este será o primeiro projeto da<br />

ENERGEST no Reino Unido e integra-<br />

-se na estratégia de internacionalização<br />

delineada para o mercado europeu.<br />

A Jersey Electricity foi fundada em<br />

1924 e a empresa responsável pelo<br />

fornecimento de energia às ilhas britânicas.<br />

No âmbito da sua forte atividade<br />

de suporte à internacionalização<br />

das empresas do<br />

setor metalúrgico e metalomecânico,<br />

a AIMMAP concretizou, no decurso<br />

do ano e 2012, <strong>um</strong>a importante e ambiciosa<br />

medida, consubstanciada na<br />

criação de <strong>um</strong>a sociedade comercial<br />

no Brasil para apoio à penetração de<br />

empresas deste setor no mercado<br />

brasileiro.<br />

Nesse sentido, foi inicialmente<br />

constituída <strong>um</strong>a sociedade denominada<br />

“AIMMAP Business Portugal,<br />

Lda.”, com participações no respetivo<br />

capital social da AIMMAP, da AI-<br />

DUIST e de diversas empresas associadas<br />

da AIMMAP que aderiram ao<br />

projeto para que foram desaadas.<br />

Ulteriormente, a mencionada AIM-<br />

MAP Business Portugal constituiu no<br />

Brasil <strong>um</strong>a sociedade de direito brasileiro,<br />

com sede na cidade de São<br />

Paulo, denominada “AIMMAP Business<br />

Brasil Consultoria, Ltda.”, e que<br />

está no terreno desde julho passado,<br />

encontrando-se já a colaborar com as<br />

empresas que integram a iniciativa.<br />

Este projeto revelou-se verdadeiramente<br />

pioneiro em Portugal, sendo<br />

paradigmático do notável espírito<br />

de empreendedorismo que cada vez<br />

mais é característica do setor metalúrgico<br />

e metalomecânico em Portugal.<br />

Além disso, a concretização desta<br />

iniciativa evidencia igualmente a forma<br />

altamente evoluída com que as<br />

empresas deste setor sabem cooperar<br />

entre si.<br />

Independentemente dessas questões<br />

de natureza mais simbólica,<br />

deve sublinhar-se que o mais impor-<br />

Boletim Informativo da Indústria Metalúrgica e Metalomecânica sexta-feira, 25 de janeiro 2013 7<br />

ASSOCIADOS<br />

ENERGEST produz Caldeira de Recuperação<br />

para o Reino Unido<br />

Com <strong>um</strong>a vasta experiência industrial,<br />

suportada por <strong>um</strong>a equipa de engenharia<br />

pluridisciplinar, com elevada capacidade<br />

de resolução e mais de 30 anos de<br />

experiência na área da Energia e do<br />

Equipamento Térmico, a ENERGEST é,<br />

hoje, <strong>um</strong>a empresa de referência nestas<br />

áreas técnológicas.<br />

A ENERGEST foi fundada em 1987<br />

como empresa vocacionada para a<br />

consultoria em Engenharia. A partir de<br />

1990, a ENERGEST torna-se n<strong>um</strong>a<br />

empresa de Engineering & Contracting<br />

e centra as suas atividades na<br />

conceção, projeto, construção e montagem<br />

de equipamentos e instalações<br />

térmicas industriais, para as mais di-<br />

INTERNACIONALIZAÇÃO<br />

Atividades da AIMMAP Business<br />

Brasil Consultoria, Ltda.<br />

Este projeto revelou-se verdadeiramente pioneiro em<br />

Portugal, sendo paradigmático do notável espírito de<br />

empreeendedorismo que cada vez mais é característica do<br />

setor metalúrgico e metalomecânico em Portugal<br />

Aproveita-se esta oportunidade para se recordar que as<br />

instituições e empresas que se encontram diretamente<br />

ligadas a esta iniciativa são as seguintes:<br />

AIMMAP – Associação dos Industriais Metalúrgicos,<br />

Metalomecânicos e Ans de Portugal<br />

AIDUST – Consultadoria e Apoio à Indústria, S.A.<br />

ADIRA, S.A.<br />

Alberto Sá, Lda.<br />

CEI – Companhia de Equipamentos Industriais, Lda.<br />

EXTRUSAL – Companhia Portuguesa de Extrusão,<br />

S.A.<br />

FELINO – Fundição e Construções Mecânicas, S.A.<br />

FLAMA – Fábrica de Loiças e Eletrodomésticos, S.A.<br />

Georgina Neto dos Santos, Lda<br />

Metalúrgica Luso-Italiana, S.A.<br />

OPENPLUS, Lda.<br />

POMBO – Indústria Metalúrgica, Lda.<br />

SENDA – Equipamentos em Aço Inoxidável, Lda.<br />

SERRIALU – Serralharia Civil, Lda.<br />

SILAMPOS – Sociedade Industrial de Louça Metálica<br />

Campos, S.A.<br />

SOPINAL – Fábrica de Equipamentos Urbanos, Lda.<br />

SOSOARES – Caixilharia e Vidros, S.A.<br />

VALINOX – Indústrias Metalúrgicas, S.A.<br />

tante de tudo está igualmente a ocorrer.<br />

E a verdade é que a operação da<br />

AIMMAP no Brasil está a decorrer de<br />

acordo com as expectativas positivas<br />

que desde o início foram alimentadas.<br />

Como atrás se refere, a AIMMAP<br />

Brasil está a funcionar desde julho<br />

de 2012, sendo liderada no terreno<br />

por Pedro Carvalho, o qual, como é<br />

conhecido por grande parte dos associados<br />

da AIMMAP, foi responsável<br />

pela área internacional desta associação<br />

ao longo dos últimos 10 anos.<br />

Embora com <strong>um</strong>a estrutura naturalmente<br />

reduzida, a AIMMAP Brasil<br />

teve já oportunidade de realizar<br />

<strong>um</strong> trabalho muito positivo ao longo<br />

destes primeiros seis meses de atividades,<br />

traduzido no apoio efetivo às<br />

empresas que participam no projeto,<br />

em áreas tão diversicadas como a<br />

deteção de oportunidades comerciais,<br />

o apoio logístico, a identicação<br />

de parceiros comerciais, a seleção<br />

de consultores ou a articulação com<br />

entidades de suporte, tanto portuguesas<br />

como brasileiras.<br />

Como é óbvio, a AIMMAP congratula-se<br />

com o sucesso que este seu<br />

projeto está a revelar, o qual comprova<br />

a vitalidade da iniciativa privada<br />

naquele que é sem quaisquer dúvidas<br />

o mais importante setor da indústria<br />

transformadora nacional.<br />

versas áreas de negócios. Com <strong>um</strong>a<br />

vasta experiência industrial, suportada<br />

por <strong>um</strong>a equipa de engenharia pluridisciplinar,<br />

com elevada capacidade<br />

de resolução e mais de 30 anos de<br />

experiência na área da Energia e do<br />

Equipamento Térmico, a ENERGEST<br />

é, hoje, <strong>um</strong>a empresa de referência<br />

nestas áreas tecnológicas.<br />

AIMMAP irá<br />

promover a<br />

realização de<br />

<strong>um</strong>a nova missão<br />

empresarial à<br />

Argélia<br />

A AIMMAP está consciente<br />

de que o mercado argelino<br />

é <strong>um</strong> dos que maior<br />

potencial apresentam para o crescimento<br />

das exportações do setor<br />

metalúrgico e metalomecânico.<br />

Inclusivamente, no ano de 2011<br />

realizou <strong>um</strong>a primeira missão a<br />

esse país, a qual se traduziu em<br />

resultados muito positivos para as<br />

empresas que integraram a iniciativa.<br />

O mercado argelino apresenta<br />

várias características que o tornam<br />

bastante atrativo para as empresas<br />

portuguesas. Na verdade, para<br />

além da proximidade geográca<br />

que revela e da estabilidade política<br />

que apresenta, constata-se que<br />

a Argélia tem vindo a apresentar<br />

<strong>um</strong> crescimento económico sustentado<br />

e signicativo.<br />

Tendo em conta os dados acima<br />

enunciados, a direção da AIMMAP<br />

decidiu integrar no projeto de internacionalização<br />

do setor que apresentou<br />

ao COMPETE <strong>um</strong>a nova<br />

missão a Argélia.<br />

Essa missão está prevista para<br />

o próximo mês de maio, em datas<br />

ainda a determinar.<br />

Oportunamente serão transmitidos<br />

mais detalhes a respeito desta<br />

iniciativa. Não obstante, os eventuais<br />

interessados em participar na<br />

iniciativa poderão desde já contactar<br />

os serviços da AIMMAP, na<br />

pessoa da sua diretora-geral Mafalda<br />

Gramaxo, a m de obterem os<br />

esclarecimentos que entendam por<br />

convenientes para <strong>um</strong>a tomada de<br />

decisão quanto à sua eventual integração<br />

na ação.


8 sexta-feira, 25 de janeiro 2013 Boletim Informativo da Indústria Metalúrgica e Metalomecânica<br />

INTERNACIONALIZAÇÃO<br />

Evolução das exportações<br />

do setor metalúrgico<br />

e metalomecânico continua<br />

a ser positiva<br />

Conforme o tem feito ao<br />

longo de todos os últimos<br />

meses, a AIMMAP<br />

realizou mais <strong>um</strong> estudo relativo<br />

ao comércio internacional no<br />

setor metalúrgico e metalomecânico.<br />

Este novo estudo abrangeu<br />

o período de janeiro a novembro<br />

de 2012 e veio con rmar o<br />

bom desempenho do setor em<br />

matéria de exportações no ano<br />

em apreço.<br />

Conforme é sabido, em 9<br />

dos 10 meses anteriores, as<br />

exportações haviam crescido<br />

relativamente aos meses homólogos<br />

em 2011.<br />

Relativamente a novembro,<br />

embora quase marginal, o crescimento<br />

continuou a ser <strong>um</strong>a<br />

realidade.<br />

Com efeito, no mês em causa,<br />

o vol<strong>um</strong>e das exportações<br />

do setor ascendeu a 1136 milhões<br />

de euros, o que representou<br />

<strong>um</strong> crescimento de 0,6%<br />

face a novembro de 2011.<br />

Fazendo contas a todo o período<br />

entre janeiro e novembro<br />

de 2012, veri ca-se que o vol<strong>um</strong>e<br />

total de exportações foi o de<br />

11 873 milhões de euros, o que<br />

corresponde praticamente ao<br />

valor das exportações durante<br />

todo o ano de 2011.<br />

O crescimento das vendas<br />

para o exterior de 2011 para<br />

2012 – no que concerne ao período<br />

em análise no estudo –,<br />

foi o de 6%.<br />

Estes dados permitem con-<br />

rmar a expectativa de que no<br />

nal do ano as exportações do<br />

setor venham a atingir <strong>um</strong> número<br />

muito próximo dos 13.000<br />

milhões de euros.<br />

Independentemente de essa<br />

meta simbólica ser ou não atingida,<br />

pode já adiantar-se sem<br />

quaisquer dúvidas ou hesitações<br />

que o ano de 2012 será<br />

o melhor de sempre do setor<br />

metalúrgico e metalomecânico<br />

no que diz respeito às suas exportações.<br />

Para além destes números<br />

globais, há que destacar o facto<br />

de as exportações para fora<br />

da União Europeia serem cada<br />

vez mais importantes e signi -<br />

cativas.<br />

O crescimento das vendas<br />

de produtos e equipamentos<br />

deste setor para esse espaço<br />

exterior à UE revela-se já superior<br />

a 50%.<br />

Para que se possa ter <strong>um</strong>a<br />

ideia mais clara nesse âmbito,<br />

sublinha-se que essas exportações<br />

representam já 32% do<br />

total das exportações do setor,<br />

quando em 2012 essa percentagem<br />

foi apenas de 19%.<br />

No que concerne às importações<br />

de bens e produtos do<br />

setor, o estudo da AIMMAP revela<br />

ter havido novamente <strong>um</strong>a<br />

redição signi cativa de valor.<br />

Depois de em outubro esse<br />

número ter crescido 4% face<br />

ao mesmo mês do ano anterior,<br />

em novembro regressou-se à<br />

tendência veri cada na generalidade<br />

dos meses de 2012,<br />

tendo ocorrido <strong>um</strong>a redução de<br />

10,9% face ao mês homólogo<br />

de 2011.<br />

Globalmente, comparando<br />

os primeiros onze meses de<br />

2012 com o mesmo período de<br />

tempo em 2011, constata-se<br />

ter ocorrido <strong>um</strong>a redução de<br />

15,8%.<br />

Comparando esta evolução<br />

das importações com a<br />

anteriormente explicitada no<br />

que se refere às exportações,<br />

constata-se que continua a ser<br />

possível acalentar a esperan-<br />

ça de que a balança comercial<br />

do setor possa vir a ser<br />

totalmente equilibrada. O que,<br />

como os mais atentos sabem,<br />

jamais esteve sequer perto de<br />

acontecer ao longo dos últimos<br />

anos. Mas mesmo que se ignore<br />

esta tendência decrescente<br />

das importações – que apesar<br />

de resultarem em alguns casos<br />

Pode já adiantar-se, sem quaisquer<br />

dúvidas ou hesitações, que o ano<br />

2012 será o melhor de sempre do<br />

setor metalúrgico e metalomecânico<br />

no que diz respeito às suas<br />

exportações<br />

de substituição competitiva de<br />

importações re etem essencialmente<br />

as consequências da<br />

quebra do cons<strong>um</strong>o interno –,<br />

os dados referentes às exportações<br />

têm de ser objeto da<br />

maior atenção.<br />

Na verdade, é cada vez mais<br />

incontornável a ideia de que<br />

este setor é seguramente aquele<br />

em que o Estado português<br />

mais deverá apostar para que<br />

se c<strong>um</strong>pra o desígnio nacional<br />

para que todos os portugueses<br />

estão convocados: o a<strong>um</strong>ento<br />

das exportação para 50% do<br />

PIB em 2020.<br />

RAFAEL CAMPOS PEREIRA<br />

Vice-Presidente Executivo da AIMMAP<br />

NOTA DE FECHO<br />

Liberais?<br />

Alguns setores da oposição insistem em<br />

quali car o atual governo como liberal.<br />

Alternativamente, apodam-no como<br />

neoliberal, seja lá isso o que for<br />

Por de nição, os liberais acreditam no mercado e<br />

na sociedade civil, descon ando da interferência do<br />

Estado na economia e na sociedade.<br />

Ora, basta conhecer minimamente as políticas do<br />

atual Governo para facilmente se constatar que a<br />

quali cação de liberal não lhe assenta nada bem.<br />

Pelo contrário, evidencia permanentes tentações<br />

estatizantes. O que está muito longe de qualquer<br />

matriz liberal.<br />

E assim se veri ca pelas mais diversas razões.<br />

Em primeiro lugar, pela di culdade que revela em lidar<br />

com a redução na despesa pública. É verdade que o<br />

Governo concentra serviços, funda entidades e até<br />

faz poupanças em despesas concretas. Mas o certo<br />

é que não lhe assiste a coragem para concessionar<br />

responsabilidades ou atribuições. E não consegue<br />

fazer qualquer reforma de fundo na administração<br />

pública.<br />

Em segundo lugar, pela forma como gere a política<br />

scal. Quando o dinheiro escasseia ou a despesa<br />

resvala, opta sistematicamente pela solução de<br />

a<strong>um</strong>entar os impostos. E chegámos já ao ponto de<br />

ter <strong>um</strong>a carga scal como antes nenh<strong>um</strong> governo<br />

socialista alg<strong>um</strong>a vez se atreveu a arquitetar.<br />

Em terceiro lugar pela forma como descon a dos<br />

privados. O Governo encara as empresas e as famílias<br />

como uns pródigos gastadores que não são capazes<br />

de gerir convenientemente os respetivos recursos e<br />

que, deixados em liberdade, irão sempre gastar mais<br />

do que podem e devem. Só assim pensa ou age quem<br />

não acredita na autorregulação do mercado. O que<br />

aparenta ser o caso deste governo, o qual chega ao<br />

cúmulo de parecer estar sempre a querer castigar os<br />

privados por não se terem comportado no passado<br />

como agora ele próprio – governo –, entende que se<br />

deveriam ter comportado.<br />

Em quarto lugar, pela forma com que se relaciona<br />

com a banca, a qual pressiona para nanciar as<br />

empresas públicas cuja gestão não consegue sanear,<br />

em detrimento do nanciamento de que as empresas<br />

privadas carecem.<br />

Em quinto lugar, pela arrogância moral que alguns<br />

dos seus principais responsáveis evidenciam,<br />

comportando-se como se fossem os únicos donos<br />

da ética, da razão e da moral, ao mesmo tempo<br />

que vilipendiam <strong>um</strong>a sociedade civil supostamente<br />

ignorante e desonesta.<br />

Finalmente, pela forma totalmente egocêntrica com<br />

que concebe e implementa todas as chamadas<br />

reformas. Tudo é feito pelo Estado, para o Estado e<br />

em função dos interesses do estado. Um Estado que<br />

está sempre presente, movido por <strong>um</strong>a putativa elite<br />

intelectual que entende que o seu desígnio é salvar os<br />

portugueses de si mesmos.<br />

Manifestamente, este não é <strong>um</strong> governo liberal. Terá<br />

seguramente alguns ministros liberais que, n<strong>um</strong> outro<br />

contexto, respeitariam mais a sociedade civil. Pode até<br />

por vezes tomar alg<strong>um</strong>as decisões de coloração liberal<br />

que, n<strong>um</strong>a outra realidade, seriam suscetíveis de<br />

potenciar <strong>um</strong> mercado mais robusto e e ciente. Mas<br />

na sua globalidade este governo está muito longe de<br />

ser <strong>um</strong> verdadeiro apreciador das virtudes do mercado<br />

livre e autorregulado.<br />

Chamem-lhe o que quiserem. Mas não liberais<br />

A atualidade do setor metalúrgico<br />

e metalomecânico<br />

www.twitter.com/aimmap<br />

www.tecnometal-revista.blogspot.com<br />

www.aimmap.blogspot.com


Fibrenamics Outdoor<br />

liga I&D ao mercado<br />

Evento Fibrenamics Outdoor, promovido<br />

TecMinho, em parceria com a Iberia<br />

Advanced Healthcare, visou a partilha de<br />

ideias entre as comunidades científi ca,<br />

empresarial e escolar.<br />

Este suplemento faz parte integrante da<br />

<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong> nº 1477, de 25 de janeiro 2013,<br />

e não pode ser vendido separadamente<br />

Colaborações:<br />

Franchisados<br />

registam a<strong>um</strong>ento<br />

de processos de cobrança<br />

Os franchisados registaram <strong>um</strong> a<strong>um</strong>ento de processos de<br />

cobrança na ordem de 12,9% em 2012, segundo dados da<br />

empresa DevPag, também ela a operar em regime de franchising.<br />

As difi culdades de cobrança tornam difícil a gestão de <strong>um</strong>a rede,<br />

podendo, mesmo, colocar em risco toda a operação. O recurso a<br />

<strong>um</strong>a mediação mais célere pode evitar a quebra contratual.<br />

Weproductise apoia<br />

novos projetos e ideias<br />

Weproductise, com sede em Ponte<br />

de Lima e fi lial nos Arcos de Valdevez,<br />

é <strong>um</strong>a “start-up” que visa apoiar<br />

a entrada de novos produtos no<br />

mercado.<br />

Págs. 4 e 5<br />

Microcrédito<br />

apoia franchising<br />

Microcrédito afi rma-se como<br />

alternativa sólida aos que pretendem<br />

lançar o seu próprio negócio.<br />

Investimentos em franchising são<br />

contemplados.


II<br />

sexta-feira, 25 de janeiro 2013 FRANCHISING<br />

Fibrenamics desenvolve projetos<br />

de investigação para o mercado<br />

que rondam 20 milhões de euros<br />

Orçamento<br />

do programa<br />

Horizonte 2020<br />

pode chegar aos<br />

100 mil milhões<br />

MARC BARROS<br />

marcbarros@vidaeconomica.pt<br />

O<br />

projeto Fibrenamics, que visa criar <strong>um</strong>a plataforma<br />

com<strong>um</strong> de investigação em torno dos<br />

materiais à base de fibras e a sua aplicação na<br />

economia, tem em curso projetos cujo investimento<br />

ronda 20 milhões de euros.<br />

À margem do workshop Fibrenamics Outdoor, Raul<br />

Fibrenamics<br />

desenvolve projetos<br />

de I&D em áreas<br />

como a construção<br />

civil, arquitetura,<br />

proteção pessoal,<br />

desporto, transportes<br />

e medicina<br />

Fangueiro, coordenador do projeto, referiu<br />

à VE que este visou, n<strong>um</strong>a primeira<br />

fase na Universidade do Minho, através<br />

da sua interface TecMinho, a “criação de<br />

determinados conteúdos para divulgar o<br />

mundo das fibras ao mercado”, que pode<br />

reunir “empresas ou outras instituições”.<br />

Porém, prosseguiu, “com o decorrer<br />

do projeto verificamos que havia <strong>um</strong>a<br />

necessidade de as partes se entrelaçaram”.<br />

Assim, foi desenvolvida <strong>um</strong>a “comunidade<br />

que reúne universidades, empresas,<br />

centros de investigação e centros tecnológicos<br />

que estão interessados em criar<br />

inovação com base nestes materiais”.<br />

O Fibrenamics nasce de <strong>um</strong>a base<br />

alicerçada n<strong>um</strong> grupo de investigação da<br />

Universidade do Minho, que desenvolve<br />

vários “projetos de investigação financiados<br />

por empresas ou pelo QREN, mas<br />

que queria alargar este modelo para a<br />

criação de projetos inovadores de elevado<br />

valor acrescentado”, referiu.<br />

Desta plataforma inicial, rapidamente<br />

o Fibrenamics ganhou dimensão e<br />

hoje envolve vários grupos e projetos de<br />

I&D em áreas como a construção civil,<br />

arquitetura, proteção pessoal, desporto,<br />

transportes e medicina. “Os parceiros são<br />

diferentes nas diversas áreas, mas é interessante<br />

notar que todos eles têm algo<br />

em com<strong>um</strong>, que é criar valor”, salientou<br />

Raul Fangueiro.<br />

I&D para o mercado<br />

Segundo aquele responsável, os projetos<br />

de base “envolvem investimento em<br />

curso que ronda os dois milhões de euros,<br />

apenas n<strong>um</strong> grupo de investigação, mas<br />

no conjunto de centros de investigação<br />

envolvidos podemos facilmente multiplicar<br />

esse valor por dez”, assegurou.<br />

É nessa perspetiva de inovação, empreendedorismo<br />

e criação de novas empresas<br />

que projetos como este devem ser<br />

olhados, disse. Raul Fangueiro considera<br />

que “nesta altura estamos no bom caminho”<br />

no que concerne à ligação entre<br />

universidade e empresas, sobretudo se<br />

comparando a realidade atual com a de<br />

há <strong>um</strong>a década atrás: “Universidades e<br />

empresas estavam fechadas; a universidade<br />

a criar artigos científicos para publicar<br />

e as empresas de costas voltadas para esta<br />

inovação científica”.<br />

Hoje, disse, as empresas, dada a necessidade<br />

de se afirmarem no mercado<br />

com produtos com maior valor acrescentado,<br />

e as universidades, pela necessidade<br />

de financiamento e de demonstrarem que<br />

o que fazem é interessante para a economia,<br />

começam a encontrar-se em espaços<br />

comuns como este”.<br />

Quem compra a investigação?<br />

No workshop em causa, que teve lugar<br />

no Palácio da Bolsa, no Porto, o enfoque<br />

foi dado aos materiais avançados<br />

em medicina. António Lúcio Baptista,<br />

responsável da empresa Iberia Advanced<br />

Healthcare, deu a conhecer <strong>um</strong> pouco<br />

sobre os 32 projetos de investigação que<br />

tem em curso. Estes envolvem áreas diversas<br />

como a saúde e bem-estar, turismo<br />

de lazer, desporto, têxtil e calçado ou nanotecnologia.<br />

António Lúcio Baptista frisou ser<br />

necessário “encontrar formas para a mudança”.<br />

Desde logo, porque “cientistas<br />

e investigadores têm pouca sensibilidade<br />

para o mercado”. E deixa <strong>um</strong> conselho:<br />

“Quem compra, a quem interessa a<br />

I&D?”<br />

Aquele especialista vincou a necessidade<br />

de fomentar projetos comuns<br />

de investigação direcionados parta o<br />

mercado, tendo em vista as oportunidades<br />

criadas por novas fontes de financiamento<br />

como o programa Horizonte<br />

2020 (ver caixa)<br />

Horizonte 2020 cobre todas as áreas científicas<br />

O programa Horizonte 2020 engloba<br />

três programas de financiamento<br />

já existentes: o Programa-Quadro<br />

para investigação, desenvolvimento<br />

tecnológico e demonstração; o Programa<br />

CIP, financiador de competitividade<br />

e inovação e o European Institute of<br />

Innovation and Technology, que promove<br />

o empreendedorismo, estabelecendo<br />

ligação entre a investigação, a educação e<br />

a inovação.<br />

O Horizonte 2020 divide-se em três<br />

pilares – Excelência Científica, Liderança<br />

Industrial e Desafios Societais – que<br />

cobrem todas as áreas científicas, assim<br />

como a mobilidade de investigadores para<br />

outros países e intercâmbios de pessoal<br />

entre universidades e empresas.<br />

Na proposta do Horizonte 2020<br />

preveem-se maiores percentagens de<br />

financiamento que as atuais, deixando<br />

de ser necessário <strong>um</strong> cofinanciamento<br />

nacional, e ainda regras de participação<br />

mais simples.<br />

O orçamento do programa poderá<br />

chegar aos 100 mil milhões de euros para<br />

o período de execução de 2014-2020.<br />

Este programa é totalmente aberto<br />

à participação de todos os Estados-<br />

Membros sem quaisquer tipos de “quotas”.<br />

Os critérios de avaliação das propostas<br />

ainda estão em aberto mas serão baseados<br />

na excelência, no impacto e na relevância<br />

para a sociedade, sem quaisquer<br />

condicionantes geográficas.<br />

A partir de 2014, o mesmo programa<br />

europeu poderá financiar todo o ciclo<br />

da inovação, desde a ideia até à entrada<br />

do produto no mercado. Espera-se assim<br />

estimular a criação de novos produtos,<br />

serviços – e consequentemente novas<br />

‘start-ups’ e mais empregos


FRANCHISING sexta-feira, 25 de janeiro de 2013<br />

Nata Lisboa abre novas lojas em Portugal<br />

e prepara internacionalização<br />

MARC BARROS<br />

marcbarros@vidaeconomica.pt<br />

A<br />

rede de franchising Nata Lisboa abriu<br />

três novas unidades, <strong>um</strong>a das quais<br />

no Porto. Seis meses depois da sua<br />

criação, marca conta com duas lojas<br />

em Lisboa, localizadas na zona da<br />

Bica e do Príncipe Real, e <strong>um</strong>a no Porto, localizada<br />

na emblemática Rua de Santa Catarina.<br />

Verifica-se assim a preocupação dos responsáveis<br />

da rede pela procura de localizações que<br />

sejam atrativas não apenas para os habitantes das<br />

respetivas cidades, mas ainda locais de passagem<br />

de turistas, que se contam entre os principais<br />

clientes desta marca.<br />

Testado o conceito de negócio, em modelo<br />

de franchising, o próximo passo da rede será a<br />

internacionalização, tendo em vista os mercados<br />

europeu, do Brasil, Canadá e Estados Unidos.<br />

Segundo João Cunha, responsável da BeBusiness,<br />

havia explicado à VE, “até 2016 pretendemos<br />

ter presença em 12 mercados – Portugal,<br />

França, Brasil, Espanha, Reino Unido, Estados<br />

Unidos, Luxemburgo, Canadá, China, Índia, Japão<br />

e Malásia”, e ter em operação cerca de 1000<br />

espaços Nata em todo o mundo.<br />

Para aquele responsável, o conceito do ne-<br />

JOSÉ VIEIRA LOPES<br />

Managing Director Teamvision<br />

Franchise Services & ptfranchising.com<br />

Portal Português do Franchising<br />

O que proporciona<br />

o franchising<br />

(Parte 3)<br />

A assistência<br />

De maneira a assegurar a uniformidade<br />

e bom funcionamento do negócio,<br />

o franchisador tem geralmente interesse<br />

na prestação de assistência ao franchisado<br />

em várias vertentes do negócio, podendo<br />

assim o franchisado ficar com <strong>um</strong>a maior<br />

disponibilidade para se concentrar na atividade<br />

principal do negócio.<br />

Tais serviços deverão ser devidamente<br />

previstos na fase pré-contratual e no contrato<br />

definitivo e podem revestir as formas<br />

seguintes:<br />

Seleção do local<br />

Será o caso de o franchisado que ainda<br />

não possuiu qualquer local.<br />

Nos outros casos, o franchisador<br />

terá de dar o seu aval, podendo ser <strong>um</strong>a<br />

das condicionantes para selecionar franchisados.<br />

Realização de estudos de<br />

mercado<br />

O franchisado tem acesso a informações<br />

sobre as condicionantes do seu<br />

mercado local, em termos de dimensão<br />

de mercado, características de poder de<br />

compra, preferências, e concorrência.<br />

Projetos de arquitetura<br />

Investimento<br />

inicial ronda<br />

35 mil euros,<br />

incluindo<br />

12.500 euros<br />

sob a forma<br />

de direitos<br />

de entrada<br />

A uniformidade do ambiente exterior<br />

e interior de toda a rede é essencial, como<br />

elemento caracterizador e de funcionalidade.<br />

A empresa franchisadora tanto pode<br />

entregar <strong>um</strong>a loja pronta a abrir ao público<br />

como poderá apenas fornecer os projetos<br />

de arquitetura que obrigatoriamente<br />

o franchisado deverá respeitar, mediante<br />

a sua adaptação ao local.<br />

Assistência jurídica<br />

Importante sobretudo após o início<br />

de funcionamento.<br />

Formação inicial e contínua<br />

É de extrema importância o franchisado<br />

adquirir todos os conhecimentos<br />

técnicos e procedimentos ao bom desenvolvimento<br />

do negócio. A formação<br />

contínua do franchisado e dos seus colaboradores<br />

é essencial, como forma de<br />

introduzir novos produtos e serviços, e<br />

melhoramentos e adaptações às exigências<br />

do mercado.<br />

Assistência técnica<br />

Refere-se ao manuseamento de<br />

equipamentos, instr<strong>um</strong>entos e serviços<br />

de apoio à gestão, contabilidade, recursos<br />

h<strong>um</strong>anos, etc<br />

gócio Nata Lisboa visa “criar <strong>um</strong>a experiência<br />

assente no culto de saborear <strong>um</strong>a das melhores<br />

iguarias da doçaria mundial, que se rodeia de <strong>um</strong><br />

universo de valores culturais, sociais e gastronómicos<br />

muito fortes”.<br />

No negócio Nata Lisboa, o pastel de nata<br />

é o cabeça de cartaz de <strong>um</strong> conceito português<br />

de pastelaria, com alguns produtos satélite associados,<br />

tais como o café, a torrada, os refrescos<br />

típicos da cidade e a ginjinha. “Pretende-se, portanto,<br />

exportar <strong>um</strong> produto tradicional da gastronomia<br />

nacional, que incorpora também <strong>um</strong>a<br />

componente muito forte de cultura portuguesa”,<br />

disse. Aquele responsável mostrou-se ainda confiante<br />

“na abertura de mais de 20 unidades no<br />

período de dois a três anos”.<br />

O modelo de franchising Nata Lisboa está<br />

“assente n<strong>um</strong>a estrutura operacional muito simples<br />

e com <strong>um</strong> forte enfoque no serviço ao cliente”.<br />

O franquiado Nata Lisboa tem “assim <strong>um</strong><br />

negócio com <strong>um</strong>a componente de custos muito<br />

variável, ou seja, muito indexada ao vol<strong>um</strong>e de<br />

negócios. Esta é <strong>um</strong>a estratégia que permite, em<br />

locais com forte presença turística, <strong>um</strong> baixo nível<br />

de investimento e <strong>um</strong> rápido retorno do mesmo”,<br />

disse o mesmo responsável.<br />

Para se tornar franchisado deste novo conceito<br />

de negócio, os empreendedores necessitam<br />

III<br />

de <strong>um</strong> investimento inicial de cerca de 37 500<br />

euros, incluindo 12 500 euros sob a forma de<br />

direitos de entrada e todo o equipamento necessário.<br />

O contrato tem a duração de cinco anos e<br />

as ‘royalties’ mensais são de 5% sobre a faturação.<br />

As lojas devem estar inseridas em espaços urbanos,<br />

com grande tráfego, e a área aconselhada é<br />

de cerca de 50 m2. O plano de negócio para este<br />

conceito de operação prevê <strong>um</strong> vol<strong>um</strong>e de negócios<br />

de mais de 30 mil euros mensais, com retorno<br />

de investimento previsto a cerca de <strong>um</strong> ano


IV<br />

sexta-feira, 25 de janeiro 2013 FRANCHISING<br />

Para além do fator crise, como explica Ricardo Arvela, diretor comercial da DevPag<br />

A<strong>um</strong>ento de processos de cobra<br />

dos empresários<br />

O a<strong>um</strong>ento de processos de<br />

cobrança nas empresas deverá<br />

a<strong>um</strong>entar em 2013, emergindo<br />

de dois fatores: “a realidade<br />

económica e o oportunismo dos<br />

empresários, que se escondem na<br />

crise para não fazerem face aos<br />

seus compromissos”. Segundo<br />

Ricardo Arvela, diretor comercial<br />

da DevPag, o setor do franchising<br />

não escapa imune a este<br />

a<strong>um</strong>ento, com o retalho entre os<br />

principais inc<strong>um</strong>pridores.<br />

MARC BARROS<br />

marcbarros@vidaeconomica.pt<br />

VE - A relação entre a atual conjuntura<br />

económica e o a<strong>um</strong>ento do número de processos<br />

de cobranças tenderá a a<strong>um</strong>entar em<br />

2013, segundo a vossa análise?<br />

RA - Quanto ao a<strong>um</strong>ento do número de processos<br />

de cobrança, sem margem para dúvidas<br />

que este irá a<strong>um</strong>entar; e irá a<strong>um</strong>entar por várias<br />

razões, pela real situação em que a economia se<br />

encontra, pois, se não existe procura, não existe<br />

produção. Logo, as estruturas montadas com<br />

funcionários, maquinaria e afins não conseguem<br />

fazer face às despesas fixas e variáveis. Não haverá<br />

grande necessidade de estudo profundo, basta ver<br />

e não apenas olhar para o que verdadeiramente<br />

está a suceder.<br />

Porém, esse a<strong>um</strong>ento – e esse, sim, será grave<br />

– emergirá de oportunismo, ou seja, cada vez<br />

mais empresários vão deixar de c<strong>um</strong>prir as suas<br />

obrigações fundamentando-se na crise, ou seja,<br />

não pagam aos credores e alegam que estes também<br />

não lhes pagam.<br />

O a<strong>um</strong>ento de processos irá efetivamente a<strong>um</strong>entar,<br />

emergindo de dois fatores: <strong>um</strong> devido à<br />

realidade económica, e outro devido ao oportunismo<br />

dos empresários que se escondem na crise<br />

para não fazer face aos seus compromissos.<br />

VE - Qual a vossa percentagem de “sucesso”,<br />

ou seja, de cobranças bem sucedidas?<br />

RA - A percentagem do nosso sucesso está<br />

bem definida. Porém, é <strong>um</strong> resultado de fatores<br />

variáveis, que é necessário transmitir. Neste último<br />

ano a nossa taxa média de sucesso foi de 70%.<br />

O ano anterior foi de mais de 80%. As principais<br />

variáveis, entre muitas, são o recurso aos nossos<br />

serviços atempadamente, ou seja, se o cliente recorre<br />

aos nossos serviços já em última decisão,<br />

porque nada mais consegue fazer ou sabe fazer,<br />

corre o risco de o devedor já não apresentar as<br />

mesmas condições para pagamento do que apresentaria<br />

caso o cliente tivesse recorrido à DevPag<br />

atempadamente.<br />

VE - Como é processada a vossa remuneração?<br />

RA - A nossa remuneração está maioritariamente<br />

relacionada com o nosso sucesso em cobrar,<br />

ou seja, existe <strong>um</strong> valor designado de custos<br />

para abertura de contrato, que depende do mon-<br />

tante global para cobrança e é pago pelo cliente<br />

na formalização do contrato de prestação de serviços,<br />

e <strong>um</strong>a percentagem, sendo esta variável e<br />

progressiva, que incide sobre o valor cobrado de<br />

cada processo. De referir que a percentagem final<br />

está dependente do nosso resultado sucesso. Caso<br />

este não se verifique, o cliente não paga.<br />

VE - Quais os sectores de atividade que se<br />

destacam no inc<strong>um</strong>primento?<br />

RA - Os setores mais problemáticos são a<br />

construção e afins, ou seja, vendedores de material<br />

de construção, serviços, alimentar e bebidas.<br />

Porém, não foi <strong>um</strong> sector económico que se<br />

destacou, mas sim <strong>um</strong> conjunto de particulares,<br />

ou seja, verificou-se <strong>um</strong> a<strong>um</strong>ento exponencial de<br />

inc<strong>um</strong>primentos ao nível de quotas de condomínio<br />

e serviços prestados aos próprios condomínios,<br />

tais como serviços de limpeza, jardim e<br />

manutenção, essencialmente de elevadores.<br />

Gostaria ainda de referir que as farmácias têm<br />

subido exponencialmente de ranking quanto a<br />

inc<strong>um</strong>primento, pois já passa a ser com<strong>um</strong> os<br />

laboratórios e fornecedores recorrerem a serviços<br />

especializados em cobrança amigável. A DevPag<br />

criou, em finais de 2011, <strong>um</strong> pacote de serviços<br />

específicos para este tipo de incobráveis, que<br />

está a ter <strong>um</strong> sucesso enorme.<br />

Processos de cobrança no retalho<br />

lideram entre franchisados<br />

VE - Depois das transportadoras, seguem-<br />

-se os franchisados. Isto significa que estão a<br />

a<strong>um</strong>entar as dificuldades para estes conseguirem<br />

c<strong>um</strong>prir com as marcas?<br />

RA - Sim, é verdade que cada vez mais franchisados<br />

entram em inc<strong>um</strong>primento. Não quero<br />

com isto dizer que tal situação leva à desvinculação<br />

entre as partes, mas antes a <strong>um</strong>a mediação<br />

mais célere, evitando precisamente o desvinculo<br />

contratual.<br />

Aproveito para sublinhar que todo e qualquer<br />

cliente, quer seja <strong>um</strong> franchisador ou não, apenas<br />

recorre aos nossos serviços n<strong>um</strong> contexto de<br />

especialidade, ou seja, é muito mais económico e<br />

eficaz o recurso a <strong>um</strong> especialista para a resolução<br />

de <strong>um</strong> fator (cobrança de dívida) a que o cliente<br />

não está tão especializado. Não deveremos deixar<br />

de reforçar que o recurso a <strong>um</strong>a empresa de<br />

recuperação de créditos não representa corte de<br />

relações; pelo contrário, pode até reforçá-las.<br />

VE - Quais os segmentos de atividade<br />

mais afetados?<br />

RA - É óbvio que não irei referir quais os segmentos<br />

em concreto, pois poderia levar a conclusões<br />

precipitadas. Agora, vemos que esta situação<br />

atravessa todos os segmentos, sendo os nossos<br />

clientes maioritariamente franchisadores de retalho.<br />

Mas os comportamentos do devedor ou<br />

o inc<strong>um</strong>primento não se prendem maioritariamente<br />

com a crise, ou seja, a grande maioria destes<br />

inc<strong>um</strong>pridores estão a vender até com alg<strong>um</strong><br />

sucesso, mas simplesmente não paga e alega que<br />

está tudo muito mau.<br />

Quanto aos royalties, estes também são muitas<br />

vezes o nosso alvo de cobrança; repare-se que<br />

os royalties são pagos em função da faturação,<br />

ou seja, se esta se deu, logo houve entrada de dinheiro<br />

e este tem que ser canalizado ou direcio-<br />

Segundo Ricardo Arvela,<br />

diretor comercial da<br />

DevPag, o recurso<br />

atempado aos serviços<br />

especializados de<br />

cobranças pode evitar<br />

inc<strong>um</strong>primentos por parte<br />

dos franchisados.<br />

Recurso a <strong>um</strong>a<br />

empresa<br />

de recuperação<br />

de créditos não<br />

representa corte<br />

de relações<br />

nado para a prioridade que é o pagamento das<br />

obrigações, sendo que na maioria não o é.<br />

Como gostamos de liderar pelo exemplo, vou<br />

trazer à colação <strong>um</strong> exemplo nosso: <strong>um</strong> dos nossos<br />

franchisados, cujas faturações eram muito acima<br />

dos objetivos impostos, resolve direcionar esse<br />

dinheiro para <strong>um</strong>a outra franquia; pois bem, não<br />

obteve o mesmo sucesso e começou a inc<strong>um</strong>prir<br />

com a DevPag, alegando que o negócio estava<br />

mau. Tal não correspondia à realidade. O que<br />

aconteceu foi má gestão, ou seja, pelo facto de ele<br />

ter investido dinheiro ganho na DevPag noutro<br />

negócio, como não teve o mesmo sucesso, é mais<br />

que lógico que iria entrar em inc<strong>um</strong>primento.<br />

Mas, com a nossa ajuda, o franchisado conseguiu<br />

pagar. Porém, aproveitámos de imediato para rescindir<br />

amigavelmente.<br />

VE - As dificuldades de cobrança tornam<br />

mais difícil a gestão de <strong>um</strong>a rede de franchising<br />

ou, no vosso caso, até pode ser favorável?<br />

RA - É claro que as dificuldades de cobrança<br />

tornam difícil a gestão de <strong>um</strong>a rede de cobrança,<br />

pois de imediato essa situação pode, inclusive,<br />

colocar em risco toda a rede. O objetivo e requisito<br />

legal para <strong>um</strong>a sociedade comercial existir é<br />

a obtenção de lucro, pois se os franchisados não<br />

pagam ou c<strong>um</strong>prem as suas obrigações, logo o hipotético<br />

lucro do franchisador está em risco.<br />

Porém, o recurso atempado aos serviços especializados<br />

pode evitar essa situação. No nosso<br />

caso, esses riscos são diminuídos porque é a nossa<br />

atividade, logo temos mecanismos de atuação e<br />

sentido de prontidão muito apurados e, logicamente,<br />

evitamos inc<strong>um</strong>primentos por parte dos<br />

nossos franchisados.<br />

Agora, repare-se por vezes que o potencial<br />

cliente, neste caso <strong>um</strong> franchisado, pensa que os<br />

serviços de cobrança de <strong>um</strong>a empresa especializada<br />

não serão bem entendidos pelo seu franchisado.<br />

Isso é de todo errado, pois nós também somos<br />

franchisadores e mensalmente, enquanto empresa<br />

de cobranças, que efetuamos a cobrança de<br />

créditos mesmo ainda por vencer; para os nossos


FRANCHISING sexta-feira, 25 de janeiro 2013<br />

ança emerge de oportunismo<br />

Taxa média<br />

de sucesso<br />

nas cobranças<br />

rondou 70%<br />

em 2012<br />

franchisados é normal e não <strong>um</strong> bicho-de-sete-cabeças.<br />

Ora, o que quero mesmo é alertar para o facto de que<br />

já existem soluções para incobráveis e estas podem ser fornecidas<br />

por nós de forma eficaz, amigável e legal. Basta pensar<br />

no nosso serviço como <strong>um</strong>a extensão do modelo de negócio<br />

de cada <strong>um</strong> e não como <strong>um</strong>a solução à parte.<br />

Franchising alarga para formação<br />

VE - Em que consiste o conceito DevPag e como<br />

está delineada a estratégia de franchising da marca?<br />

RA - O nosso conceito traduz-se n<strong>um</strong> modelo de negócio<br />

prestador de serviços de cobranças para outros negócios.<br />

O nosso objeto é a prestação e gestão de serviços de cobrança,<br />

sendo que estamos agora a preparar-nos para alargar os<br />

nossos serviços para a formação profissional no sector das<br />

cobranças, tendo autorização da DIGERT para o fazer.<br />

VE - Quais os custos a suportar pelo franchisado?<br />

RA - Todos estes custos são muitos variáveis, pois irá<br />

depender da potencialidade do próprio negócio dentro da<br />

zona geográfica escolhida pelo nosso potencial franchisado.<br />

Vale por dizer que temos diferentes preços para direitos de<br />

entrada e diferentes modos de remuneração percentual mensal.<br />

Seria incorreto apenas referir <strong>um</strong> modelo. Os direitos de<br />

entrada nunca podem ser inferiores a 10 mil euros, acrescendo<br />

o custo de montagem, assim como os royalties nunca<br />

inferiores a 10% sobre a faturação.<br />

VE - Quais são os vossos objetivos quanto ao número<br />

de novas unidades a curto e médio prazo?<br />

RA - O nosso objetivo real é vender os direitos para todos<br />

os distritos que nos faltam e é nesse sentido que iremos<br />

trabalhar, incluindo a proliferação da formação profissional<br />

em recuperação de créditos.<br />

VE - Qual o perfil do empreendedor que procuram?<br />

RA - Acima de tudo, alguém que saiba o que quer verdadeiramente,<br />

ou seja, alguém que queira trabalhar ou investir<br />

no nosso modelo porque sabe que ele lhe irá dar retorno.<br />

Excluo os interessados ou investidores que não confiem inteiramente<br />

no modelo, pois desta forma o negócio é catastrófico<br />

para as partes.<br />

Aliás, dou <strong>um</strong> conselho aos interessados: façam <strong>um</strong> estudo<br />

de probabilidade de retorno e, se esta se mostrar positiva,<br />

então contacte-nos, que nós tratamos do resto. É condição<br />

essencial o investidor saber o que espera com o negócio<br />

e não apenas vamos ver se funciona.<br />

VE - Qual a estratégia de expansão geográfica da<br />

rede em Portugal?<br />

RA - A nossa estratégia alterou-se em 2013, ou seja, iremos<br />

focar as nossas vendas de franquia apenas nos locais geográficos<br />

que encontrem mais a necessidade de ter os nossos<br />

serviços.<br />

VE - Ponderam avançar para outros países de língua<br />

portuguesa?<br />

RA - Da ponderação à realização segue <strong>um</strong> limite temporal<br />

bastante alargado. A exportação é o nosso grande<br />

objetivo, porém não é tão rápida como poderia ser. Exemplo,<br />

o Brasil é <strong>um</strong> dos países onde encontramos maior dificuldade<br />

burocrática, pois o nosso serviço é regularizado<br />

no Brasil, mas para que <strong>um</strong>a empresa de fora se instale é<br />

necessária <strong>um</strong>a série de adaptações que só fazem atrasar o<br />

processo. Estamos a tentar a expansão, procuramos ativamente<br />

<strong>um</strong> parceiro para tal, contudo ainda não está concretizado.<br />

É quase <strong>um</strong>a pergunta de retórica a da exportação<br />

do modelo, pois dá <strong>um</strong>a certa credibilidade ao negócio.<br />

Para quem lê esta entrevista, nada significa, sendo que existem<br />

modelos unicamente em Portugal, modelos em que<br />

eu próprio investiria<br />

Transportadoras e franchisados lideram processos<br />

de cobrança<br />

Segundo dados elaborados pela DevPag,<br />

são as transportadoras quem lidera, com <strong>um</strong><br />

crescimento de 16,4% entre 2011 e 2012, a<br />

procura dos serviços de cobrança daquela<br />

empresa, que atua no âmbito empresarial.<br />

Por outro lado, franchisados e<br />

administração de condomínios registaram<br />

<strong>um</strong> a<strong>um</strong>ento de processos de cobrança na<br />

ordem de, respetivamente, 12,9 e 12,8%.<br />

Farmácias e produtos de beleza subiram<br />

9,1% no espaço de <strong>um</strong> ano.<br />

Outros sectores com <strong>um</strong> crescimento<br />

anual do processo de cobranças são os<br />

armazenistas de produtos e de máquinas<br />

agrícolas (mais 8,6%), panificadores<br />

e produtores de pão (mais 8,5%) e os<br />

armazenistas de bebidas e derivados (mais<br />

8,2%).<br />

Com <strong>um</strong> incremento de 6,9%,<br />

armazenistas de papelaria também recorrem<br />

cada vez mais aos serviços da DevPag, sendo<br />

que as oficinas representam <strong>um</strong> a<strong>um</strong>ento<br />

de 5,8%. Finalmente, a empresa regista a<br />

subida de 5,6% por parte das empresas de<br />

manutenção de elevadores, enquanto o do<br />

sector da carne e derivados cresceu a procura<br />

em 5,2%.<br />

A empresa realizou, em 2011, 8930<br />

processos de cobrança, quando até<br />

Setembro do corrente ano esse valor já<br />

atingia 90756 processos em todo o país,<br />

incluindo ilhas.<br />

Segundo dados da DevPag, o montante<br />

referente aos casos que decorrem em<br />

2012 chega aos 177, 5 milhões de euros,<br />

superior ao total do ano passado, quando a<br />

empresa operou valores de 167,6 milhões<br />

de euros. A rede da DevPag, que integra a<br />

Associação Lusa de <strong>Empresas</strong> e Profissionais<br />

de Recuperação de Crédito, inclui sete<br />

franchisados em Lisboa, Porto, Évora, Vila<br />

Real, Coimbra, Leiria e Faro<br />

V


VI<br />

sexta-feira, 25 de janeiro 2013 FRANCHISING<br />

Leitões&Companhia expande<br />

em Portugal e olha para A Europa<br />

MARC BARROS<br />

marcbarros@vidaeconomica.pt<br />

Depois da abertura da primeira unidade<br />

própria em Lisboa, a marca<br />

Leitões & Companhia pretende<br />

expandir o conceito em regime de<br />

franchising. De acordo com Lurdes<br />

Policarpo, sócia-gerente da empresa, “o conceito<br />

consiste por <strong>um</strong> lado, na introdução de<br />

novos pratos com qualidade na alimentação<br />

portuguesa, utilizando o leitão assado”, e, por<br />

outro, “criar tempo disponível no dia a dia das<br />

pessoas para que possam desfrutar de mais momentos<br />

em família e com os amigos”.<br />

O novo espaço assenta n<strong>um</strong> conceito gourmet<br />

em take-away, onde cada prato é confecionado<br />

à base de leitão. Sob o mote “ter tempo é<br />

saboroso”, a L&C pretende simplificar a vida<br />

dos seus clientes: “o estilo de vida atribulado<br />

não deixa tempo para <strong>um</strong>a alimentação saudável.<br />

Queremos fornecer refeições caseiras a<br />

<strong>um</strong> preço acessível”, explica Lurdes Policarpo.<br />

O mesmo conceito é enquadrável n<strong>um</strong>a estratégia<br />

de expansão em modelo franchising ou<br />

“aluguer de ideia”, disse à VE. Cada prato é<br />

confecionado à base de leitão e preparado de<br />

<strong>um</strong>a forma caseira, como empadão, arroz, almôndegas,<br />

empadas de leitão e migas de leitão<br />

com castanhas.<br />

O objetivo traçado a curto prazo passa pela<br />

abertura de três lojas, estando já <strong>um</strong>a prevista<br />

para 2013. “Temos definido a abertura de duas<br />

AcabeHome<br />

pondera alargar<br />

rede em franchising<br />

A<br />

AcabeHome Casa & Jardim,<br />

empresa originária da Batalha que<br />

comercializa artigos de jardim e<br />

decoração, abriu recentemente a<br />

sua primeira loja na grande Lisboa<br />

e pondera a expansão no mercado nacional<br />

através de franchising.<br />

A empresa, constituída há mais de 35 anos,<br />

iniciou o processo de crescimento em Portugal<br />

com a abertura de <strong>um</strong>a unidade própria no<br />

Odivelas Parque, com <strong>um</strong>a área de 1855<br />

metros quadrados.<br />

Segundo Hélder Pires, administrador da<br />

AcabeHome, a expansão para a Grande Lisboa<br />

teve por base a constatação de que se trata<br />

de “<strong>um</strong> mercado apetecível em termos de<br />

dimensão e de vol<strong>um</strong>e, apesar de haver muita<br />

oferta”, disse à VE. “Tínhamos dados que<br />

indicavam que o nosso conceito é diferente do<br />

que aqui existia e de que essa diferença é <strong>um</strong>a<br />

forte mais-valia. Estas primeiras semanas de<br />

trabalho têm confirmado amplamente as nossas<br />

expectativas, com <strong>um</strong>a recetividade excelente<br />

da parte dos clientes”.<br />

E se, nesta fase, a empresa pretende<br />

“essencialmente implantar a marca e reforçar<br />

a sua notoriedade na zona da Grande Lisboa”,<br />

Hélder Pires não descura “a sua expansão para<br />

outras regiões e sob diferentes formas de gestão,<br />

entre as quais o franchising”. Estas “serão<br />

consequência do trabalho que agora iniciámos,<br />

ou seja, são possibilidades”, res<strong>um</strong>iu<br />

Custos decorrem<br />

da utilização da marca<br />

Os custos com o franchising são<br />

“os correspondentes à utilização da<br />

marca”, sendo que “os royalties serão<br />

variáveis, dependendo da forma como<br />

for desenhado o modelo e o tipo de<br />

utilização do espaço comercial”.<br />

Assim, segundo dados da empresa,<br />

o investimento pode variar entre os 80<br />

mil e 150 mil euros, variação essa que<br />

“vai depender do modelo escolhido”. Os<br />

direitos de entrada do franchising serão<br />

de 20 mil euros e os royalties de 5% sobre<br />

<br />

Depois de 15 anos de trabalho no Centro<br />

de Nanotecnologia e Materiais<br />

Inteligentes (CeNTI), onde chegou a<br />

diretor executivo, António Vieira decidiu<br />

apostar no seu próprio projeto,<br />

o qual visa apoiar a entrada de novos produtos<br />

no mercado.<br />

Para isso criou a Weproductise, com sede em<br />

Ponte de Lima e filial nos Arcos de Valdevez. A<br />

Weproductise é <strong>um</strong>a incubadora de ideias, projetos<br />

e marcas com o fim de desenvolver negócio<br />

de produtos e serviços. O staff de designers,<br />

engenheiros e marketeers está localizado nas instalações<br />

na proximidade de Ponte de Lima e do<br />

Parque Nacional da Peneda do Gerês, n<strong>um</strong> ambiente<br />

rural com vários espaços verdes de 10 mil<br />

m2 que visa conciliar criatividade e execução.<br />

Trata-se de <strong>um</strong> modelo de negócio radicalmente<br />

inovador na Europa, que consiste na oferta<br />

de <strong>um</strong> espaço com<br />

600m2, que inclui<br />

Fabstudio/Oficinas<br />

& Showroom, Co-<br />

-working & espaços<br />

de trabalho individuais,<br />

Hostel & Lounge<br />

e Workshops. Enquadrada<br />

n<strong>um</strong> magnífico<br />

cenário e rodeados<br />

pela natureza, está<br />

pensada para facilitar<br />

a resolução criativa de<br />

problemas<br />

lojas em Portugal e dar início à abertura de <strong>um</strong>a<br />

loja na Europa”, sustentou aquela responsável.<br />

“Acreditamos no nosso projeto e o ‘feedback’<br />

que temos em quatro meses de experiência é<br />

muito positivo, o que nos leva a crer que o mercado<br />

português tem potencial”.<br />

O perfil do empreendedor procurado engloba<br />

“pessoas ou entidades que tenham subjacente<br />

a orientação para o cliente, criando diferencia-<br />

Weproductise apoia<br />

novos projetos e ideias<br />

Weproductise<br />

pretende<br />

converter o fator<br />

interioridade<br />

n<strong>um</strong> modelo<br />

de exportação<br />

ção; a inovação e preocupação com as necessidades<br />

dos clientes; o desenvolvimento de oportunidades<br />

de melhoria para que o crescimento<br />

ocorra); a gestão das relações, visando estimular<br />

a equipa e gerar compromisso e; a orientação<br />

para os resultados”. Assim, a política de recursos<br />

h<strong>um</strong>anos envolve pretende atrair colaboradores<br />

jovens à procura do primeiro emprego ou desempregados<br />

Science4You<br />

duplica vol<strong>um</strong>e<br />

de negócios<br />

A<br />

Science4you, empresa<br />

portuguesa que se dedica à<br />

produção, desenvolvimento e<br />

comercialização de brinquedos<br />

científicos, em parceria com a<br />

Faculdade de Ciências da Universidade de<br />

Lisboa, alcançou, em 2012, <strong>um</strong>a faturação<br />

na ordem dos 1,4 milhões de euros, nas<br />

suas unidades de Portugal e Espanha. Estes<br />

resultados evidenciam <strong>um</strong>a duplicação das<br />

vendas efetuadas nos dois países, face ao ano<br />

anterior.<br />

Constituída em Janeiro de 2008, a empresa<br />

nasce de <strong>um</strong> projeto académico de Miguel<br />

Pina Martins, fundador e CEO da empresa.<br />

Financiada por capital de risco e business<br />

angels, a empresa foi criada no âmbito do<br />

programa FINICIA, com <strong>um</strong> capital social<br />

de 55 mil euros, em que 45 mil constituem<br />

micro capital de risco financiado pela<br />

Inovcapital.<br />

Conta neste momento com escritórios no<br />

Porto e filial espanhola associada ao Parque<br />

Científico de Madrid, onde se encontra<br />

sediada. Exporta regularmente para o<br />

Brasil e demais países lusófonos, França e<br />

Grécia. Hoje marca presença em todos os<br />

continentes, tendo inaugurado a sua terceira<br />

filial em Londres, no final de 2012. A aposta<br />

no Reino Unido representa <strong>um</strong> investimento<br />

de meio milhão de euros, previsto para os<br />

próximos três anos


FRANCHISING sexta-feira, 25 de janeiro de 2013<br />

Neste artigo apresento<br />

tendências atuais e<br />

oportunidades de novos<br />

negócios, nos setores de<br />

serviços para particulares<br />

e empresas. Os serviços apresentados<br />

abaixo são oportunidades que se<br />

desenvolvem em franchising e cujo<br />

modelo de negócio permite <strong>um</strong><br />

investimento e exploração low-cost:<br />

Mediação de obras:<br />

Tendo em conta a profunda alteração<br />

no mercado imobiliário e de crédito<br />

à habitação, deu-se a conversão da<br />

aquisição de habitação nova para<br />

o arrendamento e reabilitação dos<br />

imóveis. Por outro lado, os particulares<br />

têm muita dificuldade em garantir o<br />

melhor preço nas obras/reparações e seu<br />

acompanhamento técnico, sendo <strong>um</strong>a<br />

dor de cabeça recorrer a estes serviços.<br />

Surge assim e em grande crescimento o<br />

negócio de mediação de obras, no qual o<br />

mediador tem como objetivo garantir o<br />

melhor orçamento para a obra do cliente<br />

e acompanhar a mesma, garantindo<br />

o prazo e qualidade de execução. Este<br />

serviço é gratuito para o cliente, sendo<br />

o mediador de obras remunerado pelo<br />

MARC BARROS<br />

marcbarros@vidaeconomica.pt<br />

PEDRO SANTOS<br />

Administrador Onebiz Group<br />

pedro.santos@onebiz.pt<br />

construtor, através de <strong>um</strong>a percentagem<br />

da obra.<br />

Consultoria financeira pessoal<br />

integrada:<br />

Hoje em dia os particulares pretendem<br />

obter poupança em todos os serviços que<br />

contratam, em função da redução do<br />

rendimento disponível, o qual é fruto do<br />

a<strong>um</strong>ento de impostos, aliado à incerteza<br />

quanto ao futuro e emprego. Por outro<br />

lado, as pessoas individualmente não<br />

têm o conhecimento técnico e o poder<br />

negocial para conseguirem efetuar a<br />

poupança desejada nos serviços que<br />

utilizam. Surge assim o consultor financeiro<br />

pessoal, o qual tem como objetivo obter<br />

a redução de despesa e poupança nos<br />

vários serviços, incluindo seguros, créditos,<br />

comunicações e combustível, entre outros.<br />

Este consultor pessoal é mandatado pelo<br />

cliente, para conseguir obter a máxima<br />

poupança nos serviços.<br />

Apoio à exportação das<br />

empresas:<br />

No contexto económico atual, as<br />

empresas portuguesas estão fortemente<br />

empenhadas em conseguir exportar<br />

Padaria Portuguesa abre oito<br />

novas unidades em 2013<br />

A<br />

rede Padaria Portuguesa apresentou o seu plano<br />

de expansão para 2013, prevendo abrir oito novas<br />

unidades em Portugal no decurso do presente<br />

ano, n<strong>um</strong> investimento que ronda dois milhões<br />

de euros e a criação de mais de 120 novos postos<br />

de trabalho.<br />

O conceito da marca passa pela criação de “<strong>um</strong>a rede de<br />

padarias/pastelarias de bairro, com <strong>um</strong>a relação qualidade-<br />

-preço acima da média, <strong>um</strong> ambiente de compra aconchegante,<br />

que resulta n<strong>um</strong>a experiência de compra muito agradável”,<br />

assegurou Nuno Carvalho, fundador e diretor-geral da empresa<br />

à VE.<br />

Assim, “mais do que vender pão e bolos, o nosso objetivo é<br />

efetivamente “transacionar” relações<br />

sociais. Pretendemos devolver<br />

aos bairros a vida de bairro”.<br />

Deste modo, “o pão e os bolos<br />

são apenas <strong>um</strong> veículo para o que<br />

se passa, no dia-a-dia, nas nossas<br />

lojas – <strong>um</strong>a verdadeira experiência<br />

social”.<br />

Com dois anos de atividade e<br />

12 lojas inauguradas, o objetivo<br />

da marca é abrir oito novas unidades<br />

na região da Grande Lisboa.<br />

De ressalvar que este plano<br />

de expansão será realizado pela<br />

própria empresa, que não pondera<br />

recorrer ao sistema de franchising.<br />

O balanço traçado por<br />

Nuno Carvalho é positivo: “Felizmente<br />

o negócio tem corrido<br />

bastante bem, de forma muito consistente em todas as lojas,<br />

o que nos dá <strong>um</strong> enorme alento para continuarmos a nossa<br />

expansão. Já somos mais de 170 pessoas e, ao longo do ano,<br />

planeamos ser cerca de 300 colaboradores”. No curto prazo,<br />

referiu, a rede estará focada no mercado da Grande Lisboa<br />

Tendências e oportunidades de negócio em 2013<br />

“Apesar do ambiente<br />

recessivo do país,<br />

acreditamos que a nossa<br />

proposta de valor é forte<br />

e vai ao encontro das<br />

necessidades atuais de<br />

cons<strong>um</strong>o: estamos nos<br />

bairros (proximidade),<br />

com <strong>um</strong>a oferta de<br />

comida de qualidade<br />

e barata (value for<br />

money)”, esclareceu<br />

Nuno Carvalho<br />

Padaria Portuguesa<br />

emprega 170 pessoas<br />

e, ao longo do ano,<br />

quer chegar aos 300<br />

colaboradores<br />

e conquistar novos clientes, em<br />

novas geografias. Surge aqui <strong>um</strong>a<br />

enorme oportunidade para negócios<br />

prestadores de serviços, que consigam<br />

gerar às empresas clientes crescimento<br />

internacional e exportação, não apenas<br />

com estudos sobre mercados externos,<br />

mas sim com angariação real de negócio,<br />

novos parceiros e clientes internacionais.<br />

Para este efeito é necessário elaborar <strong>um</strong><br />

diagnóstico das condições da empresa<br />

para exportar e preparar a empresa para<br />

esse fim, incluindo apresentação nas<br />

línguas dos mercados alvo, adaptação<br />

dos produtos ou serviços, entre outras<br />

condições essenciais.<br />

Redução de custos nas empresas:<br />

As empresas, para se manterem<br />

competitivas em função da<br />

redução do cons<strong>um</strong>o interno, têm<br />

obrigatoriamente que reduzir os seus<br />

custos com fornecimentos e serviços<br />

externos, tais como transportes/<br />

frotas, contabilidade, serviços de<br />

limpeza, segurança, informática/<br />

tecnologia e energia, entre outros.<br />

Surge <strong>um</strong>a oportunidade em grande<br />

crescimento de prestação de serviços<br />

de redução de custos em empresas,<br />

VII<br />

através da negociação das condições<br />

contratuais das empresas e em áreas<br />

que normalmente não são a sua<br />

especialidade. Por outro lado, as<br />

empresas não têm individualmente<br />

poder negocial para conseguirem<br />

as melhores condições, sendo<br />

fundamental a negociação “em<br />

vol<strong>um</strong>e” ou através de central de<br />

compras. O grupo Onebiz tem vindo<br />

a desenvolver marcas de franchising<br />

que correspondem a estes serviços,<br />

necessidades de mercado e oportunidades<br />

de negócio. Nos serviços a particulares, a<br />

Imo24 (www.imo24.pt) é especialista na<br />

mediação e gestão de obras, enquanto a<br />

Exchange (www.exchange.pt) atua como<br />

consultora financeira integrada do cliente<br />

particular. Nos serviços a empresas a<br />

EZTradeCenter (www.eztradecenter.com)<br />

atua na redução de custos a empresas<br />

e a MarketSales (www.marketsales.pt)<br />

no outsorcing de vendas e serviços de<br />

internacionalização.<br />

Estas quatro áreas de serviços são<br />

fortes tendências e oportunidades<br />

de negócio em 2013, podendo os<br />

empreendedores desenvolver estes<br />

negócios, os quais não exigem<br />

investimentos ou operações com custos<br />

elevados


VIII<br />

sexta-feira, 25 de janeiro 2013 FRANCHISING<br />

Microcrédito apoia investimento em franchising com taxas de juro de 3% + Euribor<br />

Taxa de sucesso do microcrédito<br />

ronda 75%<br />

O microcrédito continua a<br />

afirmar-se como <strong>um</strong>a alternativa<br />

sólida para os empreendedores<br />

que pretendem lançar o seu<br />

próprio negócio mas <strong>enfrentam</strong><br />

dificuldades no acesso ao<br />

financiamento desejado.<br />

Investimentos em franchising são<br />

contemplados.<br />

MARC BARROS<br />

marcbarros@vidaeconomica.pt<br />

Até ao momento, segundo Edgar Oliveira,<br />

responsável da Associação Nacional<br />

de Direito de Crédito, foram<br />

já acreditados “1750 projetos em 12<br />

anos, resultando em 2000 postos de<br />

trabalho criados e 10 milhões de euros de empréstimos”<br />

concedidos.<br />

No balanço traçado à VE, aquele especialista<br />

frisou que o microcrédito “pode ser <strong>um</strong>a alternativa<br />

para pequenos projetos, como o franchising,<br />

mesmo que as pessoas tenham alg<strong>um</strong><br />

capital mas não reúnam todo o investimento<br />

necessário”.<br />

Em 2012 foram acreditados cerca de 150<br />

projetos e estão em análise junto da banca outras<br />

50 propostas. Isto porque “dependemos<br />

sempre do parecer da banca para que o investimento<br />

seja realizado”, explicou.<br />

Para ter acesso ao microcrédito é preciso<br />

que os promotores reúnam alg<strong>um</strong>as condições.<br />

Desde logo, que “não tenham acesso ao crédito<br />

bancário pela via normal”, não apresentem “incidentes<br />

bancários ativos”, estejam “desempregados,<br />

em riscos de o poder vir a estar, ou sem<br />

ocupação estável ou precária”.<br />

Mais ainda, prosseguiu, devem, na proposta<br />

de criação do próprio emprego, apresentar <strong>um</strong>a<br />

ideia sólida para <strong>um</strong> negócio, com “forte vontade<br />

e muitas capacidades para lutar pelo êxito do<br />

negócio”.<br />

Segundo Edgar Oliveira, “ao ser creditado<br />

pelo valor do empréstimo que solicitar não<br />

lhe será pedida nenh<strong>um</strong>a<br />

garantia real<br />

(bens patrimoniais),<br />

mas o processo do<br />

financiamento, <strong>um</strong>a<br />

vez iniciado, terá<br />

que ser instruído<br />

com a prestação de<br />

<strong>um</strong>a garantia pessoal,<br />

dada por <strong>um</strong> fiador,<br />

que responderá<br />

por 20% do capital<br />

que lhe vier a ser<br />

creditado”.<br />

O montante<br />

máximo que pode<br />

solicitar à ANDC é,<br />

nas condições atuais,<br />

de 15 000 euros. A<br />

atribuição de <strong>um</strong> valor<br />

superior a 12 500<br />

euros será dividida<br />

em duas fatias: a pri-<br />

Mohammad Yunus é<br />

o grande mentor do<br />

microcrédito a nível<br />

global, projeto pelo qual<br />

recebeu o Prémio Nobel<br />

da Paz em 2006.<br />

Montante<br />

máximo<br />

contemplado<br />

de 15 mil euros<br />

Microcrédito<br />

com 1750<br />

projetos<br />

em 12 anos<br />

Projetos creditados<br />

por NUTS II (1999-2012)<br />

Fonte: ANDC<br />

Algarve<br />

122<br />

Alentejo<br />

7%<br />

170<br />

10%<br />

Lisboa<br />

640<br />

37%<br />

Norte<br />

451<br />

26%<br />

Centro<br />

343<br />

20%<br />

meira, até àquele valor, no início do primeiro<br />

ano e a segunda, no montante complementar,<br />

no início do segundo ano, se as condições de<br />

evolução do negócio o justificarem.<br />

Nº<br />

600<br />

500<br />

400<br />

300<br />

200<br />

100<br />

Fonte: ANDC<br />

Relançar pessoas<br />

No caso de o projeto ter financiamentos<br />

múltiplos, a ANDC, na apreciação da sua viabilidade,<br />

terá em conta a globalidade do projeto,<br />

correspondente ao conjunto dos financiamentos.<br />

“O nosso objetivo é relançar a pessoa que<br />

não tem acesso à banca; a partir daqui pode recorrer<br />

a outras fontes de financiamento”, sublinhou<br />

aquele responsável.<br />

Em certas situações, o microcrédito pode,<br />

assim, servir para complementar outros apoios<br />

públicos, por exemplo subsídio de desemprego.<br />

As condições em que são celebrados os contratos<br />

de empréstimo com os bancos decorrem de<br />

protocolos estabelecidas entre a ANDC e cada<br />

banco.<br />

Assim, o valor mínimo do empréstimo é<br />

de mil euros e o valor<br />

máximo é de 12 500<br />

euros no primeiro<br />

ano do negócio, período<br />

a partir do qual<br />

o candidato poderá<br />

solicitar <strong>um</strong> reforço<br />

adicional de 2500<br />

euros, sujeito a análise<br />

da ANDC, submissão<br />

da proposta<br />

ao banco e aceitação<br />

deste. O “prazo de<br />

pagamento será feito<br />

em função do valor<br />

do empréstimo, no<br />

prazo máximo de<br />

cinco anos”. A prestação<br />

mensal será<br />

constante e a taxa<br />

de juro incluirá <strong>um</strong><br />

spread sobre a Euribor<br />

a 3 meses, de 3%.<br />

Edgar Oliveira salientou que, como em<br />

qualquer investimento, verifica-se <strong>um</strong>a margem<br />

de risco. Porém, “a taxa de sobrevivência<br />

dos negócios baseados no microcrédito ronda<br />

Projetos creditados por Grupo Etário (1999-2012)<br />

0<br />

35<br />

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!