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Uma conservação eficiente para pianos acústicos - Chave de Afinar ...

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<strong>Uma</strong> <strong>conservação</strong> <strong>eficiente</strong> <strong>para</strong><br />

<strong>pianos</strong> <strong>acústicos</strong><br />

Francisco Motta, Técnico-afinador <strong>de</strong> Pianos, Setembro <strong>de</strong> 2010<br />

O piano acústico é um instrumento musical potencialmente muito durável. Foi projetado <strong>para</strong><br />

suportar infinitas horas <strong>de</strong> utilização e os inúmeros fortíssimos <strong>de</strong> um ou mais pianistas. Apesar<br />

das 20 a 30 toneladas <strong>de</strong> tensão no encordoamento e um frágil mecanismo, têm uma enorme<br />

possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> estabilida<strong>de</strong>. Po<strong>de</strong>m ser encontramos velhos <strong>pianos</strong>, que ora centenários, se<br />

dispõe novamente a alta-performance <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> recondicionados.<br />

Fazer com que um martelo golpeie a corda após o acionamento da tecla é uma tarefa muito<br />

simples. Mas, conservar o seu feelling, e mantê-lo verda<strong>de</strong>iramente como extensão das mãos e<br />

pés do pianista <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>rá <strong>de</strong> um gran<strong>de</strong> esforço técnico e muita atenção à sua <strong>conservação</strong>.<br />

Se examinarmos as condições <strong>de</strong> um piano novo, apenas no seu primeiro ano <strong>de</strong> existência (on<strong>de</strong><br />

ele inclusive já percorreu o caminho fábrica- loja-cliente final, e às vezes uma viagem transcontinental),<br />

já po<strong>de</strong>remos perceber uma consi<strong>de</strong>rável modificação negativa nas suas principais<br />

características. Imperceptivelmente aquilo que o caracteriza como algo humanizado em sua<br />

capacida<strong>de</strong> expressiva e, ilimitado diante das possibilida<strong>de</strong>s da técnica pianística, será lentamente<br />

ocultado diante <strong>de</strong> uma equivocada ou ausente <strong>conservação</strong>.<br />

Em alguns países da Europa e América do Norte gran<strong>de</strong>s fabricantes dispõem <strong>de</strong> um importante<br />

serviço <strong>de</strong> pós-venda, no qual o piano é periodicamente visitado por um técnico e nele são<br />

executados diversos serviços com a intenção <strong>de</strong> se conservar as intenções <strong>de</strong> seu projeto. No<br />

Brasil apenas a japonesa Yamaha tentou recentemente re-formar técnicos <strong>para</strong> este fim, mas pelo<br />

que sei o projeto foi abandonado logo <strong>de</strong> início.<br />

A qualida<strong>de</strong> geral <strong>de</strong> fabricação <strong>de</strong> um piano po<strong>de</strong> também ser medida pela perspicácia do<br />

fabricante em prever sua <strong>de</strong>terioração. Alguns fabricantes dispõem <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los específicos <strong>para</strong><br />

cada situação <strong>de</strong> utilização, clima, região do mundo etc.<br />

Face ao alto custo financeiro <strong>de</strong> um piano profissional, exageradamente distante dos outros<br />

instrumentos musicais, sua <strong>conservação</strong> e serviços técnicos <strong>eficiente</strong>s são fundamentais. No<br />

Brasil, mesmo em gran<strong>de</strong>s centros urbanos on<strong>de</strong> a música pianística é profundamente difundida e<br />

apreciada, e se dispões <strong>de</strong> um gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> pianistas, sente-se uma enorme carência <strong>de</strong>sses<br />

instrumentos profissionais, disponíveis em perfeita situação.<br />

Neste artigo gostaria <strong>de</strong> enumerar as principais causas <strong>de</strong> <strong>de</strong>terioração do piano acústico, bem<br />

como sugestões e medidas <strong>de</strong> <strong>conservação</strong> que <strong>de</strong>vem proce<strong>de</strong>r os proprietários e responsáveis<br />

por estes instrumentos.


1. O nível radical <strong>de</strong> umida<strong>de</strong> como principal causador <strong>de</strong> danos<br />

É comum encontrar velhos <strong>pianos</strong> importados com a inscrição “mo<strong>de</strong>lo topicalizado”.<br />

Antigamente alguns fabricantes, prevendo as condições <strong>de</strong> variação <strong>de</strong> umida<strong>de</strong> no Brasil,<br />

realizavam algumas tímidas medidas <strong>de</strong> adaptação (como a <strong>de</strong> instalar <strong>para</strong>fusos nas costelas da<br />

tampa harmônica ou arruelas <strong>de</strong> pressão nos <strong>para</strong>fusos) e assim obter um diferencial no<br />

comércio.<br />

O fato é que a gran<strong>de</strong> chave-mestra da <strong>conservação</strong> é a proteção do piano dos níveis radicais <strong>de</strong><br />

umida<strong>de</strong>, comuns no mundo todo. Isso é consenso mundial entre técnicos e fabricantes. A<br />

umida<strong>de</strong> relativa do ar po<strong>de</strong> variar <strong>de</strong> 0 a 100 % numa mesma semana em qualquer cida<strong>de</strong>. Basta<br />

um pequeno período <strong>de</strong> estiagem ou chuvoso. Existem outras circunstâncias específicas que<br />

po<strong>de</strong>m variar a umida<strong>de</strong> em um pequeno ambiente.<br />

É consi<strong>de</strong>rado um nível i<strong>de</strong>al <strong>de</strong> umida<strong>de</strong> relativa do ar o que é cercado pelos 40 e 60 por cento.<br />

Este parâmetro é, em geral, o mesmo da ocasião da fabricação. Importantes fábricas no exterior<br />

mantêm este controle climático em todas as fases <strong>de</strong> construção e na final lacram<br />

hermeticamente o piano. Assim se garante boa parte <strong>de</strong> suas características até que seja<br />

finalmente entregue a seu usuário final. A partir daquele momento em que foi <strong>de</strong>sembalado o<br />

piano fica entregue a sorte <strong>de</strong> um clima propício.<br />

Para fins pedagógicos trataremos a influência da umida<strong>de</strong> ao piano dividindo-o em três partes<br />

fundamentais, a saber:<br />

1.1 Elemento Acústico<br />

No Elemento Acústico estão todas as peças e condições relacionadas com a capacida<strong>de</strong> do piano<br />

em emitir o som. São elas: Estrutura, Tampo Harmônico, Costelas, Cavaletes, Chapa <strong>de</strong> Ferro,<br />

Cepo, Cravelhas e Cordas.<br />

O segredo da boa qualida<strong>de</strong> sonora <strong>de</strong> um piano está em conseguir aumentar a já alta da tensão<br />

da corda (sustentada pela Chapa <strong>de</strong> Ferro) pelo Tampo Harmônico, como se fosse uma mola,<br />

empurrando a corda <strong>para</strong> cima (ou frente). Para tal este Tampo é fabricado em forma côncava<br />

(cuja curva é <strong>de</strong>terminada pelas Costelas). Quanto melhor a distribuição <strong>de</strong>sta tensão melhor será<br />

o <strong>de</strong>sempenho acústico.<br />

A parcela <strong>de</strong> importância acústica das boas condições do Tampo Harmônico a que me refiro são<br />

sinteticamente o Volume do Som e as possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Sustentação (Sustain).<br />

O piano tem basicamente dois tipos <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira em seus componentes. <strong>Uma</strong> <strong>de</strong> baixa <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong><br />

(leve e macia) e outra <strong>de</strong> média <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>. A ma<strong>de</strong>ira reage rápida e profundamente às<br />

condições <strong>de</strong> umida<strong>de</strong> absorvendo-a ou evaporando-a. Ou seja, inchando ou retraindo.<br />

No Tampo Harmônico são utilizados comumente:


• O Pinho ou Abeto, cujas árvores sejam bem altas e assim tenham nós bem distantes uns dos<br />

outros (a fim <strong>de</strong> possibilitar o corte nos tamanhos necessários), e tenham bastantes veios e bem<br />

1 2<br />

assimétricos;<br />

• O Mapes ou Faia <strong>para</strong> agüentar a fixação dos pinos dos cavaletes. 3<br />

Em más condições <strong>de</strong> <strong>conservação</strong>, on<strong>de</strong> o nível <strong>de</strong> umida<strong>de</strong> é radical e instável, a curva do<br />

Tampo Harmônico ira lentamente diminuir ou acabar (selar) comprometendo primeiramente a<br />

estabilida<strong>de</strong> da afinação e em médio prazo as características acústicas do piano. É comum<br />

aparecerem pequenas ou até gran<strong>de</strong>s fissuras. Os cavaletes também ten<strong>de</strong>m a trincar. Os<br />

baralhos <strong>de</strong>scolam e po<strong>de</strong>m provocar interferências sonoras.<br />

Há aqui certa importância <strong>de</strong> se consi<strong>de</strong>rar algumas evoluções históricas na fabricação do Tampo<br />

Harmônico:<br />

• A colagem é feita hoje com mo<strong>de</strong>rnos a<strong>de</strong>sivos sintéticos mais resistentes (sendo que antes era<br />

feita com a<strong>de</strong>sivos naturais baseados em escamas <strong>de</strong> peixes e ossos <strong>de</strong> animais);<br />

• A Steinway (e posteriormente outras marcas) fabrica e dispõe os cavaletes do piano <strong>de</strong> forma<br />

diferente (eles são fabricados com várias lâminas <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira dispostas verticalmente).<br />

• Em alguns <strong>pianos</strong> <strong>de</strong> baixo custo foram utilizados compensados especiais no próprio Tampo<br />

Harmônico (Yamaha, Baldwin). No Brasil foram utilizados até compensados comuns <strong>de</strong> Virola (M.<br />

Schwartzmann);<br />

• A Steinway patenteou um Tampo Harmônico Diafragmático cujas bordas são mais grossas do que<br />

o centro, prometendo obter melhor <strong>de</strong>sempenho vibracional;<br />

• O acabamento do Tampo Harmônico também foi cercado <strong>de</strong> mitos por muito tempo. Era<br />

necessário pre<strong>para</strong>r um verniz “acústico” especial a base <strong>de</strong> Breu e cuidar da oleosida<strong>de</strong> do pinho<br />

com óleos especiais etc. Atualmente ele recebe um simples acabamento industrial, idêntico ao do<br />

móvel, com o fim <strong>de</strong> apenas impermeabilizar e embelezar a ma<strong>de</strong>ira.<br />

Os fios que são usados como cordas <strong>de</strong> piano são feitos <strong>de</strong> com um aço <strong>de</strong> alto teor <strong>de</strong> carbono<br />

(ATC), trefilados através <strong>de</strong> uma tabela musical especial (American Music Wire Gauge – AMWG) e<br />

fabricados sobre uma forte têmpera (são extremamente duros).<br />

Por causa do alto teor <strong>de</strong> carbono as cordas oxidam muito facilmente. Alguns recebem um<br />

polimento <strong>para</strong> adiar a inevitável ferrugem - portanto não se <strong>de</strong>ve sequer tocá-los com as mãos. 4<br />

Entretanto a ferrugem inicial e superficial provoca uns dos mais incômodos problemas <strong>de</strong><br />

afinação: os falsos batimentos. São percebidos principalmente na região aguda e em alguns casos<br />

<strong>de</strong>ixam o piano impossibilitado <strong>de</strong> receber a afinação fina ou mesmo uma pré-afinação<br />

compreensível.<br />

1 Há um mito a respeito da importância dos veios do pinho <strong>para</strong> o <strong>de</strong>sempenho acústico. Creio eu serem<br />

importantes, principalmente, como fator <strong>de</strong> resistência, pois nos veios do pinho é que se encontra um<br />

pequeno aumento <strong>de</strong> <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>.<br />

2 Essas são as condições que diferenciam em qualida<strong>de</strong> vários espécimes <strong>de</strong> pinho, como o Abeto Roxo,<br />

o Abeto Cana<strong>de</strong>nse, o Pinho <strong>de</strong> Riga, o nosso excelente Pinho Araucária entre outros.<br />

3 No Brasil o principal substituto utilizado como uma ma<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> média <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> é o Pau-marfim.<br />

4 Peço <strong>de</strong>sculpas aos a<strong>de</strong>ptos do “piano pre<strong>para</strong>do” na música contemporânea por mais esta<br />

constatação <strong>de</strong> seu altíssimo custo instrumental.


O cepo é uma peça <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira construída especialmente <strong>para</strong> dar firmeza às cravelhas, que por<br />

sua vez pren<strong>de</strong>m as cordas. Esta firmeza (ou torque) a qual me refiro po<strong>de</strong> ser interpretada como<br />

a possibilida<strong>de</strong> do piano <strong>de</strong> ser e ou permanecer afinado, Se a umida<strong>de</strong> for alta <strong>de</strong>mais, tem-se<br />

dificulda<strong>de</strong> em afinar, pois a cravelha terá um torque muito excessivo, po<strong>de</strong>ndo até quebrar.<br />

Ainda se houver ferrugem existirão “passos” durante a afinação fina, impossibilitando-a. Quando<br />

a umida<strong>de</strong> é baixa a cravelha fica relaxada por <strong>de</strong>mais no cepo, ce<strong>de</strong>ndo durante e após a<br />

afinação. Este técnico ao aten<strong>de</strong>r o Norte <strong>de</strong> Minas, por exemplo, se <strong>de</strong><strong>para</strong> constantemente com<br />

<strong>pianos</strong> semi-novos e sem a mínima possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> afinação em face do típico clima árido <strong>de</strong> lá. 5<br />

6<br />

1.1 Mecanismo<br />

Como mencionei, o sistema mecânico do piano <strong>de</strong>ve ser <strong>de</strong> fato uma extensão das mãos e dos pés<br />

do pianista. Ele po<strong>de</strong>rá respon<strong>de</strong>r prontamente e estar disposto as mais variadas dificulda<strong>de</strong>s<br />

técnicas já pensadas e inclusive estar disposto a novas possibilida<strong>de</strong>s (!).<br />

Entretanto, na medida em que vai, lentamente, per<strong>de</strong>ndo sua precisão, seja pelo <strong>de</strong>sgaste do uso<br />

ou pela variação <strong>de</strong> umida<strong>de</strong>, o pianista vai se adaptando ao <strong>de</strong>sempenho daquele instrumento<br />

que utiliza comumente. Muitas vezes atribuindo a si mesmo a culpa <strong>de</strong> não dominar<br />

<strong>de</strong>terminados fundamentos da técnica pianística, sendo que na verda<strong>de</strong> e essencialmente aquele<br />

piano é que não o provê mais. Quando o piano é re<strong>para</strong>do, recebendo a regulagem fina<br />

concebida na fábrica, entre outras benfeitorias, sente-se novamente um quadro mais otimista<br />

diante <strong>de</strong> seu <strong>de</strong>sempenho musical.<br />

Isto explica porque alguns pianistas <strong>de</strong> maior excelência (principalmente os do universo erudito)<br />

se recusam em utilizar <strong>de</strong>terminados <strong>pianos</strong> em seus recitais por não oferecerem segurança<br />

bastante em seus propósitos. Entendo ser um acontecimento semelhante ao <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>ficiência<br />

ocorrida na fisiologia do pianista, por exemplo, um corte nos <strong>de</strong>dos ou uma doença <strong>de</strong>generativa<br />

nas mãos ou ainda um <strong>de</strong>scontrole motor ocorrido por alguma razão etc. A visão que o<br />

Mecanismo do piano e uma extensão das mãos e dos pés do pianista nos <strong>de</strong>ve ser cara.<br />

É consenso entre os professores <strong>de</strong> piano que a falta <strong>de</strong> tensão e uma maior naturalida<strong>de</strong> dos<br />

movimentos dos <strong>de</strong>dos e das mãos é que resultarão numa técnica pianística apurada. Daí ser um<br />

engano pensar que um piano difícil <strong>de</strong> tocar e <strong>de</strong> se expressar oferecerá bons resultados <strong>de</strong><br />

estudo e prática porque se visa apresentar-se num outro piano mais bem regulado e mais fluente.<br />

A variação da umida<strong>de</strong> no Mecanismo do piano atua principalmente no atrito. Buchas <strong>de</strong><br />

Casemira são as bases do piano. Eles intermediam a ma<strong>de</strong>ira e as ferragens calibrando inclusive o<br />

nível <strong>de</strong> aperto dos eixos, teclas, abafadores e pedais. Como a ma<strong>de</strong>ira é instável e susceptível a<br />

umida<strong>de</strong>, o atrito varia. Em alguns <strong>pianos</strong> submetidos a níveis extremos <strong>de</strong> umida<strong>de</strong> chega-se a<br />

5 Existe um famigerado golpe comercial que consiste em molhar profundamente<strong>de</strong> o cepo <strong>de</strong>bilitado <strong>de</strong><br />

um velho piano <strong>para</strong> se possibilitar momentaneamente a afinação e, portanto a venda.<br />

6 Existe no mercado norte-americano <strong>de</strong> suprimentos <strong>para</strong> <strong>pianos</strong> um líquido <strong>para</strong> se utilizar no cepo a<br />

fim <strong>de</strong> restaurá-lo, mesmo com as cravelhas instaladas. Ele possui em sua formula: água, solução<br />

antioxidante, antibactericida e um a<strong>de</strong>sivo. Não existe consenso entre os técnicos sobre sua real<br />

eficácia.


travar várias notas do piano. O teclado po<strong>de</strong> ficar pesado, com pesos <strong>de</strong> toque e retorno<br />

alterados e <strong>de</strong>siguais e com baixa qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> repetição Entretanto quando se retorna a um nível<br />

mais baixo <strong>de</strong> umida<strong>de</strong> perceber-se-á naquele mecanismo inúmeras folgas, ruídos e diversos<br />

outros problemas.<br />

Os feltros também sofrem ação da umida<strong>de</strong>, porém com menor intensida<strong>de</strong>. Os eixos produzem<br />

o zinabre. Os pinos do teclado, mesmo os que são niquelados, enferrujam. As molas, fabricadas<br />

do mesmo material das cordas do piano, se quebram facilmente. Parafusos e dispositivos <strong>de</strong><br />

regulagem enferrujados se travam, dificultando inclusive sua regulagem e re<strong>para</strong>ção.<br />

É muito comum também se afrouxarem os <strong>para</strong>fusos que pren<strong>de</strong>m as flanges (boquetas) do<br />

mecanismo, que então se <strong>de</strong>salinham. Até os martelos se entortam facilmente. Muitos <strong>pianos</strong><br />

mo<strong>de</strong>rnos dispõem <strong>de</strong> uma arruela <strong>de</strong> pressão em cada <strong>para</strong>fuso do mecanismo tentando<br />

amenizar este efeito.<br />

Sobre isto vale relatar aqui a vanguarda da fabricante japonesa Kawai em prevenir alguns <strong>de</strong>stes<br />

problemas.<br />

Des<strong>de</strong> 1996 os mecanismos <strong>de</strong> alta-performance Millennium são fabricados <strong>de</strong> uma resina<br />

especial chamada ABS (a mesma usada nos freios automotivos mo<strong>de</strong>rnos) fundida ao carbono<br />

(ABS Carbon). Têm extrema durabilida<strong>de</strong> no que se refere aos orifícios <strong>de</strong> buchas e <strong>para</strong>fusos,<br />

peso semelhante ao mesmo componente <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira, e total imunida<strong>de</strong> às variações <strong>de</strong> umida<strong>de</strong>.<br />

Não é verda<strong>de</strong> se tratar <strong>de</strong> simples plásticos como seus concorrentes difamam.<br />

Outro grave problema relacionado à umida<strong>de</strong> é a <strong>de</strong>terioração dos contrapesos <strong>de</strong> chumbo<br />

incrustados no teclado e nos contra-abafadores (cauda) com o fim <strong>de</strong> balancearem o peso. Eles<br />

primeiro incham, danificando estas peças e provocando grave travamento. Numa segunda fase se<br />

tornam um pó extremamente abrasivo e causador <strong>de</strong> atrito. Dispendioso será restaurá-las e<br />

conseguir contrabalancear novamente todo o mecanismo. Em geral só será possível se todo o<br />

conjunto estiver recondicionado e em perfeito estado.<br />

Nos <strong>pianos</strong> <strong>de</strong> cauda o Telaio móvel (base <strong>de</strong> sustentação do teclado, que se move ao acionar o<br />

pedal una-corda) se empena facilmente provocando um ruído ao se acionar o fundo da tecla,<br />

principalmente nas extremida<strong>de</strong>s. Pequenos empenos po<strong>de</strong>m ser re<strong>para</strong>dos, mas, po<strong>de</strong>-se chegar<br />

um ponto que somente um novo e dispendioso dispositivo irá solucionar o problema.<br />

1.2 O Móvel<br />

Os <strong>pianos</strong> mo<strong>de</strong>rnos que possuem um acabamento sintético (poliuretânico e Poliesterínico) em<br />

geral estão mais imunes as variações <strong>de</strong> umida<strong>de</strong>. Já os restauradores que ainda insistem em<br />

utilizar nos móveis dos <strong>pianos</strong> Gomas Laca, Vernizes Nitro-celulose e à óleo e Ceras, vão perceber<br />

empenos nas articulações da estante, tampa do teclado, e outras partes, cedo ou tar<strong>de</strong>.<br />

São comuns os <strong>para</strong>fusos das dobradiças, ao afrouxarem, produzir ruídos a partir do som do<br />

piano.<br />

Um problema muito comum é surgir uma folga no Fundo do piano (base <strong>de</strong> sustentação dos<br />

pedais do piano vertical) e assim também produzirem um ruído quando os pedais forem<br />

acionados.


Alguns <strong>pianos</strong> antigos, cuja fixação das diversas partes do móvel é feita com a<strong>de</strong>sivos naturais<br />

(cola <strong>de</strong> escama <strong>de</strong> peixe ou ossos) po<strong>de</strong>m enfraquecer e <strong>de</strong>scolar suas peças diante da umida<strong>de</strong><br />

excessiva.<br />

Cuidando do piano<br />

A solução mais eficaz <strong>para</strong> a questão da umida<strong>de</strong> é sem dúvida a instalação <strong>de</strong> um dos mo<strong>de</strong>rnos<br />

dispositivos <strong>de</strong> controle climático <strong>para</strong> <strong>pianos</strong>. (por exemplo, o norte-americano Dampp-Chaser).<br />

Ele irá retirar e lançar umida<strong>de</strong> ao piano sempre que o clima variar. É realmente muito eficaz.<br />

Entretanto seus custos são compatíveis com seus benefícios. Po<strong>de</strong>-se gastar cerca US$800,00 num<br />

pequeno piano vertical a até US$2000,00 num cauda inteira.<br />

Outra medida é adquirir um higrômetro <strong>para</strong> se acompanhar as mudanças <strong>de</strong> umida<strong>de</strong> relativa do<br />

ar, no espaço on<strong>de</strong> o piano é acondicionado, e assim tomar medidas como:<br />

• Utilização da Sílica Gel ou outros produtos antimofo <strong>para</strong> remoção da umida<strong>de</strong> excessiva,<br />

• Ao contrário, lançar umida<strong>de</strong> através <strong>de</strong> umidificadores <strong>de</strong> ambiente, toalhas molhadas, ou<br />

mesmo colocar esponjas molhadas sobre um pires <strong>de</strong>ntro do piano quando o clima for<br />

comprovadamente seco.<br />

Deve-se ter muita cautela e se possível um acompanhamento comprovadamente técnico ao se<br />

tentar lançar umida<strong>de</strong> no piano. Não se <strong>de</strong>ve fazer conjecturas por não possuir um higrômetro.<br />

Um aparelho analógico, como aqueles utilizados <strong>para</strong> <strong>conservação</strong> <strong>de</strong> charutos, po<strong>de</strong> ser<br />

adquirido por uns 60 reais. A umida<strong>de</strong> excessiva é em geral mais danosa do que a baixa. Há<br />

também <strong>de</strong> se dizer que os produtos antimofo têm prazo <strong>de</strong> utilização, pois po<strong>de</strong>m acumular<br />

água, danificando o piano.<br />

Existem regiões geográficas essencialmente mais secas ou úmidas (por exemplo, o Norte <strong>de</strong><br />

Minas, Brasília etc ou Regiões Serranas e Amazônicas etc). Se oriente pela estação do ano.<br />

Deve-se evitar colocar o piano em locais com luz direta do sol, pare<strong>de</strong>s externas que esquentam<br />

muito, lareiras etc, bem como pare<strong>de</strong>s úmidas, jardins, banheiros etc. Deixe o piano vertical<br />

afastado da pare<strong>de</strong> <strong>de</strong> 10 a 15 centímetros.<br />

Só se <strong>de</strong>ve abrir o piano na ocasião <strong>de</strong> sua utilização. A não ser que se tenham condições adversas<br />

<strong>de</strong> alta umida<strong>de</strong> no local e se queira arejar o interior.<br />

Aparelhos <strong>de</strong> ar condicionado baixam radicalmente a umida<strong>de</strong> no ambiente. Portanto po<strong>de</strong> ser<br />

um fator positivo ou negativo.<br />

2. Insetos e outras pragas<br />

O mais temido inseto, que po<strong>de</strong> <strong>de</strong>struir silenciosamente um piano é o cupim. Existem varies<br />

espécies, todas vorazes e perigosas. São necessárias três condições <strong>para</strong> que os cupins se<br />

reproduzam: ma<strong>de</strong>ira ou outros substratos, escuridão e umida<strong>de</strong>. Portanto qualquer piano está<br />

apto.


Alguns fabricantes prometem ter imunizado toda matéria prima antes <strong>de</strong> utilizá-la. Entretanto<br />

aquele resíduo da imunização logo irá acabar tendo o proprietário que zelar sozinho <strong>para</strong> que não<br />

ocorra nenhuma praga.<br />

O problema é que quando se percebe o pó dos cupins caindo no chão, na verda<strong>de</strong> a infecção po<strong>de</strong><br />

já estar num estágio avançado. Alguns <strong>pianos</strong> não suportam certos níveis <strong>de</strong> recondicionamento e<br />

restauração face seus custos serem muito incompatíveis com o seu mercado. Imagine por<br />

exemplo ter um piano nacional da década <strong>de</strong> 60, cujo Tampo Harmônico ou o Cepo foi infectado<br />

por cupins. Valerá a pena restaurá-lo? Imagine um dos baratíssimos <strong>pianos</strong> Chineses que<br />

chegaram ao mercado recentemente. Praticamente se per<strong>de</strong> o piano, pois comercialmente não se<br />

po<strong>de</strong>rá negociá-lo por um preço viável.<br />

Outra praga muito comum que se hospeda nos <strong>pianos</strong> é o rato. Em geral ele tem como intuito se<br />

reproduzir, portanto costuma fazer seu ninho num vão abaixo das teclas. Para tal <strong>de</strong>strói primeiro<br />

os Cadarços <strong>de</strong> Retorno e em seguida a o feltro da Surdina. Costuma roer a ma<strong>de</strong>ira das teclas e<br />

urinar sobre cordas, molas e em todo o conjunto. Sua urina provoca uma rápida oxidação e os<br />

danos são imensos.<br />

Traças e baratas também são muito comuns. Nos <strong>pianos</strong> mais antigos a cola utilizada em todo o<br />

piano era aquela <strong>de</strong> origem animal (peixe, ossos etc). Ela serve <strong>de</strong> alimento <strong>para</strong> esses insetos.<br />

Cuidando do piano<br />

Recentemente ainda era possível contratar um tipo <strong>de</strong> tratamento contra cupins on<strong>de</strong> o piano era<br />

levado <strong>para</strong> uma câmara e então se liberava um veneno chamado Brometo <strong>de</strong> Metila cujo veículo,<br />

o Gás Carbônico penetrava em todo o piano e assim se conseguia muito êxito no tratamento.<br />

Atualmente este veneno, por ser muito tóxico, teve sua venda proibida e a imunização teve que<br />

voltar ser procedida <strong>de</strong> forma artesanal.<br />

O piano <strong>de</strong>verá receber um serviço, obrigatoriamente numa oficina especializada, on<strong>de</strong> será<br />

totalmente <strong>de</strong>smontado e suas peças tratadas uma a uma. Até algumas partes firmemente<br />

coladas <strong>de</strong>vem ser se<strong>para</strong>das a todo custo <strong>para</strong> se haver êxito. O piano <strong>de</strong>ver permanecer neste<br />

local até que o diluente do veneno se evapore e então não ofereça perigo num ambiente<br />

doméstico.<br />

Deve-se evitar serviços superficiais, feitos em domicílio, pois não terão eficácia verda<strong>de</strong>ira. Evite<br />

também soluções <strong>de</strong>savisadas como as dos imunizadores <strong>de</strong> prédios e domicílios, pois estes<br />

utilizam produtos avessos que em geral danificam as cordas do piano e outras partes.<br />

É importantíssimo que ao tratar os cupins <strong>de</strong> um piano se verifique também se o ambiente on<strong>de</strong><br />

ele fica possui outros móveis ou quadros etc também infectados. Evite os altos níveis <strong>de</strong> umida<strong>de</strong>,<br />

pois eles é que possibilitam um perfeito habitat <strong>para</strong> os insetos.<br />

O tratamento contra cupins <strong>de</strong>ixará o piano livre também <strong>de</strong> traças e baratas. Seu tempo médio<br />

<strong>de</strong> valida<strong>de</strong> atualmente, se bem feito, é <strong>de</strong> quatro ou cinco anos.<br />

Sobre os ratos a prevenção consiste em não permitir sua entrada. Alguns <strong>pianos</strong> antigos<br />

dispunham <strong>de</strong> uma tela <strong>de</strong> aço em seu interior <strong>para</strong> coibir sua entrada pelos orifícios dos pedais.


<strong>Uma</strong> boa solução ali é fechá-los com um pedaço <strong>de</strong> espojas <strong>de</strong> aço ultrafina. Deve se cuidas <strong>de</strong><br />

lacrar a parte superior da Espeleira <strong>de</strong> Baixo, on<strong>de</strong> costuma haver um vão.<br />

3. Limpeza<br />

No móvel, como primeira e importantíssima etapa, <strong>de</strong>ve-se <strong>de</strong>tectar o tipo <strong>de</strong> acabamento que<br />

foi realizado no piano. Os acabamentos antigos (Goma-laca, Nitro-Celulose e Cera) po<strong>de</strong>rão<br />

receber uma levíssima <strong>de</strong>mão <strong>de</strong> cera natural como limpeza e uma segunda <strong>para</strong> lustrar. Não se<br />

<strong>de</strong>ve esfregar muito a goma-laca, pois ela é extremamente fraca e superficial.<br />

Já os acabamentos mo<strong>de</strong>rnos (P.U. e Poliéster) se perfeitos e conservados po<strong>de</strong>m receber um<br />

poucos <strong>de</strong> água e <strong>de</strong>tergente embebidos num algodão <strong>para</strong> se remover aquelas marcas <strong>de</strong><br />

gordura das mãos ou outras sujeiras. Para <strong>pianos</strong> com um acabamento <strong>de</strong> alto-brilho <strong>de</strong>ve-se<br />

obrigatoriamente possuir uma daquelas flanelas especiais <strong>de</strong> micro-fibra, pois não <strong>de</strong>ixarão<br />

aquelas marcas holográficas que com o tempo comprometerão o brilho.<br />

Po<strong>de</strong>-se recorrer à mo<strong>de</strong>rna linha automotiva <strong>de</strong> polimento cujos fabricantes Meguiar’s, 3M,<br />

Norton etc, dispõe <strong>de</strong> uma infinida<strong>de</strong> <strong>de</strong> soluções <strong>de</strong> <strong>conservação</strong> <strong>para</strong> o acabamento. Existe por<br />

exemplo um excelente Spray no mercado <strong>para</strong> se conservar carros <strong>de</strong> showroom (Final Inspecion).<br />

Outro produto muito utilizado nas fabricas <strong>de</strong> <strong>pianos</strong> é o 3M Auto-Brilho. Além <strong>de</strong> promover uma<br />

boa limpeza, renova o brilho escon<strong>de</strong>ndo pequenos riscos holográficos na pintura. Deve ser<br />

utilizado em pequenas áreas <strong>de</strong> 50 cm quadrados e em pequenas quantida<strong>de</strong>s. Deve ser aplicado<br />

com algodão <strong>para</strong> polimento. Não se <strong>de</strong>ve esfregar. Deve-se apenas hidratar aquela área e em<br />

seguida removê-lo com uma flanela <strong>de</strong> micro-fibra.<br />

Para <strong>pianos</strong> com acabamento fosco-acetinado, mesmo os mo<strong>de</strong>rnos, só será viável a limpeza com<br />

<strong>de</strong>tergente. Nenhum produto que reforce o brilho po<strong>de</strong>rá ser utilizado, pois o propósito do<br />

acabamento é fosco. Caso contrário se irá per<strong>de</strong>r a homogeneida<strong>de</strong> do acabamento po<strong>de</strong>ndo<br />

inclusive se mostrar as imperfeições do nivelamento e <strong>de</strong>stacar poros abertos.<br />

Para todos os <strong>pianos</strong> não se <strong>de</strong>ve evitar utilizar cera em excesso e muito constantemente. <strong>Uma</strong> ou<br />

duas vezes por anos estará <strong>de</strong> bom tamanho. Quando se quiser realizar um novo acabamento no<br />

móvel do piano os resíduos da cera po<strong>de</strong>rão comprometer a qualida<strong>de</strong> do novo verniz.<br />

Quanto às capas <strong>para</strong> proteger o acabamento do móvel, elas <strong>de</strong>vem ser utilizadas com cautela.<br />

Evite tecidos grossos. Quanto mais fino e poroso melhor. A capa não po<strong>de</strong>rá se o motivo <strong>de</strong><br />

acúmulo <strong>de</strong> umida<strong>de</strong> no interior do piano.<br />

Nas avarias provocadas por batidos on<strong>de</strong> se vê um afundamento da ma<strong>de</strong>ira po<strong>de</strong>-se tentar<br />

amenizar o dano colocando um pequeno pedaço <strong>de</strong> algodão molhado preso por uma fita crepe,<br />

por alguns dias.<br />

Se <strong>de</strong>rramarem qualquer líquido, seja <strong>de</strong> plantas ou bebidas, no interior do piano seu dano será<br />

certo.<br />

Se as ferragens do piano (pedais dobradiças, fechaduras, rodízios, varetas etc) não possuírem<br />

verniz <strong>de</strong> fabrica e estiverem escuras, elas po<strong>de</strong>rão ser lustradas com abrasivos líquidos <strong>para</strong><br />

metais. Dão um ótimo resultado.


Nos teclados <strong>de</strong>ve-se primeiro <strong>de</strong>tectar se a cobertura da teclas brancas é plástica ou natural<br />

(marfim ou outros ossos). No primeiro caso po<strong>de</strong>-se utilizar <strong>de</strong> um algodão com uma pequena<br />

quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong>stes produtos multiuso <strong>de</strong> limpeza (Veja, Uau etc). Deve-se aplicar uma primeira<br />

camada <strong>para</strong> dissolver a sujeira (sem <strong>de</strong>ixar que o produto escorra <strong>para</strong> pelo pequeno vão entre<br />

as teclas) e uma segunda <strong>para</strong> removê-la. Se as teclas pretas forem brilhantes po<strong>de</strong>-se utilizar em<br />

todo o teclado o mesmo produto 3M Auto-Brilho após a limpeza.<br />

O marfim do piano absolve qualquer líquido que lhe passem. Só os limpe a seco. Evite “simpatias”<br />

estranhas como Leite <strong>de</strong> Rosas, miolo <strong>de</strong> pão com leite <strong>de</strong> vaca, água, sabonete, cloro etc. Se<br />

estiverem muito amarelados po<strong>de</strong>rão ser encaminhados a uma oficina <strong>de</strong> <strong>pianos</strong> <strong>para</strong> serem<br />

alvejados, nivelados e polidos.<br />

A traseira do piano po<strong>de</strong> ser limpa com um pano levemente ume<strong>de</strong>cido com água e <strong>de</strong>tergente,<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> que se permita que evapore rapidamente.<br />

O Interior <strong>de</strong>ve ser higienizado com a ajuda <strong>de</strong> um técnico, pois será necessário remover o<br />

mecanismo e o teclado e se utilizar <strong>de</strong> um aspirador <strong>de</strong> pó. Deve-se ter muito cuidado <strong>para</strong> não se<br />

sugar os discos <strong>de</strong> papel e feltro sob o teclado e outras peças.<br />

A chapa <strong>de</strong> ferro e o Tampo Harmônico só po<strong>de</strong>rão ser conservados por um técnico treinado. O<br />

verniz do Tampo é em geral muito fraco mecanicamente e risca facilmente. A Chapa <strong>de</strong> Ferro em<br />

geral é pintada com purpurinas metálicas que oxidam facilmente com água e diversos produtos. O<br />

encordoamento e as cravelhas não po<strong>de</strong>m receber nenhum tipo <strong>de</strong> óleo ou cera. Remover a<br />

ferrugem e melhorar o aspecto das cordas po<strong>de</strong> ser oportuno se o fizer com cautela e também na<br />

parte não visível (<strong>de</strong> baixo) da corda. Esse procedimento <strong>de</strong>safina o piano e é mais seguro ser<br />

feito por alguém treinado.<br />

Procure sempre re-apertar os <strong>para</strong>fusos da banqueta. Po<strong>de</strong>-se também aplicar graxa e óleo em<br />

seu mecanismo.<br />

4. Mudança <strong>de</strong> Local e Transportes<br />

Os rodízios dos <strong>pianos</strong> foram pensados <strong>para</strong> pequenos movimentos e ajustes. Não se po<strong>de</strong><br />

arrastar um piano <strong>de</strong> um cômodo ao outro através <strong>de</strong>les. Po<strong>de</strong>-se prejudicar a afinação bem<br />

como <strong>de</strong>struir ou piso ou os rodízios. Alguns <strong>pianos</strong> <strong>de</strong> cauda possuem gran<strong>de</strong>s rodízios duplos<br />

que possibilitam um movimento maior. Entretanto <strong>de</strong>ve-se ter cuidado, pois se o piso for irregular<br />

os consoles (pés) do piano po<strong>de</strong>m ficar folgados e até se soltarem. Existem no mercado carros<br />

fixos <strong>para</strong> <strong>pianos</strong> que necessitam <strong>de</strong> movimento constante (Truck Dollies). Eles são muito<br />

confortáveis <strong>para</strong> se movimentar <strong>pianos</strong> <strong>de</strong> palco e lojas.<br />

Para proteção <strong>de</strong> pisos e fixação do piano em certa posição po<strong>de</strong>-se utilizar os isoladores <strong>de</strong><br />

rodízios. Estes po<strong>de</strong>rão ser <strong>de</strong> borracha dura no caso <strong>de</strong> <strong>pianos</strong> em apartamentos cujo som se<br />

propaga muito facilmente ao apartamento <strong>de</strong> baixo.<br />

Qualquer outra mudança ou transporte <strong>de</strong>ve ser realizado por pessoal comprovadamente<br />

treinado, pois o transporte <strong>de</strong> <strong>pianos</strong> realizado <strong>de</strong> forma amadora é sempre causa <strong>de</strong> diversos<br />

danos ao piano.


Nas mudanças em edifícios o piano vertical muitas vezes po<strong>de</strong>rá caber num elevador, se for<br />

<strong>de</strong>smontado o Tabuleiro do Teclado. Deve-se remontá-lo com muita precisão, pois se houver uma<br />

diferença semelhante a apenas uma folha <strong>de</strong> papel a regulagem do mecanismo estará<br />

comprometida.<br />

Os <strong>pianos</strong> em geral sobem escadas <strong>de</strong> prédios por custos bastante módicos. O içamento só <strong>de</strong>ve<br />

ser contratado como última alternativa.<br />

Em longas viagens <strong>de</strong>ve-se remover, travar e proteger muito bem o mecanismo do piano <strong>de</strong><br />

cauda. Deve-se evitar <strong>de</strong>ixar o piano na posição lateral por longos períodos. O calor excessivo <strong>de</strong><br />

um baú <strong>de</strong> um caminhão também <strong>de</strong>ve ser evitado. A água da chuva po<strong>de</strong> ser fatal <strong>para</strong> o piano.<br />

5. Afinação e Manutenções Técnicas<br />

Em se tratando <strong>de</strong> <strong>pianos</strong> <strong>acústicos</strong> é impossível <strong>de</strong>terminar um prazo em que as Manutenções e<br />

Revisões Técnicas <strong>de</strong>vam acontecer. Isto <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> muito do tipo e intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uso que o piano<br />

sofre. Pianistas <strong>de</strong> alta-performance <strong>de</strong>sgastam todo o sistema, entretanto iniciantes exigem<br />

muito mais do centro do teclado. Mesmo sem uso as peças do piano exercem pressão uma sobre<br />

as outras. O piano irá também <strong>de</strong>safinar mesmo que ninguém sequer o tenha o utilizado.<br />

Po<strong>de</strong>-se pensar a manutenção da seguinte forma:<br />

5.1 Afinação<br />

Deve-se afiná-lo pelos menos duas vezes por ano como garantia <strong>de</strong> manutenção do diapasão<br />

<strong>de</strong>sejado. Se o espaço entre as afinações for muito gran<strong>de</strong> não se terá muito êxito com aquele<br />

diapasão, pois quanto maior for o passo da afinação menor será a sua precisão e estabilida<strong>de</strong>.<br />

Depen<strong>de</strong>ndo da marca e das condições do piano em questão, po<strong>de</strong>-se ter que contratar outra<br />

afinação poucos dias <strong>de</strong>pois <strong>para</strong> se conseguir algo melhor.<br />

A periodicida<strong>de</strong> da afinação <strong>de</strong>ve acompanhar a intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uso. Pianos com utilização intensa<br />

(escolas, <strong>pianos</strong> <strong>para</strong> estudo profissional, teatros, bares etc) <strong>de</strong>vem ser afinados mensalmente.<br />

Pianos utilizados em alta performance e estúdios <strong>de</strong> gravação <strong>de</strong>vem ser afinados no máximo em<br />

12 horas antes do evento. Depen<strong>de</strong>ndo da situação do piano po<strong>de</strong> ser vantajoso manter o<br />

técnico-afinador <strong>de</strong> plantão durante o concerto, recital ou gravação.<br />

Deve-se sempre contratar técnicos comprovadamente treinados e experientes <strong>para</strong> a afinação.<br />

<strong>Uma</strong> boa técnica <strong>de</strong> utilização da <strong>Chave</strong> <strong>de</strong> <strong>Afinar</strong> irá conservar a capacida<strong>de</strong> do piano <strong>de</strong> se<br />

manter afinado. Técnicos que torcem as verticalmente as cravelhas, que pressionam as cordas<br />

com chaves <strong>de</strong> fenda ou que utilizam <strong>de</strong> fortes pancadas nas <strong>Chave</strong>s <strong>de</strong> <strong>Afinar</strong> estão equivocados.<br />

<strong>Uma</strong> boa afinação utiliza-se <strong>de</strong> fortes no teclado <strong>para</strong> prevenir seu uso. Pianos afinados através <strong>de</strong><br />

pianíssimos não terão sustentabilida<strong>de</strong>.<br />

Um bom técnico irá prevenir as quebras <strong>de</strong> cordas quase que constantemente. Entretanto elas<br />

po<strong>de</strong>rão acontecer in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente da experiência do técnico caso tenham ferrugem ou<br />

outros problemas. Por exemplo, é comum se quebrarem cordas nos agudos dos Steinways por<br />

estarem sob uma forte pressão, a 5% do ponto <strong>de</strong> quebra.


Cordas quebradas <strong>de</strong>vem ser prontamente substituídas. A corda tem que ser idêntica na<br />

espessura e fornecida pelo mesmo fabricante da original. A corda correta será escolhida através<br />

da medição <strong>de</strong> um micrômetro ou fieira. Devem ser instaladas com perfeição da mesma forma<br />

que a original. Deve-se ajustar muito bem, sobretudo naqueles pontos que a faz ce<strong>de</strong>r.<br />

Entretanto, qualquer corda nova irá ce<strong>de</strong>r à afinação. No caso <strong>de</strong> <strong>pianos</strong> a serem utilizados<br />

imediatamente num recital po<strong>de</strong>-se avaliar se será mais vantajoso substituir a corda logo após o<br />

evento (claro que me refiro às cordas lisas, on<strong>de</strong> dispomos <strong>de</strong> três <strong>para</strong> cada nota).<br />

Os bordões quebrados (aquelas cordas grossas, dos graves, que são enroladas com fios <strong>de</strong> cobre)<br />

terão na que ser reproduzidos na oficina (se houver o recurso) ou encomendados ao fabricante.<br />

Sempre recomendo que no caso <strong>de</strong> notas bicórdias ou tricórdias (dois ou três bordões por nota)<br />

<strong>de</strong>ve-se substituir todas as cordas daquela nota. É quase impossível se reproduzir perfeitamente<br />

um bordão artesanal. Tem-se uma margem <strong>de</strong> erro <strong>de</strong> 5% na espessura e peso do bordão, o que<br />

prejudica a afinação do uníssono. Gran<strong>de</strong>s fabricantes possuem uma excelente linha <strong>de</strong> peças <strong>de</strong><br />

reposição cujos bordões po<strong>de</strong>m ser substituídos individualmente com perfeição. Entretanto os<br />

custos <strong>de</strong> importação po<strong>de</strong>rão ser mais dispendiosos que a confecção artesanal das duas ou três<br />

cordas.<br />

A afinação <strong>de</strong>ve ser realizada sempre num diapasão apropriado. A quarta nota lá em 440 Hz é o<br />

mais comum. Entretanto nem todos os <strong>pianos</strong> foram fabricados <strong>para</strong> emitir esta nota ou não tem<br />

condições <strong>de</strong> se manter neste diapasão. 7<br />

O Temperamento utilizado em 100% dos <strong>pianos</strong> <strong>acústicos</strong> é o Igual.<br />

5.2 Manutenção Técnica<br />

Como mencionei não é possível prever em quais períodos se <strong>de</strong>ve proce<strong>de</strong>r com certas medidas<br />

<strong>de</strong> re<strong>para</strong>ção e revisão técnicas num piano porque cada um sofre uma intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uso e<br />

intempéries diferentes. Entretanto po<strong>de</strong>mos supor, por exemplo, como certo grupo específico <strong>de</strong><br />

instrumentos <strong>de</strong> uma escola irá se comportar com o tempo. O que <strong>de</strong>termino abaixo tem em<br />

consi<strong>de</strong>ração minha experiência e um parâmetro mais geral <strong>de</strong> como se comportam os <strong>pianos</strong><br />

vivos, que estão em uso, seja <strong>para</strong> estudo ou entretenimento; <strong>para</strong> uso profissional ou amador.<br />

Eventualmente (a cada duas ou três afinações ou a cada 18 meses) po<strong>de</strong>-se avaliar a necessida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> se removerem os sulcos dos martelos provenientes das repetidas batidas nas cordas. Esta<br />

pequena quantida<strong>de</strong> feltro cortado, se permanecer no martelo, prejudicará paulatinamente o<br />

timbre do piano. Em alguns casos eles <strong>de</strong>vem ser remo<strong>de</strong>lados por inteiro. O feltro cortado do<br />

martelo acaba por trazer danos também ao Mecanismo, pois força lateralmente o golpe trazendo<br />

“jogo” (folga) aos eixos. Alguns <strong>pianos</strong> têm buchas e eixos muito frágeis. Este procedimento <strong>de</strong>ve<br />

ser realizado por técnico experiente <strong>para</strong> que não cometa erros ou danifique a marteleira. Devese<br />

ter cautela <strong>para</strong> não se provocar folga nos eixos também durante o processo.<br />

A Entonação (procedimento que torna o timbre do piano dinâmico e homogêneo) <strong>de</strong>ve ser<br />

realizada após cada lixamento da marteleira ou quando o timbre se tornar muito metálico e<br />

estri<strong>de</strong>nte (fenômeno muito comum nos <strong>pianos</strong> populares mo<strong>de</strong>rnos).<br />

7 Vi<strong>de</strong> o texto “Afinação <strong>de</strong> Pianos – Aspectos Musicais e Acústicos” do mesmo autor em<br />

www.piano.blogger.com.br on<strong>de</strong> há uma explanação sobre o diapasão.


Periodicamente <strong>de</strong>ve-se refazer a regulagem fina do mecanismo, pois os feltros e camurças<br />

ten<strong>de</strong>m a compactar e até mesmo se <strong>de</strong>sgastarem com o uso. Deve-se sempre re-nivelar o<br />

teclado (altura e profundida<strong>de</strong>) como fase inicial e imprescindível da regulagem. A sensação <strong>de</strong><br />

mudança do peso do teclado (a mais ou a menos) e a dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> repetição são os primeiro<br />

sinais <strong>de</strong> problemas com a regulagem.<br />

O mecanismo só <strong>de</strong>ve ser lubrificado à seco e preferivelmente com o Pó <strong>de</strong> Teflon. Óleos e outros<br />

lubrificantes po<strong>de</strong>m danificar permanentemente o mecanismo.<br />

Um piano possui <strong>de</strong> 400 a 500 <strong>para</strong>fusos em todo seu conjunto. A cada manutenção pelos menos<br />

os <strong>para</strong>fusos do Mecanismo <strong>de</strong>vem ser re-apertados. Se o piano estiver sofrendo com níveis<br />

baixos <strong>de</strong> umida<strong>de</strong>, seguramente haverá perda <strong>de</strong> precisão e da força por este motivo. Deve-se<br />

haver muito cuidado <strong>para</strong> não <strong>de</strong>salinhar ou mover as peças durante o ajuste.<br />

Eventualmente po<strong>de</strong> ser necessário um recondicionamento mais profundo do mecanismo e<br />

teclado. <strong>Uma</strong> marteleira e um conjunto <strong>de</strong> Contra-abafadores novos po<strong>de</strong>m ser oportunos.<br />

Devem ser utilizados suprimentos e peças <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> compatível com o piano. O Steinway, por<br />

exemplo, não comporta adaptações.<br />

Um tratamento contra cupins, se realmente eficaz, po<strong>de</strong>rá realizado com cerca <strong>de</strong> cinco anos <strong>de</strong><br />

prazo, principalmente se houver propensão <strong>de</strong>stes insetos no local.<br />

Cordas velhas e enferrujadas só po<strong>de</strong>m ser totalmente substituídas se as cravelhas também o<br />

forem. Caso contrário o antigo cravelhame po<strong>de</strong>rá não segurar firmemente. Um piano tem em<br />

geral seis possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> receber cravelhas novas, mais grossas. Após isto o cepo <strong>de</strong>verá ser<br />

substituído.<br />

Um re-acabamento no móvel só <strong>de</strong>verá ser realizado por oficina comprovadamente especializada<br />

em <strong>pianos</strong> <strong>acústicos</strong>. Bons marceneiros e lustradores, mas sem experiência com <strong>pianos</strong>, realizam<br />

os mais diversos e elementares danos.<br />

Diversos reparos no Elemento Acústico po<strong>de</strong>m ser realizados em domicílio, como no caso das<br />

costelas <strong>de</strong>scoladas. Em geral se cola novamente e se insere um <strong>para</strong>fuso naquela região.<br />

Caso se solte alguma cobertura ou marfim do teclado, guar<strong>de</strong>-a seguramente. Pois po<strong>de</strong>rá não<br />

haver outra igual <strong>para</strong> substituição. Evite colar a cobertura solta você mesmo se não tem<br />

experiência.<br />

Deve-se ter em conta as características comerciais do piano em questão na ocasião <strong>de</strong> se investir<br />

recursos <strong>para</strong> a restauração. Outro piano po<strong>de</strong>-ser mais vantajoso. Entretanto não se <strong>de</strong>ve <strong>de</strong>ixar<br />

levar apenas ida<strong>de</strong> do instrumento. Po<strong>de</strong>-se estar dispondo <strong>de</strong> um valoroso instrumento e <strong>de</strong> alta<br />

qualida<strong>de</strong>, em troca <strong>de</strong> um jovem e barato piano popular.<br />

Deve-se anotar todo histórico <strong>de</strong> manutenção do piano. Deve-se ter ótimas referências do técnico<br />

e saber se ele tem costume <strong>de</strong> oferecer aquele serviço específico. Cuidado com os curiosos e<br />

falsos técnicos. Qualquer um po<strong>de</strong> se intitular afinador <strong>de</strong> <strong>pianos</strong> e bater em sua porta.<br />

Em Belo Horizonte dispomos <strong>de</strong> excelentes serviços técnicos <strong>para</strong> <strong>pianos</strong> <strong>acústicos</strong>. Po<strong>de</strong>m ser<br />

procurados os seguintes técnicos (or<strong>de</strong>m alfabética):


• Benjamin Miranda (afinação profissional e re<strong>para</strong>ções em diversas situações)<br />

• Francisco Motta<br />

• Guido Franco (afinação profissional e re<strong>para</strong>ções em diversas situações)<br />

• Osvaldo Vianna (afinação profissional e re<strong>para</strong>ções em diversas situações)<br />

• Roberto Barra (restaurações profundas, afinação profissional e re<strong>para</strong>ções em diversas situações);<br />

• Rui Teixeira (excelente afinação profissional)<br />

A formação <strong>de</strong> um Técnico-afinador <strong>de</strong> <strong>pianos</strong> no Brasil é feita ainda <strong>de</strong> forma empírica e intuitiva.<br />

São necessários muitos anos <strong>de</strong> experiência <strong>de</strong> trabalho em uma fábrica ou oficina <strong>para</strong> aí se<br />

po<strong>de</strong>rem oferecer serviços com excelência ao mercado. A maioria dos técnicos apren<strong>de</strong>u a<br />

profissão com seus antepassados num trabalho familiar. Tentativas <strong>de</strong> se forçar uma rápida<br />

formação através <strong>de</strong> pequenos cursos sobre o assunto são muito mal interpretadas, pois lançam<br />

ao mercado prestadores <strong>de</strong> serviços sem o mínimo <strong>de</strong> condições técnicas e experiência <strong>para</strong> tal.<br />

Pianistas, dirigentes <strong>de</strong> escolas e teatros <strong>de</strong>vem obter melhores informações sobre seus<br />

instrumentos e assim conseguirem melhor êxito na tarefa <strong>de</strong> os conservarem.<br />

Este técnico dispõe <strong>de</strong> um Plano <strong>de</strong> Conservação e Manutenção muito apropriado a instituições<br />

ligadas a música. Um exclusivo procedimento chamado check-list <strong>para</strong> <strong>pianos</strong> <strong>acústicos</strong> também<br />

está disponível.

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