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Nota de abertura Nampula Acolhe Reunião Nacional da Mandioca

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INSTITUTO DE INVESTIGAÇÃO AGRÁRIA DE MOÇAMBIQUE<br />

Ministério <strong>da</strong> Agricultura<br />

<strong>Nota</strong> <strong>de</strong> <strong>abertura</strong><br />

Estimado leitor do Boletim do IIAM,<br />

Apresentamos a nossa 15ª edição<br />

trimestral.<br />

Abrimos com a informação <strong>de</strong> que a<br />

cultura <strong>de</strong> mandioca foi pano <strong>de</strong> fundo<br />

na <strong>Reunião</strong> <strong>Nacional</strong> <strong>de</strong>ste tubérculo<br />

em <strong>Nampula</strong>.<br />

Ain<strong>da</strong>, o IIAM capacitou veterinários<br />

e técnicos <strong>de</strong> laboratório oriundos <strong>de</strong><br />

Angola, respon<strong>de</strong>ndo a um pedido<br />

<strong>de</strong>ste país irmão consi<strong>de</strong>rando que a<br />

nossa instituição <strong>de</strong>tém experiência<br />

incomensurável neste sector.<br />

Os campos <strong>de</strong> ensaios em regime<br />

confinado para culturas geneticamente<br />

modifica<strong>da</strong>s foi pretexto para<br />

especialistas na área <strong>de</strong> biosegurança se<br />

reunirem num seminário no IIAM.<br />

O facto <strong>de</strong> existir um elevado potencial<br />

na produção pecuária e não estar a<br />

ser <strong>de</strong>vi<strong>da</strong>mente explorado preocupa<br />

especialistas em produção animal que<br />

se reuniram para discutir prováveis<br />

soluções.<br />

Na investigação oferecemos-lhe<br />

informação sobre o papel <strong>da</strong> ciência no<br />

processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento.<br />

Em reportagens: equipa do plano<br />

estratégico isolou - se em Namaacha<br />

para finalisar a análise dos ambientes<br />

internos e externos e, Zâmbia partilha<br />

sua experiência em agricultura <strong>de</strong><br />

conservação numa palestra.<br />

Em divulgação: o PIAIT faz um resumo<br />

<strong>da</strong>s suas activi<strong>da</strong><strong>de</strong>s no <strong>de</strong>curso do<br />

presente trimestre.<br />

A fechar, a notícia <strong>de</strong> que Quelimane<br />

acolhe <strong>de</strong>bate sobre problematica do<br />

coqueiro.<br />

Agra<strong>de</strong>cemos a atenção dispensa<strong>da</strong>.<br />

Até a próxima!<br />

O Editor:<br />

Feliciano Mazuze / DFDTT<br />

Edição Trimestral Abril - Junho <strong>de</strong> 2010 Nº 15<br />

<strong>Nampula</strong> <strong>Acolhe</strong> <strong>Reunião</strong> <strong>Nacional</strong> <strong>da</strong><br />

<strong>Mandioca</strong><br />

Participantes do encontro pousando para a posteri<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

Teve lugar a <strong>Reunião</strong> <strong>Nacional</strong><br />

<strong>da</strong> <strong>Mandioca</strong>, entre os dias 25 a 26<br />

<strong>de</strong> Maio do corrente ano, na ci<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> <strong>Nampula</strong>, numa iniciativa do<br />

Programa <strong>Nacional</strong> <strong>de</strong> Raízes e<br />

Tubérculos (PNRT) do Instituto <strong>de</strong><br />

Investigação Agrária <strong>de</strong> Moçambique<br />

(IIAM).<br />

Tendo sido um acontecimento<br />

bastante concorrido, a reunião contou<br />

com a participação <strong>de</strong> vários parceiros<br />

que compõem a ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> valores<br />

<strong>da</strong> mandioca, nomea<strong>da</strong>mente, a<br />

investigação, Direcção Provincial <strong>da</strong><br />

Agricultura, Direcção Provincial do<br />

Comércio, CEPAGRI, universi<strong>da</strong><strong>de</strong>s,<br />

sector privado, extensionistas,<br />

associações <strong>de</strong> produtores, ONG’s e<br />

outros.<br />

A <strong>Reunião</strong> <strong>Nacional</strong> <strong>da</strong> <strong>Mandioca</strong><br />

pretendia: (i) apresentar trabalhos<br />

e resultados <strong>da</strong> ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> valores <strong>da</strong><br />

mandioca principalmente na zona<br />

norte do pais; (ii) transmitir um<br />

informe sobre a estratégia <strong>da</strong> produção<br />

<strong>da</strong> mandioca, oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s para a<br />

cultura e seus benefícios;<br />

(iii) planificar activi<strong>da</strong><strong>de</strong>s com<br />

parceiros, actuais necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

semente, áreas <strong>de</strong> multiplicação <strong>da</strong>s<br />

varie<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> mandioca recentemente<br />

liberta<strong>da</strong>s; e (iv) planificar activi<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> investigação entre IIAM e<br />

Universi<strong>da</strong><strong>de</strong>s.<br />

O evento foi caracterizado por<br />

apresentações <strong>da</strong>s experiências<br />

vivi<strong>da</strong>s pelos diferentes intervenientes<br />

no cultivo <strong>de</strong>ste tubérculo, segui<strong>da</strong>s<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>bates intensos na Sala <strong>de</strong><br />

Conferências Copacabana, um dia<br />

<strong>de</strong> campo no Posto Agronómico <strong>de</strong><br />

<strong>Nampula</strong> e, finalmente, o fecho oficial<br />

do encontro seguido do lançamento<br />

<strong>da</strong> marca WISSA <strong>da</strong> empreen<strong>de</strong>dora<br />

Judite Macuácua.<br />

A <strong>Reunião</strong> <strong>Nacional</strong> <strong>da</strong> <strong>Mandioca</strong><br />

foi oficialmente aberta pelo Director<br />

do Centro Zonal Nor<strong>de</strong>ste, Eng.<br />

Fernando Mureva Chitio, que <strong>de</strong>ixou<br />

algumas consi<strong>de</strong>rações sobre o evento,<br />

a <strong>de</strong>stacar a sua vonta<strong>de</strong> em tirar – se<br />

o maior proveito possível do encontro<br />

<strong>de</strong> forma a orientar os próximos<br />

passos, uma vez que, a mandioca é


Boletim do IIAM DESTAQUES<br />

um produto com uma procura muito<br />

gran<strong>de</strong>, sobretudo, ao nível do norte<br />

do país.<br />

Na sequência, a Doutora Anabela<br />

Zacarias, coor<strong>de</strong>nadora do PNRT e<br />

investigadora do IIAM, proce<strong>de</strong>u<br />

a apresentação dos progressos na<br />

investigação <strong>da</strong> mandioca, ilustrando,<br />

<strong>de</strong>ste feita, a evolução do processo <strong>de</strong><br />

pesquisa na cultura <strong>da</strong> mandioca e, os<br />

resultados obtidos.<br />

O Eng. Constantino Cuambe,<br />

especialista <strong>da</strong> mandioca no Centro<br />

Zonal Nor<strong>de</strong>ste, trouxe a plenária<br />

o processo <strong>de</strong> multiplicação e<br />

disseminação <strong>de</strong> varie<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

mandioca, com especial <strong>de</strong>staque<br />

para as cinco novas varie<strong>da</strong><strong>de</strong>s,<br />

nomea<strong>da</strong>mente: Nziva, Okhumelela,<br />

Calicanana, Orera e Eyope, que na<br />

ver<strong>da</strong><strong>de</strong> são produto <strong>da</strong> investigação<br />

conduzi<strong>da</strong> pelo PNRT do IIAM.<br />

O projecto UpoCA (UNLEASHING<br />

THE POWER OF CASSAVA IN<br />

RESPONSE TO THE FOOD<br />

PRICE CRISIS IN MOZAMBIQUE)<br />

do Instituto Internacional para a<br />

Agricultura Tropical (IITA) também<br />

teve espaço, apresentado pela Engᵃ.<br />

Tiana Campos. Este projecto, tem<br />

como único fun<strong>da</strong>mento a libertação<br />

do potencial <strong>da</strong> mandioca em reesposta<br />

à crise <strong>de</strong> preços <strong>de</strong> alimentos em<br />

Moçambique.<br />

A experiência <strong>da</strong> provincia <strong>de</strong><br />

<strong>Nampula</strong> na ca<strong>de</strong>ia produtiva <strong>de</strong><br />

mandioca foi apresenta<strong>da</strong> pela<br />

WISSA. Na sequência, a OLIMA,<br />

partilhou sua experiência na produção<br />

e processamento <strong>da</strong> mandioca. A<br />

ACIANA, partilhou a sua experiência<br />

na promoção dos subprodutos <strong>da</strong><br />

mandioca. A AFRICARE, AENA e<br />

KENMARE, também apresentaram<br />

os seus contributos na área <strong>da</strong><br />

mandioca.<br />

Na ausência do representante do<br />

Centro <strong>de</strong> Estudos Sócio – Económicos<br />

do IIAM, o Eng. Constantino Cuambe<br />

apresentou a ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> valores<br />

<strong>da</strong> mandioca e oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

2<br />

negócios, seguido do representante<br />

do Ministério <strong>de</strong> Indústria e Comércio<br />

que veio apresentar a estratégia <strong>de</strong><br />

produção <strong>da</strong> mandioca e o seu plano<br />

<strong>de</strong> implementação.<br />

O Doutor Américo Uaciquete,<br />

coor<strong>de</strong>nador do STABEX, apresentou<br />

o micro – zoneamento <strong>da</strong> mandioca<br />

e três relatórios com <strong>de</strong>talhes<br />

consi<strong>de</strong>ráveis sobre esta cultura e<br />

não só. A Direcção Provincial <strong>da</strong><br />

Agricultura, Serviços Provinciais <strong>de</strong><br />

Extensão Rural e Agricultura (SPER e<br />

SPA) <strong>de</strong> <strong>Nampula</strong>, apresentou o plano<br />

<strong>de</strong> produção e distribuição <strong>de</strong> material<br />

vegetativo ao nível dos distritos.<br />

A reunião <strong>da</strong> mandioca contou com<br />

uma presença muito forte do sector<br />

privado, a <strong>de</strong>stacar a Cervejas <strong>de</strong><br />

Moçambique (CDM) que veio com<br />

o intuito <strong>de</strong> realizar uma prospecção<br />

<strong>da</strong>s potenciali<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> produção e/ou<br />

aquisição mais flexível <strong>da</strong> mandioca,<br />

na medi<strong>da</strong> em que, preten<strong>de</strong> lançar no<br />

país uma cerveja <strong>de</strong> mandioca. Refira<br />

– se que a mandioca vai substituir o<br />

malte que se afigura como a principal<br />

matéria prima no processo <strong>de</strong> produção<br />

<strong>da</strong> cerveja e, actualmente é importado<br />

do mercado estrangeiro. Deste modo,<br />

a adopção <strong>da</strong> mandioca vai reduzir<br />

significativamente os gastos causados<br />

por este importante ingrediente.<br />

As primeiras horas do dia 27<br />

<strong>de</strong> Maio do corrente ano, foram<br />

<strong>de</strong>dica<strong>da</strong>s a um rico dia <strong>de</strong> campo<br />

no Posto Agronómico <strong>de</strong> <strong>Nampula</strong>,<br />

organizado pelo Programa <strong>Nacional</strong><br />

<strong>de</strong> Raízes e Tubérculos (PNRT).<br />

Num claro apoio ao<br />

empreen<strong>de</strong>dorismo, o CZ Nor<strong>de</strong>ste,<br />

apadrinhou o lançamento <strong>da</strong><br />

marca WISSA <strong>da</strong> senhora Judite<br />

Macuácuá, empresa local que <strong>de</strong>dica<br />

–se à produção <strong>de</strong> subprodutos <strong>da</strong><br />

mandioca, tal é o caso do rale, lifete,<br />

matapa e seus <strong>de</strong>rivados e outros.<br />

O contributo do IIAM nesta<br />

empresa foi basicamente o<br />

acompanhamento técnico prestado<br />

à senhora Judite e, a concessão a<br />

título <strong>de</strong> empréstimo, <strong>de</strong> algum<br />

equipamento pertinente para o<br />

<strong>de</strong>sempenho em pleno <strong>de</strong> parte <strong>da</strong>s<br />

activi<strong>da</strong><strong>de</strong>s por si propostas, como<br />

por exemplo a raspa<strong>de</strong>ira que serve<br />

para raspar a mandioca em pequenos<br />

pe<strong>da</strong>ços <strong>de</strong> modo a facilitar a sua<br />

confecção em “Xiguinha” e outros<br />

pratos, tipicamente moçambicanos.<br />

Os órgãos <strong>de</strong> comunicação social<br />

locais e os que têm representação<br />

em <strong>Nampula</strong> afluiram em massa à<br />

reunião nacional <strong>da</strong> mandioca, a<br />

<strong>de</strong>stacar: a Televisão <strong>de</strong> Moçambique<br />

(TVM), a Rádio Moçambique<br />

(RM), a Soico Televisão (STV),<br />

o Jornal “O País”, o Jornal Diário<br />

<strong>de</strong> Moçambique, etc. (Sostino<br />

Mocumbe/DDIC/DFDTT/IIAM).<br />

Participantes visitando os campos <strong>de</strong> mandioca no Posto Agronómico <strong>de</strong> <strong>Nampula</strong>.


DESTAQUES<br />

Boletim do IIAM<br />

IIAM Forma Médicos Veterinários e Técnicos Médios Angolanos em<br />

Diagnóstico <strong>de</strong> Laboratório e <strong>de</strong> Campo<br />

Vista parcial <strong>da</strong> sala on<strong>de</strong> <strong>de</strong>correu o encerramento do curso.<br />

A Direcção <strong>de</strong> Ciências Animais<br />

(DCA) do Instituto <strong>de</strong> Investigação<br />

Agrária <strong>de</strong> Moçambique (IIAM)<br />

capacitou em matéria <strong>de</strong> diagnóstico<br />

<strong>de</strong> laboratório e <strong>de</strong> campo, 11 técnicos<br />

Angolanos <strong>de</strong>ntre os quais 5 Médicos<br />

Veterinários e 6 técnicos médios, <strong>de</strong><br />

05 <strong>de</strong> Abril a 12 <strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> 2010, nas<br />

suas instalações em Maputo.<br />

A DCA é uma direcção técnica do<br />

IIAM, que tem por missão realizar<br />

investigação em ciências animais em<br />

coor<strong>de</strong>nação com as uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s locais<br />

do IIAM (centros zonais - estações<br />

zootécnicas e laboratórios regionais<br />

<strong>de</strong> veterinária).<br />

Angola seleccionou Moçambique,<br />

ciente <strong>da</strong>s vantagens comparativas<br />

do nosso país em relação aos outros,<br />

consi<strong>de</strong>rando: o clima, a infraestrutura<br />

e um sistema veterinário próximo <strong>da</strong><br />

reali<strong>da</strong><strong>de</strong> a que Angola almeja.<br />

A seleccção <strong>da</strong> DCA do IIAM<br />

para realizar a referi<strong>da</strong> capacitação<br />

aos técnicos Angolanos, surge na<br />

sequência <strong>de</strong> um concurso que<br />

envolveu países como Portugal,<br />

Zimbabwe, Tanzânia e África do<br />

Sul, por solicitação do Instituto dos<br />

Serviços <strong>de</strong> Veterinária <strong>de</strong> Angola<br />

(ISVA).<br />

Em 6 semanas, a formação abrangeu<br />

estudos <strong>de</strong> casos clínicos, colheitas <strong>de</strong><br />

amostras e, diagnóstico <strong>de</strong> parasitas<br />

gastrointestinais e hemoparasitas.<br />

O curso foi realizado em duas fases.<br />

A primeira ao nível do Laboratorio<br />

Central sedia<strong>da</strong> na ci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Maputo,<br />

os cursantes tiveram sessões <strong>de</strong><br />

enquadramento teórico - prático para<br />

a actualização sobre as normas <strong>de</strong><br />

biosegurança laboratorial e técnicas<br />

<strong>de</strong> diagnóstico.<br />

Os cursantes foram unânimes em afirmar que<br />

foram satisfeitas as expectativas.<br />

Na segun<strong>da</strong> fase, os cursantes<br />

foram submetidos a sessões <strong>de</strong><br />

práticas <strong>de</strong> campo em duas regiões<br />

geograficamente distintas (Estação<br />

Zootécnica <strong>de</strong> Chobela e <strong>de</strong><br />

Mazimuchopes - Distrito <strong>de</strong> Magu<strong>de</strong>,<br />

província <strong>de</strong> Maputo, e criadores do<br />

Sector familiar no distritos <strong>de</strong> Chokwé<br />

e Xai-Xai, Província <strong>de</strong> Gaza).<br />

No que tange às sessões <strong>de</strong><br />

enquadramento teórico – prático, os<br />

angolanos foram confrontados com<br />

uma série <strong>de</strong> matérias <strong>de</strong>stacando –<br />

se: a importância do laboratório no<br />

diagnóstico <strong>de</strong> doenças, a bioseguraça<br />

laboratorial, o fluxograma <strong>de</strong> amostras,<br />

a parasitologia, as técnicas <strong>de</strong><br />

necrópsia, a Serologia, a Bacterologia,<br />

a Virulogia, o controlo <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> alimentos e a epi<strong>de</strong>miologia.<br />

Nas sessões práticas, enceta<strong>da</strong>s<br />

nas estações zootécnicas e junto<br />

dos criadores do sector familiar, os<br />

cursantes tiveram a oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

proce<strong>de</strong>r a colheita e processamento<br />

<strong>de</strong> amostras e, uma posterior<br />

confirmação dos resultados <strong>de</strong><br />

campo que antece<strong>de</strong>u a discussão dos<br />

mesmos em plenária, uma activi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

que propiciou a elaboração do<br />

relatório que se propunha a espelhar o<br />

contributo técnico do exercício.<br />

O encerramento do curso mereceu a presença<br />

<strong>da</strong> imprensa.<br />

O encerramento do curso foi<br />

conduzido pela Directora Técnica<br />

<strong>da</strong> DCA, a Doutora Ana Paula<br />

Travassos Dias, numa cerimónia<br />

em que os cursantes receberam os<br />

seus certificados <strong>de</strong> participação,<br />

no anfiteatro <strong>de</strong>sta componente <strong>de</strong><br />

investigação do IIAM, em Maputo.<br />

(Sostino Mocumbe/DDIC/DFDTT/<br />

IIAM).<br />

3


Boletim do IIAM DESTAQUES<br />

IIAM <strong>Acolhe</strong> o Seminário sobre Bio-Segurança<br />

Participantes ao seminário pousando para a posteri<strong>da</strong><strong>de</strong> ao lado <strong>de</strong> S. Excia, o Ministro <strong>da</strong> Ciência<br />

e Tecnologia, Prof. Dr. Engº. Venância Massingue.<br />

O Instituto <strong>de</strong> Investigação Agrária<br />

<strong>de</strong> Moçambique (IIAM) acolheu<br />

recentemente, o Seminário<br />

sobre Bio-Segurança com o tema<br />

Condução <strong>de</strong> Ensaio <strong>de</strong> Campo em<br />

Regime Confinado (EsCC) para<br />

culturas Geneticamente Modifica<strong>da</strong>s,<br />

em Maputo, numa iniciativa<br />

do Grupo Inter-Institucional <strong>de</strong><br />

Bio-Segurança (GIIBS), um organismo<br />

presidido pelo Ministro <strong>de</strong><br />

Ciência e Tecnologia.<br />

A cerimónia <strong>de</strong> <strong>abertura</strong> foi proferi<strong>da</strong><br />

por Sua Excia o Ministro <strong>da</strong><br />

Ciência e Tecnologia (CT), Prof.<br />

Doutor Engº Venâncio Massingue<br />

e, contou com a presença <strong>de</strong> especialistas<br />

sobre a matéria e outros<br />

convi<strong>da</strong>dos.<br />

4<br />

Titular <strong>da</strong> pasta <strong>da</strong> CT prece<strong>de</strong>ndo a <strong>abertura</strong><br />

oficial do seminário.<br />

O GIIBS é coor<strong>de</strong>nado pela Doutora<br />

Anabela Zacarias, investigadora<br />

do IIAM, órgão do Ministério<br />

<strong>da</strong> Agricultura (MINAG).<br />

A criação do Grupo Inter-Instituicional<br />

<strong>de</strong> Bio-Seguranaca (GIIBS)<br />

visa coor<strong>de</strong>nar e promover <strong>de</strong>bates<br />

e discussões sobre culturas e Organismos<br />

Geneticamente Modificados<br />

(GMO).<br />

A tarefa do GIIBS é coor<strong>de</strong>nar<br />

o processo <strong>de</strong> estabelecimento<br />

dum Quadro legal <strong>Nacional</strong> sobre<br />

a Biosegurança, incluindo o <strong>de</strong>senvolvimento<br />

<strong>de</strong> políticas/legislação,<br />

regulamentos e condutas<br />

institucionais afins, <strong>de</strong> acordo com<br />

o Protocolo <strong>de</strong> Cartagena sobre a<br />

biosegurança que li<strong>da</strong> com movimentos<br />

transfronteiriços <strong>de</strong> GMO.<br />

Entre outros, o protocolo estabelece<br />

um mecanismo que garante<br />

que os países assinantes do mesmo,<br />

tenham informação necessária<br />

e a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong> para a toma<strong>da</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão<br />

na a<strong>de</strong>são <strong>de</strong> importação <strong>de</strong><br />

GMO’s.<br />

O Seminário que foi financiado<br />

pela Re<strong>de</strong> <strong>de</strong> Peritos sobre Biosegurança<br />

em África (ABNE), um<br />

organismo <strong>da</strong> Nova Parceria para o<br />

Desenvolvimento em África (NE-<br />

PAD) - União Africana (UA), constituiu<br />

uma oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> excelente<br />

para se criar uma nova dinâmica<br />

no GIIBS e, mecanismos a<strong>de</strong>quados<br />

do processo para o estabelicimento<br />

<strong>de</strong> ensaios <strong>de</strong> campo em<br />

regime confinado para culturas geneticamente<br />

modifica<strong>da</strong>s.<br />

O GIIBS é um órgão técnico –<br />

científco multi – sectorial <strong>de</strong> análise<br />

e aconselhamento em matéria<br />

<strong>de</strong> biosegurança no país, no qual<br />

estão representa<strong>da</strong>s instituições<br />

académicas, <strong>de</strong> investigação e públicas<br />

<strong>de</strong> relevância neste assunto.<br />

Da esquer<strong>da</strong> para a direita, DG do IIAM,<br />

ministro <strong>da</strong> CT e Coor<strong>de</strong>nadora do GIIPS.<br />

Sendo o GIIBS um órgão essencialmente<br />

regulador, o Seminário<br />

foi uma oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> ímpar para<br />

troca <strong>de</strong> experiências com outros<br />

países africanos que já estabeleceram<br />

ensaios em regime confinado<br />

e estão a iniciar o processo <strong>de</strong><br />

comercialização <strong>de</strong> culturas geneticamente<br />

modifica<strong>da</strong>s.<br />

Deste modo, os membros do GII-<br />

BS sairam com um conhecimento<br />

profundo sobre os mecanismos reguladores<br />

<strong>de</strong> condução <strong>de</strong> ensaios<br />

<strong>de</strong> campo em regime confinado e,<br />

estabeleceram um plano <strong>de</strong> acção<br />

que contempla activi<strong>da</strong><strong>de</strong>s a serem<br />

<strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong>s pelo grupo em<br />

Moçambique. (Sostino Mocumbe/<br />

DDIC/DFDTT/IIAM).


Especialistas em Produção Animal<br />

encontraram – se num seminário<br />

para discutir mecanismos para a<br />

conservação e melhoramento dos<br />

recursos genéticos animais em<br />

Moçambique, no dia 07 <strong>de</strong> Maio<br />

<strong>de</strong> 2010, um evento organizado<br />

pela Direcção <strong>de</strong> Ciências Animais<br />

(DCA) do Instituto <strong>de</strong> Investigação<br />

Agrária <strong>de</strong> Moçambique (IIAM), na<br />

capital do país, em Maputo.<br />

Moçambique possui um elevado<br />

potencial para a produção pecuária,<br />

contudo, esta posição não está sendo<br />

<strong>de</strong>vi<strong>da</strong>mente explora<strong>da</strong>. Assim<br />

sendo, a produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> nacional<br />

não satisfaz as necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s dos<br />

consumidores quer quantitativa quer<br />

qualitativamente.<br />

Como consequência, actualmente,<br />

maior parte dos produtos <strong>de</strong> origem<br />

animal consumidos no país são<br />

importados, facto que representa<br />

gran<strong>de</strong> dispêndio <strong>de</strong> divisas com<br />

as <strong>de</strong>spesas relaciona<strong>da</strong>s com as<br />

importações, para além <strong>de</strong> a médio<br />

ou longo prazo, po<strong>de</strong>r tirar mercado<br />

aos produtores.<br />

De acordo com Gloria Taela,<br />

veterinária especializa<strong>da</strong> em<br />

melhoramento genético animal,<br />

preten<strong>de</strong> –se criar condições para<br />

que os animais, como bovinos,<br />

aves, caprinos e suinos produzam<br />

<strong>de</strong>ntro dos patamares <strong>de</strong>sejados<br />

pelos criadores, comerciantes e<br />

consumidores.<br />

Tal será feito através do cruzamento<br />

<strong>de</strong> raças <strong>de</strong> algumas <strong>da</strong>s espécies<br />

actualmente existentes, selecção <strong>de</strong><br />

melhores pastos, cui<strong>da</strong>dos sanitários,<br />

entre outros aspectos.<br />

No gado bovino, por exemplo,<br />

há raças que não são viáveis numa<br />

<strong>de</strong>termina<strong>da</strong> região mas que são<br />

noutras. Deste modo, urge que se<br />

analise, ao pormenor, on<strong>de</strong> e como<br />

se po<strong>de</strong> aumentar os efectivos.<br />

“Primeiro, pensamos que é preciso<br />

aumentar a quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> carne,<br />

do leite e dos ovos uma vez que<br />

há défice no país. Depen<strong>de</strong>mos <strong>da</strong>s<br />

importações enquanto há condições<br />

para evitar isso”, disse Glória Taela.<br />

A situação mais dramática é notória<br />

no leite, pois 99 porcento <strong>de</strong>ste<br />

produto vem do estrangeiro.<br />

DESTAQUES<br />

Boletim do IIAM<br />

Seminário para Melhoramento <strong>da</strong> Produção Animal Reúne Especialistas<br />

na Metéria<br />

As contribuições dos participantes em plenária<br />

foram incorporados num plano <strong>de</strong> trabalho<br />

conjunto para o sector.<br />

Dr. Pedro Tomo, do INGC, a par dos outros<br />

participantes, mostraram – se bastante<br />

preocupados com estágio actual do sector.<br />

Parte dos participantes numa sessão no seminário.<br />

Por outro lado, é preciso que haja<br />

produtos <strong>de</strong> eleva<strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong>. “Não<br />

basta a quanti<strong>da</strong><strong>de</strong>, os consumidores<br />

<strong>de</strong>vem ter a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> escolher<br />

a melhor carne para o seu consumo”,<br />

sublinhou.<br />

Para que tal aconteça é preciso que<br />

haja um crescimento a<strong>de</strong>quado dos<br />

animais, resistência à doenças e boa<br />

reprodução animal. É aqui on<strong>de</strong> os<br />

veterinários acreditam que po<strong>de</strong>m<br />

<strong>da</strong>r algum contributo.<br />

Porém, observou que é preciso que<br />

o governo apoie este sector abrindo<br />

linhas <strong>de</strong> investimento para os<br />

veterinários. “Há necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> se<br />

potenciar ca<strong>da</strong> vez mais esta área”,<br />

<strong>de</strong>stacou.<br />

Em Moçambique a produção<br />

pecuária ocupa um lugar <strong>de</strong> relevo,<br />

na medi<strong>da</strong> em que, está a contribuir<br />

bastante para a sobrevivência e<br />

segurança alimentar <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 80<br />

porcento <strong>da</strong> população rural.<br />

No campo, por exemplo, to<strong>da</strong>s as<br />

famílias possuem alguma criação<br />

para o consumo e outras necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

como cerimónias tradicionais e<br />

casamentos. (Sostino Mocumbe/<br />

DDIC/DFDTT/IIAM).<br />

5


Boletim do IIAM INVESTIGAÇÃO<br />

Introdução<br />

O conceito <strong>de</strong> ciência po<strong>de</strong> ser encontrado<br />

em diversas obras sendo <strong>de</strong>finido<br />

<strong>de</strong> várias formas. Mas segundo<br />

Lakatos e Marconi (1982), a ciência<br />

po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>fini<strong>da</strong> como um conjunto<br />

<strong>de</strong> conhecimentos racionais, certos ou<br />

prováveis, obtidos metodicamente,<br />

sistematizados e verificáveis, que<br />

fazem referência a objectos <strong>de</strong> uma<br />

mesma natureza. Nesta or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> pensamento<br />

facilmente po<strong>de</strong>mos <strong>de</strong>parar<br />

com a ciência em tudo o que é natural<br />

e inanimado, portanto na ciência não<br />

existe limites do saber ou do conhecimento<br />

empírico.<br />

Mesmo no passado, os humanos recorreram<br />

a ela para obter conhecimentos<br />

que alguns <strong>de</strong>les são úteis até para<br />

orientação nos tempos actuais mesmo<br />

que esteja globalizado, aliás, a ciência<br />

antes <strong>da</strong> globalização do sistema<br />

mundial ela já surgiu globaliza<strong>da</strong>.<br />

Desenvolvimento conceptual<br />

Kourganoff (1961) afirmou que a<br />

6<br />

O PAPEL DA CIÊNCIA NO PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO 1<br />

Jone Januário Mirasse 2<br />

1 Este artigo faz parte <strong>de</strong> um trabalho apresentado num congresso sobre Estudos Rurais, em POA-Brasil, que discutia os mecanismos <strong>de</strong><br />

produção do conhecimento para o <strong>de</strong>senvolvimento local e global.<br />

2 Pesquisador do Instituto <strong>de</strong> Investigação Agrária <strong>de</strong> Moçambique (IIAM), na área <strong>de</strong> Transferência <strong>de</strong> Tecnologias.<br />

Figura 1: A partilha do saber académico e experiências <strong>de</strong>sempenha um papel fun<strong>da</strong>mental no<br />

processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento.<br />

ciência arruma, classifica, metodiza,<br />

simplifica tudo excepto a si própria.<br />

Esta afirmação mostra claramente o<br />

quanto a ciência é autónoma nos caminhos<br />

a trilhar na busca <strong>de</strong> <strong>de</strong>scobertas,<br />

interpretações e até condução do<br />

pensamento humano. Isto é o que se<br />

passa mesmo até hoje em dia, enquanto<br />

o mundo vai abandonando o que<br />

consi<strong>de</strong>ra ultrapassado e até esquece<br />

ou apaga as práticas consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>s<br />

inúteis na sua memória histórica, a<br />

ciência trata <strong>de</strong> conservar tudo aquilo<br />

segundo a qual foi motivo ou objecto<br />

<strong>de</strong> estudo, portanto nunca queima os<br />

arquivos. É com esta motivação que o<br />

Kourganoff (1961) observou que em<br />

muitos campos, a pesquisa científica<br />

conserva um carácter artesanal, que<br />

dificulta uma divisão mais <strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong><br />

do trabalho.<br />

Apesar <strong>de</strong> a ciência ser conservacionista,<br />

ela é bastante flexível no<br />

<strong>de</strong>sdobramento em mecanismos que a<br />

torna mais confortável, por isso ela é<br />

metódica. Com a sua metodologia, faz<br />

com que os trilhos seguidos sejam racionais.<br />

Se até na época <strong>de</strong> Kouganoff<br />

(1961) não vislumbrava separação<br />

em diferentes campos <strong>de</strong> conhecimento<br />

científico, já não se po<strong>de</strong> dizer<br />

o mesmo nos nossos dias. Ela se abre<br />

e se <strong>de</strong>sdobra em função <strong>da</strong> <strong>de</strong>man<strong>da</strong><br />

contemporânea do mundo actual. Se<br />

no passado era o generalismo do pensamento<br />

científico, hoje a especialização<br />

tomou conta do pensamento e<br />

pesquisa científica.<br />

A valorização do conhecimento técnico-científico<br />

faz com que as respostas<br />

dos cientistas a essas <strong>de</strong>man<strong>da</strong>s sejam<br />

diversifica<strong>da</strong>s no seu meio académico<br />

actual. No passado o cientista do século<br />

XIX era em geral um professor que<br />

<strong>de</strong>dicava à pesquisa os confortáveis<br />

lazeres que lhe <strong>de</strong>ixava o pequeno<br />

número <strong>de</strong> estu<strong>da</strong>ntes e a lentidão<br />

geral do ritmo <strong>da</strong> vi<strong>da</strong>, “<strong>de</strong>scobertas”<br />

era pago em princípio, tão somente<br />

pelo ensino que ministrava (KOUR-<br />

GANOFF, 1961).<br />

Figura 2: Exercício no processo <strong>de</strong> partilha do<br />

saber académico e experiências dos diferentes<br />

actores sociais num congresso.<br />

A maximização do capital que<br />

caracteriza os nossos tempos, fez<br />

com que ao mesmo tempo que<br />

se avance na especialização, se<br />

busque afirmação económica competitiva<br />

entre as diferentes áreas<br />

do conhecimento. A globalização<br />

actual consiste em mundialização<br />

<strong>de</strong> todos aspectos socioeconómicos<br />

dos povos mundiais, isto significa<br />

eliminação <strong>de</strong> fronteiras nacionais


e promover a homogeneização e<br />

uniformização global. Por isso que<br />

Santos (2002) afirma que o processo<br />

<strong>de</strong> globalização mostra que estamos<br />

perante um fenómeno multifacetado<br />

com dimensões económicas, sociais,<br />

políticas, culturais, religiosas e jurídicas<br />

interliga<strong>da</strong>s <strong>de</strong> modo complexo.<br />

A produção do conhecimento <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

nunca observou limites <strong>de</strong> pensamento,<br />

todos gran<strong>de</strong>s pesquisadores<br />

ou cientistas <strong>de</strong>s<strong>de</strong> épocas primitivas<br />

produziram conhecimento,<br />

interpretaram fenómenos naturais e<br />

inanimados, conduziram o mundo<br />

com os seus princípios. In<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente<br />

do local on<strong>de</strong> o conhecimento<br />

foi produzido, sempre foi usado além<br />

fronteiras locais, nacionais, regionais<br />

e universais, fazendo com que a absorção<br />

e o linguajar científico fosse<br />

o mesmo. Dando como exemplos em<br />

áreas como Agricultura e Biologia, a<br />

categorização dos seus elementos <strong>de</strong><br />

estudo em família e até em espécie<br />

levou a universalização <strong>da</strong>s linguagens<br />

técnicas, que apesar <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r ter<br />

nomes locais possui um nome universal<br />

<strong>de</strong> conhecimento <strong>de</strong> todos.<br />

Embora no mundo actual o localismo<br />

vai sempre ce<strong>de</strong>ndo lugar ao global ou<br />

mundialismo e o individualismo ao<br />

colectivo através <strong>de</strong> eficiente troca <strong>de</strong><br />

informação, é neste processo <strong>de</strong> troca<br />

<strong>de</strong> informação que constitui a ciência<br />

e o progresso <strong>da</strong> pesquisa cientifica.<br />

Num período <strong>de</strong> era <strong>de</strong> informação em<br />

que o mundo está inserido, o localismo<br />

e o individualismo embora não menos<br />

importante, remete aos seus “fanáticos”<br />

ao isolamento e consequentemente<br />

ao esquecimento dos próprios<br />

pesquisadores e os seus trabalhos,<br />

contrariando os objectivos <strong>da</strong> ciência.<br />

[...] to<strong>da</strong> e qualquer socie<strong>da</strong><strong>de</strong> faz uso<br />

do universo material a sua volta para<br />

se reproduzir física e socialmente.<br />

Os mesmos objetos, bens e serviços<br />

que matam a nossa fome, nos<br />

abrigam do tempo, saciam nossa<br />

se<strong>de</strong>, entre outras “necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s”<br />

físicas e biológicas, são consumidos<br />

no sentido <strong>de</strong> “esgotamento”,<br />

e utilizados também para mediar<br />

nossas relações, nos conferir status,<br />

construir i<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong>s e estabelecer<br />

fronteiras entre grupos e pessoas.<br />

Para além <strong>de</strong>sses aspectos, esses<br />

mesmos bens e serviços que utilizamos<br />

para nos reproduzir física e socialmente<br />

auxiliam - nos na “<strong>de</strong>scoberta”<br />

ou na “constituição” <strong>da</strong> nossa<br />

subjetivi<strong>da</strong><strong>de</strong> e i<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

Mediante a oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> que nos<br />

oferecem <strong>de</strong> expressarmos os nossos<br />

<strong>de</strong>sejos e experimentarmos as<br />

suas mais diversas materiali<strong>da</strong><strong>de</strong>s,<br />

nossas reacções a elas são organiza<strong>da</strong>s,<br />

classifica<strong>da</strong>s e memoriza<strong>da</strong>s<br />

e nosso autoconhecimento é amplia<strong>da</strong>.<br />

(BARBOSA e CAMPBELL,<br />

2007, p. 22). Os autores evi<strong>de</strong>nciam<br />

a importância do ser como indivíduo<br />

e como grupo em função do<br />

ponto socio económico, cultural e<br />

geográfico em que esse indivíduo ou<br />

grupo se encontra inserido. A figura<br />

abaixo, mostra um campo resultante<br />

do processo <strong>de</strong> partilha <strong>de</strong> conhecimento<br />

atraves <strong>de</strong> abor<strong>da</strong>gens participativas<br />

no processo <strong>de</strong> transferência<br />

<strong>de</strong> tecnologias ao produtor.<br />

Figura 3: Campo resultante do processo <strong>de</strong><br />

transferencia <strong>de</strong> tecnologias priorizando<br />

abor<strong>da</strong>gens participativas.<br />

Embora seja necessário o <strong>de</strong>vido<br />

reconhecimento dos que fazem a ciência,<br />

é recebendo e transmitindo que se<br />

evolui técnica e profissionalmente. Por<br />

isso que a universalização não é só um<br />

processo linear, mas sim também um<br />

processo consensual (SANTOS, 2002).<br />

Por isso a partilha <strong>de</strong> informação não<br />

é <strong>de</strong> certo ponto coerciva, ao mesmo<br />

tempo que se mostra tecnicamente<br />

e profissionalmente imperativa para<br />

que o pesquisador e a instituição em<br />

que representa/trabalha saia do anonimato<br />

e entra no mundo competitivo na<br />

INVESTIGAÇÃO<br />

Boletim do IIAM<br />

produção do saber cientifico. E porque<br />

o <strong>de</strong>senvolvimento é um processo,<br />

possui muitos intervenientes que precisarão<br />

<strong>de</strong> bases anteriores para continuar<br />

firmando.<br />

Consi<strong>de</strong>rações<br />

O individuo, o colectivo, o local e o<br />

mundo sempre foram “feitos” e interpretados<br />

pela ciência <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o principio dos<br />

tempos mun<strong>da</strong>nos, e os que fizeram partilharam<br />

informação para que as pesquisas<br />

não mais começassem do na<strong>da</strong>, mas<br />

sim usando como suporte algo antes<br />

existente, que o individuo/grupo num<br />

<strong>de</strong>terminado local fosse do conhecimento<br />

mundial com reconhecimento<br />

merecido dos seus fazedores. Hoje<br />

em dia se fala <strong>de</strong> “re<strong>de</strong>s” <strong>de</strong> conhecimento,<br />

para que o tempo não mais<br />

constitua limitante intransponível para<br />

o <strong>de</strong>senvolvimento.<br />

Apesar <strong>de</strong> que afirmo que a ciência é<br />

a essência <strong>da</strong> nossa existência, naturalmente<br />

não significa que é o princípio e<br />

o fim <strong>de</strong> tudo, há aspectos limitativos a<br />

observar como os levantados por Flick<br />

(2004) <strong>de</strong> que a ciência não mais produz<br />

“ver<strong>da</strong><strong>de</strong>s” absolutas, capazes <strong>de</strong> serem<br />

adopta<strong>da</strong>s indiscrimina<strong>da</strong>mente.<br />

REFERÊNCIAS<br />

BARBOSA, Lívia; CAMPBELL, Collin.<br />

O estudo do consumo nas ciências<br />

sociais contemporâneas. Cultura, Consumo<br />

e I<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong>s, Rio <strong>de</strong> Janeiro:<br />

FGV, p.21-44, 2007.<br />

FIICK, U. Uma introdução a pesquisa<br />

qualitativa. 2 ed. São Paulo: Bookman,<br />

2004, 312p.<br />

KOURGANOFF, V. A Pesquisa Cientifica.<br />

São Paulo: Difusão Européia do<br />

Livro, 1961, 135p.<br />

LAKATOs, E.M. e MARCONI,<br />

M.A. Metodologia Científica. São<br />

Paulo:Atlas, 1982, 231p.<br />

SANTOS, B. S. Os processos <strong>da</strong> globalização.<br />

In: SANTOS, B.S. (Org.). A<br />

Globalização e as Ciências Sociais. São<br />

Paulo: Cortez, 2002, p.25-102.<br />

7


Boletim do IIAM REPORTAGEM<br />

Retiro <strong>de</strong> finalização <strong>da</strong>s análises dos ambientes externos e<br />

interno do IIAM<br />

No âmbito do processo <strong>de</strong> formulação<br />

do plano estratégico do Instituto <strong>de</strong><br />

Investigação Agrária <strong>de</strong> Moçambique<br />

(IIAM), foi organizado um retiro, no<br />

período <strong>de</strong> 17 a 20 <strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> 2010,<br />

nos Pequenos Libombos, Distrito <strong>de</strong><br />

Namaacha, para os membros <strong>de</strong> Grupo<br />

<strong>de</strong> Gestão Estratégica <strong>da</strong> instituição<br />

finalizarem os exercícios <strong>de</strong> análise<br />

dos ambientes interno e externo do<br />

IIAM.<br />

Fun<strong>da</strong>mentalmente, o retiro<br />

pretendia que os envolvidos no<br />

exercício, terminassem os exercícios<br />

<strong>de</strong> análise <strong>da</strong>s Forças, Oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s,<br />

Fraquezas e Ameaças (FOFA) e <strong>de</strong><br />

formulação dos cenários alternativos<br />

para a produção e produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

agrária <strong>de</strong> Moçambique.<br />

Participaram no retiro: Sara Achá,<br />

Manuel Amane, Esperança Chamba,<br />

Edgar Cumaio, Carvalho Ecole,<br />

Alcino Fabião, Olga Fafetine, Carlos<br />

Filimone, Clementina Machungo,<br />

Feliciano Mazuze, Roseiro Moreira,<br />

Antonieta Nhamusso e Rafael<br />

Uaiene.<br />

Para o ambiente interno fez-se a<br />

análise <strong>da</strong> capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> do IIAM para<br />

cumprir com a sua missão tendo<br />

sido analisa<strong>da</strong> a quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> e as<br />

8<br />

Participantes pousando para a posteri<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

qualificações dos recursos humanos;<br />

as infra-estruturas e equipamentos<br />

existentes e o sistema <strong>de</strong> gestão e<br />

comunicação praticado na instituição.<br />

Desta análise chegou-se a conclusão<br />

<strong>de</strong> que a capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> em termos<br />

<strong>de</strong> recursos humanos qualificados<br />

(Mestrados e Doutorados com<br />

experiência nas várias áreas <strong>de</strong><br />

pesquisa) era por um lado limita<strong>da</strong> e<br />

a maioria concentra<strong>da</strong> nas Direcções<br />

Técnicas em <strong>de</strong>trimento dos Centros<br />

Zonais.<br />

Por outro lado, gran<strong>de</strong> parte dos<br />

investigadores séniores está a caminho<br />

<strong>da</strong> reforma, isto é, com i<strong>da</strong><strong>de</strong>s acima<br />

dos 45 anos. A<strong>de</strong>mais, não há um<br />

programa <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento,<br />

enquadramento, manutenção e<br />

motivação dos recursos humanos do<br />

IIAM.<br />

Os técnicos <strong>de</strong> nível médio agropecuário<br />

que eventualmente po<strong>de</strong>riam<br />

substituir os investigadores a caminho<br />

<strong>da</strong> reforma têm estado a ingressar em<br />

cursos <strong>de</strong> licenciaturas em áreas fora<br />

<strong>da</strong> agricultura tais como gestão e<br />

psicologia.<br />

No tocante às infra-estruturas e<br />

equipamento para os programas<br />

<strong>de</strong> pesquisa e <strong>de</strong> divulgação dos<br />

resultados constatou-se que havia<br />

uma razoável distribuição nas zonas<br />

agroecologica do país.<br />

Contudo, os laboratórios <strong>de</strong><br />

referência estão concentrados na<br />

capital do país e nota-se também um<br />

envelhecimento <strong>da</strong>s infra-estruturas e<br />

<strong>de</strong> equipamentos <strong>da</strong> instituição <strong>de</strong>vido<br />

à fraca manutenção e reposição. Foram<br />

igualmente analisa<strong>da</strong>s as alianças<br />

estratégicas do IIAM.<br />

No ambiente externo <strong>de</strong>u-se<br />

a continui<strong>da</strong><strong>de</strong> do exercício <strong>de</strong><br />

formulação dos cenários alternativos<br />

para a produção e produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

agrária <strong>de</strong> Moçambique iniciado em<br />

Fevereiro e facilitado pela Empresa<br />

Brasileira <strong>de</strong> Pesquisa Agropecuária<br />

(EMBRAPA).<br />

Durante o retiro foi possível concluir<br />

a construção <strong>de</strong> estados futuros <strong>de</strong><br />

incertezas críticas <strong>da</strong>s ca<strong>de</strong>ias e feita<br />

a agregação dos estados futuros em<br />

três temas que constituirão os três<br />

cenários. Falta apenas o trabalho <strong>de</strong><br />

finalização dos cenários que consiste<br />

na análise <strong>da</strong> consistência do texto <strong>de</strong><br />

ca<strong>da</strong> tema e fazer a re<strong>da</strong>ção final.<br />

Parte <strong>da</strong> equipa do plano estratégico.<br />

Com base na análise <strong>da</strong>s variáveis<br />

críticas dos stakehol<strong>de</strong>rs revisita<strong>da</strong>,<br />

bem como <strong>da</strong>s diferentes ca<strong>de</strong>ias<br />

nome<strong>da</strong>mente as ca<strong>de</strong>ias produtivas<br />

básica; as ca<strong>de</strong>ias <strong>de</strong> rendimento e<br />

dos sistemas naturais i<strong>de</strong>ntificaramse<br />

os inpulsores que se traduzem


em principais oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s para<br />

o <strong>de</strong>senvolvimento dos programas<br />

<strong>de</strong> investigação e disseminação dos<br />

resultados.<br />

No evento, foram também<br />

i<strong>de</strong>ntifica<strong>da</strong>s as limitantes que<br />

REPORTAGEM<br />

Boletim do IIAM<br />

permitiram fazer o prognóstico <strong>da</strong>s<br />

ameaças no ambiente externo. (Rafael<br />

Uaiene/COMPETE/IIAM).<br />

No IIAM<br />

Experiências na Zâmbia com a Agricultura <strong>de</strong> Conservação foram<br />

Partilha<strong>da</strong>s em Palestra<br />

A inclusão dos parceiros no processo <strong>de</strong> selecção <strong>da</strong>s varie<strong>da</strong><strong>de</strong>s garante uma escolha consensual<br />

antes <strong>da</strong> libertação.<br />

Foi realiza<strong>da</strong> uma palestra com o<br />

propósito <strong>de</strong> partilhar a experiência<br />

<strong>da</strong> Zâmbia em matéria <strong>de</strong> agricultura<br />

<strong>de</strong> conservação, recentemente, na<br />

sala Save <strong>da</strong> se<strong>de</strong> do Instituto <strong>de</strong><br />

Investigação Agrária <strong>de</strong> Moçambique<br />

(IIAM) em Maputo, proferi<strong>da</strong> pelo Dr.<br />

Steven Haggbla<strong>de</strong> do Michigan State<br />

University.<br />

O evento contou com a participação<br />

<strong>de</strong> investigadores, agentes <strong>de</strong> extensão<br />

agrária e outros interessados no<br />

<strong>de</strong>senvolvimento do sector agrário.<br />

O investigador apresentou os<br />

resultados <strong>de</strong> vários anos <strong>de</strong> estudo<br />

com Agricultura <strong>de</strong> Conservação<br />

(AC) na Zâmbia. A pesquisa foi<br />

implementa<strong>da</strong> com os agricultores <strong>de</strong><br />

pequena e média escala que praticam<br />

AC através <strong>de</strong> sistemas manuais<br />

e <strong>de</strong> sistemas baseados na tracção<br />

animal. Ele <strong>de</strong>u particular enfoque<br />

aos aspectos mais relevantes <strong>de</strong>stas<br />

tecnologias comparativamente às<br />

tecnologias tradicionais, incluindo<br />

as lições <strong>da</strong> Zâmbia concernentes<br />

aos constrangimentos bem como<br />

os factores impulsionadores para a<br />

adopção <strong>da</strong>s tecnologias relativas a AC<br />

por parte dos produtores.<br />

Ao abor<strong>da</strong>r os pacotes <strong>de</strong> agricultura<br />

<strong>de</strong> AC, o investigador referenciou a<br />

lavoura mínima, preparação <strong>da</strong> terra<br />

na estação seca, retenção <strong>de</strong> resíduos<br />

<strong>de</strong> cultura, rotação <strong>de</strong> culturas com<br />

leguminosas e aplicação <strong>de</strong> fertilizantes<br />

reduzi<strong>da</strong> mas precisa.<br />

Consi<strong>de</strong>rando os aspectos referentes<br />

aos pacotes <strong>de</strong> AC zambiana, Dr. Steven<br />

Haggbla<strong>de</strong> <strong>de</strong>stacou como ganhos<br />

agronómicos <strong>de</strong>ste tipo <strong>de</strong> agricultura,<br />

que lavoura mínima poupa energia<br />

(combustíveis), quebra a cama<strong>da</strong> dura,<br />

reduz a compactação do solo e garante<br />

a conservação <strong>da</strong> água.<br />

Ain<strong>da</strong> apresentando os ganhos<br />

agronómicos dos pacotes <strong>de</strong> AC<br />

zambiana, o investigador trouxe a<br />

plenária que a preparação <strong>da</strong> terra na<br />

época seca evita períodos <strong>de</strong> pico <strong>de</strong><br />

procura <strong>de</strong> mão-<strong>de</strong>-obra e que o plantio<br />

cedo conce<strong>de</strong> entre 1 a 2% <strong>de</strong> ganho <strong>de</strong><br />

rendimento por dia.<br />

Os ganhos agronómicos <strong>da</strong> AC<br />

zambiana no que se refere a retenção<br />

<strong>de</strong> resíduos <strong>de</strong> cultura, Dr. Haggbla<strong>de</strong><br />

avançou que aumenta matéria<br />

orgânica, melhora a estrutura <strong>de</strong> solo,<br />

melhora a retenção <strong>da</strong> água e mo<strong>de</strong>ra a<br />

temperatura do solo.<br />

Para finalizar sua apresentação<br />

no concernente aos ganhos <strong>da</strong> AC<br />

zambiana, o investigador referenciou<br />

a rotação <strong>de</strong> culturas leguminosas e<br />

a aplicação reduzi<strong>da</strong> mas precisa <strong>de</strong><br />

fertilizantes sendo que, se tratam <strong>de</strong><br />

activi<strong>da</strong><strong>de</strong>s que melhoram a fertili<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

dos solos.<br />

A AC na Zâmbia foi motiva<strong>da</strong> pelo<br />

<strong>de</strong>clínio acentuado <strong>da</strong> fertili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

solos <strong>de</strong>stacando-se a aci<strong>de</strong>z, a erosão<br />

e a cama<strong>da</strong> dura nos solos; falta <strong>de</strong><br />

humi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>vido a seca; aumento <strong>de</strong><br />

preços <strong>de</strong> fertilizantes e; aumento <strong>de</strong><br />

preços <strong>de</strong> combustíveis.<br />

De referir que, Dr. Haggbla<strong>de</strong><br />

é Professor <strong>de</strong> Desenvolvimento<br />

Internacional, no Departamento <strong>de</strong><br />

Economia <strong>da</strong> Agricultura, <strong>de</strong> Sistemas<br />

Alimentares, e <strong>de</strong> Recursos Naturais <strong>da</strong><br />

Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Estadual <strong>de</strong> Michigan.<br />

Actualmente, ele tem <strong>de</strong>senvolvido<br />

pesquisa sobre Agricultura <strong>de</strong><br />

Conservação em parceria com o<br />

Conservation Farming Unit, o Gol<strong>de</strong>n<br />

Valley Agricultural Research Trust<br />

(GART) e o Food Security Research<br />

Project.<br />

Este seminário representou uma<br />

colaboração entre o Centro <strong>de</strong><br />

Estudos Socio-Económicos (CESE),<br />

Direcção <strong>de</strong> Agronomia e Recursos<br />

Naturais (DARN) ambos do IIAM, e<br />

a Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Estadual <strong>de</strong> Michigan<br />

que contam com o financiamento <strong>da</strong><br />

USAID. (Sostino Mocumbe/IIAM/<br />

DFDTT/DDIC).<br />

9


Boletim do IIAM DIVULGAÇÃO<br />

INFORMAÇÃO GERAL SOBRE A PLATAFORMA DE INVESTIGAÇÃO<br />

AGRARIA E INOVAÇÃO TECNOLOGICA EM MOÇAMBIQUE (PIAIT)<br />

10<br />

OBJECTIVO GERAL:<br />

Fortalecer o Sistema <strong>Nacional</strong> <strong>de</strong><br />

Investigação e Inovação Agrária e<br />

Transferência <strong>de</strong> Tecnologias através<br />

do esforço conjunto entre instituições<br />

que tem um interesse comum na<br />

investigação e inovação agrária bem<br />

como, na transferência <strong>de</strong> resultados<br />

apropriados e rentáveis.<br />

MISSÃO:<br />

FAZER COM QUE AS<br />

TECNOLOGIAS, AS PRÁTICAS<br />

DE MANEIO E A INFORMAÇÃO<br />

SEJAM ÚTEIS E ACESSÌVEIS<br />

AOS AGRICULTORES<br />

MOÇAMBICANOS.<br />

A priori<strong>da</strong><strong>de</strong> é apoiar a investigação<br />

agrária para colaborar com o governo<br />

e as organizações interessa<strong>da</strong>s na<br />

luta contra a fome e a pobreza,<br />

através <strong>da</strong> entrega <strong>de</strong> resultados <strong>de</strong><br />

pesquisa aplicáveis para a solução<br />

<strong>de</strong> problemas específicos do sector<br />

agrário <strong>de</strong> Moçambique<br />

PARCEIROS PRINCIPAIS<br />

Instituto <strong>de</strong> Investigação Agrária<br />

<strong>de</strong> Moçambique (IIAM): Parceiro<br />

fun<strong>da</strong>dor e beneficiário principal,<br />

através do reforço do sistema nacional<br />

<strong>de</strong> pesquisa.<br />

Empresa Brasileira <strong>de</strong> Pesquisa<br />

Agropecuária (EMBRAPA): o<br />

crescimento do Brasil nos últimos<br />

anos é baseado em gran<strong>de</strong> medi<strong>da</strong><br />

pela contribuição dos resultados<br />

<strong>da</strong> pesquisa realiza<strong>da</strong> pelo sistema<br />

EMBRAPA o que abala positivamente<br />

a sua participação como parceiro<br />

principal <strong>de</strong>sta plataforma.<br />

Centros Internacionais <strong>de</strong><br />

Investigação Agrária: Dos quinze<br />

centros que fazem parte do Grupo<br />

Consultivo para Investigação Agrária<br />

Internacional (CGIAR), oito tem<br />

representação com se<strong>de</strong>s estabeleci<strong>da</strong>s<br />

ou projectos em Moçambique. Este<br />

consórcio é uma novi<strong>da</strong><strong>de</strong> que<br />

obe<strong>de</strong>ce à necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> actuar <strong>de</strong><br />

forma articula<strong>da</strong> e organiza<strong>da</strong> com as<br />

organizações nacionais <strong>de</strong> pesquisa.<br />

Esses centros são os seguintes:<br />

• Instituto Internacional <strong>de</strong> Ciências<br />

Animais (ILRI) – QUÉNIA; Instituto<br />

Internacional <strong>de</strong> Agricultura Tropical<br />

(IITA) - NIGERIA; Instituto<br />

Internacional <strong>de</strong> Investigação do<br />

Arroz (IRRI) - FILIPINAS; Centro<br />

Internacional <strong>da</strong> Batata (CIP) -<br />

PERU; Instituto Internacional <strong>de</strong><br />

Investigação <strong>da</strong>s culturas <strong>da</strong>s Zonas<br />

Semi-ári<strong>da</strong>s Tropicais (ICRISAT)-<br />

INDIA; Centro Internacional <strong>de</strong><br />

Melhoramento <strong>de</strong> Milho e Trigo<br />

(CIMMYT) - MEXICO; Instituto<br />

Internacional <strong>de</strong> Investigação <strong>de</strong><br />

Politicas <strong>de</strong> Alimentos (IFPRI) - USA;<br />

Instituto Internacional <strong>de</strong> Gestão <strong>da</strong><br />

Água ( IWMI) – Sri Lanka.<br />

Outras organizações <strong>de</strong> carácter<br />

internacional presentes e que<br />

fazem parte do consorcio são: a<br />

Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Estadual <strong>de</strong> Michigan<br />

(MSU) e o Centro Internacional <strong>de</strong><br />

Desenvolvimento dos Fertilizantes<br />

(IFDC);<br />

Estas organizações internacionais<br />

contemplam na sua missão O<br />

COMBATE A FOME, A AJUDA AOS<br />

MAIS POBRES E A PROTECÇÃO<br />

AMBIENTAL, aspectos que também<br />

são obrigatórios na pesquisa ao nível<br />

nacional.<br />

Os principais beneficiários dos<br />

resultados <strong>de</strong>sta plataforma serão em<br />

geral os agricultores moçambicanos.<br />

Para eles é direccionado o esforço <strong>da</strong><br />

investigação, inovação agrária e <strong>da</strong><br />

transferência <strong>de</strong> tecnologias.<br />

Por último, mas a um nível muito<br />

similar, o aumento substancial<br />

<strong>da</strong> produção acompanhado <strong>de</strong><br />

uma melhoria na quali<strong>da</strong><strong>de</strong> dos<br />

produtos resultará em agricultores,<br />

consumidores e comerciantes mais<br />

satisfeitos.<br />

UNIDADE DE GESTÃO<br />

A Plataforma <strong>de</strong> Investigação<br />

Agrária e Inovação Tecnológica<br />

será coor<strong>de</strong>na<strong>da</strong> por uma uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Gestão forma<strong>da</strong> por um representante<br />

do Instituto <strong>de</strong> Investigações<br />

Agrárias <strong>de</strong> Moçambique; por um<br />

representante <strong>da</strong> Empresa Brasileira<br />

<strong>de</strong> Pesquisa Agropecuária e por<br />

um representante do consórcio dos<br />

Centros Internacionais <strong>de</strong> Investigação<br />

que recebem fundos <strong>da</strong> USAID para<br />

realizar suas activi<strong>da</strong><strong>de</strong>s.<br />

RESPONSABILIDADES DA<br />

UGP:<br />

• Facilitar a criação <strong>da</strong> PIAIT; apoiar<br />

a administração dos programas e<br />

projectos no âmbito <strong>da</strong> investigação<br />

agrária em Moçambique; optimizar<br />

recursos e materiais em conformi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

com o plano estratégico do IIAM;<br />

mobilizar recursos financeiros<br />

adicionais para a Investigação agrária;<br />

<strong>de</strong>finir e coor<strong>de</strong>nar a implementação<br />

dos assuntos transversais.; apoiar a<br />

disseminação dos resultados obtidos<br />

pelo sistema <strong>de</strong> investigação <strong>de</strong><br />

Moçambique.<br />

ASSUNTOS TRANVERSAIS:<br />

• Fertili<strong>da</strong><strong>de</strong> do Solo;<br />

• Mu<strong>da</strong>nças Climáticas ;<br />

• Sistemas <strong>de</strong> Sementes;<br />

• Género;<br />

• Nutrição.<br />

1. Lançamento <strong>da</strong> plataforma:<br />

O Lançamento <strong>da</strong> Plataforma para<br />

Investigação Agrária e Inovação<br />

Tecnológica em Moçambique teve<br />

lugar no recinto do IIAM no dia 19-<br />

04-2010 e foi presidi<strong>da</strong> pelo Vice<br />

Ministro <strong>da</strong> Agricultura António<br />

Limbau; No dia seguinte, teve lugar<br />

outro interessante encontro com os<br />

parceiros <strong>da</strong> Plataforma A avaliação<br />

<strong>de</strong>ste “primeiro acto público” por parte<br />

dos membros <strong>da</strong> UGP na companhia<br />

do Director Geral do IIAM, mostrou


que há um caminho promissor para a<br />

pesquisa, inovação e transferência <strong>de</strong><br />

tecnologia no futuro próximo.<br />

A equipa <strong>da</strong> UGP forma<strong>da</strong> pelos<br />

representantes <strong>da</strong> EMBRAPA, os<br />

Centros Internacionais <strong>de</strong> Investigação<br />

Agrária e do IIAM estão cientes que a<br />

plataforma não está ain<strong>da</strong> construí<strong>da</strong>,<br />

mas estão satisfeitos com resultados<br />

iniciais e pelo apoio <strong>de</strong>monstrado nos<br />

contactos já feitos. Há consciência<br />

que a plataforma será construí<strong>da</strong> com<br />

a contribuição <strong>de</strong> todos os membros,<br />

parceiros interessados e pesquisadores<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>ntro e fora <strong>de</strong> Moçambique.<br />

Este apoio <strong>de</strong>ve apresentar-se em<br />

forma <strong>de</strong> novas i<strong>de</strong>ias, projectos<br />

e recomen<strong>da</strong>ções aplicáveis para<br />

melhorar a pesquisa e a transferência<br />

<strong>de</strong> tecnologia em Moçambique.<br />

2. Encontro com o grupo dos<br />

Assuntos Transversais (CCI) do<br />

IIAM:<br />

Sob a Direcção <strong>de</strong> Formação,<br />

Documentação e Transferência <strong>de</strong><br />

Tecnologia (DFDTT), o IIAM tem<br />

um grupo para estu<strong>da</strong>r e propôr<br />

mecanismos para incorporar os<br />

“assuntos transversais” no protocolo<br />

<strong>de</strong> pesquisa. Os assuntos prioritários<br />

<strong>de</strong>finidos pelo grupo são: género;<br />

HIV-SIDA; meio ambiente/mu<strong>da</strong>nças<br />

climáticas; direitos humanos - com<br />

ênfase no trabalho.<br />

Sendo alguns <strong>de</strong>stes assuntos<br />

transversais (CCI) os mesmos<br />

<strong>de</strong>finidos pelo PIAIT (género e<br />

mu<strong>da</strong>nças climáticas), os membros<br />

<strong>da</strong> UGP consi<strong>de</strong>ram relevante<br />

esta relação e por isso, participam<br />

regularmente nas reuniões do grupo<br />

dos CCIs. O objectivo principal do<br />

grupo formado por cientistas do IIAM<br />

<strong>de</strong> ambos os sexos ao nível <strong>de</strong> Maputo,<br />

é criar consciência e chamar a atenção<br />

para os investigadores do IIAM<br />

sobre a importância <strong>de</strong>stes assuntos<br />

e procurar encontrar mecanismos<br />

para incorporá-los nos protocolos <strong>de</strong><br />

pesquisa e resultados. No início, o<br />

género será o assunto principal.<br />

Está em <strong>de</strong>finição a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> colaboração <strong>da</strong> Plataforma com<br />

o grupo do CCI; o grupo vai a<br />

reproduzir um mecanismo <strong>de</strong> cientistas<br />

interessados nestes assuntos ao nível<br />

<strong>de</strong> centros zonais e a Plataforma<br />

está disposta a colaborar com esta<br />

acção. Seminários neste nível terão<br />

o seu início brevemente e o PIAIT<br />

contribuirá para a sua realização.<br />

3. Visita dos representantes do<br />

JICA e JIRCAS:<br />

O Sr. Osamu Ito, Director <strong>de</strong><br />

produção <strong>de</strong> colheita e ambiente no<br />

JIRCAS (Centro Internacional <strong>de</strong><br />

Pesquisa <strong>de</strong> Ciências Agrárias) e o Sr.<br />

Hongo Yutaka, Conselheiro Sénior<br />

do JICA (Agência Internacional <strong>de</strong><br />

Cooperação do Japão) visitaram o<br />

nosso escritório no IIAM. O encontro<br />

<strong>de</strong>u-nos a oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> única <strong>de</strong><br />

oferecer informação básica sobre<br />

os objectivos, metas e activi<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

<strong>da</strong> PIAIT. Também foi uma ocasião<br />

para troca <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ias sobre o potencial<br />

e futuro do sector agrário no<br />

<strong>de</strong>senvolvimento do país.<br />

Presentemente, a JICA financia<br />

o “Projecto PROSAVANA”. Este<br />

projecto será implementado no<br />

norte do País e o objectivo é o<br />

<strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong>s áreas fronteiriças<br />

do Corredor <strong>de</strong> Nacala incluindo as<br />

províncias <strong>de</strong> <strong>Nampula</strong>, Zambézia e<br />

Niassa. A reabilitação e construção<br />

<strong>da</strong> linha férrea, estra<strong>da</strong>s, educação<br />

e saú<strong>de</strong>, agricultura em gran<strong>de</strong><br />

escala e para pequenos agricultores,<br />

comercialização e processamento <strong>de</strong><br />

alimentos entre outros são as áreas<br />

incluí<strong>da</strong>s no Projecto PROSAVANA.<br />

A EMBRAPA apoia<strong>da</strong> pela ABC<br />

(Agência Brasileira <strong>de</strong> Cooperação<br />

Internacional) é parceira <strong>da</strong> JICA e<br />

dividirá com o IIAM a responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> investigação agrária do projecto. O<br />

mapeamento dos solos e o potencial<br />

dos recursos naturais são os pontos <strong>de</strong><br />

entra<strong>da</strong> para a investigação agrária do<br />

projecto.<br />

4. Assinado o acordo sobre<br />

o Projecto <strong>de</strong> Apoio Técnico à<br />

Plataforma <strong>de</strong> Inovação Agrária<br />

em Moçambique.<br />

DIVULGAÇÃO<br />

Boletim do IIAM<br />

O Vice-Ministro <strong>da</strong> Agricultura<br />

<strong>de</strong> Moçambique assinou a 12 <strong>de</strong><br />

Maio passado em Brasília o acordo<br />

que operacionaliza o Projecto <strong>de</strong><br />

Suporte Técnico à Plataforma <strong>de</strong><br />

Investigação e Inovação Agrária<br />

em Moçambique. O projecto que é<br />

financiado pela USAID e a Agência<br />

Brasileira <strong>de</strong> Cooperação (ABC),<br />

envolverá a Empresa Brasileira <strong>de</strong><br />

Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA)<br />

que tem já um representante<br />

permanente em Moçambique e<br />

visa: fortalecimento institucional do<br />

IIAM; estabelecimento <strong>de</strong> sistema<br />

<strong>de</strong> sementes; estabelecimento <strong>de</strong><br />

gestão territorial; estabelecimento <strong>de</strong><br />

sistemas <strong>de</strong> comunicação informação<br />

para a transferência <strong>de</strong> tecnologias e;<br />

<strong>de</strong>senvolvimento e implementação do<br />

mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> gestão, acompanhamento,<br />

monitoria e avaliação <strong>da</strong> investigação<br />

agrária.<br />

Estes são os pilares <strong>da</strong> cooperação <strong>de</strong><br />

EMBRAPA em Moçambique durante<br />

os próximos anos.<br />

5. Projecto SIMLESA<br />

Foi lançado recentemente em<br />

Chimoio o projecto <strong>de</strong> intensificação<br />

sustentável dos sistemas <strong>de</strong> cultivo<br />

<strong>de</strong> milho e leguminosas para a região<br />

austral e oriental <strong>da</strong> África (SIMLESA)<br />

coor<strong>de</strong>nado regionalmente pelo<br />

CIMMYT.<br />

O IIAM-SIMLESA como é<br />

conhecido o projecto em Moçambique,<br />

será implementado nos distritos <strong>de</strong><br />

Manica e Sussun<strong>de</strong>nga (Manica);<br />

Gorongosa (Sofala); Angónia (Tete)<br />

e Gurué, Alto Molócue (Zambézia) e<br />

terá acções na área sócio-económica;<br />

na i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> varie<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

a<strong>da</strong>pta<strong>da</strong>s e multiplicação <strong>de</strong> sementes<br />

<strong>de</strong> milho e leguminosas; na agricultura<br />

<strong>de</strong> conservação e uma área transversal<br />

<strong>de</strong> formação.<br />

Desejamos <strong>de</strong>s<strong>de</strong> já êxitos e bons<br />

resultados para os implementadores<br />

do projecto SIMLESA.<br />

Por: Carlos Dominguez/<br />

Coor<strong>de</strong>nador do PIAIT<br />

11


Boletim do IIAM ÚLTIMAS<br />

Seminário Discute Problemática do Coqueiro e Avança Propostas <strong>de</strong><br />

Estratégias para o Controlo <strong>de</strong> suas Doenças<br />

Realizou-se o seminário sobre a problemática<br />

do coqueiro, sob o lema<br />

“Rumo à estratégia e plano <strong>de</strong> acção<br />

para o maneio e controlo do amarelecimento<br />

letal (CLYD) e escaravelho<br />

rinoceronte (Oryctes sp.)”, entre<br />

os dias 12 e 13 <strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> 2010,<br />

em Quelimane, numa iniciativa do<br />

projecto Farmer Income Support<br />

Project/Projecto <strong>de</strong> Apoio à Ren<strong>da</strong><br />

Familiar (FISP), financiado pela<br />

Millennium Challenge Account-<br />

Moçambique (MCA-Moçambique).<br />

Importa referir que o projecto FISP<br />

<strong>de</strong>corre sob os auspícius do Programa<br />

<strong>Nacional</strong> do Coqueiro do Instituto<br />

<strong>de</strong> Investigação Agrária <strong>de</strong> Moçambique<br />

(IIAM, coor<strong>de</strong>nado pelo<br />

Doutor Marcos Freire, investigador<br />

<strong>de</strong>sta instituição <strong>de</strong> pesquisa.<br />

O seminário contou com a presença<br />

<strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 30 participantes, <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

especialistas <strong>da</strong> cultura do coqueiro,<br />

até especialistas em economia,<br />

negócios, extensão, e prevenção <strong>de</strong><br />

calami<strong>da</strong><strong>de</strong>s entre outros.<br />

Até aos últimos 3 ou 4 anos atrás, a<br />

i<strong>de</strong>ia prevalescente tomava o ama-<br />

12<br />

Orytes é uma <strong>da</strong>s pragas que atormenta o coqueiro.<br />

relecimento letal como o problema<br />

do coqueiro em Moçambique, adicionando<br />

– se o facto <strong>de</strong> o palmar<br />

ser velho e ter sido maltratado durante<br />

a guerra, na medi<strong>da</strong> em que,<br />

foi abandonado e con<strong>de</strong>nado a muito<br />

tempo sem renovação, afirmou<br />

Doutor Marcos Freire.<br />

Ain<strong>da</strong> segundo o nosso interlocutor,<br />

no centro e norte a renovação dos coqueiros<br />

não está a ser feita, enquanto<br />

que na província <strong>de</strong> Inhambane, esta<br />

tem sido contínua.<br />

O amarelecimento letal acelerou a<br />

morte dos coqueiros e, a Orytes, que é<br />

uma praga oportunista coloca os ovos<br />

em troncos mortos, multiplica – se, as<br />

larvas crescem e alimentam – se dos<br />

mesmos (troncos).<br />

“Com o actual cenário <strong>de</strong> coqueiros<br />

adultos mortos, resultante do aparente<br />

mau maneio, a Orytes encontrou<br />

um campo certo <strong>de</strong> multiplicação,<br />

<strong>de</strong> tal maneira que se tornou numa<br />

praga. Assim sendo, até plantas não<br />

ataca<strong>da</strong>s pelo amarelicimento letal,<br />

são ataca<strong>da</strong>s pela Orytes”, enfatizou<br />

Marcos Freire.<br />

Dados dos relatórios do FISP chama<br />

atenção do facto <strong>da</strong> Orytes levar<br />

algum tempo para matar as plantas<br />

velhas, entretanto, nas plantas novas,<br />

ela facilmente vai ao meristema<br />

e interrompe o ciclo vegetativo <strong>da</strong><br />

mesma (portanto, mata a planta com<br />

facili<strong>da</strong><strong>de</strong>).<br />

Doutor Marcos Freire informou que,<br />

estudos efectuados a mais <strong>de</strong> 10<br />

anos, ain<strong>da</strong> mencionavam a existência<br />

<strong>de</strong> 10 milhões <strong>de</strong> coqueiros na<br />

Zambézia e sul <strong>de</strong> <strong>Nampula</strong>, e, em<br />

finais <strong>de</strong> 2008, com fundo do Millenium<br />

Challenge Account (MCA),<br />

foi feito um leventamento, por uma<br />

empresa <strong>de</strong> Geographic Information<br />

System (GIS) francesa <strong>de</strong>nomina<strong>da</strong><br />

TTI, e foi i<strong>de</strong>ntificado apenas 5 milhões<br />

<strong>de</strong> coqueiros.<br />

“Se na<strong>da</strong> é feito, urgentemente, <strong>da</strong>qui<br />

a 2 a 5 anos, talvez tenhamos 3<br />

milhões, obe<strong>de</strong>cendo a tendência<br />

<strong>de</strong>crescente <strong>da</strong> existência do coqueiro<br />

no território”, afirmou o especialista.<br />

O coqueiro é fun<strong>da</strong>mental por ser<br />

uma fonte <strong>de</strong> receitas, <strong>de</strong> alimentos<br />

e concorre para a segurança alimentar.<br />

Numa escala <strong>de</strong> 10 coqueiros<br />

por família, consi<strong>de</strong>rando que, são<br />

2 milhões e meio <strong>de</strong> coqueiros que<br />

pertencem ao sector familiar, acabam<br />

sendo 250 mil coqueiros <strong>de</strong> famílias<br />

que pelo menos parte <strong>de</strong> seu<br />

rendimento, em 8 distritos, Zambézia<br />

e sul <strong>de</strong> <strong>Nampula</strong>.<br />

O passo seguinte ao seminário, resi<strong>de</strong><br />

na compilação final <strong>da</strong>s matrizes<br />

e na elaboração <strong>da</strong> versão preliminar<br />

do documento <strong>de</strong> estratégia e plano<br />

<strong>de</strong> acção para o maneio e controlo<br />

CLYD) e Oryctes sp. (Sostino Mocumbe/DDIC/DFDTT/IIAM).<br />

Director: Doutor Calisto Bias. Editor: Feliciano Mazuze (DFDTT). Coor<strong>de</strong>nação <strong>de</strong> Produção: Américo Humulane. Revisão: Roseiro M. Moreira.<br />

Re<strong>da</strong>cção: Sostino Mocumbe, Carlos Dominguez, Rafael Uaiene e Jone Mirasse. Colaboração nesta Edição: Feliciano Mazuze, Américo Humulane, Marta<br />

Celeste, Roseiro Moreira, Rafael Uaiene e Marcos Freire.<br />

Maquetização: Alberto Zan<strong>da</strong>mela. Fotografia: Jonas Malapen<strong>de</strong>, Marcos Freire e Arquivo do DDIC. Impressão: Reprografia do IIAM.<br />

Tiragem: 500 exemplares.<br />

Se<strong>de</strong>: Av. <strong>da</strong>s FPLM, 2698.<br />

Internet: http//www.iiam.gov.mz. Email: info@iiam.gov.mz. Telefone: 21 460219. Fax: 21 460220.<br />

Proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>: Instituto <strong>de</strong> Investigação Agrária <strong>de</strong> Moçambique. Distribuição Gratuíta: DISP.REG/GABINFO-DEC/2006.

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