30.04.2013 Views

acesse aqui - Faculdade de Educação - UFPel - Universidade ...

acesse aqui - Faculdade de Educação - UFPel - Universidade ...

acesse aqui - Faculdade de Educação - UFPel - Universidade ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

VII SENALE<br />

ENSINO E LINGUAGEM:<br />

NOVOS DESAFIOS<br />

3 a 5 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 2012


2<br />

Universida<strong>de</strong> Católica <strong>de</strong> Pelotas – UCPEL<br />

Pró-Reitoria Acadêmica<br />

Programa <strong>de</strong> Pós-Graduação em Letras –<br />

Mestrado/Doutorado<br />

VII SENALE<br />

ENSINO E LINGUAGEM:<br />

NOVOS DESAFIOS<br />

3 a 5 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 2012


PROGRAMAÇÃO E RESUMO DOS TRABALHOS<br />

UCPEL<br />

Pelotas - 2012<br />

3


Comissão Organizadora<br />

Adail Sobral<br />

Aracy Ernst<br />

Vilson Leffa<br />

Comissão Científica<br />

Adail Sobral<br />

Adriana Fischer<br />

Andréia Rauber<br />

Aracy Ernst<br />

Carmen Matzenauer<br />

Eliane Campello<br />

Ercília Cazarin<br />

Fabiane Marroni<br />

Hilário Bohn<br />

Raquel Recuero<br />

Vilson Leffa<br />

Secretaria<br />

Caroline Ratto Vieira<br />

Daiana Elisa Silveira Me<strong>de</strong>iros<br />

Juliana M. Thomaz<br />

Rosangela F. Pereira<br />

En<strong>de</strong>reço<br />

Programa <strong>de</strong> Pós-Graduação em Letras<br />

Mestrado/Doutorado – VII SENALE<br />

Rua: Félix da Cunha, 425 - Pelotas/RS<br />

CEP: 96010-000<br />

Telefone: (53) 2128-8242<br />

E-mail: senale@ucpel.tche.br<br />

Site: http://www.ucpel.tche.br/senale<br />

Organização <strong>de</strong>sta obra<br />

Adail Sobral<br />

Comissão <strong>de</strong> Apoio<br />

Assessoria <strong>de</strong> Comunicação e Marketing<br />

Setor <strong>de</strong> Informática - Julimeri Budó<br />

Maria Waleska Siga Peil<br />

Capa<br />

Assessoria <strong>de</strong> Comunicação e Marketing - Danielle Gonzales<br />

Editoração Eletrônica<br />

Educat - Ana Gertru<strong>de</strong>s G. Cardoso<br />

4


APRESENTAÇÃO<br />

O VII Seminário Nacional sobre Linguagem e Ensino <strong>de</strong> Línguas<br />

(VII SENALE), cujo tema é “Ensino e linguagem: novos <strong>de</strong>safios”,<br />

se realiza <strong>de</strong> 3 a 5 outubro <strong>de</strong> 2012, numa promoção do Programa<br />

<strong>de</strong> Pós-Graduação em Letras da Universida<strong>de</strong> Católica <strong>de</strong><br />

Pelotas. Em sua sétima edição, ele passa a ter alcance internacional,<br />

no âmbito do Mercosul.<br />

A proposta é dar continuida<strong>de</strong> ao trabalho que tem norteado historicamente<br />

a sua realização, qual seja o <strong>de</strong> proporcionar, além<br />

da maior interação possível entre professores dos diferentes níveis<br />

<strong>de</strong> ensino e pesquisadores <strong>de</strong> instituições universitárias, uma<br />

reflexão sobre problemas ligados ao ensino <strong>de</strong> língua materna e<br />

<strong>de</strong> língua estrangeira.<br />

Sua direção é essencialmente pragmática, propondo-se a criar<br />

condições para o <strong>de</strong>bate sobre a intervenção das diferentes teorias<br />

linguísticas no processo ensino-aprendizagem <strong>de</strong> línguas, enfrentando,<br />

nesta nova edição, os novos <strong>de</strong>safios <strong>de</strong>correntes das<br />

mudanças operadas pela contemporaneida<strong>de</strong> na língua(gem).<br />

Confrontar os avanços científicos e tecnológicos com a realida<strong>de</strong><br />

da sala <strong>de</strong> aula po<strong>de</strong>rá servir para inovar, mas também para relativizar<br />

posições e concepções acerca da viabilida<strong>de</strong> e aplicabilida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>sses conhecimentos para o <strong>de</strong>senvolvimento das aulas <strong>de</strong><br />

língua materna e <strong>de</strong> línguas estrangeiras.<br />

As estratégias previstas na organização do evento preveem o<br />

entrecruzamento da produção científica com as práticas pedagógicas<br />

e <strong>de</strong>verão se constituir numa intervenção benéfica no campo<br />

das práticas <strong>de</strong> ensino <strong>de</strong> línguas, seja propondo novas formas,<br />

questionando-as ou comparando-as com as já estabelecidas.<br />

Para isso, propõe-se uma programação que contemple a dimensão<br />

pragmática das atuais e principais concepções linguísticas,<br />

suas possibilida<strong>de</strong>s e limites <strong>de</strong> aplicação no que diz respeito ao<br />

processo ensino-aprendizagem <strong>de</strong> línguas. Haverá palestras, mesas-redondas,<br />

conferências, simpósios e comunicações individuais,<br />

bem como minicursos a serem <strong>de</strong>senvolvidos por pesquisadores<br />

<strong>de</strong> diferentes instituições universitárias do país e do exterior.<br />

5


SUMÁRIO<br />

PROGRAMAÇÃO .................................................................. ....3<br />

MINICURSOS ........................................................................ ..13<br />

LINHAS TEMÁTICAS DO VII SENALE ............................... ..15<br />

COMUNICAÇÕES E SIMPÓSIOS.......................................... ..17<br />

RESUMO DOS TRABALHOS ................................................ 119<br />

Aquisição <strong>de</strong> linguagem, variação e ensino: um balanço ........... 121<br />

Dialogismo, gêneros e ensino: perspectivas .............................. 161<br />

Discurso, enunciação e ensino: rumos ...................................... 202<br />

Ensino e novos perfis dos professores: propostas ...................... 247<br />

Gênero social, linguagens e ensino: um panorama .................... 314<br />

Linguagem, cognição e ensino: novos espaços .......................... 327<br />

Linguagens e letramentos: questões .......................................... 356<br />

Linguagem, semiótica e ensino: interfaces ................................ 365<br />

Tecnologias e ensino: novas perspectivas ................................. 421<br />

Variação linguística, i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s e ensino: reflexões ................. 480<br />

EMENTAS DOS MINICURSOS ............................................. 518<br />

7


PROGRAMAÇÃO<br />

DIA 3 DE OUTUBRO – QUARTA-FEIRA<br />

Manhã<br />

8h – Inscrições e cre<strong>de</strong>nciamento<br />

9h – Abertura do evento<br />

9h30min – Conferência <strong>de</strong> Abertura<br />

Discurso e ensino: possibilida<strong>de</strong>s<br />

Conferencista: Eni Orlandi (UNICAMP/UNIVÁS)<br />

10h30min – Intervalo<br />

11h às 13h – Simpósios e Comunicações Individuais<br />

Tar<strong>de</strong><br />

14h – Mesa-Redonda<br />

Sujeito e linguagem na contemporaneida<strong>de</strong><br />

Coor<strong>de</strong>nação: Aracy Ernst<br />

Participantes:<br />

Maria Cristina Leandro Ferreira (UFRGS)<br />

Sandra Torossian (UFRGS)<br />

Castor Ruiz (UNISINOS)<br />

15h30min – Intervalo<br />

16h às 17h30min – Simpósios e Comunicações individuais<br />

17h30 às 19h15min – Minicursos<br />

DIA 4 DE OUTUBRO – QUINTA-FEIRA<br />

Manhã<br />

8h30min – Palestra<br />

O ensino <strong>de</strong> língua(s) na contemporaneida<strong>de</strong><br />

Palestrante: Maria Helena <strong>de</strong> Moura Neves (UNESP/Mackenzie)<br />

9h30min – Intervalo<br />

9


10h – Mesa-Redonda<br />

Consi<strong>de</strong>rações acerca do ensino: aspectos variacionistas e fonológicos<br />

Coor<strong>de</strong>nação: Carmen Lúcia Barreto Matzenauer<br />

Participantes:<br />

Dermeval da Hora Oliveira (UFP)<br />

Izabel Christine Seara (UFSC)<br />

Gisela Collischonn (UFRGS)<br />

11h30 às 13h – Simpósios e Comunicações Individuais<br />

Tar<strong>de</strong><br />

14h – Palestra<br />

Entre a mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong> e a pós-mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong>: discurso e ensino<br />

Palestrante: Maria José Coracini (UNICAMP)<br />

15h30min – Intervalo<br />

16h às 17h30min – Simpósios e Comunicações Individuais<br />

17h30min às 19h15 – Minicursos<br />

19h30min – Lançamento <strong>de</strong> livros<br />

DIA 5 DE OUTUBRO – SEXTA-FEIRA<br />

Manhã<br />

8h30min – Palestra<br />

Procesos y prácticas <strong>de</strong> lectura y escritura académicas: fundamentos<br />

e implicaciones pedagógicas<br />

Palestrante: Constanza Padilla <strong>de</strong> Zérdan (CONICET – Universidad<br />

Nacional <strong>de</strong> Tucumán)<br />

9h30min – Intervalo<br />

10h – Mesa-Redonda<br />

Texto e discurso: questões e perspectivas no ensino<br />

Coor<strong>de</strong>nador: Adail Sobral<br />

Participantes:<br />

José Luiz Fiorin (USP)<br />

Ana Cláudia Lodi (USP)<br />

Maria da Glória di Fanti (PUCRS)<br />

11h30min às 13h – Simpósios e Comunicações Individuais<br />

10


Tar<strong>de</strong><br />

14h – Mesa-Redonda:<br />

Ensino <strong>de</strong> Literatura na Contemporaneida<strong>de</strong><br />

Coor<strong>de</strong>nação: Eliane Amaral Campello<br />

Participantes:<br />

Luciana Paiva Coronel (FURG)<br />

Tania Ramos (UFSC)<br />

João Luís Ourique (UFPEL)<br />

16h – Intervalo<br />

16h30min – Conferência <strong>de</strong> Encerramento<br />

Desafios atuais <strong>de</strong> ensino <strong>de</strong> língua portuguesa<br />

Conferencista: José Luiz Fiorin (USP)<br />

17h30min às 19h – Simpósios e Comunicações Individuais<br />

11


MINICURSOS<br />

Língua Brasileira <strong>de</strong> Sinais: compreen<strong>de</strong>ndo suas especificida<strong>de</strong>s<br />

linguísticas a partir <strong>de</strong> práticas <strong>de</strong> interlocução na língua<br />

Ana Cláudia Balieiro Lodi (USP) e Elomena Barboza Almeida (UFS-<br />

Car) – Sala: 302B<br />

Projetos didáticos <strong>de</strong> gênero num processo cooperativo <strong>de</strong> formação<br />

continuada<br />

Ana Mattos Guimarães; Dorotea Frank Kersch; An<strong>de</strong>rson Carnin;<br />

Vanessa Dagostim Pires (UNISINOS) – Sala: 213B<br />

Lectura, escritura y argumentación académicas: aportes teóricos y<br />

propuestas didácticas<br />

Constanza Padilla <strong>de</strong> Zérdan (Universidad Nacional <strong>de</strong> Tucumán) –<br />

Sala: 215B<br />

Variação Linguística e Estilo<br />

Dermeval da Hora Oliveira (UFP) – Sala: 408B<br />

Cartografia Geopoética Simoneana<br />

Gilnei Oleiro Corrêa (IFSUL) – Sala: 206B<br />

A sílaba, unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> organização melódica da fonologia<br />

Gisela Collischonn (UFRGS) – Sala: 405B<br />

Segmentos Vocálicos e Consonantais no PB: Características Acústicas<br />

Izabel Christine Seara (FONAPLI/UFSC) – Sala: 407B<br />

Introdução à Linguística Cognitiva<br />

Liliane Prestes (UCPEL) e Luiz Fernando Matos Rocha (UFJF) – Sala:<br />

403B<br />

Análise do discurso: resistência e rupturas<br />

Maria Cristina Leandro Ferreira (UFRGS) – Sala: 404B<br />

Gêneros do discurso: questões teóricas e práticas<br />

Maria da Glória di Fanti (PUCRS) – Sala: 402B<br />

13


Discurso (<strong>de</strong>/sobre a pobreza) e ensino<br />

Maria José Coracini (UNICAMP) – Sala: 306B<br />

Estudo <strong>de</strong> língua na vivência da linguageM<br />

Maria Helena <strong>de</strong> Moura Neves (UNESP/Mackenzie) – Sala: 208B<br />

O funcionamento discursivo do social em filmes e documentários<br />

Suzy Lagazzi (DL/IEL/UNICAMP) – Sala: 409B<br />

A poética das memórias e suas re(a)presentações – Sala: 304B<br />

Tânia Ramos (UFSC)<br />

14


16<br />

LINHAS TEMÁTICAS DO VII SENALE<br />

Aquisição <strong>de</strong> linguagem, variação e ensino: um balanço<br />

Dialogismo, gêneros e ensino: perspectivas<br />

Discurso, enunciação e ensino: rumos<br />

Ensino e novos perfis dos professores: propostas<br />

Gênero social, linguagens e ensino: um panorama<br />

Linguagem, cognição e ensino: novos espaços<br />

Linguagens e letramentos: questões<br />

Linguagem, semiótica e ensino: interfaces<br />

Tecnologias e ensino: novas perspectivas<br />

Variação linguística, i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s e ensino: reflexões


18<br />

COMUNICAÇÕES E SIMPÓSIOS<br />

LOCALIZAÇÃO DAS SALAS<br />

UCPEL - CAMPUS I<br />

PRÉDIO B (ENTRADA PELA RUA DOM PEDRO II – Escadaria<br />

à direita)<br />

PRÉDIO C (ENTRADA PELA RUA GONÇALVES CHAVES –<br />

Escadaria à esquerda)<br />

DIA 3 DE OUTUBRO - (QUARTA-FEIRA) - 11 H<br />

COMUNICAÇÕES<br />

COMUNICAÇÕES 1 – SALA 204B<br />

ENSINO DE GRAMÁTICA: DAS POLÊMICAS ÀS PROPOSIÇÕES<br />

ADRIANA DICKEL<br />

FORMANDO LEITORES PROFICIENTES<br />

MILLAINE DE SOUZA CARVALHO<br />

SANTIAGO BRETANHA FREITAS<br />

O ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA PROJETADO EM TEX-<br />

TOS DE APRESENTAÇÃO DE MANUAIS DIDÁTICOS DE 1960-<br />

1970<br />

NINA ROSA LICHT RODRIGUES<br />

A CONTRIBUIÇÃO DA POESIA E DA NARRATIVA PARA O<br />

ENSINO DA LÍNGUA ESPANHOLA<br />

PABLO RAMOS SILVEIRA<br />

TRATAMENTO ATRIBUÍDO À ORALIDADE NO LIVRO DIDÁ-<br />

TICO DE PORTUGUÊS: ALGUNS APONTAMENTOS<br />

PAULA GAIDA WINCH<br />

A IDENTIDADE DOS (IN)DOCUMENTADOS: O CASO DOS MI-<br />

GRANTES MEXICANOS NO FILME "UMA VIDA MELHOR"<br />

REGINA ZAUK LEIVAS


COMUNICAÇÕES 2 – SALA 206B<br />

ENSINO DE LIBRAS COMO L2 NA UFPEL: EXPERIÊNCIA DA<br />

PRODUÇÃO DE MATERIAL DIDÁTICO A PARTIR DA ABOR-<br />

DAGEM COMUNICATIVA<br />

ANGELA NEDIANE DOS SANTOS<br />

IVANA GOMES DA SILVA<br />

A IMPORTÂNCIA DO REGISTRO DOS SINAIS DE LIBRAS (LÍN-<br />

GUA DE SINAIS BRASILEIRA) DA ÁREA DE PSICOLOGIA<br />

ANTONIELLE CANTARELLI MARTINS<br />

EXPRESSÃO FACIO-CORPORAL NA LIBRAS: APRENDIZAGEM,<br />

USO E COMPREENSÃO<br />

BIANCA RIBEIRO PONTIN<br />

EMILIANA FARIA ROSA<br />

POR QUE O DICIONÁRIO DE LÍNGUA PORTUGUESA NÃO É<br />

USADO PELA MAIORIA DOS SURDOS?<br />

DIOGO SOUZA MADEIRA<br />

JANIE CRISTINE DO AMARAL GONÇALVES (ORIENTADOR)<br />

É A TEIA QUE PRODUZ A VIDA OU A VIDA QUE PRODUZ A<br />

TEIA?<br />

EMILIANA FARIA ROSA<br />

BIANCA RIBEIRO PONTIN<br />

ENSINO DE LIBRAS NA UFPEL: MEMÓRIAS DA EXPERIÊNCIA<br />

DE PRODUÇÃO DE MATERIAL DIDÁTICO EM INTERFACE<br />

DIGITAL INTERATIVA<br />

FABIANO SOUTO ROSA<br />

TATIANA BOLIVAR LEBEDEFF<br />

A MULHER SURDA HOJE: NOVAS FORMAS DE SIGNIFICAR O<br />

MOVIMENTO SURDO<br />

IVANA GOMES DA SILVA<br />

19


COMUNICAÇÕES 3 – SALA 208B<br />

AS SEGMENTAÇÕES NÃO CONVENCIONAIS DA ESCRITA INI-<br />

CIAL: O TROQUEU SILÁBICO E SUA RELAÇÃO COM O RITMO<br />

LINGUÍSTICO DO PB E DO PE<br />

ANA PAULA NOBRE DA CUNHA<br />

INDÍCIOS DE REESTRUTURAÇÃO DO CONHECIMENTO DA<br />

LÍNGUA EM DADOS DE REPARO NA ESCRITA INICIAL<br />

ANA RUTH MORESCO MIRANDA<br />

ANA PAULA NOBRE DA CUNHA<br />

A PRODUÇÃO VARIÁVEL DE EPÊNTESE EM CODA FINAL POR<br />

APRENDIZES DE INGLÊS COMO L2<br />

ATHANY GUTIERRES<br />

NATÁLIA BRAMBATTI GUZZO<br />

O CASO DA CONSOANTE PALATAL E AS DERIVAÇÕES EM –<br />

INHO<br />

CÍNTIA DA COSTA ALCÂNTARA<br />

OS EFEITOS DA EDUCAÇÃO INFANTIL NA EXTENSÃO E NA<br />

VARIEDADE DO VOCABULÁRIO DE CRIANÇAS EM FASE INI-<br />

CIAL DE ALFABETIZAÇÃO<br />

CRISTIANE DE ÁVILA LOPES<br />

ANA RUTH MORESCO MIRANDA (ORIENTADOR)<br />

COMPORTAMENTO LINGUÍSTICO DE /S/ NAS VOZES DE MA-<br />

CAPÁ-AP<br />

RENATA CONCEIÇÃO NEVES MONTEIRO<br />

COMUNICAÇÕES 4 – SALA 213B<br />

O ENSINO DE LÍNGUA ESPANHOLA PARA ALUNOS COM DIS-<br />

LEXIA<br />

CARLA ALVES LIMA<br />

O LÉXICO NO ENSINO DE LÍNGUA ESPANHOLA PARA CRI-<br />

ANÇAS<br />

CRISTINA PUREZA DUARTE BOÉSSIO<br />

NARA REJANE PINTO AQUINO<br />

20


UM ESTUDO SOBRE OS ERROS ORTOGRÁFICOS NO ENSINO<br />

MÉDIO<br />

DAIANI DE JESUS GARCIA<br />

CLAUDIA REGINA MINOSSI ROMBALDI<br />

DA CARTA DE CAMINHA ÀS MENSAGENS DE TEXTO: FOR-<br />

MAS ABREVIADAS E VARIAÇÃO LINGUÍSTICA NO ENSINO<br />

DE LÍNGUA PORTUGUESA<br />

MARIA LUCI DE MESQUITA PRESTES<br />

O USO DAS FÁBULAS NO ENSINO FUNDAMENTAL PARA O<br />

DESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEM ORAL E ESCRITA<br />

RENAN DE MOURA RODRIGUES LIMA<br />

COMUNICAÇÕES 5 – SALA 215B<br />

O DESENVOLVIMENTO DA INTERLÍNGUA COMO UM SISTE-<br />

MA ADAPTATIVO COMPLEXO: UM CRUZAMENTO DE PERS-<br />

PECTIVAS<br />

GISELE MEDINA NUNES<br />

DIÁLOGO ENTRE KRASHEN, LARSEN-FREEMAN E WILLIS:<br />

IDEIAS COMUNS SOBRE AQUISIÇÃO DE L2<br />

JUAREZ A. LOPES JR.<br />

REPENSANDO A CONSCIÊNCIA LINGUÍSTICA E A RELAÇÃO<br />

ENTRE OS SUBSISTEMAS FONOLÓGICO E MORFOLÓGICO DA<br />

LÍNGUA<br />

JULIANA TATSCH MENEZES<br />

LIANE SILVA BARRETO<br />

"ESSE SEU CURSINHO DE INGLÊS ONLINE!": ANÁLISE DE<br />

DISCURSOS SOBRE PROFESSORES DE INGLÊS COMO LE PRE-<br />

SENTES EM PEÇAS PUBLICITÁRIAS.<br />

MATHEUS TRINDADE VELASQUES<br />

A INSERÇÃO DE A GENTE NA LINGUAGEM JORNALÍSTICA<br />

DE ZERO HORA<br />

MORGANA PAIVA DA SILVA<br />

21


COMUNICAÇÕES 6 – SALA 302B<br />

DIACRONIA E SINCRONIA: UMA ANÁLISE DE FENÔMENOS<br />

FONOLÓGICOS<br />

CLARISSSA DE MENEZES AMARIZ<br />

INTERFERÊNCIAS DO PORTUGUES NA APRENDIZAGEM DE<br />

ESPANHOL COMO LE<br />

JULIANE WOJCIECHOWSKI SILVA<br />

ESPAÑOL PARA NIÑOS: RELATO DE PRÁCTICAS EN AMBIEN-<br />

TES ESCOLARES<br />

LARISSA DA SILVA RAMOS<br />

THAIS PRISCILA SILVA DE OLIVEIRA<br />

O MODELO DE REDESCRIÇÃO REPRESENTACIONAL E A<br />

CONSCIÊNCIA LINGUÍSTICA: ANALISANDO OS SUBSISTE-<br />

MAS FONOLÓGICO E MORFOLÓGICO DA LÍNGUA<br />

LIANE BARRETO SILVA<br />

ALINE LORANDI<br />

UMA QUESTÃO ENTRE AQUISIÇÃO DA LINGUAGEM E EDU-<br />

CAÇÃO ESPECIAL: SOBRE A SUBJETIVIDADE NO CONTEXTO<br />

ESCOLAR<br />

LUIZ CARLOS SOUZA BEZERRA<br />

COMUNICAÇÕES 7 – SALA 304B<br />

AQUISIÇÃO E REFERÊNCIA EM TEXTOS NARRATIVOS PRO-<br />

DUZIDOS POR CRIANÇAS DO ENSINO FUNDAMENTAL<br />

BRUNA SANTANA DIAS<br />

KATIANE TEIXEIRA BARCELOS CASEIRO<br />

FATORES QUE INFLUENCIAM NA ESCOLHA DA LÍNGUA ES-<br />

TRANGEIRA NA PROVA DO ENEM DE ALUNOS DO COLÉGIO<br />

MUNICIPAL PELOTENSE<br />

JANAÍNA BUCHWEITZ E SILVA<br />

A AQUISIÇÃO DA ESCRITA DO PORTUGUÊS POR CRIANÇAS<br />

BILÍNGUES (POMERANO /PORTUGUÊS): ASPECTOS FONÉTI-<br />

COS E FONOLÓGICOS<br />

MARCELI TESSMER BLANK<br />

ANA RUTH MORESCO MIRANDA (ORIENTADOR)<br />

22


A GRAFIA DO GLIDE [W] EM DADOS DO PB E DO PE: UM O-<br />

LHAR SOBRE AS SEMELHANÇAS E DIFERENÇAS ENTRE OS<br />

DOIS SISTEMAS<br />

MILENA MEDEIROS DE MATTOS<br />

ANA RUTH MORESCO MIRANDA<br />

UMA DISCUSSÃO SOBRE AS VOGAIS MÉDIAS DO ESPANHOL<br />

DA FRONTEIRA<br />

MÍRIAM CRISTINA CARNIATO<br />

DESNASALIZAÇÃO NO CONTEXTO FONÉTICO-FONOLÓGICO<br />

EM AQUISIÇÃO DA ESCRITA<br />

NATÁLIA LECTZOW DE OLIVEIRA<br />

ANA RUTH MIRANDA (ORIENTADOR)<br />

COMUNICAÇÕES 8 – SALA 306B<br />

PIBID LETRAS – ESPANHOL: UNA OPORTUNIDAD DE VALO-<br />

RIZACIÓN DE LA ENSEÑANZA DE ESPAÑOL EN LA FRONTE-<br />

RA<br />

MARIA ELIA GONÇALVES MARTINS<br />

MARA BELÉM<br />

APRENDIZAGEM DE ESPANHOL COMO SEGUNDA LÍNGUA<br />

NAS ESCOLAS DE ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO DE SAN-<br />

TA MARIA<br />

NARA SOARES TORRES<br />

FRANCIELE FARIAS SEPEL<br />

O PORTUGUÊS BRASILEIRO E O EUROPEU: UM COMPARATI-<br />

VO SOBRE A AQUISIÇÃO DA GRAFIA DAS VOGAIS ÁTONAS<br />

NATÁLIA DUMMER ZACHER REINKE<br />

ALEXANDRA ALVES BRANDT<br />

INTERFERÊNCIA DO PORTUGUÊS LÍNGUA MATERNA VS SU-<br />

PERGENERALIZAÇÃO NA ESCRITA EM FRANCÊS<br />

PABLO DIEGO NIEDERAUER BERNARDI<br />

ISABELLA MOZZILLO<br />

23


SÂNDI EXTERNO E DADOS DE FALA DO SUL DO BRASIL<br />

PAULA PENTEADO DE DAVID<br />

CÍNTIA DA COSTA ALCÂNTARA<br />

A FALA PELOTENSE: UM ESTUDO PRELIMINAR DE VARIA-<br />

ÇÃO LINGUÍSTICA BASEADO NA TEORIA LABOVIANA.<br />

TALITA DE CÁSSIA SIGALES GONÇALVES<br />

MÁRCIA HELENA SAUAIA GUIMARÃES ROSTAS<br />

COMUNICAÇÕES 9 – SALA 402B<br />

VARIAÇÃO ENTRE FALA ESPONTÂNEA E NÃO-ESPONTÂNEA<br />

NO PORTUGUÊS BRASILEIRO (PB): PRELIMINARES DE ANÁ-<br />

LISE PARA A CARACTERIZAÇÃO DO DISCURSO JURÍDICO<br />

JAEL SÂNERA SIGALES GONÇALVES<br />

CARMEN LÚCIA BARRETO MATZENAUER<br />

A PERCEPÇÃO DE VOGAIS MÉDIAS NOS PROCESSOS DE<br />

HARMONIA E DE ALÇAMENTO VOCÁLICO: DADOS DE UM<br />

ESTUDO PILOTO<br />

JONES NEUENFELD SCHÜLLER<br />

GABRIELA TORNQUIST<br />

A ANÁLISE DE DESVIO FONOLÓGICO À LUZ DE SEGMENTOS<br />

E TRAÇOS<br />

RICHELE DE OLIVEIRA PIRES<br />

TAMIRES PEREIRA DUARTE GOULART<br />

O COMPORTAMENTO DAS RESTRIÇÕES UNIVERSAIS NA TE-<br />

ORIA DA OTIMIDADE ESTOCÁSTICA E NA GRAMÁTICA<br />

HARMÔNICA FRENTE AO FENÔMENO DA EPÊNTE<br />

ROBERTA QUINTANILHA AZEVEDO<br />

CARMEN LUCIA MATZENAUER (ORIENTADORA)<br />

UBIRATÃ KICKHOFEL ALVES (ORIENTADOR)<br />

A PRODUTIVIDADE DA HARMONIA VOCÁLICA DURANTE O<br />

DESENVOLVIMENTO LINGUÍSTICO<br />

TAMIRES PEREIRA DUARTE GOULART<br />

VIVIANE PERES DE JESUS LINO<br />

24


COMUNICAÇÕES 10 – SALA 403B<br />

AS TEORIAS LINGUÍSTICAS SUBJACENTES ÀS PROVAS DO<br />

PAVE<br />

CLEIDE MARTINEZ DA SILVA<br />

MARINA CABREIRA ROCHA DE MORAES<br />

PADRÕES DE COOCORRÊNCIA CV EM DADOS DO PORTU-<br />

GUÊS BRASILEIRO DE CRIANÇAS DE 1 A 3 ANOS<br />

MÁRCIA ZIMMER<br />

ROSANE GARCIA SILVA<br />

AQUISIÇÃO DA ESCRITA: UM ESTUDO SOBRE OS ERROS OR-<br />

TOGRÁFICOS EM TEXTOS DE CRIANÇAS BILÍNGUES (POR-<br />

TUGUÊS-ESPANHOL)<br />

ROSIANI TERESINHA SOARES MACHADO<br />

ESPAÑOL PARA NIÑOS: LA ADQUISICIÓN DE LA LENGUA A<br />

TRAVÉS DE CANCIONES Y JUEGOS<br />

THAIS PRISCILA SILVA DE OLIVEIRA<br />

CRISTINA PUREZA DUARTE BOÉSSIO<br />

A AQUISIÇÃO DOS DITONGOS [AJ] E [EJ] NA ESCRITA DE<br />

ALUNOS DE SÃO JOSÉ DO NORTE/RS<br />

VERONICA SANTOS DO AMARAL<br />

GIOVANA FERREIRA GONÇALVES<br />

COMUNICAÇÕES 11 - SALA 404B<br />

GÊNEROS TEXTUAIS E ENSINO DE GRAMÁTICA: OS PREFI-<br />

XOS DE NEGAÇÃO EM BULAS<br />

ADRIANA NASCIMENTO BODOLAY<br />

ALINE MOURA DOMINGUES<br />

FYAMA MEDEIROS<br />

HÁ VÁRIOS E MUITO POUCOS... (IN)ADEQUAÇÃO DE EXEM-<br />

PLARES DE GÊNERO EM LIVROS DIDÁTICOS PARA UM CUR-<br />

SO DE INGLÊS<br />

ALESSANDRA BALDO<br />

CLEIDE INÊS WITTKE<br />

25


A NOMINALIZAÇÃO NA CONSTRUÇÃO DAS FÓRMULAS DIS-<br />

CURSIVAS: UM ESTUDO DAS EMENTAS<br />

ANDRÉ LIMA CORDEIRO<br />

A CARACTERIZAÇÃO DA REVISÃO TEXTUAL DOCENTE DO<br />

GÊNERO BIOGRAFIA<br />

DÉBORA SODRÉ ESPER<br />

A LINGUAGEM JORNALÍSTICA NO TWITTER<br />

MABEL OLIVEIRA TEIXEIRA<br />

NOTÍCIAS E EDITORIAIS NO ENSINO DE PORTUGUÊS<br />

MÁRCIA DRESCH<br />

KELEN PEREIRA FARIAS<br />

O DISCURSO OPINATIVO: O PAPEL DO ADJETIVO<br />

MISAEL KRÜGER LEMES<br />

ANTONIO SANTANA PADILHA<br />

COMUNICAÇÕES 12 – SALA 405B<br />

O PAPEL DO DIÁRIO REFLEXIVO NO PIBID/LETRAS<br />

FABIANA GIOVANI<br />

ISAPHI MARLENE JARDIM ALVAREZ<br />

O GÊNERO DISCURSIVO RELATÓRIO DE ATIVIDADE EXTER-<br />

NA NO ENSINO DA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL: REFLEXÕES E<br />

ANÁLISES<br />

FERNANDA PIZARRO DE MAGALHÃES<br />

O GÊNERO HISTÓRIA EM QUADRINHOS NO ENSINO DE LEI-<br />

TURA E ESCRITA NAS AULAS DE ELE.<br />

FYAMA DA SILVA MEDEIROS<br />

GÊNERO DISCURSIVO REPORTAGEM: UMA PROPOSTA DE<br />

INTERVENÇÃO DIDÁTICA<br />

GEANINE RAMBO<br />

THAÍS PAZ CALLEGARO<br />

A FORMAÇÃO DE LEITORES NO ENSINO FUNDAMENTAL<br />

LEONARDO BARROS MEDEIROS<br />

26


SAMPESCREVE<br />

LIA CRISTINA CERON<br />

AMANDA LOPES MORENO<br />

COMUNICAÇÕES 11- SALA 406B<br />

O AVESSO DA HISTÓRIA EM HISTÓRIA MEIO AO CONTRÁRIO<br />

EVELINE ROSA PERES<br />

PRODUÇÃO DE SENTIDOS SOBRE A PRÁTICA TEATRAL:<br />

PERSPECTIVA DIALÓGICA NA DIMENSÃO VERBO-VISUAL<br />

JEAN CARLOS GONÇALVES<br />

LIVROS DIDÁTICOS DE LÍNGUA PORTUGUESA: CONFIGURA-<br />

ÇÃO GRÁFICA E ALTERAÇÕES AO LONGO DO TEMPO<br />

JOCELI CARGNELUTTI<br />

O TRABALHO COM O GÊNERO NO LIVRO DIDÁTICO: UM E-<br />

XEMPLO DA DIFICULDADE DO TRATAMENTO DISCURSIVO<br />

DA LINGUAGEM.<br />

KARINA GIACOMELLI<br />

O EXCESSO, A FALTA E O ESTRANHAMENTO – PISTAS DO<br />

HORROR QUE REFLETEM NO CALADO DE “SHOES ON THE<br />

DANUBE PROMENADE”<br />

MARCHIORI QUADRADO DE QUEVEDO<br />

A CONTRIBUIÇÃO DA POESIA E DA NARRATIVA PARA O<br />

ENSINO DA LÍNGUA ESPANHOLA<br />

PABLO RAMOS SILVEIRA<br />

COMUNICAÇÕES 12 – SALA 407B<br />

TRABALHO DOCENTE: SUA REPRESENTAÇÃO PARA ALUNOS<br />

DE LICENCIATURA EM LETRAS<br />

KAROLINE RODRIGUES DE MELO<br />

VANESSA BIANCHI GATTO<br />

REPRESENTAÇÕES DO AGIR DOCENTE: QUAL A CONSTRU-<br />

ÇÃO PRESENTE NO DISCURSO DO FUTURO PROFESSOR?<br />

LOUISE CERVO SPENCER<br />

27


O TRABALHO COM A LÍNGUA PORTUGUESA A PARTIR DOS<br />

GÊNEROS DO DISCURSO<br />

MARIA EDUARDA MOTTA DOS SANTOS<br />

THAÍS PAZ BARBOSA<br />

COMO ARTICULAR ATIVIDADES DE LEITURA, ESCRITA E<br />

ANÁLISE LINGUÍSTICA?<br />

MICHELE FREITAS GOMES<br />

COMUNICAÇÕES 13 - SALA 408B<br />

A SIGNIFICÂNCIA EM LINGUAGEM POÉTICA: UM ESTUDO<br />

ENUNCIATIVO EM CANÇÕES DE CHICO BUARQUE<br />

LUANA MÜLLER DE MELLO<br />

FORMANDO LEITORES PROFICIENTES<br />

MILLAINE DE SOUZA CARVALHO<br />

SANTIAGO BRETANHA FREITAS<br />

O ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA PROJETADO EM TEX-<br />

TOS DE APRESENTAÇÃO DE MANUAIS DIDÁTICOS DE 1960-<br />

1970<br />

NINA ROSA LICHT RODRIGUES<br />

TRATAMENTO ATRIBUÍDO À ORALIDADE NO LIVRO DIDÁ-<br />

TICO DE PORTUGUÊS: ALGUNS APONTAMENTOS<br />

PAULA GAIDA WINCH<br />

A IDENTIDADE DOS (IN)DOCUMENTADOS: O CASO DOS MI-<br />

GRANTES MEXICANOS NO FILME "UMA VIDA MELHOR"<br />

REGINA ZAUK LEIVAS<br />

O USO DAS FÁBULAS NO ENSINO FUNDAMENTAL PARA O<br />

DESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEM ORAL E ESCRITA<br />

RENAN DE MOURA RODRIGUES LIMA<br />

COMUNICAÇÕES 14 - SALA409B<br />

UMA AQUARELA DE SAINT-EXUPÉRY: UMA ABORDAGEM<br />

DESCRITIVO-ANALÍTICA DO VERBAL E DO NÃO-VERBAL EM<br />

O PEQUENO PRÍNCIPE<br />

SANDRA REGINA KLAFKE<br />

28


PRODUÇÃO TEXTUAL NO ENSINO MÉDIO: ALGUMAS POSSI-<br />

BILIDADES<br />

STEFANIA MARIN DA SILVA<br />

VAIMA REGINA ALVES MOTTA<br />

O TRABALHO COM A LÍNGUA PORTUGUESA A PARTIR DOS<br />

GÊNEROS DO DISCURSO<br />

THAÍS PAZ BARBOSA<br />

MARIA EDUARDA MOTTA DOS SANTOS<br />

GÊNERO RELATÓRIO DE ESTÁGIO EM ESPANHOL: UMA<br />

PERSPECTIVA A PARTIR DA ANÁLISE DE ERROS<br />

TRICIANE RABELO DOS SANTOS<br />

O DIÁRIO DE AGRICULTORES COMO GÊNERO DO “DIA A<br />

DIA”<br />

VANIA GRIM THIES<br />

COMUNICAÇÕES 15 - SALA 207C<br />

A IMAGEM DO PROFESSOR DE LÍNGUA PORTUGUESA CONS-<br />

TRUÍDA PELA VOZ OFICIAL: CAMINHOS E DESCAMINHOS<br />

DOS PROFESSORES DE PORTUGUÊS.<br />

ADRIANA FERNANDES DE OLIVEIRA<br />

UMA PERSPECTIVA BIBLIOGRÁFICA SOBRE A TEORIA DA<br />

ARGUMENTAÇÃO NA LÍNGUA E DA POLIFONIA<br />

ALESSANDRA DA SILVEIRA BEZ<br />

ANÁLISE DO DISCURSO SOBRE A MULHER MATERIALIZADO<br />

EM COMERCIAIS TELEVISIVOS<br />

ALINE DE LIMA BAZERQUE<br />

SOBRE OS “NÃOS” DO EX-PRESIDENTE LULA: UM ESTUDO<br />

SOBRE A CONTRAÇÃO DIALÓGICA<br />

MARIANA LOURAL CORADINI<br />

ERICK KADER CALLEGARO CORREA<br />

PROJETOS DIDÁTICOS E O ENSINO DE PORTUGUÊS: TECEN-<br />

DO INTERLOCUÇÕES, FORMANDO AUTORIAS<br />

WILLIAM KIRSCH<br />

29


COMUNICAÇÕES 16 - SALA 212C<br />

GESTOS DE INTERPRETAÇÃO, LEITURA E AUTORIA NO FA-<br />

CEBOOK: CURTIR OU COMPARTILHAR?<br />

ANA CRISTINA FRANZ RODRIGUES<br />

INSTÂNCIAS DISCURSIVAS DE REGULAMENTAÇÃO DE PRO-<br />

FISSIONAIS DE LETRAS E DE DIREITO: UMA RELAÇÃO EN-<br />

TRE PROFISSÕES NÃO-REGULAMENTADAS E REGULAMEN-<br />

TADAS<br />

ANA LUCIA CHELOTI PROCHNOW<br />

ADRIANA SILVEIRA BONUMÁ<br />

A “LÍNGUA” E A CORRELAÇÃO DE FORÇAS QUE ATRAVES-<br />

SAM O DISCURSO DOCENTE<br />

ANDRÉA PESSÔA DOS SANTOS<br />

CRÔNICA "SIMPLICIDADE": UMA PROPOSTA DE ANÁLISE<br />

ENUNCIATIVA<br />

ANNA CERVO<br />

APLICANDO A SUSTENTABILIDADE NA MODA DE PELOTAS<br />

FRANTIESKA HUSZAR SCHNEID<br />

COMUNICAÇÕES 17 - SALA213C<br />

CORPO E RESISTÊNCIA(S) NA CONSTITUIÇÃO DO SUJEITO: O<br />

DISCURSO DO CORPO NA MARCHA DAS VADIAS<br />

AUGUSTO CESAR RADDE DA SILVA<br />

O DISCURSO CONTRADITÓRIO. UMA ANÁLISE SOBRE OS<br />

PROCESSOS DISCURSIVOS PRESENTES EM PERFIS NEONA-<br />

ZISTAS NO ORKUT<br />

FELIPE ALVES PEREIRA AVILA<br />

AS CONTRIBUIÇÕES DA ANÁLISE DE DISCURSO PARA O USO<br />

DO DICIONÁRIO NO ENSINO DE LÍNGUAS<br />

CAMILLA BALDICERA BIAZUS<br />

DIANTE DA LEI... AFLIÇÃO E APRISIONAMENTO AO PRO-<br />

CESSO<br />

CARME REGINA SCHONS<br />

30


LUCAS FREDERICO ANDRADE DE PAULA<br />

A INTERSUBJETIVIDADE PELA TEORIA DA ARGUMENTAÇÃO<br />

NA LÍNGUA: UMA INFLUÊNCIA BENVENISTIANA<br />

CHRISTIÊ DUARTE LINHARES<br />

COMUNICAÇÕES 18 - SALA 216C<br />

EFEITOS DE SENTIDO NO DISCURSO DE PROFESSORES DE<br />

LÍNGUA PORTUGUESA DA REDE ESTADUAL DE ENSINO NO<br />

INTERIOR DE MATO GROSSO<br />

CLÁUDIA LANDIN NEGREIROS<br />

REGINA MARIA VARINI MUTTI<br />

A LEITURA DE CHARGES: UMA CONCEPÇÃO DISCURSIVA<br />

CLÓRIS MARIA FREIRE DOROW<br />

A ALTERIDADE CONSTITUTIVA DA LINGUAGEM<br />

CRISTINA RORIG<br />

JOSELINE TATIANA BOTH<br />

A PRESENÇA DE SAUSSURE E BENVENISTE NA TEORIA DO<br />

RITMO DE HENRI MESCHONNIC<br />

DAIANE NEUMANN<br />

IMAGENS QUE ENUNCIAM: O VERBAL E O NÃO-VERBAL NOS<br />

PROCESSOS DE ENSINO-APRENDIZAGEM<br />

ÉDERSON LUÍS DA SILVEIRA<br />

COMUNICAÇÕES 19 - SALA 221C<br />

AUTOMÓVEL E ADESIVO: A EVIDÊNCIA DE UMA NOVA SUB-<br />

JETIVIDADE<br />

ELISANE PINTO DA SILVA MACHADO DE LIMA<br />

A IMAGEM DO ALOCUTÁRIO CONSTRUÍDA LINGUISTICA-<br />

MENTE PELO LOCUTOR<br />

ÉRICA KRACHEFSKI NUNES<br />

O DISCURSO CITADO E AS REPRESENTAÇÕES DE GÊNERO<br />

EM PUBLICIDADES DE BRINQUEDOS<br />

GENI VANDERLÉIA MOURA DA COSTA<br />

31


LIVRO DIDÁTICO DE PORTUGUÊS: A PARTICIPAÇÃO DO<br />

LINGUISTA<br />

GRAZIELA LUCCI DE ANGELO<br />

O DISCURSO MACHISTA E SEUS REFLEXOS NO DIREITO DE<br />

FAMÍLIA<br />

GUSTAVO KRATZ GAZALLE<br />

O FALAR DE SI EM UM AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZA-<br />

GEM: DISCURSO, SUJEITO E CORPO<br />

JANAINA CARDOSO BRUM<br />

COMUNICAÇÕES 20 - SALA 230C<br />

A CARACTERÍSTICA EMANCIPATÓRIA DA EDUCAÇÃO EXIGE<br />

A PESQUISA COMO MÉTODO FORMATIVO, PELA RAZÃO<br />

PRINCIPAL DE QUE SOMENTE UM AMBIENTE<br />

JOSELINE TATIANA BOTH<br />

CRISTINA RORIG<br />

ENTRE FORMA E SENTIDO: A RELAÇÃO ENTRE AS ORAÇÕES<br />

SUBORDINADAS ADVERBIAIS E OS TIPOS DE ARGUMENTOS<br />

HELOÍSA NEUHAUS<br />

UMA PERSPECTIVA DISCURSIVA SOBRE A IMAGEM DO SU-<br />

JEITO-PROFESSOR CONSTITUTIVA NO PROCESSO DE DISCI-<br />

PLINARIZAÇÃO DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO<br />

IEDA MÁRCIA DONATI LINCK<br />

O DISCURSO DE APRESENTAÇÃO DO LIVRO DIDÁTICO<br />

IVANETE TERESINHA FERNANDES PEDROSO<br />

CONECTORES E EFEITOS DE SENTIDO: UMA PERSPECTIVA A<br />

PARTIR DA LINGUÍSTICA DA ENUNCIAÇÃO PARA O TRABA-<br />

LHO COM TEXTOS DE DIMENSÃO ARGUMENTATIVA<br />

IVANI CRISTINA SILVA FERNANDES<br />

O CONCEITO DE DEBILIDADE E A HISTÓRIA DAS IDEIAS<br />

LINGUÍSTICAS<br />

MARCELO DA ROCHA GARCEZ<br />

32


DIA 3 DE OUTUBRO - (QUARTA-FEIRA) - 16 H<br />

COMUNICAÇÕES<br />

COMUNICAÇÕES 21 - SALA 207C<br />

EDITORIAIS - ADVÉRBIOS EM EVIDÊNCIA<br />

ANTONIO SANTANA PADILHA<br />

MISAEL KRÜGER LEMES<br />

PROFESSORES OU APRENDIZES DE INGLÊS EM FORMAÇÃO?<br />

A CONSTITUIÇÃO IDENTITÁRIA DE ESTUDANTES DE LICEN-<br />

CIATURA EM LETRAS<br />

GABRIELA BOHLMANN DUARTE<br />

A CRIAÇÃO DE MATERIAL DIDÁTICO A PARTIR DO GÊNERO<br />

NOTICIA<br />

ILMA SOUZA DE ÁVILA<br />

CARLA ALVES LIMA<br />

A DIDATIZAÇÃO/PEDAGOGIZAÇÃO DE SABERES NA FOR-<br />

MAÇÃO INICIAL DE PROFESSORES DE LÍNGUA PORTUGUESA<br />

MARY NEIVA SURDI DA LUZ<br />

ESCOLA: ESPAÇO PERMEADO DE VARIAÇÃO LINGUÍSTICA<br />

ROSEMERI VASCONCELLOS SOARES<br />

GLECE VALÉRIO KERCHINER<br />

COMUNICAÇÕES 22 - SALA 212C<br />

A PALATALIZAÇÃO NA DIACRONIA DO PB: CONTRIBUIÇÕES<br />

PARA O ENSINO<br />

ALINE NEUSCHRANK<br />

VOGAIS MÉDIAS – UM BALANÇO DO COMPORTAMENTO NA<br />

AQUISIÇÃO E EM TIPOLOGIAS DE LÍNGUAS<br />

GABRIELA TORNQUIST<br />

JONES NEUENFELD SCHÜLLER<br />

33


LA VARIACIÓN FONÉTICA EN LA CLASE DE ESPAÑOL COMO<br />

LENGUA ADICIONAL: UNA PROPUESTA DIDÁCTICA<br />

SANDIA BARAÑANO VIANA<br />

ANA PAULA FERREIRA SEIXA<br />

A AQUISIÇÃO DO MORFEMA DE PLURAL: CASO DE INTER-<br />

FACE FONOLOGIA/MORFOLOGIA<br />

VERIDIANA P. BORGES<br />

CARMEN LÚCIA BARRETO MATZENAUER<br />

O FENÔMENO DO TRUNCAMENTO PROSÓDICO: DADOS DA<br />

DIACRONIA, SINCRONIA E AQUISIÇÃO<br />

VIVIANE PERES DE JESUS LINO<br />

RICHELE DE OLIVEIRA PIRES<br />

COMUNICAÇÕES 23 - SALA 213C<br />

O GÊNERO TEXTUAL LENDA E O ENSINO DE LEITURA E ES-<br />

CRITA<br />

ADIANE FOGALI MARINELLO<br />

VANILDA SALTON KÖCHE<br />

RELEITURA DOS PCNS DE LÍNGUA PORTUGUESA À LUZ DA<br />

TEORIA DA ENUNCIAÇÃO BENVENISTIANA<br />

MÁRCIA ELISA VANZIN BOABAID<br />

A POESIA EM SALA DE AULA DE FLE<br />

MARISTELA GONÇALVES SOUSA MACHADO<br />

MARIZA PEREIRA ZANINI<br />

ATIVIDADES EXPERIMENTAIS EM DISCURSO: COM A PALA-<br />

VRA, OS PROFESSORES DE BIOLOGIA<br />

MICHELLE BOCCHI GONÇALVES<br />

CONTO POPULAR: UM GÊNERO TEXTUAL A SERVIÇO DO<br />

ENSINO DA LEITURA E ESCRITA<br />

VANILDA SALTON KÖCHE<br />

ADIANE FOGALI MARINELLO<br />

34


COMUNICAÇÕES 24 - SALA 216C<br />

RETRATOS DIGITAIS: O DISCURSO DA AUTO-AGRESSÃO<br />

NAIARA SOUZA DA SILVA<br />

“NÃO ESQUEÇA A MINHA CALOI”: ANÁLISE DISCURSIVA DE<br />

PROPAGANDA INFANTIL<br />

NATHALIA MADEIRA ARAUJO<br />

A CONSTRUÇÃO DO SENTIDO NOS TEXTOS PUBLICITÁRIOS<br />

PATRÍCIA NYSTROM FERNANDEZ<br />

EDITORIAL VS. PONTO DE VISTA: ANÁLISE DE TEXTOS À<br />

LUZ DA TEORIA DA AVALIATIVIDADE<br />

REJANE FLOR MACHADO<br />

ANGELA CORRÊA PAPAIANI<br />

GEDEON ELOENO RODRIGUES MESSA<br />

GISELE MARQUES VARGAS<br />

RODA-VIVA, DE CHICO BUARQUE, EM “INDIRETAS JÁ”, DO<br />

COMÉDIA MTV: DA CENSURA AO DISCURSO DA MÍDIA QUE<br />

RI DO SEU EXCESSO DE DIZER<br />

RENATA SILVEIRA DA SILVA<br />

COMUNICAÇÕES 25 - SALA 221C<br />

UMA ANÁLISE DO EDITAL DE CONVOCAÇÃO DO PNLD 2011<br />

DE LE A PARTIR DA HETEROGENEIDADE DISCURSIVA.<br />

RENATO PAZOS VAZQUEZ<br />

A (INTER)SUBJETIVIDADE NA GESTÃO ESCOLAR: UM ESTU-<br />

DO A PARTIR DO DIÁLOGO ENTRE A LINGUÍSTICA DA E-<br />

NUNCIAÇÃO E A ERGOLOGIA<br />

ROSÂNGELA MARKMANN MESSA<br />

BRASIGUAIOS: UMA POSIÇÃO-SUJEITO NA LUTA PELA TER-<br />

RA<br />

ROSEMERE DE ALMEIDA AGUERO<br />

35


DOCUMENTOS OFICIAIS PARA O ENSINO DE LÍNGUA POR-<br />

TUGUESA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL: ANÁLISE<br />

DO PROCESSO DE ELABORAÇÃO<br />

SILVANA SCHWAB DO NASCIMENTO<br />

ESTUDO EXPLORATÓRIO SOBRE ANÁLISE DE ERROS EM<br />

REDAÇÕES DE ESPANHOL COM LÍNGUA ESTRANGEIRA<br />

VERA PINTO VIGIL<br />

COMUNICAÇÕES 26 - SALA 230C<br />

DA LEGISLAÇÃO AO INSTRUMENTO LINGUÍSTICO: O FUN-<br />

CIONAMENTO DA MEMÓRIA DISCURSIVA.<br />

VALERIA DE CASSIA SILVEIRA SCHWUCHOW<br />

HÁ ESPAÇO PARA A AQUISIÇÃO DE SEGUNDA LÍNGUA NA<br />

ENUNCIAÇÃO?<br />

VERONICA PASQUALIN MACHADO<br />

DISCURSO IRÔNICO NO “JORNAL SENSACIONALISTA”: TE-<br />

CENDO RELAÇÕES ENTRE HUMOR E MERCADORIA<br />

VIRGÍNIA LUCENA CAETANO<br />

LEITURA E FORMAÇÃO DOCENTE<br />

ADRIANA KEMP<br />

CONTATO LINGUÍSTICO E ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA<br />

SANIMAR BUSSE<br />

COMUNICAÇÕES 27 - SALA 414C<br />

PRATICANDO SEMINÁRIOS NO ENSINO MÉDIO: DESAFIOS E<br />

POSSIBILIDADES<br />

ALÍCIA ENDRES SOARES<br />

AS DIRETRIZES ESTADUAIS E O ENSINO DE INGLÊS NO PA-<br />

RANÁ: DESVENDANDO DIFERENTES PERFIS DE PROFESSO-<br />

RES<br />

ANA AMÉLIA CALAZANS DA ROSA<br />

36


ENTRE A TEORIA E A PRÁTICA: O QUE (RE)VELA O DISCUR-<br />

SO DO ESTÁGIO DE PROFESSORES DE LÍNGUAS EM FORMA-<br />

ÇÃO<br />

ANA PEDERZOLLI CAVALHEIRO<br />

PROJETO BIBLIOTECA VIVA: DANDO ASAS AOS SONHOS<br />

ANGÉLICA MARGARET JARDIM ALVAREZ<br />

FERNANDA CAVALHEIRO GRANATO<br />

COMUNICAÇÕES 28 - SALA 415C<br />

OFICINAS DE LITERATURA REGIONALISTA NO ENSINO MÉ-<br />

DIO: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA<br />

BÁRBARA VARGAS ABOTT<br />

VALESCA BRASIL IRALA (ORIENTADORA)<br />

RELATO ACERCA DOS DESAFIOS DA PROFISSÃO: UM ESTU-<br />

DO DE CASO QUE TRANSPASSA BARREIRAS<br />

CAMILA QUEVEDO OPPELT<br />

PROFISSIONAIS DA ACADEMIA VERSUS PROFISSIONAIS DE<br />

MERCADO: ASSIMETRIA INTERNA AOS SISTEMAS ALOPOIÉ-<br />

TICOS NA ÁREA DE LETRAS<br />

CARLA CALLEGARO CORRÊA KADER<br />

MARCOS GUSTAVO RICHTER<br />

ESCRILEITURAS E FORMAÇÃO DOCENTE: TRAVESSIAS DE<br />

UM MODO DE “LER-ESCREVER” EM MEIO À VIDA<br />

CARLA GONÇALVES RODRIGUES<br />

JOSIMARA SILVA WIKBOLDT<br />

37


DIA 3 DE OUTUBRO - (QUARTA-FEIRA) - 16 H<br />

SIMPÓSIOS<br />

SIMPÓSIO 1 – SALA 204B<br />

QUEM É O PROFESSOR? MÚLTIPLAS PERSPECTIVAS DE<br />

FORMAÇÃO DOCENTE<br />

RAFAELA FETZNER DREY (COORDENADORA)<br />

Inserido na linha temática “Ensino e novos perfis <strong>de</strong> professores: propostas”,<br />

este simpósio tem como principal objetivo discutir perspectivas<br />

teórico-metodológicas <strong>de</strong> formação docente a partir da apresentação <strong>de</strong><br />

estudos com diferentes aportes, porém com o mesmo foco: compreen<strong>de</strong>r,<br />

mais além, como se “forma” um professor e <strong>de</strong> que maneira a linguagem<br />

é inerente a este processo, no sentido <strong>de</strong> <strong>de</strong>svelar os elementos<br />

interpretativos que possibilitam a “observação” da emergência da profissionalida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> um trabalhador do ensino. Nesse sentido, serão apresentados<br />

os resultados <strong>de</strong> dois trabalhos que analisaram a formação<br />

inicial <strong>de</strong> docentes; e dois trabalhos em curso que preconizam os meandros<br />

da formação continuada <strong>de</strong> docentes que já atuam em sala <strong>de</strong> aula.<br />

Os diferentes focos <strong>de</strong> análise dos trabalhos componentes do simpósio<br />

po<strong>de</strong>m oportunizar o estabelecimento <strong>de</strong> um diálogo profícuo, com o<br />

intuito <strong>de</strong> expandir, cada vez mais, nossa compreensão acerca da profissão<br />

“professor”.<br />

Palavras-chave: Trabalho docente. Formação <strong>de</strong> professores. Narrativas.<br />

Competência docente.<br />

O QUE AS FIGURAS DE AÇÃO REVELAM SOBRE O AGIR DO-<br />

CENTE<br />

ALESSANDRA PREUSSLER DE ALMEIDA<br />

PROFISSIONALIDADE E TRABALHO DOCENTE NA FORMA-<br />

ÇÃO CONTINUADA COOPERATIVA<br />

ANDERSON CARNIN<br />

A ESCRITA NA FORMAÇÃO ACADÊMICO-PROFISSIONAL:<br />

PESQUISA IMPULSIONADA EM RODAS DE FORMAÇÃO<br />

FERNANDA MEDEIROS DE ALBUQUERQUE<br />

38


A COMPETÊNCIA PROFISSIONAL DOCENTE EM UMA PERS-<br />

PECTIVA MULTIMODAL DE ANÁLISE DO TRABALHO RE-<br />

AL/CONCRETIZADO<br />

RAFAELA FETZNER DREY<br />

SIMPÓSIO 2 – SALA 206B<br />

ENSINO E APRENDIZAGEM DE LIBRAS: PERSPECTIVAS<br />

OUVINTES E SURDAS<br />

CÁTIA DE AZEVEDO FRONZA (COORDENADORA)<br />

Neste simpósio, preten<strong>de</strong>mos refletir sobre aspectos relacionados ao<br />

acesso à Libras por ouvintes e por surdos, consi<strong>de</strong>rando diferentes contextos<br />

<strong>de</strong> estudo. Inicialmente, serão focadas discussões que remetem à<br />

aprendizagem <strong>de</strong> Libras por ouvintes. O primeiro trabalho apresenta<br />

uma proposta <strong>de</strong> pesquisa, baseada na experiência do autor, professor e<br />

pesquisador surdo, que, ao invés <strong>de</strong> consi<strong>de</strong>rar a lógica ouvinte <strong>de</strong> aprendizagem,<br />

que se vale da modalida<strong>de</strong> oral da língua portuguesa,<br />

toma uma abordagem visuolingual, justificando-a a partir <strong>de</strong> suas vivências<br />

como professor <strong>de</strong> língua <strong>de</strong> Libras para aprendizes ouvintes. O<br />

segundo estudo visa refletir sobre a apropriação da Libras, também por<br />

aprendizes ouvintes, consi<strong>de</strong>rando, neste caso, seu <strong>de</strong>sempenho em<br />

busca do domínio da marcação não-manual. Em fase inicial da investigação,<br />

serão apontadas as reflexões preliminares sobre esta especificida<strong>de</strong><br />

da língua, indicando as metas previstas. Por fim, o último trabalho<br />

<strong>de</strong>sta sessão, olha para o cotidiano escolar do aluno surdo, refletindo<br />

sobre o ensino da Língua Portuguesa para alunos surdos, consi<strong>de</strong>rando<br />

o perfil do profissional da área, as tecnologias e recursos para as práticas<br />

em sala <strong>de</strong> aula, o planejamento e a avaliação constantes em busca<br />

da real aprendizagem <strong>de</strong>sse aluno. Enten<strong>de</strong>mos que as discussões permitidas<br />

por esses estudos possibilitarão contribuições bastante ricas<br />

sobre a aprendizagem da Libras, da Língua Portuguesa e da relação<br />

entre ambas em contextos partilhados por surdos e ouvintes que merecem<br />

atenção e estudo.<br />

O ENSINO DA LÍNGUA PORTUGUESA PARA ALUNOS SUR-<br />

DOS: OS DESAFIOS DE CADA PROPOSTA<br />

ANDRÉIA GULIELMIN DIDÓ<br />

39


A APRENDIZAGEM DA MARCAÇÃO NÃO-MANUAL DA LI-<br />

BRAS POR OUVINTES<br />

DIEGO TEIXEIRA DE SOUZA<br />

AQUISIÇÃO DE LINGUAGEM POR SURDOCEGO PRÉ-<br />

SIMBÓLICO: COMO OCORRE ESSE PROCESSO?<br />

FERNANDA CRISTINA FALKOSKI<br />

A LÍNGUA PORTUGUESA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL: PRO-<br />

BLEMATIZANDO LEITURA, ESCRITA E MEDIAÇÃO<br />

MOEMA KARLA OLIVEIRA SANTANNA<br />

EDUCAÇÃO BILÍNGUE PARA SURDOS: UM DESAFIO EM TEM-<br />

POS DE INCLUSÃO<br />

VÂNIA ELIZABETH CHIELLA<br />

SIMPÓSIO 3 – SALA 208B<br />

GEBAP (GRUPO DE ESTUDOS BAKHTINIANOS DO PAMPA):<br />

RELAÇÕES COM ENSINO DA LÍNGUA/LITERATURA<br />

MOACIR LOPES DE CAMARGOS (COORDENADOR)<br />

Este simpósio tem por objetivo trazer reflexões produzidas pelo grupo<br />

<strong>de</strong> pesquisa GEBAP (Grupo <strong>de</strong> Estudos Bakhtinianos do Pampa) a<br />

partir do diálogo entre os estudos realizados pelo pensador russo Bakhtin<br />

e suas relações com o ensino <strong>de</strong> língua e literatura. As pesquisas em<br />

pauta, vinculadas à Unipampa, estão sendo <strong>de</strong>senvolvidas em algumas<br />

escolas da re<strong>de</strong> pública <strong>de</strong> ensino da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Bagé/RS e tematizam a<br />

questão do dialogismo nas relações professor/aluno, dos gêneros do<br />

discurso na escrita escolar, no espaço virtual e da polifonia na obra<br />

literária do escritor mexicano Juan Rulfo. No momento, estão sendo<br />

gerados os dados a partir <strong>de</strong> observações e entrevistas, além <strong>de</strong> uma<br />

revisão bibliográfica e <strong>de</strong> algumas análises preliminares. Po<strong>de</strong>mos<br />

apontar, como conclusões provisórias que não se po<strong>de</strong> <strong>de</strong>svincular o<br />

ensino <strong>de</strong> língua da literatura, uma vez que ambas tem como condição<br />

sine qua non a linguagem como foco <strong>de</strong> interesse, ou seja, elas estão em<br />

constante diálogo.<br />

OS PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS E AS PRÁTI-<br />

CAS DOCENTES<br />

CÁSSIA RODRIGUES GONÇALVES<br />

40


AS NOVAS FACES DOS GÊNEROS DISCURSIVOS NA INTER-<br />

NET<br />

FERNANDO VARGAS VIEIRA<br />

A VOZ DO CAMPESINO NA OBRA DE JUAN RULFO<br />

JÉSSICA VAZ DE MATTOS<br />

UM OLHAR PARA A CULTURA DO OUTRO: A FRONTEIRA<br />

RETRATADA PELA LITERATURA<br />

MOACIR LOPES DE CAMARGOS<br />

A INTERAÇÃO PROFESSOR/ALUNO E AS CONDIÇÕES DE<br />

PRODUÇÃO TEXTUAL<br />

VERIDIANA FERREIRA MORAES<br />

SIMPÓSIO 4 – SALA 213B<br />

DIÁLOGOS NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE LÍNGUA<br />

PORTUGUESA: TEORIA E PRÁTICA<br />

LUCIA ROTTAVA (COORDENADORA)<br />

Este simpósio se constitui uma reflexão a respeito do processo <strong>de</strong> formação<br />

<strong>de</strong> sujeitos na graduação, professores na área <strong>de</strong> língua portuguesa.<br />

A importância <strong>de</strong>sse processo <strong>de</strong> formação está na articulação <strong>de</strong><br />

teoria e prática mesmo antes <strong>de</strong> atuar em sala <strong>de</strong> aula. Essa articulação é<br />

necessária <strong>de</strong>vido a vários fatores, por exemplo: a) predominância no<br />

enfoque aos conteúdos, <strong>de</strong>ixando para segundo plano a prática; b) frágil<br />

relação entre o ensino e a formação <strong>de</strong> leitores e suas implicações referentes<br />

à teoria adotada; c) carência <strong>de</strong> pesquisas que tenham investigado<br />

a leitura em contexto acadêmico e sua relação com a formação <strong>de</strong> leitores.<br />

Para tanto, este simpósio busca compartilhar experiências <strong>de</strong> ensino<br />

relativas a atuações mais efetivas em sala <strong>de</strong> aula ainda durante a graduação;<br />

a práticas efetivas que supõem o envolvimento do sujeito-leitor<br />

em um processo que é altamente subjetivo, pois, cada leitor, fixa sua<br />

singularida<strong>de</strong> no ato <strong>de</strong> leitura; a práticas que levam em conta o processo<br />

<strong>de</strong> leitura <strong>de</strong> sujeitos no início da formação acadêmica.<br />

PLANEJANDO O ENSINO DE LINGUA PORTUGUESA: A EXPE-<br />

RIÊNCIA PIBID/LETRAS/UFRGS/CAPES<br />

INGRID NANCY STURM<br />

41


LEITURA EM PERSPECTIVA ENUNCIATIVA<br />

ANE DA COSTA NAUJORKS<br />

LEITURA DE GÊNEROS ACADÊMICOS: O PROCESSO DE<br />

CONSTRUÇÃO DE SENTIDOS DE ALUNOS DE LETRAS<br />

LUCIA ROTTAVA<br />

SIMPÓSIO 5 – SALA 215B<br />

LINGUAGEM, GÊNEROS DISCURSIVOS E A CONSTRUÇÃO<br />

DO SENTIDO<br />

ADRIANA DANIELSKI BATISTA (COORDENADORA)<br />

O simpósio comporta estudos direcionados para análise <strong>de</strong> diferentes<br />

gêneros do discurso, consi<strong>de</strong>rando o ensino <strong>de</strong> língua materna e/ou<br />

estrangeira, tendo como base a teoria <strong>de</strong>senvolvida pelos estudiosos do<br />

Círculo <strong>de</strong> Bakhtin.<br />

PIADA: UM GÊNERO QUE SUBVERTE A PALAVRA<br />

ADRIANA DANIELSKI BATISTA<br />

A IMPORTÂNCIA DA VOZ NAS INTERAÇÕES EM SALA DE<br />

AULA<br />

FLÁVIA FIALHO CRONEMBERGER<br />

RELAÇÕES DIALÓGICAS E DISCURSO CITADO: TECENDO<br />

UMA HISTÓRIA COM BAKHTIN E JOÃO CABRAL DE MELO<br />

NETO.<br />

NILZETE CRUZ SILVA<br />

MANUAL DO PROFESSOR DE LÍNGUA PORTUGUESA: CONS-<br />

TITUIÇÃO DO GÊNERO E REFLEXOS NO ENSINO<br />

PATRÍCIA RIBEIRO DE ANDRADE<br />

42


SIMPÓSIO 6 – SALA 302B<br />

DISCURSO E MÍDIA<br />

KELLI DA ROSA RIBEIRO (COORDENADORA)<br />

CRISTHIANE FERREGUETT (COORDENADORA)<br />

O presente Simpósio, “Discurso e Mídia”, apresenta pesquisas que<br />

discutem diferentes materialida<strong>de</strong>s discursivas na esfera midiática no<br />

contexto atual. A teoria enunciativa do Círculo <strong>de</strong> Bakhtin norteia as<br />

reflexões sobre produção, circulação e recepção <strong>de</strong> diversos gêneros<br />

midiáticos que se engendram na socieda<strong>de</strong> contemporânea.<br />

RELAÇÕES DIALÓGICAS EM REVISTA INFANTIL: EROTIZA-<br />

ÇÃO PRECOCE DE MENINAS<br />

CRISTHIANE FERREGUETT<br />

MIDIATIZAÇÃO DO CÂNCER: ESTRATÉGIAS DISCURSIVAS<br />

EM REVISTAS SEMANAIS<br />

ÉLIDA LIMA<br />

A SENSUALIDADE MASCULINA EM ANÚNCIOS DE SERVIÇOS<br />

SEXUAIS: ABORDAGEM DIALÓGICA DO DISCURSO<br />

KELLI DA ROSA RIBEIRO<br />

POLÍTICA BRASILEIRA: ENTRE DUAS DECLARAÇÕES<br />

VERIDIANA CAETANO<br />

SIMPÓSIO 7 – SALA 304B<br />

AS DERIVAS DO SENTIDO E SUAS MATERIALIZAÇÕES NAS<br />

PRÁTICAS DISCURSIVAS<br />

RAQUEL RIBEIRO MOREIRA (COORDENADORA)<br />

Este simpósio tem o sentido, assim como é concebido na Análise <strong>de</strong><br />

Discurso francesa, como eixo aglutinador; os trabalhos nele inscritos<br />

preten<strong>de</strong>m pontuar como os sentidos constituem-se <strong>de</strong> modo heterogêneo<br />

nas diferentes formas discursivas, sejam elas orais, pictóricas ou<br />

textuais. O sentido na AD não é único, literal, nem ao menos linear. Ele<br />

não se origina no momento da fala, tão pouco po<strong>de</strong> ser visto como conteúdo<br />

específico <strong>de</strong> uma palavra ou proposição. Pois este sentido é<br />

somente mais ou menos estável, porque é tido como <strong>de</strong>slizamentos que<br />

43


se constituem na relação <strong>de</strong>terminada do sujeito com a história. Nessa<br />

perspectiva, então, o sentido ganha mobilida<strong>de</strong>, po<strong>de</strong>ndo transformar-se<br />

e multiplicar-se. Entretanto, isso não significa que o sentido possa ser<br />

qualquer um, pois eles, sempre no plural, são <strong>de</strong>terminados pelas posições<br />

i<strong>de</strong>ológicas que estão em jogo no processo sócio-histórico em que<br />

são produzidos. E é isso que os trabalhos <strong>de</strong>ste simpósio preten<strong>de</strong>m<br />

analisar: os processos <strong>de</strong> significação a partir <strong>de</strong> silenciamentos, <strong>de</strong><br />

diferentes formas <strong>de</strong> representação e <strong>de</strong> atribuição, assim como os modos<br />

<strong>de</strong> constituição das múltiplas formas <strong>de</strong> significação. Inserimo-nos,<br />

portanto, como proposta <strong>de</strong> trabalho, sob a perspectiva do sentido como<br />

prática do sujeito e da história, sempre sob a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>sestabilização<br />

e <strong>de</strong>slizamentos, na qual o sentido não é uma verda<strong>de</strong> 'calçada'<br />

ao discurso, e sua interpretação, consequentemente, não será o <strong>de</strong>scolamento<br />

da significação.<br />

Palavras-chave: Sentido, Práticas Discursivas, Condições <strong>de</strong> Produção.<br />

OS DIFERENTES SILENCIAMENTOS NO DISCURSO POLÍTICO<br />

DENISE MACHADO PINTO<br />

SACI SEM-CACHIMBO: ENTRE A CONTENÇÃO E O DESLIZA-<br />

MENTO DE SENTIDOS<br />

LUANA DE GUSMÃO SILVEIRA<br />

UMA REFLEXÃO SOBRE A IDENTIFICAÇÃO DOS UNIVERSI-<br />

TÁRIOS BRASILEIROS NA CONSTRUÇÃO DO SENTIDO DO<br />

TERMO SOCIEDADE<br />

PATRÍCIA PETER DOS SANTOS ZACHIA ALAN<br />

O RECURSO À SEGURANÇA COMO CONDIÇÃO DE PRODU-<br />

ÇÃO PARA A PERDA DE DIREITOS<br />

RAQUEL RIBEIRO MOREIRA<br />

SIMPÓSIO 8 – SALA 306B<br />

SUJEITO, SENTIDO E PRÁTICAS DISCURSIVAS: REFLE-<br />

XÕES E ANÁLISE NA PERSPECTIVA DA AD<br />

DARLENE ARLETE WEBLER (COORDENADORA)<br />

A presente proposta <strong>de</strong> Simpósio tem como objetivo central a apresentação<br />

<strong>de</strong> reflexões e análises <strong>de</strong>senvolvidas no Grupo <strong>de</strong> Estudos e<br />

Pesquisas em Análise do Discurso (GEAD/FURG), ao longo <strong>de</strong> 2011 e<br />

44


2012, sobre a questão dos sujeitos, dos sentidos e das práticas discursivas,<br />

na perspectiva dos Estudos Discursivos, a partir <strong>de</strong> Michel Pêcheux.<br />

Tal opção teórica significa direcionar o foco dos estudos para as<br />

análises sobre as condições históricas e sociais <strong>de</strong> produção do discurso,<br />

enten<strong>de</strong>ndo a instância i<strong>de</strong>ológica como constitutiva <strong>de</strong>sse processo e<br />

<strong>de</strong>terminante dos discursos, dos sujeitos e dos sentidos. As comunicações<br />

<strong>de</strong>ste Simpósio apresentam questões como: (a) a subjetivida<strong>de</strong> no<br />

processo ensino-aprendizagem, a partir da posição <strong>de</strong> professor e <strong>de</strong><br />

estudante universitário, bem como dos discursos sobre a prática docente;<br />

(b) os discursos acerca do feminino e do masculino como posição<br />

social em narrativas produzidas por meninos e meninas das Casas Lares<br />

<strong>de</strong> Pelotas; (c) a relação entre sujeito, imagem e interpretação na materialida<strong>de</strong><br />

discursiva da charge; (d) as leituras possíveis sobre comportamentos<br />

femininos socialmente esperados, a partir da análise <strong>de</strong> propagandas;<br />

e (e) as condições <strong>de</strong> produção dos discursos <strong>de</strong> sujeitos inseridos<br />

em empreendimentos sócio-inclusivos sobre inclusão social. Nesse<br />

sentido, o <strong>de</strong>sdobramento <strong>de</strong> questões envolvidas na subjetivida<strong>de</strong>, na<br />

produção <strong>de</strong> sentidos e nos discursos, permite pensar nos aspectos fundadores<br />

da teoria pecheuxtiana e <strong>de</strong>sdobrar análises <strong>de</strong> práticas discursivas<br />

que circulam na contemporaneida<strong>de</strong>, contribuindo com pesquisas<br />

em andamento e instigando novas pesquisas nesta temática.<br />

GESTOS DE LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DISCURSOS DE<br />

ADOLESCENTES<br />

CINTIA VICTÓRIA DE AZAMBUJA<br />

DA ASSISTÊNCIA À INCLUSÃO SOCIAL: REFLEXÕES ACERCA<br />

DAS CONDIÇÕES DE PRODUÇÃO DISCURSIVA NO EMPREEN-<br />

DIMENTO VILLAGET<br />

DARLENE ARLETE WEBLER<br />

“NEM TODAS AS PRINCESAS TÊM QUE VESTIR ROSA OU SO-<br />

NHAR COM UM PRÍNCIPE ENCANTADO QUE NUNCA CHEGA”:<br />

REFLEXÕES E ANÁLISE<br />

LUCIANA ZARDO PADOVANI<br />

ENTRECRUZANDO DIZERES SOBRE A PRÁTICA DOCENTE:<br />

UMA ANÁLISE DISCURSIVA DOS PORTFÓLIOS DO PIBID DE<br />

LÍNGUA PORTUGUESA/FURG<br />

ROSELY DINIZ DA SILVA MACHADO<br />

45


SIMPÓSIO 9 – SALA 402B<br />

PENSANDO O ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA<br />

DULCE CASSOL TAGLIANI (COORDENADORA)<br />

Este simpósio preten<strong>de</strong> refletir sobre questões relacionadas ao ensino <strong>de</strong><br />

Língua Portuguesa. Ao fazê-lo, parte <strong>de</strong> alguns questionamentos: por<br />

que as práticas <strong>de</strong> linguagem carecem <strong>de</strong> resultados produtivos e/ou<br />

positivos em termos <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> habilida<strong>de</strong>s que levem o<br />

indivíduo a exercer plenamente a cidadania? Por que as orientações<br />

curriculares não encontram eco na maioria das escolas brasileiras? Por<br />

que os agentes escolares parecem <strong>de</strong>smotivados no contexto escolar?<br />

Os questionamentos apresentados, entre tantos outros que po<strong>de</strong>riam ser<br />

elencados, constituem o pano <strong>de</strong> fundo <strong>de</strong> boa parte dos cursos <strong>de</strong> formação<br />

<strong>de</strong> professores do país. Difícil encontrar respostas que <strong>de</strong>em<br />

conta <strong>de</strong>ssa <strong>de</strong>manda? Talvez. Por essa razão, o grupo <strong>de</strong> professores<br />

do Curso <strong>de</strong> Especialização em Linguística e Ensino <strong>de</strong> Língua Portuguesa,<br />

da Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do Rio Gran<strong>de</strong> (FURG – Rio Gran<strong>de</strong>/RS),<br />

que, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2006, tem como foco ampliar as possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

“leitura” das aulas <strong>de</strong> Língua Portuguesa, apresenta, neste simpósio, e a<br />

partir <strong>de</strong> diferentes concepções teóricas, reflexões acerca da linguagem<br />

enquanto processo <strong>de</strong> interação, <strong>de</strong>screvendo e explicando fenômenos<br />

linguísticos que possam (re)orientar professores em suas práticas pedagógicas.<br />

ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA,LIVRO DIDÁTICO E GÊ-<br />

NEROS DO DISCURSO<br />

DULCE TAGLIANI<br />

ANALISANDO A EXPRESSÃO EM FUNÇÃO DO CONTEÚDO:<br />

UM PERCURSO PARA UMA LEITURA PRODUTIVA<br />

MARIA CRISTINA FREITAS BRISOLARA<br />

PELOS CAMINHOS DA LÍNGUA<br />

MARILEI RESMINI GRANTHAM<br />

A SIMPLIFICAÇÃO DE ESTRUTURAS SILÁBICAS NA ESCRITA<br />

DE ALUNOS DO CURSO FUNDAMENTAL E DO CURSO MÉDIO<br />

MARISA PORTO DO AMARAL<br />

46


SIMPÓSIO 10 – SALA 403B<br />

LETRAMENTO E COMPETÊNCIA EM LEITURA<br />

LUCIANE BARETTA (COORDENADORA)<br />

CLAUDIA FINGER-KRATOCHVIL (COORDENADORA)<br />

Des<strong>de</strong> o surgimento do termo letramento na década <strong>de</strong> 1980 (BAR-<br />

TON, 1994), como consequência da necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>signar práticas<br />

sociais <strong>de</strong> leitura e escrita que vão além das ativida<strong>de</strong>s resultantes da<br />

aprendizagem do sistema <strong>de</strong> escrita, inúmeros estudos nas áreas da<br />

educação e das ciências linguísticas têm voltado sua atenção para análise<br />

e discussão das diversas facetas que envolvem esse fenômeno. A<br />

busca por retratar e compreen<strong>de</strong>r o processo <strong>de</strong> formação <strong>de</strong> leitores<br />

proficientes e eficazes nas escolas do contexto educacional brasileiro<br />

tem, infelizmente, apontado resultados não muito animadores. Diferentes<br />

indicativos, apontados por exames nacionais como a Prova Brasil, o<br />

ENEM e o ENADE, aliados a pesquisas <strong>de</strong>senvolvidas com estudantes<br />

e adultos, revelam que a maior parcela da população brasileira, apesar<br />

<strong>de</strong> ter ampliado seu acesso à educação formal nas últimas décadas, não<br />

<strong>de</strong>senvolve as capacida<strong>de</strong>s leitoras necessárias para ser consi<strong>de</strong>rada<br />

‘letrada’ e para lidar satisfatoriamente frente às necessida<strong>de</strong>s impostas<br />

pelo mercado <strong>de</strong> trabalho e para o exercício da cidadania (INAF, 2011).<br />

Tendo-se em vista que, aparentemente, as práticas didáticas <strong>de</strong> leitura<br />

no letramento escolar não estão dando conta <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver as capacida<strong>de</strong>s<br />

requeridas nas práticas letradas exigidas pela socieda<strong>de</strong> atual, a<br />

proposta <strong>de</strong>sse simpósio é a discussão dos diversos aspectos envolvidos<br />

nas práticas <strong>de</strong> leitura para o letramento do estudante brasileiro. O foco<br />

da nossa discussão se <strong>de</strong>sdobra na revisão teórica referente ao letramento<br />

e na discussão <strong>de</strong> resultados focados no <strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong> estudantes e<br />

/ou análise <strong>de</strong> materiais didáticos em língua materna e/ou estrangeira<br />

que contribuem para construção do letramento.<br />

O PAPEL DE ESTRATÉGIAS DE CONHECIMENTO LEXICAL NO<br />

PROCESSO DA LEITURA: A IMPORTÂNCIA DO CONTEXTO<br />

CLAUDIA FINGER-KRATOCHVIL<br />

A FORMAÇÃO DO LEITOR E O LIVRO DIDÁTICO<br />

LUCIANE BARETTA<br />

PRÁTICAS DE LEITURA NAS AULAS DE PORTUGUÊS: VIVÊN-<br />

CIAS DE DOCÊNCIA NO ESTÁGIO SUPERVISIONADO DE LÍN-<br />

GUA PORTUGUESA<br />

47


MARIA IZABEL DE BORTOLI HENTZ<br />

LEITURA E EDUCAÇÃO – OUTRAS VIAS POSSÍVEIS<br />

MARÍLIA MARQUES LOPES<br />

CADÊ O LIVRO QUE ESTAVA AQUI?<br />

VERA WANNMACHER PEREIRA<br />

SIMPÓSIO 11 – SALA 404B<br />

GÊNEROS E RELAÇÕES ENUNCIATIVAS: REFLEXÕES TE-<br />

ÓRICO-PRÁTICAS<br />

OLGA MARIA LIMA PEREIRA (COORDENADORA)<br />

No âmbito do conceito <strong>de</strong> gênero <strong>de</strong> Bakhtin, o texto é objeto da ativida<strong>de</strong><br />

autoral <strong>de</strong> mobilização <strong>de</strong> recursos para a realização <strong>de</strong> projetos<br />

enunciativos a partir das relações locutor-interlocutor; trata-se <strong>de</strong> uma<br />

materialida<strong>de</strong> que traz potenciais <strong>de</strong> sentido realizáveis em situações<br />

enunciativas. Todo gênero é “en<strong>de</strong>reçado” por um locutor a um interlocutor,<br />

apresenta um tom avaliativo e remete a uma compreensão responsiva<br />

ativa, segundo sua esfera e mobilizando uma materialida<strong>de</strong><br />

textual. Para o conceito <strong>de</strong> gênero converge a base da teoria do Círculo:<br />

a concepção dialógica <strong>de</strong> interação, que se concentra na questão do<br />

projeto enunciativo, das relações enunciativas, que constituem o elemento<br />

<strong>de</strong>finidor do gênero, uma unida<strong>de</strong> do intercâmbio verbal, e não<br />

da língua como sistema nem <strong>de</strong> uma concepção textual <strong>de</strong> discurso e<br />

que não se restringe à situação imediata <strong>de</strong> interação. As relações enunciativas,<br />

que tornam possíveis <strong>de</strong>terminados projetos enunciativos, ou<br />

“projetos <strong>de</strong> dizer”, constituem a base da escolha do gênero, incluindo,<br />

portanto, o estilo, a forma <strong>de</strong> composição e o tema, que são, ao lado das<br />

linguagens, os materiais com que se realizam em texto os exemplares<br />

dos gêneros. Este simpósio apresenta propostas <strong>de</strong> estudo <strong>de</strong> gêneros<br />

que se concentram na questão das relações enunciativas, oferecendo<br />

tanto resultados <strong>de</strong> pesquisas recém-concluídas como discussões teóricas<br />

e práticas acerca <strong>de</strong> questões <strong>de</strong> gênero.<br />

Palavras-chave: Gênero discursivo, projeto enunciativo, relações enunciativas,<br />

“Intergenericida<strong>de</strong>”, “en<strong>de</strong>reçamento”<br />

GÊNEROS E INTERGENERICIDADE: RELATO DE PESQUISA<br />

COM EDITORIAIS NÃO ASSINADOS DE JORNAL<br />

ADAIL UBIRAJARA SOBRAL<br />

48


FORMAS DE PRESENÇA DE ENUNCIADOS TÍPICOS DE GÊNE-<br />

ROS DE DIVERSAS ESFERAS EM EDITORIAIS NÃO ASSINA-<br />

DOS DE JORNAL<br />

ALINE LAZARI DE OLIVEIRA<br />

FORMAS DE PRESENÇA DE ENUNCIADOS TÍPICOS DE GÊNE-<br />

ROS DA ESFERA ECONÔMICA EM EDITORIAIS NÃO ASSINA-<br />

DOS DE JORNAL: RELATO DE PESQUISA<br />

FERNANDA CABREIRA DA SILVA<br />

FORMAS DE PRESENÇA DE ENUNCIADOS TÍPICOS DE GÊNE-<br />

RO DE ESFERA POLÍTICA EM EDITORIAIS NÃO ASSINADOS<br />

DE JORNAL: LEVANTAMENTO FINAL<br />

FERNANDA PEREIRA DA SILVA<br />

FAN PAGE CRIANDO NOVAS FORMAS DE INTERAÇÃO ENTRE<br />

OS FÃS DO CLICRBS<br />

PRICILLA FARINA SOARES<br />

SIMPÓSIO 12 – SALA 405B<br />

VARIAÇÃO, IDENTIDADE E ENSINO DE LÍNGUA MATERNA<br />

TAÍSE SIMIONI (COORDENADORA)<br />

A divulgação <strong>de</strong> pesquisas que versam sobre a variação linguística po<strong>de</strong><br />

trazer consequências importantes para a socieda<strong>de</strong>, constituindo-se,<br />

assim, em um instrumento valioso no combate aos mitos sobre a linguagem,<br />

que afetam o ensino da língua e que geram muitas vezes o<br />

preconceito linguístico. Como alerta Scherre (2005, p. 112), “nós, falantes-linguistas<br />

e linguistas nem sempre muito falantes, não po<strong>de</strong>mos<br />

nos omitir. Temos, todos nós, o <strong>de</strong>ver <strong>de</strong> participar do <strong>de</strong>bate público<br />

contra o preconceito linguístico”. Uma vez que se torne explícito que a<br />

variação linguística é inerente a qualquer língua e que se po<strong>de</strong> compreen<strong>de</strong>r<br />

as motivações por trás <strong>de</strong>sta variação, isto po<strong>de</strong> auxiliar a se<br />

<strong>de</strong>sfazer os mitos <strong>de</strong> que o português brasileiro é uma língua homogênea,<br />

<strong>de</strong> que existe um padrão que é a língua portuguesa (e não uma<br />

varieda<strong>de</strong> da língua portuguesa tomada como exemplar) e <strong>de</strong> que tudo<br />

que se distancie <strong>de</strong>ste padrão <strong>de</strong>ve ser eliminado por ser um <strong>de</strong>svio que<br />

<strong>de</strong>strói a língua. Mostra-se, <strong>de</strong>sta maneira, que qualquer julgamento <strong>de</strong><br />

um fato linguístico como “certo” e “errado” está assentado em bases<br />

49


extralinguísticas. Julga-se, assim, o falante, e não seu modo <strong>de</strong> falar. O<br />

presente simpósio tem como proposta o <strong>de</strong>bate <strong>de</strong> temas que constituem<br />

ponto <strong>de</strong> partida para a melhoria da qualida<strong>de</strong> do ensino <strong>de</strong> língua materna:<br />

a <strong>de</strong>scrição do português falado no Brasil, os esforços para a<br />

consolidação <strong>de</strong> bancos <strong>de</strong> dados, questões <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> e o necessário<br />

diálogo entre ensino e pesquisa.<br />

A REALIZAÇÃO DA PREPOSIÇÃO "DE" NA VARIEDADE DIA-<br />

LETAL DA CIDADE DE BAGÉ/RS<br />

BRUNA RIBEIRO VIRAQUÃ<br />

A OCORRÊNCIA DE HAPLOLOGIA NA CIDADE DE BAGÉ<br />

FABIANA URRUTIA AMARAL<br />

ENTRE O DESCRITIVISMO E O PRESCRITIVISMO: O PAPEL DA<br />

SOCIOLINGUÍSTICA NO ENSINO DE LÍNGUA MATERNA<br />

TAÍS BOPP DA SILVA<br />

BANCO DE DADOS DE LÍNGUA FALADA DE BAGÉ: RELA-<br />

ÇÕES ENTRE PESQUISA E ENSINO<br />

TAÍSE SIMIONI<br />

VARIAÇÃO E IDENTIDADE NAS COMUNIDADES KATUKINA E<br />

KANAMARI: ELABORAÇÃO DO SISTEMA ORTOGRÁFICO<br />

ZORAIDE DOS ANJOS GONÇALVES DA SILVA<br />

DIA 4 DE OUTUBRO - (QUINTA-FEIRA) - 11H30M<br />

COMUNICAÇÕES<br />

COMUNICAÇÕES 29 - SALA 207C<br />

O PROFESSOR REFLEXIVO E O PROCESSO DE INOVAÇÃO:<br />

APROXIMAÇÕES DO ALUNO DE ENSINO TÉCNICO E A PES-<br />

QUISA<br />

CAROLINA MENDONÇA FERNANDES DE BARROS<br />

50


AULA DE LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS:<br />

BUSCANDO A INTERDISCIPLINARIDADE NO GRUPO DE ES-<br />

TUDOS PAIDÉIA EM RIO GRANDE<br />

CECÍLIA DE SOUZA BORBA<br />

O ENSINO E APRENDIZAGEM DA ESCRITA NA FORMAÇÃO<br />

DE PROFESSORES<br />

CLARICE VAZ PERES ALVES<br />

MARION RODRIGUES DARIZ<br />

ARTIGO DE OPINIÃO NA SALA DE AULA DE LÍNGUA PORTU-<br />

GUESA<br />

DAIANE ARAUJO MARINHO<br />

DESAFIO DE PROGREDIR NA APRENDIZAGEM DE LE NA ES-<br />

COLA PÚBLICA: DANDO VOZ AOS ALUNOS DO ENSINO FUN-<br />

DAMENTAL II<br />

ELIANE FERNANDES AZZARI<br />

COMUNICAÇÕES 30 - SALA 212C<br />

NOVOS DESAFIOS PARA O ENSINO DE PORTUGUÊS: A POSSI-<br />

BILIDADE DO LÚDICO EM SALA DE AULA<br />

DIENIFFER DE SOUZA SILVA<br />

PIBID E O ENSINO POLITÉCNICO: RELATO DE EXPERIÊNCIA<br />

ELENYR CAVADAS<br />

ENSINO E APRENDIZAGEM DA LÍNGUA ESPANHOLA DU-<br />

RANTE A MOBILIDADE ACADÊMICA POR ALUNOS DO CUR-<br />

SO DE LETRAS/ESPANHOL DA UFSM<br />

EMANUELE BITENCOURT NEVES CAMANI<br />

CURTIR, COMENTAR E COMPARTILHAR: O USO DOS TRÊS<br />

C’S NA PRODUÇÃO DE TEXTOS NAS TURMAS DE ENSINO<br />

MÉDIO<br />

ERYCK DIEB SOUZA<br />

RAIANNY LIMA SOARES<br />

PROFISSIONALIZAÇÃO E FORMAÇÃO DOCENTE NO ENTEN-<br />

DIMENTO DA TEORIA HOLÍSTICA DA ATIVIDADE<br />

51


FABRICIA CAVICHIOLI BRAIDA<br />

ANA LÚCIA CHELOTTI PROCHNOW<br />

COMUNICAÇÕES 31 - SALA 213C<br />

BIBLIOTECA VIVA: DANDO ASAS AOS SONHOS<br />

FERNANDA CAVALHEIRO GRANATO<br />

ANGÉLICA MARGARET JARDIM ALVAREZ<br />

O ENEM E A LÍNGUA PORTUGUESA: UMA CONTRIBUIÇÃO<br />

PARA A TRANSFORMAÇÃO DO ENSINO DA LÍNGUA NA EDU-<br />

CAÇÃO BÁSICA<br />

FERNANDA PEREIRA TEIXEIRA DE MELLO<br />

JAEL SÂNERA SIGALES GONÇALVES<br />

A PEDAGOGIA DE UMA TELENOVELA: JOVENS REBELDES E<br />

PROFESSORES AFETIVOS<br />

FERNANDO DA ROSA ROSADO<br />

ANGELA DILLMANN NUNES BICCA<br />

A LEITURA PROTOCOLADA COMO ESTRATÉGIA DIDÁTICA<br />

NA SALA DE AULA<br />

FRANCINE ARAÚJO FARIAS<br />

ADRIANA NASCIMENTO BODOLAY<br />

GÊNEROS DISCURSIVOS E AUTENTICIDADE TEXTUAL NO<br />

ENSINO DE LÍNGUA ESTRANGEIRA: UMA ANÁLISE DE LI-<br />

VROS DIDÁTICOS<br />

GISLAINE MACHADO JERÔNIMO<br />

LETÍCIA DA SILVA BARBOZA<br />

KELLI DA ROSA RIBEIRO<br />

COMUNICAÇÕES 32 - SALA 216C<br />

A INTERVENÇÃO DA SUBJETIVIDADE NA ATIVIDADE DO<br />

COORDENADOR PEDAGÓGICO<br />

JOSIANE RICHTER<br />

O FUNCIONAMENTO SEMÂNTICO-ENUNCIATIVO DA LÍNGUA<br />

ESPANHOLA NAS TIRAS DO TAPEJARA<br />

JULIANE TATSCH<br />

52


A DICIONARIZAÇÃO DOS SÍMBOLOS DO GAÚCHO<br />

KELLY FERNANDA GUASSO DA SILVA<br />

O DISCURSO HOMOFÓBICO NO AMBIENTE VIRTUAL<br />

LAURA NUNES PINTO<br />

LOBO MAU E CHAPEUZINHO VERMELHO EM TEMPOS DE<br />

FACEBOOK: ANÁLISE DISCURSIVA DE UMA CHARGE<br />

LEONARDO TERRA MESSIAS<br />

COMUNICAÇÕES 33 - SALA 221C<br />

UMA DISCUSSÃO DA SEQUÊNCIA DE ATIVIDADES NAS AU-<br />

LAS DE INGLÊS PARA ALUNOS DO ENSINO FUNDAMENTAL I<br />

LIANE RÉGIO LUCAS<br />

APRENDENDO A ENSINAR A HABILIDADE DE ARGUMENTAR<br />

LISIANE RAUPP DA COSTA<br />

SABRINA FORATI LINHAR<br />

NOVOS PERFIS DE PROFESSORES: O MODELO DE TUTORIA<br />

DA DISCIPLINA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA DAFACED/UFC<br />

LOURENA MARIA DOMINGOS DA SILVA<br />

ANTONIA LIS DE MARIA MARTINS TORRES<br />

DA RAZÃO À EMOÇÃO: A EXPRESSÃO HUMANA ATRAVÉS<br />

DAS LINGUAGENS<br />

LUCIANA DE CARVALHO MEDEIROS<br />

COMUNICAÇÕES 34 – SALA 230C<br />

ENTRE A CONCEPÇÃO E A ATIVIDADE: “EU PROFESSOR DE<br />

PORTUGUÊS”<br />

MAGNUN ROCHEL MADRUGA<br />

VANESSA DOUMID DAMASCENO<br />

REPRESENTAÇÕES CONSTRUÍDAS POR DOCENTES DE UM<br />

CONTEXTO ESCOLAR PÚBLICO ACERCA DOS PROCESSOS DE<br />

ENSINAR E APRENDER<br />

MAÍSA HELENA BRUM<br />

LUCIANE KIRCHHOF TICKS<br />

53


UMA PRÁTICA DIALOGADA NA FORMAÇÃO DE UM PROFES-<br />

SOR ECOLÓGICO DE LÍNGUA ESTRANGEIRA: UM ESTUDO DE<br />

CASO<br />

MARIA DA GRAÇA CARVALHO DO AMARAL<br />

ROSSANA DE FELIPPE BÖHLKE<br />

PROVAS DE CONCURSO PÚBLICO: TEORIA LINGUÍSTICA E<br />

PRÁTICA ESCOLAR<br />

MARINA CABREIRA ROCHA DE MORAES<br />

CLEIDE MARTINEZ DA SILVA<br />

COMUNICAÇÕES 35 – SALA 414C<br />

A FORMAÇÃO DO PROFESSOR DE LÍNGUA ESTRANGEIRA E<br />

AS IMPLICAÇÕES NA SUA PRÁTICA DOCENTE<br />

MURIEL SILVEIRA DA SILVA<br />

GÊNEROS TEXTUAIS NA ESCOLA: A PRODUÇÃO DE UMA<br />

REVISTA<br />

NARA REJANE PINTO AQUINO<br />

VANESSA DOUMID DAMASCENO (ORIENTADOR)<br />

ARQUITETÔNICAS DE UMA CORPOGRAFIA ESCRILEITORA<br />

PATRÍCIA GOULART CAVALHEIRO<br />

CARLA GONÇALVES RODRIGUES<br />

PROFESSORES DE ESPANHOL EM FORMAÇÃO INICIAL: IMA-<br />

GENS DA LÍNGUA E CULTURAS HISPÂNICAS NOS DISCURSOS<br />

MIDIÁTICOS E SUAS RELAÇÕES NO P<br />

ROBERTA KOLLING ESCALANTE<br />

COMUNICAÇÕES 36 – SALA 415C<br />

QUESTÕES SOCIAIS EM TORNO DO LETRAMENTO DOCENTE:<br />

TECNOLOGIA E INTERAÇÃO<br />

SILVANE APARECIDA GOMES<br />

CONTEXTUALIZANDO A ARTE ATRAVÉS DO DESENHO DE<br />

MODA<br />

TEREZA CRISTINA BARBOSA DUARTE<br />

54


INOVAÇÃO NA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL<br />

VINÍCIUS NIZOLI BECKER<br />

DIANA ELISA PENHA DA SILVA<br />

CARMEM LÚCIA LASCANO PINTO<br />

"GINCOPEIES": UMA PROPOSTA, UM DESAFIO, UMA AÇÃO<br />

VIVIANE TERESINHA BIACCHI BRUST<br />

COMUNICAÇÕES 37 – SALA 204B<br />

CRÔNICA: DESENVOLVENDO O GOSTO PELA LEITURA<br />

YANNA KARLLA H. G. CUNHA<br />

PROF. DR. LUÍS MAROZO<br />

GÊNEROS SOCIAIS EM SALA DE AULA: UMA RELAÇÃO DE<br />

INTERAÇÃO E APRENDIZAGEM<br />

CAMILA LACERDA PINTO<br />

ALINE EUGÊNIA CAMPOS DA SILVA<br />

LEITURA E ESCRITA DE GÊNEROS DISCURSIVOS NAS AULAS<br />

DE LÍNGUA ESPANHOLA;<br />

CINIRA CONTERATTO FURTADO<br />

ANDERSON PIMENTEL HERNANDEZ<br />

AS FORMAS POPULARES DO CONTAR E SUA ATUALIZAÇÃO<br />

EM GUIMARÃES ROSA<br />

CLÁUDIA LORENA VOUTO DA FONSECA<br />

COMUNICAÇÕES 38 – SALA 206B<br />

A PROPAGANDA TELEVISIVA COMO DESENCADEADORA<br />

DO TRABALHO COM GÊNEROS DO DISCURSO<br />

DÉBORA DE MACEDO CORTEZ BOSCO<br />

EDITORIAL E AVALIATIVIDADE: UMA CONFLUÊNCIA NE-<br />

CESSÁRIA<br />

GLIVIA GUIMARÃES NUNES<br />

55


O QUE OS DISCURSOS SOBRE SINTOMATOLOGIA DE DOEN-<br />

ÇAS CARDÍACAS NOS REVELAM SOBRE O MASCULINO E O<br />

FEMININO<br />

JENICE TASQUETO DE MELLO<br />

COMUNICAÇÕES 39 – SALA 208B<br />

O ENSINO DA CULTURA ATRAVÉS DOS LIVROS DIDÁTICOS<br />

DE ELE. QUE CULTURA ENSINAMOS?<br />

LUCIANA CONTREIRA DOMINGO<br />

AS TEORIAS LINGUÍSTICAS CITADAS NO MANUAL DO PRO-<br />

FESSOR NO LIVRO DIDÁTICO E O TRABALHO COM A LÍNGUA<br />

NO MANUAL: RELAÇÕES ENTRE TEORIA E PRÁTICA<br />

LUCIANA ROLDÃO RAMOS<br />

PROCESSOS VERBAIS EM BOLETINS DE OCORRÊNCIA SOBRE<br />

CRIMES DE CALÚNIA: UMA INVESTIGAÇÃO NA PERSPECTI-<br />

VA SISTÊMICO-FUNCIONAL<br />

MARCOS ROGÉRIO RIBEIRO<br />

O USO DO TRADUTOR ELETRÔNICO PARA O ENSINO DE IN-<br />

GLÊS INSTRUMENTAL<br />

ADRIANA RIESS KARNAL<br />

COMUNICAÇÕES 40 – SALA 213B<br />

INTERSUBJETIVIDADE REFERENCIAL, CONSTRUÇÃO DE<br />

SIGNIFICADOS E ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA<br />

ALEXANDRE BATISTA DA SILVA<br />

PERCEPÇÃO DOS SEGMENTOS PLOSIVOS DO INGLÊS (L2)<br />

POR APRENDIZES BRASILEIROS: EFEITOS DE DIFERENTES<br />

PADRÕES DE VOICE ONSET TIME<br />

BRUNO MORAES SCHWARTZHAUPT<br />

ANA HEMMONS BARATZ<br />

CAMILA SAVICZKI MOTTA<br />

UBIRATÃ KICKHÖFEL ALVES<br />

56


PANORAMA GERAL DOS ERROS ORTOGRÁFICOS ENCON-<br />

TRADOS EM TEXTOS NARRATIVOS DE ALUNOS DE ENSINO<br />

MÉDIO INTEGRADO AO TÉCNICO DO IFSUL/CAV<br />

CRISTIANE SILVEIRA DOS SANTOS<br />

COMUNICAÇÕES 41 – SALA 215B<br />

O PAPEL DA IMERSÃO NO DESEMPENHO DE MULTILÍNGUES<br />

EM TAREFA DE PRIMING GRAFO-FÔNICO-FONOLÓGICO<br />

CINTIA AVILA BLANK<br />

MÁRCIA CRISTINA ZIMMER (ORIENTADORA)<br />

A NASALIDADE DISTINTIVA NO INÍCIO DA AQUISIÇÃO DA<br />

LÍNGUA ESCRITA<br />

CLARA SIMONE IGNÁCIO DE MENDONÇA<br />

A DISTÂNCIA LINGUÍSTICA INFLUI NA AQUISIÇÃO DOS HE-<br />

TEROSSEMÂNTICOS?<br />

DANIA PINTO GONÇALVES<br />

CHARGE ANIMADA: A ATENÇÃO, A PERCEPÇÃO E A MEMÓ-<br />

RIA NO PROCESSAMENTO DA INFORMAÇÃO<br />

DOUGLAS MORAES MACHADO<br />

ELENICE ANDERSEN<br />

DIA 4 DE OUTUBRO - (QUINTA-FEIRA) - 11H30M<br />

SIMPÓSIOS<br />

SIMPÓSIO 13 – SALA 302B<br />

ENSINO DE SONS DE LÍNGUA ESTRANGEIRA: A RELAÇÃO<br />

ENTRE PERCEPÇÃO E PRODUÇÃO<br />

ANDREIA SCHURT RAUBER (COORDENADORA)<br />

Vários estudos (ex.: FLEGE, 1995; FLEGE et al., 1997, 1999;<br />

KOERICH, 2006) têm observado a relação existente entre a percepção<br />

e a produção <strong>de</strong> sons <strong>de</strong> uma língua estrangeira (LE). Muitos relatam<br />

que os sons mais bem percebidos são também os pronunciados <strong>de</strong><br />

57


forma mais inteligível ou semelhante aos <strong>de</strong> falantes nativos, enquanto<br />

que os sons percebidos com mais dificulda<strong>de</strong> são os pronunciados <strong>de</strong><br />

forma menos inteligível. O objetivo <strong>de</strong>ste simpósio é apresentar e discutir<br />

estudos sobre percepção e produção <strong>de</strong> sons <strong>de</strong> LE, dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

pronúncia e suas implicações pedagógicas, procedimentos metodológicos<br />

<strong>de</strong> coleta <strong>de</strong> dados <strong>de</strong> produção e percepção da fala, treinamentos<br />

perceptual e <strong>de</strong> pronúncia e inteligibilida<strong>de</strong>. O simpósio <strong>de</strong>baterá sobre<br />

os aspectos <strong>de</strong> pronúncia que <strong>de</strong>vem ser priorizados no ensino <strong>de</strong> inglês-LE,<br />

já que, como a atual língua franca, o número <strong>de</strong> falantes não<br />

nativos supera o <strong>de</strong> falantes nativos e o foco <strong>de</strong> um professor <strong>de</strong> LE<br />

<strong>de</strong>veria ser a inteligibilida<strong>de</strong>.<br />

Palavras-chave: ensino <strong>de</strong> sons <strong>de</strong> língua estrangeira; percepção;<br />

produção<br />

PESQUISA E ENSINO DE SONS DE LÍNGUA ESTRANGEIRA:<br />

APRESENTANDO O SOFTWARE LIVRE TP<br />

ANDREIA SCHURT RAUBER<br />

O BENEFÍCIO AUDIOVISUAL NA PERCEPÇÃO DE SONS DE<br />

LÍNGUA ESTRANGEIRA<br />

DENISE CRISTINA KLUGE<br />

A IMPORTÂNCIA DA PERCEPÇÃO E PRODUÇÃO DE VOGAIS<br />

DO INGLÊS POR FALANTES NATIVOS DO PORTUGUÊS PARA<br />

MELHOR INTELIGIBILIDADE<br />

LETÍCIA PISKE SOARES<br />

A PRONÚNCIA DE PALAVRAS PRÉ-PROPAROXÍTONAS DO<br />

INGLÊS: UM DESAFIO PARA BRASILEIROS E PORTUGUESES<br />

MAICON LOPES SIMÕES<br />

INTELIGIBILIDADE E A PERCEPÇÃO DE SONS DO INGLÊS<br />

COMO LÍNGUA FRANCA<br />

MÁRCIA REGINA BECKER<br />

58


SIMPÓSIO 14 - SALA 304B<br />

(Continua à tar<strong>de</strong>)<br />

LINGUAGEM, COGNIÇÃO E ENSINO<br />

LILIANE DA SILVA PRESTES-RODRIGUES (COORDENADORA)<br />

LUIZ FERNANDO MATOS ROCHA (COORDENADOR)<br />

A história recente da Linguística é fortemente marcada por uma consi<strong>de</strong>rável<br />

diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> visões acerca do fenômeno linguístico, do que<br />

<strong>de</strong>corre a coexistência <strong>de</strong> muitas teorias, bem como uma profusão terminológica<br />

e metodológica que parece distanciar os pesquisadores entre<br />

si. Para muitos, isso se <strong>de</strong>ve ao fato <strong>de</strong> a linguagem ser “um objeto <strong>de</strong><br />

tal complexida<strong>de</strong> que todas as possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> abordagem serão sempre<br />

parciais” (BORGES NETO, 2004, p. 68). Para o caminho contrário,<br />

muitos pesquisadores têm <strong>de</strong>senvolvido visões integradoras <strong>de</strong> áreas da<br />

linguística através <strong>de</strong> estudos <strong>de</strong> interface. Nesse contexto, este simpósio<br />

congrega investigadores preocupados com os limites e possibilida<strong>de</strong>s<br />

que se colocam, tanto em termos teóricos quanto analíticos, na<br />

relação entre estudos sobre cognição e o ensino <strong>de</strong> língua materna e<br />

língua estrangeira. A razão precípua para esse movimento é o entendimento<br />

<strong>de</strong> que os avanços em Linguística Cognitiva têm muito a contribuir<br />

em relação a diferentes questões ligadas ao processo ensinoaprendizagem,<br />

possibilitando o entrecruzamento <strong>de</strong> produções científicas<br />

e práticas pedagógicas. Quanto à metodologia, o simpósio está<br />

aberto a pesquisas <strong>de</strong> base empírica, focadas nos registros orais e escritos<br />

da linguagem, e suas implicações no ensino. Este simpósio constitui-se,<br />

portanto, em um espaço acadêmico e científico amplo e instigador<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>bates. Desta maneira, estar-se-á incentivando a construção <strong>de</strong><br />

alternativas para práticas em sala <strong>de</strong> aula, visando a uma maior inclusão<br />

e participação dos alunos no processo.<br />

Palavras-chave: cognição, ensino, teorias linguísticas.<br />

CONSTRUÇÕES DE MOVIMENTO FICTIVO EM PORTUGUÊS<br />

DO BRASIL<br />

ALINE BISOTTI DORNELAS<br />

A CONSTRUÇÃO CONCESSIVA PERSPECTIVIZADORA “PARA<br />

X Y” NO ÂMBITO DA ESCRITA E DA FALA EM PB: LEVANTA-<br />

MENTOS INICIAIS<br />

GABRIELA DA SILVA PIRES<br />

59


SEMÂNTICA DE FRAMES E O COMPORTAMENTO DE ADVÉR-<br />

BIOS ASPECTUALIZADORES DE REITERAÇÃO<br />

LILIANE DA SILVA PRESTES-RODRIGUES<br />

AUTOCITAÇÃO FICTIVA: COGNIÇÃO E CORPUS<br />

LUIZ FERNANDO MATOS ROCHA<br />

O ENSINO DE LÍNGUA ESTRANGEIRA E GANHOS COGNITI-<br />

VOS<br />

MARTA HELENA TESSMANN BANDEIRA<br />

FRAMES, DISCURSO E CIDADANIA<br />

NEUSA SALIM MIRANDA<br />

TENDÊNCIAS ENTOACIONAIS DE CONSTRUÇÕES DE DIS-<br />

CURSO REPORTADO<br />

PATRÍCIA RIBEIRO DO VALLE COUTINHO<br />

CIÊNCIAS COGNITIVAS E A EDUCAÇÃO PARA A LEITURA<br />

ROSANGELA GABRIEL<br />

SIMPÓSIO 15 – SALA 306B<br />

(Continua à tar<strong>de</strong>)<br />

(MULTI)LETRAMENTOS: PRÁTICAS E LINGUAGENS SOCI-<br />

AIS EM CONTEXTOS ESCOLARES E ACADÊMICOS<br />

ADRIANA FISCHER (COORDENADORA)<br />

Os objetivos <strong>de</strong>ste Simpósio, inserido na linha temática “linguagens e<br />

letramentos: questões”, são: a) discutir e (re)configurar o que está se<br />

enten<strong>de</strong>ndo por (multi)letramentos em contextos escolares e acadêmicos<br />

no Brasil; b) caracterizar quais as implicações das diferentes práticas<br />

<strong>de</strong> oralida<strong>de</strong>, leitura (verbal e imagética) e escrita, nesses contextos,<br />

para os sujeitos e para suas comunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> prática. Esses objetivos<br />

visam oferecer contribuições, advindas <strong>de</strong> pesquisas em torno <strong>de</strong> práticas<br />

e linguagens sociais, para a atuação pedagógica/linguística em escolas<br />

e universida<strong>de</strong>s, bem como para (re)dimensionar os sentidos na<br />

Linguística Aplicada, a partir <strong>de</strong> estudos sobre (multi)letramentos na<br />

perspectiva sociocultural (Gee, 1999, 2001, 2005; Barton e Hamilton,<br />

2000; Zavala, 2010, Kleiman, 2010, Rojo, 2012). Nessa direção, os<br />

estudos sobre os (multi)letramentos (Mills, 2006; New London Group,<br />

2000; Rojo, 2008, 2012; Lemke, 2010), na <strong>Educação</strong> Básica e no Ensi-<br />

60


no Superior, vêm privilegiar os sentidos, os diversos modos <strong>de</strong> interação,<br />

as questões <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>, a diversida<strong>de</strong> cultural e linguística, os<br />

textos associados a informações e tecnologias multimídias, as vozes, os<br />

posicionamentos críticos dos sujeitos e as relações <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r. Dados<br />

advindos <strong>de</strong> estudos <strong>de</strong> caso e/ou <strong>de</strong> pesquisas do tipo etnográfico têm<br />

contribuído para que resultados sejam <strong>de</strong>batidos, em âmbito brasileiro,<br />

os quais discutem, polemizam e encaminham propostas capazes <strong>de</strong><br />

conceber e posicionar os estudantes como participantes engajados em<br />

práticas escolares e acadêmicas <strong>de</strong> letramento. Nesse sentido, o presente<br />

Simpósio tem o intuito <strong>de</strong> colocar em contato resultados <strong>de</strong> pesquisas<br />

nessa vertente sociocultural dos (multi)letramentos, consi<strong>de</strong>rando os<br />

objetivos inicialmente apresentados nesta proposta.<br />

RELAÇÕES DE PODER EM PRÁTICAS DE LETRAMENTO ACA-<br />

DÊMICO EM CURSOS DE ENGENHARIA (PORTUGAL): O CASO<br />

DO GÊNERO RELATÓRIO DE PROJETO<br />

ADRIANA FISCHER<br />

(MULTI) LETRAMENTOS NA FORMAÇÃO INICIAL DO PROFIS-<br />

SIONAL DE LETRAS<br />

CIBELE DA SILVA TRINDADE<br />

“O PODER INTEGRADOR DOS PROJETOS VIVENCIAIS E SEUS<br />

EFEITOS NO LETRAMENTO ESCOLAR”<br />

FRANCELI RODRIGUES DE SOUZA<br />

ANÁLISE TEXTUAL DE PRODUÇÕES AUTORREFLEXIVAS DE<br />

ALUNOS DE PEDAGOGIA: INTERFACE SOCIOCOGNITIVA DOS<br />

LETRAMENTOS ACADÊMICOS<br />

MÁRCIA MILLER GOMES DE PINHO<br />

“NÓS PEGA O PEIXE”: UMA ANÁLISE VISUAL DA CIÊNCIA<br />

LINGUÍSTICA NA MÍDIA<br />

RAQUEL BEVILAQUA<br />

O USO DA LINGUAGEM VERBAL NA INTERAÇÃO ENTRE OS<br />

PROFISSIONAIS E OS USUÁRIOS DE UMA BIBLIOTECA.<br />

RAQUEL DO PRADO FONTOURA PRIETSCH<br />

61


PRÁTICAS DE LETRAMENTO PEDAGÓGICO NO PIBID: ANÁ-<br />

LISE DA TRAVESSIA DE PROFESSORES EM FORMAÇÃO<br />

SILVANIA FACCIN COLAÇO<br />

LETRAMENTOS VISUAIS EM PROPOSTAS DE LEITURA DE UM<br />

LIVRO DIDÁTICO DO 1O ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL:<br />

UMA ANÁLISE, MUITAS POSSIBILIDADES<br />

TRÍCIA TAMARA BOEIRA DO AMARAL<br />

AS PRÁTICAS LEITORAS DE ACADÊMICAS DE PEDAGOGIA<br />

VERONICE CAMARGO DA SILVA<br />

SIMPÓSIO 16 – SALA 402B<br />

(Continua à tar<strong>de</strong>)<br />

O DISCURSO NO CRUZAMENTO DA HISTÓRIA COM A<br />

LÍNGUA: PERSPECTIVAS DE ANÁLISE<br />

GLAUCIA DA SILVA HENGE (COORDENADORA)<br />

Neste simpósio propomos a discussão <strong>de</strong> diferentes perspectivas <strong>de</strong><br />

análise a partir <strong>de</strong> materialida<strong>de</strong>s discursivas também distintas, permitindo<br />

assim a problematização do cruzamento da história com a língua<br />

no que é constitutivo dos processos discursivos. Esta aproximação<br />

teórico-metodológica promove a discussão acerca da textualida<strong>de</strong> enquanto<br />

materialida<strong>de</strong> significante e contribui <strong>de</strong> forma relevante para a<br />

formação docente, bem como para a dinamização das reflexões sobre as<br />

práticas sócio-históricas que permeiam o ambiente escolar. As comunicações<br />

que integram este simpósio são, portanto, duplamente afetadas<br />

pelo fazer téorico-analítico e pela sua relação com o ensino, apontando,<br />

pelo viés discursivo, possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> (re)pensar as práticas <strong>de</strong> ensino<br />

voltadas ao trabalho da/sobre a língua. Enriquecidas pela gama <strong>de</strong> materialida<strong>de</strong>s<br />

em análise, as propostas selecionadas para este simpósio<br />

abordam diferentes modos em que língua e história constituem-se mutuamente,<br />

marcadas nos discursos sobre o corpo e sobre violência, nos<br />

discursos sobre a língua estrangeira e a mídia na escola e também nos<br />

discursos sobre a privacida<strong>de</strong> no espaço virtual. Ou seja, na re<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

sentidos que emerge da relação fundante entre história e língua, abarcamos<br />

<strong>aqui</strong>, dadas as condições <strong>de</strong> produção, perspectivas analíticas <strong>de</strong><br />

aspectos importantes da contemporaneida<strong>de</strong>.<br />

62


DISCURSO E PRÁTICAS NO APARELHO ESCOLAR: MODOS<br />

DISTINTOS DE ASSUJEITAMENTO?<br />

ANGELA PLATH DA COSTA<br />

O IMAGINÁRIO DA LÍNGUA IDEAL E O "DIFERENTE" NA A-<br />

PRENDIZAGEM DE LÍNGUA ESTRANGEIRA<br />

CAROLINE FOPPA SALVAGNI<br />

ARQUIVO, MEMÓRIA E AUTORIA: DISCURSOS SOBRE PRI-<br />

VACIDADE NA WEB<br />

GLAUCIA DA SILVA HENGE<br />

O TEXTO MIDIÁTICO EM SALA DE AULA: POSSIBILIDADES E<br />

LIMITES NO TRABALHO DE INTERPRETAÇÃO<br />

MAGDA REGINA LOURENÇO CYRRE<br />

“INGLÊS DA ESCOLA”: O IMAGINÁRIO DE LÍNGUA ESTRAN-<br />

GEIRA NO DISCURSO DE ALUNOS-PROFESSORES<br />

MICHELE TEIXEIRA PASSINI<br />

CORPO E SENTIDO: MODOS DE SUBJETIVAÇÃO NO DISCUR-<br />

SO TRANSEXUAL<br />

MÔNICA FERREIRA CASSANA<br />

AS LABUTAS PELO SENTIDO: ENTRE FALTAS E EXCESSOS,<br />

FECHAMENTOS E ABERTURAS<br />

PAULA DANIELE PAVAN<br />

OTRA VEZ #SOPA? O VERBAL E O VISUAL NA PRODUÇÃO DE<br />

SENTIDOS<br />

RENATA ADRIANA DE SOUZA<br />

MULHERES E VIOLÊNCIA DOMÉSTICA: SUJEITOS<br />

(RE)IDENTIFICANDO-SE PELA ESCRITA DE SI NA INTERNET<br />

VERÔNICA RODRIGUES TIMES<br />

63


SIMPÓSIO 17 – SALA 403B<br />

(Continua à tar<strong>de</strong>)<br />

LEITURA E ESCRITA NO ÂMBITO DO DISCURSO<br />

CAROLINA FERNANDES (COORDENADORA)<br />

A linguagem, ao ser compreendida não como instrumento <strong>de</strong> comunicação,<br />

mas como materialida<strong>de</strong> do discurso, po<strong>de</strong> ancorar a prática<br />

pedagógica do professor tanto <strong>de</strong> língua materna quanto <strong>de</strong> língua estrangeira.<br />

Essa concepção é calcada na Análise do Discurso <strong>de</strong> tradição<br />

francesa, a qual enten<strong>de</strong> a linguagem enquanto política e i<strong>de</strong>ológica,<br />

opaca, cujos sentidos por ela colocados em circulação constituirão os<br />

sujeitos. Os sujeitos são colocados em posição ativa, pois interferem no<br />

processo <strong>de</strong> transformação dos sentidos em posição dominante, e, também,<br />

<strong>de</strong> submissão a eles. Sendo assim, o presente simpósio, ao ter<br />

como base a concepção <strong>de</strong> linguagem referida, preten<strong>de</strong> levantar reflexões<br />

no que tange à relação entre discurso (enquanto materialização da<br />

i<strong>de</strong>ologia) e as ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> leitura e produção textual (enquanto práticas<br />

pedagógicas engajadas i<strong>de</strong>ologicamente). Os efeitos na constituição<br />

do sujeito po<strong>de</strong>m levá-lo a práticas engajadas com a i<strong>de</strong>ologia dominante,<br />

bem como questionadoras e contrárias a ela. Po<strong>de</strong>-se dizer que esse<br />

processo <strong>de</strong>termina a constituição <strong>de</strong> suas i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s. Com essa reterritorialização<br />

do campo <strong>de</strong> estudo da linguagem, a Análise do Discurso<br />

<strong>de</strong> linha francesa reformula conceitos como os <strong>de</strong> sujeito, memória,<br />

interpretação e texto, proponho <strong>de</strong>safios teórico-metodológicos para o<br />

ensino <strong>de</strong> língua seja materna ou estrangeira.<br />

ANÁLISE DO PROCESSO DISCURSIVO DA ESCRITA POR IMA-<br />

GENS<br />

CAROLINA FERNANDES<br />

INTERAÇÃO NO ESPAÇO EDUCATIVO BINACIONAL: ‘USAN-<br />

DO A LÍNGUA DO OUTRO’<br />

CRISTINA ZANELLA RODRIGUES<br />

A POSSE DE DILMA ROUSSEFF NA PRESIDÊNCIA DO PAÍS:<br />

UM ACONTECIMENTO DISCURSIVO OU ENUNCIATIVO?<br />

ERCILIA ANA CAZARIN<br />

ESCRITA ESTRANHA: INTERFERÊNCIA E REVERBERAÇÃO<br />

GIOVANI FORGIARINI AIUB<br />

64


PROFICIÊNCIA: LEITURA TÉCNICA OU LUGAR DE INTERPRE-<br />

TAÇÃO?<br />

INGRID GONÇALVES CASEIRA<br />

A PRÁTICA DA LEITURA E DA INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS<br />

NA SALA DE AULA DE LÍNGUA PORTUGUESA EM ESCOLAS<br />

DO SUDOESTE DO PARANÁ<br />

LUCIANA IOST VINHAS<br />

IMAGEM(NS) DE LÍNGUA(S) NA REGIÃO DA TRÍPLICE FRON-<br />

TEIRA<br />

MARILENE APARECIDA LEMOS<br />

DA PINTURA VERBAL À PINTURA IMAGÉTICA: OU SOBRE O<br />

FUNCIONAMENTO DA AUTORIA NA TRADUÇÃO INTERSE-<br />

MIÓTICA<br />

PRISCILA CAVALCANTE DO AMARAL<br />

SIMPÓSIO 18 – SALA 404B<br />

(Continua à tar<strong>de</strong>)<br />

REFLEXÕES SOBRE TEXTOS PERTINENTES AO TRABA-<br />

LHO DOCENTE<br />

MARCIA CRISTINA CORRÊA (COORDENADORA)<br />

Este simpósio tem por objetivo reunir pesquisadores, cujos trabalhos<br />

estejam em andamento ou já tenham sido concluídos, que tomem como<br />

objeto <strong>de</strong> suas investigações textos pertinentes ao trabalho docente<br />

(texto <strong>de</strong> professores e <strong>de</strong> alunos; documentos oficiais, material/livro<br />

didático, textos que circulam na mídia, etc). As pesquisas <strong>de</strong>vem estar<br />

ancoradas nos pressupostos interacionistas da linguagem, principalmente<br />

a partir <strong>de</strong> Bakhitn, Vygotsky, Bronckart e Machado. Nessa perspectiva,<br />

a linguagem é vista como lugar <strong>de</strong> interação e, em função disso, os<br />

papéis <strong>de</strong> sujeito e <strong>de</strong> outro adquirem relevância e passam a interessar<br />

os indivíduos que ocupam esses papéis discursivos em situações reais<br />

<strong>de</strong> interlocução historicamente situadas. A relevância da proposta <strong>de</strong>ste<br />

simpósio <strong>de</strong>ve-se ao fato da necessida<strong>de</strong> do estudo do papel da prática<br />

<strong>de</strong> linguagem (agir discursivo) em situações <strong>de</strong> trabalho, no caso, trabalho<br />

docente. Muitas pesquisas na área da Linguística Aplicada têm sido<br />

<strong>de</strong>senvolvidas no Brasil investigando as características dos diversos<br />

65


textos produzidos no e sobre o trabalho docente e discutindo as representações<br />

e avaliações sobre esse trabalho. Para isso, tem-se tomado<br />

como objeto <strong>de</strong> estudo textos orais e escritos produzidos no e sobre o<br />

trabalho docente. Este simpósio preten<strong>de</strong> acolher trabalhos pertinentes a<br />

essa perspectiva e estabelecer um espaço <strong>de</strong> discussão sobre o assunto.<br />

Palavras-chave: trabalho docente – interacionismo - representações<br />

REPRESENTAÇÕES DO TRABALHO DOCENTE NO SISTEMA<br />

DE ENSINO MILITAR A PARTIR DA PERSPECTIVA DO INTE-<br />

RACIONISMO SOCIODISCURSIVO<br />

ADRIANA SILVEIRA BONUMÁ<br />

REPRESENTAÇÕES DISCURSIVAS SOBRE A ATIVIDADE DO<br />

PROFESSOR<br />

ANA CECILIA TEIXEIRA GONÇALVES<br />

REPRESENTAÇÕES DO “SER PROFESSOR” POR PROFESSORES<br />

DE LP EM FORMAÇÃO: APROXIMAÇÕES INICIAIS<br />

CRISTIANO EGGER VEÇOSSI<br />

PONTO DE PARTIDA: O QUE SE ESPERA DO PROFESSOR DE<br />

LÍNGUA MATERNA?<br />

FABIANA VELOSO DE MELO DAMETTO<br />

PARA O ALUNO DE LETRAS, SER PROFESSOR É...<br />

MARCIA CRISTINA CORRÊA<br />

O INTERACIONISMO SOCIODISCURSIVO E O TRABALHO DO-<br />

CENTE: UMA ANÁLISE DO PROJETO LIçõES DO RIO<br />

GRANDE<br />

MICHELE MENDES ROCHA<br />

OS GÊNEROS E O ENSINO: REFLEXÕES ACERCA DO LIVRO<br />

DIDÁTICO;<br />

RAQUEL DA SILVA GOULARTE<br />

TRABALHO DOCENTE E O LIVRO DIDÁTICO DE PORTUGUÊS<br />

ROSAURA MARIA ALBUQUERQUE LEÃO<br />

66


PORTFÓLIO: UM INSTRUMENTO PARA O ENSINO DA PRODU-<br />

ÇÃO ESCRITA<br />

VAIMA REGINA ALVES MOTTA<br />

REPRESENTAÇÕES DO AGIR DOCENTE DE PROFESSORES DE<br />

LÍNGUA PORTUGUESA EM FORMAÇÃO NUMA PERSPECTIVA<br />

INTERACIONISTA<br />

WENDEL DOS SANTOS LIMA<br />

SIMPÓSIO 19 – SALA 406B<br />

(Continua à tar<strong>de</strong>)<br />

ENSINO E PESQUISA EM REGIÕES DE FRONTEIRA: PRÁ-<br />

TICAS DISCURSIVAS E SOCIAIS<br />

VALESCA BRASIL IRALA (COORDENADORA)<br />

ELIANA ROSA STURZA (COORDENADORA)<br />

Este simpósio tem como objetivo reunir trabalhos que versem sobre o<br />

que Sturza (2006, 2009) <strong>de</strong>nominou “espaço <strong>de</strong> enunciação fronteiriço”,<br />

um lugar tanto simbólico quanto material que interpela diferentes<br />

pesquisadores a discutirem, entre outros aspectos, os seguintes: as manifestações<br />

linguísticas, tanto <strong>de</strong> tradição oral quanto escrita, próprias<br />

do“entre-línguas-entre-culturas” fronteiriço (cf. CORACINI, 2007); os<br />

registros fronteiriços que revelam uma historicida<strong>de</strong> singular(cf. MO-<br />

TA, 2010; STURZA, 2010); as práticas educacionais fronteiriças, levando<br />

em conta questões como a do biletramento, do ensino <strong>de</strong> segundas<br />

línguas e da <strong>aqui</strong>sição da escrita. Com esse simpósio, objetivamos<br />

marcar e consolidar um vasto campo <strong>de</strong> investigação que vem se <strong>de</strong>senvolvendo<br />

no país e em países vizinhos, levando em conta especialmente<br />

a condição <strong>de</strong> “inesgotabilida<strong>de</strong>” (cf. ELIZAINCÍN, 2008, p.65) convocada<br />

pelo tema fronteiriço, notadamente <strong>de</strong> caráter político, simbólico<br />

e social. Se tradicionalmente falar <strong>de</strong> “fronteira” significava marcar<br />

uma inevitável assimetria <strong>de</strong> um mo<strong>de</strong>lo “centro” versus o“resto” (em<br />

que a fronteira ocuparia esse segundo pólo), hoje é possível vislumbrar(bem<br />

como dar visibilida<strong>de</strong> a um processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>sdicotomização em<br />

curso, o qual é capaz <strong>de</strong> <strong>de</strong> re-situar à(s) fronteira(s) em uma dinâmica<br />

própria, que re<strong>de</strong>senha instâncias <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r com estratégias estéticas,<br />

políticas e cotidianas diversas e, ao mesmo tempo, ocupar no meio<br />

acadêmico um lugar <strong>de</strong> <strong>de</strong>staque antes inexistente.<br />

67


ZONA RURAL FRONTEIRIÇA CERRILLADA/SERRILHADA: UM<br />

OLHAR SOBRE AS PRÁTICAS LINGUÍSTICAS<br />

BRUNA SUSEL GULART ANTUNES<br />

VALESCA BRASIL IRALA<br />

A FRONTEIRA PELA PERSPECTIVA DO ENSINO: IMAGINÁ-<br />

RIOS, CURRÍCULO E ATITUDES<br />

DOUGLAS LEMOS DE QUADROS<br />

VALESCA BRASIL IRALA<br />

FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE LÍNGUA ESPANHOLA NA<br />

FRONTEIRA: CONSIDERAÇÕES<br />

ISAPHI MARLENE JARDIM ALVAREZ<br />

SER OU NÃO SER BILÍNGUE: ATITUDES LINGUÍSTICAS DE<br />

ESTUDANTES DE ACEGUÁ BRASIL/URUGUAI<br />

JOCIELE CORRÊA<br />

ESCREVER EM LÍNGUA ADICIONAL: UMA OPÇÃO RETÓRICA<br />

KATIA VIEIRA MORAIS<br />

“EN EL RECREO SÍ, EN LAS CLASES NO”: SERÁ A ESCOLA<br />

UMA FRONTEIRA ENTRE AS LÍNGUAS?<br />

LUCIANA VARGAS RONSANI<br />

DA FRONTEIRA-LIMITE A SITUAÇÕES SOCIAIS DE FRONTEI-<br />

RA: UMA REFLEXÃO CONCEITUAL<br />

SARA DOS SANTOS MOTA<br />

POESIA DA FRONTEIRA<br />

URUGUAY CORTAZZO<br />

O SUJEITO FRONTEIRIÇO E SUA RELAÇÃO COM A ESCRITA:<br />

UMA QUESTÃO IDENTITÁRIA<br />

VALESCA BRASIL IRALA<br />

68


SIMPÓSIO 20 – SALA 407B<br />

ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA E DESENVOLVIMENTO:<br />

FORMAÇÃO DE QUADROS E PRÁTICAS EDUCATIVAS<br />

ANA MARIA DE MATTOS GUIMARÃES (COORDENADORA)<br />

Os trabalhos a seguir fazem parte <strong>de</strong> projeto apoiado pela CAPES e<br />

CNPq, <strong>de</strong>ntro do Programa PROCAD. O projeto se propõe a produzir<br />

conhecimento e interagir em processos educativos <strong>de</strong> leitura e produção<br />

escrita no sistema público <strong>de</strong> ensino. Para isso, ocorre uma confluência<br />

<strong>de</strong> ações <strong>de</strong> dois Programas <strong>de</strong> Pós-Graduação: Linguística Aplicada da<br />

UNISINOS e Letras: Estudos Linguísticos da UFMG. Aproximados por<br />

suas linhas <strong>de</strong> pesquisa: Linguagem e Práticas Escolares do primeiro e<br />

Ensino <strong>de</strong> Língua Portuguesa do segundo, e amparados pela Linguística<br />

Aplicada como eixo comum <strong>de</strong> saber, preten<strong>de</strong>m reforçar a importância<br />

<strong>de</strong> o letramento acadêmico dos formadores entrar em interação com a<br />

prática social dos professores e seus alunos, com vistas ao <strong>de</strong>senvolvimento<br />

<strong>de</strong> propostas didático-pedagógicas que formem um novo educador<br />

apto ao manejo crítico do conhecimento, capaz <strong>de</strong> estar à frente dos<br />

<strong>de</strong>safios educacionais do terceiro milênio. Para que esse <strong>de</strong>senvolvimento<br />

ocorra, relacionamos práticas sociais <strong>de</strong> linguagem mediadas por<br />

tecnologia e mídia e práticas presenciais, em projetos <strong>de</strong> pesquisa que<br />

tenham como preocupação básica a reflexão sobre o fazer profissional<br />

<strong>de</strong> docentes <strong>de</strong> Língua Portuguesa. Três <strong>de</strong>sses projetos são apresentados<br />

no presente simpósio.<br />

APRENDER E ENSINAR: OS DESAFIOS DA FORMAÇÃO DE<br />

PROFESSORES<br />

ADRIANE TERESINHA SARTORI<br />

UM PROCESSO COOPERATIVO DE FORMAÇÃO CONTINUADA:<br />

O ETERNO DESAFIO DA DIDATIZAÇÃO DE GÊNEROS<br />

ANA MARIA DE MATTOS GUIMARÃES<br />

LEITURA NA TELA E ENSINO DE LEITURA<br />

DELAINE CAFIERO<br />

SIMPÓSIO 21 – SALA 405B<br />

LINGUAGEM E PRÁTICAS CULTURAIS<br />

IVETE BELLOMO MACHADO (COORDENADORA)<br />

LÍVIA DE CARVALHO MENDONÇA (COORDENADORA)<br />

69


Neste simpósio, ocorre o encontro <strong>de</strong> doutorandas com pesquisas distintas<br />

e resultados <strong>de</strong> estudos <strong>de</strong>senvolvidos em cumprimento aos créditos<br />

do doutorado, mas que compartilham <strong>de</strong> um referencial comum: a perspectiva<br />

discursiva dialógica <strong>de</strong> orientação bakhtiniana (Bakhtin,<br />

2003[1979]; Bakhtin/Volochínov, 2006[1929]). Nesse sentido, a linguagem<br />

em diálogo com a vida nos contextos escolares e usos cotidianos<br />

<strong>de</strong> comunida<strong>de</strong> afro<strong>de</strong>scen<strong>de</strong>nte (Chartier, 1985, 1991, 1994, 2004;<br />

De Certeau, 2009; Burke, 2005; as lexias, os símbolos e os gestos que<br />

permeiam as benzeduras; a ativida<strong>de</strong> laboral <strong>de</strong> trabalhadores <strong>de</strong> uma<br />

empresa (Schwartz, 2002, 2006, 2007) e <strong>de</strong> docentes <strong>de</strong> língua portuguesa,<br />

quer na educação presencial (Schwartz, 2006, 2007, 2012; Faïta,<br />

2005; Clot & Faïta, 2000); quer a distância (Litto e Formiga, 2009;<br />

Belloni , 2003), constituem-se os objetos <strong>de</strong> investigação estudados em<br />

diferentes esferas <strong>de</strong> produção e recepção da enunciação, tendo como<br />

eixo central a linguagem e as práticas culturais.<br />

DISCURSO E PRODUÇÃO DE SENTIDOS: O LUGAR DO PRO-<br />

FESSOR NA EAD<br />

ANDREA AD REGINATTO<br />

BENZEDURAS: TRADIÇÃO POPULAR CUJOS SENTIDOS EN-<br />

TRELAÇAM SIGNOS VERBAIS E NÃO-VERBAIS<br />

DEIJE MACHADO DE MOURA<br />

RENORMALIZAR É PRECISO... COMO LIDAR COM AS NOR-<br />

MAS EM AMBIENTE LABORAL.<br />

IVETE BELLOMO MACHADO<br />

A RELAÇÃO ENTRE SABERES NO DESENVOLVIMENTO DA<br />

ATIVIDADE LABORAL DO PROFESSOR DE LÍNGUA PORTU-<br />

GUESA: UMA ABORDAGEM DIALÓGICA<br />

JOSIANE REDMER HINZ<br />

ESCREVIVENDO EM PERSPECTIVA DIALÓGICA: MANIFES-<br />

TAÇÕES SOCIAIS DA ESCRITA AFRODESCENDENTE, PRÁTI-<br />

CAS ESCOLARES E USOS COTIDIANOS<br />

LÍVIA DE CARVALHO MENDONÇA<br />

70


SIMPÓSIO 22 – SALA 408B<br />

QUESTÕES DE LETRAMENTOS SURDOS<br />

VANESSA DE OLIVEIRA DAGOSTIM PIRES (COORDENADO-<br />

RA)<br />

O presente simpósio, intitulado “Questões <strong>de</strong> letramentos surdos”, reúne<br />

trabalhos <strong>de</strong> diferentes áreas, <strong>de</strong>senvolvidos em diversas regiões do<br />

país, com o objetivo <strong>de</strong> refletir a respeito do ensino <strong>de</strong> Língua Portuguesa<br />

para Surdos. O simpósio propõe um olhar amplo sobre a questão,<br />

compreen<strong>de</strong>ndo que ela começa <strong>de</strong>s<strong>de</strong> as orientações curriculares <strong>de</strong><br />

ensino, passa pela formação docente do professor <strong>de</strong> surdos até as práticas<br />

<strong>de</strong> ensino e letramento em sala <strong>de</strong> aula, seja esta presencial ou em<br />

um ambiente digital <strong>de</strong> aprendizagem. Deu-se priorida<strong>de</strong>, na seleção<br />

dos resumos, a trabalhos que <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>m o ensino <strong>de</strong> Língua Portuguesa<br />

como L2 (segunda língua) ou LA (língua adicional) para os surdos, e a<br />

Língua <strong>de</strong> Sinais como a L1 (primeira língua), <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma perspectiva<br />

<strong>de</strong> educação bilíngue, tanto em contextos <strong>de</strong> educação exclusiva para<br />

surdos ou em contextos inclusivos. Que Língua Portuguesa preten<strong>de</strong>-se<br />

ensinar a surdos? De que maneira, professores <strong>de</strong> surdos em formação,<br />

veem o bilinguismo no momento <strong>de</strong> seu planejamento e prática docente?<br />

Quais são as estratégias e mecanismos utilizados pelos surdos no<br />

momento da produção textual em Língua Portuguesa? De que maneira a<br />

Língua <strong>de</strong> Sinais po<strong>de</strong> promover o letramento acadêmicos <strong>de</strong> surdos?<br />

Essas e outras questões serão discutidas neste simpósio.<br />

Palavras-chave: educação bilíngue; educação <strong>de</strong> surdos; letramento<br />

AS ORIENTAÇÕES CURRICULARES DE LP PARA SURDOS: A<br />

GOVERNAMENTALIZAÇÃO DA ESCRITA ESCOLAR COMO<br />

DISPOSITIVO DE NORMALIZAÇÃO<br />

DANIELA TAKARA<br />

ASPECTOS DE COESÃO E COERÊNCIA NA ESCRITA DE ALU-<br />

NOS SURDOS BILÍNGUES<br />

MÁRCIO ARTHUR MOURA MACHADO PINHEIRO<br />

O LETRAMENTO EM LÍNGUA PORTUGUESA DE SURDOS U-<br />

NIVERSITÁRIOS: REFLEXÕES A PARTIR DE UM CURSO EM<br />

AMBIENTE DIGITAL<br />

VANESSA DE OLIVEIRA DAGOSTIM PIRES<br />

71


PLANEJAMENTO DIDÁTICO PARA O ENSINO DE SURDOS NA<br />

PERSPECTIVA BILÍNGUE.<br />

VINICIUS MARTINS FLORES<br />

DIA 4 DE OUTUBRO - (QUINTA-FEIRA) – 16H<br />

COMUNICAÇÕES<br />

COMUNICAÇÕES 42 – SALA 207C<br />

O PAPEL DA INSTRUÇÃO EXPLÍCITA E DA MEMÓRIA DE<br />

TRABALHO NA LEITURA EM L2<br />

EREN MELO MORAES PASQUALI<br />

O QUE A LINGUÍSTICA COGNITIVA TEM A NOS DIZER SOBRE<br />

O ENSINO DE PRONÚNCIA NO BRASIL: UM BALBUCIO TEÓ-<br />

RICO<br />

FELIPE FLORES KUPSKE<br />

ERROS ORTOGRÁFICOS E CONSCIÊNCIA FONOLÓGICA: RE-<br />

LAÇÕES APRESENTADAS POR ESCOLARES ALFABÉTICOS<br />

LIZA GUTIERREZ<br />

GABRIELE DONICHT<br />

FÓRUM PERMANENTE: A CONSTRUÇÃO DE SABERES COLE-<br />

TIVOS POR MEIO DA LINGUAGEM<br />

RAIANNY LIMA SOARES<br />

LOURENA MARIA DOMINGOS DA SILVA<br />

COMUNICAÇÕES 43 – SALA 212C<br />

CINE CUICA: OUTRA LINGUAGEM PARA INCLUSÃO NA CUL-<br />

TURA<br />

GUILHERME BIZZI GUERRA<br />

PALAVRA E IMAGEM: A LEITURA NOS SUPORTES TECNOLÓ-<br />

GICOS<br />

JOÃO PEDRO RODRIGUES SANTOS<br />

72


ELENICE MARIA LARROZA ANDERSEIN (ORIENTADOR)<br />

APRENDIZAGEM PRECOCE DE L2 E DESENVOLVIMENTO<br />

COGNITIVO<br />

KATIELE NAIARA HIRSCH<br />

AUTONOMIA: REFLEXÕES SOBRE A CONSTRUÇÃO DESTA<br />

PRÁTICA PELO ALUNO DA EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA (EAD)<br />

LAÍS AMÉLIA RIBEIRO DE SIQUEIRA<br />

COMUNICAÇÕES 44 – SALA 213C<br />

ACESSO LEXICAL NA PRODUÇÃO DE FALA BILÍNGUE EM<br />

REGIÃO DE FRONTEIRA - BRASIL/URUGUAI<br />

LEANDRA FAGUNDES<br />

MÁRCIA ZIMMER<br />

A REVISTA LETRAS/UFSM E O ENSINO DE LÍNGUA PORTU-<br />

GUESA<br />

LETÍCIA SCHULER GONÇALVES<br />

CONTROLE INIBITÓRIO E REDES DE ATENÇÃO: AS DIFEREN-<br />

ÇAS ENTRE CÉREBROS BILÍNGUES E MONOLÍNGUES<br />

LISANDRA RUTKOSKI RODRIGUES<br />

O SENTIDO DA LINGUAGEM ATRAVÉS DA PRODUÇÃO DE<br />

AUTONARRATIVAS (RELATOS)<br />

MARA LUIZA MACHADO IDALENCIO ABATTI<br />

COMUNICAÇÕES 45 – SALA 216C<br />

O PAPEL DA AUTOAVALIAÇÃO NO PROCESSO DE ENSINO-<br />

APRENDIZAGEM DE LÍNGUA INGLESA<br />

MARIANA DE MELLO PEREIRA<br />

SIMONE SILVA PIRES DE ASSUMPÇÃO<br />

A ARGUMENTAÇÃO ATRAVÉS DE EXPRESSÕES METAFÓRI-<br />

CAS EM FOLDERES TURISTICOS<br />

NATALIA DE SOUSA ALDRIGUE<br />

LUCIENNE ESPINDOLA<br />

FUNDAMENTOS DA LINGUÍSTICA PRAGMÁTICA: REFLEXÃO<br />

E AÇÃO NO ENSINO DE LEITURA E COMPREENSÃO DE TEX-<br />

TOS EM INGLÊS INSTRUMENTAL<br />

73


RITA ANGÉLICA DE OLIVEIRA LUZ<br />

MÚSICA E COGNIÇÃO: INTERFACES CULTURAIS, SOCIAIS E<br />

INTERTEXTUAIS<br />

SIMONE CONTI DE OLIVEIRA<br />

COMUNICAÇÕES 46 - SALA 221C<br />

COMPREENSÃO DE TEXTOS EM L1 E L2: DIFERENÇAS, SEME-<br />

LHANÇAS E O PAPEL DA MEMÓRIA<br />

TALITA DOS SANTOS GONÇALVES<br />

A ABORDAGEM COMUNICATIVA DE LÍNGUAS NA FORMA-<br />

ÇÃO DE APRENDIZES DE LÍNGUA INGLESA<br />

TÁSSIA AVILA SILVA<br />

GRACIELE URRUTIA DIAS SILVEIRA<br />

TEACHING ENGLISH THROUGH PRACTICAL EXPERIENCE<br />

VIRGINIA PONCHE BARBOSA<br />

O PROCESSO DE LETRAMENTO DIGITAL DOS GESTORES NO<br />

PROJETO @NAVE<br />

ZAYRA BARBOSA COSTA<br />

BRENA SAMYLY SAMPAIO DE PAULA<br />

COMUNICAÇÕES 47 – SALA 230C<br />

MEMÓRIA, LINGUAGEM E TRADUÇÃO EM PEDRO PÁRAMO:<br />

UM ESTUDO COMPARATIVO A PARTIR DA ANÁLISE DO DIS-<br />

CURSO<br />

CAMILA DE CARLI<br />

VIOLÊNCIA NA INTERNET: UMA PERSPECTIVA DO CYBER-<br />

BULLYING NO FACEBOOK<br />

CAROLINA CAMPOS RODEGHIERO<br />

PROVÉRBIOS - A LEITURA,A PRODUÇÃO DE SENTIDOS E O<br />

PROCESSO INFERENCIAL<br />

CÉSAR COSTA VITORINO<br />

74


PROJETO INTERFACE – VIVENCIAR É PRECISO, EM CONTEX-<br />

TO DIGITAL: ANÁLISE SOBRE A USABILIDADE DO SITE OFI-<br />

CIAL DA UNIPAMPA<br />

JOSÉ RICARDO DA COSTA<br />

COMUNICAÇÕES 48 – SALA 414C<br />

A POSIÇÃO-SUJEITO EM TRADUÇÃO INTERSEMIÓTICA: ELI-<br />

TE DA TROPA 2 E TROPA DE ELITE 2 - O INIMIGO AGORA É<br />

OUTRO<br />

FRANCIELE CASAGRANDA METZ<br />

A ALTERIADE E A SEMIÓTICA NO ENSINO DE HISTÓRIA:<br />

UMA ANÁLISE DO LIVRO A CONQUISTA DA AMÉRICA, A<br />

QUESTÃO DO OUTRO, DE T. TODOROV<br />

JEAN PIERRE TEIXEIRA DA SILVA<br />

O PÔSTER ACADÊMICO SOB DIFERENTES ÓTICAS<br />

LUZIANE BOEMO MOZZAQUATRO<br />

GRACIELA RABUSKE HENDGES<br />

INTRODUÇÃO AO USO DE ADAPTAÇÕES LITERARIAS NA<br />

ESCOLA<br />

MARCOS VIEIRA<br />

COMUNICAÇÕES 49 – SALA 415C<br />

DISCURSO E LINGUAGEM PICTÓRICA: (IM)POSSIBILIDADES<br />

ANALÍTICAS?<br />

MARIA THEREZA VELOSO<br />

O GÊNERO NOTÍCIA POPULARIZAÇÃO DA CIÊNCIA: UM O-<br />

LHAR PARA ALÉM DO VERBAL<br />

PÂMELA MARIEL MARQUES<br />

GRACIELA RABUSKE HENDGES (ORIENTADOR)<br />

O TEXTO NO ESTRUTURALISMO E NO PÓS ESTRUTURALIS-<br />

MO: O PENSAMENTO DE ROLAND BARTHES E JONATHAN<br />

CULLER<br />

75


TÂNIA REGINA BARBOSA DE SOUSA<br />

IMAGENS E AVALIAÇÃO: COMO SÃO REPRESENTADOS PE-<br />

LOS DISCENTES OS INSTRUMENTOS AVALIATIVOS DE LÍN-<br />

GUA INGLESA<br />

VITÓRIA MARIA AVELINO DA SILVA PAIVA<br />

COMUNICAÇÕES 50 – SALA 204B<br />

BILINGUISMO E APRENDIZAGEM DE PORTUGUÊS POR INDÍ-<br />

GENAS DE DOURADOS, MS<br />

ADILSON CREPALDE<br />

LETRAMENTO DIGITAL E APRENDIZAGEM DE LÍNGUA IN-<br />

GLESA: EXPLORANDO O RECURSO PODCAST<br />

ADILSON FERNANDES GOMES<br />

SUSANA CRISTINA DOS REIS<br />

A LÍNGUA PORTUGUESA NO ENSINO SUPERIOR EM CURSOS<br />

QUE NÃO DE LETRAS<br />

AMANDA CANTERLE BOCHETT<br />

SANDRA MARIA DO NASCIMENTO DE OLIVEIRA<br />

ENSINO DE LIBRAS COMO L2 NA UFPEL: EXPERIÊNCIA DA<br />

PRODUÇÃO DE MATERIAL DIDÁTICO A PARTIR DA ABOR-<br />

DAGEM COMUNICATIVA<br />

ANGELA NEDIANE DOS SANTOS<br />

IVANA GOMES DA SILVA<br />

COMUNICAÇÕES 51 – SALA 206B<br />

UMA ANÁLISE CRÍTICA DO DOCUMENTO OFICIAL DE EDU-<br />

CAÇÃO LINGUÍSTICA<br />

BETYNA FACCIN PREISCHARDT<br />

DÉSIRÉE MOTTA ROTH (ORIENTADORA)<br />

A LEITURA E A PRODUÇÃO TEXTUAL NAS SÉRIES INICIAIS:<br />

UMA EXPERIÊNCIA DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA<br />

CARINE MARIA ANGST<br />

FRANCIELI HEINECK<br />

76


CARTA-RESPOSTA COMO GÊNERO CATALISADOR DA FOR-<br />

MAÇÃO DOCENTE: TECENDO LINHAS ENTRE TEORIA E PRÁ-<br />

TICA<br />

CLARA DORNELLES<br />

MARA LUIZA MACHADO IDALENCIO ABATTI<br />

UM LETRAMENTO ESPECIAL: O DOS PORTADORES DE SÍN-<br />

DROME DE DOWN<br />

CLÁUDIA MADALENA FEISTAUER<br />

COMUNICAÇÕES 52 – SALA 208B<br />

UM BILHETE PARA MIM? ESCRITA DE BILHETES POR JOVENS<br />

COM SÍNDROME DE DOWN<br />

CLAUDIA MORAES DAL MOLIN<br />

THAIANY D'AVILA ROSA<br />

GILSENIRA DE ALCINO RANGEL<br />

O IMPORTANTE PAPEL DA LEITURA NA PRÁTICA DOCENTE<br />

CLEIDE INÊS WITTKE<br />

ALESSANDRA BALDO<br />

AUTORES, TÍTULOS E GÊNEROS DA LEITURA NA ESCOLA<br />

CRISTINA MARIA ROSA<br />

COMUNICAÇÕES 53 – SALA 213B<br />

REPRESENTAÇÕES DE LETRAMENTO NO CONTEXTO ESCO-<br />

LAR: PRIMEIRAS IMPRESSÕES<br />

ELISEU ALVES DA SILVA<br />

ENTROU NUMA PERNA DE PATO E SAIU NUMA DE PINTO,<br />

QUEM QUISER QUE CONTE CINCO: A CONSTRUÇÃO DO PRO-<br />

CESSO DE ALFABETIZAÇÃO DOS ALUNOS<br />

ELZILANE DA PAIXÃO NASCIMENTO<br />

PROPOSTA DE ATIVIDADES DIDÁTICAS COM BASE NAS<br />

TENDÊNCIAS CONTEMPORÂNEAS DE ENSINO E APRENDI-<br />

ZAGEM DE ILE<br />

FERNANDA LOPES SILVA ZIEGLER<br />

77


DÉSIRÉE MOTTA ROTH (ORIENTADORA)<br />

UM OLHAR SOBRE A INTERAÇÃO ESCRITA ENTRE PROFES-<br />

SORA E ALUNOS NA AULA DE PORTUGUÊS<br />

FERNANDA TAÍS BRIGNOL GUIMARÃES<br />

COMUNICAÇÕES 54 – SALA 215B<br />

A LEITURA E A PRODUÇÃO TEXTUAL NAS SÉRIES INICIAIS:<br />

UMA EXPERIÊNCIA DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA<br />

FRANCIELI HEINECK<br />

CARINE MARIA ANGST<br />

A REESCRITA DE BILHETES ORIENTADORES NA FORMAÇÃO<br />

INICIAL DE PROFESSORES DE LÍNGUA PORTUGUESA: RELA-<br />

ÇÕES ENTRE TEORIA E PRÁTICA<br />

FRANCIELI MATZENBACHER PINTON<br />

A TRAGÉDIA GREGA E A ESTÉTICA DA RECEPÇÃO EM SALA<br />

DE AULA<br />

GABRIELA ROCHA RODRIGUES<br />

O LETRAMENTO DIGITAL DO DOCENTE DE LÍNGUA MATER-<br />

NA: REPRESENTAÇÕES NAS ATIVIDADES DE LINGUAGEM<br />

NUMA ESCOLA CONTEMPLADA COM O PROUCA<br />

GISELE DOS SANTOS RODRIGUES<br />

78


DIA 4 DE OUTUBRO - (QUINTA-FEIRA) – 16H<br />

SIMPÓSIOS (Continuação)<br />

SIMPÓSIO 14 - SALA 304B<br />

LINGUAGEM, COGNIÇÃO E ENSINO<br />

LILIANE DA SILVA PRESTES-RODRIGUES (COORDENADORA)<br />

LUIZ FERNANDO MATOS ROCHA (COORDENADOR)<br />

A história recente da Linguística é fortemente marcada por uma consi<strong>de</strong>rável<br />

diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> visões acerca do fenômeno linguístico, do que<br />

<strong>de</strong>corre a coexistência <strong>de</strong> muitas teorias, bem como uma profusão terminológica<br />

e metodológica que parece distanciar os pesquisadores entre<br />

si. Para muitos, isso se <strong>de</strong>ve ao fato <strong>de</strong> a linguagem ser “um objeto <strong>de</strong><br />

tal complexida<strong>de</strong> que todas as possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> abordagem serão sempre<br />

parciais” (BORGES NETO, 2004, p. 68). Para o caminho contrário,<br />

muitos pesquisadores têm <strong>de</strong>senvolvido visões integradoras <strong>de</strong> áreas da<br />

linguística através <strong>de</strong> estudos <strong>de</strong> interface. Nesse contexto, este simpósio<br />

congrega investigadores preocupados com os limites e possibilida<strong>de</strong>s<br />

que se colocam, tanto em termos teóricos quanto analíticos, na<br />

relação entre estudos sobre cognição e o ensino <strong>de</strong> língua materna e<br />

língua estrangeira. A razão precípua para esse movimento é o entendimento<br />

<strong>de</strong> que os avanços em Linguística Cognitiva têm muito a contribuir<br />

em relação a diferentes questões ligadas ao processo ensinoaprendizagem,<br />

possibilitando o entrecruzamento <strong>de</strong> produções científicas<br />

e práticas pedagógicas. Quanto à metodologia, o simpósio está<br />

aberto a pesquisas <strong>de</strong> base empírica, focadas nos registros orais e escritos<br />

da linguagem, e suas implicações no ensino. Este simpósio constitui-se,<br />

portanto, em um espaço acadêmico e científico amplo e instigador<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>bates. Desta maneira, estar-se-á incentivando a construção <strong>de</strong><br />

alternativas para práticas em sala <strong>de</strong> aula, visando a uma maior inclusão<br />

e participação dos alunos no processo.<br />

79


Palavras-chave: COGNIÇÃO, ENSINO, TEORIAS LINGUÍSTICAS.<br />

CONSTRUÇÕES DE MOVIMENTO FICTIVO EM PORTUGUÊS<br />

DO BRASIL<br />

ALINE BISOTTI DORNELAS<br />

A CONSTRUÇÃO CONCESSIVA PERSPECTIVIZADORA “PARA<br />

X Y” NO ÂMBITO DA ESCRITA E DA FALA EM PB: LEVANTA-<br />

MENTOS INICIAIS<br />

GABRIELA DA SILVA PIRES<br />

SEMÂNTICA DE FRAMES E O COMPORTAMENTO DE ADVÉR-<br />

BIOS ASPECTUALIZADORES DE REITERAÇÃO<br />

LILIANE DA SILVA PRESTES-RODRIGUES<br />

AUTOCITAÇÃO FICTIVA: COGNIÇÃO E CORPUS<br />

LUIZ FERNANDO MATOS ROCHA<br />

O ENSINO DE LÍNGUA ESTRANGEIRA E GANHOS COGNITI-<br />

VOS<br />

MARTA HELENA TESSMANN BANDEIRA<br />

FRAMES, DISCURSO E CIDADANIA<br />

NEUSA SALIM MIRANDA<br />

TENDÊNCIAS ENTOACIONAIS DE CONSTRUÇÕES DE DIS-<br />

CURSO REPORTADO<br />

PATRÍCIA RIBEIRO DO VALLE COUTINHO<br />

CIÊNCIAS COGNITIVAS E A EDUCAÇÃO PARA A LEITURA<br />

ROSANGELA GABRIEL<br />

SIMPÓSIO 15 – SALA 306B<br />

(MULTI)LETRAMENTOS: PRÁTICAS E LINGUAGENS SOCI-<br />

AIS EM CONTEXTOS ESCOLARES E ACADÊMICOS<br />

ADRIANA FISCHER (COORDENADORA)<br />

Os objetivos <strong>de</strong>ste Simpósio, inserido na linha temática “linguagens e<br />

letramentos: questões”, são: a) discutir e (re)configurar o que está se<br />

80


enten<strong>de</strong>ndo por (multi)letramentos em contextos escolares e acadêmicos<br />

no Brasil; b) caracterizar quais as implicações das diferentes práticas<br />

<strong>de</strong> oralida<strong>de</strong>, leitura (verbal e imagética) e escrita, nesses contextos,<br />

para os sujeitos e para suas comunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> prática. Esses objetivos<br />

visam oferecer contribuições, advindas <strong>de</strong> pesquisas em torno <strong>de</strong> práticas<br />

e linguagens sociais, para a atuação pedagógica/linguística em escolas<br />

e universida<strong>de</strong>s, bem como para (re)dimensionar os sentidos na<br />

Linguística Aplicada, a partir <strong>de</strong> estudos sobre (multi)letramentos na<br />

perspectiva sociocultural (Gee, 1999, 2001, 2005; Barton e Hamilton,<br />

2000; Zavala, 2010, Kleiman, 2010, Rojo, 2012). Nessa direção, os<br />

estudos sobre os (multi)letramentos (Mills, 2006; New London Group,<br />

2000; Rojo, 2008, 2012; Lemke, 2010), na <strong>Educação</strong> Básica e no Ensino<br />

Superior, vêm privilegiar os sentidos, os diversos modos <strong>de</strong> interação,<br />

as questões <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>, a diversida<strong>de</strong> cultural e linguística, os<br />

textos associados a informações e tecnologias multimídias, as vozes, os<br />

posicionamentos críticos dos sujeitos e as relações <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r. Dados<br />

advindos <strong>de</strong> estudos <strong>de</strong> caso e/ou <strong>de</strong> pesquisas do tipo etnográfico têm<br />

contribuído para que resultados sejam <strong>de</strong>batidos, em âmbito brasileiro,<br />

os quais discutem, polemizam e encaminham propostas capazes <strong>de</strong><br />

conceber e posicionar os estudantes como participantes engajados em<br />

práticas escolares e acadêmicas <strong>de</strong> letramento. Nesse sentido, o presente<br />

Simpósio tem o intuito <strong>de</strong> colocar em contato resultados <strong>de</strong> pesquisas<br />

nessa vertente sociocultural dos (multi)letramentos, consi<strong>de</strong>rando os<br />

objetivos inicialmente apresentados nesta proposta.<br />

RELAÇÕES DE PODER EM PRÁTICAS DE LETRAMENTO ACA-<br />

DÊMICO EM CURSOS DE ENGENHARIA (PORTUGAL): O CASO<br />

DO GÊNERO RELATÓRIO DE PROJETO<br />

ADRIANA FISCHER<br />

(MULTI) LETRAMENTOS NA FORMAÇÃO INICIAL DO PROFIS-<br />

SIONAL DE LETRAS<br />

CIBELE DA SILVA TRINDADE<br />

“O PODER INTEGRADOR DOS PROJETOS VIVENCIAIS E SEUS<br />

EFEITOS NO LETRAMENTO ESCOLAR”<br />

FRANCELI RODRIGUES DE SOUZA<br />

ANÁLISE TEXTUAL DE PRODUÇÕES AUTORREFLEXIVAS DE<br />

ALUNOS DE PEDAGOGIA: INTERFACE SOCIOCOGNITIVA DOS<br />

LETRAMENTOS ACADÊMICOS<br />

81


MÁRCIA MILLER GOMES DE PINHO<br />

“NÓS PEGA O PEIXE”: UMA ANÁLISE VISUAL DA CIÊNCIA<br />

LINGUÍSTICA NA MÍDIA<br />

RAQUEL BEVILAQUA<br />

O USO DA LINGUAGEM VERBAL NA INTERAÇÃO ENTRE OS<br />

PROFISSIONAIS E OS USUÁRIOS DE UMA BIBLIOTECA.<br />

RAQUEL DO PRADO FONTOURA PRIETSCH<br />

PRÁTICAS DE LETRAMENTO PEDAGÓGICO NO PIBID: ANÁ-<br />

LISE DA TRAVESSIA DE PROFESSORES EM FORMAÇÃO<br />

SILVANIA FACCIN COLAÇO<br />

LETRAMENTOS VISUAIS EM PROPOSTAS DE LEITURA DE UM<br />

LIVRO DIDÁTICO DO 1O ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL:<br />

UMA ANÁLISE, MUITAS POSSIBILIDADES<br />

TRÍCIA TAMARA BOEIRA DO AMARAL<br />

AS PRÁTICAS LEITORAS DE ACADÊMICAS DE PEDAGOGIA<br />

VERONICE CAMARGO DA SILVA<br />

SIMPÓSIO 16 – SALA 402B<br />

O DISCURSO NO CRUZAMENTO DA HISTÓRIA COM A<br />

LÍNGUA: PERSPECTIVAS DE ANÁLISE<br />

GLAUCIA DA SILVA HENGE (COORDENADORA)<br />

Neste simpósio propomos a discussão <strong>de</strong> diferentes perspectivas <strong>de</strong><br />

análise a partir <strong>de</strong> materialida<strong>de</strong>s discursivas também distintas, permitindo<br />

assim a problematização do cruzamento da história com a língua<br />

no que é constitutivo dos processos discursivos. Esta aproximação<br />

teórico-metodológica promove a discussão acerca da textualida<strong>de</strong> enquanto<br />

materialida<strong>de</strong> significante e contribui <strong>de</strong> forma relevante para a<br />

formação docente, bem como para a dinamização das reflexões sobre as<br />

práticas sócio-históricas que permeiam o ambiente escolar. As comunicações<br />

que integram este simpósio são, portanto, duplamente afetadas<br />

pelo fazer téorico-analítico e pela sua relação com o ensino, apontando,<br />

pelo viés discursivo, possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> (re)pensar as práticas <strong>de</strong> ensino<br />

82


voltadas ao trabalho da/sobre a língua. Enriquecidas pela gama <strong>de</strong> materialida<strong>de</strong>s<br />

em análise, as propostas selecionadas para este simpósio<br />

abordam diferentes modos em que língua e história constituem-se mutuamente,<br />

marcadas nos discursos sobre o corpo e sobre violência, nos<br />

discursos sobre a língua estrangeira e a mídia na escola e também nos<br />

discursos sobre a privacida<strong>de</strong> no espaço virtual. Ou seja, na re<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

sentidos que emerge da relação fundante entre história e língua, abarcamos<br />

<strong>aqui</strong>, dadas as condições <strong>de</strong> produção, perspectivas analíticas <strong>de</strong><br />

aspectos importantes da contemporaneida<strong>de</strong>.<br />

DISCURSO E PRÁTICAS NO APARELHO ESCOLAR: MODOS<br />

DISTINTOS DE ASSUJEITAMENTO?<br />

ANGELA PLATH DA COSTA<br />

O IMAGINÁRIO DA LÍNGUA IDEAL E O "DIFERENTE" NA A-<br />

PRENDIZAGEM DE LÍNGUA ESTRANGEIRA<br />

CAROLINE FOPPA SALVAGNI<br />

ARQUIVO, MEMÓRIA E AUTORIA: DISCURSOS SOBRE PRI-<br />

VACIDADE NA WEB<br />

GLAUCIA DA SILVA HENGE<br />

O TEXTO MIDIÁTICO EM SALA DE AULA: POSSIBILIDADES E<br />

LIMITES NO TRABALHO DE INTERPRETAÇÃO<br />

MAGDA REGINA LOURENÇO CYRRE<br />

“INGLÊS DA ESCOLA”: O IMAGINÁRIO DE LÍNGUA ESTRAN-<br />

GEIRA NO DISCURSO DE ALUNOS-PROFESSORES<br />

MICHELE TEIXEIRA PASSINI<br />

CORPO E SENTIDO: MODOS DE SUBJETIVAÇÃO NO DISCUR-<br />

SO TRANSEXUAL<br />

MÔNICA FERREIRA CASSANA<br />

AS LABUTAS PELO SENTIDO: ENTRE FALTAS E EXCESSOS,<br />

FECHAMENTOS E ABERTURAS<br />

PAULA DANIELE PAVAN<br />

OTRA VEZ #SOPA? O VERBAL E O VISUAL NA PRODUÇÃO DE<br />

SENTIDOS<br />

RENATA ADRIANA DE SOUZA<br />

83


MULHERES E VIOLÊNCIA DOMÉSTICA: SUJEITOS<br />

(RE)IDENTIFICANDO-SE PELA ESCRITA DE SI NA INTERNET<br />

VERÔNICA RODRIGUES TIMES<br />

SIMPÓSIO 17 – SALA 403B<br />

LEITURA E ESCRITA NO ÂMBITO DO DISCURSO<br />

CAROLINA FERNANDES (COORDENADORA)<br />

A linguagem, ao ser compreendida não como instrumento <strong>de</strong> comunicação,<br />

mas como materialida<strong>de</strong> do discurso, po<strong>de</strong> ancorar a prática<br />

pedagógica do professor tanto <strong>de</strong> língua materna quanto <strong>de</strong> língua estrangeira.<br />

Essa concepção é calcada na Análise do Discurso <strong>de</strong> tradição<br />

francesa, a qual enten<strong>de</strong> a linguagem enquanto política e i<strong>de</strong>ológica,<br />

opaca, cujos sentidos por ela colocados em circulação constituirão os<br />

sujeitos. Os sujeitos são colocados em posição ativa, pois interferem no<br />

processo <strong>de</strong> transformação dos sentidos em posição dominante, e, também,<br />

<strong>de</strong> submissão a eles. Sendo assim, o presente simpósio, ao ter<br />

como base a concepção <strong>de</strong> linguagem referida, preten<strong>de</strong> levantar reflexões<br />

no que tange à relação entre discurso (enquanto materialização da<br />

i<strong>de</strong>ologia) e as ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> leitura e produção textual (enquanto práticas<br />

pedagógicas engajadas i<strong>de</strong>ologicamente). Os efeitos na constituição<br />

do sujeito po<strong>de</strong>m levá-lo a práticas engajadas com a i<strong>de</strong>ologia dominante,<br />

bem como questionadoras e contrárias a ela. Po<strong>de</strong>-se dizer que esse<br />

processo <strong>de</strong>termina a constituição <strong>de</strong> suas i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s. Com essa reterritorialização<br />

do campo <strong>de</strong> estudo da linguagem, a Análise do Discurso<br />

<strong>de</strong> linha francesa reformula conceitos como os <strong>de</strong> sujeito, memória,<br />

interpretação e texto, proponho <strong>de</strong>safios teórico-metodológicos para o<br />

ensino <strong>de</strong> língua seja materna ou estrangeira.<br />

ANÁLISE DO PROCESSO DISCURSIVO DA ESCRITA POR IMA-<br />

GENS<br />

CAROLINA FERNANDES<br />

INTERAÇÃO NO ESPAÇO EDUCATIVO BINACIONAL: ‘USAN-<br />

DO A LÍNGUA DO OUTRO’<br />

CRISTINA ZANELLA RODRIGUES<br />

A POSSE DE DILMA ROUSSEFF NA PRESIDÊNCIA DO PAÍS:<br />

UM ACONTECIMENTO DISCURSIVO OU ENUNCIATIVO?<br />

84


ERCILIA ANA CAZARIN<br />

ESCRITA ESTRANHA: INTERFERÊNCIA E REVERBERAÇÃO<br />

GIOVANI FORGIARINI AIUB<br />

PROFICIÊNCIA: LEITURA TÉCNICA OU LUGAR DE INTERPRE-<br />

TAÇÃO?<br />

INGRID GONÇALVES CASEIRA<br />

A PRÁTICA DA LEITURA E DA INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS<br />

NA SALA DE AULA DE LÍNGUA PORTUGUESA EM ESCOLAS<br />

DO SUDOESTE DO PARANÁ<br />

LUCIANA IOST VINHAS<br />

IMAGEM(NS) DE LÍNGUA(S) NA REGIÃO DA TRÍPLICE FRON-<br />

TEIRA<br />

MARILENE APARECIDA LEMOS<br />

DA PINTURA VERBAL À PINTURA IMAGÉTICA: OU SOBRE O<br />

FUNCIONAMENTO DA AUTORIA NA TRADUÇÃO INTERSE-<br />

MIÓTICA<br />

PRISCILA CAVALCANTE DO AMARAL<br />

SIMPÓSIO 18 – SALA 404B<br />

REFLEXÕES SOBRE TEXTOS PERTINENTES AO TRABA-<br />

LHO DOCENTE<br />

MARCIA CRISTINA CORRÊA (COORDENADORA)<br />

Este simpósio tem por objetivo reunir pesquisadores, cujos trabalhos<br />

estejam em andamento ou já tenham sido concluídos, que tomem como<br />

objeto <strong>de</strong> suas investigações textos pertinentes ao trabalho docente<br />

(texto <strong>de</strong> professores e <strong>de</strong> alunos; documentos oficiais, material/livro<br />

didático, textos que circulam na mídia, etc). As pesquisas <strong>de</strong>vem estar<br />

ancoradas nos pressupostos interacionistas da linguagem, principalmente<br />

a partir <strong>de</strong> Bakhitn, Vygotsky, Bronckart e Machado. Nessa perspectiva,<br />

a linguagem é vista como lugar <strong>de</strong> interação e, em função disso, os<br />

papéis <strong>de</strong> sujeito e <strong>de</strong> outro adquirem relevância e passam a interessar<br />

os indivíduos que ocupam esses papéis discursivos em situações reais<br />

<strong>de</strong> interlocução historicamente situadas. A relevância da proposta <strong>de</strong>ste<br />

85


simpósio <strong>de</strong>ve-se ao fato da necessida<strong>de</strong> do estudo do papel da prática<br />

<strong>de</strong> linguagem (agir discursivo) em situações <strong>de</strong> trabalho, no caso, trabalho<br />

docente. Muitas pesquisas na área da Linguística Aplicada têm sido<br />

<strong>de</strong>senvolvidas no Brasil investigando as características dos diversos<br />

textos produzidos no e sobre o trabalho docente e discutindo as representações<br />

e avaliações sobre esse trabalho. Para isso, tem-se tomado<br />

como objeto <strong>de</strong> estudo textos orais e escritos produzidos no e sobre o<br />

trabalho docente. Este simpósio preten<strong>de</strong> acolher trabalhos pertinentes a<br />

essa perspectiva e estabelecer um espaço <strong>de</strong> discussão sobre o assunto.<br />

Palavras-chave: trabalho docente – interacionismo - representações<br />

REPRESENTAÇÕES DO TRABALHO DOCENTE NO SISTEMA<br />

DE ENSINO MILITAR A PARTIR DA PERSPECTIVA DO INTE-<br />

RACIONISMO SOCIODISCURSIVO<br />

ADRIANA SILVEIRA BONUMÁ<br />

REPRESENTAÇÕES DISCURSIVAS SOBRE A ATIVIDADE DO<br />

PROFESSOR<br />

ANA CECILIA TEIXEIRA GONÇALVES<br />

REPRESENTAÇÕES DO “SER PROFESSOR” POR PROFESSORES<br />

DE LP EM FORMAÇÃO: APROXIMAÇÕES INICIAIS<br />

CRISTIANO EGGER VEÇOSSI<br />

PONTO DE PARTIDA: O QUE SE ESPERA DO PROFESSOR DE<br />

LÍNGUA MATERNA?<br />

FABIANA VELOSO DE MELO DAMETTO<br />

PARA O ALUNO DE LETRAS, SER PROFESSOR É...<br />

MARCIA CRISTINA CORRÊA<br />

O INTERACIONISMO SOCIODISCURSIVO E O TRABALHO DO-<br />

CENTE: UMA ANáLISE DO PROJETO LIçõES DO RIO<br />

GRANDE<br />

MICHELE MENDES ROCHA<br />

OS GÊNEROS E O ENSINO: REFLEXÕES ACERCA DO LIVRO<br />

DIDÁTICO;<br />

RAQUEL DA SILVA GOULARTE<br />

TRABALHO DOCENTE E O LIVRO DIDÁTICO DE PORTUGUÊS<br />

86


ROSAURA MARIA ALBUQUERQUE LEÃO<br />

PORTFÓLIO: UM INSTRUMENTO PARA O ENSINO DA PRODU-<br />

ÇÃO ESCRITA<br />

VAIMA REGINA ALVES MOTTA<br />

REPRESENTAÇÕES DO AGIR DOCENTE DE PROFESSORES DE<br />

LÍNGUA PORTUGUESA EM FORMAÇÃO NUMA PERSPECTIVA<br />

INTERACIONISTA<br />

WENDEL DOS SANTOS LIMA<br />

SIMPÓSIO 19 – SALA 406B<br />

ENSINO E PESQUISA EM REGIÕES DE FRONTEIRA: PRÁ-<br />

TICAS DISCURSIVAS E SOCIAIS<br />

VALESCA BRASIL IRALA (COORDENADORA)<br />

ELIANA ROSA STURZA (COORDENADORA)<br />

Este simpósio tem como objetivo reunir trabalhos que versem sobre o<br />

que Sturza (2006, 2009)<strong>de</strong>nominou “espaço <strong>de</strong> enunciação fronteiriço”,<br />

um lugar tanto simbólico quanto material que interpela diferentes pesquisadores<br />

a discutirem, entre outros aspectos, os seguintes: as manifestações<br />

linguísticas, tanto <strong>de</strong> tradição oral quanto escrita, próprias<br />

do“entre-línguas-entre-culturas” fronteiriço (cf. CORACINI, 2007); os<br />

registros fronteiriços que revelam uma historicida<strong>de</strong> singular(cf. MO-<br />

TA, 2010; STURZA, 2010); as práticas educacionais fronteiriças, levando<br />

em conta questões como a do biletramento, do ensino <strong>de</strong> segundas<br />

línguas e da <strong>aqui</strong>sição da escrita. Com esse simpósio, objetivamos<br />

marcar e consolidar um vasto campo <strong>de</strong> investigação que vem se <strong>de</strong>senvolvendo<br />

no país e em países vizinhos, levando em conta especialmente<br />

a condição <strong>de</strong> “inesgotabilida<strong>de</strong>” (cf. ELIZAINCÍN, 2008, p.65) convocada<br />

pelo tema fronteiriço, notadamente <strong>de</strong> caráter político, simbólico<br />

e social. Se tradicionalmente falar <strong>de</strong> “fronteira” significava marcar<br />

uma inevitável assimetria <strong>de</strong> um mo<strong>de</strong>lo “centro” versus o“resto” (em<br />

que a fronteira ocuparia esse segundo pólo), hoje é possível vislumbrar(bem<br />

como dar visibilida<strong>de</strong> a um processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>sdicotomização em<br />

curso, o qual é capaz <strong>de</strong> <strong>de</strong> re-situar à(s) fronteira(s) em uma dinâmica<br />

própria, que re<strong>de</strong>senha instâncias <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r com estratégias estéticas,<br />

políticas e cotidianas diversas e, ao mesmo tempo, ocupar no meio<br />

acadêmico um lugar <strong>de</strong> <strong>de</strong>staque antes inexistente.<br />

87


ZONA RURAL FRONTEIRIÇA CERRILLADA/SERRILHADA: UM<br />

OLHAR SOBRE AS PRÁTICAS LINGUÍSTICAS<br />

BRUNA SUSEL GULART ANTUNES<br />

A FRONTEIRA PELA PERSPECTIVA DO ENSINO: IMAGINÁ-<br />

RIOS, CURRÍCULO E ATITUDES<br />

DOUGLAS LEMOS DE QUADROS<br />

FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE LÍNGUA ESPANHOLA NA<br />

FRONTEIRA: CONSIDERAÇÕES<br />

ISAPHI MARLENE JARDIM ALVAREZ<br />

SER OU NÃO SER BILÍNGUE: ATITUDES LINGUÍSTICAS DE<br />

ESTUDANTES DE ACEGUÁ BRASIL/URUGUAI<br />

JOCIELE CORRÊA<br />

ESCREVER EM LÍNGUA ADICIONAL: UMA OPÇÃO RETÓRICA<br />

KATIA VIEIRA MORAIS<br />

“EN EL RECREO SÍ, EN LAS CLASES NO”: SERÁ A ESCOLA<br />

UMA FRONTEIRA ENTRE AS LÍNGUAS?<br />

LUCIANA VARGAS RONSANI<br />

DA FRONTEIRA-LIMITE A SITUAÇÕES SOCIAIS DE FRONTEI-<br />

RA: UMA REFLEXÃO CONCEITUAL<br />

SARA DOS SANTOS MOTA<br />

POESIA DA FRONTEIRA<br />

URUGUAY CORTAZZO<br />

O SUJEITO FRONTEIRIÇO E SUA RELAÇÃO COM A ESCRITA:<br />

UMA QUESTÃO IDENTITÁRIA<br />

VALESCA BRASIL IRALA<br />

88


DIA 5 DE OUTUBRO - (SEXTA-FEIRA) – 11H30M<br />

COMUNICAÇÕES<br />

COMUNICAÇÕES 55 – SALA 207C<br />

ORGANIZAÇÃO RETÓRICA DO ARTIGO AUDIOVISUAL<br />

GRACIELA RABUSKE HENDGES<br />

A FORMACAO DE LEITORES CRÍTICOS NA ESCOLA<br />

GRACIELE URRUTIA DIAS SILVEIRA<br />

O CINEMA E O ENSINO DA LÍNGUA PORTUGUESA<br />

HEVERTON SCHIMITZ LOPES<br />

LILIANA PANICK FERREIRA MOREIRA<br />

QUESTÕES DE LEITURA: UMA REFLEXÃO ACERCA DOS LI-<br />

VROS DIDÁTICOS<br />

JONAS DOS SANTOS (BOLSISTA PIBID)<br />

ADRIANA NASCIMENTO BODOLAY<br />

COMUNICAÇÕES 56 – SALA 212C<br />

LETRAMENTO MULTIMODAL NO LIVRO DIDÁTICO DE LÍN-<br />

GUA INGLESA<br />

JOSÉ FERREIRA MACHADO JUNIOR<br />

GRACIELA RABUSKE HENDGES (ORIENTADOR)<br />

LETRAMENTO LITERÁRIO: CRIANÇAS, LIVROS, DIÁLOGOS<br />

LARISSA QUINTANA DE OLIVEIRA<br />

O CINEMA E O ENSINO DA LÍNGUA PORTUGUESA<br />

LILIANA PANICK FERREIRA MOREIRA<br />

HEVERTON SCHIMITIZ<br />

LETRAMENTO LITERÁRIO: POESIA NA EDUCAÇÃO DE JO-<br />

VENS E ADULTOS<br />

LUCIENE FONTÃO<br />

89


COMUNICAÇÕES 57 – SALA 213C<br />

A RELEVÂNCIA DA LÍNGUA MATERNA NA SALA DE AULA<br />

DE LÍNGUA ESTRANGEIRA<br />

MÁRCIA TAVARES CHICO<br />

SÍLVIA COSTA KURTZ DOS SANTOS<br />

OFICINAS DE LETRAMENTOS DIGITAIS: ELABORAÇÃO DE<br />

HISTÓRIA EM QUADRINHOS COMO INSTRUMENTO DE ENSI-<br />

NO-PRENDIZAGEM<br />

MARIA CAMILA BARROS ALCÂNTARA<br />

JÚLIO CÉSAR DE ROSA ARAÚJO<br />

A ESCRITA E A PALAVRA NO MUNDO DA INFÂNCIA: PRO-<br />

POSTAS PEDAGÓGICAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL<br />

MARIA CRISTINA MADEIRA<br />

RITA DE CÁSSIA TAVARES MEDEIROS<br />

MULTILETRAMENTOS NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADUL-<br />

TOS<br />

MARIA IDERLANDIA FERREIRA LIMA<br />

LUIZ CARLOS SOUZA BEZERRA<br />

COMUNICAÇÕES 58 – SALA 216C<br />

LITERATURA: UM INSTRUMENTO PARA O LETRAMENTO E<br />

PARA A FORMAÇÃO DE LEITORES CRÍTICOS<br />

MARIANA JANTSCH DE SOUZA<br />

GABRIELA ROCHA RODRIGUES<br />

A APROPRIAÇÃO DOS GÊNEROS JORNALÍSTICOS EM UM<br />

PROJETO DE LETRAMENTO<br />

MARIANE PEREIRA ROCHA<br />

A DIMENSÃO IDEACIONAL EM ARTIGOS ACADÊMICOS AU-<br />

DIOVISUAIS<br />

MAUREN MATA DE SOUZA<br />

GRACIELA RABUSKE HENDGES (ORIENTADOR)<br />

90


LEITURA DE IMAGENS: O LIVRO INFANTIL E O LETRAMEN-<br />

TO LITERÁRIO<br />

MITIZI GOMES<br />

COMUNICAÇÕES 59 – SALA 221C<br />

LETRAMENTO E EMANCIPAÇÃO HUMANA: A PROPOSTA<br />

CONTRA-HEGEMÔNICA DA EDUCAÇÃO POPULAR<br />

PRISCILA MONTEIRO CHAVES<br />

CRISTIANO GUEDES PINHEIRO<br />

PRÁTICAS SOCIAIS DE LETRAMENTO NUM ESPAÇO MULTI-<br />

LINGUE- UMA RESERVA INDÍGENA E TRÊS LÍNGUAS<br />

SANDRA ESPINDOLA<br />

COGNISFERA, ENSINO E APRENDIZAGEM: LETRAMENTOS<br />

NA ERA COMPUTACIONAL<br />

SILVIA REGINA GOMES MIHO (UFGD)<br />

SURDOS E LÍNGUA PORTUGUESA: CONCEITOS E DESAFIOS<br />

DESTA RELAÇÃO EM CONSTRUÇÃO<br />

VIANA, JOSEANE MACIEL<br />

COMUNICAÇÕES 60 – SALA 230C<br />

CINEMA: NOVAS PERSPECTIVAS PARA O PROCESSO ENSINO<br />

APRENDIZAGEM ATRAVÉS DA LINGUAGEM MIDIÁTICA<br />

ADRIANA AIRES PEREIRA<br />

MARIA CRISTINA RIGÃO IOP<br />

COMUNIDADE VIRTUAL DE PRÁTICA E COMUNIDADE VIR-<br />

TUAL DE APRENDIZAGEM: DESAFIOS E DIFERENÇAS<br />

ADRIANE RODRIGUES CORRÊA<br />

JOSÉ EDUARDO NUNES DE VARGAS<br />

LUCIANE SENNA FERREIRA<br />

IMAGEM, SOM E MOVIMENTO: FERRAMENTAS DA INTERNET<br />

COMO ALTERNATIVA PARA O ENSINO DE LÍNGUA INGLESA<br />

ALEXANDRE ALVES SANTOS<br />

JESIEL SOARES SILVA<br />

91


TECNOLOGIA E IDENTIDADE DOCENTE: O PROFESSOR DE<br />

LÍNGUA MATERNA NA ERA DA CIBERCULTURA<br />

ANA PAULA DE ARAUJO CUNHA<br />

JULIO MARIO DA SILVEIRA MARCHAND<br />

COMUNICAÇÕES 61 – SALA 414C<br />

PRATICANDO RESENHA POR MEIO DA CRIAÇÃO DE SLIDES<br />

INTERATIVOS COM OS LAPTOPS DO PROJETO UM COMPU-<br />

TADOR POR ALUNO.<br />

ANA PAULA DE DEUS MESCK<br />

LITERATURA “ALWAYS ON” NA PLATAFORMA TWITTER:<br />

ANÁLISE DE MINI CONTOS<br />

ÂNDERSON MARTINS PEREIRA<br />

A PRODUÇÃO DE OAS NA WEB: ANALISANDO REPOSITÓRIOS<br />

VIRTUAIS<br />

ANDRÉ FIRPO BEVILÁQUA<br />

ALAN RICARDO COSTA<br />

REFLEXÕES SOBRE CRENÇAS E EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA:<br />

PONTOS A CONSIDERAR<br />

ANGÉLICA ILHA GONÇALVES<br />

MARIA TEREZA NUNES MARCHESAN (ORIENTADOR)<br />

COMUNICAÇÕES 62 – SALA 415C<br />

RESSIGNIFICANDO A ESCRITA: A INTERAÇÃO NA CONSTRU-<br />

ÇÃO DO TEXTO COMO IMAGEM NA TELA<br />

ANGÉLICA PREDIGER<br />

VOCES - REPOSITORIO DE VARIANTES GEOGRÁFICAS DEL<br />

ESPAÑOL<br />

ANGELISE FAGUNDES<br />

MARCUS VINICIUS LIESSEM FONTANA<br />

O TWITTER COMO INSTRUMENTO DE APRENDIZAGEM EM<br />

SALA DE AULA<br />

ANTONIA ZAGO (FAABA)<br />

GABRIELA DA SILVA ZAGO (UFRGS)<br />

92


COMUNICAÇÕES 63 – SALA 204B<br />

OS NÓS DA EDUCAÇÃO NO MUNDO EM REDE<br />

ANTÔNIO LUIZ OLIVEIRA HEBERLÊ<br />

MATHEUS LOKSCHIN HEBERLÊ<br />

BLOG: CONTEXTO HISTÓRICO E POTENCIALIDADES DE USO<br />

NA EDUCAÇÃO<br />

BRENA SAMYLY SAMPAIO DE PAULA<br />

ZAYRA BARBOSA COSTA<br />

FILMES CULT E INTERPETAÇÃO DE TEXTOS<br />

CLAUDETE MORENO GHIRALDELO<br />

PROFESSOR/TUTOR – A IMPORTÂNCIA DO SEU PAPEL NO<br />

PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM NA MODALIDADE<br />

EAD<br />

CLAUDIA FUMACO<br />

COMUNICAÇÕES 64 – SALA 206B<br />

AUDIOTECA VIRTUAL HISPANICA: ESPAÇO DE LITERATURA<br />

INCLUSIVA<br />

CRISTIANE MARIA ALVES<br />

ANGELISE FAGUNDES<br />

O POTENCIAL DA LEITURA DE HIPERTEXTOS NAS AULAS DE<br />

LITERATURA BRASILEIRA<br />

DANIELLI BROONDANI SEVERO<br />

FABIANE SARMENTO OLIVEIRA FRUET (ORIENTADORA)<br />

TICS E O ENSINO DA LÍNGUA PORTUGUESA<br />

DESIRÊ MENEZES LEAL GOULART<br />

ELIANA ROSA<br />

AS TICS NO MUNICÍPIO DE JAGUARÃO/RS<br />

ELENICE PACHECO TERRA<br />

VANESSA DOUMID DAMASCENO (ORIENTADOR)<br />

93


COMUNICAÇÕES 65 – SALA 208B<br />

AS TICS E O ENSINO DA LÍNGUA PORTUGUESA<br />

ELIANA SILVEIRA ROSA<br />

DESIRÊ MENEZES LEAL GOULART<br />

WEBSITES EDUCACIONAIS: UMA POSSIBILIDADE<br />

ELVANDIR GUEDES GUIMARÃES<br />

FABIANE SARMENTO OLIVEIRA FRUET (ORIENTADORA)<br />

TRABALHANDO COM FOTOLIVROS PARA DESENVOLVER A<br />

COMPREENSÃO E O EMPREGO DE TEMPOS VERBAIS NO<br />

PRESENTE E NO PASSADO<br />

FABIANA SOARES DA SILVA<br />

ELENICE ANDERSEIN (ORIENTADOR)<br />

COMUNICAÇÕES 66 – SALA 213B<br />

REFLEXÕES SOBRE O PAPEL PEDAGÓGICO NO CONTEXTO<br />

DAS NOVAS TECNOLOGIAS<br />

FELIPE BONOW SOARES<br />

ANTÔNIO LUIZ OLIVEIRA HEBERLÊ<br />

A INVESTIGAÇÃO DE ASPECTOS CULTURAIS E SOCIAIS EM<br />

ATIVIDADES DE LEITURA DISPONIBILIZADAS EM PORTAIS<br />

EDUCACIONAIS PARA PROFESSORES<br />

FLÁVIA MEDIANEIRA DE OLIVEIRA<br />

PRÁTICAS DE LETRAMENTO EM COMUNIDADE VIRTUAL:<br />

ENSINO E APRENDIZAGEM DE LÍNGUAS<br />

GERSON BRUNO FORGIARINI DE QUADROS<br />

COMUNICAÇÕES 67 – SALA 215B<br />

TICS E APRENDIZAGEM COLABORATIVA: A CONTRIBUIÇÃO<br />

DA WEBQUEST NO ENSINO<br />

GLÊNIS MACHADO FERREIRA<br />

O JOGO DE LINGUAGEM DE WITTGENSTEIN COMO EXERCÍ-<br />

CIO PARA OLHAR A INTERATIVIDADE NA EDUCAÇÃO A<br />

DISTÂNCIA, APOIADA PELAS TECNOLOGIAS<br />

HELOISA HELENA DUVAL DE AZEVEDO<br />

94


LUCIANE SENNA FERREIRA<br />

ADRIANE RODRIGUES CORREA<br />

A UTILIZAÇÃO DA WEBQUEST COMO PROPOSTA INTERDIS-<br />

CIPLINAR NO ENSINO DE LÍNGUA INGLESA: POSSIBILIDA-<br />

DES DE LETRAMENTO DIGITAL<br />

ILANNA MARIA IZAIAS DO NASCIMENTO<br />

DIA 5 DE OUTUBRO - (SEXTA-FEIRA) – 11H30M<br />

SIMPÓSIO 23 – SALA 306B<br />

(Continua à tar<strong>de</strong>)<br />

PERSPECTIVAS NO ENSINO DE LÍNGUAS MEDIADO PELAS<br />

TECNOLOGIAS DIGITAIS<br />

VILSON JOSÉ LEFFA (COORDENADOR)<br />

O ensino mediado pelas tecnologias digitais po<strong>de</strong> ser caracterizado por<br />

associar diferentes objetos a diferentes instrumentos, na medida em que<br />

se preocupa não apenas com o fim a que se quer chegar, mas também<br />

com a análise dos meios disponíveis e mais a<strong>de</strong>quados para se chegar a<br />

esse fim. O simpósio proposto trata <strong>de</strong>sses dois eixos. Entre os fins,<br />

<strong>de</strong>stacam-se a leitura em ambiente digital, a produção <strong>de</strong> textos pelo<br />

aluno, a aprendizagem <strong>de</strong> línguas estrangeiras, a questão da autoria em<br />

dimensão global. Já, em relação aos meios, temos trabalhos sobre o uso<br />

da telefonia móvel, as sequências didáticas, os objetos <strong>de</strong> aprendizagem<br />

e a gestão dos acervos digitais. Trata-se, enfim <strong>de</strong> um tema complexo,<br />

das instâncias locais às globais, incluindo o papel da tecnologia na<br />

<strong>aqui</strong>sição do conhecimento, suas promessas <strong>de</strong> potencialização do ser<br />

humano e também seus perigos e ameaças.<br />

FERMENTAR IDEIAS E ARGUMENTOS ATRAVÉS DE SE-<br />

QUÊNCIAS DIDÁTICAS: APRENDER EM ANDAIMES VIA EAD<br />

ANA CLÁUDIA PEREIRA DE ALMEIDA<br />

APRENDENDO INGLÊS NA ERA DA MOBILIDADE: UMA ANÁ-<br />

LISE DO APLICATIVO “VOXY”<br />

LUCÍA SILVEIRA ALDA<br />

95


HAL 9000 MATOU A TRIPULAÇÃO OU DA IMPORTÂNCIA DO<br />

FATOR HUMANO NA EAD<br />

MARCUS VINICIUS LIESSEM FONTANA<br />

REFLEXÕES SOBRE LEITURA DIGITAL<br />

MARTINA CAMACHO BLAAS<br />

INTERAÇÃO E REDES NEURO-SOCIAIS: A COMPLEXIDADE<br />

NA APRENDIZAGEM DE LÍNGUAS COM TECNOLOGIAS DIGI-<br />

TAIS<br />

RAFAEL VETROMILLE-CASTRO<br />

OBJETOS DE APRENDIZAGEM: FOCO NA LINGUAGEM ESCRI-<br />

TA<br />

SIMONE CARBONI GARCIA<br />

CONTRIBUIÇÃO DOS FRACTAIS PARA A EDUCAÇÃO A DIS-<br />

TÂNCIA: UMA PERSPECTIVA BASEADA NOS SISTEMAS COM-<br />

PLEXOS<br />

VANESSA RIBAS FIALHO<br />

DO ALMOXARIFADO AO SHOWROOM: A MONTAGEM DOS<br />

OBJETOS DE APRENDIZAGEM<br />

VILSON J. LEFFA<br />

SIMPÓSIO 24 – SALA 402B<br />

(Continua à tar<strong>de</strong>)<br />

CORPOS FEMININOS E GÊNERO EM DISCURSO: REFLE-<br />

XÕES EM SALA DE AULA<br />

RENATA KABKE PINHEIRO (COORDENADORA)<br />

ELIANE TEREZINHA AMARAL CAMPELLO (COORDENADO-<br />

RA)<br />

O corpo feminino tem sido <strong>de</strong>scrito, representado e moldado por diferentes<br />

discursos e a mídia <strong>de</strong>sempenha papel inquestionável na chamada<br />

produção e normatização do corpo ao criar, reproduzir e fazer circular<br />

a noção do corpo i<strong>de</strong>al. Esse mo<strong>de</strong>lo i<strong>de</strong>al po<strong>de</strong> se alterar <strong>de</strong>vido à<br />

mudança <strong>de</strong> padrões estéticos, históricos e culturais. O discurso sobre o<br />

corpo é permanente, por isso, é necessário discuti-lo, questioná-lo e até<br />

mesmo buscar mudá-lo. As mulheres, quando representam o corpo<br />

96


feminino, constroem um espaço textual, para permitir que seus corpos<br />

sejam vistos/ouvidos. Essas representações trazem inscrições “gendradas”,<br />

<strong>de</strong> raça, classe e <strong>de</strong> diferenças sexuais. Abordaremos neste Simpósio<br />

discursos do corpo feminino, na autoria feminina, e suas respostas<br />

ao ambiente físico e às normas sociais. Essas representações encontram-se<br />

presentes em distintas esferas discursivas ─ literatura, cinema,<br />

história, teatro, revistas, jornais, mídia em geral ─, entre outras. Nosso<br />

objetivo é estabelecer um <strong>de</strong>bate em torno <strong>de</strong> questões <strong>de</strong> gênero acerca<br />

do corpo, a partir <strong>de</strong> fundamentos teóricos diversos, bem como das<br />

possibilida<strong>de</strong>s interpretativas e consequências, no âmbito da i<strong>de</strong>ologia,<br />

ao veicular esta representação em salas <strong>de</strong> aula.<br />

"ONDA DE CALOR" AFETANDO CORPOS MASCULINOS E FE-<br />

MININOS – ANÁLISE DE GÊNERO EM UMA FANFICTION DO<br />

FANDOM HARRY POTTER<br />

CATARINA MAITÊ MACEDO MACHADO BARBOZA<br />

“GORDAS, SIM, POR QUE NÃO?”: O DISCURSO DE MULHERES<br />

GORDAS NO BLOG MULHERÃO<br />

DANIELA SILVA AGENDES<br />

O CORPO ADOLESCENTE NO FILME: THE PRIME OF MISS<br />

JEAN BRODIE<br />

DANIELA VIEIRA PALAZZO<br />

CORPOS MARCADOS, EM BECOS DA MEMÓRIA, DE CONCEI-<br />

ÇÃO EVARISTO<br />

ELIANE TEREZINHA DO AMARAL CAMPELLO<br />

A REPRESENTAÇÃO DO CORPO FEMININO NO QUADRO A<br />

NEGRA DE TARSILA DO AMARAL<br />

LENITA VARGAS<br />

A REPRESENTAÇÃO DO CORPO FEMININO NA DANÇA DO<br />

VENTRE, EM AMRIK, DE ANA MIRANDA<br />

LUISA KLUG GUEDES<br />

A REPRESENTAÇÃO DO CORPO FEMININO NA ESCULTURA<br />

VERTUMNE ET POMONE, DE CAMILLE CLAUDEL<br />

NARA ELIANE PEREIRA LEAL<br />

97


"PRECIOSIDADE" DE CLARICE LISPECTOR: UMA LEITURA<br />

SOB O VIÉS DA ACD E DA CRÍTICA LITERÁRIA FEMINISTA<br />

RENATA KABKE PINHEIRO<br />

A REPRESENTAÇÃO DO CORPO FEMININO EM "EL VENDO<br />

HERIDO"<br />

RITA DE LIMA NÓBREGA<br />

SIMPÓSIO 25 – SALA 404B<br />

(Continua à tar<strong>de</strong>)<br />

O LETRAMENTO DIGITAL E SEU IMPACTO NA EDUCAÇÃO<br />

CÂNDIDA MARTINS PINTO (COORDENADORA)<br />

GABRIELA QUATRIN MARZARI (COORDENADORA)<br />

Socieda<strong>de</strong>s letradas cada vez mais complexas, sobretudo <strong>de</strong>vido às<br />

inúmeras possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> utilização da linguagem, são reflexo das<br />

mudanças tecnológicas emergentes no atual contexto sócio-histórico,<br />

consi<strong>de</strong>rando-se, principalmente, a presença maciça das tecnologias da<br />

informação e comunicação (TIC) na vida das pessoas e das instituições.<br />

Esse novo sistema <strong>de</strong> inter-ação é parte da revolução tecnológica que<br />

está remo<strong>de</strong>lando práticas sociais pré-concebidas, <strong>de</strong>sse modo, alterando<br />

as relações entre os indivíduos. Em virtu<strong>de</strong> <strong>de</strong>ssa nova or<strong>de</strong>m comunicativa<br />

(SNYDER, 2001), é preciso que os educadores atentem para as<br />

múltiplas linguagens e, por conseguinte, para os múltiplos letramentos a<br />

serem <strong>de</strong>senvolvidos, necessários à interação dos indivíduos em uma<br />

socieda<strong>de</strong> <strong>de</strong>finida como multicultural, a fim <strong>de</strong> que a educação assuma<br />

um papel significativo diante das <strong>de</strong>mandas comunicativas atuais. Parece<br />

fundamental, portanto, verificar qual é o impacto dos novos meios <strong>de</strong><br />

comunicação na escrita e nas práticas <strong>de</strong> letramento <strong>de</strong> aprendizes em<br />

geral. Para tanto, este simpósio tem por objetivo: a) discutir sobre o que<br />

se enten<strong>de</strong> por letramento digital em contextos escolares; b) refletir<br />

sobre o impacto das tecnologias na educação e como isso está afetando<br />

os letramentos dos aprendizes; c) i<strong>de</strong>ntificar práticas <strong>de</strong> letramento<br />

digital recorrentes na vida <strong>de</strong>sses indivíduos, estimuladas ou ignoradas<br />

pela escola; d) refletir sobre novas possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> leitura e escrita,<br />

consi<strong>de</strong>rando as novas mídias e suas implicações na socieda<strong>de</strong> atual; e,<br />

por fim, e) vislumbrar possibilida<strong>de</strong>s futuras <strong>de</strong> ensino e aprendizagem<br />

em contextos diferenciados. Espera-se esclarecer conceitos relacionados<br />

à noção <strong>de</strong> letramento e, acima <strong>de</strong> tudo, repensar práticas e posturas<br />

adotadas por educadores e educandos como consequência <strong>de</strong>ssa nova<br />

98


or<strong>de</strong>m comunicativa, resultante <strong>de</strong> transformações associadas ao uso<br />

das TIC.<br />

Palavras-chave: Letramento digital; <strong>Educação</strong>; Comunicação; Impacto.<br />

UTILIZANDO O FACEBOOK COMO FERRAMENTA ALIADA NO<br />

ENSINO E APRENDIZAGEM DO INGLÊS<br />

CAMILA GONÇALVES DOS SANTOS<br />

ESTADO DA ARTE DO LETRAMENTO DIGITAL: METANÁLISE<br />

QUALITATIVA DA INVESTIGAÇÃO BRASILEIRA<br />

CÂNDIDA MARTINS PINTO<br />

APRENDIZAGEM EM ORGANIZAÇÕES: COMUNIDADES DE<br />

PRÁTICA E LETRAMENTO DIGITAL<br />

CHRISTIANE HEEMANN<br />

O USO DO VÍDEO NA APRENDIZAGEM DE LÍNGUAS ES-<br />

TRANGEIRAS<br />

DAIANE WINTER<br />

HOME PAGE: UMA EXPERIÊNCIA DE LETRAMENTO DIGITAL<br />

ERICK KADER CALLEGARO CORRÊA<br />

CARLA CALLEGARO CORRÊA KADER<br />

IMPLICAÇÕES DO LETRAMENTO DIGITAL PARA A FORMA-<br />

ÇÃO DE PROFESSORES DE INGLÊS COMO LÍNGUA ESTRAN-<br />

GEIRA<br />

GABRIELA QUATRIN MARZARI<br />

LETRAMENTO DIGITAL: BLOG EDUCACIONAL COMO SU-<br />

PORTE PARA MATERIALIZAÇÃO DE DIFERENTES GÊNEROS<br />

TEXTUAIS.<br />

JOSIANE DAVID MACKEDANZ<br />

LETRAMENTO DIGITAL E ALUNOS UNIVERSITÁRIOS EM<br />

MODALIDADE DE EAD<br />

JOSSEMAR DE MATOS THEISEN<br />

MÍDIA E EDUCAÇÃO: O USO DAS NOVAS TECNOLOGIAS EM<br />

SALA DE AULA.<br />

99


SABRINE DENARDI DE MENEZES DA SILVA<br />

OS DESAFIOS DO LETRAMENTO DIGITAL NA FORMAÇÃO DE<br />

PROFESSORES DE LINGUAGENS<br />

VALERIA IENSEN BORTOLUZZI<br />

SIMPÓSIO 26 – SALA 406B<br />

(Continua à tar<strong>de</strong>)<br />

IDEN(EN)TITATIS: O LOCUS NA DIFFÉRANCE<br />

HILARIO INACIO BOHN (COORDENADOR)<br />

O presente simpósio se propõe a refletir (re-flexo) sobre um tema tão<br />

antigo na história da Humanida<strong>de</strong> e, ao mesmo tempo, tão atual e <strong>de</strong>sconcertante<br />

na Pós-mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong> líquida: i<strong>de</strong>m + entida<strong>de</strong>, ser. É possível<br />

ser constante, igual, num mundo movido por transformações/metamorfoses?<br />

Você cria sua própria i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>, não mais a herda,<br />

nos diz Bauman. Ela não é mais <strong>de</strong>finida pela nação (espaço geográfico<br />

e língua) a que se pertence, nem pelos outros ‘constrangimentos’ comandados<br />

pelas hierarquias sociais e-ou políticas. Isto, principalmente,<br />

tendo em vista que as questões coletivas enquanto nação i<strong>de</strong>ntitária, ou<br />

grupo social, per<strong>de</strong>ram seu espaço para as questões no mundo globalizado.<br />

Integrar é a palavra <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m para a i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> hodierna. Com<br />

diferentes formas e estratégias <strong>de</strong> se constituir vive-se o <strong>de</strong>safio <strong>de</strong> criála<br />

na transição, na différance, no hiato, no vazio entre o i<strong>de</strong>m e o estranho<br />

que a cada momento se apresenta ao ser humano. Portanto, esta é a<br />

proposta da coor<strong>de</strong>nada, viver o vazio da reflexão (re-novamente, flexão-flexibilizar)<br />

co-construindo no <strong>aqui</strong> e agora do instante, outros<br />

espaços para um pensamento grupal e i<strong>de</strong>ntitário <strong>de</strong> colegas que, movidos<br />

pela pulsão do conhecimento, se propõem ao <strong>de</strong>safio das i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s<br />

re-criadas/metamorfoseadas em diferentes lócus, inclusive as que se<br />

movem em torno do processo educacional.<br />

Palavras-chave: I<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>(s), diversida<strong>de</strong>, grupo social, différance<br />

O (DES)ENCONTRO DE VOZES SOCIAIS NA CONSTRUÇÃO DA<br />

IRMANDADE NA FRONTEIRA JAGUARÃO/RIO BRANCO<br />

ALESSANDRA AVILA MARTINS<br />

A LINGUAGEM “INSINUA” AS INCOMPLETUDES PROFISSIO-<br />

NAIS DE SER ALUNO E FORMAR-SE PROFESSOR<br />

100


ELAINE NOGUEIRA DA SILVA<br />

AS IDENTIDADES RESSIGNIFICADAS DE ALUNOS PROEJA<br />

EVANIR PICCOLO CARVALHO<br />

AS IDENTIDADES DE PROFESSOR “DISCURSADAS” PELA IM-<br />

PRENSA BRASILEIRA<br />

HILÁRIO I. BOHN<br />

RE-PENSANDO O PENSAMENTO IDENTITÁRIO NA PÓS-<br />

MODERNIDADE<br />

LUCIA GRIGOLETTI<br />

LOS GÉNEROS DISCURSIVOS SON EL LOCUS DE LA IDENTI-<br />

DAD LINGÜÍSTICA<br />

MATILDE CONTRERAS<br />

A VIDA DE NELSON MANDELA NA CONCEPÇÃO DE SUJEITO<br />

SOCIOLÓGICO DE STUART HALL<br />

OLGA MARIA LIMA PEREIRA<br />

AS REPRESENTAÇÕES DE ALUNO, ESCOLA E PROFESSORES<br />

NA ERA TECNOLÓGICA PELOS ATORES DA SALA DE AULA<br />

VANESSA DOUMID DAMASCENO<br />

SOBRE O “ESTRANGEIRO” NA LÍNGUA MATERNA: APRESEN-<br />

TAÇÕES IDENTITÁRIAS EM SALA DE AULA DE LEITURA EM<br />

LÍNGUAS ESTRANGEIRAS PRÓXIMAS<br />

VIRGINIA ORLANDO<br />

SIMPÓSIO 27 – SALA 408B<br />

(Continua à tar<strong>de</strong>)<br />

REFLEXÕES SOBRE IDENTIDADE, SUBJETIVIDADE E AU-<br />

TORIA EM DIFERENTES AMBIENTES<br />

ADAIL UBIRAJARA SOBRAL (COORDENADOR)<br />

A partir do <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> numerosas propostas teóricas e práticas<br />

<strong>de</strong> trabalho no campo das ciências humanas que lançam mão do conceito<br />

<strong>de</strong> sujeito, tanto em sua dimensão enunciativa (ligada à enunciação)<br />

como no plano enuncivo (ligado ao enunciado), as questões <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>,<br />

subjetivida<strong>de</strong> e autoria vêm assumindo crescente importância nos<br />

101


estudos da linguagem, que parecem formar a cada dia novas interfaces<br />

com diversas outras áreas. Merece <strong>de</strong>staque o reconhecimento, a partir<br />

do conceito <strong>de</strong> sujeito, da existência <strong>de</strong> integração entre enunciados e<br />

situações <strong>de</strong> enunciação como instâncias em mútua pressuposição.<br />

Percebe-se assim um movimento <strong>de</strong> ampliação que faz essas propostas<br />

incorporarem a materialida<strong>de</strong> textual e ir além <strong>de</strong>la, Observa-se nesse<br />

sentido a presença constante <strong>de</strong> trabalhos que exibem não apenas diferentes<br />

perspectivas teóricas <strong>de</strong> abordar i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>, subjetivida<strong>de</strong> e autoria<br />

-- num espectro que vai do mais estritamente linguístico ao quaseetnográfico,<br />

envolvendo ainda combinações <strong>de</strong> perspectivas -- como<br />

distintas metodologias e objetivos <strong>de</strong> pesquisa. Estes últimos tanto<br />

po<strong>de</strong>m ver em separado alguma <strong>de</strong>ssas questões como buscar integrálas<br />

a partir <strong>de</strong> um ou <strong>de</strong> um arcabouço teórico. Este simpósio propõe, a<br />

partir <strong>de</strong> um “mosaico” <strong>de</strong> algumas <strong>de</strong>ssas possibilida<strong>de</strong>s, uma discussão<br />

<strong>de</strong>ssas questões no âmbito <strong>de</strong> distintas perspectivas, e a partir <strong>de</strong><br />

diferentes objetos, com vistas a apresentar um mapeamento interdisciplinar<br />

provisório.<br />

Palavras-chave: Sujeito, i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>, subjetivida<strong>de</strong>, autoria, enunciação<br />

VILMAR TAVARES. UM LINGUISTA DE IMAGENS?<br />

CARLOS LEONARDO COELHO RECUERO<br />

MARCAS DISTINTIVAS E EXPLÍCITAS DE SUBJETIVIDADE NO<br />

APRENDIZADO DE PORTUGUÊS COMO LÍNGUA ADICIONAL<br />

EDOARDO PLETSCH<br />

VIOLÊNCIA E DISCRIMINAÇÃO COMO TENTATIVA DE DE-<br />

MONIZAR IDENTIDADES EM UM SITE REDE SOCIAL<br />

LETÍCIA SCHINESTSCK<br />

INFLUENCIA DAS MARCAS DE SUBJETIVIDADE PARA A<br />

CONSTRUÇÃO E EXPRESSÃO DE IDENTIDADES EM UM AM-<br />

BIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM<br />

LÍGIA MARIA SAYÃO LOBATO DE COPPETTI<br />

A IMPORTÂNCIA DO PODER DE ENCANTAMENTO E DAS RE-<br />

LAÇÕES VINCULARES NA CONSTRUÇÃO DAS IDENTIDADES<br />

APRENDENTES ENTRE PROFESSORES-ALUNO<br />

MARIA DA GRAÇA GONÇALVES CUNHA NEVES<br />

102


FRONTEIRA JAGUARÃO- RIO BRANCO:ESPANHOL FALADO E<br />

IDENTIDADES “CONSTRUÍDAS”<br />

MARIA DO SOCORRO DE ALMEIDA FARIAS-MARQUES<br />

“SER” E “ESTAR” PROFESSOR DE INGLÊS NA PÓS-<br />

MODERNIDADE: DICOTOMIA OU DIVERSIDADE?<br />

MARIA WALESKA SIGA PEIL<br />

DO TRABALHO COM O GÊNERO “NARRATIVA PESSOAL” À<br />

AUTORIA<br />

ROSANE CONCEIÇÃO LEFEBVRE<br />

SUBJETIVIDADE E IDENTIDADE: INTERSECÇÕES EM BAKH-<br />

TIN<br />

VERA LÚCIA PIRES<br />

SIMPÓSIO 28 – SALA 403B<br />

O DISCURSO DA VIOLÊNCIA EM SITES DE REDES SOCIAIS:<br />

IMBRICAÇÕES E APONTAMENTOS<br />

RAQUEL DA CUNHA RECUERO (COORDENADORA)<br />

O surgimento dos sites <strong>de</strong> re<strong>de</strong> social (boyd e Ellison, 2007) - SRSs,<br />

tais como o Facebook, Orkut e Twitter, impactou profundamente as<br />

relações entre os sujeitos na contemporaneida<strong>de</strong>. Mais do que reinscrever<br />

essas relações no ciberespaço, esses sites tornaram-se também veículos<br />

para a publicação dos discursos <strong>de</strong>sses atores, cuja manifestação é<br />

gravada, reverberada e replicada pelas re<strong>de</strong>s sociais. Neste ambiente as<br />

mais diversas formas <strong>de</strong> violência também se propagam pelos discursos<br />

que "navegam" na re<strong>de</strong>, seja através das conversações, seja através das<br />

próprias ferramentas e trazem impacto para o cotidiano da socieda<strong>de</strong>.<br />

Assim, imagens agressivas, mensagens preconceituosas e piadas violentas<br />

são comumente replicadas e espalhadas nessas ferramentas. Entretanto,<br />

por espalharem-se nos SRSs, esses discursos adquirem características<br />

especiais, como aquelas dos chamados "públicos em re<strong>de</strong>" (boyd,<br />

2008), tais como a replicabilida<strong>de</strong>, a buscabilida<strong>de</strong>, a presença <strong>de</strong> audiências<br />

invisíveis e, principalmente, a permanência. São, assim, formas<br />

<strong>de</strong> propagação <strong>de</strong> idéias que ficam gravadas, são reprodutíveis, buscáveis<br />

e atingem sujeitos que não estão diretamente conectados. E o impacto<br />

<strong>de</strong>sses discursos replicados e repassados a exaustão tem crescido<br />

e aparecido tanto em sala <strong>de</strong> aula quanto na própria mídia e trazido<br />

103


efeitos mais diretos para o cotidiano da socieda<strong>de</strong>. Este painel busca,<br />

assim, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>ste contexto, discutir as imbricações e os <strong>de</strong>safios gerados<br />

pela apropriação dos SRSs também como espaços discursivos e<br />

capazes <strong>de</strong> produzir atos <strong>de</strong> violência. A partir <strong>de</strong> uma perspectiva multidisciplinar,<br />

focando Análise do Discurso, Psicologia, <strong>Educação</strong> e<br />

Linguística Aplicada, o painel traz uma série <strong>de</strong> pesquisas que focam as<br />

questões do discurso e essa violência; o impacto <strong>de</strong>ssa violência no<br />

cotidiano da sala <strong>de</strong> aula; as formas <strong>de</strong> violência que aparecem e se<br />

espalham em nesses sites; e ainda, a violência na cultura da imagem e<br />

os jovens.<br />

CORPO E LINGUAGEM: PROCESSOS DISCURSIVOS DE AUTO-<br />

AGRESSÃO<br />

ARACY ERNST-PEREIRA<br />

JUVENTUDES: A VIOLÊNCIA DO VAZIO NA CULTURA DA<br />

IMAGEM<br />

CLEBER GIBBON RATTO<br />

O ESPALHAMENTO DA VIOLÊNCIA EM CONVERSAÇÕES NO<br />

FACEBOOK E SEU IMPACTO NO COTIDIANO DOS ATORES<br />

SOCIAIS<br />

RAQUEL DA CUNHA RECUERO<br />

ESPETACULARIZANDO A VIDA NOS SITES DE REDES SOCIAIS<br />

ROSÁRIA ILGENFRITZ SPEROTTO<br />

DIA 5 DE OUTUBRO - (SEXTA-FEIRA) – 17H30M<br />

COMUNICAÇÕES<br />

COMUNICAÇÕES 68 – SALA 204B<br />

A FORMAÇÃO DE LEITORES LITERÁRIOS EM AMBIENTES<br />

DIGITAIS<br />

JAEL SCOTO MEIRELLES<br />

PAULA DA COSTA<br />

104


A FORMAÇÃO CONTÍNUA DE PROFESSORES DE INGLÊS ME-<br />

DIANTE AS NOVAS TIC: AÇÃO, REFLEXÃO E COLABORAÇÃO<br />

JESIEL SOARES SILVA<br />

PROGRAMA PIXTON: PROMOVENDO O LETRAMENTO MUL-<br />

TISSEMIÓTICO POR MEIO DA PRODUÇÃO DE TIRAS EM<br />

QUADRINHOS ONLINE<br />

JOANA D'ARC CAMARGO BORGES ACOSTA<br />

ANTÔNIA NILDA DE SOUZA<br />

ENTRE E A MÍDIA E A ESCOLA: NOVAS ABORDAGENS EDU-<br />

CACIONAIS PELO VIÉS CINEMATOGRÁFICO<br />

JOICE DO PRADO ALVES<br />

COMUNICAÇÕES 69 – SALA 206B<br />

CURSOS SUPERIORES EAD: ACESSIBILIDADE PARA QUEM?<br />

JULIANA ILHA CULAU<br />

FLE E AS NOVAS TECNOLOGIAS: O USO DO BUREAU VIRTU-<br />

AL NAS AULAS DE FRANCÊS<br />

KIZY DOS SANTOS DUTRA<br />

OS SLIDES INTERATIVOS NA AULA DE LÍNGUA PORTUGUE-<br />

SA<br />

LUCAS HORNER FEIJÓ<br />

O ESTADO DA ARTE SOBRE OBJETOS DE APRENDIZAGEM -<br />

MAPEAMENTO DE TESES E DISSERTAÇÕES<br />

LUIS HENRIQUE DOS SANTOS<br />

ADILSON FERNANDES GOMES<br />

VANESSA RIBAS FIALHO (ORIENTADORA)<br />

COMUNICAÇÕES 70 – SALA 208B<br />

NOVAS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO: O LIVRO DIDÁTI-<br />

CO, OS NOVOS GÊNEROS E A PRÁTICA ESCOLAR<br />

MAÍRA FERNANDES LAURENTINO<br />

105


CAPACITAÇÃO DE PROFESSORES EM TECNOLOGIAS EDU-<br />

CACIONAIS INOVADORAS PARA FLEXIBILIZAR E POTENCIA-<br />

LIZAR A APRENDIZAGEM<br />

MARIA CRISTINA RIGÃO IOP (EMEF PADRE NÓBREGA)<br />

LIZIANY MULLER (UFSM)<br />

O USO DA INTERNET NO ENSINO DE LÍNGUAS ESTRANGEI-<br />

RAS: REFLEXÕES NECESSÁRIAS<br />

MARIA JOSÉ LAIÑO<br />

CAMILA TEIXEIRA SALDANHA<br />

A PRODUÇÃO DE UM VÍDEO EDUCATIVO-INTERATIVO À LUZ<br />

DA PERSPECTIVA HISTÓRICO-CULTURAL<br />

MARION RODRIGUES DARIZ<br />

MAGDA FLORIANA DAMIANI<br />

COMUNICAÇÕES 71 – SALA 213B<br />

EAD: REFLEXÕES SOBRE O TEMPO<br />

MARLY JOVITA LISBOA GARCIA<br />

A EDIÇÃO NA ESCRITA COLABORATIVA EM LÍNGUA INGLE-<br />

SA EM FERRAMENTA DIGITAL<br />

MILENA SCHNEID EICH<br />

FACEBOOK & LITERATURA: A REDE SOCIAL COMO FERRA-<br />

MENTA NA INTRODUÇÃO AOS ESTUDOS LITERÁRIOS<br />

OTÁVIO BOTELHO ROSA<br />

RENAN CARDOZO GOMES DA SILVA<br />

REFLETINDO SOBRE AS CRENÇAS DE ALUNOS-<br />

PROFESSORES ACERCA DOS PROCESSOS DE FORMAÇÃO E<br />

ENSINO-APRENDIZAGEM EM CONTEXTO DE EAD<br />

PATRÍCIA DUARTE GARCIA<br />

ANA PAULA DE ARAUJO CUNHA<br />

COMUNICAÇÕES 72 – SALA 215B<br />

A ESCALA COMUM DE VALORES E A FORMAÇÃO DE GRU-<br />

POS DE APRENDIZAGEM NOS FÓRUNS DE UM CURSO DE<br />

FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE E/LE EM EAD<br />

106


PATRICIA MUSSI ESCOBAR<br />

DO PAPEL AO ECRÃ: AS MEDIAÇÕES TECNOLÓGICAS NO<br />

APRENDIZADO<br />

PEDRO BARCELLOS FERREIRA<br />

JOÃO PEDRO RODRIGUES SANTOS<br />

OS DESAFIOS DO LETRAMENTO DIGITAL NA FORMAÇÃO DE<br />

PROFESSORES DE LINGUAGENS<br />

PROF. DR. VALERIA IENSEN BORTOLUZZI<br />

PROF. MS. ADRIANA MACEDO NADAL MACIEL<br />

COMUNICAÇÕES 73 – SALA 302B<br />

APRENDIZADO E APROPRIAÇÕES EM SOCIAL NETWORK<br />

GAMES<br />

REBECA RECUERO REBS<br />

O BLOG DE DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA: UMA ABORDAGEM<br />

INTERDISCIPLINAR<br />

REJANE RICARDO FERREIRA<br />

HASHTAG NA SALA DE AULA<br />

RENAN CARDOZO GOMES DA SILVA<br />

OTÁVIO BOTELHO ROSA<br />

SITES DE REDES SOCIAIS COMO POSSIBILIDADE DE PESQUI-<br />

SA EM EDUCAÇÃO<br />

RODRIGO INACIO DE CASTRO<br />

ROSÁRIA IIGENFRITZ SPEROTTO<br />

COMUNICAÇÕES 74 – SALA 304B<br />

INGLÊS E INFORMÁTICA ALIADOS AO DESENVOLVIMENTO<br />

SOCIOCULTURAL DE ALUNOS DE ESCOLA PÚBLICA EM SI-<br />

TUAÇÃO DE VULNERABILIDADE<br />

SABRINA HAX DURO ROSA<br />

ONORATO JONAS FAGHERAZZI<br />

107


ESTRATÉGIAS DE LEITURA APLICADAS AO CIBERESPAÇO<br />

SANTIAGO BRETANHA FREITAS<br />

VANESSA DOUMID DAMASCENO (ORIENTADOR)<br />

OS RECURSOS TECNOLÓGICOS DA INTERNET E O ENSINO DE<br />

ESPANHOL COMO LÍNGUA ESTRANGEIRA (E/LE)<br />

SUELEN FERREIRA HAYGERT<br />

MARIA TEREZA NUNES MARCHESAN (ORIENTADOR)<br />

AMPLIAÇÃO DA PRESENÇA ONLINE DE FUTUROS PROFES-<br />

SORES: UMA PROPOSTA DE APRENDIZAGEM COLABORATI-<br />

VA<br />

SUELY LENORE CAPUTO AYMONE<br />

COMUNICAÇÕES 75 – SALA 207C<br />

DO DISCURSO Á PRÁTICA: ANÁLISE DE PESQUISAS SOBRE O<br />

ENSINO DE INGLÊS MEDIADO POR COMPUTADOR<br />

SUSANA CRISTINA DOS REIS<br />

OS MODELOS PEDAGÓGICOS E A EDUCAÇÃO PELA PESQUI-<br />

SA APOIADA PELAS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E CO-<br />

MUNICAÇÃO<br />

TAÍS FEIJÓ VIANA<br />

CAROLINA MENDONÇA FERNANDES DE BARROS<br />

O MÉTODO DE FREINET NA REALIDADE TECNOLÓGICA<br />

TAMIRES GUEDES DOS SANTOS<br />

A LEITURA DE MACHADO DE ASSIS NO CIBERESPAÇO<br />

VANESSA DAVID ACOSTA<br />

VANESSA DOUMID DAMASCENO (ORIENTADOR)<br />

A LINGUAGEM ESCRITA EM TEMPOS E ESPAÇOS VIRTUAUS<br />

VANESSA DOS SANTOS NOGUEIRA<br />

TRABALHANDO COM O LÚDICO: A MOTIVAÇÃO NAS AULAS<br />

DE LÍNGUA ESTRANGEIRA PARA CRIANÇAS<br />

DEISE ANNE TERRA MELGAR<br />

VANESSA DAVID ACOSTA<br />

108


COMUNICAÇÕES 76 – SALA 212C<br />

A REPRESENTAÇÃO DO TEMPO FUTURO NO ENSINO MÉDIO:<br />

O USO DA PERÍFRASE IR + INFINITIVO NA LITERATURA<br />

ADRIANA DE OLIVEIRA GIBBON<br />

VARIAÇÃO SOCIOLINGUÍSTICA NO CONTEXTO ESCOLAR.<br />

ALESSANDRA GOULART D'AVILA<br />

NATHAN BASTOS DE SOUZA<br />

AS VOGAIS MÉDIAS DO PORTUGUÊS DO URUGUAI FALADO<br />

POR CRIANÇAS DOS ANOS ESCOLARES INICIAIS DA CIDADE<br />

DE TRANQUERAS<br />

ALEXANDER SEVERO CÓRDOBA<br />

CARMEN LÚCIA BARRETO MATZENAUER (ORIENTADORA)<br />

ESTUDO DA REALIZAÇÃO DOS FONEMAS /d/ e /t/ ACOMPA-<br />

NHADOS DA VOGAL /i/ E DO FONEMA / ř / NA AQUISIÇÃO DA<br />

LÍNGUA ESPANHOLA POR ALUNOS DA TRÍPLICE FRONTEIRA<br />

ENTRE BRASIL E ARGENTINA<br />

ANA MARIA BONK MASSAROLLO<br />

SANIMAR BUSSE<br />

COMUNICAÇÕES 77 – SALA 213C<br />

LA VARIACIÓN FONÉTICA EN LA CLASE DE ESPAÑOL COMO<br />

LENGUA ADICIONAL: UNA PROPUESTA DIDÁCTICA<br />

ANA PAULA FERREIRA SEIXA<br />

SANDIA BARAÑANO VIANA<br />

EM BUSCA DE SUBSÍDIOS PARA UMA PEDAGOGIA DA VARI-<br />

AÇÃO LINGUÍSTICA NOS DOCUMENTOS CURRICULARES<br />

NACIONAIS<br />

CÉSAR AUGUSTO GONZÁLEZ<br />

JORAMA DE QUADROS STEIN<br />

AS NARRATIVAS QUE CIRCULAM SOBRE O CURSO DE LE-<br />

TRAS: MEMÓRIAS RECONTADAS POR QUEM DEIXOU SEU<br />

LAR PARA ESTUDAR.<br />

CLÁUDIA RAQUEL LUTZ<br />

109


LÍNGUA E REPRODUÇÃO CULTURAL: FORMAÇÃO DOCENTE<br />

PARA A EQUIDADE SOCIAL<br />

CRISTIANO GUEDES PINHEIRO<br />

PRISCILA MONTEIRO CHAVES<br />

COMUNICAÇÕES 78 – SALA 216C<br />

CONSIDERAÇÕES SOBRE O PRESTÍGIO E O DESPRESTÍGIO EM<br />

CONTATO NO CONTEXTO ESCOLAR DÉBORA RODRIGUES<br />

SARAIVA<br />

ANÁLISE SOBRE UMA POSSÍVEL INTEGRAÇÃO EDUCACIO-<br />

NAL FRONTEIRIÇA<br />

ELISANGELA VASCONCELLOS GOMES<br />

ANÁLISE SINTÁTICA NO MANUAL DIDÁTICO E SUAS IMPLI-<br />

CAÇÕES<br />

GISELE RODEGHEIRO DE MORAES ANTHONISEN<br />

BÁRBARA VARGAS ABOTT<br />

ESCOLA: ESPAÇO PERMEADO DE VARIAÇÃO LINGUÍSTICA<br />

GLECE VALÉRIO KERCHINER<br />

ROSEMERI VASCONCELLOS SOARES<br />

COMUNICAÇÕES 79 – SALA 221C<br />

PROJETO FRONTEIRAS INTEGRADAS: ESPAÇOS EDUCATI-<br />

VOS, PRÁTICAS SOCIAIS E CULTURAIS<br />

GRAZIELLE DA SILVA DOS SANTOS<br />

NÉDILÃ ESPINDOLA CHAGAS<br />

VARIAÇÃO LINGUÍSTICA NA ESCOLA: ANÁLISE DE UMA<br />

EXPERIÊNCIA NO ESTÁGIO SUPERVISIONADO<br />

GREICE KELLY OLIVEIRA JORGE<br />

CLARA DORNELLES<br />

EM BUSCA DE SUBSÍDIOS PARA UMA PEDAGOGIA DA VARI-<br />

AÇÃO LINGUÍSTICA NOS DOCUMENTOS CURRICULARES<br />

NACIONAIS<br />

JORAMA DE QUADROS STEIN<br />

GISELE BENCK DE MORAES<br />

110


VARIAÇÃO LINGUÍSTICA DA LÍNGUA BRASILEIRA DE SI-<br />

NAIS-LIBRAS EM ESCOLAS DE SURDOS<br />

KARINA ÁVILA PEREIRA<br />

COMUNICAÇÕES 80 – SALA 230C<br />

LITERATURA AFRO-BRASILEIRA EM LIVROS DIDÁTICOS DE<br />

ENSINO MÉDIO<br />

MÁRCIA FROEHLICH<br />

A LATERAL PÓS-VOCÁLICA /L/: UMA ABORDAGEM COM<br />

BASE NO PORTUGUÊS FALADO NA CIDADE DE PELOTAS<br />

MÁRCIA HELENA SAUAIA GUIMARÃES ROSTAS<br />

O COMPORTAMENTO DA VOGAL /E/ EM CLÍTICOS PRONO-<br />

MINAIS E NÃO PRONOMINAIS<br />

MARIA JOSÉ BLASKOVSKI VIEIRA<br />

A PROPOSTA DAS ESCOLAS INTERCULTURAIS BILÍNGUES<br />

DE FRONTEIRA NO CHUÍ-CHUY<br />

MARÍA JOSEFINA ISRAEL SEMINO<br />

DIA 5 DE OUTUBRO - (SEXTA-FEIRA) – 17H30M<br />

SIMPÓSIOS (Continuação)<br />

SIMPÓSIO 23 – SALA 306B<br />

PERSPECTIVAS NO ENSINO DE LÍNGUAS MEDIADO PELAS<br />

TECNOLOGIAS DIGITAIS<br />

VILSON JOSÉ LEFFA (COORDENADOR)<br />

O ensino mediado pelas tecnologias digitais po<strong>de</strong> ser caracterizado por<br />

associar diferentes objetos a diferentes instrumentos, na medida em que<br />

se preocupa não apenas com o fim a que se quer chegar, mas também<br />

com a análise dos meios disponíveis e mais a<strong>de</strong>quados para se chegar a<br />

esse fim. O simpósio proposto trata <strong>de</strong>sses dois eixos. Entre os fins,<br />

111


<strong>de</strong>stacam-se a leitura em ambiente digital, a produção <strong>de</strong> textos pelo<br />

aluno, a aprendizagem <strong>de</strong> línguas estrangeiras, a questão da autoria em<br />

dimensão global. Já, em relação aos meios, temos trabalhos sobre o uso<br />

da telefonia móvel, as sequências didáticas, os objetos <strong>de</strong> aprendizagem<br />

e a gestão dos acervos digitais. Trata-se, enfim <strong>de</strong> um tema complexo,<br />

das instâncias locais às globais, incluindo o papel da tecnologia na<br />

<strong>aqui</strong>sição do conhecimento, suas promessas <strong>de</strong> potencialização do ser<br />

humano e também seus perigos e ameaças.<br />

FERMENTAR IDEIAS E ARGUMENTOS ATRAVÉS DE SE-<br />

QUÊNCIAS DIDÁTICAS: APRENDER EM ANDAIMES VIA EAD<br />

ANA CLÁUDIA PEREIRA DE ALMEIDA<br />

APRENDENDO INGLÊS NA ERA DA MOBILIDADE: UMA ANÁ-<br />

LISE DO APLICATIVO “VOXY”<br />

LUCÍA SILVEIRA ALDA<br />

HAL 9000 MATOU A TRIPULAÇÃO OU DA IMPORTÂNCIA DO<br />

FATOR HUMANO NA EAD<br />

MARCUS VINICIUS LIESSEM FONTANA<br />

REFLEXÕES SOBRE LEITURA DIGITAL<br />

MARTINA CAMACHO BLAAS<br />

INTERAÇÃO E REDES NEURO-SOCIAIS: A COMPLEXIDADE<br />

NA APRENDIZAGEM DE LÍNGUAS COM TECNOLOGIAS DIGI-<br />

TAIS<br />

RAFAEL VETROMILLE-CASTRO<br />

OBJETOS DE APRENDIZAGEM: FOCO NA LINGUAGEM ESCRI-<br />

TA<br />

SIMONE CARBONI GARCIA<br />

CONTRIBUIÇÃO DOS FRACTAIS PARA A EDUCAÇÃO A DIS-<br />

TÂNCIA: UMA PERSPECTIVA BASEADA NOS SISTEMAS COM-<br />

PLEXOS<br />

VANESSA RIBAS FIALHO<br />

DO ALMOXARIFADO AO SHOWROOM: A MONTAGEM DOS<br />

OBJETOS DE APRENDIZAGEM<br />

VILSON J. LEFFA<br />

112


SIMPÓSIO 24 – SALA 402B<br />

CORPOS FEMININOS E GÊNERO EM DISCURSO: REFLE-<br />

XÕES EM SALA DE AULA<br />

RENATA KABKE PINHEIRO (COORDENADORA)<br />

ELIANE TEREZINHA AMARAL CAMPELLO (COORDENADO-<br />

RA)<br />

O corpo feminino tem sido <strong>de</strong>scrito, representado e moldado por diferentes<br />

discursos e a mídia <strong>de</strong>sempenha papel inquestionável na chamada<br />

produção e normatização do corpo ao criar, reproduzir e fazer circular<br />

a noção do corpo i<strong>de</strong>al. Esse mo<strong>de</strong>lo i<strong>de</strong>al po<strong>de</strong> se alterar <strong>de</strong>vido à<br />

mudança <strong>de</strong> padrões estéticos, históricos e culturais. O discurso sobre o<br />

corpo é permanente, por isso, é necessário discuti-lo, questioná-lo e até<br />

mesmo buscar mudá-lo. As mulheres, quando representam o corpo<br />

feminino, constroem um espaço textual, para permitir que seus corpos<br />

sejam vistos/ouvidos. Essas representações trazem inscrições “gendradas”,<br />

<strong>de</strong> raça, classe e <strong>de</strong> diferenças sexuais. Abordaremos neste Simpósio<br />

discursos do corpo feminino, na autoria feminina, e suas respostas<br />

ao ambiente físico e às normas sociais. Essas representações encontram-se<br />

presentes em distintas esferas discursivas ─ literatura, cinema,<br />

história, teatro, revistas, jornais, mídia em geral ─, entre outras. Nosso<br />

objetivo é estabelecer um <strong>de</strong>bate em torno <strong>de</strong> questões <strong>de</strong> gênero acerca<br />

do corpo, a partir <strong>de</strong> fundamentos teóricos diversos, bem como das<br />

possibilida<strong>de</strong>s interpretativas e consequências, no âmbito da i<strong>de</strong>ologia,<br />

ao veicular esta representação em salas <strong>de</strong> aula.<br />

"ONDA DE CALOR" AFETANDO CORPOS MASCULINOS E FE-<br />

MININOS – ANÁLISE DE GÊNERO EM UMA FANFICTION DO<br />

FANDOM HARRY POTTER<br />

CATARINA MAITÊ MACEDO MACHADO BARBOZA<br />

“GORDAS, SIM, POR QUE NÃO?”: O DISCURSO DE MULHERES<br />

GORDAS NO BLOG MULHERÃO<br />

DANIELA SILVA AGENDES<br />

O CORPO ADOLESCENTE NO FILME: THE PRIME OF MISS<br />

JEAN BRODIE<br />

DANIELA VIEIRA PALAZZO<br />

113


CORPOS MARCADOS, EM BECOS DA MEMÓRIA, DE CONCEI-<br />

ÇÃO EVARISTO<br />

ELIANE TEREZINHA DO AMARAL CAMPELLO<br />

A REPRESENTAÇÃO DO CORPO FEMININO NO QUADRO A<br />

NEGRA DE TARSILA DO AMARAL<br />

LENITA VARGAS<br />

A REPRESENTAÇÃO DO CORPO FEMININO NA DANÇA DO<br />

VENTRE, EM AMRIK, DE ANA MIRANDA<br />

LUISA KLUG GUEDES<br />

A REPRESENTAÇÃO DO CORPO FEMININO NA ESCULTURA<br />

VERTUMNE ET POMONE, DE CAMILLE CLAUDEL<br />

NARA ELIANE PEREIRA LEAL<br />

"PRECIOSIDADE" DE CLARICE LISPECTOR: UMA LEITURA<br />

SOB O VIÉS DA ACD E DA CRÍTICA LITERÁRIA FEMINISTA<br />

RENATA KABKE PINHEIRO<br />

A REPRESENTAÇÃO DO CORPO FEMININO EM "EL VENDO<br />

HERIDO"<br />

RITA DE LIMA NÓBREGA<br />

SIMPÓSIO 25 – SALA 404B<br />

O LETRAMENTO DIGITAL E SEU IMPACTO NA EDUCAÇÃO<br />

CÂNDIDA MARTINS PINTO (COORDENADORA)<br />

GABRIELA QUATRIN MARZARI (COORDENADORA)<br />

Socieda<strong>de</strong>s letradas cada vez mais complexas, sobretudo <strong>de</strong>vido às<br />

inúmeras possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> utilização da linguagem, são reflexo das<br />

mudanças tecnológicas emergentes no atual contexto sócio-histórico,<br />

consi<strong>de</strong>rando-se, principalmente, a presença maciça das tecnologias da<br />

informação e comunicação (TIC) na vida das pessoas e das instituições.<br />

Esse novo sistema <strong>de</strong> inter-ação é parte da revolução tecnológica que<br />

está remo<strong>de</strong>lando práticas sociais pré-concebidas, <strong>de</strong>sse modo, alterando<br />

as relações entre os indivíduos. Em virtu<strong>de</strong> <strong>de</strong>ssa nova or<strong>de</strong>m comunicativa<br />

(SNYDER, 2001), é preciso que os educadores atentem para as<br />

114


múltiplas linguagens e, por conseguinte, para os múltiplos letramentos a<br />

serem <strong>de</strong>senvolvidos, necessários à interação dos indivíduos em uma<br />

socieda<strong>de</strong> <strong>de</strong>finida como multicultural, a fim <strong>de</strong> que a educação assuma<br />

um papel significativo diante das <strong>de</strong>mandas comunicativas atuais. Parece<br />

fundamental, portanto, verificar qual é o impacto dos novos meios <strong>de</strong><br />

comunicação na escrita e nas práticas <strong>de</strong> letramento <strong>de</strong> aprendizes em<br />

geral. Para tanto, este simpósio tem por objetivo: a) discutir sobre o que<br />

se enten<strong>de</strong> por letramento digital em contextos escolares; b) refletir<br />

sobre o impacto das tecnologias na educação e como isso está afetando<br />

os letramentos dos aprendizes; c) i<strong>de</strong>ntificar práticas <strong>de</strong> letramento<br />

digital recorrentes na vida <strong>de</strong>sses indivíduos, estimuladas ou ignoradas<br />

pela escola; d) refletir sobre novas possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> leitura e escrita,<br />

consi<strong>de</strong>rando as novas mídias e suas implicações na socieda<strong>de</strong> atual; e,<br />

por fim, e) vislumbrar possibilida<strong>de</strong>s futuras <strong>de</strong> ensino e aprendizagem<br />

em contextos diferenciados. Espera-se esclarecer conceitos relacionados<br />

à noção <strong>de</strong> letramento e, acima <strong>de</strong> tudo, repensar práticas e posturas<br />

adotadas por educadores e educandos como consequência <strong>de</strong>ssa nova<br />

or<strong>de</strong>m comunicativa, resultante <strong>de</strong> transformações associadas ao uso<br />

das TIC.<br />

Palavras-chave: Letramento digital; <strong>Educação</strong>; Comunicação; Impacto.<br />

UTILIZANDO O FACEBOOK COMO FERRAMENTA ALIADA NO<br />

ENSINO E APRENDIZAGEM DO INGLÊS<br />

CAMILA GONÇALVES DOS SANTOS<br />

ESTADO DA ARTE DO LETRAMENTO DIGITAL: METANÁLISE<br />

QUALITATIVA DA INVESTIGAÇÃO BRASILEIRA<br />

CÂNDIDA MARTINS PINTO<br />

APRENDIZAGEM EM ORGANIZAÇÕES: COMUNIDADES DE<br />

PRÁTICA E LETRAMENTO DIGITAL<br />

CHRISTIANE HEEMANN<br />

O USO DO VÍDEO NA APRENDIZAGEM DE LÍNGUAS ES-<br />

TRANGEIRAS<br />

DAIANE WINTER<br />

HOME PAGE: UMA EXPERIÊNCIA DE LETRAMENTO DIGITAL<br />

ERICK KADER CALLEGARO CORRÊA<br />

CARLA CALLEGARO CORRÊA KADER<br />

115


IMPLICAÇÕES DO LETRAMENTO DIGITAL PARA A FORMA-<br />

ÇÃO DE PROFESSORES DE INGLÊS COMO LÍNGUA ESTRAN-<br />

GEIRA<br />

GABRIELA QUATRIN MARZARI<br />

LETRAMENTO DIGITAL: BLOG EDUCACIONAL COMO SU-<br />

PORTE PARA MATERIALIZAÇÃO DE DIFERENTES GÊNEROS<br />

TEXTUAIS.<br />

JOSIANE DAVID MACKEDANZ<br />

LETRAMENTO DIGITAL E ALUNOS UNIVERSITÁRIOS EM<br />

MODALIDADE DE EAD<br />

JOSSEMAR DE MATOS THEISEN<br />

MÍDIA E EDUCAÇÃO: O USO DAS NOVAS TECNOLOGIAS EM<br />

SALA DE AULA.<br />

SABRINE DENARDI DE MENEZES DA SILVA<br />

OS DESAFIOS DO LETRAMENTO DIGITAL NA FORMAÇÃO DE<br />

PROFESSORES DE LINGUAGENS<br />

VALERIA IENSEN BORTOLUZZI<br />

SIMPÓSIO 26 – SALA 406B<br />

IDEN(EN)TITATIS: O LOCUS NA DIFFÉRANCE<br />

HILARIO INACIO BOHN (COORDENADOR)<br />

O presente simpósio se propõe a refletir (re-flexo) sobre um tema tão<br />

antigo na história da Humanida<strong>de</strong> e, ao mesmo tempo, tão atual e <strong>de</strong>sconcertante<br />

na Pós-mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong> líquida: i<strong>de</strong>m + entida<strong>de</strong>, ser. É possível<br />

ser constante, igual, num mundo movido por transformações/metamorfoses?<br />

Você cria sua própria i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>, não mais a herda,<br />

nos diz Bauman. Ela não é mais <strong>de</strong>finida pela nação (espaço geográfico<br />

e língua) a que se pertence, nem pelos outros ‘constrangimentos’ co-<br />

116


mandados pelas hierarquias sociais e-ou políticas. Isto, principalmente,<br />

tendo em vista que as questões coletivas enquanto nação i<strong>de</strong>ntitária, ou<br />

grupo social, per<strong>de</strong>ram seu espaço para as questões no mundo globalizado.<br />

Integrar é a palavra <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m para a i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> hodierna. Com<br />

diferentes formas e estratégias <strong>de</strong> se constituir vive-se o <strong>de</strong>safio <strong>de</strong> criála<br />

na transição, na différance, no hiato, no vazio entre o i<strong>de</strong>m e o estranho<br />

que a cada momento se apresenta ao ser humano. Portanto, esta é a<br />

proposta da coor<strong>de</strong>nada, viver o vazio da reflexão (re-novamente, flexão-flexibilizar)<br />

co-construindo no <strong>aqui</strong> e agora do instante, outros<br />

espaços para um pensamento grupal e i<strong>de</strong>ntitário <strong>de</strong> colegas que, movidos<br />

pela pulsão do conhecimento, se propõem ao <strong>de</strong>safio das i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s<br />

re-criadas/metamorfoseadas em diferentes lócus, inclusive as que se<br />

movem em torno do processo educacional.<br />

Palavras-chave: I<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>(s), diversida<strong>de</strong>, grupo social, différance<br />

O (DES)ENCONTRO DE VOZES SOCIAIS NA CONSTRUÇÃO DA<br />

IRMANDADE NA FRONTEIRA JAGUARÃO/RIO BRANCO<br />

ALESSANDRA AVILA MARTINS<br />

A LINGUAGEM “INSINUA” AS INCOMPLETUDES PROFISSIO-<br />

NAIS DE SER ALUNO E FORMAR-SE PROFESSOR<br />

ELAINE NOGUEIRA DA SILVA<br />

AS IDENTIDADES RESSIGNIFICADAS DE ALUNOS PROEJA<br />

EVANIR PICCOLO CARVALHO<br />

AS IDENTIDADES DE PROFESSOR “DISCURSADAS” PELA IM-<br />

PRENSA BRASILEIRA<br />

HILÁRIO I. BOHN<br />

RE-PENSANDO O PENSAMENTO IDENTITÁRIO NA PÓS-<br />

MODERNIDADE<br />

LUCIA GRIGOLETTI<br />

LOS GÉNEROS DISCURSIVOS SON EL LOCUS DE LA IDENTI-<br />

DAD LINGÜÍSTICA<br />

MATILDE CONTRERAS<br />

A VIDA DE NELSON MANDELA NA CONCEPÇÃO DE SUJEITO<br />

SOCIOLÓGICO DE STUART HALL<br />

OLGA MARIA LIMA PEREIRA<br />

117


AS REPRESENTAÇÕES DE ALUNO, ESCOLA E PROFESSORES<br />

NA ERA TECNOLÓGICA PELOS ATORES DA SALA DE AULA<br />

VANESSA DOUMID DAMASCENO<br />

SOBRE O “ESTRANGEIRO” NA LÍNGUA MATERNA: APRESEN-<br />

TAÇÕES IDENTITÁRIAS EM SALA DE AULA DE LEITURA EM<br />

LÍNGUAS ESTRANGEIRAS PRÓXIMAS<br />

VIRGINIA ORLANDO<br />

SIMPÓSIO 27 – SALA 408B<br />

REFLEXÕES SOBRE IDENTIDADE, SUBJETIVIDADE E AU-<br />

TORIA EM DIFERENTES AMBIENTES<br />

ADAIL UBIRAJARA SOBRAL (COORDENADOR)<br />

A partir do <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> numerosas propostas teóricas e práticas<br />

<strong>de</strong> trabalho no campo das ciências humanas que lançam mão do conceito<br />

<strong>de</strong> sujeito, tanto em sua dimensão enunciativa (ligada à enunciação)<br />

como no plano enuncivo (ligado ao enunciado), as questões <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>,<br />

subjetivida<strong>de</strong> e autoria vêm assumindo crescente importância nos<br />

estudos da linguagem, que parecem formar a cada dia novas interfaces<br />

com diversas outras áreas. Merece <strong>de</strong>staque o reconhecimento, a partir<br />

do conceito <strong>de</strong> sujeito, da existência <strong>de</strong> integração entre enunciados e<br />

situações <strong>de</strong> enunciação como instâncias em mútua pressuposição.<br />

Percebe-se assim um movimento <strong>de</strong> ampliação que faz essas propostas<br />

incorporarem a materialida<strong>de</strong> textual e ir além <strong>de</strong>la, Observa-se nesse<br />

sentido a presença constante <strong>de</strong> trabalhos que exibem não apenas diferentes<br />

perspectivas teóricas <strong>de</strong> abordar i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>, subjetivida<strong>de</strong> e autoria<br />

-- num espectro que vai do mais estritamente linguístico ao quaseetnográfico,<br />

envolvendo ainda combinações <strong>de</strong> perspectivas -- como<br />

distintas metodologias e objetivos <strong>de</strong> pesquisa. Estes últimos tanto<br />

po<strong>de</strong>m ver em separado alguma <strong>de</strong>ssas questões como buscar integrálas<br />

a partir <strong>de</strong> um ou <strong>de</strong> um arcabouço teórico. Este simpósio propõe, a<br />

partir <strong>de</strong> um “mosaico” <strong>de</strong> algumas <strong>de</strong>ssas possibilida<strong>de</strong>s, uma discussão<br />

<strong>de</strong>ssas questões no âmbito <strong>de</strong> distintas perspectivas, e a partir <strong>de</strong><br />

diferentes objetos, com vistas a apresentar um mapeamento interdisciplinar<br />

provisório.<br />

Palavras-chave: Sujeito, i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>, subjetivida<strong>de</strong>, autoria, enunciação<br />

118


VILMAR TAVARES. UM LINGUISTA DE IMAGENS?<br />

CARLOS LEONARDO COELHO RECUERO<br />

MARCAS DISTINTIVAS E EXPLÍCITAS DE SUBJETIVIDADE NO<br />

APRENDIZADO DE PORTUGUÊS COMO LÍNGUA ADICIONAL<br />

EDOARDO PLETSCH<br />

VIOLÊNCIA E DISCRIMINAÇÃO COMO TENTATIVA DE DE-<br />

MONIZAR IDENTIDADES EM UM SITE REDE SOCIAL<br />

LETÍCIA SCHINESTSCK<br />

INFLUENCIA DAS MARCAS DE SUBJETIVIDADE PARA A<br />

CONSTRUÇÃO E EXPRESSÃO DE IDENTIDADES EM UM AM-<br />

BIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM<br />

LÍGIA MARIA SAYÃO LOBATO DE COPPETTI<br />

A IMPORTÂNCIA DO PODER DE ENCANTAMENTO E DAS RE-<br />

LAÇÕES VINCULARES NA CONSTRUÇÃO DAS IDENTIDADES<br />

APRENDENTES ENTRE PROFESSORES-ALUNO<br />

MARIA DA GRAÇA GONÇALVES CUNHA NEVES<br />

FRONTEIRA JAGUARÃO- RIO BRANCO:ESPANHOL FALADO E<br />

IDENTIDADES “CONSTRUÍDAS”<br />

MARIA DO SOCORRO DE ALMEIDA FARIAS-MARQUES<br />

“SER” E “ESTAR” PROFESSOR DE INGLÊS NA PÓS-<br />

MODERNIDADE: DICOTOMIA OU DIVERSIDADE?<br />

MARIA WALESKA SIGA PEIL<br />

DO TRABALHO COM O GÊNERO “NARRATIVA PESSOAL” À<br />

AUTORIA<br />

ROSANE CONCEIÇÃO LEFEBVRE<br />

SUBJETIVIDADE E IDENTIDADE: INTERSECÇÕES EM BAKH-<br />

TIN<br />

VERA LÚCIA PIRES<br />

119


120<br />

RESUMO DOS TRABALHOS


LINHA TEMÁTICA: AQUISIÇÃO DE LINGUAGEM,<br />

VARIAÇÃO E ENSINO: UM BALANÇO<br />

ENSINO DE GRAMÁTICA: DAS POLÊMICAS ÀS<br />

PROPOSIÇÕES<br />

Adriana Dickel<br />

Na década <strong>de</strong> 1980, no Brasil, instaura-se uma polêmica que se esten<strong>de</strong><br />

em boa medida até os dias atuais: <strong>de</strong>ve-se ou não ensinar gramática na<br />

escola? Tal pergunta emerge <strong>de</strong> uma crítica profunda, proveniente<br />

fundamentalmente dos setores acadêmicos da área da Linguística, ao<br />

ensino tradicional da gramática, pautado exclusivamente em uma<br />

abordagem normativa. Juntamente com a <strong>de</strong>sconstrução <strong>de</strong>sse mo<strong>de</strong>lo<br />

<strong>de</strong> ensino, surgem algumas propostas <strong>de</strong> manutenção do ensino <strong>de</strong><br />

gramática articulado a uma abordagem sócio-interacionista e<br />

funcionalista da linguagem e, ainda, à teoria da enunciação bakhtiniana.<br />

Essas perspectivas encontram-se materializadas nos Parâmetros<br />

Curriculares Nacionais (Brasil, 1998) e são reconstruídas no presente<br />

trabalho por meio <strong>de</strong> estudo bibliográfico que abarca trabalhos sobre o<br />

ensino da gramática na escola, produzidos nas últimas três décadas, no<br />

Brasil. Objetiva-se com uma digressão pela história do ensino da língua<br />

portuguesa, em especial <strong>de</strong> sua gramática, e pelas contribuições<br />

didático-metodológicas oferecidas pelas pesquisas atuais acenar para a<br />

complexida<strong>de</strong> dos <strong>de</strong>safios a serem enfrentados e das tensões a serem<br />

superadas por quem se <strong>de</strong>dica a esse campo no Brasil. Problematizar e<br />

produzir conhecimentos a respeito do encontro entre a produção<br />

científica sobre a língua e a didática, o currículo, os conhecimentos dos<br />

alunos e <strong>de</strong> seus professores e as práticas pedagógicas ainda são tarefas<br />

à disposição <strong>de</strong> um amplo setor <strong>de</strong> pesquisadores tanto do campo da<br />

Linguística Aplicada como do campo da <strong>Educação</strong>.<br />

A PALATALIZAÇÃO NA DIACRONIA DO PB:<br />

CONTRIBUIÇÕES PARA O ENSINO<br />

Aline Neuschrank<br />

Palavras-chave: palatalização, diacronia, português do Brasil.<br />

Estudos diacrônicos comprovam a importância <strong>de</strong> se conhecer a história<br />

das línguas analisadas. Pesquisas sobre evolução da língua portuguesa,<br />

121


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

além <strong>de</strong> evi<strong>de</strong>nciarem a presença do latim em seu uso diário, permitem<br />

a compreensão <strong>de</strong> muitas regras gramaticais a partir <strong>de</strong> um olhar<br />

voltado à origem das palavras, contribuindo assim para uma melhor<br />

abordagem <strong>de</strong>stas questões no contexto <strong>de</strong> ensino. Logo, este trabalho<br />

objetiva apresentar alguns resultados <strong>de</strong> um estudo maior que analisa e<br />

<strong>de</strong>screve fenômenos fonológicos ocorridos na evolução do sistema<br />

consonantal do latim ao português do Brasil (PB), à luz <strong>de</strong> teorias<br />

fonológicas não lineares. Com suporte da Teoria Autossegmental e da<br />

escala <strong>de</strong> sonorida<strong>de</strong>, o trabalho foca o processo <strong>de</strong> palatalização na<br />

constituição do sistema consonantal do PB, <strong>de</strong>vido a sua gran<strong>de</strong><br />

recorrência na composição do referido sistema, verificada através <strong>de</strong><br />

pesquisa realizada com o intuito <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar o comportamento dos<br />

traços hierarquicamente dispostos, constituintes do sistema consonantal<br />

do latim, e ainda mantidos no PB, além <strong>de</strong> verificar as regras presentes<br />

na composição do sistema do português. Através da análise, po<strong>de</strong>m-se<br />

visualizar contextos motivadores ainda responsáveis, na sincronia, por<br />

variações do PB que po<strong>de</strong>m ser consi<strong>de</strong>radas marcas <strong>de</strong>sta língua, em<br />

se comparando com o PE (palatalização <strong>de</strong> /t/ e /d/ antes <strong>de</strong> /i/). Por<br />

haver poucos trabalhos que apresentem por meio <strong>de</strong> teoria fonológica<br />

os processos estruturais constituintes da língua, espera-se que esta<br />

pesquisa cumpra o papel <strong>de</strong> fomentar outros estudos, já que contribui<br />

para a explicitação das etapas envolvidas em um dos processos<br />

fonológicos que motivaram mudanças, trazendo novos subsídios para<br />

um melhor conhecimento da história da língua portuguesa.<br />

AS SEGMENTAÇÕES NÃO CONVENCIONAIS DA ESCRITA<br />

INICIAL: O TROQUEU SILÁBICO E SUA RELAÇÃO COM O<br />

RITMO LINGUÍSTICO DO PB E DO PE<br />

Ana Paula Nobre Da Cunha<br />

O número <strong>de</strong> pesquisas que abordam a estreita relação entre a escrita<br />

inicial, produzida <strong>de</strong> forma espontânea, e aspectos do conhecimento<br />

linguístico infantil tem aumentado nos últimos anos, haja vista<br />

trabalhos como os <strong>de</strong> Abaurre (1990), Chacon (2004), Cunha (2010),<br />

Miranda (2005) e Tenani (2004), <strong>de</strong>ntre outros. Nosso estudo insere-se<br />

nessa linha <strong>de</strong> pesquisa, pois parte <strong>de</strong> dois pressupostos básicos: i) as<br />

segmentações não convencionais da escrita inicial po<strong>de</strong>m ser<br />

motivadas, <strong>de</strong>ntre outros fatores, pela formação <strong>de</strong> constituintes<br />

prosódicos, e ii) as segmentações não convencionais da escrita inicial<br />

po<strong>de</strong>m apresentar evidências do ritmo linguístico. O objetivo <strong>de</strong>ste<br />

122


Resumo dos Trabalhos<br />

trabalho é <strong>de</strong>monstrar a relevância do troqueu silábico tanto na inserção<br />

<strong>de</strong> espaço <strong>de</strong>ntro dos limites da palavra (hipersegmentação) quanto na<br />

supressão <strong>de</strong> espaço entre fronteiras vocabulares (hipossegmentação),<br />

bem como a sua relação com o ritmo linguístico do português brasileiro<br />

(PB) e do português europeu (PE). Os dados <strong>aqui</strong> analisados foram<br />

extraídos <strong>de</strong> textos produzidos, <strong>de</strong> forma espontânea, por crianças<br />

brasileiras e portuguesas, em fase <strong>de</strong> <strong>aqui</strong>sição da escrita. As análises,<br />

fundamentadas na proposta <strong>de</strong> Bisol (2000), apontam para o fato <strong>de</strong> que<br />

as segmentações não convencionais das palavras, tanto no PB como no<br />

PE, apresentam resultados semelhantes quanto à relevância do troqueu<br />

silábico como importante motivador <strong>de</strong> hiper e hipossegmentações. A<br />

principal diferença entre essas duas varieda<strong>de</strong>s do português está<br />

relacionada a evidências <strong>de</strong> ritmo linguístico na escrita, <strong>de</strong>vido à<br />

direcionalida<strong>de</strong> com que o clítico se associa a uma palavra <strong>de</strong> conteúdo:<br />

proclítico no PB e enclítico no PE. Essa análise, em particular,<br />

fundamenta-se em Abaurre e Galves (1998).<br />

INDÍCIOS DE REESTRUTURAÇÃO DO CONHECIMENTO DA<br />

LÍNGUA EM DADOS DE REPARO NA ESCRITA INICIAL<br />

Ana Ruth Moresco Miranda<br />

Ana Paula Nobre Da Cunha<br />

A <strong>aqui</strong>sição da escrita é um processo complexo, pois exige da criança a<br />

construção <strong>de</strong> um novo conhecimento que envolve tanto sua capacida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> abstração como <strong>de</strong> reflexão. Muitas vezes, ela terá <strong>de</strong> trazer para o<br />

nível da consciência, os conhecimentos internalizados que já possui<br />

sobre a língua e sua estrutura. Acreditamos que a escrita espontânea<br />

propicia um espaço para a reflexão e a ação da criança sobre a<br />

linguagem e constitui-se em lugar privilegiado ao pesquisador que tem<br />

a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> acessar as dúvidas e as hipóteses com as quais ela<br />

opera nesse percurso. Neste estudo, temos como objetivo analisar os<br />

reparos feitos espontaneamente pelas crianças em suas escritas, a fim <strong>de</strong><br />

que possamos buscar indícios <strong>de</strong> atualização do conhecimento<br />

linguístico – em especial, do conhecimento fonológico. O foco do<br />

estudo inci<strong>de</strong> em dados <strong>de</strong> reparo que consi<strong>de</strong>ramos estarem<br />

relacionados a dificulda<strong>de</strong>s representacionais, a saber, dados referentes<br />

às grafias <strong>de</strong> nasais pós-vocálicas (MIRANDA, 2007) e às<br />

segmentações não convencionais (CUNHA, 2004). Mesmo que os<br />

processos reorganizacionais ocorram internamente e, por isso, não<br />

sejam diretamente observáveis, dados <strong>de</strong> reparo como os referidos nos<br />

123


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

permitem realizar inferências, por meio da sequência comportamental<br />

expressa no ajuste feito pela criança em sua escrita, a respeito da<br />

relação entre meta-processos inconscientes e aqueles que po<strong>de</strong>m estar<br />

disponíveis ao acesso consciente, ainda que sem a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

explicitação verbal. O Mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> Re<strong>de</strong>scrição Representacional, <strong>de</strong><br />

Karmiloff-Smith (1986), segundo o qual, o conhecimento po<strong>de</strong> ir<br />

assumindo diferentes formatos que ficam disponíveis ao sistema<br />

cognitivo, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> um nível implícito (procedimental) a outros mais<br />

explícitos (E1, E2 e E3), dá sustentação teórica a análise <strong>de</strong> dados<br />

realizada.<br />

PESQUISA E ENSINO DE SONS DE LÍNGUA ESTRANGEIRA:<br />

APRESENTANDO O SOFTWARE LIVRE TP<br />

Andreia Schurt Rauber<br />

A relação entre a percepção e a produção <strong>de</strong> sons tem inspirado um<br />

número crescente <strong>de</strong> estudos na área <strong>de</strong> Aquisição <strong>de</strong> Segunda Língua.<br />

Esses estudos objetivam i<strong>de</strong>ntificar e compreen<strong>de</strong>r as dificulda<strong>de</strong>s que<br />

aprendizes <strong>de</strong> uma língua estrangeira (L2) possuem para perceber e<br />

produzir sons <strong>de</strong>ssa L2. Os resultados <strong>de</strong> pesquisas sobre <strong>aqui</strong>sição <strong>de</strong><br />

L2 têm revelado, em sua maioria, que os sons mais bem percebidos são<br />

também os mais bem produzidos, já os sons que são percebidos <strong>de</strong><br />

forma incorreta ou com alta percentagem <strong>de</strong> trocas são também os<br />

produzidos <strong>de</strong> forma menos semelhante aos da língua alvo. Além das<br />

contribuições teóricas <strong>de</strong>sses estudos, os seus resultados têm sido<br />

relevantes para a criação <strong>de</strong> ferramentas e materiais pedagógicos que<br />

po<strong>de</strong>m auxiliar aprendizes <strong>de</strong> L2 a superar as suas dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

pronúncia. Consi<strong>de</strong>rando-se esse cenário, esta comunicação objetiva<br />

apresentar o TP (Testes/Treinamentos <strong>de</strong> Percepção -<br />

http://www.worken.com.br/tp_regfree.php), que é um software livre<br />

que po<strong>de</strong> ser utilizado tanto para testes <strong>de</strong> percepção como para<br />

treinamento perceptual. O software, com uma interface amigável,<br />

também permite a elaboração <strong>de</strong> exercícios <strong>de</strong> percepção que po<strong>de</strong>m ser<br />

usados em aulas <strong>de</strong> qualquer língua estrangeira.<br />

124


Resumo dos Trabalhos<br />

A PRODUÇÃO VARIÁVEL DE EPÊNTESE EM CODA FINAL<br />

POR APRENDIZES DE INGLÊS COMO L2<br />

Athany Gutierres<br />

Natália Brambatti Guzzo<br />

Palavras-chave: epêntese final, inglês como L2, variação linguística.<br />

A produção variável <strong>de</strong> epêntese em coda final por aprendizes<br />

brasileiros <strong>de</strong> inglês como L2, como em [nejm]~[‘neymi] e [leg]~[legi],<br />

tem sido objeto <strong>de</strong> diversos estudos (CARDOSO, 2005; PEREYRON,<br />

2008; HORA, LUCENA e PEDROSA, 2009; LUCENA e ALVES,<br />

2010). Consi<strong>de</strong>ra-se que a transferência do mol<strong>de</strong> silábico da L1 à L2 é<br />

um fator que influencia a produção do fenômeno. Os objetivos <strong>de</strong>ste<br />

estudo são (i) observar a frequência <strong>de</strong> epêntese em coda final em dados<br />

<strong>de</strong> L2 produzidos por aprendizes <strong>de</strong> Caxias do Sul (RS) divididos em<br />

dois níveis distintos <strong>de</strong> proficiência e (ii) verificar que variáveis<br />

linguísticas e extralinguísticas condicionam o fenômeno. Os dados<br />

serão obtidos a partir da leitura <strong>de</strong> passagens e <strong>de</strong> diálogos<br />

semicontrolados realizados por aprendizes do Programa <strong>de</strong> Línguas<br />

Estrangeiras da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Caxias do Sul e serão submetidos ao<br />

programa <strong>de</strong> análise <strong>de</strong> regra variável Goldvarb X. As variáveis<br />

extralinguísticas controladas serão nível <strong>de</strong> proficiência (básico e<br />

intermediário) e estilo (leitura e diálogo), e as variáveis lingüísticas<br />

consi<strong>de</strong>radas serão qualida<strong>de</strong> da consoante (nasal, obstruinte coronal,<br />

obstruinte dorsal, obstruinte labial, líquida), contexto seguinte<br />

(consoante, vogal, pausa), número <strong>de</strong> sílabas na palavra (uma sílaba,<br />

duas ou mais sílabas) e tonicida<strong>de</strong> da sílaba (tônica, átona). Prevê-se<br />

que a produção <strong>de</strong> epêntese seja condicionada pelos fatores básico,<br />

diálogo, obstruintes e palavras com uma sílaba, conforme averiguado na<br />

literatura.<br />

AQUISIÇÃO E REFERÊNCIA EM TEXTOS NARRATIVOS<br />

PRODUZIDOS POR CRIANÇAS DO ENSINO FUNDAMENTAL<br />

Bruna Santana Dias<br />

Katiane Teixeira Barcelos Caseiro<br />

Mirian Rose Brum-<strong>de</strong>-Paula (orientadora)<br />

Palavras chaves: <strong>aqui</strong>sição da linguagem, narrativa e quebra da<br />

linearida<strong>de</strong>.<br />

Para produzir um texto narrativo, é preciso reportar eventos alinhados<br />

<strong>de</strong> modo cronológico, ou seja, o locutor necessita construir uma trama,<br />

125


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

uma estrutura principal. Porém, o texto narrativo não é apenas<br />

constituído <strong>de</strong> trama. Quando uma nova personagem é introduzida, por<br />

exemplo, a unida<strong>de</strong> temática do texto fica comprometida. Surgem,<br />

então, ações, estados ou proprieda<strong>de</strong>s na estrutura secundária, ou seja,<br />

emergem processos que ocorrem <strong>de</strong> modo simultâneo, anterior ou<br />

posterior aos eventos reportados na trama narrativa. Esses movimentos<br />

do referente tempo requerem uma ativida<strong>de</strong> complexa do ponto <strong>de</strong> vista<br />

cognitivo. O objetivo <strong>de</strong>ssa pesquisa é analisar os mecanismos<br />

utilizados para resolver o problema da quebra da linearida<strong>de</strong> do<br />

discurso, no que se refere ao tempo. Para tanto, analisamos narrativas<br />

produzidas por <strong>de</strong>z crianças, com ida<strong>de</strong>s entre 8 e 13 anos, e por quatro<br />

adultos, com ida<strong>de</strong>s entre 20 e 25 anos. Duas coletas compõem os<br />

dados. A primeira coleta é constituída <strong>de</strong> produções <strong>de</strong> crianças que<br />

cursavam as 2ª, 4ª e 6ª séries do ensino fundamental. A segunda coleta é<br />

composta <strong>de</strong> produções das mesmas crianças que, um ano <strong>de</strong>pois,<br />

cursavam as 3ª, 5ª e 7ª séries. O livro Frog, where are you? (Mayer,<br />

1969), sem legendas, foi empregado durante as gravações. Após<br />

folhearem o livro, as crianças respondiam oralmente à questão O que<br />

aconteceu com o p (personagem)? Em outro momento, o mesmo grupo<br />

realizou uma versão escrita da mesma história. Cada informante<br />

produziu quatro narrativas. A mesma metodologia <strong>de</strong> coleta foi<br />

utilizada com os adultos. Os textos produzidos pelas crianças foram<br />

comparados, nas diferentes etapas da coleta e nas diferentes<br />

modalida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> linguagem. Os textos produzidos pelos adultos serviram<br />

<strong>de</strong> mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> língua <strong>de</strong>senvolvida e estabilizada. Adotamos, para esta<br />

pesquisa, uma abordagem funcionalista e emergentista (BATES et al.,<br />

1997; BASSANO et al., 2001; VON STUTTERHEIM e KLEIN, 2007).<br />

O ENSINO DE LÍNGUA ESPANHOLA PARA ALUNOS COM<br />

DISLEXIA<br />

Carla Alves Lima<br />

Nos semestres finais da graduação <strong>de</strong> letras tem-se uma das etapas mais<br />

importantes na formação do futuro professor, ou seja, os estágios <strong>de</strong><br />

docência, on<strong>de</strong> se po<strong>de</strong> aplicar na prática a teoria que se apren<strong>de</strong>u<br />

durante muitos semestres <strong>de</strong> curso. Porem, nem sempre a teoria se<br />

aplica a prática e no estágio, o graduando se <strong>de</strong>para com as mais<br />

diversas situações, a realida<strong>de</strong> nua e crua do ensino público no<br />

Brasil.Como exemplo disso, vamos observar e refletir sobre o estágio<br />

obrigatório <strong>de</strong> língua estrangeira, no caso a língua espanhola , na escola<br />

126


Resumo dos Trabalhos<br />

Municipal Padre Pagliani, em Jaguarão, RS, em um 6° ano noturno,que<br />

possui um aluno com dislexia. Sobre estes aspectos, nosso trabalho tem<br />

como objetivo reflexionar e observar a cerca do ensino <strong>de</strong> língua<br />

espanhola para alunos que possuam dislexia.<br />

O CASO DA CONSOANTE PALATAL /&#626;/ E AS<br />

DERIVAÇÕES EM -INHO<br />

Cíntia Da Costa Alcântara<br />

Palavras-chave: vocábulo não-verbal; segmento consonântico nasal;<br />

teoria fonológica<br />

O presente estudo atém-se aos vocábulos não verbais do português que<br />

carregam a consoante nasal /&#626;/ (cf. tamanho, medonho, aranha,<br />

manha) – bem como às suas formas <strong>de</strong>rivadas em -inho(a) (e.g.,<br />

tamanhinho (~ tamanhozinho), medonhinho (~ medonhozinho),<br />

aranhinha (~ aranhazinha), as quais variam com formas tais que<br />

tama[i]nho (~ tamaninho), medo[i]nho (medoninho?), ara[i]nha<br />

(araninha?), ma[i]nha (maninha?). Em onset silábico no português, os<br />

segmentos palatais são a nasal /&#626;/ e a líquida lateral /&#654;/,<br />

ambas majoritariamente encontradas em posição medial no vocábulo. A<br />

consoante nasal, /&#626;/, constitui uma classe natural junto <strong>de</strong> /m/ e<br />

/n/, e a lateral palatal, /&#654;/, outra classe natural, ao lado <strong>de</strong> /l/.<br />

Esperar-se-ia que a mencionada nasal palatal, nessas formas, pu<strong>de</strong>sse<br />

sofrer uma simplificação – <strong>de</strong> [&#626;] para [n], tal a lateral palatal<br />

nessa posição, quando em vocábulo <strong>de</strong>rivado (cf. pa[&#654;]a ><br />

pa[l]inha). Não obstante, diferentemente <strong>de</strong>sta, poucos são os casos em<br />

que figura [n], a exemplo <strong>de</strong> tamaninho; nos <strong>de</strong>mais vocábulos<br />

<strong>de</strong>rivados, do tipo ma[i]nha, a posição <strong>de</strong> onset silábico não é<br />

preenchida. É com base na teoria autossegmental (Clements e Hume,<br />

1995) que é abordado tal fenômeno; assim se proce<strong>de</strong> pelo fato <strong>de</strong> esse<br />

mo<strong>de</strong>lo teórico permitir explicar <strong>de</strong> forma econômica os processos que<br />

subjazem a formas atestadas na língua. Os dados da pesquisa,<br />

analisados qualitativamente, foram coletados a partir da produção <strong>de</strong><br />

falantes do português, assim como <strong>de</strong> dicionários eletrônicos.<br />

127


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

DIACRONIA E SINCRONIA: UMA ANÁLISE DE FENÔMENOS<br />

FONOLÓGICOS<br />

Clarisssa De Menezes Amariz<br />

Palavras-chave: sincronia; diacronia; teoria fonológica<br />

A análise <strong>de</strong> uma língua do ponto <strong>de</strong> vista sincrônico, assim como<br />

diacrônico é capaz <strong>de</strong> trazer evidências para confirmar ou refutar teorias<br />

linguísticas. Na diacronia, recuperam-se evidências <strong>de</strong> que mudanças<br />

fonológicas são consi<strong>de</strong>radas naturais em relação às mudanças ditas não<br />

naturais. Na sincronia, a <strong>aqui</strong>sição da linguagem recupera dados<br />

importantes a partir da produção das crianças com respeito aos<br />

processos fonológicos, todos eles <strong>de</strong> cunho natural. Muitos processos<br />

linguísticos, atestados nos dados <strong>de</strong> <strong>aqui</strong>sição, são também observados<br />

nos dados históricos. Isso posto, torna-se relevante analisar fenômenos<br />

fonológicos a partir <strong>de</strong>ssas duas realida<strong>de</strong>s linguísticas sob o aparato<br />

teórico da Geometria <strong>de</strong> Traços (Clements e Hume 1995). O trabalho<br />

ora proposto faz uma análise <strong>de</strong> fenômenos <strong>de</strong> metátese e epêntese<br />

verificados seja na diacronia, seja na sincronia do português.<br />

OS EFEITOS DA EDUCAÇÃO INFANTIL NA EXTENSÃO E NA<br />

VARIEDADE DO VOCABULÁRIO DE CRIANÇAS EM FASE<br />

INICIAL DE ALFABETIZAÇÃO<br />

Cristiane De Ávila Lopes<br />

Ana Ruth Moresco Miranda (Orientador)<br />

A <strong>Educação</strong> Infantil baseada na metodologia montessoriana<br />

proporciona às crianças experiências diárias sistemáticas com práticas<br />

<strong>de</strong> leitura e escrita. Neste estudo, tem-se o objetivo <strong>de</strong> investigar o<br />

efeito <strong>de</strong>ssas práticas sobre a extensão e a varieda<strong>de</strong> do vocabulário <strong>de</strong><br />

crianças que cursam a primeira série do ensino fundamental. Para isto,<br />

dois grupos <strong>de</strong> escolares são investigados: o primeiro é formado por<br />

crianças que experienciaram, na <strong>Educação</strong> Infantil, a metodologia<br />

montessoriana e o segundo, por crianças que não vivenciaram tal<br />

metodologia e que, <strong>de</strong> modo geral, não foram expostas a ativida<strong>de</strong>s<br />

voltadas à prática da linguagem oral e escrita. A coleta <strong>de</strong> dados<br />

realizou-se a partir da aplicação <strong>de</strong> um teste <strong>de</strong> vocabulário elaborado<br />

especificamente para a pesquisa, o qual abrange diferentes campos<br />

semânticos, a saber: animais, vestuário, brinquedos, alimentos<br />

(refeições), frutas & verduras, meios <strong>de</strong> transportes, elementos da<br />

natureza e móveis & utensílios. Os dados obtidos foram submetidos a<br />

128


Resumo dos Trabalhos<br />

uma análise quantitativa e, no cômputo geral, os resultados apontaram<br />

para um <strong>de</strong>sempenho significativamente melhor no primeiro grupo,<br />

tanto em relação à extensão quanto no que diz respeito à varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

vocabulário. Em uma análise qualitativa dos dados, pô<strong>de</strong>-se observar<br />

que as diferenças em favor do primeiro grupo concentraram-se nos<br />

campos semânticos referentes a Alimentos, Animais e Móveis &<br />

Utensílios, diferença esta que po<strong>de</strong>rá ser mais bem compreendida na<br />

continuida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ste estudo.<br />

PANORAMA GERAL DOS ERROS ORTOGRÁFICOS<br />

ENCONTRADOS EM TEXTOS NARRATIVOS DE ALUNOS DE<br />

ENSINO MÉDIO INTEGRADO AO TÉCNICO DO IFSUL/CAV<br />

Cristiane Silveira Dos Santos<br />

Palavras-chaves: Aquisição da Escrita, Ortografia, Ensino médio.<br />

Este trabalho tem como objetivo inicial mapear os tipos <strong>de</strong> erros<br />

ortográficos encontrados em textos narrativos <strong>de</strong> alunos ingressantes no<br />

ensino médio em 2011, no IFSUL/ CAVG. O levantamento realizado<br />

ocorreu a partir da coleta <strong>de</strong> 161 textos, produzidos por sete turmas do<br />

projeto – piloto realizado entre abril/maio daquele ano. Os resultados<br />

foram: total <strong>de</strong> erros encontrados: 874, mas para esse trabalho<br />

aproveitamos 770. Erros <strong>de</strong> motivação fonética: 143, tais como redução<br />

<strong>de</strong> ditongo como em fico para ficou. Erros <strong>de</strong> motivação fonológica:<br />

122, tais como trocas <strong>de</strong> pares distintivos como em farinha para<br />

varinha. Erros contextuais: 65, que envolviam a utilização do /s/ e do /r/<br />

como em: aniverssário para aniversário e <strong>de</strong>rubaram para <strong>de</strong>rrubaram.<br />

Erros arbitrários: 291, tais como a utilização do H inicial como em avia<br />

para havia. Hiper-segmentação e hipossegmentação: 94, como na hipersegmentação<br />

em amigas para amigas e na hipossegmentação <strong>de</strong><br />

terminoutudo para terminou tudo. Híbridos: 55, quando dois ou mais<br />

tipos <strong>de</strong> erros acima <strong>de</strong>scritos aparecem conjuntamente na grafia das<br />

palavras, como em come sou para começou As conclusões preliminares<br />

indicam que são os erros <strong>de</strong> natureza arbitrária, ou seja, aqueles em que<br />

não há uma regra que <strong>de</strong>fina a utilização <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminada letras num<br />

dado contexto os que apresentam maiores dificulda<strong>de</strong>s para os sujeitos<br />

e que ainda no ensino médio é necessário um trabalho sistematizado<br />

com ortografia, a fim <strong>de</strong> que sejam sanadas tais dificulda<strong>de</strong>s.<br />

129


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

O LÉXICO NO ENSINO DE LÍNGUA ESPANHOLA PARA<br />

CRIANÇAS<br />

Cristina Pureza Duarte Boéssio<br />

Nara Rejane Pinto Aquino<br />

Palavras-chave: língua espanhola, léxico, crianças.<br />

Os estudos encontrados sobre <strong>aqui</strong>sição do léxico em língua<br />

estrangeira, na maioria das vezes tratam do Inglês, que é discutido em<br />

uma perspectiva <strong>de</strong> compreensão e produção escrita, portanto este<br />

trabalho busca ser original já que trata <strong>de</strong> ensino <strong>de</strong> Língua Espanhola<br />

para crianças brasileiras em contexto escolar, sem utilizar a leitura ou a<br />

escrita. Este trabalho se originou a partir <strong>de</strong> um projeto <strong>de</strong> Espanhol<br />

para crianças, envolvendo alunos <strong>de</strong> uma escola da re<strong>de</strong> pública <strong>de</strong><br />

Jaguarão. Essa experiência <strong>de</strong>spertou nosso interesse em refletir sobre o<br />

ensino <strong>de</strong> língua espanhola a crianças brasileiras em fase <strong>de</strong><br />

alfabetização em sua língua materna, com foco sobre o ensino do<br />

léxico. As práticas são relatadas através das experiências realizadas na<br />

escola, utilizando como recursos, materiais lúdicos como ví<strong>de</strong>os,<br />

histórias infantis, canções e jogos em sala <strong>de</strong> aula, apresentando temas<br />

<strong>de</strong> suas realida<strong>de</strong>s cotidianas que lhes interessassem. Busca refletir<br />

sobre como se <strong>de</strong>u esse ensinamento nas aulas e como essa prática foi<br />

recebida pelos alunos sem utilização da escrita, somente através da<br />

oralida<strong>de</strong> e audição. Para isso foi utilizado a língua em todo momento<br />

nas aulas para que se acostumassem e percebessem a nova língua como<br />

um instrumento <strong>de</strong> interação, e não somente para nomear coisas em<br />

outra língua. O resultado <strong>de</strong>ste trabalho nos mostrou que o ensino <strong>de</strong><br />

espanhol para crianças <strong>de</strong>ve ser dado como a <strong>aqui</strong>sição da língua<br />

materna em suas casas. Começam produzindo palavras soltas <strong>de</strong> coisas<br />

que os ro<strong>de</strong>iam, para somente <strong>de</strong>pois com o tempo usar a língua em sua<br />

totalida<strong>de</strong>, e a utilização do léxico nas aulas para futuras investigações<br />

contribuindo assim para o crescimento do trabalho <strong>de</strong> ensino <strong>de</strong> LEC<br />

para crianças ainda em fase <strong>de</strong> alfabetização.<br />

130


Resumo dos Trabalhos<br />

UM ESTUDO SOBRE OS ERROS ORTOGRÁFICOS NO<br />

ENSINO MÉDIO<br />

Daiani De Jesus Garcia<br />

Claudia Regina Minossi Rombaldi<br />

Palavras-chave: erro ortográfico, Ensino Médio, <strong>aqui</strong>sição da escrita.<br />

Um estudo sobre os erros ortográficos no Ensino Médio Claudia Regina<br />

Minossi Rombaldi (IFSul-CaVG)Daiani <strong>de</strong> Jesus Garcia (IFSul-<br />

CaVG)A área da <strong>aqui</strong>sição da escrita vem <strong>de</strong>senvolvendo estudos que<br />

procuram esclarecer<strong>de</strong> que modo as representações ortográficas são<br />

construídas pelos escreventes.<br />

Baseado em pesquisas, tais como as <strong>de</strong>senvolvidas por Abaurre (1988,<br />

1991, 1999), Chacon (2004, 2005, 2006) e Miranda (2006, 2008, 2009),<br />

originou-se o projeto “Relação entre conhecimento linguístico <strong>de</strong><br />

alunos do Ensino Médio e grafias não convencionais extraídas <strong>de</strong> textos<br />

narrativos e dissertativos”, no IFSul – CaVG. O referido projeto tem<br />

por objetivo <strong>de</strong>screver e analisar os erros ortográficos produzidos no<br />

Ensino Médio característicos do processo <strong>de</strong> <strong>aqui</strong>sição da escrita. A<br />

partir <strong>de</strong> uma análise preliminar <strong>de</strong> narrativas motivadas por histórias<br />

em quadrinhos, pô<strong>de</strong>-se observar que há dados característicos <strong>de</strong> um<br />

processo ainda inicial <strong>de</strong> <strong>aqui</strong>sição: os motivados fonologicamente –<br />

‘estantes’ em vez <strong>de</strong> ‘instantes’, os motivados foneticamente – ‘abrio’<br />

em vez <strong>de</strong> ‘abriu’, os <strong>de</strong> influência prosódica – ‘enseguida’ em vez <strong>de</strong><br />

‘em seguida’, e os característicos do sistema ortográfico – ‘pusseram’<br />

em vez <strong>de</strong> ‘puseram’. Percebeu-se, ainda, a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> adaptação<br />

do tipo <strong>de</strong> coleta. As próximas etapas buscarão obter dados por meio <strong>de</strong><br />

textos dissertativos e <strong>de</strong> instrumentos <strong>de</strong> controle.<br />

TRABALHANDO COM O LÚDICO: A MOTIVAÇÃO NAS<br />

AULAS DE LÍNGUA ESTRANGEIRA PARA CRIANÇAS<br />

Deise Anne Terra Melgar<br />

Vanessa David Acosta<br />

Palavras-chave: motivação; crianças; língua estrangeira.<br />

Certamente a maioria das pessoas já ouviu dizer que apren<strong>de</strong>r uma<br />

língua estrangeira ainda criança é mais fácil, ou que as crianças<br />

apren<strong>de</strong>m melhor ou mais rápido uma língua estrangeira que os adultos.<br />

A veracida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ssas afirmações até po<strong>de</strong> ser discutida, mas ao<br />

participar <strong>de</strong> um projeto <strong>de</strong> extensão da Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do Pampa<br />

– campus Jaguarão, que trabalha com o ensino <strong>de</strong> Espanhol para<br />

131


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

crianças, percebemos que, quando uma abordagem a<strong>de</strong>quada, que<br />

motive os alunos, o ensino é muito mais significativo. O referido<br />

projeto, “Español Básico para Niños”, tem o objetivo <strong>de</strong> ensinar essa<br />

língua estrangeira a crianças das séries iniciais do ensino fundamental,<br />

com o uso <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s lúdicas ancoradas na oralida<strong>de</strong>, em um<br />

ambiente <strong>de</strong> imersão na língua alvo, pois acreditamos que uma criança<br />

nesta faixa etária, que ainda não está totalmente alfabetizada em sua<br />

língua materna, terá maior dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> apren<strong>de</strong>r a língua estrangeira.<br />

Por isso trabalhamos na perspectiva <strong>de</strong> <strong>aqui</strong>sição da língua estrangeira<br />

(KRASHEN, 1998), semelhante ao que acontece com a língua materna<br />

no ambiente familiar, antes <strong>de</strong> a criança ingressar na escola. Portanto, a<br />

partir <strong>de</strong> observações realizadas nas aulas do projeto e <strong>de</strong> leituras<br />

teóricas sobre a temática, preten<strong>de</strong>mos analisar <strong>de</strong> que forma a<br />

abordagem utilizada nas aulas <strong>de</strong> língua estrangeira influencia a<br />

motivação das crianças.<br />

O BENEFÍCIO AUDIOVISUAL NA PERCEPÇÃO DE SONS DE<br />

LÍNGUA ESTRANGEIRA<br />

Denise Cristina Kluge<br />

Está cada vez mais claro que a fala humana é uma função multimodal<br />

que po<strong>de</strong> serapreendida tanto por meio visual (leitura labial), como por<br />

meio auditivo. A expressão “benefício Audiovisual”, <strong>de</strong>finida como a<br />

quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> beneficio resultante da combinação das pistas visual e<br />

auditiva (GRANT; SEITZ, 1998), tem sido usada para <strong>de</strong>screver as<br />

vantagens da apresentação audiovisual sobre a apresentação somente<br />

auditiva, tanto na língua materna como na língua estrangeira.<br />

Consi<strong>de</strong>rando a importância da percepção dos sons da língua<br />

estrangeira no aprendizado <strong>de</strong> sua pronúncia, esta apresentação revisa e<br />

discute estudos sobre o benefício audiovisual na percepção da fala, em<br />

geral, e <strong>de</strong> seu papel na percepção <strong>de</strong> língua estrangeira. Além disso,<br />

esta apresentação revisa e discute estudos que investigaram o papel das<br />

pistas visuais na percepção das consoantes nasais em final <strong>de</strong> palavras<br />

por brasileiros aprendizes <strong>de</strong> inglês. De forma geral, os resultados das<br />

pesquisas apontam o benefício das pistas visuais na i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong>sses<br />

contrastes visualmente distintivos.<br />

132


Resumo dos Trabalhos<br />

VOGAIS MÉDIAS - UM BALANÇO DO COMPORTAMENTO<br />

NA AQUISIÇÃO E EM TIPOLOGIAS DE LÍNGUAS<br />

Gabriela Tornquist<br />

Jones Neuenfeld Schüller<br />

Palavras-chave: vogais médias, <strong>aqui</strong>sição da linguagem, tipologias <strong>de</strong><br />

línguas.<br />

O comportamento das vogais médias do Português - /e, o, E, O/ - tem<br />

suscitado diferentes pesquisas, consi<strong>de</strong>rando-se a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

processos <strong>de</strong> que tais segmentos são alvo na língua. A partir <strong>de</strong>ssa<br />

constatação, o presente trabalho tem o foco nas vogais médias,<br />

abarcando dois eixos: sua <strong>aqui</strong>sição e seu comportamento em<br />

diferentes tipologias <strong>de</strong> línguas. Assim, este trabalho vem aliar-se aos<br />

ainda restritos estudos sobre a <strong>aqui</strong>sição <strong>de</strong> sistemas vocálicos,<br />

chamando a noção <strong>de</strong> marcação e introduzindo o uso da i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong><br />

robustez, proposta por Clements para dar conta dos contrastes nos<br />

sistemas consonantais, para o âmbito dos inventários vocálicos.<br />

Constatando a emergência tardia das vogais médias em crianças<br />

falantes nativas do português brasileiro (PB) (RANGEL, 2002;<br />

MATZENAUER & MIRANDA, 2007; VOGELEY, 2011), este<br />

trabalho discute o comportamento dos traços que compõem sua<br />

estrutura e que opõem essas vogais no sistema, estabelecendo uma<br />

escala <strong>de</strong> robustez <strong>de</strong> contrastes. A robustez dos traços que implicam<br />

oposição entre as vogais médias entre si e com os outros segmentos<br />

vocálicos que integram os sistemas é discutida não apenas com o<br />

suporte <strong>de</strong> dados da <strong>aqui</strong>sição da fonologia por crianças falantes <strong>de</strong> PB,<br />

mas também com a observação <strong>de</strong> inventários <strong>de</strong> vogais em diferentes<br />

tipologias <strong>de</strong> línguas. A análise das oposições que envolvem as vogais<br />

médias em sistemas linguísticos leva em consi<strong>de</strong>ração as lacunas que<br />

tais sistemas apresentam. O tratamento dado aos traços, no presente<br />

estudo, tem o fundamento teórico em Clements (2009), em Dresher<br />

(2009) e em Calabrese (2005).<br />

O DESENVOLVIMENTO DA INTERLÍNGUA COMO UM<br />

SISTEMA ADAPTATIVO COMPLEXO: UM CRUZAMENTO<br />

DE PERSPECTIVAS<br />

Gisele Medina Nunes<br />

Na busca por uma abordagem que abarcasse a aprendizagem <strong>de</strong> línguas<br />

<strong>de</strong> uma forma mais global e dinâmica, linguistas aplicados como<br />

133


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

LARSEN-FREEMAN (1997) recorreram à teoria do<br />

Caos/Complexida<strong>de</strong> como metáfora para tratar <strong>de</strong>sse processo. Nesta<br />

perspectiva, <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>-se que apren<strong>de</strong>r uma língua é um sistema<br />

complexo, pois possui todas as suas características: é aberto, sensível a<br />

fatores externos e a condições iniciais, imprevisível, não-linear, regido<br />

por regras <strong>de</strong> baixo nível e auto-organizável. Este trabalho aponta que a<br />

interlíngua po<strong>de</strong> ser um sistema adaptativo complexo (SAC), sendo<br />

<strong>de</strong>senvolvida por meio <strong>de</strong> um blog por alunas <strong>de</strong> uma turma <strong>de</strong> Língua<br />

Inglesa <strong>de</strong> 6º e 7º semestre do curso <strong>de</strong> Letras da <strong>UFPel</strong>, uma vez que<br />

os cinco processos centrais apontados pro Selinker (1972) que regem<br />

seu <strong>de</strong>senvolvimento se aproximam das características dos SAC. Dito<br />

isto, este trabalho objetivou analisar o <strong>de</strong>senvolvimento da interlíngua<br />

durante os dois semestres <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> textos em um<br />

blog, verificando se houve aprimoramento da habilida<strong>de</strong> escrita das<br />

alunas sob a ótica da teoria do Caos/Complexida<strong>de</strong>. Foram analisados<br />

textos <strong>de</strong> duas alunas e as correções dos colegas a esses textos por<br />

método quantitativo e qualitativo a fim <strong>de</strong> observar os elementos<br />

corrigidos e a evolução dos textos em termos estruturais. Verificou-se,<br />

preliminarmente, uma diminuição na incidência <strong>de</strong> erros ortográficos e<br />

<strong>de</strong> regência verbal. Concluiu-se, assim, que a interlíngua das alunas<br />

evoluiu e comportou-se como um SAC ao longo <strong>de</strong> dois semestres <strong>de</strong><br />

ativida<strong>de</strong>s, uma vez que foi possível relacionar as características dos<br />

SAC aos processos centrais citados por Selinker (1972).<br />

VARIAÇÃO ENTRE FALA ESPONTÂNEA E NÃO-<br />

ESPONTÂNEA NO PORTUGUÊS BRASILEIRO (PB):<br />

PRELIMINARES DE ANÁLISE PARA A CARACTERIZAÇÃO<br />

DO DISCURSO JURÍDICO<br />

Jael Sânera Sigales Gonçalves<br />

Carmen Lúcia Barreto Matzenauer<br />

Segundo Beckman (1997), classificam-se como sendo <strong>de</strong> fala<br />

espontânea as produções linguísticas dos falantes sem que haja<br />

intervenção do pesquisador; se produzidas mediante eliciação do<br />

investigador, com leitura ou outro tipo <strong>de</strong> controle, diz-se fala <strong>de</strong><br />

laboratório. Em estudos recentes sobre fenômenos prosódicos das<br />

línguas do mundo, tem-se <strong>de</strong>batido acerca das diferentes contribuições<br />

que dados <strong>de</strong> fala espontânea e <strong>de</strong> laboratório oferecem às análises (Xu,<br />

2010). Especificamente na literatura do Português Brasileiro (PB), há<br />

pesquisas sobre fenômenos suprassegmentais com dados <strong>de</strong> fala<br />

134


Resumo dos Trabalhos<br />

espontânea (Lucente; Barbosa, 2010) e com dados <strong>de</strong> leitura (Tenani,<br />

2002). O presente trabalho, inserido em pesquisa que busca<br />

características entoacionais <strong>de</strong> um discurso jurídico específico, objetiva<br />

i<strong>de</strong>ntificar se as características <strong>de</strong> tal discurso permitem reconhecê-lo<br />

como fala espontânea ou lida. Para tanto, foram coletadas produções<br />

linguísticas em votos proferidos pelos ministros do Supremo Tribunal<br />

Fe<strong>de</strong>ral (STF), que se apresentam como sujeitos do estudo.<br />

Primeiramente, fez-se a transcrição da fala <strong>de</strong> cada um dos 10 sujeitos<br />

que proferiram voto na Arguição <strong>de</strong> Descumprimento <strong>de</strong> Preceito<br />

Fundamental 186, julgada pelo STF. Em seguida, realizou-se a<br />

categorização das sentenças em fala espontânea e fala não-espontânea,<br />

<strong>de</strong> acordo com Beckman (1997). Com o uso do software Praat, fez-se<br />

um teste <strong>de</strong> percepção das sentenças, para que sujeitos falantes nativos<br />

<strong>de</strong> PB, com formação universitária, as i<strong>de</strong>ntificassem como (a)<br />

espontânea ou (b) não-espontânea. Os resultados do teste evi<strong>de</strong>nciam<br />

que, no discurso jurídico analisado, a i<strong>de</strong>ntificação feita pelos sujeitos<br />

não correspon<strong>de</strong> necessariamente à categorização preliminar realizada<br />

com o critério apresentado na literatura, motivando uma discussão<br />

sobre o estabelecimento <strong>de</strong>ssas categorias.<br />

FATORES QUE INFLUENCIAM NA ESCOLHA DA LÍNGUA<br />

ESTRANGEIRA NA PROVA DO ENEM DE ALUNOS DO<br />

COLÉGIO MUNICIPAL PELOTENSE<br />

Janaína Buchweitz E Silva<br />

Serão relatados os dados apurados em uma pesquisa com as turmas <strong>de</strong><br />

terceiro ano do ensino médio do Colégio Municipal Pelotense, realizada<br />

no ano letivo <strong>de</strong> 2012. Os alunos respon<strong>de</strong>ram espontaneamente a um<br />

questionário contendo perguntas sobre quais fatores influenciaram na<br />

escolha <strong>de</strong> idioma (inglês ou espanhol) para a prova <strong>de</strong> língua<br />

estrangeira do ENEM 2012. Serão apresentados dados como:<br />

quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> alunos que farão a prova do ENEM, quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

alunos que optaram por inglês e espanhol, e, principalmente, os fatores,<br />

listados por eles próprios, que foram <strong>de</strong>terminantes no momento <strong>de</strong><br />

escolha da língua. Também serão apresentados fatores listados que<br />

influenciaram na não escolha da outra língua oferecida.<br />

135


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

DIÁLOGO ENTRE KRASHEN, LARSEN-FREEMAN E WILLIS:<br />

IDEIAS COMUNS SOBRE AQUISIÇÃO DE L2.<br />

Juarez A. Lopes Jr.<br />

Palavras-chave: Teoria do Caos/Complexida<strong>de</strong>, Aprendizagem baseada<br />

em Tarefas, Aquisição <strong>de</strong> segunda língua.<br />

Em 1997, a autora Diane Larsen-Freeman publicou um inquietante<br />

artigo chamado “Ciência do Caos/Complexida<strong>de</strong> e Aquisição <strong>de</strong><br />

Segunda Língua” (LARSEN-FREEMAN, 1997). Nesse trabalho, a<br />

linguista argumenta que há muitas semelhanças entre a nova ciência do<br />

caos/complexida<strong>de</strong> e a <strong>aqui</strong>sição <strong>de</strong> segunda língua. Diante <strong>de</strong> tais<br />

reflexões, preten<strong>de</strong>-se analisar, por um viés teórico, a estrutura e a<br />

teoria da aprendizagem baseada em tarefas (Task Based Learning) e<br />

estabelecer pontos <strong>de</strong> contato entre essa metodologia <strong>de</strong> ensino, a teoria<br />

da complexida<strong>de</strong> e as cinco hipóteses <strong>de</strong> Krashen (1982) sobre<br />

<strong>aqui</strong>sição <strong>de</strong> uma segunda língua.De acordo com Willis, J (1996), essa<br />

abordagem comunicativa apresenta seis etapas, a saber: pré-tarefa,<br />

tarefa, planejamento, relatório, análise e prática. Como recorte em um<br />

universo tão amplo, tem-se a relação da teoria do caos/complexida<strong>de</strong> e<br />

das cinco hipótese <strong>de</strong> Krashen com o ciclo da tarefa – tarefa,<br />

planejamento e relatório (task-planning-report), enunciado por Willis, J<br />

(1996). Assim, com esse trabalho, busca-se mostrar que o ciclo da<br />

tarefa po<strong>de</strong> ser caracterizado como um sistema adaptativo complexo,<br />

uma vez que satisfaz suas regras <strong>de</strong> baixo nível, já que se trata <strong>de</strong> um<br />

sistema que é dinâmico, complexo, não linear, imprevisível, sensível às<br />

condições iniciais, aberto, auto-organizável, sensível ao feedback e<br />

adaptável. De acordo com Larsen Freeman e Cameron (2008), uma<br />

abordagem complexa não se traduz em um método <strong>de</strong> ensino <strong>de</strong> L2<br />

complexo. Esta apresentação visa aproximar o trabalho seminal da<br />

linguista Diane Larsen – Freeman sobre a Teoria do<br />

Caos/Complexida<strong>de</strong> e Aquisição <strong>de</strong> Segunda Língua (1997) e as cinco<br />

hipóteses <strong>de</strong> Krashen (1982) à Aprendizagem Baseada em Tarefas<br />

proposta por Willis, J and Willis, D. (1988).<br />

REPENSANDO A CONSCIÊNCIA LINGUÍSTICA E A<br />

RELAÇÃO ENTRE OS SUBSISTEMAS FONOLÓGICO E<br />

MORFOLÓGICO DA LÍNGUA<br />

Juliana Tatsch Menezes<br />

Liane Silva Barreto<br />

Aline Lorandi (Orientadora)<br />

136


Resumo dos Trabalhos<br />

Palavras-chave: Consciência Linguística, Mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> Re<strong>de</strong>scrição<br />

Representacional, Consciência Morfológica e fonológica.<br />

Os estudos sobre consciência linguística evoluem junto com a<br />

neurociência para enten<strong>de</strong>r como a mente funciona e como se<br />

<strong>de</strong>senvolve o conhecimento. Acreditando que a mente <strong>de</strong>senvolve-se<br />

em um processo <strong>de</strong> gradual modularização e que as estruturas tornamse<br />

especializadas com o tempo em <strong>de</strong>terminada função cognitiva,<br />

tomamos consciência linguística como o alcance <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminados<br />

níveis <strong>de</strong> representação mental no qual é possível acessar/expressar o<br />

conhecimento por meio da sensibilida<strong>de</strong> aos recursos da língua e <strong>de</strong> sua<br />

verbalização. Sob a luz do mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> re<strong>de</strong>scrição representacional <strong>de</strong><br />

Karmiloff-Smith (1986, 1992), este trabalho tem como proposta<br />

apresentar a pesquisa sobre consciência linguística, discutindo a questão<br />

<strong>de</strong> que consciência fonológica e consciência morfológica possam<br />

constituir microdomínios diferentes da mente. O Mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong><br />

Re<strong>de</strong>scrição Representacional sugere como uma informação implícita<br />

na mente passa a explícita para a mente humana por meio <strong>de</strong> quatro<br />

níveis em que o conhecimento é re<strong>de</strong>scrito para enten<strong>de</strong>r o<br />

<strong>de</strong>senvolvimento cognitivo a partir <strong>de</strong> uma abordagem<br />

<strong>de</strong>senvolvimental. A presente pesquisa busca trazer algumas evidências<br />

para mostrar que os subsistemas referentes à consciência fonológica e a<br />

consciência morfológica encontram-se em microdomínios diferentes, <strong>de</strong><br />

acordo com a teoria <strong>de</strong> Karmiloff-Smith, po<strong>de</strong>ndo se <strong>de</strong>senvolver <strong>de</strong><br />

forma in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte e em momentos distintos.<br />

INTERFERÊNCIAS DO PORTUGUES NA APRENDIZAGEM<br />

DE ESPANHOL COM LE<br />

Juliane Wojciechowski Silva<br />

Um dos maiores problemas que professores encontram no ensino <strong>de</strong><br />

E/LE para brasileiros é a semelhança da língua objeto com a língua<br />

materna - nesse caso <strong>aqui</strong>, o português - em alguns aspectos<br />

linguísticos. A partir disso, surgem dificulda<strong>de</strong>s na aprendizagem <strong>de</strong>sse<br />

idioma como língua estrangeira. Ainda que o brasileiro não tenha<br />

dificulda<strong>de</strong> em comunicar-se frente a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fala com um<br />

nativo num primeiro contato, surgem muitas formas que não se<br />

configuram na língua objeto, nas quais frequentemente configuram<br />

transferência <strong>de</strong> sua língua materna, ou uma espécie <strong>de</strong> mescla das duas<br />

línguas. Para isso, analisou-se a produção textual e oral <strong>de</strong> alunos <strong>de</strong><br />

E/LE <strong>de</strong> nível básico e intermediário do curso "Espanhol para o<br />

137


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

Turismo", parte <strong>de</strong> um projeto <strong>de</strong> extensão <strong>de</strong>stinado à comunida<strong>de</strong><br />

acadêmica da Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do Rio Gran<strong>de</strong>. O objetivo é<br />

verificar as principais dificulda<strong>de</strong>s encontradas na fala e na escrita dos<br />

estudantes do projeto, e estudá-las a partir do ponto <strong>de</strong> vista linguístico-<br />

morfológico.<br />

ESPAÑOL PARA NIÑOS: RELATO DE PRÁCTICAS EN<br />

AMBIENTES ESCOLARES<br />

Larissa Da Silva Ramos<br />

Thais Priscila Silva De Oliveira<br />

Palabras-clave: Español, ambiente escolar, niños.<br />

La importancia <strong>de</strong>l español en el mundo viene creciendo y nosotras,<br />

estudiantes y profesora <strong>de</strong>l Curso <strong>de</strong> Letras <strong>de</strong> la “Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral<br />

do Pampa – UNIPAMPA”, situada en una zona <strong>de</strong> frontera nos<br />

preocupamos, principalmente, en <strong>de</strong>spertar el gusto en el alumno por la<br />

aprendizaje <strong>de</strong>l idioma extranjero. Nuestro trabajo se originó <strong>de</strong><br />

prácticas <strong>de</strong> enseñanza <strong>de</strong> español para niños en dos escuelas <strong>de</strong> la red<br />

la municipal <strong>de</strong> educación <strong>de</strong> Jaguarão, Rio Gran<strong>de</strong> do Sul, Brasil, con<br />

niños <strong>de</strong>l segundo y cuarto año <strong>de</strong> la enseñanza básica – algo que no es<br />

común en las escuelas brasileñas – y tiene el objetivo <strong>de</strong> relatar esas<br />

prácticas, reflexionando sobre la importancia <strong>de</strong> enseñar español a<br />

niños y <strong>de</strong> cómo hacerlo en una región <strong>de</strong> frontera, dando énfasis a la<br />

oralidad. En las clases trabajamos a través <strong>de</strong> temáticas como<br />

presentaciones, buenos modales, los numerales, los colores, las<br />

vestimentas, animales entre otras, pues creemos que por hacer parte <strong>de</strong>l<br />

cotidiano <strong>de</strong> los alumnos se tornan más significativas y así <strong>de</strong>spiertan el<br />

gusto por la lengua española. A<strong>de</strong>más, en la elaboración <strong>de</strong> las clases<br />

siempre tenemos el cuidado <strong>de</strong> enlazar las temáticas para que hagan<br />

sentido. A partir <strong>de</strong> nuestras experiencias percibimos que prácticas<br />

como esas son importantes para motivar a los alumnos a querer conocer<br />

más la lengua española.<br />

138


Resumo dos Trabalhos<br />

A IMPORTÂNCIA DA PERCEPÇÃO E PRODUÇÃO DE<br />

VOGAIS DO INGLÊS POR FALANTES NATIVOS DO<br />

PORTUGUÊS PARA MELHOR INTELIGIBILIDADE<br />

Letícia Piske Soares<br />

Conforme o Mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> Aprendizagem <strong>de</strong> fala <strong>de</strong> Flege (1995), ao<br />

apren<strong>de</strong>r uma língua estrangeira (L2), as categorias fonéticas da língua<br />

materna (L1) do aprendiz ten<strong>de</strong>rão a impedir a formação <strong>de</strong> categorias<br />

da L2, visto que o sistema fonológico da L1 funciona como um filtro<br />

que impe<strong>de</strong> a produção e percepção da diferenças acústicas dos sons da<br />

L2. Estudos (FLEGE, 1987; BION et al., 2006) têm mostrado que,<br />

quanto mais sutis as diferenças fonéticas entre sons da L2 e da L1 (sons<br />

“semelhantes”), maiores serão as dificulda<strong>de</strong>s para perceber as<br />

diferenças entre eles e produzi-los satisfatoriamente (FLEGE, 1995).<br />

Com o objetivo <strong>de</strong> conscientizar professores e alunos aprendizes <strong>de</strong><br />

inglês sobre a importância da diferenciação <strong>de</strong> pares vocálicos para a<br />

pronúncia e percepção compreensível <strong>de</strong> palavras do inglês, este estudo<br />

investigou a percepção e produção das vogais anteriores /&#61545;, I,<br />

E, ae/ do inglês por um grupo <strong>de</strong> vinte portugueses. Para testar a<br />

percepção das vogais-alvo, os informantes fizeram um teste <strong>de</strong><br />

i<strong>de</strong>ntificação elaborado com estímulos naturais. Quanto à produção, a<br />

coleta <strong>de</strong> dados foi feita através da leitura da frase-veículo “Say CVC<br />

now.”, on<strong>de</strong> C eram consoantes plosivas ou fricativas surdas e V, as<br />

vogais inglesas /i, I, E, ae/. Os resultados revelam que os informantes<br />

ten<strong>de</strong>m a consi<strong>de</strong>rar as duas categorias vocálicas <strong>de</strong> cada par como uma<br />

só. Os resultados também indicam que as vogais mais bem percebidas<br />

(i-I) foram as produzidas com maior distinção.<br />

ESTUDO DE UNIDADES FRASEOLÓGICAS E SEUS<br />

SENTIDOS METAFÓRICOS: ANÁLISE CONTRASTIVA<br />

Liana Marcia Gonçalves Mafra<br />

Uma expressão idiomática ou expressão popular é um conjunto <strong>de</strong><br />

palavras que se caracteriza por não ser possível i<strong>de</strong>ntificar seu<br />

significado mediante o sentido literal dos termos analisados<br />

individualmente. Desta forma, em geral, é muito difícil ou até mesmo<br />

impossível traduzi-las para outras línguas, como é o caso do Português<br />

e o do Espanhol. As expressões idiomáticas estão frequentemente<br />

presentes na nossa comunicação rotineira e são rapidamente aceitas,<br />

inseridas e compreendidas por indivíduos <strong>de</strong> diferentes faixas etárias e<br />

139


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

também <strong>de</strong> diferentes nacionalida<strong>de</strong>s. Alguns exemplos tais como:<br />

chutar o bal<strong>de</strong> po<strong>de</strong> soar <strong>de</strong> maneira estranha na primeira vez em que<br />

ouvimos, no entanto, rapidamente são incorporadas no nosso<br />

vocabulário. As expressões idiomáticas muitas vezes estão associadas a<br />

gírias, jargões ou contextos culturais específicos a certos grupos <strong>de</strong><br />

pessoas que se distinguem pela classe, ida<strong>de</strong>, região, profissão ou outro<br />

tipo <strong>de</strong> afinida<strong>de</strong>. Muitas <strong>de</strong>stas expressões têm existência curta ou<br />

ficam restritas ao grupo on<strong>de</strong> surgiram, enquanto algumas outras<br />

resistem ao tempo e acabam sendo usadas <strong>de</strong> forma mais abrangente,<br />

extrapolando o contexto original. Neste último caso, a origem histórica<br />

do seu significado muitas vezes se per<strong>de</strong> <strong>de</strong> todo ou fica limitada a um<br />

relativamente pequeno grupo <strong>de</strong> usuários da língua.<br />

O MODELO DE REDESCRIÇÃO REPRESENTACIONAL E A<br />

CONSCIÊNCIA LINGUÍSTICA: ANALISANDO OS<br />

SUBSISTEMAS FONOLÓGICO E MORFOLÓGICO DA<br />

LÍNGUA<br />

Liane Barreto Silva<br />

Aline Lorandi<br />

Nos dias atuais, os estudos da psicolinguística ganham novas<br />

proporções e nos beneficiam com questionamentos sobre a mente<br />

humana, refletindo sobre como se <strong>de</strong>senvolve a <strong>aqui</strong>sição da linguagem,<br />

levando em consi<strong>de</strong>ração a neurociência. Com isso, a consciência<br />

linguística ganha um espaço importante e relevante nesses estudos,<br />

pois, acreditando que mente humana se <strong>de</strong>senvolve num processo <strong>de</strong><br />

gradual modularização, tornando-se especializada, com o tempo, em<br />

uma <strong>de</strong>terminada função cognitiva, a consciência se daria exatamente<br />

através do alcance <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminados níveis <strong>de</strong> representação mental, no<br />

qual é possível acessar/expressar o conhecimento por meio da<br />

sensibilida<strong>de</strong> aos recursos da língua e <strong>de</strong> sua verbalização( Karmiloss-<br />

Smit, 1986,1992). Este trabalho tem como objetivo apresentar a<br />

pesquisa sobre consciência lingüística, mais necessariamente sobre a<br />

disparida<strong>de</strong> entre consciência fonológica e morfológica, sugerindo que<br />

possam se <strong>de</strong>senvolver como microdomínios distintos. Para<br />

compreen<strong>de</strong>r esse processo, utilizamos como referencial teórico a teoria<br />

<strong>de</strong> Karmiloff-Smit e o seu Mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> Re<strong>de</strong>scrição Representacional,<br />

que nos possibilita enten<strong>de</strong>r o <strong>de</strong>senvolvimento cognitivo por meio <strong>de</strong><br />

uma abordagem <strong>de</strong>senvolvimental que nos explica, com um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong><br />

quatro níveis <strong>de</strong> representação menta l- 1 implícito e 3 explícitos -<br />

140


Resumo dos Trabalhos<br />

como a informação passa <strong>de</strong> implícita na mente a explícita para a mente<br />

humana. O trabalho, ainda em andamento, busca trazer algumas<br />

evidências para <strong>de</strong>mostrar que consciênciafonológia e morfológica<br />

po<strong>de</strong>m se <strong>de</strong>senvolver me microdomínios distintos <strong>de</strong> forma<br />

in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte e em momentos distintos.<br />

UMA QUESTÃO ENTRE AQUISIÇÃO DA LINGUAGEM E<br />

EDUCAÇÃO ESPECIAL: SOBRE A SUBJETIVIDADE NO<br />

CONTEXTO ESCOLAR<br />

Luiz Carlos Souza Bezerra<br />

Este trabalho centra em discutir a questão da subjetivida<strong>de</strong> no contexto<br />

escolar bem como, acerca <strong>de</strong> uma proposta alternativa na teorização <strong>de</strong><br />

práticas escolares da educação especial ancorada em uma concepção <strong>de</strong><br />

linguagem que inclua o corpo e o sujeito. A pesquisa foi movida por<br />

duas questões fundamentais: a) qual a concepção <strong>de</strong> linguagem, corpo e<br />

sujeito adotada pela educação especial e; b) os construtos teóricos que<br />

fundamentam esta proposta propiciam funcionamento <strong>de</strong> linguagem.<br />

Portanto, assumimos que a prática pedagógica é uma prática <strong>de</strong><br />

linguagem, e a escola é lugar <strong>de</strong> constituição subjetiva e <strong>de</strong><br />

funcionamento linguístico-discursivo (BEZERRA, 2010, 2011, 2012).<br />

Para esclarecer as questões suscitadas, temos recorrido, por um lado, a<br />

perspectiva teórica <strong>de</strong>senvolvida por Cláudia <strong>de</strong> Lemos (2006, 2009) e<br />

ao Grupo <strong>de</strong> Pesquisa em Aquisição, Patologias e Clínica <strong>de</strong><br />

Linguagem, do LAEL-PUCSP, coor<strong>de</strong>nador por Francisca Lier-DeVitto<br />

(2005, 2006, 2009) e, por outro lado, a Psicanálise. Destarte,<br />

preten<strong>de</strong>mos, neste trabalho, investigar a partir da interseção Aquisição<br />

da linguagem, <strong>Educação</strong> especial e Psicanálise a questão da<br />

subjetivida<strong>de</strong> nas práticas escolares. O material <strong>de</strong> análise consiste em<br />

relatos <strong>de</strong> experiências em cursos <strong>de</strong> formação docente, discurso <strong>de</strong><br />

professores e observação <strong>de</strong> práticas escolares.<br />

Os resultados apontam que é preciso ressignificar as concepções <strong>de</strong><br />

linguagem, <strong>de</strong> corpo e sujeito, pois na educação especial a linguagem é<br />

reduzida a instrumento <strong>de</strong> comunicação.<br />

141


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

A PRONÚNCIA DE PALAVRAS PRÉ-PROPAROXÍTONAS DO<br />

INGLÊS: UM DESAFIO PARA BRASILEIROS E<br />

PORTUGUESES<br />

Maicon Lopes Simões<br />

Andreia Schurt Rauber<br />

No inglês, são comuns as palavras polissilábicas cujo acento primário<br />

recaia na quarta sílaba a partir do fim. Esse padrão acentual é<br />

encontrado em palavras morfologicamente complexas, quando um<br />

sufixo é adicionado à raiz <strong>de</strong> uma palavra proparoxítona; por exemplo:<br />

maTErialize, com a raiz maTErial, e inVEStigator, com a raiz<br />

inVEStigate. Nesses casos, geralmente há um acento secundário na<br />

sílaba final da raiz, que se torna a penúltima sílaba quando o sufixo é<br />

adicionado. Na língua portuguesa, não há padrão <strong>de</strong> acentuação<br />

semelhante e estudos que investigaram a produção <strong>de</strong>sse tipo <strong>de</strong><br />

palavras por brasileiros revelam uma alta tendência a acentuar a última<br />

ou penúltima sílaba, produzindo, por exemplo, materialize e<br />

investigator (BRAWERMAN, 2006; WATKINS; ALBINI;<br />

BERTOCHI, 2010). Este trabalho objetivou replicar a pesquisa <strong>de</strong><br />

Watkins et al. (2010) com falantes portugueses, utilizando as mesmas<br />

50 palavras para a coleta <strong>de</strong> dados. Reportaremos os dados da produção<br />

<strong>de</strong> vinte falantes nativos do português europeu (10 homens e 10<br />

mulheres), com ida<strong>de</strong>s entre os 19 e 28 anos, alunos do segundo<br />

semestre do curso <strong>de</strong> Licenciatura em Línguas e Literaturas Europeias<br />

<strong>de</strong> uma universida<strong>de</strong> portuguesa. Os informantes leram palavras<br />

projetadas isoladamente na tela <strong>de</strong> um computador. Os resultados<br />

revelam que os falantes portugueses seguem a mesma tendência dos<br />

brasileiros: acentuar a última ou a penúltima sílaba das palavras-alvo.<br />

A AQUISIÇÃO DA ESCRITA DO PORTUGUÊS POR<br />

CRIANÇAS BILÍNGUES (POMERANO /PORTUGUÊS):<br />

ASPECTOS FONÉTICOS E FONOLÓGICOS<br />

Marceli Tessmer Blank<br />

Ana Ruth Moresco Miranda (Orientadora)<br />

Palavras-chave: <strong>aqui</strong>sição da escrita; fenômenos fonético-fonológicos;<br />

fonemas surdo/sonoros.<br />

No Brasil, ainda hoje, existem comunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong><br />

imigrantes que vieram para o país durante o século XIX. No RS, o<br />

pomerano - um dos dialetos do alemão padrão - ainda é utilizado como<br />

142


Resumo dos Trabalhos<br />

língua materna <strong>de</strong> comunida<strong>de</strong>s germânicas. Por essa razão, as crianças<br />

<strong>de</strong>stas localida<strong>de</strong>s possuem o português como segunda língua, a qual,<br />

muitas vezes, é falada somente na escola ou com nativos do português.<br />

Estudos como os <strong>de</strong> Lin<strong>de</strong>rman (2006); Schnei<strong>de</strong>r (2008); Gewehr-<br />

Borella (2010), entre outros, apontam para possíveis interferências da<br />

língua materna na escrita em português <strong>de</strong>sses <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>ntes. Em vista<br />

disso, este trabalho objetiva analisar as interferências fonéticas e<br />

fonológicas na <strong>aqui</strong>sição da escrita do português por crianças bilíngues<br />

(pomerano/PB), especificamente, fenômenos referentes à troca <strong>de</strong><br />

fonemas surdo/sonoro, substituição do ‘r-forte’ pelo r-fraco; troca <strong>de</strong><br />

ditongo ‘am’ por ‘on’, a fim <strong>de</strong> que se possa refletir sobre as relações<br />

entre a fala e escrita. Para tal, dados <strong>de</strong> escrita <strong>de</strong> doze crianças<br />

bilíngues são analisados e comparados com resultados referentes à<br />

escrita <strong>de</strong> crianças monolíngues, falantes do português brasileiro.<br />

Também dados <strong>de</strong> produção oral e <strong>de</strong> percepção dos bilíngues são<br />

consi<strong>de</strong>rados na análise. Os resultados encontrados nas produções orais<br />

e nos dados <strong>de</strong> percepção apontam para uma interferência da língua<br />

materna no português dos bilíngues. No que se refere aos dados <strong>de</strong><br />

produção escrita, as análises indicam que os bilíngues cometeram um<br />

maior número <strong>de</strong> erros relacionados à troca <strong>de</strong> fonemas surdo/sonoro,<br />

em se comparando aos monolíngues, as diferenças entre os grupos,<br />

porém, são pequenas, o que não acontece com os <strong>de</strong>mais fenômenos<br />

analisados, os quais apresentam diferenças significativas entre os<br />

grupos.<br />

INTELIGIBILIDADE E A PERCEPÇÃO DE SONS DO INGLÊS<br />

COMO LÍNGUA FRANCA<br />

Márcia Regina Becker<br />

Denise Cristina Kluge<br />

Hoje já é um fato concreto o <strong>de</strong> que a língua inglesa se tornou a língua<br />

da globalização, sendo usada como meio <strong>de</strong> comunicação entre pessoas<br />

<strong>de</strong> diversas línguas maternas (L1s). O básico, portanto, é que essas<br />

pessoas usuárias da língua inglesa se comuniquem sem a preocupação –<br />

comum tempos atrás – <strong>de</strong> soar como falantes nativos, mesmo porque a<br />

própria concepção do que seria um falante nativo hoje é bastante<br />

questionada. A inteligibilida<strong>de</strong>, referindo-se à extensão na qual uma<br />

produção é entendida <strong>de</strong> fato, é, portanto, a dimensão da pronúncia que<br />

assoma como a mais importante no contexto atual <strong>de</strong> inglês enquanto<br />

língua franca. O objetivo <strong>de</strong>sta comunicação é mostrar resultados <strong>de</strong><br />

143


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

algumas pesquisas voltadas à inteligibilida<strong>de</strong> da língua inglesa sob esse<br />

novo paradigma, através <strong>de</strong> experimentos <strong>de</strong> percepção, por parte <strong>de</strong><br />

falantes <strong>de</strong> português brasileiro, <strong>de</strong> discursos <strong>de</strong> falantes <strong>de</strong> inglês, que<br />

não têm, no entanto, o inglês como sua L1.<br />

Além disso, serão abordados alguns aspectos <strong>de</strong>sse construto complexo<br />

que é a inteligibilida<strong>de</strong>, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a própria questão terminológica, até<br />

fatores que a afetam e como po<strong>de</strong> ser avaliada.<br />

PIBID LETRAS - ESPANHOL: UMA OPORTUNIDAD DE<br />

VALORIZACIÓN DE LA ENSEÑANZA DE ESPAÑOL EM LA<br />

FRONTERA<br />

Maria Elia Gonçalves Martins<br />

Mara Belém<br />

Palabras clave: Enseñanza <strong>de</strong> español, formación docente, PIBID.<br />

Por medio <strong>de</strong>l sub proyecto Letras-Espanhol <strong>de</strong> la Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral<br />

do Pampa – Campus Jaguarão, que pertenece al Programa Institucional<br />

<strong>de</strong> Bolsa <strong>de</strong> Iniciação à Docência (PIBID), vinculado a Coor<strong>de</strong>nação<br />

<strong>de</strong> Aperfeiçoamento <strong>de</strong> Pessoal <strong>de</strong> Nível Superior (CAPES),<br />

empezamos un trabajo en la enseñanza fundamental nocturna <strong>de</strong> la<br />

“Escola Municipal <strong>de</strong> Ensino Fundamental Padre Pagliani” que está<br />

ubicada en Jaguarão, ciudad que hace frontera con Río Branco<br />

(Uruguay), con el objetivo primero <strong>de</strong> valorizar la enseñanza <strong>de</strong> la<br />

Lengua Española, calificar nuestra formación docente y posibilitar La<br />

formación continuada. Basadas en una perspectiva socio interaccionista<br />

(Vigotsky, 1998) y enfocando en un proceso <strong>de</strong> adquisición (Carioni,<br />

1988) a través <strong>de</strong> inmersión en la lengua y su cultura, observamos la<br />

realidad <strong>de</strong> los grupos que participarían <strong>de</strong>l proyecto y planeamos<br />

pequeños talleres motivacionales para <strong>de</strong>spertar el gusto por el<br />

aprendizaje <strong>de</strong> la lengua Española. Nuestro trabajo tiene el objetivo <strong>de</strong><br />

reflexionar y relatar la construcción y <strong>de</strong>sarrollo <strong>de</strong> esos talleres,<br />

investigando los errores y los éxitos logrados.<br />

A GRAFIA DO GLIDE [W] EM DADOS DO PB E DO PE: UM<br />

OLHAR SOBRE AS SEMELHANÇAS E DIFERENÇAS ENTRE<br />

OS DOIS SISTEMAS<br />

Milena Me<strong>de</strong>iros De Mattos<br />

Ana Ruth Moresco Miranda<br />

144


Resumo dos Trabalhos<br />

O presente trabalho ocupa-se da <strong>de</strong>scrição <strong>de</strong> dados <strong>de</strong> <strong>aqui</strong>sição da<br />

escrita do Português Brasileiro e do Português Europeu referentes à<br />

grafia do gli<strong>de</strong> [w] nos finais <strong>de</strong> verbos flexionados na terceira pessoa<br />

do pretérito perfeito do indicativo. Os dois sistemas, o brasileiro e o<br />

europeu, têm características comuns, mas também apresentam<br />

distinções que, conforme Mateus (2006), po<strong>de</strong>m ser observadas nos<br />

níveis fonético, morfológico e sintático. As grafias incorretas<br />

encontradas nos dados dos dois sistemas são motivadas pela forma<br />

fonética ou por efeito <strong>de</strong> supergeneralização <strong>de</strong> regras ortográficas. No<br />

primeiro caso, observa-se o apagamento da vogal assilábica ‘u’,<br />

enquanto no segundo, a substituição <strong>de</strong> ‘u’ por ‘l’ ou ‘o’. Neste estudo,<br />

tem-se o objetivo <strong>de</strong> <strong>de</strong>screver dados referentes à grafia do gli<strong>de</strong> [w]<br />

dos ditongos morfológicos resultantes da flexão verbal, na terceira<br />

pessoa do pretérito perfeito do indicativo, confrontando os resultados<br />

encontrados nos dados do Português Brasileiro com aqueles do<br />

Português Europeu. Os dados analisados pertencem ao BATALE<br />

(Banco <strong>de</strong> Textos <strong>de</strong> Aquisição da Linguagem Escrita) e provêm <strong>de</strong><br />

escrita espontânea produzida no ano <strong>de</strong> 2009 por alunos <strong>de</strong> 1ª a 4ª séries<br />

<strong>de</strong> escolas <strong>de</strong> Pelotas (Brasil) e do Porto (Portugal). No total, foram<br />

analisados 463 textos do PB e 176 do PE. A análise dos dados mostrou<br />

que uma das semelhanças entre o PB e o PE é o pequeno percentual <strong>de</strong><br />

grafias incorretas, a ocorrência <strong>de</strong> erros <strong>de</strong> substituição por ‘o’ em<br />

verbos <strong>de</strong> 2ª e 3ª conjugação, além do apagamento do grafema ‘u’ em<br />

verbos <strong>de</strong> 1ª conjugação. Em relação às diferenças, <strong>de</strong>staca-se a não<br />

ocorrência <strong>de</strong> erros <strong>de</strong> substituição por ‘l’ em dados do PE e a<br />

ocorrência <strong>de</strong> grafias inusitadas também no PE, diferentes daquelas<br />

esperadas para o contexto analisado.<br />

UMA DISCUSSÃO SOBRE AS VOGAIS MÉDIAS DO<br />

ESPANHOL DA FRONTEIRA<br />

Míriam Cristina Carniato<br />

Palavras-chave: sistemas fonológicos em contato, vogais médias,<br />

Fonologia Autossegmental.<br />

Estudos sobre sistemas vocálicos <strong>de</strong> diferentes línguas têm apontado a<br />

prevalente presença do triângulo /i/, /u/, /a/, com a oposição entre<br />

vogais altas e baixa, evi<strong>de</strong>nciando as vogais médias não apenas como<br />

menos frequentes, mas também como mais sujeitas a processos<br />

fonológicos. É exatamente essa a realida<strong>de</strong> da fonologia sincrônica do<br />

Português (CÂMARA JR., 1972; BISOL, 2005) e, também, do<br />

145


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

processo <strong>de</strong> <strong>aqui</strong>sição da língua por crianças (MATZENAUER &<br />

MIRANDA, 2007). A partir <strong>de</strong>ssa realida<strong>de</strong>, foi proposto o presente<br />

trabalho, reunindo Português e Espanhol, levando em consi<strong>de</strong>ração<br />

mais três fatos linguísticos relevantes: (a) o número <strong>de</strong> vogais médias<br />

nos dois sistemas: a fonologia do Português integra sete vogais,<br />

incluindo quatro vogais médias (/e/, /E, /o/, /O/), e a fonologia do<br />

Espanhol apresenta cinco vogais, contendo apenas duas vogais médias<br />

(/e/, /o/); (b) o emprego das vogais médias baixas, no Espanhol, como<br />

formas variantes; (c) o contato entre Português e Espanhol na fronteira<br />

entre Brasil e Uruguai. O foco da pesquisa foi uma análise sobre o<br />

comportamento das vogais médias no uso da língua espanhola por<br />

falantes uruguaios, na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Rio Branco, que faz fronteira com a<br />

cida<strong>de</strong> brasileira <strong>de</strong> Jaguarão. Em uma primeira etapa, o estudo <strong>de</strong>tevese<br />

em resultados <strong>de</strong> pesquisas já realizadas sobre o comportamento das<br />

vogais médias nos dois sistemas, tendo sido confirmado o emprego das<br />

vogais médias baixas no Espanhol na condição <strong>de</strong> alofones, em<br />

contextos <strong>de</strong>terminados. Tal fenômeno é importante na discussão, uma<br />

vez que <strong>de</strong>le resulta que, no nível fonético, os dois sistemas em contato<br />

mostram a presença <strong>de</strong> quatro vogais médias. Os resultados obtidos até<br />

o momento, a partir da compilação <strong>de</strong> estudos, foram reanalisados à luz<br />

da Fonologia Autossegmental, seguindo Clements & Hume (1995) e<br />

Wetzels (2009).<br />

APRENDIZAGEM DE ESPANHOL COMO SEGUNDA LÍNGUA<br />

NAS ESCOLAS DE ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO DE<br />

SANTA MARIA<br />

Nara Soares Torres<br />

Franciele Farias Sepel<br />

Observando o dinamismo <strong>de</strong> nossa socieda<strong>de</strong>, em que a globalização<br />

proporciona a troca <strong>de</strong> informações com frenética rapi<strong>de</strong>z, e estando<br />

Santa Maria a poucos quilômetros das fronteiras divisórias com<br />

Uruguai e Argentina, países hispano-falantes, é necessário dominar o<br />

idioma espanhol.<br />

Assim, o projeto “Inserção e Sensibilização <strong>de</strong> Ensino – Aprendizagem<br />

<strong>de</strong> Espanhol como segunda língua nas escolas <strong>de</strong> ensino fundamental e<br />

médio <strong>de</strong> Santa Maria”, do curso <strong>de</strong> Letras Espanhol da UFSM, oferece<br />

o ensino <strong>de</strong>ste idioma nas escolas “Pão dos Pobres”, para 90 crianças,<br />

pertencentes à 4ª série, e “Colégio Nossa Senhora do Perpétuo<br />

Socorro”, aten<strong>de</strong>ndo 110 alunos, estudantes da 6ª e 7ª séries. Justifica-<br />

146


Resumo dos Trabalhos<br />

se, também por aprimorar a competência linguística dos acadêmicos<br />

envolvidos e <strong>de</strong>senvolver eficiente planejamento em suas futuras<br />

ativida<strong>de</strong>s didáticas, além <strong>de</strong> instigar a interpretação do trinômio: aluno<br />

–professor – conhecimento.<br />

O PORTUGUÊS BRASILEIRO E O EUROPEU: UM<br />

COMPARATIVO SOBRE A AQUISIÇÃO DA GRAFIA DAS<br />

VOGAIS ÁTONAS<br />

Natália Dummer Zacher Reinke<br />

Alexandra Alves Brandt<br />

Palavras-Chave: Aquisição da escrita, vogais pretônicas, português<br />

brasileiro e europeu.<br />

Os sistemas vocálicos do Português Brasileiro (PB) e do Português<br />

Europeu (PE) são constituídos por sete fonemas vocálicos em posição<br />

tônica. Na posição pretônica, por efeito <strong>de</strong> neutralização, o PB<br />

apresenta cinco vogais e o PE quatro (MATZENAUER e MIRANDA,<br />

2009). O objetivo <strong>de</strong>ste trabalho é i<strong>de</strong>ntificar semelhanças e/ou<br />

diferenças que existem na grafia das vogais átonas em textos<br />

produzidos por crianças falantes <strong>de</strong> PB e <strong>de</strong> PE que cursam as primeiras<br />

séries do EF, tendo como base as diferenças entre seus sistemas<br />

vocálicos. Os dados analisados são erros ortográficos extraídos <strong>de</strong><br />

textos que compõem o BATALE da <strong>Faculda<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>Educação</strong> da <strong>UFPel</strong>.<br />

Os erros foram classificados <strong>de</strong> acordo com as categorias propostas por<br />

Miranda (2011), às quais foram acrescidas outras, a saber: redução<br />

vocálica; inserção <strong>de</strong> átona; apagamento <strong>de</strong> átona. Acrescentou-se ainda<br />

uma categoria capaz <strong>de</strong> acomodar erros <strong>de</strong>correntes <strong>de</strong><br />

supergeneralização. No montante <strong>de</strong> 195 erros, 73% foram grafados por<br />

crianças portuguesas. Nos dados brasileiros, os casos <strong>de</strong> alçamento da<br />

pretônica correspon<strong>de</strong>ram a cerca <strong>de</strong> 80%, consi<strong>de</strong>rando-se o total <strong>de</strong><br />

erros. No PE, a maioria dos erros aparece nos casos em que há inserção<br />

<strong>de</strong> vogais átonas ao final <strong>de</strong> palavras terminadas em rótica. Os<br />

resultados encontrados revelam a influência da fonologia e da fonética<br />

na escrita <strong>de</strong> crianças falantes <strong>de</strong> uma mesma língua, porém com<br />

variações em seus sistemas.<br />

147


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

DESNASALIZAÇÃO NO CONTEXTO FONÉTICO-<br />

FONOLÓGICO EM AQUISIÇÃO DA ESCRITA<br />

Natália Lectzow De Oliveira<br />

Ana Ruth Miranda (Orientadora)<br />

Os fenômenos fonético-fonológicos apresentam relação direta com o<br />

processo <strong>de</strong> escrita dos usuários do português brasileiro. Observa-se,<br />

com isso, que, <strong>de</strong>ntre os fenômenos existentes, os ditongos nasais em<br />

posição final <strong>de</strong> sílaba po<strong>de</strong>m se concretizar com ou sem nasalida<strong>de</strong>.<br />

Assim, a partir <strong>de</strong> um levantamento teórico acerca do processo <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>snasalização em posição átona final, dá-se a realização <strong>de</strong>ste trabalho,<br />

já que, a partir do observado na literatura sobre o fenômeno, este<br />

encontra-se, também, em dados <strong>de</strong> escrita espontânea <strong>de</strong> crianças <strong>de</strong><br />

primeira a quarta série do ensino fundamental. Dessa forma, este estudo<br />

relaciona a literatura com os dados escritos obtidos até o presente<br />

momento. O processo <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> ditongo nasal átono final é<br />

apresentado como um fenômeno variável cujo aparecimento está<br />

condicionado, na fala, por fatores linguísticos e extralinguísticos<br />

(Battisti, 2002, 2007; Bopp da Silva, 2005; Schwindt & Bopp da Silva,<br />

2009). Nesta pesquisa, ao enfocar a escrita, será observado o contexto<br />

fonético-fonológico em que ocorre o processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>snasalização, não<br />

sendo enfocadas, em primeira instância, as variáveis extralinguísticas<br />

que po<strong>de</strong>m propiciar o fenômeno. Para tal, foram analisadas produções<br />

escritas que compõem o Banco <strong>de</strong> Textos <strong>de</strong> Aquisição <strong>de</strong> Linguagem<br />

Escrita (BATALE – FaE/<strong>UFPel</strong>), as quais são <strong>de</strong> crianças <strong>de</strong> primeira a<br />

quarta série <strong>de</strong> duas escolas da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Pelotas. Os resultados<br />

encontrados mostram que, embora haja variação em posição átona final<br />

quando esta, por regularida<strong>de</strong>, manteria um ditongo nasal, a redução do<br />

ditongo nasal átono final em vocábulos verbais do tipo jogaram<br />

(jogar[u]), voltaram (voltar[u]), partiram (partir[u]) são predominantes.<br />

INTERFERÊNCIA DO PORTUGUÊS LÍNGUA MATERNA VS<br />

SUPERGENERALIZAÇÃO NA ESCRITA EM FRANCÊS<br />

Pablo Diego Nie<strong>de</strong>rauer Bernardi<br />

Isabella Mozzillo<br />

Palavras-chave: interlíngua, análise <strong>de</strong> erros, estratégias comunicativas.<br />

Apren<strong>de</strong>r línguas pressupõe o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> um sistema<br />

linguístico particular: interlíngua (SELINKER, 1972). Trata-se do<br />

sistema mental híbrido que engloba o conhecimento linguístico prévio<br />

148


Resumo dos Trabalhos<br />

que possuímos advindo do contato entre línguas, <strong>de</strong>senvolvendo-se<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início da aprendizagem no momento da tentativa <strong>de</strong><br />

comunicação na língua-alvo, portanto, ocorrendo em todos os níveis <strong>de</strong><br />

competência. A língua materna do aprendiz constitui a maior parte<br />

<strong>de</strong>sse repertório prévio, sendo a base sobre a qual ele <strong>de</strong>senvolverá sua<br />

interlíngua.<br />

Na tentativa <strong>de</strong> comunicação é normal e inevitável a ocorrência <strong>de</strong><br />

erros, consi<strong>de</strong>rada como estratégia comunicativa, sendo a manifestação<br />

natural da aprendizagem, não um indício <strong>de</strong> <strong>de</strong>ficiência e ou<br />

incapacida<strong>de</strong> cognitiva. Com base nas teorias da análise <strong>de</strong> erros, <strong>de</strong><br />

interlíngua e <strong>de</strong> erro (CORDER, 1967) este trabalho busca apresentar<br />

uma análise e comparação da ocorrência dos fenômenos <strong>de</strong><br />

transferência da língua materna e da supergeneralização na escrita em<br />

língua francesa por nativos do português, mostrando que essas<br />

transferências ocorrem em abundância nos níveis iniciais, mas ten<strong>de</strong>m a<br />

permanecer até mesmo em níveis avançados, já que a língua materna é<br />

a base linguística que serve <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>lo para a aprendizagem <strong>de</strong> línguas,<br />

ao passo que os casos <strong>de</strong> supergeneralização, por estarem mais ligados<br />

com a proficiência na língua-alvo, ocorrem pouco nos níveis iniciais,<br />

ten<strong>de</strong>ndo a <strong>de</strong>saparecer da interlíngua dos aprendizes nos níveis<br />

avançados.<br />

SÂNDI EXTERNO E DADOS DE FALA DO SUL DO BRASIL<br />

Paula Penteado De David<br />

Cíntia Da Costa Alcântara<br />

Palavras-chave: sândi; variação linguística; fonologia.<br />

Os fenômenos <strong>de</strong> sândi externo no português brasileiro são tema <strong>de</strong><br />

importantes estudos na área <strong>de</strong> fonologia e variação linguística (cf.<br />

Bisol, 2002; 2003). Tais fenômenos, em contexto frasal são em número<br />

<strong>de</strong> três – ditongação, <strong>de</strong>geminação e elisão. Enquanto os dois primeiros<br />

têm um contexto mais amplo <strong>de</strong> aplicação, o terceiro – a elisão –<br />

apresenta um contexto bastante restrito, no qual necessariamente há<br />

uma vogal átona /a/, que <strong>de</strong>ve sofrer apagamento. Outrossim, os<br />

trabalhos <strong>de</strong> Bisol (1996; 2002; 2003) trazem evidências <strong>de</strong> que a<br />

ditongação apresenta gran<strong>de</strong> índice <strong>de</strong> aplicação, comparativamente aos<br />

dois outros processos. Consi<strong>de</strong>rando, pois, a relevância <strong>de</strong> estudos<br />

<strong>de</strong>ssa or<strong>de</strong>m para a compreensão <strong>de</strong> processos fonológicos variáveis,<br />

vigentes no português, este trabalho tem por objetivo analisar fatores <strong>de</strong><br />

or<strong>de</strong>m linguística e extralinguística possíveis <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>adores dos<br />

149


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

processos <strong>de</strong> ditongação, <strong>de</strong>geminação e elisão atestados no extremo sul<br />

do Brasil, a partir <strong>de</strong> dados <strong>de</strong> fala <strong>de</strong> usuários do PB como língua<br />

materna, que pertencem à comunida<strong>de</strong> pelotense.<br />

A ANÁLISE DE DESVIO FONOLÓGICO À LUZ DE<br />

SEGMENTOS E TRAÇOS<br />

Richele De Oliveira Pires<br />

Tamires Pereira Duarte Goulart<br />

Palavras-chave: <strong>aqui</strong>sição da linguagem, <strong>de</strong>svios fonológicos,<br />

segmentos e traços, Mo<strong>de</strong>lo Implicacional <strong>de</strong> Complexida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Traços,<br />

Teoria Autossegmental.<br />

Teorias fonológicas e fonoaudiologia são áreas do conhecimento que se<br />

têm integrado na busca <strong>de</strong> respostas mais efetivas sobre a natureza <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>svios <strong>de</strong> fala e sobre o funcionamento do processo <strong>de</strong> <strong>aqui</strong>sição da<br />

linguagem. Nessa interface, as teorias linguísticas têm oferecido<br />

subsídios relevantes para o diagnóstico e a terapia <strong>de</strong> <strong>de</strong>svios<br />

fonológicos. É nesse contexto que se situa a presente pesquisa,<br />

conceituando <strong>de</strong>svio fonológico, durante o processo <strong>de</strong> <strong>aqui</strong>sição da<br />

linguagem, como o funcionamento <strong>de</strong> uma gramática fonológica<br />

diferente daquela mostrada por seus pares, o que ocorre<br />

fundamentalmente por um sistema <strong>de</strong> contrastes dos segmentos que lhe<br />

é particular. Tais diferenças entre os sistemas <strong>de</strong>vem apresentar<br />

<strong>de</strong>terminadas proprieda<strong>de</strong>s, já i<strong>de</strong>ntificadas na literatura (por exemplo:<br />

Grunwell, 1985): erros resultantes <strong>de</strong> <strong>de</strong>svios especialmente<br />

consonantais, estagnação do sistema em estágios iniciais, <strong>de</strong>sencontro<br />

cronológico, gran<strong>de</strong> variabilida<strong>de</strong> fonética e/ou preferência sistemática<br />

por um som. Consi<strong>de</strong>rando-se que tais características têm sua base no<br />

comportamento <strong>de</strong> segmentos e traços distintivos, que são unida<strong>de</strong>s<br />

fundamentais no funcionamento das gramáticas fonológicas das<br />

línguas, e seguindo-se o entendimento <strong>de</strong> que as teorias linguísticas<br />

contêm o aparato indispensável para o diagnóstico <strong>de</strong> <strong>de</strong>svios<br />

fonológicos, realizou-se pesquisa com o objetivo <strong>de</strong> utilizar um mo<strong>de</strong>lo<br />

teórico cujo alicerce está em “traços distintivos” a fim <strong>de</strong> caracterizar e<br />

diferençar sistemas com <strong>de</strong>svios fonológicos, avaliando o grau <strong>de</strong><br />

severida<strong>de</strong> dos <strong>de</strong>svios. O estudo foi feito com duas crianças, um<br />

menino e uma menina, portadoras <strong>de</strong> <strong>de</strong>svios fonológicos – MC e MV ,<br />

respectivamente com as ida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> 8:6 e 7:0 (anos: meses). Os dados<br />

linguísticos foram obtidos por meio <strong>de</strong> gravação, em entrevistas<br />

individuais que registraram fala espontânea e eliciada por instrumento.<br />

150


Resumo dos Trabalhos<br />

Depois <strong>de</strong> os dados terem sido transcritos foneticamente, foram<br />

i<strong>de</strong>ntificados o inventário fonético e o sistema fonológico dos sujeitos<br />

da pesquisa. O corpus do estudo foi analisado à luz do Mo<strong>de</strong>lo<br />

Implicacional <strong>de</strong> Complexida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Traços (MICT), proposto por Mota<br />

(1996), cujos fundamentos estão na Teoria Autossegmental (Clements<br />

& Hume, 1995) e na Teoria <strong>de</strong> Complexida<strong>de</strong> Fonológica (Calabrese,<br />

1995). Os dois casos <strong>de</strong> <strong>de</strong>svios fonológicos mostraram características<br />

diferentes, as quais foram captadas e formalizadas com a<strong>de</strong>quação pelo<br />

MICT, que também foi pertinente para a atribuição <strong>de</strong> diferentes graus<br />

<strong>de</strong> severida<strong>de</strong>. A análise permitiu, portanto, não apenas a i<strong>de</strong>ntificação<br />

da natureza <strong>de</strong> cada caso <strong>de</strong> <strong>de</strong>svio linguístico, como também ofereceu<br />

indicações para possíveis caminhos para a terapia.<br />

O COMPORTAMENTO DAS RESTRIÇÕES UNIVERSAIS NA<br />

TEORIA DA OTIMIDADE ESTOCÁSTICA E NA GRAMÁTICA<br />

HARMÔNICA FRENTE AO FENÔMENO DA EPÊNTE<br />

Roberta Quintanilha Azevedo<br />

Carmen Lucia Matzenauer (Orientadora)<br />

Ubiratã Kickhofel Alves (Orientador)<br />

O trabalho em questão preten<strong>de</strong> uma discussão teórica sobre a<br />

representação da Gramática na <strong>aqui</strong>sição do Português Brasileiro (PB)<br />

como língua estrangeira, no mo<strong>de</strong>lo teórico da Gramática Harmônica -<br />

HG (LEGENDRE, MIYATA & SMOLENSKY, 1990; SMOLENSKY<br />

& LEGENDRE, 2006) em comparação ao mo<strong>de</strong>lo da Teoria da<br />

Otimida<strong>de</strong> Estocástica - OT (BOERSMA & HAYES, 2001), pois tais<br />

mo<strong>de</strong>los operam <strong>de</strong> forma distinta, especialmente no que concerne à<br />

avaliação do candidato ótimo. O fenômeno fonológico analisado é a<br />

ocorrência da epêntese após segmentos plosivos, em codas mediais <strong>de</strong><br />

palavras, contexto passível <strong>de</strong> motivação <strong>de</strong> inserção vocálica no PB<br />

(et[i]nia). Os sujeitos estudados, que estão em processo <strong>de</strong> <strong>aqui</strong>sição do<br />

PB como LE, são falantes nativos do Espanhol Colombiano, os quais,<br />

em sua língua materna, têm licença para a produção <strong>de</strong> segmentos<br />

plosivos em final <strong>de</strong> sílaba, em oposição à evitação <strong>de</strong> tal estrutura<br />

silábica por falantes do PB. Para a constituição do corpus, foi proposto<br />

um instrumento composto <strong>de</strong> palavras cognatas do Português e<br />

Espanhol para a leitura em frases veículo. Foram escolhidos, estudantes<br />

colombianos, com o cuidado <strong>de</strong> serem homogeneizados fatores<br />

extralinguísticos, como sexo, ida<strong>de</strong> e nível <strong>de</strong> escolarida<strong>de</strong>. Os dados<br />

foram submetidos a uma análise acústica com o uso do software<br />

151


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

PRAAT. O diferente tratamento dado às plosivas em coda, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo<br />

do sistema linguístico que está sendo utilizado – Português Brasileiro<br />

ou Espanhol Colombiano – foi captado, à luz dos mo<strong>de</strong>los, via<br />

Restrições Universais, convergindo para as hipóteses propostas. Indo<br />

além da expressão formal dos resultados na HG e na OT Estocástica, o<br />

presente trabalho discute os pressupostos subjacentes às representações<br />

que cada um dos mo<strong>de</strong>los teóricos oferece.<br />

PADRÕES DE COOCORRÊNCIA CV EM DADOS DO<br />

PORTUGUÊS BRASILEIRO DE CRIANÇAS DE 1 A 3 ANOS<br />

Rosane Garcia Silva<br />

Márcia Zimmer<br />

Estudos <strong>de</strong> <strong>aqui</strong>sição da linguagem a partir <strong>de</strong> dados <strong>de</strong> balbucio e<br />

primeiras palavras em muitas línguas indicam certas preferências <strong>de</strong><br />

padrões <strong>de</strong> coocorrência entre consoantes (C) e vogais (V)<br />

(MACNEILAGE; DAVIS, 2000) previstas como universais: C labiais<br />

com V centrais, <strong>de</strong> C coronais com V anteriores e <strong>de</strong> C dorsais com V<br />

posteriores. A razão teria origens biológicas explicadas pela teoria<br />

Mol<strong>de</strong>/Conteúdo (M/C), que postula ser a inércia biomecânica a base<br />

dos padrões citados motivados pela regularida<strong>de</strong> mandibular prece<strong>de</strong>nte<br />

ao conteúdo fônico. Estudos orientados pela visão da Fonologia<br />

Gestual, <strong>de</strong> Browman e Goldstein (1986, 1992) investigam o fenômeno<br />

a partir da premissa <strong>de</strong> que a coor<strong>de</strong>nação entre os gestos <strong>de</strong><br />

articuladores é in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início do processo <strong>de</strong> <strong>aqui</strong>sição da<br />

linguagem. Com base nessas propostas, investigamos se as<br />

combinações <strong>de</strong>scritas são observadas em dados <strong>de</strong> <strong>aqui</strong>sição do<br />

Português Brasileiro. A hipótese é a <strong>de</strong> que a gramática e o léxico são<br />

inseparáveis durante a <strong>aqui</strong>sição da linguagem e <strong>de</strong> que os processos<br />

fônicos são sensíveis a efeitos <strong>de</strong> frequência da língua ambiente. O<br />

corpus do estudo foi constituído <strong>de</strong> fala espontânea infantil e <strong>de</strong> seus<br />

cuidadores envolvendo 10 crianças, com ida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> 1 a 3 anos. Os dados<br />

foram submetidos à análise estatística <strong>de</strong> associação entre os pares CV<br />

com observância <strong>de</strong> frequências <strong>de</strong> tipos e ocorrências. Os resultados<br />

indicaram que há gran<strong>de</strong> versatilida<strong>de</strong> nas produções infantis, oque<br />

redunda numa replicação limitada dos resultados exibidos pela M/C. A<br />

abordagem dinâmica permite interpretar os resultados levando em conta<br />

a sensibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> exposição ao ambiente linguístico, representativo da<br />

gramática da língua, bem como a diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vocalizações infantis<br />

observadas no estudo.<br />

152


Resumo dos Trabalhos<br />

AQUISIÇÃO DA ESCRITA: UM ESTUDO SOBRE OS ERROS<br />

ORTOGRÁFICOS EM TEXTOS DE CRIANÇAS BILÍNGUES<br />

(PORTUGUÊS-ESPANHOL)<br />

Rosiani Teresinha Soares Machado<br />

A extensa fronteira entre o Uruguai e o Rio Gran<strong>de</strong> do Sul proporciona<br />

um significativo intercâmbio linguístico, conforme se observa, por<br />

exemplo, nas cida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Rio Branco e Jaguarão. Tal aproximação tem,<br />

muitas vezes, efeito sobre o processo <strong>de</strong> escolarização dos habitantes<br />

das cida<strong>de</strong>s fronteiriças, uma vez que a algumas crianças é dada a<br />

possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> estudar no país vizinho. Partindo-se da i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> que o<br />

processo <strong>de</strong> <strong>aqui</strong>sição da escrita por falantes bilíngues – espanholportuguês<br />

– em território brasileiro po<strong>de</strong> ser mais complexo do que se<br />

imagina, este estudo busca investigar a escrita inicial <strong>de</strong> um grupo <strong>de</strong><br />

crianças, cuja língua materna é o espanhol, e está sendo alfabetizado em<br />

escolas brasileiras. O objetivo principal é o <strong>de</strong> <strong>de</strong>screver e analisar os<br />

erros ortográficos presentes em suas escritas, especialmente aqueles que<br />

apresentam relações com a fonética e a fonologia das línguas em<br />

questão. Os resultados encontrados serão comparados àqueles já obtidos<br />

em relação à escrita <strong>de</strong> crianças brasileiras monolíngues. Consi<strong>de</strong>randose<br />

estudos já realizados pelo GEALE (Grupo <strong>de</strong> Estudos sobre<br />

Aquisição da Linguagem Escrita), como os <strong>de</strong> Cunha (2004), Adamoli<br />

(2006) e Miranda (2009 e 2010), entre outros, os quais mostram que as<br />

crianças, em suas escritas iniciais, apresentam erros motivados pela<br />

fonética e pela fonologia <strong>de</strong> sua língua materna, trabalha-se com a<br />

hipótese <strong>de</strong> que o grupo bilíngue apresentará indícios <strong>de</strong> seu sistema<br />

fonológico materno.<br />

AQUISIÇÃO DA ORDEM VERBO-SUJEITO DAS<br />

INTERROGATIVAS QU- DO ESPANHOL POR FALANTES<br />

ADULTOS DO PORTUGUÊS BRASILEIRO<br />

Samara Ruas<br />

As estruturas interrogativas Qu- do Espanhol e do PB apresentam<br />

diferenças no que se refere à or<strong>de</strong>m dos constituintes. Em Espanhol<br />

(padrão), nas interrogativas com Qu- <strong>de</strong>slocado para a esquerda, <strong>de</strong>ve<br />

haver a inversão da or<strong>de</strong>m sujeito-verbo: (1) ¿Qué compró Juan? Em<br />

PB, contudo, a inversão sujeito-verbo não é necessária. Quando ocorre,<br />

parece tratar-se <strong>de</strong> uma estrutura mais marcada e, muitas vezes, gera<br />

agramaticalida<strong>de</strong>. Chomsky (1995), no Programa Minimalista (MP),<br />

153


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

assume que o movimento <strong>de</strong> constituintes se dá para a checagem <strong>de</strong><br />

traços morfológicos dos núcleos funcionais. No caso <strong>de</strong> movimento <strong>de</strong><br />

interrogativas Qu-, o núcleo funcional C apresenta os traços Q e Wh.<br />

Quando Q é forte, <strong>de</strong>ve haver necessariamente um núcleo lexical<br />

(complementizador ou verbo) em C para checá-lo. Quando o traço Wh<br />

é forte, <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ia o <strong>de</strong>slocamento do sintagma interrogativo para<br />

[Spec, CP]. Assumindo que esses traços sejam fortes em Espanhol, a<br />

inversão sujeito-verbo <strong>de</strong>ve ocorrer para que sejam checados em sintaxe<br />

visível. Sendo assim, o verbo <strong>de</strong>sloca-se para C e a palavra<br />

interrogativa para [Spec, CP], conforme mostra a <strong>de</strong>rivação: (2) [CP<br />

Quéi [C comprój [IP Juan tj ti]]] . Em PB, no entanto, o traço Q <strong>de</strong> C é<br />

consi<strong>de</strong>rado fraco, motivo pelo qual não é necessário que um item<br />

lexical mova-se para C. Essa diferença na força dos traços Q <strong>de</strong> C<br />

explica as diferentes or<strong>de</strong>nações dos constituintes nas construções<br />

interrogativas das duas línguas. Várias hipóteses têm sido aventadas na<br />

literatura a respeito do papel da L1 e da GU no processo <strong>de</strong> <strong>aqui</strong>sição<br />

<strong>de</strong> L2. A partir <strong>de</strong> dados coletados junto a falantes brasileiros<br />

aprendizes <strong>de</strong> Espanhol como L2, o objetivo <strong>de</strong>ste trabalho é mostrar os<br />

resultados obtidos por meio <strong>de</strong> experimentos e discutir as hipóteses<br />

existentes na literatura sobre o papel da L1 e da Gramática Universal<br />

(GU) no processo <strong>de</strong> <strong>aqui</strong>sição da L2. Há transferência das<br />

proprieda<strong>de</strong>s dos núcleos funcionais envolvidos no sistema<br />

complementizador da L1 para a L2? Em quais estágios ocorreria a<br />

remarcação paramétrica (mudanças das proprieda<strong>de</strong>s dos traços <strong>de</strong> C)?<br />

.<br />

A PERCEPÇÃO DE VOGAIS MÉDIAS NOS PROCESSOS DE<br />

HARMONIA E DE ALÇAMENTO VOCÁLICO: DADOS DE UM<br />

ESTUDO PILOTO<br />

Jones Neuenfeld Schüller<br />

Gabriela Tornquist<br />

Palavras-chave: percepção; vogais médias pretônicas; processos<br />

fonológicos.<br />

O presente trabalho tem o objetivo <strong>de</strong> investigar a percepção que os<br />

falantes nativos têm das vogais médias do Português Brasileiro /e/ e /o/<br />

em posição pretônica nos processos <strong>de</strong> harmonia e <strong>de</strong> alçamento<br />

vocálico. Os arquivos <strong>de</strong> áudio foram editados e normalizados no<br />

software Praat (BOERSMA; WEENINK, 2012) e apresentados aos<br />

informantes em forma <strong>de</strong> testes <strong>de</strong> percepção (um <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação e um<br />

<strong>de</strong> discriminação) no software TP (RAUBER; RATO; KLUGE;<br />

154


Resumo dos Trabalhos<br />

SANTOS; FIGUEIREDO, 2012). Após a aplicação dos testes <strong>de</strong><br />

percepção, os resultados, componentes <strong>de</strong> um estudo piloto, foram<br />

analisados estatisticamente no software IBM SPSS. Participaram <strong>de</strong>sse<br />

estudo piloto quatro informantes, dois do sexo feminino e dois do sexo<br />

masculino, com ida<strong>de</strong>s entre 20 e 30 anos, com ensino superior<br />

completo ou em andamento e nascidos no estado do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul.<br />

Os estímulos utilizados para tais testes foram 60 palavras que sofrem os<br />

referidos processos, organizados <strong>de</strong> acordo com o número <strong>de</strong> sílabas<br />

(apenas trissílabas) e com o contexto fonológico, previamente<br />

<strong>de</strong>terminado. Além das palavras-alvo, foram inseridas nos testes 20<br />

palavras distratoras para <strong>de</strong>sviar a atenção do foco da pesquisa.<br />

Consi<strong>de</strong>rando-se uma possível relação entre a percepção <strong>de</strong> vogais e o<br />

emprego dos processos fonológicos, este trabalho vincula fonética e<br />

fonologia, tendo como fundamento teórico o Mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> Processamento<br />

<strong>de</strong> L1 (BOERSMA, 2007), que também se constitui em um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong><br />

gramática.<br />

A PRODUTIVIDADE DA HARMONIA VOCÁLICA DURANTE<br />

O DESENVOLVIMENTO LINGUÍSTICO<br />

Tamires Pereira Duarte Goulart<br />

Viviane De Jesus Peres Lino<br />

Palavras-chave: Harmonia Vocálica, representação fonológica, vogais<br />

do Português, Fonologia Autossegmental<br />

Os estudos sobre a <strong>aqui</strong>sição da linguagem salientam a existência <strong>de</strong><br />

fases <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento, que implicam o gradual incremento, na<br />

gramática da criança, do funcionamento da fonologia da língua-alvo.<br />

Nesse processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento, integra-se a questão da construção<br />

das representações fonológicas, a partir do input linguístico que a<br />

criança recebe. Aliando-se aos estudos que indagam sobre<br />

representações e aplicação <strong>de</strong> regras variáveis, o presente trabalho vem<br />

discutir a representação das vogais médias em contexto da regra<br />

variável <strong>de</strong> Harmonia Vocálica (HV) durante o processo <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>senvolvimento linguístico pelas crianças. Consi<strong>de</strong>rando-se que, nos<br />

nomes da língua, a HV mostra caráter variável e tem, como alvo, as<br />

vogais médias /e/ e /o/ em posição pretônica e, como gatilho, as vogais<br />

altas /i/ e /u/ na sílaba seguinte, buscou-se testar as representações das<br />

vogais médias pretônicas e, assim, a produtivida<strong>de</strong> da regra <strong>de</strong> HV. O<br />

corpus da pesquisa foi constituído a partir <strong>de</strong> instrumento com palavras<br />

inventadas, que nomeavam imagens/formas inusitadas, tendo sido<br />

155


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

aplicado a seis crianças com ida<strong>de</strong> entre 4 e 6 anos, sendo três<br />

alfabetizadas. As palavras, todas trissílabas, paroxítonas e com apenas<br />

sílabas CV, continham sequências com as vogais médias altas e a vogal<br />

alta [i], como [e C i] e [o C i]. Os resultados, analisados e formalizados<br />

com o suporte da Fonologia Autossegmental, apontaram a influência da<br />

<strong>aqui</strong>sição do código escrito na representação fonológica das vogais<br />

médias altas em posição pretônica, do que resulta ser a alfabetização<br />

fator condicionante <strong>de</strong> representações fonológicas e, assim, da<br />

produtivida<strong>de</strong> da regra <strong>de</strong> Harmonia Vocálica no processo <strong>de</strong> <strong>aqui</strong>sição<br />

fonológica por crianças brasileiras.<br />

ESPAÑOL PARA NIÑOS: LA ADQUISICIÓN DE LA LENGUA<br />

A TRAVÉS DE CANCIONES Y JUEGOS.<br />

Thais Priscila Silva De Oliveira<br />

Cristina Pureza Duarte Boéssio<br />

Palabras-clave: Lengua, canciones, juegos.<br />

Este trabajo se originó a partir <strong>de</strong> la práctica <strong>de</strong> enseñanza <strong>de</strong> español<br />

para niños en una escuela <strong>de</strong> la red municipal <strong>de</strong> educación <strong>de</strong> Jaguarão,<br />

Rio Gran<strong>de</strong> do Sul, Brasil, con niños <strong>de</strong>l segundo año <strong>de</strong> la enseñanza<br />

básica – algo que no es común en las escuelas brasileñas – y tiene el<br />

objetivo <strong>de</strong> reflexionar sobre la importancia <strong>de</strong> la utilización <strong>de</strong><br />

canciones y juegos en la adquisición <strong>de</strong> una segunda lengua. La ciudad<br />

en que las clases fueron ministradas hace frontera con la ciudad Rio<br />

Branco/ Uruguay, lo que nos permite tener en clase alumnos que<br />

conocen un poco <strong>de</strong> la lengua porque, algunas veces, tienen familia<br />

uruguaya o parientes que trabajan en el país vecino. Nuestra<br />

preocupación nació en el año 2007 con un Proyecto <strong>de</strong> investigación<br />

sobre la Enseñanza <strong>de</strong> Español para niños y también un curso <strong>de</strong><br />

extensión ministrado por los discentes en la “Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do<br />

Pampa/UNIPAMPA”. A partir estos estudios se observó que el trabajo<br />

con niños <strong>de</strong>be tener su foco en la oralidad aproximando a lo que ocurre<br />

en la adquisición <strong>de</strong> la lengua materna, teniendo contacto con el mundo<br />

que está a su alre<strong>de</strong>dor, para <strong>de</strong>spués sistematizar la lengua y así se<br />

eligió el componente lúdico como la mejor manera <strong>de</strong> presentar la<br />

lengua a los niños. Con esta práctica consi<strong>de</strong>ramos que el trabajo con<br />

canciones y juegos es importante, pues <strong>de</strong>spierta la motivación para que<br />

los alumnos adquieran la lengua <strong>de</strong> manera placentera."<br />

156


Resumo dos Trabalhos<br />

A AQUISIÇÃO DO MORFEMA DE PLURAL: CASO DE<br />

INTERFACE FONOLOGIA/MORFOLOGIA<br />

Veridiana P. Borges<br />

Carmen Lúcia Barreto Matzenauer<br />

A <strong>aqui</strong>sição do morfema <strong>de</strong> plural, cuja manifestação não-marcada, no<br />

Português, é a forma -s no final da palavra, exige que a gramática<br />

fonológica da criança já integre sílabas com a presença <strong>de</strong> coda,<br />

particularmente constituída por consoante fricativa – é um caso típico<br />

<strong>de</strong> interface Fonologia/Morfologia, que implica aumento <strong>de</strong><br />

complexida<strong>de</strong> para o processo <strong>de</strong> <strong>aqui</strong>sição. Consi<strong>de</strong>rando-se tal fato,<br />

bem como o reduzido número <strong>de</strong> pesquisas sobre o processo <strong>de</strong><br />

<strong>aqui</strong>sição da Morfologia, realizou-se um estudo sobre o emprego do<br />

morfema <strong>de</strong> plural -s e <strong>de</strong> três <strong>de</strong> seus alomorfes (-es, -is, -ões), com<br />

cinco crianças falantes nativas <strong>de</strong> Português Brasileiro (PB), com ida<strong>de</strong><br />

entre 3:0 e 7:3 (anos: meses). Para a constituição do corpus da<br />

investigação, formulou-se instrumento com o uso <strong>de</strong> imagens <strong>de</strong> objetos<br />

conhecidos por crianças, apresentadas em tela <strong>de</strong> computador, opondo<br />

número singular e plural. Os dados do presente estudo apontaram,<br />

<strong>de</strong>ntre os resultados, uma hierarquia no emprego dos alomorfes <strong>de</strong><br />

plural <strong>aqui</strong> analisados, reiterando ser a emergência <strong>de</strong> alomorfias<br />

subsequente à forma não marcada -s. A frequência dos morfemas na<br />

língua e a complexida<strong>de</strong> fonológica que implica seu emprego são<br />

fatores que parecem condicionar o uso das marcas <strong>de</strong> plural durante o<br />

processo <strong>de</strong> <strong>aqui</strong>sição da linguagem por crianças brasileiras. Os<br />

resultados da pesquisa foram analisados com o suporte teórico da<br />

Fonologia Lexical.<br />

A AQUISIÇÃO DOS DITONGOS [AJ] E [EJ] NA ESCRITA DE<br />

ALUNOS DE SÃO JOSÉ DO NORTE/RS<br />

Veronica Santos Do Amaral<br />

Giovana Ferreira Gonçalves<br />

Palavras-chave: <strong>aqui</strong>sição da escrita, ditongos <strong>de</strong>crescentes, fonologia.<br />

Os ditongos [aj] e [ej] po<strong>de</strong>m ser vistos como resultantes da inserção <strong>de</strong><br />

um gli<strong>de</strong> à forma subjacente (BISOL, 1989) ou, ainda, como a<br />

sequência <strong>de</strong> dois elementos vocálicos que po<strong>de</strong>m sofrer um processo<br />

<strong>de</strong> apagamento (CABREIRA, 1996). Conforme Adamoli (2006), em<br />

estudo sobre a <strong>aqui</strong>sição gráfica dos ditongos [aj], [ej] e [ow], esses<br />

constituintes apresentam apenas uma vogal na subjacência. O presente<br />

157


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

trabalho tem por objetivo investigar o processo <strong>de</strong> <strong>aqui</strong>sição da escrita<br />

dos ditongos orais [aj] e [ej] na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São José do Norte/RS. Além<br />

disso, preten<strong>de</strong>-se pesquisar a possível relação entre a língua falada e a<br />

língua escrita nesse processo. Os alunos pertencem a turmas <strong>de</strong> 1ª, 2ª, 3ª<br />

e 6ª série <strong>de</strong> duas escolas públicas, sendo uma da zona urbana e a outra<br />

da zona rural. Foram elaborados três instrumentos para a coleta <strong>de</strong><br />

dados, um para a coleta oral e dois para a coleta escrita. O instrumento<br />

referente à coleta oral continha 62 figuras, apresentadas a cada aluno,<br />

por meio <strong>de</strong> um computador, para que fossem produzidas frases com<br />

cada uma das palavras. As gravações ocorreram com a utilização <strong>de</strong> um<br />

gravador digital, mo<strong>de</strong>lo Zoom H4N, nas <strong>de</strong>pendências das escolas.<br />

Quanto aos instrumentos da coleta escrita, o primeiro continha as<br />

imagens das figuras mostradas na coleta oral, para que os alunos<br />

escrevessem palavras <strong>de</strong> forma a nomear as figuras apresentadas. O<br />

segundo instrumento apresentava frases com espaços em branco, para<br />

que, então, fosse completado o sentido <strong>de</strong> cada uma. As palavras<br />

apresentadas na coleta escrita foram, portanto, as mesmas trabalhadas<br />

na oralida<strong>de</strong>. Os resultados apontam para a existência <strong>de</strong> apenas uma<br />

vogal na representação subjacente dos aprendizes, <strong>de</strong>vido às inúmeras<br />

reduções constatadas nas coletas oral e escrita.<br />

O FENÔMENO DO TRUNCAMENTO PROSÓDICO: DADOS<br />

DA DIACRONIA, SINCRONIA E AQUISIÇÃO<br />

Viviane Peres De Jesus Lino<br />

Richele De Oliveira Pires<br />

Palavras-chave: truncamento; Fonologia Métrica; <strong>aqui</strong>sição, sincronia e<br />

diacronia; interface fonologia/morfologia.<br />

Na linha <strong>de</strong> estudos que estabelecem relação entre unida<strong>de</strong>s prosódicas<br />

e melódicas da língua, o presente trabalho focaliza o fenômeno do<br />

truncamento, o qual implica o apagamento <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s do sistema<br />

linguístico (segmentos e sílabas, por exemplo), presente no<br />

funcionamento do Português do Brasil (PB), tanto em seu percurso<br />

histórico, como em seu comportamento sincrônico. Em se tratando da<br />

diacronia do PB, os estudos apontam o truncamento como processo<br />

frequente, tanto em se examinando sílabas (Latim > Português: pe<strong>de</strong> ><br />

pé), como segmentos (corona > coroa), sendo o acento tônico fator que<br />

influencia sua ocorrência: a atonicida<strong>de</strong> mostra-se o contexto favorável<br />

para a aplicação do processo. Consi<strong>de</strong>rando-se tal realida<strong>de</strong>, propôs-se<br />

pesquisa, cujo objeto foi a verificação do comportamento do processo<br />

158


Resumo dos Trabalhos<br />

<strong>de</strong> truncamento na sincronia do PB, bem como na <strong>aqui</strong>sição da<br />

fonologia por crianças falantes nativas da língua, estabelecendo-se<br />

comparações com o funcionamento do sistema em sua evolução<br />

histórica. Para o estudo do truncamento como fenômeno sincrônico na<br />

fala <strong>de</strong> adultos, tomaram-se dados já registrados na literatura sobre a<br />

fonologia do PB, bem como se aplicou instrumento, com palavras<br />

inventadas, a 10 falantes nativos; para a investigação do truncamento no<br />

processo <strong>de</strong> <strong>aqui</strong>sição fonológica, analisou-se os corpora <strong>de</strong> 10 crianças,<br />

do banco <strong>de</strong> dados AQUIFONO (UCPEL); os dados da diacronia da<br />

língua foram tomados <strong>de</strong> gramáticas históricas. A análise dos resultados<br />

mostrou a prevalente motivação prosódica para a ocorrência do<br />

truncamento em todos os corpora examinados. Pelo relevante papel que,<br />

nesse processo, <strong>de</strong>sempenha o acento, os dados foram analisados à luz<br />

da Fonologia Métrica (HALLE & VEGNAUD, 1987; HAYES, 1991).<br />

159


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

160


LINHA TEMÁTICA: ENSINO E NOVOS PERFIS DOS<br />

PROFESSORES: PROPOSTAS<br />

LEITURA E FORMAÇÃO DOCENTE<br />

Adriana Kemp<br />

Palavras-chave: Formação <strong>de</strong> Professores, Leitura, Subjetivação.<br />

Esta pesquisa investiga a leitura na formação <strong>de</strong> professores,<br />

discutindo-a do ponto <strong>de</strong> vista da subjetivação <strong>de</strong>sses sujeitos.<br />

Problematiza o que é ser professor, a partir <strong>de</strong> noções da legislação<br />

brasileira, do <strong>de</strong>poimento <strong>de</strong> professoras egressas <strong>de</strong> um curso normal<br />

<strong>de</strong> nível médio e pós-médio existente em Ijuí-RS e <strong>de</strong> Paulo Freire<br />

(1996). A formação docente como formação da subjetivida<strong>de</strong> sustentase<br />

em Tardif (2002), Bakhtin (1981) Foucault (1972, 1995 e 2004) e<br />

Larrosa (1994), trazendo também contribuições teóricas <strong>de</strong> Bréal (1992)<br />

e Benveniste (1995). A formação docente assim entendida aponta para a<br />

linguagem como condição <strong>de</strong> possibilida<strong>de</strong> do humano e para o diálogo<br />

como fundante da educação e da própria subjetivida<strong>de</strong>, perpassado<br />

também por relações <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r. A leitura, tal como é promovida na<br />

maioria das escolas, funciona como uma técnica <strong>de</strong> disciplinamento, <strong>de</strong><br />

“formatação” <strong>de</strong> sujeitos. No entanto, esta pesquisa aponta para a<br />

leitura como campo <strong>de</strong> possibilida<strong>de</strong> para o exercício intersubjetivo,<br />

como experiência, encontro entre dois horizontes alargados. Instiga-se a<br />

pensar outro lugar para a leitura na formação <strong>de</strong> professores: um lugar<br />

central e, ao mesmo tempo, <strong>de</strong> abertura; como prática que não se<br />

restringe à dimensão epistemológica como fonte <strong>de</strong> informações ou<br />

conhecimentos. A perspectiva apontada é a <strong>de</strong> conceber a leitura como<br />

espaço-tempo <strong>de</strong> construção contínua da subjetivida<strong>de</strong> dos sujeitosleitores-professores,<br />

potencializadora do <strong>de</strong>senvolvimento integrado das<br />

dimensões epistemológica, social e pessoal, concebidas como fundantes<br />

da docência, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um contexto sócio-histórico e cultural amplo e<br />

complexo.<br />

APRENDER E ENSINAR: OS DESAFIOS DA FORMAÇÃO DE<br />

PROFESSORES<br />

Adriane Teresinha Sartori<br />

O projeto “Professor universitário e <strong>de</strong> educação básica, aluno <strong>de</strong><br />

graduação e <strong>de</strong> escola: um encontro necessário”, coor<strong>de</strong>nado pela<br />

FaLe/UFMG, é uma tentativa <strong>de</strong> construir alternativas para a formação<br />

161


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

inicial e continuada <strong>de</strong> professores, exigência colocada às instituições<br />

<strong>de</strong> ensino superior que têm clareza da necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> estreitamento das<br />

relações universida<strong>de</strong> e escola, visando contribuir para a melhoria da<br />

qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ensino da educação básica e também da educação<br />

superior. Ancorado em pressupostos enunciativos <strong>de</strong> linguagem<br />

(BAKHTIN, 1986, 2003), vistos através <strong>de</strong> perspectiva transdisciplinar<br />

da Linguística Aplicada, e em abordagens metodológicas qualitativointerpretativistas,<br />

este trabalho apresenta dados <strong>de</strong> diários <strong>de</strong> campo<br />

produzidos durante os encontros realizados entre um professor<br />

universitário, um docente <strong>de</strong> língua portuguesa <strong>de</strong> ensino médio,<br />

estudantes <strong>de</strong> graduação em Letras e alunos <strong>de</strong> ensino médio, estes<br />

últimos representados por seus textos e trabalhos feitos em sala <strong>de</strong> aula.<br />

Tendo uma escola pública <strong>de</strong> Belo Horizonte como locus, os eixos <strong>de</strong><br />

leitura e escrita são privilegiados nas discussões realizadas nesses<br />

encontros, procurando, a partir do diagnóstico das principais<br />

dificulda<strong>de</strong>s dos estudantes, elaborar ativida<strong>de</strong>s para superá-las. A<br />

análise <strong>de</strong>sses diários parece revelar que a formação profissional (inicial<br />

e continuada) enfrenta inúmeros <strong>de</strong>safios, quando confrontados os<br />

saberes produzidos na universida<strong>de</strong> e os produzidos na escola, exigindo<br />

a construção não só <strong>de</strong> novos conhecimentos, mas também <strong>de</strong> novos<br />

olhares sobre o que seja ensinar e o que seja apren<strong>de</strong>r.<br />

O QUE AS FIGURAS DE AÇÃO REVELAM SOBRE O AGIR<br />

DOCENTE<br />

Alessandra Preussler De Almeida<br />

Esta é uma análise parcial da pesquisa a respeito da atuação docente no<br />

ensino fundamental <strong>de</strong> escolas públicas <strong>de</strong> uma cida<strong>de</strong> do Vale do Rio<br />

dos Sinos, RS, que faz parte <strong>de</strong> um projeto bem mais amplo <strong>de</strong><br />

formação continuada e cooperativa para professores <strong>de</strong> língua materna.<br />

A partir do suporte teórico-metodológico do Interacionismo<br />

Sociodiscursivo, que trata <strong>de</strong> questões pertinentes ao agir em situação<br />

<strong>de</strong> trabalho, enten<strong>de</strong>mos que o trabalho <strong>de</strong> ensinar requer a<br />

incorporação, por parte dos professores, dos atributos, do preparo e do<br />

esforço necessários para que eles sejam atores no contexto escolar. O<br />

termo ator (Bronckart, 2008) expressa aquele que possui capacida<strong>de</strong>s,<br />

motivos e intenções, enquanto o termo agente se refere àquele que é<br />

<strong>de</strong>sprovido <strong>de</strong> tais requisitos. Neste estudo, abordamos a terceira<br />

dimensão do plano geral <strong>de</strong> pesquisa bronckartiano, o trabalho<br />

representado pelos actantes, que é a avaliação do trabalho feita pelos<br />

162


Resumo dos Trabalhos<br />

próprios profissionais, através <strong>de</strong> uma entrevista respondida antes e<br />

após a aplicação do projeto pedagógico nas suas salas <strong>de</strong> aula. A<br />

entrevista aborda temas como concepção <strong>de</strong> língua e <strong>de</strong> ensino <strong>de</strong><br />

língua materna, currículo escolar, metodologia <strong>de</strong> ensino, avaliação<br />

discente, entre outras questões pertinentes ao cotidiano da escola. Nos<br />

dados levantados, é possível i<strong>de</strong>ntificar figuras <strong>de</strong> ação interna e figuras<br />

<strong>de</strong> ação externa (Bulea, 2007), as quais revelam peculiarida<strong>de</strong>s a<br />

respeito do agir docente.<br />

PRATICANDO SEMINÁRIOS NO ENSINO MÉDIO: DESAFIOS<br />

E POSSIBILIDADES<br />

Alícia Endres Soares<br />

Palavras-chave: seminário, ensino-médio, oralida<strong>de</strong>.<br />

O gênero seminário não é novo no universo escolar, porém no presente<br />

ano, com a proposta <strong>de</strong> reestruturação do ensino médio do Estado do<br />

Rio Gran<strong>de</strong> do Sul, tal gênero merece ganhar novos olhares bem como<br />

gerar discussões que possam auxiliar o trabalho docente. Compreen<strong>de</strong>se<br />

o seminário não só como um gênero discursivo, mas também sua<br />

produção como prática <strong>de</strong> letramento que mobiliza diversas habilida<strong>de</strong>s.<br />

Conforme Souza (2012, p. 97) o seminário tem a função essencial <strong>de</strong><br />

disseminar os conhecimentos produzidos (...), colocando o estudante<br />

como sujeito da aprendizagem e até do ensino em relação aos colegas.<br />

Esta comunicação tem por objetivo discutir a prática <strong>de</strong> seminários no<br />

contexto do ensino médio tomando como objeto experiências realizadas<br />

ao longo do ano <strong>de</strong> 2012 na E.E.E.M. Dr. Edmar Fetter, <strong>de</strong> Pelotas. O<br />

<strong>de</strong>senrolar das ativida<strong>de</strong>s realizadas apontam <strong>de</strong>safios e possibilida<strong>de</strong>s<br />

no que tange ao trabalho coletivo (grupo <strong>de</strong> estudantes/grupo <strong>de</strong><br />

professores), às práticas <strong>de</strong> oralida<strong>de</strong> e, sobretudo ao trabalho<br />

interdisciplinar.<br />

AS DIRETRIZES ESTADUAIS E O ENSINO DE INGLÊS NO<br />

PARANÁ: DESVENDANDO DIFERENTES PERFIS DE<br />

PROFESSORES<br />

Ana Amélia Calazans Da Rosa<br />

Palavras-chave: metodologia Q; valorações; escola pública.<br />

Discutiremos os resultados <strong>de</strong> uma pesquisa realizada com professores<br />

<strong>de</strong> inglês da re<strong>de</strong> estadual <strong>de</strong> ensino regular do Paraná. Investigamos<br />

163


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

suas percepções acerca das Diretrizes Curriculares Estaduais para o<br />

Ensino <strong>de</strong> Língua Estrangeira Mo<strong>de</strong>rna e também sobre outras<br />

variáveis envolvendo a prática <strong>de</strong> ensino <strong>de</strong> inglês na escola pública.<br />

Adotamos a Metodologia “Q” para coleta, seleção e análise estatística<br />

e fatorial dos dados. Estatisticamente, foram gerados quatro perfis<br />

distintos <strong>de</strong> professores com percepções e valorações que os<br />

diferenciaram e/ou aproximaram. Para a análise qualitativa <strong>de</strong>sses<br />

perfis utilizamos a teoria enunciativa bakhtiniana e confrontamos as<br />

valorações com outros discursos, como as próprias diretrizes. Dentre os<br />

quatro perfis encontrados, constatamos resultados muito distintos: o<br />

perfil 1 é a<strong>de</strong>pto do ensino por meio <strong>de</strong> gêneros textuais; o perfil 2<br />

valoriza o ensino <strong>de</strong> gramática; o perfil 3 elege o texto com principal<br />

objeto <strong>de</strong> ensino, porém, enfatiza a preocupação com o sistema <strong>de</strong><br />

ensino que insiste em avaliações apenas quantitativas e o perfil 4<br />

questiona o lugar e a importância da gramática na sala <strong>de</strong> aula e<br />

também a formação dos professores. Nossa apresentação também<br />

preten<strong>de</strong> discutir outros resultados, como alguns consensos entre os<br />

perfis: a não valorização <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> produção escrita, a rejeição<br />

<strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> tradução e a indiferença quanto a ativida<strong>de</strong>s que<br />

envolvam o uso <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>os.<br />

UM PROCESSO COOPERATIVO DE FORMAÇÃO<br />

CONTINUADA: O ETERNO DESAFIO DA DIDATIZAÇÃO DE<br />

GÊNEROS<br />

Ana Maria De Mattos Guimarães<br />

A didatização do gênero como possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fazer evoluir a leitura e<br />

a produção textual <strong>de</strong> alunos do Ensino Fundamental é uma forma já<br />

bastante provada (cf. SCHNEUWLY e DOLZ, 2004, GUIMARAES,<br />

2006; por exemplo). Entretanto, ainda não faz parte do planejamento<br />

<strong>de</strong> nossas turmas <strong>de</strong> EF. Acompanhando diferentes professores e suas<br />

turmas, observa-se o uso esporádico <strong>de</strong> trabalhos com gêneros, mas<br />

não se vê um currículo proposto a partir <strong>de</strong>sse trabalho. O gran<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>safio <strong>de</strong> nosso grupo <strong>de</strong> pesquisa é atingir essa possibilida<strong>de</strong>. Como<br />

parte <strong>de</strong> projeto que <strong>de</strong>senvolvemos há quase 2 anos, com apoio<br />

CAPES/Programa Observatório da <strong>Educação</strong>, junto à re<strong>de</strong> municipal<br />

<strong>de</strong> Novo Hamburgo, cida<strong>de</strong> gaúcha <strong>de</strong> porte médio, com 257.746<br />

habitantes, planejou-se um processo <strong>de</strong> formação continuada<br />

cooperativa, em que o letramento acadêmico dos formadores interage<br />

com a prática social dos professores e seus alunos, com vistas a<br />

164


Resumo dos Trabalhos<br />

propostas didático-pedagógicas que formem um educador apto ao<br />

manejo crítico do conhecimento, capaz <strong>de</strong> estar à frente dos <strong>de</strong>safios<br />

educacionais do terceiro milênio. O processo está respaldado em uma<br />

concepção interativa <strong>de</strong> linguagem, a partir da qual se introduz a noção<br />

<strong>de</strong> gênero (VOLOSHINOV, 2006, BRONCKART,1999), que serve<br />

como âncora para a co-construção <strong>de</strong> propostas didáticas. O conceito <strong>de</strong><br />

sequência didática (SCHNEUWLY e DOLZ, 2004, 2004) foi ampliado<br />

para colocar a produção <strong>de</strong> leitura lado a lado com a produção textual e<br />

tomá-las como práticas sociais efetivas, centradas em tema gerado em<br />

conjunto por alunos e professor. Essas características constituem o que<br />

estamos chamando <strong>de</strong> projetos didáticos <strong>de</strong> gêneros. A experiência do<br />

primeiro ano <strong>de</strong> trabalho mostrou o acerto da escolha <strong>de</strong>sta noção para<br />

alavancar o ensino <strong>de</strong> Língua Portuguesa.<br />

ENTRE A TEORIA E A PRÁTICA: O QUE (RE)VELA O<br />

DISCURSO DO ESTÁGIO DE PROFESSORES DE LÍNGUAS<br />

EM FORMAÇÃO<br />

Ana Pe<strong>de</strong>rzolli Cavalheiro<br />

O presente trabalho constitui-se em um Projeto Piloto que objetiva<br />

discutir e compreen<strong>de</strong>r alguns aspectos relacionados à formação <strong>de</strong><br />

professores <strong>de</strong> línguas estrangeiras, especificamente sobre o papel que<br />

ocupa – ou <strong>de</strong>veria ocupar – a teoria e a prática neste processo. Para<br />

tanto, por um lado, mapeia e compara, na composição do currículo <strong>de</strong><br />

formação <strong>de</strong> professores <strong>de</strong> um Curso <strong>de</strong> Letras, as disciplinas <strong>de</strong><br />

natureza teórica e prática e as áreas científicas às quais pertencem. Por<br />

outro lado, analisa o discurso dos professores em formação,<br />

materializado em seus relatórios <strong>de</strong> estágios sobre a formação<br />

acadêmica e a experiência vivenciada nas práticas <strong>de</strong> estágio. O que se<br />

(re)vela é a falta e o <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> que a teoria houvesse podido dar conta<br />

da prática. Neste sentido, a primeira experiência do professor – pelo<br />

menos para a maioria – é marcada por uma relativa <strong>de</strong>sconexão ou um<br />

abismo caótico entre a teoria e a prática, possivelmente legitimado por<br />

pré-construídos que as dicotomiza ou pelas forma disciplinada como o<br />

currículo encontra-se organizado. A partir <strong>de</strong>stas questões norteadoras,<br />

o Projeto se propõe a problematizar as funções que cumprem – ou<br />

<strong>de</strong>veriam cumprir – cada disciplina ou área científica na formação do<br />

professor <strong>de</strong> línguas estrangeiras e as relações/conexões que se<br />

esperaria que os professores em formação pu<strong>de</strong>ssem estabelecer entre<br />

elas e sua prática, e entre a teoria e a prática.<br />

165


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

PROFISSIONALIDADE E TRABALHO DOCENTE NA<br />

FORMAÇÃO CONTINUADA COOPERATIVA<br />

An<strong>de</strong>rson Carnin<br />

A presente comunicação visa a discutir a questão da transposição<br />

didática como elemento integrante da formação continuada e do<br />

trabalho docente <strong>de</strong> professores <strong>de</strong> língua materna. Partindo <strong>de</strong> uma<br />

compreensão cooperativa <strong>de</strong> formação continuada, na qual (co)constróise<br />

uma forma <strong>de</strong> trabalho docente como uma ponte entre dois mundos:<br />

o acadêmico e o da práxis, tem-se uma cultura <strong>de</strong> trabalho em que o<br />

professor realmente tem espaço para <strong>de</strong>senvolver sua formação. Nesse<br />

espaço é que o professor encontra um campo fértil para a materialização<br />

das autoprescrições que ele constrói em seu trabalho – ou seja, <strong>de</strong> como<br />

ele vai transformar suas vonta<strong>de</strong>s, seus anseios, em um trabalho que<br />

será didática e interacionalmente concretizado em sala <strong>de</strong> aula. Dizendo<br />

<strong>de</strong> outro modo: a formação continuada, enquanto elemento integrante<br />

do trabalho docente, no que tange ao âmbito das prescrições, do que é<br />

dito ao professor sobre o que <strong>de</strong>ve ser feito, é elemento basilar, na<br />

contemporaneida<strong>de</strong>, do trabalho concretizado do professor. Nesse<br />

trabalho é que a didática e as práticas <strong>de</strong> ensino também merecem um<br />

espaço <strong>de</strong> reflexão e <strong>de</strong> <strong>de</strong>staque. A pesquisa em <strong>de</strong>senvolvimento e<br />

que sustenta este trabalho preten<strong>de</strong> apresentar alguns elementos iniciais<br />

sobre essa realida<strong>de</strong>. A comunicação preten<strong>de</strong> discutir, também, o<br />

alargamento da noção <strong>de</strong> trabalho prescrito, <strong>de</strong> forma a incluir<br />

ativida<strong>de</strong>s em cursos <strong>de</strong> formação continuada que po<strong>de</strong>m ser<br />

internalizadas pelo professor e relacionadas ao <strong>de</strong>senvolvimento da<br />

profissionalida<strong>de</strong> docente.<br />

PROJETO BIBLIOTECA VIVA: DANDO ASAS AOS SONHOS<br />

Angélica Margaret Jardim Alvarez<br />

Fernanda Cavalheiro Granato<br />

Palavras-chave: biblioteca escolar, leitura, projetos.<br />

Este trabalho tem por objetivo apresentar o projeto “Biblioteca Viva”,<br />

pensado <strong>de</strong>ntro do Programa <strong>de</strong> Iniciação à Docência (PIBID), na área<br />

<strong>de</strong> Letras da Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do Pampa (UNIPAMPA), o qual<br />

preten<strong>de</strong> ampliar não só a estrutura física do espaço da biblioteca na<br />

escola estadual Silveira Martins, localizada no município <strong>de</strong> Bagé/RS,<br />

como também incentivar os alunos a ler mais, envolvendo toda a<br />

comunida<strong>de</strong> escolar nesse processo. A proposta surgiu com o intuito<br />

166


Resumo dos Trabalhos<br />

<strong>de</strong> transformar o espaço da biblioteca em um lugar confortável,<br />

aconchegante, atraente, ou seja, um espaço em que os alunos se sintam<br />

à vonta<strong>de</strong> para visitar, <strong>de</strong>ixando <strong>de</strong> ser o local on<strong>de</strong> ficam <strong>de</strong>positados<br />

os livros e outros materiais <strong>de</strong> leitura, mas passando a ter<br />

funcionalida<strong>de</strong> e ampliando inclusive as ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> pesquisa. A i<strong>de</strong>ia<br />

surgiu a partir do diagnóstico resultante <strong>de</strong> um questionário respondido<br />

pelos alunos, no qual se <strong>de</strong>tectou a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> haver melhorias na<br />

biblioteca, lugar on<strong>de</strong> há inúmeras obras sem a <strong>de</strong>vida i<strong>de</strong>ntificação e<br />

catalogação, o que impossibilita o uso. Nesse sentido, com base em<br />

autores como Souza (2004), Fragoso (1996), Faqueti (2002), pensou-se<br />

na dinamização <strong>de</strong>sse espaço escolar o que possibilita a mobilização e<br />

a inserção <strong>de</strong> toda a comunida<strong>de</strong> escolar. A partir da ampliação do<br />

espaço serão <strong>de</strong>senvolvidos microprojetos no espaço da biblioteca com<br />

a participação dos alunos, como “Hora do Conto” (os bolsistas contam<br />

histórias), “Teatro” e a “Cinemoteca” (filmes associados a obras do<br />

acervo).<br />

OFICINAS DE LITERATURA REGIONALISTA NO ENSINO<br />

MÉDIO: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA<br />

Bárbara Vargas Abott<br />

Valesca Brasil Irala (Orientadora)<br />

Este trabalho abordará os resultados e aspectos relevantes <strong>de</strong> uma<br />

“oficina”, oferecida pelo Programa Institucional <strong>de</strong> Bolsa <strong>de</strong> Iniciação à<br />

Docência - PIBID, financiado pela Coor<strong>de</strong>nação <strong>de</strong> Aperfeiçoamento<br />

<strong>de</strong> Pessoal <strong>de</strong> Nível Superior – CAPES, vinculado a Universida<strong>de</strong><br />

Fe<strong>de</strong>ral do Pampa – UNIPAMPA, em uma Escola Estadual do<br />

Município <strong>de</strong> Bagé/RS, em um 1º ano do Ensino Médio, na disciplina<br />

<strong>de</strong> Literatura, a partir da literatura regionalista. A mesma teve duração<br />

<strong>de</strong> 20 horas/aulas. A partir do trabalho da leitura <strong>de</strong> obras literárias<br />

regionalistas, foi possível, além <strong>de</strong> mapear as dificulda<strong>de</strong>s dos alunos<br />

enquanto leitores, também intervir no processo <strong>de</strong> produção escrita. No<br />

entanto, a partir <strong>de</strong>ste estudo, iremos tratar sobre como intervir para<br />

superar as dificulda<strong>de</strong>s que foram aparecendo no <strong>de</strong>correr da oficina em<br />

relação à leitura e produção textual. Além disso, também iremos<br />

discutir como está sendo realizado, atualmente, o trabalho com<br />

produções textuais diante <strong>de</strong> tantas mudanças e novas tecnologias; além<br />

<strong>de</strong> estimular o aluno a interagir com os textos literários regionalistas em<br />

sala <strong>de</strong> aula. O contato dos alunos com as obras literárias se dá a partir<br />

<strong>de</strong> pequenos trechos, os quais são proporcionados, muitas vezes, fora do<br />

167


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

contexto real da obra original. Por isso, esse fato acaba não<br />

incentivando o aluno pelo gosto da leitura <strong>de</strong>sses textos e, somente, ler<br />

os livros que são solicitados pelos professores, como sendo obras <strong>de</strong><br />

leitura obrigatória e, que muitas vezes, os alunos buscam apenas os<br />

resumos para ler. Sabemos que a Literatura é extremamente importante<br />

para a formação dos estudantes, porém a forma como vem sendo<br />

trabalhada nas escolas acaba <strong>de</strong>ixando <strong>de</strong> ser proveitosa para eles, uma<br />

vez que não escolhem suas leituras, lendo somente, como já foi<br />

mencionado, o que é oferecido pelo professor. A Literatura “abre<br />

muitas portas” para o aluno, pois com ela o discente adquire uma<br />

bagagem <strong>de</strong> leitura que possibilita além <strong>de</strong> uma boa produção textual,<br />

uma prática que instiga a formação <strong>de</strong> leitores críticos, reflexivos, que<br />

consigam posicionar-se diante dos mais variados assuntos. Diante da<br />

realida<strong>de</strong> dos alunos da Escola Luís Maria Ferraz- CIEP, esta oficina<br />

proporcionou, por meio <strong>de</strong> inúmeras ativida<strong>de</strong>s, um contato mais<br />

prazeroso com as obras literárias, especialmente com as obras<br />

regionalistas, a partir do momento que os alunos passaram a conhecer<br />

aspectos <strong>de</strong> sua região que, agora, começam a lhes interessar, o que<br />

antes não era nem conhecido por todos, ou alguns nem tinham acesso à<br />

esse acervo.<br />

RELATO ACERCA DOS DESAFIOS DA PROFISSÃO: UM<br />

ESTUDO DE CASO QUE TRANSPASSA BARREIRAS<br />

Camila Quevedo Oppelt<br />

A preocupação que cerca a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>smistificar e dialogar o<br />

relacionamento entre alunos e professores traz a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> refletir<br />

certas particularida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>sta relação. A autoconfiança, motivação e o<br />

interesse dos alunos, bem como as expectativas e atitu<strong>de</strong>s dos<br />

professores estão <strong>de</strong>ntre os mais importantes aspectos <strong>de</strong> uma relação<br />

que po<strong>de</strong> resultar no melhor <strong>de</strong>senvolvimento educacional dos alunos.<br />

Com este objetivo, o presente estudo <strong>de</strong>u-se à luz da Análise Crítica do<br />

Discurso (Fairclough 2005, 1994, 1991) e <strong>de</strong> visões educacionais acerca<br />

das expectativas dos professores (EGYED & Short, 2006; Jussim &<br />

Harber, 2005; Muller, 2001; Hoy, 2000; Muller, Katz & Dance, 1999).<br />

As relações <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r, representações sociais e a responsabilida<strong>de</strong> e o<br />

comprometimento do autor foram alguns dos tópicos analisados. O<br />

corpus foi igualmente submetido à análise do posicionamento do autor<br />

referente a seu papel como professor segundo as teorias educacionais. O<br />

corpus <strong>de</strong>ste estudo <strong>de</strong> caso é composto pelas respostas <strong>de</strong> um<br />

168


Resumo dos Trabalhos<br />

questionário aplicado a uma professora do ensino médio <strong>de</strong> uma escola<br />

<strong>de</strong> periferia da Califórnia/EUA. O questionário foi elaborado para<br />

esclarecer, principalmente, as expectativas dos professores em relação<br />

aos seus alunos. As respostas da professora apontam sua vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

engajar em um bom relacionamento com os alunos e a importância <strong>de</strong><br />

prestar maior atenção àqueles que apresentam problemas acadêmicos<br />

e/ou pessoais, conforme esperado. Entretanto, houve ocorrências<br />

inesperadas: atitu<strong>de</strong> predominantemente dominante sobre a solução <strong>de</strong><br />

problemas; heterogeneida<strong>de</strong> na divisão <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong>s; constante<br />

menção ao respeito próprio, professor-aluno e entre os alunos; e citação<br />

explícita sobre a luta <strong>de</strong> po<strong>de</strong>res em sala <strong>de</strong> aula.<br />

PROFISSIONAIS DA ACADEMIA VERSUS PROFISSIONAIS<br />

DE MERCADO: ASSIMETRIA INTERNA AOS SISTEMAS<br />

ALOPOIÉTICOS NA ÁREA DE LETRAS<br />

Carla Callegaro Corrêa Ka<strong>de</strong>r<br />

Marcos Gustavo Richter<br />

Palavras-chave: Teoria Holística da Ativida<strong>de</strong> (THA); Educador<br />

linguístico; Análise do discurso (AD).<br />

Este trabalho tem por objetivo analisar discursivamente dois corpora,<br />

formados por teses e dissertações, trabalhos finais <strong>de</strong> graduação e<br />

monografias lato sensu da Área <strong>de</strong> Letras, observando a assimetria<br />

interna ao sistema alopoiético ao qual pertencem. Trazemos para a<br />

discussão, a partir <strong>de</strong> tais consi<strong>de</strong>rações, o conceito <strong>de</strong> trabalho<br />

parametrizado, <strong>de</strong>nominado por Aguirre et al (2000) <strong>de</strong> enquadramento,<br />

utilizado também pela Teoria Holística da Ativida<strong>de</strong> (THA), nas<br />

práticas constitutivas <strong>de</strong> um sistema social auto-organizado. Para tanto,<br />

aplicamos os recursos computacionais do programa WordSmith Tools<br />

6.0 para seleção das Keywords, Wordlist e Concord Lines, a fim <strong>de</strong><br />

darmos início a análise do discurso (AD). Como resultado, observamos<br />

que os profissionais <strong>de</strong> mercado se horizontalizam em divisões <strong>de</strong><br />

trabalho e/ou subsistemas que se integram, remetendo a um conjunto<br />

básico <strong>de</strong> obrigações, que <strong>de</strong>notam sua aparência opaca <strong>de</strong>vido à<br />

interferência do entorno, reforçando a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> emancipação<br />

jurídica e constituição <strong>de</strong> um discurso mais endógeno.<br />

169


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

ESCRILEITURAS E FORMAÇÃO DOCENTE: TRAVESSIAS<br />

DE UM MODO DE “LER-ESCREVER” EM MEIO À VIDA<br />

Carla Gonçalves Rodrigues<br />

Josimara Silva Wikboldt<br />

Palavras-chave: Linguagens, escrileituras, formação docente.<br />

Em concordância com o INEP acerca da necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> elevação <strong>de</strong> seu<br />

Índice <strong>de</strong> Desenvolvimento da <strong>Educação</strong> Básica, a pesquisa cartográfica<br />

<strong>de</strong>nominada Escrileituras: um modo <strong>de</strong> “ler-escrever” em meio à vida<br />

traz como principal meta a criação <strong>de</strong> propostas <strong>de</strong> intervenção<br />

empenhadas na alfabetização por meio da articulação <strong>de</strong> variadas<br />

linguagens. Agenciando conceitos filosóficos e expressões estéticas, são<br />

oferecidos Ateliês <strong>de</strong> escrileituras em quatro universida<strong>de</strong>s brasileiras:<br />

UFRGS, <strong>UFPel</strong>, UFMT e Unioeste. O trabalho visa, preferencialmente,<br />

aten<strong>de</strong>r docentes em formação inicial e/ou continuada, adotando como<br />

suporte teórico i<strong>de</strong>ias da filosofia <strong>de</strong> Gilles Deleuze e estudos literários<br />

<strong>de</strong> Roland Barthes. Opera, assim, com leituras férteis e escrituras<br />

inspiradoras, agitadoras <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ias e impulsionadoras <strong>de</strong><br />

experimentações na escrita. Aposta na força <strong>de</strong> fazer variar o uso <strong>de</strong><br />

uma língua tida no seu caráter significante em que diferenças são<br />

liberadas no pensamento no que tange às subjetivida<strong>de</strong>s professorais<br />

em composições, amparadas pelas visões e audições inventadas a partir<br />

do vivido no ato <strong>de</strong> ler e escrever. Para tal, cabe a cada professor<br />

escrileitor <strong>de</strong>senvolver uma postura <strong>de</strong> catador, um estado <strong>de</strong> manter-se<br />

à espreita d<strong>aqui</strong>lo que lhe põe a pensar, dos signos emitidos por uma<br />

exteriorida<strong>de</strong> passando a escrileiturar formas <strong>de</strong> uma vida em meio à<br />

Arte, à Literatura e à Filosofia.<br />

O PROFESSOR REFLEXIVO E O PROCESSO DE INOVAÇÃO:<br />

APROXIMAÇÕES DO ALUNO DE ENSINO TÉCNICO E A<br />

PESQUISA<br />

Carolina Mendonça Fernan<strong>de</strong>s De Barros<br />

É preciso apreen<strong>de</strong>r com rapi<strong>de</strong>z, em um mundo frenético, on<strong>de</strong> o<br />

ensino necessita <strong>de</strong> múltiplos contextos. Roubemos então, parte <strong>de</strong> uma<br />

conversa <strong>de</strong>leuziana, on<strong>de</strong> apren<strong>de</strong>r é pensar, e o professor reflexivo<br />

procura <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ar, arrolar e romper o pensamento. À ruptura feita<br />

pela inovação em sala <strong>de</strong> aula, só restava, Cartografar. Era que se podia<br />

esperar, o paradigma tradicional <strong>aqui</strong> rompe... Necessitando novas<br />

conexões para seguir. Nos dias atuais, metodologias inovadoras se<br />

170


Resumo dos Trabalhos<br />

fazem necessárias para a formação docente, com vivências da<br />

contemporaneida<strong>de</strong>. Essa pesquisa parte da narração <strong>de</strong> uma nova<br />

prática ocorrida em uma disciplina do Curso <strong>de</strong> Edificações do Instituto<br />

Fe<strong>de</strong>ral Sul-Riogran<strong>de</strong>nse. A inovação presente na disciplina<br />

<strong>de</strong>monstra que o interesse dos alunos é proporcional a curiosida<strong>de</strong> que a<br />

disciplina, ou as ativida<strong>de</strong>s po<strong>de</strong>m propiciar. Um saber <strong>de</strong>svinculado<br />

como apenas ir para o laboratório <strong>de</strong> materiais <strong>de</strong> construção para<br />

realizar análises hipotéticas é <strong>de</strong>vastado pela vonta<strong>de</strong> maior dos alunos<br />

em analisar um produto que eles mesmos criaram. Tal processo é a<br />

busca por metodologias que avancem junto a contemporaneida<strong>de</strong><br />

quebrando paradigmas. Professores buscam aproximar-se e propiciar o<br />

“contagio”. O semestre é repartido e o rompimento do tradicional (aula<br />

expositiva, provas, etc...) realiza- se ao prover uma aula mais interativa<br />

e não linear, on<strong>de</strong> os alunos são provocados a produzir junto ao<br />

conteúdo, na forma <strong>de</strong> um texto científico. Com isso os alunos tem a<br />

possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> começar a iniciação científica e perdurar nela durante<br />

o semestre inteiro. O projeto segue para o laboratório no momento em<br />

que os alunos testam o produto que eles propuseram-se a criar. O<br />

resultado é um pôster, simulando a exposição em um congresso.<br />

AULA DE LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS:<br />

BUSCANDO A INTERDISCIPLINARIDADE NO GRUPO DE<br />

ESTUDOS PAIDÉIA EM RIO GRANDE<br />

Cecília De Souza Borba<br />

Palavras chave: interdisciplinarida<strong>de</strong>, ensino, língua portuguesa<br />

O Grupo <strong>de</strong> Estudos Paidéia situado na ala acadêmica do Hospital<br />

Universitário <strong>de</strong> Rio Gran<strong>de</strong> é um dos oito cursos <strong>de</strong> apoio educacional,<br />

que faz parte do Programa <strong>de</strong> Auxilio ao Ingresso nos Ensinos Técnico<br />

e Superior (PAIETS), criado em 2007 através da Pró - Reitoria <strong>de</strong><br />

Extensão e Cultura (PROEXC), da Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do Rio<br />

Gran<strong>de</strong>( FURG). O Paidéia, assim, como os outros seis cursos<br />

preparatórios <strong>de</strong>senvolvidos nos bairros da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Rio Gran<strong>de</strong> e um<br />

na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São José do Norte, conta com a colaboração <strong>de</strong><br />

graduandos, pós-graduandos e graduados da FURG, os quais ministram<br />

as aulas nas diversas áreas do conhecimento, com o objetivo <strong>de</strong><br />

propiciar as pessoas que querem ingressar nos Ensino Técnico e<br />

Superior a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> estudo gratuito e <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>. Em<br />

<strong>de</strong>corrência da inserção do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM)<br />

como sistema avaliativo para o acesso à Universida<strong>de</strong>, este ano foi dado<br />

171


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

início a uma experiência inovadora no Paidéia, as aulas<br />

interdisciplinares, que acontecem uma vez por mês para cada área do<br />

conhecimento. Neste trabalho daremos ênfase, então, ao relato <strong>de</strong><br />

experiências interdisciplinares na área <strong>de</strong> Linguagens, códigos e suas<br />

tecnologias, ou seja, para as disciplinas <strong>de</strong> língua portuguesa, língua<br />

estrangeira e literatura, em que foram <strong>de</strong>senvolvidas ativida<strong>de</strong>s<br />

integradoras em sala <strong>de</strong> aula, propiciando aos alunos um aprendizado<br />

mais a<strong>de</strong>quado ao que é exigido atualmente para o ingresso aos<br />

Ensinos Técnico e Superior.<br />

O ENSINO E APRENDIZAGEM DA ESCRITA NA FORMAÇÃO<br />

DE PROFESSORES<br />

Clarice Vaz Peres Alves<br />

Marion Rodrigues Dariz<br />

Palavras-chave: escrita contexto acadêmico, processos<br />

interpsicológicos, formação <strong>de</strong> professores<br />

Acreditamos que a formação <strong>de</strong> escritores competentes apresenta-se<br />

como um dos maiores <strong>de</strong>safios aos educadores. Dessa forma, este<br />

trabalho, baseado nas i<strong>de</strong>ias <strong>de</strong> Vygotski e <strong>de</strong> Bakhtin, se propõe a<br />

discutir a influência dos processos interpsicológicos no<br />

<strong>de</strong>senvolvimento da consciência e do controle sobre a escrita nos cursos<br />

<strong>de</strong> formação <strong>de</strong> professores. Defen<strong>de</strong>mos que a tomada <strong>de</strong> consciência e<br />

a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> controle acerca da escrita po<strong>de</strong>m ser maximizadas por<br />

meio <strong>de</strong> práticas coletivas, mediadas pela linguagem e pelos processos<br />

interpsicológicos. Enten<strong>de</strong>mos que os processos interpsicológicos<br />

contribuem significativamente com a qualificação <strong>de</strong> um texto, já que<br />

este, como afirma Koch & Elias (2010, p.13) “é um evento<br />

sociocomunicativo que ganha existência <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um processo<br />

interacional. Todo o texto é resultado <strong>de</strong> uma coprodução entre<br />

interlocutores [...].” Para Vygotski (2000), é por meio <strong>de</strong> um<br />

movimento dialético do social para o individual que o indivíduo se<br />

constitui, internalizando conhecimentos, papéis e funções sociais,<br />

formando a própria consciência. Bakhtin também afirma que (2006), a<br />

consciência só se constrói por meio do processo <strong>de</strong> interação social.<br />

Afirmamos que o ensino da escrita no contexto acadêmico precisa ser<br />

repensado. Compartilhamos com Faraco (2009) quando argumenta que<br />

precisamos fazer as pazes com a escrita, precisamos apren<strong>de</strong>r a escrever<br />

e precisamos apren<strong>de</strong>r a ensinar a escrever.<br />

172


Resumo dos Trabalhos<br />

ARTIGO DE OPINIÃO NA SALA DE AULA DE LÍNGUA<br />

PORTUGUESA<br />

Daiane Araujo Marinho<br />

Palavras-chave: artigo <strong>de</strong> opinião; sequência didática; prática docente<br />

Pensando o ensino <strong>de</strong> língua portuguesa em uma perspectiva<br />

enunciativa como nos orientam os Parâmetros Curriculares Nacionais -<br />

PCN’s (1998) e percebendo a tendência crescente <strong>de</strong> encontrarmos na<br />

mídia notícias sobre temas polêmicos, os quais exigem do leitor um<br />

posicionamento crítico; os alunos do curso <strong>de</strong> Letras da Universida<strong>de</strong><br />

Fe<strong>de</strong>ral do Pampa/Jaguarão, na disciplina <strong>de</strong> Linguística Aplicada ao<br />

Ensino do Português, apostaram em uma prática <strong>de</strong> intervenção<br />

pedagógica em escolas da re<strong>de</strong> da cida<strong>de</strong>. Esta intervenção teve por<br />

propósito aplicar a proposta das Sequências Didáticas (SDs)<br />

apresentadas pelo grupo <strong>de</strong> Genebra, a partir também, dos fundamentos<br />

da teoria dos gêneros em Bakhtin. Consi<strong>de</strong>rando que o artigo <strong>de</strong><br />

opinião é um gênero que circula cada vez mais na socieda<strong>de</strong> atual e<br />

que tem a função social <strong>de</strong> persuadir, formar ou até mesmo mudar a<br />

opinião dos leitores, enten<strong>de</strong>u-se interessante propor um trabalho em<br />

que os alunos <strong>de</strong>senvolvessem uma visão crítica do gênero artigo <strong>de</strong><br />

opinião, reconhecendo suas características, explorando-as, seguindo as<br />

orientações das SDs. A intervenção foi aplicada em uma turma <strong>de</strong> 4°<br />

etapa da <strong>Educação</strong> <strong>de</strong> Jovens e Adultos (EJA) em uma escola da cida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> Jaguarão e o presente trabalho preten<strong>de</strong> relatar tal prática docente,<br />

refletindo como se <strong>de</strong>u o processo pedagógico assim como discutir o<br />

significado <strong>de</strong>sta ativida<strong>de</strong> na nossa formação, enquanto futuros<br />

professores <strong>de</strong> língua portuguesa.<br />

LEITURA NA TELA E ENSINO DE LEITURA<br />

Delaine Cafiero<br />

Carla Viana Coscarelli<br />

Participar, pois, do ‘admirável mundo digital’, sem abrir mão da<br />

experiência da leitura, sobretudo a que estimula a imaginação e<br />

inaugura novos caminhos para a fantasia, talvez seja o melhor que se<br />

po<strong>de</strong> fazer, para quem atua no âmbito da educação”. Este é o último<br />

parágrafo do texto A tela e o jogo: on<strong>de</strong> está o livro, <strong>de</strong> Regina<br />

Zilberman, publicado em Livros & telas (org. MARTINS,<br />

MACHADO, PAULINO, BELMIRO, 2011), que provoca, nesta<br />

pesquisa, uma reflexão sobre como tem se concretizado o ensino <strong>de</strong><br />

173


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

leitura nesses tempos em que ler na tela é uma das habilida<strong>de</strong>s cada vez<br />

mais exigida. O professor se vê hoje confrontado com os diferentes<br />

aparatos tecnológicos que inva<strong>de</strong>m a sala <strong>de</strong> aula na mochila dos<br />

alunos. É muito comum observar como esses usam a todo tempo seus<br />

celulares, numa troca frenética <strong>de</strong> mensagens com os amigos. Além dos<br />

mo<strong>de</strong>rnos telefones, netbooks, e-books, tablets e tantos outros<br />

dispositivos digitais concorrem para distrair a atenção dos alunos<br />

<strong>de</strong>ntro e fora da escola. Até que ponto os professores estão preparados<br />

para lidar com esses novos suportes, fazendo <strong>de</strong>les po<strong>de</strong>rosos aliados<br />

no processo <strong>de</strong> formação do leitor?A experiência com a tela não<br />

po<strong>de</strong>ria ser utilizada para estimular a leitura? Nesta pesquisa, ainda em<br />

andamento, investigamos a relação que o professor tem com o mundo<br />

digital e como tem utilizado a tela em suas aulas. Interessa-nos<br />

observar, <strong>de</strong>screver e analisar práticas em diferentes suportes digitais<br />

que po<strong>de</strong>m aproximar crianças e adolescentes do universo da leitura.<br />

Usamos como metodologia a análise <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s postadas no Portal<br />

do Professor que lidam com gêneros e ambientes digitais, a fim <strong>de</strong><br />

verificar que concepções <strong>de</strong> língua e aprendizagem fundamentam essas<br />

propostas.<br />

NOVOS DESAFIOS PARA O ENSINO DE PORTUGUÊS: A<br />

POSSIBILIDADE DO LÚDICO EM SALA DE AULA<br />

Dieniffer De Souza Silva<br />

Palavras-chave: Metodologias <strong>de</strong> ensino. <strong>Educação</strong> Lúdica. Ensino <strong>de</strong><br />

Português.<br />

No Brasil, a educação básica está garantida para todas as crianças e<br />

adolescentes no plano da lei, que reafirma o compromisso do Estado, da<br />

escola e da família em efetivar este direito. Conforme Macedo (2000),<br />

trata-se <strong>de</strong> uma conquista social e política muito importante, pois<br />

retirou da marginalida<strong>de</strong> e da exclusão aqueles que, antes <strong>de</strong> a lei<br />

existir, não tinham acesso ao ensino fundamental. Para o autor, o<br />

próximo <strong>de</strong>safio da educação no Brasil é a promoção <strong>de</strong> uma educação<br />

<strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>, que <strong>de</strong>senvolva as competências e habilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> forma<br />

significativa e duradoura. Porém, evi<strong>de</strong>ncia-se que, na atualida<strong>de</strong>, a<br />

maioria das escolas está distante <strong>de</strong> cumprir esse <strong>de</strong>safio, pois, possui<br />

uma metodologia tradicional, na qual o professor impõe saberes; o<br />

aluno recepta e os repete. A escola não se caracteriza por ser um<br />

ambiente <strong>de</strong> alegria e prazer intelectual, no qual o aluno é motivado a<br />

ser protagonista da construção do seu saber e a ter uma prática coletiva.<br />

174


Resumo dos Trabalhos<br />

Trabalhar para que uma mudança se efetive e transforme essa realida<strong>de</strong><br />

significa fazer da sala <strong>de</strong> aula um espaço com metodologia<br />

diferenciada, on<strong>de</strong> os alunos são estimulados em suas competências,<br />

para que participem <strong>de</strong> forma espontânea e com prazer do processo <strong>de</strong><br />

aprendizagem. Nesse contexto, aponta-se a educação lúdica como uma<br />

aliada para o cumprimento <strong>de</strong>sse <strong>de</strong>safio. Com uma proposta inovadora,<br />

ela traz consigo uma profunda teoria e uma prática atuante, capaz <strong>de</strong><br />

transformar a sala <strong>de</strong> aula em um espaço privilegiado <strong>de</strong> estudo,<br />

brinca<strong>de</strong>ira, lazer, trabalho, convívio e troca com o outro. Sabemos que<br />

há uma barreira cultural a ser superada &#8722; existe uma<br />

metodologia comumente aplicada, inserida no cotidiano escolar <strong>de</strong> tal<br />

forma que tanto o aluno quanto o docente estão habituados com o modo<br />

que ela acontece e, o uso do ca<strong>de</strong>rno, do quadro negro, livros e recursos<br />

tradicionais fazem o aluno crer que a aula efetivamente aconteceu,<br />

quando, na verda<strong>de</strong>, o uso <strong>de</strong>sses recursos não significa que o<br />

aprendizado se tenha concretizado; e a conformida<strong>de</strong> com a<br />

metodologia tradicional não proclama que ela seja suficiente para suprir<br />

as necessida<strong>de</strong>s da atual socieda<strong>de</strong>. Tendo em vista este panorama da<br />

educação atual, preten<strong>de</strong>mos reexaminar o conceito <strong>de</strong> educação lúdica,<br />

apontando meios para colocá-la em uso na sala <strong>de</strong> aula, especialmente,<br />

na disciplina <strong>de</strong> português.<br />

ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA, LIVRO DIDÁTICO E<br />

GÊNEROS DO DISCURSO<br />

Dulce Tagliani<br />

Neste trabalho discutimos questões relacionadas ao uso do livro<br />

didático <strong>de</strong> íngua portuguesa e, em certa medida, procuramos relacionar<br />

ensino <strong>de</strong> língua portuguesa, livro didático e gêneros do discurso, no<br />

sentido <strong>de</strong> impulsionar as discussões que preten<strong>de</strong>m refletir a<br />

problemática do ensino e suas implicações na sala <strong>de</strong> aula. Num<br />

primeiro momento, apresentamos algumas consi<strong>de</strong>rações sobre gêneros<br />

do discurso, na perspectiva bakhtiniana. Na sequência, estabelecemos<br />

uma relação entre livro didático e gênero do discurso e, por fim,<br />

lançamos algumas consi<strong>de</strong>rações que recuperam a questão do ensino <strong>de</strong><br />

língua materna associado aos gêneros e ao livro didático, no sentido <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>stacar a importância <strong>de</strong> um processo <strong>de</strong> ensino-aprendizagem que<br />

esteja voltado para a formação <strong>de</strong> cidadãos atuantes e críticos.<br />

175


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

PIBID E O ENSINO POLITÉCNICO: RELATO DE<br />

EXPERIÊNCIA<br />

Elenyr Cavadas<br />

Karina Giacomelli (Orientadora)<br />

Palavras-chave: ensino/aprendizagem, ensino politécnico, PIBID.<br />

Este trabalho tem por objetivo apresentar um relato <strong>de</strong> experiência<br />

como bolsista no Projeto Institucional <strong>de</strong> Bolsa <strong>de</strong> Iniciação à<br />

Docência – PIBID II Humanida<strong>de</strong>s - Letras, da Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral<br />

<strong>de</strong> Pelotas, na Escola Estadual <strong>de</strong> Ensino Médio Nossa Senhora <strong>de</strong><br />

Lour<strong>de</strong>s. Consi<strong>de</strong>rando que a escola começou este ano a trabalhar com<br />

a metodologia <strong>de</strong> projetos, prevista no novo mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> Ensino Médio,<br />

<strong>de</strong>nominado Ensino Politécnico, foi necessária a atuação dos alunosbolsistas<br />

no auxílio da organização <strong>de</strong>sse trabalho. Assim, junto a uma<br />

turma <strong>de</strong> estudantes do primeiro ano do ensino médio, foi realizado o<br />

trabalho <strong>de</strong> apoio e orientação aos grupos que realizam projetos <strong>de</strong><br />

pesquisa, quanto aos procedimentos e a<strong>de</strong>quações no que se refere ao<br />

<strong>de</strong>senvolvimento da pesquisa, principalmente na busca dos<br />

fundamentos teóricos necessários. Desse modo, procura-se direcionar<br />

os estudantes para os locais em que po<strong>de</strong>riam encontrar materiais<br />

relacionados às suas pesquisas, sendo estes: revistas, livros, artigos e<br />

sites idôneos, como também os auxiliar nas <strong>de</strong>mais dificulda<strong>de</strong>s<br />

encontradas nessa busca, uma vez que o aluno recebe,<br />

tradicionalmente, o conteúdo pronto, seja via livro didático, seja pelo<br />

professor. Salienta-se que cabe ao próprio grupo encontrar, avaliar e<br />

selecionar o material mais a<strong>de</strong>quado para ser utilizado em seu trabalho.<br />

Este relato <strong>de</strong> experiência <strong>de</strong>monstra um dos trabalhos que vêm sendo<br />

realizados pelos pibidianos junto às escolas, evi<strong>de</strong>nciando a dinâmica<br />

que envolve o ambiente escolar, professores e estudantes da re<strong>de</strong><br />

púbica <strong>de</strong> ensino e acadêmicos e professores da <strong>UFPel</strong>, na<br />

implementação <strong>de</strong> um novo mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> ensino/aprendizagem.<br />

ENSINO E APRENDIZAGEM DA LÍNGUA ESPANHOLA<br />

DURANTE A MOBILIDADE ACADÊMICA POR ALUNOS DO<br />

CURSO DE LETRAS/ESPANHOL DA UFSM<br />

Emanuele Bitencourt Neves Camani<br />

Sabe-se que a comunicação e o uso da língua é fundamental na<br />

formação do professor <strong>de</strong> língua estrangeira. Uma das possibilida<strong>de</strong>s<br />

para otimizar essa prática é um estágio por meio <strong>de</strong> um programa <strong>de</strong><br />

176


Resumo dos Trabalhos<br />

mobilida<strong>de</strong>. Este texto objetiva apresentar algumas reflexões sobre a<br />

contribuição dos programas <strong>de</strong> mobilida<strong>de</strong> acadêmica para a formação<br />

<strong>de</strong> professores <strong>de</strong> língua espanhola no curso <strong>de</strong> graduação em Letras da<br />

Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Santa Maria – (UFSM). No âmbito dos<br />

estudos das políticas linguísticas, o ensino <strong>de</strong> uma língua estrangeira<br />

po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>finida como uma política explícita, no momento em que<br />

“um programa <strong>de</strong> difusão se materializaria por ações que introduzissem,<br />

consolidassem e ampliassem sistematicamente o ensino <strong>de</strong> línguas e das<br />

culturas a elas vinculadas” (ALMEIDA FILHO, 1993, p.11). Destacase<br />

o programa <strong>de</strong> intercâmbio da AUGM (Associação <strong>de</strong><br />

Universida<strong>de</strong>s do Grupo Montevidéu) que promove a interação entre<br />

os estudantes e professores das universida<strong>de</strong>s associadas da AUGM.<br />

Por meio <strong>de</strong>sse programa, a formação <strong>de</strong> professores é mobilizada ao<br />

<strong>de</strong>senvolver o ensino e aprendizagem da língua estrangeira durante a<br />

mobilida<strong>de</strong> educacional e acadêmica através da integração entre<br />

universida<strong>de</strong>s do Brasil, Uruguai, Argentina e Paraguai. Ressalta-se a<br />

aplicação da Política Linguística segundo os paradigmas teóricos <strong>de</strong><br />

Calvet (2007) em relação ao pluralismo e ao multilinguismo para a<br />

formação <strong>de</strong> professores. Desse modo, é possível estabelecer as re<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> pesquisa e comunicação interinstitucionais. Esta pesquisa, em<br />

<strong>de</strong>senvolvimento, busca refletir sobre a prática e a formação do<br />

professor <strong>de</strong> língua estrangeira, especificamente, dos alunos que<br />

participaram do programa <strong>de</strong> mobilida<strong>de</strong> da AUGM. Verificou-se,<br />

nesta investigação como se constitui a formação do profissional <strong>de</strong><br />

línguas em relação ao ensino <strong>de</strong> língua estrangeira a partir das<br />

competências e habilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>senvolvidas durante o intercâmbio<br />

acadêmico.<br />

PROFISSIONALIZAÇÃO E FORMAÇÃO DOCENTE NO<br />

ENTENDIMENTO DA TEORIA HOLÍSTICA DA ATIVIDADE<br />

Fabricia Cavichioli Braida<br />

Ana Lúcia Chelotti Prochnow<br />

Esta comunicação tem por finalida<strong>de</strong> apresentar a Teoria Holística da<br />

Ativida<strong>de</strong> (abreviatura THA), proposta por Richter (2004/2011). Esta<br />

teoria foi criada com o propósito <strong>de</strong> discutir questões ligadas à<br />

formação e profissionalização docente. A THA enten<strong>de</strong> que o professor<br />

é visto como um outsi<strong>de</strong>r do sistema, pois cabe a ele “obe<strong>de</strong>cer” a<br />

sistemas <strong>de</strong> ensino, recebendo or<strong>de</strong>ns <strong>de</strong> instâncias <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r<br />

superiores. A ele é vedado o direito <strong>de</strong> criar, construir, modificar tais<br />

177


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

prescrições – muitas vezes opacas e contraditórias. O discurso vem <strong>de</strong><br />

fora, pronto, como algo a ser aceito e cumprido (AROUCA, 2003).<br />

Dessa forma, tendo como base esse cenário, Richter (2008) afirma que<br />

falta ao professor, como grupo, um discurso endógeno e normatizante<br />

que organize e manifeste seu <strong>de</strong>ver-ser. É a presença da exogenia que<br />

prejudica a autoimagem do professor, haja vista, como salienta o<br />

mesmo autor, estejam prejudicados os efeitos <strong>de</strong> prestígio, verda<strong>de</strong> e<br />

legitimida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sua ação.<br />

BIBLIOTECA VIVA: DANDO ASAS AOS SONHOS<br />

Fernanda Cavalheiro Granato<br />

Angélica Margaret Jardim Alvarez<br />

Palavras-chave: biblioteca escolar, leitura, projetos.<br />

Este trabalho tem por objetivo apresentar o projeto “Biblioteca Viva”,<br />

pensado <strong>de</strong>ntro do Programa <strong>de</strong> Iniciação à Docência (PIBID), na área<br />

<strong>de</strong> Letras da Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do Pampa (UNIPAMPA), o qual<br />

preten<strong>de</strong> ampliar não só a estrutura física do espaço da biblioteca na<br />

escola estadual Silveira Martins, localizada no município <strong>de</strong> Bagé/RS,<br />

como também incentivar os alunos a ler mais, envolvendo toda a<br />

comunida<strong>de</strong> escolar nesse processo. A proposta surgiu com o intuito<br />

<strong>de</strong> transformar o espaço da biblioteca em um lugar confortável,<br />

aconchegante, atraente, ou seja, um espaço em que os alunos se sintam<br />

à vonta<strong>de</strong> para visitar, <strong>de</strong>ixando <strong>de</strong> ser o local on<strong>de</strong> ficam <strong>de</strong>positados<br />

os livros e outros materiais <strong>de</strong> leitura, mas passando a ter<br />

funcionalida<strong>de</strong> e ampliando inclusive as ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> pesquisa. A i<strong>de</strong>ia<br />

surgiu a partir do diagnóstico resultante <strong>de</strong> um questionário respondido<br />

pelos alunos, no qual se <strong>de</strong>tectou a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> haver melhorias na<br />

biblioteca, lugar on<strong>de</strong> há inúmeras obras sem a <strong>de</strong>vida i<strong>de</strong>ntificação e<br />

catalogação, o que impossibilita o uso. Nesse sentido, com base em<br />

autores como Souza (2004), Fragoso (1996), Faqueti (2002), pensou-se<br />

na dinamização <strong>de</strong>sse espaço escolar o que possibilita a mobilização e<br />

a inserção <strong>de</strong> toda a comunida<strong>de</strong> escolar. A partir da ampliação do<br />

espaço serão <strong>de</strong>senvolvidos microprojetos no espaço da biblioteca com<br />

a participação dos alunos, como “Hora do Conto” (os bolsistas contam<br />

histórias), “Teatro” e a “Cinemoteca” (filmes associados a obras do<br />

acervo).<br />

178


Resumo dos Trabalhos<br />

A ESCRITA NA FORMAÇÃO ACADÊMICO-PROFISSIONAL:<br />

PESQUISA IMPULSIONADA EM RODAS DE FORMAÇÃO<br />

Fernanda Me<strong>de</strong>iros De Albuquerque<br />

Palavras-chave: Professor pesquisador, Escrita, Roda <strong>de</strong> Formação<br />

Argumenta-se sobre a importância da formação <strong>de</strong> professores<br />

pesquisadores por meio do registro <strong>de</strong> suas práticas como possibilida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> melhorar a compreensão e a qualida<strong>de</strong> do trabalho docente. O<br />

trabalho com a escrita da prática docente <strong>de</strong>senvolvido ao longo do<br />

processo <strong>de</strong> formação acadêmico-profissional favorece que os<br />

professores se percebam como pesquisadores <strong>de</strong> suas práticas. Por meio<br />

da pesquisa eles terão possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver o hábito <strong>de</strong> refletir,<br />

<strong>de</strong> questionar, <strong>de</strong> buscar respostas, <strong>de</strong> construir argumentos críticos, <strong>de</strong><br />

se comunicarem e <strong>de</strong> se enten<strong>de</strong>rem como sujeitos incompletos<br />

(GALIAZZI, 2003). Defen<strong>de</strong>-se as Rodas <strong>de</strong> Formação como espaços<br />

que retirem os professores do isolamento e impulsione o<br />

<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> sujeitos pesquisadores da sua prática, contribuindo<br />

para a sua formação e para a formação dos seus pares<br />

(ALBUQUERQUE e GALIAZZI, 2011). Nessas Rodas são dadas<br />

oportunida<strong>de</strong>s para a partilha <strong>de</strong> experiências e com essas o surgimento<br />

<strong>de</strong> questionamentos que incentivem a busca <strong>de</strong> novos argumentos que<br />

possam ser divulgados na própria Roda. Quando se forma um grupo <strong>de</strong><br />

formação em Rodas a presença <strong>de</strong> diferentes pontos <strong>de</strong> vista<br />

impulsiona as aprendizagens. O trabalho coletivo e mediado permite<br />

uma intervenção <strong>de</strong>sejada por sujeitos que querem mudar a sua ação.<br />

Essa intervenção permite às pessoas internalizar <strong>de</strong> maneira mais<br />

intensa os novos conceitos, e com isso, passar para novos níveis <strong>de</strong><br />

entendimento da sua prática. As discussões <strong>de</strong> experiências, juntamente<br />

com o estudo <strong>de</strong> textos teóricos, possibilitam uma reflexão entre a<br />

teoria e a prática, possibilitando a partilha das experiências entre<br />

sujeitos em diferentes estágios <strong>de</strong> aprendizagem, oportunizando que<br />

problemas não resolvidos individualmente possam ser resolvidos com<br />

o auxilio da discussão coletiva.<br />

179


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

O ENEM E A LÍNGUA PORTUGUESA: UMA CONTRIBUIÇÃO<br />

PARA A TRANSFORAMAÇÃO DO ENSINO DA LÍNGUA NA<br />

EDUCAÇÃO BÁSICA<br />

Fernanda Pereira Teixeira De Mello<br />

Jael Sânera Sigales Gonçalves<br />

Palavras-chave: Língua Portuguesa, Ensino, ENEM<br />

O Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), criado em 1998 pelo<br />

Instituto Nacional <strong>de</strong> Estudos e Pesquisas Estatísticas Anísio Teixeira<br />

(INEP), é, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2009, a prova atualmente utilizada pela maioria das<br />

instituições <strong>de</strong> ensino brasileiras para o ingresso nos cursos da<br />

<strong>Educação</strong> Superior. Uma das cinco áreas <strong>de</strong> conhecimentos cujas<br />

habilida<strong>de</strong>s são exigidas é a <strong>de</strong> Linguagens e Códigos, em que estão os<br />

conteúdos <strong>de</strong> Língua Portuguesa. É necessário entendimento, então,<br />

acerca <strong>de</strong> como a Língua Portuguesa é abordada nessa prova avaliativa,<br />

já que esta é utilizada não apenas como forma <strong>de</strong> acesso ao Ensino<br />

Superior, mas também como modo <strong>de</strong> aferir conhecimentos da<br />

<strong>Educação</strong> Básica. Especificamente, busca-se (i) verificar as matrizes <strong>de</strong><br />

referência que guiaram a elaboração do ENEM, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a sua criação; (ii)<br />

i<strong>de</strong>ntificar, nas matrizes <strong>de</strong> referência, a abordagem feita dos conteúdos<br />

<strong>de</strong> Língua Portuguesa; (iii) i<strong>de</strong>ntificar, nas provas aplicadas <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a<br />

criação do Exame, as questões referentes aos conteúdos <strong>de</strong> Língua<br />

Portuguesa tratados nas matrizes; (iv) analisar como esses conteúdos<br />

têm sido abordados pelo ENEM <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a criação do teste. Para tanto,<br />

fez-se pesquisa documental, baseada nos textos oficiais <strong>de</strong> criação do<br />

Exame e também nas provas aplicadas no período 1998-2011. Em<br />

seguida, no que diz respeito à análise das questões, propôs-se a<br />

distinção entre duas abordagens: gramatical e não-gramatical. A<br />

análise dos dados evi<strong>de</strong>ncia que o Exame Nacional do Ensino Médio,<br />

no que diz respeito à Língua Portuguesa, ten<strong>de</strong> a uma abordagem nãogramatical<br />

dos conteúdos da disciplina; constatou-se predileção pela<br />

aferição <strong>de</strong> conhecimentos relacionados à habilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> interpretação<br />

textual. Os resultados da pesquisa, portanto, po<strong>de</strong>m contribuir para o<br />

redirecionamento da prática docente no ensino da língua portuguesa na<br />

sala <strong>de</strong> aula da <strong>Educação</strong> Básica.<br />

180


Resumo dos Trabalhos<br />

A PEDAGOGIA DE UMA TELENOVELA: JOVENS REBELDES<br />

E PROFESSORES AFETIVOS<br />

Fernando Da Rosa Rosado<br />

Angela Dillmann Nunes Bicca<br />

Palavras-chave: Pedagogias Culturais, Docência, Telenovela.<br />

Buscamos, nesta pesquisa, compreen<strong>de</strong>r o que se apren<strong>de</strong> sobre o<br />

trabalho docente voltado para adolescentes “rebel<strong>de</strong>s” na novela da<br />

Re<strong>de</strong> Record <strong>de</strong> Televisão (com início em 2011) intitulada Rebel<strong>de</strong>,<br />

focando os seus primeiros 30 capítulos, exibidos na TV aberta entre<br />

21/03/2011e 29/04/2011. Desenvolvemos as análises a partir dos<br />

Estudos Culturais, na sua vertente pós-mo<strong>de</strong>rna e pós-estruturalista,<br />

consi<strong>de</strong>rando-a um texto cultural que coloca em circulação, produz e<br />

reproduz, importantes representações dos/as professores/as bem como<br />

<strong>de</strong> jovens alunos/as “rebel<strong>de</strong>s”. Ao fazer isso a novela estaria<br />

colocando em ação uma forma <strong>de</strong> Pedagogia Cultural (KELLNER,<br />

2001; STEINBERG, 1997; FABRIS, 1999) que ensina aos/às<br />

professores/as e estudantes como <strong>de</strong>vem se comportar, com o que<br />

<strong>de</strong>vem sonhar, o que <strong>de</strong>vem almejar ou <strong>de</strong>vem repudiar. Sob a ótica<br />

teórica <strong>aqui</strong> assumida, valemo-nos do conceito <strong>de</strong> representação<br />

cultural, tal como foi enunciado por Hall (1997), para compreen<strong>de</strong>r<br />

como a novela contribui para constituir discursivamente o bom<br />

professor <strong>de</strong> jovens estudantes do nível médio como aquele<br />

profissional que confere centralida<strong>de</strong> à socialização e à afetivida<strong>de</strong> dos<br />

seus alunos/as.<br />

A LEITURA PROTOCOLADA COMO ESTRATÉGIA<br />

DIDÁTICA NA SALA DE AULA<br />

Francine Araújo Farias<br />

Adriana Nascimento Bodolay (Coord. Pibid)<br />

Palavras-chave: Ensino, leitura, gêneros textuais.<br />

É fato que o ensino <strong>de</strong> gramática tradicional não auxilia efetivamente na<br />

formação <strong>de</strong> bons leitores e consequentemente, escritores. Nas últimas<br />

décadas (90,2000), notamos uma gama <strong>de</strong> trabalhos com os gêneros<br />

textuais, <strong>de</strong> forma integrada ao conhecimento gramatical. No contexto<br />

da sala <strong>de</strong> aula, muitos alunos, ao terminarem <strong>de</strong> ler um texto, afirmam<br />

que não o compreen<strong>de</strong>ram. Tal situação ocorre, ao nosso ver, em<br />

função da falta <strong>de</strong> estratégias <strong>de</strong> leitura (Solé, 1998). Partindo do<br />

pressuposto <strong>de</strong> que ao lermos interagimos com o texto (Leffa, 1996),<br />

181


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

construindo sentidos a partir <strong>de</strong> nossos conhecimentos prévios<br />

(Liberato e Fulgêncio, 2007), utilizando-nos <strong>de</strong> estratégias individuais,<br />

verificamos que o papel do professor é orientar o aluno na busca <strong>de</strong><br />

compreensão <strong>de</strong> um texto, ajudando-o no acionamento dos<br />

conhecimentos prévios. Neste trabalho, focaremos no uso da técnica da<br />

leitura protocolada (Coscarelli, 2007) como estratégia didática. O<br />

trabalho será <strong>de</strong>senvolvido com alunos das séries finais <strong>de</strong> uma escola<br />

municipal da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Jaguarão. Ressaltamos que o presente trabalho<br />

vincula-se ao Programa Institucional <strong>de</strong> Bolsa <strong>de</strong> Iniciação à docência –<br />

PIBID, promovido pela CAPES, com o subprojeto <strong>de</strong> Letras Língua<br />

Materna, da UNIPAMPA – campus Jaguarão/RS.<br />

APLICANDO A SUSTENTABILIDADE NA MODA DE<br />

PELOTAS<br />

Frantieska Huszar Schneid<br />

Nesse resumo é apresentada a metodologia <strong>de</strong> trabalho do projeto <strong>de</strong><br />

pesquisa em andamento “Aplicando a Sustentabilida<strong>de</strong> na Moda <strong>de</strong><br />

Pelotas”. É abordado a sua importância em meio a aca<strong>de</strong>mia,<br />

comunida<strong>de</strong> e instituições que usam da sustentabilida<strong>de</strong> como<br />

ferramenta educacional <strong>de</strong> transformação social No contexto em que a<br />

socieda<strong>de</strong> contemporânea se encontra, <strong>de</strong> consumismo <strong>de</strong>senfreado, é<br />

difícil imaginar como estarão os recursos naturais do planeta d<strong>aqui</strong> a<br />

algumas décadas. A indústria da moda gera terríveis impactos ao meio<br />

ambiente e ao ser humano. Mas algumas empresas e estilistas já<br />

<strong>de</strong>spertaram para a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma produção mais sustentável e<br />

ética tendo uma consciência ecológica e integrida<strong>de</strong> social. A moda,<br />

então, <strong>de</strong> vilã da sustentabilida<strong>de</strong> ambiental, po<strong>de</strong> tornar-se uma aliada.<br />

Se a princípio era apenas um discurso, agora a conscientização já<br />

perpassa as tendências e cria uma tensão permanente no campo do<br />

consumo. Neste contexto, é <strong>de</strong> fundamental importância a criação <strong>de</strong><br />

novas propostas <strong>de</strong> <strong>de</strong>sign do vestuário <strong>de</strong> moda, visando a reutilização<br />

<strong>de</strong> produtos que seriam <strong>de</strong>scartados e <strong>de</strong> resíduos têxteis gerados pelas<br />

indústrias da cida<strong>de</strong>. Os objetivos do presente trabalho visam a criação<br />

<strong>de</strong> um núcleo <strong>de</strong> moda sustentável em Pelotas, reduzindo o <strong>de</strong>scarte <strong>de</strong><br />

resíduos têxteis, conscientizando a socieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> que é possível<br />

reutilizar roupas ao invés <strong>de</strong> <strong>de</strong>scartá-las. Através das experiências<br />

geradas pelo projeto, reforçar a reflexão sobre a sustentabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ntro<br />

do meio docente, discente e comunida<strong>de</strong>, influenciando a socieda<strong>de</strong><br />

para a colaboração nas políticas públicas que visam a organização<br />

182


Resumo dos Trabalhos<br />

social <strong>de</strong>ntro da esfera ambiental <strong>de</strong> Pelotas, bem como a sua<br />

preservação e crescimento, se tornando referência, visto que será uma<br />

inovação na cida<strong>de</strong>.<br />

PROFESSORES OU APRENDIZES DE INGLÊS EM<br />

FORMAÇÃO? A CONSTITUIÇÃO IDENTITÁRIA DE<br />

ESTUDANTES DE LICENCIATURA EM LETRAS<br />

Gabriela Bohlmann Duarte<br />

A formação <strong>de</strong> professores <strong>de</strong> língua estrangeira é um processo nem<br />

sempre claro aos estudantes, pois o professor em formação também é<br />

um aprendiz em formação e a distinção entre ambas as posições po<strong>de</strong><br />

não ser perceptível aos graduandos. O fato <strong>de</strong> o aprendiz se reconhecer<br />

apenas como aprendiz ou também como um professor em formação<br />

está relacionado à <strong>de</strong>finição da sua i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> profissional. Segundo<br />

Silva (2000), o conceito <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> implica o conceito <strong>de</strong> diferença,<br />

pois se é algo porque não se é algo mais. Sa<strong>de</strong> (2009) aponta relações<br />

entre a i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> e as teorias do Caos e da Complexida<strong>de</strong>, pois a<br />

i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> apresenta características <strong>de</strong>sses sistemas e, assim, permite a<br />

compreensão da construção i<strong>de</strong>ntitária em interação com o contexto dos<br />

indivíduos. A partir <strong>de</strong>ssa perspectiva, investiga-se, neste trabalho, um<br />

grupo <strong>de</strong> professores em formação <strong>de</strong> um curso <strong>de</strong> Licenciatura em<br />

Letras, habilitação em Português e Inglês, interagindo por meio <strong>de</strong> um<br />

blog educacional para averiguar os valores presentes na sua escala<br />

comum <strong>de</strong> valores (PIAGET, 1973) e, por conseguinte, a i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong><br />

assumida pelo grupo no 3º semestre do curso. Consi<strong>de</strong>ra-se o grupo <strong>de</strong><br />

alunos um sistema complexo e os valores e a i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> manifestandose<br />

nas interações entre os alunos, permitindo, necessariamente, a<br />

ocorrência <strong>de</strong> benefício recíproco (PIAGET, 1973) e, possivelmente, <strong>de</strong><br />

sustentação solidária (ESTRÁZULAS, 2004). Um dos objetivos do<br />

blog era a atuação dos alunos como professores. Esperava-se que eles<br />

compartilhassem os valores autonomia (HOLEC, 1981) e colaboração<br />

(PAAS, 2005), pois quando um professor ensina, está colaborando com<br />

a aprendizagem do aluno e quando <strong>de</strong>staca ou aponta alguma<br />

ina<strong>de</strong>quação, mostra-se como conhecedor dos aspectos formais e<br />

contextuais que exigem <strong>de</strong>terminada correção. Contudo, tais valores<br />

não foram encontrados <strong>de</strong>ssa forma e, assim, verifica-se apenas a<br />

i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aprendizes <strong>de</strong> inglês no grupo <strong>de</strong> professores <strong>de</strong> inglês<br />

em formação.<br />

183


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

A CARACTERÍSTICA EMANCIPATÓRIA DA EDUCAÇÃO<br />

EXIGE A PESQUISA COMO MÉTODO FORMATIVO, PELA<br />

RAZÃO PRINCIPAL DE QUE SOMENTE UM AMBIENTE<br />

Joseline Tatiana Both<br />

Cristina Rorig<br />

Palavras-chave: linguagem; sentido; ensino; pesquisa.<br />

Um trabalho <strong>de</strong> ensino-aprendizagem da língua materna significativo e<br />

consistente é objeto <strong>de</strong> muitas reflexões e pesquisas tendo em vista os<br />

muitos problemas apresentados por alunos que saem da <strong>Educação</strong><br />

Básica e até mesmo da universida<strong>de</strong>. As <strong>de</strong>ficiências são comprovadas<br />

por diversos sistemas <strong>de</strong> avaliação, que evi<strong>de</strong>nciam níveis muito baixos<br />

no que diz respeito à compreensão leitora, por exemplo. Por meio <strong>de</strong>ste<br />

trabalho, objetivamos propor um olhar para o ensino que parte da<br />

necessida<strong>de</strong> da pesquisa, que pressupõe efetivo comprometimento do<br />

professor e do aluno, para que se <strong>de</strong>senvolva <strong>de</strong> fato a aprendizagem<br />

dos elementos constitutivos do sentido da linguagem, sua análise e<br />

compreensão. Acreditamos ser este um caminho possível para o<br />

trabalho com a linguagem em sala <strong>de</strong> aula e, também, para o<br />

<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> indivíduos autônomos, capazes <strong>de</strong> construir e<br />

reconstruir seu conhecimento. De acordo com Demo (2008), a<br />

característica emancipatória da educação exige a pesquisa como método<br />

formativo, pela razão principal <strong>de</strong> que somente um ambiente <strong>de</strong><br />

sujeitos gesta sujeitos. O autor também propõe a educação como<br />

processo <strong>de</strong> formação da competência humana, a partir disso pensamos<br />

na perspectiva <strong>de</strong> uma formação integral dos sujeitos, na qual a<br />

linguagem tem papel fundamental porque lhes é constitutiva. A<br />

abordagem teórica que adotamos é a enunciativa, fundamentada nos<br />

autores Émile Benveniste e Oswald Ducrot.<br />

A FORMAÇÃO DE LEITORES NO ENSINO FUNDAMENTAL<br />

Leonardo Barros Me<strong>de</strong>iros<br />

Este trabalho trata da apresentação <strong>de</strong> um projeto realizado numa escola<br />

particular no município <strong>de</strong> Petrópolis em que foi <strong>de</strong>senvolvida a<br />

conscientização pelo cuidado com o livro e, subsequente, o prazer pela<br />

leitura. Um relato sobre como o prazer pela leitura po<strong>de</strong> foi transmitido<br />

na escola a partir do papel mediador do professor. Preten<strong>de</strong>mos relatar<br />

um acompanhamento, numa escola da re<strong>de</strong> particular <strong>de</strong> ensino do<br />

Município <strong>de</strong> Petrópolis - RJ, sobre os <strong>de</strong>sdobramentos práticos da<br />

184


Resumo dos Trabalhos<br />

formação <strong>de</strong> leitores e discutir o papel <strong>de</strong>sempenhado pela escola no<br />

processo <strong>de</strong> formação <strong>de</strong> indivíduos letrados. Escolhemos uma escola,<br />

com uma proposta pedagógica <strong>de</strong> orientação sócio-interacionista,<br />

preocupada com a formação do gosto pela leitura nas crianças para<br />

po<strong>de</strong>rmos relatar um projeto inovador, prático e funcional em que<br />

procurou <strong>de</strong>senvolver o prazer pela leitura e o cuidado com os livros. O<br />

apren<strong>de</strong>r a ler e o prazer <strong>de</strong> ler, nessa escola é ensinado já na <strong>Educação</strong><br />

Infantil <strong>de</strong> tal forma que muitas crianças ao entrarem no Ensino<br />

Fundamental sabem escrever e ler palavras, frases e até mesmo<br />

pequenos textos. O trabalho da escola possui a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> formar<br />

leitores e escritores competentes e capazes <strong>de</strong> produzir variados textos.<br />

No <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> uma tarefa <strong>de</strong> leitura, a escrita é aprimorada e,<br />

além disso, o aluno tece contato com diversos gêneros textuais.<br />

Acreditamos que a partir do projeto <strong>de</strong> leitura <strong>de</strong>senvolvida pela escola<br />

as crianças se tornarão leitoras interessadas e divulgadoras <strong>de</strong>ste prazer,<br />

pois elas <strong>de</strong>spertaram em si uma postura mais crítica e reflexiva em<br />

relação à produção <strong>de</strong> textos e aos cuidados com os livros.<br />

UMA DISCUSSÃO DA SEQUÊNCIA DE ATIVIDADES NAS<br />

AULAS DE INGLÊS PARA ALUNOS DO ENSINO<br />

FUNDAMENTAL I<br />

Liane Régio Lucas<br />

Palavras-chave: ensino <strong>de</strong> língua inglesa, rotina, ensino fundamental I<br />

O objetivo <strong>de</strong>ste trabalho é <strong>de</strong>screver e refletir sobre a sequência <strong>de</strong><br />

ativida<strong>de</strong>s semanais utilizada pela professora nas aulas <strong>de</strong> língua inglesa<br />

para estudantes <strong>de</strong> pré-escola à quinto ano. As experiências foram<br />

vivenciadas em uma escola particular da região <strong>de</strong> Pelotas/RS no<br />

período <strong>de</strong> três anos, com duração <strong>de</strong> quarenta e cinco minutos por<br />

semana para cada série. De acordo com o Referencial Curricular<br />

Nacional para a <strong>Educação</strong> Infantil, a rotina, ou a sequência <strong>de</strong><br />

ativida<strong>de</strong>s semanais, é consi<strong>de</strong>rada um instrumento <strong>de</strong> dinamização da<br />

aprendizagem <strong>de</strong> caráter facilitador das percepções infantis sobre o<br />

tempo e espaço. Essa prática é <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> importância no ensino <strong>de</strong><br />

inglês para estudantes <strong>de</strong> quatro a onze anos, pois ajuda os professores<br />

a prever situações inusitadas em sala <strong>de</strong> aula e dá mais segurança e<br />

confiança aos alunos. Assim, as aulas iniciam com uma música <strong>de</strong><br />

saudação, seguida pela apresentação da data, clima e estação do ano.<br />

Na sequência, os estudantes são introduzidos ao conteúdo<br />

programático do dia baseado no livro utilizado pela escola. Essa parte<br />

185


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

po<strong>de</strong> incluir músicas, pinturas, dramatizações, <strong>de</strong>senhos e/ou jogos.<br />

Para finalizar as aulas, os alunos cantam uma música <strong>de</strong> <strong>de</strong>spedida,<br />

sabendo que nesse momento é hora <strong>de</strong> guardar o material e se preparar<br />

para a próxima aula. Através <strong>de</strong>ssas ativida<strong>de</strong>s foi observada uma<br />

melhora no aprendizado, no <strong>de</strong>sempenho, no interesse e na<br />

participação dos alunos nas aulas, além <strong>de</strong> uma diminuição do grau <strong>de</strong><br />

frustração por parte dos mesmos no aprendizado <strong>de</strong> uma língua<br />

estrangeira. A partir da introdução da rotina nas aulas <strong>de</strong> inglês verificase<br />

a importância da investigação acerca dos benefícios da implantação<br />

<strong>de</strong> tal prática para a melhoria dos resultados da aprendizagem <strong>de</strong> inglês.<br />

APRENDENDO A ENSINAR A HABILIDADE DE<br />

ARGUMENTAR<br />

Lisiane Raupp Da Costa<br />

Sabrina Forati Linhar<br />

Palavras-chave: projetos <strong>de</strong> ensino, gêneros textuais, domínio do<br />

argumentar.<br />

Inserido em um projeto que visa a cooperação dos professores na<br />

construção do próprio conhecimento e na reflexão <strong>de</strong> suas práticas <strong>de</strong><br />

ensino, <strong>de</strong>nominado “Por uma formação continuada cooperativa para o<br />

<strong>de</strong>senvolvimento do processo educativo <strong>de</strong> leitura e produção textual<br />

escrita no Ensino Fundamental”, do Programa Observatório da<br />

<strong>Educação</strong>/Capes, coor<strong>de</strong>nado por Ana Maria Mattos Guimarães, do<br />

PPGLA Unisinos, este trabalho propõe-se a refletir sobre a prática <strong>de</strong><br />

ensino que vise a leitura e produção <strong>de</strong> gêneros textuais do domínio do<br />

argumentar, procurando i<strong>de</strong>ntificar os benefícios e dificulda<strong>de</strong>s<br />

encontradas na construção <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong> ensino com o foco nessa<br />

proposta. A partir da teoria sociointeracionista (BRONCKART, 2009),<br />

e <strong>de</strong> teorias que embasam o ensino da língua materna a partir dos<br />

gêneros textuais (SCHNEUWLY e DOLZ, 2004; DOLZ, DECÂNDIO<br />

e GAGNON, 2011; GUIMARÃES, 2006; LOPES, 2007), as discussões<br />

do grupo <strong>de</strong> pesquisa em que este trabalho está inserido trabalhou na<br />

elaboração conjunta <strong>de</strong> projeto <strong>de</strong> ensino que tem os gêneros textuais no<br />

domínio do argumentar como articuladores das ativida<strong>de</strong>s. Por meio <strong>de</strong><br />

observação participante, a construção das ativida<strong>de</strong>s propostas foi<br />

gravada em áudio e realizaram-se entrevistas semi-padronizadas com os<br />

professores participantes <strong>de</strong>sse processo. Na fase em que a pesquisa se<br />

encontra, é possível perceber que os gêneros pertencentes ao domínio<br />

do argumentar parecem oferecer maior complexida<strong>de</strong> que diferenciam o<br />

186


Resumo dos Trabalhos<br />

trabalho dos professores <strong>de</strong> língua materna na construção <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong><br />

ensino em que gêneros <strong>de</strong>sse domínio são o foco.<br />

NOVOS PERFIS DE PROFESSORES: O MODELO DE<br />

TUTORIA DA DISCIPLINA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA<br />

DAFACED/UFC.<br />

Lourena Maria Domingos Da Silva<br />

Antonia Lis De Maria Martins Torres<br />

O contexto educacional vigente apresenta-se repleto <strong>de</strong> <strong>de</strong>safios, no que<br />

se refere à <strong>Educação</strong> a Distância, <strong>de</strong>ntre os quais se <strong>de</strong>staca a figura do<br />

tutor. Partindo <strong>de</strong>sse pressuposto, este trabalho apresenta o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong><br />

tutoria utilizado na disciplina <strong>de</strong> <strong>Educação</strong> a Distância, do curso<br />

presencial <strong>de</strong> Pedagogia, FACED/UFC, a partir da experiência <strong>de</strong><br />

monitoria nesta disciplina. A atuação das formadoras é compreendida,<br />

a partir das consi<strong>de</strong>rações apresentadas por Masetto (2000); Mattar<br />

(2009); Vygotsky (1988); Borges Neto et alli (2009), em uma<br />

participação diária nos ambientes virtuais, acompanhado, dando<br />

feedback aos alunos, respon<strong>de</strong>ndo a solicitações ou possíveis dúvidas e<br />

ainda se reúnem semanalmente para discutir o andamento da disciplina.<br />

Este relato contou com a participação <strong>de</strong> dois professores e sete<br />

formadoras, todos vinculados à UFC. Os dados foram verificados a<br />

partir da <strong>de</strong>scrição do mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> organização no qual esta equipe<br />

trabalha. Desta forma, a equipe tem mais acesso a necessida<strong>de</strong> dos<br />

alunos e ao seu <strong>de</strong>senvolvimento. A partir <strong>de</strong>ste trabalho, constata-se a<br />

importância do mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> tutoria adotado pelo Laboratório <strong>de</strong> Pesquisa<br />

Multimeios, para uma atuação eficaz no processo <strong>de</strong> mediação<br />

pedagógica, que ocorre com intuito <strong>de</strong> promover aprendizagens<br />

colaborativas, na construção do conhecimento em grupo, <strong>de</strong> forma<br />

coletiva. Verificou-se, ainda, durante esse relato a importância no papel<br />

do tutor a distância que atua como sujeito ativo <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma prática<br />

pedagógica, participando da organização da disciplina, junto com os<br />

docentes da disciplina.<br />

DA RAZÃO À EMOÇÃO: A EXPRESSÃO HUMANA ATRAVÉS<br />

DAS LINGUAGENS<br />

Luciana De Carvalho Me<strong>de</strong>iros<br />

Com o objetivo <strong>de</strong> se trabalhar, no ambiente escolar as formas <strong>de</strong><br />

expressão da nossa socieda<strong>de</strong>, através das linguagens, o presente<br />

187


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

trabalho teve como proposta realizar uma exposição das mais diversas<br />

formas <strong>de</strong> comunicação <strong>de</strong>smistificando o conceito <strong>de</strong> que os estudos<br />

<strong>de</strong> linguagens são restritos as aulas <strong>de</strong> língua portuguesa. Tendo em<br />

vista a utilização das inúmeras linguagens existentes, coube a nós<br />

trabalharmos com algumas <strong>de</strong>las com os alunos do 2º ano do ensino<br />

médio da Escola Estadual Raul <strong>de</strong> Leoni na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Viçosa Minas<br />

Gerais. A ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvida foi através da exposição <strong>de</strong> cartazes<br />

feita pelos próprios alunos em que a comunida<strong>de</strong> estudantil refletiu<br />

sobre a criação e o aprendizado das novas linguagens,além <strong>de</strong><br />

compreen<strong>de</strong>r a importância histórica e cultural <strong>de</strong>ssas para a inserção<br />

social, dando aos alunos a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> interagir e apren<strong>de</strong>r com as<br />

novas linguagens que estão presentes tanto na escola quanto fora <strong>de</strong>la.<br />

Po<strong>de</strong>mos citar <strong>aqui</strong> a linguagem em Braile, a Libras que é uma forma<br />

<strong>de</strong> inserir os <strong>de</strong>ficientes visuais e auditivos na socieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> hoje.<br />

Através da participação dos alunos, foi possível realizar um trabalho<br />

multidisciplinar, uma vez que professores <strong>de</strong> áreas como educação<br />

física, matemática, história e biologia contribuíram para o<br />

enriquecimento <strong>de</strong> saberes, tanto dos alunos quanto dos professores<br />

que participaram <strong>de</strong>sta ativida<strong>de</strong>. Este trabalho convida a socieda<strong>de</strong><br />

acadêmica, bem como o público docente em geral, a refletir sobre o<br />

conceito <strong>de</strong> linguagens através da ótica da interdisciplinarida<strong>de</strong>.<br />

ENTRE A CONCEPÇÃO E A ATIVIDADE: “EU PROFESSOR<br />

DE PORTUGUÊS”<br />

Magnun Rochel Madruga<br />

Vanessa Domiud Damasceno<br />

O presente trabalho tem como objetivo analisar o modo como os<br />

sujeitos da pesquisa concebem a sua ativida<strong>de</strong> como professores <strong>de</strong><br />

português e o que as concepções <strong>de</strong>correntes da sua profissão dizem<br />

sobre a ativida<strong>de</strong> da sala <strong>de</strong> aula. Para isso, foram analisados textos <strong>de</strong><br />

quatro professores <strong>de</strong> português. A análise utilizou-se dos pressupostos<br />

da Teoria Bakhtiniana e também da Clínica da Ativida<strong>de</strong>. Os<br />

resultados indicam que os sujeitos utilizam-se <strong>de</strong> estratégias no seu<br />

dizer que, muitas vezes, refletem a sua prática e outras apenas a sua<br />

concepção <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>. Esse resultado é analisado através dos<br />

conceitos <strong>de</strong> ‘real da ativida<strong>de</strong>’ e ‘ativida<strong>de</strong> realizada’.<br />

188


Resumo dos Trabalhos<br />

REPRESENTAÇÕES CONSTRUÍDAS POR DOCENTES DE UM<br />

CONTEXTO ESCOLAR PÚBLICO ACERCA DOS PROCESSOS<br />

DE ENSINAR E APRENDER<br />

Maísa Helena Brum<br />

Luciane Kirchhof Ticks<br />

Palavras-chave: pesquisa colaborativa; formação continuada;<br />

representações <strong>de</strong> ensino-aprendizagem.<br />

O <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> programas <strong>de</strong> formação continuada e<br />

colaborativa possibilita aos professores e pesquisadores “a investigação,<br />

reflexão e crítica <strong>de</strong> suas próprias práticas em sala <strong>de</strong> aula e sua relação<br />

com contextos sociais mais amplos” (MAGALHÃES, 2002). Dentro<br />

<strong>de</strong>ssa perspectiva, este trabalho foi configurado em um contexto escolar<br />

público na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Santa Maria/RS e buscou discutir as<br />

representações <strong>de</strong> aprendizagem produzidas por participantes <strong>de</strong>sse<br />

contexto, com base em leitura e discussões acerca das concepções<br />

behaviorista, cognitivista e sociocultural. Na medida em que<br />

investigamos as representações <strong>de</strong> aprendizagem, po<strong>de</strong>mos conhecer a<br />

maneira como um grupo constrói saberes que constituem suas práticas<br />

profissionais e sua i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>. Para dar conta da análise <strong>de</strong>ssas<br />

representações, lançamos mão da Análise Crítica do Discurso<br />

(CHOULIARAKI & FAIRCLOUGH, 1999). Os resultados apontam<br />

para representações que evi<strong>de</strong>nciam as três perspectivas <strong>de</strong><br />

aprendizagem e contribuíram para a reflexão acerca das práticas sociais<br />

vivenciadas <strong>de</strong>ntro e fora da sala <strong>de</strong> aula. Em última instância, esta<br />

investigação contribuiu para fomentar ações colaborativas – entre<br />

participantes da escola e pesquisadores – a partir da reflexão como<br />

reconstrução da experiência (GIMENEZ, ARRUDA & LUVUZARI,<br />

2004).<br />

ANALISANDO A EXPRESSÃO EM FUNÇÃO DO CONTEÚDO:<br />

UM PERCURSO PARA UMA LEITURA PRODUTIVA<br />

Maria Cristina Freitas Brisolara<br />

Consi<strong>de</strong>rando que as ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> leitura e interpretação na prática<br />

pedagógica são sempre alvo <strong>de</strong> reflexões e questionamentos, este<br />

trabalho preten<strong>de</strong> mostrar como a compreensão <strong>de</strong> um texto po<strong>de</strong> ser<br />

trabalhada, a partir da concepção <strong>de</strong> signo <strong>de</strong> Louis Hjelmslev. Essa<br />

concepção oferece um instrumental que possibilita atingir-se um nível<br />

muito produtivo <strong>de</strong> leitura. Para o linguista dinamarquês, um texto é<br />

189


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

um signo, assim, é o produto da união entre um plano <strong>de</strong> expressão e<br />

um plano <strong>de</strong> conteúdo, ou seja, entre aparência e imanência. O plano<br />

<strong>de</strong> expressão constitui-se das partes sensíveis do texto, a materialida<strong>de</strong>.<br />

O plano <strong>de</strong> conteúdo é a parte inteligível, on<strong>de</strong> nasce a significação.<br />

Segundo a visão estruturalista, um texto po<strong>de</strong> ser segmentado até seus<br />

componentes mínimos. O processo analítico consiste em reagrupar<br />

esses elementos em classes, conforme suas possibilida<strong>de</strong>s<br />

combinatórias. Analisa-se o conto “Embora sem náusea”, <strong>de</strong> Marina<br />

Colasanti nos dois planos. Quanto ao plano <strong>de</strong> expressão, no nível<br />

fonológico, são analisados os aspectos que se impõem na construção<br />

das sonorida<strong>de</strong>s; no nível morfológico, verificam-se os elementos<br />

lexicais, o vocabulário, as categorias gramaticais mais relevantes; no<br />

nível sintático, observam-se a combinação das palavras na construção<br />

<strong>de</strong> frases, orações, períodos, as repetições, as omissões e as inversões,<br />

enfim, as articulações que se sobressaem na sintaxe. No plano <strong>de</strong><br />

conteúdo são salientados, em nível semântico, os aspectos que<br />

estiveram sempre presentes nos níveis do plano <strong>de</strong> expressão. Cada<br />

nível está sempre relacionado aos <strong>de</strong>mais e todos os aspectos são<br />

analisados tendo-se em vista o sentido global do texto, pois, na<br />

concepção <strong>de</strong> Hjelmslev, o texto é a totalida<strong>de</strong> na qual se manifestam<br />

as estruturas do sistema semiótico. O estruturalismo linguístico<br />

hjelmsleviano sustenta que o texto é organizado pelo autor, <strong>de</strong> tal modo<br />

que possa ter diferentes possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> significado, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo da<br />

cultura e sensibilida<strong>de</strong> do leitor.<br />

UMA PRÁTICA DIALOGADA NA FORMAÇÃO DE UM<br />

PROFESSOR ECOLÓGICO DE LÍNGUA ESTRANGEIRA: UM<br />

ESTUDO DE CASO<br />

Maria da Graça Carvalho do Amaral<br />

Rossana <strong>de</strong> Felippe Böhlke<br />

Palavras-chave: estágio, ecolinguística, inovação<br />

Tradicionalmente os estágios supervisionados (ES) ou práticas em<br />

Língua Estrangeira pelas quais os graduandos <strong>de</strong> Licenciatura têm a<br />

cumprir, muitas vezes tornam-se algo muito formalístico.<br />

Consi<strong>de</strong>rando o exposto acima, este trabalho tem como objetivo<br />

<strong>de</strong>screver o processo <strong>de</strong> um estágio supervisionado em Língua Inglesa,<br />

pré-requisitos para a conclusão do curso <strong>de</strong> Licenciatura em Letras da<br />

Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do Rio Gran<strong>de</strong>, que inova por inaugurar na<br />

prática uma modalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vivenciar o ensino ecológico. Essa nova<br />

190


Resumo dos Trabalhos<br />

modalida<strong>de</strong> a que nos referimos consiste na articulação entre teoria e<br />

prática com enfoque ecolinguístico através da formação <strong>de</strong> grupos <strong>de</strong><br />

estudos, leituras dirigidas, diários <strong>de</strong> classe e oficinas pedagógicas que<br />

ocorreram simultaneamente ao estágio exigido no curso <strong>de</strong> Letras<br />

Licenciatura Português/Inglês que serão <strong>de</strong>scritas ao longo <strong>de</strong>sse<br />

trabalho. Os pressupostos teóricos da Abordagem Ecológica que foi<br />

escolhida para ser <strong>de</strong>senvolvida no processo <strong>de</strong> estágio inclui estudos<br />

<strong>de</strong> Vygotsky(1991), Van Lier(2000,2004) e Baktin (1988). Como<br />

resultado, po<strong>de</strong>mos apontar uma prática reflexiva e inovadora, na qual o<br />

professor estagiário conseguiu articular teoria e prática no cotidiano da<br />

sua sala <strong>de</strong> aula. Além disso, haverá <strong>de</strong>monstração <strong>de</strong> uma das lições<br />

elaboradas e aplicadas segundo a perspectiva mencionada.<br />

PELOS CAMINHOS DA LÍNGUA<br />

Marilei Resmini Grantham<br />

Este trabalho tem como objetivo refletir sobre língua, leitura, texto e<br />

discurso, relacionando todos essas noções a questões ligadas ao ensino<br />

<strong>de</strong> língua portuguesa. Desejo realizar tal investigação a partir <strong>de</strong> um<br />

arcabouço teórico que me permita ir além dos limites do linguístico e,<br />

para tanto, filio- me ao campo epistemológico da Análise do Discurso<br />

<strong>de</strong> linha pecheutiana (AD). Tendo como referência noções como as <strong>de</strong><br />

sujeito, condições <strong>de</strong> produção e história, <strong>de</strong>sejo pensar sobre a<br />

repetição dos discursos na socieda<strong>de</strong>, observando, nestes, relações <strong>de</strong><br />

manutenção, <strong>de</strong>slocamentos ou rupturas <strong>de</strong> sentidos. Parto do<br />

pressuposto <strong>de</strong> que os discursos, ao circularem e serem lidos e<br />

interpretados, em diferentes épocas e sob distintas condições,<br />

promovem a produção <strong>de</strong> diferentes efeitos <strong>de</strong> sentidos. E <strong>de</strong>sejo refletir<br />

sobre o modo como essas repetições e esses diferentes sentidos po<strong>de</strong>m<br />

ser trabalhados e explorados nas aulas <strong>de</strong> língua. Como corpus <strong>de</strong><br />

análise, examino a repetição e a circulação <strong>de</strong> textos em diferentes<br />

momentos da história e sob distintas condições <strong>de</strong> produção.<br />

191


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

PROVAS DE CONCURSO PÚBLICO: TEORIA LINGUÍSTICA<br />

E PRÁTICA ESCOLAR<br />

Marina Cabreira Rocha De Moraes<br />

Clei<strong>de</strong> Martinez Da Silva<br />

Karina Giacomelli (Orientadora)<br />

Palavras-chave: linguística textual, ensino <strong>de</strong> língua, provas <strong>de</strong><br />

concurso.<br />

Este trabalho preten<strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar teorias linguísticas subjacentes a<br />

provas <strong>de</strong> língua portuguesa <strong>de</strong> concursos fe<strong>de</strong>rais elaboradas por<br />

renomadas instituições como Fundação Carlos Chagas e Cesgranrio e<br />

relacioná-las à prática escolar. Adotando esse viés, foram avaliadas<br />

cinco provas <strong>de</strong> cada instituto, que exigiam escolarida<strong>de</strong> <strong>de</strong> nível<br />

médio do candidato. Observou-se a predominância <strong>de</strong> questões com<br />

base na abordagem da linguística textual (percentual <strong>de</strong> 70%),<br />

organizadas em dois eixos temáticos: o primeiro é a compreensão<br />

global sobre o assunto discutido no texto pelo autor e, o segundo, o que<br />

exige do candidato analisar a estrutura e organização textual, levando<br />

em consi<strong>de</strong>ração os elementos coesivos do texto. Entretanto, o contexto<br />

brasileiro <strong>de</strong> ensino <strong>de</strong> língua materna continua marcado por exercícios<br />

<strong>de</strong> análise <strong>de</strong> gramática normativa, o que tem por consequência a<br />

<strong>de</strong>smotivação e <strong>de</strong>sinteresse da disciplina por parte dos alunos. Como o<br />

<strong>de</strong>sempenho dos candidatos em provas <strong>de</strong> concursos públicos se <strong>de</strong>ve,<br />

em parte, à transposição teórica adotada na prática escolar, se o<br />

professor adotasse a perspectiva <strong>de</strong> ensino <strong>de</strong> língua da linguística<br />

textual direcionaria o aluno à reflexão dos mecanismos formais e<br />

estruturais <strong>de</strong> um texto e à interpretação textual, propiciando ao<br />

educando a (re)construir os seus conhecimentos discursivos <strong>de</strong> língua.<br />

Assim, a investigação das questões das provas <strong>de</strong> língua portuguesa das<br />

instituições <strong>aqui</strong> citadas (re)força o (re)pensar e o (re)dimensionamento<br />

da práxis escolar direcionada para o ensino <strong>de</strong> língua pautado no texto.<br />

A SIMPLIFICAÇÃO DE ESTRUTURAS SILÁBICAS NA<br />

ESCRITA DE ALUNOS DO CURSO FUNDAMENTAL E DO<br />

CURSO MÉDIO<br />

Marisa Porto Do Amaral<br />

A simplificação <strong>de</strong> estruturas silábicas na escrita <strong>de</strong> alunos do ensino<br />

fundamental e do ensino médio Marisa Porto do Amaral (FURG)<br />

Palavras-chave: simplificação – estrutura silábica – escrita Nos<br />

192


Resumo dos Trabalhos<br />

estudos que se ocupam da fala e da escrita, a perspectiva variacionista<br />

faz propostas específicas quanto ao tratamento da variação linguística<br />

nos contextos <strong>de</strong> ensino formal. Problemas <strong>de</strong> natureza fônico-gráfica<br />

que diferem da norma viabilizam novas hipóteses teóricas e levam à<br />

reflexão sobre a norma padrão, o uso efetivo e o processo <strong>de</strong> ensinoaprendizagem.<br />

Neste texto preten<strong>de</strong>-se discutir a interferência na<br />

língua escrita <strong>de</strong> alguns processos fonológicos simplificadores próprios<br />

da modalida<strong>de</strong> oral da língua – apagamento do /r/ em final <strong>de</strong> palavra<br />

(escrever > escreve&#61520;), assimilação do /d/ em formas do<br />

gerúndio (per<strong>de</strong>ndo > per<strong>de</strong>no), <strong>de</strong>snasalização (coragem > corage),<br />

epêntese (ritmo > ritimo) e monotongação (peixe >pexe). A literatura<br />

mostra que há uma tendência <strong>de</strong> simplificação <strong>de</strong> estruturas silábicas<br />

por falantes, a<strong>de</strong>quando tal estrutura ao padrão universal das línguas –<br />

o padrão CV. Tal interferência foi observada na produção escrita <strong>de</strong><br />

alunos tanto do curso fundamental quanto do curso médio. Por isso,<br />

consi<strong>de</strong>ra-se fundamental, por parte dos professores <strong>de</strong> Língua<br />

Portuguesa, um trabalho atento a esses usos, com essa diversida<strong>de</strong>, no<br />

sentido <strong>de</strong> oportunizar um ensino <strong>de</strong> língua mais eficaz, em que o aluno<br />

possa apropriar-se das estruturas da língua e usá-las com mais<br />

facilida<strong>de</strong> no seu <strong>de</strong>sempenho linguístico.<br />

A DIDATIZAÇÃO/PEDAGOGIZAÇÃO DE SABERES NA<br />

FORMAÇÃO INICIAL DE PROFESSORES DE LÍNGUA<br />

PORTUGUESA<br />

Mary Neiva Surdi Da Luz<br />

Neste trabalho, apresentamos os resultados parciais <strong>de</strong> nossa tese <strong>de</strong><br />

doutoramento em Letras. Ancoramo-nos na perspectiva teóricometodológica<br />

da Análise <strong>de</strong> Discurso <strong>de</strong> linha francesa (AD) em<br />

diálogo com a História das I<strong>de</strong>ias Linguísticas (HIL). Nosso percurso<br />

<strong>de</strong> análise se fez a partir <strong>de</strong> um arquivo documental-institucional em<br />

que tomamos como corpus <strong>de</strong> análise o discurso sobre o curso <strong>de</strong><br />

Letras da UNOCHAPECÓ-SC. Neste texto, apresentamos a análise<br />

<strong>de</strong>senvolvida em relação à didatização/pedagogização <strong>de</strong> saberes, em<br />

que observamos como a (pre)ocupação em relação ao ensino <strong>de</strong> língua<br />

portuguesa e à aplicação dos saberes vinculados à ciência linguística no<br />

ensino <strong>de</strong> língua portuguesa estão marcadas na constituição/formulação<br />

disciplinar <strong>de</strong> componentes curriculares <strong>de</strong>signados <strong>de</strong> Língua<br />

Portuguesa, Leitura e Produção <strong>de</strong> Textos, Linguística e Estudos<br />

193


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

Linguísticos; e como essa (pre)ocupação se faz sob efeito da relação<br />

entre a teoria e a prática nos cursos <strong>de</strong> formação inicial <strong>de</strong> professores.<br />

A FORMAÇÃO DO PROFESSOR DE LÍNGUA ESTRANGEIRA<br />

E AS IMPLICAÇÕES NA SUA PRÁTICA DOCENTE<br />

Muriel Silveira Da Silva<br />

Palavras-chave: formação docente, prática docente, língua estrangeira<br />

O número crescente <strong>de</strong> estudos sobre a formação <strong>de</strong> professores <strong>de</strong><br />

línguas salienta a inquietação <strong>de</strong> pesquisadores da área em enten<strong>de</strong>r<br />

como os futuros profissionais estão sendo preparados no meio<br />

acadêmico. O presente trabalho, situado na área que pesquisa a<br />

formação <strong>de</strong> professores, preten<strong>de</strong> investigar a opinião dos acadêmicos<br />

sobre o seu processo <strong>de</strong> formação. O corpus <strong>de</strong>sta pesquisa consiste em<br />

questionários respondidos por alunos do oitavo semestre do Curso <strong>de</strong><br />

Letras Habilitação em Português e Inglês e Respectivas Literaturas, da<br />

Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Pelotas, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> terem cursado a disciplina<br />

<strong>de</strong> estágio orientado em Língua Inglesa. A pesquisa foi dividida em<br />

dois momentos: o primeiro <strong>de</strong> revisão teórica e o segundo <strong>de</strong> uma<br />

pesquisa <strong>de</strong> campo. A revisão teórica tem como objetivo <strong>de</strong>stacar<br />

aspectos do atual quadro da formação <strong>de</strong> professores <strong>de</strong> língua inglesa<br />

no Brasil. Já a pesquisa <strong>de</strong> campo buscou investigar a realida<strong>de</strong> da<br />

formação do professor <strong>de</strong> língua inglesa nessa universida<strong>de</strong> através da<br />

perspectiva dos próprios alunos-professores Os resultados apontam para<br />

a excelência da formação linguística, ainda que tenha sido <strong>de</strong>stacada<br />

uma dificulda<strong>de</strong> dos alunos em relacionar teoria e prática, bem como a<br />

insatisfação da maioria dos formandos em relação à insuficiência <strong>de</strong><br />

prática <strong>de</strong> ensino ao longo do curso.<br />

GÊNEROS TEXTUAIS NA ESCOLA: A PRODUÇÃO DE UMA<br />

REVISTA<br />

Nara Rejane Pinto Aquino<br />

Vanessa Doumid Damasceno (Orientadora)<br />

Palavras chave: gêneros textuais; ensino-aprendizagem, Língua<br />

Portuguesa.<br />

Os estudos encontrados sobre gêneros textuais utilizados nas salas <strong>de</strong><br />

aula pela maioria dos professores que trabalham com a língua são<br />

discutidos <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma perspectiva <strong>de</strong> função comunicativa. Este<br />

194


Resumo dos Trabalhos<br />

trabalho trata do uso <strong>de</strong> uma ativida<strong>de</strong> com os gêneros em sala <strong>de</strong> aula<br />

como um motivador <strong>de</strong> aprendizagem. Essa pesquisa foi <strong>de</strong>senvolvida<br />

após o estágio supervisionado <strong>de</strong> língua portuguesa para adolescentes,<br />

envolvendo os alunos <strong>de</strong> uma escola do Município <strong>de</strong> Jaguarão/RS.<br />

Essa experiência com os alunos <strong>de</strong>spertou o interesse em refletir sobre<br />

como o trabalho com os gêneros po<strong>de</strong> ser causador <strong>de</strong> bom<br />

<strong>de</strong>sempenho a alunos consi<strong>de</strong>rados como “turma difícil”, ou<br />

<strong>de</strong>smotivados. Para cumprirmos essa meta, apoiamo-nos em alguns<br />

teóricos que abordam o tema, como Bentes (2006), Koch (1997; 2006),<br />

PCN (1998), Schneuwly e Dolz (2004) e Oliveira (2008). As práticas<br />

são relatadas por meio das experiências realizadas na sala <strong>de</strong> aula<br />

utilizando como recursos materiais lúdicos através <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>os, músicas e<br />

gêneros textuais que aparecem em revistas. Foram utilizadas ativida<strong>de</strong>s<br />

lúdicas abordando gêneros textuais atuais e polêmicos com o objetivo<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>spertar a atenção dos alunos criando interesse e também para<br />

<strong>de</strong>senvolver o gosto pela leitura e escrita. O método utilizado foi a<br />

criação <strong>de</strong> uma revista na qual foi possível verificar a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

cada aluno <strong>de</strong> forma prazerosa com que trabalhavam e participavam<br />

fazendo com que eles próprios criassem suas histórias <strong>de</strong> vida. O<br />

resultado foi positivo e mostrou como o trabalho com gêneros é <strong>de</strong><br />

gran<strong>de</strong> importância para criações na hora da montagem da revista, qual<br />

ajudou no resgate <strong>de</strong> suas i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s.<br />

ARQUITETÔNICAS DE UMA CORPOGRAFIA<br />

ESCRILEITORA<br />

Patrícia Goulart Cavalheiro<br />

Carla Gonçalves Rodrigues<br />

Palavras-chave: <strong>Educação</strong>, escrileituras, corpo escrileitor.<br />

isparador <strong>de</strong> cenários que pensa a <strong>Educação</strong> com e na vida, encontrando<br />

força no ato da criação textual, o Projeto <strong>de</strong> pesquisa Escrileituras: um<br />

modo <strong>de</strong> ler- escrever em meio à vida busca alternativas relacionadas à<br />

superação dos baixos índices educacionais brasileiros, tornando-se<br />

corpo e produzindo matéria <strong>de</strong> pesquisa na prática operatória por meio<br />

<strong>de</strong> ateliês <strong>de</strong> escrileituras. Proposto pelo Núcleo <strong>UFPel</strong> durante o ano<br />

<strong>de</strong> 2012 na <strong>Faculda<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>Educação</strong>, o ateliê A pesquisa enquanto<br />

corpografia: palimpsestos, arquitetônicas objetivou construir<br />

possibilida<strong>de</strong>s e modos <strong>de</strong> potencializar leitores-escritores, além <strong>de</strong><br />

convocar a ação do pensamento por meio <strong>de</strong> instrumentos e processos<br />

capazes <strong>de</strong> criar uma escrita-vida ao experimentar a invenção <strong>de</strong> outras<br />

linguagens. O método utilizado para a produção e análise <strong>de</strong> dados foi<br />

195


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

do tipo qualitativo, com abordagem cartográfica. Como procedimentos<br />

<strong>de</strong> trabalho, foram reunidos fragmentos <strong>de</strong> textos <strong>de</strong> Roland Barthes e<br />

da tese O corpo em obras: palimpsestos, arquitetônicas (COSTA,<br />

2011). Tomando a <strong>Educação</strong> como experimentação <strong>de</strong> um corpo em<br />

obra – uma anatomia palimpséstica – incessantemente reescrito, com<br />

rasuras em meio às caói<strong>de</strong>s do pensamento: arte, ciência e filosofia. A<br />

escrita <strong>de</strong> um texto configura-se na tecitura <strong>de</strong> um véu epidérmico <strong>de</strong><br />

entrelaçamento contínuo, no qual o escritor se <strong>de</strong>sfaz ao mesmo tempo<br />

em que se constitui em sua teia, no seu território, na sua própria<br />

corporaneida<strong>de</strong>. Corpos palimpsestos e arquitetônicos foram se<br />

pensando e repensando em meio à perceptos e afectos, atravessados<br />

pela multiplicida<strong>de</strong> contemporânea, na inscrição <strong>de</strong> um escritor-vida.<br />

Assim, a <strong>Educação</strong> se faz e se sente com todo o corpo, ou seja, um<br />

corpo que escreve – e é inscrito – em meio à vida.<br />

A COMPETÊNCIA PROFISSIONAL DOCENTE EM UMA<br />

PERSPECTIVA MULTIMODAL DE ANÁLISE DO TRABALHO<br />

REAL/CONCRETIZADO<br />

Rafaela Fetzner Drey<br />

Palavras-chave: Multimodalida<strong>de</strong>. Competência docente. Trabalho<br />

docente.<br />

A partir da concepção <strong>de</strong> ensino como trabalho, este trabalho analisa<br />

quais elementos interacionais, vistos sob uma perspectiva multimodal,<br />

permitem <strong>de</strong>screver o trabalho real/concretizado <strong>de</strong> alunas- professoras,<br />

<strong>de</strong> forma a observar a emergência <strong>de</strong> uma competência profissional<br />

docente. Para isso, foram filmadas aulas <strong>de</strong> produção textual <strong>de</strong> duas<br />

alunas-professoras do curso <strong>de</strong> Letras <strong>de</strong> uma universida<strong>de</strong> da região<br />

Sul, no momento da realização <strong>de</strong> seu Estágio Curricular<br />

Supervisionado. As filmagens foram transcritas, para que se<br />

analisassem os momentos <strong>de</strong> interação entre professora e alunos, nos<br />

eventos <strong>de</strong> formulação <strong>de</strong> tarefa e <strong>de</strong> exposição <strong>de</strong> conteúdo. Com este<br />

fim, foi realizada uma análise que integra elementos discursivos<br />

gestuais e sequenciais, da fala-em-interação, consubstanciando uma<br />

análise multimodal. Os resultados mais importantes <strong>de</strong>ste estudo se<br />

concentram em três aspectos: (i) na apresentação <strong>de</strong> uma metodologia<br />

inicial <strong>de</strong> análise do trabalho real/concretizado sob a perspectiva<br />

multimodal; (ii) na reflexão sobre um conceito dinâmico <strong>de</strong><br />

competência profissional docente, esta vista como um processo em<br />

constante (re)construção; e (iii) na motivação para repensar o estágio<br />

196


Resumo dos Trabalhos<br />

como prática <strong>de</strong> ensino nos mol<strong>de</strong>s que os cursos <strong>de</strong> licenciatura<br />

apresentam atualmente. Foi possível concluir que a análise do trabalho<br />

real/concretizado sob a perspectiva multimodal po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>cisiva no<br />

sentido <strong>de</strong> revelar uma gama maior <strong>de</strong> elementos interacionais que<br />

permitem inferir uma competência profissional docente qualificada<br />

como um processo em constante (re)construção, alavanca <strong>de</strong> reflexões<br />

necessárias às mudanças nas práticas <strong>de</strong> ensino propostas, atualmente,<br />

nos cursos <strong>de</strong> licenciatura.<br />

PROFESSORES DE ESPANHOL EM FORMAÇÃO INICIAL:<br />

IMAGENS DA LÍNGUA E CULTURAS HISPÂNICAS NOS<br />

DISCURSOS MIDIÁTICOS E SUAS RELAÇÕES NO P<br />

Roberta Kolling Escalante<br />

Palavras-chave: Língua espanhola; discurso midiático; formação inicial<br />

<strong>de</strong> professores<br />

Partindo do pressuposto <strong>de</strong> que existe uma estreita relação entre língua,<br />

i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s culturais, discursos midiáticos e modos <strong>de</strong> subjetivação,<br />

busca-se compreen<strong>de</strong>r melhor a memória discursiva que constitui aos<br />

aprendizes brasileiros em formação inicial <strong>de</strong> professores em língua<br />

espanhola no que condiz seu imaginário da língua e culturas hispânicas<br />

e indagar sobre o lugar que essas últimas ocupam entre as outras<br />

línguas e culturas e quais são as consequências disso na construção da<br />

i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> docente. Sendo assim, busca-se refletir acerca da influência<br />

dos discursos midiáticos, em especial, da televisão, na construção <strong>de</strong><br />

imagens da língua e culturas hispânicas e suas implicações no processo<br />

<strong>de</strong> aprendizagem e i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> dos futuros professores <strong>de</strong> Espanhol<br />

como Língua Estrangeira (E/LE). Desta maneira, analisam-se as<br />

antecipações imaginárias dos aprendizes/professores em formação<br />

inicial referente “ao mundo em espanhol” retratado em suportes<br />

midiáticos tais como telejornais e publicida<strong>de</strong>s veiculados na televisão<br />

e suas relações em aspectos motivacionais, conhecimento e<br />

i<strong>de</strong>ntificação com a língua e culturas estrangeiras no ensinoaprendizagem<br />

do idioma e i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> docente.<br />

197


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

QUESTÕES SOCIAIS EM TORNO DO LETRAMENTO<br />

DOCENTE: TECNOLOGIA E INTERAÇÃO<br />

Silvane Aparecida Gomes<br />

Este artigo trata do estudo a respeito <strong>de</strong> um grupo <strong>de</strong> professores <strong>de</strong><br />

Língua Portuguesa que utilizaram o e-mail (e-group) como ferramenta<br />

para discutirem os critérios <strong>de</strong> correção <strong>de</strong> avaliação <strong>de</strong> redações em<br />

um dos processos <strong>de</strong> avaliação sistêmica nacional. As interações entre<br />

esse grupo tornaram evi<strong>de</strong>nte que o uso <strong>de</strong> e-group além <strong>de</strong> contribuir<br />

para a construção <strong>de</strong> uma comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> prática (Wenger, 1998),<br />

transformaram o trabalho <strong>de</strong> avaliação. Mas que linguagens e<br />

letramentos requer do docente para exercer essa e outras ativida<strong>de</strong>s<br />

pedagógicas em nossos dias, já que cada vez mais, se expõem ao<br />

ensino e aprendizagens à distância? Essas inquietações, nos direcionam<br />

para a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> revisão do sistema escolar, no que trata da<br />

a<strong>de</strong>quação da escola às novas condições sociais consi<strong>de</strong>rando o<br />

advento das novas tecnologias da informação e da comunicação<br />

(TDIC), na atenção que se <strong>de</strong>ve dar à formação <strong>de</strong> professores com<br />

<strong>de</strong>staque para sua representação social, sem esquecer-se da<br />

continuida<strong>de</strong> que tal formaçao requer, e das nuances do campo do<br />

currículo (não apenas como documentos e propostas curriculares ou<br />

sua concepção e seus <strong>de</strong>sdobramentos mas, como prática discursiva<br />

que privilegia as i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s sociais e/ou estabelece suas<br />

<strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>s, refletindo a/na i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> social), do campo da<br />

linguagem ( mesmo sabendo que muitas discussões permanecem<br />

apenas no campo discursivo), que inci<strong>de</strong> sobre a prática docente,<br />

pensando a relação entre linguagem e realida<strong>de</strong> embora, a realida<strong>de</strong><br />

nacional <strong>de</strong>spreze a memória (histórica e essencial) <strong>de</strong>sse sujeito<br />

formador social, que <strong>de</strong>ve, entre outras competências ter letramento<br />

digital para o uso dos recursos tecnológicos para execução <strong>de</strong> trabalho<br />

essencialmente virtual.<br />

CONTEXTUALIZANDO A ARTE ATRAVÉS DO DESENHO DE<br />

MODA<br />

Tereza Cristina Barbosa Duarte<br />

Palavras-chave: <strong>Educação</strong>; Artes Visuais; Moda.<br />

O presente trabalho trata <strong>de</strong> uma proposta pedagógica <strong>de</strong>senvolvida em<br />

2011, no Instituto Fe<strong>de</strong>ral Sul-Rio-Gran<strong>de</strong>nse (IFSUL), na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Pelotas-RS, tendo como público-alvo uma turma do primeiro ano do<br />

198


Resumo dos Trabalhos<br />

curso Técnico em Vestuário, modalida<strong>de</strong> Integrada. A partir dos<br />

conteúdos <strong>de</strong>senvolvidos na disciplina <strong>de</strong> Artes Visuais, os alunos<br />

a<strong>de</strong>quaram e relacionaram os temas abordados a criação e ao Desenho<br />

<strong>de</strong> Moda, apropriando-se dos conceitos trabalhados e do seu repertório<br />

<strong>de</strong> elementos da linguagem visual. A dinâmica ocorreu <strong>de</strong> maneira que<br />

os alunos fizessem relação com o conteúdo abordado em aula e a<br />

simulação <strong>de</strong> uma situação vivida no ambiente <strong>de</strong> trabalho, ou seja, a<br />

criação a partir <strong>de</strong> <strong>de</strong>mandas específicas. Sendo assim a construção do<br />

conhecimento se <strong>de</strong>u <strong>de</strong> forma integrada e contextualizada, culminando<br />

na socialização das propostas em uma apresentação final. A<br />

experiência com essa ativida<strong>de</strong> trouxe uma reflexão sobre os diversos<br />

caminhos para se <strong>de</strong>senvolver a prática pedagógica, com a crença <strong>de</strong><br />

que a aprendizagem <strong>de</strong> fato, só acontece quando o aluno consegue agir<br />

com autonomia sobre o seu saber, obtendo segurança para utilizá-lo e<br />

<strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r as suas i<strong>de</strong>ias.<br />

INOVAÇÃO NA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL<br />

Vinícius Nizoli Becker<br />

Diana Elisa Penha Da Silva<br />

Carmem Lúcia Lascano Pinto<br />

Palavras-chave: Inovação pedagógica; <strong>Educação</strong> profissional;<br />

Formação Inicial e Continuada <strong>de</strong> Professores<br />

O presente estudo é realizado por um Grupo <strong>de</strong> pesquisas, voltado para<br />

a formação Inicial e Continuada <strong>de</strong> professores tendo como objetivo<br />

i<strong>de</strong>ntificar a existência, ou não, <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s rupturantes com o<br />

paradigma tradicional <strong>de</strong> ensino, no âmbito da educação profissional<br />

Técnica <strong>de</strong> Nível Médio. Balizados em Souza Santos (1993)<br />

consi<strong>de</strong>ramos inovação a ocorrência <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s, atitu<strong>de</strong>s e posturas<br />

em que ocorra a reconfiguração <strong>de</strong> saberes, po<strong>de</strong>res e conhecimentos.<br />

Para a metodologia optamos pela abordagem qualitativa <strong>de</strong> pesquisa<br />

(BOGDAN& BIKLEN, 1994; Minayo, 1994). O levantamento <strong>de</strong><br />

dados ocorreu no espaço <strong>de</strong> uma oficina <strong>de</strong> um curso <strong>de</strong> Pós-graduação<br />

Latu Sensu em que os alunos indicaram professores que estão<br />

atualmente exercendo a docência, para apresentarem experiências com<br />

algum diferencial em relação às práticas tradicionais. Seis<br />

apresentações foram registradas e analisadas à luz do referencial teórico<br />

<strong>de</strong> Souza Santos (1993, 2000), Carbonell (2002), Demo (1997) e<br />

Cunha (2006). Para a análise <strong>de</strong> dados utilizou-se a Análise <strong>de</strong><br />

Conteúdo (Bardin, 1977). Alguns indicadores <strong>de</strong> inovação foram<br />

199


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

encontrados nas experiências analisadas que farão parte <strong>de</strong> um banco<br />

<strong>de</strong> dados da instituição, tais como: ruptura com a forma tradicional <strong>de</strong><br />

apren<strong>de</strong>r, protagonismo discente, reorganização da relação<br />

teoria/prática e melhorias dos resultados com os alunos, como<br />

participação e rendimento. Constata-se no <strong>de</strong>poimento dos professores<br />

que eles se <strong>de</strong>dicaram integralmente aos processos <strong>de</strong> inovação, tendo<br />

na maior parte das vezes bastante <strong>de</strong>dicação por parte dos alunos.<br />

"GINCOPEIES": UMA PROPOSTA, UM DESAFIO, UMA<br />

AÇÃO<br />

Viviane Teresinha Biacchi Brust<br />

O presente trabalho tem como objetivo relatar uma proposta pensada,<br />

<strong>de</strong>senvolvida e executada por uma equipe <strong>de</strong> professores <strong>de</strong> uma escola<br />

pública, a Escola Estadual <strong>de</strong> <strong>Educação</strong> Básica Dom Antônio Reis, <strong>de</strong><br />

Faxinal do Soturno, RS, tendo como apoio a COPERVES, da<br />

Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Santa Maria, nos anos em que se aplicaram as<br />

provas do PEIES – Programa Experimental <strong>de</strong> Ingresso ao Ensino<br />

Superior – <strong>de</strong>senvolvido e implantado pela referida instituição. A<br />

EEBDAR organizou uma gincana estudantil, em suas <strong>de</strong>pendências,<br />

envolvendo outras escolas públicas da região, com o objetivo <strong>de</strong><br />

motivar os alunos para o estudo dos conteúdos programáticos previstos<br />

para a referida prova <strong>de</strong> seleção ao ensino superior. Para a prova, em<br />

que cada escola participava com uma equipe <strong>de</strong> <strong>de</strong>z alunos para cada<br />

série, contou-se com a organização da COPERVES. Além disso, houve<br />

também a tarefa <strong>de</strong>nominada “Tarefa-show” em que cada escola trazia<br />

uma apresentação artística que abordasse temas <strong>de</strong> caráter<br />

interdisciplinar. Tal ativida<strong>de</strong> sempre foi realizada aos sábados e<br />

contou com a participação <strong>de</strong> alunos, professores, direções <strong>de</strong> escola,<br />

funcionários e integrantes da COPERVES/UFSM. Depois disso,<br />

algumas das apresentações artísticas vencedoras da "GincoPEIES"<br />

também participaram da Feira das Disciplinas na UFSM. Do ponto <strong>de</strong><br />

vista da escola, esta foi uma das formas encontradas não só para<br />

motivar os alunos ao estudo, como também para interagir a<br />

comunida<strong>de</strong> escolar <strong>de</strong> ensino médio com uma instituição <strong>de</strong> ensino<br />

superior, mostrando que tal ensino po<strong>de</strong> ser acessado por aqueles que a<br />

ele se propõe.<br />

200


Resumo dos Trabalhos<br />

CRÔNICA: DESENVOLVENDO O GOSTO PELA LEITURA<br />

Yanna Karlla H. G. Cunha<br />

Luís Marozo<br />

Palavras-Chave: Ensino; Leitura; Crônica.<br />

Este trabalho busca relacionar a análise <strong>de</strong> um projeto no qual o<br />

objetivo era articular as propostas curriculares no ensino da leitura, em<br />

períodos históricos distintos, tendo por base alguns documentos oficiais<br />

que regem ou regeram a educação no Brasil e a prática <strong>de</strong>senvolvida<br />

para a disciplina “Linguística Aplicada ao Português II” cujo intuito foi<br />

a elaboração <strong>de</strong> propostas <strong>de</strong> ensino <strong>de</strong> Língua Portuguesa nas quais<br />

houvesse interação entre professor/aluno, propiciando o prazer pela<br />

leitura. O público alvo foi os alunos do 6º ano da Escola Municipal<br />

Fernando Corrêa Ribas, localizada no Município <strong>de</strong> Jaguarão. O que<br />

direcionou nosso pensamento foi a perspectiva enunciativa da<br />

linguagem que parte da noção <strong>de</strong> gênero discursivo como unida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

análise, e não mais fragmentos e/ou textos tratados <strong>de</strong> maneira isolada.<br />

O aporte teórico que sustenta os questionamentos <strong>aqui</strong> <strong>de</strong>scritos foram<br />

os estudos empreendidos pelo grupo <strong>de</strong> Genebra no que diz respeito às<br />

Sequências Didáticas, as discussões sobre o gênero crônica e alguns<br />

documentos oficiais que tratam sobre o ensino <strong>de</strong> língua.<br />

201


LINHA TEMÁTICA: DIALOGISMO, GÊNEROS E<br />

ENSINO: PERSPECTIVAS<br />

GÊNEROS E INTERGENERICIDADE: RELATO DE PESQUISA<br />

COM EDITORIAIS NÃO ASSINADOS DE JORNAL<br />

Adail Ubirajara Sobral<br />

Palavras-chave: Intergenericida<strong>de</strong>; Bakhtin; gêneros; editoriais não<br />

assinados <strong>de</strong> jornal.<br />

Apresentamos <strong>aqui</strong> o relato da pesquisa que teve como objeto textos <strong>de</strong><br />

editoriais não assinados <strong>de</strong> jornais nacionais e regionais (Folha <strong>de</strong><br />

S.Paulo, Zero Hora, Diário Popular) investigados tantro em termos<br />

textuais-discursivos como em termos da esfera <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong> do gênero,<br />

consi<strong>de</strong>rando a concepção <strong>de</strong> intergenericida<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvida pelo<br />

responsável pela pesquisa (SOBRAL, 2006), que preconiza que, não<br />

estando a esfera jornalística vinculada com tópicos específicos (ao<br />

contrário, por exemplo, da esfera médica, voltada para tópicos<br />

vinculados com saú<strong>de</strong>, prevenção e tratamento <strong>de</strong> doenças etc.), as<br />

maneiras <strong>de</strong> abordar tópicos econômicos, políticos etc. envolvem a<br />

incorporação <strong>de</strong> modos <strong>de</strong> dizer dos gêneros <strong>de</strong>ssas esferas. Percebeuse<br />

que, para verificar isso, era preciso enfocar a i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong><br />

estratégias <strong>de</strong> incorporação <strong>de</strong> gêneros <strong>de</strong> outras esferas a esses<br />

editoriais da esfera midiática em sua vertente jornalística, <strong>de</strong>finida<br />

como voltada para a informação, seja na forma <strong>de</strong> matérias, <strong>de</strong><br />

reportagens ou <strong>de</strong> opiniões em nome do enunciador jornal (como o são<br />

os editoriais enfocados) ou assinadas por colunistas. Fez-se um<br />

levantamento <strong>de</strong> 400 editoriais, buscando-se verificar se se mantinha a<br />

relação enunciativa prevista (a saber, a posição <strong>de</strong> porta-voz <strong>de</strong> um<br />

<strong>de</strong>ver-ser em nome da chamada opinião pública, sendo essa posição<br />

consi<strong>de</strong>rada o tema dos editoriais, no sentido bakhtiniano, manifesta em<br />

todo e qualquer tópico, ou assunto, abordado.<br />

O GÊNERO TEXTUAL LENDA E O ENSINO DE LEITURA E<br />

ESCRITA<br />

Adiane Fogali Marinello<br />

Vanilda Salton Köche<br />

Palavras-chave: lenda, gênero textual, ensino.<br />

Este trabalho apresenta o gênero textual lenda, sua <strong>de</strong>finição,<br />

características e estrutura. Faz também uma análise ilustrativa e propõe<br />

202


Resumo dos Trabalhos<br />

ativida<strong>de</strong>s voltadas para a leitura, escrita e prática <strong>de</strong> análise linguística.<br />

A lenda é um gênero textual originalmente literário calcado numa<br />

figura ou evento supostamente histórico. Geralmente é breve e po<strong>de</strong> ser<br />

escrita em verso ou prosa. Trata <strong>de</strong> elementos ou temáticas originárias<br />

<strong>de</strong> uma narrativa mítica transmitida através da oralida<strong>de</strong>. A finalida<strong>de</strong><br />

comunicativa do gênero é explicar a origem <strong>de</strong> algo no universo;<br />

normatizar, ensinar e fixar costumes e crenças <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminada região.<br />

Esta comunicação faz parte da pesquisa-ensino <strong>de</strong>nominada Leitura,<br />

produção textual e prática <strong>de</strong> análise linguística a partir <strong>de</strong> gêneros<br />

textuais, <strong>de</strong>senvolvida na Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Caxias do Sul/CARVI. É um<br />

estudo que visa investigar os gêneros textuais e buscar estratégias para<br />

o ensino <strong>de</strong> leitura, produção textual e prática <strong>de</strong> análise linguística a<br />

partir dos gêneros, <strong>de</strong> modo a contribuir para a reflexão sobre o ensino<br />

<strong>de</strong> língua no nível médio e superior. A pesquisa adota uma perspectiva<br />

qualitativa-interpretativa e <strong>de</strong> aplicação didático-pedagógica.<br />

Fundamentam esta comunicação os autores Bakthin (1997), Cascudo<br />

(1962; 1967), Jesualdo (1982), Machado (1994), Coelho (2003),<br />

Bronckart (1999), Marquesi (2004) e Willis (2007).<br />

PIADA: UM GÊNERO QUE SUBVERTE A PALAVRA.<br />

Adriana Danielski Batista<br />

Palavras-chave: Palavra; Plurivocalida<strong>de</strong>; Compreensão.<br />

O presente trabalho tem por objetivo realizar uma análise sobre piada<br />

<strong>de</strong> modo a compreen<strong>de</strong>r como ocorre a construção <strong>de</strong> sentidos nesse<br />

gênero discursivo. Para tanto, parte-se dos conceitos postulados por<br />

Bakhtin e seu Círculo (Bakhtin/Volochinov, 1929/2004; Bakhtin,<br />

1979/2003, 1975/1998), que enten<strong>de</strong>m a palavra como sendo um<br />

elemento polissêmico e plurivocal da língua. As piadas exigem o<br />

entendimento da plurivocalida<strong>de</strong> das palavras para que a compreensão<br />

se efetive. É a dinamicida<strong>de</strong> da palavra que será estudada e analisada<br />

nas piadas apresentadas, uma vez que é ela a responsável pelo<br />

<strong>de</strong>senca<strong>de</strong>amento do sentido do texto, através da produção <strong>de</strong> diferentes<br />

sentidos (construídos a partir da duplicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sentido e/ou da quebra<br />

<strong>de</strong> expectativa, por exemplo) e do consequente efeito <strong>de</strong> humor.<br />

Registra-se, ainda, que a apreensão da orientação conferida à palavra<br />

está diretamente vinculada a um contexto e a uma situação precisos, o<br />

que implica necessariamente uma i<strong>de</strong>ologia precisa e faz da palavra um<br />

signo i<strong>de</strong>ológico: “A palavra está sempre carregada <strong>de</strong> um conteúdo ou<br />

<strong>de</strong> um sentido i<strong>de</strong>ológico ou vivencial” (Bakhtin/Volochinov,<br />

203


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

1929/2004, p.95). Para tanto, a compreensão <strong>de</strong> uma piada está<br />

submetida ao entendimento <strong>de</strong> fatores linguísticos e extralinguísticos,<br />

como o reconhecimento <strong>de</strong> traços culturais que permeiam e <strong>de</strong>terminam<br />

o sentido da piada. Os sujeitos (locutor e interlocutor) <strong>de</strong>vem estar<br />

socialmente sintonizados para que a compreensão se dê <strong>de</strong> maneira<br />

ativa e responsiva num processo em que “compreen<strong>de</strong>r é opor à palavra<br />

do locutor uma contrapalavra”, conforme coloca Bakhtin/Volochinov<br />

(1929/2004, p.132).<br />

GÊNEROS TEXTUAIS E ENSINO DE GRAMÁTICA: OS<br />

PREFIXOS DE NEGAÇÃO EM BULAS<br />

Adriana Nascimento Bodolay<br />

Aline Moura Domingues<br />

Fyama Me<strong>de</strong>iros<br />

Este trabalho apresenta uma análise dos prefixos <strong>de</strong> negação<br />

encontrados na bula <strong>de</strong> remédio a fim <strong>de</strong> mostrar a função <strong>de</strong>sses<br />

prefixos neste gênero, com o objetivo <strong>de</strong> relacionar o ensino <strong>de</strong><br />

gramática e gêneros texutais. Segundo Bakhtin (2003), gêneros textuais<br />

são “tipos relativamente estáveis <strong>de</strong> enunciados”, com função e<br />

características estruturais específicas. Enten<strong>de</strong>mos a relevância do<br />

estudo <strong>de</strong>sse gênero em sala <strong>de</strong> aula, sobretudo pelo seu caráter <strong>de</strong><br />

inserção do cotidiano dos cidadãos. Um dos aspectos gramaticais mais<br />

evi<strong>de</strong>ntes nesse gênero é o nível morfológico, principalmente no que<br />

tange a formação <strong>de</strong> palavras <strong>de</strong>rivadas por prefixação. Os prefixos vêm<br />

antes da base, mudando o significado da raiz, mas não mudando a<br />

categoria lexical (MARGOTTI, 2008), assim, ao se unirem a uma base,<br />

mudam totalmente o significado da palavra, fazendo uma contraposição<br />

ao significado da base. Este é o caso dos prefixos in, anti, contra, <strong>de</strong>s,<br />

não- recorrentes nas bulas. Vale ressaltar que, neste trabalho, buscamos<br />

evi<strong>de</strong>nciar a importância dos aspectos gramaticais, mais<br />

especificamente o nível morfológico, que compõem o gênero bula,<br />

assunto para o qual o professor <strong>de</strong> língua portuguesa <strong>de</strong>ve estar atento<br />

<strong>de</strong>ntro da sala <strong>de</strong> aula, mostrando a relevância <strong>de</strong>sses prefixos para a<br />

construção <strong>de</strong> sentidos nesse gênero.<br />

204


Resumo dos Trabalhos<br />

REPRESENTAÇÕES DO TRABALHO DOCENTE NO SISTEMA<br />

DE ENSINO MILITAR A PARTIR DA PERSPECTIVA DO<br />

INTERACIONISMO SOCIODISCURSIVO<br />

Adriana Silveira Bonumá<br />

O presente trabalho tem por objetivo apresentar o projeto <strong>de</strong> tese que<br />

versa sobre as representações do trabalho do professor no sistema <strong>de</strong><br />

ensino militar no Brasil, a partir do escopo teórico que constitui o<br />

quadro do interacionismo sociodiscursivo, <strong>de</strong> Jean-Paul Bronckart.<br />

Compreen<strong>de</strong>r as representações dos trabalhadores e das ativida<strong>de</strong>s que<br />

realizam vem sendo um <strong>de</strong>safio para os pesquisadores, motivo pelo qual<br />

o foco sobre o trabalho <strong>de</strong>sperta o interesse dos estudos linguísticos que<br />

tratam <strong>de</strong> linguagem e interação. Proce<strong>de</strong>remos a uma análise das<br />

representações do trabalho docente no sistema <strong>de</strong> ensino básico militar,<br />

em um estabelecimento <strong>de</strong> ensino <strong>de</strong>nominado Colégio Militar.<br />

Acredita-se que o real da ativida<strong>de</strong> docente nesse sistema está<br />

diretamente ligado ao trabalho prescrito, <strong>de</strong>vido às suas especificida<strong>de</strong>s<br />

formais e normativas. Preten<strong>de</strong>-se evi<strong>de</strong>nciar tal hipótese pela análise<br />

da fala <strong>de</strong> professores do Colégio Militar, recolhida pelo método <strong>de</strong><br />

entrevista <strong>de</strong>nominado <strong>de</strong> instrução ao sósia, proposto pela Clínica da<br />

Ativida<strong>de</strong>. A análise adotará os procedimentos <strong>de</strong>lineados por<br />

Bronckart a partir do contexto e condições <strong>de</strong> produção do texto, bem<br />

como dos níveis organizacional, enunciativo e semântico. Assim, nosso<br />

suporte teórico estará embasado principalmente em Bronckart (1999,<br />

2006, 2008) e Machado (2004, 2007, 2009), além das contribuições da<br />

Ergonomia do Trabalho e da Clínica da Ativida<strong>de</strong>, <strong>de</strong> Clot (2006, 2010,<br />

2011) e Amigues (2004).<br />

HÁ VÁRIOS E MUITO POUCOS... (IN)ADEQUAÇÃO DE<br />

EXEMPLARES DE GÊNERO EM LIVROS DIDÁTICOS PARA<br />

UM CURSO DE INGLÊS<br />

Alessandra Baldo<br />

Clei<strong>de</strong> Inês Wittke<br />

Palavras-chave: livros e materiais didáticos; exemplares <strong>de</strong> gênero;<br />

curso <strong>de</strong> inglês para crianças e adolescentes.<br />

O papel do livro didático na aula <strong>de</strong> língua estrangeira (L2) como<br />

auxiliar no processo bem-sucedido <strong>de</strong> ensino-aprendizagem inclui,<br />

entre outras funções, servir <strong>de</strong> fonte <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s para a prática e<br />

interação comunicativa a partir <strong>de</strong> tarefas que estejam relacionadas à<br />

205


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

realida<strong>de</strong> do aluno. Essa função, entretanto, mostrou-se<br />

insatisfatoriamente contemplada nos livros avaliados para um curso <strong>de</strong><br />

extensão <strong>de</strong> inglês gratuito, dirigido a crianças e adolescentes<br />

socioenomicamente <strong>de</strong>sfavorecidos da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Pelotas, RS, o qual<br />

vem sendo oferecido <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o segundo semestre <strong>de</strong> 2010. Enten<strong>de</strong>mos<br />

que isso tem relação direta com os exemplares <strong>de</strong> gênero selecionados<br />

nesses materiais didáticos, e, nesta comunicação, buscaremos uma<br />

explicação para tal fato através das relações entre os conceitos <strong>de</strong><br />

comunida<strong>de</strong>s nacionais, comunida<strong>de</strong>s locais e globalização (HALL,<br />

1992; KUMARAVADIVELU, 2004). Além disso, apresentaremos as<br />

alternativas didáticas encontradas para minimizar o problema e oferecer<br />

um curso menos “estrangeiro” aos alunos. Esperamos que este trabalho<br />

contribua tanto para enfatizar a importância da seleção criteriosa <strong>de</strong><br />

recursos didáticos no ensino <strong>de</strong> L2 como para mostrar que é possível<br />

atenuar as falhas dos livros didáticos atualmente disponíveis para o<br />

ensino <strong>de</strong> L2.com alternativas simples mas, no nosso enten<strong>de</strong>r,<br />

eficientes.<br />

FORMAS DE PRESENÇA DE ENUNCIADOS TÍPICOS DE<br />

GÊNEROS DE DIVERSAS ESFERAS EM EDITORIAIS NÃO<br />

ASSINADOS DE JORNAL<br />

Aline Lazari De Oliveira<br />

O objetivo <strong>de</strong>ste projeto foi o levantamento <strong>de</strong> enunciados e/ou termos<br />

típicos <strong>de</strong> diversas esferas em editoriais não assinados <strong>de</strong> jornal, a fim<br />

<strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar estratégias <strong>de</strong> incorporação <strong>de</strong> relações enunciativas, por<br />

esse gênero do discurso, <strong>de</strong> gêneros <strong>de</strong> várias esferas. As relações<br />

enunciativas, ou relações entre locutores e interlocutores, são para o<br />

Círculo <strong>de</strong> Bakhtin a base dos gêneros em suas esferas <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>. O<br />

projeto segue os princípios do Circulo <strong>de</strong> Bakhtin, e a proposta <strong>de</strong><br />

intergenericida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Sobral (2009), que <strong>de</strong>screve “a instância<br />

constitutiva da formação dos gêneros” a partir <strong>de</strong> gêneros existentes.<br />

Segundo Sobral, o tema do editorial não assinado <strong>de</strong> jornal é um <strong>de</strong>verser<br />

social apresentado como consensual, mas o tópico varia, mesmo que<br />

alguns sejam bem mais comuns. O projeto se insere no projeto do<br />

orientador, que aborda diretamente a intergenericida<strong>de</strong>. O levantamento<br />

feito pelo projeto liga-se à i<strong>de</strong>ntificação das formas <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento<br />

do tema do editorial com tópicos típicos <strong>de</strong> outras esferas, o que cria<br />

relações entre gêneros. A metodologia seguida foi:<br />

206


Resumo dos Trabalhos<br />

1. Levantamento dos princípios da proposta <strong>de</strong> gênero do Círculo <strong>de</strong><br />

Bakthin e da proposta <strong>de</strong> intergenericida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Sobral.<br />

2. Levantamento <strong>de</strong> editoriais não assinados <strong>de</strong> jornais regionais e<br />

nacionais para seleção dos que têm diversos tópicos.<br />

3. Seleção <strong>de</strong> editoriais não assinados <strong>de</strong> jornais regionais e nacionais<br />

com diversos tópicos. 4. Levantamento <strong>de</strong> termos, expressões e<br />

enunciados típicos <strong>de</strong> várias esferas. Através <strong>de</strong>sta metodologia foi<br />

possível concluir o levantamento mostra diferentes maneiras como os<br />

editoriais usam essas formas típicas tentando induzir o leitor a aceitar<br />

como suas as opiniões que dá, buscando assim levar o leitor a aceitá-lo<br />

como porta-voz do <strong>de</strong>ver-ser, como veiculo da opinião pública."<br />

REPRESENTAÇÕES DISCURSIVAS SOBRE A ATIVIDADE DO<br />

PROFESSOR<br />

Ana Cecilia Teixeira Gonçalves<br />

Francieli Matzenbacher Pinton<br />

O presente trabalho tem como objeto <strong>de</strong> investigação um tipo <strong>de</strong> agir<br />

humano específico – agir comunicativo – focalizado a partir da<br />

perspectiva do trabalho: as representações discursivas <strong>de</strong> professores a<br />

respeito <strong>de</strong> sua formação e ativida<strong>de</strong> docente. Como é possível<br />

observar, a reflexão sobre a ativida<strong>de</strong> docente traz, sem dúvida, muitos<br />

pontos interessantes que contribuem para uma análise crítica do ato <strong>de</strong><br />

ensinar e do papel do professor. Tendo como base algumas pesquisas,<br />

como, por exemplo, Bronckart (2006), Guimarães et al (2007),<br />

Machado (2004), Machado et al (2009), Souza-e-Silva (2004),<br />

preten<strong>de</strong>mos propiciar uma reflexão por parte dos próprios professores<br />

sobre questões que façam parte do <strong>de</strong>senvolvimento profissional<br />

docente, assim como sobre sua ativida<strong>de</strong> em sala <strong>de</strong> aula. Buscamos<br />

ainda observar como a análise dos textos (escritos) produzidos pelos<br />

professores sobre o trabalho educacional po<strong>de</strong> nos auxiliar a<br />

compreen<strong>de</strong>r essa ativida<strong>de</strong>, assim como enten<strong>de</strong>r <strong>de</strong> que forma essas<br />

representações discursivas estão presentes na configuração <strong>de</strong> seu<br />

trabalho, constituindo, assim, a i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sses profissionais e<br />

influenciando seu agir. O conjunto <strong>de</strong> procedimentos aplicados até o<br />

momento permitiu traçar um perfil dos docentes envolvidos na pesquisa<br />

e explicitou as representações <strong>de</strong>sses profissionais acerca da ativida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>senvolvida.<br />

207


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

A NOMINALIZAÇÃO NA CONSTRUÇÃO DAS FÓRMULAS<br />

DISCURSIVAS: UM ESTUDO DA EMENTAS<br />

André Lima Cor<strong>de</strong>iro<br />

Este trabalho integra ativida<strong>de</strong>s do projeto <strong>de</strong> pesquisa intitulado<br />

“Práticas <strong>de</strong> linguagem, memória discursiva e formação para o trabalho<br />

<strong>de</strong> professor <strong>de</strong> línguas: reformas, percursos, traços i<strong>de</strong>ntitários”,<br />

coor<strong>de</strong>nado pela professora Vera L. A. Sant’Anna, e objetiva analisar<br />

ementas <strong>de</strong> disciplinas <strong>de</strong> graduação da habilitação em Português-<br />

Espanhol, com o propósito <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar interdiscursivida<strong>de</strong>s e seus<br />

efeitos <strong>de</strong> sentido no que se enten<strong>de</strong> como formação para o trabalho <strong>de</strong><br />

professor <strong>de</strong> línguas. Tal análise foi segmentada em áreas <strong>de</strong><br />

convergência em que cada bolsista se responsabilizou por um grupo <strong>de</strong><br />

disciplinas. Esta apresentação consi<strong>de</strong>ra as ementas <strong>de</strong> Língua<br />

Espanhola I, II, III e IV. Como entrada lingüística e metodologia para<br />

este trabalho, optamos por estudar a nominalização (PACHI FILHO,<br />

2008; REZENDE, 207) como elemento composicional caracterizador<br />

<strong>de</strong>sse gênero discursivo (BAKHTIN, 1992). Como efeitos produzidos<br />

por essa nominalização, <strong>de</strong>stacamos (a) o apagamento dos agentes,<br />

principalmente o enunciador, construindo uma voz <strong>de</strong> autorida<strong>de</strong><br />

institucional para a ementa, conferindo ao enunciado status <strong>de</strong> verda<strong>de</strong><br />

absoluta; e (b) o processo <strong>de</strong> retomada a partir da referenciação <strong>de</strong>ssa<br />

forma nominal, ancorada na memória discursiva (PECHEUX, 1999),<br />

supostamente partilhada pelos sujeitos envolvidos. Para reconstruir e<br />

i<strong>de</strong>ntificar os discursos retomados pela ementa, trazemos o conceito <strong>de</strong><br />

fórmula (KRIEG-PLANQUE, 2011) em que a nominalização seguida<br />

<strong>de</strong> um conteúdo a ser abordado por <strong>de</strong>terminada disciplina formaria<br />

essa estrutura fixa que possui ocorrência em todas as ementas e é<br />

resignificada <strong>de</strong> acordo com a situação enunciativa na qual está<br />

inserida. Ainda relacionados a esse contexto, do que caracteriza a<br />

apresentação <strong>de</strong> uma disciplina, trataremos dos objetivos e bibliografia,<br />

relacionando-os com a ementa à luz do histórico das teorias curriculares<br />

(SILVA, 2005; LOPES, 2011) que influenciaram os estudos da<br />

educação no Brasil. Nossos resultados iniciais apontam para questões<br />

<strong>de</strong> heterogeneida<strong>de</strong> discursiva (AUTHIER-REVUZ, 1998) que <strong>de</strong>vem<br />

auxiliar nossas conclusões sobre os modos <strong>de</strong> articular <strong>aqui</strong>lo que se<br />

apaga na e pela nominalização, no sentido <strong>de</strong> que memórias discursivas<br />

i<strong>de</strong>ntificadas no enunciado <strong>de</strong>vem apontar traços <strong>de</strong> perfil (is)<br />

profissional (ais) <strong>de</strong> professor que se está(ão) construindo.<br />

208


Resumo dos Trabalhos<br />

OS PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS E AS<br />

PRÁTICAS DOCENTES<br />

Cássia Rodrigues Gonçalves<br />

A formação em Letras <strong>de</strong>ixou evi<strong>de</strong>nte que muitos aspectos<br />

relacionados ao ensino <strong>de</strong> Português não são facilmente aplicáveis à<br />

prática escolar: a formação <strong>de</strong> leitores foi um <strong>de</strong>stes aspectos. Surgiu,<br />

assim, o questionamento: “Qual a relação dos professores com os<br />

documentos oficiais (PCNs), especificamente no que se refere à<br />

formação <strong>de</strong> leitores?”, visto que estes documentos foram elaborados<br />

com o intuito <strong>de</strong> guiar as práticas <strong>de</strong> ensino. Assim, este trabalho<br />

propõe-se a estudar o diálogo estabelecido entre professores - atuantes<br />

em escolas públicas do Ensino Fundamental em Bagé/RS - com os<br />

PCNs em suas práticas <strong>de</strong> ensino <strong>de</strong> Português, no que se refere ao<br />

trabalho com a formação <strong>de</strong> leitores. Esta pesquisa está pautada nos<br />

estudos bakhtinianos, principalmente, no que se refere à dialogia e aos<br />

gêneros do discurso. Analisamos os conceitos <strong>de</strong> língua propostos pelos<br />

PCNs e os relacionamos com os conceitos <strong>de</strong> formação <strong>de</strong> leitores.<br />

Após, investigamos, por meio <strong>de</strong> questionários aplicados com os<br />

professores e analisados através do paradigma indiciário, <strong>de</strong> Ginzburg,<br />

quais aproximações e distanciamentos existem entre as teorias e as<br />

práticas. Uma das constatações foi a <strong>de</strong> que, embora os professores<br />

afirmem apreciar trabalhar com textos nas aulas, a tradição gramatical<br />

possui ainda muita relevância nas suas práticas, <strong>de</strong>monstrando que,<br />

assim como nas relações entre trabalho e prazer, a educação também<br />

parece ser improdutiva aos nossos olhos quando vista como uma<br />

ativida<strong>de</strong> prazerosa.<br />

AS TEORIAS LINGUÍSTICAS SUBJACENTE ÀS PROVAS DO<br />

PAVE<br />

Clei<strong>de</strong> Martinez Da Silva<br />

Marina Cabreira Rocha De Moraes<br />

Karina Giacomelli (Orientadora)<br />

Palavras chaves: Linguística textual, provas PAVE, ensino.<br />

Este trabalho tem como objetivo i<strong>de</strong>ntificar as teorias linguísticas<br />

utilizadas na elaboração das questões <strong>de</strong> português nas três etapas do<br />

Programa <strong>de</strong> Avaliação da vida escolar (PAVE) – subprograma 2009-<br />

2011, elaboradas pela Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Pelotas. Essas provas<br />

foram analisadas por fazerem parte <strong>de</strong> um sistema <strong>de</strong> avaliação aplicado<br />

209


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

ao término <strong>de</strong> cada ano escolar do Ensino Médio, tendo como base os<br />

conteúdos programáticos escolares.<br />

Foi observada uma maior predominância <strong>de</strong> questões elaboradas com<br />

base na teoria relacionada à Linguística textual, ficando as <strong>de</strong>mais<br />

questões divididas entre as teorias tradicionais, estruturais e<br />

interacionais.<br />

Desta maneira, conclui-se que a Linguística textual está mais evi<strong>de</strong>nte<br />

por dar ênfase ao estudo da língua voltada para o texto, sendo<br />

instrumento <strong>de</strong> reflexão e <strong>de</strong> construção <strong>de</strong> sentidos. E esse é um dos<br />

objetivos do ensino <strong>de</strong> português, conforme <strong>de</strong>scrito nos Parâmetros<br />

Curriculares Nacionais, tanto <strong>de</strong> Ensino Fundamental quanto Médio.<br />

Entretanto, o contexto escolar continua marcado pela elaboração <strong>de</strong><br />

exercícios tradicionais, relativos ao trabalho com a gramática. Isso<br />

<strong>de</strong>smotiva o aluno, pois ele, na maioria das vezes, precisa <strong>de</strong>corar<br />

regras simplesmente para passar na prova.<br />

E, como o <strong>de</strong>sempenho dos alunos se dá a partir dos conteúdos<br />

trabalhados em sala <strong>de</strong> aula, este trabalho aponta que é preciso (re)<br />

pensar o trabalho <strong>de</strong> língua nas escolas, possibilitando que o educando<br />

atribua significado ao que está apren<strong>de</strong>ndo.<br />

REPRESENTAÇÕES DO “SER PROFESSOR” POR<br />

PROFESSORES DE LP EM FORMAÇÃO: APROXIMAÇÕES<br />

INICIAIS<br />

Cristiano Egger Veçossi<br />

Neste trabalho, preten<strong>de</strong>mos apresentar o projeto <strong>de</strong> tese<br />

Representações do “ser professor” por professores em formação nas<br />

modalida<strong>de</strong>s presencial e a distância. O projeto tem como principal<br />

objetivo investigar as representações em torno do “ser professor” a<br />

partir <strong>de</strong> textos produzidos por graduandos do Curso <strong>de</strong> Letras –<br />

Licenciatura – Português e Literaturas <strong>de</strong> Língua Portuguesa<br />

(presencial); Licenciatura em Letras – Português e Literaturas <strong>de</strong><br />

Língua Portuguesa (a distância) – antes e <strong>de</strong>pois da realização do<br />

Estágio Curricular Supervisionado.<br />

A pesquisa proposta se fundamenta, em termos teórico-metodológicos,<br />

no Interacionismo Sociodiscursivo (BRONCKART, 1999; 2006;<br />

BRONCKART e MACHADO, 2004; MACHADO e BRONCKART,<br />

2009). Para a coleta <strong>de</strong> dados, está prevista a realização <strong>de</strong> oficinas <strong>de</strong><br />

produção textual em torno do gênero Memorial <strong>de</strong> Formação (Cf.<br />

SARTORI, 2008) Nesta comunicação, concentramo-nos na<br />

210


Resumo dos Trabalhos<br />

apresentação das questões centrais do projeto, especialmente na<br />

metodologia prevista para coleta e análise <strong>de</strong> dados.<br />

A CARACTERIZAÇÃO DA REVISÃO TEXTUAL DOCENTE<br />

DO GÊNERO BIOGRAFIA<br />

Débora Sodré Esper<br />

Palavras chaves: Revisão textual; gêneros; biografia.<br />

Este trabalho, vinculado ao Grupo <strong>de</strong> Pesquisa “Interação e escrita”<br />

(UEM/CNPq), e apoiado na teoria interacionista, tem o objetivo <strong>de</strong><br />

verificar como se caracteriza a revisão textual do professor do gênero<br />

biografia, levando em consi<strong>de</strong>ração os seus elementos caracterizadores,<br />

assim como seu contexto <strong>de</strong> produção. Para tanto, foram analisados<br />

<strong>de</strong>zenove textos <strong>de</strong> uma turma do 4º ano do Ensino Fundamental I, dos<br />

quais se observou as produções dos alunos e as intervenções do revisor<br />

realizadas nesse material. Os resultados <strong>de</strong>monstram que, embora a<br />

revisão docente apresente apontamentos ligados aos elementos da<br />

biografia, a maior parte <strong>de</strong>les está relacionada apenas com questões<br />

metalinguísticas. Além disso, em muitos casos, essa revisão se mostra<br />

resolutiva, não oferecendo ao aluno a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> refletir sobre os<br />

problemas presentes em seu texto.<br />

É A TEIA QUE PRODUZ A VIDA OU A VIDA QUE PRODUZ A<br />

TEIA?<br />

Emiliana Faria Rosa<br />

Bianca Ribeiro Pontin<br />

Palavras-chave: Língua; linguagem; sur<strong>de</strong>z; educação; i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>;<br />

alterida<strong>de</strong>.<br />

O presente artigo preten<strong>de</strong> mostrar o sujeito, seja ele surdo ou ouvinte,<br />

necessita <strong>de</strong> um língua, vinda e selecionada <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma linguagem,<br />

para se transformar em um sujeito social dotado <strong>de</strong> valores e conceitos<br />

na socieda<strong>de</strong> em que é membro. Apesar das línguas terem o mesmo<br />

caráter formador, enunciativo e polifônico, a diversida<strong>de</strong> é observada.<br />

A língua, a linguagem, é imprescindível ao sujeito. Este trabalho <strong>de</strong>seja<br />

introduzir o leitor na língua <strong>de</strong> sinais enquanto meio <strong>de</strong> comunicação e<br />

língua capaz <strong>de</strong> ativar um discurso dialógico entre seus usuários. O ser<br />

humano é dual e dialógico por natureza; a ele nada se compara. Po<strong>de</strong>mse<br />

tentar comparações com outros espécimes viventes na teia, mas não<br />

211


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

há igual. Tal qual a máxima <strong>de</strong> que todos somos iguais, mas também,<br />

ao mesmo tempo, diferentes. Cada ser humano tem sua característica <strong>de</strong><br />

individualida<strong>de</strong> e multiplicida<strong>de</strong> estampada em seu cotidiano e nas<br />

escolhas que faz. Isso nos leva a pensar: será que, apesar <strong>de</strong> vivermos<br />

na mesma teia - lingüística e social - teríamos teias paralelas à teia<br />

principal? Sim, elaboramos teias secundares <strong>de</strong> acordo com nossas<br />

experiências diárias das informações que recebemos e <strong>de</strong> nossas<br />

necessida<strong>de</strong>s. Se a linguagem é imprescindível para o surgimento da<br />

língua e esta é essencial ao ser humano, como o surdo se comunica? O<br />

surdo utiliza a LIBRAS, a Língua Brasileira <strong>de</strong> Sinais. Percebe-se, com<br />

isso, a existência <strong>de</strong> contextos, teias e abordagens lingüísticas<br />

diferentes, relacionáveis ou não. E o que nos faz tão próximos e tão<br />

distantes? A linguagem nos une e nos separa. Afirmativa estranha?<br />

Nem tanto, afinal o que faz da socieda<strong>de</strong> ser o que é a unida<strong>de</strong><br />

lingüística que apresenta. Tentando <strong>de</strong>sembaraçar a teia em que nos<br />

situamos, percebemos que sem linguagem o homem não é nada e tornase<br />

muito parecido com os outros seres viventes por causa da<br />

característica que o diferencia: a capacida<strong>de</strong> da linguagem.<br />

SOBRE OS “NÃOS” DO EX-PRESIDENTE LULA: UM ESTUDO<br />

SOBRE A CONTRAÇÃO DIALÓGICA<br />

Mariana Loural Coradini<br />

Erick Ka<strong>de</strong>r Callegaro Correa<br />

Palavras-chave: avaliativida<strong>de</strong>, contração dialógica, Lula<br />

Ao inserirmos alguns discursos do ex-presi<strong>de</strong>nte Luiz Inácio Lula da<br />

Silva na ferramenta computacional WordSmith 6.0, o programa acusa<br />

em gran<strong>de</strong>s quantida<strong>de</strong>s a presença do item lexical "não" e da<br />

conjunção "mas". Segundo a Teoria da Avaliativida<strong>de</strong>, <strong>de</strong> Martin e<br />

White (2005), tais itens se encaixam em categorias avaliativas que<br />

contraem dialogicamente o discurso do escritor/falante. Este,<br />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo <strong>de</strong> seu objetivo, ao avaliar o que está em jogo na interação,<br />

contrai o escopo <strong>de</strong> alternativas dialógicas com o seu leitor/ouvinte,<br />

criando ou não laços <strong>de</strong> solidarieda<strong>de</strong> e comunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> crenças<br />

compartilhadas. A teoria supracitada tem por objetivo sistematizar<br />

como os significados interpessoais são construídos quando um<br />

escritor/falante toma para si uma posição i<strong>de</strong>ológica e a usa em sua<br />

interação com seu leitor/ouvinte, ou seja, como são formadas<br />

comunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> crenças e sentimentos e como estas se constroem <strong>de</strong><br />

forma a fazer com que seus leitores/ouvintes compartilhem suas<br />

212


Resumo dos Trabalhos<br />

emoções, seus julgamentos e gostos. Com o presente trabalho,<br />

analisamos como se configura a contração dialógica que o ex-presi<strong>de</strong>nte<br />

tanto se apropria ao discursar. Como metodologia, inicialmente,<br />

analisaremos as ocorrências <strong>de</strong> negação (não) e contraposição (mas) nos<br />

quinze primeiros discursos que Lula fez no primeiro bimestre <strong>de</strong> seu<br />

primeiro mandato no ano <strong>de</strong> 2003. Logo após, buscamos avaliar os<br />

efeitos do recurso a tantos elementos lexicogramaticais que contraem<br />

qualquer alternativa dialógica com seus leitores/ouvintes. O trabalho<br />

está em fase inicial <strong>de</strong> execução e ainda não apresenta resultados<br />

conclusivos.<br />

O AVESSO DA HISTÓRIA EM HISTÓRIA MEIO AO<br />

CONTRÁRIO<br />

Eveline Rosa Peres<br />

Palavras-Chave: Literatura Infantil; Carnavalização; Dialogismo.<br />

Neste trabalho buscamos verificar na obra História meio ao Contrário<br />

(1977), da escritora Ana Maria Machado, elementos da paródia<br />

carnavalesca, a partir da teoria <strong>de</strong>senvolvida pelo linguista russo<br />

Mikhail Bakhtin. Essa escolha teórica <strong>de</strong>veu-se à percepção <strong>de</strong> que os<br />

elementos <strong>de</strong> comicida<strong>de</strong> presentes na obra, além da subversão da<br />

tradicional estrutura narrativa dos contos <strong>de</strong> fadas, estabeleciam vínculo<br />

com o momento histórico no qual esta foi produzida. Assim, a narrativa<br />

configura-se como paródia <strong>de</strong>sse gênero discursivo, utilizando-se, para<br />

isso, <strong>de</strong> inversões na estrutura narrativa e nas atitu<strong>de</strong>s costumeiramente<br />

adotadas pelas personagens convencionais do gênero. Na análise,<br />

verificou-se que a mudança <strong>de</strong> personagens focais também funciona<br />

como estratégia carnavalesca para questionar as estruturas do po<strong>de</strong>r.<br />

Por fim, foi possível perceber que o emprego <strong>de</strong> certos mecanismos<br />

dialógicos e intertextuais reforçam a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> que o espaço e os eventos<br />

da narrativa evocam explicitamente o contexto histórico do Brasil da<br />

época em que a obra foi produzida.<br />

O PAPEL DO DIÁRIO REFLEXIVO NO PIBID/LETRAS<br />

Fabiana Giovani<br />

Isaphi Marlene Jardim Alvarez<br />

Palavras-chave: formação <strong>de</strong> professor, diário reflexivo, PIBID<br />

A presente comunicação tem por objetivo apresentar uma reflexão a<br />

partir do uso do diário reflexivo no Programa <strong>de</strong> Iniciação à docência<br />

213


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

(PIBID) na área <strong>de</strong> Letras da Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do Pampa<br />

(UNIPAMPA). Este diário é elaborado por todos os sujeitos envolvidos<br />

no processo, a saber: coor<strong>de</strong>nadores do subprojeto (professores da<br />

graduação), bolsistas <strong>de</strong> iniciação a docência (alunos do curso <strong>de</strong><br />

Letras) e supervisores (professores da educação básica). Neste contexto,<br />

o diário consolida-se em um espaço em que os envolvidos anotam,<br />

periodicamente, aspectos consi<strong>de</strong>rados relevantes da ação docente e até<br />

mesmo das reflexões possibilitadas. A prática <strong>de</strong> escrita em diários<br />

pauta-se nos estudos <strong>de</strong> Zabalza (1994) ao <strong>de</strong>stacar que ao escrever<br />

sobre a própria prática, o professor é levado a apren<strong>de</strong>r por meio da<br />

narração e, ao narrar a experiência, não apenas a reconstrói<br />

linguisticamente, mas também no nível do discurso prático e da<br />

ativida<strong>de</strong> profissional. Fundamenta-se também nos estudos <strong>de</strong> Larrosa<br />

(1998) ao expor que é na experiência que as pessoas se encontram a si<br />

mesmas e, às vezes, se surpreen<strong>de</strong>m pelo que encontram e não se<br />

reconhecem. Através <strong>de</strong> uma análise qualitativa a partir das leituras dos<br />

diários, pu<strong>de</strong>mos notar que este recurso tem propiciado a socialização<br />

das práticas vivenciadas, o diálogo sobre o que foi percebido e permite<br />

traçar um plano <strong>de</strong> ações <strong>de</strong> melhoria, no sentido <strong>de</strong> superação, com<br />

idas, vindas e trocas entre os pares, oportunizando o refazer como uma<br />

prática avaliativa.<br />

PONTO DE PARTIDA: O QUE SE ESPERA DO PROFESSOR<br />

DE LÍNGUA MATERNA?<br />

Fabiana Veloso De Melo Dametto<br />

A educação brasileira tem sido tema <strong>de</strong> inúmeros <strong>de</strong>bates sociais.<br />

Percebe-se uma “preocupação” geral em torno da problemática da<br />

qualida<strong>de</strong> do ensino. Nesse contexto, chamou-me a atenção uma<br />

reportagem <strong>de</strong> capa da Revista Nova Escola (out./2009), que traz como<br />

ponto central a indisciplina na escola. Partindo da análise <strong>de</strong>sse texto,<br />

este trabalho apresenta a investigação acerca do papel da Revista Nova<br />

Escola na re<strong>de</strong> discursiva que se <strong>de</strong>senvolve em torno do agir docente.<br />

Espero, com isso, trazer à tona a discussão acerca do papel <strong>de</strong>sta e <strong>de</strong><br />

outras publicações na (<strong>de</strong>s)construção da representação do trabalho<br />

docente. De modo geral, os procedimentos utilizados na pesquisa<br />

provêm, fundamentalmente, do Interacionismo Sociodiscursivo,<br />

pautado nos escritos <strong>de</strong> Jean-Paul Bronckart, e na Teoria das<br />

Representações Sociais, proposta por Serge Moscovici. A análise do<br />

perfil <strong>de</strong> atuação da Revista e da referida reportagem aponta para uma<br />

214


Resumo dos Trabalhos<br />

representação do agir docente atual como equivocado, e a Nova Escola<br />

como aquela que vem ao auxílio do professor, a que traz facilida<strong>de</strong>s.<br />

Tal característica lembra a relação já vivida entre professores e livros<br />

didáticos. Além disso, há também uma negação do trabalho docente<br />

atual, o que aproxima o seu discurso ao dos documentos oficiais. Essa<br />

prática discursiva, que vem se alastrando e repercutindo socialmente,<br />

visto que a mídia, pais e alunos passaram a criticar o trabalho docente,<br />

abre espaço para outras tantas reflexões, tais como: em tempos <strong>de</strong> Pósmo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong>,<br />

o que esperam dos professores, em especial os <strong>de</strong> língua<br />

materna, afinal?<br />

FORMAS DE PRESENÇA DE ENUNCIADOS TÍPICOS DE<br />

GÊNEROS DA ESFERA ECONÔMICA EM EDITORIAIS NÃO<br />

ASSINADOS DE JORNAL: RELATO DE PESQUISA<br />

Fernanda Cabreira Da Silva<br />

Palavras- chave: locutor, interlocutor, <strong>de</strong>ver-ser.<br />

O conceito <strong>de</strong> “intergenericida<strong>de</strong>” (Sobral, 2006) enfoca as relações<br />

enunciativas entre locutor e interlocutor. A presença <strong>de</strong> enunciados<br />

típicos <strong>de</strong> um gênero em textos ligados a outros é uma das formas <strong>de</strong><br />

manifestação da intergenericida<strong>de</strong>. A análise <strong>de</strong> editoriais não assinados<br />

<strong>de</strong> jornais nacionais e regionais permitiu i<strong>de</strong>ntificar como gêneros <strong>de</strong><br />

uma esfera são incorporados a gêneros <strong>de</strong> outras esferas. Ao<br />

concluirmos nosso projeto <strong>de</strong> análise das formas <strong>de</strong> presença <strong>de</strong><br />

enunciados típicos da esfera econômica (com bolsa BIC/UCPEL),<br />

observamos que os editoriais se referem a assuntos em pauta na<br />

socieda<strong>de</strong>, ligados a um dado momento social, e alguns <strong>de</strong>stacam o<br />

tópico a ser abordado no texto. Em todos, o primeiro trecho faz uma<br />

prévia do tópico a ser tratado, havendo no último há uma retomada nos<br />

pontos principais discutidos no editorial. Chama-nos a atenção o fato<br />

<strong>de</strong> alguns editoriais fazerem uma <strong>de</strong>scrição minuciosa <strong>de</strong> termos<br />

específicos da área econômica enquanto em outros isso não ocorre.<br />

Verificamos que isso ocorre <strong>de</strong>vido ao fato <strong>de</strong> os editoriais, a <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r<br />

do assunto, se dirigem a públicos distintos; ou seja, assuntos mais gerais<br />

<strong>de</strong> interesse nacional são mais bem esclarecidos e os que tratam <strong>de</strong><br />

assuntos técnicos não são. Assim, os dados levantados e analisados<br />

provam a hipótese <strong>de</strong> que o tema do editorial não assinado <strong>de</strong> jornal é<br />

“um <strong>de</strong>ver-ser social apresentado como consensual”, sendo seu tópico<br />

variável e <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte da relação enunciativa estabelecida.<br />

215


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

FORMAS DE PRESENÇA DE ENUNCIADOS TÍPICOS DE<br />

GÊNERO DE ESFERA POLÍTICA EM EDITORIAIS NÃO<br />

ASSINADOS DE JORNAL: LEVANTAMENTO FINAL<br />

Fernanda Pereira Da Silva<br />

Prof. Dr. Adail Ubirajara Sobral (orientador)<br />

Palavras- chave: gêneros, levantamento <strong>de</strong> termos e expresões, tema.<br />

A pesquisa realizada segue os princípios do Circulo <strong>de</strong> Bakhtin, e a<br />

proposta <strong>de</strong> intergenericida<strong>de</strong> (Sobral, 2009), que <strong>de</strong>screve “a instância<br />

constitutiva da formação dos gêneros” a partir <strong>de</strong> gêneros existentes e<br />

afirma que o tema do editorial não assinado <strong>de</strong> jornal é um <strong>de</strong>ver-ser<br />

social apresentado como consensual, mas o tópico varia, mesmo que<br />

alguns sejam bem mais comuns. O levantamento <strong>de</strong> enunciados típicos<br />

da esfera política no gênero estudado liga-se à i<strong>de</strong>ntificação das formas<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento do tema do editorial com tópicos típicos <strong>de</strong>ssa<br />

outra esfera, criando assim relações entre gêneros. A partir das análises,<br />

apresenta-se um levantamento final <strong>de</strong> como o gênero se forma a partir<br />

<strong>de</strong> outros gêneros, <strong>de</strong>stacando as formas como são apresentados aos<br />

leitores termos, expressões e enunciados típicos da esfera política, a<br />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r do público a que se dirigem, das relações enunciativas que<br />

procuram criar. Verificou-se se os termos da esfera política estão em<br />

<strong>de</strong>staque, se são explicados ao leitor, apenas mencionados no texto,<br />

<strong>de</strong>scritos nele ou se se pressupõe que sejam parte do saber<br />

compartilhado etc., po<strong>de</strong>ndo-se compará-los para mostrar que o tema do<br />

gênero editorial não assinado <strong>de</strong> jornal é <strong>de</strong> fato “um <strong>de</strong>ver-ser social<br />

apresentado como consensual”, seja qual for o tópico. Há diferenças na<br />

presença <strong>de</strong>sses termos e expressões nos editoriais a <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r do<br />

público a que se dirigem, o que está ligado à importância e ao interesse,<br />

que po<strong>de</strong> ser maior ou menor, para os leitores.<br />

O GÊNERO DISCURSIVO RELATÓRIO DE ATIVIDADE<br />

EXTERNA NO ENSINO DA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL:<br />

REFLEXÕES E ANÁLISES<br />

Fernanda Pizarro De Magalhães<br />

Palavras-chave: gênero discursivo; <strong>Educação</strong> Profissional; Círculo<br />

bakhtiniano.<br />

Consi<strong>de</strong>rando a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> redimensionar a prática pedagógica que<br />

vem sendo <strong>de</strong>senvolvida no ensino <strong>de</strong> língua materna da <strong>Educação</strong><br />

Profissional, o presente estudo tem como objetivo apresentar uma<br />

216


Resumo dos Trabalhos<br />

análise, sob enfoque enunciativo-discursivo, do gênero Relatório <strong>de</strong><br />

Ativida<strong>de</strong> Externa, gênero <strong>de</strong> efetiva circulação na esfera empresarial,<br />

área <strong>de</strong> atuação do aluno egresso do ensino profissionalizante. Em<br />

termos teóricos, o estudo tem respaldo nos postulados do Círculo<br />

bakhtiniano, em sua concepção <strong>de</strong> linguagem, como criação coletiva<br />

integrante <strong>de</strong> um diálogo cumulativo entre o “eu” e o “outro”; <strong>de</strong><br />

língua, como lugar <strong>de</strong> interação cujos sentidos são produzidos por<br />

interlocutores em um dado contexto social, histórico, i<strong>de</strong>ológico; <strong>de</strong><br />

gênero, como enunciados recorrentes que orientam o agir em conjunto.<br />

Em termos metodológicos, o estudo se apoia em três categorias <strong>de</strong><br />

análise: situacional, composicional e axiológica, as quais representam<br />

percursos capazes <strong>de</strong> <strong>de</strong>screver e interpretar o gênero em estudo. O<br />

corpus é formado por 12 exemplares <strong>de</strong> Relatório <strong>de</strong> Ativida<strong>de</strong><br />

Externa, das áreas <strong>de</strong> Química, Eletrônica e Edificações e por<br />

entrevistas realizadas com produtores do gênero em empresas das<br />

referidas áreas. De modo geral, o trabalho vem reiterar a postura <strong>de</strong><br />

que a escola só adotará uma perspectiva enunciativo-discursiva<br />

quando compreen<strong>de</strong>r que o gênero precisa ser visto sob a ótica da esfera<br />

da ativida<strong>de</strong>, espaço <strong>de</strong> refração da realida<strong>de</strong>, e a presente pesquisa<br />

representa a concretização <strong>de</strong> uma proposta nessa direção.<br />

AS NOVAS FACES DOS GÊNEROS DISCURSIVOS NA<br />

INTERNET<br />

Fernando Vargas Vieira<br />

Palavras-chave: Blogs, gêneros do discurso, texto.<br />

A presente comunicação tem por intuito relatar ações referentes ao<br />

projeto <strong>de</strong> pesquisa “Bakhtin e a educação: a ética, a estética e a<br />

cognição constituídas através do estudo dos gêneros do discurso e das<br />

práticas <strong>de</strong> letramento”, da Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do Pampa, Campus<br />

Bagé/RS. Tomamos as concepções teóricas <strong>de</strong> Mikhail Bakhtin sobre<br />

gêneros discursivos para mostrar que pelo fato <strong>de</strong> estes terem uma<br />

estabilida<strong>de</strong> relativa, acabam sendo transformados e (re)arranjados em<br />

novos gêneros discursivos. Também mostraremos como são analisados<br />

e produzidos esses gêneros na internet por seus autores/leitores.<br />

Atualmente, os blogs (sites on<strong>de</strong> o usuário, após criar uma conta<br />

pública, principalmente, escreve textos <strong>de</strong> sua autoria na internet) são<br />

uma das principais fontes <strong>de</strong> produção textual. Por ser uma ferramenta<br />

gratuita e <strong>de</strong> fácil utilização, se tornaram bastante populares e, nos dias<br />

atuais, representa um dos meios mais utilizados para a publicação <strong>de</strong><br />

217


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

textos dos mais variados gêneros. Além disso, os blogs proporcionaram<br />

uma modificação nos gêneros discursivos tradicionais, fazendo com que<br />

surgissem novas formas <strong>de</strong> se comunicar com o mundo.<br />

A IMPORTÂNCIA DA VOZ NAS INTERAÇÕES EM SALA DE<br />

AULA<br />

Flávia Fialho Cronemberger<br />

Palavras-chave: entonação;acento <strong>de</strong> valor; recursos vocais.<br />

O objetivo <strong>de</strong>sta comunicação é apresentar o processo interacional entre<br />

uma professora e seu alunado, dando uma atenção especial tanto ao que<br />

está sendo dito, como também as diferentes formas <strong>de</strong>ssa maneira <strong>de</strong><br />

dizer observando, com mais <strong>de</strong>talhamento, os recursos vocais (emissão<br />

vocal sonora “ variações <strong>de</strong> entoação, intensida<strong>de</strong>, altura, ressonância,<br />

qualida<strong>de</strong> vocal, entre outros parâmetros vocais) que, engendrados no<br />

diálogo entre docente e discentes, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um <strong>de</strong>terminado contexto,<br />

dão vida e sentido aos enunciados proferidos pelos mesmos. A<br />

ancoragem teórica teve como ponto basilar as contribuições da chamada<br />

Teoria/Análise Dialógica do Discurso, <strong>de</strong> Mikhail Bakhtin. A aula <strong>de</strong><br />

uma professora <strong>de</strong> oitava série <strong>de</strong> uma escola pública <strong>de</strong> Salvador foi<br />

gravada e analisada em um período <strong>de</strong> 1 hora/aula. Como o espaço<br />

<strong>de</strong>ste trabalho não permite apresentar as análises <strong>de</strong> todas as<br />

ocorrências interacionais i<strong>de</strong>ntificadas nesta aula, para exemplificar,<br />

trago somente um recorte da mesma. Os resultados ilustram as funções<br />

que os recursos vocais assumem como elementos significativos da<br />

produção dialógica do discurso, contribuindo para passar diferentes<br />

juízos <strong>de</strong> valor e i<strong>de</strong>ologias, ao fomentar a construção <strong>de</strong> diferentes<br />

enunciados entre professor e alunos e provocar a constituição <strong>de</strong><br />

diversos sentidos e efeitos na interação.<br />

O GÊNERO HISTÓRIA EM QUADRINHOS NO ENSINO DE<br />

LEITURA E ESCRITA NAS AULAS DE ELE.<br />

Fyama da Silva Me<strong>de</strong>iros<br />

Palavras-chave: leitura, escrita, ELE<br />

O gênero história em quadrinhos é composto por tiras, charges e/ou<br />

cartuns – rico em humor, ironia, intertextualida<strong>de</strong>, etc., no processo <strong>de</strong><br />

leitura, possibilita ao aluno fazer inferências para compreen<strong>de</strong>r o<br />

sentido do texto (KOCK, 2008). No processo <strong>de</strong> escrita, o aluno, após<br />

conhecer as características <strong>de</strong>ste gênero, po<strong>de</strong>rá produzir sua história<br />

218


Resumo dos Trabalhos<br />

em quadrinhos a partir <strong>de</strong> um tema <strong>de</strong> interesse, o que propicia o<br />

<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> escrita. Diante disso, esse trabalho, vinculado ao<br />

projeto <strong>de</strong> pesquisa Leitura e escrita <strong>de</strong> gêneros discursivos nas aulas <strong>de</strong><br />

Língua Espanhola, <strong>de</strong>senvolvido na Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do Pampa –<br />

Unipampa/Jaguarão tem como objetivo central a produção <strong>de</strong> materiais<br />

didáticos a partir <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> compreensão leitora e expressão<br />

escrita utilizando como gênero discursivo algumas tiras, charges e<br />

cartuns publicados semanalmente no jornal El País e também<br />

publicados na obra Toda Mafalda <strong>de</strong> Quino (no período <strong>de</strong> 1964 a<br />

1973). Para tanto, nos pautaremos nos estudos <strong>de</strong> Bakhtin sobre os<br />

gêneros discursivos, nos trabalhos <strong>de</strong> Llopis García (2007, 2008 e<br />

2011) sobre o ensino <strong>de</strong> ELE, e nos estudos <strong>de</strong> Koch (2007, 2008, 2009<br />

e 2011) sobre o texto, entre outros. Em suma, esse trabalho se propõe a<br />

apresentar alguns resultados preliminares das ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>senvolvidas<br />

com o gênero história em quadrinhos <strong>de</strong>ntro do projeto que está em fase<br />

<strong>de</strong> execução.<br />

GÊNERO DISCURSIVO REPORTAGEM: UMA PROPOSTA DE<br />

INTERVENÇÃO DIDÁTICA<br />

Geanine Rambo<br />

Thaís Paz Callegaro<br />

Palavras-chave: Ensino; gênero discursivo; reportagem; bilhete<br />

orientador.<br />

A apropriação dos gêneros é um mecanismo fundamental <strong>de</strong><br />

socialização, <strong>de</strong> inserção prática nas ativida<strong>de</strong>s comunicativas<br />

humanas” (BRONCKART; 1999). Em razão disso, o presente trabalho<br />

tem por objetivo refletir criticamente sobre o ensino <strong>de</strong> produção<br />

textual com foco no gênero reportagem. Este trabalho é resultado das<br />

oficinas propostas pelo grupo do Programa Institucional <strong>de</strong> Bolsas <strong>de</strong><br />

Iniciação à Docência (PIBID) que têm o intuito <strong>de</strong> promover a interrelação<br />

entre a teoria e a prática pedagógica no componente curricular<br />

<strong>de</strong> Língua Portuguesa com ênfase ao ensino <strong>de</strong> leitura e <strong>de</strong> produção <strong>de</strong><br />

textos. Esta oficina específica foi ministrada na 8ª série do ensino<br />

fundamental <strong>de</strong> uma escola pública no município <strong>de</strong> Cerro Largo. As<br />

ativida<strong>de</strong>s contemplaram: a) leitura e interpretação da lei que dispõe<br />

sobre o uso <strong>de</strong> celular na escola e <strong>de</strong> reportagens sobre as implicações<br />

<strong>de</strong>sta lei no ambiente escolar; b) estudo do gênero entrevista; c)<br />

entrevista com a comunida<strong>de</strong> escolar sobre o tema; d) transcrição das<br />

entrevistas e produção do gênero entrevista; e) estudo do gênero<br />

219


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

reportagem: características estruturais e sociocomunicativas; f)<br />

produção da reportagem; g) revisão e reescrita do gênero. Os textos<br />

produzidos pelos alunos foram analisados e orientados por meio do<br />

bilhete orientador que é entendido como uma correção textual-interativa<br />

(RUIZ, 2010). Os resultados parciais apontam para a necessida<strong>de</strong> da<br />

reescrita do texto, pois os alunos apresentaram dificulda<strong>de</strong>s na<br />

organização do gênero em relação à estrutura, além <strong>de</strong> inúmeras<br />

dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> gramática. Baseado no apontamento dos problemas<br />

pelas professoras os alunos reescreveram sua reportagem, <strong>de</strong>sta forma o<br />

processo <strong>de</strong> produção textual apresenta-se como uma interação mais<br />

afetiva, e proporciona ao aluno a i<strong>de</strong>ntificação dos erros com o intuito<br />

<strong>de</strong> corrigi-los, transformando-os em uma aprendizagem.<br />

GÊNEROS DISCURSIVOS E AUTENTICIDADE TEXTUAL NO<br />

ENSINO DE LÍNGUA ESTRANGEIRA: UMA ANÁLISE DE<br />

LIVROS DIDÁTICOS<br />

Gislaine Machado Jerônimo<br />

Letícia da Silva Barboza<br />

Kelli da Rosa Ribeiro<br />

Palavras-chave: Ensino <strong>de</strong> Língua Estrangeira, Gênero Discursivo,<br />

Autenticida<strong>de</strong> Textual.<br />

Escolher um material didático a<strong>de</strong>quado às reais necessida<strong>de</strong>s dos<br />

educandos é um dos temas mais importantes e, ao mesmo tempo, um<br />

dos maiores <strong>de</strong>safios para os professores <strong>de</strong> Língua Estrangeira (LE),<br />

neste caso, Língua Inglesa (LI). No que tange ao ensino da habilida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> leitura, <strong>de</strong>stacamos dois aspectos: a autenticida<strong>de</strong> dos textos e a<br />

diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> gêneros discursivos. Para tanto, elegemos quatro<br />

coleções <strong>de</strong> livros didáticos (utilizados nos diferentes segmentos:<br />

universida<strong>de</strong>s e cursos <strong>de</strong> idioma, escolas públicas), editados a partir do<br />

ano <strong>de</strong> 2004; duas <strong>de</strong>las compreen<strong>de</strong>m coleções <strong>de</strong> livros produzidos no<br />

Brasil, isto é nacionais; enquanto que outras duas contemplam um<br />

material elaborado em países que têm o Inglês como língua materna -<br />

internacionais. A ênfase da análise se dá nas unida<strong>de</strong>s dos livros que<br />

apresentam os seguintes tempos verbais: presente, passado e futuro. A<br />

abordagem utilizada <strong>aqui</strong> é a dialógica bakhtiniana, a qual consiste em<br />

observar os enunciados na materialida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um gênero discursivo. Com<br />

esse trabalho, preten<strong>de</strong>mos promover uma discussão sobre os tópicos<br />

abordados, bem como fornecer subsídios para o ensino/aprendizagem<br />

<strong>de</strong> LE.<br />

220


Resumo dos Trabalhos<br />

A CRIAÇÃO DE MATERIAL DIDÁTICO A PARTIR DO<br />

GÊNERO NOTICIA<br />

Ilma Souza <strong>de</strong> Ávila<br />

Carla Alves Lima<br />

Palavras-chave: Ensino <strong>de</strong> ELE, gêneros discursivos, notícia.<br />

Nosso trabalho está ligado ao projeto Leitura e escrita <strong>de</strong> gêneros<br />

discursivos nas aulas <strong>de</strong> Língua Espanhola, <strong>de</strong>senvolvido na<br />

Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do Pampa – Unipampa/Jaguarão e se propõe a<br />

elaborar materiais didáticos que contemplem dois processos <strong>de</strong><br />

interação: leitura e escrita nas aulas <strong>de</strong> Língua Espanhola. Os<br />

documentos oficiais como os Parâmetros Curriculares Nacionais<br />

(PCNs) nos orientam a trabalhar nessa perspectiva e a elaboração <strong>de</strong><br />

materiais em ELE que contemplam leitura e escrita contribuirá em<br />

nossas práticas docentes. Segundo Barros e Costa (2008) <strong>de</strong>ve-se<br />

buscar explorar o tema, por meio dos gêneros, com ativida<strong>de</strong>s que<br />

estimulem os alunos a refletir sobre sua atuação no mundo e na<br />

socieda<strong>de</strong> e a valorizar seus conhecimentos prévios e experiências e, ao<br />

mesmo tempo, motivem a apren<strong>de</strong>r mais. Para escolher os textos, o<br />

professor <strong>de</strong>ve consi<strong>de</strong>rar tanto o tema da unida<strong>de</strong> quanto a<br />

rentabilida<strong>de</strong> do gênero discursivo (COSTA,2008), já que o propósito é<br />

a reflexão crítica e o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> competências e habilida<strong>de</strong>s<br />

para o domínio do espanhol. Refletindo sobre tais conceitos, temos<br />

como objetivo a elaboração <strong>de</strong> materiais didáticos partindo do gênero<br />

noticia, por enten<strong>de</strong>rmos que é um material <strong>de</strong> circulação cotidiana <strong>de</strong><br />

fácil acesso seja <strong>de</strong> forma impressa ou digital.<br />

PLANEJANDO O ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA: A<br />

EXPERIÊNCIA PIBID/LETRAS/UFRGS/CAPES<br />

Ingrid Nancy Sturm<br />

O trabalho <strong>de</strong>senvolvido na esfera do Programa PIBID tem permitido a<br />

inserção precoce do licenciando em Letras, no universo escolar. A<br />

atuação em conjunto (professoras <strong>de</strong> escolas públicas, alunos-bolsistas e<br />

professoras <strong>de</strong> prática <strong>de</strong> ensino) propicia o incremento do intercâmbio<br />

entre os saberes e as práticas da Escola e da Universida<strong>de</strong>, pelo<br />

engajamento do licenciando nas ativida<strong>de</strong>s escolares. Com isso,<br />

visamos criar condições aos alunos-bolsistas, e também aos professores<br />

das escolas públicas atendidas, para <strong>de</strong>senvolver um ensino mais<br />

produtivo, a partir da ênfase nas práticas <strong>de</strong> leitura e <strong>de</strong> produção<br />

221


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

textual articuladas a reflexão linguística. A presença do licenciando na<br />

escola, num tempo além daquele reservado aos estágios obrigatórios,<br />

leva-o a construir sentidos cotidianamente, a perceber, com mais<br />

consciência, a função primeira da linguagem: a interação. Fazem parte<br />

<strong>de</strong> nossas atribuições no programa o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong><br />

docência (ativida<strong>de</strong>s em leitura e produção textual), a produção <strong>de</strong><br />

material didático e a formulação <strong>de</strong> instrumentos e critérios <strong>de</strong><br />

avaliação. Para todas essas ativida<strong>de</strong>s impõem-se, necessariamente, um<br />

planejamento eficiente que possa dar conta <strong>de</strong> integrar as ações e os<br />

parceiros envolvidos, a fim <strong>de</strong> substituir as práticas rotineiras e<br />

imediatistas, tão comuns nas salas <strong>de</strong> aula <strong>de</strong> língua portuguesa.<br />

Embora crucial o que nossa prática tem constatado, em relação ao<br />

planejamento no ensino <strong>de</strong> língua portuguesa, é: sua inexistência, ou o<br />

que é pior, sua existência apenas no papel; a <strong>de</strong>scrença em sua<br />

eficiência; o <strong>de</strong>spreparo/<strong>de</strong>sconhecimento para fazê-lo.<br />

LEITURA EM PERSPECTIVA ENUNCIATIVA<br />

Jane Da Costa Naujorks<br />

O que significa ensinar a ler? É possível ensinar alguém a ler? A<br />

resposta a essas questões <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da perspectiva pelas quais tomamos o<br />

conceito <strong>de</strong> leitura. Se tomarmos a leitura do ponto <strong>de</strong> vista<br />

mecanicista, da mera <strong>de</strong>codificação, provavelmente, po<strong>de</strong>mos falar em<br />

ensino <strong>de</strong> leitura. No entanto, se enten<strong>de</strong>mos a leitura como um trabalho<br />

<strong>de</strong> linguagem em que o texto é, sempre, para o leitor uma experiência<br />

nova não po<strong>de</strong>mos nos <strong>de</strong>ter em um aprendizado <strong>de</strong> leitura. Como<br />

conduzir, então, a ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> leitura no processo <strong>de</strong> ensinoaprendizagem?<br />

Nosso ponto <strong>de</strong> vista é o <strong>de</strong> tratar a leitura como<br />

constituição <strong>de</strong> sentidos, em que há a apropriação do texto pelo leitor. O<br />

que está em jogo, nessa perspectiva, é o sujeito-leitor, seu espaço e seu<br />

tempo. Enten<strong>de</strong>mos que o leitor constrói sua própria interpretação, pois<br />

ler significa, também, ser autor, ou melhor, coautor do texto. Assim,<br />

acreditamos em práticas <strong>de</strong> leituras como ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> interlocução<br />

entre o sujeito-leitor e o texto. É essa relação que preten<strong>de</strong>mos apontar<br />

como ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> leitura na escola.<br />

222


Resumo dos Trabalhos<br />

PRODUÇÃO DE SENTIDOS SOBRE A PRÁTICA TEATRAL:<br />

PERSPECTIVA DIALÓGICA NA DIMENSÃO VERBO-VISUAL<br />

Jean Carlos Gonçalves<br />

Palavras-chave: Verbo-visual, Prática Teatral, Círculo <strong>de</strong> Bakhtin.<br />

Esse estudo <strong>de</strong> pós-doutoramento, <strong>de</strong>senvolvido no Programa <strong>de</strong><br />

Estudos Pós-Graduados em Linguística Aplicada e Estudos da<br />

Linguagem da Pontifícia Universida<strong>de</strong> Católica <strong>de</strong> São Paulo, investiga<br />

a produção <strong>de</strong> sentidos sobre a prática teatral universitária na<br />

perspectiva da dimensão verbo-visual. A materialida<strong>de</strong> linguística é<br />

composta por protocolos <strong>de</strong> aula produzidos pelos discentes, no âmbito<br />

da disciplina Jogo Teatral e Improvisação I, ministrada no primeiro<br />

semestre <strong>de</strong> 2012, na Graduação em Produção Cênica, da Universida<strong>de</strong><br />

Fe<strong>de</strong>ral do Paraná. A análise está sendo realizada a partir das<br />

contribuições do Círculo <strong>de</strong> Bakhtin, as quais sugerem que a<br />

compreensão <strong>de</strong> enunciado <strong>de</strong>ve ser transportada para além da<br />

textualida<strong>de</strong> escrita, abrangendo outros campos da comunicação. A<br />

dimensão verbo-visual abarca texto e imagem em um enunciado<br />

concreto, no qual verbo e visualida<strong>de</strong> são indissolúveis, e é sob esta<br />

ótica que os protocolos <strong>de</strong> aula foram <strong>de</strong>senvolvidos pelos sujeitos da<br />

pesquisa. Os dados vêm apontando para uma prática teatral repleta <strong>de</strong><br />

sentidos, entre os quais se escolhe para discussão neste artigo, aqueles<br />

que possibilitam diálogos sobre a íntima e conflituosa relação entre<br />

conhecimento e prazer no ensino <strong>de</strong> teatro.<br />

A VOZ DO CAMPESINO NA OBRA DE JUAN RULFO<br />

Jéssica Vaz De Mattos<br />

O objetivo <strong>de</strong>sta comunicação é discutir a importância da obra Pedro<br />

Páramo, do escritor mexicano Juan Rulfo. Esta obra, <strong>de</strong> gran<strong>de</strong><br />

revelância para a literatura latino-americana, foi escrita no ano <strong>de</strong> 1955.<br />

Tomamos esta novela – a primeira escrita pelo autor – como referência<br />

para a nossa análise. O nosso principal apoio teórico advém dos estudos<br />

sobre linguagem/literatura do pensador russo Bakhtin, especialmente<br />

conceitos como dialogismo, polifonia e cultura, <strong>de</strong>ntre outros. Além<br />

disso, utilizamos as discussões específicas sobre literatura e história da<br />

América Latina propostas pelo crítico uruguaio Ángel Rama. Este autor<br />

trata, também, da oposição entre oralida<strong>de</strong> e escrita na literatura, sendo<br />

que a oralida<strong>de</strong> estaria relacionada à culturas iletradas, marginalizadas,<br />

<strong>de</strong> “terceiro mundo”. Tais características, <strong>de</strong> muitos povos<br />

223


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

latinoamericanos, po<strong>de</strong>mos observá-las no meio campesino, por<br />

exemplo. Como primeiras conclusões, po<strong>de</strong>mos observar que a obra <strong>de</strong><br />

Rulfo mostra essa oralida<strong>de</strong>, além <strong>de</strong> retratar a realida<strong>de</strong> mexicana e dar<br />

voz aos campesinos.<br />

LIVROS DIDÁTICOS DE LÍNGUA PORTUGUESA:<br />

CONFIGURAÇÃO GRÁFICA E ALTERAÇÕES AO LONGO DO<br />

TEMPO<br />

Joceli Cargnelutti<br />

Palavras-chave: configuração gráfica, Língua Portuguesa, livros<br />

didáticos Diante do interesse em ampliar conhecimentos sobre a<br />

constituição da história do ensino da disciplina curricular Língua<br />

Portuguesa como língua materna, procuro, nas pesquisas <strong>de</strong> doutorado,<br />

voltar-me ao passado <strong>de</strong>sse ensino pela via <strong>de</strong> acesso do livro didático<br />

<strong>de</strong> Português, olhando especificamente para a configuração gráfica<br />

<strong>de</strong>sse material a partir dos anos 1960. Estabeleço um diálogo com<br />

diferentes textos acadêmicos publicados em diferentes períodos (1990,<br />

2000), voltados a temática da configuração gráfica <strong>de</strong>sse livro, advindos<br />

da área dos estudos linguísticos. Focalizo, neste momento, textos que<br />

referenciam as mudanças ocorridas na configuração dos livros didáticos<br />

a partir da década <strong>de</strong> 1960, pois a partir <strong>de</strong>sse período é possível<br />

verificar diferentes alterações em suas características, como o uso <strong>de</strong><br />

formatos maiores, impressão em cores, emprego <strong>de</strong> novas formas<br />

tipográficas com a introdução da fotocomposição, substituição da capa<br />

dura pelo acabamento brochura, conforme Moraes (2008). Além disso,<br />

procuro investigar em que medida as alterações que foram ocorrendo no<br />

aspecto gráfico (cores, capa, imagens, formato, <strong>de</strong>ntre outros) se<br />

relacionam ou não com as mudanças previstas para o ensino <strong>de</strong> língua<br />

portuguesa. Com o intuito <strong>de</strong> trazer elementos <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m metodológica<br />

que possam auxiliar na leitura dos diferentes textos acadêmicos, apoiome<br />

em Bakhtin (1974/2000, p. 402), pois ler textos é estar no campo da<br />

compreensão, sendo esta dialogicamente ativa. A leitura dos diferentes<br />

trabalhos permite consi<strong>de</strong>rar que a alteração gráfica foi extremamente<br />

relevante como tática <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>rnização e comercialização dos livros<br />

didáticos, propiciando, sem dúvida, avanço tecnológico na produção <strong>de</strong><br />

livros.<br />

224


Resumo dos Trabalhos<br />

O TRABALHO COM O GÊNERO NO LIVRO DIDÁTICO: UM<br />

EXEMPLO DA DIFICULDADE DO TRATAMENTO<br />

DISCURSIVO DA LINGUAGEM<br />

Karina Giacomelli<br />

Os livros didáticos <strong>de</strong> português, atualmente, têm organizado suas<br />

unida<strong>de</strong>s em torno <strong>de</strong> um gênero textual/discursivo. Isso aconteceu por<br />

dois motivos principais: a crescente divulgação das teorias <strong>de</strong> gêneros<br />

em diversas publicações, a partir dos estudos <strong>de</strong> autores como Bakhtin,<br />

Bronckart, Schneuwly e Dolz, Swales, Bazerman, Adam e outros; e a<br />

necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> mercado, uma vez que, após os Parâmetros Curriculares<br />

Nacionais explicitarem a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> o ensino <strong>de</strong> português se dar<br />

por meio <strong>de</strong> gêneros, os autores dos manuais precisaram a<strong>de</strong>quar-se às<br />

indicações <strong>de</strong>sse documento para receber a recomendação do MEC e<br />

habilitarem-se à escolha pelas escolas. No entanto, o trabalho didático<br />

apresentado nos livros ainda se fundamenta nos aspectos estruturais do<br />

gênero escolhido, e o estudo da linguagem foca-se mais na forma. Com<br />

isso, pouco se trata, no processo <strong>de</strong> ensino/aprendizagem, da função<br />

social ou do seu contexto sócio-histórico <strong>de</strong> produção e <strong>de</strong> circulação <strong>de</strong><br />

cada gênero. É nesse sentido que este trabalho, ao procurar apresentar<br />

um exemplo do estudo do gênero no livro didático, busca <strong>de</strong>monstrar<br />

como outras dimensões do texto e do discurso <strong>de</strong>ixam <strong>de</strong> ser discutidas,<br />

ignorando-se a dimensão interativa da linguagem, aspecto também<br />

bastante enfatizado tanto nos PCNs quanto nas teorias <strong>de</strong> referência.<br />

Palavras-chave: gênero, ensino, livro didático<br />

TRABALHO DOCENTE: SUA REPRESENTAÇÃO PARA<br />

ALUNOS DE LICENCIATURA EM LETRAS<br />

Karoline Rodrigues De Melo<br />

Vanessa Bianchi Gatto<br />

O presente trabalho é uma das ações do projeto “Representações do<br />

Agir Docente”, vinculado à Linha <strong>de</strong> Pesquisa Linguagem e Interação<br />

do Programa <strong>de</strong> Pós Graduação em Letras/UFSM. O objetivo <strong>de</strong>ste<br />

trabalho é analisar as representações que futuros professores têm acerca<br />

do trabalho docente. O presente estudo tem sua sustentação teórica nos<br />

processos teórico-metodológicos do Interacionismo Sociodiscursivo<br />

(ISD), <strong>de</strong> Bronckart e Bronckart e Machado. A escolha por essa teoria<br />

se <strong>de</strong>ve à importância que ela dá ao estudo da prática da linguagem em<br />

situações <strong>de</strong> trabalho. Assim, a proposta do ISD é compreen<strong>de</strong>r as<br />

225


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

relações entre linguagem e trabalho (docente). A fim <strong>de</strong> analisar essas<br />

relações, estão sendo realizadas entrevistas com os alunos do Curso <strong>de</strong><br />

Letras Licenciatura da Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Santa Maria. Alguns<br />

momentos da graduação foram <strong>de</strong>terminados para a realização das<br />

entrevistas: primeiro semestre, terceiro semestre (período anterior às<br />

disciplinas didáticas e ao estágio), quinto semestre (período posterior às<br />

disciplinas didáticas, mas anterior ao estágio) e oitavo semestre<br />

(período posterior aos estágios). A partir da análise dos dados, buscarse-á<br />

perceber a (<strong>de</strong>s)construção das representações pertinentes ao agir<br />

docente apresentadas por esses sujeitos no <strong>de</strong>correr do curso <strong>de</strong><br />

licenciatura. Visto que o projeto está em seu segundo ano, duas coletas<br />

já foram realizadas permitindo principiar o estudo acerca do tópico: “O<br />

que é ser professor?” <strong>de</strong> modo a observar como está a (<strong>de</strong>s)construção<br />

da representação acerca do trabalho docente. Ao consi<strong>de</strong>rar que a<br />

análise está em andamento, ainda não é possível a apresentação <strong>de</strong><br />

resultados e conclusões.<br />

Palavras-chave: Trabalho docente, representação, futuros professores.<br />

REPRESENTAÇÕES DO AGIR DOCENTE: QUAL A<br />

CONSTRUÇÃO PRESENTE NO DISCURSO DO FUTURO<br />

PROFESSOR?<br />

Louise Cervo Spencer<br />

O presente estudo é uma das ações do projeto “Representações do Agir<br />

Docente”, vinculado à Linha <strong>de</strong> Pesquisa Linguagem e Interação do<br />

PPGL/UFSM. O objetivo geral é analisar as representações do agir<br />

docente que estão presentes nos diferentes textos pertinentes à ativida<strong>de</strong><br />

educacional; no caso <strong>de</strong>ste trabalho, nos textos que configuram o<br />

discurso dos alunos <strong>de</strong> Letras. A concepção <strong>de</strong> linguagem que sustenta<br />

este estudo e orienta os procedimentos metodológicos é baseada na<br />

perspectiva interacionista. Em consonância com essa concepção <strong>de</strong><br />

linguagem, este estudo tem sua sustentação teórica nos processos<br />

teórico-metodológicos do Interacionismo Sociodiscursivo (ISD), <strong>de</strong><br />

Bronckart e Bronckart e Machado. A escolha por essa teoria se <strong>de</strong>ve à<br />

importância que ela dá ao estudo do papel da prática da linguagem (agir<br />

discursivo) em situações <strong>de</strong> trabalho, no caso, trabalho docente. Assim,<br />

a proposta do ISD é analisar (compreen<strong>de</strong>r) as relações entre linguagem<br />

e trabalho (docente). Para pensar essas relações, este trabalho trouxe<br />

como primeira ação a realização <strong>de</strong> entrevistas com alunos ingressantes<br />

no ano <strong>de</strong> 2011 no primeiro semestre do Curso <strong>de</strong> Letras (Hab.<br />

226


Resumo dos Trabalhos<br />

Português e Literaturas) <strong>de</strong> uma universida<strong>de</strong> pública do RS. Foram<br />

realizadas, até então, duas entrevistas: no primeiro semestre do Curso<br />

<strong>de</strong> graduação e no terceiro semestre. Essas entrevistas continuarão<br />

sendo realizadas, como forma <strong>de</strong> acompanhamento, em outros<br />

momentos pontuais da graduação: quinto semestre e oitavo semestre. O<br />

objetivo <strong>de</strong>sta pesquisa é perceber a (<strong>de</strong>s) construção das representações<br />

pertinentes ao agir docente apresentadas por esses sujeitos em seus<br />

discursos, por meio <strong>de</strong> questionamentos como, neste trabalho<br />

especificamente, os processos <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão e reflexão sobre a prática. "<br />

LEITURA DE GÊNEROS ACADÊMICOS: O PROCESSO DE<br />

CONSTRUÇÃO DE SENTIDOS DE ALUNOS DE LETRAS<br />

Lucia Rottava<br />

O processo <strong>de</strong> construção <strong>de</strong> sentidos em leitura tem sido pouco<br />

investigado em contexto acadêmico <strong>de</strong> língua materna e com menor<br />

freqüência a relação <strong>de</strong>sse processo com a produção textual. A leitura<br />

<strong>de</strong> gêneros acadêmicos tem sido um <strong>de</strong>safio para alunos ingressantes<br />

em cursos superiores em função da temática abordada – temas que<br />

focalizam teorias <strong>de</strong> ensino e <strong>de</strong> aprendizagem <strong>de</strong> línguas, da falta <strong>de</strong><br />

familiarida<strong>de</strong> com os movimentos retóricos que caracterizam os<br />

gêneros textual. Os movimentos retóricos constituem padrões <strong>de</strong><br />

organização textual comumente encontrados em um gênero e facilitam<br />

a leitura por permitir ao leitor construir previsões do modo como as<br />

informações aparecem no gênero em foco. As informações po<strong>de</strong>m ser<br />

estabelecidas por relações e correlações, associações, <strong>de</strong>finições,<br />

comparações, oposições, classificações e análises que são adotadas pelo<br />

autor para construir sentidos. Para tanto, o objetivo é analisar o<br />

processo <strong>de</strong> construção <strong>de</strong> sentidos em leitura, buscando i<strong>de</strong>ntificar<br />

como e em quais movimentos retóricos os leitores se apóiam durante a<br />

leitura. Os dados sob análise resultam <strong>de</strong> uma tarefa <strong>de</strong> protocolo verbal<br />

interativo em leitura realizada por sujeitos graduandos em letras que<br />

frequentam o segundo semestre do curso. Os resultados indicam como<br />

se processa a construção <strong>de</strong> sentidos <strong>de</strong> leitores em contexto acadêmico,<br />

lendo textos que contém características <strong>de</strong>sse gênero."<br />

227


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

PARA O ALUNO DE LETRAS, SER PROFESSOR É...<br />

Marcia Cristina Corrêa<br />

O projeto Representações do agir docente, vinculado à Linha <strong>de</strong><br />

Pesquisa Linguagem e Interação do Programa <strong>de</strong> Pós Graduação em<br />

Letras/UFSM, tem como objetivo a análise das representações do agir<br />

docente presentes nos diferentes textos pertinentes à ativida<strong>de</strong><br />

educacional (discurso dos professores e alunos; documentos oficiais,<br />

material didático, textos que circulam na mídia). A fundamentação<br />

teórico-metodológica <strong>de</strong>ste projeto é baseada nos pressupostos do<br />

Interacionismo sociodiscursivo (ISD), <strong>de</strong> Bronckart(1999, 2006,2008) e<br />

Bronckart e Machado(2008). Essa escolha <strong>de</strong>ve-se ao fato da<br />

importância dada por essa abordagem ao estudo do papel da prática <strong>de</strong><br />

linguagem (agir discursivo) em situações <strong>de</strong> trabalho, no caso, trabalho<br />

docente. Como uma das ações do projeto, propomos acompanhar uma<br />

turma ingressante (2011) em um Curso <strong>de</strong> Licenciatura em Letras –<br />

Português <strong>de</strong> uma universida<strong>de</strong> pública do RS. Dessa forma,<br />

acompanharemos esses alunos, durante os quatro anos do Curso, com<br />

entrevistas pontuais (no primeiro e no terceiro semestre - antes das<br />

disciplinas didáticas - e no oitavo semestre – antes e <strong>de</strong>pois do estágio).<br />

No presente trabalho, discutiremos as representações iniciais <strong>de</strong>sses<br />

alunos sobre o que é ser professor <strong>de</strong> língua portuguesa. Com isso,<br />

preten<strong>de</strong>mos contribuir com a (imprescindível) reflexão sobre a<br />

formação do professor <strong>de</strong> língua portuguesa e, consequentemente, sobre<br />

o ensino <strong>de</strong> língua portuguesa.<br />

Palavras-chave: trabalho docente – interacionismo - representações<br />

O TRABALHO COM A LÍNGUA PORTUGUESA A PARTIR<br />

DOS GÊNEROS DO DISCURSO<br />

Maria Eduarda Motta Dos Santos<br />

Thaís Paz Barbosa<br />

A presente comunicação tem por objetivo relatar uma experiência<br />

didática advinda do Programa <strong>de</strong> Iniciação à docência (PIBID) na área<br />

<strong>de</strong> Letras da Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do Pampa (UNIPAMPA). Trata-se<br />

da elaboração <strong>de</strong> oficinas <strong>de</strong> língua portuguesa que serão aplicadas em<br />

primeiros anos do ensino médio <strong>de</strong> uma escola estadual da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Bagé/RS. Teoricamente, o trabalho está pautado nos pilares teóricos <strong>de</strong><br />

Bakhtin (2003) no que se refere à dialogia e aos gêneros do discurso;<br />

nos trabalhos <strong>de</strong> Dolz e Schneuwly (2004) que tratam <strong>de</strong> sequências<br />

228


Resumo dos Trabalhos<br />

didáticas e nos PCNs (1997) que propõem o trabalho a partir do texto.<br />

O trabalho prático - que está sendo elaborado - partiu da escolha <strong>de</strong><br />

alguns gêneros do discurso (orais e escritos) e visará o <strong>de</strong>senvolvimento<br />

da linguagem a partir <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> leitura e <strong>de</strong> escrita por meio <strong>de</strong><br />

sequências didáticas. A modalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ensino <strong>de</strong> língua portuguesa<br />

proposta neste trabalho busca pensar e trabalhar a língua como prática<br />

social, articulando as leituras propostas com produções reflexivas, nas<br />

quais o aluno seja autor do seu dizer e não apenas um reprodutor <strong>de</strong><br />

textos prontos. Esperamos que o trabalho a partir da perspectiva dos<br />

gêneros discursivos seja uma forma <strong>de</strong> fazer com que todos os alunos<br />

participem e se posicionem, <strong>de</strong> forma ativa, para refletirem sobre os<br />

mais variados temas e seus contextos, sejam como leitores ou autores."<br />

COMO ARTICULAR ATIVIDADES DE LEITURA, ESCRITA E<br />

ANÁLISE LINGUÍSTICA?<br />

Michele Freitas Gomes<br />

Este texto apresenta os resultados parciais <strong>de</strong> uma pesquisa qualitativa<br />

em Linguística Aplicada que teve por objetivo principal elaborar e<br />

implementar uma proposta para o ensino <strong>de</strong> língua portuguesa<br />

realizada com alunos da 7ª série do Ensino Fundamental <strong>de</strong> um escola<br />

privada na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Bagé, RS. O <strong>de</strong>senvolvimento do projeto didático<br />

(SUASSUANA,2008) organizou-se por meio da ferramenta<br />

metodológica <strong>de</strong>nominada sequência didática (DOLZ, NOVERRAZ &<br />

SCHNEUWLY, 2010) em que se utilizou a entrevista como objeto <strong>de</strong><br />

ensino, ressaltando os aspectos linguístico-discursivos <strong>de</strong>sse gênero a<br />

fim <strong>de</strong> proporcionar à turma a leitura crítica <strong>de</strong> textos diversificados e<br />

levá-los à produção textual. Para a fundamentação teórica, utilizamos a<br />

perspectiva discursiva da linguagem <strong>de</strong>senvolvida por Bakhtin (2002),<br />

<strong>de</strong>ntre outros. O trabalho, conduzido pela metodologia da pesquisaação,<br />

realizou-se durante o 1º trimestre <strong>de</strong> 2011. Os resultados apontam<br />

que a prática <strong>de</strong> leitura, produção escrita e análise linguística, quando<br />

articuladas em torno <strong>de</strong> um gênero discursivo, constituem-se em uma<br />

opção metodológica que favorece o <strong>de</strong>senvolvimento da competência<br />

discursiva. Esse trabalho torna-se relevante aos professores e<br />

pesquisadores da área, uma vez que não se restringe ao discurso sobre a<br />

inovação no ensino <strong>de</strong> língua materna, já legitimado pelos documentos<br />

oficiais, mas traz alternativas possíveis <strong>de</strong> mudança. Não se esgotam<br />

<strong>aqui</strong> as possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> pensar um ensino mais significativo <strong>de</strong> língua<br />

portuguesa no ensino fundamental, porém retoma-se uma discussão que<br />

229


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

faz parte da rotina dos professores <strong>de</strong> todo o país e são apresentadas<br />

possibilida<strong>de</strong>s reais <strong>de</strong> intervenção que se configuram como pequenos<br />

“gestos <strong>de</strong> mudança” (DORNELLES, 2010)."<br />

O INTERACIONISMO SOCIODISCURSIVO E O TRABALHO<br />

DOCENTE: UMA ANÁLISE DO PROJETO LIÇÔES DO RIO<br />

GRANDE<br />

Michele Men<strong>de</strong>s Rocha<br />

O trabalho em nossa socieda<strong>de</strong> é colocado como ativida<strong>de</strong> central da<br />

existência humana. Logo, é no trabalho que o agir se mostra <strong>de</strong> forma<br />

mais intensa, segundo Bronckart (2008). Desse modo, para<br />

compreen<strong>de</strong>r o trabalho do professor, é preciso que compreendamos<br />

suas ações representadas nos textos produzidos tanto nas situações <strong>de</strong><br />

trabalho, bem como em textos sobre tal trabalho. Neste contexto, o<br />

objetivo <strong>de</strong>sta pesquisa foi investigar qual é o papel atribuído ao<br />

professor no material da proposta do Referencial Curricular Estadual do<br />

Projeto Lições do Rio Gran<strong>de</strong>. Muito embora esse material não se<br />

apresente como um “livro didático"€ é possível verificar nele um<br />

caráter prescritivo. No intuito <strong>de</strong> fazer a análise proposta, utilizei os<br />

pressupostos teórico-metodológicos do quadro do Interacionismo<br />

Sociodiscursivo (ISD), que atribui à linguagem e ao agir um papel<br />

central no <strong>de</strong>senvolvimento humano. E para i<strong>de</strong>ntificar as categorias<br />

interpretativas do agir no Lições do Rio Gran<strong>de</strong>, lancei mão dos<br />

procedimentos metodológicos <strong>de</strong> análise do ISD, que segue a seguinte<br />

orientação: levantamento do contexto <strong>de</strong> produção e o exame dos três<br />

níveis <strong>de</strong> análise Organizacional, Enunciativo e Semântico. Esta<br />

pesquisa permitiu-me verificar que o papel atribuído ao professor é o <strong>de</strong><br />

“agente”, não tendo intenções, motivos e capacida<strong>de</strong>s próprias, <strong>de</strong><br />

maneira que o material do Projeto Lições do Rio Gran<strong>de</strong> é o “ator”, ou<br />

seja, responsável pelo trabalho docente. Palavras-Chave: trabalho<br />

docente; Lições do Rio Gran<strong>de</strong>, Interacionismo<br />

Sociodiscursivo<br />

FORMANDO LEITORES PROFICIENTES<br />

Millaine De Souza Carvalho<br />

Santiago Bretanha Freitas<br />

O presente trabalho, que faz parte do Projeto <strong>de</strong> PIBID Letras – Língua<br />

Materna da Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do Pampa, Campus Jaguarão,<br />

230


Resumo dos Trabalhos<br />

coor<strong>de</strong>nado pela Profa. Dra. Adriana Bodolay, financiado pela CAPES,<br />

tem por objetivo apresentar uma análise preliminar sobre a influência<br />

das marcas linguísticas em inglês, nos textos do gênero propaganda<br />

televisiva. Esse gênero discursivo tem por objetivo prepon<strong>de</strong>rante a<br />

venda <strong>de</strong> produtos através da indução ao consumo. Partindo do<br />

princípio <strong>de</strong> que a leitura é um processo cognitivo que exige não<br />

somente a <strong>de</strong>codificação <strong>de</strong> palavras, mas também informações nãovisuais<br />

(Liberato e Fulgêncio, 2007), é necessário consi<strong>de</strong>rar que o<br />

conhecimento linguístico interfere na produção <strong>de</strong> sentidos. Assim, o<br />

uso <strong>de</strong> termos em inglês nas propagandas, po<strong>de</strong> significar uma forma <strong>de</strong><br />

convencer o telespectador sobre a superiorida<strong>de</strong> do produto. Nosso<br />

pressuposto é que o leitor menos proficiente ten<strong>de</strong> a ser influenciado<br />

por essas marcas linguísticas. A metodologia <strong>de</strong>ste trabalho consiste em<br />

analisar “X” propagandas televisivas sobre o produto “Y”, para<br />

verificarmos o uso <strong>de</strong>sses termos, bem como seu significado no texto.<br />

Posteriormente, será aplicado um teste a 20 alunos <strong>de</strong> uma escola<br />

pública da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Jaguarão, em que esses terão que escolher entre<br />

dois produtos do mesmo segmento. Uma das propagandas apresentará<br />

marcas em língua inglesa e o outro não. Nossa hipótese é <strong>de</strong> que os<br />

alunos ten<strong>de</strong>rão a escolher os produtos que apresentam informações na<br />

língua estrangeira. Um dos aspectos relevantes para a aplicação <strong>de</strong>ste<br />

trabalho é a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se enfocar no ensino da leitura os aspectos<br />

da metaconsciência textual (Roncarati, 2010), pois a proficiência da<br />

leitura encontra-se interligada ao conhecimento linguístico do aluno."<br />

UM OLHAR PARA A CULTURA DO OUTRO: A FRONTEIRA<br />

RETRATADA PELA LITERATURA<br />

Moacir Lopes De Camargos<br />

Jociele Corrêa<br />

O objetivo <strong>de</strong>sta comunicação é discutir sobre as singularida<strong>de</strong>s da<br />

fronteira Brasil/Uruguai a partir da obra Contos do país dos gaúchos, do<br />

escritor uruguaio Julián Murguía. Após a leitura dos contos Uma visita<br />

e Os contrabandistas, tomamos como referencial teórico básico os<br />

estudos do pensador russo Bakhtin, <strong>de</strong>ntre outros autores, para discutir<br />

sobre língua, cultura, i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> e sujeitos na região fronteiriça, mais<br />

especificamente nas cida<strong>de</strong>s gêmeas Aceguá – Brasil/Uruguai. Nesse<br />

contexto, o comércio informal <strong>de</strong> mercadorias entre os dois países<br />

(contrabando) é bastante praticado, mas aos olhos da lei, isso seria uma<br />

prática consi<strong>de</strong>rada ilegal. No entanto, para os sujeitos fronteiriços essa<br />

231


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

prática é aceitável como qualquer outra forma <strong>de</strong> trabalho. Nos contos<br />

analisados, o narrador-protagonista, por não ser <strong>de</strong>ssa região <strong>de</strong><br />

fronteira, lança um olhar sobre a cultura do outro (o fronteiriço) <strong>de</strong><br />

modo a recriminá-lo por suas práticas sociais <strong>de</strong> sobrevivência.<br />

Segundo Bakhtin (2000), uma cultura só se revela em sua completu<strong>de</strong> a<br />

partir do olhar alheio. Através da análise dos contos, percebemos que a<br />

representação <strong>de</strong> valores culturais/i<strong>de</strong>ntitários dos sujeitos fronteiriços<br />

se revela a partir <strong>de</strong> um olhar exotópico, ou seja, um olhar externo.<br />

Porém, esses dois olhares não são exclu<strong>de</strong>ntes, mas se complementam.<br />

Logo, há um constante diálogo entre as duas culturas em contato e<br />

ambas se enriquecem."<br />

RELAÇÕES DIALÓGICAS E DISCURSO CITADO: TECENDO<br />

UMA HISTÓRIA COM BAKHTIN E JOÃO CABRAL DE MELO<br />

NETO<br />

Nilzete Cruz Silva<br />

Este artigo tem como objetivo discutir a importância da abordagem<br />

discursiva ao se examinar a linguagem. Para isto, utilizam-se os<br />

conceitos <strong>de</strong> relações dialógicas e discurso citado construídos por<br />

Bakhtin e seu Círculo, buscando analisar <strong>de</strong> que forma estes se fazem<br />

presentes nos discursos e como, através <strong>de</strong>les os enunciados se<br />

reiteram, com o passar do tempo, renovando-se a cada contexto em que<br />

são lembrados, repetidos ou citados. Tendo como pano <strong>de</strong> fundo a luta<br />

dos estudantes <strong>de</strong> uma universida<strong>de</strong> contra o Regime Militar, sob o qual<br />

o Brasil ainda vivia, no ano <strong>de</strong> 1976, analisa-se a relação entre o poema<br />

“Tecendo a manhã”, <strong>de</strong> João Cabral <strong>de</strong> Melo Neto – que foi usado<br />

como tema da referida luta – e imagens, atores sociais e ações<br />

relevantes <strong>de</strong>sse evento. Assim, evi<strong>de</strong>ncia-se uma das muitas formas <strong>de</strong><br />

atualização da linguagem, que ratificam o pensamento bakhtiniano <strong>de</strong><br />

que a “palavra não tem princípio nem um fim”, ao contrário, ela se<br />

renova em cada enunciado, em cada momento, em cada sujeito<br />

histórico. O estudo <strong>de</strong>senvolvido visa a oferecer instrumentos para uma<br />

reflexão linguística que explicite relações observáveis entre discursos e<br />

eventos sócio-históricos.<br />

Palavras-chave: Linguagem, enunciado, relações dialógicas, discurso<br />

citado.<br />

232


Resumo dos Trabalhos<br />

O ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA PROJETADO EM<br />

TEXTOS DE APRESENTAÇÃO DE MANUAIS DIDÁTICOS DE<br />

1960-1970<br />

Nina Rosa Licht Rodrigues<br />

O presente trabalho é parte da Dissertação <strong>de</strong> Mestrado em Estudos<br />

Linguísticos intitulada “A constituição do ensino <strong>de</strong> língua portuguesa<br />

em textos introdutórios <strong>de</strong> livros didáticos dos anos 1960 a 1980” e visa<br />

a apresentar o ensino <strong>de</strong> língua portuguesa antecipado a partir <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>scrições feitas <strong>de</strong> dois textos introdutórios do livro didático<br />

“Português”, <strong>de</strong> Proença Filho e Marques. Enten<strong>de</strong>mos que os textos <strong>de</strong><br />

apresentação/introdutórios, presentes em quase todos os manuais<br />

didáticos <strong>de</strong> português, possuem uma função, <strong>de</strong>ntre outras, que é a <strong>de</strong><br />

introduzir, apresentar, antecipar ao leitor que posições responsivas são<br />

tomadas pelo autor com relação ao ensino <strong>de</strong> língua portuguesa na obra<br />

didática. Por essa razão, <strong>de</strong>screver esses textos torna-se importante para<br />

i<strong>de</strong>ntificar alguns discursos sobre a língua (gem) que serviram <strong>de</strong> base<br />

para a elaboração <strong>de</strong> uma obra, no presente caso, para investigar que<br />

ensino <strong>de</strong> português e estudo da linguagem é apresentado a partir da<br />

<strong>de</strong>scrição <strong>de</strong> dois textos <strong>de</strong> apresentação dos anos 1960-1970, dirigidos<br />

um ao professor e outro ao aluno. O espaço <strong>de</strong> tempo que se coloca é<br />

entre o final dos anos 1960 e início dos anos 1970, período que<br />

representa a transição entre os estudos ditos tradicionais e a entrada da<br />

ciência linguística para o ensino <strong>de</strong> língua materna. A perspectiva<br />

teórica e metodológica baseada é a sócio-histórica bakhtiniana, segundo<br />

a qual é necessário investigar as condições <strong>de</strong> produção e as posições<br />

valorativas axiológicas dos autores nos textos, a fim <strong>de</strong> compreen<strong>de</strong>r<br />

que ensino <strong>de</strong> português e estudo da linguagem são projetados entre os<br />

anos 1960-1970.<br />

A CONTRIBUIÇÃO DA POESIA E DA NARRATIVA PARA O<br />

ENSINO DA LÍNGUA ESPANHOLA<br />

Pablo Ramos Silveira<br />

O presente estudo trata das possíveis contribuições do trabalho com<br />

géneros literários em sala <strong>de</strong> aula para o ensino da língua española. Por<br />

conseguinte, houve a necessida<strong>de</strong> da aplicação <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> leitura<br />

durante as práticas pedagógicas, <strong>de</strong> acordo com as normas que regem a<br />

disciplina obrigatória <strong>de</strong> Estágio em Língua Espanhola II, transcorrida<br />

no Núcleo <strong>de</strong> Línguas Estrangeiras, que está vinculado à Universida<strong>de</strong><br />

233


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

Fe<strong>de</strong>ral do Pampa (Unipampa, Campus Bagé, RS) durante o segundo<br />

semestre <strong>de</strong> 2011. Além disso, os alunos leram diversos tipos <strong>de</strong> textos<br />

literários (como poemas, contos e crônicas) pertencentes aos escritores<br />

hispano-americanos. Assim, o grupo <strong>de</strong> discentes teve a oportunida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> refletir sobre questões sócio-históricas e culturais referentes aos<br />

países que falam espanhol."<br />

MANUAL DO PROFESSOR DE LÍNGUA PORTUGUESA:<br />

CONSTITUIÇÃO DO GÊNERO E REFLEXOS NO ENSINO<br />

Patrícia Ribeiro De Andra<strong>de</strong><br />

O artigo discute a relevância do <strong>de</strong>senvolvimento e da ampliação do<br />

manual do professor para o ensino/aprendizado <strong>de</strong> língua portuguesa<br />

nas séries iniciais do Ensino Fundamental, tendo em vista a avaliação<br />

dos livros didáticos, realizada através do Programa Nacional do Livro<br />

Didático (PNLD), a partir dos anos <strong>de</strong> 1996. Para tal abordagem,<br />

utiliza-se o aporte teórico <strong>de</strong>senvolvido por Bakhtin e seu Círculo,<br />

consi<strong>de</strong>rando que essa perspectiva teórica oferece instrumentos para<br />

análise <strong>de</strong> aspectos sociais, i<strong>de</strong>ológicos e políticos presentes em gêneros<br />

discursivos circundantes nas mais diversas esferas da comunicação.<br />

Dessa forma, o estudo objetiva apresentar uma abordagem que<br />

possibilite: explicitar elementos que caracterizam o manual do<br />

professor como gênero discursivo; verificar a relevância do manual na<br />

atuação pedagógica do professor, atentando para o <strong>de</strong>senvolvimento do<br />

Programa Nacional do Livro Didático (PNLD), bem como da produção<br />

científica na área da linguística que têm <strong>de</strong>terminado os rumos seguidos<br />

na composição dos manuais; apresentar reflexões que possam vir a<br />

contribuir para a discussão em torno do funcionamento e da evolução<br />

da linguagem, focalizando fenômenos linguísticos presentes nos<br />

manuais a serem examinados. A partir da pesquisa sobre a qual versa o<br />

presente estudo, espera-se oferecer informações que venham a<br />

contribuir, especialmente, para reflexões sobre o ensino e aprendizado<br />

da língua materna na escola básica.<br />

Palavras-chave: gêneros discursivos; relações dialógicas; i<strong>de</strong>ologia.<br />

234


Resumo dos Trabalhos<br />

TRATAMENTO ATRIBUÍDO À ORALIDADE NO LIVRO<br />

DIDÁTICO DE PORTUGUÊS: ALGUNS APONTAMENTOS<br />

Paula Gaida Winch<br />

No processo <strong>de</strong> avaliação <strong>de</strong> Livros Didáticos <strong>de</strong> Português (LDP), via<br />

PNLD-2011, percebe-se crescente preocupação com o <strong>de</strong>senvolvimento<br />

da oralida<strong>de</strong> nas aulas <strong>de</strong> Língua Portuguesa (LP) do 6º ao 9º ano do<br />

EF. Menciona-se que o ensino <strong>de</strong> LP, tradicionalmente, mais voltado<br />

para gramática, leitura e escrita, tem atribuído pouca atenção à<br />

expressão oral dos alunos. Diante disso, buscamos investigar, na<br />

literatura sobre ensino <strong>de</strong> LP, como a oralida<strong>de</strong> vem sendo trabalhada<br />

nos LDP. Encontramos sinalizações <strong>de</strong> que alguns LDP, das décadas <strong>de</strong><br />

1960, 1970 e 1980, já contemplavam a oralida<strong>de</strong>, ainda que <strong>de</strong> forma<br />

reduzida e assemelhando a habilida<strong>de</strong> oral com o ler em voz alta; por<br />

exemplo, nas ativida<strong>de</strong>s voltadas a recitar poemas (CARGNELUTTI,<br />

2010). Em LDP mais recentes, permanecem apontamentos quanto ao<br />

espaço reduzido <strong>de</strong>stinado à oralida<strong>de</strong> nesses materiais (MARCUSCHI,<br />

1998). Menciona-se também o fato <strong>de</strong> que gran<strong>de</strong> parte das ativida<strong>de</strong>s<br />

visando <strong>de</strong>senvolver a habilida<strong>de</strong> oral dos alunos consiste em explicitar<br />

as diferenças entre a língua oral e escrita (ROJO, 2003; MORI-DE-<br />

ANGELIS, 2003). Assim, percebemos que a oralida<strong>de</strong> parece não estar<br />

sendo tratada na mesma proporção que leitura, produção textual ou<br />

análise linguística, visto o espaço reduzido <strong>de</strong>stinado a ela; e nem a<br />

partir <strong>de</strong> uma <strong>de</strong> suas características fundamentais – seu uso<br />

espontâneo, improvisado-, pois muitas ativida<strong>de</strong>s dos LDP tratam da<br />

passagem do escrito para o oral, não se tratando da produção <strong>de</strong> um<br />

texto oral por parte do aluno."<br />

FAN PAGE CRIANDO NOVAS FORMAS DE INTERAÇÃO<br />

ENTRE OS FÃS DO CLICRBS<br />

Pricilla Farina Soares<br />

As fan pages utilizadas pelo site <strong>de</strong> re<strong>de</strong>s sociais Facebook têm<br />

aproximado empresas e instituições <strong>de</strong> usuários reconhecidos a<br />

princípio como receptores. Um exemplo é a página do ClicRBS no<br />

Facebook, oriunda <strong>de</strong> um site regional do Estado do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul,<br />

do grupo RBS, e que é usada como meio <strong>de</strong> transmitir informações e<br />

trocar dados com os usuários que são seus fãs. Criada em 3 <strong>de</strong> setembro<br />

<strong>de</strong> 2009, atualmente possui mais <strong>de</strong> 100.000 mil usuários que a curtem<br />

e acompanham. A proposta do artigo é analisar, a partir do conceito <strong>de</strong><br />

235


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

interação e formação do sujeito na esfera social (a partir das propostas<br />

<strong>de</strong> Bakhtin), partindo <strong>de</strong>sta fan page do ClicRBS, um meio <strong>de</strong><br />

comunicação importante no Rio Gran<strong>de</strong> do Sul, como ocorre a<br />

interação, o intercâmbio entre sujeitos, mostrando como se dá a<br />

recepção e criação <strong>de</strong> um novo gênero neste espaço, on<strong>de</strong> a circulação<br />

dos discursos se dá <strong>de</strong> forma conjunta, com locutor e receptor tendo<br />

mesmo valor. Este trabalho fará uma explanação sobre os sites <strong>de</strong> re<strong>de</strong>s<br />

sociais e as interações estabelecidas especificamente no Facebook, e<br />

mais <strong>de</strong>talhadamente na fan page do ClicRBS para explorar o sentido<br />

do dialogismo e da formação do sujeito enquanto ser que interage,<br />

agindo tanto como receptor quanto locutor, mostrando como isso ocorre<br />

na fan page citada, o que faz um novo gênero discursivo surgir, pois a<br />

comunicação, que até então era voltada ao antigo esquema emissor -><br />

mensagem -> meio -> receptor, passa a ser vista como um fluxo <strong>de</strong><br />

mensagens em mão dupla."<br />

OS GÊNEROS E O ENSINO: REFLEXÕES ACERCA DO<br />

LIVRO DIDÁTICO<br />

Raquel Da Silva Goularte<br />

Com a publicação dos Parâmetros Curriculares Nacionais, em 1998, o<br />

texto foi tomado como unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ensino. A partir <strong>de</strong> então, aplica-se a<br />

noção <strong>de</strong> gêneros na escola, com a expectativa <strong>de</strong> ser uma eficiente<br />

ferramenta <strong>de</strong> inovação para o ensino <strong>de</strong> língua portuguesa. Porém,<br />

seguidamente a aplicação dos conceitos linguísticos no ensino po<strong>de</strong> não<br />

trazer bons frutos quando ocorre <strong>de</strong> forma direta, sem reflexão e<br />

planejamento docente. Consi<strong>de</strong>rando o contexto educacional brasileiro,<br />

sabemos que o livro didático é ainda o principal recurso utilizado pelos<br />

professores para <strong>de</strong>senvolver as práticas <strong>de</strong> linguagem em sala <strong>de</strong> aula.<br />

Alguns docentes recorrem a outros meios que complementam esse<br />

recurso, mas muitos o tem como única fonte <strong>de</strong> atualização e acesso aos<br />

conhecimentos teóricos que embasam o ensino <strong>de</strong> língua materna.<br />

Partindo <strong>de</strong>ssa realida<strong>de</strong>, nossa preocupação é a forma como os<br />

conhecimentos teóricos são articulados no livro didático e como o<br />

manual do professor orienta as propostas com gêneros textuais no livro.<br />

Nesse sentido, apoiando-nos principalmente no conceito <strong>de</strong> gêneros <strong>de</strong><br />

Bakhtin (1992), analisamos as orientações do manual do professor e as<br />

ativida<strong>de</strong>s propostas para trabalhar alguns gêneros em um livro didático<br />

do 6º ano do ensino fundamental.Palavras-chave: Gêneros textuais,<br />

Ensino <strong>de</strong> língua portuguesa, Livro didático<br />

236


Resumo dos Trabalhos<br />

A IDENTIDADE DOS (IN)DOCUMENTADOS: O CASO DOS<br />

MIGRANTES MEXICANOS NO FILME "UMA VIDA<br />

MELHOR”<br />

Regina Zauk Leivas<br />

Palavras- chave: i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>, filme, migrantes.<br />

Esse trabalho busca discutir com base em teorias sobre a questão da<br />

i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> a situação mostrada no filme “Uma vida melhor” dirigido<br />

por Cris Weitz. A migração <strong>de</strong> mexicanos para os Estados Unidos em<br />

busca <strong>de</strong> trabalho é um dos maiores fenômenos contemporâneos <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>slocamento populacional, e o maior em se tratando <strong>de</strong> caso <strong>de</strong> nãoguerra.<br />

Os trabalhos <strong>de</strong>sempenhados por esses migrantes são os mais<br />

diversos, mas em geral <strong>de</strong>sempenham funções que não exigem preparo.<br />

Esse contexto os leva a viverem como clan<strong>de</strong>stinos que, em não<br />

possuindo documentos, evitam a visibilida<strong>de</strong> social. Dentre as<br />

estratégias criadas para a permanência em terra estrangeira encontramos<br />

peculiar situação comunicacional que muitas vezes mescla o espanhol<br />

pátrio com o inglês. O cinema vem retratando e buscando discutir ha<br />

muito tempo o caso dos migrantes mexicanos, geralmente com um<br />

enfoque politico, seja em comédias ou em dramas. Via <strong>de</strong> regra é a<br />

ênfase na situação colonizador/colonizado que conduz as tramas e<br />

enredos, e não raro o tom panfletário prevalece. O filme “Uma vida<br />

melhor” dirigido por Cris Weitz foge <strong>de</strong>ssa convenção ao tratar do caso<br />

<strong>de</strong> um migrante mexicano, numa “arquitetônica fílmica” que tem como<br />

base a singular história do protagonista e <strong>de</strong> seu filho. A difícil situação<br />

<strong>de</strong> trabalho, os laços afetivos mesclados e oscilantes em relação aos<br />

valores trazidos <strong>de</strong> uma pátria distante no tempo e no espaço, e os <strong>de</strong><br />

um país que não po<strong>de</strong> ser pátria eis que lhe nega existência oficial, são a<br />

tônica do enredo. Uma narrativa tão rica provoca à investigação.<br />

Assim, através da personagem Carlos Galindo e da sucessão <strong>de</strong><br />

acontecimentos ocorridos em sua vida, buscamos analisar as categorias<br />

que emergem <strong>de</strong>ssa narrativa fílmica em relação às atuais discussões<br />

acadêmicas sobre i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>. Nesse sentido buscamos no pensamento<br />

<strong>de</strong> Stuart Hal, Nestor García Canclini e Benedict An<strong>de</strong>rson os subsídios<br />

teóricos para realização <strong>de</strong> nosso trabalho. Nossas análises apontam<br />

para uma especificida<strong>de</strong> da migração mexicana que coloca os migrantes<br />

mexicanos ainda na condição <strong>de</strong> sujeitos marcadamente sociológicos<br />

conforme assinala Hall, no entanto as vicissitu<strong>de</strong>s da chamada pósmo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong><br />

lhes lançam novos <strong>de</strong>safios. Um dos maiores é a<br />

necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> apren<strong>de</strong>r a falar a linguagem dos patrões a fim <strong>de</strong><br />

ampliar as possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> pertença.<br />

237


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

O USO DAS FÁBULAS NO ENSINO FUNDAMENTAL PARA O<br />

DESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEM ORAL E ESCRITA<br />

Renan De Moura Rodrigues Lima<br />

O trabalho mostra a importância <strong>de</strong> usar as fábulas no Ensino<br />

Fundamental. Esse gênero textual, por ser curto e breve e por apresentar<br />

uma linguagem acessível, mostra-se como uma importante ferramenta<br />

para o plano pedagógico em relação ao <strong>de</strong>senvolvimento da linguagem<br />

oral e escrita na sala <strong>de</strong> aula. Baseado na teoria abordada foi possível<br />

perceber o quanto o uso da fábula é útil para a formação da criança,<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> a utilização da “moral”, presente na maioria <strong>de</strong>sses textos, como<br />

na sua estrutura textual. O fato <strong>de</strong> ela ser um produto espontâneo do ser<br />

humano, instrui e diverte, provocando discussões, reflexões e risos no<br />

leitor. Ao trabalhar esse gênero textual é possível ler e analisar<br />

diferentes textos, realizando um trabalho intertextual com eles, a partir<br />

da paráfrase e da paródia. Diante <strong>de</strong>sses conceitos, foi <strong>de</strong>senvolvido o<br />

projeto com os alunos do Ensino Fundamental para elaborarem suas<br />

próprias fábulas, a fim <strong>de</strong> que elas, no final do projeto estivessem<br />

reunidas em um livro escrito por eles.<br />

TRABALHO DOCENTE E O LIVRO DIDÁTICO DE<br />

PORTUGUÊS<br />

Rosaura Maria Albuquerque Leão<br />

Este trabalho discute o binômio livro didático <strong>de</strong> português e trabalho<br />

docente. Especialmente a partir do estudo <strong>de</strong> Soares (2001), com<br />

relação ao modo <strong>de</strong> estruturação e <strong>de</strong> funcionamento dos livros<br />

didáticos ao longo do tempo, e <strong>de</strong> pressupostos teóricos do<br />

Interacionsimo Sociodiscursivo (ISD) – distinção entre agente/ator e<br />

entre artefato/instrumento – busca-se compreen<strong>de</strong>r, em termos gerais,<br />

qual imagem <strong>de</strong> professor tem sido projetada pelos livros didáticos <strong>de</strong><br />

Língua Portuguesa atualmente. Para isso, além <strong>de</strong> recuperar a análise <strong>de</strong><br />

Soares (2001) com relação a dois manuais didáticos utilizados nos<br />

séculos XIX e XX, discute-se algumas ocorrências observadas em<br />

livros dos anos 1990 e 2000, as quais <strong>de</strong>notam que o verda<strong>de</strong>iro ator no<br />

processo <strong>de</strong> ensino-aprendizagem parece ser o livro didático, enquanto<br />

o professor é projetado ou como executor da proposta do material, ou<br />

nem mesmo é mencionado como agente do processo."<br />

238


Resumo dos Trabalhos<br />

UMA AQUARELA DE SAIT-EXUPÉRY: UMA ABORDAGEM<br />

DESCRITIVO-ANALÍTICA DO VERBAL E DO NÃO-VERBAL<br />

EM O PEQUENO PRÍNCIPE<br />

Sandra Regina Klafke<br />

Este trabalho, <strong>de</strong> caráter <strong>de</strong>scritivo-analítico, consiste na avaliação <strong>de</strong><br />

um livro infantil, e justifica a pertinência <strong>de</strong> uma abordagem da obra O<br />

Pequeno Príncipe, escrita em 1943, pelo autor, jornalista e piloto<br />

francês Antoine <strong>de</strong> Saint-Exupéry, em diferentes faixas etárias. Diz-se<br />

caráter <strong>de</strong>scritivo pelo fato <strong>de</strong> o texto ser autônomo, isto é, fala por si<br />

mesmo ao <strong>de</strong>screver características físicas da obra a que se refere; e<br />

analítico porque pon<strong>de</strong>ra sobre aspectos não-verbais e verbais, levando<br />

em conta o público leitor a que po<strong>de</strong> se <strong>de</strong>stinar a obra <strong>de</strong> Saint-<br />

Exupéry. Como referencial bibliográfico, esta proposta faz uso dos<br />

ensinamentos <strong>de</strong> Mara Ferreira Jardim (2001), com o artigo Critérios<br />

para análise e seleção <strong>de</strong> textos <strong>de</strong> literatura infantil; <strong>de</strong> Alberto<br />

Manguel (2001), com a obra Lendo Imagens; Laura C. Sandroni e Luiz<br />

Raul Machado (orgs; 1991), com a obra A criança e o Livro; e <strong>de</strong><br />

Bakhtin (2010), com a noção <strong>de</strong> Dialogismo. A escolha dos autores que<br />

sustentam as i<strong>de</strong>ias <strong>aqui</strong> <strong>de</strong>scritas surgiu em virtu<strong>de</strong> da importante<br />

contribuição <strong>de</strong> Jardim (2001) para a caracterização material das obras<br />

<strong>de</strong> Literatura Infantil e para a “classificação” das fases <strong>de</strong> leitura; já a<br />

obra <strong>de</strong> Manguel (2001), e também a obra <strong>de</strong> Sandroni e Machado<br />

(1991), fornecem suporte necessário à compreensão e à leitura das<br />

imagens, entre as quais será selecionada uma para aprofundamento e<br />

apreciação. Da noção bakhtiniana <strong>de</strong> dialogismo, traz-se o terceiro<br />

conceito, no qual a subjetivida<strong>de</strong> é construída pelo conjunto das<br />

relações sociais <strong>de</strong> que participa o sujeito, a fim <strong>de</strong> corroborar com as<br />

apreciações acerca das imagens apresentadas na obra em questão."<br />

PRODUÇÃO TEXTUAL NO ENSINO MÉDIO: ALGUMAS<br />

POSSIBILIDADES<br />

Stefania Marin Da Silva<br />

Vaima Regina Alves Motta<br />

O projeto objetiva aproximar discussões acadêmicas sobre autonomia<br />

em produção textual e Ensino Médio, isto é, aproximar teoria e prática.<br />

Preten<strong>de</strong>-se fortalecer a parceria entre universida<strong>de</strong> e escola pública.<br />

Assim, o projeto, vinculado ao Programa <strong>de</strong> Licenciaturas –<br />

PROLICEN e em sua segunda edição, sustentado pela pesquisa-ação,<br />

239


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

busca envolver o Ensino Médio em um trabalho no qual professor e<br />

alunos equilibrem a responsabilida<strong>de</strong> sobre os avanços na qualida<strong>de</strong> da<br />

escrita. Essa abordagem <strong>de</strong> co-responsabilida<strong>de</strong> tenta reverter o papel<br />

passivo do aluno diante <strong>de</strong> sua produção escrita. Metodologicamente, o<br />

projeto será dinamizado em oficinas semanais com a duração <strong>de</strong> 2h/a e<br />

envolverá uma turma <strong>de</strong> Ensino Médio <strong>de</strong> um Colégio Estadual do<br />

município <strong>de</strong> Santa Maria, ministradas por um acadêmico do curso <strong>de</strong><br />

Letras, com orientação direta da professora responsável pelo projeto.<br />

Além das diferentes produções escritas, o público-alvo do projeto estará<br />

envolvido em ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> reflexões sobre o processo <strong>de</strong> escrita, sobre<br />

os resultados obtidos nos artefatos textuais produzidos individualmente<br />

e <strong>de</strong> refacção. Espera-se construir um espaço facilitador para uma<br />

experiência diferenciada em produção textual, capaz <strong>de</strong> provocar<br />

reflexões sobre o ensino e <strong>aqui</strong>sição da escrita, bem como sobre os<br />

papéis do professor e do aluno em todo esse processo. O projeto será<br />

baseado em autores como CALKINS, L. M; COELHO, A. M. T. e<br />

MATOS, M.L; ABAURRE, M.B.M., FIAD, R.S., MAYRINK-<br />

SABINSON, M.L.T; KEMMIS, S.; entre outros.<br />

Palavras-chave: Produção textual, Pesquisa-ação, Parceria<br />

universida<strong>de</strong>- escola.<br />

O TRABALHO COM A LÍNGUA PORTUGUESA A PARTIR<br />

DOS GÊNEROS DO DISCURSO<br />

Thaís Paz Barbosa<br />

Maria Eduarda Motta Dos Santos<br />

A presente comunicação tem por objetivo relatar uma experiência<br />

didática advinda do Programa <strong>de</strong> Iniciação à docência (PIBID) na área<br />

<strong>de</strong> Letras da Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do Pampa (UNIPAMPA). Trata-se<br />

da elaboração <strong>de</strong> oficinas <strong>de</strong> língua portuguesa que serão aplicadas em<br />

primeiros anos do ensino médio <strong>de</strong> uma escola estadual da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Bagé/RS. Teoricamente, o trabalho está pautado nos pilares teóricos <strong>de</strong><br />

Bakhtin (2003) no que se refere à dialogia e aos gêneros do discurso;<br />

nos trabalhos <strong>de</strong> Dolz e Schneuwly (2004) que tratam <strong>de</strong> sequências<br />

didáticas e nos PCNs (1997) que propõem o trabalho a partir do texto.<br />

O trabalho prático - que está sendo elaborado - partiu da escolha <strong>de</strong><br />

alguns gêneros do discurso (orais e escritos) e visará o <strong>de</strong>senvolvimento<br />

da linguagem a partir <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> leitura e <strong>de</strong> escrita por meio <strong>de</strong><br />

sequências didáticas. A modalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ensino <strong>de</strong> língua portuguesa<br />

proposta neste trabalho busca pensar e trabalhar a língua como prática<br />

240


Resumo dos Trabalhos<br />

social, articulando as leituras propostas com produções reflexivas, nas<br />

quais o aluno seja autor do seu dizer e não apenas um reprodutor <strong>de</strong><br />

textos prontos. Esperamos que o trabalho a partir da perspectiva dos<br />

gêneros discursivos seja uma forma <strong>de</strong> fazer com que todos os alunos<br />

participem e se posicionem, <strong>de</strong> forma ativa, para refletirem sobre os<br />

mais variados temas e seus contextos, sejam como leitores ou autores.<br />

Palavras-chave: gênero discursivo, ensino/aprendizagem <strong>de</strong> LP,<br />

dialogia Linha Temática: Dialogismo, gêneros e ensino: perspectivas<br />

GÊNERO RELATÓRIO DE ESTÁGIO EM ESPANHOL: UMA<br />

PERSPECTIVA A PARTIR DA ANÁLISE DE ERROS<br />

Triciane Rabelo Dos Santos<br />

Consi<strong>de</strong>rando as dificulda<strong>de</strong>s na produção escrita em língua estrangeira,<br />

bem como a produção <strong>de</strong> gêneros textuais/discursivos em espanhol/LE,<br />

esse estudo busca investigar os erros linguísticos na produção escrita do<br />

gênero relatório <strong>de</strong> professores em formação, tendo em vista parâmetros<br />

linguísticos-discursivos. A<strong>de</strong>mais analisar a frequência e a tipologia<br />

mais recorrente <strong>de</strong>sses erros e quais suas possíveis implicações para a<br />

textualização na língua estrangeira. Como um estudo sistemático dos<br />

erros precisa ser realizado, optamos por <strong>de</strong>senvolver investigações que<br />

visam compreen<strong>de</strong>r tais problemas à luz da Linguística Contrastiva,<br />

centrando-nos no mo<strong>de</strong>lo da Análise <strong>de</strong> Erros, além <strong>de</strong> recorrermos às<br />

teorias discursivas e textuais. Assim, trabalharemos com a produção<br />

escrita dos relatórios <strong>de</strong> estágio <strong>de</strong> nove professores em formação final<br />

<strong>de</strong> um Curso <strong>de</strong> Licenciatura em Letras/Espanhol <strong>de</strong> uma universida<strong>de</strong><br />

pública, on<strong>de</strong> os erros serão analisados a partir do plano da observação,<br />

da <strong>de</strong>scrição e da explicação<br />

(Cor<strong>de</strong>r, 1967). Salientamos que os erros cometidos na produção escrita<br />

do gênero relatório po<strong>de</strong>m estar relacionados à natureza linguística e a<br />

especificida<strong>de</strong> genérica. Observamos ainda que gran<strong>de</strong> parte dos<br />

professores <strong>de</strong> línguas inicia, <strong>de</strong> modo geral, sua aprendizagem da<br />

língua estrangeira, no caso o espanhol, na própria Licenciatura e <strong>de</strong>ve<br />

concluir como ensinante. Ou seja, é preciso investigar o processo <strong>de</strong><br />

formação dos professores e, em especial, como ele produz seus textos<br />

(orais e escritos) nesse contexto.<br />

Palavras-chave: Análise <strong>de</strong> erros. Espanhol. Gênero relatório.<br />

241


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

PORTFÓLIO: UM INSTRUMENTO PARA O ENSINO DA<br />

PRODUÇÃO ESCRITA<br />

Vaima Regina Alves Motta<br />

Promover avanços na produção textual <strong>de</strong> alunos <strong>de</strong> <strong>Educação</strong> Básica é<br />

um <strong>de</strong>safio para todos os professores, principalmente, da área da<br />

linguagem. Muitas vezes, o trabalho com a escrita torna-se<br />

improdutivo, pois a ação docente fica restrita a revisões gramaticais<br />

unidirecionais, <strong>de</strong>ixando o estudante a parte <strong>de</strong> todo o processo e<br />

reduzindo-o a mero copiador da versão final. A partir <strong>de</strong>sse quadro e<br />

como professora responsável pela disciplina <strong>de</strong> Estágio Supervisionado<br />

<strong>de</strong> uma universida<strong>de</strong> do interior do RS, optei pelo Portfólio<br />

Cronológico como instrumento para estagiários do curso <strong>de</strong> Letras<br />

acompanharem a produção escrita <strong>de</strong> seus alunos. O Portfólio permite<br />

um estudo-diagnóstico longitudinal e favorece postura reflexiva tanto<br />

do mediador quanto do estudante, uma vez que é capaz <strong>de</strong> revelar o<br />

<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> competências e habilida<strong>de</strong>s. Espero que, ao longo<br />

do período <strong>de</strong> estágio no ano letivo <strong>de</strong> 2012, esse gênero - usado a<br />

serviço do ensino - possa auxiliar professor-estagiário e estudantes da<br />

Escola Básica a se tornarem (co)gerenciadores do processo <strong>de</strong> escrita. A<br />

pesquisa está sustentada em autores como Vygotsky (1984), Harp e<br />

Huinsker (1997), Coelho & Matos (2002), Kish et al (1997), Bakhtin<br />

(2003), Pimenta & Lima (2010), Abaurre (2002), Aguirre (2000), White<br />

& Arndt (1991) entre outros.<br />

Palavras-chave: Portfólio – Escrita - Avaliação<br />

O DIÁRIO DE AGRICULTORES COMO GÊNERO DO “DIA A<br />

DIA”<br />

Vania Grim Thies<br />

O presente trabalho é parte integrante da pesquisa <strong>de</strong> doutorado<br />

<strong>de</strong>senvolvida no Programa <strong>de</strong> Pós-Graduação em <strong>Educação</strong> (UFPEL) e<br />

tem como objetivo principal problematizar diários <strong>de</strong> três irmãos<br />

agricultores como o gênero que organiza a linguagem cotidiana do/no<br />

contexto rural on<strong>de</strong> vivem. Os três irmãos tiveram uma passagem breve<br />

pela escola (quatro anos <strong>de</strong> escolarização), trabalham e moram na zona<br />

rural da região sul do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul. Um dos agricultores escreve<br />

diário há mais <strong>de</strong> trinta e seis anos. O referencial teórico e<br />

metodológico está ancorado na perspectiva bakhtiniana explorando<br />

conceitos principais <strong>de</strong> gênero, dialogismo e autoria. O material<br />

242


Resumo dos Trabalhos<br />

empírico <strong>de</strong>sse trabalho <strong>de</strong>monstra que cada um dos três irmãos<br />

agricultores exerce sua posição autoral <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>terminada maneira e,<br />

assim, o mundo da vida e o mundo da teoria estão em constante<br />

interação pelo ato ético e responsável da escrita. A análise preliminar<br />

revela que há um gênero do discurso presente na vida cotidiana que,<br />

muitas vezes, não se faz presente na escola.<br />

Palavras-chave: Gênero, dialogismo, diários.<br />

CONTO POPULAR: UM GÊNERO TEXTUAL A SERVIÇO DO<br />

ENSINO DA LEITURA E ESCRITA<br />

Vanilda Salton Köche<br />

Adiane Fogali Marinello<br />

Esta comunicação objetiva apresentar um recorte da pesquisa-ensino<br />

intitulada Leitura, produção textual e prática <strong>de</strong> análise linguística a<br />

partir <strong>de</strong> gêneros textuais, <strong>de</strong>senvolvida na Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Caxias do<br />

Sul/CARVI. O objetivo da pesquisa é investigar os gêneros textuais e<br />

buscar estratégias para o ensino <strong>de</strong> leitura, produção textual e prática <strong>de</strong><br />

análise linguística a partir dos gêneros, <strong>de</strong> modo a contribuir para a<br />

reflexão sobre o ensino <strong>de</strong> língua no nível médio e superior. O estudo<br />

tem um enfoque qualitativo-interpretativo e <strong>de</strong> aplicação didáticopedagógica.<br />

Este trabalho aborda o gênero textual conto popular, sua<br />

<strong>de</strong>finição, características e estrutura. Faz também uma análise<br />

ilustrativa e propõe ativida<strong>de</strong>s voltadas para a leitura, produção textual<br />

e prática <strong>de</strong> análise linguística. O conto popular é um gênero textual<br />

narrativo curto que se concretiza na tradição oral dos povos. Aborda a<br />

essência dos seres humanos, seus comportamentos e conflitos, a<br />

importância dos valores morais, o confronto entre fortes e fracos,<br />

pobres e ricos e o triunfo do bem sobre o mal, entre outros temas. Não<br />

representa apenas os fatos da realida<strong>de</strong>, pertence ao mundo dos sonhos,<br />

fantasias, mistérios e magias. Fundamentam esta comunicação os<br />

autores Bakthin (1997), Cascudo (1978), Dolz e Schneuwly (2004),<br />

Leal (1985), Romero (1954), Guesse e Volobuef (2008), Vale (2001),<br />

Maria (2004) e Machado (1994).<br />

Palavras-chave: conto popular, gênero textual, ensino."<br />

243


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

A INTERAÇÃO PROFESSOR/ALUNO E AS CONDIÇÕES DE<br />

PRODUÇÃO TEXTUAL<br />

Veridiana Ferreira Moraes<br />

Fabiana Giovani<br />

A presente comunicação tem por intuito relatar ações referentes ao<br />

projeto <strong>de</strong> pesquisa “Bakhtin e a educação: a ética, a estética e a<br />

cognição constituídas através do estudo dos gêneros do discurso e das<br />

práticas <strong>de</strong> letramento”, da Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do Pampa. O trabalho<br />

pauta-se nos pilares teóricos <strong>de</strong> Bakhtin, principalmente, no que se<br />

refere à dialogia. Trabalhar o diálogo em sala <strong>de</strong> aula na perspectiva<br />

bakhtiniana é conceber a linguagem uma forma <strong>de</strong> interação. É<br />

consi<strong>de</strong>rar que mais do que possibilitar uma transmissão <strong>de</strong><br />

informações <strong>de</strong> um emissor a um receptor, a linguagem é vista como<br />

um lugar <strong>de</strong> interação humana. Com base na teoria, vamos <strong>de</strong>senvolver<br />

a pesquisa <strong>de</strong> campo nas escolas Estaduais Félix Contreiras e Mário<br />

Suñe, ambas localizadas na perifeira e zona rural, respectivamente, na<br />

cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Bagé/RS. Acompanhamos as aulas <strong>de</strong> língua portuguesa <strong>de</strong><br />

duas professoras em turmas dos sétimos e dos oitavos anos, nas duas<br />

escolas. As fases e objetivos da pesquisa são i) acompanhar a proposta<br />

do professor para a produção escrita; ii) i<strong>de</strong>ntificar a dialogia que<br />

permeia a produção escrita; iii) coletar e analisar as produções textuais<br />

no sentido <strong>de</strong> observar se apresentam marcas das condições <strong>de</strong><br />

produção e social. A pesquisa está em andamento, mas infelizmente,<br />

temos notado que, na prática escolar, institui-se uma ativida<strong>de</strong><br />

linguística artificial. Assumem-se papéis <strong>de</strong> locutor/interlocutor durante<br />

o processo, mas o problema é que não se é locutor/interlocutor<br />

efetivamente"<br />

REPRESENTAÇÕES DO AGIR DOCENTE DE PROFESSORES<br />

DE LÍNGUA PORTUGUESA EM FORMAÇÃO NUMA<br />

PERSPECTIVA INTERACIONISTA<br />

Wen<strong>de</strong>l Dos Santos Lima<br />

A linguagem na perspectiva interacionista é um lugar <strong>de</strong> interação e <strong>de</strong><br />

interlocução e constitui os polos da subjetivida<strong>de</strong> e da alterida<strong>de</strong>, já que<br />

homem se constitui como ser humano através das relações que<br />

estabelece com os outros. Tal concepção tem embasamento nos estudos<br />

<strong>de</strong> Vygostsky e permite visualizar uma relação dinâmica e constitutiva<br />

entre o sujeito e a linguagem, como também voltar a atenção para os<br />

244


Resumo dos Trabalhos<br />

sujeitos e suas histórias individuais <strong>de</strong> relação com a linguagem.<br />

Propõe-se na pesquisa <strong>de</strong> mestrado <strong>aqui</strong> apresentada um olhar teóricoprático<br />

acerca da concepção <strong>de</strong> linguagem acima citada, visando<br />

discutir como as contribuições da teoria interacionista <strong>de</strong> Vigotsky<br />

(1998) e do caráter dialógico e na materialização em gêneros da<br />

linguagem, conforme Bakhtin (1996, 1997), fundamentam o processo<br />

<strong>de</strong> formação <strong>de</strong> professores <strong>de</strong> Língua Portuguesa. O texto <strong>aqui</strong><br />

proposto visa nortear a revisão teórica do trabalho <strong>de</strong> dissertação do<br />

Programa <strong>de</strong> Pós-graduação em Letras da Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong><br />

Santa Maria (RS), área <strong>de</strong> concentração em Estudos Linguísticos, linha<br />

<strong>de</strong> pesquisa “Linguagem e interação”, cuja investigação intenta<br />

compreen<strong>de</strong>r quais as representações sobre do agir docente <strong>de</strong><br />

professores em formação. A metodologia adotada prevê uma análise <strong>de</strong><br />

corpus, cuja fonte são textos produzidos por professores em formação<br />

em dois momentos ao longo da licenciatura, com base no<br />

Interacionismo Sociodiscursivo fundado por Bronckart (2004)<br />

(BRONCKART, 1999, 2006, 2008; MACHADO, 2004, 2009;<br />

MACHADO & BRONCKART, 2009)."<br />

PROJETOS DIDÁTICOS E O ENSINO DE PORTUGUÊS:<br />

TECENDO INTERLOCUÇÕES, FORMANDO AUTORIAS<br />

William Kirsch<br />

Esta comunicação consiste na síntese <strong>de</strong> minha dissertação <strong>de</strong> mestrado,<br />

que oferece o relato da investigação qualitativa/interpretativa<br />

(conforme Erickson, 1989 e Mason, 1996) do projeto didático “O som<br />

que faz a nossa cabeça”, executado em colaboração com uma<br />

professora <strong>de</strong> língua portuguesa do ensino fundamental da re<strong>de</strong><br />

estadual do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul. Após uma sequência <strong>de</strong> tarefas – <strong>de</strong><br />

leitura e interpretação, estudo do texto, e foco em recursos expressivos<br />

–, os alunos produziram notas autobiográficas, publicadas num CD da<br />

turma contendo: um encarte com uma nota produzida por cada aluno e<br />

uma mídia com cada canção escolhida para a produção das notas. O<br />

trabalho teve por pilares teóricos (a) o enquadre dialógico do Círculo <strong>de</strong><br />

Bakhtin no tocante à conceituação <strong>de</strong> língua/linguagem, gêneros do<br />

discurso e autoria; (b) os pressupostos <strong>de</strong> ensino e aprendizagem por<br />

meio <strong>de</strong> projetos. Os resultados da pesquisa sugerem que o ensino <strong>de</strong><br />

português por projetos didáticos que partam <strong>de</strong> temáticas pertinentes<br />

aos educandos e visem à produção <strong>de</strong> textos a serem tornados públicos<br />

para leitores concretos incentivam: (1) a participação dos alunos nas<br />

245


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

ativida<strong>de</strong>s pedagógicas mediadas pelas tarefas <strong>de</strong> leitura e produção<br />

textual propostas; (2) a produção <strong>de</strong> textos apropriados para o contexto<br />

<strong>de</strong> produção e voltados aos efeitos <strong>de</strong> sentido pretendidos sobre os<br />

interlocutores; (3) o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> autoria por parte dos<br />

educandos face à tarefa <strong>de</strong> produzir textos. De modo que, nesta<br />

comunicação, apresento as bases em que foram produzidas as tarefas do<br />

projeto, bem como três notas <strong>de</strong> meus diários <strong>de</strong> campo em que,<br />

segundo a linha argumentativa adotada, os participantes <strong>de</strong>monstram,<br />

nas suas ações, as conclusões sugeridas pelos resultados da pesquisa. "<br />

246


LINHA TEMÁTICA: DISCURSO, ENUNCIAÇÃO E<br />

ENSINO: RUMOS.<br />

A IMAGEM DO PROFESSOR DE LÍNGUA PORTUGUESA<br />

CONSTRUÍDA PELA VOZ OFICIAL: CAMINHOS E<br />

DESCAMINHOS DOS PROFESSORES DE PORTUGUÊS<br />

Adriana Fernan<strong>de</strong>s De Oliveira<br />

Palavras-chave: O ensino <strong>de</strong> Língua Portuguesa, Professor,<br />

Documentos oficiais.<br />

Este artigo apresenta algumas reflexões sobre o ensino <strong>de</strong> Língua<br />

Portuguesa na atualida<strong>de</strong>, tomando por base três documentos oficiais,<br />

publicados nas décadas <strong>de</strong> 1990 e 2009, na tentativa <strong>de</strong> verificar como<br />

se articulam as vozes discursivas que organizam esse discurso, que<br />

relações dialógicas esses textos mantêm entre si, a fim <strong>de</strong> investigar que<br />

imagem do professor <strong>de</strong> Português é construída pela voz oficial. Para a<br />

realização <strong>de</strong>sse estudo, nos ancoramos nos pressupostos teóricometodológicos<br />

<strong>de</strong>lineados pelo Círculo <strong>de</strong> Bakhtin. O entrecruzamento<br />

dos discursos produzidos em cada documento aponta para indícios <strong>de</strong><br />

que estes textos não se constituem como o produto <strong>de</strong> uma discussão<br />

ampla entre os participantes do processo <strong>de</strong> ensino: os professores <strong>de</strong><br />

Língua Portuguesa, e os produtores do texto oficial. A Secretaria <strong>de</strong><br />

<strong>Educação</strong> oficializa o que a aca<strong>de</strong>mia quer para o ensino <strong>de</strong> Português e<br />

apresenta esse produto aos professores <strong>de</strong> forma impositiva, dado o<br />

caráter prescritivo do texto oficial. Assim, a imagem que a voz oficial<br />

tem dos seus interlocutores – os professores <strong>de</strong> Português – é a <strong>de</strong><br />

pessoas subalternas que necessitam receber orientações sobre o seu<br />

fazer docente. Compreen<strong>de</strong>mos, <strong>de</strong>ssa forma, que o discurso oficial<br />

constrói uma imagem geral estereotipada do professor: <strong>de</strong>spreparado,<br />

incapaz, <strong>de</strong>satualizado, enfim, aquele que se constitui pela “falta”.<br />

UMA PERSPECTIVA BIBLIOGRÁFICA SOBRE A TEORIA DA<br />

ARGUMENTAÇÃO NA LÍNGUA E DA POLIFONIA Alessandra<br />

Da Silveira Bez<br />

Palavras-chave: Teoria da Argumentação na Língua. Teoria da<br />

Polifonia. Hipóteses externas. Hipóteses internas.<br />

A proposta <strong>de</strong>ste trabalho é fazer uma análise bibliográfica e crítica<br />

sobre o <strong>de</strong>senvolvimento da Teoria da Argumentação na Língua e da<br />

247


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

Polifonia, <strong>de</strong> autoria <strong>de</strong> Oswald Ducrot e colaboradores. Para<br />

realizarmos essa pesquisa <strong>de</strong> forma consistente e elucidativa, temos um<br />

objetivo bem fundamentado: mostrar a relação entre as hipóteses<br />

externas e as hipóteses internas <strong>de</strong> maneira que possamos explicar a<br />

construção da ANL. A partir das modificações e das permanências das<br />

hipóteses internas em relação às hipóteses externas, esclarecemos não<br />

só o percurso dos pesquisadores, mas também evi<strong>de</strong>nciamos o<br />

aprofundamento <strong>de</strong> suas reflexões. Ao resgatarmos as bases filosóficas<br />

e linguísticas da Teoria da Argumentação na Língua e da Polifonia,<br />

verificamos que essa semântica intralinguística preserva suas raízes. A<br />

constância e a modificação das hipóteses internas é fruto natural do<br />

amadurecimento do estudo, uma vez que elas se reajustam às hipóteses<br />

externas. Dessa forma, ressaltamos que a semântica argumentativa é<br />

bem construída <strong>de</strong>vido à flexibilida<strong>de</strong> das hipóteses internas e à rigi<strong>de</strong>z<br />

das hipóteses externas. Portanto, não há inconsistência teórica na ANL<br />

e na polifonia, apenas maturação <strong>de</strong> pontos <strong>de</strong> vista.<br />

ANÁLISE DO DISCURSO SOBRE A MULHER<br />

MATERIALIZADO EM COMERCIAIS TELEVISIVOS<br />

Aline <strong>de</strong> Lima Bazerque<br />

Palavras-chave: Análise do Discurso; gêneros; papel social.<br />

O presente trabalho apresenta resultados parciais <strong>de</strong> uma análise do<br />

discurso sobre a mulher materializado em comerciais televisivos <strong>de</strong><br />

diferentes épocas que está sendo realizada para que seja possível<br />

verificar qual é a formação discursiva sobre o papel social da mulher<br />

veiculado na publicida<strong>de</strong> televisiva e, também, constatar se o discurso<br />

presente nessa publicida<strong>de</strong> reforça ou não a formação discursiva<br />

tradicional sobre os papéis sociais <strong>de</strong> homens e mulheres. Para<br />

realizar esse trabalho, optou-se pela Análise <strong>de</strong> Discurso <strong>de</strong> linha<br />

Francesa como base teórica, pois não é a análise textual que está em<br />

jogo apenas, mas o discurso materializado em certos comerciais<br />

televisivos, levando- se em conta a historicida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sse discurso e o<br />

sujeito e a i<strong>de</strong>ologia contidos nele. Os referidos comerciais, que foram<br />

reproduzidos em meio televisivo e também disponibilizados na<br />

internet, tratam <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> automóveis e também <strong>de</strong> produtos<br />

que auxiliam em tarefas domésticas como cozinhar e limpar a casa.<br />

Estão sendo analisados comerciais televisivos <strong>de</strong> épocas distintas para<br />

que seja possível verificar se há mudanças ou não na formação<br />

discursiva sobre o papel da mulher materializada nesses comerciais,<br />

248


Resumo dos Trabalhos<br />

assim como na socieda<strong>de</strong> houve a formação discursiva <strong>de</strong> resistência<br />

ao discurso tradicional. Os resultados parciais <strong>de</strong>monstram que,<br />

embora ao longo dos anos tenha se <strong>de</strong>senvolvido uma formação<br />

discursiva <strong>de</strong> resistência ao discurso tradicional que diz que o papel<br />

social da mulher é o <strong>de</strong> somente cuidar do lar e da família, essa<br />

mudança não ocorre nos comerciais televisivos já analisados. A<br />

publicida<strong>de</strong> televisiva <strong>de</strong> produtos que auxiliam em tarefas domésticas,<br />

por exemplo, ainda materializa o discurso tradicional que coloca a<br />

mulher como responsável por cozinhar, limpar a casa e cuidar dos<br />

filhos, enquanto o homem sequer aparece nos comerciais, ou, quando<br />

aparece, está trabalhando. Desse modo, a formação discursiva <strong>de</strong><br />

resistência ao discurso tradicional é ignorada em comerciais<br />

televisivos, embora tão presente na socieda<strong>de</strong> atual.<br />

Linha Temática: Discurso, enunciação e ensino: rumos.<br />

GESTOS DE INTERPRETAÇÃO, LEITURA E AUTORIA NO<br />

FACEBOOK: CURTIR OU COMPARTILHAR?<br />

Ana Cristina Franz Rodrigues<br />

Palavras-Chave: autoria, leitura,facebook.<br />

Pierre Lévy (1999), filósofo francês <strong>de</strong>dicado aos estudos sobre a<br />

socieda<strong>de</strong> cibernética, compreen<strong>de</strong> o hipertexto como um tramado <strong>de</strong><br />

textos, palavras, imagens ou diferentes recursos gráficos que po<strong>de</strong>m ser<br />

conectados, a qualquer instante, pelo uso <strong>de</strong> lincks. Nesse passo, o<br />

papel do leitor é <strong>de</strong> extrema relevância, pois cabe a ele conduzir o<br />

percurso <strong>de</strong>ssa “aventura” textual, configurando, assim, um movimento<br />

<strong>de</strong>scontínuo <strong>de</strong> leitura, cuja entrada <strong>de</strong> novos saberes é ocasionada por<br />

um click. Assim, outra importante característica da escrita/leitura no<br />

espaço virtual é justamente o movimento <strong>de</strong> interação entre leitor e<br />

autor, pois se compreen<strong>de</strong> que ao contornar os caminhos da leitura, o<br />

leitor passa assumir certa autoria. Nesse passo, Grigoletto (2009),<br />

sugere que autor e leitor se (con)fun<strong>de</strong>m nessa re<strong>de</strong> <strong>de</strong> interação. A<br />

partir <strong>de</strong>ssas questões, procuramos refletir nesse trabalho, com base no<br />

referencial teórico da Análise do Discurso sobre os gestos <strong>de</strong> leitura,<br />

interpretação e autoria no ambiente virtual, sobretudo na re<strong>de</strong> social<br />

facebook. Além disso, buscamos compreen<strong>de</strong>r a forma como o sujeitoautor<br />

movimenta os saberes e os sentidos <strong>de</strong>ntro das formações<br />

discursivas que vigoram nesse espaço <strong>de</strong> escritura.<br />

249


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

INSTÂNCIAS DISCURSIVAS DE REGULAMENTAÇÃO DE<br />

PROFISSIONAIS DE LETRAS E DE DIREITO: UMA<br />

RELAÇÃO ENTRE PROFISSÕES NÃO-REGULAMENTADAS E<br />

REGULAMENTADAS<br />

Ana Lucia Cheloti Prochnow<br />

Adriana Silveira Bonumá<br />

O presente trabalho tem por objetivo propor uma análise comparativa<br />

entre profissões regulamentadas e, por isso, emancipadas, <strong>de</strong>ntre as<br />

quais o direito; e profissões não-regulamentadas, carentes <strong>de</strong><br />

emancipação, das quais faz parte o profissional <strong>de</strong> Letras. Realizamos,<br />

nesta pesquisa, uma análise comparativa entre o Código <strong>de</strong> Ética e<br />

Disciplina da OAB, autorizado pelos arts. 33 e 54, V, da Lei nº 8906 <strong>de</strong><br />

04 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 1994, e o Parecer CNE/CES nº 492/2001, aprovado em<br />

03 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 2001, a partir das estratégias enunciativas que permitem<br />

i<strong>de</strong>ntificar ou não características <strong>de</strong> uma profissão emancipada.<br />

Observamos, ao final, uma dissonância entre os sistemas analisados,<br />

haja vista que o profissional <strong>de</strong> Letras conforma-se <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um<br />

sistema alopoiético, baseado em expectativas cognitivas; e, na outra via,<br />

o profissional <strong>de</strong> Direito configura-se no interior <strong>de</strong> um sistema<br />

autopoiético, tendo o seu fazer baseado em expectativas normativas.<br />

Isso justifica o fato <strong>de</strong> o profissional do Direito ser <strong>de</strong>tentor <strong>de</strong><br />

regulamentação profissional, ao passo que o profissional <strong>de</strong> Letras não<br />

possui o amparo <strong>de</strong>ssa regulamentação.<br />

DISCURSO E PRODUÇÃO DE SENTIDOS: O LUGAR DO<br />

PROFESSOR NA EAD<br />

Andrea Ad Reginatto<br />

Palavras-chave: Discurso. Professor. EaD.<br />

Esta pesquisa, <strong>de</strong> natureza qualitativa, apresenta as i<strong>de</strong>ias iniciais <strong>de</strong> um<br />

projeto <strong>de</strong> doutoramento cujo foco <strong>de</strong> investigação é analisar, via<br />

perspectiva dialógica da linguagem, particularida<strong>de</strong>s da ativida<strong>de</strong> do<br />

docente na modalida<strong>de</strong> Ensino a Distância (EaD), <strong>de</strong> modo a contribuir<br />

para o (re)conhecimento da complexida<strong>de</strong> do seu trabalho. Desse<br />

modo, visa verificar como ocorre, no ambiente virtual <strong>de</strong><br />

aprendizagem, a interlocução do professor com seus alunos,<br />

coor<strong>de</strong>nadores, equipe multidisciplinar e professor tutor. Além disso,<br />

preten<strong>de</strong> investigar para quem é direcionada a ativida<strong>de</strong> do docente na<br />

modalida<strong>de</strong> EaD. A abordagem teórica está ancorada na perspectiva<br />

250


Resumo dos Trabalhos<br />

enunciativo-discursiva a partir das concepções teórico-metodológicas<br />

<strong>de</strong>senvolvidas pelo Círculo <strong>de</strong> Bakhtin e nas proposições <strong>de</strong> Schwartz<br />

(2007), acerca da abordagem ergológica. Nesse sentido, através da<br />

coleta e da análise dos dados, obtidos por meio da aplicação <strong>de</strong> um<br />

questionário semiestruturado e <strong>de</strong> uma entrevista, espera-se contribuir<br />

para que o docente da modalida<strong>de</strong> EaD redimensione a importância e a<br />

complexida<strong>de</strong> da sua prática profissional e para que a comunida<strong>de</strong><br />

acadêmica reflita sobre impasses e perspectivas da contemporaneida<strong>de</strong><br />

no que se refere ao ensino a distância nos Cursos <strong>de</strong> Licenciatura em<br />

Letras, como é o caso do Português e do Espanhol.<br />

A “LÍNGUA” E A CORRELAÇÃO DE FORÇAS QUE<br />

ATRAVESSAM O DISCURSO DOCENTE<br />

Andréa Pessôa dos Santos<br />

Este estudo tem origem em nossa pesquisa <strong>de</strong> mestrado que objetivou<br />

compreen<strong>de</strong>r os sentidos que os professores dos anos iniciais do ensino<br />

fundamental atribuem ao ensino da língua portuguesa (LP) e o modo<br />

como esses sentidos se relacionavam com os discursos <strong>de</strong> autorida<strong>de</strong><br />

sobre o tema. Desse modo, no universo dos discursos analisados,<br />

buscamos compreen<strong>de</strong>r os sentidos que os docentes atribuíam: a) a<br />

língua; b) ao professor; c) ao professor <strong>de</strong> LP; d) ao aprendiz da língua<br />

materna e, finalmente, e) ao ensino <strong>de</strong> LP. Sendo assim,<br />

apresentaremos, nesta comunicação, os resultados <strong>de</strong> nossos estudos<br />

sobre os sentidos que os professores atribuíram ao conceito <strong>de</strong><br />

“língua”. A partir da teoria bakhtiniana (BAKHTIN, 2003) buscamos<br />

compreen<strong>de</strong>r as vozes sociais que constituíram os discursos analisados.<br />

Optamos pelo procedimento metodológico do grupo focal (GF), que<br />

recebeu complemento <strong>de</strong> dados gerados através <strong>de</strong> questionários <strong>de</strong><br />

i<strong>de</strong>ntificação dos 13 professores participantes. Longe <strong>de</strong> ser óbvio o<br />

referido conceito não possui um sentido consensual nem mesmo entre<br />

os <strong>de</strong>tentores do que <strong>aqui</strong> estamos chamando <strong>de</strong> discurso <strong>de</strong><br />

autorida<strong>de</strong>. Os sentidos <strong>de</strong>correntes <strong>de</strong>sse conceito variam conforme a<br />

perspectiva teórica e à época adotada. Dessa forma, como parâmetros<br />

para as análises empreendidas recorreram às <strong>de</strong>finições <strong>de</strong> “língua”<br />

apontadas por POSSENTI (2003), por julgarmos serem essas<br />

pertinentes aos estudos realizados e pela clareza e objetivida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sua<br />

exposição.<br />

251


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

DISCURSO E PRÁTICAS NO APARELHO ESCOLAR: MODOS<br />

DISTINTOS DE ASSUJEITAMENTO?<br />

Angela Plath Da Costa<br />

Palavras-chave: i<strong>de</strong>ologia; imaginário; i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong><br />

Nas atuais condições <strong>de</strong> produção do ensino brasileiro, a Lei<br />

11.645/2008 <strong>de</strong>termina a inclusão <strong>de</strong> estudos sobre a cultura afrobrasileira<br />

e indígena como tema interdisciplinar. A partir daí, buscamos<br />

refletir sobre relações entre o discurso da prática <strong>de</strong> ensino sobre a<br />

religiosida<strong>de</strong> Afro-Brasileira, o discurso da normatização e alguns<br />

aspectos do imaginário <strong>de</strong> divinda<strong>de</strong> que caracteriza as religiões<br />

africanas e as culturas monoteístas. Tomando as noções <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ologia,<br />

sujeito, imaginário e memória, analisamos o discurso do sujeitoprofessor<br />

em duas práticas <strong>de</strong> ensino, trazendo aspectos <strong>de</strong> cunho<br />

histórico-i<strong>de</strong>ológico que marcam a evolução da religiosida<strong>de</strong> egípcia<br />

da África Antiga em direção ao surgimento das crenças monoteístas. A<br />

partir dos mecanismos <strong>de</strong> funcionamento da i<strong>de</strong>ologia e do<br />

inconsciente, na escola são promovidas que tipo <strong>de</strong> relações entre as<br />

formações imaginárias da religiosida<strong>de</strong> afro-brasileira e cristã?<br />

Enten<strong>de</strong>mos, a partir das análises, que discursos-matrizes <strong>de</strong> sentido,<br />

anteriormente oprimidos, silenciados e esquecidos, po<strong>de</strong>m ressurgir<br />

como o discurso nosso, como o discurso-outro ou, ainda, vestindo a<br />

roupagem do exotismo, a partir do posicionamento do sujeitoprofessor.<br />

Essas tomadas <strong>de</strong> posição po<strong>de</strong>m reproduzir ou transformar<br />

sentidos que estão no cerne <strong>de</strong> preconceitos e discriminações quanto à<br />

diversida<strong>de</strong> religiosa, tanto no Brasil como em outros países<br />

colonizados através do regime escravagista.<br />

CRÔNICA "SIMPLICIDADE": UMA PROPOSTA DE ANÁLISE<br />

ENUNCIATIVA<br />

Anna Cervo<br />

A linguagem, para os Parâmetros Curriculares Nacionais é essencial<br />

para a construção da vida social. Esse documento, ainda, sugere que<br />

ensino <strong>de</strong> língua <strong>de</strong>ve ser voltado ao uso, às práticas sociais da língua.<br />

Nesse sentido, a aula <strong>de</strong> língua portuguesa <strong>de</strong>veria estar embasada em<br />

um trabalho <strong>de</strong> interpretação do mundo e participação nele, ou seja,<br />

com foco na ativida<strong>de</strong> discursiva do falante/aluno. Diante disso, este<br />

trabalho visa a um estudo <strong>de</strong> texto em função do uso que o locutor faz<br />

da própria língua. A teoria que embasa este estudo é a <strong>de</strong> Émile<br />

252


Resumo dos Trabalhos<br />

Benveniste, linguista que <strong>de</strong>fine língua como sistema <strong>de</strong> signos, tal<br />

como Saussure. Porém, Benveniste admite um novo elemento, que é a<br />

enunciação, e o <strong>de</strong>fine como ato do locutor que mobiliza o sistema <strong>de</strong><br />

signos, para significar no discurso. Nesse viés, a análise proposta neste<br />

trabalho vai <strong>de</strong> encontro à metalinguagem, presente nas gramáticas, ou<br />

até mesmo nos livros didáticos, nos quais é solicitado ao aluno que<br />

<strong>de</strong>codifique o código escrito, ou ainda, que extraia do texto<br />

<strong>de</strong>terminado significado dado. Esta análise busca mostrar a dupla<br />

significância da língua, ou seja, a combinação dos domínios semiótico e<br />

semântico como construtores do todo da significação. Com isso,<br />

preten<strong>de</strong>mos um estudo voltado ao uso da linguagem nas diversas<br />

situações. Propomos, então, uma extensão da reflexão acerca da teoria<br />

da enunciação <strong>de</strong> Émile Benveniste para o ensino, mostrando que o<br />

sentido <strong>de</strong> um texto não é dado, mas construído a cada enunciação.<br />

EDITORIAIS-ADVÉRBIOS EM EVIDÊNCIA<br />

Antonio Santana Padilha<br />

Misael Krüger Lemes<br />

O texto opinativo apresenta gran<strong>de</strong> incidência <strong>de</strong> advérbios, os quais,<br />

mais do que marcar tempo, espaço ou modo, atuam na composição<br />

argumentativa <strong>de</strong> textos <strong>de</strong>sse tipo. Neste trabalho, foram realizadas<br />

análise <strong>de</strong> editoriais <strong>de</strong> jornais durante trinta dias, quando se constatou<br />

uma gran<strong>de</strong> ocorrência dos diferentes tipos <strong>de</strong> advérbios. Neste tipo <strong>de</strong><br />

texto, os advérbios explicitam a opinião do jornal frente a temas atuais<br />

– sobretudo ligados à economia e à política. O trabalho com os<br />

advérbios não se restringiu à i<strong>de</strong>ntificação e classificação <strong>de</strong>ssa<br />

categoria nos textos, mas, a partir dos fundamentos da Análise do<br />

Discurso Francesa, procurou compreen<strong>de</strong>r seu funcionamento na<br />

construção <strong>de</strong> sentidos do discurso midiático. Ao incorporar elementos<br />

que dizem do sentido, preten<strong>de</strong>-se contribuir com o ensino <strong>de</strong> língua<br />

portuguesa, integrando o estritamente linguístico, que costuma ser<br />

objeto das práticas pedagógicas da disciplina <strong>de</strong> Língua Portuguesa,<br />

com o discursivo, que esten<strong>de</strong> o olhar à construção <strong>de</strong> sentidos do<br />

texto. Advérbio, discurso, língua-portuguesa<br />

253


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

CORPO E RESISTÊNCIA(S) NA CONSTITUIÇÃO DO<br />

SUJEITO: O DISCURSO DO CORPO NA MARCHA DAS<br />

VADIAS<br />

Augusto Cesar Rad<strong>de</strong> Da Silva<br />

Palavras-chave: corpo, sujeito, discurso<br />

Meu objetivo neste trabalho é o <strong>de</strong> apresentar uma leitura sobre o<br />

estatuto do corpo na constituição do sujeito contemporâneo, a partir <strong>de</strong><br />

uma escuta aos sentidos mobilizados no discurso das militantes do<br />

movimento social Marcha das Vadias. Movimento que surge como<br />

resposta ao discurso machista e no qual as mulheres buscam significarse<br />

pela linguagem e pelo corpo. A base teórica através da qual realizo<br />

esse gesto <strong>de</strong> leitura é a Análise <strong>de</strong> Discurso <strong>de</strong> linha francesa, <strong>de</strong><br />

Michel Pêcheux, a qual concebe um sujeito clivado, assujeitado,<br />

submetido ao próprio inconsciente e às circunstâncias histórico-sociais<br />

que o moldam. Nesse sentido, busco perceber <strong>de</strong> que modo a palavra e<br />

o corpo, simultaneamente, configuram-se como lugares <strong>de</strong> subjetivação<br />

<strong>de</strong>sse sujeito, consi<strong>de</strong>rando o corpo, assim como a linguagem, uma<br />

materialida<strong>de</strong> discursiva que, para além <strong>de</strong> sua composição biológica e<br />

orgânica, significa simbolicamente e manifesta a contradição que<br />

constitui o sujeito do <strong>de</strong>sejo e da i<strong>de</strong>ologia. No referido discurso, o<br />

corpo aparece como um lugar <strong>de</strong> resistência social, bem com um lugar<br />

<strong>de</strong> resistência ao simbólico, um corpo que fala e que falta, o que se<br />

po<strong>de</strong> perceber a partir <strong>de</strong> efeitos <strong>de</strong> sentidos provenientes <strong>de</strong> diferentes<br />

posições e que emergem à revelia do sujeito. Desse modo, o corpo<br />

estaria também funcionando como uma materialida<strong>de</strong> que comporta o<br />

equívoco e a incompletu<strong>de</strong>, configurando-se, ao lado da linguagem,<br />

como um lugar do não-todo, on<strong>de</strong> se inscreve e se constitui o sujeito<br />

contemporâneo.<br />

O DISCURSO CONTRADITÓRIO. UMA ANÁLISE SOBRE OS<br />

PROCESSOS DISCURSIVOS PRESENTES EM PERFIS<br />

NEONAZISTAS NO ORKUT<br />

Avila, Felipe Alves Pereira<br />

O Orkut é um software on<strong>de</strong> se <strong>de</strong>senvolvem várias práticas discursivas<br />

na e sob a <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> formas históricas <strong>de</strong> existência. Muitos<br />

usuários aproveitam esse meio para se expor, e assim, <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r seu<br />

imaginário e/ou aquele almejado pelos visitantes. A principal marca<br />

<strong>de</strong>ssa prática é a volubilida<strong>de</strong> dos sentidos que lhes admite um<br />

254


Resumo dos Trabalhos<br />

(re)arquitetar-se constante em função <strong>de</strong>sse ambiente e das impressões<br />

em mudanças contínuas sobre si. A apresentação no Orkut permite um<br />

efeito <strong>de</strong> autonomia que po<strong>de</strong> ser apontado na formação <strong>de</strong> grupos<br />

radicais, como é o caso dos neonazistas. O trabalho propõe-se a analisar<br />

aspectos subjetivos nos discursos neonazistas a partir <strong>de</strong> contradições<br />

históricas e i<strong>de</strong>ológicas. Em meio a essas contradições, percebe-se a<br />

busca <strong>de</strong> fórmulas fracassadas e até mesmo criminosas que pregam a<br />

discriminação e a reinvenção <strong>de</strong> conceitos nazistas em uma socieda<strong>de</strong><br />

que almeja a preservação dos valores humanos, e não mais tolera o<br />

radicalismo, ou os <strong>de</strong>svarios doutrinários, amplamente rejeitados no<br />

concerto mundial. Tais contradições são observadas a partir dos<br />

elementos da materialida<strong>de</strong> linguística e iconográfica, relacionados com<br />

a memória discursiva. As análises permitem a i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong><br />

representações ligadas a um imaginário, a partir <strong>de</strong> saberes<br />

fragmentários, relacionados a princípios socialistas e comunistas que se<br />

contrapõem ao nazismo. Nelas há uma (<strong>de</strong>s)configuração <strong>de</strong><br />

informações históricas, cujo efeito em sua maioria beira o nonsense"<br />

ZONA RURAL FRONTEIRIÇA CERRILLADA/SERRILHADA:<br />

UM OLHAR SOBRE AS PRÁTICAS LINGUÍSTICAS<br />

Bruna Susel Gulart Antunes<br />

Valesca Brasil Irala<br />

O presente trabalho tem o intuito <strong>de</strong> refletir sobre práticas linguísticas e<br />

discursivas resultantes do contato/conflito entre o português e o<br />

espanhol em zonas <strong>de</strong> fronteira. Para tanto, consi<strong>de</strong>ramos a região <strong>de</strong><br />

Serrilhada (Brasil) ou Cerrillada (Uruguai) – zona fronteiriça rural,<br />

on<strong>de</strong> realizamos entrevistas semi- estruturadas na escola uruguaia da<br />

localida<strong>de</strong>, que aten<strong>de</strong> tanto alunos uruguaios como brasileiros. Do<br />

ponto <strong>de</strong> vista teórico, nos apoiamos nos pressupostos da<br />

historiografia, <strong>de</strong> conceitos relacionados às comunida<strong>de</strong>s fronteiriças<br />

e/ou bilíngues e noções da Análise do Discurso - <strong>de</strong> linha francesa e,<br />

do ponto <strong>de</strong> vista metodológico, na abordagem qualitativa. O estudo<br />

faz-se necessário, <strong>de</strong>ntre tantas possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> justificativa, porque<br />

leva em conta o fato <strong>de</strong> a Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do Pampa –<br />

UNIPAMPA estar inserida na faixa <strong>de</strong> fronteira, <strong>de</strong>nominada uma<br />

região estratégica que abrange a faixa interna <strong>de</strong> 150 km para <strong>de</strong>ntro do<br />

país ao longo <strong>de</strong> toda a divisa nacional, conforme o Ministério da<br />

Integração Regional (BRASIL, 2005). Assim, torna-se relevante dar<br />

visibilida<strong>de</strong> a questões que submergem a(s) fronteira(s), sobretudo em<br />

255


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

âmbito linguístico, e também consi<strong>de</strong>rando o fato que a socieda<strong>de</strong><br />

brasileira sulina se constituiu tendo a fronteira como referência.<br />

Palavras-chaves: Fronteira. Bilinguismo. Práticas<br />

AS CONTRIBUIÇÕES DA ANÁLISE DE DISCURSO PARA O<br />

USO DO DICIONÁRIO NO ENSINO DE LÍNGUAS<br />

Camilla Baldicera Biazus<br />

O dicionário é um dos tantos instrumentos linguísticos (gramáticas,<br />

livros didáticos) que fazem parte do dia a dia escolar, responsável por<br />

conduzir o sujeito à norma culta da língua. Faz parte do imaginário<br />

social do aluno e do professor compreen<strong>de</strong>r o dicionário como uma<br />

referência para a socieda<strong>de</strong>, no âmbito da língua, acerca d<strong>aqui</strong>lo que é<br />

ou não é correto. De acordo com Delevati e Petri (2008), o dicionário é<br />

visto como o <strong>de</strong>tentor <strong>de</strong> saber sobre a língua, revelando uma relação<br />

díspar com o falante. Nesta perspectiva, busca-se pensar as possíveis<br />

contribuições que a análise <strong>de</strong> discurso (AD) po<strong>de</strong> trazer para o ensino<br />

<strong>de</strong> línguas, mais especificamente para a utilização do dicionário nas<br />

práticas escolares. Para a análise <strong>de</strong> discurso a língua só po<strong>de</strong> ser<br />

pensada em funcionamento e circulação, isto quer dizer que jamais o<br />

sujeito conseguirá ter acesso à totalida<strong>de</strong> da língua. Assim, segundo<br />

Petri (2011), a língua é tomada pela AD como incompleta e aberta à<br />

exteriorida<strong>de</strong>, sendo constituída pelo sujeito e pela historicida<strong>de</strong>. Neste<br />

sentido, propõe-se que a abordagem <strong>de</strong>sse instrumento linguístico seja<br />

outra, consi<strong>de</strong>rando que não há uma relação direta entre a palavra e<br />

coisa, po<strong>de</strong>ndo o sentido sempre ser outro. No caso do dicionário,<br />

preten<strong>de</strong>-se mostrar que é necessário muito mais do que ensinar o aluno<br />

a manuseá-lo, mas também questioná-lo e vê-lo, por vezes, imperfeito e<br />

falho, a fim <strong>de</strong> compreendê-lo como um instrumento em funcionamento<br />

e constante transformação.<br />

Palavras-chave: dicionário – Análise <strong>de</strong> Discurso – ensino<br />

DIANTE DA LEI. AFLIÇÃO E APRISIONAMENTO AO<br />

PROCESSO<br />

Carme Regina Schons<br />

Lucas Fre<strong>de</strong>rico Andra<strong>de</strong> De Paula<br />

O tema do trabalho constitui um estudo discursivo do gênero conto, <strong>de</strong><br />

Franz Kafka, intitulado “Diante da Lei”. O objetivo central da pesquisa<br />

256


Resumo dos Trabalhos<br />

é analisar, com base no referencial teórico da Análise do Discurso<br />

(AD), diferentes gestos <strong>de</strong> interpretação, com o intuito <strong>de</strong> traçar um<br />

paralelo discursivo entre o gênero literário e uma notícia do jornal<br />

Estadão sobre o modo como os brasileiros têm acesso à justiça. Nosso<br />

interesse é justamente chamar atenção para esse fato e refletir sobre<br />

diferentes formulações que se cruzam em outros discursos – o discurso<br />

transverso, que remete a algo que ressoa no intradiscurso, como se fosse<br />

um implícito do que foi dito em outro lugar. Os procedimentos<br />

metodológicos adotados consistem em i<strong>de</strong>ntificar marcas discursivas<br />

que tracem o percurso do gênero, criado no início do século XX, à<br />

notícia, e são atualizados na contemporaneida<strong>de</strong>. De acordo com<br />

Pêcheux (1995), em regra, o discurso transverso aparece <strong>de</strong> forma não<br />

explícita, é espécie <strong>de</strong> presença-ausente. Constitui-se pelo<br />

atravessamento do interdiscurso que o caracteriza heterogeneamente<br />

como dispositivo organizador <strong>de</strong> pré-construídos. Com tal efeito <strong>de</strong><br />

memória, é possível abordar o conto literário, juntamente com o recorte<br />

noticioso, utilizando uma concepção discursiva para a análise. O corpus<br />

da pesquisa revela similarida<strong>de</strong>s importantes (entre gêneros) que po<strong>de</strong>m<br />

ser expostas metodologicamente, que aquele que aguarda uma sentença<br />

crime, por exemplo, acaba por cumprir uma espécie <strong>de</strong> pena.<br />

ANÁLISE DO PROCESSO DISCURSIVO DA ESCRITA POR<br />

IMAGENS<br />

Carolina Fernan<strong>de</strong>s<br />

RESUMO: O trabalho trata da imagem enquanto materialida<strong>de</strong><br />

discursiva, produtora <strong>de</strong> efeitos <strong>de</strong> sentido e, assim, <strong>de</strong> textualida<strong>de</strong>.<br />

Percebendo a textualida<strong>de</strong> como aborda Gallo (1994), “prática que<br />

produz texto”, e sendo este como <strong>de</strong>fine Orlandi (2008, p.89), “espaço<br />

significante” relacionado com a “representação física da linguagem”<br />

que po<strong>de</strong> ser letra, som, imagem, vejo no texto composto apenas por<br />

imagens uma materialida<strong>de</strong> discursiva passível <strong>de</strong> textualização, ou<br />

ainda, como espaço <strong>de</strong> tessitura conforme o termo proposto por Neckel<br />

(2010). Nesse trabalho, traço consi<strong>de</strong>rações a respeito <strong>de</strong>ssa<br />

materialida<strong>de</strong> segundo textos imagéticos produzidos por alunos do<br />

Ensino Fundamental. A escrita por imagens se torna instigante ao<br />

passo que percebemos a porosida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sua aparente transparência.<br />

Palavras-chave: imagem – discurso – escrita.<br />

257


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

O IMAGINÁRIO DA LÍNGUA IDEAL E O "DIFERENTE" NA<br />

APRENDIZAGEM DE LÍNGUA ESTRANGEIRA<br />

Caroline Foppa Salvagni<br />

SIMPÓSIO: O DISCURSO NO CRUZAMENTO DA HISTÓRIA<br />

COM A LÍNGUA: PERSPECTIVAS DE ANÁLISE O trabalho busca<br />

i<strong>de</strong>ntificar as formas <strong>de</strong> subjetivação no processo <strong>de</strong> aprendizagem <strong>de</strong><br />

uma língua estrangeira, neste caso o inglês, que se dão a partir do<br />

contato com <strong>aqui</strong>lo que po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rado “diferente” do que é<br />

concebido como a língua padrão e que é tornada i<strong>de</strong>al especialmente<br />

nos livros didáticos. Utilizando-se <strong>de</strong> filmes que apresentam o<br />

“diferente” como familiar aos grupos <strong>de</strong> falantes em cena, po<strong>de</strong>rá ser<br />

observada a construção, pelos estudantes, <strong>de</strong> diferentes imagens sobre<br />

expressões e construções sintáticas que circulam com alta frequência<br />

entre falantes nativos, mas que geram estranhamento a alunos <strong>de</strong><br />

diferentes níveis <strong>de</strong> proficiência na língua. Tanto no início do processo<br />

<strong>de</strong> aprendizagem, como em níveis mais avançados, o conhecimento das<br />

estruturas e do funcionamento sintático padrões pouco contribuiu para<br />

a i<strong>de</strong>ntificação e compreensão do “diferente”. Ainda se percebe,<br />

portanto, um distanciamento entre a língua em uso e a língua estudada<br />

em sala <strong>de</strong> aula, mesmo com abordagens que <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>m uma certa<br />

aproximação, como a abordagem comunicativa e aquela baseada em<br />

tarefas e situações da vida real. "<br />

A INTERSUBJETIVIDADE PELA TEORIA DA<br />

ARGUMENTAÇÃO NA LÍNGUA: UMA INFLUÊNCIA<br />

BENVENISTIANA<br />

Christiê Duarte Linhares<br />

Este trabalho tem como objetivo verificar o conceito <strong>de</strong><br />

intersubjetivida<strong>de</strong> <strong>de</strong>scrito pela Teoria da Argumentação na Língua, <strong>de</strong><br />

Oswald Ducrot e colaboradores, observando a sua importância na<br />

compreensão do discurso. Partindo <strong>de</strong>ssa i<strong>de</strong>ia, verifica-se ainda a<br />

aproximação da Teoria com a Enunciação <strong>de</strong> Benveniste, buscando<br />

suas semelhanças e influências, visto que a Teoria da Argumentação na<br />

Língua tem seus alicerces firmados também em Benveniste. Para isso,<br />

é feita a análise <strong>de</strong> uma crônica, em que se verifica a compreensão da<br />

construção do sentido do discurso através da intersubjetivida<strong>de</strong>."<br />

258


Resumo dos Trabalhos<br />

GESTOS DE LEITURA E INTERPRETAÇÂO DE DISCURSOS<br />

DE ADOLESCENTES<br />

Cintia Victória De Azambuja<br />

Este trabalho tem como objetivo apresentar algumas reflexões acerca da<br />

pesquisa realizada como trabalho final no Curso <strong>de</strong> Pós-Graduação Lato<br />

Sensu em Linguística e Ensino <strong>de</strong> Língua Portuguesa (PGLING). Tratase<br />

<strong>de</strong> um estudo <strong>de</strong>senvolvido a partir do Projeto Ensino <strong>de</strong> Língua<br />

Portuguesa como espaço social para manifestação <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ias, no Instituto<br />

Fe<strong>de</strong>ral Sul Riogran<strong>de</strong>nse <strong>de</strong> Pelotas (IF-Sul/Pelotas), com meninos e<br />

meninas moradores das Casas Lares da mesma cida<strong>de</strong>, no período <strong>de</strong><br />

setembro a <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2011. É <strong>de</strong> interesse central <strong>de</strong>sta pesquisa a<br />

análise dos discursos acerca do feminino e do masculino como posição<br />

social em narrativas produzidas por estes alunos, bem como a<br />

observação <strong>de</strong> indícios <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong>stes com posições<br />

socialmente aceitas. Isto conduz a pensar sobre quem são os sujeitos<br />

das Casas Lares, quais são as condições <strong>de</strong> produção discursiva e como<br />

são seus gestos <strong>de</strong> leitura e <strong>de</strong> interpretação. Preten<strong>de</strong>-se, ainda, refletir<br />

sobre a prática docente neste projeto, buscando perceber como ela<br />

significa para todos os sujeitos envolvidos. A pesquisa filia-se Ã<br />

perspectiva da Teoria da Análise do Discurso <strong>de</strong> linha francesa a partir<br />

<strong>de</strong> Michel Pêcheux. Para o <strong>de</strong>senvolvimento das reflexões, observações<br />

e análises mobilizadas centralmente as noções <strong>de</strong> Sujeito, Discurso,<br />

Leitura e Interpretação.<br />

Palavras-chave: Sujeito; Discurso; Ensino<br />

EFEITOS DE SENTIDO NO DISCURSO DE PROFESSORES DE<br />

LÍNGUA PORTUGUESA DA REDE ESTADUAL DE ENSINO<br />

NO INTERIOR DE MATO GROSSO<br />

Cláudia Landin Negreiros<br />

Regina Maria Varini Mutti<br />

Palavras-chave: <strong>Educação</strong>; Linguagem; Discurso<br />

Esta comunicação apresenta uma análise inicial, vinculada à pesquisa<br />

<strong>de</strong> doutorado em andamento, a qual está inscrita no campo teórico da<br />

Análise <strong>de</strong> Discurso <strong>de</strong> linha francesa. Objetiva mostrar efeitos <strong>de</strong><br />

sentido no discurso pedagógico, a partir <strong>de</strong> entrevistas realizadas com<br />

os professores que ministram aulas <strong>de</strong> Língua Portuguesa nas escolas<br />

estaduais <strong>de</strong> um município <strong>de</strong> Mato Grosso. As condições <strong>de</strong> produção<br />

do discurso situam um conjunto <strong>de</strong> práticas sociais heterogêneas e em<br />

259


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

movimento, protagonizadas pelos sujeitos-professores nessas escolas,<br />

diversas quanto à localização e características das comunida<strong>de</strong>s<br />

atendidas. Com base no corpus estabelecido para a análise discursiva,<br />

busca-se respon<strong>de</strong>r à questão norteadora: que efeitos <strong>de</strong> sentido são<br />

produzidos pelos sujeitos-professores em seus pronunciamentos a<br />

respeito das práticas pedagógicas efetivadas - e as condições <strong>de</strong><br />

efetivá-las - nas escolas situadas nas diversas localida<strong>de</strong>s do<br />

município? As primeiras análises indicam duas posições bem<br />

marcadas: a do professor efetivo, e a do professor contratado. Essas<br />

posições mostram como esses sujeitos se representam, por meio dos<br />

pronomes, tomados como marcas linguísticas, em dois momentos: 1)<br />

<strong>de</strong> crítica (eu - eu); e 2) <strong>de</strong> elogio (nós/a gente - eu). A partir <strong>de</strong>ssas<br />

posições, aparecem os sentidos da diversida<strong>de</strong>, do currículo e da<br />

formação, implicados na constituição do discurso e do sujeitoprofessor.<br />

Os resultados parecem indicar caminhos para o ensino e a<br />

formação continuada do professor.<br />

A LEITURA DE CHARGES:UMA CONCEPÇÃO DISCURSIVA<br />

Clóris Maria Freire Dorow<br />

O artigo busca analisar a posição do sujeito-leitor ao interpretar uma<br />

charge, sendo necessário consi<strong>de</strong>rar condições vigentes <strong>de</strong> produção,<br />

somando-se a um contexto sócio-histórico,fatores que <strong>de</strong>vem ser<br />

observados no processo <strong>de</strong> interpretação. Numa primeira análise, po<strong>de</strong>se<br />

consi<strong>de</strong>rar duas posições-sujeito: o sujeito-autor, sob a ótica da<br />

posição-sujeito a qual pertence, resgata do interdiscurso enunciados jáditos<br />

e cria um efeito-texto, isto é, imprime à sua produção uma<br />

estrutura <strong>de</strong> início, meio e fim. E esse será lido e interpretado pelo<br />

sujeito-leitor, que é a outra posição-sujeito constatada. Assim, a leitura<br />

é gerada pelas condições <strong>de</strong> produção <strong>de</strong>ste sujeito-leitor, que<br />

também é influenciado pelas formações discursivas que o<br />

constituem. Para buscar sentidos, é preciso a inter<strong>de</strong>pendência com<br />

outras leituras e <strong>de</strong> um conhecimento do contexto sócio-histórico no<br />

qual o texto foi criado. Portanto, para construir sentidos, o<br />

sujeito-leitor vai reconstruir esses percursos <strong>de</strong> interpretação,<br />

fazendo emergir a heterogeneida<strong>de</strong> constitutiva do discurso.Neste<br />

trajeto à procura da significação, o sujeito po<strong>de</strong> produzir algo<br />

novo,re<strong>de</strong>senhando o texto, ao mesmo tempo em que vai gerar outros<br />

sentidos, às vezes antagônicos, às vezes inesperados.<br />

260


Resumo dos Trabalhos<br />

RELAÇÕES DIALÓGICAS EM REVISTA INFANTIL:<br />

EROTIZAÇÃO PRECOCE DE MENINAS<br />

Cristhiane Ferreguett<br />

Palavras-chave; Bakhtin; publicida<strong>de</strong>; erotização precoce; adultização.<br />

As crianças vivem em uma socieda<strong>de</strong> consumista e, bombar<strong>de</strong>adas pela<br />

publicida<strong>de</strong>, passam a ter <strong>de</strong>sejos <strong>de</strong> <strong>aqui</strong>sição <strong>de</strong> bens supérfluos que<br />

em sua imaginação irão transformar a sua vida para melhor. Nesse<br />

contexto, o estilo sensual e erótico, mo<strong>de</strong>lo que não tem nada a ver<br />

com a ida<strong>de</strong> emocional e cognitivo da menina, é distorcido em relação<br />

à ida<strong>de</strong> e entra como mais uma forma <strong>de</strong> atração, fascínio e sedução. O<br />

presente trabalho apresenta, sinteticamente, a nossa proposta <strong>de</strong><br />

pesquisa apresentada e aprovada pelo Programa <strong>de</strong> Doutorado<br />

Interistitucional realizado num convênio entre a Pontifícia<br />

Universida<strong>de</strong> Católica do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul - PUC–RS e a<br />

Universida<strong>de</strong> do Estado da Bahia -UNEB. O objetivo geral da pesquisa<br />

é analisar como é construído discursivamente o processo <strong>de</strong><br />

adultização e/ou erotização precoce das meninas <strong>de</strong> 06 a 11 anos <strong>de</strong><br />

ida<strong>de</strong> em diferentes gêneros discursivos contidos na Revista Recreio<br />

Girls. O embasamento teórico utilizado são os pressupostos<br />

apresentados pelo Círculo <strong>de</strong> Bakhtin, em especial os conceitos <strong>de</strong><br />

discurso, gênero discursivo, signo i<strong>de</strong>ológico, relações dialógicas e<br />

compreensão responsiva. As análises serão <strong>de</strong>senvolvidas<br />

qualitativamente, observando os diversos elementos verbais e não<br />

verbais que constituem a revista em apreço.<br />

A ALTERIDADE CONSTITUTIVA DA LINGUAGEM<br />

Cristina Rorig<br />

Joseline Tatiana Both<br />

Palavras-chave: linguagem; enunciação; alterida<strong>de</strong>; sentido.<br />

Neste trabalho, propomos a realização <strong>de</strong> um estudo enunciativoargumentativo<br />

do discurso, por meio da Teoria da Argumentação na<br />

Língua, consi<strong>de</strong>rando que há um princípio da alterida<strong>de</strong> subjacente a<br />

essa teoria. Objetivamos apresentar uma análise que olhe a linguagem<br />

enunciativa e argumentativamente, buscando estabelecer uma nova<br />

possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se compreen<strong>de</strong>r a alterida<strong>de</strong> constitutiva do discurso.<br />

Para tanto, tomamos dois textos argumentativos para análise. Como<br />

primeira etapa metodológica, i<strong>de</strong>ntificamos os enca<strong>de</strong>amentos que<br />

constituem os enunciados, formados ou por palavras, ou por sintagmas,<br />

261


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

ou por enca<strong>de</strong>amentos <strong>de</strong> enunciados. Em sequência, procuramos<br />

evi<strong>de</strong>nciar as relações constituídas entre esses enca<strong>de</strong>amentos a partir<br />

dos pressupostos da Teoria dos Blocos Semânticos (CAREL;<br />

DUCROT, 2005; DUCROT; CAREL, 2008). Por fim, analisamos as<br />

atitu<strong>de</strong>s do locutor frente aos conteúdos argumentativos e os modos <strong>de</strong><br />

enunciação possibilitados pelo discurso do locutor a fim <strong>de</strong><br />

compreen<strong>de</strong>r seu ponto <strong>de</strong> vista, pela perspectiva da Teoria<br />

Argumentativa Polifônica (CAREL; DUCROT, 2010; CAREL, 2010;<br />

2011a; 2011b). Como conclusão, ao refletir sobre as análises<br />

discursivas, enten<strong>de</strong>mos que o <strong>de</strong>bate polifônico permite compreen<strong>de</strong>r o<br />

sentido do enunciado por sua alterida<strong>de</strong> constitutiva, consi<strong>de</strong>rando que<br />

há um diálogo cristalizado entre vozes correspon<strong>de</strong>ntes aos aspectos<br />

argumentativos em cada discurso. Além disso, observamos que as<br />

análises evi<strong>de</strong>nciam a necessida<strong>de</strong> da compreensão da relação entre as<br />

palavras e os enunciados para a construção do sentido discursivo,<br />

levando ao entendimento do(s) ponto(s) <strong>de</strong> vista com o(s) qual(is) o<br />

locutor se compromete em seu discurso.<br />

INTERAÇÃO NO ESPAÇO EDUCATIVO BINACIONAL:<br />

‘USANDO A LÍNGUA DO OUTRO’<br />

Cristina Zanella Rodrigues<br />

Palavras-chave: Línguas – Discurso – Binacional<br />

O Instituto Fe<strong>de</strong>ral Sul-Rio-Gran<strong>de</strong>nse através <strong>de</strong> uma parceria<br />

internacional com a Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong>l Trabajo <strong>de</strong>l Uruguay, uniu o<br />

campus <strong>de</strong> Santana do Livramento com a Escuela Técnica <strong>de</strong> Rivera<br />

para apresentar a proposta inovadora <strong>de</strong> oferecer o primeiro Curso<br />

Binacional na fronteira sul do Brasil ou na fronteira nor<strong>de</strong>ste do<br />

Uruguai, conforme a perspectiva. Na cida<strong>de</strong> brasileira é oferecido o<br />

curso Técnico <strong>de</strong> Informática para Internet e na cida<strong>de</strong> uruguaia o <strong>de</strong><br />

Control Ambiental. Em ambas as instituições <strong>de</strong> ensino, a sala <strong>de</strong> aula<br />

<strong>de</strong> todas as disciplinas é composta por alunos brasileiros e uruguaios. A<br />

materialização <strong>de</strong>sta proposta é inédita e surge como um<br />

acontecimento que irrompe no âmbito da educação brasileira e<br />

uruguaia, constituindo um espaço on<strong>de</strong> interagem sujeitos que fazem<br />

uso <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> uma língua. Com base teórica na Análise do Discurso,<br />

este trabalho tem por objetivo analisar o corpus constituído pelas provas<br />

da disciplina <strong>de</strong> Inglês Instrumental para Internet, on<strong>de</strong> os alunos<br />

fazem uma escolha sobre a língua que preferem usar ao respon<strong>de</strong>r uma<br />

questão <strong>de</strong> interpretação. Apesar da gran<strong>de</strong> maioria dos brasileiros<br />

262


Resumo dos Trabalhos<br />

escreverem em português e dos uruguaios em espanhol, surgiram<br />

enunciados com diferentes registros discursivos, em que brasileiro<br />

escreve em inglês, e uruguaios em português, e a partir <strong>de</strong>ste recorte se<br />

analisou o processo <strong>de</strong> inscrição do sujeito em discursivida<strong>de</strong>s da<br />

língua do outro.<br />

A PRESENÇA DE SAUSSURE E BENVENISTE NA TEORIA DO<br />

RITMO DE HENRI MESCHONNIC<br />

Daiane Neumann<br />

O estudioso da enunciação, Henri Meschonnic, no <strong>de</strong>senvolvimento da<br />

"Teoria do ritmo", apresenta sua filiação aos estudiosos da linguagem,<br />

Wilhelm von Humboldt, Émile Benveniste e Ferdinand <strong>de</strong> Saussure. O<br />

objetivo do trabalho que ora apresentamos é discutir <strong>de</strong> que forma o<br />

pensamento <strong>de</strong> Benveniste e Saussure se apresentam na teoria do ritmo<br />

<strong>de</strong>senvolvida por Meschonnic, a fim <strong>de</strong> apresentar uma leitura<br />

epistemológica <strong>de</strong>sta teoria, bem como ampliar as possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

leitura e compreensão da obra <strong>de</strong> Benveniste e Saussure, na medida em<br />

que estaremos explicitando as particularida<strong>de</strong>s da leitura feita por<br />

Meschonnic da obra <strong>de</strong> Émile Benveniste e Ferdinand <strong>de</strong> Saussure.<br />

DA ASSISTÊNCIA À INCLUSÃO SOCIAL: REFLEXÕES<br />

ACERCA DAS CONDIÇÕES DE PRODUÇÃO DISCURSIVA NO<br />

EMPREENDIMENTO VILLAGET<br />

Darlene Arlete Webler<br />

Palavras-chave: Condições <strong>de</strong> Produção – Formação Discursiva –<br />

Discurso<br />

Este estudo se inscreve na Teoria da Análise do Discurso, a partir <strong>de</strong><br />

Michel Pêcheux, e toma como foco as práticas discursivas sobre a<br />

inclusão social, produzidas por sujeitos inseridos no empreendimento<br />

sócio-inclusivo “VillaGet”, no Bairro Canudos, em Novo Hamburgo /<br />

RS. Trata-se <strong>de</strong> um empreendimento que surgiu em um contexto <strong>de</strong><br />

alto índice <strong>de</strong> violência e <strong>de</strong>pendência química, com uma metodologia<br />

<strong>de</strong> intervenção nesta realida<strong>de</strong> sócio- cultural, através da organização<br />

cooperativa <strong>de</strong> jovens para produção <strong>de</strong> calçados com <strong>de</strong>sign e base<br />

tecnológica <strong>de</strong> conceito sustentável e reaproveitamento <strong>de</strong> materiais.<br />

Consi<strong>de</strong>rando que é uma experiência que se propõe a <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ar um<br />

processo emancipatório, buscamos tecer reflexões acerca das condições<br />

263


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

<strong>de</strong> produção dos discursos <strong>de</strong> sujeitos inseridos neste empreendimento<br />

sobre a inclusão social, observando aspectos <strong>de</strong> heterogeneida<strong>de</strong><br />

discursiva, a partir <strong>de</strong> Pêcheux (1987) e <strong>de</strong> Courtine (1981). Foram<br />

mobilizadas centralmente as noções <strong>de</strong> Condições <strong>de</strong> Produção do<br />

Discurso, Formação Discursiva, Discurso, Sentido e Sujeito. As<br />

sequências discursivas analisadas foram recortadas <strong>de</strong> <strong>de</strong>poimentos e<br />

entrevistas, bem como <strong>de</strong> documentos da VillaGet.<br />

BENZEDURAS: TRADIÇÃO POPULAR CUJOS SENTIDOS<br />

ENTRELAÇAM SIGNOS VERBAIS E NÃO-VERBAIS"<br />

Deije Machado De Moura<br />

Palavras-chave: Benzeduras. Tradição popular. Signos verbais e nãoverbais.<br />

Construção <strong>de</strong> sentido.<br />

De acordo com os estudos bakhtinianos, os signos não-verbais banham<br />

os signos verbais <strong>de</strong> sentidos, e estes ratificam a idéia <strong>de</strong> que a língua<br />

não é um sistema imutável.. Tomando estas afirmativas como<br />

pressupostos, este trabalho estuda o sentido <strong>de</strong> lexias, símbolos e<br />

gestos que permeiam as benzeduras, uma vez que tal prática não se<br />

limita aos textos que são transmitidos <strong>de</strong> pessoa para pessoa, mas<br />

também ao uso <strong>de</strong> objetos como ramos, pedras, terços, água, sal, óleo,<br />

entre outros, e alguns gestos. Os dados obtidos para análise são<br />

resultados <strong>de</strong> informações apresentadas em entrevistas por benze<strong>de</strong>iros<br />

do Recôncavo Baiano. Os estudos ratificam a idéia <strong>de</strong> que a palavra é<br />

um signo i<strong>de</strong>ológico por excelência, por isto ela registra as menores<br />

variações das relações sociais. E, já que tudo que é i<strong>de</strong>ológico, possui<br />

um significado e remete a algo situado fora <strong>de</strong> si mesmo, então um<br />

instrumento po<strong>de</strong> ser convertido em um signo i<strong>de</strong>ológico; o signo não<br />

existe por si mesmo, há sempre uma interação <strong>de</strong>le com o mundo.<br />

OS DIFERENTES SILENCIAMENTOS NO DISCURSO<br />

POLÍTICO<br />

Denise Machado Pinto<br />

Palavras-chave: Silêncio, Sentido, Discurso Político.<br />

O trabalho proposto tem como objetivo analisar, à luz da Análise do<br />

Discurso <strong>de</strong> linha francesa, a maneira como é concebido o silêncio na<br />

produção <strong>de</strong> sentidos <strong>de</strong> uma entrevista feita com o atual prefeito da<br />

cida<strong>de</strong> do Rio Gran<strong>de</strong> (RS), postada no blog olhardarua.com, no último<br />

264


Resumo dos Trabalhos<br />

27 <strong>de</strong> março. A matéria publicada com o título “Entrevista com o<br />

prefeito <strong>de</strong> Rio Gran<strong>de</strong>, Fábio Branco” teve uma boa repercussão<br />

midiática, não apenas por se tratar <strong>de</strong> uma entrevista sobre o sistema <strong>de</strong><br />

transporte coletivo do município <strong>de</strong> Rio Gran<strong>de</strong> realizada durante a CPI<br />

dos transportes, mas também pela postura do entrevistado que,<br />

conforme autora do blog, Daniela <strong>de</strong> Bem: “<strong>de</strong>stoou da <strong>de</strong> todas as<br />

autorida<strong>de</strong>s que entrevistei”. Uma vez que se trata <strong>de</strong> um corpus <strong>de</strong><br />

análise bastante extenso (14min e 22 seg <strong>de</strong> entrevista), foi necessário<br />

fazer três recortes para melhor analisá-lo, buscando, assim,<br />

compreen<strong>de</strong>r os processos <strong>de</strong> significação dos silenciamentos e<br />

perceber como esses efeitos <strong>de</strong> sentido po<strong>de</strong>m <strong>de</strong>monstrar <strong>de</strong>terminados<br />

efeitos i<strong>de</strong>ológicos e, em consequência disso, apagar outros. Como<br />

base teórica <strong>de</strong> análise, temos Orlandi (2007), a qual nos apresenta o<br />

silêncio como fundante, ou seja, como princípio <strong>de</strong> toda significação,<br />

que não <strong>de</strong>ve ser pensado <strong>de</strong> maneira negativa, como uma falta no<br />

discurso, um vazio sem significação ou ainda como um implícito, pois,<br />

estando no recorte entre o dito e o não-dito, o silêncio se apresenta<br />

como <strong>de</strong>riva dos sentidos das palavras para aí po<strong>de</strong>r significar.<br />

A FRONTEIRA PELA PERSPECTIVA DO ENSINO:<br />

IMAGINÁRIOS, CURRÍCULO E ATITUDES<br />

Douglas Lemos De Quadros<br />

Valesca Brasil Irala<br />

Neste trabalho, temos o intuito <strong>de</strong> relatar a experiência <strong>de</strong> um conjunto<br />

<strong>de</strong> oficinas pedagógicas realizadas nos municípios <strong>de</strong> Bagé, Caçapava<br />

do Sul e São Gabriel (localizados na meta<strong>de</strong> sul do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul),<br />

no âmbito do Programa Institucional <strong>de</strong> Bolsas <strong>de</strong> Iniciação à Docência<br />

(PIBID/CAPES) no ano <strong>de</strong> 2011, nas quais viabilizamos ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

sensibilização sobre a questão fronteiriça junto a docentes da<br />

<strong>Educação</strong> Básica <strong>de</strong> diferentes áreas do conhecimento, entendida como<br />

um tema transversal e interdisciplinar relevante para os contextos<br />

educativos em questão, porém, pouco <strong>de</strong>batido nas diferentes esferas,<br />

tanto na formação inicial <strong>de</strong> professores quanto nos currículos<br />

escolares. Com essas oficinas, buscamos a <strong>de</strong>snaturalização das<br />

vivências e das práticas proporcionadas pela experiência ímpar <strong>de</strong><br />

(con)vivermos nesse espaço chamado “fronteira”, promovendo uma<br />

reflexão substancial junto aos docentes, via uma formação dialógica,<br />

primeiro a respeito dos imaginários sociais (cf. IRALA, 2007)<br />

encontrados no senso comum a respeito da fronteira e <strong>de</strong> seus<br />

265


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

habitantes. A partir disso, <strong>de</strong>sconstruir tais imaginários via o trabalho<br />

pedagógico junto aos seus alunos da <strong>Educação</strong> Básica, contribuindo<br />

assim, mesmo que <strong>de</strong> forma incipiente, para uma revisão na i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong><br />

currículo enquanto repetição <strong>de</strong> discursos hegemônicos, no qual a<br />

intenção política é reforçar tanto a produção centralizada do Estado,<br />

quanto a visão eurocêntrica <strong>de</strong> mundo (cf. LOPES, 2006; SILVA,<br />

2007). Analisamos, neste trabalho, as tentativas dos docentes<br />

participantes das oficinas em tentarem planejar a respeito <strong>de</strong>ssa<br />

temática para trabalhá-la em suas escolas, embora tenhamos<br />

i<strong>de</strong>ntificado em seu planejamento inicial o quão complexo é a ruptura<br />

com imaginários e atitu<strong>de</strong>s pré-concebidas.<br />

IMAGENS QUE ENUNCIAM: O VERBAL E O NÃO-VERBAL<br />

NOS PROCESSOS DE ENSINO-APRENDIZAGEM<br />

É<strong>de</strong>rson Luís Da Silveira<br />

Palavras-chave: Sujeito. Imagem. Interpretação.<br />

O presente trabalho se insere no campo dos estudos discursivos e tem<br />

por objeto discutir as relações entre sujeito, imagem e interpretação.<br />

Para isso, procura-se perceber como ocorre a produção <strong>de</strong> significações<br />

a partir do discurso não-verbal <strong>de</strong> representação nos processos <strong>de</strong><br />

ensino-aprendizagem. Po<strong>de</strong>mos <strong>de</strong>stacar, neste contexto, as posiçõessujeito<br />

que se alternam, no sentido <strong>de</strong> acentuar que as posições <strong>de</strong> autor<br />

e leitor nos processos <strong>de</strong> significações se revezam entre o criador da<br />

imagem e o leitor, sendo que o próprio autor da charge já é seu leitor<br />

enquanto sujeito social e historicamente situado no discurso. Desse<br />

modo, <strong>aqui</strong> procuramos <strong>de</strong>stacar como o estudante percebe o discurso<br />

verbal e suas representações que ocorrem na socieda<strong>de</strong> enquanto lugar<br />

<strong>de</strong> práticas discursivas. Neste trabalho, busca-se ainda refletir sobre o<br />

que é o verbal e o não-verbal e seus efeitos <strong>de</strong> sentido nos/produzidos<br />

pelos discursos.<br />

ESCOLAS DE FRONTEIRA NUMA PERSPECTIVA<br />

INTERCULTURAL<br />

Eliana Rosa Sturza<br />

As fronteiras nos últimos tempos têm sido tema <strong>de</strong> <strong>de</strong>bate em várias<br />

dimensões, em especial, sobre as políticas linguísticas e sua relação<br />

com as políticas educacionais. Consi<strong>de</strong>rado um espaço tão complexo e<br />

diverso para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> políticas educacionais, as fronteiras<br />

266


Resumo dos Trabalhos<br />

têm hoje projetos e experiências na área educacional que buscam tornálas<br />

um lugar menos periférico. As fronteiras, na maioria das vezes, são<br />

apresentadas por suas características geopolíticas; no entanto, no que se<br />

refere às políticas linguísticas e sua relação com as políticas<br />

educacionais, é preciso tomar fronteira por outras possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

enfoque. Neste caso, uma perspectiva intercultural po<strong>de</strong> respon<strong>de</strong>r às<br />

realida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>correntes <strong>de</strong> “situações <strong>de</strong> fronteira”, ou seja, cada<br />

fronteira se configura <strong>de</strong> um modo distinto e suas condições sóciohistóricas<br />

e políticas estão <strong>de</strong>terminadas por dinâmicas diversas, que<br />

vão <strong>de</strong>s<strong>de</strong> sua relação com as políticas do estado nacional até suas<br />

práticas locais.<br />

MIDIATIZAÇÃO DO CÂNCER: ESTRATÉGIAS DISCURSIVAS<br />

EM REVISTAS SEMANAIS<br />

Élida Lima<br />

Este trabalho tem como objetivo principal apresentar as primeiras<br />

reflexões <strong>de</strong> uma pesquisa ainda em fase inicial que busca observar as<br />

formas <strong>de</strong> apresentação <strong>de</strong> notícias sobre o câncer nas revistas Veja,<br />

Época e Isto É. Com o intuito <strong>de</strong> realizar tal estudo, <strong>de</strong>finimos pela<br />

observação <strong>de</strong> textos do gênero informativo, tendo como pressupostos<br />

teóricos estudos da comunicação (Braga (2010, 2011), Ferreira (2011),<br />

Heberlê (2006), Scalzo (2006)) em interlocução com a linguística<br />

(Bakhtin (1952-1953/2003), Charau<strong>de</strong>au (2006), Di Fanti (2006)).<br />

Consi<strong>de</strong>ramos que tais estudos referenciais po<strong>de</strong>rão oferecer subsídios<br />

para nossa pesquisa, permitindo percepções sobre as estratégias<br />

discursivas adotadas para publicação das notícias, consi<strong>de</strong>rando a<br />

tensão existente entre o campo midiático e o campo científico (saú<strong>de</strong>) e<br />

observando questões relativas às esferas pública e privada. Para tanto,<br />

buscamos estabelecer categorias analíticas que contemplem aspectos<br />

verbais e não- verbais. Compreen<strong>de</strong>mos que um processo <strong>de</strong><br />

midiatização afeta a forma como as instituições e seus agentes<br />

apresentam o tema na esfera pública, buscando uma reestruturação dos<br />

discursos a fim <strong>de</strong> se a<strong>de</strong>quar às lógicas midiáticas. A questão é se o<br />

campo científico tem seus discursos suficientemente midiatizados para<br />

manter a posição referencial sobre o tema, fazendo frente aos sujeitos<br />

<strong>de</strong> campos já impregnados pela cultura da mídia.<br />

AUTOMÓVEL E ADESIVO: A EVIDÊNCIA DE UMA NOVA<br />

SUBJETIVIDADE<br />

267


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

Elisane Pinto Da Silva Machado De Lima<br />

Palavras-chave: a<strong>de</strong>sivos – discurso – subjetivida<strong>de</strong><br />

Andando-se pelas ruas das cida<strong>de</strong>s, é-se constantemente surpreendido<br />

por dizeres textualizados em automóveis, os quais, compreen<strong>de</strong>ndo um<br />

modo <strong>de</strong> (se) dizer do sujeito contemporâneo, são elementos <strong>de</strong><br />

constituição do discurso urbano. Seguindo-se a linha teórica da Análise<br />

<strong>de</strong> Discurso <strong>de</strong> linha francesa, não se enten<strong>de</strong> o a<strong>de</strong>sivo como uma<br />

forma <strong>de</strong> comunicação, mas como uma forma <strong>de</strong> significação em que<br />

posições discursivas resultantes da inscrição dos sujeitos em diferentes<br />

formações discursivas estabelecem o dizer. Interpelados pelo<br />

individualismo contemporâneo, sujeitos isolam-se <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> seus carros<br />

<strong>de</strong>lineando, no trânsito, uma espécie <strong>de</strong> luta que não prevê vencedores,<br />

mas que abre espaço para a <strong>de</strong>monstração <strong>de</strong> potencialida<strong>de</strong>s. Em face<br />

disso, num movimento paradoxal, os mesmos sujeitos que estabelecem<br />

o outro como adversário resistem ao individualismo e passam a se<br />

visibilizar, a empreen<strong>de</strong>r algum tipo <strong>de</strong> contato, dizendo-se ao outro,<br />

convocando-o ao laço social. Em virtu<strong>de</strong> do assujeitamento a uma<br />

formação discursiva tecnológica, o que resulta na emersão <strong>de</strong> uma<br />

nova subjetivida<strong>de</strong>, o humano, ainda que sujeitado à máquina, o que é<br />

resultado da fusão sujeito-automóvel, não se cala, significando-se<br />

frente ao outro através do a<strong>de</strong>sivo, objeto simbólico resultante da<br />

relação do sujeito com sua memória. Os a<strong>de</strong>sivos são, pois, a forma<br />

encontrada por essa subjetivida<strong>de</strong> humano-maquínica para se dizer e<br />

(se) significar.<br />

A POSSE DE DILMA ROUSSEFF NA PRESIDÊNCIA DO PAÍS:<br />

UM ACONTECIMENTO DISCURSIVO OU ENUNCIATIVO?<br />

Ercilia Ana Cazarin<br />

O texto situa-se no campo do discurso político e inscreve-se, na Linha<br />

<strong>de</strong> pesquisa “Texto, discurso e relações sociais” do Programa <strong>de</strong> Pós-<br />

Graduação em Letras. Tendo a Análise do Discurso como sustentação<br />

teórica, ocupa-se em compreen<strong>de</strong>r se a posse <strong>de</strong> Dilma Rousseff na<br />

Presidência do País (2011) se constituiu como um acontecimento<br />

discursivo ou enunciativo. A questão que nos instiga é se o fato <strong>de</strong> ela<br />

ter sido a primeira mulher a ocupar o lugar da presidência, nos<br />

permitiria afirmar que estaríamos diante <strong>de</strong> um acontecimento<br />

discursivo nos mol<strong>de</strong>s do que preceitua Pêcheux (1990) em Discurso:<br />

estrutura ou acontecimento. A partir do até <strong>aqui</strong> analisado, queremos<br />

268


Resumo dos Trabalhos<br />

crer que, diferentemente da posse <strong>de</strong> Lula em 2003 - segundo Indursky<br />

(2003), um acontecimento discursivo -, a posse <strong>de</strong> Dilma, embora<br />

instaure uma reorganização <strong>de</strong> saberes não chega a estabelecer uma<br />

ruptura no discurso a ponto <strong>de</strong> instaurar um acontecimento discursivo.<br />

Nosso entendimento é o <strong>de</strong> que, no caso <strong>de</strong> Dilma, estaríamos frente a<br />

um acontecimento enunciativo Indursky (2008), a partir do qual saberes<br />

e sentidos se movimentam no interior do discurso presi<strong>de</strong>ncial.<br />

A IMAGEM DO ALOCUTÁRIO CONSTRUÍDA<br />

LINGUISTICAMENTE PELO LOCUTOR<br />

Érica Krachefski Nunes<br />

A proposta do presente trabalho é estudar a imagem do alocutário<br />

construída linguisticamente pelo locutor no discurso. Para realizar tal<br />

estudo, utilizamos como fundamentação teórica a Teoria da<br />

Argumentação na Língua (ANL), especificamente a sua atual fase, a<br />

Teoria dos Blocos Semânticos (TBS), <strong>de</strong>senvolvida por Oswald Ducrot<br />

e colaboradores. Nosso objetivo é verificar <strong>de</strong> que forma o locutor<br />

apresenta seu ponto <strong>de</strong> vista a respeito do alocutário. O objetivo foi<br />

<strong>de</strong>finido levando em consi<strong>de</strong>ração a noção <strong>de</strong> enunciação proposta por<br />

Ducrot. Para o teórico, a enunciação é o surgimento do enunciado, e o<br />

sentido do enunciado é a representação da enunciação. O enunciado é<br />

produzido por um locutor que se dirige a um alocutário, sendo o<br />

locutor e o alocutário seres <strong>de</strong> fala do discurso. Para tanto, é analisada<br />

uma tira do personagem Hagar, o horrível.<br />

O DISCURSO CITADO E AS REPRESENTAÇÕES DE GÊNERO<br />

EM PUBLICIDADES DE BRINQUEDOS<br />

Geni Van<strong>de</strong>rléia Moura Da Costa<br />

Palavras-chave: discurso citado. Representações <strong>de</strong> gênero. Postulados<br />

bakhtinianos<br />

Tendo como escopo teórico o discurso citado da teoria bakhtiniana, este<br />

artigo objetiva abordar a relação intrínseca entre o enunciado e as<br />

representações <strong>de</strong> gênero (<strong>de</strong>signando as diferenças entre homens e<br />

mulheres) em publicida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> brinquedos. Para Bakhtin (2006) a<br />

linguagem, assim como as relações humanas, é dialógica, uma vez que<br />

ninguém po<strong>de</strong> produzi-las sozinho, pressupondo a existência <strong>de</strong> um<br />

locutor e um interlocutor que reage <strong>de</strong> forma responsiva. Os<br />

269


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

enunciados nascem da relação com o “eco dos discursos alheios” e<br />

mantêm vivas outras relações com outros discursos alheios,<br />

in<strong>de</strong>finidamente. O texto publicitário é um espaço privilegiado <strong>de</strong><br />

jogos <strong>de</strong> enunciados, impregnados <strong>de</strong> vozes sociais, nos quais os<br />

diferentes discursos revelam os valores e o universo do consumidor,<br />

incluindo construções sociais que visem à manutenção <strong>de</strong> relações <strong>de</strong><br />

po<strong>de</strong>r e <strong>de</strong> mentalida<strong>de</strong>s conservadoras. O locutor utiliza-se do<br />

discurso citado, constituído a partir do outro, geralmente uma criança<br />

feliz que brinca com objetos visto como a<strong>de</strong>quados pelo meio social<br />

mais amplo e a situação social mais imediata que o <strong>de</strong>terminam.<br />

Mantendo seu objetivo original <strong>de</strong> promover a <strong>aqui</strong>sição <strong>de</strong> um<br />

produto, i<strong>de</strong>ia ou serviço, a publicida<strong>de</strong> apoia- se em estratégias que<br />

associam o brinquedo a certos valores que permeiam o imaginário da<br />

satisfação da criança e o sucesso social dos pais. Buscando exemplos<br />

na internet, po<strong>de</strong>-se observar que a maioria das publicida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

brinquedos infantis reforça estereótipos <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> sexual:<br />

brinquedos <strong>de</strong> meninas e brinquedos <strong>de</strong> meninos. Raros são os esforços<br />

<strong>de</strong> oposição ao discurso sexista neste tipo <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong>. Busca-se,<br />

<strong>aqui</strong>, exercer um olhar mais crítico para dissociar os fios i<strong>de</strong>ológicos<br />

<strong>de</strong>stas falsas sensações provocadas pelo discurso citado na publicida<strong>de</strong>.<br />

ESCRITA ESTRANHA: INTERFERÊNCIA E REVERBERAÇÃO<br />

Giovani Forgiarini Aiub<br />

A escrita em língua estrangeira causa, principalmente quando do início<br />

do processo <strong>de</strong> aprendizagem <strong>de</strong>sta língua outra, embates, choques,<br />

colisões que, por sua vez, geram uma escrita estranha. Tendo como<br />

pressuposto o sujeito constituído pela linguagem e, sendo a língua<br />

materna a responsável por sua estruturação, há, inevitavelmente,<br />

colisões entre a língua materna e o <strong>de</strong>sassossego causado pelo contato<br />

acentuado com uma língua estrangeira: a forasteira que insiste em<br />

perturbar. Desse modo, este trabalho se alicerça na teoria da Análise do<br />

Discurso (AD) para investigar como que as historicida<strong>de</strong>s das línguas<br />

em jogo (a materna língua portuguesa e a estrangeira língua inglesa)<br />

entram em conflito fazendo com que o sujeito-aprendiz produza este<br />

tipo <strong>de</strong> escrita. As análises, provenientes <strong>de</strong> textos escritos por<br />

aprendizes <strong>de</strong> língua inglesa como língua estrangeira, apontam a<br />

presença da língua materna na escrita nessa língua, <strong>de</strong> tal modo que há<br />

um imbricamento entre elas. Em alguns campos <strong>de</strong> estudos da<br />

linguagem, a interferência da língua materna na escrita em língua<br />

270


Resumo dos Trabalhos<br />

estrangeira é vista sob uma ótica estritamente sistêmica, levando em<br />

conta principalmente estruturas morfológicas e sintáticas. Já as<br />

interferências <strong>de</strong> cunho semântico são vistas como reverberação. Desse<br />

modo, enquanto que a interferência é da or<strong>de</strong>m do erro, a reverberação<br />

é da or<strong>de</strong>m do equívoco e é constitutiva do processo <strong>de</strong> aprendizagem.<br />

ARQUIVO, MEMÓRIA E AUTORIA: DISCURSOS SOBRE<br />

PRIVACIDADE NA WEB<br />

Glaucia Da Silva Henge<br />

Neste trabalho, tomamos como objeto <strong>de</strong> análise os discursos sobre<br />

privacida<strong>de</strong> no ciberespaço, partindo das condições <strong>de</strong> produção nas<br />

quais emerge a política <strong>de</strong> privacida<strong>de</strong> do Google e configurando nosso<br />

dispositivo teórico-metodológico em torno do trabalho da memória<br />

sobre o arquivo através da autoria. Assim o fazemos pelo<br />

intrincamento da história e da i<strong>de</strong>ologia, na língua, através das<br />

ressonâncias parafrásticas que tais discursos estabelecem com outros<br />

discursos, via memória discursiva, oriundos do interdiscurso. Para<br />

tanto, convocamos a noção <strong>de</strong> contradição, também constitutiva, que<br />

estabelece embates, repetições, <strong>de</strong>slocamentos, no funcionamento do<br />

processo <strong>de</strong> (re)produção/<strong>de</strong>slocamento dos sentidos em torno do que<br />

Vaidahyanathan (2011) enuncia como “a googlelização <strong>de</strong> tudo”.<br />

Sendo a língua o lugar material dos discursos e o arquivo um sistema <strong>de</strong><br />

aproximação dos enunciados, propomos, portanto, uma<br />

problematização das relações entre arquivo, memória e autoria,<br />

tomando diferentes materialida<strong>de</strong>s e analisando os modos <strong>de</strong> repetição<br />

<strong>de</strong> enunciados no que se configura, a princípio, como um<br />

acontecimento discursivo, ou seja, um encontro <strong>de</strong> uma atualida<strong>de</strong> e<br />

uma memória (PÊCHEUX, 2006).<br />

LIVRO DIDÁTICO DE PORTUGUÊS: A PARTICIPAÇÃO DO<br />

LINGUISTA<br />

Graziela Lucci De Angelo<br />

Palavras-chave: Livro didático; Língua portuguesa; Linguista<br />

Nos fins dos anos 1970 emerge, na esfera acadêmica, o discurso da<br />

mudança, produzido em função do interesse da ciência linguística pelas<br />

questões relacionadas ao ensino <strong>de</strong> língua portuguesa (Pietri, 2003).<br />

Nesse discurso o livro didático <strong>de</strong>ssa disciplina foi avaliado<br />

271


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

negativamente e, em seu lugar, foi proposto um trabalho a ser realizado<br />

pelo professor, tomando por base as necessida<strong>de</strong>s dos alunos. Nas<br />

últimas décadas, entretanto, na contramão <strong>de</strong>sse discurso, não só as<br />

coleções didáticas continuaram a ter espaço no ensino <strong>de</strong> língua<br />

portuguesa como também algumas incluíram, recentemente, a figura <strong>de</strong><br />

um linguista (renomado) como autor do livro didático. Tal situação nos<br />

leva a perguntar: Que dizer é produzido hoje pelo linguista sobre o<br />

ensino <strong>de</strong> língua quando elaborador do livro didático? Que ensino é<br />

projetado? Que relação entre linguista, ensino <strong>de</strong> língua portuguesa e<br />

livro didático se estabelece? Como o ensino projetado se articula com a<br />

tradição <strong>de</strong>sse ensino e com o discurso da mudança? Que efeitos <strong>de</strong><br />

sentido po<strong>de</strong>riam advir hoje da presença <strong>de</strong> um linguista renomado<br />

como autor <strong>de</strong> uma coleção didática no processo <strong>de</strong> ensino da língua<br />

portuguesa? Para comunicação apresentaremos reflexões <strong>de</strong> uma<br />

pesquisa em andamento, tomando como corpus <strong>de</strong> análise o livro<br />

didático Português: contexto, interlocução e sentido, Editora Mo<strong>de</strong>rna.<br />

O DISCURSO MACHISTA E SEUS REFLEXOS NO DIREITO<br />

DE FAMÍLIA<br />

Gustavo Kratz Gazalle<br />

Comunicação acerca <strong>de</strong> projeto <strong>de</strong> tese que visa analisar o discurso<br />

machista nos processos <strong>de</strong> direito <strong>de</strong> família na Comarca <strong>de</strong> Pelotas.<br />

Analisar o discurso machista que se verifica, ao se realizar o estudo da<br />

questão do gênero no Brasil, ainda um traço característico da<br />

socieda<strong>de</strong>, que permeia os conflitos <strong>de</strong> direito <strong>de</strong> família e se reflete no<br />

comportamento processual e pessoal <strong>de</strong> homens e mulheres. Quando se<br />

estabelece o litígio acerca da separação do casal, pensão alimentícia,<br />

guarda e visitação dos filhos, o machismo apresenta- se patente. Isso<br />

implica investigar, à luz da base teoria da análise do discurso, os<br />

reflexos concretos produzidos pelo discurso machista presente na<br />

compreensão <strong>de</strong> mundo e nas relações interpessoais <strong>de</strong> homens e<br />

mulheres - e como essa compreensão se reflete nos conflitos <strong>de</strong> família,<br />

especialmente nos processos judiciais, através das petições dos<br />

advogados.<br />

ENTRE FORMA E SENTIDO: A RELAÇÃO ENTRE AS<br />

ORAÇÕES SUBORDINADAS ADVERBIAIS E OS TIPOS DE<br />

ARGUMENTOS<br />

272


Resumo dos Trabalhos<br />

Heloísa Neuhaus<br />

Palavras-chave: forma, sentido, orações subordinadas adverbiais e<br />

Enunciação.<br />

Este trabalho tem como objetivo relacionar as orações subordinadas<br />

adverbiais à noção perelmaniana dos tipos <strong>de</strong> argumentos. A partir das<br />

orações subordinadas adverbiais, uma área pouco explorada pela<br />

Linguística da Enunciação, se questiona a existência da possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

atrelá-las a noção perelmaniana <strong>de</strong> tipos <strong>de</strong> argumentos. Em Perelman<br />

(2005), se classifica a tipologia <strong>de</strong> argumentos conforme os sentidos <strong>de</strong><br />

um dado enunciado, sem um enfoque nos efeitos da materialida<strong>de</strong><br />

linguística. Por outro lado, a Linguística da Enunciação e a<br />

Argumentação Linguística enfocam nos sentidos que <strong>de</strong>terminada<br />

materialida<strong>de</strong> linguística (forma) produz. Mediante a intersecção <strong>de</strong>stas<br />

áreas <strong>de</strong> estudo que tratam <strong>de</strong> forma e sentido, po<strong>de</strong>-se pensar se há um<br />

vinculo entre Argumentação e os mecanismos linguísticos que<br />

compõem as orações subordinadas adverbiais e <strong>de</strong>ste modo relacionar<br />

tais orações aos tipos <strong>de</strong> argumentos. Quanto ao referencial teórico, este<br />

estudo vincula-se à Argumentação Retórica, à Argumentação<br />

Linguística e à Linguística da Enunciação e terá como fundamentação<br />

os seguintes autores: Perelman (2005), Ducrot (1987 e 2009),<br />

Benveniste (1995). Com as reflexões <strong>de</strong>ste estudo, po<strong>de</strong>-se pensar na<br />

possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> relacionar o ensino tanto em língua materna como em<br />

língua estrangeira das orações subordinadas a Argumentação. Isto,<br />

<strong>de</strong>monstrando a dinâmica dos mecanismos linguísticos que compõem<br />

as orações subordinadas adverbiais no uso que os alunos fazem da<br />

língua ao argumentar.<br />

UMA PERSPECTIVA DISCURSIVA SOBRE A IMAGEM DO<br />

SUJEITO-PROFESSOR CONSTITUTIVA NO PROCESSO DE<br />

DISCIPLINARIZAÇÃO DO ESTÁGIO SUPERVISIO<br />

Ieda Márcia Donati Linck<br />

Palavras-chave: Língua. Sujeito. Discurso.<br />

Este texto apresenta parte do projeto <strong>de</strong> Tese “Uma perspectiva<br />

discursiva sobre a imagem do sujeito-professor constitutiva no processo<br />

<strong>de</strong> disciplinarização do Estágio Supervisionado nos Cursos <strong>de</strong> Letras<br />

no Brasil” a ser <strong>de</strong>senvolvido <strong>de</strong> 2012 a 2014, no Programa <strong>de</strong> Pós-<br />

Graduação em Letras (PPGL), do Centro <strong>de</strong> Artes e Letras (CAL) da<br />

Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Santa Maria (UFSM), na área <strong>de</strong> Estudos<br />

273


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

Linguísticos, vinculado à linha <strong>de</strong> pesquisa “Língua, Sujeito e<br />

História”, sob orientação da professora Amanda Eloina Scherer. Nesse<br />

vínculo, buscamos compreen<strong>de</strong>r como se constitui a imagem <strong>de</strong><br />

sujeito-professor, a partir das relações <strong>de</strong> formações imaginárias<br />

(PÊCHEUX, 1993 [1975]), no processo discursivo em que se inscreve a<br />

disciplinarização do estágio supervisionado. Para tanto, tomamos como<br />

base teórica a Análise do Discurso (AD) <strong>de</strong> linha pecheutiana, tal como<br />

vem sendo <strong>de</strong>senvolvida no Brasil, na sua articulação com a História<br />

das I<strong>de</strong>ias Linguísticas (HIL). Consi<strong>de</strong>ramos que o processo <strong>de</strong><br />

disciplinarização não se inscreve em um período <strong>de</strong> tempo com datas<br />

fechadas, pois o conhecimento se inscreve em um horizonte <strong>de</strong><br />

retrospecção e também projeta um horizonte <strong>de</strong> projeção (AUROUX,<br />

1992). Desse modo, as condições históricas po<strong>de</strong>m <strong>de</strong>terminar a<br />

constituição do discurso a respeito do sujeito-professor. O arquivo <strong>de</strong><br />

nossa tese será constituído por documentos oficiais que discursivisam<br />

sobre o estágio, <strong>de</strong>limitados temporalmente entre 1960 a 2008, os<br />

quais ainda estão inseridos em “um domínio vasto e ainda pouco<br />

explorado para a história das disciplinas” (SCHERER, 2005, p. 14).<br />

Uma disciplina parece legitimada apenas pelo professor, mas perpassa<br />

por uma política <strong>de</strong> Estado, o qual po<strong>de</strong> exercer seu po<strong>de</strong>r coercitivo,<br />

fazendo com que se inscrevam, na memória do discurso, as priorida<strong>de</strong>s<br />

na formação <strong>de</strong> sujeitos-professores. E, na visão <strong>de</strong> Althusser (1985), a<br />

escola representa o mais forte e eficiente aparelho i<strong>de</strong>ológico do<br />

Estado. Nossa análise representa um gesto <strong>de</strong> interpretação inicial<br />

diante da nossa questão <strong>de</strong> pesquisa: Quais os movimentos <strong>de</strong> sentidos<br />

constituem a imagem do sujeito-professor no processo <strong>de</strong><br />

disciplinarização dos Estágios Supervisionados no Curso <strong>de</strong> Letras, no<br />

Brasil?. Como analistas na perspectiva discursiva, não estaremos à<br />

procura <strong>de</strong> um sentido, mas do processo que o constituiu, porque “os<br />

efeitos <strong>de</strong> sentido po<strong>de</strong>m apontar para <strong>de</strong>slocamentos ou sedimentações<br />

<strong>de</strong> memórias científicas/políticas, cuja representação se dá pela ciência<br />

linguística e do Estado no discurso” (ORLANDI, 2007, p. 59).<br />

PROFICIÊNCIA: LEITURA TÉCNICA OU LUGAR DE<br />

INTERPRETAÇÃO?<br />

Ingrid Gonçalves Caseira<br />

Palavras-chave: proficiência, língua espanhola, discurso.<br />

A leitura, tal como entendida na Análise do Discurso <strong>de</strong> linha<br />

pecheutiana (AD), significa filiação, isto é: inscrição do sujeito às<br />

274


Resumo dos Trabalhos<br />

re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> sentido que tecem o texto, filiação histórica, i<strong>de</strong>ológica. É<br />

através da filiação do sujeito com a exteriorida<strong>de</strong>, com <strong>de</strong>terminada<br />

formação discursiva, com o interdiscurso, que o sujeito produz sentido<br />

e, ao mesmo tempo, se significa. É esta forma <strong>de</strong> conceber a leitura que<br />

guia o olhar do analista do discurso diante dos gestos <strong>de</strong> leitura e <strong>de</strong><br />

interpretação que o sujeito-leitor produz. Propomo-nos, neste trabalho,<br />

então, discutir, à luz da AD, a concepção <strong>de</strong> leitura que subjaz às provas<br />

<strong>de</strong> proficiência em espanhol como língua estrangeira e, ainda, discutir a<br />

possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se pensar em um outro tipo <strong>de</strong> proficiência, diferente<br />

da que po<strong>de</strong> ser i<strong>de</strong>ntificada nesse espaço – limitado, restrito – <strong>de</strong><br />

leitura. Para isso, analisaremos algumas questões apresentadas nessas<br />

provas, assim como gestos <strong>de</strong> leitura produzidos por sujeitosleitores/candidatos<br />

à proficiência em espanhol.<br />

FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE LÍNGUA ESPANHOLA<br />

NA FRONTEIRA: CONSIDERAÇÕES<br />

Isaphi Marlene Jardim Alvarez<br />

Palavras-chave: formação <strong>de</strong> professores, língua espanhola, fronteira<br />

O presente trabalho objetiva apresentar algumas consi<strong>de</strong>rações sobre a<br />

formação <strong>de</strong> professores <strong>de</strong> língua espanhola em um contexto <strong>de</strong><br />

fronteira. Como docente do Curso <strong>de</strong> Letras - UNIPAMPA, Campus<br />

Bagé, em vários momentos, enquanto orientadora <strong>de</strong> alunos na<br />

disciplina <strong>de</strong> Estágio, percebi as dificulda<strong>de</strong>s que eles enfrentam ao<br />

<strong>de</strong>parar-se com a sala <strong>de</strong> aula e com o ensino da língua espanhola. Tais<br />

dificulda<strong>de</strong>s parecem acentuar-se quando o aluno egresso da nossa<br />

universida<strong>de</strong> se <strong>de</strong>para com um contexto <strong>de</strong> fronteira e <strong>de</strong> línguas em<br />

contato. Nesses momentos surgem as reflexões sobre os profissionais<br />

que estamos formando, as competências mínimas para ensinar língua<br />

espanhola que esse aluno egresso tem ao sair da universida<strong>de</strong> e o<br />

profissional que estamos inserindo neste mercado <strong>de</strong> trabalho. Devido<br />

às interações sociais o contato linguístico entre a língua portuguesa e a<br />

língua espanhola é uma realida<strong>de</strong> na região e nesse sentido,<br />

enfatizamos a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> refletir sobre a complexida<strong>de</strong> <strong>de</strong> formar<br />

professores <strong>de</strong> língua espanhola <strong>de</strong>ntro e para atuar em um contexto tão<br />

impar. Direcionamos também o nosso olhar para o PPC do nosso curso<br />

e o que ofertamos <strong>de</strong> disciplinas que colaborem para uma formação<br />

mais contextualizada, ao mesmo tempo em que abrangente, do nosso<br />

275


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

egresso. Buscamos em autores como Leffa (2001), Celani (2001),<br />

Coracini (2007), Maher (2007), entre outros, a sustentação para<br />

embasar- nos teoricamente.<br />

O DISCURSO DE APRESENTAÇÃO DO LIVRO DIDÁTICO<br />

Ivanete Teresinha Fernan<strong>de</strong>s Pedroso<br />

As práticas discursivas no ambiente escolar têm sido analisadas em<br />

diferentes perspectivas por muitos pesquisadores. Como docente, nos<br />

sentimos envolvidos permanentemente com novas tomadas <strong>de</strong> posição,<br />

com novas práticas, com novas abordagens <strong>de</strong> ensino-aprendizagem e,<br />

isso nos instiga a buscar algumas respostas para as propostas <strong>de</strong> ensino,<br />

na maioria das vezes institucionalizada, ou pela própria escola, ou por<br />

órgãos que regem o sistema <strong>de</strong> ensino. Nos últimos anos contamos com<br />

um importante instrumento lingüístico utilizado na instituição escolar:<br />

o livro didático. Nesse cenário escolar, escolhemos o prefácio do livro<br />

Novas Palavras como materialida<strong>de</strong> representativa do discurso para a<br />

análise, ou seja, a apresentação <strong>de</strong>sse objeto – no próprio livro e em um<br />

ví<strong>de</strong>o <strong>de</strong> divulgação (meio eletrônico ) veiculado na re<strong>de</strong>. A análise vai<br />

possibilitar não somente a interpretação dos dois textos, mas <strong>de</strong>sfazer a<br />

ilusão <strong>de</strong> transparência da linguagem. Nos fundamentaremos nos<br />

estudos <strong>de</strong> Eni Orlandi, sob a ótica da Análise <strong>de</strong> Discurso, fundada<br />

por Michel Pêcheux, porque queremos trabalhar nesse movimento em<br />

que o espaço <strong>de</strong> interpretação no qual o autor se insere com seu gesto e<br />

que o constitui enquanto autor <strong>de</strong>riva <strong>de</strong> sua relação com a memória<br />

(saber discursivo) e se dá num espaço simbólico que é marcado pela<br />

incompletu<strong>de</strong>, pela relação com o silêncio. Ao interpretar procuraremos<br />

o rastro do possível, o lugar on<strong>de</strong> aflora a i<strong>de</strong>ologia materializada pela<br />

história e pela língua.<br />

CONECTORES E EFEITOS DE SENTIDO: UMA<br />

PERSPECTIVA A PARTIR DA LINGUÍSTICA DA<br />

ENUNCIAÇÃO PARA O TRABALHO COM TEXTOS DE<br />

DIMENSÃO ARGUMENTATIVA<br />

Ivani Cristina Silva Fernan<strong>de</strong>s<br />

Palavras-chaves: enunciação, argumentação, marcadores discursivos.<br />

Este trabalho tem como objetivo discutir os efeitos <strong>de</strong> sentido dos<br />

conectores em texto <strong>de</strong> modalida<strong>de</strong> escrita e tendência argumentativa.<br />

276


Resumo dos Trabalhos<br />

Posteriormente, a partir <strong>de</strong>ssa discussão, teceremos alguns comentários<br />

sobre a importância <strong>de</strong>sses elementos para o trabalho com a escritura e<br />

com a argumentação nas aulas <strong>de</strong> língua materna e língua estrangeira,<br />

em especial, E.L.E. Para essa finalida<strong>de</strong>, empregaremos como amostra<br />

textos do domínio jornalístico brasileiro e espanhol. Com base na<br />

Linguística da Enunciação e estudos sobre a Argumentação,<br />

preten<strong>de</strong>mos analisar os efeitos <strong>de</strong> sentido dos conectores que não se<br />

limitam às características pragmáticas <strong>de</strong> conexão. Dessa forma,<br />

preten<strong>de</strong>mos questionar os problemas <strong>de</strong> abordar os conectores apenas<br />

como um mecanismo <strong>de</strong> coesão sequencial, sem que se explore sua<br />

dimensão enunciativo-discursiva. De acordo com o trabalho <strong>de</strong><br />

Zorr<strong>aqui</strong>no y Portolés (1999), os conectores, uma subcategoria dos<br />

marcadores, são <strong>de</strong>finidos como expressões que enlaçam semântica e<br />

pragmaticamente um enunciado com outro anterior e,<br />

consequentemente, guiam inferências que se obtêm do conjunto<br />

enunciativo. Em suma, pensar os conectores a partir dos efeitos <strong>de</strong><br />

sentido enunciativo nos possibilita indagar como forma e sentido se<br />

entrelaçam, o que, por sua vez, nos leva a observar <strong>de</strong> que modo o<br />

sujeito se marca na materialida<strong>de</strong> escrita <strong>de</strong> dimensão argumentativa,<br />

sendo que tal questão é um aspecto basilar quando estamos no campo<br />

<strong>de</strong> ensino <strong>de</strong> uma língua materna ou estrangeira.<br />

RENORMALIZAR É PRECISO... COMO LIDAR COM AS<br />

NORMAS EM AMBIENTE LABORAL<br />

Ivete Bellomo Machado<br />

Palavras-chave: Dialogismo. Abordagem ergológica. Normas e<br />

renormalizações.<br />

Consi<strong>de</strong>rando a importância do trabalho em nossa socieda<strong>de</strong> e sua<br />

relevante e complexa relação com a linguagem, embasaremos esta<br />

pesquisa, parte <strong>de</strong> uma tese em andamento, na teoria bakhtiniana<br />

(Bakhtin, 1929/1997, 1952-1953/2003) e nos estudos sobre o trabalho,<br />

particularmente na abordagem ergológica. Preten<strong>de</strong>mos analisar as<br />

relações <strong>de</strong> trabalho em uma empresa comercial da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Pelotas<br />

(RS), partindo <strong>de</strong> observações presenciais das ativida<strong>de</strong>s laborais <strong>de</strong><br />

alguns trabalhadores voluntários – previamente contatados e<br />

informados sobre os objetivos da pesquisa – a fim <strong>de</strong> verificar como<br />

lidam com as prescrições e como as renormalizam no seu dia a dia. A<br />

interação entre os trabalhadores é constante, a responsivida<strong>de</strong> entre o<br />

trabalho prescrito e a ativida<strong>de</strong> realizada acontece a todo momento. Os<br />

277


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

estudos ergológicos enten<strong>de</strong>m a ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> trabalho como uma<br />

dramática <strong>de</strong> usos <strong>de</strong> si (Schwartz, 2002, 2006, 2007), o que implica<br />

reconhecê-la como lugar <strong>de</strong> negociação entre normas antece<strong>de</strong>ntes,<br />

reguladoras do fazer, e renormalizações <strong>de</strong>correntes da inscrição do<br />

sujeito na ativida<strong>de</strong>. O trabalho nunca é pura execução porque “o meio<br />

é sempre infiel” (Schwartz, 2002, 2006, 2007). Reduzir a ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

trabalho à mera execução é acreditar que a prescrição é perfeita, que o<br />

meio é fiel e que não há variabilida<strong>de</strong>s contínuas e constantes, algo que<br />

é impensável na or<strong>de</strong>m do humano. As leis, as normas, as prescrições<br />

são insuficientes para regular a variabilida<strong>de</strong> do dia a dia. Então, o<br />

trabalhador precisa renormatizar essas regras, ressingularizar as<br />

situações que se lhe apresentam <strong>de</strong> modo que possa reagir ao meio,<br />

fazendo uso <strong>de</strong> suas próprias capacida<strong>de</strong>s, <strong>de</strong> seus próprios recursos e<br />

<strong>de</strong> suas próprias escolhas.<br />

O FALAR DE SI EM UM AMBIENTE VIRTUAL DE<br />

APRENDIZAGEM: DISCURSO, SUJEITO E CORPO<br />

Janaina Cardoso Brum<br />

Com o intuito <strong>de</strong> investigar os processos discursivos envolvidos no<br />

falar <strong>de</strong> si <strong>de</strong> sujeitos alunos na modalida<strong>de</strong> a distância, nosso trabalho<br />

parte da hipótese <strong>de</strong> que, no âmbito virtual, a ilusória evidência do<br />

corpo – e portanto dos sentidos e dos sujeitos – <strong>de</strong>sfaz-se, <strong>de</strong> modo que<br />

as relações estabelecem-se no jogo presença-ausência. Para Ž iž ek<br />

(2006), a virtualização não é um processo novo, todavia, a digitalização<br />

mostra-nos que nunca houve uma realida<strong>de</strong> (como experiência<br />

imediata), haja vista o simbólico <strong>de</strong>s<strong>de</strong> sempre <strong>de</strong>terminar o que<br />

conhecemos como “realida<strong>de</strong>”. Acreditamos que a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

dizer-se em um ambiente virtual <strong>de</strong> aprendizagem (AVA) <strong>de</strong>corre da<br />

crença <strong>de</strong> que na interação face-a-face é evi<strong>de</strong>nte que o interlocutor<br />

sabe quem é o sujeito que fala porque a relação não é, em tese,<br />

mediada. Essa hipótese surgiu da observação dos perfis públicos <strong>de</strong><br />

alunos no AVA do curso <strong>de</strong> Letras – Espanhol a distância da <strong>UFPel</strong>.<br />

Mesmo sob a orientação <strong>de</strong> que o conteúdo do perfil <strong>de</strong>veria ser apenas<br />

acadêmico, muitos alunos acrescentaram informações pessoais. Desse<br />

modo, pensamos que os sujeitos são instados a produzir um “corpo”<br />

que suprima a ausência física dos interlocutores. As relações<br />

imaginárias, inerentes às relações sociais e presentes mesmo na<br />

interação face-a-face, acontecem no AVA <strong>de</strong> forma que os sujeitos têm<br />

<strong>de</strong> criar um “corpo virtual” a fim <strong>de</strong> interagir com o outro. A fim <strong>de</strong><br />

278


Resumo dos Trabalhos<br />

embasar este trabalho, utilizamos como eixo central a Análise do<br />

Discurso pêcheuxtiana, bem como a teoria do sujeito <strong>de</strong> base<br />

psicanalítica e o materialismo histórico, com o intuito <strong>de</strong> trabalhar as<br />

materialida<strong>de</strong>s discursivas dadas, consi<strong>de</strong>rando as relações sóciohistórico-discursivas<br />

que inci<strong>de</strong>m no falar <strong>de</strong> si <strong>de</strong> sujeitos inseridos em<br />

um AVA.<br />

SER OU NÃO SER BILÍNGUE: ATITUDES LINGUÍSTICAS DE<br />

ESTUDANTES DE ACEGUÁ BRASIL/URUGUAI<br />

Jociele Corrêa<br />

Clara Dornelles<br />

Este trabalho apresenta os discursos <strong>de</strong> estudantes <strong>de</strong> uma escola da<br />

re<strong>de</strong> pública municipal <strong>de</strong> Aceguá acerca do uso das línguas na<br />

comunida<strong>de</strong>. O foco da análise foram as atitu<strong>de</strong>s linguísticas<br />

(FERNANDEZ, 2005) dos adolescentes com relação à(s) sua(s)<br />

i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>(s) como sujeitos bilíngues. Os dados foram gerados no<br />

segundo semestre <strong>de</strong> 2011, a partir <strong>de</strong> entrevistas semiestruturadas. Para<br />

análise, foram transcritos e discutidos excertos <strong>de</strong>ssas entrevistas,<br />

amparando- se teoricamente em estudos sobre contextos <strong>de</strong> fronteira<br />

(CORRÊA; DORNELLES, 2009, 2010a, 2010b), sobre educação<br />

bilíngue (BRIAN; BROVETTO; GEYMONAT, 2007; CÉSAR;<br />

CAVALCANTI, 2007; MAHER, 2007) e, ainda, sobre i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s<br />

culturais (HALL, 1997). As atitu<strong>de</strong>s linguísticas dos estudantes<br />

<strong>de</strong>monstraram que os mesmos não se sentem seguros acerca da(s)<br />

sua(s) i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>(s) como bilíngue(s). Os resultados indicam que as<br />

i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s linguísticas dos indivíduos são construídas na interação<br />

entre os dois idiomas predominantes (português e espanhol) e são<br />

marcadas pela nacionalida<strong>de</strong> como fator diferenciador e <strong>de</strong> certa forma<br />

regulador dos usos das línguas em comunida<strong>de</strong>. Portanto, as atitu<strong>de</strong>s<br />

linguísticas dos alunos levantam a questão do que significa ser<br />

fronteiriço nesse contexto e quais valores são atribuídos a essa<br />

i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>, o que reforça a importância da discussão e valorização da<br />

riqueza linguística e cultural da comunida<strong>de</strong> na escola."<br />

A RELAÇÃO ENTRE SABERES NO DESENVOLVIMENTO DA<br />

ATIVIDADE LABORAL DO PROFESSOR DE LÍNGUA<br />

PORTUGUESA: UMA ABORDAGEM DIALÓGICA<br />

Josiane Redmer Hinz<br />

279


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

Nesta comunicação, apresentaremos reflexões <strong>de</strong> uma pesquisa em<br />

<strong>de</strong>senvolvimento, que objetiva investigar, a partir <strong>de</strong> uma análise<br />

enunciativo- discursiva, como professores <strong>de</strong> Língua Portuguesa do<br />

Ensino Médio, ao exercerem sua ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> trabalho, estabelecem<br />

diálogo entre os saberes acadêmicos e práticos, visando contribuir para<br />

o (re)conhecimento e aprimoramento da prática docente. Sob o ponto<br />

<strong>de</strong> vista teórico, este estudo está embasado na abordagem bakhtiniana<br />

(Bakhtin, 1979/2003), que consi<strong>de</strong>ra a linguagem como essencialmente<br />

dialógica e nas ciências do trabalho, em especial a perspectiva<br />

ergológica, que <strong>de</strong>staca a heterogeneida<strong>de</strong> e dinamicida<strong>de</strong> das<br />

ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> trabalho (Schwartz, 2006, 2007), e os estudos da clínica<br />

da ativida<strong>de</strong> (Faïta, 2005, Clot & Faïta, 2000), que <strong>de</strong>stacam a<br />

importância da criação <strong>de</strong> espaços <strong>de</strong> fala para que o trabalhador,<br />

distanciado <strong>de</strong> sua ativida<strong>de</strong>, possa discutir sobre ela. Para o<br />

<strong>de</strong>senvolvimento da pesquisa, contaremos com a colaboração <strong>de</strong> quatro<br />

professores <strong>de</strong> uma escola pública <strong>de</strong> ensino médio, que verbalizarão<br />

sobre o seu fazer docente em três etapas: (a) entrevistas individuais, (b)<br />

grupo <strong>de</strong> discussão e (c) método da autoconfrontação simples. Com<br />

este estudo, esperamos contribuir para uma maior compreensão acerca<br />

da complexida<strong>de</strong> da ativida<strong>de</strong> em questão, para que possamos, a partir<br />

da interface entre os estudos da linguagem e do trabalho, oportunizar a<br />

criação <strong>de</strong> saberes sobre o trabalho do professor <strong>de</strong> Língua Portuguesa<br />

do Ensino Médio."<br />

A INTERVENÇÃO DA SUBJETIVIDADE NA ATIVIDADE DO<br />

COORDENADOR PEDAGÓGICO<br />

Josiane Richter<br />

Este estudo aborda a intervenção da subjetivida<strong>de</strong> na ativida<strong>de</strong> do<br />

coor<strong>de</strong>nador pedagógico. O coor<strong>de</strong>nador pedagógico exerce hoje um<br />

papel muito importante no processo <strong>de</strong> gestão da escola. É por meio<br />

das palavras enunciadas que o coor<strong>de</strong>nador possibilita, na verda<strong>de</strong>, a<br />

representação do mundo por todos os envolvidos na escola,<br />

reconhecendo as necessida<strong>de</strong>s, em busca, sempre, da transformação <strong>de</strong><br />

quaisquer situações para o sucesso <strong>de</strong> sua atuação. De acordo com o<br />

filósofo francês Yves Schwartz (2004, p. 23), “o trabalho nunca é<br />

totalmente expectativa do mesmo e repetição – mesmo que o seja em<br />

parte”. O que o autor salienta é que toda a ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> trabalho se dá na<br />

tensão entre normas antece<strong>de</strong>ntes, reguladoras do fazer, e<br />

280


Resumo dos Trabalhos<br />

renormalizações, <strong>de</strong>correntes da intervenção da subjetivida<strong>de</strong> no<br />

exercício profissional. Investiga-se, em interlocuções entre coor<strong>de</strong>nador<br />

pedagógico e professores, levadas a efeito em conselhos <strong>de</strong> classe,<br />

efeitos da intervenção da subjetivida<strong>de</strong> nessa ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> trabalho.<br />

Assim, nossa investigação justifica-se por trazer à discussão uma<br />

dimensão que não é levada em conta em ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> gestão: as<br />

normas previamente instituídas para regular o trabalho e o saber<br />

técnico que o orienta são sempre singularizados na ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

trabalho. Nesse processo, emerge o saber da experiência com o qual os<br />

coor<strong>de</strong>nadores pedagógicos enfrentam os <strong>de</strong>safios diariamente<br />

colocados na execução <strong>de</strong> suas funções. Palavras-chave: Subjetivida<strong>de</strong>,<br />

enunciação, coor<strong>de</strong>nador pedagógico.<br />

O FUNCIONAMENTO SEMÂNTICO-ENUNCIATIVO DA<br />

LÍNGUA ESPANHOLA NAS TIRAS DO TAPEJARA<br />

Juliane Tatsch<br />

Este trabalho tem por objetivo o estudo do funcionamento semânticoenunciativo<br />

<strong>de</strong> expressões que aparecem como empréstimos da língua<br />

espanhola <strong>de</strong>ntro do espaço <strong>de</strong> enunciação da variante gaúcha da língua<br />

portuguesa representada na textualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> tiras humorísticas.<br />

Interessa-nos, portanto, o efeito da palavra funcionando nos enunciados<br />

das tiras e <strong>de</strong> que modo esse efeito se significa no dizer, caracterizando<br />

uma heterogeneida<strong>de</strong> da língua portuguesa pela existência, então, <strong>de</strong><br />

uma linguagem gauchesca. A análise <strong>de</strong> aspectos da representação da<br />

língua espanhola no discurso constituído por formas <strong>de</strong> ilustração do<br />

gaúcho enquanto tipo social significa ao constituir um discurso do<br />

gaúcho e sobre o gaúcho, levando a um processo <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação dos<br />

sujeitos na e pela língua que praticam. Desse modo, partindo <strong>de</strong>sses<br />

enunciados é possível apontar elementos que nos permitem dizer que<br />

essa “língua do gaúcho” é ressignificada no gaúcho como tipo social e<br />

produz através das tiras um discurso sobre o gaúcho que afirma toda<br />

uma i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> regional. Discute-se como, especialmente no Rio<br />

Gran<strong>de</strong> do Sul, a figura do gaúcho reproduzida em tiras humorísticas<br />

que compõem o livro: Tapejara: o último guasca produz efeitos <strong>de</strong><br />

sentido ao representar o sujeito gaúcho também pela língua.<br />

Palavras-chave: língua, sentido, enunciação.<br />

281


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

ESCREVER EM LÍNGUA ADICIONAL: UMA OPÇÃO<br />

RETÓRICA<br />

Katia Vieira Morais<br />

Aten<strong>de</strong>ndo ao chamado <strong>de</strong> sobre multilinguismo responsável <strong>de</strong> Min-<br />

Zhan Lu, retór norte-americana, analiso a escrita em Inglês <strong>de</strong> alunos<br />

<strong>de</strong> graduação. No cenário fronteiriço, a escrita se torna uma negociação<br />

multilíngue em que discentes vivenciam práticas linguísticas e retóricas<br />

<strong>de</strong>finidas pelo contexto do Português no espaço universitário, dos usos<br />

fronteiriços do Português e Espanhol e da globalida<strong>de</strong> do Inglês. Esse<br />

estudo visa i<strong>de</strong>ntificar, <strong>de</strong>limitar e analisar algumas práticas retóricas<br />

transculturais usadas na escrita em Inglês por discentes <strong>de</strong> graduação.<br />

Estratégias retóricas transculturais po<strong>de</strong>m ser negociações linguísticas<br />

ou retóricas apesar da <strong>de</strong>finição <strong>de</strong>ssas categorias não ser pacífica, pois<br />

na maioria das vezes escolhas linguísticas também implicam em um<br />

posicionamento argumentativo. Por exemplo, questões pontuais <strong>de</strong> uso<br />

e estilo como enunciação em primeira, segunda ou terceira pessoa para<br />

efeitos <strong>de</strong> subjetivida<strong>de</strong>, interlocução ou objetivida<strong>de</strong> também ser<br />

consi<strong>de</strong>radas questões retóricas, pois apontam para escolhas<br />

argumentativas privilegiadas (ou não) no Inglês como na argumentação<br />

ad personam ou <strong>de</strong> autorida<strong>de</strong>. Partindo dos conceitos <strong>de</strong><br />

multilinguismo responsável e estratégias retóricas transculturais, a<br />

investigação se baseia na triangulação <strong>de</strong> tarefas <strong>de</strong> escrita, coleta <strong>de</strong><br />

exemplares <strong>de</strong> escrita dos alunos e entrevistas com alunos. Ao analisar<br />

como alunos-escritores compõem em inglês esse espaço universitário,<br />

fronteiriço e linguístico se questiona 1) o valor atribuído à diversida<strong>de</strong><br />

linguística e retórica que sujeitos multilíngues negociam diariamente<br />

na aca<strong>de</strong>mia e 2) a criação <strong>de</strong> um espaço acadêmico para acomodar<br />

alunos-escritores para privilegiar práticas retóricas transculturais.<br />

A SENSUALIDADE MASCULINA EM ANÚNCIOS DE<br />

SERVIÇOS SEXUAIS: ABORDAGEM DIALÓGICA DO<br />

DISCURSO<br />

Kelli Da Rosa Ribeiro<br />

Este trabalho mostra parte dos resultados obtidos a partir <strong>de</strong> uma<br />

dissertação <strong>de</strong> mestrado <strong>de</strong>senvolvida na Pontifícia Universida<strong>de</strong><br />

Católica do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul (PUCRS), concluída em 2011. Assim,<br />

levantamos reflexões enunciativas a respeito das imagens discursivas<br />

282


Resumo dos Trabalhos<br />

do locutor e do interlocutor em um anúncio <strong>de</strong> classificados <strong>de</strong> serviços<br />

sexuais selecionado do jornal Zero Hora, no qual um homem oferece<br />

serviço sexual. Levando em consi<strong>de</strong>ração que tais anúncios se<br />

engendram na esfera midiática, analisamos como as diversas vozes<br />

sociais que circulam nessa esfera da ativida<strong>de</strong> humana produzem<br />

sentidos, por meio dos signos i<strong>de</strong>ológicos mobilizados no discurso <strong>de</strong><br />

quem anuncia os serviços sexuais. Embasamos teoricamente este<br />

trabalho com as i<strong>de</strong>ias linguísticas do Círculo <strong>de</strong> Bakhtin, atentando<br />

principalmente para os seguintes conceitos: signo i<strong>de</strong>ológico, palavra,<br />

enunciado, gêneros do discurso, plurilinguismo e relações dialógicas.<br />

Utilizamos também as reflexões <strong>de</strong> Dany-Robert Dufour, no que se<br />

refere ao conceito <strong>de</strong> sujeito pós-mo<strong>de</strong>rno e sua relação com o consumo<br />

propagado pelos meios midiáticos. Analisamos o enunciado,<br />

consi<strong>de</strong>rando a autonomeação do locutor no discurso, as <strong>de</strong>signações <strong>de</strong><br />

características físicas e <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong> sexual sugerida pelo sujeito e os<br />

elementos discursivos que permitem verificar o en<strong>de</strong>reçamento do<br />

anúncio. Percebemos no enunciado publicitário em foco que o<br />

(entre)cruzamento <strong>de</strong> já-ditos mostram ressonâncias <strong>de</strong> outros discursos<br />

sociais e valorações i<strong>de</strong>ológicas/mercadológicas sobre o corpo<br />

masculino. Vislumbramos ainda como o corpo masculino aparece<br />

refratado no discurso do anúncio e <strong>de</strong> que forma essa imagem é<br />

relacionada à beleza e à sensualida<strong>de</strong>. Palavras-chave: anúncio <strong>de</strong><br />

serviços sexuais; relações dialógicas; imagem discursiva.<br />

A DICIONARIZAÇÃO DOS SÍMBOLOS DO GAÚCHO<br />

Kelly Fernanda Guasso Da Silva<br />

É interessante pensarmos nos símbolos que envolvem o imaginário do<br />

gaúcho <strong>de</strong>ntro do processo <strong>de</strong> dicionarização uma vez que temos nos<br />

dicionários uma forma <strong>de</strong> registro do saber, ou seja, através dos<br />

dicionários temos não só a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> produzir sentidos, mas<br />

também a manutenção do saber e a apresentação <strong>de</strong> novas maneiras <strong>de</strong><br />

dizer e <strong>de</strong> significar em um discurso. Escolhemos os apetrechos<br />

utilizados pelo gaúcho, em seu trabalho ou no seu dia a dia, justamente<br />

por serem esses elementos corriqueiros na vida do gaúcho<br />

tradicionalmente rural. Partiremos do Dicionário Houaiss da Língua<br />

Portuguesa, <strong>de</strong> Antônio Houaiss e Mauro Villar, para fazer a<br />

comparação com as <strong>de</strong>signações que constam no Dicionário <strong>de</strong><br />

Regionalismos do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul, <strong>de</strong> Zeno Cardoso Nunes e Rui<br />

Cardoso Nunes. Analisaremos e compararemos os termos “arreios”,<br />

283


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

“bolea<strong>de</strong>ira”, “faca”, “laço” e “relho” <strong>de</strong>signados nesses dois<br />

dicionários. Os princípios básicos seguidos serão os da História das<br />

I<strong>de</strong>ias Linguísticas e da Análise do Discurso <strong>de</strong> linha francesa, tais<br />

como são <strong>de</strong>senvolvidos no Brasil. Como resultado obtivemos, por<br />

exemplo, que muitas palavras consi<strong>de</strong>radas “gaúchas” não são<br />

referenciadas ao gaúcho e nem são tidas como regionalismos, além do<br />

fato <strong>de</strong> que algumas <strong>de</strong>ssas palavras referentes aos apetrechos do<br />

gaúcho, que num primeiro momento foram pensadas como símbolos,<br />

na verda<strong>de</strong>, receberam maior abrangência no dicionário nacional<br />

Houaiss do que no Dicionário <strong>de</strong> Regionalismos. Palavras-chave:<br />

símbolos do gaúcho, discurso, dicionarização.<br />

O DISCURSO HOMOFÓBICO NO AMBIENTE VIRTUAL<br />

Laura Nunes Pinto<br />

A internet tem se tornado um dos meios mais eficientes para a<br />

proliferação <strong>de</strong> discursos das mais diferentes filiações, abrangendo os<br />

mais diversos saberes e tipos <strong>de</strong> usuários. Assim sendo, muitas vezes, é<br />

usada para a disseminação <strong>de</strong> comentários preconceituosos e violentos.<br />

Partindo-se, pois, da constatação <strong>de</strong> que uma gran<strong>de</strong> porcentagem da<br />

população utiliza-se <strong>de</strong>sse meio para a construção e a recepção <strong>de</strong><br />

discursos, acreditamos ser <strong>de</strong> suma importância análises <strong>de</strong> processos<br />

discursivos envolvidos nos tipos <strong>de</strong> violência contra o outro em re<strong>de</strong>s<br />

sociais. O presente trabalho restringe-se, no entanto, à polêmica que<br />

envolve as manifestações homofóbicas no meio digital. Serão elas<br />

analisadas a partir da base teórico-analítica da Análise <strong>de</strong> Discurso,<br />

ciência interpretativa que tem como finalida<strong>de</strong> estabelecer as relações<br />

entre linguagem e i<strong>de</strong>ologia. O corpus analisado será formado <strong>de</strong><br />

enunciados discriminatórios, formulados por usuários <strong>de</strong> re<strong>de</strong>s sociais,<br />

contra a mo<strong>de</strong>lo e estilista brasileira Lea T., observando-se as<br />

modalida<strong>de</strong>s do dizer e do não-dizer <strong>de</strong> que são investidos. Para tanto,<br />

serão examinados elementos da materialida<strong>de</strong> linguística em conjunção<br />

com as condições <strong>de</strong> produção circunstanciais e sócio-históricas que<br />

lhe são constitutivas, a fim <strong>de</strong> verificar os mecanismos envolvidos na<br />

discursivização da violência no espaço digital.<br />

284


Resumo dos Trabalhos<br />

LOBO MAU E CHAPEUZINHO VERMELHO EM TEMPOS DE<br />

FACEBOOK: ANÁLISE DISCURSIVA DE UMA CHARGE<br />

Leonardo Terra Messias (Bolsista Pbda)<br />

O presente estudo objetiva analisar o funcionamento discursivo <strong>de</strong> uma<br />

charge, <strong>de</strong> fonte <strong>de</strong>sconhecida, disponível na internet, que simula um<br />

diálogo entre o lobo mau e a Chapeuzinho Vermelho. O lobo diz:<br />

“Como assim não fala com estranhos? Sou seu amigo no Facebook não<br />

lembra?” e a menina permanece em silêncio. Sob a ótica da Análise <strong>de</strong><br />

Discurso <strong>de</strong> linha francesa, consi<strong>de</strong>ramos que um enunciado sempre<br />

po<strong>de</strong> tornar-se outro em virtu<strong>de</strong> <strong>de</strong> mudanças <strong>de</strong> condições <strong>de</strong><br />

produção. Na charge, o contraponto <strong>de</strong> condições <strong>de</strong> produção repercute<br />

no <strong>de</strong>slocamento <strong>de</strong> sentidos da formulação-origem “Não falo com<br />

estranhos”. Tal formulação, no conto <strong>de</strong> fadas, vincula-se à moralida<strong>de</strong><br />

típica <strong>de</strong>ssas narrativas infantis. Na charge, retorna como préconstruído,<br />

ressignificado em um momento sócio-histórico <strong>de</strong><br />

estabelecimento <strong>de</strong> laços sociais via internet. Em sites <strong>de</strong><br />

relacionamento, como o Facebook, há uma polemização do preceito <strong>de</strong><br />

que estranhos <strong>de</strong>vem ser evitados; tal preceito aparece como conselho<br />

no conto. A movimentação semântica se dá não só pelo retorno do préconstruído<br />

sob novas condições, mas também <strong>de</strong>vido ao silêncio da<br />

personagem. O silenciamento aparece como essencial para a<br />

compreensão do processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> sentido do enunciado em<br />

foco. O trabalho ainda trata da formação imaginária do silêncio, o qual<br />

é recomendado no conto <strong>de</strong> fadas para distanciamento do perigo,<br />

enquanto é negado em re<strong>de</strong>s sociais como o Facebook: lugar em que o<br />

dizer é contínuo, on<strong>de</strong> se recusa o vazio. Palavras-chave: silêncio,<br />

contos <strong>de</strong> fadas, re<strong>de</strong>s sociais<br />

SAMPESCREVE<br />

Lia Cristina Ceron<br />

Amanda Lopes Moreno<br />

Palavras Chave: Canção, São Paulo, Texto.<br />

A cultura letrada e a cultura jovem raramente são tomadas como planos<br />

passíveis <strong>de</strong> intersecção. A escola tradicional é a responsável pelo<br />

fortalecimento <strong>de</strong>sse antagonismo, inviabilizando a construção <strong>de</strong> uma<br />

nova relação entre as duas instâncias. Assim, a música aparece como<br />

uma eficiente ferramenta <strong>de</strong> conjunção, já que reúne a dimensão sonora<br />

e a escrita. O Sampescreve se insere nesse contexto, propondo um<br />

285


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

projeto <strong>de</strong> ensino interdisciplinar que conjugue história, música e<br />

cultura da periferia em paralelo ao ensino <strong>de</strong> conteúdos específicos<br />

referentes às habilida<strong>de</strong>s da escrita. O público é composto por alunos da<br />

Escola Estadual Dr. Pedro <strong>de</strong> Moraes Victor, localizada na Zona Norte<br />

<strong>de</strong> São Paulo, divididos em duas turmas <strong>de</strong> 7° ano. Diagnosticamos que<br />

eles apreciam a música e <strong>de</strong>sconhecem a cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo, on<strong>de</strong><br />

vivem. Também observamos que a produção escrita e a interpretação<br />

textual são <strong>de</strong>ficitárias. A finalida<strong>de</strong> do projeto é fomentar o ensino e a<br />

aprendizagem <strong>de</strong>sses pontos, <strong>de</strong> maneira contextualizada e dialógica,<br />

formando leitores dotados <strong>de</strong> autoria, ou seja, <strong>de</strong> alunos que tenham<br />

autonomia na leitura e que sejam capazes <strong>de</strong> produzir textos com<br />

temática sobre São Paulo. O grupo <strong>de</strong> trabalho possui três membros<br />

que se revezam na regência das aulas, iniciadas em abril <strong>de</strong> 2012. Até o<br />

momento, foi trabalhada a música Sampa, <strong>de</strong> Caetano Veloso, levando<br />

a diversos temas, como o gênero mito, história da cida<strong>de</strong>, texto lírico e<br />

intertextualida<strong>de</strong>.<br />

ESCREVIVENDO EM PERSPECTIVA DIALÓGICA:<br />

MANIFESTAÇÕES SOCIAIS DA ESCRITA<br />

AFRODESCENDENTE, PRÁTICAS ESCOLARES E USOS<br />

COTIDIANOS<br />

Lívia <strong>de</strong> Carvalho Mendonça<br />

Apresentam-se as consi<strong>de</strong>rações teórico-metodológicas das primeiras<br />

reflexões <strong>de</strong> uma pesquisa em <strong>de</strong>senvolvimento sobre as práticas <strong>de</strong><br />

escrita <strong>de</strong>senvolvidas por estudantes, situados no contexto escolar <strong>de</strong><br />

remanescentes quilombolas, em uma comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um dos distritos<br />

da zona rural da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Feira <strong>de</strong> Santana-BA, e a sua relação com os<br />

usos cotidianos <strong>de</strong> escrita, que fazem parte da realida<strong>de</strong> sociocultural<br />

dos sujeitos investigados. Fundamenta-se a pesquisa com a teoria<br />

discursiva dialógica <strong>de</strong> orientação bakhtiniana Bakhtin/Volochínov<br />

(2006[1929]; 2003[1979]), na interface com os estudos históricoculturais<br />

sobre a escrita <strong>de</strong>senvolvidos por Chartier (1985, 1991, 1994,<br />

2004), De Certeau (2009) e Burke (2005). Para isso, realizou-se um<br />

estudo etnográfico (Proc. Comitê <strong>de</strong> Ética, Nº 060311011470), situado<br />

no campo das pesquisas qualitativas, consi<strong>de</strong>rando-se a etnografia uma<br />

abordagem <strong>de</strong> investigação científica, <strong>de</strong> acordo com Laplatine<br />

(2004[1943]), César (2001) e André (2004). Este trabalho po<strong>de</strong>rá<br />

contribuir para a construção <strong>de</strong> um arcabouço teórico-metodológico<br />

sobre a escrita, presente nos diversos contextos <strong>de</strong> interação verbal,<br />

inclusive no espaço escolar. Além disso, po<strong>de</strong>rá integrar um futuro<br />

banco <strong>de</strong> estudos linguísticos e/ou culturais sobre as manifestações<br />

286


Resumo dos Trabalhos<br />

sociais da escrita <strong>de</strong> comunida<strong>de</strong>s rurais afro<strong>de</strong>scen<strong>de</strong>ntes do contexto<br />

baiano. A investigação empreendida no seu conjunto preten<strong>de</strong><br />

contribuir com os sujeitos e com o universo da pesquisa concebidos<br />

nas suas relações dialógicas com a escrita e a vida. Palavras-chave:<br />

Dialogismo. História Cultural. Escrita.<br />

SACI SEM-CACHIMBO: ENTRE A CONTENÇÃO E O<br />

DESLIZAMENTO DE SENTIDOS<br />

Luana De Gusmão Silveira<br />

O presente trabalho, <strong>de</strong>senvolvido junto ao Grupo <strong>de</strong> Estudos em<br />

Análise do Discurso (GEAD/FURG), objetiva analisar as relações e os<br />

efeitos <strong>de</strong> sentido produzidos a partir <strong>de</strong> uma mesma materialida<strong>de</strong><br />

discursiva: a imagem do personagem Saci, mascote do Sport Club<br />

Internacional (INTER), nas suas diferentes formas <strong>de</strong> apresentação.<br />

Consi<strong>de</strong>rando os pressupostos teórico- metodológicos a partir dos quais<br />

a Análise do Discurso foi cunhada, tecemos algumas reflexões com<br />

base no constante processo <strong>de</strong> transformação ocorrido, nos últimos<br />

tempos, com a imagem do personagem Saci, nos discursos do clube<br />

colorado. Por meio <strong>de</strong> um atravessamento com o discurso do<br />

“politicamente correto”, promove-se um processo <strong>de</strong> apagamento, <strong>de</strong><br />

silenciamento que, por consequência, acaba ocasionando uma<br />

“mexida” na re<strong>de</strong> <strong>de</strong> sentidos. É, portanto, esse funcionamento e seus<br />

efeitos que nos propomos a observar. Algumas noções centrais são<br />

mobilizadas como <strong>de</strong> Silêncio, Interpretação e Efeitos <strong>de</strong> sentido.<br />

Palavras-chave: Análise do Discurso, Interpretação, Efeitos <strong>de</strong> sentido<br />

A SIGNIFICÂNCIA EM LINGUAGEM POÉTICA: UM ESTUDO<br />

ENUNCIATIVO EM CANÇÕES DE CHICO BUARQUE<br />

Luana Müller De Mello<br />

O objetivo principal do presente trabalho é, então, <strong>de</strong>rivar <strong>de</strong> textos <strong>de</strong><br />

Benveniste, publicados entre 1967 e 1970 (A forma e o sentido na<br />

linguagem (publicado em 1967); Esta linguagem que faz a história<br />

(publicado em 1968); Semiologia da língua (publicado em 1969);O<br />

aparelho formal da enunciação (publicado em 1970)), uma<br />

possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> investigar como se constitui a significância poética<br />

para, a partir daí, analisar as canções <strong>de</strong> Chico Buarque que constituem<br />

o corpus, buscando nelas a representação <strong>de</strong> trabalhador. O texto<br />

287


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

artístico se apresenta como um dos modos <strong>de</strong> representação das<br />

histórias cotidianas, dos inci<strong>de</strong>ntes e fatos que não têm representação<br />

em nenhuma outra manifestação da linguagem. Para Tatit (2004), o<br />

canto sempre foi uma dimensão potencializada da fala, ou seja, cantar é<br />

também dizer algo, é falar sobre o mundo. Nesse sentido, nada mais<br />

natural do que buscar a teoria <strong>de</strong> Benveniste para alcançar nossos<br />

objetivos, pois, para o autor (PLG II, p. 84), “a língua se acha<br />

empregada para a expressão <strong>de</strong> uma certa relação com o mundo”. Uma<br />

questão, entretanto, se coloca: que dizer é esse sobre o mundo,<br />

consi<strong>de</strong>rando-se que vem sob a forma <strong>de</strong> linguagem poética? De que<br />

forma po<strong>de</strong>mos analisar esse dizer sobre o mundo que não se faz pela<br />

linguagem ordinária? Essas interrogações conduzem-nos a<br />

problematizar a noção <strong>de</strong> referência na linguagem poética. "<br />

A PRÁTICA DA LEITURA E DA INTERPRETAÇÃO DE<br />

TEXTOS NA SALA DE AULA DE LÍNGUA PORTUGUESA EM<br />

ESCOLAS DO SUDOESTE DO PARANÁ<br />

Luciana Iost Vinhas<br />

Sabe-se que o trabalho com a leitura e a interpretação <strong>de</strong> textos nas<br />

salas <strong>de</strong> aula <strong>de</strong> língua portuguesa é caracterizado, na maioria das<br />

vezes, como um processo <strong>de</strong> reprodução <strong>de</strong> saberes, sendo o professor e<br />

o aluno compreendidos como posições plenamente i<strong>de</strong>ntificadas com a<br />

formação discursiva dominante na instituição escolar, <strong>aqui</strong> entendida<br />

como formação i<strong>de</strong>ológica. O presente <strong>de</strong>bate busca discutir sobre a<br />

fala <strong>de</strong> professoras do Ensino Fundamental acerca do trabalho <strong>de</strong> leitura<br />

e interpretação <strong>de</strong> textos, na tentativa <strong>de</strong> compreen<strong>de</strong>r como elas<br />

compreen<strong>de</strong>m esse trabalho e quais as relações que po<strong>de</strong>m ser<br />

estabelecidas com as modalida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> subjetivação, a saber, a plena<br />

i<strong>de</strong>ntificação do sujeito com os saberes da formação discursiva, a<br />

contrai<strong>de</strong>ntificação e a <strong>de</strong>si<strong>de</strong>ntificação (cf. PÊCHEUX, 2009).<br />

Questiona-se sobre a pertinência <strong>de</strong> saberes que ancoram a Análise do<br />

Discurso <strong>de</strong> tradição francesa serem parte da prática pedagógica das<br />

professoras <strong>de</strong> língua portuguesa. Sugere-se essa abordagem, pois<br />

estariam atuando no alcance do pleno exercício da cidadania pelo aluno,<br />

<strong>de</strong>sestabilizando os sentidos naturalizados nas salas <strong>de</strong> aula e colocando<br />

a contradição (velada nas salas <strong>de</strong> aula) em relevância para a reflexão."<br />

288


Resumo dos Trabalhos<br />

“EN EL RECREO SÍ, EN LAS CLASES NO”: SERÁ A ESCOLA<br />

UMA FRONTEIRA ENTRE AS LÍNGUAS?<br />

Luciana Vargas Ronsani<br />

Este trabalho trata do funcionamento do dialeto português/portunhol e<br />

da língua espanhola no espaço fronteiriço constituído por sujeitos<br />

pertencentes à Comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Cerro Pelado, situada ao norte do<br />

Uruguai, os quais enunciam em línguas diferentes segundo o lugar<br />

on<strong>de</strong> o fazem. Assim, temos a hipótese <strong>de</strong> que na constituição <strong>de</strong>ste<br />

espaço <strong>de</strong> enunciação existe uma fronteira que se estabelece pela e na<br />

escola. O objetivo geral da pesquisa é analisar como a escola po<strong>de</strong> se<br />

constituir em uma fronteira a partir do modo como as línguas circulam<br />

no ambiente escolar e fora <strong>de</strong>le. Através da realização <strong>de</strong>sta pesquisa,<br />

respon<strong>de</strong>mos as duas questões norteadoras <strong>de</strong>sse trabalho: O Uruguai<br />

era mesmo um país monolingue? Vimos que não. A Comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Cerro Pelado mantém traços sócio-culturais e linguísticos relacionados<br />

à ocupação e colonização luso- brasileira? Vimos que sim. Concluímos<br />

então, que os sujeitos expostos a situação “bilíngüe con diglosia” são<br />

sujeitos que se significam pelo uso do espanhol e dialeto/portunhol, e<br />

que estas línguas refletem suas i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s fronteiriças. "<br />

“NEM TODAS AS PRINCESAS TÊM QUE VESTIR ROSA OU<br />

SONHAR COM UM PRÍNCIPE ENCANTADO QUE NUNCA<br />

CHEGA”: REFLEXÕES E ANÁLISE<br />

Luciana Zardo Padovani<br />

O presente trabalho busca tecer reflexões acerca <strong>de</strong> leituras possíveis<br />

<strong>de</strong> peças publicitárias sobre os comportamentos e papeis femininos na<br />

socieda<strong>de</strong> oci<strong>de</strong>ntal contemporânea, na perspectiva da Teoria da<br />

Análise do Discurso, fundada por Michel Pêcheux. Para fins <strong>de</strong><br />

análise, foram tomadas duas materialida<strong>de</strong>s discursivas em uma mesma<br />

peça publicitária: (a) o texto “Nem todas as princesas tem que vestir<br />

rosa ou sonhar com um príncipe encantado que nunca chega” e (b) e a<br />

imagem <strong>de</strong> uma jovem e bonita mulher, bem produzida, com um<br />

espartilho azul e tatuagens nas costas e no braço, contendo <strong>de</strong>senhos <strong>de</strong><br />

flores. A partir <strong>de</strong>stas materialida<strong>de</strong>s, buscou-se observar e analisar as<br />

inscrições em distintas formações discursivas, os <strong>de</strong>slizamentos<br />

discursivos, o contraditório, os silenciamentos, a produção <strong>de</strong> sentidos<br />

e os efeitos discursivos. Sendo assim, foram estabelecidas relações<br />

entre o vestir rosa e as tatuagens <strong>de</strong> flores, a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> espera pelo<br />

289


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

príncipe encantado e o príncipe que nunca chega, um certo<br />

monitoramento social do comportamento feminino e uma postura <strong>de</strong><br />

emancipação feminina, um discurso justificador e um discurso <strong>de</strong><br />

ruptura, a imagem <strong>de</strong> uma mulher vaidosa/romântica/<strong>de</strong>licada/submissa<br />

e a imagem <strong>de</strong> uma mulher in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte/emancipada /que tem atitu<strong>de</strong>.<br />

Palavras-chave: formação discursiva – discurso – sentido.<br />

* Luciana Zardo Padovani é estudante <strong>de</strong> Graduação em Letras-<br />

Português, da FURG, aluna-bolsista do Subprojeto <strong>de</strong> L.Portuguesa do<br />

PIBID/CAPES/FURG e participante do Grupo <strong>de</strong> Estudos em Análise<br />

do Discurso (GEAD/FURG).<br />

A LINGUAGEM JORNALÍSTICA NO TWITTER<br />

Mabel Oliveira Teixeira<br />

Inserido no contexto da Socieda<strong>de</strong> em Re<strong>de</strong> e submetido às<br />

características específicas da Web e suas ferramentas <strong>de</strong> comunicação,<br />

o jornalismo está se transformando. Para percebemos o impacto <strong>de</strong>sse<br />

fenômeno, nos propomos a caracterizar a linguagem jornalística no Site<br />

<strong>de</strong> Re<strong>de</strong> Social Twitter através da análise <strong>de</strong> 134 enunciados<br />

publicados por três veículos distintos, a saber: jornal Folha <strong>de</strong> São<br />

Paulo, Zero Hora e Diário Popular. Nosso pressuposto central é que o<br />

padrão hierárquico e objetivo que orienta a linguagem jornalística<br />

padrão começa a ce<strong>de</strong>r espaço a mo<strong>de</strong>los mais horizontalizados e<br />

interativos que remo<strong>de</strong>lam a técnica padrão e, consequentemente,<br />

modificam o enunciado jornalístico, originando novas formas <strong>de</strong><br />

comunicar e informar cujos efeitos ainda são imprevisíveis.<br />

O TEXTO MIDIÁTICO EM SALA DE AULA:<br />

POSSIBILIDADES E LIMITES NO TRABALHO DE<br />

INTERPRETAÇÃO<br />

Magda Regina Lourenço Cyrre<br />

Este estudo resulta <strong>de</strong> uma proposta <strong>de</strong> trabalho <strong>de</strong> interpretação <strong>de</strong><br />

textos midiáticos com estudantes do Ensino Médio. Partimos do<br />

pressuposto <strong>de</strong> que os estudantes estão expostos a informações<br />

290


Resumo dos Trabalhos<br />

veiculadas pela internet. As empresas <strong>de</strong> mídia selecionam temas e<br />

constroem discursos informativos e a informação, moldada pela<br />

linguagem, é uma forma <strong>de</strong> interpretação. A materialida<strong>de</strong> linguística<br />

usada na construção da informação remete ao seu funcionamento e aos<br />

seus efeitos <strong>de</strong> sentido. O material selecionado para trabalhar a<br />

interpretação foi extraído <strong>de</strong> publicações online. Os pressupostos <strong>de</strong>ste<br />

estudo filiam-se à Análise <strong>de</strong> Discurso (AD) pecheutiana. Buscamos<br />

com a AD construir um aporte teórico-metodológico que possibilite<br />

enten<strong>de</strong>r as práticas discursivas <strong>de</strong> formulação da notícia e trabalhar<br />

com particularida<strong>de</strong>s dos enunciados, para isso, articulamos as noções<br />

<strong>de</strong> formação discursiva, sujeito e pré-construído. O objetivo geral é<br />

mostrar algumas possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> interpretação do texto<br />

midiático. Os objetivos específicos são: <strong>de</strong>monstrar a aplicabilida<strong>de</strong><br />

dos conhecimentos <strong>de</strong> AD para a interpretação com estudantes do<br />

ensino médio; verificar como o discurso midiático constrói sentidos e<br />

po<strong>de</strong> ser interpretado por estudantes, aplicando-se noções da AD. O<br />

presente estudo se justifica por propor uma leitura <strong>de</strong> textos midiáticos<br />

a qual verifica como o texto organiza em sua discursivida<strong>de</strong> a<br />

materialida<strong>de</strong> histórica. Palavras-chave: informação; interpretação;<br />

texto midiático.<br />

O CONCEITO DE DEBILIDADE E A HISTÓRIA DAS IDEIAS<br />

LINGUISTICAS<br />

Marcelo Da Rocha Garcez<br />

Palavras-chave: História das i<strong>de</strong>ias linguisticas, Debilida<strong>de</strong>, Psicanálise.<br />

O conceito <strong>de</strong> <strong>de</strong>bilida<strong>de</strong> em nossa socieda<strong>de</strong> tem apresentado variações<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> sua formulação no século XIX até os dias <strong>de</strong> hoje. Tal conceito<br />

não estava formulado, mas a categoria “fracos <strong>de</strong> espírito” correspondia<br />

a <strong>de</strong>bilida<strong>de</strong>. Nessa época <strong>de</strong>bilida<strong>de</strong> mental significava ser fraco da<br />

cabeça, frágil, on<strong>de</strong> separava-se os termos “ligeiramente débil” com<br />

ida<strong>de</strong> superior a sete anos e “<strong>de</strong>bilida<strong>de</strong> propriamente dita”, com ida<strong>de</strong><br />

mental antes dos sete anos. O conceito <strong>de</strong> <strong>de</strong>bilida<strong>de</strong> foi se<br />

<strong>de</strong>sdobrando no <strong>de</strong>correr dos anos, alterando seu significado. Achamos<br />

interessante analisar segundo a teoria da História das Idéias<br />

Lingüísticas, tal conceito e seus movimentos <strong>de</strong> sentidos, visto que<br />

vários campos <strong>de</strong> saber utilizarão tal noção como parâmetro.<br />

Percebendo a importância do conceito <strong>de</strong> <strong>de</strong>bilida<strong>de</strong> para nossa<br />

socieda<strong>de</strong>, achamos que estudá- lo a luz da HIL (história das idéias<br />

lingüísticas) e suas ferramentas, será esclarecedor, para que possamos<br />

291


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

enten<strong>de</strong>r o processo que foi sendo organizado até chegarmos nas<br />

políticas públicas nas áreas da saú<strong>de</strong> e educação. Nossa pesquisa será<br />

bibliográfica, utilizando conceitos da HIL, trechos do livro <strong>de</strong> Cordie<br />

(1996) e conceitos psicanalíticos utilizados no campo da saú<strong>de</strong> mental.<br />

Buscamos observar o percurso que o conceito <strong>de</strong> <strong>de</strong>bilida<strong>de</strong> foi<br />

trilhando até os dias <strong>de</strong> hoje e suas consequências. Determinar um<br />

horizonte <strong>de</strong> retrospecção do conceito <strong>de</strong> <strong>de</strong>bilida<strong>de</strong>, analisar as<br />

diferentes conceitualizações <strong>de</strong> <strong>de</strong>bilida<strong>de</strong> em um eixo diacrônico e<br />

<strong>de</strong>terminar o que nossa socieda<strong>de</strong> consi<strong>de</strong>ra <strong>de</strong>bilida<strong>de</strong> em nossa<br />

época. Esses são alguns objetivos que achamos importantes <strong>de</strong> serem<br />

traços para o presente trabalho.<br />

O EXCESSO, A FALTA E O ESTRANHAMENTO – PISTAS DO<br />

HORROR QUE REFLETEM NO CALADO DE “SHOES ON<br />

THE DANUBE PROMENADE”<br />

Marchiori Quadrado De Quevedo<br />

Ernst-Pereira (2009) elenca o excesso, a falta e o estranhamento como<br />

três pistas opimas para ace<strong>de</strong>r ao processo discursivo a partir <strong>de</strong> uma<br />

superfície textual. Valemo-nos da orientação da autora para analisar o<br />

monumento mencionado no título, em cuja formulação visual tais<br />

pistas nos parecem imbricadas. Buscamos, para esse exercício <strong>de</strong><br />

leitura, o suporte teórico-analítico da Análise <strong>de</strong> Discurso. Nas<br />

estratégias do dizer pelo excesso <strong>de</strong> dizer, do dizer pelo não dizer e do<br />

“estranhar-se” para dizer, que irmanam as diversas materialida<strong>de</strong>s do<br />

discurso, produz-se um efeito <strong>de</strong> memória pela textualida<strong>de</strong> da<br />

escultura. Vem-nos <strong>aqui</strong> à mente o termo “calado”, em sua produtiva<br />

ambiguida<strong>de</strong> em português. A concepção <strong>de</strong> “calado” enquanto dizer<br />

silenciado (em todas as formas preconizadas por Orlandi, 2007), mas<br />

que constitui o dito; e a <strong>de</strong> “calado” enquanto <strong>aqui</strong>lo que não está na<br />

superfície textual – por estar imerso à forma material –, mas apenas por<br />

ela po<strong>de</strong> ser acedido e que ali – no espaço da falta, da falha, do lapso –<br />

significa. No calado da escultura, e da foto, há todo um dizer dos<br />

horrores cometidos contra os ju<strong>de</strong>us, jogo discursivo <strong>de</strong><br />

(in)visibilida<strong>de</strong>s cuja gestão precisa ser <strong>de</strong>slocada para – a partir do<br />

que falta, do que exce<strong>de</strong> e do que é estranho em sua mórbida superfície<br />

–, produzir um gesto <strong>de</strong> leitura que faça justiça à memória daquele<br />

acontecimento.<br />

292


Resumo dos Trabalhos<br />

NOTÍCIAS E EDITORIAIS NO ENSINO DE PORTUGUÊS<br />

Márcia Dresch<br />

Kelen Pereira Farias<br />

Des<strong>de</strong> a década <strong>de</strong> 70, o jornal impresso tem ocupado espaço em obras<br />

didáticas e projetos <strong>de</strong> ensino <strong>de</strong> língua portuguesa. Os textos<br />

opinativos presentes em jornais, porque com estrutura argumentativa<br />

explicitada, se opõe às notícias, que, em tese, não carregariam opinião.<br />

Todavia, na prática jornalística, essa separação nem sempre é<br />

respeitada, uma vez que há notícias com alto grau <strong>de</strong> posicionamento e<br />

há, também, editorias <strong>de</strong> caráter mais informativo. Este trabalho, a<br />

partir <strong>de</strong> análise minuciosa do funcionamento <strong>de</strong>sses dois gêneros e <strong>de</strong><br />

pesquisa acerca das ativida<strong>de</strong>s realizadas com jornais em <strong>de</strong>z escolas da<br />

região do município <strong>de</strong> Pelotas, tem por objetivo fornecer subsídios<br />

para o trabalho com textos jornalísticos na escola, uma vez que os<br />

dados levantados revelaram um uso escolar dos textos muito voltado<br />

para discussão das temáticas pautadas pelos veículos <strong>de</strong> comunicação,<br />

ficando o discurso jornalístico, seja na sua materialida<strong>de</strong>, seja no<br />

conteúdo i<strong>de</strong>ológico por ele expresso, à margem das práticas <strong>de</strong> ensino.<br />

Assim, são questões <strong>de</strong> leitura e <strong>de</strong> sentido que problematizamos, para<br />

então propormos um trabalho mais abrangente com o texto jornalístico,<br />

que leve em conta o linguístico e a subjetivida<strong>de</strong> inerente ao processo<br />

<strong>de</strong> produção e veiculação <strong>de</strong>sses textos. Esta pesquisa, <strong>de</strong> caráter<br />

teórico e metodológico, utiliza como aporte teórico a Análise do<br />

Discurso Francesa, fundada por Michel Pêcheux. "<br />

RELEITURA DOS PCNS DE LÍNGUA PORTUGUESA À LUZ<br />

DA TEORIA DA ENUNCIAÇÃO BENVENISTIANA<br />

Márcia Elisa Vanzin Boabaid<br />

A presente comunicação tem como objetivo propor a releitura dos<br />

Parâmetros Curriculares Nacionais <strong>de</strong> Língua Portuguesa do terceiro e<br />

quarto ciclos, a fim <strong>de</strong> supor o TU-pretendido pelo referido documento,<br />

a partir da Teoria da Enunciação <strong>de</strong> Émile Benveniste. Os Parâmetros<br />

Curriculares Nacionais, lançados pelo MEC, têm como finalida<strong>de</strong>,<br />

oferecer às escolas, professores e profissionais ligados à educação, as<br />

diretrizes para a prática pedagógica nas escolas brasileiras.<br />

Acreditamos que, os PCNs, a exemplo <strong>de</strong> outros textos, supõem um<br />

leitor,mas não estabelecem um interlocutor claro. Sabemos que há uma<br />

293


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

relação interlocutiva suposta que <strong>de</strong>termina as condições <strong>de</strong> leitura do<br />

texto e, por esse motivo, enten<strong>de</strong>mos que o texto dos PCNs supõe um<br />

perfil específico <strong>de</strong> leitor que po<strong>de</strong> não coincidir com os leitores reais<br />

presentes no espaço escolar, mas acreditamos que há um leitor suposto<br />

- marcado no texto. É neste cenário que nos interrogamos: quem é o<br />

leitor que os PCNs supõem? Quem seria este interlocutor? Com quem<br />

os PCNs dialogam? Consi<strong>de</strong>rando que os PCNs <strong>de</strong> Língua Portuguesa<br />

exigem a compreensão do leitor; também que <strong>de</strong>vemos recorrer a uma<br />

teoria enunciativa que possibilite supor o TU-pretendido pelo texto<br />

PCNs, assim elegemos a Teoria da Enunciação <strong>de</strong> Benveniste, pois<br />

enten<strong>de</strong>mos que a mesma fornece os recursos necessários para lermos<br />

o texto <strong>de</strong> forma enunciativa. Desta forma, construiremos a relação<br />

entre o leitor e a subjetivida<strong>de</strong>/intersubjetivida<strong>de</strong> na enunciação, tendo<br />

como referência as marcas (pessoa,tempo e lugar) que o sujeito <strong>de</strong>ixa<br />

na enunciação, estabelecendo um diálogo entre o conteúdo <strong>de</strong>ste texto<br />

e os eventuais leitores.<br />

IMAGEM(NS) DE LÍNGUA(S) NA REGIÃO DA TRÍPLICE<br />

FRONTEIRA<br />

Marilene Aparecida Lemos<br />

O presente estudo tem como proposta iniciar uma reflexão à luz da<br />

teoria da análise do discurso <strong>de</strong> linha francesa, sobre a(s) imagem(ns)<br />

<strong>de</strong> língua(s) na região da tríplice fronteira: Foz do Iguaçu, Puerto<br />

Iguazú e Ciudad <strong>de</strong>l Este. Este trabalho é um dos primeiros passos <strong>de</strong><br />

um projeto <strong>de</strong> pesquisa que preten<strong>de</strong> articular a contribuição teórica<br />

das disciplinas que atualmente cursamos no Instituto <strong>de</strong> Estudos da<br />

Linguagem - IEL, na Unicamp, com as ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> ensino, pesquisa e<br />

extensão que <strong>de</strong>senvolvemos na UFFS - Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral da<br />

Fronteira Sul, campus Realeza, como docentes do Curso <strong>de</strong> Graduação<br />

em Letras Português e Espanhol – Licenciatura. Nesse projeto,<br />

especificamente, preten<strong>de</strong>mos refletir nessas condições <strong>de</strong> produção <strong>de</strong><br />

fronteira sobre aspectos relacionados à memória discursiva da língua<br />

espanhola."<br />

A POESIA EM SALA DE AULA DE FLE";"MARISTELA<br />

GONÇALVES SOUSA MACHADO<br />

Mariza Pereira Zanini<br />

Palavras-chave: texto poético, FLE, didática <strong>de</strong> línguas.<br />

294


Resumo dos Trabalhos<br />

A discussão sobre o papel do texto literário no ensino do FLE é<br />

reativada constantemente, não importando o quanto perspectivas,<br />

metodologias e tecnologias se modifiquem. Consi<strong>de</strong>rado em diferentes<br />

momentos como mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> língua culta, documento cultural em<br />

função <strong>de</strong> sua temática, documento autêntico, pretexto para ilustração<br />

<strong>de</strong> questões gramaticais ou para exercícios <strong>de</strong> fonética (sobretudo no<br />

caso da poesia), raramente o texto literário é abordado em sua<br />

especificida<strong>de</strong>: “la langue au travail”, a indissociabilida<strong>de</strong> entre sentido<br />

e forma, o caráter não datado, a intenção estética, a exigência da<br />

ativida<strong>de</strong> do leitor para produzir sentido (Albert e Souchon, 2000). O<br />

<strong>de</strong>bate sobre a questão é também estimulado pelo Quadro europeu<br />

comum <strong>de</strong> referência para as línguas, que preconiza: “a utilização da<br />

língua para o sonho e o prazer é importante no plano educativo, mas<br />

também enquanto tal” e incentiva as ativida<strong>de</strong>s estéticas ligadas à<br />

leitura <strong>de</strong> textos literários (Conselho da Europa, 2005). Nosso objetivo<br />

nesse trabalho é, a partir <strong>de</strong> uma reflexão sobre a nossa prática didática<br />

na Licenciatura <strong>de</strong> Português e Francês e respectivas literaturas da<br />

Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Pelotas, apontar rumos para abordagem do<br />

texto poético em sala <strong>de</strong> aula, no sentido <strong>de</strong> contribuir para a formação<br />

<strong>de</strong> leitores literários capazes <strong>de</strong> se lançarem na busca da presença não<br />

transparente do referente por trás do jogo poético em FLE e, em uma<br />

perspectiva intercultural, <strong>de</strong> incentivá- los a pensar sobre a poesia em<br />

língua materna e em seu quotidiano.<br />

O 'INGLÊS DA ESCOLA': O IMAGINÁRIO DE LÍNGUA<br />

ESTRANGEIRA NO DISCURSO DE ALUNOS-PROFESSORES<br />

Michele Teixeira Passin<br />

IO ensino <strong>de</strong> inglês como língua estrangeira mo<strong>de</strong>rna em contexto<br />

escolar sofreu influências, <strong>de</strong> um lado <strong>de</strong> acontecimentos históricos, e,<br />

<strong>de</strong> outro, das diversas metodologias <strong>de</strong> ensino que foram ocupando o<br />

cenário do ensino-aprendizagem <strong>de</strong> línguas ao longo dos anos. A fim<br />

<strong>de</strong> pensar o ensino <strong>de</strong> inglês neste contexto, voltamo-nos no presente<br />

trabalho, para alunos-professores em período <strong>de</strong> estágio docente,<br />

momento que consi<strong>de</strong>ramos privilegiado, uma vez que proporciona a<br />

aproximação dos conhecimentos adquiridos na aca<strong>de</strong>mia com a<br />

experiência docente. Ancorados na teoria da Análise do discurso,<br />

teremos como fio condutor <strong>de</strong> nossa discussão o imaginário <strong>de</strong> língua<br />

constituído no discurso <strong>de</strong> alunos-professores <strong>de</strong> uma universida<strong>de</strong><br />

295


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

privada do norte do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul. Para tanto, analisaremos um<br />

corpus composto <strong>de</strong> seis sequências discursivas, selecionadas a partir<br />

<strong>de</strong> um arquivo, resultante da aplicação <strong>de</strong> um questionário. Noções tais<br />

como sujeito, sentido, formação discursiva serão fundamentais para tal<br />

discussão. Palavras-chave: língua, escola, alunos-professores<br />

ATIVIDADES EXPERIMENTAIS EM DISCURSO: COM A<br />

PALAVRA, OS PROFESSORES DE BIOLOGIA.<br />

Michelle Bocchi Gonçalves<br />

Esse artigo, vinculado ao grupo <strong>de</strong> pesquisa Linguagem e Formação <strong>de</strong><br />

professores <strong>de</strong> Ciências-UFPR, tem como objetivo compreen<strong>de</strong>r os<br />

discursos sobre as ativida<strong>de</strong>s experimentais no ensino <strong>de</strong> Biologia, a<br />

partir dos sentidos atribuídos por professores da Re<strong>de</strong> Estadual <strong>de</strong><br />

<strong>Educação</strong> do Paraná - Brasil. A materialida<strong>de</strong> linguística foi coletada<br />

por meio do convite a 161 professores, participantes do Simpósio<br />

Estadual <strong>de</strong> Biologia, realizado em Curitiba/PR, em 2011, por meio da<br />

aplicação <strong>de</strong> um questionário. O corpus foi composto pelos 56<br />

questionários respondidos pelos professores que indicavam o uso<br />

frequente das ativida<strong>de</strong>s experimentais em sua prática docente, sendo<br />

que o interesse <strong>de</strong> análise recai sobre a seguinte questão: Quais as<br />

atribuições das ativida<strong>de</strong>s experimentais no ensino <strong>de</strong><br />

Ciências/Biologia? O aporte teórico é o da Análise do Discurso <strong>de</strong><br />

Linha Francesa, tendo em Michel Pêcheux e Eni Orlandi seus principais<br />

referentes. Os resultados apontam para diferentes efeitos <strong>de</strong> sentido<br />

sobre as ativida<strong>de</strong>s experimentais no ensino <strong>de</strong> Biologia, <strong>de</strong>stacando-se,<br />

entre eles, duas principais formações imaginárias: a experimentação<br />

como estratégia <strong>de</strong> ensino para comprovação dos estudos teóricos, e o<br />

caráter motivacional da experimentação como facilitador do ensinoaprendizagem<br />

dos conteúdos científicos. Palavras-chave: Análise do<br />

Discurso, Ensino, Ativida<strong>de</strong>s Experimentais.<br />

O DISCURSO OPINATIVO: O PAPEL DO ADJETIVO<br />

Misael Krüger Lemes<br />

Antonio Santana Padilha<br />

Os textos jornalísticos <strong>de</strong> caráter opinativo possuem diferentes<br />

estratégias discursivas verbais que atuam na argumentação. Uma das<br />

mais frequentes é o uso <strong>de</strong> adjetivos, utilizados <strong>de</strong> várias formas,<br />

296


Resumo dos Trabalhos<br />

conforme constatou análise <strong>de</strong> editoriais dos jornais Gazeta do Povo, <strong>de</strong><br />

Curitiba-PR, e Diário Popular, <strong>de</strong> Pelotas-RS, publicados durante o mês<br />

<strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 2012. Nestes textos, o enunciador tem a liberda<strong>de</strong> para<br />

utilizar essa categoria gramatical, mantendo ou não o tom <strong>de</strong> sobrieda<strong>de</strong><br />

do texto, já que os adjetivos têm a função <strong>de</strong> qualificadores e<br />

contribuem para a progressão textual. Este trabalho, <strong>de</strong> caráter analítico,<br />

contribui, no âmbito escolar, para o estudo do adjetivo, uma vez que<br />

trabalha com essa categoria para além da perspectiva formal estrutural,<br />

passando a analisá-la no seu aspecto discursivo. A aproximação dos<br />

textos via discurso permite um novo tipo <strong>de</strong> apreensão dos fatos <strong>de</strong><br />

linguagem e outro direcionamento para o ensino <strong>de</strong> língua, que não<br />

reduz a linguagem a uma quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> conceitos e classificações. Para<br />

a análise, o trabalho utiliza como aporte teórico a Análise do Discurso<br />

Francesa."<br />

CORPO E SENTIDO: MODOS DE SUBJETIVAÇÃO NO<br />

DISCURSO TRANSEXUAL<br />

Mônica Ferreira Cassana<br />

Pretendo discutir, neste trabalho, como está sendo construído o discurso<br />

dos sujeitos transexuais sobre o seu próprio corpo, a partir <strong>de</strong> relatos<br />

divulgados na mídia. Para isso, utilizo os pressupostos teóricos da<br />

Análise <strong>de</strong> Discurso <strong>de</strong> linha francesa, fundamentada por Michel<br />

Pêcheux, especialmente a noção <strong>de</strong> Formação Discursiva (FD) ([1975],<br />

2009). Observo que, ao falar sobre a sua condição, os sujeitos<br />

transexuais constroem um imaginário em que diferentes sentidos sobre<br />

o corpo se entrecruzam. Os saberes da FD dominante estabelecem que o<br />

corpo seja construído <strong>de</strong> maneira binária, vendo os corpos transexuais,<br />

por extensão, como bizarros ou estranhos. Esses saberes materializamse<br />

no discurso dos sujeitos, que acabam por repeti-los. Assim, falam <strong>de</strong><br />

si, a partir <strong>de</strong> uma posição que <strong>de</strong>seja a completu<strong>de</strong>, em uma aparente<br />

tentativa <strong>de</strong> correspon<strong>de</strong>r ao discurso dominante, incorporando esses<br />

sentidos ao seu modo <strong>de</strong> subjetivação. No entanto, tento <strong>de</strong>monstrar<br />

que, embora interpelados pelos saberes dominantes, os sujeitos<br />

assumem uma posição-sujeito que provoca um <strong>de</strong>slocamento entre os<br />

saberes estabilizados i<strong>de</strong>ologicamente e a sua subjetivida<strong>de</strong>,<br />

construindo, <strong>de</strong>ssa forma, novos sentidos para o corpo."<br />

RETRATOS DIGITAIS: O DISCURSO DA AUTO-AGRESSÃO<br />

Naiara Souza Da Silva<br />

297


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

As questões <strong>de</strong>ste trabalho versam sobre o discurso da anorexia,<br />

discurso que<br />

enuncia uma ação e a produz material e efetivamente no corpo do<br />

sujeito. (ERNST, 2011) Configura-se como uma fala <strong>de</strong> si que se<br />

caracteriza pela exposição da interiorida<strong>de</strong>, da afetivida<strong>de</strong>, relativa à<br />

angústia e ao <strong>de</strong>samparo frente à ausência do Outro, e pela<br />

i<strong>de</strong>ntificação excessiva com os pressupostos i<strong>de</strong>ológicos vigentes na<br />

socieda<strong>de</strong> contemporânea que dizem respeito à obsessão pelo corpo<br />

magro e perfeito. As perguntas que norteiam a pesquisa são as<br />

seguintes: que processos discursivos constroem a configuração do<br />

discurso da anorexia? Que modalida<strong>de</strong>s do dizer se apresentam nesses<br />

processos? Como atuam na enunciação virtual? Essas perguntas ligamse<br />

ao objetivo do trabalho, qual seja, o <strong>de</strong> analisar enunciados <strong>de</strong> autoagressão,<br />

formulados por usuárias <strong>de</strong> um site <strong>de</strong> relacionamento, o<br />

Orkut. Utilizam-se dispositivos teórico-metodológicos da Análise <strong>de</strong><br />

Discurso na tradição <strong>de</strong> Michel Pêcheux que consistem basicamente na<br />

i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> mecanismos lingüístico-enunciativos em sua relação<br />

com os elementos da memória discursiva. I<strong>de</strong>ntificam-se, no corpus<br />

discursivo, três categorias diferenciadas que servem como meio<br />

operacional <strong>de</strong> análise: 1º) eu (anoréxica) fala a um tu (anoréxica); 2º)<br />

eu (anoréxica) fala a um tu (anorexia); 3º) eu (anorexia) fala a um tu<br />

(anoréxica), a partir das quais, proce<strong>de</strong>-se ao exame dos modos do<br />

dizer (didático, injuntivo, apelativo, etc.) , característicos <strong>de</strong> cada uma<br />

<strong>de</strong>las.<br />

“NÃO ESQUEÇA A MINHA CALOI”: ANÁLISE DISCURSIVA<br />

DE PROPAGANDA INFANTIL<br />

Nathalia Ma<strong>de</strong>ira Araujo<br />

Vivemos em uma socieda<strong>de</strong> fortemente influenciada pela i<strong>de</strong>ologia do<br />

consumismo, disseminada em propagandas. No meio publicitário, algo<br />

que vem sendo observado e se tornado motivo <strong>de</strong> polêmica nos lares e<br />

entre estudiosos é o consumismo infantil. A mídia usa estratégias<br />

abusivas, como a erotização precoce, o incentivo à obesida<strong>de</strong> infantil,<br />

compras “casadas”, cenas <strong>de</strong> bajulação <strong>de</strong> adultos para conquistas<br />

materiais, discriminações <strong>de</strong> gênero e inversão <strong>de</strong> valores sociais<br />

(PAIVA, 2009). No presente estudo, à luz <strong>de</strong>ssas observações e do<br />

referencial da Análise <strong>de</strong> Discurso <strong>de</strong> linha francesa, analisamos duas<br />

propagandas da empresa Caloi, direcionadas ao público infantil, e<br />

refletimos acerca das estratégias enunciativo-discursivas que tentam<br />

298


Resumo dos Trabalhos<br />

garantir a interpelação à i<strong>de</strong>ologia do consumo. Tais propagandas<br />

diferem pelas condições <strong>de</strong> produção: uma <strong>de</strong>las é <strong>de</strong> 1978 e tem como<br />

slogan “Não esqueça a minha Caloi”, a outra resulta da campanha<br />

publicitária que homenageia os 110 anos da Empresa Caloi, <strong>de</strong> 2008. A<br />

constituição <strong>de</strong>sse corpus <strong>de</strong>ve-se às diferenças contextuais,<br />

enunciativas e imagéticas e por notarmos que na atualida<strong>de</strong> é preciso<br />

velar o convite à compra através do entrecruzamento do consumo com<br />

discursos ecológicos e referentes à feminilida<strong>de</strong> para que a propaganda<br />

não pareça ferir princípios éticos do consumo na infância. Na análise,<br />

também levamos em conta que as empresas recorrem à venda <strong>de</strong><br />

supostas sensações, emoções e estilos <strong>de</strong> vida que seus produtos<br />

promoveriam (CHAUÍ, 2006). Palavras chave: infância consumismo e<br />

análise <strong>de</strong> discurso<br />

A CONSTRUÇÃO DO SENTIDO NOS TEXTOS<br />

PUBLICITÁRIOS<br />

Patrícia Nystrom Fernan<strong>de</strong>z<br />

Este estudo preten<strong>de</strong> averiguar como o sentido se constrói <strong>de</strong>ntro dos<br />

discursos publicitários, os quais têm dupla função: comunicar e<br />

persuadir. Quanto à metodologia, trata-se <strong>de</strong> uma pesquisa em nível<br />

bibliográfico, que examina a linguagem empregada pela publicida<strong>de</strong><br />

com base nas teorias sobre a construção do sentido em enunciados. O<br />

estudo teórico apoia-se em teorias que partem <strong>de</strong> Platão, com a noção<br />

<strong>de</strong> alterida<strong>de</strong>; passam por Saussure, que <strong>de</strong>fine e distingue língua e fala<br />

e acrescenta a noção <strong>de</strong> valor; por Benveniste, com o conceito <strong>de</strong> signo<br />

vazio; e chegam até os dias atuais, com os estudos <strong>de</strong> Oswald Ducrot e<br />

Marion Carel sobre os Blocos Semânticos. A partir <strong>de</strong>ssa análise<br />

teórica, mostraremos como o sentido se constrói nos enunciados<br />

através dos enca<strong>de</strong>amentos argumentativos. Utilizando, mais<br />

especificamente, as <strong>de</strong>finições <strong>de</strong> argumentação interna e externa,<br />

ilustraremos os vários sentidos assumidos pelo signo “levar” em<br />

diferentes campanhas publicitárias. Como resultado, preten<strong>de</strong>-se obter<br />

uma pequena <strong>de</strong>monstração <strong>de</strong> como cada uma das teorias estudadas se<br />

aplica à linguagem publicitária, tão carregada <strong>de</strong> subjetivida<strong>de</strong> e<br />

intencionalida<strong>de</strong>."<br />

UMA REFLEXÃO SOBRE A IDENTIFICAÇÃO DOS<br />

UNIVERSITÁRIOS BRASILEIROS NA CONSTRUÇÃO DO<br />

SENTIDO DO TERMO SOCIEDADE<br />

299


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

Patrícia Peter Dos Santos Zachia Alan<br />

O presente trabalho tem por objetivo analisar o uso do termo socieda<strong>de</strong><br />

nas redações <strong>de</strong> universitários brasileiros premiadas pela UNESCO nos<br />

anos <strong>de</strong> 2006/2007, em concurso que propunha a escrita sobre o tema<br />

Como Vencer a Pobreza e a Desigualda<strong>de</strong>, cujo público alvo são todos<br />

estudantes universitários brasileiros. Fundamentando-se pela Análise<br />

do Discurso <strong>de</strong> orientação francesa, é possível afirmar que a construção<br />

dos sentidos não é estanque, mas antes se configura a partir <strong>de</strong> seu uso<br />

na materialida<strong>de</strong> do discurso. Daí se i<strong>de</strong>ntifica, pela leitura <strong>de</strong> nosso<br />

corpus, que o termo socieda<strong>de</strong> foi utilizado pelos estudantes <strong>de</strong><br />

distintas maneiras, muitas <strong>de</strong>las diferentes das trazidas pelos<br />

dicionários. Em muitos casos, se observa também a não-i<strong>de</strong>ntificação<br />

do autor com o sentido do termo pretendido, revelando assim a<br />

<strong>de</strong>nominação <strong>de</strong> um grupo do qual o autor não faz parte. Outras<br />

nuances po<strong>de</strong>m ser ainda observadas, evi<strong>de</strong>nciando o caráter histórico<br />

da construção do sentido. Para a análise proposta foram selecionados<br />

trechos dos textos que apresentavam o termo socieda<strong>de</strong>, agrupados <strong>de</strong><br />

acordo com a proximida<strong>de</strong> dos sentidos construídos. A leitura <strong>de</strong>sses<br />

trechos permite refletir sobre a maneira através da qual uma parcela<br />

dos estudantes universitários brasileiros se percebe como agentes<br />

sociais, além <strong>de</strong> colaborar para a composição das possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

sentido presentes no uso <strong>de</strong>sta palavra.<br />

Palavras-chave: Sentido, Socieda<strong>de</strong>, I<strong>de</strong>ntificação<br />

AS LABUTAS PELO SENTIDO: ENTRE FALTAS E EXCESSOS,<br />

FECHAMENTOS E ABERTURAS<br />

Paula Daniele Pavan<br />

Este trabalho analisa as labutas discursivas materializadas através das<br />

tentativas <strong>de</strong> contenção e/ou dos <strong>de</strong>slizamentos <strong>de</strong> sentidos no processo<br />

<strong>de</strong> reformulação da Lei <strong>de</strong> Direitos Autorais. Para tal, mobilizamos as<br />

noções <strong>de</strong> língua e interpretação. Por meio <strong>de</strong>las, compreen<strong>de</strong>mos que<br />

a regulação pretendida pelo Jurídico ocorre através da busca pela(o)<br />

administração/controle dos sentidos – imaginário <strong>de</strong> língua sem falhas<br />

e <strong>de</strong> interpretação única –, <strong>de</strong>sembocando em uma relação entre falta e<br />

excesso. O que permite um funcionamento reverso, pois o excesso vira<br />

falta; e o fechamento transforma-se em abertura. Este processo tanto<br />

leva a um embate para <strong>de</strong>limitar o que po<strong>de</strong> e/ou não po<strong>de</strong> fazer parte<br />

da Lei, quanto <strong>de</strong>monstra que sentido e interpretação não estão sob ou<br />

300


Resumo dos Trabalhos<br />

entre as palavras <strong>de</strong> um texto, mas na interdiscursivida<strong>de</strong>. Tal<br />

abordagem, embora não se relacione diretamente com o ensino, permite<br />

questionar o modo como a interpretação é concebida no ensinoaprendizagem<br />

<strong>de</strong> língua. Sendo, pois, conveniente indagar: a<br />

disciplinarização dos sentidos é buscada? A multiplicida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

interpretações é um problema a ser resolvido? A língua passa por uma<br />

higienização que a torna livre <strong>de</strong> ambiguida<strong>de</strong>s e <strong>de</strong>slizes? Há, tal como<br />

afirma Zoppi-Fontana (2011, p. 70), “tentativas <strong>de</strong> controle e gestão da<br />

enunciação, que, <strong>de</strong>sconhecendo o equívoco constitutivo da língua,<br />

advogam a favor <strong>de</strong> uma enunciação sem falhas.”? Estes<br />

questionamentos, portanto, perpassam o olhar teórico-analítico que ora<br />

trazemos."<br />

DA PINTURA VERBAL À PINTURA IMAGÉTICA: OU SOBRE<br />

O FUNCIONAMENTO DA AUTORIA NA TRADUÇÃO<br />

INTERSEMIÓTICA<br />

Priscila Cavalcante Do Amaral<br />

O presente estudo problematiza a questão da ilustração enquanto<br />

narrativa imagética que traduz o texto verbal, e, configurasse a partir<br />

da reflexão sobre o processo <strong>de</strong> autoria na tradução intersemiótica.<br />

Para tanto, tomo como base a teoria discursiva pêcheutiana. Tal<br />

problemática revelou-se no momento em que fui fisgada pela asserção<br />

<strong>de</strong> Dupont-Escarpit (1999, p.23): “Es, pues innegable que la<br />

ilustración, no sólo está ligada al texto, sino que este le es<br />

necesariamente anterior”; e algumas questões logo se impuseram para<br />

mim, tais como: se a ilustração apresenta-se como a transformação <strong>de</strong><br />

um signo verbal em um signo pictórico, e, portanto, o resultado <strong>de</strong> um<br />

processo <strong>de</strong> leitura- interpretação, como pensar a autoria, uma vez que<br />

ao ler estamos interpretando, isto é, estamos produzindo gestos no<br />

nível do simbólico? Ou ainda; não seria a ilustração uma nova versão,<br />

um novo texto com base no anterior? Haveria uma ambiguida<strong>de</strong><br />

constitutiva na ilustração quanto à leitura? E quanto à leitura da imagem<br />

e a leitura do texto verbal levariam ao mesmo efeito? O que caracteriza<br />

a autoria nessas condições? Diante <strong>de</strong>ssas indagações - na tentativa <strong>de</strong><br />

articular teoria com análise - elegi como materialida<strong>de</strong> <strong>de</strong> observação o<br />

livro: “Chapeuzinho Vermelho e outros contos por Imagem” <strong>de</strong> Rui<br />

Oliveira (ilustrador). As imagens presentes na obra são adaptações dos<br />

contos, diria (re) contos <strong>de</strong> Fadas. Neste livro tem-se a narrativa verbal,<br />

(re) escrita por Luciana Sandroni, seguida da narrativa imagética<br />

301


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

permitindo ver, <strong>de</strong>ssa forma, o trabalho do ilustrador-autor sobre os<br />

textos escritos. Assim, guiada por esses questionamentos e amparada no<br />

corpus acima apresentado teço algumas reflexões, mesmo que<br />

temporárias. Palavras chave: Ilustração, autoria, tradução<br />

intersemiótica.<br />

O RECURSO À SEGURANÇA COMO CONDIÇÃO DE<br />

PRODUÇÃO PARA A PERDA DE DIREITOS<br />

Raquel Ribeiro Moreira<br />

As i<strong>de</strong>ias <strong>de</strong> violência e insegurança movimentam uma série <strong>de</strong> sentidos<br />

que remontam a vida cotidiana mo<strong>de</strong>rna: o vigiar constante, o autoaprisionamento<br />

em espaços controlados e <strong>de</strong> acessibilida<strong>de</strong> restrita, a<br />

sensação <strong>de</strong> medo e atenção como características <strong>de</strong> sobrevivência.<br />

Nesse sentido, as pessoas aceitam restrições antes <strong>de</strong>snecessárias, como<br />

circular em <strong>de</strong>terminados lugares e/ou horários, e as propagam como<br />

medidas <strong>de</strong> segurança. Não se questiona vigorosamente às limitações à<br />

segurança, nem mesmo se reivindica mudanças significativas, mas<br />

resigna-se às, cada vez novas, condições impostas em nome da garantia<br />

da vida. Assim, adaptamo-nos às exigências impostas nessa nova<br />

conjuntura e até as apoiamos, inclusive se isso representar perda <strong>de</strong><br />

direitos. É exatamente o que acontece com os toques <strong>de</strong> recolher<br />

impostos Brasil a fora. Deste modo, sob a perspectiva da Análise <strong>de</strong><br />

Discurso <strong>de</strong> linha francesa, este trabalho preten<strong>de</strong> analisar textos <strong>de</strong><br />

alunos <strong>de</strong> graduação que <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>m a perda do direito <strong>de</strong> ir e vir como<br />

recurso viável à garantia <strong>de</strong> segurança. Enten<strong>de</strong>mos que as condições<br />

<strong>de</strong> produção, como a exteriorida<strong>de</strong> tanto contextual quanto àquela da<br />

memória, inscrita no interdiscurso, do discurso da segurança são os<br />

elementos que “estabilizam” a perda <strong>de</strong> direitos, no caso em questão da<br />

plena liberda<strong>de</strong>, na socieda<strong>de</strong>.<br />

Palavras-chave: Condições <strong>de</strong> Produção; Segurança; Perda <strong>de</strong> Direitos.<br />

EDITORIAL VS. PONTO DE VISTA: ANÁLISE DE TEXTOS À<br />

LUZ DA TEORIA DA AVALIATIVIDADE<br />

Rejane Flor Machado<br />

Angela Corrêa Papaiani<br />

Ge<strong>de</strong>on Eloeno Rodrigues Messa<br />

Gisele Marques Vargas<br />

302


Resumo dos Trabalhos<br />

A Linguística Sistêmico-funcional (LSF), <strong>de</strong> Halliday e Matthiessen<br />

(2004) postula que a linguagem se realiza em três metafunções<br />

concomitantemente: i<strong>de</strong>acional, interpessoal e textual e tem como<br />

unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> análise a oração. O objetivo <strong>de</strong>ste trabalho é analisar os<br />

componentes da metafunção interpessoal em Editoriais e Ponto <strong>de</strong><br />

Vista. Segundo a LSF, a metafunção interpessoal estuda a maneira<br />

como os falantes/escritores constroem o texto. O Sistema <strong>de</strong> Modo é a<br />

parte da oração que <strong>de</strong>sempenha a metafunção interpessoal, ou seja, é o<br />

recurso gramatical para realização das interações; aspectos como<br />

Polarida<strong>de</strong> e Modalida<strong>de</strong> são consi<strong>de</strong>rados na análise <strong>de</strong> textos.<br />

Inserida no Sistema <strong>de</strong> Modo da metafunção interpessoal, a Teoria da<br />

Avaliativida<strong>de</strong>, <strong>de</strong> Martin e White (2005) é um subsídio que tem sido<br />

utilizado para análise <strong>de</strong> textos. Essa teoria postula três categorias<br />

teóricas que são: Atitu<strong>de</strong>, Gradação e Engajamento. A Teoria da<br />

Avaliativida<strong>de</strong> consi<strong>de</strong>ra que, ao nos expressarmos, exteriorizamos<br />

emoções, opiniões, valores, sentimentos, etc. Dessa forma, analisamos<br />

as escolhas léxico- gramaticais presentes no corpus da pesquisa, sob a<br />

perspectiva das categorias acima citadas, a fim <strong>de</strong> apontar semelhanças<br />

e/ou diferenças nos gêneros textuais em estudo. É uma pesquisa em<br />

andamento, portanto, os resultados obtidos são parciais.<br />

OTRA VEZ #SOPA? O VERBAL E O VISUAL NA PRODUÇÃO<br />

DE SENTIDOS<br />

Renata Adriana De Souza<br />

O objetivo <strong>de</strong>ste trabalho é analisar um ví<strong>de</strong>o realizado sobre o<br />

infográfico Otra vez # SOPA? produzido pelo blog <strong>de</strong>rechoaleer. O<br />

ví<strong>de</strong>o discute os projetos <strong>de</strong> lei Stop Online Piracy Act (Pare com a<br />

Pirataria On-line, em tradução livre), conhecido como SOPA, e Protect<br />

IP Act (Ato <strong>de</strong> Proteção à Proprieda<strong>de</strong> Intelectual), o PIPA, ambos<br />

criados pelo Departamento <strong>de</strong> Justiça dos Estados Unidos com o<br />

objetivo <strong>de</strong> investigar e <strong>de</strong>sconectar qualquer empresa ou pessoa física<br />

que publique, no ambiente digital, materiais que possuam direitos <strong>de</strong><br />

proprieda<strong>de</strong> intelectual protegidos. As respectivas leis evitariam que<br />

publicações <strong>de</strong> outras pessoas fossem replicadas e ou copiadas por<br />

terceiros sem os <strong>de</strong>vidos créditos e consentimento do autor da obra.<br />

Esses projetos sofreram várias críticas <strong>de</strong> diversas áreas,<br />

principalmente, daquelas ligadas a ciberepaço, <strong>de</strong>vido ao fato <strong>de</strong> os<br />

projetos atentarem contra a própria estrutura da Internet. Diante disso,<br />

nossa proposta consiste em analisar as condições <strong>de</strong> produção<br />

303


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

relacionadas a essa discussão, consi<strong>de</strong>rando-as a partir dos elementos<br />

sociohistóricos que possibilitaram a configuração dos projetos <strong>de</strong> leis e<br />

dos elementos <strong>de</strong> resistência produzidos com a utilização <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>terminados recursos linguísticos no ví<strong>de</strong>o em questão. Pu<strong>de</strong>mos<br />

perceber que fenômenos discursivos como a ambiguida<strong>de</strong> e a ironia<br />

foram bastante usados no filme, sendo que, os diferentes<br />

funcionamentos <strong>de</strong>sses fenômenos contribuíram para a produção da<br />

crítica social diante das propostas. Palavras-chave: condições <strong>de</strong><br />

produção; direito <strong>de</strong> proprieda<strong>de</strong>; Internet.<br />

RODA-VIVA, DE CHICO BUARQUE, EM “INDIRETAS JÁ”,<br />

DO COMÉDIA MTV:DA CENSURA AO DISCURSO DA MÍDIA<br />

QUE RI DO SEU EXCESSO DE DIZER<br />

Renata Silveira Da Silva<br />

Este trabalho, à luz da Análise <strong>de</strong> Discurso <strong>de</strong> linha francesa, tem como<br />

corpus o ví<strong>de</strong>o-paródia “Indiretas já”, do Programa Comédia MTV<br />

(2012), em contraponto com o ví<strong>de</strong>o-origem: Chico Buarque canta<br />

“Roda-Viva”, no III Festival <strong>de</strong> Música Brasileira, transmitido pela TV<br />

Record (1967). O estudo, mediante as várias possibilida<strong>de</strong>s<br />

interpretativas suscitadas pelas canções e respectivas gravações<br />

audiovisuais, opera recortes teórico-analíticos para i<strong>de</strong>ntificar a tensão<br />

entre manutenção e <strong>de</strong>slizamentos <strong>de</strong> sentidos. A canção “Roda-Viva,<br />

produzida à época da Ditadura Militar, é constituída <strong>de</strong> versos que<br />

<strong>de</strong>spistam, driblam as críticas à censura e à influência político-militar<br />

na cultura. “Indiretas já” também recorre aos jogos <strong>de</strong> palavras e ao<br />

enigma para se posicionar contra a conjuntura. Neste caso, a crítica é<br />

en<strong>de</strong>reçada a vários acontecimentos políticos, tendências i<strong>de</strong>ológicas da<br />

mídia e seus apelos na busca <strong>de</strong> audiência. O humor da releitura remete<br />

à tendência da mídia <strong>de</strong> rir <strong>de</strong> si, a qual gera subjetivações diferentes.<br />

Na análise <strong>de</strong> “Indiretas já”, retornam <strong>de</strong> “Roda-Viva” a sintaxe<br />

trabalhada, a linguagem velada, gerando a repetição <strong>de</strong> uma crítica<br />

arguta. Mas, dado o cruzamento <strong>de</strong> discursivida<strong>de</strong>s, a pesquisa<br />

questiona qual a posição-sujeito <strong>de</strong> “Indiretas-já” em relação à gran<strong>de</strong><br />

mídia. Também indaga o <strong>de</strong>slocamento semântico da interdição das<br />

enunciações, pois o ví<strong>de</strong>o-origem reivindica o uso das palavras,<br />

enquanto a paródia zomba dos excessos da liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> expressão."<br />

304


Resumo dos Trabalhos<br />

UMA ANÁLISE DO EDITAL DE CONVOCAÇÃO DO PNLD<br />

2011 DE LE A PARTIR DA HETEROGENEIDADE<br />

DISCURSIVA<br />

Renato Pazos Vazquez<br />

O trabalho objetiva avaliar, a partir <strong>de</strong> uma perspectiva dialógica<br />

(Bakhtin, 1992), a reconfiguração das representações do Livro Didático<br />

(LD), do professor e da visão do ensino <strong>de</strong> Língua Espanhola no Edital<br />

e no Guia dos Livros Didáticos do Programa Nacional do Livro<br />

Didático – PNLD2011, um material que prescreve as especificações<br />

jurídicas e didáticas do processo, verificando as relações <strong>de</strong>ssa<br />

ferramenta, o LD, em consonância com a atuação do professor no<br />

processo <strong>de</strong> ensino/aprendizagem <strong>de</strong> LE. Numa primeira abordagem se<br />

levanta um percurso histórico das políticas públicas que envolvem o<br />

LD - <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a distribuição <strong>de</strong> livros no período <strong>de</strong> Capanema (1932) até<br />

os atuais incentivos como a criação do PNLD e a projeção que o LD<br />

ganhou (Fecchio, 2007; Gatti Junior, 2004) - apontando os fatores<br />

históricos da trajetória que o levou a <strong>de</strong>sempenhar o papel protagônico<br />

que ocupa <strong>de</strong>ntro do cenário escolar. Num segundo momento, se fará<br />

uma análise discursiva do Edital <strong>de</strong> convocação <strong>de</strong> obras <strong>de</strong> 2011 no<br />

intuito <strong>de</strong> verificar as imagens construídas sobre o professor e do papel<br />

do LD e sua respectiva interação (Batista & Rojo, 2005). Para isso, se<br />

discutirão as relações na função do LD no que tange o trabalho docente<br />

(Schwartz, 2000), levantando a hipótese <strong>de</strong> que o professor se escon<strong>de</strong><br />

atrás da legitimida<strong>de</strong> e da autorida<strong>de</strong> dos LDs, acarretando em uma<br />

supervalorização do livro como instrumento essencial, como tecnologia<br />

educacional básica, <strong>de</strong>slocando o professor para o papel <strong>de</strong> coadjuvante<br />

<strong>de</strong>ntro do cenário educacional (Coracini, 1999).<br />

DO TRABALHO COM O GÊNERO “NARRATIVA PESSOAL” À<br />

AUTORIA<br />

Rosane Conceição Lefebvre<br />

Este trabalho é um recorte <strong>de</strong> uma pesquisa conduzida durante o<br />

mestrado (Letras) no PPGL UNIRITTER. Seu objetivo foi i<strong>de</strong>ntificar e<br />

analisar qualitativamente marcas linguísticas <strong>de</strong> subjetivida<strong>de</strong> que se<br />

caracterizavam como marcas <strong>de</strong> autoria, presentes em narrativas<br />

produzidas por alunos do primeiro semestre do curso <strong>de</strong> Letras. A<br />

pesquisa realizada à luz <strong>de</strong> teorias enunciativas, que têm origem em<br />

305


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

Bakhtin, utilizou para análise dos textos do corpus uma metodologia<br />

<strong>de</strong>senvolvida por Jean Paul Bronckart (2009), que concebe o texto<br />

como um folhado constituído por três camadas superpostas: a infraestrutura<br />

geral do texto, responsável pela capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ação do texto;<br />

os mecanismos <strong>de</strong> textualização, camada composta por elementos que<br />

contribuem para tornar mais visível a estruturação do conteúdo<br />

temático e os mecanismos enunciativos, nível composto por elementos<br />

que contribuem para o esclarecimento dos posicionamentos<br />

enunciativos e das vozes que se manifestam no texto. No entanto, para<br />

aten<strong>de</strong>r aos propósitos da análise, exploramos com mais intensida<strong>de</strong> o<br />

terceiro estrato do folhado por ser o responsável pelas marcas<br />

linguísticas <strong>de</strong> subjetivida<strong>de</strong>. Os resultados apontam para a eficácia <strong>de</strong><br />

um trabalho sistemático com um <strong>de</strong>terminado gênero, no caso a<br />

narrativa, e evi<strong>de</strong>ncia que, no processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong>sse gênero, a<br />

memória atua como elemento organizador do texto: ajuda a estruturar e<br />

a associar i<strong>de</strong>ias, além <strong>de</strong> aumentar a expressivida<strong>de</strong>. Palavras–chave:<br />

Narrativa. Subjetivida<strong>de</strong>. Autoria.<br />

A (INTER)SUBJETIVIDADE NA GESTÃO ESCOLAR: UM<br />

ESTUDO A PARTIR DO DIÁLOGO ENTRE A LINGUÍSTICA<br />

DA ENUNCIAÇÃO E A ERGOLOGIA<br />

Rosângela Markmann Messa<br />

Este projeto focaliza a ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> trabalho do gestor escolar <strong>de</strong> uma<br />

escola comunitária, ligada à uma re<strong>de</strong> <strong>de</strong> ensino <strong>de</strong> confissão<br />

evangélico-luterana. O gestor escolar caracteriza-se por ocupar uma<br />

posição <strong>de</strong> entremeio. Sua tarefa é atingir metas que são estabelecidas<br />

em conjunto com a mantenedora da escola (instância superior), com a<br />

coor<strong>de</strong>nação pedagógica e os professores (seus coor<strong>de</strong>nados) e com os<br />

pais e que estão, por sua vez, fundamentadas em princípios<br />

pedagógicos da Re<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Educação</strong>. As ações esperadas da direção<br />

estão, apenas em parte, prescritas. No entanto, por mais que a<br />

linguagem utilizada na prescrição das ativida<strong>de</strong>s esteja clara, ela não dá<br />

conta da complexida<strong>de</strong> da ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> trabalho <strong>de</strong>sse profissional.<br />

Diante disso, a ativida<strong>de</strong> do diretor escolar apresenta-se como <strong>de</strong>cisiva<br />

e bastante complexa, exigindo a intermediação entre três pontas que<br />

conversam através <strong>de</strong>le: seus superiores, seus coor<strong>de</strong>nados e os pais.<br />

Neste trabalho, proponho-me a focalizar a ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> trabalho do<br />

gestor escolar para tentar compreen<strong>de</strong>r o que está implicado na<br />

306


Resumo dos Trabalhos<br />

mediação que ele precisa fazer entre seus superiores, seus coor<strong>de</strong>nados<br />

e os pais para o cumprimento das metas estabelecidas pela instituição.<br />

ENTRECRUZANDO DIZERES SOBRE A PRÁTICA DOCENTE:<br />

UMA ANÁLISE DISCURSIVA DOS PORTFÓLIOS DO PIBID<br />

DE LÍNGUA PORTUGUESA/FURG<br />

Rosely Diniz Da Silva Machado<br />

Palavras-chave: ensino, discurso, formação docente<br />

A presente pesquisa está situada teoricamente na Análise <strong>de</strong> Discurso<br />

<strong>de</strong> linha Francesa (AD) e tem como objetivo analisar os dizeres sobre o<br />

ensino <strong>de</strong> Língua Portuguesa (LP). Trata-se <strong>de</strong> saberes veiculados por<br />

duas professoras <strong>de</strong> duas escolas municipais rio-grandinas, e por duas<br />

acadêmicas do curso <strong>de</strong> Letras, participantes do projeto PIBID <strong>de</strong> LP na<br />

FURG, sobre como se percebem enquanto sujeitos envolvidos com o<br />

processo <strong>de</strong> ensino e aprendizagem. Isso será feito através <strong>de</strong> uma<br />

análise dos discursos presentes nos portfólios, livro em que os<br />

pibidianos registram suas percepções a respeito do cotidiano nas salas<br />

<strong>de</strong> aula <strong>de</strong> língua materna, nas escolas on<strong>de</strong> atuam. O que se diz acerca<br />

do ensino será analisado enquanto discurso produzido a partir <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>terminada(s) formação(ões) discursiva(s) que, por sua vez, é<br />

componente constitutivo da(s) formação(ões) i<strong>de</strong>ológica(s), conforme<br />

(Pêcheux, 1975). Ao tematizar os discursos sobre o ensino <strong>de</strong> Língua<br />

Portuguesa e analisá-los à luz da AD, espera-se contribuir para<br />

mudanças possíveis e necessárias no que se refere à formação e à<br />

prática docente. *Rosely Diniz da Silva Machado *Atualmente, é<br />

professora da Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do Rio Gran<strong>de</strong> (FURG) e<br />

Coor<strong>de</strong>nadora do Subprojeto <strong>de</strong> Língua Portuguesa no Programa<br />

Institucional <strong>de</strong> Iniciação à Docência (PIBID/CAPES/FURG).<br />

roselymachado@furg.br<br />

BRASIGUAIOS: UMA POSIÇÃO-SUJEITO NA LUTA PELA<br />

TERRA<br />

Rosemere De Almeida Aguero<br />

RESUMO: Trato, neste estudo, da constituição histórica e discursiva<br />

dos emigrantes brasileiros que se i<strong>de</strong>ntificam por brasiguaios, por meio<br />

<strong>de</strong> análises realizadas em sequências discursivas recortadas da imprensa<br />

sul-mato-grossense, representada pelos jornais O Progresso e Correio<br />

307


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

do Estado. Esta abordagem fundamentada na Análise do Discurso <strong>de</strong><br />

Michel Pêcheux, busca compreen<strong>de</strong>r a emergência <strong>de</strong>sses emigrantes na<br />

fronteira Brasil-Paraguai, neste início <strong>de</strong> século, assim como as causas<br />

do seu retorno, integrando-se aos acampamentos do MST, no Estado <strong>de</strong><br />

Mato Grosso do Sul, na luta pela terra. Busco respon<strong>de</strong>r, a partir das<br />

análises empreendidas, se os brasiguaios são novos sujeitos históricos,<br />

constituindo outra formação discursiva ou apenas uma posição-sujeito<br />

que se abriga na mesma FD que afeta o MST. As análises mostram os<br />

brasiguaios como uma nova posição-sujeito inscrita no interior da FD<br />

do MST.<br />

Palavras-chave: Discurso, brasiguaios, posição-sujeito.<br />

DA FRONTEIRA-LIMITE A SITUAÇÕES SOCIAIS DE<br />

FRONTEIRA: UMA REFLEXÃO CONCEITUAL<br />

Sara Dos Santos Mota<br />

Este trabalho insere-se na pesquisa que estamos <strong>de</strong>senvolvendo em<br />

nossa tese <strong>de</strong> doutorado, em que nos voltamos para o ‘portunhol’ e sua<br />

materialização no domínio da escrita a partir <strong>de</strong> publicações impressas<br />

na língua, a saber: Noite nu Norte. Poemas en Portuñol (SEVERO,<br />

2010), Rompidioma (MELLO, 2005), Uma flor na solapa da miséria<br />

(DIEGUES, 2005) e Mar Paraguayo (BUENO, 1992). Filiando- nos a<br />

uma perspectiva teórica da semântica <strong>de</strong> enunciação (GUIMARÃES,<br />

2002; STURZA, 2006), concebemos a língua constituindo sentidos e<br />

em relação com sujeitos no espaço <strong>de</strong> enunciação, relação afetada por<br />

condições histórico- sociais e pelo político. Dado o exposto, conhecer<br />

as abordagens sob as quais a fronteira tem sido teorizada por<br />

pesquisadores <strong>de</strong> outras áreas do conhecimento é fundamental, pois<br />

compreen<strong>de</strong>r o modo <strong>de</strong> operar das dinâmicas fronteiriças permite-nos<br />

lançar luz ao nosso objeto, isto é, o portunhol enquanto língua<br />

materialmente constituída pela fronteira e que significa as tensões e<br />

contradições aí vivenciadas. Assim, nosso objetivo é apresentar uma<br />

reflexão conceitual sobre a fronteira, articulando as posições <strong>de</strong><br />

estudiosos dos campos da geografia e da sociologia, como Raffestin<br />

(1993), Martin (1997), Hissa (2002), Haesbaert et al.(2005),<br />

Albuquerque (2011), entre outros. Palavras-chave: portunhol, fronteira,<br />

reflexão conceitual.<br />

308


Resumo dos Trabalhos<br />

DOCUMENTOS OFICIAIS PARA O ENSINO DE LÍNGUA<br />

PORTUGUESA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL:<br />

ANÁLISE DO PROCESSO DE ELABORAÇÃO<br />

Silvana Schwab Do Nascimento<br />

Documentos oficiais para o ensino <strong>de</strong> Língua Portuguesa do estado do<br />

Rio Gran<strong>de</strong> do Sul: análise do processo <strong>de</strong> elaboração Silvana Schwab<br />

do Nascimento (UFSM) Palavras-chave: documentos oficiais; ensino;<br />

língua portuguesa Esta pesquisa tem como objetivo analisar o processo<br />

<strong>de</strong> elaboração dos documentos oficiais para o ensino <strong>de</strong> língua<br />

portuguesa do estado do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul no período <strong>de</strong> 1990 a 2010,<br />

intitulados “<strong>Educação</strong> para crescer: Projeto Melhoria da Qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Ensino” (1991-1995), “Padrão Referencial <strong>de</strong> Currículo” (1995-1998)<br />

e “Lições do Rio Gran<strong>de</strong>” (2009). Esse processo <strong>de</strong> elaboração inclui,<br />

além da análise dos documentos, a investigação do que relatam, por<br />

meio <strong>de</strong> entrevistas, seus elaboradores no sentido <strong>de</strong> cotejar o discurso<br />

<strong>de</strong>sses elaboradores com o produto resultante <strong>de</strong>sta elaboração. Neste<br />

estudo, assumimos a perspectiva teórica sócio-histórica bakhtiniana a<br />

partir da qual, ao tratar da verda<strong>de</strong>ira substância da língua,<br />

Bakhtin/Voloshinov (1929/2006) pontuam que esta é constituída pelo<br />

fenômeno social da interação verbal, realizada por meio da enunciação<br />

ou das enunciações, em que a própria interação verbal constitui a<br />

realida<strong>de</strong> fundamental da língua. Até o presente momento, analisamos<br />

textos presentes nos documentos já mencionados e relatos dos<br />

elaboradores <strong>de</strong>sses documentos. Essa análise nos permitiram traçar as<br />

principais concepções <strong>de</strong> língua e ensino vigentes no período <strong>de</strong> 1990 a<br />

2010 quanto ao ensino <strong>de</strong> língua portuguesa<br />

RETRATOS DIGITAIS: MODOS DE DIZER E NÃO-DIZER DO<br />

DISCURSO SEPARATISTA NO ORKUT<br />

Stella Lima<br />

Aracy Ernst (Orientadora)<br />

Atualmente, existem diversos ambientes na re<strong>de</strong> mundial <strong>de</strong><br />

computadores on<strong>de</strong> se <strong>de</strong>senvolvem várias práticas discursivas na e sob<br />

a <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> formas históricas <strong>de</strong> existência. O ciberespaço,<br />

permitindo uma liberda<strong>de</strong> irrestrita, favorece o surgimento e o<br />

<strong>de</strong>senvolvimento da violência, explícita ou implícita, resultante da<br />

intolerância com o diferente. É o que acontece no caso dos que<br />

309


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

interagem em tópicos separatistas em comunida<strong>de</strong>s do Orkut. Nessas<br />

comunida<strong>de</strong>s, observam-se aspectos <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m sócio-histórica<br />

implicados na <strong>de</strong>fesa do separatismo. São discursos que apontam para a<br />

construção <strong>de</strong> um estado i<strong>de</strong>al com base em argumentos ligados à<br />

economia e à formação tanto étnica quanto cultural do povo gaúcho,<br />

mas que, na realida<strong>de</strong>, atuam no sentido <strong>de</strong> acentuar a <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong> e a<br />

pretensa inferiorida<strong>de</strong> dos outros estados. O presente trabalho tem como<br />

objetivo analisar enunciados, formulados por usuários da comunida<strong>de</strong><br />

“Rio Gran<strong>de</strong> do Sul”, tendo como referencial teórico-metodológico a<br />

Análise <strong>de</strong> Discurso na tradição <strong>de</strong> Michel Pêcheux. São mobilizados os<br />

conceitos <strong>de</strong> formação discursiva, formação i<strong>de</strong>ológica e memória<br />

discursiva que têm uma dimensão não só teórica como operacional. A<br />

partir da observação <strong>de</strong> elementos da materialida<strong>de</strong> lingüística e das<br />

condições <strong>de</strong> produção circunstanciais e históricas do corpus da<br />

pesquisa, busca-se i<strong>de</strong>ntificar modos <strong>de</strong> dizer e <strong>de</strong> não-dizer, relativos à<br />

violência que se opera no meio digital. A observação do corpus, até o<br />

presente momento, permite i<strong>de</strong>ntificar processos discursivos em que se<br />

fazem presentes estratégias <strong>de</strong> falsificação da palavra.<br />

POESIA DA FRONTEIRA<br />

Uruguay Cortazzo<br />

A poesia <strong>de</strong> escritores uruguaios fronteiriços tem uma história que vai<br />

do conflito político entre Brasil e Uruguai a afirmação <strong>de</strong> uma<br />

especificida<strong>de</strong> regional, até finalmente assumir a fronteira como um<br />

espaço específico próprio on<strong>de</strong> uma nova i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> estaria se<br />

construindo. Essa i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> seria uma fusão ou uma dupla<br />

<strong>de</strong>si<strong>de</strong>ntificação das línguas e das culturas? O que seria então uma<br />

i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> fronteiriça segundo este processo poético? Essas questões<br />

serão discutidas neste trabalho.<br />

DA LEGISLAÇÃO AO INSTRUMENTO LINGUÍSTICO: O<br />

FUNCIONAMENTO DA MEMÓRIA DISCURSIVA<br />

Valeria De Cassia Silveira Schwuchow<br />

Verli Petri (Orientadora)<br />

O presente trabalho traz reflexões iniciais acerca da constituição e<br />

instituição da imagem do sujeito gaúcho nos dicionários. Para a<br />

pesquisa tomamos como ponto <strong>de</strong> partida a Lei 8.813, do Estado do<br />

310


Resumo dos Trabalhos<br />

Rio Gran<strong>de</strong> do Sul, <strong>de</strong> 10 <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 1989, que oficializa o uso da<br />

vestimenta “pilcha gaúcha” como traje <strong>de</strong> honra a ser usada em atos<br />

oficiais públicos <strong>de</strong>sse Estado. Seguimos a perspectiva teórica da<br />

Análise <strong>de</strong> Discurso e História das I<strong>de</strong>ias Linguísticas como vem sendo<br />

<strong>de</strong>senvolvida no Brasil pelos princípios metodológicos propostos por<br />

Eni Orlandi e pela teoria da História das I<strong>de</strong>ias Linguísticas baseada nos<br />

estudos <strong>de</strong> José Horta Nunes sobre os dicionários no Brasil. Os<br />

dicionários contemplam nos seus sentidos a constituição <strong>de</strong> uma<br />

prática inscrita num espaço linguístico-histórico que estruturam uma<br />

socieda<strong>de</strong>, “Como todo discurso, o dicionário tem uma história, ele<br />

constrói e atualiza uma memória, reproduz e <strong>de</strong>sloca sentidos,<br />

inscrevendo-se no horizonte dos dizeres historicamente construídos”,<br />

(Nunes, 2006, p. 18). Na prospecção do verbete “pilcha” nos<br />

dicionários: Dicionário <strong>de</strong> Regionalismos do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul, <strong>de</strong><br />

Zeno Cardoso Nunes e Rui Cardoso Nunes, <strong>de</strong> 1996 e o Dicionário <strong>de</strong><br />

Língua Portuguesa Houaiss, <strong>de</strong> 2001 , procuraremos verificar ou não os<br />

possíveis dizeres e se ocorre uma atualização dos mesmos, tendo no ato<br />

da enunciação o efeito <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamento da memória. Do mesmo modo<br />

verificaremos qual memória <strong>de</strong> língua os dicionários trazem na<br />

acepção do verbete elegido.<br />

O SUJEITO FRONTEIRIÇO E SUA RELAÇÃO COM A<br />

ESCRITA: UMA QUESTÃO IDENTITÁRIA<br />

Valesca Brasil Irala<br />

Po<strong>de</strong>mos afirmar que vivemos em uma socieda<strong>de</strong> grafocêntrica, na qual<br />

a norma-lei da escrita estabelece uma divisão hierárquico-i<strong>de</strong>ntitária<br />

entre os sujeitos que conseguem escrever e os que falam, porém não<br />

escrevem – ou que não escrevem <strong>de</strong> acordo a essa norma-lei<br />

(GUIMARÃES, 2007). Assim, concebemos a escola como a instituição<br />

chave na qual se estabelece essa divisão, pois é aí o lugar on<strong>de</strong> se<br />

materializam as escalas ou gradações do que se espera <strong>de</strong> uma criança<br />

e/ou adolescente em termos <strong>de</strong> escrita. Entretanto, no caso <strong>de</strong> crianças<br />

ou jovens fronteiriços que, ao longo <strong>de</strong> sua escolarização, trocaram <strong>de</strong><br />

sistema escolar (no caso específico do contexto <strong>de</strong>sta investigação, do<br />

sistema brasileiro ao uruguaio) – e <strong>de</strong> língua <strong>de</strong> instrução (do português<br />

ao espanhol) – essa inscrição na escrita po<strong>de</strong> correspon<strong>de</strong>r<br />

parcialmente - ou ainda não correspon<strong>de</strong>r - ao nível <strong>de</strong> escolarização<br />

do aluno. Também, é possível i<strong>de</strong>ntificar, nos textos <strong>de</strong>sses alunos, <strong>de</strong><br />

forma recorrente, um elemento normalmente consi<strong>de</strong>rado <strong>de</strong> natureza<br />

311


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

para-textual, diferentemente do que ocorre com crianças e/ou<br />

adolescentes que só estudaram nas escolas uruguaias (as quais utilizam<br />

predominantemente a letra <strong>de</strong> imprensa): a presença dominante da letra<br />

cursiva. Consi<strong>de</strong>ramos que esse elemento não é menos importante na<br />

compreensão da inscrição do sujeito na escrita, já que a forma como<br />

ele escreve materializa aspectos i<strong>de</strong>ntitários através <strong>de</strong> traços nem<br />

sempre reconhecíveis como relevantes na socieda<strong>de</strong> e/ou por ele mesmo<br />

enquanto escrevente.<br />

POLÍTICA BRASILEIRA: ENTRE DUAS DECLARAÇÕES<br />

Veridiana Caetano<br />

Sabe-se que capas <strong>de</strong> revistas são o primeiro contato com o provável<br />

consumidor, pois é a apresentação <strong>de</strong> uma publicação impressa e nela<br />

está explícita o assunto principal da edição. Esse material tem como<br />

propósito atrair o olhar do leitor, expressa um modo <strong>de</strong> interpretar os<br />

fatos e, ao mesmo tempo, anuncia a revista a um <strong>de</strong>terminado público.<br />

Assim, este estudo objetiva refletir sobre o material linguístico<br />

apresentado na capa da revista Veja do dia 13 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 2010, que<br />

traz duas <strong>de</strong>clarações da presi<strong>de</strong>nte Dilma Rousselff, em diferentes<br />

momentos políticos (como candidata a presidência da República e como<br />

Presi<strong>de</strong>nte eleita). A partir <strong>de</strong> tais <strong>de</strong>clarações será possível observar<br />

“os posicionamentos i<strong>de</strong>ológicos” marcados pelo contexto e pela<br />

distância temporal dos enunciados. Para tanto, serão utilizados<br />

referenciais teóricos concernentes à teoria bakhtiniana (Bakhtin, 2003;<br />

Bakhtin/Volochinov, 2006)."<br />

HÁ ESPAÇO PARA A AQUISIÇÃO DE SEGUNDA LÍNGUA NA<br />

ENUNCIAÇÃO?<br />

Veronica Pasqualin Machado<br />

Nos estudos em Aquisição <strong>de</strong> Segunda Língua, percebe-se a existência<br />

<strong>de</strong> diversas perspectivas teóricas, como as abordagens behaviorista,<br />

gerativista, psicolinguística e interacionista. Desta forma,o objetivo<br />

<strong>de</strong>ste trabalho é apontar, nesse campo, a falta <strong>de</strong> uma perspectiva<br />

enunciativa, a qual está ancorada na Teoria da Enunciação <strong>de</strong> Émile<br />

Benveniste(1974/2006; 1966/2005). Para isso,o trabalho apresenta as<br />

principais noções que são trazidas pelas perspectivas mencionadas<br />

acerca do fenômeno <strong>de</strong> <strong>aqui</strong>sição <strong>de</strong> segunda língua. De forma<br />

312


Resumo dos Trabalhos<br />

preliminar, o estudo mostra a exclusão da singularida<strong>de</strong> no processo <strong>de</strong><br />

<strong>aqui</strong>sição <strong>de</strong> segunda língua, bem como a <strong>de</strong> uma intersubjetivida<strong>de</strong><br />

inscrita no uso da língua, questões que são pertinentes e asseguradas<br />

por uma perspectiva enunciativa. A partir disso, esse estudo preten<strong>de</strong><br />

contribuir tanto para o campo dos estudos enunciativos quanto para o<br />

campo <strong>de</strong> Aquisição <strong>de</strong> Segunda Língua.<br />

DISCURSO IRÔNICO NO “JORNAL SENSACIONALISTA”:<br />

TECENDO RELAÇÕES ENTRE HUMOR E MERCADORIA<br />

Virgínia Lucena Caetano Bolsista Probic-Fapergs<br />

O presente trabalho objetiva analisar o funcionamento do discurso<br />

irônico em notícias humorísticas que circulam na mídia. Para isso,<br />

foram analisadas, à luz da Análise <strong>de</strong> Discurso <strong>de</strong> linha francesa,<br />

notícias publicadas no site “Sensacionalista” vinculado ao Multishow.<br />

O discurso irônico (ORLANDI, 1983), se caracteriza por relacionar<br />

discursos instituídos e algo inesperado. No referido site, notícias<br />

insólitas são apresentadas com uma aparente serieda<strong>de</strong>, típica <strong>de</strong><br />

publicações que visam informar. São feitas brinca<strong>de</strong>iras com préconstruídos<br />

da gran<strong>de</strong> mídia: a aparência <strong>de</strong> neutralida<strong>de</strong> e o<br />

comprometimento com a veracida<strong>de</strong>. Dessa relação entre o mesmo e o<br />

diferente advém o discurso irônico, que sempre revela a tensão entre a<br />

paráfrase e a polissemia. No corpus, observamos que os jornalistas não<br />

tentam escon<strong>de</strong>r posicionamentos i<strong>de</strong>ológicos sob a aparência <strong>de</strong><br />

neutralida<strong>de</strong>, o que revela um movimento polissêmico em comparação<br />

a certas mídias. Mas o humor que produzem é para entretenimento e<br />

não para provocar resistência. No Sensacionalista, a crítica aos<br />

noticiários da gran<strong>de</strong> mídia tem traços polissêmicos, mas também<br />

parafrásticos, pois o humor é uma estratégia mercantil que atrairá<br />

leitores à observação <strong>de</strong> noticiários para estabelecer mais relações<br />

semânticas, necessárias ao riso. Há uma comercialização do riso<br />

(MINOIS, 2003), válido para cativar no público o interesse pela<br />

informação, apresentada com serieda<strong>de</strong> ou comicida<strong>de</strong>. Palavras<br />

Chave: Análise <strong>de</strong> Discurso. Humor. Mídia.<br />

313


LINHA – GÊNERO SOCIAL, LINGUAGENS E ENSINO:<br />

UM PANORAMA<br />

GÊNEROS SOCIAIS EM SALA DE AULA: UMA RELAÇÃO DE<br />

INTERAÇÃO E APRENDIZAGEM<br />

Camila Lacerda Pinto<br />

Aline Eugênia Campos Da Silva<br />

Palavras-chave: Gêneros Sociais. Linguagem. Aprendizagem<br />

Resumo: Partindo do pressuposto <strong>de</strong> que o ser humano integra-se ao<br />

mundo, sobretudo por meio da língua, que, é tão variada quanto às<br />

diferentes esferas <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s que os falantes <strong>de</strong>sempenham, todo o<br />

enunciador necessita a<strong>de</strong>quar seu enunciado à esfera <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong> e à<br />

finalida<strong>de</strong> nas quais se insere. Preocupando-se com esta necessida<strong>de</strong>, o<br />

PCN (1988) <strong>de</strong> Língua Portuguesa, priorizou o trabalho com diferentes<br />

Gêneros Textuais em sala <strong>de</strong> aula. Observando, porém, o contexto <strong>de</strong><br />

ensino atual po<strong>de</strong>-se constatar que a preocupação do PCN com o<br />

domínio <strong>de</strong> diferentes Gêneros e Tipos Discursivos não foi o suficiente<br />

para que a sala <strong>de</strong> aula se tornasse um ambiente <strong>de</strong> interação e<br />

aprendizagem, <strong>de</strong> modo que estes contribuíssem não apenas para a<br />

assimilação do processo <strong>de</strong> comunicação, como para o <strong>de</strong>senvolvimento<br />

da capacida<strong>de</strong> comunicativa. A presente comunicação, baseada nas<br />

teorias dos Gêneros do Discurso (Bakhtin, 1979) e da Enunciação<br />

(Benveniste, 1975) e em conceitos <strong>de</strong> ensino aprendizagem <strong>de</strong> Piaget<br />

(1937) e Vygotsky (1962), busca por meio <strong>de</strong> uma análise minuciosa <strong>de</strong><br />

procedimentos <strong>de</strong> trabalho com diferentes textos em Livros Didáticos e<br />

em aulas <strong>de</strong> Ensino <strong>de</strong> Língua Portuguesa, <strong>de</strong>tectar as principais causas<br />

das <strong>de</strong>ficiências que o processo <strong>de</strong> ensino aprendizagem por meio <strong>de</strong><br />

diferentes Gêneros Textuais enfrenta no contexto atual, bem como<br />

i<strong>de</strong>ntificar as origens <strong>de</strong>stas causas e oferecer subsídios para um<br />

trabalho eficaz com os diferentes Gêneros Sociais nas aulas <strong>de</strong> Língua<br />

Portuguesa.<br />

314


Resumo dos Trabalhos<br />

"ONDA DE CALOR" AFETANDO CORPOS MASCULINOS E<br />

FEMININOS – ANÁLISE DE GÊNERO EM UMA FANFICTION<br />

DO FANDOM HARRY POTTER<br />

Catarina Maitê Macedo Machado Barboza<br />

Este trabalho apresenta um estudo da representação, <strong>de</strong> autoria<br />

feminina, do corpo da mulher. Para tanto, o estudo enfoca a produção<br />

<strong>de</strong> fanfictions (narrativas criadas por fãs a partir do enredo, personagens<br />

e cenários <strong>de</strong> uma obra original); mais especificamente, utiliza-se a<br />

fanfiction coletiva "Onda <strong>de</strong> calor", ligada à saga literária Harry Potter,<br />

escrita por J. K. Rowling. A fanfiction em questão foi criada por seis<br />

autoras integrantes <strong>de</strong> um grupo <strong>de</strong> fãs brasileiras auto<strong>de</strong>nominado<br />

"Snapetes", formado por mulheres adultas que escrevem ficções em<br />

que o personagem Severus Snape é o foco central. O presente trabalho<br />

contempla duas perspectivas teóricas: os estudos <strong>de</strong> fanfictions<br />

(fundamentados em Jenkins e Vargas, <strong>de</strong>ntre outros) e os estudos <strong>de</strong><br />

gênero referentes ao corpo feminino (tendo como referenciais Grosz e<br />

Butler). A partir <strong>de</strong>ssas perspectivas teóricas, a análise procura<br />

questionar: no embate entre masculino e feminino, corpo e mente,<br />

quem ganha e quem per<strong>de</strong>?"<br />

LEITURA E ESCRITA DE GÊNEROS DISCURSIVOS NAS<br />

AULAS DE LÍNGUA ESPANHOLA<br />

Cinira Conteratto Furtado<br />

An<strong>de</strong>rson Pimentel Hernan<strong>de</strong>z<br />

Ultimamente os gêneros discursivos tem ocupado um lugar <strong>de</strong> <strong>de</strong>staque<br />

em estudos, publicações e eventos <strong>de</strong>ntro da Linguística Aplicada.<br />

Além disso, a prática <strong>de</strong> leitura e <strong>de</strong> escrita, na perspectiva <strong>de</strong> gêneros<br />

discursivos/textuais tem sido orientada pelos documentos oficiais<br />

brasileiros - Parâmetros Curriculares Nacionais e as Orientações<br />

Curriculares para o Ensino Médio, na sala <strong>de</strong> aula <strong>de</strong> Espanhol como<br />

língua estrangeira. Nessa perspectiva, foi criado o projeto Leitura e<br />

escrita <strong>de</strong> gêneros discursivos nas aulas <strong>de</strong> Língua Espanhola, na<br />

Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do Pampa – Unipampa/Jaguarão. O projeto tem o<br />

propósito <strong>de</strong> elaborar materiais didáticos que contemplem dois<br />

processos <strong>de</strong> interação: a leitura e a escrita <strong>de</strong> textos nas aulas <strong>de</strong><br />

Língua Espanhola, subsidiados pelos estudos <strong>de</strong> Bakhtin (1986,1997),<br />

pelas discussões atuais <strong>de</strong> Llopis García (2007, 2008 e 2011) entre<br />

outros estudiosos da linguagem. Sendo assim, o objetivo <strong>de</strong>ste trabalho<br />

315


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

é apresentar alguns resultados preliminares do projeto que está em fase<br />

<strong>de</strong> execução.<br />

Palavras-chave: gêneros discursivos; leitura; escrita."<br />

AS FORMAS POPULARES DO CONTAR E SUA<br />

ATUALIZAÇÃO EM GUIMARÃES ROSA<br />

Cláudia Lorena Vouto Da Fonseca<br />

A obra <strong>de</strong> Guimarães Rosa, quase que exclusivamente em prosa,<br />

divi<strong>de</strong>-se em um romance, novelas e contos, além <strong>de</strong> um livro <strong>de</strong><br />

poemas, publicado postumamente. Em nossa análise, selecionamos o<br />

conto “Um moço muito branco”, <strong>de</strong> Primeiras estórias, como exemplar<br />

da atualização, via linguagem, das formas do conto popular,<br />

característica marcante da obra do autor mineiro. O vínculo com a<br />

oralida<strong>de</strong> é também <strong>de</strong>stacado, pois, no nosso enten<strong>de</strong>r, é <strong>de</strong>terminante<br />

na sua estruturação. Analisamos, portanto, a situação <strong>de</strong> discurso neste<br />

conto e, trazendo as noções apreendidas dos estudos <strong>de</strong> Bakhtin,<br />

po<strong>de</strong>mos afirmar que estas ajudam a esclarecer <strong>de</strong>terminados aspectos<br />

da linguagem nele apresentada, a partir dos elementos que foram<br />

privilegiados nessa atualização pela linguagem. Palavras-chave:<br />

Guimarães rosa, literatura oral; conto popular; Mikhail Bakhtin; Um<br />

moço muito branco.<br />

“GORDAS, SIM, POR QUE NÃO?”: O DISCURSO DE<br />

MULHERES GORDAS NO BLOG MULHERÃO<br />

Daniela Silva Agen<strong>de</strong>s<br />

Este trabalho busca discutir a questão do corpo feminino no blog<br />

Mulherão, site da internet criado em 2009, produzido por e para<br />

mulheres consi<strong>de</strong>radas gordas, com temas como comportamento –<br />

incluindo autoaceitação e preconceito – e moda. Temos por objetivo<br />

analisar o discurso das blogueiras no que diz respeito ao seu<br />

posicionamento i<strong>de</strong>ológico frente ao corpo gordo e ao magro, esse<br />

último correspon<strong>de</strong>nte ao padrão <strong>de</strong> beleza atual, legitimado pela mídia.<br />

São analisadas duas postagens da seção <strong>de</strong> comportamento (“O manual<br />

<strong>de</strong> sobrevivência para mulheres acima do peso”, <strong>de</strong> 2009, e “Gorda sim,<br />

por que não?”, <strong>de</strong> 2012) e uma da seção <strong>de</strong> moda (“Com que cinto eu<br />

vou?”, <strong>de</strong> 2012). A Análise Crítica do Discurso e as questões <strong>de</strong> gênero<br />

permitem chegar às consi<strong>de</strong>rações <strong>de</strong> que o discurso das blogueiras<br />

316


Resumo dos Trabalhos<br />

apresenta certo avanço, pois cria resistência ao padrão estético baseado<br />

em um corpo magro e propaga a autoaceitação da mulher gorda.<br />

Entretanto, em alguns aspectos, ainda reproduz a i<strong>de</strong>ologia dominante<br />

do padrão <strong>de</strong> magreza. Ainda assim, o blog aparece como um meio <strong>de</strong><br />

comunicação alternativo frente à mídia tradicional; parece haver<br />

possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> que sua prática discursiva gere mudança social para<br />

mulheres gordas e na socieda<strong>de</strong> como um todo, especialmente se levado<br />

às salas <strong>de</strong> aula, com o objetivo <strong>de</strong> <strong>de</strong>sconstruir preconceitos sobre a<br />

imagem da mulher i<strong>de</strong>al.Palavras-chave: gênero; corpo gordo; blog."<br />

O CORPO ADOLESCENTE NO FILME: THE PRIME OF MISS<br />

JEAN BRODIE<br />

Daniela Vieira Palazzo<br />

O objeto <strong>de</strong>ste artigo é a representação do corpo feminino adolescente<br />

no cinema, a partir do que é visível na silhueta do corpo, nas atitu<strong>de</strong>s,<br />

nos discursos, na linguagem e nas interações e práticas sociais. Buscase<br />

compreen<strong>de</strong>r o diálogo estabelecido entre cinema e representações<br />

do feminino, com base em fundamentos teóricos dos estudos <strong>de</strong> gênero<br />

e do cinema, consi<strong>de</strong>rando-se as contribuições <strong>de</strong> Butler, Scott, De<br />

Lauretis e Nicholson. Nesse enfoque, foi selecionada uma cena do filme<br />

“The Prime of Miss Jean Brodie” sobre a qual a análise é realizada.<br />

Palavras-chave: gênero, corpo, cinema, feminino.<br />

A PROPAGANDA TELEVISIVA COMO DESENCADEADORA<br />

DO TRABALH O COM GÊNEROS DO DISCURSO<br />

Débora De Macedo Cortez Bosco<br />

Palavras-chave: gêneros, propaganda, linguagem<br />

Esta pesquisa buscou respon<strong>de</strong>r à seguinte pergunta: como<br />

<strong>de</strong>senvolver práticas pedagógicas, a partir do gênero propaganda<br />

televisiva, a fim <strong>de</strong> <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ar o trabalho com outros gêneros<br />

discursivos, a reflexão sobre a linguagem e a formação crítica? Para<br />

tanto, primeiramente, <strong>de</strong>senvolveu-se uma Unida<strong>de</strong> Didática sobre o<br />

tema “A publicida<strong>de</strong> e o consumismo”. As ativida<strong>de</strong>s propostas<br />

visaram a oportunizar a leitura e interpretação <strong>de</strong> textos <strong>de</strong><br />

circulação social, com ênfase no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> habilida<strong>de</strong>s para o<br />

reconhecimento <strong>de</strong> informações explícitas e implícitas, bem como, da<br />

articulação entre as linguagens verbal e não verbal na construção<br />

317


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

do discurso publicitário. Gêneros textuais aplicados: # a tirinha, por<br />

explorar a Multimodalida<strong>de</strong> Linguística. Fonte:<br />

http://www.portalpower.com.br/tirinhas-inteligentes/consumismo/ #<br />

propaganda da Pepsi, visando também um trabalho sobre consciência<br />

crítica e cidadã sobre o consumismo. Fonte:<br />

http://www.youtube.com/watch?v=MkyWgYrtjmk # propaganda<br />

impressa, utilizando o suporte textual cartaz para divulgação<br />

publicitária do produto referido. Reelaboração: # visualização<br />

do making of da propaganda (Fonte:<br />

http://www.youtube.com/watch?v=8c3P1_QJb1E&feature=player_<strong>de</strong>ta<br />

ilpage), no intuito <strong>de</strong> analisar todo o contexto <strong>de</strong> produção que<br />

envolve os bastidores <strong>de</strong> uma propaganda televisiva (elenco,<br />

figurino, cenários, textos, recursos tecnológicos, tempo <strong>de</strong><br />

produção), <strong>de</strong>stacando os interesses mercadológicos implicados neste<br />

processo. Por fim, este trabalho mostrou que o professor po<strong>de</strong> atuar<br />

como mediador, produzindo e implementando propostas didáticas<br />

que aliem os interesses dos discentes, seus conhecimentos prévios<br />

sobre o tema e as aprendizagens necessárias do currículo<br />

escolar (PCNs, 1997).<br />

CORPOS MARCADOS, EM BECOS DA MEMÓRIA, DE<br />

CONCEIÇÃO EVARISTO<br />

Eliane Terezinha Do Amaral Campello<br />

Becos da memória (2006), romance <strong>de</strong> Conceição Evaristo (Belo<br />

Horizonte, MG,1946), escritora afro-brasileira, inscreve-se numa<br />

tradição literária no feminino, em que os <strong>de</strong>slocamentos da<br />

subjetivida<strong>de</strong>, necessariamente carregam uma (<strong>de</strong>s)memória coletiva.<br />

As personagens são apresentadas em tempos <strong>de</strong>scontínuos e, juntas,<br />

formam uma galeria <strong>de</strong> “retratos”: são habitantes negros <strong>de</strong> uma favela.<br />

A ação, o <strong>de</strong>sfavelamento, é testemunhada por uma narradora, em<br />

primeira pessoa, ainda menina, que se <strong>de</strong>sdobra na voz, adulta, da<br />

escritora. Os corpos marcados das mulheres representam<br />

discursivamente, <strong>de</strong> forma incisiva, o problema social que embasa a<br />

narrativa. Discuto também a relevância da equação entre linguagem e<br />

literatura em sala <strong>de</strong> aula.<br />

318


Resumo dos Trabalhos<br />

EDITORIAL E AVALIATIVIDADE: UMA CONFLUÊNCIA<br />

NECESSÁRIA<br />

Glivia Guimarães Nunes<br />

O editorial é um gênero discursivo que privilegia a avaliação, do órgão<br />

<strong>de</strong> comunicação, acerca <strong>de</strong> fatos e acontecimentos do momento em<br />

uma dada comunida<strong>de</strong>. Nesta pesquisa, dirigimos nossa atenção ao<br />

modo como as posições avaliativas se manifestam pela linguagem,<br />

especialmente a categoria semântica <strong>de</strong> julgamento, pertencente ao<br />

subsistema <strong>de</strong> atitu<strong>de</strong>. O julgamento é utilizado pelo falante/escritor<br />

para avaliar o comportamento <strong>de</strong> um indivíduo ou <strong>de</strong> um grupo <strong>de</strong><br />

indivíduos, po<strong>de</strong>ndo referir-se a sanção social (veracida<strong>de</strong> e<br />

proprieda<strong>de</strong>) ou a estima social (normalida<strong>de</strong>, capacida<strong>de</strong> e<br />

tenacida<strong>de</strong>). Neste estudo analisamos um editorial intitulado “As<br />

Malvinas <strong>de</strong> Dilma”, publicado na edição on-line do jornal O Estado <strong>de</strong><br />

São Paulo, em 02 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 2012. A análise tem o embasamento<br />

teórico do Sistema <strong>de</strong> Avaliativida<strong>de</strong> (MARTIN & WHITE, 2005), que<br />

busca i<strong>de</strong>ntificar como um sujeito expressa sua avaliação, apresentando<br />

valores sobre um objeto, um fenômeno ou um evento. No editorial<br />

analisado, apontam-se ocorrências <strong>de</strong> julgamento sobre o<br />

comportamento da Presi<strong>de</strong>nte da República, Dilma Rousseff. A análise<br />

foi realizada manualmente e é <strong>de</strong> cunho qualiquantitativo. Após<br />

i<strong>de</strong>ntificarmos as ocorrências <strong>de</strong> julgamento, classificamo–las para, em<br />

seguida, contabilizarmos as ocorrências e fazermos a interpretação dos<br />

dados, i<strong>de</strong>ntificando como o comportamento <strong>de</strong> Dilma é julgado no<br />

editorial. Os resultados apontam para o predomínio <strong>de</strong> ocorrências <strong>de</strong><br />

julgamento <strong>de</strong> estima social <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> e <strong>de</strong> tenacida<strong>de</strong>. "<br />

A MULHER SURDA HOJE: NOVAS FORMAS DE SIGNIFICAR<br />

O MOVIMENTO SURDO<br />

Ivana Gomes Da Silva<br />

Resumo: Este artigo observa transformação da história das mulheres<br />

surdas, tomando como referência o que aconteceu na Associação dos<br />

Surdos <strong>de</strong> Pelotas. Antigamente, apenas os homens surdos participavam<br />

das associações, estudavam, trabalhavam. A mulher surda permanecia<br />

em casa, nos afazeres domésticos. Neste contexto analiso como uma<br />

mulher surda percebe essas mudanças que ocorreram na sua vida e <strong>de</strong><br />

outras mulheres. Apresento, também, documentos que narram a história<br />

do movimento surdo, para uma análise contextual da participação<br />

319


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

feminina neste espaço. As conquistas como direito <strong>de</strong> igualda<strong>de</strong> frente<br />

aos homens, e também o conhecimento da história <strong>de</strong> luta <strong>de</strong> outras<br />

mulheres surdas po<strong>de</strong>m ser narradas como mo<strong>de</strong>lo, por sua força e<br />

coragem, servindo <strong>de</strong> estímulo para outras mulheres na profissão,<br />

estudo e participação na associação. Utilizando os Estudos Surdos e os<br />

Estudos Culturais em educação, analiso as questões referentes às<br />

relações <strong>de</strong> gênero que atravessam os espaços dos movimentos surdos,<br />

bem como a constituição <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s femininas surdas no contexto<br />

das lutas surdas. Diferente do que ocorria no passado, atualmente é<br />

visível a participação das mulheres surdas nos movimentos, como<br />

também no campo da educação, ingressando nas universida<strong>de</strong>s<br />

trabalhando como professoras nas escolas <strong>de</strong> surdos e professores da<br />

Língua <strong>de</strong> Brasileira <strong>de</strong> Sinais em diferentes locais. As mulheres surdas<br />

entraram na política em suas diferentes instâncias, lutando pelo po<strong>de</strong>r<br />

nas relações, procurando a igualda<strong>de</strong> social. Conforme as mulheres<br />

surdas começaram as lutas nos movimentos, conquistaram espaço no<br />

trabalho, no estudo, concretizando seus direitos, contra a discriminação<br />

por ser mulher e surda.<br />

Palavras-chave: cultura surda; associação dos surdos; mulher surda.<br />

O QUE OS DISCURSOS SOBRE SINTOMATOLOGIA DE<br />

DOENÇAS CARDÍACAS NOS REVELAM SOBRE O<br />

MASCULINO E O FEMININO<br />

Jenice Tasqueto De Mello<br />

Tendo como embasamento teórico a Análise Crítica do Discurso<br />

(Fairclough 2001), com ênfase na representação dos atores sociais (van<br />

Leeuwen, 1997) e na transitivida<strong>de</strong> (Fuzer; Cabral, 2010), este trabalho<br />

vem propor um olhar sobre como as representações discursivas <strong>de</strong><br />

mulheres e homens ocorrem no âmbito da divulgação ou popularização<br />

do conhecimento médico em artigos da revista Veja, entre 1999 e 2005.<br />

A divulgação científica, como todo discurso, po<strong>de</strong> ser situada no campo<br />

das representações e, como tal, traz embutidas as questõs <strong>de</strong> gênero e<br />

sexualida<strong>de</strong>, produzidas e/ou alicerçadas cultural e historicamente pela<br />

ciência ao longo dos tempos, por meio da linguagem. Examinando<br />

textos sob a ótica <strong>de</strong> gênero, observa-se que eles contribuem para a já<br />

disseminada visão da mulher e do corpo feminino como anômalos ou<br />

especiais. A questão da sintomatologia, por exemplo, área muito<br />

explorada pela “divulgação científica”, baseia-se geralmente em<br />

pesquisas realizadas com pessoas do sexo masculino que, na verda<strong>de</strong>,<br />

320


Resumo dos Trabalhos<br />

não representam a maioria, uma vez que as mulheres têm<br />

historicamente sido excluídas <strong>de</strong>stas pesquisas. Ao examinar o discurso<br />

popularizado sobre a sintomatologia <strong>de</strong> doença cardíaca, pensa-se estar<br />

contribuindo para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> uma visão crítica sobre a<br />

<strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>, objetivo principal da ACD, segundo van Dijk (2003),<br />

Fairclough (2001), e outros teóricos.<br />

Palavras-chave: gênero social – representação”; divulgação científica<br />

A REPRESENTAÇÃO DO CORPO FEMININO NO QUADRO A<br />

NEGRA DE TARSILA DO AMARAL<br />

Lenita Vargas<br />

Resumo: O objeto <strong>de</strong> pesquisa <strong>de</strong>ste artigo é a análise do corpo<br />

feminino, representado pelo quadro A Negra <strong>de</strong> Tarsila do Amaral. A<br />

tela foi pintada em 1926, me<strong>de</strong> 100 x 81,3 cm e se encontra no acervo<br />

do Museu <strong>de</strong> Arte Contemporânea <strong>de</strong> São Paulo. Trata-se <strong>de</strong> uma figura<br />

que foge aos padrões europeus e americanos <strong>de</strong> beleza vigentes na<br />

época <strong>de</strong> sua produção. Devido à reconhecida importância da obra A<br />

Negra, a mesma servirá <strong>de</strong> objeto, neste estudo, para investigar as<br />

possíveis contribuições da pintura no que diz respeito à concepção do<br />

corpo feminino, utilizando-se estudos sobre a pintura, a biografia <strong>de</strong><br />

Tarsila do Amaral e teorias <strong>de</strong> estudo <strong>de</strong> gênero, com base nas noções<br />

<strong>de</strong> Butler, Scott, Lauretis e Nicholson. O critério <strong>de</strong> seleção da obra foi<br />

a representação do corpo da mulher por autora feminina. Preten<strong>de</strong>-se<br />

com a realização <strong>de</strong>ste trabalho contribuir para estudos a respeito da<br />

concepção e expressão do corpo feminino e do gênero na pintura.<br />

Palavras-chave: gênero, corpo, feminino, pintura.<br />

O ENSINO DA CULTURA ATRAVÉS DOS LIVROS<br />

DIDÁTICOS DE ELE. QUE CULTURA ENSINAMOS?<br />

Luciana Contreira Domingo<br />

Nesta comunicação compartilharemos os resultados obtidos na análise<br />

das coleções didáticas <strong>de</strong> Língua Espanhola selecionadas pelo PNLD<br />

2011. A pesquisa foi realizada no Programa <strong>de</strong> Pós-Graduação em<br />

Letras e Linguística da UFBA e teve como objetivo averiguar se as<br />

ativida<strong>de</strong>s propostas pelas coleções estimulam a formação da<br />

competência comunicativa intercultural (CCI) e qual o conceito <strong>de</strong><br />

cultura adotado em cada abordagem. Fundamentam este trabalho a as<br />

321


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

teorias sobre competência comunicativa, competência comunicativa<br />

intercultural, educação intercultural e interculturalida<strong>de</strong>, além dos<br />

documentos que orientam a educação nacional. Ao constatar a<br />

necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> discutir criticamente os livros didáticos <strong>de</strong> Língua<br />

Espanhola elaboramos um questionário a partir das perspectivas<br />

sociocultural, sociolinguística e curricular. Sob a perspectiva<br />

sociocultural analisamos a representação dos indivíduos/ personagens (e<br />

o tratamento intercultural entre os mesmos), o estímulo à reflexão<br />

sobre a cultura da língua meta e a própria, os temas mais frequentes, a<br />

menção a fatores consi<strong>de</strong>rados tabus, etc.; sob a perspectiva<br />

sociolinguística avaliamos o tratamento dispensado às varieda<strong>de</strong>s<br />

linguísticas (da língua meta e da materna), a varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> situações<br />

comunicativas, a representação dos falantes das diferentes varieda<strong>de</strong>s<br />

linguísticas, etc., e finalmente, a partir da perspectiva curricular,<br />

analisamos a organização e a coerência das e entre as unida<strong>de</strong>s, a<br />

flexibilida<strong>de</strong> do material quanto ao seu uso pelo professor, o estímulo à<br />

reflexão docente, etc. Os resultados obtidos apontam que as ativida<strong>de</strong>s<br />

propostas, tal como são apresentadas, não contribuem para a formação<br />

da CCI."<br />

AS TEORIAS LINGUÍSTICAS CITADAS NO MANUAL DO<br />

PROFESSOR NO LIVRO DIDÁTICO E O TRABALHO COM A<br />

LÍNGUA NO MANUAL: RELAÇÕES ENTRE TEORIA E<br />

PRÁTICAS<br />

Luciana Roldão Ramos<br />

O presente trabalho busca analisar o “manual do professor” anexado no<br />

livro didático “Português e Linguagens” <strong>de</strong> autoria <strong>de</strong> William Cereja e<br />

Thereza Cochar, cuja 5º edição foi publicada em 2005 e fez parte do<br />

Plano Nacional do Livro Didático, do MEC, nos anos <strong>de</strong> 2009, 2010 e<br />

2011. Os autores, na introdução do manual do professor, ressaltam que<br />

os livros aten<strong>de</strong>m às propostas da Lei das Diretrizes e Bases da<br />

<strong>Educação</strong> e dos Parâmetros Curriculares Nacionais <strong>de</strong> Ensino Médio.<br />

Consi<strong>de</strong>rando que esse último documento advoga a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> o<br />

ensino <strong>de</strong> Língua Portuguesa nortear-se pelos pressupostos das teorias<br />

das análise <strong>de</strong> texto e discurso, será feita uma pesquisa afim <strong>de</strong><br />

investigar o modo como essas teorias estão sendo trabalhadas no livro<br />

didático. O manual indica que segue essa mesma perspectiva,<br />

aten<strong>de</strong>ndo então aos PCNs. No entanto, o que se observa em cada livro<br />

é que essa questão não é a base que fundamenta a totalida<strong>de</strong> do trabalho<br />

322


Resumo dos Trabalhos<br />

com a língua, pois são observados tratamentos diferentes <strong>de</strong> estudo <strong>de</strong><br />

linguagem. Já que existem diversas teorias mencionadas no manual do<br />

professo, como, por exemplo, a teoria <strong>de</strong> gênero textual vista como<br />

ferramenta para o ensino/aprendizagem, observou-se que não há relação<br />

entre elas e o trabalho proposto no livro didático. Apesar <strong>de</strong> apresentar<br />

textos <strong>de</strong> gêneros diversos, estes não são estudados <strong>de</strong> forma estanque,<br />

sem relação com o trabalho com a língua, ainda calcada em abordagens<br />

mais tradicionais. PALAVRAS-CHAVE:ensino <strong>de</strong> língua, teorias<br />

linguísticas, livro didático Pós-graduação em Letras-<br />

ESPECIALIZAÇÃO (UFPEL) Orientadora (UFPEL)<br />

A REPRESENTAÇÃO DO CORPO FEMININO NA DANÇA DO<br />

VENTRE, EM AMRIK, DE ANA MIRANDA<br />

Luisa Klug Gue<strong>de</strong>s<br />

O presente trabalho preten<strong>de</strong> mostrar como o corpo feminino é<br />

representado na dança do ventre, a partir da <strong>de</strong>scrição da protagonista<br />

Amina, da obra “Amrik” (1997), <strong>de</strong> Ana Miranda. A <strong>de</strong>scrição que<br />

será utilizada, a fim <strong>de</strong> verificar a representação do corpo feminino, é<br />

feita pela personagem “Abraão” que se encanta, no dia <strong>de</strong> seu<br />

casamento, com a dança <strong>de</strong> Amina. Esta forma artística foi escolhida<br />

para ser pesquisada porque a essência da dança é a sensualida<strong>de</strong> dos<br />

movimentos e é, em sua maioria, praticada por mulheres. Além disso,<br />

há a crença <strong>de</strong> que nessa modalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> dança, a mulher faz<br />

movimentos sensuais somente para atrair homens, tornando-se, assim,<br />

um objeto <strong>de</strong> <strong>de</strong>sejo. Para fundamentar as i<strong>de</strong>ias <strong>aqui</strong> expostas, autoras<br />

como De Lauretis (1994) e Funck (2002) são fundamentais para<br />

explicar o conceito <strong>de</strong> gênero e aspectos importantes para compreen<strong>de</strong>r<br />

as representações presentes na dança e na <strong>de</strong>scrição da protagonista. "<br />

PROCESSOS VERBAIS EM BOLETINS DE OCORRÊNCIA<br />

SOBRE CRIMES DE CALÚNIA: UMA INVESTIGAÇÃO NA<br />

PERSPECTIVA SISTÊMICO-FUNCIONAL<br />

Marcos Rogério Ribeiro<br />

Esta pesquisa tem como objetivo investigar a realização léxicogramatical<br />

das ofensas verbais no boletim <strong>de</strong> ocorrência policial (BO)<br />

sobre crimes <strong>de</strong> linguagem contra a honra, especificamente sobre o<br />

crime <strong>de</strong> calúnia. Para a análise, serão utilizados princípios da<br />

323


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

Gramática Sistêmico-Funcional (HALLIDAY e MATTHIESSEN,<br />

2004) sobre o Sistema <strong>de</strong> Transitivida<strong>de</strong>. Foram coletados 2.343 BOs,<br />

sobre crimes contra a honra (calúnia, difamação e injúria), registrados<br />

no período <strong>de</strong> 01-09- 2011 a 30-09-2011 no território do Estado do Rio<br />

Gran<strong>de</strong> do Sul, Brasil. Desse total, foram selecionados 566 BOs <strong>de</strong><br />

crime <strong>de</strong> calúnia, os quais foram examinados com a ferramenta<br />

computacional Wordsmith Tools 6.0 (SCOTT, 2012), a fim <strong>de</strong><br />

verificar, com o uso dos aplicativos WordList e Concord, os itens<br />

lexicais mais frequentes que funcionam como processos verbais no<br />

Sistema <strong>de</strong> Transitivida<strong>de</strong> e investigar, a partir da análise léxicogramatical,<br />

como a linguagem é usada para manifestar representações<br />

da experiência pessoal consi<strong>de</strong>radas, no contexto jurídico, crimes <strong>de</strong><br />

calúnia. Os resultados iniciais indicam que os processos verbais mais<br />

recorrentes no histórico do BO <strong>de</strong> calúnia são Dizer, Representar,<br />

Acusar, Comunicar, Informar e Relatar. Essas seis formas verbais<br />

geralmente aparecem como componentes <strong>de</strong> orações verbais<br />

projetantes, que frequentemente prece<strong>de</strong>m orações projetadas do tipo<br />

Relato, as quais, por sua vez, constroem as representações do evento<br />

criminoso. Essa configuração léxico-gramatical mostra- se como uma<br />

característica típica do gênero relato, uma vez que sua presença é<br />

predominante no histórico dos BOs analisados. A partir <strong>de</strong>ssas<br />

constatações iniciais, será dada continuida<strong>de</strong> à análise da transitivida<strong>de</strong><br />

a fim <strong>de</strong> <strong>de</strong>screver e interpretar as realizações léxico-gramaticais das<br />

ofensas verbais nas orações projetadas e verificar se há distinção entre<br />

essas realizações nos três tipos <strong>de</strong> crimes <strong>de</strong> linguagem contra a honra.<br />

Palavras-chave: análise léxico-gramatical; crimes <strong>de</strong> linguagem;<br />

boletim <strong>de</strong> ocorrência; calúnia.<br />

A REPRESENTAÇÃO DO CORPO FEMININO NA<br />

ESCULTURA VERTUMNE ET POMONE, DE CAMILLE<br />

CLAUDEL<br />

Nara Eliane Pereira Leal<br />

O presente trabalho preten<strong>de</strong> mostrar como o corpo feminino é<br />

representado na escultura em mármore branco (1905), <strong>de</strong> Camille<br />

Clau<strong>de</strong>l, um ícone do feminismo que, acima <strong>de</strong> tudo, queria existir<br />

como uma artista, mas que se afundou na loucura. A expressivida<strong>de</strong><br />

incan<strong>de</strong>scente e sensível da autora está revelada nesta obra dramática<br />

que simboliza sua história pessoal. A escolha <strong>de</strong>sta forma artística se<br />

<strong>de</strong>u após reflexões acerca das emoções vividas pela artista e da forma<br />

324


Resumo dos Trabalhos<br />

como as esculpe ao representar o corpo feminino. Para fundamentar as<br />

i<strong>de</strong>ias expostas, será utilizado o conceito <strong>de</strong> gênero <strong>de</strong> Judith Butler<br />

(1998)."<br />

"PRECIOSIDADE" DE CLARICE LISPECTOR: UMA<br />

LEITURA SOB O VIÉS DA ACD E DA CRÍTICA LITERÁRIA<br />

FEMINISTA<br />

Renata Kabke Pinheiro<br />

O corpo feminino é um tema marcante na obra <strong>de</strong> Clarice Lispector -<br />

em especial nas colunas <strong>de</strong> jornais escritas por ela década <strong>de</strong> 50 e 60 no<br />

Rio <strong>de</strong> Janeiro -, mas ele também aparece com frequência nos livros da<br />

autora. Às vezes, em romances como "A Hora da Estrela" ou em<br />

contos como "A Imitação da Rosa", ele é facilmente perceptível, em<br />

outras, é uma presença sutil, imbricada na tessitura dos textos que<br />

Clarice constrói com maestria e arte. De modo geral, na obra <strong>de</strong> Clarice<br />

Lispector fica sempre a questão <strong>de</strong> se o corpo é atravessado pela<br />

linguagem ou se ele é que dá forma a ela, proporcionando<br />

oportunida<strong>de</strong>s preciosas <strong>de</strong> se refletir sobre esse tema na obra da<br />

escritora. Neste trabalho, proponho uma análise <strong>de</strong> um dos contos<br />

publicados no livro "Laços <strong>de</strong> Família" (1960) <strong>de</strong> Clarice Lispector:<br />

"Preciosida<strong>de</strong>". Sob a luz da Análise Crítica do Discurso e da Crítica<br />

Literária Feminista, observarei aspectos do texto que acredito serem<br />

relevantes pela possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> eles encontrarem ressonância em<br />

leitoras jovens como a personagem central <strong>de</strong> "Preciosida<strong>de</strong>" e, a partir<br />

daí, pretendo estabelecer um <strong>de</strong>bate que leve a uma leitura crítica do<br />

conto partindo <strong>de</strong> um ponto <strong>de</strong> vista feminino/feminista.<br />

A REPRESENTAÇÃO DO CORPO FEMININO EM "EL VENDO<br />

HERIDO<br />

Rita De Lima Nóbrega<br />

O presente trabalho é um convite à reflexão acerca <strong>de</strong> práticas sociais<br />

que ainda reproduzem e reforçam valores consi<strong>de</strong>rados “ultrapassados”,<br />

os quais contribuem para a reprodução <strong>de</strong> preconceitos. Consi<strong>de</strong>rada<br />

uma das maiores artistas do século XX, Frida Kahlo <strong>de</strong>ixou marcas<br />

inconfundíveis em suas obras. Estas, na maioria das vezes, refletiam os<br />

medos, as angústias e os momentos sócio-históricos da vida da pintora<br />

mexicana. Nesse sentido, a sua produção se torna provocativa e muito<br />

325


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

relevante, pois mescla ficção e realida<strong>de</strong>, <strong>de</strong>nunciando questões, até<br />

então, veladas. Assim, tal análise visa dialogar sobre a representação do<br />

corpo feminino, a partir da análise da tela “El venado herido” (1946),<br />

com base nos estudos sobre gênero e nos pressupostos da Análise<br />

Crítica do Discurso (ACD), segundo Norman Fairclough. Nessa<br />

abordagem, os indivíduos são vistos como inseridos em práticas<br />

discursivas e sociais que corroboram para a manutenção ou<br />

transformação <strong>de</strong> estruturas. Por sua vez, o discurso é entendido como<br />

constituinte do social e como um modo <strong>de</strong> ação, pois é uma das<br />

maneiras pelas quais as pessoas po<strong>de</strong>m agir sobre o mundo e sobre os<br />

outros, ou seja, é uma forma <strong>de</strong> representação, pois nele valores e<br />

i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s são representados <strong>de</strong> forma particular.<br />

Palavras-chaves: Corpo; Gênero; Discurso"<br />

326


LINHA TEMÁTICA: LINGUAGEM, COGNIÇÃO E<br />

ENSINO: NOVOS ESPAÇOS<br />

O USO DO TRADUTOR ELETRÔNICO PARA O ENSINO DE<br />

INGLÊS INSTRUMENTAL<br />

Adriana Riess Karnal<br />

Este estudo se propõe a analisar as estratégias <strong>de</strong> leitura utilizadas<br />

quando na leitura <strong>de</strong> um texto acadêmico <strong>de</strong> inglês traduzido para o<br />

português pela ferramenta <strong>de</strong> tradução do Google. Para esse fim, várias<br />

questões são discutidas. Primeiramente, o avanço da linguística<br />

computacional no que se refere à qualida<strong>de</strong> da tradução automática.<br />

Lima (2008) traça um histórico do <strong>de</strong>senvolvimento dos tradutores<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> os primeiros que atuavam no nível lexical até os atuais que<br />

funcionam no nível <strong>de</strong> concordância verbo-nominal, or<strong>de</strong>m das<br />

palavras, até o reconhecimento <strong>de</strong> diferentes contextos. Faz-se uma<br />

retomada das questões cognitivas envolvidas na leitura,<br />

fundamentando-se principalmente no mo<strong>de</strong>lo da eficiência verbal <strong>de</strong><br />

Perfetti. Além disso, discute-se também o papel das estratégias<br />

cognitivas <strong>de</strong> leitura já conhecidas, tais como skimming e scanning,<br />

preditibilida<strong>de</strong> e inferência ( Smith1999, Baldo 2006, Nunan 1996,<br />

Klein 1999). A partir <strong>de</strong>sse aporte teórico, aplicou-se um teste <strong>de</strong><br />

leitura com perguntas <strong>de</strong> compreensão <strong>de</strong> um texto técnico traduzido<br />

pelo Google em alunos não proficientes em inglês. A i<strong>de</strong>ia do estudo,<br />

nessa sentido, é analisar se houve compreensão leitora eficaz. A análise<br />

das respostas permitiu avaliar se as estratégias foram empregadas e se<br />

elas foram suficientes para um resultado positivo <strong>de</strong> leitura.<br />

Finalmente, esse estudo propõe uma discissão inicial entre a<br />

comunida<strong>de</strong> da área no sentido <strong>de</strong> repensar a metodologia <strong>de</strong> ensino<br />

para as aulas <strong>de</strong> inglês instrumental.<br />

INTERSUBJETIVIDADE REFERENCIAL, CONSTRUÇÃO DE<br />

SIGNIFICADOS E ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA<br />

Alexandre Batista Da Silva<br />

Este trabalho visa discutir aspectos do processo construção <strong>de</strong><br />

significação a partir <strong>de</strong> palavras que nomeiam conceitos diferentes<br />

<strong>de</strong>ntro e fora da escola e que po<strong>de</strong>m suscitar mismatches <strong>de</strong><br />

enquadramento referenciais, como é o caso da palavra romantismo, que<br />

327


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

remete aos conceitos <strong>de</strong> enlace amoroso, fora da escola, e <strong>de</strong> estilo<br />

literário, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>la. Discutirei aspectos <strong>de</strong>ssa construção<br />

consi<strong>de</strong>rando os conceitos <strong>de</strong> intersubjetivida<strong>de</strong> referencial,<br />

normativida<strong>de</strong> e situativida<strong>de</strong>. O conceito <strong>de</strong> intersubjetivida<strong>de</strong><br />

referencial postula a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> os interactantes estarem<br />

visualizando o mesmo objeto posto no contexto <strong>de</strong> comunicação. Esta<br />

visualização estabelece as condições <strong>de</strong> validação do objeto foco da<br />

atenção e a construção negociada <strong>de</strong> significados. Além disso, essa<br />

construção <strong>de</strong> significados é normatizada e sempre situada. Todavia,<br />

po<strong>de</strong>m acontecer mismatches <strong>de</strong> enquadramentos referenciais porque a<br />

construção <strong>de</strong> significados nunca é apartada das experiências que<br />

constituem os sujeitos. Para verificar este estado <strong>de</strong> coisas, avaliou-se<br />

ativida<strong>de</strong>s propostas em livros didáticos <strong>de</strong> Língua Portuguesa, no<br />

Ensino Médio porque é <strong>de</strong>les que, quase sempre, emergem tais<br />

ativida<strong>de</strong>s em sala <strong>de</strong> aula. O resultado é que o livro didático, muitas<br />

vezes não oferece informações linguísticas para que o aluno cognize<br />

a<strong>de</strong>quadamente o significado <strong>de</strong>sejado das palavras selecionadas<br />

Palavras-chave: Intersubjetivida<strong>de</strong> Referencial; Construção <strong>de</strong><br />

Significado; Livro Didático<br />

OS PARÂMETROS DE ENSINO DE LÍNGUAS BRASILEIRO E<br />

NORTE-AMERICANO: DIFERENÇAS E SEMELHANÇAS<br />

Aline Behling Duarte<br />

Tem-se discutido intensamente a importância <strong>de</strong> apren<strong>de</strong>rem-se línguas<br />

estrangeiras na escola. No entanto, não se leva em consi<strong>de</strong>ração a<br />

gran<strong>de</strong> varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> idiomas, uma vez que, nos últimos anos, a língua<br />

inglesa tornou-se a língua global. Todavia, é possível perceber que<br />

documentos oficiais da educação tem proposto uma diversificação no<br />

campo <strong>de</strong> ensino. Assim, acredita-se ser indispensável estudar e analisar<br />

os princípios propostos pelos documentos norteadores <strong>de</strong>sse ensino.<br />

Dessa forma, o objetivo <strong>de</strong>ste trabalho é avaliar os Parâmetros<br />

Curriculares Nacionais tanto do ensino fundamental, como do ensino<br />

médio (1998, 2000), uma vez que tais documentos servem como pilar<br />

para o <strong>de</strong>senvolvimento das ações da sala <strong>de</strong> aula. Além disso,<br />

também, acredita-se ser relevante fazer esse estudo através da<br />

comparação dos parâmetros americanos, o Standards for Language<br />

Learning, a fim <strong>de</strong> <strong>de</strong>stacar as semelhanças e diferenças <strong>de</strong> ambos os<br />

documentos oficias. Desta forma, esse estudo <strong>de</strong>staca algumas das<br />

questões que se julgaram ser essenciais. A primeira questão a ser<br />

328


Resumo dos Trabalhos<br />

avaliada são os valores gerais apresentados por ambos os parâmetros.<br />

Em seguida, sobre o nível linguístico que os alunos <strong>de</strong>vem alcançar e<br />

como o trabalho para que isso aconteça <strong>de</strong>ve ser feito. A<strong>de</strong>mais, foram<br />

analisados os papéis da tecnologia e da interdisciplinarida<strong>de</strong>, ponto<br />

bastante enfatizado no PCN. Portanto, ao concluir o estudo po<strong>de</strong>-se<br />

perceber que há um planejamento em longo prazo no que diz respeito<br />

aos parâmetros norte-americanos, visto que existe a preocupação <strong>de</strong><br />

iniciar os educandos o quanto antes no estudo <strong>de</strong> línguas estrangeiras,<br />

porém para o documento brasileiro isso não é válido. Além disso, o<br />

fator que maior <strong>de</strong>staque merece é quanto ao que se espera do discente.<br />

Em ambos os documentos do MEC, o aluno <strong>de</strong>ve ser capaz <strong>de</strong> ler em<br />

língua estrangeira, já para o documento americano, o educando <strong>de</strong>ve<br />

ser capaz <strong>de</strong> comunicar-se e compreen<strong>de</strong>r fatores culturais.<br />

CONSTRUÇÕES DE MOVIMENTO FICTIVO EM<br />

PORTUGUÊS DO BRASIL<br />

Aline Bisotti Dornelas<br />

Luiz Fernando Matos Rocha<br />

Palavras-chave: Movimento fictivo; Cognição; Linguística <strong>de</strong> Corpus.<br />

Este trabalho preten<strong>de</strong> investigar construções <strong>de</strong> movimento fictivo em<br />

dados reais <strong>de</strong> fala do Português do Brasil, como, por exemplo, A<br />

tatuagem vai <strong>de</strong> um ombro ao outro. Em casos como este, uma relação<br />

espacial <strong>de</strong> movimento é conceptualizada como virtual ou fictiva por<br />

meio da experiência humana <strong>de</strong> escaneamento visual que expressa<br />

dinamicida<strong>de</strong> para uma entida<strong>de</strong> estática (tatuagem). O estudo tem<br />

como fundamentos os pressupostos teóricos <strong>de</strong> Langacker (2008),<br />

Talmy (1996), Matlock (2001, 2011), os quais em geral postulam a<br />

fictivida<strong>de</strong> como um fenômeno cognitivo que evi<strong>de</strong>ncia a relação entre<br />

experiência e linguagem. Os dados linguísticos investigados serão<br />

provenientes <strong>de</strong> contextos reais <strong>de</strong> fala, coletados <strong>de</strong> corpora como C-<br />

ORAL Brasil (RASO e MELLO, 2012). A proposta é verificar em<br />

quais contextos diafasicamente distintos e específicos ocorrem tais<br />

construções, tendo-se como hipótese <strong>de</strong> trabalho a noção <strong>de</strong> que seu<br />

aparecimento se dá proximamente a construções <strong>de</strong> movimento factivo.<br />

329


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

A IMPORTÂNCIA DO REGISTRO DOS SINAIS DE LIBRAS<br />

(LÍNGUA DE SINAIS BRASILEIRA) DA ÁREA DE<br />

PSICOLOGIA<br />

Antonielle Cantarelli Martins<br />

Declararam-se no Censo Demográfico 2010 como portadoras <strong>de</strong> algum<br />

tipo <strong>de</strong> <strong>de</strong>ficiência um total <strong>de</strong> 27,4 milhões <strong>de</strong> pessoas, <strong>de</strong>stes, 9,7<br />

milhões <strong>de</strong> pessoas <strong>de</strong>claram ter <strong>de</strong>ficiência auditiva. No Brasil, os<br />

surdos utilizam a Libras como primeira língua, antes que o português<br />

seja aprendido. Assim, como outras línguas naturais e existentes, ela é<br />

composta por níveis linguísticos como fonologia, morfologia e sintaxe,<br />

da mesma forma que nas línguas orais. Esta língua foi reconhecida pela<br />

lei Fe<strong>de</strong>ral 10.436 <strong>de</strong> 24 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 2002 que prevê a inserção da<br />

Libras como disciplina curricular obrigatória nos cursos <strong>de</strong> formação <strong>de</strong><br />

professores, tanto para o exercício do magistério, em nível médio e<br />

superior, como também nos cursos <strong>de</strong> Fonoaudiologia e como<br />

disciplina curricular optativa nos <strong>de</strong>mais cursos <strong>de</strong> educação superior e<br />

na educação profissional. Existe uma carência <strong>de</strong> profissionais da área<br />

clinica que conheçam língua <strong>de</strong> sinais e estejam aptos a aten<strong>de</strong>r<br />

pacientes surdos sinalizadores. Para permitir o cumprimento <strong>de</strong>sta lei e<br />

possibilitar que a Comunida<strong>de</strong> Surda seja atendida nas suas<br />

necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> forma eficaz, é necessário que o registro da língua seja<br />

feito, fornecendo assim material para construção <strong>de</strong> aulas temáticas e<br />

instrumentos <strong>de</strong> avaliação que auxiliem a prática clinica. Este trabalho,<br />

<strong>de</strong> forma autônoma, tem o objetivo <strong>de</strong> investigar os sinais <strong>de</strong> libras<br />

existentes na área da psicologia, registrar em CD e disponibilizar o<br />

material para psicólogos e professores <strong>de</strong> Libras."<br />

EXPRESSÃO FACIO-CORPORAL NA LIBRAS:<br />

APRENDIZAGEM, USO E COMPREENSÃO<br />

Bianca Ribeiro Pontin<br />

Emiliana Faria Rosa<br />

Palavras-chave: LIBRAS; ensino; expressões facio-corporais.<br />

Com o crescente aumento do ensino, e, portanto, aprendizado, da<br />

LIBRAS (língua brasileira <strong>de</strong> sinais) pelos estudantes do ensino<br />

superior no país, muitas questões são levantadas. O aprendizado da<br />

LIBRAS por estudantes ouvintes requer a atenção <strong>de</strong>stes para as<br />

distinções <strong>de</strong> tal língua. Neste trabalho uma das particularida<strong>de</strong>s a ser<br />

observada serão as expressões facio-corporais. Essencial na língua <strong>de</strong><br />

330


Resumo dos Trabalhos<br />

sinais, estas expressões são continuamente <strong>de</strong>ixadas <strong>de</strong> lado e<br />

esquecidas por alguns alunos ouvintes. Muitos não percebem a<br />

importância do uso e das especificações das mesmas e se esquecem da<br />

questão <strong>de</strong> que as expressões têm papel tão importante quanto a<br />

entonação e oralida<strong>de</strong> na língua oral. Observa-se que a questão não é<br />

pelo esquecimento do uso <strong>de</strong>ste parâmetro fonológico da LIBRAS, mas<br />

sim por isso não ser parte do cotidiano oral das pessoas ouvintes. É<br />

preciso lembrar também que alguns alunos ouvintes na graduação<br />

fazem a ca<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> LIBRAS por obrigação do currículo e, portanto,<br />

apresentam dificulda<strong>de</strong>s e/ou <strong>de</strong>sprezam esta língua.<br />

PERCEPÇÃO DOS SEGMENTOS PLOSIVOS DO INGLÊS (L2)<br />

POR APRENDIZES BRASILEIROS: EFEITOS DE<br />

DIFERENTES PADRÕES DE VOICE ONSET TIME<br />

Bruno Moraes Schwartzhaupt<br />

Ana Hemmons Baratz<br />

Palavras-chave: Voice Onset Time; I<strong>de</strong>ntificação; Discriminação.<br />

Este trabalho tem como objetivo verificar a percepção <strong>de</strong> segmentos<br />

plosivos do Inglês, em posição inicial, por aprendizes brasileiros. Esses<br />

segmentos se diferem nos dois sistemas linguísticos quanto aos seus<br />

padrões <strong>de</strong> Voice Onset Time (VOT): plosivas sonoras no PB são<br />

produzidas com VOT negativo, enquanto são produzidas com VOT<br />

zero no Inglês; por outro lado, plosivas surdas são produzidas com<br />

VOT zero na L1, mas com VOT positivo (aspiração) na língua-alvo.<br />

De acordo com o Speech Learning Mo<strong>de</strong>l (FLEGE, 1995) e o<br />

Perceptual Assimilation Mo<strong>de</strong>l – L2 (BEST & TYLER, 2007), os<br />

fones da L1 e da L2 pertencerem a um espaço fonológico comum; tal<br />

fato faz com que o aprendiz não consiga distinguir os padrões das duas<br />

línguas. Os fones da L2 são, <strong>de</strong>ssa forma, percebidos como variantes<br />

daqueles pertencentes à L1 do aprendiz. Consi<strong>de</strong>rando-se, portanto, que<br />

o aprendiz não faz distinção entre esses padrões <strong>de</strong> vozeamento, ele<br />

ten<strong>de</strong> a não produzi-los. Assim sendo, este estudo buscou verificar o<br />

grau <strong>de</strong> percepção das plosivas do Inglês por brasileiros, através <strong>de</strong> um<br />

teste <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação e um teste <strong>de</strong> discriminação AxB. Dentre os<br />

estímulos dos testes, além das plosivas com os três padrões naturais <strong>de</strong><br />

VOT, foram utilizados segmentos manipulados: plosivas surdas do<br />

Inglês tiveram seu VOT reduzido, para soarem como plosivas sonoras.<br />

Os resultados sugerem a existência <strong>de</strong> outras pistas acústicas que, além<br />

331


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

do VOT, po<strong>de</strong>m <strong>de</strong>terminar a distinção entre plosivas surdas e sonoras<br />

pelos aprendizes.<br />

O PAPEL DA IMERSÃO NO DESEMPENHO DE<br />

MULTILÍNGUES EM TAREFA DE PRIMING GRAFO-<br />

FÔNICO-FONOLÓGICO<br />

Cintia Avila Blank<br />

Márcia Cristina Zimmer (Orientadora)<br />

Palavras-chave: multilinguismo; priming grafo-fônico-fonológico;<br />

imersão<br />

Neste trabalho, são apresentados resultados <strong>de</strong> uma tarefa <strong>de</strong> priming<br />

grafo-fônico-fonológico, envolvendo 20 participantes multilíngues,<br />

falantes nativos do português brasileiro (L1), <strong>de</strong> francês (L2) e <strong>de</strong> inglês<br />

(L3). Os participantes foram divididos em 2 grupos: no grupo 1, foram<br />

coletados 10 participantes, que haviam aprendido e usado suas línguas<br />

estrangeiras no Brasil, em ambiente acadêmico. No grupo 2, foram<br />

coletados 10 participantes brasileiros, resi<strong>de</strong>ntes no Canadá, falantes <strong>de</strong><br />

francês e inglês em contexto <strong>de</strong> imersão. O objetivo da pesquisa foi<br />

analisar se haveria diferenças significativas no tempo <strong>de</strong> reação entre os<br />

grupos no momento <strong>de</strong> respon<strong>de</strong>r aos pares que possuíssem<br />

semelhanças grafo-fônico-fonológicas. O experimento contou com<br />

palavras nas 3 línguas dos participantes e dois estímulos eram testados<br />

<strong>de</strong> cada vez (prime e alvo), <strong>de</strong> forma sequencial. Os participantes<br />

<strong>de</strong>veriam <strong>de</strong>cidir em qual língua estava a segunda palavra apresentada:<br />

L1, L2 ou L3. Os pares analisados neste trabalho são: francês-inglês<br />

com priming, inglês-francês com priming, francês-inglês sem priming,<br />

inglês-francês sem priming. A hipótese previa que o grupo 2 levaria<br />

mais tempo para respon<strong>de</strong>r aos alvos que apresentassem priming<br />

relacionado, <strong>de</strong>vido a maior competição lexical originada pelo uso das<br />

línguas estrangeiras em contextos autênticos. Os resultados, obtidos<br />

com a aplicação do teste Mann-Whitney, <strong>de</strong>monstraram haver uma<br />

diferença significativa entre os grupos para os pares: inglês-francês com<br />

priming, francês-inglês com priming e francês-inglês sem priming (com<br />

o grupo 2 apresentando as maiores médias <strong>de</strong> tempo <strong>de</strong> reação). Os<br />

resultados ensejam a discussão do papel da imersão na transferência <strong>de</strong><br />

padrões grafo-fônico-fonológicos <strong>de</strong> multilíngues, numa perspectiva<br />

dinâmica (PORT; VAN GELDER, 1995; DE BOT, 2007).<br />

332


Resumo dos Trabalhos<br />

A NASALIDADE DISTINTIVA NO INÍCIO DA AQUISIÇÃO DA<br />

LÍNGUA ESCRITA<br />

Clara Simone Ignácio De Mendonça<br />

Avaliar a linguagem escrita em crianças em fase inicial <strong>de</strong> <strong>aqui</strong>sição é<br />

uma tarefa <strong>de</strong>licada. A escola por não contar com um conhecimento<br />

linguístico consistente caracteriza como erros as operações linguísticas<br />

das crianças, encaminhando-as para centros especializados para<br />

tratamento <strong>de</strong> distúrbios <strong>de</strong> aprendizagem. Essa pesquisa tem como<br />

objeto a produção escrita <strong>de</strong> crianças entre os 1ºs e 3ºs anos, cujo<br />

objetivo é investigar as hipóteses <strong>de</strong> escrita <strong>de</strong> representação da<br />

nasalida<strong>de</strong> distintiva do PB. Os dados são analisados à luz da fonologia,<br />

e mais especificamente da fonologia autossegmental. Trata-se <strong>de</strong> uma<br />

pesquisa quantitativa e qualitativa que analisa as hipóteses <strong>de</strong> escrita da<br />

criança no que tange a nasalida<strong>de</strong> distintiva. Conclui-se que a criança<br />

oscila entre hipóteses <strong>de</strong> representar ou não representar a nasalida<strong>de</strong><br />

distintiva, ou representar transgredindo regras ortográficas. Palavraschave<br />

– Aquisição da Linguagem; ensino da língua; fonologia.<br />

A DISTÂNCIA LINGUÍSTICA INFLUI NA AQUISIÇÃO DOS<br />

HETEROSSEMÂNTICOS?<br />

Dania Pinto Gonçalves<br />

O português e o espanhol são línguas mo<strong>de</strong>rnas, <strong>de</strong>nominadas <strong>de</strong><br />

línguas neolatinas, pois são provenientes do latim vulgar. A irmanda<strong>de</strong><br />

das duas línguas po<strong>de</strong> ser percebida no léxico, no qual 85% dos<br />

vocábulos são compartilhados (ULSH, 1971 apud ALMEIDA FILHO,<br />

2001). Segundo Durão (2005), o erro na língua estrangeira advém <strong>de</strong><br />

transferências linguísticas, principalmente das diferenças estruturais<br />

entre a língua materna e a língua estrangeira. Consoante à autora, para<br />

que sejam feitas as transferências é necessário conhecer a distância<br />

entre a língua <strong>de</strong> origem e a língua objeto. Essa distância po<strong>de</strong> ser<br />

objetiva ou psicológica. Como a distância das línguas <strong>de</strong>termina se<br />

haverá ou não a transferência, o fato <strong>de</strong> o português e o espanhol serem<br />

línguas irmãs facilita a transferência por parte do aprendiz. É<br />

importante se ter em mente que uma língua correspon<strong>de</strong> a uma forma<br />

<strong>de</strong> ver o mundo, por isso, mesmo o português e o espanhol sendo<br />

consi<strong>de</strong>radas, segundo Almeida Filho (1995), “quase variantes dialetais<br />

uma da outra”, evoluíram <strong>de</strong> distintos modos. Alguns léxicos em<br />

ambas as línguas po<strong>de</strong>m ter perdido, ou acrescido, ou simplesmente não<br />

333


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

ter nenhum significado em comum, sendo esses casos representados<br />

pelos heterossemânticos. Para realizar esta investigação foi proposto a<br />

alunos do 2º, 4º, 6º e 8º semestres do curso <strong>de</strong> Letras Português e<br />

Espanhol <strong>de</strong> uma universida<strong>de</strong> do sul do país, que escrevessem um<br />

texto com heterossemânticos composto por palavras do cotidiano como<br />

copa, taza entre outros. Esse léxico foi selecionado a fim <strong>de</strong> verificar se<br />

a distância entre as línguas po<strong>de</strong> dificultar a competência comunicativa,<br />

se os equívocos produzidos pelos aprendizes são transferências<br />

linguísticas e se há ou não uma evolução da interlíngua em relação aos<br />

heterossemânticos.<br />

Palavra-chave: Distância entre as línguas, heterossemânticos e<br />

interlíngua"<br />

CHARGE ANIMADA: A ATENÇÃO, A PERCEPÇÃO E A<br />

MEMÓRIA NO PROCESSAMENTO DA INFORMAÇÃO<br />

Douglas Moraes Machado<br />

Elenice An<strong>de</strong>rsen<br />

A presente pesquisa em <strong>de</strong>senvolvimento vincula-se ao Programa <strong>de</strong><br />

<strong>Educação</strong> Tutorial (PET), financiado pelo MEC, o qual tem como<br />

objeto <strong>de</strong> estudo as mídias emergentes em comunicação digital. A<br />

charge animada possui o mesmo intuito da charge impressa, mas<br />

ganhou novos recursos: animações, cores, expressões, enfim, todos os<br />

recursos computacionais, que acrescentam e mostram ângulos<br />

diferentes <strong>de</strong> exposição dos fatos e interpretação. Na primeira etapa,<br />

será averiguado como os alunos compreen<strong>de</strong>m o gênero textual charge<br />

eletrônica, pelo viés das Ciências Cognitivas. Parte-se do pressuposto<br />

cognitivo <strong>de</strong> que a mente humana é um processador <strong>de</strong> informação, isto<br />

é, a mente do leitor recebe, armazena, recupera, transforma e transmite<br />

informações (KOCH, 2009, p. 36). Conforme Cassany (1998, pág.203)<br />

o processo <strong>de</strong> compreensão leitora se dá pela percepção que o leitor tem<br />

do texto, ou seja, a primeira leitura, ao passar os olhos. A partir daí o<br />

leitor <strong>de</strong>lineia os objetivos da leitura e coloca a suas expectativas sobre<br />

o que vai ler (tema, estrutura do texto, tom, forma, etc.), cria hipóteses<br />

através das informações prévias, nas suas experiências <strong>de</strong> leitura, nos<br />

esquemas <strong>de</strong> conhecimento que possui e que acumulou ao longo da<br />

vida. Só após esse processo, começa a verificar as hipóteses que<br />

formulou. Po<strong>de</strong> confirmá-las, reformulá-las ou retificá-las, e só com a<br />

interação entre o que já sabemos e as informações novas do texto, que<br />

se realiza a representação mental do significado do texto, quando se dá<br />

334


Resumo dos Trabalhos<br />

então, a compreensão <strong>de</strong>ste, que é instantânea e ativa durante toda a<br />

leitura. No contexto atual, as tecnologias <strong>de</strong> informação e comunicação<br />

vêm sendo discutidas e apoiadas pelos PCN’s para o <strong>de</strong>senvolvimento<br />

da compreensão leitora, a fim <strong>de</strong> formar alunos capazes <strong>de</strong><br />

posicionarem-se <strong>de</strong> forma crítica, uma vez que, segundo MORAN<br />

(2004, p.348) as novas tecnologias po<strong>de</strong>m reforçar a contribuição <strong>de</strong><br />

trabalhos pedagógicos e didáticos contemporâneos , pois permitem que<br />

sejam criadas situações ricas, complexas e diversificadas. A charge<br />

eletrônica permitiu que essa prática se tornasse mais agradável e<br />

interativa. Nela, os personagens ganham novos efeitos: som, luz, cor,<br />

animação e voz, tornando mais agradável a compreensão leitora. Para<br />

essa pesquisa, duas charges eletrônicas serão assistidas por alunos do<br />

8º ano do Ensino Fundamental. Para a análise da compreensão leitora,<br />

será aplicada a estratégia <strong>de</strong> construção <strong>de</strong> texto parafrástico que<br />

subsidiarão a formulação <strong>de</strong> hipóteses sobre quais aspectos (verbais<br />

e/ou não-verbais) são mais reconhecidos pelos alunos para a<br />

construção <strong>de</strong> uma representação mental do texto. A análise se pauta<br />

também no pressuposto <strong>de</strong> que essas representações ocorrem através <strong>de</strong><br />

diferentes fatores cognitivos que influenciam no processamento da<br />

informação, entre os quais o foco na pesquisa está na percepção, na<br />

atenção e na memória. Assim sendo, busca-se investigar o que os<br />

alunos percebem na charge animada e se os mesmo pren<strong>de</strong>m a atenção<br />

nos elementos não verbais exibidos na charge animada e o que<br />

armazenam na memória para compreen<strong>de</strong>r o gênero textual charge<br />

eletrônica. Palavras-chave: Cognição; Representação Mental;<br />

Processamento Textual; Charge Eletrônica.<br />

O DESAFIO DE PROGREDIR NA APRENDIZAGEM DE LE NA<br />

ESCOLA PÚBLICA: DANDO VOZ AOS ALUNOS DO ENSINO<br />

FUNDAMENTAL II<br />

Eliane Fernan<strong>de</strong>s Azzari<br />

Em um contexto educacional que privilegia o paradigma curricular<br />

(Lemke, 2010), cresce a preocupação em dar voz aos protagonistas da<br />

aprendizagem, <strong>de</strong> modo a compreen<strong>de</strong>r suas opiniões e percepções,<br />

valorizando o que esses aprendizes já conhecem e como po<strong>de</strong>m<br />

contribuir para sua tarefa <strong>de</strong> apren<strong>de</strong>r (Kanavillil, 2006). O que é e<br />

como é apren<strong>de</strong>r uma língua estrangeira (LE) em uma sala <strong>de</strong> aula <strong>de</strong><br />

uma escola pública? Que resultados esses aprendizes esperam atingir<br />

após anos <strong>de</strong> aula <strong>de</strong> LE, até o término do ensino médio? Como esses<br />

335


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

aprendizes percebem que estão (ou não)progredindo? Estas são<br />

algumas das questões que motivam nossa pesquisa. Realizando grupos<br />

focais e entrevistas individuais com alunos da re<strong>de</strong> pública em<br />

Valinhos, no interior do estado <strong>de</strong> SP e pesquisando na literatura<br />

(Leffa,1991; William e Bur<strong>de</strong>n, 1999), levantamos 49 afirmativas que<br />

expressam opiniões sobre as perguntas <strong>de</strong> pesquisa. Na etapa seguinte,<br />

usando o instrumento <strong>de</strong> pesquisa oferecido pela Metodologia Q, 26<br />

alunos do 8º e 9º anos formaram 4 perfis diferentes <strong>de</strong> alunos, <strong>de</strong><br />

acordo com as opiniões que compartilham /os diferem entre si.<br />

Adotando uma visão meta-cognitivista e sócio-construtivista da<br />

aprendizagem, colocamos a perspectiva do aprendiz em pauta<br />

(Williams e Bur<strong>de</strong>n,1997) esperando que, ao ouvir o aprendiz,<br />

possamos repensar nossas práticas escolares e escolhas curriculares, <strong>de</strong><br />

modo a contribuir para a pesquisa que visa buscar os caminhos para<br />

vencer o <strong>de</strong>safio <strong>de</strong> apren<strong>de</strong>r e ensinar uma LE hoje."<br />

O PAPEL DA INSTRUÇÃO EXPLÍCITA E DA MEMÓRIA DE<br />

TRABALHO NA LEITURA EM L2<br />

Eren Melo Moraes Pasquali<br />

Palavras-chave: Leitura em L2; Instrução explícita; Memória <strong>de</strong><br />

trabalho.<br />

O presente estudo foi realizado com o objetivo <strong>de</strong> investigar o papel da<br />

instrução explícita e da memória <strong>de</strong> trabalho na leitura em L2 <strong>de</strong> alunos<br />

do curso <strong>de</strong> Análise e Desenvolvimento <strong>de</strong> Sistemas <strong>de</strong> uma faculda<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> tecnologia <strong>de</strong> Pelotas. Para tanto, um estudo foi <strong>de</strong>senvolvido,<br />

contanto com 29 informantes divididos em Grupo Experimental e<br />

Grupo Controle. Para a coleta <strong>de</strong> dados foram utilizados quatro<br />

instrumentos <strong>de</strong> pesquisa durante as aulas <strong>de</strong> inglês instrumental: préteste,<br />

pós-teste, teste <strong>de</strong> retenção e teste <strong>de</strong> memória <strong>de</strong> trabalho.<br />

Primeiramente, o pré-teste foi realizado com o objetivo <strong>de</strong> observar o<br />

conhecimento dos alunos acerca das conjunções em inglês durante a<br />

leitura <strong>de</strong> textos em L2. Em seguida, houve a instrução explícita sobre o<br />

tópico gramatical em questão somente para o grupo experimental. O<br />

pós-teste, que foi realizado para ambos os grupos, pretendia observar o<br />

<strong>de</strong>sempenho dos informantes após a instrução. O terceiro teste, o qual<br />

foi realizado três meses <strong>de</strong>pois da instrução, tinha o objetivo <strong>de</strong><br />

observar a retenção das formas- alvo. Finalmente, o teste <strong>de</strong> memória<br />

<strong>de</strong> trabalho foi aplicado para observar se leitores mais competentes em<br />

L2, possuem uma memória <strong>de</strong> trabalho mais ampla. Os resultados<br />

336


Resumo dos Trabalhos<br />

revelam que a instrução explícita <strong>de</strong>sempenha papel importante para a<br />

melhora da leitura em L2, porém na amostra investigada não foi<br />

encontrada relação entre <strong>de</strong>sempenho nos testes <strong>de</strong> leitura e memória <strong>de</strong><br />

trabalho.<br />

O QUE A LINGUÍSTICA COGNITIVA TEM A NOS DIZER<br />

SOBRE O ENSINO DE PRONÚNCIA NO BRASIL: UM<br />

BALBUCIO TEÓRICO<br />

Felipe Flores Kupske<br />

O objetivo <strong>de</strong>ste trabalho não é apontar resultados por meio <strong>de</strong> dados<br />

empíricos, mas levantar questionamentos sobre o ensino <strong>de</strong> línguas,<br />

ensino <strong>de</strong> pronúncia especificamente, calcados nos estudos das<br />

ciências do cérebro e no emergentismo contemporâneo que contemplam<br />

a representação linguística como enriquecida e oriunda da experiência<br />

linguística. Neste prisma, partindo da hipótese <strong>de</strong> que conhecimento<br />

linguístico é balizado pelo uso real da linguagem, questões dialetais<br />

tornam-se centrais a essa temática. Em um país possuidor <strong>de</strong> seus<br />

idiossincráticos dialetos, como <strong>de</strong>finir língua materna? Ao menos no<br />

que concerne à pedagogia <strong>de</strong> línguas, não é possível pensar-se em<br />

<strong>de</strong>mocratização do ensino se estamos atentos ao fato <strong>de</strong> que, nos<br />

mol<strong>de</strong>s atuais, esse ensino é balizado por guias impostos<br />

nacionalmente, partindo do pressuposto que todos os brasileiros<br />

possuem sistemas <strong>de</strong> língua materna iguais. Não po<strong>de</strong>mos, por<br />

exemplo, pensar que o gaúcho, que produz [dZia] para dia, e o falante<br />

paraibano, que produz [‘dia], irão apresentar os mesmos estágios<br />

<strong>aqui</strong>sicionais para a emergência do fonema /dZ/, como em [‘dZam]<br />

para jam, contrastivo em inglês e não em português. Nesta perspectiva,<br />

o ensino da oralida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ve ser revisitado. Este trabalho apresenta,<br />

então, um balbucio teórico calcado em mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> percepção <strong>de</strong> língua<br />

estrangeira para questionar <strong>de</strong>terminadas práticas <strong>de</strong> ensino <strong>de</strong><br />

pronúncia."<br />

337


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

A CONSTRUÇÃO CONCESSIVA PERSPECTIVIZADORA<br />

“PARA X Y” NO ÂMBITO DA ESCRITA E DA FALA EM PB:<br />

LEVANTAMENTOS INICIAIS<br />

Gabriela Da Silva Pires<br />

Luiz Fernando Matos Rocha<br />

Este trabalho, <strong>de</strong>senvolvido na área <strong>de</strong> Linguística Cognitiva acerca da<br />

Gramática das Construções (cf. Goldberg, 1995; 2006), se propõe<br />

estudar um tipo especial <strong>de</strong> construção que chamamos <strong>de</strong> Construção<br />

Concessiva Perspectivizadora (CCP), <strong>de</strong> caráter aparentemente<br />

emergente em PB, e cuja esquematização é “PARA X, Y”. Seguindo<br />

uma metodologia <strong>de</strong> vertente empírica, investigações preliminares<br />

foram feitas com base em corpora <strong>de</strong> língua escrita, a saber: Legenda<br />

<strong>de</strong> Filmes, Domínio Público e Nilc/São Carlos. Uma segunda etapa<br />

consi<strong>de</strong>rou também dados da fala, por meio dos corpora NURC-RJ, C-<br />

ORAL-BRASIL e VALPB. De acordo com os dados, essa construção é<br />

instanciada como no exemplo: “Para quem nunca fez <strong>aqui</strong>lo na vida,<br />

até que ele estava se dando muitíssimo bem!” (Corpus DP); em que<br />

PARA X representa um elemento perspectivizador, marcado por um SN<br />

preferencialmente in<strong>de</strong>finido e Y contém um comentário <strong>de</strong> caráter<br />

contrastivo. Após rigoroso procedimento metodológico <strong>de</strong> busca e<br />

tratamento dos dados, algumas consi<strong>de</strong>rações emergem, a saber: (i) os<br />

estudos têm sinalizado um caráter enfático da construção, que po<strong>de</strong> ser<br />

um indício <strong>de</strong> que, <strong>de</strong> fato, a noção <strong>de</strong> ênfase para contrastar<br />

situações/entida<strong>de</strong>s é fortemente atrelada à construção; (ii) uma<br />

característica verificada através das instâncias é que a CCP também<br />

atua como modalizadora, po<strong>de</strong>ndo servir para atenuar um contraste ou<br />

mesmo para intensificá-lo; (iii) <strong>de</strong>vido a uma forte proximida<strong>de</strong><br />

verificada entre os sentidos concessivo e conformativo, ainda no<br />

processo <strong>de</strong> tratamento das ocorrências, é cogitada a hipótese <strong>de</strong> que<br />

casos <strong>de</strong> CCP sejam um tipo <strong>de</strong> construção “<strong>de</strong>sconformativa”, o que<br />

po<strong>de</strong> indicar que extensões polissêmicas (próprias da estrutura PARA<br />

X) atuem nessa construção.<br />

Palavras-chave: Gramática das Construções; Concessão;<br />

Perspectivização.<br />

338


Resumo dos Trabalhos<br />

CINE CUICA: OUTRA LINGUAGEM PARA INCLUSÃO NA<br />

CULTURA<br />

Guilherme Bizzi Guerra<br />

O trabalho “Cine CUICA: outra linguagem para inclusão na cultura”<br />

tem o propósito <strong>de</strong> apresentar a ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> extensão, pensada pelo<br />

grupo PET Letras – Laboratório Corpus/Conexões <strong>de</strong> Saberes, que visa<br />

expandir a cultura cinematográfica, promover um espaço <strong>de</strong> <strong>de</strong>bates e<br />

<strong>de</strong> reflexões, a fim <strong>de</strong> possibilitar formação e transformação cidadã dos<br />

participantes. A partir da necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aprofundar o contato <strong>de</strong><br />

alunos <strong>de</strong> escolas públicas com elementos culturais que formam o<br />

cidadão, a realização do “Cine CUICA” é <strong>de</strong> extrema importância para<br />

a constituição do caráter <strong>de</strong> cada aluno envolvido. Tem-se a pretensão<br />

<strong>de</strong> possibilitar que as famílias dos alunos envolvidos também<br />

participem <strong>de</strong>ssa ativida<strong>de</strong>, a fim <strong>de</strong> que haja uma integração mais<br />

ampla com a comunida<strong>de</strong>. Além disso, preten<strong>de</strong>-se oferecer momentos<br />

<strong>de</strong> reflexões mediante a apresentação <strong>de</strong> filmes e documentários que<br />

retratem as diversas situações vividas pelos alunos em seu contexto<br />

social. Da mesma forma, almeja-se possibilitar <strong>de</strong>bates para formação<br />

do senso crítico; promover a inclusão <strong>de</strong> estudantes ao expor seus<br />

direitos, motivando, assim, a compreensão do que é a cidadania entre<br />

estudantes <strong>de</strong> diferentes ida<strong>de</strong>s e a consequente disseminação <strong>de</strong>sses<br />

saberes adquiridos na socieda<strong>de</strong>; unir às exibições <strong>de</strong><br />

filmes/documentários e aos <strong>de</strong>bates as ativida<strong>de</strong>s realizadas na<br />

Associação CUICA como modo <strong>de</strong> contribuição para a formação <strong>de</strong><br />

opiniões acerca das produções cinematográficas e temas do cotidiano.<br />

Busca-se, também, oferecer, ao grupo PET Letras, o auxílio na<br />

formação para a tarefa docente, promovendo o primeiro contato com<br />

ativida<strong>de</strong>s que visam a formação do caráter cidadão em jovens alunos."<br />

PALAVRA E IMAGEM: A LEITURA NOS SUPORTES<br />

TECNOLÓGICOS<br />

João Pedro Rodrigues Santos<br />

Elenice Maria Larroza An<strong>de</strong>rsein (Orientadora)<br />

Palavras-chave: Cognição, tecnologias, leitura.<br />

RESUMO: Este trabalho apresenta uma investigação sobre<br />

representações mentais <strong>de</strong> estudantes construídas a partir do uso <strong>de</strong><br />

tecnologia educacional. A pesquisa, que é financiada pelo Programa <strong>de</strong><br />

<strong>Educação</strong> Tutorial (MEC) – PET Letras – da Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do<br />

339


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

Pampa, objetiva analisar os mo<strong>de</strong>los mentais construídos pelos<br />

estudantes no processamento <strong>de</strong> informações textuais e imagéticas <strong>de</strong><br />

um livro interativo construído com o Google Earth. O livro construído<br />

explora a interdisciplinarida<strong>de</strong> entre Literatura e Geografia. Utiliza o<br />

poema “O Mapa”, <strong>de</strong> Mario Quintana, bem como imagens geográficas<br />

da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Porto Alegre que complementam o sentido do texto. Os<br />

alunos exploraram o livro e escreveram a respeito das imagens mentais<br />

que construíram relativamente ao cenário do poema. A análise dos<br />

escritos dos estudantes enfoca os mo<strong>de</strong>los mentais elaborados durante a<br />

leitura <strong>de</strong> um poema apoiado por imagens, buscando, igualmente,<br />

i<strong>de</strong>ntificar as informações textuais e imagéticas que ativaram tais<br />

mo<strong>de</strong>los. Os resultados apontam para a a<strong>de</strong>quação do trabalho<br />

interdisciplinar com o uso do software para a formação mais completa<br />

dos estudantes em uma socieda<strong>de</strong> tecnológica e permeada por imagens.<br />

*João Pedro Rodrigues Santos – Acadêmico do Curso <strong>de</strong> Letras da<br />

Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do Pampa. Bolsista do Programa <strong>de</strong> <strong>Educação</strong><br />

Tutorial (MEC) PET Letras. *Elenice Maria Larroza An<strong>de</strong>rsen-<br />

Professora do curso <strong>de</strong> Licenciatura em Letras da Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral<br />

do Pampa. Tutora do Programa <strong>de</strong> <strong>Educação</strong> Tutorial (MEC) PET –<br />

Letras.<br />

APRENDIZAGEM PRECOCE DE L2 E DESENVOLVIMENTO<br />

COGNITIVO<br />

Katiele Naiara Hirsch<br />

A capacida<strong>de</strong> humana <strong>de</strong> apren<strong>de</strong>r línguas é um fenômeno fascinante.<br />

Des<strong>de</strong> muito jovens somos capazes <strong>de</strong> apren<strong>de</strong>r não apenas uma<br />

língua, mas várias. Consi<strong>de</strong>rando tal capacida<strong>de</strong> e também as<br />

exigências do modo <strong>de</strong> vida contemporâneo, é cada vez mais comum<br />

observarmos crianças frequentanto aulas <strong>de</strong> língua estrangeira <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

muito pequenas, até mesmo em fase pré-escolar. Consi<strong>de</strong>rando o<br />

crescente contato <strong>de</strong> crianças com a língua inglesa, realizamos uma<br />

investigação teórica a respeito da aprendizagem <strong>de</strong> uma língua<br />

estrangeira não apenas como um meio <strong>de</strong> inserção e ascensão social ou<br />

canal <strong>de</strong> acesso a diferentes culturas, mas como “instrumento” que<br />

favorece o <strong>de</strong>senvolvimento cognitivo. A hipótese apresentada neste<br />

trabalho é <strong>de</strong> que a aprendizagem precoce <strong>de</strong> língua estrangeira gera<br />

um impacto positivo no <strong>de</strong>senvolvimento congitivo da criança,<br />

implicando não apenas no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> aspectos linguísticos,<br />

mas na cognição <strong>de</strong> um modo geral. Quando nos referimos à<br />

340


Resumo dos Trabalhos<br />

aprendizagem precoce, consi<strong>de</strong>ramos como aprendizes crianças entre<br />

quatro e seis anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>. A partir <strong>de</strong> uma revisão da literatura sobre<br />

a <strong>aqui</strong>sição <strong>de</strong> língua estrangeira e levando em conta observações<br />

empíricas, encontramos várias informações que indicam a<br />

possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> diversos processos cognitivos serem potencializados<br />

através da aprendizagem <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> um sistema linguístico, entre os<br />

quais, <strong>de</strong>stacamos a memória.<br />

AUTONOMIA: REFLEXÕES SOBRE A CONSTRUÇÃO DESTA<br />

PRÁTICA PELO ALUNO DA EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA<br />

(EAD)<br />

Laís Amélia Ribeiro De Siqueira<br />

O presente trabalho tem como objetivo apresentar uma proposta <strong>de</strong><br />

pesquisa sobre <strong>de</strong>senvolvimento da autonomia discente a ser realizada<br />

em uma turma do curso <strong>de</strong> Pedagogia na modalida<strong>de</strong> EAD ministrado<br />

por uma instituição <strong>de</strong> ensino superior particular na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Pelotas-<br />

RS. As estratégias para <strong>de</strong>senhar tal proposta são iniciadas a partir <strong>de</strong><br />

um levantamento, com os alunos matriculados neste curso, sobre o que<br />

se enten<strong>de</strong> por autonomia e quais as estratégias, utilizadas por eles, <strong>de</strong><br />

estabelecimento <strong>de</strong>sta. A <strong>Educação</strong> à Distância é uma modalida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

ensino relativamente nova e que está em gran<strong>de</strong> expansão em nosso<br />

país. O governo fe<strong>de</strong>ral, através do Ministério da <strong>Educação</strong> tem<br />

estimulado tanto as universida<strong>de</strong>s fe<strong>de</strong>rais quanto as particulares a<br />

abrirem cursos em diversas áreas, principalmente nas licenciaturas,<br />

utilizando esta nova forma <strong>de</strong> acesso à educação. Moran (2009) explica<br />

que é muito importante educar para a autonomia e para que cada um<br />

encontre o seu próprio ritmo <strong>de</strong> aprendizagem. Destaca, também, que o<br />

caminho para autonomia acontece através do equilíbrio entre a<br />

interação e a interiorização. Através da interação acontece o<br />

aprendizado e expressamos nossas i<strong>de</strong>ias através do confronto <strong>de</strong><br />

experiências e realizações. Desta forma, esta pesquisa, vem discutindo,<br />

nesta primeira etapa, a autonomia e os ritmos <strong>de</strong> aprendizagem<br />

individuais tendo por prerrogativas didático-pedagógicas o ambiente<br />

virtual <strong>de</strong> aprendizagem.<br />

341


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

ACESSO LEXICAL NA PRODUÇÃO DE FALA BILÍNGUE EM<br />

REGIÃO DE FRONTEIRA - BRASIL/URUGUAI<br />

Leandra Fagun<strong>de</strong>s (Ucpel)<br />

Márcia Zimmer (Ucpel)<br />

O foco <strong>de</strong>sta pesquisa é a análise dos DPUs (dialectos portugueses <strong>de</strong>l<br />

Uruguai) utilizados na região fronteiriça <strong>de</strong> Aceguá/RS, região on<strong>de</strong> há<br />

um continuum dialetal, do português uruguaio rural ao português<br />

brasileiro padrão, o que caracteriza diglossia e po<strong>de</strong> trazer implicações<br />

para a cognição bilíngue. A necessida<strong>de</strong> dos bilíngues <strong>de</strong> controlar<br />

duas línguas continuamente durante a produção da fala exerce efeitos<br />

gerais sobre as suas re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> atenção. Para investigar esses efeitos, foi<br />

comparado o <strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong> crianças bilíngues e monolíngues na<br />

tarefa ANT, versão infantil (RUEDA et al., 2004). Foram investigadas<br />

três re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> atenção: alerta, orientação e controle executivo, medindose<br />

o Tempo <strong>de</strong> Reação e Acurácia obtidos na ANT. Os resultados<br />

revelaram que os bilíngues foram mais rápidos na execução da tarefa<br />

mais eficientes nas re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> alerta e <strong>de</strong> controle executivo.<br />

Particularmente, os bilíngues saíram-se melhor quando havia uma pista<br />

<strong>de</strong> alerta e mais eficientes na resolução <strong>de</strong> informações conflitantes. Ou<br />

seja, o bilinguismo exerce influência no gerenciamento eficaz da<br />

atenção por parte das crianças, as quais estão no auge <strong>de</strong> sua<br />

capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> atenção. Os dados foram coletados com a utilização do<br />

software e-prime e submetidos ao software estatístico SPSS."<br />

A REVISTA LETRAS/UFSM E O ENSINO DE LÍNGUA<br />

PORTUGUESA<br />

Letícia Schuler Gonçalves<br />

Palavras-chave: ciência linguística; ensino; língua portuguesa Sob o<br />

interesse em conhecer a constituição do discurso dos linguistas<br />

brasileiros sobre o ensino <strong>de</strong> língua, o trabalho se coloca na tentativa <strong>de</strong><br />

associar o discurso da produção linguística à história da disciplina<br />

curricular Língua Portuguesa no Brasil.O projeto almeja fazer uma<br />

investigação sobre o discurso da ciência linguística para o ensino <strong>de</strong><br />

língua portuguesa procurando i<strong>de</strong>ntificar estratégias <strong>de</strong> argumentação e<br />

marcas linguísticas utilizadas pelos autores dos textos para registrar<br />

suas posições enunciativas.Preten<strong>de</strong>-se realizar leituras e discussões<br />

sobre a temática abordada, bem como <strong>de</strong>preen<strong>de</strong>r as bases<br />

metodológicas que subsidiam a temática com críticas feitas e<br />

342


Resumo dos Trabalhos<br />

orientações dadas pelos linguistas às práticas <strong>de</strong> ensino <strong>de</strong> português;<br />

reconhecer e estabelecer que concepções <strong>de</strong> linguagem, <strong>de</strong> língua e <strong>de</strong><br />

ensino <strong>de</strong> língua materna são <strong>de</strong>fendidas nos textos em análise para que<br />

seja feito um cotejo entre os textos analisados, buscando pontos <strong>de</strong><br />

afastamento e <strong>de</strong> aproximação a respeito do que cada um <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>.Esse<br />

trabalho se volta à análise e interpretação <strong>de</strong> artigos acadêmicos<br />

publicados em uma revista especializada, a Revista<br />

Letras/UFSM.Alguns resultados parciais foram alcançados ao longo do<br />

primeiro ano <strong>de</strong> trabalho, mas os resultados finais serão alcançados e<br />

apresentados até o final <strong>de</strong> 2012.<br />

SEMÂNTICA DE FRAMES E O COMPORTAMENTO DE<br />

ADVÉRBIOS ASPECTUALIZADORES DE REITERAÇÃO<br />

Liliane Da Silva Prestes-Rodrigues<br />

A Semântica <strong>de</strong> Frames é um programa investigativo baseado na i<strong>de</strong>ia<br />

<strong>de</strong> que o conhecimento linguístico é organizado como uma<br />

enciclopédia, pois unida<strong>de</strong>s linguísticas estabelecem re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> relações<br />

entre si com base no significado. Fillmore e Baker (2011, p. 314)<br />

afirmam que essa teoria propõe o “estudo <strong>de</strong> como, como parte <strong>de</strong><br />

nosso conhecimento sobre linguagem, associamos formas linguísticas a<br />

estruturas cognitivas – os frames – que largamente <strong>de</strong>terminam o<br />

processo (...) <strong>de</strong> interpretação <strong>de</strong>ssas formas”. O objetivo <strong>de</strong>ste trabalho<br />

é <strong>de</strong>screver e analisar o comportamento dos advérbios<br />

aspectualizadores <strong>de</strong> reiteração geralmente, raramente, várias vezes e<br />

algumas vezes (ILARI, 1992), pertencentes ao frame Frequency<br />

(<strong>de</strong>scrito pelo projeto FrameNet), interagem com frames verbais nas<br />

construções em que aparecem. Busca-se compreen<strong>de</strong>r como o frame <strong>de</strong><br />

frequência relaciona-se com outros frames, influenciando o conteúdo<br />

aspectual da predicação. O corpus utilizado para coleta <strong>de</strong> dados é o<br />

CETENFolha, constituído <strong>de</strong> textos jornalísticos. Os dados foram<br />

coletados utilizando-se concordanciador presente do pacote<br />

computacional WordSmith Tools 17.0. Após, fez-se levantamento dos<br />

verbos que acompanham esses advérbios nas construções, bem como a<br />

busca <strong>de</strong> características comuns <strong>de</strong>sses verbos que os permitam ser<br />

agrupados em frames maiores. As análises apontaram para<br />

comportamento diferentes para cada advérbio, com <strong>de</strong>staque especial<br />

para o frame <strong>de</strong> comunicação, recorrente nas construções com várias<br />

vezes e algumas vezes; bem como <strong>de</strong> verbos <strong>de</strong> estado, recorrentes nas<br />

construções com geralmente e raramente. Percebe-se, pois, que a<br />

343


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

interação entre esses advérbios e os frames verbais relaciona-se à<br />

expressão das categorias aspectuais <strong>de</strong> frequência e habitualida<strong>de</strong>.<br />

Palavras-chave: Semântica <strong>de</strong> Frames; Advérbio; Aspecto.<br />

CONTROLE INIBITÓRIO E REDES DE ATENÇÃO: AS<br />

DIFERENÇAS ENTRE CÉREBROS BILÍNGUES E<br />

MONOLÍNGUES<br />

Lisandra Rutkoski Rodrigues<br />

Os estudos cognitivos sobre bilinguismo têm revelado uma varieda<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> diferenças cognitivas entre monolíngues e bilíngues em quase todas<br />

as faixas etárias (BIALYSTOK et al., 2004; MARTIN-RHEE;<br />

BIALYSTOK, 2008). A maioria <strong>de</strong>ssas diferenças correspon<strong>de</strong> às<br />

vantagens apresentadas por bilíngues no que diz respeito a ganhos em<br />

funções executivas (processos cognitivos responsáveis pelo<br />

planejamento e execução <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s) como um maior controle<br />

inibitório e atencional (re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> alerta, <strong>de</strong> orientação e <strong>de</strong> controle<br />

executivo). Este estudo busca investigar se tais vantagens bilíngues se<br />

apresentam também em uma população ainda não investigada pelos<br />

estudos anteriores: os executivos. A razão pela escolha <strong>de</strong>ssas pessoas<br />

se <strong>de</strong>u em função <strong>de</strong> seu trabalho se caracterizar por uma alta <strong>de</strong>manda<br />

cognitiva, envolvendo a tomada diária <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões importantes e a<br />

resolução <strong>de</strong> problemas. Foram selecionados 24 profissionais na faixa<br />

etária entre 30-49 anos, com curso superior completo, ocupantes <strong>de</strong><br />

cargos executivos em empresas <strong>de</strong> Porto Alegre e arredores, e nas<br />

cida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Rio Gran<strong>de</strong> e Pelotas, sendo 12 monolíngues e 12 bilíngues.<br />

Os participantes foram testados por meio dos seguintes experimentos: a<br />

tarefa <strong>de</strong> Simon (SIMON; WOLF, 1963) e a Tarefa da Re<strong>de</strong><br />

Atencional (Attentional Network Task – ANT) (FAN et al., 2002). Os<br />

resultados encontrados revelaram tempos <strong>de</strong> reação menores para o<br />

grupo bilíngue na maioria das variáveis observadas. No entanto, as<br />

diferenças entre os grupos não se mostraram significativas, o que<br />

corrobora alguns estudos feitos com essa faixa etária em outras<br />

populações, e nos leva a crer que as variáveis escolarida<strong>de</strong> e tipo <strong>de</strong><br />

ativida<strong>de</strong> profissional possam anular a vantagem bilíngue.<br />

Palavras-chave: Cognição; Bilinguismo; Funções Executivas."<br />

344


Resumo dos Trabalhos<br />

ERROS ORTOGRÁFICOS E CONSCIÊNCIA FONOLÓGICA:<br />

RELAÇÕES APRESENTADAS POR ESCOLARES<br />

ALFABÉTICOS<br />

Liza Gutierres<br />

Gabriele Donicht<br />

É consenso na literatura a relação existente entre consciência fonológica<br />

(CF) e aprendizagem da escrita. Para Morais et al. (1979), existem<br />

certos componentes da CF que po<strong>de</strong>m ser adquiridos antes <strong>de</strong> a criança<br />

apren<strong>de</strong>r a escrever e po<strong>de</strong>m favorecer essa aprendizagem, assim como<br />

também existem outros níveis <strong>de</strong> conhecimento fonológico que só se<br />

<strong>de</strong>senvolvem quando os princípios do sistema alfabético são por ela<br />

compreendidos. O objetivo <strong>de</strong>ste estudo é analisar e <strong>de</strong>screver a relação<br />

entre o <strong>de</strong>sempenho em tarefas <strong>de</strong> CF e os erros ortográficos<br />

apresentados por crianças que já alcançaram o nível alfabético <strong>de</strong><br />

escrita. A amostra é composta por 29 textos pertencentes ao banco <strong>de</strong><br />

dados do Grupo <strong>de</strong> Estudos sobre Aquisição da Linguagem Escrita<br />

(BATALE-GEALE-FaE-<strong>UFPel</strong>), produzidos por 18 meninos e 11<br />

meninas, escolares do 1º ao 4º anos <strong>de</strong> duas escolas públicas <strong>de</strong> Pelotas-<br />

RS; e também por avaliações da CF resultantes da aplicação do<br />

CONFIAS (MOOJEN et al., 2003). A partir dos resultados<br />

apresentados pelas crianças, busca-se relacionar os tipos <strong>de</strong> erros<br />

ortográficos <strong>de</strong> base fonológica (cf MIRANDA, 2010) presentes nas<br />

produções escritas ao <strong>de</strong>sempenho nas tarefas <strong>de</strong> CF (silábica e<br />

fonêmica). Uma análise preliminar dos resultados aponta para uma<br />

relação positiva entre os erros ortográficos que alteram a estrutura<br />

silábica com o baixo <strong>de</strong>sempenho em tarefas que envolvem habilida<strong>de</strong>s<br />

em CF relacionadas à sílaba e, consequentemente, ao fonema."<br />

AUTOCITAÇÃO FICTIVA: COGNIÇÃO E CORPUS<br />

Luiz Fernando Matos Rocha<br />

O fenômeno da autocitação fictiva é um tipo discursivo <strong>de</strong> fictivida<strong>de</strong><br />

por meio do qual seus conceptualizadores impõem perspectiva<br />

subjetificante e avaliativa ao discurso direto em primeira pessoa. Isso é<br />

provocado pelo uso incongruente entre tal forma canônica <strong>de</strong> reportar e<br />

o sentido <strong>de</strong> verbos dicendi, que assumem status epistêmico (e.g. Eu<br />

disse (pensei): “Meu Deus!”). O objetivo é a <strong>de</strong>scrição e análise da<br />

autocitação fictiva e sua extensão factiva em corpora orais <strong>de</strong><br />

Português Europeu (PE) e Brasileiro (PB), a partir da construção<br />

345


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

semiaberta (EU) disse/falei X-oracional. Utilizam-se o corpus C-<br />

ORAL-ROM Português (BACELAR DO NASCIMENTO et al., 2005)<br />

e o corpus C-ORAL-BRASIL (RASO e MELLO, 2010, 2012), bem<br />

como os corpora CINTIL, NURC-RJ e dados <strong>de</strong> um reality show;<br />

submetidos às ferramentas TextSTAT ou Contextes. Os resultados<br />

apontam para contrastes conceptuais, diatópicos e diafásicos entre usos<br />

<strong>de</strong> “disse” e “falei” nas varieda<strong>de</strong>s nacionais. O verbo “falar” não<br />

introduz espaço mental <strong>de</strong> discurso reportado em PE; e certos frames<br />

interacionais são mais propícios à autocitação fictiva, como o reality<br />

show. A fictivida<strong>de</strong> afeta a autocitação em ambas as varieda<strong>de</strong>s,<br />

mapeada por pistas que incluem reportação monológica, subjetificação,<br />

escaneamento mental, metáfora, incongruência dêitica, atos <strong>de</strong> falas<br />

como promessa. Palavras-chave: Autocitação fictiva; Discurso;<br />

Cognição; Linguística <strong>de</strong> Corpus.<br />

O SENTIDO DA LINGUAGEM ATRAVÉS DA PRODUÇÃO DE<br />

AUTONARRATIVAS (RELATOS)<br />

Mara Luiza Machado Idalencio Abatti<br />

Este trabalho foi construído através <strong>de</strong> um entrelaçamento <strong>de</strong> fios<br />

teóricos sobre autopoiese, pensamentos e linguagem; e fios empíricos,<br />

que foram tecidos a partir da leitura da narrativa A Caverna <strong>de</strong> José<br />

Saramago e da produção <strong>de</strong> relatos (autonarrativas). A problemática da<br />

pesquisa constituiu-se na indagação sobre como a leitura da narrativa e<br />

os relatos produzidos pelos leitores po<strong>de</strong>riam contribuir para o<br />

autoconhecimento <strong>de</strong> seus sujeitos <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma empresa. Minha<br />

hipótese é <strong>de</strong> que a leitura <strong>de</strong>ssa narrativa vista pelo prisma da<br />

ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> leitura <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ia processos cognitivos, o que contribui<br />

para a compreensão do modo <strong>de</strong> agir do sujeito-leitor no mundo.<br />

Levando-se em consi<strong>de</strong>ração também sua unida<strong>de</strong> e, na relação com os<br />

<strong>de</strong>mais, a combinação biopsicossocial que distingue uma das outras<br />

sem separá-las da visão global do sujeito. Essa nova visão contribui<br />

para o <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>amento <strong>de</strong> ações e geração <strong>de</strong> novas i<strong>de</strong>ias.<br />

Palavras –chave: Autopoiese.Pensamento. Linguagem. Narrativa.<br />

346


Resumo dos Trabalhos<br />

RELEVÂNCIA E TEXTUALIDADE: UM DEBATE SOBRE A<br />

PRODUÇÃO DE TEXTOS DISSERTATIVOS COM FINS<br />

AVALIATIVOS<br />

Marcos Goldna<strong>de</strong>l<br />

Aline Aver Vanin<br />

Isabel Janostiac<br />

O texto dissertativo ocupa um lugar <strong>de</strong> <strong>de</strong>staque nas práticas escolares<br />

no Ensino Médio por objetivar a aprovação dos alunos em concursos<br />

vestibulares do Brasil. Este trabalho propõe-se a pôr em<br />

questionamento a produção da dissertação breve, que, por ter um fim<br />

avaliativo apenas, se reflete em um treino sistemático que muitas vezes<br />

leva a expectativas frustradas. Tomando-se o texto como unida<strong>de</strong><br />

comunicativa, vemos a produção <strong>de</strong>sse gênero textual como uma<br />

ativida<strong>de</strong> cujos parâmetros pragmáticos são empobrecidos: a proposta,<br />

em geral, representa um recorte pouco situado <strong>de</strong> uma questão, não há<br />

um interlocutor reconhecido, e o objetivo primeiro é o <strong>de</strong> ser aprovado<br />

com o texto, e não <strong>de</strong> concatenar i<strong>de</strong>ias a fim <strong>de</strong> enriquecer a<br />

argumentação. Além disso, preten<strong>de</strong>-se, também, <strong>de</strong>monstrar como a<br />

aplicação dos conceitos da Teoria da Relevância, <strong>de</strong> Sperber e Wilson<br />

(1995) permite realizar uma <strong>de</strong>scrição teoricamente motivada da<br />

tessitura do texto dissertativo, capaz <strong>de</strong> dotar as análises <strong>de</strong> uma<br />

objetivida<strong>de</strong> maior, expressa pelo reconhecimento do modo como o<br />

texto obe<strong>de</strong>ce a princípios mais gerais que, por hipótese, regem os<br />

comportamentos linguísticos dos falantes/redatores. O uso <strong>de</strong>ssa base<br />

teórica se justifica porque, muito além dos critérios tradicionais <strong>de</strong><br />

textualida<strong>de</strong>, um texto <strong>de</strong>ve situar-se em um nível mais profundo: por<br />

meio da busca por relevância, a relação entre esforços e efeitos<br />

cognitivos é um parâmetro <strong>de</strong> textualida<strong>de</strong> a ser consi<strong>de</strong>rado."<br />

RELEVÂNCIA E TEXTUALIDADE: UM DEBATE SOBRE A<br />

PRODUÇÃO DE TEXTOS DISSERTATIVOS COM FINS<br />

AVALIATIVOS<br />

Marcos Goldna<strong>de</strong>l<br />

Aline Aver Vanin<br />

O texto dissertativo ocupa um lugar <strong>de</strong> <strong>de</strong>staque nas práticas escolares<br />

no Ensino Médio por objetivar a aprovação dos alunos em concursos<br />

vestibulares do Brasil. Este trabalho propõe-se a pôr em<br />

questionamento a produção da dissertação breve, que, por ter um fim<br />

347


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

avaliativo apenas, se reflete em um treino sistemático que muitas vezes<br />

leva a expectativas frustradas. Tomando-se o texto como unida<strong>de</strong><br />

comunicativa, vemos a produção <strong>de</strong>sse gênero textual como uma<br />

ativida<strong>de</strong> cujos parâmetros pragmáticos são empobrecidos: a proposta,<br />

em geral, representa um recorte pouco situado <strong>de</strong> uma questão, não há<br />

um interlocutor reconhecido, e o objetivo primeiro é o <strong>de</strong> ser aprovado<br />

com o texto, e não <strong>de</strong> concatenar i<strong>de</strong>ias a fim <strong>de</strong> enriquecer a<br />

argumentação. Além disso, preten<strong>de</strong>-se, também, <strong>de</strong>monstrar como a<br />

aplicação dos conceitos da Teoria da Relevância, <strong>de</strong> Sperber e Wilson<br />

(1995) permite realizar uma <strong>de</strong>scrição teoricamente motivada da<br />

tessitura do texto dissertativo, capaz <strong>de</strong> dotar as análises <strong>de</strong> uma<br />

objetivida<strong>de</strong> maior, expressa pelo reconhecimento do modo como o<br />

texto obe<strong>de</strong>ce a princípios mais gerais que, por hipótese, regem os<br />

comportamentos linguísticos dos falantes/redatores. O uso <strong>de</strong>ssa base<br />

teórica se justifica porque, muito além dos critérios tradicionais <strong>de</strong><br />

textualida<strong>de</strong>, um texto <strong>de</strong>ve situar-se em um nível mais profundo: por<br />

meio dabusca por relevância, a relação entre esforços e efeitos<br />

cognitivos é um parâmetro <strong>de</strong> textualida<strong>de</strong> a ser consi<strong>de</strong>rado."<br />

O PAPEL DA AUTO-AVALIAÇÃO NO PROCESSO DE<br />

ENSINO-APRENDIZAGEM DE LÍNGUA INGLESA<br />

Mariana De Mello Pereira<br />

Simone Silva Pires De Assumpção<br />

Trata-se <strong>de</strong> uma pesquisa-ação a respeito da auto-avaliação realizada<br />

por alunos <strong>de</strong> inglês e seus efeitos sobre a aprendizagem e sobre o<br />

planejamento <strong>de</strong> aula do professor. Este resumo apresenta os resultados<br />

parciais da pesquisa, realizada no Núcleo <strong>de</strong> Línguas Adicionais da<br />

UNIPAMPA (Programa <strong>de</strong> Extensão Observatório <strong>de</strong> Aprendizagem -<br />

ProExt/MEC) no ano <strong>de</strong> 2012. Foram selecionadas duas turmas <strong>de</strong> 18<br />

alunos com mesmo nível <strong>de</strong> proficiência em inglês. Ambas as turmas<br />

receberam as mesmas <strong>de</strong>z aulas, mas uma realizou auto-avaliação em<br />

todas as aulas, enquanto a outra (grupo <strong>de</strong> controle) o fez somente na<br />

última. Os questionários <strong>de</strong> auto- avaliação foram adaptados <strong>de</strong> Brown<br />

(2004:274) e Nunan (2004:150). A auto- avaliação é um tipo <strong>de</strong><br />

avaliação formativa, cujo objetivo é colher informação para o<br />

planejamento futuro (HEDGE, 2000:376). A análise dos dados levou<br />

em consi<strong>de</strong>ração o progresso objetivo dos alunos na língua-alvo,<br />

medido em teste tradicional, e o ponto-<strong>de</strong>-vista subjetivo do professor.<br />

Os resultados parciais mostraram que a turma que realizou auto-<br />

348


Resumo dos Trabalhos<br />

avaliação em todas as aulas apresentou um melhor <strong>de</strong>sempenho no<br />

teste tradicional e suas respostas nas auto-avaliações estavam mais<br />

próximas do <strong>de</strong>sempenho observado no teste do que as do grupo <strong>de</strong><br />

controle. A auto-avaliação aplicada regularmente mostrou-se um<br />

método <strong>de</strong> avaliação confiável e informativo tanto para o aluno quanto<br />

para o professor. Palavras-chave: auto-avaliação, línguas adicionais,<br />

ensino-aprendizagem"<br />

O ENSINO DE LÍNGUA ESTRANGEIRA E GANHOS<br />

COGNITIVOS<br />

Marta Helena Tessmann Ban<strong>de</strong>ira<br />

O ensino da língua estrangeira nas escolas sempre foi alvo <strong>de</strong> gran<strong>de</strong><br />

polêmica, sobretudo quando se trata da sua real importância para o<br />

contexto atual da educação. Não é raro que as aulas <strong>de</strong> língua<br />

estrangeira sejam ministradas por professores que não são nem mesmo<br />

formados em Letras, ou que a carga horária <strong>de</strong>ssa disciplina seja<br />

diminuída em <strong>de</strong>trimento <strong>de</strong> outra ativida<strong>de</strong> escolar. Isso certamente<br />

afeta os resultados que seriam esperados para tal disciplina e o que é<br />

visto é que os alunos terminam os anos escolares com conhecimento<br />

mínimo <strong>de</strong> língua estrangeira. Diante disto, este estudo tem o objetivo<br />

principal <strong>de</strong> mostrar que o ensino da língua estrangeira, <strong>de</strong> maneira a<br />

formar multilingues, po<strong>de</strong> ajudar inclusive no <strong>de</strong>senvolvimento<br />

cognitivo dos alunos, mais precisamente nas funções executivas:<br />

memória <strong>de</strong> trabalho e atenção. Para tanto participaram <strong>de</strong>ste estudo10<br />

adolescentes <strong>de</strong> 12 a 15 anos, todos estudantes das séries finais do<br />

ensino fundamental. Foram divididos em dois grupos, um formado por<br />

5 adolescentes monolíngues, e outro com 5adolescentes multilíngues.<br />

A língua falada pelas adolescentes monolíngues é o português brasileiro<br />

(PB), os multilingues,por sua vez, falam inglês (L2) frequentemente.<br />

Para testar as funções executivas foi feita a tarefa <strong>de</strong> Simon com os<br />

participantes. Os resultados do tempo <strong>de</strong> reação e acurácia na tarefa<br />

<strong>de</strong>monstram diferenças significativas em todas as condições. Os<br />

resultados sugerem que multilíngues <strong>de</strong>senvolvem o multiprocessamento<br />

relacionados a funções executivas mais rápido e com<br />

maior acurácia do que monolíngues.<br />

Palavras-chave: ensino <strong>de</strong> língua estrangeira; multilinguismo; funções<br />

executivas<br />

349


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

A ARGUMENTAÇÃO ATRAVÉS DE EXPRESSÕES<br />

METAFÓRICAS EM FOLDERES TURISTICOS<br />

Natalia De Sousa Aldrigue<br />

Lucienne Espindola<br />

Com base nos postulados <strong>de</strong> Lakoff e Johnson (2002 [1980]), Ducrot<br />

(1988) e outros,esta pesquisa, partiu da hipótese que, nos fol<strong>de</strong>res<br />

turísticos, predomina a presença <strong>de</strong> expressões linguísticas atualizando<br />

metáfora conceptual ontológica, principalmente a personificação, com<br />

função argumentativa. Através da análise qualitativa das expressões<br />

metafóricas presentes no gênero investigado, confirmamos a presença<br />

<strong>de</strong>ssa metáfora e da argumentação exercida pelas expressões<br />

linguísticas. Enten<strong>de</strong>mos a metáfora conceptual como sendo uma<br />

forma <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong> cognitiva, em que conceitos são estruturados<br />

metaforicamente em termos <strong>de</strong> outros; enquanto que as expressões<br />

licenciadas constituem a atualização <strong>de</strong> metáforas conceptuais em nível<br />

linguístico-discursivo. Palavras-chave: argumentação; expressões<br />

metafóricas; gênero discursivo."<br />

FRAMES, DISCURSO E CIDADANIA<br />

Neusa Salim Miranda<br />

O presente estudo apresenta uma proposta <strong>de</strong> análise do discurso em<br />

<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um macroprojeto híbrido (Linguística e<br />

<strong>Educação</strong>), voltado para o resgate da experiência escolar em “tempos <strong>de</strong><br />

crise”. Tendo como corpus o discurso <strong>de</strong> discentes e docentes, a i<strong>de</strong>iachave<br />

<strong>de</strong>sta proposta (Projeto Práticas <strong>de</strong> Oralida<strong>de</strong> e Cidadania -<br />

FAPEMIG, PNPD/CAPES), no que concerne à sua face linguística,<br />

tem sido evi<strong>de</strong>nciar, através <strong>de</strong> um conjunto <strong>de</strong> Estudos <strong>de</strong> Caso em<br />

curso (quatro dissertações e uma tese) e concluídos (LIMA, 2009;<br />

PINHEIRO, 2009; BERNARDO, 2011, FONTES, 2012), a eficácia<br />

analítica da Semântica <strong>de</strong> Frames (FILLMORE, 1975, 1977, 1982,<br />

1985; PETRUCK,1996) e da plataforma lexicográfica <strong>de</strong>la <strong>de</strong>rivada, a<br />

FrameNet (https://framenet.icsi.berkeley.edu/fndrupal/) para a<br />

abordagem dos processos <strong>de</strong> significação no discurso. Outro substrato<br />

teórico fundamental que orienta esta proposta são os Mo<strong>de</strong>los baseados<br />

no Uso (CROFT e CRUSE, 2004; GOLDBERG, 1995, 2006;<br />

TOMASELLO, 1999, 2003; TRAUGOTT, 2007) que trazem à análise<br />

quantitativa dos dados a dimensão do Uso. Este estudo vem<br />

<strong>de</strong>senhando, através dos frames suscitados pelos discursos (entrevistas e<br />

350


Resumo dos Trabalhos<br />

relatos <strong>de</strong> experiência), um contun<strong>de</strong>nte “mapa da crise” vivenciada em<br />

nossas escolas (violência, <strong>de</strong>sinteresse, <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>m...)<br />

TENDÊNCIAS ENTOACIONAIS DE CONSTRUÇÕES DE<br />

DISCURSO REPORTADO<br />

Patrícia Ribeiro Do Valle Coutinho<br />

Luiz Fernando Matos Rocha<br />

O presente trabalho aposta em uma perspectiva fonológica <strong>de</strong><br />

orientação cognitivista para a análise da entoação. Preten<strong>de</strong>-se assumir<br />

concepções <strong>de</strong> linguagem e <strong>de</strong> gramática que vão ao encontro da teoria<br />

da Gramática das Construções. Acredita-se que o estudo <strong>de</strong><br />

construções da fala prescin<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma análise prosódica e pragmática.<br />

O referencial teórico utilizado para construir o aporte cognitivo inclui<br />

obras como Nathan (1986, 2006, 2007, 2008), Bybee (1994), Goldberg<br />

(1995, 2006), Tomasello (2003, 2006), Salomão (1999, 2002, 2009) e<br />

Rocha (2004). Além disso, é preciso sustentar as bases que envolvem a<br />

entoação e sua notação (CRUTTENDEN, 1997; BARBOSA, 2010;<br />

GRICE & BAUMANN, 2007; MADUREIRA, 1994; LUCENTE,<br />

2008). Na análise, foi eleito como objeto o Discurso Reportado, e suas<br />

manifestações diretas e indiretas, com e sem verbos dicendi, em<br />

diálogos do corpus NURC-RJ. Através do programa PRAAT, foi<br />

analisado se há contornos <strong>de</strong>fault envolvendo construções <strong>de</strong> Discurso<br />

Reportado, bem como se as medidas <strong>de</strong> F0 sugerem regularida<strong>de</strong>s. A<br />

hipótese é <strong>de</strong> que, embora ainda se trate <strong>de</strong> um estudo prospectivo,<br />

serão encontradas tendências entoacionais no uso <strong>de</strong>stas construções do<br />

português brasileiro.<br />

Palavras-chave: Linguística Cognitiva; Gramática das Construções;<br />

Entoação; Discurso reportado.<br />

FUNDAMENTOS DA LINGUÍSTICA PRAGMÁTICA:<br />

REFLEXÃO E AÇÃO NO ENSINO DE LEITURA E<br />

COMPREENSÃO DE TEXTOS EM INGLÊS INSTRUMENTAL<br />

Rita Angélica De Oliveira Luz<br />

Este trabalho apresenta o fruto das aulas no curso <strong>de</strong> leitura e<br />

compreensão <strong>de</strong> textos originais em Língua Inglesa (L2) para alunos<br />

que necessitam submeter- se ao exame <strong>de</strong> proficiência em Inglês a fim<br />

<strong>de</strong> ingressar nos programas <strong>de</strong> mestrado e doutorado. Após várias<br />

351


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

tentativas sem êxito, esses alunos procuram o curso que ofereça uma<br />

metodologia que, <strong>de</strong> fato, os instrumentaliza a acessar todo o<br />

conhecimento acadêmico necessário, através <strong>de</strong> textos originais/<br />

autênticos escritos em Inglês, assim, alcançando o êxito <strong>de</strong>sejado. Para<br />

respon<strong>de</strong>r aos inúmeros questionamentos referentes à eficácia <strong>de</strong>sta<br />

metodologia, foi proposto um estudo científico mediante uma análise<br />

reflexiva buscando nomes <strong>de</strong> autores conhecidos nessa área, tais como:<br />

Gombert (2003), Goodman (1991),Smith (2003), Dehaene (2007),<br />

Langacker(1999), Geerarts (2006), Koda (2010), entre outros. A partir<br />

das reflexões sobre os fundamentos da Linguística Pragmática, tanto<br />

quanto da metodologia instrumental - estratégias <strong>de</strong> leitura e seus<br />

aspectos cognitivos - vislumbra-se apresentar uma visão panorâmica da<br />

incidência das teorias da Pragmática, bem como da Psicolinguística,<br />

haja vista que a aplicação <strong>de</strong>stes conhecimentos urge no atual mundo<br />

<strong>de</strong> trabalho, ou, como cita o Dr. Jorge Campos, (2008) professor da<br />

disciplina em Linguística da PUCRS, que na era digital, <strong>de</strong>ve-se buscar<br />

alternativas mais viáveis e eficazes na metodologia <strong>de</strong> ensino <strong>de</strong> leitura<br />

em língua estrangeira."<br />

CIÊNCIAS COGNITIVAS E A EDUCAÇÃO PARA A LEITURA<br />

Rosangela Gabriel<br />

Nossa participação no simpósio “Linguagem, cognição e ensino”<br />

buscará sistematizar contribuições dos estudos sobre cognição humana<br />

para o ensino da leitura em língua materna no contexto da educação<br />

básica brasileira. Inicialmente, abordaremos conceitos das ciências<br />

cognitivas, tais como atenção, memória e representação, para então<br />

refletir sobre como esses conceitos po<strong>de</strong>m ser aplicados às práticas<br />

escolares, tanto <strong>de</strong> alfabetização quanto <strong>de</strong> compreensão leitora. Com<br />

relação à alfabetização, buscaremos <strong>de</strong>monstrar a complexida<strong>de</strong><br />

cognitiva e o papel fundamental da <strong>de</strong>codificação na habilida<strong>de</strong> leitora,<br />

através <strong>de</strong> estudos <strong>de</strong> Morais, Dehaene, Sei<strong>de</strong>nberg, Rayner, Scliar-<br />

Cabral, Nunes, Buarque e Bryant, <strong>de</strong>ntre outros. No que tange à<br />

compreensão leitora, teceremos consi<strong>de</strong>rações sobre a natureza e o<br />

papel do conhecimento lexical na construção <strong>de</strong> sentidos para os textos<br />

(em especial, Sousa e Gabriel). Por fim, buscaremos explicitar<br />

implicações pedagógicas e trazer contribuições para a formação <strong>de</strong><br />

professores, seguindo a orientação <strong>de</strong> Morais, Kolinsky e Grimm-<br />

Cabral (2004, p. 59) que afirmam que “ensinar a leitura é antes <strong>de</strong> mais<br />

nada ensinar aqueles que ensinam a ler”.<br />

352


Resumo dos Trabalhos<br />

MÚSICA E COGNIÇÃO: INTERFACES CULTURAIS, SOCIAIS<br />

E INTERTEXTUAIS<br />

Simone Conti De Oliveira<br />

RESUMO: Este trabalho tem por objetivo problematizar as interfaces<br />

entre música, leitura e cognição, bem como analisar alguns traços<br />

linguísticos e literários que propiciam esta aproximação, a fim <strong>de</strong><br />

estimular a inclusão da música como objeto <strong>de</strong> aprendizagem no<br />

sistema escolar. Neste sentido, enten<strong>de</strong>mos que o ensino <strong>de</strong>sse gênero<br />

híbrido, a canção, seja por intermédio <strong>de</strong> sua relação com a literatura,<br />

via intertextualida<strong>de</strong>, seja por meio da própria peça verbo-melódica,<br />

sua leitura e/ou audição, vai ao encontro da diminuição das diferenças,<br />

uma vez que proporciona socialização e interesse pela cultura, pela<br />

literatura e pela língua, além <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento cognitivo dos<br />

estudantes. Tendo em vista este objetivo, o presente estudo buscou<br />

fundamentar-se em teóricos <strong>de</strong> várias áreas do conhecimento, tais como<br />

Benveniste (2005), Espinosa (2011), Genette (2006), Ilari (2005), Koch<br />

(2007), Lopes (1995), Tomasello (2003), Thwaites (1994), <strong>de</strong>ntre<br />

outros."<br />

COMPREENSÃO DE TEXTOS EM L1 E L2: DIFERENÇAS,<br />

SEMELHANÇAS E O PAPEL DA MEMÓRIA<br />

Talita Dos Santos Gonçalves<br />

O objetivo <strong>de</strong>ste trabalho é fazer uma revisão teórica sobre as<br />

diferenças, as semelhanças na compreensão <strong>de</strong> textos em L1 e L2 e o<br />

papel da memória <strong>de</strong> trabalho e memória <strong>de</strong> longa duração. Este<br />

trabalho trata dos tipos <strong>de</strong> abordagem <strong>de</strong> textos, o papel das diferenças<br />

individuais e conhecimento textual em relação à compreensão. Partindo<br />

<strong>de</strong> uma visão geral, compreen<strong>de</strong>r um texto é uma ação interativa entre o<br />

leitor/ ouvinte e o texto. O movimento <strong>de</strong> atribuir significado e extrair<br />

sentido do texto trazem à tona três abordagens textuais distintas, em que<br />

cada movimento se refere a uma concepção diferente <strong>de</strong> processamento<br />

<strong>de</strong> texto (top –down, bottom-up e interativa). Dentre os fatores<br />

individuais que <strong>de</strong>terminam a compreensão <strong>de</strong> textos, cita-se a<br />

capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> memória, a ida<strong>de</strong> cronológica, o conhecimento textual e<br />

os conhecimentos linguísticos. Outras diferenças na compreensão são<br />

percebidas tanto em L1 quanto em L2, outras emergem do contato do<br />

leitor/ouvinte com o texto em L2, como o grau <strong>de</strong> domínio <strong>de</strong><br />

conhecimento linguístico, por exemplo. O conhecimento das tipologias<br />

353


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

do texto, o grau <strong>de</strong> formalida<strong>de</strong>, o domínio do assunto ou conteúdo, a<br />

estrutura e a complexida<strong>de</strong> sintática e semântica, bem como o grau <strong>de</strong><br />

diferenciação entre L1 e L2 são fatores textuais que convergem para os<br />

diferentes níveis <strong>de</strong> compreensão do texto. Em relação à memória, o<br />

presente trabalho trata da caracterização dos sistemas <strong>de</strong> memória,<br />

<strong>de</strong>pois apresenta o papel da memória <strong>de</strong> trabalho e <strong>de</strong> longa duração na<br />

compreensão <strong>de</strong> textos em L2. De um modo geral, busca-se mostrar que<br />

os sistemas <strong>de</strong> memória são igualmente importantes, que funcionam em<br />

conjunto e estão diretamente relacionados à compreensão <strong>de</strong> textos,<br />

tanto em L1 quanto em L2. Ao abordar um texto, um leitor/ouvinte<br />

apreen<strong>de</strong> novas informações e estabelece uma relação entre os<br />

conhecimentos anteriores e os novos conteúdos. Logo, o leitor/ouvinte,<br />

para compreen<strong>de</strong>r um texto principalmente em L2, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>, <strong>de</strong>ntre<br />

muitos fatores, do funcionamento eficiente dos seus sistemas <strong>de</strong><br />

memória. Concluí-se então, que conhecimentos linguísticos,<br />

extralinguísticos e textuais contribuem para a compreensão <strong>de</strong> textos,<br />

tanto em L1 como em L2, bem como a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> memória.<br />

A ABORDAGEM COMUNICATIVA DE LÍNGUAS NA<br />

FORMAÇÃO DE APRENDIZES DE LÍNGUA INGLESA<br />

Tássia Avila Silva<br />

Graciele Urrutia Dias Silveira<br />

No presente trabalho, tem-se como objetivo apresentar e discutir a<br />

experiência docente dos participantes no projeto “Inglês para a<br />

Comunida<strong>de</strong> do Anglo” e as bases teóricas que têm orientado o<br />

trabalho com os alunos. Tal projeto faz parte do Programa Vizinhança,<br />

da <strong>UFPel</strong> e disponibiliza um curso <strong>de</strong> língua inglesa a estudantes <strong>de</strong><br />

escolas do bairro vizinho ao campus Porto a fim <strong>de</strong> ampliar os<br />

conhecimentos dos alunos sobre a língua inglesa adquiridos na escola,<br />

espaço on<strong>de</strong>, geralmente, se encontra um gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> alunos e há<br />

pouco tempo para aprofundar habilida<strong>de</strong>s comunicativas em línguas<br />

estrangeiras. O foco <strong>de</strong> tal curso é proporcionar a efetiva comunicação<br />

entre os alunos na língua alvo, conforme preconizado pelos Parâmetros<br />

Curriculares Nacionais. O documento oficial <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> que o ensino <strong>de</strong><br />

línguas tem <strong>de</strong> garantir aos alunos engajamento em diferentes situações<br />

comunicativas e contextos sócio-históricos i<strong>de</strong>ológicos. Portanto, o<br />

objetivo principal do ensino e das aulas ministradas no presente curso<br />

constitui-se na formação <strong>de</strong> usuários competentes da língua,por meio<br />

da abordagem comunicativa <strong>de</strong> ensino,e não na mera formação <strong>de</strong><br />

354


Resumo dos Trabalhos<br />

conhecedores <strong>de</strong> estruturas gramaticais (DOURADO, 2008). Palavraschave:<br />

abordagem comunicativa, ensino <strong>de</strong> língua inglesa, Programa<br />

Vizinhança<br />

TEACHING ENGLISH THROUGH PRACTICAL EXPERIENCE<br />

Virginia Ponche Barbosa<br />

This presentation <strong>de</strong>scribes and analyzes an activity that was <strong>de</strong>veloped<br />

with beginner, intermediate and adults’ classes of English as a foreign<br />

language at SENAC/Santana do Livramento, in or<strong>de</strong>r to promote<br />

opportunities for these stu<strong>de</strong>nts to experience and make use of what<br />

they had learned in class in an authentic situation with authentic<br />

material. Despite this approach had already been <strong>de</strong>veloped in the 90s,<br />

this paper focuses on the experience itself, the importance for these<br />

stu<strong>de</strong>nts that have had the opportunity of traveling to another city and<br />

the consequences of the whole trip in each participant. The analysis<br />

took into account the process of scaffolding within communities of<br />

practice and what has been <strong>de</strong>veloped during the trip. This data showed<br />

that through this kind of approach it is possible to contribute to<br />

stu<strong>de</strong>nts’ social i<strong>de</strong>ntities and citizenships reinforcement, making them<br />

engaged in the process of learning a foreign language.<br />

355


LINHA TEMÁTICA: LINGUAGEM, SEMIÓTICA E<br />

ENSINO: INTERFACES<br />

MEMÓRIA, LINGUAGEM E TRADUÇÃO EM PEDRO<br />

PÁRAMO: UM ESTUDO COMPARATIVO A PARTIR DA<br />

ANÁLISE DO DISCURSO<br />

Camila De Carli<br />

Palavras-chave: Memória. Tradução. Análise do Discurso.<br />

O presente estudo teve como objetivo aferir, na novela Pedro Páramo,<br />

<strong>de</strong> Juan Rulfo, como a memória é representada no texto original, em<br />

espanhol (L1), e <strong>de</strong> que forma esse mesmo aspecto é expresso em<br />

tradução para o português (L2) realizada por nativo <strong>de</strong>sta língua. Como<br />

pressuposto teórico, tomou-se a Análise do Discurso (AD) <strong>de</strong> linha<br />

francesa em diálogo com conceitos relacionados aos campos <strong>de</strong> estudo<br />

da Literatura e da Tradução, ressignificados na AD. Ao longo do<br />

artigo, recuperam-se inicialmente aspectos da teoria que serviram <strong>de</strong><br />

base para o trabalho analítico. Na sequência, apresentam-se alguns<br />

exemplos <strong>de</strong>sse trabalho, realizado através <strong>de</strong> comparação semântico-<br />

lexical e verbo-temporal em recortes discursivos tomados,<br />

respectivamente, do texto literário na versão original em L1 e na sua<br />

versão traduzida para a L2.<br />

VIOLÊNCIA NA INTERNET: UMA PERSPECTIVA DO<br />

CYBERBULLYING NO FACEBOOK<br />

Carolina Campos Ro<strong>de</strong>ghiero<br />

O Facebook está prestes a ter mais <strong>de</strong> 900 milhões <strong>de</strong> pessoas<br />

conectadas a ele. Este é um ponto <strong>de</strong> partida para relações sociais e<br />

suas características. Este estudo faz uma análise sobre o bullying em<br />

seu contexto virtual, mostrando como o cyberbullying po<strong>de</strong> mudar as<br />

relações sociais com a participação massiva <strong>de</strong> pessoas no Facebook.<br />

Neste trabalho apresentamos como as tecnologias da informação se<br />

<strong>de</strong>senvolveram até os dias <strong>de</strong> hoje com os sites <strong>de</strong> re<strong>de</strong>s sociais,<br />

estudando a violência em sua história e conceito, baseando o estudo em<br />

autores como Hannah Arendt (2009) com teorias <strong>de</strong> como estão<br />

relacionados po<strong>de</strong>r e dominação, e comparando isso com a contribuição<br />

<strong>de</strong> Foucault (2009) afirmando a vigilância como punição e controle.<br />

Em seguida, continuamos com Smith et al. (2009) falando sobre a<br />

violência virtual e sua relação com sites <strong>de</strong> re<strong>de</strong>s sociais. Depois, como<br />

356


Resumo dos Trabalhos<br />

referencial teórico e metodologia, usamos a Análise Crítica do<br />

Discurso com ênfase na concepção tridimensional do discurso <strong>de</strong><br />

Fairclough (2003) e na Gramática Visual <strong>de</strong> Kress & Leeuwen (2006)<br />

para fazer uma análise profunda em publicações do Facebook que<br />

apresentam sinais <strong>de</strong> violência. Por mantermos o foco não só na<br />

própria publicação, mas na sua produção, distribuição e recepção, este<br />

estudo é sobre como o cyberbullying po<strong>de</strong> ser encontrado fora do<br />

ambiente escolar ou adolescente, existindo frequentemente no contexto<br />

virtual, <strong>de</strong> adultos e público.<br />

PROVÉRBIOS - A LEITURA,A PRODUÇÃO DE SENTIDOS E O<br />

PROCESSO INFERENCIAL<br />

César Costa Vitorino<br />

Os provérbios expressam valores culturais <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>terminada<br />

comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fala. Sabe-se,entretanto,que as investigações<br />

paremiológicas não conseguiram até hoje apresentar uma <strong>de</strong>finição<br />

específica e universalmente aceita <strong>de</strong> provérbio. Obelkevich(1997),<br />

argumenta que todo provérbio serve como veículo não só <strong>de</strong><br />

conhecimento moral,mas também do prático, daí acrescentar que a<br />

<strong>de</strong>finição <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da sua função externa, porque se observarmos bem,<br />

as pessoas fazem uso <strong>de</strong>ssa unida<strong>de</strong> léxica fraseológica para dizer a<br />

outras pessoas o que fazer ou a atitu<strong>de</strong> que <strong>de</strong>ve tomar em relação a<br />

uma <strong>de</strong>terminada situação. Nesse sentido, o objetivo central <strong>de</strong>ste<br />

trabalho consiste em como explicar o fenômeno da i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> cultural<br />

dos provérbios africanos, nos testos <strong>de</strong> panelas dos Cabindas (Angola),<br />

Para tanto, buscar-se-à o estado da arte com base no aporte teórico dos<br />

seguintes estudiosos: Vaz (1966),Ribas (1964), Freud (1941), Kristeva<br />

(1969;1987), Slobin (1980), Smith (1973,1991), Marcuschi<br />

(1985;2001;2007),Austin(1990), Cohen (1991), Goodman (1973;1991)<br />

Rocha (1995), Obelkevich (1997), Poersch (1991), Poersch e Chiele<br />

(2000), Gabriel (2001), Gabriel e Frömming (2002), Dascal (2003),<br />

Reale (2002), Coscarelli (2002a,2002b;2010), Dehaene (2012),<br />

Dell’Isola (2001). Palavras-chave: Provérbios. Semiótica. Cultura<br />

Africana.<br />

357


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

PROJETO INTERFACE – VIVENCIAR É PRECISO, EM<br />

CONTEXTO DIGITAL: ANÁLISE SOBRE A USABILIDADE DO<br />

SITE OFICIAL DA UNIPAMPA<br />

José Ricardo Da Costa<br />

Uma universida<strong>de</strong> com as características multi-campi da Unipampa,<br />

tem no Espaço Digital (Recuero, 2010), e em específico em seu Site<br />

Oficial, uma possibilida<strong>de</strong> capital para a integração dos diversos<br />

interesses que permeiam as relações <strong>de</strong> ensino-aprendizagem. Esta<br />

integração <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> das ressignificações construídas pela comunida<strong>de</strong><br />

envolvida, on<strong>de</strong> “relações interpessoais <strong>de</strong> confiança, afinida<strong>de</strong> e<br />

reciprocida<strong>de</strong> são mantidas voluntariamente” (Santaella, 2009).<br />

Partindo-se <strong>de</strong>sta premissa, no intuito <strong>de</strong> interligar seu público <strong>de</strong><br />

maneira efetiva, o Site Oficial da Unipampa po<strong>de</strong> ser aprimorado?<br />

Uma alternativas para o aperfeiçoamento da página é o da análise <strong>de</strong><br />

sua usabilida<strong>de</strong>, conjunto <strong>de</strong> características que possibilitam um<br />

melhor contato entre usuário e interface. Dentro dos requisitos<br />

elencados por Pressman (2000), será dado <strong>de</strong>staque para as metáforas,<br />

que juntamente com o feedback, possibilitam que a experiência na re<strong>de</strong><br />

converta-se em vivência. O Projeto surge <strong>de</strong>ntro do Grupo PET<br />

Contexto Digital, integrante do Programa <strong>de</strong> <strong>Educação</strong> Tutorial – PET<br />

(MEC). Visa-se refletir sobre a linguagem empregada na interface do<br />

Site, tendo em vista a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fomento a iniciativas<br />

interdisciplinares e inter-campi, bem como suas implicações sobre o<br />

ensino. Palavras-chave: usabilida<strong>de</strong> – site Unipampa – interface<br />

A POSIÇÃO-SUJEITO EM TRADUÇÃO INTERSEMIÓTICA:<br />

ELITE DA TROPA 2 E TROPA DE ELITE 2 - O INIMIGO<br />

AGORA É OUTRO<br />

Franciele Casagranda Metz<br />

O objetivo <strong>de</strong>ste artigo é apresentar uma leitura intertextual do filme<br />

Tropa <strong>de</strong> Elite 2 (2010), <strong>de</strong> José Padilha, em relação à obra literária<br />

Elite da Tropa 2 (2010), <strong>de</strong> Luiz Eduardo Soares e mais três coautores:<br />

Rodrigo Pimentel, André Batista e Cláudio Ferraz. Tal análise é feita à<br />

luz da Análise do Discurso (AD), <strong>de</strong> linha francesa, com a contribuição<br />

da crítica materialista sobre intersemiótica, conforme formulada por<br />

Walter Benjamin e Umberto Eco. A Análise do Discurso criada por<br />

Michel Pêcheux analisa o texto no momento da escrita, invertendo a<br />

linha <strong>de</strong> raciocínio a respeito do processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> sentido; a<br />

358


Resumo dos Trabalhos<br />

atenção se volta para o discurso e não mais para o sujeito como dono<br />

<strong>de</strong> sua fala, pois os processos discursivos não têm sua origem no<br />

sujeito, por mais que se realizem fundamentalmente nesse sujeito.<br />

Nesta perspectiva, além <strong>de</strong> contribuir para a construção <strong>de</strong> um sentido<br />

por parte <strong>de</strong> seu ouvinte, o sujeito está contribuindo para a sua própria<br />

formação enquanto sujeito discursivo. Por esse viés, analisa-se a<br />

aproximação entre o texto narrativo- literário e o texto narrativofílmico,<br />

investigando o processo <strong>de</strong> adaptação do literário para o<br />

cinematográfico, observando a posição-sujeito do protagonista Capitão<br />

Nascimento e sua formação discursiva sob essa perspectiva. A proposta<br />

é relevante pela possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>snudar, pela análise <strong>de</strong> elementos<br />

linguísticos e imagéticos presentes respectivamente no discurso literário<br />

e no discurso fílmico, algumas das diversas formas <strong>de</strong> autoritarismo<br />

que perpassam o tecido social, oriundas <strong>de</strong> formações discursivas<br />

específicas, como, no caso do corpus sob análise, da posição-sujeito<br />

através da formação discursiva policial (FDP).<br />

Palavras-chave: Tropa <strong>de</strong> Elite. Elite da Tropa. Formação Discursiva.<br />

Posição-sujeito. Tradução intersemiótica.<br />

A ALTERIADE E A SEMIÓTICA NO ENSINO DE HISTÓRIA:<br />

UMA ANÁLISE DO LIVRO A CONQUISTA DA AMÉRICA, A<br />

QUESTÃO DO OUTRO, DE T.TODOROV<br />

Jean Pierre Teixeira Da Silva<br />

A Alterida<strong>de</strong> e a Semiótica no Ensino <strong>de</strong> História: uma Análise do<br />

Livro A Conquista da América, a Questão do Outro, <strong>de</strong> Tzvetan<br />

Todorov Jean Pierre Teixeira da Silva- (UFPEL) Palavras-Chaves:<br />

Alterida<strong>de</strong>, História, Ensino. Linha Temática: Linguagem, Semiótica e<br />

Ensino: interfaces O linguista e filósofo búlgaro Tzvetan Todorov,<br />

afirmou que o único meio que encontrou para diagnosticar o<br />

comportamento em relação a outrem, foi contando uma história como<br />

exemplo, a da Conquista da América. Para Todorov(2003) a<br />

construção <strong>de</strong>sse livro, é ao mesmo tempo uma reflexão sobre os<br />

signos, a interpretação e sua comunicação, pois o semiótico não po<strong>de</strong><br />

ser pensado fora da relação com o outro, ou seja, a alterida<strong>de</strong>. Todorov<br />

trabalha o conceito <strong>de</strong> alterida<strong>de</strong>, que consi<strong>de</strong>ra que o individuo existe<br />

apenas a partir do outro, da visão. É um estudo das relações entre<br />

pessoas e povos. Ele incentiva a tolerância por mostrar que a visão <strong>de</strong><br />

mundo do outro nos enriquece. A escolha <strong>de</strong>ssa obra, como seu objeto<br />

<strong>de</strong> análise da alterida<strong>de</strong>, <strong>de</strong>u-se pelo fenômeno da chegada do homem<br />

359


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

europeu, e branco, na América(século XV), e o contraste com o<br />

homem “primitivo” que habitava o continente americano. Esse contato<br />

entre duas culturas, gerou uma profunda questão <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>, on<strong>de</strong><br />

Colombo <strong>de</strong>scobre a América, mas não os americanos<br />

(TODOROV,2003). Esse trabalho, é uma tentativa <strong>de</strong> analisar a<br />

problemática da linguagem para o ensino <strong>de</strong> história, através da<br />

alterida<strong>de</strong>, da semiótica, e dos signos. O ensino-aprendizagem do<br />

conteúdo <strong>de</strong> história po<strong>de</strong>rá ter nova perspectiva, ao incluirmos a<br />

análise do discurso como ferramenta para analisar um texto,<br />

proporcionando um acréscimo circunstancial em sua interpretação.<br />

O PÔSTER ACADÊMICO SOB DIFERENTES ÓTICAS<br />

Luziane Boemo Mozzaquatro<br />

Graciela Rabuske Hendges<br />

Entre os diferentes gêneros discursivos do universo acadêmico, o pôster<br />

acadêmico <strong>de</strong>sempenha um papel importante na divulgação <strong>de</strong><br />

pesquisas (MACINTOSH- MURRAY, 2007). Definido como um<br />

gênero multimodal que apresenta resumida e visualmente uma pesquisa<br />

científica (MACINTOSH-MURRAY, 2007, p. 351), sua produção<br />

<strong>de</strong>manda letramento multimodal, um letramento que não é<br />

<strong>de</strong>senvolvido nos currículos das universida<strong>de</strong>s, pois o aluno acaba<br />

sendo convocado a produzir pôsteres apenas quando chega a hora <strong>de</strong><br />

participar <strong>de</strong> eventos científicos (I<strong>de</strong>m). Revela-se então a necessida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> uma análise crítica <strong>de</strong> gênero (MOTTA-ROTH, 2005, 2006, 2008)<br />

do pôster acadêmico. O primeiro passo <strong>de</strong>ssa análise envolve o<br />

mapeamento da literatura prévia sobre o pôster, no sentido <strong>de</strong><br />

i<strong>de</strong>ntificar <strong>de</strong>finições e características do gênero. Essa literatura é<br />

classificada <strong>de</strong> acordo com a visão teórica subjacente, ou seja, em que<br />

medida o conceito <strong>de</strong> gênero – abordagem <strong>de</strong>scritiva - é adotado em tais<br />

caracterizações do pôster, ou se são propostas prescritivas. A meta final<br />

da pesquisa a qual este trabalho integra é auxiliar professores <strong>de</strong><br />

letramento acadêmico e pesquisadores inexperientes na produção e<br />

leitura <strong>de</strong>sse gênero discursivo. Palavras-chave: Análise Crítica <strong>de</strong><br />

Gênero, Pôster acadêmico, letramento multimodal.<br />

360


Resumo dos Trabalhos<br />

INTRODUÇÃO AO USO DE ADAPTAÇÕES LITERARIAS NA<br />

ESCOLA<br />

Marcos Vieira<br />

Palavras Chaves: Leitura, Literatura, Adaptações<br />

O presente trabalho enfoca um projeto <strong>de</strong> leitura realizado pelo PIBID<br />

do curso Letras da Unipampa, campus Bagé, que trabalha com o<br />

Letramento Literário. As ativida<strong>de</strong>s foram feitas com turmas do oitavo<br />

e sétimos anos na escola E.M.E.F Dr. João Severiano da Fonseca,<br />

localizada em um bairro periférico da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Bagé, RS. O trabalho<br />

foi realizado com o livro “O Mágico <strong>de</strong> Oz” <strong>de</strong> L. Frank Baum e o<br />

filme “The Wizard Of Oz” (1939, dublado), através <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s que<br />

procuraram por em diálogo as duas obras, observando semelhanças e<br />

releituras. Nossas justificativas se pautam em elucidar aos alunos a<br />

noção <strong>de</strong> movimento das artes e seus gêneros, bem como seus<br />

movimentos intradialéticos e suas maleabilida<strong>de</strong>s extradialéticas (pelo<br />

fator histórico, social e ontológico). Cada gênero artístico por si causa<br />

um efeito em seu apreciador, como a arte dramática grega com seu<br />

caráter catártico. O trabalho procurou mostrar que quando entramos em<br />

contato com outros gêneros que abordam a mesma obra literária, como<br />

um livro que se torna um filme, esse terá efeitos e sentidos próprios<br />

<strong>de</strong>vido à natureza do meio sígnico, seja pela proposta do diretor ou do<br />

roteirista em reler e/ou ressignificar o já lido, assim gerando um terceiro<br />

produto que flutua na subjetivida<strong>de</strong> das interpretações. Nossa proposta<br />

procurou <strong>de</strong>monstrar a existência <strong>de</strong>ssas possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> matizes e<br />

refrações <strong>de</strong> significado ao alunado, <strong>de</strong>senvolvendo nas competências<br />

linguísticas cognitivas e subjetivida<strong>de</strong> do sígnico artístico. Linguagem,<br />

semiótica e ensino: interfaces<br />

DISCURSO E LINGUAGEM PICTÓRICA:<br />

(IM)POSSIBILIDADES ANALÍTICAS?<br />

Maria Thereza Veloso<br />

Palavras-chave: Discurso. Pintura. Interlocução.<br />

Apresentam-se neste artigo reflexões sobre uma interlocução possível<br />

entre a Análise do Discurso (AD) e a linguagem pictórica. Lembre-se,<br />

como justificativa para a proposta, que o início da AD <strong>de</strong>u-se em<br />

tempo <strong>de</strong> questões filosóficas e políticas expressivas, formadoras da<br />

base “concreta transdisciplinar <strong>de</strong> um encontro (...) sobre a questão da<br />

construção <strong>de</strong> uma aproximação discursiva dos processos i<strong>de</strong>ológicos<br />

361


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

(...) [a] história social das mentalida<strong>de</strong>s, dos sistemas <strong>de</strong> pensamentos<br />

ou das i<strong>de</strong>ologias constitui uma abertura que (...) supõe trabalhar sobre<br />

os textos <strong>de</strong> outra maneira ”, como afirmou Michel Pêcheux (In:<br />

PÊCHEUX, Michel. Análise <strong>de</strong> discurso. Textos selecionados. Eni<br />

Puccinelli Orlandi. 2. ed. Campinas, SP: Pontes, 2011). Confirma-se,<br />

assim, pela voz <strong>de</strong> seu fundador, a abertura da AD para reatualizar-se,<br />

consi<strong>de</strong>rando a caminhada sincrônico/diacrônica da História/memória,<br />

das instituições e <strong>de</strong> uma pluralida<strong>de</strong> cada vez mais expressiva <strong>de</strong><br />

textos/linguagens. Partindo-se <strong>de</strong>ssas premissas, reflete-se sobre a<br />

existência, ou não, <strong>de</strong> possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> dialogar discursivamente com<br />

a linguagem imagético-estática da pintura, especialmente aquela<br />

vinculada ao Expressionismo. Como se leriam aspectos como variação<br />

da forma e variação <strong>de</strong> sentido em uma proposta que contrastasse<br />

aspectos da AD com a pintura, enten<strong>de</strong>ndo-se esta como um texto?<br />

Como se <strong>de</strong>tectariam aspectos como ambiguida<strong>de</strong>s, metáforas,<br />

<strong>de</strong>slizamentos, em uma análise como a <strong>de</strong>sta proposta? Como se<br />

chegaria ao fundamento i<strong>de</strong>ológico <strong>de</strong> uma pintura sem tergiversar,<br />

<strong>de</strong>slizando-se para uma análise apenas subjetiva? Buscar evidências <strong>de</strong><br />

respostas possíveis e justificáveis discursivamente a estas perguntas é o<br />

objetivo <strong>de</strong>ste trabalho.<br />

O GÊNERO NOTÍCIA POPULARIZAÇÃO DA CIÊNCIA: UM<br />

OLHAR PARA ALÉM DO VERBAL<br />

Pâmela Mariel Marques<br />

Graciela Rabuske Hendges (Orientadora)<br />

O objetivo <strong>de</strong>ste trabalho é verificar a natureza e as possíveis estratégias<br />

<strong>de</strong> recontextualização do conhecimento científico em imagens no<br />

gênero notícia <strong>de</strong> popularização da ciência. Essa pesquisa está<br />

ancorada em um projeto guarda- chuva intitulado “Estratégias<br />

discursivas e metadiscursivas <strong>de</strong> recontextualização <strong>de</strong> saberes<br />

científicos: a notícia <strong>de</strong> popularização da ciência em diferentes esferas<br />

sociais” (MOTTA-ROTH, 2011), cujo corpus é composto <strong>de</strong> 60<br />

notícias <strong>de</strong> popularização da ciência oriundas <strong>de</strong> quatro publicações:<br />

BBC News International, Scientific American, ABC Science e Nature.<br />

Com base nos estudos prévios já realizados nesse projeto sobre a<br />

dimensão verbal do gênero e na gramática visual (KRESS; van<br />

LEEUWEN, 1996/2006), analisamos 59 imagens oriundas do corpus<br />

do projeto guarda-chuva. Constatamos que as estratégias <strong>de</strong><br />

recontextualização visual se dão no nível contextual e textual:<br />

362


Resumo dos Trabalhos<br />

especialização (<strong>de</strong> fonte original para fonte <strong>de</strong> banco <strong>de</strong> dados);<br />

modalização (<strong>de</strong> natureza abstrata/codificada/esquematizada para<br />

natureza fotográfica); simplificação gramatical (<strong>de</strong> estrutura complexa<br />

para estrutura simples) e generalização (<strong>de</strong> <strong>de</strong>talhes<br />

específicos/pontuais/quantitativos para síntese ampla). Percebemos<br />

então que a recontextualização é submetida ao discurso midiático, pois<br />

é direcionada principalmente para a interpelação <strong>de</strong> leitores,<br />

privilegiando a metafunção interpessoal das imagens em notícias <strong>de</strong><br />

popularização da ciência.<br />

O TEXTO NO ESTRUTURALISMO E NO PÓS<br />

ESTRUTURALISMO: O PENSAMENTO DE ROLAND<br />

BARTHES E JONATHAN CULLER<br />

Tânia Regina Barbosa De Sousa<br />

Palavras-Chave: Estruturalismo, Pós-Estruturalismo, texto.<br />

Este trabalho preten<strong>de</strong> trazer algumas reflexões sobre o conceito <strong>de</strong><br />

texto, partindo-se da teoria das correntes estruturalista e pósestruturalista.<br />

No estruturalismo, o foco é o próprio texto, sua estrutura,<br />

sem permear o contexto, levando em consi<strong>de</strong>ração o nível da <strong>de</strong>scrição,<br />

o que impe<strong>de</strong> que se veja além do texto. Para essa corrente, não cabe<br />

estudar a historicida<strong>de</strong>; autor e leitor enquanto instituições estão fora da<br />

análise; o leitor enquanto sujeito é eliminado. É o texto em si, que, no<br />

momento em que é escrito, o é pelo prazer do escritor, que busca o<br />

leitor i<strong>de</strong>al, que não somente lê, mas que absorve seus pensamentos e<br />

comunga com suas idéias. Resi<strong>de</strong> aí a distinção que permeia o<br />

pensamento <strong>de</strong> Barthes acerca do que é texto, <strong>de</strong> qual é o papel do<br />

escritor e o do leitor <strong>de</strong> textos; o que é texto do prazer e texto <strong>de</strong> fruição<br />

e on<strong>de</strong> resi<strong>de</strong> a distinção entre ambos, a partir <strong>de</strong> sutis diferenças ou<br />

<strong>de</strong>sdobramento <strong>de</strong> um conceito em relação ao outro. Já o pensamento<br />

pós-estruturalista, que surge como questionador do estruturalismo,<br />

utiliza essa teoria para questioná-la. Para os pós-estruturalistas, não<br />

cabe mais pren<strong>de</strong>r-se puramente ao texto; é preciso ir além, priorizar o<br />

problema da recepção do texto, romper a estrutura através da<br />

<strong>de</strong>sconstrução, que tem sido frequentemente associada a esse<br />

pensamento como um todo. Para a pesquisa, foram utilizados os<br />

conceitos <strong>de</strong> prazer e fruição e seu papel <strong>de</strong>ntro da corrente<br />

estruturalista, a partir da análise da obra O Prazer do texto,<strong>de</strong> Roland<br />

Barthes, além da visão do texto para o pós estruturalismo, a partir da<br />

363


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

análise do capítulo 2, “A <strong>de</strong>sconstrução”, da obra Sobre a<br />

<strong>de</strong>sconstrução, <strong>de</strong> Jonathan Culler.<br />

IMAGENS E AVALIAÇÃO: COMO SÃO REPRESENTADOS<br />

PELOS DISCENTES OS INSTRUMENTOS AVALIATIVOS DE<br />

LÍNGUA INGLESA<br />

Vitória Maria Avelino Da Silva Paiva<br />

Este trabalho apresenta uma investigação a respeito das práticas<br />

avaliativas <strong>de</strong> língua inglesa <strong>de</strong> uma professora <strong>de</strong> ensino médio, por<br />

meio dos instrumentos avaliativos utilizados antes e <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> sugestões<br />

feitas pelos estudantes e aceitas pela educadora e seus efeitos no<br />

processo <strong>de</strong> ensino- aprendizagem <strong>de</strong> inglês <strong>de</strong>sses estudantes. Trata-se<br />

<strong>de</strong> uma pesquisa ação <strong>de</strong> base etnográfica (NUNAN, 2007; BOGDAN;<br />

BIKLEN, 1994) <strong>de</strong>senvolvida no ensino médio. Ao trabalharmos com<br />

a opinião dos discentes a respeito das avaliações a que são submetidos,<br />

fizemos uso <strong>de</strong> imagens produzidas por eles, assim i<strong>de</strong>ntificando as<br />

representações (SANTAELLA; NÖTH, 2008; PROSSER,1998) que<br />

atribuem às avaliações <strong>de</strong> inglês (SANT’ANNA, 2002). Buscamos,<br />

nesta pesquisa, a (re)construção do processo avaliativo <strong>de</strong> língua<br />

inglesa (SCARAMUCCI, 2009; DEMO, 2008; CANAN, 1996) por<br />

meio da participação estudantil, na consolidação do que enten<strong>de</strong>mos ser<br />

uma avaliação qualitativa, on<strong>de</strong> professores e estudantes são agentes<br />

ativos no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>sse processo dinâmico. PALAVRAS<br />

CHAVE: Avaliação, representações, imagens, participação estudantil.<br />

364


LINHA TEMÁTICA: LINGUAGENS E LETRAMENTOS:<br />

QUESTÕES<br />

BILINGUISMO E APRENDIZAGEM DE PORTUGUÊS POR<br />

INDÍGENAS DE DOURADOS, MS<br />

Adilson Crepal<strong>de</strong><br />

Este trabalho reflete sobre bilinguismo e aprendizagem <strong>de</strong> português<br />

por indígenas <strong>de</strong> Dourados, Mato Grosso do Sul (MS). Para tanto, foi<br />

realizada uma <strong>de</strong>scrição do português falado e escrito por jovens<br />

adultos da etnia guarani a partir <strong>de</strong> um corpus elaborado com<br />

entrevistas e textos <strong>de</strong> indígenas <strong>de</strong> vários níveis <strong>de</strong> escolarida<strong>de</strong>. O<br />

resultado da análise permitiu perceber como as línguas se influenciam<br />

e como os conhecimentos <strong>de</strong> ambas as línguas são usados<br />

estrategicamente pelos indígenas no processo <strong>de</strong> aprendizagem do<br />

português. Tais constatações são refletidas levando-se em consi<strong>de</strong>ração<br />

a crença <strong>de</strong> que o bilinguismo po<strong>de</strong> vir a atrapalhar a aprendizagem e o<br />

domínio do português, bem como o embasamento teórico <strong>de</strong><br />

Hornberger sobre letramento em ambientes multilíngues. Conclui-se<br />

que o português produzido pelos indígenas <strong>de</strong>ve ser compreendido<br />

como um continuum <strong>de</strong> duas línguas e não como arremedo do<br />

português padrão.<br />

LETRAMENTO DIGITAL E APRENDIZAGEM DE LÍNGUA<br />

INGLESA: EXPLORANDO O RECURSO PODCAST<br />

Adilson Fernan<strong>de</strong>s Gomes<br />

Susana Cristina Dos Reis<br />

Palavras-chave: Letramento digital; Podcast; Ensino <strong>de</strong> Língua Inglesa.<br />

Em pesquisas sobre ensino e aprendizagem <strong>de</strong> línguas mediado por<br />

computador, os trabalhos <strong>de</strong> pesquisadores brasileiros tais como <strong>de</strong><br />

Coscarelli (2009), Buzato (2009) e <strong>de</strong> Reis (2010) são significativos<br />

para estabelecer um panorama sobre o uso <strong>de</strong> tecnologias no ensino <strong>de</strong><br />

línguas estrangeiras, principalmente quando a temática é letramento<br />

digital. Em se tratando <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> materiais e <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s<br />

didáticas para o contexto digital, é fundamental que o professor saiba<br />

explorar algumas das ferramentas disponíveis no contexto digital. Este<br />

trabalho tem como objetivos: a) <strong>de</strong>stacar o uso do podcast como um<br />

recurso disponível na Internet que permite ao professor planejar,<br />

365


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

elaborar e testar ativida<strong>de</strong>s que envolvam a compreensão e a produção<br />

oral <strong>de</strong> línguas estrangeiras por meio <strong>de</strong> podcast; e b) discutir em que<br />

medida as ativida<strong>de</strong>s propostas por meio <strong>de</strong>sse recurso digital po<strong>de</strong>m<br />

contribuir para o letramento digital tanto <strong>de</strong> professores quanto <strong>de</strong><br />

alunos. Nesse sentido, faz-se necessário conhecer os recursos e as<br />

potencialida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>ssa ferramenta, exemplificada por Bottentuit Júnior e<br />

Coutinho (2009), bem como elaborar propostas didáticas que<br />

contemplem o ensino <strong>de</strong> língua inglesa por meio <strong>de</strong>ssa ferramenta.<br />

Assim, constatamos que elaborar ativida<strong>de</strong>s que envolvem<br />

multiletramentos (NASCIMENTO, 2011) e ferramentas do contexto<br />

digital po<strong>de</strong> contribuir significativamente não só para o ensino da<br />

língua como também para o letramento e para a fluência tecnológica do<br />

professor e do aluno.<br />

RELAÇÕES DE PODER EM PRÁTICAS DE LETRAMENTO<br />

ACADÊMICO EM CURSOS DE ENGENHARIA (PORTUGAL):<br />

O CASO DO GÊNERO RELATÓRIO DE PROJETO<br />

Adriana Fischer<br />

Palavras-chave: letramentos acadêmicos; Engenharias; relatório <strong>de</strong><br />

projeto.<br />

O trabalho com projetos tem se revelado uma prática constante <strong>de</strong><br />

letramento acadêmico em cursos <strong>de</strong> Engenharia da Universida<strong>de</strong> do<br />

Minho (UM), Portugal. A preocupação é posicionar os alunos como<br />

sujeitos na construção <strong>de</strong> conhecimentos da esfera científica e da área<br />

profissional. No entanto, um dado que emerge <strong>de</strong> práticas em que o<br />

gênero relatório <strong>de</strong> projeto se manifesta como objeto <strong>de</strong> trabalho é a<br />

tensão entre as formas <strong>de</strong> escrita do relatório, pelos alunos, e as<br />

diferentes expectativas <strong>de</strong> professores, em paralelo com normas<br />

acadêmicas. As relações <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r (Lea e Street, 1998, 2006), por sua<br />

vez, nas interações entre alunos e professores do curso <strong>de</strong> Engenharia e<br />

Gestão Industrial (MIEGI), dão indícios do que é valorizado pela<br />

universida<strong>de</strong> na produção científica e o que efetivamente os alunos<br />

reconhecem como a<strong>de</strong>quado nessa produção em um primeiro semestre<br />

do curso. Com base nesses enfoques, o objetivo <strong>de</strong>ste trabalho é<br />

analisar como relações <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r, em práticas <strong>de</strong> letramento que<br />

envolvem a escrita do gênero relatório <strong>de</strong> projeto, influenciam na<br />

explicitação ou não <strong>de</strong> como dimensões ditas “escondidas” (Street,<br />

2010) constituem essas práticas. Os dados foram coletados por meio <strong>de</strong><br />

entrevistas com alunos e através <strong>de</strong> observações a práticas <strong>de</strong><br />

366


Resumo dos Trabalhos<br />

letramento que envolveram a produção escrita e apresentação pública<br />

do relatório <strong>de</strong> projeto. Em uma sessão <strong>de</strong> formação, orientada pela<br />

pesquisadora/autora <strong>de</strong>ste trabalho, <strong>de</strong>stinada à discussão em torno da<br />

versão intercalar dos relatórios <strong>de</strong> projeto, duas dimensões foram<br />

<strong>de</strong>cisivas para oportunizar reflexões e instruções “mais” explícitas: a) a<br />

integração dos conhecimentos; b) a inovação <strong>de</strong>fendida no projeto. Os<br />

resultados vêm mostrar que a adoção <strong>de</strong> uma posição ‘mais’ dialógica<br />

(Lillis, 2003), diante da prática <strong>de</strong> produção do relatório <strong>de</strong> projeto,<br />

possibilita discussões ‘mais’ explícitas sobre relações <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r e<br />

i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s diferentes assumidas pelos participantes durante os<br />

trabalhos.<br />

A LÍNGUA PORTUGUESA NO ENSINO SUPERIOR EM<br />

CURSOS QUE NÃO DE LETRAS<br />

Amanda Canterle Bochett<br />

Sandra Maria Do Nascimento De Oliveira<br />

Palavras-chave: Língua portuguesa; Ensino Superior; Letramento<br />

acadêmico.<br />

A ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> leitura está presente em todos os níveis educacionais e<br />

nas socieda<strong>de</strong>s letradas, é uma forma <strong>de</strong> comunicação e entendimento<br />

sobre os fatos e ações por meio da interação. Ela proporciona sabedoria<br />

e uma experiência prazerosa <strong>de</strong> conhecimentos, constituindo a<br />

realização mais importante da vida dos acadêmicos. A leitura mantém<br />

um papel importante, pois está ligada a todas as práticas sociais <strong>de</strong><br />

letramento. Dessa forma, torna-se necessário compreen<strong>de</strong>r os<br />

processos que conduzem os alunos a um letramento acadêmico, pois<br />

este não po<strong>de</strong> ser compromisso <strong>de</strong> apenas uma área, mas uma<br />

responsabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> todas ao <strong>de</strong>senvolver sua competência linguística e<br />

<strong>de</strong> se preocupar em relação às dificulda<strong>de</strong>s que alunos <strong>de</strong> diferentes<br />

cursos <strong>de</strong> nível superior apresentam em suas práticas. Diante disso, o<br />

objetivo <strong>de</strong>ste trabalho é propiciar uma reflexão sobre o ensino da<br />

língua portuguesa no ensino superior em cursos que não <strong>de</strong> letras, em<br />

vista <strong>de</strong> que o mundo acadêmico apresenta muitas particularida<strong>de</strong>s e<br />

práticas <strong>de</strong> letramento que são próprias <strong>de</strong>sse meio. Para isso foram<br />

realizados questionários entre acadêmicos e professores dos cursos <strong>de</strong><br />

Ciência da Computação, <strong>de</strong> Direito e <strong>de</strong> Administração da URI –<br />

Campus <strong>de</strong> Santiago, o que nos levou à confirmação <strong>de</strong> que muitas<br />

dificulda<strong>de</strong>s existem por parte dos alunos. Mas, como hoje po<strong>de</strong>mos<br />

dizer que a língua portuguesa é vista como uma forma <strong>de</strong> interação e os<br />

367


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

sujeitos, por meio <strong>de</strong>la, adquire-se conhecimentos e apren<strong>de</strong>-se a<br />

pensar, em condições concretas, levando a língua a ser concebida como<br />

fator social. Desse modo, a Língua não po<strong>de</strong> ser compromisso <strong>de</strong><br />

apenas uma disciplina, mas uma responsabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> todas ao<br />

<strong>de</strong>senvolver sua competência linguística e <strong>de</strong> se preocupar em relação<br />

às dificulda<strong>de</strong>s que acadêmicos <strong>de</strong> diferentes cursos <strong>de</strong> nível superior<br />

apresentam referente ao uso da língua, análise, interpretação e produção<br />

textual. Essa atitu<strong>de</strong>, certamente, permitirá aos acadêmicos exercer suas<br />

futuras profissões sem dificulda<strong>de</strong>s, mostrando pela leitura a busca <strong>de</strong><br />

uma socieda<strong>de</strong> em que os benefícios profissionais não sejam apenas<br />

privilégio <strong>de</strong> uma minoria.<br />

O ENSINO DA LÍNGUA PORTUGUESA PARA ALUNOS<br />

SURDOS: OS DESAFIOS DE CADA PROPOSTA<br />

Andréia Gulielmin Didó<br />

O professor, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte da disciplina que leciona, é <strong>de</strong>safiado<br />

diariamente na sua prática em sala <strong>de</strong> aula. A elaboração do plano<br />

pedagógico, a escolha metodológica, os interesses do aluno, os<br />

conteúdos que <strong>de</strong>vem ser trabalhados, enfim, os elementos que<br />

contribuem na busca da construção <strong>de</strong> conhecimento na sala <strong>de</strong> aula<br />

são responsáveis pelas constantes inquietações e dúvidas em relação ao<br />

seu resultado. Ser professora <strong>de</strong> Língua Portuguesa para alunos surdos<br />

<strong>de</strong>ixa clara a necessida<strong>de</strong> e a importância do aprimoramento<br />

profissional para promover a aprendizagem dos alunos. Olhar para a<br />

própria trajetória profissional, formação, práticas, perceber falhas,<br />

fazer ajustes é assumir o <strong>de</strong>safio <strong>de</strong> melhorar a cada planejamento e,<br />

assim, contribuir efetivamente para o processo <strong>de</strong> ensino e<br />

aprendizagem dos alunos. Este estudo tem como objetivo refletir sobre<br />

um projeto multidisciplinar realizado nas aulas <strong>de</strong> Língua Portuguesa<br />

para alunos surdos em uma escola <strong>de</strong> ensino fundamental da re<strong>de</strong><br />

particular <strong>de</strong> Porto Alegre. Para tal finalida<strong>de</strong>, serão trazidos dados <strong>de</strong><br />

relatórios diários dos planejamentos, assim como das aulas realizadas,<br />

verificando as repercussões <strong>de</strong>ssas ações nas aprendizagem dos alunos.<br />

A reflexão sobre tais dados toma por base estudos que se voltam ao<br />

percurso da educação <strong>de</strong> surdos e ao ensino e à aprendizagem <strong>de</strong><br />

línguas, mais especificamente Língua Portuguesa e Libras, trazendo<br />

pressupostos <strong>de</strong> Vygotsky quanto ao <strong>de</strong>senvolvimento intelectual e<br />

aprendizagem, assim como, concepções bakhtinianas sobre linguagem.<br />

Entre as constatações <strong>de</strong>ste trabalho, ressalta-se que é imprescindível<br />

368


Resumo dos Trabalhos<br />

buscar aprimoração profissional, se valer das tecnologias para as<br />

práticas em sala <strong>de</strong> aula, trocar experiências com colegas, planejar e<br />

avaliar constantemente.<br />

ENSINO DE LIBRAS COMO L2 NA UFPEL: EXPERIÊNCIA DA<br />

PRODUÇÃO DE MATERIAL DIDÁTICO A PARTIR DA<br />

ABORDAGEM COMUNICATIVA<br />

Angela Nediane Dos Santos<br />

Ivana Gomes Da Silva<br />

Palavras- chave: Língua Brasileira <strong>de</strong> Sinais – Material didático –<br />

Ensino <strong>de</strong> L2.<br />

Este trabalho tem como objetivo fazer uma reflexão sobre o ensino <strong>de</strong><br />

Libras como L2 para ouvintes a partir da experiência <strong>de</strong> produção <strong>de</strong><br />

materiais didáticos para a disciplina <strong>de</strong> Libras na <strong>UFPel</strong>. Apesar do<br />

tempo <strong>de</strong>corrido após a oficialização da Língua Brasileira <strong>de</strong> Sinais –<br />

Libras e sua inserção obrigatória nos cursos <strong>de</strong> licenciatura (Lei nº<br />

10.436/2002 e Decreto nº 5.626/2005), os materiais didáticos para o<br />

ensino da mesma ainda são escassos. Os próprios estudos linguísticos<br />

sobre a Libras são recentes, bem como as pesquisas sobre o seu ensino,<br />

tanto como L1 quanto como L2. Os dicionários, websites e programas<br />

<strong>de</strong> ensino existentes apresentam apenas o estudo lexicográfico da<br />

Libras, e não a língua em uso no contexto comunicativo, além <strong>de</strong>,<br />

muitas vezes, não contemplarem elementos fonológicos básicos da<br />

Libras, como os movimentos e as expressões faciais. Partindo da<br />

necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver o ensino da Libras como L2 para os alunos<br />

dos cursos <strong>de</strong> Licenciatura da <strong>UFPel</strong> e tomando como base uma<br />

abordagem comunicativa, estão sendo <strong>de</strong>senvolvidos materiais<br />

didáticos que serão disponibilizados numa interface digital interativa.<br />

Trata-se <strong>de</strong> uma proposta que concebe a língua como um instrumento<br />

<strong>de</strong> comunicação e interação social, e preten<strong>de</strong> promover vivências do<br />

uso real e significativo da língua, para que o aluno possa interpretar e<br />

produzir unida<strong>de</strong>s discursivas em Libras. Os conceitos <strong>de</strong> língua,<br />

cultura e comunicação estão interligados nessa proposta <strong>de</strong> ensino <strong>de</strong><br />

Libras como L2. Como se trata <strong>de</strong> uma língua com canais <strong>de</strong> produção<br />

e recepção diferentes dos canais das línguas orais, a Libras é gestualvisual,<br />

o professor precisa utilizar materiais didáticos a<strong>de</strong>quados a esta<br />

diferença e criar estratégias que privilegiem a interação e o uso social<br />

da língua.<br />

369


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

UMA ANÁLISE CRÍTICA DO DOCUMENTO OFICIAL DE<br />

EDUCAÇÃO LINGUÍSTICA<br />

Betyna Faccin Preischardt<br />

Désirée Motta Roth (Orientadora)<br />

Palavras-chave: análise crítica <strong>de</strong> gênero; documentos oficiais em<br />

educação linguística; ensino <strong>de</strong> inglês como língua estrangeira.<br />

As tendências contemporâneas <strong>de</strong> ensino <strong>de</strong> línguas vêm sendo<br />

discutidas por alguns autores na Linguística Aplicada no Brasil<br />

(MEURER, 2003; MOITA-LOPES, 2006; MACHADO,<br />

CRISTOVÃO, 2006; MOTTA-ROTH, 2008; ROJO, 2008; 2009). O<br />

objetivo <strong>de</strong>ste trabalho é analisar e discutir <strong>de</strong> que maneira essas<br />

tendências contemporâneas <strong>de</strong> ensino <strong>de</strong> línguas são recontextualizadas<br />

em documentos oficiais <strong>de</strong> educação em contexto nacional –<br />

Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) (BRASIL, 1998; 2000) e<br />

Orientações Curriculares Nacionais (OCNs) (BRASIL, 2006) –, bem<br />

como, regional – Lições do Rio Gran<strong>de</strong> (LRG) (RIO GRANDE DO<br />

SUL, 2009) – em relação à área <strong>de</strong> Linguagens, códigos e suas<br />

tecnologias, focando no ensino <strong>de</strong> inglês como língua estrangeira. O<br />

aporte teórico-metodológico usado neste trabalho é a Análise Crítica <strong>de</strong><br />

Gêneros (MEURER, 2002; BHATIA, 2004; MOTTA-ROTH, 2005;<br />

2008). Nos PCNs, conceitos centrais relacionados às tendências<br />

contemporâneas, como gênero discursivo, prática social, letramentos e<br />

leitura crítica, estão implicitamente presentes no texto, <strong>de</strong> modo a<br />

salientar a proposta do ensino <strong>de</strong> línguas enquanto uma formação para<br />

a cidadania. Nas OCNs e nas LRG, o uso recorrente <strong>de</strong>sses conceitos<br />

indica explicitamente que as tendências contemporâneas subjazem aos<br />

documentos. A pouca recorrência <strong>de</strong>ssas palavras nos PCNs parece<br />

indicar que ao recontextualizar as tendências contemporâneas, em um<br />

primeiro momento, o foco estaria na aplicabilida<strong>de</strong> pedagógica e na<br />

organização curricular a partir <strong>de</strong>stas. Enquanto nas OCNs e nas LRG,<br />

além do foco da aplicabilida<strong>de</strong> pedagógica, há uma preocupação em<br />

refletir sobre as teorias que embasam a aplicabilida<strong>de</strong> e a organização<br />

curricular.<br />

UTILIZANDO O FACEBOOK COMO FERRAMENTA ALIADA<br />

NO ENSINO E APRENDIZAGEM DO INGLÊS<br />

Camila Gonçalves Dos Santos<br />

Palavras-chave: Re<strong>de</strong>s Sociais; Ensino e Aprendizagem da Língua<br />

Inglesa; Letramento Digital.<br />

370


Resumo dos Trabalhos<br />

Com o advento das Tecnologias <strong>de</strong> Informação e Comunicação (TICs),<br />

muitas ferramentas <strong>de</strong> interação acabaram se popularizando como é o<br />

caso do Orkut, Twitter e Facebook. Essas ferramentas passaram a fazer<br />

parte do dia a dia das pessoas,possibilitando novos espaços <strong>de</strong><br />

interação e comunicação. Nesse sentido, é relevante refletir sobre o<br />

impacto <strong>de</strong>ssas ferramentas no contexto <strong>de</strong> ensino e aprendizagem <strong>de</strong><br />

línguas, uma vez que essas apresentam conteúdos interessantes que<br />

po<strong>de</strong>m vir a contribuir com o letramento digital (KELNNER, 2001;<br />

SOARES, 2002) <strong>de</strong> alunos e professores. O presente trabalho tem<br />

como objetivo analisar os possíveis benefícios que uma página,<br />

existente no Facebook, e <strong>de</strong>stinada ao ensino e a aprendizagem do<br />

Inglês,po<strong>de</strong> vir a proporcionar aos alunos e professores envolvidos com<br />

a aprendizagem e ensino do Inglês como segunda língua. Para o<br />

estudo, serão analisados postagens e comentários <strong>de</strong> usuários a partir<br />

das conversações (RECUERO, 2012) existentes entre esses. Preten<strong>de</strong>-se<br />

com esta análise apresentar possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> ensino e aprendizagem<br />

do Inglês através <strong>de</strong> re<strong>de</strong>s sociais, neste caso o Facebook, bem como<br />

refletir sobre a questão do letramento digital a partir <strong>de</strong>ssas re<strong>de</strong>s.<br />

ESTADO DA ARTE DO LETRAMENTO DIGITAL:<br />

METANÁLISE QUALITATIVA DA INVESTIGAÇÃO<br />

BRASILEIRA<br />

Cândida Martins Pinto<br />

Palavras-chave: Professor; Letramento digital; Metanálise.<br />

Este trabalho tem por objetivo verificar, em estudos primários, como<br />

ocorre o letramento digital <strong>de</strong> professores quando da sua formação<br />

inicial e/ou continuada e como ele está<br />

construindo/revendo/modificando sua prática pedagógica. Parte-se do<br />

pressuposto que as mudanças tecnológicas emergentes no mundo estão<br />

apontando para uma nova or<strong>de</strong>m comunicativa (SNYDER, 2001), o que<br />

acarreta em uma transformação da i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> do professor, já que os<br />

alunos, diferentemente dos professores, estão sendo consi<strong>de</strong>rados<br />

nativos digitais (LEA & JONES, 2011). Optou-se, portanto, por uma<br />

metodologia metanalítica qualitativa que possibilita, a partir <strong>de</strong> estudos<br />

primários, verificar o estado da arte do fenômeno em questão. O corpus<br />

da pesquisa foi composto por quatorze resumos <strong>de</strong> teses e dissertações,<br />

disponíveis no Portal da Capes e publicadas nos anos <strong>de</strong> 2010 e 2011.<br />

Os resultados sugerem que os professores estão em busca <strong>de</strong><br />

371


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

atualização em relação ao letramento digital, pois, ao mesmo tempo que<br />

se sentem motivados para utilizar recursos tecnológicos nas suas<br />

práticas pedagógicas, não sabem ao certo como. Isto indica a<br />

necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> programas <strong>de</strong> formação continuada para promover a<br />

inclusão e o efetivo letramento digital dos professores.<br />

A LEITURA E A PRODUÇÃO TEXTUAL NAS SÉRIES<br />

INICIAIS: UMA EXPERIÊNCIA DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA<br />

Carine Maria Angst<br />

Francieli Heineck<br />

Este trabalho tem por objetivo a apresentação das ações <strong>de</strong>senvolvidas e<br />

as contribuições do Programa Institucional <strong>de</strong> Bolsas <strong>de</strong> Iniciação à<br />

Docência–PIBID do subprojeto <strong>de</strong> Letras. Este subprojeto tem como<br />

objetivo geral a inserção dos alunos do curso <strong>de</strong> Letras Português e<br />

Espanhol da UFFS–Campus <strong>de</strong> Cerro Largo no universo da Escola<br />

Estadual <strong>de</strong> Ensino Fundamental Pe. Traesel, com o intuito <strong>de</strong><br />

promover a inter-relação entre a teoria e a prática pedagógica no<br />

componente curricular <strong>de</strong> Língua Portuguesa com ênfase ao ensino <strong>de</strong><br />

leitura e <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> textos. Sendo assim, propõe-se: I)diagnosticar<br />

a realida<strong>de</strong> escolar em seus aspectos macro e microestrural;II)<br />

i<strong>de</strong>ntificar e analisar as principais dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> leitura e <strong>de</strong> escrita<br />

apresentadas pelos estudantes; III) criar uma sala-ambiente para o<br />

ensino <strong>de</strong> leitura e <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> textos; IV) oferecer oficinas <strong>de</strong><br />

leitura e <strong>de</strong> produção textual aos alunos; V) promover a reflexão entre<br />

a teoria e prática; VI) promover a interação entre a comunida<strong>de</strong> escolar<br />

e a universida<strong>de</strong>. Até o momento foram realizadas as etapas <strong>de</strong><br />

diagnóstico da realida<strong>de</strong> escolar e das dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> leitura e <strong>de</strong><br />

escrita dos alunos, bem como a criação da sala ambiente. Em relação à<br />

leitura e à escrita, i<strong>de</strong>ntificamos como principais dificulda<strong>de</strong>s: a)<br />

estabelecimento <strong>de</strong> relações entre linguagem e contexto; b)<br />

estabelecimento <strong>de</strong> relações entre as escolhas lexicais e o gênero<br />

selecionado. Neste momento, estão sendo <strong>de</strong>senvolvidas as oficinas <strong>de</strong><br />

leitura e escrita.<br />

APRENDIZAGEM EM ORGANIZAÇÕES: COMUNIDADES DE<br />

PRÁTICA E LETRAMENTO DIGITAL<br />

Christiane Heemann<br />

Palavras-chave: comunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> prática; letramento digital; educação<br />

corporativa.<br />

372


Resumo dos Trabalhos<br />

O cenário mundial vem sofrendo inúmeras mudanças <strong>de</strong>correntes do<br />

processo <strong>de</strong> globalização e surgimento sucessivo <strong>de</strong> novas tecnologias<br />

<strong>de</strong> informação e comunicação. Para as organizações, tal mudança<br />

contínua faz com que elas busquem a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> investir no seu<br />

capital intelectual. Uma resposta a essas transformações é a <strong>Educação</strong><br />

Corporativa por meio da <strong>Educação</strong> a Distância, on<strong>de</strong> as organizações<br />

encontraram espaço para aten<strong>de</strong>r um gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> pessoas. Esta<br />

expansão se justifica pelos custos elevados da educação presencial,<br />

limitações geográficas e <strong>de</strong> tempo. Nas empresas também ocorre<br />

aprendizagem, e o engajamento em ativida<strong>de</strong>s online e as diversas<br />

interações levam a diferentes tipos <strong>de</strong> aprendizagem que requerem a<br />

apropriação das tecnologias <strong>de</strong> informação e comunicação pelos<br />

participantes. Tal aprendizagem está ligada ao letramento digital que<br />

<strong>de</strong>manda uma nova maneira <strong>de</strong> ser no mundo e <strong>de</strong> se relacionar. O<br />

domínio perfeito para se refletir sobre a aliança do conhecimento,<br />

aprendizagem e prática no local <strong>de</strong> trabalho é a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> comunida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> prática (LAVE e WENGER, 2006). Este trabalho almeja discutir<br />

questões relacionadas à aprendizagem no trabalho e comunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

prática, vislumbrando possibilida<strong>de</strong>s futuras <strong>de</strong> ensino e aprendizagem<br />

em contextos diferenciados.<br />

(MULTI) LETRAMENTOS NA FORMAÇÃO INICIAL DO<br />

PROFISSIONAL DE LETRAS<br />

Cibele Da Silva Trinda<strong>de</strong><br />

Este trabalho, iniciado em junho <strong>de</strong> 2012, tem como objetivo analisar os<br />

motivos que levaram alunos <strong>de</strong> licenciatura em Letras optarem por este<br />

curso, bem como expectativas <strong>de</strong>sses sujeitos em relação aos estudos<br />

no curso e à profissão <strong>de</strong> professor. Esses aspectos são <strong>de</strong>cisivos para<br />

que se compreenda a formação inicial dos acadêmicos <strong>de</strong> Letras, os<br />

(multi)letramentos (Rojo, 2009; Rojo; Moura, 2012) que são parte<br />

<strong>de</strong>ssa formação e os modos <strong>de</strong> interação em práticas <strong>de</strong> letramento<br />

acadêmico (Lea e Street 1998, 2006). Os sujeitos que constituem a<br />

pesquisa são alunos <strong>de</strong> um Curso <strong>de</strong> Letras (2012) do primeiro até o<br />

último semestre <strong>de</strong> uma Universida<strong>de</strong> particular na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Pelotas<br />

(RS). Para a coleta <strong>de</strong> dados foi aplicado um questionário, contendo<br />

questões discursivas, a fim <strong>de</strong> que pu<strong>de</strong>ssem expressar motivos por<br />

estarem no curso <strong>de</strong> Letras e expectativas para a carreira docente. A<br />

perspectiva sociocultural dos letramentos dá suporte aos trabalhos<br />

<strong>de</strong>senvolvidos nessa pesquisa, a qual <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> que cada sujeito é<br />

373


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

constituído por interagir em diferentes práticas sociais, as quais são<br />

caracterizadas por diferentes relações i<strong>de</strong>ológicas, <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r e <strong>de</strong><br />

i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>. Os resultados iniciais indicam que os alunos têm interesse<br />

por aprofundar conhecimentos sobre a língua portuguesa e estrangeira,<br />

porém, na maioria, não revelam intenção em ser professor. Esses dados<br />

fazem emergir questionamentos sobre as condições que estão sendo<br />

dadas aos alunos para se assumirem professores (Tápias-Oliveira,<br />

2007, 2005) seja no contexto acadêmico ou no escolar (Bunzen, 2010).<br />

CARTA-RESPOSTA COMO GÊNERO CATALISADOR DA<br />

FORMAÇÃO DOCENTE: TECENDO LINHAS ENTRE TEORIA<br />

E PRÁTICA<br />

Clara Dornelles<br />

Mara Luiza Machado Idalencio Abatti<br />

Um dos maiores <strong>de</strong>safios da formação docente nos cursos <strong>de</strong><br />

licenciatura é promover a integração entre teoria e prática. No contexto<br />

<strong>de</strong> um projeto <strong>de</strong> extensão do curso <strong>de</strong> Letras <strong>de</strong> uma universida<strong>de</strong><br />

pública no interior do RS, fizemos a tentativa <strong>de</strong> realizar essa<br />

integração por meio da leitura <strong>de</strong> textos sobre o ensino <strong>de</strong> língua<br />

portuguesa e da produção <strong>de</strong> cartas-respostas aos autores. O referido<br />

projeto engloba três oficinas voltadas para os (multi)letramentos<br />

(KLEIMAN, 2007; ROJO, 2009; SIGNORINI, 2011) <strong>de</strong> alunos da<br />

graduação e do ensino fundamental, e é <strong>de</strong>senvolvido por três<br />

graduandas, sob nossa orientação. Durante o primeiro semestre <strong>de</strong><br />

2012, foram produzidas nove cartas-respostas, as quais constituem os<br />

dados <strong>de</strong> análise <strong>de</strong>sta pesquisa. Focalizamos as cartas-respostas com o<br />

objetivo <strong>de</strong> investigar se esse gênero favorece a construção <strong>de</strong><br />

questionamentos que articulem teoria e prática na formação docente.<br />

Os resultados indicam que as cartas-respostas funcionam como gênero<br />

catalisador (SIGNORINI, 2006), motivando as alunas a expressarem<br />

dúvidas sobre o trabalho pedagógico que vêm realizando, em<br />

articulação com a discussão sobre conceitos da área <strong>de</strong> referência.<br />

Ainda, observamos que, por meio das cartas, as bolsistas estabelecem<br />

relação <strong>de</strong> proximida<strong>de</strong> com os autores o que, por outro lado, contribui<br />

para o seu próprio posicionamento autoral.<br />

374


Resumo dos Trabalhos<br />

O PAPEL DE ESTRATÉGIAS DE CONHECIMENTO LEXICAL<br />

NO PROCESSO DA LEITURA: A IMPORTÂNCIA DO<br />

CONTEXTO<br />

Claudia Finger-Kratochvil<br />

Longe <strong>de</strong> ser um assunto simples, o léxico é questão multifacetada e<br />

envolve vários aspectos. A diversida<strong>de</strong> do olhar pressupõe um<br />

“conceito rico” <strong>de</strong> léxico que envolve aspectos linguísticos,<br />

psicolinguísticos, sociolinguísticos, pragmáticos. Por essas razões,<br />

verifica-se crescente reconhecimento e interesse a respeito do papel do<br />

conhecimento lexical no processo <strong>de</strong> compreensão em leitura, cenário<br />

no qual essa pesquisa se insere. A literatura revela o acordo entre os<br />

pesquisadores em relação à importância do <strong>de</strong>senvolvimento da<br />

consciência metalinguística em suas diferentes categorias, entre elas a<br />

metalexical e metassemântica (conjugadas), para o domínio eficiente e<br />

efetivo da linguagem (NAGY, 2007, 2004). Direta e estreitamente<br />

vinculada a esse, evi<strong>de</strong>ncia-se outro posicionamento comum: a<br />

importância do contexto à formação <strong>de</strong> estratégias, ao processo <strong>de</strong><br />

<strong>aqui</strong>sição <strong>de</strong> conhecimento lexical e à compreensão em leitura. Os<br />

resultados apresentados são um recorte <strong>de</strong> uma tese <strong>de</strong> doutorado<br />

(FINGER-KRATOCHVIL, 2010), visando à discussão da estratégia<br />

contextual para o processo <strong>de</strong> construção da competência lexical e a<br />

compreensão em leitura. Na análise dos resultados, comparando os<br />

momentos antes e <strong>de</strong>pois da intervenção, encontram-se indicadores<br />

estatísticos do <strong>de</strong>spontar da consciência da palavra (GRAVES, 2006;<br />

STAHL; NAGY, 2006). Os Think-aloud Protocols - TAPs, por sua vez,<br />

parecem confirmar mudanças na abordagem dos problemas <strong>de</strong><br />

vocabulário pelos participantes, ao longo da leitura. Percebem-se<br />

ganhos no que se têm chamado <strong>de</strong> “consciência da palavra”. Entretanto,<br />

os resultados corroboram para o posicionamento <strong>de</strong> que as habilida<strong>de</strong>s<br />

envolvidas no uso <strong>de</strong>ssas estratégias, visando à leitura, precisam ser<br />

<strong>de</strong>senvolvidas em trabalho <strong>de</strong> longo prazo.<br />

UM LETRAMENTO ESPECIAL: O DOS PORTADORES DE<br />

SÍNDROME DE DOWN<br />

Cláudia Madalena Feistauer<br />

Numa socieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> cultura com base grafocêntrica permeada por<br />

códigos, letras, símbolos, signos e números não compreendê-los é viver<br />

em um mundo paralelo. Por isso a Leitura e a Escrita se tornam via <strong>de</strong><br />

375


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

acesso para a inclusão social. Por enten<strong>de</strong>r a leitura e a escrita como<br />

aprendizagens fundamentais para a inserção dos indivíduos nas<br />

socieda<strong>de</strong>s ditas letradas e reconhecer que as socieda<strong>de</strong>s globalizadas<br />

exigem, cada vez mais dos indivíduos, processos complexos <strong>de</strong><br />

letramento. Não obstante, é relevante reconhecer que não somente o<br />

domínio do código da leitura e da escrita, mas também a competência<br />

como leitor e escritor <strong>de</strong> seu próprio texto, <strong>de</strong> sua própria história, <strong>de</strong><br />

sua passagem pelo mundo. Alfabetizar na perspectiva do letramento é<br />

apropriar-se da leitura, escrita e numeralização, fortalecendo sua<br />

condição <strong>de</strong> sujeitos atuantes no contexto social, econômico, ambiental<br />

e cultural. Se o letramento é importante para auxiliar a formação do<br />

cidadão como agente ativo e engajado nas práticas <strong>de</strong> sua comunida<strong>de</strong><br />

das pessoas com <strong>de</strong>senvolvimento cognitivo normal, também<br />

contribuirá para a inclusão <strong>de</strong> portadores <strong>de</strong> necessida<strong>de</strong>s educativas<br />

especiais como é o caso dos portadores <strong>de</strong> síndrome <strong>de</strong> down. Sendo<br />

assim, o presente trabalho objetiva analisar, <strong>de</strong> forma ampla, o nível <strong>de</strong><br />

letramento <strong>de</strong> portadores <strong>de</strong> síndrome <strong>de</strong> Down no que se refere à<br />

formação <strong>de</strong> leitores que relacionem o que lêem com o que vêem, com<br />

o que sentem, com o que vivem, enfim, que construam significados<br />

sociais, históricos e políticos na leitura do texto a que se <strong>de</strong>dicam,<br />

tornando-se, <strong>de</strong>ssa forma sujeitos pensantes, <strong>de</strong> modo que aprendam a<br />

utilizar o seu potencial <strong>de</strong> pensamento na construção e reconstrução <strong>de</strong><br />

conceitos, pois assim serão capazes <strong>de</strong> compreen<strong>de</strong>r o mundo que os<br />

cerca.<br />

UM BILHETE PARA MIM? ESCRITA DE BILHETES POR<br />

JOVENS COM SÍNDROME DE DOWN<br />

Claudia Moraes Dal Molin<br />

Thaiany D'avila Rosa<br />

Gilsenira De Alcino Rangel<br />

Palavras-chave: letramento, estrutura textual, Provinha Brasil.<br />

Este trabalho tem por objetivo <strong>de</strong>screver e analisar o <strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong><br />

jovens com síndrome <strong>de</strong> Down na escrita <strong>de</strong> bilhetes comparando-os<br />

com os resultados obtidos na Provinha Brasil 2011/1 no que se refere à<br />

questão 14. Como aparato teórico, lançamos mão dos estudos <strong>de</strong><br />

Soares (2003) focando-nos na função social da escrita. A pesquisa, <strong>de</strong><br />

cunho qualitativo, teve como instrumentos metodológicos, a escrita<br />

espontânea dos alunos, escritas <strong>de</strong> sala <strong>de</strong> aula e os resultados da<br />

aplicação da Provinha Brasil. Os informantes foram quatro participantes<br />

376


Resumo dos Trabalhos<br />

do projeto <strong>de</strong> extensão Novos Caminhos, da <strong>Faculda<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>Educação</strong> da<br />

Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Pelotas, todos do sexo feminino, com ida<strong>de</strong>s<br />

entre 24 e 33 anos. A Provinha Brasil é composta por 20 questões<br />

objetivas, <strong>de</strong>ntre elas: interpretação, incluindo textos curtos e longos,<br />

em que o aluno localiza informações explícitas; a função dos textos,<br />

bem como a i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> estruturas textuais. A questão <strong>de</strong> pesquisa<br />

surgiu a partir da correção da Provinha Brasil em que das quatro<br />

informantes, apenas uma acertou a questão 14 que contempla a<br />

i<strong>de</strong>ntificação do remetente <strong>de</strong> um bilhete. Tais resultados nos fizeram<br />

questionar se a escrita <strong>de</strong> bilhetes não seria comum entre elas. Assim,<br />

recorremos ao banco <strong>de</strong> dados <strong>de</strong> escrita dos alunos do projeto e<br />

selecionamos 9 bilhetes escritos em sala <strong>de</strong> aula e 6 <strong>de</strong> escrita<br />

espontânea. Como resultados parciais, constatamos que a maioria das<br />

alunas possui conhecimentos sobre bilhete, sua estrutura e função<br />

social, porém a falta <strong>de</strong> êxito na prova po<strong>de</strong> estar relacionada à<br />

formulação da questão que prevê o uso <strong>de</strong> outras habilida<strong>de</strong>s além das<br />

<strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação da estrutura do tipo textual bilhete.<br />

O IMPORTANTE PAPEL DA LEITURA NA PRÁTICA<br />

DOCENTE<br />

Clei<strong>de</strong> Inês Wittke<br />

Alessandra Baldo<br />

Palavras-chave: Interação Verbal, Leitura, Ensino <strong>de</strong> Língua.<br />

A realida<strong>de</strong> social do século XXI é marcada pela prática <strong>de</strong> interação,<br />

seja via ativida<strong>de</strong>s verbais ou não verbais. E a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> interagir<br />

com o outro reforça a importância em dominar essas competências<br />

(PCNEM, 1998), as quais viabilizam nossa comunicação,<br />

possibilitando que sejamos sujeitos autores <strong>de</strong> nossa história<br />

(GERALDI, 2006; MARCUSCHI, 2008). Nessa perspectiva, vemos a<br />

competência leitora (KLEIMAN, 2000, 2006), juntamente com a<br />

prática da escrita, como mola-mestra da alfabetização e do letramento:<br />

processo <strong>de</strong> leitura e escrita efetuado ao longo da vida, em ambiente <strong>de</strong><br />

ensino e fora <strong>de</strong>le. Cabe então à escola, <strong>de</strong> modo geral, e às aulas <strong>de</strong><br />

língua, <strong>de</strong> modo particular, criarem oportunida<strong>de</strong>s pelas quais o aluno<br />

possa aperfeiçoar sua capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> interação, na medida em que lê,<br />

analisa e produz os diversos gêneros textuais que circulam socialmente,<br />

tanto impressos como digitalizados. Isso implica uma reorganização na<br />

maneira <strong>de</strong> <strong>de</strong>finir e trabalhar a lingua(gem) (KOCH, 2006) e também<br />

exige uma reorganização nos currículos (ANTUNES, 2007, 2009).<br />

377


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

Concebendo a leitura como um processo <strong>de</strong> interação social, este estudo<br />

objetiva refletir sobre sua prática na escola, levando em conta os<br />

diversos conhecimentos necessários para tornar-se um leitor crítico.<br />

Tamblém refletimos sobre o caráter interdisciplinar da leitura<br />

(KLEIMAN e MORAES, 1999) e sobre diferentes estratégias (SOLÉ,<br />

1995) possíveis <strong>de</strong> serem <strong>de</strong>senvolvidas nas aulas <strong>de</strong> língua.<br />

AUTORES, TÍTULOS E GÊNEROS DA LEITURA NA ESCOLA<br />

Cristina Maria Rosa<br />

No trabalho evi<strong>de</strong>ncio autores, títulos e gêneros acionados pelas<br />

professoras para suas leituras na escola. Interessada em conhecer se há<br />

leitura literária nos cinco primeiros anos do Ensino Fundamental em<br />

escolas públicas no município <strong>de</strong> Pelotas, sul do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul, a<br />

investigação, <strong>de</strong> cunho qualitativo, teve como informantes professores.<br />

Os resultados permitem estabelecer relações entre a prática<br />

<strong>de</strong>senvolvida e o referencial teórico que indica que a literatura infantil<br />

<strong>de</strong>ve oferecer conhecimento para os pequenos leitores ao mesmo<br />

tempo em que os encanta com suas tramas e <strong>de</strong>sfechos, cumprindo<br />

assim, seu <strong>de</strong>stino estético, <strong>de</strong> acordo com Paulino (2010). As questões<br />

que orientaram as entrevistas foram: A professora lê para as crianças?<br />

O quê? Com que freqüência? Registra as leituras? On<strong>de</strong> registra? Quais<br />

os eventos <strong>de</strong> leitura que acontecem na escola? Como são organizados e<br />

<strong>de</strong>scritos pela professora? Quais os autores e títulos que admira e/ou<br />

aciona quando lê? Com o passar do tempo, a leitura <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> acontecer<br />

na escola? Por quê? Entre os resultados, percebeu-se que, embora as<br />

professoras afirmem que leem diariamente, a leitura <strong>de</strong> textos literários<br />

é eventual; parte consi<strong>de</strong>rável escolhe aleatoriamente e<br />

indiferenciadamente o que vai ser lido momentos antes <strong>de</strong> entrar na<br />

sala; a maior parte não registra título, autor/ilustrador e nem gênero<br />

lido; há um espectro muito restrito <strong>de</strong> obras/autores acionados pelas<br />

professoras nas escolas; em alguns casos há ina<strong>de</strong>quação texto/leitor e,<br />

as professoras <strong>de</strong>sconhecem o protagonismo como uma atitu<strong>de</strong> docente<br />

quando se trata da formação do leitor inicial.<br />

378


Resumo dos Trabalhos<br />

O USO DO VÍDEO NA APRENDIZAGEM DE LÍNGUAS<br />

ESTRANGEIRAS<br />

Daiane Winter<br />

Palavras-chave: língua-estrangeira; ví<strong>de</strong>os; motivação.<br />

O objetivo <strong>de</strong>ste trabalho é avaliar o ví<strong>de</strong>o como fator <strong>de</strong> motivação na<br />

aula <strong>de</strong> língua estrangeira. O processo <strong>de</strong> ensino e aprendizagem nas<br />

escolas vem sofrendo mudanças significativas nos últimos anos.<br />

Atualmente, o aluno tem acesso ao conhecimento por diversos outros<br />

meios além do professor, sendo o mais conhecido <strong>de</strong>les a internet. Por<br />

isso, o professor <strong>de</strong>ve inovar suas aulas por meio das mais variadas<br />

ferramentas tecnológicas, entre elas o ví<strong>de</strong>o. A fundamentação teórica<br />

do trabalho está baseada principalmente no mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> motivação<br />

ARCS <strong>de</strong> John Keller e nas formas <strong>de</strong> multiletrametos do The New<br />

London Group. Além <strong>de</strong> trabalhar com um ví<strong>de</strong>o do YouTube como<br />

uma forma <strong>de</strong> input, os alunos terão a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> criarem seus<br />

próprios ví<strong>de</strong>os relacionados ao conteúdo da sala <strong>de</strong> aula. Os dados<br />

serão coletados por meio <strong>de</strong> entrevista focal, tipo semi-estruturada.<br />

Como a motivação é um fator extremamente importante para a<br />

aprendizagem, espera-se que o uso do ví<strong>de</strong>o interfira positivamente na<br />

motivação dos alunos, pois as aulas po<strong>de</strong>m tornar-se mais dinâmicas,<br />

criativas, diversificadas e inovadoras.<br />

A APRENDIZAGEM DA MARCAÇÃO NÃO-MANUAL DA<br />

LIBRAS POR OUVINTES<br />

Diego Teixeira De Souza<br />

Palavras-chave: <strong>aqui</strong>sição da linguagem; fonologia; Língua Brasileira<br />

<strong>de</strong> Sinais.<br />

No processo <strong>de</strong> <strong>aqui</strong>sição <strong>de</strong> uma segunda língua alguns aprendizes<br />

parecem levar mais tempo no domínio <strong>de</strong> conjugações verbais e <strong>de</strong><br />

concordâncias, entre outros aspectos. Na língua <strong>de</strong> sinais tem se<br />

verificado que a execução das marcações não-manuais, que fazem<br />

referência aos movimentos <strong>de</strong> face, olhos, cabeça ou tronco, parecem<br />

ser <strong>de</strong> domínio mais tardio aos ouvintes. As expressões não-manuais<br />

possuem dois papéis <strong>de</strong> diferenciação nas línguas <strong>de</strong> sinais: marcação<br />

<strong>de</strong> construções sintáticas – como marcação <strong>de</strong> sentença interrogativa –<br />

orações relativas, topicalizações, concordância, foco e diferenciação<br />

entre os itens lexicais. As expressões não-manuais que constituem<br />

componentes lexicais marcam referência específica, referência<br />

pronominal, partícula negativa, advérbio e grau ou aspecto. Em alguns<br />

379


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

casos, os parâmetros fonológicos da língua <strong>de</strong> sinais formam sinais que,<br />

quando associadas à expressão facial, formam os pares mínimos, que,<br />

em português, po<strong>de</strong>m ser exemplificados pelas características dos<br />

fonemas /t/ e /d/, que são primordiais na distinção <strong>de</strong> significado <strong>de</strong><br />

‘ga/d/o’ e ‘ga/t/o’. Como <strong>de</strong>stacam Quadros e Karnopp (2004), a Libras<br />

apresenta pares mínimos, nos quais a oposição <strong>de</strong> um parâmetro<br />

provoca mudança <strong>de</strong> significado. Po<strong>de</strong>mos citar como exemplo a<br />

execução da palavra ‘silêncio’. Tal vocábulo <strong>de</strong>ve ser sinalizado com o<br />

<strong>de</strong>do indicador sobre a boca, com expressão facial calma e serena. Mas,<br />

caso ocorra uma execução <strong>de</strong>ste sinal utilizando um movimento mais<br />

rápido e com uma expressão <strong>de</strong> zanga, o seu significado será “Cale a<br />

boca!”. Em meio a este contexto, o ouvinte aprendiz <strong>de</strong>ve adquirir as<br />

expressões não-manuais para que elas sejam expressas com o uso dos<br />

sinais. Cabe ressaltar que Quadros (1997) afirma que, no caso da<br />

<strong>aqui</strong>sição da Libras, o input visual é extremamente importante. Tal<br />

input <strong>de</strong>ve ser explorado qualitativamente e <strong>de</strong>ve ser avaliado o tempo<br />

necessário <strong>de</strong> exposição para que esse processo ocorra a<strong>de</strong>quadamente.<br />

Na língua <strong>de</strong> sinais, a expressão facial é <strong>de</strong> fundamental importância<br />

para o entendimento real do sinal: po<strong>de</strong>ria ser equivalente ao que<br />

correspon<strong>de</strong> à entonação na língua portuguesa. Este trabalho, portanto,<br />

visa discutir perspectivas <strong>de</strong> estudo sobre o modo como aprendizes da<br />

Libras valem-se da marcação não-manual da Língua Brasileira <strong>de</strong><br />

Sinais, consi<strong>de</strong>rando as implicações <strong>de</strong>sse uso na interação por meio<br />

<strong>de</strong>sse idioma.<br />

POR QUE O DICIONÁRIO DE LÍNGUA PORTUGUESA NÃO É<br />

USADO PELA MAIORIA DOS SURDOS?<br />

Diogo Souza Ma<strong>de</strong>ira<br />

Palavras-chave: surdo, dicionário <strong>de</strong> língua portuguesa, linguística.<br />

Essa questão foi oriunda do cotidiano dos surdos que tenho observado,<br />

no entanto, consi<strong>de</strong>ra-se uma preocupação quanto aos surdos não<br />

consultarem o dicionário <strong>de</strong> Língua Portuguesa quando algum léxico<br />

<strong>de</strong>sconhecido lhes acontece. Qual a razão <strong>de</strong> não usarem o dicionário?<br />

O dicionário lhes parece complicado? O conteúdo do dicionário não é<br />

apropriado para os surdos? Eles não têm hábito <strong>de</strong> consultar o<br />

dicionário? Estas indagações serão explicadas no <strong>de</strong>correr da pesquisa<br />

por meio <strong>de</strong> seguintes tais autores: Mikhail Bakhtin, Umberto Eco,<br />

Roland Barthes, Marco Bagno, Herbert Welker, Pierre Lévy e Mariney<br />

P. Conceição. Também tais questões serão esclarecidas: Como o surdo<br />

380


Resumo dos Trabalhos<br />

sabe usar o dicionário? Quais são as orientações <strong>de</strong> usar o dicionário?<br />

Como lidar com o léxico sendo consultado? Por que o dicionário para o<br />

surdo se torna um instrumento cotidiano (obrigatório)?<br />

REPRESENTAÇÕES DE LETRAMENTO NO CONTEXTO<br />

ESCOLAR: PRIMEIRAS IMPRESSÕES<br />

Eliseu Alves Da Silva<br />

O tema dos letramentos tem estado no centro das pesquisas e discussões<br />

em Linguística Aplicada (KLEIMAN; MATENCIO, 2005; ROJO,<br />

2010; SOARES, 2011), bem como é recorrente o emprego do termo<br />

em documentos oficiais, como os Parâmetros Curriculares Nacionais<br />

(BRASIL, 2000), as Orientações Curriculares Nacionais (BRASIL,<br />

2006) e, mais recentemente, nos Referenciais Curriculares Lições do<br />

Rio Gran<strong>de</strong>, lançado pela Secretaria <strong>de</strong> <strong>Educação</strong> do Estado do Rio<br />

Gran<strong>de</strong> do Sul em 2009. Em face <strong>de</strong>sse panorama, neste trabalho<br />

buscamos interpretar as representações <strong>de</strong> letramento produzidas por<br />

professores <strong>de</strong> diferentes disciplinas <strong>de</strong> uma escola pública <strong>de</strong> ensino<br />

fundamental <strong>de</strong> Santa Maria, RS, participantes <strong>de</strong> um programa <strong>de</strong><br />

formação continuada. O corpus foi coletado a partir <strong>de</strong> um questionário<br />

estruturado, respondido por 12 professores. A análise das concepções<br />

aponta para três conceitos centrais acerca do tema: como<br />

“<strong>de</strong>codificação” da linguagem escrita, como “leitura <strong>de</strong> mundo” a partir<br />

da realida<strong>de</strong> cotidiana e como “método <strong>de</strong> ensino”. Já a análise <strong>de</strong><br />

como representam a prática <strong>de</strong> letramento em sala <strong>de</strong> aula sugere um<br />

empenho dos professores em realizar ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> leitura,<br />

interpretação e produção textual.<br />

ENTROU NUMA PERNA DE PATO E SAIU NUMA DE PINTO,<br />

QUEM QUISER QUE CONTE CINCO: A CONSTRUÇÃO DO<br />

PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO DOS ALUNOS<br />

Elzilane da Paixão Nascimento<br />

Palavras-chave: Literatura Infantil, Alfabetização, <strong>Educação</strong> Popular,<br />

Contação <strong>de</strong> Histórias e Criança.<br />

A Literatura Infantil sempre fez parte do meu mundo. Des<strong>de</strong> muito<br />

cedo, aprendi Tatravés das histórias <strong>de</strong> minha avó Laura que as<br />

palavras tinham som, cheiro, gosto e melodia. Era sempre o mesmo<br />

ritual, casa <strong>de</strong> muita pobreza, mas cheia <strong>de</strong> carinho <strong>de</strong> avó. Cheia <strong>de</strong><br />

histórias para contar. Os netos se reuniam embaixo da amendoeira<br />

381


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

frondosa ou simplesmente sentava-se no chão <strong>de</strong> vermelhão, on<strong>de</strong><br />

estávamos era o que menos importava; o que consi<strong>de</strong>rávamos era para<br />

on<strong>de</strong> nos transportávamos todas as vezes que vovó falava “Era uma<br />

vez”... As histórias orais eram fruto <strong>de</strong> sua cultura capixaba, vovó viera<br />

para o Rio <strong>de</strong> Janeiro e trouxe em sua bagagem as histórias contadas<br />

por sua avó reza<strong>de</strong>ira, as ladainhas, as mesmas manias. Vovó não<br />

dominava os códigos linguísticos, porém quando contava suas histórias<br />

oralmente, não supúnhamos que ela era analfabeta, pois se revestia <strong>de</strong><br />

tamanho encantamento, <strong>de</strong> tantos sentimentos contidos nas entrelinhas<br />

da história que muitas vezes era só travessura, outras, só emoção,<br />

outras, só melodia ou acabava por misturar tudo como se fosse um<br />

gran<strong>de</strong> cal<strong>de</strong>irão em ebulição. Este trabalho nasce da busca por<br />

evi<strong>de</strong>nciar o papel da Literatura Infantil como processo alfabetizador e<br />

elemento facilitador através <strong>de</strong> contação <strong>de</strong> histórias, orais ou lidas,<br />

<strong>de</strong>ntro do contexto da educação popular redimensionando a sua<br />

importância na formação da autonomia do sujeito-leitor. Po<strong>de</strong>mos<br />

pensar que a escola não é somente um espaço que reflete a socieda<strong>de</strong><br />

exclu<strong>de</strong>nte e (<strong>de</strong>s) igual na qual vivemos, mas que ela também<br />

constitui em si mesma um organismo vivo, único, diversificado na sua<br />

própria construção, criando assim novas leituras <strong>de</strong> mundo e novas<br />

representações sociais. Dentro <strong>de</strong>sta lógica interna estará acomodações,<br />

preconceitos e resistências que fazem <strong>de</strong>sse espaço, terreno pantanoso,<br />

movediço, on<strong>de</strong> os sujeitos muitas vezes se movem “à contra pelo”.<br />

“Entrou numa perna <strong>de</strong> pato e saiu numa <strong>de</strong> pinto, quem quiser que<br />

conte cinco”. Era assim que vovó sempre terminava suas histórias,<br />

histórias essas que eram reinventadas todos os dias. Faleceu aos 77<br />

anos e como legado, <strong>de</strong>ixou uma gran<strong>de</strong> lição que é preciso se fazer<br />

apaixonar e se <strong>de</strong>ixar apaixonar. A sala <strong>de</strong> aula com certeza é um dos<br />

espaços i<strong>de</strong>ais para que a paixão aconteça: paixão pelo mundo das<br />

letras, paixão pelo mundo da escrita, paixão pela literatura, paixão pela<br />

arte <strong>de</strong> ensinar. Teóricos como: Paulo Freire, Emília Ferreiro, Ângela<br />

Kleiman e Magda Soares farão parte da dialética <strong>de</strong>ste trabalho.<br />

HOME PAGE: UMA EXPERIÊNCIA DE LETRAMENTO DIGITAL<br />

ERICK KADER CALLEGARO CORRÊA<br />

CARLA CALLEGARO CORRÊA KADER<br />

Este trabalho utiliza a internet como espaço <strong>de</strong> aprendizagem<br />

significativa, <strong>de</strong>senvolvendo ações <strong>de</strong> ensino-aprendizagem <strong>de</strong> língua<br />

estrangeira embasada no conceito <strong>de</strong> letramento digital, focando três<br />

eixos complementares <strong>de</strong> aprendizagem: pesquisar na internet, publicar<br />

382


Resumo dos Trabalhos<br />

e comunicar-se digitalmente. Para tanto, aplicou-se os conceitos <strong>de</strong><br />

letramento a partir <strong>de</strong> Soares (1998), incorporado à tecnologia digital,<br />

buscando a apropriação do para quê utilizar a tecnologia ao ensinoaprendizagem<br />

<strong>de</strong> línguas. Essa experiência <strong>de</strong> letramento digital foi<br />

aplicada a um grupo <strong>de</strong> alunos do ensino médio integrado ao Técnico<br />

em Informática <strong>de</strong> uma escola técnica do interior do estado do Rio<br />

Gran<strong>de</strong> do Sul. Os alunos fizeram suas home pages no laboratório <strong>de</strong><br />

informática da escola, agregando seus conhecimentos sobre a utilização<br />

do espaço digital com os <strong>de</strong> língua inglesa. A partir daí criaram suas<br />

home pages, apresentando informações pessoais em inglês. Após o<br />

<strong>de</strong>sign e conteúdo das páginas finalizados, os alunos personalizaram um<br />

sumário com links para as home pages da turma, registrando tal<br />

ativida<strong>de</strong> em um CD-ROM. Os resultados <strong>de</strong>monstraram que os<br />

conteúdos, ferramentas, proposta e ambiente virtual tornam possíveis<br />

que os participantes exercitem características fundamentais no processo<br />

educativo: a curiosida<strong>de</strong> da pesquisa; a autoria da publicação e a troca<br />

da comunicação na divulgação das páginas.<br />

Palavras-chave: Home page; Ensino-aprendizagem <strong>de</strong> língua inglesa;<br />

Letramento digital<br />

AQUISIÇÃO DE LINGUAGEM POR SURDOCEGO PRÉ-<br />

SIMBÓLICO: COMO OCORRE ESSE PROCESSO?<br />

Fernanda Cristina Falkoski<br />

O trabalho a ser apresentado resulta <strong>de</strong> contato com um aluno<br />

surdocego pré- simbólico, em uma escola da re<strong>de</strong> regular <strong>de</strong> ensino da<br />

região do Vale do Rio dos Sinos. Compreen<strong>de</strong>-se que a linguagem é<br />

um dos requisitos fundamentais para estabelecer a comunicação entre<br />

as pessoas, que ela é própria dos seres humanos e po<strong>de</strong> ser manifestada<br />

<strong>de</strong> diversas formas. Segundo estudos teóricos das áreas da Linguística<br />

e da Psicologia, existe uma importante relação entre pensamento e<br />

linguagem. Partindo <strong>de</strong>sses pressupostos, ao se <strong>de</strong>pararem com um<br />

aluno surdocego pré-simbólico incluído em uma classe regular <strong>de</strong><br />

ensino, alguns profissionais questionam-se sobre como seria a<br />

<strong>aqui</strong>sição <strong>de</strong> linguagem <strong>de</strong>sse sujeito, que tem contato com o mundo<br />

pelo tato. Então, foi estabelecido como objetivo principal do trabalho<br />

compreen<strong>de</strong>r como ocorre o processo <strong>de</strong> <strong>aqui</strong>sição <strong>de</strong> linguagem <strong>de</strong>sse<br />

sujeito, promover a sua comunicação com outras pessoas e<br />

proporcionar meios para expressar sua capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> estabelecer<br />

relações e <strong>de</strong> produzir significados. Como metodologia <strong>de</strong> trabalho,<br />

foram estabelecidas algumas metas importantes, como a organização<br />

383


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

<strong>de</strong> uma rotina, o uso <strong>de</strong> objetos <strong>de</strong> referência, a introdução <strong>de</strong> uma<br />

língua, neste caso a Libras tátil, bem como a adaptação das ativida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong>senvolvidas em sala <strong>de</strong> aula, sempre com o uso <strong>de</strong> materiais<br />

concretos. Alguns resultados já foram obtidos ao longo <strong>de</strong>sse processo,<br />

como a compreensão <strong>de</strong>ssa rotina pelo aluno, a significação <strong>de</strong> alguns<br />

objetos <strong>de</strong> referência. Como tais metas ainda estão sendo trabalhadas,<br />

esta comunicação, portanto, <strong>de</strong>dica-se a apresentar os resultados<br />

obtidos até então e partilhar impressões e inquietações diante <strong>de</strong> uma<br />

realida<strong>de</strong> que não faz parte da gran<strong>de</strong> maioria dos contextos escolares,<br />

mas merece atenção, se for consi<strong>de</strong>rada a meta <strong>de</strong> uma educação para<br />

todos.<br />

PROPOSTA DE ATIVIDADES DIDÁTICAS COM BASE NAS<br />

TENDÊNCIAS CONTEMPORÂNEAS DE ENSINO E<br />

APRENDIZAGEM DE ILE<br />

Fernanda Lopes Silva Ziegler<br />

Désirée Motta Roth (Orientadora)<br />

Palavras-chave: Letramento científico; Inglês como língua estrangeira;<br />

Ativida<strong>de</strong>s didáticas.<br />

O objetivo <strong>de</strong>ste trabalho é <strong>de</strong>bater uma proposta didática <strong>de</strong> leitura <strong>de</strong><br />

uma notícia <strong>de</strong> PC, intitulada Gene ‘controls body fat levels’ do sítio da<br />

BBC News Online, para o ensino <strong>de</strong> Inglês como Língua Estrangeira<br />

(ILE). A discussão se dará com base em princípios teóricos<br />

i<strong>de</strong>ntificados como centrais nos documentos oficiais <strong>de</strong> educação<br />

linguística tanto no Brasil quanto no Rio Gran<strong>de</strong> do Sul, como<br />

Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 1998; 2000) e Lições do<br />

Rio Gran<strong>de</strong> (RIO GRANDE DO SUL, 2009). A análise leva em<br />

consi<strong>de</strong>ração características do gênero notícia <strong>de</strong> PC levantadas por<br />

pesquisas <strong>de</strong>senvolvidas no Laboratório <strong>de</strong> Pesquisa e Ensino <strong>de</strong><br />

Redação da UFSM (MOTTA-ROTH; LOVATO, 2009; LOVATO,<br />

2010; NASCIMENTO, 2010; SCHERER, 2010; SILVA, 2010;<br />

MARCUZZO, 2011), as quais este trabalho se soma, relativas à<br />

intertextualida<strong>de</strong> e modalização. A articulação <strong>de</strong>sses princípios nas<br />

ativida<strong>de</strong>s está relacionada à função da língua estrangeira em servir<br />

como meio <strong>de</strong> se ter acesso às diferentes formas <strong>de</strong> pensar, <strong>de</strong> criar, <strong>de</strong><br />

sentir, <strong>de</strong> agir e <strong>de</strong> conceber a realida<strong>de</strong> (BRASIL, 2000, p. 26), nesse<br />

caso, à popularização da ciência. Uma análise prévia dos documentos<br />

aponta para o uso <strong>de</strong> gêneros discursivos no ensino <strong>de</strong> ILE. Isso se<br />

relaciona às ativida<strong>de</strong>s na medida em que o gênero notícia <strong>de</strong> PC<br />

amplia a concepção <strong>de</strong> linguagem para além das regras morfossintáticas<br />

384


Resumo dos Trabalhos<br />

(MOTTA-ROTH, 2006, p. 500) e, ao explorar os discursos, textos e<br />

práticas <strong>de</strong> PC, encoraja os alunos a dar um primeiro passo em direção<br />

ao letramento científico (MOTTA-ROTH; LOVATO, 2009, p. 235).<br />

UM OLHAR SOBRE A INTERAçãO ESCRITA ENTRE<br />

PROFESSORA E ALUNOS NA AULA DE PORTUGUÊS<br />

Fernanda Taís Brignol Guimarâes<br />

Este trabalho trata da interação escrita estabelecida entre professora e<br />

alunos, mediada pelo bilhete orientador do professor em um contexto <strong>de</strong><br />

ensino/aprendizagem <strong>de</strong> língua materna. A partir do estudo dos gêneros<br />

discursivos, tendo como gênero centralizador do processo, o artigo <strong>de</strong><br />

opinião, lançou-se um olhar investigativo sobre o processo <strong>de</strong> escrita e<br />

reescrita dos textos dos alunos e as possíveis mudanças provocadas na<br />

reconstrução do texto, a partir da avaliação feita através do bilhete<br />

orientador do professor. Para tanto, buscamos nos apoiar em estudos<br />

realizados sob a ótica da Linguística Aplicada (LA), lançando mão,<br />

mais precisamente, da pesquisa qualitativa interpretativista. Através <strong>de</strong><br />

uma metodologia embasada na pesquisa-ação, em que a participação do<br />

pesquisador se dá <strong>de</strong> forma ativa e está diretamente relacionada ao<br />

andamento do processo, construímos nosso objeto <strong>de</strong> estudo juntamente<br />

com os <strong>de</strong>mais sujeitos envolvidos na pesquisa. Os dados gerados no<br />

contexto escolar serviram <strong>de</strong> base para análise e discussão, focalizando<br />

a reflexão sobre o processo <strong>de</strong> interação escrita entre professora e<br />

alunos em uma sala <strong>de</strong> aula <strong>de</strong> língua portuguesa.<br />

“O PODER INTEGRADOR DOS PROJETOS VIVENCIAIS E<br />

SEUS EFEITOS NO LETRAMENTO ESCOLAR”<br />

Franceli Rodrigues De Souza<br />

Palavras-chave: Letramentos Escolares. Projeto Vivencial <strong>de</strong><br />

Letramento. Pedagogia dos Multiletramentos.<br />

O presente trabalho é parte <strong>de</strong> um estudo maior e tem como objeto <strong>de</strong><br />

estudo compreen<strong>de</strong>r experiências <strong>de</strong> letramento, em âmbito escolar,<br />

capazes <strong>de</strong> conduzir o indivíduo a uma perspectiva crítica e reflexiva<br />

sobre o que ele apren<strong>de</strong> em sala <strong>de</strong> aula. Preten<strong>de</strong>-se analisar as<br />

transformações nos discursos orais e escritos, <strong>de</strong> crianças <strong>de</strong> um 3º ano<br />

do Ensino Fundamental, com a realização <strong>de</strong> um Projeto Vivencial <strong>de</strong><br />

Letramento, a partir <strong>de</strong> uma prática situada, que valorizará a imersão<br />

dos alunos em uma prática significativa <strong>de</strong> letramento. A<br />

385


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

fundamentação teórica da pesquisa centra-se nos Princípios da<br />

Pedagogia dos Multiletramentos (THE NEW LONDON GROUP,<br />

2000), bem como serão privilegiados estudos sobre letramento e suas<br />

inter-relações sociais. Quanto à metodologia, essa pesquisa adota o<br />

método qualitativo e caracteriza-se como uma pesquisa ação <strong>de</strong><br />

intervenção. Para a coleta <strong>de</strong> dados, foram utilizados dois instrumentos<br />

<strong>de</strong> pesquisa: relatórios escritos e entrevistas orais. A análise dos dados<br />

é feita <strong>de</strong> maneira interpretativa, <strong>de</strong> acordo com a abordagem<br />

metodológica assumida, e visa analisar as transformações nos discursos<br />

orais e escritos, <strong>de</strong>stes alunos, a partir <strong>de</strong> um Projeto Vivencial <strong>de</strong><br />

Letramento. Os dados nos permitem refletir e questionar por que<br />

propor a Pedagogia dos Multiletramentos, em séries iniciais do Ensino<br />

Fundamental.<br />

A LEITURA E A PRODUÇÃO TEXTUAL NAS SÉRIES<br />

INICIAIS: UMA EXPERIÊNCIA DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA<br />

Francieli Heineck<br />

Carine Maria Angst<br />

Este trabalho tem por objetivo a apresentação das ações <strong>de</strong>senvolvidas e<br />

as contribuições do Programa Institucional <strong>de</strong> Bolsas <strong>de</strong> Iniciação à<br />

Docência–PIBID do subprojeto <strong>de</strong> Letras. Este subprojeto tem como<br />

objetivo geral a inserção dos alunos do curso <strong>de</strong> Letras Português e<br />

Espanhol da UFFS–Campus <strong>de</strong> Cerro Largo no universo da Escola<br />

Estadual <strong>de</strong> Ensino Fundamental Pe. Traesel, com o intuito <strong>de</strong><br />

promover a inter-relação entre a teoria e a prática pedagógica no<br />

componente curricular <strong>de</strong> Língua Portuguesa com ênfase ao ensino <strong>de</strong><br />

leitura e <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> textos. Sendo assim, propõe-se: I) diagnosticar<br />

a realida<strong>de</strong> escolar em seus aspectos macro e microestrural; II)<br />

i<strong>de</strong>ntificar e analisar as principais dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> leitura e <strong>de</strong> escrita<br />

apresentadas pelos estudantes; III) criar uma sala-ambiente para o<br />

ensino <strong>de</strong> leitura e <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> textos; IV) oferecer oficinas <strong>de</strong><br />

leitura e <strong>de</strong> produção textual aos alunos; V) promover a reflexão entre<br />

a teoria e prática; VI) promover a interação entre a comunida<strong>de</strong> escolar<br />

e a universida<strong>de</strong>. Até o momento foram realizadas as etapas <strong>de</strong><br />

diagnóstico da realida<strong>de</strong> escolar e das dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> leitura e <strong>de</strong><br />

escrita dos alunos, bem como a criação da sala ambiente. Em relação à<br />

leitura e à escrita, i<strong>de</strong>ntificamos como principais dificulda<strong>de</strong>s: a)<br />

estabelecimento <strong>de</strong> relações entre linguagem e contexto; b)<br />

estabelecimento <strong>de</strong> relações entre as escolhas lexicais e o gênero<br />

386


Resumo dos Trabalhos<br />

selecionado. Neste momento, estão sendo <strong>de</strong>senvolvidas as oficinas <strong>de</strong><br />

leitura e escrita.<br />

A REESCRITA DE BILHETES ORIENTADORES NA<br />

FORMAÇÃO INICIAL DE PROFESSORES DE LÍNGUA<br />

PORTUGUESA: RELAÇÕES ENTRE TEORIA E PRÁTICA<br />

Francieli Matzenbacher Pinton<br />

Palavras-Chave: reescrita; bilhete orientador; formação professores<br />

O bilhete orientador é consi<strong>de</strong>rado um gênero que possibilita o<br />

<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> ações e atitu<strong>de</strong>s produtivas ao processo <strong>de</strong><br />

formação do professor e do aluno (SIGNORINI, 2006) Entendido<br />

como uma correção textual-interativa (RUIZ, 2010), o bilhete<br />

orientador permite ao professor não apenas resolver, apontar ou indicar<br />

os problemas, mas interagir <strong>de</strong> forma afetiva durante o processo <strong>de</strong><br />

produção textual. Em razão disso, este trabalho objetiva refletir<br />

criticamente sobre a reescrita <strong>de</strong> bilhetes orientadores produzidos por<br />

licenciandos em Letras em um contexto específico <strong>de</strong> revisão <strong>de</strong> textos<br />

escritos por alunos do ensino fundamental II. Os aspectos enfocados<br />

pelos licenciados durante a revisão textual foram no plano da macro e<br />

da microestrutura textual. Foram analisados 10 bilhetes produzidos e<br />

reescritos por acadêmicos da quinta fase, mediados pelos bilhetes<br />

produzidos pelo professor formador. Os resultados revelam que a<br />

primeira versão do bilhete orientador enfocou os microestruturais do<br />

texto, apontando-os <strong>de</strong> forma resolutiva e/ou indicativa. Já a segunda<br />

versão focalizou ambos os aspectos, apresentando uma revisão mais<br />

interativa diante das dificulda<strong>de</strong>s apresentadas pelos produtores.<br />

IMPLICAÇÕES DO LETRAMENTO DIGITAL PARA A<br />

FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE INGLÊS COMO LÍNGUA<br />

ESTRANGEIRA<br />

Gabriela Quatrin Marzari<br />

Palavras-chave: Letramento digital; Formação <strong>de</strong> professores; Inglês<br />

como Língua Estrangeira.<br />

Ao associarmos o ensino <strong>de</strong> línguas estrangeiras às potencialida<strong>de</strong>s<br />

educativas oferecidas pelas Tecnologias da Informação e Comunicação<br />

(TICs), automaticamente vislumbramos um cenário bastante propício<br />

tanto para professores quanto para aprendizes. Contudo, o sucesso<br />

387


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

<strong>de</strong>ssa relação aparentemente harmoniosa resi<strong>de</strong> nas habilida<strong>de</strong>s,<br />

sobretudo <strong>de</strong> professores, quanto ao uso das TICs para fins<br />

pedagógicos, consi<strong>de</strong>rando-se, <strong>de</strong> um lado, os inúmeros recursos<br />

existentes e, <strong>de</strong> outro, as reais necessida<strong>de</strong>s dos aprendizes. Nesse<br />

sentido, práticas <strong>de</strong> letramento digital precisam ser (re)pensadas e<br />

estimuladas em cursos <strong>de</strong> formação <strong>de</strong> professores <strong>de</strong> línguas<br />

estrangeiras, a fim <strong>de</strong> que os futuros profissionais se sintam<br />

suficientemente preparados para fazer uso das TICs ao ensinar a língua<br />

alvo e, principalmente, <strong>de</strong>senvolver nos seus aprendizes as<br />

competências necessárias à aprendizagem a partir do uso <strong>de</strong>sses<br />

recursos. Neste estudo, serão apresentadas as concepções <strong>de</strong> futuros<br />

professores <strong>de</strong> Inglês como Língua Estrangeira sobre letramento<br />

digital, a fim <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificarmos possíveis relações entre sua formação<br />

teórica e prática. Além disso, a partir do discurso dos sujeitos<br />

pesquisados, serão enumeradas as práticas <strong>de</strong> letramento digital<br />

<strong>de</strong>senvolvidas pelos futuros professores, com vistas à aprendizagem da<br />

língua alvo, em seu contexto <strong>de</strong> formação. Ao analisarmos os discursos<br />

dos futuros professores, traçaremos um paralelo entre o perfil real e o<br />

perfil i<strong>de</strong>al do professor <strong>de</strong> Inglês como Língua Estrangeira, tendo em<br />

vista, <strong>de</strong> um lado, o processo <strong>de</strong> formação <strong>de</strong>sses sujeitos nas<br />

instâncias <strong>de</strong> ensino superior e, <strong>de</strong> outro, as atuais <strong>de</strong>mandas<br />

socioeconômicas, que requerem um profissional preparado para lidar<br />

com as inovações tecnológicas.<br />

A TRAGÉDIA GREGA E A ESTÉTICA DA RECEPÇÃO EM<br />

SALA DE AULA<br />

Gabriela Rocha Rodrigues<br />

Palavras-chave: Tragédia Grega; Estética da Recepção; Valores.<br />

Este artigo objetiva refletir sobre a importância do estudo <strong>de</strong> textos<br />

clássicos, particularmente a tragédia grega, em sala <strong>de</strong> aula. O trabalho<br />

parte dos pressupostos teóricos <strong>de</strong>fendidos por Hans Robert Jauss,<br />

precursor da Estética da Recepção. Este estudioso concebe a relação<br />

entre leitor e literatura baseando-se no caráter estético e histórico da<br />

mesma. Nesse sentido, o valor estético da obra po<strong>de</strong> ser comprovado<br />

por meio da comparação com outras leituras; o valor histórico, através<br />

da compreensão da recepção <strong>de</strong> uma obra a partir <strong>de</strong> seu surgimento,<br />

assim como pela recepção do público ao longo do tempo. Jauss afirma<br />

que o saber prévio <strong>de</strong> um público – o seu horizonte <strong>de</strong> expectativas –<br />

<strong>de</strong>termina a recepção <strong>de</strong> uma obra ao longo do tempo: a nova obra<br />

388


Resumo dos Trabalhos<br />

dialoga com a experiência do leitor e suscita novas expectativas.<br />

Assim, a recepção po<strong>de</strong> ser vista como um fato social e histórico, pois<br />

as reações individuais são parte <strong>de</strong> uma leitura ampla do grupo ao qual<br />

o homem, em sua historicida<strong>de</strong>, está inserido e que torna sua leitura<br />

semelhante à <strong>de</strong> outros homens que vivem a mesma época. O conceito<br />

<strong>de</strong> horizonte <strong>de</strong> expectativas é um dos postulados básicos da teoria <strong>de</strong><br />

Jauss e engloba o limite do que é visível e está sujeito a alterações e<br />

mudanças, conforme a perspectiva do leitor. O horizonte <strong>de</strong><br />

expectativas é responsável pela primeira reação do leitor à obra, pois se<br />

encontra na consciência individual como um saber construído<br />

socialmente e <strong>de</strong> acordo com o código <strong>de</strong> uma época. O texto po<strong>de</strong><br />

satisfazer o horizonte <strong>de</strong> expectativas do leitor ou provocar o<br />

estranhamento e o rompimento <strong>de</strong>sse horizonte, em maior ou menor<br />

grau, levando- o a uma nova percepção da realida<strong>de</strong>. Jauss propõe<br />

examinar as relações atuais do texto com a época <strong>de</strong> seu surgimento,<br />

averiguando qual era o horizonte <strong>de</strong> expectativas do leitor frente às<br />

necessida<strong>de</strong>s do público que leu a obra e as necessida<strong>de</strong>s do público<br />

atual. A possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> múltiplas interpretações entre a recepção do<br />

passado e a atualização no presente, com diferentes respostas<br />

oferecidas a novas perguntas, em épocas distintas, é a marca da<br />

historicida<strong>de</strong> da obra. A relação entre literatura e vida, tese <strong>de</strong>fendida<br />

por Jauss, pressupõe uma função social para a criação literária. O<br />

caráter emancipador da criação artística abre novos caminhos para o<br />

leitor no âmbito da experiência estética. O fato <strong>de</strong> o leitor ser capaz,<br />

por meio da literatura, <strong>de</strong> visualizar aspectos <strong>de</strong> sua prática cotidiana<br />

<strong>de</strong> modo diferenciado é justamente o que provoca a experiência<br />

estética, pois, na medida em que a literatura propicia rupturas e a<br />

veiculação <strong>de</strong> conceitos e normas, <strong>de</strong>lineia-se seu aspecto social e<br />

formador. A contribuição da literatura na vida social se dá justamente<br />

quando, por meio da representação, ela promove a queda <strong>de</strong> tabus da<br />

moral dominante e oferece ao leitor possíveis soluções para os<br />

problemas da vida. A criação literária atua sobre um público<br />

oferecendo padrões <strong>de</strong> comportamento e, ao mesmo tempo, dá a<br />

possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> que este supere tais padrões, criando outros.<br />

Retomando o argumento utilizado por Jauss, a literatura <strong>de</strong>ve ser vista,<br />

além <strong>de</strong> diacrônica e sincronicamente, em sua relação com a formação<br />

<strong>de</strong> entendimento <strong>de</strong> mundo que o leitor possui; nesse sentido, a<br />

literatura é consequência da experiência dinâmica do leitor. Ancorado<br />

em tais pressupostos, este artigo preten<strong>de</strong> analisar a importância do<br />

estudo da tragédia grega em sala <strong>de</strong> aula, pois essa forma dramática<br />

protagonizou, em seu tempo, o esforço <strong>de</strong> uma civilização para educar<br />

389


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

os cidadãos da polis sobre questões profundamente humanas e<br />

universais: <strong>de</strong>sejo, po<strong>de</strong>r, resistência, audácia, amor, <strong>de</strong>stino, entre<br />

outras. O caráter universal da tragédia clássica, por tratar <strong>de</strong> questões<br />

inerentes ao ser humano, permanece no tempo como um meio <strong>de</strong><br />

instigar o homem a refletir a respeito <strong>de</strong> si mesmo e das relações que<br />

estabelece com seus semelhantes, a natureza e a socieda<strong>de</strong>. Nesse<br />

sentido, pergunta-se: qual a importância <strong>de</strong> se estudar especificamente<br />

a tragédia grega em sala <strong>de</strong> aula? Em primeiro lugar, o estudo <strong>de</strong>sse<br />

gênero clássico possibilitaria uma incursão no modo <strong>de</strong> viver grego:<br />

a<strong>de</strong>ntrar a origem do teatro na Grécia, ou seja, a mitologia e os ritos<br />

religiosos e sua influência no teatro grego. Possibilitaria ao aluno<br />

conhecer o surgimento da tragédia e da comédia como gêneros<br />

dramáticos e sua influência nos gêneros mo<strong>de</strong>rnos (novelas, cinema,<br />

dança etc.), além <strong>de</strong> possibilitar que o aluno faça um paralelo entre as<br />

questões referentes ao humano tratadas nas tragédias e os problemas<br />

éticos e sociais da realida<strong>de</strong> contemporânea vivenciada por ele. Por<br />

fim, o estudo do texto clássico po<strong>de</strong> auxiliar o aluno a refletir acerca <strong>de</strong><br />

inúmeros temas, constituir-se como sujeito autônomo e assim<br />

posicionar-se frente às <strong>de</strong>terminações éticas, morais e sociais inerentes<br />

a existência humana, tornando-se, <strong>de</strong> fato, consciente <strong>de</strong> seu papel<br />

enquanto sujeito histórico. O estudo do texto clássico <strong>de</strong>smistifica as<br />

dimensões do falso saber (quanto ao conceito <strong>de</strong> tragédia, por<br />

exemplo) e permite ao educador trabalhar a obra literária<br />

contextualizando os valores sociais à época <strong>de</strong> seu surgimento<br />

confrontados com os valores atuais e o modo como a obra é lida pelos<br />

alunos. Tal procedimento metodológico favorece o <strong>de</strong>senvolvimento<br />

i<strong>de</strong>ntitário do aluno, visto que este se emancipa por meio <strong>de</strong> uma nova<br />

percepção da realida<strong>de</strong>, por meio, enfim, da criação <strong>de</strong> novos<br />

horizontes <strong>de</strong> expectativa.<br />

O LETRAMENTO DIGITAL DO DOCENTE DE LÍNGUA<br />

MATERNA:REPRESENTAÇÕES NAS ATIVIDADES DE<br />

LINGUAGEM NUMA ESCOLA CONTEMPLADA COM O<br />

PROUCA<br />

Gisele Dos Santos Rodrigues<br />

A presente pesquisa está inserida no projeto do Programa Observatório<br />

da <strong>Educação</strong>/Capes, “Por uma formação continuada cooperativa para o<br />

<strong>de</strong>senvolvimento do processo educativo <strong>de</strong> leitura e produção textual<br />

escrita no Ensino Fundamental”, que visa à cooperação dos professores<br />

390


Resumo dos Trabalhos<br />

na construção do próprio conhecimento e na reflexão sobre suas<br />

práticas <strong>de</strong> ensino. Dessa forma, o estudo propõe a apresentação <strong>de</strong><br />

algumas concepções teóricas sobre o Letramento Digital, investigando<br />

suas representações nas ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> linguagem <strong>de</strong> uma docente <strong>de</strong><br />

língua materna, a partir <strong>de</strong> um curso <strong>de</strong> formação continuada na<br />

modalida<strong>de</strong> semipresencial e do posicionamento da docente em sala <strong>de</strong><br />

aula, com suas relações com o uso das TICs numa escola contemplada<br />

pelo o ProUCA (Programa Um Computador por Aluno). Sob o ponto <strong>de</strong><br />

vista do Interacionismo Sociodiscursivo (ISD) e <strong>de</strong> teorias que enfocam<br />

o Letramento Tradicional e o Letramento Digital, o estudo tem respaldo<br />

na pesquisa qualitativa, <strong>de</strong> natureza etnográfica e colaborativa, a partir<br />

da observação participante, entrevistas semi-estruturadas e análise<br />

documental. Assim, na fase em que a pesquisa se encontra, é possível<br />

constatar que as representações <strong>de</strong> Letramento Digital da docente <strong>de</strong><br />

língua materna se diferenciam no contexto da sala <strong>de</strong> aula e no curso<br />

<strong>de</strong> formação continuada, a partir da forma que a docente agrega o uso<br />

computador para propor ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> linguagem <strong>de</strong>ntro da escola.<br />

ORGANIZAÇÃO RETÓRICA DO ARTIGO AUDIOVISUAL<br />

Graciela Rabuske Hendges<br />

O presente trabalho apresenta uma análise da organização retórica do<br />

gênero artigo audiovisual, sob a perspectiva da Análise Crítica <strong>de</strong><br />

Gênero (MOTTA-ROTH, 2005; 2006; 2008). Os artigos audiovisuais<br />

são publicados pelo periódico científico JoVE (Journal of Visualized<br />

Experiments), criado em 2006, e <strong>de</strong>s<strong>de</strong> então têm passado por um<br />

processo <strong>de</strong> crescente padronização. Um dos principais elementos<br />

inovadores do artigo audiovisual em relação aos <strong>de</strong>mais tipos <strong>de</strong> artigos<br />

acadêmicos (experimental, <strong>de</strong> revisão crítica) é o uso da linguagem<br />

verbal oral e da linguagem imagética em ví<strong>de</strong>o para a <strong>de</strong>scrição<br />

<strong>de</strong>talhada <strong>de</strong> técnicas e protocolos <strong>de</strong> pesquisa. Tal inovação está<br />

diretamente ligada ao potencial da mídia digital para a materialização<br />

do gênero, o qual vem progressivamente influenciando outros gêneros<br />

do contexto acadêmico. Foram analisados 24 exemplares em termos<br />

textuais e contextuais. As gramáticas Sistêmico-Funcional<br />

(HALLIDAY, 1994; 2004) e do Design Visual (KRESS; van<br />

LEEUWEN, 1996; 2006) foram empregadas na i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong><br />

padrões léxico-gramaticais verbais e visuais, os quais foram cruzados e<br />

combinados, revelando os significados i<strong>de</strong>acionais, interpessoais e<br />

textuais mais recorrentes no gênero e, <strong>de</strong>ssa forma, sua organização<br />

391


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

retórica. Os resultados trazem implicações relevantes para a pedagogia<br />

dos multiletramentos (COPE, KALANTZIS, 2000).<br />

A FORMACAO DE LEITORES CRÍTICOS NA ESCOLA<br />

Graciele Urrutia Dias Silveira<br />

Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais, o objetivo da escola é<br />

que aqueles que estudam nela sejam capacitados ao exercício da<br />

cidadania, ou seja, que possam atuar ativamente em sua socieda<strong>de</strong><br />

(p.7). Para que o professor <strong>de</strong> língua portuguesa possa ter um papel<br />

efetivo em formar cidadãos, é necessário que inclua em suas aulas a<br />

leitura crítica <strong>de</strong> textos <strong>de</strong> diversos gêneros textuais. A respeito da<br />

importância do trabalho com tal tipo <strong>de</strong> leitura, Meurer (2000) diz que<br />

ela <strong>de</strong>veria ser a parte central dos conteúdos <strong>de</strong>senvolvidos nas escolas<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> as séries inicias porque tal perspectiva <strong>de</strong> leitura se constitui em<br />

um meio <strong>de</strong> emancipação do leitor. Segundo o autor, se a escola<br />

sempre priorizasse tal tipo <strong>de</strong> leitura, <strong>de</strong>senvolveria nos estudantes uma<br />

consciência crítica sobre a socieda<strong>de</strong> em que vivem e,<br />

consequentemente, aumentaria a potencialida<strong>de</strong> dos alunos em<br />

participar ativamente no ambiente em que vivem. No presente trabalho<br />

tenho como objetivo discutir sobre o assunto e apresentar algumas<br />

ativida<strong>de</strong>s que contemplam tal perspectiva <strong>de</strong> leitura.<br />

O CINEMA E O ENSINO DA LÍNGUA PORTUGUESA<br />

Heverton Schimitz Lopes<br />

Liliana Panick Ferreira Moreira<br />

Palavra-chave: Cinema, ensino/aprendizagem <strong>de</strong> LP e dialogismo.<br />

A presente comunicação tem por objetivo relatar uma experiência<br />

didática advinda do Programa <strong>de</strong> Iniciação à Docência (PIBID) na área<br />

<strong>de</strong> Letras da Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do Pampa (UNIPAMPA). O projeto<br />

intitulado CINEP (Cinema no CIEP- escola estadual <strong>de</strong> Bagé-RS)<br />

constitui em passar obras fílmicas uma vez por semana, no horário do<br />

almoço, período em que muitos alunos se encontram na escola, uma vez<br />

que permanecem na mesma em período integral neste dia. A iniciativa<br />

surgiu com o intuito <strong>de</strong> valorizar a participação dos alunos e<br />

professores durante as gravações do filme “O Tempo e o Vento” que<br />

ocorreram na cida<strong>de</strong>, bem como inserir os <strong>de</strong>mais alunos no contexto<br />

da temática e na importância do evento para a região. Inicialmente, foi<br />

392


Resumo dos Trabalhos<br />

apresentada a obra <strong>de</strong> Érico Veríssimo (O Tempo e o Vento) através do<br />

livro e, após, <strong>de</strong>mos início ao projeto propriamente dito, oferecendo<br />

sessões <strong>de</strong> cinema com a minissérie “O Tempo e o Vento”. O projeto se<br />

apoia nos estudos <strong>de</strong> Bakhtin (2003), no que se refere à dialogia; no<br />

PCN (1997), ao propor que o trabalho <strong>de</strong> língua tem que fazer sentido<br />

ao aluno e nos estudos <strong>de</strong> Kok(2002), ao promover <strong>de</strong>bates e reflexões<br />

que ocorrem ao final das apresentações. O seu <strong>de</strong>senvolvimento, no<br />

<strong>de</strong>correr <strong>de</strong> 2012, visa também contribuir para estimular os alunos a<br />

posicionarem-se criticamente sobre os filmes apresentados além <strong>de</strong> ser<br />

uma oportunida<strong>de</strong> para que eles percam o medo ou receio <strong>de</strong> falar e<br />

participar oralmente em diferentes contextos.<br />

QUESTÕES DE LEITURA: UMA REFLEXÃO ACERCA DOS<br />

LIVROS DIDÁTICOS<br />

Jonas Dos Santos (Bolsista Pibid)<br />

Adriana Nascimento Bodolay<br />

Palavras-chave: Leitura, Livro Didático, Ensino Médio.<br />

Embora estejamos em processo <strong>de</strong> ressignificação <strong>de</strong> leitura e do<br />

currículo escolar <strong>de</strong> Língua Portuguesa <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o fim dos anos 90<br />

(PCNs, 1998), <strong>de</strong>paramo-nos, ainda hoje, 14 anos após a publicação do<br />

documento dos Parâmetros Curriculares Nacionais, com materiais<br />

didáticos que refletem uma concepção <strong>de</strong> leitura como um processo <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>codificação. Como consequência disso, o professor em formação se<br />

vê <strong>de</strong>samparado para proporcionar uma aula <strong>de</strong> leitura e <strong>de</strong> produção<br />

textual significativa (Solé, 1998). Observando esse contexto, neste<br />

trabalho, que faz parte do Programa Institucional <strong>de</strong> Bolsa <strong>de</strong> Iniciação<br />

à docência – PIBID CAPES, no subprojeto <strong>de</strong> Letras Língua Materna,<br />

vinculado à UNIPAMPA – campus Jaguarão/RS, buscamos<br />

proporcionar uma reflexão sobre uma das seções do livro didático <strong>de</strong><br />

Língua Portuguesa, especificamente na área <strong>de</strong> leitura. Nosso objetivo<br />

é analisar questões <strong>de</strong> interpretação <strong>de</strong> textos <strong>de</strong> uma coleção <strong>de</strong><br />

exemplares disponível para o Ensino Médio em escolas públicas do<br />

município <strong>de</strong> Jaguarão. A nossa indagação diz respeito a que<br />

concepção <strong>de</strong> leitura está por <strong>de</strong>trás <strong>de</strong>ssas ativida<strong>de</strong>s. Como aporte<br />

teórico, valeremo-nos <strong>de</strong> Leffa (1996), Martins (1996), Liberato e<br />

Fulgêncio (2007) e Marcuschi (2009), que nos levam a refletir sobre o<br />

papel do professor na aprendizagem do aluno.<br />

LETRAMENTO MULTIMODAL NO LIVRO DIDÁTICO DE<br />

LÍNGUA INGLESA<br />

393


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

José Ferreira Machado Junior<br />

Graciela Rabuske Hendges (Orientadora)<br />

A presença e relevância <strong>de</strong> informações visuais em gêneros discursivos<br />

da comunicação contemporânea têm gerado uma preocupação<br />

crescente com a formação <strong>de</strong> leitores visualmente letrados. Dentre os<br />

gêneros multimodais <strong>de</strong>staca-se o livro didático para o ensino da língua<br />

inglesa, tipicamente rico em imagens. Entretanto, os exercícios<br />

propostos nesses materiais raramente remetem à exploração da<br />

linguagem visual (GRAY, 2010). Em vista disso, neste trabalho são<br />

analisadas as seções <strong>de</strong> leitura da série <strong>de</strong> livros didáticos Top Notch<br />

com o objetivo <strong>de</strong> verificar em que medida a leitura <strong>de</strong> imagens dos<br />

gêneros discursivos apresentados é explorada e qual a natureza <strong>de</strong>ssa<br />

leitura. Dentro do enquadramento teórico da Análise Crítica <strong>de</strong> Gênero<br />

(MOTTA-ROTH, 2008) e tendo como base analítica léxico-gramatical<br />

a Gramática do Design Visual (KRESS; van LEEUWEN, 2006), foram<br />

analisadas todas as <strong>de</strong>z seções <strong>de</strong> leitura que constituem o Top Notch<br />

intermediário, as quais formam complexos semióticos, compostos <strong>de</strong><br />

linguagem verbal escrita, oral (na forma <strong>de</strong> áudio) e <strong>de</strong> imagens. Os<br />

gêneros discursivos apresentados em cada seção foram mapeados e<br />

discutidos em relação a sua configuração multimodal e, em seguida,<br />

verificou-se se e como tal configuração é explorada nas ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

leitura propostas no livro. Na perspectiva dos multiletramentos, esperase<br />

contribuir para o <strong>de</strong>senvolvimento da leitura mais ampla no sentido<br />

da compreensão dos significados representados não só na linguagem<br />

verbal escrita, mas também nas imagens em textos multimodais.<br />

LETRAMENTO DIGITAL: BLOG EDUCACIONAL COMO<br />

SUPORTE PARA MATERIALIZAÇÃO DE DIFERENTES<br />

GÊNEROS TEXTUAIS<br />

Josiane David Mackedanz<br />

Palavras-chave: Letramento Digital; Blog; Gênero Textual.<br />

Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) propõem a utilização dos<br />

gêneros textuais como objeto <strong>de</strong> ensino para a prática <strong>de</strong> leitura e<br />

produção textual. Nesse contexto, as Tecnologias <strong>de</strong> Informação e<br />

Comunicação (TICs) têm proporcionado ao professor, bem como a<br />

seus alunos, o contato com uma nova gama <strong>de</strong> opções com relação a<br />

gêneros textuais que são típicos <strong>de</strong>ssa esfera comunicativa,<br />

redimensionando o trabalho com os textos. Essas novas modalida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> leitura e escrita propiciadas pelas TICs implicam em novas maneiras<br />

394


Resumo dos Trabalhos<br />

<strong>de</strong> ler e escrever, ou seja, em novos letramentos. Visando o trabalho<br />

com os novos letramentos, o blog tem sido muito utilizado no âmbito<br />

escolar. Em sua origem o mesmo era consi<strong>de</strong>rado um gênero primário -<br />

diário, mas com a sua evolução foi per<strong>de</strong>ndo o estatuto <strong>de</strong> gênero, para<br />

se tornar um suporte para materialização <strong>de</strong> diversos gêneros, já que o<br />

mesmo constitui-se <strong>de</strong> perfil, postagem, comentários, imagens, ví<strong>de</strong>os<br />

etc. Esse espaço possibilita ao professor a multiplicação <strong>de</strong><br />

possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> trabalho com produção textual. Além disso, percebese<br />

que cada postagem, ao veicular um gênero diferente, incita<br />

comentários diferentes; em outras palavras, os comentários dos alunos<br />

vão transitar <strong>de</strong> um gênero ao outro <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo do “comando” da<br />

ativida<strong>de</strong>. Essa transição é analisada neste trabalho, bem como as<br />

diferentes possibilida<strong>de</strong>s alcançadas pelos alunos em suas respostas aos<br />

“comandos” do professor. Assim, a utilização do blog, frente às<br />

ativida<strong>de</strong>s tradicionais <strong>de</strong> produção textual no contexto escolar, po<strong>de</strong><br />

acarretar um ganho <strong>de</strong> aprendizagem por parte dos estudantes, pois a<br />

internet permite interfaces mais amigáveis no processo <strong>de</strong> produção<br />

textual e possibilita a explicitação do valor interacional da escrita.<br />

LETRAMENTO DIGITAL E ALUNOS UNIVERSITÁRIOS EM<br />

MODALIDADE DE EAD<br />

Jossemar De Matos Theisen<br />

Palavras-chave: letramento digital; alunos universitários, educação a<br />

distância.<br />

Na última década, as transformações tecnológicas têm trazido muitas<br />

possibilida<strong>de</strong>s e benefícios para a educação. Nesse âmbito po<strong>de</strong>-se<br />

<strong>de</strong>stacar a <strong>Educação</strong> a Distância (EAD) que, cada vez mais, insere<br />

pessoas no meio acadêmico e com isso, a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se dominar,<br />

em alguns aspectos, o letramento digital. Porém, nem sempre esse prérequisito<br />

é satisfatoriamente atendido, pois muitas pessoas passam a ter<br />

acesso ao computador com internet quando ingressam em cursos<br />

universitários em modalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> EAD. De acordo com Buzato (2003),<br />

o letramento digital é "o conjunto <strong>de</strong> conhecimentos que permite às<br />

pessoas participarem nas práticas letradas mediadas por computadores e<br />

outros dispositivos eletrônicos no mundo contemporâneo". Po<strong>de</strong> ser<br />

consi<strong>de</strong>rada uma pessoa que tem um nível <strong>de</strong> letramento digital, aquela<br />

395


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

que domina as características e especificida<strong>de</strong>s do hipertexto (texto<br />

virtual) e as normas e convenções que o habilitam a trabalhar e explorar<br />

esse texto. Esse artigo apresenta um estudo <strong>de</strong> caso, <strong>de</strong> três alunos<br />

universitários <strong>de</strong> EAD, em relação ao letramento digital e em que<br />

medida esse aspecto implica no <strong>de</strong>sempenho acadêmico, ou seja, a<br />

aprendizagem dos conteúdos estudados está diretamente relacionada<br />

com o domínio das ferramentas tecnológicas. Como esses alunos se<br />

sentem em relação às práticas <strong>de</strong>senvolvidas pelo curso, qual a<br />

i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> <strong>de</strong>les enquanto acadêmicos <strong>de</strong> cursos <strong>de</strong> EAD.<br />

LETRAMENTO LITERÁRIO: CRIANÇAS, LIVROS,<br />

DIÁLOGOS<br />

Larissa Quintana De Oliveira<br />

Palavras-chave :Literatura, letramento, linguagem<br />

Este trabalho é “resultante” <strong>de</strong> um projeto <strong>de</strong> extensão realizado por<br />

estudantes do curso <strong>de</strong> Pedagogia da FaE/<strong>UFPel</strong>. Denominado Leitura<br />

Literária na Escola é <strong>de</strong>senvolvido em duas escolas da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Pelotas. As leituras são realizadas semanalmente em turmas que<br />

abrangem <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a pré-escola até o quinto ano. Essas leituras são<br />

sempre <strong>de</strong> obras literárias, pois julgamos que leitor se forma lendo<br />

literatura. Além disso, a partir <strong>de</strong> meus estudos, acredito que a<br />

linguagem presente em obras literárias é muito mais enriquecedora e<br />

prazerosa do que a linguagem presente em obras não literárias. Acredito<br />

também que é preciso letrar as crianças com literatura. O letramento<br />

literário é fundamental para formação <strong>de</strong> um leitor crítico que saiba<br />

argumentar a favor <strong>de</strong> suas escolhas. O objetivo principal do projeto é<br />

oferecer às crianças um contato mais apropriado e qualificado com a<br />

leitura literária. Já os específicos são possibilitar a formação <strong>de</strong><br />

ouvintes e leitores críticos. Os livros ampliam o conhecimento da<br />

linguagem como um todo, <strong>de</strong>senvolvendo melhor a linguagem oral e<br />

escrita. Além disso, ampliam a visão <strong>de</strong> mundo do educando, tornandoo<br />

mais crítico e autônomo. A metodologia é dividida em três<br />

momentos: pré-leitura, leitura e pós-leitura. Acompanhando essa<br />

metodologia é “revelado” às crianças o “elemento mágico” que é<br />

escolhido a cada história, po<strong>de</strong>ndo ser qualquer objeto com alguma<br />

relação com o livro lido. Todo esse processo é fundamental para<br />

estimular as crianças a falarem mais e organizadamente, expressando<br />

assim suas opiniões. Os resultados alcançados pelo projeto po<strong>de</strong>m<br />

sinteticamente serem assim <strong>de</strong>scritos: interesse maior pela leitura,<br />

396


Resumo dos Trabalhos<br />

concentração das crianças, formação <strong>de</strong> ouvintes e leitores e <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong><br />

contar suas próprias histórias.<br />

O CINEMA E O ENSINO DA LÍNGUA PORTUGUESA<br />

Liliana Panick Ferreira Moreira<br />

Heverton Schimitiz<br />

Palavra-chave: Cinema, ensino/aprendizagem <strong>de</strong> LP e dialogismo.<br />

A presente comunicação tem por objetivo relatar uma experiência<br />

didática advinda do Programa <strong>de</strong> Iniciação à Docência (PIBID) na área<br />

<strong>de</strong> Letras da Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do Pampa (UNIPAMPA). O projeto<br />

intitulado CINEP (Cinema no CIEP- escola estadual <strong>de</strong> Bagé-RS)<br />

constitui em passar obras fílmicas uma vez por semana, no horário do<br />

almoço, período em que muitos alunos se encontram na escola, uma vez<br />

que permanecem na mesma em período integral neste dia. A iniciativa<br />

surgiu com o intuito <strong>de</strong> valorizar a participação dos alunos e<br />

professores durante as gravações do filme “O Tempo e o Vento” que<br />

ocorreram na cida<strong>de</strong>, bem como inserir os <strong>de</strong>mais alunos no contexto<br />

da temática e na importância do evento para a região. Inicialmente, foi<br />

apresentada a obra <strong>de</strong> Érico Veríssimo (O Tempo e o Vento) através do<br />

livro e, após, <strong>de</strong>mos início ao projeto propriamente dito, oferecendo<br />

sessões <strong>de</strong> cinema com a minissérie “O Tempo e o Vento”. O projeto se<br />

apoia nos estudos <strong>de</strong> Bakhtin (2003), no que se refere à dialogia; no<br />

PCN (1997), ao propor que o trabalho <strong>de</strong> língua tem que fazer sentido<br />

ao aluno e nos estudos <strong>de</strong> Kok(2002), ao promover <strong>de</strong>bates e reflexões<br />

que ocorrem ao final das apresentações. O seu <strong>de</strong>senvolvimento, no<br />

<strong>de</strong>correr <strong>de</strong> 2012, visa também contribuir para estimular os alunos a<br />

posicionarem-se criticamente sobre os filmes apresentados além <strong>de</strong> ser<br />

uma oportunida<strong>de</strong> para que eles percam o medo ou receio <strong>de</strong> falar e<br />

participar oralmente em diferentes contextos.<br />

A FORMAÇÃO DO LEITOR E O LIVRO DIDÁTICO<br />

Luciane Baretta<br />

Estudos na área da compreensão leitora têm <strong>de</strong>monstrado uma forte<br />

relação entre a <strong>aqui</strong>sição do conhecimento e o tipo <strong>de</strong> tarefas <strong>de</strong> leitura<br />

propostas pelo material didático, adotado nas diferentes disciplinas do<br />

currículo escolar. Chacon (2010), por exemplo, ao analisar uma<br />

coleção <strong>de</strong> material didático para o ensino da língua portuguesa para o<br />

397


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

nível fundamental <strong>de</strong> ensino, constatou que 46% das tarefas <strong>de</strong> leitura<br />

requeriam a habilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> inferência por parte do aluno para respon<strong>de</strong>r<br />

às questões relativas ao texto. Em constraste a estudos <strong>de</strong>senvolvidos<br />

anteriomente, que revelavam um índice muito menor <strong>de</strong> tarefas <strong>de</strong><br />

leitura que envolviam algum tipo <strong>de</strong> processo <strong>de</strong> nível superior para<br />

respon<strong>de</strong>r às tarefas <strong>de</strong> leitura (e.g., OLIVEIRA, 2000), po<strong>de</strong>-se<br />

perceber certa preocupação das entida<strong>de</strong>s envolvidas na elaboração dos<br />

materiais didáticos com relação ao letramento dos alunos em ida<strong>de</strong><br />

escolar. O objetivo <strong>de</strong>sta comunicação é discutir e analisar em que<br />

medida a leitura/letramento crítico tem sido abordado nas tarefas <strong>de</strong><br />

leitura dos livros didáticos, <strong>de</strong> diferentes disciplinas do currículo<br />

escolar, adotados pelas escolas da re<strong>de</strong> estadual <strong>de</strong> ensino. Para<br />

categorização e análise das tarefas <strong>de</strong> leitura foram utilizadas as<br />

taxonomias propostas por Pearson e Johnson (1978) e Davies (1995).<br />

No cômputo geral, po<strong>de</strong>-se observar que apenas uma parcela<br />

(<strong>de</strong>sanimadora, insuficiente) das tarefas <strong>de</strong> leitura propostas pelos<br />

livros didáticos procuram <strong>de</strong>senvolver as capacida<strong>de</strong>s e habilida<strong>de</strong>s<br />

envolvidas no universo do letramento.<br />

LETRAMENTO LITERÁRIO: POESIA NA EDUCAÇÃO DE<br />

JOVENS E ADULTOS<br />

Luciene Fontão<br />

Palavras-chave: Poesia. Letramento literário. Leitura. Escrita.<br />

Refletir sobre o letramento literário como ativida<strong>de</strong> significativa no<br />

<strong>de</strong>senvolvimento da expressão escrita e da leitura <strong>de</strong> poesia, uma<br />

prática realizada no curso <strong>de</strong> <strong>Educação</strong> <strong>de</strong> Jovens e Adultos no<br />

município <strong>de</strong> Florianópolis/SC. O projeto se intitula "Horta com<br />

poesia" e já ocorre <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o primeiro semestre <strong>de</strong> 2011. No transcorrer<br />

do processo <strong>de</strong> aprendizagem e <strong>de</strong> letramento literário, os educandos<br />

<strong>de</strong>senvolvem a expressão artístico-cultural <strong>de</strong> manifestação da<br />

linguagem poética por meio da leitura, análise, audiência e da escrita<br />

<strong>de</strong> poemas. Estudam os textos <strong>de</strong> autores consagrados da literatura<br />

brasileira e portuguesa, como fonte <strong>de</strong> inspiração para a produção <strong>de</strong><br />

poesia - com textos selecionados ora do livro didático do curso, ora <strong>de</strong><br />

livro encontrado na biblioteca da escola -, tais como: Mário <strong>de</strong><br />

Andra<strong>de</strong>, Mário Quintana, Fernando Pessoa, João Cabral <strong>de</strong> Melo<br />

398


Resumo dos Trabalhos<br />

Neto, Manuel Ban<strong>de</strong>ira, Cecília Meirelles, Ferreira Gullar, Cruz e<br />

Souza, Delminda da Silveira, Carlos Drummond <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong>. Ao<br />

término do período letivo, os poemas são reunidos em livreto. A<br />

motivação para a leitura e posterior produção <strong>de</strong> poemas busca<br />

qualificar a aprendizagem no ensino básico, bem como inserir o<br />

educando no mundo letrado.<br />

ANÁLISE TEXTUAL DE PRODUÇÕES AUTORREFLEXIVAS<br />

DE ALUNOS DE PEDAGOGIA: INTERFACE<br />

SOCIOCOGNITIVA DOS LETRAMENTOS ACADÊMICOS<br />

Márcia Miller Gomes De Pinho<br />

Palavras-chave: Letramento acadêmico. Textualida<strong>de</strong>. Sociocognição.<br />

A leitura e a escrita têm sido alvo <strong>de</strong> recorrentes <strong>de</strong>bates e críticas no<br />

cenário nacional, seja em função da precarieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> seus índices nas<br />

estatísticas educacionais, ou pelas expressivas fragilida<strong>de</strong>s enfrentadas<br />

pelos cidadãos no exercício <strong>de</strong> práticas sociais mediadas por textos<br />

escritos. Ainda que se conviva com o paradigma da universalização da<br />

escolarida<strong>de</strong> básica no país, nota-se que a mera vinculação com a<br />

educação formal não assegura o domínio pleno da leitura e da escrita<br />

para o <strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong> seu protagonismo social. Nesse contexto, a<br />

discussão do letramento tem sua pertinência ampliada, passando a<br />

abranger todos os contextos educacionais, da educação infantil à<br />

educação superior, sobre a qual se <strong>de</strong>teve o presente estudo. A partir <strong>de</strong><br />

uma abordagem quali-quantitativa e interdisciplinar, a investigação<br />

teve como objetivo analisar a caracterização linguística das produções<br />

escritas <strong>de</strong> alunos concluintes <strong>de</strong> um curso <strong>de</strong> Pedagogia, por meio da<br />

observação das estratégias sociocognitivas reveladas nos critérios <strong>de</strong><br />

textualida<strong>de</strong> observáveis na superfície textual, analisando-se os indícios<br />

linguísticos <strong>de</strong> textualida<strong>de</strong> – particularmente os índices <strong>de</strong> coesão e<br />

coerência – verificáveis nas modalida<strong>de</strong>s comunicativas <strong>de</strong>sses<br />

estudantes, em conformida<strong>de</strong> com as suas finalida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> uso. As<br />

análises <strong>de</strong>monstraram a prevalência <strong>de</strong> estratégias cognitivas próprias<br />

à coloquialida<strong>de</strong>, com pouca incidência <strong>de</strong> mecanismos ligados à<br />

autorreflexivida<strong>de</strong>, <strong>de</strong> forma que se sobressaem as estruturas<br />

composicionais típicas <strong>de</strong> escritores iniciantes, nas quais se percebem<br />

escassas estratégias <strong>de</strong> automonitoramento textual, além <strong>de</strong> tímida<br />

preocupação explícita com a compreensão do interlocutor, em prejuízo<br />

da construção da coerência textual.<br />

399


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

A RELEVÂNCIA DA LÍNGUA MATERNA NA SALA DE AULA<br />

DE LÍNGUA ESTRANGEIRA<br />

Márcia Tavares Chico<br />

Sílvia Costa Kurtz Dos Santos<br />

Palavras-chave: co<strong>de</strong>-switching, ensino e aprendizagem <strong>de</strong> língua<br />

estrangeira, língua materna.<br />

O presente trabalho discute o uso da língua materna em sala <strong>de</strong> aula <strong>de</strong><br />

inglês como língua estrangeira, sob a perspectiva da alternância<br />

linguística ou co<strong>de</strong>- switching por parte <strong>de</strong> um professor, pon<strong>de</strong>randose<br />

sobre os possíveis motivos que levaram à ativação do fenômeno.<br />

Para tal, são apresentados dados coletados em uma aula <strong>de</strong> inglês para<br />

alunos do quarto semestre do Curso <strong>de</strong> Licenciatura em Letras<br />

Português-Inglês <strong>de</strong> uma universida<strong>de</strong> fe<strong>de</strong>ral no Rio Gran<strong>de</strong> do Sul.<br />

Observa-se que a utilização da língua materna se mostra como <strong>de</strong><br />

gran<strong>de</strong> importância para os processos <strong>de</strong> ensino e <strong>de</strong> aprendizagem <strong>de</strong><br />

línguas estrangeiras.<br />

ASPECTOS DE COESÃO E COERÊNCIA NA ESCRITA DE<br />

ALUNOS SURDOS BILÍNGUES<br />

Márcio Arthur Moura Machado Pinheiro<br />

Palavras-chave: Sur<strong>de</strong>z. Ensino. Segunda Língua. Língua Portuguesa<br />

Os surdos têm a língua portuguesa escrita como segunda língua (L2) e<br />

meio para interagir também com outros grupos sociais, quer na<br />

<strong>aqui</strong>sição <strong>de</strong> informação e quer no exercício da comunicação escrita.<br />

Não obstante, tratar do ensino- aprendizagem da língua escrita e suas<br />

peculiarida<strong>de</strong>s para esses aprendizes, bem como a formação dos<br />

professores que atuam nessa modalida<strong>de</strong> é primordial neste tempo.<br />

Devido à abrangência da temática, nesta investigação focalizou-se a<br />

relevância da comunicação sóciointeracional, tendo em vista que era<br />

uma das necessida<strong>de</strong>s prementes entre os surdos tanto na <strong>aqui</strong>sição das<br />

informações quanto nas diferentes situações comunicativas, ao exercer<br />

sua cidadania livremente, tendo como recurso sua primeira língua, a<br />

Língua Brasileira <strong>de</strong> Sinais – LIBRAS e sua segunda língua, o<br />

Português. A pesquisa <strong>aqui</strong> apresentada preten<strong>de</strong> discutir questões<br />

400


Resumo dos Trabalhos<br />

referentes à língua(gem) tomando, como ponto <strong>de</strong> partida, as<br />

proposições <strong>de</strong> Bakhtin e Vygotsky, tendo a concepção <strong>de</strong> que somente<br />

por meio da língua(gem) e da relação social é possível à significação<br />

do mundo pelo sujeito, e pressupostos teóricos da Linguística Textual<br />

bem como Português Segunda Língua/Estrangeira (PL2E), tendo em<br />

vista conhecimentos teóricos e metodológicos que tenham concepções<br />

diferentes daquelas propostas para o ensino/aprendizagem <strong>de</strong> língua<br />

materna. A partir <strong>de</strong> então, apontar-se-á questões <strong>de</strong> ensino e<br />

aprendizagem <strong>de</strong> PL2 para surdos através das produções textuais <strong>de</strong>sses<br />

alunos coletadas durante o Curso Básico <strong>de</strong> Língua Portuguesa para<br />

Surdos, no Centro <strong>de</strong> Ensino <strong>de</strong> Apoio à Pessoa com Sur<strong>de</strong>z –<br />

CAS/MA, realizado em 2011.2 e primeiro mês <strong>de</strong> 2012.1. Preten<strong>de</strong>-se<br />

mostrar as estratégias e mecanismos discursivos e textuais no processo<br />

<strong>de</strong> escrita em segunda língua utilizados pelos surdos na escrita, bem<br />

como analisar tais questões sob os aspectos <strong>de</strong> coesão e coerência<br />

mostrando que a construção discursiva do texto tem suas peculiarida<strong>de</strong>s<br />

que envolvem aspectos <strong>de</strong> etiologia da sur<strong>de</strong>z, linguísticos, sociais,<br />

emocionais que precisam ser consi<strong>de</strong>rados no processo <strong>de</strong> ensinoaprendizagem<br />

da Língua Portuguesa para aluno surdo.<br />

OFICINAS DE LETRAMENTOS DIGITAIS: ELABORAÇÃO<br />

DE HISTÓRIA EM QUADRINHOS COMO INSTRUMENTO DE<br />

ENSINO-PRENDIZAGEM<br />

Maria Camila Barros Alcântara<br />

Júlio César De Rosa Araújo (Orientador)<br />

Palavras-chave: Ferramentas digitais; Letramentos; Hipermodalida<strong>de</strong>.<br />

O presente trabalho relata experiências realizadas com alunos do 6º ano<br />

<strong>de</strong> uma escola <strong>de</strong> ensino fundamental, localizada na região<br />

metropolitana <strong>de</strong> Fortaleza, capital do Ceará. Esta ação é oriunda <strong>de</strong><br />

um programa <strong>de</strong> extensão que em uma <strong>de</strong> suas ações ofereceu Oficinas<br />

<strong>de</strong> Letramento Digital (OLDs) para alunos da re<strong>de</strong> pública no ano <strong>de</strong><br />

2012 com o objetivo <strong>de</strong> ampliar os letramentos digitais por meio <strong>de</strong><br />

estratégias <strong>de</strong> leitura e escrita multimodias. A escola beneficiada com<br />

as OLDs fica localizada no município <strong>de</strong> Maranguape, à 30 km da<br />

capital. As oficinas foram realizadas por meio <strong>de</strong> uma ferramenta<br />

online chamada “Máquina <strong>de</strong> Quadrinhos” da turma da Mônica, por<br />

meio da qual <strong>de</strong>senvolvemos situações didáticas que oportunizassem a<br />

leitura e o conhecimento do gênero história em quadrinhos (HQs). O<br />

referencial teórico a que nos baseamos proce<strong>de</strong> dos estudos sobre<br />

401


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

hipermodalida<strong>de</strong> (LEMKE, 2002; OLIVEIRA, 2006) e sobre<br />

letramentos visuais (STOKS, 2001). Para análise, coletamos apenas 4<br />

HQs <strong>de</strong> um universo maior <strong>de</strong> histórias que tem por tema O trabalho<br />

infantil. A análise <strong>de</strong>sses dados, <strong>de</strong>ntro do contexto atual em que<br />

vivemos cada vez mais tecnológico, nos permite concluir que a<br />

“máquina <strong>de</strong> quadrinhos”, se bem aproveitada, po<strong>de</strong> ser uma<br />

ferramenta digital <strong>de</strong> fundamental importância no processo ensino-<br />

aprendizagem, pois ela permite a ampliação dos letramentos ajudando<br />

os alunos a <strong>de</strong>scobrirem que a leitura e a escrita em gêneros como as<br />

HQs virtuais vão além da escrita prototípica, comumente ensinada pela<br />

escola.<br />

A ESCRITA E A PALAVRA NO MUNDO DA INFÂNCIA:<br />

PROPOSTAS PEDAGÓGICAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL<br />

Maria Cristina Ma<strong>de</strong>ira<br />

Rita De Cássia Tavares Me<strong>de</strong>iros<br />

Palavras chave: <strong>Educação</strong> Infantil, Leitura, Escrita e Práticas<br />

pedagógicas.<br />

Este trabalho revela produções realizadas por crianças e educadoras<br />

numa escola infantil, consi<strong>de</strong>rando o mundo da escrita como um<br />

mundo que <strong>de</strong>svenda a própria vida, através da palavra dita pela<br />

criança. Esse percurso <strong>de</strong>finiu como os temas geradores foram ao<br />

mesmo tempo conteúdo e forma na educação da infância, evi<strong>de</strong>nciando<br />

modos <strong>de</strong> olhar o mundo. As diferentes contribuições <strong>de</strong> pesquisadores<br />

sobre a <strong>aqui</strong>sição e o <strong>de</strong>senvolvimento da escrita em socieda<strong>de</strong>s<br />

grafocêntricas evi<strong>de</strong>nciaram com muita <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> o papel da escrita na<br />

vida dos sujeitos. Freire (1987) nos apoiou ao discernir <strong>de</strong>codificação<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>scodificação: quando apenas ensinamos as combinações silábicas,<br />

ou a escrita <strong>de</strong> palavras convencionais, sem a <strong>de</strong>vida reflexão sobre o<br />

que, como, <strong>de</strong> on<strong>de</strong>, com quem e quando as palavras são utilizadas. O<br />

sentido das palavras nos é dado pelo contexto em que foi produzida, se<br />

tratando <strong>de</strong> educação das crianças a fala <strong>de</strong>las sobre o seu mundo tem<br />

muito a nos dizer. As ativida<strong>de</strong>s pedagógicas foram registradas em<br />

painéis com textos das educadoras, com imagens dos trabalhos<br />

<strong>de</strong>senvolvidos nas classes, nos passeios pela cida<strong>de</strong>. Os produtos do<br />

letramento se expressaram <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a leitura do jornal, dos livros infantis,<br />

dos painéis, <strong>de</strong> recados, <strong>de</strong> propagandas, na produção da documentação<br />

da classe que reuniu a relação entre esses produtos do letramento num<br />

corpus mais importante nos Livros da Vida. A varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> produtos<br />

foi gran<strong>de</strong>, apresentando uma gran<strong>de</strong> dispersão, sugerindo<br />

402


Resumo dos Trabalhos<br />

experiências, atenções e apreensões diferenciadas entre as crianças. As<br />

concepções <strong>de</strong> Freire sobre a aprendizagem da língua escrita não<br />

estavam pautadas exclusivamente no âmbito linguístico, tinham um<br />

cunho antropológico que ultrapassou razões óbvias, explicitando a<br />

palavra como dimensão formadora e transformadora das relações<br />

sociais.<br />

MULTILETRAMENTOS NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E<br />

ADULTOS<br />

Maria I<strong>de</strong>rlandia Ferreira Lima<br />

Luiz Carlos Souza Bezerra<br />

Preten<strong>de</strong>mos, neste trabalho, analisar o processo <strong>de</strong> letramentos <strong>de</strong><br />

alunos da <strong>Educação</strong> <strong>de</strong> Jovens e Adultos (EJA). Para tanto,<br />

<strong>de</strong>senvolvemos um estudo em uma turma <strong>de</strong> EJA, na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Acopiara-CE. Participam do estudo 14 educandos <strong>de</strong> faixa etária entre<br />

20 e 60 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, provenientes <strong>de</strong> classe social <strong>de</strong>sfavorável. Os<br />

dados foram coletados a partir <strong>de</strong> observações <strong>de</strong> práticas escolares e<br />

<strong>de</strong> intervenção com uma proposta pedagógica empregando os gêneros<br />

textuais. Almejávamos, <strong>de</strong>ssa forma, construir uma estratégia que<br />

possibilitasse a efetiva inserção <strong>de</strong>sses alunos no universo da leitura e<br />

escrita através <strong>de</strong> textos autênticos que retratem práticas sociais<br />

concretas. As práticas pedagógicas <strong>de</strong>senvolvidas baseiam-se em<br />

exploração <strong>de</strong> gêneros por meio da leitura e discussão e, posterior<br />

comparação entre os diferentes textos explorados, o que é seguido, por<br />

uma produção escrita individual e rescrita coletiva. Os dados da<br />

pesquisa foram analisados ancorados nos referenciais teóricos <strong>de</strong><br />

Bakhtin (1981), Marcuschi (2008), Brait (2009; 2010), Mollica; Leal<br />

(2009) e Rojo (2003, 2009). Os resultados evi<strong>de</strong>nciam que a proposta<br />

pedagógica com os gêneros textuais com essa turma possibilitou inserir<br />

os alunos no universo da leitura e escrita enquanto práticas discursivas<br />

e sociais, bem como contribuiu para o processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento<br />

<strong>de</strong>ssas habilida<strong>de</strong>s, possibilitando consequentemente, a construção <strong>de</strong><br />

sentidos através da leitura e <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> textos que atenda aos<br />

critérios <strong>de</strong> textualida<strong>de</strong>.<br />

PRÁTICAS DE LEITURA NAS AULAS DE PORTUGUÊS:<br />

VIVÊNCIAS DE DOCÊNCIA NO ESTÁGIO SUPERVISIONADO<br />

DE LÍNGUA PORTUGUESA<br />

Maria Izabel De Bortoli Hentz<br />

403


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

A compreensão do texto como unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ensino–aprendizagem da<br />

língua influenciou o movimento <strong>de</strong> reorganização curricular do final<br />

dos anos <strong>de</strong> 1980 e início dos 90 e na formação inicial e continuada <strong>de</strong><br />

professores. Documentos oficiais (PCNs e as Propostas Curriculares) e<br />

currículos <strong>de</strong> cursos <strong>de</strong> Letras e Pedagogia refletem, <strong>de</strong> certa forma,<br />

esse processo. Consi<strong>de</strong>rando que é no texto que a língua se revela em<br />

sua totalida<strong>de</strong>, as práticas <strong>de</strong> linguagem (fala-escuta, leitura-escrita e<br />

reflexão sobre a língua) se constituem no eixo organizador da aula <strong>de</strong><br />

português. Neste trabalho, objetiva-se refletir sobre práticas <strong>de</strong> leitura<br />

<strong>de</strong> reportagens em situações <strong>de</strong> ensino no contexto do Estágio<br />

Supervisionado <strong>de</strong> Língua Portuguesa, em duas turmas distintas. Planos<br />

<strong>de</strong> aula, relatórios <strong>de</strong> estágio e registros em diário <strong>de</strong> campo do<br />

acompanhamento das aulas ministradas serão objeto <strong>de</strong> análise. Como<br />

orientação teórico-metodológica assume-se a perspectiva sóciohistórica,<br />

cujo princípio central é o estudo dos fenômenos como<br />

processos em movimento e mudança. Para analisar especificamente as<br />

práticas <strong>de</strong> leitura recorre-se a pressupostos da teoria dialógica do<br />

discurso, do Círculo <strong>de</strong> Bakhtin, particularmente aos conceitos <strong>de</strong><br />

discurso, <strong>de</strong> enunciado e <strong>de</strong> texto, assim como aos estudos <strong>de</strong><br />

letramento. A análise evi<strong>de</strong>ncia que as práticas <strong>de</strong> leitura <strong>de</strong> um mesmo<br />

gênero distinguem-se significativamente, consi<strong>de</strong>rando-se os objetivos<br />

estabelecidos para leitura dos textos em cada uma das situações <strong>de</strong><br />

ensino, indicando a importância <strong>de</strong> se estabelecerem objetivos prévios<br />

para a leitura <strong>de</strong> um texto.<br />

LITERATURA: UM INSTRUMENTO PARA O LETRAMENTO<br />

E PARA A FORMAÇÃO DE LEITORES CRÍTICOS<br />

Mariana Jantsch De Souza<br />

Gabriela Rocha Rodrigues<br />

Palavras-chave: Ensino. Literatura. Letramento.<br />

A presente comunicação aborda a literatura como um instrumento para<br />

o letramento e formação <strong>de</strong> leitores críticos. A partir <strong>de</strong>sta perspectiva,<br />

o assunto será ancorado na idéia <strong>de</strong> que a literatura é um meio eficiente<br />

para aperfeiçoar as habilida<strong>de</strong>s lingüísticas <strong>de</strong> leitura, escrita,<br />

compreensão e produção textual. No entanto, para que a literatura<br />

produza esse efeito é preciso que o texto literário não seja abordado <strong>de</strong><br />

forma fragmentada e como pretexto para discussões <strong>de</strong> cunho<br />

estritamente gramatical, conforme se observa na escola. Os textos “não<br />

404


Resumo dos Trabalhos<br />

falam por si”, daí a importância <strong>de</strong> formar um leitor crítico e apto a<br />

explorar o texto e atribuir sentidos ao que lê, para tanto é necessário<br />

que se estabeleça uma relação interativa entre texto e leitor e é neste<br />

ponto que se situa o professor <strong>de</strong> literatura – como um guia nesse<br />

processo. Para tratar <strong>de</strong>ste tema e <strong>de</strong>stacar a importância do ensino <strong>de</strong><br />

literatura, recorreu-se, principalmente, às consi<strong>de</strong>rações teóricas <strong>de</strong><br />

Rildo Cosson, Vilson Leffa e Marisa Lajolo sobre letramento literário e<br />

formação <strong>de</strong> leitores.<br />

A APROPRIAÇÃO DOS GÊNEROS JORNALÍSTICOS EM UM<br />

PROJETO DE LETRAMENTO<br />

Mariane Pereira Rocha<br />

Analiso, nessa comunicação, as formas <strong>de</strong> apropriação dos gêneros<br />

jornalísticos em um projeto <strong>de</strong> letramento (KLEIMAN, 2000). Os<br />

dados foram gerados através <strong>de</strong> textos produzidos, durante o ano <strong>de</strong><br />

2012, pelos alunos da Oficina <strong>de</strong> Telejornal, ministrada em uma escola<br />

pública municipal por alunas bolsistas da Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do<br />

Pampa/Bagé – RS. A apropriação <strong>de</strong> gênero é uma forma <strong>de</strong> construção<br />

progressiva da aprendizagem, que insere o aluno em uma prática social<br />

(ROJO, 2006) e não ocorre do mesmo modo com todos os alunos.<br />

Dessa forma, nessa análise <strong>de</strong> caráter qualitativo e interpretativo,<br />

procuro <strong>de</strong>screver e <strong>de</strong>talhar alguns dos diferentes caminhos que os<br />

alunos percorrem até produzirem um gênero jornalístico, consi<strong>de</strong>rando<br />

o contexto on<strong>de</strong> eles estão inseridos e as especificida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> cada<br />

gênero. Os resultados preliminares indicam que os alunos aplicam os<br />

conhecimentos que possuem <strong>de</strong> outros gêneros textuais, com os quais<br />

já são familiarizados, na produção <strong>de</strong> gêneros que são novos para eles –<br />

nas primeiras produções <strong>de</strong> notícias, por exemplo, percebem-se traços<br />

<strong>de</strong> ficção, característicos <strong>de</strong> gêneros textuais como o conto.<br />

LEITURA E EDUCAÇÃO – OUTRAS VIAS POSSÍVEIS<br />

Marília Marques Lopes<br />

Palavras-chave: Alfabetização; Ensino; Leitura.<br />

Presenciamos nas últimas décadas os rumos que a educação vem<br />

tomando, e que levaram à falência do sistema <strong>de</strong> ensino, em especial da<br />

re<strong>de</strong> pública. Apesar dos esforços dos professores na busca pela<br />

ressignificação <strong>de</strong> seu papel, traduzida em valorização em termos<br />

405


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

salariais e <strong>de</strong> seu papel em aula, pouco se tem logrado junto aos alunos<br />

e seus responsáveis. As secretarias <strong>de</strong> educação, em seus anseios por<br />

mudanças, criaram métodos <strong>de</strong> ensino da escrita e da leitura<br />

erroneamente calcados em estudos sem embasamento linguístico<br />

a<strong>de</strong>quado, embora incontestavelmente válidos para a cognição em<br />

geral, como a teoria <strong>de</strong> Piaget. Também norteador <strong>de</strong> métodos <strong>de</strong><br />

alfabetização foi o estudo <strong>de</strong> Ferreiro e Teberoski, que <strong>de</strong>screve as<br />

etapas na <strong>aqui</strong>sição da escrita pela criança. Tal estudo forneceu as bases<br />

para a compreensão da <strong>aqui</strong>sição da escrita no sentido ontológico, mas<br />

foi aclamado como método <strong>de</strong> alfabetização, que <strong>de</strong>lega ao aluno a<br />

construção do próprio conhecimento a respeito da escrita. Como<br />

resultado, formaram-se gerações <strong>de</strong> alunos, muitos já adultos, com<br />

sérios problemas <strong>de</strong> leitura e escrita, alguns irremediáveis. Hoje, com<br />

referenciais assentados em pesquisas científicas <strong>de</strong> base neuronal sobre<br />

a <strong>aqui</strong>sição da leitura, po<strong>de</strong>m-se propor novos olhares sobre o processo<br />

<strong>de</strong> alfabetização, que auxiliem na construção <strong>de</strong> propostas <strong>de</strong><br />

tratamento da leitura e escrita. Estas <strong>de</strong>vem assumir o papel que<br />

realmente lhes cabe no âmbito da educação do ensino fundamental.<br />

A DIMENSÃO IDEACIONAL EM ARTIGOS ACADÊMICOS<br />

AUDIOVISUAIS<br />

Mauren Mata De Souza<br />

Graciela Rabuske Hendges (Orientadora)<br />

A participação da tecnologia nas interações acadêmico-científicas tem<br />

não só incrementado práticas já existentes, mas também dado origem a<br />

novas formas <strong>de</strong> interação. Neste trabalho, buscamos i<strong>de</strong>ntificar em<br />

qual <strong>de</strong>ssas duas categorias se encaixam os artigos audiovisuais<br />

publicados pelo periódico científico JoVE – Journal of Visualized<br />

Experiments. Para tanto, investigamos, sob a ótica da Análise Crítica<br />

<strong>de</strong> Gênero (MOTTA-ROTH, 2005, 2006, 2008), em que medida e<br />

como tais artigos são semelhantes ou diferentes do artigo acadêmico<br />

experimental escrito. Foram examinados contextual e textualmente seis<br />

artigos acadêmicos audiovisuais publicados em 2011. A análise<br />

contextual envolveu, primeiramente, o mapeamento do site do<br />

periódico e <strong>de</strong> documentos como as “Instruções para autores”. A<br />

análise textual foi realizada a partir das categorias analíticas da<br />

Gramática Sistêmico-Funcional (HALLIDAY, 2004), focando na<br />

Transitivida<strong>de</strong>. Constatou-se a predominância <strong>de</strong> Processos Materiais<br />

associados à documentação <strong>de</strong> técnicas e protocolos, visto ser a função<br />

406


Resumo dos Trabalhos<br />

<strong>de</strong>sses artigos, conforme proposto nas “Instruções para autores”.<br />

Igualmente relevantes nesses textos são as Circunstâncias, pois<br />

acrescentam especificida<strong>de</strong> e precisão aos procedimentos <strong>de</strong>scritos<br />

principalmente (73%) em termos <strong>de</strong> localização no tempo e no espaço e<br />

<strong>de</strong> modo. Essas características atribuem um caráter instrucional ao<br />

artigo audiovisual do JoVE, sugerindo que po<strong>de</strong> ser classificado como<br />

um novo gênero discursivo. Pedagogicamente, este trabalho po<strong>de</strong><br />

contribuir para o Ensino <strong>de</strong> Línguas para Fins Acadêmicos,<br />

subsidiando-o com conhecimento sobre esse novo gênero discursivo o<br />

qual po<strong>de</strong> ajudar a orientar pesquisadores não-familiarizados com essa<br />

prática social.<br />

LEITURA DE IMAGENS: O LIVRO INFANTIL E O<br />

LETRAMENTO LITERÁRIO<br />

Mitizi Gomes<br />

O letramento literário concentra em si mais do que ler obras literárias<br />

por fruição, uma vez que essa ação po<strong>de</strong> ser realizada sem a<br />

interferência da escola. Contudo, apren<strong>de</strong>r a ler a literatura com olhos<br />

críticos, apren<strong>de</strong>r a ver o texto literário como um trabalho artístico com<br />

a linguagem, requer mais do que o entendimento da história lida: antes,<br />

porém, requer que se aprenda a perceber que este trabalho com a<br />

linguagem vai além <strong>de</strong> seu uso apenas para a comunicação, pois o<br />

escritor trabalha o material para transformá-lo em arte. Nessa<br />

perspectiva, po<strong>de</strong>-se afirmar que o trabalho <strong>de</strong> letramento literário tem<br />

seu início nas primeiras séries escolares, para que a criança seja inserida<br />

no mundo da linguagem como arte <strong>de</strong>s<strong>de</strong> seu primeiro contato com o<br />

mundo letrado <strong>de</strong> forma sistematizada. Ao avaliarmos o livro infantil<br />

contemporâneo, <strong>de</strong>vemos consi<strong>de</strong>rar, para além do texto escrito, a<br />

linguagem visual que o compõe, já que nesta literatura específica as<br />

duas linguagens andam lado e lado e são, ou <strong>de</strong>veriam ser,<br />

complementares. Assim, o papel do professor <strong>de</strong>ve ser o <strong>de</strong><br />

incentivador da leitura e, mais ainda, o <strong>de</strong> indivíduo que trabalha o<br />

olhar da criança sobre a literatura, na perspectiva <strong>de</strong> formar o leitor<br />

crítico e conhecedor da arte da linguagem. Não <strong>de</strong>ve, contudo,<br />

prescindir da imagem, já que ambas as linguagens vêm ligadas <strong>de</strong><br />

forma indissociável no livro infantil. O presente estudo utiliza como<br />

referencial teórico os Estudos <strong>de</strong> Tradução e a Literatura Comparada.<br />

407


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

A LÍNGUA PORTUGUESA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL:<br />

PROBLEMATIZANDO LEITURA, ESCRITA E MEDIAÇÃO<br />

Moema Karla Oliveira Santanna<br />

Cátia De Azevedo Fronza<br />

Palavras-chave: Deficiência Intelectual, leitura e escrita<br />

O trabalho a ser apresentado tem por base Santanna (2011), que<br />

investiga e analisa dados <strong>de</strong> ensino-aprendizagem <strong>de</strong> Língua<br />

Portuguesa (LP) por alunos com Deficiência Intelectual (DI), em um<br />

contexto <strong>de</strong> uma APAE - Educadora, com uma turma <strong>de</strong> <strong>Educação</strong> <strong>de</strong><br />

Jovens e Adultos (EJA), a fim <strong>de</strong> apontar em que medida a<br />

mediação/colaboração entre pares mais experientes contribui para o<br />

<strong>de</strong>senvolvimento da linguagem. Para tanto, problematizam-se<br />

ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> leitura e <strong>de</strong> escrita propostas/<strong>de</strong>senvolvidas aos/pelos<br />

educandos em aulas <strong>de</strong> LP. O corpus constitui-se dos Planos <strong>de</strong> Estudo<br />

<strong>de</strong> LP que orientam o trabalho no que se refere ao ensinoaprendizagem<br />

da referida disciplina, <strong>de</strong> registros feitos em diário <strong>de</strong><br />

campo durante observações <strong>de</strong> aula <strong>de</strong> LP, além <strong>de</strong> gravação em ví<strong>de</strong>o<br />

<strong>de</strong> uma aula <strong>de</strong> língua materna (LM). Foram adotados pressupostos da<br />

teoria sócio-histórica <strong>de</strong> Vigostki (2007), principalmente no que se<br />

refere aos conceitos <strong>de</strong> nível <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento real (NDR), nível <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>senvolvimento potencial (NDP) e zona <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento proximal<br />

(ZDP). Além disso, estabelecem-se relações com estudos sobre o<br />

letramento, trazendo Kleiman (2000, 2005), Street (1984), Tfouni<br />

(2006), Rojo (2009), entre outros autores, aliados a indicações dos<br />

Parâmetros Curriculares Nacionais <strong>de</strong> LP (MEC, 1997). Uma vez que<br />

esta pesquisa também discute aspectos relacionados à inclusão sob a<br />

perspectiva dos Estudos Culturais, problematizando o que se enten<strong>de</strong><br />

por <strong>de</strong>ficiência e por diferenças quanto à DI em contextos <strong>de</strong> ensino<br />

regular/especial, os resultados das análises indicam que a <strong>de</strong>ficiência<br />

não compromete o aprendizado da LP/<strong>de</strong>senvolvimento da linguagem,<br />

em relação ao que é proposto, principalmente quando tensionada a<br />

ZDP.<br />

LETRAMENTO E EMANCIPAÇÃO HUMANA: A PROPOSTA<br />

CONTRA-HEGEMÔNICA DA EDUCAÇÃO POPULAR<br />

Priscila Monteiro Chaves<br />

Cristiano Gue<strong>de</strong>s Pinheiro<br />

Palavras-chave: letramento; emancipação humana; <strong>Educação</strong> Popular.<br />

408


Resumo dos Trabalhos<br />

Para que serve o acesso a um código ofertado pelo sistema educacional<br />

– mais ainda, quando público -, se não for para lutar contra a<br />

alienação? (MÉZAROS, 2008). Qual é o sentido em se pensar em uma<br />

pedagogia da escrita hoje para as classes menos favorecidas? Sabendo<br />

que o acesso ao mundo da escrita vem significando para as camadas<br />

populares a <strong>aqui</strong>sição <strong>de</strong> uma habilida<strong>de</strong> quase mecânica <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>codificação/codificação, isto é ao povo permite-se que aprenda a ler e<br />

não que se torne <strong>de</strong> fato leitor (SOARES, 2000); o presente trabalho<br />

objetiva (re)pensar a proposta <strong>de</strong> letramento à luz dos fundamentos das<br />

<strong>Educação</strong> Popular. A fim <strong>de</strong> compreen<strong>de</strong>r a necessida<strong>de</strong> do<br />

protagonismo popular efetivo no que compete a tal processo/<strong>aqui</strong>sição,<br />

sem tomar a lectoescrita como fetiche, como entida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida própria.<br />

Pois assim, torna-se obsoleto que esta apenas tem sentido quando<br />

respon<strong>de</strong> a necessida<strong>de</strong>s coletivas concretas e <strong>de</strong>ixam <strong>de</strong> impor<br />

universos fechados arbitrariamente imposto. Para tanto, e a fim <strong>de</strong><br />

pensar o letramento como prática libertadora, realizar-se-á uma<br />

pesquisa bibliográfica, <strong>de</strong> cunho filosófico, pon<strong>de</strong>rando as<br />

contribuições à formação do leitor dos seguintes conceitos:<br />

emancipação humana (ADORNO, 1985, 1995), invasão cultural<br />

(FREIRE, 2005), alienação (MARX, 1844, 1857) e menorida<strong>de</strong><br />

(KANT, 1974).<br />

'NÓS PEGA O PEIXE': UMA ANÁLISE VISUAL DA CIÊNCIA<br />

LINGUÍSTICA NA MÍDIA<br />

Raquel Bevilaqua<br />

Palavras-chave: análise visual; construção <strong>de</strong> sentidos;<br />

multiletramentos.<br />

Nas últimas décadas, temos observado uma intensa e vívida celebração<br />

da imagem enquanto um modo semiótico <strong>de</strong> construção <strong>de</strong> sentidos na<br />

comunicação humana. Esta ‘virada’ semiótica tem provocado um<br />

<strong>de</strong>slocamento do foco <strong>de</strong> atenção, até então centrado quase que<br />

exclusivamente sobre o modo da escrita, para outros sistemas<br />

semióticos, <strong>de</strong>ntre eles, a imagem. Entretanto, carecemos <strong>de</strong> pesquisas e<br />

trabalhos que busquem enten<strong>de</strong>r os efeitos <strong>de</strong>ssa reconfiguração na<br />

comunicação humana, principalmente no que tange às práticas <strong>de</strong><br />

multiletramentos. Consi<strong>de</strong>rando isso, o objetivo <strong>de</strong>ste trabalho é<br />

analisar a maneira como são construídos os sentidos por meio <strong>de</strong><br />

imagens. Para tanto, nosso corpus <strong>de</strong> análise é constituído <strong>de</strong> três<br />

imagens <strong>de</strong> uma notícia e <strong>de</strong> uma reportagem publicadas nas revistas<br />

Veja e Istoé, em maio <strong>de</strong> 2011, acerca da polêmica do livro didático<br />

409


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

distribuído pelo MEC. Nosso referencial teórico e analítico está<br />

baseado nos princípios <strong>de</strong> análise da Gramática Visual (KRESS &<br />

VAN LEEWEN, 2006) e também leva em consi<strong>de</strong>ração as discussões<br />

sobre multiletramentos realizadas por CAZDEN; COPE,<br />

FAIRCLOUGH, GEE et al. (1996); KRESS (1997); LEMKE (1998a,<br />

1998b, 2006); VAN LEEWEN (2008). Analisar os diferentes<br />

mecanismos <strong>de</strong> construção <strong>de</strong> sentidos na mídia por meio <strong>de</strong> imagens é<br />

<strong>de</strong>veras importante para que possamos lidar, <strong>de</strong> maneira mais<br />

significativa, com os diferentes textos, verbais e não verbais, que nos<br />

ro<strong>de</strong>iam cotidianamente e que, consequentemente, compõem o universo<br />

escolar em que atuamos.<br />

O USO DA LINGUAGEM VERBAL NA INTERAÇÃO ENTRE<br />

OS PROFISSIONAIS E OS USUÁRIOS DE UMA BIBLIOTECA<br />

Raquel Do Prado Fontoura Prietsch<br />

Palavras-chave: Sociolinguística Interacional; interação verbal;<br />

linguagem; biblioteca.<br />

O presente trabalho tem como objeto <strong>de</strong> estudo a interação verbal<br />

ocorrida entre os profissionais e os usuários da biblioteca <strong>de</strong> uma<br />

escola da re<strong>de</strong> municipal <strong>de</strong> ensino da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Pelotas/RS.<br />

Preten<strong>de</strong>mos levantar o perfil <strong>de</strong>stes profissionais, bem como<br />

i<strong>de</strong>ntificar estratégias comunicativas empregadas por eles para<br />

interagirem face a face com os usuários da biblioteca. A<br />

fundamentação teórica da pesquisa centra-se na Sociolinguística<br />

Interacional (GOFFMAN, 1964; GUMPERZ, 1982) e integram-se, a<br />

essa corrente, conceitos da Biblioteconomia (GROGAN, 2001;<br />

HUTCHINS, 1973). Quanto à metodologia, essa pesquisa adota o<br />

método qualitativo e caracteriza-se como um estudo <strong>de</strong> caso. Para a<br />

coleta <strong>de</strong> dados, foram utilizados dois instrumentos <strong>de</strong> pesquisa:<br />

questionário e gravações das falas (interações) dos profissionais da<br />

biblioteca. A análise dos dados é feita <strong>de</strong> maneira interpretativa, <strong>de</strong><br />

acordo com a abordagem metodológica assumida, e visa investigar<br />

como a linguagem é utilizada pelos profissionais da biblioteca durante<br />

a interação com os usuários. Os resultados parciais nos permitem<br />

constatar que os profissionais da biblioteca são funcionários nomeados<br />

por concurso público para o cargo <strong>de</strong> agente/oficial administrativo e,<br />

<strong>de</strong>ntre as estratégias comunicativas utilizadas por eles, se sobressaem a<br />

capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> memorização e a recuperação da linguagem do usuário.<br />

410


Resumo dos Trabalhos<br />

MÍDIA E EDUCAÇÃO: O USO DAS NOVAS TECNOLOGIAS<br />

EM SALA DE AULA<br />

Sabrine Denardi De Menezes Da Silva<br />

Palavras-chave: Mídias digitais, educação, língua materna.<br />

A socieda<strong>de</strong> da informação oferece diversas formas <strong>de</strong> expressão da<br />

linguagem, seja ela no formato visual, oral ou escrito. Sendo assim,<br />

torna-se fundamental que sejam oferecidas, no ambiente escolar, as<br />

competências necessárias a fim <strong>de</strong> que os alunos consigam<br />

compreen<strong>de</strong>r a informação, fazer uma análise crítica frente a ela, bem<br />

como produzir novas formas <strong>de</strong> comunicação. No que se refere à<br />

educação, a mídia sempre esteve presente, porém muitas vezes sofreu<br />

resistência quanto a sua aplicação efetiva no processo <strong>de</strong> ensino. Porém,<br />

não se po<strong>de</strong> negar o gran<strong>de</strong> impacto causado pela facilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> acesso<br />

as tecnologias digitais no ensino tradicional. É pertinente refletir sobre<br />

o uso das mídias digitais no papel <strong>de</strong> facilitadora do processo <strong>de</strong> ensino,<br />

auxiliando o professor, aproximando-o da realida<strong>de</strong> vivida pelo aluno.<br />

Não levar em consi<strong>de</strong>ração as vantagens que o uso das tecnologias <strong>de</strong><br />

informação po<strong>de</strong>m proporcionar ao aluno, é isolar a escola do mundo<br />

em que estamos inseridos, ficando assim difícil para o discente<br />

estabelecer uma ligação entre a teoria e a prática que ele vivencia. A<br />

partir <strong>de</strong>sta constatação, o objetivo <strong>de</strong>ste trabalho é apresentar <strong>de</strong> forma<br />

prática o que po<strong>de</strong> ser feito para introduzir as mais diversas formas <strong>de</strong><br />

mídias digitais nas aulas <strong>de</strong> Língua Portuguesa, visando o ensino<br />

baseado nas práticas sociais <strong>de</strong> leitura e escrita, com vistas a formação<br />

<strong>de</strong> um leitor eficiente, que compreenda criticamente as realida<strong>de</strong>s<br />

sociais e nelas aja, efetivamente.<br />

PRÁTICAS SOCIAIS DE LETRAMENTO NUM ESPAÇO<br />

MULTILINGUE- UMA RESERVA INDÍGENA E TRÊS<br />

LÍNGUAS<br />

Sandra Espindola<br />

Palavras-chave: Letramento. Ensino. Escola Indígena.<br />

Preten<strong>de</strong>-se nesse trabalho apresentar uma situação peculiar do que<br />

ocorre no ensino formal brasileiro, no que diz respeito ao processo <strong>de</strong><br />

<strong>aqui</strong>sição das práticas sociais <strong>de</strong> letramento por parte das crianças <strong>de</strong><br />

uma Reserva Indígena em Dourados/MS num contexto <strong>de</strong><br />

multilinguismo. O acesso ao sistema letrado que se espera como<br />

411


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

satisfatório para o 5o ano do Ensino Fundamental proposto nos PCNs<br />

da língua portuguesa se situa muito aquém do que apregoa esse<br />

documento e até mesmo do RCNEI (Referenciais Curriculares<br />

Nacionais para a Escola Indígena)–documento que rege as diretrizes<br />

educacionais para o ensino nessas comunida<strong>de</strong>s. A partir dos conceitos<br />

<strong>de</strong> letramento/multiletramento propostos por Rojo (2009),<br />

Kleiman(1995), Soares(2001;2004), Street (2007), preten<strong>de</strong>-se enfocar<br />

o resultado do processo <strong>de</strong> letramento no final do processo <strong>de</strong><br />

alfabetização – seus percalços e conquistas (ou não) na <strong>aqui</strong>sição <strong>de</strong>sse<br />

letramento em português. Para isso, serão utilizados dados <strong>de</strong> um<br />

questionário do qual se apreen<strong>de</strong> as práticas <strong>de</strong> leitura e escrita das<br />

crianças <strong>de</strong>ntro e fora da escola, além <strong>de</strong> textos produzidos em sala <strong>de</strong><br />

aula. Como, na fala <strong>de</strong> Soares (2001), não há como conceituar<br />

letramento sem levar em conta questões contextuais, sociais, culturais e<br />

políticas <strong>de</strong>sse contexto, alguns apontamentos acerca da cultura, do<br />

funcionamento das escolas, da formação dos professores, bem como<br />

metodologias <strong>de</strong> trabalho observadas serão trazidas no intuito <strong>de</strong><br />

organizador melhor o olhar sobre esse recorte.<br />

PRÁTICAS DE LETRAMENTO PEDAGÓGICO NO PIBID:<br />

ANÁLISE DA TRAVESSIA DE PROFESSORES EM<br />

FORMAÇÃO<br />

Silvania Faccin Colaço<br />

Adriana Fischer<br />

Palavras-chave: letramentos; práticas pedagógicas; PIBID.<br />

Os discursos dos professores em formação po<strong>de</strong>m revelar muito <strong>de</strong> sua<br />

transformação <strong>de</strong> aluno em professor. Assim, este trabalho tem o<br />

objetivo <strong>de</strong> analisar a fala <strong>de</strong> um aluno do PIBID (Programa<br />

Institucional <strong>de</strong> Bolsas <strong>de</strong> Iniciação à Docência), <strong>de</strong> um Curso <strong>de</strong><br />

Ciências Biológicas, a fim <strong>de</strong> verificar as marcas discursivas que<br />

<strong>de</strong>monstram sua transformação nas práticas pedagógicas. A pesquisa é<br />

qualitativa, <strong>de</strong> abordagem etnográfica e traz resultados <strong>de</strong> entrevista<br />

semiestruturada e diário <strong>de</strong> prática pedagógica. A base teórica encontra<br />

aporte nos Novos Estudos do Letramento (GEE, 2001, 2004; STREET,<br />

1995, 2010, 2012), numa concepção sociocultural e no reconhecimento<br />

<strong>de</strong> múltiplos letramentos, <strong>de</strong> acordo com as relações <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> cada<br />

contexto situado, pois os modos <strong>de</strong> agir são revelados pelos Discursos,<br />

com D maiúsculo e no plural (GEE, 2001), que são as formas <strong>de</strong> ser no<br />

mundo, produto social e histórico, constituindo a linguagem. Os<br />

412


Resumo dos Trabalhos<br />

resultados preliminares mostram que a interação na sala <strong>de</strong> aula da<br />

<strong>Educação</strong> Básica possibilita a constituição da i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> profissional na<br />

travessia do ser aluno para ser professor. Portanto, esses resultados<br />

apontam para a necessida<strong>de</strong> e relevância <strong>de</strong> cursos <strong>de</strong> formação <strong>de</strong><br />

professores contribuírem para a inserção <strong>de</strong> seus acadêmicos em<br />

práticas pedagógicas e significativas <strong>de</strong> letramento, ao longo do curso, a<br />

fim <strong>de</strong> que se assumam membros efetivos e críticos em diferentes<br />

letramentos <strong>de</strong> natureza acadêmica e profissional.<br />

COGNISFERA, ENSINO E APRENDIZAGEM: LETRAMENTOS<br />

NA ERA COMPUTACIONAL<br />

Silvia Regina Gomes Miho (Ufgd)<br />

Palavras-chave: letramento digital crítico, linguagens , cognisfera.<br />

Questões relativas às transformações em curso nas socieda<strong>de</strong>s<br />

contemporâneas estão visceralmente ligadas aos modos como o<br />

conhecimento e a informação são buscados, armazenados e<br />

distribuídos e , também à velocida<strong>de</strong> e abrangência alcançadas por essa<br />

circulação <strong>de</strong> bens culturais. A necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se pensar a respeito do<br />

papel <strong>de</strong>sempenhado pelas linguagem(s) em tal processo social levanos<br />

a explorar áreas <strong>de</strong> conhecimento interdisciplinarmente, buscando<br />

conectar pontos que anteriormente pareciam distantes e disconexos: a<br />

filosofia da linguagem, a crítica literária , a ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ensinar língua<br />

estrangeira (inglês) e suas literaturas e as tecnologias <strong>de</strong> informação.<br />

Interessa-nos examinar a <strong>de</strong>pendência do suporte tecnológico que se<br />

<strong>de</strong>senvolve no processo <strong>de</strong> ensino-aprendizagem <strong>de</strong> modo geral e,<br />

mais especificamente, a educação linguística e o letramento literário.<br />

Quais são as possibilida<strong>de</strong>s e as habilida<strong>de</strong>s a serem exploradas e<br />

quais são os resultados esperados e obtidos? Usar a tecnologia como<br />

instrumento ou, pela falta <strong>de</strong> criticida<strong>de</strong>, tornar-se instrumento <strong>de</strong>la? Ao<br />

tratar das relações entre educação, arte e tecnologias, duas tendências<br />

principais po<strong>de</strong>m ser <strong>de</strong>lineadas: a primeira reflete sobre questões mais<br />

generalizantes, <strong>de</strong> cunho filosófico ou pedagógico, tradicionalmente<br />

ligada ao conhecimento humanístico; a segunda procura examinar mais<br />

<strong>de</strong>talahadamente as relações vitais entre máquina e homem neste<br />

processo histórico, político e existencial característico da socieda<strong>de</strong> da<br />

informação. A aproximação <strong>de</strong>stas duas tendências torna-se crucial<br />

para que os processos <strong>de</strong> letramento digital crítico sejam discutidos <strong>de</strong><br />

maneira abrangente.<br />

413


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

LETRAMENTOS VISUAIS EM PROPOSTAS DE LEITURA DE<br />

UM LIVRO DIDÁTICO DO 1O ANO DO ENSINO<br />

FUNDAMENTAL: UMA ANÁLISE, MUITAS POSSIBILIDADES<br />

Trícia Tamara Boeira Do Amaral<br />

Palavras-chave: alfabetização; letramento visual; livro didático.<br />

Este trabalho é parte <strong>de</strong> um estudo maior, cujo objetivo principal era<br />

i<strong>de</strong>ntificar como as imagens são abordadas em propostas <strong>de</strong> leituras <strong>de</strong><br />

textos presentes no livro didático (LD) Português: Linguagens –<br />

Letramento e Alfabetização – 1º ano, <strong>de</strong> Cereja e Magalhães (2010),<br />

aprovado pelo Programa Nacional do Livro Didático (PNLD/ 2010).<br />

Apresenta-se a análise <strong>de</strong> um dos capítulos do livro, mais<br />

especificamente o primeiro, da primeira unida<strong>de</strong>. As observações foram<br />

realizadas a partir <strong>de</strong> uma pesquisa qualitativa (BAUER e GASKELL,<br />

2002), em que o LD é analisado por meio <strong>de</strong> uma epistemologia<br />

interpretativa (SOARES, 2006). Dentre os principais aportes teóricos<br />

utilizados estão a teoria dos letramentos sob uma perspectiva<br />

sociocultural (GEE, 2001; STREET, 2003, FISCHER, 2007) e a teoria<br />

da Sintaxe da Linguagem Visual (DONDIS, 2007). Foram estabelecidas<br />

três categorias <strong>de</strong> análise para os textos imagéticos – textos imagéticocompositivos,<br />

textos imagético-ilustrativos e textos imagético<strong>de</strong>corativos<br />

–, e três para as ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> leitura – ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> leitura<br />

do texto imagético, ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>de</strong>codificação do texto imagético e<br />

ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> não leitura do texto imagético. Especificamente no<br />

capítulo em questão, as análises evi<strong>de</strong>nciam uma preocupação com a<br />

leitura <strong>de</strong> imagens. Também, <strong>de</strong>monstram que as propostas envolvem<br />

os letramentos visuais, embora ainda apareçam, por exemplo, textos<br />

imagéticos <strong>de</strong>scontextualizados e sem relação com os textos verbais. A<br />

partir <strong>de</strong>ste recorte proposto, espera-se po<strong>de</strong>r contribuir com o processo<br />

<strong>de</strong> ensino-aprendizagem, bem como fornecer dados que possam ser<br />

relevantes à reflexão<strong>de</strong> como abordar e promover a leitura <strong>de</strong> imagens<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> as séries iniciais.<br />

OS DESAFIOS DO LETRAMENTO DIGITAL NA FORMAÇÃO<br />

DE PROFESSORES DE LINGUAGENS<br />

Valeria Iensen Bortoluzzi<br />

Adriana Macedo Nadal Maciel<br />

Palavras-chave: Letramento digital; formação docente; habilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

leitura e escrita.<br />

414


Resumo dos Trabalhos<br />

Em tempos <strong>de</strong> uso <strong>de</strong> Tecnologias <strong>de</strong> Informação e Comunicação para<br />

todos os fins e a todo o momento, o professor vê-se diante da<br />

necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> repensar seu papel <strong>de</strong> agente educacional para dar conta<br />

<strong>de</strong> um outro tipo <strong>de</strong> aluno, que interagem com as tecnologias <strong>de</strong> forma<br />

natural. Tendo essa necessida<strong>de</strong> em consi<strong>de</strong>ração, o curso <strong>de</strong> Letras da<br />

UNIFRA oferece uma disciplina <strong>de</strong> Estágio Curricular Supervisionado,<br />

que tem por finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver nos professores em formação o<br />

letramento digital, além <strong>de</strong> estratégias <strong>de</strong> aplicação <strong>de</strong>ssas ações <strong>de</strong><br />

letramento na escola. Com o presente trabalho, então, temos por<br />

objetivo discutir os <strong>de</strong>safios enfrentados nessa disciplina para o<br />

letramento digital e a formação docente. Em relação ao letramento<br />

digital, o maior <strong>de</strong>safio é o <strong>de</strong> fazer os alunos compreen<strong>de</strong>rem que as<br />

ferramentas digitais exigem, cada uma, um conjunto específico <strong>de</strong><br />

habilida<strong>de</strong>s (SOARES, 2002) e que é esse conjunto <strong>de</strong> habilida<strong>de</strong>s que<br />

precisa ser aprendido e não a ferramenta em si. Quanto à formação<br />

docente e sua relação com o letramento digital, o <strong>de</strong>safio é fazer os<br />

alunos utilizarem as ferramentas tecnológicas <strong>de</strong> um modo<br />

diferenciado, aproveitando o potencial <strong>de</strong> letramento <strong>de</strong> cada uma.<br />

Referência SOARES, Magda. Novas práticas <strong>de</strong> leitura e escrita:<br />

letramento na cibercultura. <strong>Educação</strong> e Socieda<strong>de</strong>. Vol. 23, n. 81,<br />

Campinas, SP: EdUNICAMP, 2002. pp 143-160."<br />

O LETRAMENTO EM LÍNGUA PORTUGUESA DE SURDOS<br />

UNIVERSITÁRIOS: REFLEXÕES A PARTIR DE UM CURSO<br />

EM AMBIENTE DIGITAL<br />

Vanessa De Oliveira Dagostim Pires<br />

O presente trabalho apresenta reflexões a respeito do letramento<br />

acadêmico <strong>de</strong> estudantes surdos, e o histórico <strong>de</strong> aprendizagem e uso<br />

da Libras por eles, sendo um recorte <strong>de</strong> projeto <strong>de</strong> tese <strong>de</strong> doutorado<br />

em Linguística Aplicada em andamento. Os dados analisados foram<br />

gerados em um curso intitulado “A escrita acadêmica para surdos<br />

universitários (I)”, <strong>de</strong>senvolvido em um ambiente virtual <strong>de</strong><br />

aprendizagem. Este foi constituído por um conjunto <strong>de</strong> oficinas<br />

didáticas que procurou oferecer subsídios para os alunos<br />

<strong>de</strong>senvolverem sua proficiência em LP na modalida<strong>de</strong> escrita, através<br />

<strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s relativas à leitura, interpretação <strong>de</strong> texto, produção<br />

textual e exercícios gramaticais. O curso foi oferecido gratuitamente<br />

através da plataforma Moodle da Unisinos a 15 universitários surdos,<br />

415


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

usuários <strong>de</strong> Libras, <strong>de</strong> diferentes instituições <strong>de</strong> ensino, no segundo<br />

semestre <strong>de</strong> 2011. Partiu-se da concepção <strong>de</strong> letramento como uma<br />

noção plural, múltipla (STREET, 1995 e ROJO, 2004); neste sentido,<br />

enten<strong>de</strong>mos o letramento como uma prática social capaz <strong>de</strong> mudar o<br />

lugar social, o modo <strong>de</strong> viver na socieda<strong>de</strong> e a inserção cultural<br />

daquele que se apropria <strong>de</strong>le (cf. SOARES, 1998). Ao compreen<strong>de</strong>r a<br />

história <strong>de</strong> letramento percorrida pelos estudantes e o papel da Libras<br />

neste contexto, é possível concluir que uso da Libras aliado a práticas<br />

<strong>de</strong> letramento <strong>de</strong>s<strong>de</strong> cedo, auxiliam no <strong>de</strong>senvolvimento linguístico do<br />

indivíduo surdo, assim como na aprendizagem da LP escrita.<br />

EDUCAÇÃO BILÍNGUE PARA SURDOS: UM DESAFIO EM<br />

TEMPOS DE INCLUSÃO<br />

Vânia Elizabeth Chiella<br />

Palavras-chave: Inclusão escolar; cultura/diferença; bilinguismo.<br />

O presente trabalho tem por objetivo problematizar questões sobre o<br />

ensino/aprendizagem da língua portuguesa, na educação <strong>de</strong> surdos,<br />

chamando atenção à abordagem bilíngue e à necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

(re)planejamentos no cotidiano escolar. Na contemporaneida<strong>de</strong>,<br />

estamos acompanhando rápidas modificações globais e sociais. Neste<br />

sentido, passamos a dar visibilida<strong>de</strong> a grupos <strong>de</strong> sujeitos, que, vítimas<br />

da estrutura da socieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminadas épocas históricas, estiveram<br />

excluídos do processo social. É fundamental a compreensão <strong>de</strong> que a<br />

humanida<strong>de</strong> está em <strong>de</strong>senvolvimento, e, com esse entendimento,<br />

afastamos a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> que, com essas colocações, temos a intenção <strong>de</strong><br />

atribuir um julgamento e/ou fazer acusações; muito pelo contrário,<br />

estamos propondo uma reflexão sobre o cenário atual como<br />

possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> construir caminhos para pensar uma política<br />

linguística para minorias, sejam elas <strong>de</strong> comunida<strong>de</strong>s surdas, contextos<br />

<strong>de</strong> fronteiras, comunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> imigrantes ou comunida<strong>de</strong>s indígenas.<br />

Assim, o reconhecimento dos sujeitos surdos como sujeitos culturais é<br />

atual. Esse movimento ganhou visibilida<strong>de</strong> com o advento do processo<br />

<strong>de</strong> globalização aliado ao cenário atual dos Direitos Humanos, no qual<br />

está pautada a condição <strong>de</strong> igualda<strong>de</strong> como condição humana,<br />

compreendida neste trabalho pelo viés da diferença. São, portanto, no<br />

nosso entendimento, as condições <strong>de</strong> possibilida<strong>de</strong>s do momento<br />

histórico que vivemos que propiciam estas discussões. Embora se<br />

possa afirmar que há avanços, tanto nas discussões sobre questões tão<br />

caras aos surdos, como as línguas <strong>de</strong> sinais e a educação <strong>de</strong> surdos num<br />

416


Resumo dos Trabalhos<br />

ambiente bilíngue, este processo ainda é frágil. Enten<strong>de</strong>mos que a<br />

mudança tenha que ser feita para muito além da implantação da<br />

LIBRAS nas escolas, passo legal, necessário, que oportunizou<br />

avanços, mas também oportunizou afirmativas duvidosas, como o<br />

entendimento simplificado <strong>de</strong> que há bilinguismo quando o que temos<br />

é apenas a situação <strong>de</strong> duas línguas estarem envolvidas nas escolas, no<br />

caso, a Língua Brasileira <strong>de</strong> Sinais (LIBRAS) e a língua oral (Língua<br />

Portuguesa).<br />

CADÊ O LIVRO QUE ESTAVA AQUI?<br />

Vera Wannmacher Pereira<br />

Palavras-chave: letramento; competência em leitura; livro<br />

A análise do tema “letramento e competência em leitura” requer o<br />

estabelecimento <strong>de</strong> <strong>de</strong>finição do vocábulo letramento. Diferenciando-se<br />

<strong>de</strong> alfabetização, letramento po<strong>de</strong> ser compreendido como o processo<br />

<strong>de</strong> acesso a materiais escritos, o que o situa na continuida<strong>de</strong> do viver.<br />

Consi<strong>de</strong>rando os estudos sobre gêneros textuais, o letramento vem se<br />

caracterizando como o convívio com o texto em suas diversas formas<br />

<strong>de</strong> manifestação social, como por exemplo, lista <strong>de</strong> compra, receita,<br />

propaganda, bula <strong>de</strong> remédio, poema, crônica, fábula, outdoor,<br />

encartes, etc. É bem verda<strong>de</strong> que o convívio com essas manifestações<br />

po<strong>de</strong> contribuir para o letramento, dando-se ao longo da vida dos<br />

leitores. No entanto, há um <strong>de</strong>sses gêneros que, por sua extensivida<strong>de</strong>,<br />

profundida<strong>de</strong>, relevãncia no tratamento do tópico eleito, exige do leitor,<br />

por espaços <strong>de</strong> tempo longos, movimentos cognitivos complexos. Esse<br />

é o livro. Do convívio familiar e escolar continuado foi parar <strong>aqui</strong> e<br />

acolá, por razões diversas, fazendo com que seu valor tenha se diluído,<br />

os leitores potenciais não saibam estabelecer diferenças entre eles, a<br />

socieda<strong>de</strong> não o consi<strong>de</strong>re como um presente significativo e a escola<br />

não saiba como orientar seus alunos a respeito <strong>de</strong> sua escolha e uso.<br />

Nesta comunicação, o objetivo é examinar esse material <strong>de</strong> leitura<br />

como uma possível chave para a solução do problema “letramento e<br />

competência em leitura”.<br />

AS PRÁTICAS LEITORAS DE ACADÊMICAS DE PEDAGOGIA<br />

Veronice Camargo Da Silva<br />

Palavras-chave: Práticas leitoras; letramento acadêmico;<br />

aluno/professor<br />

417


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

A realização do presente trabalho, no contexto acadêmico universitário,<br />

é parte <strong>de</strong> uma pesquisa maior, em nível <strong>de</strong> doutorado (2011-2015)<br />

realizado com alunas <strong>de</strong> um curso <strong>de</strong> Pedagogia, <strong>de</strong> uma Universida<strong>de</strong><br />

particular em que a autora atua como professora. A escolha da temática<br />

proposta neste trabalho traz como objetivo geral constatar como e se as<br />

abordagens teórico-metodológicas em disciplinas do 5º semestre do<br />

curso <strong>de</strong> Pedagogia , por meio <strong>de</strong> práticas leitoras, po<strong>de</strong>rão (ou não)<br />

dar suporte, na voz das alunas, à atuação docente no período <strong>de</strong> estágio<br />

aluno/professor do referido curso . O letramento como prática social é o<br />

foco teórico que direciona as discussões e análises dos resultados, com<br />

apoio da perspectiva sociocultural dos Novos Estudos do Letramen¬to<br />

(GEE, 2001, LEA; STREET, 2006). A presente pesquisa adota uma<br />

abordagem qualitativa e quantitativa, utilizando a pesquisa <strong>de</strong> campo<br />

do tipo etnográfica (ANDRÉ, 2003). Para melhor discussão dos<br />

resultados foram selecionadas duas acadêmicas com características<br />

diferentes: uma acadêmica que não tem experiência com a docência e<br />

outra que já teve a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> trabalhar com crianças dos anos<br />

iniciais. Justifica-se a temática escolhida, na medida em que as<br />

acadêmicas estão na meta<strong>de</strong> do curso, e todas as disciplinas do<br />

semestre voltam-se para o mesmo foco, ou seja, procuram aliar teoria<br />

e prática docente com o objetivo <strong>de</strong> prepará-las para o trabalho <strong>de</strong> sala<br />

<strong>de</strong> aula, quando começam, então, os estágios. Os resultados parciais<br />

<strong>de</strong>sse estudo evi<strong>de</strong>nciam a existência <strong>de</strong> disciplinas no curso <strong>de</strong><br />

Pedagogia que contemplam as diferentes práticas leitoras relacionados<br />

aos letramentos acadêmicos que, supostamente, po<strong>de</strong>m constituir a<br />

prática docente do aluno/professor.<br />

SURDOS E LÍNGUA PORTUGUESA: CONCEITOS E<br />

DESAFIOS DESTA RELAÇÃO EM CONSTRUÇÃO<br />

Viana, Joseane Maciel<br />

Este artigo aborda a educação <strong>de</strong> surdos no Brasil, mas foca suas<br />

análises no ensino <strong>de</strong> Língua Portuguesa (LP) em Pelotas, no sul do<br />

estado do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul. Foi traçado <strong>aqui</strong> um panorama sobre a<br />

realida<strong>de</strong> observada nesta cida<strong>de</strong>, registrando avanços e déficits que<br />

ainda se apresentam, sendo estes relacionados e problematizados com a<br />

experiência <strong>de</strong> tradutora intérprete da LIBRAS e professora <strong>de</strong><br />

Português e Inglês. Toda esta reflexão teve o objetivo <strong>de</strong> embasar<br />

construções teóricas na área da Linguística Aplicada ao ensino <strong>de</strong><br />

418


Resumo dos Trabalhos<br />

segunda língua para surdos. Antunes (2003 e 2007) e outros nomes da<br />

área contribuem para avaliar o ensino <strong>de</strong> Português em escolas<br />

inclusivas e especiais, porém, certos conceitos <strong>de</strong>senvolvidos por esta<br />

autora foram adaptados para o ensino <strong>de</strong> alunos surdos. Também<br />

auxiliaram neste estudo alguns autores da área dos Estudos Surdos<br />

como Audrei (2009) e Lacerda e Lodi (2009), trazendo fundamentos<br />

para uma educação bilíngue <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> e <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>ndo a fluência em<br />

Língua <strong>de</strong> Sinais pelos professores <strong>de</strong> LP. Sobretudo, a i<strong>de</strong>ia<br />

apresentada e <strong>de</strong>fendida através <strong>de</strong> argumentos teóricos,<br />

fundamentados nesta área <strong>de</strong> estudos é que, se a LP é a segunda língua<br />

da comunida<strong>de</strong> surda brasileira legalmente, assim ela <strong>de</strong>ve ser<br />

ensinada.<br />

PLANEJAMENTO DIDÁTICO PARA O ENSINO DE SURDOS<br />

NA PERSPECTIVA BILÍNGUE.<br />

Vinicius Martins Flores<br />

Palavras-Chave: Planejamento; Libras; Bilinguismo.<br />

O presente trabalho apresenta uma análise, que se originou a partir <strong>de</strong><br />

um estudo bibliográfico e observação das práticas <strong>de</strong> ensino dos<br />

discentes <strong>de</strong> cursos <strong>de</strong> extensão universitária <strong>de</strong> formação <strong>de</strong><br />

professores para o ensino <strong>de</strong> surdos. Foi realizada a observação do<br />

período <strong>de</strong> estágio, sendo que os professores estagiários cumprem um<br />

período <strong>de</strong> <strong>de</strong>z horas <strong>de</strong> observação, <strong>de</strong>z horas <strong>de</strong> planejamento<br />

orientado e vinte horas <strong>de</strong> prática em escolas inclusivas e/ou para<br />

surdos no Estado do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul, nas séries iniciais do Ensino<br />

Fundamental. O objetivo do estudo foi <strong>de</strong> apontar e reafirmar o<br />

processo bilíngue dos materiais didáticos, bem como saber <strong>de</strong> que<br />

forma os professores estagiários os perceberam durante o processo <strong>de</strong><br />

ensino-aprendizagem nas suas práticas. Sendo a disciplina <strong>de</strong> Didática<br />

e Tradução proposta pelo curso <strong>de</strong> formação que fornece a base para o<br />

planejamento, pensando no espaço bilíngue e o uso <strong>de</strong> materiais nas<br />

suas diferentes formas, os quais po<strong>de</strong>m ser: material didático em<br />

Libras; ou uso <strong>de</strong> Intérprete <strong>de</strong> Libras; ou via Youtube e mais<br />

comumente por meio do próprio professor. A partir <strong>de</strong>ssa análise e dos<br />

levantamentos bibliográficos, percebe-se a importância do docente<br />

ouvinte conhecer o bilinguismo em suas formas para po<strong>de</strong>r utilizar um<br />

material traduzido em sua dinâmica em sala <strong>de</strong> aula e ter um<br />

planejamento que atenda as necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> ensino e seus objetivos.<br />

Como resultado, apresento novos questionamentos sobre o processo <strong>de</strong><br />

formação do professor e a confecção <strong>de</strong> materiais didáticos que<br />

419


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

chegam as escolas para uso dos docentes envolvidos na educação <strong>de</strong><br />

surdos.<br />

O PROCESSO DE LETRAMENTO DIGITAL DOS GESTORES<br />

NO PROJETO @NAVE<br />

Zayra Barbosa Costa<br />

Brena Samyly Sampaio De Paula<br />

O Projeto Apren<strong>de</strong>ndo a Navegar (@NAVE) surgiu em maio <strong>de</strong> 2010 a<br />

partir da parceria do Laboratório <strong>de</strong> Pesquisa Multimeios da<br />

Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do Ceará (UFC) e a Prefeitura do município <strong>de</strong><br />

Hidrolândia-CE, localizado à 245 Km da capital cearense. O projeto<br />

objetivou inclusão sócio-digital da comunida<strong>de</strong> do distrito <strong>de</strong> Irajá,<br />

através da capacitação <strong>de</strong> gestores(pessoas voluntárias das<br />

comunida<strong>de</strong>s) em diferentes temáticas: <strong>Educação</strong> a Distância,<br />

Informática Educativa, Inclusão Digital, Software e Hardware, para<br />

atuarem na gestão e manutenção do Centro Cultural <strong>de</strong> Irajá.Desse<br />

modo, o presente estudo resulta <strong>de</strong> nossa experiência como formadoras<br />

no referido projeto, tendo como intuito verificar como se <strong>de</strong>u o<br />

processo <strong>de</strong> Letramento Digital dos gestores daquele município. Para<br />

tanto, tornou-se necessário recorrer ao conceito <strong>de</strong> inclusão digital. Na<br />

compreensão <strong>de</strong> Almeida (2005), a inclusão digital nos remete a leitura<br />

<strong>de</strong> telas, apertar teclas,utilizar programas computacionais com<br />

interfaces gráficas, dar ou obter resposta do computador.Para Araújo<br />

(2008), letramento digital é a ação <strong>de</strong> interagir, para além <strong>de</strong><br />

interpretar. O sujeito tem a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>, nas práticas <strong>de</strong> leitura e<br />

escrita, além <strong>de</strong> interpretar e repercutir sua interpretação no seu<br />

convívio social, avançar nas práticas interagindo com o texto, on<strong>de</strong> a<br />

interação passa a ser uma intervenção. No percurso metodológico <strong>de</strong>ste<br />

trabalho utilizamos como objeto <strong>de</strong> estudo: os planejamentos,relatórios<br />

<strong>de</strong> viagens, os ví<strong>de</strong>os e falas dos gestores, gravadas em MP, bem como<br />

as ações dos gestores ao longo das formações. A partir da análise dos<br />

dados concluímos que o processo <strong>de</strong> letramento digital dos gestores<br />

ocorreu <strong>de</strong> modo gradativo. Inicialmente através <strong>de</strong> formações para<br />

incluí-los digitalmente e em seguida começamos a trabalhar práticas <strong>de</strong><br />

letramento digital. A partir <strong>de</strong>sta experiência, po<strong>de</strong>mos concluir que os<br />

gestores passaram a incorporar o uso do computador em benefício<br />

pessoal e profissional, inclusive fazendo uso das ferramentas <strong>de</strong><br />

comunicação, a exemplos do correio eletrônico, chats, re<strong>de</strong>s sociais,<br />

além da realização <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s oline e cursos na modalida<strong>de</strong> à<br />

distância.<br />

420


LINHA TEMÁTICA: TECNOLOGIAS E ENSINO: NOVAS<br />

PERSPECTIVAS<br />

CINEMA: NOVAS PERSPECTIVAS PARA O PROCESSO<br />

ENSINO APRENDIZAGEM ATRAVÉS DA LINGUAGEM<br />

MIDIÁTICA<br />

Adriana Aires Pereira<br />

Maria Cristina Rigão<br />

O Projeto Arte e Cinema no Padre Nóbrega, PACIPEN – usa como<br />

ferramenta didática a arte do Cinema no processo <strong>de</strong> ensinoaprendizagem,<br />

possibilitando o <strong>de</strong>bate inter e transdisciplinar em torno<br />

<strong>de</strong> temáticas atuais apresentadas através <strong>de</strong> filmes e documentários;<br />

além <strong>de</strong> oferecer momentos <strong>de</strong> lazer aos estudantes. O trabalho<br />

<strong>de</strong>senvolvido com alunos <strong>de</strong> 7º a 9º ano, na Escola Municipal <strong>de</strong> Ensino<br />

Fundamental Padre Nóbrega é executado em seis etapas, sendo duas <strong>de</strong><br />

responsabilida<strong>de</strong> dos professores e quatro sob a coor<strong>de</strong>nação dos<br />

professores e execução dos alunos: Seleção dos conteúdos a serem<br />

explorados; seleção e agendamento dos filmes e das propostas <strong>de</strong><br />

ativida<strong>de</strong>; a seção <strong>de</strong> cinema propriamente dita; o <strong>de</strong>senvolvimento dos<br />

trabalhos realizados utilizando as diversas TICs, seleção para posterior<br />

apresentação e divulgação; apresentação em Seminário das ativida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong>senvolvidas em sala <strong>de</strong> aula e divulgação em blog específico do<br />

PACIPEN, vinculado ao Blog da Escola. São feitos registros dos<br />

trabalhos em arquivo digital, proporcionando aos estudantes a<br />

ampliação <strong>de</strong> seus horizontes à utilização das mídias como instrumento<br />

<strong>de</strong> transformação do processo ensino aprendizagem no ambiente<br />

escolar, <strong>de</strong>monstrados através <strong>de</strong> leituras e releituras <strong>de</strong> imagens,<br />

produções literárias, análise documental, apresentações eletrônicas,<br />

ví<strong>de</strong>os, filmes e outras formas escolhidas pelos estudantes. O professor<br />

enquanto responsável por um processo ativo <strong>de</strong> aprendizagem <strong>de</strong>ve<br />

estimula nos seus alunos a percepção crítica do mundo que os ro<strong>de</strong>ia. A<br />

utilização das diferentes linguagens como recurso pedagógico po<strong>de</strong><br />

contribuir para ampliação <strong>de</strong> práticas educacionais, incorporando-as aos<br />

processos <strong>de</strong> construção e reconstrução do conhecimento.<br />

421


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

COMUNIDADE VIRTUAL DE PRÁTICA E COMUNIDADE<br />

VIRTUAL DE APRENDIZAGEM: DESAFIOS E DIFERENÇAS<br />

Adriane Rodrigues Corrêa<br />

José Eduardo Nunes De Vargas<br />

Luciane Senna Ferreira<br />

Palavras-chave: Comunida<strong>de</strong> Virtual <strong>de</strong> Prática; Comunida<strong>de</strong>s Virtuais<br />

<strong>de</strong> Aprendizagem; Novas Tecnologias da Informação e Comunicação.<br />

O presente artigo aborda o tema dos <strong>de</strong>safios e diferenças entre as<br />

comunida<strong>de</strong>s virtuais <strong>de</strong> prática e comunida<strong>de</strong>s virtuais <strong>de</strong><br />

aprendizagem. Busca-se apontar que tais comunida<strong>de</strong>s possuem<br />

características peculiares que <strong>de</strong>senvolvem, principalmente, a<br />

sociabilida<strong>de</strong> educativa e a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> apren<strong>de</strong>r a partir <strong>de</strong><br />

conhecimentos prévios, com base em experiências e interesses<br />

coletivos, construindo valores <strong>de</strong> troca num processo colaborativo no<br />

ciberespaço. Procura-se também indicar que, com as inovações<br />

tecnológicas da contemporaneida<strong>de</strong>, as formas <strong>de</strong> relacionamento<br />

interpessoal, que antes eram diretas, em lugares geograficamente pré<strong>de</strong>finidos,<br />

ampliaram-se. Atualmente, são poucas as barreiras espaçostemporais,<br />

e as ativida<strong>de</strong>s sociais po<strong>de</strong>m ocorrer à margem <strong>de</strong>sses<br />

limites, principalmente, através das Novas Tecnologias da Informação e<br />

Comunicação.<br />

IMAGEM, SOM E MOVIMENTO: FERRAMENTAS DA<br />

INTERNET COMO ALTERNATIVA PARA O ENSINO DE<br />

LÍNGUA INGLESA<br />

Alexandre Alves Santos<br />

Jesiel Soares Silva<br />

Este trabalho consiste na discussão <strong>de</strong> quatro ferramentas digitais<br />

pertencentes às novas Tecnologias <strong>de</strong> Informação e Comunicação<br />

(TIC) dispostas gratuitamente na web e nas formas com que elas po<strong>de</strong>m<br />

ser aplicadas nas aulas <strong>de</strong> língua inglesa. O aporte teórico <strong>de</strong>ste<br />

trabalho apoia-se nos construtos acerca do CALL (Computer Assisted<br />

Language Learning), que é o termo em inglês para o Ensino <strong>de</strong> línguas<br />

mediado por computador (ELMC). O CALL ao longo da trajetória do<br />

422


Resumo dos Trabalhos<br />

ensino <strong>de</strong> línguas passou por três fases: behaviorista, comunicativa e<br />

integrativa (WARSCHAUER, 1996). A fase behaviorista se baseava<br />

nas ativida<strong>de</strong>s pré- programadas preparadas pelas instituições <strong>de</strong> ensino<br />

(drills and practice). No fim da década <strong>de</strong> 70, surgiu a fase<br />

comunicativa juntamente com a expansão da abordagem comunicativa.<br />

O CALL integrativo, com o surgimento da Internet e da hipermídia,<br />

trouxe como novida<strong>de</strong> o fato <strong>de</strong> que o texto oral, escrito, a imagem e o<br />

som se tornam integrados. Neste trabalho analisaremos as ferraments:<br />

Hangaroo, um jogo <strong>de</strong> preenchimento <strong>de</strong> lacunas; o Akinator, que<br />

consiste em um jogo <strong>de</strong> adivinhação, por conseguinte, o Lyrics<br />

Training, uma ferramenta <strong>de</strong> preenchimento <strong>de</strong> lacunas nas letras <strong>de</strong><br />

música; e por fim, o Omegle, um chat randômico. Apresentaremos<br />

ainda dados <strong>de</strong> uma pesquisa <strong>de</strong>senvolvida juntamente com professores<br />

das re<strong>de</strong>s municipal e estadual <strong>de</strong> Goiás na aplicação <strong>de</strong>ssas<br />

ferramentas nas suas respectivas práticas e discutiremos os resultados<br />

apresentados por elas.<br />

FERMENTAR IDEIAS E ARGUMENTOS ATRAVÉS DE<br />

SEQUÊNCIAS DIDÁTICAS: APRENDER EM ANDAIMES VIA<br />

EAD<br />

Ana Cláudia Pereira De Almeida<br />

A visão holística do mundo tem substituído, gradualmente, a tendência à<br />

especialização, à fragmentação (MORIN, 2000; 2007) que durante<br />

bastante tempo norteou os processos <strong>de</strong> aprendizagem: hoje, conhecer<br />

<strong>de</strong> maneira ampla permite aos aprendizes manusear os instrumentos<br />

não apenas <strong>de</strong> maneira criativa, mas também diferente da préestipulada,<br />

o que otimiza recursos e amplia possibilida<strong>de</strong>s. No que se<br />

refere ao ensino escolar <strong>de</strong> Língua Materna, são comuns os casos em<br />

que o professor fragmenta as aulas em “matéria nova”, <strong>de</strong>sconexa das<br />

ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> escritura e <strong>de</strong> possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> argumentação no manejo<br />

<strong>de</strong> estruturas linguísticas; as redações escolares têm mostrado, como<br />

consequência <strong>de</strong>ssa aprendizagem fragmentada, que estudantes pouco<br />

ou nunca se valem d<strong>aqui</strong>lo que consi<strong>de</strong>ram “conhecimentos<br />

gramaticais” – como crase, concordância e regência, por exemplo – na<br />

construção do texto, já que português e redação são “matérias”<br />

separadas. Nesse sentido, o trabalho com sequências didáticas<br />

(SCHNEUWLY & DOLZ, 2004; CRISTÓVÃO, 2011) favorece a visão<br />

global e a aplicação do que se apren<strong>de</strong> nas aulas <strong>de</strong> português, pois<br />

423


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

propõem que o que se apren<strong>de</strong> em cada etapa da ativida<strong>de</strong> funcione<br />

como andaime (VYGOTSKY, 1993; 1998) para as ativida<strong>de</strong>s<br />

seguintes. Nesse contexto, este trabalho reflete sobre tais práticas <strong>de</strong><br />

sala <strong>de</strong> aula, da mesma forma como busca referencial teórico que<br />

ampara novos fazeres, baseados no uso <strong>de</strong> sequências didáticas, os<br />

quais favoreçam a re-união, na escola, das habilida<strong>de</strong>s necessárias para<br />

que os estudantes possam bem comunicar-se em diferentes contextos.<br />

Também, apresenta o exemplo <strong>de</strong> uma sequência didática usada em um<br />

curso <strong>de</strong> redação online.<br />

TECNOLOGIA E IDENTIDADE DOCENTE: O PROFESSOR DE<br />

LÍNGUA MATERNA NA ERA DA CIBERCULTURA<br />

Ana Paula De Araujo Cunha<br />

Julio Mario Da Silveira Marchand<br />

Palavras-chave: TIC, i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>, professor, cibercultura.<br />

Este estudo, <strong>de</strong> cunho qualitativo, visa a refletir acerca da crescente<br />

disseminação das Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) e<br />

suas possíveis implicações no que tange à constituição i<strong>de</strong>ntitária do<br />

docente e os reflexos observáveis em seu fazer pedagógico. Busca-se<br />

i<strong>de</strong>ntificar traços <strong>de</strong>sse professor dotado <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>(s) e dividido<br />

entre o fazer tradicional, que conforta e acomoda, e o fazer<br />

contemporâneo, que o arranca <strong>de</strong> sua zona <strong>de</strong> conforto, da posição <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>tentor único do saber. Mais especificamente, à luz <strong>de</strong> pressupostos<br />

concernentes à Teoria Dialógica <strong>de</strong> Bakhtin, bem como consi<strong>de</strong>rando<br />

questões que envolvem o letramento do professor no universo virtual<br />

(SOARES, 2002), além <strong>de</strong> estudos que se <strong>de</strong>bruçam sobre o processo <strong>de</strong><br />

formação da i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> do docente inserido em um contexto no qual<br />

eclo<strong>de</strong>m novas formas <strong>de</strong> ferramentas tecnológicas (cf. HALL, 1998;<br />

DEMO, 2009; MORAN, 2009-10; GIDDENS, 2002; BAUMAN, 2001-<br />

05; LÉVY, 1999), investigam-se as mudanças i<strong>de</strong>ntitárias <strong>de</strong> um grupo<br />

restrito <strong>de</strong> professores <strong>de</strong> língua portuguesa, <strong>de</strong> escolas das re<strong>de</strong>s<br />

pública e privada <strong>de</strong> ensino, resultantes da crescente necessida<strong>de</strong> da<br />

inserção das TIC no contexto <strong>de</strong> sala <strong>de</strong> aula. No intuito <strong>de</strong> se traçar o<br />

perfil dos sujeitos alvos da pesquisa, proce<strong>de</strong>u-se à coleta <strong>de</strong> dados, a<br />

qual se <strong>de</strong>u por meio <strong>de</strong> entrevista, gravação e questionário,<br />

instrumentos esses elaborados <strong>de</strong> tal modo a suscitar nos professores a<br />

verbalização <strong>de</strong> aspectos pertinentes a sua formação e atuação<br />

profissional e à imagem que têm <strong>de</strong> si na era da cibercultura. A partir<br />

424


Resumo dos Trabalhos<br />

<strong>de</strong> tais elementos, pois, emergiram as categorias fundamentais <strong>de</strong><br />

análise que norteiam as reflexões a que se propõe a pesquisa.<br />

PRATICANDO RESENHA POR MEIO DA CRIAÇÃO DE<br />

SLIDES INTERATIVOS COM OS LAPTOPS DO PROJETO UM<br />

COMPUTADOR POR ALUNO<br />

Ana Paula De Deus Mesck<br />

Palavras-chave: tecnologia, aprendizagem, fazer docente.<br />

Esta comunicação objetiva relatar uma prática docente oriunda do<br />

Programa <strong>de</strong> Iniciação a docência (PIBID) na área <strong>de</strong> Letras, da<br />

Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do Pampa (UNIPAMPA). O projeto foi<br />

<strong>de</strong>senvolvido na E.M.E.F Roberto Madureira Burns (Bagé – RS),<br />

contemplada pelo programa fe<strong>de</strong>ral Um Computador por Aluno (UCA).<br />

O projeto consiste em usar os programas dos laptops, nas aulas <strong>de</strong><br />

Língua Materna, tornando o ensino mais dinâmico e atraente aos alunos<br />

tendo como aliado o uso coerente das tecnologias <strong>de</strong> informação e<br />

comunicação nas aulas <strong>de</strong> Língua Materna. Foi elaborado um plano<br />

para que no prazo <strong>de</strong> vinte dias: a)os alunos lessem um artigo <strong>de</strong><br />

opinião sobre o uso da internet; b) <strong>de</strong>stacassem pontos principais do<br />

texto fazendo anotações no editor <strong>de</strong> texto; c) buscassem imagens afins<br />

ao assunto; d) elaborassem sli<strong>de</strong>s interativos, usando hiperlinks e<br />

animações, apresentando a opinião subjetiva sobre o tema do texto. O<br />

trabalho referenda-se em autores que abordam o uso das TIC´s na<br />

docência como Leffa (2003) que ressalta as respostas automáticas<br />

dadas pelos alunos no ensino mediado pelo computador, e diz que as<br />

pessoas po<strong>de</strong>m apren<strong>de</strong>r em contato com objetos, não só com outras<br />

pessoas (LEFFA, 2006); e Moran (2000) que ressalta a relação<br />

professor-aluno integrando a socieda<strong>de</strong> da informação e a escola. O<br />

objetivo foi alcançado, todos os alunos conseguiram elaborar suas<br />

resenhas, com cuidado lexical. Não pairam dúvidas <strong>de</strong> que as TIC’s são<br />

um aporte pedagógico eficiente nas aulas <strong>de</strong> Língua Materna.<br />

425


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

LITERATURA “ALWAYS ON” NA PLATAFORMA TWITTER:<br />

ANÁLISE DE MINI CONTOS<br />

Ân<strong>de</strong>rson Martins Pereira<br />

As Re<strong>de</strong>s Sociais <strong>de</strong> Internet 3.0 apresentam uma característica<br />

marcante para o momento histórico que estamos vivendo. A relevância<br />

da informação, bem como o seu acesso, dá-se pela simultaneida<strong>de</strong>, ou<br />

seja, através do fluxo contínuo <strong>de</strong> interação entre os usuários. O<br />

relevante é a informação que ocorre em tempo real. O Twitter<br />

popularizou-se por aten<strong>de</strong>r a <strong>de</strong>manda da “geração always on”<br />

(SANTAELLA, 2010, p.69), provendo um espaço on<strong>de</strong> o individuo<br />

possa se informar sobre os acontecimentos e notícias em tempo real, e<br />

atualizar seu status <strong>de</strong> forma flexível, porém breve. No Twitter a<br />

produção autoral tem se tornado cada vez maior e é nesse ambiente que<br />

emerge uma forma particular <strong>de</strong> literatura. A simultaneida<strong>de</strong> não é vista<br />

em produções literárias, que, mesmo adaptadas ao espaço <strong>de</strong> cento e<br />

quarenta caracteres, utilizam o tempo verbal no passado - conforme<br />

análise previa do corpus – pervertendo, assim, a lei do presente<br />

contínuo promovida pela pergunta “o que está acontecendo?”. No<br />

presente relato traçar-se-á um paralelo entre textos não literários e mini<br />

contos agrupados na re<strong>de</strong> como literários, investigando quais são as<br />

marcas do texto literário na plataforma Twitter. A seleção será feita<br />

através <strong>de</strong> hashtags, ferramenta da plataforma que agrupa conteúdos e<br />

<strong>de</strong> relatos cotidianos que respon<strong>de</strong>m a pergunta inicial da plataforma “o<br />

que está acontecendo?”. Acredita-se que os tempos verbais que<br />

remetem ao passado sejam um traço importante para <strong>de</strong>terminar uma<br />

postagem como caráter literário."<br />

A PRODUÇÃO DE OAS NA WEB: ANALISANDO<br />

REPOSITÓRIOS VIRTUAIS<br />

André Firpo Beviláqua<br />

Alan Ricardo Costa<br />

Consi<strong>de</strong>rando a acepção <strong>de</strong> Objeto <strong>de</strong> Aprendizagem (OA) como<br />

“recursos pedagógicos digitais para o ensino mediado por computador,<br />

cujo planejamento e apresentação do conteúdo <strong>de</strong>vem ser embasados<br />

em uma teoria <strong>de</strong> aprendizagem” (GARCIA, 2011), bem como a noção<br />

<strong>de</strong> que a <strong>de</strong>vida disponibilização <strong>de</strong> OAs em repositórios facilita sua<br />

426


Resumo dos Trabalhos<br />

recuperabilida<strong>de</strong> e usabilida<strong>de</strong> (GAMA, 2007), a finalida<strong>de</strong> do presente<br />

trabalho é analisar os repositórios virtuais gratuitos mapeados para a<br />

taxonomia Otros Repositórios do Repositório para professores e<br />

professores em formação Acción E/LE<br />

(http://w3.ufsm.br/accionele/repos.htm), observando a incidência <strong>de</strong><br />

OAs para o ensino <strong>de</strong> línguas. Assim, a metodologia do estudo consiste<br />

em examinar qualitativamente os repositórios catalogados pelo referido<br />

site, visando verificar aspectos como: 1) O site examinado é <strong>de</strong>stinado a<br />

armazenar materiais para o ensino e a aprendizagem <strong>de</strong> línguas? Se a<br />

resposta for positiva, os materiais são <strong>de</strong>stinados ao ensino e à<br />

aprendizagem <strong>de</strong> quais línguas? 2) Na página observada, há um número<br />

significativo <strong>de</strong> OAs? 3) Se o en<strong>de</strong>reço disponibiliza algum OA, tratase<br />

<strong>de</strong> um material <strong>de</strong>senvolvido para o próprio site ou há um<br />

redirecionamento para outras páginas que oferecem o referido recurso?<br />

Os resultados levantados até o momento indicam que há uma enorme<br />

carência <strong>de</strong> OAs na maior parte dos repositórios analisados, tendo em<br />

vista nossa <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> OA, tanto em sites <strong>de</strong>stinados a armazenar<br />

materiais relacionados ao ensino e à aprendizagem <strong>de</strong> línguas, quanto<br />

em en<strong>de</strong>reços <strong>de</strong> outras espécies. Entre as páginas examinadas, poucas<br />

produzem OAs <strong>de</strong>senvolvidos para o próprio en<strong>de</strong>reço, sendo que<br />

apenas uma está relacionada ao ensino e à aprendizagem <strong>de</strong> Espanhol<br />

como Língua Estrangeira (E/LE), foco do repositório e das pesquisas<br />

<strong>de</strong>senvolvidas por meio <strong>de</strong>le. Além disso, há en<strong>de</strong>reços com inúmeros<br />

links <strong>de</strong>sativados, como também há repositórios organizados <strong>de</strong> forma<br />

ina<strong>de</strong>quada, o que dificulta a navegação dos usuários e a consolidação<br />

dos OAs como recursos pedagógicos viáveis para o ensino e a<br />

aprendizagem <strong>de</strong> línguas estrangeiras.<br />

REFLEXÕES SOBRE CRENÇAS E EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA:<br />

PONTOS A CONSIDERAR<br />

Angélica Ilha Gonçalves<br />

Maria Tereza Nunes Marchesan<br />

Esta é a primeira parte <strong>de</strong> um trabalho que está sendo <strong>de</strong>senvolvido com<br />

o intuito <strong>de</strong> verificar quais as publicações existentes em revistas<br />

brasileiras que abordam questões referentes ao estudo sobre crenças e<br />

<strong>Educação</strong> a Distância (EaD). As revistas selecionadas estão disponíveis<br />

em meio virtual e apresentam qualificação A1 e A2, pelo sistema <strong>de</strong><br />

avaliação Qualis da Coor<strong>de</strong>nação <strong>de</strong> Aperfeiçoamento <strong>de</strong> Pessoal <strong>de</strong><br />

427


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

Nível Superior (Capes). Conforme aponta Barcelos (2004), as<br />

pesquisas sobre crenças na área <strong>de</strong> Linguística Aplicada começaram em<br />

meados dos anos 90 no Brasil. Estes estudos foram inicialmente<br />

realizados a partir <strong>de</strong> situações vivenciadas na educação presencial.<br />

Com o <strong>de</strong>senvolvimento da EaD virtual no cenário brasileiro, é<br />

necessário que novos estudos sejam efetuados e que os profissionais da<br />

educação que atuam ou se interessam pela área tomem conhecimento<br />

<strong>de</strong> tais pesquisas. Consi<strong>de</strong>rando estes aspectos, esta etapa do trabalho<br />

versará sobre o referencial teórico adotado para a sua realização.<br />

Portanto, este artigo preten<strong>de</strong> refletir sobre as implicações do estudo<br />

sobre crenças para este novo meio <strong>de</strong> educação que é a EaD virtual.<br />

Para tanto, o trabalho tratará sobre o <strong>de</strong>senvolvimento tecnológico e a<br />

EaD; a realida<strong>de</strong> da EaD no Brasil e consi<strong>de</strong>rações sobre os estudos <strong>de</strong><br />

crenças e EaD.<br />

REFLEXÕES SOBRE CRENÇAS E EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA:<br />

PONTOS A CONSIDERAR<br />

Angélica Ilha Gonçalves<br />

Maria Tereza Nunes Marchesan<br />

Esta é a primeira parte <strong>de</strong> um trabalho que está sendo <strong>de</strong>senvolvido com<br />

o intuito <strong>de</strong> verificar quais as publicações existentes em revistas<br />

brasileiras que abordam questões referentes ao estudo sobre crenças e<br />

<strong>Educação</strong> a Distância (EaD). As revistas selecionadas estão disponíveis<br />

em meio virtual e apresentam qualificação A1 e A2, pelo sistema <strong>de</strong><br />

avaliação Qualis da Coor<strong>de</strong>nação <strong>de</strong> Aperfeiçoamento <strong>de</strong> Pessoal <strong>de</strong><br />

Nível Superior (Capes). Conforme aponta Barcelos (2004), as<br />

pesquisas sobre crenças na área <strong>de</strong> Linguística Aplicada começaram em<br />

meados dos anos 90 no Brasil. Estes estudos foram inicialmente<br />

realizados a partir <strong>de</strong> situações vivenciadas na educação presencial.<br />

Com o <strong>de</strong>senvolvimento da EaD virtual no cenário brasileiro, é<br />

necessário que novos estudos sejam efetuados e que os profissionais da<br />

educação que atuam ou se interessam pela área tomem conhecimento<br />

<strong>de</strong> tais pesquisas. Consi<strong>de</strong>rando estes aspectos, esta etapa do trabalho<br />

versará sobre o referencial teórico adotado para a sua realização.<br />

Portanto, este artigo preten<strong>de</strong> refletir sobre as implicações do estudo<br />

sobre crenças para este novo meio <strong>de</strong> educação que é a EaD virtual.<br />

Para tanto, o trabalho tratará sobre o <strong>de</strong>senvolvimento tecnológico e a<br />

428


Resumo dos Trabalhos<br />

EaD; a realida<strong>de</strong> da EaD no Brasil e consi<strong>de</strong>rações sobre os estudos <strong>de</strong><br />

crenças e EaD.<br />

RESSIGNIFICANDO A ESCRITA: A INTERAÇÃO NA<br />

CONSTRUÇÃO DO TEXTO COMO IMAGEM NA TELA<br />

Angélica Prediger<br />

Palavras-chave: escrita na tela, imagem, ato <strong>de</strong> clicar.<br />

Esse estudo situa-se no projeto “Por uma formação continuada<br />

cooperativa para o <strong>de</strong>senvolvimento do processo educativo <strong>de</strong> leitura e<br />

produção textual escrita no Ensino Fundamental”, apoiado pelo<br />

Programa Observatório da <strong>Educação</strong> da Capes. O projeto envolve<br />

professores da re<strong>de</strong> municipal na busca <strong>de</strong> alternativas, pautadas na<br />

concepção interativa <strong>de</strong> linguagem, para qualificar o ensino. O estudo<br />

da escrita na tela se relaciona ao projeto, pois investiga as interações<br />

entre usuários e texto no espaço digital, a fim <strong>de</strong> teorizar os princípios<br />

que regem essa escrita. A pesquisa propõe uma ação colaborativa entre<br />

a pesquisadora e uma professora <strong>de</strong> inglês da re<strong>de</strong> municipal. A escola<br />

colaboradora está inserida no projeto internacional da UNESCO, Um<br />

Computador por Aluno (UCA). Proponho a tela como um espaço <strong>de</strong><br />

uma nova produção <strong>de</strong> sentido. O estudo parte das hipóteses <strong>de</strong> que a<br />

escrita assume características <strong>de</strong> imagem e <strong>de</strong> que o ato <strong>de</strong> clicar<br />

materializa textos como imagem. A impressão dos textos como imagem<br />

na tela difere da representação gráfica no papel, pois os textos como<br />

imagem não são realizados numa sequência linear.Como conclusão<br />

preliminar, apresento aleatorieda<strong>de</strong> e e imprevisibilida<strong>de</strong> como<br />

organizadoras da escrita na tela.<br />

VOCES - REPOSITORIO DE VARIANTES GEOGRÁFICAS<br />

DEL ESPAÑOL<br />

Angelise Fagun<strong>de</strong>s<br />

Marcus Vinicius Liessem Fontana<br />

Em muitos momentos da aula <strong>de</strong> espanhol o aluno questiona a respeito<br />

das diferentes variantes geográficas ou diatópicas da língua-alvo. O<br />

professor, em meio a esta(s) indagação(ões), em alguns casos até<br />

consegue imitar estas variantes, mas apresentá-las com amostras<br />

429


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

autênticas ou aproximar o aluno das suas realida<strong>de</strong>s nem sempre é<br />

possível, a menos que tenha gravações à disposição ou acesso online a<br />

bancos <strong>de</strong> dados que registram estas variações linguísticas, como é o<br />

caso da Dialectoteca da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Iowa. No caso <strong>de</strong> alunos <strong>de</strong><br />

EaD, esse acesso é facilitado, porque nesta modalida<strong>de</strong> os estudantes<br />

estão acostumados a utilizar este tipo <strong>de</strong> ferramenta. Porém, se<br />

pensamos em um aluno com <strong>de</strong>ficiência visual, muitas vezes, há<br />

dificulda<strong>de</strong> no manuseio, pois a página apresenta elementos que não<br />

obe<strong>de</strong>cem a critérios básicos <strong>de</strong> acessibilida<strong>de</strong>. O grupo <strong>de</strong> pesquisa<br />

Além da Visão, comprometido com o ensino-aprendizagem <strong>de</strong> língua<br />

espanhola para pessoas com <strong>de</strong>ficiência visual, a fim <strong>de</strong> sanar esta<br />

dificulda<strong>de</strong>, iniciou, neste ano <strong>de</strong> 2012, um projeto que visa à<br />

elaboração <strong>de</strong> um banco <strong>de</strong> dados acessível online <strong>de</strong> variações do<br />

espanhol: Voces - Repositorio <strong>de</strong> Variantes Geográficas <strong>de</strong>l Español.<br />

A tarefa que o projeto <strong>de</strong>senvolverá, inicialmente, será a <strong>de</strong> reunir<br />

gravações com exemplos autênticos <strong>de</strong>ssas variações diatópicas e, logo,<br />

disponibilizá-las na internet. Neste trabalho, explicamos o processo <strong>de</strong><br />

pesquisa e <strong>de</strong> elaboração do repositório.<br />

O TWITTER COMO INSTRUMENTO DE APRENDIZAGEM<br />

EM SALA DE AULA<br />

Antonia Zago (Faaba)<br />

Gabriela Da Silva Zago (Ufrgs)<br />

Palavras-chave: ensino; língua portuguesa; Twitter.<br />

Com cada vez mais usuários, a internet está criando novos hábitos <strong>de</strong><br />

comunicação, o que provoca modificações tanto na leitura quanto na<br />

escrita. Com base numa revisão <strong>de</strong> literatura sobre Twitter e sobre<br />

ensino <strong>de</strong> Língua Portuguesa, o trabalho propõe a utilização <strong>de</strong>ssa<br />

ferramenta como instrumento <strong>de</strong> aprendizagem em sala <strong>de</strong> aula. Os<br />

gêneros escolares tradicionais carecem <strong>de</strong> interação, pois neles o aluno<br />

prepara textos para serem apresentados somente ao professor. Já o uso<br />

do Twitter em sala <strong>de</strong> aula po<strong>de</strong>ria representar mais um recurso para<br />

promover a aprendizagem e a socialização da mesma. O Twitter é uma<br />

ferramenta <strong>de</strong> microblog criada originalmente com o propósito <strong>de</strong> se<br />

dizer o que se está fazendo em atualizações <strong>de</strong> até 140 caracteres. Ao<br />

longo do tempo, outras apropriações foram surgindo. Utilizá-lo como<br />

instrumento <strong>de</strong> aprendizagem para o ensino <strong>de</strong> Língua Portuguesa é uma<br />

<strong>de</strong>ssas possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> apropriação. Aspectos como o limite <strong>de</strong><br />

430


Resumo dos Trabalhos<br />

caracteres – o que po<strong>de</strong> estimular a concisão e a objetivida<strong>de</strong> – e o fato<br />

<strong>de</strong> ser um espaço interativo, cujas mensagens po<strong>de</strong>m ser respondidas<br />

por outros usuários, tornam a ferramenta interessante como instrumento<br />

<strong>de</strong> aprendizagem em sala <strong>de</strong> aula.<br />

OS NÓS DA EDUCAÇÃO NO MUNDO EM REDE<br />

Antônio Luiz Oliveira Heberlê<br />

Matheus Lokschin Heberlê<br />

São complexos os nós da educação, no emaranhado <strong>de</strong> contextos on<strong>de</strong><br />

esta forma <strong>de</strong> ação social e política se enquadra. Os rumos da educação<br />

na era das re<strong>de</strong>s, do mundo interligado e multipresente é um <strong>de</strong>safio<br />

para os formatos secularizados <strong>de</strong> educação. A missão <strong>de</strong> educar parece<br />

muito simples, transformar informação em conhecimento e assim<br />

transformar a vida das pessoas, mas sua execução envolve inúmeras<br />

variáveis. O i<strong>de</strong>al é que o professor inquiete as pessoas nesta ação e<br />

faça pensar. Haveria um <strong>de</strong>slocamento no processo e o aprendiz seria<br />

naturalmente levado a refletir, autonomamente. Entretanto, a educação<br />

tradicional, secularizada, é linear e normativa, geralmente pouco<br />

animada, preocupada em repassar informações. Hoje isso não basta,<br />

porque gran<strong>de</strong> parte dos jovens já vivem na matriz da interativida<strong>de</strong> e<br />

da multiplicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fontes. É assim que a educação passa pelo juizo<br />

pós- mo<strong>de</strong>rno e contemporâneo das coisas que saíram do lugar. Propõese,<br />

entretanto, que é justamente na lógica da instanteneida<strong>de</strong>, da<br />

informalida<strong>de</strong>, da velocida<strong>de</strong> e do excesso, que o professor é peça ainda<br />

mais indispensável, sendo o mediador que induz reflexão em todo o<br />

sistema. Afinal, ter informação não significa ter conhecimento e cabe a<br />

estes mediadores arrumar e dar rumo nesta nova Era. Falamos na nova<br />

educação sem a pretensão <strong>de</strong> vê-la organizar tudo, mas <strong>de</strong> ofertar<br />

espaços <strong>de</strong> proposição, <strong>de</strong> escuta atenta ao aprendiz, pondo-o a dialogar<br />

e a enfrentar o mundo da vida, que é o mesmo mundo em re<strong>de</strong>.<br />

431


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

CORPO E LINGUAGEM: PROCESSOS DISCURSIVOS DE<br />

AUTO-AGRESSÃO<br />

Aracy Ernst-Pereira<br />

Palavras-chave: corpo – discurso - i<strong>de</strong>ologia<br />

A presente proposta analisa enunciados retirados <strong>de</strong> perfis e<br />

comunida<strong>de</strong>s online <strong>de</strong> anoréxicas com a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> refletir sobre os<br />

processos discursivos <strong>de</strong> auto-agressão a partir da reflexão sobre a<br />

linguagem, o corpo do sujeito e o Outro da i<strong>de</strong>ologia. Focaliza a<br />

conformação dos modos <strong>de</strong> representação do sujeito no discurso,<br />

principalmente aqueles em que ele se coloca numa posição enunciativa<br />

imaginária, apresentando-se como um outro. Permite-se pensar que os<br />

mecanismos para banir a falta a partir do gozo, configurados na formasujeito<br />

da contemporaneida<strong>de</strong>, provocam no corpo, limite da<br />

subjetivida<strong>de</strong>, a busca extremada do sujeito <strong>de</strong> se colocar como sujeito<br />

do <strong>de</strong>sejo e, no discurso, lugar <strong>de</strong> <strong>de</strong>riva <strong>de</strong> sentidos, materialida<strong>de</strong>s<br />

inusitadas. Os pressupostos que embasam a reflexão proposta são os<br />

seguintes: 1º) o imaginário sobre o corpo constrói-se historicamente<br />

através dos significantes, elementos da or<strong>de</strong>m simbólica, mantidos e<br />

perpetuados numa discursivida<strong>de</strong> sem volta e sem fim, porque lida com<br />

o <strong>de</strong>sejo intermitente do sujeito; 2º) a i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> e a subjetivida<strong>de</strong> se<br />

estabelecem a partir <strong>de</strong>sse olhar; 3º) o “eu” é uma produção imaginária<br />

que se cristaliza a partir da imagem que o sujeito tem <strong>de</strong> seu próprio<br />

corpo e <strong>de</strong> auto-imagens refletidas para ele por outros, ocorrendo tal<br />

processo através do simbólico; 4º) o discurso, enquanto representação<br />

<strong>de</strong> si e do (O)outro, materializa processos subjetivos e i<strong>de</strong>ntitários que<br />

po<strong>de</strong>m subverter paradigmas linguísticos.<br />

BLOG: CONTEXTO HISTÓRICO E POTENCIALIDADES DE<br />

USO NA EDUCAÇÃO<br />

Brena Samyly Sampaio De Paula<br />

Zayra Barbosa Costa<br />

Atualmente, qualquer pessoa com acesso a internet e com poucos<br />

conhecimentos em informática po<strong>de</strong> produzir e divulgar informação.<br />

São muitas as ferramentas, aplicativos, que possibilitam ao usuário<br />

autonomia para publicar na web coisas <strong>de</strong> seu interesse. Dentre as<br />

diversas ferramentas disponíveis na web, optamos por <strong>de</strong>senvolver um<br />

estudo teórico sobre blog ou weblogs. Mas o que é weblog? A palavra<br />

Weblog é uma junção das palavras web: que significa teia ou re<strong>de</strong> e<br />

432


Resumo dos Trabalhos<br />

com a chegada da internet passou a <strong>de</strong>signar a re<strong>de</strong> mundial <strong>de</strong><br />

computadores www (word wi<strong>de</strong> web)e log significa diário. Ao pé da<br />

letra weblog significa um diário na web. Po<strong>de</strong>mos <strong>de</strong>finí-lo como:uma<br />

página da web, atualizada constantemente por meio <strong>de</strong> textos que<br />

po<strong>de</strong>m conter imagens,ví<strong>de</strong>os, aúdios, chamados <strong>de</strong> post, escrito <strong>de</strong><br />

forma cronológica, sempre mostrando o post mais recente. Nesse<br />

contexto, surge o objetivo <strong>de</strong>sse trabalho que é apresentar o histórico do<br />

blog, tipos e possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> uso no contexto educacional. Para tanto,<br />

pesquisamos e selecionamos literatura sobre a temática blog,<br />

<strong>de</strong>senvolvemos grupos <strong>de</strong> estudo e discussões, além <strong>de</strong> analisarmos<br />

uma seleção <strong>de</strong> blogs. É importante ressaltar que em nossa pesquisa<br />

não temos a pretensão <strong>de</strong> apresentar todos os tipos <strong>de</strong> blogs e<br />

possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> uso na educação, visto que o universo dos blogs é<br />

bastante amplo. Assim, trazemos um esboço do blog e <strong>de</strong> seu impacto<br />

no contexto educacional.Dialogando com Araújo (2009)<br />

compreen<strong>de</strong>mos que a utilização do blog, como recurso didático,po<strong>de</strong><br />

favorecer o processo <strong>de</strong> ensino e aprendizagem e, estimular a formação<br />

<strong>de</strong> competências exigidas pelo contexto social contemporâneo,<br />

<strong>de</strong>corrente do avanço científico e tecnológico. A partir da análise dos<br />

materiais utilizados concluímos que o blog é uma ferramenta que po<strong>de</strong><br />

contribuir <strong>de</strong> forma satisfatória no processo <strong>de</strong> ensino e aprendizagem,<br />

visto que o ambiente favorece a colaboração e cooperação, também<br />

po<strong>de</strong> proporcionar o <strong>de</strong>senvolvimento da escrita e da capacida<strong>de</strong><br />

argumentativa.<br />

FILMES CULT E INTERPETAÇÃO DE TEXTOS<br />

Clau<strong>de</strong>te Moreno Ghiral<strong>de</strong>lo<br />

Palavras-chave: cinema e interpretação; Língua Portuguesa – Ensino<br />

Médio; Análise <strong>de</strong> Discurso.<br />

Esta comunicação tem como propósito a exposição <strong>de</strong> resultados<br />

parciais <strong>de</strong> uma pesquisa, financiada pela Fapesp (processos<br />

2011/51271-9, 2012/10792-9 e 2012/10827-7), cujo objetivo é o<br />

trabalho da escrita <strong>de</strong> alunos do Ensino Médio <strong>de</strong> uma escola pública<br />

<strong>de</strong> São José dos Campos, SP, a partir da exibição <strong>de</strong> filmes cult – não<br />

comerciais. Os filmes escolhidos para exibição possibilitam, <strong>de</strong> modo<br />

especial, o trabalho com a linguagem cinematográfica (fotografia,<br />

iluminação, posições <strong>de</strong> câmera...), assim como as formas <strong>de</strong> narrar uma<br />

história e o <strong>de</strong>sempenho dos atores, elementos importantes <strong>de</strong> uma<br />

produção cinematográfica que, comumente, recebem pouca atenção dos<br />

433


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

professores. Com base teórica na Análise <strong>de</strong> Discurso e em alguns<br />

conceitos da Psicanálise freudo-lacaniana, os filmes são tomados como<br />

agentes (trans)formadores <strong>de</strong> discursos e i<strong>de</strong>ologias diversos, que<br />

po<strong>de</strong>m levar os sujeitos (alunos e professores) a produzirem efeitos <strong>de</strong><br />

sentido não apenas pelo seu conteúdo, o enredo, mas também por meio<br />

<strong>de</strong> aspectos “simbólicos” dos filmes, como é a linguagem<br />

cinematográfica, a forma <strong>de</strong> narrar e o <strong>de</strong>sempenho dos atores. Com<br />

essa pesquisa, tem sido possível constatar uma melhora na capacida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> interpretação <strong>de</strong> textos escritos e orais por parte dos alunos, melhora<br />

que po<strong>de</strong> ser observada em diferentes tipos <strong>de</strong> textos escritos sobre os<br />

filmes trabalhados.<br />

PROFESSOR/TUTOR – A IMPORTÂNCIA DO SEU PAPEL NO<br />

PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM NA MODALIDADE<br />

EAD<br />

Claudia Fumaco<br />

Palavras-chave: tecnologia, tutor, aprendizagem.<br />

A evolução das tecnologias vinculadas à educação já não é mais um<br />

assunto novo e <strong>de</strong>sconhecido diante da socieda<strong>de</strong> em que vivemos. A<br />

tecnologia está presente nas mais variadas formas no processo <strong>de</strong><br />

ensino, seja na modalida<strong>de</strong> presencial ou EaD. O presente trabalho tem<br />

por objetivo refletir <strong>de</strong> que forma o professor/tutor contribui para que a<br />

interação e a aprendizagem atinjam o aluno e alcance o<br />

<strong>de</strong>senvolvimento e aprendizagem dos mesmos no ensino a distância. O<br />

trabalho busca ainda averiguar <strong>de</strong> que forma esse professor/tutor<br />

<strong>de</strong>senvolve esse papel almejando aproximar-se cada vez mais do seu<br />

aluno, mesmo que em um ambiente virtual <strong>de</strong> aprendizagem. As<br />

análises e informações <strong>de</strong>ste trabalho foram coletadas através dos<br />

tutores das disciplinas do Curso <strong>de</strong> Graduação em Espanhol ofertado<br />

pela UAB-UFSM, on<strong>de</strong> trabalho como professora formadora. Através<br />

<strong>de</strong> algumas revisões bibliográficas, dos feedbacks dos tutores para os<br />

alunos e alguns questionamentos sobre o tema é que se chegou a alguns<br />

dados parciais.<br />

434


Resumo dos Trabalhos<br />

JUVENTUDES: A VIOLÊNCIA DO VAZIO NA CULTURA DA<br />

IMAGEM<br />

Cleber Gibbon Ratto<br />

“Tudo que é imaginário tem, existe, é.”<br />

[Estamira, Documentário <strong>de</strong> Marcos Prado, 2005]<br />

As palavras <strong>de</strong> Estamira, a catadora <strong>de</strong> lixo protagonista do<br />

documentário dirigido por Marcos Prado levado a público em 2005,<br />

dão o ponta pé incial nessa proposta <strong>de</strong> discussão sobre os limites e<br />

possibilida<strong>de</strong>s educativas <strong>de</strong> enfrentamento do vazio existencial que<br />

assola as paisagens humanas contemporâneas. Ante um mundo e uma<br />

história <strong>de</strong> vida que a fizeram “psicótica”, nos termos das classificações<br />

nosológicas que esse mesmo mundo inventou, Estamira profere,<br />

mesmo sem dar-se conta, sua sentença profundamente ancorada na<br />

tradição fenomenológica-existencial: “tudo que é imaginário tem,<br />

existe, é”. Inventar modos <strong>de</strong> existência que trasitam entre a loucura e<br />

perfeita razoabilida<strong>de</strong> parece ter sido a estratégia <strong>de</strong> Estamira para<br />

enfrentar as agruras <strong>de</strong> uma vida em meio ao lixo, feito, segundo ela,<br />

“<strong>de</strong> restos e <strong>de</strong>scuido”. Aliás, restos e <strong>de</strong>scuido são signos bastante<br />

próprios para <strong>de</strong>signar a matéria constitutiva da subjetivida<strong>de</strong><br />

contemporânea, cada vez mais fragmentada e homogeneizada pelas<br />

gran<strong>de</strong>s máquinas subjetivantes do capitalismo contemporâneo.[1] É<br />

em torno <strong>de</strong>ssa problemática que esse artigo se constitui. A saber, os<br />

limites e as possibilida<strong>de</strong>s educativas frente a uma cultura da imagem<br />

que é, também e ao mesmo tempo, uma cultura do vazio. A<br />

constituição <strong>de</strong> novas territorialida<strong>de</strong>s entre as juventu<strong>de</strong>s, concebidas<br />

<strong>aqui</strong> como outros modos possíveis <strong>de</strong> existir e conviver, assinala a<br />

aposta em práticas educativas que reafirmem o cuidado e a produção <strong>de</strong><br />

sentido como opções éticas e políticas capazes <strong>de</strong> contribuir com a<br />

expansão da vida em sua potência <strong>de</strong> invenção e responsabilida<strong>de</strong> com<br />

o coletivo. O primeiro movimento da reflexão vai na direção <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>marcar, a partir dos saberes já acumulados na área, a condição<br />

contemporânea constituída, simultaneamente, por uma cultura da<br />

imagem cada vez mais pautada pelo excesso, pela fragmentação e pelo<br />

<strong>de</strong>sengajamento que caracterizam a crise do laço social e, por um<br />

consequente vazio <strong>de</strong> sentido existencial que assoma nos modos <strong>de</strong><br />

existência, especialmente entre os jovens. Evidências <strong>de</strong> tal condição<br />

po<strong>de</strong>m ser francamente encontradas na emergência das chamadas<br />

patologias do vazio entre os jovens, <strong>de</strong>scritas pela psicanálise<br />

contemporânea como formas prevalentes <strong>de</strong> adoecimento, on<strong>de</strong> o<br />

435


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

sentimento <strong>de</strong> vazio, a impulsivida<strong>de</strong> e o empobrecimento da sensação<br />

<strong>de</strong> realida<strong>de</strong> e realização mostram-se predominantes. A violência surge<br />

<strong>aqui</strong> como fenômeno sintomático <strong>de</strong>ssa <strong>de</strong>s-realização, e encontra na<br />

cultura da imagem e na virtualização das sociabilida<strong>de</strong>s condições <strong>de</strong><br />

possibilida<strong>de</strong> para sua encarnação. Num segundo movimento, o<br />

trabalho busca discutir possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> superação <strong>de</strong>ssa condição<br />

contemporânea, dando importância ao potencial papel das práticas<br />

educativas na atualida<strong>de</strong> – especialmente no trato das tecnologias<br />

digitais operadas pelas juventu<strong>de</strong>s – quando assumidas como modos <strong>de</strong><br />

favorecer a experiência (<strong>de</strong> sentido e duração), responsáveis por nossa<br />

sensação <strong>de</strong> existência, realida<strong>de</strong> e capacida<strong>de</strong> criativa. Tais<br />

possibilida<strong>de</strong>s são exploradas a partir <strong>de</strong> uma aproximação entre a<br />

noção <strong>de</strong> cuidado [sorge] como categoria ontológica, oriunda do<br />

pensamento <strong>de</strong> Mantin Hei<strong>de</strong>gger e noções pós- freudianas encontradas<br />

no pensamento do psicanalista inglês Donald Winnicott.<br />

AUDIOTECA VIRTUAL HISPANICA: ESPAÇO DE<br />

LITERATURA INCLUSIVA<br />

Cristiane Maria Alves<br />

Angelise Fagun<strong>de</strong>s<br />

Palavras-Chave: Leitura - Audioteca Virtual Hispânica - Deficiência<br />

Visual<br />

O objetivo do presente trabalho é o <strong>de</strong> oferecer um espaço <strong>de</strong> interação<br />

entre pessoas com <strong>de</strong>ficiência visual e a literatura, através das novas<br />

Tecnologias <strong>de</strong> Informação e Comunicação (TICS). A Audioteca<br />

Virtual Hispânica, espaço acessível <strong>de</strong> leituras do Projeto Além da<br />

Visão (UFSM), é um repositório <strong>de</strong> arquivos <strong>de</strong> áudio, organizado como<br />

biblioteca online, com textos literários em espanhol, em formato mp3,<br />

disponíveis para download. Esta biblioteca além <strong>de</strong> complementar as<br />

ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>senvolvidas no Curso <strong>de</strong> Espanhol online, permite que<br />

estudantes com <strong>de</strong>ficiência visual tenham acesso a aspectos culturais e<br />

históricos da língua espanhola e aprofun<strong>de</strong>m seus conhecimentos. No<br />

segundo semestre <strong>de</strong> 2010, os arquivos <strong>de</strong> áudio começaram a ser<br />

disponibilizados na página online do projeto Além da Visão. A nossa<br />

perspectiva para o segundo semestre <strong>de</strong> 2012 é ampliar cada vez mais o<br />

nosso repositório <strong>de</strong> áudios com o objetivo <strong>de</strong> proporcionar aos<br />

<strong>de</strong>ficientes visuais a imersão no mundo literário. Percebemos a leitura<br />

como uma forma <strong>de</strong> integração, <strong>de</strong> ampliação dos repertórios <strong>de</strong><br />

conhecimentos e saberes dos Deficientes Visuais. Através <strong>de</strong>la, a<br />

436


Resumo dos Trabalhos<br />

imaginação e a criativida<strong>de</strong> são estimuladas com a crescente<br />

estruturação do pensamento e da linguagem (VYGOTSKY, 2007). Em<br />

virtu<strong>de</strong> disso, o nosso trabalho <strong>de</strong> inclusão digital consiste em a<strong>de</strong>quar<br />

as ferramentas <strong>de</strong> tal maneira que sejam minimizados fatores que<br />

excluam os <strong>de</strong>ficientes visuais.<br />

O POTENCIAL DA LEITURA DE HIPERTEXTOS NAS AULAS<br />

DE LITERATURA BRASILEIRA<br />

Danielli Broondani Severo<br />

Fabiane Sarmento Oliveira Fruet (Orientadora)<br />

Palavras-chave: Leitura <strong>de</strong> hipertextos; Ensino-aprendizagem;<br />

Literatura Brasileira.<br />

Com este trabalho, problematizou-se a leitura <strong>de</strong> hipertextos nas aulas<br />

<strong>de</strong> Literatura brasileira. O processo <strong>de</strong> investigação se <strong>de</strong>u por meio <strong>de</strong><br />

um estudo <strong>de</strong> caso com uma abordagem metodológica qualitativa.<br />

Assim, foram realizadas ativida<strong>de</strong>s escolares mediadas por hipertextos<br />

disponíveis na internet sobre a primeira fase do movimento literário<br />

<strong>de</strong>nominado Mo<strong>de</strong>rnismo, em especial, sobre a Semana da Arte<br />

Mo<strong>de</strong>rna. Tais ativida<strong>de</strong>s foram <strong>de</strong>senvolvidas no Laboratório <strong>de</strong><br />

Informática do Instituto Estadual <strong>de</strong> <strong>Educação</strong> Deputado Ruy Ramos, na<br />

cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Rosário do Sul-RS, com estudantes das turmas 101 e 102 do<br />

Curso Normal. Após o término das ativida<strong>de</strong>s, foram aplicados aos<br />

estudantes dois questionários. Como eles, provavelmente, serão<br />

professores, o primeiro questionário teve como objetivo sondar a<br />

familiarida<strong>de</strong> <strong>de</strong>les com o hipertexto e o que achavam <strong>de</strong> integrá-lo ao<br />

processo ensino-aprendizagem. Já o segundo questionário teve como<br />

foco investigar a aprendizagem <strong>de</strong>sses estudantes referente às<br />

ativida<strong>de</strong>s realizadas por eles sobre a Semana da Arte Mo<strong>de</strong>rna a partir<br />

<strong>de</strong> leituras hipertextuais. Desse modo, com o resultado dos dados<br />

coletados, po<strong>de</strong>-se constatar que a leitura <strong>de</strong> hipertextos possibilitou aos<br />

estudantes realizarem uma leitura não-linear significativa para a<br />

construção do próprio aprendizado, <strong>de</strong>senvolvendo habilida<strong>de</strong>s como o<br />

senso crítico, a memória associativa, a flexibilida<strong>de</strong> cognitiva e a<br />

capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> análise e síntese das informações contidas no hipertexto.<br />

437


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

TICS E O ENSINO DA LÍNGUA PORTUGUESA<br />

Desirê Menezes Leal Goulart<br />

Eliana Rosa<br />

Palavras Chave: Tics,Ensino-Aprendizagem <strong>de</strong> LP,PIBID.<br />

A presente comunicação tem por objetivo relatar umaexperiência<br />

didática advinda do Programa <strong>de</strong> Iniciação à docência (PIBID) na<br />

área<strong>de</strong> Letras da Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do Pampa (UNIPAMPA). O<br />

projeto, <strong>de</strong>senvolvidona Escola Estadual Silveira Martins da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Bagé-RS, consiste em <strong>de</strong>senvolveras aulas <strong>de</strong> língua portuguesa a partir<br />

do uso das tecnologias <strong>de</strong> informação e comunicação,revertendo o uso<br />

<strong>de</strong> tais tecnologias a favor do educando. Propõe- se utilizar astics como<br />

forma <strong>de</strong> interação e motivação, tornando mais atrativo o<br />

processoensino/aprendizagem, mostrando o outro lado do uso das Tics,<br />

fora doconvencional, associando re<strong>de</strong>s sociais e pesquisa, por exemplo.<br />

Foi feitoum plano <strong>de</strong> ação em que os alunos, usando as tics –<br />

animações ehiperlinks - <strong>de</strong>bateram um texto sobre internet e re<strong>de</strong>s<br />

sociais e fizeram umartigo <strong>de</strong> opinião, ampliando o conceitodo gênero<br />

argumentativo. Otrabalho pauta-se nos estudos <strong>de</strong> Moran (2000), ao<br />

dizer que é preciso ver opapel do professor como mediador, utilizando<br />

as novas tecnologias <strong>de</strong> forma maisparticipativa, trabalhando com<br />

projetos colaborativos equilibrando o presenciale o virtual e suas<br />

possibilida<strong>de</strong>s. Ainda segundo o autor, na socieda<strong>de</strong> dainformação todos<br />

estamos reapren<strong>de</strong>ndo a conhecer, a comunicar-nos, a integrar ohumano<br />

e o tecnológico, a integrar o individual, o grupal e o social. Houve<br />

umasignificativa participação dos alunos nas ativida<strong>de</strong>s, o que<br />

comprovou que astics são <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> auxílio nas aulas <strong>de</strong> língua<br />

portuguesa.<br />

AS TICS NO MUNICÍPIO DE JAGUARÃO/RS<br />

Elenice Pacheco Terra<br />

Vanessa Doumid Damasceno (Orientadora)<br />

Palavras-chave: formação <strong>de</strong> professores; letramento digital; TICs<br />

A presença da tecnologia na sala <strong>de</strong> aula é cada vez mais evi<strong>de</strong>nte,<br />

sendo, portanto, necessário repensarmos o processo <strong>de</strong> formação <strong>de</strong><br />

professores (KENSKI, 2007; MORAN, 2007; VALENTE, 2003).<br />

Repensar a prática docente, no atual contexto <strong>de</strong> ensino-aprendizagem,<br />

requer uma retomada <strong>de</strong> postura e engajamento por parte dos docentes<br />

com o mundo virtual. Dessa forma, é necessário que os professores se<br />

tornem digitalmente letrados (SOARES, 2002; XAVIER, 2008). Além<br />

438


Resumo dos Trabalhos<br />

<strong>de</strong> conhecer as inúmeras possibilida<strong>de</strong>s existentes, os docentes<br />

precisam saber utilizá-las pedagogicamente <strong>de</strong> modo eficiente, não<br />

apenas reproduzindo antigos mo<strong>de</strong>los didático-pedagógicos. Todavia,<br />

para que esse profissional se sinta capaz <strong>de</strong> operacionalizar a máquina a<br />

seu favor, é necessário formação continuada. Este trabalho traz<br />

reflexões sobre o Projeto <strong>de</strong> Extensão: Tecnologia e Formação <strong>de</strong><br />

Professores que se propõe a promover a formação continuada <strong>de</strong><br />

professores em exercício na re<strong>de</strong> pública municipal do Jaguarão/RS, no<br />

que diz respeito às TICs, respeitando as dimensões sociais, culturais e<br />

étnicas. Para tal fim, <strong>de</strong>senvolve-se um processo <strong>de</strong> formação<br />

continuada com professores que atuam na re<strong>de</strong> pública. Neste projeto, o<br />

foco foi promover a formação continuada dos professores no que diz<br />

respeito às TICs; familiarizá-los com as ferramentas digitais. A partir<br />

da referida capacitação, atingir alunos e comunida<strong>de</strong> no processo <strong>de</strong><br />

inclusão digital, <strong>de</strong> forma a possibilitar novos modos <strong>de</strong> agenciamento<br />

coletivo nas interfaces com a tecnologia digital. Os resultados obtidos,<br />

por meio dos <strong>de</strong>poimentos dos professores, evi<strong>de</strong>nciam a relevância da<br />

formação continuada para uma prática pedagógica inovadora na escola<br />

e apontam caminhos em direção a uma proposta <strong>de</strong> letramento digital..<br />

AS TICS E O ENSINO DA LÍNGUA PORTUGUESA<br />

Eliana Silveira Rosa<br />

Desirê Menezes Leal Goulart<br />

Palavras-chave: TICs, ensino-aprendizagem <strong>de</strong> LP,PIBID<br />

A presente comunicação tem por objetivo relatar uma experiência<br />

didática advinda do Programa <strong>de</strong> Iniciação à docência (PIBID) na área<br />

<strong>de</strong> Letras da Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do Pampa (UNIPAMPA). O projeto,<br />

<strong>de</strong>senvolvido na Escola Estadual Silveira Martins da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Bagé-<br />

RS, consiste em <strong>de</strong>senvolver as aulas <strong>de</strong> língua portuguesa a partir do<br />

uso das tecnologias <strong>de</strong> informação e comunicação, revertendo o uso <strong>de</strong><br />

tais tecnologias a favor do educando. Propõe- se utilizar as tics como<br />

forma <strong>de</strong> interação e motivação, tornando mais atrativo o processo<br />

ensino/aprendizagem, mostrando o outro lado do uso das Tics, fora do<br />

convencional, associando re<strong>de</strong>s sociais e pesquisa, por exemplo. Foi<br />

feito um plano <strong>de</strong> ação em que os alunos, usando as tics – animações e<br />

hiperlinks - <strong>de</strong>bateram um texto sobre internet e re<strong>de</strong>s sociais e fizeram<br />

um artigo <strong>de</strong> opinião, ampliando o conceito do gênero argumentativo.<br />

O trabalho pauta-se nos estudos <strong>de</strong> Moran (2000), ao dizer que é<br />

preciso ver o papel do professor como mediador, utilizando as novas<br />

439


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

tecnologias <strong>de</strong> forma mais participativa, trabalhando com projetos<br />

colaborativos equilibrando o presencial e o virtual e suas<br />

possibilida<strong>de</strong>s. Ainda segundo o autor, na socieda<strong>de</strong> da informação<br />

todos estamos reapren<strong>de</strong>ndo a conhecer, a comunicar- nos, a integrar o<br />

humano e o tecnológico, a integrar o individual, o grupal e o social.<br />

Houve uma significativa participação dos alunos nas ativida<strong>de</strong>s, o que<br />

comprovou que as tics são <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> auxílio nas aulas <strong>de</strong> língua<br />

portuguesa.<br />

WEBSITES EDUCACIONAIS: UMA POSSIBILIDADE PARA O<br />

ENSINO-APRENDIZAGEM DE LÍNGUA INGLESA<br />

Elvandir Gue<strong>de</strong>s Guimarães<br />

Fabiane Sarmento Oliveira Fruet (Orientadora)<br />

Palavras-chaves: Websites educacionais; Ensino-aprendizagem;<br />

Disciplina <strong>de</strong> Língua Inglesa.<br />

Este trabalho apresenta uma estratégia para potencializar o ensino-<br />

aprendizagem <strong>de</strong> Língua Inglesa por meio <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s interativas e<br />

jogos educacionais disponíveis na internet. Para isso, realizou-se uma<br />

pesquisa com uma abordagem metodológica qualitativa.<br />

Primeiramente, fez-se, um estudo teórico sobre as tecnologias aplicadas<br />

à <strong>Educação</strong>, relacionado, principalmente, com a utilização do<br />

computador na escola. Em seguida, foi criado e publicado o website<br />

Links for Teens, ambiente organizado com orientações referentes às<br />

aulas <strong>de</strong> Língua Inglesa a serem <strong>de</strong>senvolvidas na sala <strong>de</strong> informática,<br />

tendo como público alvo estudantes da quinta série do Ensino<br />

Fundamental. Também foram criados, com o auxílio do software Hot<br />

Potatoes, ativida<strong>de</strong>s interativas, bem como foram selecionados jogos<br />

educacionais que <strong>de</strong>senvolvessem a aprendizagem <strong>de</strong>ssa língua<br />

estrangeira e que estivessem disponíveis na re<strong>de</strong>. Após, postou-se,<br />

nesse website, textos com orientações sobre as tarefas criadas e os<br />

jogos educacionais selecionados, bem como os links para que os<br />

estudantes pu<strong>de</strong>ssem acessá-los, sem precisarem sair do ambiente<br />

criado. Essas ativida<strong>de</strong>s escolares mediadas pelo website Links for<br />

Teens foram aplicadas aos estudantes da quinta série (turma 53) da<br />

Escola Estadual Paulo Lauda, situada na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Santa Maria - RS.<br />

Com tais tarefas, os estudantes pu<strong>de</strong>ram revisar o que já tinha sido<br />

estudado na disciplina alvo <strong>de</strong> forma dinâmica e prazerosa e<br />

<strong>de</strong>senvolver a flexibilida<strong>de</strong> cognitiva. Além disso, ao analisar o<br />

comportamento, os comentários orais e a produção escrita dos<br />

440


Resumo dos Trabalhos<br />

estudantes (que, nesse caso, foram mensagens sobre as ativida<strong>de</strong>s<br />

propostas nesse website enviadas por eles para o e-mail da professora),<br />

foi possível perceber que a forma como essas ativida<strong>de</strong>s foram<br />

organizadas no website Links for Teens contribuiu significativamente<br />

para que eles <strong>de</strong>senvolvessem algumas habilida<strong>de</strong>s necessárias para a<br />

aprendizagem da Língua Inglesa, uma vez que, para esses estudantes,<br />

havia sentido para a realização <strong>de</strong>ssas tarefas. 1 Disponível em:<br />

. 2 O Hotpotatoes tem a<br />

finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> proporcionar a criação <strong>de</strong> exercícios interativos.<br />

Disponível em: .<br />

CURTIR, COMENTAR E COMPARTILHAR: O USO DOS TRÊS<br />

C’S NA PRODUÇÃO DE TEXTOS NAS TURMAS DE ENSINO<br />

MÉDIO<br />

Eryck Dieb Souza<br />

Raianny Lima Soares<br />

As novas tecnologias e, em especial, as re<strong>de</strong>s sociais, têm um papel<br />

importante nas relações humanas da atualida<strong>de</strong>. Nesse sentido, este<br />

trabalho relata o uso da re<strong>de</strong> social Facebook como um suporte virtual e<br />

pedagógico na Escola <strong>de</strong> Ensino Estadual e Profissional Edson Queiroz<br />

<strong>de</strong> preparação dos estudantes para a Olimpíada Brasileira <strong>de</strong> Português<br />

(OBP), que aborda o tema “O lugar on<strong>de</strong> eu vivo!”. A Olimpíada<br />

propõe este ano a produção escrita <strong>de</strong> alguns gêneros <strong>de</strong> textos, como:<br />

artigo <strong>de</strong> opinião, crônica e memórias sobre o tema proposto. Para<br />

auxiliá-los nessa preparação, criamos um grupo no Facebook para que<br />

os alunos pu<strong>de</strong>ssem <strong>de</strong>senvolver <strong>de</strong>bates extraclasses sobre o lugar<br />

on<strong>de</strong> eles vivem, contribuindo para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> suas<br />

produções textuais exigidas na OBP. Nessa perspectiva, ressaltamos<br />

três ativida<strong>de</strong>s que proporcionam a interação no grupo: curtir, comentar<br />

e compartilhar- os três c’s. Com a perspectiva <strong>de</strong> obtermos bons<br />

resultados e por acreditarmos que as re<strong>de</strong>s colaborativas virtuais<br />

possam ser um meio interessante e eficiente <strong>de</strong> aprendizagem,<br />

utilizamos o grupo como uma estratégia extraclasse que, além <strong>de</strong><br />

auxiliar na produção <strong>de</strong> textos e permitir o domínio da língua<br />

portuguesa, proporcionasse também um trabalho <strong>de</strong> contação e<br />

pesquisa da história das localida<strong>de</strong>s em que os alunos moravam,<br />

ressaltando algumas curiosida<strong>de</strong>s, personalida<strong>de</strong>s, lugares, problemas e<br />

riquezas. Tomou-se como base conceitos como a metodologia <strong>de</strong><br />

ensino mediada por re<strong>de</strong>s sociais <strong>de</strong>senvolvida por Melo (2011) e a<br />

441


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

<strong>Educação</strong> Construtiva <strong>de</strong> Freire. Como resultados <strong>de</strong>ssa experiência<br />

pedagógica, <strong>de</strong>stacamos os seguintes aspectos: a) interação assídua<br />

entre os alunos na construção <strong>de</strong> seus textos e na contribuição nos<br />

textos dos colegas, b) motivação para a pesquisa pela localida<strong>de</strong> on<strong>de</strong><br />

moram e, por fim, c) exploração <strong>de</strong> habilida<strong>de</strong>s existentes no uso <strong>de</strong>sse<br />

novo ambiente <strong>de</strong> aprendizagem, através das ativida<strong>de</strong>s três c’s. Assim,<br />

ao proporcionarmos essa nova metodologia <strong>de</strong> ensino para a construção<br />

<strong>de</strong> textos que valorizam também suas histórias populares, percebemos<br />

que integramos hábitos culturais em nossos alunos, proporcionando<br />

uma aprendizagem mais horizontada e mais próxima dos conceitos<br />

construtivos que a <strong>Educação</strong> requer.<br />

TRABALHANDO COM FOTOLIVROS PARA DESENVOLVER<br />

A COMPREENSÃO E O EMPREGO DE TEMPOS VERBAIS NO<br />

PRESENTE E NO PASSADO<br />

Fabiana Soares Da Silva<br />

Elenice An<strong>de</strong>rsen (Orientadora)<br />

Palavras-Chaves: Ensino <strong>de</strong> língua materna; tecnologias da informação<br />

e da comunicação; habilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> escrita.<br />

Neste trabalho, preten<strong>de</strong>-se apresentar uma experiência pedagógica<br />

vivenciada por uma bolsista do Programa <strong>de</strong> <strong>Educação</strong> Tutorial -<br />

PET/Letras, da Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do Pampa, campus Bagé,<br />

programa subsidiado pelo Ministério da <strong>Educação</strong>. O PET-Letras tem<br />

como objetivo principal analisar a pertinência e a a<strong>de</strong>quação do uso <strong>de</strong><br />

programas e serviços <strong>de</strong> produção multimídia disponíveis gratuitamente<br />

na internet para o <strong>de</strong>senvolvimento da linguagem escrita. Logo,<br />

procurou-se investigar em que medida os softwares Diji álbum e<br />

Ncesoft Flip Book Maker po<strong>de</strong>riam contribuir para o trabalho com a<br />

compreensão e o emprego dos tempos verbais no presente e no passado,<br />

em uma turma <strong>de</strong> 2º ano do Ensino Médio <strong>de</strong> uma escola pública <strong>de</strong><br />

Bagé, por meio da produção <strong>de</strong> Fotolivros. Este estudo justifica-se<br />

mediante o fato <strong>de</strong> que, para formar leitores e produtores <strong>de</strong> textos, é<br />

necessário que haja uma ampliação no contato <strong>de</strong>sses com textos dos<br />

mais variados gêneros. Para tanto, cabe ao professor incentivá-los à<br />

leitura e à produção escrita crítica e reflexiva bem como buscar novas<br />

metodologias <strong>de</strong> ensino-aprendizagem que lhes permitam o acesso às<br />

mais diferentes formas <strong>de</strong> linguagem. Com base nas análises feitas,<br />

po<strong>de</strong>-se afirmar que trabalhar com Fotolivros em sala <strong>de</strong> aula é<br />

interessante não só porque po<strong>de</strong>m ser mostrados a outras pessoas em<br />

442


Resumo dos Trabalhos<br />

diferentes momentos, mas também porque po<strong>de</strong>m aproximar a escola à<br />

vida cotidiana dos alunos, visto que po<strong>de</strong>m permitir o trabalho com<br />

diferentes tipos <strong>de</strong> linguagens e mídias a partir das memórias <strong>de</strong> cada<br />

aluno e ao mesmo tempo <strong>de</strong>spertar o interesse e o prazer dos discentes<br />

em apren<strong>de</strong>r.<br />

ENSINO DE LIBRAS NA UFPEL: MEMÓRIAS DA<br />

EXPERIÊNCIA DE PRODUÇÃO DE MATERIAL DIDÁTICO<br />

EM INTERFACE DIGITAL INTERATIVA<br />

Fabiano Souto Rosa<br />

Tatiana Bolivar Lebe<strong>de</strong>ff<br />

Palavras-chave: Língua Brasileira <strong>de</strong> Sinais – Material Didático –<br />

Interface Digital Interativa<br />

A Língua Brasileira <strong>de</strong> Sinais (Libras) foi reconhecida no Brasil pela<br />

Lei Fe<strong>de</strong>ral nº 10.436 <strong>de</strong> 2002, e obrigatoriamente inserida nos<br />

currículos dos cursos <strong>de</strong> Licenciatura, em 2005, pelo Decreto Fe<strong>de</strong>ral nº<br />

5.626. Apesar do tempo <strong>de</strong>corrido, os materiais didáticos para o ensino<br />

da mesma ainda são escassos no contexto brasileiro. É possível<br />

encontrar, no mercado editorial, dicionários virtuais, digitais e<br />

impressos, entretanto, são poucos os materiais voltados para o ensino<br />

da Libras. Isso porque os próprios estudos linguísticos sobre a Libras<br />

são recentes, bem como as pesquisas sobre o seu ensino para ouvintes.<br />

Os dicionários existentes apresentam apenas o estudo lexicográfico da<br />

Libras, e não a língua em uso no contexto comunicativo. Os websites e<br />

programas <strong>de</strong> ensino da língua para uso na internet também seguem o<br />

mesmo mo<strong>de</strong>lo dos dicionários, sem ativida<strong>de</strong>s comunicativas. Este<br />

trabalho se propõe a problematizar e a compartilhar a experiência da<br />

produção <strong>de</strong> uma proposta <strong>de</strong> material didático para o ensino <strong>de</strong> Libras<br />

na UFPEL. Esta produção possui caráter investigativo e extensionista,<br />

na qual trabalham um grupo <strong>de</strong> quatro professores, uma professora<br />

Pesquisadora bolsista CAPES/UAB e uma discente bolsista <strong>de</strong> extensão<br />

do Curso <strong>de</strong> Design. O material didático que está sendo produzido<br />

busca, como principais características: 1) o uso <strong>de</strong> uma linguagem<br />

visual capaz <strong>de</strong> prescindir, ao máximo, da linguagem escrita; 2)<br />

potencial comunicativo e 3) tecnologia <strong>de</strong> fácil manuseio. No momento<br />

encontram- se prontos todos os conteúdos filmados para a disciplina <strong>de</strong><br />

Libras I, que estão sendo inseridos em uma interface digital interativa.<br />

O texto apresenta as opções e possibilida<strong>de</strong>s tecnológicas utilizadas para<br />

a produção do material didático.<br />

443


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

REFLEXÕES SOBRE O PAPEL PEDAGÓGICO NO<br />

CONTEXTO DAS NOVAS TECNOLOGIAS<br />

Felipe Bonow Soares<br />

Antônio Luiz Oliveira Heberlê<br />

Neste estudo analisa-se a presença da internet na socieda<strong>de</strong><br />

contemporânea e as possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> seu uso na educação. Enten<strong>de</strong>-se<br />

que a comunicação é essencial no processo <strong>de</strong> educação e na geração <strong>de</strong><br />

conhecimentos, por isso alguns conceitos relativos à comunicação,<br />

direcionados para a educação, já que estas duas esferas <strong>de</strong> produção<br />

simbólica são muito próximas. As novas tecnologias fazem parte do<br />

cenário contemporâneo, por isso, neste estudo buscam-se alguns<br />

conceitos capazes <strong>de</strong> situar a forma como a internet e as tecnologias em<br />

geral influem na vida cotidiana. A partir <strong>de</strong>sse entendimento, são<br />

discutidas algumas das possibilida<strong>de</strong>s do uso das novas tecnologias na<br />

educação, observando-se que a criativida<strong>de</strong> é chave para um processo<br />

eficiente. Sabendo-se que, com o advento da web, a informação está<br />

muito mais disponível para os alunos, as práticas pedagógicas<br />

certamente serão impactadas e a tarefa do professor também é <strong>de</strong>safiada<br />

por este novo contexto. É por isso que novos paradigmas são analisados,<br />

percebendo-se que a internet é capaz <strong>de</strong> dinamizar as relações entre<br />

educador e educando. O principal objetivo <strong>de</strong>ste estudo é <strong>de</strong> apresentar<br />

as possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> utilização das novas tecnologias em sala da aula e<br />

mostrar que esse processo <strong>de</strong>ve ocorrer <strong>de</strong> maneira cuidadosa e<br />

organizada, com as diversas possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> uso das novas tecnologias<br />

sendo exploradas da maneira mais a<strong>de</strong>quada possível.<br />

A INVESTIGAÇÃO DE ASPECTOS CULTURAIS E SOCIAIS<br />

EM ATIVIDADES DE LEITURA DISPONIBILIZADAS EM<br />

PORTAIS EDUCACIONAIS PARA PROFESSORES<br />

Flávia Medianeira De Oliveira<br />

Os Parâmetros Curriculares Nacionais apontam que o ensino <strong>de</strong> línguas<br />

<strong>de</strong>ve propiciar ao aluno a análise <strong>de</strong> sua própria língua e cultura, por<br />

meio <strong>de</strong> vínculos com outras culturas – por semelhança e contraste –<br />

que lhe permitam compreen<strong>de</strong>r melhor sua realida<strong>de</strong> e as <strong>de</strong> outros,<br />

enriquecendo sua visão crítica e seu universo cultural (PCNs, 2002). A<br />

leitura <strong>de</strong> textos em língua inglesa se constitui como uma das<br />

alternativas pedagógicas que mais contribui para a reflexão <strong>de</strong>ssas<br />

questões em sala <strong>de</strong> aula (Motta-Roth, 2006). Os portais educacionais,<br />

444


Resumo dos Trabalhos<br />

especificamente <strong>de</strong> língua inglesa, disponibilizam diversos conteúdos e<br />

ativida<strong>de</strong>s pedagógicas que po<strong>de</strong>m ser utilizados, principalmente, por<br />

professores em formação inicial. Este estudo, com base nas pesquisas <strong>de</strong><br />

Análise do Discurso e Ensino e Aprendizagem <strong>de</strong> Línguas, tem como<br />

objetivo analisar as ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> leitura propostas por três portais<br />

educacionais <strong>de</strong> língua inglesa, visando i<strong>de</strong>ntificar em que medida<br />

questões culturais e sociais são propostas e discutidas nessas ativida<strong>de</strong>s.<br />

Além disso, busca-se 1) investigar quais os objetivos dos portais<br />

educacionais ao discutirem os aspectos culturais e sociais em suas<br />

ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> leitura e 2) i<strong>de</strong>ntificar <strong>de</strong> que forma a pluralida<strong>de</strong> cultural<br />

é valorizada e incentivada nas ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> leitura propostas por esses<br />

portais. Nossa investigação visa contribuir com a prática docente <strong>de</strong><br />

professores em formação inicia, auxiliando-os no processo <strong>de</strong> ensino e<br />

aprendizagem das questões culturais e sociais <strong>de</strong> língua inglesa. A<br />

pesquisa inicial aponta que as ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> leitura com enfoque em<br />

aspectos culturais e sociais ainda são propostas com o intuito <strong>de</strong><br />

apresentar e discutir questões gramaticais relacionadas ao ensino <strong>de</strong><br />

língua inglesa.<br />

Palavras-chave: ensino-leitura-cultura.<br />

PRÁTICAS DE LETRAMENTO EM COMUNIDADE VIRTUAL:<br />

ENSINO E APRENDIZAGEM DE LÍNGUAS<br />

Gerson Bruno Forgiarini De Quadros<br />

A expansão e utilização das Tecnologias da Informação e Comunicação,<br />

doravante (TICs), nas escolas públicas vêm influenciando alguns<br />

mo<strong>de</strong>los e processos <strong>de</strong> ensino e aprendizagens tanto dos professores<br />

como dos alunos. Desse modo, caberá aos professores mobilizar seus<br />

aprendizes, potencializando o uso <strong>de</strong> recursos online para o<br />

<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> suas competências e habilida<strong>de</strong>s linguísticas. E<br />

uma das maneiras <strong>de</strong> se explorar isso no ensino e aprendizagem <strong>de</strong><br />

línguas é por meio da integração <strong>de</strong> comunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> aprendizagem com<br />

ambientes virtuais. O presente estudo se baseia numa proposta <strong>de</strong><br />

produção textual e oral em língua portuguesa e inglesa mediada por<br />

computador numa escola pública no Rio Gran<strong>de</strong> do Sul. A intenção<br />

<strong>de</strong>ste estudo está em compreen<strong>de</strong>r o modo como são mediados os<br />

processos <strong>de</strong> ensino e aprendizagem <strong>de</strong> línguas na Internet pelo uso <strong>de</strong><br />

um ambiente virtual para a edição <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>os animados conhecido por<br />

“Go! Animate”. Outro interesse <strong>de</strong>ste estudo está em <strong>de</strong>screver e<br />

analisar as práticas <strong>de</strong> letramento nessa que também é consi<strong>de</strong>rada uma<br />

445


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

comunida<strong>de</strong> virtual <strong>de</strong> aprendizagem. Preten<strong>de</strong>-se verificar quais<br />

elementos po<strong>de</strong>m potencializar o <strong>de</strong>senvolvimento da compreensão<br />

textual e auditiva tanto em língua portuguesa como em língua inglesa<br />

assim como no <strong>de</strong>senvolvimento da escrita e da oralida<strong>de</strong> dos sujeitos<br />

que serão investigados nesta pesquisa. Uma análise preliminar das<br />

produções dos ví<strong>de</strong>os animados na internet dá conta <strong>de</strong> que uma<br />

aprendizagem em contexto <strong>de</strong> práticas sociais.<br />

TICS E APRENDIZAGEM COLABORATIVA: A<br />

CONTRIBUIÇÃO DA WEBQUEST NO ENSINO<br />

Glênis Machado Ferreira<br />

A partir <strong>de</strong> observações diretas verificou-se que o ensino e<br />

aprendizagem po<strong>de</strong>m utilizar recursos que viabilizam mobilizar os<br />

conhecimentos, a inteligência e a criativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> forma colaborativa e<br />

ainda usar a própria tecnologia digital a seu favor. O objetivo <strong>de</strong>sse<br />

artigo é apresentar a WebQuest como uma das possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> uso<br />

associado <strong>de</strong> TICs na sala <strong>de</strong> aula e o modo como torná-la presente na<br />

prática dos professores e nas aulas, nos mais variados níveis e áreas <strong>de</strong><br />

conhecimento. Nesta perspectiva, parte-se da aprendizagem<br />

colaborativa, o compartilhamento e o empréstimo <strong>de</strong> conhecimento<br />

entre os envolvidos, ou seja, professores e alunos.<br />

O JOGO DE LINGUAGEM DE WITTGENSTEIN COMO<br />

EXERCÍCIO PARA OLHAR A INTERATIVIDADE NA<br />

EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA, APOIADA PELAS TICS<br />

Heloisa Helena Duval De Azevedo<br />

Luciane Senna Ferreira<br />

Palavras-chave: jogo <strong>de</strong> linguagem; interativida<strong>de</strong>; fórum.<br />

O presente artigo apresenta um panorama centralizado na categoria jogo<br />

da linguagem <strong>de</strong> Wittgenstein utilizada para pensar a interativida<strong>de</strong> na<br />

modalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> educação a distância. A interativida<strong>de</strong> po<strong>de</strong> ser<br />

exercitada pensando-a como um jogo <strong>de</strong> linguagem, no qual a regra é o<br />

exercício do conhecimento. Po<strong>de</strong>mos jogar usando a comunicação<br />

síncrona e assíncrona que as ferramentas tecnológicas <strong>de</strong> informação e<br />

comunicação permitem, neste sentido a interativida<strong>de</strong> e o jogo da<br />

linguagem, na modalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> educação a distancia, implica em pensar<br />

na multiplicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> jogos que po<strong>de</strong>mos participar na relação ensino e<br />

446


Resumo dos Trabalhos<br />

aprendizagem. Para nosso estudo, consi<strong>de</strong>ramos o jogo <strong>de</strong> linguagem<br />

como ferramenta para examinar alguns recursos interativos como, por<br />

exemplo, o fórum. No AVA do curso <strong>de</strong> Especialização em Gestão <strong>de</strong><br />

Polos, em todas as disciplinas, utilizamos fóruns e eles se mostraram<br />

um espaço para múltiplas formas <strong>de</strong> convivência, diálogo e <strong>de</strong><br />

pensarmos a avaliação. As regras eram estabelecidas no começo <strong>de</strong> cada<br />

disciplina, porém, outras surgiam conforme cada grupo composto <strong>de</strong><br />

alunos, professores pesquisadores e tutores apresentavam<br />

questionamentos novos que exigiam revisão do estabelecido. Dessa<br />

forma, buscamos <strong>de</strong>monstrar que as atribuições da equipe docente<br />

apontaram para novas regras a partir <strong>de</strong>sta experiência, indo além <strong>de</strong><br />

uma simples tarefa avaliativa, estabelecendo, então, que apren<strong>de</strong>mos a<br />

jogar mais <strong>de</strong> um jogo e a exercitar a interativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> múltiplas<br />

formas.<br />

A UTILIZAÇÃO DA WEBQUEST COMO PROPOSTA<br />

INTERDISCIPLINAR NO ENSINO DE LÍNGUA INGLESA:<br />

POSSIBILIDADES DE LETRAMENTO DIGITAL<br />

Ilanna Maria Izaias Do Nascimento<br />

Palavras-chave: Letramento digital, Língua Inglesa, Webquest.<br />

Devido a constante evolução da tecnologia há a necessida<strong>de</strong> da escola<br />

proporcionar meios a<strong>de</strong>quados para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> habilida<strong>de</strong>s e<br />

ambientes <strong>de</strong> aprendizagem que possam compartilhar o conhecimento<br />

além das aulas presenciais do mo<strong>de</strong>lo tradicional. Assim este estudo<br />

visa utilizar a Webquest e apresentar possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> letramento<br />

digital nas aulas <strong>de</strong> Língua Inglesa. O estudo em questão sustenta-se<br />

pela pesquisa bibliográfica em diferentes fontes que apresentam a<br />

utilização da Web 2.0 como recurso ou como estratégia pedagógica no<br />

ensino-aprendizagem <strong>de</strong> línguas, tendo como metodologia adotada a<br />

apresentação da ferramenta e seus recursos para uma turma do curso<br />

superior <strong>de</strong> Gestão <strong>de</strong> Turismo do Instituto Fe<strong>de</strong>ral do Maranhão –<br />

Campus Alcântara para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> um website informativo<br />

em inglês sobre a cida<strong>de</strong> histórica <strong>de</strong> Alcântara-Ma. Neste sentido,<br />

po<strong>de</strong>-se observar que integrar ferramentas do meio digital às aulas <strong>de</strong><br />

Língua Inglesa promove reflexões e análises dos conteúdos estudados<br />

em sala <strong>de</strong> aula, melhorando consi<strong>de</strong>ravelmente a aprendizagem da<br />

Língua Inglesa, pois faz com que o indivíduo seja letrado digital capaz<br />

<strong>de</strong> realizar práticas <strong>de</strong> leitura e escrita integradas à interação social em<br />

ambientes virtuais, fazendo uso <strong>de</strong> gêneros textuais a<strong>de</strong>quados à<br />

especificida<strong>de</strong> da esfera comunicativa envolvida.<br />

447


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

A FORMAÇÃO DE LEITORES LITERÁRIOS EM AMBIENTES<br />

DIGITAIS<br />

Jael Scoto Meirelles<br />

Paula Da Costa<br />

Palavras-chave: Ciberpoesia,Letramento Literário, Letramento Digital.<br />

O presente artigo tem como objetivo discutir a ciberpoesia como<br />

ferramenta <strong>de</strong> expansão do letramento literário e do letramento digital,<br />

além <strong>de</strong> refletir sobre a interpretação dos textos poéticos por alunos do<br />

ensino fundamental. A discussão se fundamentou a partir <strong>de</strong> oficinas<br />

com ciberpoesia. Estas se <strong>de</strong>ram <strong>de</strong> forma, em um primeiro momento,<br />

teórica e reflexiva, e, em um segundo momento, práticas, a partir <strong>de</strong><br />

leituras e do contato com o meio digital no laboratório <strong>de</strong> informática.<br />

Foram realizadas, também, com os alunos ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> produção <strong>de</strong><br />

poesias visuais em ambiente digital. Este projeto enfoca alunos <strong>de</strong><br />

oitavo e nono ano <strong>de</strong> uma escola municipal <strong>de</strong> Bagé/RS, e faz parte do<br />

PIBID, Programa Institucional <strong>de</strong> Bolsistas em Iniciação à docência,<br />

subprojeto <strong>de</strong> Letras, que tem como principal objetivo formar leitores.<br />

A FORMAÇÃO CONTÍNUA DE PROFESSORES DE INGLÊS<br />

MEDIANTE AS NOVAS TIC: AÇÃO, REFLEXÃO E<br />

COLABORAÇÃO<br />

Jesiel Soares Silva<br />

Este trabalho analisa uma pesquisa colaborativa <strong>de</strong> mestrado<br />

<strong>de</strong>senvolvida por mim em parceria com um grupo <strong>de</strong> cinco professoras<br />

da re<strong>de</strong> pública estadual e municipal <strong>de</strong> Goiânia, Goiás. Por intermédio<br />

<strong>de</strong> encontros presenciais e virtuais apresentamos, discutimos e<br />

aplicamos algumas ferramentas da Internet no ensino <strong>de</strong> inglês. O<br />

propósito maior foi averiguar <strong>de</strong> que forma a colaboração po<strong>de</strong><br />

contribuir para uma prática docente menos individual no Ensino <strong>de</strong><br />

Língua Mediado por Computador (ELMC), e como a reflexão e a ação<br />

po<strong>de</strong>m ser alternativas na formação das professoras. Para tratarmos da<br />

formação <strong>de</strong> professores como profissionais reflexivos, fizemos uma<br />

discussão sobre as teorias <strong>de</strong> Schön (1983, 1992) e os <strong>de</strong>sdobramentos<br />

<strong>de</strong> sua teoria em Zeichner (2003), Zeichner e Liston (1996) e Pérez<br />

Gómez (1992). Como parte dos construtos sobre a concepção <strong>de</strong><br />

professor como profissional reflexivo, discutimos a questão da<br />

autonomia do professor <strong>de</strong>ntro do processo <strong>de</strong> interação com seus pares<br />

(CONTRERAS, 2002; FREIRE, 1996 e GIROUX, 1997). Os<br />

448


Resumo dos Trabalhos<br />

resultados apontam a colaboração como fator <strong>de</strong>cisivo na formação<br />

reflexiva das professoras <strong>de</strong> inglês que fazem uso do computador, pois<br />

compartilhando os avanços, angústias, entraves do trabalho entre si,<br />

elas se sentiram mais seguras e confiantes para prosseguir. Além disso,<br />

os resultados mostram a importância da relação entre a universida<strong>de</strong> e a<br />

escola pública na busca <strong>de</strong> alternativas para a melhoria dos processos<br />

educacionais.<br />

PROGRAMA PIXTON:PROMOVENDO O LETRAMENTO<br />

MULTISSEMIÓTICO POR MEIO DA PRODUÇÃO DE TIRAS<br />

EM QUADRINHOS ONLINE<br />

Joana D'arc Camargo Borges Acosta<br />

Antônia Nilda De Souza<br />

Palavras-chaves: Letramento digital, Letramento multissemiótico,<br />

retextualização.<br />

Nesta comunicação, temos por objetivo relatar e analisar as experiências<br />

obtidas na Oficina <strong>de</strong> Quadrinhos <strong>de</strong>senvolvida com alunos <strong>de</strong> 8ºano <strong>de</strong><br />

uma escola pública, em ação <strong>de</strong> extensão da UNIPAMPA, no interior<br />

do RS. Nosso objetivo, nesta pesquisa, foi investigar a construção e uso<br />

que os alunos fizeram dos conhecimentos sobre os recursos verbais e<br />

não verbais que constituem os textos contemporâneos. Por meio da<br />

ação do projeto, buscamos proporcionar uma aprendizagem que<br />

envolvesse o letramento multissemiótico, ou multimodal, tendo por<br />

pilar o letramento digital. Durante a Oficina, os alunos fizeram leitura<br />

<strong>de</strong> diferentes gêneros textuais, incluindo, por exemplo, gêneros<br />

jornalísticos e literários. A partir <strong>de</strong>ssas leituras, a turma produziu<br />

quadrinhos através <strong>de</strong> retextualizações no Pixton, um programa <strong>de</strong><br />

produção <strong>de</strong> quadrinhos online e publicaram suas produções em um<br />

blog. O projeto ainda buscou valorizar os conhecimentos e a cultura<br />

dos alunos, <strong>de</strong> modo que a autoestima fosse potencializada. Os<br />

resultados <strong>de</strong>monstraram que o letramento digital <strong>de</strong>senvolvido por<br />

meio do Pixton amplia habilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> leitura e produção textual,<br />

abrindo espaço para criativida<strong>de</strong>, reflexão e autoria <strong>de</strong> textos na<br />

internet.<br />

449


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

ENTRE E A MÍDIA E A ESCOLA: NOVAS ABORDAGENS<br />

EDUCACIONAIS PELO VIÉS CINEMATOGRÁFICO<br />

Joice Do Prado Alves<br />

Pensar as relações entre a educação e as novas tecnologias que<br />

permeiam a realida<strong>de</strong> atual, implica romper algumas barreiras<br />

tradicionalistas que muitas vezes acompanham o pensar e o fazer<br />

educacional. Muito mais que reavaliar o uso <strong>de</strong>ssas tecnologias (como<br />

internet e celulares), <strong>de</strong>vemos abrir espaço para discutir também as<br />

mídias e meios <strong>de</strong> comunicação que se tornam hoje verda<strong>de</strong>iras fontes<br />

educadoras. Atingindo especialmente as crianças <strong>de</strong> forma mais<br />

marcante, a televisão e o cinema acabam por transmitir conhecimentos<br />

na medida em que <strong>de</strong>snudam àqueles que assistem uma realida<strong>de</strong><br />

forjada, na maioria das vezes manipulando o que é transmitido e<br />

difundindo discursos que a<strong>de</strong>ntram o imaginário comum. Essa pesquisa<br />

tem por objetivo justamente observar como se dá a difusão <strong>de</strong> tais<br />

discursos pelo viés cinematográfico, que acaba por construir novas<br />

realida<strong>de</strong>s e a vendê-las enquanto verda<strong>de</strong>iras. Essa perspectiva segue<br />

os rastros o que os estudos culturais optaram chamar “pedagogia da<br />

fronteira”, on<strong>de</strong> os conhecimentos ditos fronteiriços são trazidos ao<br />

centro da discussão e se mesclam aos que já estão consolidados,<br />

criando novas abordagens pedagógicas. Através <strong>de</strong> metodologias que<br />

cercam as pesquisas bibliográficas, mostramos como os discursos<br />

cinematográficos <strong>de</strong>vem ser atentamente observados enquanto uma<br />

nova forma <strong>de</strong> aprendizado, já que <strong>de</strong> forma aparentemente inocente,<br />

são capazes <strong>de</strong> transmitir uma quantida<strong>de</strong> ilimitada <strong>de</strong> informação –<br />

muitas vezes errôneas – com extrema facilida<strong>de</strong>.<br />

CURSOS SUPERIORES EAD: ACESSIBILIDADE PARA<br />

QUEM?<br />

Juliana Ilha Culau<br />

Palavras-chaves: Cursos EaD; Acessibilida<strong>de</strong>; Deficiência visual.<br />

O projeto Além da Visão, da UFSM, tem por objetivo geral <strong>de</strong>senvolver<br />

pesquisas em torno da acessibilida<strong>de</strong> para pessoas com <strong>de</strong>ficiência<br />

visual, sobretudo envolvendo tecnologias. Entre seus objetivos<br />

específicos está a criação <strong>de</strong> condições para que os cursos EaD da<br />

UFSM <strong>de</strong> nível superior tornem-se acessíveis e atraiam mais<br />

intensamente este público. Ao levar em conta especialmente esta meta,<br />

realizamos, ao longo dos meses <strong>de</strong> maio a julho <strong>de</strong> 2012, uma pesquisa<br />

450


Resumo dos Trabalhos<br />

entre os cursos UAB da UFSM para saber se atualmente já há alunos<br />

com <strong>de</strong>ficiência visual a eles vinculados. Entramos em contato com os<br />

coor<strong>de</strong>nadores <strong>de</strong> 17 cursos <strong>de</strong> graduação EaD na UFSM. A partir do<br />

levantamento feito em tais cursos, o resultado que obtivemos foi que os<br />

cursos não têm alunos DVs, exceto o curso <strong>de</strong> Letras –<br />

Espanhol/Literaturas o qual é coor<strong>de</strong>nado pelo professor também<br />

coor<strong>de</strong>nador <strong>de</strong>ste projeto, que tem uma única aluna. A coor<strong>de</strong>nação<br />

mantém contato via e-mail com a aluna, bem como um dos membros<br />

do projeto Além da Visão que a auxilia no acesso aos materiais. Os emails<br />

são arquivados criando-se um histórico no Google Docs<br />

registrando, assim, soluções para futuras dúvidas. Nesta apresentação,<br />

vamos relatar as dificulda<strong>de</strong>s e os resultados que se têm obtido com<br />

esta aluna no curso.<br />

FLE E AS NOVAS TECNOLOGIAS: O USO DO BUREAU<br />

VIRTUAL NAS AULAS DE FRANCÊS<br />

Kizy Dos Santos Dutra<br />

FLE e as novas tecnologias: O uso do Bureau Virtual nas aulas <strong>de</strong><br />

Francês No ensino das línguas estrangeiras muitos recursos estão<br />

disponíveis atualmente. Além <strong>de</strong> uma gran<strong>de</strong> diversida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> livros, os<br />

alunos e professores tem acesso à CDs e DVDs vinculados diretamente<br />

aos livros ou livres, sites com ativida<strong>de</strong>s e explicações gramaticais e <strong>de</strong><br />

compreensão oral. Todos esses recursos se distinguem do ambiente<br />

virtual <strong>de</strong> aprendizagem, pois nesse é possível promover a interação<br />

entre professor-aluno, aluno-aluno e alunos-alunos. Este trabalho é o<br />

resumo do nosso TCC apresentado na PUCRS <strong>de</strong> Poa no curso <strong>de</strong><br />

Especialização em EAD com enfase na Docência e na tutoria. Nele<br />

analisamos o Bureau Virtuel da Aliança Francesa <strong>de</strong> Poa, com o<br />

objetivo <strong>de</strong> saber as vantagens e <strong>de</strong>svantagens para o ensino na<br />

instituição. Para tanto <strong>de</strong>screvemos o ambiente virtual, analisamos sua<br />

interface e entrevistamos os colegas. Iremos <strong>aqui</strong> apresentar os resumos<br />

do nosso trabalho.<br />

451


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

INFLUÊNCIA DAS MARCAS DE SUBJETIVIDADE PARA A<br />

CONSTRUÇÃO E EXPRESSÃO DE IDENTIDADES EM UM<br />

AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM<br />

Lígia Maria Sayão Lobato De Coppetti<br />

Palavras-chave: Ambiente Virtual <strong>de</strong> Aprendizagem – marcas <strong>de</strong><br />

subjetivida<strong>de</strong> – I<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s.<br />

Este trabalho é um recorte <strong>de</strong> dissertação <strong>de</strong> mestrado em Letras –<br />

PPGL Uniritter - que tem seu foco na leitura analítica dos enunciados<br />

produzidos nas seções do fórum do Ambiente Virtual <strong>de</strong> Aprendizagem<br />

Moodle, pelos alunos do Curso <strong>de</strong> Licenciatura em Música da UFRGS,<br />

na modalida<strong>de</strong> à distância (EAD). Seu corpus abrange os alunos<br />

matriculados nos polos <strong>de</strong> Cachoeirinha (RS), Canoinhas, Itaiópolis e<br />

São Bento do Sul (SC). Este trabalho objetiva analisar a influencia das<br />

marcas <strong>de</strong> subjetivida<strong>de</strong> presentes nos enunciados dos fóruns, na<br />

construção e expressão <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s dos alunos, levando em conta as<br />

interações no grupo. Foi realizada uma seleção prévia das falas<br />

existentes nos referidos fóruns, consi<strong>de</strong>rando as marcas <strong>de</strong> subjetivida<strong>de</strong><br />

presentes e, posterior análise <strong>de</strong>ssas, com base na teoria <strong>de</strong> Émile<br />

Benveniste (1989, 2005). A <strong>de</strong>scrição <strong>de</strong>sses enunciados <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ou<br />

uma leitura interpretativa que <strong>de</strong>monstrou a relevância das marcas <strong>de</strong><br />

subjetivida<strong>de</strong> presentes nos enunciados dos fóruns, na construção e<br />

expressão das i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s dos alunos em interação nesse ambiente<br />

virtual.<br />

OS SLIDES INTERATIVOS NA AULA DE LÍNGUA<br />

PORTUGUESA<br />

Lucas Horner Feijó<br />

Este trabalho tem como objetivo propor uma ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> leitura por<br />

meio dos sli<strong>de</strong>s interativos. Para isso, realizou-se uma pesquisa nas<br />

escolas municipais <strong>de</strong> Jaguarão/RS, com professores que lecionam a<br />

disciplina <strong>de</strong> Língua Portuguesa, através <strong>de</strong> questionários, para<br />

verificar como os docentes trabalham com a leitura na sala <strong>de</strong> aula.<br />

Verificou-se, que os professores ficam presos a leitura dos textos do<br />

livro didático e não utilizam o computador como meio <strong>de</strong> proporcionar<br />

contato com a leitura. Em função das constatações, propôs uma<br />

ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> leitura por meio dos sli<strong>de</strong>s interativos. Palavras-chave:<br />

leitura, língua portuguesa sli<strong>de</strong>s interativos.<br />

452


Resumo dos Trabalhos<br />

APRENDENDO INGLÊS NA ERA DA MOBILIDADE: UMA<br />

ANÁLISE DO APLICATIVO “VOXY”<br />

Lucía Silveira Alda<br />

Palavras-chave: Voxy; Aplicativos; Língua Inglesa.<br />

Diante da crescente disseminação e renovação das tecnologias no<br />

contexto social atual, é necessário refletir sobre a nova realida<strong>de</strong> que<br />

emerge. As tecnologias digitais estão rapidamente inserindo-se no<br />

cotidiano popular, facilitando o acesso e a troca <strong>de</strong> informações. Em<br />

um mundo cada vez mais acessível, o interesse pela aprendizagem <strong>de</strong><br />

idiomas, mais especificamente da língua inglesa, vem aumentando<br />

notoriamente e várias iniciativas que utilizam a tecnologia estão sendo<br />

<strong>de</strong>senvolvidas para auxiliar esta aprendizagem. Levando em<br />

consi<strong>de</strong>ração a crescente popularização dos aparelhos celulares e sua<br />

acelerada evolução, diversos aplicativos estão sendo criados para<br />

aten<strong>de</strong>r o mercado <strong>de</strong> aprendizagem <strong>de</strong> línguas. Dessa maneira, este<br />

trabalho tem como objetivo analisar o aplicativo <strong>de</strong> aprendizagem <strong>de</strong><br />

língua inglesa “Voxy”, visando explorar os seus pontos positivos e<br />

negativos a fim <strong>de</strong> refletir sobre a sua real potencialida<strong>de</strong> para a<br />

aprendizagem. Para isso, fez-se uma revisão acerca dos conceitos <strong>de</strong><br />

aprendizagem móvel e <strong>de</strong> estatísticas acerca da telefonia celular e<br />

aplicativos, tendo em vista examinar a utilização <strong>de</strong>stes para a<br />

aprendizagem <strong>de</strong> língua estrangeira.<br />

O ESTADO DA ARTE SOBRE OBJETOS DE APRENDIZAGEM<br />

- MAPEAMENTO DE TESES E DISSERTAÇÕES<br />

Luis Henrique Dos Santos<br />

Adilson Fernan<strong>de</strong>s Gomes<br />

Vanessa Ribas Fialho (ORIENTADORA)<br />

Com vistas a <strong>de</strong>scobrir o que já tem sido pesquisado e quais resultados<br />

já foram obtidos em pesquisas sobre Objetos <strong>de</strong> Aprendizagem (OAs)<br />

no ensino <strong>de</strong> línguas, foi <strong>de</strong>senvolvida a presente pesquisa, cujo<br />

objetivo é apresentar e discutir um mapeamento a nível nacional <strong>de</strong><br />

teses e dissertações que tenham como tema OAs. A metodologia da<br />

pesquisa consiste em um levantamento quantitativo e qualitativo <strong>de</strong><br />

publicações acadêmicas que tematizam principalmente questões como<br />

elaboração, utilização e avaliação <strong>de</strong> OAs. Para o mapeamento <strong>de</strong> teses<br />

e dissertações sobre OAs, foi utilizado como ferramenta <strong>de</strong> busca o<br />

453


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

Banco <strong>de</strong> Teses do Portal da Coor<strong>de</strong>nação <strong>de</strong> Aperfeiçoamento <strong>de</strong><br />

Pessoal <strong>de</strong> Nível Superior (CAPES), disponível em<br />

http://www.capes.gov.br/. O corpus da pesquisa consiste em 4 teses e 9<br />

dissertações (um total <strong>de</strong> 13 publicações) referentes a área Linguística e<br />

Letras. Na análise das informações gerais e dos resumos das 13<br />

supracitadas produções acadêmicas foi possível perceber que são<br />

poucas as Instituições <strong>de</strong> Ensino Superior (IES) que estudam e<br />

<strong>de</strong>senvolvem trabalhos com OAs em seus Programas <strong>de</strong> Pós-Graduação<br />

e, por conseguinte, o total <strong>de</strong> produções não constitui um número<br />

significativo. Os resultados também indicam que os autores <strong>de</strong> tais<br />

publicações não têm a <strong>de</strong>vida preocupação com a inclusão dos dados na<br />

elaboração dos resumos, pois a partir da análise dos mesmos constatouse<br />

que somente 5 dos 13 trabalhos (1 tese e 4 dissertações) tratam<br />

especificamente <strong>de</strong> OAs. Diante <strong>de</strong>sses resultados, percebe-se que a<br />

produção acadêmica relativa aos OAs no ensino <strong>de</strong> línguas é limitada e<br />

que o tema carece <strong>de</strong> estudo por parte da comunida<strong>de</strong> acadêmica<br />

(LEFFA, 2004; GARCIA, 2011).<br />

NOVAS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO: O LIVRO<br />

DIDÁTICO, OS NOVOS GÊNEROS E A PRÁTICA ESCOLAR<br />

Maíra Fernan<strong>de</strong>s Laurentino<br />

Palavras-chave: Letramento digital, gêneros do discurso, TIC.<br />

O trabalho centrou-se, particularmente, em estudos que têm chamado a<br />

atenção para a natureza situada das práticas <strong>de</strong> letramento enfatizando<br />

aqueles advindos das novas tecnologias, como o e-mail, o “tweet” e<br />

textos on-line construídos com base em hiperlinks. Como principal<br />

objetivo <strong>de</strong>ste trabalho preten<strong>de</strong>u-se verificar quais gêneros do discurso<br />

advindos das novas tecnologias são utilizados em sala e se interferem<br />

nos processos <strong>de</strong> aprendizagem dos alunos. Para tanto, buscou-se: a)<br />

aprofundamento teórico acerca da influência das novas tecnologias e<br />

mudanças sociais no estabelecimento <strong>de</strong> novos gêneros do discurso; b)<br />

verificar como são apresentados os novos gêneros do discurso nos<br />

materiais didáticos; c) verificar como os alunos se relacionam com<br />

estes novos gêneros. Tomou-se como base uma metodologia <strong>de</strong> perfil<br />

etnográfico, participativo e colaborativo. Analisando o material<br />

didático da re<strong>de</strong> municipal <strong>de</strong> ensino foi possível notar que há menção<br />

a gêneros textuais advindos das TIC, porém, sempre em comparação a<br />

454


Resumo dos Trabalhos<br />

outros gêneros já conhecidos. Notou-se também uma mudança na<br />

configuração gráfica do livro didático se assemelhando a uma página da<br />

internet. O levantamento bibliográfico mostrou maior ênfase no uso das<br />

TIC para ensino <strong>de</strong> língua estrangeira e no ensino superior. Observouse<br />

também que das diferentes ferramentas disponíveis na internet, as<br />

que permitem maior controle por parte dos professores são mais<br />

procuradas.<br />

HAL 9000 MATOU A TRIPULAÇÃO OU DA IMPORTÂNCIA<br />

DO FATOR HUMANO NA EAD<br />

Marcus Vinicius Liessem Fontana<br />

Vanessa Ribas Fialho<br />

“Olhe, Dave, eu posso ver que você está realmente chateado com isso”<br />

– diz o supercomputador HAL 9000 ao astronauta David Bowman,<br />

após eliminar os outros tripulantes da nave Discovery One, rumo a<br />

Júpiter, no épico da ficção científica 2001: uma odisseia no espaço.<br />

Longe da máquina inteligente i<strong>de</strong>al imaginada pelo matemático Alan<br />

Turing na primeira meta<strong>de</strong> do século XX, o HAL 9000 do cineasta<br />

Kubrick, da segunda meta<strong>de</strong> daquele século, mostra o lado sinistro dos<br />

avanços tecnológicos. São extremos. A tecnologia tem se mostrado<br />

extremamente útil em todos os setores <strong>de</strong> nossa socieda<strong>de</strong>, inclusive e<br />

muito especialmente na educação, a tal ponto que hoje muitos<br />

especulam se um dia a figura do professor po<strong>de</strong>rá ser substituída por<br />

uma máquina, conforme discute Leffa (2005). A fim <strong>de</strong> <strong>de</strong>monstrar que<br />

isso dificilmente será possível, neste trabalho fazemos um breve<br />

passeio pelas tecnologias emergentes que se voltam ou po<strong>de</strong>m se voltar<br />

para a educação, como os ambientes pessoais <strong>de</strong> aprendizagem, os<br />

mundos virtuais 3D, os games, a mobile learning, a realida<strong>de</strong><br />

aumentada, a holografia, a ciborguização e a própria inteligência<br />

artificial, ilustrando suas potencialida<strong>de</strong>s, mas sem <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> colocar<br />

em evidência a importância fundamental do professor e da comunida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> aprendizagem no processo <strong>de</strong> construção do conhecimento.<br />

455


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

CAPACITAÇÃO DE PROFESSORES EM TECNOLOGIAS<br />

EDUCACIONAIS INOVADORAS PARA FLEXIBILIZAR E<br />

POTENCIALIZAR A APRENDIZAGEM<br />

Maria Cristina Rigão<br />

Liziany Muller<br />

Palavras Chave: Inclusão digital; Capacitação docente; Inovações<br />

tecnológicas.<br />

As mudanças econômicas, políticas e sociais ocorridas na socieda<strong>de</strong><br />

contemporânea geram novas <strong>de</strong>mandas por formação inicial e<br />

continuada, representando um <strong>de</strong>safio para as instituições educacionais<br />

por inovações tecnológicas. Esta pesquisa tem objetivo investigar a<br />

contribuição <strong>de</strong> práticas pedagógicas que utilizam recursos da<br />

tecnologia da informação e comunicação como mediador no processo<br />

ensino-aprendizagem. A metodologia esta pautada em uma abordagem<br />

<strong>de</strong> investigação-ação realizada durante a capacitação e inclusão digital<br />

dos professores da Escola Municipal <strong>de</strong> Ensino Fundamental Padre<br />

Nóbrega, Santa Maria,RS. Os resultados ressaltam a importância da<br />

inclusão digital e a capacitação dos professores na busca <strong>de</strong><br />

incrementar a qualida<strong>de</strong> do processo <strong>de</strong> ensino-aprendizagem nas<br />

escolas. A integração das TIC no processo <strong>de</strong> ensino aprendizagem<br />

dinamiza o trabalho docente, alterando as interações <strong>de</strong> professoresestudantes-conteúdos,<br />

bem como oportuniza a inovação no contexto<br />

escolar, flexibiliza e enriquece o trabalho pedagógico por meio da<br />

capacitação, atualização e aperfeiçoamento <strong>de</strong> professores.<br />

O USO DA INTERNET NO ENSINO DE LÍNGUAS<br />

ESTRANGEIRAS: REFLEXÕES NECESSÁRIAS<br />

Maria José Laiño<br />

Camila Teixeira Saldanha<br />

O presente artigo tem como objetivo apresentar uma reflexão acerca das<br />

novas metodologias que po<strong>de</strong>m ser usadas no ambiente escolar. Com o<br />

avanço tecnológico e a chegada das chamadas Tecnologias da<br />

Informação e da Comunicação (TICs), a escola se vê obrigada a<br />

adaptar-se às novas ferramentas metodológicas. Juntamente com a<br />

escola, os professores também têm que estar em constante formação, já<br />

que as TICs são instrumentos que facilitam e enriquecem o preparo das<br />

aulas tornando-as mais eficientes e dinâmicas. Porém, a escolha <strong>de</strong>sses<br />

materiais oferecidos na internet, como também sua aplicação em sala <strong>de</strong><br />

456


Resumo dos Trabalhos<br />

aula, <strong>de</strong>ve ser feita <strong>de</strong> maneira criteriosa e consciente, tendo em vista<br />

que se trata somente <strong>de</strong> um instrumento, ou seja, um computador<br />

conectado a internet não é sinônimo <strong>de</strong> sucesso <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> sala <strong>de</strong> aula.<br />

Visto isso, este artigo tem por objetivo levantar algumas reflexões<br />

acerca <strong>de</strong> vantagens e <strong>de</strong>svantagens do uso das TICs em sala <strong>de</strong> aula.<br />

A PRODUÇÃO DE UM VÍDEO EDUCATIVO-INTERATIVO À<br />

LUZ DA PERSPECTIVA HISTÓRICO-CULTURAL<br />

Marion Rodrigues Dariz<br />

Magda Floriana Damiani<br />

Partindo do pressuposto <strong>de</strong> que se exige, na atualida<strong>de</strong>, uma nova<br />

postura do professor, <strong>de</strong> que ele precisa acompanhar as inovações, na<br />

escola, proporcionadas pelo uso das Tecnologias da Informação e da<br />

Comunicação (TIC), elaborou-se este trabalho que tem por objetivo<br />

apresentar e discutir o processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> um ví<strong>de</strong>o educativointerativo,<br />

à luz da perspectiva histórico-cultural <strong>de</strong> Vygotsky. O ví<strong>de</strong>o,<br />

produzido pela professora-pesquisadora está sendo aplicado e será,<br />

posteriormente, avaliado, constituindo-se em uma dissertação <strong>de</strong><br />

mestrado. Ao nomear o ví<strong>de</strong>o, acrescentou-se o adjetivo educativointerativo<br />

porque é <strong>de</strong>sejo enfatizar o objetivo do material, que é<br />

educativo, bem como a forma <strong>de</strong>ste, que é interativa. Embora o<br />

instrumento tenha recebido <strong>de</strong>nominação própria, ele po<strong>de</strong> ser<br />

consi<strong>de</strong>rado um Objeto <strong>de</strong> Aprendizagem porque é consi<strong>de</strong>rado um<br />

recurso digital a ser reutilizado para o suporte ao ensino (WILEY,<br />

2000). O objeto criado objetiva auxiliar alunos <strong>de</strong> 8ª série do Ensino<br />

Fundamental, da Re<strong>de</strong> Pública, na formação <strong>de</strong> conceitos sobre<br />

ambiguida<strong>de</strong> lexical. Baseado nos pressupostos vygotskyanos, partiu-se<br />

<strong>de</strong> exemplos concretos, do cotidiano dos educandos, <strong>de</strong> seus conceitos<br />

espontâneos, para a elaboração do ví<strong>de</strong>o. Isso foi feito com o intuito <strong>de</strong><br />

contextualizar os conceitos teóricos que serão ensinados (conceitos<br />

científicos), conferindo-lhes sentido e fazendo com que não fiquem<br />

apenas no nível <strong>de</strong> abstração que, geralmente, os caracteriza.<br />

457


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

EAD: REFLEXÕES SOBRE O TEMPO<br />

Marly Jovita Lisboa Garcia<br />

Palavras-chave: EaD; ensino-aprendizagem; gerenciamento <strong>de</strong> tempo.<br />

Refletir sobre a questão do tempo nos na <strong>Educação</strong> a Distância se torna<br />

pertinente não apenas em função da possibilida<strong>de</strong> da comunicação<br />

síncrona/assíncrona, mas também pela necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> os <strong>de</strong>senhos dos<br />

cursos favorecerem a execução refletida e participante das tarefas pelos<br />

estudantes. Isso significa dizer o professor precisa, no planejamento do<br />

curso em EaD, proporcionar meios para que as pessoas em formação<br />

aprendam também a organizar seu tempo <strong>de</strong> forma a dar conta das<br />

muitas tarefas que certamente são exigidas pelos cursos. Assim, propõe<br />

uma reflexão sobre o fenômeno tempo na modalida<strong>de</strong> EaD, diante da<br />

importância <strong>de</strong>ssa emergente questão. O corpus <strong>de</strong> análise se constitui<br />

<strong>de</strong> um curso <strong>de</strong> Redação na modalida<strong>de</strong> EaD oferecido como ativida<strong>de</strong>extra<br />

aos estudantes do 4º ano do Ensino Médio Integrado do IFRS<br />

Campus Rio Gran<strong>de</strong> os quais, além das ativida<strong>de</strong>s curriculares do<br />

Ensino Médio, <strong>de</strong>senvolvem e proce<strong>de</strong>m à <strong>de</strong>fesa <strong>de</strong> um projeto <strong>de</strong><br />

conclusão do curso técnico ao qual estão vinculados. Tal curso em EaD<br />

se apresentou como uma possibilida<strong>de</strong> para que esses estudantes,<br />

onerados pelas exigências escolares, tivessem uma “brecha” para<br />

produzir textos, discutir e refletir sobre diversos temas da atualida<strong>de</strong>,<br />

com vistas às provas <strong>de</strong> Linguagens, Códigos e suas Tecnologias e <strong>de</strong><br />

Redação do ENEM, teste <strong>de</strong> conteúdos para ingresso em Instituições <strong>de</strong><br />

Ensino Superior. O curso, <strong>de</strong>senvolvido na plataforma MOODLE, foi<br />

i<strong>de</strong>alizado por duas professoras da área <strong>de</strong> Línguas e proposto como<br />

projeto <strong>de</strong> pesquisa, o qual lhes permitiu o auxílio <strong>de</strong> bolsistas, tanto na<br />

execução técnica quanto na proposição <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s que visavam ao<br />

aperfeiçoamento das habilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> leitura, interpretação e produção <strong>de</strong><br />

textos dissertativos.<br />

REFLEXÕES SOBRE LEITURA DIGITAL<br />

Martina Camacho Blaas<br />

Palavras chave: leitura digital; tecnologia; língua estrangeira.<br />

Este trabalho parte do pressuposto que a tecnologia na sala <strong>de</strong> aula – se<br />

usada <strong>de</strong> maneira a<strong>de</strong>quada – po<strong>de</strong> ajudar muito o professor a tornar a<br />

sua aula mais dinâmica e motivadora. A falta <strong>de</strong> motivação do aluno é,<br />

na verda<strong>de</strong>, um dos maiores problemas que se enfrenta ao trabalhar<br />

com a habilida<strong>de</strong> da leitura, foco do presente estudo. Ao focar na língua<br />

458


Resumo dos Trabalhos<br />

estrangeira, especificamente na Língua Inglesa, o problema se torna<br />

ainda mais sério, uma vez que além da falta <strong>de</strong> motivação para a leitura,<br />

por si só, ainda há a barreira linguística. Porém tal habilida<strong>de</strong> não <strong>de</strong>ve<br />

ser excluída ou vista como um ponto crítico da aula <strong>de</strong> LE, já que ela<br />

po<strong>de</strong> proporcionar o trabalho com as quatro habilida<strong>de</strong>s que se procura<br />

<strong>de</strong>senvolver em um estudante <strong>de</strong> línguas, sendo isso mais fácil com<br />

textos digitais. Corroborando com esta análise, a terceira edição da<br />

pesquisa “Retratos da leitura no Brasil” incluiu, pela primeira vez, um<br />

estudo (na seção “Tendências”) sobre aspectos da leitura no contexto<br />

digital, o que evi<strong>de</strong>ncia como tal prática está se tornando cada vez mais<br />

presente no cotidiano das pessoas e, consequentemente, na vida dos<br />

alunos (fora e <strong>de</strong>ntro da sala <strong>de</strong> aula). A partir <strong>de</strong> tais consi<strong>de</strong>rações,<br />

propõe-se a reflexão <strong>de</strong> como a leitura digital está modificando a<br />

postura dos alunos <strong>de</strong> LE.<br />

A EDIÇÃO NA ESCRITA COLABORATIVA EM LÍNGUA<br />

INGLESA EM FERRAMENTA DIGITAL<br />

Milena Schneid Eich<br />

Palavras-chave: Feedback. Ferramenta digital. Escrita colaborativa.<br />

Partindo dos pressupostos da teoria sociocultural <strong>de</strong> L. Vygotsky<br />

(1986,1998) e <strong>de</strong> diversos estudos sobre escrita colaborativa em<br />

ambiente digital e erro, esta pesquisa tem como propósito discutir e<br />

refletir sobre a escrita colaborativa em língua inglesa quando esta se dá<br />

em uma ferramenta digital. Também investiga-se como acontece o<br />

processo <strong>de</strong> edição textual entre os alunos durante a escrita.<br />

Consi<strong>de</strong>rou-se, ainda, como o feedback negociado do professor po<strong>de</strong><br />

contribuir para o aprimoramento da produção. Tendo como ponto <strong>de</strong><br />

partida duas tarefas colaborativas, quatro alunos <strong>de</strong> um curso livre <strong>de</strong><br />

língua inglesa, divididos em duplas e frequentando o nível<br />

intermediário I, realizaram, em meio virtual, a co-construção <strong>de</strong> textos.<br />

A partir <strong>de</strong> uma pesquisa qualitativa <strong>de</strong> estudo <strong>de</strong> caso, foram<br />

consi<strong>de</strong>rados para fins <strong>de</strong> análise as interações no fórum, as alterações<br />

armazenadas no histórico, o feedback do professor sobre as produções<br />

dos alunos, bem como a visão dos participantes sobre o trabalho<br />

<strong>de</strong>senvolvido. Os dados sugerem que a escrita colaborativa em<br />

ferramenta digital fomenta a participação do aluno, gerando<br />

oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> construção conjunta <strong>de</strong> conhecimento através da<br />

interação social e do uso da língua antes e durante o processo <strong>de</strong> escrita.<br />

Quanto ao processo <strong>de</strong> feedback, encontramos evidências <strong>de</strong> que este,<br />

459


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

quando negociado entre professor e aluno, contribui para que ele<br />

chegue à forma correta com maior consciência sobre o erro, o que<br />

po<strong>de</strong>rá possibilitar a utilização a<strong>de</strong>quada da forma em produções<br />

futuras.<br />

FACEBOOK & LITERATURA: A REDE SOCIAL COMO<br />

FERRAMENTA NA INTRODUÇÃO AOS ESTUDOS<br />

LITERÁRIOS<br />

Otávio Botelho Rosa<br />

Renan Cardozo Gomes Da Silva<br />

Palavras-Chave: Facebook, <strong>Educação</strong>, Literatura.<br />

O presente trabalho tem por finalida<strong>de</strong> mostrar como a re<strong>de</strong> social<br />

Facebook po<strong>de</strong> ser usada para fins educacionais, em especial como<br />

instrumento para os iniciantes aos estudos literários. A necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

aulas mais interessantes aos alunos e a atualização com o<br />

contemporâneo mundo digital faz com que cada vez mais professores<br />

busquem informações e conhecimentos sobre as Tecnologias da<br />

Comunicação e Informação (TIC´s). Os alunos acostumados com o uso<br />

diário e rotineiro <strong>de</strong> uma re<strong>de</strong> social, para simples bate-papos,<br />

discuções, indiretas, ironias e etc. certamente não sabem o valor<br />

educacional que esta possui, aceitando este <strong>de</strong>sconhecimento por falta<br />

<strong>de</strong> instrução dos pais, <strong>de</strong>sinteresse próprio ou até mesmo dos<br />

professores que ainda não se a<strong>de</strong>quaram aos novos métodos <strong>de</strong> ensino.<br />

O Facebook é a re<strong>de</strong> social mais acessada <strong>de</strong>ntre os brasileiros, este<br />

chega até mesmo ser superior ao tradicional e-mail, segundo dados da<br />

Media Factory uma das principais causas <strong>de</strong>sta evolução foi à tradução<br />

para língua portuguesa <strong>de</strong>senvolvida em 2008. Procuramos mostrar, por<br />

meio neste trabalho, como esta re<strong>de</strong> social po<strong>de</strong> proporcionar um<br />

conhecimento cultural <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> valor, levando em consi<strong>de</strong>ração que<br />

através das publicações <strong>de</strong> frases, livros divulgados como <strong>de</strong><br />

preferência, músicas, enfim, a partir <strong>de</strong>stes elementos po<strong>de</strong>mos dar<br />

início a alguns introdutórios estudos literários, sejam eles <strong>de</strong> caráter<br />

exploratório ou até mesmo praticando um estudo bibliográfico.<br />

460


Resumo dos Trabalhos<br />

REFLETINDO SOBRE AS CRENÇAS DE ALUNOS-<br />

PROFESSORES ACERCA DOS PROCESSOS DE FORMAÇÃO E<br />

ENSINO-APRENDIZAGEM EM CONTEXTO DE EAD<br />

Patrícia Duarte Garcia<br />

Ana Paula De Araujo Cunha<br />

Palavras-chave: EaD, formação <strong>de</strong> professores, crenças.<br />

Este estudo, situado teoricamente na interface entre as Áreas <strong>de</strong><br />

Linguística Aplicada e <strong>Educação</strong>, traduz-se em uma investigação<br />

qualitativo-interpretativista cujo escopo abarca questões pertinentes as<br />

perspectivas e crenças <strong>de</strong> alunos-professores <strong>de</strong> um curso <strong>de</strong><br />

licenciatura em espanhol como língua estrangeira, na modalida<strong>de</strong> a<br />

distância (EaD), tendo como objetivo buscar compreen<strong>de</strong>r quem são<br />

esses ditos “novos e diferentes discentes†, como encaram seu<br />

processo <strong>de</strong> formação e como enxergam o processo <strong>de</strong> ensinoaprendizagem<br />

realizado fundamentalmente no ambiente virtual,<br />

mediado pelas Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC). Para<br />

tanto, os dados que constituem o corpus <strong>de</strong> análise da pesquisa são<br />

provenientes <strong>de</strong> entrevistas e questionários estruturados <strong>de</strong> tal modo a<br />

suscitarem a verbalização <strong>de</strong> pensamentos e opiniões dos sujeitos<br />

informantes, os quais têm sido interpretados à luz <strong>de</strong> importantes<br />

estudos referendados pela literatura acadêmica, <strong>de</strong>ntre os quais<br />

sublinhamos aqueles concernentes às crenças sobre a aprendizagem <strong>de</strong><br />

línguas, como os <strong>de</strong>senvolvidos por Barcelos (2001-2004), Barcelos &<br />

Vieira-Abra às (2006), Kalaha & Barcelos (2003), assim como os que<br />

conjugam os temas formação <strong>de</strong> professores e crenças (Barcelos 2007,<br />

2009). Esperamos que, a partir dos dados coletados e analisados, seja<br />

possível estabelecer um diálogo entre as crenças dos sujeitos da<br />

pesquisa e as teorias formais, bem como a planificação <strong>de</strong> soluções<br />

educacionais que contemplem, <strong>de</strong> forma mais satisfatória, as<br />

expectativas dos alunos da EaD em processo <strong>de</strong> formação docente.<br />

A ESCALA COMUM DE VALORES E A FORMAÇÃO DE<br />

GRUPOS DE APRENDIZAGEM NOS FÓRUNS DE UM CURSO<br />

DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE E/LE EM EAD<br />

Patricia Mussi Escobar<br />

Muitos estudos tem relacionado o fenômeno da evasão na <strong>Educação</strong> a<br />

Distância (EaD) com a pouca interação entre os participantes<br />

(FAVERO, 2006). Nos ambientes virtuais <strong>de</strong> aprendizagem há espaços<br />

461


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

que foram criados a fim <strong>de</strong> fomentar a interação, como por exemplo, os<br />

fóruns; entretanto, não são todos os indivíduos que interagem, mesmo<br />

quando os fóruns são avaliados. Abordaremos este problema segundo<br />

uma perspectiva sócio-interacionista (VYGOTSKY, 1991), pois<br />

sabemos que para que o processo <strong>de</strong> aprendizagem ocorra é<br />

fundamental que haja interação. Pesquisas realizadas sob a ótica da<br />

complexida<strong>de</strong> (MORIN, 1994) e do Caos também apontam a interação<br />

como um fator elementar para a evolução interlinguística do aprendiz <strong>de</strong><br />

línguas estrangeiras (BECKNER et al, 2007). Acreditamos que as<br />

interações nas trocas <strong>de</strong> benefício recíproco ocorrem entre indivíduos<br />

covalorizantes (PIAGET, 1973) (VETROMILLE-CASTRO, 2007),<br />

cujas ações <strong>de</strong> interesses mútuos emergem através da i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong><br />

valores recíprocos que constituem uma escala comum <strong>de</strong> valores. Nossa<br />

investigação objetiva i<strong>de</strong>ntificar e <strong>de</strong>screver as escalas comuns <strong>de</strong><br />

valores nas trocas <strong>de</strong> benefício recíproco (PIAGET, 1973) e os valores<br />

envolvidos nas ações <strong>de</strong> sustentação solidária (ESTRÁZULAS, 2004).<br />

Também temos por objetivo verificar se os grupos que se formam via<br />

co-valorização nos fóruns do AVA <strong>de</strong> formação <strong>de</strong> professores <strong>de</strong><br />

Espanhol como Língua Estrangeira - E/LE comportam-se como um<br />

sistema adaptativo complexo. Neste trabalho apresentamos o resultado<br />

parcial da pesquisa <strong>de</strong> mestrado, obtido mediante a análise <strong>de</strong>scritiva, <strong>de</strong><br />

natureza qualitativa e <strong>de</strong> interpretação etnográfica virtual (HINE, 2004)<br />

das postagens do nosso corpus.<br />

DO PAPEL AO ECRÃ: AS MEDIAÇÕES TECNOLÓGICAS NO<br />

APRENDIZADO<br />

PEDRO BARCELLOS FERREIRA<br />

João Pedro Rodrigues Santos<br />

Palavras- chave: Leitura, hipermídia, tecnologia<br />

Este artigo expõe o trabalho <strong>de</strong> pesquisa realizado em uma escola<br />

pública do município <strong>de</strong> Bagé, RS. Vivemos em uma época <strong>de</strong> intensa<br />

imagetização <strong>de</strong> conteúdos, interativida<strong>de</strong> e também hibridização tanto<br />

dos meios quanto dos usuários. Buscamos neste estudo correlacionar<br />

conceitos <strong>de</strong> hipermídia, ensino e tecnologia com dados qualitativos<br />

obtidos através <strong>de</strong> entrevistas com professores da re<strong>de</strong> pública <strong>de</strong><br />

ensino. Discutimos como se dão as leituras mediadas por ferramentas<br />

tecnológicas em ambientes digitais e <strong>de</strong> que forma há uma melhor<br />

absorção do conteúdo – narrativas hipermidiáticas, leituras em e-books–<br />

pelos estudantes, <strong>de</strong> acordo com os seus professores. Então nos<br />

462


Resumo dos Trabalhos<br />

perguntamos: como po<strong>de</strong>mos aliar o uso da tecnologia ao aprendizado?<br />

Segundo SANTAELLA (2007) “Os meios <strong>de</strong> nosso tempo estão nas<br />

tecnologias digitais, nas memórias eletrônicas, nas hibridizações dos<br />

ecossistemas com os tecnossistemas e nas absorções inextricáveis das<br />

pesquisas cientificas pela criação artística, tudo isso abrindo no artista e<br />

literato horizontes inéditos para a exploração <strong>de</strong> territórios inatos da<br />

sensorialida<strong>de</strong> e da sensibilida<strong>de</strong>.” A leitura tem papel fundamental na<br />

formação do aluno, pois, contribui para sua capacida<strong>de</strong> crítica,<br />

interpretativa e <strong>de</strong>dutiva. Estando o estudante imerso nos meios<br />

tecnológicos e nas culturas digitais, buscamos fazer uma conexão entre<br />

leitores, professores, alunos e tecnologias.<br />

OS DESAFIOS DO LETRAMENTO DIGITAL NA FORMAÇÃO<br />

DE PROFESSORES DE LINGUAGENS<br />

Valeria Iensen Bortoluzzi<br />

Adriana Macedo Nadal Maciel<br />

Palavras-chave: Letramento digital; formação docente; habilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

leitura e escrita.<br />

Em tempos <strong>de</strong> uso <strong>de</strong> Tecnologias <strong>de</strong> Informação e Comunicação para<br />

todos os fins e a todo o momento, o professor vê-se diante da<br />

necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> repensar seu papel <strong>de</strong> agente educacional para dar conta<br />

<strong>de</strong> um outro tipo <strong>de</strong> aluno, que interagem com as tecnologias <strong>de</strong> forma<br />

natural. Tendo essa necessida<strong>de</strong> em consi<strong>de</strong>ração, o curso <strong>de</strong> Letras da<br />

UNIFRA oferece uma disciplina <strong>de</strong> Estágio Curricular Supervisionado,<br />

que tem por finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver nos professores em formação o<br />

letramento digital, além <strong>de</strong> estratégias <strong>de</strong> aplicação <strong>de</strong>ssas ações <strong>de</strong><br />

letramento na escola. Com o presente trabalho, então, temos por<br />

objetivo discutir os <strong>de</strong>safios enfrentados nessa disciplina para o<br />

letramento digital e a formação docente. Em relação ao letramento<br />

digital, o maior <strong>de</strong>safio é o <strong>de</strong> fazer os alunos compreen<strong>de</strong>rem que as<br />

ferramentas digitais exigem, cada uma, um conjunto específico <strong>de</strong><br />

habilida<strong>de</strong>s (SOARES, 2002) e que é esse conjunto <strong>de</strong> habilida<strong>de</strong>s que<br />

precisa ser aprendido e não a ferramenta em si. Quanto à formação<br />

docente e sua relação com o letramento digital, o <strong>de</strong>safio é fazer os<br />

alunos utilizarem as ferramentas tecnológicas <strong>de</strong> um modo<br />

diferenciado, aproveitando o potencial <strong>de</strong> letramento <strong>de</strong> cada uma.<br />

Referência SOARES, Magda. Novas práticas <strong>de</strong> leitura e escrita:<br />

letramento na cibercultura. <strong>Educação</strong> e Socieda<strong>de</strong>. Vol. 23, n. 81,<br />

Campinas, SP: EdUNICAMP, 2002. pp 143-160.<br />

463


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

INTERAÇÃO E REDES NEURO-SOCIAIS: A COMPLEXIDADE<br />

NA APRENDIZAGEM DE LÍNGUAS COM TECNOLOGIAS<br />

DIGITAIS<br />

Rafael Vetromille-Castro<br />

É i<strong>de</strong>ia corrente e amplamente aceita na gran<strong>de</strong> área da <strong>Educação</strong> e na<br />

área específica do ensino/aprendizagem <strong>de</strong> línguas que a construção <strong>de</strong><br />

conhecimento se dá a partir da interação, seja ela interindividual e<br />

social, em consonância com o arcabouço teórico vygotskiano, seja ela<br />

<strong>de</strong>corrente do constante processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>sequilíbrio e reequilíbrio das<br />

estruturas cognitivas do indivíduo em contato com informações novas.<br />

Mesmo em áreas não diretamente ligadas à <strong>Educação</strong>, como a da<br />

Neurociência, a interação aparece como essencial quando i<strong>de</strong>ntifica-se<br />

que as ações cerebrais <strong>de</strong>correm da comunicação estabelecida entre<br />

comunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> neurônios, as chamadas re<strong>de</strong>s neurais (NICOLELIS,<br />

2011). Em um momento em que as tecnologias digitais se espalham e se<br />

renovam rapidamente, dando aos sujeitos alto po<strong>de</strong>r autoral por meio <strong>de</strong><br />

ferramentas típicas da Web 2.0 e estabelecendo contatos entre<br />

indivíduos em escala potencialmente global, tornam-se evi<strong>de</strong>ntes o<br />

caráter complexo do apren<strong>de</strong>r e a premência em compreen<strong>de</strong>r e<br />

consi<strong>de</strong>rar a influência das re<strong>de</strong>s neuro-sociais (VETROMILLE-<br />

CASTRO, 2011) no processo <strong>de</strong> aprendizagem <strong>de</strong> línguas. O presente<br />

trabalho preten<strong>de</strong> evi<strong>de</strong>nciar a Complexida<strong>de</strong> <strong>de</strong> situações educacionais<br />

– como a sala <strong>de</strong> aula – nas quais po<strong>de</strong>m ser inseridas tecnologias<br />

digitais contemporâneas, apresentar e <strong>de</strong>bater o conceito <strong>de</strong> re<strong>de</strong> neurosocial<br />

e mostrar como o contexto educacional contraria e ao mesmo<br />

tempo corrobora a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> tal re<strong>de</strong>. Serão trazidos alguns exemplos <strong>de</strong><br />

interação em re<strong>de</strong>s neuro-sociais em contextos híbridos e em ambientes<br />

virtuais <strong>de</strong> aprendizagem.<br />

FÓRUM PERMANENTE: A CONSTRUÇÃO DE SABERES<br />

COLETIVOS POR MEIO DA LINGUAGEM<br />

Raianny Lima Soares<br />

Lourena Maria Domingos Da Silva<br />

A <strong>Educação</strong> a Distância (EaD) se apresenta <strong>de</strong> modo inovador em uma<br />

socieda<strong>de</strong> habituada com sistemas tradicionais <strong>de</strong> educação. Partindo<br />

<strong>de</strong>sse pressuposto, este trabalho busca apresentar as experiências<br />

relativas à prática <strong>de</strong> escrita que os alunos da disciplina <strong>de</strong> EaD, do<br />

curso <strong>de</strong> Pedagogia FACED/UFC, <strong>de</strong>monstram durante o processo <strong>de</strong><br />

464


Resumo dos Trabalhos<br />

aprendizagem na ferramenta colaborativa Fórum Permanente (FP). Esta<br />

ferramenta oferece aos alunos a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> observar-se <strong>de</strong> modo<br />

contínuo em colocações durante toda a disciplina. As discussões são<br />

realizadas a partir do texto <strong>Educação</strong> a Distância: limites e<br />

possibilida<strong>de</strong>s (NOVA & ALVES, 2003), estabelecendo discussões<br />

inter<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes, on<strong>de</strong> a interação tem por enfoque principal a troca <strong>de</strong><br />

experiências e a construção <strong>de</strong> um saber coletivo. Alguns estudos já<br />

feitos sobre esta interação (LOPES ET ALLI, 2011; ALMEIDA, 2003;<br />

ARAÚJO, 2011), evi<strong>de</strong>nciam como ativida<strong>de</strong>s que incitem habilida<strong>de</strong>s<br />

argumentativas, colaboram para uma visão crítica <strong>de</strong> temáticas<br />

posteriormente abordadas, caracterizando um fazer-rever-refazer<br />

contínuo. Os dados foram obtidos a partir <strong>de</strong> interações entre os alunos,<br />

seguidos <strong>de</strong> análises das discussões ocorridas no FP. Os resultados<br />

apontam para a ampliação dos saberes adquiridos. Os alunos<br />

conseguiram estabelecer relações entre as temáticas apontadas,<br />

vivências da prática cotidiana e <strong>de</strong>bates presentes em outras disciplinas<br />

do curso, caracterizando trocas <strong>de</strong> saberes que incitam a<br />

interdisciplinarida<strong>de</strong> na disciplina <strong>de</strong> EaD. O FP tornou-se, portanto,<br />

uma ferramenta que transcen<strong>de</strong> as discussões da disciplina, valorizando<br />

aspectos como autonomia intelectual e construção coletiva do<br />

conhecimento.<br />

O ESPALHAMENTO DA VIOLÊNCIA EM CONVERSAÇÕES<br />

NO FACEBOOK E SEU IMPACTO NO COTIDIANO DOS<br />

ATORES SOCIAIS<br />

Raquel Da Cunha Recuero<br />

No dia 08 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 2012, em Pelotas/RS, um jornal local noticiou o<br />

incêndio criminoso da casa <strong>de</strong> uma suspeita <strong>de</strong> maltratar crianças . O<br />

relato do caso, bem como o en<strong>de</strong>reço da suspeita e uma foto da<br />

residência, tinham circulado nos dias anteriores <strong>de</strong>ntro do Facebook,<br />

gerando inflamadas falas <strong>de</strong> revolta e ameaças à família da mulher.<br />

Algumas semanas <strong>de</strong>pois, no mesmo espaço, circulou uma mensagem<br />

"engraçada" que, através <strong>de</strong> uma história em quadrinhos, explicitava as<br />

vantagens <strong>de</strong> se ter uma namorada "baixinha", entre elas, a facilida<strong>de</strong><br />

em jogar a moça pela janela. Poucos dias <strong>de</strong>pois ainda, outra mensagem<br />

com gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> reproduções foi a <strong>de</strong> um índio, on<strong>de</strong> lia-se "Feliz<br />

dia do índio para você, que fala 'para MIM fazer'". Em todos os casos<br />

acima, temos evi<strong>de</strong>ntes sinais <strong>de</strong> discursos violentos e agressivos.<br />

Ainda que, muitas vezes sob a forma <strong>de</strong> "piadas", tais mensagens são<br />

intensamente reproduzidas, espalhadas, "curtidas " e reproduzidas<br />

465


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

<strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> diferentes grupos. Trata-se da reprodução do ódio e da<br />

violência através da conversação mediada pelo computador. Tal<br />

fenômeno, que <strong>de</strong>ixa implícito ou explícito o preconceito, a intolerância<br />

e o ódio com relação a todo o tipo <strong>de</strong> comportamento ou grupo social<br />

parece ser cada vez mais comum em sites <strong>de</strong> re<strong>de</strong> social e,<br />

especialmente, no Facebook. Coisas que, muitas vezes não seriam ditas<br />

no espaço offline passam a ser propagadas nas re<strong>de</strong>s sociais online. E é<br />

sobre esse fenômeno que este trabalho ocupa-se e que esta proposta<br />

busca o foco. Queremos, assim, compreen<strong>de</strong>r por quê e como o discurso<br />

da violência e do ódio são propagados em re<strong>de</strong>s sociais online, <strong>de</strong> um<br />

modo particular, nas conversações e práticas sociais estabelecidas<br />

através do Facebook. O espaço da mediação do computador é um<br />

espaço catártico, on<strong>de</strong> a violência mimética espalha-se na conversação<br />

entre os atores. A partir <strong>de</strong>sta discussão, analisa-se como ações básicas,<br />

como "curtidas", "compartilhamentos" e "comentários", enquanto ações<br />

conversacionais, são também modos <strong>de</strong> espalhamento da violência e<br />

discutimos brevemente os impactos <strong>de</strong>sses discursos nos atores sociais.<br />

APRENDIZADO E APROPRIAÇÕES EM SOCIAL NETWORK<br />

GAMES<br />

Rebeca Recuero Rebs<br />

Os social network games (SNG) são modalida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> jogos casuais ou<br />

seja, possuem regras simples, com baixto tempo <strong>de</strong> <strong>de</strong>dicação e fácil<br />

recompensa aos seus jogadores. Esta modalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> games<br />

<strong>de</strong>senvolveu-se pelo suporte dos sites <strong>de</strong> re<strong>de</strong>s sociais que oferecem<br />

uma nova plataforma <strong>de</strong> interação para os seus participantes. No<br />

entanto, ao ter contado com estes games, o jogador se vê em um<br />

ambiente repleto <strong>de</strong> regras, limites e possibilida<strong>de</strong>s que exigem um<br />

aprendizado a fim <strong>de</strong> dar continuida<strong>de</strong> ao jogo. Além do contato<br />

multicultural e as experiências oferecidas pelos SNG, a bagagem <strong>de</strong><br />

conhecimentos individuais implicará em formas diferenciadas <strong>de</strong><br />

entendimento e utilização dos elementos do jogo. Assim, os jogadores<br />

apropriam-se do SNG, modificando-o conforme suas necessida<strong>de</strong>s.<br />

Então, parte-se <strong>de</strong> uma observação participante por três meses em três<br />

SNG (Pionner Trail, Angry Birds e Sim City Social). Posteriormente,<br />

realizou-se entrevistas com três participantes <strong>de</strong>stes jogos a fim <strong>de</strong><br />

adquirir informações que indiquem traços ou esforços <strong>de</strong> aprendizado<br />

por meio <strong>de</strong> apropriações realizadas nestes SNG. Com isso, observouse<br />

que os SNG apontam para mais um espaço tecnológico que estimula<br />

466


Resumo dos Trabalhos<br />

a reflexão, necessitando <strong>de</strong> certo esforço <strong>de</strong> aprendizagem (não apenas<br />

para enten<strong>de</strong>r, mas também para a evolução no game) especialmente<br />

por parte do jogador que tem os primeiros contatos com a plataforma. É<br />

necessário apren<strong>de</strong>r novas formas <strong>de</strong> linguagens muitas vezes oriundas<br />

<strong>de</strong> apropriações sociais, como simbologias, outra língua e até mesmo a<br />

criação <strong>de</strong> novos signos. Estas ações parecem indicar mais uma forma<br />

<strong>de</strong> manifestação cultural oriunda do contato com as tecnologias,<br />

caracterizando mais uma ambiente virtual e <strong>de</strong> entretenimento capaz <strong>de</strong><br />

produzir aprendizagem.<br />

O BLOG DE DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA: UMA ABORDAGEM<br />

INTERDISCIPLINAR<br />

Rejane Ricardo Ferreira<br />

As iniciativas <strong>de</strong> divulgação científica presentes em blogs apresentam<br />

assuntos ligados à ciência com imagens e recursos que instigam o<br />

internauta a uma nova leitura. E, ao mesmo tempo, o uso, por eles, <strong>de</strong><br />

uma linguagem <strong>de</strong> fácil compreensão, característico da divulgação<br />

científica, agiliza e facilita o entendimento da informação por parte do<br />

leitor. Esta dissertação <strong>de</strong> mestrado tem como objetivo compreen<strong>de</strong>r<br />

como os blogs <strong>de</strong> revistas científicas se organizam e em que medida<br />

contribuem para o processo <strong>de</strong> divulgação da ciência para a socieda<strong>de</strong><br />

em geral. Realizou-se um estudo comparativo <strong>de</strong> três blogs <strong>de</strong><br />

divulgação científica que estão nos sites das revistas: Ciência Hoje,<br />

Mente e Cérebro e Scientific American Brasil. Foram observados<br />

aspectos relacionados à organização das informações e as diferentes<br />

estratégias discursivas empregadas pelos enunciadores com o intuito <strong>de</strong><br />

suscitar maior interesse pela leitura por parte dos internautas. Para a<br />

fundamentação teórica, empregamos a teoria Semiolinguística, que<br />

sustenta a noção <strong>de</strong> contrato <strong>de</strong> midiatização científica proposto por<br />

Charau<strong>de</strong>au (2008) e estudos <strong>de</strong> Adam e Lugrin (2000) sobre<br />

hiperestrutura. Além disso, usamos as categorizações sugeridas por<br />

Primo (2011) acerca do termo Interativida<strong>de</strong> e as consi<strong>de</strong>rações<br />

propostas por Xavier (2009) que abordam a noção <strong>de</strong> Hipertexto, pois<br />

levamos em conta que os blogs possuem características pertinentes ao<br />

webjornalismo.<br />

467


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

HASHTAG NA SALA DE AULA<br />

Renan Cardozo Gomes Da Silva<br />

Otávio Botelho Rosa<br />

Palavras-chave: Twitter; hashtag; ensino.<br />

Os professores, diariamente, enfrentam o <strong>de</strong>safio <strong>de</strong> inserir as novas<br />

tecnologias nas salas <strong>de</strong> aula e como as re<strong>de</strong>s sociais fazem parte da<br />

vida das pessoas, porque não juntar este meio aos conteúdos das salas<br />

<strong>de</strong> aula? Com o auxilio do twitter po<strong>de</strong>-se lançar aos alunos ativida<strong>de</strong>s<br />

a distância ou extracurriculares, assim professores e alunos po<strong>de</strong>m<br />

discutir diferentes assuntos <strong>de</strong>ntro e fora das salas <strong>de</strong> aula po<strong>de</strong>ndo ter a<br />

opinião <strong>de</strong> diversas pessoas. Este trabalho tem por objetivo mostrar<br />

como utilizar uma das funcionalida<strong>de</strong>s do twitter chamada hashtag. A<br />

hashtag po<strong>de</strong> ser utilizada para transmitir o tweet a um grupo específico<br />

<strong>de</strong> pessoas ou para <strong>de</strong>limitar o assunto que se está sendo postado,<br />

criando uma maior interação não só dos alunos que vão participar <strong>de</strong>sta<br />

ativida<strong>de</strong>, mas <strong>de</strong> pessoas que se interessam pelo assunto po<strong>de</strong>ndo<br />

postar sugestões. Com o auxilio das hashtags os professores junto com<br />

os alunos po<strong>de</strong>m criar um tema que po<strong>de</strong> ser abordado durante o<br />

semestre ou por <strong>de</strong>terminado tempo, com isso eles po<strong>de</strong>m promovê-la e<br />

pedindo sugestões, lançando problemáticas e dúvidas para especialistas<br />

na área abordada, por exemplo, os alunos <strong>de</strong>ci<strong>de</strong>m falar <strong>de</strong> tecnologia<br />

criando a hashtag #TICs. Os aprendizes po<strong>de</strong>m pesquisar e postar<br />

artigos, fazer comentários <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o surgimento das tecnologias até os<br />

dias <strong>de</strong> hoje, convidando pessoas da área para fazer parte <strong>de</strong>ssa<br />

discussão.<br />

SITES DE REDES SOCIAIS COMO POSSIBILIDADE DE<br />

PESQUISA EM EDUCAÇÃO<br />

Rodrigo Inacio De Castro<br />

Rosária Iigenfritz Sperotto<br />

Trata-se <strong>de</strong> um experimento para futura proposta metodológica <strong>de</strong><br />

pesquisa, fundamentando-se na necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> indagar os<br />

comportamentos contemporâneos e sociabilida<strong>de</strong>s mediadas pelos Sites<br />

<strong>de</strong> Re<strong>de</strong> Sociais (SRS). O trabalho explora como recurso investigativo<br />

o compartilhamento <strong>de</strong> posts no estilo viral. Utiliza- se também <strong>de</strong> um<br />

formulário online criado na plataforma Google Docs<br />

(docs.google.com). O compartilhamento <strong>de</strong> posts é um hábito que<br />

ganhou notorieda<strong>de</strong> com o Facebook (www.facebook.com),<br />

468


Resumo dos Trabalhos<br />

caracterizando-se como correntes <strong>de</strong> postagens que se propagam <strong>de</strong><br />

perfil em perfil. Os sujeitos pesquisados são jovens do ensino médio e o<br />

tema das questões foi a utilização <strong>de</strong> SRS no ensino. O questionário,<br />

construído na plataforma Google Docs, foi passado para sete sujeitos<br />

com o intuito <strong>de</strong> que os mesmo respon<strong>de</strong>ssem e passassem adiante.<br />

Essa etapa durou quatro dias (fase controle do experimento). No quinto<br />

dia criou-se o post com o link (questionário), foi publicado no Feed do<br />

Facebook e dado início a outra fase da pesquisa (pós-<br />

compartilhamento). No total foram <strong>de</strong>z dias <strong>de</strong> experimentação<br />

(pré/pós- compartilhamento). Ao final <strong>de</strong> cada dia foi tabulado o<br />

número <strong>de</strong> questionários enviados para o sistema do Google Docs e<br />

compartilhamentos no Facebook. Ao longo dos <strong>de</strong>z dias <strong>de</strong> investigação<br />

evi<strong>de</strong>nciou-se a participação e interesse dos indivíduos que<br />

compartilharam o post. Nossa publicação viralizou, ou seja, propagouse<br />

através do SRS. A proposta metodológica foi efetiva quanto ao<br />

manuseio <strong>de</strong> dados e contemplou comportamentos sociais<br />

contemporâneos <strong>de</strong>scritos na cibercultura. Com a mudança no fluxo e<br />

nos modos como a informação permeia a socieda<strong>de</strong> se faz necessário<br />

repensar nossas metodologias <strong>de</strong> pesquisa em <strong>Educação</strong>.<br />

ESPETACULARIZANDO A VIDA NOS SITES DE REDES<br />

SOCIAIS<br />

Rosária Ilgenfritz Sperotto<br />

O modo como nos relacionamos em nosso dia a dia está sendo alterado.<br />

Há uma nova reconfiguração dos espaços sociais, experimentamos<br />

interações que eram “inimagináveis há décadas passadas”. Des<strong>de</strong> os<br />

anos 50 têm-se observado a introdução <strong>de</strong> uma série <strong>de</strong> elementos<br />

tecnológicos no cotidiano das pessoas, introduzindo novas formas <strong>de</strong><br />

interação, <strong>de</strong> comunicação, <strong>de</strong> sociabilida<strong>de</strong>s. Muitas das ações,<br />

conversas, buscas <strong>de</strong> informações acontecem no campo virtual.<br />

Passamos muitas horas <strong>de</strong> nossas vidas na internet. Estar na internet<br />

passou a ser consi<strong>de</strong>rado um lugar <strong>de</strong> convivência, um exemplo disto<br />

são os Sites <strong>de</strong> Re<strong>de</strong>s Sociais - lugares para on<strong>de</strong> as pessoas vão,<br />

espaços não “físicos”, mas “virtuais” e o virtual é real. Nestes lugares,<br />

as imagens, os ditos e os escritos passam a ser exibidos <strong>de</strong> modo a<br />

espetacularizar a vida. Não há limites entre o que é público e o que é<br />

privado. Os discursos e as práticas que governam a existência<br />

produzem estados <strong>de</strong> euforia e mal estar. Há a produção <strong>de</strong> uma<br />

sensação <strong>de</strong> permanente aventura, felicida<strong>de</strong>, grandiosida<strong>de</strong> e ousadia.<br />

469


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

O espetáculo é a aparência que dá sentido a vida. Estar conectado na<br />

internet, em um Site <strong>de</strong> Re<strong>de</strong> Social, significa estar presente em algum<br />

lugar, estar à vista dos outros, povoado <strong>de</strong> amigos e ao mesmo tempo<br />

só. Quais práticas <strong>de</strong> sociabilida<strong>de</strong> estão sendo produzidas nos Sites<br />

<strong>de</strong> Re<strong>de</strong>s Sociais? Quais seriam os <strong>de</strong>safios para as instituições <strong>de</strong><br />

ensino? Como apren<strong>de</strong>mos e produzimos conhecimentos? Como<br />

estamos sendo governados? Quais práticas estão constituindo as<br />

subjetivida<strong>de</strong>s contemporâneas? Nosso <strong>de</strong>safio será o <strong>de</strong><br />

problematizar como estamos sendo no presente e como estamos nos<br />

constituindo, espetacularizando a vida que se engendra nos Sites <strong>de</strong><br />

Re<strong>de</strong>s Sociais.<br />

INGLÊS E INFORMÁTICA ALIADOS AO<br />

DESENVOLVIMENTO SOCIOCULTURAL DE ALUNOS DE<br />

ESCOLA PÚBLICA EM SITUAÇÃO DE VULNERABILIDADE<br />

Sabrina Hax Duro Rosa<br />

Onorato Jonas Fagherazzi<br />

A inserção <strong>de</strong> alunos <strong>de</strong> escola pública no mundo on<strong>de</strong> a comunicação e<br />

a tecnologia impulsionam o <strong>de</strong>senvolvimento intelectual, social e<br />

emocional do ser humano <strong>de</strong>veria ser refletida. Acreditamos que o<br />

aprendizado da língua inglesa e do uso da tecnologia informática leva a<br />

um aumento da auto-estima do sujeito por ele po<strong>de</strong>r interagir e<br />

modificar o seu meio <strong>de</strong> forma consciente e produtiva. A globalização<br />

fez da comunicação um aspecto essencial, portanto aqueles que<br />

dominam uma segunda língua, bem como o uso <strong>de</strong> tecnologias para a<br />

comunicação telemática têm mais oportunida<strong>de</strong>s e esses são, em geral,<br />

os sujeitos que po<strong>de</strong>m custear seus estudos num curso <strong>de</strong> idiomas ou <strong>de</strong><br />

informática, ou têm influência sociocultural <strong>de</strong> casa sobre o uso do<br />

computador e suas ferramentas. Este trabalho visa apresentar a pesquisa<br />

que está sendo <strong>de</strong>senvolvida no IFRS – Câmpus Rio Gran<strong>de</strong>, na qual<br />

analisa como ocorre o <strong>de</strong>senvolvimento sociocultural <strong>de</strong> alunos da<br />

escola pública que vivem em situação <strong>de</strong> risco, ao frequentarem um<br />

curso <strong>de</strong> extensão <strong>de</strong> Língua Inglesa e <strong>de</strong> Informática. Apresentamos,<br />

também, qual a percepção <strong>de</strong>sses alunos quanto ao seu próprio<br />

<strong>de</strong>senvolvimento sociocultural a partir <strong>de</strong> sua participação no curso,<br />

bem como a percepção <strong>de</strong> seus familiares ou responsáveis sobre seu<br />

<strong>de</strong>senvolvimento. A partir dos dados coletados, analisados e discutidos,<br />

po<strong>de</strong>mos refletir sobre a influência do aprendizado <strong>de</strong> língua Inglesa e<br />

<strong>de</strong> Informática no <strong>de</strong>senvolvimento dos alunos que estão em situação <strong>de</strong><br />

470


Resumo dos Trabalhos<br />

vulnerabilida<strong>de</strong> social e sua inserção como cidadãos no mundo<br />

globalizado.<br />

ESTRATÉGIAS DE LEITURA APLICADAS AO CIBERESPAÇO<br />

Santiago Bretanha Freitas<br />

Vanessa Doumid Damasceno (Orientadora)<br />

Palavras-chave: Ciberespaço; Estratégias <strong>de</strong> Leitura; Gênero Textual.<br />

Em momento <strong>de</strong> crescente avanço do uso dos meios digitais, surgem<br />

novas preocupações e novas perspectivas acerca dos processos <strong>de</strong><br />

leitura e cognição, bem como uma ampliação ou um novo<br />

direcionamento do uso das estratégias <strong>de</strong> leitura (SOLÉ, 1998) no<br />

processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>codificação e compreensão leitora, <strong>de</strong> reestruturação e<br />

das relações semântico-sintático-pragmáticas. Neste contexto,<br />

<strong>de</strong>spontam à nossa disposição meios favoráveis na formação do “leitor<br />

proficiente” tão almejado, bem como se faz mister adaptar estas<br />

ferramentas ao seu gosto já que a aceitabilida<strong>de</strong> e a intencionalida<strong>de</strong><br />

são fatores <strong>de</strong>cisivos para uma boa interpretação. Um <strong>de</strong>stes meios a<br />

ser utilizado é a i<strong>de</strong>ntificação do gênero textual ao qual o texto se<br />

vincula o que possibilita uma melhor <strong>de</strong>preensão dos sentidos, e com<br />

maior eficiência fazer a sua localização. A proposta <strong>de</strong>ste trabalho é<br />

através <strong>de</strong> uma pesquisa bibliográfica <strong>de</strong> aporte teórico baseado na<br />

leitura cognitivista <strong>de</strong> Isabel Solé evi<strong>de</strong>nciar a eficiência das estratégias<br />

<strong>de</strong> leitura aplicadas ao ciberespaço, as transformações que estas causam<br />

nos gêneros textuais e a sua influência no processo <strong>de</strong> angariamentos <strong>de</strong><br />

informações que um texto permite.<br />

OBJETOS DE APRENDIZAGEM: FOCO NA LINGUAGEM<br />

ESCRITA<br />

Simone Carboni Garcia<br />

No contexto escolar, o uso <strong>de</strong> objetos <strong>de</strong> aprendizagem (OAs),<br />

entendidos como recursos pedagógicos digitais para o ensino mediado<br />

por computador, vem aos poucos ganhando espaço no processo <strong>de</strong><br />

ensino e <strong>de</strong> aprendizagem. A elaboração <strong>de</strong> OAs que contemplem além<br />

do conteúdo pedagógico, ativida<strong>de</strong>s que estimulem a escrita, fazem<br />

<strong>de</strong>sses novos recursos didáticos, importantes ferramentas para o<br />

professor avaliar o <strong>de</strong>senvolvimento dos estudantes. Na concepção<br />

vygotskyana, a linguagem escrita po<strong>de</strong> ser compreendida como<br />

471


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

relevante ferramenta no <strong>de</strong>senvolvimento do indivíduo, possibilitando a<br />

expressão e a organização do pensamento. Conforme Vygotsky (2001),<br />

a escrita é uma forma <strong>de</strong> linguagem complexa, <strong>de</strong>mandando, em relação<br />

à linguagem oralizada, um trabalho intelectual mais elaborado,<br />

principalmente pela necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma dupla abstração, evi<strong>de</strong>nciada<br />

na falta do elemento sonoro e do interlocutor. Com base no exposto, o<br />

objetivo <strong>de</strong>sse trabalho é apresentar a experiência da autora na<br />

elaboração e na avaliação <strong>de</strong> um OA <strong>de</strong>stinado ao ensino da língua<br />

portuguesa, que contempla, além <strong>de</strong> espaços <strong>de</strong>stinados à apresentação<br />

do conteúdo, outros espaços para o aluno <strong>de</strong>monstrar o aprendizado por<br />

meio da escrita, porque fazer o aluno escrever mobiliza diversos<br />

processos mentais, comumente não utilizados, por exemplo, na fala.<br />

OS RECURSOS TECNOLÓGICOS DA INTERNET E O ENSINO<br />

DE ESPANHOL COMO LÍNGUA ESTRANGEIRA (E/LE)<br />

Suelen Ferreira Haygert<br />

Maria Tereza Nunes Marchesan<br />

É fato que a Internet foi a maior revolução no mundo da comunicação<br />

como nada antes visto, isso ocorre por tratar-se <strong>de</strong> um mecanismo<br />

infinito <strong>de</strong> disseminação <strong>de</strong> informação que possibilita a colaboração,<br />

cooperação e a interação entre seus usuários, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente <strong>de</strong> sua<br />

localização geográfica. Este meio tecnológico gerou mudanças<br />

significativas no que se refere ao ensino <strong>de</strong> línguas no Brasil. A partir<br />

dos anos 90 a Re<strong>de</strong> Mundial <strong>de</strong> Computadores (Internet) teve seu acesso<br />

liberado para instituições educacionais, fundações <strong>de</strong> pesquisa e órgãos<br />

governamentais. Diferentemente <strong>de</strong> outros meios tecnológicos<br />

utilizados no processo <strong>de</strong> ensino e aprendizagem, a Internet vem se<br />

<strong>de</strong>senvolvendo com uma surpreen<strong>de</strong>nte rapi<strong>de</strong>z. Por esse motivo,<br />

pensar em um professor <strong>de</strong> E/LE do século XXI é pensar em um<br />

profissional mais consciente e mais crítico sobre os seus atos e que<br />

consiga acompanhar as transformações sociais, bem como a evolução<br />

dinâmica e constante das Tecnologias da Informação e da Comunicação<br />

(TICs). Porém, percebe-se, atualmente, um <strong>de</strong>spreparo <strong>de</strong>sses<br />

educadores no que se refere à exploração das potencialida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>sse<br />

meio tecnológico. Nesse sentido, preten<strong>de</strong>u-se, a partir da construção <strong>de</strong><br />

um panorama tecnológico do ensino <strong>de</strong> E/LE no Brasil, discutir as<br />

ina<strong>de</strong>quações educacionais na utilização da Internet e <strong>de</strong> seus recursos,<br />

bem como apresentar perspectivas <strong>de</strong> potencialização do uso da Re<strong>de</strong><br />

Mundial <strong>de</strong> Computadores (Internet) e <strong>de</strong> suas ferramentas.<br />

472


Resumo dos Trabalhos<br />

AMPLIAÇÃO DA PRESENÇA ONLINE DE FUTUROS<br />

PROFESSORES: UMA PROPOSTA DE APRENDIZAGEM<br />

COLABORATIVA<br />

Suely Lenore Caputo Aymone<br />

Palavras-chave: Professores; Tecnologia; Aprendizagem.<br />

Entre os recursos para <strong>de</strong>senvolver habilida<strong>de</strong>s e conteúdos, cada vez<br />

mais, estão presentes nas escolas as novas tecnologias que propiciam a<br />

aprendizagem mediada pela web. Para o uso <strong>de</strong>ssas tecnologias, é<br />

importante que os alunos do Curso Normal em nível médio conheçam<br />

não só o funcionamento das mesmas, mas vislumbrem possibilida<strong>de</strong>s<br />

pedagógicas, a fim <strong>de</strong> integrá-las aos processos <strong>de</strong> aprendizagem.<br />

Consi<strong>de</strong>rando, ainda, o fato <strong>de</strong>sses alunos já participarem <strong>de</strong> re<strong>de</strong>s<br />

sociais online com vistas ao entretenimento, é <strong>de</strong>senvolvido um Projeto<br />

que busca a ampliação da presença online <strong>de</strong>sses futuros professores,<br />

usando interfaces que permitem a construção do conhecimento <strong>de</strong> forma<br />

colaborativa, a reflexão sobre a prática, a qualificação da pesquisa, a<br />

busca pela autoria, com autonomia, criativida<strong>de</strong> e criticida<strong>de</strong>. O projeto,<br />

<strong>de</strong> que participam 50 alunos e a professora mediadora, é baseado nos<br />

princípios do construtivismo, da pedagogia freireana e na aprendizagem<br />

colaborativa. A presença do grupo na internet, através <strong>de</strong> interfaces que<br />

reportam ao apren<strong>de</strong>r fazendo, apren<strong>de</strong>r interagindo, apren<strong>de</strong>r buscando<br />

e apren<strong>de</strong>r compartilhando, se dá em blogs - Espichando a Conversa<br />

(<strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2009) e Língua e Literatura no Curso Normal (criado em 2012);<br />

no GSites; no GDocs e no grupo Curso Normal - Elisa Valls (<strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

2011), no Facebook. Essas experiências partem das aulas <strong>de</strong> didática da<br />

linguagem, literatura infantil e língua portuguesa. Além disso, essas<br />

práticas se espalharam pela escola – foram criados o Elisa em re<strong>de</strong>, blog<br />

da escola e o Cultura Jovem: o jornal do Elisa.<br />

DO DISCURSO À PRÁTICA: ANÁLISE DE PESQUISAS SOBRE<br />

O ENSINO DE INGLÊS MEDIADO POR COMPUTADOR<br />

Susana Cristina Dos Reis<br />

Pesquisas na área <strong>de</strong> ensino e aprendizagem <strong>de</strong> línguas mediados por<br />

computador têm discutido a necessida<strong>de</strong> do estabelecimento da agenda<br />

<strong>de</strong> pesquisa nessa área. Devido a isso, algumas pesquisas têm<br />

centralizado na análise <strong>de</strong> relatos <strong>de</strong> pesquisas para i<strong>de</strong>ntificar os<br />

objetivos dos estudos, as metodologias e os temas <strong>de</strong>ninteresse nessa<br />

área <strong>de</strong> investigação com vistas a i<strong>de</strong>ntificar o estado da arte. Usando a<br />

473


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

metodologia <strong>de</strong> pesquisa <strong>de</strong> síntese, este trabalho <strong>de</strong>screve a prática <strong>de</strong><br />

pesquisa em Computer Assisted Language Learning (CALL) e os<br />

discursos que emergem <strong>de</strong>ssa área <strong>de</strong> investigação com relação ao que<br />

os pesquisadores <strong>de</strong>ssa área concebem por linguagem e pelos processos<br />

<strong>de</strong> ensino e aprendizagem <strong>de</strong> inglês como língua estrangeira. Para tanto,<br />

coletei 123 relatos <strong>de</strong> pesquisa em periódicos internacionais específicos<br />

da área e 14 relatos em periódicos brasileiros sobre a temática <strong>de</strong> ensino<br />

<strong>de</strong> inglês mediado por computador, os quais foram publicados entre os<br />

anos <strong>de</strong> 2005 a 2009. Na análise textual, analisei o conteúdo dos artigos<br />

acadêmicos selecionados, a metodologia e os resultados. Em seguida,<br />

elaborei entrevistas via correio eletrônico com os autores dos artigos,<br />

para confirmar ou refutar dados obtidos na análise textual. A análise<br />

textual e contextual está ancorada teoricamente pela Análise <strong>de</strong> Gêneros<br />

e pela Análise Crítica do Discurso,nas quais ajudaram a <strong>de</strong>screver os<br />

procedimentos teórico-metodológicos adotados nessa área <strong>de</strong><br />

investigação. Os resultados sugerem uma área orientada pela<br />

investigação <strong>de</strong> quatro eixos temáticos, os quais são: a linguagem, os<br />

participantes, as tecnologias e a pedagogia online. Os discursos <strong>de</strong><br />

investigação em CALL sugerem a existência <strong>de</strong> uma área com interesse<br />

na análise <strong>de</strong> práticas tais como ensinar, ler e escrever, falar e se<br />

comunicar virtualmente, que são realizadas na Internet. Porém, o<br />

discurso predominante sobre linguagem nas pesquisas é como um<br />

fenômeno cognitivo e social. A <strong>de</strong>scrição da Agenda <strong>de</strong> Pesquisa<br />

sugerida nesta tese <strong>de</strong>screve os temas principais investigados na área <strong>de</strong><br />

CALL, as práticas sociais e discursivas realizáveis no ciberespaço e<br />

exemplos <strong>de</strong> pesquisas orientadas por diferentes concepções <strong>de</strong><br />

linguagem.<br />

OS MODELOS PEDAGÓGICOS E A EDUCAÇÃO PELA<br />

PESQUISA APOAIDA PELAS TECNOLOGIAS DE<br />

INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO<br />

Taís Feijó Viana<br />

Carolina Mendonça Fernan<strong>de</strong>s De Barros<br />

O trabalho tem como objetivo fazer um breve histórico sobre as<br />

diferentes tendências pedagógicas da educação no Brasil e <strong>de</strong>bater uma<br />

relação entre esses mo<strong>de</strong>los e a busca da formação do conhecimento<br />

através da pesquisa apoiada pelas tecnologias da informação e<br />

comunicação (TICs). Este estudo parte dos mo<strong>de</strong>los tradicionais e<br />

tecnicistas, passando pela pedagogia crítica que consistia no<br />

questionamento aos mo<strong>de</strong>los existente, indo até os dias atuais,<br />

474


Resumo dos Trabalhos<br />

mostrando os avanços e as reflexões sobre os novos mo<strong>de</strong>los. Nos<br />

paradigmas tradicionais o estudante não era visto como um ator no<br />

processo <strong>de</strong> construção do conhecimento e sim um receptor do<br />

conhecimento repassado pelo professor, on<strong>de</strong> o conhecimento não era<br />

baseado na preocupação com a formação <strong>de</strong> um ser humano crítico e<br />

capacitado a promover o conhecimento inovador e permanentemente<br />

renovado. Logo, o professor reflexivo (atual) é o que mais se apropria<br />

do conceito <strong>de</strong> formação do conhecimento pela pesquisa, pois consegue<br />

flexibilizar o modo <strong>de</strong> ensinar, gerando variações que aproximam o<br />

estudante à escola e fomentam a capacida<strong>de</strong> crítica e a construção do<br />

conhecimento. É nesse contexto, associado ao <strong>de</strong>senvolvimento das<br />

TIC’s, que o professor sente a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> inserir no ambiente<br />

escolar o uso das mídias como recurso pedagógico. Desse modo, este<br />

trabalho encontra-se no estágio <strong>de</strong> avaliação do uso <strong>de</strong> um blog em uma<br />

disciplina do Ensino Técnico <strong>de</strong> Edificações e preten<strong>de</strong> <strong>de</strong>monstrar as<br />

dificulda<strong>de</strong>s e potenciais na apropriação <strong>de</strong>ssa ferramenta. Enten<strong>de</strong>-se<br />

que os usos da pesquisa apoiada as ferramentas tecnológicas atuam<br />

positivamente sobre o processo educativo, on<strong>de</strong> <strong>de</strong>ve-se construir<br />

habilida<strong>de</strong>s no estudante que correspondam às <strong>de</strong>mandas do mundo <strong>de</strong><br />

hoje.<br />

O MÉTODO DE FREINET NA REALIDADE TECNOLÓGICA<br />

Tamires Gue<strong>de</strong>s Dos Santos<br />

O método <strong>de</strong> Freinet enfoca no aluno como sujeito e pressupõe um<br />

processo <strong>de</strong> ensino-aprendizagem colaborativo. Este po<strong>de</strong> ser facilitado<br />

pela utilização das tecnologias <strong>de</strong>ntro e fora da sala <strong>de</strong> aula, formando<br />

alunos-pesquisadores. O papel do professor <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>ste método é <strong>de</strong><br />

estimular os alunos e colaborar com eles, sendo <strong>de</strong>sta forma um<br />

auxiliador do processo <strong>de</strong> ensino-aprendizagem. O trabalho preten<strong>de</strong><br />

expor como funciona o método Freinet, suas diferenças comparadas ao<br />

Ensino tradicional, bem como como é possível colocá-lo na prática<br />

utilizando as tecnologias como parte <strong>de</strong> um aprendizado significativo e<br />

ativo.<br />

475


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

O VÍDEO COMO MEDIADOR DE CONTEÚDO NA<br />

APRENDIZAGEM DA LÍNGUA ESTRANGEIRA<br />

Teresa Cristina Da Silva Marins<br />

O objetivo <strong>de</strong>ste projeto é fazer uma análise <strong>de</strong> como se <strong>de</strong>senvolve o<br />

processo <strong>de</strong> mediação entre alunos e professores no uso das Tecnologias<br />

<strong>de</strong> Informação e Comunicação (TICs) para o ensino e aprendizagem da<br />

língua, materna e principalmente a estrangeira. Usa-se como base<br />

teórica a Teoria da Ativida<strong>de</strong>, que vê o sujeito como culturalmente<br />

construído pela sua interação com o outro, através dos artefatos<br />

culturais, que funcionam como instrumentos <strong>de</strong> mediação, mais<br />

especificamente os recursos audiovisuais que po<strong>de</strong>m ser eficazes para o<br />

aprendizado em sala <strong>de</strong> aula. Tentaremos explorar o ensino <strong>de</strong> línguas<br />

sobre esse aspecto, analisando como os alunos recebem e processam<br />

esse tipo <strong>de</strong> informação. Para que essa interação produza os objetivos<br />

almejados, é necessário que os sujeitos <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>terminada<br />

comunida<strong>de</strong>, real ou virtual, sejam estimulados pelos instrumentos<br />

utilizados em sala <strong>de</strong> aula. Verificar como os alunos se comportam<br />

diante da introdução <strong>de</strong> outras mídias em sala <strong>de</strong> aula, é o foco <strong>de</strong>ste<br />

trabalho. Preten<strong>de</strong>-se investigar quais as influências e interferências que<br />

os recursos audiovisuais po<strong>de</strong>m causar no ambiente <strong>de</strong> aprendizagem<br />

presencial. A metodologia usada consta <strong>de</strong> um levantamento <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>poimentos disponíveis na internet, em teses <strong>de</strong> doutorado na área e<br />

observação em sala <strong>de</strong> aula. Os resultados preliminares sugerem que o<br />

ví<strong>de</strong>o po<strong>de</strong> produzir bons resultados no ensino e aprendizagem <strong>de</strong><br />

línguas quando usado não apenas <strong>de</strong> modo receptivo, mas também<br />

produtivo, levando o aluno não só a compreen<strong>de</strong>r a língua mas também<br />

a produzir sentidos com recursos a<strong>de</strong>quados a sua ida<strong>de</strong>.<br />

A LEITURA DE MACHADO DE ASSIS NO CIBERESPAÇO<br />

Vanessa David Acosta<br />

Vanessa Doumid Damasceno (Orientadora)<br />

Palavras-chave: Leitura; Ciberespaço; Machado <strong>de</strong> Assis.<br />

A leitura é <strong>de</strong> fundamental importância na vida dos alunos (KLEIMAN,<br />

2008; FREIRE 2008). A necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> estar familiarizado com a<br />

leitura traz um imenso leque <strong>de</strong> possibilida<strong>de</strong>s. A pessoa que está<br />

imersa no ambiente virtual, hoje em dia, tem uma aliada muito<br />

importante que é a tecnologia. Com ela se po<strong>de</strong> ir além dos livros<br />

impressos, se po<strong>de</strong> navegar no ciberespaço. Este trabalho objetiva:<br />

476


Resumo dos Trabalhos<br />

analisar como ocorre o processo <strong>de</strong> leitura por meio da web no contexto<br />

escolar e propor uma ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> leitura machadiana no ambiente<br />

virtual. Para este fim, aplicou-se um questionário a professores que<br />

atuam no município <strong>de</strong> Jaguarão/RS com a disciplina <strong>de</strong> Língua<br />

Portuguesa, bem como se realizou pesquisa bibliográfica <strong>de</strong> autores que<br />

versam a temática abordada (SANTAELLA, 2004; SILVA, 2003). Os<br />

resultados obtidos, por meio dos <strong>de</strong>poimentos dos professores e da<br />

ativida<strong>de</strong> realizada evi<strong>de</strong>nciam a relevância da utilização da leitura<br />

hipertextual no contexto escolar, uma vez que propicia novas formas <strong>de</strong><br />

ler, escrever e consequentemente <strong>de</strong> pensar e agir.<br />

A LINGUAGEM ESCRITA EM TEMPOS E ESPAÇOS<br />

VIRTUAIS<br />

Vanessa Dos Santos Nogueira<br />

Este trabalho busca apresentar os dados obtidos através <strong>de</strong> uma<br />

investigação que teve como sujeitos os alunos do primeiro semestre <strong>de</strong><br />

Pedagogia a distância da Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Santa Maria (UFSM),<br />

no âmbito da Universida<strong>de</strong> Aberta do Brasil (UAB), mediado pelo<br />

Ambiente Virtual <strong>de</strong> Ensino e Aprendizagem Livre (MOODLE).<br />

Procurou-se observar e analisar como se constituem as formações<br />

imaginárias, estabelecidas nos processos discursivos efetivados pela<br />

interlocução dos sujeitos/alunos, especificamente com os recursos do<br />

fórum <strong>de</strong> discussão <strong>de</strong>sse ambiente. A ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvida no fórum<br />

<strong>de</strong> discussão ocorreu a partir do resgate da história e memória dos<br />

alunos sobre a utilização das tecnologias <strong>de</strong> informação e comunicação<br />

na sua vida escolar. A análise dos dados coletados foi guiada por<br />

dispositivos teóricos da análise <strong>de</strong> discurso da escola francesa<br />

(PÊCHEUX, 1998; ORLANDI, 1996, 2001, 2004). Os resultados<br />

obtidos nesta pesquisa indicam que na comunicação mediada por<br />

computador, em tempos e espaços virtuais, ajudam a refletir sobre<br />

questões e novos <strong>de</strong>safios da educação a distância, no que se refere aos<br />

processos <strong>de</strong> comunicação e interação materializados pela linguagem<br />

escrita. É importante <strong>de</strong>stacar que os sujeitos envolvidos na construção<br />

<strong>de</strong> uma educação a distância <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>, <strong>de</strong>ve se beneficiar das<br />

<strong>de</strong>scobertas e resultados das pesquisas realizadas acerca <strong>de</strong>ssa temática.<br />

Estabelecendo um diálogo na EaD Po<strong>de</strong>-se dizer que transformar a<br />

linguagem oral em linguagem escrita e estabelecer uma interação entre<br />

pessoas separadas geograficamente seria uma Comunicação Mediada<br />

por Computador (CMC). Uma comunicação que se efetiva <strong>de</strong> forma<br />

477


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

interativa na internet pressupõe, como nos mostra Silva (2008, p. 79)<br />

“múltiplas re<strong>de</strong>s articulatórias <strong>de</strong> conexões e liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> trocas,<br />

associações e significações”.<br />

CONTRIBUIÇÃO DOS FRACTAIS PARA A EDUCAÇÃO A<br />

DISTÂNCIA: UMA PERSPECTIVA BASEADA NOS SISTEMAS<br />

COMPLEXOS<br />

Vanessa Ribas Fialho<br />

Segundo Paiva (2009), apoiada em Man<strong>de</strong>lbrot (1982), fractais são<br />

“padrões autossimilares in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente da escala em que os<br />

visualizemos, <strong>de</strong>vido à sua proprieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> autossimilarida<strong>de</strong>” (PAIVA,<br />

2009, p. 12). Assim, um fractal é a imagem em escala do sistema com o<br />

mesmo grau <strong>de</strong> complexida<strong>de</strong> do todo (LARSEN- FREEMAN, 1997;<br />

PAIVA, 2005, 2009). Nessa perspectiva, o objetivo <strong>de</strong>ste trabalho é o<br />

<strong>de</strong> analisar fractais <strong>de</strong> uma disciplina a distância, para enten<strong>de</strong>r o<br />

funcionamento do todo. Ao analisar uma disciplina do curso <strong>de</strong> Letras<br />

Espanhol a distância da UFSM/UAB a três polos, foi possível perceber<br />

que os fóruns semanais se comportaram como um subsistema do<br />

gran<strong>de</strong> sistema da disciplina, <strong>de</strong>monstrando sua forma fractal. Também<br />

foi possível perceber que alguns agentes <strong>de</strong>sse sistema, através <strong>de</strong> suas<br />

interações, funcionaram como atratores e po<strong>de</strong> ser vista em escala<br />

maior durante toda a disciplina. A proprieda<strong>de</strong> fractal também po<strong>de</strong> ser<br />

vista no sentindo <strong>de</strong> pertencimento <strong>de</strong> um indivíduo a uma comunida<strong>de</strong><br />

(BRAGA, 2007) e, na disciplina analisada, isso foi observado quando os<br />

alunos se reconhecem pertencentes aos seus polos e, ao mesmo tempo,<br />

membros da comunida<strong>de</strong> maior da disciplina, repetindo padrões da<br />

comunida<strong>de</strong> maior. Enten<strong>de</strong>r e observar os fractais <strong>de</strong> um sistema<br />

complexo po<strong>de</strong> ajudar a enten<strong>de</strong>r como o sistema se porta, já que cada<br />

sistema po<strong>de</strong> se dividir em outros e cada um <strong>de</strong>sses novos sistemas<br />

comporta gran<strong>de</strong>zas diferentes, mas com padrões das partes anteriores.<br />

478


Resumo dos Trabalhos<br />

DO ALMOXARIFADO AO SHOWROOM: A MONTAGEM DOS<br />

OBJETOS DE APRENDIZAGEM<br />

Vilson J. Leffa<br />

Um dos princípios dos objetos <strong>de</strong> aprendizagem, com base na metáfora<br />

do jogo <strong>de</strong> montar conhecido como LEGO, é <strong>de</strong> que qualquer módulo<br />

po<strong>de</strong> ser encaixado em outros módulos, produzindo como resultado<br />

inúmeros objetos diferenciados, ao contrário do puzzle, por exemplo,<br />

em que as peças só po<strong>de</strong>m ser encaixadas <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>terminada maneira,<br />

produzindo sempre o mesmo resultado, restaurando o <strong>de</strong>senho original<br />

<strong>de</strong> on<strong>de</strong> saíram. Produzir objetos diferenciados a partir <strong>de</strong> um<br />

<strong>de</strong>terminado conjunto <strong>de</strong> módulos, no entanto, tem sido um dos <strong>de</strong>safios<br />

na produção <strong>de</strong> objetos <strong>de</strong> aprendizagem, pela dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> montar os<br />

módulos em um objeto bem articulado em seus componentes. O que se<br />

tem visto é a produção <strong>de</strong> objetos monolíticos, construídos da base em<br />

cada um <strong>de</strong> seus módulos, sem possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> reaproveitamento, o<br />

que dificulta sua elaboração, não permitindo o compartilhamento <strong>de</strong><br />

módulos entre os professores para a montagem <strong>de</strong> objetos<br />

diferenciados. Para resolver este problema, e consi<strong>de</strong>rando que os<br />

objetos <strong>de</strong> aprendizagem têm sido tipicamente reunidos em repositórios,<br />

propõe-se a criação <strong>de</strong> dois repositórios: um <strong>de</strong> módulos para o<br />

professor e outro <strong>de</strong> objetos para o aluno. Ao montar seu objeto <strong>de</strong><br />

aprendizagem, sempre feito a partir <strong>de</strong> módulos, o professor po<strong>de</strong> criar<br />

módulos próprios, que <strong>de</strong>pois ficam disponibilizados no sistema, ou<br />

reaproveitar módulos já existentes, introduzindo as modificações que<br />

julgar necessárias. Os testes feitos com o sistema proposto, já<br />

operacional, indicam a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> combinar reusabilida<strong>de</strong>,<br />

facilitando o trabalho do professor, com contextualida<strong>de</strong>, aten<strong>de</strong>ndo as<br />

necessida<strong>de</strong>s do aluno.<br />

479


LINHA TEMÁTICA: VARIAÇÃO LINGUÍSTICA,<br />

IDENTIDADES E ENSINO: REFLEXÕES<br />

A REPRESENTAÇÃO DO TEMPO FUTURO NO ENSINO<br />

MÉDIO: O USO DA PERÍFRASE IR + INFINITIVO NA<br />

LITERATURA<br />

Adriana De Oliveira Gibbon<br />

Alguns estudos, como a dissertação A expressão do tempo futuro na<br />

língua falada <strong>de</strong> Florianópolis: gramaticalização e variação (GIBBON,<br />

2000), têm mostrado o crescente <strong>de</strong>suso da forma verbal <strong>de</strong> futuro do<br />

presente (cantarei) na fala coloquial. Em seu lugar, encontram-se<br />

outras duas formas: forma perifrástica IR + Infinitivo (vou cantar) e<br />

presente do indicativo (canto amanhã), para codificar o tempo futuro.<br />

Enquanto o uso <strong>de</strong>sta última é previsto nas gramáticas normativas, a<br />

perífrase não é recomendada como forma verbal para representar o<br />

futuro. Outros estudos, que envolvem a modalida<strong>de</strong> escrita como<br />

Oliveira (2006) e Strogenski (2010), apontam a forma futuro do<br />

presente como dominante, embora mostrem um crescimento da<br />

frequência da perífrase nos textos recentes. A proposta <strong>de</strong>ste trabalho é<br />

analisar dois livros <strong>de</strong> literatura voltados para o público jovem,<br />

buscando as formas citadas a fim <strong>de</strong> observar seu comportamento em<br />

frequência <strong>de</strong> uso. O trabalho seleciona os contextos <strong>de</strong> futurida<strong>de</strong> e as<br />

formas que o codificam. Além disso, observa-se também a relação do<br />

tempo enunciado e da realização da ação e a pessoa do discurso<br />

envolvida. Estudos preliminares apontam para a forte presença da<br />

perífrase em <strong>de</strong>trimento do futuro do presente, o que permite fazer<br />

algumas consi<strong>de</strong>rações sobre o ensino do tempo futuro no ensino<br />

médio.<br />

O (DES)ENCONTRO DE VOZES SOCIAIS NA CONSTRUÇÃO<br />

DA IRMANDADE NA FRONTEIRA JAGUARÃO/RIO<br />

BRANCO<br />

Alessandra Avila Martins<br />

Palavras-chave: irmanda<strong>de</strong>, i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>, fronteira, discurso, vozes<br />

sociais/discursivas.<br />

Historicamente, a região <strong>de</strong> fronteira Brasil/Uruguai foi marcada por<br />

fortes conflitos entre portugueses e espanhóis, que lutavam pela<br />

ocupação do território. Esses conflitos acabaram por dividir<br />

480


Resumo dos Trabalhos<br />

territorialmente e culturalmente os dois povos ibéricos envolvidos. A<br />

partir <strong>de</strong>ste cenário <strong>de</strong> disputa, vivenciado nos séculos XVIII e XIX,<br />

esta pesquisa ganha contornos no que diz respeito aos processos<br />

i<strong>de</strong>ntitários e a suposta relação <strong>de</strong> irmanda<strong>de</strong> vivenciada pelos<br />

moradores da fronteira Jaguarão/Rio Branco do século XXI. O estudo<br />

foi realizado em Jaguarão, cida<strong>de</strong> localizada no sul do Rio Gran<strong>de</strong> do<br />

Sul, que faz fronteira com o município <strong>de</strong> Rio Branco, no Uruguai. O<br />

objetivo geral <strong>de</strong>ste trabalho é investigar a representação da irmanda<strong>de</strong><br />

na voz do jaguarense na relação com o rio-branquense. Esse objetivo se<br />

<strong>de</strong>sdobra em dois objetivos específicos. O primeiro é analisar vozes<br />

sociais/discursivas que apontem para a integração entre jaguarenses e<br />

rio-branquenses. O segundo objetivo é verificar no discurso dos<br />

jaguarenses como se dá a marcação da diferença em relação ao povo<br />

uruguaio. O estudo consistiu em duas entrevistas <strong>de</strong> profundida<strong>de</strong>, que<br />

foram efetuadas com base nos pressupostos <strong>de</strong> Gaskell e Bauer (2002),<br />

e o material <strong>de</strong> investigação foi analisado pelo viés dos estudos<br />

i<strong>de</strong>ntitários e à luz da perspectiva <strong>de</strong> Bakhtin e seu Círculo,<br />

particularmente nos seguintes eixos, constitutivos da linguagem:<br />

plurilinguismo linguístico, compreensão responsiva e acento <strong>de</strong> valor.<br />

Com o auxílio do suporte teórico, verificamos que os enunciados dos<br />

pesquisados dialogam com outros enunciados, e o imbricamento da<br />

diferença e da integração (re)constrói constantemente suas i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s,<br />

sustenta e questiona a irmanda<strong>de</strong>. A análise do material apontou que a<br />

irmanda<strong>de</strong> na fronteira estudada é permeada por constante<br />

tensionamento, produzindo discursos que agregam a resistência e a<br />

integração entre rio- branquenses e jaguarenses.<br />

VARIAÇÃO SOCIOLINGUÍSTICA NO CONTEXTO ESCOLAR<br />

Alessandra Goulart D'avila<br />

Nathan Bastos De Souza<br />

Palavras chave: Sociolinguística, Preconceito linguístico e PIBID.<br />

Este texto foi pensado com o objetivo e relatar uma experiência didática<br />

advinda do Programa <strong>de</strong> Iniciação à docência (PIBID) na área <strong>de</strong><br />

Letras da Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do Pampa (UNIPAMPA). O projeto<br />

“Variação sociolinguística no contexto escolar” foi planejado e<br />

aplicado em uma escola estadual <strong>de</strong> Bagé-RS. Consistiu em abordar as<br />

relações estabelecidas entre a socieda<strong>de</strong> e a língua a partir elementos,<br />

como: noções <strong>de</strong> gramaticalida<strong>de</strong>, contextualização do ensino <strong>de</strong><br />

gramática, <strong>de</strong>smistificação da cultura do erro, preconceito linguístico e<br />

481


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

análise das diferenças <strong>de</strong> variação linguística. Os alunos fizeram um<br />

levantamento <strong>de</strong> dados através <strong>de</strong> entrevistas com a comunida<strong>de</strong><br />

escolar, com o foco na concordância nominal. Também foi feita<br />

produção <strong>de</strong> textos e reescrita <strong>de</strong>stes, usando duas formas: a primeira<br />

em varieda<strong>de</strong> não-padrão e a segunda em varieda<strong>de</strong> padrão. Os pilares<br />

teóricos que subsidiaram esta prática foram Bagno(2000) no que se<br />

refere às questões <strong>de</strong> preconceito linguístico e Bortoni-Ricardo(2009)<br />

com foco no português brasileiro e o trabalho com língua materna em<br />

sala <strong>de</strong> aula. Po<strong>de</strong>mos concluir que o projeto aprofundou os<br />

conhecimentos dos alunos em questões linguísticas para que estes<br />

possam i<strong>de</strong>ntificar as diferenças contextuais dos usos <strong>de</strong> varieda<strong>de</strong>s da<br />

língua. Porém, dialogar com as varieda<strong>de</strong>s linguísticas partiu do<br />

respeito aos seus conhecimentos prévios sobre a língua materna e<br />

possibilitou que eles se apropriassem também <strong>de</strong> regras linguísticas<br />

que gozam <strong>de</strong> prestígio social.<br />

AS VOGAIS MÉDIAS DO PORTUGUÊS DO URUGUAI<br />

FALADO POR CRIANÇAS DOS ANOS ESCOLARES INICIAIS<br />

DA CIDADE DE TRANQUERAS<br />

Alexan<strong>de</strong>r Severo Córdoba<br />

Carmen Lúcia Barreto Matzenauer (Orientadora)<br />

Palavras-chave: Português do Uruguai, Vogais Médias, Teoria da<br />

Variação, TO Estocástica<br />

O <strong>de</strong>nominado Português do Uruguai (PU) tem sido alvo <strong>de</strong> diversos<br />

estudos <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os <strong>de</strong> âmbito fonético-fonológico até o sintáticosemântico,<br />

especialmente o PU falado na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Rivera (URU), que<br />

faz fronteira com a cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Santana do Livramento (BRA).<br />

Entretanto, afastando-se da fronteira, também se encontram<br />

comunida<strong>de</strong>s em que é falado o PU, como a cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Tranqueras, que<br />

é o foco <strong>de</strong>ste estudo, localizada a 54 km <strong>de</strong> Rivera. O PU se configura<br />

como uma varieda<strong>de</strong> do português (CARVALHO, 2007; 2010),<br />

embora também apresente marcas do espanhol. Consi<strong>de</strong>rando essa<br />

realida<strong>de</strong>, o objetivo <strong>de</strong>ste trabalho é o <strong>de</strong> <strong>de</strong>screver o comportamento<br />

do PU falado em Tranqueras por um grupo <strong>de</strong> crianças, com ida<strong>de</strong><br />

entre 7 e 10 anos, que estão cursando os anos iniciais do ensino<br />

fundamental uruguaio. Há interesse particular na <strong>de</strong>scrição da variante<br />

usada por essa faixa etária, a fim <strong>de</strong>, ao ser cotejada com aquela usada<br />

por falantes adultos, permitir verificação <strong>de</strong> tendência ou não a<br />

mudanças linguísticas. A pesquisa <strong>aqui</strong> discutida centrou-se na análise<br />

482


Resumo dos Trabalhos<br />

do comportamento das vogais médias, uma vez que constituem classe<br />

<strong>de</strong> segmentos cujo funcionamento difere nos sistemas do português e<br />

do espanhol. A investigação está alicerçada nos pressupostos teóricometodológicos<br />

da sociolinguística variacionista laboviana. Os<br />

resultados, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> submetidos ao aplicativo GOLDVARB 2001,<br />

serão analisados à luz da Teoria da Variação bem como da Teoria da<br />

Otimida<strong>de</strong> Estocástica (BOERSMA; HAYES, 2001, 2007).<br />

ESTUDO DA REALIZAÇÃO DOS FONEMAS /d/ e /t/<br />

ACOMPANHADOS DA VOGAL /i/ E DO FONEMA / ř / NA<br />

AQUISIÇÃO DA LÍNGUA ESPANHOLA POR ALUNOS DA<br />

TRÍPLICE FRONTEIRA ENTRE BRASIL E ARGENTINA<br />

Ana Maria Bonk Massarollo<br />

Sanimar Busse<br />

Palavras-chave: Contato Linguístico; Semelhanças e Diferenças<br />

Fonológicas.<br />

Este trabalho tem o objetivo <strong>de</strong> apresentar uma <strong>de</strong>scrição e análise<br />

preliminar da realização dos fonemas oclusivos <strong>de</strong>ntais alveolares /d/ e<br />

/t/ acompanhados da vogal /i/, em final <strong>de</strong> palavra, e da vibrante<br />

simples, em início <strong>de</strong> palavra, e vibrante múltipla “doble r”, na<br />

<strong>aqui</strong>sição da língua espanhola por alunos da fronteira Brasil/Argentina,<br />

das cida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Dionisio Cerqueira/SC, Barracão/PR-Brasil e Bernardo<br />

<strong>de</strong> Irigoyen/Misiones-Argentina. Preten<strong>de</strong>-se também, i<strong>de</strong>ntificar o<br />

posicionamento dos falantes diante das línguas e culturas em contato,<br />

consi<strong>de</strong>rando as semelhanças e diferenças, no nível fonéticofonológico,<br />

entre o português e o espanhol falado nas localida<strong>de</strong>s. Nos<br />

dados coletados, por meio <strong>de</strong> questionário aplicado a 15 estudantes <strong>de</strong><br />

Língua Espanhola do Ensino Fundamental das escolas <strong>de</strong> Dionísio<br />

Cerqueira - SC e 15 <strong>de</strong> Barracão – PR, serão <strong>de</strong>scritas e analisadas as<br />

variáveis socioculturais e linguísticas que condicionam os fenômenos<br />

registrados pelos informantes. Preten<strong>de</strong>mos, após a <strong>de</strong>scrição e análise<br />

dos dados, <strong>de</strong>senvolver reflexões sobre o ensino e a aprendizagem da<br />

língua espanhola, pautada, principalmente, nas diferenças e<br />

semelhanças culturais e linguísticas das comunida<strong>de</strong>s.<br />

483


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

LA VARIACIÓN FONÉTICA EN LA CLASE DE ESPAÑOL<br />

COMO LENGUA ADICIONAL: UNA PROPUESTA DIDÁCTICA<br />

Ana Paula Ferreira Seixa<br />

Sandia Barañano Viana<br />

Este trabajo se vincula al proyecto <strong>de</strong> extensión “Núcleo <strong>de</strong> Línguas<br />

Adicionais”, <strong>de</strong>l curso <strong>de</strong> Letras <strong>de</strong> la Universidad Fe<strong>de</strong>ral do Pampa<br />

(Unipampa) - campus Bagé- y tiene como objeto presentar una<br />

propuesta didáctica para el tratamiento <strong>de</strong> la variación lingüística en la<br />

clase <strong>de</strong> español como “língua adicional” (RIO GRANDE DO SUL,<br />

2009). Un fenómeno que conlleva toda lengua y también el español es<br />

la variación, que pue<strong>de</strong> manifestarse en los distintos niveles<br />

lingüísticos y motivarse según diferentes factores, como lo social, lo<br />

contextual y lo geográfico (SECO, 2000; MORENO FERNÁNDEZ,<br />

2005). Dicha variación, muchas veces, es percibida por el docente <strong>de</strong><br />

español como un aspecto que “complica el sistema <strong>de</strong> enseñanza <strong>de</strong>l<br />

idioma (…)” (LEAL ABAD, 2008, p.6). Esta exposición presenta una<br />

propuesta didáctica elaborada para el curso “Español Básico I”, que<br />

atien<strong>de</strong> a adultos <strong>de</strong> la comunidad local, buscando sensibilizar a los<br />

alumnos a la variación fonética <strong>de</strong>l español en lo que respecta a la<br />

pronunciación.<br />

A REALIZAÇÃO DA PREPOSIÇÃO "DE" NA VARIEDADE<br />

DIALETAL DA CIDADE DE BAGÉ/RS<br />

Bruna Ribeiro Viraquã<br />

A varieda<strong>de</strong> dialetal da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Bagé (RS) é caracterizada pela<br />

realização da preposição “<strong>de</strong>” sem elevação, enquanto outras palavras<br />

terminadas em vogais médias átonas, geralmente, elevam-se, como, por<br />

exemplo, em leite [â ˜lejtʃi], sendo esse um dos primeiros fenômenos<br />

linguísticos i<strong>de</strong>ntificados por falantes <strong>de</strong> outras varieda<strong>de</strong>s dialetais.<br />

Com base nesse fenômeno e buscando <strong>de</strong>sconstruir a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong><br />

homogeneida<strong>de</strong> linguística, este trabalho preten<strong>de</strong> contribuir para a<br />

<strong>de</strong>scrição da varieda<strong>de</strong> dialetal da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Bagé (RS), no que tange à<br />

realização da preposição <strong>de</strong> com ou sem elevação, bem como os fatores<br />

linguísticos e extralinguísticos que possam favorecer a realização <strong>de</strong><br />

uma ou outra maneira. Teoricamente, baseamo-nos em Bisol (1981),<br />

Braga e Mollica (2008), Oliveira (1992), e Tarallo (2007). Os dados<br />

foram coletados através da leitura <strong>de</strong> 135 frases, criadas pela<br />

pesquisadora. A análise estatística dos dados foi realizada pelo pacote<br />

484


Resumo dos Trabalhos<br />

<strong>de</strong> programas Varbrul. Constatamos que há privilégio pela realização da<br />

preposição <strong>de</strong> sem elevação (realização <strong>de</strong> 77% do total <strong>de</strong><br />

informantes). Porém, é possível que a varieda<strong>de</strong> dialetal <strong>de</strong> Bagé esteja<br />

passando por uma mudança em progresso, pois falantes mais jovens<br />

realizam, com maior frequência, em comparação com falantes mais<br />

velhos, a preposição <strong>de</strong> com elevação. Em relação aos fatores<br />

linguísticos, o favorecimento maior à elevação está relacionado à<br />

sílaba da palavra seguinte sem ataque, como em: Está fazendo frio <strong>de</strong><br />

ontem para cá.<br />

VILMAR TAVARES. UM LINGUISTA DE IMAGENS?<br />

Carlos Leonardo Coelho Recuero<br />

Palavras-chave: Fotografia, Semiótica, Vilmar Tavares, Linguística<br />

Traduzir imagens nos limites da linguística aplicada é um exercício <strong>de</strong><br />

pesquisa e um trabalho ainda pouco praticado. Examinando os<br />

primeiros resultados obtidos do estudo das imagens produzidas pelo<br />

fotógrafo Vilmar Tavares (1950 -2011), este trabalho apresenta algumas<br />

observações nesse sentido. Aqui procuramos apresentar <strong>de</strong> forma<br />

distinta o texto visual produzido pelo fotógrafo e <strong>de</strong>pois o texto<br />

“tradicional”, com o titulo e a legenda por ele utilizados, vindo<br />

finalmente as consi<strong>de</strong>rações sobre o dito visualmente e o dito pela<br />

escrita tradicional, à luz da semiologia <strong>de</strong> Barthes (1984). Pesquisar,<br />

neste sentido, é verificar como se espera que os receptores, “o<br />

observator” proposto por Barthes (1984), se comportam diante da<br />

linguagem visual apresentada nestas imagens. É através <strong>de</strong>ssas<br />

fotografias que se verificam possíveis tentativas do fotógrafo <strong>de</strong><br />

orientar a percepção dos leitores em um sentido pre<strong>de</strong>terminado ou se<br />

há simplesmente um exercício <strong>de</strong> linguagem visual <strong>de</strong> um repórter<br />

fotográfico consagrado. Arriscar este tipo <strong>de</strong> análise <strong>de</strong> fotografias<br />

como uma linguagem visual que supõe alguma espécie <strong>de</strong> padrão<br />

i<strong>de</strong>ntificatório entre locutor-fotógrafo e leitor-interlocutor <strong>de</strong> imagens é<br />

teorizar e questionar o uso exclusivo da linguagem tradicional como<br />

única forma que fala d<strong>aqui</strong>lo que vemos.<br />

485


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

EM BUSCA DE SUBSÍDIOS PARA UMA PEDAGOGIA DA<br />

VARIAÇÃO LINGUÍSTICA NOS DOCUMENTOS<br />

CURRICULARES NACIONAIS<br />

César Augusto González<br />

Jorama De Quadros Stein<br />

Este texto tem por objetivo buscar nos Parâmetros Curriculares<br />

Nacionais (PCN) <strong>de</strong> ensino fundamental (BRASIL, 1998) e médio<br />

(BRASIL, 2000) subsídios para uma pedagogia da variação linguística.<br />

Especificamente, investigamos se e como esses documentos abordam a<br />

questão da variação. Nossa investigação parte das propostas <strong>de</strong> Faraco<br />

(2008) e Zilles (2008), ambos autores que contribuem<br />

significativamente para a construção <strong>de</strong> uma pedagogia da variação.<br />

Vale dizer que consi<strong>de</strong>ramos necessária uma prática educativa atenta<br />

aos fenômenos <strong>de</strong> variação, <strong>de</strong> forma a oferecer aos alunos meios para<br />

que eles sejam capazes <strong>de</strong> avaliar a a<strong>de</strong>quação das formas linguísticas a<br />

sua disposição a cada nova situação interlocutiva. Acreditamos que,<br />

por meio <strong>de</strong> um ensino que privilegie a norma culta em <strong>de</strong>trimento da<br />

norma-padrão e leve em conta as varieda<strong>de</strong>s linguísticas conhecidas<br />

pelos alunos, é possível promover uma educação linguística em que se<br />

combata o preconceito linguístico e se possibilite aos educandos o<br />

aprimoramento <strong>de</strong> sua competência linguístico-discursiva. Nossa<br />

leitura dos PCN permitiu-nos observar que, apesar <strong>de</strong> preocupados com<br />

a questão da variação linguística, os documentos não diferenciam<br />

claramente as noções <strong>de</strong> norma-padrão e norma culta. Há, também,<br />

uma certa inconsistência no que diz respeito aos usos dos termos<br />

sociolinguísticos e uma enorme quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> conceitos advindos <strong>de</strong><br />

variadas áreas da linguística, o que torna a leitura dos documentos<br />

altamente complexa.<br />

VARIAÇÃO LINGUÍSTICA, REDES E PRÁTICAS SOCIAIS NA<br />

IDENTIDADE DE UMA COMUNIDADE DE FALA<br />

Claudia Camila Lara<br />

Palavras-chave: variação linguística; re<strong>de</strong>s e práticas sociais;<br />

i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>.<br />

Estudos têm evi<strong>de</strong>nciado a variação linguística, re<strong>de</strong>s e práticas sociais,<br />

i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s e ensino como reflexões relevantes na literatura. Autores<br />

como Labov (2008 [1972]), Milroy (1978, 2003), Eckert (2000), Blake<br />

& Josey (2003) e Battisti & Lucas (2006) têm contribuído para que se<br />

486


Resumo dos Trabalhos<br />

perceba a importância do espaço geográfico circundado pela língua<br />

enquanto fonte motora <strong>de</strong> relacionamentos em re<strong>de</strong> através das<br />

comunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> prática e estudos variacionistas. Dessa forma, propõese<br />

como objetivo <strong>de</strong>sta comunicação analisar a realização variável das<br />

plosivas da fala em língua portuguesa, bem como o relacionamento em<br />

re<strong>de</strong> influenciado pelas práticas sociais advindas das comunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

prática dos habitantes da localida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Glória, zona rural da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Estrela/RS. Os sujeitos pertencentes a este estudo são 10 informantes,<br />

parte <strong>de</strong> uma amostra <strong>de</strong> 24 informantes. Para a constituição da<br />

amostra, foram selecionados informantes que preenchessem as células<br />

<strong>de</strong> faixa-etária: 15 – 30 anos; 31 – 46 anos; 47 anos ou mais;<br />

escolarida<strong>de</strong>: ensino fundamental; ensino médio e ensino superior;<br />

sexo: feminino e masculino; e ocupação, subdividida em três<br />

categorias: Local (trabalham na comunida<strong>de</strong> em ativida<strong>de</strong>s agrícolas e<br />

em casa); Outras (<strong>de</strong>slocam-se para outros lugares a fim <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>senvolverem outras ativida<strong>de</strong>s profissionais) e Aposentados (tanto os<br />

que se aposentaram na agricultura como os que se aposentaram por<br />

outras profissões)..<br />

AS NARRATIVAS QUE CIRCULAM SOBRE O CURSO DE<br />

LETRAS: MEMÓRIAS RECONTADAS POR QUEM DEIXOU<br />

SEU LAR PARA ESTUDAR<br />

Cláudia Raquel Lutz<br />

Palavras-chave: Estudos Culturais; narrativas <strong>de</strong> vida; i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>.<br />

O discurso dominante que permeia os cursos <strong>de</strong> licenciatura diz que<br />

esses não são cursos privilegiados pela socieda<strong>de</strong>. A <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong><br />

percorrer uma distância significativa para cursar Letras acaba por<br />

questionar até que ponto esses discursos são aceitos como absolutos e<br />

em que sentido po<strong>de</strong>mos ver rupturas quanto ao que é dito ao nosso<br />

redor. Consi<strong>de</strong>rando isso, este estudo preten<strong>de</strong> analisar os discursos –<br />

os quais são articulados em narrativas orais <strong>de</strong> vida - circulantes entre<br />

alunos e recém formados dos cursos <strong>de</strong> Licenciaturas em Letras <strong>de</strong><br />

uma Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul, que se <strong>de</strong>slocaram <strong>de</strong><br />

seus lares a fim <strong>de</strong> estudar e buscar novos horizontes. Para tanto, foram<br />

realizadas entrevistas (semi-estruturadas), individuais e em grupos, a<br />

fim <strong>de</strong> estabelecer-se uma conversa o mais informal possível. O uso<br />

<strong>de</strong>ssa ferramenta caracteriza a pesquisa como interpretativista, uma vez<br />

que permite analisar a movimentação dos atores sociais envolvidos na<br />

pesquisa, assim como sua visão <strong>de</strong> mundo em <strong>de</strong>terminados momentos<br />

487


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

por meio <strong>de</strong> suas narrativas. A pesquisa está alinhada ao campo dos<br />

Estudos Culturais <strong>de</strong> vertente pós- estruturalista e pós-mo<strong>de</strong>rnista em<br />

sua conexão com estudos na área <strong>de</strong> Linguística Aplicada (LA)<br />

Transdisciplinar. Tal amarração ocorre à medida que a área <strong>de</strong><br />

Linguística Aplicada passa por uma reavaliação no que tange ao seu<br />

caráter político e histórico, o que não era até então consi<strong>de</strong>rado sob uma<br />

perspectiva mo<strong>de</strong>rna em que não há uma notável preocupação <strong>de</strong> cunho<br />

social e cultural em relação ao ensino e à aprendizagem <strong>de</strong> línguas. Sob<br />

essa perspectiva, consi<strong>de</strong>ra-se a linguagem como constituidora do<br />

indivíduo sendo um artefato produtivo <strong>de</strong> suas i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s e que impõe<br />

significados.<br />

LÍNGUA E REPRODUÇÃO CULTURAL: FORMAÇÃO<br />

DOCENTE PARA A EQUIDADE SOCIAL<br />

Cristiano Gue<strong>de</strong>s Pinheiro<br />

Priscila Monteiro Chaves<br />

Palavras-chave: Língua; Reprodução Cultural, Formação Docente.<br />

Uma das características que comprime a realida<strong>de</strong> da escola pública e<br />

<strong>de</strong> baixa renda é a sua diversida<strong>de</strong>, no que compete a diferentes culturas<br />

e percursos <strong>de</strong> vida, fazendo distinções entre condições mais ou menos<br />

favoráveis também no ensino <strong>de</strong> língua materna. As classes menos<br />

favorecidas acompanham uma cultura e juntamente com esta seus<br />

costumes, crenças e linguagens variantes do rotineiro meio urbano. A<br />

compreensão e o manejo da língua constituem o escopo <strong>de</strong> atenção<br />

principal no julgamento dos professores, “mostrando que a influência<br />

do capital linguístico não cessa nunca <strong>de</strong> se” cumprir e que “o estilo<br />

permanece sempre levado em conta, implícita ou explicitamente, em<br />

todos os níveis do ensino” (BOURDIEU; PASSERON, 1992). Assim, o<br />

presente trabalho objetiva refletir acerca das relações <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r na<br />

formação e no ensino <strong>de</strong> língua materna <strong>de</strong> estudantes e futuros<br />

docentes, a partir dos conceitos <strong>de</strong> “reprodução cultural”, <strong>de</strong> Bourdieu e<br />

Passeron (1992), e <strong>de</strong> "contra-hegemonia", <strong>de</strong> Henry Giroux e Peter<br />

McLaren (1997). A fim <strong>de</strong> compreen<strong>de</strong>r a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma<br />

formação docente que consiga estabelecer relações entre o político e o<br />

pedagógico; que seja capaz <strong>de</strong> articular, na ação e na teoria, práticas <strong>de</strong><br />

uma <strong>de</strong>mocracia radical; que possam ser educados enquanto intelectuais<br />

transformadores, assumindo um papel central na luta por <strong>de</strong>mocracia e<br />

justiça social.<br />

488


Resumo dos Trabalhos<br />

AS ORIENTAÇÕES CURRICULARES DE LP PARA SURDOS:<br />

A GOVERNAMENTALIZAÇÃO DA ESCRITA ESCOLAR<br />

COMO DISPOSITIVO DE NORMALIZAÇÃO<br />

Daniela Takara<br />

A Secretaria <strong>de</strong> <strong>Educação</strong> da capital paulista publicou em 2008 as<br />

Orientações Curriculares para a educação <strong>de</strong> língua portuguesa para<br />

surdos a reboque das discussões acerca da adoção da proposta bilíngue<br />

nas seis escolas exclusivas para surdos que a ela mantém. A <strong>de</strong>speito<br />

do gran<strong>de</strong> avanço político-curricular que esta publicação tenha dado<br />

para a luta da comunida<strong>de</strong> Surda em prover uma educação bilíngue e o<br />

reconhecimento da Libras como sua língua materna, nossa análise<br />

incorrerá nas dobras do discurso oficial do documento analisado,<br />

atentar-nos-emos na concepção <strong>de</strong> escrita como efeitos <strong>de</strong> uma<br />

racionalida<strong>de</strong> forjada num <strong>de</strong>terminado momento histórico. Uma vez<br />

que o domínio da escritura é símbolo <strong>de</strong> civilida<strong>de</strong> (Elias), o que se<br />

preten<strong>de</strong> ao ensinar Língua Portuguesa a falantes <strong>de</strong> Libras? De qual<br />

Língua Portuguesa tal Proposta se refere? A partir do aporte teórico <strong>de</strong><br />

Foucault, em especial acerca da governamentalida<strong>de</strong>, inten<strong>de</strong>mos<br />

analisar as Orientações Curriculares a partir da ótica pós- estruturalista<br />

e extrair dali quais processos (ortopédicos) pelo qual o aluno que<br />

apren<strong>de</strong> a escrever passa. Nossa hipótese é <strong>de</strong> que há um forte<br />

movimento <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>lização, além <strong>de</strong> estratégias <strong>de</strong> normalização da<br />

escrita, atingindo formas <strong>de</strong> pensar e <strong>de</strong> ser sujeito. Segundo Certeau, a<br />

escritura fabrica o mundo, a verda<strong>de</strong> e a realida<strong>de</strong>, pois na<br />

contemporaneida<strong>de</strong>, ela atua sobre a exteriorida<strong>de</strong> do texto e possui<br />

uma eficácia social, incidindo diretamente sobre o ser/estar dos<br />

sujeitos. Deve-se consi<strong>de</strong>rar a força dos discursos para enten<strong>de</strong>r como<br />

os sujeitos são constituídos, no entanto a questão que fica é: para quem<br />

a Proposta Curricular foi feita: para um ser-Surdo que viverá uma<br />

escrita ouvinte ou para um ser-Surdo que constituirá sua i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> a<br />

partir da escrita-Surda?"<br />

CONSIDERAÇÕES SOBRE O PRESTÍGIO E O DESPRESTÍGIO<br />

EM CONTATO NO CONTEXTO ESCOLAR<br />

Débora Rodrigues Saraiva<br />

Palavras-chave: variantes intralinguísticas em contato, prestígio e<br />

<strong>de</strong>sprestígio em contato, ensino <strong>de</strong> língua materna.<br />

Esta apresentação se <strong>de</strong>stina a mostrar os resultados do trabalho <strong>de</strong><br />

pesquisa realizados durante o curso <strong>de</strong> Pós-graduação em Letras –<br />

489


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

Especialização da <strong>UFPel</strong>. Durante o curso, professores e alunos das<br />

re<strong>de</strong>s pública e privada <strong>de</strong> ensino foram entrevistados e <strong>de</strong>ram a sua<br />

opinião a respeito do ensino <strong>de</strong> língua materna nas escolas. Este<br />

trabalho foi i<strong>de</strong>alizado na tentativa <strong>de</strong> <strong>de</strong>scobrir as razões pelas quais o<br />

ensino <strong>de</strong> Língua Portuguesa assusta tanto alunos, como professores.<br />

De acordo com Magda Soares (1986, p.5-6), a escola tem-se mostrado<br />

incompetente para a educação das camadas populares e isso, segundo<br />

ela, gera o fracasso escolar. A esse fracasso são atribuídos problemas<br />

com a linguagem, segundo a autora. Essas acepções foram levadas em<br />

conta na hora <strong>de</strong> redigir os questionários que compõem a pesquisa. Aos<br />

alunos foram feitas perguntas como “O que é falar bem o português?”<br />

com o intuito <strong>de</strong> saber o que pensam a respeito da língua que falam e<br />

por que dizem que o português é “difícil”, “complicado” e “com muitas<br />

regras difíceis” – conforme relato dos próprios alunos. Aos<br />

professores, perguntas como “Qual a importância <strong>de</strong> ensinar língua<br />

materna” serviram para averiguar o que pensam os professores <strong>de</strong><br />

língua portuguesa, já que têm a tarefa <strong>de</strong> fazer com que seus alunos<br />

sejam menos inseguros na hora <strong>de</strong> usar a língua da qual são nativos,<br />

mas também que sejam capazes <strong>de</strong> transitar entre as variantes <strong>de</strong><br />

menos prestígio e as <strong>de</strong> mais prestígio, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo do contexto em que<br />

se encontram.<br />

MARCAS DISTINTIVAS E EXPLÍCITAS DE SUBJETIVIDADE<br />

NO APRENDIZADO DE PORTUGUÊS COMO LÍNGUA<br />

ADICIONAL<br />

Edoardo Pletsch<br />

Palavras-chave: Ensino; Enunciação; Língua Portuguesa.<br />

No Brasil, o Ensino <strong>de</strong> Português como língua adicional está em franco<br />

crescimento, em razão do emergente espaço econômico e cultural em<br />

que o país se encontra. Esta pesquisa procura averiguar como o<br />

aprendiz <strong>de</strong> português língua estrangeira se marca em suas<br />

enunciações. Elegemos a Teoria da Enunciação <strong>de</strong> Benveniste,<br />

segundo a qual um locutor, ao apropriar-se da língua, <strong>de</strong>ixa marcas em<br />

sua manifestação e essas são referidas como marcas <strong>de</strong> subjetivida<strong>de</strong>.<br />

Nosso recorte são as marcas enunciativas do aprendiz <strong>de</strong> Língua<br />

Portuguesa, objetivando elucidar o processo <strong>de</strong> <strong>aqui</strong>sição, nessa<br />

modalida<strong>de</strong>. O método qualitativo serviu para os propósitos <strong>aqui</strong><br />

estabelecidos, uma vez que, na perspectiva a que nos agregamos, não<br />

há quantificações necessárias a serem feitas. O corpus foi constituído<br />

490


Resumo dos Trabalhos<br />

<strong>de</strong> três textos produzidos em aulas <strong>de</strong> português para estrangeiros em<br />

um projeto <strong>de</strong> extensão da UNIFRA. O resultado prepon<strong>de</strong>rante registra<br />

que, o locutor estrangeiro munido <strong>de</strong> língua, por um ato individual <strong>de</strong><br />

utilização, manifesta-se tanto nas marcas enunciativas benvenistianas,<br />

e nas rasuras e substituições postuladas por Endruweit (2006), como<br />

pelas marcas típicas do aprendiz – características da cena enunciativa.<br />

A revelação da negociação do aprendiz com a língua no processo <strong>de</strong><br />

<strong>aqui</strong>sição da língua estrangeira, enunciativamente, manifesta-se nos<br />

exemplos analisados, tais como, “furon” em: “as minhas férias furon”<br />

e, “pido” em: “só lhe pido uma coisa”.<br />

A LINGUAGEM “INSINUA” AS INCOMPLETUDES<br />

PROFISSIONAIS DE SER ALUNO E FORMAR-SE<br />

PROFESSOR<br />

Elaine Nogueira Da Silva<br />

A linguagem “insinua” as incompletu<strong>de</strong>s profissionais <strong>de</strong> ser aluno e<br />

formar-se professor A discussão da i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> docente ou, mais<br />

especificamente, sobre o que é ser professor <strong>de</strong> língua portuguesa passa<br />

por tensões entre simbolos e representações cristalizadas na memória –<br />

que muitas vezes não servem mais –, e um espaço ainda a ser<br />

preenchido d<strong>aqui</strong>lo que <strong>de</strong>veria ser. Essas tensões estão mais<br />

intrinsecamente relacionadas ao fazer do professor, às suas ativida<strong>de</strong>s,<br />

ao que ensinar, e menos às condições <strong>de</strong> trabalho e sociais, embora<br />

estas também perspassem os discursos que são o objeto <strong>de</strong> análise <strong>de</strong>ste<br />

trabalho. Assim, o presente estudo, que é parte da minha investigação<br />

<strong>de</strong> Doutorado, tem como objetivo geral investigar que significados que<br />

foram construídos na experiência <strong>de</strong> sala <strong>de</strong> aula, constituindo-se em<br />

práticas discursivas reveladoras <strong>de</strong> como compreen<strong>de</strong>m e <strong>de</strong>codificam o<br />

contexto <strong>de</strong> sua escolarização no que se refere às aulas <strong>de</strong> português.<br />

Para dar conta <strong>de</strong> tal objetivo, o corpus <strong>de</strong>sta pesquisa constitui-se <strong>de</strong><br />

textos produzidos pelos estudantes <strong>de</strong> Letras a respeito das suas<br />

vivências nas aulas <strong>de</strong> língua portuguesa no período em que eram<br />

estudantes no Ensino Básico. Como embasamento teórico para as<br />

análises recorro aos estudos críticos, mais precisamente à Análise<br />

Crítica do Discurso <strong>de</strong> Fairclough (1989; 1992; 1997; 2001), bem<br />

como, aos estudos sobre i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>, conforme Silva (2000), Hall<br />

(2006); e docência, conforme Arroyo (2011), Tardiff (2002), entre<br />

outros.<br />

491


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

ANÁLISE SOBRE UMA POSSÍVEL INTEGRAÇÃO<br />

EDUCACIONAL FRONTEIRIÇA<br />

Elisangela Vasconcellos Gomes<br />

Palavras-chave: Fronteira, i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s, educação.<br />

Este trabalho procura analisar questões <strong>de</strong> diferenças e semelhanças<br />

existentes na formação histórica e educacional <strong>de</strong> seres que habitam o<br />

mesmo espaço territorial --€ “a fronteira uruguaio-brasileira” -- e as<br />

possíveis razões que os tornam, na atualida<strong>de</strong>, cidadãos distintos<br />

culturalmente. Busca-se verificar até que ponto a questão educacional<br />

influenciou nesse 'afastamento cultural' entre esses dois habitantes<br />

fronteiriços que, embora possuindo idiomas e nacionalida<strong>de</strong>s distintas,<br />

apresentavam uma cultura semelhante em suas origens. Segundo<br />

Padrós(1994): “Paradoxalmente, no momento em que há possibilida<strong>de</strong>s<br />

reais <strong>de</strong> integração supranacional entre os Estados da região, os<br />

interesses locais das áreas fronteiriças (...) correm o risco <strong>de</strong> não serem<br />

contemplados”€ . A questão que ora analisamos é a da integração<br />

cultural. A precarieda<strong>de</strong> ou inexistência <strong>de</strong>la, atualmente, é o que se<br />

traz à tona para se alcançar o objetivo <strong>de</strong> uma maior homogeneização<br />

educacional e cultural. Para tanto, enfoca-se a questão educacional dos<br />

dois países, centrando-se no ensino curricular e na sua relevà¢ncia na<br />

diferenciação cultural atual entre uruguaios e brasileiros, verificando-se,<br />

principalmente, a distinção dos temas abordados no aprendizado<br />

escolar; o que, em tese, levou seres <strong>de</strong> origens idênticas a se tornarem<br />

cidadãos culturalmente distintos, incapazes <strong>de</strong> verem o “outro”€<br />

como um igual.<br />

AS IDENTIDADES RESSIGNIFICADAS DE ALUNOS PROEJA<br />

Evanir Piccolo Carvalho<br />

Palavras-chave: PROEJA, i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>, ressignificação.<br />

O trabalho objetiva analisar as i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s ressignificadas <strong>de</strong> alunos<br />

PROEJA <strong>de</strong> um Instituto Fe<strong>de</strong>ral do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul e discutir os<br />

conflitos no estabelecimento <strong>de</strong>ssas i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s, isto é, como os alunos<br />

se percebem no novo contexto do curso profissionalizante, após um<br />

período significativo <strong>de</strong> afastamento do meio escolar. A investigação<br />

pauta-se na linha <strong>de</strong> pesquisa qualitativa, com ênfase no formato <strong>de</strong><br />

investigação da história <strong>de</strong> vida, a partir <strong>de</strong> dados coletados em<br />

entrevistas narrativas e grupo focal com uma turma <strong>de</strong> PROEJA. O<br />

referencial teórico tem como bases os estudos culturais, as questões<br />

492


Resumo dos Trabalhos<br />

i<strong>de</strong>ntitárias e a perspectiva dialógica bakhtiniana. Os resultados<br />

preliminares apontam para i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>slocadas, em negociação entre<br />

o passado e o presente; alterando-se conforme os modos como os<br />

sujeitos agem socialmente, as posições assumidas e as <strong>de</strong>cisões<br />

tomadas nos novos contextos sociais. A interpretação dos dados<br />

permite trazer para o contexto educacional as i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s que<br />

caracterizam um grupo significativo <strong>de</strong> estudantes do PROEJA a partir<br />

<strong>de</strong> seus discursos.<br />

A OCORRÊNCIA DE HAPLOLOGIA NA CIDADE DE BAGÉ<br />

Fabiana Urrutia Amaral<br />

A ocorrência <strong>de</strong> haplologia na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Bagé Fabiana Urrutia Amaral<br />

(UNIPAMPA) Palavras-chave: Haplologia, Variação linguística,<br />

Língua Portuguesa Esta pesquisa teve como objetivo verificar a<br />

ocorrência <strong>de</strong> haplologia na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Bagé/RS e também fazer uma<br />

comparação com um trabalho realizado por Battisti (2005) na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Porto Alegre a respeito <strong>de</strong>sse mesmo assunto. A haplologia é um tipo<br />

<strong>de</strong> fenômeno fonológico em que ocorre a queda total da primeira sílaba<br />

em uma sequência <strong>de</strong> duas sílabas semelhantes, como em<br />

vonta<strong>de</strong>conhecer ao invés <strong>de</strong> vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> conhecer. Para que fosse<br />

possível a execução <strong>de</strong>sse trabalho foram realizadas <strong>de</strong>z entrevistas<br />

com pessoas com nível superior <strong>de</strong> escolarida<strong>de</strong>, concluído ou em<br />

andamento, foi feita a transcrição <strong>de</strong> parte das entrevistas e os dados<br />

obtidos foram lançados no programa GOLDVARB 2001 para que<br />

pu<strong>de</strong>ssem ser analisadas a variável <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte, no caso, a ocorrência<br />

<strong>de</strong> haplologia e as quatro variáveis in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes selecionadas para<br />

esse trabalho. Verificar a ocorrência <strong>de</strong> haplologia é <strong>de</strong> total<br />

importância para acabar com o preconceito linguístico presente nas<br />

escolas, pois a partir dos resultados obtidos é possível dar visibilida<strong>de</strong> a<br />

presença <strong>de</strong> variação linguística na fala dos alunos. A partir do que foi<br />

comprovado neste estudo po<strong>de</strong>mos afirmar que a haplologia ocorre<br />

com maior frequência <strong>de</strong>ntro da frase fonológica, com vogais idênticas<br />

e com consoantes <strong>de</strong> igual vozeamento. O que foi possível constatar é<br />

que a ocorrência <strong>de</strong> haplologia na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Bagé foi <strong>de</strong> 40%, já no<br />

trabalho <strong>de</strong> Battisti (2005) a ocorrência foi <strong>de</strong> 21%, comprovando que<br />

em Bagé o fenômeno é realizado com maior frequência.<br />

493


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

ANÁLISE SINTÁTICA NO MANUAL DIDÁTICO E SUAS<br />

IMPLICAÇÕES<br />

Gisele Ro<strong>de</strong>gheiro De Moraes Anthonisen<br />

Bárbara Vargas Abott<br />

O ensino da língua portuguesa tem sido alvo <strong>de</strong> muitas críticas nessas<br />

últimas décadas. Como futuros docentes <strong>de</strong> língua portuguesa,<br />

preten<strong>de</strong>mos <strong>de</strong>senvolver no presente artigo algumas consi<strong>de</strong>rações<br />

sobre os manuais didáticos e o ensino da língua nos diferentes níveis <strong>de</strong><br />

educação médio e fundamental. São vários os motivos que, muitas<br />

vezes, não contribuem para um bom ensino <strong>de</strong> língua portuguesa e um<br />

<strong>de</strong>sses é o próprio livro didático utilizado em sala <strong>de</strong> aula. Salzano<br />

(2004) enten<strong>de</strong> que professores, pais e alunos queixam-se <strong>de</strong>sse<br />

material, por se resumir a um livro composto <strong>de</strong> textos e exercícios,<br />

geralmente, pouco criativos. Dias (2010, p. 113-114), por sua vez,<br />

chama atenção para outros problemas, tais como, a falta <strong>de</strong> clareza<br />

sobre o papel do conhecimento gramatical no ensino <strong>de</strong> língua<br />

portuguesa e a dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> interação dos estudos gramaticais com os<br />

estudos do texto e do discurso. Os manuais acabam representando<br />

essas contradições do campo disciplinar em que se situa o ensino <strong>de</strong><br />

língua. Dessa forma preten<strong>de</strong>mos observar o modo como a análise<br />

sintática é apresentada no livro <strong>de</strong> Português Projeto Araribá da 6ª série<br />

(5° ano) do ensino fundamental da Editora Mo<strong>de</strong>rna, o qual foi<br />

utilizado no ano letivo <strong>de</strong> 2009 a 2011 numa escola estadual <strong>de</strong> ensino<br />

fundamental do município <strong>de</strong> Candiota/RS. O livro <strong>de</strong>senvolve em<br />

cada unida<strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> leitura, <strong>de</strong> estudo do texto, <strong>de</strong> produção <strong>de</strong><br />

texto, estudo da língua, ortografia e projeto em equipe. A parte<br />

<strong>de</strong>stinada ao estudo <strong>de</strong> sintaxe situa-se no item estudo da língua. Na<br />

unida<strong>de</strong> analisada – Unida<strong>de</strong> 6 -, o estudo da língua é intitulado Da<br />

morfologia para a sintaxe. A partir das diferentes classes <strong>de</strong> palavras, o<br />

aluno é levado inicialmente a produzir frases; aparecem exercícios <strong>de</strong><br />

i<strong>de</strong>ntificação, <strong>de</strong> classificação e são apresentadas distinções entre frase,<br />

oração e período, tendo por base conceitos que as caracterizam e<br />

exemplos <strong>de</strong>ssas estruturas. A análise aponta para a dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

estabelecer relações entre os aspectos textuais e discursivos e os<br />

gramaticais; aponta também para a dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> relacionar os estudos<br />

gramaticais com as situações <strong>de</strong> uso da língua, lacuna que a edição tenta<br />

preencher com o item intitulado A gramática em contexto, on<strong>de</strong> há um<br />

esforço em propor exercícios que observem os efeitos <strong>de</strong> sentido<br />

produzidos por uma <strong>de</strong>terminada estrutura, ou a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

apresentar i<strong>de</strong>ias semelhantes através <strong>de</strong> estruturas diferentes. O<br />

494


Resumo dos Trabalhos<br />

estudo dos manuais didáticos não só materializa contradições teóricas<br />

com repercussões no que se refere a sua aplicação nas práticas da sala<br />

<strong>de</strong> aula, mas também constitui-se em um exercício <strong>de</strong> valor para a<br />

nossa formação docente, proporcionando uma visão mais aguçada em<br />

relação à utilização <strong>de</strong> multimeios didáticos.<br />

ESCOLA: ESPAÇO PERMEADO DE VARIAÇÃO<br />

LINGUÍSTICA<br />

Glece Valério Kerchiner<br />

Rosemeri Vasconcellos Soares<br />

Palavras- chave: Variação línguística – ensino/aprendizagem – norma<br />

padrão.<br />

A presente comunicação tem por objetivo relatar uma experiência<br />

didática advinda do Programa <strong>de</strong> Iniciação à Docência (PIBID) na<br />

área <strong>de</strong> Letras da Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do Pampa (UNIPAMPA).<br />

Trata-se <strong>de</strong> um projeto em que trabalhamos com a temática da<br />

sociolinguística em turmas <strong>de</strong> primeiro ano do ensino médio <strong>de</strong> uma<br />

escola estadual da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Bagé/RS. Os alunos elaboraram e<br />

aplicaram uma entrevista com a comunida<strong>de</strong> escolar a fim <strong>de</strong> <strong>de</strong>scobrir<br />

como ocorre a ênclise, a próclise e a mesóclise na fala e na escrita<br />

<strong>de</strong>stes informantes. As respostas foram tabuladas e, com o auxílio dos<br />

professores <strong>de</strong> matemática, houve a criação <strong>de</strong> gráficos com os<br />

resultados obtidos. Cabe ressaltar a constatação dos alunos <strong>de</strong> que,<br />

quanto à fala, houve a predominância do uso da próclise e que a<br />

ênclise aparece esporadicamente enquanto a uso da mesóclise é<br />

praticamente nulo. Também concluíram que na escrita há a<br />

predominância do uso da ênclise. Os pilares que subsidiaram esta<br />

prática foram Bagno (2007) e Bortoni-Ricardo (2007). Segundo os<br />

autores, a língua e socieda<strong>de</strong> estão indissoluvelmente entrelaçadas,<br />

uma influenciando a outra, uma constituindo a outra. Deste modo é<br />

importante que os alunos tenham acesso à norma padrão da língua sem,<br />

no entanto, <strong>de</strong>sprestigiar a sua própria varieda<strong>de</strong> linguística. O trabalho<br />

realizado além <strong>de</strong> valorizar a varieda<strong>de</strong> linguística da comunida<strong>de</strong>,<br />

buscou levar os alunos a se apropriarem também das regras<br />

linguísticas que gozam <strong>de</strong> prestigio e enriquecer o seu repertório.<br />

495


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

PROJETO FRONTEIRAS INTEGRADAS: ESPAÇOS<br />

EDUCATIVOS, PRÁTICAS SOCIAIS E CULTURAIS<br />

Grazielle Da Silva Dos Santos<br />

Nédilã Espindola Chagas<br />

O projeto “Fronteiras integradas: espaços educativos, práticas sociais e<br />

culturais”, integrado ao Programa das Licenciaturas – PROLICEN –<br />

pela Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Santa Maria (UFSM), tem por objetivo<br />

<strong>de</strong>senvolver ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> ensino <strong>de</strong> línguas e interculturalida<strong>de</strong> por<br />

meio do intercâmbio, sendo ele em suporte virtual com vistas também<br />

a promovê-lo em vivências presencias entre os grupos envolvidos. Para<br />

<strong>de</strong>senvolvê-lo, participam do projeto uma escola pública do entorno da<br />

UFSM e uma escola da comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Cerro Pelado, localizada no<br />

interior <strong>de</strong> Rivera, Uruguai. Todas as ações <strong>de</strong>senvolvidas fazem parte<br />

também do <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> troca <strong>de</strong> experiências<br />

previstas no projeto Fronteiras, sob a coor<strong>de</strong>nação das pró-reitorias <strong>de</strong><br />

Extensão das universida<strong>de</strong>s envolvidas (UNIPAMPA – UFSM –<br />

UDELAR). Espera-se que a realização <strong>de</strong>ste projeto contribua para<br />

qualificar a formação inicial dos estudantes <strong>de</strong> Letras - Espanhol e<br />

Português, em especial, ao promover uma prática docente que<br />

consi<strong>de</strong>ra uma abordagem para o ensino <strong>de</strong> línguas permeado pelo<br />

reconhecimento e promoção da interculturalida<strong>de</strong> das comunida<strong>de</strong>s nas<br />

quais as escolas envolvidas se encontram.<br />

VARIAÇÃO LINGUÍSTICA NA ESCOLA: ANÁLISE DE UMA<br />

EXPERIÊNCIA NO ESTÁGIO SUPERVISIONADO<br />

Greice Kelly Oliveira Jorge<br />

Clara Dornelles<br />

Palavras-Chaves: Língua Portuguesa, Variação Linguística e Estágio<br />

Supervisionado<br />

As inovações sugeridas pelas diretrizes oficiais <strong>de</strong> ensino <strong>de</strong> língua<br />

portuguesa não ocorrem, na escola, com a mesma rapi<strong>de</strong>z em que são<br />

produzidas nos documentos. Além disso, há, em geral, uma <strong>de</strong>scrença<br />

do professor em relação aos benefícios que as mudanças nas políticas<br />

<strong>de</strong> ensino po<strong>de</strong>m trazer para a sua prática pedagógica (PEDRA, 2011),<br />

e, quando há tentativa <strong>de</strong> inovação, nem sempre ela tem sucesso. Por<br />

enten<strong>de</strong>rmos que é relevante investigarmos essas tentativas, analisamos<br />

(i) o modo como uma estagiária da licenciatura em Letras da<br />

Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do Pampa (UNIPAMPA) didatiza<br />

496


Resumo dos Trabalhos<br />

(CHEVALLARD, 1985) variação linguística na escola e (ii) os<br />

<strong>de</strong>safios <strong>de</strong>sse processo. Os dados analisados são os textos escritos pela<br />

professora em formação durante o estágio supervisionado em língua<br />

portuguesa e literatura. Assumimos, para a análise e discussão, uma<br />

abordagem transdisciplinar (SIGNORINI, 1998) e dialógica<br />

(BAKHTIN, 2002). Os resultados evi<strong>de</strong>nciaram que o trabalho<br />

realizado mobilizou as atitu<strong>de</strong>s linguísticas dos estudantes em relação<br />

às varieda<strong>de</strong>s da língua portuguesa, bem como sua reflexão linguística<br />

a respeito dos usos da língua. O maior <strong>de</strong>safio da professora em<br />

formação foi construir, nesse processo <strong>de</strong> ensino-aprendizagem, um<br />

espaço que não fosse, apenas, <strong>de</strong> militância, mas <strong>de</strong> compreensão dos<br />

fenômenos linguísticos.<br />

AS IDENTIDADES DE PROFESSOR “DISCURSADAS” PELA<br />

IMPRENSA BRASILEIRA<br />

Hilário I. Bohn<br />

Palavras-chave: i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>(s), professor, mídia nacional.<br />

A educação tem sido uma das principais preocupações da socieda<strong>de</strong> ao<br />

longo da história. Mesmo na antiguida<strong>de</strong>, nas culturas greco-romanas, a<br />

formação da juventu<strong>de</strong> era uma das principais responsabilida<strong>de</strong>s do<br />

Estado. Isto torna-se mais claro na Ida<strong>de</strong> Média e com o movimento<br />

racionalista-iluminista do renascimento. O século XX caracteriza-se<br />

pela universalização da educação, ainda que às vezes se resuma às<br />

habilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> ler e escrever, o valor simbólico <strong>de</strong> uma boa educação<br />

torna-se um dos bens mais cobiçados. Assim, os professores e a escola<br />

começam a ocupar um espaço privilegiado na organização e construção<br />

da socieda<strong>de</strong> mo<strong>de</strong>rna. Perante esta realida<strong>de</strong>, a mídia nacional procura<br />

<strong>de</strong>screver, e, muitas vezes, i<strong>de</strong>alizar e <strong>de</strong>signar i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s para os<br />

professores, atores principais do processo educativo. No <strong>de</strong>bate surge<br />

um “campo <strong>de</strong> significados” (significados construídos, THOMPSON,<br />

2000) produzidos e recebidos pelos indivíduos num <strong>de</strong>terminado<br />

contexto sócio- histórico. Neste estudo procura-se averiguar como a<br />

mídia escrita brasileira, um lugar <strong>de</strong> exercício <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r, apresenta a<br />

“figura” (ou o ‘quadro’, segundo Arroyo) do professor no dia a ele<br />

<strong>de</strong>dicado, 15-10-2011. A esta figura <strong>de</strong>senhada (discursada) pela mídia<br />

escrita procura-se contrapor “uma matriz <strong>de</strong> conexões e <strong>de</strong>sconexões”,<br />

quase sempre aleatórias, próprias da pós-mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong>, com “um<br />

volume infinito <strong>de</strong> permutações” (BAUMAN, 2007) que vêm hoje<br />

acrescidas pelos variados contextos em que se realizam as experiências<br />

humanas, levadas a uma potência também infinitamente variada com a<br />

497


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

disponibilida<strong>de</strong> do “mundo” da web. É <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>sta complexida<strong>de</strong> que<br />

se procura discutir a(s) i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>(s) <strong>de</strong> professor.<br />

EM BUSCA DE SUBSÍDIOS PARA UMA PEDAGOGIA DA<br />

VARIAÇÃO LINGUÍSTICA NOS DOCUMENTOS<br />

CURRICULARES NACIONAIS<br />

Jorama De Quadros Stein<br />

Gisele Benck De Moraes<br />

Palavras-chave: norma culta, norma-padrão, pedagogia da variação<br />

linguística<br />

Este texto tem por objetivo buscar nos Parâmetros Curriculares<br />

Nacionais (PCN) <strong>de</strong> ensino fundamental (BRASIL, 1998) e médio<br />

(BRASIL, 2000) subsídios para uma pedagogia da variação linguística.<br />

Especificamente, investigamos se e como esses documentos abordam a<br />

questão da variação. Nossa investigação parte das propostas <strong>de</strong> Faraco<br />

(2008) e Zilles (2008), ambos autores que contribuem<br />

significativamente para a construção <strong>de</strong> uma pedagogia da variação.<br />

Vale dizer que consi<strong>de</strong>ramos necessária uma prática educativa atenta<br />

aos fenômenos <strong>de</strong> variação, <strong>de</strong> forma a oferecer ao aluno meios para<br />

que ele seja capaz <strong>de</strong> avaliar a a<strong>de</strong>quação das formas linguísticas a sua<br />

disposição a cada nova situação interlocutiva. Acreditamos que, por<br />

meio <strong>de</strong> um ensino que privilegie a norma culta em <strong>de</strong>trimento da<br />

norma-padrão e leve em conta as varieda<strong>de</strong>s linguísticas conhecidas<br />

pelos alunos, é possível promover uma educação linguística em que se<br />

combata o preconceito linguístico e se possibilite aos educandos o<br />

aprimoramento <strong>de</strong> sua competência linguístico-discursiva. Nossa leitura<br />

dos PCN permitiu-nos observar que, apesar <strong>de</strong> preocupados com a<br />

questão da variação linguística, os documentos não diferenciam<br />

claramente entre as noções <strong>de</strong> norma-padrão e norma culta. Há,<br />

também, uma certa inconsistência no que diz respeito aos usos dos<br />

termos sociolinguísticos e uma enorme quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> conceitos<br />

advindos <strong>de</strong> variadas áreas da linguística, o que torna a leitura dos<br />

documentos altamente complexa.<br />

498


Resumo dos Trabalhos<br />

EM BUSCA DE SUBSÍDIOS PARA UMA PEDAGOGIA DA<br />

VARIAÇÃO LINGUÍSTICA NOS DOCUMENTOS<br />

CURRICULARES NACIONAIS<br />

Jorama De Quadros Stein<br />

César Augusto González<br />

Palavras-chave: norma culta, norma-padrão, pedagogia da variação<br />

linguística<br />

Este texto tem por objetivo buscar nos Parâmetros Curriculares<br />

Nacionais (PCN) <strong>de</strong> ensino fundamental (BRASIL, 1998) e médio<br />

(BRASIL, 2000) subsídios para uma pedagogia da variação linguística.<br />

Especificamente, investigamos se e como esses documentos abordam a<br />

questão da variação. Nossa investigação parte das propostas <strong>de</strong> Faraco<br />

(2008) e Zilles (2008), ambos autores que contribuem<br />

significativamente para a construção <strong>de</strong> uma pedagogia da variação.<br />

Vale dizer que consi<strong>de</strong>ramos necessária uma prática educativa atenta<br />

aos fenômenos <strong>de</strong> variação, <strong>de</strong> forma a oferecer aos alunos meios para<br />

que eles sejam capazes <strong>de</strong> avaliar a a<strong>de</strong>quação das formas linguísticas a<br />

sua disposição a cada nova situação interlocutiva. Acreditamos que, por<br />

meio <strong>de</strong> um ensino que privilegie a norma culta em <strong>de</strong>trimento da<br />

norma-padrão e leve em conta as varieda<strong>de</strong>s linguísticas conhecidas<br />

pelos alunos, é possível promover uma educação linguística em que se<br />

combata o preconceito linguístico e se possibilite aos educandos o<br />

aprimoramento <strong>de</strong> sua competência linguístico-discursiva. Nossa leitura<br />

dos PCN permitiu-nos observar que, apesar <strong>de</strong> preocupados com a<br />

questão da variação linguística, os documentos não diferenciam<br />

claramente as noções <strong>de</strong> norma-padrão e norma culta. Há, também, uma<br />

certa inconsistência no que diz respeito aos usos dos termos<br />

sociolinguísticos e uma enorme quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> conceitos advindos <strong>de</strong><br />

variadas áreas da linguística, o que torna a leitura dos documentos<br />

altamente complexa.<br />

VARIAÇÃO LINGUÍSTICA DA LÍNGUA BRASILEIRA DE<br />

SINAIS-LIBRAS EM ESCOLAS DE SURDOS<br />

Karina Ávila Pereira<br />

Palavras-chave: Variação linguística, Língua Brasileira <strong>de</strong> Sinais,<br />

Cultura Surda<br />

O presente artigo <strong>de</strong>stina-se a divulgar uma pesquisa <strong>de</strong> mestrado em<br />

<strong>Educação</strong> que objetivou analisar se alunos do ensino fundamental<br />

499


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

apresentavam variações linguísticas em seus discursos.<br />

Metodologicamente a pesquisa se inscreveu em uma abordagem<br />

qualitativa em que alunos surdos <strong>de</strong> uma escola <strong>de</strong> surdos e <strong>de</strong> uma<br />

escola com classes específicas foram entrevistados. Os dados coletados<br />

foram analisados por tradutoras da Libras com a intenção <strong>de</strong> encontrar<br />

variações linguísticas. Nos dados, foi perceptível constatar que os<br />

alunos apresentavam variações linguísticas e que a escolha <strong>de</strong> uma<br />

<strong>de</strong>terminada variante não acarretava confusão para os alunos surdos, e<br />

que a criação <strong>de</strong> novas variantes, se bem aceita pelo grupo, constitui-se<br />

como processo natural, se <strong>de</strong>ntro dos padrões aceitáveis por esse grupo.<br />

Há, porém, uma resistência por parte dos professores em apren<strong>de</strong>r<br />

tantos sinais novos, <strong>de</strong>monstrando uma fragilida<strong>de</strong> linguística e<br />

cultural no ambiente escolar, <strong>de</strong>vido às relações <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r na escolha <strong>de</strong><br />

qual língua utilizar ainda se remetem ao português.<br />

VIOLÊNCIA E DISCRIMINAÇÃO COMO TENTATIVA DE<br />

DEMONIZAR IDENTIDADES EM UM SITE REDE SOCIAL<br />

Letícia Schinestsck<br />

Palavras-chave: violência em re<strong>de</strong>; discriminação; Orkut; favela;<br />

comunicação mediada pelo computador<br />

Este trabalho investiga <strong>de</strong> que maneiras membros <strong>de</strong> comunida<strong>de</strong>s da<br />

internet disseminam diferentes tipos <strong>de</strong> violência e discriminação contra<br />

moradores <strong>de</strong> favelas, tentando <strong>de</strong>monizar sua i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> e, no<br />

processo, mostrar-se superiores. Com esse fim, selecionamos o site <strong>de</strong><br />

re<strong>de</strong> social Orkut e escolhemos três comunida<strong>de</strong>s específicas para<br />

análise, cada uma <strong>de</strong>las com uma atitu<strong>de</strong>. Com base nos elementos<br />

i<strong>de</strong>ntificados, é possível observar como a Web influencia essas<br />

relações, os valores construídos e a potencialização das atitu<strong>de</strong>s que,<br />

com a abrangência da ferramenta, são capazes <strong>de</strong> atingir um conjunto<br />

muito maior <strong>de</strong> usuários e consolidar – ou pelo menos encontrar apoio –<br />

enunciados preconceituosos <strong>de</strong> caráter permanentes, passíveis <strong>de</strong> busca<br />

e que geram efeitos em seus receptores, seja o <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação com os<br />

<strong>de</strong>tratores ou <strong>de</strong> rejeição da imagem criada dos moradores <strong>de</strong> favela.<br />

500


Resumo dos Trabalhos<br />

RE-PENSANDO O PENSAMENTO IDENTITÁRIO NA PÓS-<br />

MODERNIDADE<br />

Lucia Grigoletti<br />

O presente trabalho visa refletir sobre o lugar da I<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> na Pós-<br />

mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong>, época <strong>de</strong> intensas e constantes transformações e, sua<br />

relação com o pensamento do sujeito contemporâneo. Se por um lado<br />

i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> fala <strong>de</strong> subjetivida<strong>de</strong>, cada sujeito tem a sua, por outro fala<br />

<strong>de</strong> pertencimento. A i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> se constrói no pertencimento, na<br />

ambivalência <strong>de</strong> sentimentos e na complexida<strong>de</strong> do processo<br />

interrelacional e <strong>de</strong> interinfluências entre a subjetivida<strong>de</strong> e a<br />

coletivida<strong>de</strong>. Essa i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> metamorfoseada contém no hífen da Pósmo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong><br />

o caos do pensamento vivido na differancé: da or<strong>de</strong>m do<br />

não pensar – sensação <strong>de</strong> o sujeito estar vivo é o transitar constante –<br />

passa para a consciência da frustração frente a utopia da Mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong>,<br />

re-pensando o sentido <strong>de</strong> sua vida. Pensar é diferente <strong>de</strong> pensar sobre o<br />

que se pensa. E, é na re-flexão, numa atitu<strong>de</strong> mais consciente e ética<br />

que encontra novas estratégias para viver na contemporaneida<strong>de</strong>.<br />

Portanto, ao voltar-se sobre si mesmo o sujeito conecta-se, novamente,<br />

com seus sentidos (havia distanciado-se direcionando-se para a<br />

tecnologia, a produção, o racional). Hoje consciente da interinfluência<br />

e da interelacão com o Outro e seu habitat, re(i)nova seus paradigmas.<br />

A sensibilida<strong>de</strong> atual é <strong>de</strong>finitivamente outra, <strong>de</strong> outras épocas/espaços.<br />

Assim, é a sensibilida<strong>de</strong> Pós-mo<strong>de</strong>rna que, ao transitar pelos sentidos<br />

pensados/mentalizados, resgata <strong>aqui</strong>lo que ao longo dos milênios<br />

garantiu a configuração do humano: o sentimento <strong>de</strong> si mesmo, sua<br />

i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> re-criada no microkairos da vida.<br />

LITERATURA AFRO-BRASILEIRA EM LIVROS DIDÁTICOS<br />

DE ENSINO MÉDIO<br />

Márcia Froehlich<br />

Este trabalho expõe os resultados <strong>de</strong> um projeto <strong>de</strong> pesquisa cujo<br />

objetivo foi verificar e analisar a presença da literatura afro-brasileira<br />

em livros didáticos <strong>de</strong> Língua Portuguesa e Literatura Brasileira<br />

<strong>de</strong>stinados ao Ensino Médio. O corpus da pesquisa foi composto pelas<br />

obras participantes do PNLD 2012 (Programa Nacional do Livro<br />

Didático), as quais, portanto, receberam avaliação positiva do MEC. A<br />

Lei 10.639/2003 alterou a Lei <strong>de</strong> Diretrizes e Bases da <strong>Educação</strong><br />

Nacional incluindo a obrigatorieda<strong>de</strong> do ensino <strong>de</strong> História e Cultura<br />

501


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

Afro-brasileira nos currículos da educação básica. Sendo a língua e a<br />

literatura elementos constituintes e constituídos pela cultura, tal<br />

<strong>de</strong>terminação legal exige modificações no currículo das disciplinas <strong>de</strong><br />

Língua Portuguesa e Literatura Brasileira. Assim, o projeto surgiu da<br />

necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se examinar os manuais didáticos voltados para o<br />

Ensino Médio a fim <strong>de</strong> avaliar sua a<strong>de</strong>quação e profundida<strong>de</strong> no<br />

tratamento da produção literária afro-brasileira, a partir <strong>de</strong> subsídios<br />

teóricos <strong>de</strong> estudos sobre cultura, i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> e literatura afro-brasileira.<br />

Os resultados mostram que a presença <strong>de</strong>ssa produção literária ainda é<br />

bastante tímida. Em contrapartida, percebe-se um aumento no espaço<br />

<strong>de</strong>stinado às literaturas africanas <strong>de</strong> expressão portuguesa.<br />

A LATERAL PÓS-VOCÁLICA /L/ : UMA ABORDAGEM COM<br />

BASE NO PORTUGUÊS FALADO NA CIDADE DE PELOTAS<br />

Márcia Helena Sauaia Guimarães Rostas<br />

Este estudo tem por objetivo analisar, a partir da perspectiva<br />

fonológica, a realização variável da lateral pós-vocálica /l/ no<br />

português brasileiro falado na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Pelotas no Rio Gran<strong>de</strong> do Sul.<br />

A cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Pelotas encontra-se situada na região sul do estado do Rio<br />

Gran<strong>de</strong> do Sul. Foi colonizada por portugueses, africanos, italianos,<br />

alemães. Por sua localização, recebe inúmeras influências, inclusive do<br />

país vizinho, Uruguai. A fala dos nativos possui características bem<br />

distintas das <strong>de</strong>mais regiões do país e <strong>de</strong> outras regiões do estado<br />

também. No português brasileiro, a lateral em posição <strong>de</strong> final <strong>de</strong><br />

sílaba é realizada <strong>de</strong> forma variável como /l/ alveolar, /l/ velar ou [w]<br />

variante vocalizada (semivogal) (cf. SILVA, 2011, p. 140-141). Além<br />

disso, a literatura tem nos mostrado que essa variação ocorre em função<br />

<strong>de</strong> condicionantes que po<strong>de</strong>m ser tanto sociais quanto linguísticas. Para<br />

Labov (2008[1972], p.19), “a explicação da mudança linguística parece<br />

envolver três problemas distintos: a origem das variações linguísticas;<br />

a difusão e propagação das mudanças linguísticas; e a regularida<strong>de</strong> da<br />

mudança linguística.” Este norte <strong>de</strong> investigação apontado pelo autor<br />

constitui um dos eixos <strong>de</strong> nossa pesquisa no que tange a variação.<br />

Dessa forma, neste estudo <strong>de</strong>stacamos, principalmente, três<br />

motivadores linguísticos para a análise: i) a posição do acento – se a<br />

sílaba porta o acento e se este influencia ou não na variação do /l/<br />

(monossílabo, sílaba tônica, pretônica e pós-tônica; ii) a posição da<br />

lateral (final <strong>de</strong> sílaba e concomitantemente em final <strong>de</strong> palavra, i.e.,<br />

502


Resumo dos Trabalhos<br />

diante <strong>de</strong> pausa ou não) ; iii) a qualida<strong>de</strong> vocálica anterior e/ou<br />

posterior (alta, média-alta, média-baixa, baixa) que o prece<strong>de</strong>.<br />

A IMPORTÂNCIA DO PODER DE ENCANTAMENTO E DAS<br />

RELAÇÕES VINCULARES NA CONSTRUÇÃO DAS<br />

IDENTIDADES APRENDENTES ENTRE PROFESSORES-<br />

ALUNO<br />

Maria da Graça Gonçalves Cunha Neves<br />

Palavras-chave: i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>, relações vinculares, encantamento,<br />

apren<strong>de</strong>nte, ensinante.<br />

O trabalho busca refletir sobre a importância do po<strong>de</strong>r do encantamento<br />

e das relações vinculares na construção das i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s apren<strong>de</strong>ntes<br />

entre professores-alunos, colocando como <strong>de</strong>safio essencial do<br />

professor na atualida<strong>de</strong>, o "encantar-se" pelo que faz (distinguindo<br />

trabalho <strong>de</strong> emprego) e o "encantar" o aluno a tal ponto em que ele<br />

queira estar, envolver-se com a aprendizagem e permanecer na escola.<br />

FRONTEIRA JAGUARÃO- RIO BRANCO: ESPANHOL<br />

FALADO E IDENTIDADES “CONSTRUÍDAS”<br />

Maria Do Socorro De Almeida Farias-Marques<br />

Adail Sobral<br />

Palavras-chave: fronteira, espanhol falado, i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong><br />

A fronteira Brasil-Uruguai é alvo <strong>de</strong> muitas iniciativas e projetos<br />

políticos, sociais, institucionais e <strong>de</strong> pesquisa. Percebemos contudo que<br />

gran<strong>de</strong> parte <strong>de</strong>ssas investigações que evi<strong>de</strong>nciam a fronteira<br />

concentram-se na zona fronteiriça Rivera-Santana do Livramento,<br />

<strong>de</strong>ixando um tanto ofuscada a fronteira Rio Branco-Jaguarão, apesar <strong>de</strong><br />

alguns relevantes trabalhos já realizados na região. Des<strong>de</strong> 2011, a<br />

UNIPAMPA- Jaguarão <strong>de</strong>senvolve um projeto institucional na<br />

fronteira em questão: seleção <strong>de</strong> ingresso aos cursos <strong>de</strong> graduação para<br />

fronteiriços uruguaios que resi<strong>de</strong>m em Rio Branco. As vagas ofertadas<br />

nesta modalida<strong>de</strong> aten<strong>de</strong>m ao Decreto 5.105/2004, em que consta a<br />

permissão <strong>de</strong> residência, estudo e trabalho a nacionais fronteiriços<br />

brasileiros e uruguaios. O ingresso <strong>de</strong>sses fronteiriços na Instituição<br />

nos instigou a <strong>de</strong>senvolver um estudo que contemple as relações entre<br />

a condição <strong>de</strong> fronteira dos sujeitos e a(s) varieda<strong>de</strong>(s) do espanhol<br />

falado, características <strong>de</strong>sse espaço. Assim, este trabalho se justifica<br />

503


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

pela necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> conhecer e reconhecer o espanhol falado dos<br />

fronteiriços e objetiva i<strong>de</strong>ntificar no discurso <strong>de</strong> sujeitos fronteiriços,<br />

alunos da UNIPAMPA Jaguarão, marcas linguísticas que caracteriza<br />

a(s) varieda<strong>de</strong>(s) coloquial(ais)/faladas na fronteira Jaguarão- Rio<br />

Branco consi<strong>de</strong>rando seu valor sócioi<strong>de</strong>ntitário e verificar <strong>de</strong> que<br />

maneira esses sujeitos <strong>de</strong> veem a si mesmos como falantes <strong>de</strong> uma<br />

varieda<strong>de</strong> não-padrão e <strong>de</strong> que maneira julgam serem vistos no<br />

ambiente universitário.<br />

O COMPORTAMENTO DA VOGAL /E/ EM CLÍTICOS<br />

PRONOMINAIS E NÃO PRONOMINAIS<br />

Maria José Blaskovski Vieira<br />

Palavras-chave: clíticos, vogal média, neutralização vocálica<br />

O presente trabalho tem como objetivo analisar, a partir das<br />

perspectivas variacionista e fonológica, a forma <strong>de</strong> realização da vogal<br />

/e/ nos clíticos “me”, “te”, “se”, “lhe” e “<strong>de</strong>”, buscando i<strong>de</strong>ntificar<br />

fatores lingüísticos e sociais que possam condicionar a preservação ou<br />

a elevação <strong>de</strong>ssa vogal. Para tanto, estão sendo analisadas, do Banco <strong>de</strong><br />

Dados VARSUL, 12 entrevistas da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Curitiba, selecionadas<br />

com base nos fatores ida<strong>de</strong> e escolarida<strong>de</strong>. Optou-se por investigar o<br />

comportamento dos clíticos nessa cida<strong>de</strong>, em função dos altos níveis <strong>de</strong><br />

preservação da vogal /e/ átona final. Os fatores lingüísticos<br />

consi<strong>de</strong>rados são: tipo <strong>de</strong> clítico, tipo <strong>de</strong> onset da sílaba seguinte,<br />

natureza da vogal da sílaba seguinte, distância do clítico em relação à<br />

sílaba tônica e tipo <strong>de</strong> juntura. A partir dos resultados encontrados,<br />

torna-se possível verificar se a sequência clítico-hospe<strong>de</strong>iro é domínio<br />

<strong>de</strong> aplicação <strong>de</strong> regras fonológicas lexicais ou pós-lexicais, o que em<br />

parte permitiria a <strong>de</strong>finição da natureza prosódica <strong>de</strong>sse tipo <strong>de</strong><br />

vocábulo. Os dados coletados até o momento foram codificados <strong>de</strong><br />

acordo com as variáveis e submetidos a tratamento estatístico com os<br />

programas do pacote VARBRUL, versão Goldvarb 2003 para ambiente<br />

Windows. O programa selecionou as variáveis tipo <strong>de</strong> juntura,<br />

qualida<strong>de</strong> da vogal da sílaba seguinte, consoante da sílaba seguinte e<br />

tipo <strong>de</strong> clítico como fatores que influenciam o tipo <strong>de</strong> vogal – alta ou<br />

média – que irá se manifestar.<br />

504


Resumo dos Trabalhos<br />

A PROPOSTA DAS ESCOLAS INTERCULTURAIS BILÍNGUES<br />

DE FRONTEIRA NO CHUÍ-CHUY<br />

María Josefina Israel Semino<br />

Palavras-chave: fronteira linguística; Chuí-Chuy; escolas interculturais<br />

bilíngues.<br />

Este trabalho tem por objetivos apresentar, em primeiro lugar um<br />

brevíssimo panorama da situação <strong>de</strong> bilinguismo no Chuí-Chuy; em<br />

segundo lugar <strong>de</strong>screver o perfil do programa <strong>de</strong>senhado pela<br />

Administración Nacional <strong>de</strong> Educación Pública (ANEP) do Uruguai<br />

para as escolas bilíngues na fronteira com o Brasil; em terceiro lugar<br />

lembrar a experiência brasileira para as escolas interculturais bilíngues<br />

<strong>de</strong> fronteira e apresentar a nossa proposta para esse tipo <strong>de</strong> escolas<br />

existentes no Chuí-Chuy; por último faremos um primeiro balanço das<br />

ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>ssa proposta que já foram <strong>de</strong>senvolvidas. Nossa<br />

metodologia combina o estudo bibliográfico com a pesquisa<br />

participante. As nossas principais fontes bibliográficas são Espiga<br />

(2001), Amaral (2009) e Semino (2007 e 2011).<br />

DA CARTA DE CAMINHA ÀS MENSAGENS DE TEXTO:<br />

FORMAS ABREVIADAS E VARIAÇÃO LINGUÍSTICA NO<br />

ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA<br />

Maria Luci De Mesquita Prestes<br />

Palavras-chave: Variação linguística. Formas abreviadas. Ensino <strong>de</strong><br />

língua portuguesa.<br />

Com o advento e a ampla circulação <strong>de</strong> meios eletrônicos, há muitos<br />

professores que se queixam <strong>de</strong> que as formas utilizadas para<br />

mensagens <strong>de</strong> texto, seja em celulares, seja em outros suportes,<br />

prejudicam a escrita dos alunos, os quais transferem literalmente o tipo<br />

<strong>de</strong> escrita próprio <strong>de</strong>sses gêneros para outros, cujo grau <strong>de</strong> formalida<strong>de</strong><br />

não o permitiria. Há até quem diga que essa linguagem ameaça a<br />

integrida<strong>de</strong> da língua portuguesa. Afora os que preconizam inclusive a<br />

morte do idioma. Nesta comunicação, tratando especificamente <strong>de</strong><br />

formas abreviadas, preten<strong>de</strong>mos cotejar trechos da Carta <strong>de</strong> Caminha<br />

com trechos <strong>de</strong> mensagens que circulam hoje nos meios eletrônicos,<br />

procurando mostrar que essas formas, em épocas diferentes, têm seus<br />

propósitos <strong>de</strong> uso e que não se trata <strong>de</strong> uma ameaça à língua<br />

portuguesa. Quanto à atualida<strong>de</strong>, <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>mos que não é o caso <strong>de</strong><br />

tentar banir da escola essas e outras formas próprias <strong>de</strong> gêneros que<br />

505


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

circulam nos meios eletrônicos, mas trabalhar, em sala <strong>de</strong> aula, no<br />

sentido <strong>de</strong> abordar diferentes gêneros <strong>de</strong> textos com os usos <strong>de</strong><br />

linguagem que lhe são próprios. Postulamos que é preciso consi<strong>de</strong>rar,<br />

conforme Bakhtin (1997, p. 280, grifo do autor), que cada enunciado é<br />

reflexo das condições específicas e das finalida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> cada uma das<br />

esferas da ativida<strong>de</strong> humana, “não só por seu conteúdo (temático) e por<br />

seu estilo verbal, ou seja, pela seleção operada nos recursos da língua<br />

— recursos lexicais, fraseológicos e gramaticais —, mas também, e<br />

sobretudo, por sua construção composicional”, sendo que “cada esfera<br />

<strong>de</strong> utilização da língua elabora seus tipos relativamente estáveis <strong>de</strong><br />

enunciados, [...] que <strong>de</strong>nominamos gêneros do discurso.”<br />

“SER” E “ESTAR” PROFESSOR DE INGLÊS NA PÓS-<br />

MODERNIDADE: DICOTOMIA OU DIVERSIDADE?<br />

Maria Waleska Siga Peil<br />

Palavras-chave: Professor <strong>de</strong> inglês; i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s; estudos culturais.<br />

Este trabalho tem por objetivo investigar as diferentes i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s do<br />

professor <strong>de</strong> inglês na pós-mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong>, tomando-se como referência<br />

os principais pressupostos dos estudos culturais e <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>. Qual é<br />

o perfil <strong>de</strong> sujeitos que atuam como professor <strong>de</strong> língua inglesa sem<br />

possuir formação acadêmica específica? O que os leva a atuar na área<br />

<strong>de</strong> ensino <strong>de</strong> idiomas ao lado <strong>de</strong> profissionais graduados? É a partir <strong>de</strong><br />

tais questionamentos com respeito à atuação <strong>de</strong> professores <strong>de</strong> inglês<br />

com diferentes formações que se faz possível investigar o possível<br />

caráter transitório e contraditório da profissão nos dias atuais. O<br />

trabalho aborda a atuação <strong>de</strong> professores <strong>de</strong> inglês graduados e o modo<br />

como se i<strong>de</strong>ntificam e se relacionam com os profissionais que não<br />

possuem formação em Letras. O trabalho propõe, nesse sentido, uma<br />

reflexão sobre a diferença entre o “ser” e o “estar” professor <strong>de</strong> inglês,<br />

apontando, assim, para uma oscilação fronteiriça entre a estabilida<strong>de</strong> e<br />

a instabilida<strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntitária que o mundo mo<strong>de</strong>rno apresenta.<br />

506


Resumo dos Trabalhos<br />

"ESSE SEU CURSINHO DE INGLÊS ONLINE!": ANÁLISE DE<br />

DISCURSOS SOBRE PROFESSORES DE INGLÊS COMO LE<br />

PRESENTES EM PEÇAS PUBLICITÁRIAS<br />

Matheus Trinda<strong>de</strong> Velasques<br />

Este trabalho propõe-se a analisar peças publicitárias que compõem a<br />

divulgação <strong>de</strong> um curso online <strong>de</strong> Inglês como língua estrangeira a fim<br />

<strong>de</strong> mapear que discursos e representações acerca dos professores <strong>de</strong><br />

Inglês estão presentes em suas narrativas e as reações provocadas na<br />

comunida<strong>de</strong> docente <strong>de</strong> Inglês como LE. A partir <strong>de</strong>stes referidos<br />

discursos e representações acerca do professor <strong>de</strong> língua inglesa,<br />

preten<strong>de</strong>-se analisar que “verda<strong>de</strong>s” (FOUCAULT, 1979; VEIGA-<br />

NETO, 2003) sobre ele são difundidas e reafirmadas. Para fins <strong>de</strong><br />

análise, parte-se das noções <strong>de</strong> narrativa (MOITA LOPES, 2001),<br />

representação (WOODWARD, 2000) e discurso (HALL, 1997;<br />

KUMARAVADIVELO, 2006). Preten<strong>de</strong>-se também analisar as<br />

reações em fóruns e re<strong>de</strong>s sociais dos professores <strong>de</strong> Inglês como LE<br />

<strong>de</strong> cursos presenciais frente à polêmica causada pela narrativa<br />

publicitária. As análises apontam que as narrativas publicitárias<br />

exploram imagens estereotipadas <strong>de</strong> professores <strong>de</strong> Inglês, recorrendo<br />

a discursos do senso comum acerca do professor nativo como garantia<br />

<strong>de</strong> aprendizado e ignorando as pesquisas recentes em Linguística<br />

Aplicada acerca da temática.<br />

LOS GÉNEROS DISCURSIVOS SON EL LOCUS DE LA<br />

IDENTIDAD LINGÜÍSTICA<br />

Matil<strong>de</strong> Contreras<br />

Palabras-clave: LE - valor axiológico - géneros discursivos<br />

El nativo adquiere la LM en contexto y luego apren<strong>de</strong> sus reglas<br />

normativas. En la adquisición la usa en un entorno <strong>de</strong>terminado que<br />

tiene carácter concreto, único y refleja finalidad, lo que Bajtín (1999)<br />

llama <strong>de</strong> “enunciado”. Cuando llega a la etapa <strong>de</strong>l conocimiento <strong>de</strong> las<br />

prescripciones ya posee lo que las teorías bajtinianas (cit. op.)<br />

<strong>de</strong>nominan “valor axiológico”, el cual <strong>de</strong>termina la construcción <strong>de</strong>l<br />

enunciado, colocando la palabra y la estructura como pasivas a ese<br />

valor. Por ello, se entien<strong>de</strong> que se <strong>de</strong>fine la i<strong>de</strong>ntidad lingüística no por<br />

las imposiciones prescriptiva y sí por lo que se estime necesario según<br />

dón<strong>de</strong>, cuándo y con quién se use la lengua. Esa necesidad controla la<br />

“construcción o composición” que para Bajtín (1997) son las “esferas<br />

507


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

<strong>de</strong> comunicación verbal” o “géneros discursivos”. Pero, ¿qué suce<strong>de</strong>ría<br />

si se apren<strong>de</strong> sólo la norma <strong>de</strong> la LE, sin lo que el nativo evalúa como<br />

necesario en cada género discursivo, o se usa la nueva lengua con el<br />

valor axiológico <strong>de</strong> la LM? Esas dudas dirigieron este estudio, <strong>de</strong>dicado<br />

a analizar producciones escritas con pronombres átonos en LM <strong>de</strong><br />

brasileños e hispánicos y en español como lengua extranjera (ELE) <strong>de</strong><br />

futuros profesores en Brasil, con el objetivo <strong>de</strong> distinguir cuál es el uso<br />

<strong>de</strong> dichos pronombres. Después <strong>de</strong> examinarse opiniones <strong>de</strong> teóricos<br />

pertinentes y el material colectado, se concluye que el brasileño oscila<br />

entre el uso <strong>de</strong> los oblíquos, el reemplazo o ausencia, según el género<br />

discursivo, siguiendo el valor axiológico otorgado a cada enunciado,<br />

actitud lingüística que no se distingue cuando los hispanos usan los<br />

pronombres personales átonos y sí en las producciones en ELE <strong>de</strong> los<br />

académicos.<br />

A INSERÇÃO DE A GENTE NA LINGUAGEM JORNALÍSTICA<br />

DE ZERO HORA<br />

Morgana Paiva Da Silva<br />

Palavras-Chave: Variação Pronominal. Escrita.<br />

A inserção <strong>de</strong> a gente na linguagem jornalística <strong>de</strong> Zero Hora. Este<br />

trabalho tem por objetivo apresentar os resultados referentes à análise<br />

da inserção da forma pronominal a gente em linguagem escrita<br />

jornalística, tomando por base textos do jornal Zero Hora. Procurou-se<br />

verificar a intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uso da variante a gente nos diferentes<br />

gêneros textuais jornalísticos e i<strong>de</strong>ntificar os fatores linguísticos e os<br />

extralinguísticos que condicionam esse uso. Para sua realização<br />

buscou-se fundamentos na teoria Sociolinguística Variacionista<br />

instaurado por William Labov; na Teoria da Gramaticalização<br />

postulada por P. Hopper; e nos resultados <strong>de</strong> pesquisas sobre variação<br />

entre nós e a gente. Para a investigação, foram coletados 565 dados,<br />

provenientes da análise <strong>de</strong> 829 textos <strong>de</strong> autoria – textos do tipo<br />

argumentativo, mas <strong>de</strong> gêneros variados. Os dados coletados foram<br />

codificados e submetidos a tratamento estatístico utilizando-se o<br />

programa Goldvarb 2003 (programa proveniente <strong>de</strong> um conjunto <strong>de</strong><br />

outros programas computacionais conhecido como Varbrul). Tendo<br />

em vista que a pesquisa está em fase inicial, chegou-se,<br />

preliminarmente, à conclusão <strong>de</strong> que os fatores gênero textual,<br />

realização explícita ou implícita da forma pronominal e paralelismo<br />

formal são relevantes para o uso <strong>de</strong> a gente nos textos jornalísticos.<br />

508


Resumo dos Trabalhos<br />

A VIDA DE NELSON MANDELA NA CONCEPÇÃO DE<br />

SUJEITO SOCIOLÓGICO DE STUART HALL<br />

Olga Maria Lima Pereira<br />

Palavras-chaves: Man<strong>de</strong>la, Apartheid, i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>, sujeito sociológico.<br />

O presente artigo tem como objetivo <strong>de</strong>screver a trajetória <strong>de</strong> vida <strong>de</strong><br />

Nelson Man<strong>de</strong>la, o gran<strong>de</strong> lí<strong>de</strong>r africano que, em nome <strong>de</strong> um i<strong>de</strong>al<br />

coletivo, lutou e <strong>de</strong>dicou sua existência à busca da liberda<strong>de</strong> na África<br />

do Sul. Num primeiro momento, <strong>de</strong>screvemos a vida <strong>de</strong> Man<strong>de</strong>la. Num<br />

segundo momento, iremos tecer algumas consi<strong>de</strong>rações sobre o regime<br />

<strong>de</strong> segregação racial, o Apartheid, que, ao discriminar o negro na<br />

socieda<strong>de</strong> africana, maculou para sempre as páginas da história, numa<br />

<strong>de</strong>gradante forma <strong>de</strong> <strong>de</strong>srespeito e preconceito à humanida<strong>de</strong>. Num<br />

terceiro e último momento e, amparados nas concepções <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> e<br />

sujeito sociológico <strong>de</strong> Stuart Hall, relacionar e abrir discussões sobre a<br />

importância <strong>de</strong> um homem que, para além <strong>de</strong> interesses pessoais,<br />

<strong>de</strong>dicou sua vida a <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r uma coletivida<strong>de</strong>, no caso uma nação.<br />

COMPORTAMENTO LINGUÍSTICO DE /S/ NAS VOZES DE<br />

MACAPÁ-AP<br />

Renata Conceição Neves Monteiro<br />

Reconhecendo a variabilida<strong>de</strong> da língua, muitos estudos têm sido<br />

realizados a fim <strong>de</strong> explicar os fenômenos linguísticos ocorrentes no<br />

Português Brasileiro. A palatalização <strong>de</strong> /S/, por exemplo, é um<br />

processo que já foi objeto <strong>de</strong> estudo <strong>de</strong> falares <strong>de</strong> diversas regiões no<br />

país: Rio <strong>de</strong> Janeiro-RJ (CALLOU & MARQUES, 1975); Natal-RN<br />

(PESSOA,1986); Corumbá-MS (SILVA, 1996); João Pessoa-PB<br />

(HORA, 2000); Salvador-BA (CANOVAS, 1996); Rio <strong>de</strong> Janeiro-RJ<br />

(SCHERRE & MACEDO, 2000); Florianópolis-SC (BRESCANCINI,<br />

2002); Recife-PE (MACEDO, 2004). Sendo, pois, a produção<br />

palatoalveolar da fricativa coronal anterior em final <strong>de</strong> sílabas um<br />

fenômeno que busca explicação à luz da análise variacionista (LABOV,<br />

1969), buscamos, nesta pesquisa, traçar o perfil linguístico do falante<br />

macapaense em relação ao fenômeno estudado, consi<strong>de</strong>rando os fatores<br />

sociais (externos) e estruturais (internos) que estão envolvidos neste<br />

processo. Para alcançarmos nosso objetivo principal, buscamos<br />

também apresentar <strong>de</strong>scritivamente o fenômeno, verificando quais são<br />

os fatores condicionantes e os inibidores do processo <strong>de</strong> palatalização<br />

<strong>de</strong> /S/; fazer uma análise quantitativa dos dados (GOLDVARB 3.0 -<br />

509


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

SANKOFF, TAGLIAMONTE e SMITH, 2005), verificando a<br />

ocorrência <strong>de</strong> realizações palatoalveolares <strong>de</strong> /S/ em contraste com a<br />

produção da sibilante; comparar os resultados obtidos com outros<br />

estudos já <strong>de</strong>senvolvidos; e levantar novas hipóteses com base nas<br />

primeiras constatações.<br />

ESCOLA: ESPAÇO PERMEADO DE VARIAÇÃO<br />

LINGUÍSTICA<br />

Rosemeri Vasconcellos Soares<br />

Glece Valério Kerchiner<br />

A presente comunicação tem por objetivo relatar uma experiência<br />

didática advinda do Programa <strong>de</strong> Iniciação à Docência (PIBID) na<br />

área <strong>de</strong> Letras da Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do Pampa (UNIPAMPA).<br />

Trata-se <strong>de</strong> um projeto em que trabalhamos com a temática da<br />

sociolinguística em turmas <strong>de</strong> primeiro ano do ensino médio <strong>de</strong> uma<br />

escola estadual da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Bagé/RS. Os alunos elaboraram e<br />

aplicaram uma entrevista com a comunida<strong>de</strong> escolar a fim <strong>de</strong> <strong>de</strong>scobrir<br />

como ocorre a ênclise, a próclise e a mesóclise na fala e na escrita<br />

<strong>de</strong>stes informantes. As respostas foram tabuladas e, com o auxílio dos<br />

professores <strong>de</strong> matemática, houve a criação <strong>de</strong> gráficos com os<br />

resultados obtidos. Cabe ressaltar a constatação dos alunos <strong>de</strong> que,<br />

quanto à fala, houve a predominância do uso da próclise e que a<br />

ênclise aparece esporadicamente enquanto a uso da mesóclise é<br />

praticamente nulo. Também concluíram que na escrita há a<br />

predominância do uso da ênclise. Os pilares que subsidiaram esta<br />

prática foram Bagno (2007) e Bortoni-Ricardo (2007). Segundo os<br />

autores, a língua e socieda<strong>de</strong> estão indissoluvelmente entrelaçadas,<br />

uma influenciando a outra, uma constituindo a outra. Deste modo é<br />

importante que os alunos tenham acesso à norma padrão da língua sem,<br />

no entanto, <strong>de</strong>sprestigiar a sua própria varieda<strong>de</strong> linguística. O trabalho<br />

realizado além <strong>de</strong> valorizar a varieda<strong>de</strong> linguística da comunida<strong>de</strong>,<br />

buscou levar os alunos a se apropriarem também das regras<br />

linguísticas que gozam <strong>de</strong> prestigio e enriquecer o seu repertório.<br />

510


Resumo dos Trabalhos<br />

CONTATO LINGUÍSTICO E ENSINO DE LÍNGUA<br />

PORTUGUESA<br />

Sanimar Busse<br />

O objetivo <strong>de</strong>ste trabalho é apresentar os resultados da pesquisa sobre<br />

os fenômenos <strong>de</strong> variação linguística do português falado em áreas <strong>de</strong><br />

contato linguístico e sua manifestação em produções escritas escolares.<br />

Os dados foram coletados em pesquisas geossociolinguísticas sobre a<br />

fala do Oeste paranaense e produções escritas <strong>de</strong> alunos do 5º Ano, do<br />

Ensino Fundamental, <strong>de</strong> municípios que participam do Programa<br />

Observatório da Pesquisa/CAPES/UNIOESTE. A região Oeste,<br />

conforme estudos <strong>de</strong>senvolvidos por Aguilera (1994) e Busse (2010),<br />

po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>scrita pelo plurilinguismo que é resultado do convívio<br />

grupos oriundos <strong>de</strong> diferentes regiões do Brasil, falantes <strong>de</strong> dialetos<br />

alemães e italianos, do espanhol e do guarani. O <strong>de</strong>safio do professor<br />

das séries iniciais do Ensino Fundamental, diante <strong>de</strong>sta realida<strong>de</strong><br />

multicultural, está em reconhecer e valorizar a diversida<strong>de</strong> linguística<br />

da comunida<strong>de</strong> e, a partir <strong>de</strong>la, inserir o aluno no mundo letrado. A<br />

aprendizagem da escrita e o convívio com as formas escolarizadas da<br />

língua não <strong>de</strong>vem prescindir do trabalho com a diversida<strong>de</strong> linguística,<br />

mas, <strong>de</strong>ve tomá-la como ponto <strong>de</strong> partida, valorizando e reconhecendo<br />

a face cultural, social e histórica da língua. Para tal, é preciso<br />

reconhecer as varieda<strong>de</strong>s linguísticas como resultado das interações<br />

entre falantes <strong>de</strong> diferentes línguas, como diferentes estágios dos<br />

processos <strong>de</strong> mudança linguística, e, principalmente, como aspecto que<br />

caracteriza os grupos, os situa social e geograficamente. A partir dos<br />

dados, preten<strong>de</strong>-se refletir sobre o papel da escola em contextos<br />

multilíngues e sobre a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma metodologia <strong>de</strong> ensino que<br />

contemple os fenômenos <strong>de</strong> variação como conteúdos <strong>de</strong> ensino.<br />

ENTRE O DESCRITIVISMO E O PRESCRITIVISMO: O PAPEL<br />

DA SOCIOLINGUÍSTICA NO ENSINO DE LÍNGUA MATERNA<br />

Taís Bopp Da Silva<br />

Palavras-chave: ensino <strong>de</strong> língua materna - <strong>de</strong>scrição do português –<br />

sociolinguística educacional<br />

Os trabalhos <strong>de</strong> <strong>de</strong>scrição do português brasileiro avançaram no sentido<br />

<strong>de</strong> documentar a língua falada no Brasil, contribuindo, assim, para<br />

<strong>de</strong>smitificar velhas crenças. Contrariamente a isso, perpetua-se nas<br />

escolas a idéia <strong>de</strong> unida<strong>de</strong> linguística. Nesse sentido, percebe-se um<br />

511


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

abismo separando ensino e pesquisa, uma vez que o conhecimento<br />

produzido pelos pesquisadores brasileiros não têm extrapolado as<br />

fronteiras dos muros acadêmicos. É pertinente, pois, nos questionarmos<br />

como esses estudos estão sendo aproveitados para a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

letramento. Apesar do evi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>scompasso entre ensino e pesquisa,<br />

observa-se que o mercado editorial sobre ensino <strong>de</strong> língua materna<br />

cresce com vigor. Essa produção bibliográfica, contudo, ocupa-se ainda<br />

muito timidamente com a <strong>de</strong>scrição linguística. Sua preocupação mais<br />

básica, segundo temos observado, é a normativização <strong>de</strong> práticas <strong>de</strong><br />

ensino e <strong>de</strong> condutas. Com isso, é importante refletirmos não só sobre<br />

que língua <strong>de</strong>vemos ensinar, como também se estamos ensinando<br />

alguma língua. Se há alguns anos atrás formavam-se professores<br />

voltados para o purismo linguístico, hoje formam-se professores<br />

apenas treinados em condutas pedagógicas; professores que, se já não<br />

praticam o normativismo, tampouco conhecem a realida<strong>de</strong> linguística<br />

brasileira. Percebe- se, portanto, que a Sociolinguística ainda não<br />

atingiu plenamente seu papel <strong>de</strong> auxiliar no ensino <strong>de</strong> língua. De um<br />

lado, as pesquisas acadêmicas – que <strong>de</strong>screvem a realida<strong>de</strong> da língua e<br />

fornecem explicação aos fenômenos – são marginalmente abordadas na<br />

literatura <strong>de</strong>stinada aos professores, tornando-se um <strong>de</strong>scritivismo<br />

vazio. Por outro lado, a produção que chega aos professores <strong>de</strong> língua<br />

materna enfatiza o como se <strong>de</strong>ve ensinar, relegando aos fatos<br />

linguísticos papel coadjuvante e constituindo não mais que um conjunto<br />

normativo <strong>de</strong> práticas.<br />

BANCO DE DADOS DE LÍNGUA FALADA DE BAGÉ:<br />

RELAÇÕES ENTRE PESQUISA E ENSINO<br />

Taíse Simioni<br />

Palavras-chave: banco <strong>de</strong> dados; variação linguística; sociolinguística<br />

O Banco <strong>de</strong> Dados <strong>de</strong> Língua Falada <strong>de</strong> Bagé tem por objetivo a<br />

formação <strong>de</strong> um banco <strong>de</strong> dados constituído por entrevistas gravadas<br />

com falantes da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Bagé (RS). Os pressupostos teóricos que<br />

norteiam as etapas <strong>de</strong> construção <strong>de</strong>ste banco <strong>de</strong> dados encontram-se na<br />

sociolinguística quantitativa (Labov, 1972). Bagé localiza-se em um<br />

região <strong>de</strong> fronteira com um país <strong>de</strong> língua espanhola, e isto certamente<br />

exerce influência sobre a fala <strong>de</strong> seus habitantes. Será possível verificar,<br />

por exemplo, a variação entre os sufixos <strong>de</strong> diminutivo -inho/-zinho e -<br />

ito/-zito a partir da hipótese <strong>de</strong> que -ito/-zito ocorrerão com mais<br />

frequência <strong>aqui</strong> do que em outras regiões do estado por influência do<br />

512


Resumo dos Trabalhos<br />

espanhol. Os dados coletados permitirão que se realizem pesquisas que<br />

<strong>de</strong>screvam as varieda<strong>de</strong>s linguísticas encontradas na região. A<br />

divulgação <strong>de</strong> tais pesquisas, entre professores da re<strong>de</strong> básica <strong>de</strong> ensino,<br />

por exemplo, po<strong>de</strong> abrir caminho para a discussão sobre a variação<br />

linguística, <strong>de</strong> maneira que se <strong>de</strong>sfaçam mitos e se construa o respeito<br />

às diferentes varieda<strong>de</strong>s linguísticas. Tal iniciativa possibilitará que se<br />

crie um ambiente em que sejam (re)conhecidas e, consequentemente,<br />

respeitadas as varieda<strong>de</strong>s linguísticas características da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Bagé.<br />

A FALA PELOTENSE: UM ESTUDO PRELIMINAR DE<br />

VARIAÇÃO LINGUÍSTICA BASEADO NA TEORIA<br />

LABOVIANA<br />

Talita De Cássia Sigales Gonçalves<br />

Márcia Helena Sauaia Guimarães Rostas<br />

A presente pesquisa consiste em verificar as características da fala<br />

pelotense. Tais características envolverão tão somente a variação<br />

linguística influenciada, ou não, pelo meio, tais como faixa etária,<br />

ruralida<strong>de</strong> ou urbanida<strong>de</strong>, convivência e fluxo <strong>de</strong> turistas que passam<br />

pela cida<strong>de</strong>. O estudo terá por base a teoria laboviana (Labov, 1972).<br />

Desta forma <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>remos que a lingua(gem) é uma estrutura viva que<br />

po<strong>de</strong>, ao sofrer influências, ser modificada através da convivência seja<br />

por fusão, por contaminação ou qualquer outro modo <strong>de</strong> absorção<br />

sonora da fala. A experiência <strong>de</strong>scrita por Labov (1972) na Ilha <strong>de</strong><br />

Martha's Vineyard <strong>de</strong>monstra que algumas palavras produzidas por<br />

falantes nativos daquela região po<strong>de</strong>m ser alteradas sonoramente<br />

<strong>de</strong>vido à convivência com pessoas não nativas daquela região. Desta<br />

forma, este estudo, visa ainda, verificar o que ocorre com o falante<br />

nativo pelotense ao entrar em contato com pessoas que possuem a fala<br />

distinta em função <strong>de</strong> sua naturalida<strong>de</strong> e colonização. Pelotas,<br />

localizada na região sul do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul, foi colonizada por povos<br />

diferentes, é dividida em zonas e em cada uma <strong>de</strong>las, fica clara a<br />

influência <strong>de</strong> etnias distintas. Na Zona norte da cida<strong>de</strong>, no bairro das<br />

Três Vendas, por exemplo, po<strong>de</strong>-se perceber que a fala é levemente<br />

influenciada com características alemãs/pomeranas, já que esta região<br />

foi ocupada, primeiramente, por alemães. Na Zona Sul, local em que o<br />

centro da cida<strong>de</strong> está localizado, a influência é visívelmente<br />

portuguesa.<br />

513


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

AS REPRESENTAÇÕES DE ALUNO, ESCOLA E<br />

PROFESSORES NA ERA TECNOLÓGICA PELOS ATORES DA<br />

SALA DE AULA<br />

Vanessa Doumid Damasceno<br />

Palavras-chave: Aluno; contextos sócio-educacionais; TICs<br />

A presente pesquisa refletirá sobre a presença da tecnologia nos<br />

contextos sócio-educacionais. Para isso, analisar-se-á as vozes <strong>de</strong> um<br />

grupo <strong>de</strong> alunos da última série do Ensino Médio, da re<strong>de</strong> particular <strong>de</strong><br />

ensino, os sentidos que essas vozes produzem para o analista e como<br />

esses sentidos se relacionam às concepções <strong>de</strong> linguagem. A iniciativa<br />

<strong>de</strong> realizar este estudo surgiu a partir <strong>de</strong> reflexões e questionamentos<br />

feitos pela pesquisadora, durante sua prática docente na <strong>Educação</strong><br />

Básica, a respeito da importância da tecnologia no aprendizado dos<br />

alunos. O trabalho ancora-se na abordagem qualitativa, que é um<br />

campo da investigação que por, sua essência naturalista, permite ao<br />

pesquisador estudar e analisar os dados em seus cenários naturais, <strong>de</strong><br />

forma mais líquida. A análise dos dados será realizada sob a ótica da<br />

concepção bakhtiniana <strong>de</strong> linguagem, que é <strong>de</strong> caráter social, histórica,<br />

i<strong>de</strong>ológica, dialógica e cuja unida<strong>de</strong> básica <strong>de</strong> análise é o enunciado.<br />

SUBJETIVIDADE E IDENTIDADE: INTERSECÇÕES EM<br />

BAKHTIN<br />

Vera Lucia Pires<br />

A construção <strong>de</strong> subjetivida<strong>de</strong>s e <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s passa pelas<br />

práticas <strong>de</strong> significação. Neste trabalho abordamos os conceitos <strong>de</strong><br />

subjetivida<strong>de</strong> e <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>, verificando indicadores <strong>de</strong><br />

subjetivida<strong>de</strong> que produzem posicionamentos, visões <strong>de</strong> mundo e<br />

construções i<strong>de</strong>ntitárias. Para isso, seguimos a proposta<br />

metodológica <strong>de</strong> Bakhtin (1992, 2009), que abrange as duas esferas<br />

da enunciação, a dimensão social e a verbal. Naquela, consi<strong>de</strong>ramos o<br />

sujeito como histórico e social, levando em conta todos os<br />

participantes do gênero discursivo (produtor e consumidor dos textos) e<br />

o contexto em que se <strong>de</strong>senvolve. A esfera verbal, por sua vez, é<br />

a da análise linguística das marcas <strong>de</strong> subjetivida<strong>de</strong>. Tentaremos<br />

comprovar que tal materialida<strong>de</strong> linguística dá suporte para a<br />

construção <strong>de</strong> subjetivida<strong>de</strong>s e i<strong>de</strong>ntificações na publicida<strong>de</strong>. A<br />

i<strong>de</strong>ntificação é um processo, portanto, e as construções i<strong>de</strong>ntitárias<br />

são inconclusas. Também não há classificações ou processos<br />

514


Resumo dos Trabalhos<br />

i<strong>de</strong>ntitários absolutamente isentos ou objetivos. Em outras palavras,<br />

somos relativos ao mundo e ao tempo em que vivemos, sendo<br />

assim, nossa vivência é compartilhada com muitos. O fundamento<br />

da i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> é ser um espaço <strong>de</strong> “compartilhamento<br />

intersubjetivo” (Ewald e Soares 2007, p. 24). Santos (1996, p.<br />

136) enfatiza que “o primeiro nome mo<strong>de</strong>rno da i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> é a<br />

subjetivida<strong>de</strong>.” A subjetivida<strong>de</strong> é o que fundamenta nossa percepção<br />

<strong>de</strong> ser humano. É ela que viabiliza nossa i<strong>de</strong>ntificação com alguns e<br />

nosso “olhar enviesado” para outros. A subjetivida<strong>de</strong> é o que funda as<br />

i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s. Eu, um ser humano que diz “eu”, me apoio, me i<strong>de</strong>ntifico<br />

com uma cultura que me engendrou. Ou seja, o ser humano só é<br />

possível por meio do pertencimento a uma comunida<strong>de</strong> social.<br />

ESTUDO EXPLORATÓRIO SOBRE ANÁLISE DE ERROS EM<br />

REDAÇÕES DE ESPANHOL COM LÍNGUA ESTRANGEIRA<br />

Vera Pinto Vigil<br />

Palavras-chave: língua espanhola, análise <strong>de</strong> erros, concepção <strong>de</strong><br />

linguagem.<br />

O objetivo <strong>de</strong>ste trabalho é analisar erros em produções escritas em<br />

língua espanhola <strong>de</strong> alunos <strong>de</strong> uma escola pública <strong>de</strong> ensino<br />

fundamental e médio da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Bagé, RS. Para tal empreendimento,<br />

selecionamos cinco textos produzidos em sala <strong>de</strong> aula. A partir <strong>de</strong> uma<br />

concepção <strong>de</strong> linguagem entendida como sistema, tomamos os critérios<br />

(lingüístico, gramatical, etiológico e pedagógico) propostos pela<br />

análise <strong>de</strong> erros <strong>de</strong>scritos em Durão (2007). Tomamos conceitos como<br />

interlíngua, entendida como um sistema lingüístico em construção que<br />

está inserido entre a língua materna e a língua estrangeira do aprendiz,<br />

<strong>de</strong> modo a interferir no processo <strong>de</strong> <strong>aqui</strong>sição/aprendizagem. Também<br />

usamos o conceito <strong>de</strong> fossilização que é entendido como a permanência<br />

do erro, ou seja, em um <strong>de</strong>terminado nível <strong>de</strong> interlíngua o aprendiz<br />

estanca o seu processo <strong>de</strong> <strong>aqui</strong>sição do sistema da língua estrangeira.<br />

As análises nos mostraram que embora possamos classificar os erros<br />

em critérios, tal classificação não é suficiente para enten<strong>de</strong>rmos a<br />

complexida<strong>de</strong> do processo <strong>de</strong> aprendizagem <strong>de</strong> uma língua estrangeira,<br />

espanhol no nosso caso. Desse modo, faz-se necessário, pensar em<br />

propostas pedagógicas que contemplem uma concepção <strong>de</strong> linguagem<br />

que consi<strong>de</strong>re as condições <strong>de</strong> produções e o sujeito que está inserido<br />

no processo educacional.<br />

515


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

SOBRE O “ESTRANGEIRO” NA LÍNGUA MATERNA:<br />

APRESENTAÇÕES IDENTITÁRIAS EM SALA DE AULA DE<br />

LEITURA EM LÍNGUAS ESTRANGEIRAS PRÓXIMAS<br />

Virginia Orlando<br />

Palavras-chave: leitura em língua materna e língua estrangeira, gêneros<br />

discursivos, comunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> práticas.<br />

Esta pesquisa revisa as formas <strong>de</strong> relacionamento entre a dimensão<br />

ativo- dialógica da compreensão, i.e., seu elemento valorativo<br />

(BAKHTIN, [1974]-2003), e, gêneros discursivos (BAKHTIN, [1952-<br />

3]-2003) em cursos <strong>de</strong> leitura em línguas estrangeiras próximas<br />

(francês, italiano e português) para aprendizes adultos hispano-falantes.<br />

O cenário <strong>de</strong> pesquisa consiste em aulas <strong>de</strong> leitura, concebidas como<br />

apoio para a leitura <strong>de</strong> bibliografia especializada, en<strong>de</strong>reçadas a alunos<br />

<strong>de</strong> uma universida<strong>de</strong> pública do Uruguai. As disciplinas <strong>de</strong> leitura em<br />

francês, italiano e português foram analisadas sob a perspectiva <strong>de</strong> uma<br />

constelação <strong>de</strong> práticas (WENGER, 1999), <strong>de</strong> letramentos (SOARES,<br />

2006, entre outros) em línguas estrangeiras próximas e, cada uma<br />

<strong>de</strong>las, como comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> prática (WENGER, 1999) <strong>de</strong> letramentos<br />

em francês, italiano ou português. A diferença existente, do ponto <strong>de</strong><br />

vista <strong>de</strong> gêneros discursivos, entre os textos que sustentam o trabalho<br />

das disciplinas em francês e em italiano (textos jornalísticos<br />

exclusivamente), <strong>de</strong> uma parte, e português (textos jornalísticos e<br />

acadêmicos), <strong>de</strong> outra, é uma característica importante <strong>de</strong>ssa<br />

constelação. No caso das aulas <strong>de</strong> leitura em português, as filiações<br />

i<strong>de</strong>ntitárias evi<strong>de</strong>nciadas na compreensão ativa das enunciações dos<br />

aprendizes-leitores os apresentam “autorando” (FARACO, 2006) os<br />

textos acadêmicos lidos em sala <strong>de</strong> aula <strong>de</strong>s<strong>de</strong> diversos<br />

posicionamentos, <strong>de</strong> forma dinâmica e, por momentos, conflituosa.<br />

VARIAÇÃO E IDENTIDADE NAS COMUNIDADES<br />

KATUKINA E KANAMARI: ELABORAÇÃO DO SISTEMA<br />

ORTOGRÁFICO<br />

Zorai<strong>de</strong> Dos Anjos Gonçalves Da Silva<br />

Katukina-Kanamari, língua indígena brasileira falada no sudoeste da<br />

Amazônia por cerca <strong>de</strong> 2.200 pessoas, é composta por dois dialetos:<br />

Kanamari e Katukina do Biá (Anjos: 2011). No que se refere aos<br />

aspectos fonológicos, po<strong>de</strong>-se dizer que a diferença mais significativa<br />

entre o Kanamari e o Katukina do Biá é a existência da variação livre<br />

516


Resumo dos Trabalhos<br />

dos ditongos fonéticos com as vogais longas altas /i:/ e /u:/ na<br />

varieda<strong>de</strong> Katukina do Biá. A variante Kanamari não possui essa<br />

variação, apresentando apenas as realizações longas das vogais altas.<br />

No nível lexical também se observam diferenças, visto que não há<br />

correspondência total entre os vocábulos Kanamari e Katukina do Biá.<br />

Em média, entre cada <strong>de</strong>z palavras, uma não apresenta<br />

correspondência. Ao se tratar das questões relacionadas ao ensino da<br />

língua, bem como <strong>de</strong> seu estudo e registro escrito, as comunida<strong>de</strong>s<br />

Katukina do Biá e Kanamari apresentam realida<strong>de</strong>s distintas. O<br />

presente trabalho tem por objetivo apresentar a experiência da<br />

elaboração da ortografia feita o dialeto Katukina do Biá realizada pela<br />

proponente <strong>de</strong>ssa comunicação juntamente com as comunida<strong>de</strong>s<br />

indígenas Katukina que optaram por adotar uma ortografia distinta da<br />

utilizada pelas comunida<strong>de</strong>s Kanamari <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os anos 80, produzida em<br />

cooperação com a organização missionária Novas Tribos. Essa atitu<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>monstra <strong>de</strong> forma clara que o dialeto é visto como marca <strong>de</strong><br />

i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> para as comunida<strong>de</strong>s Katukina e que, por essa razão,<br />

optaram registrar sua “língua” <strong>de</strong> forma distinta daquela utilizada pelas<br />

comunida<strong>de</strong>s Kanamari.<br />

517


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

EMENTAS DOS MINICURSOS<br />

LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS: COMPREENDENDO SUAS<br />

ESPECIFICIDADES LINGUÍSTICAS A PARTIR DE PRÁTICAS<br />

DE INTERLOCUÇÃO NA LÍNGUA<br />

Ana Cláudia Balieiro Lodi (USP)<br />

Elomena Barboza Almeida (UFSCar)<br />

Este minicurso tem como objetivo apresentar e discutir os aspectos<br />

visuais e espaciais constitutivos da Língua Brasileira <strong>de</strong> Sinais por meio<br />

<strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s práticas <strong>de</strong> interlocução na língua.<br />

PROJETOS DIDÁTICOS DE GÊNERO NUM PROCESSO<br />

COOPERATIVO DE FORMAÇÃO CONTINUADA<br />

Ana Mattos Guimarães (UNISINOS<br />

Dorotea Frank Kersch (UNISINOS<br />

An<strong>de</strong>rson Carnin (UNISINOS<br />

Vanessa Dagostim Pires (UNISINOS<br />

Este curso é resultado <strong>de</strong> projeto que <strong>de</strong>senvolvemos há quase 2 anos,<br />

com apoio CAPES/Programa Observatório da <strong>Educação</strong>, junto à re<strong>de</strong><br />

municipal <strong>de</strong> Novo Hamburgo, cida<strong>de</strong> gaúcha <strong>de</strong> porte médio, com<br />

257.746 habitantes. Nesse sentido, planejou-se um processo <strong>de</strong><br />

formação continuada cooperativa, em que o letramento acadêmico dos<br />

formadores interage com a prática social dos professores e seus alunos,<br />

com vistas a propostas didático-pedagógicas que formem um educador<br />

apto ao manejo crítico do conhecimento, capaz <strong>de</strong> estar à frente dos<br />

<strong>de</strong>safios educacionais do terceiro milênio. Essa experiência, ainda em<br />

<strong>de</strong>senvolvimento, marca uma relação fundamental entre formadores e<br />

formandos, <strong>de</strong> modo que todos tenham voz e possam realmente<br />

construir juntos um processo cooperativo <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> ensino<br />

<strong>de</strong> Língua Portuguesa. O processo está respaldado em uma concepção<br />

interativa <strong>de</strong> linguagem, a partir da qual se introduz a noção <strong>de</strong> gênero<br />

(Voloshinov, 2006, Bakhtin, 2003, Bronckart,1999), que serve como<br />

âncora para a co-construção <strong>de</strong> propostas didáticas. O conceito <strong>de</strong><br />

sequência didática (Schneuwly e Dolz, 2004) foi ampliado para colocar<br />

a produção <strong>de</strong> leitura lado a lado com a produção textual e tomá-las<br />

518


Resumo dos Trabalhos<br />

como práticas sociais efetivas, centradas em tema gerado em conjunto<br />

por alunos e professor. Essas características constituem o que estamos<br />

chamando <strong>de</strong> projetos didáticos <strong>de</strong> gêneros (PDG). A experiência do<br />

primeiro ano <strong>de</strong> trabalho mostrou o acerto da escolha <strong>de</strong>sta noção para<br />

alavancar o ensino <strong>de</strong> Língua Portuguesa na formação continuada<br />

proposta, <strong>de</strong>senvolvida em encontros presenciais e a distância. Para<br />

operacionalizar possibilida<strong>de</strong>s curriculares <strong>de</strong>sse tipo <strong>de</strong> trabalho,<br />

consi<strong>de</strong>rando a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> seriação dos temas/gêneros, passamos a<br />

trabalhar com agrupamentos dos gêneros em domínios diversos: do<br />

narrar, do instruir, do argumentar, do <strong>de</strong>screver. O curso preten<strong>de</strong><br />

discutir a noção <strong>de</strong> PDG, a partir <strong>de</strong> projetos já <strong>de</strong>senvolvidos.<br />

LECTURA, ESCRITURA Y ARGUMENTACIÓN<br />

ACADÉMICAS: APORTES TEÓRICOS Y PROPUESTAS<br />

DIDÁCTICAS<br />

Constanza Padilla <strong>de</strong> Zérdan (Universidad Nacional <strong>de</strong> Tucumán)<br />

Hipótesis actuales sobre lectura y escritura académica: procesos<br />

cognitivos, prácticas sociales situadas, prácticas epistémicas y prácticas<br />

argumentativas. Aportes teóricos interdisciplinarios. Principales ejes <strong>de</strong><br />

discusión en torno a la lectura, escritura y argumentación en la<br />

universidad: prácticas generalizables vs. prácticas ligadas a las<br />

disciplinas; docentes <strong>de</strong> lingüística vs. docentes <strong>de</strong> las disciplinas;<br />

talleres específicos vs. seguimiento a lo largo <strong>de</strong>l cursado; enseñanza<br />

explícita vs. inmersión en las prácticas. Propuestas didácticas:<br />

experiencias en curso en la Argentina.<br />

VARIAÇÃO LINGUÍSTICA E ESTILO<br />

Dermeval da Hora Oliveira (UFP)<br />

Discussão sobre as restrições que norteiam os estudos variacionistas:<br />

sociais, lingüísticas e estilísticas. Abordagens sobre a variação<br />

estilística <strong>de</strong>s<strong>de</strong> W. Labov (1966), com ilustrações <strong>de</strong> estudos<br />

realizados no exterior e no Brasil.<br />

519


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

CARTOGRAFIA GEOPOÉTICA SIMONEANA<br />

Gilnei Oleiro Corrêa (IFSUL)<br />

A proposta do minicurso é promover a leitura da obra "Contos<br />

Gauchescos", <strong>de</strong> João Simões Lopes Neto, afastando-se do<br />

regionalismo, para oferecer uma abordagem nova, com referencial<br />

teórico embasado na Geopoética, <strong>de</strong> Keneth White. Essa abordagem<br />

possibilita conhecer outros Simões e oportunizar novas possibilida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> leitura para os contos.<br />

A SÍLABA, UNIDADE DE ORGANIZAÇÃO MELÓDICA DA<br />

FONOLOGIA<br />

Gisela Collischonn (UFRGS)<br />

A sílaba tem sido uma parte integrante do <strong>de</strong>senvolvimento das teorias<br />

da representação fonológica bem como uma parte importante do<br />

<strong>de</strong>senvolvimento da teoria <strong>de</strong> regras, restrições, e <strong>de</strong> suas interações.<br />

Mas o estudo da sílaba não tem tido um <strong>de</strong>senvolvimento linear. Neste<br />

minicurso retomamos a sílaba à luz <strong>de</strong> discussões recentes referentes à<br />

sua estrutura. Vamos cotejar principalmente dois textos <strong>de</strong> Blevins<br />

(1995, 2003). Temas como evidências para sílaba como unida<strong>de</strong><br />

fonológica, a estrutura da sílaba, tipologia silábica e marcação, bem<br />

como a formalização da sonorida<strong>de</strong> serão abordados.<br />

SEGMENTOS VOCÁLICOS E CONSONANTAIS NO PB:<br />

CARACTERÍSTICAS ACÚSTICAS<br />

Izabel Christine Seara (FONAPLI/UFSC)<br />

Este minicurso apresentará alguns dos parâmetros acústicos que<br />

caracterizam segmentos vocálicos e consonantais no PB. Mostrará<br />

também: (a) algumas das etapas para coleta e análise <strong>de</strong>sses segmentos<br />

e (b) quais os cuidados para o levantamento <strong>de</strong>sses parâmetros em<br />

função das características <strong>de</strong> cada segmento.<br />

520


INTRODUÇÃO À LINGUÍSTICA COGNITIVA<br />

Liliane Prestes (UCPEL)<br />

Luiz Fernando Matos Rocha (UFJF)<br />

Resumo dos Trabalhos<br />

A Linguística Cognitiva é uma área da Linguística que focaliza a<br />

linguagem como uma parte integrada da cognição humana, em<br />

interação com e nas mesmas bases e princípios que outras faculda<strong>de</strong>s<br />

cognitivas, tais como: experiências físicas e mentais, esquemas<br />

imagéticos, percepção, atenção, memória, enquadramentos focais,<br />

categorização, pensamento abstrato, emoção, raciocínio, inferência, etc.<br />

Enten<strong>de</strong>-se que é através da linguagem, estrutura simbólica cujas<br />

unida<strong>de</strong>s são formadas pelo pareamento entre forma e significado, que<br />

o ser humano socialmente interage entre si e constrói a socieda<strong>de</strong> e a<br />

cultura. O objetivo do minicurso é apresentar os princípios gerais da<br />

Linguística Cognitiva e suas aplicações para análises <strong>de</strong> cunho<br />

gramatical e discursivo, levando-se em conta a hipótese da continuida<strong>de</strong><br />

entre esquemas cognitivos e formas linguísticas, sob visão processual,<br />

no enquadre comunicativo do uso da linguagem.<br />

ANÁLISE DO DISCURSO: RESISTÊNCIA E RUPTURAS<br />

Maria Cristina Leandro Ferreira (UFRGS)<br />

A análise do discurso, especialmente no Brasil, vem construindo novos<br />

laços <strong>de</strong> aliança teórica que impõem <strong>de</strong>limitações constantes na<br />

tentativa <strong>de</strong> assegurar a singularida<strong>de</strong> do campo <strong>de</strong> pesquisa.<br />

Preten<strong>de</strong>mos trabalhar com algumas <strong>de</strong>ssas fronteiras, apontando, a<br />

partir da mobilização <strong>de</strong> conceitos, como sujeito, i<strong>de</strong>ologia, história e<br />

inconsciente, os principais pontos <strong>de</strong> resistência e <strong>de</strong> ruptura que a AD<br />

enfrenta, enquanto dispositivo teórico e analítico.<br />

521


VII SENALE – Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino<br />

GÊNEROS DO DISCURSO: QUESTÕES TEÓRICAS E<br />

PRÁTICAS<br />

Maria da Glória di Fanti (PUCRS)<br />

Este minicurso tem o propósito <strong>de</strong> discutir noções e conceitos que<br />

integram a teoria dos gêneros do discurso na obra <strong>de</strong> Bakhtin e seu<br />

Círculo, observando possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> operacionalização <strong>de</strong> análises e<br />

sua produtivida<strong>de</strong> para o ensino <strong>de</strong> leitura e <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> textos.<br />

DISCURSO (DE/SOBRE A POBREZA) E ENSINO<br />

Maria José Coracini (UNICAMP)<br />

Partindo da constatação <strong>de</strong> que o discurso <strong>de</strong>/sobre a pobreza, tão<br />

característica da socieda<strong>de</strong> brasileira, permanece ao lado <strong>de</strong> outros<br />

discursos, igualmente apagados, inabordável na escola. Por essa razão,<br />

propomo-nos a discutir essa situação <strong>de</strong> exclusão, a partir da análise<br />

discursivo-<strong>de</strong>sconstrutivista, <strong>de</strong> textos escritos encontrados na mídia e<br />

<strong>de</strong> relatos <strong>de</strong> pessoas em situação <strong>de</strong> extrema pobreza (chamados<br />

“moradores <strong>de</strong> rua”). Será ainda discutida a relação <strong>de</strong> <strong>de</strong> discursos<br />

<strong>de</strong>/sobre situações <strong>de</strong> exclusão e o ensino <strong>de</strong> língua portuguesa.<br />

Apoiamo-nos em teorias do discurso, sobretudo na obra <strong>de</strong> Michel<br />

Foucault, <strong>de</strong> noções da psicanálise lacaniana, sobretudo no que diz<br />

respeito ao sujeito e i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>, atravessadas umas e outras pelo<br />

pensamento <strong>de</strong>sconstrutivista, que tem em Jacques Derrida seu<br />

representante legítimo. Questões relacionadas à ética ligada à<br />

metodologia serão também abordadas, levando em conta o momento<br />

histórico-social em que vivemos e as condições <strong>de</strong> produção dos<br />

participantes <strong>de</strong> pesquisa.<br />

ESTUDO DE LÍNGUA NA VIVÊNCIA DA LINGUAGEM<br />

Maria Helena <strong>de</strong> Moura Neves (UNESP/Mackenzie)<br />

Partindo da organização da língua em classes <strong>de</strong> palavras, e <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong><br />

uma concepção da gramática que valoriza o papel do falante na<br />

produção <strong>de</strong> seu texto, estudam-se enunciados reais da língua<br />

contemporânea, buscando <strong>de</strong>screver os processos gramaticais<br />

envolvidos na produção <strong>de</strong> sentido, na língua em função, e buscando<br />

fixar bases para o trabalho com a gramática na escola.<br />

522


Resumo dos Trabalhos<br />

O FUNCIONAMENTO DISCURSIVO DO SOCIAL EM FILMES<br />

E DOCUMENTÁRIOS<br />

Suzy Lagazzi (DL/IEL/UNICAMP)<br />

Este minicurso se propõe a apresentar e discutir o dispositivo discursivo<br />

materialista em práticas analíticas sobre filmes e documentários que<br />

tematizam as relações sociais em diferentes abordagens. Tem, como<br />

objetivo, dar visibilida<strong>de</strong> ao confronto teoria e prática na análise<br />

discursiva, assim como especificar compreensões <strong>de</strong> modos pelos quais<br />

a diferença constitui o social.<br />

A POÉTICA DAS MEMÓRIAS E SUAS RE(A)PRESENTAÇÕES<br />

Tânia Ramos (UFSC)<br />

Nosso curso objetiva a leitura das escritas <strong>de</strong> si e como elas po<strong>de</strong>m se<br />

transformar n<strong>aqui</strong>lo que Pedro Nava <strong>de</strong>nominou “uma esmagadora<br />

oportunida<strong>de</strong> poética”. Egohistórias, autobiografias, autoficções,<br />

autorretratos, correspondências, fotografias, narrativas em primeira<br />

pessoa, dicções masculinas e femininas, marcam o encontro entre vidas<br />

e grafias, entre as lembranças e o sujeito lírico, entre o po<strong>de</strong>r da<br />

linguagem enquanto fabulação e o controverso teor documental.<br />

523

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!