30.04.2013 Views

Introdução – A origem dos números Já utilizou muitas vezes os ...

Introdução – A origem dos números Já utilizou muitas vezes os ...

Introdução – A origem dos números Já utilizou muitas vezes os ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

<strong>Introdução</strong> <strong>–</strong> A <strong>origem</strong> <strong>d<strong>os</strong></strong> <strong>númer<strong>os</strong></strong><br />

<strong>Já</strong> <strong>utilizou</strong> <strong>muitas</strong> <strong>vezes</strong> <strong>os</strong> <strong>númer<strong>os</strong></strong>, mas será que já parou para pensar sobre:<br />

a. Como surgiram <strong>os</strong> <strong>númer<strong>os</strong></strong>?<br />

b. Como foram as primeiras formas de contagem?<br />

c. Como é que foram cria<strong>d<strong>os</strong></strong>, ou, será que eles sempre existiram?<br />

Para descobrir a <strong>origem</strong> <strong>d<strong>os</strong></strong> <strong>númer<strong>os</strong></strong>, precisam<strong>os</strong> de estudar um pouco de história.<br />

Os historiadores são auxilia<strong>d<strong>os</strong></strong> por diversas descobertas, tais como o estudo das ruínas<br />

de antigas civilizações, o estudo de fósseis, o estudo da linguagem escrita e a avaliação<br />

do comportamento de divers<strong>os</strong> grup<strong>os</strong> étnic<strong>os</strong> desde o princípio <strong>d<strong>os</strong></strong> temp<strong>os</strong>.<br />

O início do processo de contagem<br />

Os homens primitiv<strong>os</strong> não tinham necessidade de contar, pois o que necessitavam para a<br />

sua sobrevivência era retirado da própria natureza. A necessidade de contar começou<br />

com o desenvolvimento das actividades humanas. O homem além de ser caçador e<br />

pescador, começou também a produzir a aliment<strong>os</strong>, a construir casas e domesticar<br />

animais, usando <strong>os</strong> mesm<strong>os</strong> para obter lã e leite, tornando-se assim criador de animais<br />

doméstic<strong>os</strong>, o que trouxe profundas modificações na sua vida. A agricultura passou<br />

então a exigir o conhecimento do tempo, das estações do ano e das fases da Lua e assim<br />

começaram a surgir as primeiras formas de calendário. No pastoreio, o pastor usava<br />

várias formas para controlar o seu rebanho. De manhã, ele soltava <strong>os</strong> carneir<strong>os</strong> e ao final<br />

da tarde, verificava se algum tinha sido roubado, fugido, perdido do rebanho ou se<br />

existiam mais carneir<strong>os</strong> no rebanho. Assim eles tinham a correspondência um a um,<br />

onde cada carneiro correspondia a uma pedrinha que era armazenada num saco. No<br />

caso das pedrinhas, cada animal que saía para o pasto de manhã correspondia a uma<br />

pedra que era guardada no saco. No final do dia, quando <strong>os</strong> animais voltavam do pasto,<br />

era feita a correspondência inversa, onde, para cada animal que retornava, era retirada<br />

uma pedra do saco. Se no final do dia sobrasse alguma pedra, é porque faltava algum<br />

<strong>d<strong>os</strong></strong> animais e se algum f<strong>os</strong>se acrescentado ao rebanho, era só acrescentar mais uma<br />

pedra. A palavra que usam<strong>os</strong> hoje, cálculo, é derivada da palavra latina calculus, que<br />

significa pedrinha. A correspondência unidade a unidade não era feita somente com<br />

pedras, mas eram usa<strong>d<strong>os</strong></strong> também nós em cordas, marcas nas paredes, entalhes em<br />

<strong>os</strong>s<strong>os</strong>, desenh<strong>os</strong> nas cavernas e outr<strong>os</strong> tip<strong>os</strong> de marcação. Os entalhes nas barras de<br />

madeira, que eram usa<strong>d<strong>os</strong></strong> para marcar quantidades, continuaram a ser usa<strong>d<strong>os</strong></strong> até o<br />

século XVIII na Inglaterra. A palavra entalhe significa corte. Hoje em dia, usam<strong>os</strong> ainda<br />

a correspondência unidade a unidade.<br />

Representação numérica<br />

Com o passar do tempo, as quantidades foram representadas por expressões, gest<strong>os</strong>,<br />

palavras e símbol<strong>os</strong>, sendo que cada povo tinha a sua maneira de representação. A<br />

faculdade humana natural de reconhecimento imediato de quantidades resume-se no<br />

máximo a quatro element<strong>os</strong>. Falam<strong>os</strong> por <strong>vezes</strong> do sentido de número, que é a<br />

capacidade que permite reconhecer mudanças num pequeno conjunto de element<strong>os</strong>.


Conseguim<strong>os</strong> distinguir com um olhar instantâneo, um, dois, três e mesmo quatro<br />

element<strong>os</strong> sem efectuar uma contagem mas a partir daí pára o n<strong>os</strong>so poder de<br />

identificação <strong>d<strong>os</strong></strong> <strong>númer<strong>os</strong></strong>. Existem alguns animais, dit<strong>os</strong> irracionais, como <strong>os</strong> rouxinóis<br />

e <strong>os</strong> corv<strong>os</strong>, que p<strong>os</strong>suem este sentido de número onde reconhecem quantidades<br />

concretas que vão de um até três ou mesmo quatro unidades. Existe um exemplo célebre<br />

sobre um corvo que tinha capacidade de reconhecer quantidades, surgindo a seguinte<br />

história:<br />

-Um agricultor estava disp<strong>os</strong>to a matar um corvo que fez ninho na chaminé da sua<br />

casa. Por diversas <strong>vezes</strong>, tentou surpreender o pássaro, mas em vão. Cada vez que<br />

o agricultor se aproximava, o corvo saía do ninho. Empoleirou-se numa árvore distante,<br />

esperando que o agricultor saísse de casa para voltar em seguida para o ninho. Um dia, o<br />

agricultor tentou iludir o corvo. Dois homens entraram em casa, um ficou dentro e o<br />

outro saiu afastando-se. Mas o pássaro não foi enganado: manteve-se afastado até que o<br />

outro homem saísse de casa. A experiência foi repetida n<strong>os</strong> dias subsequentes com dois,<br />

três e quatro homens, mas sem sucesso. Finalmente, foram utiliza<strong>d<strong>os</strong></strong> cinco homens<br />

como antes, to<strong>d<strong>os</strong></strong> entraram em casa e um permaneceu lá dentro enquanto <strong>os</strong> outr<strong>os</strong><br />

quatro saíam e se afastavam. Desta vez o corvo perdeu a conta. Incapaz de distinguir<br />

entre quatro e cinco, voltou imediatamente ao ninho.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!