física geral experimental - Departamento de Física - Universidade ...
física geral experimental - Departamento de Física - Universidade ...
física geral experimental - Departamento de Física - Universidade ...
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA<br />
SETOR DE CIÊNCIAS EXATAS E NATURAIS<br />
DEPARTAMENTO DE FÍSICA<br />
FÍSICA GERAL EXPERIMENTAL<br />
QUÍMICA TECNOLÓGICA COM ÊNFASE EM QUÍMICA AMBIENTAL<br />
SEGUNDO SEMESTRE<br />
Prof. Dr. Silvio Luiz Rutz da Silva
_________________________________________________________________________<br />
<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />
1<br />
CARGA ELÉTRICA<br />
Objetivos<br />
Descobrir quais materiais carregam-se com carga positiva e negativa quando atritados.<br />
Explicar o funcionamento <strong>de</strong> um eletroscópio.<br />
Fundamento teórico<br />
Carga elétrica<br />
J.J. Thomson (1856 - 1940)<br />
Qualquer tipo <strong>de</strong> matéria é formada por átomos. Estes são tão minúsculos que nenhum<br />
microscópio comum permite vê-los. Uma fileira <strong>de</strong> <strong>de</strong>z milhões <strong>de</strong> átomos não chega a medir um<br />
milímetro. Contudo, os átomos não são as menores partículas da matéria: eles próprios se<br />
compõem <strong>de</strong> partículas ainda menores, chamadas partículas subatômicas.<br />
No centro <strong>de</strong> todo átomo existe um conjunto formado por dois tipos <strong>de</strong> partículas: os prótons e os<br />
nêutrons.<br />
Esse conjunto <strong>de</strong> partículas é o núcleo do átomo. À volta <strong>de</strong>ste núcleo, como se fossem satélites,<br />
giram os elétrons, partículas em movimento permanente (figura 1). As trajetórias <strong>de</strong>sses elétrons<br />
se organizam em camadas sucessivas chamadas órbitas eletrônicas.<br />
Figura 1<br />
Os prótons do núcleo e os elétrons das órbitas se atraem entre si. A esta força <strong>de</strong> atração<br />
recíproca chamamos <strong>de</strong> força elétrica. É a força elétrica que mantém os elétrons girando à volta<br />
dos prótons do núcleo. Sem ela, os elétrons se per<strong>de</strong>riam no espaço e os átomos não existiriam.<br />
Os elétrons, entretanto, repelem outros elétrons e os prótons repelem outros prótons. Dizemos,
_________________________________________________________________________<br />
<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />
2<br />
Eletrização<br />
por isto, que as partículas com carga igual se repelem e as partículas com carga oposta se atraem<br />
(figura 2).<br />
Figura 2<br />
Convencionou-se chamar a carga dos prótons <strong>de</strong> positiva (+) e as cargas dos elétrons <strong>de</strong> negativa<br />
(-). Normalmente, cada átomo é eletricamente neutro, em outras palavras, tem quantida<strong>de</strong>s iguais<br />
<strong>de</strong> carga negativa e positiva, ou seja, há tantos prótons em seu núcleo, quantos elétrons ao redor,<br />
no exterior. Os prótons estão fortemente ligados ao núcleo dos átomos. Somente os elétrons<br />
po<strong>de</strong>m ser transferidos <strong>de</strong> um corpo para outro. Po<strong>de</strong>mos dizer que um corpo está eletrizado<br />
quando possui excesso ou falta <strong>de</strong> elétrons. Se há excesso <strong>de</strong> elétrons, o corpo está eletrizado<br />
negativamente; se há falta <strong>de</strong> elétrons, o corpo está eletrizado positivamente.<br />
A quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> elétrons em falta ou em excesso caracteriza a carga elétrica Q do corpo, po<strong>de</strong>ndo<br />
ser positiva no primeiro caso e negativa no segundo.<br />
Um corpo está eletrizado quando o número <strong>de</strong> prótons está diferente do número <strong>de</strong> elétrons e<br />
vice-versa. Corpos com cargas iguais se repelem e corpos com cargas diferentes se atraem.<br />
Condutor e isolante<br />
Um condutor é aquele elemento em que os elétrons estão fracamente presos ao núcleo e, por<br />
isso, tem fácil locomoção. Um isolante é aquele elemento em que os elétrons estão fortemente<br />
ligados ao núcleo.<br />
Processos <strong>de</strong> eletrização<br />
Atrito<br />
Na eletrização por atrito os corpos atritados adquirem cargas <strong>de</strong> mesmo módulo, mas com sinais<br />
contrários (figura 3). Ex.: quando se atrita um canudinho e um pedaço <strong>de</strong> lã há a transferência <strong>de</strong><br />
elétrons um para o outro<br />
Contato<br />
Figura 3<br />
Na eletrização por contato os corpos adquirem cargas <strong>de</strong> mesmo sinal, porém o módulo vai<br />
<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r das dimensões do corpo. Se os corpos possuírem dimensões iguais às cargas se<br />
dividiram igualmente. Após um certo tempo <strong>de</strong> contato, os corpos irão adquirir cargas iguais e irão<br />
se repelir (figura 4).
_________________________________________________________________________<br />
<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />
3<br />
Polarização<br />
Eletroscópio<br />
Indução<br />
Figura 4<br />
Na eletrização por indução usamos três corpos, sendo um neutro (condutor), a terra e um corpo<br />
carregado chamado indutor (figrua5). Aproximamos o corpo indutor ao condutor, que está ligado à<br />
terra por um fio terra.Pelo fio terra <strong>de</strong>scerá (ou subirá <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo da situação) elétrons para<br />
tentar neutralizar o corpo indutor. Quando se corta o fio terra e afasta o indutor, o condutor ficará<br />
carregado. Não encostamos o indutor no condutor, tendo essas cargas <strong>de</strong> sinais contrários.<br />
Figura 5<br />
Quando um corpo eletrizado se aproxima <strong>de</strong> um dielétrico cujas moléculas são polares há a<br />
polarização do dielétrico (figura 6). A presença <strong>de</strong> um corpo eletrizado (no caso positivamente)<br />
atrai o lado negativo <strong>de</strong> cada molécula, fazendo com que as moléculas do dielétrico se orientem,<br />
com o lado negativo voltado para o corpo eletrizado. Se o dielétrico for <strong>de</strong> moléculas apolares elas<br />
irão se tornar polares <strong>de</strong>vido a presença do corpo eletrizado.<br />
Figura 6<br />
Qualquer dispositivo que permite saber se um objeto está ou não eletrizado se chama<br />
eletroscópio. O eletroscópio <strong>geral</strong>mente é neutro. Há dois tipos <strong>de</strong> eletroscópio:<br />
Pêndulo<br />
Ao aproximarmos um corpo próximo ao pêndulo neutro se ele for atraído mostra que ele está<br />
carregado positivamente ou negativamente (figura 7).<br />
Figura 7
_________________________________________________________________________<br />
<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />
4<br />
Folhas<br />
É usado mais em laboratórios (figura 8). É constituído por uma haste metálica com duas folhas<br />
metálicas na parte inferior e uma esfera metálica na parte superior. Quando aproximamos um<br />
corpo eletrizado para perto da esfera e se as folhas se fecharem é que o corpo eletrizado tem sinal<br />
contrário ao das folhas do eletroscópio.<br />
GERADOR DE VAN DE GRAFF<br />
Objetivos<br />
Figura 8<br />
Desenhar as linhas <strong>de</strong> força para vários formatos <strong>de</strong> eletrodos, tendo como base <strong>experimental</strong> a<br />
cuba.<br />
Comparar se as linhas <strong>de</strong> força são realmente perpendiculares às equipotenciais para o caso <strong>de</strong><br />
placas paralelas e circulares.<br />
Encontrar a carga máxima que po<strong>de</strong> ser armazenada no gerador do laboratório.<br />
Fundamento teórico<br />
Os fenômenos eletrostáticos são conhecidos <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o tempo dos gregos. Naquela época já se sabia<br />
que o âmbar, atritado com um pedaço <strong>de</strong> lã, era capaz <strong>de</strong> atrair pequenos pedaços <strong>de</strong> fibra<br />
vegetal (palha, linho, etc.). E, durante vários séculos o fenômeno foi consi<strong>de</strong>rado apenas como<br />
uma curiosida<strong>de</strong> natural. Mas, em 1600, o médico inglês William Gilbert publicou o primeiro<br />
tratado a respeito da eletricida<strong>de</strong>, no qual fazia referência às cargas elétricas geradas por atrito.<br />
Seu trabalho <strong>de</strong>u origem às primeiras "máquinas eletrostáticas", que produziam eletricida<strong>de</strong> pelo<br />
atrito <strong>de</strong> um disco <strong>de</strong> âmbar entre dois pedaços <strong>de</strong> pele <strong>de</strong> carneiro. Mais tar<strong>de</strong>, em 1752,<br />
Benjamin Franklin chegava à conclusão <strong>de</strong> seus trabalhos em eletricida<strong>de</strong> atmosférica, nos quais<br />
provava a existência <strong>de</strong> cargas elétricas no ar.<br />
Estes conceitos básicos sobre a natureza da eletricida<strong>de</strong> levaram à conclusão <strong>de</strong> que as máquinas<br />
eletrostáticas produziam e armazenavam cargas elétricas, sem contudo po<strong>de</strong>r movimentá-las,<br />
<strong>de</strong>vido às proprieda<strong>de</strong>s isolantes dos materiais usados em sua construção. Só se conseguiu<br />
compreen<strong>de</strong>r as proprieda<strong>de</strong>s elétricas dos vários materiais isolantes e condutores após o<br />
<strong>de</strong>senvolvimento das teorias a respeito do átomo.<br />
Sabe-se, atualmente, que um <strong>de</strong>terminado material é isolante porque o elétrons <strong>de</strong> seus átomos<br />
não gozam <strong>de</strong> mobilida<strong>de</strong>, como acontece no caso dos átomos <strong>de</strong> metais, que são bons<br />
condutores. Ao serem produzidas, as cargas permanecem na superfície do material isolante, até<br />
que sejam retiradas por um corpo condutor.<br />
Este fato é aproveitado para a construção dos geradores eletrostáticos do tipo Van <strong>de</strong> Graff; tendo<br />
aparecido em 1930, <strong>de</strong>stinam-se a produzir voltagens muito elevadas para serem usadas em<br />
experiências <strong>de</strong> <strong>física</strong>.
_________________________________________________________________________<br />
<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />
5<br />
Geradores eletrostáticos<br />
Robert Jemison Van <strong>de</strong> Graff (1901 - 1967)<br />
Um gerador eletrostático é um equipamento capaz <strong>de</strong> gerar cargas elétricas estáticas. Os<br />
geradores eletrostáticos transformam energia mecânica em energia elétrica. O primeiro gerador <strong>de</strong><br />
eletricida<strong>de</strong> foi um gerador eletrostático <strong>de</strong> fricção. Foi construído no século XVII pelo alemão Otto<br />
von Guericke e era constituído por uma esfera <strong>de</strong> enxofre com um eixo ligado a uma manivela.<br />
Girando a manivela, a esfera friccionava um pano <strong>de</strong> lã e produzia eletricida<strong>de</strong>. Outros geradores<br />
eletrostáticos se lhe seguiram.<br />
Dentre eles, os geradores eletrostáticos por indução que utilizam a fricção, mas permitem a<br />
geração <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong> por influência. Enquanto os primeiros mo<strong>de</strong>los apenas geravam uma forma<br />
<strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong> (positiva ou negativa), outros permitiam gerar as duas formas.<br />
Em 1785 foi construído um gerador eletrostático capaz <strong>de</strong> produzir tensões <strong>de</strong> 300 000 Volt e<br />
<strong>de</strong>scargas com 60 cm <strong>de</strong> comprimento.<br />
Em 1930 um físico norte-americano construiu uma máquina eletrostática que tomou o seu nome, o<br />
gerador <strong>de</strong> Van <strong>de</strong> Graaf, que é uma máquina <strong>de</strong>stinada a laboratórios <strong>de</strong> <strong>Física</strong> Nuclear sendo<br />
constituída por dois cilindros ligados por uma correia na qual a geração <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong> ocorre por<br />
fricção e por indução. Os geradores <strong>de</strong> Van <strong>de</strong>r Graaf atingem tensões <strong>de</strong> milhões <strong>de</strong> Volt.<br />
Gerador <strong>de</strong> Van <strong>de</strong> Graff para laboratorios <strong>de</strong> ensino<br />
No gerador <strong>de</strong> Van <strong>de</strong> Graaff, um motor movimenta uma correia isolante que passa por duas<br />
polias, uma <strong>de</strong>las acionada por um motor elétrico que faz a correia se movimentar. A segunda<br />
polia encontra-se <strong>de</strong>ntro da esfera metálica oca (figura).
_________________________________________________________________________<br />
<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />
6<br />
Através <strong>de</strong> pontas metálicas a correia recebe carga elétrica <strong>de</strong> um gerador <strong>de</strong> alta tensão. A<br />
correia eletrizada transporta as cargas até o interior da esfera metálica, on<strong>de</strong> elas são coletadas<br />
por pontas metálicas e conduzidas para a superfície externa da esfera. Como as cargas são<br />
transportadas continuamente pela correia, elas vão se acumulando na esfera. Por esse processo, a<br />
esfera po<strong>de</strong> atingir um potencial <strong>de</strong> até 10 milhões <strong>de</strong> volts, no caso dos gran<strong>de</strong>s geradores<br />
utilizados para experiências <strong>de</strong> <strong>física</strong> atômica, ou milhares <strong>de</strong> volts nos pequenos geradores<br />
utilizados para <strong>de</strong>monstrações nos laboratórios <strong>de</strong> ensino.
_________________________________________________________________________<br />
<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />
7<br />
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DE<br />
INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO ELÉTRICA<br />
Objetivos<br />
Estudar os instrumentos mais comumente empregados nas medições elétricas<br />
Questões que traduzem a finalida<strong>de</strong> da medição elétrica<br />
→ O que medir?<br />
→ Com que medir?<br />
→ Como avaliar a medição?<br />
O que medir?<br />
Há a possibilida<strong>de</strong> da medição <strong>de</strong> uma gama bastante vasta <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>zas. Na medição elétrica as<br />
gran<strong>de</strong>zas fundamentais são:<br />
→ Corrente;<br />
→ Tensão;<br />
→ Freqüência;<br />
→ Potência;<br />
→ Resistência;<br />
→ Capacitância;<br />
→ Indutância;<br />
→ Fator <strong>de</strong> potência.<br />
Com o emprego <strong>de</strong> dispositivos chamados transdutores, existe a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> medir gran<strong>de</strong>zas<br />
<strong>física</strong>s tais como:<br />
→ Temperatura com termopares ou termo-resistência;<br />
→ Velocida<strong>de</strong> com geradores;<br />
→ pH, umida<strong>de</strong> com emissores;<br />
→ Vazão, pressão com transdutores especiais.<br />
Com que medir?<br />
Exige conhecimentos fundamentais da medição elétrica para que o emprego <strong>de</strong> um <strong>de</strong>terminado<br />
instrumento seja a<strong>de</strong>quado e exato para a medição <strong>de</strong>sejada.<br />
Os instrumentos divi<strong>de</strong>m-se, <strong>de</strong> acordo com a finalida<strong>de</strong> e quanto ao sistema <strong>de</strong> medição com qual<br />
funcionam.<br />
Os sistemas <strong>de</strong> medição mais empregados são os seguintes, com a indicação <strong>de</strong> algumas<br />
gran<strong>de</strong>zas que po<strong>de</strong>rão ser medidas por eles:
_________________________________________________________________________<br />
<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />
8<br />
→ Sistema bobina móvel (A, V, R, °C, r.p.m.)<br />
→ Sistema ferro móvel (/A., V)<br />
→ Sistema <strong>de</strong> lâminas vibráteis (Hz, r.p.m.)<br />
→ Sistema eletrodinâmico (W, A, V)<br />
→ Sistema ímã móvel (A, V)<br />
→ Sistema eletrônico digital (A, V, Hz)<br />
Outros sistemas menos usados<br />
→ Sistema fio aquecido (A)<br />
→ Sistema eletrostático (V)<br />
Mo<strong>de</strong>rnamente estão se impondo os instrumentos com sistema eletrônico em virtu<strong>de</strong> do<br />
aperfeiçoamento e confiabilida<strong>de</strong> sempre melhor dos componentes eletrônicos.<br />
Como avaliar a medição?<br />
Avaliar a medição compreen<strong>de</strong> o problema <strong>de</strong>, com os dados fornecidos pelos instrumentos, po<strong>de</strong>r-<br />
se tirar as conclusões para se tomar uma <strong>de</strong>cisão ou certificar-se do <strong>de</strong>sempenho da instalação.<br />
A <strong>de</strong>cisão para mudar algo no processamento po<strong>de</strong>rá ser feita manualmente, ou por intermédio <strong>de</strong><br />
instrumentos chamados reguladores, que po<strong>de</strong>rão ou não funcionar nos mesmos princípios dos<br />
instrumentos indicadores.<br />
A avaliação por um período mais longo e <strong>de</strong> valores instantâneos po<strong>de</strong> ser feita por intermédio <strong>de</strong><br />
registradores funcionando ou não nos mesmos princípios dos instrumentos indicadores.<br />
Po<strong>de</strong>mos dividir os instrumentos <strong>de</strong> medida quanto ao seu emprego nos seguintes grupos:<br />
→ Instrumentos indicadores<br />
→ Instrumentos reguladores<br />
→ Instrumentos registradores<br />
Quanto ao seu uso os instrumentos se classificam ainda em:<br />
→ Instrumentos para painéis ou quadros <strong>de</strong> comando<br />
São empregados em medidas contínuas, são fixos ou embutidos em painéis indicando, controlando<br />
ou registrando continuamente uma gran<strong>de</strong>za qualquer.<br />
→ Instrumentos portáteis<br />
São empregados na manutenção ou laboratório e, portanto <strong>de</strong> uso <strong>de</strong>scontínuo, para avaliação,<br />
controle e pesquisa <strong>de</strong> uma instalação, <strong>de</strong> um outro instrumento ou <strong>de</strong> um <strong>de</strong>terminado fenômeno<br />
ou gran<strong>de</strong>za.<br />
Princípio fundamental <strong>de</strong> funcionamento<br />
O princípio <strong>de</strong> funcionamento <strong>de</strong> um instrumento <strong>de</strong> medida elétrica baseia-se no mesmo princípio<br />
<strong>de</strong> uma balança, isto é, a um <strong>de</strong>terminado peso contrapõe-se um outro.<br />
Um instrumento <strong>de</strong> medida elétrica aproveita a ação <strong>de</strong> uma corrente para produzir uma força.<br />
Esta faz com que um elemento móvel do instrumento se <strong>de</strong>sloque. Havendo uma força contrária<br />
haverá equilíbrio <strong>de</strong> forças, fazendo com que este elemento pare em algum lugar.<br />
Desta maneira é possível a graduação <strong>de</strong> uma escala para a obtenção dos diversos pontos <strong>de</strong><br />
equilíbrio para diversos valores <strong>de</strong> corrente.<br />
Detalhes construtivos<br />
A figura abaixo mostra as partes principais <strong>de</strong> um instrumento <strong>de</strong> medida elétrica.
_________________________________________________________________________<br />
<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />
9<br />
O instrumento, propriamente dito, com seus acessórios internos intercambiáveis se chama<br />
instrumento <strong>de</strong> medida elétrica.<br />
O instrumento com seus acessórios externos intercambiáveis ou não, formam o conjunto <strong>de</strong><br />
medição.<br />
Componentes principais<br />
→ Mecanismo ou sistema <strong>de</strong> medição<br />
Compreen<strong>de</strong> o conjunto <strong>de</strong> peças que possibilitam a transformação <strong>de</strong> uma corrente elétrica em<br />
um movimento. Nelas estão compreendidas as bobinas fixas ou móveis, o eixo, os mancais, as<br />
molas espirais, o amortecedor e outras peças ativas, como por exemplo o imã permanente e o<br />
núcleo <strong>de</strong> ferro.<br />
→ Caixa externa <strong>de</strong> proteção<br />
Serve para a proteção do mecanismo <strong>de</strong> medição sendo que se apresenta no mercado em diversos<br />
tamanhos, formas e materiais.<br />
→ Mostrador<br />
Representa a peça sobre a qual, <strong>geral</strong>mente sob fundo branco, está inscrita a escala com as<br />
divisões e numerações mediante as quais se po<strong>de</strong> ler o valor da gran<strong>de</strong>za medida.<br />
Nos instrumentos <strong>de</strong> medida é <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> importância uma graduação bem feita da escala.<br />
Depen<strong>de</strong>ndo do instrumento os traços <strong>de</strong>vem ser grossos para leituras à distância, e finas para<br />
instrumentos <strong>de</strong> laboratório.<br />
As divisões da escala não <strong>de</strong>vem ser muito compridas e nem muito espaçadas para a obtenção <strong>de</strong><br />
uma boa leitura. Na figura abaixo são mostrados os diferentes tipos <strong>de</strong> escalas:
_________________________________________________________________________<br />
<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />
10<br />
a – escala linear com divisões <strong>de</strong> valores iguais com comprimentos iguais<br />
b – escala não linear quadrática<br />
c e d – escalas obtidas com artifícios especiais no mecanismo <strong>de</strong> medição para obter-se leituras<br />
mais aproximadas em <strong>de</strong>terminados pontos da escala.<br />
→ Ponteiro<br />
São as peças solidárias ao conjunto ou elemento móvel e que indicam sobre a escala o valor da<br />
gran<strong>de</strong>za medida. Depen<strong>de</strong>ndo do tipo e uso do instrumento o ponteiro po<strong>de</strong> ter diversa formas<br />
como os representados na figura abaixo.<br />
A e B são usados em instrumentos para media a distância.<br />
C é empregado indistintamente em instrumentos <strong>de</strong> painel ou portáteis. D mostra C em perfil<br />
lateral.<br />
E e F são utilizados em instrumento <strong>de</strong> precisão. Para medição <strong>de</strong> alta precisão usa-se F com<br />
dispositivo <strong>de</strong> paralaxe.<br />
→ Acessórios internos<br />
São representados pelos resistores-série que servem para amplificar um campo <strong>de</strong> tensão, ou<br />
<strong>de</strong>rivadores paralelos que são empregados na ampliação do campo <strong>de</strong> corrente.<br />
→ Acessórios externos<br />
Po<strong>de</strong>m ser constituídos pelos cabos <strong>de</strong> ligação especiais, para conexão do instrumento <strong>de</strong> medida a<br />
seu acessório, bem como também os resistores série ou <strong>de</strong>rivadores para a amplificação dos<br />
campos <strong>de</strong> medida. Po<strong>de</strong>m ser:<br />
Intercambiáveis: usados para qualquer instrumento
_________________________________________________________________________<br />
<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />
11<br />
Não intercambiáveis: somente po<strong>de</strong>rão ser usados em conexão com um <strong>de</strong>terminado tipo <strong>de</strong><br />
instrumento.<br />
Circuitos <strong>de</strong> medição<br />
→ Circuito <strong>de</strong> corrente ou série<br />
Aquele pelo qual circula a mesma corrente que atravessa o circuito a ser medido.<br />
→ Circuito <strong>de</strong> tensão ou paralelo<br />
Aquele alimentado pela tensão do circuito a ser medido.<br />
Definições e nomenclaturas<br />
→ Instrumento indicador<br />
É aquele que indica em qualquer momento o valor instantâneo efetivo, médio ou <strong>de</strong> pico <strong>de</strong> uma<br />
gran<strong>de</strong>za a ser medida.<br />
→ Instrumento registrador<br />
É aquele que inscreve ou registra sucessivamente os valores instantâneos, efetivos ou médios da<br />
gran<strong>de</strong>za a ser medida.<br />
→ Instrumento com contato<br />
É aquele no qual o elemento móvel fecha e abre contatos quando atinge <strong>de</strong>terminados valores.<br />
→ Instrumento com blindagem magnética<br />
É aquele que está blindado contra a influência <strong>de</strong> campos magnéticos externos.<br />
→ Instrumento astático<br />
É aquele no qual o elemento móvel é construído <strong>de</strong> tal maneira a ser insensível a campos<br />
eletromagnéticos.<br />
→ Multímetro<br />
É aquele que serve para medição <strong>de</strong> diversas gran<strong>de</strong>zas elétricas no mesmo instrumento, por<br />
exemplo: corrente, tensão e resistência.<br />
Quanto ao sistema <strong>de</strong> medição, os instrumentos <strong>de</strong> medida elétrica divi<strong>de</strong>m-se em<br />
→ Instrumento ferro-móvel<br />
É aquele que, tendo uma peça móvel <strong>de</strong> material ferro-magnético, <strong>de</strong>sloca-se quando submetida a<br />
um campo magnético formado por uma corrente que atravessa uma bobina fixa.<br />
→ Instrumento <strong>de</strong> bobina móvel<br />
É aquele que tem um imã permanente fixo e uma ou mais bobinas móveis. Seu funcionamento<br />
<strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da reação entre a corrente da bobina móvel e o campo magnético do imã permanente.<br />
→ Instrumento <strong>de</strong> imã móvel<br />
É aquele constituído <strong>de</strong> uma bobina fixa percorrida por uma corrente <strong>de</strong>ntro da qual giram um ou<br />
mais imãs permanentes.<br />
→ Instrumento eletrodinâmico<br />
É aquele que tendo bobinas fixas e bobinas móveis <strong>de</strong>slocam as últimas eletrodinamicamente, pela<br />
ação das correntes que nelas atuam. Po<strong>de</strong>m ser construídas com peças ferro-magnéticas para<br />
aumentar o campo eletromagnético.<br />
→ Instrumentos <strong>de</strong> indução<br />
É aquele que tem bobinas fixas percorridas por corrente elétrica e <strong>de</strong> peças condutivas móveis, que<br />
são <strong>de</strong>slocadas pelas correntes induzidas nelas eletromagneticamente.<br />
→ Instrumentos <strong>de</strong> fio aquecido
_________________________________________________________________________<br />
<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />
12<br />
É aquele que, através do alongamento <strong>de</strong> um fio aquecido direta ou indiretamente por uma<br />
corrente, transmite movimento a um elemento móvel.<br />
→ Instrumento <strong>de</strong> vibração<br />
É aquele que é formado por lâminas vibráteis que entram em ressonância sob a ação <strong>de</strong> uma<br />
corrente.<br />
→ Instrumento eletrostático<br />
É aquele que apresenta peças metálicas fixas e outras móveis sobre as quais agem forças do<br />
campo eletrostático.<br />
→ Instrumento bimetálico<br />
Simbologia<br />
É aquele que tem um elemento móvel formado por bimetal que se <strong>de</strong>forma pela ação direta ou<br />
indireta <strong>de</strong> uma corrente.<br />
Para a i<strong>de</strong>ntificação rápida das diversas características do instrumento <strong>de</strong> medida, foram adotados<br />
símbolos inscritos na escala, <strong>de</strong> modo que cada um <strong>de</strong>termina uma <strong>de</strong>stas características.<br />
Instrumento <strong>de</strong> bobina móvel<br />
Instrumento <strong>de</strong> imã móvel<br />
Instrumento eletrodinâmico sem ferro<br />
Instrumento eletrodinâmico <strong>de</strong> relação<br />
Instrumento <strong>de</strong> indução<br />
Instrumento eletrostático<br />
Termotransdutor sem isolação<br />
Termotransdutor isolado<br />
Instrumento <strong>de</strong> bobina móvel com<br />
transdutor embutido<br />
Proteção eletrostática<br />
Instrumento <strong>de</strong> bobina cruzada<br />
Instrumento <strong>de</strong> ferro móvel<br />
Instrumento eletrodinâmico com núcleo<br />
<strong>de</strong> ferro<br />
Instrumento eletrodinâmico <strong>de</strong> relação<br />
co núcleo <strong>de</strong> ferro<br />
Instrumento bimetálico<br />
Instrumento <strong>de</strong> lâminas vibrantes<br />
Instrumento <strong>de</strong> bobina móvel com<br />
termotransdutor isolado embutido<br />
Retificador<br />
Proteção magnética<br />
Instrumento astático<br />
Corrente contínua Corrente alternada (monofásica)<br />
Corrente continua e alternada Corrente alternada trifásica (símbolo<br />
Instrumento com dois sistemas <strong>de</strong><br />
medição (para circuitos <strong>de</strong> 3 fios<br />
<strong>de</strong>sequilibrados)<br />
Instrumento a ser utilizado com a escala<br />
na vertical<br />
Instrumento para ser utilizado com a<br />
escala inclinada<br />
Tensão suportável <strong>de</strong> freqüência industrial<br />
– 500 V<br />
<strong>geral</strong>)<br />
Instrumento com um sistema <strong>de</strong><br />
medição (para circuitos <strong>de</strong> 3 fios<br />
equilibrados)<br />
Instrumento a ser utilizado com a escala<br />
na horizontal<br />
Ajuste <strong>de</strong> zero<br />
Indicando para um documento separado
_________________________________________________________________________<br />
<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />
13<br />
Determinação da classe <strong>de</strong> exatidão<br />
Para <strong>de</strong>terminação da classe <strong>de</strong> exatidão <strong>de</strong> um instrumento, é necessária a <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> erro.<br />
→ Erro absoluto<br />
É a diferença algébrica entre o valor, indicado no instrumento, <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>terminada gran<strong>de</strong>za e o<br />
seu valor verda<strong>de</strong>iro: EA = m(<br />
g)<br />
− v(<br />
G)<br />
→ Erro relativo<br />
É o quociente do erro absoluto pelo valor verda<strong>de</strong>iro da gran<strong>de</strong>za que esta sendo medida:<br />
E<br />
E A<br />
R =<br />
v(<br />
G)<br />
→ Erro percentual<br />
É o erro expresso como uma percentagem do valor verda<strong>de</strong>iro: E % = ER<br />
× 100<br />
→ Variação na indicação<br />
É a diferença entre os valores medidos da mesma gran<strong>de</strong>za, quando uma gran<strong>de</strong>za <strong>de</strong> influência,<br />
apresenta sucessivamente dois valores especificados diferentes<br />
→ Exatidão<br />
É <strong>de</strong>finida pelos limites <strong>de</strong> erros e pelos limites da variação da indicação.<br />
Classificação <strong>de</strong> instrumentos <strong>de</strong> medida para <strong>de</strong>signar a sua exatidão<br />
→ Classe <strong>de</strong> exatidão<br />
É uma classificação <strong>de</strong> instrumentos <strong>de</strong> medida para <strong>de</strong>signar a sua exatidão. O número que a<br />
<strong>de</strong>signa chama-se índice <strong>de</strong> classe.<br />
A classificação dos instrumentos conforme o índice <strong>de</strong> classe<br />
Índices <strong>de</strong> classe Limites <strong>de</strong> erro<br />
0,05 0,05 %<br />
0,1 0,1 %<br />
0,2 0,2 %<br />
0,5 0,5 %<br />
1,0 1,0 %<br />
1,5 1,5 %<br />
2.5 2.5 %<br />
5,0 5,0 %<br />
Pela tabela acima um instrumento da classe 0,5 po<strong>de</strong>rá ter no máximo um erro <strong>de</strong> ± 0,5 %, isto é<br />
se o valor no fim <strong>de</strong> escala do instrumento for 100 V, o erro po<strong>de</strong>rá ser no máximo <strong>de</strong> 0,5 V, e isto<br />
compreendido <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> toda a sua escala. Portanto, quando o instrumento indicar um valor <strong>de</strong> 50<br />
V, o erro po<strong>de</strong>rá permanecer na faixa 40,5 a 50,5 V.<br />
O erro é expresso sempre em relação ao valor final da escala (fundo <strong>de</strong> escala).<br />
Não existindo indicação do índice <strong>de</strong> classe, o instrumento po<strong>de</strong>rá ser consi<strong>de</strong>rado da classe <strong>de</strong><br />
erro 10 %.
_________________________________________________________________________<br />
<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />
14<br />
AMPERÍMETRO, VOLTÍMETRO E OHMÍMETRO<br />
Amperímetro<br />
Os instrumentos mais comuns para medir potencial ou correntes usam um dispositivo chamados<br />
galvanômetro <strong>de</strong> d’Arsonval.<br />
Uma bobina pivotada <strong>de</strong> fio fino, conduzindo uma corrente. É <strong>de</strong>fletida pela interação magnética<br />
entre essa corrente e o campo magnético <strong>de</strong> um imã permanente (figura).<br />
Este torque se opõe ao <strong>de</strong> uma mola, semelhante a uma mola <strong>de</strong> relógio <strong>de</strong> pulso, torque este<br />
proporcional ao <strong>de</strong>slocamento angular. A <strong>de</strong>flexão angular da agulha presa à bobina é diretamente<br />
proporcional à corrente na bobina, e o dispositivo po<strong>de</strong> ser calibrado para medir corrente. A<br />
<strong>de</strong>flexão máxima para a qual o instrumento é <strong>de</strong>senhado, tipicamente 90° a 120°, é chamada<br />
<strong>de</strong>flexão <strong>de</strong> fundo <strong>de</strong> escala.<br />
A corrente necessária para produzir uma <strong>de</strong>flexão <strong>de</strong> fundo <strong>de</strong> escala (tipicamente da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 10<br />
µA a 10 mA) e a resistência da bobina (tipicamente da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 10 a 1 000 Ω) são as<br />
características essenciais do medidor.<br />
Para a sua utilização para medida <strong>de</strong> corrente ou <strong>de</strong> tensão um galvanômetro precisa <strong>de</strong> um<br />
resistor que po<strong>de</strong> ser colocado em paralelo ou em série com a bobina que tem uma resistência.<br />
Me<strong>de</strong> a corrente, logo não <strong>de</strong>ve alterar seu valor final, portanto a resistência interna <strong>de</strong>ve ser<br />
pequena. I<strong>de</strong>al que seja nula.<br />
Por isso a resistência interna <strong>de</strong>ve estar em paralelo e ter um valor baixo. O amperímetro <strong>de</strong>ve ser<br />
sempre colocado em série no circuito.
_________________________________________________________________________<br />
<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />
15<br />
Voltímetro<br />
Ohmímetro<br />
Me<strong>de</strong> a d.d.p. (tensão ou voltagem) entre dois pontos. Para evitar o equilíbrio entre a d.d.p. (nula)<br />
o instrumento <strong>de</strong>ve ter uma resistência interna elevada e que esteja ligada em série para eliminar<br />
ao máximo a perda <strong>de</strong> potencial entre os pontos. I<strong>de</strong>al que tenha resistência infinita.<br />
O voltímetro <strong>de</strong>ve ser ligado em paralelo no circuito.<br />
Utilizado para medir a resistência. Consiste <strong>de</strong> um galvanômetro, um resistor e uma fonte (pilha)<br />
ligados em série. A resistência em série <strong>de</strong>ve ser tal que quando os terminais estiverem em curto<br />
circuito (R = 0) a <strong>de</strong>flexão da bobina seja máxima. Quando o circuito estiver aberto a <strong>de</strong>flexão não<br />
ocorrerá indicando resistência infinita.<br />
Fonte <strong>de</strong> tensão contínua<br />
Fornece tensão <strong>de</strong> amplitu<strong>de</strong> variável (numa faixa <strong>de</strong> zero a vinte volts) permitindo flexibilida<strong>de</strong> na<br />
construção <strong>de</strong> circuitos eletromagnéticos.<br />
Multímetro digital<br />
É um instrumento capaz <strong>de</strong> medir tensão, corrente e resistência. Mo<strong>de</strong>los recentes, mesmo os mais<br />
simples, me<strong>de</strong>m ganho estático <strong>de</strong> transistor bipolar (ganho β) e testam diodos retificadores.<br />
Mo<strong>de</strong>los mais sofisticados me<strong>de</strong>m capacitância e indutância.
_________________________________________________________________________<br />
<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />
16<br />
Quanto à utilização do multímetro, antes da medida propriamente dita, dois aspectos precisam ser<br />
verificados.<br />
I – posição das ponteiras<br />
Via <strong>de</strong> regra os multímetros possuem três bornes, on<strong>de</strong> são encaixadas duas ponteiras. A ponteira<br />
preta é encaixada no borne <strong>de</strong>nominado comum; a vermelha ou no borne indicado à medição <strong>de</strong><br />
corrente, ou no borne indicado à medição <strong>de</strong> tensão e resistência. As cores vermelha e preta, em<br />
<strong>geral</strong> representam, respectivamente, os sinais positivo e negativo.<br />
II – posicionamento do seletor do multímetro na escala a<strong>de</strong>quada<br />
Com respeito à escolha da escala a<strong>de</strong>quada, <strong>de</strong>ve-se seguir o princípio <strong>de</strong> que a melhor medida é<br />
aquela em que o valor medido está mais próximo do valor limite, em relação às outras escalas.<br />
Caso não se tenha idéia da amplitu<strong>de</strong> da gran<strong>de</strong>za a medir, faz-se uma primeira medição na maior<br />
escala disponível, apenas para <strong>de</strong>finir a escala mais a<strong>de</strong>quada, e a seguir faz-se a medida nesta<br />
escala.<br />
A conexão do multímetro para a medição <strong>de</strong> tensão, corrente ou resistência é procedida conforme<br />
<strong>de</strong>scrito a seguir.<br />
Tensão<br />
Uma tensão é sempre verificada entre dois pontos. Para medir tensão as ponteiras são encostadas<br />
nestes dois pontos. Se o valor apresentado no mostrador do multímetro for positivo, o ponto em<br />
que está encostada a ponteira vermelha correspon<strong>de</strong> ao pólo positivo e o ponto em que está<br />
encostada a ponteira preta, ao negativo. Caso o valor apresentado no mostrador seja negativo,vale<br />
o oposto. Um multímetro preparado para medir tensão apresenta elevada resistência elétrica para<br />
que sua inserção não altere o comportamento do circuito (<strong>de</strong>veria i<strong>de</strong>almente apresentar<br />
resistência infinita).<br />
Corrente<br />
para um multímetro medir corrente, esta <strong>de</strong>ve circular através do instrumento. Para isto o circuito<br />
<strong>de</strong>ve ser interrompido e aos dois pontos resultantes da interrupção <strong>de</strong>ve ser conectado o<br />
multímetro. Se a corrente entra pela ponteira vermelha (sentido convencional) um valor positivo <strong>de</strong><br />
corrente será apresentado no mostrador, e um valor negativo, caso a corrente entre na ponteira
_________________________________________________________________________<br />
<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />
17<br />
preta. Um multímetro preparado para medir corrente apresenta resistência elétrica muito baixa<br />
para que sua inserção não altere o comportamento do circuito (<strong>de</strong>veria i<strong>de</strong>almente, apresentar<br />
resistência nula – curto-circuito). Muito cuidado <strong>de</strong>ve ser tomado com o multímetro quando pronto<br />
para medição <strong>de</strong> corrente. Se seus terminais forem conectados aos terminais <strong>de</strong> uma fonte <strong>de</strong><br />
tensão, por exemplo, circulará, uma corrente muito elevada pelo instrumento, o que po<strong>de</strong>rá<br />
danificá-lo. A medição <strong>de</strong> corrente em várias partes <strong>de</strong> um circuito é um procedimento um pouco<br />
inconveniente, <strong>de</strong>vido ao risco <strong>de</strong> provocar curto-circuito em caso <strong>de</strong> mau uso, e principalmente,<br />
<strong>de</strong>vido à necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> alteração do circuito.<br />
Resistência<br />
Para medir a resistência <strong>de</strong> um resistor <strong>de</strong>ve-se encostar as ponteiras do multímetro aos sues<br />
terminais. Deve-se tomar o cuidado <strong>de</strong> que pelo menos um dos terminais do resistor não esteja<br />
conectado a nenhum outro componente <strong>de</strong> circuito. Para medir a resistência equivalente <strong>de</strong> um<br />
circuito composto exclusivamente por resistores, conectam-se as ponteiras do multímetro aos dois<br />
pontos <strong>de</strong> referencia.<br />
AMPERÍMETRO<br />
Objetivos<br />
Manuseio do aparelho<br />
Verificação da correlação entre as diversas<br />
Procedimento Experimental<br />
A – Estudo do aparelho<br />
1 – montar o circuito conforme a figura<br />
escala<br />
2 – <strong>de</strong>terminar o valor <strong>de</strong> cada divisão nas diversas escalas: n =<br />
n<br />
0<br />
divisões<br />
3 – medir o valor <strong>de</strong> I nas diversas escalas: I =<br />
n × i
_________________________________________________________________________<br />
<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />
18<br />
4 – variar a d.d.p.<br />
5 – fazer novas leituras conforme o número <strong>de</strong> operadores<br />
6 – converter o valor <strong>de</strong> cada escala:<br />
MEDIDA ESCALA 1 ESCALA 1 ESCALA 1 ESCALA 1<br />
B – Medida da resistência interna do amperímetro<br />
I - Primeiro método<br />
1 – montar o circuito da figura<br />
2 – fazer variar o comutador da fonte e <strong>de</strong>terminar os valores <strong>de</strong> corrente I no instrumento A 2 e a<br />
d.d.p. no voltímetro V. Tabelar os dados:<br />
I (mA) I (A) V (volts)<br />
3 – com os dados obtidos construa o gráfico V = f(I). o coeficiente angular da reta é a resistência<br />
∆ V<br />
interna do aparelho: R A = tgα<br />
=<br />
∆ I<br />
II - Segundo método<br />
1 - Montar o circuito da figura:
_________________________________________________________________________<br />
<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />
19<br />
VOLTÍMETRO<br />
Objetivos<br />
2 – Determinar nos amperímetros A 1 e A 2 e as correntes I e I A<br />
Sabe-se que as tensões V AB e V A’B’’<br />
AB A'B'<br />
U U =<br />
R AI<br />
A = RPIP<br />
on<strong>de</strong> IP<br />
= I − IA<br />
R AI<br />
A = RP<br />
( I − IA<br />
)<br />
( I<br />
R AI<br />
A = RP<br />
Manuseio do aparelho<br />
− IA<br />
)<br />
IA<br />
I(mA) I (A) IA(mA) IA (A) RA (Ω)<br />
Medida da resistência interna<br />
Fundamento teórico<br />
Procedimento <strong>experimental</strong><br />
as na tabela<br />
1 - A partir da tabela <strong>de</strong> símbolos obter as características do instrumento sendo utilizado, anotando-<br />
Símbolo característica<br />
2 – Montar o circuito elétrico da figura 1
_________________________________________________________________________<br />
<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />
20<br />
3 – Medir o valor <strong>de</strong> cada divisão nas diversas escalas<br />
escala<br />
n =<br />
nº<br />
divisões<br />
4 – Medir o valor <strong>de</strong> V nas diversas escalas<br />
V = n ⋅ i<br />
OHMÍMETRO<br />
Objetivos<br />
5 - Variar a d.d.p. na fornte<br />
Figura 1<br />
6 – Fazer leituras conforme o número <strong>de</strong> operadores, anotando os valores na tabela<br />
7 – Medida da resistência interna<br />
Medidas da d.d.p.<br />
Escala 1 Escala 2 Escala 3 Escala 4<br />
a - Montar o circuito da figura 2 (usar resistores <strong>de</strong> 10 kΩ e <strong>de</strong> 20 kΩ<br />
b - Medir a d.d.p. entre os pontos A e C: V AC = __________ volts<br />
c - Medir a d.d.p. entre os pontos A e B: V AB = __________ volts<br />
d – Calcular a d.d.p. entre os pontos B e C por: VBC = VAC<br />
− VAB<br />
V<br />
e – Calcular a corrente do circiuto: I =<br />
BC<br />
RBC<br />
V<br />
f – Calcular a resistência equivalente (REQ) entre os pontos A e B: R<br />
AB<br />
EQ =<br />
I<br />
g – Determinar a resistência interna do voltímetro:<br />
1 1 1 REQ<br />
⋅ R AB<br />
= + ∴ rv<br />
=<br />
REQ<br />
R AB rv<br />
R AB − REQ<br />
Utilizar o ohmímetro para medidas <strong>de</strong> resistência elétrica<br />
Figura 2
_________________________________________________________________________<br />
<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />
21<br />
Familiarizar com as escalas do instrumento<br />
Fundamento teórico<br />
O ohmímetro é um instrumento utilizado para fins <strong>de</strong> medidas <strong>de</strong> resistência elétrica. Faz,<br />
justamente com o voltímetro e o amperímetro parte do aparelho <strong>de</strong> medidas <strong>de</strong>nominado<br />
multímetro ou multiteste.<br />
A escala apresenta uma característica logarítimica como ilustra a figura 1.<br />
Figura 1<br />
Na chave seletora, encontramos as posições x1, x10, x100 e x1k, as quais, respectivamente,<br />
multiplicam o valor impresso na escala por 1, 10, 100 e 1000 obtendo o resultado em ohms (Ω).<br />
Para efetuarmos uma medida, <strong>de</strong>vemos fazer o ajuste <strong>de</strong> zero, para tanto curto circuitamos as sua<br />
pontas <strong>de</strong> prova, <strong>de</strong>flexionando o ponteiro até a região próximo ao zero da escala <strong>de</strong> ohms. A<br />
seguir movimenta-se o controle <strong>de</strong> ajuste (Ω ADJ) até o ponteiro coincidir com o traço referente ao<br />
zero. Esse ajuste <strong>de</strong>ve ser repetido toda vez que mudamos a posição da chave seletora. Feito o<br />
ajuste, colocamos as pontas <strong>de</strong> prova em contato com os terminais do componente a ser medido,<br />
observando que <strong>de</strong>vemos escolher uma posição para a chave seletora, <strong>de</strong> maneira a ter uma leitura<br />
em região da escala com boa <strong>de</strong>finição.<br />
Procedimento <strong>experimental</strong><br />
1 - Meça cada resistor e anote os valores na tabela 1. em cada medida, coloque a chave seletora<br />
em todas as posições, escolhendo uma <strong>de</strong> melhor conveniência para leitura, não esquecendo <strong>de</strong><br />
ajustar zero. Leia e anote para cada resistor sua tolerância.<br />
Valor nominal<br />
(Ω)<br />
Tolerância (%) Valor medido<br />
(Ω)<br />
2 - Compare os valores medidos com os valores nominais<br />
Posição da<br />
escala<br />
∆R %
_________________________________________________________________________<br />
<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />
22<br />
PRIMEIRA LEI DE OHM<br />
Objetivos<br />
Verificar <strong>experimental</strong>mente a primeira lei <strong>de</strong> OHM.<br />
Procedimento <strong>experimental</strong><br />
1 - Montar o circuito da figura:<br />
2 – Determinar a intensida<strong>de</strong> da corrente I para tantos valores quantos são os operadores; (variar a<br />
tensão da fonte)<br />
3 – Determinar a d.d.p. nos extremos <strong>de</strong> R<br />
U (volts) I (mA) I (A) R (Ω)<br />
4 – Com os valores tabelados construir o gráfico <strong>de</strong> V = f(I)<br />
5 – Calcular o valor <strong>de</strong> R pelo coeficiente angular da reta:<br />
∆V<br />
R =<br />
∆I<br />
R − RN<br />
6 - Calcular o erro em relação ao valor nominal: % E =<br />
× 100<br />
RN
_________________________________________________________________________<br />
<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />
23<br />
SEGUNDA LEI DE OHM<br />
Objetivos<br />
Verificar <strong>experimental</strong>mente a segunda lei <strong>de</strong> OHM.<br />
Procedimento <strong>experimental</strong><br />
I – Dependência do comprimento<br />
1 - Montar o circuito da figura:<br />
π d<br />
2<br />
2 – Medir o diâmetro do fio com auxílio do Palmer e calcular a área <strong>de</strong> secção por: S =<br />
4<br />
3 – Variar o comprimento do fio (L) e ler os valores <strong>de</strong> U e <strong>de</strong> I (para tantos valores quantos são os<br />
operadores; (variar o tensão da fonte))<br />
L (cm) V (volts) I (mA) I (A)<br />
S (cm 2 ) ρ (Ω.cm) R (Ω) R1 (Ω)<br />
4 – Calcular o valor <strong>de</strong> R:<br />
V<br />
R =<br />
I<br />
R.<br />
S<br />
5 – Calcular o valor <strong>de</strong> ρ (resistivida<strong>de</strong>): ρ =<br />
L<br />
6 – Calcular o valor <strong>de</strong> R:<br />
L<br />
R = ρ<br />
S<br />
7 - Calcular o erro em relação ao valor nominal:<br />
% E<br />
ρ − ρ T R − R1<br />
= × 100 e % E =<br />
× 100<br />
ρ T<br />
R1
_________________________________________________________________________<br />
<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />
24<br />
II – Dependência da seção transversal<br />
1 - Montar o circuito da figura:<br />
2 – Esticar o fio problema entre o trecho ab ± 1,0 m<br />
3 - Ler os valores <strong>de</strong> U e I anotando-os na tabela<br />
L (cm) V (volts) I (mA) I (A)<br />
S (cm 2 ) ρ (Ω.cm) R (Ω) R1 (Ω)<br />
4 - Multiplicar o fio entre a e b fixando-o bem nos isoladores e ler os valores <strong>de</strong> V e I<br />
5 - Repetir o item 3<br />
6 – Calcular o valor da resistivida<strong>de</strong>: ρ =<br />
7 – Calcular a resistência do fio:<br />
8 – Construir o gráfico R = f(S)<br />
L<br />
R = ρ<br />
S<br />
V.<br />
S<br />
I.<br />
L
_________________________________________________________________________<br />
<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />
25<br />
RESISTORES E CÓDIGO DE CORES<br />
Objetivos<br />
Ler o valor nominal <strong>de</strong> cada resistor através do código <strong>de</strong> cores<br />
Determinar a máxima potência dissipada pelo resistor através <strong>de</strong> suas dimensões <strong>física</strong>s<br />
Fundamento teórico<br />
Resistores são componentes que têm por finalida<strong>de</strong> oferecer uma oposição á passagem <strong>de</strong> corrente<br />
elétrica, através <strong>de</strong> seu material. A essa oposição damos o nome <strong>de</strong> resistência elétrica, que possui<br />
como unida<strong>de</strong> o ohm (Ω).<br />
Classificamos os resistores em dois tipos; fixos e variáveis. Os resistores fixos são aqueles cujo<br />
valor da resistência não po<strong>de</strong> ser alterada, enquanto que os variáveis têm sua resistência<br />
modificada, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma faixa <strong>de</strong> valores através <strong>de</strong> um cursor móvel.<br />
Os resistores fixos são comumente especificados por três parâmetros: o valor nominal da<br />
resistência elétrica; a tolerância, ou seja, a máxima variação em porcentagem do valor nominal; e a<br />
máxima potência elétrica dissipada.<br />
Dentre os tipos <strong>de</strong> resistores fixos, <strong>de</strong>stacamos os <strong>de</strong> fio, <strong>de</strong> filme <strong>de</strong> carbono e <strong>de</strong> filme metálico.<br />
Resistor <strong>de</strong> fio<br />
Consiste em um tubo cerâmico, que servirá <strong>de</strong> suporte para enrolarmos um <strong>de</strong>terminado<br />
comprimento <strong>de</strong> fio, <strong>de</strong> liga especial para se obter o valor da resistência esperado. Os terminais<br />
<strong>de</strong>sse fio são conectados às braça<strong>de</strong>iras presas ao tubo. Além <strong>de</strong>sse, existem outros tipos<br />
construtivos esquematizados, conforme a figura 1.<br />
Figura 1<br />
Os resistores <strong>de</strong> fio são encontrados com valores <strong>de</strong> resistência <strong>de</strong> alguns ohms, até alguns<br />
quiloohms, e são aplicados on<strong>de</strong> se exige altos valores <strong>de</strong> potência, acima <strong>de</strong> 5 W, sendo suas<br />
especificações impressas no próprio corpo.<br />
Resistor <strong>de</strong> filme <strong>de</strong> carbono
_________________________________________________________________________<br />
<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />
26<br />
Consiste em um cilindro <strong>de</strong> porcelana recoberto com um filme <strong>de</strong> carbono. O valor da resistência é<br />
obtido mediante a formação <strong>de</strong> um sulco, transformando a película em uma fita helicoidal. Esse<br />
valor po<strong>de</strong> variar conforme a espessura do filme ou a largura da fita. Como revestimento,<br />
encontramos uma resina protetora sobre a qual será impresso um código <strong>de</strong> cores, i<strong>de</strong>ntificando<br />
seu valor nominal e tolerância.<br />
Figura 2<br />
Os resistores <strong>de</strong> filme <strong>de</strong> carbono são <strong>de</strong>stinados ao uso <strong>geral</strong> e suas dimensões <strong>física</strong>s <strong>de</strong>terminam<br />
a máxima potência que po<strong>de</strong> dissipar.<br />
Resistor <strong>de</strong> filme metálico<br />
Sua estrutura é idêntica ao <strong>de</strong> filme <strong>de</strong> carbono, somente que, utiliza uma liga metálica (níquel-<br />
cromo) para formar a película, obtendo valores mais precisos <strong>de</strong> resistência, com tolerâncias <strong>de</strong> 1%<br />
e 2%.<br />
Código <strong>de</strong> cores<br />
O código <strong>de</strong> cores, utilizado nos resistores <strong>de</strong> película, é visto na figura 3 e na tabela 1 abaixo.<br />
COR 1 a FAIXA<br />
(A)<br />
Figura 3<br />
2 a FAIXA<br />
(B)<br />
3 a FAIXA<br />
(B)<br />
FATOR<br />
MULTIPLICATIVO<br />
(C)<br />
TOLERÃNCIA<br />
PRETO ------------- 0 0 X 1 -------------<br />
MARRON 1 1 1 X 10 ± 1%<br />
VERMELHO 2 2 2 X 10 2 ± 2%<br />
LARANJA 3 3 3 X 10 3 -------------<br />
AMARELO 4 4 4 X 10 4 -------------<br />
VERDE 5 5 5 X 10 5 -------------<br />
AZUL 6 6 6 X 10 6 -------------<br />
VIOLETA 7 7 7 ------------- -------------<br />
CINZA 8 8 8 ------------- -------------<br />
BRANCO 9 9 9 ------------- -------------<br />
OURO ------------- ------------- ------------- X 10 -1 ± 5%<br />
PRATA ------------- ------------- ------------- X 10 -2 ± 10%<br />
A B C D E<br />
(D)
_________________________________________________________________________<br />
<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />
27<br />
Observações<br />
A ausência <strong>de</strong> faixa <strong>de</strong> tolerância indica que esta é <strong>de</strong> ± 20%.<br />
Para resistores <strong>de</strong> precisão encontramos cinco faixas on<strong>de</strong> as três primeiras representam o primeiro, o segundo<br />
e o terceiro algarismos significativos e as <strong>de</strong>mais, respectivamente, fator multiplicativo e tolerância.<br />
A figura 4 mostra a especificação <strong>de</strong> potencia com dimensões, em tamanho natural.<br />
Figura 4<br />
A tabela 2 a seguir mostra os valores padronizados <strong>de</strong> resistores <strong>de</strong> película normalmente<br />
encontrados<br />
1 – série: 5%, 10% e 20% <strong>de</strong> tolerância.<br />
10 12 15 18 22 27 33 39<br />
47 56 68 82<br />
2 – série: 2 % e 5% <strong>de</strong> tolerância.<br />
10 11 12 13 15 16 18 20<br />
22 24 27 30 33 36 39 43<br />
47 51 56 62 68 75 82 91<br />
3 – série: 1% <strong>de</strong> tolerância.<br />
100 102 105 107 110 113 115 118<br />
121 124 127 130 133 137 140 143<br />
147 150 154 158 162 165 169 174<br />
178 182 187 191 196 200 205 210<br />
215 221 226 232 237 243 249 255<br />
261 267 274 280 287 294 301 309<br />
316 324 332 340 348 357 365 374<br />
383 392 402 412 422 432 442 453<br />
464 475 487 499 511 523 536 549<br />
562 576 590 604 619 634 649 665<br />
681 698 715 732 750 768 787 806<br />
825 845 866 887 909 931 953 976
_________________________________________________________________________<br />
<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />
28<br />
Procedimento <strong>experimental</strong><br />
1 – Faça a leitura <strong>de</strong> cada resistor e anote no quadro o valor nominal,a tolerância e a potência<br />
resistor Valor nominal tolerância Potência (W)<br />
R1<br />
R2<br />
R3<br />
R4<br />
R5<br />
R6<br />
R7<br />
R8<br />
R9<br />
R10
_________________________________________________________________________<br />
<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />
29<br />
CIRCUITO SÉRIE E<br />
CIRCUITO PARALELO DE RESISTORES<br />
Objetivos<br />
Determinar a resistência equivalente <strong>de</strong> um circuito paralelo<br />
Constatar, <strong>experimental</strong>mente, as proprieda<strong>de</strong>s relativas à tensão e corrente da associação.<br />
Fundamento teórico<br />
Dois ou mais resistores formam uma associação <strong>de</strong>nominada circuito paralelo, quando ligado um<br />
ao outro. Quando alimentado o circuito apresenta as seguintes proprieda<strong>de</strong>s: a tensão é a mesma<br />
em todos os resistores e igual ao valor da fonte: E = VR1<br />
= VR2<br />
= ... = VRN<br />
a somatória da<br />
corrente nos resistores é igual a corrente fornecida pela fonte: I = IR1<br />
+ IR2<br />
+ ... + IRN<br />
aplicando a<br />
Lei <strong>de</strong> Ohm ( V = RI ) em cada resistor teremos:<br />
membros por E, teremos:<br />
1 1 1 1<br />
= + + ... +<br />
REQ<br />
R1<br />
R2<br />
RN<br />
Procedimento <strong>experimental</strong><br />
1 - Montar o circuito da figura 1:<br />
I 1 1 1<br />
= + + ... + on<strong>de</strong><br />
E R1<br />
R 2 RN<br />
E E E<br />
I = + + ... + dividindo ambos os<br />
R1<br />
R 2 RN<br />
I<br />
=<br />
E<br />
1<br />
REQ<br />
Figura 1<br />
. Po<strong>de</strong>mos portanto escrever:<br />
2 - Através do código <strong>de</strong> cores <strong>de</strong>terminar a resistência nominal <strong>de</strong> cada um dos resistores e<br />
calcular o valor da resistência equivalente (R eq 1):<br />
3 - Com o auxílio do Ohmímetro medir a resistência <strong>de</strong> cada um dos resistores e calcular o valor da<br />
resistência equivalente (R eq 2):<br />
4 - Medir a resistência equivalente (R eqM) do circuito utilizando o Ohmimetro:<br />
________________________________________________________________________<br />
5 - Calcular o erro para os valores calculados acima
_________________________________________________________________________<br />
<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />
30<br />
% E<br />
6 - Montar o circuito da figura 2:<br />
R eqM − R eq1<br />
=<br />
R eqM<br />
% E<br />
R eqM − R eq 2<br />
=<br />
R eqM<br />
%E1= ________ %E2= ________<br />
Figura 2<br />
7 - Através do código <strong>de</strong> cores <strong>de</strong>terminar a resistência nominal <strong>de</strong> cada um dos resistores e<br />
calcular o valor da resistência equivalente (R eq 1):<br />
8 - Com o auxílio do Ohmimetro medir a resistência <strong>de</strong> cada um dos resistores e calcular o valor da<br />
resistência equivalente (R eq 2):<br />
9 - Medir a resistência equivalente (R eqM) do circuito utilizando o Ohmimetro:<br />
________________________________________________________________________<br />
10 - Calcular o erro para os valores calculados acima<br />
% E<br />
11 - Montar o circuito da figura 3:<br />
R eqM − R eq1<br />
=<br />
R eqM<br />
% E<br />
R eqM − R eq 2<br />
=<br />
R eqM<br />
%E1= ________ %E2= ________<br />
Figura 3<br />
12 - Através do código <strong>de</strong> cores <strong>de</strong>terminar a resistência nominal <strong>de</strong> cada um dos resistores e<br />
calcular o valor da resistência equivalente (R eq 1):<br />
13 - Com o auxílio do Ohmimetro medir a resistência <strong>de</strong> cada um dos resistores e calcular o valor<br />
da resistência equivalente (R eq 2):<br />
14 - Medir a resistência equivalente (R eqM) do circuito utilizando o Ohmimetro:<br />
________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________<br />
<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />
31<br />
15 - Calcular o erro para os valores calculados acima<br />
% E<br />
16 - Montar o circuito da figura 4:<br />
R eqM − R eq1<br />
=<br />
R eqM<br />
% E<br />
R eqM − R eq 2<br />
=<br />
R eqM<br />
%E1= ________ %E2= ________<br />
Figura 4<br />
17 - Através do código <strong>de</strong> cores <strong>de</strong>terminar a resistência nominal <strong>de</strong> cada um dos resistores e<br />
calcular o valor da resistência equivalente (R eq 1):<br />
18 - Com o auxílio do Ohmimetro medir a resistência <strong>de</strong> cada um dos resistores e calcular o valor<br />
da resistência equivalente (R eq 2):<br />
19 - Medir a resistência equivalente (R eqM) do circuito utilizando o Ohmimetro:<br />
________________________________________________________________________<br />
20 - Calcular o erro para os valores calculados acima<br />
% E<br />
R eqM − R eq1<br />
=<br />
R eqM<br />
% E<br />
R eqM − R eq 2<br />
=<br />
R eqM<br />
%E1= ________ %E2= _______
_________________________________________________________________________<br />
<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />
32<br />
RESISTÊNCIA INTERNA DE UM GERADOR<br />
Objetivo<br />
Medir a resistência interna <strong>de</strong> um gerador.<br />
Fundamento teórico<br />
Uma fonte <strong>de</strong> força eletromotriz possui uma resistência interna, cujo valor <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> dos materiais e<br />
processos <strong>de</strong> fabricação e principalmente do uso <strong>de</strong>sta fonte. Suponhamos uma carga R ligada a<br />
uma <strong>de</strong>stas fontes <strong>de</strong> força eletromotriz (FEM), com uma resistência interna não nula, tal como<br />
visto na figura 1.<br />
Figura 1 Figura 2<br />
Nesta situação temos: ε = R ⋅ i + r ⋅ i , on<strong>de</strong> ε fonte <strong>de</strong> FEM, R carga do circuito e r resistência interna<br />
do gerador. Por outro lado, o termo R.i equivale à tensão (V ab) no resistor R, <strong>de</strong> modo que:<br />
Vab = ε − r ⋅ i<br />
Se tomamos um gráfico <strong>de</strong> V ab x i , obteremos uma reta cujo coeficiente angular é –r (resistência<br />
interna do gerador), conforme ilustra a figura 2.<br />
Procedimento <strong>experimental</strong><br />
1 - Montar o circuito da figura 3<br />
2 - Variar R e anotar os valores <strong>de</strong> V e i correspon<strong>de</strong>ntes:<br />
V<br />
Figura 3
_________________________________________________________________________<br />
<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />
33<br />
(volts)<br />
i (mA)<br />
3 – Construa o gráfico V ab x i .Observe que para i = 0 temos V = ε= _____________; Por que?<br />
4 - Determine a resistência interna do gerador por: Vab = ε − r ⋅ i<br />
5 - Determine a resistência interna do gerador a partir equação da reta.<br />
POTÊNCIA ENTREGUE POR UM GERADOR<br />
Objetivos<br />
Estudar a transferência <strong>de</strong> potência do gerador para um circuito<br />
Verificar <strong>experimental</strong>mente as condições <strong>de</strong> máxima transferência <strong>de</strong> potência.<br />
Fundamento teórico<br />
As potências envolvidas num circuito formado por um gerador <strong>de</strong> tensão real alimentando uma<br />
<strong>de</strong>terminada carga, são as seguintes:<br />
PM = ε ⋅ i ⇒ potência motriz gerada pelo gerador<br />
2<br />
PJ = r ⋅ i ⇒ potência dissipada pelo gerador<br />
PE = V ⋅ i ⇒ potência elétrica fornecida<br />
a relação entre as potências é dada por: PE = PM<br />
− PJ<br />
O rendimento percentual do gerador, quando o mesmo alimenta uma <strong>de</strong>terminada carga po<strong>de</strong> ser<br />
<strong>de</strong>terminado por uma das seguintes expressões:<br />
P<br />
%<br />
E V<br />
η = × 100 ou η % = × 100<br />
PM<br />
ε<br />
Quando um gerador está ligado externamente a um resistor (R), o valor da resistência do circuito<br />
externo que extrai a potência máxima é RM = r<br />
Essa proprieda<strong>de</strong> po<strong>de</strong> dar um processo <strong>de</strong> medida <strong>de</strong> r: se variarmos a resistência do circuito<br />
externo até obter a potência máxima, o valor <strong>de</strong> R que correspon<strong>de</strong> a essa potência é igual ao da<br />
resistência interna r do gerador.<br />
A figura 1 mostra, num único sistema cartesiano, a curva da potência elétrica fornecida por um<br />
gerador em função da corrente <strong>de</strong> saída sobreposta á curva característica <strong>de</strong> saída do mesmo<br />
gerador. Pelo gráfico percebe-se que a máxima transferência <strong>de</strong> potência elétrica ( P EMT ) ocorre no<br />
ponto Q da curva <strong>de</strong> saída do gerador <strong>de</strong> tensão on<strong>de</strong> a corrente <strong>de</strong> saída (i) é meta<strong>de</strong> da corrente<br />
<strong>de</strong> curto circuito (i cc) e a tensão <strong>de</strong> saída (V) é a meta<strong>de</strong> da tensão em aberto do gerador (ε):<br />
i<br />
i<br />
cc ε<br />
= e V =<br />
2 2
_________________________________________________________________________<br />
<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />
34<br />
Figura 1<br />
Para que a tensão <strong>de</strong> saída caia pela meta<strong>de</strong>, é necessário que a carga (R) tenha o mesmo valor<br />
da resistência interna do gerador, já que ambas forma um divisor <strong>de</strong> tensão, ou seja RM = r .<br />
Assim é fácil comprovar que na condição <strong>de</strong> máxima transferência <strong>de</strong> potência, tem-se que a<br />
potência elétrica máxima e o rendimento do gerador valem respectivamente:<br />
η % = 50%<br />
Procedimento <strong>experimental</strong><br />
2<br />
ε<br />
PEMT<br />
= e<br />
4 ⋅ r<br />
1 - Montar o circuito da figura 2, variar a corrente que atravessa o gerador, variando R no reostato,<br />
medir a corrente i e a tensão correspon<strong>de</strong>nte; anotar o valor na tabela:<br />
V (volts)<br />
I (ampéres)<br />
Figura 2<br />
2 - Traçar a curva do gerador e <strong>de</strong>terminar sua força eletromotriz, sua corrente <strong>de</strong> curto circuito,<br />
bem como a resistência interna<br />
3 - Calcular as potências transferidas ao resistor para cada corrente, e lançar os resultados na<br />
tabela:<br />
P<br />
4 - Calcular as resistências (R) do circuito externo e lançar os dados na tabela;<br />
R (ohms)<br />
5 - Traçar a curvas: <strong>de</strong> potência em função da corrente (P=f(i))<br />
6 - Determinar a potência máxima e o rendimento do gerador.
_________________________________________________________________________<br />
<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />
35<br />
CAPACITORES<br />
Objetivos<br />
Mostrar os principais tipos <strong>de</strong> capacitores<br />
Caracterizar a estrutura interna dos capacitores<br />
Utilizar os códigos <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> capacitores<br />
Fundamento teórico<br />
Capacitor – capacitância<br />
Capacitor é um dispositivo que consiste <strong>de</strong> duas placas condutoras (chamadas <strong>de</strong> armaduras),<br />
separadas por um material isolante (dielétrico). Um capacitor serve para armazenar cargas.<br />
A capacida<strong>de</strong> que tem um capacitor para armazenar cargas <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da sua capacitância (C). A<br />
capacitância por sua vez, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da área das placas, da espessura do dielétrico e material <strong>de</strong><br />
que é feito o dielétrico.<br />
No caso <strong>de</strong> um capacitor <strong>de</strong> placas planas e paralelas, a sua capacitância será dada por:<br />
ε ⋅ S<br />
C =<br />
d<br />
on<strong>de</strong> ε é a constante dielétrica, S a área <strong>de</strong> uma das placas (iguais) e d a espessura do dielétrico. A<br />
capacitância será dada em farads (F).<br />
Quando ligamos um capacitor a um gerador, o capacitor adquire uma carga Q. A placa superior fica<br />
com uma carga +Q (falta <strong>de</strong> elétrons), enquanto a placa inferior ficará com uma carga –Q (excesso<br />
<strong>de</strong> elétrons). O número <strong>de</strong> elétrons, em excesso em uma placa, é igual ao número <strong>de</strong> elétrons<br />
faltantes na outra placa. A relação entre capacitância, carga adquirida é tensão aplicada que é dada<br />
pela fórmula:<br />
Q<br />
C = ou Q = C ⋅ V<br />
V<br />
a carga adquirida é diretamente proporcional à capacitância e a tensão aplicada.
_________________________________________________________________________<br />
<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />
36<br />
Devido às dificulda<strong>de</strong>s construtivas, os capacitores encontram-se situados em faixa <strong>de</strong> valores<br />
−6<br />
−9<br />
submúltiplos do farad como o microfarad ( µ F = 10 F ), nanofarad ( nF = 10 F ) e o picofarad<br />
−12<br />
( pF = 10 F ).<br />
Além do valor da capacitância, é preciso especificar o valor limite da tensão a ser aplicada entre<br />
seus terminais. Esse valor é <strong>de</strong>nominado tensão <strong>de</strong> isolação e varia conforme o tipo <strong>de</strong> capacitor.<br />
Na prática encontramos vários tipos <strong>de</strong> capacitores, com aplicações específicas, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo <strong>de</strong><br />
aspectos construtivos, tais como, material utilizado como dielétrico, tipo <strong>de</strong> armaduras e<br />
encapsulamento.<br />
Capacitores plásticos (poliestireno, poliéster)<br />
Consistem em duas folhas <strong>de</strong> alumínio separadas pelo dielétrico <strong>de</strong> material plástico. Sendo os<br />
terminais ligados às folhas <strong>de</strong> alumínio, o conjunto é bobinado e encapsulado, formando um<br />
sistema compacto. Uma outra técnica construtiva é a <strong>de</strong> vaporizar alumínio em ambas as faces do<br />
dielétrico, formando o capacitor. Essa técnica é <strong>de</strong>nominada <strong>de</strong> metalização e traz com vantagem,<br />
maior capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> comparação com os <strong>de</strong> mesmas dimensões não metalizados.<br />
Capacitores eletrolíticos <strong>de</strong> alumínio<br />
Consistem <strong>de</strong> uma folha <strong>de</strong> alumínio anodizada como armadura positiva (que por um processo<br />
eletrolítico forma uma camada <strong>de</strong> óxido <strong>de</strong> alumínio que serve como dielétrico) e um fluido<br />
condutor, o eletrólito que impregnado em um papel poroso, é colocado em contato com outra folha<br />
<strong>de</strong> alumínio <strong>de</strong> modo a formar a armadura negativa. O conjunto é bobinado, sendo a folha <strong>de</strong><br />
alumínio anodizada, ligada ao terminal positivo e a outra ligada a uma caneca tubular (que forma o<br />
encapsulamento do conjunto) e ao terminal negativo. Os capacitores eletrolíticos, por apresentarem<br />
o dielétrico como uma fina camada <strong>de</strong> óxido <strong>de</strong> alumínio e em uma das armaduras um fluido,<br />
constituem uma série <strong>de</strong> altos valores <strong>de</strong> capacitância, mas <strong>de</strong> valores limitados <strong>de</strong> tensão <strong>de</strong><br />
isolação e terminais polarizados. De forma idêntica encontramos os capacitores eletrolíticos <strong>de</strong><br />
tântalo, on<strong>de</strong> o dielétrico é formado por óxido <strong>de</strong> tântalo, cuja constante dielétrica faz obter-se um<br />
capacitor <strong>de</strong> pequenas dimensões, porém com valores <strong>de</strong> tensão <strong>de</strong> isolação, mais limitados.<br />
Capacitores cerâmicos<br />
Apresentam como dielétrico um material cerâmico, que é formado por uma camada <strong>de</strong> tinta, que<br />
contém elemento condutor, formando as armaduras. O conjunto recebe um revestimento isolante.<br />
São capacitores <strong>de</strong> baixos valores e altas tensões <strong>de</strong> isolação.<br />
Capacitores <strong>de</strong> capacitância variável<br />
São aqueles cuja capacitância po<strong>de</strong> ser facilmente mudada. Um dos tipos mais comuns é o <strong>de</strong><br />
dielétrico <strong>de</strong> ar. Para a sintonia <strong>de</strong> rádios (escolha <strong>de</strong> estação) normalmente usa-se este tipo <strong>de</strong><br />
capacitor.
_________________________________________________________________________<br />
<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />
37<br />
Códigos <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> capacitores<br />
Código numérico<br />
É composto por três números que indicam:<br />
na tabela abaixo apresenta-se os principais valores encontrados nos capacitores abaixo <strong>de</strong> 2 µ F e<br />
o código para representar esses valores. Para valores abaixo <strong>de</strong> 100 pF e acima <strong>de</strong> 1 µ F os valores<br />
reais são escritos diretamente no corpo do componente.<br />
Código <strong>de</strong> cores<br />
Encontram-se nas figuras e tabelas a seguir outras formas utilizadas para representar os valores<br />
dos capacitores, incluindo os códigos <strong>de</strong> cores nos capacitores tipo disco, tubulares e plásticos.
_________________________________________________________________________<br />
<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />
38
_________________________________________________________________________<br />
<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />
39<br />
Procedimento <strong>experimental</strong><br />
De posse <strong>de</strong> capacitores<br />
1 - Distinguir entre os diversos tipos construtivos<br />
2 - Utilizar os códigos <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação para caracteriza-los
_________________________________________________________________________<br />
<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />
40<br />
CARGA E DESCARGA DE UM CAPACITOR<br />
(CAPACITOR EM REGIME DC)<br />
Objetivo<br />
Verificar as situações <strong>de</strong> carga e <strong>de</strong>scarga <strong>de</strong> um capacitor<br />
Fundamento teórico<br />
Ao aplicarmos a um capacitor uma tensão contínua através <strong>de</strong> um resistor, esse se carrega com a<br />
tensão, cujo valor <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> do intervalo <strong>de</strong> tempo em que se <strong>de</strong>senvolverá o processo. Na figura 1<br />
temos um circuito para a carga do capacitor.<br />
Figura 1<br />
Estando o capacitor inicialmente <strong>de</strong>scarregado ( VC = 0 ), em t = 0 , fechamos a chave S do<br />
circuito. A corrente neste instante é a máxima do circuito, ou seja,<br />
E<br />
Imáx = . A partir daí, o<br />
R<br />
capacitor inicia um processo <strong>de</strong> carga com aumento gradativo da tensão entre seus terminais (V C)<br />
e com uma diminuição da corrente, obe<strong>de</strong>cendo a uma função exponencial, até atingir o valor zero,<br />
quando estiver totalmente carregado. A partir <strong>de</strong>sta característica po<strong>de</strong>mos equacionar a corrente<br />
em função do tempo e dos componentes do circuito:<br />
t<br />
−<br />
= ⋅ τ<br />
máx e I ) t ( i ou t<br />
E −<br />
i ( t)<br />
= ⋅ e τ<br />
R<br />
on<strong>de</strong>: i(t) é o valor da corrente num <strong>de</strong>terminado instante, I máx é o valor inicial da corrente no<br />
circuito, e é a base do logaritmo neperiano ( e = 2,<br />
72 ) e τ a constante <strong>de</strong> tempo do circuito<br />
( τ = R ⋅ C ).<br />
A partir da figura 1 po<strong>de</strong>mos escrever que: E = VR<br />
+ VC<br />
. Substituindo nessa a equação da<br />
corrente, teremos: C V ) t ( i R E = ⋅ +<br />
t<br />
−<br />
Que resulta: VC<br />
= E(<br />
1 − e τ ) , que é <strong>de</strong>nominada equação <strong>de</strong> carga do capacitor.<br />
Po<strong>de</strong>mos através da equação <strong>de</strong> carga levantar a característica do capacitor, ou seja, a tensão<br />
entre seus terminais em função do tempo conforme a figura 2.
_________________________________________________________________________<br />
<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />
41<br />
Figura 2<br />
Estando o capacitor carregado po<strong>de</strong>mos montar um circuito para a sua <strong>de</strong>scarga, como ilustrado na<br />
figura 3<br />
Figura 3<br />
No instante t=0, fechamos a chave s do circuito, e o capacitor inicia sua <strong>de</strong>scarga através do<br />
resistor R. Neste instante, a corrente no circuito será máxima e a partir daí diminui, obe<strong>de</strong>cendo a<br />
uma função exponencial, até atingir o valor zero, quando o capacitor estiver totalmente<br />
<strong>de</strong>scarregado. Na figura 4 temos esta característica.<br />
Figura 4<br />
t<br />
−<br />
Equacionando a corrente em função do tempo temos: = ⋅ τ<br />
máx e I ) t ( i .<br />
t<br />
−<br />
No circuito da figura 3 temos: v C = vR<br />
, on<strong>de</strong> Vc = R ⋅ i(<br />
t)<br />
ou VC<br />
= R ⋅ ( Imáx<br />
⋅ e τ )<br />
R ⋅ Imáx<br />
= VCmáx<br />
(tensão atingida pelo capacitor durante o processo <strong>de</strong> carga)<br />
t<br />
−<br />
V = ⋅ τ<br />
C Vcmáx<br />
e que é <strong>de</strong>nominada equação <strong>de</strong> <strong>de</strong>scarga do capacitor.<br />
Através <strong>de</strong>ssa equação, po<strong>de</strong>mos levantar a característica do capacitor durante a <strong>de</strong>scarga, como<br />
mostrado na figura 5.<br />
Procedimento <strong>experimental</strong><br />
1 - Monte o circuito da figura 6<br />
Figura 5
_________________________________________________________________________<br />
<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />
42<br />
Figura 6<br />
2 - Acione a chave S e o cronômetro simultaneamente. Determine e anote o instante em que cada<br />
tensão for atingida.<br />
VC<br />
(V)<br />
t (s)<br />
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11<br />
3 - Com o capacitor carregado monte o circuito da figura 7<br />
Figura 7<br />
4 - Acione a chave S e o cronômetro simultaneamente. Determine e anote o instante em que cada<br />
tensão for atingida.<br />
VC<br />
(V)<br />
t (s)<br />
11 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1 0<br />
5 - Com os valores obtidos, construa os gráficos VC = f(<br />
t)<br />
para a carga e <strong>de</strong>scarga do capacitor.
_________________________________________________________________________<br />
<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />
43<br />
OSCILOSCÓPIO<br />
Objetivo<br />
Familiarização com o aparelho<br />
Fundamento teórico<br />
O osciloscópio e um aparelho cuja finalida<strong>de</strong> é visualizar fenômenos elétricos, possibilitando medir<br />
tensões continuas, alternadas, períodos, freqüências e <strong>de</strong>fasagem com elevado grau <strong>de</strong> precisão.<br />
Os fenômenos elétricos são visualizados através <strong>de</strong> um tubo <strong>de</strong> raios catódicos que constitui o<br />
elemento principal do osciloscópio. O tubo <strong>de</strong> raios catódicos faz surgir um feixe <strong>de</strong> elétrons,<br />
através <strong>de</strong> um conjunto <strong>de</strong> elementos chamado canhão eletrônico, que incidindo em uma tela<br />
origina um ponto luminoso, que <strong>de</strong>flexionado produz uma figura. Basicamente po<strong>de</strong>mos<br />
representar o tudo <strong>de</strong> raio catódicos como visto na figura 1.<br />
Figura 1<br />
Na figura 2 apresenta-se o painel frontal <strong>de</strong> um osciloscópio.
_________________________________________________________________________<br />
<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />
44<br />
Figura 2<br />
Liga/intensida<strong>de</strong><br />
Liga o osciloscópio e possibilita o ajuste da intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong> brilho<br />
Foco<br />
Possibilita o ajuste do foco do feixe eletrônico<br />
Posição <br />
Posiciona verticalmente o feixe<br />
Posição <br />
Posiciona horizontalmente o feixe<br />
Chave AC/DC/O<br />
Na posição AC, permite a leitura <strong>de</strong> sinais alternados, na posição DC <strong>de</strong> níveis DC contínuos, e na<br />
posição O, aterra a entrada <strong>de</strong> amplificação vertical, <strong>de</strong>sligando a entrada vertical.<br />
Volts/div<br />
Atenuador vertical que gradua cada divisão na tela, na direção vertical, em valores específicos <strong>de</strong><br />
tensão.<br />
Tempo/div<br />
Varredura ou base <strong>de</strong> tempo que gradua cada divisão na tela, na direção horizontal, em valores<br />
específicos <strong>de</strong> tempo, além disso, possibilita <strong>de</strong>sligar o estágio, dando acesso à entrada horizontal.<br />
Chave INT/EXT/REDE<br />
Na posição INT, permite a utilização do sincronismo interno, na posição EXT dá acesso à entrada<br />
<strong>de</strong> sincronismo externo e na posição REDE, sincroniza a varredura com a re<strong>de</strong> elétrica.<br />
Chave + -<br />
Permite selecionar a polarida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sincronismo da figura na tela<br />
Nível sinc<br />
Permite o ajuste do nível <strong>de</strong> sincronismo.<br />
Cal<br />
Saída <strong>de</strong> um sinal interno <strong>de</strong> freqüência e amplitu<strong>de</strong> <strong>de</strong>finidas, utilizado para referência e<br />
calibração.<br />
Ent vertical
_________________________________________________________________________<br />
<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />
45<br />
Conector para ligação <strong>de</strong> ponta <strong>de</strong> prova para o acesso ao estágio vertical<br />
Ent Horizontal ou Sinc Ext<br />
Conector para ligação <strong>de</strong> ponta <strong>de</strong> prova, utilizado para o acesso ao estágio horizontal, ou <strong>de</strong><br />
sincronismo, conforme posicionamento dos controles <strong>de</strong> varredura (EXT) ou sincronismo (EXT).<br />
Conector terra do instrumento<br />
Procedimento <strong>experimental</strong><br />
1 – Faça um esquema do painel frontal do osciloscópio <strong>de</strong> sua bancada.<br />
2 – Ligue o osciloscópio cão a entrada vertical conectada à saída <strong>de</strong> calibração, através <strong>de</strong> uma<br />
ponta <strong>de</strong> prova.<br />
3 – Verifique e anote a atuação <strong>de</strong> cada controle
_________________________________________________________________________<br />
<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />
46<br />
MEDIDA DA TENSÃO E DA FREQÜÊNCIA<br />
Objetivos<br />
Verificar as formas <strong>de</strong> onda senoidal, triangular e quadrada<br />
Medir tensões alternadas, contínuas e freqüência<br />
Fundamento teórico<br />
Tensão contínua<br />
A tensão contínua po<strong>de</strong> ser contínua constante ou contínua variável. A tensão contínua constante<br />
mantém seu valor em função do tempo, enquanto que, a tensão contínua variável varia seu valor,<br />
mas sem mudar sua polarida<strong>de</strong>. A tensão contínua variável po<strong>de</strong> ser repetitiva ou periódica, ou<br />
seja, repetir um ciclo <strong>de</strong> mesmas características a cada intervalo <strong>de</strong> tempo. Para toda função<br />
periódica <strong>de</strong>finimos período T como sendo o número <strong>de</strong> ciclos em um intervalo <strong>de</strong> tempo igual a 1<br />
segundo. A unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> período é o hertz (Hz).<br />
1<br />
T =<br />
f<br />
para uma tensão com características periódicas existe a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se estabelecer um valor<br />
que indique a componente DC da forma <strong>de</strong> onda. Esse valor é <strong>de</strong>nominado valor DC ou valor médio<br />
e representa a relação entre a área em um intervalo <strong>de</strong> tempo igual ao período e o próprio período.<br />
O valor DC medido por um voltímetro nas escalas V DC e pelo osciloscópio.<br />
Tensão alternada<br />
É aquela que muda <strong>de</strong> polarida<strong>de</strong> com o tempo. A tensão alternada que nos é fornecida, através da<br />
re<strong>de</strong> elétrica, é senoidal por questões <strong>de</strong> geração e distribuição, ou seja, obe<strong>de</strong>ce a uma função do<br />
tipo v( t)<br />
= Vmáx<br />
sen( ωt<br />
+ θ)<br />
, on<strong>de</strong> v(t) é o valor instantâneo da tensão, Vmáx é o máximo valor<br />
que a tensão po<strong>de</strong> atingir, também <strong>de</strong>nominada <strong>de</strong> amplitu<strong>de</strong> ou tensão <strong>de</strong> pico. ω é a velocida<strong>de</strong><br />
2π<br />
angular ( ω = 2πf<br />
ou ω = ), te um instante qualquer e θ é o ângulo <strong>de</strong> <strong>de</strong>fasagem inicial. A<br />
T<br />
unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> tensão é expressa em volts (V), a da velocida<strong>de</strong> angular em radianos por segundo<br />
−1<br />
( rad ⋅ s ), a do tempo em segundos (s) e a <strong>de</strong> ângulo <strong>de</strong> <strong>de</strong>fasagem em radianos (rad).<br />
Além do valor <strong>de</strong> pico V P temos o valor pico a pico V PP que é igual à variação máxima entre o ciclo<br />
positivo e o negativo, e o valor eficaz V ef, que equivale a uma tensão contínua a qual aplicada a um<br />
elemento resistivo, dissipa a mesma potência que a alternada em questão. Para tensão alternada<br />
senoidal<br />
V<br />
V<br />
P<br />
ef = .<br />
2<br />
Gerador <strong>de</strong> funções
_________________________________________________________________________<br />
<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />
47<br />
Alguns tipos <strong>de</strong> tensões po<strong>de</strong>m ser geradas por um instrumento <strong>de</strong>nominado gerador <strong>de</strong> funções.<br />
Este instrumento gera sinais normalmente senoidais, triangulares e quadrados com possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
ajustes <strong>de</strong> freqüência e amplitu<strong>de</strong>, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> faixas pré-estabelecidas.<br />
Na figura 1 abaixo temos um mo<strong>de</strong>lo padrão <strong>de</strong> gerador <strong>de</strong> funções com a <strong>de</strong>scrição da finalida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> cada controle.<br />
Figura 1<br />
Escala <strong>de</strong> freqüência<br />
Permite o ajuste do algarismo a ser multiplicado<br />
Multiplicador<br />
Seleciona um fator multiplicativo<br />
Função<br />
Seleciona a função a ser gerada; senoidal, triangular ou quadrada<br />
Amplitu<strong>de</strong><br />
Ajusta a amplitu<strong>de</strong> do sinal <strong>de</strong> saída<br />
Medindo a tensão<br />
Utilizando o osciloscópio po<strong>de</strong>mos visualizar e medir os tipos <strong>de</strong> tensões anteriormente <strong>de</strong>scritos.<br />
Utilizando o canal vertical do osciloscópio que como entrada dispõe da chave AC/DC/O. Na posição<br />
DC o sinal através do amplificador vertical chega ás placas <strong>de</strong>fletoras verticais,com acoplamento<br />
direto, sem a perda <strong>de</strong> seu nível DC. Na posição AC o sinal passa por um capacitor, cuja finalida<strong>de</strong><br />
é o bloqueio do nível DC, permitindo que chegue ao amplificador vertical somente a variação do<br />
sinal.<br />
Tensão contínua<br />
Injeta-se o sinal <strong>de</strong> entrada vertical, ajusta-se um referência na tela através dos controles <strong>de</strong><br />
posicionamento e comuta-se a chave AC/DC/O da posição Ac para DC. Percebe-se um<br />
<strong>de</strong>slocamento do sinal equivalente ao seu nível DC e proporcional à posição do controle <strong>de</strong><br />
atenuação vertical. O valor da medida será o resultado da multiplicação do número <strong>de</strong> divisões<br />
<strong>de</strong>slocada, pela posição do atenuador vertical. Na figura 2 temos um exemplo.
_________________________________________________________________________<br />
<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />
48<br />
Figura 2<br />
Tensão alternada<br />
Injeta-se o sinal à entrada vertical posicionando-o através dos controles para melhor leitura. Com o<br />
estágio da varredura ligado, teremos na tela a forma <strong>de</strong> onda, on<strong>de</strong> é possível medir-se o valor <strong>de</strong><br />
pico (V P) ou valor pico a pico (V PP), bastando multiplicar o número <strong>de</strong> divisões ocupadas pela<br />
posição do atenuador vertical como mostra a figura 3.<br />
Figura 3<br />
Para melhor procedimento nas leituras po<strong>de</strong>-se <strong>de</strong>sligar o estágio <strong>de</strong> varredura. Não teremos mais<br />
a forma <strong>de</strong> onda na tela e sim sua variação em amplitu<strong>de</strong>, ou seja, um traço vertical, suficiente<br />
para as medidas <strong>de</strong> V P e V PP como mostrado na figura 4.<br />
Figura 4<br />
Medindo a freqüência<br />
Utiliza-se o método da varredura calibrada, on<strong>de</strong> se multiplica o valor da base <strong>de</strong> tempo pelo<br />
número <strong>de</strong> divisões ocupadas, pelo período da figura na tela, obtendo-se o valor do período. A<br />
freqüência obtém-se indiretamente pela expressão<br />
1<br />
f = . Exemplo é mostrado na figura 5.<br />
T
_________________________________________________________________________<br />
<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />
49<br />
Figura 5<br />
Procedimento <strong>experimental</strong><br />
1 - Ajuste a fonte <strong>de</strong> tensão com o voltímetro para valores especificados na tabela 1.<br />
2 - Meça cada valor como o osciloscópio, anotando a posição do atenuador vertical e o número <strong>de</strong><br />
divisões do <strong>de</strong>slocamento.<br />
Tabela 1<br />
V (V) Posição do<br />
2<br />
5<br />
8<br />
10<br />
15<br />
atenuador<br />
Número <strong>de</strong><br />
divisões<br />
V med<br />
Osciloscópio<br />
3 - Ajuste o gerador <strong>de</strong> sinais para freqüências especificadas na tabela 2, com amplitu<strong>de</strong> máxima<br />
para as formas <strong>de</strong> onda senoidal, quadrada e triangular.<br />
4 - Meça cada freqüência com o osciloscópio anotando a posição <strong>de</strong> varredura e o número <strong>de</strong><br />
divisões ocupadas pelo período.<br />
Tabela 2<br />
F GERADOR<br />
100 Hz<br />
5 Hz<br />
F GERADOR<br />
250 Hz<br />
1200 Hz<br />
F GERADOR<br />
600 Hz<br />
10 kHz<br />
Posição <strong>de</strong><br />
varredura<br />
Posição <strong>de</strong><br />
varredura<br />
Posição <strong>de</strong><br />
varredura<br />
Onda senoidal<br />
Número <strong>de</strong><br />
divisões<br />
Onda senoidal<br />
Número <strong>de</strong><br />
divisões<br />
Onda triangular<br />
Número <strong>de</strong><br />
divisões<br />
T (s -1 ) f (Hz)<br />
T (s -1 ) f (Hz)<br />
T (s -1 ) f (Hz)
_________________________________________________________________________<br />
<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />
50<br />
5 - Ajuste o gerador <strong>de</strong> sinais para freqüência <strong>de</strong> 60 Hz, onda senoidal.<br />
6 - Utilizando o multímetro, na escala V AC ajuste a saída do gerador para os valores especificados<br />
na tabela 3.<br />
7 - Para cada caso meça com o osciloscópio e complete a tabela 3<br />
Tabela 3<br />
V ef (voltímetro) V P V PP V ef (calculado)
_________________________________________________________________________<br />
<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />
51<br />
CIRCUITO RC SÉRIE EM REGIME AC<br />
Objetivo<br />
Verificar o comportamento <strong>de</strong> um circuito RC série em regime AC<br />
Fundamento teórico<br />
Todo circuito em regime AC oferece uma oposição á passagem <strong>de</strong> corrente elétrica <strong>de</strong>nominada<br />
impedância (Z) e cuja unida<strong>de</strong> é ohms (Ω). Quando no circuito houver elementos reativos, a<br />
corrente estará <strong>de</strong>fasada em relação à tensão, sendo que nestes casos., para a <strong>de</strong>vida análise do<br />
circuito, <strong>de</strong>ve-se construir o diagrama vetorial e obter-se as relações.<br />
Um dos circuitos, composto por um resistor em série com um capacitor <strong>de</strong>nominado RC série é<br />
visto na figura 1.<br />
Figura 1<br />
Na construção do diagrama vetorial visto na figura 2, consi<strong>de</strong>remos como referência a corrente,<br />
pois sendo um circuito série,esta é a mesma em todos os componentes,lembrando que no resistor<br />
π<br />
a tensão e a corrente estão em fase e no capacitor a corrente está adiantada <strong>de</strong> rad .<br />
2<br />
Figura 2<br />
Do diagrama temos que, a soma vetorial das tensões do resistor e do capacitor é igual a da tensão<br />
da fonte.<br />
2 2 2<br />
V = V + V<br />
ef Re f Cef<br />
dividindo todos os termos por 2<br />
I temos:<br />
ef<br />
2<br />
2<br />
2<br />
⎛ V ⎞ ⎛ V ⎞ ⎛ V ⎞<br />
ef<br />
=<br />
Re f<br />
+<br />
Cef<br />
⎜⎜⎜<br />
Ief<br />
⎟⎟⎟<br />
⎜⎜⎜<br />
Ief<br />
⎟⎟⎟<br />
⎜⎜⎜<br />
Ief<br />
⎟⎟⎟<br />
⎝ ⎠ ⎝ ⎠ ⎝ ⎠<br />
on<strong>de</strong>
_________________________________________________________________________<br />
<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />
52<br />
V V<br />
V<br />
ef<br />
= Z ,<br />
Re f<br />
= R e<br />
Cef<br />
= X C<br />
Ief<br />
Ief<br />
Ief<br />
portanto, po<strong>de</strong>mos escrever<br />
2 2 2<br />
Z = R + X ou Z = R<br />
2<br />
+ X<br />
2<br />
, que é o valor da impedância do circuito.<br />
C<br />
C<br />
O ângulo θ é a <strong>de</strong>fasagem entre a tensão e a corrente no circuito e po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>terminado através<br />
das relações trigonométricas do triângulo retângulo, on<strong>de</strong>:<br />
V X<br />
sen θ =<br />
Cef<br />
=<br />
C<br />
Vef<br />
Z<br />
V<br />
cos θ =<br />
Re f<br />
=<br />
Vef<br />
R<br />
Z<br />
VCef<br />
X C<br />
tgθ<br />
= =<br />
VRe<br />
f R<br />
Consi<strong>de</strong>rando a <strong>de</strong>fasagem, po<strong>de</strong>mos escrever as equações da corrente e da tensão em cada<br />
elemento do circuito.<br />
v( t)<br />
= Vmáx<br />
sen ωt<br />
i( t)<br />
= Imáx<br />
sen t<br />
( ω + θ)<br />
VR ( t)<br />
= VRmáx<br />
sen t<br />
( ω + θ)<br />
⎛ π ⎞<br />
VC ( t)<br />
= VCmáx<br />
sen⎜⎝<br />
ωt<br />
+ θ − ⎟⎠ 2<br />
Procedimento <strong>experimental</strong><br />
1 - Monte o circuito da figura 3. Ajuste o gerador <strong>de</strong> sinais para 5 V pp, onda senoidal.<br />
Figura 3<br />
2 - Varie a freqüência do gerador <strong>de</strong> sinais, conforme a tabela 1. Para cada valor ajustado meça e<br />
anote a tensão pico a pico em cada componente.<br />
Tabela 1<br />
f (kHz) V Rpp (V) V Ref (V) V Cpp (V) V Cef (V)<br />
100<br />
200<br />
400<br />
600<br />
800<br />
1000<br />
3 - Calcule o valor eficaz da s tensões no resistor e no capacitor completando a tabela 1.<br />
4 - Utilizando o mesmo circuito, ligado ao osciloscópio conforme a figura 4, meça e anote os<br />
valores <strong>de</strong> 2 a e 2b para as freqüências na tabela 2.
_________________________________________________________________________<br />
<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />
53<br />
Tabela 2<br />
Figura 4<br />
f (kHz) 2a 2b ∆θ<br />
100<br />
200<br />
400<br />
600<br />
800<br />
1000<br />
5 - Calcule a <strong>de</strong>fasagem entre tensão e corrente no circuito da figura 3, anotando os valores na<br />
tabela 2<br />
6 - Construa o gráfico ∆ θ = f(<br />
f)<br />
, com os valores da tabela 2.<br />
7 - Explique porque, utilizando a ligação ao osciloscópio, estamos medindo a <strong>de</strong>fasagem entre<br />
tensão e corrente.
_________________________________________________________________________<br />
<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />
54<br />
INDUTOR EM REGIME AC<br />
Objetivo<br />
Verificar a variação da reatância indutiva com a freqüência.<br />
Fundamento teórico<br />
Um indutor, quando percorrido por uma corrente elétrica alternada oferece uma oposição à<br />
passagem da mesma, imposta por campo magnético <strong>de</strong>nominada reatância indutiva. Essa reatância<br />
indutiva é diretamente proporcional à freqüência da corrente, ao valor do indutor e é dada por:<br />
XL = ωL<br />
ou XL = 2πfL<br />
.<br />
Sendo a reatância indutiva uma oposição à passagem <strong>de</strong> corrente, a sua unida<strong>de</strong> é ohms (Ω). Da<br />
relação XL = 2πfL<br />
po<strong>de</strong>mos traçar o gráfico da reatância indutiva em função da freqüência<br />
indicada na figura 1.<br />
Figura 1<br />
Da figura 1 concluímos que à medida que a reatância indutiva aumenta com a freqüência.<br />
Aplicando uma tensão alternada aos terminais <strong>de</strong> um indutor, surgirá uma corrente alternada, pois<br />
o indutor irá energizar-se e <strong>de</strong>senergizar-se continuamente em função da característica <strong>de</strong>sta<br />
tensão. Medindo-se os valores da tensão e da corrente po<strong>de</strong>mos obter o valor da reatância indutiva<br />
pela relação:<br />
V<br />
X<br />
ef<br />
L = .<br />
Ief<br />
Lembrando que quando o indutor está energizado ( VL = 0 ), a corrente é máxima e negativa e<br />
quando <strong>de</strong>senergizado ( V L = Vmáx<br />
), a corrente é nula, po<strong>de</strong>mos em função disso representar<br />
graficamente essa situação como ilustrado na figura 2.<br />
Figura 2
_________________________________________________________________________<br />
<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />
55<br />
π<br />
Observando a figura 2 notamos que a corrente está atrasada <strong>de</strong> rad , em relação à tensão,<br />
2<br />
portanto temos que, a corrente obe<strong>de</strong>ce à equação:<br />
π<br />
V<br />
I = Imáx<br />
sen( ωt<br />
− ) , on<strong>de</strong> I<br />
Cmáx<br />
máx = .<br />
2<br />
XL<br />
Procedimento <strong>experimental</strong><br />
1- Monte o circuito da figura 3. Ajuste a freqüência do gerador <strong>de</strong> sinais para 10 kHz.<br />
Figura 3<br />
2 - Ajuste a tensão do gerador <strong>de</strong> sinais para se obter no resistor as tensões marcadas na tabela 1.<br />
Para cada caso meça e anote a tensão pico a pico no indutor.<br />
Tabela 1<br />
V Rpp (V) 1 2 3 4 5<br />
V Ref (V)<br />
I ef (A)<br />
V Lpp (V)<br />
V Lef (V)<br />
X L (Ω)<br />
3 - Ajuste o gerador <strong>de</strong> sinais para 1 V pp, mantendo-a constante a cada medida. Varie a freqüência<br />
<strong>de</strong> acordo com a tabela 2. Meça e anote para cada caso o valor da tensão pico a pico no resistor e<br />
no indutor.<br />
Tabela 2<br />
f (kHz) V Rpp (V) V Ref (V) V Lpp (V) V Lef (V) I ef (A) X L (Ω)<br />
1<br />
2<br />
3<br />
4<br />
5<br />
6<br />
7<br />
8<br />
9<br />
10<br />
4 - Calcule V Ref e V Lef, anotando seus valores na tabela 2<br />
VRe<br />
f<br />
5 - Calcule Ief<br />
= , anotando o resultado na tabela 2<br />
R<br />
VLef<br />
6 - Calcule X L = , anotando o resultado na tabela 2<br />
Ief<br />
7 - Calcule XL = 2πfL<br />
e compare com os valores obtidos na tabela 2.<br />
8 - Com os dados da tabela 2, construa o gráfico XL −<br />
f(<br />
f)
_________________________________________________________________________<br />
<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />
56<br />
CIRCUITO RL SÉRIE EM REGIME AC<br />
Objetivo<br />
Verificar o comportamento <strong>de</strong> um circuito RL série em regime AC<br />
Fundamento teórico<br />
O circuito RL série, composto por um resistor em série com um indutor, é visto na figura 1.<br />
Figura 1<br />
Na construção do diagrama vetorial visto na figura 2, consi<strong>de</strong>remos como referência a corrente,<br />
pois sendo um circuito série, esta é a mesma em todos os componentes e no indutor. No resistor a<br />
π<br />
corrente está em fase e no indutor está atrasada <strong>de</strong> rad .<br />
2<br />
Figura 2<br />
Do diagrama temos que, a soma vetorial das tensões do resistor e do indutor é igual a da tensão<br />
da fonte.<br />
2 2 2<br />
V = V + V<br />
ef Re f Lef<br />
dividindo todos os termos por 2<br />
I temos:<br />
ef<br />
2<br />
2 2<br />
⎛ V ⎞ ⎛ V ⎞ ⎛ V ⎞<br />
ef<br />
=<br />
Re f<br />
+<br />
Lef<br />
⎜⎜⎜<br />
Ief<br />
⎟⎟⎟<br />
⎜⎜⎜<br />
Ief<br />
⎟⎟⎟<br />
⎜⎜⎜<br />
Ief<br />
⎟⎟⎟<br />
⎝ ⎠ ⎝ ⎠ ⎝ ⎠<br />
on<strong>de</strong><br />
V V<br />
V<br />
ef<br />
= Z ,<br />
Re f<br />
= R e<br />
Lef<br />
= XL<br />
Ief<br />
Ief<br />
Ief<br />
portanto, po<strong>de</strong>mos escrever<br />
2 2 2<br />
Z = R + X ou Z = R<br />
2<br />
+ X<br />
2<br />
, que é o valor da impedância do circuito.<br />
L<br />
L<br />
O ângulo θ <strong>de</strong> <strong>de</strong>fasagem entre a tensão e a corrente no circuito, po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>terminado através<br />
das relações trigonométricas do triângulo retângulo, on<strong>de</strong>:<br />
V X<br />
sen θ =<br />
Lef<br />
=<br />
L<br />
Vef<br />
Z<br />
V<br />
cos θ<br />
=<br />
Re f<br />
=<br />
Vef<br />
R<br />
Z
_________________________________________________________________________<br />
<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />
57<br />
V X<br />
tgθ<br />
=<br />
Lef<br />
=<br />
L<br />
VRe<br />
f R<br />
Consi<strong>de</strong>rando a <strong>de</strong>fasagem, po<strong>de</strong>mos escrever as equações da corrente e da tensão em cada<br />
elemento do circuito.<br />
v( t)<br />
= Vmáx<br />
sen ωt<br />
i( t)<br />
= Imáx<br />
sen t<br />
( ω − θ)<br />
VR ( t)<br />
= VRmáx<br />
sen t<br />
( ω − θ)<br />
⎛ π ⎞<br />
VL ( t)<br />
= VLmáx<br />
sen⎜⎝<br />
ωt<br />
− θ + ⎟⎠ 2<br />
Procedimento <strong>experimental</strong><br />
1 - Monte o circuito da figura 3. Ajuste o gerador <strong>de</strong> sinais para 5 V pp, onda senoidal.<br />
Figura 3<br />
2 - Varie a freqüência do gerador <strong>de</strong> sinais, conforme a tabela 1. Para cada valor ajustado meça e<br />
anote a tensão pico a pico em cada componente.<br />
Tabela 1<br />
f (kHz) V Rpp (V) V Ref (V) V Cpp (V) V Cef (V)<br />
10<br />
20<br />
40<br />
60<br />
80<br />
100<br />
3 - Calcule o valor eficaz da s tensões no resistor e no indutor completando a tabela 1.<br />
4 - Utilizando o mesmo circuito, ligado ao osciloscópio conforme a figura 4, meça e anote os<br />
valores <strong>de</strong> 2 a e 2b para as freqüências na tabela 2.<br />
Figura 4
_________________________________________________________________________<br />
<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />
58<br />
Tabela 2<br />
f (kHz) 2a 2b ∆θ<br />
10<br />
20<br />
40<br />
60<br />
80<br />
100<br />
5 - Calcule a <strong>de</strong>fasagem entre tensão e corrente no circuito da figura 3, anotando os valores na<br />
tabela 2<br />
6 - Construa o gráfico ∆ θ = f(<br />
f)<br />
, com os valores da tabela 2.
_________________________________________________________________________<br />
<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />
59<br />
CIRCUITO RLC SÉRIE EM REGIME AC<br />
Objetivo<br />
Verificar o comportamento <strong>de</strong> um circuito RLC série em regime AC<br />
Fundamento teórico<br />
O circuito RLC série é composto por um resistor, um capacitor e um indutor, associados em série,<br />
conforme mostra a figura 1<br />
Figura 1<br />
Na construção do diagrama vetorial visto na figura 2 consi<strong>de</strong>ramos como referência a corrente,<br />
π<br />
sendo que neste caso, ela está adiantada <strong>de</strong> rad<br />
2<br />
em relação à tensão no indutor. Para fins <strong>de</strong><br />
diagrama vetorial, utiliza-se a resultante, pois, os vetores que representam a tensão no capacitor e<br />
a tensão no indutor, têm a mesma direção e sentido opostos, condizentes com os efeitos<br />
capacitivos e indutivos.<br />
Figura 2<br />
Observando o diagrama, nota-se que V Lef é maior que V Cef, portanto temos como resultante um<br />
vetor ( VLef − VCef<br />
), <strong>de</strong>terminando um circuito com características indutivas, ou seja, com corrente<br />
atrasada em relação á tensão. No caso <strong>de</strong> termos V Cef maior que V Lef, obteremos um circuito com<br />
características capacitivas, ou seja, com a corrente adiantada em relação á tensão, resultando num<br />
diagrama vetorial como o da figura 3.
_________________________________________________________________________<br />
<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />
60<br />
Figura 3<br />
Da figura 2, temos que, a soma vetorial da resultante com o resistor é igual a da tensão da fonte.<br />
Assim sendo po<strong>de</strong>mos escrever:<br />
2 2<br />
2<br />
V = V + ( V − V<br />
ef Re f Lef Cef )<br />
dividindo todos os termos por 2<br />
I temos:<br />
ef<br />
2<br />
2<br />
2<br />
⎛ V ⎞ ⎛ V ⎞ ⎛ V V ⎞<br />
ef<br />
=<br />
Re f<br />
+<br />
Lef<br />
−<br />
Cef<br />
⎜⎜⎜<br />
Ief<br />
⎟⎟⎟<br />
⎜⎜⎜<br />
Ief<br />
⎟⎟⎟<br />
⎜⎜⎜<br />
Ief<br />
Ief<br />
⎟⎟⎟<br />
⎝ ⎠ ⎝ ⎠ ⎝<br />
⎠<br />
on<strong>de</strong><br />
V V V<br />
V<br />
ef<br />
= Z<br />
Re f<br />
, = R<br />
Lef<br />
, = X<br />
Cef<br />
L e = X C<br />
Ief<br />
Ief<br />
Ief<br />
Ief<br />
portanto, po<strong>de</strong>mos escrever<br />
2 2<br />
2<br />
Z = R + ( X − X<br />
L C ) ou Z = R<br />
2<br />
+ ( X − X<br />
2<br />
L C ) , que é o valor da impedância do circuito.<br />
O ângulo θ <strong>de</strong> <strong>de</strong>fasagem entre a tensão e a corrente no circuito, po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>terminado através<br />
das relações trigonométricas do triângulo retângulo, resultando:<br />
V V X X<br />
sen<br />
Lef −<br />
−<br />
Cef L C<br />
θ =<br />
=<br />
Vef<br />
Z<br />
V<br />
cos θ =<br />
Re f<br />
=<br />
Vef<br />
R<br />
Z<br />
V V X X<br />
tg<br />
Lef −<br />
−<br />
L C<br />
θ =<br />
Cef<br />
=<br />
VRe<br />
f R<br />
Como o circuito RLC série po<strong>de</strong> ter comportamento capacitivo ou indutivo, vãos sobrepor suas<br />
reatâncias, construindo o gráfico da figura 4.<br />
Figura 4<br />
Na figura 4 temos que para freqüências menores que f o, X C é maior que X L e o circuito tem<br />
características capacitivas. Para freqüências maiores que f o, X L é maior que X C e o circuito tem<br />
características indutivas. Na freqüência f o, temos que X C é igual a X L, e o efeito capacitivo é igual ao<br />
indutivo. Como esses efeitos são opostos, um anula ao outro, apresentando o circuito
_________________________________________________________________________<br />
<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />
61<br />
características puramente resistivas. Este fato po<strong>de</strong> ser observado, utilizando a relação para o<br />
cálculo da impedância: Z = R<br />
2<br />
+ ( X − X<br />
2<br />
L C ) .<br />
Como X L = X C , temos que Z = R . Neste caso o ângulo θ é zero.<br />
Como a freqüência f o anula os efeitos reativos, é <strong>de</strong>nominada freqüência <strong>de</strong> ressonância e po<strong>de</strong> ser<br />
<strong>de</strong>terminada, igualando as reatâncias capacitiva e indutiva, resultando em:<br />
1<br />
fo =<br />
2π<br />
LC<br />
O gráfico da impedância em função da freqüência é mostrado na figura 5. pelo gráfico observamos<br />
que a mínima impedância ocorre na freqüência <strong>de</strong> ressonância e esta é igual ao valor da<br />
resistência.<br />
Figura 5<br />
Po<strong>de</strong>mos ainda levantar a curva da corrente em função da freqüência para o mesmo circuito como<br />
mostra a figura 6. Pelo gráfico observamos que para a freqüência <strong>de</strong> ressonância, a corrente é<br />
máxima (Io) pois a impedância é mínima ( Z = R ).<br />
Figura 6<br />
Quando no circuito RLC série tivermos o valor da resistência igual ao valor da reatância equivalente<br />
( XL − X C ), po<strong>de</strong>mos afirmar que a tensão no resistor (VR) é igual à tensão na reatância<br />
equivalente ( VL − VC<br />
). A partir disso, po<strong>de</strong>mos escrever:<br />
2 2<br />
2<br />
V = V + ( V − V<br />
ef Re f Lef Cef )<br />
como V = V − V<br />
Re f Lef Cef<br />
temos:<br />
2 2 2 2 2<br />
V = V + V ou V = 2V<br />
que resulta V<br />
ef Re f Re f ef Re f<br />
ef = 2 ⋅ VRe<br />
f<br />
dividindo por R, temos:<br />
Vef VRe<br />
f<br />
= 2 ⋅<br />
R R<br />
Vef como representa o valor <strong>de</strong> Io, ou seja, a corrente do circuito na freqüência <strong>de</strong> ressonância, e<br />
R<br />
VR a corrente no circuito na situação da reatância equivalente e igual à resistência, po<strong>de</strong>mos<br />
R<br />
relacioná-las:
_________________________________________________________________________<br />
<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />
62<br />
I<br />
Io = 2 ⋅ I ou I =<br />
o<br />
2<br />
Esse valor <strong>de</strong> corrente po<strong>de</strong> ocorrer em duas freqüências <strong>de</strong> valores distintos, sendo <strong>de</strong>nominadas<br />
respectivamente <strong>de</strong> freqüência <strong>de</strong> corte inferior (f Ci) e freqüência <strong>de</strong> corte superior (f Cs). Na figura<br />
7. é visto o gráfico da corrente em função da freqüência com esses pontos transpostos.<br />
Figura 7<br />
A faixa <strong>de</strong> freqüências, compreendida entre a freqüência <strong>de</strong> corte inferior e a freqüência <strong>de</strong> corte<br />
superior, é <strong>de</strong>nominada <strong>de</strong> largura <strong>de</strong> banda, po<strong>de</strong>ndo ser expressa por:<br />
LB = fCs<br />
− fCi<br />
.<br />
Procedimento <strong>experimental</strong><br />
1 - Monte o circuito da figura 8. ajuste o gerador <strong>de</strong> sinais para 5 V PP, onda senoidal.<br />
Figura 8<br />
2 - Varie a freqüência do gerador <strong>de</strong> sinais, conforme a tabela 1, mantendo sua tensão <strong>de</strong> saída em<br />
5 V PP para cada valor <strong>de</strong> freqüência, medindo e anotando a tensão pico a pico no resistor.<br />
Tabela 1<br />
f (kHz) V Rpp (V) V Ref (V) I Ref (mA) Z (kΩ)<br />
2<br />
4<br />
6<br />
8<br />
10<br />
12<br />
14<br />
16<br />
18<br />
20<br />
22<br />
24<br />
26<br />
28<br />
30
_________________________________________________________________________<br />
<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />
63<br />
3 - Calcule o valor ta tensão eficaz completando a tabela 1<br />
VRe<br />
f<br />
4 -Calcule o valor eficaz das correntes, utilizando Ief<br />
1 = , completando a tabela 1<br />
R<br />
VRe<br />
f<br />
5 - Calcule a impedância para cada caso, utilizando Ief<br />
1 = , completando a tabela 1<br />
R<br />
6 - Utilizando o circuito da figura 9, ligado ao osciloscópio, meça e anote os valores <strong>de</strong> 2a e 2b para<br />
as freqüências da tabela 2.<br />
Tabela 2<br />
f (kHz) 2a 2b ∆θ<br />
2<br />
4<br />
6<br />
8<br />
10<br />
12<br />
14<br />
16<br />
18<br />
20<br />
22<br />
24<br />
26<br />
28<br />
30<br />
7 - Calcule a <strong>de</strong>fasagem entre tensão e corrente no circuito da figura 9, completando a tabela 2.<br />
8 - Para o circuito da figura 9, varie a freqüência do gerador <strong>de</strong> sinais até obter 2a = 0, anotando o<br />
valor <strong>de</strong>ssa freqüência: f o = _____ kHz.<br />
9 - Construa os gráficos: Z = f(<br />
f)<br />
, Ief = f(<br />
f)<br />
e ∆ θ = f(<br />
f)<br />
.<br />
10 - Determine a freqüência <strong>de</strong> ressonância e as freqüências <strong>de</strong> corte inferior e superior, no gráfico<br />
Ief = f(<br />
f)<br />
.<br />
11 - A partir dos dados obtidos no item anterior, <strong>de</strong>termine a largura <strong>de</strong> banda.
_________________________________________________________________________<br />
<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />
64<br />
EFEITO JOULE<br />
Objetivos<br />
Determinar o equivalente elétrico do calor<br />
Observar o fenômeno do efeito Joule<br />
Fundamento teórico<br />
Efeito joule é o fenômeno pelo qual um condutor se aquece quando atravessado por uma corrente<br />
elétrica.<br />
Quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> calor dissipada<br />
Pelo primeiro princípio da termodinâmica sabemos que; quando há transformação da quantida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> energia (∆E) em quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> calor (∆Q), ou vice-versa, é constante o quociente ∆E por ∆Q,<br />
quaisquer que sejam ∆E e ∆Q.<br />
∆E<br />
= J , on<strong>de</strong> J é chamado equivalente mecânico do calor.<br />
∆Q<br />
Imaginemos um calorímetro com uma resistência. Façamos passar por ela uma corrente <strong>de</strong><br />
intensida<strong>de</strong> I, durante um tempo t, aplicando uma tensão nos seus terminais. A energia elétrica<br />
absorvida pela resistência durante o tempo t é ∆ E = V ⋅ I ⋅ t .<br />
Suponhamos que, no interior do calorímetro, haja uma certa massa m <strong>de</strong> água, que <strong>de</strong>vido à<br />
energia elétrica sofreu uma variação <strong>de</strong> temperatura ∆θ. A quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> calor recebida pela água<br />
proveniente da energia elétrica será ∆Q = m ⋅ c ⋅ ∆θ<br />
+ k ⋅ ∆θ<br />
.<br />
Substituindo ∆E e ∆Q na equação do equivalente mecânico do calor, teremos<br />
V ⋅ I ⋅ t<br />
= J<br />
m ⋅ c ⋅ ∆θ<br />
+ k ⋅ ∆θ<br />
Procedimento <strong>experimental</strong><br />
1 – Pesar o calorímetro vazio e seco: m 1 = _________ gramas<br />
2 – Calcular o equivalente em água do calorímetro:<br />
k = m1<br />
⋅ 0,<br />
217<br />
3 – Colocar um volume <strong>de</strong> água em uma proveta e <strong>de</strong>terminar sua temperatura:<br />
θ 0 = _________ ºC<br />
4 – Consultar a tabela <strong>de</strong> <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>s e verificar a <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> correspon<strong>de</strong>nte a θ 0.<br />
µ = _______ g.cm -3<br />
5 – Calcular a massa <strong>de</strong> água por: mH 2O<br />
= V ⋅ µ<br />
6 – Montar o circuito da figura 1
_________________________________________________________________________<br />
<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />
65<br />
7 – Ligar o circuito durante 10 minutos (600 s)<br />
Figura 1<br />
8 – Anotar os valores da tensão V AB = _________ volts e da corrente I = ________ ampéres<br />
9 – Ao final dos 10 minutos medir a temperatura final θ F = ________ ºC<br />
10 – Calcular a variação <strong>de</strong> temperatura: ∆ θ = θF<br />
− θo<br />
11 – Calcular o valor <strong>de</strong> J por:<br />
( )<br />
2<br />
∆E<br />
V t<br />
J = , on<strong>de</strong> E V I t<br />
AB ⋅<br />
∆ = AB ⋅ ⋅ =<br />
e ∆Q = mH<br />
2O<br />
⋅ c ⋅ ∆θ<br />
+ k ⋅ ∆θ<br />
∆Q<br />
R<br />
( V )<br />
2<br />
AB<br />
⋅ t<br />
V ⋅ I ⋅ t<br />
J =<br />
AB<br />
ou J =<br />
R<br />
mH2O<br />
⋅ c ⋅ ∆θ<br />
+ k ⋅ ∆θ<br />
mH2O<br />
⋅ c ⋅ ∆θ<br />
+ k ⋅ ∆θ
_________________________________________________________________________<br />
<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />
66<br />
MEDIDA DE RESISTÊNCIA E DO<br />
COEFICIENTE DE TEMPERATURA<br />
Objetivo<br />
Determinar a <strong>de</strong>pendência da temperatura da resistência <strong>de</strong> um condutor metálico.<br />
Fundamento teórico<br />
A resistência oferecida por um metal ao fluxo <strong>de</strong> corrente é <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte da temperatura. De acordo<br />
com a teoria atômica da eletricida<strong>de</strong> o fluxo <strong>de</strong> uma corrente elétrica é <strong>de</strong>vido ao fluxo <strong>de</strong> elétrons<br />
livres através do condutor. Estes elétrons coli<strong>de</strong>m com os átomos á medida que fluem através da<br />
re<strong>de</strong> cristalina transmitindo parte <strong>de</strong> sua energia cinética, aumentando a energia cinética dos<br />
átomos. Tais colisões produzem tr5ansformação <strong>de</strong> energia elétrica (movimento <strong>de</strong> elétrons) em<br />
energia térmica. Isto é chamado <strong>de</strong> calor ôhmico.<br />
Esta perda <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> ou energia cinética dos elétrons fluindo através <strong>de</strong> um condutor tem o<br />
efeito <strong>de</strong> uma resistência friccional. A resistência é diretamente proporcional ao número <strong>de</strong><br />
colisões. Um aumento na temperatura do condutor mostra um correspon<strong>de</strong>nte aumento no<br />
movimento randômico <strong>de</strong> elétrons e átomos, e portanto tendo uma maior probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> colisões<br />
elétron – átomo.<br />
A <strong>de</strong>pendência da resistência com a temperatura é <strong>geral</strong>mente representada pela equação:<br />
( 1 + T)<br />
R = R0<br />
α<br />
a constante α é chamada <strong>de</strong> coeficiente <strong>de</strong> temperatura do material e representa o aumento<br />
correspon<strong>de</strong>nte na resistência por grau <strong>de</strong> temperatura aumentado, sendo diferente para cada<br />
material.<br />
Para metais puros a. Para ligas é justamente o oposto, a resistência específica ρ é alta e o<br />
coeficiente <strong>de</strong> temperatura α é relativamente baixo.<br />
Método <strong>de</strong> medida<br />
Existem diferentes métodos <strong>de</strong> medida da resistência. O mais simples, aplicando as leis ôhmicas é<br />
medir a corrente passando através <strong>de</strong> um resistor para uma tensão aplicada sobre o mesmo.<br />
Figura 1 Figura 2
_________________________________________________________________________<br />
<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />
67<br />
O método mais preciso <strong>de</strong> medida <strong>de</strong> resistência é com a ajuda <strong>de</strong> uma ponte , on<strong>de</strong> duas<br />
resistências são comparadas. A ponte <strong>de</strong> Wheatstone, mostrada na figura 1, é composta <strong>de</strong> quatro<br />
resistores. Entre A e B uma fonte é conectada e entre Ce D um instrumento <strong>de</strong> leitura é conectado.<br />
Quando o circuito está em equilíbrio não circula corrente no galvanômetro. Nesta situação há duas<br />
corrente através do circuito: i 1 e i 2. Da lei <strong>de</strong> Ohm obtemos:<br />
R<br />
R ⋅ i1<br />
= R1<br />
⋅ i2<br />
e R x ⋅ i1<br />
= R 2 ⋅ i2<br />
o que dá: R ⋅<br />
2<br />
= R1<br />
R x<br />
Numa ponte <strong>de</strong> fio, figura 2, os resistores R 1 e R 2 são substituídos por um fio. Quando o cursor é<br />
<strong>de</strong>slocado ao longo do fio o valor da resistência vai se modificando. O comprimento do fio é<br />
proporcional à resistência, portanto po<strong>de</strong>ndo substituí-la. Desse modo:<br />
L<br />
R<br />
2<br />
x = R ⋅<br />
L1<br />
on<strong>de</strong> R x é o valor do resistor <strong>de</strong>sconhecido, R um resistor padrão <strong>de</strong> valor conhecido.<br />
Método <strong>de</strong> leitura pelo <strong>de</strong>sbalanceamento <strong>de</strong> uma ponte:<br />
Procedimento <strong>experimental</strong><br />
e<br />
V<br />
=<br />
⎛<br />
1 +<br />
⎜⎜<br />
⎝<br />
1 - Monte o circuito representado na figura 3<br />
R X L<br />
−<br />
2<br />
R L1<br />
R ⎞<br />
X ⎛ L ⎞<br />
⋅<br />
⎜⎜ 1 +<br />
2<br />
R ⎟⎟<br />
⎟⎟<br />
⎠ ⎝ L1<br />
⎠<br />
Figura 3<br />
2 - Balancear a ponte e medir a resistência do fio, mergulhado em água. Este é o valor <strong>de</strong> R X;<br />
anote-o juntamente com a temperatura: R X = __________ e T X = __________<br />
3 - Colocar o reservatório com a resistência em estudo para aquecer e anotar os valores indicados<br />
no milivoltímetro à medida que a temperatura vai se elevando, completando a tabela:<br />
Temperatura 30 (°C) 40 (°C) 50 (°C) 60 (°C) 70 (°C) 80 (°C)<br />
e (mV)<br />
∆R (Ω)<br />
4 - Calcule o valor teórico <strong>de</strong> R 0, tomando a resistivida<strong>de</strong> do fio a partir da Segunda lei <strong>de</strong> Ohm:<br />
R O<br />
= ρ ⋅<br />
5 - Construir o gráfico <strong>de</strong> ∆R x temperatura. Determine a inclinação da reta pelo método dos<br />
mínimos quadrados. O que representa a inclinação obtida?<br />
6 - Calcule o valor <strong>de</strong> α pela equação: R R 0 ( 1 + αT)<br />
acima.<br />
L<br />
A<br />
= e compare com a equação da reta obtida
_________________________________________________________________________<br />
<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />
68<br />
CAMPO MAGNÉTICO CRIADO<br />
POR CORRENTE ELÉTRICA<br />
Objetivo<br />
Visualizar o campo magnético através das linhas <strong>de</strong> indução.<br />
Fundamento teórico<br />
As linhas <strong>de</strong> força foram <strong>de</strong>finidas por Faraday com a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> conseguir uma espécie <strong>de</strong><br />
visualização do campo elétrico. Também o campo magnético po<strong>de</strong> ser representado por linhas <strong>de</strong><br />
indução, <strong>de</strong>finidas <strong>de</strong> modo análogo às linhas <strong>de</strong> força. As linhas <strong>de</strong> indução são tangentes ao vetor<br />
indução magnética ( B r ) em cada ponto (normalmente o vetor indução magnética B r , é<br />
simplesmente chamado <strong>de</strong> campo magnético) e são próximas umas das outras nas regiões on<strong>de</strong> o<br />
campo magnético é mais intenso.<br />
Campo magnético criado por corrente elétrica<br />
Um condutor quando percorrido por uma corrente elétrica cria ao seu redor um campo magnético.<br />
Este fato foi primeiramente observado por Oersted em 1820. este campo magnético varia com o<br />
inverso da distância segundo a equação (para um condutor retilíneo e infinitamente comprido)<br />
r µ o ⋅ I<br />
B =<br />
2π<br />
⋅ d<br />
Procedimento <strong>experimental</strong><br />
1 – Montar o dispositivo segundo o esquema da figura 1<br />
Figura 1<br />
2 – Com a fonte <strong>de</strong>sligada aproximar lentamente um dos pólos da bússola do condutor observando<br />
o que ocorre<br />
3 – Ligar a fonte e aproximar lentamente um dos pólos da bússola do condutor observando o que<br />
ocorre<br />
4 – Girar a bússola aproximando o outro pólo. Observe o que ocorre<br />
5 – Inverter a polarida<strong>de</strong> da fonte. Observe o que ocorre<br />
6 – Aumente o valor da corrente na fonte. Observe o que ocorre
_________________________________________________________________________<br />
<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />
69<br />
LINHAS DE INDUÇÃO<br />
Objetivos<br />
Visualizar o campo magnético através das linhas <strong>de</strong> indução<br />
Observar fontes <strong>de</strong> campo magnético<br />
Fundamento teórico<br />
As linhas <strong>de</strong> força foram <strong>de</strong>finidas por faraday com a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> conseguir uma espécie <strong>de</strong><br />
visualização do campo elétrico. Também o campo magnético po<strong>de</strong> ser representado por linhas; as<br />
linhas <strong>de</strong> indução (figura 1). As linhas <strong>de</strong> indução são tangentes ao vetor indução magnética ( B r )<br />
em cada ponto (normalmente o vetor indução magnética, é simplesmente chamado <strong>de</strong> campo<br />
magnético) e são mais próximas umas das outras on<strong>de</strong> o campo magnético é mais intenso.<br />
Figura 1<br />
Se perfurarmos um pedaço <strong>de</strong> papelão (ou plástico) e introduzirmos perpendicularmente um<br />
condutor no centro do mesmo e logo após espalharmos limalha <strong>de</strong> ferro, po<strong>de</strong>remos constatar que<br />
as linhas <strong>de</strong> indução formam circunferências concêntricas em torno do condutor num plano<br />
perpendicular a ele. Este fato é chamado fé 1 a lei fundamental do eletromagnetismo.<br />
Caso empunharmos o fio com os quatro <strong>de</strong>dos da mão direita <strong>de</strong> tal forma que o polegar estendido<br />
aponte no sentido da corrente que passa, então os quatro <strong>de</strong>dos darão a direção do campo<br />
magnético, isto é, a direção da força que age no pólo norte da agulha magnética. Esta regra<br />
chama-se regra da mão direita para o campo magnético.<br />
Todo condutor <strong>de</strong> corrente é portador <strong>de</strong> um campo magnético cujas linhas <strong>de</strong> indução <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m<br />
da forma geométrica do condutor.
_________________________________________________________________________<br />
<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />
70<br />
Procedimento <strong>experimental</strong><br />
1 - Coloque limalha <strong>de</strong> ferro sobre a placa <strong>de</strong> vidro, bem espalhada como mostra a figura 2<br />
Figura 2<br />
2 - Aproxime por baixo da placa <strong>de</strong> vidro um imã<br />
3 - Reproduza em uma folha <strong>de</strong> papel a figura geométrica que a limalha <strong>de</strong> ferro está formando<br />
4 - Repita o procedimento para imãs com formatos geométricos diferentes<br />
5 - Existe alguma diferença básica entre as linhas <strong>de</strong> campo (linhas <strong>de</strong> indução)<br />
6 - Monte o esquema da figura 3<br />
Figura 3<br />
7 - Observe e <strong>de</strong>senhe numa folha <strong>de</strong> papel as linhas <strong>de</strong> indução<br />
8 - Quais suas conclusões a respeito <strong>de</strong> B r<br />
9 - Monte o dispositivo da figura 4<br />
Figura 4<br />
10 - Desenhe as linhas <strong>de</strong> indução<br />
11 - Quais suas conclusões a respeito <strong>de</strong> B r<br />
MEDIDA DO CAMPO MAGNÉTICO DA TERRA<br />
Objetivo<br />
Mostrar como <strong>de</strong>terminar o campo magnético da terra
_________________________________________________________________________<br />
<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />
71<br />
Fundamento teórico<br />
Des<strong>de</strong> os tempos <strong>de</strong> Gilbert a terra foi consi<strong>de</strong>rada como um gran<strong>de</strong> imã natural. Este campo<br />
magnético na superfície da terra varia segundo a região em que é medido, <strong>de</strong> uns 0,2 a 0,6 gauss.<br />
Para <strong>de</strong>terminadas regiões po<strong>de</strong>m inclusive acontecer anomalias, com o campo magnético<br />
assumindo valores diferentes dos que seria o esperado. Este é o caso, por exemplo, <strong>de</strong> uma<br />
extensa região que vai do rio <strong>de</strong> janeiro ao rio gran<strong>de</strong> do sul e que apresenta valores inferiores ao<br />
que seria <strong>de</strong> se esperar. Estes valores são <strong>de</strong> pouco mais que 0,2 gauss como mostra a figura 1.<br />
Figura 1<br />
Procedimento <strong>experimental</strong><br />
1 - Faça a montagem do circuito como ilustrado na figura 2, tendo o cuidado para que a espira<br />
fique bem alinhada com a agulha da bússola.<br />
Figura 2
_________________________________________________________________________<br />
<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />
72<br />
2 - Ligue a fonte e ajuste a corrente através do reostato, até o momento em que a agulha fique<br />
numa direção que faça um ângulo <strong>de</strong> 45° com a direção horizontal (figura 2)<br />
3 - Faça a leitura da corrente no amperímetro<br />
4 - Determine o valor do campo magnético através da equação<br />
−7<br />
−2<br />
µ o = 4π.<br />
10 N.<br />
A<br />
5 - Verifique se este valor está coerente com os dados encontrados na bibliografia<br />
v µ o⋅i<br />
B = , on<strong>de</strong><br />
2R
_________________________________________________________________________<br />
<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />
73<br />
REFRAÇÃO DA LUZ<br />
Objetivo<br />
Determinar o índice <strong>de</strong> refração da luz num dióptro ar-líquido<br />
Fundamento teórico<br />
Leis da refração<br />
1ª Lei - O raio inci<strong>de</strong>nte (i), o raio refratado (r) e a normal (N) à superfície <strong>de</strong> separação<br />
pertencem ao mesmo plano.<br />
2ª - Lei <strong>de</strong> Snell-Descartes: para cada par <strong>de</strong> meios e para cada luz monocromática que se refrata,<br />
é constante o produto do seno do ângulo que o raio forma com a normal e o índice <strong>de</strong> refração do<br />
meio em que o raio se encontra.<br />
sen i sen r sen i n<br />
= ou =<br />
2<br />
= n2,1<br />
e<br />
n2<br />
n1<br />
sen r n1<br />
vácuo)<br />
Caracterização da refração<br />
→ Incidência normal (i = 0°) – raio não <strong>de</strong>svia.<br />
c<br />
n = , on<strong>de</strong> c = 3 x 10<br />
v<br />
5 km.s -1 (velocida<strong>de</strong> da luz no<br />
SUBSTÂNCIA n<br />
ar 1<br />
água pura 1,33<br />
glicerina 1,47<br />
→ Incidência obliqua – raio refratado aproxima da normal (r < i) se o meio 2 tem índice <strong>de</strong> refração<br />
maior que o do meio 1; raio refratado afasta da normal (r > i) se o meio 2 tem índice <strong>de</strong> refração<br />
menor que o do meio 1.
_________________________________________________________________________<br />
<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />
74<br />
→ Ângulo limite (L) à medida que i → 90° r → L (ten<strong>de</strong> a um valor limite) após o qual passa a ocorrer<br />
reflexão total do feixe inci<strong>de</strong>nte.<br />
→ Reflexão total quando não ocorre refração:<br />
1ª - sentido da luz – do meio mais refringente para o menos refringente.<br />
2ª - ângulo <strong>de</strong> incidência maior que o ângulo limite i > L.<br />
Procedimento <strong>experimental</strong><br />
1 - Montar o dispositivo conforme instruções.<br />
2 - Fazer o raio luminoso incidir segundo ângulos <strong>de</strong> incidência variáveis anotando na tabela (i),<br />
movendo o disco graduado.<br />
3 - Medir, com o auxilio do transferidor, os respectivos ângulos <strong>de</strong> refração ( r ) anotando-os na<br />
tabela:<br />
i (º) r (º) sen i sen r n L (°) v1 (ar) v2 ∆ (°)<br />
4 - Continuar aumentando o ângulo <strong>de</strong> incidência (i maior que 90°) e observar o fenômeno da<br />
reflexão total.<br />
5 - Com os ângulos <strong>de</strong> incidência crescentes (i > 90°) anotar o valor do ângulo <strong>de</strong> incidência<br />
correspon<strong>de</strong>nte ao ângulo <strong>de</strong> refração rasante - ângulo limite (L).<br />
6 - Calcular o coeficiente (n) por:<br />
n v sen i<br />
n<br />
2 1<br />
2 , 1 = = =<br />
n1<br />
v2<br />
sen r<br />
n1 , 2<br />
=<br />
n1<br />
n2<br />
=<br />
n1 , 2 = sen L<br />
sen r<br />
sen i<br />
7 - Construir o gráfico sen i = f(sen r). O que representa a inclinação do gráfico?<br />
8 - Variar os sistemas <strong>de</strong> meios (1) e (2) e repetir os procedimentos anteriores.
_________________________________________________________________________<br />
<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />
75<br />
LÂMINA DE FACES PARALELAS<br />
Objetivos<br />
Determinar o <strong>de</strong>svio da trajetória do feixe luminoso ao atravessar uma lâmina <strong>de</strong> faces paralelas<br />
Medir o índice <strong>de</strong> refração nas duas faces<br />
Fundamento teórico<br />
Desvio linear (d)<br />
bc<br />
d<br />
Na figura acima no ∆abc, temos: sen( i1<br />
− r1<br />
) = ∴ ab<br />
ab sen( i1<br />
r1<br />
) −<br />
= (1)<br />
ap<br />
e<br />
no ∆abp, temos: cos r1<br />
= ∴ ab = (2)<br />
ab cos r1<br />
e ⋅ [ sen( i − r<br />
igualando (1) e (2) teremos: d =<br />
cos r<br />
Observação: Se i = 0 (incidência normal) d = 0.<br />
Procedimento <strong>experimental</strong><br />
) ]<br />
Se i ten<strong>de</strong> a 90° (incidência rasante) d = e.<br />
1 - Colocar a lâmina <strong>de</strong> faces paralelas sobre uma folha <strong>de</strong> papel pren<strong>de</strong>ndo no anteparo como na<br />
figura.
_________________________________________________________________________<br />
<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />
76<br />
Cálculos<br />
2 - Traçar o contorno da lâmina e marcar os raios inci<strong>de</strong>nte (I) e emergente (R)<br />
3 - Tirar a lâmina e a folha do sistema acima. Traçar os raios inci<strong>de</strong>nte (I) e emergente (R) unindo-<br />
os. Prolongar o raio inci<strong>de</strong>nte (I) com uma linha pontilhada. Traçar a normal do raio inci<strong>de</strong>nte em<br />
relação ao ponto <strong>de</strong> emergência (b). Traçar a normal da face I (N 1) e da face II (N 2)<br />
4 - Medir a espessura (e) da lâmina e o <strong>de</strong>svio (d M)<br />
5 - Com auxílio <strong>de</strong> um transferidor medir os ângulos i 1, i 2, r 1, r 2.<br />
6 - Repetir os procedimentos anteriores por 3 vezes variando a inclinação dos raios <strong>de</strong> incidência<br />
(I) e <strong>de</strong> emergência (R).<br />
7 - Completar o quadro <strong>de</strong> trabalho:<br />
Medida<br />
1<br />
Medida<br />
2<br />
Medida<br />
3<br />
Índice <strong>de</strong> refração<br />
i1(°) i2(°) r1(°) r2(°) i-r(°) dM(cm) d(cm) n1 n2<br />
sen i1 sen i2 sen r1 sen r2 sen(i-r) cos r(°)<br />
i1(°) i2(°) r1(°) r2(°) i-r(°) dM(cm) d(cm) n1 n2<br />
sen i1 sen i2 sen r1 sen r2 sen(i-r) cos r(°)<br />
i1(°) i2(°) r1(°) r2(°) i-r(°) dM(cm) d(cm) n1 n2<br />
sen i1 sen i2 sen r1 sen r2 sen(i-r) cos r(°)<br />
Se os meios externos são iguais teremos i 1 = i 2; o raio inci<strong>de</strong>nte (I) e o raio emergente (R) são<br />
paralelos.<br />
Desvio linear<br />
PRISMA<br />
Objetivos<br />
seni<br />
Face I: n<br />
1<br />
1 =<br />
senr1<br />
seni<br />
Face II: n<br />
2<br />
2 =<br />
senr2<br />
e ⋅ [ sen( i − r ) ]<br />
d =<br />
cos r<br />
d d<br />
Erro em relação ao <strong>de</strong>svio linear: % E<br />
M −<br />
= × 100<br />
dM<br />
Determinar o <strong>de</strong>svio da trajetória do feixe luminoso ao atravessar um prisma<br />
Medir o índice <strong>de</strong> refração nas duas faces do prisma
_________________________________________________________________________<br />
<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />
77<br />
Fundamento teórico<br />
Prisma óptico<br />
Prisma, em óptica, é todo meio transparente limitado por duas faces planas não paralelas. A<br />
intersecção das faces planas chama-se aresta refringente; o ângulo do diedro das duas faces é o<br />
ângulo refringente. A terceira face disposta paralelamente à aresta refringente é a base do prisma.<br />
A base e as arestas perpendiculares Bb e Cc não têm função óptica.<br />
Toda secção plana perpendicular á aresta refringente chama-se secção principal; é um triângulo<br />
A´B´C´, no qual o vértice A´ representa o ângulo plano BAC e o diedro ou aresta Aa; B´C´, base<br />
do triângulo, representa a base do prisma.<br />
Fórmulas do prisma<br />
Sendo i 1 e r 1, os ângulos <strong>de</strong> incidência e refração na primeira face, e por simetria r 2 e i 2 os ângulos<br />
<strong>de</strong> incidência e <strong>de</strong> refração ou emergência na segunda face e representando por A o ângulo <strong>de</strong><br />
refringência e por ∆ o ângulo <strong>de</strong> <strong>de</strong>svio da trajetória do feixe luminoso através do prisma temos:<br />
sen i1<br />
= n senr1<br />
sen i2<br />
= n senr2<br />
A = r1<br />
+ r2<br />
∆ = i1 + i2<br />
− A<br />
Posição <strong>de</strong> <strong>de</strong>svio mínimo<br />
O <strong>de</strong>svio varia com o ângulo <strong>de</strong> incidência e passa por um mínimo. Quando se realiza o mínimo <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>svio, verifica-se que o feixe luminoso progri<strong>de</strong> no interior do prisma segundo a direção<br />
perpendicular á bissetriz do ângulo A; então os ângulos interiores r 1 e r 2 são iguais; portanto<br />
também o são i 1 e i 2.<br />
Com o <strong>de</strong>svio mínimo, as fórmulas do prisma se reduzem a três:
_________________________________________________________________________<br />
<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />
78<br />
Índice <strong>de</strong> refração<br />
sen i = n senr<br />
A = 2r<br />
∆ = 2i −<br />
A<br />
As fórmulas do mínimo <strong>de</strong> <strong>de</strong>svio dão um meio <strong>de</strong> calcular o índice <strong>de</strong> refração através da equação:<br />
sen<br />
1<br />
( A + ∆)<br />
n =<br />
2<br />
, portanto para se calcular o índice <strong>de</strong> refração do prisma basta conhecer o<br />
sen<br />
1<br />
⋅ A<br />
2<br />
ângulo A e o <strong>de</strong>svio mínimo.<br />
Procedimento <strong>experimental</strong><br />
1 - Colocar o prisma sobre uma folha <strong>de</strong> papel pren<strong>de</strong>ndo no anteparo como na figura.<br />
2 - Traçar o contorno do prisma e marcar os raios inci<strong>de</strong>nte (I) e emergente (R).<br />
3 - Tirar o prisma e a folha do sistema acima.<br />
4 - Traçar os raios inci<strong>de</strong>nte (I) e emergente (R) unindo-os.<br />
5 - Prolongar os raios inci<strong>de</strong>nte (I) e emergente (R) com uma linha pontilhada até que se cruzem.<br />
6 - Traçar a normal da face I (N 1), no ponto <strong>de</strong> incidência i 1, e da face II (N 2), no ponto <strong>de</strong><br />
emergência i 2, <strong>de</strong> modo que ambas se cruzem.<br />
7 - A figura obtida <strong>de</strong>ve ser como a mostrada a seguir.<br />
8 - Com auxílio <strong>de</strong> um transferidor medir os ângulos i 1, i 2, r 1, r 2, A e ∆ M.<br />
9 - Repetir os procedimentos anteriores por 3 vezes variando a inclinação dos raios <strong>de</strong> incidência<br />
(I) e <strong>de</strong> emergência (R).<br />
10 - Completar o quadro <strong>de</strong> trabalho
_________________________________________________________________________<br />
<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />
79<br />
Cálculos<br />
Medida<br />
1<br />
Medida<br />
2<br />
Medida<br />
3<br />
Índice <strong>de</strong> refração<br />
seni<br />
Face I: n<br />
1<br />
1 =<br />
senr1<br />
seni<br />
Face II: n<br />
2<br />
2 =<br />
senr2<br />
Ângulo <strong>de</strong> refringência (A)<br />
A C = r1<br />
+ r2<br />
i1(°) i2(°) r1(°) r2(°) A(°) ∆M (°) ∆C (°) n1 n2<br />
sen i1 sen i2 sen r1 sen r2<br />
i1(°) i2(°) r1(°) r2(°) A(°) ∆M (°) ∆C (°) n1 n2<br />
sen i1 sen i2 sen r1 sen r2<br />
i1(°) i2(°) r1(°) r2(°) A(°) ∆M (°) ∆C (°) n1 n2<br />
sen i1 sen i2 sen r1 sen r2<br />
A − A<br />
Erro em relação ao ângulo <strong>de</strong> refringência: % E =<br />
C<br />
× 100<br />
A<br />
Desvio linear<br />
∆ C = i1 + i2<br />
− A<br />
∆<br />
Erro em relação ao <strong>de</strong>svio linear: % E<br />
M − ∆<br />
=<br />
C<br />
× 100<br />
∆M
_________________________________________________________________________<br />
<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />
80<br />
ESPELHOS ESFÉRICOS<br />
Objetivo<br />
Determinar a distância focal <strong>de</strong> um espelho côncavo usando as equações <strong>de</strong> Gauss e <strong>de</strong> Newton<br />
Fundamento teórico<br />
Espelhos esféricos<br />
Tipos <strong>de</strong> espelhos<br />
Elementos<br />
C – centro F – foco<br />
V – vértice ou centro óptico α – ângulo <strong>de</strong> abertura<br />
R – raio <strong>de</strong> curvatura<br />
Condições <strong>de</strong> niti<strong>de</strong>z <strong>de</strong> Gauss<br />
→ O espelho <strong>de</strong>ve ter pequeno ângulo <strong>de</strong> abertura.<br />
→ Os raios inci<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong>vem ser próximos ao eixo principal.<br />
→ Os raios inci<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong>vem ser pouco inclinados.<br />
Proprieda<strong>de</strong>s dos raios inci<strong>de</strong>ntes<br />
Todo raio <strong>de</strong> luz que inci<strong>de</strong> paralelamente ao eixo principal emerge passando pelo foco principal<br />
imagem.<br />
Todo raio <strong>de</strong> luz que inci<strong>de</strong> passando pelo centro <strong>de</strong> curvatura reflete-se sobre si mesmo.
_________________________________________________________________________<br />
<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />
81<br />
Todo raio <strong>de</strong> luz que inci<strong>de</strong> no vértice do espelho reflete-se simetricamente em relação ao eixo<br />
principal.<br />
Procedimento <strong>experimental</strong><br />
Cálculos<br />
1 - Colocar o objeto (letra F) na lanterna (fonte <strong>de</strong> luz).<br />
2 - Ajustar (aproxime ou afaste) o espelho do objeto até aparecer no anteparo uma imagem nítida<br />
do objeto.<br />
3 - Medir a distância do objeto ao espelho (P), anotando seu valor no quadro <strong>de</strong> trabalho.<br />
4 - Medir a distância da imagem ao espelho (P’), anotando seu valor no quadro <strong>de</strong> trabalho.<br />
5 - Medir o tamanho do objeto (O) e da imagem (I).<br />
6 - Completar o quadro <strong>de</strong> trabalho:<br />
P(cm) P’(cm) O(cm) I(cm) L(cm) L’(cm) FN(cm) FG(cm)<br />
7 - Construir o gráfico.<br />
8 - Medir os valores <strong>de</strong> L (distância objeto-foco) e <strong>de</strong> L’ (distância imagem-foco)<br />
Cálculo da distância focal<br />
Equação <strong>de</strong> Newton: F L L'<br />
2<br />
= ⋅ , Equação <strong>de</strong> Gauss:<br />
N<br />
Cálculo da ampliação<br />
A =<br />
I<br />
O<br />
P′<br />
= −<br />
P<br />
1<br />
FG<br />
1 1<br />
= +<br />
P P′
_________________________________________________________________________<br />
<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />
82<br />
LENTES ESFÉRICAS<br />
Objetivos<br />
Determinar a distância focal <strong>de</strong> uma lente convergente usando a aproximação <strong>de</strong> Gauss e o método<br />
<strong>de</strong> Bessel<br />
Determinar o raio <strong>de</strong> curvatura pelo método <strong>de</strong> Halley<br />
Comprovar o teorema das convergências<br />
Fundamento teórico<br />
Lentes esféricas<br />
Tipos<br />
Convergentes<br />
Divergentes<br />
Representação<br />
Elementos<br />
C – centro objeto CI – centro imagem<br />
F – foco objeto FI – foco imagem<br />
V – vértice ou centro óptico<br />
Proprieda<strong>de</strong>s dos raios inci<strong>de</strong>ntes<br />
Todo raio <strong>de</strong> luz que inci<strong>de</strong> paralelamente ao eixo principal emerge passando pelo foco principal<br />
imagem.
_________________________________________________________________________<br />
<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />
83<br />
Todo raio <strong>de</strong> luz que inci<strong>de</strong> passando pelo foco principal objeto emerge paralelamente ao eixo<br />
principal.<br />
Todo raio <strong>de</strong> luz que inci<strong>de</strong> passando pelo centro óptico emerge sem <strong>de</strong>svio.<br />
Relação objeto – imagem<br />
Procedimento <strong>experimental</strong><br />
Cálculos<br />
1 - Colocar o objeto (letra F) na lanterna (fonte <strong>de</strong> luz).<br />
2 - Ajustar (aproxime ou afaste) a lente do objeto até aparecer no anteparo uma imagem nítida do<br />
objeto.<br />
3 - Medir a distância do objeto à lente (P), anotando seu valor no quadro <strong>de</strong> trabalho.<br />
4 - Medir a distância da imagem à lente (P’), anotando seu valor no quadro <strong>de</strong> trabalho.<br />
5 - Medir o tamanho do objeto (O) e da imagem (I).<br />
6 - Completar o quadro <strong>de</strong> trabalho.<br />
P(cm) P’(cm) O(cm) I(cm) L(cm) L’(cm) FN(cm) FG(cm)<br />
7 - Construir o gráfico.<br />
8 - Medir os valores <strong>de</strong> L (distância objeto-foco) e <strong>de</strong> L’ (distância imagem-foco)<br />
Cálculo da distância focal<br />
Equação <strong>de</strong> Newton: F L L'<br />
2<br />
=<br />
⋅<br />
N
_________________________________________________________________________<br />
<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />
84<br />
Equação <strong>de</strong> Gauss:<br />
Cálculo da ampliação<br />
A =<br />
I<br />
O<br />
P′<br />
= −<br />
P<br />
Cálculo do raio <strong>de</strong> curvatura<br />
Equação <strong>de</strong> Halley<br />
1<br />
FG<br />
1 1<br />
= +<br />
P P′<br />
( ) ⎟ 1 ⎛ 1 1 ⎞<br />
= n − 1 ⋅<br />
⎜⎜ + ; on<strong>de</strong> n = 1,5 (índice <strong>de</strong> refração)<br />
F ⎝ R1<br />
R 2 ⎠<br />
Método <strong>de</strong> Bessel<br />
1 - Medir a distância do objeto ao anteparo (D).<br />
2 - Deslizar o suporte da lente em direção e sentido do anteparo, até formar-se uma imagem nítida<br />
e ampliada.<br />
3 - Anotar o valor da distância da lente ao anteparo (Y).<br />
4 - Continuar a <strong>de</strong>slizar a lente na direção e sentido do anteparo, até obter uma nova imagem<br />
nítida e reduzida.<br />
5 - Anotar o valor da distância da lente ao anteparo (Y o ).<br />
o<br />
6 - Calcular a diferença (d) entre as duas distâncias: d = Y − Y .<br />
2 2<br />
D − d<br />
7 - Calcular o foco por: FB<br />
= .<br />
4 ⋅ D<br />
8 - Calcular o raio por:<br />
1 ⎛ 1 1 ⎞<br />
= ( n − 1)<br />
⋅<br />
⎜⎜ +<br />
⎟⎟ .<br />
FB<br />
⎝ R1<br />
R 2 ⎠<br />
Teorema das convergências – associação <strong>de</strong> lentes<br />
1 - Determinar a distância focal das lentes pelo método <strong>de</strong> Bessel.<br />
2 2<br />
o D − d<br />
Lente 1: d = Y − Y e F1<br />
=<br />
4 ⋅ D<br />
o D<br />
2<br />
− d<br />
2<br />
Lente 2: d = Y − Y e F2<br />
=<br />
4 ⋅ D<br />
2 - Associar as lentes justapondo-as.<br />
3 - Determinar a distância focal pelo método <strong>de</strong> Bessel.<br />
Cálculo das convergências<br />
1<br />
1 - Lente 1: C 1 =<br />
F1<br />
1<br />
2 - Lente 2: C 2 =<br />
F2<br />
2 2<br />
o D − d<br />
d = Y − Y e F1+<br />
2 =<br />
4 ⋅ D<br />
1<br />
3 - Associação (lente 1 + lente 2): C1+<br />
2<br />
F1+<br />
2<br />
= ou por C 1+<br />
2 = C1<br />
+ C2<br />
Observação: Usar a distância focal em metros para obter a convergência em dioptria.
_________________________________________________________________________<br />
<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />
85<br />
DIFRAÇÃO DA LUZ<br />
Objetivo<br />
Verificar o fenômeno da difração da luz em uma re<strong>de</strong> <strong>de</strong> difração<br />
Fundamento teórico<br />
Difração da luz<br />
Este tipo <strong>de</strong> fenômeno é também característico do fenômeno ondulatório. A difração observa-se<br />
quando uma onda é <strong>de</strong>formada por um obstáculo que tem dimensões comparáveis ao comprimento<br />
<strong>de</strong> onda da mesma, isto é, as ondas contornam os obstáculos (nestas condições a luz comporta-se<br />
com uma onda numa piscina). Devido ao fato do comprimento <strong>de</strong> onda da luz ser pequeno, o<br />
<strong>de</strong>svio da luz em relação à propagação retilínea não é gran<strong>de</strong>. Por isso, para se observar este<br />
fenômeno com niti<strong>de</strong>z, a distância entre o obstáculo contornado pela luz e a tela tem <strong>de</strong> ser<br />
gran<strong>de</strong>. Se essa distância for muito gran<strong>de</strong>, da or<strong>de</strong>m dos quilômetros, po<strong>de</strong>-se observar a difração<br />
<strong>de</strong> objetos com gran<strong>de</strong>s dimensões (<strong>de</strong> alguns metros).<br />
Procedimento <strong>experimental</strong><br />
Imagem fotográfica <strong>de</strong> um arame fino. Visível o fenômeno <strong>de</strong> difração.<br />
1 - Monte o banco óptico segundo o esquema da figura 2<br />
Figura 2<br />
2 - Retire a re<strong>de</strong> e <strong>de</strong>slocando a lente con<strong>de</strong>nsadora, focalize a fenda no anteparo<br />
3 - Introduza a fenda na posição primitiva<br />
4 - Desloque o anteparo lentamente, aproximando-o da re<strong>de</strong><br />
5 - O que se observa?<br />
6 - Justifique o observado<br />
7 - Repita a experiência substituindo a re<strong>de</strong> por uma agulha
_________________________________________________________________________<br />
<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />
86<br />
LEI DE YOUNG<br />
Objetivo<br />
Determinar o comprimento <strong>de</strong> onda do laser <strong>de</strong> uma ponteira<br />
Fundamento teórico<br />
Incidamos um feixe <strong>de</strong> luz sobre uma re<strong>de</strong> <strong>de</strong> difração como mostra a figura 1.<br />
Figura 1<br />
Sendo d 〈〈 D po<strong>de</strong>mos consi<strong>de</strong>rar os triângulos<br />
O2 BQ ~ O1O2R<br />
⇒<br />
Y r<br />
= ⇒<br />
D d<br />
Y ⋅ d<br />
r =<br />
D<br />
Y ⋅ d<br />
2 ⋅ Y ⋅ d<br />
Fazendo r = x 2 − x1<br />
, temos x2 − x1<br />
= , então λ = .<br />
D<br />
N ⋅ D<br />
Interferência em ondas luminosas<br />
Lembremos que, se<br />
N é par → interferência construtiva<br />
N é impar → interferência <strong>de</strong>strutiva<br />
Se, por exemplo, em Q tivermos a 1 a banda do espectro é porque houve interferência construtiva e<br />
Y ⋅ d<br />
o valor <strong>de</strong> N = 2, portanto λ = .<br />
D
_________________________________________________________________________<br />
<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />
87<br />
Procedimento <strong>experimental</strong><br />
1 - Montar o equipamento conforme a figura 2<br />
Figura 2<br />
2 - Retire a re<strong>de</strong> e <strong>de</strong>slocando a lente con<strong>de</strong>nsadora focalize a fenda no anteparo<br />
3 - Introduza a fenda na posição primitiva<br />
4 - Desloque o anteparo próximo à re<strong>de</strong> até obter dois espectros bem nítidos<br />
5 - Meça a distância entre as bandas do espectros<br />
2Y = _______ ⇒ Y = ________<br />
6 - Meça a distância do anteparo à re<strong>de</strong>: D = ________<br />
7 - Determine a distância entre duas linhas da re<strong>de</strong>:<br />
8 - Determine λ aplicando a expressão<br />
Y ⋅ d<br />
λ<br />
=<br />
D<br />
1 mm<br />
d =<br />
número <strong>de</strong> linhas
_________________________________________________________________________<br />
<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />
88<br />
POLARIZAÇÃO DA LUZ – LEI DE MALUS<br />
Objetivo<br />
Verificar a lei <strong>de</strong> Malus<br />
Fundamento teórico<br />
As ondas eletromagnéticas são formadas por campos elétricos e magnéticos que vibram em<br />
condições <strong>de</strong> perpendicularismo mútuo. Não estão <strong>de</strong>finidos os limites <strong>de</strong> abrangência do espectro<br />
eletromagnético. Suas manifestações alcançam <strong>de</strong>s<strong>de</strong> ondas <strong>de</strong> rádio com λ na or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 10 6 m até<br />
raios gama, com λ na or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 10 -14 m. apenas uma fração <strong>de</strong>ste espectro é capaz <strong>de</strong> sensibilizar<br />
o olho humano (3 x 10 -7 ≤ λ ≤ 7 x 10 -7 m). a esta estreita faixa das ondas eletromagnéticas<br />
chamamos luz.<br />
A produção <strong>de</strong> ondas eletromagnéticas se faz por aceleração <strong>de</strong> cargas elétricas. Sob condições<br />
especiais se po<strong>de</strong> fazer com que as <strong>de</strong>sacelerações das cargas produzam campos elétricos em<br />
direções preferenciais <strong>de</strong> vibração, com estreito paralelismo entre si. Neste caso, diz-se que o<br />
espectro eletromagnético é polarizado. Quando não são tomados cuidados, e as <strong>de</strong>sacelerações das<br />
cargas não obe<strong>de</strong>cem a qualquer critério seletivo, o espectro produzido é constituído <strong>de</strong> campos<br />
elétricos cujas orientações são casuais, não guardando qualquer correlação entre si. Este é o caso<br />
da luz natural ou não polarizada.<br />
Para uma fonte <strong>de</strong> luz não polarizada, figura 1, as direções <strong>de</strong> vibração do campo elétrico são<br />
aleatórias. Se esta luz atravessar um dispositivo especial, <strong>de</strong>nominado polarói<strong>de</strong>, a vibração do<br />
campo terá uma direção característica <strong>de</strong>terminada pelo polarói<strong>de</strong>, resultando em luz polarizada.<br />
Figura 1<br />
Um polarói<strong>de</strong> é constituído <strong>de</strong> uma lâmina plástica flexível, embebida com certos compostos<br />
poliméricos. A lâmina plástica é estirada <strong>de</strong> modo que as moléculas se alinhem paralelamente entre<br />
si. Nesta condição, as ondas cujos campos elétricos vibrem na direção paralela ao alinhamento das<br />
moléculas serão transmitidas, e as que vibram em direção perpendicular serão absorvidas pelo<br />
polarói<strong>de</strong>.
_________________________________________________________________________<br />
<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />
89<br />
Colocando-se um segundo polarói<strong>de</strong> no trajeto luminoso da luz plano polarizada, este <strong>de</strong>ixará<br />
passar apenas a componente do campo elétrico que vibra em sua direção característica <strong>de</strong><br />
polarização.<br />
Lei <strong>de</strong> Malus<br />
Se EM r<br />
representa a amplitu<strong>de</strong> da luz plano polarizada, <strong>de</strong>terminada pelo primeiro polarói<strong>de</strong>,<br />
<strong>de</strong>nominado polarizador, a amplitu<strong>de</strong> da luz transmitida pelo segundo polarói<strong>de</strong>, agora <strong>de</strong>nominado<br />
analisador, será a componente <strong>de</strong> EM r<br />
na direção <strong>de</strong> transmissão do analisador (figura 2).<br />
Figura 2<br />
r r<br />
A luz transmitida pelo analisador terá amplitu<strong>de</strong> dada por E = EM<br />
cos θ . A intensida<strong>de</strong> (I) do feixe<br />
luminoso é proporcional ao quadrado da amplitu<strong>de</strong> E r . Assim, a intensida<strong>de</strong> I da luz transmitida<br />
pelo analisador está relacionada com a intensida<strong>de</strong> da luz transmitida pelo polarizador I M através da<br />
2<br />
expressão conhecida por lei <strong>de</strong> Malus: I = IM<br />
cos θ .<br />
Se for colocado um terceiro polarói<strong>de</strong> com o plano <strong>de</strong> polarização formando um ângulo <strong>de</strong> 90° com<br />
o primeiro polarizador, a intensida<strong>de</strong> da luz emergente, obtida por duas aplicações sucessivas da lei<br />
<strong>de</strong> Malus será dada por:<br />
I 2<br />
obtém-se I =<br />
M<br />
sen ( 2θ)<br />
.<br />
4<br />
Procedimento <strong>experimental</strong><br />
2<br />
I = IM<br />
[(cos θ ⋅ cos( 90 − θ)]<br />
. Utilizando as relações trigonométricas<br />
1 - Coloque sobre o banco óptico, alinhados e encostados uns aos outros a lâmpada, dois<br />
polarói<strong>de</strong>s e a fotocélula <strong>de</strong> selênio (coberta), conforme o esquema da figura 3.<br />
Figura 3<br />
2 - Conecte a fotocélula diretamente ao amperímetro<br />
3 - Ponha os polarói<strong>de</strong>s a 0°, ligue a lâmpada e remova a cobertura da fotocélula<br />
4 - Aproxime ou afaste a fotocélula da lâmpada <strong>de</strong> maneira que o que o micro amperímetro acuse<br />
100 µA (ou menor)<br />
5 - Mantenha o polarói<strong>de</strong> próximo da lâmpada (polarizador) com uma orientação fixa.<br />
6 - Gire o polarói<strong>de</strong> analisador naotando na tabela 1 as medidas <strong>de</strong> corrente
_________________________________________________________________________<br />
<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />
90<br />
Tabela 1<br />
θ(°) I (µA)<br />
0<br />
10<br />
20<br />
30<br />
40<br />
50<br />
60<br />
70<br />
80<br />
90<br />
I 2<br />
cos θ<br />
Io<br />
2<br />
7 - Faça o gráfico <strong>de</strong> I em função <strong>de</strong> cos θ . Calcule os coeficientes linear e angular. Explique seus<br />
2<br />
respectivos significados físicos comparando-os com a equação I = IM<br />
cos θ<br />
8 - Para verificar a função dos polarói<strong>de</strong>s na seleção da intensida<strong>de</strong> luminosa, coloque mais um<br />
polarói<strong>de</strong> <strong>de</strong> modo a ter três consecutivos<br />
9 - Ajuste a intensida<strong>de</strong> luminosa da lâmpada, com os três polarói<strong>de</strong>s a 0°, aproximando ou<br />
afastando a fotocélula da lâmpada <strong>de</strong> maneira que o que o microamperímetro acuse 100 µA. Este<br />
valor será I M<br />
10 - Mantenha o primeiro e o segundo polarói<strong>de</strong>s a 0° e o terceiro a 90°<br />
11 - Anote os valores medidos na tabela 2<br />
Tabela 2<br />
θ(°) I (µA) sen 2θ<br />
0<br />
10<br />
20<br />
30<br />
40<br />
50<br />
60<br />
70<br />
80<br />
90<br />
sen ( 2 )<br />
2<br />
θ<br />
12 - Faça o gráfico <strong>de</strong> I em função <strong>de</strong> sen ( 2 )<br />
2<br />
θ . Calcule os coeficientes linear e angular. Explique<br />
I 2<br />
seus respectivos significados físicos comparando-os com a equação I =<br />
M<br />
sen ( 2θ)<br />
4<br />
POLARIZAÇÃO DA LUZ – LEI DE BREWSTER<br />
Objetivo<br />
Verificar a lei <strong>de</strong> Brewster
_________________________________________________________________________<br />
<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />
91<br />
Fundamento teórico<br />
Após ocorrer reflexão da luz por uma superfície plana, a luz refletida fica parcialmente polarizada. O<br />
grau <strong>de</strong> polarização <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> do ângulo <strong>de</strong> incidência e do índice <strong>de</strong> refração do material refletor<br />
da luz. Sir David Brewster, em 1812, constatou <strong>experimental</strong>mente que o grau <strong>de</strong> polarização da<br />
luz refletida é máximo quando o raio refletido e o raio refratado forma entre si um ângulo <strong>de</strong> 90°,<br />
como mostra a figura 1.<br />
Figura 1<br />
Na figura 1 tem-se luz não polarizada incidindo sobre um bloco <strong>de</strong> vidro, <strong>de</strong> índice <strong>de</strong> refração n 2,<br />
com um ângulo <strong>de</strong> incidência θP. Como o feixe é perpendicular ao feixe refletido θP + θr<br />
= 90°<br />
. Por<br />
n<br />
aplicação da lei <strong>de</strong> Snell ( n1 ⋅ sen θP<br />
= n2<br />
⋅ sen θr<br />
), resulta a lei <strong>de</strong> Brewster tg θ<br />
2<br />
P = .<br />
n1<br />
Procedimento <strong>experimental</strong><br />
1 - Monte o dispositivo ilustrado na figura 2<br />
Figura 2<br />
2 - Coloque o disco graduado na posição horizontal sobre o banco óptico na mesma altura da<br />
lâmpada<br />
3 - Sobre o disco ponha o semicilindro transparente, com o centro <strong>de</strong> curvatura <strong>de</strong> usa face plana<br />
coincidindo com o centro do disco conforme a figura 2<br />
4 - Com a lâmpada e a mascara da fenda vertical, produza um raio luminoso que incida sobre o<br />
centro do semicilindro, <strong>de</strong>ixando bem visíveis, sobre o disco os raios inci<strong>de</strong>nte, refletido e refratado<br />
5 - Observe e anote o que acontece com a intensida<strong>de</strong> do feixe incidindo sobre a tela translúcida,<br />
quando interpõe um polarói<strong>de</strong> entre o feixe refletido e a tela, para ângulos <strong>de</strong> incidência variando<br />
<strong>de</strong> 0° a 90°, nas seguintes situações: polarói<strong>de</strong> a 0° e polarói<strong>de</strong> a 90°<br />
6 - Observe e anote o qu e acontece com a intensida<strong>de</strong> do feixe refletido incidindo sobre a tela<br />
quando o polarói<strong>de</strong> estiver a 90° e o ângulo <strong>de</strong> incidência for o ângulo <strong>de</strong> polarização θ P<br />
7 - I<strong>de</strong>ntifique o plano <strong>de</strong> polarização do feixe refletido<br />
8 - Meça o ângulo <strong>de</strong> polarização e o ângulo limite para este semicilindro e anote-os
_________________________________________________________________________<br />
<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />
92<br />
9 - Faça um esquema contendo o disco graduado e o semicilindro e indique a direção do plano <strong>de</strong><br />
polarização do feixe refletido para um ângulo <strong>de</strong> incidência igual ao ângulo <strong>de</strong> Brewster<br />
10 - Calcule o índice <strong>de</strong> refração do material do semicilindro utilizando o valor medido do ângulo <strong>de</strong><br />
polarização<br />
11 - Calcule o índice <strong>de</strong> refração do material do semicilindro utilizando o valor medido do ângulo<br />
limite
_________________________________________________________________________<br />
<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />
93<br />
ONDAS– RESSONÂNCIA<br />
Objetivo<br />
Verificar o fenômeno da ressonância<br />
Fundamento teórico<br />
BATIMENTOS<br />
Em <strong>geral</strong>, sempre que sobre um sistema capaz <strong>de</strong> oscilar, atuar uma serie <strong>de</strong> impulsos periódicos<br />
cuja freqüência seja igual à freqüência natural do sistema, este último começa também a oscilar<br />
com amplitu<strong>de</strong> relativamente gran<strong>de</strong>. Tal fenômeno chama-se ressonância; diz-se que o sistema<br />
ressoa com o impulso aplicado.<br />
Um exemplo <strong>de</strong> ressonância consiste no modo com que empurramos um balanço. Os empurrões<br />
sucessivos <strong>de</strong>vem ser dados exatamente no ritmo em que o balanço oscila, para que este aumente<br />
(ou mantenha) a sua amplitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> oscilação. Empurrar o balanço quando este ainda vem chegando<br />
equivale a absorver uma parte <strong>de</strong> energia <strong>de</strong>ste, prejudicando o movimento. Este exemplo vale<br />
para dois diapasões com suas caixas <strong>de</strong> ressonância ( um <strong>de</strong> frente para o outro ), quando um é<br />
excitado o outro entrará em vibração e se tornara audível. Esta experiência só funciona com<br />
diapasões <strong>de</strong> freqüências iguais ou quase iguais.<br />
Quando duas ondas sonoras <strong>de</strong> freqüências ligeiramente diferentes atravessam simultaneamente a<br />
mesma região do espaço elas dão origem ao fenômeno <strong>de</strong> batimento. Se as duas possuem<br />
amplitu<strong>de</strong>s iguais a representação gráfica da onda resultante é semelhante ao da figura 1.<br />
Figura 1<br />
A freqüência do batimento é igual à diferença entre as freqüências das duas ondas:<br />
TUBO DE KUBDT<br />
f bat<br />
= ∆f<br />
= f − f<br />
Na figura 2 representamos, esquematicamente, um tubo <strong>de</strong> Kundt na qual a direito da figura há um<br />
alto falante vibrando em uma certa freqüência conhecida. Um pistão é mantido fixo, a onda que<br />
parte do alto falante reflete no pistão e dá origem a uma onda estacionaria. No interior do tubo há<br />
um pó muito tênue ( pó <strong>de</strong> cortiça ). Este pó acumula-se nos pontos nodais, como mostra a figura<br />
2,<br />
Figura 2<br />
Como a distancia d entre dois nós consecutivos é <strong>de</strong> meio comprimento <strong>de</strong> onda, temos:<br />
λ<br />
v<br />
d = , como: λ = , logo: v =<br />
2df<br />
2<br />
f<br />
2<br />
1
_________________________________________________________________________<br />
<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />
94<br />
se conhecermos a freqüência e a distancia entre nodos po<strong>de</strong>mos então <strong>de</strong>terminar o valor da<br />
velocida<strong>de</strong> do som no ar ou em qualquer gás contido <strong>de</strong>ntro do tubo <strong>de</strong> Kundt.<br />
PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL<br />
1 – coloque os diapasões em suas caixas <strong>de</strong> ressonância. Coloque as duas caixas com as aberturas<br />
frente a frente;<br />
2 – bata o martelo em um dos diapasões e abafe-o logo em seguida. O outro diapasão vibra?<br />
Observe através do osciloscópio usando o microfone;<br />
3 – faça o item 2, agora usando o microfone acoplado ao osciloscópio e nas caixas <strong>de</strong> ressonância.<br />
Observe a figura na tela do osciloscópio. Faca um <strong>de</strong>senho esquemático da onda obtida,<br />
explicando-o<br />
4 – tome dois diapasões <strong>de</strong> freqüências próximas, ou pegue um dos diapasões e, coloque em uma<br />
das hastes um dispositivo munido <strong>de</strong> parafuso. Assim o diapasão ficará <strong>de</strong>safinado em relação ao<br />
outro diapasão.<br />
5 – bata firmemente em um dos diapasões e após bata no outro sem abafar nenhum <strong>de</strong>les.<br />
6 – o que ocorre com o som simultâneo dos diapasões?<br />
7 – faça o item 5 usando agora o microfone acoplado ao osciloscópio e observe a onda resultante<br />
na tela. Desenhe a onda obtida explicando-a.<br />
8 – monte o esquema da figura 4<br />
Figura 4<br />
9 – varie levemente a freqüência <strong>de</strong> um dos geradores. Há batimentos? Acompanhe estes<br />
experimentos no osciloscópio. Seria possível estimar a diferença entre as freqüências através da<br />
onda visualizada no osciloscópio?<br />
DETERMINAÇÃO DA VELOCIDADE DO SOM NO AR<br />
1 – coloque um pouco <strong>de</strong> pó <strong>de</strong> cortiça na extensão do tubo inteiro. Para isto distribua o pó na<br />
cantoneira e <strong>de</strong>pois que introduzi-lo no tubo, vire a cantoneira.<br />
2 – monte a figura 5. veja se o pó pula em alguns lugares e noutros não. Varie a freqüência no<br />
gerador <strong>de</strong> áudio até encontrar a figura da onda estacionária. O que está acontecendo? Explique.<br />
Figura 5<br />
3 – faça várias medidas com freqüências diferentes.<br />
4 – <strong>de</strong>termine a velocida<strong>de</strong> do som no ar. Compare com o valor tabelado <strong>de</strong> 340 m/s.
_________________________________________________________________________<br />
<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />
95<br />
CORDAS VIBRANTES – EXPERIÊNCIA DE MELDE<br />
Objetivo<br />
Verificar as leis da vibrações transversais das cordas<br />
Fundamento teórico<br />
Corda é um sólido flexível, muito alongado, fixo nas duas extremida<strong>de</strong>s e fortemente teso entre<br />
estes dois pontos. Po<strong>de</strong> emitir um som, quando se produzem nela vibrações longitudinais ou<br />
transversais. Estas são as únicas utilizadas pela música, nos instrumentos <strong>de</strong> corda.<br />
Numa corda em vibração, a superposição das ondas diretas e refletidas produz um sistema <strong>de</strong><br />
ondas estacionarias, com nodos fixos e ventres eqüidistantes. A distância <strong>de</strong> dois ventres ou nodos<br />
consecutivos é sempre λ/2. No estado vibratório mais simples, há um só ventre, no meio da corda,<br />
sendo as extremida<strong>de</strong>s dois nodos. Em <strong>geral</strong>, para um número K <strong>de</strong> ventres, o comprimento L da<br />
corda é dividido pelos nodos em K partes, iguais a λ/2:<br />
λ<br />
L = K .<br />
2<br />
Se f é a freqüência do som emitido e v a velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> propagação das ondas transversais na<br />
corda, temos:<br />
Eliminando λ entre as duas relações, temos:<br />
v = fλ<br />
v<br />
f = K<br />
2L<br />
como K po<strong>de</strong> tomar os valores 1, 2, 3, 4, etc., vemos que a corda po<strong>de</strong> emitir todos os harmônicos<br />
do som fundamental.<br />
A velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> propagação das ondas transversais numa corda varia na razão direta da raiz<br />
quadrada da tensão da corda (τ) e na inversa da raiz quadrada da <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> linear (ρ = massa por<br />
unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> comprimento):<br />
Para o som fundamental a formula torna-se:<br />
τ<br />
v = , substituindo na equação da freqüência:<br />
ρ<br />
1<br />
f = K<br />
2L<br />
1<br />
f =<br />
2L<br />
τ<br />
ρ<br />
τ<br />
ρ
_________________________________________________________________________<br />
<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />
96<br />
como: τ = mg e m = π R Lµ<br />
= ρL<br />
2<br />
m<br />
ou ρ =<br />
L<br />
1 τL<br />
1 mg<br />
assim: f = ∴ f = que é a formula <strong>de</strong> Lagrange.<br />
2L<br />
m 2RL<br />
πµ<br />
PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL<br />
1 – meça o comprimento do fio <strong>de</strong> nylon (aproximadamente 2m);<br />
2 – meça a massa do fio e o diâmetro do mesmo;<br />
3 – monte o experimento como mostra a figura 1 (use massa <strong>de</strong> ≈ 20 g);<br />
Figura 1<br />
4 – ligue o gerador <strong>de</strong> áudio (com freqüência <strong>de</strong> aproximadamente 200 Hz e amplitu<strong>de</strong> baixa)<br />
5 – varie (vagarosamente) a freqüência ate encontrar uma onda estacionária;<br />
6 – conte o número <strong>de</strong> ventres;<br />
7 – continue variando a freqüência (até encontrar outra onda estacionária) e conte o número <strong>de</strong><br />
ventres;<br />
Faça uma tabela da freqüência pelo número <strong>de</strong> ventres.<br />
8 – para o mesmo comprimento <strong>de</strong> fio fixe o número <strong>de</strong> ventres e varie o peso e a freqüência;<br />
Faça uma tabela <strong>de</strong> freqüência e peso.<br />
9 – fixe agora a <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> linear da corda, o peso e o número <strong>de</strong> ventres, variando a freqüência e<br />
o comprimento do fio;<br />
Faça uma tabela da freqüência pelo comprimento.<br />
10 – faça os gráficos dos dados contidos nas tabelas, linearizando-os;<br />
11 – com os gráficos obtidos compare com a equação teórica (Lagrange).
_________________________________________________________________________<br />
<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />
97<br />
BIBLIOGRAFIA<br />
ALBUQUERQUE, R. O.. Análise <strong>de</strong> Circuitos em Corrente Alternada. 11 a . Ed., São Paulo, Érica, 1998.<br />
142 pp.<br />
ALONSO, M. e FINN, E. J.. <strong>Física</strong> um Curso Universitário. Vol. I e II. São Paulo, Edgard Blucher,<br />
1972.<br />
BEVINGTON, P. R.. Data Reduction and Error Analysis for the Physical Sciences. New York,<br />
McGraw-Hill, 1969. 336 pp.<br />
BORCHARDT, I. G. e GOMES, A. F.. Termopares. Porto Alegre, Sagra, 1978. 82 pp.<br />
CAPUANO, F. G. e MARINO, M. A. M.. Laboratório <strong>de</strong> Eletricida<strong>de</strong> e Eletrônica – Teoria E Prática.<br />
16 a . Ed., São Paulo, Érica, 1998. 302 pp.<br />
CAVALIN, G. E CERVELIN, S.. Instalações Elétricas Prediais. 9 a . Ed., São Paulo, Érica, 1998. 388 pp.<br />
CAVALIN, G. E CERVELIN, S.. Instalações Elétricas Prediais: Ca<strong>de</strong>rno <strong>de</strong> Ativida<strong>de</strong>s. 2 a . Ed., São<br />
Paulo, Érica, 2001. 168 pp.<br />
CATELLI, F.. <strong>Física</strong> Experimental II: Eletricida<strong>de</strong>, Eletromagnetismo e Ondas. 2 a . ed., Caxias do sul,<br />
EDUCS, 1985. 172 pp.<br />
CRUZ, E. C. A.. Praticando Eletricida<strong>de</strong>: Circuitos em Corrente Contínua. 7 a . Ed., São Paulo, Érica,<br />
1997. 274 pp.<br />
DE LIRA, F. A.. Metrologia na Indústria. 2 a . Ed., São Paulo, Érica, 2001. 246 Pp.<br />
DE LOURENÇO, A. C.; CRUZ, E. C. A. E CHOUERI JR, S.. Circuitos em Corrente Contínua. 4 a . Ed,.<br />
São Paulo, Érica, 2001. 310 pp.<br />
DE SOUZA, M. A. M.. Eletrônica: Todas as Informações Técnicas Essenciais <strong>de</strong> Componentes<br />
Eletrônicos. São Paulo, Hemus, 2003. 215 pp.<br />
FERREIRA, M. C.. Ciência da Medição. São Paulo, Edicon, 1990. 72 pp.<br />
GOLDEMBERG, J. <strong>Física</strong> Geral e Experimental: vol. 1. 3 a . ed., São Paulo, Cia. Ed. Nacional, 1977.<br />
527 pp.<br />
GOLDEMBERG, J. <strong>Física</strong> Geral e Experimental: vol. 2. São Paulo, Cia. Ed. Nacional, 1970. 391 pp.<br />
GOLDEMBERG, J. <strong>Física</strong> Feral e Experimental: vol. 3. São Paulo, Cia. Ed. Nacional, 1973. 220 pp.<br />
GUERRINI, D. P.. Eletricida<strong>de</strong> para Engenharia. São Paulo, Manole, 2003. 148 pp.<br />
HABER, U. <strong>Física</strong>: Manual <strong>de</strong> Experiências vol. I e II. São Paulo, IBECC, 1966. 87 pp.<br />
HELENE, O. A. M. e VANIN, V. R.. Tratamento Estatístico <strong>de</strong> Dados em <strong>Física</strong> Experimental. 2.a<br />
Ed., São Paulo, Edgard Blucher, 1991. 105 pp.<br />
HENNES, C. E.; GUIMARÃES, W. O. N.; ROVERSI, J. A. e VARGAS, H.. Problemas Experimentais<br />
em <strong>Física</strong> vol. III. 4 a . Ed., Campinas, Ed. UNICAMP, 1993. 165 pp.<br />
HURÊ, F.. Iniciação à Electricida<strong>de</strong> e à Electrônica: 200 Manipulações Simples <strong>de</strong> Electricida<strong>de</strong> e<br />
Electrônica. Lisboa, Ed. Presença, 1976. 208 pp.<br />
IRMÃOS MARISTAS. <strong>Física</strong>: vol I, II e III. 3 a . Ed., São Paulo, FTD, 1964.
_________________________________________________________________________<br />
<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />
98<br />
MARTINS, N.; PAULI, R. U. e MAUAD, F. C.. <strong>Física</strong> para a Universida<strong>de</strong>: vol. 1 Análise Dimensional.<br />
São Paulo RPU, 1979. 133 pp.<br />
NETTO, H. F.; SUAREZ, F.; RODRIGUES, O. e CARNEIRO, Q. S.. <strong>Física</strong> Experimental, 63 pp.<br />
NUSSENZVEIG, H. M.. <strong>Física</strong> Básica: vol. 1, 2, 3 e 4. São Paulo, Edgard Blucher, 1981.<br />
PAULI, R. U.; MAJORANA, F. S.; HEILMANN, H. P. e CHOHFI, C. A.. Ferramentas Matemáticas para<br />
o Estudo <strong>de</strong> <strong>Física</strong>. São Paulo, EPU, 1978. 62 pp.<br />
PIAGENTINI, J. J.; GRANDI, B. C. S.; HOFMANN, M. P.; DE LIMA, F. R. R. e ZIMMERMANN, E..<br />
Introdução ao Laboratório <strong>de</strong> <strong>Física</strong>. 2 a . Ed., Florianópolis, EDUFSC, 2001. 119 pp.<br />
RESNICK, R. e HALLIDAY, D.. <strong>Física</strong>: vol. 1, 2, 3 e 4. 4 a . Ed., Rio <strong>de</strong> Janeiro, LTC, 1983.<br />
SEARS, F.; ZEMANSKY, M. W. e YOUNG, H. D.. <strong>Física</strong>: vol. 1, 2, 3 e 4. 2 a . Ed., Rio <strong>de</strong> Janeiro, LTC,<br />
1984.<br />
SIGHIERI, L. E NISHINARI, A.. Controle Automático <strong>de</strong> Processos Industriais: Instrumentação. 2 a .<br />
Ed., São Paulo, Edgard Blucher, 1987. 234 pp.<br />
TAVOLARO, C. R. C. e CAVALCANTE, M. A.. <strong>Física</strong> Mo<strong>de</strong>rna Experimental. São Paulo, Manole,<br />
2003. 119 pp.<br />
TIPLER, P. A.. <strong>Física</strong>: vol. 1, 2, 3 e 4. 2 a . Ed., Rio <strong>de</strong> Janeiro, Guanabara Dois, 1985.<br />
VENCATO, I. e PINTO, V. A.. <strong>Física</strong> Experimental II: Eletromagnetismo e Ótica. Florianópolis, Ed.<br />
da UFSC, 1992. 147 pp.<br />
ZARO, M. A.; BORCHARDT, I. G. E MORAES, J. DA S.. Experimentos <strong>de</strong> <strong>física</strong> básica: eletricida<strong>de</strong>,<br />
magnetismo e eletromagnetismo. Porto Alegre, Sagra, 1982. 152 pp.<br />
WATAHIN, G.. Eletromagnetismo e Óptica. Campinas, EDUNICAMP, 1974. 333 pp.