30.04.2013 Views

física geral experimental - Departamento de Física - Universidade ...

física geral experimental - Departamento de Física - Universidade ...

física geral experimental - Departamento de Física - Universidade ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA<br />

SETOR DE CIÊNCIAS EXATAS E NATURAIS<br />

DEPARTAMENTO DE FÍSICA<br />

FÍSICA GERAL EXPERIMENTAL<br />

QUÍMICA TECNOLÓGICA COM ÊNFASE EM QUÍMICA AMBIENTAL<br />

SEGUNDO SEMESTRE<br />

Prof. Dr. Silvio Luiz Rutz da Silva


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

1<br />

CARGA ELÉTRICA<br />

Objetivos<br />

Descobrir quais materiais carregam-se com carga positiva e negativa quando atritados.<br />

Explicar o funcionamento <strong>de</strong> um eletroscópio.<br />

Fundamento teórico<br />

Carga elétrica<br />

J.J. Thomson (1856 - 1940)<br />

Qualquer tipo <strong>de</strong> matéria é formada por átomos. Estes são tão minúsculos que nenhum<br />

microscópio comum permite vê-los. Uma fileira <strong>de</strong> <strong>de</strong>z milhões <strong>de</strong> átomos não chega a medir um<br />

milímetro. Contudo, os átomos não são as menores partículas da matéria: eles próprios se<br />

compõem <strong>de</strong> partículas ainda menores, chamadas partículas subatômicas.<br />

No centro <strong>de</strong> todo átomo existe um conjunto formado por dois tipos <strong>de</strong> partículas: os prótons e os<br />

nêutrons.<br />

Esse conjunto <strong>de</strong> partículas é o núcleo do átomo. À volta <strong>de</strong>ste núcleo, como se fossem satélites,<br />

giram os elétrons, partículas em movimento permanente (figura 1). As trajetórias <strong>de</strong>sses elétrons<br />

se organizam em camadas sucessivas chamadas órbitas eletrônicas.<br />

Figura 1<br />

Os prótons do núcleo e os elétrons das órbitas se atraem entre si. A esta força <strong>de</strong> atração<br />

recíproca chamamos <strong>de</strong> força elétrica. É a força elétrica que mantém os elétrons girando à volta<br />

dos prótons do núcleo. Sem ela, os elétrons se per<strong>de</strong>riam no espaço e os átomos não existiriam.<br />

Os elétrons, entretanto, repelem outros elétrons e os prótons repelem outros prótons. Dizemos,


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

2<br />

Eletrização<br />

por isto, que as partículas com carga igual se repelem e as partículas com carga oposta se atraem<br />

(figura 2).<br />

Figura 2<br />

Convencionou-se chamar a carga dos prótons <strong>de</strong> positiva (+) e as cargas dos elétrons <strong>de</strong> negativa<br />

(-). Normalmente, cada átomo é eletricamente neutro, em outras palavras, tem quantida<strong>de</strong>s iguais<br />

<strong>de</strong> carga negativa e positiva, ou seja, há tantos prótons em seu núcleo, quantos elétrons ao redor,<br />

no exterior. Os prótons estão fortemente ligados ao núcleo dos átomos. Somente os elétrons<br />

po<strong>de</strong>m ser transferidos <strong>de</strong> um corpo para outro. Po<strong>de</strong>mos dizer que um corpo está eletrizado<br />

quando possui excesso ou falta <strong>de</strong> elétrons. Se há excesso <strong>de</strong> elétrons, o corpo está eletrizado<br />

negativamente; se há falta <strong>de</strong> elétrons, o corpo está eletrizado positivamente.<br />

A quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> elétrons em falta ou em excesso caracteriza a carga elétrica Q do corpo, po<strong>de</strong>ndo<br />

ser positiva no primeiro caso e negativa no segundo.<br />

Um corpo está eletrizado quando o número <strong>de</strong> prótons está diferente do número <strong>de</strong> elétrons e<br />

vice-versa. Corpos com cargas iguais se repelem e corpos com cargas diferentes se atraem.<br />

Condutor e isolante<br />

Um condutor é aquele elemento em que os elétrons estão fracamente presos ao núcleo e, por<br />

isso, tem fácil locomoção. Um isolante é aquele elemento em que os elétrons estão fortemente<br />

ligados ao núcleo.<br />

Processos <strong>de</strong> eletrização<br />

Atrito<br />

Na eletrização por atrito os corpos atritados adquirem cargas <strong>de</strong> mesmo módulo, mas com sinais<br />

contrários (figura 3). Ex.: quando se atrita um canudinho e um pedaço <strong>de</strong> lã há a transferência <strong>de</strong><br />

elétrons um para o outro<br />

Contato<br />

Figura 3<br />

Na eletrização por contato os corpos adquirem cargas <strong>de</strong> mesmo sinal, porém o módulo vai<br />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r das dimensões do corpo. Se os corpos possuírem dimensões iguais às cargas se<br />

dividiram igualmente. Após um certo tempo <strong>de</strong> contato, os corpos irão adquirir cargas iguais e irão<br />

se repelir (figura 4).


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

3<br />

Polarização<br />

Eletroscópio<br />

Indução<br />

Figura 4<br />

Na eletrização por indução usamos três corpos, sendo um neutro (condutor), a terra e um corpo<br />

carregado chamado indutor (figrua5). Aproximamos o corpo indutor ao condutor, que está ligado à<br />

terra por um fio terra.Pelo fio terra <strong>de</strong>scerá (ou subirá <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo da situação) elétrons para<br />

tentar neutralizar o corpo indutor. Quando se corta o fio terra e afasta o indutor, o condutor ficará<br />

carregado. Não encostamos o indutor no condutor, tendo essas cargas <strong>de</strong> sinais contrários.<br />

Figura 5<br />

Quando um corpo eletrizado se aproxima <strong>de</strong> um dielétrico cujas moléculas são polares há a<br />

polarização do dielétrico (figura 6). A presença <strong>de</strong> um corpo eletrizado (no caso positivamente)<br />

atrai o lado negativo <strong>de</strong> cada molécula, fazendo com que as moléculas do dielétrico se orientem,<br />

com o lado negativo voltado para o corpo eletrizado. Se o dielétrico for <strong>de</strong> moléculas apolares elas<br />

irão se tornar polares <strong>de</strong>vido a presença do corpo eletrizado.<br />

Figura 6<br />

Qualquer dispositivo que permite saber se um objeto está ou não eletrizado se chama<br />

eletroscópio. O eletroscópio <strong>geral</strong>mente é neutro. Há dois tipos <strong>de</strong> eletroscópio:<br />

Pêndulo<br />

Ao aproximarmos um corpo próximo ao pêndulo neutro se ele for atraído mostra que ele está<br />

carregado positivamente ou negativamente (figura 7).<br />

Figura 7


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

4<br />

Folhas<br />

É usado mais em laboratórios (figura 8). É constituído por uma haste metálica com duas folhas<br />

metálicas na parte inferior e uma esfera metálica na parte superior. Quando aproximamos um<br />

corpo eletrizado para perto da esfera e se as folhas se fecharem é que o corpo eletrizado tem sinal<br />

contrário ao das folhas do eletroscópio.<br />

GERADOR DE VAN DE GRAFF<br />

Objetivos<br />

Figura 8<br />

Desenhar as linhas <strong>de</strong> força para vários formatos <strong>de</strong> eletrodos, tendo como base <strong>experimental</strong> a<br />

cuba.<br />

Comparar se as linhas <strong>de</strong> força são realmente perpendiculares às equipotenciais para o caso <strong>de</strong><br />

placas paralelas e circulares.<br />

Encontrar a carga máxima que po<strong>de</strong> ser armazenada no gerador do laboratório.<br />

Fundamento teórico<br />

Os fenômenos eletrostáticos são conhecidos <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o tempo dos gregos. Naquela época já se sabia<br />

que o âmbar, atritado com um pedaço <strong>de</strong> lã, era capaz <strong>de</strong> atrair pequenos pedaços <strong>de</strong> fibra<br />

vegetal (palha, linho, etc.). E, durante vários séculos o fenômeno foi consi<strong>de</strong>rado apenas como<br />

uma curiosida<strong>de</strong> natural. Mas, em 1600, o médico inglês William Gilbert publicou o primeiro<br />

tratado a respeito da eletricida<strong>de</strong>, no qual fazia referência às cargas elétricas geradas por atrito.<br />

Seu trabalho <strong>de</strong>u origem às primeiras "máquinas eletrostáticas", que produziam eletricida<strong>de</strong> pelo<br />

atrito <strong>de</strong> um disco <strong>de</strong> âmbar entre dois pedaços <strong>de</strong> pele <strong>de</strong> carneiro. Mais tar<strong>de</strong>, em 1752,<br />

Benjamin Franklin chegava à conclusão <strong>de</strong> seus trabalhos em eletricida<strong>de</strong> atmosférica, nos quais<br />

provava a existência <strong>de</strong> cargas elétricas no ar.<br />

Estes conceitos básicos sobre a natureza da eletricida<strong>de</strong> levaram à conclusão <strong>de</strong> que as máquinas<br />

eletrostáticas produziam e armazenavam cargas elétricas, sem contudo po<strong>de</strong>r movimentá-las,<br />

<strong>de</strong>vido às proprieda<strong>de</strong>s isolantes dos materiais usados em sua construção. Só se conseguiu<br />

compreen<strong>de</strong>r as proprieda<strong>de</strong>s elétricas dos vários materiais isolantes e condutores após o<br />

<strong>de</strong>senvolvimento das teorias a respeito do átomo.<br />

Sabe-se, atualmente, que um <strong>de</strong>terminado material é isolante porque o elétrons <strong>de</strong> seus átomos<br />

não gozam <strong>de</strong> mobilida<strong>de</strong>, como acontece no caso dos átomos <strong>de</strong> metais, que são bons<br />

condutores. Ao serem produzidas, as cargas permanecem na superfície do material isolante, até<br />

que sejam retiradas por um corpo condutor.<br />

Este fato é aproveitado para a construção dos geradores eletrostáticos do tipo Van <strong>de</strong> Graff; tendo<br />

aparecido em 1930, <strong>de</strong>stinam-se a produzir voltagens muito elevadas para serem usadas em<br />

experiências <strong>de</strong> <strong>física</strong>.


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

5<br />

Geradores eletrostáticos<br />

Robert Jemison Van <strong>de</strong> Graff (1901 - 1967)<br />

Um gerador eletrostático é um equipamento capaz <strong>de</strong> gerar cargas elétricas estáticas. Os<br />

geradores eletrostáticos transformam energia mecânica em energia elétrica. O primeiro gerador <strong>de</strong><br />

eletricida<strong>de</strong> foi um gerador eletrostático <strong>de</strong> fricção. Foi construído no século XVII pelo alemão Otto<br />

von Guericke e era constituído por uma esfera <strong>de</strong> enxofre com um eixo ligado a uma manivela.<br />

Girando a manivela, a esfera friccionava um pano <strong>de</strong> lã e produzia eletricida<strong>de</strong>. Outros geradores<br />

eletrostáticos se lhe seguiram.<br />

Dentre eles, os geradores eletrostáticos por indução que utilizam a fricção, mas permitem a<br />

geração <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong> por influência. Enquanto os primeiros mo<strong>de</strong>los apenas geravam uma forma<br />

<strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong> (positiva ou negativa), outros permitiam gerar as duas formas.<br />

Em 1785 foi construído um gerador eletrostático capaz <strong>de</strong> produzir tensões <strong>de</strong> 300 000 Volt e<br />

<strong>de</strong>scargas com 60 cm <strong>de</strong> comprimento.<br />

Em 1930 um físico norte-americano construiu uma máquina eletrostática que tomou o seu nome, o<br />

gerador <strong>de</strong> Van <strong>de</strong> Graaf, que é uma máquina <strong>de</strong>stinada a laboratórios <strong>de</strong> <strong>Física</strong> Nuclear sendo<br />

constituída por dois cilindros ligados por uma correia na qual a geração <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong> ocorre por<br />

fricção e por indução. Os geradores <strong>de</strong> Van <strong>de</strong>r Graaf atingem tensões <strong>de</strong> milhões <strong>de</strong> Volt.<br />

Gerador <strong>de</strong> Van <strong>de</strong> Graff para laboratorios <strong>de</strong> ensino<br />

No gerador <strong>de</strong> Van <strong>de</strong> Graaff, um motor movimenta uma correia isolante que passa por duas<br />

polias, uma <strong>de</strong>las acionada por um motor elétrico que faz a correia se movimentar. A segunda<br />

polia encontra-se <strong>de</strong>ntro da esfera metálica oca (figura).


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

6<br />

Através <strong>de</strong> pontas metálicas a correia recebe carga elétrica <strong>de</strong> um gerador <strong>de</strong> alta tensão. A<br />

correia eletrizada transporta as cargas até o interior da esfera metálica, on<strong>de</strong> elas são coletadas<br />

por pontas metálicas e conduzidas para a superfície externa da esfera. Como as cargas são<br />

transportadas continuamente pela correia, elas vão se acumulando na esfera. Por esse processo, a<br />

esfera po<strong>de</strong> atingir um potencial <strong>de</strong> até 10 milhões <strong>de</strong> volts, no caso dos gran<strong>de</strong>s geradores<br />

utilizados para experiências <strong>de</strong> <strong>física</strong> atômica, ou milhares <strong>de</strong> volts nos pequenos geradores<br />

utilizados para <strong>de</strong>monstrações nos laboratórios <strong>de</strong> ensino.


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

7<br />

PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DE<br />

INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO ELÉTRICA<br />

Objetivos<br />

Estudar os instrumentos mais comumente empregados nas medições elétricas<br />

Questões que traduzem a finalida<strong>de</strong> da medição elétrica<br />

→ O que medir?<br />

→ Com que medir?<br />

→ Como avaliar a medição?<br />

O que medir?<br />

Há a possibilida<strong>de</strong> da medição <strong>de</strong> uma gama bastante vasta <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>zas. Na medição elétrica as<br />

gran<strong>de</strong>zas fundamentais são:<br />

→ Corrente;<br />

→ Tensão;<br />

→ Freqüência;<br />

→ Potência;<br />

→ Resistência;<br />

→ Capacitância;<br />

→ Indutância;<br />

→ Fator <strong>de</strong> potência.<br />

Com o emprego <strong>de</strong> dispositivos chamados transdutores, existe a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> medir gran<strong>de</strong>zas<br />

<strong>física</strong>s tais como:<br />

→ Temperatura com termopares ou termo-resistência;<br />

→ Velocida<strong>de</strong> com geradores;<br />

→ pH, umida<strong>de</strong> com emissores;<br />

→ Vazão, pressão com transdutores especiais.<br />

Com que medir?<br />

Exige conhecimentos fundamentais da medição elétrica para que o emprego <strong>de</strong> um <strong>de</strong>terminado<br />

instrumento seja a<strong>de</strong>quado e exato para a medição <strong>de</strong>sejada.<br />

Os instrumentos divi<strong>de</strong>m-se, <strong>de</strong> acordo com a finalida<strong>de</strong> e quanto ao sistema <strong>de</strong> medição com qual<br />

funcionam.<br />

Os sistemas <strong>de</strong> medição mais empregados são os seguintes, com a indicação <strong>de</strong> algumas<br />

gran<strong>de</strong>zas que po<strong>de</strong>rão ser medidas por eles:


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

8<br />

→ Sistema bobina móvel (A, V, R, °C, r.p.m.)<br />

→ Sistema ferro móvel (/A., V)<br />

→ Sistema <strong>de</strong> lâminas vibráteis (Hz, r.p.m.)<br />

→ Sistema eletrodinâmico (W, A, V)<br />

→ Sistema ímã móvel (A, V)<br />

→ Sistema eletrônico digital (A, V, Hz)<br />

Outros sistemas menos usados<br />

→ Sistema fio aquecido (A)<br />

→ Sistema eletrostático (V)<br />

Mo<strong>de</strong>rnamente estão se impondo os instrumentos com sistema eletrônico em virtu<strong>de</strong> do<br />

aperfeiçoamento e confiabilida<strong>de</strong> sempre melhor dos componentes eletrônicos.<br />

Como avaliar a medição?<br />

Avaliar a medição compreen<strong>de</strong> o problema <strong>de</strong>, com os dados fornecidos pelos instrumentos, po<strong>de</strong>r-<br />

se tirar as conclusões para se tomar uma <strong>de</strong>cisão ou certificar-se do <strong>de</strong>sempenho da instalação.<br />

A <strong>de</strong>cisão para mudar algo no processamento po<strong>de</strong>rá ser feita manualmente, ou por intermédio <strong>de</strong><br />

instrumentos chamados reguladores, que po<strong>de</strong>rão ou não funcionar nos mesmos princípios dos<br />

instrumentos indicadores.<br />

A avaliação por um período mais longo e <strong>de</strong> valores instantâneos po<strong>de</strong> ser feita por intermédio <strong>de</strong><br />

registradores funcionando ou não nos mesmos princípios dos instrumentos indicadores.<br />

Po<strong>de</strong>mos dividir os instrumentos <strong>de</strong> medida quanto ao seu emprego nos seguintes grupos:<br />

→ Instrumentos indicadores<br />

→ Instrumentos reguladores<br />

→ Instrumentos registradores<br />

Quanto ao seu uso os instrumentos se classificam ainda em:<br />

→ Instrumentos para painéis ou quadros <strong>de</strong> comando<br />

São empregados em medidas contínuas, são fixos ou embutidos em painéis indicando, controlando<br />

ou registrando continuamente uma gran<strong>de</strong>za qualquer.<br />

→ Instrumentos portáteis<br />

São empregados na manutenção ou laboratório e, portanto <strong>de</strong> uso <strong>de</strong>scontínuo, para avaliação,<br />

controle e pesquisa <strong>de</strong> uma instalação, <strong>de</strong> um outro instrumento ou <strong>de</strong> um <strong>de</strong>terminado fenômeno<br />

ou gran<strong>de</strong>za.<br />

Princípio fundamental <strong>de</strong> funcionamento<br />

O princípio <strong>de</strong> funcionamento <strong>de</strong> um instrumento <strong>de</strong> medida elétrica baseia-se no mesmo princípio<br />

<strong>de</strong> uma balança, isto é, a um <strong>de</strong>terminado peso contrapõe-se um outro.<br />

Um instrumento <strong>de</strong> medida elétrica aproveita a ação <strong>de</strong> uma corrente para produzir uma força.<br />

Esta faz com que um elemento móvel do instrumento se <strong>de</strong>sloque. Havendo uma força contrária<br />

haverá equilíbrio <strong>de</strong> forças, fazendo com que este elemento pare em algum lugar.<br />

Desta maneira é possível a graduação <strong>de</strong> uma escala para a obtenção dos diversos pontos <strong>de</strong><br />

equilíbrio para diversos valores <strong>de</strong> corrente.<br />

Detalhes construtivos<br />

A figura abaixo mostra as partes principais <strong>de</strong> um instrumento <strong>de</strong> medida elétrica.


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

9<br />

O instrumento, propriamente dito, com seus acessórios internos intercambiáveis se chama<br />

instrumento <strong>de</strong> medida elétrica.<br />

O instrumento com seus acessórios externos intercambiáveis ou não, formam o conjunto <strong>de</strong><br />

medição.<br />

Componentes principais<br />

→ Mecanismo ou sistema <strong>de</strong> medição<br />

Compreen<strong>de</strong> o conjunto <strong>de</strong> peças que possibilitam a transformação <strong>de</strong> uma corrente elétrica em<br />

um movimento. Nelas estão compreendidas as bobinas fixas ou móveis, o eixo, os mancais, as<br />

molas espirais, o amortecedor e outras peças ativas, como por exemplo o imã permanente e o<br />

núcleo <strong>de</strong> ferro.<br />

→ Caixa externa <strong>de</strong> proteção<br />

Serve para a proteção do mecanismo <strong>de</strong> medição sendo que se apresenta no mercado em diversos<br />

tamanhos, formas e materiais.<br />

→ Mostrador<br />

Representa a peça sobre a qual, <strong>geral</strong>mente sob fundo branco, está inscrita a escala com as<br />

divisões e numerações mediante as quais se po<strong>de</strong> ler o valor da gran<strong>de</strong>za medida.<br />

Nos instrumentos <strong>de</strong> medida é <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> importância uma graduação bem feita da escala.<br />

Depen<strong>de</strong>ndo do instrumento os traços <strong>de</strong>vem ser grossos para leituras à distância, e finas para<br />

instrumentos <strong>de</strong> laboratório.<br />

As divisões da escala não <strong>de</strong>vem ser muito compridas e nem muito espaçadas para a obtenção <strong>de</strong><br />

uma boa leitura. Na figura abaixo são mostrados os diferentes tipos <strong>de</strong> escalas:


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

10<br />

a – escala linear com divisões <strong>de</strong> valores iguais com comprimentos iguais<br />

b – escala não linear quadrática<br />

c e d – escalas obtidas com artifícios especiais no mecanismo <strong>de</strong> medição para obter-se leituras<br />

mais aproximadas em <strong>de</strong>terminados pontos da escala.<br />

→ Ponteiro<br />

São as peças solidárias ao conjunto ou elemento móvel e que indicam sobre a escala o valor da<br />

gran<strong>de</strong>za medida. Depen<strong>de</strong>ndo do tipo e uso do instrumento o ponteiro po<strong>de</strong> ter diversa formas<br />

como os representados na figura abaixo.<br />

A e B são usados em instrumentos para media a distância.<br />

C é empregado indistintamente em instrumentos <strong>de</strong> painel ou portáteis. D mostra C em perfil<br />

lateral.<br />

E e F são utilizados em instrumento <strong>de</strong> precisão. Para medição <strong>de</strong> alta precisão usa-se F com<br />

dispositivo <strong>de</strong> paralaxe.<br />

→ Acessórios internos<br />

São representados pelos resistores-série que servem para amplificar um campo <strong>de</strong> tensão, ou<br />

<strong>de</strong>rivadores paralelos que são empregados na ampliação do campo <strong>de</strong> corrente.<br />

→ Acessórios externos<br />

Po<strong>de</strong>m ser constituídos pelos cabos <strong>de</strong> ligação especiais, para conexão do instrumento <strong>de</strong> medida a<br />

seu acessório, bem como também os resistores série ou <strong>de</strong>rivadores para a amplificação dos<br />

campos <strong>de</strong> medida. Po<strong>de</strong>m ser:<br />

Intercambiáveis: usados para qualquer instrumento


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

11<br />

Não intercambiáveis: somente po<strong>de</strong>rão ser usados em conexão com um <strong>de</strong>terminado tipo <strong>de</strong><br />

instrumento.<br />

Circuitos <strong>de</strong> medição<br />

→ Circuito <strong>de</strong> corrente ou série<br />

Aquele pelo qual circula a mesma corrente que atravessa o circuito a ser medido.<br />

→ Circuito <strong>de</strong> tensão ou paralelo<br />

Aquele alimentado pela tensão do circuito a ser medido.<br />

Definições e nomenclaturas<br />

→ Instrumento indicador<br />

É aquele que indica em qualquer momento o valor instantâneo efetivo, médio ou <strong>de</strong> pico <strong>de</strong> uma<br />

gran<strong>de</strong>za a ser medida.<br />

→ Instrumento registrador<br />

É aquele que inscreve ou registra sucessivamente os valores instantâneos, efetivos ou médios da<br />

gran<strong>de</strong>za a ser medida.<br />

→ Instrumento com contato<br />

É aquele no qual o elemento móvel fecha e abre contatos quando atinge <strong>de</strong>terminados valores.<br />

→ Instrumento com blindagem magnética<br />

É aquele que está blindado contra a influência <strong>de</strong> campos magnéticos externos.<br />

→ Instrumento astático<br />

É aquele no qual o elemento móvel é construído <strong>de</strong> tal maneira a ser insensível a campos<br />

eletromagnéticos.<br />

→ Multímetro<br />

É aquele que serve para medição <strong>de</strong> diversas gran<strong>de</strong>zas elétricas no mesmo instrumento, por<br />

exemplo: corrente, tensão e resistência.<br />

Quanto ao sistema <strong>de</strong> medição, os instrumentos <strong>de</strong> medida elétrica divi<strong>de</strong>m-se em<br />

→ Instrumento ferro-móvel<br />

É aquele que, tendo uma peça móvel <strong>de</strong> material ferro-magnético, <strong>de</strong>sloca-se quando submetida a<br />

um campo magnético formado por uma corrente que atravessa uma bobina fixa.<br />

→ Instrumento <strong>de</strong> bobina móvel<br />

É aquele que tem um imã permanente fixo e uma ou mais bobinas móveis. Seu funcionamento<br />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da reação entre a corrente da bobina móvel e o campo magnético do imã permanente.<br />

→ Instrumento <strong>de</strong> imã móvel<br />

É aquele constituído <strong>de</strong> uma bobina fixa percorrida por uma corrente <strong>de</strong>ntro da qual giram um ou<br />

mais imãs permanentes.<br />

→ Instrumento eletrodinâmico<br />

É aquele que tendo bobinas fixas e bobinas móveis <strong>de</strong>slocam as últimas eletrodinamicamente, pela<br />

ação das correntes que nelas atuam. Po<strong>de</strong>m ser construídas com peças ferro-magnéticas para<br />

aumentar o campo eletromagnético.<br />

→ Instrumentos <strong>de</strong> indução<br />

É aquele que tem bobinas fixas percorridas por corrente elétrica e <strong>de</strong> peças condutivas móveis, que<br />

são <strong>de</strong>slocadas pelas correntes induzidas nelas eletromagneticamente.<br />

→ Instrumentos <strong>de</strong> fio aquecido


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

12<br />

É aquele que, através do alongamento <strong>de</strong> um fio aquecido direta ou indiretamente por uma<br />

corrente, transmite movimento a um elemento móvel.<br />

→ Instrumento <strong>de</strong> vibração<br />

É aquele que é formado por lâminas vibráteis que entram em ressonância sob a ação <strong>de</strong> uma<br />

corrente.<br />

→ Instrumento eletrostático<br />

É aquele que apresenta peças metálicas fixas e outras móveis sobre as quais agem forças do<br />

campo eletrostático.<br />

→ Instrumento bimetálico<br />

Simbologia<br />

É aquele que tem um elemento móvel formado por bimetal que se <strong>de</strong>forma pela ação direta ou<br />

indireta <strong>de</strong> uma corrente.<br />

Para a i<strong>de</strong>ntificação rápida das diversas características do instrumento <strong>de</strong> medida, foram adotados<br />

símbolos inscritos na escala, <strong>de</strong> modo que cada um <strong>de</strong>termina uma <strong>de</strong>stas características.<br />

Instrumento <strong>de</strong> bobina móvel<br />

Instrumento <strong>de</strong> imã móvel<br />

Instrumento eletrodinâmico sem ferro<br />

Instrumento eletrodinâmico <strong>de</strong> relação<br />

Instrumento <strong>de</strong> indução<br />

Instrumento eletrostático<br />

Termotransdutor sem isolação<br />

Termotransdutor isolado<br />

Instrumento <strong>de</strong> bobina móvel com<br />

transdutor embutido<br />

Proteção eletrostática<br />

Instrumento <strong>de</strong> bobina cruzada<br />

Instrumento <strong>de</strong> ferro móvel<br />

Instrumento eletrodinâmico com núcleo<br />

<strong>de</strong> ferro<br />

Instrumento eletrodinâmico <strong>de</strong> relação<br />

co núcleo <strong>de</strong> ferro<br />

Instrumento bimetálico<br />

Instrumento <strong>de</strong> lâminas vibrantes<br />

Instrumento <strong>de</strong> bobina móvel com<br />

termotransdutor isolado embutido<br />

Retificador<br />

Proteção magnética<br />

Instrumento astático<br />

Corrente contínua Corrente alternada (monofásica)<br />

Corrente continua e alternada Corrente alternada trifásica (símbolo<br />

Instrumento com dois sistemas <strong>de</strong><br />

medição (para circuitos <strong>de</strong> 3 fios<br />

<strong>de</strong>sequilibrados)<br />

Instrumento a ser utilizado com a escala<br />

na vertical<br />

Instrumento para ser utilizado com a<br />

escala inclinada<br />

Tensão suportável <strong>de</strong> freqüência industrial<br />

– 500 V<br />

<strong>geral</strong>)<br />

Instrumento com um sistema <strong>de</strong><br />

medição (para circuitos <strong>de</strong> 3 fios<br />

equilibrados)<br />

Instrumento a ser utilizado com a escala<br />

na horizontal<br />

Ajuste <strong>de</strong> zero<br />

Indicando para um documento separado


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

13<br />

Determinação da classe <strong>de</strong> exatidão<br />

Para <strong>de</strong>terminação da classe <strong>de</strong> exatidão <strong>de</strong> um instrumento, é necessária a <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> erro.<br />

→ Erro absoluto<br />

É a diferença algébrica entre o valor, indicado no instrumento, <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>terminada gran<strong>de</strong>za e o<br />

seu valor verda<strong>de</strong>iro: EA = m(<br />

g)<br />

− v(<br />

G)<br />

→ Erro relativo<br />

É o quociente do erro absoluto pelo valor verda<strong>de</strong>iro da gran<strong>de</strong>za que esta sendo medida:<br />

E<br />

E A<br />

R =<br />

v(<br />

G)<br />

→ Erro percentual<br />

É o erro expresso como uma percentagem do valor verda<strong>de</strong>iro: E % = ER<br />

× 100<br />

→ Variação na indicação<br />

É a diferença entre os valores medidos da mesma gran<strong>de</strong>za, quando uma gran<strong>de</strong>za <strong>de</strong> influência,<br />

apresenta sucessivamente dois valores especificados diferentes<br />

→ Exatidão<br />

É <strong>de</strong>finida pelos limites <strong>de</strong> erros e pelos limites da variação da indicação.<br />

Classificação <strong>de</strong> instrumentos <strong>de</strong> medida para <strong>de</strong>signar a sua exatidão<br />

→ Classe <strong>de</strong> exatidão<br />

É uma classificação <strong>de</strong> instrumentos <strong>de</strong> medida para <strong>de</strong>signar a sua exatidão. O número que a<br />

<strong>de</strong>signa chama-se índice <strong>de</strong> classe.<br />

A classificação dos instrumentos conforme o índice <strong>de</strong> classe<br />

Índices <strong>de</strong> classe Limites <strong>de</strong> erro<br />

0,05 0,05 %<br />

0,1 0,1 %<br />

0,2 0,2 %<br />

0,5 0,5 %<br />

1,0 1,0 %<br />

1,5 1,5 %<br />

2.5 2.5 %<br />

5,0 5,0 %<br />

Pela tabela acima um instrumento da classe 0,5 po<strong>de</strong>rá ter no máximo um erro <strong>de</strong> ± 0,5 %, isto é<br />

se o valor no fim <strong>de</strong> escala do instrumento for 100 V, o erro po<strong>de</strong>rá ser no máximo <strong>de</strong> 0,5 V, e isto<br />

compreendido <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> toda a sua escala. Portanto, quando o instrumento indicar um valor <strong>de</strong> 50<br />

V, o erro po<strong>de</strong>rá permanecer na faixa 40,5 a 50,5 V.<br />

O erro é expresso sempre em relação ao valor final da escala (fundo <strong>de</strong> escala).<br />

Não existindo indicação do índice <strong>de</strong> classe, o instrumento po<strong>de</strong>rá ser consi<strong>de</strong>rado da classe <strong>de</strong><br />

erro 10 %.


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

14<br />

AMPERÍMETRO, VOLTÍMETRO E OHMÍMETRO<br />

Amperímetro<br />

Os instrumentos mais comuns para medir potencial ou correntes usam um dispositivo chamados<br />

galvanômetro <strong>de</strong> d’Arsonval.<br />

Uma bobina pivotada <strong>de</strong> fio fino, conduzindo uma corrente. É <strong>de</strong>fletida pela interação magnética<br />

entre essa corrente e o campo magnético <strong>de</strong> um imã permanente (figura).<br />

Este torque se opõe ao <strong>de</strong> uma mola, semelhante a uma mola <strong>de</strong> relógio <strong>de</strong> pulso, torque este<br />

proporcional ao <strong>de</strong>slocamento angular. A <strong>de</strong>flexão angular da agulha presa à bobina é diretamente<br />

proporcional à corrente na bobina, e o dispositivo po<strong>de</strong> ser calibrado para medir corrente. A<br />

<strong>de</strong>flexão máxima para a qual o instrumento é <strong>de</strong>senhado, tipicamente 90° a 120°, é chamada<br />

<strong>de</strong>flexão <strong>de</strong> fundo <strong>de</strong> escala.<br />

A corrente necessária para produzir uma <strong>de</strong>flexão <strong>de</strong> fundo <strong>de</strong> escala (tipicamente da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 10<br />

µA a 10 mA) e a resistência da bobina (tipicamente da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 10 a 1 000 Ω) são as<br />

características essenciais do medidor.<br />

Para a sua utilização para medida <strong>de</strong> corrente ou <strong>de</strong> tensão um galvanômetro precisa <strong>de</strong> um<br />

resistor que po<strong>de</strong> ser colocado em paralelo ou em série com a bobina que tem uma resistência.<br />

Me<strong>de</strong> a corrente, logo não <strong>de</strong>ve alterar seu valor final, portanto a resistência interna <strong>de</strong>ve ser<br />

pequena. I<strong>de</strong>al que seja nula.<br />

Por isso a resistência interna <strong>de</strong>ve estar em paralelo e ter um valor baixo. O amperímetro <strong>de</strong>ve ser<br />

sempre colocado em série no circuito.


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

15<br />

Voltímetro<br />

Ohmímetro<br />

Me<strong>de</strong> a d.d.p. (tensão ou voltagem) entre dois pontos. Para evitar o equilíbrio entre a d.d.p. (nula)<br />

o instrumento <strong>de</strong>ve ter uma resistência interna elevada e que esteja ligada em série para eliminar<br />

ao máximo a perda <strong>de</strong> potencial entre os pontos. I<strong>de</strong>al que tenha resistência infinita.<br />

O voltímetro <strong>de</strong>ve ser ligado em paralelo no circuito.<br />

Utilizado para medir a resistência. Consiste <strong>de</strong> um galvanômetro, um resistor e uma fonte (pilha)<br />

ligados em série. A resistência em série <strong>de</strong>ve ser tal que quando os terminais estiverem em curto<br />

circuito (R = 0) a <strong>de</strong>flexão da bobina seja máxima. Quando o circuito estiver aberto a <strong>de</strong>flexão não<br />

ocorrerá indicando resistência infinita.<br />

Fonte <strong>de</strong> tensão contínua<br />

Fornece tensão <strong>de</strong> amplitu<strong>de</strong> variável (numa faixa <strong>de</strong> zero a vinte volts) permitindo flexibilida<strong>de</strong> na<br />

construção <strong>de</strong> circuitos eletromagnéticos.<br />

Multímetro digital<br />

É um instrumento capaz <strong>de</strong> medir tensão, corrente e resistência. Mo<strong>de</strong>los recentes, mesmo os mais<br />

simples, me<strong>de</strong>m ganho estático <strong>de</strong> transistor bipolar (ganho β) e testam diodos retificadores.<br />

Mo<strong>de</strong>los mais sofisticados me<strong>de</strong>m capacitância e indutância.


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

16<br />

Quanto à utilização do multímetro, antes da medida propriamente dita, dois aspectos precisam ser<br />

verificados.<br />

I – posição das ponteiras<br />

Via <strong>de</strong> regra os multímetros possuem três bornes, on<strong>de</strong> são encaixadas duas ponteiras. A ponteira<br />

preta é encaixada no borne <strong>de</strong>nominado comum; a vermelha ou no borne indicado à medição <strong>de</strong><br />

corrente, ou no borne indicado à medição <strong>de</strong> tensão e resistência. As cores vermelha e preta, em<br />

<strong>geral</strong> representam, respectivamente, os sinais positivo e negativo.<br />

II – posicionamento do seletor do multímetro na escala a<strong>de</strong>quada<br />

Com respeito à escolha da escala a<strong>de</strong>quada, <strong>de</strong>ve-se seguir o princípio <strong>de</strong> que a melhor medida é<br />

aquela em que o valor medido está mais próximo do valor limite, em relação às outras escalas.<br />

Caso não se tenha idéia da amplitu<strong>de</strong> da gran<strong>de</strong>za a medir, faz-se uma primeira medição na maior<br />

escala disponível, apenas para <strong>de</strong>finir a escala mais a<strong>de</strong>quada, e a seguir faz-se a medida nesta<br />

escala.<br />

A conexão do multímetro para a medição <strong>de</strong> tensão, corrente ou resistência é procedida conforme<br />

<strong>de</strong>scrito a seguir.<br />

Tensão<br />

Uma tensão é sempre verificada entre dois pontos. Para medir tensão as ponteiras são encostadas<br />

nestes dois pontos. Se o valor apresentado no mostrador do multímetro for positivo, o ponto em<br />

que está encostada a ponteira vermelha correspon<strong>de</strong> ao pólo positivo e o ponto em que está<br />

encostada a ponteira preta, ao negativo. Caso o valor apresentado no mostrador seja negativo,vale<br />

o oposto. Um multímetro preparado para medir tensão apresenta elevada resistência elétrica para<br />

que sua inserção não altere o comportamento do circuito (<strong>de</strong>veria i<strong>de</strong>almente apresentar<br />

resistência infinita).<br />

Corrente<br />

para um multímetro medir corrente, esta <strong>de</strong>ve circular através do instrumento. Para isto o circuito<br />

<strong>de</strong>ve ser interrompido e aos dois pontos resultantes da interrupção <strong>de</strong>ve ser conectado o<br />

multímetro. Se a corrente entra pela ponteira vermelha (sentido convencional) um valor positivo <strong>de</strong><br />

corrente será apresentado no mostrador, e um valor negativo, caso a corrente entre na ponteira


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

17<br />

preta. Um multímetro preparado para medir corrente apresenta resistência elétrica muito baixa<br />

para que sua inserção não altere o comportamento do circuito (<strong>de</strong>veria i<strong>de</strong>almente, apresentar<br />

resistência nula – curto-circuito). Muito cuidado <strong>de</strong>ve ser tomado com o multímetro quando pronto<br />

para medição <strong>de</strong> corrente. Se seus terminais forem conectados aos terminais <strong>de</strong> uma fonte <strong>de</strong><br />

tensão, por exemplo, circulará, uma corrente muito elevada pelo instrumento, o que po<strong>de</strong>rá<br />

danificá-lo. A medição <strong>de</strong> corrente em várias partes <strong>de</strong> um circuito é um procedimento um pouco<br />

inconveniente, <strong>de</strong>vido ao risco <strong>de</strong> provocar curto-circuito em caso <strong>de</strong> mau uso, e principalmente,<br />

<strong>de</strong>vido à necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> alteração do circuito.<br />

Resistência<br />

Para medir a resistência <strong>de</strong> um resistor <strong>de</strong>ve-se encostar as ponteiras do multímetro aos sues<br />

terminais. Deve-se tomar o cuidado <strong>de</strong> que pelo menos um dos terminais do resistor não esteja<br />

conectado a nenhum outro componente <strong>de</strong> circuito. Para medir a resistência equivalente <strong>de</strong> um<br />

circuito composto exclusivamente por resistores, conectam-se as ponteiras do multímetro aos dois<br />

pontos <strong>de</strong> referencia.<br />

AMPERÍMETRO<br />

Objetivos<br />

Manuseio do aparelho<br />

Verificação da correlação entre as diversas<br />

Procedimento Experimental<br />

A – Estudo do aparelho<br />

1 – montar o circuito conforme a figura<br />

escala<br />

2 – <strong>de</strong>terminar o valor <strong>de</strong> cada divisão nas diversas escalas: n =<br />

n<br />

0<br />

divisões<br />

3 – medir o valor <strong>de</strong> I nas diversas escalas: I =<br />

n × i


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

18<br />

4 – variar a d.d.p.<br />

5 – fazer novas leituras conforme o número <strong>de</strong> operadores<br />

6 – converter o valor <strong>de</strong> cada escala:<br />

MEDIDA ESCALA 1 ESCALA 1 ESCALA 1 ESCALA 1<br />

B – Medida da resistência interna do amperímetro<br />

I - Primeiro método<br />

1 – montar o circuito da figura<br />

2 – fazer variar o comutador da fonte e <strong>de</strong>terminar os valores <strong>de</strong> corrente I no instrumento A 2 e a<br />

d.d.p. no voltímetro V. Tabelar os dados:<br />

I (mA) I (A) V (volts)<br />

3 – com os dados obtidos construa o gráfico V = f(I). o coeficiente angular da reta é a resistência<br />

∆ V<br />

interna do aparelho: R A = tgα<br />

=<br />

∆ I<br />

II - Segundo método<br />

1 - Montar o circuito da figura:


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

19<br />

VOLTÍMETRO<br />

Objetivos<br />

2 – Determinar nos amperímetros A 1 e A 2 e as correntes I e I A<br />

Sabe-se que as tensões V AB e V A’B’’<br />

AB A'B'<br />

U U =<br />

R AI<br />

A = RPIP<br />

on<strong>de</strong> IP<br />

= I − IA<br />

R AI<br />

A = RP<br />

( I − IA<br />

)<br />

( I<br />

R AI<br />

A = RP<br />

Manuseio do aparelho<br />

− IA<br />

)<br />

IA<br />

I(mA) I (A) IA(mA) IA (A) RA (Ω)<br />

Medida da resistência interna<br />

Fundamento teórico<br />

Procedimento <strong>experimental</strong><br />

as na tabela<br />

1 - A partir da tabela <strong>de</strong> símbolos obter as características do instrumento sendo utilizado, anotando-<br />

Símbolo característica<br />

2 – Montar o circuito elétrico da figura 1


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

20<br />

3 – Medir o valor <strong>de</strong> cada divisão nas diversas escalas<br />

escala<br />

n =<br />

nº<br />

divisões<br />

4 – Medir o valor <strong>de</strong> V nas diversas escalas<br />

V = n ⋅ i<br />

OHMÍMETRO<br />

Objetivos<br />

5 - Variar a d.d.p. na fornte<br />

Figura 1<br />

6 – Fazer leituras conforme o número <strong>de</strong> operadores, anotando os valores na tabela<br />

7 – Medida da resistência interna<br />

Medidas da d.d.p.<br />

Escala 1 Escala 2 Escala 3 Escala 4<br />

a - Montar o circuito da figura 2 (usar resistores <strong>de</strong> 10 kΩ e <strong>de</strong> 20 kΩ<br />

b - Medir a d.d.p. entre os pontos A e C: V AC = __________ volts<br />

c - Medir a d.d.p. entre os pontos A e B: V AB = __________ volts<br />

d – Calcular a d.d.p. entre os pontos B e C por: VBC = VAC<br />

− VAB<br />

V<br />

e – Calcular a corrente do circiuto: I =<br />

BC<br />

RBC<br />

V<br />

f – Calcular a resistência equivalente (REQ) entre os pontos A e B: R<br />

AB<br />

EQ =<br />

I<br />

g – Determinar a resistência interna do voltímetro:<br />

1 1 1 REQ<br />

⋅ R AB<br />

= + ∴ rv<br />

=<br />

REQ<br />

R AB rv<br />

R AB − REQ<br />

Utilizar o ohmímetro para medidas <strong>de</strong> resistência elétrica<br />

Figura 2


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

21<br />

Familiarizar com as escalas do instrumento<br />

Fundamento teórico<br />

O ohmímetro é um instrumento utilizado para fins <strong>de</strong> medidas <strong>de</strong> resistência elétrica. Faz,<br />

justamente com o voltímetro e o amperímetro parte do aparelho <strong>de</strong> medidas <strong>de</strong>nominado<br />

multímetro ou multiteste.<br />

A escala apresenta uma característica logarítimica como ilustra a figura 1.<br />

Figura 1<br />

Na chave seletora, encontramos as posições x1, x10, x100 e x1k, as quais, respectivamente,<br />

multiplicam o valor impresso na escala por 1, 10, 100 e 1000 obtendo o resultado em ohms (Ω).<br />

Para efetuarmos uma medida, <strong>de</strong>vemos fazer o ajuste <strong>de</strong> zero, para tanto curto circuitamos as sua<br />

pontas <strong>de</strong> prova, <strong>de</strong>flexionando o ponteiro até a região próximo ao zero da escala <strong>de</strong> ohms. A<br />

seguir movimenta-se o controle <strong>de</strong> ajuste (Ω ADJ) até o ponteiro coincidir com o traço referente ao<br />

zero. Esse ajuste <strong>de</strong>ve ser repetido toda vez que mudamos a posição da chave seletora. Feito o<br />

ajuste, colocamos as pontas <strong>de</strong> prova em contato com os terminais do componente a ser medido,<br />

observando que <strong>de</strong>vemos escolher uma posição para a chave seletora, <strong>de</strong> maneira a ter uma leitura<br />

em região da escala com boa <strong>de</strong>finição.<br />

Procedimento <strong>experimental</strong><br />

1 - Meça cada resistor e anote os valores na tabela 1. em cada medida, coloque a chave seletora<br />

em todas as posições, escolhendo uma <strong>de</strong> melhor conveniência para leitura, não esquecendo <strong>de</strong><br />

ajustar zero. Leia e anote para cada resistor sua tolerância.<br />

Valor nominal<br />

(Ω)<br />

Tolerância (%) Valor medido<br />

(Ω)<br />

2 - Compare os valores medidos com os valores nominais<br />

Posição da<br />

escala<br />

∆R %


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

22<br />

PRIMEIRA LEI DE OHM<br />

Objetivos<br />

Verificar <strong>experimental</strong>mente a primeira lei <strong>de</strong> OHM.<br />

Procedimento <strong>experimental</strong><br />

1 - Montar o circuito da figura:<br />

2 – Determinar a intensida<strong>de</strong> da corrente I para tantos valores quantos são os operadores; (variar a<br />

tensão da fonte)<br />

3 – Determinar a d.d.p. nos extremos <strong>de</strong> R<br />

U (volts) I (mA) I (A) R (Ω)<br />

4 – Com os valores tabelados construir o gráfico <strong>de</strong> V = f(I)<br />

5 – Calcular o valor <strong>de</strong> R pelo coeficiente angular da reta:<br />

∆V<br />

R =<br />

∆I<br />

R − RN<br />

6 - Calcular o erro em relação ao valor nominal: % E =<br />

× 100<br />

RN


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

23<br />

SEGUNDA LEI DE OHM<br />

Objetivos<br />

Verificar <strong>experimental</strong>mente a segunda lei <strong>de</strong> OHM.<br />

Procedimento <strong>experimental</strong><br />

I – Dependência do comprimento<br />

1 - Montar o circuito da figura:<br />

π d<br />

2<br />

2 – Medir o diâmetro do fio com auxílio do Palmer e calcular a área <strong>de</strong> secção por: S =<br />

4<br />

3 – Variar o comprimento do fio (L) e ler os valores <strong>de</strong> U e <strong>de</strong> I (para tantos valores quantos são os<br />

operadores; (variar o tensão da fonte))<br />

L (cm) V (volts) I (mA) I (A)<br />

S (cm 2 ) ρ (Ω.cm) R (Ω) R1 (Ω)<br />

4 – Calcular o valor <strong>de</strong> R:<br />

V<br />

R =<br />

I<br />

R.<br />

S<br />

5 – Calcular o valor <strong>de</strong> ρ (resistivida<strong>de</strong>): ρ =<br />

L<br />

6 – Calcular o valor <strong>de</strong> R:<br />

L<br />

R = ρ<br />

S<br />

7 - Calcular o erro em relação ao valor nominal:<br />

% E<br />

ρ − ρ T R − R1<br />

= × 100 e % E =<br />

× 100<br />

ρ T<br />

R1


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

24<br />

II – Dependência da seção transversal<br />

1 - Montar o circuito da figura:<br />

2 – Esticar o fio problema entre o trecho ab ± 1,0 m<br />

3 - Ler os valores <strong>de</strong> U e I anotando-os na tabela<br />

L (cm) V (volts) I (mA) I (A)<br />

S (cm 2 ) ρ (Ω.cm) R (Ω) R1 (Ω)<br />

4 - Multiplicar o fio entre a e b fixando-o bem nos isoladores e ler os valores <strong>de</strong> V e I<br />

5 - Repetir o item 3<br />

6 – Calcular o valor da resistivida<strong>de</strong>: ρ =<br />

7 – Calcular a resistência do fio:<br />

8 – Construir o gráfico R = f(S)<br />

L<br />

R = ρ<br />

S<br />

V.<br />

S<br />

I.<br />

L


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

25<br />

RESISTORES E CÓDIGO DE CORES<br />

Objetivos<br />

Ler o valor nominal <strong>de</strong> cada resistor através do código <strong>de</strong> cores<br />

Determinar a máxima potência dissipada pelo resistor através <strong>de</strong> suas dimensões <strong>física</strong>s<br />

Fundamento teórico<br />

Resistores são componentes que têm por finalida<strong>de</strong> oferecer uma oposição á passagem <strong>de</strong> corrente<br />

elétrica, através <strong>de</strong> seu material. A essa oposição damos o nome <strong>de</strong> resistência elétrica, que possui<br />

como unida<strong>de</strong> o ohm (Ω).<br />

Classificamos os resistores em dois tipos; fixos e variáveis. Os resistores fixos são aqueles cujo<br />

valor da resistência não po<strong>de</strong> ser alterada, enquanto que os variáveis têm sua resistência<br />

modificada, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma faixa <strong>de</strong> valores através <strong>de</strong> um cursor móvel.<br />

Os resistores fixos são comumente especificados por três parâmetros: o valor nominal da<br />

resistência elétrica; a tolerância, ou seja, a máxima variação em porcentagem do valor nominal; e a<br />

máxima potência elétrica dissipada.<br />

Dentre os tipos <strong>de</strong> resistores fixos, <strong>de</strong>stacamos os <strong>de</strong> fio, <strong>de</strong> filme <strong>de</strong> carbono e <strong>de</strong> filme metálico.<br />

Resistor <strong>de</strong> fio<br />

Consiste em um tubo cerâmico, que servirá <strong>de</strong> suporte para enrolarmos um <strong>de</strong>terminado<br />

comprimento <strong>de</strong> fio, <strong>de</strong> liga especial para se obter o valor da resistência esperado. Os terminais<br />

<strong>de</strong>sse fio são conectados às braça<strong>de</strong>iras presas ao tubo. Além <strong>de</strong>sse, existem outros tipos<br />

construtivos esquematizados, conforme a figura 1.<br />

Figura 1<br />

Os resistores <strong>de</strong> fio são encontrados com valores <strong>de</strong> resistência <strong>de</strong> alguns ohms, até alguns<br />

quiloohms, e são aplicados on<strong>de</strong> se exige altos valores <strong>de</strong> potência, acima <strong>de</strong> 5 W, sendo suas<br />

especificações impressas no próprio corpo.<br />

Resistor <strong>de</strong> filme <strong>de</strong> carbono


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

26<br />

Consiste em um cilindro <strong>de</strong> porcelana recoberto com um filme <strong>de</strong> carbono. O valor da resistência é<br />

obtido mediante a formação <strong>de</strong> um sulco, transformando a película em uma fita helicoidal. Esse<br />

valor po<strong>de</strong> variar conforme a espessura do filme ou a largura da fita. Como revestimento,<br />

encontramos uma resina protetora sobre a qual será impresso um código <strong>de</strong> cores, i<strong>de</strong>ntificando<br />

seu valor nominal e tolerância.<br />

Figura 2<br />

Os resistores <strong>de</strong> filme <strong>de</strong> carbono são <strong>de</strong>stinados ao uso <strong>geral</strong> e suas dimensões <strong>física</strong>s <strong>de</strong>terminam<br />

a máxima potência que po<strong>de</strong> dissipar.<br />

Resistor <strong>de</strong> filme metálico<br />

Sua estrutura é idêntica ao <strong>de</strong> filme <strong>de</strong> carbono, somente que, utiliza uma liga metálica (níquel-<br />

cromo) para formar a película, obtendo valores mais precisos <strong>de</strong> resistência, com tolerâncias <strong>de</strong> 1%<br />

e 2%.<br />

Código <strong>de</strong> cores<br />

O código <strong>de</strong> cores, utilizado nos resistores <strong>de</strong> película, é visto na figura 3 e na tabela 1 abaixo.<br />

COR 1 a FAIXA<br />

(A)<br />

Figura 3<br />

2 a FAIXA<br />

(B)<br />

3 a FAIXA<br />

(B)<br />

FATOR<br />

MULTIPLICATIVO<br />

(C)<br />

TOLERÃNCIA<br />

PRETO ------------- 0 0 X 1 -------------<br />

MARRON 1 1 1 X 10 ± 1%<br />

VERMELHO 2 2 2 X 10 2 ± 2%<br />

LARANJA 3 3 3 X 10 3 -------------<br />

AMARELO 4 4 4 X 10 4 -------------<br />

VERDE 5 5 5 X 10 5 -------------<br />

AZUL 6 6 6 X 10 6 -------------<br />

VIOLETA 7 7 7 ------------- -------------<br />

CINZA 8 8 8 ------------- -------------<br />

BRANCO 9 9 9 ------------- -------------<br />

OURO ------------- ------------- ------------- X 10 -1 ± 5%<br />

PRATA ------------- ------------- ------------- X 10 -2 ± 10%<br />

A B C D E<br />

(D)


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

27<br />

Observações<br />

A ausência <strong>de</strong> faixa <strong>de</strong> tolerância indica que esta é <strong>de</strong> ± 20%.<br />

Para resistores <strong>de</strong> precisão encontramos cinco faixas on<strong>de</strong> as três primeiras representam o primeiro, o segundo<br />

e o terceiro algarismos significativos e as <strong>de</strong>mais, respectivamente, fator multiplicativo e tolerância.<br />

A figura 4 mostra a especificação <strong>de</strong> potencia com dimensões, em tamanho natural.<br />

Figura 4<br />

A tabela 2 a seguir mostra os valores padronizados <strong>de</strong> resistores <strong>de</strong> película normalmente<br />

encontrados<br />

1 – série: 5%, 10% e 20% <strong>de</strong> tolerância.<br />

10 12 15 18 22 27 33 39<br />

47 56 68 82<br />

2 – série: 2 % e 5% <strong>de</strong> tolerância.<br />

10 11 12 13 15 16 18 20<br />

22 24 27 30 33 36 39 43<br />

47 51 56 62 68 75 82 91<br />

3 – série: 1% <strong>de</strong> tolerância.<br />

100 102 105 107 110 113 115 118<br />

121 124 127 130 133 137 140 143<br />

147 150 154 158 162 165 169 174<br />

178 182 187 191 196 200 205 210<br />

215 221 226 232 237 243 249 255<br />

261 267 274 280 287 294 301 309<br />

316 324 332 340 348 357 365 374<br />

383 392 402 412 422 432 442 453<br />

464 475 487 499 511 523 536 549<br />

562 576 590 604 619 634 649 665<br />

681 698 715 732 750 768 787 806<br />

825 845 866 887 909 931 953 976


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

28<br />

Procedimento <strong>experimental</strong><br />

1 – Faça a leitura <strong>de</strong> cada resistor e anote no quadro o valor nominal,a tolerância e a potência<br />

resistor Valor nominal tolerância Potência (W)<br />

R1<br />

R2<br />

R3<br />

R4<br />

R5<br />

R6<br />

R7<br />

R8<br />

R9<br />

R10


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

29<br />

CIRCUITO SÉRIE E<br />

CIRCUITO PARALELO DE RESISTORES<br />

Objetivos<br />

Determinar a resistência equivalente <strong>de</strong> um circuito paralelo<br />

Constatar, <strong>experimental</strong>mente, as proprieda<strong>de</strong>s relativas à tensão e corrente da associação.<br />

Fundamento teórico<br />

Dois ou mais resistores formam uma associação <strong>de</strong>nominada circuito paralelo, quando ligado um<br />

ao outro. Quando alimentado o circuito apresenta as seguintes proprieda<strong>de</strong>s: a tensão é a mesma<br />

em todos os resistores e igual ao valor da fonte: E = VR1<br />

= VR2<br />

= ... = VRN<br />

a somatória da<br />

corrente nos resistores é igual a corrente fornecida pela fonte: I = IR1<br />

+ IR2<br />

+ ... + IRN<br />

aplicando a<br />

Lei <strong>de</strong> Ohm ( V = RI ) em cada resistor teremos:<br />

membros por E, teremos:<br />

1 1 1 1<br />

= + + ... +<br />

REQ<br />

R1<br />

R2<br />

RN<br />

Procedimento <strong>experimental</strong><br />

1 - Montar o circuito da figura 1:<br />

I 1 1 1<br />

= + + ... + on<strong>de</strong><br />

E R1<br />

R 2 RN<br />

E E E<br />

I = + + ... + dividindo ambos os<br />

R1<br />

R 2 RN<br />

I<br />

=<br />

E<br />

1<br />

REQ<br />

Figura 1<br />

. Po<strong>de</strong>mos portanto escrever:<br />

2 - Através do código <strong>de</strong> cores <strong>de</strong>terminar a resistência nominal <strong>de</strong> cada um dos resistores e<br />

calcular o valor da resistência equivalente (R eq 1):<br />

3 - Com o auxílio do Ohmímetro medir a resistência <strong>de</strong> cada um dos resistores e calcular o valor da<br />

resistência equivalente (R eq 2):<br />

4 - Medir a resistência equivalente (R eqM) do circuito utilizando o Ohmimetro:<br />

________________________________________________________________________<br />

5 - Calcular o erro para os valores calculados acima


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

30<br />

% E<br />

6 - Montar o circuito da figura 2:<br />

R eqM − R eq1<br />

=<br />

R eqM<br />

% E<br />

R eqM − R eq 2<br />

=<br />

R eqM<br />

%E1= ________ %E2= ________<br />

Figura 2<br />

7 - Através do código <strong>de</strong> cores <strong>de</strong>terminar a resistência nominal <strong>de</strong> cada um dos resistores e<br />

calcular o valor da resistência equivalente (R eq 1):<br />

8 - Com o auxílio do Ohmimetro medir a resistência <strong>de</strong> cada um dos resistores e calcular o valor da<br />

resistência equivalente (R eq 2):<br />

9 - Medir a resistência equivalente (R eqM) do circuito utilizando o Ohmimetro:<br />

________________________________________________________________________<br />

10 - Calcular o erro para os valores calculados acima<br />

% E<br />

11 - Montar o circuito da figura 3:<br />

R eqM − R eq1<br />

=<br />

R eqM<br />

% E<br />

R eqM − R eq 2<br />

=<br />

R eqM<br />

%E1= ________ %E2= ________<br />

Figura 3<br />

12 - Através do código <strong>de</strong> cores <strong>de</strong>terminar a resistência nominal <strong>de</strong> cada um dos resistores e<br />

calcular o valor da resistência equivalente (R eq 1):<br />

13 - Com o auxílio do Ohmimetro medir a resistência <strong>de</strong> cada um dos resistores e calcular o valor<br />

da resistência equivalente (R eq 2):<br />

14 - Medir a resistência equivalente (R eqM) do circuito utilizando o Ohmimetro:<br />

________________________________________________________________________


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

31<br />

15 - Calcular o erro para os valores calculados acima<br />

% E<br />

16 - Montar o circuito da figura 4:<br />

R eqM − R eq1<br />

=<br />

R eqM<br />

% E<br />

R eqM − R eq 2<br />

=<br />

R eqM<br />

%E1= ________ %E2= ________<br />

Figura 4<br />

17 - Através do código <strong>de</strong> cores <strong>de</strong>terminar a resistência nominal <strong>de</strong> cada um dos resistores e<br />

calcular o valor da resistência equivalente (R eq 1):<br />

18 - Com o auxílio do Ohmimetro medir a resistência <strong>de</strong> cada um dos resistores e calcular o valor<br />

da resistência equivalente (R eq 2):<br />

19 - Medir a resistência equivalente (R eqM) do circuito utilizando o Ohmimetro:<br />

________________________________________________________________________<br />

20 - Calcular o erro para os valores calculados acima<br />

% E<br />

R eqM − R eq1<br />

=<br />

R eqM<br />

% E<br />

R eqM − R eq 2<br />

=<br />

R eqM<br />

%E1= ________ %E2= _______


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

32<br />

RESISTÊNCIA INTERNA DE UM GERADOR<br />

Objetivo<br />

Medir a resistência interna <strong>de</strong> um gerador.<br />

Fundamento teórico<br />

Uma fonte <strong>de</strong> força eletromotriz possui uma resistência interna, cujo valor <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> dos materiais e<br />

processos <strong>de</strong> fabricação e principalmente do uso <strong>de</strong>sta fonte. Suponhamos uma carga R ligada a<br />

uma <strong>de</strong>stas fontes <strong>de</strong> força eletromotriz (FEM), com uma resistência interna não nula, tal como<br />

visto na figura 1.<br />

Figura 1 Figura 2<br />

Nesta situação temos: ε = R ⋅ i + r ⋅ i , on<strong>de</strong> ε fonte <strong>de</strong> FEM, R carga do circuito e r resistência interna<br />

do gerador. Por outro lado, o termo R.i equivale à tensão (V ab) no resistor R, <strong>de</strong> modo que:<br />

Vab = ε − r ⋅ i<br />

Se tomamos um gráfico <strong>de</strong> V ab x i , obteremos uma reta cujo coeficiente angular é –r (resistência<br />

interna do gerador), conforme ilustra a figura 2.<br />

Procedimento <strong>experimental</strong><br />

1 - Montar o circuito da figura 3<br />

2 - Variar R e anotar os valores <strong>de</strong> V e i correspon<strong>de</strong>ntes:<br />

V<br />

Figura 3


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

33<br />

(volts)<br />

i (mA)<br />

3 – Construa o gráfico V ab x i .Observe que para i = 0 temos V = ε= _____________; Por que?<br />

4 - Determine a resistência interna do gerador por: Vab = ε − r ⋅ i<br />

5 - Determine a resistência interna do gerador a partir equação da reta.<br />

POTÊNCIA ENTREGUE POR UM GERADOR<br />

Objetivos<br />

Estudar a transferência <strong>de</strong> potência do gerador para um circuito<br />

Verificar <strong>experimental</strong>mente as condições <strong>de</strong> máxima transferência <strong>de</strong> potência.<br />

Fundamento teórico<br />

As potências envolvidas num circuito formado por um gerador <strong>de</strong> tensão real alimentando uma<br />

<strong>de</strong>terminada carga, são as seguintes:<br />

PM = ε ⋅ i ⇒ potência motriz gerada pelo gerador<br />

2<br />

PJ = r ⋅ i ⇒ potência dissipada pelo gerador<br />

PE = V ⋅ i ⇒ potência elétrica fornecida<br />

a relação entre as potências é dada por: PE = PM<br />

− PJ<br />

O rendimento percentual do gerador, quando o mesmo alimenta uma <strong>de</strong>terminada carga po<strong>de</strong> ser<br />

<strong>de</strong>terminado por uma das seguintes expressões:<br />

P<br />

%<br />

E V<br />

η = × 100 ou η % = × 100<br />

PM<br />

ε<br />

Quando um gerador está ligado externamente a um resistor (R), o valor da resistência do circuito<br />

externo que extrai a potência máxima é RM = r<br />

Essa proprieda<strong>de</strong> po<strong>de</strong> dar um processo <strong>de</strong> medida <strong>de</strong> r: se variarmos a resistência do circuito<br />

externo até obter a potência máxima, o valor <strong>de</strong> R que correspon<strong>de</strong> a essa potência é igual ao da<br />

resistência interna r do gerador.<br />

A figura 1 mostra, num único sistema cartesiano, a curva da potência elétrica fornecida por um<br />

gerador em função da corrente <strong>de</strong> saída sobreposta á curva característica <strong>de</strong> saída do mesmo<br />

gerador. Pelo gráfico percebe-se que a máxima transferência <strong>de</strong> potência elétrica ( P EMT ) ocorre no<br />

ponto Q da curva <strong>de</strong> saída do gerador <strong>de</strong> tensão on<strong>de</strong> a corrente <strong>de</strong> saída (i) é meta<strong>de</strong> da corrente<br />

<strong>de</strong> curto circuito (i cc) e a tensão <strong>de</strong> saída (V) é a meta<strong>de</strong> da tensão em aberto do gerador (ε):<br />

i<br />

i<br />

cc ε<br />

= e V =<br />

2 2


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

34<br />

Figura 1<br />

Para que a tensão <strong>de</strong> saída caia pela meta<strong>de</strong>, é necessário que a carga (R) tenha o mesmo valor<br />

da resistência interna do gerador, já que ambas forma um divisor <strong>de</strong> tensão, ou seja RM = r .<br />

Assim é fácil comprovar que na condição <strong>de</strong> máxima transferência <strong>de</strong> potência, tem-se que a<br />

potência elétrica máxima e o rendimento do gerador valem respectivamente:<br />

η % = 50%<br />

Procedimento <strong>experimental</strong><br />

2<br />

ε<br />

PEMT<br />

= e<br />

4 ⋅ r<br />

1 - Montar o circuito da figura 2, variar a corrente que atravessa o gerador, variando R no reostato,<br />

medir a corrente i e a tensão correspon<strong>de</strong>nte; anotar o valor na tabela:<br />

V (volts)<br />

I (ampéres)<br />

Figura 2<br />

2 - Traçar a curva do gerador e <strong>de</strong>terminar sua força eletromotriz, sua corrente <strong>de</strong> curto circuito,<br />

bem como a resistência interna<br />

3 - Calcular as potências transferidas ao resistor para cada corrente, e lançar os resultados na<br />

tabela:<br />

P<br />

4 - Calcular as resistências (R) do circuito externo e lançar os dados na tabela;<br />

R (ohms)<br />

5 - Traçar a curvas: <strong>de</strong> potência em função da corrente (P=f(i))<br />

6 - Determinar a potência máxima e o rendimento do gerador.


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

35<br />

CAPACITORES<br />

Objetivos<br />

Mostrar os principais tipos <strong>de</strong> capacitores<br />

Caracterizar a estrutura interna dos capacitores<br />

Utilizar os códigos <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> capacitores<br />

Fundamento teórico<br />

Capacitor – capacitância<br />

Capacitor é um dispositivo que consiste <strong>de</strong> duas placas condutoras (chamadas <strong>de</strong> armaduras),<br />

separadas por um material isolante (dielétrico). Um capacitor serve para armazenar cargas.<br />

A capacida<strong>de</strong> que tem um capacitor para armazenar cargas <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da sua capacitância (C). A<br />

capacitância por sua vez, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da área das placas, da espessura do dielétrico e material <strong>de</strong><br />

que é feito o dielétrico.<br />

No caso <strong>de</strong> um capacitor <strong>de</strong> placas planas e paralelas, a sua capacitância será dada por:<br />

ε ⋅ S<br />

C =<br />

d<br />

on<strong>de</strong> ε é a constante dielétrica, S a área <strong>de</strong> uma das placas (iguais) e d a espessura do dielétrico. A<br />

capacitância será dada em farads (F).<br />

Quando ligamos um capacitor a um gerador, o capacitor adquire uma carga Q. A placa superior fica<br />

com uma carga +Q (falta <strong>de</strong> elétrons), enquanto a placa inferior ficará com uma carga –Q (excesso<br />

<strong>de</strong> elétrons). O número <strong>de</strong> elétrons, em excesso em uma placa, é igual ao número <strong>de</strong> elétrons<br />

faltantes na outra placa. A relação entre capacitância, carga adquirida é tensão aplicada que é dada<br />

pela fórmula:<br />

Q<br />

C = ou Q = C ⋅ V<br />

V<br />

a carga adquirida é diretamente proporcional à capacitância e a tensão aplicada.


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

36<br />

Devido às dificulda<strong>de</strong>s construtivas, os capacitores encontram-se situados em faixa <strong>de</strong> valores<br />

−6<br />

−9<br />

submúltiplos do farad como o microfarad ( µ F = 10 F ), nanofarad ( nF = 10 F ) e o picofarad<br />

−12<br />

( pF = 10 F ).<br />

Além do valor da capacitância, é preciso especificar o valor limite da tensão a ser aplicada entre<br />

seus terminais. Esse valor é <strong>de</strong>nominado tensão <strong>de</strong> isolação e varia conforme o tipo <strong>de</strong> capacitor.<br />

Na prática encontramos vários tipos <strong>de</strong> capacitores, com aplicações específicas, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo <strong>de</strong><br />

aspectos construtivos, tais como, material utilizado como dielétrico, tipo <strong>de</strong> armaduras e<br />

encapsulamento.<br />

Capacitores plásticos (poliestireno, poliéster)<br />

Consistem em duas folhas <strong>de</strong> alumínio separadas pelo dielétrico <strong>de</strong> material plástico. Sendo os<br />

terminais ligados às folhas <strong>de</strong> alumínio, o conjunto é bobinado e encapsulado, formando um<br />

sistema compacto. Uma outra técnica construtiva é a <strong>de</strong> vaporizar alumínio em ambas as faces do<br />

dielétrico, formando o capacitor. Essa técnica é <strong>de</strong>nominada <strong>de</strong> metalização e traz com vantagem,<br />

maior capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> comparação com os <strong>de</strong> mesmas dimensões não metalizados.<br />

Capacitores eletrolíticos <strong>de</strong> alumínio<br />

Consistem <strong>de</strong> uma folha <strong>de</strong> alumínio anodizada como armadura positiva (que por um processo<br />

eletrolítico forma uma camada <strong>de</strong> óxido <strong>de</strong> alumínio que serve como dielétrico) e um fluido<br />

condutor, o eletrólito que impregnado em um papel poroso, é colocado em contato com outra folha<br />

<strong>de</strong> alumínio <strong>de</strong> modo a formar a armadura negativa. O conjunto é bobinado, sendo a folha <strong>de</strong><br />

alumínio anodizada, ligada ao terminal positivo e a outra ligada a uma caneca tubular (que forma o<br />

encapsulamento do conjunto) e ao terminal negativo. Os capacitores eletrolíticos, por apresentarem<br />

o dielétrico como uma fina camada <strong>de</strong> óxido <strong>de</strong> alumínio e em uma das armaduras um fluido,<br />

constituem uma série <strong>de</strong> altos valores <strong>de</strong> capacitância, mas <strong>de</strong> valores limitados <strong>de</strong> tensão <strong>de</strong><br />

isolação e terminais polarizados. De forma idêntica encontramos os capacitores eletrolíticos <strong>de</strong><br />

tântalo, on<strong>de</strong> o dielétrico é formado por óxido <strong>de</strong> tântalo, cuja constante dielétrica faz obter-se um<br />

capacitor <strong>de</strong> pequenas dimensões, porém com valores <strong>de</strong> tensão <strong>de</strong> isolação, mais limitados.<br />

Capacitores cerâmicos<br />

Apresentam como dielétrico um material cerâmico, que é formado por uma camada <strong>de</strong> tinta, que<br />

contém elemento condutor, formando as armaduras. O conjunto recebe um revestimento isolante.<br />

São capacitores <strong>de</strong> baixos valores e altas tensões <strong>de</strong> isolação.<br />

Capacitores <strong>de</strong> capacitância variável<br />

São aqueles cuja capacitância po<strong>de</strong> ser facilmente mudada. Um dos tipos mais comuns é o <strong>de</strong><br />

dielétrico <strong>de</strong> ar. Para a sintonia <strong>de</strong> rádios (escolha <strong>de</strong> estação) normalmente usa-se este tipo <strong>de</strong><br />

capacitor.


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

37<br />

Códigos <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> capacitores<br />

Código numérico<br />

É composto por três números que indicam:<br />

na tabela abaixo apresenta-se os principais valores encontrados nos capacitores abaixo <strong>de</strong> 2 µ F e<br />

o código para representar esses valores. Para valores abaixo <strong>de</strong> 100 pF e acima <strong>de</strong> 1 µ F os valores<br />

reais são escritos diretamente no corpo do componente.<br />

Código <strong>de</strong> cores<br />

Encontram-se nas figuras e tabelas a seguir outras formas utilizadas para representar os valores<br />

dos capacitores, incluindo os códigos <strong>de</strong> cores nos capacitores tipo disco, tubulares e plásticos.


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

38


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

39<br />

Procedimento <strong>experimental</strong><br />

De posse <strong>de</strong> capacitores<br />

1 - Distinguir entre os diversos tipos construtivos<br />

2 - Utilizar os códigos <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação para caracteriza-los


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

40<br />

CARGA E DESCARGA DE UM CAPACITOR<br />

(CAPACITOR EM REGIME DC)<br />

Objetivo<br />

Verificar as situações <strong>de</strong> carga e <strong>de</strong>scarga <strong>de</strong> um capacitor<br />

Fundamento teórico<br />

Ao aplicarmos a um capacitor uma tensão contínua através <strong>de</strong> um resistor, esse se carrega com a<br />

tensão, cujo valor <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> do intervalo <strong>de</strong> tempo em que se <strong>de</strong>senvolverá o processo. Na figura 1<br />

temos um circuito para a carga do capacitor.<br />

Figura 1<br />

Estando o capacitor inicialmente <strong>de</strong>scarregado ( VC = 0 ), em t = 0 , fechamos a chave S do<br />

circuito. A corrente neste instante é a máxima do circuito, ou seja,<br />

E<br />

Imáx = . A partir daí, o<br />

R<br />

capacitor inicia um processo <strong>de</strong> carga com aumento gradativo da tensão entre seus terminais (V C)<br />

e com uma diminuição da corrente, obe<strong>de</strong>cendo a uma função exponencial, até atingir o valor zero,<br />

quando estiver totalmente carregado. A partir <strong>de</strong>sta característica po<strong>de</strong>mos equacionar a corrente<br />

em função do tempo e dos componentes do circuito:<br />

t<br />

−<br />

= ⋅ τ<br />

máx e I ) t ( i ou t<br />

E −<br />

i ( t)<br />

= ⋅ e τ<br />

R<br />

on<strong>de</strong>: i(t) é o valor da corrente num <strong>de</strong>terminado instante, I máx é o valor inicial da corrente no<br />

circuito, e é a base do logaritmo neperiano ( e = 2,<br />

72 ) e τ a constante <strong>de</strong> tempo do circuito<br />

( τ = R ⋅ C ).<br />

A partir da figura 1 po<strong>de</strong>mos escrever que: E = VR<br />

+ VC<br />

. Substituindo nessa a equação da<br />

corrente, teremos: C V ) t ( i R E = ⋅ +<br />

t<br />

−<br />

Que resulta: VC<br />

= E(<br />

1 − e τ ) , que é <strong>de</strong>nominada equação <strong>de</strong> carga do capacitor.<br />

Po<strong>de</strong>mos através da equação <strong>de</strong> carga levantar a característica do capacitor, ou seja, a tensão<br />

entre seus terminais em função do tempo conforme a figura 2.


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

41<br />

Figura 2<br />

Estando o capacitor carregado po<strong>de</strong>mos montar um circuito para a sua <strong>de</strong>scarga, como ilustrado na<br />

figura 3<br />

Figura 3<br />

No instante t=0, fechamos a chave s do circuito, e o capacitor inicia sua <strong>de</strong>scarga através do<br />

resistor R. Neste instante, a corrente no circuito será máxima e a partir daí diminui, obe<strong>de</strong>cendo a<br />

uma função exponencial, até atingir o valor zero, quando o capacitor estiver totalmente<br />

<strong>de</strong>scarregado. Na figura 4 temos esta característica.<br />

Figura 4<br />

t<br />

−<br />

Equacionando a corrente em função do tempo temos: = ⋅ τ<br />

máx e I ) t ( i .<br />

t<br />

−<br />

No circuito da figura 3 temos: v C = vR<br />

, on<strong>de</strong> Vc = R ⋅ i(<br />

t)<br />

ou VC<br />

= R ⋅ ( Imáx<br />

⋅ e τ )<br />

R ⋅ Imáx<br />

= VCmáx<br />

(tensão atingida pelo capacitor durante o processo <strong>de</strong> carga)<br />

t<br />

−<br />

V = ⋅ τ<br />

C Vcmáx<br />

e que é <strong>de</strong>nominada equação <strong>de</strong> <strong>de</strong>scarga do capacitor.<br />

Através <strong>de</strong>ssa equação, po<strong>de</strong>mos levantar a característica do capacitor durante a <strong>de</strong>scarga, como<br />

mostrado na figura 5.<br />

Procedimento <strong>experimental</strong><br />

1 - Monte o circuito da figura 6<br />

Figura 5


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

42<br />

Figura 6<br />

2 - Acione a chave S e o cronômetro simultaneamente. Determine e anote o instante em que cada<br />

tensão for atingida.<br />

VC<br />

(V)<br />

t (s)<br />

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11<br />

3 - Com o capacitor carregado monte o circuito da figura 7<br />

Figura 7<br />

4 - Acione a chave S e o cronômetro simultaneamente. Determine e anote o instante em que cada<br />

tensão for atingida.<br />

VC<br />

(V)<br />

t (s)<br />

11 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1 0<br />

5 - Com os valores obtidos, construa os gráficos VC = f(<br />

t)<br />

para a carga e <strong>de</strong>scarga do capacitor.


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

43<br />

OSCILOSCÓPIO<br />

Objetivo<br />

Familiarização com o aparelho<br />

Fundamento teórico<br />

O osciloscópio e um aparelho cuja finalida<strong>de</strong> é visualizar fenômenos elétricos, possibilitando medir<br />

tensões continuas, alternadas, períodos, freqüências e <strong>de</strong>fasagem com elevado grau <strong>de</strong> precisão.<br />

Os fenômenos elétricos são visualizados através <strong>de</strong> um tubo <strong>de</strong> raios catódicos que constitui o<br />

elemento principal do osciloscópio. O tubo <strong>de</strong> raios catódicos faz surgir um feixe <strong>de</strong> elétrons,<br />

através <strong>de</strong> um conjunto <strong>de</strong> elementos chamado canhão eletrônico, que incidindo em uma tela<br />

origina um ponto luminoso, que <strong>de</strong>flexionado produz uma figura. Basicamente po<strong>de</strong>mos<br />

representar o tudo <strong>de</strong> raio catódicos como visto na figura 1.<br />

Figura 1<br />

Na figura 2 apresenta-se o painel frontal <strong>de</strong> um osciloscópio.


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

44<br />

Figura 2<br />

Liga/intensida<strong>de</strong><br />

Liga o osciloscópio e possibilita o ajuste da intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong> brilho<br />

Foco<br />

Possibilita o ajuste do foco do feixe eletrônico<br />

Posição <br />

Posiciona verticalmente o feixe<br />

Posição <br />

Posiciona horizontalmente o feixe<br />

Chave AC/DC/O<br />

Na posição AC, permite a leitura <strong>de</strong> sinais alternados, na posição DC <strong>de</strong> níveis DC contínuos, e na<br />

posição O, aterra a entrada <strong>de</strong> amplificação vertical, <strong>de</strong>sligando a entrada vertical.<br />

Volts/div<br />

Atenuador vertical que gradua cada divisão na tela, na direção vertical, em valores específicos <strong>de</strong><br />

tensão.<br />

Tempo/div<br />

Varredura ou base <strong>de</strong> tempo que gradua cada divisão na tela, na direção horizontal, em valores<br />

específicos <strong>de</strong> tempo, além disso, possibilita <strong>de</strong>sligar o estágio, dando acesso à entrada horizontal.<br />

Chave INT/EXT/REDE<br />

Na posição INT, permite a utilização do sincronismo interno, na posição EXT dá acesso à entrada<br />

<strong>de</strong> sincronismo externo e na posição REDE, sincroniza a varredura com a re<strong>de</strong> elétrica.<br />

Chave + -<br />

Permite selecionar a polarida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sincronismo da figura na tela<br />

Nível sinc<br />

Permite o ajuste do nível <strong>de</strong> sincronismo.<br />

Cal<br />

Saída <strong>de</strong> um sinal interno <strong>de</strong> freqüência e amplitu<strong>de</strong> <strong>de</strong>finidas, utilizado para referência e<br />

calibração.<br />

Ent vertical


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

45<br />

Conector para ligação <strong>de</strong> ponta <strong>de</strong> prova para o acesso ao estágio vertical<br />

Ent Horizontal ou Sinc Ext<br />

Conector para ligação <strong>de</strong> ponta <strong>de</strong> prova, utilizado para o acesso ao estágio horizontal, ou <strong>de</strong><br />

sincronismo, conforme posicionamento dos controles <strong>de</strong> varredura (EXT) ou sincronismo (EXT).<br />

Conector terra do instrumento<br />

Procedimento <strong>experimental</strong><br />

1 – Faça um esquema do painel frontal do osciloscópio <strong>de</strong> sua bancada.<br />

2 – Ligue o osciloscópio cão a entrada vertical conectada à saída <strong>de</strong> calibração, através <strong>de</strong> uma<br />

ponta <strong>de</strong> prova.<br />

3 – Verifique e anote a atuação <strong>de</strong> cada controle


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

46<br />

MEDIDA DA TENSÃO E DA FREQÜÊNCIA<br />

Objetivos<br />

Verificar as formas <strong>de</strong> onda senoidal, triangular e quadrada<br />

Medir tensões alternadas, contínuas e freqüência<br />

Fundamento teórico<br />

Tensão contínua<br />

A tensão contínua po<strong>de</strong> ser contínua constante ou contínua variável. A tensão contínua constante<br />

mantém seu valor em função do tempo, enquanto que, a tensão contínua variável varia seu valor,<br />

mas sem mudar sua polarida<strong>de</strong>. A tensão contínua variável po<strong>de</strong> ser repetitiva ou periódica, ou<br />

seja, repetir um ciclo <strong>de</strong> mesmas características a cada intervalo <strong>de</strong> tempo. Para toda função<br />

periódica <strong>de</strong>finimos período T como sendo o número <strong>de</strong> ciclos em um intervalo <strong>de</strong> tempo igual a 1<br />

segundo. A unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> período é o hertz (Hz).<br />

1<br />

T =<br />

f<br />

para uma tensão com características periódicas existe a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se estabelecer um valor<br />

que indique a componente DC da forma <strong>de</strong> onda. Esse valor é <strong>de</strong>nominado valor DC ou valor médio<br />

e representa a relação entre a área em um intervalo <strong>de</strong> tempo igual ao período e o próprio período.<br />

O valor DC medido por um voltímetro nas escalas V DC e pelo osciloscópio.<br />

Tensão alternada<br />

É aquela que muda <strong>de</strong> polarida<strong>de</strong> com o tempo. A tensão alternada que nos é fornecida, através da<br />

re<strong>de</strong> elétrica, é senoidal por questões <strong>de</strong> geração e distribuição, ou seja, obe<strong>de</strong>ce a uma função do<br />

tipo v( t)<br />

= Vmáx<br />

sen( ωt<br />

+ θ)<br />

, on<strong>de</strong> v(t) é o valor instantâneo da tensão, Vmáx é o máximo valor<br />

que a tensão po<strong>de</strong> atingir, também <strong>de</strong>nominada <strong>de</strong> amplitu<strong>de</strong> ou tensão <strong>de</strong> pico. ω é a velocida<strong>de</strong><br />

2π<br />

angular ( ω = 2πf<br />

ou ω = ), te um instante qualquer e θ é o ângulo <strong>de</strong> <strong>de</strong>fasagem inicial. A<br />

T<br />

unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> tensão é expressa em volts (V), a da velocida<strong>de</strong> angular em radianos por segundo<br />

−1<br />

( rad ⋅ s ), a do tempo em segundos (s) e a <strong>de</strong> ângulo <strong>de</strong> <strong>de</strong>fasagem em radianos (rad).<br />

Além do valor <strong>de</strong> pico V P temos o valor pico a pico V PP que é igual à variação máxima entre o ciclo<br />

positivo e o negativo, e o valor eficaz V ef, que equivale a uma tensão contínua a qual aplicada a um<br />

elemento resistivo, dissipa a mesma potência que a alternada em questão. Para tensão alternada<br />

senoidal<br />

V<br />

V<br />

P<br />

ef = .<br />

2<br />

Gerador <strong>de</strong> funções


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

47<br />

Alguns tipos <strong>de</strong> tensões po<strong>de</strong>m ser geradas por um instrumento <strong>de</strong>nominado gerador <strong>de</strong> funções.<br />

Este instrumento gera sinais normalmente senoidais, triangulares e quadrados com possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

ajustes <strong>de</strong> freqüência e amplitu<strong>de</strong>, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> faixas pré-estabelecidas.<br />

Na figura 1 abaixo temos um mo<strong>de</strong>lo padrão <strong>de</strong> gerador <strong>de</strong> funções com a <strong>de</strong>scrição da finalida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> cada controle.<br />

Figura 1<br />

Escala <strong>de</strong> freqüência<br />

Permite o ajuste do algarismo a ser multiplicado<br />

Multiplicador<br />

Seleciona um fator multiplicativo<br />

Função<br />

Seleciona a função a ser gerada; senoidal, triangular ou quadrada<br />

Amplitu<strong>de</strong><br />

Ajusta a amplitu<strong>de</strong> do sinal <strong>de</strong> saída<br />

Medindo a tensão<br />

Utilizando o osciloscópio po<strong>de</strong>mos visualizar e medir os tipos <strong>de</strong> tensões anteriormente <strong>de</strong>scritos.<br />

Utilizando o canal vertical do osciloscópio que como entrada dispõe da chave AC/DC/O. Na posição<br />

DC o sinal através do amplificador vertical chega ás placas <strong>de</strong>fletoras verticais,com acoplamento<br />

direto, sem a perda <strong>de</strong> seu nível DC. Na posição AC o sinal passa por um capacitor, cuja finalida<strong>de</strong><br />

é o bloqueio do nível DC, permitindo que chegue ao amplificador vertical somente a variação do<br />

sinal.<br />

Tensão contínua<br />

Injeta-se o sinal <strong>de</strong> entrada vertical, ajusta-se um referência na tela através dos controles <strong>de</strong><br />

posicionamento e comuta-se a chave AC/DC/O da posição Ac para DC. Percebe-se um<br />

<strong>de</strong>slocamento do sinal equivalente ao seu nível DC e proporcional à posição do controle <strong>de</strong><br />

atenuação vertical. O valor da medida será o resultado da multiplicação do número <strong>de</strong> divisões<br />

<strong>de</strong>slocada, pela posição do atenuador vertical. Na figura 2 temos um exemplo.


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

48<br />

Figura 2<br />

Tensão alternada<br />

Injeta-se o sinal à entrada vertical posicionando-o através dos controles para melhor leitura. Com o<br />

estágio da varredura ligado, teremos na tela a forma <strong>de</strong> onda, on<strong>de</strong> é possível medir-se o valor <strong>de</strong><br />

pico (V P) ou valor pico a pico (V PP), bastando multiplicar o número <strong>de</strong> divisões ocupadas pela<br />

posição do atenuador vertical como mostra a figura 3.<br />

Figura 3<br />

Para melhor procedimento nas leituras po<strong>de</strong>-se <strong>de</strong>sligar o estágio <strong>de</strong> varredura. Não teremos mais<br />

a forma <strong>de</strong> onda na tela e sim sua variação em amplitu<strong>de</strong>, ou seja, um traço vertical, suficiente<br />

para as medidas <strong>de</strong> V P e V PP como mostrado na figura 4.<br />

Figura 4<br />

Medindo a freqüência<br />

Utiliza-se o método da varredura calibrada, on<strong>de</strong> se multiplica o valor da base <strong>de</strong> tempo pelo<br />

número <strong>de</strong> divisões ocupadas, pelo período da figura na tela, obtendo-se o valor do período. A<br />

freqüência obtém-se indiretamente pela expressão<br />

1<br />

f = . Exemplo é mostrado na figura 5.<br />

T


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

49<br />

Figura 5<br />

Procedimento <strong>experimental</strong><br />

1 - Ajuste a fonte <strong>de</strong> tensão com o voltímetro para valores especificados na tabela 1.<br />

2 - Meça cada valor como o osciloscópio, anotando a posição do atenuador vertical e o número <strong>de</strong><br />

divisões do <strong>de</strong>slocamento.<br />

Tabela 1<br />

V (V) Posição do<br />

2<br />

5<br />

8<br />

10<br />

15<br />

atenuador<br />

Número <strong>de</strong><br />

divisões<br />

V med<br />

Osciloscópio<br />

3 - Ajuste o gerador <strong>de</strong> sinais para freqüências especificadas na tabela 2, com amplitu<strong>de</strong> máxima<br />

para as formas <strong>de</strong> onda senoidal, quadrada e triangular.<br />

4 - Meça cada freqüência com o osciloscópio anotando a posição <strong>de</strong> varredura e o número <strong>de</strong><br />

divisões ocupadas pelo período.<br />

Tabela 2<br />

F GERADOR<br />

100 Hz<br />

5 Hz<br />

F GERADOR<br />

250 Hz<br />

1200 Hz<br />

F GERADOR<br />

600 Hz<br />

10 kHz<br />

Posição <strong>de</strong><br />

varredura<br />

Posição <strong>de</strong><br />

varredura<br />

Posição <strong>de</strong><br />

varredura<br />

Onda senoidal<br />

Número <strong>de</strong><br />

divisões<br />

Onda senoidal<br />

Número <strong>de</strong><br />

divisões<br />

Onda triangular<br />

Número <strong>de</strong><br />

divisões<br />

T (s -1 ) f (Hz)<br />

T (s -1 ) f (Hz)<br />

T (s -1 ) f (Hz)


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

50<br />

5 - Ajuste o gerador <strong>de</strong> sinais para freqüência <strong>de</strong> 60 Hz, onda senoidal.<br />

6 - Utilizando o multímetro, na escala V AC ajuste a saída do gerador para os valores especificados<br />

na tabela 3.<br />

7 - Para cada caso meça com o osciloscópio e complete a tabela 3<br />

Tabela 3<br />

V ef (voltímetro) V P V PP V ef (calculado)


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

51<br />

CIRCUITO RC SÉRIE EM REGIME AC<br />

Objetivo<br />

Verificar o comportamento <strong>de</strong> um circuito RC série em regime AC<br />

Fundamento teórico<br />

Todo circuito em regime AC oferece uma oposição á passagem <strong>de</strong> corrente elétrica <strong>de</strong>nominada<br />

impedância (Z) e cuja unida<strong>de</strong> é ohms (Ω). Quando no circuito houver elementos reativos, a<br />

corrente estará <strong>de</strong>fasada em relação à tensão, sendo que nestes casos., para a <strong>de</strong>vida análise do<br />

circuito, <strong>de</strong>ve-se construir o diagrama vetorial e obter-se as relações.<br />

Um dos circuitos, composto por um resistor em série com um capacitor <strong>de</strong>nominado RC série é<br />

visto na figura 1.<br />

Figura 1<br />

Na construção do diagrama vetorial visto na figura 2, consi<strong>de</strong>remos como referência a corrente,<br />

pois sendo um circuito série,esta é a mesma em todos os componentes,lembrando que no resistor<br />

π<br />

a tensão e a corrente estão em fase e no capacitor a corrente está adiantada <strong>de</strong> rad .<br />

2<br />

Figura 2<br />

Do diagrama temos que, a soma vetorial das tensões do resistor e do capacitor é igual a da tensão<br />

da fonte.<br />

2 2 2<br />

V = V + V<br />

ef Re f Cef<br />

dividindo todos os termos por 2<br />

I temos:<br />

ef<br />

2<br />

2<br />

2<br />

⎛ V ⎞ ⎛ V ⎞ ⎛ V ⎞<br />

ef<br />

=<br />

Re f<br />

+<br />

Cef<br />

⎜⎜⎜<br />

Ief<br />

⎟⎟⎟<br />

⎜⎜⎜<br />

Ief<br />

⎟⎟⎟<br />

⎜⎜⎜<br />

Ief<br />

⎟⎟⎟<br />

⎝ ⎠ ⎝ ⎠ ⎝ ⎠<br />

on<strong>de</strong>


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

52<br />

V V<br />

V<br />

ef<br />

= Z ,<br />

Re f<br />

= R e<br />

Cef<br />

= X C<br />

Ief<br />

Ief<br />

Ief<br />

portanto, po<strong>de</strong>mos escrever<br />

2 2 2<br />

Z = R + X ou Z = R<br />

2<br />

+ X<br />

2<br />

, que é o valor da impedância do circuito.<br />

C<br />

C<br />

O ângulo θ é a <strong>de</strong>fasagem entre a tensão e a corrente no circuito e po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>terminado através<br />

das relações trigonométricas do triângulo retângulo, on<strong>de</strong>:<br />

V X<br />

sen θ =<br />

Cef<br />

=<br />

C<br />

Vef<br />

Z<br />

V<br />

cos θ =<br />

Re f<br />

=<br />

Vef<br />

R<br />

Z<br />

VCef<br />

X C<br />

tgθ<br />

= =<br />

VRe<br />

f R<br />

Consi<strong>de</strong>rando a <strong>de</strong>fasagem, po<strong>de</strong>mos escrever as equações da corrente e da tensão em cada<br />

elemento do circuito.<br />

v( t)<br />

= Vmáx<br />

sen ωt<br />

i( t)<br />

= Imáx<br />

sen t<br />

( ω + θ)<br />

VR ( t)<br />

= VRmáx<br />

sen t<br />

( ω + θ)<br />

⎛ π ⎞<br />

VC ( t)<br />

= VCmáx<br />

sen⎜⎝<br />

ωt<br />

+ θ − ⎟⎠ 2<br />

Procedimento <strong>experimental</strong><br />

1 - Monte o circuito da figura 3. Ajuste o gerador <strong>de</strong> sinais para 5 V pp, onda senoidal.<br />

Figura 3<br />

2 - Varie a freqüência do gerador <strong>de</strong> sinais, conforme a tabela 1. Para cada valor ajustado meça e<br />

anote a tensão pico a pico em cada componente.<br />

Tabela 1<br />

f (kHz) V Rpp (V) V Ref (V) V Cpp (V) V Cef (V)<br />

100<br />

200<br />

400<br />

600<br />

800<br />

1000<br />

3 - Calcule o valor eficaz da s tensões no resistor e no capacitor completando a tabela 1.<br />

4 - Utilizando o mesmo circuito, ligado ao osciloscópio conforme a figura 4, meça e anote os<br />

valores <strong>de</strong> 2 a e 2b para as freqüências na tabela 2.


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

53<br />

Tabela 2<br />

Figura 4<br />

f (kHz) 2a 2b ∆θ<br />

100<br />

200<br />

400<br />

600<br />

800<br />

1000<br />

5 - Calcule a <strong>de</strong>fasagem entre tensão e corrente no circuito da figura 3, anotando os valores na<br />

tabela 2<br />

6 - Construa o gráfico ∆ θ = f(<br />

f)<br />

, com os valores da tabela 2.<br />

7 - Explique porque, utilizando a ligação ao osciloscópio, estamos medindo a <strong>de</strong>fasagem entre<br />

tensão e corrente.


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

54<br />

INDUTOR EM REGIME AC<br />

Objetivo<br />

Verificar a variação da reatância indutiva com a freqüência.<br />

Fundamento teórico<br />

Um indutor, quando percorrido por uma corrente elétrica alternada oferece uma oposição à<br />

passagem da mesma, imposta por campo magnético <strong>de</strong>nominada reatância indutiva. Essa reatância<br />

indutiva é diretamente proporcional à freqüência da corrente, ao valor do indutor e é dada por:<br />

XL = ωL<br />

ou XL = 2πfL<br />

.<br />

Sendo a reatância indutiva uma oposição à passagem <strong>de</strong> corrente, a sua unida<strong>de</strong> é ohms (Ω). Da<br />

relação XL = 2πfL<br />

po<strong>de</strong>mos traçar o gráfico da reatância indutiva em função da freqüência<br />

indicada na figura 1.<br />

Figura 1<br />

Da figura 1 concluímos que à medida que a reatância indutiva aumenta com a freqüência.<br />

Aplicando uma tensão alternada aos terminais <strong>de</strong> um indutor, surgirá uma corrente alternada, pois<br />

o indutor irá energizar-se e <strong>de</strong>senergizar-se continuamente em função da característica <strong>de</strong>sta<br />

tensão. Medindo-se os valores da tensão e da corrente po<strong>de</strong>mos obter o valor da reatância indutiva<br />

pela relação:<br />

V<br />

X<br />

ef<br />

L = .<br />

Ief<br />

Lembrando que quando o indutor está energizado ( VL = 0 ), a corrente é máxima e negativa e<br />

quando <strong>de</strong>senergizado ( V L = Vmáx<br />

), a corrente é nula, po<strong>de</strong>mos em função disso representar<br />

graficamente essa situação como ilustrado na figura 2.<br />

Figura 2


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

55<br />

π<br />

Observando a figura 2 notamos que a corrente está atrasada <strong>de</strong> rad , em relação à tensão,<br />

2<br />

portanto temos que, a corrente obe<strong>de</strong>ce à equação:<br />

π<br />

V<br />

I = Imáx<br />

sen( ωt<br />

− ) , on<strong>de</strong> I<br />

Cmáx<br />

máx = .<br />

2<br />

XL<br />

Procedimento <strong>experimental</strong><br />

1- Monte o circuito da figura 3. Ajuste a freqüência do gerador <strong>de</strong> sinais para 10 kHz.<br />

Figura 3<br />

2 - Ajuste a tensão do gerador <strong>de</strong> sinais para se obter no resistor as tensões marcadas na tabela 1.<br />

Para cada caso meça e anote a tensão pico a pico no indutor.<br />

Tabela 1<br />

V Rpp (V) 1 2 3 4 5<br />

V Ref (V)<br />

I ef (A)<br />

V Lpp (V)<br />

V Lef (V)<br />

X L (Ω)<br />

3 - Ajuste o gerador <strong>de</strong> sinais para 1 V pp, mantendo-a constante a cada medida. Varie a freqüência<br />

<strong>de</strong> acordo com a tabela 2. Meça e anote para cada caso o valor da tensão pico a pico no resistor e<br />

no indutor.<br />

Tabela 2<br />

f (kHz) V Rpp (V) V Ref (V) V Lpp (V) V Lef (V) I ef (A) X L (Ω)<br />

1<br />

2<br />

3<br />

4<br />

5<br />

6<br />

7<br />

8<br />

9<br />

10<br />

4 - Calcule V Ref e V Lef, anotando seus valores na tabela 2<br />

VRe<br />

f<br />

5 - Calcule Ief<br />

= , anotando o resultado na tabela 2<br />

R<br />

VLef<br />

6 - Calcule X L = , anotando o resultado na tabela 2<br />

Ief<br />

7 - Calcule XL = 2πfL<br />

e compare com os valores obtidos na tabela 2.<br />

8 - Com os dados da tabela 2, construa o gráfico XL −<br />

f(<br />

f)


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

56<br />

CIRCUITO RL SÉRIE EM REGIME AC<br />

Objetivo<br />

Verificar o comportamento <strong>de</strong> um circuito RL série em regime AC<br />

Fundamento teórico<br />

O circuito RL série, composto por um resistor em série com um indutor, é visto na figura 1.<br />

Figura 1<br />

Na construção do diagrama vetorial visto na figura 2, consi<strong>de</strong>remos como referência a corrente,<br />

pois sendo um circuito série, esta é a mesma em todos os componentes e no indutor. No resistor a<br />

π<br />

corrente está em fase e no indutor está atrasada <strong>de</strong> rad .<br />

2<br />

Figura 2<br />

Do diagrama temos que, a soma vetorial das tensões do resistor e do indutor é igual a da tensão<br />

da fonte.<br />

2 2 2<br />

V = V + V<br />

ef Re f Lef<br />

dividindo todos os termos por 2<br />

I temos:<br />

ef<br />

2<br />

2 2<br />

⎛ V ⎞ ⎛ V ⎞ ⎛ V ⎞<br />

ef<br />

=<br />

Re f<br />

+<br />

Lef<br />

⎜⎜⎜<br />

Ief<br />

⎟⎟⎟<br />

⎜⎜⎜<br />

Ief<br />

⎟⎟⎟<br />

⎜⎜⎜<br />

Ief<br />

⎟⎟⎟<br />

⎝ ⎠ ⎝ ⎠ ⎝ ⎠<br />

on<strong>de</strong><br />

V V<br />

V<br />

ef<br />

= Z ,<br />

Re f<br />

= R e<br />

Lef<br />

= XL<br />

Ief<br />

Ief<br />

Ief<br />

portanto, po<strong>de</strong>mos escrever<br />

2 2 2<br />

Z = R + X ou Z = R<br />

2<br />

+ X<br />

2<br />

, que é o valor da impedância do circuito.<br />

L<br />

L<br />

O ângulo θ <strong>de</strong> <strong>de</strong>fasagem entre a tensão e a corrente no circuito, po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>terminado através<br />

das relações trigonométricas do triângulo retângulo, on<strong>de</strong>:<br />

V X<br />

sen θ =<br />

Lef<br />

=<br />

L<br />

Vef<br />

Z<br />

V<br />

cos θ<br />

=<br />

Re f<br />

=<br />

Vef<br />

R<br />

Z


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

57<br />

V X<br />

tgθ<br />

=<br />

Lef<br />

=<br />

L<br />

VRe<br />

f R<br />

Consi<strong>de</strong>rando a <strong>de</strong>fasagem, po<strong>de</strong>mos escrever as equações da corrente e da tensão em cada<br />

elemento do circuito.<br />

v( t)<br />

= Vmáx<br />

sen ωt<br />

i( t)<br />

= Imáx<br />

sen t<br />

( ω − θ)<br />

VR ( t)<br />

= VRmáx<br />

sen t<br />

( ω − θ)<br />

⎛ π ⎞<br />

VL ( t)<br />

= VLmáx<br />

sen⎜⎝<br />

ωt<br />

− θ + ⎟⎠ 2<br />

Procedimento <strong>experimental</strong><br />

1 - Monte o circuito da figura 3. Ajuste o gerador <strong>de</strong> sinais para 5 V pp, onda senoidal.<br />

Figura 3<br />

2 - Varie a freqüência do gerador <strong>de</strong> sinais, conforme a tabela 1. Para cada valor ajustado meça e<br />

anote a tensão pico a pico em cada componente.<br />

Tabela 1<br />

f (kHz) V Rpp (V) V Ref (V) V Cpp (V) V Cef (V)<br />

10<br />

20<br />

40<br />

60<br />

80<br />

100<br />

3 - Calcule o valor eficaz da s tensões no resistor e no indutor completando a tabela 1.<br />

4 - Utilizando o mesmo circuito, ligado ao osciloscópio conforme a figura 4, meça e anote os<br />

valores <strong>de</strong> 2 a e 2b para as freqüências na tabela 2.<br />

Figura 4


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

58<br />

Tabela 2<br />

f (kHz) 2a 2b ∆θ<br />

10<br />

20<br />

40<br />

60<br />

80<br />

100<br />

5 - Calcule a <strong>de</strong>fasagem entre tensão e corrente no circuito da figura 3, anotando os valores na<br />

tabela 2<br />

6 - Construa o gráfico ∆ θ = f(<br />

f)<br />

, com os valores da tabela 2.


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

59<br />

CIRCUITO RLC SÉRIE EM REGIME AC<br />

Objetivo<br />

Verificar o comportamento <strong>de</strong> um circuito RLC série em regime AC<br />

Fundamento teórico<br />

O circuito RLC série é composto por um resistor, um capacitor e um indutor, associados em série,<br />

conforme mostra a figura 1<br />

Figura 1<br />

Na construção do diagrama vetorial visto na figura 2 consi<strong>de</strong>ramos como referência a corrente,<br />

π<br />

sendo que neste caso, ela está adiantada <strong>de</strong> rad<br />

2<br />

em relação à tensão no indutor. Para fins <strong>de</strong><br />

diagrama vetorial, utiliza-se a resultante, pois, os vetores que representam a tensão no capacitor e<br />

a tensão no indutor, têm a mesma direção e sentido opostos, condizentes com os efeitos<br />

capacitivos e indutivos.<br />

Figura 2<br />

Observando o diagrama, nota-se que V Lef é maior que V Cef, portanto temos como resultante um<br />

vetor ( VLef − VCef<br />

), <strong>de</strong>terminando um circuito com características indutivas, ou seja, com corrente<br />

atrasada em relação á tensão. No caso <strong>de</strong> termos V Cef maior que V Lef, obteremos um circuito com<br />

características capacitivas, ou seja, com a corrente adiantada em relação á tensão, resultando num<br />

diagrama vetorial como o da figura 3.


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

60<br />

Figura 3<br />

Da figura 2, temos que, a soma vetorial da resultante com o resistor é igual a da tensão da fonte.<br />

Assim sendo po<strong>de</strong>mos escrever:<br />

2 2<br />

2<br />

V = V + ( V − V<br />

ef Re f Lef Cef )<br />

dividindo todos os termos por 2<br />

I temos:<br />

ef<br />

2<br />

2<br />

2<br />

⎛ V ⎞ ⎛ V ⎞ ⎛ V V ⎞<br />

ef<br />

=<br />

Re f<br />

+<br />

Lef<br />

−<br />

Cef<br />

⎜⎜⎜<br />

Ief<br />

⎟⎟⎟<br />

⎜⎜⎜<br />

Ief<br />

⎟⎟⎟<br />

⎜⎜⎜<br />

Ief<br />

Ief<br />

⎟⎟⎟<br />

⎝ ⎠ ⎝ ⎠ ⎝<br />

⎠<br />

on<strong>de</strong><br />

V V V<br />

V<br />

ef<br />

= Z<br />

Re f<br />

, = R<br />

Lef<br />

, = X<br />

Cef<br />

L e = X C<br />

Ief<br />

Ief<br />

Ief<br />

Ief<br />

portanto, po<strong>de</strong>mos escrever<br />

2 2<br />

2<br />

Z = R + ( X − X<br />

L C ) ou Z = R<br />

2<br />

+ ( X − X<br />

2<br />

L C ) , que é o valor da impedância do circuito.<br />

O ângulo θ <strong>de</strong> <strong>de</strong>fasagem entre a tensão e a corrente no circuito, po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>terminado através<br />

das relações trigonométricas do triângulo retângulo, resultando:<br />

V V X X<br />

sen<br />

Lef −<br />

−<br />

Cef L C<br />

θ =<br />

=<br />

Vef<br />

Z<br />

V<br />

cos θ =<br />

Re f<br />

=<br />

Vef<br />

R<br />

Z<br />

V V X X<br />

tg<br />

Lef −<br />

−<br />

L C<br />

θ =<br />

Cef<br />

=<br />

VRe<br />

f R<br />

Como o circuito RLC série po<strong>de</strong> ter comportamento capacitivo ou indutivo, vãos sobrepor suas<br />

reatâncias, construindo o gráfico da figura 4.<br />

Figura 4<br />

Na figura 4 temos que para freqüências menores que f o, X C é maior que X L e o circuito tem<br />

características capacitivas. Para freqüências maiores que f o, X L é maior que X C e o circuito tem<br />

características indutivas. Na freqüência f o, temos que X C é igual a X L, e o efeito capacitivo é igual ao<br />

indutivo. Como esses efeitos são opostos, um anula ao outro, apresentando o circuito


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

61<br />

características puramente resistivas. Este fato po<strong>de</strong> ser observado, utilizando a relação para o<br />

cálculo da impedância: Z = R<br />

2<br />

+ ( X − X<br />

2<br />

L C ) .<br />

Como X L = X C , temos que Z = R . Neste caso o ângulo θ é zero.<br />

Como a freqüência f o anula os efeitos reativos, é <strong>de</strong>nominada freqüência <strong>de</strong> ressonância e po<strong>de</strong> ser<br />

<strong>de</strong>terminada, igualando as reatâncias capacitiva e indutiva, resultando em:<br />

1<br />

fo =<br />

2π<br />

LC<br />

O gráfico da impedância em função da freqüência é mostrado na figura 5. pelo gráfico observamos<br />

que a mínima impedância ocorre na freqüência <strong>de</strong> ressonância e esta é igual ao valor da<br />

resistência.<br />

Figura 5<br />

Po<strong>de</strong>mos ainda levantar a curva da corrente em função da freqüência para o mesmo circuito como<br />

mostra a figura 6. Pelo gráfico observamos que para a freqüência <strong>de</strong> ressonância, a corrente é<br />

máxima (Io) pois a impedância é mínima ( Z = R ).<br />

Figura 6<br />

Quando no circuito RLC série tivermos o valor da resistência igual ao valor da reatância equivalente<br />

( XL − X C ), po<strong>de</strong>mos afirmar que a tensão no resistor (VR) é igual à tensão na reatância<br />

equivalente ( VL − VC<br />

). A partir disso, po<strong>de</strong>mos escrever:<br />

2 2<br />

2<br />

V = V + ( V − V<br />

ef Re f Lef Cef )<br />

como V = V − V<br />

Re f Lef Cef<br />

temos:<br />

2 2 2 2 2<br />

V = V + V ou V = 2V<br />

que resulta V<br />

ef Re f Re f ef Re f<br />

ef = 2 ⋅ VRe<br />

f<br />

dividindo por R, temos:<br />

Vef VRe<br />

f<br />

= 2 ⋅<br />

R R<br />

Vef como representa o valor <strong>de</strong> Io, ou seja, a corrente do circuito na freqüência <strong>de</strong> ressonância, e<br />

R<br />

VR a corrente no circuito na situação da reatância equivalente e igual à resistência, po<strong>de</strong>mos<br />

R<br />

relacioná-las:


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

62<br />

I<br />

Io = 2 ⋅ I ou I =<br />

o<br />

2<br />

Esse valor <strong>de</strong> corrente po<strong>de</strong> ocorrer em duas freqüências <strong>de</strong> valores distintos, sendo <strong>de</strong>nominadas<br />

respectivamente <strong>de</strong> freqüência <strong>de</strong> corte inferior (f Ci) e freqüência <strong>de</strong> corte superior (f Cs). Na figura<br />

7. é visto o gráfico da corrente em função da freqüência com esses pontos transpostos.<br />

Figura 7<br />

A faixa <strong>de</strong> freqüências, compreendida entre a freqüência <strong>de</strong> corte inferior e a freqüência <strong>de</strong> corte<br />

superior, é <strong>de</strong>nominada <strong>de</strong> largura <strong>de</strong> banda, po<strong>de</strong>ndo ser expressa por:<br />

LB = fCs<br />

− fCi<br />

.<br />

Procedimento <strong>experimental</strong><br />

1 - Monte o circuito da figura 8. ajuste o gerador <strong>de</strong> sinais para 5 V PP, onda senoidal.<br />

Figura 8<br />

2 - Varie a freqüência do gerador <strong>de</strong> sinais, conforme a tabela 1, mantendo sua tensão <strong>de</strong> saída em<br />

5 V PP para cada valor <strong>de</strong> freqüência, medindo e anotando a tensão pico a pico no resistor.<br />

Tabela 1<br />

f (kHz) V Rpp (V) V Ref (V) I Ref (mA) Z (kΩ)<br />

2<br />

4<br />

6<br />

8<br />

10<br />

12<br />

14<br />

16<br />

18<br />

20<br />

22<br />

24<br />

26<br />

28<br />

30


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

63<br />

3 - Calcule o valor ta tensão eficaz completando a tabela 1<br />

VRe<br />

f<br />

4 -Calcule o valor eficaz das correntes, utilizando Ief<br />

1 = , completando a tabela 1<br />

R<br />

VRe<br />

f<br />

5 - Calcule a impedância para cada caso, utilizando Ief<br />

1 = , completando a tabela 1<br />

R<br />

6 - Utilizando o circuito da figura 9, ligado ao osciloscópio, meça e anote os valores <strong>de</strong> 2a e 2b para<br />

as freqüências da tabela 2.<br />

Tabela 2<br />

f (kHz) 2a 2b ∆θ<br />

2<br />

4<br />

6<br />

8<br />

10<br />

12<br />

14<br />

16<br />

18<br />

20<br />

22<br />

24<br />

26<br />

28<br />

30<br />

7 - Calcule a <strong>de</strong>fasagem entre tensão e corrente no circuito da figura 9, completando a tabela 2.<br />

8 - Para o circuito da figura 9, varie a freqüência do gerador <strong>de</strong> sinais até obter 2a = 0, anotando o<br />

valor <strong>de</strong>ssa freqüência: f o = _____ kHz.<br />

9 - Construa os gráficos: Z = f(<br />

f)<br />

, Ief = f(<br />

f)<br />

e ∆ θ = f(<br />

f)<br />

.<br />

10 - Determine a freqüência <strong>de</strong> ressonância e as freqüências <strong>de</strong> corte inferior e superior, no gráfico<br />

Ief = f(<br />

f)<br />

.<br />

11 - A partir dos dados obtidos no item anterior, <strong>de</strong>termine a largura <strong>de</strong> banda.


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

64<br />

EFEITO JOULE<br />

Objetivos<br />

Determinar o equivalente elétrico do calor<br />

Observar o fenômeno do efeito Joule<br />

Fundamento teórico<br />

Efeito joule é o fenômeno pelo qual um condutor se aquece quando atravessado por uma corrente<br />

elétrica.<br />

Quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> calor dissipada<br />

Pelo primeiro princípio da termodinâmica sabemos que; quando há transformação da quantida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> energia (∆E) em quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> calor (∆Q), ou vice-versa, é constante o quociente ∆E por ∆Q,<br />

quaisquer que sejam ∆E e ∆Q.<br />

∆E<br />

= J , on<strong>de</strong> J é chamado equivalente mecânico do calor.<br />

∆Q<br />

Imaginemos um calorímetro com uma resistência. Façamos passar por ela uma corrente <strong>de</strong><br />

intensida<strong>de</strong> I, durante um tempo t, aplicando uma tensão nos seus terminais. A energia elétrica<br />

absorvida pela resistência durante o tempo t é ∆ E = V ⋅ I ⋅ t .<br />

Suponhamos que, no interior do calorímetro, haja uma certa massa m <strong>de</strong> água, que <strong>de</strong>vido à<br />

energia elétrica sofreu uma variação <strong>de</strong> temperatura ∆θ. A quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> calor recebida pela água<br />

proveniente da energia elétrica será ∆Q = m ⋅ c ⋅ ∆θ<br />

+ k ⋅ ∆θ<br />

.<br />

Substituindo ∆E e ∆Q na equação do equivalente mecânico do calor, teremos<br />

V ⋅ I ⋅ t<br />

= J<br />

m ⋅ c ⋅ ∆θ<br />

+ k ⋅ ∆θ<br />

Procedimento <strong>experimental</strong><br />

1 – Pesar o calorímetro vazio e seco: m 1 = _________ gramas<br />

2 – Calcular o equivalente em água do calorímetro:<br />

k = m1<br />

⋅ 0,<br />

217<br />

3 – Colocar um volume <strong>de</strong> água em uma proveta e <strong>de</strong>terminar sua temperatura:<br />

θ 0 = _________ ºC<br />

4 – Consultar a tabela <strong>de</strong> <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>s e verificar a <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> correspon<strong>de</strong>nte a θ 0.<br />

µ = _______ g.cm -3<br />

5 – Calcular a massa <strong>de</strong> água por: mH 2O<br />

= V ⋅ µ<br />

6 – Montar o circuito da figura 1


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

65<br />

7 – Ligar o circuito durante 10 minutos (600 s)<br />

Figura 1<br />

8 – Anotar os valores da tensão V AB = _________ volts e da corrente I = ________ ampéres<br />

9 – Ao final dos 10 minutos medir a temperatura final θ F = ________ ºC<br />

10 – Calcular a variação <strong>de</strong> temperatura: ∆ θ = θF<br />

− θo<br />

11 – Calcular o valor <strong>de</strong> J por:<br />

( )<br />

2<br />

∆E<br />

V t<br />

J = , on<strong>de</strong> E V I t<br />

AB ⋅<br />

∆ = AB ⋅ ⋅ =<br />

e ∆Q = mH<br />

2O<br />

⋅ c ⋅ ∆θ<br />

+ k ⋅ ∆θ<br />

∆Q<br />

R<br />

( V )<br />

2<br />

AB<br />

⋅ t<br />

V ⋅ I ⋅ t<br />

J =<br />

AB<br />

ou J =<br />

R<br />

mH2O<br />

⋅ c ⋅ ∆θ<br />

+ k ⋅ ∆θ<br />

mH2O<br />

⋅ c ⋅ ∆θ<br />

+ k ⋅ ∆θ


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

66<br />

MEDIDA DE RESISTÊNCIA E DO<br />

COEFICIENTE DE TEMPERATURA<br />

Objetivo<br />

Determinar a <strong>de</strong>pendência da temperatura da resistência <strong>de</strong> um condutor metálico.<br />

Fundamento teórico<br />

A resistência oferecida por um metal ao fluxo <strong>de</strong> corrente é <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte da temperatura. De acordo<br />

com a teoria atômica da eletricida<strong>de</strong> o fluxo <strong>de</strong> uma corrente elétrica é <strong>de</strong>vido ao fluxo <strong>de</strong> elétrons<br />

livres através do condutor. Estes elétrons coli<strong>de</strong>m com os átomos á medida que fluem através da<br />

re<strong>de</strong> cristalina transmitindo parte <strong>de</strong> sua energia cinética, aumentando a energia cinética dos<br />

átomos. Tais colisões produzem tr5ansformação <strong>de</strong> energia elétrica (movimento <strong>de</strong> elétrons) em<br />

energia térmica. Isto é chamado <strong>de</strong> calor ôhmico.<br />

Esta perda <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> ou energia cinética dos elétrons fluindo através <strong>de</strong> um condutor tem o<br />

efeito <strong>de</strong> uma resistência friccional. A resistência é diretamente proporcional ao número <strong>de</strong><br />

colisões. Um aumento na temperatura do condutor mostra um correspon<strong>de</strong>nte aumento no<br />

movimento randômico <strong>de</strong> elétrons e átomos, e portanto tendo uma maior probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> colisões<br />

elétron – átomo.<br />

A <strong>de</strong>pendência da resistência com a temperatura é <strong>geral</strong>mente representada pela equação:<br />

( 1 + T)<br />

R = R0<br />

α<br />

a constante α é chamada <strong>de</strong> coeficiente <strong>de</strong> temperatura do material e representa o aumento<br />

correspon<strong>de</strong>nte na resistência por grau <strong>de</strong> temperatura aumentado, sendo diferente para cada<br />

material.<br />

Para metais puros a. Para ligas é justamente o oposto, a resistência específica ρ é alta e o<br />

coeficiente <strong>de</strong> temperatura α é relativamente baixo.<br />

Método <strong>de</strong> medida<br />

Existem diferentes métodos <strong>de</strong> medida da resistência. O mais simples, aplicando as leis ôhmicas é<br />

medir a corrente passando através <strong>de</strong> um resistor para uma tensão aplicada sobre o mesmo.<br />

Figura 1 Figura 2


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

67<br />

O método mais preciso <strong>de</strong> medida <strong>de</strong> resistência é com a ajuda <strong>de</strong> uma ponte , on<strong>de</strong> duas<br />

resistências são comparadas. A ponte <strong>de</strong> Wheatstone, mostrada na figura 1, é composta <strong>de</strong> quatro<br />

resistores. Entre A e B uma fonte é conectada e entre Ce D um instrumento <strong>de</strong> leitura é conectado.<br />

Quando o circuito está em equilíbrio não circula corrente no galvanômetro. Nesta situação há duas<br />

corrente através do circuito: i 1 e i 2. Da lei <strong>de</strong> Ohm obtemos:<br />

R<br />

R ⋅ i1<br />

= R1<br />

⋅ i2<br />

e R x ⋅ i1<br />

= R 2 ⋅ i2<br />

o que dá: R ⋅<br />

2<br />

= R1<br />

R x<br />

Numa ponte <strong>de</strong> fio, figura 2, os resistores R 1 e R 2 são substituídos por um fio. Quando o cursor é<br />

<strong>de</strong>slocado ao longo do fio o valor da resistência vai se modificando. O comprimento do fio é<br />

proporcional à resistência, portanto po<strong>de</strong>ndo substituí-la. Desse modo:<br />

L<br />

R<br />

2<br />

x = R ⋅<br />

L1<br />

on<strong>de</strong> R x é o valor do resistor <strong>de</strong>sconhecido, R um resistor padrão <strong>de</strong> valor conhecido.<br />

Método <strong>de</strong> leitura pelo <strong>de</strong>sbalanceamento <strong>de</strong> uma ponte:<br />

Procedimento <strong>experimental</strong><br />

e<br />

V<br />

=<br />

⎛<br />

1 +<br />

⎜⎜<br />

⎝<br />

1 - Monte o circuito representado na figura 3<br />

R X L<br />

−<br />

2<br />

R L1<br />

R ⎞<br />

X ⎛ L ⎞<br />

⋅<br />

⎜⎜ 1 +<br />

2<br />

R ⎟⎟<br />

⎟⎟<br />

⎠ ⎝ L1<br />

⎠<br />

Figura 3<br />

2 - Balancear a ponte e medir a resistência do fio, mergulhado em água. Este é o valor <strong>de</strong> R X;<br />

anote-o juntamente com a temperatura: R X = __________ e T X = __________<br />

3 - Colocar o reservatório com a resistência em estudo para aquecer e anotar os valores indicados<br />

no milivoltímetro à medida que a temperatura vai se elevando, completando a tabela:<br />

Temperatura 30 (°C) 40 (°C) 50 (°C) 60 (°C) 70 (°C) 80 (°C)<br />

e (mV)<br />

∆R (Ω)<br />

4 - Calcule o valor teórico <strong>de</strong> R 0, tomando a resistivida<strong>de</strong> do fio a partir da Segunda lei <strong>de</strong> Ohm:<br />

R O<br />

= ρ ⋅<br />

5 - Construir o gráfico <strong>de</strong> ∆R x temperatura. Determine a inclinação da reta pelo método dos<br />

mínimos quadrados. O que representa a inclinação obtida?<br />

6 - Calcule o valor <strong>de</strong> α pela equação: R R 0 ( 1 + αT)<br />

acima.<br />

L<br />

A<br />

= e compare com a equação da reta obtida


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

68<br />

CAMPO MAGNÉTICO CRIADO<br />

POR CORRENTE ELÉTRICA<br />

Objetivo<br />

Visualizar o campo magnético através das linhas <strong>de</strong> indução.<br />

Fundamento teórico<br />

As linhas <strong>de</strong> força foram <strong>de</strong>finidas por Faraday com a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> conseguir uma espécie <strong>de</strong><br />

visualização do campo elétrico. Também o campo magnético po<strong>de</strong> ser representado por linhas <strong>de</strong><br />

indução, <strong>de</strong>finidas <strong>de</strong> modo análogo às linhas <strong>de</strong> força. As linhas <strong>de</strong> indução são tangentes ao vetor<br />

indução magnética ( B r ) em cada ponto (normalmente o vetor indução magnética B r , é<br />

simplesmente chamado <strong>de</strong> campo magnético) e são próximas umas das outras nas regiões on<strong>de</strong> o<br />

campo magnético é mais intenso.<br />

Campo magnético criado por corrente elétrica<br />

Um condutor quando percorrido por uma corrente elétrica cria ao seu redor um campo magnético.<br />

Este fato foi primeiramente observado por Oersted em 1820. este campo magnético varia com o<br />

inverso da distância segundo a equação (para um condutor retilíneo e infinitamente comprido)<br />

r µ o ⋅ I<br />

B =<br />

2π<br />

⋅ d<br />

Procedimento <strong>experimental</strong><br />

1 – Montar o dispositivo segundo o esquema da figura 1<br />

Figura 1<br />

2 – Com a fonte <strong>de</strong>sligada aproximar lentamente um dos pólos da bússola do condutor observando<br />

o que ocorre<br />

3 – Ligar a fonte e aproximar lentamente um dos pólos da bússola do condutor observando o que<br />

ocorre<br />

4 – Girar a bússola aproximando o outro pólo. Observe o que ocorre<br />

5 – Inverter a polarida<strong>de</strong> da fonte. Observe o que ocorre<br />

6 – Aumente o valor da corrente na fonte. Observe o que ocorre


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

69<br />

LINHAS DE INDUÇÃO<br />

Objetivos<br />

Visualizar o campo magnético através das linhas <strong>de</strong> indução<br />

Observar fontes <strong>de</strong> campo magnético<br />

Fundamento teórico<br />

As linhas <strong>de</strong> força foram <strong>de</strong>finidas por faraday com a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> conseguir uma espécie <strong>de</strong><br />

visualização do campo elétrico. Também o campo magnético po<strong>de</strong> ser representado por linhas; as<br />

linhas <strong>de</strong> indução (figura 1). As linhas <strong>de</strong> indução são tangentes ao vetor indução magnética ( B r )<br />

em cada ponto (normalmente o vetor indução magnética, é simplesmente chamado <strong>de</strong> campo<br />

magnético) e são mais próximas umas das outras on<strong>de</strong> o campo magnético é mais intenso.<br />

Figura 1<br />

Se perfurarmos um pedaço <strong>de</strong> papelão (ou plástico) e introduzirmos perpendicularmente um<br />

condutor no centro do mesmo e logo após espalharmos limalha <strong>de</strong> ferro, po<strong>de</strong>remos constatar que<br />

as linhas <strong>de</strong> indução formam circunferências concêntricas em torno do condutor num plano<br />

perpendicular a ele. Este fato é chamado fé 1 a lei fundamental do eletromagnetismo.<br />

Caso empunharmos o fio com os quatro <strong>de</strong>dos da mão direita <strong>de</strong> tal forma que o polegar estendido<br />

aponte no sentido da corrente que passa, então os quatro <strong>de</strong>dos darão a direção do campo<br />

magnético, isto é, a direção da força que age no pólo norte da agulha magnética. Esta regra<br />

chama-se regra da mão direita para o campo magnético.<br />

Todo condutor <strong>de</strong> corrente é portador <strong>de</strong> um campo magnético cujas linhas <strong>de</strong> indução <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m<br />

da forma geométrica do condutor.


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

70<br />

Procedimento <strong>experimental</strong><br />

1 - Coloque limalha <strong>de</strong> ferro sobre a placa <strong>de</strong> vidro, bem espalhada como mostra a figura 2<br />

Figura 2<br />

2 - Aproxime por baixo da placa <strong>de</strong> vidro um imã<br />

3 - Reproduza em uma folha <strong>de</strong> papel a figura geométrica que a limalha <strong>de</strong> ferro está formando<br />

4 - Repita o procedimento para imãs com formatos geométricos diferentes<br />

5 - Existe alguma diferença básica entre as linhas <strong>de</strong> campo (linhas <strong>de</strong> indução)<br />

6 - Monte o esquema da figura 3<br />

Figura 3<br />

7 - Observe e <strong>de</strong>senhe numa folha <strong>de</strong> papel as linhas <strong>de</strong> indução<br />

8 - Quais suas conclusões a respeito <strong>de</strong> B r<br />

9 - Monte o dispositivo da figura 4<br />

Figura 4<br />

10 - Desenhe as linhas <strong>de</strong> indução<br />

11 - Quais suas conclusões a respeito <strong>de</strong> B r<br />

MEDIDA DO CAMPO MAGNÉTICO DA TERRA<br />

Objetivo<br />

Mostrar como <strong>de</strong>terminar o campo magnético da terra


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

71<br />

Fundamento teórico<br />

Des<strong>de</strong> os tempos <strong>de</strong> Gilbert a terra foi consi<strong>de</strong>rada como um gran<strong>de</strong> imã natural. Este campo<br />

magnético na superfície da terra varia segundo a região em que é medido, <strong>de</strong> uns 0,2 a 0,6 gauss.<br />

Para <strong>de</strong>terminadas regiões po<strong>de</strong>m inclusive acontecer anomalias, com o campo magnético<br />

assumindo valores diferentes dos que seria o esperado. Este é o caso, por exemplo, <strong>de</strong> uma<br />

extensa região que vai do rio <strong>de</strong> janeiro ao rio gran<strong>de</strong> do sul e que apresenta valores inferiores ao<br />

que seria <strong>de</strong> se esperar. Estes valores são <strong>de</strong> pouco mais que 0,2 gauss como mostra a figura 1.<br />

Figura 1<br />

Procedimento <strong>experimental</strong><br />

1 - Faça a montagem do circuito como ilustrado na figura 2, tendo o cuidado para que a espira<br />

fique bem alinhada com a agulha da bússola.<br />

Figura 2


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

72<br />

2 - Ligue a fonte e ajuste a corrente através do reostato, até o momento em que a agulha fique<br />

numa direção que faça um ângulo <strong>de</strong> 45° com a direção horizontal (figura 2)<br />

3 - Faça a leitura da corrente no amperímetro<br />

4 - Determine o valor do campo magnético através da equação<br />

−7<br />

−2<br />

µ o = 4π.<br />

10 N.<br />

A<br />

5 - Verifique se este valor está coerente com os dados encontrados na bibliografia<br />

v µ o⋅i<br />

B = , on<strong>de</strong><br />

2R


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

73<br />

REFRAÇÃO DA LUZ<br />

Objetivo<br />

Determinar o índice <strong>de</strong> refração da luz num dióptro ar-líquido<br />

Fundamento teórico<br />

Leis da refração<br />

1ª Lei - O raio inci<strong>de</strong>nte (i), o raio refratado (r) e a normal (N) à superfície <strong>de</strong> separação<br />

pertencem ao mesmo plano.<br />

2ª - Lei <strong>de</strong> Snell-Descartes: para cada par <strong>de</strong> meios e para cada luz monocromática que se refrata,<br />

é constante o produto do seno do ângulo que o raio forma com a normal e o índice <strong>de</strong> refração do<br />

meio em que o raio se encontra.<br />

sen i sen r sen i n<br />

= ou =<br />

2<br />

= n2,1<br />

e<br />

n2<br />

n1<br />

sen r n1<br />

vácuo)<br />

Caracterização da refração<br />

→ Incidência normal (i = 0°) – raio não <strong>de</strong>svia.<br />

c<br />

n = , on<strong>de</strong> c = 3 x 10<br />

v<br />

5 km.s -1 (velocida<strong>de</strong> da luz no<br />

SUBSTÂNCIA n<br />

ar 1<br />

água pura 1,33<br />

glicerina 1,47<br />

→ Incidência obliqua – raio refratado aproxima da normal (r < i) se o meio 2 tem índice <strong>de</strong> refração<br />

maior que o do meio 1; raio refratado afasta da normal (r > i) se o meio 2 tem índice <strong>de</strong> refração<br />

menor que o do meio 1.


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

74<br />

→ Ângulo limite (L) à medida que i → 90° r → L (ten<strong>de</strong> a um valor limite) após o qual passa a ocorrer<br />

reflexão total do feixe inci<strong>de</strong>nte.<br />

→ Reflexão total quando não ocorre refração:<br />

1ª - sentido da luz – do meio mais refringente para o menos refringente.<br />

2ª - ângulo <strong>de</strong> incidência maior que o ângulo limite i > L.<br />

Procedimento <strong>experimental</strong><br />

1 - Montar o dispositivo conforme instruções.<br />

2 - Fazer o raio luminoso incidir segundo ângulos <strong>de</strong> incidência variáveis anotando na tabela (i),<br />

movendo o disco graduado.<br />

3 - Medir, com o auxilio do transferidor, os respectivos ângulos <strong>de</strong> refração ( r ) anotando-os na<br />

tabela:<br />

i (º) r (º) sen i sen r n L (°) v1 (ar) v2 ∆ (°)<br />

4 - Continuar aumentando o ângulo <strong>de</strong> incidência (i maior que 90°) e observar o fenômeno da<br />

reflexão total.<br />

5 - Com os ângulos <strong>de</strong> incidência crescentes (i > 90°) anotar o valor do ângulo <strong>de</strong> incidência<br />

correspon<strong>de</strong>nte ao ângulo <strong>de</strong> refração rasante - ângulo limite (L).<br />

6 - Calcular o coeficiente (n) por:<br />

n v sen i<br />

n<br />

2 1<br />

2 , 1 = = =<br />

n1<br />

v2<br />

sen r<br />

n1 , 2<br />

=<br />

n1<br />

n2<br />

=<br />

n1 , 2 = sen L<br />

sen r<br />

sen i<br />

7 - Construir o gráfico sen i = f(sen r). O que representa a inclinação do gráfico?<br />

8 - Variar os sistemas <strong>de</strong> meios (1) e (2) e repetir os procedimentos anteriores.


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

75<br />

LÂMINA DE FACES PARALELAS<br />

Objetivos<br />

Determinar o <strong>de</strong>svio da trajetória do feixe luminoso ao atravessar uma lâmina <strong>de</strong> faces paralelas<br />

Medir o índice <strong>de</strong> refração nas duas faces<br />

Fundamento teórico<br />

Desvio linear (d)<br />

bc<br />

d<br />

Na figura acima no ∆abc, temos: sen( i1<br />

− r1<br />

) = ∴ ab<br />

ab sen( i1<br />

r1<br />

) −<br />

= (1)<br />

ap<br />

e<br />

no ∆abp, temos: cos r1<br />

= ∴ ab = (2)<br />

ab cos r1<br />

e ⋅ [ sen( i − r<br />

igualando (1) e (2) teremos: d =<br />

cos r<br />

Observação: Se i = 0 (incidência normal) d = 0.<br />

Procedimento <strong>experimental</strong><br />

) ]<br />

Se i ten<strong>de</strong> a 90° (incidência rasante) d = e.<br />

1 - Colocar a lâmina <strong>de</strong> faces paralelas sobre uma folha <strong>de</strong> papel pren<strong>de</strong>ndo no anteparo como na<br />

figura.


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

76<br />

Cálculos<br />

2 - Traçar o contorno da lâmina e marcar os raios inci<strong>de</strong>nte (I) e emergente (R)<br />

3 - Tirar a lâmina e a folha do sistema acima. Traçar os raios inci<strong>de</strong>nte (I) e emergente (R) unindo-<br />

os. Prolongar o raio inci<strong>de</strong>nte (I) com uma linha pontilhada. Traçar a normal do raio inci<strong>de</strong>nte em<br />

relação ao ponto <strong>de</strong> emergência (b). Traçar a normal da face I (N 1) e da face II (N 2)<br />

4 - Medir a espessura (e) da lâmina e o <strong>de</strong>svio (d M)<br />

5 - Com auxílio <strong>de</strong> um transferidor medir os ângulos i 1, i 2, r 1, r 2.<br />

6 - Repetir os procedimentos anteriores por 3 vezes variando a inclinação dos raios <strong>de</strong> incidência<br />

(I) e <strong>de</strong> emergência (R).<br />

7 - Completar o quadro <strong>de</strong> trabalho:<br />

Medida<br />

1<br />

Medida<br />

2<br />

Medida<br />

3<br />

Índice <strong>de</strong> refração<br />

i1(°) i2(°) r1(°) r2(°) i-r(°) dM(cm) d(cm) n1 n2<br />

sen i1 sen i2 sen r1 sen r2 sen(i-r) cos r(°)<br />

i1(°) i2(°) r1(°) r2(°) i-r(°) dM(cm) d(cm) n1 n2<br />

sen i1 sen i2 sen r1 sen r2 sen(i-r) cos r(°)<br />

i1(°) i2(°) r1(°) r2(°) i-r(°) dM(cm) d(cm) n1 n2<br />

sen i1 sen i2 sen r1 sen r2 sen(i-r) cos r(°)<br />

Se os meios externos são iguais teremos i 1 = i 2; o raio inci<strong>de</strong>nte (I) e o raio emergente (R) são<br />

paralelos.<br />

Desvio linear<br />

PRISMA<br />

Objetivos<br />

seni<br />

Face I: n<br />

1<br />

1 =<br />

senr1<br />

seni<br />

Face II: n<br />

2<br />

2 =<br />

senr2<br />

e ⋅ [ sen( i − r ) ]<br />

d =<br />

cos r<br />

d d<br />

Erro em relação ao <strong>de</strong>svio linear: % E<br />

M −<br />

= × 100<br />

dM<br />

Determinar o <strong>de</strong>svio da trajetória do feixe luminoso ao atravessar um prisma<br />

Medir o índice <strong>de</strong> refração nas duas faces do prisma


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

77<br />

Fundamento teórico<br />

Prisma óptico<br />

Prisma, em óptica, é todo meio transparente limitado por duas faces planas não paralelas. A<br />

intersecção das faces planas chama-se aresta refringente; o ângulo do diedro das duas faces é o<br />

ângulo refringente. A terceira face disposta paralelamente à aresta refringente é a base do prisma.<br />

A base e as arestas perpendiculares Bb e Cc não têm função óptica.<br />

Toda secção plana perpendicular á aresta refringente chama-se secção principal; é um triângulo<br />

A´B´C´, no qual o vértice A´ representa o ângulo plano BAC e o diedro ou aresta Aa; B´C´, base<br />

do triângulo, representa a base do prisma.<br />

Fórmulas do prisma<br />

Sendo i 1 e r 1, os ângulos <strong>de</strong> incidência e refração na primeira face, e por simetria r 2 e i 2 os ângulos<br />

<strong>de</strong> incidência e <strong>de</strong> refração ou emergência na segunda face e representando por A o ângulo <strong>de</strong><br />

refringência e por ∆ o ângulo <strong>de</strong> <strong>de</strong>svio da trajetória do feixe luminoso através do prisma temos:<br />

sen i1<br />

= n senr1<br />

sen i2<br />

= n senr2<br />

A = r1<br />

+ r2<br />

∆ = i1 + i2<br />

− A<br />

Posição <strong>de</strong> <strong>de</strong>svio mínimo<br />

O <strong>de</strong>svio varia com o ângulo <strong>de</strong> incidência e passa por um mínimo. Quando se realiza o mínimo <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>svio, verifica-se que o feixe luminoso progri<strong>de</strong> no interior do prisma segundo a direção<br />

perpendicular á bissetriz do ângulo A; então os ângulos interiores r 1 e r 2 são iguais; portanto<br />

também o são i 1 e i 2.<br />

Com o <strong>de</strong>svio mínimo, as fórmulas do prisma se reduzem a três:


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

78<br />

Índice <strong>de</strong> refração<br />

sen i = n senr<br />

A = 2r<br />

∆ = 2i −<br />

A<br />

As fórmulas do mínimo <strong>de</strong> <strong>de</strong>svio dão um meio <strong>de</strong> calcular o índice <strong>de</strong> refração através da equação:<br />

sen<br />

1<br />

( A + ∆)<br />

n =<br />

2<br />

, portanto para se calcular o índice <strong>de</strong> refração do prisma basta conhecer o<br />

sen<br />

1<br />

⋅ A<br />

2<br />

ângulo A e o <strong>de</strong>svio mínimo.<br />

Procedimento <strong>experimental</strong><br />

1 - Colocar o prisma sobre uma folha <strong>de</strong> papel pren<strong>de</strong>ndo no anteparo como na figura.<br />

2 - Traçar o contorno do prisma e marcar os raios inci<strong>de</strong>nte (I) e emergente (R).<br />

3 - Tirar o prisma e a folha do sistema acima.<br />

4 - Traçar os raios inci<strong>de</strong>nte (I) e emergente (R) unindo-os.<br />

5 - Prolongar os raios inci<strong>de</strong>nte (I) e emergente (R) com uma linha pontilhada até que se cruzem.<br />

6 - Traçar a normal da face I (N 1), no ponto <strong>de</strong> incidência i 1, e da face II (N 2), no ponto <strong>de</strong><br />

emergência i 2, <strong>de</strong> modo que ambas se cruzem.<br />

7 - A figura obtida <strong>de</strong>ve ser como a mostrada a seguir.<br />

8 - Com auxílio <strong>de</strong> um transferidor medir os ângulos i 1, i 2, r 1, r 2, A e ∆ M.<br />

9 - Repetir os procedimentos anteriores por 3 vezes variando a inclinação dos raios <strong>de</strong> incidência<br />

(I) e <strong>de</strong> emergência (R).<br />

10 - Completar o quadro <strong>de</strong> trabalho


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

79<br />

Cálculos<br />

Medida<br />

1<br />

Medida<br />

2<br />

Medida<br />

3<br />

Índice <strong>de</strong> refração<br />

seni<br />

Face I: n<br />

1<br />

1 =<br />

senr1<br />

seni<br />

Face II: n<br />

2<br />

2 =<br />

senr2<br />

Ângulo <strong>de</strong> refringência (A)<br />

A C = r1<br />

+ r2<br />

i1(°) i2(°) r1(°) r2(°) A(°) ∆M (°) ∆C (°) n1 n2<br />

sen i1 sen i2 sen r1 sen r2<br />

i1(°) i2(°) r1(°) r2(°) A(°) ∆M (°) ∆C (°) n1 n2<br />

sen i1 sen i2 sen r1 sen r2<br />

i1(°) i2(°) r1(°) r2(°) A(°) ∆M (°) ∆C (°) n1 n2<br />

sen i1 sen i2 sen r1 sen r2<br />

A − A<br />

Erro em relação ao ângulo <strong>de</strong> refringência: % E =<br />

C<br />

× 100<br />

A<br />

Desvio linear<br />

∆ C = i1 + i2<br />

− A<br />

∆<br />

Erro em relação ao <strong>de</strong>svio linear: % E<br />

M − ∆<br />

=<br />

C<br />

× 100<br />

∆M


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

80<br />

ESPELHOS ESFÉRICOS<br />

Objetivo<br />

Determinar a distância focal <strong>de</strong> um espelho côncavo usando as equações <strong>de</strong> Gauss e <strong>de</strong> Newton<br />

Fundamento teórico<br />

Espelhos esféricos<br />

Tipos <strong>de</strong> espelhos<br />

Elementos<br />

C – centro F – foco<br />

V – vértice ou centro óptico α – ângulo <strong>de</strong> abertura<br />

R – raio <strong>de</strong> curvatura<br />

Condições <strong>de</strong> niti<strong>de</strong>z <strong>de</strong> Gauss<br />

→ O espelho <strong>de</strong>ve ter pequeno ângulo <strong>de</strong> abertura.<br />

→ Os raios inci<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong>vem ser próximos ao eixo principal.<br />

→ Os raios inci<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong>vem ser pouco inclinados.<br />

Proprieda<strong>de</strong>s dos raios inci<strong>de</strong>ntes<br />

Todo raio <strong>de</strong> luz que inci<strong>de</strong> paralelamente ao eixo principal emerge passando pelo foco principal<br />

imagem.<br />

Todo raio <strong>de</strong> luz que inci<strong>de</strong> passando pelo centro <strong>de</strong> curvatura reflete-se sobre si mesmo.


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

81<br />

Todo raio <strong>de</strong> luz que inci<strong>de</strong> no vértice do espelho reflete-se simetricamente em relação ao eixo<br />

principal.<br />

Procedimento <strong>experimental</strong><br />

Cálculos<br />

1 - Colocar o objeto (letra F) na lanterna (fonte <strong>de</strong> luz).<br />

2 - Ajustar (aproxime ou afaste) o espelho do objeto até aparecer no anteparo uma imagem nítida<br />

do objeto.<br />

3 - Medir a distância do objeto ao espelho (P), anotando seu valor no quadro <strong>de</strong> trabalho.<br />

4 - Medir a distância da imagem ao espelho (P’), anotando seu valor no quadro <strong>de</strong> trabalho.<br />

5 - Medir o tamanho do objeto (O) e da imagem (I).<br />

6 - Completar o quadro <strong>de</strong> trabalho:<br />

P(cm) P’(cm) O(cm) I(cm) L(cm) L’(cm) FN(cm) FG(cm)<br />

7 - Construir o gráfico.<br />

8 - Medir os valores <strong>de</strong> L (distância objeto-foco) e <strong>de</strong> L’ (distância imagem-foco)<br />

Cálculo da distância focal<br />

Equação <strong>de</strong> Newton: F L L'<br />

2<br />

= ⋅ , Equação <strong>de</strong> Gauss:<br />

N<br />

Cálculo da ampliação<br />

A =<br />

I<br />

O<br />

P′<br />

= −<br />

P<br />

1<br />

FG<br />

1 1<br />

= +<br />

P P′


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

82<br />

LENTES ESFÉRICAS<br />

Objetivos<br />

Determinar a distância focal <strong>de</strong> uma lente convergente usando a aproximação <strong>de</strong> Gauss e o método<br />

<strong>de</strong> Bessel<br />

Determinar o raio <strong>de</strong> curvatura pelo método <strong>de</strong> Halley<br />

Comprovar o teorema das convergências<br />

Fundamento teórico<br />

Lentes esféricas<br />

Tipos<br />

Convergentes<br />

Divergentes<br />

Representação<br />

Elementos<br />

C – centro objeto CI – centro imagem<br />

F – foco objeto FI – foco imagem<br />

V – vértice ou centro óptico<br />

Proprieda<strong>de</strong>s dos raios inci<strong>de</strong>ntes<br />

Todo raio <strong>de</strong> luz que inci<strong>de</strong> paralelamente ao eixo principal emerge passando pelo foco principal<br />

imagem.


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

83<br />

Todo raio <strong>de</strong> luz que inci<strong>de</strong> passando pelo foco principal objeto emerge paralelamente ao eixo<br />

principal.<br />

Todo raio <strong>de</strong> luz que inci<strong>de</strong> passando pelo centro óptico emerge sem <strong>de</strong>svio.<br />

Relação objeto – imagem<br />

Procedimento <strong>experimental</strong><br />

Cálculos<br />

1 - Colocar o objeto (letra F) na lanterna (fonte <strong>de</strong> luz).<br />

2 - Ajustar (aproxime ou afaste) a lente do objeto até aparecer no anteparo uma imagem nítida do<br />

objeto.<br />

3 - Medir a distância do objeto à lente (P), anotando seu valor no quadro <strong>de</strong> trabalho.<br />

4 - Medir a distância da imagem à lente (P’), anotando seu valor no quadro <strong>de</strong> trabalho.<br />

5 - Medir o tamanho do objeto (O) e da imagem (I).<br />

6 - Completar o quadro <strong>de</strong> trabalho.<br />

P(cm) P’(cm) O(cm) I(cm) L(cm) L’(cm) FN(cm) FG(cm)<br />

7 - Construir o gráfico.<br />

8 - Medir os valores <strong>de</strong> L (distância objeto-foco) e <strong>de</strong> L’ (distância imagem-foco)<br />

Cálculo da distância focal<br />

Equação <strong>de</strong> Newton: F L L'<br />

2<br />

=<br />

⋅<br />

N


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

84<br />

Equação <strong>de</strong> Gauss:<br />

Cálculo da ampliação<br />

A =<br />

I<br />

O<br />

P′<br />

= −<br />

P<br />

Cálculo do raio <strong>de</strong> curvatura<br />

Equação <strong>de</strong> Halley<br />

1<br />

FG<br />

1 1<br />

= +<br />

P P′<br />

( ) ⎟ 1 ⎛ 1 1 ⎞<br />

= n − 1 ⋅<br />

⎜⎜ + ; on<strong>de</strong> n = 1,5 (índice <strong>de</strong> refração)<br />

F ⎝ R1<br />

R 2 ⎠<br />

Método <strong>de</strong> Bessel<br />

1 - Medir a distância do objeto ao anteparo (D).<br />

2 - Deslizar o suporte da lente em direção e sentido do anteparo, até formar-se uma imagem nítida<br />

e ampliada.<br />

3 - Anotar o valor da distância da lente ao anteparo (Y).<br />

4 - Continuar a <strong>de</strong>slizar a lente na direção e sentido do anteparo, até obter uma nova imagem<br />

nítida e reduzida.<br />

5 - Anotar o valor da distância da lente ao anteparo (Y o ).<br />

o<br />

6 - Calcular a diferença (d) entre as duas distâncias: d = Y − Y .<br />

2 2<br />

D − d<br />

7 - Calcular o foco por: FB<br />

= .<br />

4 ⋅ D<br />

8 - Calcular o raio por:<br />

1 ⎛ 1 1 ⎞<br />

= ( n − 1)<br />

⋅<br />

⎜⎜ +<br />

⎟⎟ .<br />

FB<br />

⎝ R1<br />

R 2 ⎠<br />

Teorema das convergências – associação <strong>de</strong> lentes<br />

1 - Determinar a distância focal das lentes pelo método <strong>de</strong> Bessel.<br />

2 2<br />

o D − d<br />

Lente 1: d = Y − Y e F1<br />

=<br />

4 ⋅ D<br />

o D<br />

2<br />

− d<br />

2<br />

Lente 2: d = Y − Y e F2<br />

=<br />

4 ⋅ D<br />

2 - Associar as lentes justapondo-as.<br />

3 - Determinar a distância focal pelo método <strong>de</strong> Bessel.<br />

Cálculo das convergências<br />

1<br />

1 - Lente 1: C 1 =<br />

F1<br />

1<br />

2 - Lente 2: C 2 =<br />

F2<br />

2 2<br />

o D − d<br />

d = Y − Y e F1+<br />

2 =<br />

4 ⋅ D<br />

1<br />

3 - Associação (lente 1 + lente 2): C1+<br />

2<br />

F1+<br />

2<br />

= ou por C 1+<br />

2 = C1<br />

+ C2<br />

Observação: Usar a distância focal em metros para obter a convergência em dioptria.


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

85<br />

DIFRAÇÃO DA LUZ<br />

Objetivo<br />

Verificar o fenômeno da difração da luz em uma re<strong>de</strong> <strong>de</strong> difração<br />

Fundamento teórico<br />

Difração da luz<br />

Este tipo <strong>de</strong> fenômeno é também característico do fenômeno ondulatório. A difração observa-se<br />

quando uma onda é <strong>de</strong>formada por um obstáculo que tem dimensões comparáveis ao comprimento<br />

<strong>de</strong> onda da mesma, isto é, as ondas contornam os obstáculos (nestas condições a luz comporta-se<br />

com uma onda numa piscina). Devido ao fato do comprimento <strong>de</strong> onda da luz ser pequeno, o<br />

<strong>de</strong>svio da luz em relação à propagação retilínea não é gran<strong>de</strong>. Por isso, para se observar este<br />

fenômeno com niti<strong>de</strong>z, a distância entre o obstáculo contornado pela luz e a tela tem <strong>de</strong> ser<br />

gran<strong>de</strong>. Se essa distância for muito gran<strong>de</strong>, da or<strong>de</strong>m dos quilômetros, po<strong>de</strong>-se observar a difração<br />

<strong>de</strong> objetos com gran<strong>de</strong>s dimensões (<strong>de</strong> alguns metros).<br />

Procedimento <strong>experimental</strong><br />

Imagem fotográfica <strong>de</strong> um arame fino. Visível o fenômeno <strong>de</strong> difração.<br />

1 - Monte o banco óptico segundo o esquema da figura 2<br />

Figura 2<br />

2 - Retire a re<strong>de</strong> e <strong>de</strong>slocando a lente con<strong>de</strong>nsadora, focalize a fenda no anteparo<br />

3 - Introduza a fenda na posição primitiva<br />

4 - Desloque o anteparo lentamente, aproximando-o da re<strong>de</strong><br />

5 - O que se observa?<br />

6 - Justifique o observado<br />

7 - Repita a experiência substituindo a re<strong>de</strong> por uma agulha


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

86<br />

LEI DE YOUNG<br />

Objetivo<br />

Determinar o comprimento <strong>de</strong> onda do laser <strong>de</strong> uma ponteira<br />

Fundamento teórico<br />

Incidamos um feixe <strong>de</strong> luz sobre uma re<strong>de</strong> <strong>de</strong> difração como mostra a figura 1.<br />

Figura 1<br />

Sendo d 〈〈 D po<strong>de</strong>mos consi<strong>de</strong>rar os triângulos<br />

O2 BQ ~ O1O2R<br />

⇒<br />

Y r<br />

= ⇒<br />

D d<br />

Y ⋅ d<br />

r =<br />

D<br />

Y ⋅ d<br />

2 ⋅ Y ⋅ d<br />

Fazendo r = x 2 − x1<br />

, temos x2 − x1<br />

= , então λ = .<br />

D<br />

N ⋅ D<br />

Interferência em ondas luminosas<br />

Lembremos que, se<br />

N é par → interferência construtiva<br />

N é impar → interferência <strong>de</strong>strutiva<br />

Se, por exemplo, em Q tivermos a 1 a banda do espectro é porque houve interferência construtiva e<br />

Y ⋅ d<br />

o valor <strong>de</strong> N = 2, portanto λ = .<br />

D


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

87<br />

Procedimento <strong>experimental</strong><br />

1 - Montar o equipamento conforme a figura 2<br />

Figura 2<br />

2 - Retire a re<strong>de</strong> e <strong>de</strong>slocando a lente con<strong>de</strong>nsadora focalize a fenda no anteparo<br />

3 - Introduza a fenda na posição primitiva<br />

4 - Desloque o anteparo próximo à re<strong>de</strong> até obter dois espectros bem nítidos<br />

5 - Meça a distância entre as bandas do espectros<br />

2Y = _______ ⇒ Y = ________<br />

6 - Meça a distância do anteparo à re<strong>de</strong>: D = ________<br />

7 - Determine a distância entre duas linhas da re<strong>de</strong>:<br />

8 - Determine λ aplicando a expressão<br />

Y ⋅ d<br />

λ<br />

=<br />

D<br />

1 mm<br />

d =<br />

número <strong>de</strong> linhas


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

88<br />

POLARIZAÇÃO DA LUZ – LEI DE MALUS<br />

Objetivo<br />

Verificar a lei <strong>de</strong> Malus<br />

Fundamento teórico<br />

As ondas eletromagnéticas são formadas por campos elétricos e magnéticos que vibram em<br />

condições <strong>de</strong> perpendicularismo mútuo. Não estão <strong>de</strong>finidos os limites <strong>de</strong> abrangência do espectro<br />

eletromagnético. Suas manifestações alcançam <strong>de</strong>s<strong>de</strong> ondas <strong>de</strong> rádio com λ na or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 10 6 m até<br />

raios gama, com λ na or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 10 -14 m. apenas uma fração <strong>de</strong>ste espectro é capaz <strong>de</strong> sensibilizar<br />

o olho humano (3 x 10 -7 ≤ λ ≤ 7 x 10 -7 m). a esta estreita faixa das ondas eletromagnéticas<br />

chamamos luz.<br />

A produção <strong>de</strong> ondas eletromagnéticas se faz por aceleração <strong>de</strong> cargas elétricas. Sob condições<br />

especiais se po<strong>de</strong> fazer com que as <strong>de</strong>sacelerações das cargas produzam campos elétricos em<br />

direções preferenciais <strong>de</strong> vibração, com estreito paralelismo entre si. Neste caso, diz-se que o<br />

espectro eletromagnético é polarizado. Quando não são tomados cuidados, e as <strong>de</strong>sacelerações das<br />

cargas não obe<strong>de</strong>cem a qualquer critério seletivo, o espectro produzido é constituído <strong>de</strong> campos<br />

elétricos cujas orientações são casuais, não guardando qualquer correlação entre si. Este é o caso<br />

da luz natural ou não polarizada.<br />

Para uma fonte <strong>de</strong> luz não polarizada, figura 1, as direções <strong>de</strong> vibração do campo elétrico são<br />

aleatórias. Se esta luz atravessar um dispositivo especial, <strong>de</strong>nominado polarói<strong>de</strong>, a vibração do<br />

campo terá uma direção característica <strong>de</strong>terminada pelo polarói<strong>de</strong>, resultando em luz polarizada.<br />

Figura 1<br />

Um polarói<strong>de</strong> é constituído <strong>de</strong> uma lâmina plástica flexível, embebida com certos compostos<br />

poliméricos. A lâmina plástica é estirada <strong>de</strong> modo que as moléculas se alinhem paralelamente entre<br />

si. Nesta condição, as ondas cujos campos elétricos vibrem na direção paralela ao alinhamento das<br />

moléculas serão transmitidas, e as que vibram em direção perpendicular serão absorvidas pelo<br />

polarói<strong>de</strong>.


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

89<br />

Colocando-se um segundo polarói<strong>de</strong> no trajeto luminoso da luz plano polarizada, este <strong>de</strong>ixará<br />

passar apenas a componente do campo elétrico que vibra em sua direção característica <strong>de</strong><br />

polarização.<br />

Lei <strong>de</strong> Malus<br />

Se EM r<br />

representa a amplitu<strong>de</strong> da luz plano polarizada, <strong>de</strong>terminada pelo primeiro polarói<strong>de</strong>,<br />

<strong>de</strong>nominado polarizador, a amplitu<strong>de</strong> da luz transmitida pelo segundo polarói<strong>de</strong>, agora <strong>de</strong>nominado<br />

analisador, será a componente <strong>de</strong> EM r<br />

na direção <strong>de</strong> transmissão do analisador (figura 2).<br />

Figura 2<br />

r r<br />

A luz transmitida pelo analisador terá amplitu<strong>de</strong> dada por E = EM<br />

cos θ . A intensida<strong>de</strong> (I) do feixe<br />

luminoso é proporcional ao quadrado da amplitu<strong>de</strong> E r . Assim, a intensida<strong>de</strong> I da luz transmitida<br />

pelo analisador está relacionada com a intensida<strong>de</strong> da luz transmitida pelo polarizador I M através da<br />

2<br />

expressão conhecida por lei <strong>de</strong> Malus: I = IM<br />

cos θ .<br />

Se for colocado um terceiro polarói<strong>de</strong> com o plano <strong>de</strong> polarização formando um ângulo <strong>de</strong> 90° com<br />

o primeiro polarizador, a intensida<strong>de</strong> da luz emergente, obtida por duas aplicações sucessivas da lei<br />

<strong>de</strong> Malus será dada por:<br />

I 2<br />

obtém-se I =<br />

M<br />

sen ( 2θ)<br />

.<br />

4<br />

Procedimento <strong>experimental</strong><br />

2<br />

I = IM<br />

[(cos θ ⋅ cos( 90 − θ)]<br />

. Utilizando as relações trigonométricas<br />

1 - Coloque sobre o banco óptico, alinhados e encostados uns aos outros a lâmpada, dois<br />

polarói<strong>de</strong>s e a fotocélula <strong>de</strong> selênio (coberta), conforme o esquema da figura 3.<br />

Figura 3<br />

2 - Conecte a fotocélula diretamente ao amperímetro<br />

3 - Ponha os polarói<strong>de</strong>s a 0°, ligue a lâmpada e remova a cobertura da fotocélula<br />

4 - Aproxime ou afaste a fotocélula da lâmpada <strong>de</strong> maneira que o que o micro amperímetro acuse<br />

100 µA (ou menor)<br />

5 - Mantenha o polarói<strong>de</strong> próximo da lâmpada (polarizador) com uma orientação fixa.<br />

6 - Gire o polarói<strong>de</strong> analisador naotando na tabela 1 as medidas <strong>de</strong> corrente


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

90<br />

Tabela 1<br />

θ(°) I (µA)<br />

0<br />

10<br />

20<br />

30<br />

40<br />

50<br />

60<br />

70<br />

80<br />

90<br />

I 2<br />

cos θ<br />

Io<br />

2<br />

7 - Faça o gráfico <strong>de</strong> I em função <strong>de</strong> cos θ . Calcule os coeficientes linear e angular. Explique seus<br />

2<br />

respectivos significados físicos comparando-os com a equação I = IM<br />

cos θ<br />

8 - Para verificar a função dos polarói<strong>de</strong>s na seleção da intensida<strong>de</strong> luminosa, coloque mais um<br />

polarói<strong>de</strong> <strong>de</strong> modo a ter três consecutivos<br />

9 - Ajuste a intensida<strong>de</strong> luminosa da lâmpada, com os três polarói<strong>de</strong>s a 0°, aproximando ou<br />

afastando a fotocélula da lâmpada <strong>de</strong> maneira que o que o microamperímetro acuse 100 µA. Este<br />

valor será I M<br />

10 - Mantenha o primeiro e o segundo polarói<strong>de</strong>s a 0° e o terceiro a 90°<br />

11 - Anote os valores medidos na tabela 2<br />

Tabela 2<br />

θ(°) I (µA) sen 2θ<br />

0<br />

10<br />

20<br />

30<br />

40<br />

50<br />

60<br />

70<br />

80<br />

90<br />

sen ( 2 )<br />

2<br />

θ<br />

12 - Faça o gráfico <strong>de</strong> I em função <strong>de</strong> sen ( 2 )<br />

2<br />

θ . Calcule os coeficientes linear e angular. Explique<br />

I 2<br />

seus respectivos significados físicos comparando-os com a equação I =<br />

M<br />

sen ( 2θ)<br />

4<br />

POLARIZAÇÃO DA LUZ – LEI DE BREWSTER<br />

Objetivo<br />

Verificar a lei <strong>de</strong> Brewster


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

91<br />

Fundamento teórico<br />

Após ocorrer reflexão da luz por uma superfície plana, a luz refletida fica parcialmente polarizada. O<br />

grau <strong>de</strong> polarização <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> do ângulo <strong>de</strong> incidência e do índice <strong>de</strong> refração do material refletor<br />

da luz. Sir David Brewster, em 1812, constatou <strong>experimental</strong>mente que o grau <strong>de</strong> polarização da<br />

luz refletida é máximo quando o raio refletido e o raio refratado forma entre si um ângulo <strong>de</strong> 90°,<br />

como mostra a figura 1.<br />

Figura 1<br />

Na figura 1 tem-se luz não polarizada incidindo sobre um bloco <strong>de</strong> vidro, <strong>de</strong> índice <strong>de</strong> refração n 2,<br />

com um ângulo <strong>de</strong> incidência θP. Como o feixe é perpendicular ao feixe refletido θP + θr<br />

= 90°<br />

. Por<br />

n<br />

aplicação da lei <strong>de</strong> Snell ( n1 ⋅ sen θP<br />

= n2<br />

⋅ sen θr<br />

), resulta a lei <strong>de</strong> Brewster tg θ<br />

2<br />

P = .<br />

n1<br />

Procedimento <strong>experimental</strong><br />

1 - Monte o dispositivo ilustrado na figura 2<br />

Figura 2<br />

2 - Coloque o disco graduado na posição horizontal sobre o banco óptico na mesma altura da<br />

lâmpada<br />

3 - Sobre o disco ponha o semicilindro transparente, com o centro <strong>de</strong> curvatura <strong>de</strong> usa face plana<br />

coincidindo com o centro do disco conforme a figura 2<br />

4 - Com a lâmpada e a mascara da fenda vertical, produza um raio luminoso que incida sobre o<br />

centro do semicilindro, <strong>de</strong>ixando bem visíveis, sobre o disco os raios inci<strong>de</strong>nte, refletido e refratado<br />

5 - Observe e anote o que acontece com a intensida<strong>de</strong> do feixe incidindo sobre a tela translúcida,<br />

quando interpõe um polarói<strong>de</strong> entre o feixe refletido e a tela, para ângulos <strong>de</strong> incidência variando<br />

<strong>de</strong> 0° a 90°, nas seguintes situações: polarói<strong>de</strong> a 0° e polarói<strong>de</strong> a 90°<br />

6 - Observe e anote o qu e acontece com a intensida<strong>de</strong> do feixe refletido incidindo sobre a tela<br />

quando o polarói<strong>de</strong> estiver a 90° e o ângulo <strong>de</strong> incidência for o ângulo <strong>de</strong> polarização θ P<br />

7 - I<strong>de</strong>ntifique o plano <strong>de</strong> polarização do feixe refletido<br />

8 - Meça o ângulo <strong>de</strong> polarização e o ângulo limite para este semicilindro e anote-os


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

92<br />

9 - Faça um esquema contendo o disco graduado e o semicilindro e indique a direção do plano <strong>de</strong><br />

polarização do feixe refletido para um ângulo <strong>de</strong> incidência igual ao ângulo <strong>de</strong> Brewster<br />

10 - Calcule o índice <strong>de</strong> refração do material do semicilindro utilizando o valor medido do ângulo <strong>de</strong><br />

polarização<br />

11 - Calcule o índice <strong>de</strong> refração do material do semicilindro utilizando o valor medido do ângulo<br />

limite


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

93<br />

ONDAS– RESSONÂNCIA<br />

Objetivo<br />

Verificar o fenômeno da ressonância<br />

Fundamento teórico<br />

BATIMENTOS<br />

Em <strong>geral</strong>, sempre que sobre um sistema capaz <strong>de</strong> oscilar, atuar uma serie <strong>de</strong> impulsos periódicos<br />

cuja freqüência seja igual à freqüência natural do sistema, este último começa também a oscilar<br />

com amplitu<strong>de</strong> relativamente gran<strong>de</strong>. Tal fenômeno chama-se ressonância; diz-se que o sistema<br />

ressoa com o impulso aplicado.<br />

Um exemplo <strong>de</strong> ressonância consiste no modo com que empurramos um balanço. Os empurrões<br />

sucessivos <strong>de</strong>vem ser dados exatamente no ritmo em que o balanço oscila, para que este aumente<br />

(ou mantenha) a sua amplitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> oscilação. Empurrar o balanço quando este ainda vem chegando<br />

equivale a absorver uma parte <strong>de</strong> energia <strong>de</strong>ste, prejudicando o movimento. Este exemplo vale<br />

para dois diapasões com suas caixas <strong>de</strong> ressonância ( um <strong>de</strong> frente para o outro ), quando um é<br />

excitado o outro entrará em vibração e se tornara audível. Esta experiência só funciona com<br />

diapasões <strong>de</strong> freqüências iguais ou quase iguais.<br />

Quando duas ondas sonoras <strong>de</strong> freqüências ligeiramente diferentes atravessam simultaneamente a<br />

mesma região do espaço elas dão origem ao fenômeno <strong>de</strong> batimento. Se as duas possuem<br />

amplitu<strong>de</strong>s iguais a representação gráfica da onda resultante é semelhante ao da figura 1.<br />

Figura 1<br />

A freqüência do batimento é igual à diferença entre as freqüências das duas ondas:<br />

TUBO DE KUBDT<br />

f bat<br />

= ∆f<br />

= f − f<br />

Na figura 2 representamos, esquematicamente, um tubo <strong>de</strong> Kundt na qual a direito da figura há um<br />

alto falante vibrando em uma certa freqüência conhecida. Um pistão é mantido fixo, a onda que<br />

parte do alto falante reflete no pistão e dá origem a uma onda estacionaria. No interior do tubo há<br />

um pó muito tênue ( pó <strong>de</strong> cortiça ). Este pó acumula-se nos pontos nodais, como mostra a figura<br />

2,<br />

Figura 2<br />

Como a distancia d entre dois nós consecutivos é <strong>de</strong> meio comprimento <strong>de</strong> onda, temos:<br />

λ<br />

v<br />

d = , como: λ = , logo: v =<br />

2df<br />

2<br />

f<br />

2<br />

1


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

94<br />

se conhecermos a freqüência e a distancia entre nodos po<strong>de</strong>mos então <strong>de</strong>terminar o valor da<br />

velocida<strong>de</strong> do som no ar ou em qualquer gás contido <strong>de</strong>ntro do tubo <strong>de</strong> Kundt.<br />

PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL<br />

1 – coloque os diapasões em suas caixas <strong>de</strong> ressonância. Coloque as duas caixas com as aberturas<br />

frente a frente;<br />

2 – bata o martelo em um dos diapasões e abafe-o logo em seguida. O outro diapasão vibra?<br />

Observe através do osciloscópio usando o microfone;<br />

3 – faça o item 2, agora usando o microfone acoplado ao osciloscópio e nas caixas <strong>de</strong> ressonância.<br />

Observe a figura na tela do osciloscópio. Faca um <strong>de</strong>senho esquemático da onda obtida,<br />

explicando-o<br />

4 – tome dois diapasões <strong>de</strong> freqüências próximas, ou pegue um dos diapasões e, coloque em uma<br />

das hastes um dispositivo munido <strong>de</strong> parafuso. Assim o diapasão ficará <strong>de</strong>safinado em relação ao<br />

outro diapasão.<br />

5 – bata firmemente em um dos diapasões e após bata no outro sem abafar nenhum <strong>de</strong>les.<br />

6 – o que ocorre com o som simultâneo dos diapasões?<br />

7 – faça o item 5 usando agora o microfone acoplado ao osciloscópio e observe a onda resultante<br />

na tela. Desenhe a onda obtida explicando-a.<br />

8 – monte o esquema da figura 4<br />

Figura 4<br />

9 – varie levemente a freqüência <strong>de</strong> um dos geradores. Há batimentos? Acompanhe estes<br />

experimentos no osciloscópio. Seria possível estimar a diferença entre as freqüências através da<br />

onda visualizada no osciloscópio?<br />

DETERMINAÇÃO DA VELOCIDADE DO SOM NO AR<br />

1 – coloque um pouco <strong>de</strong> pó <strong>de</strong> cortiça na extensão do tubo inteiro. Para isto distribua o pó na<br />

cantoneira e <strong>de</strong>pois que introduzi-lo no tubo, vire a cantoneira.<br />

2 – monte a figura 5. veja se o pó pula em alguns lugares e noutros não. Varie a freqüência no<br />

gerador <strong>de</strong> áudio até encontrar a figura da onda estacionária. O que está acontecendo? Explique.<br />

Figura 5<br />

3 – faça várias medidas com freqüências diferentes.<br />

4 – <strong>de</strong>termine a velocida<strong>de</strong> do som no ar. Compare com o valor tabelado <strong>de</strong> 340 m/s.


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

95<br />

CORDAS VIBRANTES – EXPERIÊNCIA DE MELDE<br />

Objetivo<br />

Verificar as leis da vibrações transversais das cordas<br />

Fundamento teórico<br />

Corda é um sólido flexível, muito alongado, fixo nas duas extremida<strong>de</strong>s e fortemente teso entre<br />

estes dois pontos. Po<strong>de</strong> emitir um som, quando se produzem nela vibrações longitudinais ou<br />

transversais. Estas são as únicas utilizadas pela música, nos instrumentos <strong>de</strong> corda.<br />

Numa corda em vibração, a superposição das ondas diretas e refletidas produz um sistema <strong>de</strong><br />

ondas estacionarias, com nodos fixos e ventres eqüidistantes. A distância <strong>de</strong> dois ventres ou nodos<br />

consecutivos é sempre λ/2. No estado vibratório mais simples, há um só ventre, no meio da corda,<br />

sendo as extremida<strong>de</strong>s dois nodos. Em <strong>geral</strong>, para um número K <strong>de</strong> ventres, o comprimento L da<br />

corda é dividido pelos nodos em K partes, iguais a λ/2:<br />

λ<br />

L = K .<br />

2<br />

Se f é a freqüência do som emitido e v a velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> propagação das ondas transversais na<br />

corda, temos:<br />

Eliminando λ entre as duas relações, temos:<br />

v = fλ<br />

v<br />

f = K<br />

2L<br />

como K po<strong>de</strong> tomar os valores 1, 2, 3, 4, etc., vemos que a corda po<strong>de</strong> emitir todos os harmônicos<br />

do som fundamental.<br />

A velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> propagação das ondas transversais numa corda varia na razão direta da raiz<br />

quadrada da tensão da corda (τ) e na inversa da raiz quadrada da <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> linear (ρ = massa por<br />

unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> comprimento):<br />

Para o som fundamental a formula torna-se:<br />

τ<br />

v = , substituindo na equação da freqüência:<br />

ρ<br />

1<br />

f = K<br />

2L<br />

1<br />

f =<br />

2L<br />

τ<br />

ρ<br />

τ<br />

ρ


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

96<br />

como: τ = mg e m = π R Lµ<br />

= ρL<br />

2<br />

m<br />

ou ρ =<br />

L<br />

1 τL<br />

1 mg<br />

assim: f = ∴ f = que é a formula <strong>de</strong> Lagrange.<br />

2L<br />

m 2RL<br />

πµ<br />

PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL<br />

1 – meça o comprimento do fio <strong>de</strong> nylon (aproximadamente 2m);<br />

2 – meça a massa do fio e o diâmetro do mesmo;<br />

3 – monte o experimento como mostra a figura 1 (use massa <strong>de</strong> ≈ 20 g);<br />

Figura 1<br />

4 – ligue o gerador <strong>de</strong> áudio (com freqüência <strong>de</strong> aproximadamente 200 Hz e amplitu<strong>de</strong> baixa)<br />

5 – varie (vagarosamente) a freqüência ate encontrar uma onda estacionária;<br />

6 – conte o número <strong>de</strong> ventres;<br />

7 – continue variando a freqüência (até encontrar outra onda estacionária) e conte o número <strong>de</strong><br />

ventres;<br />

Faça uma tabela da freqüência pelo número <strong>de</strong> ventres.<br />

8 – para o mesmo comprimento <strong>de</strong> fio fixe o número <strong>de</strong> ventres e varie o peso e a freqüência;<br />

Faça uma tabela <strong>de</strong> freqüência e peso.<br />

9 – fixe agora a <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> linear da corda, o peso e o número <strong>de</strong> ventres, variando a freqüência e<br />

o comprimento do fio;<br />

Faça uma tabela da freqüência pelo comprimento.<br />

10 – faça os gráficos dos dados contidos nas tabelas, linearizando-os;<br />

11 – com os gráficos obtidos compare com a equação teórica (Lagrange).


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

97<br />

BIBLIOGRAFIA<br />

ALBUQUERQUE, R. O.. Análise <strong>de</strong> Circuitos em Corrente Alternada. 11 a . Ed., São Paulo, Érica, 1998.<br />

142 pp.<br />

ALONSO, M. e FINN, E. J.. <strong>Física</strong> um Curso Universitário. Vol. I e II. São Paulo, Edgard Blucher,<br />

1972.<br />

BEVINGTON, P. R.. Data Reduction and Error Analysis for the Physical Sciences. New York,<br />

McGraw-Hill, 1969. 336 pp.<br />

BORCHARDT, I. G. e GOMES, A. F.. Termopares. Porto Alegre, Sagra, 1978. 82 pp.<br />

CAPUANO, F. G. e MARINO, M. A. M.. Laboratório <strong>de</strong> Eletricida<strong>de</strong> e Eletrônica – Teoria E Prática.<br />

16 a . Ed., São Paulo, Érica, 1998. 302 pp.<br />

CAVALIN, G. E CERVELIN, S.. Instalações Elétricas Prediais. 9 a . Ed., São Paulo, Érica, 1998. 388 pp.<br />

CAVALIN, G. E CERVELIN, S.. Instalações Elétricas Prediais: Ca<strong>de</strong>rno <strong>de</strong> Ativida<strong>de</strong>s. 2 a . Ed., São<br />

Paulo, Érica, 2001. 168 pp.<br />

CATELLI, F.. <strong>Física</strong> Experimental II: Eletricida<strong>de</strong>, Eletromagnetismo e Ondas. 2 a . ed., Caxias do sul,<br />

EDUCS, 1985. 172 pp.<br />

CRUZ, E. C. A.. Praticando Eletricida<strong>de</strong>: Circuitos em Corrente Contínua. 7 a . Ed., São Paulo, Érica,<br />

1997. 274 pp.<br />

DE LIRA, F. A.. Metrologia na Indústria. 2 a . Ed., São Paulo, Érica, 2001. 246 Pp.<br />

DE LOURENÇO, A. C.; CRUZ, E. C. A. E CHOUERI JR, S.. Circuitos em Corrente Contínua. 4 a . Ed,.<br />

São Paulo, Érica, 2001. 310 pp.<br />

DE SOUZA, M. A. M.. Eletrônica: Todas as Informações Técnicas Essenciais <strong>de</strong> Componentes<br />

Eletrônicos. São Paulo, Hemus, 2003. 215 pp.<br />

FERREIRA, M. C.. Ciência da Medição. São Paulo, Edicon, 1990. 72 pp.<br />

GOLDEMBERG, J. <strong>Física</strong> Geral e Experimental: vol. 1. 3 a . ed., São Paulo, Cia. Ed. Nacional, 1977.<br />

527 pp.<br />

GOLDEMBERG, J. <strong>Física</strong> Geral e Experimental: vol. 2. São Paulo, Cia. Ed. Nacional, 1970. 391 pp.<br />

GOLDEMBERG, J. <strong>Física</strong> Feral e Experimental: vol. 3. São Paulo, Cia. Ed. Nacional, 1973. 220 pp.<br />

GUERRINI, D. P.. Eletricida<strong>de</strong> para Engenharia. São Paulo, Manole, 2003. 148 pp.<br />

HABER, U. <strong>Física</strong>: Manual <strong>de</strong> Experiências vol. I e II. São Paulo, IBECC, 1966. 87 pp.<br />

HELENE, O. A. M. e VANIN, V. R.. Tratamento Estatístico <strong>de</strong> Dados em <strong>Física</strong> Experimental. 2.a<br />

Ed., São Paulo, Edgard Blucher, 1991. 105 pp.<br />

HENNES, C. E.; GUIMARÃES, W. O. N.; ROVERSI, J. A. e VARGAS, H.. Problemas Experimentais<br />

em <strong>Física</strong> vol. III. 4 a . Ed., Campinas, Ed. UNICAMP, 1993. 165 pp.<br />

HURÊ, F.. Iniciação à Electricida<strong>de</strong> e à Electrônica: 200 Manipulações Simples <strong>de</strong> Electricida<strong>de</strong> e<br />

Electrônica. Lisboa, Ed. Presença, 1976. 208 pp.<br />

IRMÃOS MARISTAS. <strong>Física</strong>: vol I, II e III. 3 a . Ed., São Paulo, FTD, 1964.


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

98<br />

MARTINS, N.; PAULI, R. U. e MAUAD, F. C.. <strong>Física</strong> para a Universida<strong>de</strong>: vol. 1 Análise Dimensional.<br />

São Paulo RPU, 1979. 133 pp.<br />

NETTO, H. F.; SUAREZ, F.; RODRIGUES, O. e CARNEIRO, Q. S.. <strong>Física</strong> Experimental, 63 pp.<br />

NUSSENZVEIG, H. M.. <strong>Física</strong> Básica: vol. 1, 2, 3 e 4. São Paulo, Edgard Blucher, 1981.<br />

PAULI, R. U.; MAJORANA, F. S.; HEILMANN, H. P. e CHOHFI, C. A.. Ferramentas Matemáticas para<br />

o Estudo <strong>de</strong> <strong>Física</strong>. São Paulo, EPU, 1978. 62 pp.<br />

PIAGENTINI, J. J.; GRANDI, B. C. S.; HOFMANN, M. P.; DE LIMA, F. R. R. e ZIMMERMANN, E..<br />

Introdução ao Laboratório <strong>de</strong> <strong>Física</strong>. 2 a . Ed., Florianópolis, EDUFSC, 2001. 119 pp.<br />

RESNICK, R. e HALLIDAY, D.. <strong>Física</strong>: vol. 1, 2, 3 e 4. 4 a . Ed., Rio <strong>de</strong> Janeiro, LTC, 1983.<br />

SEARS, F.; ZEMANSKY, M. W. e YOUNG, H. D.. <strong>Física</strong>: vol. 1, 2, 3 e 4. 2 a . Ed., Rio <strong>de</strong> Janeiro, LTC,<br />

1984.<br />

SIGHIERI, L. E NISHINARI, A.. Controle Automático <strong>de</strong> Processos Industriais: Instrumentação. 2 a .<br />

Ed., São Paulo, Edgard Blucher, 1987. 234 pp.<br />

TAVOLARO, C. R. C. e CAVALCANTE, M. A.. <strong>Física</strong> Mo<strong>de</strong>rna Experimental. São Paulo, Manole,<br />

2003. 119 pp.<br />

TIPLER, P. A.. <strong>Física</strong>: vol. 1, 2, 3 e 4. 2 a . Ed., Rio <strong>de</strong> Janeiro, Guanabara Dois, 1985.<br />

VENCATO, I. e PINTO, V. A.. <strong>Física</strong> Experimental II: Eletromagnetismo e Ótica. Florianópolis, Ed.<br />

da UFSC, 1992. 147 pp.<br />

ZARO, M. A.; BORCHARDT, I. G. E MORAES, J. DA S.. Experimentos <strong>de</strong> <strong>física</strong> básica: eletricida<strong>de</strong>,<br />

magnetismo e eletromagnetismo. Porto Alegre, Sagra, 1982. 152 pp.<br />

WATAHIN, G.. Eletromagnetismo e Óptica. Campinas, EDUNICAMP, 1974. 333 pp.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!