30.04.2013 Views

física geral experimental - Departamento de Física - Universidade ...

física geral experimental - Departamento de Física - Universidade ...

física geral experimental - Departamento de Física - Universidade ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA<br />

SETOR DE CIÊNCIAS EXATAS E NATURAIS<br />

DEPARTAMENTO DE FÍSICA<br />

FÍSICA GERAL EXPERIMENTAL<br />

QUÍMICA TECNOLÓGICA COM ÊNFASE EM QUÍMICA AMBIENTAL<br />

SEGUNDO SEMESTRE<br />

Prof. Dr. Silvio Luiz Rutz da Silva


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

1<br />

CARGA ELÉTRICA<br />

Objetivos<br />

Descobrir quais materiais carregam-se com carga positiva e negativa quando atritados.<br />

Explicar o funcionamento <strong>de</strong> um eletroscópio.<br />

Fundamento teórico<br />

Carga elétrica<br />

J.J. Thomson (1856 - 1940)<br />

Qualquer tipo <strong>de</strong> matéria é formada por átomos. Estes são tão minúsculos que nenhum<br />

microscópio comum permite vê-los. Uma fileira <strong>de</strong> <strong>de</strong>z milhões <strong>de</strong> átomos não chega a medir um<br />

milímetro. Contudo, os átomos não são as menores partículas da matéria: eles próprios se<br />

compõem <strong>de</strong> partículas ainda menores, chamadas partículas subatômicas.<br />

No centro <strong>de</strong> todo átomo existe um conjunto formado por dois tipos <strong>de</strong> partículas: os prótons e os<br />

nêutrons.<br />

Esse conjunto <strong>de</strong> partículas é o núcleo do átomo. À volta <strong>de</strong>ste núcleo, como se fossem satélites,<br />

giram os elétrons, partículas em movimento permanente (figura 1). As trajetórias <strong>de</strong>sses elétrons<br />

se organizam em camadas sucessivas chamadas órbitas eletrônicas.<br />

Figura 1<br />

Os prótons do núcleo e os elétrons das órbitas se atraem entre si. A esta força <strong>de</strong> atração<br />

recíproca chamamos <strong>de</strong> força elétrica. É a força elétrica que mantém os elétrons girando à volta<br />

dos prótons do núcleo. Sem ela, os elétrons se per<strong>de</strong>riam no espaço e os átomos não existiriam.<br />

Os elétrons, entretanto, repelem outros elétrons e os prótons repelem outros prótons. Dizemos,


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

2<br />

Eletrização<br />

por isto, que as partículas com carga igual se repelem e as partículas com carga oposta se atraem<br />

(figura 2).<br />

Figura 2<br />

Convencionou-se chamar a carga dos prótons <strong>de</strong> positiva (+) e as cargas dos elétrons <strong>de</strong> negativa<br />

(-). Normalmente, cada átomo é eletricamente neutro, em outras palavras, tem quantida<strong>de</strong>s iguais<br />

<strong>de</strong> carga negativa e positiva, ou seja, há tantos prótons em seu núcleo, quantos elétrons ao redor,<br />

no exterior. Os prótons estão fortemente ligados ao núcleo dos átomos. Somente os elétrons<br />

po<strong>de</strong>m ser transferidos <strong>de</strong> um corpo para outro. Po<strong>de</strong>mos dizer que um corpo está eletrizado<br />

quando possui excesso ou falta <strong>de</strong> elétrons. Se há excesso <strong>de</strong> elétrons, o corpo está eletrizado<br />

negativamente; se há falta <strong>de</strong> elétrons, o corpo está eletrizado positivamente.<br />

A quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> elétrons em falta ou em excesso caracteriza a carga elétrica Q do corpo, po<strong>de</strong>ndo<br />

ser positiva no primeiro caso e negativa no segundo.<br />

Um corpo está eletrizado quando o número <strong>de</strong> prótons está diferente do número <strong>de</strong> elétrons e<br />

vice-versa. Corpos com cargas iguais se repelem e corpos com cargas diferentes se atraem.<br />

Condutor e isolante<br />

Um condutor é aquele elemento em que os elétrons estão fracamente presos ao núcleo e, por<br />

isso, tem fácil locomoção. Um isolante é aquele elemento em que os elétrons estão fortemente<br />

ligados ao núcleo.<br />

Processos <strong>de</strong> eletrização<br />

Atrito<br />

Na eletrização por atrito os corpos atritados adquirem cargas <strong>de</strong> mesmo módulo, mas com sinais<br />

contrários (figura 3). Ex.: quando se atrita um canudinho e um pedaço <strong>de</strong> lã há a transferência <strong>de</strong><br />

elétrons um para o outro<br />

Contato<br />

Figura 3<br />

Na eletrização por contato os corpos adquirem cargas <strong>de</strong> mesmo sinal, porém o módulo vai<br />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r das dimensões do corpo. Se os corpos possuírem dimensões iguais às cargas se<br />

dividiram igualmente. Após um certo tempo <strong>de</strong> contato, os corpos irão adquirir cargas iguais e irão<br />

se repelir (figura 4).


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

3<br />

Polarização<br />

Eletroscópio<br />

Indução<br />

Figura 4<br />

Na eletrização por indução usamos três corpos, sendo um neutro (condutor), a terra e um corpo<br />

carregado chamado indutor (figrua5). Aproximamos o corpo indutor ao condutor, que está ligado à<br />

terra por um fio terra.Pelo fio terra <strong>de</strong>scerá (ou subirá <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo da situação) elétrons para<br />

tentar neutralizar o corpo indutor. Quando se corta o fio terra e afasta o indutor, o condutor ficará<br />

carregado. Não encostamos o indutor no condutor, tendo essas cargas <strong>de</strong> sinais contrários.<br />

Figura 5<br />

Quando um corpo eletrizado se aproxima <strong>de</strong> um dielétrico cujas moléculas são polares há a<br />

polarização do dielétrico (figura 6). A presença <strong>de</strong> um corpo eletrizado (no caso positivamente)<br />

atrai o lado negativo <strong>de</strong> cada molécula, fazendo com que as moléculas do dielétrico se orientem,<br />

com o lado negativo voltado para o corpo eletrizado. Se o dielétrico for <strong>de</strong> moléculas apolares elas<br />

irão se tornar polares <strong>de</strong>vido a presença do corpo eletrizado.<br />

Figura 6<br />

Qualquer dispositivo que permite saber se um objeto está ou não eletrizado se chama<br />

eletroscópio. O eletroscópio <strong>geral</strong>mente é neutro. Há dois tipos <strong>de</strong> eletroscópio:<br />

Pêndulo<br />

Ao aproximarmos um corpo próximo ao pêndulo neutro se ele for atraído mostra que ele está<br />

carregado positivamente ou negativamente (figura 7).<br />

Figura 7


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

4<br />

Folhas<br />

É usado mais em laboratórios (figura 8). É constituído por uma haste metálica com duas folhas<br />

metálicas na parte inferior e uma esfera metálica na parte superior. Quando aproximamos um<br />

corpo eletrizado para perto da esfera e se as folhas se fecharem é que o corpo eletrizado tem sinal<br />

contrário ao das folhas do eletroscópio.<br />

GERADOR DE VAN DE GRAFF<br />

Objetivos<br />

Figura 8<br />

Desenhar as linhas <strong>de</strong> força para vários formatos <strong>de</strong> eletrodos, tendo como base <strong>experimental</strong> a<br />

cuba.<br />

Comparar se as linhas <strong>de</strong> força são realmente perpendiculares às equipotenciais para o caso <strong>de</strong><br />

placas paralelas e circulares.<br />

Encontrar a carga máxima que po<strong>de</strong> ser armazenada no gerador do laboratório.<br />

Fundamento teórico<br />

Os fenômenos eletrostáticos são conhecidos <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o tempo dos gregos. Naquela época já se sabia<br />

que o âmbar, atritado com um pedaço <strong>de</strong> lã, era capaz <strong>de</strong> atrair pequenos pedaços <strong>de</strong> fibra<br />

vegetal (palha, linho, etc.). E, durante vários séculos o fenômeno foi consi<strong>de</strong>rado apenas como<br />

uma curiosida<strong>de</strong> natural. Mas, em 1600, o médico inglês William Gilbert publicou o primeiro<br />

tratado a respeito da eletricida<strong>de</strong>, no qual fazia referência às cargas elétricas geradas por atrito.<br />

Seu trabalho <strong>de</strong>u origem às primeiras "máquinas eletrostáticas", que produziam eletricida<strong>de</strong> pelo<br />

atrito <strong>de</strong> um disco <strong>de</strong> âmbar entre dois pedaços <strong>de</strong> pele <strong>de</strong> carneiro. Mais tar<strong>de</strong>, em 1752,<br />

Benjamin Franklin chegava à conclusão <strong>de</strong> seus trabalhos em eletricida<strong>de</strong> atmosférica, nos quais<br />

provava a existência <strong>de</strong> cargas elétricas no ar.<br />

Estes conceitos básicos sobre a natureza da eletricida<strong>de</strong> levaram à conclusão <strong>de</strong> que as máquinas<br />

eletrostáticas produziam e armazenavam cargas elétricas, sem contudo po<strong>de</strong>r movimentá-las,<br />

<strong>de</strong>vido às proprieda<strong>de</strong>s isolantes dos materiais usados em sua construção. Só se conseguiu<br />

compreen<strong>de</strong>r as proprieda<strong>de</strong>s elétricas dos vários materiais isolantes e condutores após o<br />

<strong>de</strong>senvolvimento das teorias a respeito do átomo.<br />

Sabe-se, atualmente, que um <strong>de</strong>terminado material é isolante porque o elétrons <strong>de</strong> seus átomos<br />

não gozam <strong>de</strong> mobilida<strong>de</strong>, como acontece no caso dos átomos <strong>de</strong> metais, que são bons<br />

condutores. Ao serem produzidas, as cargas permanecem na superfície do material isolante, até<br />

que sejam retiradas por um corpo condutor.<br />

Este fato é aproveitado para a construção dos geradores eletrostáticos do tipo Van <strong>de</strong> Graff; tendo<br />

aparecido em 1930, <strong>de</strong>stinam-se a produzir voltagens muito elevadas para serem usadas em<br />

experiências <strong>de</strong> <strong>física</strong>.


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

5<br />

Geradores eletrostáticos<br />

Robert Jemison Van <strong>de</strong> Graff (1901 - 1967)<br />

Um gerador eletrostático é um equipamento capaz <strong>de</strong> gerar cargas elétricas estáticas. Os<br />

geradores eletrostáticos transformam energia mecânica em energia elétrica. O primeiro gerador <strong>de</strong><br />

eletricida<strong>de</strong> foi um gerador eletrostático <strong>de</strong> fricção. Foi construído no século XVII pelo alemão Otto<br />

von Guericke e era constituído por uma esfera <strong>de</strong> enxofre com um eixo ligado a uma manivela.<br />

Girando a manivela, a esfera friccionava um pano <strong>de</strong> lã e produzia eletricida<strong>de</strong>. Outros geradores<br />

eletrostáticos se lhe seguiram.<br />

Dentre eles, os geradores eletrostáticos por indução que utilizam a fricção, mas permitem a<br />

geração <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong> por influência. Enquanto os primeiros mo<strong>de</strong>los apenas geravam uma forma<br />

<strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong> (positiva ou negativa), outros permitiam gerar as duas formas.<br />

Em 1785 foi construído um gerador eletrostático capaz <strong>de</strong> produzir tensões <strong>de</strong> 300 000 Volt e<br />

<strong>de</strong>scargas com 60 cm <strong>de</strong> comprimento.<br />

Em 1930 um físico norte-americano construiu uma máquina eletrostática que tomou o seu nome, o<br />

gerador <strong>de</strong> Van <strong>de</strong> Graaf, que é uma máquina <strong>de</strong>stinada a laboratórios <strong>de</strong> <strong>Física</strong> Nuclear sendo<br />

constituída por dois cilindros ligados por uma correia na qual a geração <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong> ocorre por<br />

fricção e por indução. Os geradores <strong>de</strong> Van <strong>de</strong>r Graaf atingem tensões <strong>de</strong> milhões <strong>de</strong> Volt.<br />

Gerador <strong>de</strong> Van <strong>de</strong> Graff para laboratorios <strong>de</strong> ensino<br />

No gerador <strong>de</strong> Van <strong>de</strong> Graaff, um motor movimenta uma correia isolante que passa por duas<br />

polias, uma <strong>de</strong>las acionada por um motor elétrico que faz a correia se movimentar. A segunda<br />

polia encontra-se <strong>de</strong>ntro da esfera metálica oca (figura).


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

6<br />

Através <strong>de</strong> pontas metálicas a correia recebe carga elétrica <strong>de</strong> um gerador <strong>de</strong> alta tensão. A<br />

correia eletrizada transporta as cargas até o interior da esfera metálica, on<strong>de</strong> elas são coletadas<br />

por pontas metálicas e conduzidas para a superfície externa da esfera. Como as cargas são<br />

transportadas continuamente pela correia, elas vão se acumulando na esfera. Por esse processo, a<br />

esfera po<strong>de</strong> atingir um potencial <strong>de</strong> até 10 milhões <strong>de</strong> volts, no caso dos gran<strong>de</strong>s geradores<br />

utilizados para experiências <strong>de</strong> <strong>física</strong> atômica, ou milhares <strong>de</strong> volts nos pequenos geradores<br />

utilizados para <strong>de</strong>monstrações nos laboratórios <strong>de</strong> ensino.


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

7<br />

PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DE<br />

INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO ELÉTRICA<br />

Objetivos<br />

Estudar os instrumentos mais comumente empregados nas medições elétricas<br />

Questões que traduzem a finalida<strong>de</strong> da medição elétrica<br />

→ O que medir?<br />

→ Com que medir?<br />

→ Como avaliar a medição?<br />

O que medir?<br />

Há a possibilida<strong>de</strong> da medição <strong>de</strong> uma gama bastante vasta <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>zas. Na medição elétrica as<br />

gran<strong>de</strong>zas fundamentais são:<br />

→ Corrente;<br />

→ Tensão;<br />

→ Freqüência;<br />

→ Potência;<br />

→ Resistência;<br />

→ Capacitância;<br />

→ Indutância;<br />

→ Fator <strong>de</strong> potência.<br />

Com o emprego <strong>de</strong> dispositivos chamados transdutores, existe a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> medir gran<strong>de</strong>zas<br />

<strong>física</strong>s tais como:<br />

→ Temperatura com termopares ou termo-resistência;<br />

→ Velocida<strong>de</strong> com geradores;<br />

→ pH, umida<strong>de</strong> com emissores;<br />

→ Vazão, pressão com transdutores especiais.<br />

Com que medir?<br />

Exige conhecimentos fundamentais da medição elétrica para que o emprego <strong>de</strong> um <strong>de</strong>terminado<br />

instrumento seja a<strong>de</strong>quado e exato para a medição <strong>de</strong>sejada.<br />

Os instrumentos divi<strong>de</strong>m-se, <strong>de</strong> acordo com a finalida<strong>de</strong> e quanto ao sistema <strong>de</strong> medição com qual<br />

funcionam.<br />

Os sistemas <strong>de</strong> medição mais empregados são os seguintes, com a indicação <strong>de</strong> algumas<br />

gran<strong>de</strong>zas que po<strong>de</strong>rão ser medidas por eles:


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

8<br />

→ Sistema bobina móvel (A, V, R, °C, r.p.m.)<br />

→ Sistema ferro móvel (/A., V)<br />

→ Sistema <strong>de</strong> lâminas vibráteis (Hz, r.p.m.)<br />

→ Sistema eletrodinâmico (W, A, V)<br />

→ Sistema ímã móvel (A, V)<br />

→ Sistema eletrônico digital (A, V, Hz)<br />

Outros sistemas menos usados<br />

→ Sistema fio aquecido (A)<br />

→ Sistema eletrostático (V)<br />

Mo<strong>de</strong>rnamente estão se impondo os instrumentos com sistema eletrônico em virtu<strong>de</strong> do<br />

aperfeiçoamento e confiabilida<strong>de</strong> sempre melhor dos componentes eletrônicos.<br />

Como avaliar a medição?<br />

Avaliar a medição compreen<strong>de</strong> o problema <strong>de</strong>, com os dados fornecidos pelos instrumentos, po<strong>de</strong>r-<br />

se tirar as conclusões para se tomar uma <strong>de</strong>cisão ou certificar-se do <strong>de</strong>sempenho da instalação.<br />

A <strong>de</strong>cisão para mudar algo no processamento po<strong>de</strong>rá ser feita manualmente, ou por intermédio <strong>de</strong><br />

instrumentos chamados reguladores, que po<strong>de</strong>rão ou não funcionar nos mesmos princípios dos<br />

instrumentos indicadores.<br />

A avaliação por um período mais longo e <strong>de</strong> valores instantâneos po<strong>de</strong> ser feita por intermédio <strong>de</strong><br />

registradores funcionando ou não nos mesmos princípios dos instrumentos indicadores.<br />

Po<strong>de</strong>mos dividir os instrumentos <strong>de</strong> medida quanto ao seu emprego nos seguintes grupos:<br />

→ Instrumentos indicadores<br />

→ Instrumentos reguladores<br />

→ Instrumentos registradores<br />

Quanto ao seu uso os instrumentos se classificam ainda em:<br />

→ Instrumentos para painéis ou quadros <strong>de</strong> comando<br />

São empregados em medidas contínuas, são fixos ou embutidos em painéis indicando, controlando<br />

ou registrando continuamente uma gran<strong>de</strong>za qualquer.<br />

→ Instrumentos portáteis<br />

São empregados na manutenção ou laboratório e, portanto <strong>de</strong> uso <strong>de</strong>scontínuo, para avaliação,<br />

controle e pesquisa <strong>de</strong> uma instalação, <strong>de</strong> um outro instrumento ou <strong>de</strong> um <strong>de</strong>terminado fenômeno<br />

ou gran<strong>de</strong>za.<br />

Princípio fundamental <strong>de</strong> funcionamento<br />

O princípio <strong>de</strong> funcionamento <strong>de</strong> um instrumento <strong>de</strong> medida elétrica baseia-se no mesmo princípio<br />

<strong>de</strong> uma balança, isto é, a um <strong>de</strong>terminado peso contrapõe-se um outro.<br />

Um instrumento <strong>de</strong> medida elétrica aproveita a ação <strong>de</strong> uma corrente para produzir uma força.<br />

Esta faz com que um elemento móvel do instrumento se <strong>de</strong>sloque. Havendo uma força contrária<br />

haverá equilíbrio <strong>de</strong> forças, fazendo com que este elemento pare em algum lugar.<br />

Desta maneira é possível a graduação <strong>de</strong> uma escala para a obtenção dos diversos pontos <strong>de</strong><br />

equilíbrio para diversos valores <strong>de</strong> corrente.<br />

Detalhes construtivos<br />

A figura abaixo mostra as partes principais <strong>de</strong> um instrumento <strong>de</strong> medida elétrica.


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

9<br />

O instrumento, propriamente dito, com seus acessórios internos intercambiáveis se chama<br />

instrumento <strong>de</strong> medida elétrica.<br />

O instrumento com seus acessórios externos intercambiáveis ou não, formam o conjunto <strong>de</strong><br />

medição.<br />

Componentes principais<br />

→ Mecanismo ou sistema <strong>de</strong> medição<br />

Compreen<strong>de</strong> o conjunto <strong>de</strong> peças que possibilitam a transformação <strong>de</strong> uma corrente elétrica em<br />

um movimento. Nelas estão compreendidas as bobinas fixas ou móveis, o eixo, os mancais, as<br />

molas espirais, o amortecedor e outras peças ativas, como por exemplo o imã permanente e o<br />

núcleo <strong>de</strong> ferro.<br />

→ Caixa externa <strong>de</strong> proteção<br />

Serve para a proteção do mecanismo <strong>de</strong> medição sendo que se apresenta no mercado em diversos<br />

tamanhos, formas e materiais.<br />

→ Mostrador<br />

Representa a peça sobre a qual, <strong>geral</strong>mente sob fundo branco, está inscrita a escala com as<br />

divisões e numerações mediante as quais se po<strong>de</strong> ler o valor da gran<strong>de</strong>za medida.<br />

Nos instrumentos <strong>de</strong> medida é <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> importância uma graduação bem feita da escala.<br />

Depen<strong>de</strong>ndo do instrumento os traços <strong>de</strong>vem ser grossos para leituras à distância, e finas para<br />

instrumentos <strong>de</strong> laboratório.<br />

As divisões da escala não <strong>de</strong>vem ser muito compridas e nem muito espaçadas para a obtenção <strong>de</strong><br />

uma boa leitura. Na figura abaixo são mostrados os diferentes tipos <strong>de</strong> escalas:


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

10<br />

a – escala linear com divisões <strong>de</strong> valores iguais com comprimentos iguais<br />

b – escala não linear quadrática<br />

c e d – escalas obtidas com artifícios especiais no mecanismo <strong>de</strong> medição para obter-se leituras<br />

mais aproximadas em <strong>de</strong>terminados pontos da escala.<br />

→ Ponteiro<br />

São as peças solidárias ao conjunto ou elemento móvel e que indicam sobre a escala o valor da<br />

gran<strong>de</strong>za medida. Depen<strong>de</strong>ndo do tipo e uso do instrumento o ponteiro po<strong>de</strong> ter diversa formas<br />

como os representados na figura abaixo.<br />

A e B são usados em instrumentos para media a distância.<br />

C é empregado indistintamente em instrumentos <strong>de</strong> painel ou portáteis. D mostra C em perfil<br />

lateral.<br />

E e F são utilizados em instrumento <strong>de</strong> precisão. Para medição <strong>de</strong> alta precisão usa-se F com<br />

dispositivo <strong>de</strong> paralaxe.<br />

→ Acessórios internos<br />

São representados pelos resistores-série que servem para amplificar um campo <strong>de</strong> tensão, ou<br />

<strong>de</strong>rivadores paralelos que são empregados na ampliação do campo <strong>de</strong> corrente.<br />

→ Acessórios externos<br />

Po<strong>de</strong>m ser constituídos pelos cabos <strong>de</strong> ligação especiais, para conexão do instrumento <strong>de</strong> medida a<br />

seu acessório, bem como também os resistores série ou <strong>de</strong>rivadores para a amplificação dos<br />

campos <strong>de</strong> medida. Po<strong>de</strong>m ser:<br />

Intercambiáveis: usados para qualquer instrumento


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

11<br />

Não intercambiáveis: somente po<strong>de</strong>rão ser usados em conexão com um <strong>de</strong>terminado tipo <strong>de</strong><br />

instrumento.<br />

Circuitos <strong>de</strong> medição<br />

→ Circuito <strong>de</strong> corrente ou série<br />

Aquele pelo qual circula a mesma corrente que atravessa o circuito a ser medido.<br />

→ Circuito <strong>de</strong> tensão ou paralelo<br />

Aquele alimentado pela tensão do circuito a ser medido.<br />

Definições e nomenclaturas<br />

→ Instrumento indicador<br />

É aquele que indica em qualquer momento o valor instantâneo efetivo, médio ou <strong>de</strong> pico <strong>de</strong> uma<br />

gran<strong>de</strong>za a ser medida.<br />

→ Instrumento registrador<br />

É aquele que inscreve ou registra sucessivamente os valores instantâneos, efetivos ou médios da<br />

gran<strong>de</strong>za a ser medida.<br />

→ Instrumento com contato<br />

É aquele no qual o elemento móvel fecha e abre contatos quando atinge <strong>de</strong>terminados valores.<br />

→ Instrumento com blindagem magnética<br />

É aquele que está blindado contra a influência <strong>de</strong> campos magnéticos externos.<br />

→ Instrumento astático<br />

É aquele no qual o elemento móvel é construído <strong>de</strong> tal maneira a ser insensível a campos<br />

eletromagnéticos.<br />

→ Multímetro<br />

É aquele que serve para medição <strong>de</strong> diversas gran<strong>de</strong>zas elétricas no mesmo instrumento, por<br />

exemplo: corrente, tensão e resistência.<br />

Quanto ao sistema <strong>de</strong> medição, os instrumentos <strong>de</strong> medida elétrica divi<strong>de</strong>m-se em<br />

→ Instrumento ferro-móvel<br />

É aquele que, tendo uma peça móvel <strong>de</strong> material ferro-magnético, <strong>de</strong>sloca-se quando submetida a<br />

um campo magnético formado por uma corrente que atravessa uma bobina fixa.<br />

→ Instrumento <strong>de</strong> bobina móvel<br />

É aquele que tem um imã permanente fixo e uma ou mais bobinas móveis. Seu funcionamento<br />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da reação entre a corrente da bobina móvel e o campo magnético do imã permanente.<br />

→ Instrumento <strong>de</strong> imã móvel<br />

É aquele constituído <strong>de</strong> uma bobina fixa percorrida por uma corrente <strong>de</strong>ntro da qual giram um ou<br />

mais imãs permanentes.<br />

→ Instrumento eletrodinâmico<br />

É aquele que tendo bobinas fixas e bobinas móveis <strong>de</strong>slocam as últimas eletrodinamicamente, pela<br />

ação das correntes que nelas atuam. Po<strong>de</strong>m ser construídas com peças ferro-magnéticas para<br />

aumentar o campo eletromagnético.<br />

→ Instrumentos <strong>de</strong> indução<br />

É aquele que tem bobinas fixas percorridas por corrente elétrica e <strong>de</strong> peças condutivas móveis, que<br />

são <strong>de</strong>slocadas pelas correntes induzidas nelas eletromagneticamente.<br />

→ Instrumentos <strong>de</strong> fio aquecido


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

12<br />

É aquele que, através do alongamento <strong>de</strong> um fio aquecido direta ou indiretamente por uma<br />

corrente, transmite movimento a um elemento móvel.<br />

→ Instrumento <strong>de</strong> vibração<br />

É aquele que é formado por lâminas vibráteis que entram em ressonância sob a ação <strong>de</strong> uma<br />

corrente.<br />

→ Instrumento eletrostático<br />

É aquele que apresenta peças metálicas fixas e outras móveis sobre as quais agem forças do<br />

campo eletrostático.<br />

→ Instrumento bimetálico<br />

Simbologia<br />

É aquele que tem um elemento móvel formado por bimetal que se <strong>de</strong>forma pela ação direta ou<br />

indireta <strong>de</strong> uma corrente.<br />

Para a i<strong>de</strong>ntificação rápida das diversas características do instrumento <strong>de</strong> medida, foram adotados<br />

símbolos inscritos na escala, <strong>de</strong> modo que cada um <strong>de</strong>termina uma <strong>de</strong>stas características.<br />

Instrumento <strong>de</strong> bobina móvel<br />

Instrumento <strong>de</strong> imã móvel<br />

Instrumento eletrodinâmico sem ferro<br />

Instrumento eletrodinâmico <strong>de</strong> relação<br />

Instrumento <strong>de</strong> indução<br />

Instrumento eletrostático<br />

Termotransdutor sem isolação<br />

Termotransdutor isolado<br />

Instrumento <strong>de</strong> bobina móvel com<br />

transdutor embutido<br />

Proteção eletrostática<br />

Instrumento <strong>de</strong> bobina cruzada<br />

Instrumento <strong>de</strong> ferro móvel<br />

Instrumento eletrodinâmico com núcleo<br />

<strong>de</strong> ferro<br />

Instrumento eletrodinâmico <strong>de</strong> relação<br />

co núcleo <strong>de</strong> ferro<br />

Instrumento bimetálico<br />

Instrumento <strong>de</strong> lâminas vibrantes<br />

Instrumento <strong>de</strong> bobina móvel com<br />

termotransdutor isolado embutido<br />

Retificador<br />

Proteção magnética<br />

Instrumento astático<br />

Corrente contínua Corrente alternada (monofásica)<br />

Corrente continua e alternada Corrente alternada trifásica (símbolo<br />

Instrumento com dois sistemas <strong>de</strong><br />

medição (para circuitos <strong>de</strong> 3 fios<br />

<strong>de</strong>sequilibrados)<br />

Instrumento a ser utilizado com a escala<br />

na vertical<br />

Instrumento para ser utilizado com a<br />

escala inclinada<br />

Tensão suportável <strong>de</strong> freqüência industrial<br />

– 500 V<br />

<strong>geral</strong>)<br />

Instrumento com um sistema <strong>de</strong><br />

medição (para circuitos <strong>de</strong> 3 fios<br />

equilibrados)<br />

Instrumento a ser utilizado com a escala<br />

na horizontal<br />

Ajuste <strong>de</strong> zero<br />

Indicando para um documento separado


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

13<br />

Determinação da classe <strong>de</strong> exatidão<br />

Para <strong>de</strong>terminação da classe <strong>de</strong> exatidão <strong>de</strong> um instrumento, é necessária a <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> erro.<br />

→ Erro absoluto<br />

É a diferença algébrica entre o valor, indicado no instrumento, <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>terminada gran<strong>de</strong>za e o<br />

seu valor verda<strong>de</strong>iro: EA = m(<br />

g)<br />

− v(<br />

G)<br />

→ Erro relativo<br />

É o quociente do erro absoluto pelo valor verda<strong>de</strong>iro da gran<strong>de</strong>za que esta sendo medida:<br />

E<br />

E A<br />

R =<br />

v(<br />

G)<br />

→ Erro percentual<br />

É o erro expresso como uma percentagem do valor verda<strong>de</strong>iro: E % = ER<br />

× 100<br />

→ Variação na indicação<br />

É a diferença entre os valores medidos da mesma gran<strong>de</strong>za, quando uma gran<strong>de</strong>za <strong>de</strong> influência,<br />

apresenta sucessivamente dois valores especificados diferentes<br />

→ Exatidão<br />

É <strong>de</strong>finida pelos limites <strong>de</strong> erros e pelos limites da variação da indicação.<br />

Classificação <strong>de</strong> instrumentos <strong>de</strong> medida para <strong>de</strong>signar a sua exatidão<br />

→ Classe <strong>de</strong> exatidão<br />

É uma classificação <strong>de</strong> instrumentos <strong>de</strong> medida para <strong>de</strong>signar a sua exatidão. O número que a<br />

<strong>de</strong>signa chama-se índice <strong>de</strong> classe.<br />

A classificação dos instrumentos conforme o índice <strong>de</strong> classe<br />

Índices <strong>de</strong> classe Limites <strong>de</strong> erro<br />

0,05 0,05 %<br />

0,1 0,1 %<br />

0,2 0,2 %<br />

0,5 0,5 %<br />

1,0 1,0 %<br />

1,5 1,5 %<br />

2.5 2.5 %<br />

5,0 5,0 %<br />

Pela tabela acima um instrumento da classe 0,5 po<strong>de</strong>rá ter no máximo um erro <strong>de</strong> ± 0,5 %, isto é<br />

se o valor no fim <strong>de</strong> escala do instrumento for 100 V, o erro po<strong>de</strong>rá ser no máximo <strong>de</strong> 0,5 V, e isto<br />

compreendido <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> toda a sua escala. Portanto, quando o instrumento indicar um valor <strong>de</strong> 50<br />

V, o erro po<strong>de</strong>rá permanecer na faixa 40,5 a 50,5 V.<br />

O erro é expresso sempre em relação ao valor final da escala (fundo <strong>de</strong> escala).<br />

Não existindo indicação do índice <strong>de</strong> classe, o instrumento po<strong>de</strong>rá ser consi<strong>de</strong>rado da classe <strong>de</strong><br />

erro 10 %.


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

14<br />

AMPERÍMETRO, VOLTÍMETRO E OHMÍMETRO<br />

Amperímetro<br />

Os instrumentos mais comuns para medir potencial ou correntes usam um dispositivo chamados<br />

galvanômetro <strong>de</strong> d’Arsonval.<br />

Uma bobina pivotada <strong>de</strong> fio fino, conduzindo uma corrente. É <strong>de</strong>fletida pela interação magnética<br />

entre essa corrente e o campo magnético <strong>de</strong> um imã permanente (figura).<br />

Este torque se opõe ao <strong>de</strong> uma mola, semelhante a uma mola <strong>de</strong> relógio <strong>de</strong> pulso, torque este<br />

proporcional ao <strong>de</strong>slocamento angular. A <strong>de</strong>flexão angular da agulha presa à bobina é diretamente<br />

proporcional à corrente na bobina, e o dispositivo po<strong>de</strong> ser calibrado para medir corrente. A<br />

<strong>de</strong>flexão máxima para a qual o instrumento é <strong>de</strong>senhado, tipicamente 90° a 120°, é chamada<br />

<strong>de</strong>flexão <strong>de</strong> fundo <strong>de</strong> escala.<br />

A corrente necessária para produzir uma <strong>de</strong>flexão <strong>de</strong> fundo <strong>de</strong> escala (tipicamente da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 10<br />

µA a 10 mA) e a resistência da bobina (tipicamente da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 10 a 1 000 Ω) são as<br />

características essenciais do medidor.<br />

Para a sua utilização para medida <strong>de</strong> corrente ou <strong>de</strong> tensão um galvanômetro precisa <strong>de</strong> um<br />

resistor que po<strong>de</strong> ser colocado em paralelo ou em série com a bobina que tem uma resistência.<br />

Me<strong>de</strong> a corrente, logo não <strong>de</strong>ve alterar seu valor final, portanto a resistência interna <strong>de</strong>ve ser<br />

pequena. I<strong>de</strong>al que seja nula.<br />

Por isso a resistência interna <strong>de</strong>ve estar em paralelo e ter um valor baixo. O amperímetro <strong>de</strong>ve ser<br />

sempre colocado em série no circuito.


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

15<br />

Voltímetro<br />

Ohmímetro<br />

Me<strong>de</strong> a d.d.p. (tensão ou voltagem) entre dois pontos. Para evitar o equilíbrio entre a d.d.p. (nula)<br />

o instrumento <strong>de</strong>ve ter uma resistência interna elevada e que esteja ligada em série para eliminar<br />

ao máximo a perda <strong>de</strong> potencial entre os pontos. I<strong>de</strong>al que tenha resistência infinita.<br />

O voltímetro <strong>de</strong>ve ser ligado em paralelo no circuito.<br />

Utilizado para medir a resistência. Consiste <strong>de</strong> um galvanômetro, um resistor e uma fonte (pilha)<br />

ligados em série. A resistência em série <strong>de</strong>ve ser tal que quando os terminais estiverem em curto<br />

circuito (R = 0) a <strong>de</strong>flexão da bobina seja máxima. Quando o circuito estiver aberto a <strong>de</strong>flexão não<br />

ocorrerá indicando resistência infinita.<br />

Fonte <strong>de</strong> tensão contínua<br />

Fornece tensão <strong>de</strong> amplitu<strong>de</strong> variável (numa faixa <strong>de</strong> zero a vinte volts) permitindo flexibilida<strong>de</strong> na<br />

construção <strong>de</strong> circuitos eletromagnéticos.<br />

Multímetro digital<br />

É um instrumento capaz <strong>de</strong> medir tensão, corrente e resistência. Mo<strong>de</strong>los recentes, mesmo os mais<br />

simples, me<strong>de</strong>m ganho estático <strong>de</strong> transistor bipolar (ganho β) e testam diodos retificadores.<br />

Mo<strong>de</strong>los mais sofisticados me<strong>de</strong>m capacitância e indutância.


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

16<br />

Quanto à utilização do multímetro, antes da medida propriamente dita, dois aspectos precisam ser<br />

verificados.<br />

I – posição das ponteiras<br />

Via <strong>de</strong> regra os multímetros possuem três bornes, on<strong>de</strong> são encaixadas duas ponteiras. A ponteira<br />

preta é encaixada no borne <strong>de</strong>nominado comum; a vermelha ou no borne indicado à medição <strong>de</strong><br />

corrente, ou no borne indicado à medição <strong>de</strong> tensão e resistência. As cores vermelha e preta, em<br />

<strong>geral</strong> representam, respectivamente, os sinais positivo e negativo.<br />

II – posicionamento do seletor do multímetro na escala a<strong>de</strong>quada<br />

Com respeito à escolha da escala a<strong>de</strong>quada, <strong>de</strong>ve-se seguir o princípio <strong>de</strong> que a melhor medida é<br />

aquela em que o valor medido está mais próximo do valor limite, em relação às outras escalas.<br />

Caso não se tenha idéia da amplitu<strong>de</strong> da gran<strong>de</strong>za a medir, faz-se uma primeira medição na maior<br />

escala disponível, apenas para <strong>de</strong>finir a escala mais a<strong>de</strong>quada, e a seguir faz-se a medida nesta<br />

escala.<br />

A conexão do multímetro para a medição <strong>de</strong> tensão, corrente ou resistência é procedida conforme<br />

<strong>de</strong>scrito a seguir.<br />

Tensão<br />

Uma tensão é sempre verificada entre dois pontos. Para medir tensão as ponteiras são encostadas<br />

nestes dois pontos. Se o valor apresentado no mostrador do multímetro for positivo, o ponto em<br />

que está encostada a ponteira vermelha correspon<strong>de</strong> ao pólo positivo e o ponto em que está<br />

encostada a ponteira preta, ao negativo. Caso o valor apresentado no mostrador seja negativo,vale<br />

o oposto. Um multímetro preparado para medir tensão apresenta elevada resistência elétrica para<br />

que sua inserção não altere o comportamento do circuito (<strong>de</strong>veria i<strong>de</strong>almente apresentar<br />

resistência infinita).<br />

Corrente<br />

para um multímetro medir corrente, esta <strong>de</strong>ve circular através do instrumento. Para isto o circuito<br />

<strong>de</strong>ve ser interrompido e aos dois pontos resultantes da interrupção <strong>de</strong>ve ser conectado o<br />

multímetro. Se a corrente entra pela ponteira vermelha (sentido convencional) um valor positivo <strong>de</strong><br />

corrente será apresentado no mostrador, e um valor negativo, caso a corrente entre na ponteira


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

17<br />

preta. Um multímetro preparado para medir corrente apresenta resistência elétrica muito baixa<br />

para que sua inserção não altere o comportamento do circuito (<strong>de</strong>veria i<strong>de</strong>almente, apresentar<br />

resistência nula – curto-circuito). Muito cuidado <strong>de</strong>ve ser tomado com o multímetro quando pronto<br />

para medição <strong>de</strong> corrente. Se seus terminais forem conectados aos terminais <strong>de</strong> uma fonte <strong>de</strong><br />

tensão, por exemplo, circulará, uma corrente muito elevada pelo instrumento, o que po<strong>de</strong>rá<br />

danificá-lo. A medição <strong>de</strong> corrente em várias partes <strong>de</strong> um circuito é um procedimento um pouco<br />

inconveniente, <strong>de</strong>vido ao risco <strong>de</strong> provocar curto-circuito em caso <strong>de</strong> mau uso, e principalmente,<br />

<strong>de</strong>vido à necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> alteração do circuito.<br />

Resistência<br />

Para medir a resistência <strong>de</strong> um resistor <strong>de</strong>ve-se encostar as ponteiras do multímetro aos sues<br />

terminais. Deve-se tomar o cuidado <strong>de</strong> que pelo menos um dos terminais do resistor não esteja<br />

conectado a nenhum outro componente <strong>de</strong> circuito. Para medir a resistência equivalente <strong>de</strong> um<br />

circuito composto exclusivamente por resistores, conectam-se as ponteiras do multímetro aos dois<br />

pontos <strong>de</strong> referencia.<br />

AMPERÍMETRO<br />

Objetivos<br />

Manuseio do aparelho<br />

Verificação da correlação entre as diversas<br />

Procedimento Experimental<br />

A – Estudo do aparelho<br />

1 – montar o circuito conforme a figura<br />

escala<br />

2 – <strong>de</strong>terminar o valor <strong>de</strong> cada divisão nas diversas escalas: n =<br />

n<br />

0<br />

divisões<br />

3 – medir o valor <strong>de</strong> I nas diversas escalas: I =<br />

n × i


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

18<br />

4 – variar a d.d.p.<br />

5 – fazer novas leituras conforme o número <strong>de</strong> operadores<br />

6 – converter o valor <strong>de</strong> cada escala:<br />

MEDIDA ESCALA 1 ESCALA 1 ESCALA 1 ESCALA 1<br />

B – Medida da resistência interna do amperímetro<br />

I - Primeiro método<br />

1 – montar o circuito da figura<br />

2 – fazer variar o comutador da fonte e <strong>de</strong>terminar os valores <strong>de</strong> corrente I no instrumento A 2 e a<br />

d.d.p. no voltímetro V. Tabelar os dados:<br />

I (mA) I (A) V (volts)<br />

3 – com os dados obtidos construa o gráfico V = f(I). o coeficiente angular da reta é a resistência<br />

∆ V<br />

interna do aparelho: R A = tgα<br />

=<br />

∆ I<br />

II - Segundo método<br />

1 - Montar o circuito da figura:


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

19<br />

VOLTÍMETRO<br />

Objetivos<br />

2 – Determinar nos amperímetros A 1 e A 2 e as correntes I e I A<br />

Sabe-se que as tensões V AB e V A’B’’<br />

AB A'B'<br />

U U =<br />

R AI<br />

A = RPIP<br />

on<strong>de</strong> IP<br />

= I − IA<br />

R AI<br />

A = RP<br />

( I − IA<br />

)<br />

( I<br />

R AI<br />

A = RP<br />

Manuseio do aparelho<br />

− IA<br />

)<br />

IA<br />

I(mA) I (A) IA(mA) IA (A) RA (Ω)<br />

Medida da resistência interna<br />

Fundamento teórico<br />

Procedimento <strong>experimental</strong><br />

as na tabela<br />

1 - A partir da tabela <strong>de</strong> símbolos obter as características do instrumento sendo utilizado, anotando-<br />

Símbolo característica<br />

2 – Montar o circuito elétrico da figura 1


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

20<br />

3 – Medir o valor <strong>de</strong> cada divisão nas diversas escalas<br />

escala<br />

n =<br />

nº<br />

divisões<br />

4 – Medir o valor <strong>de</strong> V nas diversas escalas<br />

V = n ⋅ i<br />

OHMÍMETRO<br />

Objetivos<br />

5 - Variar a d.d.p. na fornte<br />

Figura 1<br />

6 – Fazer leituras conforme o número <strong>de</strong> operadores, anotando os valores na tabela<br />

7 – Medida da resistência interna<br />

Medidas da d.d.p.<br />

Escala 1 Escala 2 Escala 3 Escala 4<br />

a - Montar o circuito da figura 2 (usar resistores <strong>de</strong> 10 kΩ e <strong>de</strong> 20 kΩ<br />

b - Medir a d.d.p. entre os pontos A e C: V AC = __________ volts<br />

c - Medir a d.d.p. entre os pontos A e B: V AB = __________ volts<br />

d – Calcular a d.d.p. entre os pontos B e C por: VBC = VAC<br />

− VAB<br />

V<br />

e – Calcular a corrente do circiuto: I =<br />

BC<br />

RBC<br />

V<br />

f – Calcular a resistência equivalente (REQ) entre os pontos A e B: R<br />

AB<br />

EQ =<br />

I<br />

g – Determinar a resistência interna do voltímetro:<br />

1 1 1 REQ<br />

⋅ R AB<br />

= + ∴ rv<br />

=<br />

REQ<br />

R AB rv<br />

R AB − REQ<br />

Utilizar o ohmímetro para medidas <strong>de</strong> resistência elétrica<br />

Figura 2


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

21<br />

Familiarizar com as escalas do instrumento<br />

Fundamento teórico<br />

O ohmímetro é um instrumento utilizado para fins <strong>de</strong> medidas <strong>de</strong> resistência elétrica. Faz,<br />

justamente com o voltímetro e o amperímetro parte do aparelho <strong>de</strong> medidas <strong>de</strong>nominado<br />

multímetro ou multiteste.<br />

A escala apresenta uma característica logarítimica como ilustra a figura 1.<br />

Figura 1<br />

Na chave seletora, encontramos as posições x1, x10, x100 e x1k, as quais, respectivamente,<br />

multiplicam o valor impresso na escala por 1, 10, 100 e 1000 obtendo o resultado em ohms (Ω).<br />

Para efetuarmos uma medida, <strong>de</strong>vemos fazer o ajuste <strong>de</strong> zero, para tanto curto circuitamos as sua<br />

pontas <strong>de</strong> prova, <strong>de</strong>flexionando o ponteiro até a região próximo ao zero da escala <strong>de</strong> ohms. A<br />

seguir movimenta-se o controle <strong>de</strong> ajuste (Ω ADJ) até o ponteiro coincidir com o traço referente ao<br />

zero. Esse ajuste <strong>de</strong>ve ser repetido toda vez que mudamos a posição da chave seletora. Feito o<br />

ajuste, colocamos as pontas <strong>de</strong> prova em contato com os terminais do componente a ser medido,<br />

observando que <strong>de</strong>vemos escolher uma posição para a chave seletora, <strong>de</strong> maneira a ter uma leitura<br />

em região da escala com boa <strong>de</strong>finição.<br />

Procedimento <strong>experimental</strong><br />

1 - Meça cada resistor e anote os valores na tabela 1. em cada medida, coloque a chave seletora<br />

em todas as posições, escolhendo uma <strong>de</strong> melhor conveniência para leitura, não esquecendo <strong>de</strong><br />

ajustar zero. Leia e anote para cada resistor sua tolerância.<br />

Valor nominal<br />

(Ω)<br />

Tolerância (%) Valor medido<br />

(Ω)<br />

2 - Compare os valores medidos com os valores nominais<br />

Posição da<br />

escala<br />

∆R %


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

22<br />

PRIMEIRA LEI DE OHM<br />

Objetivos<br />

Verificar <strong>experimental</strong>mente a primeira lei <strong>de</strong> OHM.<br />

Procedimento <strong>experimental</strong><br />

1 - Montar o circuito da figura:<br />

2 – Determinar a intensida<strong>de</strong> da corrente I para tantos valores quantos são os operadores; (variar a<br />

tensão da fonte)<br />

3 – Determinar a d.d.p. nos extremos <strong>de</strong> R<br />

U (volts) I (mA) I (A) R (Ω)<br />

4 – Com os valores tabelados construir o gráfico <strong>de</strong> V = f(I)<br />

5 – Calcular o valor <strong>de</strong> R pelo coeficiente angular da reta:<br />

∆V<br />

R =<br />

∆I<br />

R − RN<br />

6 - Calcular o erro em relação ao valor nominal: % E =<br />

× 100<br />

RN


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

23<br />

SEGUNDA LEI DE OHM<br />

Objetivos<br />

Verificar <strong>experimental</strong>mente a segunda lei <strong>de</strong> OHM.<br />

Procedimento <strong>experimental</strong><br />

I – Dependência do comprimento<br />

1 - Montar o circuito da figura:<br />

π d<br />

2<br />

2 – Medir o diâmetro do fio com auxílio do Palmer e calcular a área <strong>de</strong> secção por: S =<br />

4<br />

3 – Variar o comprimento do fio (L) e ler os valores <strong>de</strong> U e <strong>de</strong> I (para tantos valores quantos são os<br />

operadores; (variar o tensão da fonte))<br />

L (cm) V (volts) I (mA) I (A)<br />

S (cm 2 ) ρ (Ω.cm) R (Ω) R1 (Ω)<br />

4 – Calcular o valor <strong>de</strong> R:<br />

V<br />

R =<br />

I<br />

R.<br />

S<br />

5 – Calcular o valor <strong>de</strong> ρ (resistivida<strong>de</strong>): ρ =<br />

L<br />

6 – Calcular o valor <strong>de</strong> R:<br />

L<br />

R = ρ<br />

S<br />

7 - Calcular o erro em relação ao valor nominal:<br />

% E<br />

ρ − ρ T R − R1<br />

= × 100 e % E =<br />

× 100<br />

ρ T<br />

R1


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

24<br />

II – Dependência da seção transversal<br />

1 - Montar o circuito da figura:<br />

2 – Esticar o fio problema entre o trecho ab ± 1,0 m<br />

3 - Ler os valores <strong>de</strong> U e I anotando-os na tabela<br />

L (cm) V (volts) I (mA) I (A)<br />

S (cm 2 ) ρ (Ω.cm) R (Ω) R1 (Ω)<br />

4 - Multiplicar o fio entre a e b fixando-o bem nos isoladores e ler os valores <strong>de</strong> V e I<br />

5 - Repetir o item 3<br />

6 – Calcular o valor da resistivida<strong>de</strong>: ρ =<br />

7 – Calcular a resistência do fio:<br />

8 – Construir o gráfico R = f(S)<br />

L<br />

R = ρ<br />

S<br />

V.<br />

S<br />

I.<br />

L


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

25<br />

RESISTORES E CÓDIGO DE CORES<br />

Objetivos<br />

Ler o valor nominal <strong>de</strong> cada resistor através do código <strong>de</strong> cores<br />

Determinar a máxima potência dissipada pelo resistor através <strong>de</strong> suas dimensões <strong>física</strong>s<br />

Fundamento teórico<br />

Resistores são componentes que têm por finalida<strong>de</strong> oferecer uma oposição á passagem <strong>de</strong> corrente<br />

elétrica, através <strong>de</strong> seu material. A essa oposição damos o nome <strong>de</strong> resistência elétrica, que possui<br />

como unida<strong>de</strong> o ohm (Ω).<br />

Classificamos os resistores em dois tipos; fixos e variáveis. Os resistores fixos são aqueles cujo<br />

valor da resistência não po<strong>de</strong> ser alterada, enquanto que os variáveis têm sua resistência<br />

modificada, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma faixa <strong>de</strong> valores através <strong>de</strong> um cursor móvel.<br />

Os resistores fixos são comumente especificados por três parâmetros: o valor nominal da<br />

resistência elétrica; a tolerância, ou seja, a máxima variação em porcentagem do valor nominal; e a<br />

máxima potência elétrica dissipada.<br />

Dentre os tipos <strong>de</strong> resistores fixos, <strong>de</strong>stacamos os <strong>de</strong> fio, <strong>de</strong> filme <strong>de</strong> carbono e <strong>de</strong> filme metálico.<br />

Resistor <strong>de</strong> fio<br />

Consiste em um tubo cerâmico, que servirá <strong>de</strong> suporte para enrolarmos um <strong>de</strong>terminado<br />

comprimento <strong>de</strong> fio, <strong>de</strong> liga especial para se obter o valor da resistência esperado. Os terminais<br />

<strong>de</strong>sse fio são conectados às braça<strong>de</strong>iras presas ao tubo. Além <strong>de</strong>sse, existem outros tipos<br />

construtivos esquematizados, conforme a figura 1.<br />

Figura 1<br />

Os resistores <strong>de</strong> fio são encontrados com valores <strong>de</strong> resistência <strong>de</strong> alguns ohms, até alguns<br />

quiloohms, e são aplicados on<strong>de</strong> se exige altos valores <strong>de</strong> potência, acima <strong>de</strong> 5 W, sendo suas<br />

especificações impressas no próprio corpo.<br />

Resistor <strong>de</strong> filme <strong>de</strong> carbono


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

26<br />

Consiste em um cilindro <strong>de</strong> porcelana recoberto com um filme <strong>de</strong> carbono. O valor da resistência é<br />

obtido mediante a formação <strong>de</strong> um sulco, transformando a película em uma fita helicoidal. Esse<br />

valor po<strong>de</strong> variar conforme a espessura do filme ou a largura da fita. Como revestimento,<br />

encontramos uma resina protetora sobre a qual será impresso um código <strong>de</strong> cores, i<strong>de</strong>ntificando<br />

seu valor nominal e tolerância.<br />

Figura 2<br />

Os resistores <strong>de</strong> filme <strong>de</strong> carbono são <strong>de</strong>stinados ao uso <strong>geral</strong> e suas dimensões <strong>física</strong>s <strong>de</strong>terminam<br />

a máxima potência que po<strong>de</strong> dissipar.<br />

Resistor <strong>de</strong> filme metálico<br />

Sua estrutura é idêntica ao <strong>de</strong> filme <strong>de</strong> carbono, somente que, utiliza uma liga metálica (níquel-<br />

cromo) para formar a película, obtendo valores mais precisos <strong>de</strong> resistência, com tolerâncias <strong>de</strong> 1%<br />

e 2%.<br />

Código <strong>de</strong> cores<br />

O código <strong>de</strong> cores, utilizado nos resistores <strong>de</strong> película, é visto na figura 3 e na tabela 1 abaixo.<br />

COR 1 a FAIXA<br />

(A)<br />

Figura 3<br />

2 a FAIXA<br />

(B)<br />

3 a FAIXA<br />

(B)<br />

FATOR<br />

MULTIPLICATIVO<br />

(C)<br />

TOLERÃNCIA<br />

PRETO ------------- 0 0 X 1 -------------<br />

MARRON 1 1 1 X 10 ± 1%<br />

VERMELHO 2 2 2 X 10 2 ± 2%<br />

LARANJA 3 3 3 X 10 3 -------------<br />

AMARELO 4 4 4 X 10 4 -------------<br />

VERDE 5 5 5 X 10 5 -------------<br />

AZUL 6 6 6 X 10 6 -------------<br />

VIOLETA 7 7 7 ------------- -------------<br />

CINZA 8 8 8 ------------- -------------<br />

BRANCO 9 9 9 ------------- -------------<br />

OURO ------------- ------------- ------------- X 10 -1 ± 5%<br />

PRATA ------------- ------------- ------------- X 10 -2 ± 10%<br />

A B C D E<br />

(D)


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

27<br />

Observações<br />

A ausência <strong>de</strong> faixa <strong>de</strong> tolerância indica que esta é <strong>de</strong> ± 20%.<br />

Para resistores <strong>de</strong> precisão encontramos cinco faixas on<strong>de</strong> as três primeiras representam o primeiro, o segundo<br />

e o terceiro algarismos significativos e as <strong>de</strong>mais, respectivamente, fator multiplicativo e tolerância.<br />

A figura 4 mostra a especificação <strong>de</strong> potencia com dimensões, em tamanho natural.<br />

Figura 4<br />

A tabela 2 a seguir mostra os valores padronizados <strong>de</strong> resistores <strong>de</strong> película normalmente<br />

encontrados<br />

1 – série: 5%, 10% e 20% <strong>de</strong> tolerância.<br />

10 12 15 18 22 27 33 39<br />

47 56 68 82<br />

2 – série: 2 % e 5% <strong>de</strong> tolerância.<br />

10 11 12 13 15 16 18 20<br />

22 24 27 30 33 36 39 43<br />

47 51 56 62 68 75 82 91<br />

3 – série: 1% <strong>de</strong> tolerância.<br />

100 102 105 107 110 113 115 118<br />

121 124 127 130 133 137 140 143<br />

147 150 154 158 162 165 169 174<br />

178 182 187 191 196 200 205 210<br />

215 221 226 232 237 243 249 255<br />

261 267 274 280 287 294 301 309<br />

316 324 332 340 348 357 365 374<br />

383 392 402 412 422 432 442 453<br />

464 475 487 499 511 523 536 549<br />

562 576 590 604 619 634 649 665<br />

681 698 715 732 750 768 787 806<br />

825 845 866 887 909 931 953 976


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

28<br />

Procedimento <strong>experimental</strong><br />

1 – Faça a leitura <strong>de</strong> cada resistor e anote no quadro o valor nominal,a tolerância e a potência<br />

resistor Valor nominal tolerância Potência (W)<br />

R1<br />

R2<br />

R3<br />

R4<br />

R5<br />

R6<br />

R7<br />

R8<br />

R9<br />

R10


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

29<br />

CIRCUITO SÉRIE E<br />

CIRCUITO PARALELO DE RESISTORES<br />

Objetivos<br />

Determinar a resistência equivalente <strong>de</strong> um circuito paralelo<br />

Constatar, <strong>experimental</strong>mente, as proprieda<strong>de</strong>s relativas à tensão e corrente da associação.<br />

Fundamento teórico<br />

Dois ou mais resistores formam uma associação <strong>de</strong>nominada circuito paralelo, quando ligado um<br />

ao outro. Quando alimentado o circuito apresenta as seguintes proprieda<strong>de</strong>s: a tensão é a mesma<br />

em todos os resistores e igual ao valor da fonte: E = VR1<br />

= VR2<br />

= ... = VRN<br />

a somatória da<br />

corrente nos resistores é igual a corrente fornecida pela fonte: I = IR1<br />

+ IR2<br />

+ ... + IRN<br />

aplicando a<br />

Lei <strong>de</strong> Ohm ( V = RI ) em cada resistor teremos:<br />

membros por E, teremos:<br />

1 1 1 1<br />

= + + ... +<br />

REQ<br />

R1<br />

R2<br />

RN<br />

Procedimento <strong>experimental</strong><br />

1 - Montar o circuito da figura 1:<br />

I 1 1 1<br />

= + + ... + on<strong>de</strong><br />

E R1<br />

R 2 RN<br />

E E E<br />

I = + + ... + dividindo ambos os<br />

R1<br />

R 2 RN<br />

I<br />

=<br />

E<br />

1<br />

REQ<br />

Figura 1<br />

. Po<strong>de</strong>mos portanto escrever:<br />

2 - Através do código <strong>de</strong> cores <strong>de</strong>terminar a resistência nominal <strong>de</strong> cada um dos resistores e<br />

calcular o valor da resistência equivalente (R eq 1):<br />

3 - Com o auxílio do Ohmímetro medir a resistência <strong>de</strong> cada um dos resistores e calcular o valor da<br />

resistência equivalente (R eq 2):<br />

4 - Medir a resistência equivalente (R eqM) do circuito utilizando o Ohmimetro:<br />

________________________________________________________________________<br />

5 - Calcular o erro para os valores calculados acima


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

30<br />

% E<br />

6 - Montar o circuito da figura 2:<br />

R eqM − R eq1<br />

=<br />

R eqM<br />

% E<br />

R eqM − R eq 2<br />

=<br />

R eqM<br />

%E1= ________ %E2= ________<br />

Figura 2<br />

7 - Através do código <strong>de</strong> cores <strong>de</strong>terminar a resistência nominal <strong>de</strong> cada um dos resistores e<br />

calcular o valor da resistência equivalente (R eq 1):<br />

8 - Com o auxílio do Ohmimetro medir a resistência <strong>de</strong> cada um dos resistores e calcular o valor da<br />

resistência equivalente (R eq 2):<br />

9 - Medir a resistência equivalente (R eqM) do circuito utilizando o Ohmimetro:<br />

________________________________________________________________________<br />

10 - Calcular o erro para os valores calculados acima<br />

% E<br />

11 - Montar o circuito da figura 3:<br />

R eqM − R eq1<br />

=<br />

R eqM<br />

% E<br />

R eqM − R eq 2<br />

=<br />

R eqM<br />

%E1= ________ %E2= ________<br />

Figura 3<br />

12 - Através do código <strong>de</strong> cores <strong>de</strong>terminar a resistência nominal <strong>de</strong> cada um dos resistores e<br />

calcular o valor da resistência equivalente (R eq 1):<br />

13 - Com o auxílio do Ohmimetro medir a resistência <strong>de</strong> cada um dos resistores e calcular o valor<br />

da resistência equivalente (R eq 2):<br />

14 - Medir a resistência equivalente (R eqM) do circuito utilizando o Ohmimetro:<br />

________________________________________________________________________


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

31<br />

15 - Calcular o erro para os valores calculados acima<br />

% E<br />

16 - Montar o circuito da figura 4:<br />

R eqM − R eq1<br />

=<br />

R eqM<br />

% E<br />

R eqM − R eq 2<br />

=<br />

R eqM<br />

%E1= ________ %E2= ________<br />

Figura 4<br />

17 - Através do código <strong>de</strong> cores <strong>de</strong>terminar a resistência nominal <strong>de</strong> cada um dos resistores e<br />

calcular o valor da resistência equivalente (R eq 1):<br />

18 - Com o auxílio do Ohmimetro medir a resistência <strong>de</strong> cada um dos resistores e calcular o valor<br />

da resistência equivalente (R eq 2):<br />

19 - Medir a resistência equivalente (R eqM) do circuito utilizando o Ohmimetro:<br />

________________________________________________________________________<br />

20 - Calcular o erro para os valores calculados acima<br />

% E<br />

R eqM − R eq1<br />

=<br />

R eqM<br />

% E<br />

R eqM − R eq 2<br />

=<br />

R eqM<br />

%E1= ________ %E2= _______


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

32<br />

RESISTÊNCIA INTERNA DE UM GERADOR<br />

Objetivo<br />

Medir a resistência interna <strong>de</strong> um gerador.<br />

Fundamento teórico<br />

Uma fonte <strong>de</strong> força eletromotriz possui uma resistência interna, cujo valor <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> dos materiais e<br />

processos <strong>de</strong> fabricação e principalmente do uso <strong>de</strong>sta fonte. Suponhamos uma carga R ligada a<br />

uma <strong>de</strong>stas fontes <strong>de</strong> força eletromotriz (FEM), com uma resistência interna não nula, tal como<br />

visto na figura 1.<br />

Figura 1 Figura 2<br />

Nesta situação temos: ε = R ⋅ i + r ⋅ i , on<strong>de</strong> ε fonte <strong>de</strong> FEM, R carga do circuito e r resistência interna<br />

do gerador. Por outro lado, o termo R.i equivale à tensão (V ab) no resistor R, <strong>de</strong> modo que:<br />

Vab = ε − r ⋅ i<br />

Se tomamos um gráfico <strong>de</strong> V ab x i , obteremos uma reta cujo coeficiente angular é –r (resistência<br />

interna do gerador), conforme ilustra a figura 2.<br />

Procedimento <strong>experimental</strong><br />

1 - Montar o circuito da figura 3<br />

2 - Variar R e anotar os valores <strong>de</strong> V e i correspon<strong>de</strong>ntes:<br />

V<br />

Figura 3


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

33<br />

(volts)<br />

i (mA)<br />

3 – Construa o gráfico V ab x i .Observe que para i = 0 temos V = ε= _____________; Por que?<br />

4 - Determine a resistência interna do gerador por: Vab = ε − r ⋅ i<br />

5 - Determine a resistência interna do gerador a partir equação da reta.<br />

POTÊNCIA ENTREGUE POR UM GERADOR<br />

Objetivos<br />

Estudar a transferência <strong>de</strong> potência do gerador para um circuito<br />

Verificar <strong>experimental</strong>mente as condições <strong>de</strong> máxima transferência <strong>de</strong> potência.<br />

Fundamento teórico<br />

As potências envolvidas num circuito formado por um gerador <strong>de</strong> tensão real alimentando uma<br />

<strong>de</strong>terminada carga, são as seguintes:<br />

PM = ε ⋅ i ⇒ potência motriz gerada pelo gerador<br />

2<br />

PJ = r ⋅ i ⇒ potência dissipada pelo gerador<br />

PE = V ⋅ i ⇒ potência elétrica fornecida<br />

a relação entre as potências é dada por: PE = PM<br />

− PJ<br />

O rendimento percentual do gerador, quando o mesmo alimenta uma <strong>de</strong>terminada carga po<strong>de</strong> ser<br />

<strong>de</strong>terminado por uma das seguintes expressões:<br />

P<br />

%<br />

E V<br />

η = × 100 ou η % = × 100<br />

PM<br />

ε<br />

Quando um gerador está ligado externamente a um resistor (R), o valor da resistência do circuito<br />

externo que extrai a potência máxima é RM = r<br />

Essa proprieda<strong>de</strong> po<strong>de</strong> dar um processo <strong>de</strong> medida <strong>de</strong> r: se variarmos a resistência do circuito<br />

externo até obter a potência máxima, o valor <strong>de</strong> R que correspon<strong>de</strong> a essa potência é igual ao da<br />

resistência interna r do gerador.<br />

A figura 1 mostra, num único sistema cartesiano, a curva da potência elétrica fornecida por um<br />

gerador em função da corrente <strong>de</strong> saída sobreposta á curva característica <strong>de</strong> saída do mesmo<br />

gerador. Pelo gráfico percebe-se que a máxima transferência <strong>de</strong> potência elétrica ( P EMT ) ocorre no<br />

ponto Q da curva <strong>de</strong> saída do gerador <strong>de</strong> tensão on<strong>de</strong> a corrente <strong>de</strong> saída (i) é meta<strong>de</strong> da corrente<br />

<strong>de</strong> curto circuito (i cc) e a tensão <strong>de</strong> saída (V) é a meta<strong>de</strong> da tensão em aberto do gerador (ε):<br />

i<br />

i<br />

cc ε<br />

= e V =<br />

2 2


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

34<br />

Figura 1<br />

Para que a tensão <strong>de</strong> saída caia pela meta<strong>de</strong>, é necessário que a carga (R) tenha o mesmo valor<br />

da resistência interna do gerador, já que ambas forma um divisor <strong>de</strong> tensão, ou seja RM = r .<br />

Assim é fácil comprovar que na condição <strong>de</strong> máxima transferência <strong>de</strong> potência, tem-se que a<br />

potência elétrica máxima e o rendimento do gerador valem respectivamente:<br />

η % = 50%<br />

Procedimento <strong>experimental</strong><br />

2<br />

ε<br />

PEMT<br />

= e<br />

4 ⋅ r<br />

1 - Montar o circuito da figura 2, variar a corrente que atravessa o gerador, variando R no reostato,<br />

medir a corrente i e a tensão correspon<strong>de</strong>nte; anotar o valor na tabela:<br />

V (volts)<br />

I (ampéres)<br />

Figura 2<br />

2 - Traçar a curva do gerador e <strong>de</strong>terminar sua força eletromotriz, sua corrente <strong>de</strong> curto circuito,<br />

bem como a resistência interna<br />

3 - Calcular as potências transferidas ao resistor para cada corrente, e lançar os resultados na<br />

tabela:<br />

P<br />

4 - Calcular as resistências (R) do circuito externo e lançar os dados na tabela;<br />

R (ohms)<br />

5 - Traçar a curvas: <strong>de</strong> potência em função da corrente (P=f(i))<br />

6 - Determinar a potência máxima e o rendimento do gerador.


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

35<br />

CAPACITORES<br />

Objetivos<br />

Mostrar os principais tipos <strong>de</strong> capacitores<br />

Caracterizar a estrutura interna dos capacitores<br />

Utilizar os códigos <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> capacitores<br />

Fundamento teórico<br />

Capacitor – capacitância<br />

Capacitor é um dispositivo que consiste <strong>de</strong> duas placas condutoras (chamadas <strong>de</strong> armaduras),<br />

separadas por um material isolante (dielétrico). Um capacitor serve para armazenar cargas.<br />

A capacida<strong>de</strong> que tem um capacitor para armazenar cargas <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da sua capacitância (C). A<br />

capacitância por sua vez, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da área das placas, da espessura do dielétrico e material <strong>de</strong><br />

que é feito o dielétrico.<br />

No caso <strong>de</strong> um capacitor <strong>de</strong> placas planas e paralelas, a sua capacitância será dada por:<br />

ε ⋅ S<br />

C =<br />

d<br />

on<strong>de</strong> ε é a constante dielétrica, S a área <strong>de</strong> uma das placas (iguais) e d a espessura do dielétrico. A<br />

capacitância será dada em farads (F).<br />

Quando ligamos um capacitor a um gerador, o capacitor adquire uma carga Q. A placa superior fica<br />

com uma carga +Q (falta <strong>de</strong> elétrons), enquanto a placa inferior ficará com uma carga –Q (excesso<br />

<strong>de</strong> elétrons). O número <strong>de</strong> elétrons, em excesso em uma placa, é igual ao número <strong>de</strong> elétrons<br />

faltantes na outra placa. A relação entre capacitância, carga adquirida é tensão aplicada que é dada<br />

pela fórmula:<br />

Q<br />

C = ou Q = C ⋅ V<br />

V<br />

a carga adquirida é diretamente proporcional à capacitância e a tensão aplicada.


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

36<br />

Devido às dificulda<strong>de</strong>s construtivas, os capacitores encontram-se situados em faixa <strong>de</strong> valores<br />

−6<br />

−9<br />

submúltiplos do farad como o microfarad ( µ F = 10 F ), nanofarad ( nF = 10 F ) e o picofarad<br />

−12<br />

( pF = 10 F ).<br />

Além do valor da capacitância, é preciso especificar o valor limite da tensão a ser aplicada entre<br />

seus terminais. Esse valor é <strong>de</strong>nominado tensão <strong>de</strong> isolação e varia conforme o tipo <strong>de</strong> capacitor.<br />

Na prática encontramos vários tipos <strong>de</strong> capacitores, com aplicações específicas, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo <strong>de</strong><br />

aspectos construtivos, tais como, material utilizado como dielétrico, tipo <strong>de</strong> armaduras e<br />

encapsulamento.<br />

Capacitores plásticos (poliestireno, poliéster)<br />

Consistem em duas folhas <strong>de</strong> alumínio separadas pelo dielétrico <strong>de</strong> material plástico. Sendo os<br />

terminais ligados às folhas <strong>de</strong> alumínio, o conjunto é bobinado e encapsulado, formando um<br />

sistema compacto. Uma outra técnica construtiva é a <strong>de</strong> vaporizar alumínio em ambas as faces do<br />

dielétrico, formando o capacitor. Essa técnica é <strong>de</strong>nominada <strong>de</strong> metalização e traz com vantagem,<br />

maior capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> comparação com os <strong>de</strong> mesmas dimensões não metalizados.<br />

Capacitores eletrolíticos <strong>de</strong> alumínio<br />

Consistem <strong>de</strong> uma folha <strong>de</strong> alumínio anodizada como armadura positiva (que por um processo<br />

eletrolítico forma uma camada <strong>de</strong> óxido <strong>de</strong> alumínio que serve como dielétrico) e um fluido<br />

condutor, o eletrólito que impregnado em um papel poroso, é colocado em contato com outra folha<br />

<strong>de</strong> alumínio <strong>de</strong> modo a formar a armadura negativa. O conjunto é bobinado, sendo a folha <strong>de</strong><br />

alumínio anodizada, ligada ao terminal positivo e a outra ligada a uma caneca tubular (que forma o<br />

encapsulamento do conjunto) e ao terminal negativo. Os capacitores eletrolíticos, por apresentarem<br />

o dielétrico como uma fina camada <strong>de</strong> óxido <strong>de</strong> alumínio e em uma das armaduras um fluido,<br />

constituem uma série <strong>de</strong> altos valores <strong>de</strong> capacitância, mas <strong>de</strong> valores limitados <strong>de</strong> tensão <strong>de</strong><br />

isolação e terminais polarizados. De forma idêntica encontramos os capacitores eletrolíticos <strong>de</strong><br />

tântalo, on<strong>de</strong> o dielétrico é formado por óxido <strong>de</strong> tântalo, cuja constante dielétrica faz obter-se um<br />

capacitor <strong>de</strong> pequenas dimensões, porém com valores <strong>de</strong> tensão <strong>de</strong> isolação, mais limitados.<br />

Capacitores cerâmicos<br />

Apresentam como dielétrico um material cerâmico, que é formado por uma camada <strong>de</strong> tinta, que<br />

contém elemento condutor, formando as armaduras. O conjunto recebe um revestimento isolante.<br />

São capacitores <strong>de</strong> baixos valores e altas tensões <strong>de</strong> isolação.<br />

Capacitores <strong>de</strong> capacitância variável<br />

São aqueles cuja capacitância po<strong>de</strong> ser facilmente mudada. Um dos tipos mais comuns é o <strong>de</strong><br />

dielétrico <strong>de</strong> ar. Para a sintonia <strong>de</strong> rádios (escolha <strong>de</strong> estação) normalmente usa-se este tipo <strong>de</strong><br />

capacitor.


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

37<br />

Códigos <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> capacitores<br />

Código numérico<br />

É composto por três números que indicam:<br />

na tabela abaixo apresenta-se os principais valores encontrados nos capacitores abaixo <strong>de</strong> 2 µ F e<br />

o código para representar esses valores. Para valores abaixo <strong>de</strong> 100 pF e acima <strong>de</strong> 1 µ F os valores<br />

reais são escritos diretamente no corpo do componente.<br />

Código <strong>de</strong> cores<br />

Encontram-se nas figuras e tabelas a seguir outras formas utilizadas para representar os valores<br />

dos capacitores, incluindo os códigos <strong>de</strong> cores nos capacitores tipo disco, tubulares e plásticos.


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

38


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

39<br />

Procedimento <strong>experimental</strong><br />

De posse <strong>de</strong> capacitores<br />

1 - Distinguir entre os diversos tipos construtivos<br />

2 - Utilizar os códigos <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação para caracteriza-los


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

40<br />

CARGA E DESCARGA DE UM CAPACITOR<br />

(CAPACITOR EM REGIME DC)<br />

Objetivo<br />

Verificar as situações <strong>de</strong> carga e <strong>de</strong>scarga <strong>de</strong> um capacitor<br />

Fundamento teórico<br />

Ao aplicarmos a um capacitor uma tensão contínua através <strong>de</strong> um resistor, esse se carrega com a<br />

tensão, cujo valor <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> do intervalo <strong>de</strong> tempo em que se <strong>de</strong>senvolverá o processo. Na figura 1<br />

temos um circuito para a carga do capacitor.<br />

Figura 1<br />

Estando o capacitor inicialmente <strong>de</strong>scarregado ( VC = 0 ), em t = 0 , fechamos a chave S do<br />

circuito. A corrente neste instante é a máxima do circuito, ou seja,<br />

E<br />

Imáx = . A partir daí, o<br />

R<br />

capacitor inicia um processo <strong>de</strong> carga com aumento gradativo da tensão entre seus terminais (V C)<br />

e com uma diminuição da corrente, obe<strong>de</strong>cendo a uma função exponencial, até atingir o valor zero,<br />

quando estiver totalmente carregado. A partir <strong>de</strong>sta característica po<strong>de</strong>mos equacionar a corrente<br />

em função do tempo e dos componentes do circuito:<br />

t<br />

−<br />

= ⋅ τ<br />

máx e I ) t ( i ou t<br />

E −<br />

i ( t)<br />

= ⋅ e τ<br />

R<br />

on<strong>de</strong>: i(t) é o valor da corrente num <strong>de</strong>terminado instante, I máx é o valor inicial da corrente no<br />

circuito, e é a base do logaritmo neperiano ( e = 2,<br />

72 ) e τ a constante <strong>de</strong> tempo do circuito<br />

( τ = R ⋅ C ).<br />

A partir da figura 1 po<strong>de</strong>mos escrever que: E = VR<br />

+ VC<br />

. Substituindo nessa a equação da<br />

corrente, teremos: C V ) t ( i R E = ⋅ +<br />

t<br />

−<br />

Que resulta: VC<br />

= E(<br />

1 − e τ ) , que é <strong>de</strong>nominada equação <strong>de</strong> carga do capacitor.<br />

Po<strong>de</strong>mos através da equação <strong>de</strong> carga levantar a característica do capacitor, ou seja, a tensão<br />

entre seus terminais em função do tempo conforme a figura 2.


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

41<br />

Figura 2<br />

Estando o capacitor carregado po<strong>de</strong>mos montar um circuito para a sua <strong>de</strong>scarga, como ilustrado na<br />

figura 3<br />

Figura 3<br />

No instante t=0, fechamos a chave s do circuito, e o capacitor inicia sua <strong>de</strong>scarga através do<br />

resistor R. Neste instante, a corrente no circuito será máxima e a partir daí diminui, obe<strong>de</strong>cendo a<br />

uma função exponencial, até atingir o valor zero, quando o capacitor estiver totalmente<br />

<strong>de</strong>scarregado. Na figura 4 temos esta característica.<br />

Figura 4<br />

t<br />

−<br />

Equacionando a corrente em função do tempo temos: = ⋅ τ<br />

máx e I ) t ( i .<br />

t<br />

−<br />

No circuito da figura 3 temos: v C = vR<br />

, on<strong>de</strong> Vc = R ⋅ i(<br />

t)<br />

ou VC<br />

= R ⋅ ( Imáx<br />

⋅ e τ )<br />

R ⋅ Imáx<br />

= VCmáx<br />

(tensão atingida pelo capacitor durante o processo <strong>de</strong> carga)<br />

t<br />

−<br />

V = ⋅ τ<br />

C Vcmáx<br />

e que é <strong>de</strong>nominada equação <strong>de</strong> <strong>de</strong>scarga do capacitor.<br />

Através <strong>de</strong>ssa equação, po<strong>de</strong>mos levantar a característica do capacitor durante a <strong>de</strong>scarga, como<br />

mostrado na figura 5.<br />

Procedimento <strong>experimental</strong><br />

1 - Monte o circuito da figura 6<br />

Figura 5


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

42<br />

Figura 6<br />

2 - Acione a chave S e o cronômetro simultaneamente. Determine e anote o instante em que cada<br />

tensão for atingida.<br />

VC<br />

(V)<br />

t (s)<br />

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11<br />

3 - Com o capacitor carregado monte o circuito da figura 7<br />

Figura 7<br />

4 - Acione a chave S e o cronômetro simultaneamente. Determine e anote o instante em que cada<br />

tensão for atingida.<br />

VC<br />

(V)<br />

t (s)<br />

11 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1 0<br />

5 - Com os valores obtidos, construa os gráficos VC = f(<br />

t)<br />

para a carga e <strong>de</strong>scarga do capacitor.


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

43<br />

OSCILOSCÓPIO<br />

Objetivo<br />

Familiarização com o aparelho<br />

Fundamento teórico<br />

O osciloscópio e um aparelho cuja finalida<strong>de</strong> é visualizar fenômenos elétricos, possibilitando medir<br />

tensões continuas, alternadas, períodos, freqüências e <strong>de</strong>fasagem com elevado grau <strong>de</strong> precisão.<br />

Os fenômenos elétricos são visualizados através <strong>de</strong> um tubo <strong>de</strong> raios catódicos que constitui o<br />

elemento principal do osciloscópio. O tubo <strong>de</strong> raios catódicos faz surgir um feixe <strong>de</strong> elétrons,<br />

através <strong>de</strong> um conjunto <strong>de</strong> elementos chamado canhão eletrônico, que incidindo em uma tela<br />

origina um ponto luminoso, que <strong>de</strong>flexionado produz uma figura. Basicamente po<strong>de</strong>mos<br />

representar o tudo <strong>de</strong> raio catódicos como visto na figura 1.<br />

Figura 1<br />

Na figura 2 apresenta-se o painel frontal <strong>de</strong> um osciloscópio.


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

44<br />

Figura 2<br />

Liga/intensida<strong>de</strong><br />

Liga o osciloscópio e possibilita o ajuste da intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong> brilho<br />

Foco<br />

Possibilita o ajuste do foco do feixe eletrônico<br />

Posição <br />

Posiciona verticalmente o feixe<br />

Posição <br />

Posiciona horizontalmente o feixe<br />

Chave AC/DC/O<br />

Na posição AC, permite a leitura <strong>de</strong> sinais alternados, na posição DC <strong>de</strong> níveis DC contínuos, e na<br />

posição O, aterra a entrada <strong>de</strong> amplificação vertical, <strong>de</strong>sligando a entrada vertical.<br />

Volts/div<br />

Atenuador vertical que gradua cada divisão na tela, na direção vertical, em valores específicos <strong>de</strong><br />

tensão.<br />

Tempo/div<br />

Varredura ou base <strong>de</strong> tempo que gradua cada divisão na tela, na direção horizontal, em valores<br />

específicos <strong>de</strong> tempo, além disso, possibilita <strong>de</strong>sligar o estágio, dando acesso à entrada horizontal.<br />

Chave INT/EXT/REDE<br />

Na posição INT, permite a utilização do sincronismo interno, na posição EXT dá acesso à entrada<br />

<strong>de</strong> sincronismo externo e na posição REDE, sincroniza a varredura com a re<strong>de</strong> elétrica.<br />

Chave + -<br />

Permite selecionar a polarida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sincronismo da figura na tela<br />

Nível sinc<br />

Permite o ajuste do nível <strong>de</strong> sincronismo.<br />

Cal<br />

Saída <strong>de</strong> um sinal interno <strong>de</strong> freqüência e amplitu<strong>de</strong> <strong>de</strong>finidas, utilizado para referência e<br />

calibração.<br />

Ent vertical


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

45<br />

Conector para ligação <strong>de</strong> ponta <strong>de</strong> prova para o acesso ao estágio vertical<br />

Ent Horizontal ou Sinc Ext<br />

Conector para ligação <strong>de</strong> ponta <strong>de</strong> prova, utilizado para o acesso ao estágio horizontal, ou <strong>de</strong><br />

sincronismo, conforme posicionamento dos controles <strong>de</strong> varredura (EXT) ou sincronismo (EXT).<br />

Conector terra do instrumento<br />

Procedimento <strong>experimental</strong><br />

1 – Faça um esquema do painel frontal do osciloscópio <strong>de</strong> sua bancada.<br />

2 – Ligue o osciloscópio cão a entrada vertical conectada à saída <strong>de</strong> calibração, através <strong>de</strong> uma<br />

ponta <strong>de</strong> prova.<br />

3 – Verifique e anote a atuação <strong>de</strong> cada controle


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

46<br />

MEDIDA DA TENSÃO E DA FREQÜÊNCIA<br />

Objetivos<br />

Verificar as formas <strong>de</strong> onda senoidal, triangular e quadrada<br />

Medir tensões alternadas, contínuas e freqüência<br />

Fundamento teórico<br />

Tensão contínua<br />

A tensão contínua po<strong>de</strong> ser contínua constante ou contínua variável. A tensão contínua constante<br />

mantém seu valor em função do tempo, enquanto que, a tensão contínua variável varia seu valor,<br />

mas sem mudar sua polarida<strong>de</strong>. A tensão contínua variável po<strong>de</strong> ser repetitiva ou periódica, ou<br />

seja, repetir um ciclo <strong>de</strong> mesmas características a cada intervalo <strong>de</strong> tempo. Para toda função<br />

periódica <strong>de</strong>finimos período T como sendo o número <strong>de</strong> ciclos em um intervalo <strong>de</strong> tempo igual a 1<br />

segundo. A unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> período é o hertz (Hz).<br />

1<br />

T =<br />

f<br />

para uma tensão com características periódicas existe a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se estabelecer um valor<br />

que indique a componente DC da forma <strong>de</strong> onda. Esse valor é <strong>de</strong>nominado valor DC ou valor médio<br />

e representa a relação entre a área em um intervalo <strong>de</strong> tempo igual ao período e o próprio período.<br />

O valor DC medido por um voltímetro nas escalas V DC e pelo osciloscópio.<br />

Tensão alternada<br />

É aquela que muda <strong>de</strong> polarida<strong>de</strong> com o tempo. A tensão alternada que nos é fornecida, através da<br />

re<strong>de</strong> elétrica, é senoidal por questões <strong>de</strong> geração e distribuição, ou seja, obe<strong>de</strong>ce a uma função do<br />

tipo v( t)<br />

= Vmáx<br />

sen( ωt<br />

+ θ)<br />

, on<strong>de</strong> v(t) é o valor instantâneo da tensão, Vmáx é o máximo valor<br />

que a tensão po<strong>de</strong> atingir, também <strong>de</strong>nominada <strong>de</strong> amplitu<strong>de</strong> ou tensão <strong>de</strong> pico. ω é a velocida<strong>de</strong><br />

2π<br />

angular ( ω = 2πf<br />

ou ω = ), te um instante qualquer e θ é o ângulo <strong>de</strong> <strong>de</strong>fasagem inicial. A<br />

T<br />

unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> tensão é expressa em volts (V), a da velocida<strong>de</strong> angular em radianos por segundo<br />

−1<br />

( rad ⋅ s ), a do tempo em segundos (s) e a <strong>de</strong> ângulo <strong>de</strong> <strong>de</strong>fasagem em radianos (rad).<br />

Além do valor <strong>de</strong> pico V P temos o valor pico a pico V PP que é igual à variação máxima entre o ciclo<br />

positivo e o negativo, e o valor eficaz V ef, que equivale a uma tensão contínua a qual aplicada a um<br />

elemento resistivo, dissipa a mesma potência que a alternada em questão. Para tensão alternada<br />

senoidal<br />

V<br />

V<br />

P<br />

ef = .<br />

2<br />

Gerador <strong>de</strong> funções


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

47<br />

Alguns tipos <strong>de</strong> tensões po<strong>de</strong>m ser geradas por um instrumento <strong>de</strong>nominado gerador <strong>de</strong> funções.<br />

Este instrumento gera sinais normalmente senoidais, triangulares e quadrados com possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

ajustes <strong>de</strong> freqüência e amplitu<strong>de</strong>, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> faixas pré-estabelecidas.<br />

Na figura 1 abaixo temos um mo<strong>de</strong>lo padrão <strong>de</strong> gerador <strong>de</strong> funções com a <strong>de</strong>scrição da finalida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> cada controle.<br />

Figura 1<br />

Escala <strong>de</strong> freqüência<br />

Permite o ajuste do algarismo a ser multiplicado<br />

Multiplicador<br />

Seleciona um fator multiplicativo<br />

Função<br />

Seleciona a função a ser gerada; senoidal, triangular ou quadrada<br />

Amplitu<strong>de</strong><br />

Ajusta a amplitu<strong>de</strong> do sinal <strong>de</strong> saída<br />

Medindo a tensão<br />

Utilizando o osciloscópio po<strong>de</strong>mos visualizar e medir os tipos <strong>de</strong> tensões anteriormente <strong>de</strong>scritos.<br />

Utilizando o canal vertical do osciloscópio que como entrada dispõe da chave AC/DC/O. Na posição<br />

DC o sinal através do amplificador vertical chega ás placas <strong>de</strong>fletoras verticais,com acoplamento<br />

direto, sem a perda <strong>de</strong> seu nível DC. Na posição AC o sinal passa por um capacitor, cuja finalida<strong>de</strong><br />

é o bloqueio do nível DC, permitindo que chegue ao amplificador vertical somente a variação do<br />

sinal.<br />

Tensão contínua<br />

Injeta-se o sinal <strong>de</strong> entrada vertical, ajusta-se um referência na tela através dos controles <strong>de</strong><br />

posicionamento e comuta-se a chave AC/DC/O da posição Ac para DC. Percebe-se um<br />

<strong>de</strong>slocamento do sinal equivalente ao seu nível DC e proporcional à posição do controle <strong>de</strong><br />

atenuação vertical. O valor da medida será o resultado da multiplicação do número <strong>de</strong> divisões<br />

<strong>de</strong>slocada, pela posição do atenuador vertical. Na figura 2 temos um exemplo.


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

48<br />

Figura 2<br />

Tensão alternada<br />

Injeta-se o sinal à entrada vertical posicionando-o através dos controles para melhor leitura. Com o<br />

estágio da varredura ligado, teremos na tela a forma <strong>de</strong> onda, on<strong>de</strong> é possível medir-se o valor <strong>de</strong><br />

pico (V P) ou valor pico a pico (V PP), bastando multiplicar o número <strong>de</strong> divisões ocupadas pela<br />

posição do atenuador vertical como mostra a figura 3.<br />

Figura 3<br />

Para melhor procedimento nas leituras po<strong>de</strong>-se <strong>de</strong>sligar o estágio <strong>de</strong> varredura. Não teremos mais<br />

a forma <strong>de</strong> onda na tela e sim sua variação em amplitu<strong>de</strong>, ou seja, um traço vertical, suficiente<br />

para as medidas <strong>de</strong> V P e V PP como mostrado na figura 4.<br />

Figura 4<br />

Medindo a freqüência<br />

Utiliza-se o método da varredura calibrada, on<strong>de</strong> se multiplica o valor da base <strong>de</strong> tempo pelo<br />

número <strong>de</strong> divisões ocupadas, pelo período da figura na tela, obtendo-se o valor do período. A<br />

freqüência obtém-se indiretamente pela expressão<br />

1<br />

f = . Exemplo é mostrado na figura 5.<br />

T


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

49<br />

Figura 5<br />

Procedimento <strong>experimental</strong><br />

1 - Ajuste a fonte <strong>de</strong> tensão com o voltímetro para valores especificados na tabela 1.<br />

2 - Meça cada valor como o osciloscópio, anotando a posição do atenuador vertical e o número <strong>de</strong><br />

divisões do <strong>de</strong>slocamento.<br />

Tabela 1<br />

V (V) Posição do<br />

2<br />

5<br />

8<br />

10<br />

15<br />

atenuador<br />

Número <strong>de</strong><br />

divisões<br />

V med<br />

Osciloscópio<br />

3 - Ajuste o gerador <strong>de</strong> sinais para freqüências especificadas na tabela 2, com amplitu<strong>de</strong> máxima<br />

para as formas <strong>de</strong> onda senoidal, quadrada e triangular.<br />

4 - Meça cada freqüência com o osciloscópio anotando a posição <strong>de</strong> varredura e o número <strong>de</strong><br />

divisões ocupadas pelo período.<br />

Tabela 2<br />

F GERADOR<br />

100 Hz<br />

5 Hz<br />

F GERADOR<br />

250 Hz<br />

1200 Hz<br />

F GERADOR<br />

600 Hz<br />

10 kHz<br />

Posição <strong>de</strong><br />

varredura<br />

Posição <strong>de</strong><br />

varredura<br />

Posição <strong>de</strong><br />

varredura<br />

Onda senoidal<br />

Número <strong>de</strong><br />

divisões<br />

Onda senoidal<br />

Número <strong>de</strong><br />

divisões<br />

Onda triangular<br />

Número <strong>de</strong><br />

divisões<br />

T (s -1 ) f (Hz)<br />

T (s -1 ) f (Hz)<br />

T (s -1 ) f (Hz)


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

50<br />

5 - Ajuste o gerador <strong>de</strong> sinais para freqüência <strong>de</strong> 60 Hz, onda senoidal.<br />

6 - Utilizando o multímetro, na escala V AC ajuste a saída do gerador para os valores especificados<br />

na tabela 3.<br />

7 - Para cada caso meça com o osciloscópio e complete a tabela 3<br />

Tabela 3<br />

V ef (voltímetro) V P V PP V ef (calculado)


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

51<br />

CIRCUITO RC SÉRIE EM REGIME AC<br />

Objetivo<br />

Verificar o comportamento <strong>de</strong> um circuito RC série em regime AC<br />

Fundamento teórico<br />

Todo circuito em regime AC oferece uma oposição á passagem <strong>de</strong> corrente elétrica <strong>de</strong>nominada<br />

impedância (Z) e cuja unida<strong>de</strong> é ohms (Ω). Quando no circuito houver elementos reativos, a<br />

corrente estará <strong>de</strong>fasada em relação à tensão, sendo que nestes casos., para a <strong>de</strong>vida análise do<br />

circuito, <strong>de</strong>ve-se construir o diagrama vetorial e obter-se as relações.<br />

Um dos circuitos, composto por um resistor em série com um capacitor <strong>de</strong>nominado RC série é<br />

visto na figura 1.<br />

Figura 1<br />

Na construção do diagrama vetorial visto na figura 2, consi<strong>de</strong>remos como referência a corrente,<br />

pois sendo um circuito série,esta é a mesma em todos os componentes,lembrando que no resistor<br />

π<br />

a tensão e a corrente estão em fase e no capacitor a corrente está adiantada <strong>de</strong> rad .<br />

2<br />

Figura 2<br />

Do diagrama temos que, a soma vetorial das tensões do resistor e do capacitor é igual a da tensão<br />

da fonte.<br />

2 2 2<br />

V = V + V<br />

ef Re f Cef<br />

dividindo todos os termos por 2<br />

I temos:<br />

ef<br />

2<br />

2<br />

2<br />

⎛ V ⎞ ⎛ V ⎞ ⎛ V ⎞<br />

ef<br />

=<br />

Re f<br />

+<br />

Cef<br />

⎜⎜⎜<br />

Ief<br />

⎟⎟⎟<br />

⎜⎜⎜<br />

Ief<br />

⎟⎟⎟<br />

⎜⎜⎜<br />

Ief<br />

⎟⎟⎟<br />

⎝ ⎠ ⎝ ⎠ ⎝ ⎠<br />

on<strong>de</strong>


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

52<br />

V V<br />

V<br />

ef<br />

= Z ,<br />

Re f<br />

= R e<br />

Cef<br />

= X C<br />

Ief<br />

Ief<br />

Ief<br />

portanto, po<strong>de</strong>mos escrever<br />

2 2 2<br />

Z = R + X ou Z = R<br />

2<br />

+ X<br />

2<br />

, que é o valor da impedância do circuito.<br />

C<br />

C<br />

O ângulo θ é a <strong>de</strong>fasagem entre a tensão e a corrente no circuito e po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>terminado através<br />

das relações trigonométricas do triângulo retângulo, on<strong>de</strong>:<br />

V X<br />

sen θ =<br />

Cef<br />

=<br />

C<br />

Vef<br />

Z<br />

V<br />

cos θ =<br />

Re f<br />

=<br />

Vef<br />

R<br />

Z<br />

VCef<br />

X C<br />

tgθ<br />

= =<br />

VRe<br />

f R<br />

Consi<strong>de</strong>rando a <strong>de</strong>fasagem, po<strong>de</strong>mos escrever as equações da corrente e da tensão em cada<br />

elemento do circuito.<br />

v( t)<br />

= Vmáx<br />

sen ωt<br />

i( t)<br />

= Imáx<br />

sen t<br />

( ω + θ)<br />

VR ( t)<br />

= VRmáx<br />

sen t<br />

( ω + θ)<br />

⎛ π ⎞<br />

VC ( t)<br />

= VCmáx<br />

sen⎜⎝<br />

ωt<br />

+ θ − ⎟⎠ 2<br />

Procedimento <strong>experimental</strong><br />

1 - Monte o circuito da figura 3. Ajuste o gerador <strong>de</strong> sinais para 5 V pp, onda senoidal.<br />

Figura 3<br />

2 - Varie a freqüência do gerador <strong>de</strong> sinais, conforme a tabela 1. Para cada valor ajustado meça e<br />

anote a tensão pico a pico em cada componente.<br />

Tabela 1<br />

f (kHz) V Rpp (V) V Ref (V) V Cpp (V) V Cef (V)<br />

100<br />

200<br />

400<br />

600<br />

800<br />

1000<br />

3 - Calcule o valor eficaz da s tensões no resistor e no capacitor completando a tabela 1.<br />

4 - Utilizando o mesmo circuito, ligado ao osciloscópio conforme a figura 4, meça e anote os<br />

valores <strong>de</strong> 2 a e 2b para as freqüências na tabela 2.


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

53<br />

Tabela 2<br />

Figura 4<br />

f (kHz) 2a 2b ∆θ<br />

100<br />

200<br />

400<br />

600<br />

800<br />

1000<br />

5 - Calcule a <strong>de</strong>fasagem entre tensão e corrente no circuito da figura 3, anotando os valores na<br />

tabela 2<br />

6 - Construa o gráfico ∆ θ = f(<br />

f)<br />

, com os valores da tabela 2.<br />

7 - Explique porque, utilizando a ligação ao osciloscópio, estamos medindo a <strong>de</strong>fasagem entre<br />

tensão e corrente.


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

54<br />

INDUTOR EM REGIME AC<br />

Objetivo<br />

Verificar a variação da reatância indutiva com a freqüência.<br />

Fundamento teórico<br />

Um indutor, quando percorrido por uma corrente elétrica alternada oferece uma oposição à<br />

passagem da mesma, imposta por campo magnético <strong>de</strong>nominada reatância indutiva. Essa reatância<br />

indutiva é diretamente proporcional à freqüência da corrente, ao valor do indutor e é dada por:<br />

XL = ωL<br />

ou XL = 2πfL<br />

.<br />

Sendo a reatância indutiva uma oposição à passagem <strong>de</strong> corrente, a sua unida<strong>de</strong> é ohms (Ω). Da<br />

relação XL = 2πfL<br />

po<strong>de</strong>mos traçar o gráfico da reatância indutiva em função da freqüência<br />

indicada na figura 1.<br />

Figura 1<br />

Da figura 1 concluímos que à medida que a reatância indutiva aumenta com a freqüência.<br />

Aplicando uma tensão alternada aos terminais <strong>de</strong> um indutor, surgirá uma corrente alternada, pois<br />

o indutor irá energizar-se e <strong>de</strong>senergizar-se continuamente em função da característica <strong>de</strong>sta<br />

tensão. Medindo-se os valores da tensão e da corrente po<strong>de</strong>mos obter o valor da reatância indutiva<br />

pela relação:<br />

V<br />

X<br />

ef<br />

L = .<br />

Ief<br />

Lembrando que quando o indutor está energizado ( VL = 0 ), a corrente é máxima e negativa e<br />

quando <strong>de</strong>senergizado ( V L = Vmáx<br />

), a corrente é nula, po<strong>de</strong>mos em função disso representar<br />

graficamente essa situação como ilustrado na figura 2.<br />

Figura 2


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

55<br />

π<br />

Observando a figura 2 notamos que a corrente está atrasada <strong>de</strong> rad , em relação à tensão,<br />

2<br />

portanto temos que, a corrente obe<strong>de</strong>ce à equação:<br />

π<br />

V<br />

I = Imáx<br />

sen( ωt<br />

− ) , on<strong>de</strong> I<br />

Cmáx<br />

máx = .<br />

2<br />

XL<br />

Procedimento <strong>experimental</strong><br />

1- Monte o circuito da figura 3. Ajuste a freqüência do gerador <strong>de</strong> sinais para 10 kHz.<br />

Figura 3<br />

2 - Ajuste a tensão do gerador <strong>de</strong> sinais para se obter no resistor as tensões marcadas na tabela 1.<br />

Para cada caso meça e anote a tensão pico a pico no indutor.<br />

Tabela 1<br />

V Rpp (V) 1 2 3 4 5<br />

V Ref (V)<br />

I ef (A)<br />

V Lpp (V)<br />

V Lef (V)<br />

X L (Ω)<br />

3 - Ajuste o gerador <strong>de</strong> sinais para 1 V pp, mantendo-a constante a cada medida. Varie a freqüência<br />

<strong>de</strong> acordo com a tabela 2. Meça e anote para cada caso o valor da tensão pico a pico no resistor e<br />

no indutor.<br />

Tabela 2<br />

f (kHz) V Rpp (V) V Ref (V) V Lpp (V) V Lef (V) I ef (A) X L (Ω)<br />

1<br />

2<br />

3<br />

4<br />

5<br />

6<br />

7<br />

8<br />

9<br />

10<br />

4 - Calcule V Ref e V Lef, anotando seus valores na tabela 2<br />

VRe<br />

f<br />

5 - Calcule Ief<br />

= , anotando o resultado na tabela 2<br />

R<br />

VLef<br />

6 - Calcule X L = , anotando o resultado na tabela 2<br />

Ief<br />

7 - Calcule XL = 2πfL<br />

e compare com os valores obtidos na tabela 2.<br />

8 - Com os dados da tabela 2, construa o gráfico XL −<br />

f(<br />

f)


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

56<br />

CIRCUITO RL SÉRIE EM REGIME AC<br />

Objetivo<br />

Verificar o comportamento <strong>de</strong> um circuito RL série em regime AC<br />

Fundamento teórico<br />

O circuito RL série, composto por um resistor em série com um indutor, é visto na figura 1.<br />

Figura 1<br />

Na construção do diagrama vetorial visto na figura 2, consi<strong>de</strong>remos como referência a corrente,<br />

pois sendo um circuito série, esta é a mesma em todos os componentes e no indutor. No resistor a<br />

π<br />

corrente está em fase e no indutor está atrasada <strong>de</strong> rad .<br />

2<br />

Figura 2<br />

Do diagrama temos que, a soma vetorial das tensões do resistor e do indutor é igual a da tensão<br />

da fonte.<br />

2 2 2<br />

V = V + V<br />

ef Re f Lef<br />

dividindo todos os termos por 2<br />

I temos:<br />

ef<br />

2<br />

2 2<br />

⎛ V ⎞ ⎛ V ⎞ ⎛ V ⎞<br />

ef<br />

=<br />

Re f<br />

+<br />

Lef<br />

⎜⎜⎜<br />

Ief<br />

⎟⎟⎟<br />

⎜⎜⎜<br />

Ief<br />

⎟⎟⎟<br />

⎜⎜⎜<br />

Ief<br />

⎟⎟⎟<br />

⎝ ⎠ ⎝ ⎠ ⎝ ⎠<br />

on<strong>de</strong><br />

V V<br />

V<br />

ef<br />

= Z ,<br />

Re f<br />

= R e<br />

Lef<br />

= XL<br />

Ief<br />

Ief<br />

Ief<br />

portanto, po<strong>de</strong>mos escrever<br />

2 2 2<br />

Z = R + X ou Z = R<br />

2<br />

+ X<br />

2<br />

, que é o valor da impedância do circuito.<br />

L<br />

L<br />

O ângulo θ <strong>de</strong> <strong>de</strong>fasagem entre a tensão e a corrente no circuito, po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>terminado através<br />

das relações trigonométricas do triângulo retângulo, on<strong>de</strong>:<br />

V X<br />

sen θ =<br />

Lef<br />

=<br />

L<br />

Vef<br />

Z<br />

V<br />

cos θ<br />

=<br />

Re f<br />

=<br />

Vef<br />

R<br />

Z


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

57<br />

V X<br />

tgθ<br />

=<br />

Lef<br />

=<br />

L<br />

VRe<br />

f R<br />

Consi<strong>de</strong>rando a <strong>de</strong>fasagem, po<strong>de</strong>mos escrever as equações da corrente e da tensão em cada<br />

elemento do circuito.<br />

v( t)<br />

= Vmáx<br />

sen ωt<br />

i( t)<br />

= Imáx<br />

sen t<br />

( ω − θ)<br />

VR ( t)<br />

= VRmáx<br />

sen t<br />

( ω − θ)<br />

⎛ π ⎞<br />

VL ( t)<br />

= VLmáx<br />

sen⎜⎝<br />

ωt<br />

− θ + ⎟⎠ 2<br />

Procedimento <strong>experimental</strong><br />

1 - Monte o circuito da figura 3. Ajuste o gerador <strong>de</strong> sinais para 5 V pp, onda senoidal.<br />

Figura 3<br />

2 - Varie a freqüência do gerador <strong>de</strong> sinais, conforme a tabela 1. Para cada valor ajustado meça e<br />

anote a tensão pico a pico em cada componente.<br />

Tabela 1<br />

f (kHz) V Rpp (V) V Ref (V) V Cpp (V) V Cef (V)<br />

10<br />

20<br />

40<br />

60<br />

80<br />

100<br />

3 - Calcule o valor eficaz da s tensões no resistor e no indutor completando a tabela 1.<br />

4 - Utilizando o mesmo circuito, ligado ao osciloscópio conforme a figura 4, meça e anote os<br />

valores <strong>de</strong> 2 a e 2b para as freqüências na tabela 2.<br />

Figura 4


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

58<br />

Tabela 2<br />

f (kHz) 2a 2b ∆θ<br />

10<br />

20<br />

40<br />

60<br />

80<br />

100<br />

5 - Calcule a <strong>de</strong>fasagem entre tensão e corrente no circuito da figura 3, anotando os valores na<br />

tabela 2<br />

6 - Construa o gráfico ∆ θ = f(<br />

f)<br />

, com os valores da tabela 2.


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

59<br />

CIRCUITO RLC SÉRIE EM REGIME AC<br />

Objetivo<br />

Verificar o comportamento <strong>de</strong> um circuito RLC série em regime AC<br />

Fundamento teórico<br />

O circuito RLC série é composto por um resistor, um capacitor e um indutor, associados em série,<br />

conforme mostra a figura 1<br />

Figura 1<br />

Na construção do diagrama vetorial visto na figura 2 consi<strong>de</strong>ramos como referência a corrente,<br />

π<br />

sendo que neste caso, ela está adiantada <strong>de</strong> rad<br />

2<br />

em relação à tensão no indutor. Para fins <strong>de</strong><br />

diagrama vetorial, utiliza-se a resultante, pois, os vetores que representam a tensão no capacitor e<br />

a tensão no indutor, têm a mesma direção e sentido opostos, condizentes com os efeitos<br />

capacitivos e indutivos.<br />

Figura 2<br />

Observando o diagrama, nota-se que V Lef é maior que V Cef, portanto temos como resultante um<br />

vetor ( VLef − VCef<br />

), <strong>de</strong>terminando um circuito com características indutivas, ou seja, com corrente<br />

atrasada em relação á tensão. No caso <strong>de</strong> termos V Cef maior que V Lef, obteremos um circuito com<br />

características capacitivas, ou seja, com a corrente adiantada em relação á tensão, resultando num<br />

diagrama vetorial como o da figura 3.


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

60<br />

Figura 3<br />

Da figura 2, temos que, a soma vetorial da resultante com o resistor é igual a da tensão da fonte.<br />

Assim sendo po<strong>de</strong>mos escrever:<br />

2 2<br />

2<br />

V = V + ( V − V<br />

ef Re f Lef Cef )<br />

dividindo todos os termos por 2<br />

I temos:<br />

ef<br />

2<br />

2<br />

2<br />

⎛ V ⎞ ⎛ V ⎞ ⎛ V V ⎞<br />

ef<br />

=<br />

Re f<br />

+<br />

Lef<br />

−<br />

Cef<br />

⎜⎜⎜<br />

Ief<br />

⎟⎟⎟<br />

⎜⎜⎜<br />

Ief<br />

⎟⎟⎟<br />

⎜⎜⎜<br />

Ief<br />

Ief<br />

⎟⎟⎟<br />

⎝ ⎠ ⎝ ⎠ ⎝<br />

⎠<br />

on<strong>de</strong><br />

V V V<br />

V<br />

ef<br />

= Z<br />

Re f<br />

, = R<br />

Lef<br />

, = X<br />

Cef<br />

L e = X C<br />

Ief<br />

Ief<br />

Ief<br />

Ief<br />

portanto, po<strong>de</strong>mos escrever<br />

2 2<br />

2<br />

Z = R + ( X − X<br />

L C ) ou Z = R<br />

2<br />

+ ( X − X<br />

2<br />

L C ) , que é o valor da impedância do circuito.<br />

O ângulo θ <strong>de</strong> <strong>de</strong>fasagem entre a tensão e a corrente no circuito, po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>terminado através<br />

das relações trigonométricas do triângulo retângulo, resultando:<br />

V V X X<br />

sen<br />

Lef −<br />

−<br />

Cef L C<br />

θ =<br />

=<br />

Vef<br />

Z<br />

V<br />

cos θ =<br />

Re f<br />

=<br />

Vef<br />

R<br />

Z<br />

V V X X<br />

tg<br />

Lef −<br />

−<br />

L C<br />

θ =<br />

Cef<br />

=<br />

VRe<br />

f R<br />

Como o circuito RLC série po<strong>de</strong> ter comportamento capacitivo ou indutivo, vãos sobrepor suas<br />

reatâncias, construindo o gráfico da figura 4.<br />

Figura 4<br />

Na figura 4 temos que para freqüências menores que f o, X C é maior que X L e o circuito tem<br />

características capacitivas. Para freqüências maiores que f o, X L é maior que X C e o circuito tem<br />

características indutivas. Na freqüência f o, temos que X C é igual a X L, e o efeito capacitivo é igual ao<br />

indutivo. Como esses efeitos são opostos, um anula ao outro, apresentando o circuito


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

61<br />

características puramente resistivas. Este fato po<strong>de</strong> ser observado, utilizando a relação para o<br />

cálculo da impedância: Z = R<br />

2<br />

+ ( X − X<br />

2<br />

L C ) .<br />

Como X L = X C , temos que Z = R . Neste caso o ângulo θ é zero.<br />

Como a freqüência f o anula os efeitos reativos, é <strong>de</strong>nominada freqüência <strong>de</strong> ressonância e po<strong>de</strong> ser<br />

<strong>de</strong>terminada, igualando as reatâncias capacitiva e indutiva, resultando em:<br />

1<br />

fo =<br />

2π<br />

LC<br />

O gráfico da impedância em função da freqüência é mostrado na figura 5. pelo gráfico observamos<br />

que a mínima impedância ocorre na freqüência <strong>de</strong> ressonância e esta é igual ao valor da<br />

resistência.<br />

Figura 5<br />

Po<strong>de</strong>mos ainda levantar a curva da corrente em função da freqüência para o mesmo circuito como<br />

mostra a figura 6. Pelo gráfico observamos que para a freqüência <strong>de</strong> ressonância, a corrente é<br />

máxima (Io) pois a impedância é mínima ( Z = R ).<br />

Figura 6<br />

Quando no circuito RLC série tivermos o valor da resistência igual ao valor da reatância equivalente<br />

( XL − X C ), po<strong>de</strong>mos afirmar que a tensão no resistor (VR) é igual à tensão na reatância<br />

equivalente ( VL − VC<br />

). A partir disso, po<strong>de</strong>mos escrever:<br />

2 2<br />

2<br />

V = V + ( V − V<br />

ef Re f Lef Cef )<br />

como V = V − V<br />

Re f Lef Cef<br />

temos:<br />

2 2 2 2 2<br />

V = V + V ou V = 2V<br />

que resulta V<br />

ef Re f Re f ef Re f<br />

ef = 2 ⋅ VRe<br />

f<br />

dividindo por R, temos:<br />

Vef VRe<br />

f<br />

= 2 ⋅<br />

R R<br />

Vef como representa o valor <strong>de</strong> Io, ou seja, a corrente do circuito na freqüência <strong>de</strong> ressonância, e<br />

R<br />

VR a corrente no circuito na situação da reatância equivalente e igual à resistência, po<strong>de</strong>mos<br />

R<br />

relacioná-las:


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

62<br />

I<br />

Io = 2 ⋅ I ou I =<br />

o<br />

2<br />

Esse valor <strong>de</strong> corrente po<strong>de</strong> ocorrer em duas freqüências <strong>de</strong> valores distintos, sendo <strong>de</strong>nominadas<br />

respectivamente <strong>de</strong> freqüência <strong>de</strong> corte inferior (f Ci) e freqüência <strong>de</strong> corte superior (f Cs). Na figura<br />

7. é visto o gráfico da corrente em função da freqüência com esses pontos transpostos.<br />

Figura 7<br />

A faixa <strong>de</strong> freqüências, compreendida entre a freqüência <strong>de</strong> corte inferior e a freqüência <strong>de</strong> corte<br />

superior, é <strong>de</strong>nominada <strong>de</strong> largura <strong>de</strong> banda, po<strong>de</strong>ndo ser expressa por:<br />

LB = fCs<br />

− fCi<br />

.<br />

Procedimento <strong>experimental</strong><br />

1 - Monte o circuito da figura 8. ajuste o gerador <strong>de</strong> sinais para 5 V PP, onda senoidal.<br />

Figura 8<br />

2 - Varie a freqüência do gerador <strong>de</strong> sinais, conforme a tabela 1, mantendo sua tensão <strong>de</strong> saída em<br />

5 V PP para cada valor <strong>de</strong> freqüência, medindo e anotando a tensão pico a pico no resistor.<br />

Tabela 1<br />

f (kHz) V Rpp (V) V Ref (V) I Ref (mA) Z (kΩ)<br />

2<br />

4<br />

6<br />

8<br />

10<br />

12<br />

14<br />

16<br />

18<br />

20<br />

22<br />

24<br />

26<br />

28<br />

30


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

63<br />

3 - Calcule o valor ta tensão eficaz completando a tabela 1<br />

VRe<br />

f<br />

4 -Calcule o valor eficaz das correntes, utilizando Ief<br />

1 = , completando a tabela 1<br />

R<br />

VRe<br />

f<br />

5 - Calcule a impedância para cada caso, utilizando Ief<br />

1 = , completando a tabela 1<br />

R<br />

6 - Utilizando o circuito da figura 9, ligado ao osciloscópio, meça e anote os valores <strong>de</strong> 2a e 2b para<br />

as freqüências da tabela 2.<br />

Tabela 2<br />

f (kHz) 2a 2b ∆θ<br />

2<br />

4<br />

6<br />

8<br />

10<br />

12<br />

14<br />

16<br />

18<br />

20<br />

22<br />

24<br />

26<br />

28<br />

30<br />

7 - Calcule a <strong>de</strong>fasagem entre tensão e corrente no circuito da figura 9, completando a tabela 2.<br />

8 - Para o circuito da figura 9, varie a freqüência do gerador <strong>de</strong> sinais até obter 2a = 0, anotando o<br />

valor <strong>de</strong>ssa freqüência: f o = _____ kHz.<br />

9 - Construa os gráficos: Z = f(<br />

f)<br />

, Ief = f(<br />

f)<br />

e ∆ θ = f(<br />

f)<br />

.<br />

10 - Determine a freqüência <strong>de</strong> ressonância e as freqüências <strong>de</strong> corte inferior e superior, no gráfico<br />

Ief = f(<br />

f)<br />

.<br />

11 - A partir dos dados obtidos no item anterior, <strong>de</strong>termine a largura <strong>de</strong> banda.


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

64<br />

EFEITO JOULE<br />

Objetivos<br />

Determinar o equivalente elétrico do calor<br />

Observar o fenômeno do efeito Joule<br />

Fundamento teórico<br />

Efeito joule é o fenômeno pelo qual um condutor se aquece quando atravessado por uma corrente<br />

elétrica.<br />

Quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> calor dissipada<br />

Pelo primeiro princípio da termodinâmica sabemos que; quando há transformação da quantida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> energia (∆E) em quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> calor (∆Q), ou vice-versa, é constante o quociente ∆E por ∆Q,<br />

quaisquer que sejam ∆E e ∆Q.<br />

∆E<br />

= J , on<strong>de</strong> J é chamado equivalente mecânico do calor.<br />

∆Q<br />

Imaginemos um calorímetro com uma resistência. Façamos passar por ela uma corrente <strong>de</strong><br />

intensida<strong>de</strong> I, durante um tempo t, aplicando uma tensão nos seus terminais. A energia elétrica<br />

absorvida pela resistência durante o tempo t é ∆ E = V ⋅ I ⋅ t .<br />

Suponhamos que, no interior do calorímetro, haja uma certa massa m <strong>de</strong> água, que <strong>de</strong>vido à<br />

energia elétrica sofreu uma variação <strong>de</strong> temperatura ∆θ. A quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> calor recebida pela água<br />

proveniente da energia elétrica será ∆Q = m ⋅ c ⋅ ∆θ<br />

+ k ⋅ ∆θ<br />

.<br />

Substituindo ∆E e ∆Q na equação do equivalente mecânico do calor, teremos<br />

V ⋅ I ⋅ t<br />

= J<br />

m ⋅ c ⋅ ∆θ<br />

+ k ⋅ ∆θ<br />

Procedimento <strong>experimental</strong><br />

1 – Pesar o calorímetro vazio e seco: m 1 = _________ gramas<br />

2 – Calcular o equivalente em água do calorímetro:<br />

k = m1<br />

⋅ 0,<br />

217<br />

3 – Colocar um volume <strong>de</strong> água em uma proveta e <strong>de</strong>terminar sua temperatura:<br />

θ 0 = _________ ºC<br />

4 – Consultar a tabela <strong>de</strong> <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>s e verificar a <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> correspon<strong>de</strong>nte a θ 0.<br />

µ = _______ g.cm -3<br />

5 – Calcular a massa <strong>de</strong> água por: mH 2O<br />

= V ⋅ µ<br />

6 – Montar o circuito da figura 1


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

65<br />

7 – Ligar o circuito durante 10 minutos (600 s)<br />

Figura 1<br />

8 – Anotar os valores da tensão V AB = _________ volts e da corrente I = ________ ampéres<br />

9 – Ao final dos 10 minutos medir a temperatura final θ F = ________ ºC<br />

10 – Calcular a variação <strong>de</strong> temperatura: ∆ θ = θF<br />

− θo<br />

11 – Calcular o valor <strong>de</strong> J por:<br />

( )<br />

2<br />

∆E<br />

V t<br />

J = , on<strong>de</strong> E V I t<br />

AB ⋅<br />

∆ = AB ⋅ ⋅ =<br />

e ∆Q = mH<br />

2O<br />

⋅ c ⋅ ∆θ<br />

+ k ⋅ ∆θ<br />

∆Q<br />

R<br />

( V )<br />

2<br />

AB<br />

⋅ t<br />

V ⋅ I ⋅ t<br />

J =<br />

AB<br />

ou J =<br />

R<br />

mH2O<br />

⋅ c ⋅ ∆θ<br />

+ k ⋅ ∆θ<br />

mH2O<br />

⋅ c ⋅ ∆θ<br />

+ k ⋅ ∆θ


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

66<br />

MEDIDA DE RESISTÊNCIA E DO<br />

COEFICIENTE DE TEMPERATURA<br />

Objetivo<br />

Determinar a <strong>de</strong>pendência da temperatura da resistência <strong>de</strong> um condutor metálico.<br />

Fundamento teórico<br />

A resistência oferecida por um metal ao fluxo <strong>de</strong> corrente é <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte da temperatura. De acordo<br />

com a teoria atômica da eletricida<strong>de</strong> o fluxo <strong>de</strong> uma corrente elétrica é <strong>de</strong>vido ao fluxo <strong>de</strong> elétrons<br />

livres através do condutor. Estes elétrons coli<strong>de</strong>m com os átomos á medida que fluem através da<br />

re<strong>de</strong> cristalina transmitindo parte <strong>de</strong> sua energia cinética, aumentando a energia cinética dos<br />

átomos. Tais colisões produzem tr5ansformação <strong>de</strong> energia elétrica (movimento <strong>de</strong> elétrons) em<br />

energia térmica. Isto é chamado <strong>de</strong> calor ôhmico.<br />

Esta perda <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> ou energia cinética dos elétrons fluindo através <strong>de</strong> um condutor tem o<br />

efeito <strong>de</strong> uma resistência friccional. A resistência é diretamente proporcional ao número <strong>de</strong><br />

colisões. Um aumento na temperatura do condutor mostra um correspon<strong>de</strong>nte aumento no<br />

movimento randômico <strong>de</strong> elétrons e átomos, e portanto tendo uma maior probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> colisões<br />

elétron – átomo.<br />

A <strong>de</strong>pendência da resistência com a temperatura é <strong>geral</strong>mente representada pela equação:<br />

( 1 + T)<br />

R = R0<br />

α<br />

a constante α é chamada <strong>de</strong> coeficiente <strong>de</strong> temperatura do material e representa o aumento<br />

correspon<strong>de</strong>nte na resistência por grau <strong>de</strong> temperatura aumentado, sendo diferente para cada<br />

material.<br />

Para metais puros a. Para ligas é justamente o oposto, a resistência específica ρ é alta e o<br />

coeficiente <strong>de</strong> temperatura α é relativamente baixo.<br />

Método <strong>de</strong> medida<br />

Existem diferentes métodos <strong>de</strong> medida da resistência. O mais simples, aplicando as leis ôhmicas é<br />

medir a corrente passando através <strong>de</strong> um resistor para uma tensão aplicada sobre o mesmo.<br />

Figura 1 Figura 2


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

67<br />

O método mais preciso <strong>de</strong> medida <strong>de</strong> resistência é com a ajuda <strong>de</strong> uma ponte , on<strong>de</strong> duas<br />

resistências são comparadas. A ponte <strong>de</strong> Wheatstone, mostrada na figura 1, é composta <strong>de</strong> quatro<br />

resistores. Entre A e B uma fonte é conectada e entre Ce D um instrumento <strong>de</strong> leitura é conectado.<br />

Quando o circuito está em equilíbrio não circula corrente no galvanômetro. Nesta situação há duas<br />

corrente através do circuito: i 1 e i 2. Da lei <strong>de</strong> Ohm obtemos:<br />

R<br />

R ⋅ i1<br />

= R1<br />

⋅ i2<br />

e R x ⋅ i1<br />

= R 2 ⋅ i2<br />

o que dá: R ⋅<br />

2<br />

= R1<br />

R x<br />

Numa ponte <strong>de</strong> fio, figura 2, os resistores R 1 e R 2 são substituídos por um fio. Quando o cursor é<br />

<strong>de</strong>slocado ao longo do fio o valor da resistência vai se modificando. O comprimento do fio é<br />

proporcional à resistência, portanto po<strong>de</strong>ndo substituí-la. Desse modo:<br />

L<br />

R<br />

2<br />

x = R ⋅<br />

L1<br />

on<strong>de</strong> R x é o valor do resistor <strong>de</strong>sconhecido, R um resistor padrão <strong>de</strong> valor conhecido.<br />

Método <strong>de</strong> leitura pelo <strong>de</strong>sbalanceamento <strong>de</strong> uma ponte:<br />

Procedimento <strong>experimental</strong><br />

e<br />

V<br />

=<br />

⎛<br />

1 +<br />

⎜⎜<br />

⎝<br />

1 - Monte o circuito representado na figura 3<br />

R X L<br />

−<br />

2<br />

R L1<br />

R ⎞<br />

X ⎛ L ⎞<br />

⋅<br />

⎜⎜ 1 +<br />

2<br />

R ⎟⎟<br />

⎟⎟<br />

⎠ ⎝ L1<br />

⎠<br />

Figura 3<br />

2 - Balancear a ponte e medir a resistência do fio, mergulhado em água. Este é o valor <strong>de</strong> R X;<br />

anote-o juntamente com a temperatura: R X = __________ e T X = __________<br />

3 - Colocar o reservatório com a resistência em estudo para aquecer e anotar os valores indicados<br />

no milivoltímetro à medida que a temperatura vai se elevando, completando a tabela:<br />

Temperatura 30 (°C) 40 (°C) 50 (°C) 60 (°C) 70 (°C) 80 (°C)<br />

e (mV)<br />

∆R (Ω)<br />

4 - Calcule o valor teórico <strong>de</strong> R 0, tomando a resistivida<strong>de</strong> do fio a partir da Segunda lei <strong>de</strong> Ohm:<br />

R O<br />

= ρ ⋅<br />

5 - Construir o gráfico <strong>de</strong> ∆R x temperatura. Determine a inclinação da reta pelo método dos<br />

mínimos quadrados. O que representa a inclinação obtida?<br />

6 - Calcule o valor <strong>de</strong> α pela equação: R R 0 ( 1 + αT)<br />

acima.<br />

L<br />

A<br />

= e compare com a equação da reta obtida


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

68<br />

CAMPO MAGNÉTICO CRIADO<br />

POR CORRENTE ELÉTRICA<br />

Objetivo<br />

Visualizar o campo magnético através das linhas <strong>de</strong> indução.<br />

Fundamento teórico<br />

As linhas <strong>de</strong> força foram <strong>de</strong>finidas por Faraday com a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> conseguir uma espécie <strong>de</strong><br />

visualização do campo elétrico. Também o campo magnético po<strong>de</strong> ser representado por linhas <strong>de</strong><br />

indução, <strong>de</strong>finidas <strong>de</strong> modo análogo às linhas <strong>de</strong> força. As linhas <strong>de</strong> indução são tangentes ao vetor<br />

indução magnética ( B r ) em cada ponto (normalmente o vetor indução magnética B r , é<br />

simplesmente chamado <strong>de</strong> campo magnético) e são próximas umas das outras nas regiões on<strong>de</strong> o<br />

campo magnético é mais intenso.<br />

Campo magnético criado por corrente elétrica<br />

Um condutor quando percorrido por uma corrente elétrica cria ao seu redor um campo magnético.<br />

Este fato foi primeiramente observado por Oersted em 1820. este campo magnético varia com o<br />

inverso da distância segundo a equação (para um condutor retilíneo e infinitamente comprido)<br />

r µ o ⋅ I<br />

B =<br />

2π<br />

⋅ d<br />

Procedimento <strong>experimental</strong><br />

1 – Montar o dispositivo segundo o esquema da figura 1<br />

Figura 1<br />

2 – Com a fonte <strong>de</strong>sligada aproximar lentamente um dos pólos da bússola do condutor observando<br />

o que ocorre<br />

3 – Ligar a fonte e aproximar lentamente um dos pólos da bússola do condutor observando o que<br />

ocorre<br />

4 – Girar a bússola aproximando o outro pólo. Observe o que ocorre<br />

5 – Inverter a polarida<strong>de</strong> da fonte. Observe o que ocorre<br />

6 – Aumente o valor da corrente na fonte. Observe o que ocorre


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

69<br />

LINHAS DE INDUÇÃO<br />

Objetivos<br />

Visualizar o campo magnético através das linhas <strong>de</strong> indução<br />

Observar fontes <strong>de</strong> campo magnético<br />

Fundamento teórico<br />

As linhas <strong>de</strong> força foram <strong>de</strong>finidas por faraday com a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> conseguir uma espécie <strong>de</strong><br />

visualização do campo elétrico. Também o campo magnético po<strong>de</strong> ser representado por linhas; as<br />

linhas <strong>de</strong> indução (figura 1). As linhas <strong>de</strong> indução são tangentes ao vetor indução magnética ( B r )<br />

em cada ponto (normalmente o vetor indução magnética, é simplesmente chamado <strong>de</strong> campo<br />

magnético) e são mais próximas umas das outras on<strong>de</strong> o campo magnético é mais intenso.<br />

Figura 1<br />

Se perfurarmos um pedaço <strong>de</strong> papelão (ou plástico) e introduzirmos perpendicularmente um<br />

condutor no centro do mesmo e logo após espalharmos limalha <strong>de</strong> ferro, po<strong>de</strong>remos constatar que<br />

as linhas <strong>de</strong> indução formam circunferências concêntricas em torno do condutor num plano<br />

perpendicular a ele. Este fato é chamado fé 1 a lei fundamental do eletromagnetismo.<br />

Caso empunharmos o fio com os quatro <strong>de</strong>dos da mão direita <strong>de</strong> tal forma que o polegar estendido<br />

aponte no sentido da corrente que passa, então os quatro <strong>de</strong>dos darão a direção do campo<br />

magnético, isto é, a direção da força que age no pólo norte da agulha magnética. Esta regra<br />

chama-se regra da mão direita para o campo magnético.<br />

Todo condutor <strong>de</strong> corrente é portador <strong>de</strong> um campo magnético cujas linhas <strong>de</strong> indução <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m<br />

da forma geométrica do condutor.


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

70<br />

Procedimento <strong>experimental</strong><br />

1 - Coloque limalha <strong>de</strong> ferro sobre a placa <strong>de</strong> vidro, bem espalhada como mostra a figura 2<br />

Figura 2<br />

2 - Aproxime por baixo da placa <strong>de</strong> vidro um imã<br />

3 - Reproduza em uma folha <strong>de</strong> papel a figura geométrica que a limalha <strong>de</strong> ferro está formando<br />

4 - Repita o procedimento para imãs com formatos geométricos diferentes<br />

5 - Existe alguma diferença básica entre as linhas <strong>de</strong> campo (linhas <strong>de</strong> indução)<br />

6 - Monte o esquema da figura 3<br />

Figura 3<br />

7 - Observe e <strong>de</strong>senhe numa folha <strong>de</strong> papel as linhas <strong>de</strong> indução<br />

8 - Quais suas conclusões a respeito <strong>de</strong> B r<br />

9 - Monte o dispositivo da figura 4<br />

Figura 4<br />

10 - Desenhe as linhas <strong>de</strong> indução<br />

11 - Quais suas conclusões a respeito <strong>de</strong> B r<br />

MEDIDA DO CAMPO MAGNÉTICO DA TERRA<br />

Objetivo<br />

Mostrar como <strong>de</strong>terminar o campo magnético da terra


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

71<br />

Fundamento teórico<br />

Des<strong>de</strong> os tempos <strong>de</strong> Gilbert a terra foi consi<strong>de</strong>rada como um gran<strong>de</strong> imã natural. Este campo<br />

magnético na superfície da terra varia segundo a região em que é medido, <strong>de</strong> uns 0,2 a 0,6 gauss.<br />

Para <strong>de</strong>terminadas regiões po<strong>de</strong>m inclusive acontecer anomalias, com o campo magnético<br />

assumindo valores diferentes dos que seria o esperado. Este é o caso, por exemplo, <strong>de</strong> uma<br />

extensa região que vai do rio <strong>de</strong> janeiro ao rio gran<strong>de</strong> do sul e que apresenta valores inferiores ao<br />

que seria <strong>de</strong> se esperar. Estes valores são <strong>de</strong> pouco mais que 0,2 gauss como mostra a figura 1.<br />

Figura 1<br />

Procedimento <strong>experimental</strong><br />

1 - Faça a montagem do circuito como ilustrado na figura 2, tendo o cuidado para que a espira<br />

fique bem alinhada com a agulha da bússola.<br />

Figura 2


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

72<br />

2 - Ligue a fonte e ajuste a corrente através do reostato, até o momento em que a agulha fique<br />

numa direção que faça um ângulo <strong>de</strong> 45° com a direção horizontal (figura 2)<br />

3 - Faça a leitura da corrente no amperímetro<br />

4 - Determine o valor do campo magnético através da equação<br />

−7<br />

−2<br />

µ o = 4π.<br />

10 N.<br />

A<br />

5 - Verifique se este valor está coerente com os dados encontrados na bibliografia<br />

v µ o⋅i<br />

B = , on<strong>de</strong><br />

2R


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

73<br />

REFRAÇÃO DA LUZ<br />

Objetivo<br />

Determinar o índice <strong>de</strong> refração da luz num dióptro ar-líquido<br />

Fundamento teórico<br />

Leis da refração<br />

1ª Lei - O raio inci<strong>de</strong>nte (i), o raio refratado (r) e a normal (N) à superfície <strong>de</strong> separação<br />

pertencem ao mesmo plano.<br />

2ª - Lei <strong>de</strong> Snell-Descartes: para cada par <strong>de</strong> meios e para cada luz monocromática que se refrata,<br />

é constante o produto do seno do ângulo que o raio forma com a normal e o índice <strong>de</strong> refração do<br />

meio em que o raio se encontra.<br />

sen i sen r sen i n<br />

= ou =<br />

2<br />

= n2,1<br />

e<br />

n2<br />

n1<br />

sen r n1<br />

vácuo)<br />

Caracterização da refração<br />

→ Incidência normal (i = 0°) – raio não <strong>de</strong>svia.<br />

c<br />

n = , on<strong>de</strong> c = 3 x 10<br />

v<br />

5 km.s -1 (velocida<strong>de</strong> da luz no<br />

SUBSTÂNCIA n<br />

ar 1<br />

água pura 1,33<br />

glicerina 1,47<br />

→ Incidência obliqua – raio refratado aproxima da normal (r < i) se o meio 2 tem índice <strong>de</strong> refração<br />

maior que o do meio 1; raio refratado afasta da normal (r > i) se o meio 2 tem índice <strong>de</strong> refração<br />

menor que o do meio 1.


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

74<br />

→ Ângulo limite (L) à medida que i → 90° r → L (ten<strong>de</strong> a um valor limite) após o qual passa a ocorrer<br />

reflexão total do feixe inci<strong>de</strong>nte.<br />

→ Reflexão total quando não ocorre refração:<br />

1ª - sentido da luz – do meio mais refringente para o menos refringente.<br />

2ª - ângulo <strong>de</strong> incidência maior que o ângulo limite i > L.<br />

Procedimento <strong>experimental</strong><br />

1 - Montar o dispositivo conforme instruções.<br />

2 - Fazer o raio luminoso incidir segundo ângulos <strong>de</strong> incidência variáveis anotando na tabela (i),<br />

movendo o disco graduado.<br />

3 - Medir, com o auxilio do transferidor, os respectivos ângulos <strong>de</strong> refração ( r ) anotando-os na<br />

tabela:<br />

i (º) r (º) sen i sen r n L (°) v1 (ar) v2 ∆ (°)<br />

4 - Continuar aumentando o ângulo <strong>de</strong> incidência (i maior que 90°) e observar o fenômeno da<br />

reflexão total.<br />

5 - Com os ângulos <strong>de</strong> incidência crescentes (i > 90°) anotar o valor do ângulo <strong>de</strong> incidência<br />

correspon<strong>de</strong>nte ao ângulo <strong>de</strong> refração rasante - ângulo limite (L).<br />

6 - Calcular o coeficiente (n) por:<br />

n v sen i<br />

n<br />

2 1<br />

2 , 1 = = =<br />

n1<br />

v2<br />

sen r<br />

n1 , 2<br />

=<br />

n1<br />

n2<br />

=<br />

n1 , 2 = sen L<br />

sen r<br />

sen i<br />

7 - Construir o gráfico sen i = f(sen r). O que representa a inclinação do gráfico?<br />

8 - Variar os sistemas <strong>de</strong> meios (1) e (2) e repetir os procedimentos anteriores.


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

75<br />

LÂMINA DE FACES PARALELAS<br />

Objetivos<br />

Determinar o <strong>de</strong>svio da trajetória do feixe luminoso ao atravessar uma lâmina <strong>de</strong> faces paralelas<br />

Medir o índice <strong>de</strong> refração nas duas faces<br />

Fundamento teórico<br />

Desvio linear (d)<br />

bc<br />

d<br />

Na figura acima no ∆abc, temos: sen( i1<br />

− r1<br />

) = ∴ ab<br />

ab sen( i1<br />

r1<br />

) −<br />

= (1)<br />

ap<br />

e<br />

no ∆abp, temos: cos r1<br />

= ∴ ab = (2)<br />

ab cos r1<br />

e ⋅ [ sen( i − r<br />

igualando (1) e (2) teremos: d =<br />

cos r<br />

Observação: Se i = 0 (incidência normal) d = 0.<br />

Procedimento <strong>experimental</strong><br />

) ]<br />

Se i ten<strong>de</strong> a 90° (incidência rasante) d = e.<br />

1 - Colocar a lâmina <strong>de</strong> faces paralelas sobre uma folha <strong>de</strong> papel pren<strong>de</strong>ndo no anteparo como na<br />

figura.


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

76<br />

Cálculos<br />

2 - Traçar o contorno da lâmina e marcar os raios inci<strong>de</strong>nte (I) e emergente (R)<br />

3 - Tirar a lâmina e a folha do sistema acima. Traçar os raios inci<strong>de</strong>nte (I) e emergente (R) unindo-<br />

os. Prolongar o raio inci<strong>de</strong>nte (I) com uma linha pontilhada. Traçar a normal do raio inci<strong>de</strong>nte em<br />

relação ao ponto <strong>de</strong> emergência (b). Traçar a normal da face I (N 1) e da face II (N 2)<br />

4 - Medir a espessura (e) da lâmina e o <strong>de</strong>svio (d M)<br />

5 - Com auxílio <strong>de</strong> um transferidor medir os ângulos i 1, i 2, r 1, r 2.<br />

6 - Repetir os procedimentos anteriores por 3 vezes variando a inclinação dos raios <strong>de</strong> incidência<br />

(I) e <strong>de</strong> emergência (R).<br />

7 - Completar o quadro <strong>de</strong> trabalho:<br />

Medida<br />

1<br />

Medida<br />

2<br />

Medida<br />

3<br />

Índice <strong>de</strong> refração<br />

i1(°) i2(°) r1(°) r2(°) i-r(°) dM(cm) d(cm) n1 n2<br />

sen i1 sen i2 sen r1 sen r2 sen(i-r) cos r(°)<br />

i1(°) i2(°) r1(°) r2(°) i-r(°) dM(cm) d(cm) n1 n2<br />

sen i1 sen i2 sen r1 sen r2 sen(i-r) cos r(°)<br />

i1(°) i2(°) r1(°) r2(°) i-r(°) dM(cm) d(cm) n1 n2<br />

sen i1 sen i2 sen r1 sen r2 sen(i-r) cos r(°)<br />

Se os meios externos são iguais teremos i 1 = i 2; o raio inci<strong>de</strong>nte (I) e o raio emergente (R) são<br />

paralelos.<br />

Desvio linear<br />

PRISMA<br />

Objetivos<br />

seni<br />

Face I: n<br />

1<br />

1 =<br />

senr1<br />

seni<br />

Face II: n<br />

2<br />

2 =<br />

senr2<br />

e ⋅ [ sen( i − r ) ]<br />

d =<br />

cos r<br />

d d<br />

Erro em relação ao <strong>de</strong>svio linear: % E<br />

M −<br />

= × 100<br />

dM<br />

Determinar o <strong>de</strong>svio da trajetória do feixe luminoso ao atravessar um prisma<br />

Medir o índice <strong>de</strong> refração nas duas faces do prisma


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

77<br />

Fundamento teórico<br />

Prisma óptico<br />

Prisma, em óptica, é todo meio transparente limitado por duas faces planas não paralelas. A<br />

intersecção das faces planas chama-se aresta refringente; o ângulo do diedro das duas faces é o<br />

ângulo refringente. A terceira face disposta paralelamente à aresta refringente é a base do prisma.<br />

A base e as arestas perpendiculares Bb e Cc não têm função óptica.<br />

Toda secção plana perpendicular á aresta refringente chama-se secção principal; é um triângulo<br />

A´B´C´, no qual o vértice A´ representa o ângulo plano BAC e o diedro ou aresta Aa; B´C´, base<br />

do triângulo, representa a base do prisma.<br />

Fórmulas do prisma<br />

Sendo i 1 e r 1, os ângulos <strong>de</strong> incidência e refração na primeira face, e por simetria r 2 e i 2 os ângulos<br />

<strong>de</strong> incidência e <strong>de</strong> refração ou emergência na segunda face e representando por A o ângulo <strong>de</strong><br />

refringência e por ∆ o ângulo <strong>de</strong> <strong>de</strong>svio da trajetória do feixe luminoso através do prisma temos:<br />

sen i1<br />

= n senr1<br />

sen i2<br />

= n senr2<br />

A = r1<br />

+ r2<br />

∆ = i1 + i2<br />

− A<br />

Posição <strong>de</strong> <strong>de</strong>svio mínimo<br />

O <strong>de</strong>svio varia com o ângulo <strong>de</strong> incidência e passa por um mínimo. Quando se realiza o mínimo <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>svio, verifica-se que o feixe luminoso progri<strong>de</strong> no interior do prisma segundo a direção<br />

perpendicular á bissetriz do ângulo A; então os ângulos interiores r 1 e r 2 são iguais; portanto<br />

também o são i 1 e i 2.<br />

Com o <strong>de</strong>svio mínimo, as fórmulas do prisma se reduzem a três:


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

78<br />

Índice <strong>de</strong> refração<br />

sen i = n senr<br />

A = 2r<br />

∆ = 2i −<br />

A<br />

As fórmulas do mínimo <strong>de</strong> <strong>de</strong>svio dão um meio <strong>de</strong> calcular o índice <strong>de</strong> refração através da equação:<br />

sen<br />

1<br />

( A + ∆)<br />

n =<br />

2<br />

, portanto para se calcular o índice <strong>de</strong> refração do prisma basta conhecer o<br />

sen<br />

1<br />

⋅ A<br />

2<br />

ângulo A e o <strong>de</strong>svio mínimo.<br />

Procedimento <strong>experimental</strong><br />

1 - Colocar o prisma sobre uma folha <strong>de</strong> papel pren<strong>de</strong>ndo no anteparo como na figura.<br />

2 - Traçar o contorno do prisma e marcar os raios inci<strong>de</strong>nte (I) e emergente (R).<br />

3 - Tirar o prisma e a folha do sistema acima.<br />

4 - Traçar os raios inci<strong>de</strong>nte (I) e emergente (R) unindo-os.<br />

5 - Prolongar os raios inci<strong>de</strong>nte (I) e emergente (R) com uma linha pontilhada até que se cruzem.<br />

6 - Traçar a normal da face I (N 1), no ponto <strong>de</strong> incidência i 1, e da face II (N 2), no ponto <strong>de</strong><br />

emergência i 2, <strong>de</strong> modo que ambas se cruzem.<br />

7 - A figura obtida <strong>de</strong>ve ser como a mostrada a seguir.<br />

8 - Com auxílio <strong>de</strong> um transferidor medir os ângulos i 1, i 2, r 1, r 2, A e ∆ M.<br />

9 - Repetir os procedimentos anteriores por 3 vezes variando a inclinação dos raios <strong>de</strong> incidência<br />

(I) e <strong>de</strong> emergência (R).<br />

10 - Completar o quadro <strong>de</strong> trabalho


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

79<br />

Cálculos<br />

Medida<br />

1<br />

Medida<br />

2<br />

Medida<br />

3<br />

Índice <strong>de</strong> refração<br />

seni<br />

Face I: n<br />

1<br />

1 =<br />

senr1<br />

seni<br />

Face II: n<br />

2<br />

2 =<br />

senr2<br />

Ângulo <strong>de</strong> refringência (A)<br />

A C = r1<br />

+ r2<br />

i1(°) i2(°) r1(°) r2(°) A(°) ∆M (°) ∆C (°) n1 n2<br />

sen i1 sen i2 sen r1 sen r2<br />

i1(°) i2(°) r1(°) r2(°) A(°) ∆M (°) ∆C (°) n1 n2<br />

sen i1 sen i2 sen r1 sen r2<br />

i1(°) i2(°) r1(°) r2(°) A(°) ∆M (°) ∆C (°) n1 n2<br />

sen i1 sen i2 sen r1 sen r2<br />

A − A<br />

Erro em relação ao ângulo <strong>de</strong> refringência: % E =<br />

C<br />

× 100<br />

A<br />

Desvio linear<br />

∆ C = i1 + i2<br />

− A<br />

∆<br />

Erro em relação ao <strong>de</strong>svio linear: % E<br />

M − ∆<br />

=<br />

C<br />

× 100<br />

∆M


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

80<br />

ESPELHOS ESFÉRICOS<br />

Objetivo<br />

Determinar a distância focal <strong>de</strong> um espelho côncavo usando as equações <strong>de</strong> Gauss e <strong>de</strong> Newton<br />

Fundamento teórico<br />

Espelhos esféricos<br />

Tipos <strong>de</strong> espelhos<br />

Elementos<br />

C – centro F – foco<br />

V – vértice ou centro óptico α – ângulo <strong>de</strong> abertura<br />

R – raio <strong>de</strong> curvatura<br />

Condições <strong>de</strong> niti<strong>de</strong>z <strong>de</strong> Gauss<br />

→ O espelho <strong>de</strong>ve ter pequeno ângulo <strong>de</strong> abertura.<br />

→ Os raios inci<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong>vem ser próximos ao eixo principal.<br />

→ Os raios inci<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong>vem ser pouco inclinados.<br />

Proprieda<strong>de</strong>s dos raios inci<strong>de</strong>ntes<br />

Todo raio <strong>de</strong> luz que inci<strong>de</strong> paralelamente ao eixo principal emerge passando pelo foco principal<br />

imagem.<br />

Todo raio <strong>de</strong> luz que inci<strong>de</strong> passando pelo centro <strong>de</strong> curvatura reflete-se sobre si mesmo.


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

81<br />

Todo raio <strong>de</strong> luz que inci<strong>de</strong> no vértice do espelho reflete-se simetricamente em relação ao eixo<br />

principal.<br />

Procedimento <strong>experimental</strong><br />

Cálculos<br />

1 - Colocar o objeto (letra F) na lanterna (fonte <strong>de</strong> luz).<br />

2 - Ajustar (aproxime ou afaste) o espelho do objeto até aparecer no anteparo uma imagem nítida<br />

do objeto.<br />

3 - Medir a distância do objeto ao espelho (P), anotando seu valor no quadro <strong>de</strong> trabalho.<br />

4 - Medir a distância da imagem ao espelho (P’), anotando seu valor no quadro <strong>de</strong> trabalho.<br />

5 - Medir o tamanho do objeto (O) e da imagem (I).<br />

6 - Completar o quadro <strong>de</strong> trabalho:<br />

P(cm) P’(cm) O(cm) I(cm) L(cm) L’(cm) FN(cm) FG(cm)<br />

7 - Construir o gráfico.<br />

8 - Medir os valores <strong>de</strong> L (distância objeto-foco) e <strong>de</strong> L’ (distância imagem-foco)<br />

Cálculo da distância focal<br />

Equação <strong>de</strong> Newton: F L L'<br />

2<br />

= ⋅ , Equação <strong>de</strong> Gauss:<br />

N<br />

Cálculo da ampliação<br />

A =<br />

I<br />

O<br />

P′<br />

= −<br />

P<br />

1<br />

FG<br />

1 1<br />

= +<br />

P P′


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

82<br />

LENTES ESFÉRICAS<br />

Objetivos<br />

Determinar a distância focal <strong>de</strong> uma lente convergente usando a aproximação <strong>de</strong> Gauss e o método<br />

<strong>de</strong> Bessel<br />

Determinar o raio <strong>de</strong> curvatura pelo método <strong>de</strong> Halley<br />

Comprovar o teorema das convergências<br />

Fundamento teórico<br />

Lentes esféricas<br />

Tipos<br />

Convergentes<br />

Divergentes<br />

Representação<br />

Elementos<br />

C – centro objeto CI – centro imagem<br />

F – foco objeto FI – foco imagem<br />

V – vértice ou centro óptico<br />

Proprieda<strong>de</strong>s dos raios inci<strong>de</strong>ntes<br />

Todo raio <strong>de</strong> luz que inci<strong>de</strong> paralelamente ao eixo principal emerge passando pelo foco principal<br />

imagem.


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

83<br />

Todo raio <strong>de</strong> luz que inci<strong>de</strong> passando pelo foco principal objeto emerge paralelamente ao eixo<br />

principal.<br />

Todo raio <strong>de</strong> luz que inci<strong>de</strong> passando pelo centro óptico emerge sem <strong>de</strong>svio.<br />

Relação objeto – imagem<br />

Procedimento <strong>experimental</strong><br />

Cálculos<br />

1 - Colocar o objeto (letra F) na lanterna (fonte <strong>de</strong> luz).<br />

2 - Ajustar (aproxime ou afaste) a lente do objeto até aparecer no anteparo uma imagem nítida do<br />

objeto.<br />

3 - Medir a distância do objeto à lente (P), anotando seu valor no quadro <strong>de</strong> trabalho.<br />

4 - Medir a distância da imagem à lente (P’), anotando seu valor no quadro <strong>de</strong> trabalho.<br />

5 - Medir o tamanho do objeto (O) e da imagem (I).<br />

6 - Completar o quadro <strong>de</strong> trabalho.<br />

P(cm) P’(cm) O(cm) I(cm) L(cm) L’(cm) FN(cm) FG(cm)<br />

7 - Construir o gráfico.<br />

8 - Medir os valores <strong>de</strong> L (distância objeto-foco) e <strong>de</strong> L’ (distância imagem-foco)<br />

Cálculo da distância focal<br />

Equação <strong>de</strong> Newton: F L L'<br />

2<br />

=<br />

⋅<br />

N


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

84<br />

Equação <strong>de</strong> Gauss:<br />

Cálculo da ampliação<br />

A =<br />

I<br />

O<br />

P′<br />

= −<br />

P<br />

Cálculo do raio <strong>de</strong> curvatura<br />

Equação <strong>de</strong> Halley<br />

1<br />

FG<br />

1 1<br />

= +<br />

P P′<br />

( ) ⎟ 1 ⎛ 1 1 ⎞<br />

= n − 1 ⋅<br />

⎜⎜ + ; on<strong>de</strong> n = 1,5 (índice <strong>de</strong> refração)<br />

F ⎝ R1<br />

R 2 ⎠<br />

Método <strong>de</strong> Bessel<br />

1 - Medir a distância do objeto ao anteparo (D).<br />

2 - Deslizar o suporte da lente em direção e sentido do anteparo, até formar-se uma imagem nítida<br />

e ampliada.<br />

3 - Anotar o valor da distância da lente ao anteparo (Y).<br />

4 - Continuar a <strong>de</strong>slizar a lente na direção e sentido do anteparo, até obter uma nova imagem<br />

nítida e reduzida.<br />

5 - Anotar o valor da distância da lente ao anteparo (Y o ).<br />

o<br />

6 - Calcular a diferença (d) entre as duas distâncias: d = Y − Y .<br />

2 2<br />

D − d<br />

7 - Calcular o foco por: FB<br />

= .<br />

4 ⋅ D<br />

8 - Calcular o raio por:<br />

1 ⎛ 1 1 ⎞<br />

= ( n − 1)<br />

⋅<br />

⎜⎜ +<br />

⎟⎟ .<br />

FB<br />

⎝ R1<br />

R 2 ⎠<br />

Teorema das convergências – associação <strong>de</strong> lentes<br />

1 - Determinar a distância focal das lentes pelo método <strong>de</strong> Bessel.<br />

2 2<br />

o D − d<br />

Lente 1: d = Y − Y e F1<br />

=<br />

4 ⋅ D<br />

o D<br />

2<br />

− d<br />

2<br />

Lente 2: d = Y − Y e F2<br />

=<br />

4 ⋅ D<br />

2 - Associar as lentes justapondo-as.<br />

3 - Determinar a distância focal pelo método <strong>de</strong> Bessel.<br />

Cálculo das convergências<br />

1<br />

1 - Lente 1: C 1 =<br />

F1<br />

1<br />

2 - Lente 2: C 2 =<br />

F2<br />

2 2<br />

o D − d<br />

d = Y − Y e F1+<br />

2 =<br />

4 ⋅ D<br />

1<br />

3 - Associação (lente 1 + lente 2): C1+<br />

2<br />

F1+<br />

2<br />

= ou por C 1+<br />

2 = C1<br />

+ C2<br />

Observação: Usar a distância focal em metros para obter a convergência em dioptria.


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

85<br />

DIFRAÇÃO DA LUZ<br />

Objetivo<br />

Verificar o fenômeno da difração da luz em uma re<strong>de</strong> <strong>de</strong> difração<br />

Fundamento teórico<br />

Difração da luz<br />

Este tipo <strong>de</strong> fenômeno é também característico do fenômeno ondulatório. A difração observa-se<br />

quando uma onda é <strong>de</strong>formada por um obstáculo que tem dimensões comparáveis ao comprimento<br />

<strong>de</strong> onda da mesma, isto é, as ondas contornam os obstáculos (nestas condições a luz comporta-se<br />

com uma onda numa piscina). Devido ao fato do comprimento <strong>de</strong> onda da luz ser pequeno, o<br />

<strong>de</strong>svio da luz em relação à propagação retilínea não é gran<strong>de</strong>. Por isso, para se observar este<br />

fenômeno com niti<strong>de</strong>z, a distância entre o obstáculo contornado pela luz e a tela tem <strong>de</strong> ser<br />

gran<strong>de</strong>. Se essa distância for muito gran<strong>de</strong>, da or<strong>de</strong>m dos quilômetros, po<strong>de</strong>-se observar a difração<br />

<strong>de</strong> objetos com gran<strong>de</strong>s dimensões (<strong>de</strong> alguns metros).<br />

Procedimento <strong>experimental</strong><br />

Imagem fotográfica <strong>de</strong> um arame fino. Visível o fenômeno <strong>de</strong> difração.<br />

1 - Monte o banco óptico segundo o esquema da figura 2<br />

Figura 2<br />

2 - Retire a re<strong>de</strong> e <strong>de</strong>slocando a lente con<strong>de</strong>nsadora, focalize a fenda no anteparo<br />

3 - Introduza a fenda na posição primitiva<br />

4 - Desloque o anteparo lentamente, aproximando-o da re<strong>de</strong><br />

5 - O que se observa?<br />

6 - Justifique o observado<br />

7 - Repita a experiência substituindo a re<strong>de</strong> por uma agulha


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

86<br />

LEI DE YOUNG<br />

Objetivo<br />

Determinar o comprimento <strong>de</strong> onda do laser <strong>de</strong> uma ponteira<br />

Fundamento teórico<br />

Incidamos um feixe <strong>de</strong> luz sobre uma re<strong>de</strong> <strong>de</strong> difração como mostra a figura 1.<br />

Figura 1<br />

Sendo d 〈〈 D po<strong>de</strong>mos consi<strong>de</strong>rar os triângulos<br />

O2 BQ ~ O1O2R<br />

⇒<br />

Y r<br />

= ⇒<br />

D d<br />

Y ⋅ d<br />

r =<br />

D<br />

Y ⋅ d<br />

2 ⋅ Y ⋅ d<br />

Fazendo r = x 2 − x1<br />

, temos x2 − x1<br />

= , então λ = .<br />

D<br />

N ⋅ D<br />

Interferência em ondas luminosas<br />

Lembremos que, se<br />

N é par → interferência construtiva<br />

N é impar → interferência <strong>de</strong>strutiva<br />

Se, por exemplo, em Q tivermos a 1 a banda do espectro é porque houve interferência construtiva e<br />

Y ⋅ d<br />

o valor <strong>de</strong> N = 2, portanto λ = .<br />

D


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

87<br />

Procedimento <strong>experimental</strong><br />

1 - Montar o equipamento conforme a figura 2<br />

Figura 2<br />

2 - Retire a re<strong>de</strong> e <strong>de</strong>slocando a lente con<strong>de</strong>nsadora focalize a fenda no anteparo<br />

3 - Introduza a fenda na posição primitiva<br />

4 - Desloque o anteparo próximo à re<strong>de</strong> até obter dois espectros bem nítidos<br />

5 - Meça a distância entre as bandas do espectros<br />

2Y = _______ ⇒ Y = ________<br />

6 - Meça a distância do anteparo à re<strong>de</strong>: D = ________<br />

7 - Determine a distância entre duas linhas da re<strong>de</strong>:<br />

8 - Determine λ aplicando a expressão<br />

Y ⋅ d<br />

λ<br />

=<br />

D<br />

1 mm<br />

d =<br />

número <strong>de</strong> linhas


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

88<br />

POLARIZAÇÃO DA LUZ – LEI DE MALUS<br />

Objetivo<br />

Verificar a lei <strong>de</strong> Malus<br />

Fundamento teórico<br />

As ondas eletromagnéticas são formadas por campos elétricos e magnéticos que vibram em<br />

condições <strong>de</strong> perpendicularismo mútuo. Não estão <strong>de</strong>finidos os limites <strong>de</strong> abrangência do espectro<br />

eletromagnético. Suas manifestações alcançam <strong>de</strong>s<strong>de</strong> ondas <strong>de</strong> rádio com λ na or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 10 6 m até<br />

raios gama, com λ na or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 10 -14 m. apenas uma fração <strong>de</strong>ste espectro é capaz <strong>de</strong> sensibilizar<br />

o olho humano (3 x 10 -7 ≤ λ ≤ 7 x 10 -7 m). a esta estreita faixa das ondas eletromagnéticas<br />

chamamos luz.<br />

A produção <strong>de</strong> ondas eletromagnéticas se faz por aceleração <strong>de</strong> cargas elétricas. Sob condições<br />

especiais se po<strong>de</strong> fazer com que as <strong>de</strong>sacelerações das cargas produzam campos elétricos em<br />

direções preferenciais <strong>de</strong> vibração, com estreito paralelismo entre si. Neste caso, diz-se que o<br />

espectro eletromagnético é polarizado. Quando não são tomados cuidados, e as <strong>de</strong>sacelerações das<br />

cargas não obe<strong>de</strong>cem a qualquer critério seletivo, o espectro produzido é constituído <strong>de</strong> campos<br />

elétricos cujas orientações são casuais, não guardando qualquer correlação entre si. Este é o caso<br />

da luz natural ou não polarizada.<br />

Para uma fonte <strong>de</strong> luz não polarizada, figura 1, as direções <strong>de</strong> vibração do campo elétrico são<br />

aleatórias. Se esta luz atravessar um dispositivo especial, <strong>de</strong>nominado polarói<strong>de</strong>, a vibração do<br />

campo terá uma direção característica <strong>de</strong>terminada pelo polarói<strong>de</strong>, resultando em luz polarizada.<br />

Figura 1<br />

Um polarói<strong>de</strong> é constituído <strong>de</strong> uma lâmina plástica flexível, embebida com certos compostos<br />

poliméricos. A lâmina plástica é estirada <strong>de</strong> modo que as moléculas se alinhem paralelamente entre<br />

si. Nesta condição, as ondas cujos campos elétricos vibrem na direção paralela ao alinhamento das<br />

moléculas serão transmitidas, e as que vibram em direção perpendicular serão absorvidas pelo<br />

polarói<strong>de</strong>.


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

89<br />

Colocando-se um segundo polarói<strong>de</strong> no trajeto luminoso da luz plano polarizada, este <strong>de</strong>ixará<br />

passar apenas a componente do campo elétrico que vibra em sua direção característica <strong>de</strong><br />

polarização.<br />

Lei <strong>de</strong> Malus<br />

Se EM r<br />

representa a amplitu<strong>de</strong> da luz plano polarizada, <strong>de</strong>terminada pelo primeiro polarói<strong>de</strong>,<br />

<strong>de</strong>nominado polarizador, a amplitu<strong>de</strong> da luz transmitida pelo segundo polarói<strong>de</strong>, agora <strong>de</strong>nominado<br />

analisador, será a componente <strong>de</strong> EM r<br />

na direção <strong>de</strong> transmissão do analisador (figura 2).<br />

Figura 2<br />

r r<br />

A luz transmitida pelo analisador terá amplitu<strong>de</strong> dada por E = EM<br />

cos θ . A intensida<strong>de</strong> (I) do feixe<br />

luminoso é proporcional ao quadrado da amplitu<strong>de</strong> E r . Assim, a intensida<strong>de</strong> I da luz transmitida<br />

pelo analisador está relacionada com a intensida<strong>de</strong> da luz transmitida pelo polarizador I M através da<br />

2<br />

expressão conhecida por lei <strong>de</strong> Malus: I = IM<br />

cos θ .<br />

Se for colocado um terceiro polarói<strong>de</strong> com o plano <strong>de</strong> polarização formando um ângulo <strong>de</strong> 90° com<br />

o primeiro polarizador, a intensida<strong>de</strong> da luz emergente, obtida por duas aplicações sucessivas da lei<br />

<strong>de</strong> Malus será dada por:<br />

I 2<br />

obtém-se I =<br />

M<br />

sen ( 2θ)<br />

.<br />

4<br />

Procedimento <strong>experimental</strong><br />

2<br />

I = IM<br />

[(cos θ ⋅ cos( 90 − θ)]<br />

. Utilizando as relações trigonométricas<br />

1 - Coloque sobre o banco óptico, alinhados e encostados uns aos outros a lâmpada, dois<br />

polarói<strong>de</strong>s e a fotocélula <strong>de</strong> selênio (coberta), conforme o esquema da figura 3.<br />

Figura 3<br />

2 - Conecte a fotocélula diretamente ao amperímetro<br />

3 - Ponha os polarói<strong>de</strong>s a 0°, ligue a lâmpada e remova a cobertura da fotocélula<br />

4 - Aproxime ou afaste a fotocélula da lâmpada <strong>de</strong> maneira que o que o micro amperímetro acuse<br />

100 µA (ou menor)<br />

5 - Mantenha o polarói<strong>de</strong> próximo da lâmpada (polarizador) com uma orientação fixa.<br />

6 - Gire o polarói<strong>de</strong> analisador naotando na tabela 1 as medidas <strong>de</strong> corrente


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

90<br />

Tabela 1<br />

θ(°) I (µA)<br />

0<br />

10<br />

20<br />

30<br />

40<br />

50<br />

60<br />

70<br />

80<br />

90<br />

I 2<br />

cos θ<br />

Io<br />

2<br />

7 - Faça o gráfico <strong>de</strong> I em função <strong>de</strong> cos θ . Calcule os coeficientes linear e angular. Explique seus<br />

2<br />

respectivos significados físicos comparando-os com a equação I = IM<br />

cos θ<br />

8 - Para verificar a função dos polarói<strong>de</strong>s na seleção da intensida<strong>de</strong> luminosa, coloque mais um<br />

polarói<strong>de</strong> <strong>de</strong> modo a ter três consecutivos<br />

9 - Ajuste a intensida<strong>de</strong> luminosa da lâmpada, com os três polarói<strong>de</strong>s a 0°, aproximando ou<br />

afastando a fotocélula da lâmpada <strong>de</strong> maneira que o que o microamperímetro acuse 100 µA. Este<br />

valor será I M<br />

10 - Mantenha o primeiro e o segundo polarói<strong>de</strong>s a 0° e o terceiro a 90°<br />

11 - Anote os valores medidos na tabela 2<br />

Tabela 2<br />

θ(°) I (µA) sen 2θ<br />

0<br />

10<br />

20<br />

30<br />

40<br />

50<br />

60<br />

70<br />

80<br />

90<br />

sen ( 2 )<br />

2<br />

θ<br />

12 - Faça o gráfico <strong>de</strong> I em função <strong>de</strong> sen ( 2 )<br />

2<br />

θ . Calcule os coeficientes linear e angular. Explique<br />

I 2<br />

seus respectivos significados físicos comparando-os com a equação I =<br />

M<br />

sen ( 2θ)<br />

4<br />

POLARIZAÇÃO DA LUZ – LEI DE BREWSTER<br />

Objetivo<br />

Verificar a lei <strong>de</strong> Brewster


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

91<br />

Fundamento teórico<br />

Após ocorrer reflexão da luz por uma superfície plana, a luz refletida fica parcialmente polarizada. O<br />

grau <strong>de</strong> polarização <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> do ângulo <strong>de</strong> incidência e do índice <strong>de</strong> refração do material refletor<br />

da luz. Sir David Brewster, em 1812, constatou <strong>experimental</strong>mente que o grau <strong>de</strong> polarização da<br />

luz refletida é máximo quando o raio refletido e o raio refratado forma entre si um ângulo <strong>de</strong> 90°,<br />

como mostra a figura 1.<br />

Figura 1<br />

Na figura 1 tem-se luz não polarizada incidindo sobre um bloco <strong>de</strong> vidro, <strong>de</strong> índice <strong>de</strong> refração n 2,<br />

com um ângulo <strong>de</strong> incidência θP. Como o feixe é perpendicular ao feixe refletido θP + θr<br />

= 90°<br />

. Por<br />

n<br />

aplicação da lei <strong>de</strong> Snell ( n1 ⋅ sen θP<br />

= n2<br />

⋅ sen θr<br />

), resulta a lei <strong>de</strong> Brewster tg θ<br />

2<br />

P = .<br />

n1<br />

Procedimento <strong>experimental</strong><br />

1 - Monte o dispositivo ilustrado na figura 2<br />

Figura 2<br />

2 - Coloque o disco graduado na posição horizontal sobre o banco óptico na mesma altura da<br />

lâmpada<br />

3 - Sobre o disco ponha o semicilindro transparente, com o centro <strong>de</strong> curvatura <strong>de</strong> usa face plana<br />

coincidindo com o centro do disco conforme a figura 2<br />

4 - Com a lâmpada e a mascara da fenda vertical, produza um raio luminoso que incida sobre o<br />

centro do semicilindro, <strong>de</strong>ixando bem visíveis, sobre o disco os raios inci<strong>de</strong>nte, refletido e refratado<br />

5 - Observe e anote o que acontece com a intensida<strong>de</strong> do feixe incidindo sobre a tela translúcida,<br />

quando interpõe um polarói<strong>de</strong> entre o feixe refletido e a tela, para ângulos <strong>de</strong> incidência variando<br />

<strong>de</strong> 0° a 90°, nas seguintes situações: polarói<strong>de</strong> a 0° e polarói<strong>de</strong> a 90°<br />

6 - Observe e anote o qu e acontece com a intensida<strong>de</strong> do feixe refletido incidindo sobre a tela<br />

quando o polarói<strong>de</strong> estiver a 90° e o ângulo <strong>de</strong> incidência for o ângulo <strong>de</strong> polarização θ P<br />

7 - I<strong>de</strong>ntifique o plano <strong>de</strong> polarização do feixe refletido<br />

8 - Meça o ângulo <strong>de</strong> polarização e o ângulo limite para este semicilindro e anote-os


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

92<br />

9 - Faça um esquema contendo o disco graduado e o semicilindro e indique a direção do plano <strong>de</strong><br />

polarização do feixe refletido para um ângulo <strong>de</strong> incidência igual ao ângulo <strong>de</strong> Brewster<br />

10 - Calcule o índice <strong>de</strong> refração do material do semicilindro utilizando o valor medido do ângulo <strong>de</strong><br />

polarização<br />

11 - Calcule o índice <strong>de</strong> refração do material do semicilindro utilizando o valor medido do ângulo<br />

limite


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

93<br />

ONDAS– RESSONÂNCIA<br />

Objetivo<br />

Verificar o fenômeno da ressonância<br />

Fundamento teórico<br />

BATIMENTOS<br />

Em <strong>geral</strong>, sempre que sobre um sistema capaz <strong>de</strong> oscilar, atuar uma serie <strong>de</strong> impulsos periódicos<br />

cuja freqüência seja igual à freqüência natural do sistema, este último começa também a oscilar<br />

com amplitu<strong>de</strong> relativamente gran<strong>de</strong>. Tal fenômeno chama-se ressonância; diz-se que o sistema<br />

ressoa com o impulso aplicado.<br />

Um exemplo <strong>de</strong> ressonância consiste no modo com que empurramos um balanço. Os empurrões<br />

sucessivos <strong>de</strong>vem ser dados exatamente no ritmo em que o balanço oscila, para que este aumente<br />

(ou mantenha) a sua amplitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> oscilação. Empurrar o balanço quando este ainda vem chegando<br />

equivale a absorver uma parte <strong>de</strong> energia <strong>de</strong>ste, prejudicando o movimento. Este exemplo vale<br />

para dois diapasões com suas caixas <strong>de</strong> ressonância ( um <strong>de</strong> frente para o outro ), quando um é<br />

excitado o outro entrará em vibração e se tornara audível. Esta experiência só funciona com<br />

diapasões <strong>de</strong> freqüências iguais ou quase iguais.<br />

Quando duas ondas sonoras <strong>de</strong> freqüências ligeiramente diferentes atravessam simultaneamente a<br />

mesma região do espaço elas dão origem ao fenômeno <strong>de</strong> batimento. Se as duas possuem<br />

amplitu<strong>de</strong>s iguais a representação gráfica da onda resultante é semelhante ao da figura 1.<br />

Figura 1<br />

A freqüência do batimento é igual à diferença entre as freqüências das duas ondas:<br />

TUBO DE KUBDT<br />

f bat<br />

= ∆f<br />

= f − f<br />

Na figura 2 representamos, esquematicamente, um tubo <strong>de</strong> Kundt na qual a direito da figura há um<br />

alto falante vibrando em uma certa freqüência conhecida. Um pistão é mantido fixo, a onda que<br />

parte do alto falante reflete no pistão e dá origem a uma onda estacionaria. No interior do tubo há<br />

um pó muito tênue ( pó <strong>de</strong> cortiça ). Este pó acumula-se nos pontos nodais, como mostra a figura<br />

2,<br />

Figura 2<br />

Como a distancia d entre dois nós consecutivos é <strong>de</strong> meio comprimento <strong>de</strong> onda, temos:<br />

λ<br />

v<br />

d = , como: λ = , logo: v =<br />

2df<br />

2<br />

f<br />

2<br />

1


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

94<br />

se conhecermos a freqüência e a distancia entre nodos po<strong>de</strong>mos então <strong>de</strong>terminar o valor da<br />

velocida<strong>de</strong> do som no ar ou em qualquer gás contido <strong>de</strong>ntro do tubo <strong>de</strong> Kundt.<br />

PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL<br />

1 – coloque os diapasões em suas caixas <strong>de</strong> ressonância. Coloque as duas caixas com as aberturas<br />

frente a frente;<br />

2 – bata o martelo em um dos diapasões e abafe-o logo em seguida. O outro diapasão vibra?<br />

Observe através do osciloscópio usando o microfone;<br />

3 – faça o item 2, agora usando o microfone acoplado ao osciloscópio e nas caixas <strong>de</strong> ressonância.<br />

Observe a figura na tela do osciloscópio. Faca um <strong>de</strong>senho esquemático da onda obtida,<br />

explicando-o<br />

4 – tome dois diapasões <strong>de</strong> freqüências próximas, ou pegue um dos diapasões e, coloque em uma<br />

das hastes um dispositivo munido <strong>de</strong> parafuso. Assim o diapasão ficará <strong>de</strong>safinado em relação ao<br />

outro diapasão.<br />

5 – bata firmemente em um dos diapasões e após bata no outro sem abafar nenhum <strong>de</strong>les.<br />

6 – o que ocorre com o som simultâneo dos diapasões?<br />

7 – faça o item 5 usando agora o microfone acoplado ao osciloscópio e observe a onda resultante<br />

na tela. Desenhe a onda obtida explicando-a.<br />

8 – monte o esquema da figura 4<br />

Figura 4<br />

9 – varie levemente a freqüência <strong>de</strong> um dos geradores. Há batimentos? Acompanhe estes<br />

experimentos no osciloscópio. Seria possível estimar a diferença entre as freqüências através da<br />

onda visualizada no osciloscópio?<br />

DETERMINAÇÃO DA VELOCIDADE DO SOM NO AR<br />

1 – coloque um pouco <strong>de</strong> pó <strong>de</strong> cortiça na extensão do tubo inteiro. Para isto distribua o pó na<br />

cantoneira e <strong>de</strong>pois que introduzi-lo no tubo, vire a cantoneira.<br />

2 – monte a figura 5. veja se o pó pula em alguns lugares e noutros não. Varie a freqüência no<br />

gerador <strong>de</strong> áudio até encontrar a figura da onda estacionária. O que está acontecendo? Explique.<br />

Figura 5<br />

3 – faça várias medidas com freqüências diferentes.<br />

4 – <strong>de</strong>termine a velocida<strong>de</strong> do som no ar. Compare com o valor tabelado <strong>de</strong> 340 m/s.


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

95<br />

CORDAS VIBRANTES – EXPERIÊNCIA DE MELDE<br />

Objetivo<br />

Verificar as leis da vibrações transversais das cordas<br />

Fundamento teórico<br />

Corda é um sólido flexível, muito alongado, fixo nas duas extremida<strong>de</strong>s e fortemente teso entre<br />

estes dois pontos. Po<strong>de</strong> emitir um som, quando se produzem nela vibrações longitudinais ou<br />

transversais. Estas são as únicas utilizadas pela música, nos instrumentos <strong>de</strong> corda.<br />

Numa corda em vibração, a superposição das ondas diretas e refletidas produz um sistema <strong>de</strong><br />

ondas estacionarias, com nodos fixos e ventres eqüidistantes. A distância <strong>de</strong> dois ventres ou nodos<br />

consecutivos é sempre λ/2. No estado vibratório mais simples, há um só ventre, no meio da corda,<br />

sendo as extremida<strong>de</strong>s dois nodos. Em <strong>geral</strong>, para um número K <strong>de</strong> ventres, o comprimento L da<br />

corda é dividido pelos nodos em K partes, iguais a λ/2:<br />

λ<br />

L = K .<br />

2<br />

Se f é a freqüência do som emitido e v a velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> propagação das ondas transversais na<br />

corda, temos:<br />

Eliminando λ entre as duas relações, temos:<br />

v = fλ<br />

v<br />

f = K<br />

2L<br />

como K po<strong>de</strong> tomar os valores 1, 2, 3, 4, etc., vemos que a corda po<strong>de</strong> emitir todos os harmônicos<br />

do som fundamental.<br />

A velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> propagação das ondas transversais numa corda varia na razão direta da raiz<br />

quadrada da tensão da corda (τ) e na inversa da raiz quadrada da <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> linear (ρ = massa por<br />

unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> comprimento):<br />

Para o som fundamental a formula torna-se:<br />

τ<br />

v = , substituindo na equação da freqüência:<br />

ρ<br />

1<br />

f = K<br />

2L<br />

1<br />

f =<br />

2L<br />

τ<br />

ρ<br />

τ<br />

ρ


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

96<br />

como: τ = mg e m = π R Lµ<br />

= ρL<br />

2<br />

m<br />

ou ρ =<br />

L<br />

1 τL<br />

1 mg<br />

assim: f = ∴ f = que é a formula <strong>de</strong> Lagrange.<br />

2L<br />

m 2RL<br />

πµ<br />

PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL<br />

1 – meça o comprimento do fio <strong>de</strong> nylon (aproximadamente 2m);<br />

2 – meça a massa do fio e o diâmetro do mesmo;<br />

3 – monte o experimento como mostra a figura 1 (use massa <strong>de</strong> ≈ 20 g);<br />

Figura 1<br />

4 – ligue o gerador <strong>de</strong> áudio (com freqüência <strong>de</strong> aproximadamente 200 Hz e amplitu<strong>de</strong> baixa)<br />

5 – varie (vagarosamente) a freqüência ate encontrar uma onda estacionária;<br />

6 – conte o número <strong>de</strong> ventres;<br />

7 – continue variando a freqüência (até encontrar outra onda estacionária) e conte o número <strong>de</strong><br />

ventres;<br />

Faça uma tabela da freqüência pelo número <strong>de</strong> ventres.<br />

8 – para o mesmo comprimento <strong>de</strong> fio fixe o número <strong>de</strong> ventres e varie o peso e a freqüência;<br />

Faça uma tabela <strong>de</strong> freqüência e peso.<br />

9 – fixe agora a <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> linear da corda, o peso e o número <strong>de</strong> ventres, variando a freqüência e<br />

o comprimento do fio;<br />

Faça uma tabela da freqüência pelo comprimento.<br />

10 – faça os gráficos dos dados contidos nas tabelas, linearizando-os;<br />

11 – com os gráficos obtidos compare com a equação teórica (Lagrange).


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

97<br />

BIBLIOGRAFIA<br />

ALBUQUERQUE, R. O.. Análise <strong>de</strong> Circuitos em Corrente Alternada. 11 a . Ed., São Paulo, Érica, 1998.<br />

142 pp.<br />

ALONSO, M. e FINN, E. J.. <strong>Física</strong> um Curso Universitário. Vol. I e II. São Paulo, Edgard Blucher,<br />

1972.<br />

BEVINGTON, P. R.. Data Reduction and Error Analysis for the Physical Sciences. New York,<br />

McGraw-Hill, 1969. 336 pp.<br />

BORCHARDT, I. G. e GOMES, A. F.. Termopares. Porto Alegre, Sagra, 1978. 82 pp.<br />

CAPUANO, F. G. e MARINO, M. A. M.. Laboratório <strong>de</strong> Eletricida<strong>de</strong> e Eletrônica – Teoria E Prática.<br />

16 a . Ed., São Paulo, Érica, 1998. 302 pp.<br />

CAVALIN, G. E CERVELIN, S.. Instalações Elétricas Prediais. 9 a . Ed., São Paulo, Érica, 1998. 388 pp.<br />

CAVALIN, G. E CERVELIN, S.. Instalações Elétricas Prediais: Ca<strong>de</strong>rno <strong>de</strong> Ativida<strong>de</strong>s. 2 a . Ed., São<br />

Paulo, Érica, 2001. 168 pp.<br />

CATELLI, F.. <strong>Física</strong> Experimental II: Eletricida<strong>de</strong>, Eletromagnetismo e Ondas. 2 a . ed., Caxias do sul,<br />

EDUCS, 1985. 172 pp.<br />

CRUZ, E. C. A.. Praticando Eletricida<strong>de</strong>: Circuitos em Corrente Contínua. 7 a . Ed., São Paulo, Érica,<br />

1997. 274 pp.<br />

DE LIRA, F. A.. Metrologia na Indústria. 2 a . Ed., São Paulo, Érica, 2001. 246 Pp.<br />

DE LOURENÇO, A. C.; CRUZ, E. C. A. E CHOUERI JR, S.. Circuitos em Corrente Contínua. 4 a . Ed,.<br />

São Paulo, Érica, 2001. 310 pp.<br />

DE SOUZA, M. A. M.. Eletrônica: Todas as Informações Técnicas Essenciais <strong>de</strong> Componentes<br />

Eletrônicos. São Paulo, Hemus, 2003. 215 pp.<br />

FERREIRA, M. C.. Ciência da Medição. São Paulo, Edicon, 1990. 72 pp.<br />

GOLDEMBERG, J. <strong>Física</strong> Geral e Experimental: vol. 1. 3 a . ed., São Paulo, Cia. Ed. Nacional, 1977.<br />

527 pp.<br />

GOLDEMBERG, J. <strong>Física</strong> Geral e Experimental: vol. 2. São Paulo, Cia. Ed. Nacional, 1970. 391 pp.<br />

GOLDEMBERG, J. <strong>Física</strong> Feral e Experimental: vol. 3. São Paulo, Cia. Ed. Nacional, 1973. 220 pp.<br />

GUERRINI, D. P.. Eletricida<strong>de</strong> para Engenharia. São Paulo, Manole, 2003. 148 pp.<br />

HABER, U. <strong>Física</strong>: Manual <strong>de</strong> Experiências vol. I e II. São Paulo, IBECC, 1966. 87 pp.<br />

HELENE, O. A. M. e VANIN, V. R.. Tratamento Estatístico <strong>de</strong> Dados em <strong>Física</strong> Experimental. 2.a<br />

Ed., São Paulo, Edgard Blucher, 1991. 105 pp.<br />

HENNES, C. E.; GUIMARÃES, W. O. N.; ROVERSI, J. A. e VARGAS, H.. Problemas Experimentais<br />

em <strong>Física</strong> vol. III. 4 a . Ed., Campinas, Ed. UNICAMP, 1993. 165 pp.<br />

HURÊ, F.. Iniciação à Electricida<strong>de</strong> e à Electrônica: 200 Manipulações Simples <strong>de</strong> Electricida<strong>de</strong> e<br />

Electrônica. Lisboa, Ed. Presença, 1976. 208 pp.<br />

IRMÃOS MARISTAS. <strong>Física</strong>: vol I, II e III. 3 a . Ed., São Paulo, FTD, 1964.


_________________________________________________________________________<br />

<strong>Física</strong> Geral e Experimental - Silvio Luiz Rutz da Silva<br />

98<br />

MARTINS, N.; PAULI, R. U. e MAUAD, F. C.. <strong>Física</strong> para a Universida<strong>de</strong>: vol. 1 Análise Dimensional.<br />

São Paulo RPU, 1979. 133 pp.<br />

NETTO, H. F.; SUAREZ, F.; RODRIGUES, O. e CARNEIRO, Q. S.. <strong>Física</strong> Experimental, 63 pp.<br />

NUSSENZVEIG, H. M.. <strong>Física</strong> Básica: vol. 1, 2, 3 e 4. São Paulo, Edgard Blucher, 1981.<br />

PAULI, R. U.; MAJORANA, F. S.; HEILMANN, H. P. e CHOHFI, C. A.. Ferramentas Matemáticas para<br />

o Estudo <strong>de</strong> <strong>Física</strong>. São Paulo, EPU, 1978. 62 pp.<br />

PIAGENTINI, J. J.; GRANDI, B. C. S.; HOFMANN, M. P.; DE LIMA, F. R. R. e ZIMMERMANN, E..<br />

Introdução ao Laboratório <strong>de</strong> <strong>Física</strong>. 2 a . Ed., Florianópolis, EDUFSC, 2001. 119 pp.<br />

RESNICK, R. e HALLIDAY, D.. <strong>Física</strong>: vol. 1, 2, 3 e 4. 4 a . Ed., Rio <strong>de</strong> Janeiro, LTC, 1983.<br />

SEARS, F.; ZEMANSKY, M. W. e YOUNG, H. D.. <strong>Física</strong>: vol. 1, 2, 3 e 4. 2 a . Ed., Rio <strong>de</strong> Janeiro, LTC,<br />

1984.<br />

SIGHIERI, L. E NISHINARI, A.. Controle Automático <strong>de</strong> Processos Industriais: Instrumentação. 2 a .<br />

Ed., São Paulo, Edgard Blucher, 1987. 234 pp.<br />

TAVOLARO, C. R. C. e CAVALCANTE, M. A.. <strong>Física</strong> Mo<strong>de</strong>rna Experimental. São Paulo, Manole,<br />

2003. 119 pp.<br />

TIPLER, P. A.. <strong>Física</strong>: vol. 1, 2, 3 e 4. 2 a . Ed., Rio <strong>de</strong> Janeiro, Guanabara Dois, 1985.<br />

VENCATO, I. e PINTO, V. A.. <strong>Física</strong> Experimental II: Eletromagnetismo e Ótica. Florianópolis, Ed.<br />

da UFSC, 1992. 147 pp.<br />

ZARO, M. A.; BORCHARDT, I. G. E MORAES, J. DA S.. Experimentos <strong>de</strong> <strong>física</strong> básica: eletricida<strong>de</strong>,<br />

magnetismo e eletromagnetismo. Porto Alegre, Sagra, 1982. 152 pp.<br />

WATAHIN, G.. Eletromagnetismo e Óptica. Campinas, EDUNICAMP, 1974. 333 pp.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!