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Manifesto da Proporcionalidade - Academia de Cibernética Social ...

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© Wal<strong>de</strong>mar De Gregori 2005<br />

Um <strong>Manifesto</strong> Pós-Capitalista, Pós-<strong>Social</strong>ista, Pós-Eclesial<br />

MANIFESTO DA PROPORCIONALIDADE<br />

COM DEMOCRACIA DIRETA<br />

Wal<strong>de</strong>mar De Gregori e todos os participantes do<br />

Movimento <strong>de</strong> <strong>Cibernética</strong> <strong>Social</strong> Proporcionalista.<br />

Kelps Editora – Goiânia - GO<br />

2


SUMÁRIO<br />

Índice <strong>de</strong> ilustrações 04<br />

Introdução e conceitos básicos<br />

Parte 1.<br />

05<br />

Breve história evolutiva do mundo<br />

Parte 2.<br />

17<br />

A i<strong>da</strong><strong>de</strong> mo<strong>de</strong>rna ou os últimos 500 anos 19<br />

2.1.TRIMs-Tra<strong>de</strong> related investment measures- acordo <strong>de</strong> investido- 26<br />

res<br />

Parte 3.<br />

O Show do Jogo Mundial em que jogamos 29<br />

Cenário 01 – Energia 30<br />

Cenário 02 – Ambiente 31<br />

Cenário 03 – Circuito <strong>de</strong> Feedback. Cérebro e CCF 33<br />

Cenário 04 – Núcleo reprodutivo, família 36<br />

Cenário 05 – Prestusuárias e agendonomia (Instituições e trabalho) 37<br />

Cenário 06 – Organização tribal, comunitária, municipal 41<br />

Cenário 07 – Microrregiões <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um estado 43<br />

Cenário 08 – Estados <strong>de</strong> um país 43<br />

Cenário 09 – País, comando nacional. Tipos <strong>de</strong> hegemonia ou po<strong>de</strong>r 44<br />

Cenário 10 – Países vizinhos e seus jogos triádicos 46<br />

Cenário 11 – Países proletários ou “repúblicas do caos” 46<br />

Cenário 12 – Países semi-industrializados, “emergentes” 47<br />

Cenário 13 – Países pós-industriais, financistas 48<br />

Cenário 14 – Condução planetária 49<br />

Cenário 15 – A cultura tri-una ou o mundo virtual 50<br />

Cenário 16 – Escatologias ou o futuro imaginado 51<br />

Parte 4.<br />

<strong>Manifesto</strong> 1 53<br />

<strong>Manifesto</strong> 2 57<br />

4.1. Comentários 59<br />

<strong>Manifesto</strong> 3 64<br />

4.2. Coleção <strong>de</strong> sugestões para um programa em 14 subsistemas 65<br />

Signatários 73<br />

Glossário 74<br />

Bibliografia 83<br />

3


ÍNDICE DE ILUSTRAÇÕES<br />

FIGURA Pag.<br />

Fig. 01. Figuração do principio tri-uno.<br />

Fig. 02. Visão horizontal e vertical do cérebro.<br />

Fig. 03. Visão tri-cérebro-grupal.<br />

Fig. 04. Pirâmi<strong>de</strong> tridimensional <strong>de</strong> subgrupos.<br />

Fig. 05. Retângulo áureo, lei <strong>da</strong> proporcionali<strong>da</strong><strong>de</strong> e curva <strong>de</strong> Gauss.<br />

Fig. 05.1. Aproximação à proporcionali<strong>da</strong><strong>de</strong> cujo centro é o ponto <strong>de</strong> ouro.<br />

Fig. 06. Del monocerebrar al tricerebrar.<br />

Fig. 07. Historia con<strong>de</strong>nsa<strong>da</strong> do mundo.<br />

Fig. 08. I<strong>da</strong><strong>de</strong> Mo<strong>de</strong>rna e seus ciclos.<br />

Fig. 09. A i<strong>de</strong>ologia anglo-americana.<br />

Fig. 10. Show do jogo mundial em 16 cenários ou círculos.<br />

Fig. 11. Energia como principio tri-uno.<br />

Fig. 12. Sistema e fluxo <strong>da</strong> energia.<br />

Fig. 13. O tricerebrar e o CCF – Ciclo Cibernético <strong>de</strong> Feedback.<br />

Fig. 14. O tricerebrar como <strong>de</strong>finidor <strong>de</strong> três blocos <strong>de</strong> necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s.<br />

Fig. 15. Relações triádicas na família.<br />

Fig. 16. Prestusuárias, agendonomia em três blocos.<br />

Fig. 17. Evolução/constituição natural <strong>de</strong> comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s.<br />

Fig. 18. Or<strong>de</strong>m em que se dá a violência tri-grupal.<br />

Fig. 19. Diferentes arranjos dos três po<strong>de</strong>res máximos em luta.<br />

Fig. 20. Hierarquia <strong>de</strong> países.<br />

Fig. 21. Três blocos do jogo <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r planetário.<br />

Fig. 22. Representação teórica/virtual <strong>da</strong>s três reali<strong>da</strong><strong>de</strong>s.<br />

Fig. 23. Determinismo e <strong>de</strong>sejo entre dois pólos <strong>de</strong> tensão.<br />

Fig. 24. Iscação <strong>da</strong>s vítimas.<br />

Fig. 25. <strong>Manifesto</strong> <strong>da</strong> proporcionali<strong>da</strong><strong>de</strong> - 1.<br />

Fig. 26. Níveis <strong>de</strong> vivência.<br />

Fig. 27. Paradigma do comando mundial e os subgrupos que direcionam…<br />

Fig. 28. Jogo tri-grupal <strong>da</strong> agendonomia.<br />

Fig. 29. <strong>Manifesto</strong> <strong>da</strong> Proporcionali<strong>da</strong><strong>de</strong> - 2.<br />

Fig. 30. Mo<strong>de</strong>lo atual <strong>de</strong> município, estado, país. Mo<strong>de</strong>lo Proporcionalista<br />

Fig. 31. Mo<strong>de</strong>lo proporcionalista <strong>de</strong> município, estado, país.<br />

Fig. 32. Burocracia do po<strong>de</strong>r econômico anglo-americano.<br />

Fig. 33. Jogo triádico entre ramos <strong>de</strong> negócios e suas prestusuárias.<br />

Fig. 34. <strong>Manifesto</strong> <strong>da</strong> Proporcionali<strong>da</strong><strong>de</strong> - 3.<br />

Fig. 35. Níveis <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento e <strong>de</strong>sempenho do tricerebrar<br />

Fig. 36. Níveis <strong>de</strong> Agendonomia e Níveis <strong>de</strong> Vivência<br />

Fig. 37. Gra<strong>da</strong>ção <strong>de</strong> <strong>de</strong>sproporcionali<strong>da</strong><strong>de</strong>/proporcionali<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

Fig. 38. Sociograma/ciclo familiar e sua culminação na vi<strong>da</strong> adulta<br />

4


INTRODUÇÃO E CONCEITOS BÁSICOS<br />

Este <strong>Manifesto</strong> refere-se ao esgotamento do ciclo <strong>da</strong> I<strong>da</strong><strong>de</strong> Mo<strong>de</strong>rna ou dos<br />

últimos 500 anos e à transição para uma I<strong>da</strong><strong>de</strong> Pós-Mo<strong>de</strong>rna ou <strong>da</strong> Globalização marca<strong>da</strong><br />

pela sua revolução microeletrônica.<br />

Os últimos 500 anos <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ados pela Revolução Protestante/Burguesa<br />

foram dominados pelo or<strong>de</strong>namento do Estado, do mercado, do projeto científico e sacral-religioso<br />

feito pelos anglo-saxões, em rivali<strong>da</strong><strong>de</strong> com outros povos europeus. Neste<br />

contexto, a partir do século XVII, impôs-se a hegemonia britânica que, após a Segun<strong>da</strong><br />

Guerra Mundial e o Bretton Woods (tratado <strong>da</strong> nova or<strong>de</strong>m mundial que criou a<br />

ONU, o Banco Mundial, o Fundo Monetário Internacional e impôs o dólar como moe<strong>da</strong><br />

internacional para substituir a libra esterlina), teve que se submeter à hegemonia norteamericana,<br />

formando o império anglo-americano.<br />

Este po<strong>de</strong>r hegemônico imperial, com seu mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> <strong>de</strong>mocracia, <strong>de</strong> livre<br />

mercado, <strong>de</strong> racionali<strong>da</strong><strong>de</strong> e <strong>de</strong> ética messiânica protestante, sofreu ataques religiosos,<br />

científicos, econômicos e políticos <strong>de</strong> to<strong>da</strong> parte. E venceu a todos. Entre os mais<br />

notáveis fatos históricos <strong>de</strong>ssa resistência <strong>de</strong>rrota<strong>da</strong> po<strong>de</strong>m-se <strong>de</strong>stacar as guerras religiosas<br />

movi<strong>da</strong>s pela Igreja Católica Romana; Napoleão Bonaparte e seu projeto imperial<br />

francês; a Primeira (1914-1918) e a Segun<strong>da</strong> Guerra Mundial (1939-1945), lança<strong>da</strong>s<br />

pela Alemanha.<br />

O último e mais importante <strong>de</strong>safio a essa<br />

hegemonia anglo-americana foi a i<strong>de</strong>ologia dialética –<br />

tese, antítese, síntese - <strong>de</strong> Hegel e sua aplicação feita<br />

por Marx/Engels, visando a substituição do paradigma<br />

racionalista e neomessiânico anglo-americano, criando<br />

o correspon<strong>de</strong>nte experimento neomessiânico socialista<br />

li<strong>de</strong>rado pela ex-URSS até 1991.<br />

Com o colapso <strong>da</strong> URSS, rompeu-se o precário equilíbrio <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r mundial e<br />

instalou-se o triunfalismo soberbo e unilateral do bloco anglo-americano com a a<strong>de</strong>são<br />

mais explícita <strong>de</strong> Israel <strong>de</strong> cuja criação foi o patrono. Ao discurso messiânico e i<strong>de</strong>ológico<br />

<strong>da</strong> lei do mais forte e do ”livre” mercado, com sua pretensão <strong>de</strong> “fim <strong>da</strong> história”,<br />

<strong>de</strong> globalização/unificação <strong>de</strong> mercados, preconiza<strong>da</strong> e transforma<strong>da</strong> em doutrina pelo<br />

Consenso <strong>de</strong> Washington e, em legislação, ain<strong>da</strong> que priva<strong>da</strong>, pelo TRIMs (Tra<strong>de</strong> Related<br />

Investment Measures – Acordo <strong>de</strong> Investidores), o mundo respon<strong>de</strong> apenas com<br />

palavras <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m e com protestos contra a globalização, isto é, com o vazio i<strong>de</strong>ológico<br />

e a ausência <strong>de</strong> propostas alternativas globais.<br />

Daí a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> um novo suporte teórico/i<strong>de</strong>ológico para que a humani<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

se perceba <strong>de</strong> maneira nova no processo <strong>de</strong> globalização ou <strong>de</strong> transição para<br />

um novo or<strong>de</strong>namento político, econômico e espiritual, como parte do ecossistema<br />

global: humani<strong>da</strong><strong>de</strong> co-proprietária, co-responsável e co-criadora <strong>de</strong> um novo mundo<br />

possível. Esta nova autopercepção e interpretação inclusivista começam por um novo<br />

enfoque do planeta e <strong>de</strong> todos os seus ocupantes e elementos, chamado “Show do<br />

Jogo Mundial” – uma nova teoria <strong>da</strong> globali<strong>da</strong><strong>de</strong> na qual cabem todos, sem excluídos e<br />

sem vítimas (ver Fig. 10). Daí <strong>de</strong>riva uma proposta <strong>de</strong> um outro mundo possível, chama<strong>da</strong><br />

“<strong>Manifesto</strong> <strong>da</strong> Proporcionali<strong>da</strong><strong>de</strong>” com Democracia Direta, apresentado gradualmente,<br />

como Plataforma 1, 2, 3 etc.<br />

5


O Show do Jogo Mundial é um referencial (um gráfico, um mapa, um quadro organizador<br />

e processador <strong>de</strong> conceitos) para se enten<strong>de</strong>r o planeta e tudo o que existe<br />

nele, <strong>de</strong> forma integra<strong>da</strong>, como um gran<strong>de</strong> ecossistema, uma gran<strong>de</strong> re<strong>de</strong> inter<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte<br />

que se autocria, se auto-organiza e se autocomplexifica triadicamente, sem fim.<br />

Para ler e enten<strong>de</strong>r o Show do Jogo Mundial mais facilmente, é necessário familiarizarse<br />

com alguns conceitos básicos como o princípio tri-uno, o jogo tri-cérebro-grupal, o<br />

método <strong>da</strong> tri-uni<strong>da</strong><strong>de</strong> universal e os conceitos <strong>da</strong>í <strong>de</strong>rivados, alguns apresentados a<br />

seguir e, outros, no Glossário, ao final.<br />

O que é o princípio tri-uno ou uni-triádico?<br />

É o macro conceito, o conceito gerador central, tomado <strong>da</strong> física quântica que<br />

comprovou que a energia existe e se move como tri-membra<strong>da</strong>, trípo<strong>de</strong>, trios, três elementos<br />

que se “empurram”, se complementam, se <strong>de</strong>finem, se “criam”, se enxergam,<br />

se comunicam e se ajustam entre si, em três ou mais posições rotativas num acontecer<br />

contínuo. A autori<strong>da</strong><strong>de</strong> científica maior nessa área é Murray Gell-Mann 1 , que batizou<br />

esses três elementos <strong>de</strong> “quarks”. Estes vivem como “triplets” (trigêmeos siameses),<br />

mas fazem rodízio nas três posições, como num caleidoscópio. E, ao trocar <strong>de</strong> posição<br />

e agregar-se a outros conjuntos tri-unos em <strong>da</strong>nça rotativa, criam novos eventos trimembrados,<br />

novas relações sistêmicas e to<strong>da</strong> a evolução rumo a qualquer grau <strong>de</strong><br />

complexi<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

Fig. 1. Figuração do Princípio Tri-uno.<br />

Pela rotação, ca<strong>da</strong> lado se converte no<br />

seu oposto ou vai para o fundo comum neutro.<br />

“Fundo comum neutro“ quer dizer que o elemento que está nessa “terceira” posição<br />

é ambivalente, po<strong>de</strong> combinar-se, aliar-se tanto com o elemento <strong>da</strong> primeira como<br />

<strong>da</strong> segun<strong>da</strong> posição, como o nêutron do átomo, que po<strong>de</strong> “completar” tanto o próton<br />

como o elétron. “Pela rotação, ca<strong>da</strong> lado se converte no seu oposto ou vai para o<br />

fundo comum neutro” - po<strong>de</strong>-se observar muito bem em política: aquele que <strong>de</strong>rruba<br />

um governo “adquire” os vícios do que era seu contrário; e o governo que caiu se anula,<br />

tornando-se neutro ou passa para a oposição e “adquire” os vícios do que antes era<br />

seu oposto.<br />

Embora inseparáveis e “cúmplices” ao longo e largo <strong>de</strong> to<strong>da</strong> sua coreografia,<br />

esses elementos tri-membrados marcam, ocupam e são três posições – positivo, opositivo<br />

(negativo, contrário) e neutro. Mais freqüentemente, eles estão em jogos <strong>de</strong> dois<br />

contra um ou <strong>de</strong> dois em competição e um terceiro em cooperação com um dos competidores,<br />

o que chamamos jogo tri-uno ou triádico, em ciclos sem fim. Todos os seres<br />

são composições sistêmicas <strong>de</strong> um mínimo <strong>de</strong> três ou mais elementos/posições/forças<br />

<strong>da</strong> energia em contínuo movimento ou jogo <strong>de</strong> inter-relações – dois<br />

em contradição/competição e um que coopera com um dos outros dois. Tudo é três em<br />

um – uni<strong>da</strong><strong>de</strong> tripartite - e ca<strong>da</strong> um é sempre um <strong>de</strong> três: próton, elétron, nêutron; mãe,<br />

pai, filho; eu, tu, ele; direita, esquer<strong>da</strong>, centro; superior, médio, inferior etc.<br />

A ciência explica isso em movimentos circulares trifásicos ou campos <strong>de</strong> três faces<br />

como “matéria-transição-antimatéria”; “or<strong>de</strong>m-transição-<strong>de</strong>sor<strong>de</strong>m”; “entropia-<br />

6


homeostase-neguentropia”. As intuições religiosas explicam o mesmo como “espíritoencarnação-matéria”;<br />

“bem-neutro-mal”; “Deus-homem-diabo” etc.<br />

Esse princípio tri-uno <strong>da</strong> energia, não importa as <strong>de</strong>nominações divinas ou diabólicas<br />

ele possa ter recebido, é a dinâmica governante ou o motor oculto <strong>da</strong> autopropulsão<br />

<strong>de</strong> to<strong>da</strong> a sinfonia universal e <strong>da</strong> história econômico-política, científica e religiosa<br />

do planeta.<br />

Que conseqüências traz o <strong>de</strong>scobrimento do princípio tri-uno e seu jogo<br />

tri-uno?<br />

Antes, a humani<strong>da</strong><strong>de</strong> percebia a si mesma como produto <strong>de</strong> uma causação única,<br />

“unádica”, monádica ou monolética, simples, e assim atuava por acreditar que a<br />

natureza é feita <strong>de</strong> partes sem um todo ou sem um <strong>de</strong>senho unificador. Depois, percebeu-se<br />

como produto <strong>da</strong> causação “bi-una”, diádica ou dialética e tentou atuar assim<br />

nos últimos 150 anos, porque acreditou ter <strong>de</strong>scoberto a contradição como princípio<br />

motor <strong>da</strong> história. Agora começa a perceber-se como co-produto e co-criadora em cocausação<br />

tri-una, triádica ou trialética sistêmica, e terá que começar a atuar assim para<br />

sobreviver a mais longo prazo, porque acreditamos ter <strong>de</strong>scoberto que a contradição,<br />

a cooperação e a neutrali<strong>da</strong><strong>de</strong> são somente os três lados <strong>de</strong> um mesmo fenômeno,<br />

as três caras <strong>de</strong> uma mesma esfinge: a energia tri-una, o ser tri-membrado, uma<br />

uni<strong>da</strong><strong>de</strong> tripartite.<br />

Para a compreensão do <strong>Manifesto</strong> <strong>da</strong> Proporcionali<strong>da</strong><strong>de</strong> com Democracia Direta,<br />

é muito importante distinguir esses conceitos <strong>de</strong> forma clara: “Monádico” é uma expressão<br />

que indica uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s simples e separa<strong>da</strong>s na teoria e, seu correspon<strong>de</strong>nte modo<br />

<strong>de</strong> atuar individualista, segregacionista na prática; o termo “diádico” refere-se a<br />

“uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s” duais dispostas em duplas e, a seu correspon<strong>de</strong>nte modo <strong>de</strong> atuar ou <strong>de</strong> luta<br />

<strong>de</strong> opostos na prática; o termo “triádico” indica tri-uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s ou conjunto <strong>de</strong> partes<br />

dispostas em jogos <strong>de</strong> três, complementares, em combinações variáveis e, seu correspon<strong>de</strong>nte<br />

modo <strong>de</strong> atuar proporcionalista na prática.<br />

O que é o jogo tri-cérebro-grupal?<br />

- Ao <strong>de</strong>scobrir que tudo se move, se relaciona,<br />

e coexiste com um mínimo <strong>de</strong> três, as<br />

neurociências começaram a re<strong>de</strong>finir o cérebro<br />

como um sistema tri-uno, tri-membrado 2 , que<br />

integra suas funções num único ciclo <strong>de</strong> informação,<br />

<strong>de</strong> criativi<strong>da</strong><strong>de</strong> e <strong>de</strong> realização.<br />

O cérebro esquerdo se rege pela ciência e razão; suspeita <strong>da</strong> fé religiosa e <strong>de</strong>spreza<br />

os negócios. O cérebro direito se rege pela intuição, creduli<strong>da</strong><strong>de</strong> e religião; con<strong>de</strong>na<br />

a razão e se <strong>de</strong>sinteressa pelos negócios <strong>de</strong>ste mundo presente. Aqui vale recor<strong>da</strong>r<br />

a máxima: “O coração (cérebro direito) tem razões que a razão <strong>de</strong>sconhece” e<br />

vice-versa. O cérebro central se rege pelo trabalho e pela experiência; usa os dois primeiros<br />

na busca <strong>de</strong> sexo, po<strong>de</strong>r e dinheiro – pragmatismo - até tornar-se um vício ou<br />

uma paixão que nega os outros dois cérebros ou que não se <strong>de</strong>ixa convencer nem pe-<br />

7


la razão <strong>de</strong> cérebro esquerdo, nem pela fé em valores éticos e morais do cérebro direito.<br />

Em relação a dinheiro, o cérebro direito é esbanjador, o cérebro central é economizador<br />

e o esquerdo é só teorizador. No impulso <strong>de</strong> escalar níveis sempre mais altos<br />

<strong>de</strong> oficialismo, um indivíduo ou grupo se torna ca<strong>da</strong> vez mais canalha e atua ca<strong>da</strong><br />

vez mais como monstro; quando entrega, com pesar, algumas migalhas para se fazer<br />

passar por benfeitor, acaba sendo consi<strong>de</strong>rado um “canalha do bem”! O cérebro central<br />

tem razões/armas que as razões do cérebro esquerdo e direito <strong>de</strong>sconhecem. Ele<br />

só se <strong>de</strong>tém frente às armas/razões <strong>de</strong> outro cérebro central, ou seja, pela força.<br />

Quando um sistema está na <strong>de</strong>fensiva, e não na ofensiva ou conquista como<br />

<strong>de</strong>scrito antes, seus três cérebros se regem <strong>de</strong> maneira diferente. O esquerdo usa a<br />

mentira, a inveja, o preconceito, a hipocrisia; o direito utiliza o orgulho, a vai<strong>da</strong><strong>de</strong>, o esnobismo,<br />

o <strong>de</strong>sprezo, a psicopatia; e o central manifesta a raiva, a paranóia, a agressão,<br />

o instinto assassino.<br />

O cérebro central é o instinto inconsciente e <strong>de</strong>terminista <strong>de</strong> sobrevivência <strong>de</strong><br />

qualquer sistema, sendo, por isso, o favorito <strong>da</strong> energia-natureza, dos genes, do jogo<br />

triádico ou dos <strong>de</strong>uses. Porém, os três cérebros operam em conjunto e como complementos<br />

um do outro, principalmente na espécie humana. Trata-se somente <strong>de</strong> diferentes<br />

arranjos tricerebrais, com ou sem proporcionali<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

O que faz o tricerebrar pelo sistema que o adquiriu?<br />

O sistema tricerebral ou sistema nervoso é o “piloto” <strong>de</strong> qualquer ser. Para tal,<br />

faz uma tri-captação <strong>da</strong> reali<strong>da</strong><strong>de</strong> do entorno como sendo jogo(s) triádico(s), interpretando-o(s),<br />

recriando-o(s) ou distorcendo-o(s) para gerar estratégias vantajosas <strong>de</strong> informação,<br />

sobrevivência/reprodução e gozo, o que se po<strong>de</strong> sintetizar como busca <strong>de</strong><br />

satisfatores tricerebrais (ver Fig. 14 e ver “satisfatores no Glossário). Gerar “estratégias”<br />

é o mesmo que criar comportamentos ou arsenais tricerebrais para maximizar os<br />

ganhos <strong>de</strong> satisfatores em tudo e qualquer jogo <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> to<strong>da</strong> a re<strong>de</strong> tridimensional <strong>de</strong><br />

sistemas. São três subgrupos <strong>de</strong> comportamentos que correspon<strong>de</strong>m à estrutura/posição<br />

dos três cérebros <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> sistema - ou pessoa - entre os humanos. Daí o<br />

conceito tri-cérebro-grupal.<br />

Como se dá a conexão entre os três cérebros e os três subgrupos?<br />

Do cérebro central, que correspon<strong>de</strong> ao filho predileto <strong>da</strong> energia-natureza, <strong>de</strong>riva-se<br />

um conjunto <strong>de</strong> comportamentos cujo <strong>de</strong>nominador comum é o “subgrupo oficial<br />

ou o oficialismo”, aproxima<strong>da</strong>mente 25% <strong>de</strong> um todo. É um cérebro <strong>de</strong> lógica simplista<br />

porque é monádica. É a lógica <strong>da</strong> conveniência unilateral: o que é bom para mim é<br />

bom para todos; o que é bom para o patrão é bom para todos; o que é bom para os<br />

EUA é bom para todos… Critério leonino, segundo o qual o oficialismo faz o que é <strong>de</strong><br />

sua maior conveniência, seja isso ver<strong>da</strong><strong>de</strong> ou mentira, legal ou ilegal, <strong>de</strong>mocrático ou<br />

não. Seu êxito é sempre auto<strong>de</strong>finido como bom, ver<strong>da</strong><strong>de</strong>iro e santo, não importa o<br />

que aconteça com os <strong>de</strong>mais. É a encarnação <strong>da</strong> ortodoxia. O oficialismo ama a gran<strong>de</strong>za,<br />

o en<strong>de</strong>usamento, sente-se pre<strong>de</strong>stinado e autorizado a guiar e usar indivíduos,<br />

organizações e povos, como favorito do jogo tri-cérebro-grupal que é. Se o oficialismo<br />

é mo<strong>de</strong>rado, justo, responsável pelo bem comum triádico incluindo o seu – se é proporcional<br />

(ver o que é proporcionalismo, mais adiante) – constitui-se numa bênção. Se<br />

8


for <strong>de</strong>sproporcional – o máximo para ele e o mínimo para os <strong>de</strong>mais – gera maldição e<br />

<strong>de</strong>sgraça, inclusive para si mesmo, porque acelera a rotação triádica.<br />

Do cérebro esquerdo se <strong>de</strong>riva<br />

um conjunto <strong>de</strong> comportamentos cujo<br />

<strong>de</strong>nominador comum é o “subgrupo antioficial<br />

ou o antioficialismo”, cerca <strong>de</strong><br />

8% <strong>de</strong> um todo. Sua lógica é contraditória:<br />

o contrário, o diferente, a heterodoxia,<br />

o oposto ao que está aí, será uma<br />

alternativa melhor, sempre. O antioficialismo<br />

ama sentir-se profeta, proclamar<br />

<strong>de</strong>sgraças e prometer re<strong>de</strong>nções.<br />

O esquerdo forma o<br />

Subgrupo<br />

Anti-oficial – 8%<br />

(Competidor <strong>de</strong>safiante)<br />

O cérebro central forma o<br />

Subgrupo Oficial - 30%<br />

(Competidor dominante)<br />

DIREÇÃO<br />

ASSESSORIA<br />

SUPERVISÃO<br />

EXECUÇÃO<br />

Fig. 3. Visão Tri-Cérebro-Grupal.<br />

Ca<strong>da</strong> subgrupo vinculado ao cérebro<br />

que o gera e <strong>de</strong>termina<br />

9<br />

O cérebro direito forma o<br />

Subgrupo<br />

Oscilante - 62%<br />

(Competidor cooperante)<br />

Do cérebro direito se <strong>de</strong>riva um conjunto <strong>de</strong> comportamentos cujo <strong>de</strong>nominador<br />

comum é o “subgrupo oscilante ou o oscilantismo”, cerca <strong>de</strong> 62% do todo. Sua “lógica”<br />

são os provérbios. os slogans e as citações <strong>de</strong> seus livros sagrados. O oscilantismo<br />

ama ser guiado, seduzido, enganado e consolado com religiões e iscações ou promessas<br />

inalcançáveis, sempre adia<strong>da</strong>s (ver Fig. 24)..<br />

Como tudo está em expansão e forma hierarquias, o processo tri-cérebro-grupal<br />

se <strong>de</strong>senvolve ou se expan<strong>de</strong> num mínimo <strong>de</strong> quatro níveis – como uma divisão <strong>de</strong><br />

trabalho. O nível <strong>de</strong> execução que se refere ao fazer mecânico; o nível <strong>de</strong> supervisão<br />

que se refere a animação e controle; o nível <strong>de</strong> assessoria que se refere a conhecimento<br />

técnico e planejamento; o nível <strong>de</strong> direção que se refere a <strong>de</strong>cisões macro estratégicas<br />

e administração (ver “Níveis” no Glossário). Po<strong>de</strong>-se dizer que tudo é um jogo<br />

tri-cérebro-grupal para maximizar os satisfatores nos quatro níveis tricerebrais.<br />

Pela inevitável e incessante rotação <strong>de</strong> posições, ca<strong>da</strong> subgrupo/posição se<br />

converte em seu contrário ou vai para o fundo comum neutro que é o oscilante.<br />

O que é o jogo triádico ou tri-grupal?<br />

É o esforço que os três subgrupos formados pelos três diferentes tipos <strong>de</strong> organização<br />

tricerebral fazem para obter mais ganhos na disputa por meios <strong>de</strong> sobrevivência/reprodução,<br />

chamados agora “satisfatores tri-cérebro-grupais” – porque satisfazem<br />

às correspon<strong>de</strong>ntes necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s em ca<strong>da</strong> um <strong>de</strong> seus quatro níveis. O resultado <strong>de</strong><br />

qualquer jogo <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> do arranjo tricerebral do jogador individual, empresarial, nacional<br />

e <strong>de</strong> seu <strong>de</strong>sempenho em ca<strong>da</strong> um <strong>de</strong> seus quatro níveis.<br />

Um dos subgrupos joga na posição oficial, que é <strong>de</strong> li<strong>de</strong>rança, coor<strong>de</strong>nação,<br />

comando, imposição <strong>de</strong> burocracia para mais controle <strong>de</strong> trabalho, <strong>de</strong> produção/<strong>de</strong>sfrute<br />

dos satisfatores, <strong>da</strong> or<strong>de</strong>m conservadora, linear, <strong>da</strong> ortodoxia e <strong>de</strong> uma<br />

legislação que o proteja. A <strong>de</strong>sigual<strong>da</strong><strong>de</strong> lhe parece natural, quando a seu favor.<br />

Outro dos subgrupos joga na posição antioficial, que é romântica, anarquista,<br />

herege, opositiva, competidora, crítica, <strong>de</strong>safiante, não linear, heterodoxa e <strong>de</strong> insurreição<br />

para a mu<strong>da</strong>nça. A <strong>de</strong>sigual<strong>da</strong><strong>de</strong> lhe parece uma aberração e uma indigni<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

O terceiro subgrupo joga na posição intermediária, chama<strong>da</strong> oscilante, que é<br />

membro/trabalhador neutro, in<strong>de</strong>finido, disponível, ambivalente como um coringa, para<br />

seguir, cooperar e favorecer quase sempre ao oficial e, algumas vezes, ao antioficial,<br />

na busca <strong>de</strong> equilíbrio do conjunto tri-uno, ain<strong>da</strong> que instável, sempre oscilando.


Tomando o átomo como exemplo, o próton seria o oficial; o elétron, o antioficial;<br />

e o nêutron, o oscilante. Em política, a direita seria o oficial; a esquer<strong>da</strong>, o antioficial; e<br />

o centro, o oscilante. Em relação ao cérebro, o tronco e miolo central (cerebelo, corpo<br />

caloso etc.) seriam o oficial-diretivo; o lado ou hemisfério esquerdo seria o antioficial informativo;<br />

e o lado ou hemisfério direito seria o oscilante-solidário. A rotação <strong>de</strong> posições<br />

sempre forma hierarquia em pirâmi<strong>de</strong> triangular.<br />

O que é o oficialismo?<br />

Usamos o conceito “oficialismo” para referir-nos<br />

à soma <strong>de</strong> todos os micro, meso e macro<br />

níveis <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> todos os jogos triádicos -<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> o cérebro central, o pai ou a mãe <strong>de</strong> família;<br />

o diretor <strong>de</strong> escola; o porteiro do condomínio;<br />

o chefe <strong>da</strong> religião ou seita; o presi<strong>de</strong>nte do<br />

clube, do centro <strong>de</strong> investigação; o dono ou gerente<br />

<strong>da</strong> micro e macro empresa, do sistema<br />

bancário, <strong>da</strong> política local, nacional, continental<br />

e planetária - porque formam uma só hierarquia<br />

ou burocracia, instintivamente coerente no conjunto<br />

político-econômico-sacral, porque o cérebro<br />

central lhes imprime uma só vonta<strong>de</strong> e um<br />

só estilo.<br />

ANTI-OFICIALISMO<br />

ANTI-OFICIAIS -<br />

ANTI-OFICIAIS -<br />

ANTI-OFICIAIS -<br />

ANTI-OFICIAIS -<br />

SUBGRUPOS<br />

OFICIALISMO<br />

OFICIAIS<br />

OFICIAIS<br />

OFICIAIS<br />

OFICIAIS<br />

OFICIAIS<br />

OFICIAIS<br />

OSCILANTISMO<br />

OSCILANTES, OSCILANTES,<br />

10<br />

FIG. 4. PIRÂMIDE TRIDIMENSIONAL<br />

Ca<strong>da</strong> Subgrupo com Sua Hierarquia<br />

OSCILANTES, OSCILANTES, OSCILANTES,<br />

OSCILANTES, OSCILANTES, OSCILANTES, OSCILANTES<br />

Como os três subgrupos são indispensáveis (veja adiante o que é oficialismo<br />

proporcional e <strong>de</strong>sproporcional, bem como antioficialismo e oscilantismo) o problema<br />

é como tirar <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> subgrupo os meios ou po<strong>de</strong>r para causar a <strong>de</strong>sproporção (o mal)<br />

aos <strong>de</strong>mais. O jogo triádico não po<strong>de</strong> ser suprimido; nenhum dos três subgrupos po<strong>de</strong><br />

ser suprimido, como tentam em vão os ditadores e os anarquistas.<br />

A todos os níveis <strong>de</strong> contrapo<strong>de</strong>r, contracultura, contracampo, contradição ou<br />

oposição nos referimos como “antioficialismo”.<br />

A todos os níveis <strong>de</strong> neutrali<strong>da</strong><strong>de</strong>, indiferença, periferia ou seguidores ambivalentes,<br />

nos referimos como “oscilantismo”.<br />

Os três sofrem pressão para fugir <strong>da</strong> “minimocracia” ou entropia (<strong>de</strong>cadência,<br />

pobreza, morte) e, uma atração rumo à expansão e aquisição máximas que chamamos<br />

“maximocracia” ou neguentropia (acumulação tricerebral sem fim e sem <strong>de</strong>scanso). O<br />

medo <strong>da</strong> minimocracia e a imantação <strong>da</strong> maximocracia geram competição feroz, abun<strong>da</strong>ncia/carência,<br />

felici<strong>da</strong><strong>de</strong>/<strong>de</strong>sgraça. Nesse cenário <strong>de</strong> “luta pela sobrevivência” impõem-se<br />

os oficialistas <strong>de</strong>pre<strong>da</strong>dores, em cima <strong>de</strong> uns poucos e sempre vitimados<br />

opositores, e <strong>de</strong> um montão <strong>de</strong> impotentes vítimas oscilantes. Para controle <strong>de</strong>ssas<br />

tendências do jogo tri-cérebro-grupal nasceram to<strong>da</strong>s as utopias, to<strong>da</strong>s as religiões,<br />

to<strong>da</strong>s as guerras, revoluções e formas <strong>de</strong> Estado.<br />

As “leis/regras <strong>de</strong> mercado ou <strong>de</strong> competição” são, evi<strong>de</strong>ntemente, as impostas<br />

pela maximocracia do oficialismo, <strong>de</strong>safia<strong>da</strong>s pelo antioficialismo atrevido, e pagas pelo<br />

saqueado oscilantismo, vitimado por sua crença ingênua no mito <strong>da</strong> competição perfeita,<br />

<strong>da</strong> sabedoria <strong>da</strong> mão invisível, e no mito <strong>da</strong> igual<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s, on<strong>de</strong><br />

sempre há uns poucos “mas iguais que outros”.<br />

Que relação há entre o conceito <strong>de</strong> oficialismo, <strong>de</strong> classe social e elites?


O conceito <strong>de</strong> “classes” refere-se ao jogo triádico visualizado na dimensão vertical<br />

– alta, média, baixa, como ilustrado na Fig. 4. Porém, não há somente os três subgrupos<br />

verticais. Há divisões/jogos horizontais <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> nível e, alianças transversais<br />

entre subgrupos <strong>de</strong> diferentes níveis, chama<strong>da</strong>s coalizões. Se, além <strong>de</strong> ver a<br />

Fig. 4, examinamos a Fig. 10, serão muitos mais os jogos verticais, horizontais e transversais<br />

que se po<strong>de</strong>m ver e combinar no Show do Jogo Mundial, on<strong>de</strong> o conceito <strong>de</strong><br />

classes é <strong>de</strong> aplicação muito restrita.<br />

A<strong>de</strong>mais, o que constitui as hierarquias ou as classes são os jogos horizontais<br />

em ca<strong>da</strong> nível ou cenário, dos quais resulta o posicionamento vertical entre ganhadores<br />

e per<strong>de</strong>dores. Além disso, ca<strong>da</strong> uma <strong>da</strong>s chama<strong>da</strong>s - classes - é, por sua vez, triádica,<br />

tem rachaduras ou facções que conduzem a coalizões transversais com outros<br />

níveis ou classes. Assim, será melhor referir-se a to<strong>da</strong> a problemática do trabalho, <strong>da</strong><br />

distribuição <strong>da</strong> riqueza, <strong>da</strong> regulação <strong>da</strong> convivência pela política e pelas religiões, como<br />

um gran<strong>de</strong> jogo mundial tridimensional <strong>de</strong> subgrupos, que se po<strong>de</strong> <strong>de</strong>compor em<br />

seus jogos triádicos menores em ca<strong>da</strong> nível, em ca<strong>da</strong> cenário, até a fonte <strong>de</strong> todos os<br />

jogos que é a energia tri-una, concretiza<strong>da</strong> e enraiza<strong>da</strong>, para nós humanos, no jogo tricérebro-grupal.<br />

O conceito <strong>de</strong> “elites” se assemelha ao <strong>de</strong> classe alta em contraposição às ralés.<br />

Tem, além disso, a conotação <strong>de</strong> “os melhores”, “os <strong>de</strong> cima”, “a nobreza” etc. Mas<br />

isso só mostra o jogo triádico vertical, pirami<strong>da</strong>l e impe<strong>de</strong> a visão dos jogos/conflitos<br />

horizontais e a transversais. O conceito <strong>de</strong> três subgrupos abarca e explica muito mais:<br />

on<strong>de</strong> há um jogo triádico há um oficialismo, um antioficialismo e um oscilantismo, seja<br />

na colméia <strong>de</strong> abelhas, na colônia <strong>de</strong> orangotangos, na tribo, na família, na escola, na<br />

política, no mercado, numa seita religiosa etc. Vê-se por aí que “elite” é um conceito<br />

muito restrito, <strong>de</strong> aplicação somente aos subgrupos oficiais mais altos <strong>da</strong> pirâmi<strong>de</strong> social,<br />

embora subgrupos oficiais existam entre as abelhas, os orangotangos, numa quadrilha,<br />

numa família, numa escola etc.<br />

Que relação há entre o jogo triádico e a evolução por seleção natural?<br />

Ambos os conceitos referem-se ao processo evolutivo. Uma diferença é que a<br />

teoria <strong>da</strong> evolução, inicialmente, referia-se à origem <strong>da</strong>s espécies pelo princípio somente<br />

<strong>da</strong> competição, sem incluir o animal humano “civilizado”, enquanto a teoria do<br />

jogo triádico não separa o mundo físico, do mundo animal e do mundo “civilizado”; e o<br />

princípio que move a evolução-transformação-hierarquização não é só a competição<br />

entre dois elementos, mas a competição-indiferença-cooperação entre três elementos.<br />

A idéia <strong>de</strong> “seleção natural”, ou <strong>da</strong> vitória e sobrevivência do mais apto, supõe duas<br />

coisas: a) que há jogo triádico; b) que há um só ganhador e que os <strong>de</strong>mais são per<strong>de</strong>dores.<br />

Isso se <strong>de</strong>ve ao fato <strong>de</strong> que Charles Darwin era ci<strong>da</strong>dão imperial britânico. Nesse<br />

reino imperial, tudo era só competição-vitória pela força e terminava com um só ganhador:<br />

o império britânico. É o princípio monádico e é a entronização do cérebro central<br />

(Fig 9). A teoria do Show do Jogo Mundial é universalmente uni-triádica, ou tricérebro-grupal<br />

para os humanos, e o resultado dos jogos entre os três subgrupos humanos<br />

<strong>de</strong>ve ser: ganha-ganha-ganha proporcionalmente (e não: ganha-per<strong>de</strong>-per<strong>de</strong>;<br />

tampouco, ganha-ganha-per<strong>de</strong>).<br />

11


O que é proporcionali<strong>da</strong><strong>de</strong>?<br />

- Pelo cérebro direito, é o belo, o harmônico, o agradável como uma obra <strong>de</strong> arte<br />

humana ou <strong>da</strong> natureza.<br />

- Pelo cérebro esquerdo, é a lei matemática <strong>da</strong> média e extrema razão, como na<br />

ilustração abaixo, no meio, que se lê: A está para b, assim como b está para c, e viceversa.<br />

Essa razão é <strong>de</strong> 1,618 ou seu inverso 0,618 e recebeu o símbolo que se lê<br />

PHI ou FI.<br />

- Pelo cérebro central, é uma or<strong>de</strong>m justa na composição <strong>da</strong>s partes <strong>de</strong> um todo<br />

e na partilha dos satisfatores tri-cérebro-grupais, que está ilustrado pela tartaruga, toma<strong>da</strong><br />

como exemplo <strong>de</strong> distribuição pela curva <strong>de</strong> sino ou curva <strong>de</strong> Gauss, à direita.<br />

DESPROPORCIONAL<br />

DESPROPORCIONAL<br />

PROPORÇÃO ÁUREA<br />

DESPROPORCIONAL<br />

90%<br />

DESPROPORCIONAL<br />

20%<br />

10%<br />

38%<br />

PESSOAS<br />

62% SUBGRUPOS<br />

80%<br />

MÉDIA RAZÃO ±62 EXTREMA RAZÓN ±38%<br />

b c<br />

A<br />

COM<br />

COM<br />

90%<br />

80%<br />

62%<br />

SATISFATORES<br />

38%<br />

20%<br />

10%<br />

maxivivência<br />

grãvivência<br />

mediovivência<br />

minivivência<br />

subvivência<br />

55<br />

34<br />

21<br />

13<br />

8<br />

5<br />

3<br />

2<br />

1<br />

Piso Teto<br />

Mínimo Máximo<br />

Fig. 5.1. Aproximação <strong>da</strong> Proporcionali<strong>da</strong><strong>de</strong> Cujo Centro é o Ponto <strong>de</strong> Ouro<br />

±8%<br />

±62%<br />

Fig. 5. Retângulo Áureo, Lei <strong>da</strong> Proporcionali<strong>da</strong><strong>de</strong> e Curva <strong>de</strong> Gauss<br />

Este mo<strong>de</strong>lo gráfico ilustra a lei <strong>da</strong> proporcionali<strong>da</strong><strong>de</strong>, que se representa pela média e extrema<br />

razão, ao centro do gráfico. O quadro à direita representa o retângulo áureo que expressa a mesma lei –<br />

62% <strong>de</strong> base e 38% <strong>de</strong> altura. A tartaruga está expressando a mesma lei representa<strong>da</strong> pela curva <strong>de</strong><br />

Gauss ou curva <strong>de</strong> sino.<br />

Há proporções, limites, medi<strong>da</strong>s, parâmetros e controle para evitar os extremos<br />

em tudo, seja no hemograma, na pressão arterial, na veloci<strong>da</strong><strong>de</strong> dos veículos, no peso<br />

dos corpos e no prazo <strong>de</strong> duração <strong>de</strong> tudo. A fórmula mais universal <strong>de</strong>sses limites é a<br />

lei <strong>da</strong> proporcionali<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

Essa lei <strong>da</strong> composição/distribuição <strong>da</strong>s partes <strong>de</strong> um todo po<strong>de</strong> ser percebi<strong>da</strong><br />

no formato (retângulo áureo ou seção áurea) <strong>de</strong> cartazes e livros; na arquitetura; na<br />

órbita elíptica dos planetas; na maioria dos templos etc. Os módulos proporcionais são<br />

recorrentes ou repetitivos em escala menor ou maior, como num braço: ao dobrá-lo no<br />

cotovelo (o ponto <strong>de</strong> seção/articulação dos dois módulos se chama “ponto <strong>de</strong> ouro”)<br />

temos o módulo <strong>de</strong> aproxima<strong>da</strong>mente 62% (mão e antebraço),ficando o braço com<br />

aproxima<strong>da</strong>mente 38%. Ao repetir a operação entre a mão e o antebraço, ao dobrar o<br />

pulso, a escala proporcional se repetirá. Isso foi o que notaram Pitágoras, Platão, Eucli<strong>de</strong>s,<br />

Luca Pacioli e seu amigo Leonardo <strong>da</strong> Vinci, Kepler e outros. O matemático<br />

proporcionalista Carl Friedrich Gauss <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>u isso quando propôs a lei <strong>da</strong>s distribuições<br />

harmônicas pela curva em forma <strong>de</strong> sino, como na tartaruga.<br />

Este mo<strong>de</strong>lo gráfico ilustra a “Proporção Áurea” ou “Ponto <strong>de</strong> Ouro” que é a distribuição em módulos<br />

ou porcentagens <strong>de</strong> aproxima<strong>da</strong>mente 62% por 38%, repetitivamente, embora em diferentes escalas.<br />

A <strong>de</strong>sproporção ou distanciamento do Ponto <strong>de</strong> Ouro po<strong>de</strong> <strong>da</strong>r-se em diferentes graus, como ilustrado<br />

pelos dois triângulos opostos ao centro do mo<strong>de</strong>lo, um com a distribuição <strong>de</strong> pessoas e outro com a<br />

distribuição <strong>de</strong> tri-satisfatores, quase sempre em razão inversa ain<strong>da</strong> que não tão simétrica, que se lê:<br />

±30%<br />

12


38% <strong>de</strong> pessoas/subgrupos com 62% <strong>de</strong> tri-satisfatores e 62% <strong>de</strong> pessoas/subgrupos com 38% <strong>de</strong> trisatisfatores<br />

etc. Nas extremi<strong>da</strong><strong>de</strong>s, se observa a <strong>de</strong>sigual<strong>da</strong><strong>de</strong> aberrante: enquanto 10% <strong>de</strong> la população<br />

se apropria <strong>de</strong> 90% dos satisfatores (riquezas) 90% <strong>da</strong> população se vê obriga<strong>da</strong> a sobreviver com 10%<br />

dos satisfatores.<br />

A coluna dos números à direita do gráfico acima é a “série Fibonacci”: seqüência numérica em<br />

que o número seguinte é a soma dos dois anteriores - 0, 1, 1, 2, 3, 5, 8, 13, 21, 34, 55 etc. Ao dividir<br />

qualquer número pelo imediatamente anterior obtém-se, aproxima<strong>da</strong>mente, a relação ou razão <strong>da</strong> proporcionali<strong>da</strong><strong>de</strong>:<br />

1,618; a operação inversa resultaria em aproxima<strong>da</strong>mente 0,618.<br />

As diferenças entre minivivência e os <strong>de</strong>mais níveis mais altos serão proporcionais se correspon<strong>de</strong>rem<br />

aproxima<strong>da</strong>mente à “série Fibonacci”. Esta serve também para estabelecer a diferença proporcional<br />

numa escala <strong>de</strong> ganhos mínimos (piso mínimo) e ganhos máximos (teto máximo) entre prestusuários/categorias<br />

<strong>de</strong> agendonomia (trabalho) e entre países. Nos países mais adiantados e proporcionais, a<br />

média dos ganhos mais altos é aproxima<strong>da</strong>mente 21 vezes superior aos ganhos do piso mínimo (embora<br />

aí somente se consi<strong>de</strong>rem ganhos em dinheiro ou ren<strong>da</strong> per capita). Nos países sub<strong>de</strong>senvolvidos, a<br />

média dos ganhos dos subgrupos oficiais mais altos supera em mais <strong>de</strong> 100 vezes (!!!) os ganhos dos<br />

mais baixos dos injustiçados.<br />

A série Fibonacci serve, também, <strong>de</strong> referencial para o princípio <strong>da</strong> equivalência: ca<strong>da</strong> um tem direito<br />

a retirar tanto quanto dá <strong>de</strong> si mesmo nos diferentes níveis <strong>de</strong> prestusuarismo (produção e consumo<br />

<strong>de</strong> satisfatores). Ou seja, quem quer esforçar-se, capacitar-se e <strong>de</strong>dicar-se mais ao prestadismo (agen<strong>da</strong>s<br />

prestadias) <strong>de</strong> nível 2, 3 ou 4 retirará o correspon<strong>de</strong>nte em satisfatores ou em valor, como usuário.<br />

Essa lei <strong>da</strong> proporcionali<strong>da</strong><strong>de</strong> po<strong>de</strong> estabelecer as diferenças aceitáveis, “naturais”, funcionais e<br />

<strong>de</strong> menor fricção entre vários níveis ou estratos socioeconômicos <strong>de</strong> vivência, evitando os distúrbios <strong>da</strong><br />

igualação e <strong>de</strong>sigualação máximas num país e entre países. Não valem os extremos, nem a unilaterali<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

Entre o individualismo e o altruísmo ou entre o individual e o coletivo, por exemplo, não vale afirmar<br />

que se ca<strong>da</strong> um cui<strong>da</strong>r <strong>de</strong> seu interesse máximo, a mão invisível ajeitará as coisas para que tudo redun<strong>de</strong><br />

em bem comum. Haverá sempre alguma proporção que se aproxime <strong>de</strong> uns 62% para o indivíduo e<br />

38% para o altruísmo ou o coletivo, para que seja possível uma convivência mais pacífica.<br />

Como e por que se dá o distanciamento do ponto <strong>de</strong> ouro rumo à <strong>de</strong>sproporcionali<strong>da</strong><strong>de</strong>?<br />

Como ca<strong>da</strong> indivíduo e ca<strong>da</strong> subgrupo buscam sempre a maximocracia - a otimização,<br />

a produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> e os ganhos máximos para seu lado - organizam seus estratégias,<br />

meios, tecnologias e truques, que chamamos arsenais, para realizá-la.<br />

O arsenal do oficialismo é o monopólio <strong>da</strong> força, <strong>da</strong> lei, dos satisfatores, dos<br />

meios <strong>de</strong> comunicação e <strong>da</strong> representação dos <strong>de</strong>uses, para escravizar e explorar os<br />

<strong>de</strong>mais. O oficialismo impõe sua lógica monádica, segundo a qual ele é o eixo do bem,<br />

<strong>da</strong> ver<strong>da</strong><strong>de</strong> e <strong>da</strong> santi<strong>da</strong><strong>de</strong>; e todos os que lhe resistem são o eixo do mal, <strong>da</strong> mentira,<br />

do pecado e têm que ser eliminados ou <strong>de</strong>rrotados. Não é a lógica <strong>da</strong> <strong>de</strong>mocracia, <strong>da</strong><br />

justiça ou do bem comum como proclama, para seguir enganando: é a lógica <strong>de</strong> sua<br />

exclusiva conveniência, converti<strong>da</strong> em fim que justifica todos os meios.<br />

O arsenal do antioficialismo tem o mesmo objetivo, mas apresentado ao inverso,<br />

como num espelho, fazendo-se passar por justiceiro, restaurador do bem, <strong>da</strong> ver<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

e <strong>da</strong> santi<strong>da</strong><strong>de</strong>, <strong>de</strong>struídos pelo oficialismo. Para tanto, seduz o oscilantismo e o organiza<br />

para a pressão, a clan<strong>de</strong>stini<strong>da</strong><strong>de</strong>, o terrorismo, a revolução para a <strong>de</strong>rruba<strong>da</strong> e<br />

substituição do oficialismo existente.<br />

O arsenal do oscilantismo é <strong>de</strong>sejar e implorar pequenos benefícios e migalhas<br />

ao oficialismo e ao antioficialismo, alterna<strong>da</strong>mente. O máximo a que chega é criar, em<br />

seu reduto geográfico, pequenas e pouco duráveis organizações, imitando as do oficialismo<br />

ou antioficialismo, como as organizações familiares, pequenas associações,<br />

quadrilhas etc.<br />

13


Como o oficialismo anglo-americano prega e impõe o livre mercado, a livre iniciativa<br />

- quando sabe que vai ganhar - os <strong>de</strong>mais acreditam nessa lorota e querem imitálo.<br />

Com isso vai-se armando mais e mais competição, mais e mais violência que só fazem<br />

distanciar mais e mais os três subgrupos do ponto <strong>de</strong> ouro <strong>da</strong> proporcionali<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

A <strong>de</strong>sproporção cria<strong>da</strong> por qualquer dos três subgrupos – nesse tipo <strong>de</strong> conduta<br />

o subgrupo oficialista é quase sempre o campeão - gera anarquia, tirania, insegurança,<br />

sofrimento e ímpetos furiosos <strong>de</strong> mu<strong>da</strong>nça por parte dos que se sentem vítimas. A<br />

<strong>de</strong>sproporção não se dá <strong>de</strong> um só golpe; ocorre ao longo <strong>de</strong> um ciclo co-evolutivo que<br />

começa proporcional; cresce aumentando a <strong>de</strong>sproporção a favor do subgrupo oficial e<br />

do oficialismo ou oligarquias monopolistas <strong>de</strong> turno, e apodrece e finaliza porque outros<br />

subgrupos usam <strong>de</strong> alguma forma <strong>de</strong> violência para sacudir a violência oficialista<br />

que se tornou insuportável para eles.<br />

Embora os ciclos <strong>de</strong> renovação-progresso-corrupção sejam inevitáveis em todo<br />

o Show do Jogo Mundial, o grau <strong>de</strong> aproximação ou distanciamento do ponto <strong>de</strong> ouro<br />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong> ca<strong>da</strong> vez mais dos três subgrupos humanos. Paz, harmonia, beleza, or<strong>de</strong>m,<br />

justiça, ética são valores para a proporcionali<strong>da</strong><strong>de</strong> na estruturação, no funcionamento,<br />

na cooperação/competição <strong>de</strong> todo e qualquer jogo triádico, para os três subgrupos <strong>de</strong><br />

qualquer cenário, esfera e nível do Show do Jogo Mundial.<br />

O que é o método <strong>da</strong> tri-uni<strong>da</strong><strong>de</strong> global ou o paradigma <strong>da</strong> tri-uni<strong>da</strong><strong>de</strong>?<br />

- É o conjunto <strong>de</strong> conceitos, idéias e teoria nascidos do conceito matriz <strong>de</strong><br />

“energia tri-una”, tudo organizado em referenciais gráficos e mo<strong>de</strong>los, <strong>de</strong> maneira a<br />

aju<strong>da</strong>r pessoas e grupos a <strong>de</strong>scobrirem, enten<strong>de</strong>rem e jogarem proporcionalmente o<br />

jogo tri-uno presente em to<strong>da</strong> parte, em to<strong>da</strong>s as épocas e em todos os níveis ou cenários<br />

do Show do Jogo Global, embora sob diferentes nomes. To<strong>da</strong> essa formulação<br />

teórica se <strong>de</strong>nomina <strong>Cibernética</strong> <strong>Social</strong> 3 (<strong>de</strong> kubernética-governética-autogovernar-se<br />

em socie<strong>da</strong><strong>de</strong>).<br />

¿O que é <strong>Cibernética</strong> <strong>Social</strong>?<br />

<strong>Cibernética</strong> <strong>Social</strong> é uma teoria que integra e con<strong>de</strong>nsa o essencial <strong>de</strong> to<strong>da</strong>s as<br />

ciências sociais ou comportamentais num só corpo <strong>de</strong> conhecimento. As ciências sociais<br />

e humanas fracassaram na construção do ser humano e <strong>de</strong> sua convivência, <strong>de</strong>vido<br />

à sua fragmentação.<br />

<strong>Cibernética</strong> <strong>Social</strong>, por ser sistêmica triádica, é um método transdisciplinar <strong>de</strong>senhado<br />

para que os três subgrupos, também os dos níveis mais baixos, enten<strong>da</strong>m o<br />

“Show do Jogo Mundial” local, nacional e planetário, e para que participem em sua autocondução<br />

em forma mais proporcional. Haver permitido que se instalasse tão forte<br />

oficialismo econômico, político e sacral, e haver-nos convencido a <strong>de</strong>legarlhes/entregar-lhes<br />

todo nosso po<strong>de</strong>r foi uma <strong>de</strong>sgraça a ser remedia<strong>da</strong> antes do “fim<br />

<strong>da</strong> história”. Espera-se que a <strong>Cibernética</strong> <strong>Social</strong>, como método <strong>da</strong> tri-uni<strong>da</strong><strong>de</strong> global,<br />

possa aportar as ferramentas necessárias para que o <strong>Manifesto</strong> <strong>da</strong> Proporcionali<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

com Democracia Direta se torne reali<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

Requer-se, entretanto, uma nova conscientização do potencial do cérebro triuno<br />

e, <strong>da</strong>r um salto que <strong>de</strong>ixe para trás a cultura monádica, que passe pela diádica até<br />

que alcance a triádica, integrando a racionali<strong>da</strong><strong>de</strong>, a emoção e a pragmática – o pensar,<br />

o sentir e o agir - num único processo, para não distorcer este método <strong>de</strong> triuni<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

global. Haverá que revisar os conceitos, as teorias, ca<strong>da</strong> área <strong>de</strong> conhecimen-<br />

14


to, ain<strong>da</strong> ambienta<strong>da</strong>s <strong>de</strong>ntro do paradigma monádico que é fragmentador e exclu<strong>de</strong>nte,<br />

para “triadizá-las”, ou seja, re<strong>de</strong>finir e integrar os três lados <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> coisa e re<strong>de</strong>finir<br />

e integrar os três sentidos <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> palavra, imagem e fato.<br />

O que é <strong>de</strong>mocracia direta?<br />

É a proposta <strong>de</strong> suprimir a atual <strong>de</strong>mocracia representativa (vereadores, <strong>de</strong>putados,<br />

senadores) pelo voto direto – plebiscito-referendum – permanente, e a participação<br />

co-responsável dos ci<strong>da</strong>dãos nas <strong>de</strong>cisões que afetam sua vi<strong>da</strong> ou <strong>de</strong>terminam<br />

seu <strong>de</strong>senvolvimento. Com os meios eletrônicos <strong>da</strong> pós-mo<strong>de</strong>rni<strong>da</strong><strong>de</strong>, po<strong>de</strong>-se votar a<br />

ca<strong>da</strong> semana e substituir o atual mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> Estado que se tornou usurpador e corrupto,<br />

e já não funciona para o bem proporcional dos três subgrupos. Infelizmente, o que<br />

está funcionando é uma “mafiocracia”. Há experiências comprovando que as <strong>de</strong>cisões<br />

toma<strong>da</strong>s por políticos são similares às toma<strong>da</strong>s por uma amostra estrutura<strong>da</strong> <strong>da</strong> população,<br />

como se faz nas pesquisas <strong>de</strong> mercado ou <strong>de</strong> intenção <strong>de</strong> voto. Muito mais<br />

quando as comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s estiverem praticando o planejamento participativo. Com o<br />

tempo, po<strong>de</strong>-se suprimir to<strong>da</strong> a classe política representativa, inclusive a do Executivo,<br />

entregando a condução <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> setor <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> em socie<strong>da</strong><strong>de</strong> a seus respectivos profissionais,<br />

sob o controle <strong>de</strong> um Po<strong>de</strong>r Judiciário ou Arbitrador tri-uno superior.<br />

Como enten<strong>de</strong>r a capa do manifesto?<br />

O cérebro tri-uno ocupa o centro por ser o núcleo <strong>de</strong> to<strong>da</strong> criação humana, é o<br />

resumo do universo. O colorido representa as três cores básicas. A espiral sobre o cérebro<br />

representa a evolução tri-una proporcional (não a <strong>de</strong> Darwin que é monádica e<br />

justifica as bestiali<strong>da</strong><strong>de</strong>s do mais forte). A linha diagonal sobre o cérebro indica que o<br />

bem-estar, o <strong>de</strong>senvolvimento e a convivência <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m dos três cérebros e seus correspon<strong>de</strong>ntes<br />

subgrupos proporcionais; se não forem proporcionais, a flecha indicará<br />

concentração excessiva na parte superior e, entropia, fracasso, <strong>de</strong>sastre na parte inferior,<br />

tudo como criação dos três cérebros, dos três subgrupos humanos e seus três po<strong>de</strong>res<br />

máximos na organização social mundial. A linha ondula<strong>da</strong> entre os dois extremos<br />

indica o intervalo ou espaço em que a vi<strong>da</strong> po<strong>de</strong> variar, po<strong>de</strong> oscilar entre limites<br />

viáveis, fora dos quais ela vai ao colapso por excesso ou por carência. As linhas horizontais<br />

sobre o cérebro <strong>de</strong>finem pelo menos quatro níveis <strong>de</strong> estrutura, complexização<br />

e <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> tudo.<br />

A “igual<strong>da</strong><strong>de</strong>” (no verso) era a utopia do comunismo e segue sendo a utopia<br />

dos ingênuos que não enxergam o jogo triádico. O melhor que se po<strong>de</strong> fazer é reduzir<br />

a <strong>de</strong>sigual<strong>da</strong><strong>de</strong> aos limites <strong>da</strong> proporcionali<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

A “<strong>de</strong>sigual<strong>da</strong><strong>de</strong>” (no verso) é a utopia “natural” <strong>de</strong> todos os subgrupos oficiais<br />

- ou do oficialismo <strong>de</strong> todos os níveis - impelidos pela maximocracia que é uma paixão<br />

impossível <strong>de</strong> se contentar ou satisfazer. O dinheiro ou o capital tornou-se a via que<br />

mais favorece a concentração/acumulação obsessiva <strong>de</strong> riqueza em mãos <strong>de</strong> uns poucos,<br />

criando a <strong>de</strong>sigual<strong>da</strong><strong>de</strong> para muitos. Mas é equivocado pensar que os “males” <strong>da</strong><br />

humani<strong>da</strong><strong>de</strong> vêm do capitalismo somente. Os “males” em todos os setores e níveis <strong>da</strong><br />

15


vi<strong>da</strong> vêm do oficialismo <strong>de</strong>sproporcional e concentrador, seja este oficialismo capitalista<br />

ou socialista, cristão ou islâmico, masculino ou feminino, branco ou negro, do Norte<br />

ou do Sul, do Oriente ou Oci<strong>de</strong>nte, imperial, nacional, local ou familiar etc. O problema<br />

é o oficialismo <strong>de</strong>sproporcional. Tenham os oficialistas e suas instituições muito ou<br />

pouco dinheiro, vão continuar com seu cérebro central escapando do controle do cérebro<br />

direito (moral, soli<strong>da</strong>rie<strong>da</strong><strong>de</strong> e confiança dos oscilantes) e do esquerdo (racionali<strong>da</strong><strong>de</strong>,<br />

lei, crítica e oposição <strong>de</strong> antioficiais). As sádicas e insaciáveis ganas oficialistas<br />

<strong>de</strong> impor-se, <strong>de</strong> dominar, <strong>de</strong> oprimir e <strong>de</strong> divertir-se exercendo a cruel<strong>da</strong><strong>de</strong> sobre todos<br />

os <strong>de</strong>mais estarão sempre à solta e serão intermináveis, se <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>rmos só <strong>da</strong> boa<br />

vonta<strong>de</strong> do oficialismo, sem organizar-nos para impor-lhes limites.<br />

VÍTIMAS DO OFICIALISMO DESPROPORCIONAL, UNI-VOS!<br />

As vítimas do oficialismo são mulheres, homens, crianças, jovens, adultos e idosos<br />

pobres; são os <strong>de</strong>sempregados, os trabalhadores rurais e urbanos escravizados<br />

ou pagos <strong>de</strong>sproporcionalmente; são os migrantes forçados; são os consumidores enganados<br />

pelo marketing, são os ludibriados por ficções religiosas, os iludidos pelos políticos<br />

e pelo mercado; são os discriminados por racismo e por gênero; são os excluídos<br />

<strong>da</strong>s periferias e os dos níveis mais baixos <strong>da</strong> pirâmi<strong>de</strong> social <strong>de</strong> todos os países,<br />

também dos <strong>de</strong>senvolvidos; são todos os indignados com a injustiça, com a <strong>de</strong>pre<strong>da</strong>ção<br />

universal, com a manipulação <strong>da</strong> ver<strong>da</strong><strong>de</strong> e humilhados em seu direito <strong>de</strong> viver -<br />

pelos abusos do oficialismo político, econômico e sacral <strong>de</strong>sproporcionais, aí incluí<strong>da</strong>s<br />

também vítimas inglesas, norte-americanas e israelitas. Os protagonistas <strong>de</strong>ssa luta<br />

serão um exército <strong>de</strong> consciências indigna<strong>da</strong>s e rebela<strong>da</strong>s contra os subgrupos oficiais<br />

causadores <strong>da</strong> <strong>de</strong>sproporcionali<strong>da</strong><strong>de</strong>, em todos os macro e microespaços <strong>da</strong> convivência.<br />

As vítimas estão incluí<strong>da</strong>s nos subgrupos oscilantes e antioficiais. Os oscilantes<br />

são um montão <strong>de</strong> indivíduos como grãos <strong>de</strong> areia, sem organização, sem rumo e sem<br />

consciência do jogo. O oficialismo trata <strong>de</strong> “apoiar” organizações reivindicatórias horizontais,<br />

como os movimentos negro, indígena, feminista, gay, ambientalista e <strong>de</strong>fensor<br />

dos direitos dos animais etc. O oficialismo tem interesse nesses movimentos no sentido<br />

<strong>de</strong> fazê-los lutar entre si (por isso, lutas “horizontais”: dividir para governar). Enquanto<br />

o fazem, <strong>de</strong>sgastando-se entre si, per<strong>de</strong>m <strong>de</strong> vista o inimigo comum a todos<br />

eles, que é o oficialismo, e frustram a união <strong>de</strong> to<strong>da</strong>s as vítimas para a luta vertical<br />

contra ele.<br />

Quem une os oscilantes e os conduz a lutas verticais contra os donos do sistema<br />

são os antioficiais. Estes, por sua vez, somente conseguem unir-se em pequenos<br />

subgrupos porque sofrem <strong>de</strong> um mal chamado “divisionismo interno” por excesso <strong>de</strong><br />

ego, <strong>de</strong> fanatismo intelectual e <strong>de</strong> amor à discussão e à divergência, como mostraram<br />

as esquer<strong>da</strong>s do século XX e <strong>da</strong> “Revolução” Francesa. Mas terão que apren<strong>de</strong>r a unirse<br />

e a organizar-se, domando o lado perverso <strong>da</strong> engrenagem triádica que os divi<strong>de</strong> e<br />

enfrenta internamente, enfraquecendo-os. Quando os antioficiais conquistam o po<strong>de</strong>r<br />

têm que apren<strong>de</strong>r a exercer o oficialismo proporcional; caso contrário, ficarão fascinados<br />

pela maximocracia/embriaguez do po<strong>de</strong>r e pouco a pouco se irão assemelhando<br />

aos monstros que antes combatiam.<br />

O oficialismo é o único subgrupo sempre organizado e eficiente, como filho favorito<br />

<strong>da</strong> energia-natureza que é. Isso não inocenta os membros do oficialismo quando<br />

rompem os limites ou as proporções, como costumam reivindicar frente à forca, à gui-<br />

16


lhotina, aos tribunais como Nüremberg, ao “paredón” e, mais recentemente, ao jihadismo:<br />

“se sou rico, po<strong>de</strong>roso, opressor, exterminador impiedoso não é culpa minha –<br />

eu somente cumpro or<strong>de</strong>ns, sou vítima do sistema ou <strong>de</strong> pre<strong>de</strong>stinações <strong>da</strong> natureza”…<br />

“Sim às diferenças, mas proporcionais” (no verso) significa aceitar as diferenças<br />

individuais, grupais, étnicas <strong>de</strong> todo tipo e as varie<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r político, econômico<br />

e sacral. Significa, também, aceitar as diferenças verticais que <strong>de</strong>finimos em<br />

quatro níveis. Porém, as diferenças e distâncias toleráveis são as <strong>de</strong>termina<strong>da</strong>s pela<br />

lei <strong>da</strong> proporcionali<strong>da</strong><strong>de</strong> em combinação com a “série Fibonacci” para estabelecer a<br />

variação <strong>de</strong> níveis, cujo intervalo do mínimo ao máximo não po<strong>de</strong> ultrapassar 21 vezes,<br />

como nos países “civilizados” ou <strong>de</strong>senvolvidos (à custa do resto do planeta). Só a<br />

<strong>de</strong>sproporcionali<strong>da</strong><strong>de</strong> e os seus causadores <strong>de</strong>sproporcionais não <strong>de</strong>vem ser tolerados.<br />

O logo <strong>de</strong> <strong>Cibernética</strong> <strong>Social</strong> Proporcionalista contém:<br />

- um triângulo em cor <strong>de</strong> fogo, simbolizando a energia tri-una como campo e contexto<br />

<strong>de</strong> tudo;<br />

- sobre este triângulo, o planeta on<strong>de</strong> irrompeu a vi<strong>da</strong>;<br />

- abraçando o planeta há três seres que representam os três subgrupos <strong>da</strong>ndo-se as<br />

mãos para que todo participante <strong>de</strong> qualquer jogo triádico chegue ao “ganha-ganha-<br />

ganha”, proporcionalmente;<br />

- “proporcional” indica critérios relacionais eqüitativos; e a forma curva <strong>de</strong> representar é<br />

a preferi<strong>da</strong> para indicar que tudo se move ondulatória e não linearmente;<br />

Veja outros conceitos como “agendonomia”, “satisfatores”, “14 subsistemas”,<br />

“quatro níveis”, “monetarização” etc. no Glossário, ao final.<br />

PARTE 1. BREVE HISTÓRIA EVOLUTIVA DO MUNDO<br />

Vejamos um possível resumo <strong>da</strong> complexização evolutiva <strong>da</strong> humani<strong>da</strong><strong>de</strong> até<br />

aqui, sob a perspectiva <strong>da</strong> trialética ou interação <strong>de</strong>, no mínimo, três elementos em<br />

combinações varia<strong>da</strong>s, com a sobrevivência proporcional dos três concorrentes e não<br />

somente do mais apto, conforme ilustração no gráfico que segue (leitura “progressiva”<br />

<strong>de</strong> baixo para cima). Depois nos concentraremos nos últimos 500 anos.<br />

17


Este mo<strong>de</strong>lo gráfico tem <strong>de</strong>z ciclos divididos em três colunas. A coluna <strong>da</strong> esquer<strong>da</strong> está elabora<strong>da</strong><br />

ao redor <strong>da</strong> evolução dos três cérebros e suas três culturas correspon<strong>de</strong>ntes. Supõe que to<strong>da</strong> a<br />

cultura ou as criações humanas - sejam a criação e o uso primitivos <strong>de</strong> ferramentas, <strong>de</strong> pinturas e <strong>de</strong> linguagem,<br />

ou a mo<strong>de</strong>rna tecnologia, arte e ciência - são extensões ou ampliações do potencial tricerebral,<br />

cuja evolução está con<strong>de</strong>nsa<strong>da</strong>, aqui, em somente <strong>de</strong>z ciclos verticais.<br />

18


A coluna do centro indica os ciclos <strong>de</strong> evolução/complexização <strong>da</strong> agendonomia (trabalho)<br />

alimentar-reprodutiva em seus distintos ciclos <strong>de</strong> tecnificação e <strong>de</strong>senvolvimento ou revoluções dos modos<br />

<strong>de</strong> produção <strong>de</strong> satisfatores. A coluna <strong>da</strong> direita indica a evolução <strong>da</strong>s formas <strong>de</strong> organização coletiva<br />

– subgrupos oficiais, antioficiais, oscilantes com seus níveis ou estratos – e as relações <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r entre<br />

eles.<br />

A leitura horizontal <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> um dos <strong>de</strong>z ciclos sugere que as formas <strong>de</strong> organização/evolução<br />

coletiva na coluna <strong>da</strong> esquer<strong>da</strong> se refletem na forma <strong>de</strong> organização/evolução <strong>da</strong> agendonomia <strong>da</strong> coluna<br />

do centro que, por sua vez, se refletem nas formas <strong>de</strong> organização/evolução tricerebral <strong>da</strong> coluna <strong>da</strong><br />

direita; e vice-versa. Há fontes literárias suficientes sobre a evolução dos três cérebros e suas três culturas,<br />

sobre a evolução dos modos <strong>de</strong> produção <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os coletores/caçadores, sobre a evolução do po<strong>de</strong>r<br />

político <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o po<strong>de</strong>r patriarcal e clânico, bem como sobre a evolução do po<strong>de</strong>r sacral <strong>de</strong>s<strong>de</strong> as primeiras<br />

mitologias. Não há porque repetir tudo isso aqui.<br />

Se virarmos a ilustração 90 o graus à esquer<strong>da</strong> po<strong>de</strong>remos fazer uma releitura à maneira <strong>de</strong><br />

Karl Marx: O tricerebrar e as formas <strong>de</strong> energia usa<strong>da</strong>s <strong>de</strong>terminam a infra-estrutura material-produtiva<br />

que, por sua vez, <strong>de</strong>termina a forma <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r político com sua superestrutura i<strong>de</strong>ológica.<br />

PARTE 2. A IDADE MODERNA OU OS ÚLTIMOS 500 ANOS.<br />

É necessário <strong>de</strong>stacar o ciclo dos últimos 500 anos ou I<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

Mo<strong>de</strong>rna porque é o que está enfermo e se <strong>de</strong>ve aju<strong>da</strong>r a morrer<br />

para que surja um novo ciclo. A I<strong>da</strong><strong>de</strong> Mo<strong>de</strong>rna, gesta<strong>da</strong> pelo Renascimento,<br />

começou propriamente em 1517 com o manifesto do<br />

fra<strong>de</strong> agostiniano alemão, Martinho Lutero, contra o oficialismo teocrático<br />

(po<strong>de</strong>r exercido em nome <strong>de</strong> Deus pelo clero) romano.<br />

Era a finalização <strong>de</strong> mais um ciclo <strong>de</strong> jogo triádico europeu, chamado “medieval”,<br />

que se jogava entre latinos cristãos (oficialistas, dominadores, corruptos, <strong>de</strong>sproporcionais);<br />

anglo-saxões (antioficialistas, oposicionistas, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntistas, invasores,<br />

chamados “bárbaros” do norte pelos oficialistas latinos); e eslavos ortodoxos, islâmicos,<br />

africanos e asiáticos (oscilantes, isolados, excluídos).<br />

O Renascimento <strong>da</strong> literatura, <strong>da</strong> arte e do pensamento gregos nos países latinos<br />

foi uma espécie <strong>de</strong> subgrupo antioficial <strong>de</strong> reação frente à cultura oficialista eclesiástica.<br />

Não foi uma revolução. Foi um movimento mais <strong>de</strong> cérebro direito romântico,<br />

<strong>de</strong> artes e literatura, <strong>de</strong> regresso ao passado, por meio do qual brilharam o poeta prérenascentista<br />

legitimador <strong>da</strong> língua italiana, Dante Alighieri, o poeta Petrarca, o pintor<br />

Rafael, o pintor e escultor Miguel Ângelo e outros; foi, também, um pouco <strong>de</strong> reação <strong>de</strong><br />

cérebro esquerdo com o início do espírito <strong>de</strong> investigação e teorização fora do controle<br />

<strong>da</strong> filosofia/teologia do clero. Nisso, sobressaíram-se o artista e inventor Leonardo <strong>da</strong><br />

Vinci, o cientista político anti-teocrático Nicolau Maquiavel e outros.<br />

Mas quem fez a revolução que <strong>de</strong>rrubou o imperialismo papal não foram os artistas<br />

e literatos latinos; foram os pragmáticos e científicos anglo-saxões - alemães, holan<strong>de</strong>ses<br />

e ingleses.<br />

O início <strong>da</strong> I<strong>da</strong><strong>de</strong> Mo<strong>de</strong>rna marcou o fim do imperialismo eclesiástico/papal, que<br />

ficou reduzido aos países latinos (Itália, Espanha, França, Portugal e respectivas colônias)<br />

enquanto o po<strong>de</strong>r do Estado laical se tornou hegemônico nos países anglosaxões<br />

por submeter e <strong>de</strong>bilitar o Po<strong>de</strong>r Sacral. Este fato permitiu a ascensão <strong>da</strong> autori<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>da</strong> ciência que prevaleceu sobre a autori<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> Bíblia. Marcou o fim <strong>da</strong> presença<br />

árabe/islâmica no sul <strong>da</strong> Europa e a ascensão do Império Turco Otomano com a<br />

toma<strong>da</strong> <strong>de</strong> Constantinopla. Marcou, ain<strong>da</strong>, o começo do imperialismo mercantilguerreiro<br />

europeu com as viagens marítimas ao redor do planeta, conquistando, submetendo<br />

e paralisando o <strong>de</strong>senvolvimento autônomo dos <strong>de</strong>mais continentes. Além<br />

disso, marcou, principalmente, o começo e a futura consoli<strong>da</strong>ção do imperialismo an-<br />

19


glo-saxão comercial-guerreiro e industrial, iniciado pela Holan<strong>da</strong> que logo foi suplanta<strong>da</strong><br />

pela Inglaterra, contando com a genial influência comercial e financeira dos ju<strong>de</strong>us<br />

expulsos dos territórios católicos latinos. Essa influência ou traço cultural, mais que a<br />

presença <strong>de</strong> ju<strong>de</strong>us em pessoa, faz com que se associe o império anglo-americano ao<br />

sionismo.<br />

A N T I O F I C I A I S A N T I O F I C I A I S<br />

Fig. 8. IDADE MODERNA (500 anos) e SEUS CICLOS TRIÁDICOS DESDE O OCIDENTE<br />

LEGISLATIVO<br />

Vai a UE ou o Su<strong>de</strong>ste asiático<br />

contrabalançar o império?<br />

Alguns países islâmicos não alinhados<br />

COLAPSO <strong>da</strong> URSS (1989-91)<br />

Criação <strong>da</strong> União Européia<br />

Revolução (1917)<br />

Soviética - URSS<br />

Duas guerras <strong>da</strong> Alemanha<br />

contra o império<br />

<strong>Manifesto</strong> Comunista (1848)<br />

“Revolução” Francesa (1789)<br />

Napoleão (1795-1815)<br />

In<strong>de</strong>pendência dos EUA (1776)<br />

Lutero e anglosaxões<br />

em guerras<br />

<strong>de</strong> in<strong>de</strong>pendência<br />

Renascimento<br />

1400-1500<br />

Francisco <strong>de</strong> Assis<br />

(1182-1226) como Jesus<br />

e Marx <strong>de</strong> sua época.<br />

Invasão árabe<br />

no sul <strong>da</strong> Europa<br />

(<strong>de</strong> 700 a 1492)<br />

EXECUTIVO<br />

(700 a.C.)<br />

INDÚSTRIAS<br />

NAVEGAÇÃO<br />

MEERCANTIL<br />

INVENÇÃO<br />

DA MOEDA<br />

$<br />

FINANCEI-<br />

RIZAÇÃO<br />

INDUSTRIA-<br />

LIZAÇÃO<br />

EVOLUÇÃO TRI-UNA<br />

PRINCÍPIO TRI-UNO<br />

FEUDALISMO<br />

REVOL. DA<br />

PROSPERIDADE<br />

FINANÇAS<br />

PODER ECONÔMICO<br />

PODER<br />

POLÍTICO<br />

JURÍDICO<br />

AGROBUSINESS<br />

SERVIÇOS<br />

PODER<br />

SACRAL<br />

OUTROS<br />

S01 S02 S03 S04 S05 S06 S07 S08 S08 S09 S10 S11 S12 S13 S14<br />

parentesc saú<strong>de</strong> manutenç leal<strong>da</strong><strong>de</strong> lazer comunic educaç patrimon produç religioso segurança político jurídico precedên<br />

IMPÉRIO ANGLO-AMERICANO<br />

A<strong>da</strong>m Smith (1776)<br />

Newton (1642-1727)<br />

Cromwell inicia o império<br />

britânico (1649)<br />

IMPÉRIO TEOCRÁTICO ROMANO<br />

De 314(Constantino) até 1517(Lutero)<br />

CATÓLICOS<br />

PROTESTANTES<br />

Globalização ou<br />

Americanização<br />

do Planeta<br />

Guerra (fria)<br />

Econômica<br />

Charles Darwin (1859)<br />

Bacon (1561-1626)<br />

Henrique VIII (1534)<br />

20


Este mo<strong>de</strong>lo gráfico ilustra o surgimento do império anglo-americano <strong>de</strong>s<strong>de</strong> sua revolução religiosa<br />

por Lutero, sua revolução ética-econômica <strong>da</strong> prosperi<strong>da</strong><strong>de</strong> por Calvino e sua revolução política por<br />

Cromwell, substituindo a hegemonia do império teocrático romano. Por isso, aparece no lado direito do<br />

gráfico, sob o Po<strong>de</strong>r Sacral: é um império econômico-político, porém <strong>de</strong> inspiração messiânica ju<strong>da</strong>icoprotestante.<br />

Os países africanos e asiáticos menos oci<strong>de</strong>ntalizados, fora dos domínios ju<strong>da</strong>ico-cristãos e<br />

islâmicos, não têm um Po<strong>de</strong>r Sacral/eclesiástico ou uma igreja com po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> um quase Estado <strong>de</strong>ntro do<br />

Estado. As religiões aí são organizações particulares orienta<strong>da</strong>s para o indivíduo e sua consciência e não<br />

para a convivência social e problemas político-econômicos <strong>da</strong> coletivi<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

Há que <strong>de</strong>stacar, no gráfico acima, a importância <strong>de</strong> Bacon, Newton, A<strong>da</strong>m Smith e Charles<br />

Darwin com sua espetacular revolução científica, como suporte i<strong>de</strong>ológico do novo império e origem <strong>da</strong>s<br />

subseqüentes revoluções industriais e tecnológicas. Des<strong>de</strong> o tempo dos Pilgrims separatistas (1614), <strong>da</strong><br />

guerra <strong>de</strong> in<strong>de</strong>pendência (1776), até a guerra civil (1865) e final <strong>da</strong> Primeira Guerra Mundial, os Estados<br />

Unidos foram subgrupo antioficial <strong>da</strong> Inglaterra. Praticavam uma política econômica geral e, principalmente,<br />

<strong>de</strong> algodão, como os Aiatolás do Irã e Hugo Chávez <strong>da</strong> Venezuela praticam frente aos EUA atualmente,<br />

com o petróleo. Enquanto a Inglaterra pregava o “livre mercado” porque lhe convinha, os EUA<br />

pregavam e praticavam um atrevido protecionismo antioficial porque lhes convinha. Agora que os EUA<br />

são subgrupo oficial pregam e praticam o “livre mercado” e reprimem os não alinhados ou quem lhes<br />

oferece resistência. Leis <strong>de</strong> mercado, ora, ora!!!<br />

Depois <strong>da</strong> Primeira Guerra Mundial, os EUA foram ganhando po<strong>de</strong>r. Até que, ao final <strong>da</strong> Segun<strong>da</strong><br />

Guerra Mundial, substituíram a Inglaterra na condução imperial do planeta – um novo imperialismo,<br />

mais econômico que territorial e político - agora sim, reconhecendo, enfim, “o livre mercado”. “Livre mercado”<br />

é uma doutrina que proporciona vantagens ao oficialismo porque impõe <strong>de</strong>rrotas econômicas ao<br />

oscilantismo impotente para revi<strong>da</strong>r, bem como ao antioficialismo que, este sim, em algum momento revi<strong>da</strong>rá,<br />

fatalmente. Isso é garantia <strong>da</strong> inevitável <strong>de</strong>cadência dos EUA, como qualquer império <strong>da</strong> história.<br />

“Revolução Francesa” está entre aspas porque fracassou naquilo que se propunha para o mundo<br />

latino, que era o mesmo que a revolução dos ingleses, principalmente sob Cromwell: hegemonia do<br />

po<strong>de</strong>r político-econômico e submetimento do Po<strong>de</strong>r Sacral. No lado antioficial do mo<strong>de</strong>lo, “alguns países<br />

islâmicos não alinhados” resistem ao império com guerra tradicional e, muito mais, com terrorismo. Isto,<br />

porém, não ameaça um império que é primordialmente econômico. A criação <strong>da</strong> UE e o surgimento do<br />

Su<strong>de</strong>ste asiático como potências econômicas, po<strong>de</strong>m colocar, efetivamente, dilemas graves à hegemonia<br />

anglo-americana-israelense.<br />

No centro do mo<strong>de</strong>lo, estão alguns ciclos econômicos, o último dos quais é a financeirização, ou<br />

seja, o império anglo-americano-israelense é o império dos subgrupos donos do capital, sustentados pela<br />

“inteligência” <strong>da</strong>s armas. Essa “inteligência” terrorista explica a ascensão do eurocentrismo: comerciantes-guerreiros<br />

ou guerreiros-comerciantes.<br />

Alguns eventos po<strong>de</strong>m ser citados para ilustrar essa guerra dos 500 anos ou <strong>da</strong><br />

via inglesa e anglo-americana <strong>da</strong> história, e ilustrar a i<strong>de</strong>ologia que a sustenta.<br />

Martinho Lutero, com suas 95 teses, li<strong>de</strong>rou o rompimento com o oficialismo romano,<br />

apoiado, inicialmente, pelos príncipes alemães e, <strong>de</strong>pois, por todos os povos<br />

anglo-saxões, interessados mais na emancipação político-econômica do que na reforma<br />

religiosa. Houve, pois, uma reforma-revolução ao mesmo tempo no sacral, no político<br />

e no econômico. Os povos latinos europeus tentaram isso quase 300 anos <strong>de</strong>pois,<br />

com a semi-revolução francesa, e seguem tentando. O máximo que conseguiram foi<br />

uma separação entre Estado laico e Estado religioso, sem jamais submeter o Po<strong>de</strong>r<br />

Sacral-religioso. Os países <strong>de</strong> Oriente Médio, em sua maioria, nunca <strong>de</strong>ixaram <strong>de</strong> ser<br />

teocráticos e nunca o foram tanto como na pós-mo<strong>de</strong>rni<strong>da</strong><strong>de</strong>. Os países asiáticos nunca<br />

foram teocráticos à maneira européia, embora seus imperadores, reis e Lamas se<br />

<strong>de</strong>clarem divinos ou reencarnações <strong>de</strong> algum <strong>de</strong>us ou enti<strong>da</strong><strong>de</strong> divina. Na África nãoislâmica,<br />

embora os governos não sejam teocráticos, as famílias são teocráticas por<br />

admitir os <strong>de</strong>uses do lar, que são os seus próprios antepassados, pais, avós, bisavós<br />

etc.<br />

Tudo isso não é mais que a rotação na estrutura dos três cérebros e suas três<br />

correspon<strong>de</strong>ntes culturas na posição hegemônica para regular a convivência dos três<br />

21


subgrupos. As teocracias se regem principalmente por intuições, valores morais, rituais,<br />

por áreas <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> e instituições mais influencia<strong>da</strong>s pelo cérebro direito, tudo con<strong>de</strong>nsado<br />

em relatos <strong>de</strong> seus mitos fun<strong>da</strong>dores guar<strong>da</strong>dos em livros que consi<strong>de</strong>ram<br />

sagrados (Tao-te-King, Baghavad-Gita, Bíblia, Alcorão, Popol Vuh etc.). Nos países<br />

on<strong>de</strong> predomina a teocracia, as instituições do cérebro esquerdo, como o Po<strong>de</strong>r Político<br />

e Econômico e to<strong>da</strong>s as <strong>de</strong>mais, estão subordina<strong>da</strong>s ao Po<strong>de</strong>r Teocrático e ao clero<br />

que o domina.<br />

Os Estados laicos, chamados “<strong>de</strong>mocracias”, se regulam, principalmente, pela<br />

racionali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> ciência e <strong>da</strong> lei constitucional que são <strong>de</strong> cérebro esquerdo, tratando<br />

<strong>de</strong> conviver com as teocracias ou Po<strong>de</strong>r Religioso submetendo-o ou mantendo-o à distância.<br />

O Po<strong>de</strong>r Econômico pós-mo<strong>de</strong>rno está baseado nos impulsos ferozes do cérebro<br />

central e já não tem um Estado, nem fronteiras legais ou morais capazes <strong>de</strong> freálo,<br />

pois a tudo transformou em mercadoria comprável. É o renascimento dos monstros<br />

<strong>de</strong> puro cérebro central <strong>da</strong> história antiga, sem os freios do cérebro direito moralizador<br />

e do esquerdo legislador. Esses monstros estão à vonta<strong>de</strong> para atormentar a pobre<br />

humani<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

No campeonato <strong>de</strong> fun<strong>da</strong>mentalismo, tirania e terror, o primeiro lugar cabe às<br />

culturas com predomínio <strong>de</strong> cérebro central – produção, finanças, guerra, com doses<br />

colaterais e secundárias <strong>de</strong> cérebro esquerdo e direito; o segundo lugar cabe às culturas<br />

com predomínio <strong>de</strong> cérebro direito – bruxarias, religiões, teocracias, com doses colaterais<br />

secundárias <strong>de</strong> cérebro central e esquerdo; e o terceiro lugar cabe às culturas<br />

com predomínio <strong>de</strong> cérebro esquerdo – lei, justiça, <strong>de</strong>mocracias, com doses colaterais<br />

secundárias <strong>de</strong> cérebro direito e central. Entretanto, como o jogo triádico faz rotação<br />

<strong>de</strong> jogadores e posições, um país tem títulos nos três campeonatos, <strong>de</strong> época em época.<br />

Oxalá se chegue a algum tipo <strong>de</strong> arranjo <strong>da</strong>s três culturas, o mais próximo possível<br />

<strong>da</strong> proporcionali<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

Lutero introduziu <strong>de</strong>finitivamente a Bíblia em língua nacional e autorizou ca<strong>da</strong><br />

indivíduo a interpretá-la <strong>de</strong> forma in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte, segundo sua consciência, o que libertou<br />

o cérebro esquerdo <strong>da</strong> autori<strong>da</strong><strong>de</strong> eclesiástica, para o pensamento crítico e a investigação<br />

científica livres. Na utilização <strong>da</strong> Bíblia, o Velho Testamento - que é ju<strong>da</strong>ico<br />

- foi adotado para os subgrupos oficiais do dinheiro e do po<strong>de</strong>r; e o Novo Testamento -<br />

que é consolador dos pobres e perdoador dos opressores - foi adotado para os oscilantes.<br />

João Calvino (l509-l564) completou a doutrina <strong>da</strong> salvação gratuita, somente<br />

pela fé, sem ter que obtê-la, comprando indulgências. Engenhosamente, ficou acertado<br />

que havia um sinal que indicava a quem Deus concedia salvação: a prosperi<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

Daí a ética do trabalho do protestantismo, <strong>da</strong> produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> – time is money - <strong>da</strong> riqueza,<br />

<strong>da</strong> corri<strong>da</strong> para chegar a ser elite (povo eleito por Deus): o ju<strong>da</strong>ísmo reciclado. Hoje<br />

em dia, essa “teologia” <strong>da</strong> prosperi<strong>da</strong><strong>de</strong> unificou meios e fins: on<strong>de</strong> está o dinheiro, aí<br />

está Deus – divino dinheiro!<br />

A Igreja católica latina reagiu com a fun<strong>da</strong>ção <strong>da</strong> Companhia <strong>de</strong><br />

Jesus, fun<strong>da</strong><strong>da</strong> pelo ex-militar basco Inácio <strong>de</strong> Loyola, para atuar como<br />

tropa <strong>de</strong> choque contra os protestantes rebelados. Em segui<strong>da</strong>, no<br />

Concilio <strong>de</strong> Trento (1542-1564), reafirmou a I<strong>da</strong><strong>de</strong> Média, o terrorismo<br />

<strong>da</strong> “Santa” Inquisição e o po<strong>de</strong>r sobrenatural e superior <strong>da</strong> Igreja em<br />

relação ao po<strong>de</strong>r dos governos e Estados, tidos como “po<strong>de</strong>res temporais”.<br />

Excomungou Lutero, Calvino e todos os protestantes. Negou sempre a renovação<br />

religiosa, científica, política e econômica <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>a<strong>da</strong> pelos anglo-saxões protestantes,<br />

e ficou remando contra a maré <strong>da</strong> história. A teocracia romana se manteve<br />

22


ao longo <strong>de</strong>sses 500 anos, principalmente nos países latinos, mas per<strong>de</strong>ndo força gradualmente.<br />

Para <strong>de</strong>fendê-la e ajudá-la a sobreviver, apareceram muitos fun<strong>da</strong>dores <strong>de</strong><br />

congregações religiosas e <strong>de</strong> muitos movimentos leigos <strong>de</strong> apostolado como a Ação<br />

Católica, o Partido Democrata Cristão e outros. Pe. Teilhard <strong>de</strong> Chardin fracassou ao<br />

tentar uma fusão/conciliação <strong>da</strong> Bíblia com a teoria evolucionista. O Concilio Vaticano<br />

II foi a última tentativa fracassa<strong>da</strong> <strong>de</strong> renovação do catolicismo romano. Alguns teólogos<br />

tentaram uma fusão do Evangelho com o marxismo na América Latina, originando<br />

a Teologia <strong>da</strong> Libertação. Esqueceram-se <strong>de</strong> proclamar a libertação, também, do oficialismo<br />

papal medieval que os arrasou sob o comando <strong>de</strong> João Pablo II, obe<strong>de</strong>cendo<br />

a estratégias do car<strong>de</strong>al Ratzinger (feito Papa Bento XVI) e do Opus Dei. A humani<strong>da</strong><strong>de</strong>,<br />

sob Lutero e os anglo-saxões, teve muito mais êxito.<br />

As excomunhões e con<strong>de</strong>nações dos protestantes foram retira<strong>da</strong>s há apenas<br />

alguns anos, para favorecer o ecumenismo, sem retirar a pretensão <strong>de</strong> superiori<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

do catolicismo romano sobre os <strong>de</strong>mais credos. O cristianismo ortodoxo, o islamismo,<br />

o hinduismo, o zen-budismo, o confucionismo, o animismo etc. seguiram com suas tradições<br />

sem muito revisionismo. No mundo ju<strong>da</strong>ico-cristão (ortodoxos, católicos e protestantes)<br />

predomina a tolerância religiosa, com algumas exceções; o mesmo ocorre<br />

no mundo semi-teocrático do hinduismo, zen-budismo, confucionismo e xintoísmo; mas<br />

no mundo teocrático islâmico, há mais intolerância.<br />

O rei Enrique VIII (1491-1547) foi o primeiro que a<strong>de</strong>riu ao protestantismo<br />

rebelado, para fazer <strong>da</strong> Inglaterra um país in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte e autônomo. Declarou a religião<br />

uma questão nacional e a submeteu ao rei em 1534.<br />

Bacon (1561-1626) estabeleceu as regras do método científico indutivo <strong>da</strong>s ciências<br />

exatas para fins pragmáticos - trabalho e riqueza <strong>de</strong> acordo com a ética protestante.<br />

Já em 1570, oficializou-se a Bolsa <strong>de</strong> Valores na City <strong>de</strong> Londres e, em 1792, na<br />

Wall Street <strong>de</strong> Nova York. Em 1694, fundou-se o Banco Central <strong>da</strong> Inglaterra, o primeiro<br />

do mundo. Sem dúvi<strong>da</strong>, uma vocação precoce para a drenagem <strong>de</strong> dinheiro!<br />

Thomas Hobbes (1588-1679) foi o filósofo inglês do oficialismo monádico, que<br />

teorizou sobre o Estado absoluto. É o Maquiavel dos anglo-saxões.<br />

John Milton, o Dante Alighieri protestante, escreveu sua epopéia religiosa: O Paraíso<br />

Perdido. Antes, em 1644, ele havia escrito Areopagítica, referindo-se a um novo<br />

povo escolhido:<br />

Deus or<strong>de</strong>na que uma gran<strong>de</strong> e nova era se inicie… Então o que faz Ele senão revelarse…<br />

em primeiro lugar a seus ingleses, como é <strong>de</strong> sua preferência?<br />

O político e guerrilheiro Oliver Cromwell (1599-1658) foi quem<br />

fez a primeira revolução burguesa do mundo, em 1649. Derrubou o<br />

feu<strong>da</strong>lismo na Inglaterra, enforcou o rei católico, fundou o primeiro Estado<br />

parlamentarista mo<strong>de</strong>rno, a marinha inglesa, o exército mo<strong>de</strong>rno,<br />

além <strong>de</strong> universi<strong>da</strong><strong>de</strong>s, e pôs o Po<strong>de</strong>r Sacral puritano-anglicano <strong>de</strong>finitivamente<br />

sob o controle do Po<strong>de</strong>r Civil.<br />

Foi o que estabeleceu as bases do império britânico, que sobrevive até hoje em<br />

simbiose com seu rebento norte-americano. O império global! Os ingleses se orgulham<br />

<strong>da</strong> restauração <strong>de</strong> 1688, preten<strong>de</strong>ndo <strong>de</strong>sconhecer Oliver Cromwell que fez o trabalho<br />

“sujo” para criar a Inglaterra mo<strong>de</strong>rna.<br />

Somos ingleses. Isso é um fato sólido! (Cromwell ao Parlamento, em 1656)<br />

23


John Locke (1632-1704) um eminente filósofo e jurista, criou a teoria dos três<br />

po<strong>de</strong>res: Executivo, Legislativo e Judiciário, acreditando conseguir assim um equilíbrio<br />

<strong>de</strong> po<strong>de</strong>r - a <strong>de</strong>mocracia anglo-americana. Locke e Bacon direcionaram a filosofia e a<br />

ciência para o pragmatismo ou utilitarismo que A<strong>da</strong>m Smith <strong>de</strong>pois sistematizou em<br />

sua teoria econômica, <strong>da</strong>ndo continui<strong>da</strong><strong>de</strong> à raça <strong>de</strong> Caím. Jeremy Bentham, John<br />

Stuart Mill e William James trataram, sem êxito, <strong>de</strong> “civilizar/mo<strong>de</strong>rar” o bestial pragmatismo/utilitarismo<br />

anglo-saxão que provocou, <strong>de</strong>pois, a violenta reação do proletariado<br />

e do socialismo.<br />

O astrônomo Isaac Newton (1642-1727), <strong>de</strong>senvolveu a matemática<br />

e estabeleceu matematicamente a teoria do movimento dos<br />

corpos, favorecido pelos avanços feitos por Galileo Galilei (1564-<br />

1642).<br />

A<strong>da</strong>m Smith (1723-1790) publicou, em 1776, “A Riqueza <strong>da</strong>s<br />

Nações”. Este foi o primeiro livro <strong>de</strong> economia e a primeira teorização<br />

do livre mercado e do pragmatismo, para justificar a pirataria pratica<strong>da</strong><br />

pelo império britânico, guiado por uma “mão invisível” (uma menção<br />

inconsciente <strong>da</strong> aliança do povo ju<strong>de</strong>u com Jeová contra seus<br />

inimigos). A teoria era chama<strong>da</strong> laissez-faire ou liberalismo, que incluía<br />

a maior liber<strong>da</strong><strong>de</strong> e proteção possível para os subgrupos oficiais<br />

econômicos. Quer dizer, supunha a menor interferência possível do<br />

Estado para frear a maximocracia (busca insaciável <strong>de</strong> sempre mais<br />

satisfatores) dos bancos, <strong>da</strong> indústria, do comercio, <strong>da</strong> usura etc.<br />

A industrialização e o mercantilismo <strong>de</strong>senvolveram as ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s e o nível <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>.<br />

Como efeito colateral, provocaram a emigração rural e os abusos dos subgrupos oficiais<br />

em cima dos trabalhadores/prestusuários oscilantes, que tratavam <strong>de</strong> <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r-se<br />

com seus sindicatos. Outro efeito colateral, também, foi o fortalecimento do império britânico<br />

e seu colonialismo, o qual provocou muitas reações, mas <strong>de</strong> poucos resultados.<br />

O Po<strong>de</strong>r Sacral estava a seu serviço para aprovar e abençoar os mais prósperos. O<br />

socialismo utópico, os falanstérios, o marxismo/comunismo, o cooperativismo, a oci<strong>de</strong>ntalização<br />

<strong>da</strong>s filosofias espiritualistas orientais, a doutrina social <strong>da</strong> Igreja Católica<br />

Romana, as duas guerras mundiais não foram mais que reações ao imperialismo inglês.<br />

O biólogo inglês Charles Darwin (1808-1882) publicou, em 1859, “A<br />

Origem <strong>da</strong>s Espécies”, com a teoria <strong>da</strong> evolução monádica, segundo a lei<br />

<strong>da</strong> sobrevivência do mais apto, do que se a<strong>da</strong>pta e luta melhor entre os<br />

animais <strong>da</strong> selva, chama<strong>da</strong> – lei <strong>da</strong> seleção natural.<br />

Com isso, completou-se a fun<strong>da</strong>mentação i<strong>de</strong>ológica do império angloamericano:<br />

O messianismo ju<strong>da</strong>ico-protestante <strong>de</strong> Lutero, Calvino e Cromwell;<br />

A teoria do livre mercado <strong>de</strong> A<strong>da</strong>m Smith e Charles Darwin;<br />

O método científico <strong>de</strong> Bacon/Newton com aportes <strong>de</strong> Galileu e Descartes.<br />

Fig. 9. A IDEOLOGIA ANGLO-AMERICANA<br />

CIENTÍFICO-FILOSÓFICA RELIGIOSO-SACRAL<br />

Método monádico-positivista<br />

Ju<strong>da</strong>ico-luterano-messiânica<br />

Bacon-Descartes-Newton.<br />

FINANCEIRO-POLÍTICA<br />

A<strong>da</strong>m Smith y Charles Darwin<br />

24


Este mo<strong>de</strong>lo gráfico ilustra as três faces <strong>da</strong> i<strong>de</strong>ologia anglo-americana, embora insistam em afirmar<br />

que esse império não tem i<strong>de</strong>ologia. EUA levaram muito mais longe essa i<strong>de</strong>ologia lança<strong>da</strong> pelos<br />

fun<strong>da</strong>dores <strong>da</strong> I<strong>da</strong><strong>de</strong> Mo<strong>de</strong>rna, <strong>de</strong>turpando e estropiando quase completamente a Ética Protestante do<br />

trabalho, inaugurando a era <strong>da</strong> especulação financeira ou a era <strong>da</strong> cobiça mais que do trabalho. Há que<br />

reconhecer que os três lados <strong>da</strong> i<strong>de</strong>ologia ou do megaparadigma capitalista dos anglo-americanos são<br />

bem integrados e coerentes entre si. O mesmo não ocorre com a i<strong>de</strong>ologia tricerebral dos latinos católicos,<br />

nem dos marxistas, nem dos islâmicos, nem dos hinduístas e budistas, que tratam <strong>de</strong> a<strong>da</strong>ptar-se,<br />

<strong>de</strong>sajeita<strong>da</strong>mente, ao paradigma capitalista invasor. Ao <strong>de</strong>cretar a morte <strong>da</strong>s i<strong>de</strong>ologias, seria coerente<br />

enterrar também a i<strong>de</strong>ologia do império anglo-americano, não somente a <strong>de</strong> seus adversários!<br />

Fre<strong>de</strong>rick Taylor, no fim do século XIX, <strong>de</strong>senvolveu a administração científica<br />

ou racionalização do trabalho, elevando muito a produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> e os ganhos. Henry<br />

Ford, no começo <strong>de</strong> século XX, criou o “fordismo”, ou seja, a linha <strong>de</strong> montagem nas<br />

fábricas, aumentando ain<strong>da</strong> mais a produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> e os ganhos, fenômeno prolongado,<br />

hoje em dia, pelo toyotismo e pela informatização.<br />

O economista inglês John Maynard Keynes (1883-1946) salvou<br />

o capitalismo que se <strong>de</strong>struía por sua maximocracia – a exploração<br />

dos trabalhadores/prestusuários <strong>de</strong> níveis mais baixos e a quebra <strong>da</strong><br />

Bolsa <strong>de</strong> Nova York em 1929 com o <strong>de</strong>semprego conseqüente - e<br />

empurrava o povo para o socialismo. O presi<strong>de</strong>nte americano Franklin<br />

Delano Roosevelt convocou Keynes para fazer um plano <strong>de</strong> salvação.<br />

Em 1935, foi lançado o plano New Deal (novo pacto social) por meio do qual o<br />

Estado, contrariando o liberalismo clássico, interveio no mercado criando frentes <strong>de</strong><br />

trabalho, empreen<strong>de</strong>ndo obras e financiando os negócios (não há doutrina ou princípios<br />

a que ater-se: somente a lógica <strong>da</strong> conveniência do oficialismo). Na reunião <strong>de</strong><br />

Bretton Woods para <strong>de</strong>finir a nova or<strong>de</strong>m econômica pós-guerra (1944/45) Keynes foi<br />

<strong>de</strong>rrotado. Morreu em segui<strong>da</strong>, cansado e <strong>de</strong>sencantado. Sua proposta era 4 :<br />

Criar o – Bancor – como moe<strong>da</strong> universal e seu banco mundial <strong>de</strong> compensação.<br />

Impor limites <strong>de</strong> acumulação aos países mais ricos e limites <strong>de</strong> endivi<strong>da</strong>mento<br />

aos países mais pobres.<br />

Criar outros organismos supranacionais com regras universais para controle<br />

político e econômico <strong>da</strong> usura, <strong>da</strong> pobreza, <strong>da</strong> guerra, <strong>da</strong> <strong>de</strong>mocracia etc.<br />

Os EUA impuseram o dólar em lugar <strong>da</strong> libra inglesa, o Banco Mundial, o<br />

Fundo Monetário Internacional, a atual e impotente ONU e <strong>de</strong>pois o GATT, convertido<br />

em Organização Mundial do Comercio, para consoli<strong>da</strong>r-se como império, sob lema “o<br />

negócio <strong>de</strong> EUA são os negócios” por qualquer meio, enquanto prega “<strong>de</strong>mocracia”.<br />

Como conseguiram rejeitar o que era mais <strong>de</strong>cente e mais sério para impor seu egoísmo<br />

“<strong>de</strong>mocrático” contra to<strong>da</strong> a humani<strong>da</strong><strong>de</strong>? É que os EUA <strong>de</strong>ixaram que os aliados<br />

se exaurissem na guerra <strong>de</strong> Hitler para salvá-los só na última hora e, em segui<strong>da</strong>, <strong>de</strong>rrotá-los<br />

economicamente nas negociações <strong>de</strong> Bretton Woods. Em 1972, unilateralmente<br />

abandonaram até o padrão ouro como suporte <strong>da</strong> moe<strong>da</strong>, impondo nova <strong>de</strong>rrota ao<br />

resto do mundo, enquanto armava o colapso <strong>da</strong> URSS pela Guerra Fria.<br />

Houve alguns antioficiais internos do império inglês, como<br />

Thomas Morus (1478-1535), o autor <strong>da</strong> “Utopia”; o anarquista William<br />

Godwin (1756-1836); o escritor Thomas Paine (1737-1809), que contribuiu<br />

com a in<strong>de</strong>pendência norte-americana; Robert Owen (1771-<br />

1858), com seu cooperativismo; David Thoreau (1817-1862), o símbolo<br />

<strong>da</strong> <strong>de</strong>sobediência civil, nos EUA; os Fabianos (movimento fun<strong>da</strong>do<br />

em 1884 ao qual pertenciam os escritores Bernard Shaw e H.G.<br />

25<br />

B. Russell


Wells), que <strong>de</strong>fendiam a revolução branca (sem sangue) gradualista<br />

para o socialismo; e ativistas do Século XX como o filósofo Bertrand<br />

Russell, o cientista norte-americano Noam Chomsky e outros. Mas<br />

ninguém <strong>de</strong>teve ou tirou dos trilhos <strong>da</strong> via inglesa o trem <strong>da</strong> história.<br />

A criação <strong>da</strong> União Européia, para <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r-se <strong>da</strong> ameaça soviética e <strong>da</strong> invasão<br />

econômica dos EUA, terminou por dissolver o po<strong>de</strong>rio britânico e obrigou a Inglaterra<br />

a ficar numa posição <strong>de</strong> “bigamia” política – casa<strong>da</strong> com EUA e obriga<strong>da</strong> a coabitar<br />

com a UE por sua proximi<strong>da</strong><strong>de</strong> e alguns interesses comuns. É psicologicamente difícil<br />

para os ingleses submeterem sua moe<strong>da</strong> e seu orgulho ex-imperial a seus exinimigos<br />

europeus, que sempre <strong>de</strong>rrotaram pelas armas. Por isso, tanto os EUA como<br />

a Inglaterra estão sempre tratando <strong>de</strong> <strong>de</strong>bilitar ou rachar a União Européia para impedir<br />

que este bloco seja realmente o contrapeso do império.<br />

Há uma continuação do jogo triádico europeu que produziu as duas últimas<br />

gran<strong>de</strong>s guerras mundiais e to<strong>da</strong>s as dos últimos 500 anos: no bando oficialista o império<br />

britânico (agora anglo-americano-israelense) e no bando antioficialista os latinos,<br />

os prussiano-alemães e japoneses, e os eslavos até a sua <strong>de</strong>rrota recente. A União<br />

Européia não é outra coisa senão o retorno <strong>de</strong>ste antioficialismo <strong>de</strong>rrotado, <strong>de</strong>ntro, porém,<br />

do mesmo paradigma monádico. Quer dizer que o resto do mundo fica entre o fogo<br />

cruzado <strong>de</strong>sses dois bandos <strong>de</strong> gângsteres do dinheiro, sem saí<strong>da</strong>. A menos que<br />

rejeite esse paradigma com suas perversas regras <strong>de</strong> jogo e comece algo diferente<br />

que sirva à vi<strong>da</strong> globaliza<strong>da</strong> <strong>de</strong> todos.<br />

Em lugar do profetizado fim do império anglo-americano e <strong>de</strong> seu capitalismo, tiveram<br />

seu fim, entre 1989 e 1991, a URSS e todos seus satélites com todos seus<br />

i<strong>de</strong>ólogos. Resistem Cuba e Coréia do Norte por alguns anos mais. Mikhail Gorbachev,<br />

acolitado pelo Papa João Paulo II, foi o mestre <strong>de</strong> cerimônias que entregou gratuitamente<br />

o socialismo e a humani<strong>da</strong><strong>de</strong> ao império anglo-americano, reivindicando o crédito<br />

por salvar-nos <strong>da</strong> corri<strong>da</strong> atômica, que nunca parou. Todos os países tiveram que se<br />

ajustar aos vencedores <strong>da</strong> guerra <strong>da</strong> I<strong>da</strong><strong>de</strong> Mo<strong>de</strong>rna, pelo velho mo<strong>de</strong>lito do século<br />

XIX, rebatizado como “neoliberalismo”. Keynes e similares, como a social <strong>de</strong>mocracia<br />

dos países escandinavos e outras concessões/proteções aos mais fracos, foram abandonados,<br />

já que a ameaça socialista <strong>de</strong>sapareceu.<br />

Em 1991, em nome do Banco Mundial, do FMI e dos economistas<br />

anglo-saxões, foi lançado o Consenso <strong>de</strong> Washington, uma<br />

espécie <strong>de</strong> “or<strong>de</strong>nações” do novo colonialismo anglo-americano,<br />

acompanha<strong>da</strong>s pelas TRIMs (Tra<strong>de</strong> Related Investment Measures -<br />

Acordo <strong>de</strong> Investidores ou <strong>de</strong> usurários) uma espécie <strong>de</strong> manifesto<br />

dos donos do dinheiro do mundo (bancos, financeiras, seguradoras,<br />

avaliadoras <strong>de</strong> risco dos países).<br />

2.1. TRIMs – TRADE RELATED INVESTMENT MEASURES<br />

“Com esse documento estamos escrevendo a constituição <strong>da</strong> economia mundial” (o<br />

manifesto <strong>da</strong> usurocracia, diriam outros).<br />

Uma vez estabeleci<strong>da</strong> a supremacia do dinheiro e <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> especulativa pelos<br />

anglo-americanos, foi revela<strong>da</strong> a “sagra<strong>da</strong> escritura” do bezerro <strong>de</strong> ouro, guar<strong>da</strong><strong>da</strong><br />

26<br />

J. Williamson, el per-<br />

verso autor <strong>de</strong>l Con-<br />

senso <strong>de</strong> Washington


na “arca <strong>da</strong> aliança” <strong>da</strong> OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento<br />

Econômico.<br />

O principal objetivo <strong>da</strong>s TRIMs é tornar o investimento ou empréstimo internacional<br />

mais seguro e mais fácil, uniforme, diminuindo o risco <strong>da</strong>s transnacionais, garantindo-lhes<br />

novos direitos, retirando dos governos locais o po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> controle sobre os investidores.<br />

Ou seja, o acordo trata <strong>de</strong> regras <strong>de</strong> proteção, salvaguar<strong>da</strong>, livre circulação, lucrativi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

e <strong>de</strong> não intervenção governamental sobre a riqueza financeira <strong>de</strong> pessoas<br />

físicas ou jurídicas ao investir. O país que aceite o TRIMs não po<strong>de</strong>rá retirar-se antes <strong>de</strong><br />

5 anos, se não pagará multa.<br />

A característica principal do acordo é que será único e unificado para todo o planeta,<br />

reduzindo a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> tantos acordos bilaterais com ca<strong>da</strong> país. Só receberão<br />

investimentos os que sejam mais confiáveis, segundo as instituições que avaliam os países<br />

(Moody‟s, Duff & Phelps, Stan<strong>da</strong>rd & Poor‟s, Fitch Ratings etc.) em termos <strong>de</strong> risco,<br />

segurança e rentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> imediata do investimento...<br />

Por investimento, enten<strong>de</strong>-se todo tipo <strong>de</strong> bens tangíveis e intangíveis, licenças, direitos<br />

intelectuais, bens culturais, instituições, direitos <strong>de</strong> proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> até <strong>de</strong> águas fluviais,<br />

lacustres e marítimas e outras coisas que sejam <strong>de</strong> interesse para as corporações,<br />

como patentes sobre genes, plasma, sementes, plantas, florestas, animais, políticos, órgãos<br />

humanos etc., enfim, tudo o que acrescente rentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> para o investidor.<br />

Além <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r investir em qualquer área sem restrições, as empresas têm o direito<br />

<strong>de</strong> recusar qualquer ato governamental ou política pública <strong>de</strong> interesse do país em<br />

questão, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> medi<strong>da</strong>s fiscais, até regulamentação ambiental, do trabalho, do <strong>de</strong>senvolvimento<br />

regional, <strong>de</strong> apoio a pequenas e médias empresas, <strong>de</strong> reforma agrária ou <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>fesa do consumidor que signifiquem restrições aos ganhos dos investidores.<br />

Os investidores estrangeiros não têm nenhuma responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> ou obrigação<br />

com o país em que investem, mas <strong>de</strong>vem exigir in<strong>de</strong>nização no caso <strong>de</strong> intervenções<br />

governamentais que afetem a capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> investidores e <strong>de</strong> empresas lucrarem com<br />

seu investimento. As cláusulas incluem in<strong>de</strong>nizações também no caso <strong>de</strong> greves, manifestações<br />

sociais, como perturbações civis, revoluções, estados <strong>de</strong> emergência, toques<br />

<strong>de</strong> recolher etc. “A per<strong>da</strong> <strong>de</strong> uma oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> ganho será suficiente para reclamar<br />

in<strong>de</strong>nização”.<br />

De volta à farra <strong>da</strong> maximocracia dos mais fortes!<br />

Planeta e vi<strong>da</strong> em perigo!!!<br />

Por amor ao ecossistema planetário e à continui<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> vi<strong>da</strong>, é necessário opor<br />

resistência ao oficialismo matador do império anglo-americano e dos outros oficialismos<br />

cúmplices que <strong>de</strong>scem em casca<strong>da</strong> até nós, nossas famílias, escolas e nosso cotidiano,<br />

como ilustrado no Show do Jogo Mundial <strong>de</strong> cima até embaixo. Seriam necessárias,<br />

também, instituições <strong>de</strong> avaliação (para nós) <strong>de</strong> risco do império e seus cúmplices.<br />

Assim como se celebra, e com justiça, o holocausto <strong>da</strong>s vítimas do fanatismo racista<br />

<strong>de</strong> um Reich germânico <strong>de</strong> 15 anos, seria válido celebrar o holocausto <strong>da</strong>s vítimas<br />

do fanatismo econômico do Reich anglo-americano, que dura mais <strong>de</strong> 400 anos.<br />

Para opor resistência e contrapor alternativas váli<strong>da</strong>s, propomos uma nova análise<br />

do planeta e todos seus elementos por meio <strong>da</strong> trialética e seus referenciais. Não<br />

se trata, como se verá, apenas <strong>de</strong> uma nova “or<strong>de</strong>m econômica” como preten<strong>de</strong>m vici-<br />

27


osamente os reducionistas anglo-americanos, que po<strong>de</strong>m ver-se no espelho <strong>de</strong>ste<br />

conto (resumido) <strong>de</strong> Jorge Luís Borges 5 .<br />

Um homem recebeu um – Zahir – que lhe disseram ser<br />

o símbolo e a chave <strong>de</strong> to<strong>da</strong>s as coisas e do próprio mistério <strong>da</strong> existência.<br />

Uma vez tocado o Zahir, este não <strong>de</strong>ixa mais o homem esquecê-lo,<br />

vai tomando sua mente <strong>de</strong> forma enlouquecedora até que tudo o mais se<br />

vai minimizando e ficando insignificante. Embora no começo o homem se<br />

tenha aterrorizado com o po<strong>de</strong>r hipnótico do Zahir, pouco a pouco ele ficou<br />

convencido <strong>de</strong> que, em vez <strong>de</strong> muitas aspirações e preocupações<br />

dispersas, era melhor reuni-las to<strong>da</strong>s numa só: o Zahir as con<strong>de</strong>nsava<br />

to<strong>da</strong>s. A própria reali<strong>da</strong><strong>de</strong> terrestre e celeste si encarnou no Zahir. O Zahir<br />

era uma moe<strong>da</strong>...<br />

Estaremos caminhando para um mundo <strong>de</strong> mercenários, <strong>de</strong> seres humanos<br />

hipnotizados pelo dinheiro, incapazes <strong>de</strong> pensar/sonhar/trabalhar a não ser por<br />

dinheiro? A vi<strong>da</strong> requer muitos mais ingredientes que não se reduzem ao dinheiro ou<br />

que não são monetarizáveis. Há que propor uma nova or<strong>de</strong>m tri-cérebro-grupal,<br />

ecosistêmica, que o referencial do Show do Jogo Mundial representa <strong>de</strong> forma<br />

inclusiva em seus 16 cenários.<br />

28


PARTE 3. SHOW DO JOGO MUNDIAL<br />

Fig. 10. Show do Jogo Mundial em 16 Cenários, Círculos ou Níveis<br />

CENÁRIOS<br />

EM QUE JOGAMOS<br />

Usando esses novos conceitos <strong>de</strong>rivados do princípio tri-uno que se repete sob<br />

diferentes formas e diferentes escalas, chegamos ao referencial/mapa do Show do Jogo<br />

Mundial, para representar a reali<strong>da</strong><strong>de</strong> global. Esse referencial supera e substitui<br />

conceitos divisionistas como Oriente/Oci<strong>de</strong>nte, Norte/Sul, capitalismo/socialismo, primeiro/terceiro<br />

mundo, ciências exatas/ciências sociais, ciência/religião e outros divisionismos,<br />

<strong>de</strong>rivados <strong>de</strong> uma percepção unilateral, <strong>de</strong> coisas separa<strong>da</strong>s uma a uma. A<br />

este modo <strong>de</strong> percepção <strong>de</strong>forma<strong>da</strong> chamamos – paradigma monádico.<br />

Este referencial está disposto em 16 cenários, ca<strong>da</strong> qual formando uma tría<strong>de</strong> ou<br />

jogo triádico horizontal que, por sua vez, é parte <strong>de</strong> outras tría<strong>de</strong>s ou jogos triádicos<br />

verticais e transversais.<br />

T R Í A D E S<br />

Subgrupo Antioficial Subgrupo Oscilante Subgrupo Oficial<br />

16. ESCATOLOGIAS Sacrais Físico-Metafísicas Civis<br />

15. CULTURAS Científico-lógica Ficcional-Icônica Darwiniano-monetária<br />

14. CONDUÇÃO Ambientalismo. Movimen ONU-Vaticano e G-8 y G-3<br />

PLANETARIA to pela Justiça Global ONGs mundiais<br />

11. PAÍSES 3O Mundo <strong>Social</strong>ista “Não alinhados” 3o 13. PÓS-INDUS- União Européia Países Industrializados EUA<br />

TRIAIS fora <strong>da</strong> UE<br />

12. SEMI-INDUS- China Blocos Regionais Países Capatazes<br />

TRIALIZADOS <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> região<br />

11. PAÍSES 3<br />

PROLETÁRIOS e países resistentes<br />

Mundo Neoliberal<br />

O Mundo <strong>Social</strong>ista “Não alinhados” 3o 13. PÓS-INDUS- União Européia Países Industrializados EUA<br />

TRIAIS fora <strong>da</strong> UE<br />

12. SEMI-INDUS- China Blocos Regionais Países Capatazes<br />

TRIALIZADOS <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> região<br />

PROLETÁRIOS e países resistentes<br />

Mundo Neoliberal<br />

10. PAÍSES País Rival País mais Fraco País Dominante<br />

VIZINHOS<br />

09. COMANDO Confer.Religiosas Governo Central Prestus. Transnac.<br />

NACIONAL Organ. Regionais Cartel Banqueiro<br />

08. ESTADOS Arquidioceses Governadores Prestus. Nacionais<br />

07. REGIÕES<br />

Dioceses Organismos Prestusuárias<br />

Regionais Regionais<br />

06. MUNICÍPIOS Paróquias Governo Local Prestusuárias<br />

TRIBOS Comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s Locais<br />

05. INSTITUIÇÕES Regeneradoras Reguladoras<br />

prestusuárias<br />

Apropriadoras<br />

04. NÚCLEO<br />

REPRODUTIVO<br />

Masculini<strong>da</strong><strong>de</strong> Prole Feminili<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

03. CIRCUITO<br />

<strong>de</strong> feedback<br />

Informativo Emocional Operacional<br />

02 AMBIENTE Humanos Demais sistemas Mãe Terra<br />

01 ENERGIA Neguentropia Proporcionalismo Entropia<br />

Este mo<strong>de</strong>lo gráfico traz, na primeira coluna <strong>da</strong> esquer<strong>da</strong>, o número e o títrulo <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> um dos<br />

16 cenários ou níveis em que está <strong>de</strong>senha<strong>da</strong> a estrutura atual do planeta com seu processo evolutivo,<br />

<strong>da</strong> base ao topo. As outras três colunas representam tría<strong>de</strong>s sempre em transformação. Os movimentos<br />

libertários, heréticos e subversivos são <strong>de</strong> cenários subordinados – antioficialistas - em disputa com cenários<br />

superiores – oficialistas: correm <strong>da</strong> esquer<strong>da</strong> para a direita e <strong>de</strong> baixo para cima. A ortodoxia, o<br />

conservadorismo e a repressão correm <strong>da</strong> direita para a esquer<strong>da</strong> e <strong>de</strong> cenários superiores para os inferiores.<br />

Nem tudo que aparece no lado esquerdo do mo<strong>de</strong>lo atua como antioficial libertário hoje em dia;<br />

29


nem tudo que aparece no lado direito atua como repressor atualmente, já que as peças <strong>de</strong>sse xadrez<br />

global se movimentam <strong>de</strong> modo pouco previsível.<br />

De baixo para cima, os primeiros 5 cenários ou níveis estão formados pela energia-natureza e<br />

seu <strong>de</strong>terminismo reprodutivo-alimentar. Do cenário 6 a 9 são os quatro níveis <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um país. O cenário<br />

10 é <strong>de</strong> transição para os quatro cenários supranacionais <strong>de</strong> 11 até 14. O cenário 15 é a representação<br />

virtual <strong>da</strong> reali<strong>da</strong><strong>de</strong> planetária; e o cenário 16 é a representação do imaginário universal ou escatológico<br />

(o que vem <strong>de</strong>pois <strong>da</strong> morte). O mo<strong>de</strong>lo abrange, numa única ilustração, o que se supõe ser o começo,<br />

o meio e o fim <strong>da</strong> reali<strong>da</strong><strong>de</strong> universal <strong>da</strong> aventura humana, uma narrativa <strong>de</strong> origem e <strong>de</strong>stino comuns.<br />

A fraterni<strong>da</strong><strong>de</strong> universal. Esta “narrativa” é tridimensional ou triadiza<strong>da</strong>, formando um continuum<br />

do micro ao macro, sem separar o que seja “a natureza”, o humano, a organização social e o mundo sobrenatural.<br />

Sem separar “infra-estrutura e superestrutura”. Sem aceitar vi<strong>da</strong>s isola<strong>da</strong>s, responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

exclusivamente individuais, grupos e países totalmente in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes e auto<strong>de</strong>terminados, já que tudo é<br />

sistêmico e se move em ca<strong>de</strong>ia. Sem aceitar campos <strong>de</strong> conhecimento “exatos” e outros “não exatos”,<br />

superiores e inferiores, científicos e não científicos, mas apenas com campos <strong>de</strong> observação/interação<br />

evolucionando mais lentamente ou mais acelera<strong>da</strong>mente. Sem separar vi<strong>da</strong> nacional e internacional, sem<br />

dividir cotas <strong>de</strong> carbono, <strong>de</strong> oxigênio etc. O ecossistema é tri-uno em graus progressivos <strong>de</strong> complexi<strong>da</strong><strong>de</strong>,<br />

e não é separado ao gosto dos po<strong>de</strong>res políticos, econômicos e sacrais obsoletos, que insistem em<br />

<strong>de</strong>ter a marcha <strong>de</strong> todos os seres, saberes e po<strong>de</strong>res rumo a um <strong>de</strong>stino comum. O Show do Jogo Mundial<br />

contém tudo o que pensam, revelam e fazem filósofos, poetas e empreen<strong>de</strong>dores. É, também, o labirinto<br />

em que vivemos.<br />

Recomen<strong>da</strong>-se ampliar e imprimir este quadro para acompanhar as informações<br />

que se produzem/recebem todos os dias sobre ca<strong>da</strong> um dos 16 cenários e seu entrevero<br />

global. Ca<strong>da</strong> interessado po<strong>de</strong>rá ir acumulando e classificando informações até<br />

ter seu próprio “Dossiê do Jogo Mundial”. Quanto mais alto um nível <strong>de</strong> oficialismo (os<br />

po<strong>de</strong>rosos, os <strong>de</strong> cima na pirâmi<strong>de</strong> social, os donos, os <strong>de</strong>tentores do comando do jogo)<br />

mais tem e costuma apresentar uma visão eufórica do mundo, pois os oficialistas<br />

são sempre os ganhadores máximos. O planeta é um império e, por isso, uma máquina<br />

imperial <strong>de</strong> centralização e hierarquização <strong>da</strong> riqueza financeira, mas não <strong>de</strong> todos<br />

os satisfatores – porque sobram alguns que não foram monetarizados ou transformados<br />

em mercadoria.<br />

A visão que se apresentará a seguir é a visão do todo, com a dinâmica tri-una<br />

que governa essa jaula tridimensional em ca<strong>da</strong> um dos 16 cenários, com pre<strong>da</strong>dores e<br />

suas vítimas, mas também com potenciais impugnadores e revolucionários. Vamos<br />

<strong>de</strong>screver brevemente o conceito <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> cenário ou nível, apresentar algo relevante<br />

em seu domínio e algo <strong>da</strong> problemática que requer inovação. A prospectiva e as propostas<br />

alternativas vêm mais adiante, na apresentação do <strong>Manifesto</strong> <strong>da</strong> Proporcionali<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

CENÁRIO 01 – Energia.<br />

Fig. 11. Energia como Principio Tri-uno<br />

Este mo<strong>de</strong>lo gráfico, em forma ondula<strong>da</strong>, substitui a anterior idéia <strong>de</strong> átomo como um minúsculo<br />

sistema solar, porque ca<strong>da</strong> parte do átomo está composta <strong>de</strong> partículas ain<strong>da</strong> menores, que a Física<br />

quântica representa neste formato <strong>de</strong> âncora. É a energia “primordial” como três linhas <strong>de</strong> força, como<br />

um campo eletromagnético com três posições ou vetores, como um conjunto tri-uno <strong>de</strong> cores mutantes<br />

ou <strong>de</strong> quarks, multiplicando-se como num caleidoscópio giratório no micro e no macro, no inferior e no<br />

superior, no anterior e no posterior. É por isso que se fala <strong>de</strong> tri-membração e que tudo <strong>de</strong>ve ser visto<br />

como conjuntos tri-unos: três em um e ca<strong>da</strong> qual como um <strong>de</strong> três. Referimo-nos a esse conceito,<br />

também, como “princípio tri-uno”, uni<strong>da</strong><strong>de</strong> tripartite, o invisível “motor tri-uno” <strong>de</strong> tudo ou “dinâmica governante”<br />

<strong>de</strong> tudo. Ele é universal, se repete, é recorrente na construção/evolução <strong>de</strong> tudo.<br />

Os que captaram isso estão re<strong>de</strong>finindo a reali<strong>da</strong><strong>de</strong> como eventos ou jogos tri-unos ou tripartites;<br />

conjuntos <strong>de</strong> relações <strong>de</strong>s<strong>de</strong> um mínimo <strong>de</strong> três como o sistema tri-cérebro-grupal; como o rodízio do<br />

“eu-tu-ele” <strong>da</strong> comunicação, as relações familiares matri-patri-filiais, as posições <strong>de</strong> direita-esquer<strong>da</strong>-<br />

30


centro etc. tudo recorrência, eco ou repetição do mesmo princípio e formato <strong>de</strong> três. Des<strong>de</strong> faz pelo menos<br />

uns 3.000 anos, as intuições religiosas sobre <strong>de</strong>uses e origem do mundo são quase to<strong>da</strong>s triunitárias.<br />

A Astronomia, com seus telescópios e naves interestelares, insiste em perseguir<br />

e enten<strong>de</strong>r o Big Bang e outras teorias alternativas <strong>de</strong> formação do presente universo.<br />

A última novi<strong>da</strong><strong>de</strong> é que há fragmentos cósmicos (“morte <strong>de</strong> estrelas” e sua transformação<br />

noutras) que po<strong>de</strong>m indicar quais estrelas antepassa<strong>da</strong>s terão sido “o pai e a<br />

mãe” do sol. Os aceleradores <strong>de</strong> partículas estão parados <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a comprovação <strong>da</strong><br />

estrutura tri-una <strong>da</strong>s partículas elementares que criam a infinita variabili<strong>da</strong><strong>de</strong> do universo.<br />

As verbas para essas pesquisas se estancaram com o fim <strong>da</strong> batalha com a ex-<br />

URSS.<br />

A idéia <strong>de</strong> que a energia é uma “conspiração triádica”, é um parto <strong>de</strong> trigêmeos<br />

xifópagos inseparáveis, <strong>de</strong> que os três elementos/lados/vetores/subgrupos são cúmplices<br />

entre eles, são simultâneos e universais, <strong>de</strong> que os três elementos <strong>de</strong> qualquer sistema<br />

se autocriam, se auto-organizam se auto<strong>de</strong>sorganizam e reorganizam, se autoapóiam,<br />

se contrabalançam tri-reciprocamente, formam coalizões naturais e estão em<br />

ca<strong>de</strong>ia tri ou multidimensional do micro ao macro, essa idéia ain<strong>da</strong> não avança. A percepção<br />

e ação monádicas seguem imperando junto com a megalomania e falta <strong>de</strong><br />

humil<strong>da</strong><strong>de</strong> que isso implica. Mas é urgente passar do monólogo do uno, ao diálogo do<br />

dois e <strong>da</strong>í ao triálogo do três, se é que se <strong>de</strong>seja vi<strong>da</strong> planetária a mais longo prazo.<br />

Olhando para o mo<strong>de</strong>lo gráfico do Cenário 1, a entropia (<strong>de</strong>cadência, caos e<br />

morte final) aparece como o lado oficial <strong>da</strong> energia, que terminará por predominar: será<br />

a transformação do universo num imenso cal<strong>de</strong>irão <strong>de</strong> fogo/calor ou a morte térmica<br />

do universo.<br />

A neguentropia ou a composição <strong>de</strong> seres em níveis ca<strong>da</strong> vez mais complexos é<br />

o lado antioficial, significando que a vi<strong>da</strong> é um milagroso na<strong>da</strong>r contra a correnteza, um<br />

esforço anticaos, antientrópico para adiar a <strong>de</strong>composição e a morte. E é um esforço<br />

para <strong>de</strong>ter a tendência rumo ao excesso <strong>de</strong> oficialismo e <strong>de</strong> hierarquia institucionaliza<strong>da</strong><br />

que criam tirania, pobreza, mistério e medo para os <strong>de</strong>mais subgrupos.<br />

Não basta altercar com o jogo triádico e sua preferência pelo oficialismo. Somos<br />

joguetes e robôs <strong>de</strong>sse jogo, tanto os oscilantes, como os antioficiais e, no final <strong>de</strong><br />

contas, até os oficiais. O jogo triádico se alimenta dos que o jogam. Há que apren<strong>de</strong>r a<br />

domá-lo, limitá-lo e mantê-lo o mais próximo possível <strong>da</strong> proporcionali<strong>da</strong><strong>de</strong> tri-una.<br />

CENÁRIO 02 – AMBIENTE.<br />

Feedback Reforçador<br />

Inputs PROCESSAMENTO Outputs<br />

Usuário/<strong>de</strong>man<strong>da</strong> TRANSFORMAÇÃO Prestadio/oferta<br />

Estímulo<br />

Resposta<br />

Custo<br />

Benefício<br />

Feedback Corretivo<br />

Fig. 12. Sistema e Fluxo <strong>da</strong> Energia<br />

Este mo<strong>de</strong>lo gráfico ilustra a idéia <strong>de</strong> sistema ou pacote <strong>de</strong> energia tri-una concentra<strong>da</strong>. Tudo é<br />

sistema. O mundo é uma re<strong>de</strong> tridimensional <strong>de</strong> sistemas. Tudo é fluxo <strong>de</strong> transformação <strong>de</strong> energia<br />

através <strong>de</strong> sistemas. Esse fluxo tem três momentos que se representam por conceitos como: a) estímulo<br />

ou recepção-insumo-custo; b) metabolismo ou trabalho-processamento-transformação; c) resposta ou<br />

saí<strong>da</strong>-entrega-produto-benefício, tudo enlaçado por um circuito <strong>de</strong> feedback reforçador ou corretivo para<br />

controle e direção do sistema todo. Por exemplo: uma panela começa por “receber” ingredientesinsumos;<br />

durante algum tempo os ferve-processa; ao final, “entrega” um novo produto transformado, que<br />

o circuito <strong>de</strong> feedback controla. Todo e qualquer processo sistêmico, além <strong>de</strong> seu produto, <strong>de</strong>ixa sempre<br />

algum resíduo ou lixo que vai ser ingrediente-insumo <strong>de</strong> outro sistema receptor.<br />

Nosso organismo, o cérebro e ca<strong>da</strong> célula do corpo fazem o mesmo. Um país faz o mesmo: importa;<br />

transforma; exporta e faz feedback ou ajustes. O planeta importa energia solar; transforma-a; e en-<br />

31


trega produtos ao longo <strong>da</strong> ca<strong>de</strong>ia ecossistêmica, <strong>de</strong>ixando resíduos recicláveis por seus <strong>de</strong>licados e automáticos<br />

circuitos <strong>de</strong> feedback. Esses circuitos <strong>de</strong> autocontrole natural estão-se <strong>da</strong>nificando por interferência<br />

excessiva <strong>da</strong> atuação dos humanos, movidos por sua maximocracia. Um colossal egoísmo frente<br />

aos <strong>de</strong>mais seres.<br />

Na linguagem sistêmica triádica, “insumos” e “produtos” referem-se aos (bens) satisfatores <strong>da</strong>s<br />

necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> um sistema qualquer. No interior do gráfico <strong>de</strong> sistema, aparece uma espécie <strong>de</strong> âncora<br />

que representa a natureza triforme e tridimensional <strong>da</strong> energia e sua dinâmica <strong>de</strong> autopropulsão.<br />

Os humanos, que no mo<strong>de</strong>lo do Show Mundial são o lado antioficial (suici<strong>da</strong>) do<br />

ecossistema planetário-solar, seguem sem assinar ou cumprir os protocolos internacionais<br />

<strong>de</strong> proteção ambiental, principalmente os norte-americanos. Não param os<br />

maus-tratos e a <strong>de</strong>struição <strong>de</strong> espécies como se o ser humano fosse um assassino em<br />

série atuando em todo o planeta. Metem-se com os transgênicos, estão fuçando o código<br />

genético, o código físico-químico e começam a assediar cometas e outros planetas.<br />

Demorou muito tirar o minúsculo planeta terra do centro do universo. Falta tirar o<br />

narcisismo humano do centro do universo; falta <strong>de</strong>stronar a espécie humana <strong>da</strong> sua<br />

ilusão <strong>de</strong> ser o píncaro do mundo; e falta <strong>de</strong>stronar o oficialismo <strong>de</strong> seu Olimpo.<br />

O oficialismo anglo-americano, en<strong>de</strong>usado por suas conquistas na I<strong>da</strong><strong>de</strong> Mo<strong>de</strong>rna,<br />

está violentando todos os limites, por sua pressa em corrigir o processo evolutivo<br />

cósmico ou a natureza. Seria <strong>de</strong> esperar uma re<strong>de</strong>finição e reinserção <strong>da</strong> espécie<br />

humana na re<strong>de</strong> ecossistêmica global, com um pouco mais <strong>de</strong> humil<strong>da</strong><strong>de</strong> e reverência.<br />

Diante <strong>da</strong> per<strong>da</strong> <strong>de</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong>, <strong>da</strong> ameaça <strong>de</strong> escassez <strong>de</strong> recursos, inclusive<br />

<strong>de</strong> água, os subgrupos oficiais dos países dominantes apelam para a “internacionalização”<br />

<strong>de</strong> florestas, recursos e riquezas naturais dos países pobres e <strong>de</strong>scontentes,<br />

mas não <strong>de</strong> riquezas e privilégios dos países ricos e contentes. Guerra do império contra<br />

a sustentabili<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

A pesar <strong>de</strong> tudo, a natureza ou o ecossistema continua sendo cibernéticosistêmico-triádico<br />

como sempre foi. O feedback natural tar<strong>da</strong> mas não falha em castigar-corrigir<br />

as <strong>de</strong>sproporções. Além do excesso <strong>de</strong> oferta ou falta <strong>de</strong> <strong>de</strong>man<strong>da</strong> suficiente,<br />

os limites físicos do ecossistema serão a barreira instransponível do oficialismo e<br />

seu atual processo econômico pre<strong>da</strong>tório. Não há planeta bastante para tanta cobiça.<br />

CENÁRIO 03 – Circuito <strong>de</strong> Feedback. Cérebro e CCF: Ciclo Cibernético <strong>de</strong> Feedback<br />

ou Transformação<br />

ESQUERDO DIREITOI<br />

Racional<br />

Emocional<br />

Científico<br />

Convivial<br />

Cultura Legal-Política Cultura Artístico-Espiritual<br />

C C F<br />

4. DIAGNÓSTICO 5. FUTURIÇÃO<br />

3. PROCESSA-<br />

MENTO<br />

5.1. CRIATIVIDADE<br />

2. DADOS<br />

6. DECISÕES<br />

CENTRAL<br />

Operacional - Apropriador<br />

1. TEMA<br />

10. FEEDBACK<br />

7. PLANEJAMENTO<br />

FLUXOGRAMAS<br />

Cultura Material-Econômica 8. GESTÃO<br />

9. SUPERVISÃO<br />

OPERACIONALIZAÇÃO<br />

Fig. 13. O tricerebrar e o CCF: Ciclo Cibernético <strong>de</strong> Feedback ou Transformação<br />

O mo<strong>de</strong>lo gráfico, à esquer<strong>da</strong>, ilustra o cérebro tri-uno ou tri-membrado e ca<strong>da</strong> uma <strong>de</strong> suas partes<br />

repetindo o mesmo mo<strong>de</strong>lo tri-uno. O cérebro é o aparelho neuronal-nervoso dos mamíferos para seu<br />

ciclo retro-circular y neo-circular <strong>de</strong> informação, autocontrole e orientação: Ciclo <strong>de</strong> feedback. Todos os<br />

sistemas naturais já vêm com seu aparelho <strong>de</strong> feedback, ain<strong>da</strong> que menos elaborado. Ca<strong>da</strong> um dos três<br />

blocos, se usado em suas funções sem estar conectado e em harmonia com os outros dois, produz a esquizofrenia<br />

monádica - três “eus” ou três personali<strong>da</strong><strong>de</strong>s incoerentes; e produz a psicopatia, o fanatismo<br />

ou fun<strong>da</strong>mentalismo coletivo, seja religioso, político-econômico ou científico. É difícil avaliar qual fun<strong>da</strong>mentalismo<br />

traz piores conseqüências:<br />

32


O do mercado, finanças e guerra do cérebro central, que mata e empobrece o mundo e só enriquece<br />

uns 10% <strong>da</strong> humani<strong>da</strong><strong>de</strong>?<br />

O <strong>da</strong>s religiões que envenena o cérebro direito e produz uma imensidão <strong>de</strong> alienados e alguns<br />

homens-bomba e “mártires”?<br />

O <strong>da</strong> política que envenena o cérebro esquerdo com nacionalismos, <strong>de</strong>magogia, racismos e “heróis”?<br />

O uso dos três cérebros <strong>de</strong> maneira bem conjuga<strong>da</strong> produz a racionali<strong>da</strong><strong>de</strong>, a eficiência e a beleza<br />

<strong>da</strong> vi<strong>da</strong>, uma personali<strong>da</strong><strong>de</strong> bem integra<strong>da</strong> e uma coletivi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> convivência harmônica. Mas o procedimento<br />

mais comum é usar os três cérebros num formato “dois contra um”, privilegiando dois <strong>de</strong>les.<br />

Isso ain<strong>da</strong> não produz morbi<strong>de</strong>z, se os três atuam <strong>de</strong>ntro <strong>da</strong> proporcionali<strong>da</strong><strong>de</strong>. De to<strong>da</strong>s as maneiras, a<br />

lógica do plural e do complexo arranca <strong>da</strong> lei do três, supõe os três cérebros e seu Ciclo Cibernético <strong>de</strong><br />

Feedback, funcionando em nível ca<strong>da</strong> vez mais elevado.<br />

O mo<strong>de</strong>lo gráfico, à direita, mostra o <strong>de</strong>sdobramento <strong>da</strong>s funções do tricerebrar mínimo (que se<br />

vê ao centro – pensar, criar, fazer) articula<strong>da</strong>s num único percurso <strong>de</strong> <strong>de</strong>z passos. É o itinerário completo<br />

requerido para tratar qualquer situação, tema ou problema, ou seja: diagnosticar, escolher estratégias e<br />

governar/pilotar um sistema para sobreviver e ter êxito em seu entorno. O conjunto se <strong>de</strong>nomina “Ciclo”<br />

porque é repetitivo, recorrente; “Cibernético” porque é computacional; e “<strong>de</strong> Feedback” porque sua função<br />

maior é regular e controlar o que acontece com o sistema.<br />

Ao centro do CCF expandido, à direita, aparecem linhas que indicam quatro níveis. Isso ilustra<br />

este fato: Ain<strong>da</strong> que todos os mamíferos tenham três cérebros (os não-mamíferos têm um sistema nervoso<br />

à sua maneira) que funcionam como um CCF integrado, seu <strong>de</strong>sempenho po<strong>de</strong> <strong>da</strong>r-se em quatro<br />

diferentes níveis <strong>de</strong> eficiência, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o mais primitivo, inconsciente e instintivo, até o mais sofisticado,<br />

consciente e elevado. Todos os seres têm e usam um CCF mínimo (<strong>de</strong> nível 1), que é hereditário, biológico<br />

e <strong>de</strong>terminista, com feedback automático. Os mamíferos que conseguem ir além do nível 1 tornamse<br />

ca<strong>da</strong> vez menos instintivos e mecânicos e ca<strong>da</strong> vez mais livres e auto<strong>de</strong>terminados, conforme sua<br />

evolução chegue ao nível 2, 3 ou 4.<br />

Quanto mais alto o nível alcançado, entretanto, funciona ca<strong>da</strong> vez menos o feedback automático,<br />

funcionando ca<strong>da</strong> vez mais a liber<strong>da</strong><strong>de</strong> e o livre arbítrio individual. Por isso, é imprescindível impor critérios<br />

éticos, morais, racionais, <strong>da</strong> lei e <strong>da</strong> repressão para manter os três cérebros e os três subgrupos<br />

<strong>de</strong>ntro dos limites <strong>da</strong> proporcionali<strong>da</strong><strong>de</strong>. Esses critérios são mais essenciais ao oficialismo que tem maior<br />

vocação e inescrupulosi<strong>da</strong><strong>de</strong> “naturais” para impor seu cérebro central e sua maximocracia, ludibriando a<br />

ética, a lei e os <strong>de</strong>mais subgrupos.<br />

Os três cérebros, criados pela reali<strong>da</strong><strong>de</strong> co-evolutiva, mas ao mesmo tempo<br />

“criadores, inventores ou a<strong>da</strong>ptadores <strong>de</strong> reali<strong>da</strong><strong>de</strong>s” po<strong>de</strong>m ser usados como um conceito<br />

central, uma encruzilha<strong>da</strong> e alfân<strong>de</strong>ga por on<strong>de</strong> entra e sai to<strong>da</strong> e qualquer reali<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

Po<strong>de</strong>m ser usados:<br />

para <strong>de</strong>finir e classificar triadicamente as necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s humanas;<br />

para <strong>de</strong>finir e classificar triadicamente as profissões e seus níveis ou carreiras;<br />

para explicar a criação <strong>da</strong>s três culturas – científico-legalista, político-econômica,<br />

e sacral-ficcional<br />

para i<strong>de</strong>ntificar os comportamentos humanos em três subgrupos <strong>de</strong>rivados dos<br />

três ângulos cerebrais e para superar simplificações como “bem e mal”, “espírito<br />

e matéria“, “corpo e alma”, “separação dos três po<strong>de</strong>res <strong>de</strong> governo”, “livre mercado”<br />

etc.;<br />

para enten<strong>de</strong>r o inconsciente coletivo animal-<strong>de</strong>terminista, o inconsciente paranormal-onírico<br />

e o quase consciente racional-eletivo;<br />

para mu<strong>da</strong>r <strong>de</strong> método <strong>de</strong> busca <strong>da</strong> ver<strong>da</strong><strong>de</strong>, <strong>da</strong> prosperi<strong>da</strong><strong>de</strong> e <strong>da</strong> justiça, passando-o<br />

<strong>de</strong> monádico a triádico;<br />

33


para reorganizar o conhecimento e seus métodos nas três versões impostas pelo<br />

cérebro tri-uno, como reformular a saú<strong>de</strong>/enfermi<strong>da</strong><strong>de</strong> em suas três manifestações:<br />

psico-emoto-somáticas – antiloucura, anti<strong>de</strong>pressivas e antimorte etc.<br />

Usando o tricerebrar para classificar, por exemplo, as necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s humanas,<br />

teríamos:<br />

O tricerebrar e a cultura racional-analítica são combatidos pelo oficialismo e estão<br />

retroce<strong>de</strong>ndo, sob suspeita <strong>de</strong> formar i<strong>de</strong>ologias para servir a interesses econômico-políticos<br />

(dos adversários). A tecnologia <strong>da</strong> informação está substituindo e mecanizando<br />

as funções mentais, em lugar <strong>de</strong> servir para o que são: extensões amplificadores.<br />

Por outro lado, se <strong>de</strong>clara que estamos na “Socie<strong>da</strong><strong>de</strong> do Conhecimento” e do<br />

Knowledge Management. Ou será que a Gestão do Conhecimento é somente para que<br />

o oficialismo se melhore na geração e gestão <strong>da</strong> idiotice dos <strong>de</strong>mais?<br />

É que pelo paradigma monádico dos dirigentes do império anglo-americanoisraelense,<br />

cheio <strong>de</strong> energia e ganas <strong>de</strong> guerrear, tudo se reduz ao cérebro central e<br />

sua cultura do dinheiro: um pouco <strong>de</strong> produção, muitos negócios especulativos e riqueza<br />

financeira maximocrática-<strong>de</strong>lirante. Triunfou a “Econocracia” sobre a <strong>de</strong>mocracia<br />

racional-legal-equitativa do Estado e sobre a sacrocracia/teocracia (religiões). “O ensino<br />

<strong>da</strong> arte <strong>da</strong> mentira, <strong>da</strong> ganância, e <strong>da</strong> ven<strong>da</strong> <strong>de</strong> seguros <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> eterna, está substituindo<br />

a educação”.<br />

Os catequistas econômicos chegaram a uma conclusão óbvia ululante: os agentes<br />

ou subgrupos do mercado têm “informação assimétrica” (<strong>de</strong>sigual; antes proclamavam<br />

que as partes tinham informação igual e que, por isso, a livre concorrência era<br />

perfeita). Isso <strong>de</strong> “informação assimétrica” é um eufemismo politicamente correto para<br />

não dizer que os oficialistas negociantes/ven<strong>de</strong>dores/financistas são supremamente<br />

mais informados, espertos e velhacos que os ingênuos subgrupos antioficiais e oscilantes<br />

compradores. Os oficialistas se guiam pelo cérebro central agressivo, viciado e<br />

doutorado em dinheiro, enquanto os antioficialistas e oscilantes acreditam e engolem<br />

tudo porque são guiados pelo cérebro esquerdo e direito, que são semi-analfabetos em<br />

negócios (mas já é hora <strong>de</strong> concluir essa alfabetização).<br />

Para abortar o pensamento crítico e antioficial, interessa aos subgrupos oficiais<br />

<strong>da</strong> “Econocracia” promover o cérebro e a cultura emocional: Homo eroticus, TV, carnavais,<br />

mo<strong>da</strong>s e shows, reinados e concursos <strong>de</strong> beleza, superstições, religiões mitológicas<br />

etc. Essa avalanche <strong>de</strong> banali<strong>da</strong><strong>de</strong>s reduz a maioria <strong>da</strong> população a uma massa<br />

<strong>de</strong> (re)produtores-consumidores cegos e produz uma imensidão <strong>de</strong> idiotas, <strong>de</strong>sprovidos<br />

<strong>de</strong> pensamento crítico e revolucionário. Assim é como o oficialismo usa o tricerebrar<br />

e a tecnologia informática. Por isso se diz que to<strong>da</strong> a tecnologia informática e a<br />

mídia são direitistas ou oficialistas. Além do mais, são gran<strong>de</strong>s negócios para <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r<br />

gran<strong>de</strong>s negócios: a comunicação não busca o entendimento; busca vitórias.<br />

34


Para produzir uma socie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> massas ou cultivar o oscilantismo, usa-se to<strong>da</strong><br />

essa tecnologia informática, distanciando a população <strong>da</strong> reali<strong>da</strong><strong>de</strong> real, substituindo-a<br />

por sua forma virtual estética e lúdica. Por isso, adotou-se o título “Show” do Jogo<br />

Mundial para a reali<strong>da</strong><strong>de</strong> global. Tudo se está convertendo em show ou espetáculo virtual:<br />

muita visibili<strong>da</strong><strong>de</strong>, pouca informação séria, muitos vírus, spams, erotismo, arte banaliza<strong>da</strong><br />

e comércio eletrônico, inclusive <strong>de</strong> órgãos do corpo humano e <strong>de</strong> virgin<strong>da</strong><strong>de</strong>s.<br />

O mundo virtual, mágico e maravilhoso, está enfeitiçando a curiosi<strong>da</strong><strong>de</strong> humana, afastando<br />

e quase substituindo a reali<strong>da</strong><strong>de</strong> “real” (equilíbrio proporcional entre simbólico e<br />

real, entre subjetivo e objetivo ou entre os três cérebros). Os subgrupos oficiais mais<br />

altos e seus meios <strong>de</strong> comunicação catequizadores são uns irresponsáveis nessa manipulação<br />

<strong>de</strong>scara<strong>da</strong> <strong>de</strong> cérebros para produzir otários econômicos e mongolói<strong>de</strong>s sociais.<br />

Per<strong>de</strong>u-se o amor à ver<strong>da</strong><strong>de</strong>, à comunicação transparente e sincera para a cooperação,<br />

em favor <strong>da</strong> mentira e do enganoso marketing político-econômico-sacral, acirrando<br />

a competição e levando a comunicação e a filosofia ao colapso. Será isso, para<br />

os humanos, o equivalente à encefalopatia espongiforme – o mal <strong>da</strong> vaca louca? A falta<br />

do conceito <strong>de</strong> cérebro tri-uno impe<strong>de</strong> a noção <strong>de</strong> um “eu” tri-uno com hegemonia<br />

rotativa, variável, flui<strong>da</strong>. E dissolve a personali<strong>da</strong><strong>de</strong> tri-una em múltiplas personali<strong>da</strong><strong>de</strong>s,<br />

com “eus” separados e autônomos, como na esquizofrenia e loucura.<br />

Vale recor<strong>da</strong>r que o cérebro é um sistema eletromagnético e funciona com freqüências<br />

ou on<strong>da</strong>s <strong>de</strong> diferente intensi<strong>da</strong><strong>de</strong>, conheci<strong>da</strong>s como alfa, beta, gama, theta,<br />

<strong>de</strong>lta etc. que <strong>de</strong>terminam estados mentais <strong>de</strong> agitação, reflexão, relaxamento e sono,<br />

respectivamente. Os estados <strong>de</strong> reflexão y agitação usam freqüências mais altas, mais<br />

apropria<strong>da</strong>s para tarefas <strong>de</strong> atenção y esforço – on<strong>da</strong>s beta e gama; e os estados <strong>de</strong><br />

imaginação, paranormali<strong>da</strong><strong>de</strong> e sono usam freqüências mais baixas – on<strong>da</strong>s alfa, theta<br />

e <strong>de</strong>lta. Os manipuladores <strong>de</strong> cérebros sabem como produzir os diversos estados mentais<br />

para estimular a produção e o consumo, para impor crenças, superstições, bruxarias,<br />

ocultismo e alienação, quando o indivíduo e a coletivi<strong>da</strong><strong>de</strong> não conhecem e não<br />

dominam seus estados mentais.<br />

A pesquisa <strong>da</strong> consciência - como se dá o fluxo do pensamento e como se dá o<br />

fluxo <strong>da</strong> auto-observação no sentir, no pensar, no fazer e seu correspon<strong>de</strong>nte jogo<br />

neuronal - é a frente avança<strong>da</strong> do estudo do cérebro, mas ain<strong>da</strong> pelo método monádico<br />

ou monocerebral. Se fosse pelo tricerebrar quem sabe se avançaria um pouco mais<br />

e facilitaria crescer em consciência, o suficiente para <strong>de</strong>ter o holocausto global que está<br />

em an<strong>da</strong>mento.<br />

CENÁRIO 04 – Núcleo Reprodutivo, família.<br />

Este mo<strong>de</strong>lo gráfico ilustra a família como um sistema tri-uno cujas relações po<strong>de</strong>m ser mostra<strong>da</strong>s<br />

por um sociograma ou gráfico que represente laços entre filho e mãe, filha e pai ou entre irmãos e<br />

entre esposos. A família não é um ninho <strong>de</strong> puro amor: é um campo <strong>de</strong> jogos triádicos, proporcionais ou<br />

não, on<strong>de</strong> atuam jogadores em diferentes ciclos <strong>de</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong>, com diferentes arsenais <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r, e frente a<br />

distintos obstáculos. Aí há um subgrupo oficial, geralmente a mulher, com o uso maior <strong>de</strong> suas estratégias<br />

<strong>de</strong> cérebro esquerdo e direito ou arsenal psicomoral, quase invisível; há um subgrupo antioficial intermitente<br />

(que aparece <strong>de</strong> vez em quando), geralmente o homem ou os filhos adolescentes, com o uso<br />

maior do arsenal físico-agressivo do cérebro central; e há um subgrupo oscilante, que são os filhos antes<br />

<strong>da</strong> adolescência e, também, um esposo conciliador, apesar <strong>de</strong> alguns momentos <strong>de</strong> antioficialismo.<br />

35


A trama <strong>da</strong> novela familiar, ou esquema <strong>de</strong> jogo <strong>de</strong>senhado pela energia tri-una, empurra o filho a<br />

vincular-se preferencialmente à mãe e a rivalizar com o pai e outros irmãos ou figuras masculinas, salvo<br />

alguns <strong>de</strong>svios; e a filha, a vincular-se preferencialmente ao pai e a rivalizar com a mãe e outras irmãs ou<br />

figuras femininas, salvo alguns <strong>de</strong>svios. Estas vinculações <strong>de</strong> cooperação, <strong>de</strong> rivali<strong>da</strong><strong>de</strong> e, às vezes, <strong>de</strong><br />

neutrali<strong>da</strong><strong>de</strong> ou indiferença acabam por formar três subgrupos na família e alimentar o jogo triádico até a<br />

adolescência, no mínimo. Depois, começa o esforço <strong>de</strong> emancipação para conquistar autocondução ou<br />

autonomia tricerebral frente ao pai, à mãe, à família, e reorganizar a personali<strong>da</strong><strong>de</strong> para os jogos triádicos<br />

<strong>de</strong> adultos.<br />

O suposto emancipado <strong>da</strong> autori<strong>da</strong><strong>de</strong> dos pais carrega um imenso inconsciente enterrado em<br />

seus três cérebros, que se projetará/repetirá clan<strong>de</strong>stinamente (sem consciência <strong>de</strong> seu dono) em seus<br />

relacionamentos horizontais <strong>de</strong> simpatia/antipatia à primeira vista entre pessoas e subgrupos. O mesmo<br />

acontecerá em seus relacionamentos verticais frente a um chefe, a candi<strong>da</strong>tos políticos, a lí<strong>de</strong>res religiosos,<br />

<strong>de</strong>uses e santos ou <strong>de</strong>mônios. Isso explica, em gran<strong>de</strong> parte, por que um político ou um chefe religioso<br />

<strong>de</strong>spertam paixões que provocam divisões e até ódios, sem ter muito a ver com vantagens/per<strong>da</strong>s<br />

reais implica<strong>da</strong>s. É que o político ou o religioso se insinuam no inconsciente como símbolos <strong>de</strong><br />

pai/mãe/irmãos amados ou odiados.<br />

Que o adulto se tenha tornado um conservador, um rebel<strong>de</strong> ou um conformista, isso <strong>de</strong>pen<strong>de</strong><br />

principalmente do subgrupo em que se encaixou na infância, <strong>da</strong>s alianças e competições que viveu e <strong>da</strong><br />

programação tricerebral inconsciente que foi acontecendo no jogo triádico familiar, prolongado no jogo<br />

triádico escolar. Não <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> ser primogênito, caçula ou do meio. Jacó não era primogênito, mas era<br />

o predileto <strong>de</strong> sua mãe Rebeca, que era o subgrupo oficial, e arranjou tudo para que ele her<strong>da</strong>sse a posição<br />

oficialista, em <strong>de</strong>trimento <strong>de</strong> seu irmão Esaú.<br />

A “atração” exerci<strong>da</strong> pelos pais sobre os filhos e o “amor” dos filhos para com os pais (e mais<br />

tar<strong>de</strong> entre noivos/esposos) são palavras do cérebro direito romântico para explicar (ocultando) um fato<br />

<strong>de</strong> cérebro central: trata-se <strong>de</strong> artimanhas tri-cérebro-grupais para a busca <strong>de</strong> satisfatores <strong>de</strong> informação,<br />

sobrevivência/reprodução e soli<strong>da</strong>rie<strong>da</strong><strong>de</strong>. Quando a busca dá certo e satisfaz essas necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s, falase<br />

romanticamente <strong>de</strong> “amor” e felici<strong>da</strong><strong>de</strong> (porque “ganhar” produz endorfina com sensação <strong>de</strong> prazer e<br />

convite para ficar adicto); quando não dá certo, fala-se romanticamente <strong>de</strong> “ódio” e infelici<strong>da</strong><strong>de</strong> (porque<br />

“per<strong>de</strong>r” produz adrenalina com sensação <strong>de</strong> <strong>de</strong>sprazer e aversão).<br />

A revolução familiar e <strong>de</strong> gêneros é total: a clonagem, os casamentos gays e<br />

lésbicos (“homoafetivos” seria uma <strong>de</strong>nominação mais justa), a comercialização <strong>de</strong> crianças,<br />

os milhões <strong>de</strong> meninos filhos <strong>da</strong> orgia procriadora dos pobres, a criação <strong>de</strong><br />

mercado infantil, as crianças obesas, bipolares e assassinas precoces, o turismo sexual,<br />

filhos matando a seus pais, adolescentes matando nas escolas, os reality shows, a<br />

erotização vulgar do ambiente pela publici<strong>da</strong><strong>de</strong> etc. Os padres católicos acusados <strong>de</strong><br />

cometer abuso sexual homoerótico nos EUA são 4.500. Os idosos são obrigados a<br />

trabalhar anos a mais e são roubados em sua aposentadoria porque vivem “<strong>de</strong>mais” e<br />

po<strong>de</strong>m quebrar o Estado do bem-estar social... Por fim, retornamos ao começo: um tribunal<br />

sentenciou que o canibal alemão não é um “antropófago criminoso” e virou show<br />

<strong>de</strong> notícias.<br />

Algo an<strong>da</strong> mal no núcleo afetivo (família) em qualquer <strong>de</strong> suas mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong>s. O<br />

que está acontecendo com o oficialismo feminino e o acessório/oscilante do “sexo supérfluo”?<br />

E com os filhos ca<strong>da</strong> vez mais consumistas, mais drogados, mais violentos e<br />

mais tiranizadores <strong>de</strong> seus pais?. On<strong>de</strong> estão a sagra<strong>da</strong> família e o “lar doce lar” ou<br />

ter-se-á convertido em “lar insuportável lar”? A sexuali<strong>da</strong><strong>de</strong> e o erotismo vulgar prevalecerão<br />

sobre os valores <strong>de</strong> convivência do núcleo afetivo? A formação familiar-escolar<br />

do ser humano é tarefa em progressivo fracasso?<br />

Estão em <strong>de</strong>cadência nossas comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s, nossas ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s e nossa convivência.<br />

“O outro” conta ca<strong>da</strong> vez menos e po<strong>de</strong> ser submetido aos abusos do individualismo<br />

soberbo e arrogante “superior”. O racismo, embora <strong>de</strong>sarmado pelo genoma <strong>de</strong>cifrado,<br />

continua fazendo vítimas e retar<strong>da</strong>ndo o i<strong>de</strong>al <strong>da</strong> compreensão humana e tolerância<br />

transcultural e trans-étnica.<br />

36


Está em an<strong>da</strong>mento, sem dúvi<strong>da</strong>, por parte dos subgrupos oficialistas mais altos,<br />

uma estratégia <strong>de</strong> promover guerras <strong>de</strong> gênero, raciais, étnicas, religiosas, tribais,<br />

familiares, intersindicais, que são embates horizontais ou <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um<br />

mesmo nível, para evitar que as vítimas se unam para revoluções verticais ou <strong>de</strong> combate<br />

ao oficialismo opressor “<strong>de</strong> cima”.<br />

CENÁRIO 5 – PRESTUSUÁRIAS E AGENDONOMIA. “Prestusuárias” são organizações,<br />

empresas, instituições <strong>da</strong> agendonomia (trabalho, ocupações), assim <strong>de</strong>nomina<strong>da</strong>s<br />

porque são compostas <strong>de</strong> trabalhadores ou prestusuários <strong>de</strong>, no mínimo, quatro<br />

níveis, que <strong>de</strong>sempenham agen<strong>da</strong>s que são, ao mesmo tempo, prestadias e usuárias.<br />

São conceitos que con<strong>de</strong>nsam e substituem uma multiplici<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> outros como<br />

produtor/consumidor, ven<strong>de</strong>dor/comprador, doador/receptor, oferta/<strong>de</strong>man<strong>da</strong>, esforço/beneficio<br />

etc.<br />

PODER<br />

POLÍTICO<br />

PRESTUSUÁRIAS<br />

REGULADORAS<br />

S06.1 - Comunicação<br />

S07 - Educação<br />

S11 - Segurança<br />

S12 - Polít-Administrativo<br />

S13 - Jurídico<br />

PODER ECONÔMICO<br />

PRESTUSUÁRIAS<br />

APROPRIADORAS<br />

S03 – Manutenção<br />

Comércio<br />

S06.2 - Transporte<br />

S08 – Patrim/Financeiro<br />

S09 - Produção<br />

PRESTUSUÁRIAS<br />

REGENERADORAS<br />

S01 - Família<br />

S02 - Saú<strong>de</strong><br />

S04 - Soli<strong>da</strong>rie<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

S05 - Recreação<br />

S10 - Religioso<br />

S14 - Precedência<br />

Este mo<strong>de</strong>lo gráfico ilustra os 14 subsistemas, setores ou áreas <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> em que indivíduos, empresas,<br />

instituições, países e planeta organizam, divi<strong>de</strong>m e exercem a agendonomia prestusuária: conjunto<br />

<strong>de</strong> ocupações <strong>de</strong> produção-oferta e <strong>de</strong> aquisição-consumo <strong>de</strong> satisfatores no contexto <strong>da</strong> jaula triádica.<br />

A primeira gran<strong>de</strong> divisão-especialização <strong>da</strong> agendonomia (divisão <strong>de</strong> trabalho ou ocupações em<br />

todos os 14 subsistemas) se <strong>de</strong>ve aos três cérebros, criadores que são dos três po<strong>de</strong>res supremos – o<br />

político, o econômico, e o sacral, como ilustrado no gráfico. Esses três po<strong>de</strong>res exercem o comando/controle<br />

<strong>da</strong> agendonomia, agrupa<strong>da</strong> pelo tricerebrar em três culturas ou três blocos. A permanente<br />

competição por hegemonia entre esses três po<strong>de</strong>res máximos cria uma divisão <strong>de</strong> “esferas <strong>de</strong> influência<br />

e jurisdição” sobre os três blocos <strong>de</strong> agendonomia, mais ou menos assim:<br />

1. O bloco <strong>da</strong>s prestusuarias “regeneradoras” - porque geram e regeneram pessoas, quando se<br />

<strong>de</strong>terioram - em que o Po<strong>de</strong>r Sacral (<strong>de</strong> mol<strong>de</strong> ju<strong>da</strong>ico-cristão e islâmico, principalmente) luta por hegemonia<br />

sobre o cérebro direito que crê e ama, manipulando os outros dois. Seus satisfatores são a reprodução<br />

<strong>de</strong> ci<strong>da</strong>dãos e prestusuários/trabalhadores pelo S01, a domesticação <strong>de</strong>les para o trabalho e a<br />

submissão <strong>de</strong> indivíduos e famílias ao mercado; a prevenção/cura <strong>de</strong> enfermos e feridos pelo S02; a<br />

promoção <strong>da</strong> soli<strong>da</strong>rie<strong>da</strong><strong>de</strong>, com arte <strong>de</strong> amar e conviver pelo S04; a organização do <strong>de</strong>scanso e <strong>de</strong>sfrute<br />

pelo S05; a oferta <strong>de</strong> sentido espiritual e compensações “celestiais” por suportar a dura existência pelo<br />

S10; e o i<strong>de</strong>al <strong>de</strong> superação, transcendência e glória pelo S14. Estas prestusuárias são as mais tradicionais;<br />

e são regula<strong>da</strong>s quase totalmente <strong>de</strong>ntro do território nacional, com pouca interferência externa.<br />

2. O bloco <strong>da</strong>s prestusuárias “apropriadoras”. Elas são assim <strong>de</strong>nomina<strong>da</strong>s porque fazem a<br />

apropriação dos recursos ou matéria-prima <strong>da</strong> natureza, os processa/transforma em satisfatores e os põe<br />

à disposição dos usuários. Neste bloco, o Po<strong>de</strong>r Econômico – bancos, seguradoras, bolsa, indústrias, latifúndio<br />

e agrobusiness, comércio, serviços etc. - luta por hegemonia sobre o cérebro central cobiçosoguerreiro,<br />

manipulando os outros dois. Seus satisfatores são a organização do mercado-comércio-troca<br />

ou sistema <strong>de</strong> compra-ven<strong>da</strong> <strong>de</strong> satisfatores pelo S03; a circulação <strong>de</strong>sses satisfatores pelo S06-<br />

Transporte; a criação e oferta <strong>de</strong> moe<strong>da</strong> como símbolo quase universal <strong>de</strong> representação, troca e guar<strong>da</strong><br />

$<br />

PODER<br />

SACRAL<br />

S01 S02 S03 S04 S05 S06 S07 S08 S09 S10 S11 S12 S13 S14<br />

parentesc saú<strong>de</strong> manutenç soli<strong>da</strong>rie lazer comunic educaç patrimon produç religioso segurança político jurídico precedên<br />

Fig. 16. Prestusuárias, Agendonomia (Produção e Consumo) em Três Blocos<br />

37


<strong>de</strong> satisfatores-valores pelo S08; e a extração <strong>de</strong> matéria prima, transformação em satisfatores e entrega<br />

ao comercio pelo S09.<br />

Estas prestusuárias “econômicas”, típicas do oficialismo e <strong>de</strong> seu po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> opressão e exploração,<br />

são as que controlam a proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> dos meios <strong>de</strong> produção, o mercado <strong>de</strong> trabalho e salários, a<br />

produção, circulação e precificação dos satisfatores, e sua conversão em riqueza. Este bloco <strong>de</strong> prestusuárias<br />

é o foco <strong>de</strong> <strong>de</strong>bates e revoluções <strong>de</strong> sempre, mas principalmente <strong>de</strong>s<strong>de</strong> meta<strong>de</strong> do Século XIX,<br />

com o socialismom. E o seguirá sendo até que se encontre alguma fórmula <strong>de</strong> proporcionali<strong>da</strong><strong>de</strong> entre<br />

proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> coletiva e particular, entre produção e partilha <strong>da</strong> mais-valia, entre necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s reais e artificiais<br />

nos quatro níveis <strong>de</strong> vivência proporcionais (mini, médio, grã e maxivivência), e entre o uso do<br />

ecossistema pelos humanos e os <strong>de</strong>mais ocupantes do planeta (inter-sustentabili<strong>da</strong><strong>de</strong>).<br />

Como sair <strong>de</strong>, ou controlar um sistema tão enraizado <strong>de</strong> produção somente <strong>de</strong> mercadorias, e<br />

somente a serviço <strong>de</strong> ganhos máximos, para chegar a um sistema <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> satisfatores tricerebrais<br />

para necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s reais e <strong>de</strong> ganhos mo<strong>de</strong>rados e repartidos proporcionalmente? O principal <strong>de</strong>safio<br />

é o fato <strong>de</strong>, com a globalização, os Estados nacionais terem pouco controle sobre essas prestusuárias<br />

que se tornam transnacionais e, até, supranacionais. Isto significa que elas têm po<strong>de</strong>r e recursos que<br />

permitem impor suas leis e suas conveniências a governos locais mais fracos. Ou seja: um conjunto <strong>de</strong><br />

regras <strong>de</strong> mercado e intercâmbio <strong>de</strong>sproporcional e injusto.<br />

3. O bloco <strong>da</strong>s prestusuárias “reguladoras”. Elas são assim <strong>de</strong>nomina<strong>da</strong>s porque regulamadministram<br />

a convivência coletiva e particular com comando, legislação e repressão. Neste bloco, o Po<strong>de</strong>r<br />

Político luta por hegemonia sobre o cérebro esquerdo racional-legalista, manipulando os outros dois.<br />

Seus satisfatores são informação pelo S06-Comunicação; educação-ciência-capacitação pelo S07; <strong>de</strong>fesa<br />

<strong>da</strong> or<strong>de</strong>m estabeleci<strong>da</strong> e repressão aos perturbadores pelo S11; planejamento, administração e controle<br />

<strong>da</strong> convivência em socie<strong>da</strong><strong>de</strong> pelo S12; e legislação que estabelece direitos-<strong>de</strong>veres e seus limites a<br />

indivíduos, grupos e coletivi<strong>da</strong><strong>de</strong>s, para que a convivência seja menos anárquica e pre<strong>da</strong>tória, e mais pacifista<br />

e proporcional pelo S13.<br />

Essas prestusuárias regulam ca<strong>da</strong> vez menos as prestusuárias do processo econômico nos territórios<br />

nacionais, com exceção <strong>da</strong> se<strong>de</strong> imperial. Todos os governos têm que trabalhar para elas, porque<br />

elas pagam os políticos, ain<strong>da</strong> que explorem e não in<strong>de</strong>nizem o ecossistema que é patrimônio <strong>de</strong> todos.<br />

As atuais instituições <strong>de</strong> regulação internacional trabalham para elas e seus donos, pelas mesmas razões.<br />

Depois <strong>da</strong> especialização em três gran<strong>de</strong>s blocos ou culturas, vem a segmentaçãoespecialização<br />

<strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> um dos 14 subsistemas, por segmentação horizontal ou paralela. Por<br />

exemplo: o S02-Saú<strong>de</strong> po<strong>de</strong> ter os seguintes segmentos-especializações: medicina, farmácia, enfermaria,<br />

fisioterapia, odontologia, psicologia, veterinária, fitopatologia etc. E ca<strong>da</strong> uma po<strong>de</strong> ter mais segmentações<br />

internas ou subsegmentações-subespecializações.<br />

Depois, vem a divisão-especialização <strong>da</strong> agendonomia dos 14 subsistemas, dita vertical, porque<br />

forma os organogramas, as hierarquias, os níveis <strong>de</strong> uma carreira, <strong>de</strong> uma instituição e <strong>de</strong> qualquer sistema.<br />

Ca<strong>da</strong> um dos 14 subsistemas tem uma hierarquia própria, algumas com muitos níveis como a carreira<br />

militar, outras com menos como a carreira <strong>de</strong> esportista. Mas po<strong>de</strong>-se con<strong>de</strong>nsar qualquer hierarquia<br />

em quatro níveis essenciais, <strong>de</strong> baixo para cima: nível <strong>de</strong> execução, supervisão, assessoria, direção.<br />

As prestusuárias apropriadoras (econômicas) se apo<strong>de</strong>raram do mundo, governado<br />

pelo Po<strong>de</strong>r Econômico e suas instituições/corporações financeiras, industriais,<br />

comerciais, agropecuárias etc., muitas sendo multi e transnacionais, a maioria <strong>de</strong>las<br />

com matriz na se<strong>de</strong> do império. A nova supremacia anglo-americana-israelense, com<br />

sua doutrina do neoliberalismo e do Consenso <strong>de</strong> Washington em nova aliança com o<br />

messianismo ju<strong>da</strong>ico-cristão estabeleceu, <strong>de</strong> vez, a econocracia ou a usurocracia –<br />

governo mundial exercido pelo subgrupo oficial do capital. As constituições republicanas,<br />

os direitos do ser humano, o discurso cívico e humanista, a proteção ao trabalho e<br />

aos mais fracos, tudo isso foi substituído pela linguagem e pelas regras selvagens do<br />

mercado, dita<strong>da</strong>s pelo império global.<br />

O ci<strong>da</strong>dão foi substituído pelo consumidor e seus direitos não são protegidos<br />

mais do que por um insignificante código <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa do consumidor. Promove-se a<br />

i<strong>de</strong>ologia do êxito exclusivamente econômico, do trabalho fanático para acumular na<strong>da</strong><br />

mais que dinheiro; incentiva-se a <strong>de</strong>monstração do êxito pelo consumismo ostensivo e,<br />

como “o fim justifica os meios” é parte <strong>da</strong> lógica oficialista, a corrupção tornou-se uma<br />

38


virtu<strong>de</strong>, tanto no Po<strong>de</strong>r Econômico, como no Político e no Sacral, todos transformados<br />

em corporações <strong>de</strong>dica<strong>da</strong>s à caça ao dinheiro. Somos governados por corporações<br />

<strong>de</strong>sgoverna<strong>da</strong>s, que estão <strong>da</strong>ndo shows <strong>de</strong> corrupção, governa<strong>da</strong>s por subgrupos oficiais<br />

manipuladores e assaltantes. Enron, Worldcom, Parmalat, Tyco, A<strong>de</strong>lphia não serão<br />

as últimas. Se a isso acrescentarmos os bancos particulares com seus paraísos<br />

fiscais e lavan<strong>de</strong>rias <strong>de</strong> dinheiro, mais o Fundo Monetário Internacional com o Banco<br />

Mundial e o ISB (banco central mundial), teremos um esboço arquitetônico do terrorismo<br />

econômico oficial.<br />

As prestusuárias do Po<strong>de</strong>r Político, instituí<strong>da</strong>s como reguladoras do bem comum<br />

dos três subgrupos, se transformaram em office-boy do Po<strong>de</strong>r Econômico nos países<br />

oci<strong>de</strong>ntalizados e, também, do Po<strong>de</strong>r Sacral em outras partes; mesmo no Oci<strong>de</strong>nte, o<br />

Po<strong>de</strong>r Político já começa a pôr-se a serviço do Po<strong>de</strong>r Sacral, como nos EUA, por<br />

exemplo. O Po<strong>de</strong>r Político mercantilizou-se e corrompeu-se vergonhosamente.<br />

As prestusuárias do Po<strong>de</strong>r Sacral (pastoral), supostamente regeneradoras, puseram-se<br />

a serviço do Po<strong>de</strong>r Econômico ju<strong>da</strong>ico, protestante, católico, hinduísta, xintoísta,<br />

confuciano e ortodoxo, quando não se mercantilizaram elas mesmas. Nas teocracias<br />

islâmicas, ocorre o inverso.<br />

O direito <strong>de</strong> sobreviver, <strong>de</strong> apren<strong>de</strong>r e <strong>de</strong> realizar-se por meio do trabalho está<br />

comprometido. Está comprometido principalmente em nível operacional ou <strong>de</strong> minivivência,<br />

porque a tecnologia e a tirania econômica suprimem empregos e impõem uma<br />

economia basea<strong>da</strong> em mais educação e conhecimento, o que é ca<strong>da</strong> vez mais escasso<br />

na escola pública que é a escola <strong>da</strong>s classes mais baixas. Nos <strong>de</strong>mais níveis, este<br />

direito está comprometido porque prevaleceu a i<strong>de</strong>ologia do trabalho mercenário, exclusivamente<br />

a soldo.<br />

A confiança do povo nas instituições diminui porque as vê trabalhar ca<strong>da</strong> vez<br />

mais para os po<strong>de</strong>rosos. Para os empregados terem um aumento <strong>de</strong> salários e outros<br />

ganhos precisam fazer greves, expor-se aos cães e aos cassetetes <strong>da</strong> Polícia e às<br />

sentenças <strong>da</strong> Justiça dos po<strong>de</strong>rosos. Já os políticos e os patrões, para aumentarem<br />

seus ganhos, basta o cartel <strong>de</strong>les <strong>de</strong>cidir e seus salários e preços se instalam como<strong>da</strong>mente,<br />

sem ter que fazer passeatas, sem ter que enfrentar cães, policiais e sentenças<br />

judiciais incriminatórias. É para isso que serve o livre jogo do mercado... “Des<strong>de</strong> os<br />

anos 80, o 1% mais rico <strong>da</strong> população dos EUA duplicou seu patrimônio frente aos<br />

<strong>de</strong>mais ci<strong>da</strong>dãos; se olharmos a cúspi<strong>de</strong> <strong>da</strong> pirâmi<strong>de</strong>, o 0,01% mais rico sextuplicou<br />

sua riqueza”. Enquanto os países crescem em média 3-5% a.a. com algumas exceções,<br />

os milionários <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> país e do mundo crescem a uma taxa <strong>de</strong> 4,3% na China;<br />

14,6% na Índia; 6,3% na América Latina; 13,7% na África; e 28,9% no Oriente Médio,<br />

segundo informe <strong>da</strong>s agências <strong>de</strong> avaliação <strong>de</strong> risco dos países.<br />

O mercado globalizado impõe uma feroz e mortal competição entre médias e<br />

pequenas empresas, enquanto as gran<strong>de</strong>s empresas formam monopólios e oligopólios,<br />

com lucros garantidos em contratos assinados por governos fracos e venais como<br />

no caso <strong>da</strong> privatização <strong>de</strong> empresas públicas dos países sub<strong>de</strong>senvolvidos. Os subgrupos<br />

oficialistas do dinheiro do mundo (verifique quem são e on<strong>de</strong> têm seus guar<strong>da</strong>costas<br />

nucleares) criaram sua própria legislação internacional para a formação <strong>de</strong> seu<br />

próprio cartel: TRIMs – Tra<strong>de</strong> Related Investment Measures –, Acordo <strong>de</strong> Investidores.<br />

Essas privatizações com contratos <strong>de</strong> lucro garantido (in<strong>de</strong>xação) são imposição <strong>de</strong>sse<br />

cartel <strong>de</strong> investidores do TRIMs. Antes, eram contratos <strong>de</strong> risco <strong>de</strong> ganhar ou per<strong>de</strong>r;<br />

agora, são contratos sem risco <strong>de</strong> per<strong>de</strong>r...São pérolas do neoliberalismo angloamericano-sionista<br />

que impôs a cobiça e a usura como finali<strong>da</strong><strong>de</strong> suprema <strong>da</strong> humani<strong>da</strong><strong>de</strong>,<br />

do planeta e do universo. Ad majorem auri gloriam!<br />

39


Com isso, po<strong>de</strong>-se prever o <strong>de</strong>smoronamento do ecossistema transformado em<br />

castelo <strong>de</strong> moe<strong>da</strong>s e a vi<strong>da</strong> em túmulo vazio. Esse mo<strong>de</strong>lo do rei Mi<strong>da</strong>s está lutando<br />

para ter uma sobrevi<strong>da</strong> pela criação <strong>de</strong> mais e mais “necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s” <strong>de</strong>snecessárias e<br />

inúteis e <strong>de</strong> produtos com obsolescência planeja<strong>da</strong> para forçar mais consumo, já que a<br />

guerra não consome todos os exce<strong>de</strong>ntes. Por isso, nem todos os “bens” são bons para<br />

todos. Há ca<strong>da</strong> vez mais produtos in<strong>de</strong>sejáveis, seja por eles mesmos ou por suas<br />

conseqüências, como as megalópoles, as drogas, os engarrafamentos urbanos, as<br />

armas e as guerras, os bancos etc.<br />

CENÁRIO 6 – MUNICÍPIOS, COMUNIDADES, TRIBOS.<br />

Este mo<strong>de</strong>lo gráfico ilustra, como num mapa, os componentes essenciais <strong>da</strong> organização comunitária<br />

e a estrutura <strong>de</strong> seu po<strong>de</strong>r local e nacional. Na parte inferior, o gráfico ilustra a evolução ou complexização<br />

<strong>da</strong> energia <strong>de</strong>s<strong>de</strong> sua essência tri-una até o aparecimento do cérebro tri-uno dos mamíferos,<br />

principalmente o humano. Daí em diante, o potencial tri-cérebro-grupal dos humanos criou a cultura e,<br />

também – o trono dos três po<strong>de</strong>res para o oficialismo – uma <strong>de</strong>sgraça ilustra<strong>da</strong> pelas flechas que nascem<br />

<strong>de</strong> ca<strong>da</strong> parte do cérebro rumo ao po<strong>de</strong>r político, econômico e sacral, ao alto do gráfico. Há vários<br />

arranjos entre esses três subgrupos <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r, que se po<strong>de</strong>m ver melhor no cenário 9: <strong>de</strong>mocracia, econocracia,<br />

teocracia, bi-tri-estatismo etc.<br />

Os catorze subsistemas, áreas ou setores <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> – na vertical - são um <strong>de</strong>sdobramento <strong>da</strong>s necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

tricerebrais (ver Cenários 3 e 5) do ambiente, do indivíduo, <strong>da</strong> família, <strong>da</strong> empresaprestusuária,<br />

do país e do planeta. Ca<strong>da</strong> um dos catorze subsistemas ou campos <strong>de</strong> necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s po<strong>de</strong>m<br />

ser <strong>de</strong>talhados pelos 4 fatores operacionais – à esquer<strong>da</strong> do mo<strong>de</strong>lo gráfico – que indicam localização<br />

no espaço-tempo, indicam os três subgrupos <strong>de</strong> personagens/atores e seus níveis, bem como os<br />

procedimentos ou conjunto <strong>de</strong> ações, técnicas, custos e resultados. Os 4 fatores operacionais são uma<br />

sistematização dos conhecidos pronomes interrogativos – on<strong>de</strong>, quando, quem-com quem-contra-quem,<br />

o que, como, por que, com que.<br />

O Show do Jogo Mundial não é mais que a representação <strong>de</strong>ste mesmo mo<strong>de</strong>lo, <strong>de</strong>sdobrado em<br />

16 níveis ou cenários, para representar sua diversi<strong>da</strong><strong>de</strong> e hierarquia em todo o planeta.<br />

A concentração do po<strong>de</strong>r político-estatal, do po<strong>de</strong>r econômico e do Po<strong>de</strong>r Sacral<br />

é, <strong>de</strong> por si, um roubo. Em tempos tão “<strong>de</strong>mocráticos”, nunca se havia visto concentração<br />

tão gran<strong>de</strong> em mãos <strong>de</strong> um oficialismo tão pequeno. Ele se proclama governo ou<br />

autori<strong>da</strong><strong>de</strong>, <strong>de</strong>clarando os <strong>de</strong>mais como socie<strong>da</strong><strong>de</strong> ou povo. O povo foi usurpado e está<br />

aboli<strong>da</strong> sua capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> controlar seus controladores <strong>de</strong> cima. O conceito <strong>de</strong> “Po<strong>de</strong>r<br />

Local” - que seria real po<strong>de</strong>r e controle <strong>da</strong> comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> e do país por todos seus<br />

habitantes ou pela interação efetiva dos três subgrupos - é um mito. A comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>/socie<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

é uma quase proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> dos três po<strong>de</strong>res máximos: po<strong>de</strong>r Político/estatal<br />

(Executivo, Legislativo e Judicial/policial); Po<strong>de</strong>r Econômico (associação ru-<br />

40


al/comercial/industrial/financeira) e Po<strong>de</strong>r Sacral (conjunto <strong>de</strong> correntes espiritualistas<br />

com padres, pastores, gurus, <strong>de</strong>rvixes, mulás, xamãs etc.).<br />

Há, periodicamente, tentativas <strong>de</strong> in<strong>de</strong>pendência e organização popular contra<br />

esses três po<strong>de</strong>res, com moe<strong>da</strong> própria ou um consórcio <strong>de</strong> investimentos para o município;<br />

as re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> troca com moe<strong>da</strong> e “bancos” alternativos; e as comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s eclesiais<br />

<strong>de</strong> base etc. Mas os subgrupos oficiais superiores intervêm prontamente para <strong>da</strong>r<br />

um basta. Acabou o conceito <strong>de</strong> “República” (res (coisa) pública, a co-proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> coletiva)<br />

porque tudo se privatizou. A urbanização está convertendo comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s (lugares<br />

para viver e <strong>de</strong>sfrutar) em labirintos tenebrosos e incontroláveis. Triunfou absolutamente<br />

o oficialismo cuja divisão <strong>de</strong> trabalho entre os três é:<br />

O po<strong>de</strong>r político nos encurrala;<br />

o po<strong>de</strong>r econômico nos assalta;<br />

e o Po<strong>de</strong>r Sacral nos man<strong>da</strong> cobrar a conta no cemitério…<br />

Está esgota<strong>da</strong> a fórmula política para garantir a convivência mínima; a fórmula<br />

econômica <strong>de</strong> mercado para satisfazer as necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s mínimas para a maioria ou para<br />

reduzir a pobreza; e a fórmula <strong>da</strong>s religiões para <strong>de</strong>senvolver soli<strong>da</strong>rie<strong>da</strong><strong>de</strong>/compaixão<br />

amorosa, elevação moral e sentido <strong>de</strong> transcendência. A promessa dos<br />

últimos 500 anos esgotou-se. Mas seus donos continuam aí, como mortos-vivos, exercendo<br />

o terror primordial e permanente, legalizado e armado, que chamamos “violência<br />

1 (um).<br />

A resistência, o protesto, a não aceitação, a utopia alternativa a essa ditadura<br />

tri-hegemônica dos subgrupos oficiais em ruína, autores <strong>da</strong> violência 1 (um), não a<br />

põem já os revolucionários i<strong>de</strong>alistas <strong>da</strong> contraviolência 2 (guerrilha, revolução, contraterror<br />

“ilegal” e menos armado): põem-na, infelizmente, a anarquia <strong>da</strong>s gangues <strong>de</strong><br />

rua, <strong>de</strong> traficantes <strong>de</strong> drogas, <strong>de</strong> assaltantes, <strong>de</strong> seqüestradores e mafiosos que organizam<br />

a violência 3 (assalto sem ban<strong>de</strong>ira e sem limites, para arrancar qualquer forma<br />

<strong>de</strong> patrimônio <strong>de</strong> pessoas, instituições e lugares) em sua guerra priva<strong>da</strong>.<br />

VIOLÊNCIA 2: Do Antioficial<br />

Reação à violência 1<br />

imposta pelo oficialismo,<br />

apeli<strong>da</strong><strong>da</strong> <strong>de</strong> “ilegal”<br />

terrorista, pelo subgrupo<br />

oficial.<br />

VIOLÊNCIA 1: Do Oficial<br />

Violência ”legaliza<strong>da</strong>” e<br />

permanente do oficialismo<br />

sob camuflagem divina,<br />

razões <strong>de</strong> Estado,<br />

ou <strong>de</strong> mercado.<br />

VIOLÊNCIA 3: Do Oscilante<br />

Violência <strong>de</strong> rua <strong>da</strong>ndo-se<br />

os mesmos “direitos”<br />

que os <strong>de</strong> cima<br />

(riqueza à força)<br />

Fig. 18. Or<strong>de</strong>m em que se dá a violência tri-grupal<br />

Este mo<strong>de</strong>lo gráfico ilustra o jogo tri-uno que, a partir <strong>de</strong> certo grau <strong>de</strong> intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> e empenho<br />

para ganhar, se chama violência triádica, ou seja, uso <strong>de</strong>sproporcional <strong>de</strong> meios, e partilha <strong>de</strong>sproporcional<br />

<strong>de</strong> ganhos. Ca<strong>da</strong> jogador usa todos os meios <strong>de</strong> forçamento (arsenais tri-cérebro-grupais) a seu alcance<br />

para vencer, vale dizer, para apo<strong>de</strong>rar-se dos satisfatores e do po<strong>de</strong>r (liber<strong>da</strong><strong>de</strong>) dos <strong>de</strong>mais. Há<br />

uma escala<strong>da</strong> <strong>de</strong> intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> no uso do respectivo arsenal, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a persuasão verbal, a propagan<strong>da</strong> midiática,<br />

a legislação coercitiva, a sanção econômica até a guerra arma<strong>da</strong>. On<strong>de</strong> não há lei, a força é a lei.<br />

Quem <strong>de</strong>tém o arsenal mais po<strong>de</strong>roso é sempre o tri-oficialismo, que o usa em forma contínua<br />

para tirar satisfatores e po<strong>de</strong>r dos <strong>de</strong>mais. E o faz <strong>de</strong> forma legaliza<strong>da</strong>, pois fabrica leis a seu gosto. O<br />

oficialismo é, portanto, fonte permanente <strong>da</strong> violência 1, <strong>de</strong> intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> correspon<strong>de</strong>nte aos interesses<br />

em jogo. Correspon<strong>de</strong>-lhe mais ou menos 60% <strong>de</strong> co-responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> em tudo. Quando pratica<strong>da</strong> pelo<br />

po<strong>de</strong>r político, econômico ou sacral, chama-se “violência ou terrorismo” <strong>de</strong> Estado ou institucional.<br />

41


Quando subgrupos ou países oficialistas e ricos maltratam, exploram, bombar<strong>de</strong>iam em forma<br />

permanente a seus inferiores, têm eles sua lógica monádica, unilateral e unidirecional <strong>de</strong> cima para baixo<br />

para justificar a sua barbárie e ninguém se arrisca a acusá-los <strong>de</strong> terrorismo, pois será perseguido, certamente.<br />

Quando, porém, alguém ou algum grupo <strong>de</strong> entre essas vítimas se <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> ou respon<strong>de</strong> a um<br />

<strong>de</strong>les com golpes, bombinhas ou avionaços, aí sim se trata <strong>de</strong> terrorismo, <strong>de</strong> eixo do mal, <strong>de</strong> falta <strong>de</strong> “civilização”<br />

(civilização é o conjunto <strong>de</strong> pesos e medi<strong>da</strong>s glorificadoras dos abusos do oficialismo). A ONU,<br />

a Inglaterra e os EUA impuseram bloqueio econômico por mais <strong>de</strong> <strong>de</strong>z anos ao Iraque, acompanhado <strong>de</strong><br />

bombar<strong>de</strong>io terrorista quase semanalmente, levando à morte mais <strong>de</strong> 500.000 crianças. Ninguém falou<br />

<strong>de</strong> terrorismo, nem se fizeram minutos <strong>de</strong> silêncio em <strong>de</strong>sagravo. Quando explo<strong>de</strong>m umas bombinhas<br />

que matam umas poucas pessoas nalguma parte do império anglo-americano, <strong>de</strong>clara-se imediatamente<br />

que se trata <strong>de</strong> barbárie e terrorismo mundial, que põem em perigo o mundo civilizado…<br />

O chamado “terrorismo” ou violência dos revolucionários, dos hereges, <strong>da</strong>s esquer<strong>da</strong>s, dos <strong>de</strong>fensores<br />

ou vingadores <strong>de</strong> seu país invadido (“eixo do mal” segundo o oficialismo) é sempre violência 2,<br />

que é intermitente e <strong>de</strong> intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> correspon<strong>de</strong>nte à opressão causa<strong>da</strong> pela violência 1 (um). Correspon<strong>de</strong>-lhes<br />

mais ou menos 30% <strong>da</strong> co-responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> tudo.<br />

O chamado crime organizado, apresentado nos noticiários, com o qual o aparato policial do oficialismo<br />

faz jogo <strong>de</strong> gato e rato, é somente violência 3, uma tentativa suici<strong>da</strong> e breve <strong>de</strong> oscilantes enraivecidos<br />

para alcançar a miragem oficialista por um atalho. Correspon<strong>de</strong>-lhes mais ou menos 10% <strong>de</strong><br />

co-responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong>, condividi<strong>da</strong> com a assim chama<strong>da</strong> “socie<strong>da</strong><strong>de</strong> civil” que é co-responsável, por seu<br />

conformismo cúmplice. “A violência não é do rio que transbor<strong>da</strong>; é <strong>da</strong>s margens que o oprimem (como na<br />

violência 3 dos oscilantes em fúria).”<br />

A escala<strong>da</strong> <strong>da</strong> violência é pela <strong>de</strong>sproporção <strong>de</strong> satisfatores tri-cérebro-grupais (não somente os<br />

econômicos <strong>de</strong> cérebro central); e a escala<strong>da</strong> do medo <strong>de</strong> todos é porque os três subgrupos vão “melhorando”<br />

por igual seus arsenais que, antes, eram quase exclusivi<strong>da</strong><strong>de</strong> do oficialismo mais alto. A violência<br />

não a fazem as armas; fazem-na pessoas ou os três subgrupos, uns por sua maximocracia insaciável<br />

(violência 1), outros por vingar sua digni<strong>da</strong><strong>de</strong> ofendi<strong>da</strong> (violência 2), outros por cobiçar <strong>de</strong>mais e apressa<strong>da</strong>mente<br />

o que lhes nega a via oficial do emprego-<strong>de</strong>semprego ou a rotina <strong>de</strong> uma vi<strong>da</strong> pouco significativa.<br />

A violência vai aumentar enquanto ca<strong>da</strong> subgrupo persistir em seus interesses unilaterais, monádicos<br />

e maximocráticos. A via <strong>da</strong> Paz e <strong>da</strong> menor fricção social é o proporcionalismo tri-cérebro-grupal.<br />

CENÁRIO 07 – REGIÕES <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um Estado.<br />

A idéia <strong>de</strong> <strong>da</strong>r alguma autonomia a microrregiões, bacias ou ecossistemas regionais<br />

(dioceses para o Po<strong>de</strong>r Sacral cristão) <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> Estados, não prospera, pela<br />

agudização do principio <strong>da</strong> centralização e hierarquização. Entretanto, as prestusuárias<br />

econômicas e as dioceses, sim, funcionam, porque têm autonomia e são autoconduzi<strong>da</strong>s.<br />

CENÁRIO 08 – ESTADOS <strong>de</strong> um país.<br />

Essa esfera intermediária entre o país e as comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s locais <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> do<br />

pacto fe<strong>de</strong>rativo vigente em ca<strong>da</strong> país. Na Europa e nos EUA, sim, funciona. Fora <strong>da</strong>í,<br />

há uma tensão constante entre governos dos Estados e governo fe<strong>de</strong>ral, na hora <strong>de</strong><br />

dividir o fruto do saqueio <strong>da</strong>s comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s locais, com períodos em que triunfa um e<br />

<strong>de</strong>pois o outro, sucessivamente. O jogo triádico <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> qualquer país impõe, porém,<br />

coalizões <strong>de</strong> Estados, ou macrorregiões, para disputarem a máquina fe<strong>de</strong>ral e o controle<br />

dos negócios. Por exemplo: no Brasil está como subgrupo oficial o “Triângulo <strong>da</strong>s<br />

Bermu<strong>da</strong>s Brasileiro” formado pelos estados <strong>de</strong> São Paulo, Rio <strong>de</strong> Janeiro e Minas Gerais;<br />

como subgrupo antioficial está a região sul, forma<strong>da</strong> pelos estados <strong>de</strong> Paraná,<br />

Santa Catarina e Rio Gran<strong>de</strong> do Sul; e como subgrupo oscilante estão a região centro-<br />

42


oeste, a região nor<strong>de</strong>ste e a região norte. Ca<strong>da</strong> país tem que explicitar esse jogo triádico<br />

macrorregional que é fonte <strong>de</strong> guerras civis e <strong>de</strong> golpes <strong>de</strong> Estado.<br />

O Po<strong>de</strong>r Sacral, como as arquidioceses ou fe<strong>de</strong>rações religiosas dos estados,<br />

não tem influência maior nesse cenário. As fe<strong>de</strong>rações nacionais (como a CNBB -<br />

Conferência Nacional dos Bispos do Brasil e outras similares) são as <strong>de</strong> maior influência.<br />

Foram cria<strong>da</strong>s corporações ou superintendências técnico-econômicas para<br />

promover o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> uma <strong>de</strong>ssas macrorregiões. Mas, quase sempre<br />

fracassam porque a máquina política, econômica e sacral fe<strong>de</strong>ral está domina<strong>da</strong> pela<br />

macrorregião oficialista, que impe<strong>de</strong> a equi<strong>da</strong><strong>de</strong> ou proporcionali<strong>da</strong><strong>de</strong> entre elas. Outra<br />

vez, a centralização e hierarquização <strong>de</strong>sproporcionais em favor do oficialismo.<br />

CENÁRIO 09 – PAÍS. COMANDO NACIONAL. TIPOS DE HEGEMONIA.<br />

CIVICRACIA<br />

$<br />

PODER ECONÔMICO<br />

PODER<br />

POLÍTICO<br />

PODER<br />

SACRAL<br />

ECONOCRACIA<br />

$<br />

PODER ECONÔMICO<br />

PODER<br />

POLÍTICO<br />

PODER<br />

SACRAL<br />

TEOCRACIA<br />

PODER<br />

SACRAL<br />

$<br />

43<br />

PODER ECONÔMICO<br />

PODER<br />

POLÍTICO<br />

Fig. 19. Diferentes Arranjos dos Três Po<strong>de</strong>res Máximos em Sua Luta por Hegemonia<br />

Este mo<strong>de</strong>lo gráfico ilustra a trincheira do tri-oficialismo e a rotação no po<strong>de</strong>r hegemônico supremo,<br />

disputado entre oficialistas <strong>de</strong> Religião, <strong>de</strong> Política e <strong>de</strong> Mercado <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um país e no planeta, para<br />

controlar, assaltar e consolar os mais fracos. Historicamente, o primeiro po<strong>de</strong>r que se organizou foi a<br />

teocracia - em que o governante se <strong>de</strong>clara <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>nte ou representante <strong>de</strong> algum <strong>de</strong>us ou religião para<br />

justificar seu po<strong>de</strong>r. Essa teocracia submeteu o pouco po<strong>de</strong>r político e econômico existente, como ilustrado<br />

acima à direita. Nos regimes teocráticos, os indivíduos são <strong>de</strong>finidos como fiéis, ou hereges ou pagãos,<br />

e sua pátria é o céu, o inferno, o nirvana ou a ro<strong>da</strong> <strong>da</strong>s reencarnações. A história comprovou que<br />

as teocracias são os regimes mais violentos, mais reacionários, mais fun<strong>da</strong>mentalistas, e que mais freiam<br />

o <strong>de</strong>senvolvimento tricerebral e social, porque sua aposta está num mundo extraterreno, pós-morte.<br />

Uma teocracia encobre e leva aos extremos os piores vícios do oficialismo, porque a autori<strong>da</strong><strong>de</strong> “divina”<br />

é incontestável. Mesmo nas civicracias/<strong>de</strong>mocracias, quanto maior o Po<strong>de</strong>r Sacral, maior o sub<strong>de</strong>senvolvimento<br />

tricerebral e social.<br />

Nos países anglo-saxões, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a revolução/reforma protestante/burguesa, impôs-se a civicracia/<strong>de</strong>mocracia<br />

– em que o governante se <strong>de</strong>clara representante do povo para justificar seu po<strong>de</strong>r, submetendo<br />

o Po<strong>de</strong>r Religioso e fazendo-se sócio do econômico, como na Inglaterra <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1534, ilustrado<br />

acima à esquer<strong>da</strong>. Nas <strong>de</strong>mocracias, os indivíduos são <strong>de</strong>finidos como ci<strong>da</strong>dãos, ou traidores ou estrangeiros<br />

e sua pátria é o seu território nacional ou o exílio. Fora dos países anglo-saxões, reis-imperadorespapas-lamas-aiatolás-imãs<br />

etc. continuaram por muito tempo <strong>de</strong>clarando-se <strong>de</strong> direito divino/religioso para<br />

melhor <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r seu po<strong>de</strong>r. Depois <strong>da</strong> “meia revolução” francesa, nos países latinos criou-se o biestatismo<br />

político-religioso: Estado civil (governo) e Estado religioso (Igreja) lado a lado, com troca <strong>de</strong><br />

embaixadores e favores.<br />

Nos países anglo-saxões, pouco a pouco o po<strong>de</strong>r econômico se equiparou ao po<strong>de</strong>r civil - biestatismo<br />

político-econômico, com o Po<strong>de</strong>r Sacral garantindo a salvação eterna aos que prosperam, tornando-se,<br />

com isso, cúmplice na exploração do povo. Em segui<strong>da</strong>, o po<strong>de</strong>r econômico foi reclamando<br />

mais liber<strong>da</strong><strong>de</strong> e autonomia (<strong>de</strong>sregulamentação), numa espécie <strong>de</strong> anarquismo <strong>de</strong> extrema direita, até<br />

impor-se como po<strong>de</strong>r absoluto – econocracia - mantendo o político e sacral a seu serviço como “laranjas”<br />

e escravos do dinheiro, ilustrado no gráfico acima, ao centro. Na econocracia, as pessoas são <strong>de</strong>fini<strong>da</strong>s<br />

como produtores/consumidores ou excluídos e sua pátria é o mercado formal ou o informal, subterrâneo.<br />

Este último arranjo dos três po<strong>de</strong>res é o que se divulga como o “mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong>mocrático” (“usurocrático”)<br />

anglo-saxão que querem impor <strong>de</strong> maneira uniforme ao mundo todo, <strong>de</strong>rrubando as poucas civicracias e<br />

as muitas teocracias ain<strong>da</strong> existentes.


Anuncia-se que as fronteiras nacionais estão-se <strong>de</strong>bilitando e que tudo se está<br />

globalizando. Uma questão é se todos os Estados nacionais ain<strong>da</strong> servem e outra é a<br />

<strong>da</strong> preservação <strong>de</strong> sua essência nacional, ao mesmo tempo em que se <strong>de</strong>ve fazer<br />

abertura e integração no processo <strong>de</strong> globalização, imposto pelos mais fortes. Trata-se<br />

<strong>da</strong>s fronteiras políticas, porque as fronteiras econômicas quase não existem já. Isto se<br />

<strong>de</strong>ve examinar triadicamente: estão-se <strong>de</strong>bilitando as fronteiras políticas dos países<br />

oscilantes, neocolonizados, débeis, periféricos, em vias <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento ou emergentes;<br />

e estão-se fortificando as fronteiras dos países <strong>de</strong>senvolvidos como Japão,<br />

EUA, e as fronteiras <strong>da</strong> União Européia, on<strong>de</strong> nem uma pulga passa sem vasculhação<br />

global. Países <strong>da</strong> cortina <strong>de</strong> ouro! O que se está <strong>de</strong>bilitando em todos os países, inclusive<br />

do Primeiro Mundo, é a idéia e a força do Estado em seu aspecto político, porque<br />

se <strong>de</strong>ixou dominar pelo po<strong>de</strong>r econômico. Falar <strong>de</strong> PIB (Produto Interno Bruto) soa falso,<br />

pois as empresas, os capitais e os ganhos são quase todos trans e supranacionais.<br />

A<strong>de</strong>mais, está-se <strong>de</strong>bilitando sua força como Estado laical e com supremacia<br />

frente ao Po<strong>de</strong>r Sacral. Nos países teocráticos (supremacia do Po<strong>de</strong>r Religioso ou sacral<br />

sobre o po<strong>de</strong>r político e econômico) assiste-se a uma escala<strong>da</strong> religiosa <strong>de</strong> um furor<br />

fun<strong>da</strong>mentalista e fanático assustador. Nos países com “civicicracia” (supremacia<br />

do po<strong>de</strong>r civil/político sobre o sacral), assiste-se a um violento assalto por parte do Po<strong>de</strong>r<br />

Sacral sobre o po<strong>de</strong>r civil/laical. Nos EUA, por exemplo, o governo <strong>de</strong> George W.<br />

Bush parece uma central bíblica. Há que recor<strong>da</strong>r que a revolução protestante promulgou<br />

uma coalizão, que ain<strong>da</strong> perdura, entre Po<strong>de</strong>r Sacral do velho testamento, o po<strong>de</strong>r<br />

econômico e o po<strong>de</strong>r político, apesar dos protestos dos ultraliberais, maçons e marxistas<br />

nos países anglo-saxões. Na França, os islâmicos estão pressionando para imporse<br />

nas escolas, bem como em outras partes todos os <strong>de</strong>mais credos. Na Turquia (e na<br />

Argélia), que é um Estado com “civicracia”, os islâmicos provocam crises políticas e<br />

econômicas para tomar o po<strong>de</strong>r. No Brasil, o presi<strong>de</strong>nte Lula <strong>da</strong> Silva foi uma criação<br />

<strong>da</strong> Teologia <strong>da</strong> Libertação e teve os próceres <strong>da</strong> mesma como assessores especiais<br />

<strong>de</strong> seu governo.<br />

A coligação organiza<strong>da</strong> pelo império, que fez a guerra iraquiana do petróleo, tinha<br />

que escolher se implantava uma “<strong>de</strong>mocracia” laical como se tentou na Pérsia (Irã)<br />

do Shah Reza Palhevi ou se entregava o país “libertado” a uma nova teocracia xiita.<br />

Optou por esta e, assim, se <strong>de</strong>parou com a conseqüente guerrilha iraquiana <strong>de</strong> resistência.<br />

As chama<strong>da</strong>s “socie<strong>da</strong><strong>de</strong>s abertas” permitem um razoável grau <strong>de</strong> <strong>de</strong>mocracia<br />

política, econômica e sacral <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> suas fronteiras, para o público interno; mas algumas<br />

<strong>de</strong>ssas “socie<strong>da</strong><strong>de</strong>s abertas” praticam o van<strong>da</strong>lismo econômico e <strong>de</strong> to<strong>da</strong> espécie<br />

fora <strong>de</strong> suas fronteiras. As socie<strong>da</strong><strong>de</strong>s que oferecem resistência a essa <strong>de</strong>mocracia<br />

imperialista são apeli<strong>da</strong><strong>da</strong>s <strong>de</strong> anti<strong>de</strong>mocráticas, anacrônicas e inimigas, às<br />

quais é preciso castigar com sanções econômicas, Guerra Fria e, quando não se ren<strong>de</strong>m<br />

a tempo, com intervenção militar. Se fosse <strong>de</strong>fini<strong>da</strong> e implementa<strong>da</strong> uma <strong>de</strong>mocracia<br />

política, econômica e sacral universal para todos os países e para ca<strong>da</strong> um dos<br />

três subgrupos <strong>de</strong> países e do planeta, não se <strong>da</strong>ria esse fenômeno contraditório <strong>da</strong><br />

“<strong>de</strong>mocracia imperial” anglo-americana.<br />

Como tudo foi reduzido a um “pan-economicismo”, têm muito mais po<strong>de</strong>r o diretor<br />

do banco central e o ministro <strong>da</strong> Fazen<strong>da</strong> que o que dizem e fazem qualquer presi<strong>de</strong>nte<br />

ou primeiro ministro. Então para que votar, para que partidos políticos? Já não<br />

há direita e esquer<strong>da</strong>, nem diferença entre partidos porque já não existe po<strong>de</strong>r político,<br />

a não ser <strong>de</strong> facha<strong>da</strong>, <strong>de</strong> palavras. Só existe po<strong>de</strong>r econômico e esse é monopartidista:<br />

o partido <strong>da</strong> economia e dos interesses dos dirigentes do império anglo-americanosionista,<br />

administrado pelo FMI e pelo sistema financeiro mundial. Com isso, a gover-<br />

44


nabili<strong>da</strong><strong>de</strong> política está inviabiliza<strong>da</strong>, a <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>m pública e a violência crescem assustadoramente<br />

em todos os países e nunca houve tantos cárceres e tantos encarcerados<br />

na história.<br />

O megaespeculador George Soros 6 , que é um símbolo do po<strong>de</strong>r econômicofinanceiro,<br />

diz: “O mercado (ou po<strong>de</strong>r econômico) é excelente para resolver problemas<br />

<strong>de</strong> produção e distribuição <strong>de</strong> bens <strong>de</strong> consumo. Mas é incompetente para resolver<br />

problemas ambientais, <strong>de</strong> <strong>de</strong>semprego, <strong>de</strong> segurança social, <strong>de</strong> justiça social, <strong>de</strong> educação,<br />

<strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, <strong>de</strong> pobreza, <strong>de</strong> drogas e <strong>de</strong> criminali<strong>da</strong><strong>de</strong>, <strong>de</strong> discriminações raciais,<br />

religiosas ou <strong>de</strong> gênero; esses são “bens públicos” que requerem um novo Estado (po<strong>de</strong>r<br />

político) com força e dinheiro para isso”. A econocracia e seu catecismo chamado<br />

“ciência econômica clássica” são uma máquina para aumentar o número <strong>de</strong> pobres e<br />

produzir uns poucos ricaços em todos os países do mundo.<br />

CENÁRIO 10 – PAÍSES VIZINHOS e seus jogos triádicos.<br />

Neste cenário, começava o mundo internacional, segundo a linguagem nacionalista<br />

<strong>de</strong> outras eras. Em to<strong>da</strong>s as regiões do planeta acontece a disputa triádica. Há<br />

dois países vizinhos em hostili<strong>da</strong><strong>de</strong>s e há medo <strong>de</strong> os <strong>de</strong>mais vizinhos serem envolvidos<br />

no conflito. Como exemplo: Israel, Palestina e os <strong>de</strong>mais; Kurdos, Turcos e os<br />

<strong>de</strong>mais; Irã, Iraque e os <strong>de</strong>mais; Paquistão, Índia e os <strong>de</strong>mais; China, Tibet e os <strong>de</strong>mais;<br />

China, Formosa e os <strong>de</strong>mais; Coréia do Norte, Coréia do Sul e os <strong>de</strong>mais; Indonésia,<br />

Timor Leste e os <strong>de</strong>mais; Gregos, Cipriotas e os <strong>de</strong>mais; Colômbia, Venezuela e<br />

os <strong>de</strong>mais; Chile, Argentina e os <strong>de</strong>mais; Brasil, Argentina e os <strong>de</strong>mais; Síria, Líbano e<br />

os <strong>de</strong>mais; Camboja, Tailândia e os <strong>de</strong>mais; EUA, México e os <strong>de</strong>mais; Rússia, Tchetchênia<br />

e os <strong>de</strong>mais; União Européia, Inglaterra e os <strong>de</strong>mais; Estônia, Polônia e os <strong>de</strong>mais<br />

etc.<br />

A solução vem sendo a formação <strong>de</strong> blocos político-econômicos regionais. E a<br />

solução maior seria um governo mundial – Planeta Unido - porque a velha ONU virou a<br />

emprega<strong>da</strong> doméstica do império anglo-americano-israelense. Entretanto, os blocos<br />

em regiões que vão contra os interesses do oficialismo <strong>da</strong> cúpula <strong>da</strong> pirâmi<strong>de</strong> global<br />

(os cenários 13 e 14) são combatidos e sabotados para que fracassem. É o caso do<br />

bloco <strong>da</strong> Bacia do Pacífico, que nunca <strong>de</strong>slancha; do MERCOSUL que foi esquartejado<br />

para impor a ALCA ou algum tratado <strong>de</strong> livre comércio, e outros. Por isso, só têm êxito<br />

os blocos formados pelo oficialismo <strong>da</strong> cúpula, como a União Européia e o NAFTA.<br />

Mesmo aí, prossegue um jogo triádico pouco equalizador, como no NAFTA, on<strong>de</strong> o<br />

México é o maior per<strong>de</strong>dor.<br />

CENÁRIO 11 – PAÍSES PROLETÁRIOS ou as “repúblicas” do caos.<br />

S<br />

Comando planetário<br />

Países pós-industriais<br />

Países semi-industrializados<br />

Países proletários<br />

Fig. 20. Hierarquia <strong>de</strong> países<br />

45


Este mo<strong>de</strong>lo gráfico ilustra a formação <strong>de</strong> hierarquia <strong>de</strong> países – níveis <strong>de</strong> ascendência e subordinação,<br />

quem está acima e quem está abaixo <strong>de</strong> quem - em vez <strong>de</strong> primeiro/terceiro mundo, <strong>de</strong> países<br />

<strong>de</strong>senvolvidos e em vias <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento, <strong>de</strong> norte/sul, <strong>de</strong> centro/periferia etc. Esse discurso <strong>de</strong> não<br />

interferência, <strong>de</strong> auto<strong>de</strong>terminação dos povos é mais uma <strong>da</strong>s muitas lorotas <strong>da</strong> “<strong>de</strong>mocracia imperial”.<br />

Este é o cenário dos países pobres, enfermos, sub<strong>de</strong>senvolvidos, “os con<strong>de</strong>nados<br />

<strong>da</strong> terra”, os não-industrializados do planeta, os supridores <strong>de</strong> matérias primas para<br />

os <strong>de</strong>senvolvidos. São países “libertados” <strong>da</strong> colonização central <strong>de</strong> países europeus,<br />

dos EUA e <strong>da</strong> ex-URSS ou <strong>de</strong> subcentros subcolonizadores como Japão, Indonésia,<br />

República <strong>da</strong> África do Sul, Turquia, China etc. Como há jogo triádico sem fim,<br />

os países proletários “libertados” têm que estar alinhados com o neocolonialismo econômico<br />

<strong>de</strong> cima; mas sobram, ain<strong>da</strong>, alguns países “socialistas” antioficiais que resistem<br />

e se esquivam; e um folclórico bloco dos “não abertamente alinhados”.<br />

Nesses países, só vivem bem os subgrupos oficiais (entre 10 a 15%) e os produtores<br />

e exportadores <strong>de</strong> droga. Os <strong>de</strong>mais clamam por um programa mundial “fome<br />

zero”, “epi<strong>de</strong>mias zero”, “refugiados zero”, “<strong>de</strong>sempregados zero” e, ain<strong>da</strong>, perdão <strong>da</strong><br />

dívi<strong>da</strong> externa, auxílio tecnológico para sua agricultura e pobreza etc. No entanto, os<br />

poucos oficialistas <strong>de</strong>sses países <strong>de</strong>dicam–se a tumultos, reformas, revoltas (já não há<br />

revoluções), compra <strong>de</strong> armamento, golpes <strong>de</strong> Estado sem fim e massacresgenocídios,<br />

abastecendo <strong>de</strong> fugitivos todo o planeta. Mais <strong>de</strong> dois milhões <strong>de</strong> pessoas<br />

são vítimas <strong>de</strong>sses países fracassados. Quem os faz fracassar?<br />

Pelo método triádico po<strong>de</strong>-se ver outra coisa. Até nos países ricos, a brecha entre<br />

níveis <strong>de</strong> vivência dos subgrupos e <strong>da</strong>s classes sociais está aumentando <strong>de</strong>vido ao<br />

mo<strong>de</strong>lo social (neoliberal oficialista) adotado, ou seja, há ca<strong>da</strong> vez mais pobres e disfuncionais<br />

também nos países mais <strong>de</strong>senvolvidos, o que permite a frase retórica:<br />

“Cresce um terceiro mundo em ca<strong>da</strong> país do Primeiro Mundo”. Mas é mais lúcido dizer<br />

que cresce a <strong>de</strong>sproporcionali<strong>da</strong><strong>de</strong> triádica, em to<strong>da</strong>s as partes do Jogo Mundial, ain<strong>da</strong><br />

que em graus diferentes para ca<strong>da</strong> esfera ou cenário. Isso acontece porque o mo<strong>de</strong>loor<strong>de</strong>m<br />

mundial do império impõe regras políticas, sacrais, financeiras comerciais ca<strong>da</strong><br />

vez mais leoninas (a lei <strong>de</strong> quem po<strong>de</strong> mais ou <strong>da</strong> vantagem máxima).<br />

CENÁRIO 12 – PAÍSES SEMI-INDUSTRIALIZADOS, “emergentes”.<br />

Os países emergentes po<strong>de</strong>m ser chamados também países mordomos, capatazes,<br />

<strong>de</strong>legados subimperialistas, porque controlam uns poucos países mais débeis<br />

<strong>de</strong> sua região para que não saiam dos trilhos impostos pela “or<strong>de</strong>m econômica mundial”<br />

do oficialismo <strong>de</strong> cima. Nessa posição estão, por exemplo: Brasil para América do<br />

Sul; México para a América Central e Caribe; Turquia para a Ásia Menor; Egito e Israel<br />

para o Oriente Médio; República <strong>da</strong> África do Sul para a África subsaariana; Rússia para<br />

os Bálcãs e a Europa Oriental; Japão para o Su<strong>de</strong>ste asiático; Austrália para a Oceania;<br />

China para o reduto pós-socialista asiático etc. Esses emergentes formam consórcios<br />

como o G-20 e subcomissões para reivindicar algumas compensações ao G-8<br />

e G-3 pelos serviços prestados.<br />

Esses países passaram por reestruturações ou “mo<strong>de</strong>rnizações” violentas para<br />

ajustar-se a suas funções <strong>de</strong>ntro do neoliberalismo econocrático imperial ou para resistir<br />

a ele – como a China, que joga <strong>de</strong> antioficial nesse cenário, mas que é oscilante em<br />

relação aos cenários superiores. Esses países (exceto a China, que só tem uma dívi<strong>da</strong><br />

social impagável com seu povo) estão endivi<strong>da</strong>dos acima <strong>da</strong> possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> pagamento.<br />

Têm sua industrialização estanca<strong>da</strong>, vivem <strong>de</strong> exportação <strong>de</strong> produtos primá-<br />

46


ios ca<strong>da</strong> vez mais barateados pelos compradores monopsônicos (único comprador) e<br />

pela importação <strong>de</strong> produtos industrializados ca<strong>da</strong> vez mais encarecidos pelos ven<strong>de</strong>dores<br />

monopolistas. E sobrevivem <strong>de</strong> empréstimos do FMI e do sistema bancário internacional<br />

para pagar os juros <strong>de</strong> um endivi<strong>da</strong>mento que artifícios monetários fazem<br />

crescer qual metástase bancária.<br />

Pela <strong>de</strong>sproporcional imposição e pilhagem <strong>da</strong> cúpula <strong>da</strong> pirâmi<strong>de</strong> global (violência<br />

1), os cenários 11 e 12 são fonte permanente <strong>de</strong> protestos, tumultos nacionais<br />

internos e atos <strong>de</strong> terrorismo (violência 2) contra o oficialismo interno e do império global<br />

ou seus aliados nacionais, como uma guerra civil planetária. Está-se armando uma<br />

guerra civil planetária. Esses países, a<strong>de</strong>mais, estão reclamando a <strong>de</strong>volução <strong>de</strong> seus<br />

tesouros roubados e guar<strong>da</strong>dos em honoráveis museus <strong>da</strong> Europa e dos EUA “porque<br />

a chusma não saberia preservar esses tesouros <strong>da</strong> humani<strong>da</strong><strong>de</strong>”… Depois <strong>de</strong>sta pia<strong>da</strong><br />

e <strong>da</strong> pia<strong>da</strong> suprema <strong>da</strong> divisão do mundo em “eixo do bem e eixo do mal”, a outra que<br />

vem em segundo lugar é: “Querem fazer do Oci<strong>de</strong>nte um bo<strong>de</strong> expiatório”.<br />

CENÁRIO 13 - PAÍSES PÓS-INDUSTRIAIS.<br />

São os <strong>de</strong>senvolvidos, países que dominam a tecnologia e que vivem <strong>de</strong> exportar<br />

tecnologia ou conhecimento para fabricá-la e, principalmente, emprestando dinheiro<br />

ou aplicando-o nas bolsas pelo mundo afora como uma forma mo<strong>de</strong>rna <strong>de</strong> pirataria.<br />

São países financistas. Isso foi conseguido saqueando e sacrificando outros países e o<br />

ecossistema. Foi um enriquecimento fraudulento que implica uma dívi<strong>da</strong> social, ecológica<br />

e histórica que não se resgata e não se corrige perdoando a dívi<strong>da</strong> <strong>de</strong> alguns dos<br />

países saqueados. A máquina imperial <strong>de</strong> assaltar e fabricar pobres continuará fazendo<br />

vítimas. Haverá tempo e oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> para um ajuste <strong>de</strong> contas com esses poucos<br />

saqueadores planetários e para o <strong>de</strong>smonte <strong>de</strong> sua diabólica máquina <strong>de</strong> usura?<br />

Mas esses países são, também, países caros, que estão per<strong>de</strong>ndo competitivi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

e estão voltando a exportar produtos agropecuários subsidiados, em competição<br />

com países pobres num mundo saturado <strong>de</strong> oferta. Se não manipulassem os truques<br />

<strong>de</strong> drenar o dinheiro do planeta para os cofres <strong>de</strong>les, sua vi<strong>da</strong> seria complica<strong>da</strong>. A<br />

competição os coloca em vias <strong>de</strong> enfrentamento entre eles mesmos. De um lado, o<br />

bloco li<strong>de</strong>rado pelos EUA; do outro, o bloco <strong>da</strong> União Européia; e, entre os dois, os<br />

<strong>de</strong>mais países <strong>de</strong>senvolvidos a que não se lhes permite ascen<strong>de</strong>r mais, como Japão e<br />

outros que foram freados por golpes aplicados em suas bolsas <strong>de</strong> valores. Se o mundo<br />

<strong>de</strong>scobrisse outro modo <strong>de</strong> acumular valor e <strong>de</strong> intercambiá-lo que não fosse o dinheiro,<br />

se houvesse um substitutivo para o atual sistema bancário, esses países estariam<br />

em bancarrota.<br />

A suposta nova economia cria<strong>da</strong> pela tecnologia informática não é mais que<br />

uma bolha que já rebentou. Daí a idéia dos pobres quererem retornar à troca, ao cooperativismo,<br />

à criação <strong>de</strong> moe<strong>da</strong>s “sociais” alternativos cria<strong>da</strong>s por eles mesmos…O<br />

“mal-estar do neoliberalismo” <strong>de</strong> hoje é o mesmo mal-estar criado em fins do século<br />

XVIII pelo império inglês que produziu um “perigoso” Napoleão; é o mesmo mal-estar<br />

criado em fins do século XIX, que produziu duas guerras mundiais com a “perigosa”<br />

Alemanha, e que produziu um Karl Marx e o gran<strong>de</strong> sonho do socialismo com a “perigosa”<br />

URSS. É preciso encontrar outro sonho “perigoso” que substitua o pesa<strong>de</strong>lo do<br />

velho neoliberalismo que chegará ao “fim <strong>de</strong> sua história”.<br />

47


CENÁRIO 14 – CONDUÇÃO PLANETÁRIA.<br />

União<br />

Européia.<br />

China.<br />

Ambientalistas<br />

EUA-Inglaterra-<br />

Israel (G-3)<br />

ONU<br />

Vaticano<br />

G-8 Grupos dos 8.<br />

Blocos Regionais<br />

Fig. 21. Três Blocos do Jogo <strong>de</strong> Po<strong>de</strong>r Planetário<br />

Este mo<strong>de</strong>lo gráfico ilustra o equilíbrio <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r mundial como um jogo triádico, em que a posição<br />

oficial é ocupa<strong>da</strong>, por enquanto, pelo G-3 – EUA, Inglaterra e Israel; a posição antioficial, muito in<strong>de</strong>fini<strong>da</strong><br />

por falta <strong>de</strong> proposta realmente alternativa ao oficialismo anglo-saxão-israelense, vai-se formando<br />

pela UE, China e manifestantes antiglobalização; a posição oscilante é forma<strong>da</strong> por instituições supranacionais,<br />

como ONU, G-8, blocos regionais e li<strong>de</strong>ranças espirituais católicas, islâmicas, hinduístas, tibetanas<br />

e outras, todos cooptados/dominados pelo G-3. Assim funciona o <strong>de</strong>sgoverno planetário que er<strong>de</strong>u o<br />

equilíbrio <strong>de</strong> forças após o colapso <strong>da</strong> URSS. O mesmo G-3 tem seu jogo triádico interno: EUA na posição<br />

oficialista; Israel na posição antioficialista; e Inglaterra na posição oscilante.<br />

Por fim um império global, o “fim <strong>da</strong> história”, um só rebanho e um só pastor! Um<br />

rebanho <strong>de</strong> seis bilhões <strong>de</strong> cabeças e o sistema financeiro internacional como pastor.<br />

E os lobos? Bom, o pastor e os lobos, ambos se alimentam do mesmo rebanho.<br />

Quer-se fazer crer que “o capital”, “o sistema” é o que governa o mundo e o novo<br />

império, como uma mão invisível, como uma força misteriosa qualquer, <strong>da</strong> qual somos<br />

todos vítimas, inclusive os pobres banqueiros e santos governantes do mundo.<br />

Este é um truque <strong>de</strong> mágico que “cria” a invisibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> alguém para ficar como “sujeito<br />

oculto”, invisível para os <strong>de</strong>mais, e que não se encontra em nenhum lugar.<br />

Entretanto, sim, existe um subgrupo humano, com sua i<strong>de</strong>ologia tricerebral justificadora,<br />

que impõe, que <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> e maneja tudo, para o qual há que apontar o <strong>de</strong>do:<br />

esse subgrupo é a tría<strong>de</strong> anglo-americana-sionista, com seu po<strong>de</strong>r econômicofinanceiro,<br />

com seu po<strong>de</strong>r político-guerreiro e com seu Po<strong>de</strong>r Sacral oficialistas, com<br />

seus guar<strong>da</strong>-costas nucleares. Por isso, após o 11 <strong>de</strong> setembro, as forças arma<strong>da</strong>s do<br />

império e a Al-Qae<strong>da</strong> norte-americana (a CIA) tornaram-se ain<strong>da</strong> mais terroristas.<br />

A União Européia ensaiou um antioficialismo na guerra do petróleo iraquiano, e<br />

na questão <strong>de</strong> importação/exportação <strong>de</strong> bananas… Na<strong>da</strong> sério, coisa entre primos ou<br />

facções <strong>da</strong> máfia global. Mas, alerta! Todos os jogos ten<strong>de</strong>m ao topo, por sua lógica <strong>de</strong><br />

ascensão aos extremos.<br />

Os ambientalistas e os i<strong>de</strong>alistas <strong>de</strong> “Outro Mundo É Possível” reúnem-se no<br />

Fórum <strong>Social</strong> Mundial para discutir; e para protestar nas reuniões do FMI, <strong>da</strong> OMC e<br />

do Fórum Econômico <strong>de</strong> Davos. A China está diminuindo seu antioficialismo: por fim,<br />

submeteu-se ao Supremo Tribunal do Santo Ofício Econômico Internacional - a OMC.<br />

Das religiões mundiais, só João Paulo II, ex-sócio na <strong>de</strong>rruba<strong>da</strong> do império soviético,<br />

<strong>de</strong>scobrindo-se traído tardiamente, protestou e inculpou a coalizão invasora do<br />

Iraque. O G-8 é dominado pelos EUA e pela Inglaterra. A ONU <strong>de</strong>ve ser fecha<strong>da</strong> e<br />

substituí<strong>da</strong> por algo superior à trinca imperial, com base em direito internacional e força<br />

<strong>de</strong> coerção, antes que seja tar<strong>de</strong>. É que o ódio do mundo (não só islâmico, não só o<br />

anti-semitismo irracional) que se acumula contra a trinca imperial, não se <strong>de</strong>tém por<br />

nenhum tipo <strong>de</strong> armamento convencional: requer-se justiça, um compromisso <strong>de</strong> paz e<br />

<strong>de</strong> convivência <strong>de</strong>cente (proporcional) para todos os que estão neste planeta (não só<br />

os humanos). As eleições políticas na<strong>da</strong> mu<strong>da</strong>m no mundo, porque os Césares (Kaisers,<br />

Czares) econômicos do planeta não são eleitos: se auto-impõem. O mundo está<br />

dizendo e gritando Nããããããoooooooooo à “pax anglo-americana” (terror estatal) e parece<br />

que quer uma “pax humanitatis”.<br />

48


CENÁRIO 15 – A CULTURA TRI-UNA, o mundo virtual.<br />

Este mo<strong>de</strong>lo gráfico ilustra as representações ou abstrações tri-cerebrais que fazemos do<br />

mundo real, formando a simbolosfera - esfera do simbólico. A simbolosfera racional-científica refere-se a<br />

to<strong>da</strong>s as teorias verbais-numéricas que expressam leis <strong>de</strong> funcionamento do universo y que necessitamos<br />

para orientar-nos. A simbolosfera ficcional-icônica refere-se a todos as linguagens não-verbais <strong>da</strong><br />

arte, às imagens/metáforas, que são as len<strong>da</strong>s, os mitos, as religiões com suas teologias e o mundo onírico<br />

ou do sonho, que necessitamos para re-criar, embelezar e reverenciar o mundo. A simbolosfera <strong>da</strong>rwiniano-monetária<br />

refere-se à moe<strong>da</strong> como símbolo <strong>de</strong> satisfatores reais, com sua ciência ficção chama<strong>da</strong><br />

“economia” para resolver nossas necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s práticas e melhorar o nível <strong>de</strong> vivência. Diz-se <strong>da</strong>rwiniano-monetária<br />

porque na disputa pelo dinheiro é on<strong>de</strong> mais se aplica a lei <strong>da</strong> seleção natural <strong>de</strong>fendi<strong>da</strong><br />

por Charles Darwin.<br />

Não há uma superestrutura i<strong>de</strong>ológica única, nem uma única cultura como querem os monádicos<br />

e exclusivistas; nem infinitas disciplinas acadêmicas, como quer o divisionismo cartesiano. Há três culturas<br />

ou uma i<strong>de</strong>ologia/cultura tri-una que teria que manter-se integra<strong>da</strong> e proporcional. “Cultura” não é<br />

somente a produção artística e esportiva, como sugere a criação <strong>de</strong> um Ministério <strong>da</strong> “Cultura e Esporte”.<br />

O novo, neste mo<strong>de</strong>lo ilustrativo, é a presença importante e maior <strong>da</strong> simbolosfera <strong>da</strong>rwiniano-monetária.<br />

Por haver-se imposto como po<strong>de</strong>r absoluto e <strong>de</strong> direito divino – a prosperi<strong>da</strong><strong>de</strong> é um indicativo <strong>de</strong> salvação<br />

segundo o messianismo ju<strong>da</strong>ico-protestante - seria recomendável a criação <strong>de</strong> um catecismo do dinheiro<br />

que se ensine <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a escola primária com importância igual à alfabetização e aritmética.<br />

O cérebro esquerdo (i<strong>de</strong>ológico) transforma o mundo em teoria racionalcientífica<br />

– to<strong>da</strong>s as bibliotecas do mundo – mas teria que ser triádica <strong>da</strong>qui em diante:<br />

transição do paradigma monádico do conhecimento ao triádico.<br />

O cérebro central (ambicioso) transforma o mundo em moe<strong>da</strong> que é o símbolo<br />

<strong>de</strong> quase todos os satisfatores <strong>de</strong> nossas necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s tricerebrais. A moe<strong>da</strong> (ou o<br />

capital) tem suas regras <strong>de</strong> mercado monádico, maximocrático e livre para o mais forte<br />

– com fun<strong>da</strong>mento em A<strong>da</strong>m Smith e Charles Darwin - que se teorizou na falsa ciência<br />

econômica. “A economia é essencialmente uma ciência <strong>da</strong> burguesia 7 ”. Traduzido para<br />

a visão triádica, a economia visa à riqueza dos subgrupos oficiais à custa dos oscilantes<br />

(trabalhadores/prestusuários empregados ou <strong>de</strong>sempregados), apesar dos protestos<br />

dos antioficiais (sindicalistas, marxistas, soli<strong>da</strong>ristas etc.).<br />

O cérebro direito (sonhador), com sua intuição/fantasia, transforma o mundo<br />

em ficção artística, mitológica, espiritualista.<br />

Aí estão as três simbolosferas e suas três culturas. Quando integra<strong>da</strong>s e complementares<br />

formam a simbolosfera tri-una ou triádica. O problema é que os subgrupos<br />

oficiais entronizaram a simbolosfera monetária e sua gramática secreta – Gramática do<br />

Dinheiro – como a ver<strong>da</strong><strong>de</strong> única e dogmática para esses novos tempos <strong>de</strong> império<br />

global. Quando muito, aceitam as outras duas simbolosferas para que “expliquem e<br />

justifiquem” a veraci<strong>da</strong><strong>de</strong>, santi<strong>da</strong><strong>de</strong> e inescapabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> simbolosfera monetária. As<br />

três culturas estão estanca<strong>da</strong>s e mercantiliza<strong>da</strong>s pela indústria cultural.<br />

Há muito que a simbolosfera monádica do cérebro esquerdo está sob questionamento.<br />

Os que buscam uma reformulação do conhecimento, ou a transdisciplinari<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

e integração <strong>de</strong>sse mesmo conhecimento, sem divisão entre ciências exatas, so-<br />

49


ciais e artes (como a teoria do caos, <strong>da</strong> complexi<strong>da</strong><strong>de</strong> e a dialética hegeliano-marxista)<br />

e os que buscam uma nova educação não têm feito progressos que se notem. Antes,<br />

aparecem livros como “O Fim <strong>da</strong> História”, “O Fim <strong>da</strong> Ciência” etc. A própria ciência é<br />

ágil (e financia<strong>da</strong>) mais para <strong>de</strong>scobrir meios <strong>de</strong> matar do que para salvar e viver. Há<br />

que <strong>de</strong>scobrir uma nova “racionali<strong>da</strong><strong>de</strong>” ou transdisciplinari<strong>da</strong><strong>de</strong> complementar, <strong>de</strong>dica<strong>da</strong><br />

à busca <strong>de</strong> informação ver<strong>da</strong><strong>de</strong>ira e entendimento geral.<br />

A “economia” <strong>de</strong>ve ser rejeita<strong>da</strong> em sua pretensão <strong>de</strong> ciência (rainha <strong>da</strong>s ciências<br />

sociais!) , pois é claramente uma i<strong>de</strong>ologia cruel do oficialismo que cria miséria,<br />

sofrimento e ca<strong>da</strong> vez mais ódio no planeta. Em seu lugar, há que <strong>de</strong>senvolver a<br />

“Gramática do Dinheiro” ou uma “economia tri-una e proporcional” a fim <strong>de</strong> que todos<br />

apren<strong>da</strong>m o jogo e possam jogar melhor, resultando em dinheiro para todos, ain<strong>da</strong> que<br />

em níveis diferenciados, mas proporcionais.<br />

O produto principal do cérebro direito são as relações afetivas, as artes e as religiões<br />

ou filosofias orientais <strong>de</strong> libertação <strong>da</strong> pessoa. Por mais <strong>de</strong> um século, vem-se<br />

tentando uma fusão <strong>da</strong>s filosofias espirituais e místicas do Oriente (Blavatsky, Rudolf<br />

Steiner, Alan Watts, a Nova Era) e do Oriente Médio como o sufismo (Gurdjieff, Ouspenski<br />

e outros) com a religiosi<strong>da</strong><strong>de</strong> e racionali<strong>da</strong><strong>de</strong> oci<strong>de</strong>ntal. É um admirável intento,<br />

mas que requer uma teoria tricerebral bem elabora<strong>da</strong> para po<strong>de</strong>r avançar mais.<br />

É preciso re<strong>de</strong>senvolver e amadurecer os valores dos quatro níveis do cérebro<br />

direito: amor; criativi<strong>da</strong><strong>de</strong>; percepção extra-sensorial; estética y mística. Principalmente<br />

os valores místicos e morais <strong>da</strong>s religiões: há que substituir mitos e grosseiros contos<br />

do vigário por noções básicas <strong>de</strong> psicologia; e ensinar as pessoas a usar seu cérebro<br />

com on<strong>da</strong>s alfa para terem suas percepções e experiências pessoais do todo, meditar<br />

e reverenciar a vi<strong>da</strong>, o ser, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> parti<strong>da</strong>rismos religiosos. O cérebro direito,<br />

por ser sacralizador, soli<strong>da</strong>rista e conciliador, é a base do sentimento <strong>de</strong> justiça e <strong>de</strong><br />

ética que se convertem em convenções sociais, normas morais e leis <strong>de</strong> Estado. Há,<br />

porém, que se aferrar niti<strong>da</strong>mente a uma percepção triádica, que leva ao proporcionalismo,<br />

à justiça triádica. Do contrário, o oficialismo seguirá impondo sempre sua ética e<br />

justiça monádicas para garantir seus privilégios exclusivistas.<br />

CENÁRIO 16 – ESCATOLOGIAS ou o futuro imaginado durante a vi<strong>da</strong> e <strong>de</strong>pois <strong>da</strong><br />

morte individual e coletiva.<br />

RENÚNCIA<br />

RENÚNCIA<br />

ENTROPIA<br />

Mínimo - menos.<br />

Castigo.<br />

Adrenalina.<br />

MINIMOCRACIA<br />

PROPORCIONALISMO<br />

S<br />

MAXIMOCRACIA<br />

ASPIRAÇÃO<br />

ASPIRAÇÃO<br />

NEGUENTROPIA<br />

Máximo - mais.<br />

Recompensa.<br />

Endorfina.<br />

Fig. 23. Determinismo e Desejo entre dois Pólos <strong>de</strong> Tensão<br />

Este mo<strong>de</strong>lo gráfico apresenta os pólos <strong>de</strong> atração/repulsão <strong>da</strong> energia, como num ímã, tendo<br />

como centro <strong>de</strong> equilibração na cor<strong>da</strong> bamba o conceito <strong>de</strong> proporcionalismo instável, com movimento<br />

ondulatório, representado pela linha ondula<strong>da</strong> entre os dois extremos. Este ponto intermediário representa<br />

o espaço possível <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> em que somos movidos ou nos movemos, em meio ao dinamismo bipolar<br />

que nos divi<strong>de</strong> ou nos imanta em ambas as direções. No extremo à direita, está o conceito <strong>de</strong> “maximocracia”,<br />

que indica atração fatal, aspirações a sempre mais, buscando insaciavelmente o máximo dos<br />

três cérebros ou culturas. É o pólo que gera esperança <strong>de</strong> ganhos ou recompensas, e seu equivalente<br />

representado pelo neurotransmissor chamado endorfina, que produz sensação <strong>de</strong> prazer, satisfação ou<br />

plenitu<strong>de</strong>. Está também o conceito <strong>da</strong> Física “neguentropia” ou entropia inversa, que significa mais orga-<br />

50


nização, crescimento e progresso. As religiões traduzem isso como sendo aspiração à vi<strong>da</strong> eterna, ao<br />

céu, ao nirvana etc.<br />

No extremo à esquer<strong>da</strong>, está o conceito <strong>de</strong> “minimocracia”, que indica atração a sempre menos,<br />

para o mínimo ou rumo ao na<strong>da</strong> e ao castigo. Este pólo gera a renúncia voluntária e a não ação (como<br />

nos votos religiosos) ou o medo, a paranóia, a frustração, e seu equivalente representado pelo neurotransmissor<br />

chamado adrenalina, que é um alerta <strong>de</strong>fensivo-combativo. No extremo à esquer<strong>da</strong> está<br />

também o conceito <strong>da</strong> Física “entropia”, que significa <strong>de</strong>terioração, <strong>de</strong>cadência, <strong>de</strong>sorganização, <strong>de</strong>composição<br />

e redução a pura energia térmica. As religiões traduzem isso como a con<strong>de</strong>nação eterna, inferno,<br />

ou como ciclo <strong>de</strong> reencarnações purificadoras.<br />

Em resumo, o que move os três cérebros? O medo <strong>de</strong> per<strong>de</strong>r e o <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> ganhar; o medo ao<br />

<strong>de</strong>sconhecido e o <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> conhecer tudo; o medo à infelici<strong>da</strong><strong>de</strong>/sofrimento e o <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> felici<strong>da</strong><strong>de</strong>/gozo.<br />

Os extremos são viciosos; o proporcional é virtuoso.<br />

O tri-oficialismo sempre explorou nosso imaginário<br />

escatológico, nosso po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> sonho e utopia e,<br />

nosso impulso à maximocracia, com promessas <strong>de</strong> recompensa<br />

(que são pura iscação, na maior parte); e<br />

explorou nossos medos, com ameaças e castigos que<br />

são reais.<br />

Os po<strong>de</strong>res político e econômico materialistas insistem em prometer o paraíso<br />

na terra em forma <strong>de</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong> do ócio e <strong>da</strong> abundância, o que é uma reali<strong>da</strong><strong>de</strong> para<br />

os subgrupos oficiais, enquanto oferecem uma socie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> “sangue, suor e lágrimas”<br />

– inferno na terra – para os oscilantes e antioficiais.<br />

O Po<strong>de</strong>r Sacral, em suas diferentes varie<strong>da</strong><strong>de</strong>s, insiste em assediar as pessoas<br />

e em tentar seduzi-las com ofertas para se conseguir as difíceis vagas no além. Essa<br />

prática permanente constitui uma mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> terrorismo espiritual, salvo exceções<br />

entre ver<strong>da</strong><strong>de</strong>iros místicos e meditadores. Os estudos <strong>de</strong> tanatologia (estudos sobre a<br />

morte), <strong>de</strong> criobiologia (congelamento <strong>de</strong> cadáveres para ressuscitá-los no futuro) e as<br />

promessas <strong>da</strong> biotecnologia <strong>de</strong> viver até 150 anos não têm diminuído a angústia que<br />

acompanha a transformação (morte) <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> um.<br />

A expectativa <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> <strong>da</strong> espécie humana, a <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r dos escassos recursos<br />

que ela esbanja enlouqueci<strong>da</strong>mente, parece ser <strong>de</strong> 50 a 100 anos. O Apocalipse aconteceria<br />

pelo <strong>de</strong>sgaste/<strong>de</strong>rruba<strong>da</strong> <strong>da</strong> infra-estrutura ecossistêmica, <strong>de</strong> acordo com a<br />

Avaliação Ecossistêmica do Milênio, conduzi<strong>da</strong> por 1.350 cientistas <strong>de</strong> 95 países, contratados<br />

pela ONU. De fato, apesar do culto ao futuro, a juventu<strong>de</strong> não tem muitas esperanças<br />

e trata <strong>de</strong> viver intensamente o presente. A idolatria do progresso e do <strong>de</strong>senvolvimentismo<br />

está-se esfumando pela crescente <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ção dos povos e do meio<br />

ambiente.<br />

Com o triunfo absoluto <strong>da</strong> utopia oficialista anglo-americana-sionista, morreram<br />

as <strong>de</strong>mais utopias dos antioficiais (revoluções justiceiras, equitativas), enquanto os oscilantes<br />

retornam a suas utopias extraterrestres ou sobrenaturais, ofereci<strong>da</strong>s por velhas<br />

religiões míticas e fun<strong>da</strong>mentalistas.<br />

51


PARTE 4. O MANIFESTO<br />

Fig. 25. MANIFESTO DA PROPORCIONALIDADE-1<br />

COM DEMOCRACIA DIRETA<br />

INFORMAÇÃO<br />

VERDADEIRA<br />

Subgr. Oficial:<br />

Anti-oficial:<br />

Ju<strong>da</strong>ísmo<br />

Islam<br />

PODER Protestantismo<br />

SACRAL<br />

Oscilante:<br />

Católicos<br />

Zen-budistas<br />

Otros<br />

1, 2, 3<br />

5<br />

8<br />

DINHEIRO PARA TODOS<br />

Subgr. Antioficial: Subgr. Oficial:<br />

Resistentes. Neoliberais<br />

Não alinhados PODER<br />

POLÍTICO<br />

Subgr. Oscilante:<br />

Países <strong>de</strong>vedores<br />

JUSTIÇA<br />

TRIÁDICA<br />

“DINHEIRO PARA TODOS” é o lema para o nível <strong>de</strong> minivivência ou piso mínimo<br />

<strong>de</strong> vivência (combate à pobreza) nos 14 subsistemas. Os níveis <strong>de</strong> vivência são<br />

quatro e incluem o bem-estar progressivo nos três cérebros – não só o do cérebro central-econômico<br />

- e são:<br />

A Organização <strong>da</strong>s Nações Uni<strong>da</strong>s, consciente <strong>de</strong> que os indicadores meramente<br />

econômicos, como ren<strong>da</strong> per capita, classes ou estratos econômicos, PIB (medi<strong>da</strong><br />

anual do produto interno bruto <strong>de</strong> um país), taxa <strong>de</strong> crescimento econômico etc., são<br />

muito reducionistas, criou o conceito <strong>de</strong> “Índices <strong>de</strong> Desenvolvimento Humano”, que<br />

incluem outros satisfatores não-econômicos dos três cérebros. Por isso, propomos “níveis<br />

<strong>de</strong> vivência tricerebral” e, também, a substituição do conceito <strong>de</strong> PIB pelo <strong>de</strong><br />

PDST - Produção e Desfrute <strong>de</strong> Satisfatores Tri-cérebro/grupais, <strong>de</strong>sdobráveis em 14<br />

subsistemas.<br />

Os níveis <strong>de</strong> vivência, entretanto, são <strong>de</strong>terminados mais pelo paradigma dominante<br />

com suas regras <strong>de</strong> jogo do que pela dotação natural ou pelo esforço individual<br />

ou nacional. O atual paradigma ou “or<strong>de</strong>m mundial” é mais ou menos assim:<br />

52<br />

Oficial:<br />

Anti-Oficial: $ Financeiro-Comercial<br />

industrial PODER Informacional<br />

ECONÓMICO<br />

Oscilante:<br />

Agrobusiness<br />

Transporte.<br />

Cooperativismo.<br />

S01 S02 S03 S04 S05 S06 S07 S08 S09 S10 S11 S12 S13 S14<br />

parentesc saú<strong>de</strong> manutenç solil<strong>da</strong>rie lazer comunic educaç patrimon produç religioso segurança político jurídico precedên<br />

Fig. 27. Paradigma do Comando Mundial e os Subgrupos que Direcionam os Níveis <strong>de</strong> Vivência<br />

Este mo<strong>de</strong>lo gráfico ilustra o comando do Show do Jogo Mundial pela econocracia, pela “<strong>de</strong>mocracia/elitecracia”<br />

e pela teocracia, ca<strong>da</strong> qual com seus três principais subgrupos, que se vão subdividin-<br />

13<br />

21


do sempre. A “<strong>de</strong>mocracia” e a teocracia são “laranjas” <strong>da</strong> econocracia. Que tal mo<strong>de</strong>lo está em crise<br />

não restam dúvi<strong>da</strong>s. Mas ele se manterá enquanto pu<strong>de</strong>r repassar o custo aos cenários internacionais,<br />

nacionais e subnacionais mais baixos, em cascata. O Po<strong>de</strong>r Econômico que coman<strong>da</strong> a todos nós e a<br />

to<strong>da</strong>s nossas ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s pelos 14 subsistemas tem seu jogo triádico interno. Até o Século XIX, o subgrupo<br />

oficial <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> riqueza era o industrial, que havia ocupado o lugar do mo<strong>de</strong>lo feu<strong>da</strong>l (agora,<br />

agrobusiness). No Século XX, foi-se impondo o mo<strong>de</strong>lo financeiro-comercial (pós-industrial) como subgrupo<br />

oficial, sob o protesto do mo<strong>de</strong>lo industrial, que acusa os bancos, a bolsa e as corretoras financeiras<br />

<strong>de</strong> parasitas (porque não produzem satisfatores reais tangíveis) e <strong>de</strong> <strong>de</strong>sviar investimentos em produção<br />

para aplicá-los em especulação ou guerra financeira. Sendo assim – que dinheiro procria dinheiro<br />

– to<strong>da</strong> corporação ou prestusuária que pu<strong>de</strong>r montará seu banco ou sua cooperativa <strong>de</strong> crédito.<br />

Os 14 subsistemas são uma ampliação do ambíguo conceito “socioeconômico”<br />

<strong>de</strong> A<strong>da</strong>m Smith para a classificação <strong>da</strong>s necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s e dos fatos <strong>da</strong> reali<strong>da</strong><strong>de</strong>: 8<br />

S01 Parentesco – gêneros, sexuali<strong>da</strong><strong>de</strong>, família, <strong>de</strong>mografia, comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s.<br />

S02 Saú<strong>de</strong> pessoal/pública – hospitais, farmácias, profissionais, cemitérios.<br />

S03 Manutenção – abastecimento, feiras, comércio, cozinha, dietas.<br />

S04 Soli<strong>da</strong>rie<strong>da</strong><strong>de</strong> – amor, leal<strong>da</strong><strong>de</strong>, união, confiança, associações, cooperação.<br />

S05 Recreação – <strong>de</strong>scanso, artes, clubes, esportes, férias, turismo.<br />

S06.1–Comunicação – idiomas, correio, mídia, Internet, informação, marketing.<br />

S06.2. Transporte – vias, terminais, equipamento, circulação, <strong>de</strong>pósitos.<br />

S07 Educação – escolas, educadores, manuais, pesquisa, ciência.<br />

S08 Patrimonial – proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>, bancos, bolsa, corretoras, seguros, negócios.<br />

S09 Produção – energia, prestusuárias, trabalho, oferta <strong>de</strong> satisfatores.<br />

S10 Religioso – templos, livros sagrados, ritos, fé num mundo “sobrenatural”.<br />

S11 Segurança – forças arma<strong>da</strong>s, polícias, presídios, violência, <strong>de</strong>fesa, paz.<br />

S12 Político-Administrativo – organização social, Estado, gestão do bem-estar.<br />

S13 Jurídico – leis, moral, justiça, tribunais, po<strong>de</strong>r legislativo e judicial.<br />

S13 Precedência ou Ranking – maximocracia, fama, mérito, reconhecimento.<br />

Com isso quer-se <strong>de</strong>nunciar e substituir as teorias econômicas e <strong>de</strong> mercado<br />

<strong>de</strong> A<strong>da</strong>m Smith e neoliberais, supostamente auto-reguladoras, mas que só e sempre<br />

regulam a favor dos oficialistas. Chega <strong>de</strong> <strong>de</strong>clarações pomposas <strong>de</strong> direitos, inalcançáveis<br />

sem um mínimo <strong>de</strong> dinheiro: a educação é livre para todos... os que tiverem<br />

dinheiro para comprá-la; a alimentação é livre para todos... os que tiverem dinheiro<br />

para o supermercado ou a quitan<strong>da</strong>; todos são livres para ir e vir... se tiverem<br />

dinheiro para a passagem; os medicamentos são livres para todos... os que tiverem<br />

dinheiro para a farmácia; a justiça é livre para todos... os que tiverem dinheiro para<br />

os advogados e cartórios; o direito a ser eleito é livre para todos... os que tiverem dinheiro<br />

para comprar votos etc., etc. etc.<br />

Trata-se, então, <strong>de</strong> garantir po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> compra para um piso mínimo <strong>de</strong> digni<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

humana, <strong>de</strong>finido como “minivivência” para todos, o que requer, como contraparti<strong>da</strong>,<br />

que se estabeleça um teto máximo ou diminuição <strong>de</strong> ritmo <strong>de</strong> ganhos e <strong>de</strong><br />

acumulação para indivíduos, empresas e países em melhores condições.<br />

Piso Mínimo<br />

53


O piso mínimo, o nível <strong>de</strong> minivivência para os humanos e tudo que existe no<br />

planeta, tem sido abor<strong>da</strong>do sempre <strong>de</strong> viés, timi<strong>da</strong>mente, nunca <strong>de</strong> frente. Assim o<br />

fazem o salário mínimo, o programa <strong>da</strong> “fome zero”, o <strong>de</strong> combate à pobreza e outros.<br />

Outra mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong> é o programa <strong>de</strong> salário <strong>de</strong>semprego, que é temporário. O<br />

programa <strong>de</strong> ren<strong>da</strong> negativa (quem não po<strong>de</strong> ter ren<strong>da</strong> para a minivivência teria uma<br />

complementação pelo Estado, isto é, pelo caixa coletivo formado pelos impostos <strong>de</strong><br />

todos nós e “administrado” pelo governo) foi aprovado em muitos países socialistas<br />

e capitalistas. Falta, entretanto, consenso na <strong>de</strong>finição do que seja minivivência pelos<br />

14 subsistemas; por enquanto se parece mais com a ração mínima para manter<br />

vivos os animais <strong>de</strong> trabalho.<br />

A organização <strong>da</strong> agendonomia dos 14 subsistemas não po<strong>de</strong> continuar assim,<br />

empobrecendo os empregados, empurrando ca<strong>da</strong> vez mais trabalhadores/prestusuários<br />

para o <strong>de</strong>semprego e o trabalho informal sem garantias sociais, só<br />

para fazer crescer o número <strong>de</strong> ricos a uma taxa muito superior à taxa <strong>de</strong> crescimento<br />

do país e do mundo. As políticas compensatórias ou <strong>de</strong> exceção cita<strong>da</strong>s acima<br />

só são feitas e só servem para preservar o paraíso dos po<strong>de</strong>rosos e ricos, mantendo<br />

trancado e longe o inferno dos pobres.<br />

Este mo<strong>de</strong>lo gráfico ilustra os prestusuários/tdrabalhadores <strong>da</strong> agendonomia posicionados em<br />

três subgrupos e distribuídos por quatro níveis ou subdivisões <strong>da</strong> pirâmi<strong>de</strong> inverti<strong>da</strong>. A<strong>de</strong>mais, o oficialismo<br />

econômico e político está <strong>de</strong>sregulamentando o mercado <strong>de</strong> trabalho, suprimindo direitos históricos<br />

aos poucos antioficiais (inutilização <strong>de</strong> sindicatos) e aos muitos oscilantes, cortando empregados,<br />

congelando os salários dos que ficam e arcam com carga dupla e propondo negociações livres<br />

entre raposas e galinhas (e por que o governo-cão intervém a favor do oficialismo quando há greves,<br />

se tudo tem que ser resolvido entre as mesmas raposas e galinhas?).<br />

A tecnologia do oficialismo mundial está eliminando (e não criando) progressivamente<br />

empregos assalariados, exatamente os <strong>de</strong> nível <strong>de</strong> minivivência, mais<br />

mecânicos, que exigem menos conhecimento. E está succionando (assaltando), no<br />

varejo, as reservas anteriormente acumula<strong>da</strong>s por Estados e indivíduos. Os Estados<br />

são assaltados pelas privatizações força<strong>da</strong>s e a armadilha do endivi<strong>da</strong>mento com<br />

taxas flutuantes; e os indivíduos são assaltados pela redução ou congelamento dos<br />

ganhos reais dos salários e, pelo <strong>de</strong>semprego.<br />

Será preciso provi<strong>de</strong>nciar ren<strong>da</strong> <strong>de</strong> minivivência vincula<strong>da</strong> a outras ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

que não sejam o emprego, mas que signifiquem ganhos para a coletivi<strong>da</strong><strong>de</strong>, embora<br />

não monetariza<strong>da</strong>s. Basta recor<strong>da</strong>r o New Deal, <strong>de</strong> Roosevelt nos EUA, gerando e<br />

financiando frentes <strong>de</strong> trabalho e novos negócios. Por isso, é melhor substituir o<br />

conceito <strong>de</strong> trabalho, emprego e salário dos tempos <strong>da</strong> primeira revolução industrial<br />

pelo novo conceito <strong>de</strong> “agendonomia prestusuária” dos 14 subsistemas.<br />

“Agendonomia” é a soma <strong>de</strong> to<strong>da</strong>s as “agen<strong>da</strong>s” ou ocupações e ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

nos 14 subsistemas. “Prestusuária” é composição tira<strong>da</strong> <strong>de</strong> duas palavras:<br />

“prest(adia)” que significa prestação/oferta <strong>de</strong> serviços e “usuária” que significa<br />

uso, procura, consumo. Agendonomia prestusuária inclui to<strong>da</strong>s as ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

produção/oferta e to<strong>da</strong>s as ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> procura/consumo <strong>de</strong> indivíduos, grupos,<br />

54


empresas, países e o planeta, que se po<strong>de</strong>m divisar melhor pelos 14 subsistemas<br />

em ca<strong>da</strong> um <strong>de</strong> seus 4 níveis.<br />

Teto Máximo<br />

O exemplo mais conhecido <strong>de</strong> abor<strong>da</strong>gem do teto máximo <strong>de</strong> ganhos foi a lei<br />

americana antitruste para proteger a competição supostamente livre e leal do mercado.<br />

Atualmente, foi abran<strong>da</strong><strong>da</strong> e ficou muito tolerante com os oligopólios e monopólios,<br />

principalmente quando são <strong>de</strong> interesse anglo-americano-israelense. O único<br />

exemplo <strong>de</strong> teto na acumulação e no endivi<strong>da</strong>mento para países foi a proposta do<br />

economista John Maynard Keynes (inglês) na reunião <strong>de</strong> Bretton Woods, convoca<strong>da</strong><br />

para criar organismos controladores supranacionais ao final <strong>da</strong> Segun<strong>da</strong> Guerra<br />

Mundial. Mas Keynes foi <strong>de</strong>rrotado pelos negociadores norte-americanos que impuseram<br />

o dólar, o BM, o FMI e outros músculos do império americano que nos submete<br />

a uma impiedosa perseguição econômico-financeira.<br />

Há que retomar a proposta <strong>de</strong> John Maynard Keynes para o mundo internacional<br />

(ver referência na Parte 2 – I<strong>da</strong><strong>de</strong> Mo<strong>de</strong>rna). Além <strong>de</strong> se obe<strong>de</strong>cer a um limite<br />

<strong>de</strong> acumulação imposto por lei, <strong>de</strong>vem-se substituir porcentagens progressivas dos<br />

salários nas empresas até suprimi-los totalmente, para que os que atuam numa corporação<br />

sejam automaticamente acionistas/controladores <strong>de</strong>la. Ao argumento <strong>de</strong><br />

que isso freia o progresso e o empreen<strong>de</strong>dorismo, respon<strong>de</strong>-se que o progresso que<br />

estão <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>ndo é só para produzir ca<strong>da</strong> vez mais ricos – totalmente <strong>de</strong>scartáveis<br />

– e ca<strong>da</strong> vez mais pobres e <strong>de</strong>sastres para o ecossistema – ca<strong>da</strong> vez com maiores<br />

urgências. Respon<strong>de</strong>-se, também, que já é hora <strong>de</strong> <strong>da</strong>r priori<strong>da</strong><strong>de</strong> à produção <strong>de</strong> satisfatores<br />

para as pessoas e a vi<strong>da</strong> nos quatro níveis, com lucro tri-grupal proporcional,<br />

para corrigir o vício econômico <strong>de</strong> produzir só o que garanta lucro máximo para<br />

uns poucos. Essa falsa economia, com sua falsa eficiência e com seu falso discurso...<br />

Sem essa perspectiva, as pessoas estão-se agarrando a outras propostas <strong>de</strong><br />

controle <strong>da</strong> livre maximocracia <strong>de</strong> acumulação. É preciso fechar os olhos para a história<br />

para não ver como crescem os neonazistas, os novos entusiastas do experimento<br />

socialista-comunista <strong>de</strong> <strong>de</strong>sapropriação radical, ou como cresce vitorioso o<br />

recente e incontrolável terrorismo <strong>da</strong> violência 2 entre países e, o <strong>da</strong> violência 3 em<br />

to<strong>da</strong>s as ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s do mundo.<br />

“INFORMAÇÃO VERDADEIRA” é um chamamento para suprimir a manipulação<br />

educacional domesticadora e a manipulação <strong>da</strong> ver<strong>da</strong><strong>de</strong> por parte do trioficialismo<br />

máximo e <strong>de</strong> seus meios <strong>de</strong> comunicação com enganadores profissionais<br />

– os marqueteiros. São magos do teledirigismo catequizador <strong>da</strong>s massas por<br />

meio do neuromarketing, impondo o consumismo como sendo a própria felici<strong>da</strong><strong>de</strong>. É<br />

comunicação <strong>de</strong> mão única, incontestável, seleciona<strong>da</strong> e <strong>de</strong>turpa<strong>da</strong> <strong>de</strong> acordo com<br />

os interesses pouco confessáveis dos subgrupos oficiais mais altos, o que está próximo<br />

<strong>da</strong> lavagem cerebral, <strong>da</strong> alienação. É o uso perverso <strong>da</strong> linguagem e <strong>da</strong> comunicação.<br />

Existe a mentira política sobre a <strong>de</strong>mocracia (que é monocracia do subgrupo<br />

oficial ou <strong>de</strong>mocracia elitista e imperial) e, a mentira profissional dos políticos. Existe<br />

a mentira econômica do livre mercado, sustenta<strong>da</strong> pela i<strong>de</strong>ologia dos ricos, chama<strong>da</strong><br />

ciência econômica (na prática, quanto mais forte e mais trapaceiro, mais se po<strong>de</strong><br />

impor preços e condições). E existe a trapaça religiosa <strong>da</strong> invenção <strong>de</strong> mundos e<br />

55


governos sobrenaturais como instâncias <strong>de</strong> recompensa e castigo para somente <strong>de</strong>pois<br />

<strong>de</strong> mortos.<br />

A própria ciência monádica é parcialmente viciosa por servir primordialmente<br />

aos interesses dos subgrupos oficiais e manter-se longe do controle social. A i<strong>de</strong>ologia<br />

do <strong>de</strong>senvolvimento e <strong>da</strong> riqueza capitalistas, para todos e sem fim, está-se revelando<br />

como a mentira mais perigosa, porque vai contra a intersustentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong><br />

vi<strong>da</strong> proporcional para todos os ocupantes humanos e não humanos <strong>de</strong> um planeta<br />

finito.<br />

“JUSTIÇA TRIÁDICA” é uma alternativa para o atual or<strong>de</strong>namento jurídico<br />

monádico/imperial do tri-oficialismo que impõe controles, perseguições, guerras e<br />

sofrimentos aos oscilantes e antioficiais, enquanto eles, os oficialistas, se permitem<br />

to<strong>da</strong>s as liber<strong>da</strong><strong>de</strong>s, isenções, benesses e impuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s acima <strong>de</strong> to<strong>da</strong> e qualquer<br />

lei, ética e moral. Mais ain<strong>da</strong>: autoproclamam-se “nobres” ou eleitos/favoritos dos<br />

<strong>de</strong>uses para acobertar-se. Faltam leis globais para as três culturas – a políticocientífica,<br />

a econômica e a sacral - com base na lei matemática <strong>da</strong> proporcionali<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

E faltam garantias <strong>de</strong> aplicação <strong>da</strong> lei aos três subgrupos, aqui e agora, motivo<br />

por que se rejeitam, também, as promessas religiosas <strong>de</strong> justiça e felici<strong>da</strong><strong>de</strong> só para<br />

<strong>de</strong>pois <strong>da</strong> morte.<br />

A justiça para regular as três culturas será diretamente proporcional às capaci<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

e responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> pessoa, subgrupo e país. Para assegurar<br />

mútua vigilância e controlar a impuni<strong>da</strong><strong>de</strong>, recorre-se à co-responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> parentesco:<br />

critério segundo o qual, qualquer atribuição <strong>de</strong> responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong>, <strong>de</strong> culpa<br />

e <strong>de</strong> punição, é distribuí<strong>da</strong> proporcionalmente a partir do principal responsável até<br />

parentes em segundo grau e duas gerações anteriores e posteriores, aí incluídos<br />

ex-esposos(as).<br />

Para isso, faz-se necessária uma nova Filosofia do Direito, <strong>de</strong> base triádica e<br />

proporcional, e com novos operadores, que vem sendo proposta pelos juristas Mauro<br />

Macedo e Sebastião Batista 9 .<br />

56


Este mo<strong>de</strong>lo gráfico ilustra o <strong>Manifesto</strong> <strong>da</strong> Proporcionali<strong>da</strong><strong>de</strong> num segundo grau <strong>de</strong> complexi<strong>da</strong><strong>de</strong>,<br />

agregando cinco órbitas ou esferas entrelaça<strong>da</strong>s <strong>da</strong> vi<strong>da</strong>, que <strong>de</strong>nominamos “dinâmicas”. Aí estão<br />

também palavras <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m em ca<strong>da</strong> uma <strong>de</strong>las. As “dinâmicas” são níveis <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento dos três<br />

cérebros e suas três culturas ou uma con<strong>de</strong>nsação do Show do Jogo Mundial. As dinâmicas são inter<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes<br />

e criam a intersustentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> quando há proporcionali<strong>da</strong><strong>de</strong> entre elas; e criam entropia e rebelião<br />

quando há <strong>de</strong>sproporcionali<strong>da</strong><strong>de</strong>. Na seqüência, apresenta-se uma síntese <strong>da</strong> proposta do <strong>Manifesto</strong><br />

em ca<strong>da</strong> “dinâmica”.<br />

Ambiente/Ecologia: CIDADÃO DA NATUREZA!<br />

Reintegrar-se ao ecossistema ou à natureza como re<strong>de</strong> universal, <strong>de</strong>fendê-la como<br />

mãe <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> e fonte <strong>de</strong> satisfatores a ser preserva<strong>da</strong> em ca<strong>da</strong> ecorregião ou município.<br />

Abaixo os exterminadores do futuro!<br />

Mente e Pessoa: CIDADÃO DE SI MESMO!<br />

Elevar-se do comportamento instintivo ao mental, <strong>de</strong>senvolvido em seus três blocos e<br />

três culturas – científica, material, convivencial. Educação básica feminina e masculina<br />

obrigatória até os 16 anos, pelo currículo dos três cérebros e três culturas (não só o<br />

<strong>da</strong>s ciências), visando a capacitação para a autonomia, para o autoprovimento e a autocondução,<br />

com reciclagens periódicas. Ser consciente, ser produtivo e ser feliz soli<strong>da</strong>riamente.<br />

Não entregue sua cabeça a ninguém. Liberte-a!<br />

Economia: CIDADÃO DA RIQUEZA MUNDIAL!<br />

Reorganizar as ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s humanas em ecorregiões <strong>de</strong> co-proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s, com intercâmbio<br />

global <strong>de</strong> bens satisfatores, disputados triadicamente via mercado proporcional.<br />

Proteção à livre iniciativa, ao trabalho, à ren<strong>da</strong> que garanta a minivivência e ao esforço<br />

para alcançar níveis mais altos, reprimindo a especulação e os modos <strong>de</strong> se ob-<br />

57


ter riqueza, que sejam <strong>da</strong>nosos à socie<strong>da</strong><strong>de</strong> e ao ecossistema. A proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> individual,<br />

<strong>de</strong> empresas e países é garanti<strong>da</strong>, mas tendo um teto que será uma porcentagem<br />

do PIB regional, estabelecido entre os três subgrupos, por ecorregião.<br />

PODER<br />

POLÍTICO<br />

Trabalho-Moe<strong>da</strong>-Distribuição Proporcionais!<br />

Estado: CIDADÃO DA DEMOCRACIA DIRETA!<br />

Reorganizar ecorregionalmente as instituições, particulares e coletivas (na proporção<br />

<strong>de</strong> 62% e 38 % respectivamente), em comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s e socie<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> trigestores, com<br />

supremacia do Po<strong>de</strong>r Local. Como po<strong>de</strong>r superior central, só um Po<strong>de</strong>r Arbitrador triuno,<br />

eletivo por voto livre ecorregional, <strong>de</strong>stituível a qualquer hora, com po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> arbitragem,<br />

<strong>de</strong> fisco e <strong>de</strong> segurança, articulando-se por ecorregiões, progressivamente, em<br />

forma mais esférica e menos pirami<strong>da</strong>l. O Po<strong>de</strong>r Legislativo fica substituído por votação<br />

direta via eletrônica. O Po<strong>de</strong>r Executivo é substituído pela autogestão <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> um<br />

dos 14 subsistemas ou áreas <strong>de</strong> interesse e suas especiali<strong>da</strong><strong>de</strong>s, regula<strong>da</strong> pelo Po<strong>de</strong>r<br />

Arbitrador. A contribuição para manter o que é coletivo será por imposto sobre ren<strong>da</strong> e<br />

bens, e alguns poucos impostos seletivos, não <strong>de</strong>claratórios, baseados no valor agregado<br />

(IVA).<br />

S<br />

PODER ECONÔMICO<br />

PARENTESCO<br />

PARENTESCO<br />

SAÚDE SAÚDE<br />

MANUTENÇÃO<br />

MANUTENÇÃO<br />

SOLIDARIEDADE<br />

SOLIDARIEDADE<br />

LAZER LAZER<br />

TRANSP/COM.<br />

TRANSP/COM.<br />

PEDAGÓGICO<br />

PEDAGÓGICO<br />

PATRIMONIAL<br />

PATRIMONIAL<br />

PRODUÇÃO<br />

PRODUÇÃO<br />

RELIGIOSO<br />

RELIGIOSO<br />

SEGURANÇA<br />

SEGURANÇA<br />

POLITIC/ADMIN<br />

POLITIC/ADMIN<br />

PODER<br />

SACRAL<br />

1. ESPAÇO S01 S02 S03 S04 S05 S06 S07 S08 S09 S10 S11 S12 S13 S14<br />

On<strong>de</strong><br />

2. CRONOLOGIA<br />

Quando<br />

3. PERSONAGENS<br />

Quem<br />

4. PROCEDIMENTOS<br />

AGENDONOMIA<br />

Símbolos<br />

Know-How<br />

Valores<br />

Princípios<br />

RESULTADOS<br />

Fig. 30. MODELO ATUAL DE MUNICÍPIO, ESTADO, PAÍS<br />

JURÍDICO JURÍDICO<br />

PRECEDÊNCIA<br />

PRECEDÊNCIA<br />

PODER ARBITRADOR TRI-UNO<br />

58<br />

1. ESPAÇO<br />

On<strong>de</strong><br />

2. CRONOLOGIA<br />

Quando<br />

3. PERSONAGENS<br />

Quem<br />

4. PROCEDIMENTOS<br />

AGENDONOMIA<br />

Símbolos<br />

Know-How<br />

Valores<br />

Princípios<br />

RESULTADOS<br />

S01 S02 S03 S04 S05 S06 S07 S08 S09 S10 S11 S12 S13 S14<br />

PARENTESCO<br />

PARENTESCO<br />

SAÚDE SAÚDE<br />

MANUTENÇÃO<br />

MANUTENÇÃO<br />

SOLIDARIEDADE<br />

SOLIDARIEDADE<br />

LAZER LAZER<br />

TRANSP/COMUN<br />

TRANSP/COMUN<br />

PEDAGÓGICO<br />

PEDAGÓGICO<br />

PATRIMONIAL<br />

PATRIMONIAL<br />

PRODUÇÃO<br />

PRODUÇÃO<br />

RELIGIOSO<br />

RELIGIOSO<br />

SEGURANÇA<br />

SEGURANÇA<br />

POLITIC/ADMIN.<br />

POLITIC/ADMIN.<br />

JURÍDICO JURÍDICO<br />

PRECEDENCIA<br />

PRECEDENCIA<br />

Fig. 31. MODELO PROPORCIONALISTA DE MUNICÍPIO, ESTADO, PAÍS<br />

Este mo<strong>de</strong>lo gráfico ilustra a diferença entre o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> “<strong>de</strong>mocracia representativa” com três<br />

“Estados” <strong>de</strong>ntro do Estado, inventado pelos anglo-americanos nos últimos 500 anos (à esquer<strong>da</strong>) e o<br />

mo<strong>de</strong>lo proporcionalista <strong>de</strong> “<strong>de</strong>mocracia direta”, que é o Estado dos três subgrupos e todos seus níveis,<br />

gerenciado pelo Po<strong>de</strong>r Arbitrador Tri-uno.<br />

Direito Triádico: Po<strong>de</strong>r Arbitrador Tri-uno!<br />

Po<strong>de</strong>r Executivo Direto: Autogestão nos 14 Subsistemas!<br />

Estética e Mística: CIDADÃO DO INFINITO!<br />

Promover uma espirituali<strong>da</strong><strong>de</strong> mística e uma estética que inclua características <strong>da</strong> cultura<br />

<strong>de</strong> ca<strong>da</strong> ecorregião. Criar soli<strong>da</strong>rismo e fraterni<strong>da</strong><strong>de</strong> holística, incluindo todos os<br />

seres do ecossistema, superando segregações raciais, sexistas, étnicas, nacionalistas,<br />

religiosas, suprimindo to<strong>da</strong> forma <strong>de</strong> <strong>de</strong>pre<strong>da</strong>ção, <strong>de</strong> violência físico-econômica, <strong>de</strong><br />

violência psicomoral e religiosa, em favor <strong>da</strong> paz. Promover a ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia e a coparticipação<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> a local até a planetária num universo triádico único, propiciando o<br />

<strong>de</strong>sfrute <strong>de</strong> uma vi<strong>da</strong> sempre mais gratificante.<br />

Religiosi<strong>da</strong><strong>de</strong> sim! Manipulação não!<br />

4.1. COMENTÁRIOS


ECOLOGIA E AMBIENTALISMO. Ci<strong>da</strong>dão <strong>da</strong> Natureza!<br />

Trata-se do planeta como um ecossistema total e totalmente inter<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte,<br />

incluindo a atmosfera e estratosfera. Mas trata-se, também, <strong>de</strong> macro ecorregiões como<br />

os continentes, meso-ecorregiões (grupos <strong>de</strong> países) que se subdivi<strong>de</strong>m em microecorregiões<br />

(conjunto <strong>de</strong> municípios que compartilham um mesmo ambiente <strong>de</strong> sustentabili<strong>da</strong><strong>de</strong>).<br />

Ca<strong>da</strong> ser humano e ca<strong>da</strong> subgrupo ou país é, tão somente, um dos elos<br />

<strong>da</strong> ca<strong>de</strong>ia ecossistêmica e não o dono <strong>de</strong>la. O ecossistema é patrimônio <strong>de</strong> to<strong>da</strong> a<br />

humani<strong>da</strong><strong>de</strong> e não só <strong>de</strong> alguns países ou <strong>de</strong> alguns subgrupos oficiais mais fortes e<br />

mais altos. O clima e a sustentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> do ecossistema são a questão mais global e<br />

essencial <strong>da</strong>s questões, que nunca admitiu fronteiras nacionais; e têm que estar acima<br />

<strong>de</strong> i<strong>de</strong>ologias políticas e <strong>de</strong> interesses exclusivos dos subgrupos oficiais.<br />

Todos os seres do planeta são co-proprietários e, portanto, co-responsáveis. A<br />

proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> coletiva está acima e antes <strong>da</strong> proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> particular ou priva<strong>da</strong>. A educação<br />

e as medi<strong>da</strong>s ambientais, por ora, são mais <strong>de</strong> higiene e romantismo ambiental<br />

(salvação <strong>de</strong> plantas e animais) do que <strong>de</strong> preservação e sustentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> do todo;<br />

aquelas contentam os oscilantes, enquanto estas imporiam limites aos <strong>de</strong>pre<strong>da</strong>dores<br />

econômicos e aos promotores do consumo irracional e ilimitado. Crescimento ilimitado<br />

é física e matematicamente impossível num planeta limitado.<br />

MENTE E PESSOA. Ci<strong>da</strong>dão <strong>de</strong> Si Mesmo!<br />

Primeiro, é preciso <strong>da</strong>r mais preparação e proteção às famílias para que sejam<br />

mais estáveis e possam <strong>de</strong>sempenhar melhor seu papel <strong>de</strong> construtoras do tricerebrar<br />

individual e coletivo, <strong>da</strong>ndo <strong>de</strong>staque ao papel <strong>da</strong> mulher, apoia<strong>da</strong> por um esposo mais<br />

participativo. Depois, é preciso reformular os currículos escolares e a formação dos<br />

educadores pelo paradigma tricerebral <strong>de</strong> ensino-aprendizagem e avaliação, incluindo<br />

nisso a avaliação relativa ao progresso na emancipação familiar ou capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> autocondução<br />

<strong>de</strong> modo a concluir-se por volta dos 18 anos. Isso é função <strong>da</strong> escola pública,<br />

financia<strong>da</strong> coletivamente (o que vem do Estado não é grátis, é financiado coletivamente).<br />

Como tudo é co-evolutivo e co-a<strong>da</strong>ptativo, todos têm direito a uma reciclagem<br />

remunera<strong>da</strong> <strong>de</strong> 6 meses, a ca<strong>da</strong> 7 ou 8 anos <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> adulta.<br />

ECONOMIA. Ci<strong>da</strong>dão <strong>da</strong> Riqueza Mundial!<br />

Subgr. Oficial:<br />

Subgr. Antioficial: Neoliberais<br />

Resistentes.<br />

Não alinhados PODER<br />

POLÍTICO<br />

Subgr. Oscilante:<br />

Países <strong>de</strong>vedores<br />

ISB – International Settlements Bank – Banco Central Mundial<br />

OMC – Organização Mundial do Comércio<br />

TRIMs – Tra<strong>de</strong> Related Investment Measures – Cartel <strong>de</strong> Investidores<br />

TRIPs - Tra<strong>de</strong> Related Intellectual Property Rights – Pagar Royalties<br />

Estas duas são o <strong>Manifesto</strong> dos Monopolistas do Dinheiro<br />

BM – Banco Mundial<br />

OIT – Organização Internacional<br />

do Trabalho<br />

FMI – Fundo Monetário Internacional<br />

CONSENSO DE WASHINGTON<br />

Decretos do Império para as Colônias<br />

Transnacionais<br />

(supra-governos)<br />

DESEMPREGO E EMPOBRECIMENTO<br />

dos níveis sociais e países mais baixos para superenriquecimento<br />

dos níveis sociais e países mais altos, no<br />

Show do Jogo Mundial.<br />

Fig. 32. BUROCRACIA DO PODER ECONÔMICO Anglo-Americano<br />

59<br />

Subgr. Oficial:<br />

Antioficial: Ju<strong>da</strong>ísmo-Protest.<br />

Islamismo<br />

PODER Apocalíptico<br />

SACRAL<br />

Oscilante:<br />

Católicos<br />

Zen-budistas<br />

Outros


Este mo<strong>de</strong>lo gráfico quer ilustrar as instituições que formam a burocracia econocrática angloamericana,<br />

com o Po<strong>de</strong>r Político e o Sacral como seus coroinhas. Na pirâmi<strong>de</strong> central, mais embaixo,<br />

temos os países “em vias <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento” e os “emergentes”, dominados pelo capital estrangeiro<br />

<strong>da</strong>s transnacionais; eles têm como contrapeso um sindicalismo em coma, representado pela Organização<br />

Internacional do Trabalho (seria melhor dizer “do <strong>de</strong>semprego” ou “do trabalho informal”). Incluem-se,<br />

também, aí os níveis sociais mais baixos dos países <strong>de</strong>senvolvidos (os EUA têm 36 milhões <strong>de</strong> pessoas<br />

abaixo <strong>da</strong> linha <strong>de</strong> pobreza, entre elas 13 milhões <strong>de</strong> crianças). Na pirâmi<strong>de</strong> logo acima estão o FMI e<br />

seu “rival” BM que consoli<strong>da</strong>ram sua filosofia e seu modo <strong>de</strong> operar no mafioso Consenso <strong>de</strong> Washington.<br />

Acima estão as TRIMs e as TRIPs, que <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>m “legalmente” os donos do dinheiro e <strong>da</strong> tecnologia.<br />

Acima está a Organização Mundial do Comércio – o supremo tribunal mundial dos negócios, já que os<br />

EUA não aprovam o Tribunal Internacional <strong>de</strong> Justiça (no qual seriam réus permanentes). No topo, está o<br />

ISB, o Banco Central do sistema bancário do planeta (porque a Suíça se tornou o sésamo dos clones <strong>de</strong><br />

Ali Babá?). Por <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>ssa burocracia, rola o sistema monetário do planeta, baseado no dólar, tendo o<br />

euro junto com o yuan chinês como antioficiais e o resto <strong>da</strong>s moe<strong>da</strong>s como oscilantes.<br />

É tão impressionante essa máquina e seu êxito que fez um filósofo ingênuo exclamar que isso é<br />

a glória e o fim <strong>da</strong> história. Mas é também tão esmagadora que suas vítimas buscam por todos os meios<br />

pôr um fim a essa história.<br />

Antioficial:<br />

INDÚSTRIA<br />

$<br />

Oscilante:<br />

AGROBUSINESS<br />

TRANSPORTE.<br />

SERVIÇOS<br />

COOPERATIVISMO.<br />

Oficial:<br />

FINANCEIRO<br />

COMERCIAL<br />

Fig. 33. Jogo Triádico Entre Ramos <strong>de</strong> Negócios<br />

e suas Prestusuárias<br />

Este mo<strong>de</strong>lo gráfico ilustra o jogo triádico econocrático <strong>de</strong> prestusuárias (empresas, corporações<br />

e instituições), expondo o subgrupo banqueiro e comercial como novo subgrupo oficial <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a última<br />

parte do século XX, tendo a produção industrial como seu rival. No tempo <strong>de</strong> Karl Marx, o subgrupo<br />

oficial <strong>da</strong>s empresas era o industrial. O mo<strong>de</strong>lo indica, também, que os ramos <strong>de</strong> negócios e prestusuárias<br />

oscilantes estão a serviço e sob o controle do oficial e do antioficial. Não é espantoso que, neste início<br />

<strong>de</strong> terceiro milênio, os bancos sejam as empresas mais lucrativas do mundo, exercendo apenas ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

parasitárias?<br />

O atual po<strong>de</strong>r econômico dos subgrupos oficiais virou ditadura planetária, fora<br />

<strong>de</strong> todos os controles. Ditadura <strong>de</strong> um símbolo e uma convenção social: dinheiro –<br />

respal<strong>da</strong>do no po<strong>de</strong>rio militar anglo-americano-israelense. Os subgrupos monopolizadores<br />

do capital libertaram-se dos controles do seu país e dos outros países; abandonaram<br />

o padrão/amarra ouro, transformando o dinheiro numa fantasia e num jogo <strong>de</strong><br />

papel ou <strong>de</strong> símbolos eletrônicos <strong>de</strong> acumulação facílima. Os subgrupos monopolizadores<br />

do capital <strong>de</strong>svincularam-se <strong>da</strong> criação <strong>de</strong> tri-satisfatores para criar um reino artificial<br />

financeiro (a bolsa) e viver <strong>de</strong> ren<strong>da</strong>s e agiotagem, <strong>de</strong> especulação e <strong>de</strong> frau<strong>de</strong>s.<br />

Banqueiros e megainvestidores criaram uma espécie <strong>de</strong> “constituição do dinheiro<br />

ou do Po<strong>de</strong>r Econômico” privado, acima <strong>da</strong> constituição do Po<strong>de</strong>r Político ou do Estado.<br />

Isso transformou a maioria <strong>da</strong> humani<strong>da</strong><strong>de</strong> e dos países em reféns dos monopolizadores<br />

do dinheiro, e em <strong>de</strong>vedores insolventes para sempre. Isso produz concentração<br />

<strong>de</strong> ren<strong>da</strong> líqui<strong>da</strong> e <strong>de</strong> miséria <strong>de</strong>nsa; freia o po<strong>de</strong>r aquisitivo e causa excesso <strong>de</strong><br />

estoques (recessão) pela retração do consumo e quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>. É a nova forma <strong>de</strong><br />

escravatura:<br />

não somos escravos políticos (“entregue sua liber<strong>da</strong><strong>de</strong> ou a vi<strong>da</strong>”!);<br />

nem escravos religiosos (“entregue suas crenças ou a vi<strong>da</strong>”!);<br />

somos escravos econômicos (“entregue a bolsa e a vi<strong>da</strong>”!).<br />

Os subgrupos oficiais do po<strong>de</strong>r econômico põem os políticos e as instituições<br />

públicas a seu serviço para protegê-los. Enfim, é um jogo triádico dominado pelos mais<br />

60


po<strong>de</strong>rosos e mais ricos, que abusam dos mais fracos e massacram os que divergem,<br />

nessa interminável guerra dos últimos 500 anos.<br />

Para <strong>da</strong>r um fim a essa história, começa-se por uma batalha para <strong>de</strong>slegitimar,<br />

negar e substituir o paradigma monádico anglo-saxão-sionista e sua correspon<strong>de</strong>nte<br />

i<strong>de</strong>ologia do divino dinheiro. Para a formulação <strong>de</strong> novas propostas há que se <strong>de</strong>svencilhar<br />

<strong>da</strong>s propostas e linguagens tanto do capitalismo triunfalista como do já ultrapassado<br />

comunismo, assumindo uma linguagem/visão tri-uni proporcional.<br />

Para substituir o economês pela “Dinâmica Prestusuária”, po<strong>de</strong>-se começar com<br />

alguns conceitos centrais como: mercado ecossistêmico em lugar <strong>de</strong> mercado só dos<br />

humanos; co-proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> coletiva e proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> particular em lugar <strong>de</strong> pública e priva<strong>da</strong>;<br />

prestusuárias em lugar <strong>de</strong> empresas ou organizações; <strong>de</strong>senvolvimento em 14<br />

subsistemas em lugar <strong>de</strong> só econômico e social; agendonomia prestusuária em lugar<br />

<strong>de</strong> trabalho; prestusuários <strong>de</strong> diferentes níveis em lugar <strong>de</strong> trabalhadores e patrões;<br />

satisfatores em lugar <strong>de</strong> bens/mercadorias/serviços; níveis <strong>de</strong> vivência com piso mínimo<br />

e teto máximo em lugar <strong>de</strong> classe A, B, C, D, E; uma nova Gramática do Dinheiro<br />

para todos, em lugar dos manuais <strong>de</strong> economia etc.<br />

A batalha cultural terá que levar a outras batalhas práticas para <strong>de</strong>sprivatizar o<br />

dinheiro que, por ter-se tornado um equivalente quase universal dos satisfatores que<br />

se produzem com o esforço <strong>de</strong> todos, não po<strong>de</strong> ficar nas mãos <strong>de</strong> banqueiros privados<br />

e suas mágicas. Tudo isso supõe avançar <strong>da</strong> Plataforma 1 do <strong>Manifesto</strong> para a implantação<br />

<strong>da</strong> Plataforma 2, a ser complementa<strong>da</strong> pela Plataforma 3, que veremos adiante.<br />

O conceito medular <strong>da</strong> nova linguagem a <strong>de</strong>senvolver e implementar é o <strong>de</strong> proporcionali<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

em lugar <strong>de</strong> ética ou regulação pelo mercado, na questão distributivista,<br />

já que os métodos <strong>de</strong> produção e circulação estão suficientemente <strong>de</strong>senvolvidos (rever<br />

a Fig. 5.1).<br />

ESTADO. Ci<strong>da</strong>dão <strong>da</strong> Democracia Direta!<br />

A humani<strong>da</strong><strong>de</strong> não tem ninguém a governá-la a não ser ela mesma, condiciona<strong>da</strong><br />

pela energia/natureza triádica que a gerou. Como a sobrevivência e a convivência<br />

estão confina<strong>da</strong>s numa jaula triádica <strong>de</strong> jogos predominantemente <strong>de</strong> “dois contra um”,<br />

a busca <strong>de</strong> um or<strong>de</strong>namento que limite a violência dos jogos e a guerra é permanente.<br />

A organização do clã, <strong>da</strong> tribo, <strong>da</strong> al<strong>de</strong>ia, <strong>da</strong> comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>, <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>-estado, <strong>da</strong>s religiões,<br />

dos impérios, do feu<strong>da</strong>lismo, dos Estados mo<strong>de</strong>rnos, do capitalismo e do socialismo<br />

foram esforços nesse sentido. Essas formas <strong>de</strong> or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> convivência na<br />

jaula evoluem com a evolução nos modos <strong>de</strong> produzir a sobrevivência e sua quali<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

em diversos níveis: forma e quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> energia usa<strong>da</strong>, com a correspon<strong>de</strong>nte tecnologia;<br />

forma <strong>de</strong> organização <strong>da</strong> agendonomia (trabalho e produção) <strong>de</strong> todos; capacitação<br />

e mentali<strong>da</strong><strong>de</strong>s dos três subgrupos <strong>de</strong> prestusuários; necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s e aspirações<br />

<strong>de</strong> consumo individual-familiar, empresarial, nacional; filosofias <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> presente<br />

e futura etc. (Rever a Fig. 7)<br />

O atual mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> Estado, mercado e Po<strong>de</strong>r Sacral, <strong>de</strong>nominado mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong>mocrático<br />

oci<strong>de</strong>ntal, criado na i<strong>da</strong><strong>de</strong> mo<strong>de</strong>rna a partir <strong>da</strong> Inglaterra e dos Estados Unidos,<br />

foi eficiente na era industrial. Mas esta já se foi e com ela se foi também esse mo<strong>de</strong>lo<br />

<strong>de</strong> Estado e organização social, porque já não aten<strong>de</strong>m às novas problemáticas globais.<br />

O aparecimento <strong>da</strong> energia quântica, nuclear e <strong>da</strong> informática, rompeu as fronteiras<br />

locais e nacionais, criando a globalização tecnetrônica do modo <strong>de</strong> sobrevivência<br />

e convivência, que chamamos Jogo Mundial. Isso requer um novo or<strong>de</strong>namento, que<br />

agora há <strong>de</strong> ser <strong>da</strong> jaula total, do planeta como um todo integrado, que têm necessi<strong>da</strong>-<br />

61


<strong>de</strong>s e exigências acima dos interesses <strong>da</strong>s jaulinhas nacionais. Estas têm que reformular<br />

seu or<strong>de</strong>namento em função <strong>da</strong> jaula total: Já não se admitem impérios (como o<br />

anglo-americano-israelense) nem nacionalismos (auto<strong>de</strong>terminação absoluta e unilateral<br />

dos povos, como os EUA), nem po<strong>de</strong>res in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes/paralelos, nem individualismos<br />

absolutos. Já não serve o atual or<strong>de</strong>namento do Po<strong>de</strong>r Político, do Po<strong>de</strong>r Econômico<br />

e do Po<strong>de</strong>r Sacral, típicos <strong>da</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong> mo<strong>de</strong>rna já esgota<strong>da</strong>. Esse atual or<strong>de</strong>namento<br />

<strong>de</strong>ve ser substituído por um único Po<strong>de</strong>r Arbitrador Tri-uno, composto <strong>de</strong> três,<br />

cinco ou sete membros em ca<strong>da</strong> esfera/nível ecorregional, com <strong>de</strong>mocracia direta e<br />

com autogestão <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> setor pelos seus próprios profissionais (não mais por políticos<br />

profissionais).<br />

Estamos numa nova era pós-mo<strong>de</strong>rna, na qual “um outro mundo tem que ser<br />

possível” – um mundo com o governo proporcional dos três subgrupos, sem a <strong>de</strong>legação/renúncia<br />

do po<strong>de</strong>r que tem legitimado o gangsterismo dos atuais subgrupos oficiais<br />

que não prestam contas a ninguém. Na era <strong>da</strong> tecnetrônica po<strong>de</strong>m-se fazer plebiscitos<br />

diários ou semanais (como exemplificam as inúmeras loterias semanais), para<br />

<strong>de</strong>bater e votar projetos encaminhados pelo Po<strong>de</strong>r Tri-uno e suas agências operadoras.<br />

Isso nos livrará <strong>de</strong> to<strong>da</strong> uma classe <strong>de</strong> “representantes” que se viciou em trair eleitores<br />

e em usurpar e manipular o interesse e o dinheiro coletivos em função <strong>de</strong> suas<br />

carreiras político-econômicas. O Po<strong>de</strong>r Arbitrador Tri-uno terá, como fun<strong>da</strong>mento, a<br />

nova Filosofia do Direito triádico-proporcionalista, no qual <strong>de</strong>verão formar-se todos os<br />

candi<strong>da</strong>tos a cargos eletivos e operadores <strong>da</strong> Justiça. Haverá dispositivos <strong>de</strong> vigilância<br />

interna e externa <strong>de</strong>sse Po<strong>de</strong>r Arbitrador Tri-uno, que <strong>de</strong>terminarão automaticamente<br />

eleições eletrônicas diretas para legitimação ou <strong>de</strong>slegitimação <strong>de</strong>le ou parte <strong>de</strong>le e as<br />

<strong>de</strong>vi<strong>da</strong>s sanções <strong>de</strong> acordo com o “critério <strong>de</strong> co-responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> familiar até o 2 o grau<br />

<strong>de</strong> parentesco (ver S01-Parentesco, no <strong>Manifesto</strong> 3).<br />

ESTÉTICA E MÍSTICA. Ci<strong>da</strong>dão do Infinito!<br />

As guerras e confrontações religiosas mostram que o i<strong>de</strong>al ecumênico fracassou,<br />

porque as atuais religiões ain<strong>da</strong> estão i<strong>de</strong>ntifica<strong>da</strong>s com nacionalismos, regionalismos<br />

étnicos e culturas que não superaram as teocracias (o truque <strong>de</strong> <strong>de</strong>clarar-se escolhido<br />

por Deus ou <strong>de</strong> governar em nome <strong>de</strong> Deus ou <strong>de</strong> <strong>de</strong>cidir guerras <strong>de</strong>pois <strong>de</strong><br />

“falar” com Deus...). Ca<strong>da</strong> qual tem que <strong>de</strong>scobrir sua relação com o todo maior e superior<br />

em que se move, evitando a<strong>de</strong>rir a <strong>de</strong>uses inventados pelo inconsciente como<br />

recorrência <strong>de</strong> pai, mãe, governos e suas cortes. Ou negando <strong>de</strong>uses inventados pelos<br />

subgrupos oficiais para servir <strong>de</strong> álibi para suas atroci<strong>da</strong><strong>de</strong>s – alegando que é vonta<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> Deus, que é imposição <strong>da</strong>s circunstâncias, que é a força do <strong>de</strong>stino, que é a mão<br />

invisível do mercado etc.<br />

Trata-se <strong>de</strong> conquistar a autonomia no uso do tricerebrar, principalmente do cérebro<br />

direito amorizador, crente, ético, místico-estético, buscador do infinito. É necessário<br />

começar amorizando o ecossistema com todos os seus participantes e ir em busca<br />

<strong>de</strong> uma nova consciência espiritual, acima dos parti<strong>da</strong>rismos religiosos, <strong>de</strong> livros e<br />

mestres dogmáticos, <strong>da</strong>s divisões exclusoras do lado que não é o meu. A isso se chega<br />

pelo conhecimento melhor dos três cérebros para corrigir mitologias, superstições, e<br />

para não consi<strong>de</strong>rar fenômenos paranormais produzidos pelo cérebro em ciclagem reduzi<strong>da</strong><br />

(abaixo <strong>de</strong> 10 ciclos por segundo) como sendo algo religioso, sobrenatural ou<br />

miraculoso.<br />

O universo é uni-triádico. A energia tem muitas freqüências e níveis vibracionais<br />

entrelaçados, mas não um mundo dividido em dois an<strong>da</strong>res, um natural e outro sobrenatural.<br />

A função <strong>da</strong> meditação e <strong>da</strong> busca <strong>da</strong> espirituali<strong>da</strong><strong>de</strong> é estabelecer novos valores<br />

que favoreçam uma convivência <strong>de</strong> soli<strong>da</strong>rie<strong>da</strong><strong>de</strong> e <strong>de</strong> paz, religando tudo que está<br />

62


dividido, segregado e isolado, para <strong>de</strong>svelar o gran<strong>de</strong> ser tri-unitário e único que o universo<br />

é, na intimi<strong>da</strong><strong>de</strong> do ser. Tudo que vai contra este sentido <strong>de</strong> humanismo e <strong>de</strong><br />

mais e melhor vi<strong>da</strong> para todo o jogo mundial <strong>de</strong>ve ser <strong>de</strong>scartado, superado e abandonado,<br />

sejam regimes políticos, i<strong>de</strong>ologias econômicas ou credos religiosos.<br />

Dinâmica<br />

Futuro/Universal<br />

Dinâmica<br />

Tri-Grupal<br />

Dinâmica<br />

Prestusuária<br />

Dinâmica<br />

Individual/familiar<br />

Dinâmica<br />

Potencial/ambiental<br />

PODER<br />

POLÍTICO<br />

INFORMAÇÃO<br />

VERDADEIRA<br />

Estética e Mística: CIDADÃO DO INFINITO!<br />

RELIGIOSIDADE SIM! MANIPULAÇÃO NÃO!<br />

Estado: CIDADÃO DA DEMOCRACIA DIRETA!<br />

DIREITO TRIÁDICO: PODER ARBITRADOR TRI-UNO!<br />

Economia: CIDADÃO DA RIQUEZA MUNDIAL!<br />

TRABALHO-MOEDA-DISTRIBUIÇÃO PROPORCIONAIS!<br />

Mente e Pessoa: CIDADÃO DE SI MESMO!<br />

NÃO ENTREGUE SUA CABEÇA: LIBERTE-A!<br />

Ambiente/Ecologia: CIDADÃO DA NATUREZA!<br />

ABAIXO OS EXTERMINADORES DO FUTURO!<br />

S01 S02 S03 S04 S05 S06 S07 S08 S09 S10 S11 S12 S13 S14<br />

PARENTESCO<br />

SAÚDE<br />

MANUTENÇÃO<br />

SOLIDARIEDADE<br />

LAZER<br />

TRANSP/COMUN<br />

PEDAGÓGICO<br />

PATRIMONIAL<br />

PRODUÇÃO<br />

RELIGIOSO<br />

SEGURANÇA<br />

POLÍTIC/ADMIN.<br />

JURÍDICO<br />

PRECEDÊNCIA<br />

Fig. 34. <strong>Manifesto</strong> <strong>da</strong> Proporcionali<strong>da</strong><strong>de</strong> – 3<br />

Por uma Nova Or<strong>de</strong>m em Todo o Jogo Mundial<br />

$<br />

PODER<br />

ECONÔMICO PODER<br />

SACRAL<br />

DINHEIRO<br />

PARA TODOS<br />

JUSTÇA<br />

TRIÁDICA<br />

Este mo<strong>de</strong>lo gráfico ilustra o <strong>Manifesto</strong> <strong>da</strong> Proporcionali<strong>da</strong><strong>de</strong> em sua Plataforma 3, mais completa<br />

por apresentar propostas mais <strong>de</strong>talha<strong>da</strong>s nos 14 subsistemas. Os pequenos triângulos em ca<strong>da</strong> um dos<br />

subsistemas do mo<strong>de</strong>lo proporcionalista indicam a autogestão por seus próprios profissionais. É uma<br />

proposta para substituir o carreirismo vicioso dos políticos.<br />

Com essa apresentação gradual, espera-se uma apreensão progressiva <strong>de</strong> to<strong>da</strong> a proposta do<br />

<strong>Manifesto</strong>, que ca<strong>da</strong> qual po<strong>de</strong> reconstruir usando as mesmas ferramentas <strong>da</strong> trialética. Quem tiver entendido<br />

e dominado o ponto <strong>de</strong> parti<strong>da</strong> po<strong>de</strong>rá refazer todo o caminho: princípio tri-uno; paradigma tricérebro-grupal<br />

com proporcionali<strong>da</strong><strong>de</strong> em seus quatro níveis; sua aplicação mediante os referenciais do<br />

Show do Jogo Global; as “dinâmicas” e os catorze subsistemas com seus quatro fatores operacionais.<br />

63


4.2. ESBOÇO DO CONTEÚDO DO MANIFESTO DA PROPORCIONALIDADE<br />

EM SUA PLATAFORMA 3. Coleção <strong>de</strong> sugestões para um programa.<br />

S01. PARENTESCO. Reforma urbana com fins ecossistêmicos e <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> vi<strong>da</strong> nos 14 subsistemas. Limite <strong>de</strong> crescimento dos aglomerados urbanos<br />

até 800.000 habitantes. A <strong>de</strong>svantagem do campo sobre a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> é compensa<strong>da</strong><br />

com impostos menores para o campo e maiores para a ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, progressivos<br />

segundo cresça o tamanho <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

Direito a ter família, moradia e inviolabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> domicílio. A família passa a<br />

chamar-se “núcleo afetivo”. Desestímulo às etnias (raças), <strong>de</strong>scendências, genealogias<br />

para promover a gran<strong>de</strong> família humana e ecossistêmica. Abolição <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>claração <strong>de</strong> cor em documentos. Abolição <strong>da</strong> herança familiar, com exceção <strong>da</strong><br />

empresa familiar consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> <strong>de</strong> utili<strong>da</strong><strong>de</strong> social. Controle <strong>de</strong> natali<strong>da</strong><strong>de</strong>, limita<strong>da</strong><br />

a um máximo <strong>de</strong> três paterni<strong>da</strong><strong>de</strong>s e três materni<strong>da</strong><strong>de</strong>s, pelas quais o Estado pagará.<br />

Bebês incrementados geneticamente e neuroeletronicamente para todos,<br />

por serviço financiado coletivamente.<br />

Criação <strong>da</strong> carreira <strong>de</strong> “mãe construtora <strong>de</strong> cérebros”, em tempo integral nos<br />

primeiros 6 meses e em meio período por mais 6 anos, com carteira assina<strong>da</strong>,<br />

contando tempo para aposentadoria, com remuneração <strong>de</strong> professora do ensino<br />

fun<strong>da</strong>mental, financia<strong>da</strong> coletivamente, se aceitar e assimilar a formação correspon<strong>de</strong>nte.<br />

Assistência profissional ao núcleo afetivo. A criança tem direito <strong>de</strong> saque<br />

(antecipação financeira) sobre o futuro. Direito <strong>de</strong> feedback aos pais, educadores,<br />

catequistas e apresentadores <strong>de</strong> programas <strong>de</strong> TV, pelos filhos, quando<br />

completarem 16 anos, que é a i<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> maiori<strong>da</strong><strong>de</strong>, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> completar seu ano<br />

<strong>de</strong> preparação para a ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia, dos 15 aos 16 anos, em escolas ou centros<br />

a<strong>da</strong>ptados para isso. Criminalizar a violência psicomoral ou mental tanto quanto a<br />

violência física e econômica.<br />

Valorização <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> em todos seus ciclos, sem mitificação <strong>de</strong> nenhum <strong>de</strong>les.<br />

Direito <strong>de</strong> liber<strong>da</strong><strong>de</strong> ou preferência sexual. Os contratos para formar núcleos afetivos<br />

(familiares) são redigidos pelas partes, priva<strong>da</strong>mente. Se houver filhos ou intenção<br />

<strong>de</strong> tê-los, o contrato se registra no Po<strong>de</strong>r Arbitrador, com cláusulas a respeito.<br />

Paterni<strong>da</strong><strong>de</strong> sempre reconheci<strong>da</strong> e responsabiliza<strong>da</strong>. É proibi<strong>da</strong> a clonagem<br />

<strong>de</strong> seres humanos, exceto a <strong>de</strong> órgãos. A finali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> família ou núcleos<br />

afetivos é o suporte mútuo e a formação <strong>de</strong> novos seres sadios, autoconduzidos<br />

e <strong>de</strong> valor como indivíduo e ci<strong>da</strong>dão.<br />

Co-responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> familiar: é o critério segundo o qual, qualquer atribuição<br />

<strong>de</strong> responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong>, <strong>de</strong> culpa e <strong>de</strong> punição, é distribuí<strong>da</strong> proporcionalmente a<br />

partir do principal responsável até parentes em segundo grau e duas gerações<br />

anteriores e posteriores, aí incluídos ex-esposos(as).<br />

S02. SAÚDE. Incluir noções <strong>de</strong> medicina alopática e métodos alternativos<br />

<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> nos currículos escolares <strong>da</strong> educação fun<strong>da</strong>mental, priorizando a saú<strong>de</strong><br />

preventiva e a complementari<strong>da</strong><strong>de</strong> dos métodos. Criar o profissional intermédio<br />

em to<strong>da</strong>s as áreas <strong>da</strong> saú<strong>de</strong> humana, animal, vegetal e ecoambiental, com re<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> atendimento primário familiar, verticalizando-se em poucos centros especializados.<br />

Vali<strong>da</strong>r métodos <strong>de</strong> suavização <strong>da</strong> morte e aju<strong>da</strong> a pacientes terminais.<br />

Reduzir a fabricação <strong>de</strong> marcas <strong>de</strong> drogas e a quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> laboratórios.<br />

Saú<strong>de</strong> preventiva, ginecológica e do trabalho, paga por financiamento coletivo.<br />

64


Não haverá medicina priva<strong>da</strong>. O tratamento <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> curativa é gratuito para o<br />

nível <strong>de</strong> minivivência e <strong>de</strong>verá ser pago a partir do nível <strong>de</strong> mediovivência, proporcionalmente<br />

a ca<strong>da</strong> nível. Proibido o uso do DNA do indivíduo em documentos<br />

legais, em seleção <strong>de</strong> trabalhadores/prestusuários, em contratos <strong>de</strong> seguro. A<br />

Psicologia se distribui parte na Psiquiatria e parte na escola, entregue a um “Esclarecedor<br />

do Inconsciente”. Serão impostos limites aos excessos poluidores dos<br />

cinco sentidos provocados por tecnologia, por publici<strong>da</strong><strong>de</strong>, por condições <strong>de</strong> vizinhança.<br />

A saú<strong>de</strong> ambiental e sua preservação são compulsórias dos micro ao<br />

macrocenários do ecossistema mundial.<br />

S03. MANUTENÇÃO. Desestímulo ao consumismo supérfluo e <strong>de</strong> ostentação,<br />

respeitados os quatro níveis <strong>de</strong> diferenciação. Valorização <strong>da</strong> simplici<strong>da</strong><strong>de</strong> e<br />

quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>. Extinção <strong>da</strong> publici<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> consumo por meios massivos,<br />

substituí<strong>da</strong> por informação técnica. Redução progressiva do gran<strong>de</strong> comércio e<br />

substituição <strong>de</strong>le por pequenas e médias instituições prestusuárias (cooperativas<br />

e similares), abasteci<strong>da</strong>s por prestusuárias (cooperativas) centrais. Os itens <strong>da</strong><br />

cesta básica <strong>de</strong> minivivência a que todos têm direito são adquiridos por horas <strong>de</strong>dica<strong>da</strong>s<br />

a agen<strong>da</strong>s prestadias ou agen<strong>da</strong>s <strong>de</strong> capacitação para o prestadismo, ou<br />

pelo adiantamento sobre agen<strong>da</strong>s futuras, ou por dinheiro. Bebi<strong>da</strong>s alcoólicas e<br />

drogas ficam libera<strong>da</strong>s <strong>de</strong>pois <strong>da</strong> maiori<strong>da</strong><strong>de</strong> e sob responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> pessoal. Rígido<br />

controle <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> produtos, educação para o consumo esclarecido e<br />

um código único regulador/<strong>de</strong>fensor do produtor e do consumidor.<br />

S04. SOLIDARIEDADE. Direito e promoção <strong>da</strong> livre associação, exceto para<br />

socie<strong>da</strong><strong>de</strong>s secretas e quadrilhas ou gangues. To<strong>da</strong>s as associações são prestusuárias<br />

abrangendo os três subgrupos, sem disjunção entre capital/trabalho dos<br />

subgrupos oficiais e capital/trabalho dos oscilantes e antioficiais, com direitos e<br />

obrigações proporcionais. A greve <strong>de</strong> um subgrupo <strong>de</strong> uma prestusuária contra os<br />

outros será livre só <strong>de</strong>pois <strong>da</strong> arbitragem compulsória <strong>de</strong> representantes <strong>da</strong> re<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> sistemas prestusuários em que está inseri<strong>da</strong> a prestusuária.<br />

O valor máximo universal é o soli<strong>da</strong>rismo para alcançar proporcionali<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> níveis <strong>de</strong> vivência entre os três subgrupos humanos e no ecossistema global.<br />

Os promotores <strong>de</strong> hostili<strong>da</strong><strong>de</strong> e competição excessivas ou <strong>de</strong>sproporcionais serão<br />

submetidos a cursos <strong>de</strong> reciclagem ou <strong>de</strong>tidos por outros meios. O sentido<br />

maior <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> é que todos os membros do ecossistema tenham, aqui-agorasempre,<br />

como viver e conviver <strong>de</strong> maneira mais amorosa e feliz e, não, a busca<br />

maximocrática <strong>da</strong> riqueza ou do po<strong>de</strong>r, nem a busca <strong>de</strong> uma suposta “vi<strong>da</strong> eterna”.<br />

S05. LAZER. Generalização do esporte, educação do movimento e <strong>de</strong>sfrute<br />

para todos enquanto ecologia corporal e vitali<strong>da</strong><strong>de</strong>, em proporcionali<strong>da</strong><strong>de</strong> com os<br />

<strong>de</strong>mais subsistemas e horários. Valorização <strong>da</strong> arte, <strong>da</strong> cultura e do folclore ecorregionais,<br />

do turismo transcultural e horizontal. O jogo será monopólio do Po<strong>de</strong>r<br />

Arbitrador, como fonte <strong>de</strong> recursos. Observar a proporcionali<strong>da</strong><strong>de</strong> nas três culturas<br />

para contrabalançar o excesso <strong>de</strong> cultura “corporal/física” do cérebro central,<br />

<strong>da</strong>s aca<strong>de</strong>mias, dos esportes, dos shows e <strong>da</strong> mo<strong>da</strong>. O tempo necessário para o<br />

lazer capaz <strong>de</strong> repor energias, <strong>de</strong> propiciar o <strong>de</strong>sfrute, <strong>de</strong> <strong>da</strong>r condições à criativi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

não é “tempo livre”.<br />

65


S06. VIÁRIO. Reforma <strong>de</strong> línguas e <strong>da</strong> informação para o entendimento social<br />

e o soli<strong>da</strong>rismo triádico. Repressão à enganação publicitária. Ensino <strong>da</strong> língua<br />

<strong>da</strong> ecorregião e <strong>da</strong> que predomine no planeta. Acesso universal à informática<br />

e Internet <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a primeira série do primeiro grau. Ensinar aos ci<strong>da</strong>dãos e subgrupos<br />

seus direitos e os truques para <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r-se <strong>da</strong> invasão e espionagem eletrônica<br />

do oficialismo e <strong>da</strong>s corporações violadores <strong>da</strong> privaci<strong>da</strong><strong>de</strong> sob qualquer<br />

pretexto. Distribuição proporcional <strong>de</strong> horários aos três subgrupos nos meios <strong>de</strong><br />

comunicação televisivos (que serão <strong>de</strong> proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> coletiva, ou repartidos proporcionalmente<br />

pelos três subgrupos). Treinamento dos usuários para interpretação<br />

crítica <strong>da</strong> comunicação triádica. A própria mídia tem por função as pesquisas<br />

<strong>de</strong> opinião e <strong>de</strong> <strong>da</strong>dos dos 14 subsistemas <strong>da</strong> reali<strong>da</strong><strong>de</strong> ecorregional, apresentando<br />

resultados e avaliações periódicas.<br />

Preferência <strong>de</strong> transporte aquático e por ferrovia, reservando as rodovias<br />

para interconexões <strong>de</strong> capilari<strong>da</strong><strong>de</strong>. Redução progressiva do transporte individual<br />

e melhoramento do coletivo. Desconcentração geográfica <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s industriais<br />

e comerciais para diminuir a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamento <strong>de</strong> produtos e<br />

pessoas e aliviar os problemas ambientais e outros causados pelo transporte.<br />

S07. EDUCAÇÃO. Educação familiar-escolar pelos 3 cérebros e pelos 14<br />

subsistemas até os 16 anos, para todos, financia<strong>da</strong> coletivamente. Essa educação<br />

inclui o esclarecimento do inconsciente familiar e suas recorrências sociais e<br />

religiosas. Ca<strong>da</strong> qual é educado para apren<strong>de</strong>r a apren<strong>de</strong>r sempre, para a autocondução<br />

triádica e capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> feedback (ser menos joguete e melhor jogador),<br />

como condômino ou sócio co-proprietário do planeta, capacitado para o autoprovimento,<br />

via mercado. Em caso <strong>de</strong> incapacitação, o indivíduo tem direito automático<br />

à minivivência.<br />

Depois <strong>da</strong> nona série, a educação será pré-profissionalizante nos 14 subsistemas,<br />

ofereci<strong>da</strong> presencialmente e eletronicamente, paga em dinheiro ou em horas<br />

<strong>de</strong> serviço à comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>, após a graduação. A ascensão a níveis superiores<br />

é livre e estimula<strong>da</strong>, mas paga <strong>de</strong>ntro do proporcionalismo, com proteção à iniciativa<br />

e ao trabalho pessoal. Não se requer diploma acadêmico ou universitário para<br />

trabalhar, com exceção <strong>da</strong>s profissões que acarretem riscos <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> ou <strong>de</strong> inter-sustentabili<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

do ecossistema. A ca<strong>da</strong> 7-8 anos, o adulto tem direito a 6<br />

meses <strong>de</strong> reciclagem <strong>de</strong> seu capital tricerebral.<br />

Priori<strong>da</strong><strong>de</strong> à pesquisa e evolução transdisciplinares ou unificadoras do conjunto<br />

<strong>da</strong>s ciências sociais e humanas para que estas solucionem o problema <strong>da</strong><br />

convivência pacífica (redução <strong>da</strong> violência), para a superação <strong>da</strong> alienação (redução<br />

<strong>da</strong> exploração política e religiosa), para a superação <strong>da</strong> pobreza (redução <strong>da</strong><br />

exploração econômica) e para fortalecer valores <strong>de</strong> soli<strong>da</strong>rie<strong>da</strong><strong>de</strong>, complementari<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

social na diferença, <strong>de</strong>ntro dos limites <strong>da</strong> proporcionali<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

S08. PATRIMONIAL. Há um limite <strong>de</strong> proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> priva<strong>da</strong> e acumulação <strong>de</strong><br />

tri-satisfatores para indivíduos, famílias, empresas e países ou blocos, que será<br />

uma porcentagem do PST (Produção <strong>de</strong> Satisfatores Tri-cérebro-grupais), segundo<br />

a micro, média, grã e maxi ecorregião. Haverá um limite <strong>de</strong> endivi<strong>da</strong>mento<br />

presente e futuro para indivíduos, famílias, grupos, prestusuárias e países (aproximando-se<br />

<strong>da</strong> proposta <strong>de</strong> Keynes ao final <strong>da</strong> Segun<strong>da</strong> Guerra Mundial). Ultrapassado<br />

esse limite, primeiro haverá aviso e dois ou três prazos <strong>de</strong> enquadra-<br />

66


mento, <strong>de</strong>pois do que, ficam automaticamente suspensas as garantias <strong>de</strong> proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>,<br />

<strong>de</strong> auto<strong>de</strong>terminação e <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>.<br />

O abuso econômico, judicial e sacral por qualquer pessoa, subgrupo, empresa<br />

e instituição <strong>de</strong> qualquer nível e ecorregião é julgado por tribunais populares<br />

segundo o novo Direito <strong>de</strong> base triádica proporcional e o critério <strong>de</strong> coresponsabili<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

familiar. Como somos todos co-responsáveis e co-favorecidos,<br />

esse controle “interno” é mais barato, eficiente e justo que o controle externo.<br />

Supressão dos atuais bancos privados. Os públicos/coletivos ficam sob controle<br />

do Po<strong>de</strong>r Arbitrador <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> ecorregião. O po<strong>de</strong>r Arbitrador <strong>da</strong> ecorregião<br />

mais ampla supre e controla o meio circulante, po<strong>de</strong>ndo ser cria<strong>da</strong> moe<strong>da</strong> alternativa<br />

ou social paralela numa ecorregião ou num município. Ficam suprimidos os<br />

juros. O custo do dinheiro é só o <strong>de</strong> sua administração. Os empréstimos serão<br />

parcerias <strong>de</strong> negócio entre o banco e o tomador do empréstimo. Bolsa, câmbio,<br />

socie<strong>da</strong><strong>de</strong>s limita<strong>da</strong>s e anônimas atuam livremente <strong>de</strong>ntro dos limites ou <strong>da</strong>s porcentagens<br />

<strong>de</strong> acumulação/endivi<strong>da</strong>mento frente ao PST. A parte <strong>de</strong> bolsa <strong>de</strong> futuros<br />

ou bolsa-cassino fica suprimi<strong>da</strong>.<br />

A proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> meios <strong>de</strong> produção estará limita<strong>da</strong> a um teto ou a uma<br />

porcentagem <strong>da</strong> ecorregião, segundo as características <strong>da</strong> tecnologia, <strong>da</strong> necessi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> produção e o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento ecorregional vigente. O arren<strong>da</strong>mento<br />

<strong>de</strong> terra é proibido. A terra improdutiva/especulativa se confisca após<br />

aviso e <strong>de</strong>curso <strong>de</strong> prazo <strong>de</strong> enquadramento. A terra, além do limite <strong>de</strong> proprie<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

permitido, se ven<strong>de</strong>rá mediante financiamento coletivo, como no financiamento<br />

habitacional.<br />

As contas bancárias clan<strong>de</strong>stinas, no país ou no exterior, se confiscarão. A<br />

remuneração mínima por ci<strong>da</strong>dão ocupado na agendonomia reconheci<strong>da</strong> ou legal,<br />

será a equivalente à minivivência, sendo que todos os prestusuários serão<br />

progressivamente acionistas/controladores <strong>da</strong>s prestusuárias on<strong>de</strong> atuam. A diferença<br />

<strong>de</strong> ganhos entre os níveis <strong>de</strong> vivência serão os <strong>da</strong> proporcionali<strong>da</strong><strong>de</strong> ou <strong>da</strong><br />

seqüência Fibonacci (1, 1, 2, 3, 5, 8, 13, 21. 33 etc.). O intervalo entre piso mínimo<br />

e teto máximo dos 4 níveis <strong>de</strong> vivência será <strong>de</strong> até 21 vezes, o máximo.<br />

Aposentadoria aos 55 anos para os ci<strong>da</strong>dãos consi<strong>de</strong>rados <strong>de</strong> minivivência<br />

e a partir <strong>de</strong> 65 anos para os <strong>de</strong>mais. O valor <strong>da</strong> aposentadoria para todos será o<br />

correspon<strong>de</strong>nte ao nível <strong>de</strong> mediovivência. A aposentadoria é custea<strong>da</strong> pelo trabalhador/prestusuário<br />

e pelas instituições/prestusuárias por on<strong>de</strong> passe, em contribuições<br />

<strong>de</strong>posita<strong>da</strong>s em conta pessoal <strong>de</strong> poupança, libera<strong>da</strong>s na <strong>da</strong>ta <strong>da</strong> aposentadoria.<br />

Criação <strong>de</strong> moe<strong>da</strong> nacional ou por blocos, enquanto se cria uma moe<strong>da</strong> ou<br />

um <strong>de</strong>nominador comum planetário com o respectivo sistema bancário, como<br />

símbolo para todos os satisfatores cujo valor possa ser expresso em moe<strong>da</strong>. Minerais,<br />

vegetais e animais silvestres, plasma, genoma, transgênicos, o ambiente<br />

físico, o ecossistema em geral não po<strong>de</strong>m ser proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> priva<strong>da</strong> absoluta <strong>de</strong><br />

indivíduos, empresas ou países: são patrimônio holístico, são condomínio ou coproprie<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> todos os humanos e <strong>de</strong>mais seres, proporcionalmente.<br />

S09. PRODUÇÃO-AGENDONOMIA. As agen<strong>da</strong>s prestusuárias dos 14 subsistemas<br />

(e segmentos ou aglomerados <strong>de</strong> subsistemas) funcionam pela autoorganização<br />

e autogestão <strong>de</strong> profissionais <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> subsistema, formando seu<br />

próprio po<strong>de</strong>r tri-uno específico, em re<strong>de</strong>s municipais e ecorregionais, sob o con-<br />

67


trole <strong>de</strong> agências reguladoras do Po<strong>de</strong>r Arbitrador Tri-uno máximo ou generalista,<br />

ao qual o po<strong>de</strong>r tri-uno <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> subsistema estará subordinado. A meta maior<br />

não é a produção <strong>de</strong> mercadorias ou satisfatores só para gerar lucro e riqueza,<br />

mas sim produzir satisfatores autocusteados, para aten<strong>de</strong>r necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s reais,<br />

escalona<strong>da</strong>s pelos 4 níveis <strong>de</strong> vivência dos três cérebros ou dos 14 subsistemas.<br />

A falsificação <strong>de</strong> produtos por alguma prestusuária provocará automaticamente<br />

seu confisco e sua dissolução. A iniciativa <strong>de</strong> produção é livre, mas, pelo menos<br />

62% será particular e o restante, mista ou coletiva.<br />

Todos, a partir dos 17 anos, estão obrigados a estar ocupados em agen<strong>da</strong>s<br />

prestadias ou <strong>de</strong> capacitação para o prestadismo regular <strong>de</strong> mercado, ou em<br />

frentes municipais <strong>de</strong> trabalho, com direito a <strong>de</strong>scanso e férias. Os horários <strong>da</strong><br />

agendonomia e <strong>da</strong>s prestusuárias funcionarão em cascata ou em forma escama<strong>da</strong>,<br />

sete dias por semana, para evitar picos e congestionamentos <strong>de</strong> transporte<br />

(por que todos têm que trabalhar <strong>de</strong> 8. horas às 18h. e fazer <strong>de</strong>scansos e refeições<br />

nos mesmos horários?).<br />

Os dias “úteis” <strong>de</strong> trabalho não seguirão a semana tradicional <strong>de</strong> segun<strong>da</strong> a<br />

sexta-feira; e os <strong>de</strong> <strong>de</strong>scanso não serão todos aos sábados e domingos:, qualquer<br />

dia é começo <strong>de</strong> semana, qualquer dia é dia <strong>de</strong> <strong>de</strong>scanso, ficando os dias<br />

<strong>de</strong> trabalho e <strong>de</strong> <strong>de</strong>scanso em cascata ou escamados (e por que têm que ser tais<br />

e tantos dias <strong>de</strong> trabalho por tais e tantos <strong>de</strong> <strong>de</strong>scanso ou tais e tantas horas <strong>de</strong><br />

trabalho por tais e tantas <strong>de</strong> <strong>de</strong>scanso?).<br />

Estão proibidos os monopólios, os cartéis, e qualquer tipo <strong>de</strong> concentração<br />

<strong>de</strong> força, po<strong>de</strong>r e riqueza que possa distorcer a proporcionali<strong>da</strong><strong>de</strong> em qualquer<br />

dos subsistemas, <strong>de</strong> seus segmentos e <strong>de</strong> seus níveis. A priori<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> financiamento<br />

é para setores que contribuam com a produção <strong>de</strong> satisfatores <strong>de</strong> minivivência<br />

e mediovivência e para o apoio científico, técnico, organizativo e comercial<br />

para o mesmo, <strong>de</strong>ntro <strong>da</strong>s normas <strong>de</strong> sani<strong>da</strong><strong>de</strong> ecológica (limitação <strong>de</strong> tecnologia<br />

poluente), mantendo a proporcionali<strong>da</strong><strong>de</strong> entre produção e preservação.<br />

Desenvolver-se-ão a energia solar, o hidrogênio, mini-hidroelétricas e recursos<br />

renováveis. A reciclagem e o reaproveitamento serão critérios <strong>de</strong> medi<strong>da</strong> do<br />

índice <strong>de</strong> “eficácia energética” exigível <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> prestusuária. Além <strong>da</strong> reciclagem,<br />

as prestusuárias pagarão taxas <strong>de</strong> uso do ambiente e dos recursos naturais no<br />

valor equivalente ao custo <strong>de</strong> sua reposição.<br />

S10. RELIGIOSO. Esclarecimento a respeito do que seja reverência e espirituali<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

universal. Liber<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> culto espiritual, mas não para “religiões” que<br />

praticam violência psicomoral para manipular populações inconscientes <strong>de</strong> suas<br />

recorrências familiares, nem para “religiões” usa<strong>da</strong>s para disfarçar negócios ou<br />

formação <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r. Conscientização crítica e proporcional entre limbização (fenômenos<br />

parapsicológicos com on<strong>da</strong>s alfa do cérebro direito), racionali<strong>da</strong><strong>de</strong> (com<br />

on<strong>da</strong>s beta do cérebro esquerdo) e pragmatismo (com on<strong>da</strong>s gama do cérebro<br />

central).<br />

As prestusuárias religiosas têm autonomia local e ecorregional, somente;<br />

têm que ser <strong>de</strong> pequenos grupos e <strong>de</strong>dicar-se essencialmente ao cérebro direito<br />

para elevação do ser humano à estética e mística, sem disjunção dos outros dois<br />

cérebros.<br />

Essas prestusuárias estarão subordina<strong>da</strong>s ao Po<strong>de</strong>r Arbitrador, sem po<strong>de</strong>r<br />

reclamar um po<strong>de</strong>r in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte ou <strong>de</strong> estado religioso equiparado ao político.<br />

68


Os calendários <strong>de</strong> to<strong>da</strong>s as religiões estarão subordinados a um só calendário civil<br />

do Po<strong>de</strong>r Arbitrador, que promoverá celebrações ecumênicas. Não haverá tribunal<br />

eclesiástico, porque não haverá teocracias e todos estarão subordinados<br />

somente ao Po<strong>de</strong>r Arbitrador Tri-uno.<br />

S11. SEGURANÇA. Abolição <strong>da</strong> guerra, extinção progressiva <strong>da</strong>s Forças<br />

Arma<strong>da</strong>s, <strong>da</strong> produção <strong>de</strong> armamento <strong>de</strong> guerra, <strong>da</strong> tortura e do sofrimento físico.<br />

Em caso <strong>de</strong> <strong>de</strong>claração <strong>de</strong> guerra, os combates <strong>de</strong>vem <strong>da</strong>r-se <strong>de</strong> cima para baixo:<br />

primeiro os casais governantes ou do Po<strong>de</strong>r Arbitrador mais alto <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> lado,<br />

que, ao morrerem, irão sendo substituídos por seus vices e esposas(os); <strong>de</strong>pois<br />

por seus ministros e esposos(as); <strong>de</strong>pois pelos banqueiros e esposas(os); <strong>de</strong>pois<br />

pelos generais e pelas autori<strong>da</strong><strong>de</strong>s religiosas mais altas e seus esposos(as); <strong>de</strong>pois<br />

pelos coronéis e esposos(as), em cascata, até chegar aos pares <strong>de</strong> namorados<br />

jovens, que entrarão como sol<strong>da</strong>dos rasos.<br />

Enquanto não esteja aboli<strong>da</strong> completamente a guerra, serão criados pequenos<br />

núcleos <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa militar em macro ecorregiões sob controle do Po<strong>de</strong>r Arbitrador,<br />

com ação e po<strong>de</strong>r só quando haja invasão externa. Neste caso, o núcleo<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa militar se tornará subgrupo oficial, cessando sua autori<strong>da</strong><strong>de</strong> assim que<br />

termine o conflito, retornando-a ao Po<strong>de</strong>r Arbitrador Tri-uno. Não haverá tribunal<br />

militar. Os abusos <strong>da</strong> Forças Arma<strong>da</strong>s serão julgados sem direito a anistia, sem<br />

direito a pagamento <strong>de</strong> fiança e sem direito a abreviação <strong>de</strong> pena. Parte <strong>da</strong> atual<br />

estrutura <strong>da</strong>s Forças Arma<strong>da</strong>s será recicla<strong>da</strong> para <strong>de</strong>dicar-se ao programa <strong>de</strong><br />

formação <strong>da</strong> juventu<strong>de</strong> em seu ano <strong>de</strong> formação para a ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia, entre os 15 e<br />

16 anos. Outra parte se transformará em Polícia Ecorregional Comunitária a serviço<br />

do Po<strong>de</strong>r Arbitrador; e a parte restante será transforma<strong>da</strong> em prestusuárias<br />

<strong>de</strong> segurança comunitária priva<strong>da</strong>, subordina<strong>da</strong>s às prestusuárias que as contratem<br />

e paguem.<br />

A vítima <strong>de</strong> qualquer crime ou a respectiva família receberá seguroin<strong>de</strong>nização<br />

pago pela Polícia comunitária. A Polícia, por sua vez, será paga pelo<br />

criminoso e pelos parentes, conforme ao critério <strong>de</strong> co-responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> familiar.<br />

O policial do Po<strong>de</strong>r Arbitrador terá pelo menos a nona série, complementa<strong>da</strong> por<br />

formação específica <strong>de</strong> segurança, <strong>de</strong> psicologia, sociologia, arte e <strong>de</strong> controle <strong>de</strong><br />

tecnologia eletrônica. A população não po<strong>de</strong>rá ter armas que não sejam requeri<strong>da</strong>s<br />

pelo exercício <strong>da</strong> profissão e, registra<strong>da</strong>s. Os corpos carcerários são especializados<br />

em reeducação pelo trabalho, estudo e pela espirituali<strong>da</strong><strong>de</strong>. As penas são<br />

<strong>de</strong> pagamento aos prejudicados, <strong>de</strong> serviços à comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> ou aos prejudicados,<br />

<strong>de</strong> cárcere ocupacional-albergue; e, para os mais perigosos, <strong>de</strong> cárcere ocupacional-resi<strong>de</strong>nte.<br />

A reincidência em crime grave é trata<strong>da</strong> por recondicionamento<br />

comportamental.<br />

S12. POLÍTICO-ADMINISTRATIVO. Substituir o conceito <strong>de</strong> fronteiras jurídicas<br />

e políticas pelo conceito <strong>de</strong> Condomínio Ecorregional. A organização social<br />

se compõe <strong>de</strong> re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> pequenas e médias prestusuárias nos 14 subsistemas a<br />

serviço <strong>da</strong>s necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s tri-cérebro-grupais do indivíduo, do núcleo afetivo, <strong>da</strong>s<br />

próprias prestusuárias e <strong>da</strong> comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>. Por isso, substitui-se o atual Po<strong>de</strong>r Legislativo<br />

por votação direta. O Po<strong>de</strong>r Executivo e seus ministérios ficam substituídos<br />

pela autogestão <strong>de</strong> um po<strong>de</strong>r tri-uno específico <strong>de</strong> profissionais <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> um<br />

dos 14 subsistemas ou blocos agrupados, eleitos e remunerados como os representantes<br />

sindicais atualmente, articulados por ecorregião por blocos supra-<br />

69


egionais, todos sob o Po<strong>de</strong>r Arbitrador e suas agências. O conjunto <strong>de</strong> po<strong>de</strong>res<br />

tri-unos <strong>de</strong> gestão nos 14 subsistemas forma a Assembléia <strong>de</strong> Coor<strong>de</strong>nação<br />

prestusuária.<br />

Normas, leis e <strong>de</strong>cisões se fazem por plebiscito direto eletrônico, semanalmente<br />

ou na periodici<strong>da</strong><strong>de</strong> requeri<strong>da</strong>. Os partidos, os políticos profissionais e as<br />

imuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s ficam suprimidos. Três meses antes <strong>da</strong> <strong>da</strong>ta <strong>da</strong>s eleições para o Po<strong>de</strong>r<br />

Arbitrador, este indica nomes para organizarem a Frente Continuísta, do subgrupo<br />

oficial <strong>de</strong> turno; a Frente Renovadora, do subgrupo antioficial; e a Frente<br />

Equilibrante, do subgrupo oscilante. Termina<strong>da</strong> a eleição, os três partidos ficam<br />

automaticamente dissolvidos.<br />

O Po<strong>de</strong>r Arbitrador é exercido por Juizes seguidores <strong>da</strong> concepção <strong>da</strong> Justiça<br />

triádica e do correspon<strong>de</strong>nte Direito triádico. Se o colegiado fosse <strong>de</strong> sete<br />

membros, seriam dois <strong>da</strong> Frente Continuísta; um <strong>da</strong> Frente Renovadora; e quatro<br />

<strong>da</strong> Frente Equilibrante. O Estado é só a personali<strong>da</strong><strong>de</strong> jurídica <strong>de</strong> todos os ci<strong>da</strong>dãos<br />

maiores <strong>de</strong> 16 anos e seus <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes, organizados em três subgrupos,<br />

<strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um território, e não o Governo ou o Po<strong>de</strong>r Arbitrador. Este é tão só o<br />

subgrupo oficial, pago como administrador do condomínio nacional e planetário. A<br />

ca<strong>da</strong> subgrupo, funcionário e cargo que se forme, criar-se-á um dispositivo <strong>de</strong> vigilância,<br />

com função <strong>de</strong> feedback e, em caso <strong>de</strong> <strong>de</strong>sproporcionali<strong>da</strong><strong>de</strong> continua<strong>da</strong>,<br />

com po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> formação <strong>de</strong> tribunal popular. A estruturação dos três subgrupos<br />

<strong>de</strong>ve ser tal que se mo<strong>de</strong>rem um ao outro para manter a proporcionali<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

Como po<strong>de</strong>r público, só existe o Po<strong>de</strong>r Arbitrador ecorregional-municipal, interregional,<br />

nacional e planetário, com suas re<strong>de</strong>s ou seus pactos.<br />

O Po<strong>de</strong>r Arbitrador é eletivo por períodos entre 5 a 8 anos, conforme o programa<br />

a executar, com direito a reeleição. Mas po<strong>de</strong> ser revocado a qualquer<br />

momento, por maioria simples, como qualquer outro subgrupo oficial, mediante<br />

plebiscito eletrônico em que participem pelo menos 38% dos ci<strong>da</strong>dãos maiores <strong>da</strong><br />

ecorregião, do país ou bloco em questão. Para as funções <strong>da</strong> ecorregião, contratar-se-ão<br />

e <strong>de</strong>mitirão servidores <strong>de</strong> acordo com a lei <strong>de</strong> agendonomia vigente.<br />

O direito <strong>de</strong> <strong>de</strong>cretar impostos para manutenção do condomínio (cinco ao<br />

máximo) é <strong>da</strong> Assembléia <strong>de</strong> Coor<strong>de</strong>nação <strong>da</strong>s prestusuárias ecorregionais, <strong>de</strong><br />

baixo para cima ou do local ao nacional, com a aprovação do Po<strong>de</strong>r Arbitrador<br />

que os recolherá e administrará eletronicamente. O conjunto do po<strong>de</strong>r tri-uno <strong>de</strong><br />

autogestão <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> subsistema po<strong>de</strong>, por meio <strong>da</strong> Coor<strong>de</strong>nação Prestusuária e<br />

apoio do Po<strong>de</strong>r Arbitrador, propor projetos ecorregionais ou inter-re<strong>de</strong>s regionais,<br />

cujas cotas <strong>de</strong> financiamento serão vota<strong>da</strong>s eletronicamente pela população, como<br />

nos condomínios resi<strong>de</strong>nciais. Nos plebiscitos semanais, po<strong>de</strong>-se legislar até<br />

contra o Po<strong>de</strong>r Arbitrador e contra o po<strong>de</strong>r tri-uno <strong>de</strong> autogestão dos subsistemas<br />

e sua Coor<strong>de</strong>nação Prestusuária, em <strong>de</strong>fesa <strong>da</strong> proporcionali<strong>da</strong><strong>de</strong> dos direitos do<br />

ci<strong>da</strong>dão, <strong>da</strong>s prestusuárias e <strong>da</strong> comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

Os plebiscitos são soberanos. Distorcê-los, <strong>de</strong>scumpri-los ou contrariá-los<br />

<strong>de</strong>creta, ipso facto, a sentença <strong>de</strong> morte dos seus autores (a pena <strong>de</strong> morte só<br />

existirá para autori<strong>da</strong><strong>de</strong>s e só para esses casos). A função principal do Po<strong>de</strong>r Arbitrador<br />

é propor e manter limites proporcionais em tudo e em ca<strong>da</strong> ecorregião:<br />

na agendonomia prestusuária dos 14 subsistemas, no usuarismo e prestadismo<br />

<strong>de</strong> todo o ecossistema, mantendo ritmos e limites <strong>de</strong> crescimento <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> subsistema<br />

e <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> um dos três subgrupos com previsões <strong>de</strong> longo prazo, <strong>de</strong> forma a<br />

reduzir o tamanho, a duração e intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s oscilações cíclicas <strong>de</strong> abundância<br />

e escassez dos satisfatores triádicos.<br />

70


S13. JURÍDICO. Reformulação do Direito e <strong>da</strong> carreira <strong>de</strong> leis pelos 14 subsistemas:<br />

um Direito Sistêmico Triádico aplicando os princípios do Proporcionalismo<br />

entre as três ou mais partes envolvi<strong>da</strong>s. As sanções por uma mesma infração<br />

são diferentes e proporcionais segundo o perfil do nível <strong>de</strong> vivência do réu:<br />

quanto mais alto o perfil, maior a sanção pela mesma infração; e quanto mais<br />

baixo o perfil do ofendido, maior a pena para o ofensor. Todos os julgamentos e<br />

to<strong>da</strong>s as sanções envolvem três partes proporcionalmente, forma<strong>da</strong>s por indivíduos,<br />

subgrupos, prestusuárias e países mais diretamente co-responsáveis pela<br />

situação em questão. Far-se-á a miniaturização do Po<strong>de</strong>r Arbitrador com Juízes<br />

<strong>de</strong> paz, tribunais populares, mo<strong>de</strong>radores e mediadores por to<strong>da</strong> parte.<br />

Unificação, simplificação <strong>da</strong> documentação i<strong>de</strong>ntificadora biométrica do ci<strong>da</strong>dão,<br />

completamente aberta a seu titular. Não haverá agências <strong>de</strong> inteligência<br />

ou <strong>de</strong> informação secreta, nem na<strong>da</strong> semelhante para espionagem <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> do ci<strong>da</strong>dão.<br />

Ca<strong>da</strong> ano, formar-se-ão tribunais populares para atribuir sanções premiativas<br />

a pessoas e prestusuárias mais proporcionalistas.<br />

S14. PRECEDÊNCIA. A instituição <strong>de</strong> concursos, copas, competições municipais<br />

e ecorregionais, a distribuição <strong>de</strong> distinções e monumentos estarão sob<br />

controle do colegiado <strong>de</strong> autogestão <strong>de</strong>ste subsistema. Todo sistema <strong>de</strong> avaliação<br />

abrangerá o tricerebrar ou os três blocos <strong>de</strong> subsistemas, cui<strong>da</strong>ndo para que<br />

as premiações sejam proporcionais aos três cérebros e aos três subgrupos, premiando<br />

o mérito, a cooperação e o esforço proporcionais. A principal tarefa <strong>de</strong>ste<br />

subsistema é regular a corri<strong>da</strong> maximocrática <strong>de</strong> indivíduos, subgrupos, prestusuárias<br />

e países em todos os <strong>de</strong>mais subsistemas para evitar a lei <strong>da</strong> selva ou a lei<br />

<strong>da</strong> seleção natural pela superiori<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> força.<br />

Na reverência à memória do passado (museus e monumentos) incluir amostras<br />

<strong>da</strong> paisagem, <strong>da</strong> flora, <strong>da</strong> fauna e <strong>de</strong> experimentos sociais notáveis. No estudo<br />

<strong>da</strong> História e <strong>da</strong> Geografia, começar pelo aqui e agora (<strong>da</strong> ecorregião e do<br />

presente, para longe e para trás). Valorizar mais o que po<strong>de</strong>rá nascer do futuro<br />

do que o já morto no passado.<br />

OUTRO MUNDO É POSSÍVEL!<br />

Convite:<br />

Prepare-se para “o dia seguinte” juntando idéias e propostas<br />

para o <strong>Manifesto</strong> 4 a ser divulgado em 2014:<br />

Uma Constituição para o Planeta!<br />

71


Alberto Escobar<br />

Alix Madrid<br />

Aura Mariela Al<strong>da</strong>na<br />

Beatriz López<br />

Carlos <strong>de</strong>l Valle<br />

Carlos Fernan<strong>de</strong>s<br />

Carlos Macôo<br />

Carmen Cibils<br />

Carmen Guanipa<br />

Carmen Lucia Sandoval<br />

Célia Loyola Zolet<br />

Cesar A. Barrionuevo<br />

Cielo Tovar S.<br />

Cléia Campos Mello<br />

Colandi Carvalho <strong>de</strong> Oliveira<br />

Crisanto Velandia<br />

Davina Maia<br />

Diego Riva<strong>da</strong>neira<br />

Edson Luiz Campos<br />

Elisabeth Nogueira <strong>de</strong> Melo<br />

Eduardo Lizarazo<br />

Eleonardo Di Fiori<br />

Elvia Marina Reyes <strong>de</strong> G.<br />

Enrique Forero<br />

Enrique Rondón<br />

Evelio Barazarte<br />

Fabio Suárez G<br />

Félix Arturo Armas<br />

Francisco Labriola Neto<br />

Gerardo Cardozo Rojas<br />

Germán Rodríguez R.<br />

Gianni Rinaudo<br />

Gil<strong>da</strong> Maria Giovanoni<br />

Gloria Nogueira<br />

Guillermo Cañon Arce<br />

Hamilton Carlos Pereira<br />

Heloísa Primavera<br />

Heriberto González<br />

Hernán Darío Urrea<br />

Janneth Pérez Villaroel<br />

João Camolez<br />

John Fernando Sandoval<br />

Jorge Panizza<br />

Jorge Quijano<br />

Jorge Roberto Spínola<br />

José Salcido<br />

Juan Canelones.<br />

Juan Miguel Esteves<br />

Juan Prieto<br />

Le<strong>da</strong> Carvalho<br />

Leonei<strong>de</strong> De Gregori<br />

Luis Manuel Espinosa<br />

Luis Enrique Rodríguez G.<br />

Luiz Antonio <strong>de</strong> Carvalho<br />

Luiz Geraldo Seixas<br />

SIGNATÁRIOS<br />

Manolo Aquino<br />

Manuel Fernán<strong>de</strong>z<br />

Margarita Sánchez<br />

Margarita Siabato Patiño<br />

Maria Auxiliadora Vaz <strong>de</strong> Mello<br />

Maria Célia Costa<br />

Maria Coeli Falriano Rodríguez<br />

Maria Cristina Requiz<br />

Maria <strong>de</strong>l Carmen Villarreal<br />

María <strong>de</strong>l Cristo<br />

Maria Judith Hurtado<br />

Maria Magali <strong>da</strong> Silva Lima<br />

Mariela Chica <strong>de</strong> García<br />

Mario Zolet<br />

Maristella Salazar<br />

Marlon Sánchez Ronquillo<br />

Martha Santacruz<br />

Matil<strong>de</strong> Larrea<br />

Melquise<strong>de</strong>c Guerra Moreno<br />

Mercy Arteaga<br />

Miguel Angel Ramero<br />

Myriam Cardona Mejía<br />

Nesle Maia<br />

Nestor Galindo<br />

Neiva Ribeiro <strong>de</strong> Castro<br />

Neusa Marise Juliano<br />

Nimia <strong>de</strong>l Águila<br />

Nivaldo Rodrigues<br />

Norma Bi<strong>da</strong>l <strong>de</strong>l Valle<br />

Olin<strong>da</strong> Viana<br />

Orlando Pérez<br />

Orlando Santana<br />

Pilar Pérez Riesco<br />

Pio Garcia<br />

Ricardo Castellanos<br />

Ricardo Pereira <strong>da</strong> Silva<br />

Rosa Ruiz<br />

Rosalina G. Alves<br />

Roselino Albarracín<br />

Ruth Flores Ch.<br />

Sebastião Batista<br />

Sigifredo Ospina<br />

Sílvio Luiz Sant‟Anna<br />

Stella Betancourt<br />

Teresinha Moreira<br />

Tivizay Molina<br />

Van<strong>de</strong>rlino Horizonte Ramage<br />

Victor Delgado<br />

Wal<strong>de</strong>mar De Gregori<br />

Wilfrido Ruiz<br />

Yessenia Ce<strong>de</strong>ño<br />

Yolan<strong>da</strong> Gaitán<br />

.<br />

72


GLOSSÁRIO<br />

Algumas palavras estão neste glossário porque são novas. Outras, porque são pouco conheci<strong>da</strong>s.<br />

Mas a maior parte <strong>de</strong>las, porque são re<strong>de</strong>fini<strong>da</strong>s ou relativiza<strong>da</strong>s por seus três ângulos, três significados,<br />

três modos <strong>de</strong> serem usa<strong>da</strong>s/significa<strong>da</strong>s <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o ângulo <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> um dos três subgrupos. É como<br />

estabelecer um dicionário triádico, negando que as palavras tenham significado único ou unívoco,<br />

como querem o oficialismo, suas aca<strong>de</strong>mias e suas gramáticas, quando postulam o conceito monádico<br />

<strong>de</strong> língua culta ou <strong>de</strong> língua “correta”. Há, no mínimo, três linguagens e três significados para ca<strong>da</strong> palavra,<br />

para ca<strong>da</strong> texto/contexto, porque são três os subgrupos que se comunicam, com cérebros que têm<br />

três modos <strong>de</strong> ver, perceber, <strong>da</strong>r significado e expressá-lo. Por isso, repetiremos “tri” antes <strong>de</strong> algumas<br />

palavras para recor<strong>da</strong>r sua triplici<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> significado, seu <strong>de</strong>sdobramento em três facetas, três ângulos:<br />

tri-membração; tri-laterali<strong>da</strong><strong>de</strong>; tri-significação; tri-<strong>de</strong>mocracia; tri-grupal; tri-oficialismo; tri-satisfatores; tricustos;<br />

tri-ganhos etc.<br />

AGENDONOMIA – to<strong>da</strong>s as agen<strong>da</strong>s ou ocupações prestusuárias dos 14 subsistemas. Substitui<br />

o conceito <strong>de</strong> “trabalho” <strong>da</strong> era industrial, porque “agendonomia” é mais amplo. “Prestusuário<br />

<strong>da</strong> agendonomia” é mais abrangente e mais claro que “trabalhador <strong>da</strong> ca<strong>de</strong>ia produtiva” e <strong>de</strong>fine<br />

melhor a oferta/prestadismo e a <strong>de</strong>man<strong>da</strong>/usuarismo. Quando se faz a “divisão <strong>de</strong> trabalho/agendonomia”,<br />

instalam-se pelo menos quatro níveis <strong>de</strong> agen<strong>da</strong>s/cargos convergentes horizontal,<br />

vertical e transversalmente, uma pirâmi<strong>de</strong> por on<strong>de</strong> entram, escalam e <strong>de</strong>scem os<br />

prestusuários/trabalhadores dos 14 subsistemas, sem segregação entre empregados “trabalhadores”<br />

e patrões “não trabalhadores”. Esta confusão provinha <strong>da</strong> disputa pela partilha <strong>da</strong><br />

mais-valia que era, como ain<strong>da</strong> é, drena<strong>da</strong> para os níveis mais altos <strong>da</strong> pirâmi<strong>de</strong>. Aqui, essa<br />

eterna disputa pelo exce<strong>de</strong>nte gerado pela mais-valia é caracteriza<strong>da</strong> como “jogo triádico” entre<br />

subgrupos <strong>de</strong> prestusuários com seus respectivos arsenais, mas não como subgrupos <strong>de</strong><br />

pobres que trabalham e <strong>de</strong> ricos que não trabalham.<br />

AUTO-SUSTENTÁVEL - Uso do ecossistema pelo subgrupo humano <strong>de</strong> modo a permitir que<br />

possa e tenha tempo para repor as florestas que consumimos, para renovar os nutrientes do<br />

solo, converter o dióxido <strong>de</strong> carbono em oxigênio para impedir o aquecimento e <strong>de</strong>rretimento<br />

<strong>da</strong>s calotas polares, renovar as águas fluviais e marítimas, livrar-se <strong>da</strong> intoxicação química dos<br />

<strong>de</strong>fensivos agrícolas e resíduos industriais, para a reprodução <strong>da</strong>s espécies não humanas. O<br />

subgrupo humano do ecossistema tem que admitir e respeitar os <strong>de</strong>mais subgrupos nãohumanos,<br />

pois fazem parte indispensável <strong>da</strong> ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> sustentação do ecossistema que compartilhamos.<br />

O mesmo ocorre com qualquer empresa ou comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>, no seu balanço <strong>de</strong> ganho-empate-per<strong>da</strong>,<br />

investimento-processo-rendimento, consumo-transformação-reprodução<br />

etc.<br />

CAOS, Teoria do Caos - é o nome popular <strong>da</strong>do à Teoria dos Sistemas Dinâmicos, dos fluxos etc.<br />

O novo é que estão conseguindo métodos para provar que tudo é dinâmico, evolutivo, e que<br />

as tais ciências exatas não são tão exatas e regulares. Também, que em seus movimentos, os<br />

sistemas se bifurcam, se trifurcam, mas sem seguir uma trajetória linear no espaço, nem<br />

constante no tempo. Com isso, rompe-se a concepção monádica e a concepção do progresso<br />

linear. Tudo é sistêmico triádico, em fluxo um pouco previsível, mas, em sua maior parte, imprevisível<br />

ou, apenas, probabilístico.<br />

CAPITAL INTELECTUAL – avaliação <strong>da</strong> empregabili<strong>da</strong><strong>de</strong> e <strong>da</strong> competitivi<strong>da</strong><strong>de</strong> segundo o nível<br />

<strong>de</strong> capacitação/conhecimento <strong>de</strong> um indivíduo ou <strong>de</strong> uma equipe empresarial. É um conceito<br />

monádico, como o <strong>da</strong>s inteligências múltiplas, que é preciso articular/<strong>de</strong>sdobrar triadicamente:<br />

capital tri-intelectual ou capital tricerebral com seus quatro níveis, cujo <strong>de</strong>sempenho se nota no<br />

ciclo mental que os integra ou no CCF – Ciclo Cibernético <strong>de</strong> Feedback.<br />

CARTESIANO - referente ao francês René Descartes (1596-1650), complementador do método<br />

científico-matemático inaugurado por Bacon, que proce<strong>de</strong> por análise, separação, <strong>de</strong>composição<br />

<strong>da</strong>s partes até chegar à última e fun<strong>da</strong>mental. É o método <strong>da</strong>s ciências quase-exatas. Isso<br />

teria criado divisionismo e mecanicismo entre sujeito e objeto, entre disciplinas científicas, entre<br />

profissões, visando a unici<strong>da</strong><strong>de</strong> na ver<strong>da</strong><strong>de</strong>, na política, na religião etc. Cartesiano e monádico<br />

(reduzir a um só ponto <strong>de</strong> vista, a um só po<strong>de</strong>r, a um monopólio) se usam como sinônimos.<br />

O não cartesiano se diz – diádico – quando analisa a reali<strong>da</strong><strong>de</strong> por pares opostos; e tri-<br />

73


ádico quando analisa a reali<strong>da</strong><strong>de</strong> por tría<strong>de</strong>s – dois lados em oposição e um terceiro intermédio.<br />

Daí monolética, dialética, trialética etc.<br />

CIBERNÉTICA - vem do grego "kubernetes" - "governética", governo, arte <strong>de</strong> dirigir, conduzir.<br />

Nome <strong>da</strong>do por Norbert Wiener, um dos inventores dos foguetes teleguiados e do computador,<br />

à ciência <strong>da</strong> auto-informação e autocontrole nas máquinas, <strong>de</strong>vido ao mecanismo <strong>de</strong> feedback:<br />

auto-observação, retrocarga e auto-regulagem. Essa é a <strong>Cibernética</strong> eletrônica, robótica.<br />

CIBERNÉTICA SOCIAL - é a ciência e arte <strong>da</strong> auto-informação, <strong>da</strong> criativi<strong>da</strong><strong>de</strong> e do agir dos grupos<br />

humanos, para autocondução e a intercondução do Show do Jogo Mundial, guiando-se pela<br />

proporcionali<strong>da</strong><strong>de</strong>. É teoria sistêmica-triádica que integra num só corpo interdisciplinar o essencial<br />

<strong>da</strong>s ciências sociais e humanas para li<strong>da</strong>r com a complexi<strong>da</strong><strong>de</strong> do Show do Jogo Mundial.<br />

CICLO CIBERNÉTICO DE FEEDBACK – soma articula<strong>da</strong> e seqüencial <strong>da</strong>s operações dos três<br />

cérebros como processo <strong>de</strong> informação, estratégia e direcionamento <strong>de</strong> um sistema individual<br />

ou societário. Diz-se “ciclo” porque gira sem cessar; “cibernético” porque é computacional; <strong>de</strong><br />

“feedback” porque serve para o autocontrole e auto-regulagem do sistema e para <strong>da</strong>r-lhe rumo<br />

ou direcionamento. O Ciclo Cibernético que conjuga os três processos mentais po<strong>de</strong> ter <strong>de</strong>senvolvimento<br />

e <strong>de</strong>sempenho mais simples ou mais elevados. Po<strong>de</strong>-se representar isso em<br />

quatro níveis:<br />

Evolução<br />

humana RACIONALIDADE<br />

GANHOS NO SABER GANHOS NO TER GANHOS NO SER<br />

CÉREBRO ESQUERDO CÉREBRO CENTRAL CÉREBRO DIREITO<br />

4. EPISTEMOLOGIA. ADMINISTRAÇÃO ESPIRITUALIDADE<br />

Repensar o mundo e suas três culturas. Articulação <strong>da</strong> re<strong>de</strong>. Investi- Sentido <strong>de</strong> missão ecossistêmica.<br />

Teorias adota<strong>da</strong>s. Re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> conhecimento mentos. Negociações políticas. Humanismo. Soli<strong>da</strong>rie<strong>da</strong><strong>de</strong> na re<strong>de</strong>.<br />

Evolução<br />

animal<br />

PODER<br />

POLÍTICO<br />

Cultura Científica e Legislativa<br />

S<br />

PODER<br />

ECONÔMICO<br />

Cultura Material ou Econômica<br />

PODER<br />

SACRAL<br />

Cultura Espiritual-Artística-Ética<br />

3. ATITUDE CIENTÍFICA PLANEJAMENTO PERCEPÇÃO EM ALFA<br />

Informação em tempo real sobre Benchmarking. Consultoria. Faro prospectivo para cenários e estratémercado,<br />

leis, tendências. Patentes. Criar produtos e mercado gias. Relax. Mecenato. Ética e justiça<br />

2. CLASSIFICAÇÕES PROFISSÕES. EMPRESAS CRIATIVIDADE<br />

Referenciais. Secretaria, banco <strong>de</strong> Tecnologia, rotinas. Produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong>. Feeling. Inovação. Quali<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

<strong>da</strong>dos. Arquivos. Estatística. Capital físico e financeiro. Segurança. Li<strong>de</strong>rança entusiástica e motivadora<br />

1. COMUNICAÇÃO IMPULSO DE SOBREVI VÊNCIA E RE- AFETIVIDADE<br />

Treinamento. Segundo idioma. Or- PRODUÇÃO Alimento, moradia, saú<strong>de</strong>. Amor, Relaç. Humanas. Associaganização<br />

<strong>de</strong> fontes <strong>de</strong> informação. Seleção <strong>de</strong> pessoal. DISCIPLINA tivismo. Marca. Credibili<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

MAIS CONSCIENTE MAIS DETERMINISTA MAIS INCONSCIENTE<br />

Fig. 35. Níveis <strong>de</strong> Desenvolvimento e Desempenho do Tricerebrar Individual e Societário<br />

74<br />

MENOS LIVRE MAIS LIVRE<br />

Menos consciente Mais consciente<br />

Como se trata <strong>de</strong> um paradigma tri-cérebro-grupal ou tricultural integrador, existe um Ciclo<br />

Cibernético <strong>de</strong> Feedback Tricultural societário, representado pelos três po<strong>de</strong>res máximos e<br />

respectivas culturas ao alto <strong>da</strong> ilustração.<br />

COACHING – ver Upaya.<br />

COSMOVISÃO ou paradigma – modo <strong>de</strong> sentir, perceber, interpretar e usar o universo, que <strong>de</strong>pen<strong>de</strong><br />

do uso que se faz (regras orientadoras) do cérebro e <strong>de</strong> seu tricerebrar. Ver Paradigma.<br />

DEMOCRACIA – etimologicamente significa “autori<strong>da</strong><strong>de</strong> ou po<strong>de</strong>r que emana do povo”. Mais que<br />

isso, refere-se às liber<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> pensamento, <strong>de</strong> ação/negócios e <strong>de</strong> relações, isto é, nas três<br />

culturas. Como sempre há três subgrupos, não se po<strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> ver que o oficialismo manipula<br />

o conceito <strong>de</strong> <strong>de</strong>mocracia a seu favor. A reformulação triádica <strong>da</strong> famosa <strong>de</strong>finição do<br />

presi<strong>de</strong>nte Abraão Lincoln seria: Governo dos três subgrupos <strong>de</strong> todo um povo, pelos três subgrupos<br />

<strong>de</strong> todo um povo e para os três subgrupos <strong>de</strong> todo um povo (povo se toma aqui como o<br />

conjunto <strong>de</strong> membros <strong>de</strong> uma nação ou <strong>de</strong> um país com seus três subgrupos e não como a<br />

parte <strong>de</strong> baixo <strong>de</strong> uma socie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> classes). A <strong>de</strong>mocracia anglo-americana garante essas liber<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

para o oficialismo <strong>de</strong> suas se<strong>de</strong>s e <strong>de</strong> seus cúmplices, e as nega aos subgrupos oscilantes<br />

e antioficiais <strong>de</strong> seu próprio país e aos três subgrupos <strong>de</strong> todos os <strong>de</strong>mais países. Por


isso se fala em “<strong>de</strong>mocracia <strong>da</strong>s elites” e “<strong>de</strong>mocracia popular” (esta como reação do povo „<strong>de</strong><br />

baixo‟ contra as elites „<strong>de</strong> cima‟, que é uma maneira diádica e não triádica <strong>de</strong> raciocinar). O que<br />

falta é a tri-<strong>de</strong>mocracia proporcional para os três subgrupos. Daí a reformulação <strong>de</strong> Lincoln, <strong>da</strong>í<br />

o slogan <strong>da</strong> Plataforma 2 do <strong>Manifesto</strong>: Pela Democratização Universal!<br />

DESDOBRAMENTO TRIÁDICO – interpretação do discurso, <strong>da</strong>s expressões não-verbais e dos<br />

atos <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> pessoa e <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> subgrupo, para revelar as intenções latentes, inconscientes ou<br />

camufla<strong>da</strong>s que se manejam como tática para vencer os <strong>de</strong>mais no jogo triádico. O <strong>de</strong>sdobramento<br />

nos aproxima <strong>da</strong> informação ver<strong>da</strong><strong>de</strong>ira, nesse mundo <strong>de</strong> mentiras e trambiques.<br />

DI e DE – Domínio Interno e Domínio Externo indicam o “lado <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntro” e o lado <strong>de</strong> fora <strong>de</strong> um<br />

sistema ou <strong>de</strong> um conjunto <strong>de</strong>les. Ca<strong>da</strong> sistema tem uma pele, uma fronteira, um campo eletromagnético,<br />

uma jurisdição com “alfân<strong>de</strong>ga” ou válvulas e filtros para o que entra (inputs) e o<br />

que sai (outputs). Uma empresa tem ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> domínio interno (DI) que é a produção e<br />

tem ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> domínio externo (DE) que são as relações com os fornecedores, com o mercado<br />

<strong>de</strong> trabalho e com os compradores.<br />

DINÂMICAS - é um referencial, um esquema classificatório que organiza a reali<strong>da</strong><strong>de</strong> em esferas<br />

concêntricas, <strong>de</strong> amplitu<strong>de</strong> progressiva. São contextos, são círculos <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>, vibração, esforço<br />

e movimento triádico para sobreviver ou alcançar algum objetivo. Distinguimos vários círculos,<br />

“re<strong>de</strong>moinhos” ou esferas <strong>de</strong>ste dinamismo, todos articulados entre si: Dinâmica Energística<br />

(energia quântica, atômica, física, química, etc.); Dinâmica Potencial/ambiental (natureza, recursos,<br />

matérias primas, ambiente); Dinâmica Mental (os três cérebros e seus processos); Dinâmica<br />

Individual (personali<strong>da</strong><strong>de</strong>, trajetória <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> <strong>de</strong> um indivíduo a partir <strong>da</strong> família); Dinâmica<br />

Prestusuaria (produção e distribuição <strong>de</strong> satisfatores <strong>de</strong> nossas necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s); Dinâmica <strong>de</strong><br />

Grupo (relações, po<strong>de</strong>r, competição, cooperação, Estado); Dinâmica Futuro/Universal (tudo o<br />

que transcen<strong>de</strong> nossa existência, como o infinito, o eterno, o superior). O Show do Jogo Mundial<br />

é um <strong>de</strong>sdobramento progressivo <strong>de</strong>ssas “dinâmicas”.<br />

ECONOCRACIA – entronização do po<strong>de</strong>r <strong>da</strong> produção e do dinheiro, <strong>de</strong>vi<strong>da</strong> ao excesso <strong>de</strong> cérebro<br />

central. Ao regime do dinheiro e seus abusos se diz “usurocracia”. Aristóteles chamou <strong>de</strong><br />

“crematística”.<br />

ECO-REGIÃO - Visão e gestão do planeta por esferas - mini, médias, gran<strong>de</strong>s, máxi - autoabasteci<strong>da</strong>s<br />

e auto-sustentáveis por seu modo <strong>de</strong> articular em re<strong>de</strong> prestusuária proporcional<br />

as “dinâmicas” menciona<strong>da</strong>s antes. Com isso quer-se criar uma alternativa para a geometrização<br />

do planeta por continentes, países, municípios, reinos e espécies, <strong>de</strong>vido à nova consciência<br />

ecológica, ecossistêmica.<br />

EFETUADOR – sinônimo <strong>de</strong> sistema. Chama-se “efetuador” porque o sistema efetua a transformação<br />

<strong>de</strong> inputs em outputs, <strong>de</strong> ensino em aprendizagem, <strong>de</strong> insumos em produtos, <strong>de</strong> investimento<br />

em ren<strong>da</strong>, <strong>de</strong> custo em benefício etc., ao longo <strong>da</strong> ca<strong>de</strong>ia ou do fluxo prestusuário.<br />

ENSINAGEM – contração e fusão <strong>de</strong> “ensino” e “aprendizagem”. Como somos todos simultaneamente<br />

prestadores e usuários <strong>de</strong> serviços, criou-se a palavra prestusuário. Como somos todos<br />

simultaneamente produtores e consumidores, criou-se a palavra “prodsumidores”. Como todos<br />

ensinam e apren<strong>de</strong>m, criou-se a palavra ensinagem.<br />

ENTROPIA/NEGUENTROPIA – rumo, sentido <strong>da</strong> energia para mais ou para menos; para melhoria<br />

ou <strong>de</strong>cadência; para mais organização ou <strong>de</strong>sorganização; para mais vi<strong>da</strong> ou morte.<br />

EPISTEMOLOGIA – é questionar erevolucionar o conhecimento , a arte, as religiões, a tecnologia<br />

econômico-política e tudo o mais. É a busca constante <strong>de</strong> evolução, <strong>de</strong> integração sempre<br />

mais inclusiva e <strong>de</strong> sentido para as três culturas (dos três cérebros).<br />

FACTUAL – refere-se ao mundo fáctico, à esfera do real, factosfera, em contraposição à esfera<br />

do virtual, à simbolosfera. A “comunicação factual” é a comunicação que não usa palavras.<br />

Não avisa, na<strong>da</strong> diz: apenas faz.<br />

FEEDBACK – dispositivo e capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> auto-regulação, ajuste e direcionamento <strong>de</strong> um sistema,<br />

tanto em relação a variações em seu domínio interno como externo ou do meio ambiente.<br />

Tudo se move, evolui, mu<strong>da</strong>: tudo é variação. É o eterno vir-a-ser que requer sempre feedback<br />

(usa-se a palavra em inglês porque em nossa língua não há equivalente para <strong>de</strong>screver todo o<br />

processo <strong>de</strong> avaliar-corrigir-redirecionar. Diz-se feedback reforçador ou positivo, quando confirma,<br />

mantém o rumo e a ação; diz-se feedback corretivo ou negativo, quando limita, modifica<br />

a ação e o rumo.<br />

75


FLUXO PRESTUSUÁRIO – nome <strong>da</strong>do ao processo, seqüência ou torrente <strong>de</strong> intercâmbios entre<br />

sistemas através <strong>de</strong> suas válvulas e filtros <strong>de</strong> recepção/transmissão <strong>de</strong> inputs-transformaçãooutputs.<br />

Entre os humanos isso é chamado “processo econômico” ou ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> produção e<br />

consumo. Fluxo prestusuário ou usuprestadio (segundo a ponta <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a qual se olhe o processo)<br />

representa melhor esse fenômeno, comum aos sistemas humanos e aos não-humanos<br />

com os quais estamos em ca<strong>de</strong>ia. É o fluxo prestusuário ecossistêmico universal.<br />

FRACTAL – vem <strong>de</strong> “frações”, fracionar. É um dos conceitos que mais caracteriza a teoria do<br />

caos: to<strong>da</strong>s as formas/silhuetas dos sistemas são como frações <strong>de</strong> curva que se vão repetindo<br />

em escalas diferentes. Dizer “fractal” significa “composto <strong>de</strong> curvas que se repetem. É preferível<br />

a palavra “recorrência” que é réplica <strong>de</strong> um mesmo padrão, com variações, nos quatro fatores<br />

operacionais e não só na forma física, geométrica. Daí saiu a Geometria Fractal, diferente<br />

<strong>da</strong> Geometria Euclidiana <strong>de</strong> linhas retas. A lei <strong>da</strong> relativi<strong>da</strong><strong>de</strong> provou que não há linhas retas.<br />

Tudo são vibrações, curvas e ondulações.<br />

GANHOS - lucro, mais-valia, valor agregado, exce<strong>de</strong>nte, são conceitos referentes à diferença<br />

superavitária dos outputs (produto, faturamento) em relação aos inputs (insumo, investimento)<br />

ou custo-benefício. Pelos três cérebros são 3 custos: know-how (cérebro esquerdo); dinheiro<br />

(cérebro central); risco, criativi<strong>da</strong><strong>de</strong>, estratégia, autoconfiança (cérebro direito). Os ganhos<br />

também são três: aprendizagem e conscientização; lucro financeiro e experiência; satisfação e<br />

glória. Ou se substitui o dicionário monádico por um triádico ou se terá que reformular os conceitos<br />

com um tri na frente: tri-custos; tri-ganhos; tri-satisfatores; tri-propagan<strong>da</strong> etc.<br />

HOMEOSTASE - a energia <strong>de</strong> um sistema ten<strong>de</strong> a dois extremos (puxa-empurra): neguentropia<br />

(sempre mais, rumo ao máximo); entropia (sempre menos, rumo à <strong>de</strong>sintegração, ao na<strong>da</strong>, ao<br />

mínimo). O ponto móvel, flutuando entre a explosão por excesso e a implosão por carência,<br />

chama-se homeostase, numa espécie <strong>de</strong> <strong>da</strong>nça na cor<strong>da</strong> bamba, ou <strong>de</strong> equilibração do surfista<br />

sobre a prancha e as on<strong>da</strong>s. As margens <strong>de</strong> flutuação entre a explosão e a implosão são<br />

<strong>da</strong><strong>da</strong>s pelos números do Proporcionalismo.<br />

ÍCONES – imagens, símbolos. Linguagem icônica refere-se a linguagem não-verbal, artística, por<br />

símbolos, sons, cores, movimento, por analogia, metáforas, len<strong>da</strong>s e mitos etc. A televisão, o<br />

cinema, a expressão corporal e todo tipo <strong>de</strong> arte é linguagem icônica.<br />

INCLUSIVISMO - atitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> quem, em suas atitu<strong>de</strong>s mentais e práticas, vê, aceita, admite, assume<br />

os três subgrupos. O oposto é - exclusivismo, monadismo - a imposição <strong>de</strong> um só lado e<br />

exclusão dos <strong>de</strong>mais.<br />

ISCAÇÃO – estratagema, usado pelo Po<strong>de</strong>r Político, Econômico e Sacral <strong>de</strong>sproporcionais, prometendo<br />

recompensas futuras inalcançáveis, para conseguir que os oscilantes façam força,<br />

se submetam, façam sacrifícios e renúncias no presente, com a esperança <strong>de</strong> recompensas<br />

maiores no futuro, apesar dos fatos em contrário. Empulhação dos pobres.<br />

LATINOAMÉRICA ou América Latina – <strong>de</strong>nominação confusa <strong>de</strong> uma confusa região e cultura.<br />

É uma <strong>de</strong>nominação que ecoa o jogo triádico europeu <strong>de</strong> 1500 para cá, quando os anglosaxãos<br />

(Inglaterra, Holan<strong>da</strong>, Alemanha, Dinamarca, Península Escandinava e outros) <strong>de</strong>rrotaram<br />

os latinos (Itália, Espanha, França e Portugal) prolongando essa luta no tal “Novo Mundo”.<br />

De um modo geral, dizem-se “latinos” as culturas e regiões originalmente domina<strong>da</strong>s pela<br />

França (Canadá “francês”), o estado <strong>de</strong> Louisiana nos EUA que foi vendido por Napoleão, a<br />

Guiana Francesa, o Haiti e outras ilhas do Caribe; e as domina<strong>da</strong>s por Espanha e Portugal.<br />

Muitas vezes, Latinoamérica é usa<strong>da</strong> para referir-se só à Hispanoamérica, omitindo o Brasil<br />

que também é Latinoamérica. O tal “mundo novo” não era na<strong>da</strong> novo: quando os europeus o<br />

invadiram, ele era povoado havia mais <strong>de</strong> 40.000 anos. Da<strong>da</strong> to<strong>da</strong> essa ambigüi<strong>da</strong><strong>de</strong> e buscando<br />

uma nova i<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong> mais condizente com a história, preferimos a <strong>de</strong>nominação “Indoamérica”.<br />

Indoamérica do norte, do centro e do sul; Indoamérica do Atlântico, do Pacífico e<br />

Continental.<br />

MAXIMOCRACIA - ímpeto <strong>de</strong> propulsão dos sistemas a ser, ter e querer sempre mais <strong>de</strong> tudo<br />

(sempre mais energia, crescimento, saú<strong>de</strong>, po<strong>de</strong>r, dinheiro, riqueza, glória, vi<strong>da</strong>, etc. infinita e<br />

eternamente) evitando cair, <strong>de</strong>scer, per<strong>de</strong>r, retornar ao na<strong>da</strong>, ao mínimo (minimocracia). São o<br />

pólo positivo (que empurra para cima, para a neguentropia) e o pólo opositivo, negativo (que<br />

puxa para baixo, para a entropia). Há, em tudo, esses dois pólos imantados que criam o puxa-<br />

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empurra para cima e para baixo. Equilibrar-se no trapézio entre as duas forças, é sabedoria<br />

proporcionalista.<br />

MINI-MAXIVIVÊNCIA prestusuária - é o resultado do jogo triádico <strong>de</strong> sobrevivência que a linguagem<br />

econômico-social <strong>de</strong>nomina classes A, B, C, D, E. Aqui se re<strong>de</strong>nomina em maxivivência,<br />

granvivência, mediovivência, minivivência e subvivência. Mas a classificação não é só como<br />

usuário <strong>de</strong> um padrão <strong>de</strong> consumo é também como prestadio <strong>de</strong> um padrão <strong>de</strong> produção, contribuição<br />

ao todo.<br />

MONÁDICO - hábito <strong>de</strong> ver e tratar tudo por uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s separa<strong>da</strong>s, isolando-as do contexto sistêmico<br />

que é sempre plural. Ser monádico é erro <strong>de</strong> percepção que conduz à maximocracia unilateral,<br />

impondo competição ilimita<strong>da</strong>.<br />

MONETARIZAR – fazer com que um satisfator tenha seu valor expresso e intercambiável por<br />

moe<strong>da</strong>. O oficialismo <strong>da</strong> econocracia quer transformar tudo em mercadoria, ou seja, que tudo<br />

seja monetarizado e comercializável. “Uma árvore em pé não vale na<strong>da</strong>”!<br />

NEGUENTROPIA – ver entropia.<br />

NÍVEIS DE AGENDONOMIA E VIVÊNCIA – como não há igual<strong>da</strong><strong>de</strong>/<strong>de</strong>sigual<strong>da</strong><strong>de</strong> absolutas e,<br />

sim, diferenças proporcionais, os sistemas se organizam em níveis ou hierarquias em formato<br />

pirami<strong>da</strong>l. Daí as classes, os <strong>de</strong>graus <strong>de</strong> uma carreira, os organogramas, o ranking etc. Para a<br />

divisão e hierarquização <strong>de</strong> agen<strong>da</strong>s, capaci<strong>da</strong><strong>de</strong>s e autori<strong>da</strong><strong>de</strong>, fala-se em quatro níveis <strong>de</strong><br />

Agendonomia; para a divisão <strong>de</strong> tri-satisfatores, <strong>de</strong> padrões <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> ou bem-estar, fala-se em<br />

quatro correspon<strong>de</strong>ntes níveis <strong>de</strong> vivência:<br />

SUBGRUPO<br />

OFICIAL<br />

NÍVEIS DE AGENDONOMIA NÍVEIS DE VIVÊNCIA<br />

Direção<br />

Assessoria<br />

Supervisão<br />

Execução<br />

Maxivivência<br />

Grãvivência<br />

Mediovivência<br />

Minivivência<br />

Fig. 36. Níveis <strong>de</strong> agendonomia e <strong>de</strong> vivência<br />

OFICIALISMO – pilha <strong>de</strong> pessoas, grupos, classes, países, com po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> mando/controle sobre<br />

os <strong>de</strong>mais, <strong>de</strong>vido ao uso predominante do cérebro central e seu arsenal: influência, li<strong>de</strong>rança,<br />

or<strong>de</strong>m, coor<strong>de</strong>nação, autori<strong>da</strong><strong>de</strong>, controle dos empregos, <strong>da</strong>s normas, do dinheiro, <strong>da</strong> força etc<br />

Quando o oficialismo é <strong>de</strong>sproporcional, se <strong>de</strong>dica à intimi<strong>da</strong>ção, violência econômica, legal,<br />

até ao extermínio. Mas numa situação qualquer, é preciso avaliar os três subgrupos em seus<br />

diferentes graus <strong>de</strong> proporcionali<strong>da</strong><strong>de</strong>/<strong>de</strong>sproporcionali<strong>da</strong><strong>de</strong>, embora o oficialismo seja sempre<br />

o mais propenso a criar <strong>de</strong>sproporcionali<strong>da</strong><strong>de</strong>. Depois <strong>de</strong> rever a Fig. 5.1, uma gra<strong>de</strong> simples<br />

para fazer essa avaliação po<strong>de</strong> ser a que segue (lê-se: 90% <strong>da</strong> população com 10% dos trisatisfatores<br />

e vice-versa).<br />

SUBGRUPO<br />

ANTIOFICIAL<br />

SUBGRUPO<br />

OSCILANTE<br />

90/1O%<br />

Infernal:<br />

Guilhotinar<br />

85/15%<br />

Imoral,criminal:<br />

Pren<strong>de</strong>r<br />

80/20%<br />

Amoral, na<strong>da</strong><br />

proporcional:<br />

Sair <strong>de</strong> perto<br />

75/25%<br />

Moral, menos<br />

Proporcional:<br />

Pressionar<br />

62/38%<br />

Ponto <strong>de</strong> ouro,<br />

Proporcional:<br />

BENDIZER<br />

Tirano,<br />

autoritário<br />

ditador,cruel,<br />

monstro<br />

Manipulador,<br />

gângster,<br />

corrupto, ganhador<br />

por<br />

qualquer meio<br />

Organizador<br />

<strong>de</strong> ganhos só<br />

para o subgrupo<br />

oficial, por via<br />

“legal” (anomia).<br />

Organizador<br />

<strong>de</strong> ganhos só<br />

para dois dos<br />

subgrupos<br />

Organizador<br />

<strong>de</strong> ganhos<br />

para os três<br />

subgrupos<br />

Negador,<br />

clan<strong>de</strong>stino,<br />

terrorista,<br />

salteador,<br />

<strong>de</strong>struidor<br />

Vadio,<br />

assaltante,<br />

<strong>de</strong>linqüente,<br />

reinci<strong>de</strong>nte<br />

Obstrutor,<br />

sectário,<br />

dilapi<strong>da</strong>dor,<br />

a<strong>de</strong>pto <strong>da</strong> violência<br />

gratuita<br />

De má vonta<strong>de</strong>,<br />

<strong>de</strong>smotivado,<br />

<strong>de</strong>scumpridor,<br />

omisso,<br />

mentiroso<br />

Anárquico,<br />

autopromovedor,<br />

incitador dos outros<br />

à luta para<br />

ele tirar proveito<br />

Espontaneísta,<br />

individualista,<br />

dissimulado,<br />

malandro<br />

oportunista<br />

Fig. 37. Gra<strong>da</strong>ções <strong>da</strong> Proporcionali<strong>da</strong><strong>de</strong>/Desproporcionali<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

Competidor,<br />

lutador e cobrador<br />

<strong>de</strong> mu<strong>da</strong>nças<br />

e moralização<br />

dos outros<br />

2 subgrupos<br />

Disciplinado,<br />

cumpridor, colaborador<br />

e solidário<br />

com 2<br />

dos subgrupos<br />

Propositor,<br />

co- creador,<br />

co-gerente e<br />

co-inovador<br />

para os três<br />

subgrupos<br />

Conciliador,<br />

confiável, produtivo<br />

e solidário<br />

com os<br />

3 subgrupos<br />

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PARADIGMA – mo<strong>de</strong>lo, método, maneira <strong>de</strong> usar os três cérebros ou <strong>de</strong> comportar-se e <strong>de</strong> atuar<br />

em qualquer jogo. Ver cartesiano e cosmovisão.<br />

PDST – Produção e Desfrute <strong>de</strong> Satisfatores Tri-cérebro-grupais em ca<strong>da</strong> um dos catorze subsistemas.<br />

É uma alternativa ao atual medidor PNB e seu complemento IDH, que são típicos do<br />

paradigma econômico-social do império anglo-americano.<br />

POSITIVAR – tornar positivos/proporcionais os três subgrupos. Que sejam mais proativos e colaborativos<br />

que reativos e obstrutivos uns com os outros.<br />

PRESTUSUÁRIO - palavra forma<strong>da</strong> por "prestadio" (ci<strong>da</strong>dão, trabalhador que presta serviços,<br />

que faz oferta <strong>de</strong> algum bem, como mão-<strong>de</strong>-obra ou força <strong>de</strong> trabalho) e "usuário" (ci<strong>da</strong>dão,<br />

trabalhador que usa, que é consumidor, que procura ou <strong>de</strong>man<strong>da</strong> algum bem). Na visão sistêmica<br />

todos somos ao mesmo tempo prestadios/produtores e usuários/consumidores. Então todos<br />

somos prestusuários, só que em níveis diferenciados <strong>de</strong> responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> e remuneração.<br />

Às organizações nos referimos como prestusuárias porque prestam/ven<strong>de</strong>m serviços e são<br />

usuárias dos benefícios produzidos. Em assim sendo, qualquer organização seja ela família,<br />

empresa, igreja po<strong>de</strong> ser chama<strong>da</strong> "prestusuária".<br />

QT – Quociente Tricerebral – medi<strong>da</strong> do potencial mental ou tricerebral e seus quatro níveis por<br />

meio <strong>de</strong> um questionário. Diz-se, também, Revelador do Quociente Tricerebral.<br />

QUADRO DE REFERÊNCIA – ver REFERENCIAL.<br />

REALIDADE VIRTUAL – é a representação simbólica <strong>da</strong> reali<strong>da</strong><strong>de</strong>. O mesmo que simbolosfera.<br />

Existe reali<strong>da</strong><strong>de</strong> virtual gráfica, verbal-lógica, que são as palavras, os escritos e teorias; a reali<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

virtual icônica, imagética, artística que é não-verbal e também verbal não-lógica como a<br />

poesia, os mitos, a ficção; e a reali<strong>da</strong><strong>de</strong> virtual monetária que é não verbal, é simbólica, composta<br />

<strong>de</strong> moe<strong>da</strong>s, selos, títulos <strong>de</strong> crédito etc. O oposto ou reverso <strong>da</strong> reali<strong>da</strong><strong>de</strong> virtual é a reali<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

real, factual. O oficialismo está conseguindo que muitos se admirem e se <strong>de</strong>diquem<br />

mais à reali<strong>da</strong><strong>de</strong> virtual que à factual. Mais à ficção que à reali<strong>da</strong><strong>de</strong>. O planeta todo está virando<br />

caverna <strong>de</strong> Platão.<br />

RECORRÊNCIA - conjunto <strong>de</strong> características ou padrão que se repete numa escala diferente, ou<br />

que ocorre numa época e volta a ocorrer <strong>de</strong>pois. Ex.: o padrão <strong>da</strong> proporcionali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> um<br />

<strong>de</strong>do se repete no braço e no corpo todo; padrões <strong>de</strong> comportamento <strong>da</strong> infância se reproduzem<br />

na vi<strong>da</strong> adulta, etc.<br />

REFERENCIAL - diz-se também quadro <strong>de</strong> referência e marco referencial. É um conjunto <strong>de</strong><br />

conceitos, soltos ou or<strong>de</strong>nados nalgum esquema ou gráfico, que usamos para classificar, processar<br />

e orientar nossas ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> pensamento, <strong>de</strong> planejamento etc. Da<strong>da</strong> a complexi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

pós-mo<strong>de</strong>rna, é recomendável passar do uso <strong>da</strong> linguagem discursiva linear, para o uso <strong>de</strong><br />

quadros <strong>de</strong> referência gráficos que funcionam como mo<strong>de</strong>los con<strong>de</strong>nsadores e “visualizadores”<br />

<strong>de</strong> processos sistêmicos. Estes raramente são lineares e alcançáveis só pela linguagem<br />

discursiva. Por mais sofistica<strong>da</strong> que esta seja, não alcançará a <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> dos mo<strong>de</strong>los e quadros<br />

<strong>de</strong> referência gráficos. Exemplos <strong>de</strong> quadros <strong>de</strong> referência: o Show do Jogo Mundial; os<br />

14 subsistemas; as “dinâmicas” usa<strong>da</strong>s no <strong>Manifesto</strong> 2; os quatro fatores operacionais (espaço,<br />

tempo, personagens, procedimentos); e todos os mo<strong>de</strong>los que ilustram o <strong>Manifesto</strong>.<br />

RELATIVIZAÇÃO - ver um mesmo fato sob, pelo menos, três diferentes ângulos sucessivamente,<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> ca<strong>da</strong> um dos três cérebros ou <strong>de</strong>s<strong>de</strong> ca<strong>da</strong> uma <strong>da</strong>s três posições subgrupais, já que estamos<br />

todos num dos três cantos <strong>da</strong> jaula pirami<strong>da</strong>l que o planeta é. Ter um referencial nessa<br />

hora, aju<strong>da</strong> muito a relativizar: se usarmos os 14 subsistemas, relativizar é ver a mesma coisa<br />

pelo ângulo <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> um <strong>de</strong>les, sucessivamente. Se usarmos os três cérebros ou os três subgrupos,<br />

relativizar é ver sob o ponto <strong>de</strong> vista <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> um <strong>de</strong>les e <strong>de</strong> seus respectivos interesses.<br />

RELIGIONIZAR - limbizar, sacralizar, proclamar que algo é sagrado, é <strong>da</strong> esfera do cérebro direito,<br />

portanto sob a jurisdição <strong>de</strong> Deus e <strong>de</strong> seus autoproclamados representantes. Moisés religionizava<br />

quase tudo, para conseguir que, por temor a Deus, lavassem as mãos antes <strong>da</strong> comi<strong>da</strong>,<br />

evitassem a perigosa carne <strong>de</strong> porco, e a mulher parturiente se protegesse <strong>de</strong> infeções,<br />

já que não havia noção e percepção racional <strong>de</strong> causa e efeito entre contaminação, doença e<br />

morte. On<strong>de</strong> não prevalece a racionali<strong>da</strong><strong>de</strong>, prevalece a religionização.<br />

SACRAL – refere-se a uma proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> do cérebro direito que atribui caráter sagrado, religioso,<br />

misterioso, extra-natural a tudo que está sob sua área <strong>de</strong> influência como: amor; arte; inspira-<br />

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ção-criativi<strong>da</strong><strong>de</strong>; percepção extra-sensorial, esoterismo e fenômenos paranormais do cérebro<br />

com on<strong>da</strong>s alfa, theta e <strong>de</strong>lta ou ciclagem reduzi<strong>da</strong> <strong>da</strong>s on<strong>da</strong>s cerebrais; religiosi<strong>da</strong><strong>de</strong>; nascimento<br />

e morte; tempo e eterni<strong>da</strong><strong>de</strong> etc. Quem mais se sobressai são as religiões organiza<strong>da</strong>s<br />

e seus lí<strong>de</strong>res e a<strong>de</strong>ptos. O verbo que representa essa proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> é – sacralizar, religionizar<br />

e “limbizar” (este porque uma parte do cérebro direito se chama, também, cérebro límbico).<br />

SÉRIE OU SEQÜÊNCIA FIBONACCI – série em que ca<strong>da</strong> número é a soma dos dois imediatamente<br />

anteriores: 0, 1, 1, 2, 3, 5, 8, 13, 21 etc. É também uma maneira <strong>de</strong> pensar na complexização<br />

cumulativa <strong>da</strong> evolução. Os espaços entre os números <strong>da</strong> série são consi<strong>de</strong>rados “diferenças<br />

proporcionais” na distribuição dos satisfatores e seus níveis <strong>de</strong> vivência.<br />

SIMBOLOSFERA – ver reali<strong>da</strong><strong>de</strong> virtual.<br />

SISTEMA (ver Fluxo Prestusuário) – concepção dos seres como pacotes <strong>de</strong> energia tri-una e em<br />

fluxo, ou seja, que se gasta, que entra, se transforma e se dissipa. Por isso, todos os seres/sistemas<br />

estão engatados/plugados uns nos outros, uns alimentando outros, formando a<br />

ca<strong>de</strong>ia alimentar/reprodutiva.<br />

Mas a palavra “sistema” é usa<strong>da</strong>, também, como sinônimo <strong>de</strong> organização social, <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m<br />

estabeleci<strong>da</strong> (em inglês: establishment; em latim: status quo). É nesse sentido que se <strong>de</strong>ve enten<strong>de</strong>r<br />

a queixa dos pobres quando se <strong>de</strong>claram “vítimas do sistema”; e também a reivindicação<br />

dos ricos/po<strong>de</strong>rosos para escusar-se: “não tenho culpa, é o sistema que é assim. Des<strong>de</strong> a<br />

perspectiva triádica, “o sistema” é o conjunto do Po<strong>de</strong>r Político, Econômico e Sacral, ao que<br />

chamamos, também, “tri-oficialismo”.<br />

SOCIOGRAMA FAMILIAR (familiograma) - é o estudo <strong>da</strong>s relações familiares para <strong>de</strong>scobrir<br />

quem busca quem, e por quem é buscado (ou rejeitado ou <strong>de</strong>ixado indiferente), a partir <strong>da</strong> infância.<br />

Nessa busca, imposta pelo principio tri-uno para a informação, a sobrevivênciareprodução<br />

e a convivência <strong>de</strong> qualquer sistema, formam-se 3 blocos (subgrupos) disputantes,<br />

com alianças <strong>de</strong> cooperação, <strong>de</strong> neutrali<strong>da</strong><strong>de</strong> e <strong>de</strong> competição, do que <strong>de</strong>corre a programação<br />

tri-cérebro-grupal inicial. Essa matriz inconsciente terá comportamentos recorrentes/repetitivos<br />

na escola, no namoro, no trabalho, na política e no imaginário sobrenatural pelo resto <strong>da</strong> vi<strong>da</strong>.<br />

Fig. 38. Sociograma e finalização do ciclo familiar na vi<strong>da</strong> adulta<br />

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SUCEDÂNEO – fonte não-humana <strong>de</strong> satisfatores emocionais– objetos e bichos <strong>de</strong> estimação,<br />

plantas, jogo, Internet, um esporte, bebi<strong>da</strong>, drogas, dinheiro etc. quando se convertem em vício,<br />

quando passam a subordinar a vi<strong>da</strong> <strong>da</strong> pessoa.<br />

TRICEREBRAR – palavra cria<strong>da</strong> para afirmar que é preciso usar os três cérebros ou seus três<br />

processos – informação, criativi<strong>da</strong><strong>de</strong>, concreção – <strong>de</strong> forma integra<strong>da</strong>, sempre, formando um<br />

ciclo que só se completa quando se cumprem cabalmente as três etapas. Caso contrário, tratar-se-á<br />

<strong>de</strong> uso fragmentário do cérebro tri-uno.<br />

VIOLÊNCIA – alguém forçando outros a fazer algo contra sua vonta<strong>de</strong> e seus interesses. O conjunto<br />

<strong>de</strong> meios ou arsenais para isso <strong>de</strong>rivam dos três cérebros: do central nasce a força físicoeconômica;<br />

do esquerdo nasce a força psicológica-i<strong>de</strong>ológica; e do direito nasce a força moralafetiva.<br />

As duas últimas soma<strong>da</strong>s conhecem-se como força psico-moral. Quando o uso <strong>de</strong>sses<br />

arsenais vai além do âmbito <strong>da</strong> proporcionali<strong>da</strong><strong>de</strong>, qualificam-se como – violência.<br />

A violência físico-econômica é muito visível e tem leis para reprimi-la. Só como último recurso,<br />

o tri-oficialismo usa a violência física. Prefere o uso <strong>da</strong> violência psico-moral que é a mais<br />

difícil <strong>de</strong> ser percebi<strong>da</strong> e combati<strong>da</strong> porque é suave, subtil, permanente, insistente, cheia <strong>de</strong><br />

promessas; é argumentativa ain<strong>da</strong> que sem lógica (como o marketing), está coberta <strong>de</strong> aparências<br />

<strong>de</strong> afeto, <strong>de</strong> serviço que, na reali<strong>da</strong><strong>de</strong>, é manipulação, cruel<strong>da</strong><strong>de</strong> mental, enganação,<br />

suborno, doutrinação massacrante, chantagem emocional, corrupção criação <strong>de</strong> complexo <strong>de</strong><br />

culpa e inferiorização frente aos <strong>de</strong>mais; é ameaça com po<strong>de</strong>res sobrenaturais mágicos, é terrorismo<br />

espiritual, i<strong>de</strong>ológico, é noofagia (matar, comer a mente), resultando em per<strong>da</strong> <strong>de</strong> autoconfiança<br />

e autonomia <strong>da</strong> vítima.<br />

A violência psicomoral é a mais <strong>de</strong>strutiva, a mais perigosa e a mais bem disfarça<strong>da</strong> forma<br />

<strong>de</strong> violência porque mata psiquicamente. Por agora, isso é tratado, timi<strong>da</strong>mente (porque <strong>de</strong>nuncia<br />

abuso <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r do oficialismo) como “assédio moral”. Mas tem que, urgentemente, ser<br />

transformado em crime por lei, tanto quanto a violência física.<br />

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BIBLIOGRAFIA<br />

1. GELL-MANN. Murray. O quark e o jaguar – aventuras no simples e no complexo. São<br />

Paulo: Rocco, 1996.<br />

2. MACLEAN, Paul. The Triune Brain, Emotion, and Scientific Bias. NY, Schmitt Ed., 1970.<br />

Outras obras similares do mismo autor: A Triune Concept of the Brain and Behaviour”,<br />

and “The Triadic Brain in Evolution: Role in Paleocerebral Functions, 1990.<br />

Não se po<strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> associar essa teoria à <strong>de</strong> Sigmund Freud: o paleoencéfalo correspon<strong>de</strong><br />

ao id; o límbico correspon<strong>de</strong> ao ego; e o superego correspon<strong>de</strong> ao neocórtex.<br />

3. GREGORI, W. <strong>Cibernética</strong> social – um método interdisciplinar <strong>da</strong>s ciências sociais e<br />

humanas. São Paulo: Perspectiva, 1988.<br />

4. MONBIOT, George. A era do consenso – Um manifeso para uma nova or<strong>de</strong>m mundial.<br />

São Paulo: Record, 2004.<br />

5. BORGES, Jorge Luís. O Aleph. Porto Alegre: Editora Globo, 1972..<br />

6. SOROS, George. Globalização. São Paulo: Campus, 2003.<br />

7. SAMUELSON, Paul A. In Leonard Silk: The Economists. New York: Avon Books, 1978.<br />

8. MÜLLER, A.R. Teoria <strong>da</strong> organização humana ou dos 14 subsistemas sociais. São<br />

Paulo: Editora Sociologia Política, 1958. Versão mo<strong>de</strong>rniza<strong>da</strong> <strong>de</strong>ssa teoria se encontra<br />

nos escritos <strong>de</strong> W. Gregori, como <strong>Cibernética</strong> <strong>Social</strong>, Sociologia Política Pós-Capitalista<br />

& Pós-socialista, Capital Intelectual e Administração Sistêmica etc.<br />

9. BATISTA, Sebastião. Aproximación al concepto <strong>de</strong>l <strong>de</strong>recho <strong>de</strong>s<strong>de</strong> la perspectiva triádica-<br />

<strong>de</strong>scripción <strong>de</strong> su estructura, dinámica y finali<strong>da</strong>d (tesis <strong>de</strong> doctorado). Universi<strong>da</strong>d<br />

<strong>de</strong> Almería, Almería – España, 2004.<br />

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