LINHAS DE BENEFICIAMENTO E CLASSIFICAO ... - Feagri - Unicamp
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<strong>LINHAS</strong> <strong>DE</strong> <strong>BENEFICIAMENTO</strong> E CLASSIFICAÇÃO <strong>DE</strong> TOMATE <strong>DE</strong> MESA<br />
MICHEL KAZUMI KUMAKAWA1; MARCELO LEME MATHIAS2; MARCOS DAVID<br />
FERREIRA3<br />
Escrito para apresentação no<br />
XXXIII Congresso Brasileiro de Engenharia Agrícola<br />
02 a 06 de Agosto de 2004 - São Pedro - SP<br />
RESUMO: Atualmente, existem disponíveis no mercado brasileiro algumas alternativas quanto a<br />
equipamentos de beneficiamento e classificação para tomate de mesa, sendo os mais comuns àqueles<br />
que realizam a padronização através de parâmetros de medições como tamanho e peso do produto.<br />
Esta pesquisa consiste na realização de um levantamento em unidades de beneficiamento e<br />
classificação para tomate de mesa, nacionais e importadas, quanto ao seu funcionamento e<br />
caracterização das etapas envolvidas neste processo. Para tanto foram realizados levantamentos em<br />
cinco unidades de beneficiamento e classificação de tomate de mesa, localizadas na região de<br />
Campinas, Estado de São Paulo, para dimensionamento das principais etapas, número, tipo e rotações<br />
das escovas sendo que desse total duas utilizavam-se de equipamento nacional e três de equipamento<br />
importado na etapa de classificação. Observou-se uma grande variação nas etapas de beneficiamento,<br />
quanto a dimensões, número e tipo de escovas e operações de funcionamento.<br />
PALAVRAS-CHAVE: Tomates, Classificação, Escovas<br />
PACKINGLINES FOR FRESH MARKET TOMATOES<br />
ABSTRACT: There is in Brazil some different types of packing lines that can be used for fresh<br />
market tomatoes, being more commom, the ones that sort fruits by weight or diameter. The goal of<br />
this research was to caracterize national and imported packing lines for features and functioning. Five<br />
packing lines were evaluated for dimensions in the main steps, type and material used on brushes.<br />
Two packing houses used national lines and the other three imported equipment. It was observed<br />
differences among the evaluated equipment, for dimensions, type and brush rotation. There is a<br />
potential for future studies in this field in order to improve work in packing lines<br />
KEYWORDS: Tomatoes, Sorting, Brushes<br />
INTRODUÇÃO: Danos mecânicos devidos a impactos, compressão, vibração, cortes e rachaduras<br />
estão relacionadas com alterações fisiológicas, metabólicas, de aroma, sabor e qualidade em diferentes<br />
produtos hortícolas tais como maçãs, pepinos, batatas e tomates (MORETTI & SARGENT, 2000). O<br />
dano mecânico pode ser ocasionado por uma pequena força, por impacto com outro fruto ou em uma<br />
superfície dura (MOHSENIN, 1970). A incidência e a severidade da desordem fisiológica dependem<br />
da energia de impacto, do cultivar em estudo, do número de impactos e do estádio de amadurecimento.<br />
Ela é cumulativa durante as práticas de manuseio pós-colheita (SARGENT et al., 1992). Portanto, as<br />
várias etapas de manuseio do produto, desde o campo até o consumidor, devem ser cuidadosamente<br />
coordenadas e integradas para maximizar a qualidade do produto (SARGENT et al, 1992). Uma linha<br />
de beneficiamento e classificação de frutas e hortaliças é composta por diversas etapas, tais como:<br />
recebimento, pré-seleção, lavagem, secagem, classificação e embalagem (MILLER et al., 2001).<br />
(HY<strong>DE</strong> & ZHANG) relatam que as escovas utilizadas em uma linha de beneficiamento e classificação<br />
de acordo com a sua finalidade possuem diferentes velocidades. Porém, a velocidade excessiva das<br />
escovas e/ou à excessiva exposição ao escovamento, também podem causar danos e injúrias aos frutos,<br />
em especial se as escovas utilizadas possuírem superfícies pontiagudas e rígidas. Objetivou-se com<br />
este trabalho caracterizar o equipamento de beneficiamento e classificação de tomate em cinco<br />
unidades localizadas na região de Campinas, Estado de São Paulo, para parâmetros como identificação<br />
do material utilizado, tipo de classificadora, escovas utilizadas na etapa de limpeza e lavagem.<br />
1- Tecnico Mecanico, Estudante, , <strong>Unicamp</strong>, Hortolandia-SP, (19) 38872022, michel.kumakawa@agr.unicamp.br<br />
2- Técnico Mecânico, Estudante, FEM, <strong>Unicamp</strong>, -<br />
3- Doutor, Prof. Doutor, FEAGRI, <strong>Unicamp</strong>, -
MATERIAL E MÉTODOS: A caracterização dos equipamentos de classificação foi realizada<br />
através da identificação dos materiais utilizados na construção do classificador, das medidas de<br />
rotação de operação das esteiras de lavagem, secagem e polimento. Para o equipamento foi observado<br />
o material padrão utilizado na construção dos equipamentos na quatro unidades visitadas.<br />
Dimensionou-se o tipo de máquinas beneficiadoras utilizadas através de medidas feitas com o auxílio<br />
de uma trena profissional. Foi mensurado o tamanho de cada fase do equipamento, aferindo-se tanto o<br />
comprimento quanto as larguras interna e externa. Na etapa de limpeza, polimento e secagem, o<br />
número e identificação das escovas utilizadas foi realizado, caracterizando-se a origem do material das<br />
escovas de cada etapa em vegetal, animal e sintético. Aferiu-se a rotação de operação no<br />
funcionamento das escovas nas etapas de lavagem, polimento e secagem através da determinação de<br />
um ponto de referência, utilizando-se um cronômetro de precisão, considerando um minuto como<br />
tempo padrão. Avaliou-se, portanto, a rotação dessas escovas, demarcando assim a contagem da<br />
freqüência, que foi determinada em rotações por minuto. Foram realizadas cinco repetições para cada<br />
grupo de escovas, levando-se em consideração como resultado final à média das repetições.<br />
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Observa-se, na tabela 1, um diferencial entre os comprimentos das<br />
etapas constituintes do equipamento de beneficiamento, também como no comprimento total desta,<br />
que neste caso variou de 18,84 m para 37,49 m. Isto representa uma diferença de aproximadamente<br />
99%. Constatou-se que somente em um galpão o recebimento ocorreu em tanques de água.<br />
Importante salientar que essas diferenças de comprimento encontradas podem estar relacionadas ao<br />
tipo de classificador utilizado e ao volume diário de produção. A maioria destes galpões trabalhava na<br />
capacidade inferior ao máximo. Galpões 1 e 3, utilizavam-se da classificação por diâmetro e cor;<br />
Galpão 2, utilizava classificação por peso e cor; Galpão 4, somente por peso; e Galpão 5, por diâmetro<br />
através da esteira de lona. Os equipamentos usados nos quatro primeiros galpões mencionados eram<br />
importados e no Galpão 5, nacional. Outro aspecto a ser observado refere-se as dimensões da etapa de<br />
limpeza (lavagem, secagem e polimento) que diferiram entre os equipamentos. Todavia, não eram<br />
proporcionais ao comprimento máximo de cada equipamento, portanto ocorrendo equipamentos com<br />
menores dimensões totais, mas proporcionalmente com maiores etapas de limpeza.O galpão 4<br />
apresenta o menor número de escovas nas três etapas (Tabela 2). Enquanto que na etapa de<br />
Secagem2/Polimento o Galpão 2 apresentou o maior número. Esta máquina de classificação não<br />
utilizava de escovas no polimento, somente realizando secagem. Observa-se portanto uma grande<br />
diferença no número e tipos de escovas nas linhas de beneficiamento avaliadas. MILLER et al.,<br />
(2001) relatam que a utilização de escovas transversais para limpeza é praticamente universal para<br />
frutas e hortaliças, juntamente com a aplicação de algum detergente ou desinfetante. O fruto deve ser<br />
localizado imediatamente sobre o espaço entre a primeira e segunda escova, mas não sobre a escova,<br />
porque cada linha de frutas passará entre as escovas.As condições das escovas na maioria dos galpões<br />
estavam razoáveis (tabela 3). Pode-se destacar os galpões 2 e 3 por terem apresentados as melhores<br />
condições. A etapa de polimento apresentou menos problemas enquanto que a etapa de secagem foi a<br />
mais comprometedora. Para que o processo de limpeza seja efetivo e para o adequado funcionamento<br />
das escovas, estas devem continuadamente serem verificadas, pois ocorre desgaste por uso, devido ao<br />
acúmulo de impurezas, as quais prejudicam o apropriado funcionamento desta. Para tanto revisões<br />
periódicas são recomendadas (S.A.R.D.I., 2001).<br />
Observa-se na rotação das etapas de lavagem, secagem e polimento diferenças entre os galpões<br />
(Tabela 4). Nota-se que o galpão 4 apresentou uma rotação baixa em todas as etapas enquanto que o<br />
galpões 1 e 5 se destacaram pela elevada rotação. HY<strong>DE</strong> & ZHANG (1992) relatam que uma redução<br />
na velocidade das escovas, também reduz a intensidade das injúrias causadas pelas escovas e pela<br />
abrasão de um fruto contra o outro. Com a redução da velocidade das escovas, ocorre uma<br />
conseqüente redução no número de impactos por segundo, porém com a redução do fluxo do produto<br />
(frutas), o impacto total por fruta contra fruta pode continuar o mesmo. Assim, recomenda-se para<br />
cultivares de maior sensibilidade, uma redução na velocidade das escovas, mas com um fluxo normal<br />
de operação dos frutos.
Tabela 1. Caracterização dimensional (comprimento, m) em cinco unidades de beneficiamento e classificação para tomate de<br />
mesa na região de Campinas, SP.<br />
Tabela 2. Classificação das escovas em cinco galpões de beneficiamento e classificação de tomates, quanto ao número e<br />
material utilizado nas etapas de lavagem, secagem e polimento.<br />
Tabela 3. Avaliação das escovas em cinco galpões de beneficiamento e classificação de tomates nas etapas de lavagem.<br />
Secagem e polimento.<br />
Tabela 4. Rotações das escovas nas diferentes etapas em cinco galpões de beneficiamento e classificação na região de<br />
Campinas, SP.<br />
CONCLUSÕES: Os resultados mostram diferenças entre os galpões para beneficiamento de tomate<br />
quanto ao equipamento utilizado, dimensões externas, número e tipo de escovas e rotações das<br />
escovas. Observa-se através dessas informações um potencial para pesquisas futuras, com a criação de<br />
parâmetros para um melhor funcionamento e eficiência nas etapas de uma linha de beneficiamento e<br />
classificação.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:<br />
HY<strong>DE</strong>, G. M.; ZHANG, W. Apple Bruising<br />
Research Update: Packingline Impact Evaluations. Tree<br />
Fruit Postharvest Journal 3(3):12-15. August 1992.<br />
MILLER, W. M.; WARDOWSKI, W. F.; GRIERSON,<br />
W. Packingline Machinery for Florida Citrus<br />
Packinghouses. Extension Bulletin 239. Florida Cooperative Extension Service. Institute of Food<br />
and Agricultural Sciences, University of Florida. April 2001, 26 pags. Disponível em:<br />
.<br />
MOHSENIN, N.N. Physical properties of plant and animal materials. Vol. I. New York:Gordon Beach<br />
Science Publishers,1986, 841p.<br />
MORETTI, C. L.; SARGENT, S. A.; HUBER, D. J.; CALBO, A. G.; PUSCHMANN, R. Chemical<br />
composition and physical properties of pericarp, locule, and placental tissues of tomatoes with internal<br />
bruising. Journal of the American Society for Horticultural Science, 1998, 123(4): 656-600.<br />
S.A.R.D.I. – SOUTH AUSTRALIAN RESEARCH AND <strong>DE</strong>VELOPMENT INSTITUTE,<br />
10th<br />
September 2001. Disponível em:<br />
<br />
SARGENT, S. A.; BRECHT, J. K.; ZOELLNER, J. J. Sensitivity of tomatoes at mature-green<br />
and<br />
breaker ripeness stages to internal bruising. Journal of the American Society for Horticultural Science,<br />
1992, 117(1): 119-123.<br />
AGRA<strong>DE</strong>CIMENTOS:<br />
Os autores agradecem a Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de São<br />
Paulo.