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Situação Atual da Aquicultura na Região Sul - Centro de Ciências ...

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<strong>Situação</strong> <strong>Atual</strong> <strong>da</strong> Aqüicultura <strong>na</strong> <strong>Região</strong> <strong>Sul</strong><br />

(um dos capítulos do livro Aqüicultura no Brasil)<br />

Carlos Rogério Poli<br />

Astor Grumann<br />

José Roberto Borghetti<br />

1


1. Caracterização<br />

<strong>Situação</strong> <strong>Atual</strong> <strong>da</strong> Aqüicultura <strong>na</strong> <strong>Região</strong> <strong>Sul</strong><br />

2<br />

Carlos Rogério Poli<br />

Astor Grumann<br />

José Roberto Borghetti<br />

A <strong>Região</strong> <strong>Sul</strong> do Brasil, compreen<strong>de</strong> os Estados do Rio Gran<strong>de</strong> do <strong>Sul</strong>, Santa Catari<strong>na</strong> e<br />

Paraná. Situa-se entre as latitu<strong>de</strong>s 22º 30’ e 33º 45’ sul e longitu<strong>de</strong>s 48º e 57º 40’ oeste.<br />

O perfil geográfico, apresentando gran<strong>de</strong>s áreas pla<strong>na</strong>s, ondula<strong>da</strong>s e outras francamente<br />

montanhosas, confere a essa região diversos microclimas que vão do tropical ao temperado. Essas<br />

características permitem o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> uma aqüicultura diversifica<strong>da</strong>, com o cultivo <strong>de</strong><br />

espécies <strong>de</strong> águas frias como trutas e as ostras do Pacífico e <strong>de</strong> águas mor<strong>na</strong>s como as tilápias,<br />

pacus e outros.<br />

Os primeiros registros sobre a prática <strong>da</strong> piscicultura <strong>na</strong> <strong>Região</strong> <strong>Sul</strong> são atribuí<strong>da</strong>s ao<br />

limnologista Hermann Kleerekoper, em 1942. O pesquisador <strong>de</strong>senvolveu estudos <strong>de</strong> reprodução<br />

com o peixe rei <strong>na</strong> Lagoa dos Quadros com o objetivo <strong>de</strong> repovoamento <strong>da</strong> lagoa. Após longo<br />

período sem registros importantes a <strong>de</strong>stacar, a déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 70 parece acor<strong>da</strong>r, simultaneamente, os<br />

três estados para a aqüicultura. Como a ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> emergente, <strong>de</strong>sconheci<strong>da</strong> dos produtores, técnicos<br />

e universi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>da</strong> região, a aqüicultura surgia no bojo <strong>da</strong>s medi<strong>da</strong>s, ações, instrumentos e<br />

instituições cria<strong>da</strong>s para reforçar e ampliar o papel <strong>da</strong> agricultura no Brasil. Destacam-se no período<br />

a criação <strong>da</strong> EMBRATER em substituição ao sistema ABCAR, com implantação <strong>da</strong>s filia<strong>da</strong>s<br />

EMATER, nos três estados. Surge a EMBRAPA integrando e/ou reforçando os sistemas estaduais <strong>de</strong><br />

pesquisa; os institutos <strong>de</strong> planejamento agrícola dos estados, entre outros. No Rio Gran<strong>de</strong> do <strong>Sul</strong> as<br />

principais iniciativas couberam à Secretaria <strong>da</strong> Agricultura através do Departamento <strong>de</strong> Pesca,<br />

Universi<strong>da</strong><strong>de</strong>s e algumas empresas particulares com a produção <strong>de</strong> alevinos e distribuição a<br />

pequenos produtores rurais. Nos outros estados o estímulo também foi gover<strong>na</strong>mental, com Santa<br />

Catari<strong>na</strong> instalando o serviço <strong>de</strong> extensão pesqueira, postos e estações <strong>de</strong> piscicultura em vários<br />

municípios. As universi<strong>da</strong><strong>de</strong>s, principalmente através dos <strong>Centro</strong>s <strong>de</strong> <strong>Ciências</strong> Agrárias e <strong>de</strong> Biologia,<br />

com criação <strong>de</strong> Departamentos <strong>de</strong> Aqüicultura, iniciaram-se <strong>na</strong> área <strong>na</strong> déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 80.<br />

De 1970 ao fi<strong>na</strong>l dos anos 80, portanto, a aqüicultura instalou-se <strong>na</strong> <strong>Região</strong> <strong>Sul</strong> embala<strong>da</strong><br />

pelo mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong>senvolvimentista rei<strong>na</strong>nte no país. Com crédito abun<strong>da</strong>nte, alevinos em quanti<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

(produzidos em estações públicas), terra disponível, recursos hídricos parecendo infinitos e,<br />

principalmente a <strong>de</strong>spreocupação com os aspectos ambientais. Essa fase incluiu também um


período <strong>de</strong> a<strong>da</strong>ptação dos produtores com as diferentes práticas <strong>de</strong> cultivo e <strong>da</strong> li<strong>da</strong> com organismos<br />

aquáticos. O trei<strong>na</strong>mento <strong>de</strong> professores em todos os níveis, <strong>de</strong> extensionistas e pesquisadores e a<br />

rea<strong>de</strong>quação <strong>da</strong>s gra<strong>de</strong>s curriculares em to<strong>da</strong>s as escolas. A introdução <strong>de</strong> espécies <strong>de</strong> to<strong>da</strong> or<strong>de</strong>m<br />

sem a preocupação com a origem, com a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> genética e sobretudo sem os cui<strong>da</strong>dos sanitários<br />

necessários. A instalação <strong>de</strong> estações <strong>de</strong> pesquisa e <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> alevinos e o apoio fi<strong>na</strong>nceiro,<br />

com recursos internos e externos, a um gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong> pesquisa, importantes <strong>na</strong><br />

formação <strong>da</strong> comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> científica <strong>da</strong> região.<br />

To<strong>da</strong> essa situação ampara<strong>da</strong> por um sistema <strong>de</strong> subsídios, alcançou os anos 90 imersa<br />

<strong>na</strong> recessão econômica. A ren<strong>da</strong> agrícola diminuiu, via aumento dos custos <strong>de</strong> produção e<br />

insuficiente produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong>. A crescente exigência dos mercados, ca<strong>da</strong> vez mais competitivos e<br />

exigentes, reduziu as possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> uma agricultura familiar sem os necessários fatores <strong>de</strong><br />

produção ajustados a nova reali<strong>da</strong><strong>de</strong> econômica.<br />

Se por um lado essa reali<strong>da</strong><strong>de</strong> também pe<strong>na</strong>lizou a aqüicultura, <strong>de</strong> outro, o setor passou<br />

a encarar a ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> com menos amadorismo e como alter<strong>na</strong>tiva geradora <strong>de</strong> ren<strong>da</strong> para as<br />

proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s rurais. Convivendo com o crédito ca<strong>da</strong> vez mais caro e seletivo, as exigências<br />

ambientais mais rígi<strong>da</strong>s e com o claro discernimento <strong>de</strong> que os recursos hídricos são finitos, a<br />

déca<strong>da</strong> atual registrou avanços maiores do que as anteriores.<br />

2. Espécies cultiva<strong>da</strong>s<br />

A região apresenta em seus cultivos um total <strong>de</strong> 36 espécies aquáticas. Destas, 61,2%<br />

são espécies <strong>na</strong>tivas.<br />

Os peixes aparecem em maior número e correspon<strong>de</strong>m a 26 espécies. Consi<strong>de</strong>rando<br />

ape<strong>na</strong>s o grupo dos peixes que é em maior número, 9 são exóticas (34,6%). Quase to<strong>da</strong>s são<br />

comuns a região, com exceção do peixe-rei que somente é criado no Rio Gran<strong>de</strong> do <strong>Sul</strong> (Tabela 1).<br />

3


Tabela 1: Peixes<br />

Nome Popular Nome científico<br />

1. Bagre Africano Clarias gariepinus<br />

Estado e<br />

Origem<br />

<strong>Região</strong> ocorrência<br />

Nativa Exótica<br />

RS SC PR RS SC PR<br />

proibido Todo c/ Todo X<br />

exceção 1<br />

2. Blackbass Micropterus salmoi<strong>de</strong>s Serra/Pla<strong>na</strong>lto Todo 2 X<br />

3. Carpa cabeça-gran<strong>de</strong> Aristichthys nobilis Todo Todo Todo X<br />

4. Carpa capim Ctenopharigodon i<strong>de</strong>lla Todo Todo Todo X<br />

5. Carpa comum Cyprinus carpio Todo Todo Todo x<br />

6. Carpa pratea<strong>da</strong><br />

Hypophthalmycthys<br />

molitrix<br />

Todo Todo Todo X<br />

7. Cascudo Hipostomus sp. Todo Todo - Aut 3 Aut. Aut.<br />

8. Bagre americano<br />

(catfish)<br />

Ictalurus punctatus<br />

Todo Todo c/<br />

exceção<br />

<strong>Centro</strong><br />

<strong>Sul</strong><br />

X<br />

9. Curimbatá 4<br />

Prochilodus sp.<br />

Todo Todo c/<br />

exceção<br />

Norte Aut. Aut. Aut.<br />

10. Piava Leporinus sp. Todo n.p. n.p. 5<br />

Aut. n.p. n.p.<br />

11. Jundiá Rhamdia quelen Todo Todo - Aut. Aut. Aut.<br />

12. Lambari Astya<strong>na</strong>x sp. Todo Todo - Aut. Aut. Aut.<br />

13. Matrinxã Brycon sp.<br />

R.Uruguay Itajaí,<br />

Cubatão<br />

Norte 6<br />

Alo.<br />

Alo. Aut.<br />

14. Pacu Piaractus mesopotamicus<br />

Todo Todo c/<br />

exceção<br />

Todo Alo Alo. Aut.<br />

15. Piauçú Leporinus sp.<br />

Todo Todo c/<br />

exceção<br />

Todo Alo. Alo. Aut.<br />

16. Piracanjuba Brycon orbignyanus<br />

B.Uruguay Itajaí e<br />

Cubatão<br />

Norte Alo. Alo. Aut.<br />

17. Pirapitinga Piaractus brachypomum<br />

B.Uruguay Itajaí e<br />

Cubarão<br />

- Alo. Alo. Alo.<br />

18. Piraputanga Brycon sp.<br />

B.Uruguay Itajaí e<br />

Cubatão<br />

Norte<br />

Oeste<br />

Alo Alo. Alo<br />

19. Peixe Rei Odonthestis bo<strong>na</strong>riensis Todo n.p. n.p. Aut. n.p. n.p.<br />

20. Surubim Pseudoplatistoma sp<br />

n.p. Itajaí e<br />

Cubatão<br />

- Alo. Alo. Alo<br />

21. Surubim híbrido Pseudoplatistoma sp <strong>Centro</strong> - Norte n.p. - Alo n.p. Aut<br />

22. Tambacu/paqui Híbrido Tambaqui x Pacu<br />

Metropolita<strong>na</strong> Todo c/<br />

exceção<br />

Norte Alo Alo Hib 7<br />

23. Tambaqui Colossoma macropomum<br />

Metropolita<strong>na</strong> Todo c/<br />

exceção<br />

Norte Alo. Alo. Alo.<br />

24. Tilápia nilótica Oreochromis niloticus<br />

Todo Todo c/<br />

exceção<br />

Todo X<br />

25. Tilapia Vermelha Híbrido O. niloticus<br />

n.p. Todo c/<br />

exceção<br />

n.p. Hib X<br />

26. Traíra Hoplias malabaricus Todo Todo - Aut. Aut.<br />

27. Trairão Hoplias lacer<strong>da</strong>e<br />

Menos<br />

Serra/Pla<strong>na</strong>lto<br />

<strong>Sul</strong> n.p. n.p. Alo. n.p.<br />

28. Truta arco-íris Oncorhynchus mykiss Serra<br />

R.Cubatão,<br />

Canoas,Pelotas,Itajaí.<br />

<strong>Sul</strong><br />

Litoral<br />

X<br />

29. Tucu<strong>na</strong>ré Cichla ocellaris NP 8<br />

NP<br />

Oeste<br />

Litoral<br />

NP NP Alo.<br />

1<br />

Todos com exceção do Pla<strong>na</strong>lto Serrano e Pla<strong>na</strong>lto Norte Catarinense<br />

2<br />

Sem conhecimento exato <strong>de</strong> sua distribuição no Estado<br />

3<br />

. Aut.= Autóctone.<br />

4<br />

. Conhecido também por Curimba, piava, grumatã<br />

5 . n.p.= não possui<br />

6 . Alo = Alóctone<br />

7 hib = Híbrido<br />

8 NP = Não produzem<br />

4


Além dos peixes, outras 11 <strong>de</strong> organismos aquáticos, entre moluscos, anfíbios, répteis,<br />

camarões e etc. são ain<strong>da</strong> criados., sendo 8 <strong>de</strong>las marinhas e o restante <strong>de</strong> água doce, <strong>da</strong>s quais 05<br />

são exóticas (45,47%). Não há registro <strong>de</strong> cultivos <strong>de</strong> microcrustáceos e ape<strong>na</strong>s o Rio Gran<strong>de</strong> do<br />

<strong>Sul</strong> está criando crocodilos (tabela 2).<br />

Tabela 2: Camarões, ostras, rãs e outros<br />

Nome popular Nome científico<br />

1.Camarão Branco<br />

Litope<strong>na</strong>eus schmitti<br />

2.Camarão rosa Pe<strong>na</strong>eus paulensis<br />

Estado e<br />

Origem<br />

região <strong>de</strong> ocorrência Nativa Exótica<br />

RS SC PR RS SC PR<br />

n.p. Lit.<strong>Centro</strong> Litoral n.p. Aut. Aut.<br />

Lagoa dos<br />

Patos<br />

3.Camarão van<strong>na</strong>mei Litope<strong>na</strong>eus van<strong>na</strong>mei n.p.<br />

4.Camarão gigante <strong>da</strong><br />

Malásia<br />

Macrobrachium<br />

rosenbergii<br />

5.Rã Touro Gigante Ra<strong>na</strong> catesbeia<strong>na</strong><br />

n.p.<br />

Serra<br />

Alto Uruguai<br />

Lit.Norte<br />

6.Ostra do Pacífico Crassostrea gigas n.p.<br />

7.Ostra do Mangue Crassotrea rhizophorae n.p.<br />

8.Mexilhão Per<strong>na</strong> per<strong>na</strong> n.p.<br />

9.Vieira Nodipecten nodosus n.p.<br />

Lit.<br />

<strong>Sul</strong><br />

Lit.<br />

<strong>Centro</strong> e<br />

<strong>Sul</strong><br />

n.p.<br />

B.R.<br />

Uruguai e<br />

Pla<strong>na</strong>lto<br />

Norte<br />

Lit. <strong>Centro</strong><br />

e Norte<br />

Lit.<br />

<strong>Centro</strong><br />

Lit. <strong>Centro</strong><br />

e Norte<br />

Lit.<br />

<strong>Centro</strong><br />

Litoral Aut. Aut. Aut.<br />

Litoral<br />

5<br />

Litoral X<br />

Oeste/<strong>Sul</strong> X<br />

Litoral X<br />

Litoral Aut. Aut.<br />

Litoral Aut. Aut.<br />

Litoral Aut. Aut.<br />

10.Algas Porphira sp. n.p. n.p. Litoral n.p. Aut.<br />

11.Microcrustáceos n.p. n.p. n.p. n.p. n.p. n.p. n.p.<br />

12.Crocodilo do Nilo Alligator sp.<br />

Lit.<br />

Norte<br />

n.p. n.p. X<br />

3. Áreas <strong>de</strong> cultivo e as produções anuais<br />

A Tabela 3 apresenta as áreas <strong>de</strong> cultivo dos organismos cultivados <strong>na</strong> região. Verificase<br />

no cultivo <strong>de</strong> peixes que o sistema extensivo, menos produtivo, ain<strong>da</strong> é significativo nos 3<br />

estados. O intensivo, por sua vez, representa ape<strong>na</strong>s 0,5% <strong>da</strong> área total.<br />

A ênfase dispensa<strong>da</strong> à alevi<strong>na</strong>gem difere entre os estados. No Paraná, as áreas<br />

<strong>de</strong>sti<strong>na</strong><strong>da</strong> aos alevinos I são 6 vezes maiores que a dos alevinos II. Em Santa Catari<strong>na</strong> e Rio Gran<strong>de</strong><br />

do <strong>Sul</strong> a alevi<strong>na</strong>gem II é utiliza<strong>da</strong> com maior intensi<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

Em 1998, os camarões marinhos, embora em áreas ain<strong>da</strong> reduzi<strong>da</strong>s, passaram a constar<br />

<strong>na</strong>s estatísticas <strong>de</strong> Santa Catari<strong>na</strong> e Paraná. Santa Catari<strong>na</strong> <strong>de</strong>staca-se no cultivo <strong>de</strong> moluscos<br />

marinhos.<br />

X


Tabela 3: Áreas <strong>de</strong> Cultivo<br />

PEIXES<br />

Organismos Tipo <strong>de</strong> cultivo<br />

Total p/ Estado em Ha<br />

PR SC RS<br />

6<br />

Total <strong>de</strong> ha <strong>na</strong> região<br />

Alevino I 315 100 50 465<br />

Alevino II ou Recria 50 180 250 480<br />

Engor<strong>da</strong> Extensivo 3.787 2.777 4.700 11.264<br />

Engor<strong>da</strong> Semi-extensivo 3.408 6.000 5.743 15.151<br />

Engor<strong>da</strong> Intensivo 379 200 0 579<br />

CAMARÃO MARINHO Engor<strong>da</strong> 50 50 0,4 100,4<br />

CAMARÃO DE ÁGUA DOCE Engor<strong>da</strong> 30 3.5 0 33.5<br />

RÃS<br />

Imago<br />

Engor<strong>da</strong><br />

1<br />

3<br />

0.3<br />

0.8<br />

0.5<br />

3.0<br />

1.8<br />

6.8<br />

OSTRAS Engor<strong>da</strong> 2 12,5 0 14,5<br />

MEXILHÕES Engor<strong>da</strong> 0,5 180 0 180,5<br />

VIEIRAS Engor<strong>da</strong> 0,2 5 0 5,2<br />

ALGAS Crescimento 0.1 0 0 0.1<br />

A partir <strong>da</strong>s áreas <strong>de</strong> cultivo e do número <strong>de</strong> produtores, por grupo <strong>de</strong> organismos<br />

(Tabela 4), observa-se que a produção aquícola <strong>da</strong> região é oriun<strong>da</strong>, basicamente, <strong>de</strong> pequenos<br />

produtores.<br />

Tabela 4: Relação dos produtores por intervalo <strong>de</strong> área <strong>de</strong> cultivo em ha<br />

Organismos<br />

Até 2 ha<br />

Área <strong>de</strong> Cultivo em Ha.<br />

2 a 20 ha > 20 ha<br />

PR SC RS PR SC RS PR SC RS<br />

Peixes 21.005 19.514 21.211 833 1.200 5.283 208 50 20<br />

Camarão <strong>de</strong><br />

Água doce<br />

0 1 0 4 0 0 0 0 0<br />

Camarão<br />

Marinho<br />

0 0 1 3 0 1 0 0<br />

Rãs 30 20 10 0 0 0 0 0 0<br />

Ostras 85 63 0 0 0 0 0 0 0<br />

Mexilhões 1 783 0 0 0 0 0 0 0<br />

Vieiras 1 5 0 0 0 0 0 0 0<br />

Algas 1 0 0 0 0 0 0 0 0<br />

A Tabela 5 apresenta as produções anuais dos estados <strong>da</strong> <strong>Região</strong> <strong>Sul</strong>. Destaca o Paraná<br />

como o gran<strong>de</strong> produtor <strong>de</strong> alevinos e permite, a par dos <strong>de</strong>mais <strong>da</strong>dos apresentados, verificar que o<br />

Rio Gran<strong>de</strong> do <strong>Sul</strong> é o Estado que <strong>de</strong>tém a menor produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> no cultivo <strong>de</strong> peixes. Os pesquepague<br />

são importantes comercializadores <strong>de</strong> peixes em to<strong>da</strong> a região.


Tabela 5: Produção anual<br />

Peixes<br />

Camarão A. Doce<br />

Estados<br />

Organismo Paraná Santa<br />

Catari<strong>na</strong><br />

Rio Gran<strong>de</strong> do<br />

<strong>Sul</strong><br />

Total<br />

Alevinos ( no./ano) 218.396.000 50.000.000 38.000.000 296.396.000<br />

Consumo-mesa<br />

( Kg/ano)<br />

Pesque-pague<br />

Kg/ano)<br />

Or<strong>na</strong>mental<br />

( no./ano)<br />

13.661.000 6.928.750 5.000.000 25.589.750<br />

4.029.000 7.481.649 5.040.000 16.550.649<br />

0<br />

Dados não<br />

disponíveis<br />

Juvenis 0 0 0 0<br />

Consumo Mesa ( Kg/ano) 4.000 0 0 4.000<br />

Camarão Marinho Consumo mesa (Kg/ano ) 81.250 50.000 0 131.250<br />

Rãs<br />

Imagos ( no. / ano ) 0 450.000<br />

0<br />

Não<br />

disponível<br />

7<br />

450.000<br />

Consumo mesa (kg/ano) 0 22.500 8.000 30.500<br />

Ostras Consumo Mesa (dz/ano) 34.435 280.000 0 314.435<br />

Mexilhão Consumo-mesa (ton/ano) 0 6.397.150 0 6.397.150<br />

4. Larviculturas instala<strong>da</strong>s<br />

A capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> instala<strong>da</strong>s <strong>da</strong>s uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s produtoras <strong>de</strong> alevinos e larvas é significativa e<br />

está representa<strong>da</strong> <strong>na</strong> Tabela 6. Para os peixes, os <strong>da</strong>dos foram estimados em função <strong>da</strong> inexistência<br />

do acompanhamento oficial e/ou privado (associações) <strong>de</strong> tão importante segmento. O Estado <strong>de</strong><br />

Santa Catari<strong>na</strong> está implantando um Programa <strong>de</strong> Sani<strong>da</strong><strong>de</strong> Aqüícola. Entre outros objetivos,<br />

preten<strong>de</strong> organizar, discipli<strong>na</strong>r a produção dos laboratórios estaduais e controlar o comércio <strong>de</strong><br />

larvas, alevinos e peixes no Estado.<br />

As larviculturas dos <strong>de</strong>mais grupos <strong>de</strong> organismos como camarões e moluscos ain<strong>da</strong> são<br />

realizados pela re<strong>de</strong> oficial (Universi<strong>da</strong><strong>de</strong>s).


Tabela 6: Uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s produtoras <strong>de</strong> alevinos e larvas: Capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> instala<strong>da</strong> e produção real<br />

Organismos PR SC RS<br />

Peixes *<br />

Cap. instala<strong>da</strong><br />

349.433.600 100.000.000<br />

Total<br />

em milhões<br />

Produção real 218.396.000 50.000.000 38.000.000 306.396.000<br />

Camarão Água Doce<br />

Cap. instala<strong>da</strong><br />

Produção real<br />

Camarão Branco<br />

Cap. instala<strong>da</strong><br />

Produção real<br />

Camarão rosa<br />

Cap. instala<strong>da</strong><br />

100.000.000 100.000.000<br />

1.500.000 100.000.000 20.000.000 121.500.000<br />

Produção real 40.000.000 5.000.000 45.000.000<br />

C.van<strong>na</strong>mei<br />

Cap. instala<strong>da</strong><br />

100.000.000 100.000.000<br />

Produção real 40.000.000 40.000.000<br />

Microcrustáceos<br />

Rãs **<br />

Cap. instala<strong>da</strong><br />

600.000 250.000<br />

Produção real/ano 450.000 50.000 150.000<br />

Ostra japonesa<br />

Cap. instala<strong>da</strong><br />

20.000.000 16.000.000 36.000.000<br />

Produção real 6.500.000 6.500.000<br />

Ostra-do-mangue<br />

Cap. instala<strong>da</strong><br />

20.000.000 2.000.000 22.000.000<br />

Produção real 320.000 320.000<br />

Mexilhões Captura<strong>da</strong>s no<br />

meio ambiente<br />

Vieiras<br />

Cap. instala<strong>da</strong><br />

Produção real<br />

* Os nº s referem-se a alevinos I<br />

** Os nº s referem-se a imagos<br />

50.000.<br />

8


5. Uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> beneficiamento<br />

Historicamente, o processo <strong>de</strong> comercialização e industrialização do pescado cultivado,<br />

vinha sendo apontado como um dos pontos críticos <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>na</strong> <strong>Região</strong> <strong>Sul</strong>. Esta preocupação<br />

fun<strong>da</strong>mentava-se no baixo hábito <strong>de</strong> consumir peixes <strong>de</strong> água doce, <strong>da</strong>s espécies cultiva<strong>da</strong>s<br />

apresentarem baixo valor comercial, <strong>da</strong> comercialização concentrar-se no período <strong>da</strong> quaresma e <strong>da</strong><br />

inexistência do beneficiamento dos produtos <strong>de</strong> piscicultura. Esta posição, contudo alterou-se<br />

gra<strong>da</strong>tivamente, graças ao crescimento <strong>da</strong> indústria do lazer e <strong>da</strong> pesca <strong>de</strong>sportiva, representados<br />

pelos pesque-pague e às uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s processadoras já instala<strong>da</strong>s. A Tabela 7 apresenta as uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> beneficiamento <strong>de</strong> peixes <strong>da</strong> região. Quase todos em processo inicial <strong>de</strong> funcio<strong>na</strong>mento, atuando<br />

com to<strong>da</strong>s as espécies <strong>de</strong> peixes e operando com ociosi<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

Tabela 7: Uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s Beneficiadoras <strong>de</strong> Peixe<br />

Estado Nome e local <strong>da</strong> Uni<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

Paraná<br />

Santa<br />

Catari<strong>na</strong><br />

Rio<br />

Gran<strong>de</strong><br />

do <strong>Sul</strong><br />

Área<br />

M 2<br />

Espécies<br />

trabalha<strong>da</strong>s<br />

Capaci<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

instala<strong>da</strong><br />

(ton/ano)<br />

9<br />

Processamento<br />

real<br />

(ton/ano)<br />

PISCES-<br />

Assis Chateaubriand 600 Tilápia 780 400<br />

FRIGOPEIXE- Toledo 800 Tilápia,Catfish,Carpa 1300 400<br />

PATOPEIXE – Pato Branco 300 Tilápia 520 150<br />

CODEPEIXE – Sto.Antônio do<br />

Sudoeste<br />

Em instalação<br />

APARÃ – São Miguel do Iguaçu Em instalação<br />

PESCOPAR – Mandirituba Em instalação<br />

AQUIOPAR – Paloti<strong>na</strong> Em instalação<br />

CARDUME IND. E COM.PEIXES-<br />

Chapecó<br />

TRUTAS DO PROF.HÉLIO Lt<strong>da</strong>.<br />

Bom Jardim <strong>da</strong> serra<br />

ENTREPOSTO DE PESCA-<br />

COPERSULCA<br />

POMPÉIA DO BRASIL-<br />

IMP.EXP.LTDA<br />

Rio do <strong>Sul</strong><br />

335 Carpas, tilápias 500 Iniciando<br />

400 Truta Arco Íris 750 150<br />

746<br />

800<br />

Carpas, Tilápias e<br />

outros<br />

Carpas, Tilápias e<br />

outros<br />

1.250 Iniciando<br />

1.750 750<br />

COTREL- Erechim 300 Carpas e tilápias 530 Não disponível<br />

COTRIBÁ- Ibirubá 150 Carpas 150 Não disponível<br />

A região não dispõe <strong>de</strong> uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s específicas para o processamento <strong>de</strong> camarões <strong>de</strong><br />

água doce e microcrustáceos. O abate e beneficiamento <strong>de</strong> rãs é realizado por duas empresas do<br />

Rio Gran<strong>de</strong> do <strong>Sul</strong>, localiza<strong>da</strong>s em Erechim e Torres, com um processamento real <strong>de</strong> 5 e 3<br />

tonela<strong>da</strong>s/ano, respectivamente.


O camarão marinho, ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> aquícola incipiente <strong>da</strong> região, não dispõe <strong>de</strong> parque<br />

industrial específico para beneficiamento. As indústrias existentes estão vincula<strong>da</strong>s ao extrativismo,<br />

ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> em <strong>de</strong>clínio e portanto, passíveis <strong>de</strong> utilização pela carcinicultura emergente.<br />

A malacocultura ou cultivo <strong>de</strong> moluscos, possui em Santa Catari<strong>na</strong> seu mais expressivo<br />

representante. De um processamento em estruturas improvisa<strong>da</strong>s, via <strong>de</strong> regra, sem as condições<br />

i<strong>de</strong>ais <strong>de</strong> higiene, o beneficiamento atual conta com um mo<strong>de</strong>rno parque industrial conforme Tabelas<br />

8 e 9. Aten<strong>de</strong> às exigências do Serviço <strong>de</strong> Inspeção Fe<strong>de</strong>ral – SIF, do Ministério <strong>da</strong> Agricultura e do<br />

Abastecimento e opera com mexilhões, ostras do pacífico, ostras do mangue e berbigões.<br />

Tabela 8: Uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> Processamento <strong>de</strong> Ostras<br />

Estado Nome e local <strong>da</strong> Uni<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

Paraná<br />

Santa<br />

Associação dos Ostreicultores<br />

<strong>da</strong> Ilha Rasa<br />

Área<br />

M 2<br />

50<br />

Espécies<br />

trabalha<strong>da</strong>s<br />

C. rhizophorae e C.<br />

brasilia<strong>na</strong><br />

Capaci<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

instala<strong>da</strong><br />

dúzias/ano<br />

10<br />

Processamento<br />

real<br />

(dúzias/ano)<br />

10.000 5.000<br />

MOLUSKUS LTDA 300 Crassostrea gigas 200.000 36.000<br />

Catari<strong>na</strong> MAREPESCA LTDA 600 Carcomera gigas 100.000 20.000<br />

Tabela 9: Uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> Processamento <strong>de</strong> Mexilhões e Berbigões<br />

Estado Nome e local <strong>da</strong> Uni<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

Santa<br />

Catari<strong>na</strong><br />

Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Beneficiamento <strong>de</strong><br />

Bombinhas<br />

Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Beneficiamento <strong>de</strong><br />

Penha<br />

Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Beneficiamento <strong>de</strong><br />

Palhoça<br />

Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Beneficiamento <strong>de</strong><br />

Gov.Celso Ramos<br />

Área<br />

(m 2 )<br />

Espécies<br />

trabalha<strong>da</strong>s<br />

Capaci<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

instala<strong>da</strong><br />

(t/ano)<br />

Processamento<br />

real<br />

(t/ano)<br />

300 Per<strong>na</strong> per<strong>na</strong> 1.250 iniciando<br />

300 Per<strong>na</strong> per<strong>na</strong> 1.250 Iniciando<br />

300 Per<strong>na</strong> per<strong>na</strong> 1.250 Iniciando<br />

300 Per<strong>na</strong> per<strong>na</strong> 1.250 Iniciando<br />

Moluskus Lt<strong>da</strong> 250 Per<strong>na</strong> per<strong>na</strong> 48 33,6<br />

Marepesca Lt<strong>da</strong>. 700 Per<strong>na</strong> per<strong>na</strong> 700 500<br />

Anomalocardia<br />

brasiliensis<br />

700 200


6. Comercialização<br />

As dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s para a obtenção dos <strong>da</strong>dos relativos à comercialização por grupo <strong>de</strong><br />

organismos e sobretudo por espécies, estão associa<strong>da</strong>s à ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> extremamente diversifica<strong>da</strong> (nos<br />

peixes), ao número elevado <strong>de</strong> pequenos produtores e à <strong>de</strong>sorganização do setor. A Tabela 10<br />

apresenta estimativas do <strong>de</strong>stino <strong>da</strong> produção.<br />

Na maioria dos casos não obtiveram-se informações sobre as quanti<strong>da</strong><strong>de</strong>s consumi<strong>da</strong>s<br />

no estado produtor e o comercializado com outros estados.<br />

Tabela 10: Destino <strong>da</strong> produção<br />

Grupo<br />

Consumo Local Outros Estados Exportação<br />

PR SC RS PR SC RS PR SC RS<br />

Peixes 70% 75% 30% 30% 25%<br />

70%<br />

pesque-<br />

-pague<br />

11<br />

0 0 0<br />

Camarão A. Doce X X 0 X 0 0 0 0 0<br />

Camarão Rosa X 0 0 0 0 0<br />

Camarão van<strong>na</strong>mei X X 0 X X 0 0 0 0<br />

Camarão Branco 0 0 0 0 0 0 0<br />

Rãs X X 0 X X 0 0 0 0<br />

Mexilhões X X 0 X X 0 0 0 0<br />

Vieiras X X 0 0 0 0 0 0 0<br />

Ostras X X<br />

Os preços recebidos <strong>na</strong> comercialização dos organismos cultivados variam <strong>de</strong> acordo<br />

com a época do ano, <strong>da</strong> espécie, tamanho e compradores.<br />

As melhores cotações para os peixes, via <strong>de</strong> regra, ocorrem <strong>na</strong> quaresma <strong>de</strong>vido ao<br />

aquecimento <strong>da</strong> <strong>de</strong>man<strong>da</strong>. Os pesque-pague remuneram melhor as espécies que proporcio<strong>na</strong>m uma<br />

pesca mais <strong>de</strong>sportiva. As indústrias dão preferência aos peixes <strong>de</strong>sti<strong>na</strong>dos ao filetamento.<br />

Para os alevinos os preços variam em função do tamanho e espécie. A Tabela 11 informa<br />

os diferentes preços praticados para os peixes.


Tabela 11: Preços recebidos pelos produtores (peixes/Dez.1998) - (U$$/uni<strong>da</strong><strong>de</strong>)<br />

Espécies<br />

Alevinos 1<br />

P/1000<br />

Alevinos 2<br />

P/1000<br />

Consumo Mesa<br />

(Kg)<br />

P/Pesque e<br />

Pague<br />

(Kg)<br />

Consumidor no<br />

Pesque e Pague<br />

(Kg)<br />

PR SC RS PR SC RS PR SC RS PR SC RS PR SC RS<br />

Bagre Africano 26,0 41,00 - - 82,0 - 1,15 - - 1,38 - - 1,85 - -<br />

Blackbass - 55,00 - - 110,0 - - - - - - - - - -<br />

C. cabeça gran<strong>de</strong> 26,0 40,00 - - 80,0 - 1,54 - - 1,85 - - 3,27 - -<br />

Carpa capim 29,0 50,00 120,0 - 100,0 200 1,70 - - 1,85 - - 3,27 - -<br />

Carpa comum 22,5 33,00 60,00 66,0 100 1,54 0,82 1,50 1,85 1,23 - 3,27 1,64 3,00<br />

Carpa pratea<strong>da</strong> 26,0 40,00 - - 80,0 - 1,54 - 1,50 - - 3,5 - - -<br />

Cascudos - 50,00 - - 100,0 - - - - - - - - - -<br />

Bagre americano<br />

(Catfish)<br />

64,0 43,00 - - 86,0 - - - - - - - - - -<br />

Curimabatá 26,0 - - - - - 1,54 - - - - - - - -<br />

Piava - - - - - - - - - - -<br />

Jundiá - - - - - - - - - - - - - -<br />

Lambari - - - - - - - - - - - - - -<br />

Matrinxa 255,0 - - - - - - - - - - - - -<br />

Pacu 41,66 40,0 - - 80,0 - 2,30 - - 2,30 - - 3,46 - -<br />

Piaucú 41,66 43,0 - - 86,0 - 1,54 - - 2,15 - - 3,46 - -<br />

Piracanjuba 255,0 - - - - - - - - - - - - - -<br />

Pirapitinga - - - - - - - - - - - - - - -<br />

Piraputunga 255,0 - - - - - - - - - - - - - -<br />

Peixe rei - - - - - - - - - - - - - - 6,00<br />

Surubim 830,0 - - - - - - - - - - - - - 4,00<br />

Surubim híbrido - - - - - - - - - - - - - - -<br />

Tambacu/paqui 64,0 40,0 - 80,0 - 2,30 - - 2,30 - - 3,46 - -<br />

Tambaqui 64,0 40,0 - - 80,0 - 2,30 - - 2,30 - - 3,46 - -<br />

Tilápia nilótica 19,2 39,0 - - - - 1,70 78,0 - 1,85 - - 2,70 - -<br />

Tilapia vermelha - - - - - - - - - - - - -<br />

Traíra - - - - - - - - - - - - - - -<br />

Trairão - - - - - - - - - - - - -<br />

Truta arco-íris - 75,0 - - 150,0 - 5,38 - - 3,70 4,00 - 5,00 - 5,50<br />

Tucu<strong>na</strong>ré - - - - - - - - - - - - - - -<br />

(-) significa que não foi possível obter preço.<br />

12


O camarão van<strong>na</strong>mei custa R$ 6,00 o milheiro <strong>de</strong> pós-larvas, e o preço <strong>de</strong><br />

comercialização é <strong>de</strong> R$ 7,00 o quilograma.<br />

A rã touro gigante custa R$ 90,00 por milheiro <strong>de</strong> girinos, e o preço <strong>de</strong> ven<strong>da</strong> é <strong>de</strong> R$<br />

7,00 o quilograma abatido.<br />

Os moluscos marinhos são comercializados ape<strong>na</strong>s em Santa Catari<strong>na</strong> e Paraná. Os<br />

preços estão <strong>na</strong> tabela 12.<br />

Tabela 12: Preço <strong>de</strong> comercialização dos moluscos marinhos e outros (em U$$)<br />

Organismo<br />

Preço <strong>da</strong>s sementes (1.000) Preço <strong>de</strong> ven<strong>da</strong> ( Dúzia)<br />

13<br />

PR SC RS PR SC RS<br />

Ostra-japonesa 3,85 12,00 - 1,54 2,80 - 5,00 -<br />

Ostra-do-mangue - - - 2,70 - -<br />

Vieiras - - - 22,00 - -<br />

Mexilhões - - - - 0,41 -<br />

Alga seca (por quilo) - - - 30,0 - -<br />

A forma <strong>de</strong> comercialização mostra que pouco valor é agregado ao produto. A maioria<br />

<strong>da</strong>s espécies são vendi<strong>da</strong>s inteiras e em muitos casos, vivas. Produtos mais sofisticados, préelaborados,<br />

não existem. Nenhuma espécie é vendi<strong>da</strong> seca, salga<strong>da</strong> ou em forma <strong>de</strong> farinha <strong>de</strong><br />

peixe. Filés somente são feitos <strong>de</strong> tilápia, do bagre africano e do peixe-rei. O único produto vendido<br />

seco é a alga Nori, produzi<strong>da</strong> no Estado do Paraná, via extrativismo. Na tabela 13 estas formas <strong>de</strong><br />

comercialização estão registra<strong>da</strong>s.


Tabela 13: Forma <strong>de</strong> comercialização dos produtos<br />

Espécie<br />

Inteiro Eviscerado<br />

s/cabeça<br />

14<br />

Filés Postas Vivo Resfriado Congelado Defumado<br />

PR SC RS PR SC RS PR SC RS PR SC RS PR SC RS PR SC RS PR SC RS PR SC RS<br />

Bagre<br />

Africano<br />

X X X X X X X X<br />

Blackbass X X<br />

C. cabeça<br />

gran<strong>de</strong><br />

X X X X X X X X X<br />

C. capim X X X X X X X X<br />

C. comum X X X X X x X X X X X X<br />

C. pratea<strong>da</strong> X X X X X X X X X<br />

Cascudos X X X X<br />

Bagre<br />

americano<br />

X X X X X<br />

Curimabata<br />

Piava<br />

X X X X X<br />

Jundiá X X<br />

Lambari X X<br />

Matrinxa<br />

X<br />

Pacu X X X X<br />

Piaucú X X X X<br />

Piracanjuba<br />

X<br />

Pirapitinga<br />

X<br />

Piraputunga<br />

X<br />

Peixe rei X X<br />

Surubim X X<br />

Surubim<br />

híbrido<br />

X<br />

Tambacu/pa<br />

qui<br />

X X X X X<br />

Tambaqui X X X X<br />

Tilápia<br />

nilótica<br />

Tilapia<br />

vermelha<br />

X X X X X X X X<br />

Traíra<br />

Trairão<br />

X X X<br />

Truta arcoíris<br />

Tucu<strong>na</strong>ré<br />

X X X X X X X X<br />

Camarão<br />

igante <strong>da</strong><br />

Malásia<br />

X X X<br />

Camarão<br />

rosa<br />

X


Espécie<br />

Inteiro Eviscerado<br />

s/cabeça<br />

15<br />

Filés Postas Vivo Resfriado Congelado Defumado<br />

PR SC RS PR SC RS PR SC RS PR SC RS PR SC RS PR SC RS PR SC RS PR SC RS<br />

Camarão<br />

van<strong>na</strong>mei<br />

X X X<br />

Rã touro X X X X X X<br />

Ostra<br />

japonesa<br />

X X X X X<br />

Ostra-domangue<br />

X X X X X<br />

Mexilhão X X X X X X X X<br />

Vieira X X X<br />

Algas -Nori<br />

7. Instituições públicas e priva<strong>da</strong>s<br />

A <strong>Região</strong> <strong>Sul</strong> possui 47 enti<strong>da</strong><strong>de</strong>s envolvi<strong>da</strong>s direta ou indiretamente com a aqüicultura<br />

(Tabela 14). Na gran<strong>de</strong> maioria são instituições <strong>de</strong> caráter público liga<strong>da</strong>s ao ensino universitário,<br />

com tempo parcial <strong>na</strong> pesquisa e extensão.<br />

No Estado do Paraná as ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> extensão são realiza<strong>da</strong>s pela EMATER (Empresa<br />

<strong>de</strong> Assistência Técnica e Extensão Rural), prefeituras municipais e associações <strong>de</strong> piscicultores.<br />

Desenvolve-se com maior intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>na</strong> aqüicultura <strong>de</strong> águas interiores.<br />

Em Santa Catari<strong>na</strong> as ações extensionistas envolvem os cultivos <strong>de</strong> águas interiores e a<br />

maricultura e são realiza<strong>da</strong>s pela EPAGRI (Empresa <strong>de</strong> Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural <strong>de</strong><br />

Santa Catari<strong>na</strong> S.A.).<br />

No Estado do Rio Gran<strong>de</strong> do <strong>Sul</strong>, a extensão em aqüicultura interior é atribuição <strong>da</strong><br />

EMATER, Secretaria <strong>da</strong> Agricultura e Cooperativas.


Tabela 14: Instituições Publicas e priva<strong>da</strong>s envolvi<strong>da</strong>s com a aqüicultura<br />

Nome <strong>da</strong> Instituição Pública Priva<strong>da</strong><br />

1.Ensino<br />

2. Extensão<br />

Produção<br />

Pesquisa<br />

Comercialização<br />

16<br />

Normatização<br />

Legislação<br />

Fiscalização<br />

PARANÁ<br />

Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> do Paraná X 1,2 X<br />

Pontifícia Univ. Católica do Paraná X 1,2<br />

<strong>Centro</strong> <strong>de</strong> Produção e Propagação <strong>de</strong> Organismos<br />

Marinhos (PUC/PMG)<br />

X X 2 X<br />

Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Maringá X 1,2 X<br />

Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Londri<strong>na</strong> X 1,2 X<br />

Instituto Ambiental do Paraná - <strong>Centro</strong> <strong>de</strong><br />

X 2 X N,L,F<br />

Pesquisas – Toledo<br />

Companhia Para<strong>na</strong>ense <strong>de</strong> Pesquisa - COPEL X X X<br />

Emater – Paraná X 2<br />

Secretaria <strong>da</strong> Agricultura e do Abastecimento X N,L,F<br />

Delegacia Fe<strong>de</strong>ral <strong>da</strong> Agricultura X F, Fomento<br />

IBAMA X N,L,F<br />

Itaipu Bi<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l X X X<br />

Instituto ECOPLAN ONG 2 X<br />

Soc. Pesquisa em Vi<strong>da</strong> Selvagem - SPVS ONG 2 X<br />

Prefeitura Municipal <strong>de</strong> Guaratuba<br />

SANTA CATARINA<br />

X X<br />

Associações Estaduais, Regio<strong>na</strong>is e municipais <strong>de</strong><br />

X X X<br />

<strong>Aquicultura</strong><br />

EPAGRI X 2 X X<br />

UFSC X 1,2 X X<br />

UNIVALI X 1,2 X<br />

IBAMA X X X N,L,F<br />

FUNDAÇÃO do Meio Ambiente X N,L.F<br />

Fun<strong>da</strong>ção <strong>de</strong> Piscicultura Integra<strong>da</strong> do Vale do Itajaí<br />

X X<br />

- FUNPIVI- liga<strong>da</strong> a FURB<br />

CIDASC X F<br />

Fun<strong>da</strong>ção 25 <strong>de</strong> Julho X X X<br />

UDESC - Fac. Veterinária e Agropecuária X 1<br />

Delegacia do Ministério <strong>da</strong> Agricultura X F, Fomento<br />

SINE X 2<br />

SENAR X 2<br />

Polícia Ambiental X F<br />

SEBRAE X Fomento<br />

RIO GRANDE DO SUL<br />

Fepagro X X X X<br />

EMATER X 2<br />

UFRGS X 1,2 X<br />

UFSM X 1,2 X X X<br />

FURG X 1,2 X X<br />

UCPEL X 1,2 X X X<br />

UFPEL X 1,2 X<br />

UNIJUI X 1,2 X X X<br />

UNISC X 1,2 X X<br />

ULBRA X 1,2 X X X<br />

UPF X 1,2 X X X<br />

UNICRUZ X 1,2 X X X<br />

PUC X 1,2 X X X<br />

URI X 1,2 X X X<br />

URCAMP X 1,2 X<br />

SENAR X 1


A região apresenta um expressivo número <strong>de</strong> profissio<strong>na</strong>is, <strong>de</strong> nível médio, graduados,<br />

mestres e doutores com <strong>de</strong>dicação integral e/ou parcial à aqüicultura.<br />

A Tabela 15 retrata a qualificação do corpo técnico <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> uma <strong>da</strong>s instituições.<br />

Tabela 15: Qualificação do corpo técnico.<br />

Nome <strong>da</strong> Instituição Nível médio Graduação Mestrado Doutorado<br />

SANTA CATARINA 26 56 14 13<br />

EPAGRI 11 29 8 2<br />

UFSC 13 15 4 11<br />

IBAMA 1 5 0 0<br />

FUNPIVI 0 1 2 0<br />

UDESC 0 1 0 0<br />

FUNDAÇÃO 25 DE JULHO 0 1 0 0<br />

UNIVALI 0 2 0 0<br />

SEBRAE 1 1 0 0<br />

SINE/SENAR 0 1 0 0<br />

RIO GRANDE DO SUL 03 126 17 09<br />

EMATER 0 110 0 0<br />

FEPAGRO 0 06 02 0<br />

FURG 01 0 04 01<br />

PUC 0 01 01 01<br />

UCPEL 0 03 0 0<br />

UFPEL 0 0 01 01<br />

UFRGS 01 0 0 01<br />

UFSM 0 0 0 03<br />

ULBRA 01 0 04 01<br />

UNIJUI 0 02 0 0<br />

UNISC 0 0 01 01<br />

UNICRUZ 0 01 0 0<br />

UPF 0 01 0 0<br />

URCAMP 0 0 01 0<br />

URI 0 01 01 0<br />

SENAR 0 01 02 0<br />

PARANA 41 71 18 14<br />

UFPR 8 25 6 10<br />

PUC –PR 0 0 5 2<br />

C. DE PRODUÇÃO E PROPAGAÇÃO DE<br />

ORG.MARINHOS – PUC/PMG<br />

2 3 1 0<br />

U.E. MARINGA 5 1 5 1<br />

U.E. LONDRINA 3 2 0 1<br />

INST.AMBIENTAL DO PARANÁ- Toledo 2 5 0 0<br />

COMPANIA PARANAENSE DE ENERGIA-COPEL 8 1 0 0<br />

EMATER PARANA 10 24 0 0<br />

SECRETARIA DE AGRICULTURA E ABASTECIMENTO 0 3 0 0<br />

DELEGACIA FEDERAL DA AGRICULTURA 0 2 0 0<br />

IBAMA 0 2 0 0<br />

ITAIPU BINACIONAL 1 1 0 0<br />

INSTITUTO ECOPLAN 0 1 1 0<br />

SOC.PESQUISA EM VIDA SELVAGEM 0 1 0 0<br />

PREFEITURA MUNICIPAL DE GUARATUBA 2 0 0 0<br />

TOTAIS 70 253 49 36<br />

A formação <strong>de</strong> pessoal capacitado para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong> aqüicultura é um dos<br />

pontos importantes para que a ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> tenha <strong>de</strong>senvolvimento constante. Na Tabela 16 estão<br />

representados os valores <strong>de</strong>ste esforço <strong>de</strong> educação.<br />

17


Tabela 16: Formação <strong>de</strong> recursos humanos.<br />

Nome <strong>da</strong> Instituição<br />

Nível <strong>de</strong> trei<strong>na</strong>mento<br />

(nº <strong>de</strong> vagas e regulari<strong>da</strong><strong>de</strong> - ANO)<br />

Elementar Médio Superior Profissio<br />

<strong>na</strong>lizante<br />

Latu<br />

sensu<br />

Envolvimento<br />

Mestrado Doutorado<br />

18<br />

Pósdoutorado<br />

SANTA CATARINA<br />

EPAGRI 0 0 0 800 0 0 0 0<br />

UFSC 0 0 60 0 0 10 0 0<br />

UNIVALI 0 0 10 0 0 0 0 0<br />

SINE/SENAR<br />

PARANA<br />

UFPR<br />

PUC-PR<br />

0 0 0 300 0 0 0 0<br />

C.PROD.PROPAGAÇÃO<br />

ANIMAIS MARINHOS<br />

UNIV.EST.MARINGÁ<br />

UNIV.EST.LONDRINA<br />

FALTAM TODOS ESTES DADOS DO PARANA<br />

INST.AMBIENTAL PARANA-<br />

CENTRO DE PESQ.EM<br />

AQUICULTURA AMBIENTAL-<br />

TOLEDO<br />

RIO GRANDE DO SUL<br />

FURG 0 0 FALTA 0 80 4 0 0<br />

PUC 0 0 FALTA 0 12 0 0 0<br />

UCPEL 0 0 FALTA 0 40 0 0 0<br />

UFPEL 0 0 FALTA O 50 3 0 0<br />

UFRGS 0 0 FALTA 0 80 4 0 0<br />

UFSM 0 0 FALTA 0 120 4 0 0<br />

ULBRA 0 FALTA FALTA 40 80 0 0 0<br />

UNIJUI 0 0 0 0 0 0 0 0<br />

UNISC 0 0 FALTA 0 50 0 0 0<br />

UNICRUZ 0 0 FALTA 0 40 0 0 0<br />

UFP O O FALTA O FALTA 0 0 0<br />

URCAMP 0 0 FALTA 0 80 0 0 0<br />

URI 0 0 FALTA 0 FALTA 0 0 0<br />

SENAR FALTA 0 0 0 0 0 0 0


8. Agências fi<strong>na</strong>nciadoras <strong>de</strong> pesquisa<br />

A pesquisa é o suporte imprescindível para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>. Tanto a pesquisa<br />

pura, normalmente <strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong> <strong>na</strong>s Universi<strong>da</strong><strong>de</strong>s, quanto o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> ciência e<br />

tecnologia, dos centros <strong>de</strong> produção e algumas universi<strong>da</strong><strong>de</strong>s. É conveniente ressaltar que to<strong>da</strong> a<br />

ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> tecnológica ou a<strong>da</strong>ptação <strong>de</strong> tecnologias importa<strong>da</strong>s <strong>de</strong> outros países, esbarra no futuro<br />

com questões <strong>de</strong> pesquisa pura. O <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> uma ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> não vai adiante sem o<br />

questio<strong>na</strong>mento crítico <strong>da</strong> pesquisa e esta <strong>de</strong>ve ser atribuição do Estado. Programas <strong>de</strong> C & T<br />

<strong>de</strong>vem ser parcerizados entre as diferentes enti<strong>da</strong><strong>de</strong>s e a socie<strong>da</strong><strong>de</strong>. Na <strong>Região</strong> <strong>Sul</strong> a Tabela 17<br />

mostra os recursos aplicados nos últimos anos nesta área.<br />

Tabela 17: Agências fi<strong>na</strong>nciadoras <strong>de</strong> pesquisa, ciência & tecnologia.<br />

Nome <strong>da</strong> Agência<br />

Investimento<br />

(R$)<br />

TIPO DE INVESTIMENTO<br />

Fundo Perdido Reembolsável<br />

SANTA CATARINA<br />

PRONAF 475.043,47<br />

(1998/1999)<br />

X<br />

SAA 99.914,04<br />

(1998)<br />

X<br />

Banco Mundial (<br />

2.871.604,40<br />

X<br />

MMA/PMNA/PED)<br />

(1996/1998)<br />

IBAMA 34.782,60<br />

(1998)<br />

X<br />

FEPA/FUNCITEC 0 X<br />

CNPq 30.000<br />

( 196/1998)<br />

X<br />

FINEP 0 - -<br />

FUNDACAO BANCO DO<br />

BRASIL<br />

34.000,00 X -<br />

CIDA/UFSC/UVIC 666.000,00 $CAN<br />

(1993/1998)<br />

X<br />

CIDA/UFSC/UVIC 6.000.000 $CAN<br />

(1997/2002)<br />

X<br />

19


Nome <strong>da</strong> Agência<br />

Investimento<br />

(R$)<br />

TIPO DE INVESTIMENTO<br />

Fundo Perdido Reembolsável<br />

PARANA<br />

CNPq 400,00<br />

1998<br />

X<br />

CAPES 60.000<br />

1998<br />

X<br />

MMA/PED/BANCO<br />

1.000.000,00<br />

X<br />

MUNDIAL<br />

1998<br />

FINEP 0 - -<br />

SEAB 0 - -<br />

SECT 0 - -<br />

COPEL<br />

RIO GRANDE DO SUL<br />

FAPERGS<br />

CNPq<br />

CAPES<br />

400.000,00<br />

1998<br />

X<br />

FUNDACAO BANCO DO<br />

BRASIL<br />

FINEP<br />

IBAMA<br />

PED<br />

FALTAM TODOS OS VALORES DO RIO GRANDE DO SUL<br />

9. Agências fi<strong>na</strong>nciadoras <strong>de</strong> produção<br />

O fi<strong>na</strong>nciamento <strong>da</strong> produção é o suporte do <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong> aqüicultura, como o é<br />

<strong>da</strong> agricultura. Recentemente os órgãos ligados a este segmento produtivo tem-se preocupado em<br />

fi<strong>na</strong>nciar a produção aqüícola. Na <strong>Região</strong> <strong>Sul</strong> os recursos ain<strong>da</strong> são escassos, mas começam a<br />

auxiliar a ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> (Tabela 18 ).<br />

20


Tabela 18: Investimento <strong>na</strong> produção<br />

Nome <strong>da</strong> Agência Investimento<br />

SANTA CATARINA<br />

SDA/EPAGRI 2.000.000,00 X<br />

BANCO MUNDIAL<br />

MMA/PNMA/PED<br />

PARANA<br />

2.871.604,00<br />

(1996/1998)<br />

MAA R$ 160.000,00 X<br />

PNUD/PNFC<br />

RIO GRANDE DO SUL<br />

R$ 60.000,00 X<br />

FEAPER S/CONDIÇÕES DE<br />

AVALIAR<br />

PRONAF S/CONDIÇÕES DE<br />

AVALIAR<br />

SISTEMA BANCÁRIO SEM CONDIÇÕES<br />

DE AVALIAR<br />

10. Disponibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> insumos<br />

TIPO DE INVESTIMENTO<br />

Fundo Perdido Reembolsável<br />

A <strong>Região</strong> <strong>Sul</strong> provavelmente seja uma <strong>da</strong>s áreas brasileiras que dispõe <strong>de</strong> uma <strong>da</strong>s mais<br />

funcio<strong>na</strong>is e equilibra<strong>da</strong>s estruturas aqüindustriais para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong> aqüicultura. Esta<br />

premissa fun<strong>da</strong>menta-se no acervo <strong>de</strong> serviços, <strong>na</strong> produção <strong>de</strong> insumos, materiais, equipamentos<br />

instalados <strong>na</strong> área, cuja atuação ultrapassa os limites regio<strong>na</strong>is e alcançam reconhecimento<br />

<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l.<br />

11. Questão ambiental<br />

A rápi<strong>da</strong> expansão experimenta<strong>da</strong> pela aqüicultura <strong>da</strong> <strong>Região</strong> <strong>Sul</strong>, nos últimos anos,<br />

suscitou diversos questio<strong>na</strong>mentos <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m ambiental. Destacam-se como principais a construção<br />

<strong>de</strong> viveiros em áreas <strong>de</strong> preservação permanente (apps), a utilização <strong>de</strong> matéria orgânica como<br />

forma <strong>de</strong> adubação em sistemas <strong>de</strong> policultivo e a introdução <strong>de</strong> espécies exóticas para o cultivo.<br />

Quanto as peculiari<strong>da</strong><strong>de</strong>s regio<strong>na</strong>is, po<strong>de</strong>-se dizer que no Rio Gran<strong>de</strong> do <strong>Sul</strong>, o conflito é com<br />

o órgão ambiental (FEPAM) que não libera o licenciamento para cultivo <strong>de</strong> espécies como clarias,<br />

blackbass e catfish. No Paraná, embora o Estado seja o maior produtor <strong>de</strong> peixes <strong>de</strong> água doce do<br />

Brasil, a ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolve-se sem conflitos ambientais. Envolve várias ONGs ambientalistas no<br />

processo com a participação e incentivo dos órgãos competentes, inclusive em áreas <strong>de</strong> preservação<br />

21


permanente (ex.: área no município <strong>de</strong> Guaraqueçaba) on<strong>de</strong> a aqüicultura é <strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong> como<br />

ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> sustentável, substituta <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s nocivas ao ambiente.<br />

No Estado <strong>de</strong> Santa Catari<strong>na</strong>, baseando-se <strong>na</strong> experiência mile<strong>na</strong>r asiática <strong>de</strong> cultivo <strong>de</strong> peixes<br />

utilizando subprodutos orgânicos, referen<strong>da</strong><strong>da</strong>s em publicações cientificas mundiais, a produção <strong>de</strong><br />

proteí<strong>na</strong> a baixo custo através <strong>da</strong> piscicultura orgânica, <strong>de</strong>verá sedimentar-se como o sistema<br />

sustentável <strong>da</strong> produção <strong>de</strong> peixes <strong>na</strong>s peque<strong>na</strong>s proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s rurais catarinenses.<br />

A malacocultura, além <strong>de</strong> constituir-se excelente alter<strong>na</strong>tiva geradora <strong>de</strong> ren<strong>da</strong> e empregos <strong>na</strong>s<br />

comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s pesqueiras, apresenta-se como fixadora <strong>da</strong>s populações tradicio<strong>na</strong>is, minimiza o<br />

esforço <strong>da</strong> pesca pre<strong>da</strong>tória e gera incremento <strong>na</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> dos ecossistemas marinhos.<br />

12. Deman<strong>da</strong>s e necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s básicas<br />

As <strong>de</strong>man<strong>da</strong>s e necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s básicas <strong>da</strong> aqüicultura regio<strong>na</strong>l e quiçá brasileira são <strong>de</strong><br />

or<strong>de</strong>m política e estão relacio<strong>na</strong><strong>da</strong>s à <strong>de</strong>satenção dos governos para com o setor. A falta <strong>de</strong><br />

priori<strong>da</strong><strong>de</strong> no âmbito gover<strong>na</strong>mental, resulta <strong>na</strong> <strong>de</strong>ficiente representação <strong>da</strong> área, <strong>na</strong> legislação<br />

i<strong>na</strong><strong>de</strong>qua<strong>da</strong>, insuficiência tecnológica <strong>de</strong> to<strong>da</strong> or<strong>de</strong>m, <strong>de</strong>ficiência <strong>na</strong>s ações <strong>de</strong> pesquisa, fomento e<br />

extensão, falta <strong>de</strong> crédito e outros, com efeitos negativos em todos os setores.<br />

Urgem medi<strong>da</strong>s que <strong>de</strong>sburocratizem o setor, sobretudo nos aspectos pertinentes a<br />

normatização <strong>da</strong> aqüicultura. Existe um excesso <strong>de</strong> órgãos públicos envolvidos <strong>na</strong> legalização<br />

(fe<strong>de</strong>rais e estaduais). A falta <strong>de</strong> conhecimento e/ou compromisso <strong>de</strong>ssas instituições, via <strong>de</strong> regra,<br />

reflete-se <strong>na</strong> lentidão <strong>da</strong>s análises e numa burocracia que <strong>de</strong>sestimula o produtor a legalizar-se.<br />

Acrescenta-se ain<strong>da</strong> aos problemas, o substancial número <strong>de</strong> dispositivos em vigor, gran<strong>de</strong> parte<br />

ineficientes e i<strong>na</strong><strong>de</strong>quados e as taxações dos empreendimentos.<br />

A similari<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> aqüicultura <strong>de</strong> águas interiores nos três Estados, permite adotar como<br />

<strong>de</strong>man<strong>da</strong>s <strong>da</strong> <strong>Região</strong> <strong>Sul</strong>, as recomen<strong>da</strong>ções obti<strong>da</strong>s com os produtores do Pólo <strong>de</strong> Aqüicultura do<br />

Vale do Itajaí:<br />

1. Estabelecer linhas <strong>de</strong> crédito específicas para o setor, sem burocracias, à custos mais<br />

acessíveis;<br />

2. Aumentar a assistência técnica, contratando técnicos através <strong>de</strong> convênios com associações <strong>de</strong><br />

produtores e municípios. Ampliar número <strong>de</strong> cursos e trei<strong>na</strong>mentos profissio<strong>na</strong>lizantes;<br />

3. Aumentar o apoio municipal e estadual para a disponibilização <strong>de</strong> máqui<strong>na</strong>s e equipamentos <strong>na</strong><br />

construção <strong>de</strong> viveiros;<br />

4. Melhorar a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> dos alevinos (genética e reversão <strong>de</strong> tilápias), com estímulos à implantação<br />

<strong>de</strong> estações <strong>de</strong> alevi<strong>na</strong>gem e recria <strong>na</strong> região e, introdução <strong>de</strong> novas espécies;<br />

5. Apoio à organização dos produtores em to<strong>da</strong>s as formas associativas, inclusive ao<br />

cooperativismo;<br />

6. Melhorar o sistema <strong>de</strong> produção para a redução <strong>de</strong> custos;<br />

22


7. A<strong>de</strong>quação <strong>da</strong> legislação e legalização dos cultivos;<br />

8. Necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> parcerização dos esforços <strong>de</strong> todos os atores envolvidos, para obtenção <strong>de</strong><br />

melhores resultados <strong>na</strong> produção e <strong>de</strong> insumos <strong>de</strong> melhor quali<strong>da</strong><strong>de</strong> a menor preço;<br />

9. Estabelecimento <strong>de</strong> políticas para o setor;<br />

10. Promover o “marketing” do peixe produzido no Pólo para estimular o aumento <strong>de</strong> consumo.<br />

Verifica-se que as maiores <strong>de</strong>man<strong>da</strong>s concentram-se sobre áreas que antece<strong>de</strong>m a<br />

ca<strong>de</strong>ia produtiva. Dizem respeito à melhoria dos serviços, insumos, materiais, equipamentos e dos<br />

aspectos organizacio<strong>na</strong>is, em todos os níveis.<br />

Desejam um município, estado e fe<strong>de</strong>ração mais atuantes, com <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> políticas<br />

para o setor, com os diferentes atores parcerizados <strong>na</strong> busca <strong>da</strong>s melhores soluções para a área.<br />

Reconhecem e valorizam a assistência técnica recebi<strong>da</strong> e gestio<strong>na</strong>m a ampliação do quadro técnico,<br />

trei<strong>na</strong>mentos e a profissio<strong>na</strong>lização dos produtores.<br />

Os produtores do Pólo <strong>de</strong> Maricultura <strong>de</strong> Santa Catari<strong>na</strong> recomen<strong>da</strong>m:<br />

- Incentivar o assentamento remoto <strong>de</strong> ostras junto aos produtores, tendo em vista que a produção<br />

do laboratório <strong>da</strong> UFSC (LCMM), não é constante e nem aten<strong>de</strong> aos produtores no prazo<br />

a<strong>de</strong>quado <strong>de</strong> cultivo; (implementar)<br />

- Incentivar projetos <strong>de</strong> construção <strong>de</strong> equipamentos e embarcações que facilitem o trabalho <strong>de</strong><br />

manejo e campo. Serão ain<strong>da</strong> mais necessários nos cultivos <strong>de</strong> profundi<strong>da</strong><strong>de</strong>; (implementar)<br />

- Estu<strong>da</strong>r alter<strong>na</strong>tivas que solucionem os problemas gerados pelos resíduos <strong>da</strong> maricultura (as<br />

conchas); (implementar)<br />

- Apoiar produtores <strong>na</strong> organização, implantação e operacio<strong>na</strong>lização <strong>da</strong>s uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

beneficiamento <strong>de</strong> moluscos; (an<strong>da</strong>mento)<br />

- Promover estudos <strong>de</strong> mercado em nível estadual e <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l, envolvendo todos os atores <strong>da</strong><br />

distribuição, comercialização e consumidores; (implementar)<br />

- Desenvolver tecnologias <strong>de</strong> beneficiamento, conservação e apresentação dos moluscos bivalves;<br />

(di<strong>na</strong>mizar)<br />

- Desenvolver um programa <strong>de</strong> “marketing” dos moluscos catarinenses; (implementar)<br />

- Or<strong>de</strong><strong>na</strong>r a maricultura nos diferentes ecossistemas, apoiando a inclusão <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> nos planos<br />

diretores municipais; (an<strong>da</strong>mento)<br />

- Manter um acompanhamento permanente <strong>da</strong>s condições sanitárias dos parques aqüícolas (áreas<br />

<strong>de</strong> cultivo) e <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> do produto; (an<strong>da</strong>mento)<br />

- Apoiar a ação compartilha<strong>da</strong> dos produtores através <strong>de</strong> associações e/ou cooperativas, para<br />

atuação <strong>na</strong> produção, beneficiamento e comercialização; (an<strong>da</strong>mento)<br />

- Assessorar e capacitar li<strong>de</strong>ranças municipais e agentes <strong>de</strong> assistência técnica e <strong>de</strong> extensão;<br />

(an<strong>da</strong>mento)<br />

- Contribuir para a educação ambiental e o saneamento <strong>da</strong>s regiões produtoras; (an<strong>da</strong>mento)<br />

- Desenvolver a qualificação profissio<strong>na</strong>l <strong>da</strong> família dos produtores para o mercado <strong>de</strong> trabalho,<br />

através <strong>da</strong> educação informal; (di<strong>na</strong>mizar)<br />

23


- Apoiar o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> pacotes tecnológicos com novas espécies <strong>de</strong> moluscos, camarões<br />

e peixes; (di<strong>na</strong>mizar)<br />

- Apoiar o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> tecnologias para a utilização <strong>da</strong>s lagoas costeiras, com produção<br />

<strong>de</strong> diferentes espécies <strong>na</strong>tivas em tanque-re<strong>de</strong>, cercos e repovoamentos; (di<strong>na</strong>mizar)<br />

- Apoiar o trei<strong>na</strong>mento e a profissio<strong>na</strong>lização dos produtores; (an<strong>da</strong>mento)<br />

- Apoiar a implantação <strong>de</strong> cultivos em águas <strong>de</strong> maior profundi<strong>da</strong><strong>de</strong>; (implementar).<br />

- Apoiar o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong> carcinicultura através <strong>de</strong> projetos comunitários; (implementar).<br />

Rio Gran<strong>de</strong> do <strong>Sul</strong>:<br />

Paraná:<br />

Este Capítulo teve a cooperação dos seguintes colaboradores:<br />

Santa Catari<strong>na</strong>:<br />

- José Seno Regert<br />

- Mauro Roczanski<br />

- Francisco Manoel <strong>de</strong> Oliveira Neto<br />

- Sérgio Winckler <strong>da</strong> Costa<br />

- Matias Guilherme Boll<br />

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