08.05.2013 Views

Encontro das Artes - Campinas - São Paulo - DeRondon

Encontro das Artes - Campinas - São Paulo - DeRondon

Encontro das Artes - Campinas - São Paulo - DeRondon

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

APOIO:


Copyright © by Hermélio Silva e Renata Sunega, 2010 Editor: Sérgio Vale<br />

Gerente de ven<strong>das</strong>: Sandro Celestino de Araújo<br />

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)<br />

(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)<br />

Supervisão de produção: Marilissa Mota e Selene Nascimento de Camargo<br />

Projeto gráfi co, diagramação e capa: Elaine Aliaga<br />

Silva, Hermélio<br />

<strong>Encontro</strong> <strong>das</strong> artes : <strong>Campinas</strong> : <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong> :<br />

Revisão: Vilma Aparecida Albino<br />

Brasil / Hermélio Silva e Renata Sunega ;<br />

[tradução Andréa Morrison e Lia Cancio Pucci] .<br />

-- <strong>Campinas</strong>, SP : Komedi, 2010.<br />

Tradução: Andréa Morrison e Lia Cancio Pucci<br />

Fotografi as: Carlos Bassan [com exceção: fotos do Palácio dos Jequitibás<br />

(p. 36) e Praça Bento Quirino (p. 122) , de autoria do fotógrafo Escobar;<br />

Edição trilíngue: português/inglês/espanhol<br />

ISBN 978-85-7582-520-4<br />

foto do Palácio da Mogiana (p. 68), de autoria do Stúdio C, fotógrafo<br />

Camargo; e foto da Lagoa do Taquaral (p. 58), do acervo pessoal dos<br />

organizadores]<br />

1. <strong>Artes</strong> 2. <strong>Campinas</strong> (SP) - Descrição<br />

3. <strong>Campinas</strong> (SP) - História 4. Fotografi as<br />

5. Patrimônio cultural - <strong>Campinas</strong> (SP) I. Sunega,<br />

Renata. II. Título.<br />

Fonte de pesquisa: www.campinas.sp.gov.br<br />

09-11397 CDD-981.662<br />

Índices para catálogo sistemático:<br />

1. <strong>Campinas</strong> : <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong> : Estado : História<br />

981.662<br />

2010<br />

Impresso no Brasil


AGRADECIMENTOS<br />

Academia Campineira de Letras e <strong>Artes</strong><br />

Academia Campineira de Letras, Ciências e <strong>Artes</strong> <strong>das</strong> Forças Arma<strong>das</strong><br />

Academia Campinense de Letras<br />

Andréa Morrison<br />

Arita Petenná<br />

Arthur Achilles Gonçalves<br />

Carlos Bassan<br />

Capitão Harley Washington<br />

Coordenadoria Setorial do Patrimônio Cultural – CSPC<br />

Daniel Monteiro Alves<br />

Denise Markuschvsky Costa<br />

Edu Pinheiro<br />

5<br />

ENCONTRO DAS ARTES<br />

Hermélio Silva e Renata Sunega<br />

Francisco de Lagos Viana Chagas<br />

John Morrison<br />

José Carlos Silva<br />

Lia Cancio Pucci<br />

Luiz Ayabe<br />

Luiz Roberto Saviani Rey<br />

Mirza Pellicciotta<br />

Museu da Imagem e do Som – MIS<br />

Rosângela Reis<br />

Secretaria Municipal de Cultura<br />

Secretaria Municipal de Comércio, Indústria, Serviços e Turismo


6<br />

ENCONTRO DAS ARTES<br />

Hermélio Silva e Renata Sunega<br />

ÍNDICE / INDEX / ÍNDICE<br />

Academia Campinense de Letras .................................................................................................................. 18<br />

Basílica Nossa Senhora do Carmo ................................................................................................................. 154<br />

Bosque dos Jequitibás .................................................................................................................................... 150<br />

Casa de Saúde <strong>Campinas</strong>............................................................................................................................... 22<br />

Casa Grande do Parque Ecológico................................................................................................................. 152<br />

Casa Grande e Tulha .................................................................................................................................... 108<br />

Casarão de Joaquim Egídio ............................................................................................................................ 60<br />

Catedral Metropolitana de <strong>Campinas</strong>............................................................................................................. 38<br />

Centro de Ciências, Letras e <strong>Artes</strong>.................................................................................................................. 64<br />

Centro de Convivência Cultural..................................................................................................................... 28<br />

Colégio Culto à Ciência................................................................................................................................. 84<br />

Delegacia Seccional de <strong>Campinas</strong> ................................................................................................................. 56<br />

Escola Estadual Carlos Gomes ....................................................................................................................... 70<br />

Escola Estadual Francisco Glicério................................................................................................................. 88<br />

Escola Preparatória de Cadetes do Exército.................................................................................................... 40<br />

Estação Cultura.............................................................................................................................................. 52<br />

Estádio Brinco de Ouro da Princesa............................................................................................................... 80<br />

Estádio Moisés Luccarelli............................................................................................................................... 98<br />

Fábrica de Chapéus Vicente Cury .................................................................................................................. 86<br />

Hospital Benefi cência Portuguesa de <strong>Campinas</strong> ............................................................................................ 66<br />

Igreja <strong>São</strong> Benedito........................................................................................................................................ 146<br />

Instituto Agronômico de <strong>Campinas</strong> ................................................................................................................ 48<br />

Jockey Club Campineiro ................................................................................................................................ 14<br />

Lago do Café ................................................................................................................................................. 124<br />

Lagoa do Taquaral (Parque Portugal) ............................................................................................................. 58<br />

Largo <strong>das</strong> Andorinhas .................................................................................................................................... 44


Largo do Pará ................................................................................................................................................ 110<br />

Largo do Rosário ........................................................................................................................................... 20<br />

Liceu Salesiano Nossa Senhora Auxiliadora................................................................................................... 148<br />

Maria Fumaça ............................................................................................................................................... 94<br />

Mata Santa Genebra ...................................................................................................................................... 72<br />

Mercado Municipal ....................................................................................................................................... 30<br />

Monumento Campos Sales ............................................................................................................................ 144<br />

Monumento Túmulo ao Soldado ................................................................................................................... 136<br />

Monumento Túmulo Carlos Gomes ............................................................................................................... 140<br />

Museu da Cidade .......................................................................................................................................... 112<br />

Observatório Municipal de <strong>Campinas</strong> Jean Nicolini ...................................................................................... 102<br />

Palácio da Justiça .......................................................................................................................................... 116<br />

Palácio da Mogiana ....................................................................................................................................... 68<br />

Palácio dos Azulejos ..................................................................................................................................... 130<br />

Palácio dos Jequitibás .................................................................................................................................... 36<br />

Pontifícia Universidade Católica de <strong>Campinas</strong> – Sede Central ....................................................................... 104<br />

Praça Bento Quirino ...................................................................................................................................... 122<br />

Praça Carlos Gomes ...................................................................................................................................... 76<br />

Praça Ulisses Guimarães (Pedreira do Chapadão) .......................................................................................... 134<br />

Prédio da ACIC.............................................................................................................................................. 128<br />

Santa Casa de Misericórdia............................................................................................................................ 142<br />

Solar do Visconde de Indaiatuba ................................................................................................................... 114<br />

Sousas ........................................................................................................................................................... 34<br />

Teatro Municipal José de Castro Mendes (Teatro Castro Mendes) .................................................................. 54<br />

Torre do Castelo (Torre do Castelo Vitor Negrete).......................................................................................... 32<br />

Unicamp ....................................................................................................................................................... 16<br />

7<br />

ENCONTRO DAS ARTES<br />

Hermélio Silva e Renata Sunega


8<br />

ENCONTRO DAS ARTES<br />

Hermélio Silva e Renata Sunega<br />

Somente entendemos a dimensão desta obra quando<br />

compreendemos o signifi cado do termo antologia,<br />

o qual pode não se aplicar aos elementos materiais de<br />

uma urbe, à sua concretude e materialidade, por estar<br />

intimamente ligado a coletâneas de textos de autores<br />

e a outros elementos, como a poesia, e não exatamente<br />

a prédios, praças etc. Contudo, ser antológico,<br />

antes de mais nada, é merecer fi gurar em uma antologia,<br />

ser algo que mereça registro, por ser memorável.<br />

Assim, é antológico aquilo que deve ser lembrado<br />

sempre, preservado para a posteridade, para constituir<br />

referencial histórico às futuras gerações.<br />

Nesse sentido, é com o mais elevado sentimento<br />

de orgulho e de satisfação que assino esta apresentação<br />

do livro <strong>Encontro</strong> <strong>das</strong> artes, uma obra de caráter<br />

antológico por apresentar recortes e fragmentos signifi<br />

cativos de nossa <strong>Campinas</strong> de forma concreta e<br />

ao mesmo tempo romântica e poética, em uma poesia<br />

que exala de suas páginas, traduzindo a essência<br />

da cidade e constituindo peça de reminiscência e de<br />

registro perene tão relevante para a história e para o<br />

futuro do município.<br />

UMA OBRA ANTOLÓGICA / AN ANTHOLOGICAL WORK / UNA OBRA ANTOLÓGICA<br />

We simply understand the dimension of this work<br />

when we know the meaning of the word anthology,<br />

which can not be applicable to the material elements<br />

of a city, its concreteness and materiality, for been intimately<br />

linked to a collectanea of authors and others<br />

elements, like the poems, and not only of buildings,<br />

squares, etc. However, being anthological, before<br />

anything, it deserves to represent in one anthology,<br />

being something that deserves being registered, for<br />

been remarkable. In this way, it is anthological,<br />

which should always be remembered, preserved for<br />

the posterity, to build a referential history for future<br />

generations.<br />

In this sense, it is with the greatest feeling of pride<br />

and satisfaction that I will sign this presentation of<br />

the book Meeting with the Arts, a piece of work with<br />

an anthological character, for presenting meaningful<br />

cuttings and fragments of our <strong>Campinas</strong> in a concrete<br />

manner and, in the same way romantic and poetic, in<br />

a poem that exhales its pages, translating the essence<br />

of the city and building a reminiscence piece and, of<br />

a permanent record much relevant for our history and<br />

for the future of the City Council.<br />

Solamente entendemos la dimensión de esta obra<br />

cuando comprendemos el signifi cado del término<br />

antología, el cual puede no aplicarse a los elementos<br />

materiales de una urbe, a lo concreto y material,<br />

por estar íntimamente conectado a la compilación de<br />

textos de autores y a otros elementos, como la poesía,<br />

y no exactamente a edifi cios, plazas, etc. Pero,<br />

ser antológico, ante todo, es merecer fi gurar en una<br />

antología, ser algo que merezca registro, por ser memorable.<br />

Así, es antológico aquello que debe ser recordado<br />

siempre, preservado para la posteridad, para<br />

constituir un referencial histórico a las futuras generaciones.<br />

En ese sentido, es con el más elevado sentimiento<br />

de orgullo y de satisfacción que fi rmo esta presentación<br />

del libro “Encuentro de las <strong>Artes</strong>”, una obra<br />

de carácter antológico por presentar recortes y fragmentos<br />

signifi cativos de nuestra <strong>Campinas</strong> de forma<br />

concreta y al mismo tiempo romántica y poética, en<br />

una poesía que exhala de sus páginas, traduciendo<br />

la esencia de la ciudad y constituyendo una pieza de<br />

reminiscencia y de registro perene tan relevante para<br />

la historia y para el futuro del Municipio.


Uma obra que, ao associar à imagem de nossos<br />

próprios monumentos e logradouros mais caros e<br />

históricos a poesia e o texto às vezes romântico, às<br />

vezes analítico, em geral poético e lúdico, de personalidades<br />

que contribuíram sobremaneira para o<br />

desenvolvimento e a construção da <strong>Campinas</strong> da<br />

atualidade, constitui, na verdade, uma antologia de<br />

símbolos, de cores e de imagens inexpugnáveis, que<br />

ora traçam nossa verticalidade, ora se espraiam em<br />

verdejantes áreas de lazer, mostrando a pujança e a<br />

grandiosidade de nossa cidade.<br />

Sem dúvida, um trabalho magistral que retrata o<br />

acurado senso de cidadania e o sentimento de um<br />

amor intenso e inamovível que cultivam por <strong>Campinas</strong><br />

seus autores, Hermélio Silva e Renata Sunega,<br />

legando à posteridade uma visão da <strong>Campinas</strong> de<br />

agora, de sua grandeza, de sua poesia e de suas potencialidades<br />

econômicas, sociais, mas também de<br />

sua capacidade de propiciar prosperidade, qualidade<br />

de vida e bem-estar aos seus cidadãos.<br />

Dr. Hélio de Oliveira Santos<br />

Prefeito Municipal de <strong>Campinas</strong><br />

A piece of work that associates with the image<br />

of our own, monuments and public areas more dear<br />

and historical, and the poems and the texts, sometimes<br />

romantic, and other times analytical, overall<br />

poetic and playful, of personalities that contributed<br />

extremely to the development and the construction of<br />

<strong>Campinas</strong>, to its present time, it represents, truly, an<br />

anthology of symbols, of colors and of inexpugnable<br />

images that at times outline our verticality, at times<br />

cast ashore leisure areas, highlighting the strength<br />

and greatness of our city.<br />

Without a doubt, a magisterial piece of work that<br />

portrays the accurate sense of citizenship and the<br />

feeling of an intense love, irremovable, that it cultivates<br />

for <strong>Campinas</strong> and, its authors, Hermélio Silva<br />

e Renata Sunega, delegating the posterity of a vision<br />

of <strong>Campinas</strong> nowadays, of its greatness, of its poems<br />

and of its potential economically and socially, and<br />

also of its capacity to propitiate prosperity, quality of<br />

life and wellbeing to all of its citizens.<br />

Dr. Hélio de Oliveira Santos<br />

City Mayor of <strong>Campinas</strong><br />

9<br />

ENCONTRO DAS ARTES<br />

Hermélio Silva e Renata Sunega<br />

Una obra que al asociar la imagen de nuestros<br />

propios monumentos y paseos públicos más queridos<br />

e históricos la poesía y el texto a veces romántico,<br />

a veces analítico, en general poético y lúdico, de<br />

personalidades que contribuyeron de sobremanera<br />

para el desarrollo y la construcción de <strong>Campinas</strong> de<br />

la actualidad, constituye, en verdad, una antología<br />

de símbolos, de colores y de imágenes inexpugnables<br />

que a veces trazan nuestra verticalidad, a veces<br />

se esparcen en verdes áreas de ocio, mostrando la<br />

pujanza y la grandiosidad de nuestra ciudad.<br />

Sin duda, un trabajo magistral que retrata el esmerado<br />

sentido de ciudadanía y el sentimiento de<br />

un amor intenso e inamovible que cultivan por <strong>Campinas</strong><br />

sus autores, Hermélio Silva y Renata Sunega,<br />

legando a la posteridad una visión de <strong>Campinas</strong> de<br />

ahora, de su grandeza, de su poesía y de sus potencialidades<br />

económicas, sociales, pero también de su<br />

capacidad de propiciar prosperidad, calidad de vida<br />

y bienestar a sus ciudadanos.<br />

Dr. Hélio de Oliveira Santos<br />

Alcalde Municipal de <strong>Campinas</strong>


10<br />

ENCONTRO DAS ARTES<br />

Hermélio Silva e Renata Sunega<br />

Há que se viver a poesia como se vive a vida.<br />

Há que se reter cada momento em sua pureza essencial,<br />

cada hora em seu sabor de hora, cada dia<br />

no gosto benfazejo de dia. Poesia é vida sentida e<br />

saboreada, a ser preparada e degustada com prazer,<br />

com sutil percepção <strong>das</strong> nuanças mais delica<strong>das</strong> da<br />

mística existencial.<br />

Por isso, há que se respeitar a poesia como se há<br />

de respeitar a vida.<br />

Cuidar dela com desvelo, alimentar o corpo material<br />

dela com a palavra certa, com a frase estribada<br />

e bela, sonorizada em ritmo, edifi cada em timbre,<br />

dinâmica e harmonia, para que nunca destoe do cortejo<br />

majestoso da ideia e do sentimento.<br />

Por sua vez, há, também, que se cuidar da ideia<br />

e do conteúdo, despojando-os do entulho inexpressivo<br />

do vulgar e, principalmente, da inconsistência<br />

e do oco do postiço. Que por despojada seja a ideia<br />

bela, que por bela seja a ideia simples e natural, que<br />

por natural e simples seja a ideia sincera e autêntica,<br />

mesmo quando germinada da pena de um fi ngidor<br />

que fi nja tão completamente a dor que deveras sinta,<br />

ou algum contentamento descontente.<br />

Há de se cuidar também da poesia como arte,<br />

como recurso de aprimoramento individual e coletivo<br />

capaz de transformar os corações e as mentes, de<br />

tonifi car as almas, de elevar os espíritos.<br />

We have to live a poem as we live a life.<br />

We have to keep every moment in its essential purity,<br />

each hour in his fl avor hour, and each day with<br />

the pleasure of the benefi cial day. A Poem is a feeling<br />

and a taste of life, prepared with pleasure, with<br />

a subtle perception of the changing of colors more<br />

delicate than the mystical being.<br />

For this reason, we have to respect a poem the<br />

same as we have to respect life.<br />

Look after her with care, feed the material body<br />

with the right word, with a secure and beautiful<br />

phrase, sonorous in rhythm, edifi ed in tone, dynamic<br />

and harmonious so that it never discords with the majestic<br />

procession of the ideas and of feeling.<br />

In turn, also, if we look after the idea and the<br />

content stripping of the inexpressive waste material<br />

of the ordinary and, especially, of the inconsistence<br />

and the hollowness of the artifi cial. That, for despoilment<br />

being the beautiful idea, that for beautiful being<br />

the idea simple and natural, that for natural and<br />

simple being the idea sincere and authentic, even<br />

though when germinated of the pity of a false person<br />

that being completely two faced the pain that they<br />

would feel, or some satisfi ed to be unsatisfi ed.<br />

We have to look after the poem as an art, as a<br />

resource of individual improvement and collective<br />

capability to transform the hearts and minds, to tone<br />

the soul, to elevate the spirits.<br />

PREFÁCIO / INTRODUCTION / PREFACIO<br />

Hay que vivir la poesía como se vive la vida.<br />

Hay que retener cada momento en su pureza<br />

esencial, cada hora en su sabor de hora, cada día en<br />

el benefi cio del día. Poesía es vida sentida y saboreada,<br />

para ser preparada y degustada con placer, con<br />

sutil percepción de las tonalidades más delica<strong>das</strong> de<br />

la mística existencial.<br />

Por esto, hay que respetar la poesía como se debe<br />

respetar la vida.<br />

Cuidar de ella con desvelo, alimentarle el cuerpo<br />

material con la palabra correcta, con la frase estribada<br />

y bella, sonorizada en ritmo, edifi cada en timbre,<br />

con dinámica y armonía para que nunca desentone<br />

del cortejo majestuoso de la idea y del sentimiento.<br />

Por otra parte, hay, también, que cuidar de la idea<br />

y del contenido despojándolos del acumulo inexpresivo<br />

de lo vulgar y, principalmente, de la inconsistencia<br />

y del hueco de lo postizo. Que por despojada<br />

sea la idea bella, que por bella sea la idea simple y<br />

natural, que por natural y simple sea la idea sincera<br />

y auténtica, aún cuando germinada de la pena de un<br />

fi ngidor que fi nja tan completamente el dolor que de<br />

verdad sienta, o algún contentamiento descontento.<br />

Hay que cuidar también de la poesía como arte,<br />

como recurso de perfección individual y colectiva<br />

capaz de transformar los corazones y las mentes, de<br />

tonifi car las almas, de elevar los espíritus.


É bem verdade, porém, que a poesia, há algum<br />

tempo, se vem deixando abater, mais e mais, na vida<br />

rotineira dos povos e dos homens, passando por uma<br />

desnecessidade extravagante, um distorcer potencialmente<br />

perigoso da inócua porém consagrada e<br />

cultuada objetividade do mundo material. Busca-se,<br />

ingenuamente, construir um mundo melhor, mais<br />

digno e civilizado, sem se atentar às exigências e carências,<br />

aos meandros e às sinuosidades determinantes<br />

da natureza humana. Daí o descuido generalizado,<br />

particularmente em nossa terra, com as coisas e<br />

o cultivo da poesia.<br />

A poesia, por si só, vista como elemento primordial<br />

da sensibilidade, como gnose natural da alma,<br />

anterior mesmo à expressividade, resiste, porém, no<br />

íntimo <strong>das</strong> individualidades e renasce, sempre, vigorosa<br />

a cada sol poente, a cada suspiro enlevado dos<br />

apaixonados, a cada frase com que se busque exprimir<br />

um sentimento. Ressurge, assim, espontânea<br />

como uma potencialidade humana, uma alma que<br />

a habita a própria alma, um ser que teima em animar<br />

o próprio ser. Flui como numa vertente paralela<br />

da existência, a percorrer as margens do rio da vida,<br />

sempre altiva e enlevada, a dignifi car e a reafi rmar a<br />

nossa humanidade de forma espontânea, mesmo que<br />

muita vez impotente para transpor a barreira íngreme<br />

da expressão. Assim é que germina e assim é que se<br />

enraíza no íntimo <strong>das</strong> pessoas, alimenta a vida interior<br />

delas e as enriquece com a consciência de si<br />

mesmas, independentemente do grau cultural e da<br />

expressividade de que possam dispor.<br />

It is really true, however, that the poem, for some<br />

time, has been left to kill, more and more, on the<br />

daily routine of the nation and the men for one extravagance<br />

needlessly, a distorted potential, dangerous<br />

to the innocent, however devoted and adored<br />

the objectivity of the material world. We looked for,<br />

ingenuously, to build a better world, worthy and civilized,<br />

without paying attention to the demand and lack<br />

of love, of the meanders, and to the sinuosity determinative<br />

of the human nature. From this, the general negligence,<br />

particular on our earth, with the things and<br />

with the cultivation of the poem.<br />

The poem, itself, seeing as a primordial element<br />

of the sensibility, like a natural gnosis of the soul,<br />

even before of the expressivity, resisted, however,<br />

in the intimacy of individuality and reborn, always,<br />

vigorous in each sunset, to each breath lifting high<br />

the people in love, to each phrase which has been<br />

looking for to express one feeling. It rises again, like<br />

this, spontaneous like one human potentiality, one<br />

soul that lives on its own soul, one being that insists<br />

in encourage on its own being. I fl owed like in a parallel<br />

slope of existence to run through the river bank<br />

of life, always proud and delighted, to dignify and to<br />

reaffi rm our humanity in a spontaneous form, even<br />

though, many times, impotent to transpose the barrier<br />

of the sharply sloping of the expression. This way is<br />

germination, and in this way takes root on the inner<br />

of people, feed their inner lives and enrich with the<br />

conscience of their self, independent of the cultural<br />

degree and of the expressivity they can spare.<br />

11<br />

ENCONTRO DAS ARTES<br />

Hermélio Silva e Renata Sunega<br />

Es verdad, sin embargo, que la poesía, hace algún<br />

tiempo, se viene dejando abatir, más y más, en la vida<br />

rutinaria de los pueblos y de los hombres pasando por<br />

una des necesidad extravagante, un destorcer potencialmente<br />

peligroso de lo inocuo, sin embargo consagrada<br />

y adorada objetividad del mundo material.<br />

Se busca, ingenuamente, construir un mundo mejor,<br />

más digno y civilizado, sin prestar atención a las exigencias<br />

y carencias, a los meandros y a la sinuosidad<br />

determinante de la naturaleza humana. De ahí el<br />

descuido generalizado, particularmente en nuestra<br />

tierra, con las cosas y el cultivo de la poesía.<br />

La poesía, por sí sola, vista como elemento primordial<br />

de la sensibilidad, como gnosis natural del alma,<br />

anterior mismo a la expresividad, resiste, sin embargo,<br />

en lo íntimo de las individualidades y renace, siempre,<br />

vigorosa a cada sol poniente, a cada suspiro elevado<br />

de los enamorados, a cada frase con que se busque<br />

expresar un sentimiento. Resurge, así, espontánea<br />

como una potencialidad humana, un alma que habita<br />

la propia alma, un ser que insiste en animar el propio<br />

ser. Fluye como en una vertiente paralela de la existencia<br />

a recorrer los márgenes del río de la vida, siempre<br />

altiva y elevada, a dignifi car y a reafi rmar nuestra<br />

humanidad de forma espontánea, mismo muchas veces<br />

impotente para transponer la barrera íngrima de la<br />

expresión. Así es que germina y así es que se enraíza<br />

en lo íntimo de las personas, alimenta sus vi<strong>das</strong> interiores<br />

y las enriquece con la conciencia de sí mismas,<br />

independiente del grado cultural y de la expresividad<br />

de que puedan disponer.


12<br />

ENCONTRO DAS ARTES<br />

Hermélio Silva e Renata Sunega<br />

Acho, mesmo, que dela, do seu potencial edifi<br />

cante, surgem não só os poemas como to<strong>das</strong> as<br />

demais expressões artísticas, literárias ou não, assenta<strong>das</strong>,<br />

que vão, com a argamassa poética da sensibilidade.<br />

Nada, portanto, mais oportuno que esse abrir de<br />

asas ora proporcionado pelo poder público aos condores<br />

desta nossa pátria campineira, terra de grandes<br />

músicos e pintores, é bem verdade, mas também terra<br />

de Guilherme de Almeida, para que, numa grande revoada,<br />

se possa registrar em três diferentes línguas a<br />

presença artística de uma geração, a qual, o mais <strong>das</strong><br />

vezes, enfrenta difi culdade para divulgar suas obras<br />

diante da sistemática e leviana recusa <strong>das</strong> editoras.<br />

Parabéns, <strong>Campinas</strong>, que reitera assim sua grandeza,<br />

ao mostrar ao mundo ser uma cidade que tem<br />

alma e que essa alma é alma fecunda e grandiosa de<br />

poeta.<br />

Sérgio Caponi<br />

Presidente da Academia Campineira de Letras e <strong>Artes</strong> e<br />

acadêmico titular da Academia Campinense de Letras<br />

I think, like, of her, of her constructed potential,<br />

arise not only the poems like all the other artistic expressions,<br />

literary or not, sitting, that goes, with the<br />

mortar of the poetic sensibility.<br />

Nothing, therefore, more opportune than this<br />

opening of wings now proportional by the public<br />

power in the condors of our motherland from the<br />

people of <strong>Campinas</strong>, land of great musicians and<br />

painters, it is very true, but also the land of Guilherme<br />

de Almeida, for that, in a big fl ying back could<br />

be registered in three different languages the artistic<br />

presence of a generation, of which, more of times,<br />

facing diffi culties to publish his work before the systematic<br />

and inconsiderate refusal of the publishers.<br />

Congratulations <strong>Campinas</strong>, that recipe, like this,<br />

its greatness to show the world being a city that has<br />

a soul and that soul is the fertilized soul and of grand<br />

poet.<br />

Sérgio Caponi<br />

President of the Academy of Literature and Arts of <strong>Campinas</strong> and<br />

the titular academic of the Academy of Literature<br />

Creo, mismo, que de ella, de su potencial edifi -<br />

cante, surgen no sólo los poemas como to<strong>das</strong> las demás<br />

expresiones artísticas, literarias o no, asenta<strong>das</strong>,<br />

que van, con la argamasa poética de la sensibilidad.<br />

Nada, por lo tanto más oportuno que este abrir de<br />

alas a veces proporcionado por el poder público a<br />

los cóndores de esta nuestra patria campinera, tierra<br />

de grandes músicos y pintores, es verdad, pero también<br />

tierra de Guilherme de Almeida, para que, en<br />

un gran revuelo se pueda registrar en tres diferentes<br />

lenguas la presencia artística de una generación, la<br />

cual, la mayoría de las veces, enfrenta difi cultad para<br />

divulgar sus obras delante del sistemático y fútil rechazo<br />

de las editoras.<br />

Felicitaciones <strong>Campinas</strong>, que reitera, así, su grandeza<br />

al mostrar al mundo ser una ciudad que tiene<br />

alma, y que ésta alma es alma fecunda y grandiosa<br />

de poeta.<br />

Sérgio Caponi<br />

Presidente de la Academia Campineira de Letras y <strong>Artes</strong> y<br />

académico titular de la Academia Campinense de Letras


APRESENTAÇÃO / PRESENTATION / PRESENTACIÓN<br />

A preservação do nosso patrimônio histórico e<br />

cultural é dever do estado e de todos os cidadãos.<br />

Mais difícil do que preservar imóveis que registram<br />

parte da nossa história é preservar o nome daqueles<br />

que os ocuparam e fi zeram essa história. Os monumentos<br />

e prédios históricos são uma referência física<br />

de difícil eliminação, mesmo que destruídos. Já<br />

a memória sobre personalidades, dos autores não<br />

tão conhecidos aos grandes poetas, esta, sim, pode<br />

perder-se com uma lufada de vento, se não for cuidadosamente<br />

resgatada. Convidamos artistas e instituições<br />

para participarem desta pesquisa. Ela não tem<br />

caráter defi nitivo e procuramos divulgar os principais<br />

monumentos e personalidades que fi zeram a história<br />

de <strong>Campinas</strong>, desde a época pré-cabraliana até os<br />

dias atuais. Colocando, lado a lado, a imagem de um<br />

monumento e o texto de autor campineiro, damos<br />

a possibilidade de o leitor criar inter-relações. Um<br />

prédio idealizado e construído em época diferente da<br />

data do poema não quer dizer que os dois não se encontrem<br />

em dado momento da história e, mesmo que<br />

isso não tenha ocorrido, não será impedimento para<br />

uma confl uência fi ccional. A integração de artes diferentes<br />

num mesmo volume facilita a contemplação.<br />

Com o intuito de perpetuar os bens materiais, mesmo<br />

que de forma perene, como os prédios, as estátuas,<br />

os monumentos e os próprios públicos, e imateriais,<br />

como a poesia, o encantamento, o simbologismo, a<br />

história e a arte, abraçamos essa ideia e a colocamos<br />

a público.<br />

Hermélio Silva e Renata Sunega<br />

Organizadores<br />

The preservation of our historical and cultural patrimony<br />

is the duty of the state and all its citizens. It<br />

is hard to preserve the real estate that registers part<br />

of our history and even harder to preserve the name of<br />

the ones that occupied it then and made history. The<br />

monuments and historical buildings are a physical<br />

reference, diffi cult to eliminate, even when they are<br />

destroyed. Now the memory of the personality, of<br />

the not very well known writers to the greatest poets,<br />

these can be lost on the gust of wind, if is not carefully<br />

rescued. We invited artists and institutions to<br />

participate in this research. This is not decisive and<br />

we tried to divulge the main monuments and important<br />

people that made <strong>Campinas</strong>’s history, since the<br />

Precambrian period until now. We put side by side,<br />

the image of a monument and the text of the author<br />

from <strong>Campinas</strong>, giving the possibility to the reader to<br />

create an interconnection. A building idealized and<br />

built in a different period of the date of the poem,<br />

that doesn’t mean that the two of them don’t meet<br />

any given moment of history and, even though this<br />

didn’t happen, it will not be an impediment for a fi ction<br />

junction. The integration of different arts on the<br />

same volume make easy for its contemplation. With<br />

the aim to perpetuate the material properties, even<br />

though in a lasting form, like the buildings, statues,<br />

the monuments and their own public, and immaterial,<br />

like the poem, the enchantment, the symbolist,<br />

the history and the art, we embraced this idea and we<br />

put it together for the public.<br />

Hermélio Silva e Renata Sunega<br />

Organizors<br />

13<br />

ENCONTRO DAS ARTES<br />

Hermélio Silva e Renata Sunega<br />

La preservación de nuestro patrimonio histórico<br />

y cultural es deber del estado y de todos los<br />

ciudadanos. Más difícil que preservar inmuebles<br />

que registran parte de nuestra historia es preservar<br />

el nombre de aquellos que los ocuparon e hicieron<br />

esa historia. Los monumentos y edifi cios históricos<br />

son una referencia física de difícil eliminación,<br />

aunque destruidos. Ya la memoria sobre personalidades,<br />

de los autores no tan conocidos, a los grandes<br />

poetas, esta sí, puede perderse con una ráfaga<br />

de viento, si no fuera cuidadosamente rescatada.<br />

Invitamos artistas e instituciones para participar de<br />

esta investigación. Ella no tiene carácter defi nitivo<br />

y buscamos divulgar los principales monumentos y<br />

personalidades que hicieron la historia de <strong>Campinas</strong>,<br />

desde la época pre-cabraliana hasta los días actuales.<br />

Colocando, lado a lado, la imagen de un monumento<br />

y el texto de un autor campinero, damos la posibilidad<br />

del lector crear interrelaciones. Un edifi cio idealizado<br />

y construido en época diferente de la fecha del<br />

poema no quiere decir que los dos no se encuentren<br />

en un dado momento de la historia y, aunque eso no<br />

haya ocurrido, no será impedimento para una confl<br />

uencia de fi cción. La integración de artes diferentes<br />

en un mismo volumen facilita la contemplación.<br />

Con el propósito de perpetuar los bienes materiales,<br />

aunque de forma perenne, como los edifi cios, las estatuas,<br />

los monumentos, e inmateriales, como la poesía,<br />

el encantamiento, el simbolismo, la historia y el<br />

arte, abrazamos esa idea y la hacemos pública.<br />

Hermélio Silva e Renata Sunega<br />

Organizadores


JOCKEY CLUB CAMPINEIRO<br />

Construído entre 1915 e 1925, o projeto, de Christiano Stockler <strong>das</strong> Neves, em estilo arquitetônico eclético e ornamentação inspirada no estilo Luís XVI, destaca-se, entre outros aspectos, pelo elevador em<br />

ferro e dourado, utilizado desde sua inauguração.<br />

Constructed in 1915 and 1925, the project, by Christiano Stockler <strong>das</strong> Neves in an eclectic architectonic style and the decoration inspired by Luís XVI style, distinguished by the lift in iron and gold, used<br />

since its inauguration.<br />

Construido entre 1915 y 1925, el proyecto, de Christiano Stockler de las Neves en estilo arquitectónico ecléctico y ornamentación inspirada en el estilo Luís XVI, se destaca, entre otros aspectos, por el<br />

ascensor en hierro y dorado, utilizado desde su inauguración.


(Poema de Guilherme de Almeida, Sonetos)<br />

SONETO XXXII<br />

Quando a chuva cessava e um vento fi no<br />

franzia a tarde tímida e lavada,<br />

eu saía para brincar, pela calçada,<br />

nos meus tempos felizes de menino.<br />

Fazia, de papel, toda uma armada;<br />

e, estendendo meu braço pequenino,<br />

eu soltava os barquinhos, sem destino,<br />

ao longo <strong>das</strong> sarjetas, na enxurrada...<br />

Fiquei moço. E hoje sei, pensando neles,<br />

que não são barcos de ouro os meus ideais:<br />

são feitos de papel, são como aqueles,<br />

perfeitamente, exatamente iguais...<br />

Que os meus barquinhos – lá se foram eles!<br />

Foram-se embora e não voltaram mais!<br />

SONNET XXXII<br />

When the rain stopped and the fi ne wind<br />

shriveled the timid afternoon and blowout,<br />

I went out to play, in the street,<br />

in my happy times as a young boy.<br />

I made of paper, all of the navy;<br />

and, stretching my small arms,<br />

I released my little boats, without a destiny,<br />

on the lenghth of the gutter, on the washed rain...<br />

I turned a young man. And today I know, thinking of<br />

them,<br />

that is not boats of gold my idealism:<br />

they are made of paper, the same of those,<br />

perfectly, exactly the same...<br />

– of my boats, there they went!<br />

they went away and never came back!<br />

SONETO XXXII<br />

Cuando la lluvia cesaba y un viento fi no<br />

fruncía la tarde tímida y lavada,<br />

yo salía a jugar, por la calzada,<br />

en mis tiempos felices de niño.<br />

Hacía, de papel, toda una armada;<br />

y, extendiendo mi brazo pequeño,<br />

yo soltaba los barquitos, sin destino,<br />

a lo largo del cordón, en el torrente...<br />

Crecí. Y hoy sé, pensando en ellos,<br />

que no son barcos de oro mis ideales:<br />

son hechos de papel, son cómo aquellos,<br />

perfectamente, exactamente iguales...<br />

– ¡Que mis barquitos, allá se fueron ellos!<br />

¡Se fueron y no volvieron más!<br />

15<br />

ENCONTRO DAS ARTES<br />

Hermélio Silva e Renata Sunega


UNICAMP<br />

A Universidade Estadual de <strong>Campinas</strong> foi criada em 1962, como entidade autárquica, devido ao empenho dos campineiros, que, desde meados de 1940, pediam ao governo do estado a instalação de uma<br />

faculdade de medicina na cidade. A pedra fundamental do campus foi lançada em 5 de outubro de 1966, ocupando uma gleba de 30 alqueires doada por João Adhemar de Almeida Prado.<br />

The university, Universidade Estadual de <strong>Campinas</strong> was created in 1962, like an economic self-suffi cient entity, due to the hard work of the people of <strong>Campinas</strong>, that from the middle of the 19 40s, they<br />

asked the state government, to have a medicine faculty in the city. The fundamental stone of the campus was fl anged on the 5th of October 1966; it occupies a feudal fi eld of 30 bushels donated by João<br />

Adhemar de Almeida Prado.<br />

La Universidad Estadual de <strong>Campinas</strong> fue creada en 1962, como entidad autárquica, debido al empeño de los campineros que desde mediados del 40, pedían al gobierno del estado, la instalación de una<br />

facultad de medicina en la ciudad. La piedra fundamental del campus fue lanzada el 5 de octubre de 1966 ocupando una porción de tierra de 75 hectáreas donada por João Adhemar de Almeida Prado.


(Poema de José Aristodemo Pinotti)<br />

NEVAVA EM ZUOZ<br />

Vinte anos depois<br />

aquela mesma praça<br />

Apareceu aos meus olhos<br />

já cansados<br />

havia neve<br />

suavemente colocada<br />

antes do amanhecer<br />

Estava branco e vazio<br />

Sem você.<br />

Branco da alegria<br />

da felicidade<br />

da pureza<br />

Que lembram você.<br />

Branco da ética<br />

Em uma única frase<br />

expressa<br />

jamais esquecida<br />

Branco do vestido<br />

Que não te vi vestir<br />

Branco que envolve<br />

como neve<br />

Teus negros olhos<br />

doces<br />

sensuais<br />

Clamaram,<br />

Não tiveram.<br />

Se apagaram.<br />

Branco do vazio<br />

De minha alma<br />

Sem você.<br />

IT WAS SNOWING IN ZUOZ<br />

Twenty years after<br />

that same square<br />

It appears in my eyes<br />

already tired<br />

had swooned<br />

smoothly placed<br />

before the dawn<br />

It was white and empty<br />

Without you.<br />

White of joy<br />

of the happiness<br />

of the purity<br />

That reminds you.<br />

White of the ethic<br />

In a unique phrase<br />

expressed<br />

never forgotten<br />

White of the dress<br />

That I didn’t see you getting dressed<br />

White that involves<br />

like snow<br />

Your black eyes<br />

sweet<br />

sensuals<br />

Hollered,<br />

Didn’t have..<br />

Was extinguished.<br />

White of the emptyness<br />

Of my soul<br />

Without you<br />

NEVABA EN ZUOZ<br />

Veinte años después<br />

aquella misma plaza<br />

Apareció a mis ojos<br />

ya cansados<br />

había nieve<br />

suavemente colocada<br />

antes del amanecer<br />

Estaba blanco y vacío<br />

Sin ti.<br />

Blanco de alegría<br />

de felicidad<br />

de pureza<br />

Que me recuerdan a ti.<br />

Blanco de la ética<br />

En una única frase<br />

expresa<br />

jamás olvidada<br />

Blanco del vestido<br />

Que no te vi vestir<br />

Blanco que envuelve<br />

como nieve<br />

Tus negros ojos<br />

dulces<br />

sensuales<br />

Clamaron,<br />

No tuvieron..<br />

Se apagaron.<br />

Blanco del vacío<br />

De mi alma<br />

Sin ti.<br />

17<br />

ENCONTRO DAS ARTES<br />

Hermélio Silva e Renata Sunega


ACADEMIA CAMPINENSE DE LETRAS<br />

A fundação da Academia Campinense de Letras ocorreu em 1956, por iniciativa do então secretário municipal de Educação e Cultura, professor Francisco Ribeiro Sampaio. O edifício, projeto de Geraldo<br />

Jurgensen, tem como referência os templos gregos.<br />

The foundation of the Academia Campinense de Letras took place in 1956, an initiative of then the municipal secretary of education and culture, Professor Francisco Ribeiro Sampaio. The building,<br />

projected by Geraldo Jurgensen, has as a reference the Greek temple.<br />

La fundación de la Academia Campinense de Letras ocurre en 1956, por iniciativa del entonces secretario municipal de educación y cultura, profesor Francisco Ribeiro Sampaio. El edifi cio, proyecto de<br />

Geraldo Jurgensen, tiene como referencia los templos griegos.


(Poema de Norma de Lourdes Abreu Guimarães Ribeiro, Roseiral)<br />

À ACADEMIA CAMPINENSE DE LETRAS<br />

Aurea esplendente <strong>das</strong> luzi<strong>das</strong> letras,<br />

Templo sagrado a austeros exegetas,<br />

És Parthenon louvado dos poetas,<br />

Acrópole de gênios e de estetas.<br />

Grandiosa singeleza que conserva<br />

O porte divinal de uma Minerva,<br />

Plenitude de régia inspiração,<br />

És o alto idealismo de um Platão.<br />

Dourado pórtico imortal da glória,<br />

Inesquecível página da História,<br />

Se Péricles doou-te à nação,<br />

Lycurgo é o teu Mecenas e padrão.<br />

Pode-se contemplar no imenso átrio,<br />

Majestoso do nobre solo pátrio,<br />

O renascer da bela “Flor de Lácio”,<br />

Na cultura invulgar deste Palácio!<br />

ACADEMY OF LITERATURE OF CAMPINAS<br />

Splendid gold of the shining literature,<br />

Sacred temple of the austere critics,<br />

You are the Parthenon praised by the poets,<br />

Acropolis of genius and of stars.<br />

Magnifi cent simplicity that preserve,<br />

The divine presence of one Minerva,<br />

Fullness of royal inspiration,<br />

You are raised idealism of a Platoon.<br />

Immortal golden porch of glory,<br />

Unforgettable pages of History,<br />

If you would be Péricles I would give you the nation,<br />

Lycurgo is your Mecenas and your boss.<br />

You can contemplate on the immense hall,<br />

Majestic of the noble patriotic soil,<br />

The born again of the beautiful “Flower of Lácio”<br />

On the rare culture of this Palace!<br />

A LA ACADÉMICA CAMPINENSE DE LETRAS<br />

Áurea esplendente de las lúci<strong>das</strong> letras,<br />

Templo sagrado a austeros exegetas,<br />

Eres Partenón alabado de los poetas,<br />

Acrópolis de genios y de estetas.<br />

Grandiosa sencillez que conserva<br />

El porte divinal de una minerva,<br />

Plenitud de regia inspiración,<br />

Es el alto idealismo de un Platón.<br />

Dorado pórtico inmortal de la gloria,<br />

Inolvidable página de la Historia,<br />

Si Pericles te donó a la nación,<br />

Licurgo es tu Mecenas y patrón.<br />

Se puede contemplar en el inmenso atrio,<br />

Majestuoso del noble suelo patrio,<br />

El renacer de la bella “Flor del Lacio”,<br />

¡En la cultura no vulgar de este Palacio!<br />

19<br />

ENCONTRO DAS ARTES<br />

Hermélio Silva e Renata Sunega


LARGO DO ROSÁRIO<br />

Considerado o “marco zero” de <strong>Campinas</strong>, o Largo do Rosário surgiu em 1817, em frente à Igreja do Rosário, que foi demolida em 1950. Em 1887, em homenagem a um dos fundadores do Colégio Culto à<br />

Ciência de <strong>Campinas</strong>, passou a se chamar ofi cialmente Praça Visconde de Indaiatuba, mas a tradição popular manteve o nome original de Largo do Rosário.<br />

Considered as the “zero demarcation” of <strong>Campinas</strong>, the Largo do Rosário appeared in 1817, in front of the Igreja do Rosário, which was demolished in 1950. In 1887, in honor of one the founders of the<br />

Colégio Culto à Ciência of <strong>Campinas</strong>, it was called offi cially Praça Visconde de Indaiatuba, but by popular tradition, it kept the original name of Largo do Rosário.<br />

Considerado el “marco cero” de <strong>Campinas</strong>, el Largo do Rosário surgió en 1817, frente a la Iglesia del Rosário, que fue demolida en 1950. En 1887, en homenaje a uno de los fundadores del Colegio “Culto<br />

a Ciência” de <strong>Campinas</strong> pasó a llamarse ofi cialmente Plaza Visconde de Indaiatuba, pero la tradición popular mantuvo el nombre original de Largo del Rosário.


(Poema de Agostinho Toffoli Tavolaro)<br />

VISÕES<br />

Vejo rostos e vultos em meu passado.<br />

Minha mãe, meu pai.<br />

Minha irmã, meu irmão.<br />

Minha avó e meu avô.<br />

Com os olhos da memória os vejo a todos.<br />

Seus rostos mais recentes,<br />

que a neve dos tempos marcou,<br />

Não os vejo, nem deles me lembro.<br />

Os amigos, os vejo sempre como eram.<br />

Minhas crianças, fi lhos e netos, são sempre<br />

crianças,<br />

Para todo o sempre.<br />

E a vejo sempre, tal como quando começamos a<br />

namorar.<br />

Era um sábado de aleluia.<br />

Você loirinha, nos seus quase quatorze anos.<br />

Vejo você na saia xadrez do Culto à Ciência.<br />

Vejo você na saia azul da Escola Normal.<br />

Vejo você, meu bem, com os olhos do amor<br />

De então, cincoenta anos depois.<br />

Mesmo amor, mesma paixão.<br />

VISIONS<br />

I see faces and fi gures moving in my past<br />

My mother, my father.<br />

My sister, my brother.<br />

My grandmother, my grandfather.<br />

With my memory eye I see them all.<br />

Their faces more recent,<br />

which the snow of the marked time,<br />

I don’t see them, and I don’t remember them.<br />

The friends, I see them like they were.<br />

My children, sons and grandsons, they are always<br />

children,<br />

Forever.<br />

And I see her always, since the time we started<br />

going out together.<br />

It was a Saturday of Alleluia.<br />

You blonde girl, in your fourteen years old.<br />

I see you in your check skirt of Culto à Ciência.<br />

I see you in your blue skirt of Escola Normal.<br />

I see you, my love, with love eyes<br />

Since then, fi fty years later<br />

Same love, same passion.<br />

VISIONES<br />

Veo rostros y bultos en mi pasado.<br />

Mi madre, mi padre.<br />

Mi hemana, mi hermano,<br />

Mi abuelo y mi abuela<br />

Con los ojos de la memoria los veo a todos.<br />

Sus rostros más recientes,<br />

que la nieve de los tiempos marcó,<br />

No los veo, ni de ellos me recuerdo<br />

Los amigos, los veo siempre como eran.<br />

Mis niños, hijos y nietos, son siempre niños,<br />

Para todo y siempre.<br />

21<br />

ENCONTRO DAS ARTES<br />

Hermélio Silva e Renata Sunega<br />

Y la veo siempre, tal como cuando comenzamos a<br />

noviar.<br />

Era un sábado de aleluya.<br />

Tú rubiecita, en tus casi catorce años.<br />

Te veo en la falda ajedrez del “Culto a Ciencia”.<br />

Te veo en la falda azul de la Escuela Normal<br />

Te veo, mi bien, con los ojos del amor<br />

De entonces, cincuenta años después.<br />

El mismo amor, la misma pasión.


CASA DE SAÚDE CAMPINAS<br />

O edifício, eclético com elementos neoclássicos, teve sua pedra fundamental lançada em 20 de setembro de 1884, a partir de um projeto idealizado pelo engenheiro Samuele Malfatti, com a colaboração<br />

do conceituado engenheiro-arquiteto Ramos de Azevedo.<br />

The building, has an eclectic style with elements of neoclassic, and it had its fundamental stone fl anged on the 20th of September of 1884, from a project idealized by an engineer named Samuele Malfatti,<br />

with collaboration from a highly respected Engineer/Arquitect, Ramos de Azevedo.<br />

El edifi cio, ecléctico con elementos neoclásicos, tuvo su piedra fundamental lanzada el 20 de Septiembre de 1884, a partir de un proyecto idealizado por el ingeniero Samuele Malfatti, con la colaboración<br />

del conceptuado ingeniero-arquitecto Ramos de Azevedo.


(Texto de Léa Ziggiatti)<br />

HOMEM DOS CRAVOS<br />

Lá fora, frio. Meu Deus, poupai-me inúteis palavras.<br />

Mas é necessário dizer que lá fora, estava frio.<br />

Porque tudo ganha um signifi cado novo se lá fora<br />

está frio e nós, aqui, no conforto de bom gosto da<br />

cantina aquecida, estamos frios e indiferentes diante<br />

dos pratos bem-temperados.<br />

Lá fora, frio. Meu Deus, a cara na janela, magra e<br />

úmida. Parecia que o homem derretia. Mas a cantina<br />

era aquecida. Lá dentro. Com decoração de madeira,<br />

típica de cabanas de países frios. Objetos de cobre<br />

pendurados na parede. E as janelas, pequeninas,<br />

dando para o frio lá de fora. Foi no quadrado de uma<br />

delas que o homem apareceu. Oferecendo cravos.<br />

Do lado de fora da janela, levantando as mãos magras<br />

e sem luvas, oferecendo cravos. Do lado de fora,<br />

para a gente aquecida lá de dentro. Tinha um meio<br />

sorriso, parado na cara magra. Comecei a me sentir<br />

mal no meu conforto. Detestei a vida. Ou melhor,<br />

detestei aquele momento de vida. Olhei para trás.<br />

Para uma Léa de outrora, feia e gorda, mas sonhando.<br />

Sonhando em fazer coisas grandes. Acabar com a<br />

pobreza, por exemplo, levantar-me em favor dos humildes<br />

e sair por aí a pregar fraternidade. Mas a cara<br />

do homem magro na janela, a oferecer cravos para o<br />

mundo refi nado lá de dentro, mostrou a minha imagem<br />

de agora, invertida no vidro da janela, diferente<br />

MAN OF CARNATIONS<br />

Outside, cold. My God, save me from worthless<br />

words. But it is necessary to say that outside, was<br />

cold. Because everything gained a new signifi cant<br />

meaning if outside is cold and us, here, in the comfort<br />

of the good taste of the warm Tavern, we are cold and<br />

indifferent in front of the tasty food.<br />

Outside, cold. My God, the face on the window,<br />

thin and humid. It looked like that the man was melting.<br />

But the Tavern was warm. Inside. With a wood<br />

decoration, typcal of cabins of cold countries. Copper<br />

objects hanging on the wall. And the windows,<br />

small, facing the cold outside. It was in a small one of<br />

them, that the man appeared. Selling carnations. The<br />

outside window, lifting the thin hands and without<br />

gloves, selling carnations. The outside, for the warn<br />

people inside. He had a half smile, stopped on the<br />

thin face. I started to feel bad about my comfort. I hated<br />

life. Or better, I hated that moment in life. I looked<br />

back. For Léa long ago, ugly and fat, but dreaming.<br />

Dreaming in making big things. Finish the poverty, for<br />

example, lift myself up in favor of the humble people<br />

and go out to places preaching fraternity. But the face<br />

of the man thin on the window, selling carnations for<br />

the refi ned world inside, show me my image of now,<br />

inverted on the window glass, different of the Lea of<br />

long ago, when she had less elegance and more feel-<br />

EL HOMBRE DE LOS CLAVELES<br />

23<br />

ENCONTRO DAS ARTES<br />

Hermélio Silva e Renata Sunega<br />

Allá afuera, frío. Mi Dios, ahórrame inútiles palabras.<br />

Pero es necesario decir que allá afuera, esta frío.<br />

Porque todo gana un signifi cado nuevo si allá afuera<br />

está frío y nosotros, aquí, en la confortable y de buen<br />

gusto, de la Cantina cálida, estamos fríos e indiferentes<br />

delante de los platos bien condimentados.<br />

Allá afuera, frío. Mi Dios, la cara en la ventana,<br />

delgada y húmeda. Parecía que el hombre se derretía.<br />

Pero la cantina era cálida. Allá adentro. Con decoración<br />

de madera, típica de las cabañas de países<br />

fríos. Objetos de cobre colgados en la pared. Y las<br />

ventanas, pequeñitas, dando para el frío allá afuera.<br />

Fue en el cuadrado de una de ellas que el hombre<br />

apareció. Ofreciendo claveles. Del lado de afuera<br />

de la ventana, levantando las manos delga<strong>das</strong> y<br />

sin guantes, ofreciendo claveles. Del lado de afuera,<br />

para la gente calentita allá adentro. Tenía una mediasonrisa,<br />

parado en la cara delgada. Comencé a sentirme<br />

mal en mi situación tan cómoda. Detesté la vida.<br />

O mejor, detesté aquel momento de vida. Miré para<br />

atrás. Para una Lea de otrora, fea y gorda, pero soñando.<br />

Soñando en hacer cosas grandes. Acabar con<br />

la pobreza, por ejemplo, levantarme en favor de los<br />

humildes y salir por ahí predicando fraternidad. Pero<br />

la cara del hombre delgado en la ventana, ofreciendo<br />

claveles para el mundo refi nado allá de dentro, mos-


da Léa de outrora, quando havia menos elegância e<br />

mais sentimento, quando acumulávamos sensações<br />

de sermos bons e magnânimos, com capacidade para<br />

sentir a carência <strong>das</strong> pessoas e o quanto elas precisavam<br />

de nós. O homem levantava em desespero seu<br />

buquê de fl ores. Seus lábios se moviam dizendo frases<br />

que não conseguíamos ouvir. O vidro fechado da<br />

janela impedia que escutássemos o som da sua voz.<br />

Mas seus lábios se moviam. Pateticamente, oferecendo<br />

cravos. Talvez dissesse somente: “Cravos? Quem<br />

quer comprar cravos?” Mas talvez não...<br />

Talvez dissesse palavras amargas, ou duras, para<br />

quem se sentava confortavelmente nos bancos do<br />

restaurante e se recusava dar uns poucos reais por<br />

uma dúzia de cravos. Foi tudo isso que senti. O vinho<br />

me amargava na boca e eu não percebia nem<br />

mesmo o sabor dos alimentos. Porque o homem estava<br />

lá fora, no frio, e oferecia cravos, cravos lindos,<br />

vermelhos, mas ninguém conseguia sentir o seu perfume.<br />

Não era o cravo que interessava, com a sua cor<br />

tinta de sangue, mas a cara esquálida do homem, a<br />

implorar com os olhos, com as mãos, com os lábios<br />

sem palavras, a compra dos cravos. Foi então que o<br />

homem louro se levantou. Ele, que não se demorou<br />

a fi losofar sobre o homem esquálido, que não teve<br />

escrúpulos nem culpas quando o viu, que comeu<br />

com prazer sua refeição no calor da cantina aqueci-<br />

ing, when we accumulated sensations of been good<br />

and generous with the capacity to feel the need of<br />

people and how much they needed us. The man lifted<br />

up desperate the bouquet of fl owers. His lips were<br />

moving saying phrases that we couldn’t’t hear. The<br />

glass of the window closed prevented us from hearing<br />

the sound of the voice. But his lips were moving.<br />

Pathetically, selling carnations. Perhaps he was only<br />

saying: – Carnations? Who wants to buy carnations?<br />

But, maybe no...<br />

Perhaps he had bitter words, or hard, for the ones<br />

that was sitting comfortably on the seat of the restaurant<br />

and was refusing to give a few coins for a dozen<br />

carnations. It was all of this that I felt. The wine was<br />

getting bitter in my mouth and I wasn’t feeling even<br />

the fl avor of the food. Because the man was outside,<br />

in the cold, and was selling carnations, beautiful carnations,<br />

red, but nobody couldn’t feel its perfume. It<br />

wasn’t the carnations that I was interested in, with its<br />

color tint of blood, but the squalid face of the man,<br />

imploring with the eyes, with the hands, with his lips<br />

without words, to buy the carnations. It was them<br />

when a fair man stands up. He, didn’t take long to argue<br />

about the squalid man, that didn’t have scruples,<br />

not even guilt when he saw the man, that was eating<br />

with pleasure his food on the warn tavern heated in<br />

the cold night. But it was him that, peaceful, stood<br />

25<br />

ENCONTRO DAS ARTES<br />

Hermélio Silva e Renata Sunega<br />

tró mi imagen de ahora, invertida en el vidrio de la<br />

ventana, diferente de la Lea de otrora, cuando había<br />

menos elegancia y más sentimiento, cuando acumulábamos<br />

sensaciones de ser buenos y magnánimos,<br />

con capacidad para sentir la carencia de las personas<br />

y de como ellas necesitaban de nosotros. El hombre<br />

levantaba con desesperación su buqué de fl ores. Sus<br />

labios se movían diciendo frases que no conseguíamos<br />

oir. El vidrio cerrado de la ventana impedía que<br />

escucháramos el sonido de su voz. Pero sus labios se<br />

movían. Patéticamente, ofreciendo claveles. Tal vez<br />

dijera solamente: – ¿Claveles? ¿Quién quiere comprar<br />

claveles? Pero, tal vez no...<br />

Talvez dijera palabras amargas, o duras, para<br />

quienes se sentaban confortablemente en los bancos<br />

del restaurante y rechazaban dar unos pocos reales<br />

por una docena de claveles. Fue todo eso que sentí.<br />

El vino me amargaba en la boca y yo no percibía ni<br />

mismo el sabor de los alimentos. Porque el hombre<br />

estaba allá afuera, en el frío, y ofrecía claveles, claveles<br />

lindos, rojos, pero nadie conseguía sentir su perfume.<br />

No era el clavel que interesaba, con su color tinta<br />

de sangre, pero la cara escuálida del hombre, implorando<br />

con los ojos, con las manos, con los labios sin<br />

palabras, la compra de los claveles. Fue entonces que<br />

el hombre rubio se levantó. Él, no tardó en fi losofar<br />

sobre el hombre escuálido, que no tuvo escrúpulos


da na noite fria. Mas foi ele que, tranquilamente, se<br />

levantou e foi lá, no vento gelado da noite fria. Nós<br />

o vimos enquadrado pelo batente da mesma janela,<br />

bem próximo do homem esquálido, a comprar-lhe<br />

todo o maço de cravos. Sentimos a real ironia do nosso<br />

erro de sempre. Filosofar sobre as coisas, mas impedir-se<br />

de vivê-las, desviando o rosto sem tocá-las.<br />

O homem dos cravos estava lá, a inspirar piedade,<br />

a exigir reações. A minha foi de fi car ali, estática, a<br />

olhar sua cara pálida, perdendo o apetite e a alegria,<br />

a se perguntar o que fazer diante da grande incógnita<br />

dos destinos desiguais. A reação do homem louro foi<br />

muito mais direta, mais inequívoca, mais humana.<br />

Encarou o problema com simplicidade. O homem<br />

dos cravos vende cravos para viver. Está no frio, é<br />

verdade.<br />

Mas ele não se sentirá frustrado na noite ingrata,<br />

se vender os seus cravos. Terá, ao contrário, no fi m<br />

da noite, sua completa realização. Foi por isso que<br />

vimos sua cara esquálida se iluminar emoldurada pelos<br />

batentes da janela. Vendera os seus cravos. Estava<br />

feliz.<br />

Eu é que estava sendo absurda com a minha piedade.<br />

Inútil piedade de braços cruzados a olhar no<br />

vazio. Piedade que me fez olhar o homem e ignorar<br />

as fl ores. Que me fez mortifi cada pelo problema, ignorando<br />

sua imediata e intuitiva solução.<br />

up and went outside, in the frosty wind of the cold<br />

night. We saw him framed from the rabbet of the<br />

same window, very close to the squalid man, buying<br />

from him all the bunches of carnations. We felt the<br />

real irony of our very error. To argue about things, it<br />

is one thing, but preventing from living, turning our<br />

faces without touching it. The man of the carnations<br />

was there, inspiring pity, demanding reactions. I was<br />

staying there, static, looking his pale face, losing my<br />

appetite and my happiness, asking what to do in front<br />

of the big incognita of the unequal destinies. The reaction<br />

of the fair man was a lot more direct, more unmistakable,<br />

and more human. He faces the problem<br />

with simplicity. The man of the carnations sells the<br />

carnations to live. He was in the cold, it’s true.<br />

But he wasn’t going to feel frustrated in the ungrateful<br />

night if he sells all his carnations. He would<br />

have, on the other hand, at the end of the night,<br />

his complete realization. That was why we saw his<br />

squalid face lighted up framed on the rabbet of the<br />

windows. He sold his carnations. He was happy.<br />

It was me that had been folly with my pity. Useless<br />

pity with my arms crossed arms looking at the<br />

empty space. Pity that made me look at the man and<br />

ignore the fl owers. That makes me feel mortifi ed with<br />

the problem, ignoring the immediate and intuitive<br />

solution.<br />

27<br />

ENCONTRO DAS ARTES<br />

Hermélio Silva e Renata Sunega<br />

ni culpas cuando lo vió, que comió con placer su comida<br />

en el calor de la cantina cálida en la noche fría.<br />

Pero fue él que, tranquilamente, se levantó y fue allá,<br />

en el viento helado de la noche fría. Nosotros lo vimos<br />

encuadrado por el marco de la misma ventana, bien<br />

próximo al hombre escuálido, comprándole todos los<br />

ramos de claveles. Sentimos la real ironía de nuestro<br />

error de siempre. Filosofar sobre las cosas, pero, sin<br />

vivirlas, desviando el rostro sin tocarlas. El hombre de<br />

los claveles estaba allá, inspirando piedad, exigiendo<br />

reacciones. La mía fue de quedarme allí, estática, mirando<br />

su cara pálida, perdiendo el apetito y la alegría,<br />

preguntarme que hacer delante de la gran incógnita<br />

de los destinos desiguales. La reacción del hombre<br />

rubio fue más directa, más inequívoca, más humana.<br />

Encaró el problema con simplicidad. El hombre de<br />

los claveles, vende claveles para vivir. Está en el frío,<br />

es verdad. Pero él no se sentirá frustrado en la noche<br />

ingrata, si vende sus claveles. Tendrá, al contrario al<br />

fi nal de la noche, su completa realización. Fue por<br />

eso que vimos su cara escuálida iluminarse enmarcada<br />

por los marcos de la ventana. Había vendido sus<br />

claveles. Estaba feliz.<br />

Yo que estaba siendo absurda con mi piedad.<br />

Inútil piedad de brazos cruzados mirando el vacío.<br />

Piedad que me hizo mirar el hombre e ignorar las<br />

fl ores. Que me mortifi có por el problema, ignorar su<br />

inmediata e intuitiva solución.


CENTRO DE CONVIVÊNCIA CULTURAL<br />

O conjunto arquitetônico do Centro de Convivência Cultural de <strong>Campinas</strong>, projetado por Fábio Penteado e inaugurado em 9 de setembro de 1976, é composto de um teatro de arena (com capacidade para<br />

3 mil pessoas), teatro interno (com capacidade para 529 pessoas) e ampla galeria de arte. Encontra-se localizado na área do primeiro Jardim Público de <strong>Campinas</strong>, criado na década de 1880.<br />

The architectural set of Centro de Convivência Cultural of <strong>Campinas</strong>, a project carried out by Fábio Penteado and opened on the 9th of September of 1976, is composed of a theatre arena (with a capacity<br />

for 3 thousand people), inside the theatre (with a capacity for 529 people) is a vast gallery of art. It meets the localization of the fi rst Public Garden of <strong>Campinas</strong>, created in 1880.<br />

El conjunto arquitectónico del Centro de Convivencia Cultural de <strong>Campinas</strong>, proyectado por Fábio Penteado e inaugurado el 09 de Septiembre de 1976, es compuesto de un teatro de arena (con capacidad<br />

para 3 mil personas), teatro interno (con capacidad para 529 personas) y amplia galería de arte. Se encuentra localizado en el área del primer Jardín Público de <strong>Campinas</strong>, creado en la década de 1880.


(Poema de Sérgio Caponi, dedicado a Edgar Allan Poe)<br />

O URUBU<br />

Não tu<br />

Urubu<br />

Não mais!<br />

Bater a esta hora<br />

como cuco na vidraça<br />

que não sai, nem vai embora<br />

e repete, sempre iguais,<br />

qual noturna desgraça,<br />

toc tocs infernais,<br />

convenhamos; é demais!<br />

Não tu,<br />

urubu,<br />

não mais!<br />

Do teu bater aziago<br />

dispenso a serenata.<br />

Deixa que a mágoa que trago<br />

com seus ataques fatais<br />

seja o mal que me mata<br />

afogado nos meus ais.<br />

Não tu,<br />

Urubu,<br />

Não mais!<br />

Se eu abrir a janela<br />

Não entres sem meu convite<br />

Que uma ave como aquela,<br />

de grunhidos agourais,<br />

acredite:<br />

é demais!<br />

Mais que corvo,<br />

é um estorvo.<br />

Tuas penas ancestrais<br />

vão voar pelos umbrais<br />

até que fi ques pelado,<br />

assim, como um frango assado<br />

E não retornes jamais.<br />

Não tu,<br />

Urubu,<br />

Não mais!<br />

THE BLACK VULTURE<br />

No you<br />

Black vulture<br />

No more!<br />

Knock this time<br />

like a cuckoo on the window pane<br />

which doesn’t go out, and doesn’t go away<br />

and repeat, always the same,<br />

which nightly misfortune,<br />

taps, taps internal,<br />

do you agree; it is a lot!<br />

No you,<br />

black vulture,<br />

no more!<br />

Of your beat inauspicious<br />

I dispense the serenade.<br />

Leave the bruise which I bring<br />

which your fatal attacks<br />

being the evil which kills me<br />

drowned on my ais – complaining.<br />

No you,<br />

Black vulture,<br />

No more!<br />

If I open the window<br />

Don’t come without a invite<br />

Which a bird like that one,<br />

with a forebode grunting,<br />

believe:<br />

it is a lot!<br />

More than a crow,<br />

it is an impediment.<br />

Your ancestral feathers<br />

will fl y to a doorjamb<br />

until you will be naked,<br />

like that, like a roasted chicken<br />

And don’t ever come back.<br />

No you,<br />

Black vulture,<br />

No more!<br />

EL URUBÚ<br />

No tú<br />

Urubú<br />

¡No más!<br />

Golpear a esta hora<br />

como cuco na vidriera<br />

que no sale, ni se va<br />

y repite, sempre iguales,<br />

cual nocturna desgracia,<br />

toc tocs infernales<br />

convengamos; ¡es demasiado!<br />

No tú,<br />

urubú,<br />

¡no más!<br />

De tu golpear funesto<br />

Dispenso la serenata.<br />

Deja que la pena que traigo<br />

con sus ataques fatales<br />

sea el mal que me mata<br />

ahogado en mis ais.<br />

No tú,<br />

Urubú,<br />

¡No más!<br />

Si yo abro la ventana<br />

No entres sin mi invitación<br />

Que una ave como aquella,<br />

de gruñidos augúriosos crea<br />

¡es demás!<br />

Más que cuervo,<br />

es un estorbo.<br />

tus plumas ancestrales<br />

Van a volar por los umbrales<br />

hasta que te quedes pelado,<br />

así, como um pollo asado<br />

Y no retornes jamás.<br />

No tú,<br />

Urubú<br />

¡No más!<br />

29<br />

ENCONTRO DAS ARTES<br />

Hermélio Silva e Renata Sunega


MERCADO MUNICIPAL<br />

Fundado em 12 de abril de 1908, o Mercado Municipal é um projeto do engenheiro-arquiteto Ramos de Azevedo. O prédio do Mercado Municipal foi construído inicialmente para servir como armazém<br />

de estocagem dos produtos transportados pela ferrovia Funilense. Seu estilo mourisco é responsável pela opulência e destaque na paisagem da cidade.<br />

Founded on the 12th of April 1908, the Mercado Municipal is a project of the engineer-architect Ramos de Azevedo. The building of the Mercado Municipal was built initially as a warehouse to stock the<br />

products transported by the railway Funilense. Its Moorish style is responsible for the rich details and highlights the scenery of the city.<br />

Fundado el 12 de abril de 1908, el Mercado Municipal es un proyecto del ingeniero-arquitecto Ramos de Azevedo. El edifi cio del Mercado Municipal fue construido inicialmente para servir como almacén<br />

de depósito de los productos transportados por el ferrocarril Funilense. Su estilo morisco es responsable por la opulencia y destaque en el paisaje de la ciudad.


(Poema de Rodrigo Vaz)<br />

TAO<br />

Não existe a poesia<br />

<strong>das</strong> árvores e <strong>das</strong> fl ores<br />

só há fl ores<br />

nos campos do ser<br />

não existe a luz solar<br />

nos versos meus<br />

que o meu Sol não se vai com a noite<br />

não existem verdades<br />

onde miram os olhos<br />

só o espelho do Eu<br />

Assim,<br />

guardo minha caneta<br />

pois a letra não me contém.<br />

TAO<br />

The poem doesn’t exist<br />

of the trees and of the fl owers<br />

only have fl owers<br />

on the fi elds of the being<br />

does not exist the solar light<br />

on my verses<br />

that my sun doesn’t go with the night<br />

does not exist truth<br />

where the eyes are aimed<br />

only the mirror of Myself<br />

Therefore,<br />

I put away my pen<br />

because the letters don’t belong to me.<br />

TAO<br />

No existe la poesía<br />

de los árboles y de las fl ores<br />

sólo hay fl ores<br />

en los campos del ser<br />

no existe la luz solar<br />

en los versos míos<br />

que mi Sol no se va con la noche<br />

no existen verdades<br />

donde miran los ojos<br />

sólo el espejo del Yo<br />

Así,<br />

guardo mi bolígrafo<br />

pues la letra no me contiene.<br />

31<br />

ENCONTRO DAS ARTES<br />

Hermélio Silva e Renata Sunega


TORRE DO CASTELO (TORRE DO CASTELO VITOR NEGRETE)<br />

Com 27 metros de altura, a Torre do Castelo foi construída entre 1936 e 1940. O projeto original consistia na construção da torre com sua caixa d’água, previsto no Plano de Melhoramentos realizado pelo<br />

engenheiro Prestes Maia.<br />

With 27 meters high, the tower Torre do Castelo was built between 1936 and 1940. The original project consisted of a water tank tower, on the Plano de Melhoramentos realized by the engineer Prestes<br />

Maia.<br />

Con 27 metros de altura, la Torre del Castillo fue construida entre 1936 y 1940. El proyecto original consistía en la construcción de la torre con su caja de agua, previsto en el Plan de Mejoramientos<br />

realizado por el ingeniero Prestes Maia.


(Texto de Cecília Prada, Diário de uma Paixão Assumida)<br />

POESIA, DIGAMOS<br />

Quanto a mim, sou escriba, apenas.<br />

Vou mastigando, nesta idade,<br />

memórias de sombras várias<br />

– umas, níti<strong>das</strong>, imponentes,<br />

outras vagas, entrevistas<br />

– no espelho de um Tempo<br />

que, sem ter sido meu,<br />

em mim (ossos-cartilagens-anseios e suspiros)<br />

– persiste.<br />

(O Tempo não tem só ossos<br />

– tem cartilagens (dori<strong>das</strong>) também.)<br />

Poeta é o que extrai o suco:<br />

da palavra, <strong>das</strong> coisas, da vida.<br />

E o bom prosador, o fi ccionista, também. É preciso<br />

escoimar (palavras, coisas, personagens, vida) do<br />

seu bagaço, para se poder escrever bem. Mas que<br />

nos seja permitido preservar rascunhos – prova de<br />

nossa imperfeição. Guardá-los como frutas cristaliza<strong>das</strong><br />

que daremos aos netos bisnetos sobrinhos-tortos<br />

que porventura queiram continuar um dia a tradição<br />

literária. Para que os desembrulhem encantados em<br />

dia de Páscoa, na véspera do Natal, no primeiro ano<br />

da faculdade – ou simplesmente em algum domingo<br />

de chuva. E se consolem, ou mesmo se deliciem,<br />

com os tropeços desta avó que queria escrever. E que<br />

aprendam, com tal legado, a aceitar a incompletude,<br />

o efêmero – e o Tempo sem pressa. O possível.<br />

E com essa pauta escrevam o avesso da vida e <strong>das</strong><br />

pessoas.<br />

POEM, IF WE CAN SAY THAT<br />

As for me, I am a scribe, only.<br />

I go about chewing, in this age,<br />

memories of varies shadows<br />

– ones, sharp, stately,<br />

others vague, interviews<br />

– in the mirror of Time<br />

that, without being mine,<br />

in me (bones-soft bones-longing and sighing)<br />

– persisting.<br />

(Time doesn’t have bones<br />

– having soft bones (painful) also.)<br />

Poetry is that extract from the juice:<br />

of the word, of things, of life.<br />

And the good talkative person, the fi ctionist, also.<br />

There is a need to clean (words, people, life) that of<br />

their remains, for you to be able to write well. But<br />

that would be permitting for us to preserve the drafts<br />

– proof of our imperfection. Keeping them like glazed<br />

fruits that we give to our grandsons great grandsons<br />

crooked –nefews that perhaps want one day to continue<br />

the literary tradition. For them to unpack delightly<br />

on an Easter day, on Christmas Eve, on the<br />

fi rst day of university – or simply on a rainy Sunday.<br />

And be consoled, or even make a decision, with the<br />

stumbling of granny that wants to write. And that to<br />

learn, with the legacy, to accept the incompleted, the<br />

ephemeral– and Time without rush. The possible.<br />

And with this stave writes inside out the life and<br />

that of the people.<br />

POESÍA, DIGAMOS<br />

33<br />

ENCONTRO DAS ARTES<br />

Hermélio Silva e Renata Sunega<br />

En cuanto a mí, soy escriba, sólo.<br />

Voy masticando, en esta edad,<br />

memorias de sombras varias<br />

– unas, níti<strong>das</strong>, imponentes,<br />

otras vagas, entrevistas<br />

– en el espejo de un Tiempo<br />

que, sin haber sido mío,<br />

en mí (huesos-cartílagos-anhelos y suspiros)<br />

– persiste.<br />

(El Tiempo no tiene sólo huesos<br />

– tiene cartílagos (doloridos) también.)<br />

Poeta es el que extrae el jugo:<br />

de la palabra, de las cosas, de la vida.<br />

Y el buen prosador, el de fi cción, también. Es preciso<br />

limpiar (palabras, cosas, personajes, vida) lo que<br />

queda, para poder escribir bien. Pero que nos sea<br />

permitido preservar borradores – prueba de nuestra<br />

imperfección. Guardarlos como frutas cristaliza<strong>das</strong><br />

que daremos a los nietos bisnietos sobrinos que por<br />

ventura quieran continuar un día la tradición literaria.<br />

Para que los descubran encantados en día de Pascua,<br />

en la víspera de Navidad, el primer año de la facultad<br />

– o simplemente en algún domingo de lluvia. Y se<br />

consuelen, o mismo se deleiten, con los tropiezos de<br />

esta abuela que quería escribir. Y que aprendan, con<br />

tal legado, a aceptar lo incompleto, lo efímero – y el<br />

Tiempo sin prisa. Lo posible.<br />

Y con esa pauta escriban el opuesto de la vida y<br />

de las personas.


SOUSAS<br />

A antiga Fazenda Atibaia representa parcialmente o perímetro urbano de Sousas, sendo o seu proprietário, José de Sousa Siqueira, em conjunto com o proprietário da Fazenda Palmeiras, Bernardo Sampaio,<br />

responsáveis pela introdução da cultura cafeeira no Distrito, em 1830 – data do início da povoação da região.<br />

The old farm Fazenda Atibaia represents partially the city of Sousas, the owner, José de Sousa Siqueira, combined with the owner of the farm Fazenda Palmeiras, Bernardo Sampaio, was responsible for the<br />

introduction of the coffee culture in the District, in the 1830s – at which date was the the beginning of the region becoming populated.<br />

La antigua Hacienda Atibaia representa parcialmente el perímetro urbano de Sousas, siendo su propietario, José de Sousa Siqueira, en conjunto con el propietario de la Hacienda Palmeiras, Bernardo<br />

Sampaio, responsables por la introducción de la cultura del café en el Distrito, en 1830 – fecha del inicio de la población de la región.


(Poema de Ivanilde Baracho de Alencar)<br />

A MINHA RUA<br />

Nesta rua em que moro, a alegria<br />

Passeia de mãos da<strong>das</strong> com o prazer.<br />

Há certo quê de encanto, de magia,<br />

E arvoredo em belo fl orescer.<br />

As frondes se entrelaçam com harmonia,<br />

Em carinhoso abraço, a comover!<br />

A passarada baila todo o dia,<br />

Volteando em passeios, em lazer.<br />

Há fragrância agradável, sombreados<br />

Seus recantos estão sempre embalados,<br />

Por brisa leve, suave e cantante...<br />

Dança no ar frescor de primavera,<br />

Com emanação de sonho e de quimera,<br />

A espalhar romantismo em tom vibrante.<br />

MY STREET<br />

In this street where I live, the happiness<br />

Walks hand in hand with pleasure.<br />

Have something, a special charm, of magic,<br />

And a grove in beautiful blossom.<br />

The foliage interlaced with harmony,<br />

In a kind hug, to move!<br />

The birds dance all day,<br />

Turning about in a stroll, in leisure.<br />

Have a pleasant fragrance, shadowed<br />

Your recesses are always baled,<br />

For light breeze, smooth and singing...<br />

Dancing on the freshness of the spring,<br />

With emanation of dream and of chimera,<br />

To spread romantics in vibrant tone.<br />

MI CALLE<br />

En esta calle en que vivo, la alegría<br />

Pasea de manos da<strong>das</strong> con el placer.<br />

Hay cierto encanto, de magia,<br />

Y arbolado en bello fl orecer.<br />

La frondosidad se entrelaza con armonía,<br />

En cariñoso abrazo, ¡a conmover!<br />

Los pájaros bailan todo el día,<br />

Girando en paseos, en diversión.<br />

Hay fragancia agradable, sombreados<br />

Sus recintos están siempre empañados<br />

Por brisa leve, suave y cantante...<br />

Danza en el aire frescor de primavera,<br />

Con emanación de sueño y de quimera,<br />

Al esparcir romanticismo en tono vibrante.<br />

35<br />

ENCONTRO DAS ARTES<br />

Hermélio Silva e Renata Sunega


PALÁCIO DOS JEQUITIBÁS<br />

O edifício de arquitetura moderna é sede da Prefeitura Municipal de <strong>Campinas</strong>. Projeto dos arquitetos Rubens Gouveia Carneiro Viana e Ricardo Sivers, teve sua construção iniciada em 1966 e a sua<br />

inauguração dois anos depois. Toda a parte externa do Palácio dos Jequitibás é revestida em mármore branco.<br />

The building has modern architecture and is the headquarters of the Prefeitura Municipal de <strong>Campinas</strong>. A Project of the architects Rubens Gouveia Carneiro Viana and Ricardo Sivers, its construction was<br />

initiated in 1966 and its inauguration two years later. All the external parts of the Palácio dos Jequitibás is covered in white marble.<br />

El edifi cio de arquitectura moderna es sede del Ayuntamiento Municipal de <strong>Campinas</strong>. Proyecto de los arquitectos Rubens Gouveia Carneiro Viana y Ricardo Sivers, tuvo su construcción iniciada en 1966 y<br />

su inauguración dos años después. Toda la parte externa del Palacio de los Jequitibás es revestida en mármol blanco.


(Poema de Samuel Lisman. Tradução Sérgio Caponi)<br />

QUANDO EU ME FOR<br />

Não creias nas ausências,<br />

inverta a forma com teu murmúrio humano<br />

dá-lhe o cálice de teu existir.<br />

Assim, quando eu me for,<br />

as distâncias serão formas,<br />

geometria de aromas,<br />

amapolas de fragrâncias,<br />

Nós seremos, tu e eu,<br />

formas sem ausências,<br />

sem lágrimas, sem temores.<br />

Seremos substância corpórea<br />

que se balança no tempo,<br />

forte e seguro,<br />

como dois pendentes sem abismo.<br />

Quando eu me for,<br />

haverá riso sem sorriso,<br />

lágrima sem pranto,<br />

e, no lenço do vento<br />

que agita o desconsolo,<br />

porei a lembrança perfumada<br />

que possui a rosa,<br />

quando numa tarde sem esperanças<br />

a deixei em teu balcão.<br />

Quando me for<br />

Haverá um orvalho<br />

em teus olhos aleatórios,<br />

e, em meus olhos, a tristeza<br />

mirará a distância,<br />

e tudo estará pertinho<br />

aqui ao lado! ali ao lado!<br />

pertinho, pertinho!<br />

Niza, quando eu me for,<br />

as distâncias serão rosas<br />

que não faltem em teu balcão.<br />

WHEN I WILL GO<br />

Don’t believe on absents,<br />

invert the form with your human murmur of many<br />

voices<br />

give the goblet of your existence.<br />

So, when I will go,<br />

the distances will be forms,<br />

aromatic geometry,<br />

fl asks of fragrance,<br />

We will be, you and me,<br />

forms without absence,<br />

without tears, without fears.<br />

We will be corporal substance<br />

which balance with time,<br />

strong and fi rm,<br />

like two pendants without an abyss.<br />

When I will go,<br />

will have laughter without a smile,<br />

tear without lamentation,<br />

and, on the handkerchief of the wind<br />

which agitate the discomfort,<br />

I will put the perfume memory<br />

which have a rose,<br />

when on a afternoon without any hope<br />

I will leave on your balcony.<br />

When I will go<br />

Will have a dew<br />

in your aleatoric eyes,<br />

and, in my eyes, the sadness<br />

will look the distance,<br />

and all will be very close<br />

here beside! There beside!<br />

close by, close by!<br />

Niza, when I will go,<br />

the distances will be roses<br />

which will not be missed on your balcony.<br />

CUANDO YO ME VAYA<br />

No creas en las ausencias,<br />

invierte la forma con tu susurro humano<br />

dale el cáliz de tu existir<br />

Así, cuando yo me vaya,<br />

las distancias serán formas,<br />

geometría de aromas,<br />

amapolas de fragancias,<br />

Seremos, tú y yo,<br />

formas sin ausencias,<br />

sin lagrimas, sin temores,,<br />

Seremos, sustancia corpórea<br />

que se balancea en el tiempo<br />

fuerte y seguro<br />

como dos pendientes sin abismo.<br />

Cuando yo me vaya<br />

habrá risa sin sonrisa<br />

lágrima sin llanto<br />

y en el pañuelo del viento<br />

que agita el desconsuelo<br />

pondré el recuerdo perfumado<br />

que posee la rosa<br />

cuando en una tarde sin esperanzas<br />

la dejé en tu balcón.<br />

Cuando me vaya<br />

Habrá un rocío<br />

en tus ojos aleatorios,<br />

y, en mis ojos, la tristeza<br />

mirará la distancia<br />

y todo estará cerquita;<br />

¡aquí al lado! ¡Allí al lado!<br />

¡cerquita, cerquita!<br />

Niza, cuando yo me vaya,<br />

las distancias serán rosas<br />

que no falten en tu balcón.<br />

37<br />

ENCONTRO DAS ARTES<br />

Hermélio Silva e Renata Sunega


CATEDRAL METROPOLITANA DE CAMPINAS<br />

A sua construção iniciada em 1807 só foi concluída em 1883. O projeto, em estilo neoclássico, é do arquiteto Cristovan Bonini, com colaboração do engenheiro-arquiteto Ramos de Azevedo. A decoração<br />

em estilo barroco e neoclássico é do artista Vitoriano dos Anjos Figueroa, que chegou em <strong>Campinas</strong> em 1853, sendo substituído em 1861 por Bernardino de Sena Reis de Almeida.<br />

The construction was initiated in 1807 and only concluded in 1883. The project, in a neoclassic style, is from the architec Cristovan Bonini, with collaboration from the Engineer/Architect Ramos Azevedo.<br />

The decoration in a barroque and neoclassic style is from the artist Vitoriano dos Anjos Figueroa, who arrived in <strong>Campinas</strong> in 1853, being replaced in 1861 by Bernardino de Sena Reis de Almeida.<br />

Su construcción iniciada en 1807 sólo fue concluida en 1883. El proyecto, en estilo neoclásico, es del arquitecto Cristovan Bonini, con colaboración del ingeniero-arquitecto Ramos Azevedo. La<br />

decoración en estilo barroco y neoclásico es del artista Vitoriano de los Ángeles Figueroa, que llegó a <strong>Campinas</strong> en 1853, siendo sustituido en 1861 por Bernardino de Sena Reis de Almeida.


(Poema de Geraldo Pinheiro)<br />

OR’ADORAÇÃO INFINITA<br />

Que nosso amor seja “infi nito” não somente<br />

enquanto dure, mas que dure infi nitamente em<br />

todos os ritmos, sons e pautas de violões em<br />

serenatas, em todos os trinados de violinos e de<br />

fl autas, em todos os sonhos de longínquos tambores,<br />

no perfume <strong>das</strong> fl ores, sem tabus, superstições,<br />

mentiras e sem mágoas, no voo ao mais azul <strong>das</strong><br />

águias, sem ideologias de seitas pueris, sem muros e<br />

muralhas da China, de Berlim <strong>das</strong> mentes duras;<br />

que seja peregrino às mais remotas<br />

e pelas mais alucina<strong>das</strong> rotas<br />

e após o nosso tempo aqui, procure<br />

na solidão da noite sem luar,<br />

na face oculta, um tempo para amar,<br />

mas antes de subir às lângui<strong>das</strong> mora<strong>das</strong><br />

que ao menos voe às místicas fl ora<strong>das</strong><br />

<strong>das</strong> cerejeiras de Kioto e ascenda<br />

ao Himalaia ao menos uma vez<br />

e caia da eterna paz de todos os Dalais<br />

à sacrossanta podridão do Ganges,<br />

voltar refeito e para sempre imune<br />

do perscrutar de mil encarnações<br />

ao nosso amor de encantos e loucuras<br />

no incensar de todos os altares,<br />

de santos, de pajés, de orixás<br />

desta, de outras vi<strong>das</strong> e do além.<br />

Posto que nosso amor não é só chama<br />

e voa mundo afora ao infi nito.<br />

Amém!<br />

INFINITY OR’WORSHIP<br />

Whatever our love be “infi nite” not only as long as<br />

it lasts, but lasts limitless in all our rhymes, sounds<br />

and guidelines of guitars and serenades, in all the<br />

singing of the violins and the fl utes, in all the dreams<br />

of the distant drums, on the perfume of the fl owers,<br />

without taboos, superstitions, lies and without<br />

hurt, on the fl y on more blue of the eagles, without<br />

ideologies of religious groups, without a wall and<br />

the great wall of China, of Berlin of the hard minds;<br />

whatever will be pilgrim the more remote<br />

and for the illuminated routes<br />

and after our time here, look<br />

on the solitude of the night without a moonlight,<br />

on the hidden face, one time to love,<br />

but before going up to the languid homes<br />

which at least fl ies the mystic blossom<br />

ff the cherry tree of Kioto and light<br />

to Himalaya at least once<br />

and fall the eternal peace of all the Dalais<br />

to the sacrosanct rottenness of the Ganges,<br />

go back restored and always immune<br />

of the search of a thousand incarnations<br />

to our love of enchantment and craziness<br />

in the incessant of all altars,<br />

of saints, of shamans, of Oryx’s<br />

from this, of other lives and from beyond.<br />

Although our love is not only fl ame<br />

and fl y the world to infi nity.<br />

Amem!<br />

OR’ADORACIÓN INFINITA<br />

39<br />

ENCONTRO DAS ARTES<br />

Hermélio Silva e Renata Sunega<br />

Que nuestro amor sea “infi nito” no solamente<br />

mientras dure, más que dure<br />

infi nitamente en todos los ritmos, sonidos y pautas<br />

de guitarras en serenatas<br />

todos los trinos de violines y de fl autas, en todos los<br />

sueños lejanos<br />

tambores, en el perfume de fl ores, sin tabúes,<br />

supersticiones, mentiras y sin enojos,<br />

en el vuelo al más azul de las águilas, sin ideologías<br />

de sectas pueriles,<br />

sin muros ni murallas de la China, de Berlin de las<br />

mentes duras;<br />

que sea peregrino a las más remotas<br />

y por las más alucina<strong>das</strong> rutas<br />

y después de nuestro tiempo aquí, busque<br />

en la soledad de la noche sin refl ejo de luna<br />

en la face oculta, un tiempo para amar<br />

más antes de subir a las lángui<strong>das</strong> mora<strong>das</strong><br />

que al menos vuele a las místicas fl ora<strong>das</strong><br />

de los cerezos de Kyoto y ascienda<br />

al Himalaya al menos una vez<br />

y caiga de la eterna paz de todos los Dalais<br />

la sacrosanta pudrición del Ganges,<br />

volver rehecho y para siempre inmune<br />

de penetrar en mil encarnaciones<br />

a nuestro amor de encantos y locuras<br />

al incensar de todos los altares,<br />

de santos de pajés, de orixás<br />

de esta, de otras vi<strong>das</strong> y del allá.<br />

Puesto que nuestro amor no es sólo llama<br />

y vuela mundo afuera al infi nito!<br />

¡Amén!


ESCOLA PREPARATÓRIA DE CADETES DO EXÉRCITO<br />

A Escola Preparatória de Cadetes foi transferida para <strong>Campinas</strong> em 23 de janeiro de 1959. O projeto, cuja construção foi iniciada em 1944, em estilo neocolonial, foi idealizado e conduzido pelo arquiteto<br />

Ernani Do Val Penteado.<br />

The Prep School of cadets was transferred to <strong>Campinas</strong> on the 23rd of January 1959. The project, which was constructed in 1944, in a neo colonial style, was idealized and led by the architect Ernani Do<br />

Val Penteado.<br />

La Escuela Preparatoria de Cadetes fue transferida para <strong>Campinas</strong> el 23 de enero de 1959. El proyecto, cuya construcción fue iniciada en 1944, en estilo neo-colonial, fue idealizado y conducido por el<br />

arquitecto Ernani De Val Penteado.


(Poema de Nilza Azzi)<br />

CAMINHO<br />

Construído passo a passo,<br />

no vasto espaço de mim,<br />

sou pensamento poético.<br />

Na varanda de teus olhos,<br />

te conduzo à paisagem.<br />

Um ninho, tuas mãos quentes,<br />

redes, teus dedos suaves,<br />

em repouso deixo a ti,<br />

meu sono e meu despertar.<br />

Bem junto ao teu coração,<br />

ouço o que tens a falar.<br />

Silente, guardo segredos<br />

que um dia ouvi murmurar...<br />

Som, viajo na tua voz,<br />

sou teu canto, pelo ar,<br />

esquecida dos meus medos.<br />

WAY<br />

Built step by step,<br />

on the vast space of myself,<br />

I am a poet thinker.<br />

On the porch of your eyes,<br />

I will lead to the scenery.<br />

One nest, your hot hands,<br />

nets, your smooth fi ngers,<br />

in rest I will leave you,<br />

my sleep and my wake up.<br />

Very close to my heart,<br />

I listen what you have to say.<br />

Silence, I keep secrets<br />

which one day I heard whispering...<br />

Sound, I travel in your voice,<br />

I am your song, in the air,<br />

forgot on my fears.<br />

CAMINO<br />

Construido paso a paso,<br />

en el vasto espacio de mí,<br />

soy pensamiento poético.<br />

En el balcón de tus ojos,<br />

te conduzco al paisaje.<br />

Un nido, tus manos calientes,<br />

redes, tus dedos suaves,<br />

en reposo deja a ti,<br />

mi sueño y mi despertar.<br />

Bien junto a tu corazón,<br />

oigo lo que tienes para hablar.<br />

Silencioso, guardo secretos<br />

que un día oí murmurar...<br />

Sonido, viajo en tu voz,<br />

soy tu canto, por el aire,<br />

olvidado de mis miedos.<br />

41<br />

ENCONTRO DAS ARTES<br />

Hermélio Silva e Renata Sunega


Gasto-me, rocha e ferro,<br />

me vejo areia e limalha.<br />

Solto-me, entregue ao vento,<br />

sinto-lhe a força, espalho<br />

meu pó e me assento,<br />

em cama<strong>das</strong> superpostas.<br />

Sou solo, sim, sou teu chão,<br />

assim, venha em mim pisar,<br />

vem calcar teu pensamento,<br />

te chamo, vem caminhar.<br />

Entorno-me, nuvem que sou,<br />

enxurrada, levo embora<br />

o desgosto, o cansaço.<br />

Te envolvendo, sou abraço<br />

da luz do sol sobre o mar.<br />

Mas quando retorno, gota,<br />

no começo, na nascente,<br />

já não trago mais memória,<br />

não reconheço essa estrada<br />

e não sei se fui teu verso<br />

ou palavra descartada...<br />

I deteriorate, rock and iron,<br />

I see myself sand and fi le dust.<br />

I loose myself, handing over to the wind,<br />

I feel the force, spread<br />

my dust and my seat,<br />

in various layers.<br />

I am soil, I am your fl oor,<br />

so, come and step on me,<br />

come and crush your thought,<br />

I am calling you, come to walk.<br />

I spread, clouds who am I,<br />

downpour, I am taking away<br />

the disgust, the tiredness.<br />

Involving you, I embrace you<br />

from the light of the sun on the sea.<br />

But when I come back, drop,<br />

from the beginning, of the fountain,<br />

now I don’t have more memory,<br />

I don’t remember this road<br />

and I don’t know if I was your verse<br />

or a discarded word...<br />

Me gasto, roca y hierro,<br />

me veo arena y limadura.<br />

Me suelto, entregue al viento,<br />

le siento la fuerza, esparzo<br />

mi polvo y me asiento,<br />

en capas superpuestas.<br />

Soy suelo, sí, soy tu piso,<br />

así, venga en mí a pisar,<br />

ven a calcar tu pensamiento,<br />

te llamo, ven a caminar.<br />

Derramo, nube que soy,<br />

aguacero, dejo que se vaya<br />

el disgusto, el cansancio.<br />

Envolviéndote, soy abrazo<br />

de la luz del sol sobre el mar.<br />

Pero cuando retorno, gota,<br />

en el comienzo, en el nacimiento,<br />

ya no tengo más memoria,<br />

no reconozco esa carretera<br />

y no sé si fui tu verso<br />

o palabra descartada...<br />

43<br />

ENCONTRO DAS ARTES<br />

Hermélio Silva e Renata Sunega


LARGO DAS ANDORINHAS<br />

O Largo, conhecido inicialmente como Largo do Pelourinho, passou a ser denominado Largo <strong>das</strong> Andorinhas em 1945, quando foi assinado pelo prefeito Joaquim de Castro Tibiriçá o Decreto-Lei no 311.<br />

O nome é uma referência a um mercado de hortaliças edifi cado em agosto de 1886.<br />

The Largo, initially know as Largo do Pelourinho, has been denominated as Largo <strong>das</strong> Andorinhas in 1945, signed over by the council Joaquim de Castro Tibiriçá the Law-Enactment no 311. The name is a<br />

reference of a green market developed in August 1886.<br />

El Largo, conocido inicialmente como Largo do Pelourinho, pasa a ser denominado Largo de las Andorinhas en 1945, cuando fue fi rmado por el alcalde Joaquim de Castro Tibiriçá el Decreto-Ley n o 311.<br />

El nombre es una referencia a un mercado de hortalizas edifi cado en agosto de 1886.


(Texto de Wesley Jorge Freire)<br />

DESONRANDO E OFENDENDO O<br />

HINO NACIONAL BRASILEIRO<br />

O Hino Nacional Brasileiro, um dos inalteráveis<br />

símbolos nacionais, é regulamentado pela Lei no 5.700, de 1o de setembro de 1971, sancionada pela<br />

Presidência da República, que afi rma explicitamente,<br />

no seu Art. 34, que “É vedada a execução de quaisquer<br />

arranjos vocais do Hino Nacional, a não ser o<br />

de Alberto Nepomuceno; igualmente não será permitida<br />

a execução de arranjos artísticos instrumentais<br />

do Hino Nacional que não sejam autorizados pelo<br />

Presidente da República, ouvido o Ministério da Educação<br />

e Cultura”.<br />

Como originalmente o Hino Nacional foi escrito<br />

em versão orquestral, em 1908 o então Ministro da<br />

Justiça do Brasil nomeou uma comissão, composta<br />

pelos maestros Alberto Nepomuceno, Francisco Braga<br />

e Frederico Nascimento, com o objetivo de revisálo,<br />

tanto na forma de execução quanto na letra de<br />

Osório Duque Estrada, a fi m de que o referido Hino<br />

pudesse ser também cantado. A adaptação vocal, feita<br />

por Alberto Nepomuceno, é o único arranjo vocal<br />

legalmente permitido.<br />

Em 1869, o pianista, compositor e regente norte-americano,<br />

Louis Moreau Gottschalk, compôs a<br />

“Grande Fantasia Triunfal sobre o Hino Nacional<br />

Brasileiro”, para piano solo, que alcançou enorme<br />

sucesso na Corte Imperial. Com a publicação da Lei<br />

DISHONORED AND OFFENDING THE<br />

BRAZILIAN NATIONAL ANTHEM<br />

The Brazilian National Anthem, one of the unalterable<br />

national symbols, is regulated by the Law<br />

no 5.700, on the 1st of September of 1971, sanctioned<br />

by the Republic Presidency, it affi rms explicitly, in<br />

Art. 34, that “It is forbidden the execution of any vocal<br />

arrangements of the National Anthem, only if it<br />

is of Alberto Nepomuceno; equally is not permitted<br />

the execution of the artistic arrangements of the National<br />

Anthem only if it is authorized by the Republic<br />

President, auditioned by the Ministers of Culture and<br />

Education”.<br />

Originally, the National anthem was wrote in a<br />

symphony orchestra version, in 1908 at that time the<br />

Ministry of Justice of Brazil nominated a commission,<br />

composed by maestros Alberto Nepomuceno, Francisco<br />

Braga e Frederico Nascimento, with the objective<br />

to revisit, as much of the form of execution as on<br />

the letter of Osório Duque Estrada, in order to the referred<br />

Anthem could be also sang. The vocal adaptation,<br />

created by Alberto Nepomuceno, is the unique<br />

vocal arrangement legally permitted.<br />

In 1869, the pianist, composer and regent north-<br />

American, Louis Moreau Gottschalk, composed the<br />

“Grande Fantasia Triunfal sobre o Hino Nacional<br />

Brasileiro”, for a piano solo, that managed a big success<br />

on the Imperial Court. With the publication of<br />

45<br />

ENCONTRO DAS ARTES<br />

Hermélio Silva e Renata Sunega<br />

DESHONRANDO Y OFENDIENDO EL HIMNO<br />

NACIONAL BRASILEÑO<br />

El Himno Nacional Brasileño, uno de los inalterables<br />

símbolos nacionales, es reglamentado por la Ley<br />

no 5.700, de 1o de septiembre de 1971, sancionada<br />

por la Presidencia de la República, que afi rma explícitamente,<br />

en su Art. 34, que “Es vedada la ejecución<br />

de cualesquier arreglos vocales del Himno Nacional,<br />

a no ser el de Alberto Nepomuceno; igualmente<br />

no será permitida la ejecución de arreglos artísticos<br />

instrumentales del Himno Nacional que no sean autorizados<br />

por el Presidente de la República, oído el<br />

Ministerio de la Educación y Cultura”.<br />

Como originalmente el Himno Nacional fue escrito<br />

en versión orquestal, en 1908 el entonces Ministro<br />

de Justicia de Brasil nombró una comisión,<br />

compuesta por los maestros Alberto Nepomuceno,<br />

Francisco Braga y Frederico Nacimiento, con el objetivo<br />

de revisarlo, tanto en la forma de ejecución<br />

como en la letra de Osório Duque Carretera, a fi n de<br />

que el referido Himno pudiera ser también cantado.<br />

La adaptación vocal, hecha por Alberto Nepomuceno,<br />

es el único arreglo vocal legalmente permitido.<br />

En 1869, el pianista, compositor y regente norteamericano,<br />

Louis Moreau Gottschalk, compuso la<br />

“Grande Fantasía Triunfal sobre el Himno Nacional<br />

Brasileño”, para solo de piano, que alcanzó enorme<br />

éxito en la Corte Imperial. Con la publicación de la


no 5.700, que “dispõe sobre a forma e a apresentação<br />

dos Símbolos Nacionais e dá outras providências”, a<br />

Comissão Nacional de Moral e Civismo foi consultada,<br />

em 1973, sobre a legalidade da execução pública<br />

dessa exultante obra. Depois de alguns anos de muita<br />

discussão, sua importância foi reconhecida e sua<br />

execução liberada. O Manual de Serviço Consular e<br />

Jurídico da República Federativa do Brasil, estabelece,<br />

em seu Capítulo 7o – Símbolos Nacionais 7.1.27,<br />

que “É permitida, entretanto, a execução pública da<br />

‘Marcha Triunfal em Homenagem ao Hino Nacional’,<br />

de Louis Moreau Gottschalk”. Dessa virtuosística paráfrase<br />

musical de Gottschalk, o compositor Samuel<br />

Adler, alemão de nascimento e norte-americano por<br />

adoção, produziu uma versão para piano e orquestra,<br />

também muito difundida e executada.<br />

Todavia, o que se vê e ouve atualmente é uma<br />

proliferação de versões e interpretações instrumentais<br />

e vocais absolutamente indignas da grandiosidade<br />

do Hino Nacional Brasileiro, em fl agrante delito<br />

e descumprimento <strong>das</strong> leis estabeleci<strong>das</strong>. Cantoras<br />

ridículas e amadoristas juntamente com instrumentistas<br />

deploráveis e galhofeiros dão o toque fi nal nas<br />

apresentações públicas, repassando ao povo já musicalmente<br />

inculto, versões erra<strong>das</strong> e vergonhosas de<br />

um dos inalteráveis Símbolos Nacionais, sem que<br />

nenhuma autoridade lhes cobre o respeito devido. A<br />

Lei, ora a Lei!<br />

the Law no 5.700, that “dispose upon a form and the<br />

presentation of the National Symbols and give others<br />

providence”, the National Commission of Moral and<br />

Civism was referred to, by 197, upon the legality of<br />

the public execution of this exuberant masterpiece.<br />

After many years of discussion, its importance was<br />

recognized and its execution settled. The Manual<br />

of the Consular Service and juridical of the Republic<br />

Federative of Brazil, establish, in paragraph 7o –<br />

National Symbols 7.1.27, that “It is permitted, however,<br />

the public execution of “Marcha Triunfal em<br />

Homenagem ao Hino Nacional’, of Louis Moreau<br />

Gottschalk”. From this virtuous musical paraphrase<br />

of Gottschalk, the composer Samuel Adler, born German<br />

and adopted by North Americans, produced one<br />

version for piano and orchestra, also very divulged<br />

and executed.<br />

Nevertheless, what you see and listen to at this<br />

moment is a proliferation of versions and instrumental<br />

interpretations and vocals absolutely worthless of<br />

the grandiosity of the Brazilian National Anthem, in<br />

the very act and does not comply with the established<br />

law. Ridiculous singers and amateurs, together with<br />

deplorable percussionists give the fi nal touch at public<br />

presentations, transmitting to the people already uncultured<br />

musically, wrong versions and disgraceful of<br />

one of unaltered National Symbols, without any authority<br />

covers the due respect. The law, now the law!<br />

47<br />

ENCONTRO DAS ARTES<br />

Hermélio Silva e Renata Sunega<br />

Ley n o 5.700, que “dispone sobre la forma y la presentación<br />

de los Símbolos Nacionales y de otras providencias”,<br />

la Comisión Nacional de Moral y Civismo<br />

fue consultada, en 1973, sobre la legalidad de la ejecución<br />

pública de esta exultante obra. Tras algunos<br />

años de mucha discusión, su importancia fue reconocida<br />

y su ejecución liberada. El Manual de Servicio<br />

Consular y Jurídico de la República Federativa de Brasil,<br />

establece, en su Capítulo 7 o – Símbolos Nacionales<br />

7.1.27, que “Es permitida, sin embargo, la ejecución<br />

pública de la ‘Marcha Triunfal en Homenaje al Himno<br />

Nacional’, de Louis Moreau Gottschalk”. De esta virtuosa<br />

paráfrasis musical de Gottschalk, el compositor<br />

Samuel Adler, alemán de nacimiento y norteamericano<br />

por adopción, produjo una versión para piano y<br />

orquesta, también muy difundida y ejecutada.<br />

Sin embargo, lo que se ve y oye actualmente es<br />

una proliferación de versiones e interpretaciones instrumentales<br />

y vocales absolutamente indignas de la<br />

grandiosidad del Himno Nacional Brasileño, en fragante<br />

delito y incumplimiento de las leyes estableci<strong>das</strong>.<br />

Cantantes ridículas y afi ciona<strong>das</strong>, juntamente<br />

con instrumentistas deplorables y desafi nados dan el<br />

toque fi nal en las presentaciones públicas, repasando<br />

al pueblo ya musicalmente inculto, versiones erra<strong>das</strong><br />

y vergonzosas de uno de los inalterables Símbolos<br />

Nacionales, sin que ninguna autoridad les cobre el<br />

respeto debido. ¡La Ley, ora la Ley!


INSTITUTO AGRONÔMICO DE CAMPINAS<br />

Fundado como “Imperial Estação Agronômica de <strong>Campinas</strong>” em 1887, o atual Instituto Agronômico de <strong>Campinas</strong> abriga, em meio ao jardim botânico, o imponente edifício de arquitetura eclética projetado<br />

por Francisco de Paula Ramos de Azevedo, este inaugurado em 1943. O edifício é tombado pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Artístico e Cultural de <strong>Campinas</strong> (Condepacc).<br />

Founded as the “Imperial Estação Agronômica de <strong>Campinas</strong>” in 1887, the present Instituto Agronômico de <strong>Campinas</strong> is housed, in the centre of the botanic gardens, the magnifi cent building has an eclectic<br />

architecture projected by Francisco de Paula Ramos de Azevedo, it was inaugurated in 1943. The building was declared a National Historical Landmark by the Conselho de Defesa do Patrimônio Artístico<br />

and Cultural de <strong>Campinas</strong> (Condepacc).<br />

Fundado como “Imperial Estação Agronômica de <strong>Campinas</strong>” en 1887, el actual Instituto Agronómico de <strong>Campinas</strong> alberga, en medio del jardín botánico, el imponente edifi cio de arquitectura ecléctica<br />

proyectado por Francisco de Paula Ramos de Azevedo, éste inaugurado en 1943. El edifi cio fue nominado patrimonio por el Consejo de Defensa del Patrimonio Artístico y Cultural de <strong>Campinas</strong><br />

(Codepacc).


(Texto de Terezinha Bertazzi)<br />

QUANTO DE QUANTA HÁ EM SONHAR?<br />

[...] Se “o Homem nada porque não sabe voar;<br />

cria o mais pesado que o ar; quando escravizado<br />

se fortalece e vence a opressão, porque ela o desumaniza,<br />

e isto é paradoxal à sua essência; é um ser<br />

social, por excelência, logo político; tem ancestrais<br />

comuns a outras espécies e está em constante evolução<br />

(na Natureza, nada se cria, nada se perde, tudo<br />

se transforma)”, pressupõe-se que o destino, a moira<br />

do Homem é a liberdade. – Mas que liberdade<br />

pode conquistar um ser, que só reconhece a própria<br />

existência, através da existência do outro, segundo o<br />

princípio da alteridade? Penso que a liberdade também<br />

é “relativa”. Mas o Homem é um ser vivo; livre;<br />

sempre em busca.<br />

Se busca, nômade; e sonha; sonhador e solitário,<br />

solitude; “solidão e soledad, tem saudade... cósmica...<br />

É feito de poeira de Estrelas”... talvez por isso<br />

não necessite aprender nada de novo, mas “apenas<br />

recordar o que já sabe”, posto que no “inconsciente<br />

sabe o que é e o que não é; parte em busca do desejo”;<br />

sonha... Não, um sonho estéril, “mas um devaneio<br />

laborioso” de um ser inteiro; “não há morte”,<br />

mas energia que transmigra; como o próprio sonho;<br />

HOW MUCH OF AMOUNT DO WE HAVE TO<br />

DREAM?<br />

(...) If “the Human Being knows nothing because<br />

he doesn’t know how to fl y; created more heavier<br />

than the air; when slaved himself and won the oppression,<br />

because it dehumanizes the human being,<br />

and this is a paradox of his essence; it’s been social,<br />

for excellence, then political; having common ancestries<br />

and other species and been in contrast with<br />

evolution (In Nature, nothing is created, nothing is<br />

lost, everything is transformed)”, presupposes that the<br />

destiny, a moiré of the Human Being is liberty. – But<br />

what liberty can conquer a being that only recognizes<br />

his own existence, through the existence of the other,<br />

according to the altered principle? I think the liberty is<br />

also “relative”. But the Human Being is a live creature;<br />

free; always in search of.<br />

If searching, nomadic; and dreaming; dreamer<br />

and solitary, solitude; “solitude and soledad, they<br />

longing... cosmic... It’s made of dust of Stars”...maybe<br />

because of this, don’t need to learn anything new,<br />

but “only remembering what he knows already”,<br />

although in his “unconscious knows what it is and<br />

what it is not; leave to search of desires”; dream...<br />

¿CUÁNTO DE CUANTA HAY EN SOÑAR?<br />

49<br />

ENCONTRO DAS ARTES<br />

Hermélio Silva e Renata Sunega<br />

(...) Si “el Hombre nada porque no sabe volar; cría<br />

lo más pesado que el aire; cuando esclavizado se fortalece<br />

y vence la opresión, porque ella lo deshumaniza,<br />

y esto es paradójico a su esencia; es un ser social,<br />

por excelencia, luego político; tiene ancestrales comunes<br />

a otras especies y está en constante evolución<br />

(en la Naturaleza, nada se crea, nada se pierde, todo<br />

se transforma)”, se presupone que el destino, la moira<br />

del Hombre es la libertad. – Pero ¿qué libertad puede<br />

conquistar un ser, que sólo reconoce la propia<br />

existencia, a través de la existencia del otro, según<br />

el principio de la alteridad? Pienso que la libertad<br />

también es “relativa”. Pero el Hombre es un ser vivo;<br />

libre; siempre en búsqueda.<br />

Sí búsqueda, nómada; y sueña, soñador y solitario,<br />

solitude; “Solitario y soledad, tiene añoranza...<br />

cósmica... Es hecho de polvo de Estrellas”... tal vez<br />

por eso no necesite aprender nada nuevo, pero “sólo<br />

recordar lo que ya sabe”, aunque en el “inconsciente<br />

sabe lo que es y lo que no es; parte en búsqueda del<br />

deseo”; sueña... No, un sueño estéril, “pero un devaneo<br />

laborioso” de un ser entero; “no hay muerte”,<br />

pero energía que transmigra; como el propio sueño;


matéria que se recria. “À medida que adquire cultura,<br />

afasta-se da Natureza”; não de sua natureza de<br />

Homem, mas de seu primitivismo microscópico...<br />

“Herda e transmite genes... memória genética”<br />

de sonhos ousados; de outros, (frustrados) a essa<br />

massa incorporados, velocidade da luz... que o liberta.<br />

Ressurge. “Fiat lux! – ato puro, pensamento<br />

do pensamento – deus ex machina!”; inspira-lhe a<br />

“dúvida metódica” precedida em “tempo-espaço”<br />

na ação do “méson-pi”; como um “Sic et Non” que<br />

o torna ser buscante num problema delirante do<br />

“espectro policromático”. Eis este ser emblemático,<br />

que em seu destino anacrústico é massa movida a<br />

sonho, sua energia vital; Peripatético em suas li<strong>das</strong>;<br />

“come maçãs proibi<strong>das</strong>”, as mesmas que atira “ao<br />

solo”...<br />

Estabelecido pois, que o sonho é a energia, o<br />

Homem, a massa da vida, cuja potência se eleva<br />

(não por mera coincidência) ao único número par,<br />

que é um número primo (lembro, o 2 é a diferença<br />

entre os outros primos-gêmeos) concluo um quantum,<br />

de óbvio: – esse ser (humano), em sua essência<br />

Filosófi co-Astro-Física, pode ser, na convergência<br />

dessas tantas teorias, assim também demonstrado:<br />

E=mc².<br />

No, one sterile dream, “but an laborious illusion” of<br />

an entire being; “don’t have death”, but energy that<br />

transmigrates; like a dream itself; material that has<br />

been recreated. “In proportion to it acquires culture,<br />

withdraw from Nature”; not of his own nature as a<br />

Human Being, but of his primitive microscopic...<br />

“Inherit and transmit genes... genetic memory” of<br />

audacious dreams; of others; (frustrated) in this incorporated<br />

multitude, the velocity of light...that liberate.<br />

Reappears. “Fiat Lux! – pure act, thinking of the<br />

thinking – god ex machina!”; inspire precede in “time-space”<br />

on the action of the “méson-pi”; like one<br />

“Sic et Non” that will turn him, a being searching at<br />

a insane problem of a “polichromatic spectre”. These<br />

are the emblematic being, which in his anacrústic<br />

destiny is the mass population moved by a dream,<br />

your vital energy; Peripatetic in your li<strong>das</strong>; “eat prohibited<br />

apples”, the same ones that had been thrown<br />

“to the fl oor”...<br />

Established of course, the dream is energy, the<br />

Human Being, the mass of the life, whose power rises<br />

(not because of mere coincidence) at only even numbers,<br />

which is a prime number (I remember, the 2 is<br />

the difference of the others twins-primes) I conclude<br />

one quantum, from what is obvious: – this being (human)<br />

in your essence Philosophic-Star-Physics, can<br />

be, on the convergences of many theories, also been<br />

demonstrated: E=mc².<br />

51<br />

ENCONTRO DAS ARTES<br />

Hermélio Silva e Renata Sunega<br />

materia que se vuelve a crear. “A medida que adquiere<br />

cultura, se aleja de la Naturaleza”; no de su<br />

naturaleza de Hombre, pero de su primitivismo microscópico...<br />

“Hereda y transmite genes... memoria genética”<br />

de sueños audaces; de otros; (frustrados) incorporados<br />

a esta masa, velocidad de la luz... que lo libera.<br />

Resurge. “¡Fiat Lux! – acto puro, pensamiento del<br />

pensamiento – ¡dios ex machina!”; le inspira la duda<br />

“metódica” precedida en “tiempo-espacio” en la acción<br />

del “méson-pi”; como un “Sic et Non” que lo<br />

torna un ser a la busqueda en un problema delirante<br />

del “espectro poli-cromático”. Es este ser emblemático,<br />

que en su destino anacrústico es masa movida<br />

a sueño, su energía vital; Peripatético en sus leí<strong>das</strong>;<br />

“come manzanas prohibi<strong>das</strong>”, las mismas que tira “al<br />

suelo”...<br />

Establecido pues, que el sueño es la energía, el<br />

Hombre, la masa de la vida, cuya potencia se eleva<br />

(no por mera coincidencia) al único número par,<br />

que es un número primo (me acuerdo, el 2 es la diferencia<br />

entre los otros primos-gemelos) concluyo un<br />

quantum, de obvio: – este ser (humano) en su esencia<br />

Filosófi co-Astro-Física, puede ser, en la convergencia<br />

de esas tantas teorías, así también demostrado:<br />

E=mc².


ESTAÇÃO CULTURA<br />

A antiga Estação Ferroviária da Companhia Paulista de Estra<strong>das</strong> de Ferro foi inaugurada em 11 de agosto de 1872, menor do que a atual, foi substituída em 1884. Construída sobre os leitos originais dos<br />

trilhos e em frente à primeira estação. A Estação Ferroviária apresenta gótico vitoriano.<br />

La antigua Estación Ferroviaria de la Compañía Paulista de Ferrocarril fue inaugurada el 11 de agosto de 1872, más pequeña que la actual, fue sustituida en 1884. Construida sobre los durmientes originales<br />

de las vías y frente a la primera estación. La Estación Ferroviaria presenta gótico victoriana.<br />

The old Estação Ferroviária da Companhia Paulista de Estra<strong>das</strong> de Ferro was opened on the 11th of August 1872, smaller than the current station, it was substituted in 1884. Built above the original sleeper<br />

of the rail and in front of the fi rst station. The Estação Ferroviária is of Victorian gothic style.


(Texto de Cida Sepulveda, Coração Marginal)<br />

A VIAGEM<br />

De porre. Sem poesia. Maço de cigarro no bolso.<br />

Andar por aí. O cenário enfumaçado. Pasma. Goza.<br />

Mil gozos numa só jornada. Contou, um a um. Chegou<br />

no mil, comemorou.<br />

A noite estanque. Carros colorindo aveni<strong>das</strong>. Intensa<br />

urbanidade. Manco. Torceu o pé no futebol.<br />

Nem joga. Corre atrás da bola. Ela escapa por despeito.<br />

Fica na língua o sabor dela. Acabou sem adeus.<br />

Queijo e vinho na cama. Nus. Saciados. Cada um<br />

para si. Deus por ninguém. Ela vestia saia e camiseta.<br />

Sandália. Batom transparente. Perfume.<br />

Sinal verde-vermelho-verde-vermelho. Não escuta<br />

a buzina. Atropela o tempo. Sem sangue. O povo<br />

formiga de espanto. Ninguém para. Não há estações<br />

na cidade. A viagem é incessante, e o mar, inimigo.<br />

THE JOURNEY<br />

Drinking bout. Without a poem. A pack of cigarettes<br />

in the pocket. Walk anywhere. The smoked<br />

scenery. Amazed. Joy or pleasure. Lots of pleasure in<br />

only one day’s work or journey. Counted one by one.<br />

Got to the thousand, commemorated.<br />

The staunching night. Cars coloring avenues. Intense<br />

urbanity. Cripple. Turned the foot playing football.<br />

Don’t even play. Run after the ball. She escapes<br />

for disrespected. Stays on the tongue the fl avor of her.<br />

Finishes without a goodbye. Cheese and wine in bed.<br />

Naked. Satiated. Each one for themselves. God for<br />

no one. She dresses skirt and t-shirt. Sandals. Clear<br />

gloss. Perfume.<br />

Light green-red-green-red. Don’t hear the horn.<br />

Step on in time. Without blood. The people itch with<br />

fright. Nobody stops. Don’t have seasons in the city.<br />

The journey incessant, and the sea, an enemy.<br />

EL VIAJE<br />

53<br />

ENCONTRO DAS ARTES<br />

Hermélio Silva e Renata Sunega<br />

De borrachera. Sin poesía. Mazo de cigarrillo en<br />

el bolsillo. Piso por ahí. El escenario con humo. Pasmado.<br />

Goza. Mil gozos en una sola jornada. Contó,<br />

uno a uno. Llegó al mil, festejó.<br />

La noche estanque. Coches coloreando aveni<strong>das</strong>.<br />

Intensa urbanidad. Cojo. Torció el pie en el fútbol. Ni<br />

juega. Corre atrás de la pelota. Ella escapa por despecho.<br />

Le queda en la lengua el sabor de ella. Acabó<br />

sin adiós. Queso y vino en la cama. Desnudos. Saciados.<br />

Cada uno para sí. Dios por nadie. Ella vestía<br />

falda y camiseta. Sandalia. Lápiz labial transparente.<br />

Perfume.<br />

Señal verde-rojo-verde-rojo. No escucha la bocina.<br />

Atropella el tiempo. Sin sangre. El pueblo arde de<br />

espanto. Nadie para. No hay estaciones en la ciudad.<br />

El viaje es incesante, y el mar, enemigo.


TEATRO MUNICIPAL JOSÉ DE CASTRO MENDES (TEATRO CASTRO MENDES)<br />

O edifício, localizado na Vila Industrial, abrigava o cinema Casablanca, quando, em 1974, foi readaptado para abrigar um teatro. A obra ocorreu nove anos após a demolição do Teatro Municipal de<br />

<strong>Campinas</strong> com capacidade para 831 espectadores.<br />

The building, situated in Vila Industrial, house of the cinema Casablanca when, in 1974, was readapted to house a theatre. The work was carried out nine years after the demolition of the Teatro Municipal<br />

de <strong>Campinas</strong> the present theatre now has a capacity for 831 viewers.<br />

El edifi cio, localizado en Vila Industrial, abrigaba el cine Casablanca cuando, en 1974, fue readaptado para abrigar un teatro. La obra ocurre nueve años después de la demolición del Teatro Municipal de<br />

<strong>Campinas</strong> con capacidad para 831 espectadores.


(Poema de Flávio de Azevedo Levy)<br />

TROVAS<br />

De bandido ou de bandida<br />

não importa de onde vem,<br />

para mim, bala perdida,<br />

é a que não matou ninguém<br />

Se você não percebeu<br />

eu terei de orientá-la,<br />

a semente que morreu<br />

não é preciso enterrá-la!<br />

Tio Sam terá que pagar<br />

uma conta esquisita,<br />

se quiser, vai parcelar,<br />

se disser em qual Mês quita.<br />

Bem preocupada, a galinha,<br />

diz ao peru de repente:<br />

– Melhor vestir camisinha<br />

se não dá gripe na gente!<br />

BALLAD<br />

In a man’s bandit or a woman’s bandit<br />

doesn’t matter where it’s came from,<br />

for me, lost bullet,<br />

it’s the one that didn’t kill anyone<br />

If you don’t have knowledge<br />

I will need to orient you,<br />

the seed which died<br />

doesn’t need to be buried!<br />

Uncle Sam will need to pay<br />

a strange bill,<br />

if you want, it will be divided,<br />

if you tell me what Month to quit.<br />

Very worried, the chicken,<br />

tells the turkey all of a sudden:<br />

– You better put a condom on<br />

if not we will catch a cold!<br />

TROVAS<br />

De bandido o de bandida<br />

no importa de donde viene,<br />

para mí, bala perdida,<br />

es la que no mató a nadie<br />

Si usted no percibió<br />

yo tendré que orientarla,<br />

la semilla que murió<br />

¡no es preciso enterrarla!<br />

Tío Sam tendrá que pagar<br />

una cuenta rara,<br />

si quiere, va a parcelar,<br />

si dice en cual Mes paga.<br />

Bien preocupada, la gallina,<br />

le dice al pavo de repente:<br />

–¡Mejor vestir condón<br />

sino da gripe en la gente!<br />

55<br />

ENCONTRO DAS ARTES<br />

Hermélio Silva e Renata Sunega


DELEGACIA SECCIONAL DE CAMPINAS<br />

Construído para abrigar a Casa de Câmara e Cadeia de <strong>Campinas</strong>, é projeto do engenheiro-arquiteto Ramos de Azevedo. Com sua arquitetura eclética, foi inaugurado em 1896. Atualmente abriga a<br />

Delegacia Seccional de <strong>Campinas</strong>.<br />

Constructed for the Chamber House and the Jail of <strong>Campinas</strong> was a project from the engineer –architect Ramos de Azevedo. His eclectic piece of architecture was opened in 1896. At present, it is the<br />

Precint Seccional of <strong>Campinas</strong>.<br />

Construido para abrigar la Casa de Cámara y Prisión de <strong>Campinas</strong> es proyecto del ingeniero-arquitecto Ramos de Azevedo. Con su arquitectura ecléctica fue inaugurado en 1896. Actualmente abriga la<br />

Comisaría Seccional de <strong>Campinas</strong>.


(Texto de Roberto Corrêa)<br />

O INVENTÁRIO<br />

Para o novo e pro velho advogado,<br />

Inventário é processo apetecido<br />

Não só porque é melhor remunerado,<br />

Como tramita desapercebido.<br />

Nele não existe também arrazoado,<br />

Porém compromisso assinado e lido,<br />

E declaração do inventariado,<br />

Daquilo que lhe fora tão querido.<br />

O processo com a partilha termina,<br />

Pelos herdeiros bem discriminada,<br />

Pelo juiz em sentença homologada.<br />

Essa vida que fora encerrada,<br />

Varia<strong>das</strong> coisas ainda determina,<br />

No feito que pra muitos é uma mina.<br />

THE INVENTORY<br />

For the new and the old lawyer,<br />

The inventory is a tempting process,<br />

It´s not only because it´s better paid,<br />

Like an unprepared document.<br />

There doesn´t have a discussion,<br />

However an obligation signed and read,<br />

And declaration of the inventory,<br />

Of that what has been beloved.<br />

The share process will fi nish,<br />

Very descriminated by the heir,<br />

From the judge the sentence is ratifi ed.<br />

The life that has ended,<br />

Various things still to be determined,<br />

On the accomplished which for many people is a<br />

mine.<br />

EL INVENTARIO<br />

Para el nuevo y para viejo abogado,<br />

Inventario es proceso apetecido,<br />

No sólo porque es mejor remunerado,<br />

Como tramita desapercibido.<br />

En él no existe también razón,<br />

Sin embargo compromiso fi rmado y leído,<br />

Y declaración del inventario,<br />

De aquello que le fuera tan querido.<br />

El proceso con el reparto termina,<br />

Por los herederos bien discriminado,<br />

Por el juez en sentencia homologada.<br />

Esa vida que fuera concluida,<br />

Varia<strong>das</strong> cosas aún determina,<br />

En el hecho que para muchos es una mina.<br />

57<br />

ENCONTRO DAS ARTES<br />

Hermélio Silva e Renata Sunega


LAGOA DO TAQUARAL (PARQUE PORTUGAL)<br />

O parque, que é um dos espaços de lazer mais frequentados de <strong>Campinas</strong>, foi inaugurado em 5 de novembro de 1972 e tem, em 638 mil m2 , caminho para corrida, uma concha acústica com arquibancada<br />

para todos os tipos de eventos, diversas quadras de futebol, vôlei e basquete.<br />

The park, which is one of the most frequented leisure spaces of <strong>Campinas</strong> was opened on the 5th of November 1972 and has 638 thousand square meters for races, one acoustic shell with bleachers for all<br />

types of events, various courts of football, volleyball, and basketball.<br />

El parque, que es uno de los espacios de ocio más frecuentados de <strong>Campinas</strong> fue inaugurado el 5 de noviembre de 1972 y tiene 638 mil m 2 de pista para correr, una concha acústica con tribuna para todos<br />

los tipos de eventos, diversas canchas de fútbol, voleibol y baloncesto.


(Poema de Maria Luíza de Figueiredo Federighi)<br />

DETERMINAÇÃO<br />

Preciso não morrer<br />

até fi nalizar minha lida,<br />

até que se descortinem<br />

todos os mistérios,<br />

até que eu beba<br />

to<strong>das</strong> as taças<br />

e rasgue todos os véus<br />

que ainda nublam<br />

meu entendimento,<br />

até que os medos<br />

que me limitam<br />

sejam um a um derrubados<br />

do amontoado de cartas<br />

que se fi zeram cabelos,<br />

até que eu viva os sonhos cristalizados<br />

que se tornaram desânimo,<br />

até que minha alma cresça<br />

e engula o horizonte<br />

que hoje é limite,<br />

e eu possa,<br />

sem culpas<br />

ou arrependimentos,<br />

ter ousado tanto,<br />

que me seja permitido dizer<br />

que da vida<br />

nada perdi,<br />

nada deixei passar,<br />

e bebi, até a última gota<br />

o licor que me foi oferecido.<br />

DETERMINATION<br />

I need not to die<br />

till I fi nalized my work,<br />

till i pull down the curtain<br />

all the mysteries,<br />

till I drink<br />

all the glasses<br />

and tear the entire veil<br />

which still clouding<br />

my understanding,<br />

till all the fears<br />

this limited me<br />

being one by one knocked down<br />

of the pile of cards<br />

which has been made of hair,<br />

till I live the crystallized dreams<br />

this has been turned down discouragement,<br />

till my soul grows<br />

and swallows my horizon<br />

this today is the limit,<br />

and I can,<br />

without blame<br />

or regret,<br />

being so bold,<br />

this was permitted saying<br />

which the life<br />

I never lost,<br />

nothing has been passed,<br />

and I drink, until the last drop<br />

the liqueur which was offered.<br />

DETERMINACIÓN<br />

Preciso no morir<br />

hasta fi nalizar mi lectura<br />

hasta que caigan<br />

todos los mistérios,<br />

hasta que yo beba<br />

to<strong>das</strong> las copas<br />

y rasguen todos lo velos<br />

que todavía nublan<br />

mi entendimiento,<br />

hasta que los miedos<br />

que me limitan<br />

sean derrumbados uno a uno<br />

del montón de cartas<br />

que se hicieron cabellos,<br />

hasta que yo viva los sueños cristalizados<br />

que se volvieron en desánimo<br />

hasta que mi alma cresca<br />

y trague el horizonte<br />

que hoy es el límite<br />

y yo pueda<br />

sin culpas<br />

o arrepentimientos<br />

haberme atrevido tanto<br />

que me sea permitido decir<br />

que de la vida nada perdí<br />

nada dejé pasar,<br />

y bebí hasta la última gota<br />

el licor que me fue ofrecido.<br />

59<br />

ENCONTRO DAS ARTES<br />

Hermélio Silva e Renata Sunega


CASARÃO DE JOAQUIM EGÍDIO<br />

O casarão, datado de 1898, era residência e estabelecimento comercial da família Nalin e sua construção, em estilo neoclássico, ocorreu no auge da lavoura do café. Está localizado em uma <strong>das</strong> principais<br />

ruas de Joaquim Egídio.<br />

The big house, dating from 1898, was the residence and commercial business of the family Nalin and its construction, in a neoclassic style, occurred on the highlight of the farming of the coffee industry.<br />

It is located in one of the main streets of Joaquim Egídio.<br />

El Caserón, con fecha de 1898, era residencia y establecimiento comercial de la familia Nalin y su construcción, en estilo neoclásico, ocurrió en el auge del cultivo del café. Está localizado en una de las<br />

principales calles de Joaquim Egídio.


(Texto de Marco Scarparo)<br />

A VOZ E AS MÃOS TRÊMULAS:<br />

A MENTE LIMPA E PURA<br />

Parece ser tarde um homem ou uma mulher acima<br />

de sessenta anos, escreverem crônicas ou versos.<br />

Parecer que os versos já não veem mais tão espontâneos<br />

quanto a luz do dia.<br />

Parece que se distanciam dos tempos em que a<br />

fl or brotava, o amor fl oria e a juventude por si só já<br />

era um bem.<br />

Parece que a voz da poesia chega pálida, de longe,<br />

talvez até do além, mas ainda pondo no outono<br />

um pouco de alegria.<br />

Sei que os anos passam, e eu também, mas a chama<br />

que me inspira, agora em brasa permanente, permanece<br />

acesa no recôndito do meu cérebro. Então,<br />

no aproveito da antiga chama, ora em brasa, tomo a<br />

lira, e com ela canto à noite, pela madrugada afora.<br />

A lua, sempre pronta para inspirar os poetas, as<br />

vezes se esquiva, como um amante, e por entre as<br />

nuvens foge, na minguante.<br />

Tudo que posso fazer é olhar e sorrir! Mais nada...<br />

Mas num repente, num sopro fraternal, vem a<br />

inspiração; e vós que me escutais, sabeis que tenho<br />

dentro de mim a chama que incendeia meu coração<br />

e abrasa minha veia.<br />

THE VOICE AND THE TREMBLED HANDS:<br />

THE CLEAR AND PURE MIND<br />

Seem to be late for one man or one woman over<br />

sixty year’s old, writing chronics and verses.<br />

Seem to be the verses already don’t see even more<br />

spontaneous like the light of the day.<br />

Seem to be driving apart from the times when the<br />

fl ower when the fl ower budded, the love blossomed<br />

and the youth for only for itself was very good.<br />

Seem to be the voice of the poem comes pale,<br />

from far away, maybe only from the afterlife, but<br />

even though put some happiness on the autumn.<br />

I know that the years went by, and me too, but the<br />

fl ames which inspire me, now in permanent ember,<br />

still lighting on the hidden side of my brain. Then,<br />

to make use of the old fl ame, sometimes in ember, I<br />

take a lira, and sing with her at night, on the daybreak<br />

and so on.<br />

The moon, always ready to inspire the poets,<br />

sometimes escape, like a lover, and run away between<br />

the clouds, on the wane.<br />

All I can do is look and smile! Nothing more...<br />

But on a outburst, on a fraternal breath, come the<br />

inspiration; and you that listen to me, know what I<br />

have inside of me the fl ame set on fi re on my heart<br />

and burn my vein.<br />

LA VOZ Y LAS MANOS TRÉMULAS:<br />

LA MENTE LIMPIA Y PURA<br />

61<br />

ENCONTRO DAS ARTES<br />

Hermélio Silva e Renata Sunega<br />

Parece ser tarde un hombre o una mujer con más<br />

de sesenta años, escriban Crónicas o versos.<br />

Parece que los versos ya no ven más tan espontáneos<br />

cuanto la luz del día.<br />

Parece que se distancian de los tiempos en que la<br />

fl or brotaba, el amor fl orecía y la Juventud por si solo<br />

ya era un bien.<br />

Parece que la voz de la poesía llega pálida, de<br />

lejos, tal vez hasta el más allá todavía poniendo en el<br />

otoño algo de alegria.<br />

Sé que los años pasan, y yo también, pero la<br />

llama que me inspira, ahora en brasa permanente,<br />

permanece encendida en lo íntimo de mi cerebro.<br />

Entonces, en el provecho de la antigua llama, en brasa,<br />

toma la lira, y con ella canto a la noche, toda la<br />

madrugada.<br />

La luna, siempre lista para inspirar a los poetas, a<br />

veces se esquiva, como un amante, y entre las nuves<br />

huye, en menguante.<br />

Todo lo que puedo hacer es mirar y sonreír¡ Nada<br />

más…..<br />

De repente, en un soplo fraternal viene la inspiración,<br />

y vosotros que me escucháis, sabéis que dentro<br />

de mi tengo la llama que incendía mi corazón y<br />

abraza mi vena.


E os versos saem, e com eles mil canções; só tenho<br />

empenho, e uma voz plangente murmura no<br />

meu cérebro de modo comovente, versos que eu jamais<br />

poderia imaginar. Quem sabe seria a desbotada<br />

lira de um Deus morto, que embora morto ainda delira,<br />

e mesmo sem ter voz, teima em cantar? As musas<br />

me acordaram! Rimas felizes e versos sem defeito<br />

que de tão leve, fl utuam...<br />

Aí, convencido de que acima de sessenta anos<br />

ainda existe inspiração sublime, que com mínimo<br />

esforço ela brota no meu peito.<br />

Quedei quando os vi zombando; ergui-me com a<br />

febre de criar, num doce farfalhar de asas rufl ando.<br />

De só, que eu era, de velho poeta e solitário<br />

verso, fui me erguendo, retirando do fundo do baú<br />

do esquecimento as faculdades espirituais necessárias<br />

para fazer alguém sorrir..., e até chorar. Mas,<br />

cantei...!<br />

And the verses come out, and with them thousand<br />

of songs; I have only strive, and a sad voice whisper<br />

on my brain on a moving way, verses which I<br />

couldn’t ever image. Who knows would be the fade<br />

lira of a died God, even though dead still rave, and<br />

even without having a voice, insist in trying to sing?<br />

The muses wake me up!<br />

Happy rimes and verses without a defect which is<br />

very light, fl oating...<br />

And them, convinced of beyond of sixty years still<br />

exist a sublime inspiration, with a small effort appears<br />

on my chest.<br />

I was quiet when I saw them mocking/ I lift up<br />

with the fever of creation, on a sweet rustle of wings<br />

curling.<br />

Alone, I was, an old poet and a solitaire verse, I was<br />

lifting myself, removing from the bottom of the chest<br />

of the forgetfulness the spiritual faculties necessary to<br />

make someone smile..., and even cry. But, I sung...!<br />

63<br />

ENCONTRO DAS ARTES<br />

Hermélio Silva e Renata Sunega<br />

Y salen los versos, y con ellos mil canciones; solo<br />

tengo empeño, y una voz llorosa murmura en mi<br />

cerébro de modo conmovedor, versos que yo jamás<br />

podría imaginar. ¿Quién sabe sería la descolorida lira<br />

de un Dios muerto, que aunque muerto todavía delira,<br />

y mismo sin tener voz, insiste en cantar? ¡Las musas<br />

me despertaron! Rimas felices y versos sin defecto<br />

que de tan leve, fl otan...<br />

Ahí, convencido de que con más de sesenta años<br />

todavía existe inspiración sublime, que con mínimo<br />

esfuerzo ella brota en mi pecho, me quedé, cuando<br />

los ví burlando; me erguí con la fi ebre de criar, en un<br />

dulce barullo de alas reboloteando.<br />

De solo, que yo era, de viejo poeta y solitário<br />

verso, fui irguiéndome, retirando del fondo del<br />

baúl del olvido, las faculdades espirituais necesárias<br />

para hacer a alguien sonreir..., y hasta llorar.<br />

Pero ¡canté...!


CENTRO DE CIÊNCIAS, LETRAS E ARTES<br />

O edifício, art déco com linhas retas e estruturas marca<strong>das</strong>, foi construído após uma concorrência, a qual defi niu que fi caria a cargo da Lix da Cunha o projeto e a construção. Sua inauguração ocorreu em<br />

1942.<br />

The building, art deco style with straight lines and fl agged structures, was built after much rivalry, was defi ned as a winner. Lix da Cunha, being responsible for the project and construction. The opening<br />

took place in 1942.<br />

El edifi cio, art-déco con líneas rectas y estructuras marca<strong>das</strong>, fue construido después de una licitación, la cual defi nió que quedaría a cargo de Lix de la Cunha el proyecto y la construcción. Su<br />

inauguración ocurre en 1942.


(Poema de Alexandre Tarlei Ferreira)<br />

LUALEVE<br />

Óh<br />

Lua branca<br />

linda e nua<br />

Sua lenda<br />

leva a leve<br />

lira lida<br />

Na longa e louca<br />

vida dura<br />

Onde brilha<br />

sempre viva<br />

a Lua<br />

Lua leve logo<br />

meu amor<br />

Lua leve logo<br />

essa dor<br />

Pra junto de ti<br />

por onde for.<br />

LIGHTMOON<br />

Óh<br />

White moon<br />

beautiful and naked<br />

Your legend<br />

take easy<br />

lyre chore<br />

On the long and crazy<br />

hard life<br />

Where shine<br />

always lives<br />

the Moon<br />

Moon take soon<br />

my love<br />

Moon take soon<br />

this pain<br />

Close to you<br />

wherever you go.<br />

LUNA LEVE<br />

Oh<br />

Luna blanca<br />

linda y desnuda<br />

Su leyenda<br />

lleva la leve<br />

lira leída<br />

En la larga y loca<br />

vida dura<br />

Donde brilla<br />

siempre viva<br />

la Luna<br />

Luna leve luego<br />

mi amor<br />

Luna leve luego<br />

ese dolor<br />

Para junto de ti<br />

poner donde sea.<br />

65<br />

ENCONTRO DAS ARTES<br />

Hermélio Silva e Renata Sunega


HOSPITAL BENEFICÊNCIA PORTUGUESA DE CAMPINAS<br />

O hospital, fundado em 1879, funciona atualmente em um edifício em estilo eclético com referências neoclássicas e barrocas, obra projetada exclusivamente para esse uso, em 1930, por Ricardo Severo.<br />

The hospital, founded in 1879, currently operates in an eclectic style of a building with neo classic baroque, projected exclusively for its use, in 1930, by Ricardo Severo.<br />

El hospital, fundado en 1879, funciona actualmente en un edifi cio en estilo ecléctico con referencias neoclásicas y barrocas, proyecta<strong>das</strong> exclusivamente para este uso, en 1930, por Ricardo Severo.


(Poema de Enid Maria Besteti Pires)<br />

HUMORES<br />

Tortuosos ou esplêndidos caminhos<br />

nos levam à paz, ou à inquietude.<br />

Deparamos com seres bem mesquinhos<br />

ou com gestos de real magnitude.<br />

Há os que sempre se encontram bem sozinhos.<br />

Nada na vida os muda, os ilude.<br />

Jamais sentem, do mundo, os torvelinhos.<br />

Não se apegam ao mal ou à virtude.<br />

Bem opostos estão os bem sensíveis.<br />

Dor ou alegria, neles, são visíveis,<br />

com seu copioso choro ou com sorriso.<br />

Seus trechos da jornada podem ser<br />

o extremo do mais negro padecer<br />

ou delícias do etéreo paraíso.<br />

HUMOURS<br />

Tortuous or splendid ways,<br />

will take us to peace, or to unquietness.<br />

We fi nd creatures very stingy<br />

or with the gesture of real magnitude.<br />

Have the ones that fi nd themselves very lolely.<br />

Nothing in this this life will change, it be mystaken.<br />

Never feel, of the world, the whirl.<br />

They don´t attach to the badness, or morality.<br />

The opposite are the very sensitives.<br />

Pain or happyness, on them, are visible,<br />

with their abundant crying or with smiling.<br />

Your period on a day´s work can be<br />

the extreme of the most darkness suffering<br />

or delight of the sublime paradise.<br />

HUMORES<br />

Tortuosos o espléndidos caminos<br />

nos llevan a la paz, o a la inquietud.<br />

Deparamos con seres bien mezquinos<br />

o con gestos de real magnitud.<br />

67<br />

ENCONTRO DAS ARTES<br />

Hermélio Silva e Renata Sunega<br />

Hay los que siempre se encuentran bien solos.<br />

Nada en la vida los cambia, los elude.<br />

Jamás sienten, del mundo, los torbellinos.<br />

No se apegan al mal o a la virtud.<br />

Bien opuestos están los bien sensibles.<br />

Dolor o alegría, en ellos, son visibles,<br />

con su copioso lloro o con sonrisa.<br />

Sus trechos de la jornada pueden ser<br />

el extremo del más negro padecer<br />

o delicias del etéreo paraíso.


PALÁCIO DA MOGIANA<br />

Inaugurado em 1891, o imponente edifício em estilo neoclássico foi construído pela Companhia Mogiana de Estra<strong>das</strong> de Ferro e utilizado como sua sede até a década de 1960. As obras fi caram a cargo da<br />

Massini Companhia. Atualmente aguarda processo de restauro.<br />

Inaugurated in 1891, the magnifi cent building in a neoclassic style was constructed by the company Companhia Mogiana de Estra<strong>das</strong> de Ferro, and used as a head offi ce until the 1960s. The work was the<br />

charge of Massini Companhia. Presently it is waitingto be restored.<br />

Inaugurado en 1891, el imponente edifi cio en estilo neoclásico fue construido por la Compañía Mogiana de ferrocarriles, y utilizado como su sede hasta la década de 1960. Las obras quedaron a cargo de<br />

la Massini Compañía. Actualmente aguarda proceso de restauro.


(Poema de Maria Aparecida Silva Ardito)<br />

NADA SOU<br />

Hoje não estou poeta.<br />

Uma apatia me invade<br />

corpo e alma.<br />

Mergulho nessa apatia<br />

desvencilhando-me do cansaço<br />

de meu dia a dia.<br />

Minha Inspiração tranquei<br />

no escaninho da memória.<br />

Hoje não estou poeta.<br />

Quero ser nada<br />

e a nada me acrescento.<br />

Flutuo nessa letargia<br />

deixando-me fi car à toa<br />

ao sabor do vento.<br />

E do meu espaço, me vejo onda<br />

arrebentando-me na praia<br />

dos meus fracassos.<br />

Me vejo nuvem, e no sopro da brisa<br />

me desfaço.<br />

E no nada que agora sou<br />

só minha saudade permanece.<br />

Hoje não estou poeta,<br />

saí à procura de rimas,<br />

perdi<strong>das</strong> dentro de mim.<br />

NOTHING I AM<br />

Today I am not a poet.<br />

An apathy invading me<br />

body and soul.<br />

I dive on this apathy<br />

disentangle my tiredness<br />

day by day.<br />

My inspiration I locked<br />

on the hidden corner of my memory.<br />

Today I am not a poet.<br />

I don’t want to be anything<br />

and nothing has been added.<br />

I fl oat on this lethargy<br />

leaving me doing nothing<br />

on the fl avor of the wind.<br />

And on my space, I see myself waves<br />

crushing me on the beach<br />

of my failures.<br />

I see myself clouds, and on the blowing breeze<br />

I am destroyed.<br />

And the nothing that I am<br />

only my nostalgia stays.<br />

Today I am not a poet,<br />

I went out to look for rhymes,<br />

lost inside of me.<br />

NADA SOY<br />

Hoy no estoy poeta.<br />

Una apatía me invade<br />

cuerpo y alma<br />

Penetro en esa apatía<br />

desprendiéndome del cansancio<br />

de mi día a día.<br />

Mi inspiración encerré<br />

en el escondrijo de la memoria.<br />

Hoy no estoy poeta.<br />

Quiero ser nada<br />

y a la nada me añado.<br />

Fluctúo en ese letargo<br />

dejándome estar al acaso<br />

al sabor del viento.<br />

Y de mi espacio, me veo ola<br />

reventándome en la playa<br />

de mis fracasos.<br />

Me veo nube, y en el soplo de la brisa<br />

me deshago.<br />

Y en la nada que ahora soy<br />

solo mi añoranza permanece.<br />

Hoy no estoy poeta,<br />

salí a la busca de rimas,<br />

perdi<strong>das</strong> dentro de mí.<br />

69<br />

ENCONTRO DAS ARTES<br />

Hermélio Silva e Renata Sunega


ESCOLA ESTADUAL CARLOS GOMES<br />

O edifício, construído para abrigar a Escola Complementar de <strong>Campinas</strong>, projeto do arquiteto César Marchisio, foi inaugurado em 14 de abril de 1924, é representante da arquitetura eclética, tendo como<br />

principal estilo o neorrenascentista. Passou a ser denominado Escola Carlos Gomes em comemoração ao centenário de nascimento do ilustre maestro campineiro.<br />

The building, constructed to harbour the Complementary School of <strong>Campinas</strong>, a project of the architect César Marchisio, was opened on the 14th of April 1924; it represents the eclectic architectural having<br />

such the neorenascentista as a prime style. It was appellation Escola Carlos Gomes in commemoration of the centenary of the birth of the illustrious conductor from <strong>Campinas</strong>.<br />

El edifi cio, construido para abrigar la Escuela Complementaria de <strong>Campinas</strong>, proyecto del arquitecto César Marchisio, fue inaugurado el 14 de abril de 1924, es representante de la arquitectura ecléctica<br />

teniendo como principal estilo el neorrenacentista. Pasó a ser denominado Escuela Carlos Gomes en conmemoración al centenario de nacimiento del ilustre maestro campinero.


(Poema de Rubem Costa)<br />

MEU POEMA<br />

Poema?<br />

É a busca ardente de uma emoção sem nome,<br />

Anseio de verter, em forma de palavras,<br />

O incontido sem forma que o coração recolhe.<br />

Hoje, senti vontade de dizer-te em versos<br />

Um poema que fosse um sonho de paz,<br />

Melodia de brisa<br />

Perpassando em sussurro, num canto de afeto,<br />

O encanto da vida.<br />

Olhando, entanto, na estante,<br />

Teu retrato eu vi.<br />

Surpreso, quedei-me mudo.<br />

Escrever?<br />

Escrever por quê?<br />

Se na foto, enquadrado na moldura,<br />

Meu poema de amor já estava escrito.<br />

MY POEM<br />

Poem?<br />

It´s the ardent search of the emotion without a name,<br />

Craving to fl ow, in a shape of words,<br />

Unrestricted without a shape which the heart<br />

preserves.<br />

Today, I felt like speaking to you in verse,<br />

A poem which was a dream with peace,<br />

Melody of the breeze<br />

Passing by in a whisper, with an affectionate song,<br />

The charm of life.<br />

Looking, meanwhile, at the shelf,<br />

Your picture I saw.<br />

Surprised, I stayed speechless.<br />

Writing?<br />

Why writing?<br />

If at the photo, framed on the borders,<br />

My poem of love was already written.<br />

MI POEMA<br />

¿Poema?<br />

71<br />

ENCONTRO DAS ARTES<br />

Hermélio Silva e Renata Sunega<br />

Es la busca ardiente de una emoción sin nombre,<br />

Anhelo de verter, en forma de palabras,<br />

Lo incontenído sin forma que el corazón recoge.<br />

Hoy, sentí ganas de decirte en versos<br />

Un poema que fuese un sueño de paz,<br />

Melodía de brisa<br />

Pasando en susurro, en un canto de afecto,<br />

El encanto de la vida.<br />

Mirando, aún, el estante,<br />

Tú retrato yo ví.<br />

Sorprendido, me quedé mudo.<br />

¿Escribir?<br />

¿Escribir por qué?<br />

Si en la foto, encuadrada en el marco<br />

Mi poema de amor ya estaba escrito.


MATA SANTA GENEBRA<br />

A Reserva Florestal doada à cidade de <strong>Campinas</strong> é um resquício de Mata Atlântica, que ocupa uma área de 251 ha, e é composto por 660 espécies vegetais e 885 espécies animais. Originalmente era parte<br />

da Fazenda Santa Genebra e está localizada ao norte do município de <strong>Campinas</strong>, no Distrito de Barão Geraldo.<br />

The Florist Reserve given to the city of <strong>Campinas</strong> is the rest of the Atlantic Rainforest that occupies an area of 251 acres and is made up of 660 vegetable species and 885 species of animals. Originally,<br />

it was part of the Fazenda Santa Genebra and it is located at the north of the municipal district of <strong>Campinas</strong>, in the region of Barão Geraldo.<br />

La Reserva Florestal donada a la ciudad de <strong>Campinas</strong> es un resquicio de Mata Atlántica que ocupa una área de 251 hectáreas y es compuesto por 660 especies vegetales y 885 especies animales.<br />

Originalmente era parte de la Hacienda Santa Ginebra y está localizada al norte del municipio de <strong>Campinas</strong>, en el Distrito de “Barão Geraldo”.


(Texto de Silvia Lá Mon)<br />

ACEITAR O INACEITÁVEL<br />

O mercado de ações quebrou e, por consequência,<br />

as atitudes de muitas pessoas estão desorienta<strong>das</strong>.<br />

Não quero negar a importância do dinheiro,<br />

pois sem ele não conseguimos nada neste mundo.<br />

Mas o problema é justamente esse. O dinheiro é o<br />

novo deus da humanidade. Sem ele, todos fi cam<br />

perdidos, apavorados. O pânico toma conta <strong>das</strong><br />

emoções e as pessoas paralisam-se, brigam entre si,<br />

torturam-se.<br />

Sejamos criativos e vamos viver um dia de cada<br />

vez. Os orientais passaram por muitas adversidades<br />

e acredito que é por isso que vêm deles os melhores<br />

conselhos. Um deles me soa muito verdadeiro<br />

neste momento: na adversidade devemos manter o<br />

discernimento e a serenidade. De nada adianta fi carmos<br />

apavorados, inseguros, com raiva. Isso só piora<br />

a situação. Nesses momentos de maior criticidade,<br />

devemos achar motivos para sorrir, alegrar-se com<br />

pequenas coisas e gestos, buscar pequenas compensações<br />

que nos impulsionam a seguir em frente e esperar<br />

pelo dia seguinte.<br />

ACCEPT THE UNACCEPTABLE<br />

The stock market broke and, the consequences,<br />

the attitude of many people are confused. I don’t<br />

want to deny the importance of money, because<br />

without it we cannot be anything in this world. But<br />

the problem is just that. The money is the new god<br />

of the human beings. Without it, everyone is lost,<br />

terrifi ed. The panic takes over, the emotions and the<br />

people paralyzed, fi ghting between them, and torturing<br />

themselves.<br />

Let’s be creative and let’s live one day at a time.<br />

The eastern culture went through lots of adversity and<br />

I believe that is why the best advice comes from them.<br />

One of them sounds very true at this moment: on the<br />

misfortune we need to keep the discernment and<br />

the serenity. Nothing moves forward if we are frightened,<br />

insecure, at rage. This can only make the situation<br />

worse. In this moment which is the most critical<br />

one, we need to fi nd excuses to smile, be happy with<br />

the small things and gestures, looking for small compensations<br />

which will drive us to go forward and wait<br />

for the next day.<br />

ACEPTAR LO INACEPTABLE<br />

73<br />

ENCONTRO DAS ARTES<br />

Hermélio Silva e Renata Sunega<br />

El mercado de acciones quebró y, por consecuencia,<br />

las actitudes de muchas personas están desorienta<strong>das</strong>.<br />

No quiero negar la importancia del dinero,<br />

pues sin él no conseguimos nada en este mundo.<br />

Pero el problema es justamente ese. El dinero es el<br />

nuevo dios de la humanidad. Sin él, todos se quedan<br />

perdidos, aterrorizados. El pánico toma cuenta de las<br />

emociones y las personas se paralizan, pelean entre<br />

sí, se torturan.<br />

Seamos creativos y vamos a vivir un día de cada<br />

vez. Los orientales pasaron por muchas adversidades<br />

y creo que por eso, que vienen de ellos los mejores<br />

consejos. Uno de ellos me suena muy verdadero en<br />

este momento: en la adversidad debemos mantener<br />

el discernimiento y la serenidad. De nada adelanta<br />

que nos quedemos aterrorizados, inseguros, con rabia.<br />

Eso sólo empeora la situación. En esos momentos<br />

de mayor crisis, debemos hallar motivos para sonreír,<br />

alegrarse con pequeñas cosas y gestos, recoger<br />

pequeñas compensaciones que nos impulsan a continuar<br />

adelante y esperar por el día siguiente.


O mestre budista Geshe K. Gyatso nos diz o seguinte:<br />

“A verdadeira natureza do samsara é que seus<br />

sofrimentos são infi nitos e suas alegrias, limita<strong>das</strong>.<br />

Além do mais, sensações dolorosas só podem surgir e<br />

permanecer em nós por causa do apego. Existem muitas<br />

circunstâncias difíceis e desagradáveis <strong>das</strong> quais<br />

não podemos nos esquivar, mas certamente podemos<br />

evitar a infelicidade e a raiva que elas nos provocam.<br />

O que perturba nossa paz é a maneira como reagimos<br />

às adversidades, mais do que as adversidades em si”.<br />

Que refl itamos sobre nossas reações frente às<br />

nossas pequenas adversidades diárias e frente a adversidades<br />

maiores, além de outras de maior monta<br />

que possam ocorrer. Devemos estar preparados,<br />

centrados e sentados na calma para sermos capazes<br />

de enfrentar qualquer situação que tivermos de passar<br />

daqui para frente. É do caos que se faz a ordem.<br />

O mundo caminha para uma nova ordem mundial,<br />

quem sabe até uma nova moeda. Rezo para que o<br />

nome da nova moeda seja Amor.<br />

The Buddhist master Geshe K.Gyatso tells us the<br />

following: “The true nature of the samsara is that their<br />

sufferings are infi nity and their happiness, unlimited.<br />

In addition, painful sensations only can appear and<br />

remain inside us because of the affection. Having a<br />

lot of diffi cult circumstances and unpleasant ones<br />

which we cannot escape, but certainly we can avoid<br />

the unhappiness and the hate which they provoke.<br />

What disturbs our peace is the way that we react to<br />

the adversities, more than the adversities itself.”<br />

We have to refl ect on our reaction in front of our<br />

small daily adversities and in front of our bigger adversities,<br />

farther more than the biggest manta which<br />

can occur. We should be prepared, centered, and<br />

calm waiting to, able to face any situation that we<br />

have from now on. It is from the chaos that we can<br />

put things right. The world walks to a new worldwide<br />

order, who knows until a new currency come up. I<br />

pray that the new currency is Love.<br />

75<br />

ENCONTRO DAS ARTES<br />

Hermélio Silva e Renata Sunega<br />

El maestro budista Geshe K.Gyatso nos dice lo siguiente:<br />

“La verdadera naturaleza del samsara es que<br />

sus sufrimientos son infi nitos y sus alegrías, limita<strong>das</strong>.<br />

Además, sensaciones dolorosas sólo pueden surgir y<br />

permanecer en nosotros por causa del sentimiento.<br />

Existen muchas circunstancias difíciles y desagradables<br />

de las cuáles no podemos esquivarnos, pero<br />

ciertamente podemos evitar la infelicidad y la rabia<br />

que ellas nos provocan. Lo que perturba nuestra paz<br />

es la manera como reaccionamos a las adversidades,<br />

más que las adversidades en sí.”<br />

Refl exionemos sobre nuestras reacciones frente a<br />

nuestras pequeñas adversidades diarias y frente a adversidades<br />

mayores, además de otras de mayor importancia<br />

que puedan ocurrir. Debemos estar preparados,<br />

centrados y sentados en la calma para que seamos capaces<br />

de enfrentar cualquier situación que tuviéramos<br />

que pasar de aquí para adelante. Es del caos que se<br />

hace el orden. El mundo camina para una nueva orden<br />

mundial, quien sabe hasta una nueva moneda. Rezo<br />

para que el nombre de la nueva moneda sea Amor.


PRAÇA CARLOS GOMES<br />

A praça, que recebeu o nome do maestro Carlos Gomes em 1880, recebeu, três anos depois, cem palmeiras imperiais ao redor da praça. Em 1914, foi realizado o nivelamento e ajardinamento, bem como<br />

a construção do coreto e dois monumentos. Um em homenagem a Rui Barbosa, obra do escultor italiano Ettore Ximenes, e outro a Tomás Alves, do escultor Marcelino Velez.<br />

The square, that received the name of the conductor Carlos Gomes in 1880, received three years after, 100 imperial palm trees around the square. In 1914, the area was landscaped, and a gazebo<br />

constructed, plus two monuments. One in tribute to Rui Barbosa, work of the Italian sculptor Ettore Ximenes, and the latter for Thomás Alves, of the sculptor Marcelino Velez.<br />

La plaza, que recibió el nombre del maestro Carlos Gomes en 1880, recibió tres años después, 100 palmeras imperiales alrededor de la plaza. En 1914, fue realizado el nivel y el jardín, así como la<br />

construcción del templete y dos monumentos. Uno en homenaje a Rui Barbosa, obra del escultor italiano Ettore Ximenes, y otro a Thomás Alves, del escultor Marcelino Velez.


(Texto de Eliz Luiz Tavone Serafi m)<br />

TENHO MEDO!<br />

Não sei o que acontece comigo! Não quero, mas<br />

está acontecendo! Vinha, até agora, vivendo em paz<br />

neste mundo; de repente, comecei a sentir coisas<br />

que, até então, não percebia e que, agora, passaram<br />

a me perturbar de modo avassalador: comecei a sentir<br />

medo. Não que na minha meninice não sentira<br />

isso; tinha, sim!, medo <strong>das</strong> prometi<strong>das</strong> cinta<strong>das</strong> de<br />

meu pai e também <strong>das</strong> histórias que pessoas idosas,<br />

se compraziam em contar sobre almas pena<strong>das</strong> que<br />

perambulavam pelo mundo. Mas com a chegada da<br />

idade adulta esses medos, é claro, sumiram. Agora,<br />

passei a sentir outros tipos de medos! Querem saber<br />

quais? Eu lhes direi: tenho medo de tudo que me<br />

cerca. Esse medo começa ao alvorecer e persiste até<br />

o anoitecer, ressuscitando nas levanta<strong>das</strong> noturnas<br />

para as providenciais i<strong>das</strong> ao banheiro.<br />

“Mas, diga-nos, que medo são esses?”, insistirão.<br />

Pois vou lhes dizer sem mais divagações: tenho<br />

medo dos marginais que podem atacar-me a qualquer<br />

instante e em qualquer lugar. Tenho medo de<br />

contrair moléstias insidiosas, que imagino estarem só<br />

aguardando a hora para, sem aviso algum, me atacarem<br />

sem piedade. Tenho medo daqueles que tentam<br />

me perverter, dos que me bajulam, dos que me invejam<br />

e dos que me desprezam, dos que teimam em<br />

competir comigo e, muito mais, dos amigos que, absurdamente,<br />

poderiam trair-me um dia. Tenho medo<br />

dos falsos educadores que, a toda hora, mexem nas<br />

I´M AFRAID!<br />

I don’t know what’s happen to me! I don’t want<br />

it, but its happening! I was living till now, living in<br />

peace in this world; all of a sudden, I started feeling<br />

things, up to that time, I didn’t notice until now, it being<br />

to disturbing for me in a captivated way: I started<br />

to feel afraid. Not that in my childhood I didn’t feel<br />

like this; I feel, yes! afraid of the promised belts of my<br />

dad and also of the histories that the old people, was<br />

pleased to say about the suffering souls wondering<br />

this World. But when the adult age arrived, this fear,<br />

of course, disappeared. Now, I started to feel other<br />

types of fears! Do you want to know which ones? I<br />

will tell you: I’m afraid of all it is around me. This fear<br />

starts at dawn and persists until nightfall, resuscitating<br />

at the rising nightly, for the preparation leaving to the<br />

bathroom.<br />

– But, tell us, what fears are these? – They will<br />

insist.<br />

But I am going to tell you, without any divagation:<br />

I’m afraid of the delinquent which can attach<br />

to me at any time in any place. I’m afraid of contracting<br />

insidious diseases that I can imagine, waiting<br />

for the right time, without any notice, attacking me<br />

without any pity. I’m afraid of the ones that try to<br />

corrupt me, of the ones that cringe on me, the ones<br />

that have envy for me and the ones that despise me;<br />

the ones that insist to compete with me and, a lot<br />

more, of the friends that, absurdly could betray me<br />

¡TENGO MIEDO!<br />

77<br />

ENCONTRO DAS ARTES<br />

Hermélio Silva e Renata Sunega<br />

!No sé lo que ocurre conmigo! ¡No quiero, pero<br />

está ocurriendo! Venía, hasta ahora, viviendo en paz<br />

en este mundo; de pronto, comencé a sentir cosas<br />

que, hasta entonces, no percibían y que ahora, pasaron<br />

a perturbarme de modo avasallador: comencé<br />

a sentir miedo. No que en mi niñez no sintiera eso;<br />

¡tenía, sí!, miedo de las prometi<strong>das</strong> palizas de mi padre<br />

y también de las historias que personas ancianas,<br />

se complacían en contar sobre almas en pena que<br />

deambulaban por el mundo. Pero con la llegada de<br />

la edad adulta esos miedos, claro, desaparecieron.<br />

Ahora, pasé a sentir otros tipos de miedos. ¿Quieren<br />

saber cuáles? Yo les diré: Tengo miedo de todo que<br />

me cerca. Ese miedo comienza al amanecer y persiste<br />

hasta el anochecer, resucitando en las levanta<strong>das</strong><br />

nocturnas para las providenciales i<strong>das</strong> al baño.<br />

Pero, díganos, ¿que miedo son esos? – insistirán.<br />

Pues voy a decirles, sin más divagaciones: Tengo<br />

miedo de los marginales que pueden atacarme<br />

a cualquier instante y en cualquier lugar. Tengo<br />

miedo de contraer molestias insidiosas que imagino<br />

que estén sólo aguardando la hora para, sin aviso<br />

alguno, que me ataquen sin piedad. Tengo miedo<br />

de aquellos que intentan pervertirme; de los que me<br />

adulan, de los que me envidian y de los que me desprecian;<br />

de los que insisten en competir conmigo<br />

y, mucho más, de los amigos que, absurdamente,<br />

podrían traicionarme un día. Tengo miedo de los


estruturas de nossas escolas apenas para “venderem<br />

seus peixes”. Tenho medo daqueles que nos governam;<br />

dos líderes políticos carismáticos, <strong>das</strong> crenças<br />

fanáticas e <strong>das</strong> superstições; do vertiginoso progresso<br />

tecnológico, <strong>das</strong> drogas, da violência, <strong>das</strong> mudanças<br />

sociais insensatas e da ilógica campanha para destruição<br />

da família. Tenho, ainda, muito medo da velhice<br />

que vem chegando, silenciosamente, sem pedir<br />

licença; da morte certa e, principalmente, do que<br />

pode ocorrer comigo depois dela.<br />

Resumindo, tenho medo do mundo que me cerca<br />

e do que me espera!<br />

Àqueles a quem confesso meus medos, pergunto:<br />

“Quem ousa me dizer que não tem, tanto quanto<br />

eu, medo dessas coisas to<strong>das</strong>? Ou será que, além<br />

desses medos todos, têm, mais algum, escondido no<br />

fundo de suas almas?”.<br />

Eu, além de fazer essa confi ssão, pretendo fazer<br />

minhas as palavras do escritor americano Stephen<br />

King, autor de vários livros de terror já levados ao<br />

cinema que, ao ser entrevistado, declarou com convicção:<br />

“Não há nada neste mundo de que eu não<br />

tenha medo!”<br />

one day. I’m afraid of the false educators that, every<br />

time, move the structure of our schools only to “sell<br />

their fi sh”. I’m afraid of the ones that are governing<br />

us; of the charismatic politics leaders, of the fanatics<br />

beliefs and superstitions; of the vertiginous progress<br />

technologically, of the drugs, of the violence, of the<br />

irrational social change and of the illogical campaign<br />

for family destruction. I have, also, a lot of fear of getting<br />

old that is coming, in silence, without asking for<br />

permission; of the certainty of death and, especially,<br />

what can happen to me after that.<br />

To resume, I’m afraid of the world that is around<br />

me and what is waiting for me!<br />

To those who I confess my fears, I ask: “Who<br />

dares to tell me that they don’t have, as much as me,<br />

fear of all these things? Or maybe that, even from all<br />

these fears, have, one more, hidden on the bottom of<br />

their souls?”.<br />

I, over and above made my confession, I intended<br />

to make my words of the words of the American writer<br />

Stephen King, author of many horror books already<br />

taken to the cinema which, when being interviewed,<br />

declared with conviction: “Doesn´t have anything in<br />

this world that I am not afraid of!”<br />

79<br />

ENCONTRO DAS ARTES<br />

Hermélio Silva e Renata Sunega<br />

falsos educadores que, a cada hora, cambian en las<br />

estructuras de nuestras escuelas sólo para “que vendan<br />

sus pescados”. Tengo miedo de aquellos que<br />

nos gobiernan; de los líderes políticos carismáticos,<br />

de las creencias fanáticas y de las supersticiones; del<br />

vertiginoso adelanto tecnológico, de las drogas, de<br />

la violencia de los cambios sociales insensatos y de la<br />

ilógica campaña para destrucción de la familia. Tengo,<br />

aún, mucho miedo de la vejez que viene llegando,<br />

silenciosamente, sin pedir permiso; de la muerte<br />

correcta y, principalmente, de lo que puede ocurrir<br />

conmigo después de ella.<br />

Resumiendo, ¡tengo miedo del mundo que me<br />

cerca y de lo que me espera!<br />

A aquellos a quien confi eso mis miedos, pregunto:<br />

“¿Quién se atreve a decirme que no tiene, tanto<br />

como yo, miedo de to<strong>das</strong> esas cosas? ¿O será que,<br />

además de esos miedos, tienen, algunos más, escondido<br />

en el fondo de sus almas?”.<br />

Yo, además de hacer esa confesión, pretendo hacer<br />

mías las palabras del escritor americano Stephen King,<br />

autor de varios libros de terror ya llevados al cine que,<br />

al ser entrevistado, declaró con convicción: “¡No hay<br />

nada en este mundo que yo no tenga miedo!”


ESTÁDIO BRINCO DE OURO DA PRINCESA<br />

Sede do Guarani Futebol Clube, projetada por Ícaro de Castro Melo e Osvaldo Correia Gonçalves, teve sua inauguração em 31 de maio de 1953. Atualmente o estádio tem capacidade para 30,3 mil<br />

torcedores.<br />

Headquarter of Guarani Futebol Clube, was projected by Castro Melo and Osvaldo Correia Gonçalves, and opened on the 31st of May 1953. At present the Stadium has a capacity for 30,3 thousand<br />

football supporters.<br />

Sede de Guarani Fútbol Club, proyectada por Ícaro de Castro Melo y Osvaldo Correia Gonçalves, tuvo su inauguración el 31 de mayo de 1953. Actualmente el estadio tiene capacidad para 30,3 mil<br />

simpatizantes.


(Texto de Pereira dos Santos)<br />

DO OUTRO LADO<br />

Vós que estais aí do outro lado<br />

Vós que estais aí nos DICs, nos Itajaís, nos Satélites<br />

Íris,<br />

No Campo Grande, nos Parques, Jardins e Vilas da<br />

vida<br />

Dessa louca urbe multifacetada<br />

Vós que viveis nesses distantes arrabaldes,<br />

Nessas distantes plagas centrífugas<br />

Longe do luxo, longe <strong>das</strong> comodidades,<br />

Longe <strong>das</strong> vaidades centrípetas<br />

Vós que estais aí em algum lugar,<br />

Nos bares, nos campos de futebol, nas pela<strong>das</strong> de<br />

domingo,<br />

Nas lan houses, nos pontos de ônibus, nos<br />

supermercados,<br />

Nas escolas, nas igrejas, nas favelas, nas invasões,<br />

no duro trabalho de pedreiros<br />

Em uma bela casa ou em uma humilde casa...<br />

Vivendo, fazendo uma outra cidade,<br />

Uma outra <strong>Campinas</strong> mais grandiosa, mais próspera<br />

ON THE OTHER SIDE<br />

You that is there on the other side<br />

You that is there on the DICs, on the Itajaís, on the<br />

Satélites Íris,<br />

In Campo Grande, in Parks, Gardens and Villas of life<br />

Of this crazy urban multi facet<br />

You that lives in the distant suburbs,<br />

On the distant centrifuge region<br />

Far away from luxury, far away from the commodities,<br />

Far away from the nucleus of vanity<br />

You that is there for some time,<br />

In the bars, on the football pitch, in the football<br />

played by the boys on a Sunday,<br />

In the Internet cafes, at the bus stop, in the<br />

supermarket,<br />

At school, in the church, in the shanty- town, on the<br />

invasions, on the hard work of the bricklayer<br />

In a beautiful house or in a modest one...<br />

Living, making another city,<br />

Another <strong>Campinas</strong> more magnifi cent, more prosperous<br />

DEL OTRO LADO<br />

81<br />

ENCONTRO DAS ARTES<br />

Hermélio Silva e Renata Sunega<br />

Vosotros que estáis ahí del otro lado<br />

Vosotros que estáis ahí en los DICs, en los Itajaís, en<br />

los Satélites Íris,<br />

En Campo Grande, en los Parques, Jardines y Villas<br />

de la vida<br />

De esa loca urbe de muchas facetas.<br />

Vosotros que vivís en esos distantes arrabales,<br />

En esas distantes plagas centrífugas<br />

Lejos del lujo, lejos de las comodidades,<br />

Lejos de las vanidades centrípetas<br />

Vosotros que estáis ahí en algún lugar,<br />

En los bares, en los campos de fútbol, en las pelotas<br />

de domingo,<br />

En las lan houses, en los puntos de autobuses, en los<br />

supermercados,<br />

En las escuelas, en las iglesias, en las chabolas, en<br />

las invasiones, en el duro trabajo de albañiles<br />

En una bella casa o en una humilde casa...<br />

Viviendo, haciendo otra ciudad,<br />

Otra <strong>Campinas</strong> más grandiosa, más próspera


Vós sois mais felizes<br />

Vós sois mais belos, mais grandes<br />

Vós sois mais fortes<br />

Vós sois mais alegres, mais vivos<br />

Vós sois mais pândegos, mais festivos<br />

Vossas patusca<strong>das</strong> têm mais alento<br />

Vossas ruas têm mais movimento<br />

Mais cheiro, mais calor, mais vida,<br />

Mais cores, mais luzes, mais gente,<br />

Mais pulsação, mais gritos, mais vozes,<br />

Mais sangue, mais sêmen,<br />

Uma vontade mais gritante de viver<br />

Mesmo sem vós saberdes<br />

Ó amigos, vós tendes muito por crescer<br />

Enquanto nós desse lado já envelhecemos<br />

Somos mais velhos (e envelheceremos mais e mais)<br />

Somos mais tristes, mais solitários<br />

Somos mais quietos, mais silentes<br />

Somos mais deprimentes<br />

Sentimos mais frio<br />

E não temos nada mais a acrescentar.<br />

You are happier<br />

You are more beautiful, greater<br />

You are stronger<br />

You are more cheerful, more alive<br />

You are simpler, more festive<br />

Your party people have more talent<br />

Your street has more movement<br />

More smell, more heat, more life,<br />

More color, more lights, more people,<br />

More pulsation, more shouts, more voices,<br />

More blood, more semen,<br />

A feeling to scream for life<br />

Even without you knowing<br />

Oh my friends, you have a lot more to grow<br />

While we are in this other side already getting old<br />

We are older (and getting older and older)<br />

We are sad, lonelier<br />

We are quieter, more silence<br />

We are more depressive<br />

We feel colder<br />

And we don’t have anything else to add.<br />

83<br />

ENCONTRO DAS ARTES<br />

Hermélio Silva e Renata Sunega<br />

Vosotros sois más felices<br />

Vosotros sois más bellos, más grandes<br />

Vosotros sois más fuertes<br />

Vosotros sois más alegres, más vivos<br />

Vosotros sois más parranderos, más festivos<br />

Vuestras parran<strong>das</strong> tienen más aliento<br />

Vuestras calles tienen más movimiento<br />

Más olor, más calor, más vida,<br />

Más colores, más luces, más gente,<br />

Más pulsación, más gritos, más voces,<br />

Más sangre, más semen,<br />

Unas ganas más escandalosa de vivir<br />

Mismo sin que vosotros sepáis<br />

Oh amigos, vosotros tenéis mucho por crecer<br />

Mientras nosotros de ese lado ya envejecemos<br />

Somos más viejos (y envejeceremos más y más)<br />

Somos más tristes, más solitarios<br />

Somos más quietos, más silenciosos<br />

Somos más deprimentes<br />

Sentimos más frío<br />

Y no tenemos nada más a añadir.


COLÉGIO CULTO À CIÊNCIA<br />

O projeto de 1873, representante da chamada “Arquitetura Escolar”, foi elaborado pelo engenheiro e empreiteiro Guilherme Krug. A sua construção ocorreu através da iniciativa de uma associação sem fi ns<br />

lucrativos, sendo inaugurado em 12 de outubro de 1874.<br />

The project of 1873, represents the “School of Architecture”, it was elaborated by the engineer and contractor Guilherme Krug. Its construction occurred through the initiative of an association without<br />

profi table purpose opening on the 12th of October 1874.<br />

El proyecto de 1873, representante de la llamada “Arquitectura Escolar”, fue elaborado por el ingeniero Guilherme Krug. Su construcción ocurrió a través de la iniciativa de una asociación sin fi nes<br />

lucrativos siendo inaugurado en 12 de octubre de 1874.


(Poema de Expedito Ramalho de Alencar)<br />

REFLEXÕES<br />

Se a voz da chuva chora a dor da natureza<br />

maltratada...<br />

Se o enxame de fogo acende o ímpeto imprecavido<br />

dos desassisados...<br />

Se o sol <strong>das</strong> on<strong>das</strong> se molham na praia virgem <strong>das</strong><br />

minhas esperanças,<br />

Abrem-se espaços para as virtudes do vento,<br />

Na plenária paz da natureza, no seio fecundo da<br />

fl oresta, no espelho d’água do manso lago,<br />

Num discurso de cascata borbulhante de pássaros<br />

canoros, sibilando cânticos da natureza...<br />

Mesmo que os minutos da vida escapem pela janela<br />

do tempo...<br />

Mesmo que as esperanças fujam num raio de sol<br />

fi ltrado pelos sírios...<br />

Não devemos chorar os mortos; eles nos esperam.<br />

Aos mortos, os que havemos de morrer!<br />

No mergulho da noite podemos nadar num sonho,<br />

ou voar nas pontas de uma estrela...<br />

No ciclo da vida, no calendário dos cabelos a cada<br />

dia mais um fi o branco.<br />

Porque, a insólita fl echa de um aroma selvagem,<br />

pode abaixar o céu em uma noite sombria.<br />

Porque o sol não beija mais os fl ancos da montanha<br />

onde morre a tarde...<br />

Porque, no ocaso, servindo de guia por entre os<br />

escolhos, caímos no abismo do Nada.<br />

REFLECTIONS<br />

If the voice of the rain cries the pain of mistreated<br />

nature...<br />

If the swarm of the fi re lights up the surprise impetus<br />

of the untidiness...<br />

If the sun of the waves get wet on the virgin beach<br />

of my hopes,<br />

Open spaces for the virtuousness of the wind,<br />

On the entire peace of the nature, on the fertile<br />

breast of the forest, on the mirrored water of the<br />

gentle lake,<br />

On a discourse of the cascade bubbling of the song<br />

bird, syllabi songs of nature..<br />

Even though the minutes of the life escaping through<br />

the window of time...<br />

Even though the hope vanishing on a beam of the<br />

sun fi ltered by the Syrians...<br />

We should not cry for the dead; they are waiting for<br />

us. At the dead, what we have to die!<br />

On the dive of the night we can swim on a dream,<br />

or fl y on the tips of the star...<br />

On the cycle of the life, on the calendar of the hair<br />

at each day more white hair.<br />

Because, the unusual arrow of a savage fragrance,<br />

can lower the sky to a dark night.<br />

Because the sun don’t kiss anymore the fl ank of the<br />

mountain where dies the afternoon...<br />

Because, by chance, being a guide among the rocks,<br />

we will fall on the abyss of nothing.<br />

REFLEXIONES<br />

85<br />

ENCONTRO DAS ARTES<br />

Hermélio Silva e Renata Sunega<br />

Si la voz de la lluvia llora el dolor de la naturaleza<br />

maltratada...<br />

Si el enjambre de fuego enciende el ímpetu<br />

desprevenido de los desahuciados...<br />

Si el sol de las on<strong>das</strong> se mojan en la playa virgen de<br />

mis esperanzas,<br />

Se abren espacios para las virtudes del viento,<br />

En la plenaria paz de la naturaleza, en el seno fecundo<br />

de la fl oresta, en espejo de agua del manso lago,<br />

En un discurso de cascada burbujeante de pájaros<br />

canoros, silbando<br />

cánticos de la naturaleza...<br />

Aunque los minutos de la vida escapen por la ventana<br />

del tiempo...<br />

Aunque las esperanzas huyan en un rayo de sol<br />

fi ltrado por los sirios...<br />

No debemos llorar los muertos; ellos nos esperan. ¡A<br />

los muertos, los que hemos de morir!<br />

Al sumergir en la noche podemos nadar en un sueño,<br />

o volar en las puntas de una estrella…<br />

En el ciclo de la vida, en el calendario de los cabellos<br />

cada día más un hilo blanco.<br />

Porque, la insólita fl echa de un aroma salvaje, puede<br />

rebajar el cielo en una noche sombría.<br />

Porque el sol ya no besa los fl ancos de la montaña<br />

donde muere la tarde...<br />

Porque, en el ocaso, sirviendo de guía por entre los<br />

escollos, nos caemos en el abismo de la Nada.


FÁBRICA DE CHAPÉUS VICENTE CURY<br />

Por volta de 1920 instalou-se o primeiro barracão da Fábrica de Chapéus, que foi fundada por Miguel Vicente Cury, que viria a ser prefeito de <strong>Campinas</strong>, e seu pai Vicente Cury. A conformação atual do<br />

edifício data de 1950.<br />

Around 1920, the fi rst shed of the Hat Factory was erected, it was founded by Miguel Vicente Cury, who became the councillor of <strong>Campinas</strong>, his father was Vicente Cury.The completion of the building is<br />

dated 1950.<br />

Alrededor de 1920 se instaló el primer galpón de la Fábrica de Sombreros, que fue fundada por Miguel Vicente Cury, que vendría a ser alcalde de <strong>Campinas</strong>, y su padre Vicente Cury. La estructura actual<br />

del edifi cio es de 1950.


(Poema de Marina Becker)<br />

NOITE BLUE<br />

Sob as pálpebras fecha<strong>das</strong><br />

da cansada noite muda<br />

com seus lentos longos cílios<br />

de algas azuis<br />

em solo de clarineta<br />

na solidão <strong>das</strong> vielas<br />

alguém gemendo em surdina<br />

um triste blue<br />

Contida delicadeza<br />

feito um suave lamento<br />

ou um tímido rocio<br />

na alma da fl or<br />

Uma confi ssão ao vento<br />

um chamamento um sussurro<br />

que apenas roça o silêncio<br />

sem o trincar<br />

E no sono <strong>das</strong> esperas<br />

a madrugada é mais densa<br />

com a lentidão dos minutos<br />

tontos de blue<br />

BLUE NIGHT<br />

On the closed eyelid<br />

of the tired night changing<br />

with your slow and long eye lashes<br />

of blue seaweed<br />

on clarinet solo<br />

on solitude alley<br />

someone moans secretly<br />

a sad blue<br />

Contained delicacy<br />

like a gentle lament<br />

or a timid dew<br />

on the soul of the fl ower<br />

A confession to the wind<br />

one call one whisper<br />

that only brushes the silence<br />

without cracking<br />

And sleep waiting<br />

the daybreak is more dense<br />

with the slowness of the minutes<br />

full of blue<br />

NOCHE BLUE<br />

Bajo los párpados cerrados<br />

de la cansada noche cambia<br />

con sus lentas largas pestañas<br />

de algas azules<br />

en solo de clarinete<br />

en la soledad de las callejuelas<br />

alguien gimiendo en sordina<br />

un triste blue<br />

Contenida delicadeza<br />

hecho un suave lamento<br />

o un tímido rocío<br />

en el alma de la fl or<br />

Una confesión al viento<br />

un llamado un susurro<br />

que apenas roza el silencio<br />

sin el trincar<br />

Y en el sueño de las esperas<br />

la madrugada es más densa<br />

con la lentitud de los minutos<br />

tontos de blue<br />

87<br />

ENCONTRO DAS ARTES<br />

Hermélio Silva e Renata Sunega


ESCOLA ESTADUAL FRANCISCO GLICÉRIO<br />

O primeiro Grupo Escolar, inaugurado em 1897, caracteriza-se por uma arquitetura eclética, apresentando características neorrenascentistas, com forte predominância neogótica. O projeto do engenheiroarquiteto<br />

Ramos de Azevedo passou a chamar-se Grupo Escolar Francisco Glicério em 1917.<br />

The First School Group, opened in 1897, featured for eclectic architecture, having features of Neo Renaissance, with a strong dominance of neo-gothic. The project of the engineer-architect Ramos de<br />

Azevedo was later called Grupo Escolar “Francisco Glicério” in 1917.<br />

El 1 o Grupo Escolar, inaugurado en 1897, se caracteriza por una arquitectura ecléctica, presentando características neorrenacentistas, con fuerte predominio neo-gótica. El proyecto del ingeniero-arquitecto<br />

Ramos de Azevedo pasó a llamarse Grupo Escolar “Francisco Glicério” en 1917.


(Texto de Rosana Montero Cappi, Ema)<br />

“Mal consigo pronunciar as palavras. Estou assustada<br />

com tanta violência. Penso em Guilherme e em<br />

suas reportagens. <strong>São</strong> nesses momentos de desequilíbrio<br />

que acontecem as desgraças. Muitos morrem<br />

vítimas de agressões. Principalmente nós mulheres.<br />

Mesmo que não tenha sido tão grave, ainda assim o<br />

que acaba de se passar sem dúvida daria uma matéria<br />

de jornal. Mas a maioria <strong>das</strong> mulheres que são<br />

agredi<strong>das</strong> se calam e o agressor fi ca impune achando<br />

que agiu em nome da honra, da moral ou seu lá o<br />

que. É o caso do meu irmão, um moralista. Ele é que<br />

é considerado certo, por estar me dando uma lição.<br />

Que deprimente, bater numa mulher grávida. Ele não<br />

pode estar sentindo-se bem com isso. Não acredito<br />

que esteja. Coitado. Sinto um profundo desprezo por<br />

ele. Parece que ele ainda tem algo a me dizer e dirigindo-se<br />

à nossa mãe pergunta:<br />

– Mãe, na falta de papai, eu, como fi lho mais velho<br />

sou responsável pelas decisões que devem ser<br />

toma<strong>das</strong>, não sou? A senhora concorda, não é? Caso<br />

contrário não teria mandado me chamar.<br />

Mamãe, com o semblante triste e o olhar perdido<br />

no mais completo vazio apenas diz bem baixinho.<br />

– É.<br />

Eu nada falo. Estou imóvel.<br />

“I can hardly pronounce the words. I’m terrifi ed<br />

with all the violence. I think in Guilherme and his<br />

newspaper reports. It is during these moments of unbalance<br />

that happens the disaster. Many people are<br />

victims and die of aggression. Especially us woman.<br />

Even although it wasn’t very serious, nevertheless what<br />

just happened without a doubt would be good material<br />

for newspapers. But the majority of woman which<br />

are assaulted stay in silence and the aggressor stays<br />

unpunished thinking that they acted on the name of<br />

their reputation, of the moral or who knows what. It<br />

is the case of my brother, a moralist. He is considered<br />

right, because he is giving me a lesson. How depressive,<br />

hitting a pregnant woman. He cannot feel good<br />

doing this. I don’t believe that he does. Poor person.<br />

I feel profound contempt for him. It is like that he still<br />

has something to tell me and goes to our mother to ask:<br />

– Mother, when dad is not here, because I am the<br />

older son, I am responsible to make all the decisions,<br />

is that right? Do you agree with me, do you not? In<br />

the other case you wouldn’t ask to call me.<br />

Mum, with a sad face and a lost look on the more<br />

completed emptiness says in a very low voice.<br />

– Yes.<br />

I said nothing. I didn’t move.<br />

89<br />

ENCONTRO DAS ARTES<br />

Hermélio Silva e Renata Sunega<br />

“Apenas consigo pronunciar las palabras. Estoy<br />

asustada con tanta violencia. Pienso en Guilherme<br />

y en sus reportajes. Son en esos momentos de desequilibrio<br />

que curren las desgracias. Muchos mueren<br />

víctimas de agresiones. Principalmente nosotras mujeres.<br />

Aunque no haya sido tan grave, aun así lo que<br />

acaba de pasar sin duda daría una materia en el periódico.<br />

Pero la mayoría de las mujeres que son agredi<strong>das</strong><br />

se callan y el agresor se queda impune creyendo<br />

que actuó en nombre de la honra, de la moral o que<br />

se yo. Es el caso de mi hermano, un moralista. Él es<br />

que es considerado correcto, por estar dándome una<br />

lección. Que deprimente pegarle a una mujer embarazada.<br />

Él no puede estar sintiéndose bien con eso.<br />

No creo que esté. Desgraciado. Siento un profundo<br />

desprecio por él. Parece que él aún tiene algo que<br />

decirme y dirigiéndose a nuestra madre pregunta:<br />

– Madre, en la falta de papá, yo, como hijo mayor<br />

soy responsable por las decisiones que deben<br />

ser toma<strong>das</strong>, ¿no soy? La señora concuerda, no? De<br />

lo contrario no habría mandado llamarme. Mamá,<br />

con el semblante triste y la mirada perdida en el más<br />

completo vacío sólo dice bien bajito.<br />

– Es.<br />

Yo nada hablo. Estoy inmóvil.


– Ah! E tem mais. Nem tente aparecer na casa de<br />

nossos avós. A partir de hoje também está proibida<br />

de pisar lá. Que isso sirva de exemplo para to<strong>das</strong><br />

vocês, para que também não venham a desonrar o<br />

nome de nossa família. Ouviram? Prestaram atenção<br />

nessas palavras?<br />

Mamãe fi nalmente resolve se pronunciar e implora<br />

afl ita.<br />

– Meu fi lho, tenha compaixão de sua irmã.<br />

Ao ouvir minha mãe dizer isso, eu sinto meu orgulho<br />

ferido e resolvo tomar uma atitude a fi m de acabar<br />

com esse triste episódio de minha vida. Onde foi parar<br />

o amor que deveria nos unir? Quanto a minha mãe,<br />

sinto a sua dor e entendo sua impotência. Sempre foi<br />

de uma submissão atroz. Agora, e quanto a meus avós<br />

e meus irmãos? Será que nenhum deles pensa na difi<br />

culdade que estou passando? Ninguém se preocupa<br />

comigo? Apenas com o que os outros irão falar? Onde<br />

foi parar o amor de nossa família? Peço:<br />

– Por favor, me deixem sozinha. Preciso arrumar<br />

minhas coisas.<br />

A porta se fecha e sinto o mundo desabar sobre<br />

mim. Choro silenciosamente lágrimas de dor, enquanto<br />

vou pondo devagar sobre a cama, os pertences<br />

que mais preciso. Coloco meu xale, dou uma<br />

última olhada em volta e saio para o corredor. Paro<br />

em frente ao quarto de mamãe, e rápi<strong>das</strong> lembranças<br />

– Ah! And I have more. Don’t even think in going<br />

to your grandparent’s house. From today onwards<br />

you also are prohibited to go there. I hope that this<br />

helps to be an example for all of you, so you also<br />

don’t dishonor the name of your family, Did you listen<br />

to me? Did you pay attention to these words?<br />

Mum fi nally resolved to and implore affl icted.<br />

– My son, have compassion for your sister.<br />

When I listened my mother saying that, I felt my<br />

pride being hurt and decided to take an attitude to<br />

fi nish this sad charter of my life. Where is the love<br />

that was supposed to join us together? As for my<br />

mother, I feel her pain and understand her impotency.<br />

Always had an atrocious submission. Now,<br />

what about my grandparents and my brothers? None<br />

of them can think of the diffi culties that I am going<br />

through? Nobody worries about me? Only with the<br />

other ones they are going to talk about? Where has it<br />

gone the love of our family? I beg.<br />

– Please, leave me alone. I need to pack my things.<br />

The door closes and I feel the world falling down<br />

on me. I cry in silence tears of pain, at the same<br />

time, put all the things that I need on the top of the<br />

bed. I put my shawl on; I give a last look around and<br />

leave to the corridor. I stop in front of my mums bedroom,<br />

and quick memories come to my mind. I walk<br />

slowly to the direction of the living room, where ev-<br />

91<br />

ENCONTRO DAS ARTES<br />

Hermélio Silva e Renata Sunega<br />

– ¡Ah! Y hay más. Ni intente aparecer en la casa<br />

de nuestros abuelos. A partir de hoy también está<br />

prohibida de pisar allá. Que eso sirva de ejemplo<br />

para to<strong>das</strong> vosotras, para que tampoco vengan a deshonrar<br />

el nombre de nuestra familia. ¿Oyeron? ¿Prestaron<br />

atención en esas palabras? Mamá fi nalmente<br />

resuelve pronunciarse e implora afl igida.<br />

– Mi hijo, tenga compasión de su hermana. Al oir<br />

mi madre decir eso, yo siento mi orgullo herido y<br />

resuelvo tomar una actitud a fi n de acabar con ese<br />

triste episodio de mi vida. ¿Dónde fue a parar el amor<br />

que debería unirnos? En cuanto a mi madre, siento su<br />

dolor y entiendo su impotencia. Siempre fue de una<br />

sumisión atroz. Ahora, y ¿en cuanto a mis abuelos y<br />

mis hermanos? ¿Será que ninguno de ellos piensa en<br />

la difi cultad que estoy pasando? ¿Nadie se preocupa<br />

conmigo? ¿Sólo con lo que los otros irán a hablar?<br />

¿Dónde fue a parar el amor de nuestra familia? Pido.<br />

– Por favor, me dejen sola. Necesito arreglar mis<br />

cosas. La puerta se cierra y siento el mundo caer<br />

sobre mí. Lloro silenciosamente lágrimas de dolor,<br />

mientras voy poniendo despacio sobre la cama, las<br />

pertenencias que más preciso. Coloco mi chal, doy<br />

un último vistazo en vuelta y salgo hacia el pasillo.<br />

Paro frente al dormitorio de mamá, y rápidos recuerdos<br />

me vienen a la mente. Camino despacio en dirección<br />

a la sala, donde todos están reunidos esperándome.<br />

Paro en la entrada, coloco la maleta en el


me vêm à mente. Ando vagarosamente em direção<br />

à sala, onde todos estão reunidos a minha espera.<br />

Paro na entrada, coloco a mala no chão e minhas irmãs<br />

vem me abraçar chorando. Levanto o olhar e me<br />

deparo com a fi gura de papai no retrato no alto da<br />

parede e encaro seu olhar reprovador. Ao me deparar<br />

com a cristaleira, vendo as canecas confecciona<strong>das</strong><br />

pelo meu avô Theodore, concluo que não mais poderei<br />

fi car com uma delas, como era o desejo de meu<br />

pai. O relógio marca nove horas da noite. Arrasada,<br />

mamãe permanece sentada na poltrona com olhos<br />

baixos sem conseguir me encarar. Vou até ela, me<br />

ajoelho beijando suas mãos e digo:<br />

– Sua benção, mamãe.<br />

Ela fala baixinho, tentando conter a emoção.<br />

– Deus te abençoe, minha fi lha.<br />

Quando ia me levantando ela me segura, parecendo<br />

querer me impedir de ir. Meu irmão resolve<br />

intervir.<br />

– Vamos acabar com isso de uma vez. Pode ir<br />

saindo Ema, que ainda dá tempo de pegar o último<br />

bonde.”<br />

eryone is united waiting for me. I stop at the entrance,<br />

put my suitcase on the fl oor and my sisters come to<br />

hug me crying. I raise my head and I suddenly see<br />

the fi gure of my dad on the picture at the top of the<br />

wall and I stare at his unapproved look. When I turn<br />

to the crystal closet, seeing all the mugs made by my<br />

grandfather Theodore, I arrive at the conclusion that<br />

I couldn’t have anymore one of them, like what was<br />

the desire of my father. On the clock, it was nine<br />

o’clock at night. Demolished, my mum stayed sitting<br />

in the chair with her eyes down without looking at<br />

me. I go near her, I kneel down and kissing her hands<br />

I say:<br />

– Give me your blessing, mum.<br />

She says in a low voice, trying to contain her emotions.<br />

– God bless you, my daughter.<br />

When I was getting up, she held me, it looked<br />

like that she was trying to prevent me from going. My<br />

brother tries to interfere.<br />

– Let’s fi nish this once and for all. You can go now<br />

Ema, there is still time to catch the last tram.”<br />

93<br />

ENCONTRO DAS ARTES<br />

Hermélio Silva e Renata Sunega<br />

suelo y mis hermanas vienen a abrazarme llorando.<br />

Levanto la mirada y me deparo con la fi gura de papá<br />

en el retrato en lo alto de la pared y encaro su mirada<br />

reprobadora. Al encontrarme con la cristalera, viendo<br />

las tazas confecciona<strong>das</strong> por mi abuelo Theodore,<br />

concluyo que ya no podré quedarme con una de<br />

ellas, como era el deseo de mi padre. El reloj marca<br />

nueve horas de la noche. Arrasada, mamá permanece<br />

sentada en el sillón con los ojos bajos sin conseguir<br />

encararme. Voy hasta ella, me arrodillo besando<br />

sus manos y digo:<br />

– Su bendición, mamá.<br />

Ella habla en voz baja, intentando contener la<br />

emoción.<br />

– Dios te bendiga, mi hija.<br />

Cuando iba levantándome ella me coge, pareciendo<br />

que quiere impedir que me vaya. Mi hermano<br />

resuelve intervenir.<br />

– Vamos a acabar con eso de una vez. Puede ir<br />

saliendo Ema, que aún da tiempo de tomar el último<br />

tranvía.”


MARIA FUMAÇA<br />

Mantida pela Associação Brasileira de Preservação Ferroviária – ABPF, a locomotiva a vapor do início do século XIX é responsável pelo passeio turístico que percorre 24,5 km de extensão entre <strong>Campinas</strong> e<br />

Jaguariúna, a uma velocidade média de 20 km/h e parte da Estação Anhumas.<br />

Maintained by the Associação Brasileira de Preservação Ferroviária the steam locomotive from the beginning of the century XIX is responsible for the touristic trip that travels the 24,5 km between <strong>Campinas</strong><br />

and Jaguariúna with an average speed of 20 km/h and leaves from the Station Anhumas.<br />

Mantenido por la Asociación Brasileña de Preservación Ferroviaria la locomotora a vapor del inicio del siglo XIX es responsable por el paseo turístico que recorre 24,5 km de extensión entre <strong>Campinas</strong> y<br />

Jaguariúna a una velocidad media de 20 km/h y parte de la Estación Anhumas.


(Texto de Francisco Lientur Millanao Muñoz)<br />

TERRA DE MILAGRES<br />

Imigrar é quase sempre uma experiência complicada<br />

e sofrida, mas que sempre tem um fi nal feliz,<br />

sobretudo quando se viaja para o Brasil. A barreira<br />

cultural e a língua se levantam como um muro instransponível,<br />

vencido somente pela aspiração de dias<br />

melhores. O coração apertado, as lágrimas difíceis<br />

de segurar, um medo que insiste em se instalar e uma<br />

saudade que começa a ser sentida, tomam conta do<br />

imigrante.<br />

Saí do Chile em 1976 de forma intempestiva. E ao<br />

não encontrar meu único contato em <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>, me<br />

dirigi até a rodoviária e me hospedei numa cadeira,<br />

para dormir e repor as energias de um dia desgastante.<br />

Na madrugada comecei a pensar em Deus de<br />

maneira insistente. Dormi sentado. Acordei durante<br />

a noite e voltei a pedir a Deus uma luz, conseguindo<br />

paz interior. Ao amanhecer, senti sede e fome, e com<br />

o restante do dinheiro comprei um pão e um copo<br />

de leite. Retornei para a cadeira e pensei em trabalhar<br />

em qualquer atividade que assegurasse comida<br />

e alojamento.<br />

Finalmente o milagre ocorreu. A presença divina<br />

se fez presente através de um jovem chileno, Carlos,<br />

que surgiu no meio de uma multidão agitada, para<br />

fazer a seguinte pergunta: Senhor, você é chileno?<br />

Assombrado, respondi que sim e logo eu perguntei:<br />

Como você descobriu que sou chileno? E ele respondeu:<br />

Seus sapatos são iguais aos meus, que comprei<br />

no Chile antes de imigrar!<br />

LAND OF MIRACLES<br />

To immigrate is nearly always a complicated experience<br />

and a suffering one, but that always has a<br />

happy ending, above all when travelling to Brazil.<br />

The cultural barrier and the language lifts up like a<br />

wall that cannot be changed, winning only from the<br />

aspirations of better days. The tightened heart, the<br />

tears are diffi cult to hold, a fear that insists in settling<br />

down and a homesickness that starts to feel like it is<br />

taking over the immigrant.<br />

I left Chile in 1976 in a inopportune form. And at<br />

not meeting my only contact in <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>, I headed<br />

to the bus station and I lodged myself in a chair, to<br />

sleep and replace my energy of a tired day. In the<br />

middle of the night I started thinking in God in an<br />

insisted way. I slept sitting down. I woke up during<br />

the night and turned back asking God for a light,<br />

gaining peace of mind. In the dawn, I felt thirsty<br />

and hungry, and with the money I had left, I bought<br />

bread and a glass of milk. I returned to the chair<br />

and thought in working in whatever ativity which<br />

would ensure my food and accommodation.Finally<br />

the miracle happenned. The divine presence was<br />

present throught a young Chilean, Carlos, who appeared<br />

in the middle of an agitated crowd, to ask the<br />

following question: Sir, are you a Chilean? Haunted,<br />

I answered yes and soon I asked: How did you discover<br />

that I was Chilean? And he answered me: your<br />

shoes are the same as mine, which I bought in Chile<br />

before immigrating!<br />

TIERRA DE MILAGROS<br />

95<br />

ENCONTRO DAS ARTES<br />

Hermélio Silva e Renata Sunega<br />

Emigrar es casi siempre una experiencia complicada<br />

y sufrida, pero que siempre tiene un fi nal feliz,<br />

sobre todo cuando se viaja a Brasil. La barrera cultural<br />

y la lengua se levantan como un muro infranqueable,<br />

vencido solamente por la aspiración de días<br />

mejores. El corazón apretado, las lágrimas difíciles<br />

de contener, un miedo que insiste en instalarse y una<br />

añoranza que comienza a ser sentida, invade al emigrante.<br />

Salí de Chile en 1976 de forma intempestiva. Y al<br />

no encontrar mi único contacto en “<strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>”, me<br />

dirigí hasta la estación de autobuses y me hospedé<br />

en una silla, para dormir y reponer las energías de un<br />

día agitado. En la madrugada comencé a pensar en<br />

Dios de manera insistente. Dormí sentado. Me Desperté<br />

durante la noche y volví a pedir a Dios una luz,<br />

consiguiendo paz interior. Al amanecer, sentí sed y<br />

hambre, y con el resto del dinero compré un pan y un<br />

vaso de leche. Retorné para la silla y pensé en trabajar<br />

en cualquier actividad que asegurara comida y<br />

alojamiento.<br />

Finalmente el milagro ocurrió. La presencia divina<br />

se hizo presente a través de un joven chileno, Carlos,<br />

¿qué surgió en medio de una multitud agitada, para<br />

hacer la siguiente pregunta: Señor, usted es chileno?<br />

Asombrado, respondí que sí e inmediatamente yo<br />

pregunté: ¿Como usted descubrió que soy chileno? Y<br />

él respondió: ¡Sus zapatos son iguales a los míos, que<br />

compré en Chile antes de emigrar!


Sem mais palavras, esse compatriota me convidou<br />

para tomar um suco. Ao constatar que eu não sabia<br />

por onde começar, dispôs-se a dar sua ajuda. Pagou<br />

a conta e sugeriu que lhe acompanhasse à cidade de<br />

Guaratinguetá, onde dizia conhecer algumas pessoas<br />

que podiam colaborar. Sem consultar-me, dirigiu-se<br />

até um guichê e comprou duas passagens com seu<br />

dinheiro. Durante a viagem concluímos que um milagre<br />

estava sendo operado. Carlos, meu protetor,<br />

estava querendo encontrar uma explicação para essa<br />

atitude solidária que não fazia parte da sua conduta<br />

e sentia que uma força estranha lhe havia conduzido<br />

para agir dessa forma. Esse mensageiro de Deus<br />

me levou até uma pensão, assumindo o pagamento<br />

da minha estadia. Fui apresentado a outros chilenos<br />

e brasileiros, que colaboraram para conseguir meu<br />

primeiro emprego.<br />

Agradeço à generosidade de Deus, à solidariedade<br />

do povo brasileiro e à minha querida <strong>Campinas</strong>,<br />

cidade promissora que por mais de vinte anos me<br />

acolhe, oferecendo oportunidades que conduzem à<br />

prosperidade, conhecimento e sabedoria.<br />

Without any more words, this compatriot invited<br />

me to drink some juice. When he saw that I didn’t<br />

know where to start, he offered his help. He paid<br />

for the bill and suggested that i follow him to a city<br />

called Guaratinguetá, where he said he knew some<br />

people that would collaborate. Without consulting<br />

me, he went to the check in and bought two tickets<br />

with his money. During the journey we concluded<br />

that a miracle was taking place. Carlos, my protector,<br />

was looking for a explanation for his solidary<br />

atittude that was not part of his conduct and felt that<br />

a strange force was pushing him to act this way. This<br />

messenger of God took me to a pension, assuming<br />

the payment of my stay. I was introduced to other<br />

Chileans and Brazilians that helped me to fi nd my<br />

fi rst job.<br />

I thank God for the generosity, the solidarity of the<br />

Brazilian people and to my dear <strong>Campinas</strong>, a promising<br />

city which for more than twenty years gave me<br />

shelter, offering opportunities that gives prosperity,<br />

knowledge and wisdom.<br />

97<br />

ENCONTRO DAS ARTES<br />

Hermélio Silva e Renata Sunega<br />

Sin más palabras, este compatriota me invitó<br />

para tomar un jugo. Al constatar que yo no sabía por<br />

donde comenzar, se dispuso a dar su ayuda. Pagó la<br />

cuenta y sugirió que lo acompañara a la ciudad de<br />

Guaratinguetá, donde decía conocer algunas personas<br />

que podían colaborar. Sin que me consulte, se<br />

dirigió hasta una ventanilla y compró dos pasajes con<br />

su dinero. Durante el viaje concluimos que se estaba<br />

realizando un milagro. Carlos, mi protector, estaba<br />

queriendo encontrar una explicación para esta actitud<br />

solidaria que no formaba parte de su conducta<br />

y sentía que una fuerza extraña lo había conducido<br />

para actuar de esta forma. Este mensajero de Dios me<br />

llevó hasta una pensión, asumiendo el pago de mi<br />

estadía. Fui presentado a otros chilenos y brasileños<br />

que colaboraron para conseguir mi primer empleo.<br />

Agradezco la generosidad de Dios, la solidaridad<br />

del pueblo brasileño y a mi querida <strong>Campinas</strong>,<br />

ciudad prometedora que por más de veinte años me<br />

acoge ofreciendo oportunidades que conducen a la<br />

prosperidad, conocimiento y sabiduría.


ESTÁDIO MOISÉS LUCARELLI<br />

O estádio da Associação Atlética Ponte Preta foi inaugurado em 12 de setembro de 1948 com capacidade para 19,7 mil espectadores, tendo sido construído com doações de material feitas por sócios e<br />

torcedores do clube. Os engenheiros responsáveis pelo projeto do estádio foram Alberto Jordano Ribeiro, Eduardo Badaró e Mário Ferraris.<br />

The stadium of the Associação Atlética Ponte Preta was opened on the 12th of September 1948 with a capacity for 19,7 thousand spectators, having been built with donations of materials given by the<br />

partners and supportersof the club. The engineers responsible for the project of the stadium were Alberto Jordano Ribeiro, Eduardo Badaró and Mário Ferraris.<br />

El estadio de la Asociación Atlética “Ponte Preta” fue inaugurado el 12 de septiembre de 1948 con capacidad para 19,7 mil espectadores, ha sido construido con donaciones de materiales hechas por<br />

socios e hinchas del club. Los ingenieros responsables por el proyecto del estadio fueron Alberto Jordano Ribeiro, Eduardo Badaró y Mário Ferraris.


(Texto de Odilon Garcia Nascimento Filho)<br />

O RÁDIO COMO INSTRUMENTO DE<br />

ACULTURAÇÃO, INFORMAÇÃO,<br />

INSTRUÇÃO E ENTRETENIMENTO –<br />

UMA APOLOGIA<br />

A cultura de um povo é sempre multifacetada. Há<br />

o regionalismo, a ascendência, a condição socioeconômica,<br />

a capacidade intelectual, tão diferentes entre<br />

os seres humanos.<br />

Como então falar com toda essa gente? Como<br />

levar cultura, informação, ensinamentos, entretenimento?<br />

O acesso a muitos dos veículos de comunicação<br />

é restrito a uma pequena parcela da população<br />

brasileira. É onde se manifesta a força e a capacidade<br />

de penetração do Rádio!<br />

Veículo com aparelhos receptores de baixo custo<br />

e grande abrangência, presta um serviço inestimável<br />

à população brasileira. Imune às restrições, o Rádio<br />

não tem problemas de local, distância, hora do dia,<br />

da noite. Está sempre disponível para entreter, informar<br />

e ensinar.<br />

O futebol, grande paixão nacional, chega ao ouvinte<br />

da maneira mais espetacular. Com o Rádio, a<br />

imaginação voa sem limites, sem freios. Os grandes<br />

ídolos do Rádio são moldados na exata medida da<br />

THE RADIO LIKE AN INSTRUMENT OF<br />

CULTURE CHANGING, INFORMATION,<br />

INSTRUCTION AND ENTERTAINMENT<br />

– ONE APOLOGY<br />

The culture of people is always a multi facet. Having<br />

the region, the ascendant, the conditional, social<br />

economic, and the intellectual capacity, very different<br />

between human beings.<br />

How then, can we speak to these this entire people?<br />

How to take the culture, information, learning,<br />

entertainment? The access of many vehicles of communication<br />

is restricting a small part of the Brazilian<br />

population. It’s where the Radio manifests its force<br />

and the capacity of penetration!<br />

Vehicles, like reception equipment, of low cost,<br />

reaching large areas, giving a priceless service to the<br />

Brazilian population. Immune of restrictions, the Radio<br />

don’t have a local problem, distance, hour of the<br />

day, and night. It’s is always available for entertainment,<br />

informing and teaching.<br />

The football, the national biggest passion, reaches<br />

the listener in a most spectacular way. With the Radio,<br />

the imagination fl ies without limit, without restrictions.<br />

The biggest idols of the Radio are molded<br />

LA RADIO COMO INSTRUMENTO<br />

CULTURAL, DE INFORMACIÓN,<br />

INSTRUCCIÓN Y ENTRETENIMIENTO<br />

– UNA APOLOGÍA<br />

99<br />

ENCONTRO DAS ARTES<br />

Hermélio Silva e Renata Sunega<br />

La cultura de un pueblo tiene muchas faces. Hay<br />

regionalismo, la ascendencia, la condición socio<br />

económica, la capacidad intelectual, tan diferente<br />

entre los seres humanos.<br />

Entonces, ¿cómo hablar con toda esa gente?<br />

¿Cómo llevar cultura, información, aprendizaje, entretenimiento?<br />

El acceso a muchos de los vehículos<br />

de comunicación es restricto a una pequeña parte<br />

de la población brasileña. Es donde se manifi esta la<br />

fuerza y la capacidad de penetración de la Radio.<br />

Vehículo con aparatos receptores de bajo costo<br />

y gran recepción, presta un servicio inestimable a<br />

la populación brasileña. Inmune a las restricciones, la<br />

Radio no tiene problemas de local, distancia, hora<br />

del día, de la noche. Está siempre disponible para<br />

entretener, informar y enseñar.<br />

El fútbol, gran pasión nacional, llega al oyente de<br />

la manera más espectacular. Con la Radio, la imaginación<br />

vuela sin límites, sin frenos, los grandes ídolos<br />

de la Radio son colocados en la exacta medida de la


imaginação de cada ouvinte, gerando em cada um<br />

deles um sonho particular, exclusivo.<br />

Na selva <strong>das</strong> cidades, no mar, no campo, nas<br />

matas, o velho companheiro está presente! É o elo<br />

permanente de ligação entre culturas, classes e costumes.<br />

Quem tem um rádio, esteja onde estiver, nunca<br />

estará só. Sempre terá música e informação. Cada<br />

aparelho de rádio é como cada laçada da malha de<br />

uma imensa rede, um santo remédio contra a solidão.<br />

E que dizer da emoção que o Rádio passa? E a<br />

companhia que ele faz?<br />

Para muitas pessoas o Rádio é responsável pela<br />

trilha sonora de suas vi<strong>das</strong>!<br />

Por tudo isso o Rádio pode ser considerado o<br />

mais fantástico veículo de comunicação de todos os<br />

tempos!<br />

in the exact way of the imagination of each listener,<br />

creating in one of them a particular dream, exclusive.<br />

On the rain fl orets of the cities, on the sea, in<br />

the countryside, in the woods, the old companion<br />

is there, always present! It’s a permanent link that<br />

bonds together cultures, class, costumes.<br />

Who has a radio, however it will be, never alone.<br />

Always having music and information. Each piece of<br />

the radio it is like a loop of mesh of an immense net,<br />

it is the saint medicine for solitude.<br />

And what about mentioning the emotion that the<br />

Radio gives? And the company that he makes?<br />

For many people the Radio is responsible for the<br />

song track of their lives!<br />

For all of this, the Radio can be considered the<br />

most fantastic vehicle of communication of all<br />

times!<br />

101<br />

ENCONTRO DAS ARTES<br />

Hermélio Silva e Renata Sunega<br />

imaginación de cada oyente, generando en cada uno<br />

de ellos un sueño particular, exclusivo.<br />

¡En la selva de las ciudades, en el mar, en el campo,<br />

en los bosques, la vieja compañera está presente!<br />

Es el eslabón permanente de unión entre culturas,<br />

clases y costumbres.<br />

Quien tiene una Radio, esté donde esté nunca estará<br />

solo. Siempre tendrá música e información. Cada<br />

receptor de Radio es como un lazo de una inmensa<br />

malla de una red, un santo remedio contra la soledad.<br />

¿Y que decir de la emoción que pasa la Radio? ¿Y<br />

la compañía que ella hace?<br />

Para muchas personas la Radio es responsable<br />

por la senda sonora de sus vi<strong>das</strong>,<br />

Por todo esto, ¡la Radio puede ser considerada el<br />

vehículo más fantástico de comunicación de todos<br />

los tiempos!


OBSERVATÓRIO MUNICIPAL DE CAMPINAS JEAN NICOLINI<br />

Instalado em uma gleba de 21 mil m2 da Fazenda <strong>São</strong> Pedro – desapropriada pela Prefeitura Municipal em 1975 –, inaugurado em 15 de janeiro de 1977 o primeiro observatório municipal do país.<br />

Posteriormente, em 1992, recebeu o nome do astrônomo Jean Nicolini (1922-1991).<br />

Installed in a feudal fi eld of 21 thousand square meters from the Farm <strong>São</strong> Pedro – appropriated by the City Hall in 1975 –, inaugurated on the 15th of January 1977, the fi rst observatory municipal of the<br />

country. Later, in 1992, it received the name of the astronomer Jean Nicolini (1922-1991).<br />

Instalado en una porción de tierra de 21 mil metros cuadrados de la Hacienda <strong>São</strong> Pedro – desapropiada por el Ayuntamiento Municipal en 1975 –, inaugurado el 15 de enero de 1977 el primer<br />

observatorio municipal del país. Posteriormente, en 1992, recibe el nombre del astrónomo Jean Nicolini (1922-1991).


(Poema de Geni Fuzato Dagnoni)<br />

UNIVERSO<br />

O universo sua fonte<br />

gigantesca, infi nda ponte.<br />

Cujo espaço abarca e arrasta.<br />

Horizonte projetado<br />

Na amplidão de um azulado<br />

escuro; tudo se afasta.<br />

Mas...Ocorre no momento<br />

Mistérios do fi rmamento,<br />

Galáxia na liderança,<br />

Astros num sem fi m suspensos.<br />

A terra no cosmo imenso,<br />

incógnita de esperança.<br />

Luzes supranaturais,<br />

Com fartos potenciais.<br />

Nosso infi ndo fi rmamento,<br />

Não pode-se ver a fundo,<br />

Teto encantador do mundo,<br />

Só de Deus, vem tal invento.<br />

UNIVERSE<br />

The universe and his source<br />

gigantic, endless bridge.<br />

Whose space embraces and pulls.<br />

Projected horizon<br />

On the amplitude of the bluish<br />

darkness; everything separate.<br />

But… happens a moment<br />

Mystery of the fi rmament,<br />

Galaxy in the lead,<br />

Stars without an end suspended.<br />

The earth in the immense universe,<br />

enigma of hope.<br />

Lights Supernatural,<br />

Full of potential.<br />

Our infi nite fi rmament,<br />

Cannot see and have a through knowledge,<br />

Enchanted roof of the world,<br />

Only from God, comes such invention.<br />

UNIVERSO<br />

El universo su fuente<br />

gigantesca, infi nito puente.<br />

Cuyo espacio abarca y arrasta.<br />

Horizonte proyetado<br />

En la amplitud de un azulado<br />

oscuro; tudo se aleja.<br />

Pero... Ocurre en el momento<br />

Misterios del fi rmamento,<br />

Galaxia en la lideranza,<br />

Astros en un sin fi n suspenso.<br />

La tierra en el cosmo inmenso,<br />

incógnita de esperança.<br />

Luces supranaturales,<br />

con abundantes potenciales.<br />

Nuestro interminable fi rmamento,<br />

No se puede ver a fondo,<br />

Techo encantador del mundo,<br />

Solo de Dios, viene tal invento.<br />

103<br />

ENCONTRO DAS ARTES<br />

Hermélio Silva e Renata Sunega


PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE CAMPINAS – SEDE CENTRAL<br />

A construção, em estilo renascentista italiano, foi o solar de Joaquim Policarpo Aranha, o Barão de Itapura, dono <strong>das</strong> fazen<strong>das</strong> Chapadão, Dois Córregos, Bom Retiro e Atibaia. O edifício foi concluído<br />

em 1883 e doado, pela única fi lha do barão, à Diocese de <strong>Campinas</strong> em 1952. O palacete sofreu modifi cações do projeto original realizado pelo engenheiro Luiz Pucci.<br />

The construction, in an Italian renaissance style, was sunlight of Joaquim Policarpo Aranha, of Barão de Itapura, owner of the farms Chapadão, Dois Córregos, Bom Retiro and Atibaia. The building was<br />

concluded in 1883 and donated, by the only daughter of the baron, to the Diocese of <strong>Campinas</strong> in 1952. The palace was modifi ed from the original project realized by the engineer Luiz Pucci.<br />

La construcción, en estilo renacentista italiano, fue el solar de Joaquim Policarpo Aranha, el Barón de Itapura, dueño de las hacien<strong>das</strong> Chapadão, Dos Córregos, Bon Retiro y Atibaia. El edifi cio fue<br />

concluido en 1883 y donado, por la única hija del barón, a la Diocese de <strong>Campinas</strong> en 1952. El palacete sufrió modifi caciones del proyecto original realizado por el ingeniero Luiz Pucci.


(Texto de Duílio Battistoni Filho)<br />

UM EDUCADOR QUE HONROU CAMPINAS<br />

Uma <strong>das</strong> fi guras mais proeminentes do mundo<br />

educacional campineiro foi o professor Norberto<br />

de Souza Pinto. Nasceu em <strong>Campinas</strong> em junho de<br />

1995 e com apenas quatro anos perde o pai e, graças<br />

aos esforços do bispo D. João Batista Correia Nery<br />

e ao Dr. Thomas Alves, pôde estudar e diplomar-se<br />

professor normalista, em 1917. Antes de concluir o<br />

curso na Escola Normal foi designado pelo governo<br />

do Estado para lecionar na Escola Masculina do Bairro<br />

do Frontão, hoje Cambuí. No exercício do cargo<br />

para o qual fora nomeado, percebeu que dezenas<br />

de alunos repetentes do primeiro ano apresentavam<br />

como causas predominantes: defi ciência alimentar,<br />

anormalidade psíquica, más condições de saúde e<br />

mudança frequente de professores. Em vista dessa situação,<br />

encaminhou os alunos retardados a um curso<br />

que particularmente fundara em sua residência. Desse<br />

trabalho altruísta originou-se a Escola Primária de<br />

Adaptação para a Infância Defi citária Escolar, a primeira<br />

no Estado de <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>, com ensino especializado.<br />

Essa escola continuou funcionando indepen-<br />

AN EDUCATOR WHO HONORED CAMPINAS<br />

One of the more prominent fi gures of the education<br />

world of <strong>Campinas</strong> was the professor Norberto<br />

de Souza Pinto. He was born in <strong>Campinas</strong> in July<br />

of 1895 and only 4 years old, he lost his dad and,<br />

thankfully with the effort of bishop D. João Batista<br />

Correia Nery and Dr. Thomas Alves, he was able to<br />

study and achieve a diploma of professor, in 1917.<br />

Before he concluded the course on Escola Normal<br />

he was designated by the government of State to give<br />

classes on Escola Masculina do Bairro do Frontão,<br />

today called Cambuí. On his exercise of duty from<br />

the one he was nominated, he noticed that dozens of<br />

repeat students of fi rst year presented predominant<br />

causes: lack of food (defi ciency of nourishment),<br />

psychical abnormalities, very bad health conditions<br />

and frequent changing of teachers. Seeing this picture,<br />

he directed the impeded students to a course<br />

he started in his house. From this work, altruist started<br />

the Escola Primária de Adaptação para a Infância<br />

Defi citária Escolar, the fi rst one in the State of<br />

<strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>, with specialized teaching. This school<br />

UN EDUCADOR QUE HONRÓ CAMPINAS<br />

105<br />

ENCONTRO DAS ARTES<br />

Hermélio Silva e Renata Sunega<br />

Una de las fi guras más prominentes del mundo<br />

educacional campinero fue el profesor Norberto de<br />

Souza Pinto. Nació en <strong>Campinas</strong> en junio de 1995 y<br />

con apenas cuatro años pierde el padre y, gracias a<br />

los esfuerzos del obispo D. João Batista Correia Nery<br />

y al Dr.Thomas Alves, puede estudiar y diplomarse<br />

profesor normalista, en 1917. Antes de concluir el<br />

curso en la Escuela Normal fue designado por el govierno<br />

del Estado para enseñar en la Escuela Masculina<br />

del Barrio de Frontão, hoy Cambuí. En el ejercício<br />

del cargo para el cual fue nombrado, percibió<br />

que decenas de alumnos repetidores del primer año<br />

presentaban como causas predominantes defi ciencia<br />

alimenticia, anomalidad psiquica, malas condiciones<br />

de salud y cambio frecuente de profesores. En vista de<br />

esta situación, encaminó los alumnos retardados a<br />

un curso que particularmente fundó en su residencia.<br />

De ese trabajo altruísta se originó la Escuela Primaria<br />

de Adaptación para la Infancia Defi citária Escolar, la<br />

primera en el Estado de <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>, con enseñanza<br />

especializada. Esta escuela continuó funcionando in-


dente de qualquer auxílio fi nanceiro por parte dos<br />

poderes públicos municipais, estaduais e federais.<br />

Em 1929, a convite da direção do Hospital Franco<br />

da Rocha, instalou uma classe e lecionou para crianças<br />

anormais interna<strong>das</strong> na Escola Pacheco e Silva,<br />

anexa àquele nosocômio. Como jornalista fundou,<br />

em 1927, a Associação Campineira de Imprensa. Publicou<br />

centenas de artigos em jornais e revistas do<br />

país. De sua bibliografi a merece destaque o livro A<br />

Infância Retardatária, publicado nesse mesmo ano<br />

e que representou a primeira obra brasileira sobre o<br />

assunto. Outros livros importantes seguiriam como<br />

fontes imprescindíveis, como Relíquias de um Ideal.<br />

Todavia, sua maior realização seria o Instituto de Pedagogia<br />

Terapêutica, reconhecido pelo governo do<br />

Estado e de renome nacional. O professor Norberto<br />

faleceu em 1968 e sua personalidade há de fi car<br />

perpetuada como exemplo de mestre, na história da<br />

educação em <strong>Campinas</strong>.<br />

continues to function independently of any fi nancial<br />

help from the government (municipal, state and<br />

federal). In 1929, with an invite from the management<br />

of the Hospital Franco da Rocha, he installed<br />

a class and gave lessons to children mentally defective<br />

in the School Pacheco e Silva, enclosed within<br />

that hospital. As a journalist, he founded, in 1927,<br />

the Associação Campineira de Imprensa. A Infância<br />

Retardatária, (The slow childhood), published in<br />

the same year and it represented the fi rst brazilian<br />

masterpiece on this subject. Other important books<br />

followed, some unreplaceable, like Relíquias de um<br />

Ideal (Relic of an ideal). However, his biggest realization<br />

was the Instituto de Pedagogia Terapêutica,<br />

recognized by the State government, with a national<br />

reputation. Professor Norberto died in 1968 and his<br />

personality, is a lasting example of a master, in the<br />

history of education in <strong>Campinas</strong>.<br />

107<br />

ENCONTRO DAS ARTES<br />

Hermélio Silva e Renata Sunega<br />

dependente de cualquier auxílio fi nancero por parte<br />

de los poderes públicos municipales, provinciales y<br />

federales. En 1929, a invitación de la dirección del<br />

“Hospital Franco da Rocha”, instaló una clase y enseñó<br />

para niños anormales internados en la Escuela<br />

“Pacheco e Silva”, anexada a aquel nosocomio.Como<br />

periodista fundó, en 1927, la “Associação Campineira<br />

de Imprensa”. Publicó centenares de artículos en<br />

periódicos y revistas del País. De su bibliografi a merece<br />

destaque el libro A Infância Retardatária, publicado<br />

en ese mismo año y que representó la primer<br />

obra brasileña sobre el asunto. Otros libros importantes<br />

seguirían como fuentes imprescindíbles, como<br />

“Relíquias de um Ideal”. Sin embargo su mayor realización<br />

sería “o Instituto de Pedagogia Terapêutica”,<br />

reconocido por el govierno del Estado y de renombre<br />

nacional. El profesor Norberto falleció en 1968 y su<br />

personalidad debe perpetuar como ejemplo de maestro,<br />

en la história de la educación en <strong>Campinas</strong>.


CASA GRANDE E TULHA<br />

As construções, segundo pesquisas, pertenceram à mais antiga fazenda de <strong>Campinas</strong>, sendo o engenho Tulha construído entre 1790 e 1795, e a Casa Grande, atribuída ao proprietário Joaquim José Soares<br />

de Carvalho, uma construção remanescente de 1830.<br />

The construction, according to researchers, belonged to the oldest farm in <strong>Campinas</strong>, the Tulha engenho (a place that processed sugar cane and sugar), built in 1790 to 1795, the Casa Grande, attributed by<br />

the owner Joaquim José Soares de Carvalho, is a remnant construction of the 1830s.<br />

Las construcciones, según investigaciones, pertenecieron a la más antigua hacienda de <strong>Campinas</strong>, siendo el ingenio Tulha construido entre 1790 y 1795, y la Casa Grande, atribuida al propietario Joaquim<br />

José Soares de Carvalho, una construcción remanente de 1830.


(Poema de Pedro J. Bondaczuk)<br />

DISSIMULAÇÃO<br />

Figuram-me triste,<br />

com um ar “blasée”,<br />

revestido de tédio,<br />

envolto na saudade,<br />

a viver do passado.<br />

E eu revisto o rosto em sombras,<br />

Torno os olhos opacos,<br />

Os sentimentos “gris”,<br />

crispo e selo os lábios.<br />

E dessa melancólica armadura<br />

Faço um perfeito disfarce,<br />

útil arma de defesa,<br />

escudo protetor,<br />

refúgio indevassável.<br />

Mas a alma, escondida,<br />

secretamente,<br />

estua de alegria.<br />

O coração, à socapa,<br />

mal esconde o seu júbilo.<br />

A máscara falsa do rosto<br />

nem sempre pode dissimular<br />

que amo a vida,<br />

que creio em Deus,<br />

que sou feliz!!!<br />

DISSIMULATION<br />

See me sad,<br />

looking “blasée”,<br />

covered with boredom,<br />

involved in nostalgia,<br />

living in the past.<br />

I see faces in the shadows,<br />

Turning my eyes opaque,<br />

Feeling “gris”,<br />

angry I seal my lips.<br />

And from this melancholic armor<br />

I make a perfect disguise,<br />

useful defensive gun,<br />

protective shield,<br />

refuge.<br />

But the soul, hidden,<br />

secretly,<br />

full of of happiness.<br />

The heart, in disguise,<br />

cannot hide jubilance.<br />

The false mask of the face<br />

not always you can pretend<br />

that I love the life,<br />

that I believe in God,<br />

and I am happy!!!<br />

DISIMULACIÓN<br />

Me fi guran triste,<br />

con un aire “blasée”,<br />

revestido de tedio,<br />

envuelto en la añoranza,<br />

viver del pasado.<br />

Y yo reveo el rostro en sombras,<br />

Entorno los ojos opacos,<br />

Los sentimentos “gris”,<br />

crispo y sello los labios.<br />

Y de esta melancólica armadura<br />

Hago un perfecto disfraz,<br />

útil arma de defensa,<br />

escudo protector,<br />

refugio impenetrable.<br />

Pero el alma, escondida,<br />

secretamente,<br />

es tuya de alegria.<br />

El corazón, disimulando,<br />

mal esconde su júbilo.<br />

La máscara falsa del rostro<br />

ni sempre puede disimular<br />

que amo la vida,<br />

que creo en Dios,<br />

que soy ¡feliz!!!<br />

109<br />

ENCONTRO DAS ARTES<br />

Hermélio Silva e Renata Sunega


LARGO DO PARÁ<br />

Inicialmente denominado Praça do Tanquinho, sua implantação é de meados do século XIX e tem área de 9.930 m2 . Na praça encontram-se o chafariz, fundido pela Cia. Mac Hardy em 1894 e um busto<br />

em homenagem a Álvaro Ribeiro, em bronze, executado pelo escultor Wilmo Rosa.<br />

Initially denominated Praça do Tanquinho, its implantation was made during the middle of the century XIX and has an area of 9.930 m2. In the square, there is a fountain, die casted by the company<br />

Cia Mac Hardy in 1894 and a tribute bust of Álvaro Ribeiro, in bronze, executed by the sculptor Wilmo Rosa.<br />

Inicialmente denominado “Plaça do Tanquinho”, su implantación es de mediados del siglo XIX y tiene una área de 9.930 m2. En la plaza se encuentran la fuente, fundida por la Cia Mac Hardy en 1894<br />

y un busto en homenaje a Álvaro Ribeiro, en bronce, ejecutado por el escultor Wilmo Rosa.


(Poema de João Proteti)<br />

A PRAÇA, SUAS ÁRVORES<br />

Ipê-branco fl oridoa<br />

primavera se abriu<br />

em doce sorriso.<br />

Acesa em rosa,<br />

a paineira linda<br />

ilumina<br />

a cidade cinza.<br />

Sol no fl amboyant –<br />

um pouco mais de lenha<br />

na fogueira da manhã.<br />

A árvore dança<br />

conforme o passarinho<br />

que nela canta.<br />

No banco<br />

tento ler<br />

um romance.<br />

Impossível<br />

com esse ipê<br />

se declarando<br />

em amarelos versos<br />

de pétalas.<br />

A chuva derrama<br />

seu prata<br />

na cássia.<br />

A cássia chove<br />

seu amarelo<br />

na praça.<br />

THE SQUARE, HIS TREES<br />

White- Ipê-blossom<br />

the spring opened itself<br />

in a sweet smile.<br />

Lighting in rose,<br />

the beautiful palm tree<br />

Illuminates<br />

the grey city.<br />

Sun on the fl amboyanta<br />

little bit more of fi rewood<br />

on the fi re of the morning.<br />

The tree dances<br />

according to the bird<br />

which in her sings.<br />

In the boat<br />

I try to read<br />

a romance.<br />

Impossible<br />

with this ipê<br />

declaring<br />

in yellow verses<br />

of petals.<br />

The rain sprinkle<br />

your silver<br />

on cássia.<br />

The cássia rain<br />

your yellow<br />

on the square.<br />

LA PLAZA, SUS ÁRBOLES<br />

Ipê-blanco fl orido<br />

la primavera se abrió<br />

en dulce sonrisa.<br />

Encendida en rosa,<br />

la paineira linda<br />

ilumina<br />

la ciudad gris.<br />

Sol en el fl amboyantun<br />

poco más de leña<br />

en la hoguera de la mañana.<br />

El árbol baila<br />

conforme el pajarito<br />

que en ella canta.<br />

En el banco<br />

intento leer<br />

un romance.<br />

Imposible<br />

con ese ipê<br />

declarándose<br />

en amarillos versos<br />

de plata.<br />

La lluvia derrama<br />

su plata<br />

en la canela cássia.<br />

La canela llueve<br />

su amarillo<br />

en la plaza.<br />

111<br />

ENCONTRO DAS ARTES<br />

Hermélio Silva e Renata Sunega


MUSEU DA CIDADE<br />

O edifício foi inaugurado em 1886 como depósito de instrumentos agrícolas da indústria pela Lidgerwood Manufacturing Co. Ltda. Representante da arquitetura neogótica vitoriana, abriga desde<br />

3 de abril de 1992 o Museu da Cidade, criado a partir dos acervos do Museu do Índio (criado em 1967), Museu Histórico (1969) e Museu do Folclore (1977).<br />

The building was inaugurated in 1886 as a warehouse of agricultural instruments of the factory Lidgerwood Manufacturing Co Ltd representing Victorian neo gothic architecture. From the 3rd of<br />

April 1992 nestled the Museu da Cidade,a creation of artefacts of the Museu do Índio (created in 1967), Museu Histórico (1969) e Museu do Folclore (1977).<br />

El edifi cio fue inaugurado en 1886 como depósito de instrumentos agrícolas de la industria por la Lidgerwood Manufacturing Co. Ltda.Representante de la arquitectura neogótica victoriana abriga desde<br />

3 de abril de 1992 el Museo de la Ciudad, creado a partir de los acervos del Museo del Indio (creado en 1967), Museo Histórico (1969) y Museo del Folclore (1977).


(Poema de Mário de Oliveira Seixas)<br />

CONTRASTE<br />

Estou na sua rua. Que alegria!<br />

Manhã ensolarada, fl ores belas.<br />

Pássaros cantam doce melodia.<br />

Gente feliz sorrindo nas janelas.<br />

E andando mais feliz que to<strong>das</strong> elas,<br />

Eu chego à sua casa. Que euforia!<br />

Tudo que vejo é lindo, como telas<br />

Pinta<strong>das</strong> esbanjando harmonia.<br />

Estou na sua rua. Que tristeza!<br />

Os pássaros se calam. Veio a noite.<br />

As fl ores estão murchas, sem beleza.<br />

As janelas fecha<strong>das</strong> não têm gente.<br />

Prostrado, como vítima de açoite,<br />

Eu deixo a sua casa tristemente.<br />

CONTRAST<br />

I am on your street. How happy!<br />

Sunny morning, beautiful fl owers.<br />

Birds singing a sweet melody.<br />

Happy people smiling at the window.<br />

And walking more happy than anyone else,<br />

I get to your house. How euphoric!<br />

Everything I see is beautiful, like canvas<br />

Painted squander harmony.<br />

I am on your street. How sad!<br />

The birds are quiet. The night came.<br />

The fl ower has withered, without any beauty.<br />

The windows are closed without anyone.<br />

Depressed like a prey of whip,<br />

I leave her house very sad.<br />

CONTRASTE<br />

Estoy en su calle. ¡Que alegria!<br />

Mañana soleada, fl ores bellas.<br />

Pájaros cantan dulce melodía.<br />

Gente feliz sonriendo en las ventanas.<br />

Y andando más feliz que to<strong>das</strong> ellas,<br />

Yo llego a su casa. ¡Que euforía!<br />

Todo lo que veo es lindo, como telas<br />

Pinta<strong>das</strong> derrochando armonía.<br />

Estoy en su calle. ¡Que tristeza!<br />

Los pájaros se callan. Vino la noche.<br />

Las fl ores están marchitas, sin belleza.<br />

Las ventanas cerra<strong>das</strong> no tienen gente.<br />

Postrado, como víctima de azote,<br />

Yo dejo su casa tristemente.<br />

113<br />

ENCONTRO DAS ARTES<br />

Hermélio Silva e Renata Sunega


SOLAR DO VISCONDE DE INDAIATUBA<br />

O solar foi construído em 1846 para ser residência de dona Tereza Miquelina do Amaral Pompeu, irmã de Joaquim Bonifácio do Amaral, futuro Visconde de Indaiatuba. As obras fi caram sob<br />

responsabilidade do mestre carapina Serafi m Gomes Moreira.<br />

The sunroom was built in 1846 to be the residence of dona Tereza Miquelina do Amaral Pompeu, sister of Joaquim Bonifácio do Amaral, future Visconde de Indaiatuba. The person responsable for the<br />

work was the master Serafi m Gomes Moreira.<br />

El solar fue construido en 1846 para ser residencia de dueña Tereza Miquelina de Amaral Pompeu, hermana de Joaquim Bonifácio del Amaral, futuro Vizconde de Indaiatuba. Las obras quedaron bajo<br />

responsabilidad del maestro carpintero Serafi m Gomes Moreira.


(Poema de Ida Jacques)<br />

FOLHA BRANCA<br />

A folha branca em cima desta mesa,<br />

Cheia de silêncio,<br />

Repleta de saudade,<br />

Esperando palavras que,<br />

Maculando sua alva brancura,<br />

Venham dizer coisas,<br />

Revelar amores.<br />

A folha branca em cima desta mesa,<br />

Testemunha o abandono,<br />

Um amor desfeito<br />

Que no silêncio de um pranto<br />

Clama por juras que apaguem a dor.<br />

Dor de um amor perdido,<br />

Tão mal compreendido<br />

Por quem não soube encontrar<br />

Em meio a palavras tantas,<br />

Ditas em doces sussurros,<br />

A felicidade de um tal sentir.<br />

Venham, palavras! Marcas que ferem<br />

A folha branca na mesa esquecida.<br />

Que tu possas palavra amada,<br />

Com teu mágico sentido fazer,<br />

Nesta folha – esperança,<br />

Renascer o amor de um bem vivido<br />

Apagando com teu traço amigo<br />

A tristeza da ausência<br />

Duma mensagem querida!<br />

WHITE LEAF<br />

The white leaf on the top of this table,<br />

Full of silence,<br />

Replete nostalgia,<br />

Waiting for words which,<br />

Blemishing your whiteness of dawn,<br />

Coming to say things,<br />

Unveil love.<br />

The white leaf on the top of this table,<br />

Witness disregard,<br />

The undone love<br />

On the silence of weeping<br />

Cry out for vow to extinguish the pain.<br />

Pain of a lost love,<br />

So badly understood<br />

For whom which never encounter<br />

In between so many words,<br />

Told in sweet whisper,<br />

The happiness of such feeling.<br />

Come words, words! Marks of wounds<br />

The white leaf on the forgotten table.<br />

Which you can love word,<br />

With your magic feeling do,<br />

In this leaf – hope,<br />

To be born again the love this was lived well by<br />

someone<br />

Extinguishing with your friendly line<br />

The sadness of the absence<br />

Of a beloved message!<br />

HOJA BLANCA<br />

La hoja blanca encima de esta mesa,<br />

Llena de silencio,<br />

Repleta de nostalgia,<br />

Esperando palabras que,<br />

Maculando su alba blancura,<br />

Vengan a decir cosas,<br />

Revelar amores.<br />

La hoja blanca encima de esta mesa,<br />

Testigo del abandono,<br />

Un amor deshecho<br />

Que en el silencio de un llanto<br />

clama por juramentos que apaguen el dolor.<br />

Dolor de un amor perdido,<br />

Tan mal comprendido<br />

Por quien no supo encontrar<br />

En medio a palabras tantas,<br />

Dichas en dulces susurros,<br />

La felicidad de sentir.<br />

¡Vengan, palabras! Marcas que hieren<br />

La hoja blanca en la mesa olvidada.<br />

Que tú pue<strong>das</strong> palabra amada,<br />

Con tu mágico sentido hacer,<br />

En esta hoja – esperanza,<br />

Renacer el amor de un bien vivido<br />

Borrando con tu trazo amigo<br />

La tristeza de la ausencia<br />

¡De un mensaje querido!<br />

115<br />

ENCONTRO DAS ARTES<br />

Hermélio Silva e Renata Sunega


PALÁCIO DA JUSTIÇA<br />

Em 1941 o terreno para a construção do Palácio da Justiça (Fórum), projetado pelo arquiteto José Maria <strong>das</strong> Neves, foi colocado à disposição do Estado. Devido à crise fi nanceira, as obras do edifício foram<br />

concluí<strong>das</strong> apenas em 1950.<br />

In 1941, a piece of land was made available for the State for the construction of the Palacio da Justiça (Fórum), projected by the architect José Maria <strong>das</strong> Neves. Due to a fi nancial crisis the work of the<br />

building was only concluded in 1950.<br />

En 1941 el terreno para construcción del Palacio de Justicia (Fórum), proyectado por el arquitecto José Maria <strong>das</strong> Neves, fue colocado a disposición del Estado. Debido a crisis fi nanciera las obras del<br />

edifi cio fueron conclui<strong>das</strong> sólo en 1950.


(Texto de Arita Damasceno Pettená)<br />

GUILHERME DE ALMEIDA VISTO POR<br />

OUTROS INTELECTUAIS<br />

Quando em julho de 1968, o Clube dos Poetas,<br />

em seu primeiro ano de existência, convidava Guilherme<br />

para que fosse alvo <strong>das</strong> homenagens de sua<br />

terra, mal poderia imaginar o Príncipe que dela já<br />

estivesse se despedindo, tais as manifestações de carinho<br />

e de ternura haveria de receber de “Sua Alteza”,<br />

a “Princesa D’Oeste”. E num jantar memorável,<br />

que se realizou a 20 de dezembro, na cabana do<br />

Círculo Militar, sob a presidência de Pettená, Guilherme,<br />

em sua Elegia a <strong>Campinas</strong>, repetia, de início,<br />

a mensagem de sua entrada na Academia Brasileira<br />

de Letras: “O Príncipe não é o principal. O<br />

principal é haver, entre as muitas terras do utilitário<br />

mundo de hoje, uma terra que ainda sonha”. E agora<br />

acrescentava: “Ora, essa terra útil que ainda sonha<br />

porque acredita nos poetas, essa terra, neste instante,<br />

é esta nossa, bem nossa, sempre nossa, cada vez<br />

mais nossa <strong>Campinas</strong>”. E a certa altura, conclama,<br />

emocionado: “<strong>Campinas</strong>, amorosa amada minha, de<br />

vós trazendo a luz do meu primeiro dia,/ o amor dos<br />

meus e o amor aos meus,/ eu deixei de ser ‘eu’ para<br />

ser ‘Nós’”.<br />

GUILHERME DE ALMEIDA SEEN FROM<br />

OTHERS INTELLECTUALS<br />

When in July of 1968, the Club of Poets, in his<br />

fi rst year of existence, invited Guilherme to be the<br />

purpose of the compliments of his native land, they<br />

could hardly imagine the Prince from this land had<br />

already said good bye, such manifestation of love<br />

and tenderness he would receive of his “Highness”,<br />

the “Princess of the East”. At a memorable dinner,<br />

which happened on the 20th of December, in the<br />

tavern of the Military Circuit, under the presidency<br />

of Pettená, Guilherme, in his Eligible <strong>Campinas</strong>, repeated,<br />

at the beginning, the message of the entrance<br />

of the Brazilian Academy of Literature: “The Prince<br />

is not the principal? What is essential is to have, between<br />

many lands of the practical world of today, a<br />

land that you still dream of”. And now added: “Now,<br />

this useful land that still dreams because it believes in<br />

the poets, this land, in this instant, it is ours, very well<br />

ours, always ours, more and more our <strong>Campinas</strong>”.<br />

And at certain point, shout, emotionally: “<strong>Campinas</strong>,<br />

amorous love of mine, of you bringing the light of my<br />

fi rst day/ the love of my life and the love of yours/ I<br />

left ‘being’ to be ‘One’”.<br />

GUILHERME DE ALMEIDA VISTO POR<br />

OTROS INTELECTUALES<br />

117<br />

ENCONTRO DAS ARTES<br />

Hermélio Silva e Renata Sunega<br />

Cuando en julio de 1968, el Club de los Poetas,<br />

en su primer año de existencia, invitaba a Guilherme<br />

para que fueran el centro de los homenajes de su tierra,<br />

apenas podría imaginar el Príncipe que de ella ya<br />

estuviera despidiéndose, tales las manifestaciones de<br />

cariño y de ternura habría de recibir de Su “Alteza”,<br />

la Princesa “D’Oeste”. Y en una cena memorable,<br />

que se realizó la 20 de diciembre, en la cabaña del<br />

Círculo Militar, bajo la presidencia de Pettená, Guilherme,<br />

en su Elegía a <strong>Campinas</strong>, repetía, de inicio, el<br />

mensaje de su entrada en la Academia Brasileña de<br />

Letras: “El Príncipe no es lo principal. Lo principal es<br />

haber, entre las muchas tierras del utilitario mundo<br />

de hoy, una tierra que aún sueña”. Y ahora añadía:<br />

“Ora, esa tierra útil que aún sueña porque cree en<br />

los poetas, esa tierra, en este instante, es esta nuestra,<br />

bien nuestra, siempre nuestra, cada vez más nuestra<br />

<strong>Campinas</strong>”. Y a cierta altura, aclama, emocionado:<br />

“<strong>Campinas</strong>, amorosa amada mía, de vosotros trayendo<br />

la luz de mi primer día,/ el amor de los míos,/ y<br />

el amor a los míos/ yo dejé de ser ‘y’ para ser ‘Nosotros’”.


Seis meses depois, num 11 de julho, que marcava<br />

o nascimento de Carlos Gomes, morria Guilherme. E<br />

<strong>São</strong> <strong>Paulo</strong> inteirinha chorou o seu poeta soldado. E o<br />

Brasil todo espalhava pelos jornais, do mais humilde<br />

ao mais conceituado, a vida e a obra de tudo aquilo<br />

que fi cara inédito do grande poeta paulista. Dele falaram<br />

grandes críticos. Poetas irmãos. Os amigos intelectuais.<br />

E os suplementos literários do Estadão, em<br />

edições quase que sucessivas, trouxeram a público<br />

muito daquilo que nos era desconhecido. Muito da<br />

sua perícia até então pouco divulgada pela Imprensa.<br />

É que “Guilherme de Almeida é um poeta paulista,<br />

brasileiro e universal. É por sua universalidade que é<br />

entendido e compreendido em sua poesia onde quer<br />

que haja almas sensíveis à beleza”. Esta a afi rmação<br />

de Athaíde, então presidente da Academia Brasileira<br />

de Letras, por ocasião da entrega de um medalhão<br />

de bronze, esculpido com a efígie do poeta,<br />

quando do centenário de “Nós”.<br />

É que o “lirismo de Nós, do Messidor, de A Dança<br />

<strong>das</strong> Horas e de tantos outros volumes de versos<br />

haveria de permanecer na memória de quantos lhe<br />

seguiram o rico itinerário poético”. Essas palavras<br />

textuais de Cassiano Ricardo, num estudo sobre<br />

“Guilherme e suas antecipações”, bem retratam a<br />

poética do vate campineiro. E a aponta ainda como<br />

de há muito precursora da poesia de vanguarda, tal<br />

o seu imagismo, a disposição gráfi ca de muitos de<br />

seus poemas. Como lírico, dizem os entendidos,<br />

“fez versos tão a Camões que o próprio Camões gostaria<br />

de assinar”. E é nessa segunda fase que o crítico<br />

Six months later, on the 11th of July, which<br />

marked the year when Carlos Gomes was born, Guilherme<br />

died, all over <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong> there were cries for<br />

this soldier poet. And all of Brazil spread the news<br />

in the newspapers, from the humble to the most respected,<br />

the life and the work of all the things that<br />

stayed unpublished of the greatest poet from <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>.<br />

Infl uential critics talked about him. Brother poets.<br />

Intellectual friends. And the literary supplements of<br />

the newspaper Estadão, in nearly every edition, they<br />

brought together many things that were unknown.<br />

Many of his skills were even published by the Press.<br />

It is that “Guilherme de Almeida is a poet from <strong>São</strong><br />

<strong>Paulo</strong>, Brazilian and universal. It is for his universality<br />

that is understood and comprised in his poetry wherever<br />

sensible souls have for his beautiful work”. This<br />

affi rmation of Athaíde, then president of the Brazilian<br />

Academy of Literature, on a occasion of the delivery<br />

of the bronze medallion, carved with the fi gure of the<br />

poet, on the centenary of “Us”.<br />

It is that on the “lirismo de Nós, do Messidor, de<br />

A Dança <strong>das</strong> Horas and many of other verses included<br />

had to stay in the memory of many people that<br />

followed his rich poetic itinerary”. These text words<br />

of Cassiano Ricardo, in a study about “Guilherme<br />

and his anticipations”, portrayed well the poet from<br />

<strong>Campinas</strong>. And indicates how it is still a pioneer of<br />

vanguard poetry, how illusory, the graphic disposition<br />

of many of his poems. Like lyric poets they say,<br />

“Made verses very like that of Camões that the<br />

very Camões would like to sign”. And in this second<br />

119<br />

ENCONTRO DAS ARTES<br />

Hermélio Silva e Renata Sunega<br />

Seis meses después, un 11 de julio, que marcaba<br />

el nacimiento de Carlos Gomes, moría Guilherme. Y<br />

<strong>São</strong> <strong>Paulo</strong> entera lloró su poeta soldado. Y todo Brasil<br />

esparcía por los periódicos, del más humilde al más<br />

conceptuado, la vida y la obra de todo aquello que<br />

quedó inédito del gran poeta paulista. De él hablaron<br />

grandes críticos. Poetas hermanos. Los amigos intelectuales.<br />

Y los suplementos literarios del Estadão,<br />

en ediciones casi que sucesivas, trajeron a público<br />

mucho de aquello que nos era desconocido. Mucho<br />

de su pericia hasta entonces poco divulgada por la<br />

Prensa. Es que “Guilherme de Almeida es un poeta<br />

paulista, brasileño y universal. Es por su universalidad<br />

que es entendido y comprendido en su poesía<br />

donde quiera que haya almas sensibles a la belleza”.<br />

Esta la afi rmación de Athaíde, entonces presidente de<br />

la Academia Brasileña de Letras, por ocasión de la<br />

entrega de un medallón de bronce, esculpido con la efi -<br />

gie del poeta, cuando el centenario de “Nos”.<br />

Es que el “lirismo de Nosotros, del Messidor, de<br />

La Danza de las Horas y de tantos otros volúmenes<br />

de versos debería de permanecer en la memoria de<br />

cuantos siguieron el rico itinerario poético”. Estas palabras<br />

textuales de Cassiano Ricardo, en un estudio<br />

sobre “Guilherme y sus anticipaciones”, bien retratan<br />

la poética del vate campineiro. Y la apunta todavía<br />

como de que hay mucho de precursora de la poesía<br />

de vanguardia, tal su imaginación, la disposición<br />

gráfi ca de muchos de sus poemas. Como lírico, dicen<br />

los entendidos, “hizo versos tan Camões que el<br />

propio Camões le gustaría fi rmar”. Y es en esa segun-


Osvaldinho Marques enquadra Guilherme, apontando-o<br />

como um dos “magos da virtuosidade”. Para<br />

Manuel Bandeira, “Guilherme é o maior artista do<br />

verso em língua portuguesa”. No dizer de Alcântara<br />

Silveira, Guilherme, mais que ninguém, “sabia impor<br />

a sua marca, espécie de brasão que se imprime<br />

no lacre ainda quente”. Luso Ventura o qualifi cava<br />

de “o bruxo da palavra e do pensamento”. E Paranhos<br />

de Siqueira, ao considerá-lo “feiticeiro do verso”,<br />

justifi cava-o, dizendo: “Havia nele a imaginação<br />

fecunda – fonte inesgotável de originalidade de<br />

seus versos”.<br />

Mais de 40 anos passados de sua morte, o Poeta-<br />

Soldado de 32 ainda vive em nós, os arautos da sua<br />

poesia. E haveremos de levar a todos a mensagem<br />

de seus versos, exaltando ora a “A Bandeira que<br />

é o nosso espelho,/ Bandeira que é a nossa pista,/<br />

que traz no topo vermelho,/ o coração do paulista”.<br />

Ora, dirigindo-se aos voluntários campineiros mortos<br />

em combate no grandioso mausoléu, diante do<br />

Cemitério da Saudade: “Não é túmulo! É berço! É<br />

sementeira/De ideal; baliza do futuro; pista,/Rastro<br />

de heróis na terra campineira./ Sobre eles, cor a cor,<br />

lista por lista,/ Eternizou seu voo essa Bandeira,/<br />

Petrifi cou-se o pavilhão paulista./ Bandeirantes, por<br />

voz, nesta jazida./Velam as pedras, que esta morte<br />

é vida”.<br />

phase that the critic Osvaldinho Marques framed<br />

Guilherme, indicating similarities to one of the “wise<br />

men of virtuosity”. For Manuel Bandeira “Guilherme<br />

is the biggest artist of verses in the Portuguese language”.<br />

On Alcântara Silveira words, Guilherme,<br />

more than anyone, “knew how to impose his brand,<br />

a kind of arms that is printed on the sealing wax that<br />

is still hot”. Luso Ventura qualifi ed him “the witch<br />

doctor of the word and of thought”. And Paranhos de<br />

Siqueira, considered him a “wizard of verse”, justifi<br />

ed, saying: “He had in him a fertilized imagination<br />

– a unexhausted fountain of originality of his verses”.<br />

More than 40 years has passed by of his death, the<br />

Poet- Soldier of 32 still alive in us, the herald of his<br />

poetry. And we have to take to everyone the message<br />

of his verses, magnifying now the “The Flag that is our<br />

mirror,/ Flag that is our track/ that bring on the red top,/<br />

the heart of the people from <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>”. Now, directing<br />

to the volunteers from <strong>Campinas</strong> dead in the battle<br />

of the grand mausoléu, in front of the Cemitério da<br />

Saudade: “It is not a grave! It is a cradle! It is the sowing/<br />

Of the ideal;landmark of the future;track,/Traces<br />

of the heroes in the land of <strong>Campinas</strong>./Above them,<br />

color to color, stripe for stripe,/ Eternalized his fl ying of<br />

this Flag,/Petrifi ed the pavilion of <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>./Member<br />

of the expeditions called Bandeiras, for voice, in this<br />

resting place./Veil the stones, that of this dead is life”.<br />

121<br />

ENCONTRO DAS ARTES<br />

Hermélio Silva e Renata Sunega<br />

da fase que el crítico Osvaldinho Marques encuadra<br />

Guilherme, apuntándolo cómo uno de los “magos de<br />

la virtuosidad”. Para Manuel Bandera “Guilherme es<br />

el mayor artista del verso en lengua portuguesa”. En el<br />

decir de Alcântara Silveira, Guilherme, más que nadie,<br />

“sabía imponer su marca, especie de blasón que<br />

se imprime en el lacre aún caliente”. Luso Ventura lo<br />

califi caba del “brujo de la palabra y del pensamiento”.<br />

Y Paranhos de Siqueira, al considerarlo “hechicero<br />

del verso”, lo justifi caba, diciendo: “Había en<br />

él una imaginación fecunda – fuente inagotable de<br />

originalidad de sus versos”.<br />

Más de 40 años pasados de su muerte, el Poeta-<br />

Soldado del 32 aún vive en nosotros, los heraldos de<br />

su poesía. Y debemos llevar a todos el mensaje de sus<br />

versos, exaltando ora a “La Bandera que es nuestro<br />

espejo,/ Bandera que es nuestra pista,/ que trae en el<br />

tope rojo,/ el corazón del paulista”. Ora, dirigiéndose<br />

a los voluntarios campineiros muertos en combate<br />

en el grandioso mausoleo, delante del Cementerio<br />

de La Saudade “¡No es túmulo! ¡Es cuna! Es semilla/<br />

De ideal; Pilar del futuro; Pista/Rastro de héroes en<br />

la tierra campineira./Sobre ellos, color el color, lista<br />

por lista,/ Eternizó su vuelo esa Bandera,/Se petrifi có<br />

el pabellón paulista./Bandeirantes, por voz, en esta<br />

yacida./Velan las piedras, que esta muerte es vida”.


PRAÇA BENTO QUIRINO<br />

Localizada na região do “marco zero” da Vila de <strong>São</strong> Carlos, temos o monumento Bento Quirino, obra do escultor Amadeu Zeni, fundida em bronze sobre pedestal de granito cinza. Executada no Liceu de<br />

<strong>Artes</strong> e Ofício de <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>, foi inaugurada em 18 de abril de 1918, no saguão do antigo Instituto Profi ssional Bento Quirino e, posteriormente, em 18 de abril de 1937, foi implantada na praça.<br />

Localized in the region of the “zero demarcation” of the Vila de <strong>São</strong> Carlos, there is the monument Bento Quirino, work of the sculptor Amadeu Zeni, die- cast in bronze above a pedestal made of grey<br />

granite. Executed in the Liceu de <strong>Artes</strong> e Ofício de <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>, was inaugurated on the 18th of April 1918, in the lounge of the old Instituto Profi ssional Bento Quirino and, later on the 18th of April 1937,<br />

was implanted on the square.<br />

Localizada en la región del “marco cero” de Vila de San Carlos, tenemos el monumento a Bento Quirino, obra del escultor Amadeu Zeni, fundida en bronce sobre pedestal de granito gris. Ejecutada en<br />

el Liceo de <strong>Artes</strong> y Ofi cio de San Pablo fue inaugurada el 18 de abril de 1918 en el zaguán del antiguo Instituto Profesional Bento Quirino y, posteriormente, el 18 de abril de 1937, fue implantada en la<br />

plaza.


(Poema de Luno Volpato)<br />

BOA NOITE<br />

Boa noite, mulher! É madrugada...<br />

Os boêmios da noite já dormiram.<br />

Escuta!... os pescadores já partiram.<br />

Nenhum passo se ouve na calçada.<br />

Perdoa-me se tenho a voz cansada...<br />

Perdão, se meus silêncios te traíram...<br />

Se meus passos teus passos não seguiram...<br />

Boa noite! Vou seguir a minha estrada...<br />

A porta evito abrir... Um beijo ainda...<br />

Ninguém nos pode ver e a noite fi nda...<br />

Boa noite! Me abraça! Eu vou... Eu vou!...<br />

Aperto ainda uma vez o corpo dela.<br />

Percebo o quanto é bom estar com ela...<br />

...E, atrás de mim, a porta se fechou...<br />

GOOD NIGHT<br />

Good night, woman! It´s daybreak...<br />

The vagrants of the night are already sleeping.<br />

Listen..! The fi shermen already left.<br />

You don’t hear any steps on the street.<br />

Sorry if I have a tired voice…<br />

Forgive, if my silence is a betrayal for you…<br />

If my steps, your steps didn’t´ follow…<br />

Good night! I will follow my way…<br />

The door I will try not to open…One kiss only…<br />

Nobody can see us and the night ends…<br />

Good night! Hug me! I will come back...I will come<br />

back!<br />

I squeeze her body once more.<br />

I noticed how good it is staying with her…<br />

…And, behind me, the door closed…<br />

BUENAS NOCHES<br />

¡Buenas noches, mujer! Es madrugada...<br />

Los bohemios de la noche ya durmieron.<br />

¡Escucha!... los pescadores ya partieron.<br />

Ningún paso se oye en la acera.<br />

Perdóname si tengo la voz cansada...<br />

Perdón, si mis silencios te traicionaron...<br />

Si mis pasos tus pasos no siguieron...<br />

¡Buenas noches! Voy a seguir mi camino...<br />

123<br />

ENCONTRO DAS ARTES<br />

Hermélio Silva e Renata Sunega<br />

La puerta evito abrir... Un beso todavía...<br />

Nadie nos puede ver y la noche termina...<br />

¡Buenas noches! ¡Abrazame! ¡Yo voy... Yo voy!...<br />

Aprieto aún más una vez el cuerpo de ella.<br />

Percibo cuanto es bueno estar con ella...<br />

...Y, atrás de mí, la puerta se cerró...


LAGO DO CAFÉ<br />

O Lago do Café ocupa uma área que pertenceu à Fazenda Taquaral. As construções originais do casarão foram demoli<strong>das</strong> na década de 1960. O edifício atual foi construído em 1972 com detalhes que<br />

remetem à construção da casa – sede do século XVIII. O Museu do Café ocupa o edifício desde 1996.<br />

The Lago do Café occupies an area that belonged to Fazenda Taquaral. The original construction of the big house was demolished during the 1960s. The current building was built in 1972 with details that<br />

remind us of the construction of the headquarters during the century XVIII. The Museum of Coffee has occupied the building since 1996.<br />

El Lago del Café ocupa un área que perteneció a la Hacienda Taquaral. Las construcciones originales del caserón fueron demoli<strong>das</strong> en la década del 1960. El edifi cio actual fue construido en 1972 con<br />

detalles que remiten la construcción de la casa sede del siglo XVIII. El Museo del Café ocupa el edifi cio desde 1996.


(Poema de Francisco Alvarenga Campos)<br />

ESCRAVO ELESBÃO<br />

Em um pesadelo horroroso<br />

Uma triste cena eu via<br />

Um negro, magro e formoso<br />

O seu corpo debatia.<br />

Pendurado numa corda<br />

Sem apoio para os pés,<br />

Tinha ao redor uma horda<br />

Parecendo uma ralé.<br />

Que alto gritava aos ventos<br />

Morra logo assassino,<br />

Ninguém ouve seus lamentos!<br />

Peça perdão ao Divino,<br />

Para sua alma salvar,<br />

Pois você matou um homem,<br />

Rico, honesto e generoso;<br />

E agora vai pagar<br />

Por esse crime vergonhoso.<br />

SLAVE ELESBÃO<br />

On a horrible nightmare<br />

A sad scene I saw<br />

One Negro, thin and handsome<br />

His body struggled.<br />

Handed on a rope<br />

Without a base for his feet,<br />

Had around him a horde<br />

Looking like a mob.<br />

How loud he shouted to the wind<br />

Die soon murderer,<br />

Nobody listened to his lament!<br />

Ask for forgiveness to the Holy Ghost,<br />

For your soul to be saved,<br />

Because you killed a man,<br />

Rich, honest and generous;<br />

And now you are going to pay<br />

For this shameful crime.<br />

ESCLAVO ELESBÃO<br />

En una pesadilla horrorosa<br />

Una triste escena yo veía<br />

Un negro, delgado y hermoso<br />

Su cuerpo debatía.<br />

Colgado en una cuerda<br />

Sin apoyo para los pies,<br />

Tenía alrededor una horda<br />

Pareciendo una gentuza.<br />

Que alto gritaba a los vientos<br />

Muera inmediatamente asesino,<br />

¡Nadie oye sus lamentos!<br />

Pida perdón al Divino,<br />

Para su alma salvar,<br />

Pues usted mató un hombre,<br />

Rico, honesto y generoso;<br />

Y ahora va a pagar<br />

Por este crimen vergonzoso.<br />

125<br />

ENCONTRO DAS ARTES<br />

Hermélio Silva e Renata Sunega


Pela mente do Elesbão<br />

As últimas recordações,<br />

Das correntes, <strong>das</strong> chibatas,<br />

Da eterna escravidão...<br />

Da saudade <strong>das</strong> matas,<br />

Do quilombo, do sertão!<br />

Do breve tempo vivido<br />

Nas selvas da região;<br />

Para ele escravo fugido,<br />

Não existia perdão.<br />

Na cidade de <strong>Campinas</strong>,<br />

Na Praça de Santa Cruz,<br />

Viu a capela na esquina<br />

E bem no alto uma luz,<br />

De uma chama Divina!<br />

Mostrava um crucifi cado<br />

Que ele ouvira falar,<br />

Foi morto pra libertar<br />

Os escravos, os oprimidos,<br />

Pecadores e perseguidos!<br />

E morreu o Elesbão, depois de um último gemido.<br />

In the mind of Elesbão<br />

The last remembrances,<br />

Of the chains, of the whips,<br />

Of the eternal slavery...<br />

Of the homesickness of the jungles,<br />

Of the quilombo, of the sertão (inland towns)!<br />

Of the short time lived<br />

In the jungle of the region;<br />

For him a slave that ran away,<br />

It didn’t have forgiveness.<br />

In the city of <strong>Campinas</strong>,<br />

In the Santa Cruz square,<br />

Saw the chapel at the corner<br />

And very high a light,<br />

Of a Divine fl ame!<br />

Displayed a crucifi ed person<br />

That he heard saying,<br />

Was dead to set free<br />

The slaves, the oppressed ones,<br />

Sinners and persecuted!<br />

And Elesbão died, after his last wailing.<br />

Por la mente del Elesbão<br />

Los últimos recuerdos,<br />

De las cadenas, de los látigos,<br />

De la eterna esclavitud...<br />

De la añoranza de las matas,<br />

Del quilombo, ¡del páramo!<br />

Del breve tiempo vivido<br />

En las selvas de la región;<br />

Para él esclavo huído,<br />

No existía perdón.<br />

En la ciudad de <strong>Campinas</strong>,<br />

En la plaza de Santa Cruz,<br />

Vio la capilla en la esquina<br />

Y bien en lo alto una luz,<br />

¡De una llama Divina!<br />

Mostraba un crucifi cado<br />

Que él había oído hablar,<br />

Fue muerto para liberar<br />

Los esclavos, los oprimidos,<br />

¡Pecadores y perseguidos!<br />

127<br />

ENCONTRO DAS ARTES<br />

Hermélio Silva e Renata Sunega<br />

Y murió el Elesbão, después de un último gemido.


PRÉDIO DA ACIC<br />

Representante do estilo art déco, o edifício da ACIC (Associação Comercial e Industrial de <strong>Campinas</strong>), foi construído em 1940, atrás do Palácio da Justiça, pelo engenheiro Hoche Neger Segurado,<br />

sendo um dos primeiros e mais belos edifícios verticais de <strong>Campinas</strong>.<br />

It represents the Art Deco style, the building of the ACIC (Associação Comercial e Industrial de <strong>Campinas</strong>), was built in 1940, behind the Palácio da Justiça, by the engineer Hoche Neger Segurado,<br />

being one of the fi rst and most beautiful vertical buildings in <strong>Campinas</strong>.<br />

Representante del estilo Art Déco, el edifi cio de la ACIC (Asociación Comercial e Industrial de <strong>Campinas</strong>), fue construido en 1940, atrás del Palacio de Justicia, por el ingeniero Hoche Neger Segurado,<br />

siendo uno de los primeros y más bellos edifi cios verticales de <strong>Campinas</strong>.


(Poema de Fausto Antônio)<br />

VANÍSSIMA<br />

V<br />

No limbo liso, Vaníssima,<br />

contemplei demoradamente<br />

as pedras, além dos olhos.<br />

Ali no amplo______ sem fi m,<br />

Olhei várias vezes<br />

e várias vezes voltei só.<br />

Inclinei-me para solver o vazio.<br />

E como num rito:<br />

a poesia tinha a cor dessas pérolas,<br />

que a água não limpa,<br />

que o sol não refl ete<br />

no olhar de quem olha,<br />

olha e murcha no olho<br />

a água de sal, um chafariz<br />

liso em que, ocultamente,<br />

miram-se garrafas friíssimas<br />

ou pedras encanta<strong>das</strong>.<br />

Vl<br />

No vidro que é só lua<br />

sob a vidraça, em suas noites,<br />

no seu rumor ao vento,<br />

numa face; os cristais<br />

desnu<strong>das</strong>sem essas máscaras<br />

de crianças que, nos olhos adultos,<br />

os olhos femininos insinuam.<br />

A contrapelo, numa outra margem,<br />

enquanto os olhos esculpiam,<br />

na mesma proporção,<br />

uma imagem dela e muito feminina.<br />

A lua jogou espa<strong>das</strong> dessas chaves frias.<br />

E canta, canta num pêndulo torcido<br />

cujas imagens debruçam vestes femininas.<br />

VANÍSSIMA<br />

V<br />

On the smooth limb, Vaníssima,<br />

observed for a long time<br />

the rocks, beyond the eyes.<br />

There on the ample______ without an end,<br />

I looked many times<br />

and many times I turned back alone.<br />

I bend myself to solve the emptiness.<br />

And like a cult:<br />

the poem had the color of these pearls,<br />

that the water cannot clean,<br />

that the sun doesn’t refl ect<br />

on the look of who looks,<br />

look and shrivel the eye<br />

the water of salt, one fountain<br />

smooth in what, hiding<br />

looking at frosty bottles<br />

or enchanted stones.<br />

Vl<br />

The glass that is only moon<br />

below the window glass, in your nights,<br />

on your rumors at the wind,<br />

on a face; the Cristals<br />

undressing this mask<br />

of children that, in adult eyes,<br />

the feminine eyes insinuating.<br />

A contrapelo, on the other margin,<br />

while the eyes shaped,<br />

on the same proportion,<br />

an image of her and very feminine.<br />

The moon throws away swords of these cold keys.<br />

And sing, sing in a twisted pendulum<br />

whose images stooping feminine clothes.<br />

VANÍSSIMA<br />

V<br />

En el limbo liso, Vaníssima,<br />

contemplé demoradamente<br />

las piedras, además de los ojos.<br />

Allí en el amplio ____sin fi n,<br />

Miré varías veces<br />

y varias veces volví sólo.<br />

Me incliné para solventar el vacío.<br />

Y como en un rito:<br />

la poesía tenía el color de esas perlas,<br />

que el agua no limpia,<br />

que el sol no refl eja<br />

en la mirada de quien mira,<br />

mira y marchita en el ojo<br />

el agua de sal, una fuente<br />

lisa en que, ocultamente,<br />

se ven botellas friísimas<br />

o piedras encanta<strong>das</strong>.<br />

Vl<br />

En el vidrio que es sólo luna<br />

bajo la vidriera, en sus noches,<br />

en su rumor al viento,<br />

en una faz; los cristales<br />

desnudan esas máscaras<br />

de niños que, en los ojos adultos,<br />

los ojos femeninos insinúan.<br />

A contrapelo, en una otra margen,<br />

mientras los ojos esculpían,<br />

en la misma proporción,<br />

una imagen de ella y muy femenina.<br />

La luna tiró espa<strong>das</strong> de esas llaves frías.<br />

Y canta, canta en un péndulo torcido<br />

cuyas imágenes parecen ropas femeninas.<br />

129<br />

ENCONTRO DAS ARTES<br />

Hermélio Silva e Renata Sunega


PALÁCIO DOS AZULEJOS<br />

O edifício, inaugurado em 1878, era a antiga residência de Joaquim Ferreira Penteado, Barão de Itatiba. Sua construção se destaca pela beleza de seus detalhes: mármore espanhol, grades inglesas e,<br />

principalmente, os azulejos de porcelana portuguesa que revestem as suas facha<strong>das</strong>.<br />

The building was inaugurated in 1878; it was the old residence of Joaquim Ferreira Penteado, Barão de Itatiba. Its construction highlights beauty in its details: Spanish marble, English screens and, specially,<br />

the wall tiles of Portuguese porcelain that covers the face of the building.<br />

El edifi cio, inaugurado en 1878, era la antigua residencia de Joaquim Ferreira Penteado, Barón de Itatiba. Su construcción se destaca por la belleza de sus detalles: mármol español, rejas inglesas y,<br />

principalmente, los azulejos de porcelana portuguesa que revisten sus facha<strong>das</strong>.


(Texto de Silmara Franco)<br />

“O SEGUNDO A MAIS”<br />

Dois mil e cinco teve um segundo a mais. Naquele<br />

31 de dezembro, um segundo – isso mesmo,<br />

um segundinho de nada – foi adicionado à véspera<br />

do Ano Novo, no caso, 2006. Dizem que isso foi feito<br />

para ajustar a hora com a rotação da Terra. E eu<br />

pergunto: o que você fez com esse segundo a mais?<br />

O que dá para fazer em um segundo, afi nal? Em um<br />

segundo não dá para fazer muita coisa propriamente<br />

dita. Você boceja e ele puf, já era. Mas um segundo<br />

pode signifi car a diferença – temporal, física, absoluta<br />

– entre tudo. É tempo sufi ciente para consolidar<br />

uma decisão – certa ou errada, talvez só se saiba<br />

tempos depois. Dá para perder alguém de vista na<br />

multidão. Ou para achar alguém, na mesma multidão.<br />

Dá para afagar um gato que se espreguiça no<br />

tapete. Mas aí o segundo vira minuto, que vira hora,<br />

ô delícia que é gato.<br />

Mas o segundo. Dá para sorrir num segundo. Dá<br />

para soltar um pum. Um segundo basta para você<br />

acordar e esquecer completamente o que sonhou.<br />

Ah, como era mesmo? E o centésimo. Me diz quem<br />

é que descobriu isso, calculou, contou pela primeira<br />

vez. E quem é que se importa com essas coisas,<br />

além dos atletas? Um centésimo na frente, e recorde<br />

mundial.<br />

“THE SECOND MORE”<br />

Two thousand and fi ve had a second more. On<br />

that 31st of December one second – that’s just it, one<br />

little second of nothing – was added on New Year’s<br />

Eve, in that case, 2006. They said that was to adjust<br />

the hour on the rotation of the Earth. And I ask myself:<br />

What have you done with this one second more, after<br />

all? In one second you cannot do many things, properly.<br />

You yawn and the puff now is gone. But one<br />

second can make a difference – temporary, physical,<br />

absolute – among everything. It’s enough time<br />

to consolidate one decision – right or wrong, maybe<br />

you only know times after. Have time to lose anyone<br />

in your sight in the crowd. Or, to fi nd someone in the<br />

same crowd. You can caress a cat that is stretching on<br />

the carpet. But in this case the second turns minutes,<br />

which turns hours, how delicious being a cat.<br />

But a second, you can smile in a second. You can<br />

pass wind. In one second, it is enough for you to wake<br />

up and forget completely what you have dreamt, Ah,<br />

what was it like? And the hundredth. Tell me who discovered<br />

this, calculated, counted from the fi rst time.<br />

And who cares with all these things, besides only the<br />

athletes? One hundredth in front of the world record.<br />

One second can be the difference between crossing<br />

your twin soul, or, equally for another second,<br />

“EL SEGUNDO DE MÁS”<br />

131<br />

ENCONTRO DAS ARTES<br />

Hermélio Silva e Renata Sunega<br />

Dos mil cinco tuvo un segundo de más. En aquel<br />

31 de diciembre, un segundo – eso aún, un segundito<br />

de nada – fue adicionado a la víspera del Año Nuevo,<br />

en el caso, 2006. Dicen que eso fue hecho para ajustar<br />

la hora con la rotación de la Tierra. Y yo pregunto:<br />

¿que hizo usted con ese segundo de más? ¿Qué se<br />

puede hacer en un segundo, fi nalmente? En un segundo<br />

no da para hacer muchas cosas, propiamente<br />

dicha. Usted bosteza él puf, ya fué. Pero un segundo<br />

puede signifi car la diferencia – temporal, física, absoluta<br />

– entre todo. Es tiempo sufi ciente para consolidar<br />

una decisión – correcta o errada, tal vez sólo se sepa<br />

tiempos después. Da para perder a alguien de vista<br />

en la multitud. O para hallar a alguien, en la misma<br />

multitud. Da para acariciar un gato que se despereza<br />

en la alfombra. Pero ahí el segundo se vuelve minuto,<br />

que se vuelve hora, o delicia que es el gato.<br />

Pero el segundo. Da para sonreír en un segundo.<br />

Da para tirar un pedo. Un segundo basta para usted<br />

despertarse y olvidarse completamente lo que soñó,<br />

Ah, ¿como era aún? Y el centésimo. Me dice quién es<br />

que descubrió eso, calculó, contó por primera vez.<br />

¿Y a quien le importan esas cosas, además de los atletas?<br />

Un centésimo adelante, y récord mundial.


Um segundo pode ser a diferença entre cruzar<br />

com sua alma gêmea, ou, por outro segundo igualzinho,<br />

não cruzar. E aí continuar a viver procurando<br />

por ela, eternamente. Morre-se em um segundo. De<br />

tiro, de infarto, de porrada. Mas não se nasce em um<br />

segundo. As contrações, de cinco em cinco minutos,<br />

olha quanto segundo. Em um segundo é sorteado<br />

aquele numerozinho que está faltando para você virar<br />

milionário. Ou para fi car na miséria, os cassinos.<br />

Segundo para virar celebridade, o clique fatal. Agora<br />

me diz: se o nome é segundo, haveria um primeiro?<br />

E quanto tempo ele duraria?<br />

A cada segundo, três pessoas nascem no mundo<br />

todo. Em 2005, então, fechamos o ano com três a<br />

mais no planeta. Em compensação, vinte e três morreram<br />

de fome durante o mesmo segundo a mais. A<br />

ONU diz que mais de dois milhões de pessoas morrem<br />

de fome a cada dia. É só fazer as contas. Naquele<br />

segundinho bobo, vinte e três fulanos, pobres e anônimos,<br />

morreram porque não comeram. E não comeram,<br />

não porque assim o quiseram. Vai entender o<br />

mundo, o segundo, o terceiro mundo.<br />

Em um segundo dá para fugir de um assalto. Ou<br />

cair nele. Um segundo é o que a mãe de João Hélio<br />

precisava para ter mudado seu caminho naquele<br />

dia. Hoje vou por ali. E pronto. Ele seria apenas mais<br />

um Menino do Rio, tranquilo e feliz. Um segundo e<br />

você perde para sempre o trem da vida. Num segundo<br />

você diz sim. Ou não. Ou não diz. E transforma<br />

tudo. Ou nada. Ou em nada.<br />

they couldn’t cross. And they, continuous living for<br />

her, eternity. Die for one second, from a shot, from a<br />

heart attack or from a knock. But not born in one second.<br />

The contractions, from fi ve in fi ve seconds, look<br />

how many seconds. In one second is that little number<br />

which is missing for you to turn into a millionaire<br />

can be picked up. Or to be in misery, the casinos. A<br />

second to turn celebrity, the fatal click.s Now tell me:<br />

if the name is a second, would it be a fi rst? And how<br />

long would it last?<br />

On each second, three people are born in the<br />

whole world. In 2005, then, we close the years with<br />

three more people on the planet. In the other hand,<br />

twenty three died of hunger every other second. The<br />

ONU said that more than two million people die of<br />

hunger every day. It’s just adding up. On that silly little<br />

second, twenty three so called insignifi cant ones,<br />

poor and anonymous, died because they didn’t eat.<br />

They didn’t eat, not because they didn’t want too.<br />

How do you understand the world, the second, and<br />

the third world?<br />

In one second you run away from a mugging. Or<br />

fall on top of it. In one second is what the mother of<br />

João Hélio needs to change the way of him on that<br />

day, Today I walk that way. And this is it. He would be<br />

only one more “Boy of Rio”, relaxed and happy. One<br />

second and you lose forever the concentration of life.<br />

In one second you say yes. Or no. Or say nothing. And<br />

transform everything. Or nothing, or in nothing.<br />

133<br />

ENCONTRO DAS ARTES<br />

Hermélio Silva e Renata Sunega<br />

Un segundo puede ser la diferencia entre cruzar<br />

con su alma gemela, o, por otro segundo igualito,<br />

no cruzar. Y ahí continuar a vivir buscando por ella,<br />

eternamente. Se muere en un segundo. De tiro, de<br />

infarto, de golpe. Pero no se nace en un segundo.<br />

Las contracciones, de cinco en cinco minutos, mirá<br />

cuántos segundos. En un segundo es sorteado aquel<br />

numerito que está faltando para que usted sea millonario.<br />

O para quedar en la miseria, los casinos. Segundo<br />

para ser celebridad, el clic fatal. Ahora me<br />

dice: si el nombre es segundo, ¿habría un primero?<br />

¿Y cuánto tiempo él duraría?<br />

Cada segundo, tres personas nacen en todo el<br />

mundo. En 2005, entonces, cerramos el año con<br />

tres más en el planeta. En compensación, veintitrés<br />

murieron de hambre durante el mismo segundo de<br />

más. La ONU dice que más de dos millones de personas<br />

mueren de hambre cada día. Es sólo hacer las<br />

cuentas. En aquel segundito bobo, veintitrés fulanos,<br />

pobres y anónimos, murieron porque no comieron. Y<br />

no comieron, no porque así lo quisieron. Va a entender<br />

el mundo, el segundo, el tercer mundo.<br />

En un segundo se puede huir de un asalto. O caer<br />

en él. Un segundo es lo que la madre de João Hélio<br />

necesitaba para haber cambiado su camino aquel<br />

día, Hoy voy por allí. Y listo. Él sería sólo más un<br />

niño de Río, tranquilo y feliz. Un segundo y usted<br />

pierde para siempre el tren de la vida. En un segundo<br />

usted dice sí. O no. O no dice. Y transforma todo. O<br />

nada. O en nada.


PRAÇA ULISSES GUIMARÃES (PEDREIRA DO CHAPADÃO)<br />

A Praça Ulisses Guimarães, também conhecida como antiga Pedreira do Chapadão pelo fato de estar localizada no ponto mais baixo no bairro Chapadão, tem cerca de 130 mil m², no qual encontramos<br />

uma área para espetáculos, além de pista de cooper e ciclismo.<br />

The square Praça Ulisses Guimarães, also known as the old Pedreira do Chapadão, due to the fact of been situated on the lower point of the district of Chapadão, it has a proximally 130.000 m² where we<br />

can fi nd an area for shows, in addition a running and cycling track.<br />

La Plaza Ulises Guimarães, también conocida como antigua “Pedreira do Chapadão” por el hecho de estar localizada al punto más bajo en el barrio Chapadão, tiene cerca de 130.000 m² en el cual<br />

encontramos una área para espectáculos, además de pista de cooper y ciclismo.


(Poema de Sônia Wendt Nabarro)<br />

RÉQUIEM<br />

Nunca me dei conta de que estavas morto.<br />

Fiz teu prato to<strong>das</strong> as noites e te servi sobre a mesa<br />

da cozinha,<br />

paguei a última cota do relógio que penhoraste,<br />

cerzi tuas meias puí<strong>das</strong>, anotei os teus falsos<br />

recados,<br />

preguei na tua camisa, entre os botões, o que<br />

faltava,<br />

lavei as manchas do chão que pisaste embriagado,<br />

sob as cobertas ardi, <strong>das</strong> febres que consumaste,<br />

curei as tuas feri<strong>das</strong> com as sobras do que me davas.<br />

Agora partes, súbito e covarde,<br />

sem olhar um instante para trás.<br />

Me deixas de consolo um anel de falso ouro<br />

um prato sujo<br />

e uma dívida de bar.<br />

Já vais tarde.<br />

Acabaste de perder o teu enterro<br />

e o teu fantasma<br />

já está sentado lá na cozinha<br />

esperando pelo jantar.<br />

REQUIEM<br />

I never noticed that you were dead.<br />

I prepared your plate every night and put it on the<br />

kitchen table,<br />

I paid the last installment of the watch that you<br />

pawned,<br />

I stitched your worn socks; I wrote your false<br />

messages,<br />

I nailed your shirt, between the buttons, that were<br />

missing,<br />

I washed the stains of the fl oor that you walked over<br />

drunk,<br />

under the covers burned, of the fevers that has been<br />

consumed,<br />

I cure your pain with the left overs which you gave me.<br />

Now you go, sudden and cowardly,<br />

without looking for one moment behind.<br />

Left me to console a false gold ring<br />

a dirt plate<br />

and a debt in the bar.<br />

You leave late.<br />

ending up missing your funeral<br />

and your ghost<br />

is already sitting there in the kitchen<br />

waiting for dinner.<br />

RÉQUIEM<br />

Nunca me di cuenta de que estabas muerto.<br />

135<br />

ENCONTRO DAS ARTES<br />

Hermélio Silva e Renata Sunega<br />

Hice tu plato to<strong>das</strong> las noches y te serví sobre la<br />

mesa de la cocina,<br />

pagué la última cuota del reloj que empeñaste,<br />

zurcí tus medias raí<strong>das</strong>, anoté tus falsos recados,<br />

cosí en tu camisa, entre los botones, el que faltaba,<br />

lavé las manchas del piso que pisaste embriagado,<br />

bajo las cubiertas ardí, de las fi ebres que<br />

consumaste,<br />

curé tus heri<strong>das</strong> con las sobras de lo que me dabas.<br />

Ahora partes, súbito y cobarde,<br />

sin mirar un instante para atrás.<br />

Me dejas de consuelo un anillo de oro falso<br />

un plato sucio<br />

y una deuda de bar.<br />

Ya vas tarde.<br />

Acabaste de perder tu entierro<br />

y tu fantasma<br />

ya está sentado allá en la cocina<br />

esperando por la cena.


MONUMENTO TÚMULO AO SOLDADO<br />

O Monumento Túmulo ao Soldado, obra do escultor Marcelino Vélez inaugurada em 1935, faz referência à participação paulista na Revolução Constitucionalista de 1932 e está localizada na Praça<br />

Voluntários de 1932, em frente ao Cemitério da Saudade, primeiro cemitério público do país.<br />

The Monumental Tomb of the Soldiers, a piece of work of the sculptor Marcelino Vélez inaugurated in 1935, makes reference to the participation of the people of Sao <strong>Paulo</strong> and the Constitutional<br />

Revolution of 1932 and it is located in the square of “Praça Voluntários de 1932”, in front of cemetery, Cemitério da Saudade, the fi rst public cemetery in the country.<br />

El Monumento al Soldado, obra del escultor Marcelino Vélez inaugurado en 1935, hace referencia a la participación paulista de la Revolución Constitucionalista de 1932 y está localizado en la Plaza<br />

Voluntarios de 1932, en frente al “Cementerio da Saudade” primer cementerio público del país.


(Texto de <strong>Paulo</strong> Barros Camargo)<br />

23 DE MAIO DE 1932<br />

M.M.D.C. “Miragaia”, “Martins”, “Dráusio”,<br />

“Camargo”... Esta sigla e estes nomes sintetizam a<br />

maior página da história Paulista depois <strong>das</strong> Bandeiras,<br />

pois, são os nomes dos primeiros heróis de<br />

“32” aqueles que primeiro tombaram em holocausto<br />

à pátria, varados pelas balas da ditadura na Praça da<br />

República, na tarde de “23 de maio de 32” quando<br />

o povo de <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong> nas ruas, em uníssono clamava<br />

pela liberdade, pela Constituição.<br />

Uma força irresistível palpitava em todos os corações<br />

e uma ânsia incontida extravasava de todos<br />

os seres e o burburinho <strong>das</strong> ruas prenunciava a hora<br />

de algum acontecimento de enorme magnitude. De<br />

todos os lados, de to<strong>das</strong> as partes, de to<strong>das</strong> as ruas o<br />

povos urgia quieto, taciturno, como que antevendo<br />

o acontecimento, que por um lado, pungente e doloroso,<br />

seria por outro lado, heroico e glorioso.<br />

Uma multidão incalculável se aglomerou na praça<br />

do patriarca cujo valor cível do seu patrono, parecia<br />

contagiar todos aqueles que lá estavam. Uma voz<br />

anônima, forte e varonil, entoava as primeiras notas<br />

do hino nacional, e a enorme multidão, freme, delira,<br />

deixando transbordar todo o seu incontido amor à<br />

liberdade e à Pátria traída.<br />

23TH OF MAY OF 1932<br />

M.M.D.C. “Miragaia”, “Martins”, “Dráusio”, “Camargo”...These<br />

abbreviation and names synthesize<br />

the great pages of the Paulistas (people that come<br />

from <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong>) history after Bandeiras, since, they<br />

are the fi rst heroes of “32” the ones that tumble down<br />

in holocaust our homeland varados from the bullet<br />

of the dictatorship in the Praça da República, on the<br />

afternoon of “23rd of May of 32” when the people of<br />

<strong>São</strong> <strong>Paulo</strong> in the streets, unisonous clamed for liberty,<br />

for Constitution.<br />

One irresistible force beating in every ones hearts<br />

and an unrestricted anxiety fl owing out of all the<br />

creatures and the confusion of the streets predicted<br />

the hour of something of a very huge magnitude happening.<br />

From side to side, from all the places, from all<br />

the streets the people urgently, quietly, reserved, like<br />

they were already seeing what had happened, which<br />

side was pungent and painful, and the other side, heroic<br />

and glorious.<br />

One incommensurable multitude agglomerated<br />

on the patriarch square which the civil value of their<br />

patron, was like a contamination of all the people<br />

that was there. One anonymous voice, strong and<br />

manful, was beginning the fi rst notes of the national<br />

hymn, and the huge multitude, vibrating, in ecstasy,<br />

left to overfl ow all the unrestricted love for liberty<br />

and for the betrayed homeland.<br />

23 DE MAYO DE 1932<br />

137<br />

ENCONTRO DAS ARTES<br />

Hermélio Silva e Renata Sunega<br />

M.M.D.C. “Miragaia”, “Martins”, “Dráusio”, “Camargo”...<br />

Esta sigla y estos nombres sintetizan la mayor<br />

página de la história Paulista después de las Banderas,<br />

pues, son los nombres de los primeros héroes<br />

del “32” aquellos que primero tumbaron en holocausto<br />

a la pátria, parados por las balas de la dictadura<br />

en la Praza de la República, en la tarde del “23<br />

de mayo del 32” cuando el pueblo de <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong> en<br />

las calles, en unísono clamaba por la libertad, por la<br />

Constitución.<br />

Una fuerza irresistible palpitaba en todos los corazones<br />

y un ansia incontenida vertía de todos los<br />

seres y el burbujeo de las calles anunciaba la hora de<br />

algún acontecimento de enorme magnitud. De todos<br />

los lados, de to<strong>das</strong> las partes, de to<strong>das</strong> las calles el<br />

pueblo surgía quieto, taciturno, como que previendo<br />

el acontecimento, que por un lado herido y doloroso,<br />

seria por outro lado, heróico y glorioso.<br />

Una multitud incalculable se aglomeró en la plaza<br />

del patriarca cuyo valor cívil de su patrono, parecía<br />

contagiar todos aquellos que allá estabam. Una<br />

voz anónima, fuerte y varonil, entonaba las primeras<br />

notas del himno nacional, y la enorme multitud, brama,<br />

delira, dejando transbordar todo su incontenido<br />

amor a la libertad y a la Pátria traicionada.


Falam diversos oradores o povo todo é contagiado<br />

daquele espírito que vai levá-lo a escrever as páginas<br />

mais gloriosas da grande epopeia Paulista.<br />

Um grande cortejo cívico se organiza para as<br />

passeatas da redenção e segue pelo Viaduto do Chá,<br />

Rua Barão de Itapetininga e, quando chega à Praça<br />

da República, lá estavam, para embargar a marcha,<br />

os soldados do ditador, querendo, como que se isso<br />

fosse possível, calar a voz de <strong>São</strong> <strong>Paulo</strong> que clamava<br />

pela Constituição.<br />

Surgem os primeiros tiros e a multidão reage com<br />

heroísmo e destemor. No balanço fatídico da escaramuçada<br />

quatro vi<strong>das</strong> moças haviam tomba<strong>das</strong> no<br />

gramado da Praça da República, lavando o chão<br />

paulista com o sangue de seus primeiros heróis, “Miragaia”,<br />

“Martins”, “Dráusio” e “Camargo”, cujo o<br />

sacrifício a Pátria há de sempre reverenciar.<br />

M.M.D.C. será para sempre a síntese heroica do<br />

brio, da alma e da dignidade Paulista, pois o sangue<br />

que tingiu o solo querido, regou generosamente<br />

a semente aí plantada, de onde nasceu o 9 de Julho<br />

de 1932, clarinada esplendorosa da Grande Guerra<br />

Paulista.<br />

“M.M.D.C. bendito sejas hoje e para todo o sempre”.<br />

A number of speakers said that the people were<br />

contaminated with that spirit and it had taken him to<br />

write the most glorious and great Paulista epopees.<br />

A big civic procession was organized for the redemption<br />

demonstration and they were to march to the<br />

viaduct of Chá, Rua Barão de Itapetininga and, when<br />

arriving at the Praça da Republica, there were already<br />

there, to detain the march, the soldiers of the dictator,<br />

wanting, like it was possible, to silence the voice of <strong>São</strong><br />

<strong>Paulo</strong>, which was claimed for the Constitution.<br />

The fi rst shooting commenced, and the multitude<br />

reacted with courage and fearlessness. On the fatidic<br />

balance escaramuçada four young girls lives fell on<br />

the grass of the square of Praça da República, washing<br />

the ground with blood, the fi rst heroes, Miragaia”,<br />

“Martins”, “Dráusio” e “Camargo”, whose life scarifi<br />

ed of the Homeland will always be treated with reverence.<br />

M.M.D.C. will always be the synthesis heroic of<br />

courage, of the soul and of the dignifi ed Paulista, because<br />

the blood that dyed the beloved ground, watered<br />

generously the planted seed which was born<br />

the 9 of July of 1932, splendorous cleared the Paulistas<br />

Great War.<br />

“M.M.D.C. blessed them today and forever.”<br />

139<br />

ENCONTRO DAS ARTES<br />

Hermélio Silva e Renata Sunega<br />

Hablan diversos oradores el pueblo todo es contagiado<br />

de aquel espíritu que va a llevarlo a escribir<br />

las páginas más gloriosas de a gran epopeya Paulista.<br />

Un gran cortejo cívico se organiza para las marchas<br />

de la redención y sigue por el “viaduto do Chá”,<br />

Calle “Barão de Itapetininga” y, cuando llega a la<br />

Praza de la República, allá estaban, para embargar<br />

la marcha, los soldados del dictador, queriendo,<br />

como que si eso fuese posíble, callar la voz de “<strong>São</strong><br />

<strong>Paulo</strong>” que clamaba por la Constitución.<br />

Surgen os primeros tiros y la multitud reacciona<br />

con heroísmo y sin temor. En el balance fatídico de<br />

las escaramuza<strong>das</strong> cuatro vi<strong>das</strong> jóvenes estaban tumba<strong>das</strong><br />

en el césped de la Plaza de la República, lavando<br />

el piso paulista con la sangre de sus primeiros<br />

héroes, “Miragaia”, “Martins”, “Dráusio” y “Camargo”,<br />

quienes el sacrifício a la Pátria hay que siempre<br />

reverenciar.<br />

M.M.D.C. será para sempre la síntese heroica del<br />

brío, del alma y de la dignidad Paulista, pues la sangre<br />

que tiño el suelo querido, regó generosamente la semílla<br />

allí plantada de donde nació el 9 de Julio de 1932,<br />

clarinada esplendorosa de la Gran Guerra Paulista.<br />

“M.M.D.C. bendito seas hoy y para todo, siempre”.


MONUMENTO TÚMULO CARLOS GOMES<br />

O monumento, concluído em 1905, obra do importante escultor Rodolpho Bernardelli, é composto por uma estátua em bronze do maestro Carlos Gomes em posição de regência e, em sua base, a fi gura de<br />

uma mulher, a Princesa D’Oeste, que representa a cidade de <strong>Campinas</strong>.<br />

The monument which was fi nished in 1905, was a piece from the sculptor Rodolpho Bernardelli,it is a statue in bronze of the conductor Carlos Gomes directing an orquestra, and at the base of the statue,<br />

there is a fi gure of a woman called Princesa D’Oeste, who represents the City of <strong>Campinas</strong>.<br />

El monumento, concluido en 1905, obra del importante escultor Rodolpho Bernardelli, es compuesto por una estatua en bronce del maestro Carlos Gomes en posición de regencia y, en su base, la fi gura de<br />

una mujer, la Princesa D’Oeste, que representa la ciudad de <strong>Campinas</strong>.


(Texto de J. R. Daher)<br />

QUANDO VIAJO À NOITE<br />

Quando viajo à noite<br />

Eu estou sempre voltando<br />

Tudo está em silêncio<br />

E to<strong>das</strong> as músicas são tristes<br />

Vejo sempre as mesmas<br />

Novas pessoas que nunca<br />

Irei conhecer ou reencontrar<br />

Volto para um lugar<br />

Do qual não queria sair<br />

Mas para o qual não desejo voltar<br />

O vai e vem <strong>das</strong> luzes<br />

É pior que o escuro, pior que a claridade<br />

Estou sempre inerte<br />

No meio do nada<br />

Almejando lugar algum<br />

Invejo o movimento <strong>das</strong> coisas lá fora<br />

Fazendo-me lembrar que estou parado<br />

E que nunca estou no meu lugar<br />

Tenho que lembrar e esconder<br />

A dor de viajar sozinho<br />

Mesmo quando alguém senta ao meu lado<br />

Não há nada mais do que poesia ingrata<br />

Para expressar o sentimento que<br />

carrego comigo em lugar algum<br />

Não sinto o prazer de estar mal acomodado<br />

No balançar da estrada<br />

E embriagado pelo ronco do motor<br />

Tento me convencer<br />

De que nunca vou chegar<br />

De que nunca parti<br />

Eu não estou, Eu não erro, Eu não sou.<br />

WHEN I TRAVEL AT NIGHT<br />

When I travel at night<br />

I’m always coming back<br />

Everything is in sillence<br />

And all the songs are sad<br />

I see always the same<br />

New people that I didn’t<br />

Will meet or to fi nd again<br />

I come back to a place<br />

From where I didn’t want to leave<br />

But for where I don’t want to go back<br />

The lights came and went<br />

And it is worse than the dark, worse than the<br />

brighteness<br />

I’m always inert<br />

In the middle of nowhere<br />

Looking for a place<br />

I envy the movements of things outside<br />

Reminding me that I am motionless<br />

And that never I am in my place<br />

I need to remember to hide<br />

The sorrow of traveling alone<br />

Even though someone sits beside me<br />

It doesn’t have anything else other than a poem,<br />

ungrateful<br />

To express the feeling that<br />

I don’t carry with me to anywhere<br />

I feel the pleasure of being badly accomodated<br />

On the balance of the road<br />

And loaded by the grumble of the engine<br />

I try to convince myself<br />

That I am never going to get there<br />

That I never left<br />

I am not here, I don’t make mistakes, I am not.<br />

CUANDO VIAJO A LA NOCHE<br />

Cuando viajo a la noche<br />

Yo estoy siempre volviendo<br />

Todo está en silencio<br />

Y to<strong>das</strong> las músicas son tristes<br />

Veo siempre las mismas<br />

Nuevas personas que nunca<br />

Iré a conocer o reencontrar<br />

Vuelvo para un lugar<br />

Del cual no quería salir<br />

Pero para el cual no deseo volver<br />

El va y viene de las luces<br />

Es peor que lo oscuro, peor que la claridad<br />

Estoy siempre inerte<br />

En medio de la nada<br />

Anhelando lugar alguno<br />

Envidio el movimiento de las cosas allá fuera<br />

Haciéndome recordar que estoy parado<br />

Y que nunca estoy en mi lugar<br />

Tengo que recordar y esconder<br />

El dolor de viajar solo<br />

Mismo cuando alguien se sienta a mi lado<br />

No hay nada más que poesía ingrata<br />

Para expresar el sentimiento que<br />

No cargo conmigo en lugar alguno<br />

Siento el placer de estar mal acomodado<br />

En el balancear de la carretera<br />

Y embriagado por el ronco del motor<br />

Intento convencerme<br />

De que nunca voy a llegar<br />

De que nunca partí<br />

Yo no estoy. Yo no yerro. Yo no soy.<br />

141<br />

ENCONTRO DAS ARTES<br />

Hermélio Silva e Renata Sunega


SANTA CASA DE MISERICÓRDIA<br />

O terreno para a construção da Santa Casa foi doação de Maria Felicíssima de Abreu Soares, sendo realizada, no dia 19 de novembro de 1871, a cerimônia de lançamento da primeira pedra do futuro<br />

edifício. A construção foi dirigida por Diogo Benedito dos Santos Prado e inaugurada em 1o de outubro de 1876.<br />

The land for the construction of the Santa Casa was donated by Maria Felicíssima de Abreu Soares on the 19th of November 1871; the ceremony of the launch of the fi rst stone of the building took place.<br />

The construction was directed by Diogo Benedito dos Santos Prado and inaugurated on the 1st of October 1876.<br />

El terreno para la construcción de la Santa Casa fue donación de Maria Felicíssima de Abreu Soares siendo el día 19 de noviembre de 1871 la ceremonia de lanzamiento de la primera piedra del futuro<br />

edifi cio. La construcción fue dirigida por Diogo Benedito de Santos Prado e inaugurada el 1 o de octubre de 1876.


(Poema de Arlindo Borba, Janelas do meu Eu)<br />

ESPERANÇA<br />

Manhã de sol!<br />

Plena primavera no Hemisfério Norte.<br />

Pardais fazem amor no beiral<br />

do telhado do primeiro andar.<br />

Canto!<br />

Minha voz fl ui pela minha garganta!<br />

Ninguém parece me ouvir!<br />

Sonho!...<br />

Longe, bem longe através da distância,<br />

espreitando a minha vida,<br />

dois olhos oblíquos esperam.<br />

Oxalá construam eles,<br />

com ela e dela,<br />

uma LINHA RETA!<br />

HOPE<br />

Sunny mornign!<br />

Full spring in the North Hemisphere.<br />

Little birds make love<br />

on the roof of the fi rst fl oor.<br />

I sing!<br />

My life goes away through my throat!<br />

Nobody seems listen me!<br />

I dream!...<br />

Far, faraway through the distance,<br />

taking care of my life,<br />

two oblique eyes await.<br />

I hope they will build,<br />

with it and from it,<br />

a STRAIGHT LINE!<br />

ESPERANZA<br />

¡Mañana de sol!<br />

Plena primavera en el Hemisferio Norte.<br />

Gorriones hacen el amor en el borde<br />

del tejado del primer piso.<br />

¡Canto!<br />

¡Mi voz fl uye por mi garganta!<br />

¡Nadie parece oírme!<br />

¡Sueño!...<br />

Lejos, muy lejos a través de la distancia,<br />

espiando mi vida,<br />

dos ojos oblicuos esperan.<br />

¡Ojalá construyan ellos,<br />

con ella y de ella,<br />

una LÍNEA RECTA!<br />

143<br />

ENCONTRO DAS ARTES<br />

Hermélio Silva e Renata Sunega


MONUMENTO CAMPOS SALES<br />

Inaugurado em <strong>Campinas</strong> no ano de 1934, de autoria do escultor Iolando Mallozi, o monumento é composto de peças em granito cinza com colunas e fi guras em bronze. As alegorias simbolizam a lei,<br />

o trabalho e a vitória da República.<br />

Inaugurated in <strong>Campinas</strong> in the year of 1934, from the authorship of the sculptor Iolando Mallozi, the monument is composed of pieces of grey granite with columns and fi gures of bronze. The allegory<br />

symbolizes the law, work and victory of the Republic.<br />

Inaugurado en <strong>Campinas</strong> en el año 1934, de autoría del escultor Iolando Mallozi, el monumento es compuesto de piezas en granito gris con columnas y fi guras en bronce. Las alegorías simbolizan la ley, el<br />

trabajo y la victoria de la República.


(Poema de Dgraça)<br />

DESCONEXÃO DO MEU EGO<br />

Procuro ouvidos, que a mim ouçam,<br />

Vozes que me falem.<br />

Atos que a mim demonstrem:<br />

Amistosidade confi abilidade.<br />

Será que existem mãos<br />

Capazes de contactar a sensibilidade <strong>das</strong> minhas?<br />

Procura passos fi rmes<br />

Que atravessem o meu caminho.<br />

Procuro desesperadamente<br />

Raios que me direcionem ao Sol,<br />

Preciso Reluzir!<br />

Será que existem olhos capazes de verem nos meus<br />

Além daquilo que eles fi tam?<br />

Fitam... fi tam e nada veem.<br />

E o que existe para se ver?<br />

Preciso descongestionar o meu cérebro<br />

Para descobrir se ainda penso.<br />

Procuro desobstruir o meu peito,<br />

Para retomar posse do meu EGO.<br />

Talvez entre to<strong>das</strong> estas distorções<br />

Ainda exista alguém,<br />

Que acha que entende o que não compreende.<br />

E que vai ser complicado, será sim.<br />

Poder descomplicar para poder entender tudo de<br />

mim!<br />

DISCONNECTION OF MY EGO<br />

I look of ears, that listen to me,<br />

Voices that tell me something.<br />

Acts that for me demonstrate:<br />

Friendly confi dence.<br />

That could maybe exist hands<br />

Capable of contacting the sensibility of mine?<br />

I am looking for fi rm steps<br />

That cross my way.<br />

I look for in desperation<br />

Rays that direct me to the sun,<br />

I need to Sparkle!<br />

Do you actually think there exists eyes capable of<br />

seeing inside mine<br />

More of the things they are staring at?<br />

Staring... staring and don’t see anything.<br />

And what exists for them to see?<br />

I need to clear my brain<br />

To discover if I still can think.<br />

I am looking forward to remove obstructions from<br />

my chest,<br />

To recover the possessions of my EGO.<br />

Maybe between all these distortions<br />

Still exists someone,<br />

That thinks that understands what it doesn’t<br />

understand.<br />

And that it will be complicated, maybe actually, yes.<br />

Might be uncomplicated for you to maybe<br />

understand all of me!<br />

DESCONEXIÓN DE MI EGO<br />

145<br />

ENCONTRO DAS ARTES<br />

Hermélio Silva e Renata Sunega<br />

Busco oídos, que a mí oigan,<br />

Voces que me hablen.<br />

Actos que a mí demuestren:<br />

Amistosa confi anza.<br />

¿Será que existen manos<br />

capaces de contactar la sensibilidad de las mías?<br />

Busca pasos fi rmes<br />

Que atraviesen mi camino.<br />

Busco desesperadamente<br />

Rayos que me direccionen al Sol,<br />

¡Preciso Relucir!<br />

¿Será que existen ojos capaces de ver en los míos<br />

Además de aquello que ellos fi jan?<br />

Fijan... fi jan y nada ven.<br />

¿Y que existe para verse?<br />

Preciso descongestionar mi cerebro<br />

Para descubrir si aún pienso.<br />

Busco desobstruir mi pecho,<br />

Para retomar posesión de mi EGO.<br />

Tal vez entre to<strong>das</strong> estas distorsiones<br />

Aún exista alguien,<br />

Que cree que entiende lo que no comprende.<br />

Y que va a ser complicado, será sí.<br />

¡Poder descomplicar para poder entender todo de<br />

mí!


IGREJA SÃO BENEDITO<br />

A Igreja foi construída por iniciativa da Irmandade de <strong>São</strong> Benedito. Inaugurada em 1885, o projeto da original fachada foi feito pelo engenheiro-arquiteto Ramos de Azevedo, em estilo eclético,<br />

destacando suas linhas neorromânticas.<br />

The church was built on the initiative of Irmandade de <strong>São</strong> Benedito. It was opened in 1885; the project of the original front was made by the engineer-architect Ramos de Azevedo, in an eclectic style,<br />

highlighting his neo-romantics lines.<br />

La Iglesia fue construida por iniciativa de la Hermandad de San Benedito. Inaugurada en 1885, el proyecto de la original fachada fue hecho por el ingeniero-arquitecto Ramos de Azevedo, en estilo<br />

ecléctico, destacando sus líneas neo-románticas.


(Poema de Jehovah Braz de Amaral)<br />

VEÍCULO DE FÉ<br />

Não se deixe amarrar por empecilhos<br />

erga os olhos, veja os céus, fuja à apatia<br />

outras luas verão novos idílios<br />

o sol rebrilhará num novo dia.<br />

Busque nas fl ores, nos seus odores<br />

nas suas cores, na sua beleza<br />

nos passarinhos<br />

na voz dos ninhos<br />

no voo alado, no seu trinado<br />

tudo é louvores.<br />

A natureza tudo convida<br />

a amar a vida<br />

a ler a vida<br />

a ter esperança, ter confi ança.<br />

Não esmoreça por um percalço<br />

em sua estrada.<br />

Nunca se esqueça, um passo em falso<br />

é quase nada.<br />

O veículo da fé foge ao abismo<br />

só a confi ança trará porto seguro<br />

torne o sonho um facho de otimismo<br />

e ilumine de esperanças seu futuro.<br />

VEHICLE OF FAITH<br />

Don’t get angry with the obstacles<br />

lift the eyes, see the skies, and run away from the<br />

apathy<br />

other moon will see our illusions<br />

ohe sun will shine again another day.<br />

Search on the fl owers, on their smell<br />

on their color, on their beauty<br />

on the birds<br />

on the voice of the nest<br />

on the fl y with wings, on their trill<br />

all are praise.<br />

The nature all invites<br />

to love the life<br />

to have the life<br />

to have hope, to have trust.<br />

Don’t grow weak in your boundaries<br />

on your way.<br />

Never forget, one step in vain<br />

is nearly nothing.<br />

The vehicle of faith escape to the abyss<br />

only trust will bring you stability<br />

turn your dream into a light of optimism<br />

and light up the hope of the future.<br />

VEHÍCULO DE FE<br />

147<br />

ENCONTRO DAS ARTES<br />

Hermélio Silva e Renata Sunega<br />

No se deje atar por obstáculos<br />

levante los ojos, vea los cielos, huya a la apatía<br />

otras lunas verán nuevos idilios<br />

el sol brillará en un nuevo día.<br />

Busque en las fl ores, en sus olores<br />

en sus colores, en su belleza<br />

en los pajaritos<br />

en la voz de los nidos<br />

en el vuelo alado, en su trinado<br />

todo es alabanzas.<br />

La naturaleza toda invita<br />

a amar la vida<br />

a tener la vida<br />

a tener esperanza, tener confi anza.<br />

No desanime por un percance<br />

en su carretera.<br />

Nunca se olvide, un paso en falso<br />

es casi nada.<br />

El vehículo de la fe huye al abismo<br />

sólo la confi anza traerá puerto seguro<br />

torne el sueño un hecho de optimismo<br />

e ilumine de esperanzas su futuro.


LICEU SALESIANO NOSSA SENHORA AUXILIADORA<br />

Em 25 de julho de 1897, inaugura-se o Liceu Salesiano com um terço do total do edifício existente hoje. O responsável pelo projeto, engenheiro Domingos Delpiano, utilizou elementos dos estilos gótico e<br />

romano, numa composição caracterizada pelo ecletismo.<br />

On the 25th of July 1897, inaugurated the Liceu Salesiano, a third of the building that exists today. The engineer responsible for the project was Domingos Delpiano, it was made of elements of the Gothic<br />

style and Roman, in a composition described of the eclecticism.<br />

El 25 de julio de 1897, se inaugura el Liceo Salesiano con un tercio del total del edifi cio existente hoy. El responsable por el proyecto, ingeniero Domingos Delpiano, utilizó elementos de los estilos gótico y<br />

romano, en una composición caracterizada por el eclectisismo.


(Poema de José Roberto Teixeira)<br />

O UNIVERSO UNE O VERSO<br />

Poetas e poetisas<br />

Deus por certo está dizendo<br />

Façam rimas façam versos<br />

Vão lendo, vendo e escrevendo<br />

Transformem tudo em poesia<br />

Põe para fora esse teu grito<br />

Escrevam tudo o que é bonito<br />

Façam rimas façam versos<br />

Tragam paz, tragam alegria<br />

Te dei terra, mar e céu<br />

Dia e noite, sol e lua<br />

Caneta lápis e papel<br />

Tinta, giz, te dei pincel<br />

Te dei o discernimento<br />

Livre-arbítrio, pensamento<br />

Eu também te dei o tempo<br />

Para usar a inteligência<br />

Te dei também a consciência<br />

Estou te dando este momento<br />

Para que use o pensamento<br />

Transforme tudo em poesia<br />

Façam rimas façam versos<br />

Pois poetas estejam certos<br />

Na criação do universo<br />

Deus também fez poesia.<br />

THE UNIVERSE JOIN THE VERSE<br />

Poets and Poetesses<br />

God would be saying<br />

Make rhyme make verses<br />

Go reading, seeing and writing<br />

Transform all in poem<br />

Put out your shout<br />

Write everything that is beautiful<br />

Make rhyme make verses<br />

Bring peace, bring happiness<br />

I gave the earth, sea and sky<br />

Day and night, sun and moon<br />

Pen pencil and paper<br />

Paint, chalk, I gave you brush<br />

I gave you discernment<br />

Free arbitrate, mind<br />

I also gave you the time<br />

To use the intelligence<br />

I also gave you the conscience<br />

I am also giving you this moment<br />

To use your thought<br />

Transform all in poem<br />

Make rhyme make verses<br />

Because poets be certain<br />

On the creation of the universe<br />

God also made poem.<br />

EL UNIVERSO UNE EL VERSO<br />

Poetas y Poetisas<br />

Dios por cierto está diciendo<br />

Hagan rimas hagan versos<br />

Van leyendo, viendo y escribiendo<br />

Transformen todo en poesía<br />

Pone para afuera este tu grito<br />

Escriban todo lo que es bonito<br />

Hagan rimas hagan versos<br />

Traigan paz, traigan alegría<br />

Te di tierra, mar y cielo<br />

Día y noche, sol y luna<br />

Bolígrafo lápiz y papel<br />

Tinta, tiza, te di pincel<br />

Te di el discernimiento<br />

Libre albedrío, pensamiento<br />

Yo también te di el tiempo<br />

Para usar la inteligencia<br />

Te di también la conciencia<br />

Estoy dándote este momento<br />

Para que uses el pensamiento<br />

Transformes todo en poesía<br />

Hagan rimas hagan versos<br />

Pues poetas estén ciertos<br />

En la creación del universo<br />

Dios también hizo poesía.<br />

149<br />

ENCONTRO DAS ARTES<br />

Hermélio Silva e Renata Sunega


BOSQUE DOS JEQUITIBÁS<br />

A área, pertencente a Francisco Bueno de Miranda, foi adquirida pelo poder público em 1915 e atualmente possui, em 2 alqueires de reserva fl orestal, além de fontes, bicas de água potável,<br />

um zoológico com 600 espécies de aves, répteis e mamíferos.<br />

The area, belonged to Francisco Bueno de Miranda, was acquired by public power in 1915 and currently has, in two areas of woodland reserve, beyond the fountains, a faucet of drinking water,<br />

a zoo with 600 species, of birds, reptiles and mammals.<br />

El área, perteneciente a Francisco Bueno de Miranda, fue adquirida por el poder público en 1915 y actualmente posee, cinco hectáreas de reserva forestal, además de fuentes, vertiente de agua potable,<br />

un zoológico con 600 especies de aves, reptiles y mamíferos.


(Poema de Luiz Carlos Ribeiro Borges)<br />

CREPÚSCULO<br />

Pela janela aberta do vigésimo andar,<br />

uma borboleta, indecisa, esvoaça<br />

(poderia ser um pássaro faminto,<br />

plumagem arruinada pela fumaça;<br />

ou um esquálido pernilongo) e<br />

pousa na haste mirrada da<br />

fl or que no vaso sobre o parapeito<br />

se obstina.<br />

Olho grave e perplexo. Olho<br />

durante horas, até o anoitecer. Olho<br />

durante um momento que se imobiliza no<br />

oco dos tempos.<br />

Atrás de mim, séculos se amontoam, com<br />

esplêndi<strong>das</strong> fl oras e seus bichos e,<br />

antes delas, o<br />

Primordial Deserto.<br />

Diante de mim, o inseto (ou ave)<br />

de asas trêmulas e,<br />

depois dele, o Deserto<br />

Defi nitivo.<br />

CREPUSCLE<br />

From the open window of the twentieth fl oor,<br />

one butterfl y, undecided, fl apped its wings<br />

(could be a hungry bird,<br />

plummage destroyed from the smoke;<br />

or one squalid mosquito) and<br />

set on the wilted stem of the<br />

fl ower which is in the vase on the window sill<br />

been obstinate.<br />

I stare deep and perplexed. I stare for hours<br />

for hours, until dusk. I stare<br />

for a moment which immobilized<br />

in the emptiness of the time.<br />

Behind me, centuries piling up, with<br />

splendid fl ora and their animals and,<br />

before them, the<br />

Prime Desert.<br />

In front of me, the insect (or bird)<br />

with shaky wings and,<br />

after him, the Desert<br />

Defi nitive.<br />

CREPÚSCULO<br />

Por la ventana abierta del vigésimo piso,<br />

una mariposa, indecisa, revolotea<br />

(podría ser un pájaro hambriento,<br />

plumaje arruinado por el humo;<br />

o un escuálido mosquito) y<br />

posa en la tallo seco de la<br />

fl or que en la maceta sobre el parapeto<br />

se obstina.<br />

Miro grave y perplejo. Miro<br />

durante horas, hasta el anochecer. Miro<br />

durante un momento que se inmoviliza en el<br />

hueco de los tiempos.<br />

Atrás de mí, siglos se amontonan, con<br />

espléndida vegetación y sus bichos y,<br />

antes de ellas, el<br />

Primordial Desierto.<br />

Delante de mí, el insecto (o ave)<br />

de alas trémulas y,<br />

después de él, el Desierto<br />

Defi nitivo.<br />

151<br />

ENCONTRO DAS ARTES<br />

Hermélio Silva e Renata Sunega


CASA GRANDE DO PARQUE ECOLÓGICO<br />

O casarão, datado de 1820, ainda mantém as características <strong>das</strong> construções do período do cultivo da cana-de-açúcar e, posteriormente, do café. Atualmente o espaço integra o Museu Histórico Ambiental,<br />

vinculado à Secretaria do Estado do Meio Ambiente.<br />

The big house, dating from 1820, still has the features of the construction of the cultivation period of the sugar cane industry and, later, the coffee period. At present the space integrates with the<br />

Environmental Historical Museum, in connection with the State Offi ce of Social Environment.<br />

El caserón, con fecha de 1820, aún mantiene las características de las construcciones del periodo del cultivo de la caña-de-azúcar y, posteriormente, del café. Actualmente el espacio integra el Museo<br />

Histórico Ambiental, vinculado la Secretaría del Estado del Medio Ambiente.


(Poema de Alberto Nasiasene)<br />

DECLARAÇÃO<br />

Tenho tentado criar coragem<br />

e te dizer<br />

que eu te quero;<br />

quero te dar o meu amor.<br />

Mas<br />

tenho um enorme<br />

medo<br />

de que não me queiras,<br />

que me rejeites também.<br />

E eu preciso<br />

tanto de ti<br />

neste momento (porque és a única estrelinha<br />

a me orientar<br />

nesta longa noite) que não posso<br />

arriscar-me a te perder.<br />

Eu nada tenho<br />

(só um pouquinho de esperança)<br />

é verdade.<br />

Mas eu sou capaz de te amar intensamente.<br />

DECLARATION<br />

I am trying to have the courage<br />

To tell you<br />

that I want you;<br />

I want to give my love.<br />

But<br />

I am very<br />

afraid<br />

of you not wanting me,<br />

that you also reject me.<br />

And I need<br />

so much of you<br />

at this moment (because you are the only little star<br />

to orient me<br />

on this long night) that I cannot<br />

dare to lose.<br />

I don’t have anything<br />

(only a little bit of hope)<br />

it’s true.<br />

But I am capable of loving you intensely.<br />

DECLARACIÓN<br />

He intentado crear coraje<br />

y decirte<br />

que yo te quiero;<br />

quiero darte mi amor.<br />

Pero<br />

tengo un enorme<br />

miedo<br />

de que no me quieras,<br />

que me rechaces también.<br />

153<br />

ENCONTRO DAS ARTES<br />

Hermélio Silva e Renata Sunega<br />

Y yo preciso<br />

tanto de ti<br />

en este momento (porque eres la única estrellita<br />

a orientarme<br />

en esta larga noche) que no puedo<br />

arriesgarme a perderte.<br />

Yo nada tengo<br />

(sólo un poquito de esperanza)<br />

es verdad.<br />

Pero yo soy capaz de amarte intensamente.


BASÍLICA NOSSA SENHORA DO CARMO<br />

A paróquia Nossa Senhora do Carmo foi criada em 8 de maio de 1870 pela Lei Provincial de 18 de abril do mesmo ano. O Cônego Idílio Soares, que idealizou a reconstrução da igreja em estilo gótico,<br />

tomou posse em 12/10/1924. O projeto e a execução foi confi ada ao engenheiro doutor Hoche Segurado e sua reinauguração, em setembro de 1939.<br />

The parish Nossa Senhora do Carmo was created on the 8th of May, 1870 for the Provincial Law on the 18th of April of the same year. The Cônego Idílio Soares, that idealized the reconstruction of the<br />

church in a gothic style, he took offi ce on the 12/10/1924. The project of execution was trusted to the engineer Dr. Hoche Segurado and its reopening, in September of 1939.<br />

La parroquia Nuestra Señora del Carmo fue creada en 8 de mayo de 1870 por la Ley Provincial de 18 de abril del mismo año. El Canónico Idílio Soares, que idealizó la reconstrucción de la iglesia en estilo<br />

gótico, tomó posesión en 12/10/1924. El proyecto y la ejecución fueron confi ados al ingeniero Dr. Hoche Segurado y su reinauguración, en septiembre de 1939.


(Poema de Gleides Giorgio Affonso)<br />

E A ALMA, COMO FICA?<br />

Pela janela contemplo a vida a rolar lá fora...<br />

Crianças gargalhando, jovens suspirando,<br />

homens apressados, outros descuidados<br />

fi tando, embevecidos, a mulher que passa...<br />

Um burburinho de vozes e de sons<br />

chega aos meus ouvidos já cansados.<br />

Meu Deus! O tempo passou tão de roldão<br />

que só agora me dei conta<br />

de que o meu papel chegara ao fi m.<br />

E de tantas personagens que eu tivera,<br />

esta era, afi nal, a derradeira.<br />

Sem mágoas e arrependimentos,<br />

percebo agora que chegou o momento<br />

de não mais aqui querer fi car.<br />

Então me quedo a meditar<br />

no porquê insano da ciência<br />

buscando a vida eternizar.<br />

Fórmulas, pesquisas, experiências novas...<br />

Tudo, tudo para recuperar<br />

as células que se extinguem dia a dia.<br />

Para que nos tornarmos imortais<br />

se já deixamos pega<strong>das</strong> na estrada,<br />

algumas fi rmes, outras desgasta<strong>das</strong>,<br />

mas se não temos como voltar atrás?<br />

THE SOUL, HOW IT REMAINS?<br />

From the window I contemplated the life that<br />

revolves outside...<br />

Children laughing, young person in suspiration,<br />

men in a hurry, others careless<br />

staring, captivating, the woman passes by...<br />

A little murmuring of voices and sounds<br />

reaching my ears already tired.<br />

My God! The time passed by in confusion<br />

which only now I noticed after all<br />

of my role is getting to the end.<br />

And of all the characters which I had<br />

this one was, after all, the fi nal.<br />

Without complaint and regret,<br />

I noticed now that the moment came<br />

of not wanting to here stay anymore.<br />

Then I stay and meditate<br />

because of insanity of science<br />

looking to eternalize life.<br />

Formulas researching, new experiences...<br />

All, all to recover<br />

the cells that extinguish day by day.<br />

Why we become immortal<br />

if we already left footprints on the way,<br />

some fi rm, others consumed,<br />

but if we don’t have the knowhow to go back the way?<br />

¿Y EL ALMA, COMO QUEDA?<br />

Por La ventana contemplo la vida rodar allá<br />

afuera…..<br />

Niños dando carcaja<strong>das</strong>, jóvenes suspirando,<br />

hombres apresurados, otros descuidados<br />

fi jando, embebidos, la mulher que pasa...<br />

Un murmullo de voces y de sonidos<br />

llega a mis oídos ya cansados.<br />

¡Mi Dios! El tiempo pasó deprisa<br />

que sólo ahora me di cuenta<br />

que mi papel ha llegado al fi n.<br />

Y de tantos personajes que que yo he tenido<br />

este era, fi nalmente, el último.<br />

Sin penas y arrepentimientos,<br />

percibo ahora que llegó el momento<br />

de no más aqui, querer quedarme.<br />

Entonces me quedo meditando<br />

el porque insano de la ciencia<br />

buscando la vida eternizar.<br />

Fórmulas, pesquisas, experiencias nuevas...<br />

Todo, todo para recuperar<br />

las células que se extinguen dia a dia.<br />

Para que nos tornermos inmortales<br />

si ya dejamos huellas en el camino,<br />

algunas fi rmes, otras desgasta<strong>das</strong>,<br />

¿pero si no tenemos como volver atrás?<br />

155<br />

ENCONTRO DAS ARTES<br />

Hermélio Silva e Renata Sunega


Admirável mundo novo! Genes perfeitos!<br />

Escolha livre do sexo, da cor e até de aptidões!<br />

E a alma, como fi ca?<br />

Enclausurada na opção que não foi sua,<br />

destinada a séculos amargar<br />

num pacto, quiçá, mais triste do que a morte.<br />

Isso tudo porque não vemos no horizonte<br />

de nossa percepção, tacanha e limitada,<br />

que nos aguardam muitos outros planos,<br />

outras mora<strong>das</strong> e vivências a nos confi rmar<br />

que não é aqui que encontraremos<br />

a resposta de ideais que fracassamos,<br />

o esparramo de amor de que necessitamos,<br />

nem a almejada paz que ousamos sonhar!<br />

Wonderful new world! Perfect Genes!<br />

Free to choose your sexuality, of color and even of<br />

capacity!<br />

And the soul how it remains?<br />

Confi ned on the option that was not yours,<br />

destined for a century to be bitter<br />

in a pact, maybe, more sad then the dead.<br />

That is all because we don’t see the horizon<br />

Of our perception, short and limited,<br />

Where is waiting many other plans,<br />

Other homes and life hood to be confi rmed<br />

It is not here that we will meet<br />

The answer of ideas that we failed,<br />

The spread of love that we need,<br />

Not even the peace that we long for which we dare<br />

to dream!<br />

¡Admirable mundo nuevo! ¡Genes perfectos!<br />

¡Elección libre de sexo, de color y hasta de<br />

aptitudes!<br />

Y el alma, ¿como queda?<br />

Enclaustrada en la opción que no fue suya,<br />

destinada a siglos amargos<br />

en un pacto, quizás, más triste que la muerte.<br />

Eso todo porque no vemos en el horizonte<br />

de nuestra percepción, tacaña y limitada,<br />

que nos aguardam muchos otros planos,<br />

otras mora<strong>das</strong> y vivencias a confi rmarnos<br />

que no es aquí que encontraremos<br />

la respuesta de ideales que fracasamos,<br />

el desparramo de amor que necesitamos,<br />

¡Ni la alnhelada paz que queremos soñar!<br />

157<br />

ENCONTRO DAS ARTES<br />

Hermélio Silva e Renata Sunega


LAGOA DO TAQUARAL (PARQUE PORTUGAL)


Relembremos juntos, o que eram, como eram,<br />

no meu tempo estes doces chãos em que folgamos<br />

infantes. Esse “meu tempo”: o Ano da Graça de<br />

1902, vindo eu de Rio Claro para cursar o primeiro<br />

ano do Ginásio já famoso. Essa <strong>Campinas</strong>: a familiaridade.<br />

Estou dando a esta palavra um ultrassentido,<br />

que os dicionários informam: o de um respeitoso,<br />

embora íntimo, coletivo e bom sentir-se “em casa”.<br />

Minha casa: casa da Dindinha, Rua Barão de Jaguara,<br />

86. Ali na frente, a de Moça Franco. Aqui ao<br />

lado, à esquerda a de Nhanhan Lapa... (Ah! Minha<br />

“Ballade des cames du temps jadis”! Campainhando,<br />

vem vindo o bonde “Aquidaban”: três bancos só<br />

e dois burrinhos, de olhos meigos. Vou a pé rumo<br />

ao Ginásio, meu pega-livros de cadarço, o portalanches<br />

a tiracolo. Na esquina de cá é o Rinka: seu<br />

circo e sua pantomínia aquática. Na de lá adiante,<br />

é a Casa Genoud: livros, cadernos escolares, lápis<br />

de cor, estojo com compasso, régua e tira-linhas.<br />

Agora é o Largo do Rosário: seja jogos de água sob<br />

alecrins. Além o Christofam: absinto para meu tio<br />

Eurídio, anisete, com sifão para mim. Já na praça,<br />

na esquina, o “Livro Azul”, onde vi a minha primeira<br />

fi ta de cinema: “L’arroseur arrosé”, dos Irmãos<br />

Lumière. Ao fundo, a Matriz velha: minha primeira<br />

comunhão no dia dos meus anos: no braço, o retrato<br />

do fotógrafo Niekelson; almoço festivo em casa,<br />

fi os-de-ovos, e papos de anjo de Dona “Lucinda, a<br />

doceira”. O Ginásio: fala-se em Coelho Netto que<br />

eu não via nunca, e numa tal “Pastoral”, que eu não<br />

sabia o que era. Mas foi a minha primeira bola e<br />

minha primeira chuteira do primeiro futebol que em<br />

<strong>Campinas</strong> se jogou.<br />

(Trecho do discurso proferido por Guilherme de Almeida,<br />

quando foi homenageado em <strong>Campinas</strong> pelo título de<br />

Príncipe dos Poetas Brasileiros.)<br />

Remember again together, what was, how it was, in<br />

my time these sweet grounds, resting as children. This<br />

“my time”: the Year of Grace of 1902, coming from<br />

Rio Claro to study the fi rst year of secondary school<br />

already famous. That is <strong>Campinas</strong>: the familiarity. I<br />

am giving this word a radical-meaning, that the dictionaries<br />

published: of the one respectful, even though<br />

intimate, collective and good to feel “at home”. My<br />

home: house of Dindinha, Rua Barão de Jaguara, 86.<br />

There in front of, the Moça Franco. Here beside, on<br />

the left of Nhanhan Lapa... (Ah! My “Ballade des cames<br />

du temps jadis”! Buzzing,the tram arriving “Aquidaban”:<br />

Three seats only and two donkeys, with sweet<br />

eyes. I walk in the direction of the Gymnasium, my<br />

books bound together by a shoelace, the schoolbag<br />

with my lunch. On the corner here is Rinka: his circus<br />

and his aquatic farce. On the other corner up there,<br />

is the Casa Genoud: books, notebooks, color pencils,<br />

a case with a compass, ruler and a rubber. Now<br />

is the Largo do Rosário: been games of water beneath<br />

the rosemary. Further the Christofam: wormwood for<br />

my uncle Eurídio, aniseed, with a tube in shape of a<br />

U for me. Already on the square, on the corner, the<br />

“Livro Azul”, where I watched my fi rst cinema tape:<br />

“L’arroseur arrosé”, of Irmãos Lumière. At the back,<br />

the old Matriz: my fi rst communion on the day of my<br />

birthday: on my arms, the photograph of Niekelson;<br />

festive lunch at home, fi os-de-ovos(type of sweet),<br />

and papos-de-anjo(type of sweet) of Dona “Lucinda,<br />

the woman who makes them”. The Gymnasium: they<br />

talked about Coelho Netto that I never ever saw, and<br />

a place called “Pastoral”, I didn’t know what it was.<br />

But it was my fi rst ball, and my fi rst football boots that<br />

played in <strong>Campinas</strong>.<br />

(Excerpt from a speech by Guilherme de Almeida, when<br />

was honored in <strong>Campinas</strong> for the title of Prince of the<br />

Brazilians Poets.)<br />

159<br />

ENCONTRO DAS ARTES<br />

Hermélio Silva e Renata Sunega<br />

Recordemos juntos, lo que eran, como eran, en<br />

mi tempo estos dulces lugares en que éramos pequeños.<br />

Ese “mi tiempo”: el Año de Gracia de 1902, he<br />

venido de Rio Claro para cursar el primer año del colegio<br />

primario ya famoso. Esa <strong>Campinas</strong>: la familiaridad.<br />

Estoy dando a esta palabra un ultrassentido, que<br />

los diccionarios informan: lo de un respetuoso, así<br />

mismo íntimo, colectivo y bueno sentirse “en casa”.<br />

Mi casa: “casa da Dindinha”, Rua Barão de Jaguara,<br />

86. Allí en frente, la de Moza Franco. Aquí al lado, a<br />

la izquierda la de “Nhanhan Lapa...” (Ah! Mi “Ballade<br />

des cames du temps jadis”! Campaneando, viene<br />

llegando el tranvía “Aquidaban”: tres asientos solo<br />

y dos burritos, de ojos cariñosos. Voy a pié rumbo<br />

al colegio primario, mi sujetador de libros de cordón,<br />

el porta-merienda colgado. En la esquina de<br />

acá es el Rinka: su circo es su pantomima acuática.<br />

En la de allí adelante, es la Casa Genoud: libros,<br />

cuadernos escolares, lápices de colores, cartuchera<br />

con compás, regla y tira-líneas. Ahora es el “Largo<br />

do Rosário”: sean juegos de agua bajo alecrines. Mas<br />

allá Christofam: ajenjo para mi tío Eurídio, anisete,<br />

con sifón para mi. Ya en la plaza, en la esquina, el<br />

“Livro Azul”, donde vi a mi primera cinta de cine:<br />

“L’arroseur arrosé”, de los Hermanos Lumière. Al<br />

fondo, la Matriz vieja: mi primera comunión en el<br />

día de mis anos: en el brazo, el retrato del fotógrafo<br />

Niekelson; almuerzo festivo en casa, “hilos-de-huevos”,<br />

y “papa<strong>das</strong>-de-ángeles” de Dona “Lucinda, la<br />

repostera”. En el colegio primario: se habla de Coelho<br />

Netto que yo no veía nunca, y de una tal “Pastoral”,<br />

que yo no sabia lo que era. Pero fue mi primera<br />

pelota y primer zapato de futbol del primer partido<br />

que en <strong>Campinas</strong> se jugó.<br />

(Trecho del discurso proferido por Guilherme de Almeida,<br />

cuando fue homenajeado en <strong>Campinas</strong> por el título de<br />

Príncipe de los Poetas Brasileros.)


Impresso na Gráfi ca Silvamarts<br />

em papel Couche Brilho 115g/m 2 (miolo) e<br />

em papel Couche Fosco 170g/m 2 (capa).

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!