08.05.2013 Views

Visualidade e sentido: contágios entre arte e mídia no ensino ... - ufrgs

Visualidade e sentido: contágios entre arte e mídia no ensino ... - ufrgs

Visualidade e sentido: contágios entre arte e mídia no ensino ... - ufrgs

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

<strong>Visualidade</strong> e <strong>sentido</strong>:<br />

<strong>contágios</strong> <strong>entre</strong> <strong>arte</strong> e <strong>mídia</strong> <strong>no</strong> ensi<strong>no</strong> da <strong>arte</strong><br />

Descrição Detalhada<br />

Analice Dutra Pillar


Sumário<br />

Documento de Descrição Detalhada..............................................................................3<br />

Introdução.......................................................................................................................3<br />

Essência e natureza do problema..................................................................................7<br />

Objetivos do projeto......................................................................................................13<br />

Estado atual de conhecimento sobre o problema.........................................................14<br />

Metodologia...................................................................................................................18<br />

Resultados esperados.................................................................................................. 23<br />

Referências bibliográficas..............................................................................................24<br />

Anexos...........................................................................................................................30<br />

2


1. Documento de Descrição Detalhada<br />

Introdução<br />

<strong>Visualidade</strong> e <strong>sentido</strong>:<br />

<strong>contágios</strong> <strong>entre</strong> <strong>arte</strong> e <strong>mídia</strong> <strong>no</strong> ensi<strong>no</strong> da <strong>arte</strong><br />

Este projeto 1 busca problematizar a leitura da visualidade contemporânea na escola,<br />

enfocando os <strong>contágios</strong> 2 <strong>entre</strong> <strong>arte</strong> e <strong>mídia</strong> <strong>no</strong> ensi<strong>no</strong> da <strong>arte</strong>. Interessa analisar tanto criações<br />

midiáticas e da <strong>arte</strong> contemporânea que articulam diferentes linguagens para produzir uma<br />

significação, como também as significações que as crianças lhes atribuem. Conhecer tais<br />

articulações em textos 3 híbridos, em especial <strong>no</strong>s desenhos animados e em produções da <strong>arte</strong><br />

contemporânea, poderá contribuir para a apreensão de efeitos de <strong>sentido</strong> destes objetos <strong>no</strong><br />

ensi<strong>no</strong> de <strong>arte</strong>s visuais.<br />

Há doze a<strong>no</strong>s (1996-2008), venho estudando especificamente a influência da <strong>mídia</strong> televisiva<br />

na constituição das crianças e como o ensi<strong>no</strong> da <strong>arte</strong> pode desenvolver estratégias de leitura<br />

de textos da <strong>arte</strong>, da <strong>mídia</strong> e do cotidia<strong>no</strong>. No projeto O olhar da criança: da tela eletrônica à<br />

tela tradicional, leituras e relações (1996-1998), que contou com auxílio da FAPERGS<br />

(Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul), procurei conhecer quais<br />

os programas televisivos prediletos de crianças de educação infantil 4 , se havia alguma restrição<br />

quanto aos horários e à programação assistida, e como apareciam tais informações, na leitura<br />

de reproduções de obras de <strong>arte</strong>, de diferentes artistas, épocas e culturas. Esta pesquisa<br />

resultou <strong>no</strong> livro Criança e televisão: leituras de imagens, publicado, em 2001, pela Editora<br />

Mediação, o qual evidencia o quanto a visão de mundo apresentada por esta <strong>mídia</strong> constrói o<br />

olhar da criança pequena, que ao ler outras imagens tem como referências as que lhe foram<br />

apresentadas na TV. Os resultados foram publicados 5 , também, <strong>no</strong> artigo A educação do olhar<br />

<strong>no</strong> ensi<strong>no</strong> da <strong>arte</strong> que está <strong>no</strong> livro Inquietações e mudanças <strong>no</strong> ensi<strong>no</strong> da <strong>arte</strong>, organizado<br />

por Ana Mae Barbosa (PILLAR, 2002a).<br />

1 Esta investigação faz p<strong>arte</strong> do Grupo de Pesquisa em Educação e Arte (GEARTE/ UFRGS), que está<br />

vinculado ao Diretório dos Grupos de Pesquisa do CNPq. Criado em 1997, o Grupo conta atualmente com<br />

vinte pesquisadores, tem realizado parcerias com pesquisadores de instituições nacionais e<br />

internacionais, publicações, assessorias e eventos. Ainda, o presente projeto faz p<strong>arte</strong> do Projeto<br />

Integrado de Pesquisa A imagem e seus <strong>sentido</strong>s que integra projetos de outros pesquisadores, de<br />

orientandos de mestrado e de doutorado e alunas da graduação.<br />

2 Landowski utiliza a <strong>no</strong>ção de contágio para descrever um modo de interação <strong>entre</strong> dois actantes<br />

fundado na união que acontece em presença, o qual produz transformações sensíveis em ambos. (Ver<br />

LANDOWSKI, 1999, p.269-278) Este conceito será mais explicitado ao longo do texto.<br />

3 Para a teoria semiótica o mundo é considerado um texto, um todo de significação, uma trama <strong>entre</strong><br />

expressão e conteúdo que, com suas características, em relação com as competências de leitura do<br />

sujeito, produz efeitos de <strong>sentido</strong>. Imagens, filmes, instalações são considerados textos.<br />

4 As crianças que participaram de cada uma das etapas das pesquisas estudavam em escolas situadas<br />

na cidade de Porto Alegre(RS).<br />

5 Em forma de artigo, os resultados foram publicados <strong>no</strong>s Anais do V Congresso dell’Associazione<br />

Internazionale di Semiotica Visiva.(PILLAR, 1998) e do IX Encontro Nacional da Associação Nacional de<br />

Pesquisadores em Artes Plásticas (PILLAR, 1997).


Como desbobramento, coordenei a investigação Um convite ao olhar: televisão e <strong>arte</strong> na<br />

educação infantil (1999-2001), na qual foi abordada a sedução que as imagens provocam em<br />

quem as olha e, em conjunto com uma professora de educação infantil e seu grupo de alu<strong>no</strong>s<br />

de uma escola pública de educação infantil, construímos possibilidades de leitura envolvendo<br />

produções das crianças, meio ambiente, embalagens, programas televisivos, livros de literatura<br />

infantil e reproduções de obras de <strong>arte</strong>. As conclusões, apresentadas e publicadas em forma<br />

de artigos 6 , mostraram atividades de leitura de imagens da <strong>mídia</strong>, da <strong>arte</strong> e do cotidia<strong>no</strong> com<br />

crianças de educação infantil e que é possível uma professora, licenciada em Pedagogia,<br />

desenvolvê-las, de modo consistente e continuado. O enfoque teórico, antes fortemente<br />

ancorado <strong>no</strong>s estudos piagetia<strong>no</strong>s, passou, então, a considerar os pressupostos da semiótica<br />

discursiva. Nesta época e buscando me apropriar do referencial teórico fiz a tradução do texto,<br />

de Jean-Marie Floch, Quelques concepts fondamentaux en sémiotique générale, a qual foi<br />

revisada por Eric Landowski e por Ana Claudia de Oliveira e publicada, em 2001, como<br />

primeiro volume de Documentos de Estudo do Centro de Pesquisas Sociossemióticas (CPS-<br />

PUC/SP).<br />

A partir desta pesquisa, o foco de estudo se direcio<strong>no</strong>u aos programas televisivos mais<br />

assistidos pelas crianças - os desenhos animados contemporâneos. Selecionamos 7 seis<br />

desenhos - O Laboratório de Dexter, A Vaca e o Frango, Johny Bravo, As Meninas<br />

Superpoderosas, Pokemon e Digimon -, <strong>no</strong>s quais buscamos identificar os regimes de<br />

visibilidade, os modos como os personagens se mostram, e as construções de <strong>sentido</strong> que<br />

crianças de educação infantil, de uma escola da rede pública, lhes atribuíram. Tal investigação<br />

contou com auxílio da FAPERGS (2001-2003) e resultou em artigos 8 e <strong>no</strong> livro Regimes de<br />

visibilidade <strong>no</strong>s desenhos animados da televisão (PILLAR, 2004b). As conclusões apontam<br />

diferentes regimes do querer ver e do querer ser visto que circulam <strong>entre</strong> os personagens dos<br />

desenhos e mostram que este grupo de crianças, ao apreender os <strong>sentido</strong>s dos desenhos, se<br />

centrou mais <strong>no</strong> pla<strong>no</strong> de expressão, nas suas qualidades sensíveis, do que <strong>no</strong> pla<strong>no</strong> de<br />

conteúdo.<br />

Na etapa seguinte da pesquisa (2003-2005), o enfoque foi O sincretismo <strong>no</strong>s desenhos<br />

animados da televisão, onde analisamos algumas interações <strong>entre</strong> as linguagens verbal, visual<br />

e so<strong>no</strong>ra <strong>no</strong>s desenhos As Meninas Superpoderosas, O Laboratório de Dexter e A Vaca e o<br />

6 As conclusões foram publicadas <strong>no</strong> livro Um convite ao olhar: televisão e <strong>arte</strong> na educação infantil<br />

(PILLAR, 2003a) e como artigos <strong>no</strong>s Anais do III Anped-Sul Seminário Pesquisa em Educação da<br />

Região Sul (PILLAR, 2000) , Anais do XI Encontro da ANPAP (PILLAR, 2001a), Anais do Seminário<br />

Nacional de Arte e Educação (PILLAR, 2001b), na Revista de Divulgação Científica e Cultura (PILLAR,<br />

2001c), <strong>no</strong> livro Ensi<strong>no</strong> de <strong>arte</strong>s: múltiplos olhares (PILLAR, 2004c).<br />

7 Todas as pesquisas contaram com bolsistas de iniciação científica (BIC/PROPESQ-UFRGS;<br />

PIBIC/CNPq-UFRGS; PIBIC/CNPq) .<br />

8 Os resultados desta pesquisas foram publicados como artigos em: Anais do IV Anped-Sul Seminário de<br />

Pesquisa em Educação da Região Sul, (PIILLAR, 2002b), POTRICH, Cilene M.; QUEVEDO, Hercílio<br />

Fraga de (org.) Questões de <strong>arte</strong> e comunicação.(PILLAR, 2003b), MEDEIROS, Maria Beatriz (org.)Arte<br />

em pesquisa: especificidades. (PIILAR, 2004a).<br />

4


Frango, e as significações produzidas por crianças da 4 a série do Ensi<strong>no</strong> Fundamental de uma<br />

escola da rede pública de ensi<strong>no</strong>. As conclusões publicadas como livro (PILLAR, 2005c) e em<br />

artigos 9 apontaram que este grupo de crianças da 4 a série do Ensi<strong>no</strong> Fundamental fez<br />

referência à história do episódio, trazendo uma narrativa com um estado inicial, uma<br />

performance e um estado final; se centrou mais <strong>no</strong> pla<strong>no</strong> do conteúdo, <strong>no</strong>s significados<br />

expressos <strong>no</strong> discurso; e identificou algumas das linguagens presentes <strong>no</strong>s desenhos.<br />

Em Interação de linguagens <strong>no</strong> desenho animado: leitura televisão infância (2005-2009)<br />

procuramos investigar o percurso gerativo 10 de <strong>sentido</strong> presente <strong>no</strong> desenho animado<br />

contemporâneo Bob Esponja Calça Quadrada, através da identificação das linguagens<br />

presentes <strong>no</strong>s sistemas visual (verbal escrita, imagética, ce<strong>no</strong>gráfica, proxêmica, gestual,<br />

moda) e so<strong>no</strong>ro (verbal oral, musical e ruídos) e das interações <strong>entre</strong> elas. Foram analisados<br />

três episódios do desenho quanto à apreensão dos efeitos de <strong>sentido</strong> <strong>no</strong>s níveis fundamental,<br />

narrativo e discursivo, evidenciando as relações <strong>entre</strong> os pla<strong>no</strong>s do conteúdo e da expressão.<br />

Num segundo momento, procuramos conhecer as significações que crianças da educação<br />

infantil e da 4 a série do Ensi<strong>no</strong> Fundamental atribuíram ao desenho. As conclusões, ainda em<br />

fase final de elaboração 11 , trazem análises dos episódios enfocando a apreensão de <strong>sentido</strong>s<br />

nas tomadas de câmera e nas relações <strong>entre</strong> os sistemas visual e so<strong>no</strong>ro; apontam leituras<br />

bem diversas de um mesmo episódio <strong>no</strong>s grupos de crianças. As de educação infantil não<br />

perceberam a interação <strong>entre</strong> as linguagens constituintes do desenho e seu foco de interesse<br />

estava nas imagens dos personagens, nas cores, nas cenas, enfim nas qualidades sensíveis.<br />

Já as crianças da 4 a série do Ensi<strong>no</strong> Fundamental identificaram não só as diversas linguagens<br />

que interagem para constituir uma significação <strong>no</strong> desenho como também as relações <strong>entre</strong><br />

elas; centraram-se mais na história dos episódios, mas evidenciaram articulações <strong>entre</strong> os<br />

pla<strong>no</strong>s de conteúdo e de expressão. Este projeto contou com Bolsa de Produtividade em<br />

Pesquisa do CNPq (2006-2009) e bolsistas PIBIC/CNPq-UFRGS e PIBIC/CNPq.<br />

Todas estas pesquisas geraram conhecimentos compartilhados com as turmas de graduação<br />

dos cursos de Licenciatura em Pedagogia e Licenciatura em Educação Artística da UFRGS e<br />

em Seminários Avançados 12 oferecidos <strong>no</strong> Programa de Pós-Graduação em Educação da<br />

9 Artigos com alguns dos resultados estão na Revista Educação & Realidade (PILLAR, 2005b) e <strong>no</strong>s<br />

Anais do XV Encontro Nacional da ANPAP (PILLAR, 2006).<br />

10 O percurso gerativo de <strong>sentido</strong> diz respeito à trajetória articulada por aquele que organizou a imagem<br />

para construir uma determinada significação. Cabe ao leitor resgatar <strong>no</strong> texto as marcas, as pistas do que<br />

a imagem mostra e como ela se mostra.<br />

11 O relatório final da pesquisa está previsto para de abril de 2009 e algumas das conclusões parciais<br />

foram publicadas <strong>no</strong>s Anais do XVI Encontro Nacional da ANPAP (PILLAR, 2007) , Anais do IV Encontro<br />

Nacional de Ensi<strong>no</strong> de Arte e Educação Física ; I Encontro Nacional de Formação de Professores.<br />

(PILLAR, 2008a), Anais do XVII Encontro Nacional da ANPAP (PILLAR, 2008b), ICLE, Gilberto (Org.)<br />

Pedagogia da <strong>arte</strong>. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2008. (PILLAR, 2008c).<br />

12 Desde 1991, ministro disciplinas de <strong>arte</strong>s visuais <strong>no</strong> Curso de Pedagogia da FACED/UFRGS. A partir<br />

de 1995 passei a ingressar o corpo docente do Programa de Pós-Graduação em Educação da UFRGS,<br />

criei a linha de pesquisa Educação e Arte, que só existia na ECA/USP, tendo orientado doze dissertações<br />

de mestrado, dez teses de doutorado e ministrado quatorze seminários relacionados diretamente às<br />

pesquisas sobre ensi<strong>no</strong> de <strong>arte</strong>, infância e televisão.<br />

5


UFRGS e em outros Programas de Pós-Graduação de diversas universidades 13 . Foram<br />

publicadas e apresentadas, também, em eventos nacionais e internacionais sobre educação e<br />

<strong>arte</strong>.<br />

O presente projeto busca, então, dar continuidade a esta trajetória problematizando a leitura da<br />

visualidade contemporânea na escola, em especial de textos híbridos da <strong>mídia</strong>, como os<br />

desenhos animados exibidos na televisão, e da <strong>arte</strong> contemporânea, como instalações que<br />

articulam os sistemas visual e so<strong>no</strong>ro. Trata-se de tecer aproximações <strong>entre</strong> uma produção<br />

presente <strong>no</strong> cotidia<strong>no</strong> da criança e uma que lhe será apresentada <strong>no</strong> contexto de uma<br />

exposição de <strong>arte</strong>s visuais 14 . Tais criações audiovisuais serão analisadas, com base na teoria<br />

semiótica discursiva, quanto aos efeitos de <strong>sentido</strong> produzidos pelos <strong>entre</strong>laçamentos <strong>entre</strong> as<br />

diversas linguagens que os constituem. Os <strong>contágios</strong> <strong>entre</strong> <strong>arte</strong> e <strong>mídia</strong> <strong>no</strong> ensi<strong>no</strong> da <strong>arte</strong> serão<br />

analisados nas leituras das crianças acerca destes textos, o quanto cada um deles as afeta e<br />

como elas percebem tais transformações. Ainda, <strong>entre</strong> os episódios do desenho e as<br />

instalações pretende-se analisar a presença de contaminações relativas aos processos e meios<br />

utilizados em cada um.<br />

A pesquisa será realizada em três etapas. A primeira diz respeito à análise, a partir dos<br />

pressupostos da teoria semiótica discursiva, de episódios do desenho animado Bob Esponja<br />

Calça Quadrada; e de produções da <strong>arte</strong> contemporânea constituídas pelo imbricamento dos<br />

sistemas visual e so<strong>no</strong>ro. A segunda etapa envolverá um estudo exploratório com um grupo de<br />

crianças das séries iniciais do Ensi<strong>no</strong> Fundamental, de uma escola pública, buscando, após<br />

assistir ao desenho e visitar instalações de <strong>arte</strong> contemporânea, compreender a leitura que<br />

fazem de tais produções. A apreensão de <strong>sentido</strong>s destes textos, na perspectiva da semiótica,<br />

terá por foco a interação de linguagens e será realizada na presença de tais realizações. A<br />

terceira etapa consistirá em tecer relações <strong>entre</strong> <strong>arte</strong> e <strong>mídia</strong>, tanto <strong>no</strong>s processos<br />

desencadeados pela interação de linguagens, quanto nas falas das crianças.<br />

Na primeira p<strong>arte</strong> deste projeto, apresento os pressupostos teóricos e as justificativas que<br />

embasam a pesquisa. Em seguida, são expostos os objetivos desta investigação. Na terceira<br />

p<strong>arte</strong>, são explicitadas as questões de pesquisa evidenciando o estado atual do conhecimento<br />

sobre o problema e a necessidade de investigar tal temática. A metodologia a ser empregada<br />

tanto na abordagem dos episódios do desenho e das instalações como na pesquisa com as<br />

crianças, os procedimentos, materiais e métodos, a forma de análise dos dados e o pla<strong>no</strong> de<br />

trabalho estão detalhados na p<strong>arte</strong> final deste texto.<br />

13 Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais da UDESC (Universidade do Estado de Santa<br />

Catarina); Cursos de Pós-Graduação em Arte Educação na FEEVALE e na UNESC (Universidade do<br />

Extremo Sul Catarinense); Programa de Pós-Graduação em Educação da UPF (Universidade de Passo<br />

Fundo); Curso de Pós-Graduação em Arte-Educação para Crianças da UPF; Curso de Pós-Graduação<br />

em Criação e Produção de Imagens com Meios Tec<strong>no</strong>lógicos da UCS (Universidade de Caxias do Sul).<br />

14 Pretende-se possibilitar às crianças interação com instalações exibidas em espaços culturais da cidade<br />

de Porto Alegre(RS), inclusive nas Bienais do Mercosul, que ocorrerão em 2009 e em 2011.<br />

6


Essência e natureza do problema<br />

<strong>Visualidade</strong> e <strong>sentido</strong><br />

A visualidade contemporânea, entendida como um texto que engloba <strong>mídia</strong>, <strong>arte</strong> e imagens do<br />

cotidia<strong>no</strong>, <strong>no</strong>s envolve e <strong>no</strong>s constitui de diferentes modos. As tec<strong>no</strong>logias de criação e<br />

reprodução de imagens, sejam fotos ou vídeos, acoplados a sons e falas estão muito<br />

presentes em <strong>no</strong>ssa vida, tanto privada quanto pública. Tais produções fazem com que a<br />

visualidade não se refira apenas às imagens, mas aos <strong>entre</strong>laçamentos de diferentes<br />

linguagens para produzir textos híbridos que indicam formas de ser e parecer. Estamos<br />

imersos, consumimos e produzimos esta visualidade.<br />

Sobre esta <strong>no</strong>ção de unidade editada, Cocchiarale (2006, p.63-64 ) observa que, <strong>no</strong> mundo<br />

atual, “a unidade resultaria não de um núcleo interior profundo, mas da montagem, colagem ou<br />

edição de p<strong>arte</strong>s e fragmentos, análoga à unidade montada de um produto industrial, de um<br />

filme ou de uma ponte de ferro, ou à edição de um vídeo ou de um texto”. O que estamos<br />

chamando de visualidade é, portanto, um texto editado, constituído por fragmentos de várias<br />

linguagens.<br />

Na contemporaneidade as fronteiras <strong>entre</strong> <strong>arte</strong> e <strong>mídia</strong> estão fluidas, permeáveis e muitas<br />

vezes as criações evidenciam estas aproximações. Ao abordar as relações <strong>entre</strong> as imagens,<br />

Rosa Fischer ( 2003,p.12) diz que “uma imagem nunca está só, que o que conta é a relação<br />

<strong>entre</strong> as imagens, as diferentes imagens, mentais, virtuais, cinematográficas, televisivas,<br />

pictóricas, etc. – relação experimentada por aquele que produz, por aquele que cria, por<br />

aquele que especta, sente, reage, movimenta-se, deixa-se seduzir”. Assim, são muitas as<br />

relações <strong>entre</strong> estes textos e de diferentes lugares, pontos de vista.<br />

Ao discutir a presença intensa de imagens e o fascínio pelo espetáculo na atualidade, Adauto<br />

Novaes (2005,p.9) diz que “de maneira apressada e superficial, era comum vermos associadas<br />

as idéias de espetáculo ao rei<strong>no</strong> das imagens, em particular ao poder da televisão, mesmo<br />

depois de Guy Debord ter advertido, <strong>no</strong> clássico livro A sociedade do espetáculo, que o<br />

espetáculo vai muito além do show de imagens(...)”. Conforme Debord (1997,p.14), ”o<br />

espetáculo não é um conjunto de imagens, mas uma relação social <strong>entre</strong> pessoas, mediada por<br />

imagens”. A visualidade consiste, então, <strong>no</strong> modo como imagens e sons se organizam criando<br />

um texto, uma forma de ver culturalmente construída, que dialoga com outros textos.<br />

D<strong>entre</strong> as teorias que se dedicam ao estudo do texto, a semiótica discursiva é uma delas. Seu<br />

interesse pelo texto é duplo: como um objeto de significação, pela sua estruturação interna<br />

que faz dele uma unidade de <strong>sentido</strong>; e como objeto de comunicação, inserido num contexto<br />

7


cultural de produção e recepção que lhe atribui <strong>sentido</strong>s. A semiótica discursiva vai se ocupar<br />

de todo e qualquer texto - verbal, escrito ou oral; imagético; gestual; ou sincrético -, procurando<br />

descrever e analisar o que o texto diz e com ele se mostra, como ele faz para dizer o que diz..<br />

Landowski (2004a, p. 15-16) diferencia, ainda, duas ordens de manifestação textuais: textos e<br />

práticas. “De um lado, aquelas que parecem verdadeiros produtos acabados, estruturalmente<br />

auto-suficientes: um filme, um quadro, uma catedral, um relatório de inspeção, uma carta de<br />

amor(...)”. Aqui poderíamos situar o desenho animado. “De outro lado, e mais interessante a<br />

<strong>no</strong>sso ver, as operações de construção de <strong>sentido</strong> têm também vocação para serem efetuadas<br />

a partir de manifestações ainda por vir, abertas e dinâmicas, que só se deixarão apreender em<br />

ato. Não são textos, mas processos, interações, práticas (...)”. As produções da <strong>arte</strong><br />

contemporânea, que dependem da interação do sujeito-leitor para se completarem, seriam<br />

deste outro tipo.<br />

Ao conceber o mundo como uma manifestação textual a ser lida e considerando que ler é<br />

produzir e apreender <strong>sentido</strong>s, poderíamos questionar, então, como se atribui <strong>sentido</strong> a uma<br />

texto ou a uma prática, uma situação em processo? Landowski (2004a, p.15) diz que “durante<br />

muito tempo, a semiótica foi tida como um método de análise do conteúdo (...)esperava-se que<br />

ela dissesse o <strong>sentido</strong> dos textos”. O autor ressalta, <strong>no</strong> entanto, que mesmo considerando que<br />

os textos fazem <strong>sentido</strong>, isso não quer dizer que o <strong>sentido</strong> já esteja de antemão presente como<br />

um tesouro escondido. Isto porque “compreender não é descobrir um <strong>sentido</strong> já pronto; é, ao<br />

contrário, constituí-lo a partir do dado manifesto (de ordem textual ou outra), por vezes negociá-<br />

lo, sempre construí-lo” (LANDOWSKI, 2004a, p.15)<br />

Ainda, conforme o autor (2004a, p. 18), poderíamos pensar que “se um <strong>sentido</strong> pode ser<br />

construído a partir de um determinado objeto manifesto, de onde procede, então, esse<br />

<strong>sentido</strong>?” Diferentes teorias procuraram responder a esta questão focando o <strong>sentido</strong> <strong>no</strong> objeto,<br />

<strong>no</strong> sujeito-leitor ou na relação sujeito-objeto. Ao discutir se o <strong>sentido</strong> procede do objeto,<br />

Landowski aponta que, nesse caso, o objeto “deve ser concebido, rigorosamente, não apenas<br />

como dotado de uma significação unívoca que lhe seria inerente, mas também organizado de<br />

tal maneira que essa sua significação não tenha como deixar de se impor a quem quer que o<br />

‘leia’?” Deste ponto de vista, o <strong>sentido</strong> estaria impresso <strong>no</strong> objeto, <strong>no</strong> texto, possibilitando uma<br />

determinada interpretação.<br />

Outras abordagens concebem que o <strong>sentido</strong> procede do sujeito “que, nesse caso, deveria<br />

poder dispor soberanamente das características intrínsecas do dado submetido à sua leitura e<br />

construir o seu <strong>sentido</strong> como bem entendesse, unicamente em função de suas determinações<br />

‘subjetivas’ próprias, sejam elas de ordem individual ou dependentes de sua cultura e de sua<br />

filiação social?” (LANDOWSKI, 2004a, p. 18) Aqui, o <strong>sentido</strong> independe das características do<br />

objeto lido.<br />

8


Uma terceira possibilidade seria a de pensar que o <strong>sentido</strong> procede “da relação <strong>entre</strong> essas<br />

duas instâncias, isto é, de uma espécie de coordenação <strong>entre</strong> aquilo que o objeto, através de<br />

suas propriedades imanentes, propõe como operações de leitura (e, em conseqüência, como<br />

possibilidades de interpretações) e a maneira que cada leitor-sujeito se utiliza daquilo que lhe<br />

oferece, em função de sua competência específica de leitura”. (LANDOWSKI, 2004a, p.18-19)<br />

A semiótica discursiva busca, portanto, estudar as condições de criação e de transformação do<br />

<strong>sentido</strong> entendendo que o <strong>sentido</strong> se constrói na relação particular de cada sujeito com o texto,<br />

ou seja, o <strong>sentido</strong> não procede apenas do modo como os textos estão estruturados, mas<br />

depende das posições e dos comprometimentos que cada leitor assume, e que fundamentam<br />

sua leitura, num determinado contexto.<br />

Contágios<br />

Através da <strong>no</strong>ssa interação com os textos, muitas vezes experimentamos sensações,<br />

emoções, pensamentos provocados por este contato direto, que <strong>no</strong>s contagia, <strong>no</strong>s transforma.<br />

Landowski (1999) usa a metáfora do contágio para descrever este encontro sensível, em que<br />

há uma união <strong>entre</strong> o sujeito e o texto, na qual algo se transmite, um <strong>sentido</strong> em ato é<br />

construído.<br />

Para falar dos efeitos de contágio, o autor estabelece uma relação <strong>entre</strong> medicamentos e<br />

textos dizendo que ambos podem ter a mesma eficácia de fazer efeito, de provocar<br />

transformações <strong>no</strong> sujeito: um medicamento eficaz pode alterar os estados do corpo, já um<br />

texto pode alterar os estados de ânimo, os humores do sujeito.<br />

Conforme Landowski (1999, p. 270), “a biblioteca é pois a farmácia da alma, uma reserva de<br />

formas ativas onde cada um de nós, levado pela necessidade de uma dose suficiente de<br />

<strong>sentido</strong> e de valores para sobreviver, pode encontrar um remédio para seu mal-estar, ou, ao<br />

me<strong>no</strong>s, um modo para viver felizmente sua loucura”. Talvez possamos pensar, também, <strong>no</strong>s<br />

textos da <strong>arte</strong> e da <strong>mídia</strong> como farmácias da alma.<br />

Referindo-se a este encontro com a <strong>arte</strong>, o autor (1999, p. 273) diz que “o estudo de <strong>no</strong>ssas<br />

relações com as obras de <strong>arte</strong> põe em questão um modo específico de apreensão de si pela<br />

mediação do outro, neste caso pela mediação dessa forma particular de alteridade que é<br />

precisamente uma ‘obra’, a qual, situada diante de nós, mais do que um objeto de <strong>no</strong>ssa<br />

leitura, <strong>no</strong>s constitui”. No entanto, este efeito contagioso <strong>entre</strong> o sujeito e o texto/obra só<br />

acontece <strong>no</strong> momento mesmo em que se produz o encontro e se o sujeito está disponível para<br />

esta forma emergente do outro, por deixa-se afetar, descobrir-se na experiência.<br />

9


Neste modo particular de interação com os textos em presença é a apreensão de um efeito de<br />

<strong>sentido</strong> o que se dá em primeiro lugar. Conforme Landowski (1999, p. 272) trata-se de uma<br />

“apreensão imediata do <strong>sentido</strong> através da própria forma da presença do objeto; apreensão<br />

capaz, a partir desse mesmo momento, de provocar a existência, como instância textual, de<br />

algo anterior a qualquer enunciado, de uma presença pura – pura de toda intenção<br />

comunicativa – que, convertida em presença para o sujeito, começa a produzir <strong>sentido</strong> – ao<br />

me<strong>no</strong>s para ele -, comovendo-o, de algum modo”. Esta apreensão pode ser observada <strong>no</strong><br />

encontro sensível, estésico com produções da <strong>mídia</strong> e da <strong>arte</strong> contemporânea.<br />

Ao estudar as formas de mediação exercidas pelas <strong>mídia</strong>s, Fechine(2007) busca compreender<br />

como os meios de comunicação, em especial a televisão, constróem diferentes regimes de<br />

interação. A autora, a partir dos trabalhos de Landowski, questiona a possibilidade de<br />

identificar este contágio, este encontro sensível em presença, nas relações intersubjetivas<br />

instauradas pela TV.<br />

Outra forma de contágio presente na contemporaneidade diz respeito as fronteiras difusas<br />

<strong>entre</strong> <strong>arte</strong>, <strong>mídia</strong> e cotidia<strong>no</strong>, em que temas, processos e suportes se mesclam. Para<br />

Cocchiarale (2006, p.16) a <strong>arte</strong> contemporânea “passou a buscar uma interface com quase<br />

todas as outras <strong>arte</strong>s e, mais, com a própria vida, tornando-se uma coisa espraiada e<br />

contaminada por temas que não são da própria <strong>arte</strong>”.<br />

Ao discutir esta interação de linguagens e meios, o autor (2006, p. 71) diz que o mundo hoje<br />

privilegia “a interface, a multiplicidade e logo a contaminação, a hibridização e o ecletismo. O<br />

mundo contemporâneo é absolutamente impuro e isto é para ele um valor”. Isto porque,<br />

conforme Cocchiarale (2006, p. 71), “se impureza é conviver com a diversidade – seja ela<br />

étnica, política, sexual etc. - ela tor<strong>no</strong>u-se um valor positivo da contemporaneidade”.<br />

Os diálogos atuais <strong>entre</strong> <strong>arte</strong> e educação têm contemplado estes <strong>contágios</strong>, esta diversidade,<br />

ao ampliar o campo da <strong>arte</strong> na educação para além do espaço escolar e da <strong>arte</strong><br />

institucionalizada, entendendo que a <strong>mídia</strong> também ensina e que <strong>arte</strong>, <strong>mídia</strong> e cotidia<strong>no</strong> muitas<br />

vezes se <strong>entre</strong>laçam, influenciam e concorrem. Como as crianças se contagiam com textos da<br />

<strong>mídia</strong> e da <strong>arte</strong>? E como elas percebem estas inter-relações <strong>entre</strong> <strong>arte</strong> e <strong>mídia</strong>?<br />

Arte contemporânea<br />

A <strong>arte</strong> do vídeo, as instalações com imagens sintéticas, os happennings e as performances em<br />

corpos tec<strong>no</strong>logizados, d<strong>entre</strong> outras criações contemporâneas com poéticas tec<strong>no</strong>lógicas<br />

realizam-se na trama de diferentes linguagens e áreas do saber huma<strong>no</strong>. Diana Domingues<br />

(1997,p.21) diz que “a história da <strong>arte</strong> é substancialmente uma história de meios e linguagens<br />

10


e que as tec<strong>no</strong>logias eletrônicas deste final de século XX acrescentam outras qualidades e<br />

circunstâncias para o pensamento artístico”.<br />

Ao tratar destas produções artísticas contemporâneas que se inter-relacionam com a <strong>mídia</strong>,<br />

Priscila Arantes (2005, p. 53) diz que o termo “<strong>arte</strong><strong>mídia</strong> designa as investigações poéticas que<br />

se apropriam de recursos tec<strong>no</strong>lógicos das <strong>mídia</strong>s e da indústria cultural, ou intervêm em seus<br />

canais de difusão, para propor alternativas estéticas. São ações efêmeras e desmaterializadas;<br />

obras em processo, construídas coletivamente, que conseguem, muitas vezes, conciliar o<br />

circuito da <strong>arte</strong> ao ambiente das <strong>mídia</strong>s e das tec<strong>no</strong>logias informacionais”.<br />

O campo mais desenvolvido nas tec<strong>no</strong>logias eletrônicas informatizadas, conforme Domingues<br />

(In: Pillar, 1999,p.49), “é o da criação gráfica incluindo vídeos analógicos e digitais em edições<br />

não-lineares e nas criações com recursos computacionais através de tec<strong>no</strong>logias digitais e de<br />

síntese”. Há montagem de imagens produzidas através de diversas técnicas e recursos<br />

eletrônicos. “A digitalização de imagens geradas por câmeras, suas transformações pelo<br />

diálogo com imagens e recursos de memórias, as mesclas de imagens, sons, textos como<br />

estruturas de permutação são algumas das qualidades específicas das criações eletrônicas”.<br />

A <strong>arte</strong> contemporânea pede a interação daquele que a experimenta, o convoca a se relacionar<br />

com a obra/objeto e, até a ser um co-autor. Muito mais do que uma leitura contemplativa, a<br />

<strong>arte</strong> contemporânea convida o leitor a interagir estésica e inteligívelmente com a obra em<br />

processo.<br />

Ao comentar as proposições da <strong>arte</strong> hoje, Cocchiarale (2006, p.14) diz que “o artista<br />

contemporâneo <strong>no</strong>s convoca para um jogo onde as regras não são lineares, mas desdobradas<br />

em redes de relações possíveis ou não de serem estabelecidas”. O artista ao criar instalações<br />

interativas, propõe um ambiente sensível que reage às ações, aos movimentos voluntários ou<br />

involuntários de <strong>no</strong>sso corpo, à temperatura, provocando, através deste contato imersivo,<br />

transformações em <strong>no</strong>ssas sensações e relações com o espaço, com a visualidade.<br />

A criança pequena se envolve sensorialmente com as produções interativas, com estes<br />

ambientes imersivos, quer olhar diversas vezes, tocar, cheirar, ouvir e até degustar, saborear<br />

os materiais que lhe são oferecidos. Os significados vão sendo compreendido em fragmentos.<br />

Já o adulto acaba por se interessar mais por entender o discurso proposto.<br />

A <strong>arte</strong> contemporânea procura, então, resgatar esta construção sensível, perdida na infância,<br />

possibilitando <strong>no</strong>s envolvermos estesicamente com estes ambientes, <strong>no</strong>s surpreendermos ou<br />

<strong>no</strong>s encantarmos com sua materialidade, com suas cores, formas e ritmos para, somente<br />

assim, compreendermos possíveis efeitos de <strong>sentido</strong>.<br />

11


Mídia: desenhos animados da TV<br />

A <strong>mídia</strong> contagia e contamina <strong>no</strong>ssa percepção de mundo, <strong>no</strong>ssa apreensão visual e <strong>no</strong>ssos<br />

processos de criação. Contagia porque ao entrar em contato com ela, na captura ativa e<br />

sensível de <strong>sentido</strong>s, <strong>no</strong>s projetamos e deslizamos em seus produtos. Mais do que ser objeto<br />

de leitura, a <strong>mídia</strong> - revistas, jornais, televisão - <strong>no</strong>s constitui, contamina <strong>no</strong>sso modo de ver,<br />

pensar e sentir.<br />

No Brasil, a <strong>mídia</strong> televisiva tem uma grande inserção em todas as camadas da população, em<br />

quase todo território nacional, tanto nas cidades como <strong>no</strong> meio rural, e envolve pessoas de<br />

diferentes idades. Arlindo Machado (2000, p. 15) ressalta que “a televisão acumulou, nestes<br />

últimos cinqüenta a<strong>no</strong>s de sua história, um repertório de obras criativas muito maior do que<br />

<strong>no</strong>rmalmente se supõe, um repertório suficientemente denso e amplo para que se possa incluí-<br />

la sem esforço <strong>entre</strong> os fenôme<strong>no</strong>s culturais mais importantes de <strong>no</strong>sso tempo”. A televisão é,<br />

hoje, o meio de comunicação de maior influência <strong>no</strong>s costumes e na formação de opinião.<br />

No cotidia<strong>no</strong> das crianças brasileiras, as narrativas televisivas estão muito presentes e<br />

transparecem em suas leituras de mundo. Pesquisas (Carneiro, 2005; Rio Grande do Sul,<br />

1998) mostram que as crianças brasileiras são as que mais assistem à televisão em todo o<br />

mundo. O interesse pela influência da televisão na leitura de mundo das crianças brasileiras<br />

tem gerado estudos que lançam um olhar diferenciado sobre o ensi<strong>no</strong> de <strong>arte</strong>, a leitura da<br />

imagem na escola e a constituição da infância.<br />

D<strong>entre</strong> as produções televisivas, os desenhos animados ocupam o primeiro lugar na<br />

preferência das crianças. O desenho animado é uma poderosa fonte de informação e de<br />

comunicação, e, na <strong>mídia</strong> televisiva, é quem primeiro fala às crianças. Atualmente, pais,<br />

educadores, psicólogos estão preocupados com as informações que as crianças recebem <strong>no</strong><br />

principal período de suas vidas. Isso porque tais narrativas acabam sendo muito marcantes <strong>no</strong><br />

modo de apresentar o mundo às crianças. No entanto, elas as assistem sem tematizar o que e<br />

como essas narrativas se mostram.<br />

Ainda, conforme levantamento realizado recentemente pela TV Nickelodeon, o desenho<br />

animado mais assistido por crianças e adultos 15 é Bob Esponja Calça Quadrada 16 . E o Brasil é<br />

um dos países com maior índice de conhecimento e de apreciação do desenho.<br />

15 Conforme informação do site http://www.srzd.com/sec_news.php?id=3578. (capturado em 07/07/2007).<br />

16 O desenho animado “Bob Esponja Calça Quadrada” (SpongeBob SquarePants) foi criado,em 1999,<br />

<strong>no</strong>s Estados Unidos, por Stephen Hillenburg. Em 2006, o desenho era exibido em canal aberto (Rede<br />

Globo de Televisão), durante o programa TV Xuxa, e em canal fechado (Nickelodeon), em diferentes<br />

horários.<br />

12


Diferente da maioria dos desenhos animados, a ambientação do desenho ocorre <strong>no</strong> fundo do<br />

mar, o que é reiterado nas imagens pelo predomínio da cor azul em vários tons, associada à<br />

água, às profundezas, à imensidão. No entanto, os cenários, os movimentos e o figuri<strong>no</strong> dos<br />

personagens não são característicos de um meio líquido.<br />

Bob Esponja é uma esponja do mar, que vive em uma casa em formato de abacaxi, numa<br />

cidade chamada Fenda do Bikini. O personagem é figurativizado como uma esponja em<br />

formato quadrado, na cor amarela. Seu modo de vestir, bem como suas atitudes remetem ora<br />

a um adulto – camisa, gravata, trabalha, tem compromissos – ora a uma criança – calça curta,<br />

meias brancas até o joelho, rola <strong>no</strong> chão, brinca. Seu melhor amigo, Patrick, é uma estrela-do-<br />

mar cor-de-rosa, que veste um calção verde estampado com flores roxas. Sua forma de vestir,<br />

suas falas e seu modo de agir figurativizam uma criança pequena.<br />

Bob Esponja tem outros amigos, como o Lula Molusco e o Seu Sirigueijo, proprietário da<br />

lanchonete Siri Cascudo, onde ele trabalha. As únicas figuras femininas que aparecem com<br />

regularidade <strong>no</strong> desenho são a Sandy, um esquilo fêmea que usa escafandro para poder<br />

respirar <strong>no</strong> fundo do mar, e a Senhora Puff, um peixe baiacu fêmea, que dá aulas de direção a<br />

Bob Esponja. Os outros actantes que aparecem <strong>no</strong>s episódios são os peixes freqüentadores da<br />

lanchonete. Todos vestem-se como huma<strong>no</strong>s.<br />

Importa, então, em continuidade aos estudos realizados, investigar mais profundamente este<br />

desenho animado e produções da <strong>arte</strong> contemporânea, que envolvam os sistemas visual e<br />

so<strong>no</strong>ro, quanto aos <strong>entre</strong>laçamentos de linguagens para produzir efeitos de <strong>sentido</strong>.<br />

Objetivos do projeto<br />

Este projeto problematiza a leitura da visualidade contemporânea na escola, em especial<br />

textos da <strong>mídia</strong> e da <strong>arte</strong> que articulam os sistemas visual e so<strong>no</strong>ro, investigando os <strong>contágios</strong><br />

<strong>entre</strong> eles e os efeitos de <strong>sentido</strong> produzidos na interação das diferentes linguagens que os<br />

constitui. Busca (a) realizar uma leitura semiótica de episódios de um desenho animado<br />

apresentado na <strong>mídia</strong> televisiva e de produções de <strong>arte</strong> contemporânea; (b) analisar o percurso<br />

gerativo da significação <strong>no</strong>s textos; (c) investigar as significações que crianças das séries<br />

iniciais do Ensi<strong>no</strong> Fundamental constróem em presença destes textos; (d) contribuir para a<br />

leitura da visualidade contemporânea na escola na perspectiva da semiótica discursiva, em que<br />

o foco é a produção e apreensão de <strong>sentido</strong>s seja de textos da <strong>arte</strong>, da <strong>mídia</strong>, produções das<br />

crianças ou imagens do cotidia<strong>no</strong>; (e) gerar literatura sobre análise de textos sincréticos<br />

possibilitando aos educadores em geral e aos professores de <strong>arte</strong>s, em especial, tematizar<br />

outras produções contemporâneas e construir estratégias de interação com textos híbridos.<br />

13


Estado atual de conhecimento sobre o problema<br />

Ensi<strong>no</strong> da <strong>arte</strong><br />

As abordagens contemporâneas do ensi<strong>no</strong> da <strong>arte</strong> têm articulado o conhecimento em <strong>arte</strong>,<br />

relativo à produção nas linguagens artísticas, e sobre <strong>arte</strong>, ao ler e contextualizar as<br />

produções dos alu<strong>no</strong>s com as de outras culturas, épocas e lugares. A Proposta Triangular, o<br />

Multiculturalismo, a Interculturalidade e a Cultura Visual têm enfocado o diálogo <strong>entre</strong><br />

diferentes criações tanto da <strong>arte</strong> como do cotidia<strong>no</strong>. Diálogo como uma conversa, que implica<br />

reconhecimento de outros pontos de vista e vontade de entendê-los, concebendo que “as<br />

relações culturais supõem relações de poder, desigualdades, contradições, e de que todas as<br />

modalidades de transmissão de cultura implicam, portanto, algum poder de dominação”.<br />

(RICHTER, 2003, p. 17)<br />

A Proposta Triangular (BARBOSA, 1991, 1998), enfoca a articulação da criação artística com a<br />

leitura e a contextualização, numa abordagem multicultural com produções de diversas culturas<br />

e classes sociais. A criação é fundamental para a criança conhecer as especificidades e as<br />

limitações das linguagens artísticas, para se expressar. Como diz Ana Mae Barbosa (2005, p.<br />

99), “a <strong>arte</strong> na educação, como expressão pessoal e como cultura, é um importante<br />

instrumento para a identificação cultural e o desenvolvimento individual”. Além da criação,<br />

interessa, também, compreender, ler e contextualizar o que se fez e o que outras pessoas<br />

fizeram, para entender as <strong>arte</strong>s visuais como área de conhecimento e a visualidade em que<br />

estamos inseridos. Barbosa (2005, p. 99) aponta que “d<strong>entre</strong> as <strong>arte</strong>s, as visuais, tendo a<br />

imagem como matéria-prima, tornam possível a visualização de quem somos, de onde estamos<br />

e de como sentimos”.<br />

O Multiculturalismo (MASON,2001) ressalta a importância de considerar não só a <strong>arte</strong><br />

euroamericana, mas a diversidade da <strong>arte</strong>, o respeito às diferenças culturais, de gênero, etnia<br />

e busca promover currículos de <strong>arte</strong> culturalmente diversificados. Conforme Richter(2003, p.<br />

19), “atualmente, vem sendo utilizado o termo ‘interculturalidade’, que implica uma inter-<br />

relação de reciprocidade <strong>entre</strong> culturas”. Este enfoque, ao valorizar os fazeres especiais de<br />

diversas etnias e a estética do cotidia<strong>no</strong> relacionando-os com obras de <strong>arte</strong> de outras culturas,<br />

amplia o conceito de <strong>arte</strong> para experiência estética. Ao discutir as tal termi<strong>no</strong>logia, Richter<br />

(2003, p.19) diz que o termo interculturalidade “seria, portanto, o mais adequado a um ensi<strong>no</strong>-<br />

aprendizagem em <strong>arte</strong>s que se proponha a estabelecer a inter-relação <strong>entre</strong> os códigos<br />

culturais de diferentes grupos culturais. No entanto, convivemos hoje com todas essas<br />

de<strong>no</strong>minações, aparecendo como sinônimos”. Richter (2003, p.19)<br />

A Cultura Visual, de acordo com Hernández (2005, p. 12) “não se refere somente a uma série<br />

de objetos, mas a um campo de estudos que se constituiu da confluência de diferentes<br />

14


disciplinas, em especial a Sociologia, a Semiótica, os Estudos Culturais e Feministas e a<br />

História Cultural da Arte, e que esboça diferentes perspectivas teóricas e metodológicas”. Esta<br />

abordagem busca discutir o papel das representações visuais e os pontos de vista dos sujeitos.<br />

No estudo da cultura visual é importante prestar atenção à intersecção de raça, classe social e<br />

gênero <strong>no</strong>s meios visuais para poder entender formas de visualização e posições discursivas<br />

mais complexas (HERNÁNDEZ, 2005)<br />

A visualidade, como um texto híbrido que envolve <strong>arte</strong>, <strong>mídia</strong> e imagens do cotidia<strong>no</strong>, é, na<br />

contemporaneidade, objeto de estudo <strong>no</strong> ensi<strong>no</strong> de <strong>arte</strong>. A teoria semiótica discursiva tem<br />

contribuído para a leitura da visualidade por prestar atenção, além do conteúdo, à<br />

materialidade dos objetos visuais ao buscar analisar a produção de <strong>sentido</strong>, possibilitando um<br />

referencial teórico e metodológico para pesquisas com textos híbridos na área de <strong>arte</strong>s e <strong>no</strong><br />

ensi<strong>no</strong> da <strong>arte</strong>.<br />

No Brasil, o Centro de Pesquisas Sóciossemióticas (CPS), coordenado por Ana Claudia de<br />

Oliveira e Eric Landowski, congrega semioticistas que procuram dar continuidade à teoria<br />

semiótica discursiva, relacionando-a às produções textuais de <strong>no</strong>ssa sociedade. No Atelier<br />

Semiótica e Ensi<strong>no</strong> das Artes Visuais do CPS , os trabalhos desenvolvidos por Sandra<br />

Ramalho de Oliveira (1998), Moema Rebouças (2000), e Anamélia Buoro (2002) analisam<br />

obras de <strong>arte</strong> modernista, produções midiáticas, objetos e ambientes do cotidia<strong>no</strong> propiciando<br />

ao professor de <strong>arte</strong>s visuais subsídios para a leitura da imagem. Buoro, Frange e Rebouças<br />

(2002 e 2003), têm buscado oferecer aos professores possibilidades de leitura semiótica de<br />

produções artísticas modernistas e contemporâneas.<br />

A originalidade deste projeto está em abordar a visualidade, a partir dos pressupostos da teoria<br />

semiótica discursiva, procurando apreender os efeitos de <strong>sentido</strong> que emergem de textos<br />

sincréticos, que envolvem diferentes linguagens, tais como os desenhos animados e produções<br />

da <strong>arte</strong> contemporânea.<br />

Leitura<br />

Em <strong>no</strong>ssas pesquisas atuais temos enfocado a leitura que a criança confere aos textos visuais,<br />

como produção e apreensão de <strong>sentido</strong>s. Nossa preocupação tem-se voltado para a escuta<br />

atenta de como a criança percebe e lê a pluralidade de informações com as quais convive,<br />

como ela lhes confere <strong>sentido</strong>. Uma das atividades realizadas, então, é a leitura das suas<br />

produções, de imagens do cotidia<strong>no</strong>, da <strong>mídia</strong> e obras de <strong>arte</strong>.<br />

A leitura, seja na escola, seja em visitas guiadas, não se restringe a uma explicação verbal,<br />

inteligível, do que está sendo visto. Fernando Cocchiarale (2006, p. 14-15) refere que “o<br />

monitor, educador ou mediador deve ser me<strong>no</strong>s a pessoa que transmita conteúdos acabados e<br />

15


mais alguém que estimule o público a estabelecer algumas relações de seu próprio modo”.<br />

Trata-se de produções de <strong>sentido</strong>, em que sensibilidade e cognição estão inter-relacionadas,<br />

de interpretações, e não da imposição de uma verdade. Esta apreensão de <strong>sentido</strong>s é<br />

construída a partir da lisibilidade dos textos, das informações do leitor e do contexto social.<br />

Para as crianças brasileiras das classes média e alta, a convivência, desde cedo, com as<br />

tec<strong>no</strong>logias contemporâneas as faz ver e experimentar o mundo de um modo particular. Elas<br />

interagem com a televisão, o computador, o videogame, o celular, o MP3, o DVD, ao buscarem<br />

se constituir como sujeito, constituir sua subjetividade, conhecer o outro e o seu meio. Mesmo<br />

as crianças das classes populares têm acesso a alguns destes equipamentos, em especial, à<br />

televisão, que, com seus textos audiovisuais, com imagens reais e virtuais, forma o imaginário<br />

das crianças e lhes apresenta o mundo. A presença da TV pode ser observada nas produções<br />

das crianças nas linguagens artísticas através de seus personagens, programas e desenhos<br />

animados.<br />

A partir do final dos a<strong>no</strong>s 1990, alguns professores têm procurado tematizar e inserir a <strong>arte</strong><br />

contemporânea <strong>no</strong> ensi<strong>no</strong> de <strong>arte</strong>s na escola. No entanto, a compreensão sensível e inteligível<br />

do que é realizado <strong>no</strong>s dias de hoje, em especial as instalações, é algo complexo que requer a<br />

construção de <strong>sentido</strong> em ato, em presença.<br />

Nos últimos dezoito a<strong>no</strong>s, tenho realizado pesquisas em escolas enfocando a leitura de<br />

imagens da <strong>arte</strong>, da <strong>mídia</strong> e do cotidia<strong>no</strong>, tanto na educação infantil como <strong>no</strong> ensi<strong>no</strong><br />

fundamental. Não se trata da elaboração de propostas de leitura a serem implementadas pelos<br />

professores, mas da criação de possibilidades de leitura, as quais vão ser exploradas e<br />

contextualizadas pelo professor de acordo com sua formação, seus interesses e os do grupo<br />

em que atua. Leituras que produzam <strong>sentido</strong> tanto para o professor como para os alu<strong>no</strong>s. Tais<br />

pesquisas têm subsidiado professores, que atuam em diferentes níveis de ensi<strong>no</strong> e áreas do<br />

conhecimento, com aportes teóricos, para refletir sobre a visualidade em sua prática<br />

pedagógica, a escolha das imagens e diversos modos de abordá-las.<br />

Neste projeto pretende-se, construir um trabalho conjunto com um grupo de crianças de 4 a<br />

série do Ensi<strong>no</strong> Fundamental o qual consistirá em assistir episódios de um desenho animado;<br />

discutir sobre a apreensão de <strong>sentido</strong>s possibilitada pelos episódios do desenho na interação<br />

dos sistemas visual e so<strong>no</strong>ro; interagir com obras de <strong>arte</strong> contemporâneas, que envolvam<br />

sistemas visual e so<strong>no</strong>ro; discutir acerca da experiência de interação com a obra; conhecer<br />

possíveis relações estabelecidas pelas crianças <strong>entre</strong> as produções da <strong>mídia</strong> e da <strong>arte</strong><br />

contemporânea.<br />

Interessa, portanto, problematizar a leitura da visualidade <strong>no</strong> ensi<strong>no</strong> da <strong>arte</strong>, ao analisar, em<br />

presença, desenhos animados da <strong>mídia</strong> e produções de <strong>arte</strong> contemporânea que articulam os<br />

sistemas visual e so<strong>no</strong>ro, procurando entender os efeitos de <strong>sentido</strong>s que as diferentes<br />

16


linguagens possibilitam e as significações que as crianças apreendem e conferem a estas<br />

produções sincréticas.<br />

Textos sincréticos<br />

O sincretismo resulta da articulação, <strong>no</strong> pla<strong>no</strong> de expressão, de elementos sensíveis de várias<br />

linguagens diferentes, da qual emana uma significação, ou seja, o pla<strong>no</strong> de conteúdo. Nilton<br />

Hernandes (2005,p.228), ao analisar textos televisivos, diz que “tomadas de câmera, sons,<br />

músicas, iluminação, cenários, figuri<strong>no</strong>s <strong>entre</strong> muitos outros elementos possíveis, constróem<br />

um todo de significação.”<br />

Médola (2000, p. 202) ressalta que “<strong>no</strong> registro televisual tanto o som quanto a imagem<br />

oferecem possibilidades de abrigar várias linguagens simultaneamente”. No desenho animado,<br />

o sistema visual acolhe as linguagens verbal escrita, imagética, ce<strong>no</strong>gráfica, gestual e a moda;<br />

e o sistema so<strong>no</strong>ro abarca as linguagens da música, os ruídos e o verbal oral.<br />

Para compreender um texto sincrético, a semiótica procura desconstruí-lo, identificando cada<br />

uma das linguagens que o compõem e como estas se relacionam para criar uma rede de<br />

significações. A semiótica não pretende identificar o <strong>sentido</strong>, mas analisar como os efeitos de<br />

<strong>sentido</strong> emergem num campo de relações e em diferentes contextos sociais. Tratam-se de<br />

produções de <strong>sentido</strong>, as quais não estão prontas <strong>no</strong> texto, nem em interpretações subjetivas,<br />

mas precisam ser construídas a partir da interação <strong>entre</strong> o que o texto traz e as competências<br />

de leitura do leitor. Assim, para apreendermos os efeitos de <strong>sentido</strong> de um enunciado, é preciso<br />

identificar as diferenças, as oposições semânticas 17 sobre as quais o texto está assente e os<br />

sistemas de relações possíveis que o leitor, de uma determinada posição, cria.<br />

A semiótica, como uma teoria da significação, busca descrever as condições de produção e de<br />

apreensão de <strong>sentido</strong>s em textos construídos e imersos em uma cultura, os quais carregam<br />

nas marcas discursivas uma concepção de mundo, de homem e de mulher. A teoria destaca<br />

em cada texto as condições de emergência do <strong>sentido</strong>, a partir da análise das relações que<br />

seus elementos estabelecem.<br />

O presente projeto busca, então, dar continuidade a trajetória das pesquisas anteriores<br />

(PILLAR, 2001,2003a,2004b, 2005c, 2007, 2008) investigando o percurso gerativo de <strong>sentido</strong><br />

presente num desenho animado contemporâneo e em produções da <strong>arte</strong> contemporânea,<br />

17 Para a teoria semiótica o <strong>sentido</strong> resulta da interação dos pla<strong>no</strong>s de expressão e de conteúdo e se<br />

constitui através de um percurso gerativo, com etapas sucessivas que se enriquecem e se<br />

complexificam: o nível fundamental (que abriga as oposições sobre as quais o texto se constrói); o nível<br />

narrativo (em que se desenrolam as transformações); e o nível discursivo (que reveste os termos<br />

abstratos do nível narrativo com temas e figuras). Cada um destes níveis tem um componente sintático e<br />

um componente semântico.<br />

17


através da interação de linguagens. Serão analisados tanto os níveis fundamental, narrativo e<br />

discursivo, como os pla<strong>no</strong>s do conteúdo e da expressão, e as significações que crianças das<br />

séries iniciais do Ensi<strong>no</strong> Fundamental atribuem a estes textos.<br />

Assim, para entender a produção de <strong>sentido</strong> <strong>no</strong> desenho animado Bob Esponja Calça<br />

Quadrada e em produções da <strong>arte</strong> contemporânea, <strong>no</strong>sso corpus de análise, é necessário<br />

levar em conta as interações que se estabelecem <strong>entre</strong> as diferentes linguagens, tanto <strong>no</strong><br />

pla<strong>no</strong> do conteúdo como <strong>no</strong> pla<strong>no</strong> da expressão.<br />

Pretendemos, assim, realizar uma leitura semiótica de alguns episódios do desenho animado e<br />

de produções de <strong>arte</strong> contemporânea procurando conhecer o percurso gerativo da significação;<br />

analisar os efeitos de <strong>sentido</strong> que a interação de linguagens presente nesses textos cria;<br />

investigar a produção de <strong>sentido</strong> que crianças das séries iniciais do Ensi<strong>no</strong> Fundamental<br />

constróem acerca destes textos; contribuir para a leitura de textos sincréticos na escola.<br />

Considerando os objetivos propostos, interessa-<strong>no</strong>s investigar: Que efeitos de <strong>sentido</strong> as<br />

interações <strong>entre</strong> os sistemas visual e so<strong>no</strong>ro, presentes <strong>no</strong> desenho animado Bob Esponja<br />

Calça Quadrada e em criações da <strong>arte</strong> contemporânea, produzem? Como estes efeitos de<br />

<strong>sentido</strong> se apresentam? Que <strong>sentido</strong>s as crianças conferem a estas produções? Como<br />

percebem, nestes textos, as interações <strong>entre</strong> as diferentes linguagens? Que aproximações<br />

constróem <strong>entre</strong> <strong>mídia</strong> e <strong>arte</strong>?<br />

Metodologia<br />

Aqui, buscarei explicitar as orientações metodológicas desta investigação, quanto à<br />

abordagem qualitativa, aos sujeitos, materiais, métodos, procedimentos e ao modo como será<br />

realizada a análise dos dados.<br />

O projeto se configura com base <strong>no</strong>s pressupostos da abordagem qualitativa de pesquisa<br />

(BAUER;GASKELL, 2002; BOGDAN;BIKLEN,1994; EISNER, 1998; ROSE,2001; ZAMBONI,<br />

1998), vinculando-se ao método de pesquisa participante (FAZENDA, 1992; LUDKE; ANDRÉ,<br />

1986), em que pesquisados e pesquisadores dialogam acerca de uma determinada situação,<br />

de um fato, de uma imagem. As leituras dos desenhos animados e das produções de <strong>arte</strong><br />

contemporânea serão realizadas com base <strong>no</strong> referencial metodológico da semiótica<br />

discursiva ((FANTINATTI,2003; FECHINE, 2007 e 2003; FLOCH,1985a ; HERNANDES, 2005;<br />

MÈDOLA, 2003, 2002 e 2000; OLIVEIRA, 2005 e 2001b, TEIXEIRA, 2004). Ainda, nessa<br />

concepção, a pesquisa visa contribuir com referenciais teóricos e ações que transformem as<br />

relações do grupo de participantes com o objeto, <strong>no</strong> caso com a leitura da visualidade<br />

contemporânea na escola, em especial <strong>no</strong> ensi<strong>no</strong> da <strong>arte</strong>.<br />

18


Sujeitos 18<br />

• Episódios do desenho animado contemporâneo Bob Esponja Calça Quadrada apresentado<br />

na televisão;<br />

• Produções de <strong>arte</strong> contemporânea constituídas pelos sistemas visual e so<strong>no</strong>ro;<br />

• Grupo de crianças das séries iniciais do Ensi<strong>no</strong> Fundamental de uma escola da rede<br />

pública de ensi<strong>no</strong>, da cidade de Porto Alegre (RS).<br />

Materiais<br />

• DVD com episódios do desenho animado Bob Esponja Calça Quadrada;<br />

• Equipamento de DVD e televisão para assistir e analisar o desenho animado;<br />

• Materiais escritos, imagens e outros registro acerca dos episódios e das produções de <strong>arte</strong><br />

contemporânea a serem estudados;<br />

• Filmadora digital para registrar fielmente o que transcorre durante a leitura dos desenhos e<br />

das produções de <strong>arte</strong> pelas crianças;<br />

• Leituras das crianças sobre os episódios do desenho animado;<br />

• Leituras das crianças sobre suas experiências com as produções de <strong>arte</strong>;<br />

• Computador para assistir as gravações com as falas das crianças e transcrevê-las.<br />

Método<br />

A pesquisa se utilizará do instrumental metodológico empregado pela semiótica discursiva para<br />

análise de textos sincréticos (FANTINATTI,2003; FECHINE, 2007 e 2003; FLOCH,1985a ;<br />

HERNANDES, 2005; MÈDOLA, 2003, 2002 e 2000; OLIVEIRA, 2005 e 2001b, TEIXEIRA,<br />

2004), buscando identificar as diferentes linguagens e suas interações; os níveis do percurso<br />

gerativo de <strong>sentido</strong>; e os <strong>entre</strong>laçamentos <strong>entre</strong> os pla<strong>no</strong>s de expressão - quanto às dimensões<br />

cromática, eidética, topologica e matérica -, e do conteúdo, <strong>no</strong> processo de produção de<br />

<strong>sentido</strong>s.<br />

Na investigação com as crianças serão realizadas <strong>entre</strong>vistas semi-estruturadas, procurando<br />

compreender como elas se interagem e se deixam afetar, contaminar pelos episódios do<br />

desenho animado e pelas produções de <strong>arte</strong> contemporânea; que efeitos de <strong>sentido</strong> constróem<br />

na relação com estes textos; como percebem as interações <strong>entre</strong> as diferentes linguagens que<br />

os constitui; e que aproximações criam <strong>entre</strong> <strong>arte</strong> e <strong>mídia</strong>.<br />

18 A escola de Ensi<strong>no</strong> Fundamental, representada por sua direção, pela orientadora pedagógica e pela<br />

professora do grupo, bem como os pais das crianças que farão p<strong>arte</strong> da pesquisa serão informados<br />

acerca do enfoque da investigação e receberão um termo de consentimento informado, autorizando a<br />

execução da pesquisa, utilização dos materiais e dados coletados exclusivamente para os fins previstos<br />

<strong>no</strong> projeto. (conforme modelos em Anexo)<br />

19


O cruzamento dos efeitos de <strong>sentido</strong> possibilitados pelo modo como os textos sincréticos da<br />

<strong>mídia</strong> e da <strong>arte</strong> se apresentam, pelos significados culturais que enfeixam e pelas competências<br />

de leitura <strong>no</strong>ssas e das crianças serão os focos deste trabalho.<br />

Procedimentos<br />

• Seleção de episódios do desenho animado contemporâneo Bob Esponja Calça Quadrada<br />

apresentados na televisão;<br />

• Levantamento de materiais verbais e não verbais sobre os episódios selecionados;<br />

• Descrição e análise do material selecionado conforme os pressupostos da pesquisa;<br />

• Seleção de uma escola de Ensi<strong>no</strong> Fundamental e nesta de um grupo de crianças para<br />

realizar leitura dos episódios do desenho animado Bob Esponja Calça Quadrada buscando<br />

conhecer os <strong>sentido</strong>s que os grupos de crianças atribuem a estas produções;<br />

• Realização da pesquisa de campo com o grupo de crianças, em que será exibido um<br />

episódio do desenho, a cada encontro, e proposta uma discussão acerca das significações<br />

presentes nestes textos sincréticos;<br />

• Visita à Bienal do Mercosul para conhecer produções de <strong>arte</strong> contemporânea que articulem<br />

os sistemas visual e so<strong>no</strong>ro;<br />

• Levantamento de materiais verbais e não verbais sobre as produções;<br />

• Descrição e análise das produções conforme os pressupostos da pesquisa;<br />

• Visita à Bienal do Mercosul com o grupo de crianças para interagir com as produções<br />

selecionadas;<br />

• Discussão com as crianças acerca da experiência sensível com as produções de <strong>arte</strong><br />

contemporânea buscando conhecer suas leituras acerca das interações de linguagens que<br />

constituem estes textos sincréticos;<br />

• Análise dos resultados de modo a cruzar os efeitos de <strong>sentido</strong> possíveis de serem<br />

apreendidos nestes textos sincréticos e as significações que o grupo de crianças confere<br />

tanto aos episódios do desenho animado apresentado como às produções de <strong>arte</strong><br />

contemporânea.<br />

Análise dos Dados<br />

Os dados serão analisados qualitativamente quanto aos efeitos de <strong>sentido</strong> produzidos pelo<br />

sincretismo <strong>no</strong> desenho animado e nas produções de <strong>arte</strong> contemporânea; e quanto às<br />

significações atribuídas a estes textos audiovisuais pelas crianças.<br />

Quanto aos aspectos metodológicos da leitura de um texto onde interagem várias linguagens,<br />

Floch (in Greimas & Courtés, 1991, p. 233) diz que “apesar de constituir o seu pla<strong>no</strong> da<br />

20


expressão com elementos de várias semióticas, o texto sincrético pode ser lido como um todo<br />

de significação e, num primeiro momento podemos proceder à análise do seu pla<strong>no</strong> de<br />

conteúdo”.<br />

A análise de cada um dos episódios do desenho e das produções da <strong>arte</strong> contemporânea<br />

procurará compreender, com base <strong>no</strong>s estudos de Médola (2000), as relações <strong>entre</strong> os<br />

sistemas visuais (imagem, verbal/escrito, gestual, moda, proxêmica) e os sistemas so<strong>no</strong>ros<br />

(verbal oral, musical, ruídos).<br />

Tanto os desenhos animados como as produções da <strong>arte</strong> serão descritos e analisados com<br />

base na teoria semiótica discursiva enfocando cada uma das linguagens e suas interações <strong>no</strong><br />

percurso gerativo de <strong>sentido</strong>. A partir da desconstrução destes textos serão identificados os<br />

níveis fundamental, narrativo e discursivo; e as relações <strong>entre</strong> o pla<strong>no</strong> da expressão, em suas<br />

dimensões cromática, eidética, topológica, matérica, e o pla<strong>no</strong> do conteúdo; bem como a<br />

reconstrução destes textos evidenciando redes de significações. Entre os textos da <strong>mídia</strong> e da<br />

<strong>arte</strong> pretende-se analisar a presença de contaminações relativas aos seus processos e meios.<br />

A produção e apreensão de <strong>sentido</strong>s construídas pelas crianças será analisada enfocando os<br />

aspectos mais relevantes apontados por elas durante o trabalho e expressos, principalmente,<br />

em linguagem verbal. Interessa considerar, também, possíveis aproximações <strong>entre</strong> <strong>arte</strong> e<br />

<strong>mídia</strong> apontadas pelo grupo.<br />

As implicações pedagógicas deste tipo de atividade de leitura semiótica da <strong>arte</strong> e da <strong>mídia</strong>,<br />

identificando contaminações <strong>entre</strong> estes textos e construindo <strong>sentido</strong>s; a leitura sensível e<br />

inteligível das crianças das séries iniciais do Ensi<strong>no</strong> Fundamental e seus desdobramentos<br />

para a leitura de produções sincréticas na escola, em especial <strong>no</strong> ensi<strong>no</strong> da <strong>arte</strong>, serão objetos<br />

das considerações finais desta investigação.<br />

Cro<strong>no</strong>grama<br />

Semestre 2009/2<br />

. Levantamento da literatura pertinente aos objetivos do projeto;<br />

. Elaboração dos pressupostos teóricos e metodológicos do trabalho;<br />

. Revisão crítica da literatura;<br />

. Seleção dos episódios do desenho animado contemporâneo Bob Esponja Calça Quadrada;<br />

. Descrição e análise dos episódios do desenho conforme os pressupostos da pesquisa;<br />

. Seleção de uma escola de Ensi<strong>no</strong> Fundamental e, nesta, de um grupo de crianças para<br />

realizar leitura dos episódios do desenho animado buscando conhecer os <strong>sentido</strong>s que as<br />

crianças atribuem a estes textos sincréticos.<br />

. Caracterização da escola e do grupo de crianças das séries iniciais do Ensi<strong>no</strong><br />

Fundamental que fará p<strong>arte</strong> da pesquisa;<br />

21


. Apresentação de um episódio do desenho animado a cada encontro com as crianças;<br />

. Realização das atividades de leitura dos episódios com o grupo de crianças;<br />

. Transcrição dos dados e das observações;<br />

. Visita a Bienal do Mercosul para conhecer produções de <strong>arte</strong> contemporânea que articulem os<br />

sistemas visual e so<strong>no</strong>ro;<br />

. Descrição e análise das produções de <strong>arte</strong> conforme os pressupostos da pesquisa;<br />

. Visita a Bienal do Mercosul com o grupo de crianças para interagir com as produções de <strong>arte</strong>;<br />

. Realização das atividades de leitura das produções de <strong>arte</strong> com o grupo de crianças;<br />

. Transcrição dos dados e das observações;<br />

Semestre 2010/1<br />

. Revisão crítica da literatura;<br />

. Transcrição dos dados e das observações;<br />

. Descrição e análise semiótica detalhada dos episódios do desenho e das produções de <strong>arte</strong><br />

contemporânea quanto às possíveis contaminações <strong>entre</strong> estes textos conforme os<br />

pressupostos da pesquisa;<br />

. Análise dos dados de modo a conhecer as significações das crianças sobre os<br />

episódios do desenho animado e sobre suas interações com as produções de <strong>arte</strong>;<br />

Semestre 2010/2<br />

. Revisão crítica da literatura;<br />

. Transcrição dos dados e das observações realizados com o grupo de crianças;<br />

. Descrição e análise semiótica detalhada dos episódios do desenho e das produções de <strong>arte</strong><br />

contemporânea quanto às possíveis contaminações <strong>entre</strong> estes textos conforme os<br />

pressupostos da pesquisa;<br />

. Análise dos dados de modo a conhecer as significações das crianças sobre os<br />

episódios do desenho animado e sobre suas interações com as produções de <strong>arte</strong>;<br />

. Cruzamento das leituras dos desenhos animados e das produções de <strong>arte</strong> contemporânea<br />

feitas pelas crianças;<br />

. Discussão dos resultados parciais;<br />

. Redação do relatório da pesquisa.<br />

. Apresentação da pesquisa em evento do GEARTE para professores e pesquisadores de <strong>arte</strong>s<br />

visuais e de outras áreas de conhecimento.<br />

Semestre 2011/1<br />

. Revisão crítica da literatura;<br />

. Análise dos resultados de modo a conhecer não só os efeitos de <strong>sentido</strong> possíveis de serem<br />

apreendidos <strong>no</strong>s desenhos animados e nas produções de <strong>arte</strong>, como também as significações<br />

construídas pelas crianças acerca destes textos;<br />

. Cruzamento das leituras das crianças sobre os episódios do desenho animado e das<br />

22


produções de <strong>arte</strong>;<br />

. Discussão dos resultados parciais;<br />

. Redação do relatório da pesquisa;<br />

. Apresentação da pesquisa em evento do GEARTE para professores e pesquisadores de <strong>arte</strong>s<br />

visuais e de outras áreas de conhecimento.<br />

Semestre 2011/2<br />

. Revisão crítica da literatura;<br />

. Análise dos resultados de modo a conhecer não só os efeitos de <strong>sentido</strong> possíveis de serem<br />

apreendidos <strong>no</strong>s desenhos animados e nas produções de <strong>arte</strong>, como também as<br />

significações construídas pelas crianças acerca destes textos;<br />

. Cruzamento das leituras das crianças sobre os episódios do desenho animado e as<br />

produções de <strong>arte</strong>;<br />

. Discussão dos resultados finais;<br />

. Redação do relatório da pesquisa.<br />

Semestre 2012/1<br />

. Revisão crítica da literatura;<br />

. Redação final e revisão do relatório da pesquisa;<br />

. Publicação dos resultados;<br />

. Apresentação da pesquisa em evento do GEARTE para professores e pesquisadores de <strong>arte</strong>s<br />

visuais e de outras áreas de conhecimento.<br />

. Apresentação do trabalho em Congressos.<br />

Resultados esperados<br />

Os resultados da pesquisa poderão repercutir em três instâncias: acadêmica, científica e<br />

institucional. Na instância acadêmica, publicar artigos sobre a pesquisa, apresentar o trabalho<br />

em congressos, ministrar seminários avançados <strong>no</strong> Programa de Pós-Graduação em Educação<br />

sobre a temática. Em termos científicos, os resultados da pesquisa poderão evidenciar um<br />

avanço na leitura de textos sincréticos com o referencial da semiótica discursiva; orientar teses<br />

e dissertações neste enfoque. Institucionalmente, esta investigação poderá contribuir na<br />

formação de professores de <strong>arte</strong>s visuais, de Educação Infantil e das séries iniciais do Ensi<strong>no</strong><br />

Fundamental com aportes teóricos e metodológicos para a leitura de textos contemporâneos da<br />

<strong>arte</strong>, da <strong>mídia</strong> e do cotidia<strong>no</strong>.<br />

23


Referências bibliográficas<br />

ARANTES, P. Arte e <strong>mídia</strong> <strong>no</strong> Brasil: perspectivas da estética digital. Revista do Departamento<br />

de Artes Plásticas, São Paulo: ECA/USP, a<strong>no</strong> 3, n.6, 2005, p.53-65.<br />

BARBOSA, A.M. Cultura, <strong>arte</strong>, beleza, experiência. No site do Congresso Íbero-America<strong>no</strong> de Educação<br />

Artística. 13p. http://www.rede-educacao-artistica.org/ia_02_mesas_redondas.htm Capturado em<br />

20/05/2008.<br />

BARBOSA, A.M. ; COUTINHO, R.; SALES, H. M. Artes visuais da exposição à sala de aula. São Paulo:<br />

EDUSP, 2005a.<br />

BARBOSA, A.M. (org.) Arte/Educação Contemporânea: consonâncias internacionais. São Paulo: Cortez,<br />

2005b.<br />

___. Inquietações e mudanças <strong>no</strong> ensi<strong>no</strong> da <strong>arte</strong>. São Paulo: Cortez, 2002.<br />

BARBOSA, A.M. Tópicos utópicos. Belo Horizonte: C/Arte, 1998.<br />

___. A imagem <strong>no</strong> ensi<strong>no</strong> da <strong>arte</strong>. São Paulo: Perspectiva, 1991.<br />

BARROS, D. L. P. de. Teoria semiótica do texto. São Paulo: Ática, 2000.<br />

BAUER, M.; GASKELL, G. Pesquisa qualitativa com texto, imagem e som. Petrópolis: Vozes, 2002.<br />

BOGDAN, R. ; BIKLEN, S. Investigação qualitativa em educação: uma introdução à teoria e aos métodos.<br />

Porto Alegre: Porto Editora, 1994.<br />

BUCKINGHAM, D. Crecer en la era de los medios eletrónicos. Madrid: Morata, 2002.<br />

BUORO, Anamélia Bue<strong>no</strong>. Olhos que pintam. São Paulo:Cortez, 2002.<br />

BUORO, A. ; FRANGE, L.r; REBOUÇAS, M. Leitura da imagem: da teoria à prática, da prática à teoria. In:<br />

OLIVEIRA, A. C. de ; LANDOWSKI, E. (orgs.) IX Cader<strong>no</strong> de discussão do Centro de Pesquisas<br />

Sóciossemióticas. São Paulo: Editora CPS, 2003. p. 19-30.<br />

___. Arte, cultura e educação: alguns pressupostos. In: OLIVEIRA, A. C. de (org.) VIII Cader<strong>no</strong> de<br />

discussão do Centro de Pesquisas Sóciossemióticas. São Paulo: Editora CPS, 2002. p.13-22.<br />

CAÑIZAL, E. P.; CAETANO, K. E. (org.) O Olhar à deriva: <strong>mídia</strong>, significação e cultura. São Paulo:<br />

Annablume, 2004.<br />

CAPPARELLI, S. Televisão, programas infantis e a criança. In: ZILBERMAN, R. (org.) A produção cultural<br />

para a criança. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1984. p. 61-80.<br />

___. TV e criança: a emergência do mercado de bens de culturais. In: PACHECO, E.D. (org.) Televisão,<br />

criança, imaginário e educação. Campinas: Papirus, 1998.151-160.<br />

CARNEIRO, V. L.Q. (2008) Pesquisa da UNB revela o que crianças e jovens querem ver na TV,<br />

http://www.midiativa.org.br/index.php/pais/content/view/full/2712. (Capturado em 25 Março de 2008).<br />

COCCHIARALE, F. Quem tem medo de <strong>arte</strong> contemporânea? Recife: Fundação Joaquim Nabuco/Editora<br />

Massangana, 2006.<br />

DIDI-HUBERMAN, G. O que vemos, o que <strong>no</strong>s olha. São Paulo: Ed. 34, 1998.<br />

DOMINGUES, D. (org.) A <strong>arte</strong> <strong>no</strong> século XXI: a humanização das tec<strong>no</strong>logias. São Paulo: Fundação<br />

Editora da UNESP, 1997.<br />

DOMINGUES, D. Interatividade e imersão em ambientes de realidade virtual. In: ___.Criação e<br />

interatividade na ciber<strong>arte</strong>. São Paulo: Experimento, 2002. p.193-214.<br />

EISNER, Elliot. El ojo ilustrado. Barcelona: Paidós, 1998.<br />

24


FANTINATTI, M. S. A articulação <strong>entre</strong> linguagens do sincretismo na televisão. In:__. A criança do Sítio<br />

na TV. São Paulo. PUCSP, 2003. (dissertação de mestrado). P. 18-30.<br />

FAZENDA, I. (org.). Novos enfoques da pesquisa educacional. São Paulo: Cortez, 1992.<br />

FECHINE, Y. Televisão e presença. São Paulo: Estação das Letras e Cores, 2008.<br />

___. Midiatização e interação:a televisão como lugar. Anais do III Congresso Internacional de Semiótica.<br />

Vitória: ABES, 2007.<br />

FECHINE, Y. Televisão, hábito e estesia . In: OLIVEIRA, A. C. de ; LANDOWSKI, E. (orgs.) Cader<strong>no</strong> de<br />

Discussão do Centro de Pesquisas Sociossemióticas. São Paulo: Editora CPS, 2003. p.97-109.<br />

___. Uma proposta de abordagem do sensível na TV. http://www.unicap.br/gtpsmid/pdf06/yvanafechine.pdf<br />

FIORIN, J. L. Elementos da análise do discurso. São Paulo: Contexto, 2000.<br />

___. As astúcias da enunciação. São Paulo: Ática, 1999.<br />

FISCHER, R. Mídia, imagem e experiência . Mesa-redonda: Educação e Imagem. II Seminário<br />

Internacional As Redes de conhecimento e a tec<strong>no</strong>logia: imagem e cidadania. Rio de Janeiro, 24 a 27 de<br />

junho de 2003. 15p. http://www.lab-eduimagem.pro.br/frames/seminarios/pdf/convmbf.pdf Capturado em<br />

11/08/2004.<br />

___. Televisão e Educação: Fluir e pensar a TV. - Belo Horizonte: Autêntica, 2001.<br />

___. A construção de um discurso sobre a infância na televisão brasileira. In: PACHECO, E. D. (org.)<br />

Televisão, criança, imaginário e educação. Campinas: Papirus, 1998. P. 107-116.<br />

FLOCH, J-M. Alguns conceitos fundamentais em semiótica geral. Documentos de Estudo do Centro de<br />

Pesquisas Sociossemióticas. São Paulo: Editora CPS, 2001. (tradução de Analice Dutra Pillar)<br />

___. Petites mythologie de l’oeil et de l’esprit pour une sémiotique plastique. Paris: Éditions Hadés-<br />

Benjamins, 1985a.<br />

___. Imagens, sig<strong>no</strong>s, figuras – a abordagem semiótica da imagem. Cruzeiro Semiótico. Porto, jul/1985b,<br />

p. 75-81.<br />

FONTANILLE, J. Semiótica do discurso. São Paulo: Contexto, 2007.<br />

FONTANILLE, J.; ZILBERBERG, C. Tensão e significação. São Paulo: Discurso Editorial/Humanitas/<br />

FFLCH-USP, 2001.<br />

FOSTER, H. (ed.) Vision and visuality. New York: The New Press, 1988.<br />

FUSARI, M. F. de R. e. O educador e o desenho animado que a criança vê na televisão. São Paulo:<br />

Loyola, 1985.<br />

GIROUX, H. A disneyzação da cultura infantil. In: SILVA, T.T. da ; MOREIRA, A. F. Territórios<br />

contestados. Campinas: Mercado de Letras, 1995a.<br />

___. Memória e pedagogia <strong>no</strong> "maravilhoso mundo de Disney". In: SILVA, T.T. da. Alienígenas na sala<br />

de aula. Rio de Janeiro: Vozes, 1995b.<br />

GREIMAS, A. J.Semiótica figurativa e semiótica plástica. Significação, Revista Brasileira de Semiótica,<br />

n.4, jun/1984.<br />

___.Sobre o <strong>sentido</strong>. Petrópolis: Vozes, 1975.<br />

___. Da imperfeição. São Paulo: Hacker Editores, 2002.<br />

GREIMAS, A. J. & COURTÉS, J. Semiótica: diccionario razonado de la teoría del lenguaje. Tomo<br />

II.Madrid: Editorial Gredos, 1991.<br />

___. Dicionário de semiótica. São Paulo: Cultrix, 1983.<br />

25


GREIMAS, A. J.; FONTANILLE, J. Semiótica das paixões. São Paulo: Ática, 1993.<br />

GUINSBURG, J.; BARBOSA, A. M. (Org.). O Pós-modernismo. São Paulo: Perspectiva, 2005.<br />

HERNANDES, N. Duelo: a publicidade da tartaruga da Brahma na Copa do Mundo. In: LOPES, I. C.;<br />

HERNANDES, N. (orgs). Semiótica: objetos e práticas. São Paulo: Contexto, 2005. p. 227-244.<br />

HERNÁNDEZ, Fernando. Cultura Visual, Mudança Educativa e Projeto de Trabalho. Porto Alegre: ArtMed,<br />

2000.<br />

___. De qué hablamos cuando hablamos de Cultura Visual? Educação & Realidade, Porto Alegre, Vol. 30,<br />

n.2 (jul/dez 2005) p. 9-34.<br />

LANDOWSKI, E. Para uma semiótica sensível. Revista Educação & Realidade, n. 30, v. 2, jul/dez, 2005.<br />

p.93-106.<br />

___. Passions sans <strong>no</strong>m. Paris: PUF, 2004a.<br />

___. Modos de presença do visível. In: OLIVEIRA, A. C. de (org.) . Semiótica plástica. São Paulo: Hacker<br />

Editores, 2004b.p.97-112.<br />

___. Presenças do outro. São Paulo: Perspectiva, 2002.<br />

___. Sobre el contagio. In: LANDOWSKI, E.; DORRA, R; OLIVEIRA, A.C. de (eds.) Semiótica, estesis,<br />

estética. São Paulo: EDUC, 1999. P.269-278<br />

___. Viagem às nascentes do <strong>sentido</strong>. In: SILVA, I. A. (org.) Corpo e <strong>sentido</strong>: a escuta do sensível. São<br />

Paulo: UNESP, 1996. p.21-43.<br />

___. A sociedade refletida. São Paulo: EDUC/Pontes, 1992.<br />

LANDOWSKI, E; DORRA, R; OLIVEIRA, A. C. Semiótica, estesis, estética. São Paulo: EDUC, 1999.<br />

LANDOWSKI, E.; FIORIN, J. L. (orgs). O gosto da gente, o gosto das coisas. São Paulo: EDUC, 1997.<br />

LARROSA, J. La experiencia de la lectura. Barcelona: Laertes, 1996.<br />

LEDUR, R. Professores de <strong>arte</strong> e <strong>arte</strong> contemporânea: contextos de produção de <strong>sentido</strong>. Porto Alegre:<br />

FACED/UFRGS, 2004. (dissertação de mestrado)<br />

LOPES, I. C.; HERNANDES, N. (orgs). Semiótica: objetos e práticas. São Paulo: Contexto, 2005<br />

LUDKE, M. & ANDRÉ, M. Pesquisa em educação: abordagens qualitativas. São Paulo: EPU, 1986.<br />

MACHADO, A. Arte e <strong>mídia</strong>. Rio de Janeiro: Zahar, 2007.<br />

___. A televisão levada a sério. São Paulo: Senac, 2000.<br />

___. Máquina e imaginário: o desafio das poéticas tec<strong>no</strong>lógicas. São Paulo:EDUSP, 1996.<br />

MANGUEL, A. Lendo imagens. São Paulo: Companhia das Letras, 2001.<br />

___. Uma história da leitura. São Paulo: Companhia das Letras, 1997.<br />

MARTINS, M. H. O que é leitura. São Paulo, Brasiliense, 1994.<br />

MASON, Rachel. Por uma <strong>arte</strong>-educação multicultural. Campinas: Mercado das Letras, 2001.<br />

MEDEIROS, M. B. de (org.) Arte e tec<strong>no</strong>logia na cultura contemporânea. Brasília: Dupligráfica, 2002.<br />

MÉDOLA, A. S. D. A abordagem do sincretismo em televisão: em busca de caminhos para análise. In:<br />

OLIVEIRA, A. C. de; LANDOWSKI, E.(orgs.) Cader<strong>no</strong> de Discussão do Centro de Pesquisas<br />

Sociossemióticas. São Paulo: Editora CPS, 2003. p. 483-492.<br />

___. Sincretismo de linguagens e configuração de gêneros televisuais. In: OLIVEIRA, A. C. de (org.).<br />

Cader<strong>no</strong> de Discussão do Centro de Pesquisas Sociossemióticas. São Paulo: Editora CPS, 2002. p.377-<br />

386.<br />

26


___. A articulação <strong>entre</strong> linguagens: a problemática do sincretismo na televisão. In: OLIVEIRA, A. C. de ;<br />

CAMARGO, I. Cader<strong>no</strong> de Discussão do Centro de Pesquisas Sociossemióticas. São Paulo: Editora<br />

CPS, 2000. p. 201-209.<br />

NOVAES, A. (Org.) Muito além do espetáculo. São Paulo: Editora do Senac São Paulo, 2005.<br />

OLIVEIRA, A. C. de (org.). Semiótica plástica. São Paulo: Hacker Editores, 2004.<br />

OLIVEIRA, A. C. de; LANDOWSKI, E. (orgs.) IX Cader<strong>no</strong> de discussão do Centro de Pesquisas<br />

Sóciossemióticas. São Paulo: Editora CPS, 2003.<br />

___. VIII Cader<strong>no</strong> de discussão do Centro de Pesquisas Sóciossemióticas. São Paulo: Editora CPS, 2002.<br />

___. Do inteligível ao sensível: em tor<strong>no</strong> da obra de A. J. Greimas. São Paulo: EDUC, 1995.<br />

OLIVEIRA, A. C. de ;CAMARGO, I. VI Cader<strong>no</strong> de Discussão do Centro de Pesquisas Sociossemióticas.<br />

São Paulo: Editora CPS, 2000.<br />

OLIVEIRA, A. C. de. <strong>Visualidade</strong>, <strong>entre</strong> significação sensível e inteligível. Revista Educação & Realidade,<br />

n. 30, v. 2, jul/dez, 2005. p.107-122.<br />

___. Lisibilidade da imagem. Revista da FUNDARTE/ Fundação Municipal de Artes de Montenegro.<br />

V.1,n.1. Jan/Jun 2001a, p.5-7.<br />

OLIVEIRA, A. C. de . Apontamentos sobre interação na <strong>arte</strong> contemporânea. In: OLIVEIRA, A. C. de ;<br />

MARRONI, F. V..(orgs.) Cader<strong>no</strong> de Discussão do Centro de Pesquisas Sociossemióticas. São Paulo:<br />

Editora CPS, 2001b. p.361-380.<br />

___. A dança das ordens sensoriais. In: LANDOWSKI, E; DORRA, R; OLIVEIRA, A. C. Semiótica, estesis,<br />

estética. São Paulo: EDUC, 1999. P. 149-181.<br />

___. Vitrinas acidentes estéticos na cotidianidade. São Paulo: EDUC, 1997.<br />

___. As semioses pictóricas. Face, São Paulo, 4(2):104-145, jul/dez.1995a.<br />

___. A estesia como condição do estético. In: OLIVEIRA, A. C. de ; LANDOWSKI, E. (eds.). Do inteligível<br />

ao sensível: em tor<strong>no</strong> da obra de A. J. Greimas. São Paulo: EDUC, 1995b.p.227-236.<br />

OLIVEIRA, S. R. de. Leitura de imagens para a educação. São Paulo: PUC/SP, 1998. (tese de<br />

doutorado).<br />

PACHECO, E. D. (org.) Televisão, criança, imaginário e educação. Campinas: Papirus, 1998.<br />

PACHECO, E. D. O Pica-pau: herói ou vilão? São Paulo: Loyola, 1985.<br />

PANOZZO, N. P. Leitura <strong>no</strong> <strong>entre</strong>laçamento de linguagens: literatura infantil, processo educativo e<br />

mediação. Porto Alegre: FACED/UFRGS, 2007. (tese de doutorado) .<br />

___. Percursos estéticos na literatura infantil: contribuições para a leitura da imagem na escola. Porto<br />

Alegre: FACED/UFRGS, 2001. (dissertação de mestrado)<br />

PASSARINHO, A; EÇA, T. Apresentação do Congresso Íbero-America<strong>no</strong> de Educação Artística.<br />

http://www.rede-educacao-artistica.org/docs/Programa_do_Congresso_iberoamerica<strong>no</strong>_9-5-2008.pdf<br />

Capturado em 20/05/2008. 40p.<br />

PIETROFORTE, A. V. Análise do texto visual: a construção da imagem. São Paulo: Contexto, 2007.<br />

PILLAR, A. D. Ensi<strong>no</strong> de <strong>arte</strong> na infância. Anais do IV Encontro Nacional de Ensi<strong>no</strong> de Arte e Educação<br />

Física ; I Encontro Nacional de Formação de Professores. Natal: UFRN, 2008a. (<strong>no</strong> prelo)<br />

___. Desenho animado e gênero: masculinidades em Bob Esponja. Anais do XVII Encontro Nacional da<br />

ANPAP. Florianópolis: ANPAP, 2008b (<strong>no</strong> prelo - cd-room)<br />

___. Desenho animado e gênero: masculinidades em Bob Esponja. In: ICLE, Gilberto (Org.) Pedagogia da<br />

<strong>arte</strong>. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2008. (<strong>no</strong> prelo).<br />

27


___. <strong>Visualidade</strong> contemporânea: interação de linguagens e leitura. Anais do XVI Encontro Nacional da<br />

ANPAP. Florianópolis: ANPAP, 2007 (cd-room)<br />

___. Arte, <strong>mídia</strong> e educação: produção de <strong>sentido</strong>s em textos sincréticos. Anais do XV Encontro Nacional<br />

da ANPAP. V. II. Salvador: ANPAP, 2006. p. 348-358.<br />

PILLAR, A. D. (org.) Dossiê Arte e Educação: <strong>arte</strong>, criação e aprendizagem. Revista Educação &<br />

Realidade, v.30, n.2,p. 5-307, jul/dez.2005a.<br />

PILLAR, A. D. Sincretismo em desenhos animados da TV: O Laboratório de Dexter. Revista Educação &<br />

Realidade, v.30, n.2, jul/dez.2005b. p. 107-142.<br />

___. O sincretismo <strong>no</strong>s desenhos animados da televisão. Porto Alegre: FACED/UFRGS, 2005c.<br />

___. Regimes de visibilidade <strong>no</strong>s desenhos animados da televisão. In: MEDEIROS, M. B. (org.)Arte em<br />

pesquisa: especificidades. V. 2. Brasília: Editora da UnB, 2004a. p.52-62.<br />

___. Regimes de visibilidade <strong>no</strong>s desenhos animados da televisão. Porto Alegre: FAPERGS/UFRGS,<br />

2004b.<br />

___. Um convite ao olhar: televisão e <strong>arte</strong> na educação infantil. In: CORREA, A. D. (Org.) Ensi<strong>no</strong> de<br />

<strong>arte</strong>s: múltiplos olhares. Ijuí: Editora da UNIJUÍ, 2004c. p. 31-44.<br />

___. Um convite ao olhar: televisão e <strong>arte</strong> na educação infantil. Porto Alegre: FACED/UFRGS, 2003a.<br />

___. Da sedução ao <strong>sentido</strong> da imagem: televisão e <strong>arte</strong> na educação infantil. In: POTRICH, C.M.;<br />

QUEVEDO, H. F.de (Org.) Questões de <strong>arte</strong> e comunicação. Passo Fundo: Editora da UPF, 2003b. p.13-<br />

26.<br />

___. A educação do olhar <strong>no</strong> ensi<strong>no</strong> da <strong>arte</strong>. In: BARBOSA, A.M. (org.). Inquietações e mudanças <strong>no</strong><br />

ensi<strong>no</strong> da <strong>arte</strong>. São Paulo: Cortez, 2002a. P.71-82.<br />

___. Regimes de visibilidade <strong>no</strong>s desenhos animados da televisão. IV Anped-Sul Seminário de Pesquisa<br />

em Educação da Região Sul, Florianópolis, 2002b. 1 v. f.308-316. (CD-Rom)<br />

___. Um convite ao olhar: televisão e <strong>arte</strong> na educação infantil. 11 o ENCONTRO DA ASSOCIAÇÃO<br />

NACIONAL DE PESQUISADORES EM ARTES PLÁSTICAS, 2001, São Paulo. 11 o Encontro da<br />

Associação Nacional de Pesquisadores em Artes Plásticas. 2001a.( CD-Rom)<br />

___. Percursos do olhar na educação. In: Anais do Seminário Nacional de Arte e Educação. Montenegro,<br />

RS Vol. 3, n.3 (2001b), p. 47-51.<br />

___. Um convite ao olhar: televisão e <strong>arte</strong> na educação infantil. UNIPLAC – Revista de Divulgação<br />

Científica e Cultural. Lages, SC v.4,n.1-2, 2001c, ed. esp, p. 77-87.<br />

___. Criança e televisão: leitura de imagens. Porto Alegre: Mediação, 2001d.<br />

___. Um convite ao olhar: televisão e <strong>arte</strong> na educação infantil. III Anped-Sul Seminário Pesquisa em Educação da<br />

Região Sul, Porto Alegre: UFRGS, 2000. 10p. (Cd-rom)<br />

PILLAR, A. D. (Org.). A educação do olhar <strong>no</strong> ensi<strong>no</strong> da <strong>arte</strong>. Porto Alegre: Mediação, 1999.<br />

PILLAR, A. D. The influence of the electronic screen on a child’s view of Visual Art. V Congresso<br />

dell’Associazione Internazionale di Semiotica Visiva. Siena: Università Degli Studi di Siena, 1998. P. 56<br />

(Cader<strong>no</strong> de Resumos)<br />

___. O olhar da criança: da tela eletrônica à tela tradicional, leituras e relações. Anais do IX Encontro<br />

Nacional da Associação Nacional de Pesquisadores em Artes Plásticas. São Paulo: NACE-NUPAE,<br />

ECA/USP, 1997. p. 166-172.<br />

POSTMAN, N. O desaparecimento da infância. Rio de Janeiro: Graphia, 1999.<br />

REBOUÇAS, Moema. O discurso modernista da pintura (Tarsila, Segall, De Fiori, Guignard e Volpi). São<br />

Paulo: PUC/SP, 2000. (tese de doutorado).<br />

28


RICHTER, Ivone. Interculturalidade e estética do cotidia<strong>no</strong> <strong>no</strong> ensi<strong>no</strong> das <strong>arte</strong>s visuais. Campinas:<br />

Mercado de Letras, 2003.<br />

Rio Grande do Sul. Secretaria da Justiça e da Segurança. Comitê de Estudos da Violência. A televisão e<br />

a violência: impacto sobre a criança e o adolescente. Porto Alegre: Secretaria da Justiça e da Segurança<br />

do RS, 1998.<br />

ROSE, G. Visual methodologies. London: SAGE Publications Ltda, 2001.<br />

SANTAELLA, L. O que é semiótica. São Paulo: Brasiliense, 1983.<br />

SILVA, I. A. da. Corpo e <strong>sentido</strong>. São Paulo: UNESP, 1996.<br />

STEINBERG, S. KINCHELOE, J. Cultura infantil: a construção corporativa da infância. Rio de Janeiro:<br />

Civilização Brasileira, 2001.<br />

TEIXEIRA, Lúcia. Entre dispersão e acúmulo: para uma metodologia de análise de textos sincréticos.<br />

http://www.pucsp.br/pos/cos/cps/pt-br/arquivo/Biblio-Lucia2.pdf (2004)<br />

VENTURELLI, S. Arte: espaço, tempo, imagem. Brasília: UnB, 2004.<br />

ZAMBONI, S. A pesquisa em <strong>arte</strong>: um paralelo <strong>entre</strong> <strong>arte</strong> e ciência. Campinas: Editora Autores<br />

Associados, 1998.<br />

29


Anexos<br />

30


UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL<br />

FACULDADE DE EDUCAÇÃO<br />

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO<br />

TERMO DE CONSENTIMENTO INFORMADO<br />

O projeto de pesquisa “<strong>Visualidade</strong> e <strong>sentido</strong>: <strong>contágios</strong> <strong>entre</strong> <strong>arte</strong> e <strong>mídia</strong> <strong>no</strong> ensi<strong>no</strong> da<br />

<strong>arte</strong>” tem por objetivo problematizar a leitura da visualidade contemporânea na escola, em<br />

especial textos da <strong>mídia</strong> e da <strong>arte</strong> que articulam os sistemas visual e so<strong>no</strong>ro, investigando os<br />

<strong>contágios</strong> <strong>entre</strong> eles e os efeitos de <strong>sentido</strong> produzidos na interação das diferentes linguagens<br />

que os constitui. Busca, também, investigar as significações que crianças das séries iniciais do<br />

Ensi<strong>no</strong> Fundamental constróem em presença destes textos. Os dados coletados serão<br />

analisados quanto às relações tecidas pelas crianças <strong>entre</strong> as diversas linguagens presentes<br />

na <strong>mídia</strong> televisiva e nas instalações de <strong>arte</strong> contemporânea e às significações atribuídas a<br />

estes textos audiovisuais. As crianças assistirão a episódios do desenho animado “Bob<br />

Esponja Calça Quadrada” e, após, será proposta uma discussão acerca do que viram.<br />

Visitarão uma instalação de <strong>arte</strong> contemporânea que contemple as linguagens visual e so<strong>no</strong>ra<br />

e discutirão os efeitos de <strong>sentido</strong> produzidos pelas diversas linguagens.<br />

Comprometo-me a respeitar os valores éticos que permeiam esse tipo de trabalho,<br />

efetuando pessoalmente as <strong>entre</strong>vistas, auxiliada por um bolsista. Para registrar fielmente as<br />

falas das crianças, estas serão gravadas em vídeo e depois transcritas. Os dados e resultados<br />

individuais desta pesquisa estarão sempre sob sigilo ético, não sendo mencionados os <strong>no</strong>mes<br />

dos participantes (estabelecimento de ensi<strong>no</strong>, direção, professora e alu<strong>no</strong>s), nem sua imagem<br />

em nenhuma apresentação oral ou trabalho escrito, que venha a ser publicado.<br />

A participação nesta pesquisa não oferece risco aos seus participantes. Se <strong>no</strong> decorrer<br />

da pesquisa algum participante resolver não mais continuar terá toda liberdade de o fazer, sem<br />

que isso lhe acarrete qualquer prejuízo.<br />

Como pesquisadora responsável por este trabalho me comprometo a esclarecer devida<br />

e adequadamente qualquer dúvida ou necessidade de esclarecimento que eventualmente o<br />

participante venha a ter <strong>no</strong> momento da pesquisa pelos telefones 33 11 29 15 ou 33 16 32 67<br />

(Departamento de Ensi<strong>no</strong> e Currículo da Faculdade de Educação da UFRGS).<br />

Após ter sido devidamente informado de todos os aspectos desta pesquisa;<br />

Eu,______________________________________, R.G sob n 0 __________________ , na<br />

qualidade de diretora da _________________________________________concordo que a<br />

pesquisa seja realizada na referida instituição, envolvendo a coleta de dados com uma turma<br />

de crianças, podendo seus resultados serem publicados preservando a identidade da escola,<br />

da professora e dos alu<strong>no</strong>s.<br />

_________________________<br />

Assinatura da Diretora<br />

__________________________<br />

Assinatura da Pesquisadora<br />

Porto Alegre, ____ de ____________de ________.<br />

Dados da pesquisadora:<br />

Analice Dutra Pillar – professora do Departamento de Ensi<strong>no</strong> e Currículo da Faculdade de<br />

Educação da UFRGS. Fone: 33 11 29 15 ou 33 16 32 67 e-mail: analicep@uol.com.br<br />

31


UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL<br />

FACULDADE DE EDUCAÇÃO<br />

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO<br />

TERMO DE CONSENTIMENTO INFORMADO<br />

O projeto de pesquisa “<strong>Visualidade</strong> e <strong>sentido</strong>: <strong>contágios</strong> <strong>entre</strong> <strong>arte</strong> e <strong>mídia</strong> <strong>no</strong> ensi<strong>no</strong> da<br />

<strong>arte</strong>” tem por objetivo problematizar a leitura da visualidade contemporânea na escola, em<br />

especial textos da <strong>mídia</strong> e da <strong>arte</strong> que articulam os sistemas visual e so<strong>no</strong>ro, investigando os<br />

<strong>contágios</strong> <strong>entre</strong> eles e os efeitos de <strong>sentido</strong> produzidos na interação das diferentes linguagens<br />

que os constitui. Busca, também, investigar as significações que crianças das séries iniciais do<br />

Ensi<strong>no</strong> Fundamental constróem em presença destes textos. Os dados coletados serão<br />

analisados quanto às relações tecidas pelas crianças <strong>entre</strong> as diversas linguagens presentes<br />

na <strong>mídia</strong> televisiva e nas instalações de <strong>arte</strong> contemporânea e às significações atribuídas a<br />

estes textos audiovisuais. As crianças assistirão a episódios do desenho animado “Bob<br />

Esponja Calça Quadrada” e, após, será proposta uma discussão acerca do que viram.<br />

Visitarão uma instalação de <strong>arte</strong> contemporânea que contemple as linguagens visual e so<strong>no</strong>ra<br />

e discutirão os efeitos de <strong>sentido</strong> produzidos pelas diversas linguagens.<br />

Comprometo-me a respeitar os valores éticos que permeiam esse tipo de trabalho,<br />

efetuando pessoalmente as <strong>entre</strong>vistas, auxiliada por um bolsista. Para registrar fielmente as<br />

falas das crianças, estas serão gravadas em vídeo e depois transcritas. Os dados e resultados<br />

individuais desta pesquisa estarão sempre sob sigilo ético, não sendo mencionados os <strong>no</strong>mes<br />

dos participantes (estabelecimento de ensi<strong>no</strong>, direção, professora e alu<strong>no</strong>s), nem sua imagem<br />

em nenhuma apresentação oral ou trabalho escrito, que venha a ser publicado.<br />

A participação nesta pesquisa não oferece risco aos seus participantes. Se <strong>no</strong> decorrer<br />

da pesquisa algum participante resolver não mais continuar terá toda liberdade de o fazer, sem<br />

que isso lhe acarrete qualquer prejuízo.<br />

Como pesquisadora responsável por este trabalho me comprometo a esclarecer devida<br />

e adequadamente qualquer dúvida ou necessidade de esclarecimento que eventualmente o<br />

participante venha a ter <strong>no</strong> momento da pesquisa pelos telefones 33 11 29 15 ou 33 16 32 67<br />

(Departamento de Ensi<strong>no</strong> e Currículo da Faculdade de Educação da UFRGS).<br />

Após ter sido devidamente informado de todos os aspectos desta pesquisa;<br />

Eu,______________________________________, R.G sob n 0 __________________ ,<br />

professora da ___________ série, turma ________, de<br />

__________________________________da escola<br />

______________________________________________________ concordo que a pesquisa<br />

seja realizada na referida turma, envolvendo a coleta de dados através de observações e<br />

<strong>entre</strong>vistas com as crianças, podendo seus resultados serem publicados preservando a<br />

identidade da escola, dos alu<strong>no</strong>s e a minha.<br />

_________________________<br />

Assinatura da Professora<br />

__________________________<br />

Assinatura da Pesquisadora<br />

Porto Alegre, ____ de ____________de ________.<br />

Dados da pesquisadora:<br />

Analice Dutra Pillar – professora do Departamento de Ensi<strong>no</strong> e Currículo da Faculdade de<br />

Educação da UFRGS. Fone: 33 11 29 15 ou 33 16 32 67 e-mail: analicep@uol.com.br<br />

32


UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL<br />

FACULDADE DE EDUCAÇÃO<br />

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO<br />

TERMO DE CONSENTIMENTO INFORMADO<br />

O projeto de pesquisa “<strong>Visualidade</strong> e <strong>sentido</strong>: <strong>contágios</strong> <strong>entre</strong> <strong>arte</strong> e <strong>mídia</strong> <strong>no</strong> ensi<strong>no</strong> da<br />

<strong>arte</strong>” tem por objetivo problematizar a leitura da visualidade contemporânea na escola, em<br />

especial textos da <strong>mídia</strong> e da <strong>arte</strong> que articulam os sistemas visual e so<strong>no</strong>ro, investigando os<br />

<strong>contágios</strong> <strong>entre</strong> eles e os efeitos de <strong>sentido</strong> produzidos na interação das diferentes linguagens<br />

que os constitui. Busca, também, investigar as significações que crianças das séries iniciais do<br />

Ensi<strong>no</strong> Fundamental constróem em presença destes textos. Os dados coletados serão<br />

analisados quanto às relações tecidas pelas crianças <strong>entre</strong> as diversas linguagens presentes<br />

na <strong>mídia</strong> televisiva e nas instalações de <strong>arte</strong> contemporânea e às significações atribuídas a<br />

estes textos audiovisuais. As crianças assistirão a episódios do desenho animado “Bob<br />

Esponja Calça Quadrada” e, após, será proposta uma discussão acerca do que viram.<br />

Visitarão uma instalação de <strong>arte</strong> contemporânea que contemple as linguagens visual e so<strong>no</strong>ra<br />

e discutirão os efeitos de <strong>sentido</strong> produzidos pelas diversas linguagens.<br />

Comprometo-me a respeitar os valores éticos que permeiam esse tipo de trabalho,<br />

efetuando pessoalmente as <strong>entre</strong>vistas, auxiliada pelas bolsistas. Para registrar fielmente as<br />

falas das crianças, estas serão gravadas em vídeo e depois transcritas. Os dados e resultados<br />

individuais desta pesquisa estarão sempre sob sigilo ético, não sendo mencionados os <strong>no</strong>mes<br />

dos participantes (estabelecimento de ensi<strong>no</strong>, direção, professora e alu<strong>no</strong>s), nem sua imagem<br />

em nenhuma apresentação oral ou trabalho escrito, que venha a ser publicado.<br />

A participação nesta pesquisa não oferece risco aos seus participantes. Se <strong>no</strong> decorrer<br />

da pesquisa algum participante resolver não mais continuar terá toda liberdade de o fazer, sem<br />

que isso lhe acarrete qualquer prejuízo.<br />

Como pesquisadora responsável por este trabalho me comprometo a esclarecer devida<br />

e adequadamente qualquer dúvida ou necessidade de esclarecimento que eventualmente o<br />

participante venha a ter <strong>no</strong> momento da pesquisa pelos telefones 33 11 29 15 ou 33 16 32 67<br />

(Departamento de Ensi<strong>no</strong> e Currículo da Faculdade de Educação da UFRGS).<br />

Após ter sido devidamente informado de todos os aspectos desta pesquisa;<br />

Eu,______________________________________, R.G sob n 0 __________________ , como<br />

responsável pelo alu<strong>no</strong>________________________________ da ________ série, da turma<br />

__________, da<br />

escola______________________________________________________________________<br />

autorizo sua participação na pesquisa, envolvendo a coleta de dados através de observações e<br />

<strong>entre</strong>vistas com o referido alu<strong>no</strong>, podendo seus resultados serem publicados preservando a<br />

identidade da criança.<br />

_________________________<br />

Assinatura do Responsável<br />

__________________________<br />

Assinatura da Pesquisadora<br />

Porto Alegre, ____ de ____________de ________.<br />

Dados da pesquisadora:<br />

Analice Dutra Pillar – professora do Departamento de Ensi<strong>no</strong> e Currículo da Faculdade de<br />

Educação da UFRGS. Fone: 33 11 29 15 ou 33 16 32 67 e-mail: analicep@uol.com.br<br />

33

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!