08.05.2013 Views

o letramento literário no livro didático do ensino médio - GELNE

o letramento literário no livro didático do ensino médio - GELNE

o letramento literário no livro didático do ensino médio - GELNE

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Desenvolvimento da Educação (FNDE) <strong>do</strong> MEC. O Ministério da Educação se<br />

encarregará de encomendar o material escolhi<strong>do</strong> às editoras. Estas disponibilizarão o<br />

envio <strong>do</strong> material para as escolas, sen<strong>do</strong> ele de uso de <strong>do</strong>centes, discentes e coordenação<br />

pedagógica.<br />

Diante desse percurso, é possível verificar, claramente, o LDLP como uma<br />

produção discursiva, selecionada, organizada pelo processo de produção, e a “escolha<br />

de um objeto de ensi<strong>no</strong> e as formas de apresentá-lo não se restringem apenas a uma<br />

questão de transposição didática de conceitos teóricos, mas envolvem um processo<br />

complexo de negociação, de intercalações, de dúvidas e de riscos”. (BUNZEN, p. 19).<br />

O LDLP insere-se em uma esfera educacional, por conseguinte esfera da atividade<br />

humana, relacionada com o uso da língua, uso este imbrinca<strong>do</strong> nas situações<br />

comunicativas diárias, independente <strong>do</strong> espaço sócio-histórico. Acerca disso, Bakhtin<br />

apresenta:<br />

O enuncia<strong>do</strong> reflete as condições específicas e as finalidades de cada<br />

uma dessas esferas, não só por seu conteú<strong>do</strong> (temático) e por seu<br />

estilo verbal, ou seja, pela seleção operada <strong>no</strong>s recursos da língua -<br />

recursos lexicais, fraseológicos e gramaticais -, mas também, e<br />

sobretu<strong>do</strong>, por sua construção composicional. Estes três elementos<br />

(conteú<strong>do</strong> temático, estilo e construção composicional) fundem-se<br />

indissoluvelmente <strong>no</strong> to<strong>do</strong> <strong>do</strong> enuncia<strong>do</strong>, e to<strong>do</strong>s eles são marca<strong>do</strong>s<br />

pela especificidade de uma esfera de comunicação. Qualquer<br />

enuncia<strong>do</strong> considera<strong>do</strong> isoladamente é, claro, individual, mas cada<br />

esfera de utilização da língua elabora seus tipos relativamente estáveis<br />

de enuncia<strong>do</strong>s, sen<strong>do</strong> isso que de<strong>no</strong>minamos gêneros <strong>do</strong> discurso.<br />

(1997, p.280)<br />

I<strong>no</strong>vações da sociedade, heterogeneidade linguística, a língua está prenhe de<br />

variações e “cada esfera dessa atividade comporta um repertório de gêneros <strong>do</strong> discurso<br />

que vai diferencian<strong>do</strong>-se e amplian<strong>do</strong>-se à medida que a própria esfera se desenvolve e<br />

fica mais complexa”. (BAKHTIN, 1997, p. 280). Língua e vida constituem uma<br />

miscelânea, não há como fragmentar a língua <strong>do</strong> seu uso, pois ela faz parte desse<br />

cotidia<strong>no</strong>; a língua transpõe a vida e vice-versa, forman<strong>do</strong> um “continuum”. E Bakhtin<br />

(1997, p. 283), mantém, essa, uma discussão análoga: “A língua penetra na vida através<br />

<strong>do</strong>s enuncia<strong>do</strong>s concretos que a realizam, e é também através <strong>do</strong>s enuncia<strong>do</strong>s concretos<br />

que a vida penetra na língua”.<br />

O LDLP configura-se gênero <strong>do</strong> discurso, um enuncia<strong>do</strong> em gênero <strong>do</strong><br />

discurso, pois nesse impresso pedagógico percebem-se os elementos indissociáveis <strong>do</strong><br />

enuncia<strong>do</strong>. Inicialmente, o(s) conteú<strong>do</strong>(s) temático(s), <strong>no</strong> caso em questão,<br />

apresentam-se em um viés pedagógico <strong>do</strong> ensi<strong>no</strong> de língua, em uma perspectiva da<br />

linguística aplicada; o outro elemento refere-se ao estilo escolhi<strong>do</strong> pelos autores que<br />

definem qual será a estrutura <strong>do</strong> LDLP, que linguagem será utilizada e os outros<br />

gêneros discursivos que se enquadram nessa padronização “já que o significa<strong>do</strong> que<br />

esse enuncia<strong>do</strong> traz não foi construí<strong>do</strong> de forma aleatória, mas foi, antes, arquiteta<strong>do</strong><br />

para validar a intenção <strong>do</strong> enuncia<strong>do</strong>r” (DOMENES, p. 3). Este estilo criará efeitos de<br />

senti<strong>do</strong>s diferencia<strong>do</strong>s que devem ser compreendi<strong>do</strong>s <strong>no</strong> processo de análise <strong>do</strong><br />

enuncia<strong>do</strong>. A construção composicional é preponderante para a recepção <strong>do</strong>s<br />

interlocutores desse processo de expectativa “interlocutiva específica”, <strong>no</strong>s dizeres de<br />

Bunzen (2009, p. 29), desde editores, avalia<strong>do</strong>res, alu<strong>no</strong>s, professores e coordenação<br />

pedagógica. Cada um desses leitores traz consigo objetivos de leitura diferencia<strong>do</strong>s,<br />

com nuances culturais e ideológicas capazes de vislumbrar o LDLP com prismas

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!