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Ministério do Projeto Raquel - Project Rachel

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<strong>Ministério</strong> <strong>do</strong> <strong>Projeto</strong> <strong>Raquel</strong><br />

Um manual de consulta pós-aborto para Padres e Líderes <strong>do</strong> <strong>Projeto</strong> <strong>Raquel</strong><br />

Comissão para o Clero, Vida Consagrada e Vocações<br />

Comissão para as Atividades Pró-Vida<br />

Conferência Norte Americana de Bispos Católicos Edição 2009


<strong>Ministério</strong> <strong>do</strong> <strong>Projeto</strong> <strong>Raquel</strong><br />

Um manual de consulta pós-aborto para Padres e Líderes <strong>do</strong> <strong>Projeto</strong> <strong>Raquel</strong><br />

Edição 2009<br />

Comissão para o Clero, Vida Consagrada e Vocações<br />

Comissão para Atividades Pró-Vida<br />

Conferência Norte Americana de Bispos Católicos<br />

Conferência Norte Americana de Bispos Católicos<br />

Washington, D.C.


O <strong>do</strong>cumento <strong>Ministério</strong> <strong>do</strong> <strong>Projeto</strong> <strong>Raquel</strong> : um manual de consulta pós-aborto para Padres e<br />

Líderes <strong>do</strong> <strong>Projeto</strong> <strong>Raquel</strong> foi desenvolvi<strong>do</strong> como um material de consulta pela Comissão para o<br />

Clero, Vida Consagrada e Vocações e pela Comissão para Atividades Pró-Vida da Conferência<br />

Norte Americana de Bispos Católicos (USCCB 1 ). Ele foi revisa<strong>do</strong> pelos presidentes da comissão,<br />

Cardeal Seán O‘Malley e o Cardeal Justin Rigali, respectivamente, e teve sua publicação<br />

autorizada pelo signatário.<br />

Mons. David J. Malloy, STD<br />

Secretário Geral, USCCB<br />

Copyright © 2009 United States Conference of Catholic Bishops, Washington, DC. O texto deste<br />

manual pode ser reproduzi<strong>do</strong> em sua totalidade ou em partes sem alterações pelas dioceses e<br />

seminários católicos sem autorização, incluin<strong>do</strong>-se nestas reproduções a seguinte nota:<br />

―reproduzi<strong>do</strong> [extraí<strong>do</strong>] <strong>do</strong> <strong>Project</strong> <strong>Rachel</strong> Ministry: A Post-Abortion Resource Manual for Priests<br />

and <strong>Project</strong> <strong>Rachel</strong> Leaders, copyright © 2009, United States Conference of Catholic Bishops,<br />

Washington, D.C. To<strong>do</strong>s os direitos reserva<strong>do</strong>s‖.<br />

1 Committee on Clergy, Consecrated Life and Vocations of the United States Conference of Catholic Bishops


Índice<br />

Os Papas Falam às Mulheres que Sofreram Abortos ....................................................................... vii<br />

Prefácio ........................................................................................................................................... viii<br />

Seção Um: Mães<br />

Como Compreender as Conseqüências <strong>do</strong> Aborto para a Mãe da Criança Abortada ....................... 3<br />

A Mulher que Acaba de Abortar ........................................................................................................ 7<br />

Como Ministrar a Mães que Sofrem com o Aborto .......................................................................... 9<br />

O Sacramento da Reconciliação .......................................................................................... 10<br />

O Papel <strong>do</strong> Sacer<strong>do</strong>te no Aconselhamento e Cura Pós-Aborto ........................................... 12<br />

A mulher que Abortou Recentemente e o Papel <strong>do</strong> Sacer<strong>do</strong>te ............................................. 23<br />

O Papel <strong>do</strong> Sacer<strong>do</strong>te Junto a Quem Abortou Depois de Receber um Diagnóstico<br />

Pré-natal Desfavorável ............................................................................................ 24<br />

Seção Dois: Pais<br />

Como Compreender as Consequências <strong>do</strong> Aborto para o Pai da Criança Abortada .................. 27<br />

Reações Psicológicas e Comportamentais Comuns observadas em Pais de Crianças<br />

Abortadas ............................................................................................................. 29<br />

Como Ministrar a Homens Feri<strong>do</strong>s Pelo Aborto ......................................................................... 33<br />

O Sacramento da Reconciliação .......................................................................................... 33<br />

O Papel <strong>do</strong> Padre no <strong>Ministério</strong> para Homens Feri<strong>do</strong>s pelo Aborto .................................. 33<br />

Seção Três: Outras Pessoas Feridas pelo Aborto<br />

Como Compreender as Feridas Causadas em Outras Pessoas Pelo Aborto ................................ 39<br />

Avós .................................................................................................................................. 39<br />

Sobreviventes de Aborto e Irmãos de Crianças Abortadas ............................................. 40<br />

Outros Familiares e Amigos ............................................................................................ 41<br />

Presta<strong>do</strong>res de Serviços de Aborto .................................................................................. 42<br />

Seção Quatro: A Paróquia<br />

Como Comunicar na Paróquia a Esperança e a Cura ................................................................. 45<br />

Homilias Eficazes Sobre a Reconciliação e a Cura Após o Aborto ................................ 45<br />

Ligação da Paróquia com o <strong>Ministério</strong> <strong>do</strong> <strong>Projeto</strong> <strong>Raquel</strong> ou com<br />

o <strong>Ministério</strong> de Cura Pós-Aborto ............................................................................. 46<br />

Seção Cinco: A Diocese<br />

<strong>Projeto</strong> <strong>Raquel</strong> e Programas Relaciona<strong>do</strong>s: O Compromisso Diocesano com A Cura<br />

Pós-Aborto ....................................................................................................................... 55<br />

Apresentação .................................................................................................................... 55<br />

Como Começar (ou Fortalecer) um <strong>Ministério</strong> <strong>do</strong> <strong>Projeto</strong> <strong>Raquel</strong> na Sua Diocese ........... 56<br />

Como Lançar e Promover o <strong>Ministério</strong> <strong>do</strong> <strong>Projeto</strong> <strong>Raquel</strong> ................................................. 61<br />

Serviços de Cura Adicionais: Missas e Retiros ............................................................... 62


Seção Seis: A Perspectiva Canônica sobre o Aborto ............................................................... 67<br />

Seção Sete: Fontes Recomendadas ........................................................................................... 73<br />

Apêndice A:<br />

Apêndices<br />

O Papel <strong>do</strong> Sacer<strong>do</strong>te junto Àqueles em Risco de Abortar Devi<strong>do</strong> a um Diagnóstico<br />

Pré-Natal Desfavorável .................................................................................................... 83<br />

Apêndice B<br />

Levantan<strong>do</strong> o Problema de Perda por Aborto Anterior na Preparação para o Casamento .............. 86<br />

Apêndice C<br />

Como Abençoar um Monumento para Crianças Não-nascidas que Perderam Suas Vidas por<br />

Meio de Aborto ................................................................................................................ 87<br />

Apêndice D<br />

Hora Santa pela Vida ................................................................................................................... 91<br />

Agradecimentos ........................................................................................................................... 95


―Eis o que diz o Senhor:<br />

Ouve-se em Ramá uma voz,<br />

Lamentos e amargos soluços.<br />

É <strong>Raquel</strong> que chora os filhos,<br />

Recusan<strong>do</strong> ser consolada: porque já não existem‖.<br />

Eis o que diz o Senhor:<br />

Cessa de gemer, enxuga tuas lágrimas!<br />

Tuas penas terão a recompensa - oráculo <strong>do</strong> Senhor,<br />

Voltarão (teus filhos) da terra inimiga<br />

Desponta em teu futuro a esperança - oráculo <strong>do</strong> Senhor.<br />

Teus filhos voltarão à sua terra,<br />

Minha filha, saiba que Meu Coração é a própria misericórdia.<br />

Deste mar de misericórdia, graças jorram sobre toda a terra.<br />

Nenhuma alma que se aproximou de Mim jamais partiu sem consolo.<br />

Todas as misérias são eliminadas pela profundidade da Minha misericórdia,<br />

E toda graça salvífica e santificante jorra desta fonte...<br />

...O céu e a terra despareceriam no nada<br />

antes que eu deixasse uma alma que confia sem o abraço da Minha misericórdia.<br />

Jeremias 31, 15-17<br />

Diário de Santa Maria Faustina Kowalska, 1777


Os Papas Falam às Mulheres que Sofreram Abortos • vii<br />

Os Papas Falam às Mulheres<br />

que Sofreram Abortos<br />

A Igreja está a par <strong>do</strong>s numerosos fatores que podem ter influí<strong>do</strong> sobre a vossa decisão, e não<br />

duvida que, em muitos casos, se tratou de uma decisão difícil, talvez dramática. Provavelmente a<br />

ferida no vosso espírito ainda não está sarada. Na realidade, aquilo que aconteceu, foi e<br />

permanece profundamente injusto. Mas não vos deixeis cair no desânimo, nem percais a<br />

esperança. Sabei, antes, compreender o que se verificou e interpretai-o em toda a sua verdade. Se<br />

não o fizestes ainda, abri-vos com humildade e confiança ao arrependimento: o Pai de toda a<br />

misericórdia espera-vos para vos oferecer o seu perdão e a sua paz no sacramento da<br />

Reconciliação. Dar-vos-eis conta de que nada está perdi<strong>do</strong>, e podereis pedir perdão também ao<br />

vosso filho que agora vive no Senhor. Ajudadas pelo conselho e pela solidariedade de pessoas<br />

amigas e competentes, podereis contar-vos, com o vosso <strong>do</strong>loroso testemunho, entre os mais<br />

eloqüentes defensores <strong>do</strong> direito de to<strong>do</strong>s à vida. Através <strong>do</strong> vosso compromisso a favor da vida,<br />

coroa<strong>do</strong> eventualmente com o nascimento de novos filhos e exerci<strong>do</strong> através <strong>do</strong> acolhimento e<br />

atenção a quem está mais careci<strong>do</strong> de solidariedade, sereis artífices de um novo mo<strong>do</strong> de olhar a<br />

vida <strong>do</strong> homem.<br />

Papa João Paulo II, Evangelium Vitae<br />

(O Evangelho da Vida), n° 99 (1995) 2<br />

A Igreja, a exemplo <strong>do</strong> seu Divino Mestre, tem sempre diante de si as pessoas concretas,<br />

sobretu<strong>do</strong> as mais débeis e inocentes, que são vítimas das injustiças e <strong>do</strong>s peca<strong>do</strong>s, e também<br />

aqueles outros homens e mulheres, que ten<strong>do</strong> realiza<strong>do</strong> tais actos se mancharam de culpas e levam<br />

consigo as feridas interiores, procuran<strong>do</strong> a paz e a possibilidade de uma recuperação.<br />

A Igreja tem o dever primário de se aproximar destas pessoas com amor e delicadeza, com<br />

solicitude e atenção materna, para anunciar a proximidade misericordiosa de Deus em Jesus<br />

Cristo. De facto é Ele, como ensinam os Padres, o verdadeiro Bom Samaritano, que se fez nosso<br />

próximo, que derrama o óleo e o vinho sobre as nossas chagas e que nos conduz à estalagem, a<br />

Igreja, na qual nos faz curar, confian<strong>do</strong>-nos aos seus ministros e pagan<strong>do</strong> pessoal e<br />

antecipadamente pela nossa cura.<br />

Discurso <strong>do</strong> Papa Bento XVI, por ocasião <strong>do</strong> Congresso Internacional "O óleo sobre as feridas".<br />

Uma resposta às chagas <strong>do</strong> aborto e <strong>do</strong> divórcio‖<br />

(5 de abril de 2008), www.vatican.va<br />

2 Papa João Paulo II, Evangelium Vitae (O Evangelho da Vida) (Washington, DC: United States Conference of<br />

Catholic Bishops [USCCB], 1995).


Prefácio<br />

viii • Prefácio<br />

Em sua homilia por ocasião da Festa de São Pedro e São Paulo de 2009, o Papa Bento XVI<br />

sobriamente advertiu que ―sem a cura das almas, sem a cura <strong>do</strong> homem em seu interior não há<br />

salvação para a humanidade‖ 3 . Assim, são essenciais à missão da Igreja as atividades pastorais e<br />

apostólicas que atraem mulheres e homens que carregam o peso <strong>do</strong> peca<strong>do</strong> <strong>do</strong> aborto para mais<br />

perto <strong>do</strong> coração misericordioso de Deus. Não é exagero dizer que o ministério da Igreja para cura<br />

e reconciliação após o aborto está no coração da missão da Igreja neste momento de sua história.<br />

Muitos santos maravilharam-se com a misericórdia de Deus. O Cura d‘Ars, São João Vianney, o<br />

padroeiro <strong>do</strong>s padres, cuja memória é recordada neste Ano Sacer<strong>do</strong>tal, compreendeu bem este<br />

grande tesouro de Deus. Em sua ―Carta para a Proclamação <strong>do</strong> Ano Sacer<strong>do</strong>tal‖ o Papa Bento diz<br />

que ―no seu tempo, o Cura d‘Ars soube transformar o coração e a vida de muitas pessoas, porque<br />

conseguiu fazer-lhes sentir o amor misericordioso <strong>do</strong> Senhor. Também hoje é urgente igual anúncio<br />

e testemunho da verdade <strong>do</strong> Amor: Deus caritas est‖.<br />

São João Vianney costumava dizer, e o Papa Bento o repetiu em sua Carta, que ―O sacerdócio é o<br />

amor <strong>do</strong> Coração de Jesus‖ e que ―sem o padre, a morte e a paixão de Nosso Senhor não teriam<br />

servi<strong>do</strong> para nada. É o padre que continua a obra da Redenção sobre a terra‖.<br />

Desta forma, os padres desempenham papel central no ministério pós-aborto. Por meio <strong>do</strong><br />

Sacramento da Reconciliação, somente eles podem trazer o amor incondicional e a misericórdia de<br />

Cristo àqueles feri<strong>do</strong>s pelo peca<strong>do</strong>. Pelo sacramento e a orientação pastoral, os padres auxiliam a<br />

restauração da saúde espiritual, emocional e mental das pessoas feridas pelo peca<strong>do</strong> <strong>do</strong> aborto e as<br />

auxiliam no caminho da conversão e da cura. Os bispos Católicos <strong>do</strong>s Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s, em seu<br />

primeiro Plano Pastoral para Atividades Pró-Vida (1975) ― o qual foi desenvolvi<strong>do</strong> em resposta à<br />

legalização <strong>do</strong> aborto em to<strong>do</strong> o país ― comprometeu ―os recursos pastorais da Igreja‖ às<br />

―necessidades específicas... daqueles que fizeram ou participaram de um aborto‖ (n° 6). Os bispos<br />

ressaltaram neste <strong>do</strong>cumento que ―é importante compreender que a misericórdia de Deus está<br />

sempre disponível e sem limites, que a vida cristã pode ser restaurada e renovada por meio <strong>do</strong>s<br />

sacramentos, e que a união com Deus pode ser alcançada apesar <strong>do</strong>s problemas da existência<br />

humana‖ (n° 24).<br />

O <strong>Projeto</strong> <strong>Raquel</strong> ― uma rede de cura no coração da Igreja ― foi funda<strong>do</strong> em 1984 por Vicky<br />

Thorn, a então diretora diocesana pró-vida da Arquidiocese de Milwaukee. Como um ministério<br />

diocesano, o <strong>Projeto</strong> <strong>Raquel</strong> é uma rede de sacer<strong>do</strong>tes, conselheiros e leigos especialmente<br />

treina<strong>do</strong>s que oferecem uma resposta em equipe para cuidar daqueles que sofrem as conseqüências<br />

<strong>do</strong> aborto. De acor<strong>do</strong> com os recursos de cada diocese, pode haver grupos de apoio e retiros, além<br />

<strong>do</strong> cuida<strong>do</strong> individualiza<strong>do</strong>. Mais de 150 dioceses têm ministérios de<br />

3 Exceto quan<strong>do</strong> especifica<strong>do</strong>, todas as citações de papas foram retiradas <strong>do</strong> website www.vatican.va.


ix • Prefácio<br />

programas pós-aborto, geralmente chama<strong>do</strong>s <strong>do</strong> <strong>Projeto</strong> <strong>Raquel</strong>. O ministério se expandiu pelo<br />

Canadá, América latina, Austrália, Nova Zelândia, Europa e Ásia.<br />

A primeira edição <strong>do</strong> <strong>Ministério</strong> Pós-Aborto: um Manual de Consulta para Sacer<strong>do</strong>tes foi<br />

publica<strong>do</strong> em 1999. Um novo material nesta edição revisada trata <strong>do</strong> impacto espiritual, emocional<br />

e psicológico <strong>do</strong> aborto sobre os pais de crianças abortadas, sobre os avós dessas crianças e em<br />

outras pessoas envolvidas na decisão de abortar ou magoadas pela perda da criança, como por<br />

exemplo outros membros da família, incluin<strong>do</strong> irmãos.<br />

Uma nova seção (Cinco) propõe um modelo de ministério diocesano pós-aborto e inclui<br />

orientações detalhadas sobre como desenvolver e fortalecer o ministério diocesano.<br />

Atualizações periódicas manterão os líderes <strong>do</strong> <strong>Projeto</strong> <strong>Raquel</strong> informa<strong>do</strong>s sobre as melhores<br />

práticas nos treinamentos <strong>do</strong>s padres, conselheiros, membros de equipe e voluntários, bem como<br />

sobre a divulgação das conseqüências <strong>do</strong> aborto e a oportunidade de encontrar a paz de Deus.<br />

Temos profunda esperança de que a distribuição deste manual de consulta em cada diocese <strong>do</strong>s<br />

Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s a to<strong>do</strong>s os ministros ordena<strong>do</strong>s, bem como aos consagra<strong>do</strong>s e leigos envolvi<strong>do</strong>s no<br />

ministério pós-aborto, irá assegurar que a misericórdia de Cristo seja proclamada e esteja<br />

disponível àqueles feri<strong>do</strong>s espiritualmente e emocionalmente pela participação em um aborto.<br />

Neste Ano Sacer<strong>do</strong>tal, façamos nossa a oração de São Cláudio La Colombière, SJ, diretor espiritual<br />

de Santa Margarida Maria:<br />

Senhor, eis aqui uma alma que está no mun<strong>do</strong> para mostrar a vossa admirável<br />

misericórdia.<br />

Glorifiquem-vos outros,<br />

Patentean<strong>do</strong> a força de vossa graça pela sua fidelidade e constância;<br />

Quanto a mim, glorificar-vos-ei<br />

Dan<strong>do</strong> a conhecer a vossa infinita bondade para com os peca<strong>do</strong>res,<br />

Proclaman<strong>do</strong> que nada é capaz de esgotá-la,<br />

E que não há recaída, por mais torpe e ignominiosa que seja,<br />

Que deva levar um peca<strong>do</strong>r a desesperar <strong>do</strong> perdão.<br />

Se tenho-vos gravemente ofendi<strong>do</strong>, ó meu a<strong>do</strong>rável Redentor,<br />

Não me deixes fazer ultraje ainda pior<br />

De pensar que a bondade <strong>do</strong> vosso Coração não basta para me per<strong>do</strong>ar. AMÉM. 4<br />

Cardeal Seán O‘Malley<br />

Presidente<br />

Comissão USCCB para o Clero,<br />

Vida Consagrada e Vocações<br />

Cardeal Justin Rigali<br />

Presidente<br />

Comissão USCCB para<br />

Atividades Pró-Vida<br />

4 St. Claude de la Colombière, SJ, The Spiritual Direction of St. Claude de la Colombière, trans. and arranged by<br />

Mother Mary Philip, IBVM (San Francisco: Ignatius Press, 1998).


Seção Um<br />

Mães


Como Compreender as Conseqüências <strong>do</strong> Aborto<br />

para a Mãe da Criança Abortada<br />

Em média, são pratica<strong>do</strong>s mais de 3.000 abortos diariamente nos Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s. Desde 1973, mais de 50<br />

milhões de crianças foram mortas pelo aborto. Embora algumas de suas mães dizem ter traumas<br />

relativamente leves após o aborto, nenhuma fica completamente ilesa. Para muitas a experiência é<br />

destrui<strong>do</strong>ra, causan<strong>do</strong> graves e dura<strong>do</strong>uros traumas emocionais, psicológicos e espirituais. Cada perda<br />

gerada pelo aborto pode gerar também impactos no pai da criança, nos avós e irmãos, assim como aos<br />

amigos da mãe e até ao seu futuro esposo e filhos.<br />

Evidências de traumas pós-aborto que duram décadas, que antes<br />

eram meras suposições, hoje podem ser comprovadas por psicólogos,<br />

conselheiros profissionais, pesquisa<strong>do</strong>res acadêmicos e pessoas<br />

envolvidas no ministério pós-aborto. Citações de artigos publica<strong>do</strong>s<br />

em importantes jornais, que medem disfunções pós-aborto, podem<br />

ser encontradas na seção ―Recursos‖ deste manual.<br />

Pág. 3<br />

“Tu<strong>do</strong> que eu li sobre aborto antes de<br />

vivenciá-lo me dava a impressão de<br />

que as mulheres não sofrem de<br />

depressão ou arrependimento depois...<br />

Eu esperava me sentir aliviada.<br />

De onde tiraram isso?<br />

É importante lembrar que o aborto não começou no caso Roe versus Eu nunca mais serei a mesma.”<br />

Wade. Aquela decisão somente fez com que o aborto fosse legaliza<strong>do</strong><br />

nos Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s. Os sacer<strong>do</strong>tes encontram muitas mulheres mais velhas que cometeram aborto durante a<br />

Grande Depressão e a Segunda Guerra Mundial. Essas mulheres podem ficar inquietas com a aproximação<br />

da morte. Em casos assim, é bom que se diga ―não há nada que Deus não per<strong>do</strong>e, nem adultério, nem<br />

aborto...‖ e cite outros peca<strong>do</strong>s. Mencionan<strong>do</strong> o aborto você dá permissão para que ela alivie sua alma.<br />

O significa<strong>do</strong> e o impacto de um aborto podem mudar no decorrer da vida de uma mulher. É impossível<br />

prever quan<strong>do</strong> os problemas relaciona<strong>do</strong>s ao aborto levarão uma mulher a procurar ajuda. Algumas mulheres<br />

procuram o <strong>Projeto</strong> <strong>Raquel</strong> ou outros programas quase imediatamente após o aborto. Geralmente elas estão<br />

muito perturbadas, mas dizem estar ―apáticas‖.<br />

Algumas mulheres procuram orientação e o Sacramento da reconciliação quan<strong>do</strong> estão prontas a se tornarem<br />

mães ou quan<strong>do</strong> estão viven<strong>do</strong> uma nova gravidez.<br />

Outras mulheres podem confrontar a perda quan<strong>do</strong> enfrentam infertilidade, uma perda de gravidez<br />

subseqüente, uma <strong>do</strong>ença grave ou a morte de alguém próximo, especialmente outra criança.<br />

Outras podem não reconhecer a perda até que seus amigos estejam se tornan<strong>do</strong> avós, ou alcançam a velhice<br />

ou até mesmo quan<strong>do</strong> estão se preparan<strong>do</strong> para morrer. É importante ter consciência de que mulheres prestes<br />

a morrer podem estar carregan<strong>do</strong> um grande far<strong>do</strong> pelo envolvimento em um aborto, um far<strong>do</strong> difícil de<br />

confrontar e de confessar.<br />

É impossível a uma mulher esquecer-se de uma gravidez, apesar de poder passar por um processo de<br />

negação da quantidade de abortos que já realizou. Pesquisas mostram que as mulheres carregam células de<br />

cada gestação, aparentemente pelo resto de suas vidas.<br />

Atualmente é sabi<strong>do</strong> que eventos traumáticos podem causar danos emocionais consideráveis e superar a<br />

capacidade de uma pessoa lidar com as pressões da vida. O aborto é freqüentemente descrito por homens e<br />

mulheres como uma perda traumática; como resulta<strong>do</strong>, podem ocorrer mágoas prolongadas e mal-resolvidas,<br />

além de outros problemas pós-traumáticos. A utilização <strong>do</strong> termo ―trauma pós-aborto‖ não tem a finalidade<br />

de rotular ou estimular uma estigmatização, mas sim de tornar conhecida a dificuldade da cura após um<br />

aborto e de afirmar o sofrimento que ele causa. Esta perda traumática também pode ser vivenciada por pais,<br />

avós


Pág. 4<br />

e outros membros da família. Mágoa e perda requerem reflexão, diálogo, tempo, compaixão e educação para<br />

que a cura seja possível.<br />

É normal que fique uma mágoa após um aborto. É a mágoa de uma mãe que perdeu a criança de uma forma<br />

traumática e antinatural. Algumas mulheres, especialmente as mais jovens, podem buscar ajuda pelo que ―os<br />

outros fizeram‖ e podem não estar prontas para tomar consciência de sua mágoa e da perda de um filho. Dar<br />

a essas pessoas uma oportunidade de conversar com um padre ou conselheiro compassivos e informa<strong>do</strong>s <strong>do</strong><br />

<strong>Projeto</strong> <strong>Raquel</strong> pode ser uma porta para que elas se abram a trabalhar seus sentimentos com relação ao<br />

aborto. É sempre importante que o padre ou conselheiro identifique o estágio em que a mulher que praticou<br />

o aborto realmente está, e não tratá-la de acor<strong>do</strong> com o estágio que se acredita que ela deveria estar.<br />

Com os milhões de abortos que têm si<strong>do</strong> realiza<strong>do</strong>s ao longo de tantos anos, fica cada vez mais evidente que<br />

“Se não fosse pelo <strong>Projeto</strong> <strong>Raquel</strong> eu<br />

ainda estaria choran<strong>do</strong> to<strong>do</strong>s os dias.<br />

Minha Decisão era o primeiro<br />

pensamento que me vinha à cabeça<br />

quan<strong>do</strong> eu acordava pela manhã.<br />

Minha Decisão me lembrava que,<br />

apesar de poder prosseguir com minha<br />

rotina diária, eu não tinha o direito de<br />

me divertir com filmes engraça<strong>do</strong>s ou<br />

momentos especiais com a minha<br />

família. Minha Decisão literalmente<br />

eliminou o meu sorriso. Eu não<br />

merecia sorrir. Eu havia cometi<strong>do</strong> um<br />

ato imper<strong>do</strong>ável.”<br />

muitas pessoas já passaram por alguma experiência de aborto<br />

ou ao menos conhecem uma companheira, membro da família<br />

ou amiga que tenha passa<strong>do</strong> por isso. As conseqüências<br />

psicológicas pós-aborto agora são conhecidas pelo mun<strong>do</strong>. O<br />

mito de que as conseqüências <strong>do</strong> aborto são resulta<strong>do</strong>s da<br />

―culpa católica‖ ou das propagandas pró-vida são falaciosas.<br />

Muitos homens e mulheres sem fé têm reconheci<strong>do</strong> a difícil e<br />

<strong>do</strong>lorosa perda de seus filhos por meio <strong>do</strong> aborto. Sua mágoa e<br />

sofrimento não são frutos de uma religião. Isso pode ser<br />

mostra<strong>do</strong> pela angústia vivenciada pelas mulheres no Japão,<br />

onde os católicos representam cerca de 0,4% da população e a<br />

maior parte da população é budista. Mesmo na ausência de<br />

―propagandas‖ pró-vida sua necessidade de perdão e<br />

reconciliação com suas crianças não-nascidas foi grande nas<br />

últimas décadas e continua sen<strong>do</strong>.<br />

Os apoia<strong>do</strong>res <strong>do</strong> aborto nos Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s tentaram ignorar a verdade <strong>do</strong> impacto negativo que o aborto<br />

tem na vida das mulheres, mas hoje eles também começam a perceber que algumas mulheres de fato<br />

necessitam de ajuda após um aborto.<br />

Cada mulher exibe seu próprio conjunto de sintomas de culpa. Seguem exemplos de algumas das<br />

manifestações comumente identificadas:<br />

Culpa e vergonha<br />

Mágoa que ela não consegue compartilhar<br />

Depressão e baixa auto-estima, às vezes ao ponto de se tornar uma suicida<br />

Isolamento e/ou rejeição ao companheiro/cônjuge, família e amigos<br />

Me<strong>do</strong> de que Deus irá puni-la, ou de que a está punin<strong>do</strong>, por ter cometi<strong>do</strong> um ―peca<strong>do</strong><br />

imper<strong>do</strong>ável‖.<br />

Transtornos alimentares, comportamentos de autopunição tais como cortes (ferir-se<br />

voluntariamente)<br />

Disfunções sexuais, hipersexualidade ou perda de interesse sexual; problemas com intimidade<br />

Problemas em estabelecer laços emocionais com os outros filhos ou filhos posteriores, inclusive<br />

sen<strong>do</strong> super protetora, emocionalmente distante, indisponível ou agressiva<br />

Raiva desmotivada e profunda de si mesma, <strong>do</strong> companheiro/cônjuge, da família, <strong>do</strong>s amigos, da<br />

pessoa que viabilizou o aborto e até mesmo de Deus<br />

Problemas para <strong>do</strong>rmir, incluin<strong>do</strong> pesadelos relaciona<strong>do</strong>s ao aborto, flashbacks ou a ―escuta‖ de<br />

sons de um bebê choran<strong>do</strong><br />

Dependência de álcool e drogas utilizadas como automedicação


Pág. 5<br />

Desejo te ter um bebê ―substituto‖, uma nova gravidez em seguida com grande risco de aborto<br />

subseqüente<br />

Reações de angústia ou depressão no aniversário da data <strong>do</strong> aborto ou da data anteriormente prevista<br />

para o parto<br />

Irritabilidade ou isolamento em conversas sobre bebês ou aborto<br />

Envolvimento em movimentos pró-escolha ou um envolvimento <strong>do</strong>entio ou desequilibra<strong>do</strong> no<br />

movimento pró-vida<br />

Comportamento workaholic<br />

Estresse e me<strong>do</strong> podem ter um papel importante na decisão de realizar o aborto. Algumas mulheres<br />

relataram estar em um esta<strong>do</strong> altera<strong>do</strong> no momento da decisão e durante o aborto. Isoladas, amedrontadas e<br />

desacreditadas de que podem e devem pedir a ajuda daqueles que as amam, muitas mulheres tomam a<br />

decisão de abortar sem consultar outras pessoas. Na clínica de aborto, seus me<strong>do</strong>s podem ser reforça<strong>do</strong>s<br />

quan<strong>do</strong> são incentivadas a tomar uma decisão imediata. É freqüente que haja pouca ou nenhuma discussão<br />

sobre alternativas, tempo insuficiente de orientação, pressão para abortar logo e informações insuficientes e<br />

imprecisas sobre os riscos físicos e psicológicos que envolvem o aborto.<br />

Quan<strong>do</strong> as mulheres estão grávidas e assustadas o instinto de autopreservação toma conta. A gravidez pode<br />

ser vista como um problema que ameaça toda a vida, e mulheres grávidas que se sentem assim farão<br />

qualquer coisa para escapar <strong>do</strong> problema. É neste contexto que muitas mulheres procuram o aborto. Mais<br />

tarde, quan<strong>do</strong> a realidade se acomoda, elas podem ficar confusas e até mesmo horrorizadas de terem<br />

pratica<strong>do</strong> um aborto. Mulheres que vivenciam este tipo de reação de estresse podem ser mais propícias a<br />

abortar gestações subseqüentes. Cerca de um a cada <strong>do</strong>is abortos realiza<strong>do</strong>s atualmente são de pessoas que já<br />

abortaram anteriormente.<br />

Evidências científicas de que o aborto é um estressor traumático com resulta<strong>do</strong>s adversos aumentou<br />

intensamente na última década. Da<strong>do</strong>s de <strong>do</strong>is <strong>do</strong>s estu<strong>do</strong>s científicos mais conheci<strong>do</strong>s (Ferguisson et al.,<br />

2006, 2008) demonstraram que o aborto aumenta significativamente os riscos de <strong>do</strong>enças mentais em jovens<br />

mulheres:<br />

27% das mulheres que cometeram aborto apresentam idéias suicidas, uma taxa quatro vezes maior<br />

que as mulheres que nunca engravidaram e mais de três vezes maior que as mulheres que deram à<br />

luz.<br />

Houve um aumento de 61% <strong>do</strong>s riscos de pensamentos suicidas associa<strong>do</strong>s ao aborto.<br />

Houve um aumento de 31% <strong>do</strong> risco de forte depressão associada ao aborto.<br />

42% das jovens mulheres que abortaram relataram forte depressão na faixa <strong>do</strong>s vinte e cinco anos de<br />

idade.<br />

Outros estu<strong>do</strong>s rigorosamente científicos de larga escala mostram aumento de riscos semelhantes para<br />

mulheres adultas:<br />

Mulheres com histórico de aborto têm aproximadamente três vezes mais chances de apresentar<br />

depressões significativas em comparação com as que nunca abortaram (Pedersen 2008).<br />

A taxa de suicídio é aproximadamente seis vezes maior entre as mulheres que abortaram em<br />

comparação com as que deram à luz (Gissler et al. 1996, 2005).<br />

O risco de suicídio é 154% mais alto entre as mulheres que abortaram em comparação com as que<br />

deram à luz (Rear<strong>do</strong>n et al. 2002).<br />

O aborto aumenta as chances de desenvolvimento de transtorno bipolar em 167% e de forte<br />

depressão em 45% (Coleman et al. 2009b).


Consideran<strong>do</strong> as pesquisas acima mencionadas, recomenda-se aos padres, conselheiros ou membros <strong>do</strong><br />

<strong>Projeto</strong> <strong>Raquel</strong> que investiguem os sentimentos pós-aborto da mulher; possíveis comportamentos de altorisco;<br />

sentimentos de desolação, vergonha ou pensamentos suicidas; e seu quadro geral. Esteja atento a<br />

comentários de que ela ―quer estar com seu bebê‖: isto pode indicar intenção de suicídio. Neste caso, é<br />

necessário encaminhá-la imediatamente a um profissional de saúde mental.<br />

Um <strong>do</strong>s maiores presentes que se pode dar a uma mulher que cometeu um aborto é escutá-la<br />

compassivamente, fazer perguntas com sensibilidade, mostran<strong>do</strong> compreensão da <strong>do</strong>r que o aborto pode<br />

causar, e construir um relacionamento que seja canal de esperança e transformação. Não há maior presente<br />

para uma pessoa traumatizada e isolada que luta entre sentimentos de auto-aversão, angústia, tristeza e<br />

culpa. Fazen<strong>do</strong> isso, você estará seguin<strong>do</strong> os passos <strong>do</strong> Divino Taumaturgo e transmitin<strong>do</strong> Seu amor e Sua<br />

misericórdia.<br />

Pág. 6


“Eu tive tanta <strong>do</strong>r: vergonha,<br />

culpa e me<strong>do</strong> de que Deus me<br />

odeie. Eu ainda choro todas as<br />

noites e penso no meu bebê...<br />

Como Deus poderá me<br />

per<strong>do</strong>ar?”<br />

A Mulher que<br />

Acaba de Abortar<br />

Pág. 7<br />

Durante muitos anos as mulheres que haviam aborta<strong>do</strong> há pouco<br />

tempo hesitavam em procurar o <strong>Projeto</strong> <strong>Raquel</strong> em busca de ajuda.<br />

Algumas estavam em processo de negação, outras estavam<br />

emocionalmente apáticas e outras poderiam até estar se sentin<strong>do</strong><br />

aliviadas. Atualmente é mais freqüente que essas mulheres procurem<br />

ajuda dias após o aborto. Esta atitude pode ser muito benéfica e<br />

impedir anos de sofrimento.<br />

Para algumas mulheres, o trauma <strong>do</strong> aborto pode não aflorar nos primeiros meses ou até mesmo anos. Para<br />

outras, pode vir à tona na data anteriormente prevista para o parto.<br />

Não é raro que a mulher tente engravidar novamente num perío<strong>do</strong> de um ano após o aborto. Esta gravidez<br />

apressada pode ser uma tentativa de desfazer o traumático aborto, recrian<strong>do</strong> as circunstâncias que levaram<br />

ao aborto na esperança de tomar a decisão de manter a criança. Lamentavelmente este cenário muitas vezes<br />

termina com um novo aborto e sentimentos de fracasso ainda maiores. Se a mulher que procurar a sua ajuda<br />

mencionar o desejo de uma nova gravidez para substituir a outra, informe-a de que é um desejo normal, mas<br />

que ela precisa se concentrar primeiro em curar seus próprios sentimentos de angústia e perda antes de<br />

pensar em engravidar novamente. Outras mulheres podem se sentir pressionadas a engravidar como forma<br />

de se sentirem amadas e seguras em seu relacionamento. Muito frequentemente esta gravidez apressada<br />

resulta em outro aborto e na perda de seu relacionamento. Pode haver também mecanismos<br />

biológicos/hormonais em jogo que influenciam o desejo destas mulheres de engravidar novamente.<br />

A mulher que acaba de abortar pode estar em um esta<strong>do</strong> de choque fisiológico, psicológico e espiritual. O<br />

choque é uma reação comum após uma experiência<br />

traumática. Mesmo que a mulher comece a se<br />

angustiar, o choque pode bloquear sentimentos de<br />

tristeza e depressão. Apatia emocional faz parte <strong>do</strong><br />

choque. Algumas mulheres em choque não<br />

expressam muito seus sentimentos; outras ficam<br />

cheias de arrependimento e <strong>do</strong>r emocional. Com o<br />

tempo o choque pode diminuir e as defesas podem<br />

baixar, colocan<strong>do</strong> algumas mulheres em contato<br />

com fortes emoções negativas não sentidas até<br />

então. Algumas mulheres experimentam culpa,<br />

ansiedade, tristeza e angústia quan<strong>do</strong> chega a data<br />

anteriormente prevista para o nascimento da criança<br />

“Posso dizer com sinceridade que meu consolo mais<br />

profun<strong>do</strong> como sacer<strong>do</strong>te tem si<strong>do</strong> auxiliar mulheres<br />

que abortaram em seu desejo pela misericórdia de<br />

Deus. Por quê? A salvação das almas é o trabalho de<br />

Deus e Sua principal preocupação e, portanto, o<br />

trabalho <strong>do</strong> sacer<strong>do</strong>te e sua principal preocupação. O<br />

Pai da Misericórdia está imploran<strong>do</strong> a seus<br />

sacer<strong>do</strong>tes, por meio <strong>do</strong>s quais Ele atua de forma tão<br />

peculiar, que auxiliem as incontáveis almas que estão<br />

perdidas por causa <strong>do</strong> aborto e procuram bons<br />

pastores para as levarem para casa.”<br />

abortada ou quan<strong>do</strong> uma irmã ou amiga engravida. É importante notar que uma mulher que abortou há<br />

pouco tempo e está em esta<strong>do</strong> de choque ou apatia emocional (caracteriza<strong>do</strong>, por exemplo, por uma<br />

fisionomia apagada ou inexpressiva) provavelmente não será capaz de processar o que está acontecen<strong>do</strong>.<br />

Pressioná-la a isso seria contraproducente. Ela pode tentar cooperar e fazer o que um padre ou conselheiro<br />

recomendar. Pode entrar no que é chama<strong>do</strong> ―pseu<strong>do</strong>-recuperação‖; e, quan<strong>do</strong> entrar em um estágio de<br />

angústia mais profun<strong>do</strong>, pode pensar que existe algo inerentemente erra<strong>do</strong> com ela porque as questões não<br />

resolvidas voltaram. Ela pode não procurar ajuda, mas recorrer a mecanismos de recuperação prejudiciais,<br />

tais como álcool e drogas, ou até mesmo ter pensamentos suicidas.


Pág. 8<br />

É importante que você compreenda o estágio em que ela se encontra e escute suas preocupações. Elas<br />

podem se referir ao terrível procedimento <strong>do</strong> aborto, coerção de seus pais ou <strong>do</strong> companheiro para realizar o<br />

aborto, falta de apoio durante o aborto, o fim de um relacionamento com seu companheiro, ou a solidão de<br />

não poder falar com mais ninguém sobre o aborto; ou, se ela contou a alguém, esta pessoa pode ter dito a ela<br />

que foi uma boa escolha. Até mesmo uma questão<br />

aparentemente pequena pode magoá-la naquele momento se<br />

ela for muito jovem. . Ela só pode lidar com questões com<br />

as quais ela se sente segura. Além disso, ela pode estar te<br />

testan<strong>do</strong> para ver se você se importa, se você realmente<br />

quer escutá-la e se você a compreende. Siga os sinais de<br />

quais são os assuntos sobre os quais ela se sente mais à<br />

vontade para discutir. Se ela falar <strong>do</strong> bebê você também<br />

pode. Se ela não falar, não toque no assunto naquele<br />

momento. Deus traz toda a verdade à tona no momento em<br />

que a mulher estiver pronta para lidar com ela.<br />

Se ela falar sobre preocupações médicas relacionadas ao<br />

aborto deve-se orientá-la a visitar um médico ou uma<br />

unidade de pronto atendimento. Alterações hormonais<br />

podem fazer com que ela se sinta vulnerável, chore, fique<br />

com raiva e se sinta perturbada. Grande falta de sono e<br />

alimentação deficiente após o aborto modem facilitar o<br />

aparecimento de sintomas psicóticos e pensamentos<br />

suicidas.<br />

“No meu trabalho no projeto <strong>Raquel</strong> eu<br />

encontrei homens e mulheres que se<br />

sentiam aprisiona<strong>do</strong>s pela vergonha e<br />

solidão. Eles lutavam contra a depressão e<br />

até pensamentos suicidas. Por meio <strong>do</strong><br />

<strong>Ministério</strong> de cura de Jesus, expresso em<br />

meu sacerdócio, tenho ti<strong>do</strong> a oportunidade<br />

de trazer essas pessoas solitárias à<br />

reconciliação com Deus e consigo<br />

mesmas. O ministério <strong>do</strong> <strong>Projeto</strong> <strong>Raquel</strong><br />

oferece uma saída da escuridão à luz, e<br />

tem si<strong>do</strong> profundamente gratificante para<br />

mim fazer parte deste trabalho. Uma vez<br />

que os padres são os „médicos de almas‟,<br />

quero incentivar meus companheiros<br />

padres a utilizarem os <strong>do</strong>ns que recebemos<br />

em nossa ordenação para trazer uma cura<br />

fundamental àqueles que foram feri<strong>do</strong>s<br />

pelo aborto”. Padre Jim Stock,<br />

Arquidiocese de Washington DC.<br />

Se ela não estiver pronta para falar diretamente sobre a<br />

experiência <strong>do</strong> aborto ― e menos ainda sobre o que isso significa pra ela neste momento ― informe as<br />

maneiras para que ela permaneça em contato com a rede <strong>do</strong> <strong>Projeto</strong> <strong>Raquel</strong> para cuida<strong>do</strong>s adicionais assim<br />

que ela estiver pronta. Quan<strong>do</strong> o dia anteriormente previsto para o parto da criança abortada passar pode ser<br />

que a mulher se sinta mais aberta à sua orientação. Pode ser que ela realmente não retorne, ou pode ser que<br />

volte a pedir ajuda quan<strong>do</strong> não mais puder suportar a angústia e a tristeza. Uma atenção especial neste<br />

momento <strong>do</strong> processo facilita que ela peça ajuda em um momento posterior.


Como Ministrar a Mães que<br />

Sofrem com o Aborto<br />

Pág. 9<br />

Não existe um perfil único para as mulheres que procuraram um padre em busca de cura pós-aborto. Ela<br />

pode se identificar como católica, mas ter pouca formação sobre assuntos de fé. Pode demonstrar um<br />

comportamento exageradamente pie<strong>do</strong>so ou escrupuloso, ou ainda estar fortemente envolvida em atividades<br />

da Igreja como forma de expiação <strong>do</strong> aborto. Pode ser que ela participe da Missa regularmente e dê uma<br />

educação católica aos filhos. Ou pode ser que ela não tenha pisa<strong>do</strong> em uma igreja desde o dia em que<br />

abortou. Ela pode ser muito jovem, muito velha ou ter qualquer idade. Ela pode ser aquela mulher agressiva<br />

que critica o pároco quan<strong>do</strong> ele prega sobre o aborto.<br />

Pode ser que ela nunca tenha confessa<strong>do</strong> o aborto que fez ou o tenha confessa<strong>do</strong> diversas vezes. Em<br />

qualquer caso, ela certamente acredita ter cometi<strong>do</strong> um peca<strong>do</strong> grave. Ela teme rejeição por parte da Igreja,<br />

mas ao mesmo tempo deseja desesperadamente a cura e a reconciliação com Deus.<br />

Ela precisa saber, desde o princípio, que existe esperança, existe cura e existe a promessa de ajuda e<br />

reconciliação por parte da Igreja, que se preocupa com ela.<br />

Uma mulher que cometeu aborto pode procurar um padre a qualquer momento. Ela pode procurá-lo no<br />

confessionário ou receber indicação de um amigo ou <strong>do</strong> ministro de cura pós-aborto local. Pode ser que ela<br />

entenda que possui uma profunda ferida espiritual que somente a misericórdia e o amor de Deus podem<br />

curar. Por outro la<strong>do</strong>, pode ser que ela sinta que cometeu ―o peca<strong>do</strong> imper<strong>do</strong>ável‖ e tema a condenação de<br />

Deus (que ela pensa ser mereci<strong>do</strong>).<br />

Seu estilo de vida pode ter leva<strong>do</strong> a um caminho prejudicial a ela. De fato, pode ser que ela jamais tenha<br />

experimenta<strong>do</strong> uma verdadeira saúde espiritual ou emocional. Nas palavras de uma mulher,<br />

O aborto era quase inevitável no meu estilo de vida. Eu não tinha compromissos sérios, não via nenhum<br />

problema em ter relações sexuais sem estar casada e quan<strong>do</strong> descobri que estava grávida acho que não vi<br />

nenhum problema em fazer um aborto.<br />

A mulher que cometeu um aborto pode procurar o padre com<br />

perguntas, e as respostas a estas perguntas são indispensáveis<br />

para dar início à sua jornada de cura. Ela pode perguntar<br />

―Deus pode me per<strong>do</strong>ar? Meu filho pode me per<strong>do</strong>ar? Será<br />

que conseguirei me per<strong>do</strong>ar? A Igreja me rejeitará quan<strong>do</strong> eu<br />

confessar este peca<strong>do</strong>? Onde está meu bebê? Será que esta <strong>do</strong>r<br />

horrível passará um dia? A cura é possível?‖.<br />

Na verdade ela tem grande necessidade de compaixão e<br />

cuida<strong>do</strong>s pastorais. O padre pode ter somente um encontro ou<br />

trabalhar com ela por um perío<strong>do</strong> maior, na maioria das vezes<br />

em conjunto com o ministro diocesano <strong>do</strong> <strong>Projeto</strong> <strong>Raquel</strong>.<br />

Seja como for a atuação <strong>do</strong> ministério, Deus escolheu a<br />

pessoa <strong>do</strong> sacer<strong>do</strong>te para ser Seu instrumento de auxilio a ela.<br />

“Conversar com mulheres que foram<br />

afetadas pelo aborto me aju<strong>do</strong>u a<br />

compreender que a desolação<br />

espiritual que elas vivenciam é<br />

impressionante. Muitas sentem que<br />

cometeram um peca<strong>do</strong> imper<strong>do</strong>ável e<br />

que estão destinadas ao inferno, ou que<br />

merecem estar no corre<strong>do</strong>r da morte.<br />

Geralmente sofrem esta desolação<br />

espiritual em silêncio, envergonhadas<br />

demais e se sentin<strong>do</strong> indignas de<br />

buscar uma reconciliação com Deus.”<br />

Mons. Robert Panke,<br />

Arquidiocese de Washington, D.C.<br />

Consideran<strong>do</strong>-se o sentimento de vergonha que muitas<br />

mulheres carregam após a experiência <strong>do</strong> aborto, elas podem ter uma relutância compreensível em procurar<br />

o padre de sua própria paróquia. Isso é particularmente observa<strong>do</strong> nas mulheres que participam ativamente<br />

das atividades da paróquia. O <strong>Projeto</strong> <strong>Raquel</strong> pode encaminhar, de forma confidencial, homens e mulheres a<br />

padres treina<strong>do</strong>s que não sejam de sua paróquia. Os padres não devem sentir-se decepciona<strong>do</strong>s ou pensar<br />

que falharam caso as mulheres da paróquia não os procurem diretamente. Seu ministério de cura pode<br />

alcançar muitas pessoas, as quais eles nem imaginam que se beneficiaram de suas ações.


Pág. 10<br />

As informações que se seguem auxiliarão os sacer<strong>do</strong>tes a ministrar àqueles que sofrem por causa <strong>do</strong> aborto,<br />

tanto por meio <strong>do</strong> Sacramento da Reconciliação quanto pelo aconselhamento pastoral, geralmente em<br />

parceria com o ministro diocesano local <strong>do</strong> <strong>Projeto</strong> <strong>Raquel</strong>.<br />

O Sacramento da Reconciliação<br />

Ao celebrar o sacramento da Penitência, o sacer<strong>do</strong>te cumpre o ministério <strong>do</strong> Bom Pastor, que busca a ovelha<br />

perdida; <strong>do</strong> Bom Samaritano, que cura as feridas; <strong>do</strong> Pai, que espera o filho pródigo e o acolhe ao voltar; <strong>do</strong><br />

justo juiz, que não faz acepção de pessoa e cujo julgamento é justo e misericordioso ao mesmo tempo. Em<br />

suma, o sacer<strong>do</strong>te é o sinal e o instrumento <strong>do</strong> amor misericordioso de Deus para com o peca<strong>do</strong>r.<br />

Catecismo da Igreja Católica, n° 1465<br />

Deus conta também conosco, com a nossa disponibilidade e fidelidade para realizar os seus prodígios nos<br />

corações. Na celebração deste sacramento, talvez mais <strong>do</strong> que noutros, é importante que os fiéis tenham uma<br />

experiência viva <strong>do</strong> rosto de Cristo, o Bom Pastor...<br />

Cada um <strong>do</strong>s nossos encontros com um fiel que nos pede para se confessar, mesmo de forma um pouco<br />

superficial porque não motiva<strong>do</strong> nem prepara<strong>do</strong> adequadamente, pode ser sempre, pela graça surpreendente<br />

de Deus, aquele «local» junto <strong>do</strong> sicômoro onde Jesus levantou os olhos para Zaqueu. Para nós, é impossível<br />

medir quanto tenham penetra<strong>do</strong> os olhos de Cristo no íntimo <strong>do</strong> publicano de Jericó. Sabemos, porém, que<br />

aqueles são os mesmos olhos que fixam cada um <strong>do</strong>s nossos penitentes. No sacramento da Reconciliação,<br />

somos instrumentos dum encontro sobrenatural com leis próprias, que devemos apenas respeitar e<br />

favorecer...<br />

O mesmo se dá em cada encontro sacramental. Não devemos pensar que é o peca<strong>do</strong>r, com o seu caminho<br />

autônomo de conversão, que merece a misericórdia. Ao contrário, é a misericórdia a impeli-lo pela estrada<br />

da conversão. O homem, por si mesmo, nada pode; e nada merece. A confissão, antes de ser um caminho <strong>do</strong><br />

homem para Deus, é a chegada de Deus à casa <strong>do</strong> homem.<br />

Assim, em cada confissão, podemos encontrar-nos com os mais diversos tipos de pessoas. Duma coisa<br />

devemos estar certos: antes <strong>do</strong> nosso convite e mesmo antes das nossas palavras sacramentais, os irmãos que<br />

pedem o nosso ministério estão já envolvi<strong>do</strong>s por uma misericórdia que neles opera a partir de dentro. Oxalá<br />

consigamos, através das nossas palavras e <strong>do</strong> nosso ânimo de pastores, sempre solícitos por cada uma das<br />

pessoas, capazes de intuir os seus problemas e de acompanhar com delicadeza o seu caminho dan<strong>do</strong>-lhes<br />

confiança na bondade de Deus, ser colabora<strong>do</strong>res também da misericórdia que acolhe e <strong>do</strong> amor que salva.<br />

João Paulo II, Carta aos Sacer<strong>do</strong>tes por ocasião da Quinta-Feira Santa de 2002,<br />

www.vatican.com.va<br />

Recentes pesquisas indicam que muitas mulheres que fizeram abortos procuram os padres pela primeira vez<br />

no Sacramento da Reconciliação durante os horários regulares de confissão. Se isto acontecer,<br />

recomendamos o seguinte:<br />

Destaque sua coragem e humildade, sua esperança e confiança em buscar o sacramento.<br />

Gentilmente pergunte a ela se é a primeira vez que confessa este peca<strong>do</strong>. É provável que ela já tenha<br />

busca<strong>do</strong> vários confessores, alguns <strong>do</strong>s quais podem ter reforça<strong>do</strong> sua culpa ou seu sentimento de<br />

vergonha inadvertidamente.


Ela também pode sentir que seu peca<strong>do</strong> é maior que a misericórdia de Deus, então, transmita a<br />

certeza <strong>do</strong> grande amor, misericórdia e compaixão de Deus por cada um de nós, independente de<br />

quais são os nossos peca<strong>do</strong>s.<br />

Pág. 11<br />

Não negue a gravidade <strong>do</strong> peca<strong>do</strong> <strong>do</strong> aborto. Isto não só seria incorreto como negaria a realidade de<br />

sua experiência pós-aborto.<br />

Deixe-a falar. Ela precisa contar o que não teve a oportunidade de contar antes: a estória <strong>do</strong> aborto, o<br />

sofrimento que veio depois e seus piores me<strong>do</strong>s. Diga a ela que estas reações são normais. Muitas<br />

mulheres – por muitos anos – sentem-se incapazes de lidar com as conseqüências <strong>do</strong> aborto. Muitas<br />

compartilham o mesmo sofrimento e os mesmos temores que ela.<br />

Pergunte quan<strong>do</strong> foi (ou foram) o(s) aborto(s). Mulheres que abortaram há pouco tempo precisam de<br />

cuida<strong>do</strong>s especiais. Por favor, consulte a seção ―A Mulher que Abortou Recentemente e o Papel <strong>do</strong><br />

Sacer<strong>do</strong>te‖, na página 23.<br />

Saiba que ela pode pensar que foi excomungada. Por favor consulte a Seção Seis, A Perspectiva<br />

Canônica sobre o Aborto‖, na página 67, para obter uma explicação detalhada a esse respeito.<br />

Escolha uma penitência apropriada para facilitar sua cura e a aceitação <strong>do</strong> perdão de Deus. Quan<strong>do</strong><br />

escolher uma penitência, lembre-se de que ela já pode ter sofri<strong>do</strong> por muitos anos. A penitência deve<br />

ser de afirmação da vida. Lembre-se de que ela pode ser, frequentemente, escrupulosa, portanto,<br />

escolha uma penitência que tenha um final defini<strong>do</strong> e parâmetros claros. Se você sugerir que ela<br />

participe da Missa diariamente, por exemplo, ela pode temer que, se perder um dia de Missa, jamais<br />

obterá o perdão de Deus. Em seguida apresentamos alguns bons exemplos de penitência:<br />

Pedir que reze (um Terço, um Terço da Divina Misericórdia, ou um determina<strong>do</strong> número de<br />

orações específicas) por outras pessoas envolvidas na perda que este aborto causou. É<br />

interessante ter no confessionário folhetos com instruções sobre como rezar o Rosário e o<br />

Terço da Divina Misericórdia para entregar á penitente quan<strong>do</strong> a penitência for uma destas<br />

devoções.<br />

Sugerir que ela ofereça uma Missa de meio de semana pela criança abortada e/ou pela cura<br />

da família.<br />

Convidá-la a ler, rezar e meditar uma ou mais dessas passagens da Escritura, mergulhan<strong>do</strong><br />

na estória para escutar a voz de Deus:<br />

Lucas 13, 11-13 (mulher encurvada)<br />

Lucas 8, 43-48, Mateus 9,20-22, ou Marcos 5, 25-34 (mulher hemorroíssa)<br />

Lucas 7, 36-50 (mulher que lava os pés de Jesus com suas lágrimas)<br />

João 4, 7-42 (mulher samaritana no poço)<br />

João 8, 2-11 (mulher pega em adultério)<br />

Salmo 51 (oração de arrependimento)<br />

Salmo 103 (louvor à misericórdia de Deus)<br />

Considere ainda a possibilidade de convidá-la a ser o Bom Samaritano das pessoas a quem encontrar pelas<br />

próximas três semanas, ou voluntária em uma distribuição de sopas, ou ainda participar em outras atividades<br />

dirigidas que possam ajudá-la a tirar o foco de si mesma e fazer a diferença na vida de outras pessoas.<br />

Fazen<strong>do</strong> isto ela aumentará seu sentimento de autoestima como filha de Deus. Ações de ajuda direta a<br />

outras pessoas, combinadas com orações e leitura das Escrituras, são muito benéficas.


Pág. 12<br />

Para obter uma discussão detalhada sobre o fim da censura de excomunhão, leia a Seção Seis, ― A<br />

Perspectiva Canônica Sobre o Aborto‖, que começa na página 67. Nas situações em que uma penitente está<br />

sujeito a esta penalidade, a maioria <strong>do</strong>s bispos diocesanos concedem a padres de sua diocese a faculdade de<br />

retirar a censura de excomunhão. Em caso de dúvida, é melhor confirmar com a diocese.<br />

Há restrições de tempo nos horários regulares para a confissão, mas um apoio extra à penitente pode ser<br />

importante para seu processo de cura. Entretanto, é essencial manter a integridade <strong>do</strong> selo da confissão.<br />

Sacer<strong>do</strong>tes que atuam no ministério pós-aborto têm ofereci<strong>do</strong> as seguintes questões a serem consideradas:<br />

É importante deixar claro que o Sacramento da<br />

Reconciliação é suficiente para trazer o perdão <strong>do</strong>s<br />

peca<strong>do</strong>s e a plenitude da misericórdia de Deus.<br />

Você também pode sugerir que a angústia e a <strong>do</strong>r ―<br />

muitas vezes não identificadas ― associadas a<br />

abortos passa<strong>do</strong>s podem ser a fonte <strong>do</strong> profun<strong>do</strong><br />

sofrimento emocional e espiritual e que, por este<br />

motivo, apoio e aconselhamento adicionais podem ser<br />

muito benéficos.<br />

Se a mulher disser que já confessou seu(s) aborto(s)<br />

várias vezes, pode ser importante para ela entender o<br />

motivo de não estar aceitan<strong>do</strong> o perdão e a<br />

misericórdia de Deus.<br />

Você pode se oferecer para o aconselhamento<br />

pastoral em outro momento. Pode também incentivála<br />

a trabalhar com outro padre da paróquia ou da rede<br />

<strong>Projeto</strong> <strong>Raquel</strong>, se você não estiver disponível para<br />

aconselhamento pastoral ou direção espiritual. Seria<br />

importante explicar que, devi<strong>do</strong> às proteções<br />

asseguradas a to<strong>do</strong>s os penitentes sob o selo da confissão, ela é quem deve tomar a iniciativa de<br />

procurá-lo para marcar um horário, mesmo que seja logo após o momento da confissão. O meio<br />

mais adequa<strong>do</strong> para facilitar uma indicação seria dar-lhe o nome e telefone de outra instituição ou<br />

pessoa. Cartões de visita e folhetos sobre o <strong>Projeto</strong> <strong>Raquel</strong> ou outros serviços relaciona<strong>do</strong>s são itens<br />

importantes para se ter à mão ou no confessionário.<br />

Você pode dar a ela um folheto de oração para ajudá-la no processo de cura. Folhetos da oração<br />

"Confie na Misericórdia de Deus" podem ser encontra<strong>do</strong> na Secretaria de Atividades Pró-Vida (ver a<br />

seção "Fontes Recomendadas" deste manual). Você também pode dar-lhe uma cópia das tocantes<br />

palavras <strong>do</strong> Papa João Paulo II às mulheres que tiveram abortos, cujo texto está incluí<strong>do</strong> neste<br />

manual na página vii.<br />

O Papel <strong>do</strong> Sacer<strong>do</strong>te no<br />

Aconselhamento e Cura Pós-Aborto<br />

"Eu não sei como agradecer.<br />

Finalmente fui capaz de começar a me<br />

sentir completa. O Sacramento da<br />

Reconciliação foi um momento<br />

extremamente liberta<strong>do</strong>r para mim.<br />

Tanto quanto me lembro de quase<br />

to<strong>do</strong>s os detalhes daquele dia horrível<br />

14 anos atrás, lembro-me daquelas<br />

palavras de perdão que absolveram<br />

to<strong>do</strong>s os meus peca<strong>do</strong>s. Eu continuo<br />

repetin<strong>do</strong> aquela frase na minha mente,<br />

e isso quase me leva às lágrimas. Mas<br />

são, finalmente, lágrimas de limpeza,<br />

de cura, ao invés de lágrimas de<br />

profunda tristeza. Sou capaz de ver<br />

Deus em minha vida, e isso me faz<br />

sorrir. Eu me sinto digna de fazer parte<br />

<strong>do</strong> povo de Deus e de ser a melhor mãe<br />

para meus três filhos. Espero que eles<br />

nunca conheçam ou sintam a <strong>do</strong>r que<br />

senti por tanto tempo."<br />

Tanto antes quanto depois da reconciliação sacramental, um sacer<strong>do</strong>te <strong>do</strong> ministério <strong>Projeto</strong> <strong>Raquel</strong> pode ser<br />

de grande utilidade ajudan<strong>do</strong> as mulheres em suas jornadas de cura <strong>do</strong> sofrimento pós-aborto para uma vida<br />

nova em Cristo. A orientação espiritual prevista neste ministério difere pouco <strong>do</strong> ministério sacer<strong>do</strong>tal de<br />

levar almas para Cristo. Não se trata de aconselhamento profissional, nem precisa envolver a direção


Pág. 13<br />

espiritual em si, a menos que o padre seja especialmente treina<strong>do</strong> nestas áreas. As recomendações a seguir<br />

foram oferecidas por padres experientes em orientação espiritual breve a mulheres que acabam de abortar.<br />

O Ambiente Pastoral<br />

Antes que a mulher chegue para sua primeira visita de orientação espiritual, peça ao Espírito Santo a<br />

sabe<strong>do</strong>ria para guiá-la no processo de cura.<br />

É recomendável que a sala utilizada para o atendimento esteja disposta de forma que a pessoa possa se<br />

sentar entre você e a porta. É prudente que a porta fique entreaberta, mas de forma que não haja qualquer<br />

possibilidade de que a conversa seja ouvida <strong>do</strong> corre<strong>do</strong>r. Se sua porta já é de vidro, esta precaução não é<br />

necessária. Mantenha uma caixa de lenços de papel ao alcance dela. A mulher precisa estar à vontade para<br />

chorar e sentir que não está deixan<strong>do</strong>-o desconfortável com a conversa. Algumas estórias são tão <strong>do</strong>lorosas e<br />

assusta<strong>do</strong>ras que podem até levar você às lágrimas. É importante que você saiba reconhecer seus próprios<br />

sentimentos e seja capaz de partilhá-los com a pessoa que busca sua ajuda. O padre ou conselheiro pode ser<br />

um modelo de franqueza e abertura, e isto pode ter um impacto positivo bastante considerável.<br />

É fundamental explicar aos funcionários da paróquia sobre a natureza altamente confidencial dessas visitas<br />

para evitar possíveis violações de confidencialidade. Quan<strong>do</strong> uma pessoa telefona para marcar hora e<br />

menciona a um funcionário que indicaram a ela o <strong>Projeto</strong> <strong>Raquel</strong>, ou que ela viu um anúncio <strong>do</strong> <strong>Projeto</strong><br />

<strong>Raquel</strong> no informativo da paróquia, esta informação deve ser tratada com muita discrição. Além disso, não<br />

se deve presumir que todas as pessoas que perguntam sobre o <strong>Projeto</strong> <strong>Raquel</strong> estiveram envolvidas em um<br />

aborto.<br />

Tempo de Duração e Indicação de Outros Profissionais<br />

A mulher que cometeu um aborto geralmente terá um ou mais encontros com você durante o processo de<br />

cura para aconselhamento e orientação espiritual de curto prazo. Inicialmente os encontros podem ser<br />

realiza<strong>do</strong>s uma vez por semana ou várias vezes ao mês, passan<strong>do</strong> para uma vez ao mês até que cheguem ao<br />

fim.<br />

Não hesite em indicar ajuda de outros. Se você acha que o progresso está muito lento ou suspeita de<br />

problemas mais profun<strong>do</strong>s (como <strong>do</strong>enças mentais, vícios, transtornos alimentares, abuso sexual ou certos<br />

problemas de relacionamento), você pode encaminhá-la a um terapeuta da rede <strong>Projeto</strong> <strong>Raquel</strong> ou algum que<br />

compreenda bem os profun<strong>do</strong>s impactos negativos <strong>do</strong> aborto em uma mulher, bem como as complicações<br />

adicionais em sua vida. Se você indicar a uma mulher um profissional de saúde mental que não seja da rede<br />

<strong>Projeto</strong> <strong>Raquel</strong>, assegure-se de conhecer muito bem sua linha de pensamento e suas abordagens de<br />

tratamento. Indicá-la um terapeuta mal informa<strong>do</strong> que acredite no direito ao aborto, seja ambivalente ou não<br />

tenha valores semelhantes aos <strong>do</strong> <strong>Projeto</strong> pode ser desastroso.<br />

Limites<br />

A questão <strong>do</strong>s limites no ministério é delicada nos dias atuais. Sen<strong>do</strong> um sacer<strong>do</strong>te em seções de orientação,<br />

é você quem deve estabelecer os limites. Neste momento, talvez mais <strong>do</strong> que nunca, isto precisa estar bem<br />

claro para você.<br />

O ministério pós-aborto é um ministério sem qualquer contato físico. Muitas das mulheres que serão<br />

orientadas por você foram repetidamente feridas por homens. Algumas carregam feridas de abusos sexuais,<br />

além das feridas <strong>do</strong> aborto.<br />

Se durante uma orientação a uma mulher menor de idade ou jovem adulta ela revelar que já foi vítima de<br />

abuso sexual quan<strong>do</strong> menor, você pode ser obriga<strong>do</strong> a denunciar esses abusos nos termos da lei estadual. O<br />

serviço diocesano de proteção das crianças e a<strong>do</strong>lescentes <strong>do</strong> seu esta<strong>do</strong> pode informá-lo sobre as<br />

providências aplicáveis.


Pág. 14<br />

Algumas mulheres podem ser sedutoras, acreditan<strong>do</strong> que sua sexualidade é tu<strong>do</strong> o que têm, numa tentativa<br />

de saber se você é confiável ou de sabotar mais um relacionamento entre tantos outros. Algumas mulheres<br />

podem sentir necessidade de testar você para ver se você é mesmo quem diz ser. Esta advertência não é para<br />

assustá-lo, mas sim para que você tenha consciência disso e possa exercer melhor seu ministério.<br />

Tenha em mente que, sen<strong>do</strong> um homem, você é um protetor inato. Seu instinto protetor pode ser ativa<strong>do</strong><br />

quan<strong>do</strong> se deparar com uma mulher ferida e possivelmente carente. Reconheça isso a respeito de si mesmo e<br />

esteja atento às suas próprias reações. Você não é nem o salva<strong>do</strong>r nem o ―cavaleiro da armadura brilhante‖.<br />

Um experiente padre <strong>do</strong> <strong>Projeto</strong> <strong>Raquel</strong> desenvolveu as seguintes regras sobre os limites:<br />

Quan<strong>do</strong> ela chegar, seria rude não cumprimentá-la com um aperto de mão. Este é um sinal de boasvindas<br />

espera<strong>do</strong> socialmente.<br />

É melhor simplesmente deixar a pessoa chorar ao invés de se aproximar para confortá-la com um<br />

toque não mão ou dizer ―está tu<strong>do</strong> bem‖. A pessoa que está choran<strong>do</strong> pode estranhar o toque ou<br />

pensar que suas lágrimas estão deixan<strong>do</strong> você desconfortável. O ato de chorar é muito terapeutico e<br />

não deve ser interrompi<strong>do</strong>.<br />

Este não é um ministério de abraços. É fácil demais para ela receber mensagens de mo<strong>do</strong> confuso.<br />

Se ela quiser dar um abraço após uma seção de orientação, recuse de forma discreta ou apenas diga<br />

―desculpe, não é nada pessoal, mas é que não aceito abraços quan<strong>do</strong> estou ministran<strong>do</strong>‖, ou então<br />

―este é na verdade um trabalho de Deus. Agradeça a Ele‖.<br />

Quan<strong>do</strong> você estiver celebran<strong>do</strong> o Sacramento da Reconciliação, se tem o costume de colocar suas<br />

mãos na cabeça <strong>do</strong> penitente deve sempre perguntar antes se não há problema em fazer isso. O toque<br />

na cabeça pode estar associa<strong>do</strong> a um abuso sexual sofri<strong>do</strong> no passa<strong>do</strong>, tanto para mulheres como<br />

para homens. É uma atitude respeitosa perguntar antes e dar-lhes a opção.<br />

Por fim, ao terminar o processo de orientação, somente então você pode decidir aceitar um abraço.<br />

Você deve usar sua sabe<strong>do</strong>ria pastoral para tomar esta decisão.<br />

As mulheres realmente agradecem e precisam que você lhes dê um limite claramente estabeleci<strong>do</strong>. Pode ser<br />

que você seja, para muitas mulheres, a primeira figura <strong>do</strong> sexo masculino que não irá julgá-las ou magoá-las.<br />

Elas estimam profundamente seu respeito por elas. Pode ser que, pela primeira vez, elas consigam olhar para<br />

si mesmas como pessoas dignas de respeito e não mais como pessoas usadas por outros.<br />

Algumas mulheres dizem que preferem quan<strong>do</strong> o padre usa sua clérgima ou hábito religioso para estas<br />

sessões. Isto sinaliza que você é um padre in persona Christi.<br />

O Primeiro Encontro<br />

Destaque a coragem que ela teve de buscar a cura, reconhecen<strong>do</strong> quão difícil pode ser falar sobre decisões<br />

que podem trazer sentimentos de cupla e vergonha, e quão difícil é revelar as <strong>do</strong>lorosas consequências<br />

emocionais e comportamentais de se fazer escolhas erradas.<br />

Estabeleça uma atmosfera de segurança (ver ―O Ambiente Pastoral‖ acima). É importante informá-la de que<br />

parte da cura passa por contar sua própria estória e não uma versão melhorada. Isso não é fácil. Ao contrário,<br />

é <strong>do</strong>loroso. Pode ser extenuante narrar episódios traumáticos, então é importante deixar claro que ela pode<br />

interromper a narração a qualquer tempo que ela desejar. Isso dá à mulher um senso de controle sobre os<br />

próprios sentimentos.


Pág. 15<br />

Ouça atentamente suas preocupações e sua estória para identificar em que ponto <strong>do</strong> processo de cura ela se<br />

encontra. Algumas mulheres começam o processo sozinhas, instintivamente. Outras podem ter ti<strong>do</strong><br />

experiências ruins em tentativas anteriores de buscar a cura.<br />

Se a única maneira de você se familiarizar com ela é por meio <strong>do</strong> aconselhamento pós-aborto, deixe-a segura<br />

de que você não irá cumprimentá-la em público a menos que ela o cumprimente primeiro.<br />

O Processo<br />

Para a mulher que fez um aborto, o processo básico de cura <strong>do</strong> trauma <strong>do</strong> aborto envolve<br />

1. A auto-honestidade<br />

2. Reconhecer e se reconectar com seu filho faleci<strong>do</strong><br />

3. Entregar essa criança a Deus<br />

4. Dar e aceitar o perdão<br />

5. Reconciliação e compromisso de uma vida nova<br />

Explicar este processo à ela e conseguir seu apoio é importante, e é o ponto de partida mais eficaz.<br />

De todas as etapas, o perdão é o mais crítico. Quan<strong>do</strong> ela escolhe per<strong>do</strong>ar aqueles que a feriram no processo<br />

de sua decisão de abortar, torna-se possível para ela acreditar que Deus pode per<strong>do</strong>á-la, que seu bebê pode<br />

per<strong>do</strong>á-la e que ela pode per<strong>do</strong>ar a si mesma. Note que ela pode per<strong>do</strong>ar os outros sem a participação ou<br />

conhecimento deles.<br />

A reconciliação está relacionada ao perdão, mas isso envolve a restauração de um relacionamento que está<br />

profundamente feri<strong>do</strong>. A reconciliação é necessária em sua relação com Deus, com seu bebê, e com ela<br />

mesma.<br />

A Certeza da Misericórdia de Deus<br />

Desde o início, faça com que ela tenha certeza <strong>do</strong> amor e da misericórdia de Deus. Ela pode estar mais<br />

focada no julgamento de Deus. Você pode dizer a ela que a Igreja tem esta<strong>do</strong> na vanguarda da cura pósaborto<br />

ao longo de décadas. Continue transmitin<strong>do</strong> esta certeza durante to<strong>do</strong> o processo.<br />

Convide-a e incentive-a a fazer uma oração dan<strong>do</strong> a Deus permissão para curá-la. Pode ser tão simples como<br />

―Meu Deus, eu te <strong>do</strong>u permissão para me curar. Eu acredito em você e quero seu amor‖. Explique que<br />

muitas vezes nos sentimos tão indignos <strong>do</strong> amor e da misericórdia de Deus que não deixamos que nos<br />

alcancem. Você pode usar a imagem da pintura que mostra Jesus baten<strong>do</strong> à porta, lembran<strong>do</strong> que não há<br />

maçaneta <strong>do</strong> la<strong>do</strong> em que Ele está. Deus sempre respeita nosso livre arbítrio, mas assim que nos abrirmos a<br />

Ele, Ele nos guiará no processo de cura. A oração é o que abrirá esta porta.<br />

No século passa<strong>do</strong>, Jesus pediu a Santa Faustina (Maria Faustina Kowalska, 1905-1938) que espalhasse a<br />

mensagem da misericórdia divina. Santa Faustina recebeu a imagem da divina misericórdia (os braços<br />

abertos e Seu coração jorran<strong>do</strong> amor e graça) e o Terço da Divina Misericórdia. Ela também recebeu muitas<br />

belas mensagens sobre o amor imenso que Deus tem por cada um de nós, as quais ela registrou em seu<br />

Diário 5 . Você pode compartilhar algumas passagens <strong>do</strong> Diário de Santa Faustina, tais como:<br />

Eu quero derramar Minha vida divina nas almas humanas e santificá-las, se elas simplesmente<br />

estiverem dispostas a aceitar a Minha graça. Os maiores peca<strong>do</strong>res poderão atingir uma grande<br />

santidade, se simplesmente confiariem em Minha misericórdia. (Diário, 1784)<br />

5 Veja Diary of St. Maria Faustina Kowalska: Divine Mercy in My Soul (Stockbridge, MA : Marian Press, 1987).


Pág. 16<br />

Quanto maior a miséria de uma alma, maior o seu direito à Minha misericórdia; [exorto] todas as<br />

almas à confiança no insondável abismo da Minha misericórdia, porque eu quero salvá-las todas.<br />

(Diário, 1182)<br />

Ao Recontar Sua História<br />

Ela precisa contar sua história, com toda a sua <strong>do</strong>r, e você precisa ser um ouvinte compassivo. Ela pode ter<br />

uma infinidade de sentimentos, mas provavelmente <strong>do</strong>r profunda, vergonha e culpa estarão no topo da lista.<br />

Ela pode ter de recontar sua história mais de uma vez. Na primeira vez ela pode minimizar ou excluir<br />

algumas partes, até que ela tenha plena confiança em você. Enquanto fala, pode ser que ela arrisque um<br />

pouco mais e conte, talvez, de abortos múltiplos ou relacionamentos passa<strong>do</strong>s. Quan<strong>do</strong> uma pessoa, cheia de<br />

vergonha, confidencia a outra um trauma assim, passa por uma experiência ao mesmo tempo poderosa e<br />

humilhante. Ao final <strong>do</strong> encontro seria realmente bom e apropria<strong>do</strong> agradecer a essa pessoa pela coragem e<br />

confiança em compartilhar tu<strong>do</strong> isso com você.<br />

Para Dissipar a Raiva<br />

A raiva é um sentimento certamente desconfortável, mas também um sentimento legítimo. Quan<strong>do</strong> a raiva é<br />

colocada para fora, ela pode ser prejudicial à própria pessoa ou aos outros. Quan<strong>do</strong> a raiva é expressa como<br />

a profunda <strong>do</strong>r que ela realmente é, o alívio e a cura tornam-se possíveis. Você precisa permitir à mulher que<br />

cometeu um aborto que sinta raiva de quem a traiu de alguma forma durante a decisão e o ato de abortar.<br />

Este pode ser o pai <strong>do</strong> bebê, seus pais, amigos ou pessoas da clínica de aborto. Pode ser que ela sinta que não<br />

tem o direito de ter raiva, pode ter perdi<strong>do</strong> o controle de sua raiva, ou pode estar em algum estágio<br />

intermediário. Lembre-a de que a raiva é um sentimento legítimo e que, se não resolvi<strong>do</strong>, pode levar à<br />

depressão ou algo pior.<br />

Sugira que ela escreva para aqueles de quem ela tem raiva, pois, ao escrever, ela pode ser capaz de alcançar<br />

a verdade em seu coração. As cartas não serão enviadas. Ela é livre para dizer tu<strong>do</strong> o que precisa dizer.<br />

Depois de terminar cada uma, ela deve deixá-las de la<strong>do</strong> e depois lê-las novamente. Muitas vezes, ao realizar<br />

este processo, atinge-se uma introspecção profunda. Se ela quer partilhar as cartas com você, peça que as<br />

leia para você. Dar voz à raiva e à <strong>do</strong>r pode ajudar muito a cura. Para alguns sacer<strong>do</strong>tes e conselheiros,<br />

escutar expressões de raiva pode ser irritante e desconfortável. Se este for o seu caso, esta seria uma boa área<br />

para auto-exploração e oração.<br />

Incentive-a a fazer algo simbólico com as cartas: destruir, enterrar, queimar, etc. Explique a ela que,<br />

independentemente <strong>do</strong> que ela decidir, a ação pode ser uma forma simbólica de aban<strong>do</strong>nar a raiva para que<br />

ela agora possa buscar o perdão para essas pessoas. Se ela não per<strong>do</strong>ar, ela estará presa a esses antigos<br />

relacionamentos, que podem ter um impacto sobre seus relacionamentos futuros.<br />

Como Per<strong>do</strong>ar os Outros<br />

Explique que ela pode ter de pedir a Deus a graça de per<strong>do</strong>ar os outros. O perdão é difícil. Convide-a a orar<br />

por aqueles que a machucaram e que ela está tentan<strong>do</strong> per<strong>do</strong>ar. Uma oração de grande ajuda é ―Meu Deus,<br />

que a Sua vontade seja feita na vida de _______‖. Você também pode se oferecer para celebrar uma Missa<br />

pela cura de to<strong>do</strong>s os envolvi<strong>do</strong>s neste aborto.<br />

Entendimento <strong>do</strong> que é o Aborto e Aceitação de que foi a Morte de seu Filho<br />

Em nosso mun<strong>do</strong>, os que defendem o direito ao aborto têm conspira<strong>do</strong> para convencer nossa cultura de que<br />

• Uma gravidez indesejada não é realmente "humana"<br />

• O direito da mulher de estar livre de tu<strong>do</strong> o que é indesejável é moralmente certo e justificável


Pág. 17<br />

• O que será aborta<strong>do</strong> é "apenas teci<strong>do</strong>", ou é tão pequeno ou de aparência tão estranha que não pode ser<br />

humano. A mulher que cometeu um aborto pode ter aceita<strong>do</strong> essas "informações" para racionalizar sua<br />

decisão, e assim continua negan<strong>do</strong> que o feto seja humano e, mais ainda, seu "filho". O padre/conselheiro<br />

pode auxiliar a mulher a romper com essa negação perguntan<strong>do</strong> amigavelmente a ela sobre o que ela<br />

acreditava haver aborta<strong>do</strong>.<br />

É extremamente <strong>do</strong>loroso reconhecer que o aborto é uma experiência de morte. Essa experiência pode ser<br />

tão terrível que algumas mulheres nunca contam sobre o aborto para outras pessoas. Elas vivem suas vidas<br />

cercadas pelo me<strong>do</strong> e pela vergonha. É papel <strong>do</strong> sacer<strong>do</strong>te/conselheiro apresentar a esperança de que a cura<br />

é possível. Reconciliação e cura, no entanto, estão abertos apenas à mulher que reconhece o que o aborto<br />

realmente é, e o fato de que ela participou deste evento de morte.<br />

Quan<strong>do</strong> termina a fase de negação e a mulher tem o padre/conselheiro para ajudá-la, as comportas<br />

emocionais se abrem e dão vazão à <strong>do</strong>r, à tristeza e às lágrimas. Isso pode ser precedi<strong>do</strong> ou interrompi<strong>do</strong> por<br />

perío<strong>do</strong>s de silêncio, enquanto ela processa o que está sentin<strong>do</strong> e perceben<strong>do</strong>. Incentive-a a aceitar esses<br />

sentimentos, convide-a a partilhá-los com você, e garanta que você estará oran<strong>do</strong> silenciosamente para que<br />

Nosso Senhor tome conta dela. Isto pode ocorrer em apenas um visita ou durante várias visitas que tenham<br />

apenas uma abertura parcial <strong>do</strong>s sentimentos.<br />

Luto pelo filho perdi<strong>do</strong><br />

Sofrer pela criança abortada pode evocar sentimentos traumáticos e reações negativas para aquelas cujos<br />

abortos são recentes, especialmente as a<strong>do</strong>lescentes e outras que não estão emocionalmente maduras ou<br />

preparadas para lidar com o trauma <strong>do</strong> aborto. Essas mulheres podem não estar prontas a aceitar a realidade<br />

de que desempenharam papel fundamental na morte de seus filhos. Construir uma relação de confiança e<br />

transparência com você é um resquisito básico; revelações traumáticas só deverão ocorrer quan<strong>do</strong> essa<br />

relação for suficientemente forte e a mulher estiver pronta e disposta a contar. Por favor, consulte a seção ―A<br />

mulher que abortou recentemente e o papel <strong>do</strong> Sacer<strong>do</strong>te‖, na página 23.<br />

A mulher que realizou um aborto e está pronta para revelar seus sentimentos, partilhar sua história e aceitar a<br />

realidade da morte de seu filho deve ser incentivada a viver o luto por seu(s) filho(s) aborta<strong>do</strong>(s). É<br />

importante respeitar sua bagagem cultural e incentivá-la a viver o luto de forma culturalmente adequa<strong>do</strong> a<br />

ela. Saiba que quan<strong>do</strong> você começa a trabalhar o assunto, ela pode não se lembrar ou não se sentir bem em<br />

dizer quantos abortos já fez. Pode ser que ela se lembre vívidamente de um ou conte apenas um a você como<br />

forma de teste, mas os outros podem estar inacessíveis, vagamente lembra<strong>do</strong>s, ou propositadamente reti<strong>do</strong>s<br />

por serem demasia<strong>do</strong> vergonhosos. Quan<strong>do</strong> ela começar a chorar especificamente por seu filho, Deus pode<br />

revelar a ela quantas outras crianças ela perdeu, ou pode ser que ela simplesmente deixe escapar que houve<br />

mais casos. Quan<strong>do</strong> as pessoas têm traumas múltiplos, estas memórias traumáticas são frequentemente<br />

armazenadas em uma parte <strong>do</strong> cérebro de difícil acesso. Essa é a natureza <strong>do</strong> trauma, ou seja, tentativas de<br />

<strong>do</strong>minar os sentimentos que causavam opressão por uma alternância entre revivescência <strong>do</strong>lorosa (parcial ou<br />

total) e rejeição/negação, com perío<strong>do</strong>s intermitentes de sentimentos ou comportamentos extremos.<br />

Ela pode querer saber o que aconteceu com seu filho ou filhos. Leia para ela ou recomende-a a leitura <strong>do</strong><br />

parágrafo 99 da Evangelium Vitae (O Evangelho da Vida), no qual o Papa João Paulo II garantiu às<br />

mulheres que nada está definitivamente perdi<strong>do</strong>, e que seu filho está viven<strong>do</strong> no Senhor (ver texto incluí<strong>do</strong><br />

na página vii).<br />

O Sexo da criança<br />

Delicadamente, pergunte se ela tem algum sentimento sobre o sexo <strong>do</strong> bebê. Não podemos chorar por quem<br />

não conhecemos. Uma ―criança‖ de forma geral não é o mesmo que ―meu filho‖ ou ―minha filha‖.<br />

Pode ser que ela diga que sabe o sexo da criança, mas pode ser que diga: ―Não sei, mas se ela tivesse<br />

nasci<strong>do</strong> estaria com dezoito anos agora‖. Destaque o fato de ela ter instintivamente usa<strong>do</strong> o pronome<br />

feminino.


Pág. 18<br />

Ela também pode dizer que não faz idéia. Incentive-a reservar um tempo para silenciar e rezar para tomar<br />

consciência <strong>do</strong> sexo <strong>do</strong> filho. Também é possível que uma mulher tenha aborta<strong>do</strong> filhos gêmeos e não saiba.<br />

Você deve levantar esta possibilidade com ela caso ela continue alternan<strong>do</strong> o sexo da criança quan<strong>do</strong> ela se<br />

refere ao bebê.<br />

O nome da criança<br />

Caso ela se sinta razoavelmente segura sobre o sexo <strong>do</strong>(s) bebê(s), sugira que ela dê um nome a cada um e<br />

que se refira a cada um pelo nome. Este é um enorme presente para ela. Dar nome a uma criança é um<br />

privilégio único para os pais. Escolher um nome dá à criança uma identidade pessoal concreta e ajuda a<br />

formação de um vínculo espiritual e emocional com o filho. Lembre-a de Jeremias 1, 5: ―Antes que no seio<br />

fosses forma<strong>do</strong> eu já te conhecia, / antes de teu nascimento, eu já te havia consagra<strong>do</strong>‖.<br />

Como Iniciar uma Nova Relação com a Criança<br />

Incentive-a a escrever uma carta para seu filho (ou filhos) aborta<strong>do</strong>, dizen<strong>do</strong> tu<strong>do</strong> o que seu coração de mãe<br />

desejar. Ela pode explicar sobre as circunstâncias <strong>do</strong> aborto (seus me<strong>do</strong>s, as pressões, a falta de apoio, a<br />

desinformação, sua falta de confiança nos outros, seu desejo desespera<strong>do</strong> de manter o namora<strong>do</strong> etc.). Ela<br />

pode expressar o amor por sua criança, compartilhar a tristeza pelo que fez e pedir perdão ao bebê. Isso não<br />

é uma tarefa fácil, e ela deve ser estimulada a investir algum tempo nisso. Normalmente, cada frase é<br />

entremeada de lágrimas. Ela pode precisar colocar a carta de la<strong>do</strong> e continuar mais tarde. Quan<strong>do</strong> ela voltar<br />

a escrevê-la, convide-a a ler em voz alta para você, caso ela queira. Também pode ser útil, após a leitura<br />

desta carta especial, que ela feche os olhos e reflita em silêncio o que ela acredita que seu filho diria em<br />

resposta. Isto pode ser muito poderoso e restaura<strong>do</strong>r. Algumas mulheres também escrevem poemas ou<br />

músicas para seus filhos.<br />

Como Entregar a Criança a Deus<br />

O Pe. Robert Sears, SJ, antigo colabora<strong>do</strong>r <strong>do</strong> Instituto de Estu<strong>do</strong>s Pastorais na Loyola University, sugere a<br />

seguinte alternativa: convide a mulher, em uma oração imaginativa, de acor<strong>do</strong> com a contemplação inaciana,<br />

a colocar o bebê junto a Jesus ou Nossa Senhora. Ela deve pedir-lhes para cuidar de seu filho, e deve falar<br />

<strong>do</strong>s desejos de seu coração a Jesus e a seu filho. É confortante à mulher saber que seu filho está em um lugar<br />

seguro. Isso resolve a sua necessidade de assumir a responsabilidade espiritual pela criança.<br />

Incentive-a a desenvolver uma nova relação com seu filho à luz da Comunhão <strong>do</strong>s Santos. Esta criança pode<br />

ser um poderoso intercessor para ela e sua família. Ela sempre será a mãe da criança, o aborto não encerrou<br />

esta relação. Ajude-a a perceber, como João Paulo II indicou, que seu filho está "viven<strong>do</strong> no Senhor" e<br />

entregue à misericórdia de nosso Pai Celestial.<br />

Celebrar a Memória da Criança<br />

Incentive-a a encontrar uma maneira especial e significativa de celebrar a memória <strong>do</strong> seu filho. Existem<br />

muitas maneiras criativas de se fazer isso, cada mulher pode inventar seu mo<strong>do</strong>.<br />

Uma vez que ela nunca teve um funeral para seu filho, você pode se oferecer para celebrar uma missa em<br />

memória da criança. Pode ser uma missa privativa ou uma missa diária com uma intenção especial. Inclua<br />

orações de cura para to<strong>do</strong>s os envolvi<strong>do</strong>s. Se esta for uma missa privativa, ela pode incorporar leituras e<br />

músicas que tenham algum significa<strong>do</strong> pessoal, contanto que sejam adequadas à uma missa.<br />

A compra ou confecção de um objeto também pode ser uma opção para recordar a criança: um medalhão ou<br />

um colar que ela vai usar, uma árvore ou planta para o jardim, uma estátua (como, por exemplo, um anjo<br />

comuma criança) ou uma peça de arte ou borda<strong>do</strong> que simbolize a criança ou sua própria cura. Se ela decidir


Pág. 19<br />

plantar uma árvore, explique que, se por algum motivo ela morrer, este não é um "sinal de Deus" e que ela<br />

pode substituí-la por outra planta para que sirva como um memorial.<br />

Enfrentar a Raiva de Deus<br />

Fale com ela sobre seu relacionamento com Deus. Ela pode estar muito brava com Ele por ―deixá-la ficar<br />

grávida‖ ou ―não impedir o aborto‖. Se ela estiver com raiva de Deus, diga a ela que é compreensível.<br />

Lembre-a de que no Antigo Testamento as pessoas falavam abertamente com Deus quan<strong>do</strong> estavam<br />

chateadas com Ele. Assegure-a de que Deus não irá puni-la por sua raiva e incentive-a a ser honesta e aberta<br />

ao compartilhar seus sentimentos com Deus. Esse tipo de oração de purgação será mais bem realiza<strong>do</strong><br />

quan<strong>do</strong> ela estiver sozinha, em um lugar isola<strong>do</strong>, ou até mesmo em um carro, onde ninguém poderá ouvi-la.<br />

Convide-a a gritar com Deus, expressar toda a sua <strong>do</strong>r e dizer o que ela tem a dizer. Verbalizar essa <strong>do</strong>r é<br />

muito mais eficaz <strong>do</strong> que simplesmente pensar sobre ela ou intelectualizá-la. Ela saberá que terminou<br />

quan<strong>do</strong> se sentir emocionalmente esgotada. Um profun<strong>do</strong> sentimento de paz seguirá esta descarga de<br />

emoções. Ela também poderia escrever uma carta a Deus, mas isso pode não ser tão eficaz como apresentar<br />

verbalmente sua <strong>do</strong>r ou raiva. Como ela vai manifestar a sua raiva depende da personalidade e das<br />

características individuais.<br />

Algumas mulheres que têm dificuldade em se reconciliar com Deus podem primeiro aprofundar a sua<br />

relação com Nossa Senhora, como um primeiro passo no desenvolvimento de uma relação de confiança<br />

amorosa em Deus. Esteja ciente de que, embora para muitas mulheres este possa ser um excelente primeiro<br />

passo em direção à confiança em Deus, há outras que também encontram dificuldades em desenvolver uma<br />

relação com Maria pelo fato de que suas mães eram emocionalmente secas com elas ou, talvez, não as<br />

protegeram de abusos sofri<strong>do</strong>s em casa por estarem lidan<strong>do</strong> com seus próprios conflitos emocionais.<br />

Muitas mulheres podem sentir-se indignas <strong>do</strong> amor e <strong>do</strong> perdão de Deus. É importante falar muitas vezes<br />

sobre a misericórdia abundante e o amor terno de Deus. Um padre costumava dizer às mulheres que não<br />

existe sequer um de nós que não tenha aborta<strong>do</strong> a vontade de Deus em algum momento de nossas vidas. Esta<br />

é a base <strong>do</strong> peca<strong>do</strong>.<br />

“Quantas vezes eu pedi perdão a Deus,<br />

mas eu ainda o mantinha longe <strong>do</strong><br />

único cantinho escuro <strong>do</strong> qual eu tinha<br />

tanta vergonha — aquele em que eu<br />

permiti que tanta <strong>do</strong>r crescesse por três<br />

décadas. No <strong>Projeto</strong> <strong>Raquel</strong>, percebi o<br />

quanto eu fugia <strong>do</strong> amor de Deus —<br />

quanta misericórdia Ele tem por cada<br />

um de nós. Deus foi me fazen<strong>do</strong> cada<br />

dia mais forte. Eu me sinto bem comigo<br />

mesma pela primeira vez em 32 anos.<br />

Pela primeira vez nos últimos sete<br />

anos, eu parei completamente de tomar<br />

medicação para ansiedade. E a parte<br />

maravilhosa de todas essas mudanças é<br />

que elas estão vin<strong>do</strong> de dentro de mim.<br />

Se Deus me per<strong>do</strong>ou, quem sou eu para<br />

me condenar e não me per<strong>do</strong>ar?”<br />

Per<strong>do</strong>ar a Si Mesma<br />

A mulher que abortou precisa caminhar para a aceitação <strong>do</strong><br />

perdão que Deus quer derramar sobre ela ou que já derramou<br />

caso tenha busca<strong>do</strong> o sacramento da Reconciliação. Uma<br />

mulher que tenha uma história de abuso pode ter dificuldades<br />

nesta etapa <strong>do</strong> processo. Em sua visão, ela deixou de ser vítima<br />

e virou agressora. O padre/conselheiro pode precisar ajudá-la a<br />

resolver esses traumas anteriores, a fim de ajudá-la a resolver o<br />

trauma <strong>do</strong> aborto. Outra opção apropriada seria o<br />

encaminhamento a um profissional de saúde mental por meio<br />

<strong>do</strong> <strong>Ministério</strong> <strong>do</strong> <strong>Projeto</strong> <strong>Raquel</strong>.<br />

Caso ela tenha feito um estu<strong>do</strong> bíblico ou outra instrução<br />

religiosa na qual tenha aprendi<strong>do</strong> que per<strong>do</strong>ar a si mesmo não é<br />

possível, a mulher pode ficar confusa e sua cura pode ser<br />

bloqueada. Para que esteja verdadeiramente livre para aceitar o<br />

perdão de Deus, ela deve deixar de la<strong>do</strong> a vergonha e a autorecriminação.<br />

É preciso afirmar que a culpa é um sentimento<br />

valioso e útil para corrigir o comportamento erra<strong>do</strong>, mas<br />

também é preciso explicar que a vergonha é contraproducente e auto-prejudicial. Pensamentos<br />

fundamenta<strong>do</strong>s na vergonha levam a crer que "eu sou ruim porque eu errei e sou culpa<strong>do</strong>." A misericórdia<br />

divina proclama que não há peca<strong>do</strong> maior que Seu amor, e que é Sua vontade que ela aceite Seu perdão e


Pág. 20<br />

per<strong>do</strong>e a si mesma. A leitura das Escrituras pode ajudar na compreensão desta verdade. Por exemplo,<br />

Marcos 11,25 diz: "Quan<strong>do</strong> fordes orar, per<strong>do</strong>e aquele contra quem tiver uma reclamação, para que vosso<br />

Pai celeste, por sua vez, vos per<strong>do</strong>e as vossas ofensas". Isto pode levar algum tempo e prática. Pode ser<br />

conveniente explicar que quan<strong>do</strong> continuamos a nos condenar duramente depois de termos pedi<strong>do</strong> perdão a<br />

Deus estamos caminhan<strong>do</strong> ao la<strong>do</strong> <strong>do</strong> peca<strong>do</strong> <strong>do</strong> orgulho. Nós presumimos que sabemos mais <strong>do</strong> que Deus e<br />

colocamos limites em seu amor e misericórdia infinitos. A oração de S. Cláudio de la Colombière conclui<br />

com este pensamento consola<strong>do</strong>r:<br />

Nenhum peca<strong>do</strong>r, não importa o quão grandes sejam suas ofensas, deve ter motivo para pensar que não terá<br />

perdão. Se eu tiver gravemente ofendi<strong>do</strong> a Ti, Meu Senhor, não me deixes te ofender ainda mais por pensar que<br />

não sois bom o suficiente para me per<strong>do</strong>ar.<br />

Em sua "Carta de Proclamação de um Ano Sacer<strong>do</strong>tal", em 16 de junho de 2009, o Papa Bento XVI citou<br />

São João Maria Vianney diversas vezes como o modelo de padre confessor e apóstolo da misericórdia<br />

divina:<br />

―Não é o peca<strong>do</strong>r que regressa a Deus para implorar Seu perdão, mas o próprio Deus que corre atrás <strong>do</strong> peca<strong>do</strong>r<br />

e o faz voltar a Ele.‖ ―Este bom Salva<strong>do</strong>r é tão cheio de amor que nos procura por toda partes.‖<br />

To<strong>do</strong>s nós, sacer<strong>do</strong>tes, deveríamos sentir que nos tocam pessoalmente estas palavras que ele [o Cura d‘Ars]<br />

colocava na boca de Cristo: ―Encarregarei os meus ministros de anunciar aos peca<strong>do</strong>res que estou sempre pronto<br />

a recebê-los, que a minha misericórdia é infinita‖. De São João Maria Vianney, nós, sacer<strong>do</strong>tes, podemos<br />

aprender não só uma inexaurível confiança no sacramento da Penitência que nos instigue a colocá-lo no centro<br />

das nossas preocupações pastorais, mas também o méto<strong>do</strong> <strong>do</strong> ―diálogo de salvação‖ que nele se deve realizar. O<br />

Cura d‘Ars tinha maneiras diversas de comportar-se segun<strong>do</strong> os vários penitentes. Quem vinha ao seu<br />

confessionário atraí<strong>do</strong> por uma íntima e humilde necessidade <strong>do</strong> perdão de Deus, encontrava nele o<br />

encorajamento para mergulhar na ―torrente da misericórdia divina‖ que, no seu ímpeto, tu<strong>do</strong> arrasta e depura. E<br />

se aparecia alguém angustia<strong>do</strong> com o pensamento da sua debilidade e inconstância, temeroso por futuras quedas,<br />

o Cura d‘Ars revelava-lhe o mistério <strong>do</strong> amor de Deus com um discurso de comovente beleza: ―O bom Deus<br />

sabe tu<strong>do</strong>. Ainda antes de vos confessardes, já sabe que voltareis a pecar e todavia per<strong>do</strong>a-vos. Como é grande o<br />

amor <strong>do</strong> nosso Deus, que vai até ao ponto de esquecer voluntariamente o futuro, só para poder per<strong>do</strong>ar-nos!‖.<br />

Se a mulher parece incapaz de aceitar o perdão, sugira o exercício proposto a seguir. Seu objetivo é o autoperdão.<br />

Nos casos em que o aborto aconteceu anos antes, explique que o aborto segmenta a percepção da<br />

mulher sobre si mesma. A mulher que cometeu o aborto se distancia da mulher que está aqui hoje em busca<br />

de cura. Ela precisa pensar em quem era a mulher que cometeu o aborto e olhar para ela com compaixão,<br />

como Deus a vê. O que aconteceu com ela na juventude que a levou a se envolver em situações de relação<br />

sexual? Quais foram as circunstâncias de sua gravidez? Por que ela realizou o aborto? Talvez ela tenha feito<br />

mais de um aborto. Como isso aconteceu? Depois de pensar sobre isso, sugira que ela escreva uma carta<br />

para a mulher que cometeu o aborto e inclua nela todas as suas observações e percepções. Sugira que ela<br />

conclua a carta escreven<strong>do</strong> que per<strong>do</strong>a esta mulher, ou que está tentan<strong>do</strong> fazê-lo com a graça de Deus e a<br />

ajuda de seu confessor ou diretor espiritual. Outro méto<strong>do</strong> é fazer com que ela escreva uma carta de perdão a<br />

um amigo ou familiar para despertar os sentimentos envolvi<strong>do</strong>s neste processo. Algumas mulheres<br />

cresceram em famílias que incentivavam o rancor e viviam a falta de perdão. Famílias com casos de vícios<br />

ou abusos muitas vezes acabam ferin<strong>do</strong> seus membros devi<strong>do</strong> a esses problemas. Incentive-a a continuar<br />

oran<strong>do</strong> pela graça de poder per<strong>do</strong>ar a si mesma. Para alguns, este é um processo bastante lento; para outros,<br />

pode ajudar a alcançar o perdão e a libertação.


O Pai da Criança<br />

Pág. 21<br />

Também aqui é importante que você escute a mulher descrever o pai da criança abortada. Muitas vezes,<br />

coerção, pressão ou sutil persuasão influenciaram em grande parte sua decisão de abortar. O Padre Sears<br />

sugere que você ore com ela pelo pai da criança abortada, pedin<strong>do</strong> que ele receba o <strong>do</strong>m <strong>do</strong> arrependimento<br />

e o perdão de Deus. O aborto não recai apenas sobre a mãe, mas também sobre o relacionamento mãe, pai e<br />

filho. É preciso orar pela reconciliação de to<strong>do</strong>s os envolvi<strong>do</strong>s. (Para obter mais informações sobre o<br />

sofrimento <strong>do</strong>s homens em decorrência <strong>do</strong> aborto, veja a Seção II <strong>do</strong> presente manual, a partir da página 25.)<br />

Falar em Público<br />

Se a mulher diz que quer falar publicamente sobre o aborto, primeiro avalie quanto tempo se passou desde<br />

que ela foi curada. Em segun<strong>do</strong> lugar, identifique sua motivação para fazê-lo. Talvez seja necessário<br />

perguntar: ―Por que você quer fazer isso?‖ Se é uma tentativa de compensar o que ela fez, desencoraje-a de<br />

falar publicamente. Ela ainda não está curada se ainda estiver<br />

tentan<strong>do</strong> "compensar" o aborto. Em terceiro lugar, descubra se<br />

está se sentin<strong>do</strong> pressionada a falar, por outras pessoas ou por<br />

situações da comunidade (por vezes, comunidades, igrejas ou<br />

grupos necessitam de um palestrante para abordar o tema ou<br />

mesmo testemunhar em uma audiência pública). Em quarto<br />

lugar, ela deve responder às seguintes perguntas: quem pode<br />

acabar atingi<strong>do</strong> pela exposição pública da estória <strong>do</strong> aborto?<br />

Os envolvi<strong>do</strong>s sabem que o aborto será torna<strong>do</strong> público? Os<br />

envolvi<strong>do</strong>s se opõem à exposição da estória? É sempre contraindica<strong>do</strong><br />

que uma mulher que não esteja totalmente curada <strong>do</strong><br />

trauma <strong>do</strong> aborto apresente sua história ou testemunho em<br />

público.<br />

Se ela tem outros filhos, é preciso muita cautela. Pode ser que<br />

eles não falem honestamente sobre como se sentem porque<br />

não querem magoá-la. informações sobre o aborto também<br />

podem ser difíceis para uma criança, e isso pode desencadear<br />

culpa por terem sobrevivi<strong>do</strong>. A criança pode ser insultada<br />

pelos amigos, caso eles ouçam a mãe da criança falar sobre o<br />

aborto. A criança também pode não querer que seu passa<strong>do</strong> ou<br />

de sua mãe se torne conheci<strong>do</strong>. Isso pode ser um grande<br />

problema, especialmente para os a<strong>do</strong>lescentes.<br />

“Hoje, graças ao <strong>Projeto</strong> <strong>Raquel</strong>, eu<br />

sou uma pessoa diferente.<br />

Experimentar o poder <strong>do</strong> perdão é algo<br />

que eu não consigo expressar em<br />

palavras. Eu realmente me sinto mais<br />

leve. Meus ombros não estão mais<br />

pesa<strong>do</strong>s. O poder <strong>do</strong> perdão é capaz de<br />

mudar uma vida. Eu sempre me<br />

arrependerei da minha decisão e vou<br />

continuar a levar meu segre<strong>do</strong> comigo.<br />

Isso tornou-se uma parte de quem sou,<br />

mas já não define quem sou. Hoje, sou<br />

mãe, esposa e estudante de direito no<br />

terceiro ano. Preten<strong>do</strong>, em minha<br />

carreira jurídica, trabalhar com<br />

crianças e retribuir ao <strong>Projeto</strong> <strong>Raquel</strong>,<br />

ajudan<strong>do</strong> as mulheres que estão<br />

sofren<strong>do</strong> em silêncio com suas<br />

decisões.”<br />

A mulher que fez um aborto muitas vezes compartilha melhor sua estória de forma particular ou anônima.<br />

Algumas mulheres escutam outras falan<strong>do</strong> publicamente sobre o aborto e acreditam que devem fazer o<br />

mesmo para serem curadas. Dissipe esta idéia e incentive a mulher a ir com calma, refletir e orar antes de<br />

tomar uma decisão. Deus quer que ela seja livre para viver a vida que Ele a convida a viver.<br />

Um padre costumava pedir às mulheres que escrevessem uma carta anônima contan<strong>do</strong> suas estórias, que<br />

poderiam ser publicadas no boletim da Paróquia. Sempre que ele publicava uma dessas cartas anônimas,<br />

várias outras pessoas o procuvam para buscar a cura.


Pág. 22<br />

Se ela decidir falar publicamente na televisão ou escrever um blog, recomende que não inclua as palavras<br />

"<strong>Projeto</strong> <strong>Raquel</strong>" nem seu próprio nome. As mulheres que lerem podem erroneamente pensar que também<br />

terão de ir a público. O nome "<strong>Projeto</strong> <strong>Raquel</strong>" pode ser fala<strong>do</strong>, mas não deve aparecer na tela quan<strong>do</strong><br />

associa<strong>do</strong> a alguém que está contan<strong>do</strong> sua história pessoal.<br />

Questões em Curso e Oportunidades<br />

A mulher que atravessa um processo de cura pós-aborto ainda pode às vezes sentir-se tentada a acreditar que<br />

não foi per<strong>do</strong>ada por Deus. Ela pode ouvir uma vozinha dizen<strong>do</strong>: ―Que pessoa horrível você é‖. Esta não é a<br />

voz de Deus, mas uma tentação ao desespero. Incentive-a a responder com uma oração. Uma oração<br />

simples, como ―Jesus, tem misericórdia de mim‖ ou ―Senhor, ajuda-me‖, vai mantê-la na presença de Deus<br />

nesses momentos de tentação. Esta pessoa também pode ter luta<strong>do</strong> toda a sua vida contra uma baixa autoestima,<br />

e o aborto apenas confirmou quão desajustada ela realmente é e sempre será. Lembre-a de que to<strong>do</strong><br />

mun<strong>do</strong> faz escolhas ruins às vezes e que ela se arrependeu, abraçou o perdão de Deus e agora tem a<br />

oportunidade de viver uma vida mais saudável.<br />

Pode haver momentos em que algo vai lembrá-la de seu filho e ela vai se sentir muito triste. Isso pode<br />

ocorrer em uma formatura, casamento ou o nascimento <strong>do</strong> filho de um irmão ou de seus próprios filhos ou<br />

netos, por exemplo. Essa tristeza não significa que ela não está curada. Pelo contrário, é um sinal de que seu<br />

coração de mãe foi restaura<strong>do</strong> quan<strong>do</strong> Deus a curou. É muito natural sentir-se triste de vez em quan<strong>do</strong>,<br />

quan<strong>do</strong> perdemos um ente queri<strong>do</strong>. Mesmo que tenhamos passa<strong>do</strong> pela <strong>do</strong>r e alcança<strong>do</strong> a cura, estamos<br />

ainda na terra e, na nossa humanidade, sentimos saudades de nossos entes queri<strong>do</strong>s.<br />

Novas circunstâncias da vida podem causar a reabertura da ferida causada pelo aborto (por exemplo, um<br />

nascimento, um aborto espontâneo, a menopausa, nunca ter se casa<strong>do</strong>, nunca ter ti<strong>do</strong> filhos, ou ver seus<br />

amigos se tornarem pais ou avós). Incentive-a a encontrar alguém para conversar quan<strong>do</strong> isso acontecer.<br />

Pode ser um momento oportuno para voltar-se para o <strong>Ministério</strong> <strong>Projeto</strong> <strong>Raquel</strong>.<br />

Incentive-a a permanecer fiel na oração e nos sacramentos. Pode ser adequa<strong>do</strong> ensiná-la a oferecer seu<br />

sofrimento como um sacrifício em união a Cristo na cruz. Você pode sugerir que ela medite sobre as<br />

palavras de Santa Francisca Xavier Cabrini:<br />

Por que, querida filha, você perde tempo com tristeza quan<strong>do</strong> o tempo é tão precioso para a salvação <strong>do</strong>s pobres<br />

peca<strong>do</strong>res? Livre-se de sua melancolia imediatamente. Não pense mais sobre si mesma. Não se entregue a tantas<br />

reflexões inúteis e perigosas. Olhe sempre à frente, sem nunca olhar para trás. Mantenha o olhar fixo no cume da<br />

perfeição, onde Cristo espera por você...<br />

Carregue a sua cruz, mas com alegria, minha filha. Lembre-se que Jesus te ama muito. E, em troca de tanto<br />

amor, não se perca em tantos desejos, mas aceite com serenidade as circunstâncias da vida. 6<br />

Incentive-a a continuar o seu crescimento espiritual por meio da a<strong>do</strong>ração eucarística, da leitura das<br />

Escrituras e <strong>do</strong>s clássicos espirituais, rezan<strong>do</strong> o Rosário e o Terço da Divina Misericórdia, assistin<strong>do</strong> a<br />

programas católicos, ouvin<strong>do</strong> rádios católicas, participan<strong>do</strong> de retiros, e, se possivel, receben<strong>do</strong> orientação<br />

espiritual pessoal. Incentive-a a pedir a outros que orem por ela em sua igreja ou grupo de estu<strong>do</strong> bíblico.<br />

Pode ser que ela pense que agora tem muito mais energia e que já não precisa trabalhar a <strong>do</strong>r <strong>do</strong> aborto, que<br />

foi libertada. Incentive-a a colocar sua energia de afirmação da vida para trabalhar de maneira positiva. Um<br />

ótimo lugar para começar seria amar o seu cônjuge e filhos de uma maneira nova e melhor, envolven<strong>do</strong>-se<br />

em diversos ministérios da paróquia, ajudan<strong>do</strong> uma vizinha i<strong>do</strong>sa ou participan<strong>do</strong> de alguma atividade em<br />

favor da vida.<br />

6 ―Letter to a Sister in 1885,‖ in Voices of the Saints: A Year of Readings, edited by Bert Ghezzi (Chicago: Loyola Press, 2009), 702.


Caso você detecte comportamentos disfuncionais, discuta-os e<br />

encaminhe-a a um terapeuta da rede <strong>Projeto</strong> <strong>Raquel</strong> ou um que<br />

seja conheci<strong>do</strong> como conhece<strong>do</strong>r <strong>do</strong> impacto profundamente<br />

negativo <strong>do</strong> aborto sobre as mulheres e suas famílias.<br />

O encerramento <strong>do</strong> seu relacionamento com a mulher que<br />

esteve sob sua orientação é tão importante quanto a maneira<br />

como você começou seu trabalho com ela. Converse sobre a<br />

questão <strong>do</strong> encerramento desta jornada de cura com<br />

antecedência. Ajude-a a perceber que os problemas foram<br />

identifica<strong>do</strong>s e trata<strong>do</strong>s, que ela enfrentou com honestidade sua<br />

experiência de aborto, que o trabalho de luto foi inicia<strong>do</strong> e,<br />

talvez, concluí<strong>do</strong>, que ela tem trabalha<strong>do</strong> com seriedade o<br />

perdão, e que agora deve começar a reconciliar tu<strong>do</strong> o que<br />

aconteceu, com sua vida atual. Ela continua sen<strong>do</strong> mãe, mesmo<br />

de seu filho não nasci<strong>do</strong>, esperan<strong>do</strong> o encontro no Último Dia.<br />

Agradeça-a por permitir que você fosse seu companheiro nesta<br />

jornada de cura, e faça-a saber que estará disponível no futuro,<br />

caso ela decida trabalhar mais alguma questão relacionada ao<br />

aborto, ou se surgirem outras questões (se você estiver disposto<br />

e disponível para isso).<br />

A mulher que Abortou Recentemente e<br />

o Papel <strong>do</strong> Sacer<strong>do</strong>te<br />

Pág. 23<br />

"Eu terminei a reconciliação pósaborto<br />

oferecida pelo <strong>Projeto</strong> <strong>Raquel</strong><br />

há <strong>do</strong>is meses.<br />

Não consigo encontrar palavras para<br />

descrever como essa experiência foi<br />

maravilhosa. Fui ajudada a dissipar<br />

toda negação, raiva, mentiras, teimosia<br />

e lágrimas que estavam em meu<br />

coração. Dizer a você que eu pequei é<br />

fácil mas eu entristeci o meu Deus, e<br />

estava tão certa de que ele tinha vira<strong>do</strong><br />

as costas para mim! Como eu estava<br />

errada!<br />

Graças a este auxílio as muralhas<br />

vieram abaixo e deram lugar à<br />

compaixão, ao perdão, graça, fé e<br />

amor.<br />

Agradeço ao <strong>Projeto</strong> <strong>Raquel</strong>, pois com<br />

certeza foi uma bênção e mu<strong>do</strong>u a<br />

minha vida!"<br />

Se a mulher se aproxima de você durante o Sacramento da Reconciliação com uma recente experiência de<br />

aborto, é fundamental lembrar que ela ainda não pode compreender todas as conseqüências <strong>do</strong> seu peca<strong>do</strong>.<br />

Identifique em que ponto ela está, e confie que a graça <strong>do</strong> sacramento vai ajudá-la a passar pelo processo de<br />

cura. Muitas mulheres falam da incrível graça trazida pela primeira confissão, dan<strong>do</strong>-lhes coragem para<br />

continuar o processo de cura.<br />

Fale sobre sua coragem em se aproximar <strong>do</strong> sacramento. Ela muitas vezes vai colocar o peca<strong>do</strong> <strong>do</strong> aborto no<br />

meio de outros, na esperança de disfarçar e se livrar dele. Detenha-se no aborto, faça as perguntas que você<br />

precisar para determinar a culpabilidade. Diga-lhe que há ajuda disponível para processar esta perda quan<strong>do</strong><br />

ela estiver pronta. Explique que há uma ferida espiritual, cuidada no sacramento da Reconciliação, e uma<br />

ferida humana de uma mãe que perdeu um filho de uma forma traumática e antinatural. Acrescente que em<br />

algum momento ela vai precisar resolver esta parte da questão. O <strong>Projeto</strong> <strong>Raquel</strong> disponibiliza conselheiros<br />

profissionais, diretores espirituais, pessoal treina<strong>do</strong> e outros que podem ajudar no processo. É aconselhável<br />

ter no confessionário cartões com informações e contatos para que ela possa levar com ela. Assegure a ela o<br />

amor e a misericórdia de Deus e escolha uma adequada penitência, mas que tenha um término defini<strong>do</strong>.<br />

Como menciona<strong>do</strong> anteriormente, estas mulheres podem se tornar muito escrupulosas.<br />

Se uma mulher continua voltan<strong>do</strong> para confessar o aborto, é sinal de que ela ainda não concluiu a fase<br />

humana de seu luto, e seria prudente discutir isso com ela. Ela não pode sentir o perdão de Deus quan<strong>do</strong> está<br />

cheia de tristeza e culpa. Você pode gentilmente explicar isso a ela e ajudá-la a encontrar alguém por meio<br />

<strong>do</strong> <strong>Projeto</strong> <strong>Raquel</strong> que possa ser uma companhia até o fim da jornada.<br />

A mulher que abortou há pouco tempo pode não ser ainda capaz de abraçar a verdade sobre a perda de seu<br />

filho. Pode ser que você não seja capaz de conduzi-la através das etapas de orientação espiritual pós-aborto<br />

descritas sob o título ―O Papel <strong>do</strong> Sacer<strong>do</strong>te no Aconselhamento e Cura Pós-Aborto‖ (página 12), uma vez<br />

que elas abordam a situação das mulheres que são emocionalmente mais maduras e cujos abortos são menos<br />

recentes. Levantar rápi<strong>do</strong> demais a questão de seu filho morto pode levá-la a depressão, confusão emocional,<br />

ou pensamentos suicidas.


O Papel <strong>do</strong> Sacer<strong>do</strong>te<br />

Junto a Quem Abortou Depois de Receber<br />

um Diagnóstico Pré-natal Desfavorável<br />

Pág. 24<br />

Não há absolutamente nenhuma controvérsia sobre a devastação psicológica causada pelo aborto de uma<br />

criança "desejada", especialmente com uma anomalia fetal. A literatura científica é universal em afirmar o<br />

trauma <strong>do</strong> aborto nessas circunstâncias.<br />

Mulheres (ou casais), que sucumbiram à persuasão médica para acabar com a vida de sua criança com<br />

deficiência vivenciam um complexo conjunto de sentimentos, incluin<strong>do</strong> raiva (de si mesmas, de Deus e de<br />

outros), descrença, ambivalência em relação ao médico, mágoa de que Deus as aban<strong>do</strong>nou em um momento<br />

de necessidade, confusão sobre a decisão de abortar, e ondas de choque de apatia emocional. É claro que o<br />

que aconteceu foi erra<strong>do</strong>, mas ternura é a chave para ajudar essas mães (ou casais).<br />

Considere a possibilidade de oferecer uma oração pelo bebê para ajudar a mãe a alcançar o encerramento <strong>do</strong><br />

processo. Ela pode não saber onde o corpo da criança foi enterra<strong>do</strong>, se foi enterra<strong>do</strong> ou se foi elimina<strong>do</strong><br />

como lixo hospitalar. Em muitas destas circunstâncias, a gravidez foi desejada. Ela e o pai <strong>do</strong> bebê podem<br />

ter vivi<strong>do</strong> em um esta<strong>do</strong> de terror e sofrimento em to<strong>do</strong> o processo de diagnóstico. Ofereça-se para falar com<br />

o casal e falar sobre como os homens geralmente passam pelo processo de luto de forma diferente das<br />

mulheres. Converse com o pai quan<strong>do</strong> a mulher não estiver presente e pergunte como ele está se sentin<strong>do</strong>.<br />

Se ela estiver presente, ele pode cobrir seus sentimentos e se concentrar apenas em proteger e cuidar dela.<br />

Reservadamente, um homem pode falar com outro homem e estar disposto a reconhecer sua perda.<br />

Você pode ser chama<strong>do</strong> a estar pastoralmente presente em uma situação desconfortável. À luz da crescente<br />

quantidade de testes já disponíveis para determinar a saúde <strong>do</strong> nascituro, você pode se deparar com pais que<br />

foram pegos em situações arrasa<strong>do</strong>ras e que tomaran decisões trágicas.<br />

Claramente, nas histórias das Escrituras que relatam situações de Jesus com as mulheres, sua resposta era<br />

sempre terna; ele as curava e as convidava para uma nova vida. Ninguém sai ganhan<strong>do</strong> quan<strong>do</strong> a nossa<br />

resposta é dura ou preconceituosa. Isso pode afastar as pessoas da Igreja, ao invés de chamá-las à conversão.<br />

Muitas vezes, casais cujos médicos recomendaram o aborto devi<strong>do</strong> a um grave diagnóstico pré-natal<br />

procuram o conselho de seu pastor antes de decidir abortar ou levar a gravidez adiante. Sugestões sobre<br />

como aconselhar esses casais são apresentadas no Apêndice A deste manual, a partir da página 83, que<br />

também apresenta recursos úteis para to<strong>do</strong>s os pais de crianças com deficiências fatais ou graves.


Seção <strong>do</strong>is<br />

PAIS


Como Compreender as Consequências <strong>do</strong> Aborto<br />

para o Pai da Criança Abortada<br />

Pág. 27<br />

Quan<strong>do</strong> as pessoas pensam em aborto, pensam como uma questão da mulher. Mas, obviamente, a gravidez<br />

ocorre com o envolvimento entre uma mulher e um homem. O aborto pode ter um impacto profun<strong>do</strong> sobre o<br />

pai da criança abortada. Quan<strong>do</strong> as pessoas pensam sobre o papel <strong>do</strong>s homens no aborto, geralmente<br />

parecem pensar sobre o estereótipo <strong>do</strong> homem que obrigou o aborto ou que aban<strong>do</strong>nou a mãe de seu filho.<br />

Isso é apenas um <strong>do</strong>s muitos papéis possíveis que os pais podem ter ti<strong>do</strong> na decisão de abortar. O impacto <strong>do</strong><br />

aborto sobre o pai depende, em grande parte, <strong>do</strong> papel que desempenhou. Observe que alguns homens<br />

estiveram envolvi<strong>do</strong>s em abortos múltiplos, cada um em uma situação diferente. Devi<strong>do</strong> a isso, o<br />

sacer<strong>do</strong>te/conselheiro deve ser sensível a estes múltiplos cenários e incentivar o homem a falar sobre o<br />

aborto, ou sobre cada aborto, em detalhes, incluin<strong>do</strong> as circunstâncias anteriores ao aborto. Algumas das<br />

diferentes situações de envolvimento e algumas das diferentes reações <strong>do</strong>s homens estão descritas abaixo.<br />

O pai que foi terminantemente contra o aborto e tentou impedi-lo<br />

Este homem tentou impedir o aborto, talvez oferecen<strong>do</strong>-se para criar o filho ou para casar-se com a<br />

companheira, caso ainda não fosse casa<strong>do</strong>. Ele recebeu bem a paternidade, estava anima<strong>do</strong> e se preparan<strong>do</strong><br />

para se tornar pai. Pode ser que ele tenha uma resposta imediata e avassala<strong>do</strong>ra à perda de seu filho. É difícil<br />

para ele separar os sentimentos que está vivencian<strong>do</strong> — que incluem tristeza, culpa, raiva e um sentimento<br />

de impotência masculina — porque ele foi incapaz de proteger sua companheira ou seu filho. Se eles agora<br />

estão separa<strong>do</strong>s, pode ser que ele faça repeti<strong>do</strong>s contatos com a companheira para tentar entender por que o<br />

aborto ocorreu ou fazer um esforço para salvar o relacionamento e ter "algo" que sobrou após a perda de seu<br />

filho. Este é um exemplo de um "vínculo de trauma", que pode persistir ao longo de toda a vida. Mas isso<br />

não significa que ele deva se reaproximar da mãe de seu filho aborta<strong>do</strong>. Pode ser necessário incentivá-lo a<br />

cessar as tentativas de manter contato com ela ou parar de fantasiar sobre uma reconciliação. Este<br />

comportamento de alguns homens que se sentem compeli<strong>do</strong>s a se reconciliar com a companheira sexual<br />

pode ser visto como perseguição ou levar à violência, em alguns casos.<br />

O pai que se opôs ao aborto, mas não se esforçou muito para evitá-lo<br />

Este pai pode ter inicialmente si<strong>do</strong> contra o aborto, mas depois deixou de expressar sua posição ou a força de<br />

seus sentimentos. Ele também pode ter uma reação imediata de tristeza, mágoa, raiva e a sensação de não ser<br />

capaz de proteger aqueles a quem ele deve proteger. Ele pode sentir raiva, mas não uma raiva plena ou as<br />

emoções fortes acima mencionadas.<br />

O pai que primeiro apoiou a decisão de abortar e depois mu<strong>do</strong>u de idéia, mas cuja companheira levou<br />

o aborto adiante<br />

Ele pode sentir-se profundamente responsável porque concor<strong>do</strong>u inicialmente com o aborto. Esta situação<br />

parece acontecer com mais freqüência dentro de casamentos e pode se tornar um problema que interfere na<br />

confiança básica <strong>do</strong> casal e na intimidade <strong>do</strong> relacionamento. É comum que os sentimentos piorem e<br />

resultem em distanciamento. Pode ser que ele não diga nada durante décadas, mas secretamente sinta<br />

mágoas da esposa. O assunto se torna o ―assunto proibi<strong>do</strong>‖ entre eles no casamento.


O pai que parecia ser neutro com relação ao aborto<br />

Pág. 28<br />

Ele parecia apoiar qualquer que fosse a decisão da mulher, embora possa ter si<strong>do</strong> secretamente contra o<br />

aborto, mas sentiu-se pressiona<strong>do</strong> pela sociedade a apoiar a decisão de abortar. Ou ele pode ter acha<strong>do</strong> a<br />

decisão conveniente para si naquele momento de sua vida.<br />

Incapaz de articular o que realmente sente, pode reagir com tristeza, mágoa, raiva ou um sentimento de não<br />

ser capaz de proteger aqueles a quem deve proteger. O homem que realmente concor<strong>do</strong>u com o aborto ou<br />

que ficou neutro pode não sentir nenhuma reação até anos mais tarde. Às vezes, o aborto surge à meia idade<br />

— em uma conversão religiosa, um tratamento psicoterápico ou tratamento de dependência química, ou<br />

quan<strong>do</strong> ele é pai novamente. O tempo não cura todas as feridas, mas pode trazer a visão de existem feridas e<br />

que precisam de cura.<br />

O pai que aban<strong>do</strong>nou a mulher em face da gravidez<br />

O homem que aban<strong>do</strong>nou sua companheira e filho pode não se sentir incomoda<strong>do</strong> pelo aborto ou pode, mais<br />

tarde, se sentir incomoda<strong>do</strong> apenas pelo fato de que ele não conseguiu apoiar a mulher. Este homem pode ter<br />

ti<strong>do</strong> várias experiências de aborto em situações semelhante. Ele pode ter problemas significativos de<br />

responsabilidade pré-aborto, baixa auto-estima, me<strong>do</strong> da dependência, sentimentos de aban<strong>do</strong>no da família<br />

de origem ou uma personalidade narcisista.<br />

O pai que forçou a decisão de abortar ou ameaçou retirar o apoio se o aborto não fosse realiza<strong>do</strong><br />

O homem que forçou a decisão de abortar pode ter ti<strong>do</strong> muitas perdas decorrentes de aborto em sua vida,<br />

assim como muitos relacionamentos fracassa<strong>do</strong>s em seu passa<strong>do</strong>. A mulher que é forçada a uma decisão de<br />

abortar pode ter uma reação adversa imediata, a qual pode não se sentir confortável em verbalizar por me<strong>do</strong><br />

de ataques ou de maus tratos. Qualquer sentimento que a mulher tenha pode ser considera<strong>do</strong> irrelevante para<br />

este tipo de homem, que pouco se importa e tem barreiras emocionais e problemas de controle. O aborto é<br />

visto como uma "liberdade" para um homem assim. Ele pode apenas friamente dizer "vire a página" se ela<br />

tentar falar sobre seus sentimentos negativos. O incômo<strong>do</strong> da mulher pode frustrá-lo e ele pode encarar isto<br />

como "permissão" suficiente para terminar o relacionamento e seguir em frente.<br />

O pai que só foi avisa<strong>do</strong> sobre o aborto depois que ele ocorreu<br />

Ele pode reagir com <strong>do</strong>r e confusão por sua companheira não ter discuti<strong>do</strong> o assunto e ter toma<strong>do</strong> uma<br />

decisão unilateral. Às vezes, ele descobre muito depois, por meio dela ou de outra pessoa. Ele pode<br />

experimentar muitas emoções conflitantes, lutan<strong>do</strong> com a fragilidade de seu relacionamento, falta de<br />

confiança, tristeza, além de raiva e sentimentos de vingança. Sentimentos ambiguos são muito comuns<br />

nestes casos, o que pode contribuir para a instabilidade ou dissolução <strong>do</strong> relacionamento.<br />

O pai que nunca teve certeza de que ocorreu um aborto, mas que, ao ouvir uma descrição das<br />

consequências <strong>do</strong> aborto nas mulheres, reconhece os sintomas de uma ex-companheira<br />

Este homem se questiona se foi responsável pela concepção de uma criança, mas ele não pode ter cereza de<br />

que a gravidez ocorreu. Isso pode levar a muitas perguntas não respondidas e sentimentos conflitantes.


Pág. 29<br />

Se acontecer algo que tenha impacto sobre sua capacidade de ter filhos no futuro, como um câncer de<br />

testículo, ele pode sentir que sua única chance de paternidade biológica foi extinta para sempre. Se ele já não<br />

é capaz de ter filhos, incentive-o a considerar a a<strong>do</strong>ção.<br />

O homem cuja esposa teve uma experiência de aborto com outra pessoa antes de seu casamento<br />

Este homem pode estar envolvi<strong>do</strong> nas emoções confusas de sua esposa relacionadas ao aborto anterior. Ele<br />

pode não ter si<strong>do</strong> informa<strong>do</strong> sobre o aborto antes de se casarem e pode estar confuso com a aflição de sua<br />

companheira e muito preocupa<strong>do</strong> com seu bem-estar. Ele também pode sentir falta de confiança se ela optou<br />

por não divulgar essas informações importantes antes de se casarem. Alguns homens relatam que se sentem<br />

manipula<strong>do</strong>s e sentem dificuldades em respeitar a companheira. O perdão é fundamental neste cenário, mas<br />

não é uma simples declaração, nem um processo simples. Ele pode se perguntar "o que mais ela escondeu de<br />

mim"?<br />

Reações Psicológicas e Comportamentais Comuns<br />

observadas em Pais de Crianças Abortadas<br />

Pais de crianças abortadas podem experimentar algumas das seguintes reações ao aborto de uma<br />

companheira:<br />

Raiva ou Ira<br />

A raiva pode ser internalizada (ligada à falta de comunicação e depressão) ou externada (evidenciada por<br />

uma atitude agressiva com os outros). A expressão da ira ou raiva pode tomar a forma de xingamentos,<br />

comunicação desrespeitosa, gritos, críticas etc. Quan<strong>do</strong> colocada para fora, a raiva ou ira pode desencadear<br />

um impulso de agredir alguém fisicamente, incluin<strong>do</strong> a namorada/esposa envolvida na perda causada pelo<br />

aborto.<br />

Prejuízo da Auto-Imagem Masculina<br />

De muitas maneiras, os homens se sentem responsáveis por aqueles que amam, e parte dessa<br />

responsabilidade é protegê-los <strong>do</strong> perigo. Depois de um aborto, os homens podem sentir que falharam em<br />

sua obrigação de proteger sua companheira sexual ou filho. Essa reação pode ser psicologicamente<br />

desmoralizante e sexualmente incapacitante, o que pode levar os homens a se consumirem neste sentimento<br />

e a terem uma sensação de impotência.<br />

Impotência<br />

Uma perda causada por um aborto pode interferir nas funções sexuais de ambos os companheiros, incluin<strong>do</strong><br />

a frequência das relações sexuais, tipos de comportamentos sexuais e dificuldades de excitação. Para os<br />

homens, a impotência é um problema significativo, em e por si mesmo, que ocorre naturalmente com a idade<br />

ou como resulta<strong>do</strong> de condições médicas. A perda da potência sexual tem um impacto sobre o homem em<br />

sua essência e prejudica seu senso de auto-estima e sua identidade.<br />

Grave Preocupação com a Companheira e seu Bem-estar<br />

A preocupação com a companheira pode levar um homem a buscar informações sobre as consequências <strong>do</strong><br />

aborto para as mulheres. Ele pode tentar incentivá-la a procurar ajuda profissional por causa <strong>do</strong>s sintomas<br />

que ele considera estarem presentes como resulta<strong>do</strong> <strong>do</strong> aborto.


Pág. 30<br />

Se ela se recusar, alguns homens podem ficar irrita<strong>do</strong>s e exigir que ela procure ajuda. Ele terá de ser<br />

conduzi<strong>do</strong> a ver que a cura <strong>do</strong> aborto ocorre como um processo e que ela pode estar resistente — não porque<br />

não o ame, mas porque está assustada de ter que enfrentar seus próprios me<strong>do</strong>s e o trauma/tragédia que<br />

experimentou. O homem precisa saber que, até que ela esteja pronta para fazer o luto necessário para a cura,<br />

o melhor que ele pode fazer é ser paciente e compreensivo.<br />

Incapacidade de se Comunicar com Sua Companheira Sobre suas Experiências<br />

A comunicação pode ser rompida após um aborto. Mulheres e homens respondem à <strong>do</strong>r de maneiras<br />

diferentes. Por exemplo, um companheiro pode estar numa luta interior sem o conhecimento <strong>do</strong> outro.<br />

Algumas expressões que dificultam a comunicação podem acabar sen<strong>do</strong> utiliza<strong>do</strong>s, tais como: "Por que você<br />

não supera logo isso?". Obviamente, tais atitudes são contraproducentes e tendem a aumentar o conflito ao<br />

invés de diminuí-lo.<br />

Uso e Abuso de Produtos Químicos (Consumo Excessivo de Álcool ou Drogas)<br />

Este é um mecanismo comum de enfrentamento utiliza<strong>do</strong> por muitos homens. Alguns procuram a ajuda <strong>do</strong>s<br />

Alcoólicos Anônimos ou outros programas de tratamento. Se alguém está trabalhan<strong>do</strong> com um homem no<br />

Quinto Passo <strong>do</strong> programa (no qual o homem revela em detalhes seus defeitos e os erros <strong>do</strong> passa<strong>do</strong>), a<br />

questão <strong>do</strong> aborto deve ser levantada. Sem o enfrentamento <strong>do</strong> problema, a recuperação pode ser<br />

prejudicada.<br />

Comportamentos de Risco<br />

Condução de automóveis ou motocicletas em alta velocidade, pára-quedismo, rapel e asa delta podem ser<br />

produtos de frustração e raiva associa<strong>do</strong>s a luto não resolvi<strong>do</strong> de uma experiência de aborto. Pais que se<br />

opunham ao aborto podem ameaçar ou de fato tentar suicídio.<br />

Angústia e Tristeza<br />

As reações emocionais <strong>do</strong>s homens podem pegá-los de surpresa. Em nossa cultura, os homens podem ter<br />

dificuldade em articular seus sentimentos. Isso geralmente é reprova<strong>do</strong> pela sociedade, principalmente<br />

quan<strong>do</strong> os sentimentos experimenta<strong>do</strong>s incluem a vulnerabilidade trazida pela <strong>do</strong>r e a tristeza. Os homens<br />

não se preparam para este tipo de sentimento e normalmente têm dificuldades de lidar com eles, pois<br />

geralmente não têm amigos próximos com quem possam partilhar e têm vergonha de procurar<br />

aconselhamento ou outras formas de ajuda. Para alguns homens, o sofrimento pode assumir a forma de<br />

<strong>do</strong>enças psicossomáticas.<br />

Pensamentos Obsessivos sobre a Criança Abortada<br />

Alguns homens descrevem os pensamentos intrusivos sobre a criança abortada como indeseja<strong>do</strong>s ou até<br />

mesmo torturantes. Eles podem surpreender-se olhan<strong>do</strong> compulsivamente para bebês e para pais com seus<br />

filhos. Pensamentos obsessivos e comportamentos compulsivos podem se tornar um problema se não forem<br />

resolvi<strong>do</strong>s e trata<strong>do</strong>s.<br />

Pesadelos nos quais Alguém ou Algo Vulnerável está Sen<strong>do</strong> Ameaça<strong>do</strong><br />

Os pesadelos podem representar cenas de pais e filhos, conten<strong>do</strong> elementos de perigo e de resgate de uma<br />

criança, ou de uma tentativa frustrada de impedir a morte da criança. Os pesadelos são muitas vezes sobre<br />

animais ameaça<strong>do</strong>res de grande porte, como um tubarão ou leão, que está ameaçan<strong>do</strong> um animal ou pessoa<br />

menores e vulneráveis, e não há nada que o homem possa fazer no sonho para proteger este ser vulnerável.<br />

O homem pode despertar suan<strong>do</strong> frio e com uma sensação de desgraça iminente sobre ele. Sentimentos de<br />

impotência, incapacidade e limitação pessoal são comuns.


Desejo de ter Outra Criança e Comportamento Subseqüente para Tentar Alcançar esse Objetivo<br />

Pág. 31<br />

O desejo de uma gravidez de substituição não é incomum nem para homens, nem para mulheres. É uma<br />

maneira de desfazer o trauma <strong>do</strong> aborto. Querer voltar a engravidar a companheira que abortou pode tornarse<br />

quase uma obsessão. Este desejo também pode se expandir para a fecundação de outra mulher. Se surgir<br />

infertilidade, o homem pode acreditar que está sen<strong>do</strong> puni<strong>do</strong> por seu envolvimento passa<strong>do</strong> em um aborto.<br />

Ideação Suicida (Pensar em Cometer Suicídio)<br />

Em alguns casos, jovens <strong>do</strong> ensino médio ou em idade universitária que se envolveram em um aborto podem<br />

tentar ou de fato cometer suicídio. Normalmente, apenas um amigo próximo fica saben<strong>do</strong> <strong>do</strong> aborto,<br />

enquanto que a família não toma conhecimento. Há relatos de pactos de suicídio, às vezes bem sucedi<strong>do</strong>s, às<br />

vezes não, por parte de casais que estavam desesperança<strong>do</strong>s após um aborto.<br />

Maus Tratos Emocionais e/ou Agressão Física ao Cônjuge<br />

Parece haver uma predisposição <strong>do</strong>s indivíduos com histórico de aborto para encontrar companheiros com a<br />

mesma história. A nova companheira <strong>do</strong> homem pode lembrá-lo da mulher que abortou seu filho contra sua<br />

vontade, e ele pode recordá-la <strong>do</strong> antigo namora<strong>do</strong>, que insistiu que ela fizesse um aborto. Essa<br />

predisposição pode ser uma tentativa de assegurar algum controle ou <strong>do</strong>mínio sobre uma experiência de<br />

aborto passa<strong>do</strong>, sem que o homem ou a mulher tenham consciência dessa necessidade.<br />

Quan<strong>do</strong> a comunicação se deteriora dramaticamente, a honestidade torna-se impossível, o respeito pelos<br />

sentimentos <strong>do</strong> outro é perdi<strong>do</strong> e a relação fica sob risco de fracasso. Neste ponto, não é difícil entender que<br />

as frustrações e os problemas de controle possam colidir e explodir em forma de agressão física ou<br />

emocional. Para muitos, esta espiral descendente termina com o divórcio.<br />

Ativismo Pró-vida<br />

O homem pode sentir que estará redimin<strong>do</strong> seu envolvimento num aborto caso se torne ativo em trabalhos<br />

pró-vida e lute para salvar os outros deste erro. Esta atitude deve ser desestimulada, a menos que ele já tenha<br />

resolvi<strong>do</strong> suas próprias dificuldades relacionadas ao aborto. Um trabalho pró-vida pode ser bom, contanto<br />

que não haja uma necessidade <strong>do</strong>entia ou desequilibrada. As mesmas questões levantadas para a mulher na<br />

seção anterior são aplicáveis aos homens que se envolveram em um aborto e querem "ir a público" ou<br />

tornar-se ativos no movimento pró-vida.<br />

Observações Adicionais<br />

Alguns homens relatam sofrer grande ansiedade quan<strong>do</strong> sua companheira engravida novamente e continuam<br />

ansiosos até que o bebê nasça. Alguns deles descrevem-se como pais excessivamente protetores, com tanto<br />

me<strong>do</strong> de que algo aconteça aos filhos que sua preocupação se torna prejudicial ao desenvolvimento normal<br />

da criança. Alguns se dizem emocionalmente invasivos na vida de seus filhos, outros emocionalmente<br />

distantes, mas superprotetores. Alguns homens relatam tornar-se o principal guardião da criança, afastan<strong>do</strong><br />

a mãe e ten<strong>do</strong> reações exageradas às ocorrências normais da infância. Por exemplo, um resfria<strong>do</strong> ou<br />

minúsculo corte poderia acabar em uma visita à sala de emergência de um hospital.


Pág. 32<br />

Muito raramente, o homem pode agir de formas socialmente destrutivas: colocar fogo na igreja, cometer<br />

assassinato ou suicídio ou atacar uma clínica de aborto.<br />

Alguns homens se envolvem em ver pornografia e se tornam vicia<strong>do</strong>s em sexo após uma perda causada por<br />

aborto. No mundinho fecha<strong>do</strong> destes homens, isso proporciona alívio e aparentemente cobre a angústia com<br />

a busca <strong>do</strong> prazer. O resulta<strong>do</strong>, porém, é redução da auto-estima, depressão devi<strong>do</strong> à incapacidade de parar e<br />

aumento de comportamentos de risco, que podem fugir <strong>do</strong> controle e ter consequências avassala<strong>do</strong>ras.<br />

Quan<strong>do</strong> os homens estão prontos para identificar a questão mais profunda que os incomoda depois de um<br />

aborto, identificam a perda de paternidade.<br />

Vincent Rue, PhD e investiga<strong>do</strong>r pioneiro no campo da relação <strong>do</strong>s homens com o aborto, observou que ―<br />

homens ficam de luto pelo aborto, mas são mais propensos a negar sua <strong>do</strong>r ou internalizar seus sentimentos<br />

de perda, em vez de expressá-los abertamente... Quan<strong>do</strong> os homens expressam sua <strong>do</strong>r, tentam fazê-lo das<br />

formas 'masculinas' culturalmente aceitas, ou seja, com raiva, agressividade, controle. Geralmente os<br />

homens sofrem sozinhos após o aborto. Por causa disso, seus pedi<strong>do</strong>s de ajuda podem muitas vezes passar<br />

despercebi<strong>do</strong>s e ignora<strong>do</strong>s por aqueles que os rodeiam‖. Dr. Rue acrescenta: ―Um homem que se sente<br />

culpa<strong>do</strong> e atormenta<strong>do</strong> não ama nem aceita amor tão facilmente. Sua preocupação com a companheira, sua<br />

negação de si mesmo e seus sentimentos implacáveis de vazio pós-aborto podem até mesmo anular a melhor<br />

das intenções. Seu sentimento de culpa pode impedi-lo de buscar apoio, compaixão ou afeto. Ele acaba<br />

‗esquecen<strong>do</strong>‘ como retribuir estes sentimentos‖ (Rue e Tellefsen 1996).


COMO MINISTRAR A HOMENS<br />

FERIDOS PELO ABORTO<br />

Pág. 33<br />

Algumas vezes, o homem que se envolveu em um aborto faz contato com um orienta<strong>do</strong>r, como, por<br />

exemplo, um conselheiro <strong>do</strong> <strong>Projeto</strong> <strong>Raquel</strong>, sob o pretexto de procurar apoio para a companheira ou de<br />

tentar entender o processo pelo qual a companheira está passan<strong>do</strong>. Se ele está em busca de materiais a<br />

respeito <strong>do</strong> pós-aborto, pergunte se é para ele mesmo ou para a companheira. Se for para a companheira,<br />

pergunte: ―Você é o pai?‖. É difícil para ele falar sobre isso, mas é fundamental ter consciência de que os<br />

homens podem sofrer após uma perda por aborto. Você pode perguntar: ―Como eu posso ajudar você?‖.<br />

Também seria útil identificar se esta é a sua primeira experiência de aborto. Escutá-lo e afirmar a<br />

paternidade dele pode ajudar bastante.<br />

O SACRAMENTO DA RECONCILIAÇÃO<br />

Leia as páginas 9 a 24 sobre ―Ministran<strong>do</strong> para Mães que Sofrem com o Aborto‖. Boa parte <strong>do</strong> material<br />

daquela seção servirá para os homens também. Para ajudar a entender a profundidade <strong>do</strong> amor de Deus e<br />

Sua prontidão em per<strong>do</strong>ar peca<strong>do</strong>res arrependi<strong>do</strong>s, a Parábola <strong>do</strong> Filho Pródigo (Lc 15, 11-32) é<br />

particularmente benéfica para os homens meditarem.<br />

O PAPEL DO PADRE NO MINISTÉRIO<br />

PARA HOMENS FERIDOS PELO ABORTO<br />

Os homens podem se beneficiar <strong>do</strong>s mesmos passos básicos de cura que estão descritos na seção anterior<br />

sobre aconselhamento a mulheres, começan<strong>do</strong> com ―O processo‖, na página 15.<br />

O primeiro passo crucial na cura começa com o pai ―pós-aborto‖ contan<strong>do</strong> a sua história. O Padre Martin<br />

Pable, OFM Cap., em seu livro Cura para sua alma: Um guia para pais após um aborto 7 sugere áreas que<br />

devem ser exploradas. Se o pai fornecer uma versão resumida da experiência <strong>do</strong> aborto, estas questões<br />

podem ser levantadas para ajudá-lo a compartilhar sua história de forma mais completa:<br />

Qual era a sua idade e seu esta<strong>do</strong> matrimonial na época?<br />

O que o levou a decidir pelo aborto?<br />

Qual foi a sua participação nesta decisão?<br />

Você pagou pelo aborto?<br />

Você acompanhou sua companheira até a clínica de aborto?<br />

Como você se sentiu depois e o que você fez?<br />

Em que senti<strong>do</strong>, se é que houve algum, o aborto afetou a sua percepção de si mesmo? E a<br />

sua vida de lá pra cá?<br />

Como o aborto afetou seu relacionamento com a mulher?<br />

Como o aborto afetou seu relacionamento com Deus e a sua prática religiosa?<br />

7 Healing for Your Soul: A Guide for Post-Abortion Fathers


Pág. 34<br />

Os homens que escolhem fazer esse ―inventário moral sem me<strong>do</strong>‖, como dizem nos Alcoólicos Anônimos,<br />

contam que é como se um enorme peso fosse retira<strong>do</strong> de seus ombros.<br />

O pai também deve ser encoraja<strong>do</strong> a dar nome ao seu filho, assim a criança torna-se uma pessoa para ele, e<br />

não uma criança genérica e abstrata. Pais são pais para sempre, mesmo se a criança morreu antes <strong>do</strong> parto.<br />

O pai ―pós-aborto‖ precisa entender que Deus está pronto para per<strong>do</strong>á-lo por meio <strong>do</strong> Sacramento da<br />

Reconciliação e que ele precisa aceitar o perdão de Deus. Os Evangelhos estão repletos de trechos em que<br />

Jesus per<strong>do</strong>a peca<strong>do</strong>res. Além da Parábola <strong>do</strong> Filho Pródigo e de várias passagens de Jesus per<strong>do</strong>an<strong>do</strong><br />

mulheres arrependidas, Jesus disse ao homem paralítico: ―Meu filho, coragem! Teus peca<strong>do</strong>s te são<br />

per<strong>do</strong>a<strong>do</strong>s‖ (Mt, 9,2). O padre Pable também remete os homens a uma passagem <strong>do</strong> Profeta Miquéias: ―Qual<br />

é o Deus como vós, que apaga a iniqüidade e per<strong>do</strong>a o peca<strong>do</strong>... jogai nossos peca<strong>do</strong>s nas profundezas <strong>do</strong><br />

mar‖ (7, 18-19).<br />

É importante que o pai ―pós-aborto‖ peça perdão à mãe da criança, se suas palavras ou ações (ou silêncio<br />

inércia) contribuíram para a decisão dela de abortar o bebê. Se eles forem casa<strong>do</strong>s, a sua humildade e<br />

benevolência em pedir perdão podem aproximá-los emocionalmente e fortalecer o laço matrimonial. Se a<br />

mãe <strong>do</strong> filho aborta<strong>do</strong> não faz mais parte da vida dele, expressar remorso e pedir perdão fica mais<br />

complica<strong>do</strong>. Ela pode não aceitar a entrada dele em sua vida, especialmente se ela estiver casada e a família<br />

dela desconhecer o fato <strong>do</strong> aborto. Independente de este contato ser aconselhável ou não, o pai pode oferecer<br />

Missas e orações pela cura da mãe.<br />

O homem que se opôs à decisão <strong>do</strong> aborto deve ser aconselha<strong>do</strong> a per<strong>do</strong>ar sinceramente a mãe de seu filho.<br />

O homem que coagiu sua parceira sexual a praticar um aborto precisa per<strong>do</strong>ar a si mesmo também.<br />

É importante lembrar que um homem que se envolveu em um aborto pode ter problemas com o seu próprio<br />

pai, como, por exemplo, aban<strong>do</strong>no por divórcio ou morte. Ele pode estar sofren<strong>do</strong> profundamente e é<br />

importante ajudá-lo a entender este processo de luto. Os homens têm dificuldade de entender e aceitar os<br />

sentimentos de luto; querem consertá-lo, mas não conseguem.<br />

O pai ―pós-aborto‖ deve pedir o perdão de seu filho, escreven<strong>do</strong>-lhe uma carta, caso se sinta inclina<strong>do</strong> a<br />

fazer isso. Uma expressão tão tangível de sua paternidade pode ajudar a tornar seu filho ou filha mais reais<br />

para ele, de forma que ele poderá começar a sentir-se conforta<strong>do</strong> ao perceber que a alma inocente de seu<br />

filho está moran<strong>do</strong> com o Senhor.<br />

O homem que se opôs ao aborto e tentou interrompê-lo pode ter dificuldades em controlar sua raiva. Você<br />

pode sugerir meios físicos para descarregar parte dessa emoção: por exemplo, correr, malhar ou qualquer<br />

outra coisa que exija esforço físico. Ele não deve ser incentiva<strong>do</strong> a bater em coisas, mesmo em objetos<br />

inanima<strong>do</strong>s, ou derrubar objetos quan<strong>do</strong> está sozinho. Às vezes os homens acham mais fácil falar sobre seus<br />

sentimentos quan<strong>do</strong> compartilham trabalho la<strong>do</strong> a la<strong>do</strong>. Se houver qualquer indício de que o homem tem<br />

uma inclinação a agir com violência contra alguém envolvi<strong>do</strong> no aborto, é importante manter to<strong>do</strong>s a salvos.<br />

A raiva pode estar direcionada a outros ou a ele mesmo e ambas as situações podem ser muito perigosas. A<br />

prevenção de comportamentos violentos ou suicidas deve ser a primeira preocupação <strong>do</strong>s<br />

padres/conselheiros. Perguntas diretas quanto à sua intenção de machucar a si mesmo ou a outros devem ser<br />

feitas quan<strong>do</strong> estiverem falan<strong>do</strong> sobre raiva ou fúria. Pode ser que este precise ser o foco por algum tempo<br />

até que seu autocontrole e sua segurança estejam mais bem regula<strong>do</strong>s e manti<strong>do</strong>s. Com o tempo, ele também<br />

terá que per<strong>do</strong>ar a to<strong>do</strong>s os envolvi<strong>do</strong>s no aborto.<br />

Ele também pode experimentar a ―impotência humana‖, o sentimento de que ele é incapaz de proteger<br />

aqueles confia<strong>do</strong>s aos seus cuida<strong>do</strong>s. Ele pode ter raiva de Deus e será útil lembrá-lo de que Deus Pai<br />

também testemunhou a morte de seu Filho inocente e que o Pai fica de luto conosco. Convide-o a trabalhar<br />

os problemas espirituais de sua vida, se ele parecer disposto a isto. A consolação e a graça <strong>do</strong> Sacramento da<br />

Reconciliação podem ser de grande ajuda.


Pág. 35<br />

Se o homem se envolveu em mais de um aborto, pode ser que ele se esforce para trabalhar um deles, mas<br />

negue a necessidade de trabalhar os outros. Ao ajudar um homem a passar por isso, você precisa ajudá-lo<br />

a separar cada aborto, o papel que ele desempenhou em cada um e quais sentimentos ele continua<br />

carregan<strong>do</strong> e por quê.<br />

O homem ―pós-aborto‖ também pode mandar celebrar uma Missa por seu filho e pela cura de to<strong>do</strong>s os<br />

que se machucaram com este aborto. As esposas às vezes se oferecem para a<strong>do</strong>tar espiritualmente os filhos<br />

aborta<strong>do</strong>s de seus mari<strong>do</strong>s, e os mari<strong>do</strong>s podem se oferecer para a<strong>do</strong>tar espiritualmente os filhos aborta<strong>do</strong>s<br />

de suas esposas. Isto pode trazer muita paz ao relacionamento.


SEÇÃO TRÊS<br />

Outras Pessoas<br />

Feridas pelo Aborto


Como Compreender as Feridas Causadas<br />

em Outras Pessoas Pelo Aborto<br />

Pág. 39<br />

Abortos podem ter conseqüências sérias e dura<strong>do</strong>uras para os entes queri<strong>do</strong>s da mãe e <strong>do</strong> pai da<br />

criança abortada. Independente <strong>do</strong> fato desses membros da família ou amigos terem influencia<strong>do</strong> na decisão<br />

de abortar ou coopera<strong>do</strong> de alguma forma para que ele<br />

ocorresse, o relacionamento que eles tinham com os pais ―pósaborto‖<br />

pode mudar significativamente. A intimidade e a<br />

confiança podem ficar abaladas. A família e os amigos podem<br />

sofrer ao observar a <strong>do</strong>r e o arrependimento aparentemente<br />

inconsoláveis da mãe e <strong>do</strong> pai após a realização <strong>do</strong> aborto, <strong>do</strong>r<br />

que eles não têm poder para aliviar. Eles podem estar bravos,<br />

desaponta<strong>do</strong>s ou dan<strong>do</strong> apoio, mas independente de sua atitude<br />

em relação ao aborto, o luto <strong>do</strong>s pais enfraquecerá to<strong>do</strong> o seu<br />

relacionamento. Os avós da criança abortada podem ficar de<br />

luto pela morte de seu neto e arrepender-se de sua conduta e da<br />

conduta de seu filho ou filha tanto quanto os pais da criança<br />

abortada.<br />

Avós<br />

Os avós podem sofrer ao saberem <strong>do</strong> aborto e da perda de seu neto. Suas reações geralmente correspondem<br />

ao seu envolvimento na decisão de abortar. Os pais da mãe que passa por um aborto podem ter força<strong>do</strong> o<br />

aborto, podem não ter fica<strong>do</strong> nem saben<strong>do</strong> até que ele já tivesse aconteci<strong>do</strong> ou podem ter se posiciona<strong>do</strong><br />

contrários ao aborto, mas apoia<strong>do</strong> qualquer decisão que sua filha escolhesse.<br />

Alguns <strong>do</strong>s sintomas que podem ser apresenta<strong>do</strong>s pelos avós são:<br />

- Luto ou tristeza por terem perdi<strong>do</strong> um neto<br />

- Raiva de sua filha por ter engravida<strong>do</strong> ou por ter feito o aborto<br />

“Como padres, nós<br />

desempenhamos um papel essencial na<br />

cura das ovelhas de nosso rebanho. É<br />

por meio de nossa participação ativa,<br />

sacrificial e orante na jornada de cura<br />

daqueles feri<strong>do</strong>s e em sofrimento por<br />

causa <strong>do</strong> aborto que Deus permite que<br />

mais uma alma experimente sua<br />

misericórdia.”<br />

Padre Dan Leary,<br />

Arquidiocese de Washington, D.C.<br />

- Raiva <strong>do</strong>(a) companheiro(a) de sua filha ou filho ou <strong>do</strong>s pais <strong>do</strong>(a) companheiro(a)<br />

- Preocupação com seu filho, queren<strong>do</strong> solucionar os problemas emocionais/comportamentais dele ou<br />

dela<br />

- Culpa, particularmente se eles forçaram a decisão ou se eles não perceberam os sinais da gravidez.<br />

Ocasionalmente haverá circunstâncias trágicas onde os pais presenciarão seus filhos desenvolven<strong>do</strong><br />

dependência química, reações psicóticas graves, distúrbios alimentares, estilos de vida perigosos e até<br />

mesmo cometen<strong>do</strong> suicídio. Estes pais precisam de muito apoio e ajuda para enfrentar sua <strong>do</strong>r e testemunhar<br />

os conflitos de sua filha ou filho.<br />

O aborto pode fazer parte da história da família com a mãe, uma tia, a avó ou algum outro parente próximo<br />

também ten<strong>do</strong> feito um aborto. Isso pode causar o que é descrito como uma ferida de geração, e devem ser<br />

feitas orações especificamente para curar estas feridas. Um aborto recente na família pode despertar uma <strong>do</strong>r<br />

não resolvida em outros membros da família, relacionada às suas próprias perdas com um aborto.


Como Ministrar aos Avós<br />

Pág. 40<br />

Apesar de ambos os avós serem afeta<strong>do</strong>s com o aborto, geralmente é a avó da criança abortada que<br />

procurará ajuda. Ouça a história dela. Explique a ela que mães cujas filhas perderam um filho pelo aborto às<br />

vezes precisam processar este fato antes mesmo que suas filhas estejam prontas para fazer isso.<br />

Neste momento, convide a avó a colocar em ordem seus sentimentos e lidar com seu luto e raiva. Sugira a<br />

ela que escreva uma carta para a filha dela uma carta que nunca será entregue e que, de fato, ela destruirá<br />

quan<strong>do</strong> estiver pronta para isso. Nesta carta ela pode expressar to<strong>do</strong>s os seus sentimentos de raiva,<br />

desapontamento e tristeza.<br />

Convide-a a fazer luto por seu neto e a escrever uma carta para ele, dizen<strong>do</strong> todas as coisas que seu coração<br />

de avó quiser dizer. Incentive-a a fazer ou comprar algo como uma lembrança pela criança perdida.<br />

Ninguém mais precisa saber disso. Se ela foi responsável por forçar sua filha a fazer um aborto, ela precisará<br />

pedir perdão no Sacramento da Reconciliação e também diretamente à filha dela. Sugira a ela que<br />

encomende uma Missa na intenção de seu neto, <strong>do</strong>s pais da criança e da cura da família.<br />

Quan<strong>do</strong> a filha dela estiver pronta para buscar a própria cura, ela poderá estar presente, pois já terá<br />

começa<strong>do</strong> a lidar com seus próprios problemas e sentimentos.<br />

Os avôs – assim como os pais de crianças abortadas – experimentam reações diferentes após o aborto de<br />

suas filhas ou <strong>do</strong> envolvimento de seus filhos com um aborto, dependen<strong>do</strong> <strong>do</strong> papel que desempenharam na<br />

decisão.<br />

Se o avô é a favor da vida, se foi contra o aborto ou ainda se não soube <strong>do</strong> fato até ele acontecer, ele pode<br />

sofrer com sentimentos ambivalentes em relação à sua própria filho e a seu companheiro. O avô pode<br />

continuar a se perguntar por que seu filho não pediu ajuda a ele ou não seguiu seu conselho. Este avô pode<br />

se beneficiar com os mesmos passos detalha<strong>do</strong>s na seção ―Ministran<strong>do</strong> para homens feri<strong>do</strong>s pelo aborto‖<br />

(que começa na página 33): discutir sua história, buscar o perdão, dar um nome ao neto ou neta e orar pela<br />

cura de to<strong>do</strong>s os envolvi<strong>do</strong>s na decisão <strong>do</strong> aborto. Um avô que é a favor da vida pode devotar muita energia<br />

nos esforços para acabar com o aborto. O trabalho a favor da vida pode ser bom, desde que não haja uma<br />

necessidade <strong>do</strong>ente ou desequilibrada de se envolver.<br />

Por outro la<strong>do</strong>, o avô que forçou o aborto de sua filha porque a gravidez era uma vergonha para ele, pode ter<br />

muita dificuldade em lidar com a perda. Ele pode ficar propenso ao narcisismo, tenden<strong>do</strong> habitualmente a<br />

exercer seu poder sobre os outros, fazen<strong>do</strong> com que se sujeitem aos seus desejos. Ele pode sentir-se incapaz<br />

de pedir perdão à sua filha e até mesmo de dar o primeiro passo para a cura. Com o paciente apoio <strong>do</strong>s<br />

membros de sua família, buscan<strong>do</strong> a verdadeira reconciliação entre eles, e ainda com a graça de Deus, até<br />

mesmo esses avôs podem encontrar a humildade necessária para pedir perdão e para per<strong>do</strong>ar também.<br />

Sobreviventes de Aborto e Irmãos<br />

de Crianças Abortadas<br />

As pessoas que sobreviveram a uma tentativa de aborto quan<strong>do</strong> estavam no útero, podem sofrer com<br />

questões profundas durante suas vidas. Eles podem ter baixa auto-estima e podem tentar suicídio.<br />

Algumas pessoas podem ter perdi<strong>do</strong> um irmão gêmeo em um procedimento de aborto que falhou e podem<br />

carregar feridas psicológicas profundas por esta perda. Alguns indivíduos podem ter perdi<strong>do</strong> muitos irmãos<br />

por meio de aborto. Quan<strong>do</strong> lhes for permiti<strong>do</strong>, essas pessoas sentirão um profun<strong>do</strong> luto por seus irmãos<br />

perdi<strong>do</strong>s. Isto está fican<strong>do</strong> mais comum agora, com a gravidez por fertilização in vitro (FIV), onde um grupo<br />

de crianças sobrevive à implantação e outras são ―seletivamente eliminadas‖ para aumentar as chances de<br />

sobrevivência <strong>do</strong>s outros irmãos.


Aqueles que perderam irmãos em abortos estão mais propensos a praticarem abortos.<br />

Pág. 41<br />

As crianças sobreviventes de gestação prematuras ou tardias em uma família podem apresentar uma<br />

síndrome de sobrevivente similar às que ocorrem com crianças que perderam irmãos com câncer ou por<br />

morte acidental. Elas podem sofrer por serem ―filhos substitutos‖ ou ―filhos escolhi<strong>do</strong>s‖. Estas crianças<br />

geralmente sofrem expectativas impossíveis de serem alcançadas. Elas podem ser materializadas pelos pais,<br />

pressionadas a serem ―a reposição‖ e não crianças únicas por si mesmas.<br />

Muitas vezes elas experimentam uma falta de vínculo com sua mãe ou que o relacionamento com sua mãe<br />

mu<strong>do</strong>u após o aborto. Às vezes um pai feri<strong>do</strong>, num momento de raiva, dirá algo como ―Eu deveria ter<br />

aborta<strong>do</strong> você, ao invés <strong>do</strong> outro‖.<br />

Algumas crianças percebem que está faltan<strong>do</strong> alguém no sistema da família. Por conversas ouvidas ou<br />

intuição, as crianças podem surpreendentemente perceber uma perda familiar.<br />

Como Ministrar a Sobreviventes de Aborto e Irmãos<br />

Estas feridas profundas precisam ser exploradas e curadas. Pode haver raiva em relação à mãe que tentou<br />

abortá-los ou defesa ao direito dela de decidir abortá-los. O irmão gêmeo ou o irmão que sobreviveu pode<br />

sentir culpa por ter sobrevivi<strong>do</strong> e o outro não.<br />

Escute-os e tome conhecimento da <strong>do</strong>r que eles sentem. Ter alguém com quem conversar ajuda muito.<br />

Confirme a eles o quanto Deus queria que eles existissem. Encoraje-os a per<strong>do</strong>ar seus pais e a to<strong>do</strong>s os<br />

envolvi<strong>do</strong>s na decisão <strong>do</strong> aborto. Eles podem participar de uma Missa por seus irmãos perdi<strong>do</strong>s e pela cura<br />

de seus pais. Explique a eles que na Comunhão <strong>do</strong>s Santos nós ainda estamos espiritualmente conecta<strong>do</strong>s<br />

aos familiares faleci<strong>do</strong>s e que eles são intercessores poderosos por nós. Convide-os a escrever uma carta<br />

para a criança perdida e dizer tu<strong>do</strong> que eles têm carrega<strong>do</strong> em seus corações. Incentive-os a ter uma<br />

lembrança de seu familiar perdi<strong>do</strong>.<br />

Outros Familiares<br />

e Amigos<br />

Tias e tios da criança abortada podem ter conhecimento <strong>do</strong> aborto. Eles podem querer saber como ajudar na<br />

cura da mãe, além de terem sua própria necessidade de luto pela criança perdida. Eles precisam trabalhar<br />

seus próprios sentimentos, que podem incluir tristeza, raiva e culpa, se eles souberam da gravidez e não<br />

tentaram impedir o aborto. Até mesmo primos da criança abortada às vezes estão cientes de que está<br />

faltan<strong>do</strong> alguém na família. O luto parece ser mais forte naqueles que têm idade mais próxima à da criança<br />

perdida.<br />

Muitas vezes os amigos <strong>do</strong> casal que espera um filho são consulta<strong>do</strong>s e inseri<strong>do</strong>s na rede da decisão <strong>do</strong><br />

aborto. Eles podem apoiar ou rejeitar, mas serão os primeiros a observar mudanças no comportamento de<br />

seus amigos. Eles podem procurar ajuda para entenderem o que aconteceu com seus amigos.<br />

Como Ministrar a Outros Familiares e Amigos<br />

Parentes e amigos podem ter descoberto sobre o aborto tanto antes de ele acontecer quanto depois. Eles<br />

carregam tristeza e preocupação pelos pais da criança, assim como um sentimento de perda da criança.<br />

Encoraje-os a rezar pelos pais e a continuar aman<strong>do</strong> os pais incondicionalmente enquanto eles estão se<br />

curan<strong>do</strong>. Isso torna possível que a pessoa que estava envolvida no aborto esteja apta a falar sobre ele sem o<br />

me<strong>do</strong> da condenação e <strong>do</strong> julgamento.


Pág. 42<br />

Se eles ficaram saben<strong>do</strong> <strong>do</strong> aborto por uma terceira pessoa, incentive-os a respeitar o sigilo, mesmo no<br />

ímpeto em ajudar na cura <strong>do</strong>s pais.<br />

Rezar pelos machuca<strong>do</strong>s pelo aborto pode ser a ajuda mais eficaz. Embora familiares e amigos não possam<br />

forçar a cura em uma pessoa que não está pronta, eles podem casualmente compartilhar informações sobre<br />

curas pós-aborto e indicar os recursos locais de forma sutil, ou até mesmo informar que acabaram de ler algo<br />

sobre o sofrimento após um aborto e como eles não se deram conta de como um aborto pode causar feridas<br />

emocionais.<br />

Familiares e amigos podem ser convida<strong>do</strong>s para uma Missa na intenção da cura de to<strong>do</strong>s os envolvi<strong>do</strong>s.<br />

Convide-os também a escrever uma carta para a criança perdida e dizer tu<strong>do</strong> o que querem dizer. Estas<br />

crianças perdidas, como membros da Comunhão <strong>do</strong>s Santos, podem ser intercessores poderosos para seus<br />

pais, irmãos e para o resto da família.<br />

Presta<strong>do</strong>res de Serviços de Aborto<br />

Promotores <strong>do</strong> aborto – incluin<strong>do</strong> médicos, enfermeiras, recepcionistas e funcionários passam por muito<br />

estresse em seu emprego. Seminários sobre como lidar com o estresse são freqüentemente ofereci<strong>do</strong>s em<br />

seus encontros anuais. Muitos promotores <strong>do</strong> aborto sofrem com o alcoolismo, divórcio e acidentes. Muitos<br />

que trabalham na área têm suas próprias histórias de aborto.<br />

Como Ministrar aos Presta<strong>do</strong>res de Serviços de Aborto<br />

Se promotores <strong>do</strong> aborto procurarem por ajuda, pode ser, em primeiro lugar, por ter aborta<strong>do</strong> seu próprio<br />

filho. Eles devem ser recebi<strong>do</strong>s com delicadeza. Responda apenas aos problemas que eles trouxerem. Esta<br />

resposta não deve ser conduzida de mo<strong>do</strong> a falar sobre o trabalho como promotor <strong>do</strong> aborto. Muitas vezes o<br />

envolvimento com abortos é uma maneira de lutar com suas próprias experiências abortivas. Na medida em<br />

que curam suas perdas, a realidade de seu envolvimento diário na tragédia <strong>do</strong> aborto cai sobre eles e eles<br />

geralmente aban<strong>do</strong>nam o trabalho com o aborto. O maior presente que podemos oferecer é o amor<br />

incondicional para aqueles que procuram ajuda e o reconhecimento de que o aborto deixou profundas<br />

cicatrizes em suas vidas.<br />

A Sociedade <strong>do</strong>s Centuriões da América foi fundada pelo Dr. Philip Ney como um grupo de apoio para expromotores<br />

<strong>do</strong> aborto. (Para obter mais informações, veja a seção ―Recursos Recomenda<strong>do</strong>s‖).


SEÇÃO QUATRO<br />

A Paróquia


Como Comunicar a Esperança<br />

e a Cura na Paróquia<br />

Pág. 45<br />

Alguns passos práticos podem ser da<strong>do</strong>s para criar uma atmosfera paroquial que estimule mulheres e<br />

homens que estão sofren<strong>do</strong> devi<strong>do</strong> a abortos a procurarem a cura e a reconciliação, ajudar os paroquianos a<br />

oferecerem compaixão e apoio para aqueles que experimentaram o aborto e criar um melhor entendimento<br />

<strong>do</strong> ensinamento da Igreja sobre o aborto, o qual encoraja e apóia a reconciliação e a cura. Estes passos<br />

incluem:<br />

- Homilias eficientes sobre a reconciliação e a cura após o aborto<br />

- Conexão da paróquia com o <strong>Projeto</strong> <strong>Raquel</strong> da Diocese ou com o ministério pós-aborto<br />

- Memoriais para as crianças que morreram antes <strong>do</strong> nascimento ou na infância<br />

- Orações e intercessões<br />

“Meu envolvimento no <strong>Ministério</strong><br />

<strong>Projeto</strong> <strong>Raquel</strong> me aju<strong>do</strong>u a continuar<br />

pregan<strong>do</strong> insistentemente contra o<br />

aborto, mas também a tentar alcançar,<br />

em cada homilia pró-vida, aqueles que<br />

fizeram abortos, encorajan<strong>do</strong>-os a se<br />

encontrarem com Deus, que tanto os<br />

ama. Esta é uma mensagem que<br />

precisa ser ouvida com freqüência”.<br />

Mons. Robert Panke,<br />

Arquidiocese de Washington, D.C.<br />

Homilias Eficazes Sobre a Reconciliação<br />

e a Cura Após o Aborto<br />

Muitas mulheres e homens perceberam sua necessidade de<br />

reconciliação e cura após um aborto após escutarem uma<br />

homilia paroquial sobre o assunto. Este pode ser um <strong>do</strong>s meios<br />

mais eficientes para alcançar mulheres e homens na paróquia.<br />

Enquanto você se prepara para pregar sobre a cura pós-aborto,<br />

reze ao Espírito Santo e esteja aberto às sugestões <strong>do</strong> Espírito.<br />

Decida como usar as leituras <strong>do</strong> dia para falar sobre o amor, o<br />

perdão e a misericórdia de Deus, ou outro tópico que você<br />

queira destacar. Use as leituras como o início e o fim de sua<br />

homilia, para que faça senti<strong>do</strong> para a congregação que Deus<br />

queria falar sobre isso hoje. Certifique-se de que sua<br />

mensagem seja apropriada à idade da audiência. Seja especialmente cuida<strong>do</strong>so com as crianças e não<br />

presuma que os i<strong>do</strong>sos não precisam ouvir sobre o aborto.<br />

Você pode começar pedin<strong>do</strong> àqueles da congregação que já experimentaram o aborto que rezem por você,<br />

para que você possa falar verdadeiramente sobre a experiência deles. Reconheça que qualquer discussão<br />

sobre aborto pode provocar emoções profundas. Hoje em dia, quase to<strong>do</strong> mun<strong>do</strong> conhece alguém que já foi<br />

afeta<strong>do</strong> por um aborto. Além de mães que já fizeram aborto, muitas outras pessoas podem ter se envolvi<strong>do</strong><br />

com um aborto. Convide-os também a procurar reconciliação e cura e diga-os onde encontrar ajuda.<br />

Fale da <strong>do</strong>r das mulheres que já fizeram abortos. Leia seções de testemunhos escritos por mulheres em<br />

―Com suas próprias palavras‖ no site da USCCB (www.hopeafterabortion.org) ou em livros como Um<br />

Caminho Para a Esperança, Mulheres Católicas e Aborto 8 e O Plano de Jericó 9 . (Veja a seção ―Recursos<br />

Recomenda<strong>do</strong>s‖ deste manual.) Pode ser que você conheça mulheres que permitiriam que você usasse os<br />

testemunhos delas anonimamente.<br />

8 A Path to Hope, Catholic Women and Abortion.<br />

9 The Jericho Plan.


Pág. 46<br />

Fale sobre a <strong>do</strong>r experimentada também pelos pais, avós, irmãos, tios, primos e amigos. Novamente,<br />

testemunhos anônimos podem ser úteis.<br />

Compartilhe o amor compassivo e misericordioso de Deus. Explique a <strong>do</strong>utrina pós-aborto da Igreja e<br />

descreva as palavras de Deus Pai às mulheres que fizeram um aborto (Evangelium Vitae, nº 99; veja a página<br />

vii). Você pode mencionar a devoção à misericórdia divina, o oceano inesgotável da misericórdia de Deus,<br />

que ele quer derramar sobre nós, e nossa tradicional resposta: ―Jesus, eu confio em vós‖.<br />

Convide as pessoas a rezarem por aqueles que eles sabem que fizeram abortos ou encoraje-os a ―a<strong>do</strong>tar<br />

espiritualmente‖, por meio da oração, alguém que tenha feito um aborto e que precisa de cura. Enfatize o uso<br />

<strong>do</strong> Terço da Divina Misericórdia para esta finalidade.<br />

Convide seus paroquianos que estão lidan<strong>do</strong> com um aborto cometi<strong>do</strong> e que procuram uma cura, a<br />

telefonarem a você na semana seguinte. Alguns ligarão. Após se encontrar com eles, você pode conduzi-los<br />

ao <strong>Ministério</strong> <strong>Projeto</strong> <strong>Raquel</strong>.<br />

Se alguém sair durante sua homilia quan<strong>do</strong> você estiver falan<strong>do</strong> sobre as conseqüências <strong>do</strong> aborto, confie<br />

que Deus tocou esta pessoa de maneira profunda e a chamou para a cura. Quan<strong>do</strong> você falar sobre este<br />

assunto, você estará dizen<strong>do</strong> que a Igreja se importa e que a cura é possível. Esta é uma mensagem profunda<br />

e liberta<strong>do</strong>ra para alguém preso à <strong>do</strong>r <strong>do</strong> aborto.<br />

Não tenha me<strong>do</strong> de mencionar o perdão de Deus e a cura para abortos em feria<strong>do</strong>s, quan<strong>do</strong> famílias inteiras<br />

se reúnem e membros não praticantes também podem ir à Missa. As pessoas querem saber que é seguro ir<br />

até lá. Elas querem colocar seus peca<strong>do</strong>s de aborto para fora.<br />

Se, após falar sobre o aborto, você encontrar um paroquiano bravo, não fique na defensiva e não discuta com<br />

ele ou ela. Ao contrário, diga: ―Você se alterou muito com este assunto. Não quer compartilhar um pouco<br />

comigo para que eu possa entender seus sentimentos melhor?‖. Ouça em silêncio, faça contato visual e<br />

quan<strong>do</strong> eles terminarem, simplesmente agradeça-os por compartilharem. Diga que você ficaria feliz em<br />

conversar com eles novamente, se eles quiserem. A raiva deles não é dirigida a você pessoalmente. A raiva é<br />

sinal de alguma ferida pessoal intensa ou ela surge em defesa de alguém que eles amam. Ao escutar, você<br />

permite que eles dêem vazão aos seus sentimentos, abrin<strong>do</strong> espaço para a graça de Deus agir. Muitas pessoas<br />

podem não ser pró-vida pelo convencimento, mas sim pelo amor.<br />

Listagem <strong>do</strong>s Recursos da Paróquia<br />

Ligação da Paróquia com<br />

o <strong>Ministério</strong> <strong>do</strong> <strong>Projeto</strong> <strong>Raquel</strong> ou com<br />

o <strong>Ministério</strong> de Cura Pós-Aborto<br />

Coloque uma lista <strong>do</strong>s números de telefone <strong>do</strong> ministério pós-aborto da diocese na lista de recursos de sua<br />

paróquia. Você também pode ter um telefone e um recurso diferente para as pessoas que precisam de ajuda<br />

com gravidez, como um centro pró-vida de ajuda a gestantes. As mesmas informações podem ser colocadas<br />

no diretório de telefones e na página da internet de sua paróquia. Na capa <strong>do</strong> jornal paroquial, considere<br />

também colocar permanentemente a listagem com estes mesmos números de telefone.<br />

O Jornal Paroquial<br />

O jornal paroquial é provavelmente o veículo mais subestima<strong>do</strong> na promoção da mensagem <strong>do</strong> amor e da<br />

misericórdia de Deus para com mulheres e homens que sofrem por uma experiência com aborto. Muitas<br />

mulheres dizem ter chega<strong>do</strong> até o <strong>Ministério</strong> <strong>do</strong> <strong>Projeto</strong> <strong>Raquel</strong> após lerem sobre ele no informativo<br />

paroquial. Uma mulher que ligou para o <strong>Projeto</strong> <strong>Raquel</strong> disse ―Quan<strong>do</strong> eu vi este assunto pela terceira vez<br />

no informativo, eu percebi que vocês estavam falan<strong>do</strong> sério sobre isso‖. A mulher que fez um aborto não é a


Pág. 47<br />

única beneficiária. To<strong>do</strong>s os envolvi<strong>do</strong>s em uma decisão sobre o aborto podem aprender sobre os cuida<strong>do</strong>s<br />

da Igreja quan<strong>do</strong> lêem a mensagem.Ocasionalmente, você pode colocar avisos sobre a cura pós-aborto no<br />

jornal paroquial. Aí estão incluí<strong>do</strong>s anúncios da diocese sobre eventos <strong>do</strong> <strong>Projeto</strong> <strong>Raquel</strong>, treinamentos,<br />

missas, serviços de oração e programas de conscientização e alerta.<br />

Aqui estão alguns exemplos de anúncios:<br />

- A <strong>do</strong>r e o arrependimento de um aborto não precisam durar a vida toda. Ligue para o <strong>Projeto</strong> <strong>Raquel</strong><br />

para um encaminhamento confidencial a quem pode te ajudar: (número <strong>do</strong> telefone).<br />

- Confie na misericórdia <strong>do</strong> amor de Deus. Você conhece alguém que está carregan<strong>do</strong> o luto e o<br />

arrependimento de um aborto? Compartilhe com ele a Boa Nova <strong>do</strong> amor misericordioso de Deus.<br />

Ligue para o <strong>Projeto</strong> <strong>Raquel</strong> para um encaminhamento confidencial a quem pode te ajudar: (número <strong>do</strong><br />

telefone).<br />

- Uma palavra <strong>do</strong> papa João Paulo II para aqueles que sofrem por causa <strong>do</strong> aborto: ―Não ceda ao<br />

desânimo e não perca a esperança... O Pai da misericórdia está pronto para te dar o perdão e a paz no<br />

Sacramento da Reconciliação‖ (Evangelium Vitae, nº 99). Ligue para o <strong>Projeto</strong> <strong>Raquel</strong> para um<br />

encaminhamento confidencial para um padre e/ou conselheiro que podem te ajudar: (número de<br />

telefone).<br />

- Você tem senti<strong>do</strong> vergonha, noites sem <strong>do</strong>rmir, culpa ou outra emoção negativa após um aborto? Você<br />

não está só. Qualquer mulher ou homem que tenha se envolvi<strong>do</strong> em um aborto está convida<strong>do</strong> a entrar<br />

em contato com o <strong>Projeto</strong> <strong>Raquel</strong>, um ministério de cura pós-aborto. Uma equipe treinada e que não faz<br />

julgamentos pode encaminhar você aos que podem ajudar. To<strong>do</strong>s os contatos são confidenciais. Tome<br />

coragem e ligue pra nós ou envie um email (número o telefone e endereço de email).<br />

Inserções no Jornal<br />

Ocasionalmente, considere colocar um anúncio especial no seu jornal paroquial, tal como um destes:<br />

Um texto relevante <strong>do</strong> Evangelium Vitae nº 99 <strong>do</strong> Papa João Paulo II (reimpresso neste manual na<br />

página vii)<br />

Uma carta anônima de um paroquiano (ou mesmo de um não-paroquiano) explican<strong>do</strong> sobre seu/sua<br />

jornada de cura, a qual pode ajudar a abrandar o me<strong>do</strong> de outras pessoas e encorajá-las a buscar a<br />

reconciliação<br />

Um encarte descreven<strong>do</strong> o ministério pós-aborto <strong>do</strong> <strong>Projeto</strong> <strong>Raquel</strong> na sua diocese, o encarte <strong>Projeto</strong><br />

<strong>Raquel</strong>: No coração da Igreja 10 , ou Como falar com uma amiga que fez um aborto 11 (veja a seção<br />

―Recursos Recomenda<strong>do</strong>s‖) ou um encarte feito pela sua diocese<br />

Uma mensagem <strong>do</strong> padre que fale sobre as <strong>do</strong>lorosas conseqüências <strong>do</strong> aborto e a disponibilidade de<br />

ajuda pastoral e <strong>do</strong> Sacramento da Reconciliação.<br />

10 <strong>Project</strong> <strong>Rachel</strong>: In the Heart of the Church<br />

11 How to Talk to a Friend Who‟s Had an Abortion


Santinhos<br />

Pág. 48<br />

Estes podem ser coloca<strong>do</strong>s nos bancos antes das Missas <strong>do</strong>minicais. Os santinhos também podem ser<br />

distribuí<strong>do</strong>s por paroquianos que os deixam em locais públicos, onde as pessoas possam achá-los, como<br />

banheiros ou lavanderias. Menos evidentes que os encartes, os santinhos também podem ser deixa<strong>do</strong>s no<br />

confessionário e entregues discretamente às pessoas. Os dizeres podem ser simples:<br />

Sofren<strong>do</strong> após um aborto?<br />

Para obter tratamento confidencial, ligue para o <strong>Projeto</strong> <strong>Raquel</strong><br />

(código de área e número <strong>do</strong> telefone)<br />

Para homens e mulheres<br />

Para preservar a inocência das suas crianças, os santinhos podem perguntar: ―Procuran<strong>do</strong> paz depois de uma<br />

gravidez perdida?‖. Os santinhos podem ser impressos em português em um <strong>do</strong>s la<strong>do</strong>s e espanhol no outro<br />

(ou francês ou outro idioma apropria<strong>do</strong>), dependen<strong>do</strong> da comunidade local. Entre em contato com o seu<br />

ministério diocesano <strong>do</strong> <strong>Projeto</strong> <strong>Raquel</strong> para verificar se eles podem fornecer estes cartões ou para obter a<br />

logomarca e informações para que você mesmo possa imprimi-los.<br />

É importante ter os santinhos disponíveis nas reuniões paroquiais e diocesanas que ocorrem junto com<br />

encontros de preparação para o matrimônio, encontros de adultos e encontros das crianças em preparação<br />

para os sacramentos. Estas ocasiões podem aumentar a percepção da necessidade de reconciliação com<br />

Deus. Os palestrantes podem chamar a atenção para o material, falan<strong>do</strong> que talvez eles conheçam alguém,<br />

um parente ou uma amiga, que poderiam se beneficiar dessas informações, e que eles podem ficar à vontade<br />

para pegar um cartão ou um encarte (as pessoas ficam naturalmente relutantes em pegar este material, pois<br />

acham que os outros pensarão que é para elas próprias). Os santinhos ou encartes podem ser incluí<strong>do</strong>s em<br />

pacotes de informação distribuí<strong>do</strong>s em conjunto com materiais de preparação para o matrimônio,<br />

treinamentos de planejamento familiar natural, catequese de adultos e cursos preparatórios para outros<br />

sacramentos.<br />

Estante de Livros e Quadro de Avisos<br />

O quadro de avisos da paróquia é outra ferramenta para alcançar homens e mulheres que praticaram aborto.<br />

Informações <strong>do</strong> <strong>Projeto</strong> <strong>Raquel</strong>, panfletos e cartazes devem ser disponibiliza<strong>do</strong>s regularmente e a estante de<br />

livros deve sempre incluir encartes e recursos educacionais relaciona<strong>do</strong>s à cura após um aborto. ―Quadros de<br />

avisos‖ na página da internet da paróquia podem ser utiliza<strong>do</strong>s da mesma forma.<br />

Memoriais para Crianças que Morreram antes<br />

<strong>do</strong> Nascimento ou na Infância<br />

Uma maneira de promover a presença da paróquia como uma comunidade de cura é estabelecen<strong>do</strong> um<br />

memorial para as crianças que morreram antes <strong>do</strong> nascimento. Um local de lembrança para os pais que<br />

perderam um filho antes <strong>do</strong> nascimento ou durante a infância pode ser uma forma de grande consolo.<br />

Desde 1992, os conselhos locais <strong>do</strong>s Cavaleiros de Columbus têm ergui<strong>do</strong> centenas de memoriais em<br />

terrenos de igrejas por to<strong>do</strong> o país. Você pode perguntar ao seu conselho local se eles têm um monumento na<br />

sua cidade ou se eles poderiam construir este projeto na sua paróquia. É importante trabalhar em conjunto<br />

com o escritório diocesano <strong>do</strong> <strong>Projeto</strong> <strong>Raquel</strong> para desenvolver este memorial. Às vezes as melhores<br />

intenções podem levar a um memorial com palavras ou imagens que na verdade machucam aqueles que<br />

estão sofren<strong>do</strong> com a perda de um filho, especialmente por um aborto.


Algumas possibilidades para um memorial (esta é uma área para usar a criatividade):<br />

Um jardim na área da paróquia<br />

Um monumento ou estátua de Nossa Senhora no cemitério da paróquia ou na sua área<br />

Um nicho ou cantinho na igreja dedica<strong>do</strong> à memória dessas crianças<br />

Pág. 49<br />

Um ―Quarto da Lembrança‖, que proporciona um lugar para rezar, e um ―Livro da Lembrança‖, no<br />

qual os pais podem escrever os nomes <strong>do</strong>s seus filhos que morreram antes <strong>do</strong> nascimento ou durante<br />

a infância<br />

Um ―Cobertor da Lembrança‖ (veja a seção Recursos). Qualquer um pode ser convida<strong>do</strong> a fazer um<br />

retalho por uma criança que eles conheceram, que morreu em um aborto ou de outra forma. As<br />

costureiras locais podem fazer os retalhos. A coberta pode ser exposta no vestíbulo da igreja ou no<br />

hall da paróquia. Os retalhos podem incluir o primeiro nome da criança e a data da morte, se for<br />

conhecida. Pequenos símbolos da nova vida – a Cruz, uma flor, folhas, uma borboleta ou um<br />

carneirinho, por exemplo – podem ser borda<strong>do</strong>s em cada retalho.<br />

Um serviço de oração para dedicação de memoriais a crianças que perderam suas vidas por meio de um<br />

aborto foi reimpresso no Apêndice C deste manual.<br />

Como em to<strong>do</strong>s os aspectos <strong>do</strong> aconselhamento pós-aborto, os memoriais e dedicações devem tomar<br />

cuida<strong>do</strong> para não violarem o sigilo, de forma que as pessoas que participam não fiquem rotuladas de ―pósaborto‖.<br />

Para evitar isso, estas oportunidades de cura e lembrança podem ser noticiadas para pais, familiares<br />

e amigos que perderam um filho por aborto natural, natimorto ou outro tipo de perda, e para membros da<br />

paróquia que queiram se unir a eles por meio da oração e da solidariedade.<br />

Orações e Intercessões<br />

Orações e intercessões pela cura de to<strong>do</strong>s os machuca<strong>do</strong>s pelo aborto são fundamentais. Aproveite a<br />

oportunidade de incluir regularmente uma intenção pela cura pós-aborto na Oração <strong>do</strong>s Fiéis:<br />

Exemplos de Textos para a Oração <strong>do</strong>s Fiéis<br />

Pelos pais que perderam um filho por meio <strong>do</strong> aborto<br />

Para que seus corações se abram à misericórdia de Deus:<br />

Para que eles tenham a graça <strong>do</strong> arrependimento, da confissão<br />

E <strong>do</strong> abraço de cura <strong>do</strong> Pai,<br />

Rezemos ao Senhor:<br />

Pelos pais toma<strong>do</strong>s pelo luto e pelo remorso<br />

Pela perda de um filho devi<strong>do</strong> a aborto:<br />

Que Jesus o Bom Pastor,<br />

Tão rico em misericórdia e compaixão,<br />

Cure seus corações <strong>do</strong>lori<strong>do</strong>s,<br />

Rezemos ao Senhor:<br />

Por aqueles que são persegui<strong>do</strong>s pela lembrança de um aborto,<br />

Que eles recebam a graça<br />

De procurar a cura em Cristo,<br />

Rezemos ao Senhor:


Por to<strong>do</strong>s os corações feri<strong>do</strong>s pelo peca<strong>do</strong> <strong>do</strong> aborto:<br />

Que Deus os conforte e cure<br />

Com o bálsamo de sua misericórdia,<br />

Rezemos ao Senhor:<br />

Por to<strong>do</strong>s aqueles que ajudam os pais que praticaram um aborto:<br />

Que Deus os recompense por serem testemunhas de Sua divina misericórdia<br />

Os fortaleça e lhes dê palavras de sabe<strong>do</strong>ria para levar as almas perdidas de volta para Ele,<br />

Rezemos ao Senhor:<br />

Pelas crianças que morrem por aborto em nosso país:<br />

Que suas mães, pais e outros familiares<br />

Procurem a misericórdia, a paz e o abraço amoroso de Cristo,<br />

Rezemos ao Senhor:<br />

Pág. 50<br />

Considere a possibilidade de oferecer uma Hora Santa ou uma Missa na intenção de to<strong>do</strong>s os que tem feridas<br />

devidas a aborto (Uma “Hora Santa pela Vida” está impressa no Apêndice D deste manual).<br />

Reze o ―Rosário <strong>Raquel</strong>”, que inclui meditações e intercessões para pessoas envolvidas em abortos. (Veja a<br />

seção ―Recursos Recomenda<strong>do</strong>s‖ deste manual).<br />

Distribua folhetos de orações com uma oração de cura, como a oração abaixo:<br />

Pai eterno,<br />

Fonte de to<strong>do</strong> amor e misericórdia,<br />

Que por amor a nós man<strong>do</strong>u Seu Filho,<br />

E permitiu que sangue e água<br />

Jorrassem de seu la<strong>do</strong> para purificar-nos de nossos peca<strong>do</strong>s<br />

E restaurar a inocência perdida.<br />

Ouça o choro de cada mulher que lamenta<br />

A perda de seu filho por aborto.<br />

Per<strong>do</strong>e o peca<strong>do</strong> dela, restaure-a para Sua graça<br />

E retire o terror de seu coração<br />

Com sua paz que vai além de to<strong>do</strong> entendimento.<br />

Pela intercessão<br />

Da Virgem Maria,<br />

Mãe de toda <strong>do</strong>çura e nossa Mãe,<br />

Aumente sua fé em Vós.<br />

Dê a ela consolo para acreditar<br />

Que seu filho agora vive com o Senhor.


Pedimos-vos isto por Cristo nosso Senhor,<br />

Que venceu o peca<strong>do</strong> e a morte,<br />

E que vive e reina convosco,<br />

Na unidade <strong>do</strong> Espírito Santo,<br />

Um só Deus por to<strong>do</strong>s os séculos. Amém.<br />

Pág. 51<br />

Mons. James Moroney<br />

(Veja www.hopeafterabortion.com/hope.cfm?sel=G84D; este cartão de oração pode ser adquiri<strong>do</strong> no<br />

USCCB Secretaria<strong>do</strong> de Atividades Pró-Vida <strong>do</strong>s EUA: ligue 866-582-0943).


SEÇÃO CINCO:<br />

A DIOCESE


O PROJETO RAQUEL E PROGRAMAS RELACIONADOS:<br />

O COMPROMISSO DIOCESANO<br />

COM A CURA PÓS-ABORTO<br />

A Igreja oferece reconciliação, bem como cuida<strong>do</strong>s espirituais e psicológicos para aqueles<br />

que sofrem com as conseqüências <strong>do</strong> aborto, primeiramente por meio de programas<br />

diocesanos, na maioria das vezes chama<strong>do</strong>s de <strong>Projeto</strong> <strong>Raquel</strong>...<br />

To<strong>do</strong>s os programas apresenta<strong>do</strong>s pela Igreja e organizações e agências católicas devem<br />

ter conhecimento para onde direcionar aqueles que precisam de cura pós-aborto 12 .<br />

Pág. 55<br />

Hoje, mais <strong>do</strong> que nunca, a Igreja é chamada a proclamar que todas as vidas humanas são sagradas e que o<br />

aborto tira a vida de um indivíduo único que foi cria<strong>do</strong> com amor por Deus. Ao mesmo tempo, a Igreja<br />

oferece cuida<strong>do</strong> pastoral eficaz para aqueles que experimentaram a perda pelo aborto.<br />

Apresentação<br />

O <strong>Projeto</strong> <strong>Raquel</strong> é o ministério de cura pós-aborto da Igreja Católica nos Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s (e agora em<br />

diversos países) e está em atividade sob alguma forma na maioria das dioceses com o nome <strong>Projeto</strong> <strong>Raquel</strong><br />

ou outro similar. O ministério <strong>Projeto</strong> <strong>Raquel</strong> é uma rede de cura composta de pessoas especialmente<br />

treinadas, que pode incluir padres, diáconos, freiras, leigos e voluntários, profissionais de saúde mental,<br />

diretores espirituais, mentores, capelães e outros, como<br />

profissionais da área médica. Estas pessoas, geralmente<br />

trabalhan<strong>do</strong> em equipe, proporcionam cuida<strong>do</strong>s diretos para<br />

mulheres, homens e a<strong>do</strong>lescentes que foram atingi<strong>do</strong>s por uma<br />

perda devida a aborto, permitin<strong>do</strong>-lhes sentir o luto,<br />

desenvolver um relacionamento pessoal com Cristo e se<br />

unirem novamente à Igreja por meio <strong>do</strong> Sacramento da<br />

Reconciliação.<br />

Cada diocese controla e opera o ministério <strong>do</strong> <strong>Projeto</strong> <strong>Raquel</strong> sob a supervisão de seu bispo ou arcebispo.<br />

Embora algumas dioceses possam se basear em diferentes estruturas, a linha de ação <strong>do</strong> <strong>Projeto</strong> <strong>Raquel</strong><br />

geralmente inclui uma linha telefônica exclusiva, atendida pelo pessoal <strong>do</strong> <strong>Projeto</strong> <strong>Raquel</strong> ou por<br />

voluntários, assim como um diretor ou coordena<strong>do</strong>r diocesano <strong>do</strong> <strong>Projeto</strong> <strong>Raquel</strong> que supervisiona os<br />

servi<strong>do</strong>res diocesanos e os voluntários treina<strong>do</strong>s, que respondem às ligações e encaminham as pessoas para<br />

padres, profissionais de saúde mental e vários membros da equipe da rede <strong>do</strong> <strong>Projeto</strong> <strong>Raquel</strong>.<br />

Os padres são o centro <strong>do</strong> ministério <strong>Projeto</strong> <strong>Raquel</strong>, proven<strong>do</strong> cuida<strong>do</strong>s espirituais por meio <strong>do</strong> Sacramento<br />

da Reconciliação e direção espiritual permanente, quan<strong>do</strong> possível. Aconselhamento compassivo e bem<br />

treina<strong>do</strong> também é ofereci<strong>do</strong> pelos padres, profissionais da saúde mental e outros da rede.<br />

Um ministério <strong>Projeto</strong> <strong>Raquel</strong> diocesano pode optar por oferecer programas adicionais de ajuda, como<br />

grupos de apoio, dias de oração e reflexão ou retiros, amplian<strong>do</strong> os elementos centrais <strong>do</strong> <strong>Projeto</strong> <strong>Raquel</strong>.<br />

12 USCCB, Pastoral Plan for Pro-Life Activities: A Campaign in Support of Life (Washington, DC: USCCB, 2001), 22-<br />

23.<br />

“O <strong>Projeto</strong> <strong>Raquel</strong> me deu a<br />

capacidade de me afastar de uma vida<br />

de desespero e culpa e começar uma<br />

nova vida de esperança e perdão. Uma<br />

experiência única... Eu nunca mais<br />

serei a mesma.”


Pág. 56<br />

Grupos de apoio e retiros podem beneficiar alguns homens e mulheres por meio da legitimação de suas<br />

perdas e seu luto de uma forma comunitária.<br />

Como Começar (ou Fortalecer) um <strong>Ministério</strong> <strong>do</strong><br />

<strong>Projeto</strong> <strong>Raquel</strong> na Sua Diocese<br />

Primeiros passos<br />

Assim como em qualquer programa de ação diocesano, é importante ter o apoio da diocese e <strong>do</strong>s líderes<br />

principais, ao mesmo tempo em que se prepara a base logística para o ministério.<br />

Permissão: Obter permissão e apoio <strong>do</strong> seu bispo para estabelecer um ministério <strong>Projeto</strong> <strong>Raquel</strong><br />

Apoio de oração: Estabelecer uma rede de intercessores que rezarão pelo sucesso <strong>do</strong> ministério, assim<br />

como por aqueles que oferecerão ajuda e por aqueles que precisam de ajuda.<br />

Apoio de pessoal: Conseguir o apoio e o engajamento de outras pessoas envolvidas em programas<br />

similares e complementares na sua região e daqueles que podem se voluntariar para ajudar. Estes<br />

podem estar em centros de cuida<strong>do</strong>s para gestantes, conselheiros, obras de caridade católicas, pessoas<br />

<strong>do</strong> serviço social, funcionários de hospitais católicos, capelães e outros.<br />

Liderança: Para gerenciar e coordenar o ministério, escolha um diretor que tem conhecimento e<br />

comprometimento com o ministério de cura. É essencial descartar pessoas que possam estar lidan<strong>do</strong><br />

com seus próprios problemas de cura após um aborto.<br />

Localização: Escolha um local na diocese onde os funcionários, voluntários e os telefonistas ficarão<br />

aloja<strong>do</strong>s. Pode ser no escritório da pastoral familiar, escritório pró-vida na diocese, em uma agência de<br />

aconselhamento da diocese ou talvez em um convento.<br />

Organização <strong>do</strong> atendimento telefônico: Prepare a linha telefônica exclusiva com funcionários ou<br />

voluntários que forem treina<strong>do</strong>s para responder perguntas sobre o ministério, que devotamente<br />

escutarão com gentileza e compaixão às pessoas que ligam para obter ajuda e que farão os<br />

encaminhamentos apropria<strong>do</strong>s. Uma linha telefônica atendida apenas pelo <strong>Projeto</strong> <strong>Raquel</strong> é muito<br />

importante. A mesma linha não deve ser atendida por outros programas, como de assistência a crises<br />

na gravidez. Pessoas que passaram por um aborto podem, sem querer, ser afastadas por uma<br />

mensagem genérica que visa aconselhar uma pessoa que está longe de fazer um aborto. Elas já estão<br />

sofren<strong>do</strong> por terem toma<strong>do</strong> a decisão errada.<br />

Os telefonemas iniciais são geralmente breves, mas às vezes podem ser longos, requeren<strong>do</strong> uma atenção<br />

concentrada. O funcionário pode ser um emprega<strong>do</strong> com outras responsabilidades, ciente de que estas<br />

ligações requerem a prioridade adequada. Quan<strong>do</strong> o ministério começa, o volume de ligações não é<br />

exagera<strong>do</strong>. As ligações aumentarão gradualmente, dependen<strong>do</strong> <strong>do</strong> nível de conhecimento <strong>do</strong> público e da<br />

propaganda <strong>do</strong> ministério. Não é necessário fornecer uma cobertura telefônica 24 horas. O número <strong>do</strong><br />

<strong>Projeto</strong> <strong>Raquel</strong> é uma linha de indicação, e não de soluções emergenciais. Se os atendentes atenderem a<br />

telefonemas à noite, podem acabar em situações difíceis, caso a pessoa seja suicida, ameaça<strong>do</strong>ra ou<br />

sexualmente oferecida. Também atender a telefonemas em casa pode levar à assustar funcionários e<br />

voluntários, pode ser prejudicial à vida familiar e causar sofrimento à pessoa que está ligan<strong>do</strong>, ao escutar a<br />

voz de crianças ou outras distrações.


Pág. 57<br />

Muitas vezes é levantada a questão sobre se o ministério deve fornecer uma linha de serviço 24 horas. A<br />

menos que um público extraordinário tenha surgi<strong>do</strong>, isto geralmente não deve ser feito. O objetivo <strong>do</strong><br />

ministério é fornecer encaminhamento e não um cuida<strong>do</strong> de emergência. Informações de emergência, como<br />

uma linha para prevenção de suicídios, podem ser fornecidas em mensagens gravadas e disponibilizadas fora<br />

<strong>do</strong> horário de atendimento.<br />

Como Desenvolver o Interesse Por Meio de Programas de Conscientização<br />

Oferecer um ou mais programas de conscientização pós-aborto <strong>do</strong> <strong>Projeto</strong> <strong>Raquel</strong> pode ser um meio muito<br />

eficiente para atrair tanto voluntários quanto pessoas procuran<strong>do</strong> por ajuda.<br />

Um programa de conscientização pós-aborto é um esforço educacional e útil que inclui informações sobre a<br />

biologia da gestação e <strong>do</strong> aborto, os sintomas experimenta<strong>do</strong>s por mulheres depois de um aborto, o impacto<br />

<strong>do</strong> aborto em outros membros da família incluin<strong>do</strong> os homens, o processo de cura e as necessidades<br />

particulares das pessoas que abortaram recentemente em comparação com homens e mulheres que sofreram<br />

os impactos de um aborto há muito tempo. O programa pode incluir um testemunho de alguém que<br />

vivenciou o aborto ou um vídeo sobre algo similar. O programa deve encerrar com uma explicação sobre os<br />

recursos atuais para homens e mulheres após um aborto, ou programas e recursos que estão sen<strong>do</strong><br />

planeja<strong>do</strong>s.<br />

O programa de conscientização pós-aborto serve a muitos propósitos e públicos. Aqueles que se envolveram<br />

em um aborto geralmente não sabem onde procurar ajuda. Um programa de conscientização pode informálos<br />

sobre a ajuda disponível e, se eles participarem, pode também garantir a sensação de segurança que eles<br />

precisam antes de se aproximarem de estranhos para pedir ajuda por uma situação que eles consideram<br />

muito vergonhosa.<br />

Familiares e amigos daqueles que sofrem com as conseqüências de um aborto podem obter maior<br />

conhecimento sobre a experiência <strong>do</strong> aborto, ficar a par <strong>do</strong> ministério de cura pós-aborto da Igreja e adquirir<br />

informações e materiais para compartilhar com amigos ou familiares que abortaram, ou casualmente levar o<br />

material onde possa ser encontra<strong>do</strong> por quem precisa.<br />

Boa parte <strong>do</strong> público em geral não tem noção <strong>do</strong> sofrimento emocional e espiritual que ocorre após um<br />

aborto. A realidade desta experiência pode mudar os corações <strong>do</strong>s que são a favor <strong>do</strong> aborto, uma vez que<br />

eles pensam que o aborto pode ser uma ―boa opção‖ para a mulher que tem uma gravidez indesejada. Por<br />

meio de um programa de conscientização, os participantes podem aprender que existem pelo menos 3<br />

vítimas em um aborto: a mão, o pai e a criança. Enquanto a criança está agora ―viven<strong>do</strong> no Senhor‖<br />

(Evangelium Vitae, nº 99), os pais dela são confia<strong>do</strong>s a nós, para que ajudemos a guiá-los ao Deus que cura.<br />

É um grande privilégio que Deus confie em nós para sermos mensageiros de Sua misericórdia, trazen<strong>do</strong><br />

almas feridas para a cura e a graça por meio da reconciliação.<br />

Conhecer a experiência pós-aborto de homens e mulheres pode também suavizar os corações de uma<br />

minoria de defensores pró-vida que às vezes julga com severidade as mulheres que passaram por um aborto.<br />

Um programa de conscientização sobre o aborto é também uma ferramenta eficiente para alcançar<br />

profissionais de saúde mental, padres e outros líderes comunitários.<br />

Finalmente, a mídia precisa ser educada sobre como o aborto machuca mulheres, homens e a<strong>do</strong>lescentes.<br />

Uma vez que eles adquiram esse conhecimento, alguns podem ajudar escreven<strong>do</strong> histórias, intermedian<strong>do</strong><br />

entrevistas e crian<strong>do</strong> peças de opinião que exploram as conseqüências <strong>do</strong> aborto, dan<strong>do</strong> ao ministério<br />

publicidade gratuita.<br />

Ao planejar um programa de conscientização:


Pág. 58<br />

Escolha uma localização central que seja acessível ao maior número de pessoas possível.<br />

Geralmente uma paróquia funciona bem.<br />

Faça ampla propaganda dentro da comunidade que você quer que participe <strong>do</strong> programa.<br />

Você pode fazer o programa de conscientização após uma ―Missa de Esperança e Cura‖,<br />

celebrada pela cura daqueles que experimentaram uma perda de gravidez ou após uma oração<br />

por aqueles que sofrem por causa de um aborto ou outra perda infantil. (Veja informações sobre<br />

―Manhã ou Tarde de Recordação e Intercessão‖ na seção ―Recursos Recomenda<strong>do</strong>s‖). Esta<br />

combinação pode atrair um grupo maior, especialmente aqueles que estão dispostos a interceder<br />

pelo ministério.<br />

Você pode oferecer programas de conscientização adicionais durante o ano em diferentes locais<br />

da diocese. Isto continuará geran<strong>do</strong> mais voluntários e mais gente procuran<strong>do</strong> ajuda.<br />

No programa de conscientização, distribua um formulário aos participantes para que se inscrevam para se<br />

tornarem parte <strong>do</strong> <strong>Projeto</strong> <strong>Raquel</strong> em várias funções, desde apoio de oração até conselheiro profissional.<br />

Após o programa, o diretor <strong>do</strong> ministério deve encontrar-se individualmente com to<strong>do</strong>s os possíveis<br />

voluntários, para verificar se eles possuem aptidão para o papel que desejam desempenhar, se respeitam os<br />

ensinamentos da Igreja em to<strong>do</strong>s os aspectos morais e se podem responder apropriadamente às necessidades<br />

espirituais, emocionais, psicológicas e/ou físicas de mulheres e homens após um aborto. Uma preocupação<br />

especial é detectar indivíduos com as melhores intenções, mas que podem estar sofren<strong>do</strong> com seus próprios<br />

problemas de cura ou com a necessidade de ser ―cura‖ para outros.<br />

Como Triar Conselheiros e Terapeutas Profissionais<br />

O diretor/coordena<strong>do</strong>r <strong>do</strong> <strong>Projeto</strong> <strong>Raquel</strong> deve contatar pessoalmente cada um <strong>do</strong>s profissionais de saúde<br />

mental para averiguar a existência de licença profissional, credenciamento adequa<strong>do</strong>, detalhes <strong>do</strong> processo<br />

de encaminhamento e custos, incluin<strong>do</strong> a disponibilidade deles em oferecer serviços profissionais por um<br />

baixo valor e, em alguns casos, ocasionalmente oferecer uma ou duas sessões gratuitas. Também é<br />

importante descobrir se o profissional de saúde mental está de acor<strong>do</strong> com os ensinamentos da Igreja, por<br />

exemplo, quanto à contracepção e a atividade sexual fora <strong>do</strong> casamento.<br />

Isto é importante porque um terapeuta que não está familiariza<strong>do</strong> com os ensinamentos da Igreja ou que<br />

discorda de alguns ou de to<strong>do</strong>s, pode causar graves problemas para as mulheres ou homens encaminha<strong>do</strong>s a<br />

ele. Não se pode presumir que alguém que trabalhe para uma agência da Igreja, serviço social ou programa<br />

de aconselhamento seja católico, conheça os ensinamentos da Igreja e esteja de acor<strong>do</strong> com esses<br />

ensinamentos. Mesmo aqueles que trabalham em agências, hospitais, asilos, escolas e programas católicos<br />

devem ser cuida<strong>do</strong>samente investiga<strong>do</strong>s.<br />

Pode surgir a questão sobre como lidar com encaminhamentos para pessoas sem recursos financeiros para<br />

aconselhamento profissional. Em algumas dioceses, o escritório estabeleceu um fun<strong>do</strong> que pagará por certo<br />

número de sessões para aqueles que precisam. Algumas vezes, uma sessão com valor reduzi<strong>do</strong> também pode<br />

ser arranjada. O dinheiro pode vir de coleta de fun<strong>do</strong>s, <strong>do</strong>ações privadas, conselhos <strong>do</strong>s Cavaleiros de<br />

Columbus, grupos de mulheres católicas e pastorais paroquiais relativas à vida.<br />

Como Triar Voluntários e Funcionários<br />

No mun<strong>do</strong> de hoje, onde uma a cada três mulheres com menos de quarenta e cinco anos já fez um aborto, é<br />

importante assegurar-se com uma razoável certeza sobre as experiências vividas por aqueles envolvi<strong>do</strong>s no<br />

voluntaria<strong>do</strong> ou como funcionários <strong>do</strong> ministério. Esta é uma questão de segurança e reforço <strong>do</strong>s limites para<br />

to<strong>do</strong>s os que estão envolvi<strong>do</strong>s. Por exemplo, a pessoa que atende ao telefone não deve ser colocada em uma<br />

situação que pode ser perigosa para sua saúde mental, nem a pessoa que está telefonan<strong>do</strong> deve ser colocada<br />

em risco por alguém que talvez não esteja cura<strong>do</strong> ou tenha problemas de limites. Se alguém já passou por


Pág. 59<br />

uma gravidez perdida, nós devemos ter certeza de que ela já passou pelo processo de cura antes de permitir<br />

que ela preste serviços. A supervisão apropriada deve ser feita pelo diretor.<br />

Abaixo se encontra uma lista de perguntas de discernimento para pessoas que estão interessadas em<br />

trabalhar como voluntárias ou que atenderão às ligações telefônicas <strong>do</strong> <strong>Projeto</strong> <strong>Raquel</strong>:<br />

Por que eu me sinto chamada a trabalhar nesta área?<br />

Qual é a minha história?<br />

- Eu já tive uma gravidez de risco?<br />

- A minha filha ou alguém que eu amo já passou por uma gravidez fora <strong>do</strong> casamento? A<br />

gravidez resultou em nascimento, a<strong>do</strong>ção ou aborto?<br />

- Eu já passei por uma gravidez perdida?<br />

- Eu já fiz um aborto?<br />

- Minha mãe tentou me abortar?<br />

- Eu perdi um membro da família por meio <strong>do</strong> aborto (um irmão, sobrinha ou sobrinho, por<br />

exemplo)?<br />

- Alguém que eu conheço já foi atingi<strong>do</strong> por uma experiência com o aborto (uma tia, avó,<br />

amiga, irmão, prima, mãe, esposa)?<br />

- Eu já sofri a perda de uma criança por meio de um aborto espontâneo, natimorto ou gravidez<br />

ectópica?<br />

- Eu já sofri com a infertilidade?<br />

- Eu já passei pelo luto dessas experiências ou eu mantive meu luto sob controle ocupan<strong>do</strong>-me<br />

com atividades?<br />

- Se eu já fiz um aborto, eu já me envolvi em um programa de cura pós-aborto? Essa questão<br />

ainda me incomoda às vezes?<br />

- Por que eu quero me envolver nisso? Eu estou ―me justifican<strong>do</strong> por alguma coisa‖? Eu quero<br />

consertar alguém?<br />

Outras perguntas para reflexão:<br />

Quan<strong>do</strong> uma mulher faz um aborto, eu acho que é ...<br />

Uma mulher decide abortar porque...<br />

Quais são meus limites para ajudar alguém? Há pessoas com as quais eu acho impossível<br />

lidar? O que elas têm que me incomoda tanto?<br />

Quan<strong>do</strong> eu penso em alguém por quem eu teria dificuldade em sentir compaixão, eu penso<br />

em... Por que?<br />

Se uma mulher fez vários abortos, em imagino que...


Quan<strong>do</strong> eu penso em conversar com um homem envolvi<strong>do</strong> em um aborto, eu...<br />

Pág. 60<br />

Quan<strong>do</strong> eu penso em conversar com um presta<strong>do</strong>r de serviços de aborto que veio lidar com<br />

sua própria perda através de um aborto, eu sinto vontade de...<br />

Quan<strong>do</strong> eu penso em conversar com uma mãe que forçou a própria filha a fazer um aborto,<br />

eu...<br />

Para processar as histórias e as emoções pelas quais eu passarei ao fazer este trabalho, meus<br />

meios de lidar com elas será...<br />

Eu tenho um diretor espiritual?<br />

Quais habilidades profissionais ou treinamentos eu tenho que seriam úteis?<br />

Estas são perguntas inicialmente para uma reflexão pessoal, mas também para discussão. Se estas perguntas<br />

forem respondidas por escrito, o diretor/coordena<strong>do</strong>r <strong>do</strong> <strong>Projeto</strong> <strong>Raquel</strong> deve tratá-las como extremamente<br />

sigilosas. O diretor/coordena<strong>do</strong>r <strong>do</strong> <strong>Projeto</strong> <strong>Raquel</strong> tem a obrigação de manter to<strong>do</strong>s neste processo em<br />

segurança e não pode presumir que to<strong>do</strong>s os que desejam ajudar estão aptos a fazê-lo.<br />

Treinamento Diocesano<br />

O treinamento para platéias específicas deve seguir os programas gerais de conscientização menciona<strong>do</strong>s<br />

acima. Pense em treinamentos especializa<strong>do</strong>s para padres (de preferência to<strong>do</strong>s os padres da diocese, tanto<br />

das ordens diocesanas quanto congregações), seminaristas, diáconos, diretores espirituais, funcionários de<br />

casas de retiros, religiosos e religiosas, profissionais de saúde metal, obras de caridade católicas e<br />

funcionários <strong>do</strong> serviço social, capelães e conselheiros de escolas e faculdades, capelães de hospitais,<br />

cuida<strong>do</strong>res de i<strong>do</strong>sos, trabalha<strong>do</strong>res de asilos, profissionais médicos, voluntários e funcionários de centros de<br />

gravidez pró-vida, clérigos de outras denominações religiosas e quaisquer outros voluntários que trabalham<br />

com mulheres que tiveram gravidez indesejada ou de risco.<br />

Em dioceses com ministérios <strong>do</strong> <strong>Projeto</strong> <strong>Raquel</strong> ativos, cerca de 10% <strong>do</strong>s padres decide se envolver na rede<br />

de encaminhamento <strong>do</strong> <strong>Projeto</strong> <strong>Raquel</strong>. O ideal, entretanto, é que to<strong>do</strong>s os padres sejam treina<strong>do</strong>s, pois to<strong>do</strong>s<br />

possivelmente ouvirão confissões de pessoas que participaram de aborto. To<strong>do</strong>s os padres precisam saber<br />

como ser eficazes em ajudar mulheres e homens pós-aborto durante o Sacramento da Reconciliação e eles<br />

precisam saber como encaminhar as pessoas para receberem apoio permanente <strong>do</strong> <strong>Projeto</strong> <strong>Raquel</strong>.<br />

Uma vez que o <strong>Projeto</strong> <strong>Raquel</strong> estiver estabeleci<strong>do</strong> na diocese, chegarão ligações de pessoas de todas as<br />

crenças. Assim, é importante que clérigos de outras denominações religiosas estejam prepara<strong>do</strong>s e<br />

disponíveis para estas pessoas. O <strong>Projeto</strong> <strong>Raquel</strong> é um poderoso ministério de evangelização, mas o papel<br />

<strong>do</strong>s funcionários e voluntários <strong>do</strong> <strong>Projeto</strong> <strong>Raquel</strong> não é converter mulheres e homens que fizeram um aborto.<br />

Transmitir delicadamente o poder <strong>do</strong> amor de Deus e a mensagem de esperança é uma maravilhosa<br />

oportunidade para evangelizar sem fazer proselitismo. É Deus quem moverá o indivíduo pela jornada da fé.<br />

Como Manter Sob Sigilo a Lista de Padres<br />

A lista de padres e outros clérigos <strong>do</strong> ministério <strong>Projeto</strong> <strong>Raquel</strong> deve permanecer confidencial. Apenas o<br />

diretor, o bispo (e outros que ele julgar necessário) e aqueles que fazem encaminhamentos diretos devem ter<br />

acesso à lista. Isto é aconselhável por muitas razões:<br />

Os padres ficam mais propensos a participarem <strong>do</strong> ministério se eles souberem que podem<br />

optar por aceitar (ou rejeitar) os encaminhamentos. Às vezes é preciso um padre pedir que<br />

não sejam feitos encaminhamentos a ele por certo perío<strong>do</strong>, ele pode estar <strong>do</strong>ente ou<br />

mudan<strong>do</strong> de paróquia ou pode simplesmente ter muitos compromissos naquele momento;


Pág. 61<br />

Se to<strong>do</strong>s sabem que o padre ―fulano de tal‖ é um padre <strong>do</strong> <strong>Projeto</strong> <strong>Raquel</strong>, os funcionários<br />

da paróquia e os paroquianos podem presumir que toda mulher que vai conversar com o<br />

padre fez um aborto, e assim eles podem, sem querer, romper o sigilo ou até fazer fofoca;<br />

Se um padre da lista não for bom para receber encaminhamentos, os funcionários <strong>do</strong><br />

<strong>Projeto</strong> <strong>Raquel</strong> podem, sem alarde, parar de mandar pessoas a ele, sem que to<strong>do</strong>s fiquem<br />

saben<strong>do</strong> disso. Se os nomes são de conhecimento público, é quase impossível tirar um<br />

nome da lista sem que sejam feitas presunções pouco cari<strong>do</strong>sas;<br />

Algumas vezes, católicos leigos não entendem o valor <strong>do</strong> <strong>Ministério</strong> <strong>do</strong> <strong>Projeto</strong> <strong>Raquel</strong> e<br />

podem criticar o padre por participar dele;<br />

Os defensores <strong>do</strong> aborto podem usar uma lista de padres que tenha si<strong>do</strong> publicada para<br />

garantir às mulheres católicas que não há problemas em abortar, porque a Igreja já sabe<br />

que isto vai acontecer e tem até uma lista de padres que podem ―oferecer o perdão‖<br />

depois. Isto já aconteceu mais de uma vez.<br />

Manter Todas as Outras Listas Sigilosas<br />

A lista de outros colabora<strong>do</strong>res também deve ser mantida confidencial. De novo, isso permite que<br />

voluntários e profissionais atuem apropriadamente. Se alguém da lista se tornar inconveniente, o nome dele<br />

ou dela pode ser confidencialmente removi<strong>do</strong> sem conhecimento público.<br />

Como Lançar e Promover<br />

o <strong>Ministério</strong> <strong>do</strong> <strong>Projeto</strong> <strong>Raquel</strong><br />

Uma vez que padres, profissionais e voluntários sejam treina<strong>do</strong>s e o ministério esteja pronto para funcionar,<br />

ofereça uma missa especial para rezar por aqueles atingi<strong>do</strong>s por aborto e para anunciar publicamente que<br />

esta ajuda está disponível. O ideal é que o bispo celebre esta missa e pregue sobre o amor e o desejo de Deus<br />

de curar as feridas <strong>do</strong> aborto. Esta é uma oportunidade de convidar pessoas de fora da diocese e convidar a<br />

imprensa. A mídia está geralmente muito interessada neste ministério porque ele vai contra o que eles<br />

esperam da Igreja. A mídia presume que a Igreja condena tanto o peca<strong>do</strong> quanto o peca<strong>do</strong>r e fica surpresa<br />

que a Igreja ofereça ajuda pastoral para aqueles que sofreram os impactos <strong>do</strong> aborto.<br />

Como Promover o <strong>Ministério</strong> <strong>do</strong> <strong>Projeto</strong> <strong>Raquel</strong><br />

Fazer o anúncio público deste ministério é crucial para seu sucesso. Sem uma publicidade robusta o<br />

ministério não vai desabrochar. E mais importante, aqueles que precisam muito de uma cura e reconciliação<br />

com Deus podem continuar a viver na alienação e no desespero, sem saber <strong>do</strong> perdão e da graça que Jesus<br />

torna possível por meio de Sua Igreja. Os padres diocesanos devem ser estimula<strong>do</strong>s a pregar sobre o amor e<br />

a misericórdia de Deus e a falar sobre a presença <strong>do</strong> <strong>Projeto</strong> <strong>Raquel</strong> na diocese. No começo <strong>do</strong> ministério,<br />

será útil se o bispo fizer um pronunciamento público, anuncian<strong>do</strong> o ministério e explican<strong>do</strong> como ele<br />

funciona e quais serviços serão ofereci<strong>do</strong>s. O jornal católico local pode entrevistar o bispo, diretor e/ou um<br />

padre envolvi<strong>do</strong> no <strong>Ministério</strong> <strong>do</strong> <strong>Projeto</strong> <strong>Raquel</strong> para promover o trabalho. Estações de rádio e televisão<br />

locais também podem querer transmitir histórias sobre o lançamento <strong>do</strong> <strong>Projeto</strong> <strong>Raquel</strong>.<br />

Um relações-públicas da diocese com bom trânsito com a imprensa deve estar prepara<strong>do</strong> para transmitir a<br />

mensagem de esperança e de cura <strong>do</strong> <strong>Projeto</strong> <strong>Raquel</strong> e explicar como o ministério funciona. Esta pessoa, de<br />

preferência uma mulher, deve estar apta a mostrar que a opinião profética e forte da Igreja contra o aborto<br />

não é incompatível com o braço pastoral de ajuda àqueles que foram envolvi<strong>do</strong>s pelo aborto para que<br />

encontrem cura e paz.<br />

Anúncios no rádio podem ir ao ar à noite (quan<strong>do</strong> os custos de propaganda são mais baixos) e ainda atingir<br />

muitas pessoas que tiveram uma perda por meio <strong>do</strong> aborto, por causa da freqüente dificuldade de <strong>do</strong>rmir que


Pág. 62<br />

elas têm. Em algumas regiões, os anúncios no rádio podem estar disponíveis a um preço razoável e, em<br />

alguns casos, podem ser <strong>do</strong>a<strong>do</strong>s como um serviço público. Os anúncios podem ser baixa<strong>do</strong>s <strong>do</strong> site<br />

Esperança Após o Aborto da USCCB, que apóia o ministério <strong>Projeto</strong> <strong>Raquel</strong>, em<br />

www.hopeafterabortion.org. Clique em ―Jubilee Program‖ e no link ―radio listen‖.<br />

Pequenos anúncios são relativamente baratos para serem coloca<strong>do</strong>s em jornais comunitários e guias de<br />

compras locais.<br />

Como Prosseguir com o <strong>Ministério</strong><br />

Continue educan<strong>do</strong> os participantes da rede e a comunidade ao re<strong>do</strong>r por meio de material impresso e<br />

reuniões de treinamento de vez em quan<strong>do</strong>.<br />

Ofereça treinamento ocasional para pessoas novas para que a rede continue a se expandir. Mesmo aqueles<br />

que não fazem parte da lista oficial de encaminhamentos podem ser beneficia<strong>do</strong>s pelo treinamento, pois<br />

assim eles podem recomendar com conhecimento de causa o <strong>Projeto</strong> <strong>Raquel</strong> para pessoas que elas<br />

encontrem nas suas próprias áreas de ministério.<br />

Continue fazen<strong>do</strong> propaganda no jornal de <strong>do</strong>mingo e na mídia comum e católica local. Encoraje os<br />

coordena<strong>do</strong>res pró-vida da paróquia a exibir materiais <strong>do</strong> <strong>Projeto</strong> <strong>Raquel</strong> na paróquia e a distribuir<br />

informações sobre o <strong>Projeto</strong> <strong>Raquel</strong> na comunidade.<br />

Procure a mídia com freqüência e mostre-se disponível para divulgar histórias sobre o crescimento <strong>do</strong><br />

ministério.<br />

Proclaman<strong>do</strong> o amor misericordioso de Deus de forma eficaz e incansável, servin<strong>do</strong> os Seus filhos feri<strong>do</strong>s<br />

com competência e compaixão e permanecen<strong>do</strong> fiel na oração, o <strong>Ministério</strong> <strong>do</strong> <strong>Projeto</strong> <strong>Raquel</strong> da diocese vai<br />

crescer e florescer.<br />

Missa da Esperança e da Cura<br />

Serviços de Cura Adicionais:<br />

Missas e Retiros<br />

Uma ou duas vezes ao ano, a diocese ou a paróquia podem planejar uma ―Missa da Esperança e da Cura‖<br />

para to<strong>do</strong>s que perderam filhos pequenos. To<strong>do</strong>s os materiais promocionais devem deixar claro que a missa<br />

será oferecida por qualquer um que foi atingi<strong>do</strong> pela perda de um filho, seja por aborto espontâneo,<br />

natimorto, gravidez ectópica, morte infantil precoce ou aborto provoca<strong>do</strong>. Se o evento se focar apenas no<br />

aborto, poucas pessoas comparecerão. Mas se todas essas perdas forem incluídas, muitos virão. Materiais<br />

sobre aborto espontâneo, perda de um filho e cura pós-aborto podem ser coloca<strong>do</strong>s à disposição na saída da<br />

Igreja para que as pessoas levem para casa.<br />

Algumas sugestões para as missas seriam:<br />

Coloque uma cesta com papel e caneta na entrada para que as pessoas escrevam os nomes<br />

das crianças pelas quais elas estão ali (ou talvez elas possam escrever ―o filho da milha<br />

filha‖). Os papéis devem ficar na cesta e serão leva<strong>do</strong>s ao altar no ofertório;<br />

A homilia deve enfatizar o luto e a cura. A história da morte e ressurreição de Lázaro pode<br />

ser usada como ponto de partida, mas muitas outras histórias das Escrituras podem ser<br />

usadas. É importante falar sobre a misericórdia infinita de Deus e sobre o poder <strong>do</strong>s<br />

sacramentos.<br />

Faça alguma coisa que as pessoas possam levar para casa no final da missa, como


Pág. 63<br />

lembrança – um santinho com uma oração, um pequeno crucifixo, uma vela em um vidro ou<br />

talvez uma bonita flor, que poderá ser mostrada sem que outros perguntem o que ela<br />

significa.<br />

Como Trabalhar com Modelos de Retiros<br />

Vários modelos de retiros cura pós-aborto são ofereci<strong>do</strong>s em programas diocesanos ou independente <strong>do</strong>s<br />

escritórios diocesanos. <strong>Ministério</strong>s <strong>Raquel</strong> Vineyard, Entering Canaan, Terra <strong>do</strong> Leite e <strong>do</strong> Mel e <strong>Ministério</strong><br />

de Cura Bethesda tem si<strong>do</strong> eficazes para trabalharem em colaboração conosco ou como parte <strong>do</strong> escritório<br />

diocesano <strong>do</strong> <strong>Projeto</strong> <strong>Raquel</strong>.<br />

Em alguns casos, a experiência de retiro é o primeiro passo que uma mulher ou um homem podem dar na<br />

jornada de cura. Em muitos casos, os participantes <strong>do</strong> retiro são encaminha<strong>do</strong>s após um trabalho inicial com<br />

um membro da equipe <strong>do</strong> <strong>Projeto</strong> <strong>Raquel</strong>, como um funcionário, um padre ou um conselheiro. Algumas<br />

mulheres e homens podem precisar de ajuda imediata e não podem esperar pelo próximo retiro para<br />

receberem ajuda. Outros podem querer começar com um padre confessor antes de qualquer coisa. O objetivo<br />

<strong>do</strong> <strong>Projeto</strong> <strong>Raquel</strong> é oferecer a mulheres e homens uma ajuda competente e um cuida<strong>do</strong> holístico quan<strong>do</strong><br />

eles precisarem. Aconselhamento individual espiritual ou psicológico, retiros, dias de reflexão e missas de<br />

cura pós-aborto, são to<strong>do</strong>s parte da abordagem da equipe para se chegar à cura.<br />

Se você for adicionar um modelo de retiro no seu ministério, aqui vão algumas considerações:<br />

Defina cuida<strong>do</strong>samente o relacionamento entre a diocese e o programa de retiros. É um<br />

encaminhamento externo para uma entidade independente ou é um ministério desenvolvi<strong>do</strong><br />

pela diocese? Ao trabalhar com modelos de retiros que operam de forma independente da<br />

diocese, certifique-se de que os contratos e os assuntos relaciona<strong>do</strong>s a seguros foram<br />

devidamente analisa<strong>do</strong>s e aprova<strong>do</strong>s pelo advoga<strong>do</strong> da diocese;<br />

A equipe de retiros deve ser competente em suas áreas específicas (media<strong>do</strong>res, conselheiros,<br />

padres) e devem ser analisa<strong>do</strong>s como qualquer outro voluntário ou funcionário <strong>do</strong> <strong>Projeto</strong><br />

<strong>Raquel</strong> (veja ―Escolhen<strong>do</strong> Conselheiros e Terapeutas Profissionais‖ e ―Escolhen<strong>do</strong><br />

Voluntários e Funcionários‖, na página 58);<br />

Os participantes <strong>do</strong> retiro também devem ser tria<strong>do</strong>s. Qualquer um que revele pensamentos<br />

suicidas, uso de substâncias ilícitas ou um aparente problema psicológico que se mostre<br />

perturba<strong>do</strong>r, deve ser convenci<strong>do</strong> a adiar sua ida ao retiro. Ao perguntar sobre as medicações<br />

que são tomadas para depressão ou ansiedade pode-se ter um sinal da intensidade de qualquer<br />

distúrbio psicológico;<br />

Um protocolo de procedimentos deve estar disponível caso algum participante precise de<br />

cuida<strong>do</strong>s médicos ou de saúde mental durante ou após o retiro. Para o caso de um membro da<br />

família precisar ser contata<strong>do</strong>, as informações de contato pertinentes devem ser fornecidas por<br />

cada participante com antecedência;<br />

Os padres que participam <strong>do</strong> retiro devem, de preferência, ser da diocese local. Eles estão<br />

cobertos pelas apólices de seguro da diocese e estão familiariza<strong>do</strong>s com os recursos locais e<br />

práticas comuns da diocese. Por exemplo, padres da diocese local podem ajudar uma mulher a<br />

entrar em contato com o tribunal se ela precisar pedir uma anulação. Se um padre participante<br />

for de fora da diocese, os procedimentos apropria<strong>do</strong>s devem ser segui<strong>do</strong>s para que ele possa<br />

obter permissão da diocese onde está ocorren<strong>do</strong> o retiro;<br />

Se o Santíssimo Sacramento ficará exposto, a permissão diocesana apropriada e os<br />

procedimentos devem ser segui<strong>do</strong>s. Certifique-se de coordenar com o escritório diocesano<br />

qualquer dúvida em termos de liturgia;<br />

Uma lista impressa de recursos para acompanhamento com informações de contato deve ser<br />

colocada à disposição de to<strong>do</strong>s os participantes ao final <strong>do</strong> retiro.


Seção Seis<br />

A Perspectiva<br />

Canônica sobre o<br />

Aborto


A Perspectiva Canônica sobre<br />

o Aborto<br />

Pág. 67<br />

É comumente presumi<strong>do</strong> que a Igreja excomunga to<strong>do</strong>s os católicos que tenham realiza<strong>do</strong> um aborto bemsucedi<strong>do</strong>.<br />

No entanto, provavelmente em muitíssimos casos, circunstâncias atenuantes evitam que o<br />

indivíduo traga incorra na censura de excomunhão. A tragédia <strong>do</strong> aborto provoca questões distintas a<br />

respeito da responsabilidade pessoal daquele que realiza um aborto bem-sucedi<strong>do</strong>: um peca<strong>do</strong> foi cometi<strong>do</strong>?<br />

Se sim, o cometimento de tal peca<strong>do</strong> foi tal que também resultou na incorrência de uma pena?<br />

Um peca<strong>do</strong> é uma ofensa proposital e deliberada contra a vontade de Deus: uma palavra, um ato ou um<br />

desejo estimula<strong>do</strong> contra a Lei de Deus. Objetivamente, o aborto é um peca<strong>do</strong> mortal, um ato gravemente<br />

contrário à lei moral.<br />

Um crime, comumente menciona<strong>do</strong> como ―delito‖ na lei da Igreja, é uma violação externa da lei da Igreja<br />

ou da norma formalmente estabelecida por uma autoridade eclesiástica que tenha poder legislativo (cf. cc.<br />

1311, 1315). Pode ser uma surpresa para muitas pessoas, mas na verdade poucos peca<strong>do</strong>s foram<br />

estabeleci<strong>do</strong>s pela Igreja como sen<strong>do</strong> também crimes. Mas entre esses poucos peca<strong>do</strong>s que são crimes, o<br />

aborto está claramente incluí<strong>do</strong> entre os mais graves (c. 1398).<br />

Caminhan<strong>do</strong> la<strong>do</strong> a la<strong>do</strong> com o crime está a realidade de uma pena, que é a punição estabelecida pela lei da<br />

Igreja que pode ser aplicada ao católico que comete um crime. Essa penalidade serve para motivar a pessoa a<br />

retornar ao mo<strong>do</strong> de vida da Igreja, a reparar a injustiça cometida através <strong>do</strong> ato e permitir reparação por<br />

algum escândalo causa<strong>do</strong> por ele (cf. c. 1341). De acor<strong>do</strong> com o Código de Direito Canônico 13 , texto chave<br />

da legislação da Igreja, tanto a pessoa que cometeu o aborto bem-sucedi<strong>do</strong> quanto o cúmplice cuja<br />

cooperação positiva foi necessária para um aborto bem-sucedi<strong>do</strong>, ficam sujeitos à pena automática (latae<br />

sententiae) da excomunhão (cf. cc. 1398; 1329 §2; 1314). Na verdade, a excomunhão é a condenação que<br />

deveria ser vista como uma penalidade medicinal, significan<strong>do</strong> que propósito é primeiramente promover o<br />

arrependimento e reconciliação daquele que cometeu o ato (cf. c. 1312 §1, 1º). Deste mo<strong>do</strong>, a excomunhão<br />

pode ser aplicada apenas até que o ofensor aceite a graça da cura de Deus e se arrependa, momento no qual a<br />

excomunhão deve ser retirada no Sacramento da Reconciliação ou por outros meios legítimos. Em outras<br />

palavras, a Igreja estabeleceu a excomunhão como uma pena nos casos de aborto para dar testemunho da<br />

gravidade da ofensa, algo que não é percebi<strong>do</strong> pela sociedade secular, e para ajudar na melhora daquele que<br />

cometeu ou cooperou com o aborto. Não significa uma marca permanente a ser carregada pelo ofensor.<br />

Alguns termos precisam de explicação. Aborto é o assassinato direto e intencional de um embrião ou feto<br />

por qualquer meio e a qualquer momento a partir da concepção. Realizar significa alcançar, obter, induzir ou<br />

causar diretamente e intencionalmente por meios de ação física ou moral. Conseqüentemente, a pessoa que<br />

participa ativamente <strong>do</strong> ato abortivo realiza o aborto. Bem- sucedi<strong>do</strong> significa que a meta foi alcançada, não<br />

simplesmente desejada, planejada, frustrada e/ou tentada. Deste mo<strong>do</strong>, enquanto o desejo, intenção, e/ou<br />

tentativa de aborto seriam peca<strong>do</strong>s graves, eles, por si só, não constituem o crime <strong>do</strong> aborto.<br />

Então podemos dizer que to<strong>do</strong>s os Católicos que realizam um aborto ou que cooperam positivamente com<br />

um em seu senti<strong>do</strong> estritamente legal estão automaticamente excomunga<strong>do</strong>s? Não necessariamente. Isso<br />

deve-se ao fato de que, para que um crime seja cometi<strong>do</strong>, a lei da Igreja requer que os perpetra<strong>do</strong>res <strong>do</strong> ato<br />

tenham agi<strong>do</strong> de forma gravemente responsável. Ou seja, eles precisam ter cometi<strong>do</strong> o ato com completa e<br />

13 Ver Código de Direito Canônico, Edição Latin-Inglês (Washington, DC: Canon Law Society of America, 1998).


Pág. 68<br />

intencional vontade de causar mal e violar a lei. Dessa forma, assim como a lei civil considera circunstâncias<br />

atenuantes que removem ou reduzem a responsabilidade, o mesmo acontece com a lei da Igreja.<br />

Deste mo<strong>do</strong>, as circunstâncias abaixo, entre outras listadas em c. 1323, podem fazer com que uma pessoa<br />

nunca esteja sujeita a penalidade por ter parte em um aborto bem-sucedi<strong>do</strong>, mesmo que o ato cometi<strong>do</strong><br />

por ele ou ela possa ainda assim ser considera<strong>do</strong> peca<strong>do</strong> grave e certamente e objetivamente erra<strong>do</strong>:<br />

1. Aquele que ―habitualmente falta com o uso da razão‖ (tais pessoas normalmente são julgadas<br />

incapazes de cometer uma ofensa contra a lei, uma vez que não têm a capacidade de optar por agir<br />

de forma contrária à lei) (c. 1322).<br />

2. Aquele ―que ainda não completou o décimo sexto ano de idade‖ (c. 1323).<br />

3. Aquele que, sem culpa alguma, não sabia da violação da lei ou preceito da Igreja (mesmo saben<strong>do</strong><br />

que o aborto é um peca<strong>do</strong> sério/mortal; no entanto, a Lei da Igreja presume que católicos conhecem<br />

a lei a qual estão sujeitos) (cf. c. 15 §2).<br />

4. Aquele que agiu sob compulsão por força física ou em virtude de um mero acidente que não poderia<br />

ser previsto ou evita<strong>do</strong>, caso previsto (cf. c. 1323). No entanto, há uma diferença entre agir sob<br />

compulsão de força física e agir por me<strong>do</strong> severo. Aquele que age por me<strong>do</strong> severo ainda está sujeito<br />

a sofrer a imposição de uma penalidade, já que o ato <strong>do</strong> aborto é intrinsecamente mau (me<strong>do</strong> severo<br />

é uma resposta interna de uma pessoa à factível ameaça de um grave mal a ser imposto por outra<br />

pessoa). Veja c. 1324 §1, 5º).<br />

Ainda, as seguintes pessoas não estão automaticamente sujeitas a uma penalidade por ter parte em um aborto<br />

bem-sucedi<strong>do</strong>, embora uma penalidade menor ainda possa ser imposta como resulta<strong>do</strong> de um processo da<br />

Igreja (cf. c. 1324):<br />

1. Aquele com ―apenas uso imperfeito da razão‖ (c. 1324).<br />

2. Aquele ―que faltou com o uso da razão por embriaguez ou outro culpável semelhante‖ distúrbio<br />

mental.<br />

3. Aquele que agiu sob considerável ―calor passional, o qual não precedeu e obstruiu ponderação de<br />

mente e consentimento da vontade‖, desde que ―o calor passional por si só não tenha si<strong>do</strong><br />

voluntariamente‖ instiga<strong>do</strong> ou alimenta<strong>do</strong> (c. 1324).<br />

4. ―Um menor que já tenha completa<strong>do</strong> dezesseis anos‖ (c. 1324), mas que ainda não tenha dezoito<br />

anos de idade.<br />

5. Uma pessoa que tenha si<strong>do</strong> forçada por meio de ―me<strong>do</strong> severo, mesmo que relativamente severo‖ (c.<br />

1324).<br />

6. Aquele que sem culpa alguma não estava ciente ―de que a penalidade estava ligada a uma lei ou<br />

preceito‖ (c. 1324).<br />

Assim, para que uma pessoa seja automaticamente excomungada ela deve ter ti<strong>do</strong> parte em um aborto bem<br />

sucedi<strong>do</strong> ou ter contribuí<strong>do</strong> positivamente em um aborto bem sucedi<strong>do</strong> e<br />

1. Ter goza<strong>do</strong> de uso pleno da razão<br />

2. Ter pelo menos dezoito anos de idade<br />

3. Não ter si<strong>do</strong> ignorante ao fato de que a Lei da Igreja inclui a penalidade de excomunhão ao crime <strong>do</strong><br />

aborto (isto é diferente de simplesmente saber que o aborto é um peca<strong>do</strong> grave e mortal; a Lei da


Igreja presume que Católicos não desconhecem a Lei à qual estão sujeitos: veja c. 15 §2)<br />

Pág. 69<br />

4. Tenha si<strong>do</strong> capaz de exercer o seu livre arbítrio e não tenha agi<strong>do</strong> sob me<strong>do</strong> severo, calor passional,<br />

embriaguez inadvertida, ou qualquer outro distúrbio mental.<br />

A censura de excomunhão pode ser removida usan<strong>do</strong>-se a fórmula encontrada no Apêndice I <strong>do</strong> Rito de<br />

Penitência (cf. cc. 1354-1357), à qual a Lei se refere como um ―superior eclesiástico‖ de uma diocese (o<br />

bispo nomeia para governar a diocese). Além disso, a maioria <strong>do</strong>s bispos diocesanos tem concedi<strong>do</strong> esse<br />

direito aos padres de suas dioceses. Em caso de dúvida, é melhor buscar informação junto à corte de justiça<br />

diocesana.<br />

Finalmente, vejamos o que significa ser excomunga<strong>do</strong>. A penalidade da excomunhão proíbe um membro<br />

da Igreja de (cf. c. 1331):<br />

1. Ter qualquer participação ministerial na celebração <strong>do</strong> sacrifício da Eucaristia ou outra cerimônia de<br />

a<strong>do</strong>ração [pública]‖ (c. 1331)<br />

2. ―Celebrar os sacramentos ou sacramentais e receber os sacramentos‖<br />

3. Ocupar ―qualquer escritório, ministério ou função, ou realizar atos de controle‖ (c. 1331).<br />

Por favor, note cuida<strong>do</strong>samente, entretanto, que uma pessoa excomungada, apesar de estar de fora da vida<br />

sacramental da Igreja e não estar apta a exercer atividade ministerial dentro da Igreja, permanece um<br />

membro da Igreja permanece católica. Além disso, uma pessoa excomungada não está proibida de<br />

participar da Missa ou de outros atos públicos de a<strong>do</strong>ração, nem de atos particulares de oração e devoção.<br />

Na verdade, esses atos deveriam ser motiva<strong>do</strong>s para que a pessoa excomungada arrependa-se, mude a sua<br />

vida e auxilie na reparação da injustiça e escândalo causa<strong>do</strong>s pelo ato <strong>do</strong> aborto.<br />

As questões resumidas acima sobre a Lei da Igreja são complexas, principalmente aquelas a respeito daquele<br />

que age como cúmplice de um ato de aborto e que trouxe para si a pena pelo ato <strong>do</strong> aborto. Caso você tenha<br />

alguma dúvida sobre aborto e a lei canônica, contate um canonista na sua diocese ou um padre que possa<br />

assisti-lo de maneira confidencial.


Seção Sete<br />

FONTES<br />

RECOMENDADAS


Folhetos<br />

Pág. 73<br />

Burrin, Angela M. After Abortion: God Offers Forgiveness, Healing and Hope, 2nd ed. Ijamsville, MD: The<br />

Word Among Us Partners, 2010.<br />

Este folheto contém sete meditações Escriturais guiadas para ajudar mulheres que estão sofren<strong>do</strong> as conseqüências<br />

<strong>do</strong> aborto a experimentarem mais profundamente o amor misericordioso de Deus. A partir de 2010 estará<br />

disponível por meio <strong>do</strong> The Word Among Us Partners: www.waupartners.org.<br />

Coyle, C. T., PhD. Men and Abortion: Finding Healing, Restoring Hope. New Haven, CT: Knights of<br />

Columbus, 2009.<br />

Custa U$1.00 cada, com descontos para compras em grande quantidade. Ligue para 203-752-4574, ou visite<br />

Knigths of Columbus Catholic Information em www.kofc.org/un/eb/en/about/contact/cis_contact.html.<br />

Kupferman, Fr. Larry. A <strong>Rachel</strong> Rosary. Totowa, NJ: Catholic Book Publishing, 1994.<br />

Uma fonte de orações individuais ou para grupos.<br />

Pable, Martin, OFM Cap. Healing for Your Soul: A Guide for Post-Abortion Fathers. Milwaukee, WI:<br />

National Office of Post-Abortion Reconciliation and Healing, 2007.<br />

Este folheto foi planeja<strong>do</strong> para que seja coloca<strong>do</strong>, nas paróquias, em locais onde homens possam pegá-los. É uma<br />

delicada introdução à cura pós-aborto para pais, escrita por um padre psicólogo com muitos anos de experiência<br />

no ministério de cura pós-aborto e perícia no desenvolvimento espiritual <strong>do</strong> homem. Disponível individualmente<br />

ou em grandes quantidades: U$4.00 cada, incluin<strong>do</strong> frete e manejo, proveniente de menandabortion@yahoo.com.<br />

Para mais informações ou para fazer um pedi<strong>do</strong>, ligue para National Office of Post-Abortion Reconciliation and<br />

Healing no 800-5WE-CARE.<br />

Thatcher, Brian, MD, and Pe. Frank Pavone. <strong>Rachel</strong>, Weep No More. Stockbridge, MA: Marian Press, 2003.<br />

Estórias de aborto, os obstáculos à cura, o efeito <strong>do</strong> aborto nos outros e a cura pela misericórdia divina.<br />

Livros<br />

Brennan, Jane. Motherhood Interrupted: Stories of Healing and Hope After Abortion. Centennial, CO:<br />

Xlibris Corp., 2008.<br />

A autora, uma conselheira profissional pós-aborto que tem dedica<strong>do</strong> seu ofício a ajudar aqueles que sofrem as<br />

conseqüências <strong>do</strong> aborto, apresenta quinze estórias de aborto e cura.<br />

Burke, Kevin, David Wemhoff, and Marvin Stockwell. Redeeming a Father‘s Heart: Men Share Powerful<br />

Stories of Abortion Recovery. Bloomington, IN: AuthorHouse, 2007.<br />

Uma coleção de estórias de homens que participaram de abortos e sua recuperação.<br />

Burke, Kevin, et al. Sharing the Heart of Christ. Staten Island, NY: Priests for Life, 2009.<br />

Escrito pelos funda<strong>do</strong>res <strong>do</strong>s retiros pós-aborto <strong>Rachel</strong>'s Vineyard e Pe. Frank Pavone, este livro discute o trauma<br />

<strong>do</strong> aborto, a meto<strong>do</strong>logia <strong>do</strong> <strong>Rachel</strong>'s Vineyard, e dicas para conselheiros e clérigos envolvi<strong>do</strong>s no ministério pósaborto.<br />

Burke, Theresa. Forbidden Grief. Springfield, IL: Acorn Books, 2002.<br />

Lida com o chama<strong>do</strong> ―reordenamento traumático‖ uma vez que se refere a mulheres lidan<strong>do</strong> com a perda causada<br />

pelo aborto.<br />

Coyle, C. T., PhD. Men and Abortion: A Path to Healing. Lewiston, NY: Life Cycle Books, 1999.


Pág. 74<br />

Fonte para compreender as feridas de um homem após o aborto, bem como o processo para ajudá-lo a<br />

curar-se.<br />

Dillon, Fr., John J. A Path to Hope. Totowa, NJ: Catholic Book Publishing, 1990.<br />

Um livro prático sobre como ajudar aqueles que sofrem com as conseqüências <strong>do</strong> aborto, incluin<strong>do</strong> sugestões de<br />

orações, escritas por um padre que tem trabalha<strong>do</strong> no ministério pós-aborto.<br />

Gray, Kathleen, and Anne Lassance. Grieving Reproductive Loss: The Healing Process. Amityville, NY:<br />

Baywood Publishing Co., 2002.<br />

Livro extremamente útil para aqueles que ajudam mulheres que já tiveram perdas reprodutivas, incluin<strong>do</strong> o<br />

aborto. Este livro relativamente pequeno é uma leitura fácil e fornece sugestões concretas para o clero,<br />

orienta<strong>do</strong>res para o luto e profissionais de saúde mental; escrito por especialistas no campo <strong>do</strong> luto.<br />

Horak, Barbara. Real Abortion Stories: The Hurting and the Healing. El Paso, TX: Strive for the Best<br />

Publishing, 2007.<br />

Quatorze estórias sobre mulheres e uma sobre um homem relatan<strong>do</strong> suas dificuldades após envolvimento em<br />

aborto e como eles eventualmente encontraram a paz.<br />

Kirk, Peggy. You Aren‘t Alone: The Voices of Abortion. Nevada City, CA: Blue Dolphin Publishing, Inc.,<br />

2003.<br />

Um conselheiro de matrimônio e família apresenta <strong>do</strong>ze estórias das conseqüências e cura pós-aborto, além de<br />

uma seção de fontes onde encontrar ajuda para aqueles que estão consideran<strong>do</strong> um aborto, riscos médicos<br />

relaciona<strong>do</strong>s ao aborto e capítulos sobre contraceptivos.<br />

Maestri, Fr. William F. Do Not Lose Hope. Staten Island, NY: Alba House, 2000.<br />

Uma série de oito pequenas reflexões sobre as experiências vividas por mulheres lutan<strong>do</strong> após o aborto,<br />

vinculadas às palavras <strong>do</strong> Papa João Paulo II no parágrafo 99 <strong>do</strong> Evangelium Vitae (O Evangelho da Vida). O<br />

autor, um padre, escreve a partir de sua própria experiência como pastor que tem aconselha<strong>do</strong> mulheres após um<br />

aborto.<br />

Mannion, Fr. Michael T. Abortion and Healing: A Cry to Be Whole, 2nd ed. Kansas City, MO: Rowman and<br />

Littlefield/Sheed and Ward, 1986.<br />

Este livro provê uma visão geral da cura pós-aborto, escrita por um padre pioneiro no campo <strong>do</strong><br />

ministério pós-aborto.<br />

Mannion, Fr. Michael, ed. Post-Abortion Aftermath. Lanham, MD: Rowman and Littlefield, 1994.<br />

Compilação de ensaios apresenta<strong>do</strong>s por especialistas sobre as conseqüências <strong>do</strong> aborto em uma<br />

conferência em Washington D.C, em 1995. Este é um livro que traz uma visão geral, com um capítulo<br />

sobre o <strong>Projeto</strong> <strong>Raquel</strong> e um capítulo sobre a cura sacramental.<br />

Nykiel, Connie. No One Told Me I Could Cry: A Teen‘s Guide to Hope and Healing After Abortion.<br />

Lewiston, NY: Life Cycle Books, 2001.<br />

Este livro tem como alvo a<strong>do</strong>lescentes e jovens adultas que tenham aborta<strong>do</strong>. Pode ser adquiri<strong>do</strong> em maior<br />

quantidade por meio de sacer<strong>do</strong>tes de universidades e sacer<strong>do</strong>tes da juventude e deixa<strong>do</strong>s em lugares nos quais as<br />

pessoas possam vê-lo, com um bilhete que diga ―Para seus amigos. Por favor mantenha em circulação‖. Nenhum<br />

outro livro tem como alvo jovens mulheres que tenham vivencia<strong>do</strong> recentemente a perda por um aborto enquanto<br />

não é psicologicamente madura o suficiente para processar tu<strong>do</strong> o que está acontecen<strong>do</strong>.


Rear<strong>do</strong>n, David C. Aborted Women, Silent No More. Chicago: Loyola Press, 1987.<br />

Pág. 75<br />

Uma visão geral de anos de pesquisa sobre a experiência <strong>do</strong> aborto. Dr. Rear<strong>do</strong>n é considera<strong>do</strong> um <strong>do</strong>s<br />

especialistas mundiais no campo.<br />

Rear<strong>do</strong>n, David C., PhD. The Jericho Plan: Breaking Down the Walls Which Prevent Post-Abortion Healing.<br />

Springfield, IL: Acorn Books, 1996.<br />

Um recurso curto e conciso desenvolvi<strong>do</strong> para ajudar os clérigos na pregação sobre o emocionalmente pesa<strong>do</strong><br />

problema <strong>do</strong> aborto.<br />

Rear<strong>do</strong>n, David C., PhD. Victim and Victors: Speaking Out About Their Pregnancies, Abortion, and<br />

Children Resulting from Sexual Assault. Springfield, IL: Acorn Books, 2000.<br />

Estórias pessoais das diferentes escolhas de mulheres após conceber uma criança fruto de abuso sexual.<br />

Ring-Cassidy, Elizabeth, and Ian Gentles. Women‘s Health after Abortion: The Medical and Psychological<br />

Evidence, 2nd ed. Toronto, Ontario: deVeber Institute, 2003.<br />

Basea<strong>do</strong> em 500 artigos de jornais <strong>do</strong>s últimos vinte anos, tratan<strong>do</strong> problemas que se seguem a partir <strong>do</strong> aborto.<br />

Excelente para qualquer pessoa procuran<strong>do</strong> uma visão geral de pesquisas e edições. Escrito por uma psicóloga e<br />

especialista em bioética. Também disponível online em deveber.org/womens-heatlh-after-abortion.<br />

Riols, Noreen. My Unknown Child. Colora<strong>do</strong> Springs: Multnomah Books, 1999.<br />

A <strong>do</strong>lorosa e lindamente escrita história de uma mulher e sua jornada desde o vazio e arrependimento após um<br />

aborto recomenda<strong>do</strong> por médicos, até à paz e cura por meio de Jesus Cristo.<br />

Shostak, A., and G. McLouth. 1984. Men and Abortion: Lessons, Losses, and Love. New York, NY: Praeger.<br />

Ten<strong>do</strong> acompanha<strong>do</strong> a namorada em seu aborto, o sociólogo Shostak ficou comovi<strong>do</strong> com a experiência. Isso o<br />

levou a coletar da<strong>do</strong>s de 1.000 homens em trinta clínicas de aborto em dezoito esta<strong>do</strong>s. Ele ficou surpreso ao<br />

descobrir que outros ―homens da sala de espera‖ sentiam-se excluí<strong>do</strong>s, queriam ter aconselhamento na clínica, e<br />

estavam soterra<strong>do</strong>s por suas próprias reações emocionais negativas ao aborto. Este trabalho permanece o único<br />

livro acadêmico sobre o assunto.<br />

Stanford-Rue, Susan. Will I Cry Tomorrow? Healing Post-Abortion Trauma. Ada, MI: Revell, 1993.<br />

Descreve a conseqüência pessoal <strong>do</strong> aborto vivenciada pela Dra. Starford-Rue e a possível cura de longo prazo.<br />

Brochuras e Artigos<br />

Disponível no USCCB Secretariat of Pro-Life Activities (telefone: 866-582-0943). Para descrições, por favor<br />

recorra ao catálogo <strong>do</strong> Secretariat em www.usccb.org/prolife/materials/index.shtml.<br />

After the Abortion, poor Sr. Paula Vinegar (Item #9901-VAN)<br />

Divine Mercy in My Soul, por Theresa Bonopartis (Item #0001-BON)<br />

“The Hollow Men”: Male Grief and Trauma Following Abortion, por Vincent M. Rue, Ph.D. (Item #0846)<br />

How to Talk to a Friend Who‟s Had an Abortion (Item #0120)<br />

Neither Do I Condemn You (Item #9906)<br />

<strong>Project</strong> <strong>Rachel</strong>: In the Heart of the Church (Item #0748)<br />

A Special Word to Women Who Have Had an Abortion, por E. Joanne Angelo, MD (Item #9701-ANG)


Panfletos<br />

Disponíveis em www.lifecyclebooks.com:<br />

Do You Know Someone?<br />

The Fear I Felt<br />

Forgotten Fathers<br />

Hope and Healing<br />

The Pain That Follows<br />

Secret Sorrow<br />

Cartões de Oração<br />

Pág. 76<br />

Disponível no USCCB Secretariat of Pro-Life Activities (telefone: 866-582-0943). Para obter descrições, por<br />

favor recorra ao catálogo <strong>do</strong> Secretariat em www.usccb.org/prolife/materials/index.shtml.<br />

DVDs<br />

Disponíveis em www.lifecyclebooks.com:<br />

Dear Children (―Queridas Crianças‖)<br />

Beyond Regret<br />

Páginas na Internet<br />

www.hopeafterabortion.org—USCCB Secretariat of Pro-Life Activities, apóia o <strong>Project</strong> <strong>Rachel</strong> Ministry<br />

www.noparh.org—National Office of Post-Abortion Reconciliation and Healing (NOPARH)<br />

www.menandabortion.info—―Reclaiming Fatherhood,‖ an educational outreach of NOPARH<br />

www.afterabortion.org—The Elliot Institute<br />

www.bethesdahealing.org—The Bethesda Healing Ministry<br />

www.postabortionhelp.org - Rede Lumina<br />

www.rachelsvineyard.org— Retiro <strong>Rachel</strong>‘s Vineyard<br />

www.prolifejoes.com— Um centro de informação pré e pós-aborto para homens.<br />

Manhã ou Tarde de Lembrança Orante e Intercessão<br />

Este serviço de oração – constituí<strong>do</strong> de conversas, testemunhos, A<strong>do</strong>ração Eucarística, Missa, oração<br />

intercessora, e oportunidade para confissão – foi desenvolvi<strong>do</strong> pelas Sisters of Life e Theresa Bonopartis<br />

para a arquidiocese de Nova Iorque. Tem si<strong>do</strong> transmitida na Basílica <strong>do</strong> Santuário Nacional da Imaculada<br />

Conceição em Washington D.C.; como parte da Vigília pela Vida 22 de Janeiro, e replicada em muitas<br />

dioceses pelo país. Todas as conversas, testemunhos e textos de orações e hinos estão disponíveis com<br />

Theresa Bonopartis (funda<strong>do</strong>ra <strong>do</strong> ministério de cura pós-aborto Lumina) no 877-586-4621 ou<br />

lumina@postabortionhelp.org.


Grupo de Apoio para Antigos Prove<strong>do</strong>res de Abortos<br />

Pág. 77<br />

A Society of Centurions of America foi fundada pelo Dr. Philip Ney. Prove<strong>do</strong>res de aborto podem ser<br />

encaminha<strong>do</strong>s à Society of Centurions para apoio contínuo. Sua Diretora, a Sra. Joan Appleton, uma exenfermeira<br />

facilita<strong>do</strong>ra de abortos, pode ser contatada pelo telefone 651-771-1500 (Pro-Life Action<br />

Ministres) ou por correio em P.O. Box 75368, St. Paul, MN 55175.<br />

Santuários Memoriais e Locais<br />

Os Marian Fathers of the Immaculate Conception no National Shrine of the Divine Mercy em Stockbridge,<br />

MA, têm um Santuário <strong>do</strong>s Santos Inocentes no qual você pode homenagear uma criança. É possível criar<br />

um monumento eterno para uma criança em uma parede de telhas de vidro (3 por 5‖ por U$200 ou 6 por 5‖<br />

por U$400), em uma prateleira de velas (U$100), ou no Livro de Santos Inocentes (U$25). A construção <strong>do</strong><br />

novo santuário foi concluída em 2010; no entanto, novos monumentos estão sen<strong>do</strong> cria<strong>do</strong>s agora. Ligue para<br />

800-671-2020 ou visite memorialsonedenhill.org.<br />

As pessoas amadas das crianças homenageadas são lembra<strong>do</strong>s diariamente na Santa Missa, no Terço pela<br />

Vida, e na Novena Perpétua para a Divina Misericórdia no Santuário Nacional da Divina Misericórdia assim<br />

como em missas especiais em 12 de Dezembro (na Festa de Nossa Senhora de Guadalupe), em 28 de<br />

Dezembro (a Festa <strong>do</strong>s Santos Inocentes), e no terceiro sába<strong>do</strong> de Julho.<br />

O Monumento Nacional <strong>do</strong>s Não-Nasci<strong>do</strong>s em Chattanooga, TN, oferece placas com nome de crianças<br />

falecidas (U$35). Visite www.memorialfortheunborn.org. Apesar de um lin<strong>do</strong> cenário, este não é um site<br />

católico.<br />

Artigos em Jornais Científicos<br />

Buchanan, M., and C. Robbins. 1990. ―Early Adult Psychological Consequences for Males of A<strong>do</strong>lescent<br />

Pregnancy and Its Resolution.‖ Journal of Youth and A<strong>do</strong>lescence 19 (4): 413-424.<br />

Calhoun, B. C., and N. J. Hoeldtke. 2003. ―The Perinatal Hospice.‖ Journal of Biblical Ethics in Medicine 9<br />

(1): 20-23.<br />

Coleman, P. K., et al. 2002a. ―History of Induced Abortion in Relation to Substance Use During Subsequent<br />

Pregnancies Carried to Term.‖ American Journal of Obstetrics and Gynecology 187:1673-1678.<br />

Coleman, P. K., et al. 2002b. ―State-Funded Abortions vs. Deliveries: A Comparison of Outpatient Mental<br />

Health Claims over Four Years.‖ American Journal of Orthopsychiatry 72:141-152.<br />

Coleman, P. K., et al. 2002c. ―The Quality of the Caregiving Environment and Child Development<br />

Outcomes Associated with Maternal History of Abortion Using the NLSY.‖ Journal of Child Psychology and<br />

Psychiatry and Allied Disciplines 43:743-758.<br />

Coleman, P. K., et al. 2005a. ―Associations Between Voluntary and Involuntary Forms of Perinatal Loss and<br />

Child Maltreatment Among Low-Income Mothers.‖ Acta Paediatrica 94.<br />

Coleman, P. K., et al. 2005b. ―Substance Use Among Pregnant Women in the Context of Previous<br />

Reproductive Loss and Desire for Current Pregnancy.‖ British Journal of Health Psychology 10:255-268.


Pág. 78<br />

Coleman, P. K., et al. 2006. “Resolution of Unwanted Pregnancy During A<strong>do</strong>lescence Through Abortion<br />

Versus Childbirth: Individual and Family Predictors and Consequences.‖ Journal of Youth and A<strong>do</strong>lescence<br />

35 (6) (December): 903-911.<br />

Coleman, P. K., et al. 2007. ―Induced Abortion and Child-Directed Aggression Among Mothers of<br />

Maltreated Children.‖ Internet Journal of Pediatrics and Neonatology 6 (2).<br />

Coleman, P. K., et al. 2008. ―Predictors and Correlates of Abortion in the Fragile Families and Well-Being<br />

Study: Paternal Behavior, Substance Use, and Partner Violence.‖ International Journal of Health Addiction<br />

(December 31).<br />

Coleman, P. K., et al. 2009a. ―Induced Abortion and Intimate Relationship Quality in the Chicago Health<br />

and Social Life Survey.‖ Public Health 123 (4) (April): 331-338.<br />

Coleman, P. K., et al. 2009b. ―Induced Abortion and Anxiety, Mood, and Substance Abuse Disorders:<br />

Isolating the Effects of Abortion in the National Comorbidity Survey.‖ Journal of Psychiatric Research<br />

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Pág. 79<br />

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Medicine 54:95-108.


Apêndices


Apêndice A<br />

O Papel <strong>do</strong> Sacer<strong>do</strong>te junto Àqueles<br />

em Risco de Abortar Devi<strong>do</strong> a um<br />

Diagnóstico Pré-Natal Desfavorável<br />

Pág. 83<br />

Hoje em dia, quase toda mulher grávida é exposta a uma série de testes diagnósticos com o intuito de<br />

descobrir problemas com o bebê ou com a gravidez. Um diagnóstico problemático normalmente fará com<br />

que o médico recomende a interrupção da gravidez. O médico pode acreditar honestamente que é ―mais<br />

fácil‖ ou menos arrisca<strong>do</strong> interromper a gravidez no início. Ele pode declarar que é mais compassivo ―deixar<br />

o bebê morrer agora‖. Ele irá garantir aos pais que ninguém precisa saber. No entanto, na realidade,<br />

freqüentemente o seu conselho pode ser motiva<strong>do</strong> pelo me<strong>do</strong> de ser processa<strong>do</strong> por tratamento inadequa<strong>do</strong><br />

ou ―wrongful life‖ 14 no qual os pais pedem ao plano de saúde indenização vitalícia, alegan<strong>do</strong> que o médico<br />

falhou em alertá-los a respeito da extensão das limitações da criança.<br />

Trabalhan<strong>do</strong> em conjunto com o escritório <strong>Projeto</strong> <strong>Raquel</strong> da sua diocese e o escritório de defesa da vida,<br />

sugere-se que seja desenvolvida uma lista de pais que tenham sofri<strong>do</strong> uma perda infantil precoce,<br />

completa<strong>do</strong> uma gravidez com diagnóstico desfavorável, ou estejam cuidan<strong>do</strong> de uma criança com<br />

necessidades especiais. Esses pais podem ser recursos valiosos para outros pais que estejam enfrentan<strong>do</strong> a<br />

angústia de um diagnóstico desfavorável e sen<strong>do</strong> pressiona<strong>do</strong>s a abortar. É, também, sábio, ter à mão<br />

informações de contatos de obstetras pró-vida, bem como especialistas em gravidez de alto risco.<br />

Conselho aos Padres<br />

Mary Kellet, católica e mãe de onze, que fun<strong>do</strong>u Prenatal Parters for Life após sua filha mais nova ter si<strong>do</strong><br />

diagnosticada in utero com síndrome de Edwards, oferece este conselho para padres ao aconselhar pais:<br />

Encerrar a vida de uma criança por indução precoce é um aborto. Toda mãe sente o luto pela<br />

perda da criança que ela abortou. Então, ela sofre pelo desconheci<strong>do</strong> e pelo ―e se‖. Ao<br />

permitir que Deus decida pelo destino de sua criança, uma mãe cura-se de maneira mais<br />

completa, e, ao final, depois que a <strong>do</strong>r passa, ela está alegre. Não há arrependimentos.<br />

Conduzir a criança até que seja a sua hora não prejudica a família ou traz <strong>do</strong>r à criança ainda<br />

não nascida. O que isso faz é ensinar a virtude da paciência e confiança em Deus.<br />

Quan<strong>do</strong> um casal busca por respostas em sua tristeza, é crucial fazer a coisa certa ao<br />

aconselhá-los a amar aquela criança pelo tempo que Deus desejar. Tais pais buscam o amor<br />

de Deus e a verdade de Deus e a vontade de Deus. Os padres são pilares que tornam o<br />

mun<strong>do</strong> forte. Seja firme em favor da vida.<br />

14 Wrongful life é o nome da<strong>do</strong>, nos EUA, a uma ação judicial em que alguém é processa<strong>do</strong> por não haver consegui<strong>do</strong><br />

impedir o nascimento de uma criança com deficiência grave.


Respostas Úteis<br />

Pág. 84<br />

Pais que receberam um diagnóstico pré-natal desfavorável dão as seguintes sugestões como conselhos úteis<br />

para a aceitação da situação com a confiança em Deus:<br />

• Deus lhe dará todas as graças que você precisar.<br />

▪ Eu ouço a sua <strong>do</strong>r. Deus ouve a sua <strong>do</strong>r. Deus te ama e chama to<strong>do</strong>s os seus filhos a abraçarem a<br />

santidade de toda vida humana desde a concepção à morte natural. Ele estará com você e nunca sairá<br />

<strong>do</strong> seu la<strong>do</strong>.<br />

• Você está uni<strong>do</strong> a Cristo durante o seu sofrimento.<br />

• Deus escolheu você para ser a mãe dessa criança especial.<br />

• Vá até Nossa Senhora. Ela conhece sua <strong>do</strong>r e a abrigará com seu manto.<br />

• Dê um nome ao seu bebê, converse com ele e ame o seu bebê como qualquer mãe o faria.<br />

Crie lembranças maravilhosas desse momento especial enquanto ele ou ela ainda está vivo e<br />

protegi<strong>do</strong> no seu ventre.<br />

• Lembre-se de que Deus pode e faz milagres. Não tenha me<strong>do</strong> de pedir, e não tenha me<strong>do</strong> de confiar.<br />

• Toda vida é criada por Deus e tem um propósito.<br />

• Esses bebês especiais trazem consigo muitas graças e <strong>do</strong>ns espirituais.<br />

• Se o seu bebê não sobreviver até o nascimento, existe o Batismo por desejo.<br />

• Não importa o quanto o seu bebê viva, ele será o seu filho por toda a eternidade.<br />

Respostas Prejudiciais<br />

Pais também ofereceram sugestões sobre o que não dizer (coisas que podem causar confusão e direcionar<br />

uma mulher a encerrar a sua gravidez):<br />

• Só você sabe o que é melhor para você e sua família.<br />

• Isto é entre você e Deus.<br />

• Você precisa pensar na sua própria saúde.<br />

• Isso deve ser difícil para o seu corpo.<br />

• O que você acha que é a melhor coisa a se fazer?<br />

• Isso é um assunto complica<strong>do</strong>.<br />

• Siga a sua própria consciência.<br />

• Estou preocupa<strong>do</strong> com a sua saúde mental.<br />

• Ouça os médicos e faça o que você acha que o seu coração te pede para fazer.<br />

• Se a sua escolha for feita com amor, não pode estar errada.


Recursos Adicionais<br />

Você pode, ainda, recomendar aos pais que visitem as seguintes páginas na internet:<br />

morninglightministry.org<br />

Pág. 85<br />

Morning Light Ministry é um ministério católico para mães e pais que tenham vivencia<strong>do</strong> a morte de<br />

seu bebê por gravidez ectópica, aborto natural, natimorto ou morte infantil até um ano de idade. Esse<br />

ministério também acolhe pais sofre<strong>do</strong>res de outras denominações cristãs, de outras crenças, ou de<br />

nenhuma religião que estejam lutan<strong>do</strong> com a noção de fé.<br />

A seção <strong>do</strong> site The Hope in Turnmoil traz informações e apoio para aqueles que estão lutan<strong>do</strong> com<br />

diagnósticos pré-natais desfavoráveis.<br />

Morning Light Ministry oferece ajuda via telefone no Canadá e Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s. Toda a ajuda<br />

telefônica é fornecida por pais desola<strong>do</strong>s que foram treina<strong>do</strong>s ao longo de muitos meses.<br />

www.benotafraid.net<br />

Benotafraid.net é um recurso online para pais que tenham recebi<strong>do</strong> uma diagnóstico pré-natal<br />

desfavorável. As histórias das famílias, os artigos e links desse site são apresenta<strong>do</strong>s como um<br />

recurso para aqueles que possam estar ten<strong>do</strong> que escolher entre encerrar uma gravidez ou continuar<br />

com ela apesar <strong>do</strong> diagnóstico. As famílias <strong>do</strong> benotafraid.net enfrentaram as mesmas decisões e<br />

optaram por não encerrar a gravidez. Ao compartilhar as suas experiências, elas encorajam aqueles<br />

que podem estar com me<strong>do</strong> de continuar.<br />

www.childrensmemorial.org/depts/fetalhealth/overview.aspx<br />

O Institute for Fetal Health em Chicago é um recurso nacional <strong>do</strong>s EUA. Ele fornece a oportunidade<br />

de falar com especialistas mundiais e obter boas informações sobre anomalias e estratégias de<br />

tratamento. A página <strong>do</strong> Instituto declara: ―Ao usar uma abordagem multidisciplinar, o Institute for<br />

Fetal Health fornece consulta pré-natal e planejamento de cuida<strong>do</strong> pediátrico para mulheres<br />

grávidas identificadas como gestantes de bebês com deficiências ou problemas médicos‖. Os pais<br />

podem recorrer diretamente, ou seus médicos podem fazer o contato.<br />

www.prenatalpartnersforlife.org<br />

Este site, desenvolvi<strong>do</strong> por Mary Kellet, oferece apoio, informação e estímulo para levar até o fim a<br />

gravidez com diagnóstico pré-natal desfavorável, bem como apoio para criar uma criança com<br />

necessidades especiais após o nascimento. Pais cujos filhos tenham si<strong>do</strong> recentemente<br />

diagnostica<strong>do</strong>s com alguma deficiência são coloca<strong>do</strong>s em contato com pais de crianças com<br />

deficiências semelhantes para que os pais experientes possam oferecer apoio, informação e<br />

conselhos sobre como cuidar de seus filhos até o dia em que Deus os chamar de volta ao lar.<br />

www.elizabethministry.com/prenatal.html<br />

Elizabeth Ministry International oferece a famílias que tenham recebi<strong>do</strong> diagnóstico pré-natal<br />

desfavorável, apoio espiritual e compassivo por meio de orientação por meio de companheiros<br />

mentores, desenvolvimento de acompanhamento pré-natal, presença no trabalho de parto, serviço de<br />

memorial e sepultamento, retiros, oração, bênçãos, grupos de apoio, encaminhamento a assistência<br />

comunitária e uma extensa lista de recursos adicionais.<br />

Informações sobre abrigos perinatais podem ser encontradas nos seguintes sites:<br />

www.choicesmc.org/pages/pregnant/perinatal.php<br />

www.aaplog.org/PositionsAndPapers/PerinatalHospice.aspx?fileID=1<br />

www.perinatalhospice.org


Apêndice B<br />

Levantan<strong>do</strong> o Problema de Perda por Aborto Anterior<br />

na Preparação para o Casamento<br />

Pág. 86<br />

A questão de histórias sexuais deveria ser trazida à tona nos programas de preparação para o casamento<br />

como parte <strong>do</strong> processo. Os casais precisam ser encoraja<strong>do</strong>s a serem honestos uns com os outros desde o<br />

início para criar uma base firme de comunicação no casamento. Se há algo que incomoda a ambos os<br />

cônjuges (por exemplo, muitos parceiros sexuais passa<strong>do</strong>s, ou uma experiência de aborto), é melhor ficar<br />

saben<strong>do</strong> a respeito antes <strong>do</strong> casamento, enquanto o discernimento ainda pode ocorrer.<br />

O casal deveria, individualmente, ser convida<strong>do</strong> a discutir suas histórias sexuais. Existe um mito de que o<br />

que está no passa<strong>do</strong> deve ficar no passa<strong>do</strong>; no entanto, histórias sexuais entram no casamento, quer isso seja<br />

fala<strong>do</strong> quer não. Este é, simplesmente, um convite a ser honesto. É escolha deles aceitar o convite, mas pelo<br />

menos ele foi feito.<br />

O padre ou diácono pode dizer, ―Relacionamentos íntimos (sexuais) passa<strong>do</strong>s tornam-se parte de nossa<br />

história. Às vezes DST's podem ter si<strong>do</strong> contraídas, e o seu companheiro tem o direito de saber a respeito<br />

disso por causa de uma possível ameaça à saúde e à prole. Feridas íntimas como abuso sexual passa<strong>do</strong> e<br />

abortos podem interferir no estabelecimento de uma intimidade sexual saudável. Mesmo que você não tenha<br />

pensa<strong>do</strong> nisto há muito tempo, é importante que você compartilhe essas informações com seu<br />

companheiro‖.<br />

Levantar essas questões pode ser muito benéfico para o casal. Um companheiro sem histórico de aborto<br />

pode ter dificuldades em compreender um esposa que tenha passa<strong>do</strong> por isso. Caso algum ou ambos os<br />

companheiros tenham ti<strong>do</strong> perdas por meio <strong>do</strong> aborto com outras pessoas, eles precisam estar cientes sobre<br />

como isso pode interferir no casamento, especialmente se eles ainda não estiverem cura<strong>do</strong>s. Uma<br />

desconfiança profunda pode vir à tona no relacionamento. Por exemplo, um homem pode ter esta<strong>do</strong><br />

envolvi<strong>do</strong> em muitos abortos. A sua noiva precisa saber as circunstâncias porque caso ele tenha força<strong>do</strong><br />

esses abortos, a mesma reação pode acontecer quan<strong>do</strong> a gravidez acontecer no relacionamento deles.<br />

Quan<strong>do</strong> a confiança é compartilhada, o companheiro pode ajudar o processo de cura ao oferecer-se para<br />

a<strong>do</strong>tar espiritualmente a criança ou crianças falecidas.<br />

Para padres que realizam preparação para casamentos, é aconselhável encontrar-se com cada parte <strong>do</strong> casal<br />

separadamente após reunir-se com eles juntos. Isso permite que haja tempo para discussão e aconselhamento<br />

e, em muitos casos, confissão.


Apêndice C<br />

Como Abençoar um Monumento<br />

para Crianças Não-nascidas que<br />

Perderam Suas Vidas por Meio de Aborto<br />

Pág. 87<br />

Nota: Esta cerimônia pode ser adaptada para incluir crianças falecidas por meio de aborto natural, natimorto,<br />

ou no início da infância, caso deseje-se um enfoque mais abrangente.<br />

Saudação<br />

Quan<strong>do</strong> to<strong>do</strong>s estiverem reuni<strong>do</strong>s, o padre ou diácono os saúda conforme o seguinte, ou com outras palavras<br />

cabíveis.<br />

A graça de Nosso Senhor Jesus Cristo,<br />

<strong>do</strong>a<strong>do</strong>r de vida e conquista<strong>do</strong>r da morte,<br />

esteja com vocês.<br />

T: Bendito seja Deus, que nos reuniu no amor de Cristo.<br />

(Book of Blessings, no. 1423)<br />

Usan<strong>do</strong> as seguintes palavras ou semelhantes, o padre ou diácono prepara os presentes para a celebração:<br />

Irmãos e irmãs em Cristo:<br />

No início da criação, o Espírito de Deus soprou sobre as águas<br />

e, <strong>do</strong> caos, trouxe a beleza.<br />

Então, Deus pegou o solo da terra<br />

e com Seu sopro colocou vida em nossos seres.<br />

Mas desde o tempo de Caim, em nossa fraqueza humana,<br />

nós temos peca<strong>do</strong> contra o maravilhoso <strong>do</strong>m da vida.<br />

Possa este monumento servir como lembrança de todas as crianças<br />

que morreram no ventre de suas mães.<br />

Possa este tornar-se um lugar para que sejam honrada a sua lembrança e sentida a <strong>do</strong>r pelas suas<br />

perdas.<br />

Que to<strong>do</strong>s possamos confiar na misericórdia de Deus,<br />

e que aqueles que participaram <strong>do</strong> aborto<br />

encontrem a cura e a misericórdia <strong>do</strong> Deus To<strong>do</strong> Poderoso.<br />

Que estejamos determina<strong>do</strong>s a encorajar e dar forças<br />

àquelas que estão grávidas e carentes<br />

e àquelas que necessitam de cura.<br />

Por meio da intercessão de Maria, Mãe de Toda a Vida,<br />

possamos to<strong>do</strong>s respeitar, defender e proteger a vida em<br />

to<strong>do</strong>s os seus estágios.


Leitura da Palavra de Deus<br />

Pág. 88<br />

Uma leitura apropriada pode ser retirada a partir <strong>do</strong> Lectionary for Funerals for Children Who Died Before<br />

Baptism, no Order of Christian Funerals, capítulo 15.<br />

Homilia<br />

Intercessões<br />

O padre ou diácono apresenta as intercessões:<br />

Cristo Senhor apagou nossos peca<strong>do</strong>s ao morrer na Cruz<br />

e venceu a morte ao levantar-se <strong>do</strong> sepulcro.<br />

Possamos então encomendar essas crianças aos seus cuida<strong>do</strong>s<br />

e depositar a nossa fé em Sua misericórdia.<br />

Outra pessoa conduz as intercessões:<br />

Por todas as crianças que morreram por aborto,<br />

e especialmente pelas crianças de [diocese, cidade].<br />

Que elas possam descansar protegidas<br />

nos braços amorosos <strong>do</strong> Senhor.<br />

Rezemos ao Senhor:<br />

T: Senhor, escutai a nossa prece.<br />

Pelos pais dessas crianças,<br />

que Deus conduza seus corações ao arrependimento<br />

e, com coragem, possam eles ser reconduzi<strong>do</strong>s à Sua paz,<br />

Rezemos ao Senhor:<br />

T: Senhor, escutai a nossa prece.<br />

Pelo médicos e to<strong>do</strong>s os profissionais da saúde,<br />

que, por nosso paciente e amoroso exemplo,<br />

sejam converti<strong>do</strong>s a amar a vida<br />

e a praticar suas profissões com a verdadeira dignidade,<br />

Rezemos ao Senhor:<br />

T: Senhor, escutai a nossa prece.<br />

Para que cresça o respeito pela vida humana<br />

e a proclamação clara <strong>do</strong> Evangelho da Vida.<br />

Que possamos defender as vidas <strong>do</strong>s menores e mais frágeis<br />

Seguin<strong>do</strong> o exemplo de Jesus Cristo,<br />

Rezemos ao Senhor:<br />

T: Senhor, escutai a nossa prece.


Por todas as crianças não-nascidas,<br />

especialmente aquelas seguras nos ventres de suas mães,<br />

que possamos guardá-las como o presente mais valioso de Deus,<br />

Rezemos ao Senhor:<br />

T: Senhor, escutai a nossa prece.<br />

O padre ou diácono conclui as intercessões convidan<strong>do</strong> to<strong>do</strong>s a rezarem o Pai Nosso:<br />

Deus escuta as nossas preces,<br />

e, assim, ousamos dizer:<br />

Pai Nosso...<br />

Concluin<strong>do</strong> a Oração e Abençoan<strong>do</strong> o Monumento<br />

Senhor Deus,<br />

sempre amoroso e terno,<br />

entregamos ao Seu amor esses pequenos,<br />

trazi<strong>do</strong>s à vida por tão pouco tempo.<br />

Envolva-os com o Seu amor.<br />

Nós rezamos por to<strong>do</strong>s os responsáveis pela morte dessas crianças.<br />

Dê a eles a graça <strong>do</strong> verdadeiro arrependimento,<br />

e conforte-os com generosa porção de Sua misericórdia.<br />

Abençoe esse monumento +<br />

que ele seja para nós sinal<br />

da necessidade que temos de Sua graça.<br />

Pai Celeste,<br />

transforme nosso egoísmo e peca<strong>do</strong><br />

e faça-nos buscar o Seu amor.<br />

Ajude-nos a seguir o Evangelho da Vida,<br />

a repudiar o peca<strong>do</strong>, o egoísmo e a morte,<br />

e a viver como Seus filhos.<br />

Pedimos em nome de Nosso Senhor, Jesus Cristo.<br />

T: Amém.<br />

Pág. 89<br />

(basea<strong>do</strong> no Order of Christian Funerals, no. 15)


Bênção <strong>do</strong>s Presentes<br />

O padre ou diácono reza:<br />

Que a paz <strong>do</strong> Senhor,<br />

que está acima de to<strong>do</strong> entendimento,<br />

mantenha nossos corações e mentes<br />

no conhecimento e no amor de Deus<br />

e Seu Filho, nosso Senhor Jesus Cristo.<br />

T: Amém.<br />

E então ele abençoa to<strong>do</strong>s os presentes.<br />

Que o Deus To<strong>do</strong>-Poderoso os abençoe,<br />

em nome <strong>do</strong> Pai, <strong>do</strong> Filho e <strong>do</strong> Espírito Santo.<br />

T: Amém.<br />

Esta cerimônia pode ser encerrada com um salmo apropria<strong>do</strong> ou outra canção.<br />

Pág. 90<br />

(Book of Blessings, nos. 1753-1754)


Procissão<br />

Oração Inicial<br />

Apêndice D<br />

Hora Santa pela Vida<br />

Após to<strong>do</strong>s estarem em ordem, um padre ou diácono, usan<strong>do</strong> a veste sacer<strong>do</strong>tal ou véu<br />

umeral, traz o Santíssimo ao altar para A<strong>do</strong>ração em um ostensório. Ele pode ser<br />

acompanha<strong>do</strong> por acólitos com velas. Uma canção apropriada pode ser cantada (ex: “O<br />

Salutaris Hostia”). O Santíssimo é coloca<strong>do</strong> no altar. O presidente da celebração, então,<br />

ajoelha-se diante <strong>do</strong> altar e incensa o Santíssimo Sacramento. Termina-se a canção de<br />

abertura, seguida por um momento de oração silenciosa.<br />

Ó Deus,<br />

Que a<strong>do</strong>rna a criação com esplen<strong>do</strong>r e beleza,<br />

e molda a vida humana à sua imagem e semelhança,<br />

desperte em cada coração<br />

reverência pela obra de suas mãos,<br />

e renove dentre Seu povo<br />

a disposição para nutrir e sustentar<br />

o Seu precioso <strong>do</strong>m da vida.<br />

Por nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho,<br />

que vive e reina convosco na unidade <strong>do</strong> Espírito Santo,<br />

Deus, para to<strong>do</strong> o sempre.<br />

T: Amém.<br />

Liturgia da Palavra<br />

Primeira Leitura<br />

Leitura <strong>do</strong> Livro <strong>do</strong> Gênesis<br />

E disse Deus:<br />

―Produza a terra seres vivos segun<strong>do</strong> a sua espécie: animais <strong>do</strong>mésticos, répteis e animais<br />

selvagens segun<strong>do</strong> a sua espécie‖.<br />

E assim foi. Deus, pois, fez os animais selvagens segun<strong>do</strong> as suas espécies, e os animais<br />

<strong>do</strong>mésticos segun<strong>do</strong> as suas espécies, e to<strong>do</strong>s os répteis da terra segun<strong>do</strong> as suas espécies. E<br />

viu Deus que isso era bom. E disse Deus: ―Façamos o homem à nossa imagem e<br />

semelhança; que ele reine sobre os peixes <strong>do</strong> mar, sobre as aves <strong>do</strong> céu, sobre os animais<br />

<strong>do</strong>mésticos, e sobre toda a terra, e sobre to<strong>do</strong>s os répteis que se arrastam sobre a terra‖.<br />

Pág. 91<br />

1:24-31a


Deus criou o homem à sua imagem; criou-o à imagem de Deus, criou o homem e mulher .<br />

Deus os abençoou: ―Frutificai, disse ele, e multiplicai-vos; enchei a terra e submetei-a.<br />

Dominai sobre os peixes <strong>do</strong> mar, sobre as aves <strong>do</strong>s céus e sobre to<strong>do</strong>s os animais que se<br />

arrastam sobre a terra‖. Deus disse: ―Eis que vos <strong>do</strong>u toda a erva que dá semente sobre a<br />

terra, e todas as árvores frutíferas que contém em si mesmas a sua semente para que vos<br />

sirvam de alimento. E a to<strong>do</strong>s os animais da terra, a todas as aves <strong>do</strong> céu, a tu<strong>do</strong> que se<br />

arrasta sobre a terra, eu <strong>do</strong>u toda a erva verde como alimento‖. E assim se fez.<br />

Deus contemplou toda a sua obra e viu que tu<strong>do</strong> era bom. Sobreveio a tarde e depois a<br />

manhã: foi o sexto dia.<br />

To<strong>do</strong>s: Graças a Deus.<br />

Salmo Responsorial<br />

Conduzi-me no caminho para a vida, ó Senhor!<br />

Pág. 92<br />

Salmo 139:1b-3, 13-14b, 23-24<br />

— Senhor, vós me sondais e conheceis, sabeis quan<strong>do</strong> me sento ou me levanto; de longe<br />

penetrais meus pensamentos, percebeis quan<strong>do</strong> me deito e quan<strong>do</strong> eu an<strong>do</strong>, os meus<br />

caminhos vos são to<strong>do</strong>s conheci<strong>do</strong>s.<br />

Conduzi-me no caminho para a vida, ó Senhor!<br />

— Fostes vós que me formastes as entranhas, e no seio de minha mãe vós me tecestes. Eu<br />

vos louvo e vos <strong>do</strong>u graças, ó Senhor, porque de mo<strong>do</strong> admirável me formastes! Que<br />

prodígio e maravilha as vossas obras!<br />

Conduzi-me no caminho para a vida, ó Senhor!<br />

— Senhor, sondai-me, conhecei meu coração, examinai-me e provai meus pensamentos!<br />

Vede bem se não estou no meu caminho e conduzi-me no caminho para a vida!<br />

Aclamação ao Evangelho<br />

T: Aleluia, aleluia.<br />

Jo 6,51<br />

Eu sou o pão vivo que desci <strong>do</strong> céu. Quem comer deste pão, viverá eternamente. E o pão<br />

que eu hei de dar é a minha carne para a salvação <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>.<br />

T: Aleluia, aleluia.<br />

Evangelho


Homilia<br />

Proclamação <strong>do</strong> Evangelho segun<strong>do</strong> Mateus.<br />

18, 1-5, 10, 12-14<br />

Naquele tempo, os discípulos aproximaram-se de Jesus e perguntaram: ―Quem é o maior no<br />

Reino <strong>do</strong>s Céus?‖ Jesus chamou uma criança, colocou-a no meio deles e disse: ―Em verdade<br />

vos digo, se não vos converterdes, e não vos tornardes como crianças, não entrareis no Reino<br />

<strong>do</strong>s Céus. Quem se faz pequeno como esta criança, este é o maior no Reino <strong>do</strong>s Céus. E<br />

quem recebe em meu nome uma criança como esta é a mim que recebe. Não desprezeis<br />

nenhum desses pequeninos, pois eu vos digo que os seus anjos nos céus veem sem cessar a<br />

face <strong>do</strong> meu Pai que está nos céus. Que vos parece? Se um homem tem cem ovelhas, e uma<br />

delas se perde, não deixa ele as noventa e nove nas montanhas, para procurar aquela que se<br />

perdeu? Em verdade vos digo, se ele a encontrar, ficará mais feliz com ela, <strong>do</strong> que com as<br />

noventa e nove que não se perderam. Do mesmo mo<strong>do</strong>, o Pai que está nos céus não deseja<br />

que se perca nenhum desses pequeninos‖.<br />

Palavra da Salvação.<br />

To<strong>do</strong>s: Glória a vós, Senhor.<br />

Oração Silenciosa ou Recitação <strong>do</strong> Terço<br />

O Pai Nosso<br />

O ministro responsável então canta ou diz:<br />

Agora ofereçamos juntos a oração que nosso Senhor Jesus Cristo nos ensinou.<br />

Benção<br />

To<strong>do</strong>s: Pai Nosso...<br />

Pág. 93<br />

Ao final <strong>do</strong> Pai Nosso, o ministro responsável vai ao altar, fax uma genuflexão e ajoelha-se. Ao ajoelhar-se,<br />

“Tantum Ergo” ou outra canção apropriada é cantada e ele incensa o Santíssimo Sacramento. Após o<br />

término <strong>do</strong> hino, ele levanta-se e canta ou diz:<br />

Oremos:<br />

Após um breve momento de silêncio, o ministro responsável continua:<br />

(Holy Communion and Worship of the Eucharist Outside Mass, no. 98)<br />

Senhor Jesus Cristo,<br />

que nos destes a Eucaristia<br />

como memorial <strong>do</strong> seu sofrimento e morte.<br />

Que a A<strong>do</strong>ração <strong>do</strong> sacramento <strong>do</strong> Seu Corpo e Sangue<br />

nos ajude a experimentar a salvação que venceste por nós<br />

e a paz <strong>do</strong> reino<br />

onde reinas com o Pai e o Espírito Santo,<br />

um só Deus para to<strong>do</strong> o sempre.


Reposição<br />

To<strong>do</strong>s: Amém.<br />

Após a oração, o ministro responsável veste o véu umeral, ajoelha-se e toma o ostensório.<br />

(Os presentes devem ajoelhar-se.) Ele faz o Sinal da Cruz com o ostensório sobre os<br />

presentes, em silêncio.<br />

O ministro responsável remove o véu umeral e ajoelha-se novamente em frente ao altar para<br />

conduzir os reuni<strong>do</strong>s à Ladainhas. Cada aclamação é repetida por to<strong>do</strong>s juntos.<br />

Bendito seja Deus.<br />

Bendito seja o Seu Santo Nome.<br />

Bendito seja Jesus Cristo, verdadeiro Deus e verdadeiro homem.<br />

Bendito seja o nome de Jesus.<br />

Bendito seja o Seu Sacratíssimo Coração.<br />

Bendito seja o Seu Preciosíssimo Sangue.<br />

Bendito seja Jesus no Santíssimo Sacramento <strong>do</strong> Altar.<br />

Bendito seja o Espírito Santo Paráclito.<br />

Bendito seja a grande Mãe de Deus, Maria Santíssima.<br />

Bendita seja a sua Santa e Imaculada Conceição.<br />

Bendita seja a sua gloriosa Assunção.<br />

Bendita seja o nome de Maria, Virgem e Mãe.<br />

Bendito seja São José o seu castíssimo esposo.<br />

Bendito seja Deus nos Seus anjos e nos Seus santos.<br />

Pág. 94<br />

Após a Ladainha, o religioso responsável retira o Santíssimo Sacramento <strong>do</strong> ostensório e o devolve à<br />

sacristia. Depois disso, um hino é canta<strong>do</strong> (ex: “Holy God We Praise Thy Name”), e o religioso responsável,<br />

bem como os fiéis, fazem a referência e saem.


Agradecimentos<br />

Pág. 95<br />

A Secretaria para o Clero, Vida Consagrada e Vocações <strong>do</strong> USCCB e a Secretaria para Atividades Pró-Vida<br />

<strong>do</strong> USCCB desejam expressar sua gratidão aos seguintes:<br />

• Reveren<strong>do</strong> James E. Connell, JCD, da Arquidiocese de Milwaukee, e Monsenhor Ronny E. Jenkins,<br />

STL, JCD, da Associate General Secretary, USCCB, pela discussão sobre a lei canônica; Fr. Robert Sears,<br />

SJ, PhD, ex-participante <strong>do</strong> Institute of Pastoral Studies, da Loyola University, Chicago, pelo seu<br />

discernimento sobre aconselhamento e orações de cura interior.<br />

• Vicki Thorn, funda<strong>do</strong>ra <strong>do</strong> <strong>Projeto</strong> <strong>Raquel</strong> e diretora <strong>do</strong> National Office of Post- Abortion<br />

Reconciliation and Healing (NOPARH), Milwaukee, Wisconsin, pela consultoria e contribuições dadas ao<br />

manual.<br />

• Vincent M. Rue, PhD, <strong>do</strong> Institute for Pregnancy Loss, Jacksonville, Florida, por sua consultoria e<br />

contribuições ao manual.<br />

• To<strong>do</strong>s os padres ativos no ministério pós-aborto, por toda a sabe<strong>do</strong>ria que adquiriram e<br />

compartilharam.<br />

• Às mulheres e homens que caminharam pela jornada de cura e ensinaram outros por meio de suas<br />

experiências.<br />

Os textos da Sagrada Escritura presentes neste trabalho foram retira<strong>do</strong>s da New American Bible with Revised<br />

New Testament and Revised Psalms © 1991, 1986, 1970 pelo Confraternity of Christian Doctrine,<br />

Washington, D.C., e são utiliza<strong>do</strong>s com permissão <strong>do</strong> detentor <strong>do</strong>s direitos autorais. To<strong>do</strong>s os direitos<br />

reserva<strong>do</strong>s. Nenhuma parte da New American Bible pode ser reproduzida, sob qualquer meio, sem a<br />

permissão, por escrito, <strong>do</strong> detentor <strong>do</strong>s direitos autorais.<br />

Trechos <strong>do</strong> Catecismo da Igreja Católica segunda edição, direitos autorais © 2000, Libreria Editrice<br />

Vaticana – United States Conference of Catholic Bishops, Washington, D.C., usa<strong>do</strong>s com permissão. To<strong>do</strong>s<br />

os direitos reserva<strong>do</strong>s.<br />

Citações <strong>do</strong> Code of Canon Law: Latin-English Edition: New English Translation (Codex Iuris Canonici<br />

[CIC]) copyright 1998, Canon Law Society of America, Washington, DC. Usadas com permissão. To<strong>do</strong>s os<br />

direitos reserva<strong>do</strong>s.<br />

Trechos <strong>do</strong> Evangelium Viate, papa João Paulo II, copyright © 1995, Libreria Editrice Vaticana (LEV),<br />

Vatican City; trechos de “Oil on the Wounds: A Response to the Ills of Abortion and Divorce”, <strong>do</strong> Papa<br />

Bento XVI, direciona<strong>do</strong> a um Congresso Internacional, copyright © 2008, LEV; trechos da ―Letter<br />

Proclaiming a Year for Priests,‖ copyright © 2009, LEV‖, <strong>do</strong> Papa Bento XVI; trechos da Homily on the<br />

Feast of Sts. Peter and Paul, copyright © 2009, LEV <strong>do</strong> papa Bento XVI; trechos da Letter to Priests on Holy<br />

Thursday, copyright © 2002, LEV <strong>do</strong> Papa João Paulo II. Usa<strong>do</strong>s com permissão. To<strong>do</strong>s os direitos<br />

reserva<strong>do</strong>s.<br />

Trechos da tradução em Inglês da Holy Communion and Worship of the Eucharist Outside Mass © 1974,<br />

International Committee on English in the Liturgy, Inc. (ICEL); trechos da tradução em Inglês <strong>do</strong> Book of<br />

Blessings © 1988, ICEL. To<strong>do</strong>s os direitos reserva<strong>do</strong>s.<br />

Citações <strong>do</strong> Diary of St. Maria Faustina Kowalska: Divine Mercy in My Soul são reeditadas com a<br />

permissão <strong>do</strong>s Marian Fathers of the Immaculate Conception, Stockbridge, MA 01263. Copyright © 1987.<br />

A cópia da imagem de Robert Skemp‘s “Divine Mercy” é cortesia <strong>do</strong>s Marian Fathers of the Immaculate<br />

Conception, Stockbridge, MA 01263. To<strong>do</strong>s os direitos reserva<strong>do</strong>s.

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