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Isaías - Igreja Batista Vida

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2854 ISAÍAS<br />

Restauração de Tiro Após Setenta Anos (23.15-18)<br />

23.15<br />

Naquele dia Tiro será posta em esquecimento por setenta anos. Alguns<br />

aceitam estes versículos como parte do oráculo original de <strong>Isaías</strong>, que ficou olhando<br />

pelos corredores do tempo por muitos anos. Mas outros estudiosos pensam que<br />

estes versículos são um suplemento bastante tardio do texto, uma espécie de nota<br />

histórica de rodapé. "Um dos editores posteriores dos livros proféticos adicionou<br />

este pós-escrito, provavelmente ao tempo dos reis selêucidas (século III A. C).<br />

Trata-se de um comentário escarninho feito algum tempo depois que Tiro foi<br />

destruída por Alexandre, o Grande, em 332 A. C... Tiro recuperaria algo de sua<br />

antiga posição, comprando atenção como uma antiga prostituta que tivesse retomado<br />

às suas atividades. A figura não é, conforme se vê em Oséias, Miquéias e Ezequiel,<br />

uma figura de infidelidade ou imundícia, mas o de prostituir todas as coisas em<br />

troca do lucro comercial (cf. Apo. 17.5; 18.3,11-13") (R. B. Y. Scott, in toe).<br />

Consideremos aqui três pontos:<br />

1. Tiro, removida do poder comercial devido ao ataque dos assírios seria,<br />

essencialmente, um lugar esquecido pelo espaço de 70 anos, como um rei<br />

que, tendo reinado por longo período de tempo, foi esquecido depois que<br />

caiu. Mas, depois desse período, Tiro voltaria entoando seu cântico de prostituição,<br />

como uma idosa prostituta que abandonou suas atividades por algum<br />

tempo, mas voltou à procura de novas vítimas.<br />

2. Alguns eruditos pensam que os 70 anos são paralelos ao que se lê em Jer.<br />

25.11, que menciona o tempo que duraria o cativeiro babilônico. O sentido,<br />

pois, seria que, "após o cativeiro babilônico", mas sem designar o tempo<br />

exato, Tiro voltaria às suas atividades comerciais e recuperaria sua antiga<br />

posição, pelo menos em parte.<br />

3. Mas há também estudiosos que pensam que essa designação cronológica<br />

de 70 anos significa apenas um longo tempo de duração não-especificada.<br />

Essa terceira idéia é acompanhada pelo menor número de dificuldades.<br />

Os intérpretes observam a dificuldade de fazer essas palavras ajustar-se ao<br />

que se sabe por meio da história. Continuaram as atividades comerciais de Tiro,<br />

as quais foram restringidas somente por 13 anos, período em que Nabucodonosor<br />

cercou a cidade, entre os anos de 587-574 A. C. Os intérpretes inutilmente<br />

põem-se a calcular os tempos da história que expliquem os 70 anos. A Septuaginta<br />

refere-se ao número de anos em que um homem espera viver (ver Sal. 90.10),<br />

mas nem por isso a interpretação do versículo fica mais clara.<br />

23.16<br />

Toma a harpa, rodeia a cidade, ó meretriz, entregue ao esquecimento.<br />

Este versículo contém uma declaração extremamente escarninha, na qual Tiro é<br />

referida como uma antiga prostituta que seria forçada a fazer uma propaganda<br />

de si mesma para conseguir novos clientes. Ela teria de conseguir uma harpa e<br />

cantar cânticos de amor para atrair novos clientes. Aqueles que a tivessem<br />

esquecido lembrariam os "bons e antigos dias", quando Tiro era a rainha das<br />

águas e enriquecia a si mesma e a outros com seu comércio."... em um tom<br />

meio de ironia, meio de pena", o profeta falou com Tiro (Ellicott, in toe).<br />

23.17<br />

Findos os setenta anos, o Senhor atentará para Tiro. Este versículo<br />

sumaria e explica o que fora dito nos vss. 15 e 16. Os misteriosos 70 anos (ver<br />

as explicações sobre o vs. 15) reaparecem, ao mesmo tempo que é reiterada a<br />

figura da prostituta. Mas aqui vemos novamente Yahweh como o agente ativo<br />

por trás das cena. Ele tinha derrubado Tiro, mas agora a soerguia de novo para<br />

que brilhasse outro dia no palco da vida. Ver Isa. 13.6 quanto ao conceito de o<br />

Poder dos Céus ser o controlador dos acontecimentos na terra. Talvez esteja em<br />

foco o reavivamento dos feitos comerciais fenícios durante o período persa. Os<br />

navios da Fenícia uma vez mais encheram os portos do mar Mediterrâneo. Cf.<br />

Apo. 18.3, que aplica as palavras à Babilônia mística do futuro (Roma).<br />

23.18<br />

O ganho e o salário de sua impureza serão dedicados ao Senhor. Este<br />

versículo nos choca ao dizer que, no dia do futuro domínio de Judá — que<br />

profeticamente fala da era do Reino de Deus —, até as riquezas ganhas por<br />

essa prostituta, Tiro, aumentarão o bem-estar de Jerusalém. Cf. Isa. 45.14; 60.4-<br />

14 e Zac. 14.14. Em primeiro lugar, o profeta refere-se a Tiro com desprezo e<br />

então ajunta que Jerusalém aproveitaria do dinheiro de Tiro! A predição é que<br />

Judá terá tal domínio (presumivelmente durante a era do Reino) que se tornará<br />

não somente o centro religioso, mas também o centro comercial do mundo. Deu.<br />

23.18 não permitia que o ganho ilícito das prostitutas entrasse no tesouro, mas<br />

as regras foram mudando com a passagem do tempo. As autoridades não terão<br />

permissão de ajuntar bens, mas esses bens rolarão livremente para Jerusalém,<br />

como alimentos importados e roupas finas, além de inúmeros outros itens.<br />

Assim termina a questão dos oráculos de condenação ou sentenças contra a Fenícia.<br />

Haveria restauração na Fenícia, a qual seria para o bem de Jerusalém, no tempo em<br />

que Israel viesse a tornar-se a cabeça das nações; ou, pelo menos, essa é uma das<br />

explicações desta seção.<br />

Capítulo Vinte e Quatro<br />

O Estabelecimento do Reino de Deus: O Pequeno Apocalipse de <strong>Isaías</strong> (24.1 -<br />

27.13)<br />

Como Deus usou a Assíria para julgar o mundo da época (ver os capítulos 13-23)<br />

e terminou com uma menção à restauração (23.17,18) forma o pano de fundo do<br />

julgamento eventual do Senhor contra o mundo inteiro, quando Ele tomar as rédeas do<br />

Reino de Deus em Suas mãos. Os intérpretes dispensacionalistas vêem aqui uma<br />

descrição da Grande Tribulação vindoura, seguida pelo reino milenar de Cristo. Outros<br />

intépetes mostram-se menos específicos ao tentar explicar estes capítulos.<br />

"O Apocalipse de <strong>Isaías</strong>. Estes capítulos, sem relação com o contexto, são<br />

freqüentemente chamados o 'Apocalipse de <strong>Isaías</strong>' porquanto usam temas<br />

escatológicos encontrados em escritos apocalípticos posteriores (julgamento universal,<br />

banquete escatológico, sinais celestiais e coisas semelhantes). Uma pessoa<br />

poderia considerar esta seção como uma forma transicional entre os materiais<br />

proféticos tradicionais e os materiais apocalípticos, datados entre 540 e 425 A.<br />

C. Estes capítulos contêm certa variedade de materiais, por exemplo, profecia<br />

escatológica em quatro seções (Isa. 24.1-6,16b-23; 25.6-10a; 26.20-27), quatro<br />

poemas apocalípticos de livramento (24.24.7-16a; 25.1-5; 26.1-6; 27.2-11); oráculos<br />

de condenação e triunfo (26.20-27.1; 27.12,13; cf. 25.10b-12); um salmo<br />

processional e um salmo apocalíptico (26.1-6; 27.2-11)" (Oxford Annotated Bible,<br />

introdução ao capítulo 24).<br />

Por curiosa coincidência, o Pequeno Apocalipse do evangelho de Mateus,<br />

que tem algum material similar e também aborda os sofrimentos do tempo do fim,<br />

é o capítulo 24. Ver no Dicionário o artigo chamado Apocalípticos, Livros.<br />

Alguns intérpretes vêem este material como uma coletânea de profecias<br />

escatológicas, salmos e orações reunidos por editores posteriores. Outros apêndices<br />

similares são vistos em <strong>Isaías</strong> 33, 34, 63 a 66 (do chamado Segundo <strong>Isaías</strong>),<br />

bem como nos finais dos livros de Amos, Miquéias, Sofonias, Zacarias e Joel. Esta<br />

porção escatológica de <strong>Isaías</strong> deixa de lado os estranhos simbolismos comuns aos<br />

capítulos 7 a 12 do livro de Daniel e a todo o livro de Apocalipse do Novo Testamento.<br />

Alguns eruditos vêem esta seção como uma espécie de pré-apocalipse, um<br />

passo na direção da literatura apocalíptica. Ver na Enciclopédia de Bíblia, Teologia<br />

e Filosofia os artigos chamados Apocalipse, seção I, e Apocalípticos, Livros.<br />

Grande Tribulação (24.1-23)<br />

Retenho aqui meu esboço de títulos, em consonância com a interpretação<br />

comum ao dispensacionalismo. Como é óbvio, muitos intérpretes bíblicos<br />

duvidam da exatidão de chamar de Grande Tribulação os sete anos ou os<br />

três anos e meio finais do futuro. Talvez tenhamos aqui um quadro de julgamento<br />

universal que deverá anteceder a restauração, sem nos envolvermos<br />

em coisas tão específicas. Ver na Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia<br />

o artigo chamado Tribulação, a Grande.<br />

24.1<br />

Eis que o Senhor devasta e desola a terra. Por 16 vezes em seu livro, o<br />

profeta <strong>Isaías</strong> menciona a vindoura desolação da terra. Devemos compreender<br />

que haverá uma intervenção divina direta, um tempo de julgamento sem precedente.<br />

O julgamento divino apanhará os homens em termos iguais. Serão afetados<br />

os grandes e os pequenos, e a justiça será a grande palavra a ser usada, e<br />

não por mero expediente. A figura que nos convém entender é a de ataque de<br />

exércitos que deixam a terra saqueada e coberta de sangue. As vítimas serão<br />

inúmeras. A terra será transformada, pelo menos durante algum tempo, em deserto,<br />

em terra devastada, desolada. A superfície da terra será "distorcida" com<br />

grandes agitações, e os habitantes da terra serão espalhados, como fugitivos que<br />

se retiram dos terrores do exército atacante. O ataque será como um terremoto<br />

que distorcerá até o chão que os homens pisam. É limitador demais interpretar<br />

aqui "terra" como a terra de Judá, ou qualquer outra nação, ou parte do mundo.<br />

Nem as desolações causadas pelos babilônios ou outros povos correspondem à<br />

terrível cena que aparece diante de nós. E nem <strong>Isaías</strong> estava vendo por trás do<br />

seu horizonte e pensando nos romanos. Antes, temos aqui uma destruição geral,<br />

como sucedeu por ocasião do dilúvio de Noé.<br />

24.2<br />

O que suceder ao povo, sucederá ao sacerdote. A humanidade inteira<br />

seria atingida, sem importar sua posição na vida: sacerdote e povo; escravo e

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