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Conexão Subterrânea nº 8 - Redespeleo Brasil

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Estalactite cai e fere turistas<br />

na Gruta do Lago Azul, Bonito<br />

No último dia 13 de Junho,<br />

domingo, uma estalactite de<br />

aproximadamente 1,80m de<br />

comprimento e um grande<br />

diâmetro de base se desprendeu<br />

do teto e caiu no chão, em pleno<br />

horário de visitação turística, no<br />

trecho final do caminhamento turístico<br />

da Gruta do Lago Azul, perto<br />

do lago. Havia, naquela hora, 32<br />

pessoas na gruta, sendo 30 turistas<br />

e dois guias.<br />

Felizmente nenhum turista se<br />

encontrava na trajetória direta da<br />

queda, mas fragmentos acabaram<br />

por atingir quatro turistas e o guia<br />

que os acompanhava, provocando<br />

ferimentos leves. Os feridos foram<br />

atendidos e encaminhados ao hospital<br />

local.<br />

Conforme nos informou o<br />

Secretário de Turismo, Indústria e<br />

Comércio de Bonito, Valdemar<br />

Garcia Martins, um fato semelhante<br />

já havia ocorrido na mesma gruta<br />

há três anos, quando a queda de<br />

Número 8, 27 de junho de 2004<br />

uma estalactite foi constatada<br />

pelos guias locais. Naquela<br />

ocasião, a queda ocorreu fora do<br />

horário de visitação da Gruta.<br />

A Secretaria de Turismo encaminhou<br />

um relatório do ocorrido ao<br />

Ibama/IPHAN, para que sejam apuradas<br />

as causas do acidente.<br />

Ainda não se sabe ao certo o que<br />

ocasionou a queda da estalactite,<br />

mas as recentes chuvas fora de<br />

época, seguidas de um frio intenso<br />

(geou na madrugada do domingo)<br />

podem ter tido, segundo o<br />

Secretário, algum tipo de influência<br />

na queda.<br />

No dia 15/06 (terça-feira) o<br />

IPHAN solicitou a interdição da<br />

gruta por tempo indeterminado.<br />

Acidentes com quedas de estalactites<br />

são bastante raros, e não<br />

se tem no <strong>Brasil</strong> notícia de nenhum<br />

acidente fatal desse gênero.<br />

Prospecção em São Sebastião do Paraíso, MG<br />

Por Leda Zogbi<br />

Nos dias 15 e 16 de maio últimos,<br />

oito espeleólogos (quatro<br />

do GPME de São Paulo e<br />

quatro do Bambui de Minas<br />

Gerais), foram prospectar a região de<br />

São Sebastião do Paraíso, sul do<br />

Estado de Minas Gerais.<br />

As duas equipes mistas relocalizaram<br />

e topografaram quatro<br />

cavidades, todas em arenito: Gruta da<br />

Figueira, Gruta do Bosque, Gruta do<br />

Morro da Mesa e Gruta da Nova<br />

Olinda (conhecida localmente como<br />

Gruta Cachoeira da Boca). Essas últimas<br />

duas grutas merecem destaque.<br />

A gruta do Morro da Mesa, é uma<br />

cavidade localizada na parte superior<br />

do paredão do Morro da Mesa. O<br />

acesso é feito por uma desescalada<br />

pelas rochas do paredão. Da boca da<br />

Adriano Gambarini<br />

gruta tem-se uma visão de 180 graus,<br />

absolutamente fantástica. A gruta de<br />

pequenas dimensões (aprox. 30 m de<br />

extensão), é formada por uma pequena<br />

sala e uma galeria superior, acessível<br />

por um pequeno orifício no teto.<br />

A Gruta da Nova<br />

Olinda, já descrita em<br />

1939 pelo IBGE no livro<br />

"As Grutas em Minas<br />

Gerais" também é bastante<br />

peculiar pois se<br />

desenvolve em baixo de<br />

uma grande cachoeira.<br />

A gruta é quase toda iluminada,<br />

pois acompanha<br />

por baixo o paredão<br />

por onde cai a<br />

cachoeira. Um<br />

pequeno salão interno<br />

abriga uma grande quantidade de<br />

morcegos. A vista da mata por trás da<br />

parede de água é realmente única.<br />

Ainda restaram algumas referências<br />

não localizadas, o que motivará<br />

um retorno à região.<br />

Leda Zogbi


Atividades espeleológicas no<br />

feriado de Corpus Christi<br />

Por Leda Zogbi e Ericson Igual (GPME), e Ricardo Martinelli (UPE)<br />

No feriado de 10 a 13 de junho,<br />

foram organizadas duas<br />

expedições, pelos grupos<br />

UPE e GPME. Os primeiros<br />

estiveram na região<br />

norte do PETAR, mais<br />

precisamente no bairro<br />

do Areado, continuando<br />

os trabalhos<br />

de retopografia da<br />

gruta Cabana. Nessa<br />

atividade participaram<br />

8 integrantes<br />

da UPE e 2 convidados<br />

do EGRIC<br />

(Espeleo Grupo de<br />

Rio Claro), e foram<br />

mapeados 200m de<br />

caverna, devido às<br />

condições difíceis de<br />

mapeamento (verticais,<br />

cachoeiras, etc).<br />

Também foi feito um trabalho de<br />

prospecção na tentativa de reencontrar<br />

a gruta do Jeep, que infelizmente<br />

ainda não foi re-localizada.<br />

A segunda equipe, composta<br />

por 7 integrantes do GPME e três<br />

espeleólogos de São Carlos,<br />

estiveram na Serra da Canastra, sul<br />

do Estado de Minas Gerais. Em um<br />

trabalho de prospecção foram loca-<br />

lizadas quatro cavidades, das<br />

quais uma delas - a maior - já era<br />

citada na publicação "As Grutas<br />

de Minas Gerais" do IBGE 1939.<br />

Essa gruta,<br />

chamada "Loca<br />

da Cultura" foi<br />

totalmente<br />

mapeada pela<br />

equipe, e seu<br />

desenvolvimento<br />

deve atingir algo<br />

em torno de<br />

750m.<br />

A gruta, em<br />

calcário, tem<br />

uma ampla galeria<br />

principal, com<br />

duas entradas<br />

monumentais<br />

em suas extremidades<br />

e diversas<br />

outras pequenas entradas nas<br />

laterais.<br />

Abaixo da galeria fóssil, o conduto<br />

ativo do rio possui um padrão<br />

morfológico completamente diferente<br />

do restante da cavidade,<br />

ampliando em muito o desenvolvimento<br />

descrito no livro do IBGE,<br />

que era de apenas "algumas<br />

dezenas de metros...".<br />

Crianças perdidas<br />

em caverna<br />

por 30 horas<br />

são resgatadas<br />

Duas crianças de 11 anos<br />

de idade se perderam<br />

durante excursão a uma<br />

caverna em lava<br />

(Catacombs Cave) no<br />

Monumento Natural de Lava Beds<br />

na California, Estados Unidos.<br />

Três crianças efetuavam a visita<br />

acompanhadas de um adulto.<br />

Uma das crianças teria ficado<br />

amedrontada com a caverna e<br />

pedido para sair, sendo acompanhada<br />

até a entrada pelo adulto.<br />

Quando este retornou à gruta,<br />

não mais encontrou as duas outras<br />

crianças. O resgate foi acionado,<br />

tendo localizado as crianças<br />

após 30 horas de buscas. As crianças,<br />

que se encontram bem,<br />

seguiram o procedimento<br />

recomendado, não se deslocando<br />

e economizando as pilhas das<br />

lanternas.<br />

Fonte: CNN News 29/5/2004;<br />

Siskiyou Daily News 31/5/2004;<br />

San Diego Union Tribune<br />

28/5/2004.<br />

Revista francesa publica ampla reportagem<br />

sobre a espeleologia brasileira<br />

Arevista Spelunca, publicada<br />

pela Federação Francesa<br />

de Espeleologia, a mais<br />

antiga e tradicional revista<br />

espeleológica do mundo, publicou<br />

em seus dois últimos números a<br />

maior reportagem jamais publicada<br />

no exterior sobre as cavernas<br />

brasileiras. Os números 92 (4º<br />

Trimestre de 2003) e 93 (1º<br />

Trimestre de 2004) trazem 29 páginas<br />

de reportagem intitulada<br />

"Aventuras Franco-<strong>Brasil</strong>eiras".<br />

Inúmeras fotografias (incluindo a<br />

capa do n.92, uma bela foto do<br />

Boqueirão na Serra do Ramalho) e<br />

mapas acompanham o texto.<br />

A reportagem trata das expedições<br />

em conjunto entre o grupo<br />

francês GSBM (Groupe Spéleo<br />

Bagnols Marcoule), o Grupo<br />

Bambuí de Pesquisas Espeleológi-<br />

Ricardo Martinelli<br />

cas e outros grupos brasileiros.<br />

As expedições se estenderam<br />

entre 1994 e 2001, em um total de<br />

cinco expedições. As três<br />

primeiras expedições (em cooperação<br />

com o GREGEO, Grupo<br />

Espeleológico da Geologia -<br />

UnB), realizadas em 1994, 1995 e<br />

1997, tiveram como alvo as cavernas<br />

de São Domingos, Goiás,<br />

resultando em notáveis descobertas<br />

e no remapeamento de<br />

dezenas de quilômetros de galerias.<br />

Sobre estas expedições foi<br />

publicado um livro com mais de<br />

200 páginas. As duas ultimas<br />

expedições, em 1999 e 2001, trabalharam<br />

na Serra do Ramalho,<br />

Bahia, sendo que uma breve<br />

incursão foi realizada durante a<br />

última expedição à Serra do<br />

Caraça (Pico do Inficionado).<br />

Os artigos apresentados<br />

(todos em francês) são:<br />

Contexto (J.F.Perret); Espeleologia<br />

no <strong>Brasil</strong>. Aspectos históricos<br />

e atividades atuais (A.Auler e<br />

E.L.Rubbioli); O potencial espeleológico<br />

do <strong>Brasil</strong> (A.Auler e<br />

E.L.Rubbioli); Síntese das cavernas<br />

exploradas pela equipe no<br />

carste de São Domingos<br />

(J.F.Perret); <strong>Brasil</strong> e espeleologia<br />

(J.Sanna); Nova área e novos<br />

objetivos: Bahia 1999 e 2001<br />

(M.Faverjon); Síntese das cavernas<br />

exploradas por nossa equipe<br />

em 1999 e 2001 no maciço do<br />

Caraça, estado de Minas Gerais<br />

(O.Sausse).<br />

Sobre estas expedições existe<br />

amplo material em português/<br />

francês publicado na revista<br />

O Carste.


Encerrada expedição americana<br />

ao sistema Cheve<br />

Aexpedição multinacional<br />

coordenada pelo americano<br />

Bill Stone (ver matéria no<br />

<strong>Conexão</strong> 5) encerrou suas<br />

atividades na zona montanhosa da<br />

Sierra de Juarez, México. O objetivo<br />

principal era buscar novas<br />

entradas para o Sistema Cheve.<br />

Esta caverna, atualmente com<br />

-1.484 m de desnível e potencial<br />

para superar 2.000 m, possui<br />

quilômetros de distância entre o<br />

ponto extremo alcançado na caverna<br />

(onde o rio desaparece entre<br />

blocos) e a ressurgência.<br />

Os esforços foram concentrados<br />

na região por sobre esta porção<br />

ainda desconhecida do sistema.<br />

Várias cavernas foram examinadas.<br />

Como é tradição, a descoberta<br />

mais importante veio ao final da<br />

expedição, quando não havia mais<br />

tempo para prosseguir. A caverna<br />

J2 revelou-se promissora, mas a<br />

equipe teve sua exploração interrompida<br />

em uma cachoeira a<br />

-450 m de profundidade. O forte<br />

vento, amplas galerias e rio volumoso<br />

sugerem que J2 pode ser a<br />

caverna que leve os exploradores a<br />

alcançar as porções mais longínquas<br />

do Sistema Cheve.<br />

No total a expedição mapeou<br />

5,8 quilômetros de galerias e a<br />

soma dos desníveis do sistema<br />

atingiu 1969 metros.<br />

Software para Palm facilita<br />

mapeamento em caverna<br />

Por Toni Cavalheiro<br />

Apouco prática caderneta de<br />

campo usada nas topografias<br />

pode estar com os dias<br />

contados. Usando um computador<br />

de mão compatível com a<br />

linha Palm e o software de<br />

topografia Auriga, os espeleólogos<br />

já podem tomar notas das dimensões<br />

das cavernas sem usar caneta<br />

e papel. A principal vantagem é que<br />

o programa vai traçando a linha de<br />

trena automaticamente, permitindo<br />

assim que o croquista faça um trabalho<br />

mais fiel sem precisar usar<br />

régua e transferidor.<br />

Outro recurso interessante é a<br />

possibilidade de trabalhar em conjunto<br />

com outros Palms na mesma<br />

Catástrofe pode ter causado morte<br />

de homens primitivos em caverna<br />

Equipe de especialistas espanhóis<br />

estão estudando restos<br />

de 28 indivíduos pertencentes<br />

à espécie Homo heidelbergensis,<br />

precursora dos Neanderthais e<br />

possivelmente dos seres humanos<br />

atuais (Homo sapiens). Os ossos<br />

foram encontrados ao fundo de um<br />

abismo de 14 m de profundidade<br />

denominado Sima de los Huesos,<br />

caverna. Depois que cada equipe<br />

terminar a topografia, elas podem<br />

trocar os dados via infravermelho e<br />

verificar na hora erros mais graves<br />

de fechamento. O Auriga é gratuito<br />

e pode ser baixado no site<br />

http://www.speleo.qc.ca/auriga.<br />

E se você está pensando que<br />

estes Palms são frágeis demais<br />

para ambientes cavernícolas, vale a<br />

pena dar uma olhada nas caixas<br />

especiais da OtterBox (veja o site<br />

www.otterbox.com). O modelo<br />

Armor 2600, um dos mais simples,<br />

custa na faixa de US$50 e deixa o<br />

Palm praticamente indestrutível.<br />

Uma segunda opção é o Armor<br />

3600, que custa cerca de US$100.<br />

em Atapuerca, Espanha. Os indivíduos,<br />

com idade aproximada de 350<br />

mil anos, apresentam indícios de<br />

terem sido mortos simultaneamente.<br />

Em estudo a ser publicado no<br />

Journal of Anthropological Research,<br />

cientistas analisam as causas da<br />

morte. Hipóteses como massacre ou<br />

doença foram aventadas.<br />

Fonte: BBC News 19/5/2004.<br />

Resenha<br />

O Artista<br />

Desaparecido<br />

Por Augusto Auler (baseado<br />

em comunicado à imprensa<br />

da editora)<br />

Este belo livro, totalmente em<br />

dinamarquês, conta a aventura<br />

brasileira de Peter<br />

Andreas Brandt, artista<br />

norueguês, que se converteria<br />

em fiel secretário<br />

de Peter Lund e<br />

viveria os últimos<br />

30 anos de sua<br />

vida em Lagoa<br />

Santa. Pessoa<br />

de múltiplos<br />

talentos ele foi<br />

perseguido por<br />

infortúnios<br />

durante sua longa<br />

carreira de comerciante, editor<br />

de jornais e professor de desenho.<br />

Chegado ao <strong>Brasil</strong>, ele se<br />

encontrou casualmente com<br />

Lund em 1835, na fazenda do<br />

também dinamarquês Peter<br />

Claussen. A partir daí Brandt seria<br />

o encarregado de mapear e<br />

desenhar as cavernas e as<br />

ossadas fósseis nelas extraídas.<br />

Além de contar a história da vida<br />

de Brandt, o livro traz uma avaliação<br />

do seu trabalho à luz da<br />

história da arte e caracteriza seu<br />

uso das técnicas de ilustração<br />

científica.<br />

A menos que você saiba dinamarquês,<br />

o idioma irá impedir o<br />

acesso à obra. No entanto, o livro<br />

apresenta todas as aquarelas<br />

conhecidas de Brandt. A maior<br />

parte delas tem como tema<br />

cavernas, sendo que muitas eram<br />

ainda desconhecidas no <strong>Brasil</strong>.<br />

Ao final do livro é apresentada a<br />

reprodução facsimilar do caderno<br />

de esboços de Brandt, contendo<br />

várias topografias de cavernas.<br />

Uma tradução brasileira está em<br />

fase de captação de recursos<br />

pela lei Rouanet.<br />

Den Forsvundne Maler. P.W. Lund og<br />

P.A. Brandt in <strong>Brasil</strong>ien. Birgitte Holten,<br />

Michael Sterll, Jon Fjeldså. 2004.<br />

Museum Tusculanums Forlag, Universidade<br />

de Copenhague, Copenhague.<br />

Capa dura, 240 p. U$41,00, www.mtp.dk


Divulgação<br />

Aranha-marrom (Loxosceles sp)<br />

Quais os verdadeiros riscos?<br />

Por Alexandre Lopes Camargo (Iscoti)<br />

AAranha-marrom é sem dúvida<br />

um dos casos mais importantes<br />

de araneísmo (acidentes<br />

com picadas de aranha)<br />

no <strong>Brasil</strong>. O risco existe e não<br />

deve ser negligenciado, mas essa<br />

espécie não é agressiva, e os acidentes<br />

são raros no meio espeleológico.<br />

Todo o espeleólogo, com certeza,<br />

já esteve muito próximo de uma<br />

Aranha-marrom em suas expedições<br />

e nem se deu conta disto.<br />

A identificação de uma Aranhamarrom<br />

não é fácil: ela possui seis<br />

olhos, enquanto a maioria das outras<br />

aranhas possuem oito (quantos<br />

espeleólogos andam com uma lupa<br />

no bolso?). Seu corpo (cefalotórax e<br />

abdômen) em formato de pêra pode<br />

atingir cerca de 12mm de comprimento<br />

e sua cor é marrom acastanhado.<br />

Dentro de cavernas, as Aranhasmarrom<br />

caracterizam-se por serem<br />

preferencialmente sedentárias, e<br />

podem ser facilmente confundidas<br />

com indivíduos jovens de uma outra<br />

espécie, a Ctenus fasciatus, totalmente<br />

inofensiva. A diferença mais<br />

significativa entre as duas espécies é<br />

a presença de linhas mais claras<br />

seqüenciais em forma de "V" no abdômen<br />

das Ctenus fasciatus. Nos adultos<br />

estas linhas são claramente perceptíveis,<br />

mas nos jovens são tênues.<br />

As Aranhas-marrom podem ser<br />

encontradas em todo o tipo de substrato<br />

existentes nas cavernas, existindo<br />

uma preferência por locais não<br />

abertos e onde haja algum tipo de<br />

deposição de material orgânico que<br />

venha a atrair outros invertebrados<br />

que lhes sirvam de alimento. O<br />

padrão de teia da Aranha-marrom no<br />

interior das cavernas é caracterizado<br />

por fios esparsos, difícil de visualizar e<br />

Carste 2004 : não perca<br />

essa oportunidade<br />

Falta um mês para o início do<br />

Carste 2004, I Encontro <strong>Brasil</strong>eiro<br />

de Estudos do Carste, que<br />

ocorrerá em Belo Horizonte, de<br />

27 a 31 de julho próximos. Já confirmaram<br />

presença grandes nomes das<br />

ciências ligadas à espeleologia<br />

(bioespeleo, geologia,<br />

arqueologia e outros),<br />

representantes dos<br />

órgãos e conselhos ligados<br />

à espeleologia, diversas<br />

entidades ambientalistas<br />

de São Paulo, Minas<br />

Gerais, Paraná e Brasília,<br />

além de representantes de universidades<br />

do <strong>Brasil</strong> e exterior e representantes<br />

de empresas de mineração.<br />

Até a presente data a comissão<br />

organizadora já recebeu quase 90 trabalhos<br />

que se encontram atualmente<br />

em processo de análise pela comissão<br />

científica e por volta de 110 fichas<br />

de inscrição de participantes<br />

(Atenção: o número de participantes<br />

no evento está limitado em 150. As<br />

vagas já estão se esgotando!).<br />

O Carste 2004 é uma realização<br />

da <strong>Redespeleo</strong> <strong>Brasil</strong> e ABAS -<br />

Associação <strong>Brasil</strong>eira de Águas<br />

<strong>Subterrânea</strong>s, com o<br />

apoio de UFMG,<br />

Fundação Victor Dequech,<br />

Sociedade <strong>Brasil</strong>eira de<br />

Geologia, SindiExtra,<br />

Câmara Mineral do Estado<br />

de Minas Gerais, SOE-<br />

ICOM, Sistema FIEMG,<br />

APROMIN - Associação<br />

<strong>Brasil</strong>eira de Profissionais da<br />

Mineração, CEMIG, CNPq, FAPEMIG,<br />

Rotocrom, Holcim do <strong>Brasil</strong>, Lafarge<br />

do <strong>Brasil</strong>, Votorantim Metais, Cauê,<br />

MBR e Grupo Bambuí de Pesquisas<br />

Espeleológicas.<br />

Participe você também desse<br />

importante evento, o primeiro do<br />

gênero no <strong>Brasil</strong>.<br />

não possui a aparência de algodão<br />

esfiapado que é comumente definido<br />

como modelo.<br />

É importante salientar que este animal<br />

possui uma característica preponderantemente<br />

evasiva, picando<br />

somente quando é pressionada contra<br />

o corpo. Até o momento não tive<br />

conhecimento de acidente envolvendo<br />

a população local, visitantes ou<br />

pesquisadores no PETAR com picadas<br />

de Aranha-marrom. O único caso<br />

de acidente em caverna com o animal<br />

de que se tem notícia foi o de uma<br />

espeleóloga do Grupo Bambui, picada<br />

por uma Aranha-marrom na região<br />

da Toca da Boa Vista, BA.<br />

Também vale frisar que as informações<br />

divulgadas sobre a Aranhamarrom<br />

no folder distribuído recentemente<br />

na região do PETAR (veja<br />

matéria no <strong>Conexão</strong> <strong>Subterrânea</strong><br />

Nº 3) podem não ser interpretadas da<br />

maneira desejada e causar<br />

transtornos à economia local, cuja<br />

atividade principal é baseada no turismo.<br />

Para mais informações, escreva<br />

para: biocave@ig.com.br<br />

Nova edição da<br />

revista O Carste<br />

Uma nova edição (vol. 16,<br />

<strong>nº</strong> 2) da revista O Carste,<br />

correspondente ao mês de<br />

abril/2004, já está circulando.<br />

Esta publicação do Grupo<br />

Bambuí de Pesquisas Espeleológicas,<br />

a mais regular da espeleologia<br />

brasileira, está em seu 16º<br />

ano de edição ininterrupta.<br />

Neste número bastante eclético,<br />

o leitor poderá ler sobre a bioespeleologia<br />

de cavernas areníticas,<br />

relatos de explorações na<br />

Serra do Ramalho (BA), no PETAR<br />

(SP) e até na Espanha e também<br />

sobre a preservação de mapas<br />

espeleológicos.<br />

A revista O Carste<br />

pode ser assinada<br />

através de email para<br />

carste@net.em.<br />

com.br (assinatura<br />

anual - 4 números -<br />

R$25,00).


Curso de monitoria ambiental no<br />

Parque Estadual de Campinhos<br />

Por Luis F. S. da Rocha<br />

Aconservação do Parque<br />

Estadual de Campinhos<br />

(PEC) e de seu patrimônio<br />

espeleológico está estritamente<br />

ligada ao ordenamento e regulamentação<br />

das atividades desenvolvidas<br />

na unidade e seu entorno.<br />

Dentre as ações previstas no atual<br />

plano de manejo elaborado pelo<br />

GEEP-Açungui - Grupo de Estudos<br />

Espeleológicos do Paraná, em 2002,<br />

previu-se a implantação da monitoria<br />

ambiental, visando compatibilizar a<br />

conservação da UC com a participação<br />

das comunidades do entorno.<br />

O curso de Monitoria Ambiental,<br />

realizado pelo GEEP-Açungui em<br />

parceria com Instituto Ambiental do<br />

Paraná (IAP), com o apoio do Fundo<br />

Nacional do Meio Ambiente (FNMA),<br />

através do convênio MMA/FNMA-<br />

060/2003, visa capacitar moradores<br />

Mais informações sobre morte<br />

de mergulhador no México<br />

Foram divulgadas novas informações<br />

sobre acidente fatal<br />

envolvendo o bioespeleólogo<br />

e mergulhador Mariano<br />

Fuentes (ver <strong>Conexão</strong> 6) na Caverna<br />

Oztoquito. O objetivo da equipe era<br />

buscar a conexão subaquática com<br />

outra cavidade próxima. Foi estimado<br />

que o sifão teria uma extensão<br />

aproximada de 150 m. No dia 8 de<br />

abril Mariano equipou-se e entrou na<br />

água, não retornando no tempo previsto.<br />

A operação de resgate não<br />

conseguiu o intento de resgatar<br />

do entorno do Parque na atividade<br />

de monitoria ambiental. O curso foi<br />

ministrado em dois módulos: de 07 a<br />

08 de junho (parte teórica) e de 19 a<br />

20 de junho (parte prática).<br />

No módulo teórico o curso abordou<br />

os principais conceitos relacionados<br />

ao manejo de unidades de<br />

conservação, esclarecendo o que é<br />

um parque, o que é um plano de<br />

manejo, passando noções básicas<br />

de zoneamento e normas estabelecidas<br />

para a UC. Também foram abordados<br />

os principais aspectos da<br />

monitoria ambiental, associativismo<br />

e discutida a questão do programa<br />

de Interpretação e Educação<br />

Ambiental previsto para o Parque.<br />

No módulo prático do curso,<br />

foram abordados aspectos relativos<br />

a recepção e condução dos<br />

visitantes no PEC, além de<br />

Polêmica em recorde de profundidade<br />

Anotícia foi divulgada no início<br />

do ano " o recorde mundial<br />

de profundidade voltou para<br />

a França : -1 733 m no abismo<br />

Mirolda”. Surgiram dúvidas<br />

quanto a essa profundidade e a<br />

Comissão Científica da Federação<br />

Francesa de Espeleologia foi chamada<br />

para averiguar, e Jean-Pierre<br />

Beaudoin foi encarregado de estudar<br />

o potencial do monte Criou onde<br />

se encontra o abismo Mirolda.<br />

Sua conclusões foram publi-<br />

cadas em 22 de maio de 2003. Com<br />

esquemas e cortes geológicos, ele<br />

explicou que o potencial teórico de<br />

desnível entre a entrada mais alta<br />

(VF3 ; altitude 2 336 m) e o fundo do<br />

submerso do vale (altitude aproximada<br />

de 710 m) é de 1 626 m, ou seja,<br />

107m a menos do que o recorde<br />

anunciado.<br />

Apesar da existência de alguns<br />

casos de cavidades que se desenvolvem<br />

abaixo do nível do lençol<br />

freático (ex: Henne-Morte), Jean-<br />

Mariano e foi necessária a vinda de<br />

espeleomergulhadores americanos.<br />

Finalmente, no dia 14, os americanos<br />

localizaram o corpo de<br />

Mariano à distância de 90 m no sifão,<br />

com todo o seu equipamento funcional,<br />

válvulas abertas e cilindros<br />

vazios. Devido à estreitamentos no<br />

sifão não seria possível retirar o corpo<br />

sem seccioná-lo. Após consultas<br />

à autoridades e familiares, decidiuse<br />

deixar o corpo de Mariano<br />

Fuentes na caverna.<br />

Fonte: www.elcuevero.com.<br />

reforçadas na prática as normas e<br />

procedimentos para o uso público<br />

no Parque. Todas as atividades do<br />

curso foram desenvolvidas,<br />

mesclando-se dinâmicas que<br />

procuram reforçar nos candidatos<br />

questões ligadas a conservação,<br />

liderança, organização, visão de<br />

grupo e educação ambiental.<br />

Para mais informações, contate<br />

acungui@brturbo.com.br.<br />

Pierre concluiu que houve um erro<br />

na medida. O recorde de profundidade<br />

deve permanecer portanto na<br />

Geórgia, com o abismo Veronja<br />

Cave (Krubera Cave), com -1.710m.<br />

Fonte: SIMM n°12 - Boletim trimestral<br />

de informações do Comitê<br />

Departamental de Espeleologia de<br />

Meurthe-&-Moselle (54), França. Site:<br />

http://cds54.fr.st/simm/simm12.html<br />

Expediente<br />

Comissão Editorial:<br />

Adriano Gambarini, Augusto<br />

Auler, Ericson Igual, Ezio<br />

Rubbioli, Leda Zogbi, Luis Fernando S.<br />

Rocha, Marcos Silvério, Toni Cavalheiro.<br />

Diagramação: Toni Cavalheiro<br />

Logotipo: Daniel Menin.<br />

Artigos assinados são de responsabilidade<br />

dos autores. Artigos não assinados<br />

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e deve ser comunicada à REDESPELEO<br />

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Luís Rocha

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