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Falar sobre a homogeneidade translacional, B = A + λAB, e a homogeneidade em escala, L =<br />

λ D Lu.


Capítulo VI<br />

A TEORIA DINÂMICA DO CRESCIMENTO FRACTAL<br />

DE UMA ESTRUTURA<br />

SUMÁRIO<br />

RESUMO ...................................................................................................................................4<br />

6. 1 - Introdução .........................................................................................................................5<br />

6. 2 - O Modelo fractal de estruturas..........................................................................................5<br />

6. 3 - Crescimento e Fragmentação Fractal ................................................................................8<br />

6. 4 - Padrões de crescimento na natureza: da ordem ao caos....................................................9<br />

6. 4.1 - Estruturas geométricas de crescimento fractal presentes na natureza............11<br />

6. 4.2 - A origem fenomenológica dos fractais na natureza .......................................11<br />

6. 4.3 - A teoria do crescimento fractal ......................................................................14<br />

6. 5 – Proposição de um novo Método de Escalonamento Dinâmico de Fractais Laplacianos<br />

Ramificados baseado no método de Contagem “Sand-Box”. ..................................................17<br />

6. 6 – Escalonamento Dinâmico Longitudinal e Radial: Uma aplicação a dinâmica de<br />

propagação de trincas ...............................................................................................................24<br />

6. 7 - A Dissipação da Energia em um Fractal .........................................................................24<br />

6. 7.1 - A Função Dissipação......................................................................................25<br />

6. 7.2 - A Produção de Entropia .................................................................................25<br />

6. 7.3 - O Fluxo de Entropia .......................................................................................25<br />

6. 7.4 - A Potência Dissipada .....................................................................................25<br />

2


6. 8 - Um novo princípio físico de dissipação de energia por detrás das estruturas fractais<br />

encontradas na natureza............................................................................................................25<br />

6. 9 - O Modelamento multifractal de crescimento..................................................................29<br />

6. 10 – Discussões ....................................................................................................................30<br />

6. 11 - Conclusões ....................................................................................................................31<br />

6. 12 - Referências bibliográficas.............................................................................................31<br />

3


Capítulo VI<br />

A TEORIA DINÂMICA DO CRESCIMENTO FRACTAL<br />

DE UMA ESTRUTURA<br />

Quem abriu canais para o aguaceiro, e um caminho para o relâmpago do trovão (Jó 38,25);<br />

RESUMO<br />

O número de elementos de estruturas N de fractais laplacianos, como as trincas,<br />

que crescem com o tempo, foi escalonado dinamicamente usando-se o método Sand-Box.<br />

Este método, permite calcular a dimensão fractal de uma estrutura qualquer, imersa numa<br />

dimensão euclidiana superior (d =1,2,3). O cálculo é feito, contando-se o número de<br />

estruturas N(R) auto-similares contidas em “caixas” de raio R variável, centradas na origem<br />

“O” de um sistema de coordenadas. A partir deste método, foi possível elaborar um método<br />

geral de escalonamento, que permite inferir o resultado dinâmico N(R,t) a partir do estático<br />

N(R), desde que se conheça a expressão da velocidade de propagação, V(R,t), de fractais<br />

laplacianos como as trincas, que possuem um raio de giração R(V,t) e crescem com o tempo,<br />

com uma velocidade V em torno de uma origem central fixada “O”. O método de cálculo<br />

proposto neste trabalho foi utilizada em trincas ramificadas,onde foi posível descrever a<br />

formação destas estruturas em termos da Função Dissipação da Termodinâmica dos Processos<br />

Ireversíveis.<br />

4


6. 1- Introdução<br />

Os conceitos básicos da teoria fractal desenvolvidos por MANDELBROT [1982] e<br />

outros cientistas, tem sido utilizados na descrição de estruturas irregulares, como superfícies<br />

de fratura e trincas [HERRMANN 1989], com o intuito de se relacionar a descrição<br />

geométrica destes objetos com as propriedades dos materiais [DE ARCANGELIS 1989].<br />

A teoria fractal do ponto de vista da física diz respeito ao estudo de estruturas<br />

irregulares que apresentam a propriedade de auto-similaridade ou auto-afinidade (propriedade<br />

em que as partes são similares ao todo, em escalas sucessivas de ampliação ou redução,<br />

Mandelbrot [1972]). A natureza intrigante destas propriedades existentes em estruturas, que se<br />

estendem desde o microcosmo [Fractal em Marte] até o macrososmo, é motivo de muitas<br />

investigações na física [HERRMANN 1986, TSALLIS 1997 e outros]. Sendo assim, a teoria<br />

fractal possui diversos contextos, tanto na física como na matemática, tais como: na teoria do<br />

caos [McCAULEY 1993], no estudo das transições de fase e fenômenos críticos [Livros de<br />

Mec. Estatística de Eugene Stanley; BECK 1993], no estudo de aglomeração de partículas<br />

[MEAKIN 1995], etc. O contexto que está mais diretamente relacionado à Mecânica da<br />

Fratura, por causa da natureza física do processo, é a que diz respeito ao crescimento fractal<br />

[VICSÉK 1991; SANDER 1984; MEAKIN 1993 e PIETRONERO 1988]. Nesta sub-área são<br />

estudados os mecanismos de crescimento de estruturas que surgem em processos de<br />

instabilidade e dissipação de energia, tais como as trincas [HERRMANN & ROUX 1990;<br />

CHARMET 1990] e padrões ramificados [MEAKIN 1989]. Neste sentido e que procuraremos<br />

abordar o problema da propagação das trincas.<br />

A teoria fractal torna-se cada vez mais presente na descrição de fenômenos que<br />

possuem uma desordem mensurável, chamado de caos determinístico [McCAULEY 1993;<br />

HERRMANN & ROUX 1990; CHARMET 1990]. O fenômeno da fratura e propagação de<br />

trincas, embora sendo estatístico, mostra que algumas regras ou leis são obedecidas, e a cada dia<br />

tornam-se mais claras através do entendimento das propriedades dos fractais [HERRMANN &<br />

ROUX 1990; CHARMET 1990].<br />

6. 2 - O Modelo fractal de estruturas<br />

Em primeiro lugar, devemos começar com a definição de função homogênea dada<br />

por Euler, que constitue a base de todo o escalonamento fractal. De acordo com o teorema de<br />

5


Euler para funções homogêneas de grau n qualquer, uma transformação de escala, εk (εmin ≤ εk ≤ ε<br />

max), numa função F(c) deste tipo resulta em:<br />

F(εkc) = εk -n F(c) (0 ≤ εk ≤ 1),<br />

6<br />

(6. 1)<br />

Este resultado significa, que o valor de uma função numa escala, F(c), está<br />

relacionado com o valor desta mesma função numa outra escala, F(εkc) por uma relação entre as<br />

escalas εk, elevada a uma potência n que corresponde ao grau de homogeneidade da função. Um<br />

fractal é um objeto que segue a um tipo de escalonamento fracionário (Figura - 6. 1), ou seja, o<br />

grau de homegeneidade n da função descrita em (6. 1) não é inteiro, e apresenta a propriedade da<br />

autosimilaridade.<br />

Figura - 6. 1. Fractais ramificados, mostrando um elemento de estrutura a) Fractal Matemático<br />

auto-similar b) Fractal Físico estatisticamente auto-similar.<br />

As propriedades básicas dos fractais são: a sua dimensão não-inteira e a auto-<br />

similaridade, isto é, o fato de suas partes se assemelharem ao todo em diferentes escalas. Esta<br />

última propriedade, se torna mais evidente quando se faz uma transformação de escala<br />

homogênea de uma parte qualquer de sua estrutura, em escalas sucessivas.<br />

Existem dois tipos básicos de fractais: os fractais matemáticos, cujas relações de auto-<br />

similaridade são exatas e não tem limites de escala superior ou inferior pois são gerados por regras


de interações infinitas (Figura - 6. 1b) e fractais físicos, cujas relações de auto-similaridade são<br />

obedecidas na média estatística feita ao longo de todo o fractal, desde uma escala inferior εmin até<br />

uma outra escala superior εmax (auto-similaridade), conforme mostra a Figura - 6. 1. Supondo-se<br />

que os fractais encontrados na natureza, ao se formarem, seguem regras ou leis do tipo citada<br />

acima, vemos que os intrigantes fatos concernentes a sua estrutura, apesar de serem curiosos do<br />

ponto de vista matemático, parecem esconder algum tipo de princípio de dissipação de energia<br />

[ALVES 1998b, HERRMANN 1986]. Nestes fractais físicos ou naturais o escalonamento da<br />

extensão da estrutura é feito por meio de uma função homogênea da seguinte forma:<br />

F(δ) ~ δ d -D , (6. 2)<br />

onde d é a dimensão euclideana de projeção do fractal e D é a dimensão fractal da estrutura<br />

auto-similar.<br />

Por outro lado, existem fractais com diferentes dimensões ao longo de suas<br />

direções ortogonais, que são chamados de fractais auto-afins. Fractais auto-afins são aqueles<br />

que aparecem imersos numa dimensão euclidiana superior ( I = d + 1) e possuem projeção<br />

sobre uma dimensão euclidiana inferior (d), de tal forma que no limite de escalas muito<br />

grandes a dimensão deste é a dimensão euclidiana E. Por exemplo, uma trinca vista de uma<br />

escala muito distante pode ser considerada como uma reta, cuja dimensão é d = 1 e<br />

superfícies de fratura, neste limite, são planos de dimensão d = 2. Neste fractais o<br />

escalonamento da extensão da estrutura é feito por meio de uma função homogênea da seguinte<br />

forma:<br />

F(δ) ~ δ I - Dx , (6. 3)<br />

onde I é a dimensão euclideana de imersão do fractal e Dx é a dimensão fractal da estrutura<br />

auto-afim ao longo da direção x. O expoente da função acima é dado por H = I - Dx onde H é o<br />

expoente Hurst da rugosidade da estrutura. Um exemplo de um fractal auto-afim está mostrado<br />

mais oportunamente na Figura – 3.5, quando será modelado o perfil de uma trinca.<br />

Definindo-se o “elemento padrão da estrutura” ou “semente” de um fractal, como<br />

sendo o elemento básico de formação do mesmo, que é auto-similar ou auto-afim a outro, em<br />

escalas sucessivas, o número de estruturas formadas numa determinada escala pode ser descrito<br />

de acordo com SANDER [1984] como sendo:<br />

onde:<br />

Nr(ε) = ε -Dr , (6. 4)<br />

7


ε: é o fator de transformação de escala usado<br />

Nr: é o número de elementos de estrutura na escala ε na direção r.<br />

Dr: é a dimensão fractal da estrutura na direção r. Para fractais auto-similares Dr = D e para<br />

fractais auto-afins Dr = Dx.<br />

A grandeza ε é o fator de transformação de escala dado pela razão entre os tamanhos<br />

r e R do elemento de estrutra em duas escalas diferentes ou sucessivas:<br />

ε = r/R, (6. 5)<br />

Para um mono-fractal o fator de escala ε é uma constante entre dois niveis<br />

consecutivos de escalonamento. Contudo uma generalização pode ser feita a partir da relação (6.<br />

4) para o caso onde a dimensão fractal depende da escala como é o caso de multifractais.<br />

Normalmente os fractais encontrados na natureza são multifractais, que correspondem àqueles<br />

que possuem uma dimensão que varia continuamente. Para estes fractais, as relações, (6. 1), (6. 2)<br />

e (6. 3) são aproximações matemáticas que podem ser usadas para descreve-los em termos de<br />

uma medida média.<br />

Conforme será descrito neste trabalho, considerando-se as trincas como sendo um<br />

fractal físico homogêneo estatisticamente auto-afim e as rupturas ramificadas, como sendo<br />

estatisticamente auto-similar, pode-se, partindo-se das expressões (6. 2) e (6. 3), com algumas<br />

modificações matemáticas, interpretar os fenômenos de propagação das trincas, tão importante em<br />

materiais, chegar a resultados utéis na descrição deste fenômeno. Será possível entender, de forma<br />

clara, desde o processo de fratura até o de fragmentação, sob uma visão da variação contínua dos<br />

graus de energia fornecido ao material, modificando apenas o número de trincas formadas,<br />

ramificadas e sobrepostas, conforme será mostrado mais adiante.<br />

6. 3 - Crescimento e Fragmentação Fractal<br />

8


6. 4 - Padrões de crescimento na natureza: da ordem ao caos.<br />

A descrição de objetos e figuras regulares está baseada em conceitos<br />

geométricos tais como: simetrias, invariâncias etc, tendo como suporte a geometria<br />

euclidiana. O conceito de simetria é intuitivamente introduzido nos postulados de Euclides, na<br />

descrição destas figuras. Além do que, a idéia grega de perfeição e ordem, baseado nas<br />

simetrias das formas regulares, está intuitivamente embutida no seu pensamento. Porém, isto<br />

parece não ser o comportamento geral das formas encontradas na natureza. Embora se<br />

preserve a idéia de simetria, a maioria das construções geométricas realizadas pela natureza,<br />

são irregulares e as formas regulares fazem parte da exceção e não da regra.<br />

A natureza possui uma forma própria de construir objetos geométricos. Pois,<br />

assim como o homem é capaz de construir artificialmente, objetos, através de desenhos,<br />

moldagens, esculturas, etc, com padrões geométricos regulares e definidos, a natureza<br />

também possui seus próprios mecanismos de construção de objetos e padrões, os quais é<br />

encontrado nas formações rochosas, nas árvores, nos relâmpagos, etc. Ela o faz, através do<br />

desencadeamento de fenômenos e processos físicos, químicos, biológicos, etc, que seguem<br />

leis bem definidas, cuja manipulação humana, pode ou não estar presente.<br />

Neste trabalho, procura-se descrever a forma pela qual a natureza constrói seus<br />

padrões usando a fenomenologia da descrição fractal, para explicar a construção de objetos<br />

9


tais como trincas e outras estruturas ramificadas. Para o caso de padrões e formas construídas<br />

pelo desencadeamento de processos naturais, seguramente o fenômeno físico ou químico que<br />

gerou tal objeto, como uma superfície de fratura por exemplo, está estreitamente relacionado<br />

as propriedades físicas do meio e estas por sua vez, tem implicações nas suas propriedades<br />

geométricas dos padrões e formas. Pensando nisso, pode-se tirar proveito da descrição<br />

geométrica e extrair informações do fenômeno que gerou tais padrões, além de um<br />

entendimento maior das suas propriedades físicas do meio.<br />

Ao longo dos anos, o homem tem aprendido a descrever as formas regulares<br />

através de teoremas matemáticos, os quais são úteis na descrição das propriedades físicas dos<br />

objetos encontrados na natureza, como os cristais por exemplo. Porém, sabe-se que a<br />

natureza, não mantém válida a regra de construção de figuras regulares em todos os níveis de<br />

escala, e para isso, tem surgido uma nova forma de descrever padrões irregulares com o<br />

intuito de deduzir as suas propriedades físicas do meio e entender os processos que geram tais<br />

objetos, a partir de suas propriedades geométricas.<br />

Durante os séculos XVIII e XIX os cientistas procuraram entender vários<br />

fenômenos tomando como base a visão euclidiana da natureza através das leis de Newton da<br />

mecânica na qual ela está baseada,. Eles conseguiram estabelecer por meio da própria<br />

mecânica, da termodinâmica e da mecânica estatística as condições válidas para que os<br />

sistemas atinjam a ordem e o equilíbrio. Até então, fenômenos que apresentavam uma certa<br />

desordem, ou eram aproximados por sistemas próximo ao equilíbrio (processos reversíveis),<br />

ou eram tratados do ponto de vista puramente estatístico. Pode-se dizer que estes dois séculos,<br />

foram os séculos dos sistemas ordenados. Porém no fim deste século XX, vários cientistas<br />

tem se preocupado com a descrição matemática dos sistemas desordenados, como por<br />

exemplo, padrões de crescimento ramificados que acontecem longe do equilíbrio<br />

termodinâmico além de outros. Situações de ordem como o arranjo cristalográfico dos átomos<br />

foram bem explicados, porém situações de total desordem como o estado vítreo parecem<br />

ainda esconder muitas informações das quais não podem ser tratadas pela leis clássicas da<br />

física do ponto de vista da geometria euclidiana. A base fenomenológica para esta descrição<br />

dos processos de crescimento dos padrões geométricos irregulares normalmente encontrados<br />

na natureza, é o estudo da dinâmica não-linear e a teoria do caos.<br />

10


6. 4.1 - Estruturas geométricas de crescimento fractal presentes na natureza<br />

A geometria fractal aparece presente em todo o universo desde o micro até a<br />

macrocosmo como mostra a Figura - 6. 2 de um fractal encontrado em marte.<br />

Figura - 6. 2. Fractal ramificado encontrado em marte.<br />

6. 4.2 - A origem fenomenológica dos fractais na natureza<br />

Antes de tudo, é preciso distinguir a forma dos objetos em sí, do processo físico<br />

em questão na formação de um determinado padrão. Por exemplo, do ponto de vista<br />

geométrico, figuras regulares são obtidas quando uma série de simetrias e relações de<br />

congruências são mantidas na construção da figura. Do ponto de vista físico, a regularidade<br />

ou a ordem está associado a vínculos externos que são impostos ao sistema, associados a<br />

situações de trabalho termodinâmico onde a energia é minimizada. Estas simetrias e relações<br />

de congruências podem estar matematicamente embutidas na descrição destes vínculos<br />

externos, de forma que o único caminho resultante para o sistema naquelas condições seja a<br />

regularidade e a ordem, descritos pela leis da física.<br />

Por outro lado, figuras e padrões irregulares podem ser obtidos quando uma série<br />

de simetrias e relações de congruências são quebradas, na construção de uma figura. E, do<br />

ponto de vista físico, situações irregulares aparecem quando não se impõe necessariamente<br />

vínculos externos aos fenômenos físicos em questão e/ou quando as situações consideradas<br />

são regidas por processos irreversíveis.<br />

11


Os fractais na natureza se originam em condições de instabilidades em um<br />

processo de crescimento (captação ou dissipação extrema de energia), dando origem a<br />

estruturas ramificadas, como um mecanismo dinâmico de minimização do transporte e<br />

maximização da energia captada ou dissipada afim de dimensionar o processo dentro de um<br />

volume limitado. Como exemplo de fenômenos deste tipo tem-se os relâmpagos, a<br />

propagação de trincas em materiais, o crescimento das plantas e a geometria dos pulmões, etc.<br />

Para o caso tridimensional, onde um objeto fractal de volume limitado está<br />

imerso, este procura maximizar a sua área superficial; e no caso bidimensional onde um<br />

fractal de área limitada está imerso, este procura maximizar o seu perímetro, portanto<br />

3D:V: limitado ↔ A → ∞<br />

2D:A: limitado ↔ P → ∞<br />

Nos processos físicos de crescimento a dimensão fractal está diretamente<br />

relacionada aos expoentes críticos das funções que determinam o estado termodinâmico do<br />

objeto fractal, tais como: energia, temperatura, volume, calor específico.<br />

Numa solidificação [ALVES 1995] por exemplo, as condições de equilíbrio,<br />

nunca dão origem ao crescimento de uma nova fase, pois uma fase só passa a crescer em<br />

condições ligeiramente fora do equilíbrio. Considerando a conservação da massa, uma fase só<br />

cresce em detrimento da outra, e nestes casos, estados ligeiramente fora do equilíbrio podem<br />

ser aproximados por relações lineares de causa e efeito, cujo potencial é do tipo quadrático<br />

(parabólico), o que implica num equilíbrio estável e conseqüentemente num processo<br />

reversível, pois neste limite as forças são do tipo conservativas. Situações extremas, como no<br />

caso em que o empacotamentos dos átomos acontece longe do equilíbrio termodinâmico, a<br />

variação da entropia se dá, de forma que as instabilidades interfaciais, se repetem em escalas<br />

cada vez menores, como por exemplo no crescimento dendrítico, onde as leis que regem este<br />

fenômeno se mantém invariantes em escalas, e podem ser descritas pela propriedade de auto-<br />

similaridade da geometria fractal, cuja condições de homogeneidade são escalonáveis por<br />

uma lei de potência do tipo:<br />

F(ε) = ε -D (6. 6)<br />

onde F(ε) é alguma propriedade geométrica do sistema que dependa da escala e ε é um fator<br />

de transformação de escala.<br />

12


Considerando-se a transição da ordem ao caos absoluto, nos fenômenos físicos,<br />

existem certos estágios desta transição que se dão de forma escalonáveis, ou seja,<br />

determinadas características são preservadas independentemente da escala de observação.<br />

Portanto, a implicação direta da teoria dinâmica não-linear envolvendo padrões de<br />

crescimento, sobre a interpretação dos fenômenos físicos, diz respeito a idéia de que, a<br />

natureza através de regras de escalonamento, possui leis físicas que são invariantes por<br />

transformação de escala, ou seja, existem leis que são universais desde o macro até o<br />

microcosmo, como por exemplo, as leis que descrevem a aglomeração de partículas.<br />

Do ponto de vista fenomenológico, o calor liberado ou o desprendimento da<br />

energia para a formação de uma fase sólida, num processo de solidificação, se iniciará na<br />

maior escala quando a condição de estabilidade de uma interface plana (condição de<br />

equilíbrio) é ameaçada pela retirada rápida do calor através de um choque térmico (ou por um<br />

resfriamento rápido) e se extinguirá na menor escala, quando todo o fluxo de calor se esgotar,<br />

não ameaçando mais as condições de solidificação da menor ramificação da dendrita. Desta<br />

forma, observa-se que os padrões ramificados, podem ser explicados pela necessidade que o<br />

corpo tem de aliviar as tensões (térmicas ou mecânicas) a ele imposta, ou liberar a energia<br />

armazenada, em situações de instabilidade da forma mais eficiente possível. Desta forma, a<br />

caracterização de estruturas irregulares, fornece a vantagem se fazer previsões com<br />

fenômenos que aparentemente não apresentam nenhuma ordem mensurável, o que hoje em<br />

dia é chamado de caos determinístico. Pois como se sabe, entre a perfeita ordem e o caos<br />

absoluto, existem estados de desordem, que ainda poder ser descritos por teorias analíticas,<br />

como a sugerida pela teoria dinâmica que envolve o caos e a geometria fractal. Esta<br />

importante área da física surgida nas últimas décadas, tem encontrado larga aplicação em<br />

fenômenos estatísticos como as propagação de trincas e a geração de superfícies de fratura,<br />

além de outros.<br />

Conclui-se portanto, que a descrição de objetos regulares encontrados na natureza,<br />

seguem idéias intuitivas de ordem e simetrias que nem sempre permanecem na descrição dos<br />

padrões irregulares. A mecânica newtoniana por exemplo, foi construída basicamente sobre os<br />

princípios de ordem e simetria, análogos a aqueles encontrados na geometria euclidiana.<br />

Assim, é preciso revisar os conceitos clássicos com base na nova visão da geometria fractal<br />

para se abranger novos fenômenos que até então eram delegados a uma descrição puramente<br />

estatística, como é o caso da geometria descrita por uma fratura.<br />

13


6. 4.3 - A teoria do crescimento fractal<br />

O intrigante aspecto geométrico que um fractal apresenta, é motivo de muitas<br />

especulações científicas. Dentro do contexto deste trabalho, é útil explicar a dinâmica de<br />

crescimento de um fractal utilizando o equacionamento da instabilidade de uma estrutura<br />

básica, como uma falha por exemplo geradora da auto-afinidade (irregularidades<br />

morfológicas).<br />

processo estável processo instável<br />

Figura - 6. 3. Crescimento de uma superfície qualquer que posui um tempo de relaxação é τ,<br />

mostrando os casos de a) processos estável para ∆t >> τ e b) instável para ∆t


igualmente prováveis [WILLIAMS 1987, 1991]. Neste trabalho será mostrado<br />

matematicamente que estas duas condições são equivalentes e originárias de uma única<br />

condição de retardo no processo de resposta do sistema e de uma busca pela maximização da<br />

entropia, através de um princípio de máxima dissipação de energia (PMDE) por escala.<br />

Figura - 6. 4. Crescimento dendrítico instável.<br />

Figura - 6. 5. Crescimento dendrítico instável no estágio k =2.<br />

Por questões de simplicidade matemática, será considerado um meio físico cuja<br />

interface possui uma estrutura básica (Figura - 6. 3) análoga ao iniciador fractal do exemplo<br />

mostrado na secção anterior (). Supondo que a interface mostrada na Figura - 6. 4, sofre uma<br />

pequena flutuação, ∆Uk, na energia contida entre o sistema sob consideração e o meio<br />

externo. Ao sofrer esta perturbação energética, ocorre o aparecimento de uma pequena<br />

protuberância no contorno da interface do sistema, como resultado da diminuição da sua<br />

energia livre resultante entre a interface e o volume. A diferença energética entre o meio e o<br />

sistema faz com que este sistema libere uma nova quantidade de energia sob a forma de fluxo,<br />

∆Uk+1 = φk+1∆t. Considerando que o sistema estava inicialmente em equilíbrio instável,<br />

novamente ao sofrer esta perturbação, pequenas protuberâncias tornam a surgir ao longo de<br />

15


todo o contorno da interface. Isto acontecerá à medida que condições idênticas a anterior são<br />

reproduzidas, isto é, a de interface plana [SANDER 1984; CHALMERS 1964], conforme<br />

mostra a Figura - 6. 5.<br />

Quando o sistema passa novamente pela condição inicial de equilíbrio instável,<br />

novas protuberâncias vão surgindo e mais energia flui para fora do sistema, e assim<br />

sucessivamente. Até que toda a energia inicialmente contida no sistema se esgote.<br />

Construindo um diagrama deste processo de cascata, a variação da energia livre em função do<br />

comprimento da interface pode ser representada de acordo com a Figura - 6. 6.<br />

Figura - 6. 6. Variação da energia livre em função do comprimento rugoso do perfil da superfície<br />

O comprimento da interface é dada por:<br />

Lk = Lo+ Σ ∆Lk<br />

16<br />

(6. 7)<br />

como este comprimento está relacionado com a energia gasta para formar as superfície tem-<br />

se:<br />

Uk = Uo+ Σ ∆Uk<br />

(6. 8)<br />

Nas secções 6. 4.2 - A origem fenomenológica dos fractais na natureza e 6. 4.3 -<br />

A teoria do crescimento fractal, acima viu-se como o crescimento de uma superfície, no caso


fractal, acontece na natureza como resultado de uma instabilidade estrutural. Nesta primeira<br />

parte será mostrado a relação existente entre a instabilidade e irregularidade do padrão de<br />

dissipação (superfície de fratura). Na segunda parte será equacionado o problema para o caso<br />

de uma fratura, no qual será mostrado os resultados matemáticos válidos para descrição do<br />

fenômeno.<br />

6. 5 – Proposição de um novo Método de Escalonamento Dinâmico<br />

de Fractais Laplacianos Ramificados baseado no método de<br />

Contagem “Sand-Box”.<br />

Na natureza ocorre diversos fenômenos cujo resultado é a formação de padrões<br />

ramificados, em processos que acontecem longe do equilíbrio termodinâmico [Livros de<br />

Termodinâmica Fractal]. Estes padrões podem ser: trincas, rupturas dielétricas ou relâmpagos,<br />

crescimento dendrítico em processos de solidificação, formação de agregados em procesos de<br />

gelificação, etc. Atualmente existe grande interesse científico em descrever o surgimento<br />

destas estruturas. A descrição matemática destes padrões pode ser feita em termos da<br />

geometria fractal. Esta classe específica de padrões ramificados é chamada de fractais<br />

laplacianos, devido a natureza da sua formação. Alguns destes padrões são formados em<br />

processos de crescimento baseados na agregação limitado por difusão (DLA). De um forma<br />

geral, como existe uma estreita relação, entre a fenomenologia e a estrutura formada,<br />

decorrente da sua geometria fractal, o entendimento dos processos de formação destas<br />

estruturas devem ser provenientes da sua análise matemática. Portanto, a sua descrição<br />

matemática deve transcender a simples caracterização geométrica, com a finalidade de<br />

relacionar o padrão formado com o processo de dissipação de energia que o gerou. Desta<br />

forma, é possível, utilizar a geometria fractal com a finalidade de se entender processos cada<br />

vez mais complexos.<br />

Neste trabalho, estamos interessados em relacionar a geometria fractal com o<br />

processo dinâmico de crescimento, pois é nesta situação que os padrões se formam e as<br />

ramificações surgem. O escalonamento dinâmico [FAMILY 1991; BARABÁSI 1995]<br />

corresponde a descrição temporal do crescimento das estruturas ou padrões fractais. Uma vez<br />

que a dimensão fractal calculada pelos métodos conhecidos levam em conta o fractal estático<br />

já formado, o escalonamento dinâmico porém, procura relacionar a descrição fractal durante<br />

seu tempo de formação. Para isso as escalas de medição são dinâmicas e a dimensão fractal<br />

17


pode ou não depender do tempo transcorrido na formação da estrutura. Para isso nós usamos o<br />

método Sand-Box [BUNDE 1994; VICSÉK 1991] como base para representar o<br />

escalonamento dinâmico de estruturas fractais ramificadas como a mostrada na Figura - 6. 1 e<br />

Figura - 6. 7.<br />

O método Sand-Box, permite calcular a dimensão de uma estrutura fractal imersa<br />

em qualquer dimensão euclidiana (d = 1,2,3,..etc). O cálculo é feito, contando-se o número de<br />

estruturas N(R) autosimilares contidas em “caixas” de raio R variável, centradas na origem<br />

“O” de um sistema de coordenadas. A partir deste método, foi possível elaborar uma técnica<br />

de escalonamento dinâmico de fractais laplacianos, que possuem um raio de giração R(V,t)<br />

que cresce com o tempo, com uma velocidade V em torno de uma origem central fixada “O”.<br />

Fractais laplacianos foram observados em impactos ramificados, onde a técnica proposta<br />

neste trabalho foi utilizada. Com este escalonamento dinâmico, foi possível descrever a<br />

formação de estruturas fractais em termos da Função Dissipação da Termodinâmica dos<br />

Processos Ireversíveis. Este cálculo pode ser usado na descrição matematica de quaisquer<br />

processos de crescimento de estruturas fractais, como a fragmentação, por exemplo. Pode-se<br />

através do escalonamento dinâmico estimar o numero de partículas que participam do<br />

processo, a taxa de crescimento da estrutura em função do raio de alcalce e do tempo, e a<br />

energia gasta na formação da estrutura.<br />

Considerando o processo de crescimento, para um fractal laplaciano ramificado<br />

[Artigos sobre o assunto], que cresce a partir de uma semente de tamanho l centrada numa<br />

origem O fixa, podemos tratar o escalonamento dinâmico supondo que a medida que o fractal<br />

cresce em torno de O, a sua fronteira de raio R aumenta com o tempo, com velocidade V dada<br />

pela variação de R neste tempo, logo<br />

V = dR/dt, (6. 9)<br />

Se nós considerarmos que o escalonamento dinâmico acontece continuamente<br />

dentro da fronteira de raio R acompanhando a evolução temporal do fractal, poderemos usar<br />

esta grandeza R como sendo representativa para o fator de transformação de escala ε, o qual é<br />

dada pela razão entre os tamanhos r e R dos “elementos da estrutura” em duas escalas de<br />

tempo diferentes, de forma análoga ao escalonamento estático dado pela relação (3.3) (Figura<br />

- 6. 7).<br />

18


Figura - 6. 7. Escalonamento dinâmico proposto baseado no método Sand-Box.<br />

O escalonamento dinâmico de um fractal físico só terá validade dentro do<br />

intervalo de escalonamento εmin ≤ ε ≤ εmax. Logo, o número de estruturas autosimilares, dentro<br />

de um raio R, que foram acrescentadas para formar uma outra estrutura autosimilar, durante<br />

um tempo dt, onde R variou de R para R + dR, é dado por: dN = (dN/dR)dR.<br />

Como o método Sand-Box de contagem de estruturas, diferentemente dos outros<br />

métodos, necessita de uma origem fixa, a partir da qual as caixas de tamanho R variável são<br />

escalonadas (não importa a geometria das mesmas pois as caixas podem ser esféricas). Nós<br />

podemos, portanto, fixar este centro da caixa na origem central do fractal, ou em qualquer<br />

outra origem autosimilar a esta e fazer escalonamento das caixas de acordo com a fronteira do<br />

fractal em crescimento, conforme mostra a Figura - 6. 7. Desta forma, nós estaremos<br />

acompanhando o escalonamento do fractal de forma dinâmica, onde a taxa de crescimento<br />

dN/dt da estrutura, dentro de um determinado nível k(t) de crescimento, pode ser expressa<br />

como:<br />

dN(t)/dt = -D(N/ε)dε/dt, (6. 10)<br />

a derivada da grandeza ε(t) em relação ao tempo, tem sua interpretação em termos da taxa de<br />

formação dos elementos de estrutura nas escalas correspondentes, desde a escala superior εmax<br />

até a escala inferior εmin. Observe que, como ε é inversamente proporcional a taxa de<br />

formação do fractal dN/dt, a medida que este último aumenta, a escala ε tende a ser cada vez<br />

menor, até que o menor elemento de estrutura possível seja formado na escala inferior εmin, e<br />

vice-versa. A propriedade de autosimilaridade, típica de estruturas fractais aparece, porque em<br />

cada nível de escalonamento a fenomenologia do processo se repete, por meio de um efeito de<br />

19


“memória” e retro-alimentação que se mantém, até que toda a energia disponível seja gasta e<br />

a estrutura seja totalmente formada .<br />

Desta forma, podemos substituir a expressão (3.4) em (3.6) e obter a descrição<br />

direta do processo de formação dos fractais em termos do tamanho dos elementos da<br />

estrutura. Logo a grandeza dε/dt pode ser interpretada como a taxa de crescimento do fractal<br />

numa determinada escala ε, que de acordo com (3.4) pode ser escrita como:<br />

Sander.<br />

sendo:<br />

(1/ε)dε/dt = (1/r)dr/dt - (1/R)dR/dt, (6. 11)<br />

Figura - 6. 8. Condição física de instabilidade para o crescimento de uma estrutura fractal segundo<br />

De acordo com Figura - 6. 8, SANDER [1984] define uma grandeza β como<br />

β = (1/r)dr/dt / (1/R)dR/dt -1, (6. 12)<br />

Onde ele classifica os regimes de crescimento das estruturas como sendo:<br />

> 0 crescimento fractal incipiente<br />

β = 0 crescimento com invariancia de escala<br />

< 0 crescimento não-fractal.<br />

A grandeza dr/dt pode ser entendida como sendo a velocidade de formação do<br />

elemento de estrutura que no caso pode ser um pequeno trecho microscópico do fractal, e a<br />

20


grandeza dR/dt pode ser entendida como sendo a velocidade macroscópica de crescimento do<br />

fractal. O parâmetro β está relacionado com índice multifractal q pela relação β = q -1.<br />

6. 6 -Escalonamento dinâmico<br />

O escalonamento dinâmico é feito, quanto o tempo de crescimento ou<br />

fragmentação do objeto fractal é levado em consideração. Neste caso, o parâmetro de controle<br />

das dimensões do objeto é o tempo. Com este tipo de escalonamento deseja-se descrever o<br />

processo de crescimento da estrutura fractal em função do tempo, a fim de relacioná-las com<br />

as grandezas físicas conhecidas tais como: energia, potência, número de partículas, numa<br />

possível termodinâmica de não-equilíbrio.<br />

O escalonamento dinâmico, corresponde a descrição temporal do crescimento das<br />

estruturas ou padrões fractais, ou seja, uma vez que a dimensão fractal calculada pelos<br />

métodos conhecidos levam em conta o fractal estático já formado, o escalonamento dinâmico,<br />

procura relacionar a descrição fractal durante o tempo de formação do mesmo. Para isso, as<br />

escalas de medição são dinâmicas e a dimensão fractal, pode ou não depender do tempo<br />

transcorrido na formação da estrutura fractal.<br />

Considerando-se o processo de crescimento, para um fractal laplaciano<br />

ramificado, que cresce a partir de uma semente de tamanho l centrada numa origem O fixa,<br />

poder-se-á tratar o escalonamento dinâmico da seguinte forma:<br />

Considerando-se que a medida que o fractal cresce em torno de O, a sua fronteira<br />

de raio R aumenta com o tempo, com uma velocidade V dada pela variação de R no tempo,<br />

logo<br />

V(R,t) = dR/dt (5. 1)<br />

Se for considerado que o escalonamento dinâmico acontece continuamente dentro<br />

da fronteira de raio R. poder-se-á usar a grandeza R como sendo representativa para o fator de<br />

transformação de escla ε, a qual é dada pela razão entre os tamanhos r e R do elemento de<br />

estrutra em duas escalas diferentes:<br />

ε = r/R (5. 2)<br />

O escalonamento dinâmico de um fractal físico, só terá validade dentro do<br />

intervalo de escalonamento citado anteriormente. Logo, o número de estruturas auto-similares<br />

21


dentro de um raio R que foram acrescentadas para formar uma outra estrutura auto-similar<br />

durante um tempo dt, onde R variou de R para R + dR, é dado por:<br />

dN = (dN/dR)dR (5. 3)<br />

Figura - 5. 1. Escalonamento dinâmico proposto baseado no método Sand-Box.<br />

Como o método de contagem de estruturas Sand-Box, diferentemente dos outros<br />

métodos, possui uma origem fixa, a partir do qual as caixas de dimensão R variavel são<br />

escalonadas (não importa a gometria das mesmas, pois as caixas podem ser esféricas). Poder-<br />

se-á portanto, fixar este centro da caixa na origem central do fractal, ou em qualquer outra<br />

origem auto-similar a esta e fazer escalonamento das caixas de acordo com a fronteira do<br />

fractal em crescimento, conforme mostra a Figura - 1.24. Desta forma, acompanhando-se o<br />

escalonamento do fractal de forma dinâmica, onde a taxa de crescimento dN/dt da estrutura<br />

dentro de um determinado nível k pode ser expressa a partir de (1.12) como sendo:<br />

ou ainda<br />

dN/dt = -D ε -D-1 dε/dt (5. 4)<br />

dN/dt = -D(N/ε)dε/dt (5. 5)<br />

a derivada da grandeza ε em relação ao tempo, tem sua interpretação em termos da taxa de<br />

formação dos elementos de estrutura nas escalas correspondentes, desde a escala superior εmax<br />

até a escala inferior εmin. Observe, que como ε é inversamente proporcional a taxa de<br />

formação do fracatal dN/dt, a medida que esta última aumenta, a escala ε tende a ser cada vez<br />

22


menor, até que o menor elemento de estrutura possível seja formado na escala inferior εmin<br />

(Alves 1998), dando origem a propriedade de auto-similaridade, típico de estruturas fractais.<br />

Porém, pode-se substituir a expressão (1.45) em (1.48) e obter a descrição direta<br />

do processo de formação dos fractais em termos do tamanho dos elemento de estrutura, onde:<br />

dε/dt = d(r/R)/dt (5. 6))<br />

dε/dt = (1/R)dr/dt - (r/R 2 )dR/dt (5. 7)<br />

logo a grandeza dε/dt pode ser interpretada como a velocidade de crescimento do fractal numa<br />

determinada escala ε, que de acordo com (1.45) pode ser escrita como:<br />

(1/ε)dε/dt = (1/r)dr/dt - (1/R)dR/dt (5. 8)<br />

Usando-se a definição de Sander da grandeza β como sendo:<br />

β = (1/r)dr/dt / (1/R)dR/dt - 1 (5. 9)<br />

Onde ele classifica os regimes de crescimento das estruturas como sendo:<br />

> 0 crescimento fractal incipiente<br />

β = 0 crescimento com invariancia de escala<br />

< 0 crescimento não-fractal.<br />

A grandeza dr/dt, pode ser entendida como sendo a velocidade de formação do<br />

elemento de estrutura, que no caso, pode ser um pequeno trecho microscópico do fractal, e a<br />

grandeza dR/dt, pode ser entendida como sendo a velocidade macroscópica de crescimento do<br />

fractal. Substituindo-se (1.51) em (1.48) tem-se:<br />

ou<br />

usando-se (1.44) tem-se:<br />

dN/dt = -DN[(1/r)dr/dt -(1/R)dR/dt] (5. 10)<br />

dN/dt = -Dβ(N/R)(dR/dt) (5. 11)<br />

dN/N = -DβVdt/R (5. 12)<br />

Observe, que a relação (1.55) acima, descreve o fenômeno fractal em duas<br />

interpretações: fragmentação e crescimento. Para o processo de fragmentação considera-se<br />

Rmax = cte e r, variável de acordo com a escala, já no processo de crescimento considera-se<br />

23


min = cte (que corresponde ao tamanho das partículas ou elementos de estrutura na escala<br />

inferior) e R = variável de acordo com o método Sand-Box.<br />

Ë certo que se o método Sand-Box, for realizado considerando-se uma caixa R<br />

fixada e tomando-se os diverso tamanhos r das estruturas auto similares encontradas dentro<br />

desta caixa, para cada nível de escalonamento, o processo de fragmenteção também poderá<br />

ser escalonado dinamicamente.<br />

logo:<br />

Reescrevendo-se (1.54) tem-se:<br />

observe, que para Dβ = cte, tem-se:<br />

dN/N = -Dβ(dR/R) (5. 13)<br />

d(lnN)/d(lnR) = -Dβ (5. 14)<br />

N = R -Dβ (5. 15)<br />

6. 7 – Escalonamento Dinâmico Longitudinal e Radial: Uma<br />

aplicação a dinâmica de propagação de trincas<br />

6. 8 - A Dissipação da Energia em um Fractal<br />

24


6. 8.1 - A Função Dissipação<br />

6. 8.2 - A Produção de Entropia<br />

6. 8.3 - O Fluxo de Entropia<br />

6. 8.4 - A Potência Dissipada<br />

6. 9 - Um novo princípio físico de dissipação de energia por detrás<br />

das estruturas fractais encontradas na natureza<br />

A teoria matemática fractal aplicada a descrição de fronteiras ou contornos de<br />

objetos fractais de volumes finitos, admite que estas fronteiras ou contornos, possuem uma<br />

extensão que tende ao infinito (A(δ) → ∞) à medida que o tamanho da régua de medida tende<br />

a zero (δ → 0), enquando o volume permanece limitado, onde: 0 ≤ δ ≤ δmáx e 0 ≤ A(δ) ≤ ∞, e<br />

V(δ) = Vo. Isto tem sido largamente demonstrado pelo diagrama de Richardson aplicado ao<br />

estudo geométrico destes objetos [MANDELBROT 1977].<br />

Por outro lado, o tamanhos de régua, δ, para objetos fractais matemáticos,<br />

uniformes com auto-similaridade exata, são automaticamente determinados pelo tamanho das<br />

estruturas geométricas, lk, que são auto-similares ao todo. Estas estruturas padrões são<br />

encontrados em cada nível de escalonamento k do fractal matemático (0 ≤ k ≤ ∞). Porém os<br />

fractais que aparecem na natureza, chamados de fractais físicos, são estatísticos e limitados<br />

por tamanhos de estruturas auto-similares que determinam tamanhos de régua mínima δmin =<br />

lo e máxima δmáx = Lo (δmin ≤ δ ≤ δmáx) em escalas arbitrárias ε = δ/δmáx = lk/Lo, que se<br />

estendem desde o tamanho macroscópico do objeto, δmáx = Lo até o tamanho do menor<br />

25


detalhe, δmin = lo onde a fractalidade se estende, isto é εmin ≤ ε ≤ εmáx. Como exemplos<br />

podemos citar: o pinheiro, o couve-flor, as dendritas, os relâmpagos, etc. O número das<br />

possíveis estruturas auto-similares de tamanho, lk, existentes neste intervalo, definem os níveis<br />

de escalonamento k existentes no fractal (kmin ≤ k ≤ kmáx).<br />

O fator de transformação da escala (ampliação ou redução), εk, entre dois níveis<br />

quaisquer, tanto para uma fractal matemático como para um fractal físico, é determinado pela<br />

razão entre o tamanho da estrutura auto-similar ao todo, num nível, k, isto é, lk, pelo tamanho<br />

da estrutura auto-similar ao todo num nível, k+1, isto é, lk+1 (onde εk = lk/lk+1, εmin ≤ εk ≤<br />

εmáx).<br />

Portanto, podemos utilizar a idéia geral de que o contorno ou a fronteira de um<br />

objeto fractal seja ele matemático ou físico, tende a um valor máximo, (A(δk) → Amáx), à<br />

medida que o tamanho da estrutura auto-similar, lk tende a um valor mínimo, (lkmin → lo, k →<br />

kmáx), onde Ao = A(δmáx= Lo) ≤ A(δ = lk) ≤ Amáx = A(δmin = lo), para propor um Princípio de<br />

Máxima Dissipação de Energia como consequência direta desta suposição, conforme veremos<br />

a seguir.<br />

Pela relação de escalonamento fractal, o tamanho dos elementos de estruturas, lk<br />

em cada escala, εk, ou nível, k, estão diretamente relacionadas com o número de objetos auto-<br />

similares por uma lei de potência do tipo:<br />

Nk(lk)∼ lk -D . (6. 13)<br />

Para fractais de fragmentação Lmáx = Lo = cte e lk → lmin = lo, para fractais de<br />

crescimento lmin = lo = cte e Lk → Lmáx = Lo. De qualquer forma, o número total de elementos<br />

de estruturas formadas é dado por:<br />

NT = (lmin/Lmáx) -D . (6. 14)<br />

O número, N, em (6. 13) é um número qualquer entre os limites máximo e mínimo<br />

onde o número mínimo é N(lmin) = 1 para fractais de crescimento e N(Lmáx) = 1 para fractais<br />

de fragmentação.<br />

Supondo-se que a energia Uk (onde k é o índice do escalonamento fractal)<br />

utilizada para formar um padrão geométrico fractal deste tipo, em um processo físico, é<br />

diretamente proporcional ao volume do fractal, ou ao número de elementos de estruturas<br />

geradas, tem-se então que:<br />

26


Uk (lk) =ρuVk(lk) = µN(lk) (6. 15)<br />

onde ρu é a densidade volumétrica de energia e µ é energia unitária para forma um elemento<br />

da estrutura. O volume do fractal é dado por:<br />

ou ainda<br />

Vk(lk) = N(lk)lk d , (6. 16)<br />

Uk(lk) = ρu N(lk)lk d = µ(lk/Lk) -D , (6. 17)<br />

Sistemas que apresentam um consumo de energia (no processo dinâmico de<br />

dissipação) que se reflete diretamente na estrutura dos padrões geométricos formados, podem<br />

ser tratados por uma relação diretamente proporcional as duas grandezas contidas na (6. 15).<br />

Logo no limite:<br />

ou seja<br />

logo:<br />

Uk(lk → lmin) =ρu(lmin/Lmáx) -D lmin d = µ(lmin/Lmáx) -D , (6. 18)<br />

Logo para a relação (6. 16) e (6. 17) temos que:<br />

Uk - Uk-1 ~ Vk(lk) - Vk(lk)k-1, (6. 19)<br />

∆Uk(lk→lmin)=ρu∆Vk(lk)=(d-D)ρu(lmin/Lmáx) -D lmin d-1 =-Dµ(lmin/Lmáx) -<br />

D lmin -1<br />

Veja que a área do contorno do fractal é dada por:<br />

27<br />

(6. 20)<br />

Ak(lk → lmin) = Amáx ~ NTlmin d-1 = (lmin/Lmáx) -D lmin d-1 , (6. 21)<br />

∆Uk(lk → lmin) ~ Ak(lk → lmin) → ∆Umax = Amáx , (6. 22)<br />

Se o tempo de criação de cada estrutura auto-similar em cada nível, for<br />

diretamente relacionado ao seu tamanho da seguinte forma:<br />

por outro lado temos de (6. 23) que:<br />

ou seja ou seja<br />

t → tmin ⇔ lk d →l d min, (6. 23)<br />

tk - tk-1 ~( l d k – l d k-1)/vk, (6. 24)


∆tk ~ ∆l d k/ vk, (6. 25)<br />

A potência dissipada pode ser expressa a partir de (6. 20) e (6. 25) como:<br />

ψ(lk) = ∆Uk/∆tk =ρu∆Vk(lk)vk/∆l d k, =µ∆Nk(lk)vk/∆l d k, (6. 26)<br />

como no limite Lim ∆tk (∆l d k → l d min) = ∆tmin então:<br />

ψ = (d-D)ρu(lmin/Lmáx) -D lmin d-1 vk/lmin d = -Dµ(lmin/Lmáx) -D lmin -1 vk/lmin d (6. 27)<br />

Para a estutura fratal completamente formada temos que a potência máxima<br />

dissipada na formação da estrutura fractal é dada comparando-se (6. 21) com (6. 27) e<br />

obtendo:<br />

portanto<br />

ψ = ψmáx → Ak(lk→lmin)vk/lmin d = Amaxvk/lmin d , (6. 28)<br />

ψmax = (d-D)ρu(lmin/Lmáx) -D vk/lmin = -Dµ(lmin/Lmáx) -D vk/lmin d+1 (6. 29)<br />

Este é o Principio da Máxima Dissipação da Energia (PMDE) para a formação de<br />

estruturas escalonadas. Sistemas que desenvolvem este tipo de estrutura podem ser chamados<br />

de sistemas de acúmulo crítico de energia com dissipação por sobrecarga de caráter<br />

geométrico formando padrões de dissipação com as trincas e as rupturas dielétricas, por<br />

exemplo. O valor deste acúmulo é dado pela relação (6. 18). Ou ainda<br />

ψmax = (d-D)ρuNT vk/lmin = -DµNT vk/lmin d+1 (6. 30)<br />

Onde a densidade volumétrica de energia é dada por:<br />

ρu = Dµ/(D-d)lmin d (6. 31)<br />

Observe de (6. 18) que a energia de formação de toda a estrutura fractal tende a<br />

um valor fixo. Portanto se a entropia ST total de formação da estrutura fractal depende da<br />

escala, ε, isto é, Sk ∼ lk/Lo, temos que:<br />

Sk → ST ⇔ Nk → NT, (6. 32)<br />

Sendo a entropia uma grandeza extensiva, o grau de desordem do sistema estará<br />

diretamente relacionado com a extensão do contorno do padrão geométrico formado, Ak(lk),<br />

ou com o número de níveis, k, de escalonamento do fractal, N. Como a cada nível, k, tem-se<br />

um tamanho de estrutura auto-similar, lk, diferente, a entropia como sendo uma grandeza<br />

28


extensiva dependerá do tamanho da escala εk = lk/Lmáx. A relacão entre energia dissipada e<br />

entropia é dada por:<br />

ψmáx = T∆ST/∆tmin, (6. 33)<br />

Portanto os processos dinâmicos que possui um aumento da entropia,<br />

demonstrado pelo aumento da quantidade de níveis de escalonamento, k, entre um valor<br />

mínimo e máximo, pode ter este aumento relacionado a um PMDE ou a um Princípio de<br />

Máxima Produção de Entropia (PMPE), num regime de instabilidade que dá origem ao padrão<br />

geométrico fractal conforme mostra a expressão abaixo:<br />

T∆Smáx/∆tmin = (d-D)ρu(lmin/Lmáx) -D vk/lmin = -Dµ(lmin/Lmáx) -D vk/lmin d+1 (6. 34)<br />

Por outro lado, sistemas cuja relação (6. 34) não é direta e sim inversa, a proposta<br />

de um principio de máxima Dissipação pode até existir em outras condições, mas<br />

possivelmente não estará refletido no caráter geométrico da estrutura formada.<br />

6. 10 - O Modelamento multifractal de crescimento<br />

(3.7) em (3.6) temos:<br />

Um modelamento multifractal de crescimento pode ser obtido substituindo (3.8) e<br />

dN/dt = -Dq(q-1) (N/R)(dR/dt), (6. 35)<br />

Para o escalonamento estático podemos escrever:<br />

dN/N = -Dq[(q-1) /R]dR, (6. 36)<br />

Observe que as relações (3.9) e (3.10) acima, descrevem o fenômeno fractal em<br />

duas interpretações: fragmentação e crescimento [ ]. Para o processo de fragmentação<br />

considera-se Rmax = cte e r, variável de acordo com a escala, já no processo de crescimento<br />

considera-se rmin = cte (que corresponde ao tamanho das partículas ou elementos de estrutura<br />

na escala inferior) e R variável de acordo com o escalonamento do método Sand-Box.<br />

É certo que se o método Sand-Box for realizado considerando-se uma caixa R<br />

=Rmáx fixada e tomando-se os diversos tamanhos r das estruturas auto similares internas,<br />

encontradas dentro desta caixa, para cada nível de escalonamento k(t), o processo de<br />

fragmentação também poderá ser escalonado dinamicamente.<br />

Integrando (3.9) de uma forma geral temos:<br />

29


N(R,t) = Noexp{- Dq(q-1) Vdt/R},<br />

30<br />

(6. 37)<br />

Ainda de (3.10) temos que d(lnN)/d(lnR) = -Dβ, observe que para Dq(q-1) = cte,<br />

ficamos com N(t) = [r/R(t)] -Dq(q-1) .<br />

Da expressão (3.9) nós vemos que para inferir o resultado dinâmico a partir do<br />

estático é preciso necessariamente conhecer a função velocidade V(R,t) ao longo de toda a<br />

estrutura. Isto só é possível se houver algum princípio geral [ALVES, 1998b] que possa nos<br />

fornecer alguma informação sobre o comportamento desta função para estruturas fractais<br />

deste tipo. Este tipo de tratamento será feito mais adiante, para descrever o processo de<br />

dissipação de energia de uma trinca longitudinal ou radial ramificada utilizando a expressão<br />

da velocidade de propagação de uma trinca válida para cada uma destes casos.<br />

Considerando µ = dU/dN = cte a energia total de um fractal é dada por:<br />

dU(R,V,t)/dt = µdN(R,V,t)/dt, (6. 38)<br />

Esta é a expressão geral para a função que descreve o crescimento de uma<br />

estrutura fractal laplaciana em função da dimensão radial R e do tempo t. Substituindo (3.7)<br />

em (3.19) temos que a potência dissipada na formação do fractal é dada por:<br />

dU(R,V,t)/dt = -µDq(q-1)[N(R,V,t)/R]V(R,t), (6. 39)<br />

onde N(R,V,t) é dado por (3.18) e V(R,t) é dado por (3.16). De acordo com GRASSBERGER<br />

[1981, 1983], Dq(q - 1) = τq = f(α(q)) - qα., é maximo para q = 0, ou seja, a dimensão fractal<br />

da estrutura possui um valor máximo, Dq=0 =fmáx(α(0)) dentro do espectro multifractal de<br />

dimensões, quando q = 0. Então a potência dissipada possui um valor máximo quando esta<br />

condição é satisfeita.<br />

6. 11 – Discussões


6. 12 - Conclusões<br />

6. 13 - Referências bibliográficas<br />

ALLEN, Martin; Brown, Gareth J.; Miles, Nick J. -”Measurements of boundary fractal<br />

dimensions: review of current techniques” Powder Techn. 84 (1995) 1-14.<br />

ALVES, Lucas Máximo. “Estudo da solidificação de ligas de Silício-Germânio para<br />

aplicações termoelétricas”, Dissertação de Mestrado FCM-IFSC-USP-1995.<br />

ALVES, L. M., Simulação Bidimensional da Propagação de Trincas em Materiais Frágeis:<br />

Parte – I, In: Anais do 41 o Congresso Brasileiro de Cerâmica, 1997, São Paulo-SP. Artigo<br />

publicado neste congresso ref.063/1<br />

ALVES, Lucas Máximo – Esaclonamento dinâmico da fractais laplacianos baseado no<br />

método Sand-Box, In: Anais do 42 o Cong. Bras. de Cerâmica, Poços de Caldas de 3 a 6 de<br />

Junho, 1998. Artigo a ser publicado neste congresso ref.007/1<br />

ALVES, Lucas Máximo - Um novo principio de dissipação de energia para a fratura baseado<br />

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