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manual de produção integrada de amora - Presidência do Governo ...

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4<br />

1. IntRODuçãO<br />

A agricultura tem um papel muito importante na <strong>de</strong>fesa e<br />

manutenção da qualida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s recursos ambientais, assim<br />

como na melhoria da qualida<strong>de</strong> e segurança <strong>do</strong>s alimentos<br />

que produz, pelo que têm <strong>de</strong> ser a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong>s novos mo<strong>do</strong>s <strong>de</strong><br />

<strong>produção</strong>, <strong>do</strong>s quais se <strong>de</strong>staca a <strong>produção</strong> <strong>integrada</strong>.<br />

Em <strong>produção</strong> <strong>integrada</strong> preten<strong>de</strong>-se produzir alimentos <strong>de</strong><br />

elevada qualida<strong>de</strong> e utilizar os recursos naturais e mecanismos<br />

<strong>de</strong> regulação natural em substituição <strong>de</strong> fatores <strong>de</strong> <strong>produção</strong><br />

prejudiciais ao ambiente, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> a assegurar, a longo prazo,<br />

uma agricultura viável. A preservação e melhoria da fertilida<strong>de</strong><br />

<strong>do</strong> solo e da biodiversida<strong>de</strong> e a observação <strong>de</strong> critérios éticos<br />

e sociais são essenciais em <strong>produção</strong> <strong>integrada</strong>.<br />

As culturas são vistas e tratadas como ecossistemas agrários,<br />

cuja perturbação <strong>de</strong>ve ser, tanto quanto possível, minimizada.<br />

A biodiversida<strong>de</strong> é o pilar da estabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> ecossistema, <strong>do</strong>s<br />

mecanismos <strong>de</strong> regulação natural e da qualida<strong>de</strong> da paisagem.<br />

Po<strong>de</strong>rá constituir um importante recurso, com caráter<br />

funcional (biodiversida<strong>de</strong> funcional), permitin<strong>do</strong> a redução <strong>de</strong><br />

intervenções com impactos negativos, como a realização <strong>de</strong><br />

tratamentos fitossanitários.<br />

Em proteção <strong>integrada</strong> dá-se priorida<strong>de</strong> às medidas indiretas,<br />

que <strong>de</strong>vem ser esgotadas antes da utilização <strong>de</strong> meios diretos<br />

<strong>de</strong> luta, no combate aos inimigos das culturas. Os meios diretos<br />

<strong>de</strong> luta são utiliza<strong>do</strong>s <strong>de</strong> forma a manter as populações <strong>do</strong>s<br />

inimigos das culturas abaixo <strong>de</strong> níveis que causam prejuízos,<br />

<strong>de</strong>signa<strong>do</strong>s níveis económicos <strong>de</strong> ataque. A tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão<br />

baseia-se na utilização das melhores técnicas disponíveis, tais<br />

como méto<strong>do</strong>s <strong>de</strong> diagnóstico, estimativa <strong>do</strong> risco e mo<strong>de</strong>los<br />

<strong>de</strong> previsão.<br />

De um mo<strong>do</strong> geral, é sempre necessário recorrer em maior ou<br />

menor grau e com maior ou menor frequência ao emprego <strong>de</strong><br />

produtos fitofarmacêuticos para combater pragas e agentes patogénicos.<br />

Pelo menos, é quase sempre imprescindível a aplicação<br />

<strong>de</strong> fungicidas. A utilização <strong>de</strong>stes produtos continuará a ser<br />

uma ferramenta indispensável à proteção das culturas. Assim<br />

sen<strong>do</strong>, a escolha criteriosa <strong>de</strong> produtos <strong>de</strong> menor toxicida<strong>de</strong>, que<br />

favoreçam, ou pelo menos não contrariem, a ação da limitação<br />

natural <strong>de</strong>vida aos auxiliares, é um objetivo primordial e requer<br />

um melhor conhecimento <strong>do</strong>s respetivos efeitos secundários.<br />

Os níveis populacionais das pragas e os estragos que provocam,<br />

assim como os níveis <strong>de</strong> ataque das <strong>do</strong>enças, <strong>de</strong>vem ser<br />

estima<strong>do</strong>s periodicamente por amostragem (estimativa <strong>do</strong><br />

risco). As técnicas da estimativa <strong>do</strong> risco po<strong>de</strong>m ser diretas<br />

(observação visual) e/ou indiretas (essencialmente uso <strong>de</strong><br />

armadilhas) e <strong>de</strong>vem ser sempre complementadas pela fenologia<br />

da cultura, pela suscetibilida<strong>de</strong> varietal e pelos fatores<br />

climáticos.<br />

Perante os resulta<strong>do</strong>s da estimativa <strong>do</strong> risco, recorre-se então<br />

aos níveis económicos <strong>de</strong> ataque ou a mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento<br />

<strong>de</strong> pragas e <strong>de</strong> <strong>do</strong>enças para avaliar a indispensabilida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> intervenção com meios diretos <strong>de</strong> luta (Amaro, 2003).<br />

Em proteção <strong>integrada</strong> é importante aceitar ou tolerar a<br />

presença <strong>de</strong> populações <strong>de</strong> pragas a níveis que não causem<br />

prejuízos. Nesse senti<strong>do</strong> foi <strong>de</strong>fini<strong>do</strong> o conceito <strong>de</strong> nível<br />

Económico <strong>de</strong> Ataque (NEA), o qual correspon<strong>de</strong> à <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong><br />

da população <strong>de</strong> uma praga a que <strong>de</strong>vem ser tomadas<br />

medidas <strong>de</strong> combate para impedir que o aumento <strong>de</strong>ssa<br />

população atinja o nível prejudicial <strong>de</strong> ataque. Por outro<br />

la<strong>do</strong>, o nível Prejudicial <strong>de</strong> Ataque (NPA) é a mais baixa<br />

<strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> populacional <strong>de</strong> uma praga que causará prejuízos,<br />

ou seja a redução <strong>de</strong> <strong>produção</strong> com importância económica.<br />

O NPA po<strong>de</strong> também ser <strong>de</strong>fini<strong>do</strong> como a <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong><br />

da população da praga em que o custo das medidas <strong>de</strong><br />

combate iguale o prejuízo causa<strong>do</strong> pela praga (Amaro, 2003).<br />

O Nível Económico <strong>de</strong> Ataque está assim associa<strong>do</strong> à avaliação<br />

<strong>de</strong> populações <strong>de</strong> fitófagos (pragas) e <strong>do</strong>s seus efeitos, mas<br />

<strong>de</strong>ve também consi<strong>de</strong>rar a fauna auxiliar a eles associada.

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