Escritores brasileiros na Suíça e no Brasil. - Varal do Brasil
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CRÔNICA, CONTO, ROMANCE, NOVELA...<br />
Um artigo de Airo Zamoner<br />
Transcrito <strong>do</strong> site http://www.protexto.com.br/<br />
To<strong>do</strong>s nós, autores <strong>no</strong>vos e não tão <strong>no</strong>vos, vez por outra, sentimos imensas dúvidas<br />
para enquadrar em um desses gêneros e sub-gêneros, <strong>no</strong>ssa criação literária.<br />
É bom não esquecer o interminável debate que remonta à República de Platão e<br />
que deságua hoje num certo consenso sobre a existência de <strong>do</strong>is gêneros, poesia e<br />
prosa, segui<strong>do</strong> de subdivisões, como poesia lírica, épica por um la<strong>do</strong>, e conto, <strong>no</strong>vela<br />
e romance por outro.<br />
Os especialistas <strong>no</strong> assunto, e é bom esclarecer que não sou um deles, tentam explicar<br />
tu<strong>do</strong> isso. A gente lê, relê e acaba fican<strong>do</strong> com as mesmas interrogações.<br />
Nesse artigo posso perturbar o academicismo <strong>do</strong>s especialistas, mas preten<strong>do</strong> dar<br />
minha visão como escritor, de forma objetiva, prática e principalmente didática, arriscan<strong>do</strong><br />
sofrer a crítica que me mostrará as imensas teses, trata<strong>do</strong>s, ensaios sobre<br />
cada um desses gêneros. Provavelmente dirão: "Que pretensioso esse escritorzinho,<br />
hein?". Assim mesmo, revolvi correr o risco e me antecipar à crítica. Meu endereço<br />
está disponível e prometo responder educadamente a to<strong>do</strong>s.<br />
Se consultarmos algum dicionário de termos literários, teremos algo assim:<br />
Crônica, vem <strong>do</strong> Grego, kró<strong>no</strong>s, que significa "tempo" e <strong>do</strong> Latim, annum, a<strong>no</strong>, ou<br />
ânua, significan<strong>do</strong>, "a<strong>na</strong>is".<br />
Poesia também <strong>do</strong> Grego, poíesis, que quer dizer, "ação de criar alguma coisa".<br />
Conto, <strong>do</strong> Latim computum, ou seja, "cálculo, conta", ou <strong>do</strong> Grego kóntos,<br />
"extremidade da lança", ou commentum, "invenção, ficção".<br />
Romance, <strong>do</strong> Latim romanice, que quer dizer, "em língua românica".<br />
Poema, <strong>do</strong> Grego, poiema, significan<strong>do</strong> "o que se faz".<br />
Novela, <strong>do</strong> Latim, <strong>no</strong>vellam, ou seja:, "<strong>no</strong>va<br />
É... por aí, não vamos poder ter grandes esclarecimentos...<br />
Vamos agluti<strong>na</strong>r alguns termos para simplificar a variedade em três:<br />
1. Poesia, poema<br />
2. Crônica<br />
3. Conto, <strong>no</strong>vela, romance, poesia, poema<br />
Poesia, poema<br />
Se consultarmos Octavio Paz, El Arco y la Lira, 1956 p.14, encontramos sobre Poema:<br />
a afirmação, "um organismo verbal que contém, suscita ou segrega poesia"<br />
Massaud Moises em seu fabuloso Dicionário de Termos Literários, afirma:<br />
"Assumida orto<strong>do</strong>xalmente, a conexão entre poema e poesia implicaria um juízo de<br />
valor, ainda que de primeiro grau: to<strong>do</strong> poema encerraria poesia, e vice-versa." E<br />
mais adiante: "...existem poemas sem poesia, e a poesia pode surgir <strong>no</strong> âmbito de<br />
um romance ou de um conto". Acho mais esclarece<strong>do</strong>r o que Jean Cohen em sua<br />
Structure du language poétique, 1966, p.207, afirma: "...precisamente uma técnica<br />
linguística de produção dum tipo de consciência que o espetáculo <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> não<br />
produz ordi<strong>na</strong>riamente".<br />
Claro que essas citações ajudam muito pouco. Vamos tentar mais praticidade e ser<br />
me<strong>no</strong>s acadêmicos.<br />
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