reformador Julho 2008 - a.qxp - Federação Espírita Brasileira
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eformador julho <strong>2008</strong> - b.<strong>qxp</strong> 16/7/<strong>2008</strong> 15:05 Page 23<br />
pais, os acolhem, apoiando-os,<br />
moral e espiritualmente, para<br />
vencerem a si mesmos. Muitos<br />
deles, em número significativo,<br />
são prejudicados pelas desavenças<br />
em lares desestruturados e,<br />
largados sem rumo, transitam<br />
em busca das ilusões, dos prazeres<br />
fáceis, no cultivo de paixões e<br />
sentimentos inferiores.<br />
A formação de jovens espíritas<br />
tem como objetivo prepará-los<br />
para adquirirem as qualidades essenciais<br />
que constituem o homem<br />
de bem, quais sejam: ser bom,<br />
caridoso, trabalhador, sóbrio e<br />
modesto, pois assim nos ensina a<br />
Doutrina. No entanto, os conturbados<br />
problemas sociais que<br />
existem atualmente parecem influenciar,<br />
de forma devastadora,<br />
até mesmo alguns adolescentes<br />
espíritas, levando-os a optar por<br />
escolhas que reforçam suas imperfeições<br />
morais.<br />
Veja-se, por exemplo, o artigo<br />
publicado na revista Reformador,<br />
de maio de 2005, a respeito<br />
de uma pesquisa realizada<br />
pela Universidade de Campinas<br />
(UNICAMP), sobre a religião e o<br />
uso de drogas por adolescentes.<br />
Causou-nos surpresa o seu resul-<br />
tado, divulgado na Revista <strong>Brasileira</strong><br />
de Psiquiatria: a equipe de<br />
pesquisadores verificou que o<br />
consumo de álcool e drogas, por<br />
adolescentes, adeptos de várias<br />
religiões, foi significativamente<br />
maior entre os católicos e os espíritas.<br />
O autor, de posse desses<br />
dados, levanta questões interessantes,<br />
indagando, entre elas, se<br />
os pais, educadores e evangelizadores<br />
estariam envidando esforços<br />
para desenvolver nos jovens<br />
“[...] a consciência do que é prejudicial<br />
e do que é saudável para<br />
a vida, tanto material quanto espiritual”.<br />
3<br />
Cabe-nos refletir sobre isso.<br />
Os adolescentes espíritas, como<br />
os demais adolescentes, apresentam<br />
comportamentos inerentes à<br />
própria idade: desejo de liberdade,<br />
despertar da sexualidade, carência<br />
afetiva, rebeldia e reivindicações,<br />
autenticidade, hipersensibilidade,<br />
atração pelo grupo.<br />
É nessa fase que começa a se<br />
manifestar mais vigorosamente a<br />
personalidade do Espírito, a qual<br />
deixa de ser fonte de muitos conflitos<br />
se, no período infantil, houve<br />
observação atenta dos pais<br />
nas tendências daquele indiví-<br />
Capa<br />
duo, educando-o para a aquisição<br />
de hábitos moralizadores, o<br />
que amenizará as dificuldades de<br />
adaptação enfrentadas pelo jovem<br />
para vivência em uma época<br />
de vertiginosas mudanças sociais.<br />
A propósito, Allan Kardec,<br />
o insigne Codificador, em nota à<br />
questão 685a, de O Livro dos Espíritos,<br />
observa:<br />
[...] Não nos referimos, porém,<br />
à educação moral pelos<br />
livros e sim à que consiste na<br />
arte de formar os caracteres, à<br />
que incute hábitos, porquanto<br />
a educação é o conjunto dos hábitos<br />
adquiridos. Considerando-se<br />
a aluvião de indivíduos<br />
que todos os dias são lançados<br />
na torrente da população, sem<br />
princípios, sem freio e entregues<br />
a seus próprios instintos,<br />
serão de espantar as conseqüências<br />
desastrosas que daí<br />
decorrem?[...] 4<br />
Uma das influências nefastas<br />
que atinge o Espírito, em seus primeiros<br />
anos de vida, no corpo de<br />
<strong>Julho</strong> <strong>2008</strong> • Reformador 261<br />
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