tendência progressista crítico-social dos conteúdos - UFVJM
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INTRODUÇÃO<br />
TENDÊNCIA PROGRESSISTA CRÍTICO-SOCIAL DOS CONTEÚDOS<br />
"No final <strong>dos</strong> anos 70 e início <strong>dos</strong> 80, a abertura política decorrente do final do regime<br />
militar coincidiu com a intensa mobilização <strong>dos</strong> educadores para buscar uma educação<br />
crítica a serviço das transformações sociais, econômicas e políticas, tendo em vista a<br />
superação das desigualdades existentes no interior da sociedade. Ao lado das<br />
denominadas teorias <strong>crítico</strong>-reprodutivistas, firma-se no meio educacional a presença<br />
da pedagogia libertadora e da pedagogia <strong>crítico</strong>-<strong>social</strong> <strong>dos</strong> conteú<strong>dos</strong>, assumida por<br />
educadores de orientação marxista"<br />
Parâmetros Curriculares Nacionais - Introdução, p. 41.<br />
RESUMO<br />
Conforme Libâneo, a <strong>tendência</strong> <strong>progressista</strong> <strong>crítico</strong>-<strong>social</strong> <strong>dos</strong> conteú<strong>dos</strong>, diferentemente<br />
da libertadora e libertária, acentua a primazia <strong>dos</strong> conteú<strong>dos</strong> no seu confronto com as<br />
realidades sociais. A atuação da escola consiste na preparação do aluno para o mundo<br />
adulto e suas contradições, fornecendo-lhe um instrumental, por meio da aquisição de<br />
conteú<strong>dos</strong> e da <strong>social</strong>ização, para uma participação organizada e ativa na democratização<br />
da sociedade.<br />
Na visão da pedagogia <strong>dos</strong> conteú<strong>dos</strong>, admite-se o princípio da aprendizagem<br />
significativa, partindo do que o aluno já sabe. A transferência da aprendizagem só se<br />
realiza no momento da síntese, isto é, quando o aluno supera sua visão parcial e confusa e<br />
adquire uma visão mais clara e unificadora.<br />
Características da Tendência "Crítica-Social <strong>dos</strong> Conteú<strong>dos</strong>"<br />
Papel da Escola: É a tarefa primordial. Conteú<strong>dos</strong> abstratos, mas vivos, concretos. A<br />
escola é a parte integrante de todo <strong>social</strong>, a função é "uma atividade mediadora no seio da<br />
prática <strong>social</strong> e global". Consiste para o mundo adulto.
Conteú<strong>dos</strong>: São os conteú<strong>dos</strong> culturais universais que se constituíram em domínios de<br />
conhecimento relativamente autônomos, não basta que eles sejam apenas ensina<strong>dos</strong>, é<br />
preciso que se liguem de forma indissociável.<br />
A Postura da Pedagogia <strong>dos</strong> Conteú<strong>dos</strong>: assume o saber como tendo um conteúdo<br />
relativamente objetivo, mas ao mesmo tempo "introduz" a possibilidade de uma<br />
reavaliação crítica frente a este conteúdo.<br />
Método: É preciso que os méto<strong>dos</strong> favoreçam a correspondência <strong>dos</strong> conteú<strong>dos</strong> com os<br />
interesses <strong>dos</strong> alunos.<br />
Professor x Aluno: Consiste no movimento das condições em que professor e alunos<br />
possam colaborar para fazer progredir essas trocas. O esforço de elaboração de uma<br />
pedagogia <strong>dos</strong> conteú<strong>dos</strong> está em propor ensinos volta<strong>dos</strong> para a interação "conteú<strong>dos</strong> x<br />
realidades sociais".<br />
Pressupostos: O aluno se reconhece nos conteú<strong>dos</strong> e modelos sociais apresenta<strong>dos</strong> pelo<br />
professor. O conhecimento novo se apóia numa estrutura cognitiva já existente.<br />
Dualismo Pedagógico<br />
Há diversas discussões entre educadores e pensadores sobre os acertos ou erros de uma<br />
pedagogia ser diretiva ou não-diretiva. O senso-comum pedagógico associa a diretividade<br />
ao professor autoritário e dono do saber, enquanto que também no senso-comum<br />
pedagógico a concepção da não-diretividade como laissez faire. Mas o que se observa não<br />
é tanto um combate ideológico entre as diversas <strong>tendência</strong>s pedagógicas ou entre a<br />
Pedagogia Liberal e a Pedagogia Progressista. O problema da educação passa pela não-<br />
pedagogia, pelo senso-comum pedagógico que assume um caráter eclético e ingênuo,<br />
vivendo-se no saber espontâneo uma vez que o que se busca para o aluno é o acesso<br />
dele ao saber elaborado, à atitude crítica diante de sua própria vida. Homens como Jean<br />
Piaget, Jung, Carl Rogers, podiam imaginar que a educação deveria enfatizar menos os<br />
conteú<strong>dos</strong> do que a formação humana, mas a Pedagogia Crítico-Social <strong>dos</strong> Conteú<strong>dos</strong><br />
vem afirmar que a condição humana do aluno brasileiro, principalmente o pobre, não<br />
poderá ser alcançada se ele sair da escola sem os instrumentos para a construção de sua
própria cidadania e mesmo de uma nação melhor e sem injustiça <strong>social</strong>. Não se pode<br />
confundir a ação educacional com ação psicológica-ocupacional, embora uma não deva<br />
desconsiderar a outra. É antagônico que em nosso país se possa buscar pedagogias do<br />
não-conteúdo para as séries anteriores ao Ensino Médio para depois render-se<br />
ao conteudismo <strong>dos</strong> pré-vestibulares. O objetivo da educação, numa Pedagogia Crítico-<br />
Social, não pode ser só o mercado de trabalho ou o curso universitário, pois que o ser<br />
humano que está diante de um professor será um pai, uma mãe, um profissional, um<br />
empresário, ou um desempregado, um marginalizado, um assassino. Um estudo intensivo<br />
pode colocar uma pessoa numa Universidade, mas não pode lhe conceder os instrumentos<br />
que lhe tornem cidadã, além de que a grande maioria <strong>dos</strong> alunos pobres neste país não<br />
terão acesso à Universidade por não poderem pagar cursos intensivos.<br />
O dualismo pedagógico vai mais longe quando se vê que a escola brasileira tem assumido<br />
o trabalho de seleção num darwinismo <strong>social</strong> injusto e carente de esclarecimento porque<br />
se acredita que a escola é sinônimo de um futuro melhor, entretanto só para aqueles que<br />
possam ter acesso à melhores escolas, aos melhores cursinhos e, quem sabe, até à<br />
possibilidade de se ter uma fotografia estampada num outdoor porque se passou em<br />
primeiro lugar nesta ou naquela Universidade de nome. Uma Pedagogia Progressista não<br />
pode ficar em silêncio diante do comércio de imagens que se faz com o nome de<br />
"educação". O dualismo pedagógico favorece a escola particular e prejudica<br />
profundamente a escola pública, e não é por menos que a Pedagogia <strong>dos</strong> Conteú<strong>dos</strong> tem<br />
por objetivo a democratização da escola pública.<br />
Postura Pedagógica Crítico-Social <strong>dos</strong> Conteú<strong>dos</strong><br />
Os conteú<strong>dos</strong> universais não podem ser apenas ensina<strong>dos</strong> e nem tampouco recria<strong>dos</strong><br />
pelo aluno; tais conteú<strong>dos</strong> devem ser liga<strong>dos</strong> indissociavelmente à sua significação<br />
humana e <strong>social</strong>. Não cabe aqui a oposição entre cultura erudita e cultura popular, porque<br />
todo e qualquer homem produz cultura, todo homem é culto e isto não depende de sua<br />
classe <strong>social</strong>. Mas deve levar em conta que o aluno vem de uma experiência espontânea<br />
com o saber, o saber espontâneo, o saber aceito sem reflexão, sem estabelecer-se uma<br />
atitude crítica diante do que se aprende cotidianamente. Trata-se de uma experiência<br />
imediata e desorganizada, sendo assim, o professor deve proporcionar o acesso do aluno<br />
aos conteú<strong>dos</strong> ligando-os com a experiência concreta deste aluno, ou seja, há
a continuidade. Mas a continuidade não significa permanência, latência, ou irreflexão.<br />
Assim, o professor também proporciona ao aluno os elementos de reflexão, análise crítica,<br />
que ajudem o aluno a ultrapassar a experiência, os estereótipos, as pressões ideológicas,<br />
ou seja, há a ruptura após tal análise.<br />
O que se observa aqui, e o que se tem visto como críticas à Pedagogia Crítico-Social <strong>dos</strong><br />
Conteú<strong>dos</strong> é seu caráter diretivo, embora o aluno seja também co-participante do processo<br />
onde não pode haver transmissão sem assimilação ativa do educando. Também se ouve<br />
críticas sobre a ênfase do caráter transformador <strong>dos</strong> conteú<strong>dos</strong>, ou seja, atribui-se o<br />
epíteto de conteudista a uma Pedagogia Progressista que não admite o conteudismo pré-<br />
vestibular; tal atribuição é um contra-senso. Nas palavras de LIBÂNEO (pp. 43-44):<br />
Haverá sempre objeções de que estas considerações levam a posturas antidemocráticas,<br />
ao autoritarismo, à centralização no papel do professor e à submissão do aluno. Mas o<br />
que será mais democrático: excluir toda forma de direção, deixar tudo à livre expressão,<br />
criar um clima amigável para alimentar boas relações, ou garantir aos alunos a<br />
aquisição de conteú<strong>dos</strong>, a<br />
análise de modelos sociais que vão lhes fornecer instrumentos para lutar por seus<br />
direitos?<br />
(...) Um ponto de vista realista da relação pedagógica não recusa a autoridade<br />
pedagógica expressa na sua função de ensinar. Mas não se deve confundir autoridade<br />
com autoritarismo.<br />
(...) Por fim, situar o ensino centrado no professor e o ensino centrado no aluno em<br />
extremos opostos é quase negar a relação pedagógica porque não há aluno, ou grupo de<br />
alunos, aprendendo sozinho, nem um professor ensinando para as paredes. Há um<br />
confronto do aluno entre sua cultura e herança cultural da humanidade, entre seu modo<br />
de viver e os modelos sociais desejáveis para um projeto novo de sociedade.<br />
E há um professor para ajudá-lo.<br />
Qual é a escola que queremos?
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS<br />
LIBÂNEO, José Carlos. Democratização da Escola Pública - A Pedagogia Crítico-<br />
Social <strong>dos</strong> Conteú<strong>dos</strong>. São Paulo: Edições Loyola, 2002 - 18º ed.<br />
http://pt.shvoong.com/humanities/theory-criticism/1631578-tend%C3%AAnciacr%C3%ADtico-<strong>social</strong>-<strong>dos</strong>-conte%C3%BA<strong>dos</strong>/#ixzz1KjDaHQzU<br />
acesso em 27/04/2011<br />
file:///C:/Documents%20and%20Settings/USER0/Desktop/Democratiza%C3%A7%C<br />
3%A3o%20da%20escola%20p%C3%BAblica%20%20a%20...%20-<br />
%20Google%20Livros.htm#v=onepage&q&f=false acesso em 27/04/2011<br />
UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI<br />
DEPARTAMENTO DE QUÍMICA<br />
DISCIPLINA: METODOLOGIA DE ENSINO<br />
DOCENTE: EDUARDO<br />
DISCENTES: DALILA FARIA<br />
JHONNY LUIZ<br />
DÉBORA MOREIRA