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estratigrafia de alta resolução do intervalo siliciclástico aptiano da ...

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<strong>de</strong>sconfina<strong>do</strong> (Figura 6). O sistema fluvial interrompese<br />

por uma superfície <strong>de</strong> inun<strong>da</strong>ção (I 2 ) resultan<strong>do</strong> na<br />

<strong>de</strong>posição <strong>de</strong> um corpo lacustre <strong>de</strong> trato alto (Lac 2 ),<br />

que se constringe, resultan<strong>do</strong> numa superfície <strong>de</strong><br />

retração (R) e tornan<strong>do</strong>-se um lago <strong>de</strong> trato baixo<br />

(Lac 3 ), <strong>de</strong> caráter fecha<strong>do</strong> ou intermitente (q.v. Bohacs<br />

et al., 2000). Os <strong>de</strong>pósitos carbonáticos <strong>do</strong> <strong>intervalo</strong><br />

Lac 3 são ti<strong>do</strong>s, na literatura, como pertencentes ao<br />

Membro Crato (Fm. Santana). O estu<strong>do</strong> estratigráfico<br />

<strong>de</strong> Paula Freitas & Borghi (2009), basea<strong>do</strong> em <strong>da</strong><strong>do</strong>s<br />

<strong>de</strong> subsuperfície (testemunho), aponta erroneamente<br />

Na análise estratigráfica sequencial <strong>do</strong> <strong>intervalo</strong><br />

<strong>aptiano</strong> <strong>da</strong> bacia <strong>do</strong> Araripe, ti<strong>do</strong> como Pós-rifte, foi<br />

possível observar indícios que questionam o atual<br />

mo<strong>de</strong>lo geotectônico a ele atribuí<strong>do</strong>. Através <strong>da</strong><br />

correlação estratigráfica, a arquitetura <strong>de</strong>posicional <strong>da</strong>s<br />

sequências 1, 2, 3 e 4 <strong>de</strong>monstra haver uma direção<br />

preferencial no estabelecimento <strong>da</strong> paleodrenagem <strong>do</strong><br />

sistema fluvial presente na Formação Rio <strong>da</strong> Batateira.<br />

As fácies <strong>de</strong> areias grossas mal seleciona<strong>da</strong>s e com<br />

estruturas cruza<strong>da</strong>s concentram-se ao longo <strong>da</strong> calha<br />

correspon<strong>de</strong>nte à sub-bacia <strong>do</strong> Cariri, que forma um<br />

gráben <strong>de</strong> direção NW-SE, mais profun<strong>do</strong> a SW (Castro<br />

& Castelo Branco, 1999). Tal concentração <strong>de</strong> fácies<br />

sugere um sistema fluvial principal <strong>de</strong> senti<strong>do</strong> SE, axial<br />

à sub-bacia, o que é suporta<strong>do</strong> por <strong>da</strong><strong>do</strong>s <strong>de</strong> paleocorrentes<br />

(Assine, 1994; Chagas, 2006). Neste sistema<br />

fluvial principal, há o pre<strong>do</strong>mínio <strong>da</strong>s fácies típicas <strong>da</strong><br />

sucessão fluvial <strong>de</strong> padrão wan<strong>de</strong>ring (q.v. Paula<br />

Freitas & Borghi, no prelo). Paleodrenagens <strong>de</strong> menor<br />

energia concentram-se na região quan<strong>do</strong> a taxa <strong>de</strong><br />

540<br />

DISCUSSÃO<br />

este <strong>intervalo</strong> com sen<strong>do</strong> a “cama<strong>da</strong>s Batateira” <strong>de</strong><br />

Hashimoto et al. (1987).<br />

Sequência 4<br />

A sequência 4 não é observa<strong>da</strong> no perfil <strong>do</strong> rio <strong>da</strong><br />

Batateira; contu<strong>do</strong> po<strong>de</strong> ser observa<strong>da</strong>, em parte, nos<br />

poços PS-13 e PS-09. Correspon<strong>de</strong> a uma sucessão<br />

siliciclástica <strong>de</strong> origem fluvial, cuja conservação <strong>do</strong>s<br />

testemunhos e as baixas taxas <strong>de</strong> recuperação dificultam<br />

a interpretação mais precisa <strong>de</strong> seus <strong>de</strong>pósitos e<br />

superfície discor<strong>da</strong>nte basal.<br />

subsidência supera a taxa <strong>de</strong> sedimentação permitin<strong>do</strong><br />

a expansão <strong>do</strong> sistema fluvial <strong>de</strong> padrão wan<strong>de</strong>ring<br />

para um <strong>de</strong> padrão meandrante. Este padrão <strong>de</strong><br />

organização espacial coinci<strong>de</strong> com o arcabouço<br />

estrutural presente na sub-bacia <strong>do</strong> Cariri (Ponte &<br />

Ponte Filho, 1996; Castro & Castelo Branco, 1999),<br />

sugerin<strong>do</strong> que estas estruturas estariam atuan<strong>do</strong><br />

controlan<strong>do</strong> a sedimentação <strong>do</strong> <strong>intervalo</strong> (Figura 7).<br />

Superfícies erosivas <strong>de</strong> diferentes or<strong>de</strong>ns e<br />

magnitu<strong>de</strong> são comuns aos sistemas <strong>de</strong>posicionais<br />

fluviais (Miall, 1996; Walker & Cant, 1984), caben<strong>do</strong> a<br />

análise <strong>de</strong> fácies apontar sua origem. As superfícies<br />

discor<strong>da</strong>ntes (D) e <strong>de</strong> inun<strong>da</strong>ção (I) possuem um<br />

caráter fortemente alocíclico, nas quais não há transição<br />

entre as fácies na mu<strong>da</strong>nça <strong>de</strong> sistema <strong>de</strong>posicional.<br />

A natureza <strong>da</strong>s superfícies discor<strong>da</strong>ntes está<br />

relaciona<strong>da</strong> à mu<strong>da</strong>nças bruscas no padrão <strong>de</strong>posicional<br />

<strong>da</strong> bacia afetan<strong>do</strong>-a em caráter regional; tais mu<strong>da</strong>nças<br />

não são características <strong>de</strong> paleoambientes fluviais em<br />

bacias tectonicamente inativas.<br />

FIGURA 7. Mapa estrutural <strong>da</strong> bacia <strong>do</strong> Araripe, com a localização <strong>do</strong> rio Batateira<br />

e os poços estu<strong>da</strong><strong>do</strong>s. Modifica<strong>do</strong> <strong>de</strong> Ponte & Ponte Filho (1996).<br />

São Paulo, UNESP, Geociências, v. 30, n. 4, p. 529-543, 2011

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