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Principios basicos de Analise do comportamento part 1.pdf

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UNIMINAS<br />

21690<br />

Uniminas<br />

Biblioteca<br />

M838p Moreira, Marcio Borges<br />

<strong>Principios</strong> bcisicos <strong>de</strong> analise <strong>do</strong> <strong>comportamento</strong> I Marcio Borges<br />

Moreira, Carlos Augusto <strong>de</strong> Me<strong>de</strong>iros. - Porto Alegre: Artmed, 2007.<br />

224p. : il.; 25 em.<br />

ISBN 85-363-0755-2<br />

1. <strong>Analise</strong> comportamental. I. Me<strong>de</strong>iros, Carlos<br />

Augusto <strong>de</strong>. II. Titulo.<br />

CDU 159.9.019.4<br />

Cataloga


Agra<strong>de</strong>cimentos<br />

A to<strong>do</strong>s os nossos alunos que contribuiram direta ou indiretamente com i<strong>de</strong>ias e<br />

sugest6es para o aprimoramento <strong>de</strong>ste livro.<br />

Ao curso <strong>de</strong> psicologia <strong>do</strong> Instituto <strong>de</strong> Educa


Aos alunos<br />

Escrevemos urn livro sobre Prindpios Basicos <strong>de</strong> <strong>Analise</strong> <strong>do</strong> Comportamento<br />

para alunos <strong>de</strong> gradua


Prefcicio<br />

UNIMINAS-BIBLIOTECA<br />

Em 25 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 2006, Amy Sutherland publicou urn artigo no New York Times<br />

<strong>de</strong> gran<strong>de</strong> sucesso entre os leitores. Assinantes <strong>do</strong> jornal po<strong>de</strong>m entrar em sua<br />

pagina na internet e enviar c6pias <strong>de</strong> artigos para amigos pore-mail. Por semanas,<br />

<strong>de</strong>pois <strong>de</strong> publica<strong>do</strong> o artigo, continuava como urn <strong>do</strong>s preferi<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s leitores<br />

para enviar pela Internet. 0 titulo e curiosa, e o tema inusita<strong>do</strong>: " 0 que Shamu<br />

me ensinou sobre urn casamento feliz". Shamu e urn animal eo artigo aborda a<br />

experiencia da autora ao <strong>de</strong>scobrir que os meto<strong>do</strong>s usa<strong>do</strong>s por treina<strong>do</strong>res para<br />

ensinar elefantes a pintar, hienas a fazer piruetas, macacos a andar <strong>de</strong> skate,<br />

etc., po<strong>de</strong>riam ser usa<strong>do</strong>s, sem estresse para ensinar boas maneiras a seu mari<strong>do</strong>.<br />

0 artigo seria urn excelente marketing para psic6logos analistas <strong>do</strong> com portamen<br />

to nao fosse por urn pormenor: sirnplesmente nao menciona <strong>de</strong> on<strong>de</strong> veio o<br />

conhecimento. Mais <strong>de</strong> 70 anos <strong>de</strong>pois da publicac;ao <strong>de</strong> B. F. Skinner, distinguin<strong>do</strong><br />

<strong>do</strong>is tipos <strong>de</strong> aprendizagem, respon<strong>de</strong>nte e operante, os principios <strong>de</strong> analise<br />

<strong>do</strong> com porta men to <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong>s no livro <strong>de</strong> 1938, Comportamento <strong>do</strong>s organismos,<br />

e no texto <strong>de</strong> F. S. Keller e W. N. Schoenfeld, <strong>Principios</strong> <strong>de</strong> psicologia, <strong>de</strong> 1950,<br />

parecem estar tao consolida<strong>do</strong>s que ate fazem <strong>part</strong>e <strong>do</strong> senso com urn. Em linguagem<br />

acessivel, sem termos tecnicos, estao em livros <strong>de</strong> auto-ajuda, em textos<br />

volta<strong>do</strong>s para o <strong>comportamento</strong> em organizac;6es, na especificac;ao <strong>de</strong> roteiros<br />

para o ensino a distancia e em outras obras voltadas para o publico em geral.<br />

A abordagem sistematica <strong>do</strong>s conceitos e principios da analise <strong>do</strong> <strong>comportamento</strong><br />

e o objetivo maior <strong>do</strong> texto <strong>de</strong> Marcio Borges Moreira e Carlos Augusto<br />

<strong>de</strong> Me<strong>de</strong>iros. Prepara<strong>do</strong> para o curso <strong>de</strong> graduac;ao em Psicologia <strong>do</strong> Instituto <strong>de</strong><br />

Educac;ao Superior <strong>de</strong> Brasilia (IESB) para a utilizac;ao <strong>do</strong> sistema personaliza<strong>do</strong><br />

<strong>de</strong> ensino ( ou Meto<strong>do</strong> Keller), o trabalho foi beneficia <strong>do</strong> pelo carater experimental<br />

<strong>do</strong> ensino, que permite i<strong>de</strong>ntificar dificulda<strong>de</strong>s e lacunas <strong>do</strong> texto por meio das<br />

reac;6es <strong>do</strong>s leitores. Temos, pois, urn livro didatico <strong>de</strong> leitura fluida, que prepara<br />

o aluno para enten<strong>de</strong>r e usar os termos e conceitos tao uteis para o <strong>de</strong>sempenho<br />

profissional <strong>do</strong> psic6logo.<br />

Joao Claudio To<strong>do</strong>rov<br />

Ph.D em Psicologia pela Arizona State University (USA).<br />

Coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>r <strong>do</strong> Curso <strong>de</strong> Psicologia <strong>do</strong> Instituto <strong>de</strong><br />

Educac;ao Superior <strong>de</strong> Brasilia ( IESB) e<br />

professor da Universida<strong>de</strong> Cat6lica <strong>de</strong> Goias (UCG).


Sumario<br />

Refon;a<strong>do</strong>res naturais versus refon;a<strong>do</strong>res arbitrarios ... .... ................... ..... ... ....... 5:<br />

Outros efeitos <strong>do</strong> refon;o ...................................................................................... 5<br />

Extinc;ao operante ... .... .................................. .................. ... .......................... .. ....... 5"'<br />

Resistencia a extinc;ao ........................................................................................... -<br />

Fatores que influenciam a resistencia a extinc;ao ....... .. ...................................... 5-<br />

0utros efeitos da extinc;ao .................................................................................... -<br />

Mo<strong>de</strong>lagem: aquisic;ao <strong>de</strong> <strong>comportamento</strong> ............................ ............... .. .... ....... ..<br />

Principais conceitos apresenta<strong>do</strong>s neste capitulo ............................................... -<br />

Bibliografia consultada e sugest6es <strong>de</strong> leitura .. ............... .. ...................... ........... _<br />

4 Aprendizagem pelas conseqiiencias:<br />

o controle aversivo I 63<br />

Por que "controle aversivo <strong>do</strong> <strong>comportamento</strong>"? ............................ .. .. ... ........... .<br />

Contingencias <strong>de</strong> reforc;o negativo .................................................... .. .. ............... -<br />

Comportamento <strong>de</strong> fuga e <strong>comportamento</strong> <strong>de</strong> esquiva ...... ... ........................... ..<br />

Punic;ao .............. .... ........... .................................................. .. .................. .............. .<br />

Do is tipos <strong>de</strong> punic;ao ............................................................................................ -<br />

Efeitos colaterais <strong>do</strong> controle aversivo ........................................... ...................... --<br />

Por que punimos tanto? ............................... .. .......................................... ............ -<br />

Quais as alternativas ao controle aversivo? .................................. .................... .. .<br />

Algumas conclus6es importantes .................. ..... .. ............... .. .. ..... ..................... ..<br />

Principais conceitos apresenta<strong>do</strong>s neste capitulo ............................................. ..<br />

Bibliografia consultada e sugest6es <strong>de</strong> leitura .................................................. ..<br />

S Primeira revisao <strong>do</strong> conteu<strong>do</strong> I 85<br />

0 reflexo inato (Capitulo l) ................................................................................. -<br />

0 reflexo aprendi<strong>do</strong>: condicionamento pavloviano (Capitulo 2) ....................... -<br />

Aprendizagem pelas consequencias: o reforc;o (Capitulo 3) ............................. ..<br />

Aprendizagem pelas consequencias: o controle aversivo (Capitulo 4) .. .. ......... .<br />

Comportamento operante e <strong>comportamento</strong> respon<strong>de</strong>nte (Reflexo) .... .. ......... .<br />

Principais conceitos revistos ................................................................................ .<br />

6 Controle <strong>de</strong> estimulos: o papel <strong>do</strong> contexto I 97<br />

Discriminac;ao operante e operante discrimina<strong>do</strong> ..................................... , ........ .<br />

Contingencia trfplice ou contingencia <strong>de</strong> tres termos .... .. .......... .. .................... ..<br />

Treino discriminativo e controle <strong>de</strong> estfmulos ......................................... .. ....... l<br />

Generalizac;ao <strong>de</strong> estfmulos operante ..................................... .. ......................... l<br />

Classes <strong>de</strong> estfmulos .... ......................... .. .. ....... .. .. ... .. .... ...................................... l -<br />

0 atentar (atenc;ao como urn <strong>comportamento</strong>) ................................................ !<br />

Abstrac;ao ( o <strong>comportamento</strong> <strong>de</strong> abstrair) ........................................................ l


Sumario<br />

Ativida<strong>de</strong> pratica 5: esquema <strong>de</strong> refon;amento (intervalo fixo<br />

e intervalo variavel) .... ..... ... ... .. .. .. .................... ...................................... ....... ... 1-<br />

Ativida<strong>de</strong> pratica 6: treino discriminativo (o papel <strong>do</strong> contexto) .. ...... ...... .. .... !<br />

Ativida<strong>de</strong> pratica 7: enca<strong>de</strong>amento <strong>de</strong> respostas<br />

(<strong>comportamento</strong>s em sequencia) ............ .. ...... .. .... .. .. ...... .. .... ...... ........ .. ......... !<br />

11 Algumas normas e dicas para<br />

se redigir urn relat6rio cientifico I 191<br />

No


CAPITULO<br />

0 reflexo inato<br />

Quan<strong>do</strong> o medico bate o martelo no joelho <strong>de</strong> urn paciente, o<br />

musculo <strong>de</strong> sua coxa contrai-se (voce "da urn chute no ar");<br />

quan<strong>do</strong> a luz inci<strong>de</strong> sobre sua pupila, ela se contrai; quan<strong>do</strong><br />

voce ouve urn barulho alto e repentino, seu cora


Moreira & Me<strong>de</strong>iros<br />

mais alto o barulho, maior o sus to. Quan<strong>do</strong> voce abre a janela <strong>do</strong> seu quarto pela<br />

manha, ap6s acordar, a luz ( estimulo) que inci<strong>de</strong> sobre seus olhos elicia a contrac;ao<br />

<strong>de</strong> suas pupilas (resposta). Segun<strong>do</strong> a lei da intensida<strong>de</strong>-magnitu<strong>de</strong>, quanto<br />

mais claro estiver o dia, mais suas pupilas irao se contrair.<br />

Lei <strong>do</strong> limiar<br />

Esta lei estabelece que, para to<strong>do</strong> reflexo, existe uma intensida<strong>de</strong> minima <strong>do</strong><br />

estimulo necessaria para que a resposta seja eliciada. Urn choque eletrico e urn<br />

estfmulo que elicia a resposta <strong>de</strong> contrac;ao muscular. Segun<strong>do</strong> a lei <strong>do</strong> limiar,<br />

existe uma intensida<strong>de</strong> minima <strong>do</strong> choque (<strong>de</strong> 5 a 10 volts, apenas como exemploesses<br />

valores sao ficticios, e 0 valor <strong>do</strong> lirniar e individual) que e necessaria para<br />

que a resposta <strong>de</strong> contrac;ao muscular ocorra. Essa faixa <strong>de</strong> valores, no exemplo,<br />

que varia <strong>de</strong> 5 a 10 volts, e chamada limiar. Portanto, valores abaixo <strong>do</strong> limiar<br />

nao eliciam respostas, enquanto valores acima <strong>do</strong> limiar eliciam respostas. Ha<br />

ainda outra caracteristica importante sobre o limiar <strong>do</strong> reflexo. Percebeu-se que<br />

o limiar nao e urn valor <strong>de</strong>fini<strong>do</strong>. Nesse exemplo, o lirniar compreen<strong>de</strong> valores<br />

entre 5 e lO volts; sen<strong>do</strong> assim, choques aplica<strong>do</strong>s com intensida<strong>de</strong>s varian<strong>do</strong><br />

entre 5 e 10 volts (limiar) as vezes eliciarao a resposta <strong>de</strong> contrac;ao muscular, as<br />

vezes nao. 0 grafico apresenta<strong>do</strong> na Figura 1.5 mostra essa relac;ao entre a intensi


Da mesma forma que Pavlov emparelhou o som <strong>de</strong><br />

uma sineta a alimento, e tal som passou a eliciar no cao<br />

saliva


0 reflexo aprendi<strong>do</strong>: Condicionamento Pavloviano<br />

condicionada em questao. Falamos sobre urn emparelhamento<br />

CS -CS. Muitos casais tern uma musica especial: associam<br />

soma sentimentos agradaveis que eles experimentaram<br />

quan<strong>do</strong> se encontraram pela primeira vez. A "musica<br />

<strong>do</strong> casal", por ter si<strong>do</strong> emparelhada a beijos e caricias <strong>do</strong><br />

primeiro encontro amoroso, tornou-se urn estimulo condiciona<strong>do</strong><br />

para respostas semelhantes as eliciadas pelos beijos<br />

e pelas caricias. Outros estimulos que geralmente estao presentes<br />

quan<strong>do</strong> a musica esUi tocan<strong>do</strong>, como a foto <strong>do</strong> cantor<br />

ou mesmo o som <strong>de</strong> seu nome, po<strong>de</strong>m passar tambem a<br />

eliciar as mesmas respostas condicionadas eliciadas pela<br />

musica. Vale lembrar que, quanto mais alta e a or<strong>de</strong>m <strong>do</strong><br />

reflexo condiciona<strong>do</strong>, menor e a sua forc;a. Nesse exemplo,<br />

a magnitu<strong>de</strong> das respostas <strong>de</strong> prazer eliciadas pelo som <strong>do</strong><br />

nome <strong>do</strong> cantor e menor que a magnitu<strong>de</strong> das respostas<br />

eliciadas pela musica, e, e claro, a magnitu<strong>de</strong> das respostas<br />

eliciadas pela musica e menor <strong>do</strong> que a das respostas eliciadas<br />

pelos beijos e pelos carinhos.<br />

Algumas outras aplicac;oes <strong>do</strong><br />

condicionamento pavloviano<br />

Robert A<strong>de</strong>r e Nicholas Cohen ( 1982) mostraram que o Condicionamento Pavloviano<br />

se esten<strong>de</strong> a respostas irnunol6gicas. Esses pesquisa<strong>do</strong>res <strong>de</strong>ram simultaneamente<br />

a ratos agua com ac;ucar e uma droga supressora <strong>do</strong> sistema imunol6gico.<br />

Depois <strong>de</strong> varios emparelhamentos droga-agua com ac;ucar (US-NS ), a supressao<br />

imunol6gica ocorreu apenas pela ingestao <strong>de</strong> agua com ac;ucar. Essa<br />

<strong>de</strong>scoberta tern importantes irnplicac;6es para a sau<strong>de</strong> humana. Quan<strong>do</strong> 6rgaos<br />

sao transplanta<strong>do</strong>s, ha sempre o risco <strong>de</strong> rejeic;ao (uma interpretac;ao equivocada<br />

<strong>do</strong> sistema imunol6gico ). 0 sistema imunol6gico pas sa a combater o 6rgao como<br />

se fosse urn corpo estranho danoso ao organismo. Os medicos contornam tal<br />

situac;ao receitan<strong>do</strong> aos pacientes remedios que tern efeito <strong>de</strong> supressao <strong>do</strong> sistema<br />

imunol6gico. 0 emparelhamento <strong>do</strong>s remedios com cheiros, por exemplo, po<strong>de</strong><br />

fazer com que apenas o cheiro tenha efeitos supressores sobre o sistema imuno-<br />

16gico, o que po<strong>de</strong>ria reduzir a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> medicac;ao tomada e, consequentemente,<br />

seus efeitos colaterais.<br />

Os produtores <strong>de</strong> propagandas estao o tempo to<strong>do</strong>, as vezes sem saber, utilizan<strong>do</strong><br />

Condicionamento Pavloviano para tornar mais atrativos os seus produtos. E<br />

muito com urn nas propagandas, por exemplo, ver lindas mo<strong>de</strong>los ou celebrida<strong>de</strong>s<br />

em situac;6es <strong>de</strong> diversao. Com isso, os produtores esperam que o produto que<br />

querem ven<strong>de</strong>r seja ( estimulo neutro) emparelha<strong>do</strong> com pessoas, objetos ou


Moreira & Me<strong>de</strong>iros<br />

situa


CAPfTULO 3<br />

Aprendizagem pelas<br />

consequenc1as:<br />

o reforc;o<br />

•• A •<br />

A abordagem ate agora foi sobre o <strong>comportamento</strong><br />

respon<strong>de</strong>nte, isto e, vimos urn tipo <strong>de</strong><br />

relac,;ao entre o ambiente (estimulo) eo organismo<br />

(resposta), na qual dizemos que urn estimulo<br />

elicia uma resposta. Concluimos que<br />

nosso conhecimento sobre o <strong>comportamento</strong> respon<strong>de</strong>nte nos ajuda a compreen<strong>de</strong>r<br />

<strong>part</strong>e <strong>do</strong> <strong>comportamento</strong> e da aprendizagem humana, sobretu<strong>do</strong> no que<br />

diz respeito as emoc,;6es. A <strong>de</strong>speito da gran<strong>de</strong> relevancia <strong>do</strong> <strong>comportamento</strong><br />

respon<strong>de</strong>nte para analise, com preen sao e modificac,;ao (intervenc,;ao) <strong>do</strong> <strong>comportamento</strong><br />

humano, ele sozinho ( <strong>comportamento</strong> respon<strong>de</strong>nte) nao consegue a barcar<br />

toda a complexida<strong>de</strong> <strong>do</strong> <strong>comportamento</strong> humano ( e <strong>do</strong>s organismos em geral).<br />

Neste capitulo, conheceremos urn segun<strong>do</strong> tipo <strong>de</strong> <strong>comportamento</strong><br />

que engloba a maioria <strong>do</strong>s <strong>comportamento</strong>s <strong>do</strong>s organismos:<br />

o <strong>comportamento</strong> operante, termo cunha<strong>do</strong> por B. F. Skinner. Classificamos<br />

como operante aquele <strong>comportamento</strong> que produz conseqiiencias<br />

(modificac,;6es no ambiente) e e afeta<strong>do</strong> por elas. Logo, consi<strong>de</strong>raremos<br />

como as conseqiiencias daquilo que fazemos nos mantern<br />

no mesmo caminho, ou afasta-nos <strong>de</strong>le. Enten<strong>de</strong>r o <strong>comportamento</strong><br />

operante e fundamental para compreen<strong>de</strong>rmos como apren<strong>de</strong>mos<br />

nossas habilida<strong>de</strong>s e nossos conhecimentos, ou seja, falar,<br />

ler, escrever, raciocinar, abstrair, etc.), e ate mesmo como apren<strong>de</strong>mos<br />

a ser quem somos, a ter nossa personalida<strong>de</strong>.<br />

Ao estudarmos o <strong>comportamento</strong> respon<strong>de</strong>nte, percebemos que<br />

ele e aprendi<strong>do</strong> por meio <strong>do</strong> condicionamento respon<strong>de</strong>nte. De agora<br />

em diante, conheceremos urn outro tipo <strong>de</strong> aprendizagem: o condicionamento<br />

operante. Nesse segun<strong>do</strong> tipo <strong>de</strong> aprendizagem, fare-


Moreira & Me<strong>de</strong>iros<br />

ralmente proximos ao momenta da puni


Moreira & Me<strong>de</strong>iros<br />

po<strong>de</strong> sensibilizar paise educa<strong>do</strong>res para que ambos utilizem meios mais positivos<br />

para controlar o <strong>comportamento</strong>. 0 controle existe; nega-lo somente aumenta a<br />

chance <strong>de</strong> sermos controla<strong>do</strong>s. Em concordancia com Freud, a principal razao<br />

que leva ao sofrirnento psicol6gico eo hist6rico <strong>de</strong> controle aversivo <strong>do</strong> <strong>comportamento</strong>.<br />

Quais as alternativas ao controle aversivo?<br />

Ao <strong>de</strong>saconselharmos com tanta enfase o uso <strong>do</strong> controle aversivo, temos que<br />

sugerir algumas alternativas. Felizmente elas existem, ten<strong>do</strong> maior ou menor<br />

eficacia, mas, na verda<strong>de</strong>, apresentam menos efeitos colaterais.<br />

Reforc;o positivo em Iugar <strong>de</strong> reforc;o negativo<br />

Essa op


que joga seu carrinho <strong>de</strong> bombeiros na pare<strong>de</strong> quan<strong>do</strong> este <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> funcionar.<br />

Uma outra <strong>de</strong>svantagem da extin


Moreira & Me<strong>de</strong>iros<br />

Estimulos com intensida<strong>de</strong> acima <strong>do</strong> limiar eliciam respostas, e estimulos com<br />

intensida<strong>de</strong> abaixo <strong>do</strong> limiar nao eliciam respostas.<br />

Nos reflexos incondiciona<strong>do</strong>s, a intensida<strong>de</strong> <strong>do</strong> estimulo e diretamente proporcional<br />

a magnitu<strong>de</strong> da resposta. Isto quer dizer que, quanto maior a intensida<strong>de</strong><br />

<strong>do</strong> estimulo, maior sera a magnitu<strong>de</strong> da resposta. Por exemplo, quanto<br />

mais forte for o choque eletrico, maior sera a fon;a da contrac;ao <strong>do</strong> brac;o. Uma<br />

outra relac;ao entre intensida<strong>de</strong> e magnitu<strong>de</strong> refere-se ao tempo <strong>de</strong>corri<strong>do</strong> entre<br />

a apresentac;ao <strong>do</strong> estimulo e a ocorrencia da resposta. Conhecemos esse tempo<br />

por latencia. Nos reflexos incondiciona<strong>do</strong>s, quanto maior a intensida<strong>de</strong> <strong>do</strong> estimulo,<br />

menor sera a latencia da resposta; sao, portanto, medidas inversamente<br />

proporcionais.<br />

Outras proprieda<strong>de</strong>s <strong>do</strong>s reflexos sao verificadas quan<strong>do</strong> urn <strong>de</strong>termina<strong>do</strong><br />

estimulo e apresenta<strong>do</strong> sucessivamente em curtos intervalos <strong>de</strong> tempo, ou seja,<br />

quan<strong>do</strong> ha eliciac;6es sucessivas <strong>de</strong>sse reflexo. Em alguns reflexos, eliciac;6es<br />

sucessivas po<strong>de</strong>m fazer com que a magnitu<strong>de</strong> da resposta diminua, fenomeno<br />

chama<strong>do</strong> <strong>de</strong> habituac;ao. Ja em outros reflexos, ocorre o contrario, ou seja,<br />

eliciac;6es sucessivas aumentam a magnitu<strong>de</strong> da resposta, fenomeno chama<strong>do</strong><br />

<strong>de</strong> potenciac;ao.<br />

0 <strong>comportamento</strong> reflexo ou <strong>comportamento</strong> respon<strong>de</strong>nte esta intimamente<br />

liga<strong>do</strong> ao que <strong>de</strong>nominamos <strong>de</strong> emoc;6es. Sentir me<strong>do</strong> na presenc;a <strong>de</strong><br />

estimulos ameac;a<strong>do</strong>res, sentir raiva ao termos os movimentos restringi<strong>do</strong>s, sentir<br />

excitac;ao quan<strong>do</strong> os 6rgaos genitais sao manipula<strong>do</strong>s, sentir sensac;6es prazerosas<br />

ao ingerir <strong>de</strong>terminadas substancias; to<strong>do</strong>s esses sao exemplos <strong>de</strong> reflexos inatos,<br />

pois circunscrevem a apresentac;ao <strong>de</strong> urn estimulo que elicia uma resposta, e<br />

nao <strong>de</strong>pend em ( essas relac;6es) <strong>de</strong> uma hist6ria <strong>de</strong> aprendizagem.<br />

Mais interessante ainda que conhecer as relac;6es entre ambiente e organismo,<br />

as quais se traduzem em emoc;6es, e saber que novas relac;6es <strong>do</strong> mesmo tipo<br />

po<strong>de</strong>m ser aprendidas: foi o que estudamos no Capitulo 2 ( os reflexos condiciona<strong>do</strong>s<br />

eo condicionamento pavloviano).<br />

0 reflexo aprendi<strong>do</strong>:<br />

condicionamento pavloviano (Capitulo 2)<br />

Uma outra caracteristica que se <strong>de</strong>senvolveu nos organismos durante sua evoluc;ao<br />

foi a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> apren<strong>de</strong>r novos reflexos. Os reflexos incondiciona<strong>do</strong>s<br />

(inatos) sao uma preparac;ao minima para o organismo interagir com seu ambiente.<br />

Esse ambiente, no entanto, nao e estatico. Portanto, apren<strong>de</strong>r novas formas<br />

<strong>de</strong> se relacionar com o ambiente provou ser <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> valor para a sobrevivencia<br />

<strong>do</strong>s organismos. Chamamos esses reflexos aprendi<strong>do</strong>s no <strong>de</strong>correr da vida <strong>de</strong><br />

urn organismo <strong>de</strong> reflexos condiciona<strong>do</strong>s. Urn <strong>do</strong>s primeiros cientistas a estudar<br />

sistematicamente tal capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aprendizagem <strong>de</strong> novos reflexos foi<br />

Ivan Pavlov. Esse tipo <strong>de</strong> aprendizagem- <strong>de</strong> novos reflexos - ficou conheci<strong>do</strong><br />

como condicionamento pavloviano. 0 procedirnento que Pavlov utilizou para<br />

condicionar ( ensinar) novos reflexos consiste basicamente no emparelhamento<br />

<strong>de</strong> urn estimulo neutro, que nao elicia uma <strong>de</strong>terminada resposta, a urn esti-


Refon;ar<br />

Contingencia <strong>de</strong> refon;o<br />

Freqi.iencia e probabilida<strong>de</strong><br />

Topografia da resposta<br />

Extin

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