ADVENTO - Diocese do Porto

EDITORIAL
O mesmo Advento, o mesmo Natal
Há dois mil anos, o Advento – como tempo de espera e preparação para o
nascimento de Jesus – foi vivido, com o suficiente conhecimento da realidade,
apenas por duas pessoas: Maria e José. Hoje, apesar de tudo, felizmente, são
muitas mais; mas muitas menos do que o ambiente social pode sugerir.
Com efeito, será bom ter consciência de que, se continuarmos distraídos e
descuidados, corremos o risco de que os miúdos (e os crescidos afogados no
consumo) confundam Jesus e o seu nascimento com: um velho bonacheirão
vestido de vermelho; um trenó puxado por renas; umas folhas de azevinho;
uma generosa lista de prendas, mais ou menos inúteis; uma ceia com bacalhau
oferecida, com publicidade, aos sem-abrigo.
Em qualquer caso, poderia pensar-se tudo isto como interessante ou puramente
anedótico! Mas passará a ser mau, muito mau, se deixarmos que acabe por
adulterar a História; se deixarmos afogar em coisas o misericordioso gesto de
Deus que se fez um de nós – bebé, criança, homem – para nos oferecer a Felicidade,
para nos abrir as portas a Deus.
Ao longo de séculos – não necessariamente melhores que o nosso –, o Cristianismo
foi deixando, pacientemente, marcas da sua fé nos Mistérios em que
acredita: nos costumes, nas festas, nos nomes, na organização do tempo, na
arte, na paisagem. É certo que nada disso integra o Credo. Mas é igualmente
claro que todos esses sinais, e muitos outros, são expressões de um estado de
alma e constituem linguagens alternativas ou complementares que se abrem a
outros olhos, a outras sensibilidades.
O Natal é todo um mundo de linguagens cristãs que não podemos perder. Mas
não compensa gritar desaforadamente contra o consumo! Afinal, muitos dos
comerciantes, também cristãos, precisam de viver! Ajudemo-los com as nossas
práticas a colaborar na sua recuperação.
Alguns exemplos:
Não deixemos cair a boa prática dos postais de Natal, em suporte digital ou
em papel. Mas que sejam postais de Natal, com a qualidade possível, onde não
falte o Menino Jesus.
O presépio, que deveria estar presente em todos os lares cristãos – com pinheiro
ou sem pinheiro! – tenha por centro a representação do nascimento de
Jesus. Que não seja o minimercado das prendas!
As prendas – modestas, úteis, compatíveis com as dificuldades que passamos
– não valem pelo custo financeiro, mas na medida em que sejam expressão de
uma cordial relação pessoal. E se puderem ser reencaminhadas, discretamente,
para os mais desfavorecidos, tanto melhor!
Não deseje Boas Festas: deseje Santo Natal e Feliz Ano Novo! São esses também
os meus votos!
† Pio Alves
Bispo Auxiliar do Porto
Trofa - Vila do Conde
BOLETIM FORMATIVO E
INFORMATIVO DA VIGARARIA
NOVEMBRO 2011
ADVENTO
Morria a noite...
Um murmúrio corria de boca em boca:
O MENSAGEIRO! O MENSAGEIRO! AÍ VEM
O MENSAGEIRO!
Inclinei a cabeça e perguntei: Vem já?
De todas as partes parece que estalava
o SIM da resposta.
O meu Pensamento, atormentado, dizia:
Não tenho ainda pronta a cúpula do meu
palácio, nada está completo.
Veio uma voz do céu:
Derruba o teu palácio.
Porquê? – perguntou o meu Pensamento.
Porque hoje é o dia da chegada
E o teu palácio estorva a passagem!
TAGORE

FAMÍLIA E JUVENTUDE
“VIVER PARA A COMUNHÃO, FORMAR PARA A COMUNHÃO”
Depois da avaliação feita à “Missão 2010”, o nosso bispo
D. Manuel Clemente decidiu colegialmente dedicar este
ano pastoral de 2011 aos pontos centrais da Família e da
Juventude, como motivo para continuar e especificar a
missão, tomando consciência de viver e tornar cada vez
mais presente o lema: “viver para a comunhão, formar para
a comunhão” (cf. Homilia do Dia da Dedicação da Sé –
Início do Ano Pastoral).
Como sabemos, a situação da família no mundo de hoje
vê-se confrontada com grandes e variados desafios, quer
a nível social, cultural e económico, quer a nível moral
e espiritual. É necessária uma nova sabedoria para sabermos
motivar as nossas famílias e jovens, nas comunidades
e nas escolas, para continuarem a ser resposta
de Deus ao mundo. Do ponto de vista eclesial, valorizar
a família significa reconhecer a sua relevância na acção
social e pastoral. É necessário ajudar a família a tomar
consciência da sua própria realidade profunda e da sua
missão, favorecendo o desenvolvimento de uma forte
sensibilidade eclesial. No fundo, voltar a tornar a família
naquilo que é: uma comunidade de pessoas que vive a
ALGUNS ESPAÇOS VIRTUAIS…
comunhão, que participa no desenvolvimento da sociedade
e, ao mesmo tempo, na vida e na missão da Igreja.
Por isso, o ministério que nasce do Sacramento do Matrimónio
é importante para a vida da Igreja porque a
família é o caminho e o horizonte da Igreja inteira! Ela
é a primeira sociedade natural como santuário de vida
e comunidade de amor. É o coração da evangelização e
o lugar privilegiado de educação humana e cristã. Ela
é o dom precioso para a edificação da comunidade, o
núcleo e a fonte do bem social porque é lugar da formação
de uma comunidade de pessoas, da sua dignidade e
dos seus direitos. Em suma, a família é a igreja doméstica,
é uma comunidade profética, uma comunidade de
oração, uma comunidade de serviço, uma comunidade
de oração e um sinal de esperança! (Sobre esta temática
recomenda-se a leitura da Exortação Apostólica do
papa João Paulo II, Familiaris Consortio, sobre a Família
Cristã).
Assim sendo, do que já foi referido, se a família se tornar
naquilo que é, os nossos jovens também crescerão
e aprenderão a viver para a comunhão e a deixarem-se
Diocese do Porto: www.diocese-porto.pt
Conferência Episcopal Portuguesa: www.ecclesia.pt
Paróquia de S. Martinho de Bougado: www.paroquiadatrofa.com
Santa Sé: www.vatican.va
Agência Ecclesia: www.agencia.ecclesia.pt
Jornal “Voz Portucalense”: www.voz-portucalense.pt
Paróquias de Portugal: www.paroquias.org
Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura: www.snpcultura.org
Secretariado Nacional da Liturgia: www.liturgia.pt
Sec. Dioc. da Pastoral da Juventude: www.juventude.diocese.porto.pt
Sec. Dioc. da Pastoral Familiar: http://pastoralfamiliarporto.planetaclix.pt
Sec. Dioc. da Pastoral da Cultura: http://sdpc-porto.blogspot.pt
Sec. Dioc. de Educação Cristã de Infância e Adolescência: www.catequesedoporto.com
Sec. Dioc. da Pastoral Universitária: www.puporto.org
Sec. Dioc. Da Pastoral das Vocações: www.seminariodobompastor.pt
Secretariado da Pastoral Social: www.ecclesia.pt/snpsocial
Câmara Municipal de Vila do Conde: www.cm-viladoconde.pt
Câmara Municipal da Trofa: www.mun-trofa.pt
formar para a comunhão. Como é isso possível então?
Os bispos portugueses, na última Mensagem aos Jovens
(10 de Novembro de 2011), dão-nos a resposta: Quando
o «jovem cristão encontra em Jesus Cristo o sentido da sua
vida, ele torna-se discípulo e missionário, no mundo e na Igreja.
A partir deste encontro com Jesus Cristo, o jovem acredita na
importância da sua missão e quer trabalhar por um mundo
melhor, tornando-se testemunha de fé nos diversos ambientes.
Na sua acção, o jovem sabe que não está sozinho, pois ser cristão
é caminhar com Jesus na comunhão da Igreja. Vê os outros
como amigos e irmãos e a todos quer comunicar a alegria de
conhecer Jesus Cristo. O jovem vê na Igreja a comunidade que
lhe mostra o verdadeiro rosto de Jesus. Nela, sem medo e sem
vergonha, vive a sua alegria no seguimento de Cristo. O jovem
cristão precisa da Igreja para viver a fé em Jesus Cristo, numa
formação permanente, assente na Palavra de Deus e na Eucaristia,
dando sentido à sua esperança. De facto, como afirmou
o Papa, “a Igreja precisa dos jovens mas vós, os jovens, também
precisais da Igreja”».
Desta mensagem podemos intuir que a experiência vivida
por milhares de jovens nas últimas Jornadas Mundiais
da Juventude (JMJ) fez ver que existem ainda muitos
desafios e compromissos para a nossa Pastoral Juvenil.
Assim sendo, é necessário recordar três pontos fundamentais,
que os bispos fizeram questão de elencar: Necessidade
de formação permanente, complementando o
amor à Palavra de Deus e à Eucaristia com outros meios
de aprofundamento da fé. O YOUCAT (catecismo
para jovens), será uma preciosa oferta incluída no “kit
de peregrino”, é um meio ao serviço deste desafio. Do
mesmo modo, a valorização do tema das JMJ vivido no
ano 2011 –“enraizados em Cristo, firmes na fé” – deve
ser complementado pelo de 2012 – “alegrai-vos sempre
no Senhor”. Uma outra ajuda à formação e à missão é
o cumprimento de outro apelo do Papa Bento XVI, o
de viver uma relação de pertença, participando na vida
da Igreja. Os jovens não devem esquecer a dimensão da
resposta alegre, feliz e entusiasta a Jesus, nos diversos
chamamentos que Ele faz ou vier a fazer: «Respondei-Lhe
com generosidade e coragem – escreve o Santo Padre – como
corresponde a um coração jovem como o vosso. Dizei-Lhe: Tu
conheces-me e amas-me. Eu confio em Ti e coloco nas Tuas
mãos a minha vida inteira. Quero que sejas a força que me
sustenta, a alegria que nunca me abandone».
Em síntese, a Igreja, a Sociedade, a família e os jovens
são os desafios para a entrega consagrada, na missão.
O desafio lançado pelo nosso bispo para a nossa diocese
do Porto neste ano pastoral deve tornar-se um feliz
programa que motive à formação, à organização e dinamização
de iniciativas nas nossas vigararias e comunidades,
estruturas e movimentos, de forma que se possa
desenvolver uma acção conjunta que possa ligar o significado
essencial da família com a pedagogia juvenil,
evidenciando cada vez mais quer a referida essencialidade
cristã, quer o sentido pascal da existência. Compete
às nossas famílias e grupos de jovens continuarem a ser
nas comunidades a que pertencem o testemunho vivo,
activo, coerente e feliz no seguimento de Jesus Cristo,
nesta hora concreta em que somos todos chamados a
ser protagonistas para a transformação da sociedade de
forma a viver e a formar para a comunhão.
Pe. Bruno Ferreira,
vigário paroquial de São Martinho
e Santiago de Bougado (Trofa)
Ao longo do ano Pastoral procuraremos promover
algumas actividades e iniciativas a nível da vigararia
versando a temática da Família e da Juventude.
Para tal agendamos já:
ORAÇÃO DE TAIZÉ
• Igreja Matriz de S. Martinho de Bougado: 10 de
Dezembro de 2011, pelas 21,30 horas.
• Igreja Paroquial de Malta: 14 de Janeiro de 2012,
pelas 21,30 horas.
• Igreja Paroquial de S. Mamede de Coronado: 11
de Fevereiro de 2012, pelas 21,30 horas.
• Igreja Paroquial de Árvore: 10 de Março de 2012,
pelas 21,30 horas.
ENCONTRO DE COROS LITÚRGICOS:
18 de Dezembro de 2011, pelas 15,30 horas, na
Igreja Nova da Trofa.
JANTAR DE REIS (para os diversos grupos de
Jovens da Vigararia) a 28 de Janeiro de 2012, no
Centro Paroquial de Fornelo.
C.P.M.: de 18 de Fevereiro a 31 de Março de 2012,
na Cripta da Igreja Nova da Trofa.
VIA SACRA: 17 de Março de 2012.

ADVENTO TEMPO DE ORAÇÃO
Quatro semanas vão ritmar o nosso tempo de espera,
quatro semanas para preparar as nossas casas
para este feliz acontecimento.
O Advento é um dos momentos fortes da liturgia,
ou seja, é uma altura em que se pede aos crentes
que se concentrem mais na Palavra de Deus e permitam
que esta abra um caminho e opere uma
conversão.
O tom do Advento convida-nos a tocarmos no
mais profundo das nossas esperanças e expectativas.
A Humanidade inteira espera desde sempre
um amanhã melhor.
O Advento é o momento oportuno para entrarmos
em sintonia com todas as grandes esperanças
dos homens e mulheres de ontem e de hoje, e reconhecer
que aquilo que nos transforma radicalmente,
nos escapa e transcende. A novidade que
esperamos vem de fora, do Alto, do próprio Deus.
É Deus que nos visita. É Deus que nos abre horizontes
de futuro. É Deus quem nos traz a salvação.
É Deus quem vem por sua pura vontade. Deus
visita-nos no Seu Filho e salva-nos.
1.º DOMINGO
Senhor, acendemos esta
luz como alguém que
acende a sua lâmpada
para sair, na noite, ao
encontro do Amigo que
vem.
Nesta 1.ª semana do Advento
queremos levantar-nos
para Te receber
preparados e com alegria.
Queremos estar vigilantes
porque Tu trazes a
Luz mais clara, a Paz mais
profunda e a Alegria mais
verdadeira.
Vem, Senhor Jesus!
FICHA TÉCNICA
2.º DOMINGO
Senhor, ao acender estas
velas, lembramos, hoje, os
teus Profetas.
Eles mantinham acesa a
esperança do teu Povo no
meio de todas as trevas,
comunicando-lhes a luz
da tua Palavra.
Abre, Senhor, os nossos
ouvidos para escutarmos
a voz que nos chama a preparar
os teus caminhos e
a remover da nossa vida
tudo quanto nos impede
de nos aproximarmos verdadeiramente
de Ti e dos
nossos irmãos.
Vem, Senhor Jesus!
Propriedade: Vigararia Trofa - Vila do Conde
Direcção e Coordenação: Pe. Ricardo Silva
Orar no Advento é aceitar a promessa da vinda de
Deus que os profetas repetem.
Orar no Advento é aceitar que somos pessoas e
que apenas Deus é Deus.
Orar no Advento é situarmo-nos na terra, nesta
terra, e aqui preparar a vinda d’Aquele que Deus
nos envia como uma prenda Sua.
Orar no Advento é fazer do nosso coração um coração
de carne, chamado a mudar, que se abre para
que Deus o habite e o transforme na sua morada.
Orar no Advento é fazer silêncio e deixar que Deus
seja a Palavra que emudece a nossa verborreia.
A COROA DE ADVENTO
Pode ser feita com ramos verdes e flores, na qual
se inserem quatro velas que significam as quatro
semanas de Advento. É um símbolo que ajuda a
aprofundar a espera e a intensificar, em cada semana,
a preparação para a vinda do Senhor.
Propomos, aqui, a Oração para, em Família, se fazer a
Coroa de Advento.
3.º DOMINGO
Senhor, ao acender estas
velas, pedimos-Te que
reacendas em nós o lume
novo do teu Espírito.
Que Ele nos ensine, mais
uma vez, os gestos fecundos
da compreensão e da
partilha: nos torne firmes
nos caminhos da justiça
e nos dê a saborear a alegria
e a paz de que Tu és a
Fonte para sempre.
Vem, Senhor Jesus!
Distribuição Gratuita
Tiragem: 7.800 exemplares
4.º DOMINGO
Senhor ao acender estas
velas lembramos Maria,
Tua e nossa Mãe.
Ninguém Te esperou com
amor. Ninguém Te recebeu
com mais alegria.
Ninguém se associou a Ti
com mais simplicidade e
entrega.
Como Ela nós queremos
dizer SIM à Tua presença
em nós e deixar-nos conduzir
pelo teu Espírito.
Vem, Senhor Jesus!