13.05.2013 Views

Visualizar/Abrir - Departamento de Ciências Agrárias - UNITAU

Visualizar/Abrir - Departamento de Ciências Agrárias - UNITAU

Visualizar/Abrir - Departamento de Ciências Agrárias - UNITAU

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Estudo do uso e cobertura do solo e do escoamento superficial na bacia<br />

hidrográfica do Ribeirão Serragem no município <strong>de</strong> Tremembé, SP<br />

Neyrianne d´Angelis Rodrigues 1 ; Getulio Teixeira Batista 2 ; Marcelo dos Santos Targa 2<br />

1 Engenheira Agrônoma, <strong>Departamento</strong> <strong>de</strong> <strong>Ciências</strong> <strong>Agrárias</strong>, <strong>UNITAU</strong><br />

neyriannerodrigues@gmail.com<br />

2 Docentes do Programa <strong>de</strong> Pós-Graduação em <strong>Ciências</strong> Ambientais - <strong>UNITAU</strong><br />

Estrada Mun. Dr. José Luiz Cembranelli, 5.000, 12080-010 - Taubaté, SP, Brasil<br />

getulio@agro.unitau.br, mtarga@unitau.br<br />

RESUMO<br />

O presente trabalho objetivou avaliar o escoamento superficial da área que engloba os<br />

afluentes do Ribeirão Serragem no município <strong>de</strong> Tremembé, SP no vale do Paraíba do Sul,<br />

localizada na parte a montante da barragem da Fazenda Maristela, bem como mapear o uso do<br />

solo da mesma para subsidiar possíveis intervenções visando o uso sustentável <strong>de</strong>ssa bacia.<br />

Foram empregadas técnicas <strong>de</strong> geoprocessamento com o uso <strong>de</strong> ferramentas do SPRING para<br />

a caracterização do uso e ocupação do solo, da caracterização física da bacia e para o cálculo<br />

da precipitação efetiva. Os resultados indicaram que a bacia do Ribeirão Serragem apresenta<br />

um bom estado <strong>de</strong> conservação, levando em consi<strong>de</strong>ração que ocorre o predomínio <strong>de</strong><br />

florestas em todas as classes <strong>de</strong> APP com maior predomínio <strong>de</strong>sta em área <strong>de</strong> Topo <strong>de</strong> Morro.<br />

Entretanto, há que se ficar alerta com a ocupação futura da bacia, pois nesse tipo <strong>de</strong> APP<br />

encontram-se 11% <strong>de</strong> áreas cobertas por pastagens e também por culturas anuais. Nas APPs<br />

<strong>de</strong> margem <strong>de</strong> rios embora também ocorra predomínio da classe Floresta, as áreas da classe<br />

Culturas Anuais e Pastagem correspon<strong>de</strong>m a 11 e 22%, respectivamente. Outro ponto<br />

importante é que somadas as áreas das APPs, encontram-se quase 13,5% <strong>de</strong> Solo Exposto. Os<br />

resultados permitiram concluir que a Bacia do Ribeirão Serragem é pouco sujeita a enchentes,<br />

mas sensível a processos erosivos <strong>de</strong>vido ao escoamento superficial rápido das águas <strong>de</strong><br />

chuva. As APPs <strong>de</strong> Margem dos rios e Topo <strong>de</strong> morro necessitam especial atenção <strong>de</strong>vido às<br />

áreas extensas <strong>de</strong> agricultura e pastagens existentes nessas áreas. Contudo, evi<strong>de</strong>nciou-se que<br />

a bacia é bem conservada <strong>de</strong>vido a maior porcentagem <strong>de</strong> uso <strong>de</strong> solo ser as áreas <strong>de</strong> florestas,<br />

favorecendo assim o amortecimento das vazões <strong>de</strong> cheia e com isso garantindo sua<br />

sustentabilida<strong>de</strong>.<br />

Palavras chave: Bacia, uso do solo, <strong>Ciências</strong> ambientais, escoamento.<br />

Study of land use, land cover and runoff in the Ribeirão Serragem<br />

watershed in the municipality of Tremembé, SP<br />

ABSTRACT<br />

This study aimed to evaluate the runoff of Ribeirão Serragem watershed in the<br />

municipality of Tremembé, SP, located at the upstream of the Maristela dam in the Paraíba do<br />

Sul valley. This was done based on GIS techniques implemented in SPRING software for the<br />

<strong>de</strong>velopment of land use and land cover maps and for the characterization of physiographic<br />

features of the basin for the calculation of effective rainfall with the objective to support<br />

possible interventions for the sustainable use of this basin. The results indicated that the basin<br />

of the Ribeirão Serragem has good management conditions consi<strong>de</strong>ring that forests<br />

predominate in all classes of Permanent Preservation Areas (PPA) especially in the “Hill


Top” PPA class. However, one must be alert concerning future occupation of this basin,<br />

because this type of PPA has 11% of its area covered by pastures and annual crops. In PPA<br />

related with “River Margins” forest also predominates, however, Annual Crops and Pasture<br />

correspond to 11 and 22%, respectively. Another important point is that the combined areas of<br />

the PPAs has 13.5% of Bare Soil class. The results showed that the Ribeirão Serragem basin<br />

is not subjected to floods, but sensitive to erosion due to rapid runoff of rainwater. The PPA<br />

of the classes “Margin of Rivers” and “Hill Top” needs special attention due to agriculture<br />

and pasture practiced in these areas. Nevertheless, it became clear that this basin is well<br />

preserved due to the largest percentage of land use in forest, thus favoring the attenuation of<br />

flood flows and thereby ensuring its sustainability.<br />

Keywords: Basin, land use, environmental science, flow.<br />

1. INTRODUÇÃO<br />

Degradações ambientais são normalmente resultantes do crescimento populacional que<br />

ampliam as áreas urbanizadas e as áreas <strong>de</strong>stinadas às ativida<strong>de</strong>s agrícolas, provocando<br />

mudanças no uso do solo, normalmente na direção <strong>de</strong> maior impermeabilização e maior<br />

escoamento superficial das águas <strong>de</strong> chuvas.<br />

Segundo Brito (1999), as ações antrópicas alteram o meio ambiente para satisfazer as<br />

necessida<strong>de</strong>s socioeconômicas e culturais do homem. Essas modificações po<strong>de</strong>m ser<br />

minimizadas com informações, tecnologias apropriadas e conscientização para a adoção <strong>de</strong><br />

atitu<strong>de</strong>s que aju<strong>de</strong>m a preservar e manter o meio ambiente ecologicamente equilibrado,<br />

reflorestando, controlando processos erosivos, reutilizando materiais, <strong>de</strong>spoluindo corpos<br />

d´água e evitando a poluição das águas subterrâneas.<br />

Para Arruda (1993), o antropismo po<strong>de</strong> ser compreendido como as alterações<br />

provocadas pelo homem na vegetação, observáveis e mensuráveis a partir <strong>de</strong> imagens <strong>de</strong><br />

satélites.<br />

As imagens <strong>de</strong> satélites estão sendo cada vez mais utilizadas nas ativida<strong>de</strong>s que, <strong>de</strong><br />

alguma forma, envolvem o conhecimento do revestimento do solo em nível regional.<br />

Com o advento dos dados <strong>de</strong> imagens <strong>de</strong> média resolução <strong>de</strong> satélites como o Landsat<br />

Thematic Mapper , estudos vêm sendo realizados para avaliar o potencial das técnicas <strong>de</strong><br />

processamento digital <strong>de</strong> imagens para mapear, monitorar e planejar o uso a<strong>de</strong>quado do solo<br />

(LAZZAROTTO, 2000). A <strong>de</strong>manda por resolução espacial cada vez melhor nos trabalhos <strong>de</strong><br />

mapeamento vem aumentando abrindo novas perspectivas <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> novos<br />

sensores orbitais dotados <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong>s bastante ampliadas.<br />

Segundo Vianna (1990), <strong>de</strong> maneira geral para muitas regiões do Brasil, há uma<br />

carência <strong>de</strong> um planejamento agro ambiental organizado e eficaz para <strong>de</strong>finição do uso<br />

a<strong>de</strong>quado do solo que impossibilitam o <strong>de</strong>senvolvimento econômico e sustentável <strong>de</strong>ssas<br />

regiões.<br />

A expansão <strong>de</strong>mográfica <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>nada no Vale do Paraíba é proveniente da maneira<br />

como os exploradores <strong>de</strong>marcavam territórios e ocupavam terras recém-<strong>de</strong>sbravadas, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o<br />

início da colonização, gerando gran<strong>de</strong> impacto ambiental.<br />

Com a Revolução Ver<strong>de</strong> ou Agricultura Mo<strong>de</strong>rna, a partir da década <strong>de</strong> 60, o Brasil<br />

ampliou seu sistema agrícola <strong>de</strong>vido à mo<strong>de</strong>rnização tecnológica e o comércio internacional<br />

<strong>de</strong> produtos químicos sintetizados em laboratório. Com isso, ocorreu um crescimento<br />

significativo da produção agrícola e, em contrapartida, propiciou uma expansão agrária<br />

<strong>de</strong>sor<strong>de</strong>nada e o aumento do uso <strong>de</strong> insumos que <strong>de</strong>gradam o meio ambiente e promovem a<br />

Citar: RODRIGUES, N. d’A.; BATISTA, G. T.; TARGA, M. S. Estudo do uso e cobertura do solo e do escoamento<br />

superficial na bacia hidrográfica do Ribeirão Serragem no município <strong>de</strong> Tremembé, SP. Programa <strong>de</strong> Pós-Graduacão<br />

em <strong>Ciências</strong> Ambientais, Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Taubaté - <strong>UNITAU</strong>, Repositório Eletrônico <strong>Ciências</strong> <strong>Agrárias</strong>, Coleção Recursos<br />

Hídricos, (http://www.agro.unitau.br/dspace). p. 1 - 27, 2012.<br />

2


ocupação <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong> preservação permanente (APP) ou <strong>de</strong> proteção ambiental, previstas na<br />

Lei Fe<strong>de</strong>ral nº 4.771/65, Código Florestal Brasileiro.<br />

Deste modo, tornou-se indispensável à elaboração <strong>de</strong> leis e normas municipais capazes<br />

<strong>de</strong> reduzir estas ações exploratórias e, proporcionar por meio <strong>de</strong> incentivos ou sistemas<br />

punitivos, a recuperação e/ou diminuição das ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> maior impacto a esses biomas,<br />

promovendo o uso <strong>de</strong> forma racional e sustentável a curto, médio e, principalmente, longo<br />

prazo (SÃO PAULO, 1999).<br />

O Plano Estadual <strong>de</strong> Recursos Hídricos do Estado <strong>de</strong> São Paulo – PERH, previsto na<br />

Lei 7.663/91 tem como principal instrumento o Plano <strong>de</strong> Bacias Hidrográficas.<br />

O Comitê <strong>de</strong> Bacias Hidrográficas do Paraíba do Sul (CBH- PS) é responsável pela<br />

elaboração e supervisão do plano das Bacias Hidrográficas do Paraíba do Sul. Esse plano<br />

i<strong>de</strong>ntificou, ao longo <strong>de</strong> toda sua extensão, diversas micro bacias em estágio avançado <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>gradação, que necessitam <strong>de</strong> um planejamento agro-técnico-ambiental imediato em função<br />

da <strong>de</strong>scontrolada exploração regional e condição atual a qual estão submetidas. Uma <strong>de</strong>ssas<br />

bacias é a do ribeirão Serragem no município <strong>de</strong> Tremembé.<br />

O município <strong>de</strong> Tremembé-SP encontra-se situado <strong>de</strong>ntro da gran<strong>de</strong> Bacia do Rio<br />

Paraíba do Sul. As micro bacias situadas <strong>de</strong>ntro do limite municipal <strong>de</strong> Tremembé-SP sofrem<br />

gran<strong>de</strong>s impactos ambientais <strong>de</strong>vido à produção <strong>de</strong> arroz irrigado proveniente da cultura<br />

trazida pelos Monges Trapistas vindos da França.<br />

O início do cultivo se <strong>de</strong>u na Fazenda Maristela, em 1904 on<strong>de</strong> permaneceram até<br />

novembro <strong>de</strong> 1931. Sendo assim, utilizavam para o cultivo recursos hídricos do Ribeirão<br />

Serragem, sendo esse o principal abastecedor da Fazenda.<br />

Essa prática avançou para toda região <strong>de</strong>vido às boas perspectivas para o cultivo da<br />

cultura nas áreas <strong>de</strong> várzea do Rio Paraíba do Sul. Soma (2002) relata que em alguns locais do<br />

Vale do Paraíba têm ocorrido conflitos com a distribuição e consumo <strong>de</strong> água, <strong>de</strong>vido a<br />

alguns fatores:<br />

O cultivo <strong>de</strong> arroz inundado requer uma gran<strong>de</strong> quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> água, durante<br />

todo ciclo, em média 1,5 a 2 litros por segundo num período médio <strong>de</strong> irrigação que varia <strong>de</strong><br />

80 a 100 dias.<br />

A <strong>de</strong>struição dos fragmentos florestais que constituem as áreas <strong>de</strong> APP´s para<br />

formação <strong>de</strong> pastos, áreas <strong>de</strong> plantios comerciais com espécies exóticas e expansões urbanas<br />

estão interferindo no processo <strong>de</strong> infiltração <strong>de</strong> água nos solos e, conseqüentemente, para a<br />

falta <strong>de</strong> água nas sub-bacias hidrográficas.<br />

Na bacia do Ribeirão Serragem, a água era utilizada predominantemente para<br />

produção <strong>de</strong> arroz, mas, atualmente, as ativida<strong>de</strong>s foram diversificadas em pesqueiros,<br />

indústrias, mineração e ranicultura, gerando vários conflitos locais e <strong>de</strong>gradando <strong>de</strong> forma<br />

significativa a área da bacia.<br />

Sendo assim, o estudo do escoamento superficial em função do uso do solo <strong>de</strong>ntro da<br />

bacia po<strong>de</strong> possibilitar novas alternativas para uso sustentável.<br />

O objetivo <strong>de</strong>ste trabalho foi avaliar o escoamento superficial da área que engloba os<br />

afluentes do Ribeirão Serragem, ou seja, acima da Fazenda Maristela, bem como mapear o<br />

uso do solo da mesma para subsidiar possíveis intervenções visando o uso sustentável <strong>de</strong>ssa<br />

bacia.<br />

Citar: RODRIGUES, N. d’A.; BATISTA, G. T.; TARGA, M. S. Estudo do uso e cobertura do solo e do escoamento<br />

superficial na bacia hidrográfica do Ribeirão Serragem no município <strong>de</strong> Tremembé, SP. Programa <strong>de</strong> Pós-Graduacão<br />

em <strong>Ciências</strong> Ambientais, Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Taubaté - <strong>UNITAU</strong>, Repositório Eletrônico <strong>Ciências</strong> <strong>Agrárias</strong>, Coleção Recursos<br />

Hídricos, (http://www.agro.unitau.br/dspace). p. 1 - 27, 2012.<br />

3


2. REVISÃO DE LITERATURA<br />

2.1. O município <strong>de</strong> Tremembé – SP<br />

Tremembé foi fundada em 1660 pelo Capitão Mor Manuel Costa Cabral que possuía<br />

parte das terras do sítio. Manuel Costa Cabral or<strong>de</strong>nou que se construísse em sua proprieda<strong>de</strong><br />

uma capela em louvor a Nossa Senhora da Conceição, então padroeira da Freguesia. Em<br />

1663, a capela recebeu a imagem do Senhor Bom Jesus que logo teve a fama <strong>de</strong> Santo<br />

Milagroso espalhada pela região. Foi então que peregrinos começaram a surgir e muitos<br />

romeiros acabaram se estabelecendo ao redor da capela que com o crescente fluxo <strong>de</strong> fiéis, fez<br />

surgir a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sucessivas ampliações.<br />

Figura 1. Foto da fachada da estação <strong>de</strong> trem da estrada da cida<strong>de</strong><br />

Fonte: site <strong>de</strong> Tremembé (www.tremembé.sp.gov.br)<br />

Já em 1672 fora realizada a primeira missa em celebração ao Senhor Bom Jesus <strong>de</strong><br />

Tremembé. Criou-se então a irmanda<strong>de</strong> do Senhor Bom Jesus, que passou a zelar pelas terras<br />

que foram doadas ao santo, formando assim, o pequeno povoado <strong>de</strong> Tremembé que tinha<br />

como padroeiro o Bom Jesus. Em 1907, três anos após a chegada dos monges trapistas a<br />

Tremembé, foi criada a Paróquia do Senhor Bom Jesus <strong>de</strong> Tremembé (<strong>de</strong>smembrada da<br />

Paróquia <strong>de</strong> São Francisco das Chagas <strong>de</strong> Taubaté) e a Igreja do Bom Jesus, elevada a Matriz<br />

Paroquial, recebeu também o título <strong>de</strong> Santuário Arquiepiscopal, concedido por Dom Duarte<br />

Leopoldo e Silva (na ocasião Arcebispo <strong>de</strong> São Paulo). Aos 23 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 1974, o<br />

Santuário do Bom Jesus recebeu o título <strong>de</strong> Basílica Menor, dado pelo Papa Paulo VI. O título<br />

expressa uma vinculação especial do templo com a Igreja <strong>de</strong> Roma, po<strong>de</strong>ndo usar as chaves<br />

pontifícias em seus emblemas. O título “Menor” não se refere ao tamanho da igreja (apenas as<br />

quatro Basílicas Patriarcais Romanas são chamadas Basílicas maiores).<br />

O acesso a Tremembé po<strong>de</strong> ser feito por meio das rodovias SP-070 - Ayrton Senna,<br />

BR-116 - Presi<strong>de</strong>nte Dutra e da SP-123 - Floriano Rodrigues Pinheiro.<br />

2.2. Caracterização física da bacia<br />

A condição básica para um planejamento bem sucedido da conservação e produção <strong>de</strong><br />

água se dá com a caracterização física da bacia hidrográfica, com o intuito <strong>de</strong> levantar todas<br />

as características necessárias para sua manutenção.<br />

Citar: RODRIGUES, N. d’A.; BATISTA, G. T.; TARGA, M. S. Estudo do uso e cobertura do solo e do escoamento<br />

superficial na bacia hidrográfica do Ribeirão Serragem no município <strong>de</strong> Tremembé, SP. Programa <strong>de</strong> Pós-Graduacão<br />

em <strong>Ciências</strong> Ambientais, Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Taubaté - <strong>UNITAU</strong>, Repositório Eletrônico <strong>Ciências</strong> <strong>Agrárias</strong>, Coleção Recursos<br />

Hídricos, (http://www.agro.unitau.br/dspace). p. 1 - 27, 2012.<br />

4


Segundo Pereira (1973), citado por Lima (1986), a conservação da água não po<strong>de</strong> ser<br />

conseguida in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente da conservação dos outros recursos naturais.<br />

De acordo com Guimarães (2000), o mapeamento dos solos faz-se obrigatório em um<br />

estudo ambiental, à medida que tal estudo requer o conhecimento da dinâmica natural <strong>de</strong><br />

evolução do meio ambiente e <strong>de</strong> seu potencial <strong>de</strong> utilização.<br />

O uso da terra exerce significativa influência sobre a infiltração do solo e este po<strong>de</strong> ser<br />

modificado pelo homem por intermédio <strong>de</strong> seus programas <strong>de</strong> manejo (LIMA, 1986).<br />

O IPT (1995) relacionou algumas das alterações mais comuns provocadas por danos<br />

ao meio físico: aumento da quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sólido e turvamento das águas; assoreamento e<br />

entulhamento <strong>de</strong> cursos d’água; erosão laminar, em sulcos e ravinas, <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong><br />

boçorocas; indução <strong>de</strong> escorregamentos em talu<strong>de</strong>s e encostas; <strong>de</strong>ntre outros.<br />

Grizolia (1970) relatou que características físicas da Bacia Hidrográfica interferem no<br />

escoamento superficial e que dados como circunferência e a forma da Bacia Hidrográfica, a<br />

altitu<strong>de</strong> e a <strong>de</strong>clivida<strong>de</strong> dos divisores <strong>de</strong> água, mapas, fotografias aéreas e imagens <strong>de</strong><br />

satélites, são fatores importantes para favorecer ou mesmo colaborar para a <strong>de</strong>terminação das<br />

características fisiográficas (CORRÊA, 2002).<br />

Sendo assim, as funções hidrológicas <strong>de</strong> uma bacia hidrográfica são complexas e<br />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m <strong>de</strong> suas características fisiográficas e climáticas (GRIZOLIA, 1970).<br />

2.3. Escoamento superficial<br />

Segundo Barreto-Neto e Souza Filho (2003), no estudo do escoamento superficial é<br />

possível estabelecer prognósticos sobre o comportamento do escoamento superficial a partir<br />

<strong>de</strong> mudanças no uso do solo, tais como, substituição <strong>de</strong> florestas por pastagem, ampliação <strong>de</strong><br />

área com culturas agrícolas, mudanças nas espécies agrícolas, entre outras, antes mesmo<br />

<strong>de</strong>stas trocas serem perpetradas na bacia real.<br />

Este escoamento tem origem fundamentalmente nas precipitações. Parte da água das<br />

chuvas é interceptada pela vegetação e outros obstáculos, <strong>de</strong> on<strong>de</strong> se evapora posteriormente<br />

(TUCCI et al., 1993).<br />

A velocida<strong>de</strong> do fluxo <strong>de</strong> infiltração ocorrerá em função da condutivida<strong>de</strong> hidráulica e<br />

consequentemente das características físicas do solo, mas por outro lado parte da água não<br />

consegue infiltrar <strong>de</strong>vido a pressão causada pelo ar que tenta sair (VIEIRA, 1998).<br />

Desta forma, percebe-se que o solo possui uma capacida<strong>de</strong> limite <strong>de</strong> absorção <strong>de</strong> água,<br />

ou seja, nem toda água da chuva consegue penetrar no solo. No entanto, enquanto a<br />

intensida<strong>de</strong> da precipitação for menor que a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> infiltração calculada, toda chuva<br />

irá infiltrar (SILVEIRA et al., 1993).<br />

2.4. Vazão da bacia hidrográfica<br />

A <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> vazões das bacias hidrográficas rurais com áreas em<br />

<strong>de</strong>clive torna-se difícil pela pequena disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> dados <strong>de</strong> vazão,<br />

provenientes <strong>de</strong> monitoramentos e medições, para a maioria das bacias.<br />

Na execução <strong>de</strong> um projeto <strong>de</strong> irrigação, a primeira informação necessária é a<br />

quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> água disponível, ou seja, a disponibilida<strong>de</strong> hídrica da fonte <strong>de</strong> água<br />

(FCTH, 1999), obtida por meio da <strong>de</strong>terminação da vazão.<br />

Conforme Hernan<strong>de</strong>z et al. (2001), a vazão e a qualida<strong>de</strong> da água é<br />

sensivelmente afetada pela pluviosida<strong>de</strong> que ocorre na Bacia Hidrográfica.<br />

2.5. Técnicas para diagnóstico do meio físico<br />

Dentre as aplicabilida<strong>de</strong>s da tecnologia do Sensoriamento Remoto, po<strong>de</strong>m ser citados<br />

o planejamento municipal e regional aplicados nos campos <strong>de</strong> levantamento, o mapeamento e<br />

Citar: RODRIGUES, N. d’A.; BATISTA, G. T.; TARGA, M. S. Estudo do uso e cobertura do solo e do escoamento<br />

superficial na bacia hidrográfica do Ribeirão Serragem no município <strong>de</strong> Tremembé, SP. Programa <strong>de</strong> Pós-Graduacão<br />

em <strong>Ciências</strong> Ambientais, Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Taubaté - <strong>UNITAU</strong>, Repositório Eletrônico <strong>Ciências</strong> <strong>Agrárias</strong>, Coleção Recursos<br />

Hídricos, (http://www.agro.unitau.br/dspace). p. 1 - 27, 2012.<br />

5


monitoramento <strong>de</strong> uso e ocupação atual e multi-temporal do solo urbano e rural, estradas e<br />

acessos, ferrovias e linhas <strong>de</strong> alta tensão, bem como áreas adjacentes, mananciais <strong>de</strong><br />

abastecimento e qualida<strong>de</strong> da água, áreas <strong>de</strong> preservação, etc. (LEME, 2004).<br />

O levantamento do uso da terra é consi<strong>de</strong>rado o item fundamental à compreensão dos<br />

padrões <strong>de</strong> organização do meio ambiente. Assim, existe a necessida<strong>de</strong> da atualização<br />

constante dos registros <strong>de</strong> uso do solo para a análise <strong>de</strong> tendências. Neste contexto, o<br />

Sensoriamento Remoto é uma técnica bastante útil. Permite obter, em curto prazo, gran<strong>de</strong><br />

quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> informações sobre registros <strong>de</strong> uso da terra (LAZZAROTTO, 2000).<br />

Sendo assim o grau <strong>de</strong> cobertura vegetal é <strong>de</strong>finido com base nos dados <strong>de</strong> satélites<br />

que auxiliará a obtenção <strong>de</strong> dados sobre cobertura vegetal para o cálculo do fator C (uso e<br />

manejo do solo) da Equação Universal <strong>de</strong> Perda <strong>de</strong> Solo (EUPS).<br />

2.6. Sensoriamento remoto<br />

Sensoriamento Remoto é <strong>de</strong>finido por Moreira (2001) como um conjunto <strong>de</strong><br />

ativida<strong>de</strong>s utilizadas para obter informações por meio da <strong>de</strong>tecção e aquisição <strong>de</strong> dados sobre<br />

alvos ou fenômenos à distância utilizando a interpretação e análise da energia eletromagnética<br />

refletida, transmitida ou retro espelhada nas diferentes faixas espectrais, por intermédio <strong>de</strong><br />

dispositivos sensores ativos ou passivos estrategicamente colocados em plataformas que são<br />

aviões, satélites ou, até mesmo na superfície.<br />

Outra <strong>de</strong>finição para esta ferramenta é dada por Satmapas (1998): o Sensoriamento<br />

Remoto é uma técnica que se baseia na obtenção <strong>de</strong> informações <strong>de</strong> um objeto sem haver<br />

contato direto, ou seja, por meio <strong>de</strong> sensores.<br />

2.6.1 Aplicações<br />

O conhecimento atualizado da distribuição e área ocupada pela agricultura, vegetal<br />

natural, áreas urbanas e edificadas, bem como as informações sobre as proporções das<br />

mudanças se tornam cada vez mais necessárias para legisladores e planejadores. Informações<br />

atualizadas <strong>de</strong> uso e cobertura da terra po<strong>de</strong>m ser úteis no inventário <strong>de</strong> recursos naturais,<br />

controle <strong>de</strong> inundações, i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> áreas com processos erosivos avançados, avaliação<br />

<strong>de</strong> impactos ambientais, formulação <strong>de</strong> políticas econômicas, etc. (LAZZAROTTO, 2001).<br />

Segundo Lazzaroto (2000), as principais aplicações do sensoriamento remoto são:<br />

Agricultura, Florestas, Geologia e Geomorfologia, Planejamento Municipal e Regional, e<br />

Recursos Hídricos.<br />

2.7. Geoprocessamento<br />

Geoprocessamento é uma área do conhecimento, em que diversos tipos <strong>de</strong><br />

informações geográficas são processadas por meio <strong>de</strong> técnicas matemáticas e computacionais.<br />

Informações georreferenciadas têm como característica principal a localização, ou<br />

seja, estão ligadas a uma posição específica do globo terrestre por meio <strong>de</strong> suas coor<strong>de</strong>nadas<br />

(FATORGIS, 2001).<br />

O geoprocessamento possibilita a integração <strong>de</strong> imagens <strong>de</strong> satélites com mapas,<br />

aerofotos, etc. Com imagens <strong>de</strong> satélites po<strong>de</strong>m ser efetuadas uma série <strong>de</strong> levantamentos em<br />

uma proprieda<strong>de</strong> rural, que vão <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o mapeamento <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong> preservação permanente, o<br />

monitoramento e controle <strong>de</strong> safra até a estimativa da biomassa <strong>de</strong> capim utilizada como<br />

pastagem (SANO et al., 1998).<br />

Mas levando em consi<strong>de</strong>ração que o Brasil é um país com dimensões continentais<br />

bem complexas e que as informações georreferenciadas são <strong>de</strong>ficientes, o uso do<br />

geoprocessamento se torna uma tecnologia relativamente <strong>de</strong> baixo custo e com um enorme<br />

potencial <strong>de</strong> utilização.<br />

Citar: RODRIGUES, N. d’A.; BATISTA, G. T.; TARGA, M. S. Estudo do uso e cobertura do solo e do escoamento<br />

superficial na bacia hidrográfica do Ribeirão Serragem no município <strong>de</strong> Tremembé, SP. Programa <strong>de</strong> Pós-Graduacão<br />

em <strong>Ciências</strong> Ambientais, Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Taubaté - <strong>UNITAU</strong>, Repositório Eletrônico <strong>Ciências</strong> <strong>Agrárias</strong>, Coleção Recursos<br />

Hídricos, (http://www.agro.unitau.br/dspace). p. 1 - 27, 2012.<br />

6


2.7.1. Sistema <strong>de</strong> Informação Geográfica (SIG)<br />

O Sistema <strong>de</strong> Informação Geográfica (SIG) é uma ferramenta do<br />

geoprocessamento, por meio da qual são geradas informações por meio da análise e<br />

integração <strong>de</strong> dados geográficos. Tais dados permitem a criação <strong>de</strong> diferentes mapas<br />

temáticos, em que vários tipos <strong>de</strong> informações po<strong>de</strong>m ser sobrepostas e interpretadas. Assim,<br />

é possível gerar novos mapas contendo informações complexas sobre a área em estudo,<br />

facilitando as tomadas <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão.<br />

SIGs estão cada vez mais sofisticados e complexos em relação ao seu uso.<br />

Percebe-se uma tendência na busca <strong>de</strong> uma solução abrangente que vai <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o processo <strong>de</strong><br />

aquisição <strong>de</strong> dados até a produção final <strong>de</strong> mapas e informações <strong>de</strong>rivadas (TEIXEIRA,<br />

2001).<br />

Qualquer sistema <strong>de</strong> informações geográficas apresenta duas características<br />

principais (MOREIRA, 2001):<br />

Permite inserir e integrar, numa única base <strong>de</strong> dados (banco <strong>de</strong> dados),<br />

informações espaciais provenientes <strong>de</strong> diversas fontes tais como: imagens<br />

<strong>de</strong> satélite, dados <strong>de</strong> cadastro rural e urbano, dados censitários, etc.<br />

Oferece mecanismo para combinar várias informações utilizando<br />

algoritmos <strong>de</strong> manipulação e análise, bem como <strong>de</strong> consulta, recuperação,<br />

visualização e plotagem do conteúdo <strong>de</strong>ssa base <strong>de</strong> dados<br />

georreferenciados.<br />

2.8. Aplicativo SPRING<br />

O aplicativo SPRING é um Sistema <strong>de</strong> Processamento <strong>de</strong> Informações<br />

Georreferenciadas (INPE, 1997). Mais especificamente, é um conjunto <strong>de</strong> ferramentas<br />

voltadas à coleta e tratamento <strong>de</strong> informações espaciais, além da geração <strong>de</strong> mapas<br />

convencionais, relatórios, arquivos digitais e outros, provendo recursos para armazenamento,<br />

gerenciamento, manipulação e análise <strong>de</strong> dados (CÂMARA NETO, 1996).<br />

O SPRING abrange o georreferenciamento e tratamento <strong>de</strong> dados-imagem <strong>de</strong> vários<br />

sensores além da manipulação <strong>de</strong> dados alfanuméricos e mo<strong>de</strong>lagem <strong>de</strong> superfície. Suas<br />

principais características são:<br />

A integração, numa única base <strong>de</strong> dados;<br />

Informações espaciais provenientes <strong>de</strong> dados cartográficos;<br />

Dados censitários e cadastrais;<br />

Imagens orbitais e aéreas;<br />

Re<strong>de</strong>s e mo<strong>de</strong>los numéricos <strong>de</strong> terreno;<br />

Mecanismos que combinam várias, através <strong>de</strong> algoritmos <strong>de</strong> manipulação e<br />

análise, além <strong>de</strong> ferramentas para consultar, recuperar, visualizar e plotar o<br />

conteúdo da base <strong>de</strong> dados geo-codificadas.<br />

Citar: RODRIGUES, N. d’A.; BATISTA, G. T.; TARGA, M. S. Estudo do uso e cobertura do solo e do escoamento<br />

superficial na bacia hidrográfica do Ribeirão Serragem no município <strong>de</strong> Tremembé, SP. Programa <strong>de</strong> Pós-Graduacão<br />

em <strong>Ciências</strong> Ambientais, Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Taubaté - <strong>UNITAU</strong>, Repositório Eletrônico <strong>Ciências</strong> <strong>Agrárias</strong>, Coleção Recursos<br />

Hídricos, (http://www.agro.unitau.br/dspace). p. 1 - 27, 2012.<br />

7


Figura 2. Área <strong>de</strong> trabalho do SPRING, com a <strong>de</strong>limitação da área <strong>de</strong> estudo.<br />

Fonte: Rodrigues, 2011.<br />

De acordo com INPE (2000), o SPRING é constituído <strong>de</strong> três aplicativos ou<br />

programas executáveis:<br />

IMPIMA: utilizado para ler e converter imagens para formato GRIB (Grid<strong>de</strong>d<br />

Binary)<br />

SPRING: é o principal programa, para se mo<strong>de</strong>lar e processar dados<br />

SCARTA: permite a elaboração <strong>de</strong> cartas a partir <strong>de</strong> dados previamente<br />

tratados no programa SPRING<br />

2.9. Banco <strong>de</strong> dados<br />

Segundo Date (1991), um sistema <strong>de</strong> Banco <strong>de</strong> Dados é um <strong>de</strong>pósito <strong>de</strong> um conjunto<br />

<strong>de</strong> arquivos ou Tabelas <strong>de</strong> dados computadorizados que oferece diversos recursos ao usuário,<br />

possibilitando-lhe a realização <strong>de</strong> várias operações, como por exemplo:<br />

A adição <strong>de</strong> novos (vazios) arquivos ao banco <strong>de</strong> dados;<br />

A inserção <strong>de</strong> novos dados nos arquivos existentes;<br />

A recuperação <strong>de</strong> dados nos arquivos existentes;<br />

A atualização <strong>de</strong> dados nos arquivos existentes;<br />

A eliminação <strong>de</strong> dados nos arquivos existentes;<br />

A renovação permanente <strong>de</strong> arquivos existentes (vazios ou outros) do banco <strong>de</strong><br />

dados.<br />

Existem dois tipos <strong>de</strong> banco <strong>de</strong> dados: convencionais e geográficos. Os convencionais<br />

não possuem georreferenciamento e os geográficos além <strong>de</strong> dados cadastrais contém<br />

referências geográficas.<br />

A mo<strong>de</strong>lagem <strong>de</strong> dados são ativida<strong>de</strong>s necessárias para se obter a estruturação dos<br />

dados <strong>de</strong>ntro do BDG, essas ativida<strong>de</strong>s têm por finalida<strong>de</strong> especificarem o conjunto <strong>de</strong><br />

aplicações necessárias para estruturar corretamente os dados armazenados. No âmbito do<br />

Sensoriamento Remoto, o banco <strong>de</strong> dados geográfico é estruturado na forma <strong>de</strong> projetos,<br />

contendo cada um <strong>de</strong>sses projetos, as informações espaciais e não espaciais (alfanuméricas)<br />

armazenadas segundo sua categoria, em planos <strong>de</strong> informações (PIs), (MOREIRA, 2001).<br />

Citar: RODRIGUES, N. d’A.; BATISTA, G. T.; TARGA, M. S. Estudo do uso e cobertura do solo e do escoamento<br />

superficial na bacia hidrográfica do Ribeirão Serragem no município <strong>de</strong> Tremembé, SP. Programa <strong>de</strong> Pós-Graduacão<br />

em <strong>Ciências</strong> Ambientais, Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Taubaté - <strong>UNITAU</strong>, Repositório Eletrônico <strong>Ciências</strong> <strong>Agrárias</strong>, Coleção Recursos<br />

Hídricos, (http://www.agro.unitau.br/dspace). p. 1 - 27, 2012.<br />

8


2.10. Processamento digital das imagens<br />

Os sistemas <strong>de</strong> computação são utilizados para ativida<strong>de</strong>s interativas <strong>de</strong> análise e<br />

manipulação <strong>de</strong> imagens brutas, em que os resultados <strong>de</strong>stas ativida<strong>de</strong>s são <strong>de</strong> produção <strong>de</strong><br />

outras imagens contendo informações específicas extraídas e realçadas a partir <strong>de</strong> imagens<br />

originais (SOUZA, 1996).<br />

Sendo assim, a função bidimensional <strong>de</strong>fine uma imagem digital. A função primordial<br />

do processamento digital das imagens é a <strong>de</strong> fornecer ferramentas para facilitar a i<strong>de</strong>ntificação<br />

e a extração das informações contidas, para posterior interpretação.<br />

2.10.1. Classificação supervisionada da imagem<br />

Para Moreira (2001), a classificação supervisionada baseia-se na utilização <strong>de</strong><br />

algoritmos cujo reconhecimento dos padrões espectrais na imagem se faz com base numa<br />

amostra <strong>de</strong> treinamento representativa da área a ser levantada, que é fornecida ao sistema <strong>de</strong><br />

classificação pelo analista. Dentre os algoritmos supervisionados os mais empregados são: a<br />

Máxima Verossimilhança (MAXVER), o Método do Paralelepípedo e a Distância Euclidiana.<br />

2.10.2. Máxima Verossimilhança - MAXVER<br />

Segundo Valesco et al. (1978), o problema da classificação <strong>de</strong> padrões é <strong>de</strong>cidir a qual<br />

classe um <strong>de</strong>terminado alvo pertence, quando na área <strong>de</strong> estudo existem várias classes <strong>de</strong><br />

ocupação do solo.<br />

O classificador MAXVER utiliza uma abordagem probabilística para classificar um<br />

<strong>de</strong>terminado pixel da imagem como pertencente a uma <strong>de</strong>terminada classe, em que o analista<br />

fornece ao sistema informações espectrais <strong>de</strong> todos os alvos contidos na área <strong>de</strong> estudo, sendo<br />

que para cada alvo é criada uma classe espectral (MOREIRA, 2001).<br />

Quando são <strong>de</strong>terminadas as classes da imagem no SPRING, por exemplo, <strong>de</strong>limitamse<br />

espectros <strong>de</strong> aceitação pixel-a-pixel, <strong>de</strong>terminando tonalida<strong>de</strong>s e conjuntos <strong>de</strong> cores que<br />

auxiliarão a <strong>de</strong>terminação da cobertura do solo em função da resposta espectral ou, o número<br />

medido pelo <strong>de</strong>tetor do pixel, correspon<strong>de</strong>nte à radiância daquele pixel, atribuindo-o a uma<br />

classe (CÂMARA; MEDEIROS, 1996).<br />

O conjunto <strong>de</strong>ssas áreas selecionadas para treinamento recebe o nome <strong>de</strong> pacote <strong>de</strong><br />

treinamento, que será a base para criar um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão, a ser utilizado durante a<br />

classificação (MOREIRA, 2001).<br />

2.11. Planejamento agroambiental<br />

O processo <strong>de</strong> expansão da fronteira agropecuária nas últimas décadas tem resultado<br />

em uma crescente fragmentação das florestas nativas <strong>de</strong> todo país. Essas ativida<strong>de</strong>s são fontes<br />

potenciais <strong>de</strong> distúrbios sobre o meio ambiente, fundamentalmente quanto às modificações <strong>de</strong><br />

elementos componentes da estrutura física dos ecossistemas e da paisagem como um todo<br />

(VALÉRIO FILHO, 1995).<br />

Segundo Carrieri & Bastos Filho (1994), a combinação produtivo-competitiva já não é<br />

mais eficiente para caracterizar um mo<strong>de</strong>rno sistema <strong>de</strong> produção agrícola. Não somente as<br />

ativida<strong>de</strong>s agropecuárias, mas, qualquer ativida<strong>de</strong> econômica produtiva que seja <strong>de</strong>senvolvida<br />

em consonância com a preservação dos recursos naturais e minimização da <strong>de</strong>gradação<br />

ambiental, passa a ser <strong>de</strong>stacada pelo mérito da sustentabilida<strong>de</strong>.<br />

Conforme Lepsch (1991), o uso a<strong>de</strong>quado da terra é o primeiro passo em direção à<br />

agricultura correta.<br />

Citar: RODRIGUES, N. d’A.; BATISTA, G. T.; TARGA, M. S. Estudo do uso e cobertura do solo e do escoamento<br />

superficial na bacia hidrográfica do Ribeirão Serragem no município <strong>de</strong> Tremembé, SP. Programa <strong>de</strong> Pós-Graduacão<br />

em <strong>Ciências</strong> Ambientais, Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Taubaté - <strong>UNITAU</strong>, Repositório Eletrônico <strong>Ciências</strong> <strong>Agrárias</strong>, Coleção Recursos<br />

Hídricos, (http://www.agro.unitau.br/dspace). p. 1 - 27, 2012.<br />

9


2.11.1. Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Preservação e Conservação Ambiental<br />

De uma forma geral, partes <strong>de</strong> uma bacia hidrográfica estão inseridas em unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

preservação e conservação ambiental.<br />

De acordo com o Código Florestal Brasileiro (Lei 4771/65), os parâmetros <strong>de</strong><br />

classificação são os seguintes:<br />

Área Natural Tombada: Área que, pelo seu valor histórico, arqueológico,<br />

turístico ou cientifico, sofre restrições <strong>de</strong> uso, para garantia <strong>de</strong> suas características, po<strong>de</strong>ndo<br />

ser instituídas em terras públicas ou privadas.<br />

Áreas <strong>de</strong> Proteção Ambiental (APA): são áreas <strong>de</strong>stinadas a proteger e<br />

conservar a qualida<strong>de</strong> ambiental e os sistemas naturais ali existentes, <strong>de</strong> acordo com a Lei nº<br />

4.771/65, visando a melhoria da qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida da população local e também a proteção<br />

dos ecossistemas regionais.<br />

Áreas <strong>de</strong> Preservação Permanente (APP): são <strong>de</strong>limitadas com base na Lei nº<br />

4.771/65 que instituiu o Código Florestal Brasileiro e as Resoluções do CONAMA nº 4//1985<br />

e nº 303/2002. Dessa forma, po<strong>de</strong>m ser mapeadas as seguintes classes:<br />

a) Margens <strong>de</strong> Rios: ao longo dos rios ou <strong>de</strong> qualquer curso d´água <strong>de</strong>s<strong>de</strong> seu nível mais<br />

alto em faixa marginal cuja largura mínima seja: 1) <strong>de</strong> 30 (trinta) metros para os<br />

cursos d´água com menos <strong>de</strong> 10 (<strong>de</strong>z) metros <strong>de</strong> largura; 2) <strong>de</strong> 50 metros (cinquenta)<br />

metros para os cursos d´água que apresentem <strong>de</strong> 10 (<strong>de</strong>z) a 50 (cinquenta) metros <strong>de</strong><br />

largura;<br />

b) Nascentes: ao redor das lagoas, lagos ou reservatórios d´água naturais ou artificiais,<br />

ainda que intermitentes e nos chamados “olho d´água”, qualquer que seja a sua<br />

situação topográfica, num raio mínimo <strong>de</strong> 50 (cinquenta) metros <strong>de</strong> largura ao redor da<br />

mesma;<br />

c) Topo <strong>de</strong> morro: montes, montanhas e serras;<br />

d) Declive superior a 45º: nas encostas ou partes <strong>de</strong>stas com equivalente a 100% (cem<br />

por cento) na linha <strong>de</strong> maior <strong>de</strong>clivida<strong>de</strong>;<br />

e) Altitu<strong>de</strong> superior a 1.800 (mil e oitocentos) metros: qualquer que seja a vegetação<br />

presente;<br />

f) Morro ou monte: elevação do terreno com cota do topo com relação à base entre 50<br />

(cinquenta) a 300 (trezentos) metros e encostas com <strong>de</strong>clivida<strong>de</strong> superior a 30%<br />

(aproximadamente 17º) na linha <strong>de</strong> maior <strong>de</strong>clivida<strong>de</strong>; o termo monte se aplica <strong>de</strong><br />

ordinário a elevação isolada na paisagem;<br />

g) Montanha: gran<strong>de</strong> elevação do terreno com cota do topo com relação à base superior a<br />

300 (trezentos) metros e frequentemente formada por agrupamentos <strong>de</strong> morros;<br />

h) Base <strong>de</strong> morro, monte ou montanha: plano horizontal <strong>de</strong>finido por planície ou<br />

superfície <strong>de</strong> lençóis d´água adjacentes ou nos relevos ondulados, pela cota <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>pressão mais baixa ao seu redor;<br />

i) Linha <strong>de</strong> cumeada: interseção dos planos das vertentes, <strong>de</strong>finindo uma linha simples<br />

ou ramificada, <strong>de</strong>terminadas pelos pontos mais altos a partir dos quais divergem os<br />

<strong>de</strong>clives das vertentes;<br />

j) Estâncias: são regiões com <strong>de</strong>terminados requisitos mínimos estabelecidos e<br />

reconhecidos como tal por lei, po<strong>de</strong>ndo-se classificar em: hidrominerais, climáticas,<br />

balneárias ou turísticas.<br />

2.11.2. Mapeamento da Vegetação Natural<br />

O <strong>Departamento</strong> Estadual <strong>de</strong> Proteção <strong>de</strong> Recursos Naturais (DPRN) é o órgão da<br />

Secretaria do Meio Ambiente do Estado <strong>de</strong> São Paulo responsável pela fiscalização e<br />

Citar: RODRIGUES, N. d’A.; BATISTA, G. T.; TARGA, M. S. Estudo do uso e cobertura do solo e do escoamento<br />

superficial na bacia hidrográfica do Ribeirão Serragem no município <strong>de</strong> Tremembé, SP. Programa <strong>de</strong> Pós-Graduacão<br />

em <strong>Ciências</strong> Ambientais, Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Taubaté - <strong>UNITAU</strong>, Repositório Eletrônico <strong>Ciências</strong> <strong>Agrárias</strong>, Coleção Recursos<br />

Hídricos, (http://www.agro.unitau.br/dspace). p. 1 - 27, 2012.<br />

10


licenciamento da exploração dos recursos naturais renováveis no Estado (SÃO PAULO,<br />

1998). Levando-se em consi<strong>de</strong>ração que a porcentagem <strong>de</strong> área coberta com vegetação nativa<br />

é um dado <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> importância para um bom planejamento, o DPRN, em sua atuação, temse<br />

buscando novas técnicas, como o uso <strong>de</strong> imagens <strong>de</strong> satélites para o mapeamento e<br />

ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> fiscalização florestal e, conseqüentemente, com a efetiva proteção da vegetação<br />

natural do Estado <strong>de</strong> São Paulo.<br />

2.11.3. Recursos Hídricos<br />

De acordo com Villela et al. (1975), uma maneira comumente usada para classificar os<br />

cursos d´água é a <strong>de</strong> tomar como base a constância do escoamento. Assim, <strong>de</strong>termina-se três<br />

tipos:<br />

a) Perenes: cursos que contém água durante todo o tempo. O lençol subterrâneo<br />

mantém uma alimentação contínua e não <strong>de</strong>sce nunca abaixo do leito do curso d´água, mesmo<br />

durante as secas mais severas.<br />

b) Intermitentes: em geral, escoam durante as estações chuvosas e secam na época<br />

<strong>de</strong> estiagem.<br />

c) Efêmeros: estes cursos d´água existem apenas durante ou imediatamente após<br />

os períodos <strong>de</strong> precipitação e só transportam escoamento superficial.<br />

O grau <strong>de</strong> ramificações e bifurcações <strong>de</strong>ntro da bacia é <strong>de</strong>nominado or<strong>de</strong>m dos rios.<br />

Utilizando um mapa <strong>de</strong>talhado no qual fossem incluídos todos os canais da bacia – quer sejam<br />

perenes, intermitentes ou efêmeros e seguindo o critério introduzido por Horton e modificado<br />

por Strahler, os rios são classificados da seguinte forma:<br />

- Primeira or<strong>de</strong>m: as correntes formadas, ou seja, os pequenos canais que não tenham<br />

tributários;<br />

- Segunda or<strong>de</strong>m: quando dois canais <strong>de</strong> primeira or<strong>de</strong>m se unem;<br />

- Terceira or<strong>de</strong>m: quando ocorre a junção <strong>de</strong> dois canais <strong>de</strong> segunda or<strong>de</strong>m e assim<br />

sucessivamente.<br />

O tempo <strong>de</strong> concentração, <strong>de</strong>finido como tempo que leva as águas dos limites da bacia<br />

para chegar à saída da mesma, está diretamente relacionado com a forma da bacia.<br />

2.11.4. Programa Estadual <strong>de</strong> Micro Bacias Hidrográficas<br />

O Programa Estadual <strong>de</strong> Micro bacias Hidrográficas (PEMH) tem como objetivo<br />

<strong>de</strong>senvolver ações e implantar tecnologias que proporcionem o <strong>de</strong>senvolvimento rural e<br />

sustentável do estado <strong>de</strong> São Paulo, aliando a produção agrícola à conservação do meio<br />

ambiente, como o aumento da renda e qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida das famílias rurais. Sendo assim, um<br />

dos principais objetivos <strong>de</strong> Programa é contribuir para a proteção dos nascentes e dos<br />

mananciais, por meio da recomposição da cobertura vegetal no Estado <strong>de</strong> São Paulo (CATI,<br />

2003).<br />

São muitas as necessida<strong>de</strong>s dos produtores rurais. O atendimento <strong>de</strong>ssas necessida<strong>de</strong>s<br />

requer ações integradas com a participação <strong>de</strong> todos: Socieda<strong>de</strong> organizada, organizações não<br />

governamentais, empresas privadas e instituições públicas municipais, estaduais e fe<strong>de</strong>rais.<br />

Essas ações <strong>de</strong>vem garantir rentabilida<strong>de</strong> aos agricultores, gerar empregos e arrecadação aos<br />

municípios, barrar a exclusão social e o êxodo rural, sempre preservando o meio ambiente. É<br />

a estratégia proposta pelo Governo do Estado <strong>de</strong> São Paulo, com o apoio do Banco Mundial,<br />

para propiciar o aumento do bem-estar das populações rurais, por meio da implantação <strong>de</strong><br />

Citar: RODRIGUES, N. d’A.; BATISTA, G. T.; TARGA, M. S. Estudo do uso e cobertura do solo e do escoamento<br />

superficial na bacia hidrográfica do Ribeirão Serragem no município <strong>de</strong> Tremembé, SP. Programa <strong>de</strong> Pós-Graduacão<br />

em <strong>Ciências</strong> Ambientais, Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Taubaté - <strong>UNITAU</strong>, Repositório Eletrônico <strong>Ciências</strong> <strong>Agrárias</strong>, Coleção Recursos<br />

Hídricos, (http://www.agro.unitau.br/dspace). p. 1 - 27, 2012.<br />

11


sistemas <strong>de</strong> produção agropecuária que garantam melhoria nos níveis <strong>de</strong> renda, mas<br />

produtivida<strong>de</strong> das unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> produção, recuperação das áreas <strong>de</strong>gradadas e preservação<br />

permanente, bem como a qualida<strong>de</strong> e quantida<strong>de</strong> das águas (CATI, 2003).<br />

Com a implantação do Programa Estadual <strong>de</strong> Micro Bacias Hidrográficas, os<br />

problemas <strong>de</strong> <strong>de</strong>gradação dos recursos naturais são analisados <strong>de</strong> forma integrada e envolvem<br />

a participação das famílias que vivem na bacia. Assim, a erosão, presente na maioria das<br />

proprieda<strong>de</strong>s agrícolas, controlada <strong>de</strong> forma conjunta, garante a conservação do solo e do seu<br />

potencial produtivo em toda a área da micro bacia. Da mesma forma, é possível evitar<br />

também que se agravem os problemas <strong>de</strong> erosão causados pelas estradas rurais e, ao mesmo<br />

tempo, reduzir os custos com sua manutenção. Os sistemas <strong>de</strong> produção implantados reduzem<br />

o uso <strong>de</strong> agrotóxicos, diminuem os riscos <strong>de</strong> poluição dos recursos naturais, contaminação <strong>de</strong><br />

alimentos e intoxicação dos agricultores e trabalhadores rurais (CATI, 2003).<br />

3. MATERIAL E MÉTODO<br />

3.1. Localização da bacia hidrográfica do Ribeirão Serragem<br />

Na região do Vale do Paraíba, o município <strong>de</strong> Tremembé-SP abrange a Bacia<br />

hidrográfica do Ribeirão Serragem. Sua área é composta em gran<strong>de</strong> extensão <strong>de</strong> topos <strong>de</strong><br />

morros e APP´s. Além disso, possui muitas nascentes à montante e gran<strong>de</strong>s áreas <strong>de</strong> várzeas<br />

propícias a rizicultura.<br />

A área <strong>de</strong> estudo se limita à área à montante, localizada acima da Fazenda Maristela,<br />

on<strong>de</strong> foi realizado um sistema <strong>de</strong> amortecimento <strong>de</strong> água e após este barramento o curso da<br />

água se esten<strong>de</strong> por meio <strong>de</strong> valetas artificiais <strong>de</strong> irrigação para as áreas <strong>de</strong> várzea até o Rio<br />

Paraíba do Sul, on<strong>de</strong> fica a sua foz.<br />

O banco <strong>de</strong> dados do Município <strong>de</strong> Tremembé foi fornecido pela Prefeitura Municipal<br />

e seus dados utilizados no presente estudo foram processados no Laboratório <strong>de</strong><br />

Geoprocessamento da <strong>UNITAU</strong> (LAGEO), utilizando ferramentas do aplicativo SPRING.<br />

Citar: RODRIGUES, N. d’A.; BATISTA, G. T.; TARGA, M. S. Estudo do uso e cobertura do solo e do escoamento<br />

superficial na bacia hidrográfica do Ribeirão Serragem no município <strong>de</strong> Tremembé, SP. Programa <strong>de</strong> Pós-Graduacão<br />

em <strong>Ciências</strong> Ambientais, Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Taubaté - <strong>UNITAU</strong>, Repositório Eletrônico <strong>Ciências</strong> <strong>Agrárias</strong>, Coleção Recursos<br />

Hídricos, (http://www.agro.unitau.br/dspace). p. 1 - 27, 2012.<br />

12


Figura 3. Localização da Bacia Hidrográfica do Ribeirão Serragem e Delimitação da Área <strong>de</strong> Estudo.<br />

Fonte: Kather (2003) e Rodrigues (2011).<br />

De acordo com o Boletim Cientifico nº 45, do Instituto Agronômico <strong>de</strong> Campinas<br />

(1999), a classificação geológica <strong>de</strong> Tremembé engloba três grupos <strong>de</strong> solos na Bacia<br />

Hidrográfica do Ribeirão Serragem.<br />

De Oliveira et al. (1999) caracterizam os terrenos mais elevados como solo CX19<br />

composto pó um CAMBISSOLO HÁPLICO Distrófico (LAd), associação com<br />

Citar: RODRIGUES, N. d’A.; BATISTA, G. T.; TARGA, M. S. Estudo do uso e cobertura do solo e do escoamento<br />

superficial na bacia hidrográfica do Ribeirão Serragem no município <strong>de</strong> Tremembé, SP. Programa <strong>de</strong> Pós-Graduacão<br />

em <strong>Ciências</strong> Ambientais, Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Taubaté - <strong>UNITAU</strong>, Repositório Eletrônico <strong>Ciências</strong> <strong>Agrárias</strong>, Coleção Recursos<br />

Hídricos, (http://www.agro.unitau.br/dspace). p. 1 - 27, 2012.<br />

13


LATOSSOLO VERMELHO AMARELO Distrófico (PVAd). Na parte central ocorre o solo<br />

LA6 composto por LATOSSOLO AMARELO Distrófico, associação com LATOSSOLO<br />

VERMELHO AMARELO Distrófico (LVAd), e nas partes baixas ou nas áreas <strong>de</strong> várzea<br />

ocorre o solo GM composto por GLEISSOLO MELÂNICO Distrófico, com características <strong>de</strong><br />

solos com baixa saturação <strong>de</strong> bases (V


Estas duas variáveis estão relacionadas com as variações topográficas da bacia e foram<br />

apresentadas inicialmente por Schumm (1956). A amplitu<strong>de</strong> altimétrica máxima correspon<strong>de</strong><br />

à diferença, em metros, entre a altitu<strong>de</strong> do exultório e o ponto mais alto no divisor <strong>de</strong> águas. A<br />

relação <strong>de</strong> relevo relaciona a amplitu<strong>de</strong> altimétrica com o maior comprimento, indicando que<br />

quanto mais elevado o seu valor, maior o <strong>de</strong>snível entre a cabeceira e foz. Os estudos<br />

efetuados por Patton & Baker (1976) em bacias com altos e baixos potenciais às inundações<br />

indicaram a relação <strong>de</strong> relevo calculado pela Equação 2, <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong> drenagem e or<strong>de</strong>m dos<br />

canais como as três variáveis morfométricas mais influentes na indicação <strong>de</strong> bacias com alto<br />

potencial à inundação.<br />

Hm<br />

Rr [Eq.2]<br />

L<br />

e) Índice <strong>de</strong> sinuosida<strong>de</strong> (Si)<br />

Segundo Villela e Mattos (1980) este índice, que <strong>de</strong>screve o grau <strong>de</strong> sinuosida<strong>de</strong> ou<br />

divagação dos cursos d’água, constitui um fator controlador da velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> escoamento das<br />

águas. Correspon<strong>de</strong> à razão entre o comprimento do rio principal da bacia (Lrio) e o seu<br />

comprimento vetorial (Lvet) e po<strong>de</strong> ser calculado pela Equação 3.<br />

Lrio<br />

Si [Eq.3]<br />

Lvet<br />

f) Densida<strong>de</strong> <strong>de</strong> drenagem (Dd)<br />

Foi <strong>de</strong>scrita por Horton (1945) como sendo a relação entre o comprimento total dos<br />

canais (Lt) pela área da bacia hidrográfica (A). A variável retrata a disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> canais<br />

para o escoamento linear das águas e o grau <strong>de</strong> dissecação do relevo resultante da atuação da<br />

re<strong>de</strong> <strong>de</strong> drenagem. A Equação 4 permite o cálculo da <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong> drenagem.<br />

Lt<br />

Dd [Eq.4]<br />

A<br />

g) Or<strong>de</strong>m da Bacia<br />

A or<strong>de</strong>m da bacia foi <strong>de</strong>terminada utilizando-se a metodologia <strong>de</strong>scrita por Strahler<br />

(1957), on<strong>de</strong> os canais sem tributários são <strong>de</strong>nominados <strong>de</strong> primeira or<strong>de</strong>m, os canais <strong>de</strong><br />

segunda or<strong>de</strong>m são originados na confluência dos canais <strong>de</strong> primeira or<strong>de</strong>m e só recebem<br />

canais <strong>de</strong> primeira or<strong>de</strong>m, os canais <strong>de</strong> terceira or<strong>de</strong>m surgem em confluência <strong>de</strong> dois canais<br />

<strong>de</strong> segunda or<strong>de</strong>m e po<strong>de</strong>m receber afluentes <strong>de</strong> primeira e segunda or<strong>de</strong>m, os canais <strong>de</strong><br />

quarta or<strong>de</strong>m são originados da confluência <strong>de</strong> dois canais <strong>de</strong> terceira or<strong>de</strong>m, canais <strong>de</strong> quarta<br />

or<strong>de</strong>m po<strong>de</strong>m receber tributários <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m inferiores, assim sucessivamente.<br />

3.4. Escoamento superficial<br />

Para a <strong>de</strong>terminação do escoamento superficial utilizou-se o Método Curva-Número<br />

(CN), consi<strong>de</strong>rando-se os valores <strong>de</strong> uso e ocupação do solo para os anos 2003 e 2010. Este<br />

método é um dos mais utilizados para as estimativas do escoamento superficial em bacias<br />

hidrográficas. O método CN <strong>de</strong> acordo com o NRCS (2010) é baseado nas Equações 5 e 6.<br />

2<br />

( P 0,<br />

2S)<br />

Pe [Eq.5]<br />

( P 0,<br />

8S)<br />

Citar: RODRIGUES, N. d’A.; BATISTA, G. T.; TARGA, M. S. Estudo do uso e cobertura do solo e do escoamento<br />

superficial na bacia hidrográfica do Ribeirão Serragem no município <strong>de</strong> Tremembé, SP. Programa <strong>de</strong> Pós-Graduacão<br />

em <strong>Ciências</strong> Ambientais, Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Taubaté - <strong>UNITAU</strong>, Repositório Eletrônico <strong>Ciências</strong> <strong>Agrárias</strong>, Coleção Recursos<br />

Hídricos, (http://www.agro.unitau.br/dspace). p. 1 - 27, 2012.<br />

15


25400<br />

S 254<br />

[Eq.6]<br />

CN<br />

em que:<br />

Pe: Precipitação efetiva que gera o escoamento superficial (mm);<br />

P: Precipitação Máxima em dado Período <strong>de</strong> Retorno (mm);<br />

S: Infiltração Potencial (mm)<br />

CN: Número da Curva, valor adimensional que é função do uso e ocupação e das<br />

características do solo.<br />

O valor do CN <strong>de</strong>ve ser pon<strong>de</strong>rado em função dos diferentes usos e ocupação<br />

(cobertura) do solo pela seguinte equação (Targa, 2011):<br />

CNc<br />

Ac<br />

CNpond<br />

Area<br />

(<br />

( ))<br />

<br />

em que:<br />

t<br />

[Eq.7]<br />

CNpond= Valor do Número da Curva pon<strong>de</strong>rado, adimensional.<br />

CNc = Valor do número da curva <strong>de</strong> cada classe <strong>de</strong> uso e cobertura do solo da bacia,<br />

adimensional.<br />

Ac = Área <strong>de</strong> cada classe <strong>de</strong> uso e cobertura do solo da bacia em ha.<br />

At = Área total da bacia, em ha.<br />

O tempo <strong>de</strong> concentração em minutos correspon<strong>de</strong> ao tempo necessário para a água ir<br />

do ponto mais distante até ao exutório da bacia. Sua estimativa foi baseada na velocida<strong>de</strong><br />

média do escoamento superficial que é a função do espaço a ser percorrido e da <strong>de</strong>clivida<strong>de</strong><br />

equivalente, sendo calculado pela equação <strong>de</strong> Kirpich, <strong>de</strong>scrita conforme Tucci (2000) na<br />

Equação 8.<br />

2<br />

57* <br />

L <br />

<br />

<br />

S <br />

0,<br />

385<br />

Tc [Eq.8]<br />

em que:<br />

Tc = Tempo <strong>de</strong> Concentração em minutos.<br />

S = Declivida<strong>de</strong> equivalente (m/Km)<br />

L = Comprimento do Talvegue (Km)<br />

Dado à proximida<strong>de</strong>, os dados <strong>de</strong> chuvas máximas foram selecionados do estudo <strong>de</strong><br />

chuvas máximas <strong>de</strong> Martines Junior e Magni (1999) para o posto meteorológico <strong>de</strong> Taubaté<br />

cujas características são apresentadas na Tabela1. Na <strong>de</strong>finição dos valores <strong>de</strong> chuvas<br />

Citar: RODRIGUES, N. d’A.; BATISTA, G. T.; TARGA, M. S. Estudo do uso e cobertura do solo e do escoamento<br />

superficial na bacia hidrográfica do Ribeirão Serragem no município <strong>de</strong> Tremembé, SP. Programa <strong>de</strong> Pós-Graduacão<br />

em <strong>Ciências</strong> Ambientais, Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Taubaté - <strong>UNITAU</strong>, Repositório Eletrônico <strong>Ciências</strong> <strong>Agrárias</strong>, Coleção Recursos<br />

Hídricos, (http://www.agro.unitau.br/dspace). p. 1 - 27, 2012.<br />

16


máximas para os Tempos <strong>de</strong> Retorno <strong>de</strong> 2, 5, 10, 15, 20, 25, 50, 100 e 200 anos foi<br />

consi<strong>de</strong>rada a duração da chuva igual ao Tempo <strong>de</strong> concentração da bacia.<br />

Tabela 1. Característica do posto meteorológico INMET/<strong>UNITAU</strong><br />

Estação Taubaté – E2-022R<br />

Latitu<strong>de</strong> 23°02’S<br />

Longitu<strong>de</strong> 45°34’W<br />

Altitu<strong>de</strong> 610 m<br />

Período <strong>de</strong> dados utilizados 1964-65; 1969-88; 1990-97 (30 anos)<br />

Foram calculadas as hidrógrafas para cada pulso <strong>de</strong> escoamento produzido<br />

em cada intervalo <strong>de</strong> tempo unitário; a taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>scarga (qt) é calculada como qt =<br />

qt/qp).qp, conforme metodologia do SCS <strong>de</strong>scrita em Targa, 2011. Cada hidrógrafa<br />

é colacada na escala <strong>de</strong> tempo notando que a <strong>de</strong>scarga pico (qp) ocorre Tp horas<br />

<strong>de</strong>pois do começo da chuva (começo do intervalo <strong>de</strong> tempo). A <strong>de</strong>scarga pico da<br />

hidrógrafa da chuva máxima da área (q) é consi<strong>de</strong>rada como o coeficiente <strong>de</strong><br />

drenagem.<br />

3.5. Uso do solo<br />

Foi realizado um levantamento ambiental da Bacia em que foram i<strong>de</strong>ntificadas as<br />

principais unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> uso e ocupação do solo.<br />

O método utilizado na classificação das imagens foi a supervisionada, baseada na<br />

Máxima Verossimilhança, ou MAXVER por meio da fusão das bandas 3, 4 e 5.<br />

Com a fusão das bandas, a composição colorida R5-G4-B3 foi a que melhor<br />

representou a diferenciação dos objetos para uma interpretação mais precisa no momento da<br />

classificação da área <strong>de</strong> estudo.<br />

O primeiro procedimento na classificação da imagem constituu a i<strong>de</strong>ntificação visual<br />

dos diferentes tons e cores dos pixels que representam a reflectâncias do solo e sua cobertura,<br />

interpretados pelas características espectrais básicas, das diversas classes <strong>de</strong> uso do solo<br />

conforme Wilkinson (1991).<br />

Foram estabelecidas as classes a serem utilizadas e, por último, foi realizada a análise<br />

das imagens com o auxílio do aplicativo SPRING para elaboração do mapa temático <strong>de</strong> uso e<br />

cobertura do solo da bacia.<br />

As classes foram <strong>de</strong>terminadas <strong>de</strong> acordo com os objetivos do estudo, i. e. i<strong>de</strong>ntificada<br />

as coberturas que possuem diferentes coeficientes <strong>de</strong> escoamento. Sendo assim, cinco classes<br />

foram criadas, sendo elas: pastagem, solo exposto, culturas anuais, florestas e corpos d’água.<br />

4. RESULTADOS E DISCUSÃO<br />

O trabalho abrangeu toda área a montante da barragem Maristela na Bacia do Ribeirão<br />

Serragem no município <strong>de</strong> Tremembé, SP e após o tratamento das imagens <strong>de</strong> satélite e seus<br />

processamentos foi possível a obtenção <strong>de</strong> mapas temáticos e cálculos <strong>de</strong> parâmetros<br />

importantes para a manutenção da área.<br />

Citar: RODRIGUES, N. d’A.; BATISTA, G. T.; TARGA, M. S. Estudo do uso e cobertura do solo e do escoamento<br />

superficial na bacia hidrográfica do Ribeirão Serragem no município <strong>de</strong> Tremembé, SP. Programa <strong>de</strong> Pós-Graduacão<br />

em <strong>Ciências</strong> Ambientais, Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Taubaté - <strong>UNITAU</strong>, Repositório Eletrônico <strong>Ciências</strong> <strong>Agrárias</strong>, Coleção Recursos<br />

Hídricos, (http://www.agro.unitau.br/dspace). p. 1 - 27, 2012.<br />

17


4.1. Delimitação da área<br />

A partir da digitalização da Carta <strong>de</strong> Tremembé (IGC, 1:10.000), contendo curvas <strong>de</strong><br />

nível a cada 5 m <strong>de</strong> altitu<strong>de</strong> e a re<strong>de</strong> <strong>de</strong> drenagem, foram <strong>de</strong>marcados no SPRING os limites<br />

<strong>de</strong> bacia do ribeirão Serragem.<br />

Figura 4. Curvas <strong>de</strong> nível obtidas na Carta <strong>de</strong> Tremembé (IGC, 1: 10.000)<br />

digitalizadas e integradas no software SPRING.<br />

Fonte: Rodrigues (2011).<br />

Figura 5. Mapa da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> drenagem <strong>de</strong>marcada na base <strong>de</strong> dados utilizando o<br />

aplicativo SPRING.<br />

Fonte: Rodrigues (2011).<br />

A área total da bacia é <strong>de</strong> 52,2 km² e o curso total do Ribeirão Serragem é <strong>de</strong> 21 km.<br />

Mas a área <strong>de</strong> estudo se limita a 39,66 km² e o curso do Ribeirão analisado é <strong>de</strong> 9,13 km, <strong>de</strong><br />

Citar: RODRIGUES, N. d’A.; BATISTA, G. T.; TARGA, M. S. Estudo do uso e cobertura do solo e do escoamento<br />

superficial na bacia hidrográfica do Ribeirão Serragem no município <strong>de</strong> Tremembé, SP. Programa <strong>de</strong> Pós-Graduacão<br />

em <strong>Ciências</strong> Ambientais, Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Taubaté - <strong>UNITAU</strong>, Repositório Eletrônico <strong>Ciências</strong> <strong>Agrárias</strong>, Coleção Recursos<br />

Hídricos, (http://www.agro.unitau.br/dspace). p. 1 - 27, 2012.<br />

18


acordo com as coor<strong>de</strong>nadas W 45º42’10” e S 22º 56’ 49” e , W 45º 36’ 43” e S 22º 55’ 54”,<br />

tendo como ponto <strong>de</strong> controle a barragem da Fazenda Maristela.<br />

Figura 6. Carta Imagem, processada no aplicativo SPRING, com base em um mosaico <strong>de</strong><br />

fotografias aéreas ortorretificadas, i<strong>de</strong>ntificando área <strong>de</strong> estudo.<br />

Fonte: Rodrigues (2011).<br />

4.2. Caracterização física<br />

Com o uso do aplicativo SPRING, também foi possível o cálculo dos parâmetros<br />

fisiográficos da Bacia do Ribeirão Serragem, os quais são apresentados na Tabela 2.<br />

A Tabela 2 mostra que a Bacia do Ribeirão Serragem apresenta um índice <strong>de</strong><br />

sinuosida<strong>de</strong> (Si = 1,04), o qual está relacionado com a presença <strong>de</strong> canais retilíneos,<br />

característico <strong>de</strong> escoamentos em bacias aci<strong>de</strong>ntadas representado por um alto valor da<br />

amplitu<strong>de</strong> altimétrica (Hm = 396m) e pela Relação <strong>de</strong> relevo (Rr = 42,04 m/km). Esses<br />

resultados indicam que há uma predominância do escoamento rápido da água na bacia, o que<br />

po<strong>de</strong> contribuir para os processos erosivos.<br />

Tabela 2.Variáveis morfométricas para caracterização física da Bacia do Ribeirão Serragem.<br />

Parâmetros Valor do<br />

Índice<br />

Unida<strong>de</strong><br />

Área 39,66 Km 2<br />

Maior Comprimento 9,42 Km<br />

Largura media 4,21 Km<br />

Circularida<strong>de</strong> 0,51<br />

Amplitu<strong>de</strong> altimétrica máxima 396 M<br />

Relação <strong>de</strong> relevo 42,04 m/km<br />

Sinuosida<strong>de</strong> 1,04 m/m<br />

Densida<strong>de</strong> <strong>de</strong> drenagem 3,30 Km/Km²<br />

Perímetro 31,15 Km<br />

Segundo a classificação proposta por Beltrame (1994), a Bacia do ribeirão Serragem<br />

apresenta um valor alto <strong>de</strong> <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong> drenagem (Dd=3,30), que associados a Amplitu<strong>de</strong><br />

Citar: RODRIGUES, N. d’A.; BATISTA, G. T.; TARGA, M. S. Estudo do uso e cobertura do solo e do escoamento<br />

superficial na bacia hidrográfica do Ribeirão Serragem no município <strong>de</strong> Tremembé, SP. Programa <strong>de</strong> Pós-Graduacão<br />

em <strong>Ciências</strong> Ambientais, Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Taubaté - <strong>UNITAU</strong>, Repositório Eletrônico <strong>Ciências</strong> <strong>Agrárias</strong>, Coleção Recursos<br />

Hídricos, (http://www.agro.unitau.br/dspace). p. 1 - 27, 2012.<br />

19


altimétrica e relação <strong>de</strong> relevo elevada, contribui para as respostas <strong>de</strong> escoamento rápido ás<br />

chuvas <strong>de</strong> maior intensida<strong>de</strong> e para diminuir o tempo <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> infiltração da água.<br />

Embora ocorra esse escoamento, o baixo valor do índice <strong>de</strong> Circularida<strong>de</strong> (Ic= 0,51), indica<br />

ser esta, uma bacia pouco sujeita a enchentes (VILLELA e MATTOS, 1980).<br />

4.3. Escoamento superficial e uso do solo<br />

Como resultado do tratamento da imagem da área <strong>de</strong> estudo (Figura 6) e com as<br />

ferramentas do SPRING, obteve-se o mapa <strong>de</strong> uso do solo da área (Figura 7).<br />

Figura 7. Mapa <strong>de</strong> uso do solo obtido pela classificação MAXVER realizado no SPRING.<br />

Fonte: Rodrigues (2011).<br />

O mapa <strong>de</strong> uso do solo (Figura 7) foi obtido através do processo <strong>de</strong> classificação<br />

utilizando técnicas <strong>de</strong> Sensoriamento Remoto no aplicativo SPRING, compreen<strong>de</strong>ndo o<br />

processamento digital <strong>de</strong> imagens, pelo método <strong>de</strong> classificação supervisionada, MAXVER, e<br />

<strong>de</strong>ssa forma, foram obtidas os tamanhos (em há) das classes <strong>de</strong> uso do solo da Tabela 3.<br />

As classes <strong>de</strong> uso do solo foram agrupadas <strong>de</strong> acordo com a proximida<strong>de</strong> dos valores <strong>de</strong><br />

CN utilizados para o cálculo <strong>de</strong> escoamento superficial.<br />

Tabela 3. Medida das classes <strong>de</strong> Uso do Solo agrupadas em função dos valores <strong>de</strong> CN.<br />

Classe <strong>de</strong> Uso do Solo Área ocupada (ha) Área ocupada (%) CN<br />

Florestas 2422,54 61,08 55<br />

Culturas Anuais 522,61 13,18 81<br />

Solo Exposto 155,71 3,93 88<br />

Corpos d´Água 17,78 0,45 90<br />

Pastagem 847,84 21,38 76<br />

O escoamento superficial é influenciado ainda pelas características hidráulicas dos solos<br />

e das rochas, da cobertura vegetal e das estruturas biológicas, assim como pela forma da bacia<br />

<strong>de</strong> drenagem, <strong>de</strong>clivida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sua superfície e teor <strong>de</strong> umida<strong>de</strong> dos seus terrenos (JORGE e<br />

Citar: RODRIGUES, N. d’A.; BATISTA, G. T.; TARGA, M. S. Estudo do uso e cobertura do solo e do escoamento<br />

superficial na bacia hidrográfica do Ribeirão Serragem no município <strong>de</strong> Tremembé, SP. Programa <strong>de</strong> Pós-Graduacão<br />

em <strong>Ciências</strong> Ambientais, Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Taubaté - <strong>UNITAU</strong>, Repositório Eletrônico <strong>Ciências</strong> <strong>Agrárias</strong>, Coleção Recursos<br />

Hídricos, (http://www.agro.unitau.br/dspace). p. 1 - 27, 2012.<br />

20


UEHARA, 1998). Com os dados <strong>de</strong> chuva máxima <strong>de</strong> Martinez Junior e Magni (1999) e por<br />

meio das Equações 5, 6 7 e 8 estimou-se os escoamentos máximos na bacia.<br />

A Tabela 4 mostra os dados do escoamento superficial para área <strong>de</strong> estudo.<br />

Tabela 4. Escoamento Superficial da Bacia do Ribeirão Serragem, para chuvas<br />

máximas com Tempo <strong>de</strong> duração <strong>de</strong> 73minutos e Infiltração potencial S <strong>de</strong> 141mm.<br />

Tempo <strong>de</strong> Chuva Precipitação<br />

Retorno máxima Efetiva<br />

(Anos) (mm) (mm)<br />

2 43 1,4<br />

5 55,7 4,5<br />

10 64,2 7,4<br />

15 68,9 9,2<br />

20 72,2 10,56<br />

25 74,9 11,7<br />

50 82,8 15,3<br />

100 90,7 19,2<br />

200 98,5 23,5<br />

Figura 8. Estimativa do Escoamento Superficial em relação à precipitação máxima que ocorre na bacia.<br />

A partir do Escoamento Superficial calculado e <strong>de</strong>scrito na Tabela 4, foi possível a<br />

obtenção da hidrógrafa <strong>de</strong> cada pulso <strong>de</strong> escoamento superficial apresentada nas Tabelas 5, 6<br />

e 7 e Figuras 9 e 10.<br />

Tabela 5. Dados da relação t/Tp e qt/qp da hidrógrafa unitária adimensional do SCS-USA<br />

utilizadas para construção das hidrografas do ribeirão Serragem.<br />

t/Tp 0,00 0,25 0,50 0,75 1,00 1,25 1,75 2,00 2,25 2,50 2,75 3,25 3,50 3,75 4,00 4,25 4,50 5,00<br />

qt/qp 0,00 0,12 0,43 0,83 1,00 0,66 0,45 0,32 0,22 0,15 0,11 0,05 0,04 0,03 0,02 0,01 0,01 0,00<br />

Citar: RODRIGUES, N. d’A.; BATISTA, G. T.; TARGA, M. S. Estudo do uso e cobertura do solo e do escoamento<br />

superficial na bacia hidrográfica do Ribeirão Serragem no município <strong>de</strong> Tremembé, SP. Programa <strong>de</strong> Pós-Graduacão<br />

em <strong>Ciências</strong> Ambientais, Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Taubaté - <strong>UNITAU</strong>, Repositório Eletrônico <strong>Ciências</strong> <strong>Agrárias</strong>, Coleção Recursos<br />

Hídricos, (http://www.agro.unitau.br/dspace). p. 1 - 27, 2012.<br />

21


Figura 9. Gráfico <strong>de</strong>monstrativo da hidrógrafa unitária adimensional do SCS-USA<br />

utilizadas para construção das hidrografas do ribeirão Serragem.<br />

A hidrógrafa correspon<strong>de</strong>nte a cada intervalo <strong>de</strong> Precipitação efetiva <strong>de</strong> interesse foi<br />

calculada conforme metodologia <strong>de</strong>scrita em Targa, (2011). Por meio da hidrógrafa unitária<br />

<strong>de</strong> 1 mm <strong>de</strong> escoamento superficial da bacia do ribeirão serragem, po<strong>de</strong>-se estimar as<br />

hidrógrafas dimensionais (m³/s) provenientes <strong>de</strong> pulsos <strong>de</strong> escoamento superficial <strong>de</strong> 10 e 20<br />

mm.<br />

Para tanto foram utilizados os parâmetros da bacia <strong>de</strong>scritos na Tabela 6 calculados<br />

segundo os procedimentos <strong>de</strong>scritos em Targa (2011).<br />

Tabela 6. Características físicas da bacia do ribeirão serragem necessárias para<br />

aplicação da metodologia do hidrograma unitário.<br />

Comprimento do curso d’água principal - L (Km) 9,42<br />

Área da bacia (Km²) 3,9<br />

Declivida<strong>de</strong> do curso d’água principal - I (m/km) 42,04<br />

Tempo <strong>de</strong> concentração da bacia - Tc (h) 1,23<br />

Tempo <strong>de</strong> retardo da bacia - tp (h) 0,89<br />

Tempo <strong>de</strong> elevação do pico - Tp (h) 1,52<br />

Vazão <strong>de</strong> pico - qp (m 3 /s) 0,53<br />

Tempo <strong>de</strong> base - Tb (h) 2,37<br />

Tabela 7. Hidrógrafas <strong>de</strong> 10 e 20 mm <strong>de</strong> escoamento superficial a partir da hidrógrafa unitária <strong>de</strong> 1 mm.<br />

T (h) 0,00 0,38 0,76 1,14 1,52 1,90 2,66 3,04 3,42 3,80 4,18 4,94 5,32 5,70 6,08 6,46 6,84 7,60<br />

qt (m³/s) 1 mm 0,00 0,06 0,23 0,44 0,53 0,35 0,24 0,17 0,12 0,08 0,06 0,03 0,02 0,01 0,01 0,01 0,00 0,00<br />

qt (m³/s) 10 mm 0,00 0,64 2,29 4,43 5,34 3,52 2,40 1,71 1,17 0,80 0,56 0,28 0,19 0,14 0,10 0,06 0,05 0,02<br />

qt (m³/s) 20 mm 0,00 1,28 4,59 8,86 10,67 7,04 4,80 3,42 2,35 1,60 1,12 0,57 0,38 0,28 0,19 0,13 0,10 0,04<br />

Figura 10. Gráfico <strong>de</strong>monstrativo da hidrógrafa <strong>de</strong> 10 e 20 mm calculada a partir da hidrógrafa unitária <strong>de</strong> 1 mm.<br />

Citar: RODRIGUES, N. d’A.; BATISTA, G. T.; TARGA, M. S. Estudo do uso e cobertura do solo e do escoamento<br />

superficial na bacia hidrográfica do Ribeirão Serragem no município <strong>de</strong> Tremembé, SP. Programa <strong>de</strong> Pós-Graduacão<br />

em <strong>Ciências</strong> Ambientais, Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Taubaté - <strong>UNITAU</strong>, Repositório Eletrônico <strong>Ciências</strong> <strong>Agrárias</strong>, Coleção Recursos<br />

Hídricos, (http://www.agro.unitau.br/dspace). p. 1 - 27, 2012.<br />

22


Por meio da Figura 10 e Tabelas 4 e 7 observa-se que com a geração <strong>de</strong> uma Precipitação<br />

Efetiva unitária que ocorreria uma vez a cada dois anos a vazão do Ribeirão serragem<br />

atingiria um pico máximo <strong>de</strong> vazão da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 0,53 m³/s e com uma Precipitação efetiva <strong>de</strong><br />

10mm que ocorreria uma vez a cada 20 anos atingira uma vazão máxima <strong>de</strong> 5,34 m³/s. Por<br />

outro lado essa vazão apenas dobra atingindo 10,6 m³/s coma ocorrência a cada 200 anos <strong>de</strong><br />

uma Precipitação efetiva da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 20 mm. Esses resultados refletem a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

amortecimento das cheias pela cobertura vegetal da bacia.<br />

4.4. Uso <strong>de</strong> solo nas áreas <strong>de</strong> APP<br />

Foi realizada a tabulação cruzada das áreas <strong>de</strong> APP com o Uso do Solo e obteve-se o<br />

resultado apresentado na Tabela 7.<br />

o<br />

Figura 11. Mapa das áreas <strong>de</strong> APP da área <strong>de</strong> estudo.<br />

Fonte: Rodrigues, 2011<br />

Tabela 8. Tabulação Cruzada entre áreas <strong>de</strong> APP e o Uso <strong>de</strong> Solo da Bacia do Ribeirão Serragem.<br />

Classe <strong>de</strong> Uso do Solo<br />

Margem dos rios<br />

(ha)<br />

Área <strong>de</strong> Encosta<br />

(ha)<br />

Topos <strong>de</strong> Morro<br />

(ha)<br />

Florestas 497,54 70,73 1155,94<br />

Culturas Anuais 93,84 8,74 185,46<br />

Solo Exposto 23,24 4,59 88,76<br />

Corpos d’água 15,52 0,0 0,06<br />

Pastagem 176,78 1,28 183,45<br />

Os resultados da tabulação cruzada (Tabela 8) mostram que a Bacia do Ribeirão<br />

Serragem apresenta um bom estado <strong>de</strong> conservação, levando em consi<strong>de</strong>ração que ocorre o<br />

predomínio <strong>de</strong> florestas em todas as classes <strong>de</strong> APP com maior predomínio <strong>de</strong>sta em área <strong>de</strong><br />

Topo <strong>de</strong> Morro. Entretanto, há que se ficar alerta com a ocupação futura da bacia, pois nesse<br />

tipo <strong>de</strong> APP encontram-se 11% <strong>de</strong> áreas cobertas por pastagens e também por culturas anuais.<br />

Na APPs <strong>de</strong> margem <strong>de</strong> rios embora também ocorra predomínio da classe Floresta, as áreas<br />

da classe Culturas Anuais e Pastagem respectivamente correspon<strong>de</strong>m a 11 e 22%. Outro<br />

Citar: RODRIGUES, N. d’A.; BATISTA, G. T.; TARGA, M. S. Estudo do uso e cobertura do solo e do escoamento<br />

superficial na bacia hidrográfica do Ribeirão Serragem no município <strong>de</strong> Tremembé, SP. Programa <strong>de</strong> Pós-Graduacão<br />

em <strong>Ciências</strong> Ambientais, Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Taubaté - <strong>UNITAU</strong>, Repositório Eletrônico <strong>Ciências</strong> <strong>Agrárias</strong>, Coleção Recursos<br />

Hídricos, (http://www.agro.unitau.br/dspace). p. 1 - 27, 2012.<br />

23


ponto importante é que somadas as áreas das APPs, encontram-se quase 13,5% <strong>de</strong> Solo<br />

Exposto. Dessa forma, há que se preocupar com o futuro <strong>de</strong>ssa bacia, principalmente quando<br />

se observa o avanço da especulação imobiliária no entorno, pois <strong>de</strong> acordo com o Código<br />

Florestal (Lei 4771/65), as áreas da margem dos rios e topos <strong>de</strong> morro <strong>de</strong>vem ser bem<br />

preservadas para que seja mantida a sustentabilida<strong>de</strong> da bacia.<br />

5. CONCLUSÕES<br />

O uso <strong>de</strong> ferramentas <strong>de</strong> geoprocessamento propiciou melhor aprofundamento do<br />

estudo da área, tanto com relação ao seu uso e ocupação, quanto a sua caracterização física e<br />

cálculo do escoamento superficial.<br />

A Bacia do Ribeirão Serragem é pouco sujeita a enchentes. Por estar sujeita a um<br />

escoamento superficial rápido das águas <strong>de</strong> chuva, ela é sensível a processos erosivos.<br />

As áreas <strong>de</strong> APP – Margem dos rios precisam <strong>de</strong> uma atenção especial, para que<br />

pastagens não ocupem essas áreas que são fundamentais para a preservação da bacia.<br />

As áreas <strong>de</strong> topo <strong>de</strong> morro precisam ser manejadas para diminuir a porcentagem <strong>de</strong><br />

culturas anuais presente.<br />

Mas <strong>de</strong> forma geral a bacia é bem conservada <strong>de</strong>vido a maior porcentagem <strong>de</strong> uso <strong>de</strong><br />

solo ser as áreas <strong>de</strong> florestas, favorecendo assim o amortecimento das vazões <strong>de</strong> cheia e com<br />

isso garantindo sua sustentabilida<strong>de</strong>.<br />

6. REFERÊNCIAS<br />

ARRUDA, M.B, - Ecologia e Antropismo na área do município <strong>de</strong> São Raimundo Nonato e<br />

Parque Nacional da Serra da Capivara, no estado do Piauí. Dissertação <strong>de</strong> Mestrado,<br />

Unb, Brasília 1993.<br />

BARRETO-NETO, A. A. Souza Filho, C.R. Mo<strong>de</strong>lagem dinâmica <strong>de</strong> escoamento superficial. In:<br />

Simpósio Brasileiro <strong>de</strong> Sensoriamento Remoto (SBSR), 11., 2003. Minas Gerais. Anais... Sao<br />

Jose dos Campos: INPE, 2003. Artigos, p. 2427 - 2434. CD-ROM, On-line. ISBN 85-17-<br />

00018-8. Disponível em: Acesso em: 02 setembro. 2007. Belo Horizonte XI SBSR, Brasil, 05 - 10 abril<br />

2003, INPE.<br />

BELTRAME, A. V. Diagnóstico do meio ambiente físico <strong>de</strong> bacias hidrográficas: mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong><br />

aplicação. Florianópolis: Ed. da UFSC, 1994. 112 p.<br />

BRITO, F. A. Democratização e Gestão Ambiental em busca do <strong>de</strong>senvolvimento sustentável.<br />

Petrópolis, 1999. 332p.<br />

CAMARA NETO, G.; CASANOVA, M. A.; HEMERLY, A. S.; MAGALHÃES, G. C.;<br />

MEDEIROS, C. M. B. Anatomia <strong>de</strong> sistemas <strong>de</strong> informação geográfica. IV Escola <strong>de</strong><br />

computação Campinas: UNICAMP, 1996. 193p.<br />

CAMARA. G. E; MEDEIROS, C. M. B – Anatomia <strong>de</strong> sistemas <strong>de</strong> informação geográfica. IV<br />

Escola <strong>de</strong> computação Campinas: Unicamp, 1996. 193p.<br />

CARRIERI, A. P.; BASTOS FILHO, G. S. Diagnóstico e <strong>de</strong>scrição dos sistemas <strong>de</strong> produção<br />

da microbacia do Espraiado, Ribeirão Preto. Informações Econômicas, SP, v. 24,nº11,<br />

Nov.1994.<br />

Citar: RODRIGUES, N. d’A.; BATISTA, G. T.; TARGA, M. S. Estudo do uso e cobertura do solo e do escoamento<br />

superficial na bacia hidrográfica do Ribeirão Serragem no município <strong>de</strong> Tremembé, SP. Programa <strong>de</strong> Pós-Graduacão<br />

em <strong>Ciências</strong> Ambientais, Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Taubaté - <strong>UNITAU</strong>, Repositório Eletrônico <strong>Ciências</strong> <strong>Agrárias</strong>, Coleção Recursos<br />

Hídricos, (http://www.agro.unitau.br/dspace). p. 1 - 27, 2012.<br />

24


CATI - Coor<strong>de</strong>nadoria <strong>de</strong> Assistência Técnica Integral. (on line) http://www.cati,sp.gov.br<br />

CHRISTOFOLETTI, A. Análise morfométrica das bacias hidrográficas. Notícias<br />

Geomorfológicas, v. 9, n. 18, p. 19-34, 1969.<br />

DATE, C. J. An Introduction to Database Sytems. 4ª .ed. USA: Addison-Wesley Publishing<br />

Company Inc. 1991. 437p.<br />

DE OLIVEIRA, J. B. Solos do Estado <strong>de</strong> São Paulo: Descrição das classes registradas no mapa<br />

pedológico. Instituto Agronômico (IAC). Campinas, 1999, 108p.<br />

DE OLIVEIRA, J. B; CAMARGO, M. N.; ROSSI, M.; CALDERANO, F. B. Mapa Pedológico<br />

do Estado <strong>de</strong> São Paulo. Legenda expandida. Instituto Agronômico <strong>de</strong> Campinas (IAC) e<br />

EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA (EMBRAPA). Campinas,<br />

1999, 63p.<br />

GRIZOLIA, J. A. Projeto <strong>de</strong> Manejo da Bacia Hidrográfica do Ribeirão das Antas Contribuição a<br />

Estudos Hidrológicos, Boletim Técnico. 4 Composto e impresso no setor <strong>de</strong> divulgação do<br />

DAEE - Serviço do Vale do Paraíba, Taubaté - SP, 1970. 28p.<br />

HERNANDEZ, F. B. T.; LEMOS FILHO, M. A. F.; BUZETTI, S. Cinturão ver<strong>de</strong>: projeto<br />

piloto <strong>de</strong> agricultura irrigada em ilha Solteira - Reestruturação. Ilha Solteira: UNESP,<br />

2001. 29p. (Curso <strong>de</strong> Pós Graduação em Engenharia Civil) Disponível em:<br />

http://www.unesp.org. Acesso em: 07 set. 2004.<br />

HORTON, R. E. Erosional <strong>de</strong>velopment of streams and their drainage basins: hydrophysical<br />

approach to quantitative morphology. Bulletin of the geological Society of América, v. 56,<br />

p. 275-370, 1945.<br />

INPE. Manual do Software SPRING. V2. São José dos Campos; NETGIS. 1997. 111p.<br />

INPE. Tutorial – SPRING (Versão Windows): SPRING Básico. São José dos Campos:<br />

DPI/INPE. Junho/2000. 165p.<br />

IPT – Instituto <strong>de</strong> Pesquisas Tecnológicas do Estado <strong>de</strong> São Paulo. 1995. Lixo Municipal:<br />

manual <strong>de</strong> gerenciamento integrado. São Paulo: IPT/Cempre. 278p. IPT-Publicação, 2160<br />

JORGE F. N.; UEHARA, F. N. Águas <strong>de</strong> superfície. In: OLIVEIRA A. M. S.; BRITO, S. N. A.<br />

(Org.). Geologia <strong>de</strong> Engenharia. São Paulo: ABGE, 1998, p.101-109.<br />

LAZZAROTTO, D. R. Sensoriamento Remoto, 2001. 6p. Disponível na Internet:<br />

http//www.fatorgis.com.br/geoproc/Sr.shtml.<br />

LAZZAROTTO, D. R. Topografia, 07/2000. 4p. (on-line) <br />

LAZZAROTTO, D. R. Sensoriamento Remoto, 2001. 6p. (on-line) http://www.fatorgis.com.br/<br />

geoproc/sr.shtml<br />

LAZZAROTTO, D. R. Sensoriamento Remoto, 08/2000. 6p. (on-line) <br />

LAZZOROTO, D. R. Topografia, 2001. 4p. Disponível na Internet: http:/www.fatorgis.com.br/<br />

colunas/Sr/.shtml<br />

LEPSCH, I. F. Coord. Manual para levantamento utilitário do meio físico e classificação <strong>de</strong><br />

terras no sistema <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uso. 4ª. Aprox., Campinas: SBCS, 1991. 175p.<br />

Citar: RODRIGUES, N. d’A.; BATISTA, G. T.; TARGA, M. S. Estudo do uso e cobertura do solo e do escoamento<br />

superficial na bacia hidrográfica do Ribeirão Serragem no município <strong>de</strong> Tremembé, SP. Programa <strong>de</strong> Pós-Graduacão<br />

em <strong>Ciências</strong> Ambientais, Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Taubaté - <strong>UNITAU</strong>, Repositório Eletrônico <strong>Ciências</strong> <strong>Agrárias</strong>, Coleção Recursos<br />

Hídricos, (http://www.agro.unitau.br/dspace). p. 1 - 27, 2012.<br />

25


MARTINEZ JUNIOR, F.; MAGNI, N. L. G. Equações <strong>de</strong> chuvas intensas do Estado <strong>de</strong> São<br />

Paulo. Convênio DAEE-USP. São Paulo DAEE/CTH, 1999. 141p.<br />

MOREIRA, A. M. Fundamentos do Sensoriamento Remoto e Metodologia <strong>de</strong> aplicação. 1a.<br />

Ed. São José dos Campos, SP. 2001. 250p.<br />

NRCS. Estimation of Direct Runoff from Storm Raifall. In: _____ Hydrology. National<br />

Engineering Handbooks. National Resources Conservation Service. USDA, Washington,<br />

USA, 2010. Part 630. Cap. 10 79p. disponível em www.ftw.nrcs.usda.gov e consultado em<br />

setembro <strong>de</strong> 2010.<br />

PANTTON, P. C.; BAKER, V. R. Morphometry and floods in small drainage basins subject<br />

to diverse hydrogeomorphiccontrols. Water Resources Research. v. 12, n. 5, p. 941-952,<br />

1976.<br />

SANO, E. E.; ASSAD, E. D.; MOREIRA, L.;MACEDO, J. Estruturação <strong>de</strong> Dados<br />

Geoambientais no Contexto <strong>de</strong> Fazenda Experimental. 1998. In: ASSAD, E. D.; SANO,<br />

E. E.; Editores. Sistema <strong>de</strong> Informações Goegráficas: Aplicações na Agricultura, 2ª ed.,<br />

revisada e ampliada. Brasília: EMBRAPA, 1998.<br />

SÃO PAULO. “Entre Serras e Águas”: Plano <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento Sustentável para a Área <strong>de</strong><br />

influencia da Duplicação da rodovia Fernão Dias. RELATORIO DE QUALIDADE<br />

AMBIENTAL: Ca<strong>de</strong>rno <strong>de</strong> Subsídios, ano 1, nº 4, 1998. 128p.: il.<br />

SÃO PAULO. Síntese do Relatório <strong>de</strong> situação dos Recursos Hídricos do Estado <strong>de</strong> São<br />

Paulo. Secretaria <strong>de</strong> Recursos Hídricos, Saneamento e Obras. <strong>Departamento</strong> <strong>de</strong> Águas e<br />

Energia Elétrica, 1999. 53p.: il.<br />

SATMAPAS Imagem <strong>de</strong> Satélites, Brasília, 1998. 6p. (on line ). http://www.satmapas.com.br<br />

(Jul. 2000).<br />

SCHUMM, S. A. Evolution of drainage systems and slopes in badlands at Perth Amboy, New<br />

Jersey. Bulletin of the geological Society of América, v. 67, p. 597-646, 1956.<br />

SILVEIRA, A. L. da; LOUZADA, J. A.; BELTRAME, L. F. Infiltração e armazenamento no<br />

solo. In: TUCCI, C. E. M. Hidrologia: ciência e aplicação. Porto Alegre: Ed. Universida<strong>de</strong>;<br />

ABRH, EDUSP, 1993.<br />

SOMA, N. T. 2002. Controle <strong>de</strong> níveis <strong>de</strong> água <strong>de</strong> arroz <strong>de</strong> sequeiro no Vale do Paraíba, 65f.<br />

Tese (Doutorado em Recursos Hídricos) - Faculda<strong>de</strong> Politécnica, Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo,<br />

São Paulo<br />

SOUZA PINTO, N. L. et al. Hidrologia Básica. Edgard Blucher: São Paulo, 1976. p. 278.<br />

SOUZA, E. B. <strong>de</strong>; VIDAL, C.A. Mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> Processamento <strong>de</strong> Imagens Aplicadas à<br />

Localização <strong>de</strong> Solos Lateríticos. São José dos Campos, 1996. 101p. Tese ITA.<br />

TARGA, M. S. Vazão <strong>de</strong> projeto em bacias hidrográficas rurais com áreas em <strong>de</strong>clive.<br />

Programa <strong>de</strong> Pós-Graduacão em <strong>Ciências</strong> Ambientais, Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Taubaté - <strong>UNITAU</strong>,<br />

Repositório Eletrônico <strong>Ciências</strong> <strong>Agrárias</strong>, Coleção Recursos Hídricos,<br />

(http://www.agro.unitau.br/dspace). p. 1 -20, 2011.<br />

STRHALER, A. N. Quantitative analysis of watershed geomorphology. Trans. American<br />

Geophysical Union, 38:913-920. 1957.<br />

TAVARES, A. C.; QUEIROZ, A. N. Análise geomorfológica da bacia do Ribeirão Claro.<br />

Boletim <strong>de</strong> Geografia Teorética, v. 11, n.21-22, p.47-64, 1981.<br />

Citar: RODRIGUES, N. d’A.; BATISTA, G. T.; TARGA, M. S. Estudo do uso e cobertura do solo e do escoamento<br />

superficial na bacia hidrográfica do Ribeirão Serragem no município <strong>de</strong> Tremembé, SP. Programa <strong>de</strong> Pós-Graduacão<br />

em <strong>Ciências</strong> Ambientais, Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Taubaté - <strong>UNITAU</strong>, Repositório Eletrônico <strong>Ciências</strong> <strong>Agrárias</strong>, Coleção Recursos<br />

Hídricos, (http://www.agro.unitau.br/dspace). p. 1 - 27, 2012.<br />

26


TEIXEIRA, A. O Perfil do Profissional <strong>de</strong> GIS, 2001. 2p. Disponível na Internet:<br />

http//www.fatorgis.com.br/colunas/amandio/2000 04 04.htm.<br />

TEIXEIRA, A. O. Perfil do Profissional <strong>de</strong> GIS, 2001. 2p. (on-line)<br />

. 2000.<br />

TUCCI, C. E. M. Hidrologia: ciência e aplicação. Porto Alegre: UFRGS/ABRH/EDUSP,<br />

(Coleção ABRH <strong>de</strong> Recursos Hídricos, v.4) 1993. 944p.<br />

VALÉRIO FILHO, M. Gerenciamento <strong>de</strong> bacias hidrográficas com aplicação <strong>de</strong> técnicas <strong>de</strong><br />

geoprocessamento. In: TAUK - TORMELO, S. Análise ambiental: estratégias e ações. Rio<br />

Claro: Universida<strong>de</strong> Estadual <strong>de</strong> São Paulo, 1995. p. 135 – 140.<br />

VELASCO, F. R. D.; PRADO, L. O. C.; SOUZA, R. C. M. Sistema MAXVER: Manual do<br />

Usuário. São José dos Campos: INPE 1978, 72p.<br />

VIANA, V. M., Biologia e manejo <strong>de</strong> fragmentos florestais naturais. In: CONGRESSO<br />

FLORESTAL BRASILEIRO, 6., 1990, Campos do Jordão. Anais... Campos do Jordão:<br />

SBS/SBEF, 1990. P. 113-118. (Trabalhos convidados).<br />

VIEIRA, A. F. G. Erosão por voçorocas em áreas urbanas: o caso <strong>de</strong> Manaus (AM).<br />

Florianópolis. <strong>Departamento</strong> <strong>de</strong> Geografia da UFSC (Dissertação <strong>de</strong> Mestrado), 1998.<br />

VILELA, S. M.; MATTOS, A. Hidrologia aplicada. São Paulo, Mc-Graw do Brasil, 245p. 1975.<br />

VILELA, S. M. Hidrografia aplicada - In: VILLELA, S. M. e MATTOS, A. São Paulo,<br />

McGraw- Hill do Brasil, 1975.<br />

VILLELA, S. M.; MATTOS, A. Hidrologia aplicada. São Paulo: McGraw-Hill do Brasil, 1980.<br />

250 p. 4843.<br />

WILKINSON, G. G. The processing and interpretation of remotely-sensed satellite imagery -<br />

A current view. In: BELWARD, A. S. e VALENZUELA, C. R., Ed. Remote Sensing and<br />

Geographical Information Systems for Resource Management in Developing Countries.<br />

Bruxells: ECSC, 1991. p31-53.<br />

Citar: RODRIGUES, N. d’A.; BATISTA, G. T.; TARGA, M. S. Estudo do uso e cobertura do solo e do escoamento<br />

superficial na bacia hidrográfica do Ribeirão Serragem no município <strong>de</strong> Tremembé, SP. Programa <strong>de</strong> Pós-Graduacão<br />

em <strong>Ciências</strong> Ambientais, Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Taubaté - <strong>UNITAU</strong>, Repositório Eletrônico <strong>Ciências</strong> <strong>Agrárias</strong>, Coleção Recursos<br />

Hídricos, (http://www.agro.unitau.br/dspace). p. 1 - 27, 2012.<br />

27

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!