Mitos das Origens - Rios e Raízes - Fluir Perene
Mitos das Origens - Rios e Raízes - Fluir Perene
Mitos das Origens - Rios e Raízes - Fluir Perene
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
José Ribeiro Ferreira<br />
e o seu peso puxou-a para baixo. A água, fluindo à volta,<br />
tomou posse do último espaço e confinou o disco sólido.<br />
Separados os diversos elementos que constituíam<br />
a massa informe inicial, o deus – ou Fabricator – deu for-<br />
ma redonda à terra e nela separou as forças ou fenóme-<br />
nos da natureza: assentou, nos seus devidos lugares, as<br />
névoas e as nuvens, os raios e os trovões, os ventos e as<br />
tempestades; formou os mares e as praias, as fontes e os<br />
rios, os lagos e as lagoas; estendeu as planícies e cavou<br />
os vales; elevou os montes e encheu de folhas as florestas<br />
(vv. 34-60). Depois de todo este assentamento termina-<br />
do, ou de tudo ordenado, aparecem a luz celeste, ou o<br />
«éter puríssimo», e os astros, os seres vivos e os animais<br />
(vv. 67-75):<br />
Sobre tudo isto colocou o éter puríssimo, desprovido<br />
de peso, livre de quaisquer resíduos impuros da terra.<br />
Mal tudo assim compartimentara com limites precisos,<br />
quando as estrelas, há muito oprimi<strong>das</strong> por uma névoa<br />
impenetrável, desataram a fervilhar por todo o céu.<br />
E para que região alguma ficasse sem os seus seres vivos,<br />
os astros e as formas de deuses ocupam o solo celeste,<br />
as on<strong>das</strong> couberam aos reluzentes peixes para lá viverem,<br />
a terra acolheu os animais silvestres, o móvel ar as aves.<br />
54