Relatório Cuidando - Escola de Registro - UNESP Registro

Escola: Registro
Registro, 31 de agosto de 2006.
Responsáveis: Ana Lúcia Conti Giani – Professora Coordenadora de projetos e
gestora
Erika Okamoto - professora nível I e gestora do projeto
Marta de Sales Ferreira - orientadora pedagógica e gestora do projeto
Colaboradoras: Maria Lêda Miguel Peres- professora nível I
Tânia Cristina Brasil Pontes - professora nível I
Adriana Brandão Ikeda - professora nível I
Maria Ângela B. Ferreira de Oliveira - professora nível I
Mara Criatina de Faria Pires - professora nível I
Carla Pasquini Abu-Yaghi Nogueira - professora nível I
Rosemeire Neves Lemos - professora nível I
Silvana Lúcia de Morais - professora nível I
Elsa Cabral - professora nível I
Direção: Maria Aparecida Vieira Martins Barbosa
Lia Bevilacqua Borges
Orientação: Marta de Sales Ferreira
Projeto: Cuidando do Futuro - Meio Ambiente
Registro de prática: Plantio de mata ciliar
Uma das problemáticas ambientais enfrentadas em nosso município é a
escassez de mata ciliar nas margens do Rio Ribeira de Iguape, causando sérias
modificações no percurso/ profundidade do rio, devido ao assoreamento.
Considerando estas questões paralelas a localização de nosso município em região
privilegiada pela Mata Atlântica e por possuir em nossa escola o viveiro de mudas, os
80 alunos das terceiras séries do Ensino Fundamental, participaram de diversas
atividades voltadas para o estudo deste ecossistema, culminando no plantio de mudas
nas margens do rio.
A escolha pela atividade do projeto e série esteve atrelada a problemática e ao
desenvolvimento de conteúdos a serem trabalhados no bimestre e/ou ao longo do ano.
Desta forma, temas transversais como: meio ambiente, ética e cidadania, permearam
espaços de discussões e estudos ao se trabalhar com o conteúdo "Povos da Floresta".
O desenvolvimento deste, oportunizou a exploração dos diferentes espaços
internos (sala de aula, laboratório de informática, biblioteca e pátio) e externos
(viveiro de mudas, sede da Associação dos Mineradores de Areia do Vale do Ribeira,
porto de areia Romagna e Porto Seguro e margens do Rio Ribeira de Iguape).

A atividade se desenvolveu no primeiro semestre, com previsões para
continuidade no segundo semestre com a participação das segundas séries, no que se
refere ao plantio de mata ciliar nas margens do rio.
Objetivos
Promover estudos sobre a importância do Rio ribeira de Iguape e seu estado de
conservação, visando a recuperação deste, através do incremento e
implantação da mata ciliar.
Favorecer o aprendizado de técnicas de manejo dentro do viveiro de mudas,
bem como durante o trabalho de campo.
Estimular os segmentos sociais organizados como a Associação dos
Mineradores do Vale do Ribeira, entre outros, a participarem na gestão dos
programas de recuperação e conservação ambiental.
Promover a interdisciplinaridade através dos diferentes aspectos envolvidos
dentro do diagnóstico realizado.
Estimular o trabalho em equipe, o voluntariado, o coleguismo, a
solidariedade...
Desenvolver o espírito de pesquisa, valendo-se dos recursos da imagem e dos
vários documentos que possam oferecer informações.
Adotar posturas na escola, em casa e em sua comunidade que os levem a
interações construtivas, justas e ambientalmente sustentáveis.
Compreender a necessidade de dominar alguns procedimentos de conservação
e manejo dos recursos naturais com os quais interagem, aplicando-os no dia a
dia;
Desenvolvimento
A atividade de plantio de mata ciliar no Rio Ribeira de Iguape, foi marcada por
estudos prévios que ao longo do semestre propiciaram pesquisas, descobertas,
reflexões, interações, enfim, uma de rede de conhecimentos que atrelada ao
compromisso com o meio ambiente moveram nossas ações.
O semestre foi iniciado através da sensibilização dos alunos a partir da audição
do CD com sons da cidade e da floresta, que ocasionaram discussões e análises
comparativas entre esses ambientes, a qual foram registradas em um quadro
(levantamento do conhecimento prévio).
Diante da sensibilização, apreciamos as fitas do Canal Futura, Programa Tom
da Mata com os temas “Árvores da Mata Atlântica” e “Desmatamento da Mata
Atlântica”. Promovendo assim, reflexões e a observação de como ocorreu a
exploração desta floresta desde o período da colonização. Após discussões, foi
possível estabelecer comparações sobre como era a referida mata e a situação nos
dias atuais, utilizando para tanto mapas do Brasil.
Depois de inúmeros debates, percebemos que é viável a exploração da Mata
Atlântica sem destruí-la, desde que o manejo florestal seja sustentável, permitindo

assim a regeneração da mata. Estudos ocorreram sobre as espécies e a quantidade de
árvores que podem ser retiradas sem que haja prejuízo para o meio ambiente.
Nossas aulas foram enriquecidas com pesquisas realizadas sobre os chás que
curam, substâncias que podem ser extraídas das plantas (raízes, flores e frutas).Além
das descobertas, que no Brasil, segundo estudos científicos, 30% das receitas médicas
são homeopáticas.
Todo esse trabalho deu origem à confecção de cartazes, que foram produzidos
ao som da música Tom da Mata, de Tom Jobim, sendo estes socializados nos murais
da escola.
Paralelo ao trabalho em sala de aula, os alunos participaram de diversas
atividades voltadas para o manejo florestal no viveiro de espécies nativas da escola,
com a produção de exemplares próprios para a região o que possibilitará o
incremento de flora em áreas necessitadas, além de reflexões constantes sobre a
necessidade da conservação da Mata Atlântica.
Para percepção do local a ser estudado propomos uma visita e estudo de meio
aos Portos de Areia para conhecer a finalidade da extração da areia do rio Ribeira de
Iguape e o trabalho que é desenvolvido para recompor a mata ciliar que é tão escassa
nesse rio. Inicialmente três professoras fizeram uma visita prévia na sede e nos portos
de areia da Associação dos Mineradores de Areia do Vale do Ribeira e detalhar os
objetivos da visita com os alunos.
Finalmente, no dia 16/06/06, realizamos a visita aos portos de areia Romagna e
Porto Seguro, com a participação de 80 alunos das 3ª séries do E.F., 40 alunos da 1ª
série do E.M., 6 pais, a professora Ana Lúcia Conti Giani, a OPE Marta de Sales
Ferreira e as professoras das 3ªs séries A e B. Foram momentos riquíssimos de
aprendizagem para todos os participantes da visita, quando tivemos a oportunidade de
assistir à uma palestra com o Presidente da Associação seguida da apresentação de
um teatro interativo sobre a formação dos rios, níveis de degradação a partir da
ocupação e ação humana próxima dos mesmos. Este teatro proporcionou a interação
dos alunos junto ao apresentador Técnico Ambiental da CETESB visando, através da
ação, a compreensão dos estágios que levaram a formação da maioria dos
contingentes populacionais do Brasil que se formaram próximos aos rios,
ocasionando a utilização desordenada de áreas que deveriam ser de preservação
permanente. Nesse teatro foi possível observar que apesar da realidade sobre a
degradação dos rios ser visível, podemos realizar muitas atividades para tentar
reverter esse quadro fazendo com que os alunos percebessem que pequenas ações
podem se transformar em grandes atitudes fazendo a diferença entre o certo e o
errado.
A partir da interação do teatro os alunos foram conhecer a mata ciliar que
começou a ser implantada na área aproximadamente há 10 anos atrás e da riqueza que
podemos observar nesse espaço que se encontra em recuperação. A diversidade
vegetal e animal ainda é baixa, mas com o passar dos anos a natureza se encarregará
de realizar a sucessão biológica ideal na área. Caminhamos próximo ao rio e
observamos que muito ainda tem a ser feito, pois na extensão de 430 Km do Rio
Ribeira de Iguape apenas 3% de suas margens estão cobertas com mata ciliar, o que

demandaria uma mobilização da população e órgãos responsáveis para reverter esse
quadro. Conhecemos o funcionamento dos portos de areia e o sistema mais moderno
do Estado de São Paulo para o devido aproveitamento de todos os materiais extraídos
do rio.
A partir daí, realizamos o plantio de mudas em área da mata ciliar previamente
preparada para recebê-las. Foram plantadas nesse dia 450 mudas de espécies nativas
produzidas no viveiro da escola, com o apoio da Associação de Mineradores que se
responsabilizará pela manutenção dessas à campo até que desenvolvam o porte ideal.
Está prevista a visita das 2ª séries no mês de setembro para a realização dessa
atividade, e independente do plantio realizado por alunos da escola somos parceiros
da associação que conta com a doação de novas mudas semestralmente para
enriquecer a flora nativa local.
Os alunos voltaram satisfeitos com as novas descobertas e se possível faremos
um retorno ao local para verificar o desenvolvimento das mudas plantadas.Esse
estudo originou um relatório através de roteiro sobre a visita que segue em anexo.
Avaliação
A escola é um espaço de formação do cidadão crítico, atuante e transformador,
a medida que possibilita esta ponte de interação entre o aluno e o mundo. Desta
forma, trazer para a sala de aula temáticas e/ou conteúdos que possibilitem um (re)
pensar de nossa atuação seja ela social, ambiental, política e econômica, se torna
fundamental em nosso cotidiano.
Abraçar causas ambientais no século em que estamos, deixou de ser um mero
assunto a ser explorado, para se tornar uma necessidade de sobrevivência para esta e
para as futuras gerações, buscando mudanças de comportamento.
Em relação a este último aspecto, podemos avaliar o processo e considerar que
as atividades desenvolvidas foram significativas, de forma a colaborar para a
construção de novos paradigmas e atitudes em relação ao meio ambiente.
Os alunos co-responsáveis pelo projeto puderam refletir, pesquisar, buscar
caminhos, (re)construir conhecimentos e praticar ações de preservação com o meio.
A relação entre os envolvidos no projeto: aluno/aluno, professor/aluno,
professor/ gestor fluiu de forma interativa e colaborativa.
Compreendemos que muito temos a fazer pelo nosso meio ambiente, mas
acreditamos que sementinhas estão sendo lançadas, para crescer e ofertar bons frutos.
Como consideração para possível desenvolvimento do trabalho descrito,
sugerimos a utilização dos recursos de mídia para fomentar discussões, e estudos de
meio que possibilitem ampliar o olhar sobre a problemática em questão.
Recursos e materiais de apoio
Apostila do curso ministrado pelo Canal Futura e setor de projetos da matriz
- Gravataí/RS
Oficinas: Metodologia do uso da imagem
Programas do Canal Futura:

- Tom da Mata: “Árvores da Mata Atlântica” e “Desmatamento da Mata
Atlântica”.
Apostila Assis Chateaubriant - História/ Geografia - 3ª série - 1º Bimestre
Caderno do professor - Tom da Mata
Dias, Genebaldo Freire.Educação Ambiental: princípios e práticas. 6ª ed.
São Paulo: Gaia, 2000.
Lorenzi,Harri. Árvores Brasileiras: manual de Identificação e Cultivo de
Plantas Arbóreas Nativas do Brasil. Vol.01 e vol.02. 4ª ed. Nova Odessa/SP.
Instituto Plantarum, 2002.
Lorenzi,Harri. Árvores Exóticas no Brasil: madereiras, ornamentais e
aromáticas. Nova Odessa/SP. Instituto Plantarum, 2003.
Trigueiro André (org). Meio Ambiente no século 21: 21 especialistas falam
da questão ambiental nas suas áreas de conhecimento. Rio de Janeiro:
Sextante, 2003.
BOFF, Leonardo.Saber cuidar: ética do humano-compaixão pela terra.
Petrópolis, RJ: Vozes: 1999.
Fonte
As atividades desenvolvidas foram elaboradas a partir de discussões no
planejamento inicial, orientações didáticas das apostilas Assis Chateaubriant e
estudos sobre a metodologia do uso da imagem.
Comentários externos:
Segue relato de pais participantes do projeto em anexo

Foto 1: Visita prévia de professoras à Sede da Associação dos Mineradores de Areia do Vale do Ribeira
Autor: Elói da Cruz Miranda
Foto 2: Visita das professoras aos portos de Areia
Autor: Ana Lúcia Conti Giani

Foto 3 : Observação de área da mata ciliar recuperada pela Associação dos Mineradores
Autor: Érika Okamoto
Foto 4: Alunos da terceira série durante a apreciação de vídeo sobre a Associação dos Mineradores
Autor: Rosângela da Costa Barduco

Foto 5: Alunos da terceira série junto ao Técnico Ambiental da CETESB durante teatro interativo
Autor: Maria Leda Miguel Peres
Foto 6: Alunos participando do teatro interativo assumindo diferentes papéis
Autor: Ana Lúcia Conti Giani

Foto 7: Vista aérea da realização do teatro interativo sobre formação dos rios e mata ciliar
Autor: Marta de Sales Ferreira
Foto 8: Alunos representando anima is, arbustos, árvores, cidades e vilas
Autor: Ana Lúcia Conti Giani

Foto 9: Finalização do teatro interativo, com a participação dos 80 alunos
Autor: Marta de Sales Ferreira
Foto 10: Alunos realizando caminhada pela mata ciliar implantada pela Associação dos Mineradores
Autor: Marta de Sales Ferreira

Foto 11: Alunos e acompanhantes conhecendo as etapas para extração de areia do rio
Autor: Ana Lúcia Conti Giani
Foto 12: Plantio de espécies nativas na mata ciliar do Rio Ribeira de Iguape
Autor: Maria Leda Miguel Peres

Foto 13: Alunos das 3ª séries plantando espécies na mata ciliar
Autor: Marta de Sales Ferreira
Foto 14: Recuperação de área da mata ciliar do Rio Ribeira de Iguape
Autor: Ana Lúcia Conti Giani

Foto 15: Área preparada pela Associação de Mineradores para enriquecimento da mata ciliar
Autor: Rosângela da Costa Barduco
Foto 16: Recuperação de área da mata ciliar do Rio Ribeira de Iguape
Autor: Marta de Sales Ferreira

Foto 17: Participação dos pais durante a saída para auxiliar no plantio
Autor:Maria Leda Miguel Peres

E.E.B.P. "Fundação Bradesco"
Registro, 19 de junho de 2006.
Nome: Mariane e Flávia Nº 28 e 43 3ª série: B
Professora: Maria Leda Miguel Peres
HISTÓRIA/GEOGRAFIA
Durante o semestre estivemos desenvolvendo atividades visando a melhoria da qualidade de
vida do Homem, compreendendo a relação entre as nossas ações e suas conseqüências ao meio
ambiente. Uma dessas atividades foi a visita e estudo de meio ao porto de areia, em Registro,
realizado no dia 14 de junho.
Relate a visita, seguindo o roteiro abaixo:
Objetivo da saída.
Importância da atividade por nós.
Como ocorreu a atividade.
Projeto “Cuidando do Futuro”
No dia 14 de junho realizamos uma visita ao “porto de areia”.
Lá nós assistimos e aprendemos sobre a mata ciliar.
Depois eles nos apresentaram um teatro sobre o Rio Ribeira de Iguape e aprendemos que
não devemos derrubar a mata por que vários animais serão prejudicados.
Lá nós aprendemos que há várias árvores em extinção como o palmito juçara.
Nós conhecemos várias usinas que eles tiram areia com cuidado do rio para não provocar
erosão.
E depois plantamos várias plantas nativas.
Nome: Aparecida e Bruna Nº8 e 6 3ª série B
Nós fomos ao porto de areia para saber sobre o desmatamento da mata ciliar.
Nós participamos de um teatrinho sobre o desmatamento da mata ciliar.
O Rio Ribeira de Iguape nasceu no Estado do Paraná e começou a crescer muitas árvores e o
rio foi crescendo e nascendo peixes e muitos animais e lá era muito bonito.
E de repente chegou o homem e ele começou a cortar as árvores e plantar arroz, mandioca,
tomate e beterraba, etc...
E ele começou a passar agrotóxico nas plantas e para eles plantarem mais verduras cortavam
mais árvores e construíram uma cidade, o rio começou a poluir e os peixes começaram a morrer.

E.E.B.P. "Fundação Bradesco"
Registro, 19 de junho de 2006.
RELATO DAS FAMÍLIAS
“Tudo o que vimos durante a visita ao qual participei foi muito instrutivo,
desde o vídeo, o teatro e tudo mais”.
Saber como é feita a extração de areia, sem prejudicar o rio, do qual
dependemos para nossa sobrevivência, foi muito bom, porque sabemos que é feita a
extração, mas nem imaginamos como tudo é feito com tanta responsabilidade, com
tantas máquinas e pessoas envolvidas.
Para as crianças, foi ótimo aprender sobre os pássaros que estavam em
extinção, e que pelo plantio de árvores eles podem voltar a ter uma vida mais ampla.
Incentivá-los ao plantio de árvores como foi feito foi muito bonito, porque eles
sabem que um dia poderão passar por lá e dizer, algumas dessas árvores fui eu que
ajudei a plantar. E principalmente sabendo que muitas dessas árvores já corriam o
risco de não existir mais, que quando se corta uma árvore, sempre se deve plantar
outra no lugar.
Gostei muito e garanto que muitos ou todos que foram também gostaram desse
passeio instrutivo.”
Sônia Maria Azevedo
“Eu achei muito importante, porque ensina as crianças a necessidade de
preservar o meio ambiente”.
Ensina também, que para cada árvore derrubada, deve-se plantar outra em seu
lugar.
Temos que mostrar as crianças, que dependemos da mata, para termos um bom
oxigênio.
Achei o incentivo muito bom para as crianças.”
Maria Goreti França