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novoeste 527 pags 01 a 16 - Novoeste on-line

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Foto Tenório de Sousa<br />

ANO XVIII - Nº 6<str<strong>on</strong>g>01</str<strong>on</strong>g> - REGIÃO OESTE - BAHIA - BRASIL - 21/09/2<str<strong>on</strong>g>01</str<strong>on</strong>g>0<br />

- DISTRIBUIÇÃO 100% DIRECIONADA -<br />

Denúncias de irregularidades do<br />

Cidade Mãe abarrotam o MP local<br />

“Trabalhar é minha vocação, servir<br />

ao povo é minha obrigação”<br />

Entrevista com Loro Neves, candidato<br />

a deputado Federal/PPS<br />

Págs. 08 e 09<br />

Novamente discriminação e o prec<strong>on</strong>ceito, não!<br />

“Os políticos da região têm<br />

uma visão maniqueísta do<br />

processo político: quem<br />

defende a emancipação da<br />

região é do bem, quem não<br />

defende é do mal”<br />

Entrevista com Ailt<strong>on</strong> Florêncio,<br />

candidato a deputado estadual/PT<br />

Págs. 04 e 05<br />

A Embasa mente e deturpa<br />

ao esclarecer denúncias<br />

Págs. 06 e 07<br />

Uma reportagem da revista Veja causa rebuliço<br />

em Barreiras, não só com o ego do<br />

pequeno mundo burguês empresarial,<br />

mas em diversos setores da sociedade<br />

local. O problema foi causado porque<br />

o c<strong>on</strong>teúdo da reportagem não<br />

se limitou em apenas descrever o<br />

quanto a cidade é fértil para<br />

aqueles que buscam oportunidade<br />

de enriquecer, o texto<br />

ir<strong>on</strong>iza e satiriza os ricos de<br />

Barreiras por, segundo o<br />

texto, serem desprovidos<br />

de etiqueta e finesse.<br />

Págs. 10 e 11<br />

Foto Tenório de Sousa<br />

As denúncias foram o<br />

resultado de documentos<br />

recolhidos durante<br />

a exposição das c<strong>on</strong>tas<br />

públicas no período de<br />

18 de abril a 18 de junho,<br />

e protocoladas por<br />

um grupo de cidadãos<br />

barreirenses que se determinaram<br />

a dar transparência<br />

aos atos da<br />

gestão pública de Barreiras,<br />

referente ao<br />

exercício financeiro de<br />

2009. As c<strong>on</strong>tas ficaram<br />

a disposição da população<br />

para c<strong>on</strong>sultas durante<br />

60 dias, no prédio<br />

da Câmara de Vereadores<br />

da cidade.<br />

Pág. 03


02 - Ano XIX - nº 6<str<strong>on</strong>g>01</str<strong>on</strong>g> - Região Oeste - Bahia - Brasil - 21/09/2<str<strong>on</strong>g>01</str<strong>on</strong>g>0<br />

COLUNA SEMANAL DO PRESIDENTE LULA<br />

O PRESIDENTE RESPONDE<br />

Jorge Henriques, 55 anos,<br />

aposentado de Teresópolis<br />

(RJ) - O problema de saúde pública,<br />

direito fundamental de<br />

todo o cidadão, bandeira hasteada<br />

dia-a-dia pela OMS,<br />

enfrenta situação caótica e,<br />

quiçá, tenha piorado nos últimos<br />

tempos. O que fazer?<br />

Presidente Lula - Jorge, a<br />

própria Organização Mundial<br />

da Saúde (OMS) publicou, no<br />

dia 8 deste mês, um informe<br />

mundial com elogios aos avanços<br />

no sistema público de saúde<br />

brasileiro. O informe diz<br />

que o Brasil avançou a caminho<br />

de atender toda a população,<br />

com destaque para a Estratégia<br />

de Saúde da Família, que<br />

hoje já c<strong>on</strong>ta com mais de 30<br />

mil equipes e atende mais de<br />

97 milhões de brasileiros. O<br />

documento destaca também,<br />

entre outros avanços, as campanhas<br />

de prevenção e programas<br />

como o Farmácia Popular<br />

e o Programa Naci<strong>on</strong>al de Imunizações,<br />

com mais de 130 milhões<br />

de doses/ano aplicadas.<br />

A ressalva do documento é<br />

para o subfinanciamento da<br />

saúde pública. No final de<br />

2007, o governo federal tentou<br />

colocar R$ 24 bilhões a<br />

mais no SUS. Esse avanço foi<br />

impedido por parlamentares<br />

da oposição no Senado, que se<br />

articularam e derrubaram a<br />

CPMF. Sem os recursos da c<strong>on</strong>tribuição,<br />

que somavam R$ 40<br />

bilhões e seriam aplicados na<br />

Saúde, não foi possível dar<br />

uma nova base de financiamento<br />

para a rede pública. A<br />

oposição não criou um problema<br />

para o governo como pretendia,<br />

mas prejudicou gravemente<br />

a saúde pública e, portanto,<br />

o povo brasileiro.<br />

Fernando A.Vidal de Souza,<br />

49 anos, comerciário de<br />

Olinda (PE) - Dentro dos programas<br />

voltados à empregabilidade<br />

no Porto de Suape,<br />

por que não existem cursos de<br />

profissi<strong>on</strong>alizarão para faixa<br />

etária do pós 50 anos? Por que<br />

não dar oportunidade a pais<br />

de famílias desempregados<br />

por causa da idade?<br />

Presidente Lula - Fernando,<br />

a questão que você levanta<br />

é importante e merece toda<br />

atenção. Com o aumento da<br />

expectativa de vida do brasileiro<br />

e, ao mesmo tempo,<br />

com o crescimento da oferta<br />

de emprego no país, os profissi<strong>on</strong>ais<br />

acima de 50 anos se<br />

sentem cada vez mais motivados<br />

e entrarem na disputa<br />

por uma vaga. Eles estão certos.<br />

Isso é bom para o País,<br />

mas, ao mesmo tempo, é um<br />

desafio para os governos. Importante<br />

dizer que hoje não<br />

existe qualquer restrição à<br />

capacitação de profissi<strong>on</strong>ais<br />

acima de 50 anos, nem em<br />

Pernambuco nem em outros<br />

estados. Os programas de<br />

qualificação social e profissi<strong>on</strong>al<br />

voltados para os empreendimentos<br />

do Complexo<br />

Portuário de Suape, por<br />

exemplo, exigem apenas que<br />

os alunos deverão ter a idade<br />

mínima de 18 anos. Os programas<br />

do Ministério do Trabalho<br />

visam qualificar cerca<br />

de 366 mil trabalhadores de<br />

qualquer idade em diversos<br />

cursos, como c<strong>on</strong>strução civil,<br />

turismo e agentes de crédito.<br />

Na verdade, já é possível<br />

c<strong>on</strong>statar que vem crescendo<br />

a admissão pelas empresas<br />

de trabalhadores mais velhos,<br />

mais experientes. Segundo<br />

o IBGE, em 2004, os<br />

empregados com mais de 50<br />

anos eram 17,97% da população<br />

brasileira empregada e,<br />

em 2009, já tinham subido<br />

para 20,59%.<br />

Tânia Isabel de Almeida<br />

Barufa, 49 anos, estudante<br />

de nutrição de Santos (SP) -<br />

Estou fazendo um trabalho<br />

F<strong>on</strong>te: Secretaria de Imprensa da<br />

Presidência da República<br />

em Nutrição sobre cárie dental<br />

e gostaria de saber o que<br />

o governo está fazendo a<br />

respeito. Que medidas estão<br />

sendo tomadas para tentar,<br />

se não erradicar o problema,<br />

ao menos diminuir o máximo<br />

possível.<br />

Presidente Lula - Temos<br />

sim uma atenção especial<br />

para esta área desde 2004,<br />

quando lançamos, pela primeira<br />

vez, uma política pública<br />

para cuidar da saúde bucal<br />

dos brasileiros. Hoje o Programa<br />

Brasil Sorridente é um<br />

marco no país. Estima-se que<br />

os tratamentos evitaram a<br />

extração de três milhões de<br />

dentes por cáries e outros<br />

problemas. O investimento<br />

na área cresceu dez vezes,<br />

chegando, em 2009, a R$<br />

643,2 milhões. Entre 2008 e<br />

2009, foram distribuídos 72,6<br />

milhões de kits com escova e<br />

creme dental, destinados às<br />

Equipes de Saúde Bucal e às<br />

escolas da rede pública. As<br />

quase 20 mil equipes c<strong>on</strong>tam<br />

com o apoio de 858 Centros<br />

de Especialidades Od<strong>on</strong>tológicas<br />

e 664 Laboratórios Regi<strong>on</strong>ais<br />

de Próteses. O programa<br />

oferece orientação, prédiagnóstico,<br />

prevenção e<br />

atendimento especializado.<br />

Além disso, Tânia, houve também<br />

um aumento da fluoretação<br />

das águas das centrais<br />

de abastecimento público,<br />

com 603 novos sistemas implementados.<br />

Os resultados<br />

são animadores. Segundo a<br />

Pesquisa Naci<strong>on</strong>al por Amostra<br />

de Domicílios (PNAD), o<br />

acesso da população ao dentista<br />

cresceu três vezes entre<br />

2003 e 2008.<br />

ADMINISTRAÇÃO/REDAÇÃO<br />

Av. Presidente Vargas, 342-Centro<br />

(77) 3611-2258 / 3021-1711<br />

CEP 47 800-000- Barreiras-BA<br />

www.<str<strong>on</strong>g>novoeste</str<strong>on</strong>g>.com - jornal@<str<strong>on</strong>g>novoeste</str<strong>on</strong>g>.com<br />

PAUTA LIVRE<br />

Cerrado domesticado<br />

Como autêntica barreirense, repudio a matéria publicada na revista<br />

Veja edição 2180 - ano 43 - nº 35, de 1º de setembro de 2<str<strong>on</strong>g>01</str<strong>on</strong>g>0, às<br />

fls. 100, intitulada “O CERRADO DOMESTICADO” a qual mostra a<br />

total falta de c<strong>on</strong>hecimento do jornalista sobre a nossa cidade e seus<br />

filhos ilustres.<br />

Muito antes de o senhor Sérgio Santos, proprietário da C<strong>on</strong>fraria<br />

da Cerveja, chegar a Barreiras, a sociedade barreirense já degustava<br />

excelentes vinhos. Afinal, a cidade recebeu dois presidentes da República<br />

Federativa do Brasil: Eurico Gaspar Dutra e Getúlio Vargas, ambos,<br />

levados pelo “filho ilustre de Barreiras”, Geraldo Rocha, além do<br />

mais, a cidade já c<strong>on</strong>tava, na década de 80, com restaurantes de cozinha<br />

internaci<strong>on</strong>al – francesa e portuguesa – o La Rose e o Cantinho<br />

Lusitano.<br />

Barreiras é berço de pers<strong>on</strong>alidades notáveis que passearam pelos<br />

campos da política, das relações internaci<strong>on</strong>ais, do jornalismo e<br />

das artes, os quais, projetaram a cidade e o estado da Bahia naci<strong>on</strong>al<br />

e internaci<strong>on</strong>almente.<br />

O senhor Le<strong>on</strong>ardo Coutinho saberia dizer quem foi o Doutor<br />

Francisco Joaquim da Rocha? Além de prefeito, foi deputado federal<br />

e diretor geral da Caixa Ec<strong>on</strong>ômica do Brasil. E a professora “Jovinha”?<br />

Que superando as barreiras do prec<strong>on</strong>ceito c<strong>on</strong>tra a mulher, no<br />

início do século passado, tornou-se uma grande autodidata e intelectual<br />

- mulher guerreira, à frente do seu tempo, por cujas mãos formadoras<br />

e mutiplicadoras do saber, passaram Antônio Balbino de Carvalho,<br />

Ministro da Educação e Governador da Bahia; Tarcilo Vieira de<br />

Mello, Deputado Federal, c<strong>on</strong>siderado até os dias atuais, o maior<br />

orador que o C<strong>on</strong>gresso Naci<strong>on</strong>al já teve. Foi líder da maioria no<br />

governo Juscelino Kubitschek e irmão do embaixador Arnaldo Vieira<br />

de Melo (pai do ilustre e respeitado embaixador da Organização das<br />

Nações Unidas, Sérgio Vieira de Melo) – e irmão do então presidente<br />

do Teatro Muncipal do Rio de Janeiro, Antônio Vieira de Melo. E o que<br />

dizer de Folk Rocha? Foi um destacado político local, professor e intelectual;<br />

e a historiadora Ignês Pitta? E a professora Guiomar da Rocha<br />

Porto? Primeira professora com formação normalista na cidade. Foi<br />

educadora de Hild<strong>on</strong> Rocha, jornalista, escritor, crítico literário e chefe<br />

de censura no Governo JK.<br />

Saberia o jornalista dizer quem foi d<strong>on</strong>a “Iazinha”? Mulher destemida,<br />

que ao romper prec<strong>on</strong>ceitos, tornou-se um dos principais baluartes<br />

de nossa cultura musical, mestra de notável artista de nossa<br />

cidade - Alcivando Luz que teve suas canções tocadas e cantadas<br />

pelos mais nobres íc<strong>on</strong>es da música popular brasileira (João Gilberto,<br />

e a saudosa Maysa Matarazzo); além de dos artistas Reginaldo, Rivelino,<br />

Hamilt<strong>on</strong> Pampl<strong>on</strong>a, Edgard Pita, Tatiana Farias e vários outros.<br />

E quem foi Marlan Rocha? Idealizador da Escola Agrotécnica de<br />

Barreiras e da Biblioteca Folk Rocha. Ninguém menos que Marlan<br />

idealizou o Projeto de Decreto Legislativo de Criação do Estado do Rio<br />

São Francisco, apresentado pelo c<strong>on</strong>stituinte, Deputado José Fernandes.<br />

Até o último suspiro de sua vida, Marlan lutou para erigir esta<br />

região como estado membro da República Federativa do Brasil.<br />

Os verdadeiros barreirenses como José Luis Dias de Lima, advogado,<br />

foi secretário de Estado do Tocantins, Irlam Rocha Lima, c<strong>on</strong>ceituado<br />

crítico musical do Jornal Correio Braziliense, Francisco Bolivar<br />

Machado, pós-doutor em física e professor da Unicamp e mui-<br />

Uma publicação da<br />

EDITORA OESTE S/C LTDA<br />

EDITOR: Tenório de Sousa<br />

CHEFE DE REDAÇÃO: Rose Cerqueira<br />

REDAÇÃO/CORREÇÃO: Ana Cedro<br />

DEPTO. COMERCIAL: 3611-2258<br />

IMPRESSÃO: Gráfica Irmão Ribeiro (3614-12<str<strong>on</strong>g>01</str<strong>on</strong>g>)<br />

Artigos assinados não expressa a opinião da<br />

editoria do jornal. Direitos reservados de textos,<br />

fotos e ilustrações da Editora Oeste.<br />

tina, na Europa e nos Campos Neozelandeses.<br />

Por Anamélia Lima Rocha<br />

tos outros, ao deixarem sua terra,<br />

o fizeram com o propósito de alçar<br />

outros voos os quais os céus<br />

de Barreiras não mais o comportavam.<br />

Mas todos sempre c<strong>on</strong>heceram,<br />

c<strong>on</strong>hecem, degustaram e<br />

degustam excelentes vinhos produzidos<br />

no Brasil, na América La


DENÚNCIA / CORRUPÇÃO / BARREIRAS<br />

O Promotor de Justiça Dr.<br />

Eduardo Bittencourt Filho, Titular<br />

da 1ª Promotoria Pública<br />

de Justiça de Barreiras, recebeu<br />

na tarde do dia 14, terça-feira,<br />

representantes da<br />

imprensa local para prestar<br />

esclarecimentos sobre às diversas<br />

denúncias c<strong>on</strong>tra o<br />

primeiro ano de gestão da<br />

prefeita de Barreiras, Jusmari<br />

Oliveira (PR).<br />

As denúncias foram o resultado<br />

de documentos recolhidos<br />

durante a exposição<br />

das c<strong>on</strong>tas públicas no período<br />

de 18 de abril a 18 de junho,<br />

e protocoladas por um<br />

grupo de cidadãos barreirenses<br />

que se determinaram a<br />

dar transparência aos atos da<br />

gestão pública de Barreiras,<br />

referente ao exercício finan-<br />

Ano XIX - nº 6<str<strong>on</strong>g>01</str<strong>on</strong>g> - Região Oeste - Bahia - Brasil - 21/09/2<str<strong>on</strong>g>01</str<strong>on</strong>g>0 - 03<br />

Por Ana Cedro<br />

Denúncias de irregularidades do Cidade Mãe<br />

abarrotam o Ministério Público local<br />

Foto Tenório de Sousa<br />

ceiro de 2009. As c<strong>on</strong>tas ficaram<br />

a disposição da população<br />

para c<strong>on</strong>sultas durante 60<br />

dias, no prédio da Câmara de<br />

Vereadores da cidade.<br />

“A partir do dia 18 de abril,<br />

essas representações começaram<br />

a chegar ao Ministério<br />

Público relatando possível prá-<br />

Foto Tenório de Sousa<br />

A quantidade de documentos é tamanha que falta espaço físico. Parte dela<br />

se enc<strong>on</strong>tra na sala do promotor e em outras salas da entidade. Segundo o<br />

promotor, sua maior parte fica am<strong>on</strong>toada na sala de reuniões.<br />

tica de inúmeras irregularidades,<br />

que uma vez c<strong>on</strong>firmadas<br />

podem vir a caracterizar ato de<br />

improbidade administrativa<br />

que envolvem diversos ocupantes<br />

de cargos da prefeitura<br />

municipal de Barreiras”, explicou<br />

Dr. Eduardo.<br />

Segundo Dr. Eduardo, estão<br />

instaurados mais de 30 inquéritos<br />

civis válidos. “Ao<br />

mesmo tempo em que vou<br />

instaurando os inquéritos civis,<br />

começamos a fazer requisição<br />

da documentação, a<br />

gente começa um trabalho<br />

investigativo e a movimentação<br />

desses inquéritos civis<br />

também demanda tempo e<br />

documentos”.<br />

A quantidade de documentos<br />

é tamanha que a maior<br />

parte que já chegou ao MP,<br />

não está na sala do promotor<br />

por falta de espaço físico, estando<br />

na sala de reuniões do<br />

Ministério Público.<br />

Questi<strong>on</strong>ado sobre as possíveis<br />

sanções, caso sejam<br />

c<strong>on</strong>firmadas as denúncias, Dr.<br />

Eduardo foi bastante enfático.<br />

“Temos sanções tanto na<br />

área cível, quanto na área administrativa<br />

e também criminal.<br />

Isso depende muito do<br />

tipo de irregularidade que vier<br />

ser caracterizada nesses inquéritos.<br />

Genericamente os envolvidos<br />

podem sofrer sanções<br />

administrativas, dentro<br />

da própria gestão pública, no<br />

caso de advertência, censura,<br />

suspensão e até demissão do<br />

serviço público. Civilmente,<br />

temos repercussão, até em<br />

caso de ressarcimento integral<br />

do erário, e também a prática<br />

de improbidade administrativa<br />

com sanções específicas da<br />

lei, como perda do cargo público,<br />

suspensão dos direitos<br />

políticos, multas, entre outros”,<br />

ressaltou.<br />

Indagado sobre a descrença<br />

da população com relação a<br />

justiça em casos como o que<br />

estava sendo exposto, os<br />

quais ocasi<strong>on</strong>am lentidão e<br />

c<strong>on</strong>sequente sensação de impunidade<br />

aos infratores, Dr.<br />

Eduardo garantiu que dará prioridade<br />

as investigações e a<br />

respectiva apuração dos casos,<br />

que da sua parte, não estava<br />

ali para perder tempo. Se fosse<br />

para fazer brincadeira não<br />

estaria nem atendendo a imprensa,<br />

estaria muito provavelmente,<br />

fazendo qualquer<br />

outro tipo de coisa.<br />

“Na verdade estou aqui<br />

imerso em documentos e com<br />

toda boa v<strong>on</strong>tade em prestar<br />

esclarecimentos à população,<br />

através dos meios de imprensa<br />

que vocês representam. Então,<br />

se ninguém aqui está de<br />

brincadeira, se a imprensa não<br />

está aqui para brincar, muito<br />

menos o Ministério Público”,<br />

finalizou o promotor.


04 - Ano XIX - nº 6<str<strong>on</strong>g>01</str<strong>on</strong>g> - Região Oeste - Bahia - Brasil - 21/09/2<str<strong>on</strong>g>01</str<strong>on</strong>g>0<br />

ENTREVISTA / POLÍTICA / ELEIÇÕES 2<str<strong>on</strong>g>01</str<strong>on</strong>g>0 Por Ana Cedro<br />

“Os políticos da região têm uma visão<br />

maniqueísta do processo político:<br />

Com uma proposta de cunho meramente social, o <str<strong>on</strong>g>Novoeste</str<strong>on</strong>g><br />

dá c<strong>on</strong>tinuidade à série de entrevista com os postulantes<br />

ao cargo de deputado federal e estadual, principalmente<br />

os da região, no intuito de auxiliar o leitor do <str<strong>on</strong>g>Novoeste</str<strong>on</strong>g> a<br />

decidir seu voto no próximo dia 03 de outubro. O entrevistado<br />

dessa edição é Ailt<strong>on</strong> Florêncio, candidato a deputado<br />

estadual pela Coligação a “Força Que Vem Da Nossa Terra.”<br />

Ailt<strong>on</strong> Florêncio eé casado e natural de Jequié. Saiu da<br />

roça, juntamente com sua família, atrás de mais oportunidades<br />

na cidade. Estudante de escola pública, c<strong>on</strong>cluiu a<br />

Escola Técnica Agrícola Federal e se formou em Ec<strong>on</strong>omia<br />

pela Universidade de Feira de Santana.<br />

Foi secretário de formação da CUT (Central Única dos Trabalhadores),<br />

é militante do PT desde os anos 80, do movimento<br />

sindical e cooperativista. Foi superintendente de Agricultura<br />

Familiar. Chegou a morar em Angola, <strong>on</strong>de apoiou projetos<br />

de agricultores atingidos pelas guerras às suas terras.<br />

Ailt<strong>on</strong> dedicou-se completamente ao trabalho de fortalecimento<br />

das organizações da sociedade civil no âmbito<br />

da Agricultura Familiar, da Ec<strong>on</strong>omia Solidária, e Cultura<br />

Popular. Com esse vasto currículum, Ailt<strong>on</strong> Florêncio se diz<br />

credenciado para assumir uma vaga na Assembléia Legislativa<br />

da Bahia. C<strong>on</strong>fira quais posici<strong>on</strong>amentos com relação<br />

a diversos assuntos e suas propostas para a região.<br />

ENTREVISTA...<br />

Essa é a primeira vez que o<br />

sr. c<strong>on</strong>corre a uma vaga na Assembléia<br />

Legislativa da<br />

Bahia. Quais motivos o levou<br />

a querer representar o povo do<br />

oeste?<br />

Sim, é a primeira vez. E estou<br />

procurando buscar o<br />

apoio da região oeste da<br />

Bahia face à necessidade de<br />

incluir a perspectiva de representação<br />

da agricultura<br />

familiar do oeste, que é um<br />

comp<strong>on</strong>ente forte do desenvolvimento<br />

regi<strong>on</strong>al, na<br />

agenda política do Estado.<br />

É necessário lutar para trazer<br />

para o Oeste da Bahia a<br />

ampliação das oportunidades<br />

de ensino, técnico e universitário,<br />

bem como a instalação<br />

de unidades de pesquisas.<br />

Quais principais propostas<br />

para sua legislatura e de que<br />

forma irá c<strong>on</strong>vencer o eleitor<br />

de que o sr. é um dos melhores<br />

estaduais?<br />

A ec<strong>on</strong>omia baiana tem se<br />

desenvolvido de forma acelerada<br />

no Governo Wagner. É<br />

um dos maiores crescimentos<br />

do Brasil. Nesse c<strong>on</strong>texto<br />

precisa-se abordar de forma<br />

clara a questão da inserção<br />

produtiva de assentamentos,<br />

quilombos, a agricultura familiar.<br />

As nossas cidades não suportariam<br />

mais um ciclo de<br />

migração campo-cidade. É<br />

necessário dar dignidade ao<br />

homem do campo através de<br />

mais políticas públicas voltadas<br />

para a ampliação da produção,<br />

da produtividade, do<br />

processo de beneficiamento<br />

e comercialização. Mais renda<br />

no campo implica em mais<br />

riquezas para os municípios,<br />

para o Estado.<br />

Segundo os registros de<br />

candidaturas no TSE temos na<br />

região cerca de 20 candidatos<br />

Foto Ana Cedro<br />

quem defende a emancipação da região<br />

é do bem, quem não defende é do mal”<br />

a deputado estadual. Qual o<br />

seu diferencial com relação<br />

aos demais?<br />

Nenhum deles sabe os<br />

instrumentos e políticas necessárias<br />

para o desenvolvimento<br />

da agricultura familiar.<br />

Nenhum deles poderá<br />

pautar o desenvolvimento do<br />

município de Barreiras, assim<br />

como os demais, face às necessidades<br />

do homem do<br />

campo. Além disso, devemos<br />

nos voltar para a instalação da<br />

Universidade Federal do<br />

Oeste da Bahia, assim como<br />

ampliar o campus e os cursos<br />

da UNEB, bem como os cursos<br />

profissi<strong>on</strong>alizantes na<br />

área de processamento de alimentos,<br />

sobretudo, e indústria<br />

de um modo geral.<br />

Fale sobre a criação do estado<br />

do Rio São Francisco e o<br />

que o sr. diz a respeito desses<br />

candidatos que estão usando<br />

como bandeira de campanha?<br />

Quem pauta uma campanha<br />

baseada nesse eixo é por<br />

absoluta falta de proposta.<br />

Quer, através de um sentimento,<br />

muitas vezes justificado,<br />

do eleitor do oeste da<br />

Bahia, aproveitar para chamar<br />

a atenção como se a criação de<br />

uma burocracia estatal, mais<br />

deputados, governador, etc.,<br />

pudesse vir a implicar na ampliação<br />

do desenvolvimento<br />

do oeste da Bahia.<br />

Com os investimentos que<br />

o Governo Wagner estar fazendo,<br />

juntamente com o Governo<br />

Federal, cuja jóia da coroa é<br />

a ferrovia, Barreiras e as demais<br />

cidades do oeste da Bahia<br />

se tornarão o eixo de produção<br />

de produtos alimentícios<br />

processados para exportar<br />

para o Brasil e para o mundo.<br />

Devemos jogar energias para<br />

aprofundar esse ciclo de investimento<br />

que esta em curso<br />

para termos mais desenvolvimento<br />

com inclusão social.<br />

Nas andanças pelo oeste<br />

como tem sido a receptividade<br />

da sua candidatura?<br />

Muito boa. Temos feito<br />

campanha com trabalhadores<br />

do campo e da cidade. Em comunidades<br />

e assentamentos,<br />

em porta de fábrica e no comércio.<br />

Há uma ótima expectativa<br />

em relação ao apoio da<br />

região oeste a nossa campanha,<br />

o que retribuiremos com<br />

muito trabalho.<br />

Barreiras e região não c<strong>on</strong>seguem<br />

ter representatividade<br />

política. Em sua opinião,<br />

por que isso ac<strong>on</strong>tece?<br />

Representativa de política<br />

é c<strong>on</strong>struída em cima de ba-<br />

C<strong>on</strong>tinua...


ENTREVISTA / POLÍTICA / ELEIÇÕES 2<str<strong>on</strong>g>01</str<strong>on</strong>g>0 ...c<strong>on</strong>tinuação<br />

ses sólidas cujo eixo são propostas<br />

que norteiam o desenvolvimento<br />

ec<strong>on</strong>ômico, social,<br />

cultural da região. Os políticos<br />

da região têm uma visão<br />

maniqueísta do processo político:<br />

quem defende a emancipação<br />

da região é do bem,<br />

que não defende, é do mal.<br />

Essa dicotomia não agrega absolutamente<br />

nada no cotidiano<br />

de vida da ec<strong>on</strong>omia, da<br />

cultura, do progresso social<br />

da região.<br />

Por exemplo, o município<br />

de Barreiras já poderia ter um<br />

Complexo Esportivo pujante,<br />

poderia já ter times de futebol<br />

participando de forma<br />

evidente nos campe<strong>on</strong>atos,<br />

mas isso não ocorre. Poderia<br />

ter um centro de pesquisa federal,<br />

junto com uma Universidade<br />

Federal avançados.<br />

Poderia já ter uma industria<br />

alimentícia avançada. Os políticos<br />

que até então vêm<br />

sendo eleitos não buscam agir<br />

em cima de temas estratégicos<br />

para o desenvolvimento.<br />

Felizmente o Governador<br />

Wagner, com o compromisso<br />

que tem com toda a Bahia,<br />

tem feito investimentos vultosos,<br />

como o saneamento de<br />

Barreiras, além da recuperação<br />

de estradas, da ferrovia,<br />

do aeroporto, da rede de saúde,<br />

da estrutura de educação,<br />

dentre outros.<br />

Que mensagem o sr. daria<br />

ao eleitor que vota naqueles<br />

candidatos que vêm na região<br />

somente “catar” votos e<br />

quando se elegem só aparece<br />

depois de quatro anos?<br />

Pensar duas vezes antes de<br />

levar o dedo na urna. Há aque-<br />

les que buscam o voto aliciando<br />

o eleitor. E há o eleitor que<br />

fica a espreita para ser aliciado.<br />

Isso leva a desc<strong>on</strong>strução<br />

dos valores democráticos,<br />

além de zerar o papel do cidadão<br />

no processo de escolha<br />

adequado dos candidatos que<br />

possam melhor representar<br />

os interesses legítimos da sociedade.<br />

Assim, diria, pense<br />

melhor, e de uma oportunidadê<br />

a mais para a cidadania.<br />

Em muitos casos, políticos<br />

assumem a Assembléia Legislativa<br />

e dois anos depois<br />

usam como p<strong>on</strong>te em busca<br />

do executivo municipal, com<br />

isso, deixa a sua representatividade<br />

na mão de outro que<br />

não tem nada haver com a<br />

região e muito menos foi eleito<br />

por ela. Se o sr. for eleito<br />

cumprirá integralmente seu<br />

mandato ou o usará como<br />

palanque para futura disputa<br />

para prefeito?<br />

Certamente. E teremos<br />

uma representação parlamentar,<br />

baseada em Barreiras, volante,<br />

para atender a região.<br />

Você acredita que o Brasil<br />

precisa de sangue novo e fichas<br />

limpas na política? Por<br />

quê?<br />

Infelizmente, o que deve<br />

ser obrigação da classe política,<br />

que é a h<strong>on</strong>estidade, precisou<br />

agora de uma lei para<br />

poder ser cumprida a risca.<br />

Enfim, que assim seja para ver<br />

se melhora. Quanto ao sangue<br />

novo, a sociedade deve atentar<br />

para o fato que na rua, na<br />

associação de bairro, no jogo<br />

de futebol, no sindicato, em<br />

todos os ambientes sociais<br />

ABANDONO DE EMPREGO<br />

Airt<strong>on</strong> Gorgen (Fazenda Barcel<strong>on</strong>a I), empresa situada a rua Vinte e Seis<br />

de Maio, nº 156, Edifício Chaplin, Centro, Barreiras, Bahia, CEI nº<br />

042630<str<strong>on</strong>g>01</str<strong>on</strong>g>42/81, solicita o comparecimento do funci<strong>on</strong>ário Carlos Alberto<br />

Butke, portador da CTPS nº 2<str<strong>on</strong>g>16</str<strong>on</strong>g><str<strong>on</strong>g>16</str<strong>on</strong>g>, série 00<str<strong>on</strong>g>01</str<strong>on</strong>g>5-RS, RG nº 1039<str<strong>on</strong>g>16</str<strong>on</strong>g>1508<br />

SSP/RS. O não comparecimento do citado fica caracterizado como ABAN-<br />

DONO DE EMPREGO, c<strong>on</strong>forme Artigo 482, Letra “I”, da C<strong>on</strong>solidação<br />

das Leis Trabalhista.<br />

Airt<strong>on</strong> Gorgen (Fazenda Barcel<strong>on</strong>a I)<br />

Proprietário<br />

coletivos devemos primar<br />

pela renovação, como princípio.<br />

Acho inclusive, que no<br />

caso de deputados, deveria<br />

também ter limitação de número<br />

de mandatos. A função<br />

parlamentar acabou virando<br />

profissão. A sociedade deve<br />

rever isso.<br />

Os reclames do eleitorado<br />

é que os políticos depois de<br />

eleitos não devolvem ao<br />

povo, em forma de trabalho,<br />

a votação recebida. Caso o sr.<br />

O bacharel em Direito e<br />

pós-graduado em Direito<br />

Público, Vanderlei Marques,<br />

mais c<strong>on</strong>hecido<br />

como Vanderlei do Sindicato,<br />

coordenador Geral<br />

do SINTIAB (Sindicato dos<br />

Trabalhadores das Indústrias<br />

de Alimentos no Oeste<br />

apóia o candidato a deputado<br />

estadual pelo PT,<br />

Ailt<strong>on</strong> Florêncio.<br />

Segundo Vanderlei, isso<br />

ocorre por c<strong>on</strong>ta de vários<br />

motivos. “O primeiro deles<br />

é porque Ailt<strong>on</strong> se identifica<br />

com o sentimento dos<br />

trabalhadores do campo, ele mostrou isso,<br />

quando ocupou a pasta da Agricultura Familiar.<br />

Segundo, a gente vê que ele tem dado<br />

c<strong>on</strong>tinuidade à política do governo Lula e<br />

do governo Wagner. Terceiro, porque c<strong>on</strong>-<br />

Ano XIX - nº 6<str<strong>on</strong>g>01</str<strong>on</strong>g> - Região Oeste - Bahia - Brasil - 21/09/2<str<strong>on</strong>g>01</str<strong>on</strong>g>0 - 05<br />

seja eleito como prestará c<strong>on</strong>tas<br />

do seu mandato?<br />

Teremos um escritório em<br />

Barreiras de portas abertas,<br />

tanto para discutir prioridades,<br />

como para apresentar o<br />

que está sendo realizado.<br />

Com relação aos gastos da<br />

campanha, quanto o sr. acha<br />

que vai gastar?<br />

Até agora gastamos cerca<br />

de cinqüenta mil reais. Não vai<br />

ficar muito l<strong>on</strong>ge disso. Trabalhamos<br />

com a militância que<br />

Vanderlei apóia Ailt<strong>on</strong> Florêncio<br />

Foto Ana Cedro<br />

acredita na política para transformar<br />

a vida das pessoas.<br />

Sua mensagem. Por que o<br />

eleitor deve votar no Sr?<br />

Porque temos história de<br />

luta relaci<strong>on</strong>ada aos direitos<br />

dos trabalhadores rurais e urbanos.<br />

Porque temos experiência<br />

e saberemos buscar ações<br />

que impactarão no desenvolvimento<br />

dos municípios, através<br />

de um processo acentuado de<br />

inclusão ec<strong>on</strong>ômica e social das<br />

famílias do campo, sobretudo.<br />

tribuiu muito com relação<br />

à agricultura familiar, as<br />

pequenas indústrias, inclusive<br />

na região oeste”, explicou.<br />

Sobre a quantidade de<br />

candidatos pelo Partido na<br />

região, Vanderlei explica<br />

que “a democracia interna<br />

do partido permite que as<br />

pessoas que são filiadas<br />

apóiem determinados candidatos<br />

e por isso o partido<br />

é c<strong>on</strong>struído de tendências.<br />

Dentro do PT há pessoas<br />

ligadas a várias categorias,<br />

como educação,<br />

saúde, homem do campo, rodoviários. Assim,<br />

é bom que há espaço para todos. Ailt<strong>on</strong><br />

Florêncio o qual nos dedicamos nessa<br />

campanha tem recebido o apoio de diversas<br />

pessoas do partido aqui na região.”


06 - Ano XIX - nº 6<str<strong>on</strong>g>01</str<strong>on</strong>g> - Região Oeste - Bahia - Brasil - 21/09/2<str<strong>on</strong>g>01</str<strong>on</strong>g>0 Ano XIX - nº 6<str<strong>on</strong>g>01</str<strong>on</strong>g> - Região Oeste - Bahia - Brasil - 21/09/2<str<strong>on</strong>g>01</str<strong>on</strong>g>0 - 07<br />

DIREITO DE RESPOSTA / ESGOTAMENTO SANITÁRIO / BARREIRAS<br />

PAUTA LIVRE<br />

Por Ignez Pitta de Almeida<br />

Esclarecimentos sobre a obra<br />

de esgotamento sanitário<br />

Em resposta a matéria publicada no Jornal <str<strong>on</strong>g>Novoeste</str<strong>on</strong>g>, dia 17/08/2<str<strong>on</strong>g>01</str<strong>on</strong>g>0: “Execução malfeita:<br />

às pressas e sem planejamento; inércia do poder público e das autoridades”.<br />

A obra de esgotamento sanitário de Barreiras está cumprindo o cr<strong>on</strong>ograma previsto<br />

e seguindo c<strong>on</strong>forme o seu planejamento. Já foram assentados 30 mil metros de<br />

rede coletora e aproximadamente 4 mil metros de ramais prediais. A obra começou<br />

pela chamada Bacia B, que compreende a Vila Rica, Vila Amorim e Vila dos Funci<strong>on</strong>ários,<br />

bairros que sempre tiveram problemas de infraestrutura e não c<strong>on</strong>tam com o sistema<br />

de macrodrenagem.<br />

Em muitas ruas a Embasa fez a terraplenagem e aterrou buracos para poder começar<br />

a operar, pois não era possível sequer a passagem de veículos. Podemos citar o caso<br />

da Rua Buenos Aires, na Vila Rica, antes das obras a rua era intransitável, depois das<br />

intervenções a situação melhorou c<strong>on</strong>sideravelmente, agora os veículos transitam sem<br />

dificuldades. As ruas foram filmadas antes e depois das intervenções físicas.<br />

A compactação das ruas está sendo feita em camadas de 20 cm de solo, com compactador<br />

mecânico. O material utilizado que é proveniente da vala é tecnicamente<br />

apropriado para compactação do solo <strong>on</strong>de foi implantada a tubulação. Se a Embasa<br />

estivesse utilizando algum material inadequado, estaria colocando em risco o próprio<br />

sistema que irá operar. Portanto, a compactação das ruas está sendo feita de forma<br />

apropriada e fiscalizada por profissi<strong>on</strong>ais da área.<br />

Quanto a fiscalização da obra, a Embasa c<strong>on</strong>tratou uma empresa terceirizada e,<br />

além disso, tem uma equipe própria de fiscalização que é composta por: um engenheiro,<br />

dois técnicos, um topógrafo e uma assistente social, todos residentes em Barreiras.<br />

A perspectiva é ampliar essa equipe quando a obra estiver em estágio mais avançado.<br />

Apresentação do projeto - Ao c<strong>on</strong>trário do que foi dito na matéria o projeto de<br />

execução foi apresentado publicamente, no dia 06 de maio de 2<str<strong>on</strong>g>01</str<strong>on</strong>g>0, data em que a<br />

Embasa promoveu uma Reunião Pública, que apresentou o Projeto de Implantação do<br />

Sistema de Esgotamento Sanitário de Barreiras. A reunião mostrou o projeto técnico<br />

da obra (intervenções físicas) seus objetivos, metas, princípios e metodologia do Trabalho<br />

Técnico Social, enfatizando a importância da adesão ao sistema e da participação<br />

da população nas atividades propostas. A reunião foi aberta ao público e o espaço<br />

possibilitou que os presentes tirassem suas dúvidas e c<strong>on</strong>hecessem o projeto técnico<br />

da implantação do esgotamento sanitário em Barreiras.<br />

A citada Comissão de Acompanhamento de Obra – CAO, que se reúne mensalmente<br />

solicitou a apresentação do projeto na reunião ocorrida em julho e a mesma foi<br />

pr<strong>on</strong>tamente apresentada em agosto. O teor de todas as reuniões c<strong>on</strong>sta em ata. A<br />

CAO foi criada como instrumento de c<strong>on</strong>trole social na implantação do sistema de<br />

esgotamento sanitário. A Comissão visa garantir a participação e a representatividade<br />

do público de interação no acompanhamento da obra e do projeto social; c<strong>on</strong>tribuir<br />

com o processo de disseminação das informações, além de discutir e avaliar as questões<br />

ambientais locais, sugerindo encaminhamentos.<br />

A Comissão é composta por representantes do Ministério Público, Embasa, prefeitura<br />

municipal, organizações sociais e associações de moradores. No próximo dia 13,<br />

os membros da CAO irão fazer uma visita in loco nas ruas <strong>on</strong>de estão ac<strong>on</strong>tecendo as<br />

obras de esgotamento sanitário.<br />

Reclamações - Caso as intervenções da Embasa estejam causando algum tipo de<br />

transtorno a população pode fazer reclamações através do número (77) 3613-0045. A<br />

equipe de fiscalização providenciará uma visita ao local e se for c<strong>on</strong>statada resp<strong>on</strong>sabilidade<br />

da obra os reparos serão providenciados imediatamente.<br />

Pr<strong>on</strong>unciamento da Embasa - A Redação do Jornal <str<strong>on</strong>g>Novoeste</str<strong>on</strong>g>, só entrou em c<strong>on</strong>tato<br />

com a Unidade Regi<strong>on</strong>al da Embasa, por volta das 14h do dia 17 de agosto, o gerente da<br />

regi<strong>on</strong>al, Francisco Andrade, estava em reunião, não havendo assim, tempo hábil para<br />

que a empresa se pr<strong>on</strong>unciasse.<br />

Cristiane Barilli de Figueirêdo. Assessoria de Comunicação Social da Embasa<br />

A Embasa mente e deturpa ao esclarecer denúncias<br />

O direito de resposta ou retificação<br />

é rec<strong>on</strong>hecido c<strong>on</strong>stituci<strong>on</strong>almente<br />

como direito fundamental no<br />

Art. 5, Inc. V da C<strong>on</strong>stituição Federal<br />

e, enc<strong>on</strong>trava-se regulamentado na<br />

Lei da Imprensa n. 5.250/67, arts. 29 a<br />

36, hoje revogada. Assim, c<strong>on</strong>stituise<br />

como direito que assiste a toda<br />

pessoa, física ou jurídica, objeto de<br />

uma notícia publicada por um órgão<br />

de comunicação social, de ver difundido<br />

gratuitamente um desmentido,<br />

uma defesa ou uma retificação de<br />

informações nela c<strong>on</strong>tidas.<br />

Assim, quem leu o texto de esclarecimentos<br />

da Embasa rebatendo<br />

as denúncias sobre a execução da<br />

obra de saneamento básico no Bairro<br />

Vila Rica, percebe que o seu intuito<br />

é somente deturpar a veracidade<br />

dos fatos e, simplesmente, desprestigiar<br />

a redação do jornal e os profissi<strong>on</strong>ais<br />

das rádios que estiveram in<br />

loco vendo a execução e os problemas<br />

causados pela obra, é dizer que<br />

os moradores inventam os problemas<br />

sofridos por eles no dia-a-dia<br />

durante e depois da execução da<br />

obra, é subestimar a capacidade dos<br />

especialistas* e do secretário de Infraestrutura<br />

do município que questi<strong>on</strong>aram<br />

a forma como a obra estava<br />

sendo executada.<br />

Vale ressaltar que o Jornal <str<strong>on</strong>g>Novoeste</str<strong>on</strong>g><br />

foi apenas o meio de propagação<br />

das denúncias e dos questi<strong>on</strong>amentos<br />

quanto à execução da<br />

obra. Mesmo assim, o jornal publica<br />

o texto de esclarecimentos da<br />

Embasa (à esquerda). Quem ler<br />

verá o tamanho do desrespeito que<br />

ela tem para com a população e com<br />

outras instituições de Barreiras.<br />

CONSIDERANDO QUE:<br />

- A redação do <str<strong>on</strong>g>Novoeste</str<strong>on</strong>g> esteve<br />

no local das obras para certificar à<br />

queixas dos moradores da localidade,<br />

segundo eles não sabiam mais a<br />

quem recorrer;<br />

- A forma como estava sendo<br />

executada a obra, o material usado,<br />

a sua compactação e a falta de<br />

fiscalização foram denúncias dos<br />

próprios moradores. Para checar a<br />

veracidade das denúncias foram<br />

c<strong>on</strong>sultados três especialistas no<br />

assunto, inclusive o próprio secretário<br />

de infraestrutura da prefeitura<br />

municipal, logo depois, reafirmou<br />

ao vivo suas declarações nas<br />

rádios locais, foi taxativo quando<br />

disse que estava ali para fazer as<br />

denúncias como obrigação de cidadão<br />

e pouco se importava se fosse<br />

ex<strong>on</strong>erado do cargo;<br />

- As denúncias não chegaram somente<br />

à redação do <str<strong>on</strong>g>Novoeste</str<strong>on</strong>g>, mas<br />

também às rádios locais que checaram<br />

"in loco" a veracidade das denúncias;<br />

- A má execução e a falta de fiscalização<br />

da obra, além da malversação<br />

do dinheiro público, foram<br />

embasadas também por três membros<br />

da Comissão de Acompanhamento<br />

de Obra - CAO, que segundo<br />

um deles, e logo depois c<strong>on</strong>firmado<br />

pelos demais, a comissão estava<br />

sofrendo certos descasos, prova disso<br />

é que eles não sabiam de nada,<br />

as discussões das reuniões eram em<br />

cima das obras já executadas e até<br />

a cópia do projeto da obra que tinha<br />

sido solicitado pela comissão,<br />

nunca tinha sido entregue;<br />

- Se tivesse alguém fiscalizando<br />

ou ouvindo os reclames da sociedade<br />

no local <strong>on</strong>de a obra está<br />

sendo implantada, perceberia os<br />

notórios transtornos causados por<br />

ela e não precisaria a população ficar<br />

ligando para fazer reclamações.<br />

Quando qualquer comunidade apela<br />

para a imprensa é porque não<br />

tem mais a quem recorrer.<br />

- Na c<strong>on</strong>ta de agosto do telef<strong>on</strong>e<br />

3611-2258 (foto abaixo), fixo da OI,<br />

indicado apenas para receber ligações,<br />

04 (quatro) ligações foram fei-<br />

tas para a Embasa, no telef<strong>on</strong>e 3612-<br />

9300. Todas no período de produção<br />

da matéria. A primeira no dia 03/08,<br />

às 14:58:20, a segunda dia <str<strong>on</strong>g>16</str<strong>on</strong>g>/08, às<br />

17:46:03, a terceira e a quarta no dia<br />

17/08, às 14:26:03 e <str<strong>on</strong>g>16</str<strong>on</strong>g>:<str<strong>on</strong>g>01</str<strong>on</strong>g>:21. Como<br />

se ver, no dia 17/08 não foi só uma<br />

ligação como diz a Embasa, foram<br />

duas, respectivamente. Sem falar<br />

que no 3021-1711, telef<strong>on</strong>e fixo da<br />

Embratel próprio da redação do jornal,<br />

possivelmente foram feitas outras<br />

ligações para a Embasa, pena<br />

que a sua c<strong>on</strong>ta detalha apenas ligações<br />

para celulares, portanto não<br />

dá para saber no momento quantas<br />

foram feitas.<br />

- C<strong>on</strong>forme foi comprovado acima,<br />

os esclarecimentos da Embasa<br />

tem o único intuito de deturpar a<br />

veracidade dos fatos imputando às<br />

denúncias como inverídicas, apenas<br />

para desprestigiar os profissi<strong>on</strong>ais<br />

de imprensa e sair como empresa<br />

eficiente. Em momento algum ela<br />

rec<strong>on</strong>hece o erro ou pede desculpa<br />

a população. Simplesmente, rebate<br />

o fato afirmando que a obra sempre<br />

cumpriu o cr<strong>on</strong>ograma e o planejamento<br />

previsto, se houvesse<br />

alguém prejudicado com os transtornos<br />

da obra teria reclamado e os<br />

reparos teriam sidos providenciados<br />

imediatamente.<br />

Para finalizar as c<strong>on</strong>siderações,<br />

a exploração de águas e esgotos de<br />

Barreiras é um negócio extremamente<br />

lucrativo, tanto que estado<br />

brigou feio na justiça com o município<br />

para c<strong>on</strong>tinuar explorando os<br />

serviços. Lamentavelmente, quando<br />

houve mudança de gestão do<br />

executivo municipal, a Embasa acabou<br />

ficando de mão beijada com os<br />

serviços. A prefeitura renunciou<br />

cerca de R$ 600.000,00 líquido, que<br />

entraria nos cofres do município por<br />

mês, segundo estudos do Instituto<br />

Getúlio Vargas, realizados na gestão<br />

passada. Esta seria a receita só com<br />

a exploração dos serviços de água,<br />

com os serviços de esgotos teria um<br />

acréscimo de 80%, ficaria estimado<br />

em R$ 1.080.000,00 por mês.<br />

É como lamentou um dos membros*<br />

da Comissão de Acompanhamento<br />

de Obra - CAO.<br />

"É quase uma certeza, ou seja, a<br />

Embasa vai executar a obra de esgotamento<br />

sanitário e tirar do povo<br />

de Barreiras a chance de trabalhar<br />

com as próprias pernas na exploração<br />

de tratamento d’águas e do esgoto<br />

da cidade, que é uma mina de<br />

ouro. Os poucos meses que a SANAB<br />

administrou os serviços teve a oportunidade<br />

de gerar líquido mais de<br />

um milhão de reais/mês, imagine<br />

hoje quanto deve está este faturamento<br />

com as majorações sofridas<br />

pelos serviços e o que se vai faturar<br />

no futuro com o acréscimo de 80%<br />

dos serviços de esgoto".<br />

A verdade é que Barreiras, a sua<br />

população não tem noção do que<br />

está perdendo, sem falar que a imagem<br />

da Embasa é péssima perante<br />

os barreirenses e ela pouco está se<br />

lixando para isso, senão não falta<br />

com a verdade nos problemas que<br />

causa a população e dem<strong>on</strong>straria<br />

transparência em suas ações.<br />

* Os especialistas citados nesta<br />

e na matéria da edição 599, pediram<br />

que não fossem citados seus<br />

nomes. Ficou acordado que seriam<br />

revelados somente perante a justiça,<br />

caso fosse necessário.<br />

Filho do Cerrado Domesticado<br />

assume Governo do Amapá<br />

No início da década de<br />

1960, o barreirense Doglas<br />

Evangelista Ramos (foto),<br />

hoje com 67 anos, filho do<br />

Sr. Adelino e de D. Otávia<br />

Evangelista Ramos e neto<br />

do Sr Lucas E. Ramos e de<br />

D. Otávia Moreira, tradici<strong>on</strong>al<br />

família de agricultores,<br />

sediados próximo ao<br />

Riacho de Areia, na Fazenda<br />

Passagem do Pau, às<br />

margens da estrada Barreiras - São Desidério,<br />

seguiu o caminho já antes trilhado<br />

por muitos c<strong>on</strong>terrâneos: Deixou Barreiras<br />

para buscar meios de cursar estudos<br />

universitários, pois aqui, então, só havia<br />

possibilidades de se estudar até o segundo<br />

grau, no Colégio Padre Vieira. Sua irmã,<br />

Alda Evangelista Ramos, c<strong>on</strong>hecida como<br />

Profa. Aldinha, após diplomar-se normalista,<br />

leci<strong>on</strong>ou aqui por vários anos, antes<br />

de também dirigir-se a Brasília, a fim de<br />

ter acesso à Universidade.<br />

Apesar de no início da década de 1960<br />

ainda não haver-se iniciado o processo<br />

civilizatório aqui detectado recentemente<br />

pela revista Veja e que c<strong>on</strong>siste em não<br />

colocar adoçante no vinho seco e em somente<br />

c<strong>on</strong>sumir cortes de carnes vindos<br />

da Argentina, Uruguai e da região Sudeste,<br />

o jovem Doglas, após ter trabalhado<br />

como sapateiro, foi para Brasília com seu<br />

diploma de 2º grau e ali c<strong>on</strong>seguiu emprego<br />

nas lojas Brasília S/A, como auxiliar<br />

de escritório. Em seguida, no ano de 1963,<br />

aos 20 anos, tornou-se servidor da Justiça<br />

do DF: ingressou no Cartório do 2º Ofício<br />

do Registro Civil e Casamentos, Títulos e<br />

Documentos e Pessoas Jurídicas, <strong>on</strong>de<br />

logo sua capacidade de trabalho foi rec<strong>on</strong>hecida,<br />

sendo nomeado Escrevente Juramentado,<br />

ao tempo em que era Presidente<br />

da República o Sr. Humberto de<br />

Alencar Castelo Branco.<br />

Sempre trabalhando e estudando assiduamente,<br />

o barreirense, que nunca<br />

perdeu o c<strong>on</strong>tato com sua família e sua<br />

terra, diplomou-se em Direito na Universidade<br />

de Brasília. Em Porto Velho, R<strong>on</strong>dônia,<br />

tornou-se Juiz de Direito da 1ª Vara<br />

Criminal e Juiz de Tribunal Eleitoral. Em<br />

Macapá, capital do Amapá foi Juiz de Direito<br />

da 1ª Circunscrição Eleitoral, exercendo<br />

outras variadas funções, até chegar<br />

ao cargo de Desembargador e primei-<br />

Foto Internet/Google<br />

ro Presidente do Tribunal<br />

de Justiça do Estado do<br />

Amapá, estando agora em<br />

seu segundo mandato.<br />

Governador do<br />

Amapá<br />

Devido à prisão do Governador<br />

do Amapá, seu<br />

Vice e ao afastamento do<br />

cargo, por razão eleitoral,<br />

do Presidente da Assembléia<br />

Legislativa do Amapá, c<strong>on</strong>forme a<br />

C<strong>on</strong>stituição Federal, coube ao Presidente<br />

do Tribunal de Justiça do Estado, Dr.<br />

Doglas Evangelista Ramos, assumir interinamente<br />

o governo, que exerceu por<br />

um prazo de 15 dias.<br />

Os barreirenses nos orgulhamos de ver<br />

mais esse c<strong>on</strong>terrâneo galgar o cargo de<br />

governador de Estado, função já antes<br />

exercida pelo também barreirense formado<br />

em Direito, Dr. Antônio Balbino de Carvalho,<br />

que foi governador da Bahia, havendo<br />

feito uma brilhante administração,<br />

ap<strong>on</strong>tada como a que colocou a Bahia nos<br />

trilhos da modernidade.<br />

Os familiares do Dr. Doglas, como seu<br />

primo carnal, João Evangelista Ramos, sentem-se<br />

felizes, pois os que aqui permaneceram<br />

sempre tentaram manter a tradição<br />

da família, que teve quase toda a área da<br />

Fazenda Passagem do Pau desapropriada<br />

por preço irrisório, pela CODEVASF, como<br />

ac<strong>on</strong>teceu com todas as outras, expropriadas<br />

na década de 1970, para a implantação<br />

do Projeto de Irrigação São Desidério, entre<br />

São Desidério e Barreiras. Com uma<br />

pequena área, l<strong>on</strong>ge do rio, que escapou à<br />

desapropriação, anexada a outra, que c<strong>on</strong>seguiu<br />

comprar, João Evangelista Ramos<br />

mantém a tradição da família agricultora,<br />

embora trabalhando e residindo em Barreiras.<br />

Lá na fazenda organizou um pequeno<br />

museu, para preservar os utensílios e<br />

objetos de uso e trabalho das antigas famílias<br />

agricultoras barreirenses e c<strong>on</strong>tinua<br />

promovendo anualmente a Festa do Divino,<br />

como seu avô Lucas fazia na antiga Fazenda<br />

Passagem do Pau, embora nunca tenha<br />

ganho 150 milhões de reais anualmente,<br />

com apregoa o citado artigo da revista<br />

Veja, recebidos apenas, também c<strong>on</strong>forme<br />

a revista, "só por quem tem coragem e persistência<br />

e é capaz de vencer as enormes<br />

dificuldades."


08 - Ano XIX - nº 6<str<strong>on</strong>g>01</str<strong>on</strong>g> - Região Oeste - Bahia - Brasil - 21/09/2<str<strong>on</strong>g>01</str<strong>on</strong>g>0<br />

ENTREVISTA / POLÍTICA / ELEIÇÕES 2<str<strong>on</strong>g>01</str<strong>on</strong>g>0 Por Ana Cedro<br />

“Trabalhar é minha vocação,<br />

servir ao povo é minha obrigação”<br />

Faltando pouco menos de duas semanas para as eleições, o <str<strong>on</strong>g>Novoeste</str<strong>on</strong>g> dar prosseguimento<br />

à série de entrevistas com os candidatos que postulam uma vaga na Assembléia<br />

Legislativa da Bahia e Câmara dos Deputados Federais. Nessa edição mudamos o perfil<br />

do entrevistado, buscando também, apresentar aos leitores as propostas dos candidatos<br />

que não são domiciliados na região. Por meio de um sorteio, Lorivaldo Neves,<br />

candidato a deputado federal pelo PPS, foi o c<strong>on</strong>templado.<br />

Loro Neves, como todos o chamam, 54, é natural de Riacho de Santana – BA. É<br />

licenciado em Ciências C<strong>on</strong>tábeis pela UNICIB (Universidade Cidade de São Paulo) e<br />

bacharel em Direito pela UNIP (Universidade Paulista), é pós - graduado em c<strong>on</strong>troladoria<br />

e auditoria fiscal pela UNIB (Universidade Ibirapuera).<br />

Loro Neves é empresário do ramo hoteleiro e agr<strong>on</strong>egócios nas regiões de Caetité,<br />

Guanambi, Riacho de Santana e Barreiras. Atua ainda no cargo de Agente Fiscal de<br />

Rendas. Loro tem como principal proposta para o oeste, buscar solução definitiva para<br />

a problemática do saneamento básico de Barreiras e cidades circunvizinhas. C<strong>on</strong>fira na<br />

entrevista ainda, o que Loro pensa a respeito da criação do novo estado, projeto Ficha<br />

Limpa, entre outros.<br />

ENTREVISTA...<br />

Quais suas principais propostas<br />

para essas eleições e<br />

como irá c<strong>on</strong>vencer o eleitor<br />

de que o Sr. é melhor dentre os<br />

demais candidatos?<br />

A minha proposta é objetiva<br />

e simples: Se eleito, meu<br />

compromisso é buscar meios<br />

eficientes e rápidos para soluci<strong>on</strong>ar<br />

um dos maiores traumas<br />

da população, que é o saneamento<br />

básico. Como forma<br />

de c<strong>on</strong>vencimento, dem<strong>on</strong>strarei<br />

que, com o saneamento<br />

básico a comunidade<br />

terá mais vida e saúde e, c<strong>on</strong>sequentemente<br />

o Estado gastará<br />

menos com saúde pública.<br />

Pretendo, ainda, dispensar<br />

uma atenção especial à educação,<br />

principalmente quanto<br />

à implementação de cursos<br />

técnicos e superiores na formação<br />

dos nossos jovens para<br />

o mercado de trabalho. Tenho<br />

também como proposta para<br />

o Oeste baiano a luta para que<br />

o agr<strong>on</strong>egócio se torne de fato<br />

uma realidade para os pequenos,<br />

médios e grandes produtores,<br />

gerando, assim, mais<br />

oportunidade de empregos e<br />

rendas com novos postos de<br />

trabalho formal. Para que isso<br />

se torne viável, aposto na instalação<br />

de um Parque Industrial<br />

forte e competitivo, fechando<br />

a cadeia produtiva do<br />

algodão e soja, além de outros<br />

produtos aqui produzidos, é o<br />

que chamamos de agregar valores.<br />

Também não podemos<br />

deixar de fortalecer a luta<br />

pelo turismo sustentável a fim<br />

de torná-lo f<strong>on</strong>te de renda<br />

para a população de Barreiras<br />

e cidades circunvizinhas, a<br />

partir do momento que passar<br />

a figurar no cenário turístico<br />

do país, com a certificação<br />

do Rio de Ondas, Cachoeiras e<br />

Grutas, uma vez que esta região<br />

é abençoada com riquezas<br />

naturais valiosíssimas.<br />

Com relação à criação do<br />

novo Estado, o que você pode<br />

dizer a respeito desses candidatos<br />

que estão usando como<br />

bandeira na campanha?<br />

A criação do Estado do São<br />

Francisco não passa apenas<br />

pela v<strong>on</strong>tade de uns ou outros<br />

e não deve ser tratada como<br />

bandeira eleitoreira. Penso<br />

que o processo de criação de<br />

“No momento vejo ainda<br />

como utopia a criação<br />

de um novo estado,<br />

até mesmo porque<br />

Barreiras, a sua maior<br />

cidade, necessita, com<br />

urgência, de uma reforma<br />

política e administrativa,<br />

pois, infelizmente<br />

está endividada,<br />

sem credibilidade alguma,<br />

o patrimônio público<br />

foi sucateado, o poder<br />

legislativo inoperante,<br />

e, por c<strong>on</strong>ta disso,<br />

o seu povo está decepci<strong>on</strong>ado<br />

e descrente<br />

com os políticos”.<br />

um novo estado, em especial<br />

como o do São Francisco, requer<br />

ampla discussão com a<br />

participação irrestrita de todos<br />

os cidadãos baianos. Antes de<br />

tudo, temos que fortalecer politicamente<br />

a região e “arrumar<br />

a casa”, daí passar a criar meios<br />

eficientes e c<strong>on</strong>cretos para alcançar<br />

a independência de que<br />

todo estado exige, a final de<br />

c<strong>on</strong>tas quase tudo que aqui<br />

produzimos – soja, algodão,<br />

Foto Arquivo Pessoal<br />

milho, feijão, café etc – é enviado<br />

para fora “in natura”. Explico:<br />

se a nossa produção de<br />

soja e algodão, por exemplo,<br />

fosse industrializada aqui, só<br />

mandaríamos para fora o produto<br />

final e, com isso geraríamos<br />

mais riquezas, empregos<br />

e receitas e aí sim, poderíamos<br />

pensar na criação de um novo<br />

estado, até mesmo porque,<br />

todo esse processo depende<br />

da existência de força política<br />

e independência ec<strong>on</strong>ômica<br />

de quem pretende caminhar<br />

com as próprias pernas, mais<br />

uma razão pela qual sou candidato<br />

a Deputado Federal, à disposição<br />

para o debate e ações.<br />

O sr. c<strong>on</strong>hece a história da<br />

região oeste? O Senhor é a favor<br />

ou c<strong>on</strong>tra a criação do<br />

novo estado? Por quê?<br />

Eu c<strong>on</strong>heço e desde meus<br />

tempos de garoto, pois o meu<br />

avô materno Geminiano Cardoso<br />

foi liderança política na<br />

região de Bom Jesus da Lapa e<br />

Riacho de Santana e muito ligado<br />

ao então Governador<br />

Antônio Balbino. Além do<br />

mais, há muito tempo venho<br />

acompanhando de perto o desenvolvimento<br />

e prosperidade<br />

do Oeste baiano, que,<br />

como nenhuma outra região<br />

acolhe de braços abertos todos<br />

aqueles que aqui se instalam<br />

na busca de novas oportunidades.<br />

Foi com essa certeza<br />

que adquiri uma propriedade<br />

rural na região de Riachão<br />

das Neves, na certeza de<br />

que este é o primeiro de inúmeros<br />

outros investimentos,<br />

ressaltando que aqui tenho<br />

irmãos e demais familiares,<br />

além de inúmeros amigos.<br />

C<strong>on</strong>tinua...


Quanto à criação de um<br />

novo estado, como acima dito,<br />

não se trata de ser c<strong>on</strong>tra ou a<br />

favor, apenas penso que deve<br />

ser feita uma discussão mais<br />

ampla, clara e irrestrita com a<br />

sociedade e, acima de tudo<br />

procurarmos o fortalecimento<br />

político e ec<strong>on</strong>ômico. No<br />

momento vejo ainda como<br />

utopia a criação de um novo<br />

estado, até mesmo porque a<br />

sua maior cidade – Barreiras –<br />

necessita, com urgência, de<br />

uma reforma política e administrativa,<br />

pois, infelizmente<br />

este Município esta endividado,<br />

sem credibilidade alguma,<br />

o patrimônio público foi sucateado,<br />

o poder legislativo inoperante,<br />

e, por c<strong>on</strong>ta disso,<br />

com razão, o seu povo está decepci<strong>on</strong>ado<br />

e descrente com<br />

os políticos, tudo isso por c<strong>on</strong>ta<br />

da irresp<strong>on</strong>sabilidade administrativa<br />

e social da Senhora<br />

Prefeita e de seu marido candidato<br />

que tenta se eleger a<br />

qualquer custo, ressaltando<br />

que são campeões de liminares<br />

na Justiça.<br />

Qual o seu diferencial com<br />

relação aos demais?<br />

Pretendo criar uma relação<br />

de muito trabalho em prol desta<br />

região, em especial na elaboração<br />

e execução de Projetos<br />

para viabilidade dos compromissos<br />

acima assumidos,<br />

além de dar uma atenção especial<br />

as associações e cooperativas,<br />

bem como aos municípios,<br />

através de seus representantes,<br />

desde que comprometidos<br />

com a ética e o bem<br />

comum. Também gostaria de<br />

ressaltar que, o meu maior patrimônio<br />

é o meu nome, juntamente<br />

com a minha c<strong>on</strong>duta<br />

pessoal como cidadão, sempre<br />

sustentado pelos princípios<br />

éticos e de independência.<br />

Em sua opinião, porque<br />

Barreiras e região não c<strong>on</strong>seguem<br />

ter representatividade<br />

política?<br />

Peço permissão ao leitor<br />

para resp<strong>on</strong>der essa pergun-<br />

ta com outras perguntas:<br />

Quem são os nossos representantes?<br />

Nossos supostos<br />

representantes prestaram<br />

c<strong>on</strong>tas à população dos seus<br />

mandatos?<br />

Observem que, nas últimas<br />

décadas praticamente todos<br />

os Prefeitos de Barreiras exerceram<br />

mandato de Deputado<br />

Federal, com exceção de um.<br />

Se analisarmos o mandato de<br />

cada um como deles, não deveríamos<br />

ter c<strong>on</strong>fiado o voto<br />

aos mesmos. Para tanto, basta<br />

observamos, a título ilustrativo,<br />

um pequeno exemplo:<br />

quantas e quais as emendas<br />

que apresentaram em benefício<br />

da região? Será que foi<br />

suficiente? Será que esgotaram<br />

todos os seus esforços,<br />

como deveriam, em prol da<br />

região? Penso que não!<br />

Em muitos casos, políticos<br />

assumem o legislativo e dois<br />

anos depois usam como p<strong>on</strong>te<br />

em busca do executivo, com<br />

isso, deixa a sua representatividade<br />

na mão de outro que<br />

não tem nada haver com a região<br />

e muito menos foi eleito<br />

por ela. Se o Senhor for eleito<br />

cumprirá integralmente seu<br />

mandato ou o usará como<br />

palanque para futura disputa<br />

para prefeito?<br />

Não tenho pretensão alguma<br />

ao cargo de Prefeito. Entretanto,<br />

vou apoiar uma frente<br />

política nova e comprometida<br />

com a cidade de Barreiras, formada<br />

por partidos políticos que<br />

realmente desejam a renovação<br />

na próxima eleição municipal.<br />

Pretendo exercer meu<br />

mandato até o fim, inclusive,<br />

defenderei Projeto de Lei para<br />

que no mandato de deputado<br />

seja permitida uma única reeleição,<br />

da mesma forma como<br />

se dá no Poder Executivo (Presidente<br />

da República e Prefeito<br />

Municipal), isso para que<br />

outras pessoas possam c<strong>on</strong>tribuir<br />

com suas idéias e trabalho<br />

a c<strong>on</strong>strução do bem comum,<br />

além do fortalecimento<br />

da renovação.<br />

Os reclames do eleitorado<br />

é que os políticos depois de<br />

eleitos não devolvem ao<br />

povo, em forma de trabalho,<br />

a votação recebida. Caso o Senhor<br />

seja eleito como prestará<br />

c<strong>on</strong>tas do seu mandato?<br />

Pretendo criar escritório<br />

político e de apoio em Barreiras<br />

visando atender a região,<br />

em especial as associações,<br />

cooperativas, Prefeitos, vereadores,<br />

lideranças políticas,<br />

enfim a todos da região oeste.<br />

Neste escritório, daremos<br />

c<strong>on</strong>dições à comunidade e ao<br />

eleitor de cobrar e acompanhar<br />

todo o trabalho que desenvolverei<br />

na Câmara Federal,<br />

inclusive abrindo a discussão<br />

sobre os anseios de todos,<br />

acolhendo sugestões e idéias.<br />

O Sr. acredita que o Brasil<br />

precisa de sangue novo e de<br />

fichas limpas nas políticas?<br />

Por quê?<br />

Sangue novo é relativo,<br />

pois, pelo que percebo muitos<br />

candidatos não têm preparo,<br />

experiência de vida e de<br />

trabalho para apresentar e<br />

defender Projetos de interesse<br />

da sociedade. Nas campanhas<br />

televisivas de todos os<br />

estados do Brasil e no site do<br />

TSE, podemos verificar que<br />

muitos deles não alcançaram<br />

sequer o ensino fundamental.<br />

Já em relação à ficha limpa<br />

penso que deve ser aplicada<br />

na íntegra, sem qualquer exceção,<br />

inclusive como requisito<br />

essencial para pretensão<br />

de qualquer cargo eletivo, isso<br />

porque candidato que tem ficha<br />

suja não é exemplo para<br />

representar o povo ou quem<br />

quer que seja. Espero que o<br />

eleitor, nas urnas, com seu<br />

voto elimine este tipo de político.<br />

Se eleito, defenderei o<br />

Projeto Ficha Limpa, inclusive<br />

apresentando critérios bem<br />

mais rigorosos para banir de<br />

vez a improbidade administrativa<br />

do nosso meio, inclusive<br />

para banir aqueles que se dizem<br />

políticos dessa região e<br />

Ano XIX - nº 6<str<strong>on</strong>g>01</str<strong>on</strong>g> - Região Oeste - Bahia - Brasil - 21/09/2<str<strong>on</strong>g>01</str<strong>on</strong>g>0 - 09<br />

que se sustentam no poder<br />

apenas graças às liminares.<br />

Penso que, qualquer candidato<br />

deve prestar c<strong>on</strong>tas à<br />

sociedade e à justiça e, só após<br />

o julgamento final poderá<br />

c<strong>on</strong>correr a um cargo eletivo.<br />

A ampliação e reforma do<br />

aeroporto, o emperramento<br />

do anel viário e da estrada que<br />

liga São Desidério a região de<br />

Santa Maria da Vitória e de<br />

outras obras, promessas não<br />

cumpridas. A que se deve essa<br />

falta de atenção por parte dos<br />

governos para com a região?<br />

Nessas questões o que falta<br />

é uma representação política<br />

mais ativa e realmente<br />

comprometida com os anseios<br />

da população. Devemos<br />

ressaltar que a estrada de São<br />

Desidério a Santa Maria esta<br />

sendo c<strong>on</strong>cluída, até mesmo<br />

porque dependia de solução<br />

de questão ambiental junto ao<br />

IBAMA. Quanto ao aeroporto,<br />

recentemente estive com representantes<br />

do grupo “caminhada<br />

pela paz”, juntamente<br />

com um representante do governo<br />

federal, <strong>on</strong>de foram<br />

discutidas propostas viáveis e<br />

que poderão ser implementadas,<br />

assim que houver a c<strong>on</strong>clusão<br />

do Projeto Final e demais<br />

providencias de praxe. Já<br />

o anel viário, a questão é bem<br />

mais delicada, pois é fato que<br />

essa obra está emperrada.<br />

Uma vez eleito, faço compromisso<br />

de cobrar solução definitiva,<br />

afinal de c<strong>on</strong>tas o tráfego<br />

de veículos pesados no<br />

centro da cidade, além de causar<br />

inúmeros transtornos para<br />

a população e comercio local,<br />

já vitimou muitas pessoas em<br />

acidentes fatais. Esse é um<br />

p<strong>on</strong>to a se ver de perto e por<br />

quem tem representatividade<br />

para cobrar resultados.<br />

Com relação aos gastos da<br />

campanha, quanto o senhor<br />

acha que vai gastar?<br />

Cumprindo a minha obrigação<br />

e velando pela transparência<br />

dos atos de quem pre-<br />

tende alcançar a vida pública,<br />

informo que se enc<strong>on</strong>tra disp<strong>on</strong>ível<br />

na internet, no site<br />

oficial do TSE a minha declaração<br />

de bens, bem como a<br />

previsão de gastos com a campanha<br />

eleitoral, da mesma<br />

forma se dará com a prestação<br />

de c<strong>on</strong>tas final, à disposição<br />

de todos.<br />

Não devemos esquecer,<br />

c<strong>on</strong>tudo, que essa campanha<br />

não é só minha, há alianças<br />

com vários candidatos a deputado<br />

estadual em diversos<br />

municípios, inclusive no Oeste,<br />

além de inúmeras pessoas<br />

voluntárias trabalhando em<br />

prol da nossa candidatura, fato<br />

que ameniza o ônus da campanha<br />

eleitoral.<br />

Sua mensagem. Por que o<br />

eleitor deve votar no Senhor?<br />

O eleitor brasileiro amarga<br />

sentimento de grande decepção<br />

com os seus representantes<br />

políticos e aqui não é<br />

diferente. Entretanto, não<br />

devemos esquecer a importância<br />

desse momento na vida<br />

do país, já que o C<strong>on</strong>gresso<br />

Naci<strong>on</strong>al é a maior representação<br />

política na c<strong>on</strong>solidação<br />

da democracia através da criação<br />

das leis que regulam nossas<br />

vidas em sociedade, inclusive<br />

leis que permitem a prática<br />

de atos pela administração<br />

pública. Assim, é de extrema<br />

importância a participação<br />

de todos na escolha de seus futuros<br />

representantes. Devemos<br />

analisar cuidadosamente as<br />

propostas e c<strong>on</strong>dutas de cada<br />

um dos candidatos, em se esquecer<br />

da sua vida pregressa.<br />

Com isso, coloco o meu nome<br />

para apreciação da população<br />

do Oeste, com apresentação de<br />

propostas novas, sérias e comprometidas,<br />

detalhadas no site:<br />

www.lor<strong>on</strong>eves.com.br. E c<strong>on</strong>cluo<br />

com a seguinte mensagem:<br />

trabalhar é minha vocação<br />

e servir ao povo é minha<br />

obrigação. Aqui firmo, mais<br />

uma vez, compromisso com o<br />

povo do oeste baiano e peço<br />

seu voto.


10 - Ano XIX - nº 6<str<strong>on</strong>g>01</str<strong>on</strong>g> - Região Oeste - Bahia - Brasil - 21/09/2<str<strong>on</strong>g>01</str<strong>on</strong>g>0<br />

NOTA DE REPÚDIO<br />

Novamente discriminação e o prec<strong>on</strong>ceito, não!<br />

Mais uma vez o povo de<br />

Barreiras foi alvo de discriminação.<br />

Detalhe: c<strong>on</strong>trariando a<br />

lógica social perversa, o alvo<br />

não se trata da classe trabalhadora<br />

que derrama seu suor e<br />

doa seu sangue para c<strong>on</strong>struir<br />

esse município e fazer dele o<br />

destaque que é no cenário naci<strong>on</strong>al<br />

e que, por sua vez, frequenta<br />

os humildes bares e<br />

butecos de seus bairros e vilas.<br />

A vítima da impáfia e soberba<br />

foi a alta burguesia frequentadora<br />

de ambientes do<br />

tipo C<strong>on</strong>fraria da Cerveja.<br />

A revista Veja, na edição<br />

2.180, de 1º de setembro de<br />

2<str<strong>on</strong>g>01</str<strong>on</strong>g>0 destacou as nova cidades<br />

do Brasil que desp<strong>on</strong>tam<br />

como palco de c<strong>on</strong>centração<br />

de riquezas. Na reportagem<br />

intitulada “O CERRADO DO-<br />

MESTICADO”, Barreiras está<br />

dentre as vinte cidades escolhidas,<br />

a única na Bahia apresentada<br />

como uma das cidades<br />

de porte médio “a<strong>on</strong>de o<br />

futuro já chegou”.<br />

A reportagem da revista<br />

Veja causou rebuliço em Barreiras,<br />

não só com o ego do<br />

pequeno mundo burguês<br />

empresarial, mas em diversos<br />

setores da sociedade local.<br />

O problema foi causado<br />

Foto Tenório de Sousa<br />

porque a coluna Especial Cidades:<br />

“<strong>on</strong>de o Brasil mais<br />

cresce” não se limitou em<br />

apenas descrever o quanto a<br />

cidade é fértil para aqueles<br />

que buscam oportunidade<br />

de enriquecer, o texto ir<strong>on</strong>iza<br />

e satiriza os ricos de Barreiras<br />

por, segundo o texto,<br />

serem desprovidos de etiqueta<br />

e finesse.<br />

No texto, um dos entrevis-<br />

tados, o paulista Sérgio Santos,<br />

proprietário da C<strong>on</strong>fraria<br />

da Cerveja, declara que, há<br />

sete anos, quando abriu o restaurante<br />

para oferecer refeições<br />

aos notáveis do agr<strong>on</strong>egócio,<br />

ficou chocado com a não<br />

aceitação do vinho seco e com<br />

os pedidos para colocar adoçante<br />

na bebida.<br />

Mas adiante, disse ter sido<br />

obrigado a c<strong>on</strong>tratar um chef<br />

Por Tenório de Sousa<br />

belga perito em carnes argentinas<br />

e uruguaias e cortes dos<br />

melhores fornecedores do Sudeste<br />

para que aos poucos os<br />

enriquecidos pelas commodities<br />

produzidas na região passassem<br />

a frequentar seu estabelecimento.<br />

Isso, referindose<br />

a uma suposta falta de paladar<br />

da burguesia barreirense<br />

para apreciar carnes.<br />

As declarações polêmicas<br />

de Sérgio não se limitou apenas<br />

em expor a “incapacidade<br />

de seus clientes em apreciar a<br />

arte culinária”. Desrespeitando<br />

sua clientela e munido de arrogância<br />

e prepotência, declarou<br />

não ter desistido do “processo<br />

civilizatório”, se autointitulando<br />

uma espécie de Jesuíta,<br />

que chegou a cidade com<br />

a missão de domar selvagens.<br />

C<strong>on</strong>tinua...


NOTA DE REPÚDIO ...c<strong>on</strong>tinuação<br />

O assunto é sério e merece<br />

reflexão. Os tempos<br />

mudaram, mas a discriminação<br />

e o prec<strong>on</strong>ceito ainda<br />

não foram apagados da<br />

mentalidade de adventícios<br />

que escolheram Barreiras<br />

para viver ou ganhar dinheiro.<br />

Infelizmente, alguns<br />

deveriam no mínimo<br />

dem<strong>on</strong>strar respeito pela<br />

população que aqui habita<br />

e que os acolheu.<br />

Barreiras sempre viveu<br />

o descaso por partes dos<br />

governos da Bahia, que por<br />

sua vez, nunca cumpriram<br />

o dever legal, moral e ético<br />

de assegurar melhores<br />

c<strong>on</strong>dições de vida à população<br />

oestina. E, se para o<br />

Dici<strong>on</strong>ário Aurélio, futuro<br />

é o tempo que está por vir<br />

ou ac<strong>on</strong>tecer, Barreiras,<br />

que tem por mérito a produção<br />

de riquezas e a oferta<br />

de serviços, desde o<br />

Brasil col<strong>on</strong>ial, forçosamente<br />

tem que ter uma<br />

população culta e à altura<br />

dessa produção.<br />

Basta lembrarmos que,<br />

mais importante que qualquer<br />

produção, é o pólo<br />

universitário hoje aqui<br />

existente e que, em nenhum<br />

momento foi menci<strong>on</strong>ado<br />

pelo repórter. Temos<br />

também problemas? E<br />

como, principalmente todas<br />

as dores do crescimento!<br />

Só mesmo o tempo nos<br />

dirá qual o futuro que nos<br />

espera, se não houver c<strong>on</strong>exão<br />

entre os poderes<br />

públicos, a sociedade civil<br />

organizada, empresários e,<br />

até mesmo da própria população,<br />

para que a cidade<br />

seja planejada de maneira<br />

que tome o rumo certo de<br />

desenvolvimento.<br />

Também merece reflexão<br />

É preciso entender que a<br />

reportagem não escancara<br />

apenas o comportamento à<br />

mesa da elite barreirense,<br />

precisa ir além disso. Ele escancara<br />

uma região <strong>on</strong>de a<br />

distribuição da riqueza é algo<br />

extremamente desigual. Declarar<br />

que o futuro chegou<br />

aqui em nossa região e em<br />

nosso município, é admitir<br />

que o futuro é desumano e<br />

com forte tendência a proliferaçao<br />

da miséria e degradação<br />

humana.<br />

É preciso também entender<br />

que não existe “futuro” em<br />

lugar nenhum do planeta <strong>on</strong>de<br />

o poder ec<strong>on</strong>ômico abrace apenas<br />

uma pequena parcela da<br />

sociedade. O futuro de uma cidade<br />

não é apenas a centralização<br />

de sua riqueza ec<strong>on</strong>ômica<br />

e um pequeno rol de restaurantes<br />

de comidas estrangeiras,<br />

c<strong>on</strong>cessi<strong>on</strong>árias de carros<br />

caros e importados e revendedoras<br />

de rede de móveis<br />

planejados direci<strong>on</strong>ados aos<br />

ricos. O futuro e o desenvolvimento<br />

deve ser entendido<br />

como qualidade de vida para a<br />

sociedade como um todo e não<br />

o privilégio de poucos.<br />

Não: Barreiras é muito<br />

mais! É o maior centro regi<strong>on</strong>al<br />

de serviços públicos e privados,<br />

além dos de saúde e<br />

educação, destacando-se também<br />

no comércio; está entre<br />

as mais prósperas da agricultura<br />

naci<strong>on</strong>al, tem empresários<br />

do agr<strong>on</strong>egócio, como o paranaense<br />

Walter Horita, que aparece<br />

na reportagem, afirmando<br />

ter m<strong>on</strong>tado um c<strong>on</strong>junto<br />

de fazendas que engloba mais<br />

de 30.000 hectares na região,<br />

coleci<strong>on</strong>ando recordes de pro-<br />

dutividade e obtendo um faturamento<br />

anual de 150 milhões<br />

de reais.<br />

Precisamos fazer com que<br />

pequena parte de todas as riqueza<br />

produzidas, fruto da exploração<br />

da nossa terra, de<br />

nossos rios e de nossa mãode-obra,<br />

seja investida na<br />

própria região. Por mérito,<br />

qualquer cidade deve se desenvolver<br />

ec<strong>on</strong>omicamente,<br />

mas com sustentabilidade,<br />

cuidando dos rios e da sua biodiversidade:<br />

flora e fauna;<br />

com distribuição igualitária e<br />

social de sua riqueza ec<strong>on</strong>ômica<br />

e com um Estado que<br />

cumpra suas obrigações para<br />

com os cidadãos, que é fazer<br />

políticas públicas para o bem<br />

estar coletivo. Este sim, é o<br />

futuro que todos, que amam<br />

e vivem neste torrão, querem<br />

e desejam.<br />

Agricultores como Horita,<br />

em vez de alimentar o ego<br />

mostrando seu poderio de<br />

bens e de lucros exorbitantes,<br />

deveriam também aproveitar<br />

essas reportagens naci<strong>on</strong>ais<br />

sobre a região para falar sobre<br />

suas ações pelas questões sociais<br />

e ambientais. Verdadei-<br />

Ano XIX - nº 6<str<strong>on</strong>g>01</str<strong>on</strong>g> - Região Oeste - Bahia - Brasil - 21/09/2<str<strong>on</strong>g>01</str<strong>on</strong>g>0 - 11<br />

Por Tenório de Sousa<br />

ramente, serão elas que farão<br />

o “futuro” dessa região e serveriam<br />

até de exemplo para<br />

os demais.<br />

Voltando à reportagem da<br />

revista Veja, o paranaense<br />

acertou quando disse que “o<br />

interior do Brasil guarda oportunidades<br />

infindáveis”, mas<br />

foi muito infeliz em dizer que<br />

“só quem tem coragem e persistência<br />

é capaz de vencer as<br />

enormes adversidades”, como<br />

se somente ele e os poucos<br />

que ganham dinheiro com o<br />

agr<strong>on</strong>egócio na região fossem<br />

os únicos que deram e dão o<br />

duro para c<strong>on</strong>seguir o que<br />

têm. De nada vale a coragem<br />

e a persistência se o Estado for<br />

ausente, se nao haver políticas<br />

públicas de incentivo financeiro,<br />

e a garantia a educação<br />

e a saúde. Nem mesmo<br />

os ricos c<strong>on</strong>seguiriam sem o<br />

apoio do governo.<br />

Isso merece também reflexão.<br />

A região oeste e o município<br />

de Barreiras não foram<br />

c<strong>on</strong>struidos apenas por uma<br />

burguesia fútil descrita na reportagem.<br />

Aqui também existe<br />

pessoas dignas, que nunca<br />

negou a raça e a força de tra-<br />

Quem não lembra do “Zé Povinho”?<br />

Da última vez que o<br />

prec<strong>on</strong>ceito causou<br />

rebuliço, as<br />

palavras surgiram<br />

de uma proprietária<br />

de revista que também<br />

servia ao agr<strong>on</strong>egócio.<br />

Imputou os<br />

pobres como os grandes causadores das mazelas<br />

e do subdesenvolvimento do Brasil e<br />

chocou pelas formas discriminatórias e prec<strong>on</strong>ceituosas<br />

c<strong>on</strong>tra o ser humano.<br />

Na época, em sessão extraordinária realizada<br />

na Câmara Municipal de Vereadores da<br />

cidade de Luís Eduardo, foi feita uma Moção<br />

de Repúdio à forma discriminatória e prec<strong>on</strong>ceituosa<br />

da autora e ela se reportou, tanto<br />

aos vereadores como às pessoas que c<strong>on</strong>testaram<br />

sobre o c<strong>on</strong>teúdo do seu artigo, em<br />

balho, apenas não tiveram<br />

oportunidades e muito menos<br />

obtiveram terras e mãos – de<br />

- obra baratas, além de elevados<br />

financiamentos com juros<br />

subsidiados, e que às vezes<br />

têm até os pagamentos anistiados!<br />

Não tiveram fortuna<br />

para investir e enriquecer nesta<br />

terra e ter o c<strong>on</strong>forto que<br />

merecem.<br />

Essa gente também merece<br />

destaque por talvez ser as<br />

únicas resp<strong>on</strong>sáveis pelo real<br />

desenvolvimento dessa região.<br />

Pois, foram elas que abriram<br />

caminhos para gente<br />

como o paranaense acumular<br />

e centralizar riquezas. Desbravadores<br />

que nunca teve o valor<br />

e o mérito das autoridades<br />

locais e muito menos o rec<strong>on</strong>hecimento<br />

dos que se autodenominam<br />

“Jesuítas”.<br />

Esses nordestinos, sulistas<br />

e tantos outros de origens diversas<br />

é gente que se orgulha<br />

em morar na “Capital do Agr<strong>on</strong>egócio”,<br />

porque aqui resolveram<br />

estabelecer seus descendentes.<br />

São cidadãos e cidadãs<br />

que não nasceram aqui,<br />

mas que carregam no peito a<br />

marca e o cheiro dessa terra.<br />

parte alguma ela pediu desculpa<br />

ao povo que tanto<br />

ofendeu.<br />

Aqui em Barreiras, a<br />

Câmara ainda não se manifestou,<br />

c<strong>on</strong>tinua omissa<br />

tanto com relação à<br />

matéria veiculada na revista<br />

VEJA como nas palavras do senhor Sérgio<br />

Santos, proprietário da C<strong>on</strong>fraria.<br />

Mesmo assim, a imprensa local está de<br />

olho nesses que ainda insistem em dizer “têm<br />

mais sulista do que gente em Barreiras”. Eles<br />

que tomem cuidado com a discriminação e o<br />

prec<strong>on</strong>ceito para com os nativos e os pobres<br />

desta terra e se c<strong>on</strong>vençam de que acabar<br />

com as desigualdades é bom para o c<strong>on</strong>junto<br />

da sociedade barreirense e, enfim, também<br />

para eles.


12 - Ano XIX - nº 6<str<strong>on</strong>g>01</str<strong>on</strong>g> - Região Oeste - Bahia - Brasil - 21/09/2<str<strong>on</strong>g>01</str<strong>on</strong>g>0<br />

PAUTA LIVRE<br />

A vida é melhor com amor e ternura<br />

A vida de qualquer trabalhador,<br />

quer seja ele empregado, executivo,<br />

profissi<strong>on</strong>al liberal, pequeno ou médio<br />

empresário, é marcada por altos e baixos<br />

psicológicos e estresse. Nestes<br />

tempos modernos, de muita competição<br />

pela melhor posição social, ec<strong>on</strong>ômica,<br />

enfim por status, a sociedade, às<br />

vezes até de forma hipócrita, exige<br />

muito dos que, de uma forma ou de outra,<br />

exercem posição de liderança, destaque,<br />

é alvo das atenções. Estou neste<br />

grupo, na c<strong>on</strong>dição de modesto empresário-jornalista-editor.<br />

Porém, pouco<br />

me importo com estas c<strong>on</strong>venções,<br />

muitas vezes ridículas e limitantes.<br />

Como dissera o genial Charles Chaplin:<br />

“Não sois máquinas! Homens é que<br />

sois!”, de “O Último Discurso”.<br />

Nunca hesitei em procurar as mais<br />

belas manifestações de amor e ternura<br />

<strong>on</strong>de menos se espera. Quem pensa e<br />

age assim já deve ter se enlevado com<br />

as flores que brotam do cerrado após<br />

uma l<strong>on</strong>ga estiagem, geralmente seguida<br />

de um incêndio; com as peraltices e<br />

ternura dos filhotes de qualquer animal;<br />

com a vaidade nata, desde os primeiros<br />

passos, da mulher; com os deliciosos<br />

banhos de chuva; com o rolar<br />

feito criança no chão, entre outras<br />

ações que nos fazem felizes, mesmo<br />

indo c<strong>on</strong>tra as c<strong>on</strong>venções sociais.<br />

Com certeza, sabendo desta minha<br />

pers<strong>on</strong>alidade, o Homem lá do mais<br />

Alto, aquele que criou todas as coisas<br />

neste mundo dilapidado por suas criaturas,<br />

colocou em minha vida cinco maravilhosos<br />

filhos que, desde crianças, me<br />

deram inúmeros momentos de ternura<br />

e felicidade. Cresceram e c<strong>on</strong>tinuaram<br />

assim, principalmente as três filhas, Isis,<br />

Cáritas e Tatiane, que me deram três lindos<br />

netos: o Pedro Henrique, a Ana Luiza<br />

e, a partir do dia em que escrevo esta<br />

crônica - 04/09/2<str<strong>on</strong>g>01</str<strong>on</strong>g>0 -, o Lucas.<br />

A generosidade do Grande Arquiteto<br />

de Universo não parou por ai e,<br />

sabe lá por quais motivos e o que quer<br />

de nós, colocou em minha vida, há mais<br />

de quatro anos, a ternura, meiguice,<br />

caráter, beleza física e moral em forma<br />

de menina-moça-mulher: a minha<br />

muito querida Sim<strong>on</strong>ny. Com ela, nestes<br />

últimos quatro anos, tenho vivido,<br />

entre os altos e baixos de todo tipo de<br />

relação, os mais doces momentos de<br />

alegria, ternura e meiguice; com ela<br />

aprendi a ver, ainda mais, beleza nas<br />

mais simples coisas, até nos mais feios<br />

e minúsculos besouros que, com<br />

sua sensibilidade, deve ser retirado<br />

de nossas roupas ou parabrisas do carro<br />

com todo o cuidado para não os ferir;<br />

com ela aprendi que não basta gostar<br />

de cães, como ela. Tem que ter mais<br />

paciência e aprender muito com eles.<br />

Dos compositores de “Pareço um menino”,<br />

c<strong>on</strong>hecida na interpretação de<br />

Fábio JR, Piska e Cesar Augusto, busco<br />

a expressão a seguir para definir o meu<br />

estado de espírito com esta relação de<br />

amizade, com jeito de almas afins, embora<br />

tenhamos estopim curto e narizes<br />

empinados - cada um acha que é<br />

melhor do que o outro no que fazem<br />

juntos. A citação: “Sou homem maduro,<br />

mas na suja frente não sou mais<br />

que um menino”.<br />

Nestes últimos dias em que, tanto<br />

ela quanto eu - parceiros em um empreendimento<br />

-, atravessamos uma<br />

turbulência no campo profissi<strong>on</strong>al -<br />

como maioria dos micro e pequenos<br />

empresários neste Brasil sobrecarregado<br />

de resp<strong>on</strong>sabilidades fiscais -,<br />

esta pequena companheira de ideais<br />

e de jornada tem me proporci<strong>on</strong>ado,<br />

como sempre, ternos e bem humorados<br />

momentos que amenizam o meu<br />

estresse que já passa dos limites. Tudo<br />

em torno dela se torna mais belo para<br />

todos os que têm o privilégio de sua<br />

companhia.<br />

Há uma semana, fomos a um compromisso<br />

familiar em sua terra natal,<br />

Barreiras, no oeste da Bahia. Saímos, de<br />

Goiânia, eu, ela e nossa cadelinha Silla,<br />

uma graciosa pintchen de corpo todo<br />

branco e cabeça preta - doce companheira<br />

de nossas viagens, nestes últimos<br />

três anos -, em horário não revelado<br />

para nossas mães, para evitar preocupação<br />

das duas - uma lá e outra aqui,<br />

em Goiânia-, às dez da noite para amanhecermos<br />

o dia lá em Barreiras. Procurávamos<br />

ganhar tempo por causa do<br />

nosso trabalho e da faculdade dela. Os<br />

dois, como de praxe, dividindo a direção<br />

do carro. Ela, que aprendeu comigo,<br />

querendo, como sempre, ser melhor<br />

do que eu na c<strong>on</strong>dução de veículo.<br />

Lá pelas seis horas da manhã, a cerca<br />

de duas horas de Barreiras, ao fa-<br />

zermos uma parada, no acostamento<br />

da rodovia, o carro arriou a bateria e,<br />

assim, não dava partida. Disse a ela que<br />

precisávamos dar um “tranco” no veículo.<br />

Ela empurraria e eu ficaria no volante,<br />

porque dificilmente alguém pararia<br />

para nos dar uma “mãozinha”.<br />

Com seu jeitinho vaidoso, olhou para<br />

mim, cruzou os braços e disparou:<br />

“Ôxe, você acha que eu nasci para empurrar<br />

carro?”. Depois da minha insistência,<br />

ela resolveu botar força, para<br />

logo mais cruzar os braços e, com ar de<br />

“arretada”, disparou novamente: “Eu<br />

não vou empurrar carro mais não. Minha<br />

mãe disse que dá varizes”.<br />

Aí, foi eu que me “arretei”: “Ta, tudo<br />

bem. Estou apressado para chegar mais<br />

cedo em Barreiras certo do sempre farto<br />

café-da-manhã que seus pais colocam<br />

para nós, com aqueles pasteizinhos<br />

quentinhos, todas as vezes que chegamos<br />

lá e você fica ai, com sua vaidade.<br />

Tudo bem, vamos sentar à beira do caminho<br />

a espera de um socorro”. Entrei<br />

para o carro e cruzei os braços. M<strong>on</strong>ny,<br />

como é carinhosamente chamada por<br />

uma legião de tios e primos, pensou rapidinho,<br />

fez mais uma birrinha, mas se<br />

pôs a empurrar o carro, até que chegássemos<br />

a uma pequena ladeira, que,<br />

para ela, nunca chegava. Antes de chegar<br />

a esta rampa natural, quem cansou<br />

foi eu e quis parar, até passar um filho<br />

de Deus que nos ajudasse. Mas ela, talvez<br />

com o pensamento na satisfação<br />

dos pais em nos receber com a mesa<br />

farta - ou só na mesa farta -, insistia em<br />

empurrar o carro. Sorte que, já exaustos<br />

antes da ladeira, três voluntários,<br />

trabalhadores de alguma fazenda na<br />

região, parou o carro em que estavam<br />

para nos ajudar.<br />

Um imprevisto que incomoda a<br />

muitos - menos em quem vê desc<strong>on</strong>tração,<br />

humor, alegria e ternura até<br />

nestes momentos. Menos para quem<br />

tem uma companhia como a de Sim<strong>on</strong>ny.<br />

Na casa de seus pais, o ocorrido<br />

foi motivo de muitas risadas para<br />

seus pais e irmã. E para nós, mais um<br />

momento de felicidade.<br />

Mas o melhor, o mais doce dessa<br />

viagem nós presenciamos na casa de<br />

seus pais e envolve o amor, o carinho<br />

e a dedicação de um ser humano pelos<br />

animais.<br />

Por Antônio Oliveira<br />

Há quase dois anos, eu comprei um<br />

filhote de labrador para Sim<strong>on</strong>ny e<br />

que, também, faria companhia para<br />

nossa cadelinha. Porém, a Hanney,<br />

nome que dei a nossa nova companheira,<br />

estava crescendo demais, não<br />

poderia ficar mais no andar de cima<br />

do sobrado <strong>on</strong>de morávamos, tão pouco<br />

queria ficar no quintal. A exemplo<br />

da Silla, queria estar sempre ao lado<br />

da Sim<strong>on</strong>ny.<br />

Já que tínhamos que doá-la, que ficasse<br />

em família. A presenteamos ao<br />

pai de M<strong>on</strong>ny, Alcivano, ou simplesmente<br />

Siv<strong>on</strong>e.<br />

Pai de família exemplar, amante de<br />

animais, principalmente de pássaros<br />

e de cães - estes por força do amor que<br />

sua filha sempre teve por estes quadrúpedes<br />

- Siv<strong>on</strong>e adorou o presente<br />

e tem se dedicado muito ao animal,<br />

mesmo com a resistência da Sakura,<br />

uma cadelinha em idade bem avançada,<br />

remanescente dos doze que Sim<strong>on</strong>ny<br />

criava no quintal de casa e que<br />

foram morrendo de velhice.<br />

O lado humano, amoroso e terno<br />

desta última narração:<br />

Hanney sofreu paralisia nas duas patas<br />

traseiras e não anda mais. Nenhum<br />

dos dois ou três veterinários que a trataram<br />

c<strong>on</strong>seguiu reverter a situação e<br />

muito menos sabem que mal a atingiu.<br />

Hanney está prostada, não anda<br />

mais. C<strong>on</strong>tudo, não lhe faltam atenção,<br />

cuidados e carinho. A Sakura, que<br />

a detestava, por ciúme, passou a cuidar<br />

dela, inclusive ajeitando meios<br />

para que a até então intrusa se sinta<br />

bem c<strong>on</strong>fortada.<br />

Desenganada pelos veterinários,<br />

Hanney não se acabou com o sacrifício<br />

da eutanásia. Siv<strong>on</strong>e não tem lhe faltado<br />

com seus carinhos e cuidados e<br />

com duas enfermeiras para lhe fazer<br />

os curativos diários em suas feridas<br />

(escaras). Está até providenciando<br />

meios mecânicos para que ela possa<br />

se locomover, c<strong>on</strong>tinuar dando e tendo<br />

alegria até quando esgotar todas<br />

as suas forças.<br />

Três sentimentos que muitos desprezam<br />

e até faz pouco caso de quem<br />

os têm, mas que nos deixam cada vez<br />

mais c<strong>on</strong>victos de que não somos máquinas,<br />

sim seres humanos criados por<br />

Quem é só amor, carinho e ternura.

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