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CAPA DA CARTILHA - Sinduscon-MG

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AUTORIA<br />

Adriana Fileto<br />

REALIZAÇÃO<br />

CUIDE DO SEU BOLSO E DO PLANETA JÁ !<br />

Rede Três – Educação e Consultoria para a Sustentabilidade<br />

COLABORAÇÃO<br />

Flávio Couto e Silva de Oliveira<br />

APOIO<br />

Alcely Viana Costa<br />

Coordenadora do Núcleo de Cidadania da Câmara Municipal de Belo<br />

Horizonte<br />

IMPORTANTE:<br />

É permitido o uso das informações desta Cartilha, desde que se utilizem as<br />

regras da ABNT e conste a seguinte referência bibliográfica :<br />

FILETO, Adriana. Cuide do Seu Bolso e do Planeta Já ! Cartilha<br />

Didática. Editora Rede Três – Educação e Consultoria para a<br />

Sustentabilidade. Belo Horizonte: 2009, 2ª edição, 26 páginas.<br />

Contato: adrianafileto@redetres.com<br />

Todos os direitos relativos a esta obra são de propriedade de Rede Três –<br />

Educação e Consultoria para a Sustentabilidade.


<strong>CAPA</strong>: Adriana Fileto e Alberto Braga<br />

DIAGRAMAÇÃO: Alberto Braga<br />

ILUSTRAÇÃO <strong>DA</strong> <strong>CAPA</strong>: Eduardo Santos<br />

REVISÃO METODOLÓGICA: Maria Helena Michel<br />

AGRADECIMENTO ESPECIAL<br />

À Câmara Municipal de Belo Horizonte que patrocinou a impressão de três mil<br />

exemplares referentes à primeira edição da Cartilha e Alcely Viana Costa,<br />

Coordenadora do Núcleo de Cidadania da Câmara Municipal de Belo Horizonte que<br />

apoiou e acreditou neste trabalho em prol da educação pela Sustentabilidade.<br />

AGRADECIMENTOS<br />

Instituto Akatu<br />

Instituições parceiras do Comitê Cuide do Seu Bolso e do Planeta Já !<br />

Jacqueline de Jesus<br />

Cristina Tolentino<br />

Caleidoscópio Estúdio Multimídia<br />

Marcela Pinheiro Rocha Pessôa<br />

Lillian Salgado<br />

Marisa Seoane Rio Resende<br />

Luciene Regina de Araújo<br />

Laura Boaventura<br />

Professora Doutora Marlene Catarina de Oliveira Lopes Melo<br />

Professor Doutor Alfredo Alves de Oliveira Melo<br />

Illane Laura Nicolini<br />

Darcy Mattos<br />

Mário Roberto Amaral<br />

Giovani Mendonça<br />

Dâmaris Carolina Barbosa Luz<br />

Dimas Araújo<br />

Sylvio Moreira de Oliveira<br />

Maria Elisa Coelho Michel<br />

Valdir de Jesus da Cunha<br />

Mauro Furst Leroy Campelo<br />

Leonardo Allison Garcia Ferreira<br />

Laiane Maris da Silva Caetano<br />

Luana Cândida Martins<br />

Hector Dutra Nascimento<br />

Copiadora Completa Ltda.<br />

Tiragem da 1ª edição: 3.000 exemplares<br />

2


PREFÁCIO<br />

A elaboração e distribuição desta Cartilha surgiram da idéia de que, cada vez<br />

mais os conceitos básicos sobre sustentabilidade devem ser disseminados e praticados<br />

no dia a dia das pessoas. A educação para a sustentabilidade é de grande importância<br />

porque possibilita mudanças de atitude a partir da conscientização e do conhecimento<br />

sobre os principais problemas sócio-ambientais da atualidade.<br />

A Rede Três – Educação e Consultoria para a Sustentabilidade acredita que<br />

como as questões relativas à sustentabilidade são de abrangência global, todos devem<br />

contribuir para a universalização desse conhecimento e por isso elaborou e<br />

disponibilizou gratuitamente esta Cartilha, em seu site (www.redetres.com).<br />

O lançamento desta publicação ocorreu no dia 7 de dezembro de 2008, no<br />

evento do Dia V (Dia do Voluntariado), no Parque JK, em Belo Horizonte. Na ocasião,<br />

12 instituições parceiras públicas e privadas se reuniram no Comitê Cuide do Seu<br />

Bolso e do Planeta Já! e realizaram diversas ações em prol da educação para a<br />

sustentabilidade, tais como a distribuição de: 2 mil destas cartilhas impressas pela<br />

Câmara Municipal de Belo Horizonte; centenas de exemplares do Código de Defesa do<br />

Consumidor e de cartilhas “É hora de Acabar com o Desperdício – A Natureza<br />

Agradece” elaboradas e doadas pelo MDC-<strong>MG</strong> (Movimento das Donas de Casa e<br />

Consumidores de Minas Gerais); e de centenas de exemplares da revista em quadrinhos<br />

educativa “Sesinho – O Devastador do Futuro” doadas pela ABIP (Associação<br />

Brasileira da Indústria de Panificação e Confeitaria).<br />

Também constavam no Parque JK várias atividades artísticas, tais como: grupos<br />

de dança e de teatro; bandas de música; ginástica artística; oficinas recreativas para<br />

crianças e oficinas de enfeites de natal, além de oficinas de saúde; campanha educativa<br />

sobre cães; e estúdio fotográfico. Cristina Tolentino, Coordenadora do SEAC (Serviço<br />

de Arte e Cultura) do Colégio Marista Dom Silvério, foi responsável pelas intervenções<br />

performáticas do Grupo de Dança Contemporânea (coreógrafa Sônia Pedroso), do<br />

Grupo de Teatro e da Banda Marcial Marista, regida pelo Maestro Edgard de Castro.<br />

Cristina criou intervenções performáticas junto ao público para despertar a população<br />

sobre grandes problemas do mundo atual, tais como escassez de água, má distribuição<br />

de alimentos, poluição, lixo e consumismo.<br />

Marcela Pinheiro Rocha Pessôa, Assessora do Núcleo Construção e Cidadania<br />

do SICEPOT-<strong>MG</strong>, gentilmente recebeu o Comitê no Parque JK e providenciou toda a<br />

3


infra-estrutura para a realização do Dia V. A Professora Doutora Marlene Catarina de<br />

Oliveira Lopes Melo, Diretora Geral da Faculdade Novos Horizontes, acreditou neste<br />

trabalho e colaborou com a impressão de um banner e todo o apoio referente ao setor de<br />

comunicação da instituição. A Associação das Caminhantes da Estrada Real distribuiu<br />

belas mudas de palmeira real. Assim, conseguimos reunir diversas instituições que<br />

contribuíram voluntariamente, da melhor forma possível, em prol da educação para a<br />

sustentabilidade, no Dia V, em 2008.<br />

É importante ressaltar que o Dia V é realizado pela FIE<strong>MG</strong> (Federação das<br />

Indústrias do Estado de Minas Gerais), há 7 anos, em 15 estados brasileiros e visa<br />

promover e organizar ações de responsabilidade social e do voluntariado. O evento do<br />

Dia V no Parque JK foi uma realização do SICEPOT-<strong>MG</strong>, SINDUSCON-<strong>MG</strong> e<br />

SECONCI-<strong>MG</strong>. As seguintes instituições parceiras integraram o Comitê Cuide do Seu<br />

Bolso e do Planeta Já! :<br />

FIE<strong>MG</strong> - Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais<br />

Rede Três – Educação e Consultoria para a Sustentabilidade<br />

Núcleo de Cidadania da Câmara Municipal de Belo Horizonte<br />

ANDEC - Associação Nacional dos Consumidores de Crédito<br />

Colégio Marista Dom Silvério<br />

EMATER-<strong>MG</strong> - Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de<br />

Minas Gerais<br />

Faculdade Novos Horizontes<br />

MDC-<strong>MG</strong> - Movimento das Donas de Casa e Consumidores de Minas Gerais<br />

ABIP – Associação Brasileira da Indústria da Panificação e Confeitaria<br />

SICEPOT-<strong>MG</strong> - Sindicato da Indústria da Construção Pesada no Estado de<br />

Minas Gerais<br />

SINDUSCON -<strong>MG</strong> - Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de<br />

Minas Gerais<br />

SECONCI -<strong>MG</strong> - Serviço Social da Indústria da Construção Civil no Estado de<br />

Minas Gerais.<br />

Flávio Oliveira<br />

Doutor em Educação, Conhecimento e Inclusão Social (UF<strong>MG</strong>)<br />

Sócio-Diretor da Rede Três – Educação e Consultoria para a Sustentabilidade<br />

4


SUMÁRIO<br />

1.INTRODUÇÃO ...........................................................................................................06<br />

2. OS OBJETIVOS DE DESENVOLVIMENTO DO MILÊNIO .................................07<br />

3. ENTENDENDO O QUE É SUSTENTABILI<strong>DA</strong>DE ................................................08<br />

4. ALGUNS GRANDES PROBLEMAS DO MUNDO ATUAL .................................09<br />

4.1) Escassez de água ....................................................................................................09<br />

Saiba o que é água virtual ...............................................................................................10<br />

4.2) Má distribuição dos alimentos .................................................................................11<br />

4.3) Efeito estufa e aquecimento global .........................................................................11<br />

4.4) Lixo..........................................................................................................................12<br />

Sacolas plásticas..............................................................................................................13<br />

4.5) Consumismo.............................................................................................................13<br />

5. A IMPORTÂNCIA DO CONSUMO CONSCIENTE................................................14<br />

6. DICAS DE ECONOMIA DE RECURSOS................................................................17<br />

6.1) Dicas para economizar água ...................................................................................17<br />

6.2) Dicas para economizar energia. .............................................................................18<br />

6.3) Dicas para economizar gás ......................................................................................18<br />

6.4) Dicas para economizar no supermercado ................................................................19<br />

6.5) Dicas para economizar combustível ........................................................................19<br />

6.6) Dicas para usar o crédito de forma responsável ......................................................20<br />

7. VALORIZANDO AS BOAS COISAS QUE O DINHEIRO NÃO COMPRA..........20<br />

8. MENSAGEM FINAL .................................................................................................21<br />

TEXTO PARA REFLEXÃO: Quem recicla pode consumir sem culpa? .....................22<br />

REFERÊNCIAS ............................................................................................................24<br />

SITES CONSULTADOS. ..............................................................................................24<br />

SOBRE A AUTORA .....................................................................................................25<br />

5


1. INTRODUÇÃO<br />

Diariamente, os diversos veículos de comunicação, como jornais, canais de<br />

televisão, rádio e internet abordam temas relacionados à sustentabilidade, consumo<br />

consciente e aquecimento global. É sabido, que ao longo dos séculos, o homem tem<br />

degradado bastante o Planeta Terra e as conseqüências já são sentidas há algumas<br />

décadas, com o aquecimento global e outros sérios problemas ambientais. Entretanto,<br />

nos últimos anos, essas consequências têm se agravado ainda mais.<br />

As condições de vida no Planeta dependem do relacionamento da sociedade com<br />

a natureza. A Terra não precisa dos homens para sobreviver, pois de uma forma ou de<br />

outra, ela se recompõe. Somos nós, humanos, quem precisamos da Terra para<br />

sobreviver, e não o contrário. Devemos ter cuidado especial com nosso Planeta já que é<br />

a nossa única opção de moradia. Pensando nisso, em 1991, a Organização das Nações<br />

Unidas (ONU) e outras organizações internacionais criaram um conjunto de princípios<br />

para o futuro da vida chamado de “Cuidando do Planeta Terra”, no qual uma das<br />

estratégias se refere à modificação das atividades e práticas individuais em prol da<br />

sustentabilidade.<br />

Estes temas são complexos, polêmicos e, naturalmente, não pretendemos esgotá-<br />

los aqui. Porém, através desta cartilha, você poderá conhecer um pouco sobre estes<br />

assuntos e saber como você, consumidor consciente, pode contribuir para um mundo<br />

melhor. Para garantir uma vida com qualidade, devemos admitir que somos todos<br />

membros da mesma família humana e compartilhamos o mesmo destino. Por isso,<br />

devemos nos unir para buscar o equilíbrio entre as nossas ações e a preservação do meio<br />

ambiente onde vivemos. Como dizia Mahatma Gandhi, líder político e espiritual<br />

indiano: “Nós precisamos ser a mudança que desejamos ver no mundo”.<br />

6


2. OS OBJETIVOS DE DESENVOLVIMENTO DO MILÊNIO<br />

Em 2000, representantes de 189 países se reuniram, na sede da ONU, em Nova<br />

York, e aprovaram a Declaração do Milênio. Esta Declaração constitui-se de uma série<br />

de objetivos e metas a serem alcançadas até 2015, para corrigir os principais problemas<br />

mundiais causados pela desigualdade social e pela utilização predatória dos recursos<br />

naturais. A Declaração do Milênio contém oito objetivos básicos:<br />

Erradicar a extrema pobreza e a fome<br />

Atingir o ensino básico universal<br />

Promover a igualdade entre os sexos e a autonomia das mulheres<br />

Reduzir a mortalidade infantil<br />

Melhorar a saúde materna<br />

Combater o HIV/Aids, a malária e outras doenças<br />

Garantir a sustentabilidade ambiental<br />

Estabelecer uma Parceria Mundial para o Desenvolvimento<br />

7


A idéia central desta Cartilha é ajudar na divulgação do Objetivo do Milênio<br />

Número 7, que visa garantir a Sustentabilidade Ambiental. Com boa vontade e<br />

disposição, todos nós podemos utilizar corretamente os recursos naturais, produzir<br />

menos lixo, reduzir a poluição, evitar o desperdício e até fazer sobrar dinheiro que pode<br />

ser utilizado nas causas solidárias e ambientais. Vamos mostrar para você o quanto é<br />

importante pensar no futuro e como todos podemos ajudar. Somos mais de 6,5 bilhões<br />

de pessoas no mundo; se cada um fizer um pouco, tudo fica mais fácil. Vamos lá: leia,<br />

reflita e faça a sua parte !<br />

3. ENTENDENDO O QUE É SUSTENTABILI<strong>DA</strong>DE<br />

Sustentabilidade significa atender às necessidades do<br />

presente, garantindo, ao mesmo tempo, os interesses das<br />

gerações futuras. A idéia de sustentabilidade considera, com o<br />

mesmo grau de importância, a prosperidade econômica, o<br />

desenvolvimento humano e social e a preservação do meio<br />

ambiente.<br />

Você sabia que hoje, em média, a humanidade já consome 30% a mais do que a<br />

Terra consegue renovar de recursos e absorver de resíduos? Isto significa que, se todos<br />

no mundo consumissem como os habitantes dos países ricos, quatro planetas Terra<br />

não seriam suficientes. No Brasil, o consumo também está muito elevado. No nosso<br />

país, hoje se consome 22% além da capacidade regenerativa da Terra.<br />

Embora, em média, o consumo mundial esteja acima da capacidade do Planeta, a<br />

sobrevivência da espécie humana só acontece porque existem as grandes desigualdades<br />

sociais. Esta informação é triste, mas verdadeira. No mundo, 1,2 bilhões de pessoas<br />

estão abaixo da linha de pobreza, ou seja, sobrevivem com até 1 dólar norte<br />

americano por dia, e 2,8 bilhões de pessoas sobrevivem com 2 dólares por dia. Cerca de<br />

80% da riqueza mundial está nas mãos dos 15% mais ricos. No Brasil, uma em cada<br />

três pessoas sobrevive com menos de meio salário mínimo por mês.<br />

É muito importante lembrar que a noção de sustentabilidade está fortemente<br />

ligada aos direitos humanos universais, pois todas as pessoas do Planeta têm o mesmo<br />

direito a uma vida digna e feliz, independentemente de raça, cor, sexo, idade,<br />

8


deficiência ou qualquer outro fator de distinção. Portanto, não é justo que bilhões de<br />

pessoas tenham que passar privações para que uma minoria desfrute um alto padrão de<br />

consumo.<br />

Assim, este nível de consumo presente nos dias de hoje, além de injusto, é<br />

insustentável no longo prazo, ou seja, a humanidade não conseguirá manter este nível de<br />

consumo excessivo por muito tempo. Logo, todos nós devemos nos unir em prol da<br />

SUSTENTABILI<strong>DA</strong>DE a fim de garantir uma vida digna para todos das gerações<br />

atuais e das futuras gerações.<br />

4. ALGUNS GRANDES PROBLEMAS DO MUNDO ATUAL<br />

A seguir, lembramos alguns dos principais problemas vivenciados pelas pessoas,<br />

em todo o Planeta, que causam impacto direto no meio ambiente, ou seja,<br />

comprometem a sustentabilidade ambiental.<br />

4.1 Escassez de água<br />

A água é um bem renovável, mas finito e escasso. De toda a<br />

água existente no Planeta, 97% é salgada, 3% é doce e menos<br />

de 1% está disponível para consumo. Nos próximos 20 anos,<br />

a quantidade de água disponível para cada pessoa no mundo<br />

será reduzida em um terço. Para se ter uma idéia, nós temos<br />

hoje 6,5 bilhões de pessoas no mundo e destas, 2 bilhões não<br />

têm acesso à água potável. No Brasil, 22 milhões de pessoas não têm acesso à água<br />

potável. Segundo o Instituto Akatu, que trabalha em prol do consumo consciente, no<br />

nosso país, 60% das doenças tratadas pelo sistema público de saúde têm origem na má<br />

qualidade da água.<br />

A falta ou escassez de água potável provoca sede, doenças, morte de pessoas,<br />

plantas e animais, enfim gera um completo desequilíbrio ambiental. Para se obter mais<br />

água limpa, buscam-se novas fontes de água e gastam-se mais recursos para tratar água<br />

imprópria para o uso. Todo este processo para aumentar a oferta de água potável acaba<br />

encarecendo o tratamento da água e consequentemente provocando o aumento de<br />

impostos. Assim, aqueles que desperdiçam água acabam no final das contas, pagando<br />

mais impostos e obrigando outros a pagarem mais para ter acesso à água limpa. Para se<br />

9


evitar o desperdício desse líquido tão precioso para a vida, é importante que pensemos<br />

também no uso que fazemos da chamada água virtual.<br />

SAIBA O QUE É ÁGUA VIRTUAL<br />

Á água que gastamos não é só aquela que sai da torneira,<br />

pois tudo o que é produzido gasta água. Esta água que você<br />

não vê, mas que está presente na fabricação de qualquer<br />

produto é chamada de ÁGUA VIRTUAL. Assim, por<br />

exemplo, até para produzir carne se gasta muita água, pois é<br />

preciso levar em conta toda a água utilizada no processo de<br />

produção, desde o plantio do pasto que alimenta o gado até o combustível utilizado no<br />

veículo que transporta a carne aos açougues. A quantidade de água virtual utilizada<br />

varia de produto para produto. A Tabela a seguir, revela quantos litros de água são<br />

necessários para produzir um quilo de vários produtos.<br />

Produto Litros de água necessários para se produzir 1Kg do produto<br />

Arroz 1.400 a 3.600<br />

Aves 2.800 a 4.500<br />

Banana 499<br />

Batata 105 a 160<br />

Carne de boi 13.500 a 20.700<br />

Laranja 378<br />

Leite 560 a 865<br />

Ovos 2.700 a 4.700<br />

Soja 2.300 a 2.750<br />

Tomate 105<br />

Fonte : www.sabesp.com.br<br />

Observe que, enquanto para se produzir um quilo de carne são necessários pelo menos<br />

13.500 litros de água, para se produzir um quilo de soja são necessários 2.300 litros.<br />

Vamos cuidar bem da água !<br />

10


4.2 Má distribuição dos alimentos<br />

Segundo o Instituto Akatu, mais de 800 milhões de pessoas passam<br />

fome, no mundo. É curioso notar que no Brasil, se por um lado,<br />

temos 44 milhões de pessoas passando fome, por outro, temos 70<br />

milhões de pessoas acima do peso. Então, o que existe é a má<br />

distribuição dos alimentos, uns têm acesso a muita comida e outros<br />

têm acesso a pouca comida. Além disso, o desperdício de alimentos é muito grande.<br />

Estima-se que no Brasil, aproximadamente, 12 bilhões de reais em alimentos são<br />

desperdiçados todos os anos; o que daria para alimentar 30 milhões de pessoas. Ou seja,<br />

toda a comida desperdiçada seria suficiente para alimentar os habitantes do Estado<br />

de Minas Gerais inteiro mais a cidade de São Paulo. Os lares brasileiros desperdiçam<br />

20% dos alimentos comprados. Assim, uma família que gasta 500 reais por mês com<br />

alimentação joga no lixo 100 reais. É muito desperdício !<br />

Então, o que se pode dizer é que os alimentos que existem no mundo são<br />

suficientes para alimentar todo mundo, só que isso não acontece por causa do grande<br />

desperdício de alimentos e da má distribuição desses alimentos entre as pessoas. O<br />

grande desafio é fazer com que todos os habitantes do Planeta tenham de fato acesso à<br />

alimentação adequada. Vamos combater o desperdício de alimentos !<br />

4.3 Efeito estufa e aquecimento global<br />

O efeito estufa é o fenômeno natural pelo qual a energia emitida pelos raios<br />

solares é acumulada na superfície e na atmosfera terrestres, aumentando a temperatura<br />

do Planeta, ou seja, provocando o aquecimento global. O efeito estufa acontece<br />

principalmente pela ação de dióxido de carbono (CO2), CFCs, metano, óxido nitroso e<br />

vapor de água, que formam uma barreira contra a dissipação da energia solar. A maioria<br />

dos cientistas climáticos crê que um aumento na quantidade desses gases provoca uma<br />

elevação da temperatura da Terra. Os efeitos do aquecimento global são terríveis, como<br />

o derretimento de geleiras, secas, furações e total desequilíbrio da natureza.<br />

Um dos principais vilões do aquecimento global são os veículos automotores.<br />

Para se ter uma idéia de quanto um carro polui, uma pessoa que usa um carro 1.0, à<br />

gasolina, e roda 20 km por dia, gera 1.300 quilos de dióxido de carbono por ano.<br />

11


Já uma pessoa que usa ônibus e roda 20 km por dia, gera 160 quilos de dióxido de<br />

carbono por ano (calcule a sua emissão de CO2 no site: www.florestasdofuturo.org).<br />

Então, vamos usar menos veículos particulares !<br />

4.4 Lixo<br />

A produção do lixo cresce mais e mais a cada dia e o<br />

descarte deste lixo é um problema sério para várias cidades<br />

brasileiras. Somente em Belo Horizonte, são produzidas 4 mil<br />

toneladas de lixo por dia e apenas 0,67% deste total é reciclado.<br />

O aterro sanitário da cidade se esgotou e busca-se com<br />

dificuldade criar um novo aterro (JORNAL ESTADO DE<br />

MINAS, 23/11/2008).<br />

A degradação completa do lixo demora muito. Estima-se que uma simples<br />

latinha demoraria cerca de 100 anos para se decompor, o plástico gastaria até 500 anos e<br />

o vidro precisaria de milhões de anos. Desta forma, constata-se que a reciclagem é<br />

essencial e deve ser praticada por todos para reduzir o volume de lixo lançado nos<br />

aterros. É importante ressaltar que a reciclagem ajuda, mas a melhor solução é reduzir o<br />

consumo, gerando menos lixo. Leia o texto “Quem recicla pode consumir sem culpa?”<br />

que está no final desta cartilha e repense o seu consumo.<br />

O descarte inadequado do lixo é outro grande problema, pois quando se joga lixo<br />

nas ruas, os bueiros entopem e quando chegam as chuvas, ocorrem as inundações e a<br />

proliferação de doenças como a dengue. Lançar o lixo em rios e mares também é muito<br />

prejudicial porque afeta a fauna e flora desses ambientes. Existem muitos casos de<br />

peixes que morrem porque comem plásticos e metais e há tartarugas que estão<br />

desenvolvendo tumores por conta de comerem lixo lançado pelo homem no mar. Então,<br />

vamos reduzir a produção do lixo, reciclar ao máximo e descartar o lixo corretamente!<br />

12


SACOLAS PLÁSTICAS<br />

Uma das grandes preocupações atuais com a produção de lixo se refere às<br />

famosas sacolinhas plásticas que recebemos a cada compra que fazemos. No final da<br />

década de 1950, quando surgiram as sacolas plásticas para compras, a idéia era cultivar<br />

a praticidade e o conforto dos usuários. Entretanto, este tipo de sacola se tornou um<br />

grande problema ambiental. Em todo o mundo, são produzidos 500 bilhões de unidades<br />

a cada ano, o equivalente a 1,4 bilhão por dia ou a 1 milhão por minuto. No Brasil, 1<br />

bilhão de sacolas são distribuídas nos supermercados mensalmente – o que<br />

corresponde a 66 sacolas por brasileiro ao mês (PLANETA SUSTENTÁVEL).<br />

Não existe um consenso na Ciência sobre quanto tempo uma sacola plástica leva<br />

para se decompor na natureza, mas hoje já se diz que são necessários, pelo menos, 300<br />

anos para uma sacola se degradar completamente. A fim de se tentar minimizar este<br />

gigantesco problema, foram criadas as sacolas de plástico oxibiodegradáveis.<br />

Entretanto, o seu uso é polêmico. Há quem diga que a sacola oxibiodegradável se<br />

decompõe rapidamente, mas no final das contas polui ainda mais o meio-ambiente do<br />

que a sacola plástica comum.<br />

Então, ao fazer compras, o melhor mesmo é levarmos de casa a nossa própria<br />

sacola e evitar ao máximo o uso de sacolas plásticas descartáveis. Com este pequeno<br />

gesto cotidiano, nós podemos contribuir muito para reduzir o lixo e a poluição no nosso<br />

Planeta. Que tal em sua próxima compra, você agradecer e recusar a oferta da sacola<br />

plástica e ainda sugerir ao comerciante que incentive os clientes a fazerem o mesmo?<br />

4.5 Consumismo<br />

Nesta cartilha, não se pretende combater o consumo, o que se<br />

propõe é uma reflexão sobre a forma de consumir. O consumo<br />

tem aspectos positivos e negativos. O consumo pode ser<br />

positivo porque satisfaz necessidades e desejos; proporciona<br />

conforto e prazer; gera empregos e renda; faz a Economia girar;<br />

estimula a Ciência; enfim, promove o desenvolvimento e o bem estar. Para que um<br />

indivíduo sobreviva, ele precisa ter acesso a um consumo mínimo que garanta a sua<br />

própria sobrevivência com dignidade. É impossível viver sem consumir, pois para<br />

sobreviver, nós precisamos de abrigo, alimento, água, ar, medicamentos, roupas que nos<br />

protejam do frio, etc...<br />

13


Mas é importante saber diferenciar consumo de consumismo. O consumo de um<br />

produto ou serviço visa atender às necessidades reais de alguém que vai, de fato, usar<br />

um produto ou serviço. Já no consumismo, o que mais importa é a compra por impulso,<br />

para suprir alguma carência psicológica. No consumismo, a compra é movida pela<br />

emoção e não se pensa sequer se as condições financeiras são favoráveis àquela compra.<br />

Existem milhões de pessoas no mundo que estão doentes de tanto comprar. A<br />

oniomania é a doença da compulsão pelo consumo que já atinge 3% da população<br />

brasileira e 1% da americana, segundo a SERASA.<br />

Hoje em dia, é muito fácil obter crédito, fazer diversas compras e possuir vários<br />

cartões de crédito. O tempo todo somos abordados por bancos, financeiras, vendedores,<br />

telefonemas, cartas e e-mails oferecendo produtos e “crédito fácil”. A publicidade busca<br />

nos seduzir nos convencendo de que não podemos viver sem determinados produtos ou<br />

serviços dos quais, na verdade, não precisamos. Muitas vezes, as pessoas acabam<br />

comprando demais e se endividando em excesso devido às compras por impulso. Todos<br />

os dias, órgãos de defesa do consumidor, como o PROCON, recebem inúmeros<br />

consumidores que compram até veículos, sem pensar, e poucos dias depois querem<br />

desfazer o negócio porque descobrem que não conseguirão pagar as prestações.<br />

CUI<strong>DA</strong>DO! O crédito oferecido é farto e fácil, mas o difícil é pagar. E quando<br />

você não paga as suas contas em dia, está fazendo um grande mal para as suas finanças<br />

e também está contribuindo para o aumento das taxas de juros no país, prejudicando<br />

milhões de pessoas. A sua inadimplência acaba provocando o aumento das taxas de<br />

juros. Consuma o crédito somente se for realmente necessário e o faça de forma<br />

responsável. Então, pense antes de consumir, reflita se o consumo é de fato necessário e<br />

se você pode realmente pagar por ele.<br />

5. A IMPORTÂNCIA DO CONSUMO CONSCIENTE<br />

Apesar da gravidade dos problemas enfrentados pelo mundo atual, existe uma<br />

luz no final do túnel. Os hábitos de consumo de todos nós podem ser modificados para o<br />

bem da natureza e, consequentemente, da humanidade. A forma como nós consumimos<br />

transforma o mundo. Consumir conscientemente é pensar que toda forma de consumo<br />

gera impactos positivos e negativos. O consumidor consciente pensa antes de consumir<br />

14


e buscar minimizar os impactos negativos e maximizar os impactos positivos. “Pense<br />

globalmente, aja localmente”, diz a escritora americana, Hanzel Henderson.<br />

Para exemplificar a força que têm as nossas mudanças de hábito, saiba que se<br />

toda a população de Belo Horizonte fechasse a torneira enquanto escova os dentes,<br />

durante um mês, a quantidade de água economizada seria o equivalente a cerca de 30<br />

minutos da água que cai pelas Cataratas do Iguaçu! Então, vamos pensar: como somos<br />

6,5 bilhões de pessoas no mundo, se cada um de nós evitar os desperdícios e buscar<br />

consumir conscientemente, os impactos negativos sobre a natureza serão MUITO<br />

reduzidos !<br />

O consumidor tem um importante papel transformador no mundo que pode<br />

ajudar na reversão da insustentabilidade. De acordo com o relatório “Mudanças<br />

Climáticas: Um assunto de todos”, elaborado pela Confederação Britânica da Indústria<br />

(CBI), os consumidores têm um enorme potencial para impulsionar a redução das<br />

emissões de CO2 através de suas atitudes no dia-a-dia, como suas decisões sobre<br />

aquecimento e iluminação em casa, a escolha dos aparelhos elétricos, suas opções de<br />

transporte e tipos de compras, por exemplo. Segunda uma pesquisa da empresa de<br />

consultoria americana, McKinsey, 60% das emissões de CO2 são controladas ou<br />

influenciadas pelos consumidores (INSTITUTO AKATU).<br />

Adicionalmente, os consumidores têm forte influência sobre o mercado. À<br />

medida que os consumidores pressionam as empresas exigindo “produtos verdes”, que<br />

são aqueles produtos que agridem menos a natureza, as empresas passam a rever seus<br />

modos de produção e a elaborar este tipo de produto em larga escala. Algumas empresas<br />

já estão modificando suas estratégias de negócios numa verdadeira corrida pela<br />

sustentabilidade. Como exemplos internacionais, podemos citar os casos da General<br />

Motors, que quadruplicou suas vendas de produtos verdes nos últimos anos e o Wal<br />

Mart, maior empresa varejista do mundo, que está implantando um projeto de<br />

sustentabilidade ousado, prevendo a utilização de 100% de energia de fontes renováveis<br />

e produção de lixo zero.<br />

No Brasil, destaca-se a Natura, eleita Empresa Sustentável de 2008, pela Revista<br />

Exame, que adota um sistema de gestão de responsabilidade corporativa contendo não<br />

só metas financeiras, mas sociais e ambientais. A Natura utiliza base vegetal em todos<br />

os seus produtos, não recorrendo ao sacrifício de animais, está reduzindo a emissão de<br />

CO2, reduz a produção do lixo através da produção de refis e da reciclagem em larga<br />

escala de suas embalagens.<br />

15


As empresas hoje têm, cada vez mais, a obrigação de incorporarem em seus<br />

modelos de negócios práticas sustentáveis e o consumidor pode contribuir muito<br />

induzindo as empresas a adotarem estas práticas. Naturalmente, todo este processo não é<br />

simples, mas está cada vez mais ganhando força e gerando um efeito multiplicador<br />

positivo rumo à sustentabilidade global. Segundo o Instituto Akatu, um em cada três<br />

brasileiros percebe os impactos coletivos ou de longo prazo nas decisões de consumo.<br />

Além disso, constata-se que tem aumentado a proporção de consumidores que usam seu<br />

poder de compra e de comunicação para premiar empresas que tenham práticas<br />

adequadas de responsabilidade social e ambiental.<br />

É importante esclarecer que o consumidor tipicamente chamado de “pão-duro”<br />

que busca, acima de qualquer coisa, economizar o máximo de dinheiro possível, não é<br />

consumidor consciente. O “pão-duro” só se preocupa com o seu bolso o tempo todo,<br />

não se importando com o meio-ambiente e com a coletividade. Ele, muitas vezes,<br />

compra produtos piratas, produtos de baixa qualidade e até mercadorias produzidas com<br />

mão-de-obra escrava e infantil.<br />

No outro extremo, temos o consumidor gastador que compra muito além de suas<br />

necessidades, desperdiçando recursos financeiros e ambientais. O gastador (com<br />

dinheiro sobrando ou não) também não é consumidor consciente, porque ele só se<br />

preocupa com seu conforto, sem refletir sobre o seu consumo, sem se preocupar com as<br />

questões ambientais e coletivas.<br />

O consumidor consciente de fato é aquele que tem consciência de seus impactos<br />

de consumo, que pensa antes de consumir e procura fazê-lo da melhor maneira possível,<br />

buscando, ao mesmo tempo consumir com responsabilidade, preservar o Planeta e<br />

equilibrar o seu orçamento doméstico.<br />

Veja o que o consumidor consciente pode fazer em prol da sustentabilidade:<br />

Pensar antes de consumir, analisando o que consumir, de quem consumir e como<br />

descartar;<br />

Consumir apenas o necessário;<br />

Planejar as compras;<br />

Produzir menos lixo, reciclar ao máximo e descartar o lixo adequadamente;<br />

Utilizar sacolas permanentes ou retornáveis nas compras, evitando as sacolas<br />

plásticas descartáveis;<br />

Economizar água, energia elétrica, gás e recursos naturais;<br />

16


Não desperdiçar;<br />

Evitar o uso do carro e preferencialmente, andar a pé, de bicicleta, de ônibus ou<br />

de metrô;<br />

Utilizar os produtos até o fim;<br />

Não comprar produtos piratas ou contrabandeados;<br />

Usar menos embalagens;<br />

Utilizar o crédito de forma responsável;<br />

Dar preferência a produtos de empresas social e ambientalmente responsáveis; e<br />

Divulgar o consumo consciente.<br />

DICA: Acesse o site do Instituto Akatu (www.akatu.org.br) e faça o Teste do<br />

Consumidor Consciente para você refletir sobre o seu consumo. É fácil, rápido e<br />

gratuito.<br />

6. DICAS DE ECONOMIA DE RECURSOS<br />

Agora que você já conhece melhor os problemas do mundo atual, a questão da<br />

sustentabilidade e a importância de se praticar o consumo consciente, aprenda algumas<br />

dicas importantes para economizar recursos.<br />

6.1 Dicas para economizar água<br />

Verifique se as torneiras funcionam bem e se não há<br />

vazamentos;<br />

Ao lavar as mãos, escovar os dentes ou fazer a barba,<br />

feche a torneira e só volte a abrir na hora de enxaguar;<br />

Use balde ou regador para molhar as plantas;<br />

Tome banho rápido de chuveiro e feche a torneira na hora de ensaboar;<br />

Não varra calçadas e garagens com água, use a vassoura;<br />

Evite comprar coisas desnecessárias para poupar água virtual; e<br />

Quando viajar, feche o registro de água, evitando desperdícios.<br />

17


6.2 Dicas para economizar energia<br />

Pinte as paredes com cores claras para refletir melhor a<br />

luz ;<br />

Use lâmpadas fluorescentes que gastam menos e duram<br />

mais;<br />

Apague lâmpadas e eletrodomésticos que não estiver<br />

usando;<br />

Não deixe aparelhos sem uso ligados na tomada, no modo de espera (standby),<br />

com luz acessa, pois isso consome 20% de energia;<br />

Somente use o ferro elétrico quando houver uma grande quantidade de roupas<br />

para passar;<br />

Evite abrir a geladeira demais, verifique a borracha de vedação e não coloque<br />

alimentos quentes em seu interior; e<br />

Só ligue o lava-louças ou a lava-roupas quando estiverem cheios.<br />

6.3 Dicas para economizar gás<br />

Instale o fogão em um local protegido de correntes de ar;<br />

Fique atento a qualquer tipo de vazamento;<br />

Limpe periodicamente os injetores dos queimadores;<br />

Primeiro acenda o fósforo e depois rode o controle do<br />

gás;<br />

Prefira as panelas de fundo largo porque elas aproveitam melhor o calor das<br />

chamas;<br />

Tampe sempre as panelas para evitar perda de água e calor; e<br />

Quando a água começar a ferver mantenha o queimador em fogo baixo.<br />

18


6.4 Dicas para economizar no supermercado<br />

Evite ir ao supermercado com fome e com crianças;<br />

Pesquise preços;<br />

Faça uma lista antes de comprar e siga-a quando for às<br />

compras;<br />

As “promoções” nem sempre valem à pena, pense antes de comprar;<br />

Verifique a validade dos produtos para não desperdiçar; e<br />

Dê preferência às frutas e produtos da estação.<br />

6.5 Dicas para economizar combustível<br />

Sempre que possível, evite usar veículos particulares e dê preferência às<br />

caminhadas, bicicleta, transporte público como metrô, ônibus e táxi, e pratique a carona<br />

solidária, como uma forma de reduzir o número de carros em circulação, e<br />

consequentemente, diminuir a poluição. Entretanto, sendo o uso do carro<br />

indispensável, siga as seguintes dicas:<br />

Abasteça com álcool porque ele polui menos que a gasolina e o diesel;<br />

Faça uma boa manutenção do carro, verificando a regulagem do motor, a<br />

calibragem e o alinhamento dos pneus. Carros mal cuidados gastam mais<br />

combustível e poluem mais;<br />

Evite o uso do condicionador de ar que consome mais combustível;<br />

Não sobrecarregue o carro, porque quanto maior a carga, maior o consumo e o<br />

desgaste geral;<br />

Dirija sempre de modo suave, evitando grandes arrancadas, aceleradas ou<br />

freadas, que elevam o consumo de combustível. Velocidades variando ou muito<br />

altas consomem mais combustível. Nas estradas, mantenha uma velocidade<br />

média entre 80 e 110 km/h.<br />

Antes de sair de casa, organize um roteiro do percurso para evitar deslocamentos<br />

desnecessários; e<br />

Desligue o motor quando o carro ficar parado por muito tempo.<br />

Você também pode plantar árvores para reduzir, no longo prazo, a poluição gerada<br />

pelos veículos, não resolve o problema completamente, mas ajuda.<br />

19


6.6 Dicas para usar o crédito de forma responsável<br />

O ideal é você refletir antes da compra, evitando as<br />

compras desnecessárias. Desta forma, você faz um<br />

bem enorme para o seu bolso e para a natureza, ou<br />

seja, você evita se tornar um superendividado e<br />

ainda poupa recursos naturais do Planeta. Além<br />

disso, se você não conseguir pagar as contas em dia,<br />

estará contribuindo para o aumento das taxas de<br />

juros e prejudicando milhões de pessoas que<br />

precisam de crédito.<br />

Então, não caia na armadilha da publicidade ou da insistência dos vendedores.<br />

Pense antes de comprar e saiba dizer NÃO! Antes da compra, você deve se fazer três<br />

perguntas básicas:<br />

Eu preciso deste produto ou serviço MESMO?<br />

Eu posso pagar?<br />

Eu devo comprar neste momento?<br />

7. VALORIZANDO AS BOAS COISAS QUE O DINHEIRO NÃO COMPRA<br />

Como dizia George Horace, escritor e jornalista americano: “É bom ter dinheiro<br />

e as coisas que o dinheiro pode comprar, mas é bom verificar se não estamos perdendo<br />

as coisas que o dinheiro não pode comprar”. Veja quantas coisas boas podemos fazer<br />

gastando poucos recursos naturais e financeiros. É só você pensar e se informar:<br />

Aprecie o pôr-do-sol, o céu e a lua; sozinho ou ao lado de quem você gosta;<br />

Leia um bom livro;<br />

Caminhe;<br />

Ouça uma boa música;<br />

Cante, dance;<br />

Cultive plantas;<br />

Componha uma música ou poesia;<br />

Dedique-se a um trabalho voluntário;<br />

20


Desfrute o tempo com sua família e amigos;<br />

Namore;<br />

Aproveite as opções de lazer gratuitas e/ou de baixo custo que sua cidade<br />

oferece (festivais de música, de teatro e de cinema; museus; praças; zoológico;<br />

visita a pontos turísticos e igrejas; bibliotecas públicas, etc...); e<br />

Pense, invente seu jeito de se divertir e seja feliz. A sua felicidade depende de<br />

você mesmo !<br />

8. MENSAGEM FINAL<br />

Esta cartilha não pretende apresentar fórmulas ou estratégias fáceis para resolver<br />

alguns dos grandes problemas atuais da humanidade. Sabemos que alcançar a<br />

sustentabilidade é um processo difícil, controverso, mas possível. Existem diversos<br />

entraves à obtenção da sustentabilidade global, como os entraves culturais, científicos,<br />

político-econômicos, sociais, éticos, ideológicos e psicológicos. Além disso, cada um de<br />

nós, individualmente, possui seus desejos, suas dificuldades e suas limitações em<br />

contribuir para a sustentabilidade global.<br />

Contudo, acreditamos firmemente que podemos e devemos unir esforços com a<br />

finalidade de trabalhar para um mundo melhor para todos. O desafio da sustentabilidade<br />

está diante de nós, que podemos modificar nossos hábitos de vida e de consumo,<br />

criando uma verdadeira corrente do bem em prol da vida. Como dizia Helen Keller,<br />

escritora americana que era surda e cega e não obstante, uma grande intelectual: “O<br />

otimismo é a fé em ação”. Então, vamos nos unir para cuidar uns dos outros e do<br />

Planeta já !<br />

Para finalizar, fica a questão: será que quem recicla pode consumir sem culpa? O<br />

texto seguinte serve para refletirmos sobre os nossos hábitos de consumo e o papel da<br />

reciclagem.<br />

21


TEXTO PARA REFLEXÃO:<br />

QUEM RECICLA PODE CONSUMIR SEM CULPA ? *<br />

Adriana Fileto<br />

O consumo é importante, já que satisfaz necessidades e desejos, gera emprego,<br />

gira a Economia, estimula a Ciência; enfim promove o desenvolvimento. O que deve ser<br />

combatido é o consumismo, o superendividamento e a oniomania (doença da compulsão<br />

pelo consumo). As pessoas estão consumindo bem acima, tanto da sua própria<br />

capacidade, quanto da potencialidade do Planeta. Portanto, é dever de todos nós a busca<br />

da sustentabilidade.<br />

Nos últimos anos, os valores e as práticas do consumo consciente têm se<br />

disseminado bastante no Brasil que hoje é um dos campeões mundiais em reciclagem de<br />

alumínio e plástico. Segundo a Associação Brasileira da Indústria do PET, em 2006, o<br />

Brasil ocupou o 2º lugar no mundo em taxa de reciclagem de PET com 51,3%, atrás<br />

apenas do Japão, com 62%. Sem dúvida alguma este é um ranking positivo, mas será<br />

que podemos consumir PET sem culpa? Nós podemos manter o nosso padrão de<br />

consumo de PET, pois a reciclagem resolverá a questão do lixo gerado e então este<br />

problema não será mais nosso?<br />

Antes de respondermos a estas questões, analisemos os dados de uma planilha<br />

elaborada para uma família de 4 pessoas que consume 1 garrafa PET de refrigerante de<br />

2 litros, por dia, durante 20 anos. O consumo é muito pequeno em termos relativos,<br />

representando apenas 0,000006% da produção brasileira anual de refrigerantes, mas<br />

como veremos causará pequenos impactos positivos e expressivos impactos negativos.<br />

No que se refere aos impactos positivos, destacam-se o prazer proporcionado à família,<br />

salários e encargos sociais de R$1.368,50, impostos de R$5.706,87 e 0,02 empregos.<br />

Outro impacto positivo é a reciclagem de 33 quilos de resíduos sólidos. Quanto aos<br />

impactos negativos, têm-se o dispêndio de recursos e a geração de lixo. Na produção,<br />

gastam-se 29.304 litros de água, 64 litros de combustível e 1.320<br />

_________________________________________<br />

* Este texto foi originalmente elaborado para o Instituto Akatu e posteriormente<br />

resultou no artigo “Consumo sem culpa ?” publicado no Jornal Estado de Minas, em<br />

02/05/2008.<br />

22


kilowatt-hora de energia. Ao longo dos 20 anos, são consumidas 7.200 garrafas que<br />

totalizam 432 quilos. Estas garrafas geram uma fila de 2,6 quilômetros e podem encher<br />

uma sala de 14 metros cúbicos de volume do chão até o teto. A produção de gás<br />

carbônico (CO2) é de 953 quilos o equivalente ao CO2 gerado por 2 carros de porte<br />

médio, durante 1 ano. Os resíduos sólidos produzidos somam 42 quilos. A família gasta<br />

o total de R$ 26.112,00 e caso ela aplicasse esse dinheiro, na caderneta de poupança,<br />

durante 20 anos, acumularia R$50.270,05, o que seria suficiente para comprar um bom<br />

imóvel de classe média.<br />

Além disso, existem outros impactos negativos potenciais relacionados aos<br />

danos à saúde da família (obesidade); e a diversos problemas advindos do descarte das<br />

garrafas nos lixões e nas ruas, tais como poluição do solo, proliferação de doenças<br />

(dengue, por exemplo) e entupimento de bueiros que podem causar inundações. O<br />

exemplo desta família revela quanto um “inocente” hábito de consumo de refrigerante<br />

pode impactar o indivíduo, a sociedade e o meio-ambiente. De fato, é impossível não<br />

consumir, mas é importante ressaltar que toda forma de consumo, por mais simples que<br />

seja, impacta o mundo à nossa volta. A reciclagem minimiza o impacto ambiental do<br />

consumo, porém, antes de RECICLAR, é preciso REPENSAR, REDUZIR E<br />

REUTILIZAR. A reciclagem é essencial e deve continuar sendo praticada, mas é<br />

fundamental que esta seja a última etapa do processo de consumo. Devemos refletir<br />

antes de consumir.<br />

Agindo de forma racional no consumo, poderemos contribuir sim para melhorar<br />

um pouco o mundo para nós mesmos hoje e também para as gerações futuras. Reflita,<br />

pois sobre o seu consumo.<br />

23


REFERÊNCIAS<br />

ALMEI<strong>DA</strong>, Fernando. Os desafios da Sustentabilidade – Uma ruptura urgente. Rio<br />

de Janeiro: Campus, 2ª Ed, 2007.<br />

BOFF, Leonardo. Saber cuidar – Ética do humano – compaixão pela Terra. São<br />

Paulo: Vozes, 14ª Ed<br />

CAMARGO, Ana Luiza de Brasil. Desenvolvimento Sustentável – Dimensões e<br />

Desafios. Campinas, São Paulo: Papirus, 2003.<br />

Guia Exame, Sustentabilidade. Outubro de 2008.<br />

Jornal Estado de Minas - Reciclagem : Coleta Seletiva não sai do papel - 23/11/2008<br />

Mudanças Climáticas: Um assunto de todos. Relatório do Grupo de Trabalho de<br />

Mudanças Climáticas da CBI. Novembro de 2007. Disponível em: http://<br />

homologa.ambiente.sp.gov.br/proclima/publicacoes/publicacoes_portugues/<br />

climatereport2007full_portuguese.pdf, em 30/10/2008<br />

Revista Veja – Reportagem: A Terra Não Aguenta – 02/11/2008<br />

SITES CONSULTADOS<br />

Florestas do Futuro www.florestasdofuturo.org<br />

Fundação SOS Mata Atlântica http://www.sosmatatlantica.org.br/<br />

Fundação Verde (FUNVERDE) http://funverde.wordpress.com<br />

Instituto Akatu http://www.akatu.org.br/<br />

Nós podemos www.nospodemos.org.br<br />

Planeta Sustentável http://planetasustentavel.abril.com.br/<br />

Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD)<br />

http://www.pnud.org.br/<br />

SERASA - www.serasa.com.br<br />

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SOBRE A AUTORA<br />

Adriana Fileto é Economista (UF<strong>MG</strong>), Mestre em Administração com Ênfase em<br />

Finanças (CEPEAD / UF<strong>MG</strong>) e Pós-Graduada em Administração Financeira (Fundação<br />

Dom Cabral).<br />

Sócia-Diretora da Rede Três – Educação e Consultoria para a Sustentabilidade<br />

(www.redetres.com).<br />

Consultora Certificada do Instituto Akatu pelo Consumo Consciente<br />

(www.akatu.org.br).<br />

Também trabalha como Assessora Técnica do Núcleo de Cidadania da Câmara<br />

Municipal de Belo Horizonte/PROCON Municipal de BH e leciona Matemática<br />

Financeira e Matemática na Faculdade Novos Horizontes.<br />

Atua como consultora de finanças pessoais e desenvolve trabalhos como pesquisadora,<br />

professora e palestrante dos temas relacionados à sustentabilidade, consumo consciente,<br />

responsabilidade social e educação financeira.<br />

No Dia V (Dia do Voluntariado) de 2008, em Belo Horizonte, idealizou, reuniu e<br />

coordenou 12 instituições parceiras públicas e privadas que trabalharam em prol da<br />

educação para a sustentabilidade através do Comitê Cuide do Seu Bolso e do Planeta<br />

Já ! .<br />

Contato: adrianafileto@redetres.com<br />

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