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Comunitá Italiana - 4º Seminário Nacional de Tomate de Mesa

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cinEma<br />

Crise,<br />

luz e ação<br />

Em plena crise financeira, cineastas italianos, entre<br />

veteranos e novatos, conquistam o público mundo afora<br />

em um movimento <strong>de</strong> renovação batizado <strong>de</strong> Risorgimento<br />

Janaína Pereira<br />

De Veneza<br />

A<br />

crise econômica que a Itália enfrenta<br />

chegou ao cinema. Mas,<br />

com criativida<strong>de</strong> e talento, os<br />

cineastas italianos têm driblado<br />

este período financeiramente ruim,<br />

com a realização <strong>de</strong> vários filmes que estão<br />

alcançando sucesso no mundo inteiro.<br />

Este ano, três produções se <strong>de</strong>stacaram<br />

nos principais festivais <strong>de</strong> cinema. César<br />

Deve Morrer (Cesare Deve Morrire), dos irmãos<br />

Taviani, ganhou o Urso <strong>de</strong> Ouro <strong>de</strong><br />

melhor filme no Festival <strong>de</strong> Berlim; Reality,<br />

<strong>de</strong> Matteo Garrone, levou o Gran<strong>de</strong> Prêmio<br />

do Júri do Festival <strong>de</strong> Cannes; e A Bela<br />

que Dorme (Bella Addormentata), <strong>de</strong> Marco<br />

Bellocchio, foi o principal filme italiano no<br />

Festival <strong>de</strong> Veneza, que premiou È stato Il<br />

Quem é quem no cinema italiano hoje<br />

Matteo Garrone<br />

Nasceu em Roma e <strong>de</strong>spontou para o mundo em 2008,<br />

quando ganhou o Gran<strong>de</strong> Prêmio do Júri no Festival <strong>de</strong><br />

Cannes com Gomorra, a história violenta <strong>de</strong> meninos<br />

recrutados pela Máfia em Nápoles. Este ano, voltou<br />

ao festival com Reality, apontado pelos críticos como<br />

uma mistura das comédias italianas do passado e dos<br />

filmes <strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>rico Fellini. A história gira em torno <strong>de</strong><br />

Luciano (Aniello Arena), dono <strong>de</strong> uma peixaria, casado<br />

e pai <strong>de</strong> três filhos, que quer, a todo custo, participar<br />

da versão italiana do Big Brother.<br />

Em entrevista à Comunità<strong>Italiana</strong> durante o<br />

Festival <strong>de</strong> Veneza, on<strong>de</strong> foi jurado da competição<br />

oficial, Garrone comentou sobre essa nova fase do<br />

cinema italiano.<br />

— Não acredito que os novos diretores italianos<br />

façam filmes para mudar nosso cinema. Acho que<br />

hoje temos uma linguagem universal, que alcança<br />

um gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> pessoas. Por isso, estamos em<br />

evidência.<br />

Garrone, que tem 44 anos, é apontado como o<br />

melhor cineasta italiano da nova safra e era a aposta<br />

certa para a indicação do país ao Oscar. Porém, per<strong>de</strong>u<br />

a vaga para os veteranos irmãos Taviani.<br />

44 novembro 2012 | comunitàitaliana<br />

Emanuele Crialese<br />

Aos 47 anos, nasceu em Roma e já fez quatro filmes,<br />

todos com boa repercussão internacional. São eles Once<br />

We Were Strangers, Respiro, Novo Mundo e Terraferma.<br />

Este último ganhou o Gran<strong>de</strong> Prêmio do Júri Festival <strong>de</strong><br />

Veneza <strong>de</strong> 2011 e foi indicado como representante da<br />

Itália na disputa por uma indicação ao Oscar <strong>de</strong> produção<br />

em língua estrangeira este ano. Com foco nos problemas<br />

sociais italianos, Crialese mostrou em Terraferma a sua<br />

visão sobre os problemas da imigração na Itália. Na<br />

ocasião da apresentação do filme no Festival <strong>de</strong> Veneza,<br />

o diretor chegou a discutir com uma jornalista italiana,<br />

que o acusou <strong>de</strong> <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r os imigrantes ilegais. O diretor,<br />

no entanto, <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>u o filme dizendo que se tratava <strong>de</strong><br />

uma obra cinematográfica que retratava histórias reais.<br />

figlio, <strong>de</strong> Daniele Cipri, em duas categorias<br />

(melhor fotografia e ator revelação).<br />

Na terra <strong>de</strong> Fellini, Antonioni, Visconti,<br />

Pasolini, Rossellini e Monicelli — só<br />

para citar alguns dos maiores cineastas<br />

italianos que conquistaram o mundo —<br />

veteranos como Marco Bellocchio e os<br />

irmãos Taviani ainda têm espaço. Mas há<br />

também uma nova geração, na faixa dos<br />

40 anos, que conquistam o público e a crítica<br />

e ganham aos poucos reconhecimento<br />

internacional. Essa nova safra do cinema<br />

italiano, conhecida como Risorgimento,<br />

tem como maiores <strong>de</strong>staques os diretores<br />

Matteo Garrone, Emanuele Crialese, Saverio<br />

Costanzo e Paolo Sorrentino.<br />

Apesar da boa fase, a atual produção<br />

cinematográfica italiana ainda sofre críticas.<br />

Há aqueles que apontam uma grave<br />

crise criativa e produtiva, como o crítico<br />

Paolo Berroni.<br />

— A Itália já foi, ao lado da França, o<br />

maior concorrente da hegemonia americana<br />

no cinema. Hoje não conseguimos fazer<br />

frente a eles porque nossos cineastas não<br />

apresentam nada <strong>de</strong> novo. Continuam apostando<br />

em histórias que não conquistam o<br />

público mundial e que são interessantes somente<br />

para os italianos — comenta.<br />

Paolo Sorrentino<br />

Estreou no cinema em 2001 e começou a se <strong>de</strong>stacar<br />

em 2008 com a comédia política Il Divo, que ganhou o<br />

Prêmio do Júri no Festival <strong>de</strong> Cannes. Em 2011, voltou<br />

ao Festival com Aqui é meu lugar, estrelado por Sean<br />

Penn. O filme é falado em inglês, mas foi produzido e<br />

escrito por italianos, com dinheiro da Itália, em parceria<br />

com irlan<strong>de</strong>ses e franceses. Nasceu em Nápoles, tem<br />

42 anos e está preparando um novo projeto: o filme La<br />

gran<strong>de</strong> bellezza.<br />

Paolo Virzi<br />

Despontou na Itália em 1994 com seu primeiro<br />

filme, La Bella Vita. Porém, somente em 2010 com<br />

A Primeira Coisa Bela, foi reconhecido em outros<br />

países. O filme, representante do país no Oscar do<br />

ano passado e maior bilheteria italiana dos últimos<br />

tempos, é uma tragicomédia que conquistou o<br />

público e a crítica ao dar nova vida a esse gênero.<br />

Nasceu em Livorno e tem 48 anos.

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