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Rainha dos Canaviais - Câmara Municipal de Pontal - Governo do ...

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ROBERTO VASCONCELOS MARTINS<br />

PONTAL<br />

“A <strong>Rainha</strong> <strong><strong>do</strong>s</strong> <strong>Canaviais</strong>”<br />

- 2001 -


Toponímia:<br />

PONTAL "A RAINHA DOS CANAVIAIS"<br />

-----------------------------------------------------------<br />

A <strong>de</strong>nominação <strong>Pontal</strong> originou-se da configuração geográfica da confluência <strong><strong>do</strong>s</strong><br />

rios Par<strong>do</strong> e Mogí-Guaçú, em forma <strong>de</strong> uma ponta <strong>de</strong> lança. Oportunamente consta em seu<br />

brasão <strong>de</strong> armas a expressão latina: PONTAL EX NATURA, cuja melhor tradução é "<strong>Pontal</strong><br />

por natureza"!<br />

Localização:<br />

Nor<strong>de</strong>ste <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo, confluência <strong><strong>do</strong>s</strong> rios Par<strong>do</strong> e Mogí-Guaçú. a 39 Kms <strong>de</strong><br />

Ribeirão Preto e 350 Krns <strong>de</strong> São Paulo.<br />

LONGITUDE: 48° 02' W. Gr.<br />

LATITUDE: 21° 02' S.<br />

Fonte: Enciclopédia <strong><strong>do</strong>s</strong> Municípios Brasileiros. volume XXIX, S.Paulo. 1957, págs. 344 à<br />

349.<br />

ALTITUDE: 514,543 mts. na estação terroviária.<br />

CLIMA: quente, com invernos secos.<br />

SUPERFÍCIE: 394 Kms 2<br />

DISTRITO: Cândia, à 16 Kms da se<strong>de</strong> <strong>do</strong> município.<br />

Bairro Rural: Vila Barbacena Walter Becker, à 13.6 Kms da se<strong>de</strong> <strong>do</strong> município. Municípios<br />

confrontantes: Pitangueiras, Sertãozinho, Jardinópolis, Sales <strong>de</strong> Oliveira. e Morro Agu<strong>do</strong>.<br />

População <strong>do</strong> município: (censo <strong>de</strong> 01-08-2000) 29.656 habitantes, sen<strong>do</strong> 15.040 <strong>do</strong> sexo<br />

masculino e 14.616 <strong>do</strong> feminino. A população urbana totaliza 28.560 habitantes. e a rural 1096.


"<br />

DADOS HISTÓRICOS<br />

CRONOLOGIA<br />

21-05-1817 - É concedida uma sesmaria para ManoeI Teotonio Rodrigues <strong>de</strong> Carvalho, no<br />

encontro <strong><strong>do</strong>s</strong> rios Par<strong>do</strong> e Mogí-Guaçú, abrangen<strong>do</strong> 5.400 alqueires.<br />

Posteriormente teve sua área reduzida para 3.564 alqueires. constituin<strong>do</strong>-se na<br />

Fazenda <strong>do</strong> <strong>Pontal</strong>. Nessas terras situam-se a Usina Bela Vista, e a Barbacena.<br />

1820 - Mais ou menos nessa época, Pedro Martins <strong>de</strong> Castro, conheci<strong>do</strong> como "Pedro<br />

Siriema", iniciou suas posses na região hoje ocupada pelo distrito <strong>de</strong> Cândia,<br />

fundan<strong>do</strong> a Fazenda da Floresta Escura. com 4.511 alqueires.<br />

1827 - João ManoeI <strong>de</strong> Pontes e diversos companheiros, por posse, funda a Fazenda<br />

Sertãozinho <strong>do</strong> Mato Dentro, com 13.761 alqueires, <strong><strong>do</strong>s</strong> quais, cêrca <strong>de</strong> 1/3<br />

abrangen<strong>do</strong> terras pontalenses. inclusive o cemitério municipal. Santa Casa e<br />

Delegacia <strong>de</strong> Polícia.<br />

1827 - Antonio João Ferreira, por posse, funda a Fazenda das Posses, com 3.521<br />

alqueires, abrangen<strong>do</strong> parte <strong>do</strong> território pontalense, no ·'Tamburil'·. Nessas<br />

terras situava-se a Usina Bazan.<br />

1840 - Antonio Maciel <strong>de</strong> Pontes, filho <strong>de</strong> João Manoel <strong>de</strong> Pontes, por posse funda a<br />

Fazenda das Contendas, com 1.120 alqueires. Abrangia a atual Açucareira<br />

Bortolo Carolo, esten<strong>de</strong>n<strong>do</strong>-se até a estação ferroviária. praça da Matriz e<br />

Prefeitura <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> <strong>Pontal</strong>.


1840 - O mesmo Antonio Maciel <strong>de</strong> Pontes. em socieda<strong>de</strong> com seu cunha<strong>do</strong><br />

João Francisco <strong>de</strong> Oliveira, funda a Fazenda Bom Sucesso, com 1.190 alqueires. Abrangia o<br />

córrego <strong>do</strong> Desengano e a lagoa da Corre<strong>de</strong>ira.<br />

-03-1885 - O vapor "Con<strong>de</strong> D' Eu" inicia as viagens <strong>de</strong> Porto Ferreira até a Bico <strong>do</strong> <strong>Pontal</strong>.<br />

10-01-1887 - A "Companhia Paulista <strong>de</strong> Vias Férreas e Fluviais" inaugura o Porto <strong>Pontal</strong><br />

situa<strong>do</strong> na margem direita <strong>do</strong> rio Par<strong>do</strong>, logo abaixo da confluência com o<br />

rio Mogí-Guaçú.<br />

1890 - Referências aos irmãos Onça: Joaquim Francisco da Silva Onça e Manoel<br />

Francisco da Silva Onça, ambos ferreiros, sobre os quais a tradição se<br />

reporta ao fato <strong>de</strong> terem vivi<strong>do</strong> próximo ao Pontilhão. Manoel, o mais moço,<br />

instalou uma forge e <strong>de</strong>dicava-se ao fabrico <strong>de</strong> foices. Alí teriam os irmãos<br />

Onça funda<strong>do</strong> uma venda que servia <strong>de</strong> entreposto aos viajantes em trânsito<br />

pela estrada, em <strong>de</strong>manda aos portos <strong>de</strong> navegação fluvial.<br />

05-12- 1899 - O Alferes Jerônimo Alves da Silva Rosa efetua <strong>do</strong>ação <strong>de</strong> 10 alqueires para<br />

construir o Patrimônio <strong>do</strong> Senhor Bom Jesus <strong>do</strong> Cascalho. No entanto,<br />

alguns anos <strong>de</strong>pois, o povoa<strong>do</strong> entrou em <strong>de</strong>cadência e <strong>de</strong>sapareceu.<br />

1902 - A Companhia Paulista inicia a construção da Estação Ferroviária <strong>de</strong> <strong>Pontal</strong><br />

situada em terras da Fazenda das Contendas.<br />

25-03- 1903 - Inauguração das estações ferroviárias <strong>do</strong> Cascalho e <strong>de</strong> <strong>Pontal</strong>. assm como das<br />

linhas <strong>do</strong> telégrafo.<br />

30-04- 1903 - Foi extinta a navegação fluvial a vapor, no rio Mogí-Guaçú.


07-12-1903 - Os mora<strong>do</strong>res <strong>do</strong> então bairro <strong>do</strong> <strong>Pontal</strong> pe<strong>de</strong>m auxílio a <strong>Câmara</strong><br />

<strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Sertãozinho para angariar dinheiro para construírem uma<br />

igrejinha.<br />

1904 - Sob a li<strong>de</strong>rança <strong>do</strong> português Lourenço <strong>de</strong> Barros Moura é construída a<br />

primeira capelinha <strong>de</strong> <strong>Pontal</strong>, consagrada ao Mártir São Lourenço. É<br />

constituída a Comissão Promotora <strong>do</strong> Patrimônio <strong>de</strong> São Lourenço, com a<br />

participação <strong>de</strong> Lourenço <strong>de</strong> Barros Moura, Domingos Gomes <strong>de</strong> Carvalho e<br />

Francisco da Silva Onça com o objetivo <strong>de</strong> organizar, regularizar e dar<br />

impulso ao <strong>de</strong>senvolvimento <strong>do</strong> povoa<strong>do</strong>.<br />

01-02-1904 - A <strong>Câmara</strong> <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Sertãozinho elevou a Estação Ferroviária <strong>de</strong> <strong>Pontal</strong> a<br />

categoria <strong>de</strong> Povoação.<br />

03-08-1904 - A Comissão Promotora <strong>do</strong> Patrimônio <strong>de</strong> São Lourenço, consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> que não<br />

tinha competência jurídica para regularizar as questões relativas ao<br />

Patrimônio, resolve transferir este encargo para a <strong>Câmara</strong> <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong><br />

Sertãozinho, com a condição <strong>de</strong> ser mantida a <strong>de</strong>nominação <strong>de</strong> São Lourenço.<br />

09-08-1904 - José Belarmino da Silva e Ezequiel Francisco <strong>do</strong> Nascimento, primitivos <strong>do</strong>nos<br />

da área on<strong>de</strong> se encontra a Estação Ferroviária e a Igreja, ven<strong>de</strong>m 3 alqueires<br />

e uma Quarta <strong>de</strong> terras para a <strong>Câmara</strong> <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Sertãozinho, para<br />

regularizar a situação <strong>do</strong> povoa<strong>do</strong>.<br />

Essas terras situavam-se na Fazenda das Contendas.<br />

07-08-1904 - A <strong>Câmara</strong> <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Sertãozinho cria o Distrito <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> <strong>Pontal</strong>. e<br />

também o cargo <strong>de</strong> Fiscal para a localida<strong>de</strong>. Nessa mesma data a <strong>Câmara</strong><br />

aprovou a compra <strong><strong>do</strong>s</strong> terrenos on<strong>de</strong> se encontrava situada a povoação <strong>de</strong><br />

<strong>Pontal</strong>.


18-10-1907 - Pela Lei n. o 1.093. é cria<strong>do</strong> o Distrito <strong>de</strong> Paz <strong>de</strong> <strong>Pontal</strong>, no governo <strong>do</strong> Dr. Jorge<br />

Tibiriçá. presi<strong>de</strong>nte <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo. No artigo 1 0 consta que o referi<strong>do</strong><br />

distrito, situa<strong>do</strong> no município e comarca <strong>de</strong> Sertãozinho, situava-se "no lugar<br />

<strong>de</strong>nomina<strong>do</strong> <strong>Pontal</strong>", cuja se<strong>de</strong> será a povoação <strong>de</strong>ste mesmo nome".<br />

01-06-1910 - O Bispo <strong>de</strong> Ribeirão Preto nomeia uma comissão para tratar da construção <strong>de</strong><br />

uma nova igreja na povoação <strong>de</strong> <strong>Pontal</strong>. A Comissão era constituída por<br />

Joaquim Dias Neto, Cristiano Leite da Silva, Caetano Coutinho da Costa,<br />

A<strong>de</strong>lino Ferreira Dionísio, Salviano Alves da Silva, Manoel Martins <strong>de</strong><br />

Oliveira e Izi<strong>do</strong>ro Razzo.<br />

26-06-1911 - A Capela <strong>de</strong> São Lourenço <strong>de</strong> <strong>Pontal</strong>, pertencen<strong>do</strong> a Paróquia <strong>de</strong> Sertãozinho<br />

foi provisionada.<br />

09-09-1912 - Nomea<strong>do</strong> o reveren<strong>do</strong> Padre José Chiappa para Capelão Cura <strong>de</strong> <strong>Pontal</strong>.<br />

fican<strong>do</strong> assim <strong>de</strong>sligada da jurisdição <strong>do</strong> Paroco <strong>de</strong> Sertãozinho ..<br />

03-05-1914 - Foi inaugurada a ligação ferroviária entre <strong>Pontal</strong> e Sertãozinho pela<br />

Companhia Mogiana <strong>de</strong> Estradas <strong>de</strong> Ferro.<br />

29-08-1925 - Concessão <strong>do</strong> governo <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo, ao engenheiro Mário Thomaz<br />

Whately para a construção <strong>de</strong> uma ferrovia que ligasse <strong>Pontal</strong> à Morro<br />

Agu<strong>do</strong>.<br />

06-11-1926 - Autorização para a transferência <strong>de</strong>ssa consessão para a Companhia Estrada <strong>de</strong><br />

Ferro Morro Agu<strong>do</strong>.<br />

08-08-1929 - Autorização <strong>de</strong> abertura <strong>de</strong>ssa ferrovia ao tráfego <strong>de</strong> trens.<br />

15-08-1929 - É oficialmente inaugurada a Estrada <strong>de</strong> Ferro Morro Agu<strong>do</strong> e consequentemente,


suas estações. <strong>de</strong>stacan<strong>do</strong>-se a <strong>de</strong> Cândia, cuja <strong>de</strong>nominação foi em homenagem ao Coronel<br />

Cândi<strong>do</strong> Pereira Lima um <strong><strong>do</strong>s</strong> funda<strong>do</strong>res e presi<strong>de</strong>nte da companhia. A partir daí começa a<br />

surgir o povoa<strong>do</strong> <strong>de</strong> Cândia.<br />

23-01-1935 - Pela Lei n.o 6.915, <strong>Pontal</strong> é elevada a categoria <strong>de</strong> município.<br />

25-01-1935 - Lourenço <strong>de</strong> Barros Moura, funda<strong>do</strong>r <strong>de</strong> <strong>Pontal</strong>, falece em Ribeirão Preto.<br />

07-03-1935 - Instalação <strong>do</strong> município, e posse <strong>de</strong> seu 1° prefeito, Dr. José Pedro Além.<br />

30-11-1944 - Decreto Lei Estadual n.o 14.334, foi acresci<strong>do</strong> em sua área com terras <strong>do</strong><br />

município <strong>de</strong> Sertãozinho.<br />

31-11-1953 - Lei n.o 2.456, foi cria<strong>do</strong> o Distrito <strong>de</strong> Cândia. ( Fonte: "Enciclopédia <strong><strong>do</strong>s</strong><br />

Municípios Brasileiros", volume XXIX, ano <strong>de</strong> 1957, pág. 345 ).<br />

19-10-1957 - Instala<strong>do</strong> o Distrito <strong>de</strong> Cândia.<br />

18-04-1991 - Pela Lei <strong>Municipal</strong> n.o 1.582 / 91 foi criada a Vila Walter Becker, na se<strong>de</strong> da<br />

antiga fazenda Barbacena.<br />

04-12-1998 - Pela Lei <strong>Municipal</strong> n.o 2.014/98, foi alterada a <strong>de</strong>nominação da supra citada Vila,<br />

para Vila Barbacena Walter Becker.


PONTAL<br />

NOSSA TERRA E NOSSA GENTE<br />

"A VERDADEIRA HISTÓRIA DE PONTAL BASEADA EM DOCUMENTOS"<br />

temível Gentio Caiapó.<br />

No princípio era o sertão bruto com suas matas in<strong>de</strong>vassadas, palmilha<strong>do</strong> pelo<br />

Não havia ainda caminhos que ligassem esta região a velha estrada <strong>de</strong> Goiás que<br />

cruzava pelos la<strong><strong>do</strong>s</strong> <strong>de</strong> Batatais. Contu<strong>do</strong>, muitos antes da existência <strong>de</strong> caminhos, existiam as<br />

vias naturais constituídas pelos rios Par<strong>do</strong> e Mogí-Guaçú.<br />

Velhas tradições se reportam a segunda meta<strong>de</strong> <strong>do</strong> século 18, quan<strong>do</strong> pesca<strong>do</strong>res e<br />

caça<strong>do</strong>res da vila <strong>de</strong> Mogí-Mirim e da freguesia <strong>de</strong> Mogí-Guaçú. <strong>de</strong>scen<strong>do</strong> pelo rio<br />

Mogí-Guaçú, <strong>de</strong>scobriram os gran<strong>de</strong>s campos e o inculto sertão que circunda o rio da Onça.<br />

Descen<strong>do</strong> um pouco mais, esses audazes explora<strong>do</strong>res encontraram a confluência<br />

com o rio Par<strong>do</strong>. no lugar on<strong>de</strong> a configuração geográfica forma uma ponta. daí a <strong>de</strong>nominação<br />

O PONT AL !<br />

Dentro <strong>de</strong> seus limita<strong><strong>do</strong>s</strong> conhecimentos geográficos, imaginaram ter chega<strong>do</strong> ao<br />

rio Gran<strong>de</strong>. ( na época, também <strong>de</strong>nomina<strong>do</strong> Paraná ). Desta forma. as primitivas cartas<br />

geográficas mostram os rios Par<strong>do</strong> e Mogí-Guaçú <strong>de</strong>saguan<strong>do</strong> diretamente no rio Gran<strong>de</strong>, sem<br />

se encontrarem.<br />

Passa<strong><strong>do</strong>s</strong> alguns anos, Manoel Teotonio Rodrigues <strong>de</strong> Carvalho, <strong>de</strong> São Paulo,<br />

palmilhan<strong>do</strong> essas terras encantou-se com a situação geográfica <strong>do</strong> <strong>Pontal</strong> e as exuberantes<br />

matas que <strong>do</strong>minavam aquele sertão, e requereu ao Con<strong>de</strong> <strong>de</strong> Palma, capitão-general <strong>de</strong> São<br />

Paulo, que-lhe conce<strong>de</strong>sse aquela maravilhosa áre, no que foi atendi<strong>do</strong> por carta <strong>de</strong> sesmaria<br />

datada <strong>de</strong> 21 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 1817.<br />

Portanto, nessa data, oficialmente aquele sertão passou a ter <strong>do</strong>no.


Deve ter si<strong>do</strong> empolgante aqueles primeiros tempos. enfrentan<strong>do</strong>-se o<br />

sertão bruto, a ameaça <strong>do</strong> temível GENTIO CAIAPÓ, remanescentes <strong><strong>do</strong>s</strong> bugres que<br />

infestavam o vale <strong>do</strong> rio Par<strong>do</strong>.<br />

Enfrentan<strong>do</strong> todas as dificulda<strong>de</strong>s, Manuel Teotonio, o SESMEIRO, conseguiu<br />

firmar sua posse e estabelecer suas mo<strong>de</strong>stas benfeitorias que lhe asseguraram o direito<br />

sôbre a sesmaria, que abrangia uma área <strong>de</strong> 5.400,00 alqueires. Cumpriu, portanto, as<br />

normas exigidas para fazer juz a posse da sesmaria e, alguns anos <strong>de</strong>pois, ven<strong>de</strong>u essas<br />

terras para José Ferman<strong>de</strong>s Pena.<br />

Indiscutivelmente, Manoel Teotonio Rodrigues <strong>de</strong> Carvalho, foi o primeiro<br />

proprietário <strong>de</strong> terras em <strong>Pontal</strong>, com uma sesmaria <strong>de</strong> 5.400,00 alqueires situada entre os<br />

rios Par<strong>do</strong> e Mogí-Guaçú abrangen<strong>do</strong> o lugar <strong>de</strong>nomina<strong>do</strong> "Bico <strong>de</strong> <strong>Pontal</strong>", e a data <strong>de</strong> 21<br />

<strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 1817 é um marco oficial <strong>do</strong> <strong>de</strong>sbravamento <strong>de</strong> nossa região.<br />

De José Feman<strong>de</strong>s Pena a sesmaria passou para Estevão Ribeiro <strong>de</strong> Resen<strong>de</strong> (<br />

Marquês <strong>de</strong> Valença ), e, <strong>de</strong>ste, para Antonio Jacinto Nogueira. Este último ven<strong>de</strong>u para o<br />

Alferes João José <strong>de</strong> Carvalho que, por sua vez, em 1852 ven<strong>de</strong> para Manoel Barbosa da<br />

Silveira, cujos <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>ntes permanecerão nessas terras até o final <strong>do</strong> século 19.<br />

Até aqui mantinha-se a unida<strong>de</strong> territorial da antiga sesmaria <strong>do</strong> <strong>Pontal</strong> que<br />

passa a ser <strong>de</strong>nominada "Fazenda <strong>do</strong> <strong>Pontal</strong>". No entanto sua área encontrava-se já<br />

reduzida para 3.564,00 alqueires em face <strong>do</strong> avanço <strong>de</strong> outros posseiros, e a consequente<br />

perda <strong>de</strong> território. Na fazenda <strong>do</strong> <strong>Pontal</strong> encontram-se. atualmente. as Usina Bela Vista e<br />

Usina Barbacena ( <strong>de</strong>sativada ).<br />

Enquanto se processava o povoamento <strong>do</strong> Bico <strong>do</strong> <strong>Pontal</strong>. entre os <strong>do</strong>is gran<strong>de</strong>s rios, Par<strong>do</strong><br />

e Mogí-Guaçú: <strong>do</strong> outro la<strong>do</strong>, na região hoje ocupada pelo distrito e Cândia, surgia a partir<br />

<strong>de</strong> 1820 o entrante Pedro Martins <strong>de</strong> Castro, conheci<strong>do</strong> como o Pedro Siriema, que tomou<br />

posse <strong>do</strong> território situa<strong>do</strong> entre os ribeirões da Floresta e Santa Quitéria, fundan<strong>do</strong> a<br />

Fazenda da Floresta Escura, com 4.511,00 alqueires. Dentro das terras <strong>de</strong>sta fazenda iria<br />

surgir o povoa<strong>do</strong> <strong>de</strong> Cândia a partir da inauguração da estação ferroviária em 15 <strong>de</strong> agosto<br />

<strong>de</strong> 1929.<br />

Mas, voltan<strong>do</strong> agora a margem esquerda <strong>do</strong> rio Par<strong>do</strong>, vamos encontrar a partir <strong>de</strong><br />

1827 a presença <strong>de</strong> uma comitiva <strong>de</strong> mineiros capitaneada pelo posseiro João Manoel <strong>de</strong>


Pontes, oriun<strong>do</strong> <strong>de</strong> Caldas, sul <strong>de</strong> Minas. Esses mineiros fundaram nessa época a fazenda <strong>do</strong><br />

Sertãozinho <strong>do</strong> Mato Dentro. abrangen<strong>do</strong> uma área <strong>de</strong> 13.761,00 alqueires que se estendia<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> a atual Santa Casa <strong>de</strong> <strong>Pontal</strong> até a periferia da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Ribeirão Preto, ocupan<strong>do</strong><br />

inclusive o território on<strong>de</strong> hoje se situa a cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Sertãozinho. Pouco mais <strong>de</strong> 1/3 da fazenda<br />

<strong>do</strong> Sertãozinho se encontrava em território <strong>do</strong> município <strong>de</strong> <strong>Pontal</strong>, inclusive a atual fazenda<br />

Vassoural.<br />

Nessa mesma época, outro mineiro, Antonio João Ferreira funda a fazenda das<br />

Posses, com 3.521,00 alqueires ao longo da margem esquerda <strong>do</strong> rio Par<strong>do</strong>, <strong><strong>do</strong>s</strong> quais cerca <strong>de</strong><br />

1/4 pertencen<strong>do</strong> ao atual município <strong>de</strong> <strong>Pontal</strong>, e os restantes 3/4 ao distrito <strong>de</strong> Santa Cruz das<br />

Posses. Nas terras da antiga fazenda das Posses situa-se, hoje, a Usina Bazan.<br />

Alguns anos <strong>de</strong>pois, por volta <strong>de</strong> 1840, Antonio Maciel <strong>de</strong> Pontes, filho <strong>do</strong><br />

funda<strong>do</strong>r da fazenda <strong>do</strong> Sertãozinho, toma posse <strong>de</strong> uma área <strong>de</strong> 1.120,00 alqueires<br />

compreen<strong>de</strong>n<strong>do</strong> a bacia hidrográfica <strong>do</strong> córrego das Contendas. Estava fundada a fazenda das<br />

Contendas que se estendia <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o rio Par<strong>do</strong> até o atual largo da Matriz <strong>de</strong> <strong>Pontal</strong>. Nessas terras<br />

se encontra a Açucareira Bortolo Carolo.<br />

Ainda em 1840 o mesmo Antonio Maciel <strong>de</strong> Pontes, em socieda<strong>de</strong> com seu<br />

cunha<strong>do</strong> João Francisco <strong>de</strong> Oliveira, por posse, funda a fazenda <strong>do</strong> Bom Sucesso ao longo <strong>do</strong><br />

atual córrego Desengano, com uma área aproximada <strong>de</strong> 1.190,00 alqueires.<br />

Todas essas primitivas fazendas, por sucessão, tornaram-se gran<strong>de</strong>s con<strong>do</strong>mínios<br />

com centenas <strong>de</strong> proprietários, muitos <strong><strong>do</strong>s</strong> quais tronco das famílias pontalenses.<br />

Entre os primitivos povoa<strong>do</strong>res da região, a tradição popular se reporta aos<br />

famosos irmãos ONÇAS: Joaquim Francisco da Silva Onça e Manoel Francisco da Silva Onça,<br />

o primeiro era liga<strong>do</strong> por casamento a família Pontes, antigos posseiros <strong>de</strong> parte das terras <strong><strong>do</strong>s</strong><br />

atuais municípios <strong>de</strong> <strong>Pontal</strong> e Sertãozinho, justamente nas áreas on<strong>de</strong> hoje se encontram as<br />

duas cida<strong>de</strong>s ( perímetros urbanos ).<br />

Em março <strong>de</strong> 1885 a "Companhia Paulista <strong>de</strong> Vias Férreas e Fluviais" inicia a<br />

navegação a vapor no rio Mogí-Guaçú, <strong>de</strong> Porto Ferreira até o Bico <strong>do</strong> <strong>Pontal</strong>. Em 10 <strong>de</strong><br />

janeiro <strong>de</strong> 1887 a companhia Paulista inaugurou o Porto <strong>Pontal</strong>, situa<strong>do</strong> na margem direita <strong>do</strong><br />

rio Par<strong>do</strong>, logo abaixo da confluência com o Mogí-Guaçú.<br />

Dan<strong>do</strong> prosseguimento ao seu projeto <strong>de</strong> expansão <strong>de</strong> linhas ferroviárias, a


Companhia inicia em 1902 a construção da estação <strong>de</strong> <strong>Pontal</strong>. em terras da fazenda das<br />

Contendas. No dia 25 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 1903 foram inauguradas as estações <strong>de</strong> Cascalho e <strong>de</strong><br />

<strong>Pontal</strong>, assim como as linhas <strong>do</strong> telégrafo. Logo em seguida, em 30 <strong>de</strong> abril <strong>do</strong> mesmo ano foi<br />

extinta a navegação fluvial no rio Mogí-Guaçú.<br />

Em 1903 um grupo <strong>de</strong> mora<strong>do</strong>res da pequena povoação que começava a se<br />

formar junto a estação ferroviária <strong>de</strong> <strong>Pontal</strong>, recentemente inaugurada, começaram a se<br />

organizar com o objetivo <strong>de</strong> construir uma Capelinha e formar um Patrimônio.<br />

Entre esses pioneiros <strong>de</strong>stacava-se a figura <strong>do</strong> português LOURENCO DE<br />

BARROS MOURA, natural da ilha da Ma<strong>de</strong>ira, que li<strong>de</strong>rou este movimento. Tanto assim<br />

que, para Padroeiro <strong>do</strong> povoa<strong>do</strong>, foi escolhi<strong>do</strong> o Mártir São Lourenço.<br />

No dia 7 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 1903 solicitaram auxílio financeiro a <strong>Câmara</strong><br />

<strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Sertãozinho, para construírem no então Bairro <strong>de</strong> <strong>Pontal</strong>, uma<br />

"EGREJINHA", crian<strong>do</strong> um Patrimônio, cuja renda reverter-se-ia para a referida <strong>Câmara</strong><br />

<strong>Municipal</strong>.<br />

A primeira Capelinha foi construída <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira no ano <strong>de</strong> 1904, sen<strong>do</strong><br />

angaria<strong><strong>do</strong>s</strong> fun<strong><strong>do</strong>s</strong> através <strong>de</strong> festas promovidas pelos mora<strong>do</strong>res da localida<strong>de</strong>. A primeira<br />

festa foi organizada em 1904 por Francisco José Pereira, genro <strong>do</strong> Capitão Joaquim<br />

Francisco da Silva Onça, um <strong><strong>do</strong>s</strong> antigos povoa<strong>do</strong>res da região. Para rezar os terços<br />

durante os festejos foi convida<strong>do</strong> Manoel Olegário Pereira, resi<strong>de</strong>nte no sítio Goiapá,<br />

próximo a Bocaina, e para a ornamentação da primeira capela foram convidadas as<br />

senhoritas Anita <strong>de</strong> Barros e sua irmã Carolina, filhas <strong>de</strong> João Bernar<strong>de</strong>s da Costa Barros,<br />

que tu<strong>do</strong> fizeram para dar um cunho <strong>de</strong> realce ao evento.<br />

A Comissào Promotora <strong>do</strong> Patrimônio <strong>de</strong> São Lourenço, composta <strong>de</strong><br />

Lourenço <strong>de</strong> Barros Moura, Domingos Gomes <strong>de</strong> Carvalho e Francisco da Silva Onça,<br />

reuniu-se no dia 3 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 1904 e, consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> que não tinha competência jurídica<br />

para regularizar as diversas questões relativas ao Patrimônio, resolveu transferir este<br />

encargo para <strong>Câmara</strong> <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Sertãozinho, que aceitou o mesmo na Sessão <strong>do</strong> dia 17<br />

<strong>de</strong> agosto <strong>do</strong> referi<strong>do</strong> ano. A Comissão impôs a condição <strong>de</strong> ser mantida a <strong>de</strong>nominação <strong>de</strong><br />

SÃO LOURENÇO, numa clara <strong>de</strong>monstração da influência e participação <strong>de</strong> Lourenço <strong>de</strong><br />

Barros Moura na fundação <strong>do</strong> povoa<strong>do</strong>.


A área <strong>do</strong> Patrimônio era <strong>de</strong> 3 alqueires e uma quarta, situada em terras da fazenda<br />

das Contendas, abrangen<strong>do</strong> mais ou menos, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> as cercanias da Capela, atual largo da Matriz<br />

até on<strong>de</strong> se encontrava a estação ferroviária e adjacências. Os primitivos proprietários <strong>de</strong>sta<br />

área foram José Belamino da Silva e Ezequiel Francisco <strong>do</strong> Nascimento que, para regularizar a<br />

situação efetuaram a venda <strong>de</strong>sta área para a <strong>Câmara</strong> <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Sertãozinho, por escritura<br />

pública datada <strong>de</strong> 9 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 1904.<br />

Em 17 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 1904 a <strong>Câmara</strong> <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Sertãozinho cria o Distrito<br />

<strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> <strong>Pontal</strong>, e também o cargo <strong>de</strong> Fiscal para a localida<strong>de</strong>. Nessa mesma data a<br />

<strong>Câmara</strong> aprovou a compra efetuada <strong><strong>do</strong>s</strong> terrenos on<strong>de</strong> se encontrava situada a povoação <strong>de</strong><br />

<strong>Pontal</strong>.<br />

No "Almanaque <strong>de</strong> Sertãozinho" para o ano <strong>de</strong> 1905, aparece um artigo sobre<br />

<strong>Pontal</strong>, redigi<strong>do</strong> em 17 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 1904, no qual se <strong>de</strong>staca uma foto <strong>de</strong>sta primeira<br />

Capela.<br />

To<strong><strong>do</strong>s</strong> esses elementos nos permitem afirmar, com segurança, que a Capela <strong>de</strong><br />

São Lourenço <strong>de</strong> <strong>Pontal</strong> foi construída em 1904, com um Patrimônio <strong>de</strong> 3 alqueires e uma<br />

quarta, <strong>de</strong>stacan<strong>do</strong>-se como principal funda<strong>do</strong>r, LOURENÇO DE BARROS MOURA. Este<br />

mesmo se encarregou <strong>de</strong> fazer a <strong>do</strong>ação <strong>de</strong> uma Imagem <strong>do</strong> Mártir São Lourenço que, segun<strong>do</strong><br />

a tradição, teria si<strong>do</strong> trazida <strong>de</strong> Portugal.<br />

Enquanto esta Imagem não chegava, pediram uma Imagem <strong>de</strong> Nossa Senhora<br />

emprestada a D. Alda Arruda da Silva, viúva <strong>do</strong> Major Henrique José da Silva, mora<strong>do</strong>ra na<br />

Fazenda <strong>do</strong> Bom Sucesso, para colocar no altar da Capela. Talvez, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> a associação com a<br />

<strong>de</strong>nominação da fazenda <strong>de</strong> D. Alda, a tradição se reporta a esta Imagem, como a <strong>de</strong> Nossa<br />

Senhora <strong>do</strong> Bom Sucesso.<br />

Com a chegada da Imagem <strong>de</strong> São Lourenço, foi a <strong>de</strong> Nossa Senhora <strong>de</strong>volvida a<br />

sua legítima proprietária.<br />

Sertãozinho.<br />

As Missas, principalmente nos dias festivos, eram celebradas pelos Padres <strong>de</strong><br />

Entre os gran<strong>de</strong>s fazen<strong>de</strong>iros, <strong>de</strong>sponta a figura <strong>do</strong> Coronel Francisco Schmidt, o<br />

"Rei <strong>do</strong> Café", natural da Alemanha, e que foi proprietário <strong>de</strong> muitas terras no município, entre<br />

as quais a fazenda Vassoural e Engenho Central. Segun<strong>do</strong> a tradição, o Cel. Schmidt teria


manda<strong>do</strong> vir para a região <strong>de</strong> <strong>Pontal</strong> 200 famílias italianas. Nesta leva encontravam-se os<br />

troncos <strong>de</strong> diversas famílias que hoje resi<strong>de</strong>m no município e na região.<br />

Em 18 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 1907, pela Lei n° 1.093 foi cria<strong>do</strong> o distrito <strong>de</strong> Paz <strong>de</strong> <strong>Pontal</strong>,<br />

no governo <strong>do</strong> Dr. Jorge Tibiriçá.<br />

Por provisão <strong>de</strong> 1 0 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 1910, Dom Alberto José Gonçalves. Bispo<br />

<strong>de</strong> Ribeirão Preto, nomeou uma Comissão para tratar da construção <strong>de</strong> uma Igreja na<br />

povoação <strong>de</strong> <strong>Pontal</strong>, constituída por Joaquim Dias Neto, Cristiano Leite da Silva, Caetano<br />

Coutinho da Costa, A<strong>de</strong>lino Ferreira Dionísio, Salviano Alves da Silva, Manuel Martins <strong>de</strong><br />

Oliveira e Izi<strong>do</strong>ro Razzo. Indiscutivelmente o objetivo era a construção <strong>de</strong> uma Igreja <strong>de</strong><br />

tijolos no local on<strong>de</strong> se encontrava edificada a Capela <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira.<br />

Provavelmente nesta época Lourenço <strong>de</strong> Barros Moura já tinha-se muda<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>Pontal</strong>. Em 1911, o mês <strong>de</strong> Maria ( maio) foi celebra<strong>do</strong> com Missa cantada e procissão a<br />

tar<strong>de</strong> na Capela <strong>de</strong> <strong>Pontal</strong> conforme informação <strong>do</strong> fabriqueiro da Igreja <strong>de</strong> Sertãozinho.<br />

A Capela <strong>de</strong> São Lourenço <strong>de</strong> <strong>Pontal</strong>, pertencen<strong>do</strong> a Paróquia <strong>de</strong> Sertãozinho,<br />

foi provisionada em 26 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 1911.<br />

Em 23 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 1912, esteve em <strong>Pontal</strong> em visita pastoral o Bispo <strong>de</strong> Ribeirão<br />

Preto, Dom Alberto José Gonçalves, chegan<strong>do</strong> <strong>de</strong> automóvel, ao meio dia. sen<strong>do</strong> recebi<strong>do</strong><br />

pelo Reveren<strong>do</strong> Frei Vicente Prisilla, pelos alunos das escolas, e por , gran<strong>de</strong> massa popular.<br />

Hospedaram-se no Hotel <strong>do</strong> Sr. Netto, constan<strong>do</strong> a seguinte observação no livro <strong>do</strong> Tombo <strong>de</strong><br />

Sertãozinho: "O <strong>Pontal</strong> é um distrito sujeito a Paróquia <strong>de</strong> Sertãozinho, tem uma pequena<br />

Capela, há pouco acrescentada, mas é bastante populoso, e o povo <strong>de</strong>monstrou-nos vivos<br />

<strong>de</strong>sejos <strong>de</strong> que seja eleva<strong>do</strong> a Paróquia ...<br />

Somente por provisão <strong>de</strong> 9 <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 1912 foi nomea<strong>do</strong> o Reveren<strong>do</strong><br />

Padre José Chiappa para Capelão Cura da Capela <strong>de</strong> São Lourenço <strong>de</strong> <strong>Pontal</strong>, fican<strong>do</strong> assim<br />

<strong>de</strong>sligada da jurisdição <strong>do</strong> Reveren<strong>do</strong> Pároco <strong>de</strong> Sertãozinho. Nesta data portanto, ficou<br />

cria<strong>do</strong> o Curato <strong>de</strong> <strong>Pontal</strong>.<br />

O Padre José Chiappa iniciou a transformação da Capela <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira, para outra<br />

<strong>de</strong> tijolos, com sua Sacristia, bancos, e adquirin<strong>do</strong> belas Imagens e a Pia Batismal. O zeloso<br />

Capelão saía pelos sítios e fazendas, corren<strong>do</strong> as colônias <strong>de</strong> semitróle, angarian<strong>do</strong> esmolas


e material, até ver bem melhorada a Capelinha. com suas pare<strong>de</strong>s <strong>de</strong> tijolos e <strong>de</strong>mais<br />

acessórios. Promoveu 1ª Comunhão entre as meninas e meninos ... sempre crescen<strong>do</strong> o<br />

número <strong>de</strong> fiéis, assim como organizou leilões e grupos <strong>de</strong> pessoas com contribuições<br />

mensais.<br />

Em 03-05-1914 foi inaugurada a ligação ferroviária entre <strong>Pontal</strong> e<br />

Sertãozinho, pela Companhia Mogiana <strong>de</strong> Estradas <strong>de</strong> Ferrro, passan<strong>do</strong> pela estação<br />

"'Francisco Schmidt", no então Engenho Central, na fazendaVassoural ( estação “Francisco<br />

Schmidt" inaugurada em 25-11-1906 ).<br />

O distrito <strong>de</strong> <strong>Pontal</strong> foi eleva<strong>do</strong> a categoria <strong>de</strong> município pela Lei n.o 6.915, e 23-01-1935,<br />

sen<strong>do</strong> instala<strong>do</strong> em 07-03-1935 toman<strong>do</strong> posse seu primeiro prefeito, o Dr. José Pedro Além.<br />

Entre os antigos mora<strong>do</strong>res <strong>do</strong> povoa<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pontal</strong> e sítios e fazendas próximas, po<strong>de</strong>mos citar:<br />

Acácio <strong>de</strong> Mesquita que, em 1902, empreen<strong>de</strong>u a construção <strong>de</strong> uma olaria no lugar "Vargem<br />

<strong>do</strong> Meio", pertencente a Ezequiel Francisco <strong>do</strong> Nascimento e José Belarmino da Silva, na<br />

fazenda das Contendas, e em 1903, revogação <strong>do</strong> referi<strong>do</strong> contrato, e em 1904, proprietário <strong>de</strong><br />

terras no atual centro da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Pontal</strong>.<br />

A<strong>de</strong>lino Ferrcira Dionísio em 1906, com casa <strong>de</strong> negócios ( proprietário da “Casa Confiança",<br />

armazém <strong>de</strong> secos e molha<strong><strong>do</strong>s</strong> ).<br />

A<strong>do</strong>lfo Paulino que, em 1908, encontrava-se com fábrica <strong>de</strong> massas.<br />

Alberto Guerra que, em 1906, encontrava-se com açougue.<br />

Alfre<strong>do</strong> José <strong>de</strong> Carvalho tinha um trole para transportar passageiros entre a estação <strong>de</strong> <strong>Pontal</strong> (<br />

Cia. Paulista ), e a estação <strong>do</strong> Engenho Central ( Cia. Mogiana ). Anterior à 1915.<br />

Ama<strong>de</strong>u Ferrari que, em 1909, encontrava-se com açougue.


Ananias da Costa Freitas que, em 1902, compra 8 alqueires da Camilo<br />

Maciel <strong>de</strong> Pontes, na Fazenda das Contendas; em 1904, com terras no atual centro <strong>de</strong> <strong>Pontal</strong>;<br />

em 1905, com olaria. (sua mulher: Alzira Maria <strong>de</strong> Jesus).<br />

Membro da Comissão que adquiriu um terreno <strong>de</strong> Izí<strong>do</strong>ro Razzo, e angariou fun<strong><strong>do</strong>s</strong> para a<br />

construção da casa paroquial.<br />

Ananias Moreira das Dores que, em 1910, era mesário da 4 ª seção eleitoral <strong>do</strong> distrito <strong>de</strong><br />

<strong>Pontal</strong>.<br />

Angelo Boranelli que, em 1908, era carpinteiro.<br />

Angelo David que, em 1909, encontrava-se com casa <strong>de</strong> negócios.<br />

Ange1o Guidi que, em 1908, encontrava-se com fábrica <strong>de</strong> sabão.<br />

Antonio Anastácio que, em 1906, encontrava-se com casa <strong>de</strong> negócios.<br />

Antonio Bartolomeu que, em 1906, encontrava-se com armazém.<br />

Antonio Batista <strong>de</strong> Lima que, em 1907, era proprietário <strong>de</strong> uma sapataria.<br />

Antonio Falarico que, em 1908, era carpinteiro.<br />

Antonio Moreira da Silva casa<strong>do</strong> com Maria Honória Moreira, antiga parteira <strong>de</strong> <strong>Pontal</strong>. Em<br />

1902 mora<strong>do</strong>res na Lagoa <strong>do</strong> Cascalho; em 1906 com olaria, e possuíam terras próximas ao<br />

atual cemitério municipal.<br />

Antonio Pereira antigo farmacêutico.<br />

Antonio Sealla em 1908 com padaria e, em 1914 com confeitaria.


Antonio Simões português, casa<strong>do</strong> com Elidia Estefânia <strong>de</strong> Carvalho Simões, ( filha mais velha<br />

<strong>de</strong> Alfre<strong>do</strong> José <strong>de</strong> Carvalho ). Funcionário <strong>do</strong> porto <strong>do</strong> <strong>Pontal</strong>.<br />

Artur Dias da Silva que, em 1903, era o chefe da estação <strong>de</strong> <strong>Pontal</strong>.<br />

Arthur Favaretto com restaurante em 1913.<br />

Arthur Volpini com restaurante em 1906.<br />

Assef Jorge Aun com lojas <strong>de</strong> teci<strong>do</strong> em 1906.<br />

Caetano Coutinho da Costa fiscal.<br />

"Camelinho" latoeiro.<br />

Camilo Luís <strong>de</strong> Pontes em 1905 com imposto predial.<br />

Carlos Augusto Roseiro em 1912 encontrava-se com casa <strong>de</strong> negócios.<br />

Carlos Viotti Farmácia Viotti (uma das mais antigas ).<br />

Catarina preto que trouxe família para tomar conta <strong>do</strong> porto no rio Mogi-Guaçú. (Porto <strong><strong>do</strong>s</strong><br />

Negros ).<br />

Coppe Bruto que, em 1903 arrenda uma olaria, em terras <strong>de</strong> José Belarmino da Silva e Ezequiel<br />

Francisco <strong>do</strong> Nascimento.<br />

Cristiano Leite da Silva que, em 1910 serviu <strong>de</strong> escrivão, da quarta seção eleitoral <strong>do</strong> distrito<br />

<strong>de</strong> <strong>Pontal</strong>.<br />

Escrivão <strong>de</strong> paz, nomea<strong>do</strong> para o distrito.


David <strong>de</strong> Oliveira em 1910 com secos e molha<strong><strong>do</strong>s</strong>, ( português, foi <strong>do</strong>no da “Casa Guaraní").<br />

Domingos Carnelós que, em 1902 <strong>de</strong>clarou ser casa<strong>do</strong> com Giovanna Zago, ten<strong>do</strong> os filhos:<br />

Eugenio com 2 anos, e Mariana com 5 meses <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>.<br />

Domingos Gomes <strong>de</strong> Carvalho que, em 1904 foi testemunha juntamente com Lourenço <strong>de</strong><br />

Barros Moura, na escritura <strong>de</strong> compra e venda que regularizou a área on<strong>de</strong> se encontrava<br />

edificada a povoação <strong>de</strong> <strong>Pontal</strong>, ( 3 alqueires e 1/4 na fazenda das Contendas ); e em 1904,<br />

membro da Comissão Promotora <strong>do</strong> Patrimônio <strong>de</strong> São Lourenço na povoação <strong>do</strong> <strong>Pontal</strong>.<br />

Domingos Raioschi em 1908 com cervejaria.<br />

Domingos Ronal<strong>do</strong> em 1906 com sapataria.<br />

Elizeo Coelho trabalhou como emprega<strong>do</strong> no armazém <strong>de</strong> Lourenço <strong>de</strong> Barros Moura.<br />

Etore Quaranta, oficina <strong>de</strong> consertos.<br />

Eugenio Chelli em 1906 com restaurante.<br />

Ezequiel Fonseca em 1910 era alfaiate.<br />

Ezequiel Francisco <strong>do</strong> Nascimento que, em 1902 possuía terras na fazenda das Contendas, no<br />

lugar <strong>de</strong>nomina<strong>do</strong> "Vargem <strong>do</strong> Meio", na qual era sócio <strong>de</strong> José Berlamino da Silva.<br />

Em 1904 juntamente com sua mulher, Maria Balbina <strong>de</strong> Oliveira, ven<strong>de</strong> 1 alqueire e 2/4 a<br />

<strong>Câmara</strong> <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Sertãozinho, nas proximida<strong>de</strong>s da atual Praça Bortolo Carolo, no centro<br />

<strong>de</strong> <strong>Pontal</strong>.<br />

Francisco Antonio <strong>do</strong> Nascimento ( cita<strong>do</strong> por D. Zóla, como "Francisco Cunha <strong>do</strong><br />

Nascimento" ).


Francisco Coelho encarrega<strong>do</strong> <strong>do</strong> porto <strong>do</strong> <strong>Pontal</strong>, nomea<strong>do</strong> pela Cia. Paulista.<br />

Francisco Florentino em 1906 funileiro.<br />

Francisco Franklin da Silva apelida<strong>do</strong> "Francisco Nicolau", aparece na foto <strong>de</strong> 1904 da<br />

capelinha ( o "Chico Nicolau" ), membro da Comissão que adquiriu um terreno <strong>de</strong> Izi<strong>do</strong>ro<br />

Razzo, e angariou fun<strong><strong>do</strong>s</strong> para a construção da casa paroquial.<br />

Francisco Frutuozo construtor <strong>do</strong> cemitério.<br />

Francisco José Pereira que, em 1904, era um <strong><strong>do</strong>s</strong> principais i<strong>de</strong>aliza<strong>do</strong>res da cape linha. Em<br />

1910 mesário da 4 a seção eleitoral <strong>do</strong> distrito <strong>de</strong> <strong>Pontal</strong>, da qual foi eleito secretário, (<br />

casa<strong>do</strong> com Ordália ).<br />

Francisco Mateus em 1902 no Bom Sucesso.<br />

Francisco Meneses ( comparar com Francisco Meneses da Fonseca, abaixo) em 1906 com<br />

armazém.<br />

Francisco Meneses da Fonseca em 1902, encontrava-se no Cascalho, e em 1907 com casa<br />

<strong>de</strong> negócios.<br />

Francisco Rossi em 1902 no Vassoural.<br />

Francisco da Silva Onça que, em 1904 ven<strong>de</strong> um terreno próximo a Estação <strong>do</strong> <strong>Pontal</strong>, para<br />

José Angelo Sandino, e era membro da Comissão promotora <strong>do</strong> Patrimônio <strong>de</strong> São Lourenço<br />

na povoação <strong>do</strong> <strong>Pontal</strong>, e em 1905 com armazém e imposto predial.


Fre<strong>de</strong>rico Furlan em 1909 com casa <strong>de</strong> negócios.<br />

Frontelmo Ferreira Coutinho em 1906 com armazém.<br />

Gabriel Feliputi em 1908 com padaria.<br />

Giacomo Manfrin em 1910 com olaria, cita<strong>do</strong> também como "Jácomo<br />

Manfrim".<br />

Gricerio e irmãos<br />

Guidulli & Benassi em 1902 estabeleci<strong><strong>do</strong>s</strong> nas Contendas.<br />

Major HenriQue José da Silva que, em 1902 já era faleci<strong>do</strong>. Suas terras confrontavam com<br />

as <strong>de</strong> Inocêncio Francisco <strong>do</strong> Nascimento, e Lourenço <strong>de</strong> Barros Moura, nas proximida<strong>de</strong>s<br />

da lagôa <strong>do</strong> Bom Sucesso, na fazenda <strong>do</strong> mesmo nome. Em 1904 sua viúva, Alda Arruda,<br />

emprestou uma imagem <strong>de</strong> Nossa Senhora <strong>do</strong> Bom Sucesso, para a capelinha <strong>de</strong> <strong>Pontal</strong>.<br />

Honorio Ernesto Carneiro em 1902 encontrava-se no Cascalho.<br />

Humberto Guerra em 1906 com açougue ( transferiu nesse mesmo ano para Pedro<br />

Zuchelli).<br />

Inocêncio Francisco <strong>do</strong> Nascimento em 1904 com sua mulher, Etelvina Alexandrina <strong>do</strong><br />

Nascimento, ven<strong>de</strong> 5 alqueires na fazenda <strong>do</strong> Bom Sucesso, para Lourenço <strong>de</strong> Barros<br />

Moura.<br />

Izaac Esaú e Silva casa<strong>do</strong> com Delmira Maria da Conceição. Em 1904 a mulher adquire 2<br />

alqueires, unida a povoação <strong>do</strong> <strong>Pontal</strong>, e mais um terreno em frente a Estação <strong>do</strong> <strong>Pontal</strong>, <strong>de</strong><br />

Izi<strong>do</strong>ro Razzo.


Isi<strong>do</strong>ro Razzo em 1904 com sua mulher, Maria Luíza Tolentino, ven<strong>de</strong>m 2<br />

alqueires e um terreno na povoação <strong>do</strong> <strong>Pontal</strong>, para Delmira Maria da Conceição, mulher <strong>de</strong><br />

Izaac Esaú e Silva. Em 1905 com imposto predial.<br />

João Batista Manfrin em 1904 com sua mulher, Maria Mo<strong>de</strong>rno, adquirem terras na fazenda<br />

<strong>do</strong> Bom Sucesso, através <strong>de</strong> permuta com José Francisco <strong>de</strong> Oliveira.<br />

João Bernar<strong>de</strong>s da Costa Barros <strong>de</strong>ntista, veio para <strong>Pontal</strong> em 1904, e em 1905 juntamente<br />

com sua mulher, Rosa <strong>de</strong> Matos Barros, permuta um terreno na povoação <strong>do</strong> <strong>Pontal</strong>, com<br />

terras <strong>de</strong> Francisco Antonio <strong>de</strong> Azeve<strong>do</strong>. No mesmo ano <strong>de</strong>sfizeram o negócio. Em 1906<br />

com máquina <strong>de</strong> arroz.<br />

João Ernestino <strong>de</strong> Sousa ( proprietário <strong>de</strong> uma antiga farmácia ).<br />

João Francisco <strong>de</strong> Oliveira em 1910 mesário da 4 a seção eleitoral <strong>do</strong> distrito <strong>de</strong> <strong>Pontal</strong>.<br />

João Gomes Martins em 1907 com barbearia.<br />

João <strong>de</strong> Oliveira em 1906 como alfaiate.<br />

João Pedreschi em 1907 com fábrica <strong>de</strong> sabão.<br />

João Pinton em 1908 com engenho <strong>de</strong> cana.<br />

João <strong><strong>do</strong>s</strong> Reis <strong>do</strong>ou terras para a construção da Santa Casa.<br />

Joaquim porto <strong>do</strong> "seu Joaquim" na junção <strong><strong>do</strong>s</strong> rios Par<strong>do</strong> e Mogí-Guaçú.<br />

Joaquim Dias Netto em 1907 com Hotel ( "Hotel Netto” ), proprietário <strong>de</strong> um<br />

um cinema.


Capitão .Joaquim Francisco da Silva Onça em 1910 mesário da 4 ª seção eleitoral <strong>do</strong> distrito<br />

<strong>de</strong> <strong>Pontal</strong>, da qual foi eleito presi<strong>de</strong>nte.<br />

Joaquim Thomaz <strong>de</strong> Aquino em 1908 com serraria.<br />

Jorge Abrahão Damião em 1906 com loja <strong>de</strong> teci<strong><strong>do</strong>s</strong>.<br />

Jorge Assef em 1906 com casa <strong>de</strong> negócios.<br />

Jorge Manfrin em 1904 adquire 6 alqueires na fazenda <strong>do</strong> Bom Sucesso, por compra a João<br />

Batista Manfrin e sua mulher Maria Mo<strong>de</strong>rno, e em 1913 com olaria.<br />

José Angelo Sandino em 1904 compra <strong>de</strong> Francisco da Silva Onça, um terreno próximo a<br />

Estação <strong>do</strong> <strong>Pontal</strong>, confrontan<strong>do</strong> com a rua 13 <strong>de</strong> Maio, em terras da fazenda das<br />

Contendas.<br />

José Belarmino da Silva em 1902 faz contrato <strong>de</strong> arrendamento <strong>de</strong> uma área <strong>de</strong> 3 alqueires<br />

na "Vargem <strong>do</strong> Meio", ( Fazenda das Contendas ), juntamente com Ezequiel Francisco <strong>do</strong><br />

Nascimento, para Acácio <strong>de</strong> Mesquita edificar uma olaria. Em 1903 revogação <strong>do</strong> referi<strong>do</strong><br />

contrato. Gostava <strong>de</strong> formar catiras, alegre, sabia cantar. Em 1904 juntamente com sua<br />

mulher, Maria Vicência <strong>de</strong> Oliveira, ven<strong>de</strong> 1 alqueire e 3/4 <strong>de</strong> terras, on<strong>de</strong> hoje se encontra<br />

a Praça Bortolo Carolo, em <strong>Pontal</strong>, para a <strong>Câmara</strong> <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Sertãozinho.<br />

José Camilo <strong>de</strong> Oliveira casa<strong>do</strong> com Virgínia Pereira <strong>de</strong> Oliveira.<br />

José Eugenio em 1903 pagava imposto sobre a balsa <strong>do</strong> Porto <strong><strong>do</strong>s</strong> Negros no rio<br />

Mogí-Guaçú ).<br />

José Ferreira Dionísio em 1907 com restaurante.


José Francisco <strong>de</strong> Oliveira em 1902 ven<strong>de</strong> 10 alqueires para o Cel. Francisco Schmidt, na<br />

fazenda Bom Sucesso, e em 1906 encontrava-se com máquina <strong>de</strong> arroz.<br />

José Frontermo ( o "Juca Frontermo", antigo <strong>de</strong>lega<strong>do</strong> ).<br />

José Micheleto<br />

José Moreira em 1907 com secos e molha<strong><strong>do</strong>s</strong>.<br />

José Moretto em 1907 com fábrica.<br />

José Novais (contemporâneo <strong>de</strong> Lourenço <strong>de</strong> Barros Moura).<br />

José Pernambuco<br />

José Salomão em 1911 com casa <strong>de</strong> negócios.<br />

Juliano Bolonha em 1908 carpinteiro.<br />

Juvêncio <strong>de</strong> Tal acen<strong>de</strong><strong>do</strong>r <strong><strong>do</strong>s</strong> lampiões a gáz.<br />

Lebrão & Filho em 1907 com serraria.<br />

Lourenço <strong>de</strong> Barros Moura em 1902 no Bom Sucesso, em 1904 compra 5 alqueires na fazenda<br />

<strong>do</strong> Bom Sucesso, on<strong>de</strong> existe a sua casa, à Inocêncio Francisco <strong>do</strong> Nascimento e, encontrava-se<br />

também como membro da Comissão Promotora <strong>do</strong> Patrimônio <strong>de</strong> São Lourenço, na povoação<br />

<strong>do</strong> <strong>Pontal</strong>, em 1905 imposto predial e, em 1910 mesário da 4 ª seção eleitoral <strong>do</strong> distrito <strong>de</strong><br />

<strong>Pontal</strong>.<br />

Luís Albertini em 1913 com casa <strong>de</strong> negócios.


Luís Dal' Aglio em 1907 com oficina <strong>de</strong> ferreiro.<br />

Luís Garvani em 1907 com casa <strong>de</strong> negócios.<br />

Luís Meneghelli em 1910 com máquina <strong>de</strong> arroz.<br />

Manoel <strong>Câmara</strong> natural da ilha da Ma<strong>de</strong>ira, casa<strong>do</strong> com Perpétua <strong>de</strong> Jesus, portuguesa. Pais <strong>de</strong><br />

Manoel e Maria nascida em 1902. Comprou o sítio <strong>de</strong> Noto Romano. Depois ele ven<strong>de</strong>u esse<br />

sítio para João <strong><strong>do</strong>s</strong> Reis, ainda rapaz solteiro.<br />

Manoel Ferreira Dionísio em 1906 com armazém e casa <strong>de</strong> negócios.<br />

Manoel Francisco da Silva Onça em 1908 com olaria, e em 1910 como<br />

ferreiro.<br />

Manoel Martins <strong>de</strong> Oliveira em 1906 com padaria ( português, casa<strong>do</strong> com Máxima ).<br />

Manoel Moiteiro em 1906 com imposto predial e, em 1908 com engenho <strong>de</strong> cana.<br />

Capitão Manoel Olegario Pereira em 1910 mora<strong>do</strong>r em <strong>Pontal</strong> com sua mulher Maria Silvéria<br />

<strong>de</strong> Tole<strong>do</strong> Pereira. Pais da importante historia<strong>do</strong>ra pontalense D. Zóla ( Frizolina Pereira ), já<br />

falecida.<br />

Manoel Simões em 1906 e 1907 com restaurante.<br />

Manoel <strong>de</strong> Sausa Alves em 1905 compra <strong>de</strong> Lourenço <strong>de</strong> Barros Moura, uma casa com terreno,<br />

no arraial <strong>do</strong> <strong>Pontal</strong>.<br />

Mario Bighetti em 1909 com olaria.


Martinho Oliveira Franco em 1906 com engenho.<br />

Martins & Novaes, em 1907 com farmácia.<br />

Mateus Luís <strong>de</strong> Pontes ( Mateuzinho ) em 1904 encontrava-se viúvo, proprietário <strong>de</strong> terras na<br />

fazenda <strong>do</strong> Bom Sucesso, e na fazenda das Contendas.<br />

Miguel Abrahão Damião em 1907 com botequim, foi um <strong><strong>do</strong>s</strong> primeiros comerciantes <strong>do</strong><br />

arraial.<br />

Miguel Lauand em 1908 com casa <strong>de</strong> teci<strong><strong>do</strong>s</strong>.<br />

Noto Romano ven<strong>de</strong>u seu sítio para Manoel <strong>Câmara</strong>.<br />

Olegário Alves da Costa em 1908 com quitanda.<br />

Olegario Laudino em 1908 era carpinteiro.<br />

Oliveira, Onça & Cia, em 1902 no Bom Sucesso.<br />

Otaviano Novilha em 1907 com casa <strong>de</strong> frutas.<br />

Paulo Rosa ( com uma chácara perto <strong>do</strong> atual correio ).<br />

Pedro Biagi em 1908 com olaria.<br />

Pedro Carioca em 1905 possuía terreno no arraial <strong>do</strong> <strong>Pontal</strong>, confrontan<strong>do</strong> com Lourenço <strong>de</strong><br />

Barros Moura ( que efetuou venda para Manoel <strong>de</strong> Sousa Alves ).<br />

Pedro Ferrari carroceiro, com terras na atual vila S. Pedro.


Pedro Ortolan em 1902 nas Contendas.<br />

Pedro Zuchelli em 1906 com açougue ( transferi<strong>do</strong> nesse mesmo ano, por Humberto Guerra ).<br />

Raimun<strong>do</strong> Neves em 1904 baiano, aparece na foto da capelinha e, em 1917 vivia na "Divisa".<br />

Romano Scavacini em 1911 com restaurante.<br />

Romão Carneiro em 1909 com restaurante, fez <strong>de</strong>smatamentos, trabalhava tiran<strong>do</strong> <strong>do</strong>rmentes<br />

para a Cia. Paulista <strong>de</strong> Estradas <strong>de</strong> Ferro.<br />

Roberto Ferrari em 1907 com casa <strong>de</strong> negócios.<br />

Rosa <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong> em 1907 com açougue.<br />

Salviano Alves da Silva<br />

Salviano Luciano da Silva em 1905 recebeu por <strong>do</strong>ação <strong>de</strong> Mateus Luís <strong>de</strong> Pontes (<br />

Mateuzinho ) uma pequena casa na povoação <strong>do</strong> <strong>Pontal</strong>, juntamente com Sebastião Triglio (<br />

meio a meio ).<br />

Saturnino da Silva Braga, Capitão, membro da Comissão que adquiriu um terreno <strong>de</strong> Izi<strong>do</strong>ro<br />

Razzo, e angariou fun<strong><strong>do</strong>s</strong> para a construção da casa paroquial. Antigo <strong>de</strong>ntista.<br />

Sebastião Siqueira em 1905 possuía terreno no arraial <strong>do</strong> <strong>Pontal</strong>, confrontan<strong>do</strong> com Lourenço<br />

<strong>de</strong> Barros Moura ( que efetuou venda para Manoel <strong>de</strong> Sousa Alves ).<br />

Sebastião Triglio em 1905 recebeu por <strong>do</strong>ação <strong>de</strong> Mateus Luís <strong>de</strong> Pontes ,(Mateuzinho ), uma<br />

pequena casa na povoação <strong>do</strong> <strong>Pontal</strong>, juntamente com Salviano Luciano da Silva (meio a meio)


Sérgio Soares <strong>de</strong> Mello em 1907 com restaurante.<br />

Sívio Matrangola em 1903 juntamente com sua mulher, Rosalia Raimun<strong>do</strong>, ven<strong>de</strong>ram um<br />

terreno foreiro ao Patrimônio <strong>do</strong> Senhor Bom Jesus <strong>do</strong> Cascalho, para a <strong>Câmara</strong> <strong>Municipal</strong> da<br />

vila <strong>de</strong> Sertãozinho.<br />

Tavares Pinto & Cia. em 1902 no Bom Sucesso.<br />

Como povoa<strong>do</strong>res e empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>res <strong>do</strong> progresso <strong>de</strong> <strong>Pontal</strong>, merecem <strong>de</strong>staque as<br />

<strong>de</strong>zenas <strong>de</strong> famílias oriundas da Itália que vieram se radicar nesta região.<br />

Por sua importância e influência em nossa socieda<strong>de</strong>, <strong>de</strong>senvolvemos um trabalho<br />

específico sobre as famílias italianas <strong>de</strong> <strong>Pontal</strong>.


O FUNDADOR<br />

LOURENÇO DE BARROS MOURA<br />

O Funda<strong>do</strong>r <strong>de</strong> <strong>Pontal</strong><br />

Nasceu em 1867 em Porto Muniz, na ilha da Ma<strong>de</strong>ira ( Portugal ), filho<br />

<strong>de</strong> Silvério Francisco <strong>de</strong> Barros Moura e <strong>de</strong> Lu<strong>do</strong>vina Perestrelo <strong>de</strong> Barros Moura.<br />

Lourenço veio para o Brasil em 1888, com 21 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, e casou-se<br />

em 24 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 1892 em São Simão, com Maria Feman<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Oliveira, nascida em<br />

1874 em Araraquara, filha <strong>de</strong> Agostinho Fernan<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Oliveira e <strong>de</strong> Reduzina<br />

Fabelina da Silveira.<br />

Lourenço <strong>de</strong> Barros Moura já em 1902 residia na Fazenda <strong>do</strong> Bom<br />

Sucesso, ( em terras <strong>do</strong> atual município <strong>de</strong> <strong>Pontal</strong> ). Em 12 <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 1904<br />

comprou mais 5 alqueires na mesma fazenda, próximo a sua casa. Em 1905 aparece<br />

pagan<strong>do</strong> imposto predial, e no dia 22 <strong>de</strong> abril <strong>do</strong> referi<strong>do</strong> ano, Lourenço efetuou a<br />

venda <strong>de</strong> uma casa que possuía no arraial <strong>do</strong> <strong>Pontal</strong>. A última referência da presença<br />

<strong>de</strong> Lourenço em <strong>Pontal</strong>, é <strong>de</strong> 1 0 <strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong> 1910 quan<strong>do</strong> serviu <strong>de</strong> mesário na<br />

instalação da 4 a seção eleitoral <strong>do</strong> referi<strong>do</strong> distrito, para efeito da eleição <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>puta<strong><strong>do</strong>s</strong>.<br />

Passamos a narrar os fatos, conforme a tradição transmitida pela família<br />

<strong>de</strong> Lourenço <strong>de</strong> Barros Moura.<br />

Segun<strong>do</strong> essas fontes, ele abriu uma casa <strong>de</strong> secos e molha<strong><strong>do</strong>s</strong> no pequeno povoa<strong>do</strong><br />

que começava a se tornar junto a estação ferroviária <strong>de</strong> <strong>Pontal</strong>, ten<strong>do</strong> si<strong>do</strong> patrão <strong>de</strong><br />

Carlos Augusto Roseiro.<br />

Doou a Imagem <strong>de</strong> São Lourenço, que man<strong>do</strong>u vir <strong>de</strong> Portugal, para o altar da<br />

Capelinha <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira construída em 1904. Teve gran<strong>de</strong> participação e li<strong>de</strong>rança na<br />

formação e organização <strong>do</strong> povoa<strong>do</strong>, e fazia parte da Comissão Promotora <strong>do</strong>


patrimônio da referida Capela, tanto assim que o Padroeiro <strong>de</strong> <strong>Pontal</strong> ficou sen<strong>do</strong> São<br />

Lourenço <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> a sua influência.<br />

Segun<strong>do</strong> a tradição, Lourenço <strong>de</strong> Barros Moura introduziu a Imagem <strong>de</strong><br />

São Lourenço na capela disputan<strong>do</strong> com os mineiros (outros dizem, baianos) que<br />

<strong>de</strong>sejavam introduzir outro Padroeiro. Houve duas procissões, e a <strong>de</strong> São Lourenço saiu<br />

vitoriosa, e a imagem <strong>de</strong>ste Santo entrou primeiro na Capelinha, após gran<strong>de</strong> tumulto.<br />

Sofren<strong>do</strong> gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>sgosto em <strong>Pontal</strong>, pela perda financeira que teve <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> a<br />

problemas com emprega<strong><strong>do</strong>s</strong>, mu<strong>do</strong>u-se para Sertãozinho provavelmente em 1910. Em<br />

Sertãozinho tinha um armazém <strong>de</strong>fronte a atual Igreja, e por volta <strong>de</strong> 1914 tutelou um menino<br />

<strong>de</strong> nome César <strong>de</strong> Morais. Depois passou para Ribeirão Preto e dalí para Águas da Prata, on<strong>de</strong><br />

teve um armazém ao la<strong>do</strong> da estação ferroviária. Adquiriu a Fazenda "São Lourenço", 12 Kms.<br />

para frente <strong>de</strong> Getulina.<br />

Fican<strong>do</strong> <strong>do</strong>ente, Lourenço <strong>de</strong> Barros Moura, retomou para Ribeirão Preto on<strong>de</strong><br />

faleceu em 25 <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 1935. Sua esposa, Maria Feman<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Oliveira, faleceu em 6 <strong>de</strong><br />

maio <strong>de</strong> 1954 em Ribeirão Preto, ambos sen<strong>do</strong> sepulta<strong><strong>do</strong>s</strong> no Cemitério da Sauda<strong>de</strong>.


TENTATIVA DE CRIAÇÃO DE UM POVOADO NO CASCALHO<br />

Membros da comunida<strong>de</strong> estabelecida na região <strong>do</strong> Cascalho, em terras da<br />

fazenda <strong>do</strong> Sertãozinho <strong>do</strong> Mato Dentro, com seus sítios e fazendas, sob a li<strong>de</strong>rança <strong>do</strong><br />

Alferes Jerônimo Alves da Silva Rosa, chegaram a intentar a criação <strong>de</strong> um povoa<strong>do</strong>, o<br />

qual <strong>de</strong>veria <strong>de</strong>nominar-se "Senhor Bom Jesus <strong>do</strong> Cascalho", inician<strong>do</strong> inclusive a<br />

construção <strong>de</strong> uma capela.<br />

Para essa finalida<strong>de</strong>, Jerônimo e sua mulher Olímpia Alves da Costa, por<br />

escritura pública datada <strong>de</strong> 05 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 1899, passada em Sertãozinho, efetuaram a<br />

<strong>do</strong>ação <strong>de</strong> 10,00 alqueires ( ou 24,20 hectares ), no valor <strong>de</strong> 100$000 ( cem mil réis ), para o<br />

Patrimônio <strong>do</strong> Senhor Bom Jesus <strong>do</strong> Cascalho, "padroeiro da capela que se está construin<strong>do</strong><br />

no lugar <strong>de</strong>nomina<strong>do</strong> Cascalho", cujo patrimônio confina com terras <strong>de</strong> Luís Moreira da<br />

Silva, Francisco <strong>de</strong> Sousa Alves, Manoel Moreira da Silva, Antonio Fernan<strong>de</strong>s Teixeira, e<br />

com os próprios <strong>do</strong>a<strong>do</strong>res.<br />

O Alferes Jerônimo Alves da Silva Rosa ficou encarrega<strong>do</strong> <strong>de</strong> zelar pelos<br />

interesses <strong>do</strong> dito padroeiro.<br />

Organiza<strong>do</strong> o Patrimônio, e sua área dividida em terrenos foreiros, principiava<br />

o povoa<strong>do</strong> em torno <strong>de</strong> sua Capela. Em 25 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 1903, a Companhia Paulista <strong>de</strong><br />

Estradas <strong>de</strong> Ferro inaugurava a Estação <strong>do</strong> Cascalho junto ao Patrimônio, situada a 491,383<br />

metros <strong>de</strong> altitu<strong>de</strong> em relação ao nível <strong>do</strong> mar. Da estação <strong>do</strong> Cascalho à estação <strong>de</strong> <strong>Pontal</strong>,<br />

a distância era <strong>de</strong> 7,86 Kms.<br />

Em 07 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 1903 temos notícias da venda <strong>de</strong> uma casa e terreno foreiro<br />

ao Patrimônio <strong>do</strong> Senhor Bom Jesus <strong>do</strong> Cascalho, para a <strong>Câmara</strong> <strong>Municipal</strong> da vila <strong>de</strong><br />

Sertãozinho. Foram ven<strong>de</strong><strong>do</strong>res, Sílvio Matrangola e sua mulher Rosalia Raimun<strong>do</strong>, que<br />

tinham adquiri<strong>do</strong> esse terreno <strong>de</strong> Francisco Mateus e sua mulher.<br />

A casa vendida, compunha-se <strong>de</strong> 5 cômo<strong><strong>do</strong>s</strong>, coberta <strong>de</strong> telhas, sen<strong>do</strong> uma parte <strong>de</strong><br />

tijolos e outra <strong>de</strong> pau a pique. O terreno foreiro estendia-se por 120 palmos <strong>de</strong> frente, por 200<br />

<strong>de</strong> fun<strong><strong>do</strong>s</strong>, situa<strong>do</strong> na rua <strong>do</strong> Comércio, esquina com a rua Aravay, e com a rua Macario <strong>de</strong><br />

Mello, e fun<strong><strong>do</strong>s</strong> com a rua <strong>do</strong> Sapo.


No entanto, por motivos que ignoramos, o povoa<strong>do</strong> <strong>do</strong> Senhor Bom Jesus <strong>do</strong><br />

Cascalho não prosperou e entrou em <strong>de</strong>cadência, sen<strong>do</strong>, aos poucos, aban<strong>do</strong>na<strong>do</strong> e sua capela<br />

caiu em ruínas. Acreditamos que uma das causas po<strong>de</strong> ter si<strong>do</strong> o crescimento <strong>de</strong> <strong>Pontal</strong>, cuja<br />

comunida<strong>de</strong> estava em franco progresso e atrain<strong>do</strong> novos mora<strong>do</strong>res.<br />

Na divisão judicial da fazenda <strong>do</strong> Sertãozinho, encerrada no ano <strong>de</strong> 1930, foi<br />

efetua<strong>do</strong> o pagamento <strong>do</strong> quinhão <strong>do</strong> Patrimônio <strong>do</strong> Cascalho, sen<strong>do</strong> levanta<strong>do</strong> um mapa e a<br />

<strong>de</strong>scrição <strong>de</strong> suas divisas.<br />

A Paróquia <strong>de</strong> Sertãozinho que tinha o Patrimônio sob a sua jurisdição, <strong>de</strong>sinteressou-se pela<br />

sorte <strong>do</strong> mesmo, e efetuou a venda das terras em 19 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 1937 para Ananias da Costa<br />

Freitas. Encerrava-se assim, <strong>de</strong>finitivamente, os sonhos da comunida<strong>de</strong> <strong>do</strong> Cascalho <strong>de</strong> um dia<br />

po<strong>de</strong>rem contar com sua capela e povoa<strong>do</strong>. No entanto <strong>de</strong>ixamos aquí registra<strong>do</strong> o valor e a<br />

luta <strong>de</strong> Jerônimo Alves da Silva Rosa e seus companheiros, i<strong>de</strong>aliza<strong>do</strong>res da criação <strong>do</strong><br />

Patrimônio <strong>do</strong> Senhor Bom Jesus <strong>do</strong> Cascalho!


ROSINA DI RIMINI<br />

"O Rouxinol <strong>do</strong> Brasil"<br />

Personalida<strong>de</strong> da história <strong>de</strong> <strong>Pontal</strong><br />

Seu nome era Darcy Aparecida Minari. Nasceu em 12 <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 1923<br />

em <strong>Pontal</strong>, filha <strong>de</strong> Mario Minari e <strong>de</strong> Vitorina Salvastani Minari. Foram seus padrinhos<br />

Gui<strong>do</strong> Bighetti e Antonieta Bighetti.<br />

Quan<strong>do</strong> começou a cantar tinha só o 3 0 ano <strong>de</strong> juízo, ajudava o pai na<br />

barbearia. Este, sen<strong>do</strong> violinista e músico, sabia que a filha tinha <strong>do</strong>m para a música, e<br />

dizia para a esposa que a menina cantava igual a um passarinho. Passaram a residir em São<br />

Paulo.<br />

Nesta época estava em <strong>de</strong>staque a cantora alemã "Elma Sarque" com a música<br />

"Voz da Primavera", e quan<strong>do</strong> terminava a música no rádio, Rosina continuava em casa a<br />

cantar, e to<strong><strong>do</strong>s</strong> se admiravam pela maravilha <strong>de</strong> sua voz. Um amigo da casa, o "Zé da<br />

Bateria" que insistiu junto ao snr. Mario para observar o talento da menina. A mãe, D.<br />

Vitorina, era napolitana e tinha certo receio <strong>de</strong> levar a filha na rádio, e quan<strong>do</strong> resolveu ir,<br />

sofreu um atropelamento <strong>de</strong> um automóvel.<br />

Seu pai a levou para o professor Vicente <strong>de</strong> Lima, na então Rádio Educa<strong>do</strong>ra<br />

Paulista, mais tar<strong>de</strong> Rádio Record. O professor disse a ele que não po<strong>de</strong>ria ensinar a menina<br />

porque ela era lírica, e ele era professor <strong>de</strong> música popular. Encaminhou-os, portanto, a D.<br />

Irma <strong>de</strong> Rimini Buttelli, cantora italiana da velha guard, D. Irma passou a ensiná-la logo<br />

perceben<strong>do</strong> que a menina era um prodígio, e ficou com esta residin<strong>do</strong> em sua casa para<br />

melhor orientá-la. Fez um contrato estipulan<strong>do</strong> que cinquenta por cento <strong>do</strong> que viesse a ser<br />

apura<strong>do</strong> com as apresentações <strong>de</strong> Rosina seria utiliza<strong>do</strong> para o sustento da própria menina,<br />

que estava residin<strong>do</strong> com ela, vinte cinco por cento para ela professora, e os restantes vinte<br />

cinco por cento para D. Vitorina, mãe da menina.<br />

D. Leonor <strong>de</strong> Barros proporcionou o 1 º concerto <strong>de</strong> Rosina, quan<strong>do</strong> esta tinha<br />

<strong>de</strong> 11 para 12 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>. Depois cantou no Teatro <strong>Municipal</strong> <strong>do</strong> Rio <strong>de</strong> Janeiro, Teatro<br />

-<br />

."


<strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> São Paulo, Teatro Colon <strong>de</strong> Buenos Aires, na República Argentina, e em<br />

Teatros <strong>de</strong> Nova Iorque, nos Esta<strong><strong>do</strong>s</strong> Uni<strong><strong>do</strong>s</strong>. Tida como "O ROUXINOL DO BRASIL"!<br />

Assinou contrato com o Cassino da Urca no Rio <strong>de</strong> Janeiro, para cantar 30 noites<br />

durante o ano. Sua voz era maravilhosa, alcançan<strong>do</strong> duas oitavas a mais <strong>do</strong> que a cantora alemã<br />

Elma Sarque.<br />

Casou-se em São Paulo, em 12 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 1943 com Edmun<strong>do</strong> Cássio Horta,<br />

ten<strong>do</strong> três filhos. Ele veio a falecer no Rio <strong>de</strong> Janeiro.<br />

Voltou a se casar com um membro <strong>do</strong> Itamaraty, e foi residir na Checoslováquia,<br />

on<strong>de</strong> ele foi <strong>de</strong>signa<strong>do</strong> como embaixa<strong>do</strong>r. Teve mais uma filha, ten<strong>do</strong> leva<strong>do</strong> para a Europa<br />

seus três filhos <strong>do</strong> 1 0 matrimônio.<br />

e <strong>do</strong> exterior.<br />

Resi<strong>de</strong> hoje na cida<strong>de</strong> <strong>do</strong> Rio <strong>de</strong> Janeiro a estrela que brilhou nos palcos <strong>do</strong> Brasil

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